Professor Álvaro Machado de Mesquita - Aaron Simms...

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | 1 DE SETEMBRO DE 2015 | EDIÇÃO 171 Professor Álvaro Machado de Mesquita, primeiro homenageado oficial nos Festejos Farroupilha, em Bento Gonçalves

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Professor ÁlvaroMachado de Mesquita,

primeiro homenageado oficial nos FestejosFarroupilha, em Bento Gonçalves

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Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

Integração da Serra - O senhor se sente bem, aqui na ABCTG. Esse lugar tem a sua marca?

Professor Álvaro - Claro. O Ady-les Rodrigues de Freitas e eu desbra-vamos esse espaço. Era capoeirão fechado, cheio de “unha de gato”. Construímos as mangueiras, os ba-nheiros, as churrasqueiras. Hoje, rece-bo vocês na ABCTG com muita honra. Olha aí a minha foto, de fundador! Colaboro com a entidade de várias formas, entre elas, desenhando di-zeres em couro, com pirógrafo, para quadros e faixas das Prendas. Fui al-fabetizado por minha mãe, que me ensinou a ter letra bonita.

Integração da Serra - Qual sua naturalidade?

Professor Álvaro - Nasci em An-dré da Rocha, na época, distrito de Lagoa Vermelha, aos 25 de janeiro de 1939. Sou filho do guarda-livros, Ismael Beauchamps de Mesquita e da professora Alda Machado de Mesqui-

FestejosFarroupilha

ta (in memoriam). Fui criado na lida campeira, como peão de estância, domador, tropeiro, sempre lidando com grandes tropilhas de cavalos e mulas. Queria ser peão. Estudei por imposição de minha mãe que ficou viúva, quando eu tinha 2 anos.

Integração da Serra - A sua for-mação já foi para o magistério?

Professor Álvaro - Sim, para o magistério rural, na Escola Normal Rural Ildefonso Simões Lopes, em Osório. Era uma escola aberta para meninos e meninas oriundos da cam-panha e da colônia. Conheci minha mulher naquela escola. Nos forma-mos na década de 1950. A formação de professor rural não era secundária. Anos mais tarde, cursei Técnico em Contabilidade pra poder ingressar na faculdade. Depois, graduei em Geo-grafia, pela Universidade Federal de Passo Fundo. Fiz ainda uma pós-gra-duação em Ecologia na Unisinos, de São Leopoldo.

Integração da Serra - Os profes-sores recém-formados eram designa-dos para os lugares menos acessíveis. Isso aconteceu com o senhor?

Professor Álvaro - Sim. Para co-meçar, o professor rural não podia as-sumir na zona urbana. Fui designado pelo Estado para a comunidade de Passos dos Peres, interior de Bagé. Fiquei meio capcioso. Era quase na fronteira com o Uruguai. Não tinha ônibus, não tinha carona. Mas, tam-bém havia uma vaga em São Francis-

co de Assis, na fronteira, ou em Sa-nanduva, para abrir uma escola rural estudantil. Decidi por Sananduva. Fui recebido por várias autoridades, com discurso. Lá, fixei residência na famí-lia de Gema e Pedro Pastorello. Eles tinham 16 filhos. Quando cheguei à escola, no outro dia, tinha uma comi-tiva para receber o professor estadu-al. Uma semana depois, eu já tinha or-ganizado o CPM da escola. Em troca da moradia e alimentação, ensinava os filhos do Pastorello também. Ensi-nava juros, escrever cartas, bilhetes... Foi uma experiência muito boa. Tam-bém lecionei em Nova Prata, onde já fui eleito vereador, presidente de par-tido político e convidado para con-correr ao cargo de Prefeito. Mas, mais tarde, aceitei ser candidato a vice.

Integração da Serra - Quando e por que o senhor se mudou com a fa-mília para Bento Gonçalves?

Professor Álvaro - Em 1971, por intermédio do deputado federal Vitor

tradicionalista Álvaro Machado de Mesquita, de 76 anos, conhecido como “professor Álvaro” vai ser o primeiro homenageado oficial dos Festejos Farroupilha em Bento Gonçalves. Por determinação do prefeito Guilherme Pasin, a partir deste ano, um

tradicionalista será destaque no município durante a Semana Farroupilha.A primeira personalidade a ser escolhida é o Professor Álvaro, devido ao seu histórico

envolvendo a cultura gaúcha e a sua perseverança em preservar estas tradições. Seu co-nhecimento e preparo fazem com que seja convidado para palestrar, administrar cursos e integrar comissões avaliadoras nos mais diversos concursos. Frequenta o CTG Laço Velho, de Bento Gonçalves, desde a sua fundação. Em 1980, foi eleito Patrão do Laço Velho, cargo que exerceu por quatro vezes, em períodos distintos. Foi Coordenador da 11ª Região Tradi-cionalista e Conselheiro do MTG, por diversas gestões. Também exerceu o cargo de Diretor Cultural do MTG. Atualmente, é Conselheiro Benemérito. Recebeu a Comenda “João de Bar-ro”, maior honraria concedida pelo MTG. É sócio fundador da ABCTG, exercendo o cargo de Vice- Presidente e Presidente interino.

Ele é casado com a também professora Sônia, com quem teve os filhos Evalda Maria, Pedro Ismael, Álvaro, Sônia Marisa, Carlos Heitor e Vanderlei. O casal também criou a neta Paula. Além dela, tem mais 17 netos. O professor fez questão de receber o Jornal Integração da Serra na Associação Bento-gonçalvense da Cultura Tradicionalista Gaúcha (ABCTG), localizada na Linha Cruzeiro, Barracão.

Professor Álvaro é ohomenageado oficial

Álvaro Machado de Mesquita

Kátia

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“O amor à causa tradicionalista

sempre norteou minhas

atividades.”

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Venha nos visitar e conferir nossos produtos.Trabalhamos com alimentação animal, produtos agrícolas, ferragens e tudo para a encilha de seu cavalo.Neste setembro, mês que festejamos a bravura Farroupilha, não deixe faltar nenhum apetrecho em seu cavalo. Venha logo para a Agropecuária Recanto Nativo e cavalgue com o que há de melhor em encilhas.

Agropecuária Recanto NativoRua Mario Italvino Poletto, nº 140, sala 01Bairro Planalto - Bento Gonçalves - RS

Agropecuária Recanto Nativo

Faccioni, de Farroupilha e o Chefe da Casa Civil do governo, João Dêntice. Eles me chamavam de Mesquitinha. Viemos cedidos para lecionar. Mi-nha mulher, no colégio Medianeira e eu, no colégio Marista Aparecida. Instalamo-nos nas dependências do Aparecida, na parte térrea da antiga Casa Marista, nos fundos do colégio, na qual eu também trabalhava como assistente de direção. Atuamos na implantação da reforma de ensino da década de 70, após meses de prepa-ração em Porto Alegre, na PUC/RS e no Colégio Champagnat.

Integração da Serra - O senhor sempre gostou da causa tradiciona-lista?

Professor Álvaro - Sim. O amor à causa tradicionalista sempre norteou minhas atividades. Em 1954, na Esco-la Rural de Osório, fundei a Estância General Osório. Também fui fundador do CTG Tropeiro Lagoense, de André da Rocha. Em várias escolas onde exerci o magistério, fundei grupos de danças com os alunos. Como pro-fessor de danças, ensinava os passos cantando, porque não existiam gai-teiros disponíveis, lá, no interior, para tocar. No Colégio Aparecida, criei um grupo folclórico para disputar o con-curso do Biênio da Colonização e Imi-gração no Rio Grande do Sul que se sagrou campeão estadual com Bar-bosa Lessa na comissão julgadora, no Palácio Farroupilha. Na administra-ção do Patronato de Bento Gonçal-ves também formamos um grupo de dança, “Os Tropeiros da Cultura”.

Integração da Serra - O senhor atuou em Bento Gonçalves nas áreas da educação, da política, da cultura e da comunicação. Boas lembranças dessa trajetória?

Professor Álvaro - Sim. Movi-mentamos muito o tradicionalismo em Bento Gonçalves, através da dan-ça, da declamação, de programas de rádio, entre outras formas. As Fena-vinhos, organizadas pelo Secretário Municipal de Cultura, Jovino Nolas-co de Souza, tinham a alas italiana e gaúcha. Movimentamos muito a ala gaúcha com danças folclóricas, mú-sica e bailes. Também tenho muito carinho pelo CTG Laço Velho, que co-meçou no centro da cidade. A sede, no bairro Planalto, foi construída, mais tarde, em área de terra doada pela prefeitura, na primeira adminis-tração de Darcy Pozza. Remodelamos o galpão que ganhamos, onde era a sede do Daer. No Planalto, tinha um

“Laço Velho, o CTG com 50

anos de glória, estampando

nossa história, no pavilhão

da existência, simbolizando a querência, no pago que

veneramos...”

banhado, fomos aterrando. Constru-ímos a primeira cerca de madeira. Quando o Grimar de Freitas assu-miu a patronagem, foi feito o muro de taipa típico de campanha. Com o patrão Irani Bertolini, construímos a Casa Grande. Fomos organizado-res dos festejos do cinquentenário do Laço Velho. Tem uma placa com versos de minha autoria em home-nagem ao cinquentenário do CTG na entrada da Casa Grande: “Laço Velho, o CTG com 50 anos de glória, estam-pando nossa história, no pavilhão da existência, simbolizando a querência, no pago que veneramos. Laço Ve-lho, te admiramos, enrodilhado no galpão, repontando a tradição como centauro da terra, enaltecendo o Rio Grande, bem no topo da Serra!”

Integração da Serra - Como o senhor vê essa homenagem de 2015?

Professor Álvaro - Como estu-dante secundário, no município de Osório, tive a oportunidade de decla-mar para Paixão Côrtes. Declamei o poema “A volta do farrapo ao 35 CTG”. Tinha 84 versos. Não decepcionei a professora. Após a apresentação, chorei de emoção e decidi fundar um CTG: “Estância Marechal Osório”, na terra de Osório, com a também pro-fessora Sônia Schemali. Aí, comecei a tomar gosto. Fizemos um desfile de cavalarianos com alunos e grupos de danças. Um fazendeiro me conseguiu um cavalo chamado Vermelho Louco. Osório nunca tinha feito aquilo. Fo-mos ganhando nome. Também ga-nhei um programa de rádio chamado “Festa na Querência”. Aí, eu comecei minha vida tradicionalista. Tive a honra de ser o autor do lema do CTG, “Revivendo o passado pela grandeza do pago”. Em quase todas as escolas em que trabalhei, deixei a marca do tradicionalismo. Quero dividir com todos os amigos essa honraria que recebo neste setembro de 2015. Sem simplicidade, não se chega a lugar nenhum.

Integração da Serra - Como o senhor interpreta o tema da Semana Farroupilha 2015 que é “O campeiris-mo gaúcho e sua importância social e cultural”.

Professor Álvaro - O tema, que vale para todo o Estado, objetiva mostrar à juventude gaúcha que o Rio Grande do Sul foi conquistado a pata de cavalo.

“Em quase todas as escolas em que trabalhei,

deixei a marca do tradicionalismo.”

“... mostrar à juventude

gaúcha que o Rio Grande do Sul foi

conquistado a pata de cavalo.”

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A inflação elevada não está as-sustando investidores, que estão aproveitando as promoções de imo-biliárias e pessoas físicas de Bento Gonçalves para a compra de casas, apartamentos, terrenos e salas co-merciais. A informação é do presi-dente da Associação das Empresas de Construção Civil da Região dos Vinhedos (Ascon Vinhedos), Diego Panazzolo.

Ele diz que o mercado está se adaptando ao atual poder aquisitivo dos residentes de Bento Gonçalves para manter os negócios em anda-mento. “Diferente de outros setores que passam dificuldades, as imobili-árias e construtoras continuam com uma alta demanda”, afirma Panazzolo. Ele diz ainda que a construção de pré-dios na cidade, no primeiro semestre, deste ano em relação ao de 2014 caiu pela metade, “mas os compradores continuam esgotando com velocida-de os apartamentos e salas à venda”.

A informação é ratificada pela

Vendas de imóveis em BentoGonçalves continuam aquecidas

Investidores estão mantendo mercado imobiliário local

proprietária da Michelon Correta de Imóveis, Leandra Michelon Cristofo-li, pelo gerente e pelo vendedor da Olipar Imóveis, Júlio Cezar Parisotto e Bruno Braz Parisotto, pela proprie-tária da Vera Imóveis, Vera Gomes e pelo diretor da Lex Empreendimen-tos Imobiliários, Ricardo Siviero. De acordo com esses empreendedores, os cidadãos continuam investindo no mercado imobiliário local. Os corretores da Olipar comentam que as negociações estão acontecendo entre vendedor e comprador para a diminuição de valores. O vendedor da Olipar Imóveis observa que “em Bento Gonçalves não importa quan-do o investidor adquira seu imóvel, ele sempre terá lucro”.

O diretor da Lex Empreendi-mentos, Ricardo Siviero reitera que a situação do mercado é estável. “O investidor que tem dinheiro aplica em imóveis. Sempre vai valorizar. Na minha vida nunca vi terrenos des-valorizarem”, diz ele. Siviero acres-

centa que ao adquirir terrenos em loteamentos recém-inaugurados os investidores garantem maior valo-rização em relação a poupança. Se-gundo ele, o acréscimo nos valores dos imóveis registrados desde 2012 agora está se estabilizando. “Agora é hora de investir, na verdade, sempre é momento de investir em imóveis”, complementa.

“Mesmo com a “freada” na eco-nomia, as aquisições imobiliárias continuam revertendo em lucro ao investidor”, diz Vera. Ela explica que a compra de sala comercial funciona como investimento a longo prazo. “Diferente da poupança onde o be-neficiado terá, ao ano, seu um por cento garantido, o imóvel comercial, no mesmo período, trará uma valori-zação doze vezes maior. Sem contar que durante esse tempo o proprietá-rio ainda pode lucrar com o aluguel”.

Vera Gomes observa que a eco-nomia funciona em ondas. “Agora o setor está bom e logo voltará a

ser ótimo, beneficiando ainda mais quem possuir um imóvel”, prevê ain-da Vera.

Cai valor de aluguéis emvirtude da lei de mercado

Outro valor que caiu na cidade foi o do aluguel. Segundo Leandra, as pessoas estão se adequando a re-alidade atual do município. Ela conta que, em anos anteriores, os proprie-tários ganhavam valores considera-dos acima do mercado, em virtude da oferta de imóveis para locação ser menor do que a procura. Leandra complementa a essa adequação de valores à situação do mercado, “foi uma estratégia evolutivamente espe-rada”. Ela observa ainda que a falta de vagas para estacionamento é outro fator que está influenciando na baixa de valores dos aluguéis de salas co-merciais no centro e em outros locais de comércio tradicional.

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 14 | Nº 171 | AGOSTO|SETEMBRO 2015 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Gaúcho é gaúcho!

Página 3

Página 8

População e autoridadesde Bento preocupadas com

a segurança pública

Caderno Mosaico

O pioneirismo industrialde Henry Ford

Procura por academias aumenta 30% nesta época do ano

A palavra escrita floresce. Esta-mos florescendo. Mesmo que seja à beira de um vulcão. Vivemos dias turbulentos, mas contamos com a persistência necessária para dobrar a esquina e logo ali, encontrar boas no-tícias e alegria de viver, como a que constatamos no casal morador da Linha Vicente Tomasi, no distrito de Tuiuty, que nos recebeu para contar a sua história de vida e do lugar onde vive.

Diante da criatividade e geniali-dade de nossos articulistas, damos boas-vindas à criação de Ernani Cou-sandier e Jorge Marini: Apollo 0. Veja no caderno Mosaico.

Sabemos que vamos encontrar curvas no caminho. Melhor ainda, é

ficar sabendo que tem gente que oferece vida e tempo para ajudar dependentes químicos. Confira na página 10. E muito mais!

Setembro é o mês do gaúcho. Que satisfação ilustrar a nossa so-brecapa com a figura ímpar do professor Álvaro Machado de Mes-quita. Ele fez questão de receber a redação na Associação Bento-gon-çalvense da Cultura Tradicionalista Gaúcha (ABCTG).

Naquela tarde, o tempo virou e uma chuva começou a cair. Ao ter-minarmos a entrevista, o professor Álvaro emprestou seu “pala” (pon-cho) para que nos abrigássemos até chegar ao carro. Gaúcho é gaú-cho!

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Página Dois2 Jornal Integração da Serra | 1 de setembro de 2015

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Na primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves,Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete Nodari e Lucas de LuccaÁrea Comercial: Moacyr Rigatti e Sinval Gatto Jr.Administrativo: Aline Festa

EXPE

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Espaço do Leitor

Segunda-feiral G.O. Sagrada FamíliaIgreja Matriz Santo Antônio, 20hl G.O. Santa RitaComunidade Santa Rita, 19h30minl Pais orando pelos filhosAssociação Servos de Maria, 13h30min

Terça-feiral G.O. Fé e VidaIgreja Matriz São Roque, 14h

Quarta-feiral G.O. Santo AntônioAuditório da Igreja Santo Antônio, 14hl Terço para homensIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30min(somente na 2ª semana de cada mês)

Quinta-feiral G.O. Servos de MariaAssociação Servos de Maria, 14hl G.O. São LuísIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30minl G.O. N. S. de CaravaggioIgreja N.S. Caravaggio, Tamandaré, 19h30l Adoração ao Santíssimo SacramentoAssociação Servos de Maria, das 8 às 14h

Sábadol G.O. Jovem nas Asas do EspíritoAssociação Servos de Maria, 19hl Adoração ao Santíssimo SacramentoIgreja São Luís, 18h - 4º Sábado

LOCAIS DE ORAÇÃO

Apoio:

AssociaçãoServos de Maria

22anos

Parabéns a todas as matérias publicadas na edição 170. Fiquei feliz em saber que a tocha olímpica vai passar por Bento Gonçalves.Angela Reffati, via Facebook

Bairro Dias da ColetaSão Roque, Ouro Verde, Loteamento Zatt, Municipal, Tancredo Neves, 2ª e 6ª feira (a partir das 7h)Loteamento Panorâmico III e Loteamento Bertolini São João, São Vendelino, Borgo, Cohab, Licorsul, Salgado, Fenavinho, 3ª e 5ª feira (a partir das 7h)Vila Nova I, II e III, Eucaliptos, Barracão, Santa Helena, Fátima, Santa Marta, Santo Antão, Imigrante, Caminhos da Eulália e Eulália Baixa Progresso, Universitário, Conceição, Jardim Glória, Pomarosa, Vinosul, 2ª, 4ª e 6ª feira (a partir das 7h)Santa Rita, Botafogo, Vila Militar, Aparecida, Cembranel e N. Sra SaúdeJuventude, Maria Goretti, Humaitá, São Francisco, São Bento, 2ª a 6ª feira (a partir das 7h)Planalto e Cidade Alta Centro 2ª a 6ª feira (a partir das 7h)São Pedro, São Miguel, Tuiuty, São Valentim e Faria Lemos 3ª e 5ª feira (a partir das 7h)Vale dos Vinhedos Passo Velho, Ponte do Rio das Antas, Km 2 e São Luiz das Antas 4ª feira (a partir das 7h)Linha Demari, Linha Ferri e AlcântaraEulália Alta 5ª feira (a partir das 7h)

Para sugestões, informações, reclamações e recolhimento de móveis velhos e eletrodomésticos, telefone para o Fala Cidadão 0800 979 6866 ou Secretaria Municipal do Meio Ambiente 3055 7190.

Coleta Seletiva deResíduos recicláveis

INFORMA

Foto do Leitor

A natureza é generosa. Deu-nos de presente um arco-íris duplo agregando ainda mais cores à cidade, registrado por Sandro Vaccaro

Pai e avô...As lembranças vividas jamais se apagam.Acreditamos que o reencontro está marcado.Preencheremos o vazio que sentimos com gestos de amor.Porque só o amor é capaz de grandes transformações.Só o amor rompe todas as barreiras.Só o amor cala as nossas feridas.E só o amor nos leva a crer que, não importam as perdas que a vida nos impõe, devemos sempre continuar.

Homenagem dos filhos Sandro e Simone, da nora Kátia, do neto Lorenzo e demais familiares.

Homenagem Póstuma

Hilário JoséVaccaro

*28 de fevereiro de 1937 +26 de agosto de 2015

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1 de setembro de 2015 | Jornal Integração da Serra Geral 3

O diretor da Rede de Hotéis Dall’Onder, Tarcísio Michelon, 66, diz que possui um serviço de vigilância em casa e sente-se seguro. Mas, ele acrescenta que antes de pagar pelo serviço teve a residência assaltada cinco vezes.

A representante comercial Maiara Guterres Coelho, 20, e a dona-de-ca-sa Jane Maria Lando, 60, que residem no bairro Centro, dizem não se senti-rem seguras em suas moradias. Elas explicam que o número de assaltos e furtos assustam.

Em contrapartida, o estudante Bruno Filippi, 19, mesmo tendo tido a casa assaltada, há alguns anos, diz se sentir seguro dentro da residência. O vendedor Ricardo Andreola, 44, diz

Em cerca de um mês de atividades no município ocorreram 56 audiências no Tribunal de Mediação e Arbitragem do Estado do Rio Grande do Sul (TAM/RS) Seccional Bento Gonçalves, entre pessoas físicas e jurí-dicas. A proposta do TAM é resolver conflitos de forma mais rápida, agilizando os processos judiciais.

De acordo com o juiz mediador Ricardo Nunes, a audiência, que é sigilosa, busca solucionar questões envolvendo bens tangíveis (dívidas). “O que predomina é o diálogo em busca de acordo. No caso de não haver

População e autoridades preocupadas com a segurança pública em Bento

O grupo de Gestão Integrada Municipal (GGIM), formado por 23 representantes da Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Conselho Comunitário de Segurança Pública de Bento Gonçalves, esteve reunido com o prefeito Guilherme Pasin discutindo alternativas para conter o

aumento de criminalidade no município. Tanto na interpretação das autoridades como na visão da população, a cidade não é mais segura.

Segurança nas residências, nos bairros e na cidade na avaliação de moradores

ter medo das coisas que acontecem na rua e, por essa razão, também teme por sua segurança dentro de casa.

Filippi, que mora no bairro Pro-gresso, diz que o bairro vizinho, o Universitário, é mais perigoso. Andre-ola vive no bairro Fenavinho e está satisfeito com o lugar. Michelon, que reside no bairro Cidade Alta ressalta que tem mais medo no Planalto. Ele relata que baderneiros são comuns na avenida Planalto. Exemplifica lem-brando o assassinato de Anderson Luís Monteiro Pinto, 24, executado após uma discussão em frente a uma casa noturna no último dia 1 de agos-to.

Quando questionados sobre

Bento Gonçalves ser um município seguro, todos, exceto Michelon, con-cordaram que o município é superior no quesito quando comparada a ou-tras cidades, como Novo Hamburgo, citada pela representante comercial. O diretor diz que a Capital do Vinho não é segura. “Ela está se tornando violenta rapidamente”, ressalta ele. Maiara observa que vê policiais nas ruas com frequência, mas os outros entrevistados discordam dela.

As demandas mais citadas pelos entrevistados foram o aumento de rondas policiais, câmeras nas rodo-vias, valorização do profissional de educação e segurança e mais sinali-zação no trânsito. Michelon, no en-tanto, diz que a responsabilidade não

deve ser posta apenas nos ombros do poder público. Complementa que empresários com poder financeiro deveriam investir mais na educação da nova geração.

Como exemplo, o diretor cita o Instituto Tarcísio Michelon que forne-ce aulas gratuitas de música clássica para crianças e adolescentes de bair-ros carentes. Ele observa que a edu-cação combate a ignorância e previ-ne a criminalidade.

Em 2014, segundo Pasin, a pre-feitura de Bento Gonçalves investiu 1,5 milhão em segurança pública. Ele acrescenta que esse repasse foi 11% maior em relação ao de 2013, de 1,4 milhão. O valor foi destinado através da Fundação Consepro.

Tarcísio Michelon Bruno Filippi Jane Maria Lando Maiara Guterres Coelho Ricardo Andreola

Tribunal de Mediação atendeu mais de 50 audiências em agosto

Fotos: Lucas de LuccaArquivo pessoal

acordo, é emitida uma sentença arbitral a qual não cabe mais recurso. Caso uma das partes não cumpra o previsto, a ação é enviada à justiça comum”, expli-ca Nunes. Ele acrescenta que o prazo médio para a execução das sentenças é 90 dias. A taxa para o en-caminhamento do processo custa R$ 50,00. O TMA está operando na sede do Sindicato dos Trabalhado-res Rurais de Bento Gonçalves, na rua Góes Monteiro, 232. O atendimento é nas segundas e quintas-feiras, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 18h30min.

Juiz mediador, Ricardo Nunes

Janete Nodari

Por Lucas de Lucca

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Entidades4 Jornal Integração da Serra | 1 de setembro de 2015

Mais de 10 mil pessoas conferi-ram de perto a 1ª edição do Art De-sign Village, um dos principais ende-reços do São Paulo Design Weekend 2015, no Jockey Club. Como parte da programação, o Sindicato das Indús-trias do Mobiliário de Bento Gonçal-ves (Sindmóveis) promoveu a primei-ra exposição do prêmio Salão Design na capital paulista, a mostra do Pro-jeto Raiz – destinado à promoção in-ternacional do serviço do designer –, uma edição especial do Projeto Com-prador e o Seminário Internacional “A Forma Segue a Matéria”, com o italia-no Clino Trini Castelli, o chileno Cris-tian Domínguez e o brasileiro Brunno Jahara.

“Essas ações darão ainda mais vi-sibilidade para o polo moveleiro de Bento Gonçalves. É expressivo o nú-mero de arquitetos, designers e em-presários do setor que circularam por São Paulo durante o DW!, um público totalmente especializado e qualifi-cado. Exatamente o que precisamos

O Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC/BG), está preparando a pró-xima edição do Mérito Empresarial de Bento Gonçalves para a segunda quinze-na de novembro deste ano. Na ocasião, serão homenageados três empresários, um da indústria, um do comércio e um de serviços que se destacaram no cenário local no biênio 2014/2015. A escolha será guiada por um regulamento que norteará a votação dos associados e dos membros da Comissão Especial, presidida pelo pre-sidente do CIC, Leonardo Giordani.

Cada empresa associada tem direito a um voto, manifestado por meio do for-mulário padrão, que será enviado pelo CIC/BG neste mês de setembro. A indi-cação pode ser formalizada pelo e-mail [email protected] ou entregue em mãos, sempre acompanhada de bre-ve currículo do candidato. Na entrega das distinções, também será empossada a nova diretoria da entidade, eleita em

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempre-gados (CAGED), que são atualizados mensalmente, apresen-tam estatística da quantidade de admissões e demissões nos setores. Os dados comprovam que, entre os meses de janei-ro a junho de 2015, as demissões superaram as admissões em 389.533 no país, mas em Bento Gonçalves as admissões foram maiores, com 106 empregados a mais.

Os resultados do Estado do Rio Grande do Sul e da Mi-crorregião de Caxias do Sul, na qual o município de Bento Gonçalves está inserido, foram negativos. O Estado apresen-tou no primeiro semestre de 2015, 13.308 demissões a mais do que admissões. Na microrregião o resultado também foi negativo, com 1.950 vagas a menos.

Segundo o administrador André Luís Thompson Claro, a tendência é que o nível de emprego em Bento Gonçalves, até o final do ano, seja negativo. “Mas cabem reflexões e es-tudos mais aprofundados, para que possamos identificar, com clareza, quais são nossos pontos fortes, acertos e carac-terísticas intrínsecas do município que proporcionaram essa maior e, admirável, resistência à crise que o país atravessa”, complementa ele.

Mostra do prêmio Salão Design foi a primeira fora da Serra Gaúcha e recebeu premiados, imprensa e profissionais de todo o país

Presidente do Sindmóveis Bento Gonçalves faz balanço positivo da estreia no São Paulo Design Weekend

para disseminar ainda mais nosso trabalho. O prêmio Salão Design tam-bém foi um sucesso, muito comen-tado e visitado por profissionais do meio, só temos a ganhar com tudo isso”, avalia o presidente do Sindmó-

veis Bento Gonçalves, Henrique Tec-chio. A premiação, que é promovida desde 1988 pela entidade, incentiva a criatividade, o empreendedorismo e a inovação tecnológica de móveis e acessórios por meio do design.

As ações foram impulsionadas devido à transferência da feira Casa Brasil, que passa a ser realizada anu-almente na capital paulista a partir do próximo ano. A feira de móveis e decoração de alto padrão teve qua-tro edições na Serra Gaúcha, reunin-do grandes nomes dos segmentos de móveis, iluminação, decoração e complementos. Em 2016, será o evento âncora do DW! e da High De-sign - Home & Office Expo, lançada no Design Weekend deste ano com o objetivo de se tornar o principal evento internacional de design em mobiliário do País. Para viabilizar essa evolução, o Sindmóveis uniu-se ao inglês Informa Group, um dos prin-cipais organizadores de feiras, confe-rências e treinamentos do mundo, e à Summit Promo, idealizadora do DW!.

Ao todo, foram realizadas cerca de 30 ações, entre palestras e even-tos, de 12 a 16 de agosto, no Jockey Club São Paulo, durante a 1ª edição do Art Design Village.

Ceina Germer

Bento manteve índice positivonas contratações em 2015

CIC de Bento inicia preparativos para o Mérito Empresarial 2015

Assembleia Geral Ordinária no início do próximo mês de novembro.

Empresários homenageados

Desde 1989, o CIC/BG já distinguiu 29 empresários com o Mérito Empre-sarial de Bento Gonçalves, sendo eles: Francisco Renan Proença, José Eugênio Farina, Ademar De Gasperi, José Antô-nio Alberici Filho, Moysés Luiz Michelon, Silvino Grapiglia, Félice Barzenski, Lívio Martinho Rizzi, Plínio De Bacco, Paulo Vicente Caleffi, Gregório Bruschi, Olivar Basso, Dárvin João Geremia, Juarez José Piva, César Rubechini, Rogério Carlos Valduga, Susana Tercila Giordani, Anto-nio Cesa Longo, Armando Piletti, Maris-tela Cusin Longhi, Antonio Masignan, Jovino Demari, Plínio Mejolaro, Euclides Rizzi, Helenir Bedin, Tarcísio Vasco Mi-chelon, Paulo Geremia, Paulo Bruschi e Antônio Carlos Stringhini.

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Educação/Turismo 51 de setembro de 2015 | Jornal Integração da Serra

O Colégio Sagrado de Bento Gonçalves realizou no último dia 15 de agosto, a Festa da Família que aconteceu na comunidade do Bairro Vinosul - Vale dos Vinhedos. Cerca de 700 pessoas participaram desse mo-mento que teve como objetivo a so-lidariedade com doações para a Liga de Combate ao Câncer. Os ciclistas foram recepcionados com sucos, fru-tas e biscoitos, além de participarem do sorteio de uma bicicleta.

O Padre Rudinei Zorzo celebrou uma bênção a todas as famí-lias presentes, dando ênfase ao Dia do Es-

Colégio Sagrado realizou a 2ª Festa da Família e Amigos

tudante, comemorado no dia 11 de agosto. Ao meio-dia, foi servido o cos-telão pela equipe de festeiros, APM e educadores do colégio. À tarde, as famílias foram convidadas a se diver-tirem com seus filhos nos brinquedos infláveis e participaram do sorteio de diversos brindes. Assista ao vídeo na página do Sagrado: www.redesagra-dosul.com.br.

Passeio ciclístico, missa, almoço e brinquedos infláveis fizeram parte da programação da Festa da Família Sagrado

Em muitos dias do último mês de julho o Hotel Villa Michelon man-teve ocupação máxima. O empre-endimento, localizado no Vale dos Vinhedos, registrou no período o aumento de 20% na ocupação, em relação ao mesmo mês em 2014. A informação é do diretor do ho-tel, Moysés Michelon. Ele atribui o acréscimo da demanda ao aumento do dólar, que encarece as viagens ao exterior. Michelon acrescenta que outro diferencial registrado no hotel no último mês foi à represen-tativa presença de famílias dos esta-dos do Rio de Janeiro, São Paulo e

Julho de ‘casa cheia’ noHotel Villa Michelon

Minas Gerais. Quando se trata de viagem em

família, o Villa Michelon se destaca pela grande oferta de opções de lazer que agradam desde hóspedes aventureiros, pais com filhos e ca-sais que buscam romantismo. São trilhas ecológicas de 600 metros e 1200 metros, fazendinha com ani-mais domésticos, pomar com frutas da estação, quadras esportivas, pis-cina aquecida, entre outros. É pos-sível também conhecer as dezenas de vinícolas instaladas no Vale dos Vinhedos e degustar vinhos, espu-mantes e suco de uva.

Divulgação Sagrado

Divulgação Villa Michelon

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Social / Moda6 Jornal Integração da Serra | 1 de setembro de 2015

Social

Rodrigo De Marco

Coordenador de Marketing, Rodrigo Biasi, apresentou o Gran Legado Rosé Champenoise na Expoagas 2015

A moda está sempre em transformação, e é nas ruas que mostra suas distintas faces. É desta forma que algumas pessoas visuali-zam o processo de criação de um estilo. Estou passando uma temporada em Buenos Aires, cidade cosmopolita que transborda em es-tilo e irreverência. Independente da rua que estiveres caminhando irá esbarrar com faces megaexcêntricas da moda, cabelos raspados, coloridos, as meninas com as chamadas zapa-tillas com plataforma, mesclando estilos, não apenas dos argentinos, mas também de quem está apenas de passagem na cidade, e mergu-lha na vida do porteño.

Em Buenos Aires é possivel encontrar quem menos imaginar do lugar mais inóspito do mundo. E foi caminhando pela cidade, nos primeiros dias, que fiz alguns cliques. Por aqui, é comum assistir a um cover de Amy Whi-nehause na rua ou uma apresentação de mú-sicos no metrô para quebrar com o caos diário de uma grande cidade. Não há cortinas para a cultura. Para quem pensa em sair do casulo e começar uma relação séria com o mundo, Buenos Aires é a resposta: novos ares, estilos, pensamentos, cores. Um lugar onde se respira o novo excêntrico, que explode em estilo.

Safra 2015

A 23ª edição da Avaliação Na-cional de Vinhos será realizada no dia 26 de setembro, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, reu-nindo um público de 850 pesso-as, entre especialistas no assunto como enólogos, sommeliers, enó-filos e jornalistas de todo o Brasil e do exterior.

A representatividade das amos-tras selecionadas durante a etapa da degustação de seleção por 120 enólogos brasileiros, realizada no decorrer do mês de agosto, será conhecida em primeira mão no evento. O presidente da ABE, enó-logo Juliano Perin, anunciará os 94 vinhos (30% mais representati-vos da safra 2015), entre eles as 16 amostras selecionadas, que foram degustadas às cegas.

Cristiane e Marcos Marini à espera de Vitória

Divulgação André Pellizzari Fotografia

RodrigoDe Marco

MODAdas ruas

ExcêntricaBuenos Aires

Rodrigo De Marco

Cover de Amy

Whinehause na rua

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1 de setembro de 2015 | Jornal Integração da Serra

JaneteNodari

[email protected]

7

Social

Governadora do Distrito 4700 do Rotary Club São Marcos, Patrícia Camassola Tomé e esposo Evandro, ladeados pelos companheiros Claudio Ivanez João

Pegoraro e esposa Valdecira e Gilmar de Oliveira Brum e esposa Maria Silvia, em visita aos Rotarys de Bento Gonçalves

Liziane Fermini em recente ensaio fotográfico

Equipe comercial da Vinícola Aurora no estande da empresa na Expoagas 2015

Janete Nodari

Divulgação

Rádio Difusora

A 17ª edição do jantar Eles na Cozinha, promovido pela Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves, na noite do último dia 29, mobilizou 72 pessoas nas

cozinhas. Um sucesso!

André Pellizzari Fotografia

Almoço do Abraço

No próximo dia 27 de setembro ocorre o 6º Almoço do Abra-ço, na Associação Santa Helena, em Bento Gonçalves. O even-to beneficente à Abraçaí tem no cardápio o famoso costelão e acompanhamentos. Ingressos disponíveis na entidade. As crian-ças agradecem. Informações 3453-3355

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perder aqueles quilos a mais, afirma a professora de Educação Física, Aline Koch, da Aca-demia Forma Fitness. Ela acres-centa que a corrida com varia-ção de intensidade moderada a alta é ótima para emagrecer. Em se tratando de pegar pe-sado demais para garantir a boa forma até o verão, a professora observa que “tudo o que vem fácil, vai fácil”. Aline comple-menta que o resultado tem que ser construído com empenho, “sempre respeitando a individua-lidade biológica de cada aluno”.

tar o gasto calórico”, explica. Merie-len ressalta ainda que a pessoa deve procurar exercícios com os quais se identifique. “Uma boa dica é o trei-namento funcional, que mantém ativo por mais tempo através de uma sequência regular”. Ela lembra que dançar, lutar, caminhar, escalar e correr, entre outras atividades ae-róbicas, também sempre são válidas.

“Tudo o que vem fácil, vai fácil”A combinação treinamento ae-

róbio (corridas, bikes, elíptico, pular corda) em conjunto com a muscu-

lação são os exercícios campeões para

Saúde / Projeto Verão8 Jornal Integração da Serra | 1 de setembro de 2015

Alterações do sono podem gerar comprometimento cardiovascular

AlexandrePressi

Médico Pneumologistae Especialista em Sono

Rua 13 de Maio, 581 - Salas 114/115 - Centro - Bento Gonçalves - Fone (54) 3055.3050

ma noite mal dormida tem consequências que acompa-

nham a pessoa durante todo o dia seguinte: sonolência, irritabilidade, comprometimento da capacidade de concentração, entre outros in-cômodos. Quando a má-qualidade do sono é uma constante, as impli-cações podem ser muito mais sé-rias, influenciando diretamente na incidência de outras doenças po-tencialmente fatais como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral.

Diversos estudos associam, por exemplo, a apneia obstrutiva do sono ao comprometimento das funções cardiovasculares. Hoje, esse é considerado um fator de ris-

Nesta época a procura por acade-mias aumenta em cerca de 30% em re-lação a outros períodos do ano. A afir-mação é da educadora física, Merielen Bottega, da Esclusività - Atividade Física Orientada. Segundo ela, com a proxi-midade do verão aumenta a busca da boa forma física para se sentir bem no biquíni e no calção de banho. Merielen ressalta que para chegar com o corpo em forma no próximo verão é preciso começar a treinar o quanto antes, man-tendo regularidade e diversificando os exercícios. “Manter a intensidade do trei-no sempre elevada faz com que o corpo descubra novas fórmulas para a queima de calorias”, acentua.

co independente para o surgimen-to de hipertensão arterial ou para o agravamento da condição. A apneia é uma alteração e caracteriza-se por si-tuações em que a pessoa fica mais de dez segundos sem respirar enquanto está dormindo. Durante esses episó-dios, principalmente na vigência de dessaturações de oxigênio (período no qual a quantidade de Oxigênio no sangue cai pelo menos 3%), ocorre aumento no trabalho cardíaco para manter o nível de oxigênio adequado para o próprio coração e para o cére-bro. Neste momento há aumento na adrenalina circulante, ocasionando elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial.

As arritmias cardíacas (quando o coração aumenta a sua frequência – taquicardia –, ou diminui – bradicar-dia) também podem surgir durante os episódios de apneia. Além disso,

pode ocorrer inconstância nos seus batimentos, ocasionando a diminui-ção de oxigênio para os tecidos, o que exige maior trabalho do coração, além de aumentar a produção de adrenalina na circulação.

Um importante estudo, realizado pela Mayo Clinic Sleep Disorders Cen-ter, nos Estados Unidos, confirma o risco elevado de morte súbita por do-ença cardíaca em paciente com ap-neia do sono. Considerando-se que o infarto e o AVC são as principais cau-sas de morte atualmente no Brasil, a prevenção de seus fatores de risco como a hipertensão, o tabagismo, o diabetes, o aumento no colesterol e a apneia do sono, entre outros, é fun-damental para o aumento na sobrevi-da dos pacientes.

A hipertensão pode ser curada apenas com o tratamento da apneia do sono, e a fibrilação atrial (arritmia)

pode desaparecer com o trata-mento adequado desse distúrbio do sono. Uma das formas para diagnosticar os distúrbios do sono, entre elas a apneia obstrutiva, é por meio do exame chamado po-lissonografia, realizado enquanto a pessoa dorme, identificando o grau de ocorrência de alterações. Confirmado esse diagnóstico, é possível apontar a forma de trata-mento mais adequada – muitos ca-sos exigem que o paciente utilize um aparelho chamado CPAP. A uti-lização deste aparelho normaliza o fluxo de ar para os pulmões, oxige-nando adequadamente os tecidos e reduzindo o risco de AVC e infar-to agudo do miocárdio, além de proporcionar benefícios imediatos como o desaparecimento do ronco e a redução significativa do cansa-ço e da hipersonolência diurnos.

Janete Nodari

Procura por academias aumenta 30%

Educadora física Merielen Bottega

“Adeus ao sedentarismo”Merielen ressalta que o ideal são 150 mi-

nutos de atividades semanais, “para dar adeus ao sedentarismo”. “De duas a três vezes por se-mana, é um bom começo. Mas vale ressaltar que respeitar a condição de cada indivíduo é fundamental. Por isso, sempre é preferível o acompanhamento de um bom profissional da área,“ enfatiza.

Conforme ela, o exercício campeão para perder os quilinhos a mais é aquele em que se consegue intercalar, num mesmo treino, níveis de intensidade com intervalos curtos. “Isso é regra e vale para qualquer modalida-de, porque o ritmo para manter a frequência cardíaca sempre elevada faz o corpo aumen- Professora Aline Koch

Janete Nodari

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Projeto Verão/Saúde 91 de setembro de 2015 | Jornal Integração da Serra

Sob nova direção do proprie-tário Ronaldo Nery Trindade, a BM Fitness conta com uma gama de acessórios, suplementos e equipa-mentos aos que querem melhorar seu corpo ou a saúde para o verão que se aproxima.

O proprietário repaginou com-pletamente o estabelecimento que fica localizado na rua Doutor Antu-nes, número 82, sala 4, no bairro Centro e atua no mercado há 12 anos. A BM Fitness inovou trazen-do toda a linha de tênis da Wilson. Há bolas, acessórios para o reparo de raquetes, mochilas especiais e muitos outros produtos. Além do material dedicado ao tênis, a loja ainda oferece ao consumidor suplementos alimentares. Os su-plementos são indicados pelo pro-prietário que cursa educação física na Universidade de Caxias do Sul.

Com seu conhecimento, Trin-dade oferece o melhor produto para o objetivo do cliente, tornan-do assim o atendimento persona-lizado e único. Junto da assessoria

Batata-doce Carboidrato com baixo índice glicêmico, é digeri-do de forma lenta, liberando a glicose gradualmente, o que evita que seja absorvida rapidamente como gordu-ra. Sem contar que dá sensação de sa-ciedade prolongada. Adicionar uma porção pequena nas refeições ou no lanche principal com uma proteína magra.

Peito de frango Valem as carnes brancas, em geral, como pei-xe e peru. Elas são fonte de proteína magra, responsável pela sustentação dos músculos e da pele.

Gelatina Optar pela que é fei-ta com pó de ágar-ágar, extraído de algas marinhas. Essa gelatina é rica em colágeno e vitaminas E, B6 e B1, o que melhora o aspecto da pele.

BM Fitness mostra serviço diferenciado para o projeto verãoSob nova direção, a BM Fitness traz uma nova linha de

produtos voltados para esportistas iniciantes e avançados

na alimentação, a equipe da BM Fit-ness faz também um trabalho dife-renciado de pós-venda, quando se trata das máquinas para musculação e aeróbio. Garantindo a qualidade que os produtos têm, o engenhei-ro elétrico e o técnico estão sempre disponíveis para prestar assistência técnica.

Nesse mês de setembro inicia a corrida contra o tempo em busca de um corpo ideal e a BM Fitness promete ajudar o consumidor a alcançar seu objetivo. Mais infor-mações no fone (54) 9151-0659 e na fanpage do facebook da BM Fi-tness.

Ronaldo Nery Trindade

Fotos: Divulgação

mentar até 20% a queima de gordura, pois ajuda a manter o metabolismo ativo. Outra opção é o gengibre.

Agrião Vegetais verde-escu-ros, como agrião, rúcula e espinafre, são antioxidantes, contribuindo para melhorar a oxigenação das células.

Pepino Com pouquíssimas ca-lorias, é rico em água e antioxidantes. Ajuda a combater os radicais livres, assim como a má circulação.

Alimentos ideais para consumir no pré e pós-treinoAcerola A fruta fornece vita-

mina C, poderoso antioxidante e nu-triente essencial para o enrijecimento da pele. Complementa a ação da pro-teína e da gelatina.

Feijão-branco O grão con-tém a substância faseolamina, capaz de reduzir a absorção de parte dos carboidratos ingeridos.

Castanhas Consumir nos lanches uma ou duas castanhas por dia.

Aveia Rica em fibras, pode ser adicionada aos alimentos para dimi-nuir o índice glicêmico e estimular a atividade metabólica.

Pimenta vermelha In-cluir até 3 gramas desse alimento termogênico nas refeições pode au-

Chia + linhaça Como são ricas em fibras, essas sementes auxi-liam no bom funcionamento do in-testino e na saciedade.

Chá de cavalinha Assim como o chá branco, o verde e o de hibisco, tem poder diurético. A in-dicação de experts é consumir até 4 xícaras por dia para intensificar a eli-minação natural de toxinas pelo or-ganismo.

Fonte: Web

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Comportamento10 Jornal Integração da Serra | 1 de setembro de 2015

Lucas de [email protected]

Cinco jovens usuários de drogas lícitas e ilícitas foram entrevistados: Queima, Ceve, Hobbit, Qualquer e Salamandra. Eles preferem ser trata-dos por apelidos para manter o anoni-mato. Todos pertencem à classe média ou classe média alta de Bento Gonçal-ves. Os cinco começaram a usar drogas na menoridade, sendo que Qualquer, de 18 anos, usou maconha pela primei-ra vez aos 10. O uso de bebida alcóolica se inicia também muito cedo. Com oito anos Queima ingeriu álcool pela pri-meira vez.

O Consultor em Dependência Quí-mica, Joni Sonza explica que são vários os fatores que influenciam para o uso prematuro das drogas, com o conse-quente desenvolvimento da doença. Conforme ele, os fatores de risco são o fácil acesso, o preço baixo, a publicida-de dirigida a esta faixa de idade (princi-palmente da indústria cervejeira), pres-são dos amigos, falta de orientação, leis descumpridas, cultura (o vinho faz par-te da história da colonização italiana) e a própria família, que pode representar proteção ou risco, dependendo de seu funcionamento.

O psicólogo Leonar Copat, tam-bém especialista em Dependência Quí-mica, explica que os adolescentes têm o costume de usar bebidas alcoólicas para criar coragem, vencer o medo e a timidez. “O álcool é uma substância depressora do Sistema Nervoso Central que primeiro estimula, desinibe e rela-xa, deixa mais confiante, depois entor-pece, tira a concentração, capacidade de juízo e o senso crítico”, acrescenta.

Menores de classe média e o consumo de drogas

Os cinco entrevistados começa-ram a usar drogas pelo álcool e depois partiram para a maconha. Quatro deles admitiram ter experimentado por influ-ência de amigos, mas Salamandra, 15, teve outros motivos: “queria ser melhor do que as pessoas medíocres, pensava em me aprimorar”, explica ele. Sala-mandra usou maconha pela primeira vez aos 12 anos.

“Muitos pais fingem ignorar porserem usuários de drogas lícitas”De acordo com Sonza, muitos pais

não admitem que os filhos sejam usu-ários, seja por vergonha, falta de infor-mação ou por eles mesmos consumi-rem drogas lícitas. “A sociedade oferta as drogas e depois condena, discrimi-na. Esta é certamente uma forma de ex-clusão”, observa. Ele ressalta alguns si-nais com indicativos do uso de drogas, entre eles, mudança de comportamen-to, isolamento, olhos vermelhos, coriza, pouca ou muita fome, humor alterado, irritabilidade, cheiro nas roupas, suor excessivo e insônia. O consultor com-plementa que o diálogo deve ser uma prática usual para manter o vínculo afetivo, “caso contrário pessoas influen-ciadoras ou o traficante podem assumir este papel”.

A maioria dos usuários jovens não sente vontade de parar, mas Qualquer diz o contrário. “Tive vontade de parar todos os dias desse mês de agosto”, afirmou ele. Quando questionado de o porquê, ele respondeu: “A droga da-qui é prensada. Tem várias substâncias misturadas. Passei mal várias vezes por

causa disso”. A lista completa de drogas usadas pelos adolescentes de classe média entrevistados é: tabaco, álcool, maconha, haxixe, LSD - “bala”, ecstasy - “doce”, cogumelos, cocaína, ayahuasca, sucesso e benflogin (anti-inflamatório que, quando usado 10 comprimidos, causa efeitos alucinógenos). Além das drogas conhecidas, os jovens ainda contaram já ter usado desodorante como inalante.

Experiências de um usuário privilegiado financeiramente Hobbit é o mais velho dos entre-

vistados e também o mais privilegiado financeiramente. O jovem de 19 anos cursou o ensino fundamental e o mé-dio em instituições privadas e hoje faz faculdade em uma universidade par-ticular. “Nunca tivemos problema com dinheiro”, conta ele. O rapaz diz que usa principalmente maconha. “Uso para me desestressar e dormir. Tentei ficar alguns dias sem usar, mas no quinto dia me senti muito mal”, explica. Hobbit relata também a primeira vez que ex-perimentou álcool, tabaco e maconha, com 15 anos, todos no mesmo dia. “Um amigo furtou do pai dele um cigarro de maconha e trouxe aqui pra casa. Fu-mamos em uma praça e depois saímos pela cidade rindo um do outro. Volta-mos cada um pra sua casa, ainda sob efeito e logo recebi uma ligação dele me convidando para ir a um bar à noite. Naquela noite bebi álcool, fumei cigar-ro de tabaco e voltei a usar maconha. Passei muito mal, não lembro como voltei pra casa. Mas felizmente nunca mais passei pela mesma situação”.

Sociedade interpreta de maneira errôneaAinda segundo Sonza, usar drogas

antes dos 21 anos é extremamente da-noso, porque o cérebro ainda não está totalmente maduro e as alterações no funcionamento de regiões responsá-veis pelo planejamento, senso crítico, motivação e memória quase sempre tem danos irreversíveis. Ele diz que ces-sar o uso não é fácil por causa do prazer imediato proporcionado pelas drogas. Acrescenta que a pessoa não enxerga os riscos a que se está exposto (aciden-tes, perdas financeiras, de emprego, da família, da saúde, da vida). “Além disso,

ao invés da sociedade ver como pro-blema de saúde, atribui valores morais taxando o usuário como cabeça fraca, vagabundo, sem-vergonha e relaxado, entre outros adjetivos”.

O consultor também observa que muitas pessoas param de usar drogas para promover a saúde física, mental e espiritual. Ele incentiva a todos que de-sejem fazê-lo a buscar ajuda. Há várias alternativas de auxílio na cidade sejam de iniciativa pública ou privada, volun-tárias ou não, que propõem ajuda no tratamento a dependentes químicos. Profissionais qualificados (consultor, psicólogo, psiquiatra, assistente social), grupos de mútua ajuda (AA, NA e Amor Exigente) e CAPS-AD.

Legalização da maconha

A legalização da maconha também foi abordada. O usuário Salamandra ressaltou que um controle sobre o uso e a venda seria o ideal. Ceve concor-da em partes com esta tese. Ele pensa que a legalização acrescentaria quali-dade ao produto e segurança ao con-sumidor. O consultor Sonza alerta que a legalização tornaria o produto mais acessível, com o consequente aumento de consumo. “A maconha de hoje tem cerca de dez vezes mais Tetra Hidro Canabinol (THC) do que a dos anos 80, porque foi potencializada. O traficante continuaria existindo e iria diversificar seus negócios, e o usuário continuaria fumando o “fortinho” ilícito, que em função da ausência de impostos teria preço menor daquele vendido como “lícito”. Não conseguimos dar conta de fiscalizar o abuso do álcool pelos jo-vens, o que esperar quando a maconha também for legalizada? Esse aumento de usuários menores de 21 anos já está causando sérias consequências para toda uma geração”, afirma Sonza.

Cachimbo para consumo de maconha

Uso de álcool aos 8 e de maconha aos 10 anos estão entre os relatos de cinco jovens

Consultor Joni Sonza

Arquivo Pessoal

Psicólogo Leonar Copat

Lucas de Lucca

Lucas de Lucca

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Aldacir H.Pancotto

Técnico AgrícolaEMATER/RS-ASCAR

Santa Tereza

Enxertia

Agricultura1 de setembro de 2015 | Jornal Integração da Serra 11

enxertia é uma forma de propagação de vegetais superiores, na qual se colocam em contato duas porções de tecido vegetal, de tal forma que se unam e, posteriormente, se desenvolvam,

originando uma nova planta. A enxertia é a operação, que consiste em se aproximar um ramo ou fragmento de ramo com uma ou mais gemas sobre outro vegetal, de modo que ambas se unam e passem a constituir um único indivíduo.

Uma planta propagada por enxertia é composta por duas par-tes: o porta-enxerto ou cavalo e o enxerto ou garfo.

A época propícia para a execução dos enxertos depende da téc-nica que vai ser utilizada. Nos enxertos por borbulha (olho) a épo-ca mais indicada é quando a planta está no período de vegetação ativa, devido a grande quantidade de seiva que está em circulação, geralmente a casca se desloca facilmente do lenho tornando fácil a introdução da gema sob a casca. Já nos enxertos por garfagem (cunha) a época indicada para a execução é quando a planta está em repouso vegetativo, que geralmente ocorre no inverno. Outra técnica menos usada na região é a por encostia pode ser executada durante todo o ano, sendo melhor ser utilizada nos meses da pri-mavera.

Mudas usadas como porta-enxertos, cultivadas a partir de se-mentes poderão produzir árvores com tamanhos diferentes, pois são mudas com constituição genética diferente. Também podem influenciar no sabor dos frutos e no tempo de amadurecimento. Plantas obtidas por enxertia de mudas produzidas a partir de es-tacas enraizadas são mais precoces, pois tanto o cavaleiro como o porta-enxerto são partes de plantas adultas e já passaram pela fase juvenil.

A superfície de contato ou a pouca área de contato pode di-ficultar o movimento da água e dos nutrientes, embora a região da enxertia tenha apresentado boa cicatrização no início do cres-cimento. O êxito da enxertia está em fazer coincidir o câmbio do porta-enxerto com o câmbio do enxerto.

VANTAGENS DA ENXERTIAl Pela enxertia, as plantas tornam-se mais produtivas, os pro-

dutos melhoram em qualidade gustativa, em aspecto, entre outros.l Assegurar as características da planta matriz, sendo que a

nova planta produzirá flores e frutos iguais, ou melhores, como a que deu origem.

l Assegurar a precocidade na frutificação, devido que a parte enxertada provém de um adulto que já está em sua fase produtiva.

l Melhor ganho genético no melhoramento de plantas pere-nes.

l Pela enxertia, reduz-se o porte das plantas, o que constitui considerável vantagem, com isso, a colheita torna-se mais fácil, as-sim como os tratos culturais relativos à poda e combate às doenças e pragas.

l No caso da viticultura o sistema de enxertia mais usado é a garfagem (cunha).

A comercialização do suco de uva, de acordo com o Instituto Brasi-leiro do Vinho (Ibravin), nos últimos 10 anos, saltou de 15.832.130 litros, em 2005, para 90.253.143 litros em 2014 (crescimento de 570%). Nos dois primeiros meses de 2015, as es-tatísticas apontam que foram comer-cializados 13.571.446 litros da bebida, volume 5,68% superior ao verificado no mesmo período do ano passado (12.841.742 litros). Somente na cate-goria de sucos prontos para beber, de diversos sabores, o crescimento deste mercado é de quase 12% nos últimos três anos De acordo com pesquisa realizada em 2013 e 2014, o mercado nacional, no entanto, ainda é con-sideravelmente pequeno quando comparado a outros países. No Méxi-co, o consumo per capita é o dobro do brasileiro, sendo que o Brasil tem quase o dobro da população daquele país. Ainda segundo a pesquisa, cer-ca de 2,3 milhões de novos domicílios passaram a consumir suco pronto, o que totaliza 1,8 litros a mais por do-micílio/ano. No entanto, apesar do amplo crescimento, o volume per capita ainda é baixo, demonstrando o grande potencial deste mercado a ser explorado pelos fabricantes.

Suco de uva 100% cresce 570% emcomercialização nos últimos dez anos

Conclusões:l O consumo de suco 100% é ob-

servado em lares onde é mais forte o desejo de manter alimentação saudá-vel, por meio da ingestão de produ-tos naturais, sem açúcar e orgânicos;

l O suco de uva se faz mais pre-sente no café da manhã e no almoço e é mais frequentemente encontrado em casas onde há crianças e idosos. Também é grande a frequência de consumo aos finais de semana, quan-do a família toda está reunida;

l Crianças têm grande preferên-cia pelo sabor uva;

l Consumidores de suco de uva 100% optam pelo sabor por conside-rá-lo uma bebida leve e que combina com todos os alimentos;

l Também argumentam que pre-ferem o suco de uva pela praticidade, por ser um produto natural e pronto para beber;

l Alguns optam por diluir a bebi-da em água, na proporção 1/1, para render mais ou por gosto;

l Em alguns casos, o suco de uva 100% é uma alternativa ao consumo de bebidas alcoólicas, principalmen-te o vinho, pelos mais diversos moti-vos, como o uso de medicamentos, por exemplo.

l Todas as pessoas que têm na ro-tina a ingestão de suco de uva 100% associam a prática a uma vida sau-dável em função de benefícios que o consumo da bebida proporciona, como auxílio na redução da gordura abdominal, controle do colesterol e prevenção de doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer. Por ser rico em resveratrol, o suco de uva comba-te à produção de toxinas e radicais li-vres, prevenindo doenças cardiovas-culares e reduzindo a pressão arterial.

Fonte: Ibravin

Reprodução

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Meio Ambiente12 Jornal Integração da Serra | 1 de setembro de 2015

A Associação Bento-gonçalvense do Ambiente Natural (ABEPAN) lan-ça, no próximo dia 17 de setembro, às 19h, na sede da associação, o Por-tal do Resíduo Doméstico. O evento, comemorativo aos 26 anos da enti-dade, criada em 13 de setembro, vai ser marcado por uma homenagem póstuma ao fundador e secretário municipal do meio ambiente, Luiz Augusto Signor, falecido no último dia 29 de agosto, aos 66 anos. Signor foi um dos precursores no Rio Grande do Sul na defesa do meio ambiente, com o também ambientalista José Lutzemberger.

Em 1979, coordenou a 1ª Jornada de Debates Sobre Ecologia (JODESE), promovida pela Câmara de Verea-dores, nas dependências do Colégio Marista Aparecida. Em 1980, coor-denou a segunda edição do evento, também ocorrida no Colégio Apare-cida. Nos anos de 1981, 1982, 1987,

“Cada vez mais, precisamospensar naqueles que ainda não nasceram.Se fizermos isso, vamos perceberque existem coisas mais importantesna vida do que os bens materiais.Precisamos pensar em ter qualidadede vida sempre. O amanhã está muito próximo.“

Luiz Augusto Signor (1949-2015)

ABEPAN lança Portal do Resíduo DomésticoEvento, no dia 17 deste mês, também será marcado por homenagem póstuma a Luiz Signor

1988 e 1989 aconteceram as outras edições da JODESE, na Câmara de Ve-readores. Através de proposta de sua autoria, foi criada na Câmara de Vere-adores, em março de 1980, a Comis-são Permanente de Defesa do Meio Ambiente.

Através do projeto “Agentes da Natureza”, promovido há 20 anos pela ABEPAN com crianças de 3ª à 4ª série do Ensino Fundamental, ajudou a formar uma geração mais consciente sobre a necessidade de preservação dos recursos naturais. “Os agentes da natureza são responsáveis por fisca-lizar as ações das pessoas perante o meio ambiente. Ele tem o direito de intervir, caso vejam alguém fazendo alguma coisa errada. A preparação desses agentes é feita da seguinte for-ma: primeiro, eles ouvem uma pales-tra e realizam um trabalho interdisci-plinar. Depois, participam de passeio ecológico educativo, conhecendo

nascentes de água e recicladoras. Na recicladora, abrimos um saco de lixo e entregamos luvas para as crianças. Elas sentem o lixo e avaliam o que es-tão fazendo em casa. Recebem tam-bém outras informações, todas rela-cionadas a atitudes de preservação ambiental. Depois desse processo, que dura cerca de dois meses, ga-nham as carteirinhas de Agentes da Natureza”, explicou Signor em entre-vista dada para a sobrecapa do Jor-nal Integração da Serra, na edição de novembro de 2010. Em setembro de 2010, Signor foi agraciado com o “Troféu Imprensa Regional”, como destaque em Proteção Ambiental. A outorga foi entregue pelos jornais Integração da Serra e Panorama Regional, de Veranópolis. Ele deixa seu legado para o meio ambiente e a sustentabilidade do município atra-vés de exemplos, ações, projetos e atividades.

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Caderno de Cultura e ArteNº 26 | Agosto/Setembro 2015

HenryFordalém damáquinaPioneirismo industrial de Ford segue incontestável.Páginas 6 e 7

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2 | Mosaico | 1 de setembro de 2015

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

A Cultura da (Des) Honestidade

omo todo brasileiro, ando indignado com a rouba-lheira que assola o país. O leitor e a leitora já devem ter notado que tenho escrito a respeito com frequ-

ência. Isso porque a corrupção, além de me indignar, me intriga. Por que o roubo? Por que a desonestidade? São questões tão antigas quanto a humanidade. Enten-dê-las, talvez nos ajude a compreender melhor o caos de improbidade que ameaça nos engolir.

Nessa busca, travei conhecimento por esses dias com o termo “capital cívico”, em um notável artigo escri-to pelo economista André Lara Resende. Esse conceito nos ajuda a entender melhor o fenômeno da corrupção. O capital cívico pode ser definido como uma espécie de sentimento coletivo, um valor presente na cultura de um povo, que promove a cooperação entre as pessoas. Em outras palavras: capital cívico tem a ver com confiança recíproca. E confiança, ensina a economia, é um ingre-diente fundamental para a prosperidade de qualquer sociedade.

Em países com baixos índices de capital cívico – caso do Brasil –, todos acabam desconfiando de todos. A sociedade não confia no governo e nas instituições. O governo não confia nas empresas. Empresários não confiam nos trabalhadores e esses não confiam nos empresários. O vendedor não confia no comprador. Vi-zinho não confia no vizinho. Desconfia-se das pessoas nas ruas. Um círculo vicioso de desconfiança que gera mais e mais desconfiança, ao infinito.

O conceito de capital cívico nos ajuda a compreen-

der melhor a relação da sociedade com o Estado. Onde o capital cívico é alto, o governo é visto como um aliado. Onde o capital cívico é baixo, o governo é tido como um criador de dificuldades, um covil de privilégios para seus ocupantes. Um Estado ineficiente, corrupto e in-competente dinamita a confiança e extermina o capital cívico de uma sociedade. E nesse estado de coisas, tal e qual um vírus, a desonestidade vai se alastrando, infectando o país como um corpo doente.

Uma das passagens mais interessantes do artigo diz respeito à relação custo-benefício na “escolha pela” desonestidade. Houve tempo em que se acreditava pia-mente na racionalidade do homem diante da oportuni-dade de “roubar ou não roubar”. Em outras palavras: a decisão em cometer um delito seria fruto de uma análi-se fria das vantagens e riscos em cometê-lo. Se posso roubar e a possibilidade de ser pego é bem pequena, isso aumentaria a probabilidade de eu realmente ir em frente com o crime.

Visões mais recentes e comprovadas por pesqui-sas, contudo, colocaram por terra essa raciocínio utili-tarista. Para a grande maioria das pessoas, parece não haver relação direta entre a probabilidade de punição e a desonestidade. A honestidade, ressalta o autor, não é um cálculo racional. Ao longo de um dia, se pararmos para pensar, temos inúmeras possibilidades de atuar-mos de forma ilícita, com poucas chances de sermos descobertos. Nem por isso somos desonestos de for-ma sistemática.

O estudo conclui com uma revelação que faz pen-sar. Em princípio, tendemos para a honestidade, mas, mora em nós, o vírus da desonestidade. O que restringe nosso lado corrupto é justamente o conjunto de valo-res da sociedade em que vivemos. Isso ajuda a expli-car por que países tradicionalmente muito pouco cor-ruptos têm, no tecido social, a grande explicação para esse comportamento. Já em países onde a incorreção é aceitável, onde a complacência com os pequenos delitos impera, as pessoas tendem a se comportar de forma a tirar vantagem de todas as relações.

Moral da história: a corrupção de um país tem muito a ver com a cultura de seu povo. Em uma pesquisa feita na Suécia (um dos países menos corruptos do mundo), 70% dos entrevistados revelaram que os outros, a prio-ri, são dignos de confiança. Essa mesma pesquisa foi aplicada no Brasil. Aqui, menos de 10% responderam poder confiar nas pessoas. Os números falam por si.

O caos ético em que mergulhamos está corroendo a confiança de nossa sociedade, e isso é muito grave. Minha esperança é que, passado o maremoto de lama e denúncias, as punições venham, e com elas novos ares de honestidade e autoestima coletiva. Para que um corte sare é preciso lavá-lo e isso não se faz sem dor. Que as feridas purulentas da nação não tardem a cicatrizar.

CONSULTORESBuscamos candidatos da área comercial de ven-das. Ótimas comissões e crescimento profissio-nal (m/f ). Interessados enviar Currículo para: [email protected].

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Programe-se Mosaico | 1 de setembro de 2015 | 3

A redação leu

TOMO CONTA DO MUNDO: Confissões de uma Psicanilista

Autor: Diana CorsoPáginas: 272Editora: Arquipélago EditorialAno: 2014

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oduç

ão

TOMO CONTA DO MUNDO:Confissões de uma Psicanalista

Mais recente publicação da psicanalista uruguaia radi-cada no Rio Grande do Sul, este livro reúne crônicas pu-blicada pela autora desde 2001. Os textos oferecem uma jornada pelos labirintos do comportamento humano, des-vendando assuntos do cotidiano com leveza e sabedoria.

As crônicas de Diana passeiam por assuntos os mais diversos: a investigação do inconsciente, as novas configu-rações familiares, a miragem do corpo perfeito, as cicatrizes da idade, os animais que nos estimam, o encanto selvagem das metrópoles. Mas o fio condutor da obra é a questão da feminilidade, tema que cativa a autora.

Misto de ficção e realidade, os 95 textos desfiam com desenvoltura aspectos da vida que dizem respeito a todos nós, sempre tratados com um olhar simples e investigati-vo. A obra ganhou recentemente dois prêmios Livro do Ano 2015 da Associação Gaúcha de Escritores, nas categorias crônica e mais votado.

Os músicos Maicon de Oli-veira e Júlio César Giuriatti, de Bento Gonçalves, juntos há cinco meses, se apresentaram no últi-mo dia 26 de agosto, no maior festival de rodeio do Brasil, a Fes-ta do Peão de Barretos. O con-vite foi feito por uma gravadora de Campo Grande. A dupla teve um mês para se organizar com os músicos Ezequiel da Silva, Je-anrre Rodrigues, Marlon Finatto, Matheus Carrer, Fabiano Borsatto e Márcio Eliezer de Sa Gimenes.

A dupla lançará sua primei-ra música autoral “I ferrou”, no próximo dia 28 em rádio e na web. Tanto Maicon, como Júlio, ressaltam que sonhavam em se apresentar em Barretos. “O frio na barriga foi mais forte do que de um show normal”, acentuam eles.

EspetáculoO quê - “Elza e Fred - o amor não tem idade”Quando - 6 de setembro, 19hOnde - Fundação Casa das Artes Dia da PátriaO quê - Desfile Cívico MilitarQuando - 7 de setembro, 9hOnde - Avenida Osvaldo Aranha

Semana FarroupilhaO quê - Semana Farroupilha Quando - 11 a 20 de setembroOnde - Bento Gonçalves

TurismoO quê - 9º Fórum Municipal de Turismo ‘Inovação na Atividade Turística’Quando - 15 de setembro, 15h30 às 21hOnde - Dall’Onder Grande Hotel Informações: (54) 3055-7141

Feira do LivroO quê - 30ª Feira do Livro “Primavera das Palavras”Quando - 24 de setembro a 4 de outubroOnde - Via Del Vino

MúsicaO quê - Espetáculo Afeto com o Coro e Orquestra Jovem do Instituto Tarcísio MichelonQuando - 26 de setembro, 20hOnde - Salão Malbec, Dall´Onder Grande Hotel

AlmoçoO quê - 6º Almoço do AbraçoQuando - 27 de setembro Onde - Ginásio da Associação Santa Helena “Costelão” e acompanhamentos, no valor de R$ 50,00 (adulto) e R$ 15,00 (crianças de 06 a12 anos)Informações - (54) 3453-3355

ExposiçãoO quê - Exposição Bento Gonçalves de Colônia a MunicípioQuando - até 23 de setembroOnde - SESC - Bento GonçalvesHorário de visitação: das 8h às 20 horas

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

A 30ª edição da Feira do Livro de Bento Gonçalves ocorre de 24 de setembro a 4 de outubro de 2015, na Via Del Vino. Com o tema “Primavera das Palavras”, essa edição tem como patrono o escritor Roni Dall’Igna e a escritora homenageada é Christina Dias, de Porto Alegre. Entre as atra-

ções culturais estão o Projeto Encontro com Escritor, intervenções cênicas, palestras com escritores, sho-ws acústicos, oficinas, entre outras. Serão 15 livrarias expositoras. A 30º Feira do Livro de Bento Gonçalves é uma promoção da Biblioteca Pública Castro Alves, Secretaria Municipal de Cultura (SECULT), Fundação Casa das Artes e Sistema Fecomércio/SESC-RS.

O PatronoRoni Dall´Igna é natural de Guaporé, mudou-se

para Bento Gonçalves ainda na infância. Dentre suas publicações, estão Reserva Especial (1985), O con-

tador de Histórias (1986), Ave Poeta, Poesia, Palavras (1987) e Reserva Especial II (2003). Em parceria com Asir Beltran, escreveu também I Nostri Proverbi (1989) e I Nostri Proverbi II (2000).

Dupla sertaneja de Bento Gonçalves tocou na Festa do Peão de Barretos

Divulgação

“Primavera das Palavras”e os livros, na Via Del Vino

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4 | Mosaico | 1 de setembro de 2015

Capela de pedras no distrito de Tuiuty completa cem anos

ProgramaçãoTríduo na Capela de 1915Dias 10, 19h30 – Oração das Sete Dores para todos que ajudaram na realização da festaDia 11, 19h30 – Oração das Sete Dores para todos os serviços da comunidade de TuiutyDia 12, 16h30 – Missa para as famílias e fundadores na capela de 1915Domingo FestivoDia 13Procissão, 10h30 - saindo da capela de pedras com a imagem da Nossa Senhora Das Dores, para a igreja nova com a presença do Bis-po Dom Alessandro Ruffinoni12h - Almoço festivoÀ tarde - animação musical

Por Janete [email protected]

O distrito de Tuiuty, em Bento Gonçalves, comemora no próximo dia 13 de setembro, os 100 anos de construção da capela de Nossa Senhora das Dores, padroeira da comunidade. Na parte frontal da edificação centenária, permanece a imagem da santa, proveniente da Itália, com as inscrições “B. V. Addo-lorata” (Nossa Senhora das Dores em italiano). As duas primeiras le-tras significam “Beata e Vergine”.

Com o aumento de moradores no distrito, a comunidade resolveu construir uma nova igreja, inaugura-da em 28 de novembro de 1999. Na igreja centenária, ainda celebram--se casamentos e missas especiais. O local também é utilizado para atividades de grupos de canto, de dança e da terceira idade.

A igreja centenária foi constru-ída por imigrantes e filhos de imi-grantes italianos que se estabele-ceram na comunidade. De acordo com o agricultor Giácomo Arlindo Tomasi, 89 anos, nascido na Linha Vicente Tomasi, o avô dele, também chamado Giácomo, foi um dos mo-radores que ajudou a erguer a ca-

pela. Tomasi lembra que a igreja foi construída com barro. “Era o mate-rial que eles tinham na época: barro e pedras”.

Entre outras curiosidades, ele lembra que o pai dele contava que alguém fez um buraco em uma pe-dra e, ali, colocou papéis e dinhei-ro. “Dizem que em um dos cantos da igreja têm uns contos de réis,” recorda. Ele salienta que o altar foi confeccionado pelo marceneiro Torezan, de Bento Gonçalves. “Os fabriqueiros da época ajudaram na montagem do altar,” relembra To-masi.

Retomada históricaDepois de alguns anos após a

construção, em 1915, as paredes laterais da igreja, feitas de taipa, receberam cimento. No ano 2000, numa iniciativa de uma empresa local, foi removido o reboco das pa-redes laterais. Somente a parte da frente continua com reboco. O sub-prefeito do distrito de Tuiuty, Dirceu Pedrotti, diz que fazer parte dessa história é motivo de alegria. “Meus avós Lourenço Pedrotti e Crispim De Mozzi ajudaram na construção da igreja em 1915. Será uma gran-de festa,” acrescenta Pedrotti.

Bodas na capelaEntre as comemorações alusi-

vas ao centenário da capela, Giáco-mo e a esposa Ida Tomasi serão ho-menageados. Eles celebraram as Bodas de Prata e de Ouro na igreja antiga. Já os 60 anos de casados, em 2009, foi na igreja nova da co-munidade. “Estamos nos preparan-do para os 70 anos de casados,“ antecipa o casal homenageado.

Kátia

Bor

tolin

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Janete Nodari

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Mosaico | 1 de setembro de 2015 | 5

Por Lucas de [email protected]

A orquestra e o coro do Instituto Tarcísio Michelon apresentam, no próximo dia 26, o espetáculo “Afeto”, no salão Malbec do Dall’Onder Grande Hotel, às 20 horas. O montante do valor do ingresso, de R$15,00 por pessoa, será revertido para o projeto. O Instituto, cria-do em 2008 e oficializado em 2011, até agora aten-deu mais de 800 crianças. O projeto, coordenado por Raquel de Marco, compre-ende aulas de música em instrumentos, na maioria, clássicos, de segunda a sá-bado, nas dependências do hotel, atualmente frequen-tadas por 200 alunos, com idades entre 6 a 21 anos. As crianças e adolescen-tes residem, em 90% dos casos, em bairros de iden-tidade carente. Eles têm aula com 12 professores, que ensinam desde o bási-co ao avançado. A maioria continua no projeto até a maioridade. Raquel salienta que dois ex-alunos cursam Música em universidades.

A coordenadora ressal-ta que o objetivo do fun-dador, Tarcísio Michelon, é atender dois mil jovens, en-tre crianças e adolescentes. Para a concretização dessa proposta, é necessário ou-tro espaço e a captação de mais recursos financeiros para a aquisição e manuten-ção de instrumentos. Atual-mente, o instituto é mantido por investimento privado, espetáculos, repasses do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA) e doações de hóspedes do

Músicos do Instituto TarcísioMichelon apresentam “Afeto”Espetáculo ocorre no dia 26 deste mês, no Dall´Onder Grande Hotel

Morgana Arossi Mateus Bundchen Bruno Marschalk Alves de Lima Yuri Borile dos Santos Tiago Fernando Andreola

Arquivo Pessoal Lucas de Lucca Arquivo Pessoal Lucas de Lucca Arquivo Pessoal

próprio hotel. Raquel lem-bra que pessoas físicas e jurídicas podem destinar uma porcentagem do im-posto de renda ao COMDI-CA, com posterior restitui-ção ao contribuinte. “Basta falar com o seu contador”, afirma.

Trabalho socialAlém de ensinar músi-

ca, os professores e coor-denadores fazem um traba-lho social com as crianças. Conforme o professor Tia-go Fernando Andreola, os alunos mudam de forma cíclica. “Eles chegam en-vergonhados e obedientes. Com o passar do tempo co-meçam a testar os limites e acabam sempre por respei-tar os integrantes do pro-jeto”. Segundo a flautista transversal Morgana Arossi, 17, no instituto há três anos, quem participa do projeto lê e interpreta melhor tex-tos. O tecladista Mateus Bundchen, 15, afirma que aprendeu a ser mais calmo e respeitoso. Já o flautista Bruno Marschalk, 14, no instituto desde os 8 anos,

revela que antes de entrar no projeto incomodava nas aulas. “Os professores são demais, eles dão as aulas porque querem, não por-que são obrigados”, conta Morgana. Mateus ressalta que os professores gos-tam muito do que fazem. “E precisam gostar, porque, hoje em dia, está difícil de ser professor”, acrescenta ele. Já o professor Andre-ola diz que também apren-de muito com seus pupilos. Ele, que mora em Garibal-di, pergunta-se como uma cidade com um terço da população de Bento Gon-çalves tem uma estrutura cultural superior. Ele explica que o município vizinho tem orquestras públicas e locais ao ar livre para apresenta-ções. A expectativa dele é que Bento Gonçalves tives-se o triplo de projetos so-cioculturais do que em sua cidade de residência.

Auxílio da rede dehotéis Dall’OnderO Dall’Onder remunera

os espetáculos como um show trazido para a casa, ou seja, cada apresenta-

ção que ocorre dentro das dependências do hotel re-verte em uma quantia de “cachê” para o instituto. O hotel ainda encaminha os adolescentes para seu primeiro emprego. Raquel conta que aos 14 anos, as famílias queriam que seus filhos largassem as aulas para trabalhar. O problema foi resolvido com a contra-tação desses jovens pela rede que os libera para as aulas sempre que neces-sário. O Dall’Onder Grande Hotel dá também de cor-tesia um dia de hóspede

aos 12 melhores alunos do mês, que são escolhidos pelos professores.

Alunos são muito talentososDe acordo com Raquel,

os alunos são muito talento-sos e esforçados. Eles rara-mente faltam às aulas e são muito pontuais e respeito-sos. Ela diz também que os estudantes aumentam sua autoestima e se aprimoram no quesito relacionamen-to enquanto trabalham em equipe em apresentações e nos ensaios da orquestra. “A música é poderosa”, ex-plica ela.

Yuri Borile dos Santos, 13 anos, é um dos mais no-vos integrantes da orques-tra e é o aluno que passou pelo maior número de ins-trumentos. Hoje ele toca bombardino, instrumento de sopro. Ele já tocou flau-ta transversal, flauta doce, trompete, trompa, bateria, percussão e violão clássi-co. Yuri está há seis anos no instituto e foi um dos alunos destaque do último mês de agosto. “Além de música, aprendi também como tra-tar as pessoas educada-mente”, conta ele.

Nas instalações do ho-tel há uma biblioteca onde qualquer cidadão pode alu-gar uma obra. Os alunos do instituto guardam alguns dos instrumentos nesta sala. Eles levam o mate-rial para ensaiar em casa e devolvem apenas em caso de mudança ou saída do programa. Os alunos mais novos têm transporte gra-tuito de ida e volta e após os ensaios aos sábados, os músicos podem almoçar no próprio hotel.

Arquivo Pessoal

Raquel de Marco

Lucas de Lucca

Alunos se preparam para a apresentação “Afeto”

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PioneirismoPor Rogério GavaPrêmio Jabuti 2012

Ilustrações: Ernani Cousandier

6 | Mosaico | 1 de setembro de 2015

Henry Fordalém da máquina

De um pequeno barracão em Detroit, Ford forjou um império, ao mesmo tempo em que re-volucionou o conceito de indústria e produção. A grandiosidade de suas realizações, porém, não afastou o peso de críticas que há décadas ques-tionam até que ponto ele teria sido realmente um homem de negócios sensato. Neste contexto cresce a importância da obra quase centenária “Hoje e amanhã”, escrita por Ford em 1926 e que no Brasil teve prefácio de Monteiro Lobato.

A objetividade e clareza com que Ford ali expôs suas ideias - ricamente embasadas em dados quantitativos - possibilita compreender o que ele entendia por indústria e sua complexa malha de relações. E como nenhum homem está livre de equívocos, também torna possível vi-sualizar onde a metodologia fordiana possa ter pecado e se se justificam, ou não, as críticas que sempre lhe foram impostas.

A filosofia pioneira de Ford para a expansão do mercado automobilístico era a clássica orien-tação para a produção, condução empresarial

m um de seus livros, o astrônomo Carl Sagan afirma que certas épocas marcam o aparecimen-to de homens com talento especial para perceber

coisas antigas em moldes novos, ao mesmo tempo em que colocam profundos desafios à sabedoria convencional. Embora estivesse se referindo ao grande físico Albert Einstein, não estaríamos erra-dos em estender a declaração de Sagan à figura de Henry Ford (1863-1947).

que teve seu palco a partir da Revolução Indus-trial se estendendo até a grande depressão de 1929. Neste tempo, a prática do marketing como hoje a conhecemos era incipiente, quando mui-to aplicada a questões de distribuição dos bens fabricados e raramente enfocando os motivos e necessidades dos consumidores. A grande crise da década de trinta produziu novos conceitos tanto na área econômica quanto empresarial, sendo que nesta última desenvolveram-se os preceitos então emergentes de foco no consumi-dor que viriam a se solidificar a partir da década de 50.

Neste ponto, já se assinala um dos aspectos que permitem a definição de Ford como um ho-mem à frente de seu tempo. Seu posicionamen-to em relação à organização industrial - embora adequado ao momento econômico da época - foi mais além, ultrapassando os paradigmas econô-micos e sociais vigentes. A leitura de sua obra revela em toda a extensão ideias em consonân-cia com os princípios mais básicos do marke-

ting, isto em uma época em que este ainda era quase um desconhecido.

Um dos grandes méritos de Ford foi o de ter idealizado um sistema de produção destinado a atender as necessidades do mercado. Milhões de automóveis foram vendidos, pois a linha de montagem tornou possível uma redução de pre-ços ajustada ao bolso do consumidor. O auto-móvel, até então uma espécie de brinquedo para ricos, passou a fazer parte do mundo do homem comum. Em um tempo de distribuição deficitá-ria, Ford escreve que “ter a coisa perto represen-ta um dos grandes elementos do negócio - ter a coisa perto de quem a necessita.” O conceito de salário-causa idealizado por Ford permitiu justa-mente isto: o modelo T foi colocado ao alcance do braço do trabalhador, do operário, o mesmo braço que nas oficinas ajudava a forjar o novo sonho americano.

Ford foi um futurista. “Nosso negócio é o motor e nada fazemos que não se relacione a ele”, escreveu, em uma definição de core business

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adequada aos padrões atuais de planejamento estratégico. Não sem motivo denominou seu império de Ford “Motor” Company. Em última análise, “o que é um negócio?”, perguntou cer-ta feita o guru da administração Peter Drucker. E completava afirmando que a comunidade fi-nanceira não tinha resposta à questão, pois nem sequer a entendia. “O pessoal de finanças pensa que uma companhia produz dinheiro. Eles não entendem que uma companhia produz sapa-tos... pensam que dinheiro é real. Sapatos são reais! Dinheiro é um resultado, e a única função do negócio é criar valor para os clientes através da inovação”. A noção de que o lucro não deve ser o objetivo único da indústria já habitava as ideias de Ford. Ele sabia que o foco no lucro “destrói a fonte donde este emana e o esvanece. Um negócio que carrega demais no lucro defi-nha tanto como um negócio deficitário”.

Entretanto, a maneira racionalista e científi-ca com que Ford pensava a indústria teve seu preço. O carro “de qualquer cor desde que pre-to” não acompanhou as mudanças que se pro-cessavam na vida americana. O mercado já não se contentava mais com um automóvel padrão, novas formas de pagamento e comércio surgi-ram facilitando a aquisição de modelos mais ca-ros e sofisticados. Criara-se o desejo pelo “mo-delo do ano”.

A estratégia da General Motors, na época, valeu-se justamente disso, adaptando sua linha de produção à nova realidade enquanto o sis-tema Ford permanecia praticamente inaltera-do. Ford continuava com o lema de “um carro para cada operário”; Sloan introduzia a idéia de “um carro para cada tipo de bolso e finalidade”. Como resultado disso a GM ultrapassou a Ford tanto em parcela de mercado como em lucro,

tornando-se a indústria automobilística número um a partir da segunda metade da década de 20, por ironia do destino no exato período em que “Hoje e amanhã” era publicado na América.

Equívocos a parte, a genialidade de Ford em seu pioneirismo industrial segue incontestável. Juntamente com um sistema de produção ele criou um conceito, incorporando a realidade do automóvel à vida americana. Mas “Hoje e ama-nhã” demonstra também outras facetas de sua personalidade. A maneira com que assuntos tão subjetivos como a felicidade e o sentido da vida são tratados espelham um homem preocupado com questões que ultrapassam a vida econômi-ca.

“Pois pergunto: que é que estamos fazendo realmente? Sabão? Carros? Nada disso. Estamos construindo a vida, estamos criando oportuni-dades e condições de vida”. Ford guardou espa-ço em seu livro para as implicações antropológi-cas do trabalho. Ele compreendia a importância filosófica do homem em sua dimensão técnica, e as implicações do trabalho diário em relação ao ser profundo do homo faber.

Ford sabia que o homem, este artifex, fa-zedor de obras e de formas, encontra na labuta diária mais do que o simples sustento. O tra-balho manifesta o caráter social da humanidade, colocando os seres humanos em contato mútuo, seja no mo-mento de produção como no consumo. Todo o trabalho se faz em conjunto e raramen-te aquilo que é produzido

é usado apenas pelos que o fizeram. O homem não trabalha para si mesmo, mas também e so-bretudo para os outros.

Ford sabia que a autotranscendência do ho-mem manifesta-se também no trabalho, através da contínua insatisfação com as técnicas, equi-pamentos e resultados. O homem busca a per-feição e a eternidade em suas obras, querendo--as cada vez melhores e duradouras.

Sim, Ford sabia muitas coisas. E buscava um equilíbrio entre tudo isso. Não tentava prever o futuro, dizendo que este não nos pertence. Fazer o que temos para fazer hoje, da melhor forma é o que nos cabe. Fácil agir assim? Nem tanto. Mas, utilizando a derradeira pergunta do livro: por que não?

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APOLLO 0Ernani Cousandier

e Jorge Marini