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combinação entre a quebra de safra e o aumento do va-lor do produto elevou o va-lor da uva comercializada

para terceiros, com destaque às utili-zadas para suco e consumo in natura. A quebra da safra de uva 2015/2016, segundo a Emater, que chega a 65% em relação a anterior, é classificada como a pior dos últimos 70 anos. A previsão de colheita da atual safra, entre os 157 municípios produtores do Rio Grande do Sul, é de 304 mil toneladas. Na safra 2014/2015, entre esses municípios, foram colhidas 855 mil toneladas.

O viticultor Claimar Zonta, da Li-nha Eulália, comenta que algumas vinícolas estão pagando até R$4,00 pelo quilo de uva híbrida americana para suco. Zonta é associado e for-nece 100% de sua produção para a Vinícola Aurora, que paga o preço mínimo estabelecido pelo Governo Federal, nessa safra em R$0,78. Os va-lores da tabela de preços mínimos da uva para essa safra tiveram reajuste de 11% em relação a anterior. “Minha maior produção, hoje, é uvas euro-peias, porque há sete anos era o que mais rendia. Mas essa situação está mudando nos últimos quatro anos”, salienta Zonta. Os viticultores migram gradativamente de varietais para vi-nho como a chardonnay, oriundas da Europa, para as híbridas americanas, destinadas a suco, mais fáceis e ba-ratas de se manter. No ano passado, foram destinados 55% de toda a uva produzida pelo Estado para a manu-fatura de sucos e derivados. Os outros 45% foram usados pelo mercado do vinho. Dos 702,9 milhões de quilos

MundoVitis

Quebra na safra da uva eleva valor da fruta comercializada para terceiros

Valorização é decorrente de demanda de uvas para suco e pela fruta in natura

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de uva, apenas 70,4 milhões, 10% do total, são de uvas viníferas. As-sim, 90% das uvas produzidas, hoje, no Rio Grande do Sul são de híbridas americanas. Nos últimos cinco anos, o mercado de suco quase triplicou a produção, chegando a 108 mil e 400 litros em novembro do ano passado. Nesse mesmo período, a elaboração de vinho apresentou queda, princi-palmente do comum, que de 313,7 milhões de litros diminuiu para cer-ca de 196,07 milhões. Uma queda de mais de 62%.

Estoques reguladoresA Cooperativa Vinícola Aurora, de

Bento Gonçalves, a maior do gênero da América Latina prevê receber 31% menos de uvas das 1100 famílias as-sociadas. “Na safra de 2015 recebe-mos 65 milhões de quilos. A expecta-tiva para essa é cerca de 45 milhões

de quilos”, diz o diretor geral da Au-rora, Herminio Ficagna. Segundo ele, mesmo com a queda na produção, a vinícola pretende manter a produ-ção de sucos, vinhos e espumantes, utilizando de estoques reguladores e comprando de terceiros.

Aumento de impostosEm janeiro deste ano, o IPI para

as bebidas quentes, entre elas o vi-nho, foi taxado em 10 %, e o ICMS, em 18%. No dia 30 de dezembro de 2015, a presidente Dilma Rousseff ve-tou uma lei que manteria essa taxa em 6% em 2016 e baixaria para 5% em 2017.

Assistência para segurosO presidente do Sindicato da

Serra Gaúcha, Elson Schneider, res-salta que os viticultores que tiveram perda de produção devem procurar a entidade. “Nós oferecemos assistên-cia para o ressarcimento de seguros”, afirma ele. Segundo Schneider, 20 milhões de reais devem ser pagos por seguradoras aos produtores de frutí-feras, referente às perdas da última safra. “Algumas seguradoras dizem que a responsabilidade é do governo, mas isso é mentira”, alerta ele. Sch-neider ressalta ainda que o Sindicato em parceria com o Conselho Muni-cipal de Agricultura trabalha para prorrogar o prazo de pagamento de empréstimos bancários feitos pelos viticultores, “diminuindo a chance desses agricultores ficarem inadim-plentes”.

Qualidade da UvaO presidente da Associação dos

Produtores do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Marcio Brandelli, ressalta que a qualidade do que restou de uva dessa safra irá superar as das últimas. “A maturação está fantástica em fun-ção da predominância do sol em ja-neiro. Teremos os melhores vinhos e espumantes dos últimos anos”, com-plementa Brandelli.

Fatores climáticos que ocasio-naram a quebra de safra

O chefe geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, explica o que aconteceu com a safra desse ano. “Tudo começou com um inverno de temperaturas amenas (30 a 40% de horas de frio, comparado com o nor-mal), fazendo brotar menos ramos nas videiras. Depois veio uma frente fria entre os dias 11 a 15 de setembro que atingiu todas as regiões produ-toras, com geadas de média e forte intensidade, também comprome-tendo a brotação das plantas e dimi-nuindo a produtividade. Nos meses de setembro, outubro, e novembro de 2015, tivemos chuvas bem acima do normal, prejudicando a fecunda-ção das flores e raleando os cachos. O excesso de umidade também favo-receu o surgimento de doenças dire-tamente nos cachos, com mais queda da produção. Com as chuvas mais recentes de dezembro e início de ja-neiro, a qualidade da maturação tam-bém é atingida, com a diminuição de açúcar das uvas. Embora alguns vinhedos, pela sua localização parti-cular, tenham sido pouco afetados, a maioria das áreas foram atingidas como, há muito tempo, não se via no estado do Rio Grande do Sul”.

Arquivo Pessoal

Claimar Zonta

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Antropólogo espanhol catalogou peças para o Museu Etnográfico da Imigração Italiana

antropólogo espanhol Luís Vicente Elí-as Pastor e a esposa Margarita Contre-ras, de novembro a dezembro de 2015,

ficaram hospedados na Villa Fitarelli, interior de Garibaldi, catalogando peças para o Museu Etno-gráfico da Imigração Italiana, sediado no local. Ao todo, o casal catalogou 1.170 peças relacionadas ao vinho e ao espumante, recolhidas na região Nordeste do Estado nos últimos 40 anos, pelo veterinário Luiz Henrique Fitarelli. Segundo Elias, foram encontradas peças únicas no mundo. Entre elas, máquinas costais de sulfatar confeccionadas em madeira pelos imigrantes italianos. Elias sa-lienta que essas peças são resultantes da adapta-ção do imigrante europeu ao meio ambiente da Serra Gaúcha, repleto de madeiras nobres como o pinheiro-brasileiro, a grápia, o cedro e o louro. “No início, os colonos usavam taquaras e bambus para a condução das videiras. O arame só chegou em Porto Alegre em 1904”, explica o antropólogo. Conforme Elias, outro diferencial da região viti-vinícola da Serra Gaúcha é a utilização de pláta-nos para a sustentação dos parreirais. “ Não há isso em nenhuma parte do mundo”.

Segundo Fitarelli, existe a intenção dessas pe-ças fazerem parte do Museu do Vinho e dos Espu-mantes, a ser construído, integrando o Etnográfico. Fitarelli conta que o Museu Etnográfico da Imigra-

Ele encontrou peças únicas no mundo relacionadas ao vinho e ao espumante

ção Italiana, hoje com mais de seis mil peças, sur-giu da necessidade de expor a coleção de peças iniciadas com pequenos objetos pertencentes aos nonnos, Tercílio Accorsi, ferreiro, e Pedro Fitarelli, tanoeiro e agricultor.

O Museu hoje é representado por ferraria, ca-pela, casa com armazém, moinho, tanoaria, mar-cenaria, cantina e estrebaria. Todas as construções respeitam as técnicas construtivas e os materiais utilizados pelos imigrantes. As peças usadas na re-

constituição dos ambientes são originais. A Vila, ainda não aberta à visitação pública, é formada por antigas casas de madeira compradas dos colonos da região, cercadas por araucárias. Ovelhas pastam ao redor, para completar o ambiente rústico que resgata os sítios coloniais do final do Século XIX. Chama atenção a “Casa de Pedra”, onde funciona uma aconchegante cozinha colonial. Também há a oficina equipada com as ferramentas resgatadas da antiga “Ferraria” dos familiares de Fitarelli.

Fotos: Sandro Vaccaro

Luís André Sampaio

Luís Vicente Elías Pastor e a esposa Margarita Contreras

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Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

Por Lucas de Lucca

Os esportes náuticos estão no topo da lista de lazer no verão dos gaúchos, de acordo com o sócio pro-prietário da loja Pesca Sem Limites, Matheus Marques. “O pessoal está comprando muito caiaque para usar em rios da região Nordeste do Estado e também no litoral”, diz Marques. A loja oferece toda a gama de produtos para a prática de esportes náuticos, desde caiaques, barcos, jet-skis, lan-chas até pranchas de stand-up. Para pilotar os veículos náuticos é neces-sária uma habilitação especial que também é fornecida pela Pesca Sem Limites. “Uma nova turma se inicia em março para novos clientes obterem a Habilitação Náutica tanto para Arrais Amador (barcos e lanchas) como Mo-tonauta (jet-sky). São três dias. Dois de aula teórica e um de prática, no Rio das Antas, seguidos de prova”, explica Marques. Ele frisa que a loja foca muito na segurança. “Aconselha-mos os clientes a não pilotarem seus veículos náuticos sem estarem habi-litados, temos à venda coletes salva--vidas, incentivamos muito o uso deles, fazemos o possível para tornar a prática do esporte náutico segura”, afirma.

Além das embarcações, a loja ainda oferece uma grande linha de material para pescaria. Há pouco

A estudante de Engenharia de Produção da Univer-sidade de Caxias do Sul (UCS), Natália Vargas, 19 anos, a exemplo de muitas jovens da região, gosta do verão para tomar banho de sol, de piscina e de mar. Ela lembra que antigamente se divertia muito na estação quente participando de brincadeiras envolvendo água. “Fazía-mos guerra de bexigas. Era o melhor passatempo que se tinha. Dava pra comprar muitas. Elas tinham um bom

Esportes náuticos estão na moda na Serra Gaúcha

tempo, o estabelecimento recebeu a visita do diretor da Shimano Bra-sil (empresa japonesa especializada em equipamentos para pesca) que, segundo Marques, elogiou muito a estrutura da loja e o atendimento da equipe. “Ele nos disse que se há 50 lojas como a nossa no Brasil é muito. Afirmou ainda que, se precisarmos do apoio deles para qualquer proje-to, não teremos que pedir duas vezes. Essa disponibilidade garante a quali-dade dos produtos e o dinamismo no

atendimento às demandas de nossos clientes, já que a Shimano é uma em-presa de ponta”, acentua Marques. A Pesca Sem Limites trabalha com mais de 90% de produtos importados. “As marcas de fora são um pouco mais caras, mas o custo benefício é muito maior do que as nacionais”, explica o comerciante.

A loja oferece ainda equipamen-tos completos para turismo de aven-tura e camping. Armas de pressão, facas, barracas, entre outros produtos

que são vendidos com garantia de qualidade pela equipe da Pesca Sem Limites. Pode se encontrar ainda na loja trajes e equipamentos de mer-gulho. Para esclarecer dúvidas sobre a qualidade e funcionamento dos produtos que a loja comercializa, são transmitidos vídeos nos televisores instalados no local facilitando o en-tendimento dos clientes.

No estabelecimento, situado na rua Gen. Goés Monteiro, 769, no bair-ro São Francisco em Bento Gonçalves, há também o “Cantinho da Mentira”. No “cantinho”, os amigos podem se reunir para conversar sobre suas pes-carias, degustando cachaças e o tra-dicional cafezinho oferecido pela loja.

Mais informações sobre a loja pelo fone: (54) 3701.3833.

Fotos: Lucas de Lucca

Luciano Moré e Matheus Marques

Guerra de bexigas, sol e água frescaalcance para acertar o “inimigo”. Lembro de um final de semana, eu devia ter uns 10 anos, quando juntamos todas as crianças da rua e fizemos a tal “guerra de bexi-gas”. Tinha gente em cima das árvores, nas sacadas das casas, todo cantinho virava um lugar pra se esconder. Passamos o sábado todo nessa brincadeira de jogar bexigas. Acertávamos até os pais se eles bobeassem. Tenho muita saudade dessa época”, afirma Natália.Natália Vargas

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 15 | Nº 175 | JANEIRO | FEVEREIRO 2016 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Trabalho e paciência

Sobrecapa

Caderno Mosaico

Serra Gaúcha é a única do mundo que utiliza plátanos na sustentação de parreirais

Página 3

Volta às aulas:mais tempo na escola

Os que nasceram aqui, ou os que aqui chegaram para trabalhar e estu-dar sabem bem que o verão é o tempo das uvas maduras, que podem ser en-contradas para consumo in natura. O mais interessante e apaixonante é que os frutos vão para vinificação, em can-tinas, fazendo trajetos que deixam aro-ma no ar e um rastro de sumo (mosto) na estrada. Essa é a rotina dos produ-tores. Nessa safra, com perda significa-tiva na produção. Mas, sem esmorecer.

O trabalho na videira é paciente.

Cada estação tem sua chamada. Além disso, eles têm a fé. Veja o registro do jornalista Elton Marcelo Aristides, sobre os capitéis (pequenas igrejas) no cader-no Mosaico.

Confira também agenda cultu-ral, social, saúde, perfil, volta às aulas, carnaval e, ainda, uma lenda urbana sobre o poço localizado no centro de Bento Gonçalves, que no século passa-do era usado para desova de bebês e magia negra, entre outras reportagens dessa primeira edição de 2016.

Poço de rituais macabrosmarca o passado de Bento

Caderno Mosaico

Comunidade resgata a tradiçãodo “Bom Princípio do Ano Novo”

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Página Dois2 Jornal Integração da Serra | 4 de fevereiro de 2016

Os artigos publicados com assinatura são

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JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Na primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves,Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete Nodari e Lucas de LuccaÁrea Comercial: Moacyr Rigatti e Sinval Gatto Jr.Administrativo: Aline Festa

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A uva como protagonista dasnotícias do verão na Serra Gaúcha

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A simplicidade do homem do interior e os costumes e tradições emocionaram o autor deste clic. Foto: Adilson Maito

Descarte de entulhos em terreno baldioMoradores da rua Refatti, no bairro Maria Goretti, estiveram na sede do Integração

para reportar o descarte irregular de entulhos num terreno baldio da via pública, nas proximidades do número 253. O descarte começou no ano passado, com entulhos e plásticos, causando proliferação de insetos e ratos. Conforme esses moradores, desde o segundo semestre de 2015 estão sendo solicitadas providências à prefeitura de Bento Gonçalves. A preocupação agora é com o acúmulo de água no local.

Lucas de Lucca

Espaço do Leitor

sta edição do Integração tem várias matérias sobre a vitivi-nicultura. Não teria como ser

diferente. Atuo, há muito tempo no jornalismo regional, e nesse período do ano, a uva, desde o preço mínimo e a colheita até a graduação gluco-métrica, sempre é o que mais ren-de matérias relacionadas “ao nosso quintal”. O setor vinícola já liderou a economia de Bento Gonçalves. Hoje, vem em terceiro lugar, atrás do move-leiro e do metalúrgico. Mesmo assim, a uva continua sendo a protagonista

das notícias da temporada de verão na Serra Gaúcha. Agora mais glamou-rosa, como estrela das festas da vindi-ma em vários municípios produtores que, sabiamente, estão explorando o enoturismo, para alegria dos turistas embaixo dos parreirais e dos recepti-vos, à frente da máquina de cartão de crédito.

Essa fruta, cuja existência remon-ta à Antiguidade, na década de 90, já foi jogada em frente ao prédio da prefeitura de Bento Gonçalves, por pequenos produtores desesperados pela falta de colocação do produto no mercado. Antes da abertura de nossas fronteiras para vinhos estran-geiros, ocorrida no governo do ex--presidente Fernando Collor, se fazia muito vinho sem uva nessa região. E não era milagre não, era química pura

que deixava os menos avisados com muita dor de cabeça após alguns cá-lices a mais.

Com a concorrência imposta pe-los vinhos importados, os nacionais, ou melhoravam, ou sucumbiam. Melhoraram, dando um up no setor como um todo. De quebra, nos últi-mos anos, veio o enoturismo. Hoje, os “poretos” (pobrezinhos, em dialeto talian) colonos de ontem são empre-endedores contando, com o sotaque, até há pouco mal visto, histórias que os turistas adoram ouvir. Além disso, viticultores que, nessa safra, sobra-ram uva para vender a terceiros es-tão faturando muito bem. É a lei de mercado da oferta e procura, que não tem preconceito de raça, credo ou cor.

Nada como um dia após o outro!

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4 de fevereiro de 2016 | Jornal Integração da Serra Volta às Aulas 3

Ensino Fundamental de 1ª a 8ª séries extinguiu-se em 2015. Em 2007, entrou em

vigência o sistema do primeiro ao nono ano, determinado em 2006 pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), com previsão de implantação gradativa até 2016. As redes municipal e estadual de ensino de Bento Gonçalves tive-ram as primeiras turmas do nono ano em 2015. Os colégios Media-neira, Sagrado e Cenecista São Ro-que também formaram a primeira turma do nono ano em 2015. Já o Colégio Marista Aparecida terá a primeira turma do nono ano em 2016.

Rede de Educação Sagrado Dia 15 - Educação InfantilDia 16 - Ensino Fundamental e Médio

Colégio Marista AparecidaDia 22 de fevereiro

Colégio Medianeira Dia 15 - Ensino Médio e Fundamental Segunda faseDia 16 - de fevereiro Educação Infantil e Fundamental - Primeira fase

Colégio Cenecista São RoqueDia 22 de fevereiro – Educação Infan-til ao Ensino Médio

A entidade assistencial Lar da Caridade está precisando de doa-ções de material escolar: cadernos, lápis, borrachas, lápis de cor, folhas de desenho, livros, entre outros, são bem-vindos. Os donativos podem ser entregues na rua Júlio de Castilhos, 856, bairro São Francisco, em Bento Gonçalves, em qualquer horário. Os materiais também podem ser recolhidos por voluntários, com agendamento pelo telefone: 54 3451.7366.

+Nono ano e Educação Infantil

tempo na escola

A coordenadora pedagógica da 16ª CRE, Cídia Dall’Osbel Prezzi, explica que a determinação do MEC de 2006 visava a aumentar o tempo de obriga-toriedade do Ensino Fundamental de oito para nove anos. Ela acrescenta que determinação posterior es-tabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE) ampliou essa obrigatoriedade para 14 anos, porque,

a partir de 2016, a educação infantil para crianças a partir de 4 anos

é obrigatória no ensino bra-sileiro. Até 2015, a obriga-toriedade da permanência na escola era dos 6 até os

Rede MunicipalDia 17 de fevereiro

Rede EstadualDia 29 de fevereiro*As escolas que dependem do transporte escolar podem se ade-quar ao calendário do município.

Escola a partir dos 4 anos18 anos incompletos. A mudança de idade para o ingresso imposta pelo PNE objetiva universalizar o atendimento escolar da população de 4,5 anos, e am-pliar, até 2020, a oferta de Educação Infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.

A Educação Infantil passa a ser um nível de en-sino. É uma adequação em consonância com o PNE que abrange todas as redes, municipal, estadual e particular. A socialização, a autonomia, a organiza-ção, a oralidade, a sensibilidade, a estética, o fazer artístico e a responsabilidade, são aspectos ampla-mente desenvolvidos na Educação Infantil, com be-nefícios pontuais para as crianças.

Início do ano letivo 2016

Lar da Caridade necessita dedoações de material escolar

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Entidades4 Jornal Integração da Serra | 4 de fevereiro de 2016

O projeto “Somos Mó-veis”, que comemora as 20 edições da Movelsul Brasil promovidas pelo Sindmó-veis, de Bento Gonçalves, destaca a importância da indústria moveleira do município.

Entre as ações, a revi-talização dos brinquedos da praça Achyles Minca-rone, no bairro São Ben-to. O playground recebeu novos brinquedos criados por designers.

No último mês de dezembro ini-ciaram as obras da nova sede do Cen-tro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves CIC/ BG, do Sin-dicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) e da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Mo-vergs). Dentro de um prazo de 34 me-ses as entidades estarão na sede pró-pria, localizada no prolongamento da

A FIEMA Brasil chega à sétima edição consolidada como um dos mais expressivos encontros que trata dos conceitos de gestão ambiental – mostrando como as tecnologias em resíduos, águas, efluentes e energia podem trazer com boas oportunida-des de negócios. Em uma vitrine do segmento, a feira mostra, tanto para indústria quanto para o setor público como tratar a pauta ambiental de for-ma estratégica.

Diversos parceiros vêm confir-mando sua posição de aliados nesse desafio durante os meses que ante-cedem a feira (agendada para ocorrer de 05 a 07 de abril, das 13h às 19h, no Parque de Eventos, de Bento Gon-çalves). Entre eles está a Cooperativa Piá, de Nova Petrópolis. Com mais de quatro décadas de expertise na fabri-cação de produtos, destacando leites, iogurtes e doces de frutas, a empresa também tem a preservação ambien-tal entre as suas pautas diárias. “A Piá é uma empresa que investe muito na área ambiental. Apoiar este evento é apoiar também a preservação do meio ambiente – o que é um dos for-tes objetivos da Cooperativa”, destaca o presidente da Piá, Gilberto Kny.

Reconhecida como um alicerce para os supermercadistas gaúchos, a Associação Gaúcha de Supermer-cados (AGAS) também está entre os apoiadores. “A FIEMA é o grande encontro para debates, negócios e aproximação da sociedade com a responsabilidade ambiental, por isso sua realização é fundamental. Incen-tivamos esta iniciativa pela relevân-cia do tema e pela grandiosidade do evento, que proporciona o ambiente perfeito para um networking sobre o assunto”, destaca o presidente da AGAS, Antonio Cesa Longo.

Outros nomes importantes apa-recem no rol de parceiros da FIEMA Brasil 2016: AEARV, Acesa, APEAM, Abetre, CICS Serra, CISGA, Embra-pa, SINDLAV, Sinplast, Sindmóveis e Vinícola Aurora. “A FIEMA Brasil é referência em inovação, informação, tecnologia e também em boas opor-tunidades de negócios. Essa realida-de só é possível graças ao apoio de parceiros relevantes como esses, com os quais contamos para oferecer a expositores e visitantes um encontro realmente diferenciado e assertivo”, assegura o presidente desta edição, Jones Favreto.

Em obras nova sede do CIC/BG, Sindmóveis e Movergsrua Domingos Rubechini, no bairro Fenavinho.

O Centro de Eventos e Serviços abrigará a sede das três entidades em um espaço de 5,2 mil metros quadra-dos de área construída. A previsão de investimento é R$ 10,645 milhões. O edital da carta-convite 001/2015 foi lançado em setembro com a escolha da Construtora Poletto, por meio da modalidade de Empreitada por Preço

Global, incluindo o fornecimento dos materiais, da mão de obra e dos equi-pamentos. O CIC/BG será responsável por 67,89% do investimento e com-prometimento com a obra. A nova sede contará com quatro pavimentos incluindo área administrativa, salas e espaços extras para demais. O acesso ao Centro de Eventos será indepen-dente, com a possibilidade de inte-gração ao parque.

Divulgação

Lucas de Lucca

“Somos Móveis” revitaliza parqueinfantil da praça Achyles Mincarone

FIEMA Brasil 2016confirma apoiadores

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Empresas & Cia 54 de fevereiro de 2016 | Jornal Integração da Serra

Com uma equipe de quase 200 colaboradores atuando em cinco lo-jas localizadas nos bairros Progresso, Cidade Alta, Centro, Jardim Glória e São Roque, o Supermercado Grepar, que tornou-se referência em Bento Gonçalves, comemorou 30 anos no último dia 24 de janeiro, com festa no CTG Laço Velho que reuniu cerca de 800 pessoas. A empresa iniciou em 1986, no bairro Progresso. À frente do Grepar, os sócios Paulo Bruschi, Gre-gório Bruschi e Alex Pliski, apostam no aperfeiçoamento da equipe e no atendimento dedicado a clientes e fornecedores.

Nas comemorações dos 30 anos da empresa, o Grepar homenageou seus colaboradores com a entrega de placas. Laurindo Perondi, que foi o primeiro funcionário do Grepar, rece-beu a distinção do sócio-diretor Pau-lo Bruschi. Com 25 anos de empresa, Odinei Favaretto; com 10 anos, Rodri-go Bigolin Rubbo e Graziela Pellizzer Cenci e com 5 anos de casa, Maria Fochezatto, Nilsa Zonatto, Maricelda Debastiani e Ana Terezinha Ariotti Si-moni.

Os fornecedores mais antigos Carlos Cainelli, da Comercial de Gás Cainelli; Fernando Dal Ponte, do Moi-nho Rio Buratti; Jurandir Bertolini, da Bertolini Indústria Química – Gota Limpa e Lucindo Festa, da Represen-tações Festa, também foram home-nageados. Foram homenageados ainda Egídio Bruschi e Alex Pliski, que já fazem parte do grupo societário. Já

A Vindima 2016 no Vale dos Vinhedos foi aberta oficialmente no último dia 23 de janeiro na Sociedade Oito da Graciema, com a presença de turistas, auto-ridades e moradores da comunidade. O evento foi marcado pela pisa das uvas feita pelas Soberanas do Vale dos Vinhedos, Rochelli Conzatti Pereira, Graziela Feil e Júlia Barbieri Zorrer e bênção aos parreirais, nas dependências do Hotel Villa Michelon.

O diretor geral do Villa Michelon, Moysés Luiz Michelon foi o anfitrião da festa, tanto no hotel como no salão comunitário, onde ocorreu um filó, com degustação de vinhos, suco de uva e espumantes. O evento foi marcado ainda por apresentações de corais típicos da região e do jogo da “mora” encantando os participantes. O Vale dos Vinhedos conta com mais de 400 pequenas pro-priedades com produção de uvas.

Colaboradores com 5, 10 e 25 anos de empresa foram homenageados. Na foto, Laurindo Perondi, o primeiro funcionário do Grepar

Referência no setor supermercadista, Grepar festeja 30 anos

Linha do tempo das lojas1986 Progresso

1999 Av. Osvaldo Aranha

2008 Ramiro Barcelos

2009 Jardim Glória

2013 São Roque (antigo Zanini)

os irmãos Paulo e Gregório, únicos a estar na empresa desde o início, rece-beram, além da placa, um sabre per-sonalizado pelos 30 anos de trabalho junto à rede.

Fotos: Ana Cris Paulus

Pisa das uvas, bênção aos parreirais e filó naabertura da Vindima do Vale dos Vinhedos

Fotos: João Cláudio da Silva

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Geral6 Jornal Integração da Serra | 4 de fevereiro de 2016

O acadêmico de Marketing, Allan Caetano Zanetti, 19 anos, teve seu poema “Eu interior” selecionado para a antologia do IX CLIPP (Con-curso Literário de Presidente Prudente - SP). “O poema versa sobre estar em paz consigo mes-mo para poder superar as adversidades intrín-secas ao cotidiano”, conta Zanetti. A antologia, com tiragem de três mil exemplares, reúne po-esias, contos e crônicas de 117 autores, entre cerca de 1.200 inscritos. A relação dos trabalhos classificados foi divulgada dia 9 de outubro, no site da Secretaria da Cultura de Presidente Pru-dente.

Eu interiorA beleza, quando imensa, parece absurdaEnxergada de longe, quase inalcançávelEla é, na verdade, plenamente realizávelPela alma, fruto do sonhar, do ser e do estar

De nada adiantariam mil vidas, todas elasSendo rotineiras, comuns e pouco vividasSe o espírito não se elevar, o corpo é vagoSomente a imagem de aparência antiga

A esperança, embora forte, não sobreviveSozinha e sem a ambição de fazer o novoOs atos, muitas vezes estranhos, estes dizemO que todos buscamos e antes ocultamos

A ficha sempre cai, vem à tona, sem dóÉ preferível que haja a chance do piorPois só assim a surpresa triunfa poderosaQuando menos se espera, ela é generosa

Sejamos, então, gratos ao nosso eu interiorNão nos abandonou nas crises frequentesSoube se mostrar grande e venceu o terrorQue poderia crescer permanentemente.

Poesia “Eu interior” selecionada no IX Concurso Literário de Presidente PrudenteO universitário conta que escreve por hobby

desde os 10 anos de idade. “Gosto, desta forma de expressar o que sinto, exercitar o pensamento crítico e estimular a reflexão. Entre tantas rimas, o muitas vezes inexplicável torna-se, de certo modo, um tanto mais entendível”, afirma.

O poeta foi premiado também em 2013 pelo TOC 140 - Poesia no Twitter, de Olinda/PE, com um texto que não poderia exceder 140 caracte-res. “Fui incentivado a participar pelo professor e atual diretor do Colégio Bom Retiro, Alexandre Misturini, que também é escritor”, acentua ele.

Zanetti publica em dois blogs: l pensador.uol.com.br/autor/allan_caetano_zanettil graforreico.blogspot.com.br

Allan Caetano Zanetti e o diretor Alexandre Misturini

Arquivo Pessoal

A primeira das onze edições deste ano do Brique da Praça ocorre no dia 6 de fevereiro, das 8 às 16 ho-ras, com apresentações artísticas e Oficina de Unhas Decoradas. As edições do evento, organizadas pela ONG Pequeno Grande Campeão, ocorrem na praça Centenário, centro de Bento Gonçalves, das 8 às 16 horas, com a participação de entidades beneficen-tes, pessoas físicas e jurídicas, que comercializam ali-mentos, artesanato, peças de vestuário, calçados e artigos de bazar, entre outros produtos. No caso das entidades, toda a renda é revertida para a manuten-ção de projetos sociais. Mais informações podem ser obtidas na sede da entidade organizadora, situada na rua Júlio de Castilhos, 251, sala 22 – Edifício Re-gina Margherita, centro, pelo e-mail [email protected] ou através dos telefones (54) 3453

Brique da Praça terá 11 edições neste ano, na Centenário7193, (54) 9928 3380 ou (54) 8418 8140, das 13 às 16 horas.

ServiçoBrique da Praça 20161ª edição: 6 de fevereiro2ª edição: 5 de março3ª edição: 9 de abril4ª edição: 7 de maio5ª edição: 11 de junho6ª edição: 9 de julho7ª edição: 6 de agosto8ª edição: 10 de setembro9ª edição: 8 de outubro10ª edição: 12 de novembro11ª edição: 10 de dezembro

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Carnaval 74 de fevereiro de 2016 | Jornal Integração da Serra

Conhecido como uma das maio-res festas do Brasil, o Carnaval está se aproximando e com ele a necessi-dade de buscar penteados simples e funcionais para passar os cinco dias de folia. Como o feriado ocorre em uma época de altas temperaturas e grande possibilidade de chuvas, é im-portante pensar em arrumar os cabe-los para que se mantenham intactos por mais tempo.

Para ajudar na hora de planejar o penteado perfeito para os dias de festa, o cabeleireiro e embaixador do site iCabelos, Gil Prando, oferece cin-co dicas. Confira!

Trança lateralAlém de ser cheio de estilo e fácil de fazer, este pente-ado ainda ajuda a proteger os fios e a conter o volume

que pode surgir durante a folia.Com os fios secos, divida os cabe-

los em três partes iguais. Coloque-as do mesmo lado e alinhe as mechas. Em seguida, faça movimentos alter-nados, intercalando as partes e to-mando cuidado para que não sobrem pontas soltas. Finalize com fixador ou gel, aplicando o produto da raiz às pontas.

BandanaPara prender os cabelos com elegância e persona-lidade, vale a pena apostar

“O carnaval das outras cidades da região é diferente. Eles pulam em clubes e car-navais de rua. Diferente dos carnavais daqui. Nossa cidade não tem essa cultura de carnaval de rua. O que predomina são blocos fechados, penso que até por questão de segurança”. A definição do carnaval de Bento Gonçalves é do vendedor Márcio Sonza, co-fundador do União do Morro, bloco carnavalesco mais antigo do município. Ele salienta que a turma da avenida Oswaldo Aranha, que predomina no União do Morro, herdou os instrumentos do Broco da Broca, remanescente da antiga escola de samba A Voz Do Morro, fundada em nos anos 1970, no Clube Ipiranga.

Em fevereiro de 1988, começaram as apresentações da União do Morro pelos clu-bes de Bento Gonçalves e também nos carnavais de rua de outras cidades da região. Desde então, centenas de pessoas já vestiram a camiseta do bloco, e dezenas já toca-ram na Bateria. “Assim como em anos passados, a Bateria está passando por uma refor-mulação, novos integrantes estão fazendo parte dessa ala”, ressalta Sonza.

O bloco toca samba-enredo, marchinhas, axé e hits atuais. “Nós fechamos uma grande parceria com os blocos UTI e Kamikazes, que deu certo. Nesses nove anos, con-seguimos conviver bem. Nunca tivemos estresse com brigas e ocorrências com a polí-cia”, salienta ainda Sonza.

Arquivo Pessoal

Blocos predominam no carnaval de Bento

Festa migrou dos salões de clubes para as concentrações

Bloco União do Morro

Cinco dicas de penteados para o CarnavalOpções práticas para curtir a folia

em uma bandana ou mesmo uma tia-ra. Para deixar o look ainda mais har-monioso, é possível usar uma roupa com tendência vintage e incorporar o estilo pin-up.

Separe os cabelos em mechas e, com um elástico, prenda-as no alto da cabeça. Deixe algumas delas sol-tas, para criar um efeito despojado. Complete o visual com a bandana de sua escolha e garanta que ela este-ja bem fixa, de modo a não se soltar quando movimentos mais bruscos forem realizados.

Rabo de cavaloO clássico dos cabelos pre-sos não poderia ficar de fora. Além de ser prático e ajudar a minimizar o calor,

o penteado é fácil de ser arrumado ao longo do dia. Para criar um efeito mais chamativo, opte por um rabo de cavalo alto e com topete. Separe uma porção frontal do cabelo, de orelha a orelha, e deixe-a fora do rabo. Após prender o resto dos fios, deixe a fran-ja mais levantada, penteando-a em sentido contrário ao crescimento dos fios. Prenda a mecha com um grampo próximo ao elástico.

Coque torcidoNada melhor do que dei-xar os fios completamente presos e aproveitar o Car-

naval sem se preocupar com os cabe-los soltos. Para isso, o coque torcido é um clássico dos penteados que assu-me um ar descontraído quando feito da maneira correta.

Passe um pouco de gel ou fixa-dor nos fios, para dar mais firmeza ao penteado. Em seguida, divida todo o cabelo em duas partes, prendendo--as no alto da cabeça. Não deixe os cabelos esticados para uma aparên-cia mais solta. Torça o rabo direto (no sentido do centro da cabeça) e pren-da com um grampo. Faça o mesmo com o outro rabo. Junte as duas par-tes e fixe-as no alto, deixando ambos os lados simétricos. Se quiser, colo-que uma presilha ou fivela.

Cabelo meio presoQuem não quer deixar os cabelos completamente presos pode optar por um penteado mais solto. Ele-

gante, esse modelo combina com pessoas que irão para ambientes mais tranquilos ou quando os cabe-los não tendem a armar com a movi-mentação.

Separe toda a porção frontal dos cabelos e, com um pente, alinhe os fios. Leve-os delicadamente para trás, prendendo de maneira firme. Dei-xe os fios levantados, formando um topete discreto. Utilize uma presilha chamativa ou um acessório mais co-lorido, como flores ou grampos deco-rados.

Reprodução

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Geral8 Jornal Integração da Serra | 4 de fevereiro de 2016

Pe. Gilmar Paulo MarchesiniPároco - Cristo Rei, Bento Gonçalves

A campanha da fraternidade de 2016, realizada pela quarta vez de forma ecumênica, tem como lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). O tema é “Casa Comum: nos-sa responsabilidade”. A palavra “Casa” (do verbo oikeo - habitar) significa a “Casa” como “universo habitado”, a “sociedade humana”, “toda a terra”, enfim, a criação como lugar da solidariedade planetária em vista da vida como um todo.

O objetivo da Campanha da Fraternidade deste ano é despertar a comu-nidade cristã, nas suas diferentes Igrejas, para o valor e o cuidado da criação a partir do saneamento básico. O saneamento básico é um direito fundamen-tal de todas as pessoas. Para que este aconteça, é preciso impulsionar novas políticas públicas e a responsabilidade de todos no respeito integral da Casa Comum, casa do universo, ventre da vida. A terra é um sistema vivo, dom de Deus, sob o cuidado e a responsabilidade de todos. É próprio da fé, sair do co-modismo e da indiferença, assumindo os desafios de reconstruir o Jardim do Éden (Gn 2,6) com um mundo mais humano, justo e feliz.

Por que as Igrejas apresentam o tema do ‘saneamento básico’? Porque é um tema transversal que desafia a pensar de forma articulada a água potável, o controle dos reservatórios, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, a produ-ção industrial, a produção de alimentos, os aterros, a reciclagem, o controle de meios transmissores de doenças, a drenagem, a poluição, o solo urbano, os mananciais, as moradias, os bolsões de pobreza, a mortalidade infantil e as condições de vida no mundo urbano, ligadas à saúde e qualidade de vida. A “justiça ambiental” é parte integrante da “justiça social”. Portanto, o “sane-amento básico” é um “saneamento ecológico” compreendido no sentido inte-gral, isto é, ambiental, social, mental, cósmico e espiritual. Portanto, o sanea-mento básico é a “vida para todos” que Jesus anunciou para todos (Jo 10, 10).

A responsabilidade e a participação de todos, diante de todas essas ques-tões do saneamento básico, são uma forma concreta de viver a fé. A Bíblia é uma revelação progressiva em vista da justiça, da caridade, dos valores do Reino de Deus e do cuidado em vista do bem comum desejado por Deus. Esse modo de vivência da fé implica uma nova maneira de relação com as pessoas, com a natureza e com as condições necessárias para o bem viver, igual aos “rios de água viva” para todos. A justiça, na perspectiva da criação e do sane-amento básico, significa que todas as pessoas precisam ter acesso aos bens necessários para viver. Implica a atitude de vigiar, zelar e controlar para que as ações das autoridades competentes, dos conselhos paritários e das diversas associações públicas para que assumam com responsabilidade o bem-estar coletivo, de modos especial, as classes mais necessitadas. O cuidado da Casa Comum não depende somente do poder público. As Igrejas devem assumir o papel de educadoras e organizadoras das comunidades e da sociedade civil, cuidando do “próximo por inteiro” e não somente do “quintal”. Portanto, faz parte da vida dos discípulos o interesse em garantir os direitos humanos e a responsabilidade com os deveres, em vista de toda a humanidade. O discípu-lo missionário não é omisso e não se cala diante das situações que desafiam a preservação da vida e da solidariedade de todos que habitam a “Casa Co-mum” que Deus confiou gratuitamente.

O Papa Francisco, na Encíclica Sobre o Cuidado da Casa Comum (n. 231) afirma: “O amor cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo, é também ci-vil e político, manifestando-se em todas as ações que procuram construir um mundo melhor. (...) O amor social é a chave para o desenvolvimento autênti-co: Para tornar a sociedade mais humana, mais digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social – nos planos político, econômico, cultural – fazendo dele a norma constante e suprema do agir”.

Nesse tempo de Quaresma, em preparação à festa do Cristo Ressuscita-do, todos os que creem são convidados, assim como nos ensina os indígenas Kulina, a estar com o ‘coração grudado no outro’ e superar o ‘coração gruda-do em si mesmo’, nas coisas, no consumismo, no preconceito, na indiferença, na concorrência e no acúmulo, próprios da mentalidade atual. Para a Páscoa acontecer, é preciso iniciar o saneamento básico no coração e despertar para uma nova mentalidade em que todos se sentem responsáveis uns pelos outros e por toda a terra, a “Casa Comum”. É assumir com respeito, gratidão, benevo-lência, ética e esperança, a responsabilidade por um “novo céu e uma nova terra” (Apoc 21,1), cuidando da Casa Comum com a participação, ações práti-cas, a intersolidariedade humana, a cooperação em vista da Páscoa de Cristo, luz e vida para todos.

Por Lucas de Lucca Josué, filho da dona de casa Jaci-

ra e do motorista Gedeão Bernardino, nasceu no dia 14 de agosto de 2014 com uma síndrome rara chamada Cornélia de Lange, pesando um pou-co mais que um quilo e meio. Hoje, com um ano e quatro meses, pesa apenas 4,1 quilos. Uma criança dessa idade, saudável, pesa, em média, dez quilos. Ele é atendido por uma equi-pe multidisciplinar do SUS, formada por nutricionista, fisioterapeuta, neu-rologista, cardiologista, gastroente-rologista e geneticista. A família é acompanhada por psicólogos. Além desses atendimentos, Josué precisa ainda dos cuidados de ortopedista e otorrino. O pai de Josué trabalha fa-

Fotos: Arquivo Pessoal

Família de Josué, criança com síndrome rara, pede donativos

Conta para doaçõesem dinheiro:Agência:1615-2Conta: 0028410-6Banco BradescoGedeão Rocha Bernardino.Em Bento Gonçalves as doa-ções podem ser entregues a Ana Paula Pinheiro, pelo te-lefone 54-81410314.

História de vida de JosuéCom 24 horas de vida Josué teve uma parada respiratória, chamada de

apneia persistente, que durou cerca de 10 minutos. Ele foi entubado por oito dias e ficou mais 19 dias na UTI. Com três meses, teve uma pneumo-nia aspirativa e quase veio a falecer, mas, segundo a madrinha “Deus mais uma vez segurou a mão dele”. O bebê ficou mais 18 dias no hospital, entre eles cinco na UTI pediátrica. Desde o último dia 29 de dezembro ele está sendo alimentado através de sonda. A madrinha de Josué disponibilizou uma lista das principais necessidades:

l Leite Nestogeno 1l Material de higiene e limpezal Fraldas Pl Brinquedos que estimulem o aprendizadol Roupas Rn e Pl Material de sonda e água mineral (usada para lavar a sonda a cada duas horas).

zendo entregas em Bento, Garibaldi e Farroupilha.

“O Josué não fala e não anda, mas mostra que é feliz. Sorri bastante e é muito amado pelos pais e irmãos. Apesar do susto de ter nascido espe-cial foi muito bem aceito pela família”, conta a madrinha dele, professora Ana Paula Pinheiro.

Josué tem má formação nas ex-tremidades (mãos), no coração, defici-ência de crescimento, características faciais peculiares (como cílios longos e curvos e sobrancelhas espessas que se fundem na região média), má for-mação na traqueia, convulsões e difi-culdade de sucção e deglutição. Por conta do baixo peso para idade pre-cisa se alimentar a cada duas horas, inclusive de madrugada.

Campanha da Fraternidade 2016Casa Comum, nossa responsabilidade

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4 de fevereiro de 2016 | Jornal Integração da Serra

JaneteNodari

[email protected]

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Social

Eliana Passarin, Alexandre Pilotti, Kátia Bortolini, Sandro Vaccaro, o autor Ernani Cousandier, Tati Cousandier e Maria Dalcin, na sessão de autógrafos do livro “Menegatto - A Pedra da Lua”

Aniversário da Vinícola AuroraTrabalho sério, união e paixão pelo que faz. O brinde de comemoração

dos 85 anos da Vinícola Aurora será no próximo dia 26 de fevereiro, com missa, às 18h, pronunciamentos, às 19h, jantar, às 20h30 e show com o grupo Ragazzi dei Monti às 22h30, no Parque da Fenavinho. Tim-Tim!

Bruna Barbieri comemorou formatura em Administração pela UCS, recebendo convidados no

Ristorante Del Filippi, no último dia 29 de janeiro. Parabéns!

André Pellizzari Fotografia André Pellizzari Fotografia

André Pellizzari Fotografia

Jeferson Soldi

Ailor Brandelli e Thaís Brun felizes na espera de GabrielO casal Jonathan de Toni e Janaína Barbieri

durante ensaio pré-casamentoRodrigo Colognese e Cíntia Scapini escolheram a

Vinícola Marco Luigi para seu dia especial

Vinícius Lovera

Projeto Somos MóveisO próximo movimento do “Somos Móveis” será no dia 6 de fevereiro,

na Praça Centenário, das 9 às 12h. O projeto foi criado em comemora-ção as 20 edições da Movelsul e estará movimentando as praças de Bento Gonçalves até março em ritmo de festa.

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Saúde10 Jornal Integração da Serra | 4 de fevereiro de 2016

Por Filomena Benfatti

A visita ao supermercado tem se tornado cada vez mais difícil, não só pela alta dos preços, mas também pela imensa variedade de produtos oferecidos que, ao invés de facilitar, acaba dificultando a nossa vida. Nas gôndolas não faltam opções. Todos os dias temos novidades e denomi-nações diferentes, dentre elas uma classificação, apesar de antiga, ainda causa bastante dúvida aos consumi-dores. Afinal, quais são as diferenças entre os produtos diet, light ou zero?

Para que você desvende de uma vez por todas esse mistério e descu-bra qual tipo é o mais adequado para seu estilo de vida, confira as princi-pais características de cada um deles:

Diet - apresenta modificações especiais para se adequar a diferentes dietas ou necessidades metabólicas, como diabetes, hipertensão, etc. São os produtos que se destinam a pes-soas com algum tipo de doença que as obrigam a controlar ou mesmo su-primir a ingestão de algum nutriente normalmente presente na dieta. Tem que estar declarado e ser facilmente legível a que tipo de dieta o alimento se refere e qual a quantidade desse elemento em sua composição. Pode ser Diet em açúcares, sódio, gordura, etc. Um produto diet em açúcares, pode não ser o mais indicado para perda de peso, uma vez que pode ser mais calórico que os produtos con-vencionais. É importante neste caso ver quantas calorias a porção daque-le alimento vai proporcionar e com-pará-la com o alimento convencional

Diet, light ou zero: qual o produto ideal para você?

Light - neste caso, o alimento possui uma redução mínima de 25% das calorias ou de algum nutriente em relação ao original, como gordu-ra, açúcares ou sódio. Seu consumo é indicado para pessoas que precisam reduzir o teor destes elementos na alimentação. Para quem tem como foco o emagrecimento, é importante se atentar aos rótulos, pois a redução calórica pode ser muito pequena em alguns alimentos. Um bom exemplo são alguns pães light que, apesar de apresentarem um teor reduzido de gorduras, são quase tão calóricos quanto os tradicionais.

Zero - indica o alimento com restrição ou isenção de algum nu-triente em comparação com a versão tradicional. Para existir a alegação de, por exemplo, “Zero Açúcar” o produ-to pode apresentar no máximo 0,5 gramas de açúcar em 100 gramas do alimento pronto para o consumo. Os produtos sem adição de açúcar (saca-rose) podem conter açúcares normal-mente presentes nos outros ingre-dientes como a lactose (presente no leite), a frutose presente em frutas e outros mono e dissacarídeos presen-tes naturalmente nos ingredientes utilizados na fabricação do produto.

Para cada nutriente que se declara ZERO existe o limite máximo legal definido pela ANVISA/Ministério da Saúde.

Para os portadores de deficiên-cias metabólicas (diabetes, hiper-tensos, intolerantes a determinado nutriente) é fundamental o acompa-nhamento de um médico ou nutricio-nista.

Mais importante do que conhe-cer as principais diferenças entre os produtos é saber consumi-los, fa-zendo com que atendam às nossas necessidades. Na ditadura do glúten free, observe se essa restrição é real-mente útil para seu organismo. Faça o mesmo com os produtos diet, light e zero. Se você não é diabético ou não precisa diminuir o teor de algum nu-triente específico, opte por alimentos tradicionais. Agora, se o objetivo for priorizar uma alimentação mais sau-dável, uma excelente opção podem ser os produtos menos calóricos, que possuem todos os nutrientes da ver-são original, porém em proporções mais equilibradas.

Lembre-se que é possível ter qualidade de vida sem abrir mão do sabor e das delícias disponíveis por aí. Para isso, basta que suas escolhas sejam conscientes. Assim não have-rá culpa capaz de tirar a alegria pro-porcionada por uma boa e saborosa refeição. Afinal, saudável e gostoso, é cada vez mais acessível, mas precisa-mos saber escolher.

Filomena Benfatti é formada em Engenharia de Alimentos e vice

presidente de inovação da Blend Coberturas

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Agricultura4 de fevereiro de 2016 | Jornal Integração da Serra 11

produção de morango em substrato com cultivo protegido está ganhando espaço entre os produtores, principalmente por pro-blemas relacionados ao sistema radicular, como doenças, salini-dade e desequilíbrio nutricional, além de facilitar o trabalho e

aumentar o rendimento da mão de obra do produtor.O cultivo é realizado no mesmo local, não havendo necessidade de

realizar rotação de culturas, favorecendo o produtor que tem pequenas áreas para o cultivo.

O produtor tem maior controle dos fatores de produção, com procedi-mentos uniformes e automação de diversas atividades.

Quanto à estrutura, temos diferentes tipos de estufas, sendo o subs-trato o meio de desenvolvimento do sistema radicular e onde podemos manejar a nutrição de maneira completa.

O cultivo protegido (estufas) proporciona proteção para a cultura, com efeito guarda-chuva, evitando o molhamento da mesma, condicio-nando um microclima favorável, quanto a temperatura, umidade e lumi-nosidade e relação custo/benefício favorável ao produtor.

O substrato tem como funções ser o meio de ancoragem e sustenta-ção da planta, reter a água de modo que esteja disponível para a planta, servir de reservatório para os nutrientes e proporcionar uma adequada troca de gases. Um bom substrato tem que ter baixa densidade, estabili-dade, baixo teor de sais, livre de doenças, pragas e sementes, boa relação custo/benefício e ter disponibilidade no mercado.

Temos como materiais mais utilizados para confecção do substrato, casca de arroz carbonizada, húmus, casca de pinus, turfa, fibra de coco, cinzas e outras misturas.

Um fator importante é o manejo da irrigação. Devemos ter muito cui-dado, pois podemos causar stress na planta por falta de água ou por ex-cesso de água e falta de ar.

Podemos usar sensores de temperatura e umidade relativa do ar, além do tensiômetro, para realizar a irrigação de forma adequada.

Em relação à nutrição da planta, na hora da adubação devemos nos preocupar em fornecer a planta uma nutrição completa, utilizando solu-ções nutritivas de alta solubilidade, alta frequência de fornecimento na fertirrigação, considerando a interferência do substrato quanto ao pH, sa-linidade, teor de nutrientes, dentre outros. Podemos utilizar adubações foliares de forma complementar.

Na adubação devemos monitorar a condutividade elétrica, padroni-zar a medição da mesma, a interferência da temperatura, monitoramento do pH, análise foliar e a influência da condutividade elétrica na qualidade dos frutos.

Quanto ao manejo da cultura, é assunto para outra matéria.

Produção de morango em substrato

PauloCapoani

ERNM-ITécnico EMATER/RS - ASCAR

Monte Belo do Sul

Luciano Ilha

Grandes nomes da pesquisa so-bre os benefícios da uva e seus deri-vados estarão em Bento Gonçalves, em 2016, no 3º Simpósio Internacio-nal Vinho e Saúde, que ocorrerá de 2 a 4 de junho, no Dall’Onder Grande Hotel. Durante os três dias, especia-listas do Brasil e do Exterior debate-rão os resultados de estudos sobre a fruta e seus derivados, que têm ocupado cada vez mais espaço na mesa dos consumidores. Na noite de abertura, os inscritos assistirão a duas conferências. A do médico cardiolo-gista e professor hemérito da Univer-sidade de São Paulo (USP), Protásio Lemos da Luz, do Instituto do Cora-ção da Universidade de São Paulo (InCor-USP) sobre o tema “A História do Vinho e Saúde”. E a de Rosa María Lamuela Raventós, da Universitat de Barcelona, um dos principais nomes mundiais do tema, que abordará os estudos do Predimed Trial, a respeito dos benefícios da dieta mediterrânea para a saúde. No último dia, um dos principais nomes na área de doenças neurodegenerativas e proteção, Jere-my Spencer, da University of Reading, do Reino Unido, tratará do tema Deri-vados da Uva e Neuroproteção.

“O grande número de pesqui-sas retrata que temos cada vez mais profissionais desenvolvendo traba-lhos sobre os benefícios da uva e do vinho. Isso também é fruto de uma população que está cada vez mais interessada, em busca por novas in-formações”, avalia a biomédica e pes-quisadora Caroline Dani, presidente do evento. Ela constata que os con-sumidores estão cada vez mais cons-cientes e interessados em conhecer melhor os produtos. “E um dos prin-

Simpósio Uva e Vinho reunirá pesquisadores internacionais

cipais motivadores para o consumo destes produtos é o benefício a saú-de”, completa.

Também serão discutidos os be-nefícios obtidos a partir do consumo de outros derivados da uva, como óleos, extratos e farinhas de semen-tes e cascas da fruta, por exemplo. “Escolhemos profissionais de diversas Instituições de Ensino para propor-cionar um intercâmbio de ideias. O objetivo é promovermos ainda mais interesses na área”, adianta Caroline.

O evento tem como público alvo profissionais da área da saúde e edu-cação com afinidade ao tema, profis-sionais ligados à viticultura, lideran-ças do setor produtivo e formadores de opinião, produtores rurais, forne-cedores da cadeia produtiva e im-prensa. O 3º Simpósio Internacional Uva e Vinho é uma realização do Ins-tituto Brasileiro do Vinho com apoio da Associação Brasileira de Enologia (ABE) e da Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa) e or-ganização da MCI Brasil.

Pesquisas inéditas serão premiadas

A programação do III Simpósio Internacional Vinho e Saúde contará ainda com um espaço para pesquisas inéditas, cuja apresentação poderá ser feita de forma oral ou por meio de pôster. As selecionadas serão pu-blicadas em revista científica e as melhores em duas áreas distintas (vi-nho e suco de uva) serão premiadas. O regulamento completo está no si-tewww.abev.com.br/ibravin2016.

Inscrições:www.abev.com.br/ibravin2016

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Rodovia12 Jornal Integração da Serra | 4 de fevereiro de 2016

Por Lucas de Lucca

As obras de pavimentação do tre-cho da BR-470, antiga RSC-470, entre Tuiuty, distrito de Bento Gonçalves até Carlos Barbosa, iniciadas no últi-mo dia 11 de janeiro, com previsão de término para o próximo mês de abril, mudaram a rotina dos motoris-tas usuários da via, pelo tempo de es-pera. A maioria entende, mas alguns reclamam. Um dos bandeirinhas que trabalha na pavimentação da BR470 e prefere manter-se anônimo diz que os motoristas nem sempre são com-placentes com a situação das obras. “Já quase esqueci meu nome de tantos palavrões que já ouvi. Recen-temente, uma mulher furou o blo-queio e tentou cruzar a via. Atrás dela vieram outros veículos. Eu a impedi de continuar. Um senhor que vinha atrás dirigindo uma Saveiro desceu do veículo, ameaçando me agredir se não liberasse o caminho”, conta ele. “Eles parecem não entender a si-tuação. Um caminhão tentou até me atropelar outo dia”, desabafa. O ban-deirinha disse que a Polícia Rodoviá-ria Federal ofereceu inclusive auxílio para caso aconteçam novas ocorrên-cias do gênero.

“Liberar a gente para pegar outra via”O técnico de tacógrafo Felipe

Scussel, 22 anos, que trabalha em Bento e mora em Garibaldi afirmou que é desconfortável esperar, “mas pelo bem da rodovia, a gente espera”. O aposentado Marco Antonio Dehll, de 54 anos, mora em Porto Alegre e estava na BR pela primeira vez. “Espe-rar é estressante, mas por um motivo nobre, aceito. Os processos de pavi-mentação são rápidos, mas causam transtornos”, observou ele. O autôno-mo Celso Segueto de 41 anos, mora-dor de Bento Gonçalves, demonstrou insatisfação com o tempo de espera.

Obras na BR 470 até Carlos Barbosa estãoprevistas para terminar em abril deste ano

Motoristas dizem não se importar em esperar, mas xingam e ameaçam bandeirinha

“Estamos atrasados e essa pausa in-comoda. Queremos uma estrada me-lhor, mas podiam liberar a gente pra pegar outra via”, ponderou.

“O sonho está virando realidade”O deputado estadual Ronaldo

Santini (PTB) um dos maiores entu-siastas e apoiadores do movimento pró-federalização da 470, salienta que o “sonho está virando realidade após quatro anos de luta, em parceria com a CICS Serra e AMESNE”. Acres-centa que a BR 470 irá gerar grande retorno financeiro, justificando os investimentos que serão destinados para a sua recuperação e adequação. O presidente da AMESNE, prefeito de Carlos Barbosa, Fernando Xavier da Silva, diz estar orgulhoso pela obra. Acrescenta que não se importa em parar o veículo para esperar a via ser liberada. “Paro o carro, ligo o rádio e espero. É bom saber que lá na frente está acontecendo uma obra pela qual

Fotos: Lucas de Lucca

Celso Segueto Felipe Scussel Marco Antonio Dehll

Presidente da CICS Serra, Edson Vinicius Morello, prefeitos Carlos Alberto Spanhol e Fernando Xavier e o deputado estadual Ronaldo Santini

batalhamos tanto”, acrescenta. O pre-sidente da CICS Serra, Edson Vinicius Morello, também comemora a obra

lembrando que a região está perden-do investimentos em decorrência da má conservação da então RSC 470.

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Caderno de Cultura e Arte Jornal Integração da SerraNº 30 | Janeiro-Fevereiro 2016

Página 5

Mosaico

Ilustração: Ernani Cousandier

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2 | Mosaico | 4 de fevereiro de 2016

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

O Açúcar

doçura fascina. O mundo é aficcionado pelo doce. Mas, nem sempre foi assim. O açúcar, antiquíssimo, demorou a deslanchar. Somen-

te a partir do século XVI é que ele ganhou cadeira cativa em nossas mesas. Antes disso havia o mel e as frutas, por certo. Mas nada, até então, havia detido o poder daquele pozinho adocicado que surgia. O açúcar co-meçava a conquistar o planeta. E o paladar da huma-nidade.

Conta a história que foram os indianos os pioneiros a produzir a especiaria. Isso lá pelo ano 350 da nos-sa era. Da Índia, o açúcar foi levado ao mundo pelos mercadores. No começo, raro e precioso, era usado apenas como medicamento. Dizem que era indicado até para dor de dente. Açúcar para dor de dente! Não dá para acreditar! Com certeza não havia dentistas na-quela época.

O açúcar era coisa de rico. Vendido nos boticários, estava ao alcance de poucos. Era caro e raro. Um luxo. Quantidades de açúcar eram registradas em testamen-to por reis e nobres. Sim, isso mesmo, um saco de açúcar era passado de pai para filho. Não por acaso ganhou o apelido de “ouro branco”. Fosse hoje, seria transportado em carro-forte.

A história não seria a mesma sem o açúcar. Ele foi um dos alicerces do Novo Mundo. Foi também um gran-de protagonista da história brasileira. Em 1550, pouco mais de cinquenta anos após sua descoberta, a Améri-ca já contava com três mil usinas açucareiras. Ingleses e portugueses cobriram suas colônias com plantações de cana. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o açúcar contagiava o paladar europeu. Geleias, doces, chocolate, cafés e chás adoçados como nunca. A Eu-

A ropa se esbaldava e consumia açúcar aos borbotões. Reis e nobres se entupiam com guloseimas adoçadas em seus banquetes.

Os séculos avançaram e o açúcar deixou de ser privilégio dos ricos. Tornou-se barato e abundante. E começou a ser consumido sem medo. Com o exces-so, passou de mocinho a bandido, tornando-se um dos vilões da má alimentação. E foi perdendo espaço para seu primo sem graça, o adoçante artificial. O açúcar, coitado, experimentou a amargura.

Claro, nenhuma dúvida de que açúcar em dema-sia faz mal. Mas, se ganhou a saúde, perdeu a poética dos gostos. Doce lembra aniversário, alegria, crianças com a boca lambuzada de felicidade. Como bem disse a poetisa Cora Coralina, aliás, que além de escritora foi grande doceira. “Recria tua vida, sempre, sempre. Re-move pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Fazer (e comer) doces, portanto, adocica a própria vida. Que sempre tem seu quinhão de amargor. Sabia das coisas a Cora Coralina.

* * * No Cotidiano dos Dias

A mãe finalmente consentira e o sorveteiro prepa-rava a casquinha. Creme e chocolate. A pequenina fi-tava. Olhinhos que brilhavam. Naquele instante em que a vida é só encantamento. A doçura simples do ago-ra. Sem culpa. Sem dor. Sem dúvidas e vãs filosofias. O presente sorvido como somente as crianças sabem fazê-lo. A eternidade em uma bola de sorvete.

Paguei meu café e fui embora. Cantarolando felici-dade.

“Menegatto não vale nada, já vou avi-sando. Mas, de perto, nenhuma reputa-ção para em pé”. As afirmações, do arti-culista do Jornal Integração, cartunista Ernani Cousandier, são referentes ao livro de história em quadrinhos “Menegatto, a Pedra da Lua”, de sua autoria, lançado no último dia 23 de janeiro.

Cousandier já havia apresentado o personagem Menegatto em seu primeiro livro, “Nenhum dia sem um traço”, lan-çado em 2014. Agora, em álbum solo, o vigarista que “trabalha duro para se dar bem”, foi contratado por colecionadores internacionais para furtar um dos frag-mentos da Lua existentes na Terra, da-dos em 1973 pelo então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, dos Es-tados Unidos, a chefes de Estados. Um dos fragmentos foi recebido pelo então presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici. Ele presenteou um amigo que por

Ernani Cousandier lançasegundo livro de quadrinhos

Menegatto, personagem principal da obra, é um anti-herói

Reprodução

sua vez entregou o fragmento ao Museu de Bagé, terra natal de Médici. Na época, o valor da peça era simbólico, já que se projetava excursões turísticas à Lua num futuro próximo. A Corrida Espacial travou com a Guerra Fria e a pedra (avaliada em cerca de US$ 5 milhões no mercado negro de colecionadores e aficionados) não des-pertava interesse, permanecendo obscura durante três décadas.

“A aventura decorre com Menegatto tentando substituir a pedra verdadeira por um simulacro, para vendê-la a coleciona-dores de relíquias em de uma certa ilha do Caribe, “ resume Cousandier. A obra, de 118 páginas, foi financiada pelo Fundo de Cultura de Bento Gonçalves, com o apoio do Conselho Municipal de Política Cultural.

Onde encontrar? Venda por vias eletrônicas direto com o autorValor: R$ 35,00

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Programe-se Mosaico | 4 de fevereiro de 2016 | 3

A redação leu

A NOITE DO MEU BEM: A História e as Histórias do Samba-Canção

Autor: Ruy CastroPáginas: 510Editora: Companhia das LetrasAno: 2015

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Dicas deFilmes

Por Bruno Nascimento

Cães de AluguelDireção: Quentin TarantinoRoteiro: Quentin TarantinoElenco: Harvey Keitel, Tim Roth, Michael Madsen, Steve Buscemi...

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Em 1946 o jogo era proibido no Brasil. Foi o fim da roleta e do pano verde. A medida do presidente Eurico Gaspar Dutra gerou instantaneamente uma legião de desempregados – mú-sicos, cantores, dançarinas, garçons – que até então trabalha-vam nos cassinos. Além desses, um grande contingente de boêmios carentes tomou conta do Rio daquele tempo. Não de-morou, e os profissionais da noite logo encontraram um novo habitat: as boates de Copacabana.

Nelas, surge uma nova música, um samba sussurrado e intimista, próprio para o romance noturno. Esse contexto é o tema do novo livro de Ruy Castro, que em sua mais recente biografia retrata um período pródigo em histórias de famosos, políticos e anônimos da boemia carioca.

As boates do Rio dos anos 40 e 50 eram o centro da vida social. Não havia lugar mais propício para saber da queda de um ministro, de um choque econômico ou de um escândalo financeiro, do que nas principais casas noturnas da orla cario-ca. Era como se um poder paralelo vivesse ali. Bem ao lado do poder oficial, que até então não tinha sido transferido para a nova capital, Brasília.

A prosa de Ruy continua intacta, destilando o bom humor sutil e por vezes até irônico que lhe é marca registrada. Um livro para ser lido e ouvido. Uma rica e divertida aula de história do Brasil.

Em Cães de Aluguel (Reservoir Dogs), um grupo de bandidos que não se conhecem precisam lidar com um assalto a banco mal sucedido. O time de criminosos é selecionado a dedo por um chefão do crime. A missão parecia simples para os profissionais: roubar diamantes dentro de um banco. Graças a uma suspeita de que um deles pode ser um policial infiltrado, uma tensão surge entre os criminosos, enquanto eles precisam entender como o assalto deu errado.

O primeiro longa-metragem de Quentin Tarantino já define o que seria a sua direção pelas suas próximas obras: narrativa não linear, trama violenta e muitas re-ferências/homenagens cinematográficas. A história se desenvolve mostrando os personagens lidando com o problema e em outros momentos volta no passado, para contar como eles se envolveram com o esquema. A violência em seus filmes pode ser considerada por alguns como exagerada e até mesmo desnecessária, porém, ela sempre teve contexto em suas histórias. Seja como em Cães de Aluguel, contando uma história sobre bandidos ou em Django (2012), usando a violên-cia caricata para criar metalinguagens sobre problemas raciais.

Cães de Aluguel é uma obra de um excelente ro-teirista e diretor iniciante que, hoje em dia, conseguiu evoluir suas habilidades artísticas a um nível muito su-perior. Recomendado para qualquer pessoa que adore uma trama densa e bem resolvida, cenas de violência memoráveis e diálogos despretensiosos – que não ne-cessariamente evoluem a história, mas são muito bem sucedidos ao apresentar os personagens.

Vindima 1O quê - 2ª Festa da CuccagnaQuando - 6 de fevereiro, 19hOnde - Capela Nossa Senhora da GlóriaVale dos VinhedosRealização: Circolo Trentino di Bento Gonçalves e Trentino PromozioniInformações: (54) 9142 7711

Vindima 2O quê - A Maior Pisa de Uvas do BrasilQuando - 7 de fevereiroOnde - Vale dos Vinhedos

Carnaval 2016O quê - Carnaval dos Blocos Kamikaze, União do Morro e UTIQuando - 5 a 9 de fevereiroOnde - Ferrovia Live

Clube BotafogoO quê - Jantar de Casais Quando - 6 de fevereiro, 20h30

O quê - Carnaval InfantilQuando - 7 e 9 de fevereiro, 15h30

O quê - Baile de CarnavalQuando - dia 9, 23h

Clube SusfaO quê - Carnaval InfantilQuando - 7 e 9 de fevereiro, 15hIngresso liberado para crianças até 10 anos

MaratonaO quê - Maratona do VinhoQuando - 14 de fevereiro, 7h Onde - Morro da Cruz, Comunidade Ceará, Vale dos VinhedosRealização: Associação Cultural e Educacional de Atletismo e Lavandoski PromoçõesInformações: (54) [email protected]ções: www.maratonadovinho.com.br

Festa da UvaO quê - Abertura da 31ª Festa Nacional da UvaQuando - 18 de fevereiro, 16hOnde - Parque de Eventos em Caxias do Sul

CampeonatoO quê - 1º Campeonato Pauper de Magic: The GatheringQuando - 20 de fevereiro, 13hOnde - Shopping Bento

JantarO quê - Jantar sob as estrelasQuando - 4 de março, 19h Local: Empreendimentos da Rua Henry Hugo DreherRealização: SEGH Contato: (54) 3453 [email protected]

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4 | Mosaico | 4 de fevereiro de 2016

Angela Refatti

Por Janete Nodari “Serra Geral, e agora a história

se encarrega de contar: vencendo barreiras contra o tempo e o precon-ceito. E o tempo apagou o precon-ceito”, é o título do Ebook, com 100 páginas, lançado no último dia 2 de fevereiro por Ângela Refatti, com a descrição da história de sua família paterna, que imigrou em 1875 da província do Trento, norte da Itália, para o Brasil, fixando residência na então colônia Dona Isabel, hoje mu-nicípio de Bento Gonçalves.

A pesquisa de Ângela iniciou em 1997, quando garimpou infor-mações na Itália, em Firenze, Tu-rim, Veneza e Roma. No Brasil, a partir de 2011, nos municípios de Imigrante, de Coronel Pilar, nos Ar-quivos Históricos de Porto Alegre e Montenegro, no Museu do Imigran-

Ebook resgata a história da família de

Rebecca Bortolomeddi Refatti

O Ebook pode ser acessado no Facebook de Angela Refatti, que terá um grupo aberto chamado “A história de imigrantes que nas-ceram em Santa Orsola, Trento e de seus antepassados de Viara-go”. https://www.facebook.com/angela.refatti.7

Na foto histórica do ano de 1932, em pé, Elígio Dalla Coletta, Dosolina Reffati Dalla Coletta, Antônio Dalla Coletta, os irmãos Possamai. Sentados, Egídio Dalla Coletta, o padre Foscallo e o casal Lodovino Refatti e Maria Bonatto, comemorando os 40 anos de casamento

te, na paróquia Santo Antônio e no Hospital Tacchini, de Bento Gonçal-ves. Além disso, ressalta que tam-bém pesquisou em jornais, revistas e no livro Storia De Um Paese, “com a ajuda do primo Angelim Refatti”.

De acordo com Ângela, o res-gate homenageia as mulheres imi-grantes, em especial a sua tataravó Rebecca Bortolomeddi Refatti, que ficou viúva três anos após aportar no Brasil com o marido Felice e os filhos Giuseppe, 24 anos (já casado com Madalena e a neta de 1 ano, Cattarina), Enrico, 23, Luigi, 19, An-gela, 18, Oliva, 16, Ludovina, 14, Cirillo, 12, Lodovico Andrea, 10 e Amabile, 8 anos.

“Ela, com seus nove filhos, con-seguiu, às custas de muito trabalho, pagar ao Governo Federal o lote de número 26, da Serra Geral” enfatiza. “Ao encontrar uma caixa com fotos

e documentos da família Refatti, no Museu do Imigrante, chorei muito. Estou feliz por ter resgatado a his-tória, desde o surgimento da famí-lia, no norte da Itália,” acrescenta Angela. No livro, ela relembra fatos de sua infância e destaca as cons-truções ferroviárias do 1º Batalhão, as primeiras edições da Fenavinho, a unificação da Itália, o surgimento dos sobrenomes e derivados, fotos de documentos, mapas, monumen-tos, capitéis e de integrantes da fa-mília. A revisão do Ebook é de Maria Lourdes Marodin.

A parte gráfica, a edição e a capa foram organizadas pela Su-pervisora do Curso Técnico de In-formática do IFRS – Pronatec, Es-pecialista em Educação à Distância e Mestre em Ensino de Ciências Exatas, professora Maria Helena Schneid Vasconcelos.

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Por Lucas de Lucca

Na rua Félix da Cunha, próximo à praça Centenário, cen-tro de Bento Gonçalves, um poço, no porão de um prédio, causa calafrios a transeuntes mais sensitivos. Conforme relatos de moradores mais antigos, esse poço, até a dé-cada de 60, era utilizado para desova de abortos, bebês rejeitados e também, de crianças sacrificadas em rituais de magia negra. Na época, o poço ficava a mercê por estar situado no limite de uma área de terra de aproximadamente mil e quatrocentos metros quadrados, sem cerca. O imóvel mudou de dono na década de 70. Na década de 80, parte

Poço de rituais marcao passado de Bento

LendaS

História recenteAinda conforme Portes, no inverno de 2008, por volta das 21 horas,

uma moça e um rapaz que passavam em frente ao local, foram surpreen-didos pela aparição da mãe da jovem, já falecida, chamando pela filha. A moça teria corrido em direção à janela do estabelecimento que mis-teriosamente estaria aberta. Quando ela se debruçou sobre a estrutura teria sido puxada para dentro do prédio, com violência, por uma mulher de cabelos brancos e olhos vermelhos. Depois de muito gritar conseguiu alcançar a janela novamente, conseguindo sair com a ajuda do rapaz. Segundo uma integrante da coordenação da igreja sediada no local, o poço está lacrado com uma chapa de metal, soldada, com diversas ca-madas de madeira em cima.

do terreno foi vendido ao Governo do Estado, que demoliu a casa para construir um prédio que sediou agências bancárias. No terre-no restante, foi construído um ponto comercial que sedia dois esta-belecimentos e, no porão, uma igreja evangélica. Esse poço estaria lacrado e escondido sob o assoalho da igreja.

Na década de 90, outra igreja evangélica dividia o espaço com o poço, separado apenas por uma porta e uma pedra. O professor de inglês Alexandre Portes conta que o ritual de purificação feito

Urbanas

normalmente pela religião a cada ano, neste local, era realizado men-salmente em função das manifesta-ções metafísicas que ali ocorriam. “Os frequentadores ouviam vozes, passos e choros de bebês. As por-tas se abriam e batiam sozinhas e sempre havia uma sensação de al-guém atrás de ti. Uma criança dizia ver um garotinho no poço”, acres-centa.

Segundo Portes, o pastor ficou sozinho uma noite para organizar papéis, ouviu o choro de um bebê, desceu até o porão e se deparou com o poço descoberto. “O choro vinha de lá. Ele se aproximou para olhar dentro do poço e teve as cos-tas arranhadas. O poço foi fechado com tijolos, o pastor exorcizou o lo-cal, mas logo a igreja trocou de en-dereço”, acrescenta o professor. A atual igreja evangélica está lá desde 2001.

A existência do poço é confir-mada pelo aposentado Petrônio Ponticelli e pelo médico Antônio Carlos Koff.

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6 | Mosaico | 4 de fevereiro de 2016

Comunidade resgata a tradição do

de Ano NovoBom Princípio

Na localidade de Nossa Senhora Consoladora, Sananduva, a família Maito acordou cedo no primeiro dia do ano. O resgate da tradição emocionou adultos e crianças, que ganharam doces

Por Janete Nodari

A tradição de crianças, no pri-meiro dia do ano, irem de porta em porta, acordando os vizinhos com um sonoro “Bom Princípio de Ano Novo”, há quatro anos foi retoma-da na localidade de Nossa Senhora Consoladora, a seis quilômetros do centro do município de Sananduva, pelo comerciante Adilson Agosti-nho Maito, 46 anos, morador do distrito de São Valentin, e por seu irmão, o agricultor Valdelírio, 53

anos, que reside no local. De acor-do com ele, mais de 20 crianças, entre elas as sobrinhas Angela, Manuela e Júlia e os filhos Fabrizio, Vicenzo e Lorenzo acordaram bem cedo no primeiro dia do ano para desejar Bom Princípio do Ano Novo aos moradores da comunidade. “A alegria foi muita. Ao final, com as sacolas bem cheias de doces, ba-las, pirulitos, bombons e moedas, eles se reuniram para contabilizar

Para os mais jovens a história pode parecer estranha, mas para quem vivenciou os anos 1950, 60 e 70, o Bom Princípio de Ano Novo é, com cer-teza, fonte de recordações agradáveis. O escritor Remy Valduga, 75 anos, morador da Linha Ceará da Graciema, Vale dos Vinhedos, relata que até os 15 anos, no primeiro dia de janeiro, passava de porta em porta, nos vizinhos e parentes, ganhando moedas. “Hoje, o costume de se desejar Bom Prin-cípio ocorre somente nas celebrações religiosas. Antigamente, a gente rezava para chegar logo o amanhecer do dia primeiro,” lembra o escritor.

A dona-de-casa, Nilce De Gasperi Gatto, 84 anos, recorda a infância na colônia, em Santo An-tão, agora, um dos bairros de Bento Gonçalves. As recordações estão bem nítidas na memória.

os ganhos e fazer algumas trocas”. Maito salienta que a tradição prevê prosperidade aos participantes. Ele acrescenta que os adultos estão gostando de participar.

Adilson e a esposa Luciane, com a filha Isis, apoiaram Fabrizio, Vicenzo e Lorenzo

Janete Nodari

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Nilce De Gasperi Gatto recorda a infância na colônia em Santo Antão

Boas recordaçõesEla lembra até das famílias residentes naquela localidade onde, com os irmãos e os amigos da vizinhança, passavam para desejar um Bom Prin-cípio. “Saíamos bem cedo, íamos a várias famílias entre elas, os Ambrosi, Carraro, Massutti, Donat-ti, Sandrin, Giacomello, Tomasini e Stefenon. Na época, as moradias ficavam distantes uma das outras. Lembro que, a gente ganhava biscoitos e bolo. Quem tinha mais recursos, dava dinhei-ro. Nós ficávamos mais faceiros com as moedas. Levávamos dois saquinhos, um para os doces e outro para as moedas.

Dona Nilce lembra também que, por volta dos anos 1980, já residindo no bairro São Bento, algu-mas crianças carentes passavam desejando Bom Princípio. “Hoje em dia, nem elas vêm mais.”

Maristela Faccio

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Por Elton Marcelo Aristides De madeira, pedras ou alvena-

ria, os capitéis estão presentes em todas as regiões da Diocese de Caxias do Sul. Não importa qual foi o material utilizado para construí--los. Em comum, sua base é a fé de um povo. Mais do que um local de oração e devoção, os capitéis registram histórias de famílias e comunidades. Os primeiros foram construídos há mais de cem anos, erguidos em paralelo a casas dos imigrantes. Esses oratórios regis-tram histórias de graças alcança-das, na maioria delas, curas de enfermidades. O agricultor Leocir Osmarini, morador da comunidade de São Pedro, no interior de Bento Gonçalves, salienta que sua bisa-vó construiu o capitel, localizado em frente à casa dele, em honra a Nossa Senhora das Graças. “Ele já tem mais de 100 anos. Nossa famí-lia zela pelo capitel. Os turistas que visitam a região param para rezar e fazer fotos. Todos os anos, na Sexta-feira Santa, um grupo de mo-radores se reúne em frente ao local para sair em procissão até outro capitel, distante cerca de 200 me-

Histórias de devoção e fé de famílias e comunidadesCapitéis

Antes da oração do terço, moradoras acendem velas para agradecer

tros. O local é consagrado à oração e às lembranças da minha bisavó”, relata ele.

Outro capitel, localizado na re-gião do Vale dos Vinhedos, reúne, mensalmente, um grupo de vizi-nhos para a récita do terço. Nos dias 13 ou 26, por volta das 16 ho-ras, o compromisso destas famílias é se encontrar para partilhar acon-tecimentos da vida e rezar uns pe-los outros. Crianças, adultos e ido-sos cantam e rezam nesse capitel,

construído por volta do ano 1913. A dona de casa, Maria Lurdes Gior-dani, 65 anos, conta que através da oração, o grupo já alcançou várias graças. “Rezamos por vizinhos que estavam doentes e eles melhora-ram. Nossa fé aumenta quando nos reunimos”. No altar é possível ver dezenas de imagens de san-tos. Cada uma delas possui uma história relacionada a alguma gra-ça alcançada. Nos dias em que o grupo se reúne para as orações, os

participantes levam velas e flores, para pedir e agradecer à padroei-ra Nossa Senhora. Quem zela pelo local é a família da dona de casa, Santa Somensi, 68 anos. “Cuida-mos desde que chegamos aqui, há 40 anos. É a nossa pequena comu-nidade”.

Por muitos anos, estes orató-rios foram os únicos locais de ora-ção e encontro nas comunidades. O carinho das famílias por estes locais permanece forte até hoje. Outra integrante, Terezinha de Carli, 67 anos, afirma: “Deixamos os afa-zeres de casa para nos reunir. Este tempo é sagrado, nos faz bem. Es-pero que possamos fazer isto, até o último dia da nossa vida”, ressalta.

Na mesma comunidade, outro capitel revela uma história curiosa. Ele foi construído, há 30 anos, para um desfile de sete de setembro. “Colocaram ele em cima de um ca-minhão e algumas famílias foram junto para desfilar. Foi usado du-rante três anos seguidos. Depois, queriam desmanchar, mas as famí-lias não deixaram. Trouxemos para cá e cuidamos até hoje. Se tornou local de oração”, conta Mafalda Berselli, 79 anos.

Fotos: Elton Aristides

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APOLLO 0Ernani Cousandier

e Jorge Marini