Entrevista BENTO GONÇALVES, 05 DE AGOSTO DE 2014 |...

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES, 05 DE AGOSTO DE 2014 | EDIÇÃO 158 Anúncio Premiado do Descubra onde está o Valter nos anúncios do Integração da Serra e concorra a prêmios. Promoção Entrevista

Transcript of Entrevista BENTO GONÇALVES, 05 DE AGOSTO DE 2014 |...

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Descubra onde está o Valter nos anúnciosdo Integração da Serra e concorra a prêmios.

Promoção

Entrevista

Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

“O humor é o melhor traço do ser humano”

quadrinista gaúcho Ernani Cousandier, que desenvolveu inúmeros projetos na área das artes gráficas/plásticas, além de

trabalhos em jornais da Serra Gaúcha e em diversas publicações independentes mundo afora, em quase trinta anos de atividade, chega agora ao primeiro livro. Para o personagem Valter, o autor usa apenas o nome Rodrigues, que também é um nome de família. É casado com Ta-tiane Cousandier, com quem assina toda parte editorial do livro. Tatiane ainda as-sumiu a organização do projeto, a edição de imagens e fotografias.

“Ernani est un véritable auteur et artiste

contemporain. Il a inventé son propre imaginaire sans

copier personne”. “Ernani é um verdadeiro autor e

artista contemporâneo. Inventou seu próprio imaginário, sem

imitar ninguém.”

Nicolas Tabary, quadrinista francês (Iznogoud)

Dandy Marchetti da Rosa

Integração da Serra - O que con-templa o seu livro “Nenhum dia sem um traço”, lançado no último mês de julho?

Cousandier - A publicação abran-ge boa parte da produção dos últi-mos três anos. A série TCHÊ E TCHÓ, num primeiro momento, aparece em formato de tiras. Depois, reaparece na sequência “Galpão do TCHÊ”, com histórias curtas que se passam em um centro tradicionalista instalado na cobertura de um prédio, em plena zona urbana. Também são os prota-gonistas da longa aventura “No Vale das Antas”. A história tem como cená-rio a região da Serra Gaúcha na déca-da de 1920, com TCHÊ E TCHÓ envol-vidos com intendentes, bandoleiros e soldados, numa paródia política da época. História essa, contada em ca-pítulos aqui no Integração da Serra.

Integração da Serra - A publi-cação também tem outros persona-gens?

Cousandier - Sim, o personagem VALTER, com seu lado ingênuo, tanto inocente, quanto heroico, aparece em cartuns e narrativas mudas, sem texto. Tem ainda um novo persona-gem, o MENEGATTO, numa série com pequenos trechos que contam os golpes desse vigarista. Sim, MENE-GATTO é um vigarista, mas um viga-rista de classe (risos)...

Integração da Serra - O título do livro tem a ver com a sua rotina de trabalho?

Cousandier - De certa forma, sim. O título remete a expressão em latim Nulla dies sine linea (nenhum dia sem uma linha), de Plínio, o ve-

Ernani e Tati Cousandier

lho. Todo dia um pouco. O trabalho da narrativa gráfica é desenvolvido em etapas e o resultado demora a aparecer. A ideia, o esboço, o texto, a cor, o acabamento... é um percurso. A Tatiane trabalhou comigo em toda edição, principalmente por conhecer muito bem o objeto livro. Nós sabí-amos muito bem que espécime de edição queríamos. Meu amigo, Jorge Marini, que conhece bem meus per-sonagens, interferiu diretamente no tipo de humor de minhas histórias.

Integração da Serra - O que a edição do livro acrescenta à sua vida profissional?

Cousandier - Todo projeto de vida concluído tem um efeito impor-tante na gente. O livro é uma obra fechada, editorialmente, tivemos que retirar muito conteúdo que vol-tou para a gaveta e isso é aprender, também. O leitor de quadrinhos é exigente e o nível das publicações está muito bom, atualmente. Repa-re em livrarias (que tenham sessão de quadrinhos, é claro) edições da mais alta qualidade e diversidade de estilos. Um livro é o melhor suporte para apresentar o trabalho gráfico. O “Nenhum dia sem um traço” está na França, na Bahia, no Piauí, no interior de São Paulo e são pessoas que co-nhecem meu trabalho pela internet. O livro é para quem quer se debruçar sobre a obra do artista com mais in-teresse.

Integração da Serra - Além do auxílio financeiro quais são os bene-fícios do Fundo Municipal de Cultura para artistas e comunidade?

Cousandier - Inicialmente, pen-sava que o Fundo era um mal neces-

sário, já que ele atuaria justamente onde o mercado deveria atuar. Hoje, vejo diferente. O Fundo é um instru-mento importantíssimo para não dei-xar o artista à mercê do mercado, já que, esse, costuma dar às costas para a produção artística mais hermética ou que não atenda a escala industrial. Mas, não se trata de “ajudar” o artista, é preciso dar à arte a importância que ela tem. Além do mais, em cada pro-jeto, várias empresas e mais diversos profissionais são contratados para o empreendimento a ser realizado, fa-zendo a engrenagem rodar. O dinhei-ro do Município investido no meu projeto voltou em forma de geração de trabalho para empresas e profis-sionais gerando os impostos cabíveis e assim por diante. Outro aspecto importante do Fundo é a transparên-cia na utilização das verbas públicas na área da cultura (nesse caso, lê-se, cultura, a produção de obra artística). Temos o modelo antigo de centrali-zação onde a receita da cultura está vinculada ao orçamento anual do Município. Geralmente, esse dinhei-ro é administrado e repassado para projetos, sem uma discussão aberta com a comunidade artística, sem a

Quando começou a trabalhar no Mercado Delmiro, no bairro Maria Goretti, a auxiliar de padaria e estudante, Jesiane dos Santos, 18 anos, teve seu primeiro contato com o Jornal Integração da Serra, entregue todo início de mês no local. Inspirada nas caricaturas e retratos de capa e nas histórias em quadrinhos do Tchê e Tchó, do Caderno Mosaico, Jesiane, en-tão com 16 anos, começou a desenhar. Ela se considera uma fã incondicional do quadrinista Ernani Cousandier. “Comecei co-piando os desenhos do Ernani,” relata. Jesiane acrescenta que, em seguida, pensou em conhecer o desenhista para mostrar os trabalhos dela. “Em 2013, liguei e marquei uma visita. Ele me recebeu muito bem e explicou às várias técnicas de desenho. Deu-me uma pasta com folhas de desenho e uma caneta espe-cial,” lembra ela. “Quero continuar desenhando, aperfeiçoando os meus trabalhos,“ ressalta. No momento, Jesiane está em bus-ca de uma bolsa de estudos para ingressar na faculdade – ela mora com a avó - e pretende fazer Designer ou Jornalismo. “Pen-so que, nessas áreas, estarei mais perto do que mais gosto de fazer: desenhar”.

Nenhum dia sem um traço - álbum de luxo, 23cm x 30cm, 144 páginas. Vendas direto com o autor pelos e-mails: [email protected] e [email protected] ou pelo perfil do artista no Facebook.

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rtransparência na avaliação ou contrapartida. Isso é o “normal” e inerente a todas as gestões, porque na cultura, como em qualquer secretaria, os cargos são políticos e não técnicos. Infelizmente, não se tem perspectiva de mudança nisso, pois essa pos-tura está na matriz de formação do gestor público que nossa sociedade criou. Mas, nesse momento é importante lembrar que o Fundo, como ferramenta de fomento à produção artística, é uma orientação do Governo Federal e está previsto no Plano Nacio-nal de Cultura. Parido a fórceps na gestão do se-cretário Juliano Volpato, o Fundo não conta com a simpatia de muitos setores da área da cultura (nes-se caso, lê-se, cultura, uma vasta gama de fazeres e pensares). Existe uma resistência pouco velada, no que diz respeito ao avanço e a diversificação cultu-ral que a cidade vem sofrendo, principalmente com crescimento de outras etnias, com influências e hábitos diversos. Deve ser um tempo difícil para os conservadores. (risos)...mas, não tem volta, é como querer amparar a água com as mãos.

Integração da Serra - Há alguma diferença en-tre a forma de leitura de livro de texto e livro de quadrinhos?

Cousandier - Bem, existe a diferença bási-ca no que diz respeito ao processo cogniti-vo de percepção do cérebro, que associa quadros de ação pa-rados, com uma sequ-ência onde o leitor vai montando toda trama dentro da cabeça, imagi-nando sons do ambiente, as vozes dos personagens e dá o seu próprio ritmo a história. De certa forma, é o mesmo que acontece com a leitura só de texto escrito, mas na arte sequencial, a gente lê as imagens, também. E existe a imagem de sarjeta, que não está ali. Uma mulher caminhando numa rua escura, no segundo quadro, uma sombra e um grito. No terceiro quadro, a cena do telefone tocan-do na delegacia. A cena do assassinato vai ser for-mada na cabeça do leitor. É uma técnica que busco dominar.

Integração da Serra - Você coleciona quadri-nhos?

Cousandier - Minha mulher e eu temos livros

de diversos gêneros e também, quadrinhos. Coi-sas que acumulei durante a vida. Tenho os álbuns do Asterix desde os meus doze anos, tenho muita coisa que ganhei ou comprei em viagens. Tenho edições italianas, alemãs, portuguesas, mexica-nas, argentinas e a vasta produção brasileira, que por sinal, está numa fase extraordinária. Interes-so-me bastante pelo quadrinho franco-belga, a geração de Albert Uderzo, Herge, André Franquin e Jean Tabary. Aliás, dessa geração, somente o Uderzo ainda está vivo. Por falar em Jean Taba-ry, seu filho Nicolas Tabary fez o prefácio para o meu livro. É uma ligação interessante, somos da mesma geração, hoje ele desenha o personagem Iznogoud, criado pelo pai e o roteirista René Gos-cinny, que foi de grande influência na minha des-coberta da nona arte.

Integração da Serra - O TCHÊ e TCHÓ foram seus primeiros personagens?

Integração da Serra - E a atividade artística em Bento Gonçalves?

Cousandier - Não estou acompanhando a produção local tão de perto, atualmente, em fun-ção de ter me concentrado no livro. São três anos de trabalho intenso, dez meses só para produção da edição, enquanto peça física. Mas, de um modo geral, sei que tem muita coisa acontecendo na ci-dade. Penso que o principal aspecto para produção de um conteúdo artístico relevante e de qualidade, passa pelo entendimento do próprio artista em se colocar como gerador de conteúdo. A atividade ar-tística como conceito e identidade, não como mero hobby. Mas, para isso é preciso um “rompimento”, coisa que a mentalidade interiorana ainda pesa na educação de quem se propõe exercer a profissão.

Cousandier - Tiveram outros. Muitos que não vingaram, ou porque eram fracos ou porque eu não tinha capacidade ainda para botar em prática as ideias esboçadas. Eu trabalho essencialmente com uma forma de humor, a desconstrução do perso-nagem, é o gaúcho que não sabe montar a cavalo, o gringo que tem nos livros seu maior patrimônio material, a anta que fala, o cão pintor. Menegatto, que tem pinta de agente secreto inglês, mas é um “picareta”. Nos meus personagens não existe a figu-ra do herói, todos personagens tem falha de cará-ter, como nós. (Risos)...

Jovem se inspira nas ilustrações de Ernani CousandierJanete Nodari

Jesiane dos Santos

DistribuiçãoGRATUITA ANO 13 | Nº 158 | AGOSTO 2014 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Correções necessárias

Página 12

Recadastramento vitícola 2014 pode ser feito pela web

Páginas 6 e 7

Especial

Pais contemporâneos:mais participativos

Agosto é mais um mês de infor-mações que fazem a diferença na edi-toria do Jornal Integração da Serra. Exemplo: a história de vida da cente-nária Dona Eloah. Ao ser questionada sobre o segredo da longevidade, ela foi categórica: diálogo e paciência. É isso mesmo! Diálogo entre pais e filhos também vem desmistificando uma educação muitas vezes apli-cada erroneamente à formação do homem. As últimas gerações estão fazendo as correções necessárias e di-

videm as tarefas na criação dos filhos. Confira no Especial Dia dos Pais.

Ainda, em agosto, destacamos o Dia do Advogado, profissão que já rendeu bons clássicos da cinemato-grafia mundial. Confira uma lista de filmes com a personificação desses homens da lei. Leia também “Os cem anos da Primeira Guerra Mundial”, no Caderno Mosaico, os artigos de nossos articulistas e as reportagens nas editorias, escritas e editadas com muita atenção. Boa leitura!

02 Jornal Integração da Serra | 05 de agosto de 2014Opinião

Os artigos publicados com assinatura são

de inteira responsabilidade do autor e

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do Jornal. Suas publicações obedecem ao

propósito de refletir as diversas tendências

e estimular o debate dos problemas de

interesse da sociedade. Por razões de clareza

ou espaço, os e-mails poderão ser publicados

resumidamente.

Editor de Fotografia: André Pellizzari

Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Cristiane Grohe Genrich Arroyo, Ernani Cousandier, Paulo Capoani, Rogério Gava, Sinval Gatto Jr, Thompsson Didoné

Endereço: Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS

Fone: (54) 3454.2018 / 3451.2500

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Site: www.integracaodaserra.com.br Filiado à ADJORI.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Na primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves,Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete Nodari e Carlos GeovaneÁrea Comercial: Moacyr RigattiAdministrativo: Aline Festa

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O resto é perfumaria

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KátiaBortolini

[email protected]

Espaço do Leitor

Curta nossa página no FacebookIntegração da Serra

Quero aqui deixar meus cumprimentos pelo belo jornal que temos em nossa cidade. Um jornal confiável, com matérias que vão ao alcance do povo e um jornal com qualidade invejável. Parabéns a toda equipe do jornal Integração da Serra.

Marco Antônio Carraro

Adorei a reportagem! (Em tempos de amizades virtuais, grupos dão exemplo de amizades em tempo real - edição 157). Sempre lindo exaltar amizades verdadei-ras! Vida Longa para a Turma da Oswaldo Aranha!

Maira Lazzarotto Toneser

Muito interessante a reportagem (Em tempos de amizades virtuais, grupos dão exemplo de amizades em tempo real - edição 157). Parabéns, minha mana Janete, autora da matéria, por sua sutileza.

Daian Nodari

egundo semestre de 2014. Foi a Copa, vêm eleições, foi

o ano, um dos piores dos últimos tempos para a economia brasilei-ra. Quem viveu como jovem ou adulto as décadas de 1980 e 1990 deve lembrar o quanto a inflação incomodava a maioria das famílias brasileiras pela corrosão do poder aquisitivo necessário a satisfação de necessidades básicas (alimenta-ção, moradia, vestuário, educação e saúde).

Nos anos 2000, o cenário foi mudando vagarosamente, mas

para melhor. Os brasileiros, otimis-tas demais e estratégicos de menos, prova é a goleada de 7 a 1 da sele-ção da Alemanha contra a nossa, na última Copa do Mundo, se acostu-maram a gastar mais por conta des-sa certa estabilidade.

E agora? Agora, o governo fede-ral nega a inflação, porque tem mo-tivos para isso. Muitos brasileiros estão endividados e a economia, estagnada. Esse cenário é negativo, tanto para o povo como para os po-líticos. Boa parte dos brasileiros, a exemplo de outros povos do mun-

do, não está mais ligada em ideolo-gias políticas, por vários desencan-tos históricos.

Todos querem é dinheiro no bolso para viver bem. O resto é perfumaria. Já os políticos querem poder. Provas são as falcatruas que fazem para arrecadar dinheiro usa-do em financiamentos de campa-nhas que os mantenham nos car-gos públicos. Clara divergência de interesses. Se a economia aquecer, o resultado das urnas será um. Se continuar estagnada, conforme as previsões, será outro.

Geral 0305 de agosto de 2014 | Jornal Integração da Serra

A centenária Eloah Pinto dos San-tos distribuiu bombons envolvidos em um tecido cor-de-rosa para os convidados da sua festa de aniversá-rio de 100 anos, festejada no Restau-rante Ipiranga, em Bento Gonçalves, no último dia 26 de junho. Esse gesto delicado revela um traço da perso-nalidade da mulher que atravessou o século 20 como dona de casa, cui-dando da família, orando para Nossa Senhora das Graças.

Copa do turismo na Serra: o que a região ganhou com o Mundial

Dona Eloah festeja cem anos

Eloah, que reside no bairro São Roque, nasceu no povoado de Vila Flores, próximo a Jaguarão, vila fun-dada pela sua família, na fronteira do Rio Grande do Sul. É viúva de Elias Moraes dos Santos, com quem casou aos 24 anos. O casal teve quatro fi-lhos: Landoaldo, Landelmar, Antônio, já falecidos e Ana Idelbi, que cuida dela. O marido era marceneiro. Che-garam a Bento Gonçalves, em 1943, com a primeira turma do 1º Batalhão Ferroviário, para construir as casas dos militares. Conforme Eloah, as fa-mílias do então jovem casal, não es-tavam de acordo. Ela relembra que olhou para o marido e disse: “vamos, eu também deixo os meus.” E assim fez. Viveram juntos 55 anos. “Quan-do chegamos aqui, fomos morar em São Valentim, meu marido ia de bici-cleta até Bento para trabalhar. Recebi muita ajuda de vizinhos em São Va-lentim, em especial, da finada amiga Maria Todeschini”, relembra ela. Elo-

ah acrescenta que, por aqui, o mais difícil era encontrar erva-mate para o chimarrão, costume dos gaúchos, ainda não arraigado na região de co-lonização italiana.

Ela também recorda que, naque-la época, havia pátios e as portas das casas não eram chaveadas, nem no período da noite. “A vida era muito boa, não tinha tanta maldade”, obser-va ela.

Porto seguroO modo simples de viver e as re-

feições equilibradas fazem parte do dia a dia de Eloah. Café com leite, suco de laranja e frutas fazem par-te do café da manhã da centenária. “Feijão não pode faltar no almoço e nem no jantar. Também gosto muito de pudim de leite e chocolate. Como pouca carne”, comenta. A espirituali-dade também faz parte de sua rotina. Todos os dias ela reza o terço, canta hinos religiosos para agradecer a Vir-gem Maria, da qual diz ter recebido muitas graças.

Das lembranças da infância e adolescência, cita o período em que ficou no internato Santíssima Trinda-de, no município de Cruz Alta, onde aprendeu a pintar quadros, bordar, costurar e fazer crochê, atividade que rendeu dezenas de presentes para as netas, como chapéus e bolsas, entre outros. Também recorda dos bailes,

O Brasil, segundo a imprensa internacional, conseguiu promover uma Copa do Mundo dentro do pa-drão Fifa. Foram 32 dias de futebol, alegria e turistas. Mas se o turismo foi forte nas cidades-sede do even-to, o mesmo não ocorreu no interior do Brasil. Pouca coisa aconteceu em Bento Gonçalves em função do tor-neio. Segundo a diretora-executiva da Associação de Turismo da Serra Gaúcha (Atuaserra), Beatriz Paulus, pouco mais de 300 turistas estran-geiros visitaram a região, “fazendo o bate-volta, aquele que vem e vai”.

De acordo com ela, a região re-cebeu turistas da Alemanha, Méxi-co, Austrália, Coreia do Sul, Argélia e Argentina. “Esse grupo nos surpre-endeu. Os argentinos vieram de car-ro, de ônibus, e foram os que mais

circularam pelos nossos municípios”, destaca Beatriz.

Acrescenta que os hermanos se deslocaram muito pela região, pas-sando por cidades como São Marcos, Veranópolis, Vila Flores, Nova Prata e Santo Antônio do Palma.

Beatriz, que trabalhou em Porto Alegre durante o evento, afirma: o Brasil “fez bonito”, no quesito orga-nização e recepção. “Pela hospitali-dade do brasileiro, conseguimos de-monstrar que o povo faz a diferença”, declara. Ela defende que o brasileiro chamou a atenção do mundo “pela diversidade e gentileza, indepen-dente dos pré-conceitos existentes no exterior”. Destaca ainda que, seja “por indicação ou pelo regresso do turista”, a partir de agora, o que vale é o Pós-Copa.

Centenária que chegou a Bento Gonçalves com a primeira turma do Batalhão Ferroviário diz que respeito e diálogo prolongam a vida

Arquivo Pessoal

Eloah Pinto dos Santos comemorou 100 anos junto aos familiares

onde as amigas e ela iam de vestido longo e colar de pérolas. A centenária gosta de manter as unhas e os cabe-los pintados. Para ocasiões, não dis-pensa uma leve maquiagem. A filha Ana, seu “porto seguro”, canta com ela músicas religiosas.

Receita de longevidadeEloá atribui sua vida longa e sau-

dável ao respeito e ao carinho da filha Ana, noras, sobrinhos, netos e bisne-tos. “Sou uma pessoa de muita fé: Deus nos dá a vida, o que fazer com ela depende de nós”, ressalta.

Janete Nodari

04 Jornal Integração da Serra | 05 de agosto de 2014Entidades / Empresas

Estão abertas as inscrições para a “Sparkling Night Run”, que acontecerá em Bento Gonçalves na noite de 1 de novembro deste ano. O evento será promovido pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçal-ves (CIC/BG) dentro da programação alusiva aos 100 anos da entidade, com apoio da Secretaria Municipal de Turis-mo.

Será uma corrida noturna com muita música durante o percurso, além de projeções de luz e vídeo. O trajeto passará por alguns dos princi-pais pontos turísticos de Bento Gon-

Em maio de 2014, o Tribunal Superior do Trabalho aprovou a Súmula nº 451, que confere ao empregado o direito ao recebimento integral ou proporcional da parcela de participação nos lucros e resultados da empresa:

(Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 390 da SBDI-1) Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo

ou norma regulamentar, que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão con-tratual antecipada, é devido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-empregado concorreu para os resultados positivos da empresa. (Grifou-se)

De acordo com o texto da norma, fere o princípio da igualdade pagar o be-nefício apenas aos empregados que estão com o vínculo de trabalho em vigor na data do pagamento (o que geralmente ocorre no início de cada ano), já que os ex-funcionários também contribuíram para os resultados positivos da empre-sa. Assim, na hipótese de o empregado se desligar da empresa antes de com-pletar o período de apuração dos lucros e resultados, faz jus ao recebimento proporcional ao número de meses em que trabalhou na empresa.

Ressalta-se que a Súmula não faz distinção entre a forma pela qual o con-trato de trabalho foi rescindido, razão pela qual, tanto o empregado demitido quanto o que se demitiu tem o direito ao recebimento da PLR.

Mais esclarecimentos podem ser obtidos junto ao departamento jurídico do SITRACOM-BG no horá-rio das 8h às 10h, de segunda a sexta-feira, e das 16h às 18h, às quartas e quintas-feiras.

Vanderlei Zortéa / Márcia CasagrandeAdvogados Sitracom BG

Anualmente, a equipe da Fluxo As-sessoria Contábil promove uma cam-panha interna para a arrecadação de alimentos não perecíveis, vestuários e brinquedos, entre outros donativos, para repasse a entidades assistenciais de Bento Gonçalves. A beneficiada deste ano foi a Casa de Idosos, situada na rua Guilherme Fasolo, bairro Maria Goretti.

No último dia 18 de julho, as fun-cionárias Aline Turri e Claudia Eitelven, entregaram no local alimentos não perecíveis arrecadados em uma cam-panha interna entre os funcionários. A promoção das campanhas integra a Política da Qualidade PO 01 001, no quesito realização de ações de cunho social. Em Bento Gonçalves, o escritó-

“Com os produtos da loja Ben-to Clima, o clima é você quem faz.” A afirmação, do proprietário Tarcísio Santos, remete ao conforto climático proporcionado pelos aquecedores de água, ar condicionado, lareiras e fo-gões campeiros comercializados no estabelecimento. “Trabalhamos com produtos das melhores marcas, em até 12 vezes”, acrescenta ele.

O Villa Michelon, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Bento Gonçalves, está disponibilizando visitas autoguiadas à trilha ecológica do hotel, situado no Vale dos Vinhedos. No local, há 12 anos visitado por hóspedes, a co-munidade também terá oportunidade de vivenciar a educação ambiental, o conhecimento das interações ecológi-cas e a identificação de espécies vege-tais e animais. Em um percurso de trilha curta de 600 metros ou de trilha longa de 1.600 metros, que abrange cerca de quatro hectares de área, 28 plantas re-ceberam indicação com nomes popula-res e científicos. Mais informações pelo fone (54) 21021800. Na web, www.villa-michelon.com.br e no facebook hotel villa michelon.

Bento Clima“O clima é você quem faz”

A empresa, situada na travessa Maceió, 18, sala 112, centro de Bento Gonçalves, também presta serviços de instalação, limpeza, consertos e assistência técnica nas linhas de pro-dutos que comercializa. Visitas, para orçamento gratuito, podem ser agen-dadas pelo fone (54) 3702 2961, pelo e-mail [email protected] ou pelo facebook Bento Clima.

Kátia Bortolini

Tarcísio Santos Fachada da Bento Clima

Direito do TrabalhadorDireito ao recebimento e Participação nos Lucros e Resultados em caso de demissão

Trilha ecológica recebeu placas de identificação

Trilha ecológica no Villa Michelon

Fluxo arrecadou donativosrio da Fluxo fica situado na rua General Gomes Carneiro, 436, Sala 21, Fone: (54) 2621-4868. Em Garibaldi, o escri-tório fica na avenida Rio Branco, cen-tro, 416, sala 02, (54) 3464.3300 www.fluxocon.com.br.

Div

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ção

Divulgação

Equipe da Fluxo entrega donativospara a Casa de Idosos

100 anos do CIC/BGCorrida noturna na programação

çalves e terminará na Via Del Vino. No local, os participantes acompanharão atrações especiais e também degus-tarão espumantes da região. A corrida terá percursos de 5 e 10 quilômetros, podendo ser disputada em duplas ou individualmente.

A Sparkling Night Run estima reu-nir aproximadamente mil competido-res. Mais informações sobre a prova no site do evento, www.sparklingni-ghtrun.com.br, no site do CIC, www.cicbg.com.br e no site do Clube dos Corredores de Porto Alegre (CORPA), www.corpa.esp.br.

0505 de agosto de 2014 | Jornal Integração da Serra Dia do Advogado

apenas seguir ordens.

TEMPO DE MATAR: um jovem defende um homem negro acusado de matar dois homens que abusaram da sua filha de 10 anos.

O VEREDICTO: um advogado decadente aceita um caso de erro médico e decide levá-lo a julgamen-to, ao invés de fazer um acordo, para assim resgatar a sua carreira.

O ADVOGADO DO DIABO: o jo-

vem advogado Kevin Lomax (Keanu Reeves), que nunca perdeu uma cau-sa é contratado por John Milton (Al Pacino) dono do maior e mais bem

Dia 11 de agosto comemora-se o Dia do Advogado. A forte pre-sença destes profissionais acabou inspirando diversos filmes, que se tornaram grandes clássicos do ci-nema. Para marcar o Dia do Advo-gado, montamos uma lista com os melhores filmes sobre os homens da lei.

ChICAGO: o advogado Billy Flynn (Richard Gere) trabalha para tirar duas assassinas do corredor da morte.

UM CRIME DE MESTRE: Willy Beachum (Ryan Gosling) é um jovem advogado disposto a passar por cima de qualquer um para chegar ao topo do sucesso.

ERIN BROCKOVICh - UMA MU-LhER DE TALENTO: em um dos seus filmes mais emblemáticos Julia Ro-berts vive uma assistente jurídica .

FILADéLFIA: Andrew Beckett (Tom Hanks) é demitido de um escri-tório de advocacia após ser diagnosti-cado com AIDS. Ele decide processar a empresa pela demissão injusta, mas o único disposto a pegar o seu caso é Joe Miller (Denzel Washington), um advogado homofóbico.

Dia do Advogado: profissão inspira bons filmesA FIRMA: um jovem advogado

se junta a uma prestigiada firma, ape-nas para descobrir que ela tem um lado sinistro.

MEU PRIMO VINNy: dois norte--americanos são acusados de um assassinato no interior do Alabama. Cabe ao primo de um deles, um ad-vogado inexperiente que não conhe-ce os costumes do sul dos Estados Unidos, a tarefa de provar a inocên-cias deles.

QUESTÃO DE hONRA: o advo-gado militar Daniel Kaffee (Tom Crui-se) defende um grupo de soldados acusados de assassinato, que alega

sucedido escritório de advocacia de Nova York. Lomax fica deslumbrado e não dá atenção aos sinais de perigo que aparecem pelo caminho.

Fonte: webReprodução

Pacino e Reeves em O advogado do Diabo

Dia dos Pais06 Jornal Integração da Serra | 05 de agosto de 2014

Por Janete [email protected]

A cada ano a figura do pai se transfor-ma. O Dia dos Pais ganha um contexto que potencializa relações familiares saudáveis. Conforme a pesquisadora e escritora Maria Alice Schuch, temos muitos pontos de vitó-ria a comemorar neste 10 de agosto. “Ho-mens e mulheres são complementares. É necessário maturidade”, diz a pesquisado-ra. Essa qualidade nas relações familiares vai ao encontro de homens que desejam um relacionamento vencedor. “Para isso, eles investem em ajudar a mulher”. Confira três histórias de pais contemporâneos.

Pai instrutor de aventurasQuando o gestor comercial Juliano Muller Bettim, 34 anos e a filha Giulia,7,

resolvem ter um dia de brincadeiras e aventuras, deve-se levar isso ao pé da letra. Bettim, aos finais de semana, é instrutor de esportes de aventura. O in-centivo à filha vem de berço. “Quando ela começou a andar, já estava em meio aos esportes radicais,” explica o pai. “O interessante é a possibilidade de superação. Vencer os medos com muita segurança, diversão e ami-gos”, salienta ele.

Giulia, recentemente, fez rapel de 60 metros em um paredão de 135 metros de altura e escalou a Via Ferrata, com a segurança de que, se precisar, a mão paterna estará ao seu alcance. “Tenho cer-teza de que ela será uma pessoa ainda mais determinada, guer-reira e feliz,“ ressalta. Segundo ele, os pais devem ter a consci-ência de que os filhos seguem seus exemplos.

O Dia dos Pais sob novo contextoArquivo Pessoal

Dia dos Pais 0705 de agosto de 2014 | Jornal Integração da Serra

Pai musicalJaime Bandeira, 44 anos, e Fernando Henrique Ban-

deira, 19, têm uma relação que vai além da paternal. Eles são ligados também pela música. Tocam vários instrumentos, com destaque para o saxofone. Apresen-tam-se juntos em eventos e festas há mais de dez anos.

De acordo com Bandeira - o pai, Fernando come-çou a estudar piano, aos seis anos, mas logo percebeu que ele gostava mesmo era de sax. “Na época, adqui-rimos um soprano menor especialmente para ele,” explica. Ele acrescenta que começou a ensinar o filho em casa. “Eu já me apresentava em hotéis da cidade. A convite de um deles, tocamos juntos, pela primeira vez, num evento especial do Dia dos Pais. A partir daí, foram incontáveis shows, até internacionais,” relata Bandeira.

O músico e produtor salienta que a maior alegria de qualquer músico é tocar. “Isso necessariamente não precisa ser para milhares de pessoas. Pode ser numa roda de amigos. Tocar com amigos já é bacana, com um filho então, é algo mágico”, enfatiza.

Pai participativo O administrador da franquia O Boticário em Bento Gonçalves, Sirlesio Carboni

Junior, 33 anos, tem bons motivos para comemorar este Dia dos Pais: as presenças da primeira filha, Joana, de oito meses e de seu pai Sirlesio Carboni. “Tenho muito orgulho de meu pai. Ele sempre foi um grande pai e, hoje, é um superavô”. Ele acrescenta que o pai é sua inspiração. “Pretendo passar para a minha fi-lha todos os valores que aprendi com ele”.

A rotina de Carboni ganhou novos con-tornos em se falando de cuidados com a filha. A mãe de Joana, a servidora pública Paula Bettoni Carboni, há dois meses retornou ao trabalho na vizinha cidade de Caxias do Sul, de onde só volta no final da tarde. “Faço ques-tão de almoçar sempre em casa para curtir a Joana”, observa. “A Joana tem uma caracterís-tica muito linda, que é a alegria. Ser recebido por esse sorriso é o maior presente que eu posso receber como pai,” acentua o adminis-trador.

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Moda&BelezaCristiane Grohe

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G. Arroyo

Social / Moda08 Jornal Integração da Serra | 05 de agosto de 2014

Social

Bolsa e sapato precisam combinar?Não é errado combinar cor de bolsa com sa-

pato quando as cores são clássicas, como preto, marrom, cru. Mas quando se trata de uma bolsa vermelha, por exemplo, o sapato não precisa ser vermelho também. Você pode brincar com cores que conversem entre si. Exercite o seu olhar e vá ousando cada vez mais. Quando uma das peças for estampada, você pode escolher uma das co-res da estampa para a outra peça. Para as festas, o dourado e o prateado combinam muito bem com cores vivas e também com o clássico preto.

Primer facial: como usar e para que serveExistem dois tipos de potencializadores de maquiagem, o facial e o

específico para marcar as sombras. O primer facial tem a função de dimi-nuir os poros e deixar a pele com um aspecto uniforme como base para produtos como pancake, corretivo e pó, além de dar essa fecha-da de poros, ajudando a evitar oleosidade em algumas áreas, ele é indicado principalmente para fazer com que a maquia-gem fique no rosto por um período de tempo maior.

E como aplicá-lo? Depois da pele já limpa, hidratada nesse ponto é que devemos aplicar o primer facial, espalhando bem por todo o rosto e certificando-se de que não há nenhuma área com produto acumulado, fazendo isso ao aplicar a maquiagem, a sua pele parecerá muito mais uniforme e a maquiagem facial irá durar mais tempo.

Cabelo “Joãozinho”A personagem Duda, interpretada por Sophie Charlotte na

novela “O Rebu” (Rede Globo) tem inspirado o público feminino com o seu novo cabelo super curto. A atriz, que possuía os fios na altura dos ombros, pintados com a técnica ombré hair, ado-tou o corte “Joãozinho”. O responsável pela transformação foi o pai da artista, o cabelei-reiro Mário Silva. A preferência das brasileiras são cabelos longos, mas os cabelos curtinhos devem virar tendência fora das telas. Para quem quer apostar em um look moderno e prático, o corte é uma boa ideia. Mas vale lembrar que é importante conversar com um bom profissional das tesouras, avaliar o tipo de rosto e quanto você não se importa em dar tchau para os fios longos.

Reprodução

Reprodução

Janete Nodari Janete Nodari

Carlos Augusto Farina Nunes e Raquel Vieira em evento promovido pela Ascon, no Dall´Onder Grande Hotel

O casal Jonis e Marta Scomazzon, atentos às palestras do 3º Meeting da Construção, no último dia 18 de julho

JaneteNodari

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05 de agosto de 2014 | Jornal Integração da Serra 09

Social

Aidê Pompermayer Montipó, Eclair Cristófoli, Hermozina Ferri, Silvana Benatti e Doraci Poletto, em jantar de confraternização do Curso “Arte e Vida”

O presidente da Ascon Vinhedos Diego Panazzollo ( c ) com os palestrantes do 3º Meeting da

Construção, Assilio de Araújo e Luis Fernando Mendes

André Pellizzari Fotografia

Os dois aninhos da princesa Rafaela Tomasi de Oliveira

Em pose, os noivos da vez Aline Salvati e Diogo Golin Fernandes

Conc

eito

com

Kátia Bortolini

André Pellizzari Fotografia

Saúde10 Jornal Integração da Serra | 05 de agosto de 2014

Crianças e adolescentes, com idades entre 6 a 15 anos, totalizando 140 pessoas, participaram do projeto Sexualidade. A proposta, desenvolvi-da pelo Centro Municipal de Atendi-mento AABB Comunidade (CEACRI/AABB), trabalhou a temática da se-xualidade enquanto processo natu-ral do desenvolvimento humano. As equipes foram organizadas por faixa etária, respeitando a idade e o nível de maturidade. Dentro do proje-to, aconteceram ações sobre temas como exploração e violência sexual.

De acordo com a coordenadora administrativa pedagógica do CEA-CRI, Silvia Rosana Provensi Soliman, o assunto sexualidade foi abordado a

Carlos [email protected]

De 1986 até 2013, 397 casos de AIDS foram registrados na cidade. Os dados são do Serviço de Atendimento Especializado junto ao Centro de Tes-tagem e Aconselhamento (SAE/CTA), vinculado à Secretaria Municipal da Saúde. Já em 2014 foram registrados 27 casos de HIV/AIDS. A maioria dos casos é relacionada ao sexo heteros-sexual. De acordo com a enfermeira e coordenadora do SAE/CTA, Adria-na Cirolini, “nem sempre quem tem o vírus tem a doença”. Ela acrescenta que a AIDS só é classificada a partir de sintomas, como fraqueza, febre, ema-grecimento e diarreia prolongada sem motivo aparente.

O SAE, explica Adriana, tem a finalidade de “realizar assistência”, enquanto o CTA “oferta o teste à co-munidade”. Desde 2002, ambos os serviços também atendem pacientes com hepatites virais, B e C, tuberculo-ses e hanseníase. Os atendimentos são prestados por uma equipe multidis-ciplinar formada por médicos, enfer-meiros, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. Para soropositivos, a equipe ainda atente pacientes de mais cidades da Serra Gaúcha, como Carlos Barbosa, Garibaldi e Guaporé, entre outras. Por dia, o SAE/CTA realiza, no mínimo, 50 atendimentos.

Através de campanhas e palestras em empresas, escolas, presídios e com profissionais do sexo, há sempre divul-gação das doenças, modo de preveni--las e maneiras de evitar a AIDS, entre

Crianças a partir de seis anos participam do projeto Sexualidade

Projeto Sexualidade leva temática a 140 estudantes

AIDS em Bento Gonçalves:27 casos em sete meses

outras, em parceria com unidades de saúde. “O preconceito, a vergonha e o medo são as maiores barreiras a serem vencidas para incentivar a prevenção da comunidade. Principalmente na questão do HIV, como trabalhamos com a sexualidade da pessoa, há certa dificuldade em falar sobre o assunto”, diz a coordenadora.

Ela acrescenta que “são muitos os desafios, tanto para quem tem e tem o medo de fazer o teste, como para quem já tem o diagnóstico, conseguir aceitar, e saber levar a vida com mais tranquilidade”.

O HIV pode ser transmitido pelo sangue, pelo esperma e/ou secreção vaginal, pelo leite materno ou via transfusão de sangue contaminado com o vírus. O portador do HIV, mes-mo sem apresentar os sintomas da AIDS, pode transmitir o vírus; por isso, a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais.

Adriana também alertou para o número de casos de Hepatites virais em Bento Gonçalves. “Antes era uma doença que não se tinha nem conhe-cimento, há 30, 40 anos. Felizmente, existe a vacina que afasta riscos de contágio de mãe para filho”, observa.

O SAE/CTA, além de percorrer os bairros, atende toda primeira quinta--feira do mês ao meio-dia, na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) no bair-ro Botafogo. Além do teste do HIV, são oferecidos os testes da Sífilis e das He-patites B e C. Para realizar os exames, basta apresentar identidade e/ou car-tão do SUS. Para mais informações, o telefone é (54) 3452-2578.

Divulgação

partir do conhecimento das crianças e adolescentes. “A permissão para fa-lar de um tema que ainda é tabu, foi fortalecendo a relação de confiança entre educador e criança, possibi-litando a abordagem de assuntos complexos como as situações de abuso,” acrescenta.

Segundo ela, com o uso de uma linguagem lúdica, sem ser infantili-zada, os estudantes viram situações, em vídeos, e reconheceram carac-terísticas recorrentes do abusador. “Quando o assunto é abuso sexual, só instrução não basta, é preciso com-preensão, cuidado, conhecimento, autoconhecimento e orientação,” res-salta Silvia.

Esportes05 de agosto de 2014 | Jornal Integração da Serra 11

Essa modalidade consiste em uma competição composta por equipes de duplas ou quartetos. Multidisciplinar e também chamada de expedição com horário limite, o objetivo da prova é ser a primeira equipe a cruzar a li-nha de chegada após passar por todos os postos de controle espalhados pelo percurso.

O quarteto é obrigatoriamente misto, tendo que conter pelo menos um integrante do sexo oposto dos demais. Normalmente os esportes envolvidos são o trekking (caminhada em terreno acidentado), o mountainbike, remo e técnicas verticais (rapel ou ascensão), sempre guiados por um mapa cartográ-fico e bussola, não sendo permitida a utilização de instrumentos como GPS. Falando um pouco mais sobre a navegação, eu diria que esta é a principal característica da modalidade, de forma que pouco adianta ser a equipe mais forte fisicamente e pecar na navegação, andando na direção errada. Ainda, toda a equipe realiza a competição, não existe revezamento entre os atletas.

Há vários formatos de CAs (Corridas de Aventura), podendo durar de 5 a 7 horas ou então cerca de 10 dias sem intervalos obrigatórios, ou seja, 24 horas por dia até que o corpo seja bloqueado pelo sono, nosso maior adversário.

Hoje o Brasil tem como principal competição o Ecomotion/Pró. Esta é uma etapa do circuito mundial de CAs com uma extensão que varia entre 500 e 600km, dependendo da edição e podendo durar até 140 horas.

No entanto, isso tudo requer o uso de muitos equipamentos, que nos permitam realizar com êxito cada uma dessas façanhas. Mochilas, tênis e rou-pas técnicas são consideradas as ferramentas de trabalho do atleta. As mochi-las devem ser leves e resistentes, pois sempre estão cheias de comida, água e outros suprimentos. Já os tênis e meias devem ser muito bem escolhidos. É muito comum atletas abandonarem uma competição devido a bolhas e ou-tras lesões ainda mais graves nos pés. A Salomon é a marca líder no segmento de tênis nesta modalidade, sendo que produzem outros equipamentos para essa prática.

Respondendo a pergunta inicial, creio que independentemente da ex-tensão da competição o objetivo de cada participante é o mesmo, estar em contato com a natureza e superar seus próprios limi-tes. Temos grandes lições de como conviver em grupo e aprender a lidar com situa-ções de extremo stress físico e psicológico após horas de prova, afinal, ninguém gosta de estar perdido em meio a uma mata ou em um rio du-rante a madrugada.

Indico para qualquer pessoa a prática desta mo-dalidade, no entanto sem-pre estando consciente da sua real condição de saúde e orientado por um Educador Físico. Maiores informações sobre como ingressar neste esporte, além de equipamen-to como os citados anterior-

RodrigoDe MarcoAcadêmico de [email protected]

Paixão e sangueO sangue latino ferveu como nunca nesse mundial. A força e união da

América Latina fez estremecer o favoritismo e superioridade europeia. Eu, como habitante de terras sulistas, não pestanejei e gritei por nossos herma-nos argentinos e uruguaios. Na Copa das surpresas o que pintou na final foi um clássico. Alemanha e Argentina pela terceira vez na história travaram um confronto na final de um campeonato mundial. Em 1986, nossos Hermanos argentinos derrotaram os alemães na Copa do Mundo do México e em 1990, na Copa da Itália, foi a vez da Alemanha dar o troco. E em 2014 era a vez da América inteira apoiar a celeste e branca.

A rivalidade entre Brasil e Argentina surgiu antes mesmo de o futebol exis-tir. Espanhóis e portugueses iniciaram essa rixa logo após o Descobrimento da América , quando dividiram suas terras no Tratado de Tordesilhas. Depois, com os países já independentes, a tensão entre as nações aumentou com a Guerra Cisplatina, quando Argentina e Uruguai se uniram para combater o avanço do Brasil na região do Rio da Prata... ok, chega de aula de história. O fato é que essa rivalidade é antiga demais para continuar sendo alimentada. Por que não torcer por nossos vizinhos ao invés de ficar repetindo o mesmo discurso de que para argentino não se torce e ponto?

O futebol une os diferentes, e por breves instantes bota lado a lado forças distintas que em comum apresentam a vontade de vencer. A Copa do Mundo é o momento especial, diferenciado. Nesse último mundial a Europa, ao me-nos no gramado, não amedrontou os mais vulneráveis. Ao menos no futebol foi provado que é possível enfrentar os gigantes do velho continente com dig-nidade. Ao menos no futebol foi possível anular suas qualidades técnicas, que refletem a realidade que vivem. Ao menos no futebol os europeus “tremeram” diante da força da América Latina. Foram lágrimas, sorrisos e muito orgulho, afinal de contas, todos somos sul-americanos... o sangue latino.

O projeto social Tênis de Mesa, “Esporte: autonomia e liberdade”, neste mês de agosto, está sendo es-tendido às crianças do bairro Vila Nova II. A proposta, que atende crian-ças andantes e cadeirantes, através de aulas de tênis de mesa, vem sendo ministrada, desde o início do ano, na Associação dos Deficientes Físicos de Bento Gonçalves (ADEF). Conforme o coordenador, professor de Educação Física Luciano Possamai, antes do ingresso nas aulas, na Associação, os cadeirantes conversam com psicóloga e assis-tente social e fazem fi-sioterapia.

Possamai ressalta que as mesas para os cadeirantes são adapta-das. Os atletas Vanderlei Antônio Klauck, 9 anos e Iruan Cimadon, 11 anos, participam da ati-vidade na sede da ADEF. Para eles, o tênis de mesa é uma descoberta de habilidades. Possa-mai conta com a ajuda, para o aquecimento, do

Por que a Corrida de Aventura?

Felipe Belitzki – atleta de corrida de aventura e corri-da de montanha, atualmente integra a equipe Kaapo-

ra de Corrida de Aventura da cidade de Campo Bom e também a equipe AMS de Mountainbike de Bento

Gonçalves. Felipe conta com o Patrocinio de Katmai, SEC-BG e Bruna Romagna Rossetti Quiropraxia

mente e muitos outros, você pode encontrar na Katmai Equipamentos de Aventura!

Bem-vindos ao mundo da aventura!

Projeto “Esporte: autonomia e liberdade” insere crianças na prática de tênis de mesa

fisioterapeuta Allan Pagot Becker. Tanto o professor, como o fisio-

terapeuta, fazem uso da cadeira de rodas para as jogadas, porque, se-gundo Possamai, eles precisam ficar na mesma altura dos meninos. Possa-mai, que também é técnico da vice--campeã brasileira de tênis de mesa 2013, Rosângela Dalcin, salienta que o objetivo da proposta é dar mais qualidade de vida às pessoas com deficiência física.

Janete Nodari

Professor Luciano Possamai e Iruan Cimadon no início de uma aula de tênis de mesa na ADEF

Agricultura12 Jornal Integração da Serra | 05 de agosto de 2014

Uma busca no Google para definição de “liderança” traz várias refe-rências, desde versículos da Bíblia Sagrada, até manuais de Gestão de Recursos Humanos. No entanto, esse texto será reservado para o agri-cultor que também é o líder da sua comunidade na zona rural de Bento Gonçalves.

Sabemos que a agricultura é uma atividade que exige esforço físico e mental para execução do plantio, manutenção do cultivo, da proprieda-de, além das batalhas com o sol escaldante ou vento gelado agredindo o corpo. Ao findar o dia no campo, o agricultor exerce a função voluntária de líder da comunidade. Esse líder disponibiliza parte do tempo “livre” indo às propriedades vizinhas informar aos outros colegas agricultores que está aberto o prazo para inscrição das máquinas subsidiadas pela Prefeitura, sobre um evento que vai ocorrer, ou um convite para formar turma para um curso de qualificação a ser realizado ali mesmo no salão da sua igreja.

Sem sombra de dúvida, os 84 líderes distribuídos nas aproximada-mente 40 comunidades dos quatro distritos de Bento Gonçalves são um elo de comunicação entre a Prefeitura e a sua vizinhança. Eles são tradu-tores e dispersores de políticas públicas de âmbito municipal, estadual e federal nas suas comunidades, usando um tempinho, no final de semana, para conversa no salão e até mesmo no lembrete durante a missa domi-nical. Os agricultores líderes surgiram em reuniões realizadas em 2010. Em 2013, a Secretaria Municipal da Agricultura ciente da importância do trabalho dos líderes, realizou de 17 reuniões comunitárias para uma pres-tação de contas sobre antigas demandas, bem como verificar os temas de maior relevância e retomar o trabalho dos líderes eleitos pela sua co-munidade.

Para esses agricultores e líderes atuantes, a equipe da Secretaria da Agricultura com patrocínio de empresas privadas, organizou a “I Reunião Jantar de Confraternização” no último dia 27 de junho, no Salão da Linha Paulina em Faria Lemos. Com a presença praticamente total dos líderes, o escritor Diogo Guerra (e ex-extensionista da Emater) homenageou as lideranças demonstrando a importância do trabalho em comunidade para o Desenvolvimento Rural. Entre inúmeras histórias que remontam à agricultura e ao trabalho da colonização italiana em Bento Gonçalves, a reunião não foi apenas uma palestra, tão pouco só um jantar: foi uma justa demonstração de apreço e gratidão aos agricultores líderes que tra-balham junto à equipe da Secretaria Municipal da Agricultura, além da sua propriedade em benefício da sua comunidade.

Colaboração da Eng. Agr. Sheila Carvalho

Agricultore líder

ThompssonDidone

Enólogo

Loiva Maria Ribeiro de Mello*

O sistema do Cadastro Vitícola já está disponível para os produtores de uva realizarem o recadastramento anual de seus vinhedos. Os viticulto-res que possuem internet podem so-licitar uma senha pelo e-mail [email protected], infor-mando o(s) número(s) do cadastro, nome do proprietário, CPF e ende-reço. Da mesma forma que nos anos anteriores, o produtor poderá pro-curar seu sindicato para auxiliá-lo no recadastramento e evitar problemas na comercialização da uva. Só poderá prestar as informações o proprietário ou viticultor que possua inscrição es-tadual e venda uva da propriedade a ser recadastrada.

Para o recadastro, são necessárias as seguintes informações e/ou docu-mentos: CPF, inscrição estadual de to-dos os vendedores de uva da proprie-dade, cópia do recadastro anterior e a ficha dos vinhedos fornecida no ano passado para preencher a produção de cada vinhedo e cultivar, por oca-sião da colheita.

O comprovante do recadastra-mento anual assume maior impor-

Recadastramento Vitícola 2014tância para as propriedades que já foram georreferenciadas. Além dos dados, apresentam um mapa con-tendo a localização de cada vinhedo e seu setor. Os detalhes são necessá-rios para comprovação da produção na obtenção de seguro ou crédito agrícola, entre outras situações. As-sim sendo, durante a safra, anote a produção de cada um dos setores mapeados, na ficha dos vinhedos que será disponibilizada logo após a con-clusão do recadastro 2014.

*Pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho,coordenadora do Cadastro Vitícola

convidam para a missa de

18º aniversário de falecimentoque ocorrerá no dia 6 de agosto de 2014, às 18 horas, na Igreja Cristo Rei.

“Eu não estou longe,apenas estoudo outro lado do caminho...”

João TroianOs familiares do inesquecível

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Páginas 06 e 07

Os Cem Anos da

Caderno de Cultura e Arte | Nº 13 | Agosto 2014

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Primeira Guerra Mundial

02 | Mosaico | 05 de agosto de 2014

Primeiras Palavras

A pior de todas as doenças

Darcy LossLuzzatto

[email protected]

RogérioGava

Escritor e [email protected]

Bacanal Eleitoral

Quando eu era guri, muitíssimos anos atrás, as pes-soas morriam de doenças que hoje não assustam mais a ninguém. Porém, antes da descoberta da penicilina, mor-ria-se de tifo, de pneumonia, de tuberculose, de tétano, de malária e de tantas outras doenças que, atualmente, não aborrecem mais a ninguém.

Havia então uma doença, que apavorava de tal modo às pessoas, que sequer o nome da mesma arriscavam--se a mencionar. Dizia-se: “Morreu de doença ruim!”, e só. Temia-se proferir o nome dessa doença, como se pelo simples fato de nomeá-la a gente a adquirisse, fosse por ela contagiado! Era o câncer! Não se ouvia uma pessoa sequer pronunciar essa palavra. Era um tabu!

Que eu lembre, a exceção, na minha vila, que dizia e repetia essa palavra sem nenhum medo, era a velha Pas-sarin, mãe do Mário (Máio, Poco Io, poca Maona). Quan-do ficava irritada com alguém, amaldiçoava essa pessoa com esta frase: Tomara que venhas a ter um câncer na garganta!

Embora, hoje em dia, algumas pessoas ainda re-ceiem pronunciar a palavra ‘câncer’, a maioria nem mais dá bola, pois agora já existe tratamento para essa ‘doen-ça ruim’!

Muito poucos, porém, compreenderam que a pior de todas as doenças ainda convive entre nós. É um mal que não tem cura, que não há remédio que o elimine, e que, para desgraça nossa, é endêmico nesta região, especial-mente na Serra Gaúcha, ou seja, na região de coloniza-ção italiana do Rio Grande do Sul.

Refiro-me à ignorância: a pior, a mais nojenta, a mais

A expressão do título aí em cima anda reverberando forte pelos jornais e mídias do país e entrou para o voca-bulário político nacional. A frase é deselegante, eu sei, mas desnuda uma triste realidade de nossa política: o carnaval de coligações absurdas entre os partidos em época de eleição. É o vale-tudo pelo poder. O balcão de negócios da política brasileira. Celebram-se coligações como se comerciam bananas na feira.

Esse festival de alianças esdrúxulas – é bom lembrar – está de acordo com a lei, com a Constituição. Sob as bênçãos do TSE. Uma legislação absurda que permite co-ligações regionais totalmente incoerentes com aquelas nacionais. Precisamos urgente da tal da reforma política que nunca saiu do papel. Aliás, PSDB e PT se revezam no poder há anos, mas nenhum dos dois foi capaz de fazer as reformas essenciais para o país. Continuamos caren-tes de uma reformulação de base: política, tributária e trabalhista.

Voltando ao mercadão eleitoral, temos bizarrices a escolher. O PMDB é novamente vice do PT na disputa à presidência, como todos sabem, mas os dois partidos brigam feio em vários estados. Em São Paulo, maior co-légio eleitoral do país, a esquizofrenia é grande: o PSDB busca a reeleição de Alckmin com o PSB de vice. Mesma sigla de Eduardo Campos (PSB), candidato à presidência e principal adversário de Aécio Neves (PSDB) na corrida ao Planalto. No Rio, outro imbróglio: três candidatos de partidos diferentes (PT, PMDB e PR) torcem por Dilma, mesmo concorrendo entre si no pleito estadual. E pelo pampa gaúcho a incoerência não é diferente: Sartori

difícil de todas de exterminar! É dificílimo exterminá-la porque, além de endêmica entre nós, é facilmente trans-missível, bastando para tanto a convivência. ‘Pega-se’ do pai, da mãe, dos tios, dos vizinhos! E então, como exter-miná-la se é uma doença endêmica? Não há maneiras! Perde-se uma, duas, três gerações de ‘contaminados’ an-tes que o povo perceba que seria tão fácil eliminá-la! Mas o remédio, a solução para exterminá-la, ninguém quer uti-lizar, sequer o governo tem interesse nisso, pois quanto mais ignorante é um povo, mais fácil é governá-lo, mais fácil é ludibriá-lo!

Bastaria que as pessoas lessem e a ignorância desa-pareceria ao longo de uma única geração. Quem lê, sabe mais! Um pedreiro que lê, sabe mais do que um pedreiro que não lê; um agricultor que lê, sabe mais do que um agricultor que não lê; um funileiro que lê, sabe mais do que um funileiro que não lê; um comerciante que lê, sabe mais do que um comerciante que não lê; um médico que lê, sabe mais do que um médico que não lê! (Sim, pois existem médicos, advogados, padres, freiras, engenhei-ros, arquitetos, professores e outros mais, que são igno-rantes, que não lêem!)

Eu gostaria muito, mas muito mesmo, de participar de uma campanha, de um movimento, para exterminar a ignorância. O motivo, a chamada, seria: “Seja inteligente, ajude-nos a liquidar com a ignorância!”

Mas, meus caros, já estou velho e tenho dúvidas em conseguir encontrar alguém que, como voluntário, nos ajudasse a levar adiante esta bandeira! Seria como arar no oceano!

(PMDB) contra Tarso (PT). Inimigos aqui, amigos acolá. A disputa à presidência é a maior prova da insensatez

política: Dilma é candidata à reeleição com o apoio de oito partidos, o que lhe garante espaço em 41 palanques pelos estados. Apesar de ter apenas 15 candidatos a go-vernador pelo PT. Aécio – também com mais oito partidos no tablado – estará presente em 27 palanques e Cam-pos, com cinco partidos no apoio, em 21. Mas ambos só contam com 12 candidatos do partido nas disputas esta-duais. No total, segure-se na cadeira: os três candidatos à presidência somam 267 conexões partidárias nos pa-lanques estaduais.

Essas negociatas põem por terra qualquer perspecti-va de ideologia política. Aliás, ideologia não parece ser o forte de nenhum partido. Fidelidade partidária? O que é isso? Convicção? Programa de governo? Os partidos vi-raram apenas siglas. É “P qualquer coisa” e vamos em frente. Um imenso sopão de letrinhas a desafiar qualquer lógica, pondo à prova a paciência e a crença de todos nós, eleitores. Tudo por mais alguns segundos de espaço na TV.

Mas não dá para jogar a toalha. Como disse o filóso-fo Alain, “é preciso pensar na política, pois, se não pen-sarmos, seremos cruelmente punidos”. A política é ine-vitável. Forçosa. Necessária. Melhor acreditar nela. Mas acreditar sem ilusões a respeito de quem faz da política a sua profissão. Acreditar com um olhar realista e vigilante. Que nos direcione a votar bem e a cobrar o uso de nosso voto. Apesar da política e dos políticos. Das barbaridades que renascem a cada eleição.

Mosaico | 05 de agosto de 2014 | 03Programe-se

A dupla Kleiton & Kledir, que trouxe para a cultura brasileira a nova música gaúcha e eternizou o sotaque diferente, a maneira própria de falar e cantar como “deu pra ti” e “tri legal”, se apre-senta, no próximo dia 20 de agosto, às 20h30, no Teatro da Fun-dação Casa das Artes, em Bento Gonçalves.

ServiçoQuando: 20 de Agosto Horário: 20h30Onde: Teatro Fundação Casa das Artes Ingressos: primeiro lote promocionalPlateia (R$ 40,00) - estudantes e idosos pagam meia-entradaPontos de Venda:Biroska - (54) 3701.4504 ou pelo www.ingressorapido.com.br (há taxas)

ProjetoO quê: Projeto Pró-esporte da Equipe Bento Gonçalves Futsal ( BGF)Quando: 8 de agosto, 19hOnde: Dall´Onder Vittoria Hotel

ConvençãoO quê: 45ª Convenção LojistaQuando: 14 e 15 de agostoOnde: Fundaparque

Famiglia TrentinaO quê: 8º Raízes de Santo Antão Quando: 16 de agosto, 20 hOnde: Associação de Moradores de Santo AntãoInformações : 3451 .2702

TrilhasO quê: Circuito Trilhas e Montanhas 21kQuando: 16 de agosto, 14h30Onde: Serras dos Vales, Sério, RSInformações: www.trilhasemontanhas.com.br

FeiraO quê: EXPOAGAS 2014Quando: 19, 20 e 21 de agostoOnde: FIERGS, Porto Alegre

SarauO quê: Sarau de aniversário da Biblioteca Pública Castro AlvesQuando: 20 de agosto, 19hOnde: Rua Barão do Rio Branco, 123

DançaO quê: Espetáculo de Dança Ritmos d´AlmaQuando: 21, 22 e 23 de agostoOnde : Fundação Casa das ArtesObs.: 21 de agosto, 14h (evento para convidados)22 e 23 de agosto, 20h (aberto ao público)Ingressos: R$ 15,00Para estudantes e idosos: R$ 7,00Informações: 54 3454 52 11 (com Tatiana)

FestivalO quê: II Festival Nacional do Vinho ColonialQuando: 5 de setembro, às 19h Onde: Salão da Comunidade 8 da Graciema

Jantar-baileO quê: Jantar-baile da Associação dos Deficientes Visuais de Bento Gonçalves - ADVBGData: 6 de setembro de 2014Local: CTG Laços da Amizade Ingressos: R$ 30,00Informações: (54) 3055.3330

As bailarinas Amanda Righes e Gabriela Erthal, alunas da professora Deisi Cecagno, da Aplausos Studio de Danças, classificaram-se na 32ª edição do Festival de Dança de Joinville, o maior do mun-do em número de participantes.

“Entre mais de duas mil coreografias, o Studio foi aprovado com as apresentações Luna, da baila-rina Amanda e Paysant com Gabriela”, lembra Dei-si. Ela acrescenta que é muito importante divulgar os talentos que temos. “Essas bailarinas trabalham diariamente para evoluir,“ enfatiza a professora.

Professora Maria da Graça Toffoli Bortolini*

Educar significa transpor barreiras. É objeti-vo prioritário, trabalho de conscientização e tes-temunho de vida de todo ser humano.

Educar é priorizar o que há de melhor no ser humano. E o desafio da educação é recuperar valores pessoais, sociais, morais e culturais que devem marcar a vida de cada cidadão. A quali-dade da educação passa por investimento, força de vontade e participação de todos. Não existe educação sem uma forte atenção aos valores. Não apenas no sentido ético, mas também cul-tural e social. Isso inclui o idioma, o patrimônio

Educar para a vidacultural local e a própria visão de mundo.

Priorizar a educação é acreditar no conheci-mento como ferramenta geradora de transforma-ção social. Quando a força transformadora da edu-cação muda as pessoas, enriquece uma geração toda, tudo o que nos rodeia; estamos reformulan-do o mundo, colocando nossa marca, valorizando o individual e o coletivo.

A educação, como prioridade, cria oportunida-des para que desenvolvamos o que temos de me-lhor dentro de nós, todas as nossas potencialida-des. Estas oportunidades de participação podem mudar, radicalmente, a vida de alguns de nós. É

nos dada mais responsabilidade e a oportunida-de de ver o mundo de outra forma: um mundo partilhado, solidário, mais compreensivo e mais humano.

Somos levados a acreditar que o futuro será melhor, quando investirmos no plano da educa-ção, recuperando o homem e colocando-o no centro de todo o sistema.

Educar para o surgimento de um mundo novo. Educar em busca da vitória.

*Professora Estadual - Especialista em Educação de Jovens e Adultos

Aplausos Studio de Danças classificacoreografias no Festival de Joinville

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Bailarinas em Joinville

Kleiton & Kledir em Bento Div

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Continua na próxima edição

Paloma De Carli foi a vencedora da promoção “Anúncio Premiado do Valter”, na edição 157. O personagem estava oculto no anúncio Lanches da Sô.

Descubra onde está o Valter nos anúncios do Jornal Integração da Serra.Envie a resposta para o email [email protected] até o dia 15 de agosto de 2014 e concorra a uma diária com acompanhante no Dall´Onder Grande Hotel e a uma camiseta exclusiva da Estôparia.

Ela ganhou uma camiseta exclusiva da Estôparia, entregue por Solange Refatti, proprietária do Lan-ches da Sô e pelo quadrinista Ernani Cousandier (foto)e também uma diária com acompanhante no Dall´Onder Grande Hotel.

Aline Festa

HistóriaPor Rogério Gava

Prêmio Jabuti 2012Ilustrações: Ernani Cousandier

06 | Mosaico | 05 de agosto de 2014

de uma GuerraManhã de 28 de junho de 1914. Domingo

de sol. O arquiduque Francisco Ferdinando – her-deiro do império austro-húngaro – e sua esposa, duquesa Sofia, visitam Sarajevo, capital da então província austríaca Bósnia-Herzegovina. A bordo de um carro aberto, desfilam pela cidade. Milha-res de pessoas lotam as ruas para saudar a famí-lia real. No caminho, o jovem estudante de origem sérvia Gavrilo Princip, 19 anos, membro da facção ultranacionalista Mão Negra (em luta pela liber-tação dos países eslavos do domínio austríaco e pela criação da Grande Sérvia), dispara dois tiros à queima-roupa contra o casal.

O relógio marca precisamente dez horas e trin-ta minutos. Sofia, grávida do quarto filho, morrerá pouco depois. Ferdinando, às 11 horas. Princip tenta em vão se suicidar. É capturado antes de ser quase morto por populares. Os sinos das igrejas badalam. Bandeiras são hasteadas a meio mastro em toda a Sarajevo. O estarrecimento é geral. Nas semanas que se seguem, a diplomacia entre a Áustria-Hungria e a Sérvia se torna insustentável. Todas as tentativas de manter a paz se esgotam. O conflito é iminente.

O Efeito DominóExato um mês após, em 28 de julho, os aus-

tríacos declaram guerra aos Sérvios, culpando-os pelo atentado. No dia seguinte, Belgrado (capital da Sérvia, às margens do Danúbio) é bombardea-da a partir de barcaças austro-húngaras. Em uma semana, as principais potências europeias se mo-bilizam. A Rússia, aliada dos sérvios, logo movi-menta suas tropas para defendê-los. A Alemanha, irmã histórica da Áustria-Hungria (que com a Itália compunham a Tríplice Aliança desde 1882), afir-

“Querida Sofia! Não morra!

Fique viva para nossos filhos!”

Últimas palavras do arquiduque Ferdinando para a esposa.

Cem Anosma naturalmente guerra à Rússia. Às duas primei-ras se juntaria a Turquia (então império Otomano), inimiga histórica dos russos. Formariam para a guerra – Alemanha, Áustria-Hungria e Turquia – a aliança das Potências Centrais.

No outro lado da trincheira está a Tríplice Entente: França, Rússia e Inglaterra. A Inglater-ra – inicialmente neutra à beligerância – declara guerra à Alemanha quando essa invade a Bélgica, abrindo um perigoso corredor na direção do Canal da Mancha. A essas três potências se ligaria pos-teriormente a Itália, que acabou por juntar-se aos Aliados em 1915. A justificativa dos italianos era de que a Tríplice Aliança fora criada originalmente como um acordo de defesa, violado, portanto, pe-los ofensores de origem germânica.

Estava posto o tabuleiro da primeira grande guerra. Sob sua sombra funesta, quinze milhões de pessoas iriam tombar.

O barril de pólvora europeu A história é sempre uma teia

de eventos. Nenhum acontecimen-to germina de um único embrião. Assim foi com a primeira grande guerra. Algumas décadas antes de seu estopim, as potências europeias se dividiam em interesses e acordos.

A Europa era então um campo de batalha adormecido, sem sangue, mas que ocultava corridas armamen-tistas, rivalidade econômica e dispu-ta por colônias. Um barril de pólvora prestes a explodir. Uma panela de

pressão de ambições mal disfarçadas. A geografia política europeia era, duas décadas antes da guer-ra, um coquetel de alianças e estratagemas con-correntes. Uma realidade que serviu de incubado-ra para os germes da batalha mundial. A primeira guerra, assim, foi consequência da instabilidade política e diplomática que imperava no continente europeu no início do século passado. Os tiros do insano Princip foram apenas um pretexto para um conflito que já se ensaiava havia tempos.

Militares e políticos pensavam que a guerra que mal começava iria durar apenas algumas se-manas. Quem sabe por isso não hesitaram em seu engajamento. Talvez os dois lados entendessem que venceriam facilmente. Qual seja o verdadeiro motivo, todos estavam enganados. Foram quatro longos anos de sangue e horror. De lama, doenças e fome. A Europa nunca mais seria a mesma. Tam-

pouco o mundo.

Mosaico | 05 de agosto de 2014 | 07

Dois tiros que mudaram o rumo da históriaOs disparos que liquidaram Ferdinando e So-

fia marcaram o fim de uma era de prosperidade e paz. Uma era de ouro para a Europa. A chamada Bela Época. Antes de a guerra eclodir, o ociden-te europeu era o centro científico, artístico e cul-tural do mundo. Vinham da Europa as invenções e inovações tecnológicas; lá eram edificadas as grandes obras de arte. A Europa prosperava eco-nomicamente como nunca antes. Tudo isso virou pó. Devastado, o continente europeu perdeu sua hegemonia. Perdeu seu rumo.

Finda a guerra, em 1918, quatro domínios im-periais não mais existiam: os impérios, Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano haviam desmo-ronado. Novos países surgiram. Da Áustria-Hungria originaram-se Áustria, Hungria, Tchecoslováquia e Iugoslávia. O Império Otomano, desmembrado, originou a Turquia. De uma porção da Alemanha emergiu a Polônia. O novo mapa da Europa estava traçado.

Foi a primeira guerra, também, que possibili-tou aos Estados Unidos a ascensão ao posto de potência mundial. Sob seus escombros floresceu, ainda, o radicalismo islâmico e o comunismo. As tensões geográficas no Oriente Médio igualmente nasceram dali. E das cinzas da guerra brotaria, vin-te anos mais tarde, a insanidade nazista.

A estatística do infernoOs números sobre a primeira guerra são impre-

cisos e escassos. Perderam-se na névoa do tempo. As verdadeiras estatísticas jamais serão conheci-das. Estima-se, no entanto, que pelo menos ses-senta e cinco milhões de soldados partiram para o front nos quatro longos anos de batalha. Entre oito milhões e meio e dez milhões não voltaram para casa. Vinte e um milhões de militares ficaram gravemente feridos e seis milhões inválidos para sempre. Cerca de seis para sete milhões de civis pereceram. Na Alemanha, por exemplo, um em cada três jovens entre 19 e 22 anos estava morto.

Mas o pior veio depois. A Gripe Espanhola – consequência direta da movimentação maciça das tropas e da baixa imunidade das populações devastadas pela fome – ceifou 50 milhões de vi-das entre 1918-19. Foi como se mais três guerras se sucedessem.

A escabrosa matemática da guerra.

O armistício A primeira guerra findou oficialmente no dia 11

de novembro de 1918, o histórico Dia do Armistí-

cio. As nações centrais não mais aguentavam as investidas dos aliados, que desde um ano antes contavam com o poderio dos Estados Unidos. A declaração de paz foi assinada por oficiais aliados e germânicos às cinco horas e dez minutos da ma-nhã. Como era o dia 11 do mês 11, concordou-se – pelo capricho à coincidência – que o cessar fogo oficial se daria às 11h da manhã daquele dia.

Capricho que gerou mais uma coincidência numérica, tão espantosa quanto funesta: 11 mil soldados aliados pereceram naquela manhã, pois continuaram a combater sem saber que a guerra havia terminado. Como que por escárnio d o destino, a última morte oficial da primeira guerra vitimou um soldado canadense às dez horas e cinquenta e oito minu-tos da manhã. Dois minutos depois se ordenou o cessar fogo.

Conta-se que segundos após o armistício ter sido transmitido aos soldados, um silêncio apavorante tomou conta do campo de batalha. Combatentes dos dois lados não sabiam ao certo se acre-ditavam na notícia ou não. Por precaução, continuaram nas trincheiras. Imóveis e desnorteados.

Enquanto os últimos tiros eram dis-parados, um soldado anônimo recuperava-se da cegueira causada pelo gás mostarda durante uma batalha. Ficou profundamente arrasado com a no-tícia do fim da guerra e da derrota alemã. Pensou consigo que toda a luta de seu país fora em vão. Internamente e em silêncio, jurou vingança. Jurou salvar a Alemanha. Como escreveu mais tarde, chorou, quieto, ardendo em febre em seu leito no hospital, com a cabeça enfiada no travesseiro.

O desconhecido cabo Adolf Hitler tomava aí a decisão de entrar para a política.

As sementes de uma nova guerra

Dois meses depois do armistício, em janeiro de 1919, as nações vencedoras

reuniam-se em Paris para celebrar os acordos do pós-guerra. Mais cinco

meses passariam e estava assi-nado o Tratado de Versalhes.

Por ironia do acaso, no mesmo vinte e oito de ju-nho no qual a guerra havia iniciado cinco anos antes.

A Alemanha foi alça-da à condição de grande

culpada e responsável única pelo conflito. Sobre ela recaíram as

piores reparações, na forma de pesadas in-denizações financeiras e perdas territoriais. De-

pauperada geográfica e economicamente, perdeu 13 por cento de seu território (basicamente para a

criação do novo Estado da Polônia e pela reincor-poração da Alsácia-Lorena pela França). Em ter-mos econômicos, os cofres alemães tiveram que arcar com a reparação financeira aos aliados. Em 1921 esse valor foi fixado em 33 milhões de dó-lares. Não bastasse, a recém-criada República de Weimar foi obrigada a abrir mão de sua frota ma-rítima de carga e entregar suas minas de carvão mais relevantes. Perdeu também cinco mil trens, requisitados pelos vencedores. E praticamente foi proibida de organizar exército.

Em suma, os aliados exigiram recompensas para mostrar que o sacrifício dos longos anos de

guerra, afinal, não havia sido em vão. A Alemanha nunca pagou integral-mente as reparações. Mas isso não evitou que mergulhasse em um caos econômico e de hiperinflação.

Em 1923 um dólar americano estava cotado a 4,2 trilhões de marcos; um

centavo de dólar, 42 bilhões. A alta nos preços atingia a taxa de inacreditá-

veis 30 mil por cento ao mês. A inflação fazia com que as mercadorias dobrassem

de valor a cada quatro dias. Uma economia transforma-

da em pó.O Tratado de Versalhes

simplesmente abortou qual-quer possibilidade da Alema-

nha reerguer-se. Isso teve um preço. A humilhação pela derrota e o peso do castigo aliado foram ga-nhando contorno e se incrustando no âmago da nação. Constituíram terra fértil para o ódio e o res-sentimento.

Sementes do horror nazista que não tardaria a florescer.

Será a paz uma ilusão?Os veteranos da primeira guerra já não estão

mais entre nós. A grande guerra passou definitiva-mente à categoria de história. A história que ensi-na, mas tantas vezes não é ouvida. Surda que é a humanidade. Prova dessa surdez é que muitas ou-tras guerras se sucederiam desde então. A maior delas dizimaria sessenta milhões de pessoas, ape-nas duas décadas depois.

Desde as cavernas a paz do homem nunca foi total. Nem duradoura. Paradoxo dos paradoxos: ninguém aprova a guerra, mas ela acaba sempre por emergir. Arrastando a humanidade para o abis-mo. Ninguém quer a guerra, mas nunca houve um período na história desprovido de batalhas e san-gue. Foi assim durante as duas grandes guerras. É assim hoje.

Talvez por isso sejam verdadeiras as palavras proféticas de Georges Clemenceau, primeiro mi-nistro francês e um dos signatários da conferência de Paris em 1919: “Fazer a guerra é de longe mais fácil do que fazer a paz”.

Cem anos depois da primeira guerra, uma advertência ainda atual.

08 | Mosaico | 05 de agosto de 2014

HistóriaO Centro de Tradições Gaúchas Laço

Velho, atualmente situado na Rua 15 de No-vembro, 125, bairro Planalto, foi fundado em 29 de agosto de 1957. Está registrado no MTG sob o nº 0088 e faz parte da 11ª Re-gião Tradicionalista Gaúcha. Conforme De-creto Municipal nº1498, foi tornado utilidade pública em 24 de janeiro de 1964.

Em 1959, aconteceu a inauguração do primeiro galpão, na rua Saldanha Marinho, centro do município. Alguns anos mais tarde, o CTG foi transferido para uma nova sede, cedida pelo Governo do Estado, onde hoje está localizada a praça Centenário. Na dé-cada de 1970, passou a funcionar, no atual endereço, em prédio próprio, local privilegia-do da cidade.

DepartamentosO CTG Laço Velho é liderado pelo Patrão

Sérgio Cesar Basso e seus capatazes. Nos departamentos Cultural, Artístico e Campei-ro, destacam-se as invernadas de danças tradicionais, desde escolinha a partir de 4 anos, pré-mirim, mirim, juvenil, adulta e vete-rana e cursos de danças gaúchas de salão. Seus peões e prendas sempre são atuantes em rodeios, torneios de laços e festas cam-peiras.

PROGRAmAçãO

10 de agosto: início do Curso de Danças Gaúchas de Salão

Informações: 54 99975910 54 3452 3586

18 a 22 de agosto: 2ª Semana Cultural

do CTG Laço Velho, com diversas atividades, paletras, missa crioula, declamações e ter-túlias.

23 de agosto: Jantar Baile de Aniversá-rio de 57 anos do CTG, com gravação ao vivo do CD do Grupo Manotaço, sorteio de um carro entre os participantes.

11 de outubro: Baile da Mala de Garupa, um baile à moda antiga, à luz de candeeiros

25 de outubro: Baile da Prenda Jovem

21, 22 e 23 de novembro: Rodeio Esta-dual do CTG Laço Velho

Todos estão convidados a parti-cipar, cultivando nossas tradições e difundindo a cultura gaúcha entre as gerações.

CTG Laço Velho comemora 57 anos

Apoio:

O legado da tradição gaúcha é lembrado em agosto, mês em que o CTG Laço Velho, de Bento Gonçalves, comemora seu 57°aniversário de fundação. Neste ano, será prestada uma homenagem póstuma ao tradicionalista e acordeonista Ademir Tedeschi, o “Baixinho”, durante a 2ª Semana Cultural, de 18 a 22 de agosto. Tedeschi participou ativamente da história do CTG Laço Velho, animando sempre os encontros com seu acordeão.