Museu do Imigrante -...

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | 7 DE JULHO DE 2016 | EDIÇÃO 180 Foto: André Pellizzari 54 9656.4736 54 3701.3646 [email protected] APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS Excelência e profissionalismo. Atende Bento e região. CNPJ: 22.876.260/0001-68 Enfim, reaberto! Museu do Imigrante

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITABENTO GONÇALVES | 7 DE JULHO DE 2016 | EDIÇÃO 180

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APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOSExcelência e profissionalismo. Atende Bento e região.

CNPJ: 22.876.260/0001-68

Enfim, reaberto!

Museu do Imigrante

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stá “bombando” a visitação de turistas e moradores de Bento Gonçalves ao Museu do Imi-

grante, reinaugurado pelo pre-feito Guilherme Pasin no último dia 27 de junho. O único museu de Bento Gonçalves, situado na avenida Herny Hugo Dreher, per-maneceu oito anos fechado, para restauro do prédio, construído em 1913. A estrutura física do imóvel foi refeita com um investimento de cerca de R$ 500 mil reais cap-tados em empresas locais através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. A captação, num total de R$ 1.091.153,24, foi aprovada em 2008, pelo Ministério da Cultura. No processo de restauro foram descobertas quatro portas, entre internas e externas, que tinham sido cimentadas, comprometen-do a originalidade do prédio.

O museu reabriu sem etique-tação do acervo exposto, sem o elevador panorâmico para ca-deirantes, idosos e obesos, entre outros portadores de necessida-des especiais, previsto no proje-to para a parte de trás do prédio e sem tecnologia da informação. Projetado em vidro, o elevador contribui para a contemporanei-dade junto à arquitetura histórica do prédio. A última etapa do pro-

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Após reabertura, visitação intensaMuseu do Imigrante

Prédio, de 1913, que sedia o único museu de Bento Gonçalves, interditado, desde 2009, foi reaberto no último mês de junho

Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

jeto de recuperação, além da instala-ção do elevador panorâmico, prevê a implantação de sistema de infor-matização para informações sobre o acervo, programação e pesquisa. Segundo o secretário municipal de Cultura, Evandro Soares, será aberto outro edital voltado a mais captação de recursos pela Lei Rouanet para essa etapa.

Os dois andares do prédio abri-gam nove salas com a temática da imigração italiana. A primeira, à es-querda, no primeiro piso, está sen-do usada como sala de exposições temporárias. No momento, o espaço está sendo ocupado com mostra de imagens históricas dos 130 anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul. Nas demais salas, os visitantes encontram desde a história e relí-quias da primeira fábrica de gaitas do Brasil, iniciada em Santa Tereza, na época distrito de Bento Gonçal-ves e instrumentos utilizados para o trabalho na colônia e na viticultura até imagens de santos da igreja ca-tólica que remetem à religiosidade dos italianos que imigraram para o município em 1879. Também há uma cozinha e um quarto com mó-veis todos feitos em madeira, recur-so natural abundante na região na época da imigração.

De acordo com a recepcionista

Michele Becker, desde a reabertura a visitação tem sido contínua, com muitos manifestando surpresa dian-te das relíquias. “Estamos recebendo muitos turistas de São Paulo e do Rio de Janeiro e também moradores de Bento Gonçalves, que trazem filhos e netos para conhecer o museu”, acentua Michele. Ela acrescenta que

a sala com os móveis de quarto de casal, mais o berço, feitos em ma-deira, é o que mais tem chamado a atenção. O casal de empresários Akeni Sakaroto e Anderson Gasperi, de Rondônia, pela primeira vez no município, visitou o museu antes mesmo de procurar um hotel para a hospedagem. “Gostamos de visitar museus. Esse está com um acervo muito bom”, salientaram.

O acervo do local está aos cui-dados da museóloga Tamara Tofani, de 25 anos, natural do Rio de Ja-

Janete Nodari

Visitantes de Rondônia conhecemo Museu do Imigrante

Museóloga Tamara Tofani

Janete Nodari

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Data de construção do prédio pelo Governo do Estado para implantação da Estação de Sericicultura

O local passa a sediar a Escola Agrícola e Zootécnica

A escola é fechada e o prédio repassado para a prefeitura

Imóvel é arrendado pela Sociedade Amigos do Planalto para a instalação do anexo do Hotel Veraneio Planal-to, ocasião em que o prédio sofreu a primeira reforma

Prefeitura vende o prédio para a Sociedade Planalto, para a instalação do Hotel Planalto

Prédio abriga como escritório, armazém, hospedaria e residência

Prefeitura decreta que o imóvel serviria para preservar a memória coletiva e o patrimônio cultural da cidade

Museu é aberto ao público, vinculado à Secretaria Municipal de Educação. Após, foi vinculado à Casa das Artes

neiro, que veio residir no município, há cerca de mês, para ser a responsável técnica do Museu do Imigrante. Segundo ela, o acervo total do museu é de cerca de 20 mil peças. “Hoje, temos 522 em exposição permanente, mais 45 fotografias na sala de exposição temporária. As demais peças estão sendo acondicionadas na reserva técnica, em salas localizadas na lateral do museu”.

Turistas sentiam falta O museu fica situado em zona nobre do mu-

nicípio, no entorno da Fundação Casa das Artes. A frente dele é para a rua que sedia bares, restau-rantes e é “point”, tanto para moradores como para turistas que se hospedam no Dall´Onder Grande Hotel. De acordo com o gerente de Marketing do Dall´Onder, Rafael Pasqualotto, muitos hóspedes manifestam vontade de conhecer um local históri-co na cidade. “Agora, poderemos indicar um bem perto: o Museu do Imigrante”.

No andar superior, pia colonial e utensílios domésticos

Utensílios de madeira utilizados para aelaboração de vinho caseiro

Sala da religiosidade

Sala de gaitas: história e relíquias

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LINHA DO TEMPO

O museu está aberto para visitação de terça a sábados, das 8 às 11h45min. À tarde, das 13h30 às 17h45min. A entrada é gratuita.

1913 Começa o processo de tombamentodo prédio. A regularização ocorre em2005, quando ele passou a denominar-se Museu do Imigrante

Apresentado o projeto de restauração do prédio

Projeto de restauro do prédio é apresentado ao Ministério da Cultura

Ministério autoriza captação de R$ 1.091.153,24

Parte do prédio é interditada

Telhado do prédio é trocado, na administração do ex-prefeito Roberto Lunelli, com recursos da Fundação Casa das Artes

São captados pela prefeitura cercade R$ 500 mil para a obra, através da Lei Rouanet

Adequação de planilhas orçamentárias

Começa o restauro

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Desde dezembro de 2015, a Rede Dall’Onder de Hotéis está aceitando animais de estimação em suas acomodações. Para o bem-estar dos bichinhos, dis-ponibiliza comedouro, bebedouro, cama, arranhador para gatos e kit higiênico básico. Os animaizinhos fi-cam no mesmo apartamento que o visitante. O hotel também prepara um aviso nas portas com as carac-terísticas e os nomes dos pets.

De acordo com Rafael Pasqualotto, gerente de Marketing da Rede Dall’Onder de Hotéis, “o objetivo é agradar aos bichinhos. Não é uma hospedagem de tolerância, mas sim de vontade, pois receber é muito mais do que tolerar”, observa ele. Para se capacitar a oferecer esse serviço, o hotel conheceu empreen-dimentos no Estado, inclusive hospedando-se com animais e, a partir disso, identificou as necessidades.

Os sites da rede disponibilizam uma página específica orientando e esclarecendo todas as informações ne-cessárias para quem dese-ja viajar e se hospedar com seu pet.

Mais informações: www.dallonder.com.br

Rede de Hotéis Dall´Onder com hospedagem para pets

Divulgação

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 15 | Nº 180 | JUNHO|JULHO 2016 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Somos visuais

Caderno Mosaico

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

Deficiente visualdenuncia discriminação

Página 4

Paisagem do vinhedo da Serra Gaúcha pode pleitear

candidatura a Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco

Talian é a segunda línguade Bento Gonçalves

Caderno Mosaico

Nesta edição, de número re-dondo - 180 - caprichamos no vi-sual, aliás extrapolamos no quesito imagens da Serra Gaúcha. Para isso, contamos com experts no assunto. A foto do Museu do Imigrante é de André Pellizzari. A da capa do Cader-no Mosaico é de Fabiano Mazzotti.

As paisagens da Serra Gaúcha são um deleite em todas as esta-ções. Nestes meses da estação fria, agrega-se o calor humano, uma be-bida quente e um bom vinho. Para os nascidos e criados à sombra dos parreirais e para os que aqui chega-ram e adotaram o lugar, a paisagem do vinhedo não passa despercebi-da.

Imagine, então, para pesquisa-

Honestidade surpreende?Página 3

dores e vinhateiros. É o que você con-fere nesta edição. Um inventário de imagens e textos sobre a paisagem do vinhedo do Estado, escrito por Ri-naldo Dall Pizzol e Luís Vicente Elias Pastor, no Caderno Mosaico.

A sabedoria de Seu Rinaldo foi compartilhada na tarde em que ele esteve na redação conversando com a gente sobre livros, vinhas e home-nagens.

Recebemos também a visita da Dona Lourdes, nossa leitora, que es-creve artigos com criatividade e irre-verência. Confira no Espaço do Leitor.

Leia também as colunas assina-das sobre cultura e variedades. E mui-to mais!

Boa leitura!

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Página Dois2 Jornal Integração da Serra | 7 de julho de 2016

Os artigos publicados com assinatura são

de inteira responsabilidade do autor e

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do Jornal. Suas publicações obedecem ao

propósito de refletir as diversas tendências

e estimular o debate dos problemas de

interesse da sociedade. Por razões de clareza

ou espaço, os e-mails poderão ser publicados

resumidamente.

Editor de Fotografia: André Pellizzari

Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Ancila Dall´Onder Zat, Ernani Cousandier, Padre Ezequiel Dal Pozzo, Paulo Capoani, Rogério Gava, Thompsson Didoné

Endereço: Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS

Fone: (54) 3454.2018 / 3451.2500

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www.integracaodaserra.com.br Filiado à ADJORI.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Na primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves,Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete NodariÁrea Comercial: Moacyr Rigatti e Sinval Gatto Jr.

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Festa do petrolãoLourdes Martins

A bicicletinha virou, a moto chegou, o galo cantou. No galinheiro, há muitos galos, mas tem um especial, muito valente e muito metido. No galinheiro, há muitos galos e galinhas, gostam muito de festa, com comidinha de mon-tão e o vinho do bom. Os galos sacodem as asas e as per-ninhas, a galinha bate suas coxas e também suas perni-nhas, assim continua o baile no salão. Os galos saem com os seus sacos nas costas, passam na escola e na escolinha, levam suas fraldinhas e também sua comidinha, coitadas das criancinhas!

Com suas asas batendo e o saco cheio, agora muda-ram, vão para Luanda depositar seu salário do mensalão e do petrolão.

No petróleo, há um bicho papão, assusta gavião. Eles correm esconder seu dinheiro debaixo do colchão. O povo vai mesmo de caminhão, no baile lá no galpão, na festa e

Espaço do LeitorAcompanhe a irreverência de Dona Lourdes Martins,

80 anos, no texto abaixo. Segundo ela, texto para letra de música inspirado no atual cenário da política brasileira. Dona Lourdes esteve na redação do Jornal Integração da Serra, apresentando seus escritos.

Retr

atus

na dança no compasso do vanerão.Assim esquece a corrupção, o povo não presta atenção,

pega o seu celular na mão, vendo mulher pelada e homem peladão. Assim termina a festa do petrolão.

Quero viajar em meu jatinho, vou dentro do meu cofri-nho, sem perigo algum, vou com meus guarda-costas, vou visitar uns países, desfrutar dos dólares, euros e vou indo pelas ilhas Canárias, lá há muitos cofres me aguardando, sigo para Dubai, lá há muito ouro e muitas moedas de ouro.

Meu cofre está abarrotado. Volto agora, com saudade da minha bicicletinha, vou pedalando pelo Planalto Mé-dio, debaixo de uma árvore vou dar uma descansadinha, coçar minhas perninhas. Sigo mais uma paradinha. Volto agora pedalando para o Porto dos Casais, por lá dou mais uma coçadinha na minha perninha.

Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê--la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele. O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóti-cos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas. Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do suposto “alfaiate”. Quando o falso tece-lão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: “Que lindas vestes! Fizeste um trabalho magnífico!”, embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho do bandido, nenhum deles

Mera coincidência

querendo que achassem que era incompetente ou in-capaz. O bandido garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança: “O rei está nu!” O grito é absorvido por todos, o rei se en-colhe, suspeitando que a afirmação é verdadeira, mas se mantém orgulhosamente e continua a procissão”. Qualquer semelhança desse conto popular espanhol com comportamentos de alguns atuais governantes é mera coincidência. Afirmo isso, porque “yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay”.

Repr

oduç

ão

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Comportamento7 de julho de 2016 | Jornal Integração da Serra 3

Por Janete Nodari

O administrador de empresas, André Pompermayer Crippa, achou uma carteira no semáforo das ruas Saldanha Marinho com Treze de Maio, no centro de Bento Gonçalves e devolveu. Ele relata que estava pa-rado no sinal, quando viu a carteira junto ao meio-fio. “Pedi para o caro-neiro, pegar a carteira. Verifiquei que havia dinheiro, cartões de crédito e documentos”, relata Crippa. Ele acres-centa que imediatamente procurou pelo nome do proprietário em uma rede social e deixou um recado no Messenger. Também ligou para uma rádio local. “Quinze minutos depois recebi uma ligação do dono da car-teira, agradecido”. A boa ação resul-tou em uma amizade nova. “Deveria ser um ato natural, mas valores como honestidade, sinceridade e solidarie-dade estão em desuso, por isso as pessoas se surpreenderam com mi-nha atitude”, observa.

A reação imediata dele foi postar nas redes sociais “que o dono podia ficar tranquilo”. Uma hora depois, ele já havia devolvido a carteira. Co-mentários na página do Facebook de Crippa, como “precisamos de mais pessoas assim” e “tenho o privilégio

A universitária Vitória Volpato, 20 anos, que cursa Relações Internacionais na UFRGS, retornou recentemente da Suécia, onde morou cinco meses em intercâmbio. No relato dela sobre a experiência, exemplos de bem-estar, segurança e honestidade.

“Pouco ou quase nada se sabe da Suécia. Quando se fala desse país, o que nos vêm à cabeça está provavel-mente relacionado a um inverno rigoroso ou a uma po-pulação majoritariamente loira. Mesmo sabendo nada ou muito pouco sobre esse país, normalmente se tem uma vaga ideia – correta – de que a Suécia é um país extremamente desenvolvido, no chamado “modelo nór-dico”, com um Estado de bem-estar social bastante pre-sente na maioria das esferas da vida de seus cidadãos.

Sabendo pouco sobre a Suécia e falando exatas duas palavras em sueco, viajei à cidade de Malmö, no sul do país, para estudar na Universidade de Lund. Passei lá cinco meses e, nesse meio tempo, pude conhecer um pouco da mentalidade e da cultura sueca.

Na Suécia, como em outros países da Europa, não é necessário mostrar o ticket do trem antes de entrar nele. Entra-se e, durante o trajeto, um funcionário da compa-nhia de transporte verifica se os passageiros possuem os devidos tickets. Em alguns trajetos, eles nem chegam a verificá-los. Nas vezes em que andei de trem nunca vi um passageiro que não tivesse o ticket em mãos.

Honestidadesurpreende?

de ter você em meu quadro de ami-gos” provam que casos de honestida-de são raros nos dias atuais.

Teste de honestidadeNa última edição da ExpoBento,

ocorrida de 2 a 13 de junho de 2016, no Parque de Eventos, foram coloca-das à venda 1500 caixinhas de sucos, por R$ 2,00 cada, sem a presença de alguém para a entrega e a cobrança. O valor devia ser depositado em uma caixa ao lado dos sucos. Do início ao

final da feira, foram retiradas 1.485 caixas, com uma arrecadação de R$ 2.610,85, destinada à Associação Pró--Autistas Conquistar (APAC). A taxa de “esquecimento” no pagamento foi de 9,1%.

A ideia foi inspirada em ação si-milar realizada com picolés na Uni-versidade Tecnológica do Paraná. “Ao assistir ao vídeo da intervenção na universidade, lembrei de levar à feira esse conceito. A questão educativa sempre foi um norte para mim. Tive a experiência de viver quatro anos na Europa, onde há serviços e produtos oferecidos dessa forma, na confian-ça. O projeto oportunizou ao público exemplos de honestidade, cidadania e educação. Não mudaremos a socie-dade, se não for pela educação”, rela-ta o presidente da Expobento 2016, Rafael Fantin.

E o troco a mais?O presidente do Sindicato dos

Empregados dos Estabelecimentos Bancários de Bento Gonçalves, Valdir Bussolotto, observa que a honestida-de não é um ato superficial. “É uma questão mais profunda, vem dos va-lores ensinados na família e na escola”, afirma. Segundo ele, quando funcio-nários de caixas de estabelecimentos

bancários entregam dinheiro a mais ao cliente é raro as pessoas responde-rem de imediato - olha, você me deu o troco errado! “Mas ainda tem quem faça isso. Trabalhando como caixa no extinto Unibanco, entreguei uma quantia de dinheiro a mais, ao ‘fazer troco’, para um empresário. Logo em seguida, ele me ligou”, lembra. Bus-solotto acrescenta que. se ao fechar o caixa no final do expediente, tiver dinheiro a mais, os funcionários não ficam com o dinheiro.

Rafael Fantin: a questão é educativa

Divulgação

Valdir Bussolotto: valores ensinados na família e na escola

Arquivo Pessoal

Relato de uma estudante sobre o nível de confiança na Suécia

Vitória Volpato na Suécia

Arquivo PessoalOutro fato interessante é que os jornaleiros pos-

suem a chave das casas dos assinantes. Mais ou me-nos às 5 horas da manhã, o jornaleiro abria a porta da garagem da casa onde vivíamos e nos deixava o exemplar do dia.

Em uma ocasião, agora na capital Estocolmo, esta-va em uma loja de conveniência com uma amiga. Uma mulher – aparentemente sueca – estava se servindo de um café. Minha amiga se perguntou em voz alta se era necessário pagar pelo café antes ou depois de servir-se e a sueca, ao ouvir-nos, disse em inglês: “Não faz a menor diferença. Você faz como quiser”. Achei essa resposta muito interessante, pois ela demonstra a firme convicção, por parte do dono do estabeleci-mento e de seus clientes, de que todos irão pagar por seu café, quer seja antes ou depois de servir-se dele.

Com esses exemplos, que são os mais significa-tivos dentre muitos outros, pode-se constatar que as relações interpessoais na Suécia são baseadas na confiança mútua. Confiança mútua que, por sua vez, é manifestação da segurança de que o outro fará aquilo que se espera dele, a partir de um apurado sentido de sinceridade e honestidade.”

Vitória Volpato, UniversitáriaRelações Internacionais (UFRGS)

*Especial para o Jornal Integração da Serra

Valores como honestidade e sinceridade estão em desuso? Se você achasse uma carteira na rua, devolveria?

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Geral4 Jornal Integração da Serra | 7 de julho de 2016

O professor Wagner Maia denun-ciou dois cartórios de Bento Gonçal-ves ao Ministério Público Federal por discriminação contra pessoas porta-doras de deficiências. Maia, que é de-ficiente visual, enfrentou dificuldades ao procurar os estabelecimentos para trâmite de compra de imóvel no mu-nicípio. Ele ressalta que no Cartório Damo foi surpreendido pela negativa de reconhecimento de sua assinatu-ra. “Eles disseram não aceitar assina-turas de pessoas cegas para reconhe-cimentos de firma. Acrescentaram que teria que nomear um procurador por instrumento público para assinar os documentos por mim. Na ocasião, questionei se tinham conhecimento do capítulo do Código Civil que diz respeito à capacidade e à incapaci-dade civil dos cidadãos. Também in-daguei porque estavam tratando um deficiente visual como uma pessoa com deficiência mental, que seriam, segundo o código civil, os juridica-mente incapazes. Neste momento, eles pegaram o livro da Consolidação Normativa Notarial e Registral 2016 e leram o artigo 65, segundo o qual ninguém poderia coagir o tabelião

O endividamento das famílias gaúchas encerra junho com o per-centual de 61,2%. Em relação ao mes-mo período do ano passado houve um crescimento (60,5%), mas se com-parado a maio deste ano o indicador sofreu desaceleração (62,3%). O re-sultado apurado em junho deste ano mostra que, pela primeira vez desde o último trimestre de 2015, ocorreu um certo alívio na tendência de elevação dos indicadores de endividamento e inadimplência das famílias gaúchas. Tanto o endividamento quanto a inadimplência mostraram alguma melhora, interrompendo o processo de deterioração paulatina observada nos meses passados. O dado cons-ta na Pesquisa de Endividamento e

Deficiente visual denuncia cartórios aoMinistério Público por discriminação

a reconhecer uma firma contra sua vontade. Foi ressaltado ainda que a medida era para minha própria segu-rança, num discurso completamente discriminatório, que me deixou numa situação muito vexatória publica-mente”, relata Maia. O Cartório Damo

não quis se pronunciar sobre o caso.Já no Cartório de Registro de

Imóveis, ainda segundo Maia, lhe foi negada a prioridade no atendimen-to, prevista no artigo 9º do estatuto da pessoa com deficiência. O Cartó-rio de Registro de Imóveis salienta

que há uma exceção a essa regra nos Princípios do Direito Registral Imobi-liário, segundo a qual para o ato de protocolo, caso de Maia, predomina a ordem de chegada sobre qualquer outra regra.

Maia também enviou denúncia contra o cartório Damo a Ouvidoria do Tribunal de Justiça do RS, que res-pondeu da seguinte forma:

“A Consolidação Normativa Nota-rial e Registral –CNNR, Provimento nº 32/06 – CGJ/RS, no art. 649, § 7º, trata exatamente do reconhecimento de firma de pessoa cega:

§ 7º – Em documentos firmados por pessoa cega, se capaz e alfabe-tizada, o reconhecimento deverá ser feito por autenticidade, observado o seguinte:

a) o Tabelião deverá fazer a leitu-ra do documento ao signatário, veri-ficando as suas condições pessoais para compreensão de seu conteúdo;

b) alertá-lo-á sobre as possíveis fraudes de que pode ser vítima, ao assumir a autoria de um escrito;

c) será anotada na ficha de autó-grafo a circunstância de ser cego o autor.

Divulgação

Wagner Maia denuncia discriminação

Endividamento das famílias gaúchas mostrasinais de alívio desde último trimestre de 2015

Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta terça-feira (05) pela Fecomércio-RS.

“Mesmo que esse seja um primei-ro sinal positivo, ainda é cedo para se falar em reversão de tendência”, pon-derou o presidente da Fecomércio--RS, Luiz Carlos Bohn. Segundo ele, a situação da economia continua bas-tante restritiva para as famílias, além disso, os reflexos da crise sobre o mercado de trabalho seguem se ma-terializando. “Apesar da melhora em junho, os dados continuam mostran-do que os gaúchos que já entraram em inadimplência permanecerão em dificuldades de sair dessa situação no futuro próximo”, afirmou Bohn.

A PEIC-RS de junho indica que a

parcela da renda comprometida com dívidas cresceu, saindo de 31,9% em maio deste ano para 32,2% em junho. O tempo de comprometimento, na média em 12 meses, manteve-se em 7,6 meses. O cartão de crédito ainda é o principal meio de dívida dos gaú-chos, apontado por 79,3% dos endi-vidados, seguido por carnês (41,3%), crédito pessoal (10,1%) e cheque es-pecial (9,9%).

O percentual de famílias com contas em atraso registrou leve re-cuo em junho de 2016 na compara-ção com o mesmo mês de 2015: saiu de 23,3% para 23,0%. Já o índice de famílias que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas em atraso no prazo de 30 dias

atingiu 9,1% em junho de 2016, o que significa diminuição na compa-ração com junho de 2015, quando o indicador estava em 13,1%. “O indi-cador permanece em patamar alto para seu padrão histórico, mostrando a dificuldade das famílias que entram em inadimplência em sair dessa situ-ação”, destacou o presidente da Feco-mércio-RS.

Reprodução

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Geral 57 de julho de 2016 | Jornal Integração da Serra

Reunião com Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul

Divulgação CIC/BGUma comitiva formada por repre-

sentantes da iniciativa privada e do setor público de Bento Gonçalves es-teve reunida com o secretário estadu-al de Segurança, Wantuir Jacini, no úl-timo dia 6 de julho, em Porto Alegre, buscando uma contrapartida para investimentos que as empresas do município estão dispostas a realizar na área de segurança pública da ci-dade. O grupo vem articulando a am-pliação no repasse de recursos para os órgãos de segurança, ação que ganhou força, nas últimas semanas, com a apresentação de planos de in-vestimentos e acordos para repasses entre empresários e entidades.

Durante o encontro a pauta girou em torno de duas demandas consi-deradas fundamentais para conter a escalada da violência registrada nos últimos meses no município. A pri-meira é o aumento do efetivo da Bri-gada Militar. Já a segunda, é a cons-trução de um novo presídio que evite o contato entre a população carcerá-ria regional com a da região metropo-litana, interpretado como propulsor para o avanço das ações de facções

Eleições 2016Programa Participa Bento promove reunião

O Programa Participa Bento promove, no próximo dia 13 de julho, uma reunião de trabalho voltada à elaboração do plano de governo do PMDB para a eleição municipal de 2 de outubro deste ano. Lideranças de vários segmen-tos da comunidade estão sendo convidadas para a reunião, que ocorre no salão comunitário da Paróquia Santo Antônio, a partir das 19 horas.

Segurança públicaEmpresários buscam contrapartida do Estadopara investimentos emergenciais no Consepro

criminosas na cidade.

Intercâmbio entre apenados“Apresentamos um plano de

trabalho que prevê investimentos emergenciais na casa de R$ 685 mil, destinados ao Consepro, a serem aplicados em novas tecnologias e equipamentos para a Brigada Militar. Além disso, queremos aumentar a ar-recadação mensal do órgão. Porém, o Estado precisa se comprometer com demandas que são absolutamen-te urgentes, como a construção do novo presídio”, destaca o presidente do CIC, Laudir Piccoli.

Além do presidente do CIC, a reunião contou com a presença do prefeito Guilherme Pasin, dos presi-dentes do Sindilojas, Daniel Amadio, e do Sindicato Trabalhadores Rurais, Inês Fagherazzi Bianchetti, do chefe da Casa Militar, José Paulo Marinho, do empresário Élton Gialdi, diretor do CIC que lidera a comissão de apoio ao Consepro, da arquiteta e empresária Marta Perin, que atuou na elaboração do plano para reequipar a BM e do empresário Laercio Pompermayer.

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O Hotel Villa Michelon já está preparado para receber centenas de turistas na estação mais fria do ano. Para esse período, o empreen-dimento oferece pacote com três diárias. Como boas-vindas é ofere-cido um ‘welcome drink’ com quentão e a estada ainda prevê café da manhã, meia-pensão jantar, uma garrafa de Vinho M. Luiz Michelon no apartamento, uma caneca por pessoa no apartamento. Além dis-so, o hotel conta com programação infantil das 17h às 21h de domin-go a sexta-feira e das 8h às 20h, aos sábados e domingos.

De acordo com o proprietário e diretor-geral do Villa Michelon, Moysés Luiz Michelon, a procura já é intensa com 63% dos quartos reservados. “Temos uma boa expectativa de ocupação, visto que o frio promete ser intenso. Esperamos que o mês de julho seja tão bom quanto o ano passado. Registramos a presença de muitas famílias de diversas partes do Brasil, em especial do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais”, destaca Michelon. O empreendimento conta com o Certificado de Excelência do TripAdvisor.

As reservas podem ser feitas pelo call free 0800 703 3800, fone (54) 2102-1800, e-mail: [email protected].

Empresas/Entidades6 Jornal Integração da Serra | 7 de julho de 2016

Para sugestões, informações, reclamações e recolhimento de móveis ve-lhos e eletrodomésticos, telefone para o Fala Cidadão 0800 979 6866 ou Secretaria Municipal do Meio Ambiente 3055 7190.

REDUZIR O CONSUMO

REUTILIZAR SEMPRE QUE POSSÍVEL

RECICLAR SEPARANDO OS RESÍDUOS NA ORIGEM

PRATIQUE A COLETA SELETIVA

O ‘CQP – Claro que Podemos’, programa criado pelo Centro da In-dústria, Comércio e Serviços de Ben-to Gonçalves (CIC/BG), teve sua aula inaugural, no último dia 5 de julho. Na ocasião, o presidente do CIC/BG, Laudir Miguel Piccoli, reforçou a in-tenção de mobilizar a comunidade empresarial de Bento e região em resposta às dificuldades nos negó-cios, ocasionadas pela conjuntura econômica. “Como uma das mais importantes instituições do Estado, não podemos cruzar os braços para esta realidade”, explica Piccoli. O pro-grama tem duração de seis meses e conta com 11 participantes que trabalharão com o desenvolvimen-

O 5º Meeting da Construção, o principal evento no calendário da Ascon Vinhedos ocorre, no próximo dia 15, a partir das 19h, no Centro de Eventos Malbec, Grande Hotel Dall´Onder, em Bento Gonçalves. Os palestrantes convidados deste ano são o presidente do Sinduscon-RS, Ricardo Antunes Sessegolo e a supe-rintendente executiva de Habitação da Caixa da Região Sul, Elódia Maria Osmarin Borba abordando os temas ‘Panorama da construção civil no RS e Brasil’ e ‘Cenários e perspectivas no mercado imobiliário’.

O presidente da Ascon Vinhedos, Andrey Arcari, ressalta que o Meeting foi criado para debater o setor. “Es-tamos passando por um período de

Divulgação Villa Michelon

Programa ‘Claro que Podemos’ do CIC/BGdá suporte a gestores e lideranças da região

to de seis eixos com quatro grandes temas: visão sistêmica, modelagem de recursos humanos, marcos regu-latórios, gestão de recursos huma-nos, comunicação e planejamento de RH. Os facilitadores do programa são Martin Ricardo Schulz, gestor da Austa Banco de Competências e Cleu Mezzomo Piccoli, gestora da Criativa T&D Coaching, também diretora da Área Social e Relacionamento com o Associado da entidade.

As empresas interessadas em participar da próxima edição do CQP podem entrar em contato com De-nise pelo email [email protected] ou telefone 54 2105-1999. As vagas são limitadas.

Divulgação CIC/BG

Evento apresenta cenário da construçãocivil e do setor imobiliário na região

redução dos negócios e do crédito imobiliário e precisamos de subsí-dios para auxiliar nossos associados no planejamento das empresas bem como mantê-los bem informados do andamento e perspectivas do setor, tanto no Rio Grande do Sul como no Brasil, além de termos em mãos da-dos atuais por meio de representan-tes de instituições sérias”, aponta.

O valor para associados é de R$ 100,00 sendo que cada empresa as-sociada tem direito a uma cortesia. As empresas não associadas também podem participar do evento pelo valor de R$ 150,00. Informações e reservas pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (54) 3454-5734.

Villa Michelon oferece pacotesespeciais para as férias de julho

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Religião 77 de julho de 2016 | Jornal Integração da Serra

Fone (54) 3453.8616Rua Basílio Zorzi, 157 - Bento Gonçalves

O dia de São Bento, comemorado em 11 de julho, neste ano em Bento Gonçalves, será festejado no dia 10 de julho, no ápice da 26ª edição da Festa de São Bento, promovida anu-almente pela Paróquia Cristo Rei.

A programação em honra ao santo, conhecido como protetor dos

Em Latim:

“Crux Sacra Sihi mihi lux;non draco sihi mihi dux;vade retro satana!;nunquan suad mihi vana;sunt mala quae libas;ipse venena bibas”

A dona de casa Stela Maris Conte Penso há anos carrega uma corrente no pescoço com a Medalha de São Bento para nunca ficar desamparada. “A me-dalha é abençoada por D. Cipriano Cha-gas, do Mosteiro de São Bento. É um sacramental, um sinal visível de minha fé”, diz Stela. Ela afirma que a medalha é exorcizada e a protege de males es-pirituais, tentações, de pessoas mal-in-tencionadas, da inveja, do ciúmes e das “investidas do inimigo de Deus”.

A devoção a São Bento estende-se a toda a família. “Meu marido, Euclides, de 59 anos, vivenciou a graça da cura de um câncer, há cerca de um ano, através

Tradução:

“A Cruz sagrada seja a minha Luz.Não seja o Dragão meu guia.Retira-te Satanás!Nunca me aconselhes coisas vãs.É mal o que tu me ofereces.Bebe tu mesmo do teu veneno.

O Santo dos VinhateirosSão Bento

Vinhateiros e das Mulheres, inicia às 9h30, com carreata pela cidade e ani-mação da banda Municipal “A Furio-sa”. A missa festiva inicia às 10h30 na Igreja São Bento. Em seguida, haverá almoço no CTG Laço Velho. O lema escolhido para este ano, é “Orai e tra-balhai e sede misericordioso”.

Placa fixada na entrada da Igreja São Bento, única do mundo em forma de pipa

Fabiano Mazzotti

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Reprodução

Oração da Medalha de São Bento

“A fé é tudo na vida de uma pessoa”do poder de Deus por intercessão de São Bento. Foi um milagre extraordi-nário”, afirma ainda Stela. Ela ressalta que as netas Isabela e Isadora já sabem da onde vem a proteção e beijam se-guidamente a medalha do santo. “São Bento está com a gente. No outro dia, minha filha estava triste, eu tirei a me-dalha do meu pescoço e emprestei a ela. Sei que ela terá forças para enfren-tar as dificuldades”, salienta Stela. Ela pratica sua fé, indo rezar regularmente na Igreja São Bento, no bairro de mes-mo nome, em Bento Gonçalves. “É aí que fortaleço minha fé. A fé é tudo na vida de uma pessoa.”

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Variedades8 Jornal Integração da Serra | 7 de julho de 2016

O tradicionalista Álvaro Machado de Mesquita, sobrecapa do Jornal Inte-gração da Serra, na edição de setembro de 2015, recebeu o título de cidadão bento-gonçalvense no último dia 29 de junho. Nascido aos 25 de janeiro de 1939, no hoje município de André da Rocha, a época distrito de Lagoa Verme-lha, Álvaro Machado de Mesquita é formado em Geografia e Estudos Sociais e pós-graduado em Ecologia. Tem um extenso currículo de serviços prestados ao tradicionalismo. Ele foi fundador da Associação Bento-gonçalvense da Cultura Tradicionalista Gaúcha (ABCTG). Também foi fundador, organizador e ajudante da execução da implantação e obras do Parque de Rodeios General Bento Gon-çalves da Silva, entre outras ações.

O economista Rinaldo Dal Pizzol foi homenageado, no último dia 5 de ju-lho, pelos relevantes serviços prestados à cadeia produtiva do vinho, na Sessão Plenária Ordinária da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Dal Pizzol recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha, a mais alta honraria conce-dida pelo Parlamento Gaúcho e tem por fim homenagear cidadãos brasileiros ou estrangeiros que tenham se tornado merecedores de reconhecimento do Estado.

O Circolo Trentino di Bento Gonçalves e Trentino Promozioni promovem Filó comemorativo à visita do grupo folk “Zampognaro Lagaro”, de Pomarolo, Trento (Itália), no próximo dia 14 de julho, às 19h30min, na Capela da Glória, 40 da Leopoldina. Haverá a participação dos corais Vale dos Vinhedos, Tacchini e Famiglia Trentina di Santo Antão.

Conforme o presidente do Circolo Trentino, Sandro Giordani, os ingressos para o filó devem ser retirados até o dia 12, na Mondê Chocolates, Malhas Dey-se, Circolo Trentino di Bento Gonçalves, Trentino Promozioni e Restaurante Zan-donai. O valor é de 15 reais. No cardápio, galeto, brodo, pão, saladas e vinho. O grupo de canto e dança Folk chega no próximo dia 12 e tem apresentações na região até o dia 15 de julho.

Ana Cláudia Diehl vai re-presentar a cidade de Bento Gonçalves na final do concurso Miss RS BE Emotion 2016. Os atores globais Mariana Rios e Cássio Reis já estão confirma-dos para comandar a atração, que acontece no dia 23, a partir das 22h30, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre.

O público poderá acompa-nhar, ao vivo e em rede nacio-nal pela Band, uma das seleti-vas mais disputadas de todo o país. Será a primeira vez que o concurso, idealizado pela Po-lishop - e sua marca de beleza BE Emotion, em parceria com a Band e a BMW Eventos, terá transmissão nacional ao vivo.

54 3452.4723 | [email protected] General Osório, 309 - Sala 904 - Centro - Bento Gonçalves - RS

Rinaldo Dal Pizzol recebe aMedalha do Mérito Farroupilha

Divulgação

Professor Álvaro Machado de Mesquitarecebe título de Cidadão Bento-gonçalvense

Grupo italiano Zampognaro Lagaroserá recepcionado com filó no dia 14

Bento Gonçalves está na final do MissRio Grande do Sul BE Emotion 2016

Divulgação

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Mariana Rios e Cássio Reis apresentarão o evento

Irineu Borowski

Rinaldo Dal Pizzol e família na entrega da Medalha do Mérito Farroupilha

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7 de julho de 2016 | Jornal Integração da Serra

JaneteNodari

[email protected]

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SocialAndré Pellizzari Fotografia

André Pellizzari Fotografia

O primeiro mês de Arthur com os pais

Roseli e Alcides Fochi e o mano Augusto

Maria Salete Colleoni posando simpatia para

as lentes do fotógrafo André Pellizzari

André Pellizzari Fotografia

Adriana e Marcelo Scardueli com as filhas Bárbara e

Daiane e a mascote Keti em ensaio

fotográfico dos seus 25 anos de união

A verdadeira amizade é aquela que nos permite

falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as

nossas qualidades.

Millôr Fernandes

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Saúde10 Jornal Integração da Serra | 7 de julho de 2016

Nos últimos anos, aumentou significativamente a oferta e a gama de produtos alimentícios sem lactose nos su-permercados brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 37 milhões de brasileiros maiores de 15 anos

apresentam certo grau de intolerância à lactose (açúcar encontrado no leite e seus derivados). Os sintomas dessa intolerância se manifestam após o consumo de leite de vaca e derivados, através de desconforto abdominal (dis-

pepsia), distensão abdominal, flatulência, diarreia ou constipação.

l Leite de soja l Leite de arroz l Queijos (cheddar, parmesão, roquefort, brie, camembert, prato, emmental) l Mussarelade búfala ou cabra

A estudante de Engenharia de Produção, Da-niele Ferronato, hoje, com 20 anos, descobriu ser intolerante à lactose quando tinha 16 anos. Ela ficava enjoada, com dores abdominais, além de ter constipação intestinal. Daniele relata que já havia passado por cinco médicos, até chegar ao gastroenterologista que acertou o diagnóstico. “A adaptação foi um pouco difícil, porque res-taurantes, lanchonetes e supermercados não co-mercializavam alimentos com zero lactose. Atu-almente, faço suplementação com comprimidos de lactase. Só não o faço, com frequência, por ser ainda um produto caro, que preciso carregar na bolsa. Além do que, no meu caso, o efeito não é 100%. Também sigo blogs e procuro novidades para a variação do cardápio. No mercado, feliz-mente, já temos vários produtos sem lactose, como cremes de leite, iogurtes e queijos, entre outros, o que facilita muito”, exemplifica ela.

A nutricionista Regina Zilio esclarece que existem três tipos de intolerância à lactose: a congênita - é a mais rara, - onde o bebê já nasce com deficiência da enzima, tendo diarreia quando amamentado ou ao ingerir alimentos à base de lactose. A primária ou genética, sendo a ausência parcial ou total da enzima lactase, mais desenvolvida na infância e em diferentes idades. É a forma mais comum de má absorção de lac-tose e de intolerância. Há ainda a secundária ou ad-quirida, resultado de lesões no intestino delgado ou de alguma doença, como desnutrição, quimioterapia e cólica ulcerativa. Também pode se apresentar em qualquer idade, mas é mais comum na infância.

Conforme Regina, o controle da dieta para as pes-soas intolerantes depende de serem experimentados

A médica gastroenterologista Vanessa Ferlin explica que a intolerância à lactose é uma doença comum, pro-vocada pela incapacidade do organismo de digerir a lac-tose. Ela salienta que é importante não confundir alergia à proteína do leite com intolerância à lactose. “Na alergia, os anticorpos identificam a proteína do leite como um corpo estranho, o que desencadeia uma série de reações alérgicas. É muito mais comum em crianças pequenas e, neste caso, a mãe que ainda amamenta precisa seguir uma dieta rigorosa com exclusão de produtos lácteos. A predisposição à alergia ao leite é hereditária”, explica ela. Acrescenta que os sinais e sintomas da intolerância ao açúcar do leite iniciam entre 30 minutos a duas horas após a ingestão de comidas ou bebidas com lactose. “O diagnóstico inicia com a própria observação do pacien-te de distensão abdominal, cólicas, diarreia, gases ou dor abdominal quando ingere leite ou derivados. Há necessi-dade de confirmar esta suspeita através de exames e tes-tes”, afirma a médica.

“O teste mais utilizado é o de tolerância, onde se avalia

Oferta de produtos sem lactose cresce para atender um mercado de 37 milhões de brasileiros com mais de 15 anos

Doença comumse após a ingesta de lactose o intestino consegue digeri--la, desdobrando-a em outros açúcares, o que leva à libe-ração de glicose na corrente sanguínea. Baseada nesta liberação há variação dos níveis de glicose, normalmen-te para mais”, acentua. Conforme ela, no intestino doen-te, que não produz enzima, não há liberação de glicose e nem aumento nos níveis de glicose no sangue. “Isto é verificado através de várias coletas de sangue seriadas com intervalos de 30 minutos. O tratamento consiste em reduzir a ingesta de laticínios, principalmente o leite ou mesmo exclusão total nos casos onde os sintomas são muito intensos. Como alternativa podem ser consumi-dos produtos 0% lactose ou, na indisponibilidade des-ses, fazer uso da suplementação da enzima lactase”.

Sobre a diminuição ou exclusão do consumo de lei-te de vaca na idade adulta a médica cita estudos que mostram em asiáticos uma leve a moderada intolerância à lactose a partir dos 5 anos de idade, em afrodescen-dentes e latinos, ao redor dos 10 anos e nos caucasianos (brancos) após a adolescência.

Dra. Vanessa Ferlin

Arquivo Pessoal

Limites de cada umos limites que cada um suporta. “Alguns podem tomar leite sem problemas, mas em pequena quantidade. Outros podem consumir queijos e iogurtes. São re-comendados para substituição outros alimentos que podem ser fontes de cálcio, como legumes e verdu-ras”, salienta. Sobre os produtos existentes nos merca-dos – sem lactose – ela afirma que é necessário avaliar o rótulo. “Vale lembrar que remédios também podem incluir lactose, por isso também é importante conferir a bula”, acentua a nutricionista.

Regina observa que a intolerância de humanos a lactose é registrada desde sempre. “O que mudou nos últimos anos foi a crescente oferta de produtos sem lactose, proporcionada pela engenharia de alimen-tos”, constata.

Nutricionista Regina Zilio

Arquivo Pessoal

Diagnóstico certo no sexto médico

Daniele Ferronato

Arquivo Pessoal

Alimentos que são fonte de cálcio

l Vegetais de folhas verdes l Couve l Alface l Abobrinha l Repolho l Brócolis l Aipo l Mostarda l Erva-doce l Feijão l Ervilhas l Salmão l Tofu l Laranja l Amêndoa l Sementes de gergelim l Melaço l Cereais enriquecidos com cálcio

Alimentos com baixa lactose

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Agricultura7 de julho de 2016 | Jornal Integração da Serra 11

Parabéns, Agricultor!

este mês de julho, comemo-ramos o dia do Agricultor (27) e do Colono (25): pessoas que

através do trabalho de suas mãos e do suor de seu rosto, com dedica-ção preparam e cultivam a terra e produzem o alimento que vai para a mesa de todas as pessoas.

A agricultura e a colonização de nossas terras se confundem. No início os colonos derrubavam a mata virgem e plantavam para sua subsistência. Logo depois de estabelecidos, suas colheitas além de garantir o sustento da família, eram trocadas por outros produtos que não podiam ser produzidos na propriedade, tais como café, que-rosene, sal, entre outros, e iniciava--se a comercialização de algum excedente.

Os primeiros anos da coloniza-ção foram anos difíceis, de muito trabalho, persistência, privações, mas com muita fé, trabalho fami-liar e união comunitária as vilas

ThompssonDidoné

EnólogoEmater/RS-AscarBento Gonçalves

surgiram; depois as cidades e, hoje, o progresso em toda a nossa região.

O agricultor tem uma história muito importante em todas as nossas comunidades. Com o crescimento da produção cresceram também as ne-cessidades de se encontrar mercados para vender a produção. No início, vendia-se para os viajantes; para as vendas das vilas, mas logo surgiram as indústrias e as cooperativas. O trigo já foi muito cultivado, mas tão antiga quanto o trigo, a uva se perpe-tuou e é a principal fonte de renda da produção primária de nosso municí-pio.

Ocorreu a diversificação das cul-turas, principalmente na fruticultura, com o cultivo de pêssegos, ameixas, caqui, laranja, bergamota, kiwi, e na área da olericultura, principalmente as hortaliças. Surgiram grande indús-trias e cooperativas vinícolas, panking hause (Câmaras Frigoríficas para Con-servação de Frutas - mais de trinta na região), mas sempre se manteve a produção para o consumo próprio (hortas e pomares domésticos).

A EMATER/RS-ASCAR está presen-te na vida dos agricultores há mais de 60 anos, tendo inúmeros profissionais trabalhado junto às famílias rurais de nosso município, tais como técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos, médicos veterinários, extensionistas da área social.

Nossa contribuição na agricultu-ra do município, região e estado está baseada no acompanhamento das famílias rurais, na confiança em nosso trabalho e acima de tudo na serieda-de em que os assuntos são tratados ou abordados.

Somos solidários a todos os agri-cultores que escolheram como princí-pio de vida brotar na terra o sustento de toda as suas famílias e o alimento de nossa população. Agricultor que enfrenta o sol, a chuva, o cansaço, a indecisão e insegurança de obter a produção, de colher e vender seus produtos. Agricultores que muitas

vezes passam despercebidos e até discriminados pela sua humildade ou falta de oportunidade. Agri-cultores que esperam que a cada colheita seu trabalho seja reco-nhecido, com bons preços ou pelo menos justos, para que possam começar um novo ano de novas esperanças.

A todos os AGRICULTORES e AGRICULTORAS o nosso agra-decimento pela parceria nesses mais de 60 anos de atividades. Parabéns a todos e todas e con-tem sempre com a EMATER/RS--ASCAR.

Repr

oduç

ão

l Fertilizantes l Sementes l Ferragensl Arames l Implementos e Máquinas l Linha Veterinária l Rações l Tela

Sombrite l Filmes para Estufas

Fone: (54) 3453.1758 | 3055.2758 | [email protected] Bagé, 115 | Bairro Cidade Alta | Bento Gonçalves

Parabéns Agricultores!

Fone (54) 3452.0619Rua Mal. Floriano, 230 - Térreo

Centro - Bento Gonçalves

Armazémdo Grão

Aos agricultores, que semeiam nosso alimento, muito obrigado!

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Eu acredito na força da Palavra!

PadreEzequiel

[email protected]

Dal Pozzo

Opinião12 Jornal Integração da Serra | 7 de julho de 2016

Exemplos

AncilaDall Onder

ProfessoraZat

uma honra poder falar com vo-cês, a partir de hoje em todos os

meses, através do Jornal Integração da Serra. Eu acredito muito na força da palavra. Acredito na comunica-ção.

O que mesmo faz o ser humano feliz? Uma pessoa pode ter aparente-mente tudo, mas terá pouca alegria se não for atingida pela palavra. É a palavra que constrói o ser humano e nos faz compreender o que somos. É através dela que, desde cedo, apren-demos o que é certo e errado, o que devíamos seguir ou não para sermos felizes. Somos resultado da palavra desde o ventre materno. Acolhemos as manifestações de amor ou agres-

escritor mineiro Bartolomeu Campos Queirós, falecido em

2012, narra na introdução de uma de suas obras: “parecia muito pequeno o ideal de meu pai, naquele tempo lá. A escola, onde me matriculou tam-bém na caixa escolar – para ter direi-to a uniforme e merenda – devia me ensinar a ler, escrever e a fazer conta de cabeça. O resto, dizia ele, é só ter gratidão, e isso se aprende copian-do exemplos”. Palavras simples, mas sábias de um pai, que sintetizam a função da escola, naquela época, re-velam o desejo de um futuro melhor para seu filho. Certamente, merecem uma reflexão.

Matriculara o menino também na caixa escolar, pois teria direito a uni-

forme e merenda. O uniforme deseja-do, limpo e passado, deixaria todos em situação de igualdade. Por outro lado, o uniforme passava a ser a melhor roupa. Servia para “as procissões, os aniversá-rios e a missa aos domingos”. Quanto ao sapato, “era coisa de domingo”, ia à escola descalço, como tantos outros...

Era habitual a “caixa escolar” ofere-cer merenda aos alunos nela inscritos, pois não existia bar/cantina na escola e os demais carregavam sua merenda de casa. Aqui, faço um parêntese, lem-brando que, ao supervisionar a meren-da do caixa escolar de um Grupo Esco-lar, me chamou a atenção um menino que se postava nos primeiros lugares da fila, pegava um prato e voltava em seguida para o fim da fila, saboreando o segundo prato de sopa. Hoje, o meni-no é um homem de bem e profissional de respeito.

“Ler e escrever” um objetivo de grande significado para o futuro do menino e de qualquer cidadão. A pri-meira letra de sua intimidade foi o “Y” da galinha, parte do frango servido no domingo. Quanto ao “x da questão” o aprendera com o “x” dos suspensórios,

nas costas, já que usava calças curtas. Ele retirava o fim das palavras e criava outras...

Escrever, ele já rabiscava antes de entrar para a escola, com carvão, caco de tijolo ou de cal, escrevia no gali-nheiro, no passeio da rua... e traçava as amarelinhas para as meninas, com ca-pricho, escrevendo os números e as pa-lavras céu e inferno. Observava a letra desenhada da professora, como se fos-se um ramalhete de flores. “Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedo-ria, mais encanto e todos gostavam de aprender para fazê-la feliz”.

Naquele tempo, o pai só aparecia na escola no Dia 7 de Setembro e a pro-fessora podia dar castigo. Cantar o Hino Nacional não era difícil, a letra estava na capa do caderno e a música era bonita. Cantar era uma emoção!

E as contas de cabeça? Ao caminhar pela entrada ia “somando os mourões das cercas, o gado no pasto, as tábuas das pontes... olhava os bifes na frigidei-ra”, sabendo qual pedaço seria destina-do ao filho do meio. Sabia solucionar problemas com frutas e distâncias, pois sabia dividir, somar, multiplicar e sub-

trair, mas tinha receio que isso fosse verdade. Comprar e vender vidros vazios de farmácia, facilitou a apren-dizagem e sem esforço aprender que “menos com menos dava mais e que a Matemática tinha suas conveniên-cias”. Uma destas, é o exercício da ci-dadania ao fazer estimativas, dar ou receber o troco justo, raciocinar com rapidez e correção.

Mas e a gratidão? Teria a ver com o amor expresso no olhar terno da mãe e da professora? No pedaço de bolo? Nas palavras de seu pai? Onde deveria observar os exemplos para aprender a gratidão? Esses questiona-mentos permanecem atuais. Será que o mundo atual, oferece bons exem-plos às novas gerações?

Essa realidade, em que tudo era menos, produziu um escritor premia-do, autor de mais de quarenta livros publicados, que foi além de “ler, es-crever, fazer conta de cabeça e copiar exemplos.”

Valeu a pena?Certamente, diria o poeta Fer-

nando Pessoa. Com poucos recursos, é possível fazer mais.

sividade de nossos pais desde o prin-cípio. Na escola, nos relacionamentos, com amigos, na empresa, a construção da vida passa pela mediação da pala-vra.

E as atitudes? Não somos formados também pelas atitudes que presencia-mos e pelas nossas próprias atitudes? As atitudes expressam um jeito de com-preender a vida. As atitudes também são comunicação. Elas expressam o que somos. E o que somos é o resultado das muitas palavras que ouvimos, atitudes que presenciamos, experiências que nos tocaram e foram nos formando. Ainda, o que somos é resultado daqui-lo que nós mesmos fizemos por nós e daquilo que outros fizeram por nós. Por isso, a palavra que ouvimos e as atitu-des que presenciamos formam o nosso jeito de compreender a vida e de viver a vida. Normalmente, a pessoa não vive uma vida diferente daquilo que apren-deu. Alguém pode até dizer: “mas eu ensinei diferente para esse meu filho”. Mas o que garante que aquilo que você quis ensinar ele, de fato, aprendeu? Vai perceber somente observando a vida que ele vive. Por isso, dá para dizer que

a vida se constrói pela mediação da palavra. E mais, a vida feliz acontece pela força da palavra boa que eu re-cebo. Não há sentido para a vida sem o alimento da boa comunicação. Não basta falar a verdade. É preciso buscar a verdade daquilo que o ser humano é. E aqui não há respostas prontas e acaba-das. Precisamos estar sempre na busca para compreender melhor o mundo e o ser humano. E nessa busca compre-enderemos também o sentido de Deus para a vida. Isso passa por aquilo que ouvimos, falamos e lemos. Passa pelas múltiplas experiências diárias.

Além da pergunta sobre a felicida-de, posso me perguntar: que palavras eu tenho ouvido ou gosto de ouvir? Que palavras tenho falado? O que leio? Não tenho dúvida que as respostas a essas perguntas estão relacionadas com o sentido da minha vida. Eu gos-to de escutar as pessoas porque ali compreendo o que se passa no cora-ção humano. Posso conhecer a pessoa pelas atitudes, mas a compreenderei de verdade quando a escutar. E que escuta preciso fazer? A escuta e a com-preensão da palavra do outro não é

coisa simples. Muitas vezes as pesso-as analisam o que escutam do outro a partir de compreensões superficiais. Para compreender o outro e acolhe--lo, preciso entender o que é o ser humano. Isso aprenderei com a vida, mas não só. Aprendo com a escuta atenta, com a palestra, com o interes-se pelas experiências dos outros, com um bom livro, com músicas boas, com mestres que ajudam a compreender a vida e encontrar o seu sentido pro-fundo. Aprendo com experiências de vitórias e de perdas partilhadas e es-cutadas. Aprendo quando sei escutar a palavra. Quem não escuta a palavra vive uma vida superficial e sem sabor. É como a flor que era para ser bonita, mas murchou por falta de água.

A vida passa, portanto, pela me-diação da palavra. Não há outra for-ma. Tenho escutado pessoas que se isolaram do mundo e dos outros. Foram secando interiormente. A fon-te da felicidade secou. Estão tristes e sem rumo. Por isso, o que eu desejo para você hoje: “Seja ouvinte da boa palavra. Dela sempre brotará um sen-tido novo para a vida”.

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Caderno de Cultura e Arte Jornal Integração da Serra

Nº 35 | Junho-Julho 2016

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Paisagem da SerraGaúcha única no mundo pela suasingularidade

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Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

O Jardim de Epicuro

ão tenho nada contra os livros de autoajuda. O problema é quando eles tentam vender uma receita fácil para a felicidade. Do tipo “os oito passos para uma vida feliz”. Propa-

ganda enganosa. Pelo simples fato de que a vida não tem manual de instruções. Ou, se alguma vez teve, perderam faz tempo.

Em termos de autoajuda prefiro a grega, muito mais autêntica e honesta. E tem garantia estendida, pois vem funcionado bem há mais de vinte e cinco séculos. Ela não busca respostas fáceis para a com-plexidade da vida. Nem aponta o caminho do suces-so em doze lições. Ao contrário dos prontuários mo-dernos de felicidade, os gregos nos mostram a vida como ela é. Ensinam a possibilidade da alegria em uma existência incerta; mostram que não vale a pena iludirmos a nós mesmos, e que pensar melhor é o único caminho para viver melhor.

Um dos meus mestres prediletos dessa autoaju-da foi o sábio Epicuro, que viveu no século III antes

de Cristo. Quando tinha 35 anos, ele cansa do mundo e retira-se da vida social. Com as economias compra um pedaço de ter-ra nos subúrbios de Atenas e ali constrói um jardim, onde se estabelece. Um grupo de cerca de dez pessoas o segue. Funda uma espécie de confraria-escola, que logo ficou conhecida: era o Jardim de Epicuro. Funcionava como uma comunidade aberta e democrática: qualquer um que passasse

– rico ou pobre, nobre ou plebeu – podia entrar para ouvir os ensinamentos do mestre.

Em meio à beleza e simplicidade daquele horto, Epicuro ensinava aos seus discípulos que o prazer era o caminho para uma vida feliz. Sim, o prazer, mas não aquele regado a volúpias e sensualidades: ao contrário, o prazer de Epicuro era o prazer da mode-

ração. Do controle sobre as vontades. Um prazer re-grado e prudente. O plácido meio termo entre a falta e o excesso.

Epicuro falava do prazer sereno que emana das coisas simples. Ele fazia seus discípulos pensarem sobre as verdadeiras necessidades. Essas – pregava sempre nosso bom filósofo – podiam ser divididas em três grupos: as “naturais e necessárias”, como comer, beber, ter o que vestir, onde morar, ser livre, ter amigos, amar. As “naturais, mas desnecessárias”, como morar em uma casa luxuosa, ter empregados, servir grandes e lautos banquetes, dar vazão a todos os impulsos sexuais. Por fim, “as nem naturais, nem necessárias”: a riqueza, o poder, a glória.

Precisamos de um teto para nos abrigar, nossa casa. É bom que seja confortável e aconchegante, por certo. Que ali nos sintamos bem em viver. Epicu-ro diria que isso é uma necessidade natural e neces-sária. Se tiver um bonito gramado com piscina, nada mal. Mas essa, embora seja também natural, é uma necessidade desnecessária, retrucaria ele. Uma ne-cessidade dispensável. Portanto, não deve ser con-dição imperiosa para a felicidade. Finalmente, não podemos nos deixar seduzir pela necessidade de os-tentação, de riqueza, a vaidade de querer ter a casa mais luxuosa das redondezas. Essa última seria a tal da necessidade nem natural, tampouco necessária.

Pois é, quantas vezes subvertemos a hierarquia de necessidades epicurista? Quantas vezes toma-mos necessidades não tão necessárias por impres-cindíveis? Que cada um tenha a sua resposta. Epicu-ro, enquanto isso, segue nos dizendo que a felicidade é singeleza. Que o verdadeiro prazer custa pouco. E que ser feliz não depende de grandes pirotecnias.

Pérolas da sabedoria epicurista. Lembranças va-liosas do Jardim de Epicuro. Oportuno nunca esque-cê-las.

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Programe-se Mosaico | 7 de julho de 2016 | 3

A redação leu

Repr

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ão

Clarice,Autor: Benjamin MoserPáginas: 648Editora: Cosac NaifyAno: 2009

Dicas de FilmesPor Bruno Nascimento

Seven - Os Sete Pecados CapitaisOutros títulos: Seven, Se7enAno: 1995Direção: David FincherRoteiro: Andrew Kevin WalkerElenco: Morgan Freeman, Brad Pitt, Gwyneth Paltrow, R. Lee Ermey...

Repr

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ão

Clarice,Com o título Clarice, (“Clarice vírgula”), a obra é a mais

completa biografia de Clarice Lispector. Escrita pelo norte--americano Benjamin Moser, foi resenhada com destaque pela imprensa estrangeira na época de seu lançamento, como o jornal The New York Times e a revista The Economist. O livro, de prosa impecável, revela aspectos fundamentais da trajetó-ria da escritora, da origem miserável e violenta na Ucrânia ao reconhecimento internacional.

A partir de sua paixão por Clarice, Moser mergulhou em extensa pesquisa para desvendar a vida daquela que recebeu a alcunha de “Esfinge”, pelo seu enigmatismo e magia irra-diantes. Foram cinco anos ininterruptos de pesquisas, incluin-do aí visitas aos locais de infância da escritora. O resultado é uma narrativa envolvente, a qual vai costurando os episódios que levaram a ucraniana de nascimento a se consagrar uma das autoras mais importantes da literatura brasileira e latino--americana.

Escritor, crítico, editor e tradutor, o autor, de quarenta anos, nasceu em Houston, no Texas. Graduado em história, fala seis línguas, entre elas o português, que aperfeiçoou durante uma temporada no Rio de Janeiro. É colunista da Harper´s Magazi-ne e colaborador do The New York Review of Books.

OlímpiadasO quê - Passagem da Tocha OlímpicaQuando - 9 de julho, 7h30minOnde - Rua Humberto de Alencar Castelo Branco, passando pela Herny Hugo Dreher, Planalto, Treze de Maio chegando até a Via Del Vino, seguindo para a Estação da Maria Fumaça

FestivalO quê - Bento Bier Festival - PocketQuando - 10 de julho, das 10h às 20hOnde - Rua CobertaAcesso gratuitoMais informações: (54) 8119.9276

ShowO quê - Acústicos & ValvuladosQuando - 14 de julho, 20hOnde - Fundação Casa das Artes Ingressos - Sesc Bento Gonçalves (Av. Cân-dido Costa, 88) por R$ 10 para comerciários e dependentes, R$ 15 para empresários e dependentes e R$ 20 para o público em geral. Estudantes, idosos e classe artística pagam R$ 10.

BingoO quê - Bingo BeneficenteOnde - Salão Paroquial Santo AntônioQuando - 15 de julho, 19h30minIngressos - 54. 9972-6692 (Edson)

Festival O quê - Musishow da Rua Coberta 2016Quando - 17 de julho, das 15 às 19hOnde - Rua Coberta Acesso Gratuito

EspetáculoO quê - Coração BoboQuando - 23 e 24 de julho, 20hOnde - Auditório 2 da Casa das Artes

ExposiçõesHorário - das 8h às 11h45min e das 13h30min às 21h

O quê - Bento Gonçalves em Foto Poesia, de Fabiano Mazzotti e Pedro Júnior da FontouraQuando - até 29 de julho Onde - 3º Piso da Fundação Casa das Artes

O quê - A Origem - O Preconceito Revelado, de Bernardo Dal PubelQuando - de 8 a 29 de julho Onde - Fundação Casa das Artes

O quê - Águas de Pedra, de Mauri MenegottoQuando - 26 de julho a 19 de agosto Onde - Hall da Fundação Casa das Artes

O quê - Retratos do Invisível Visível, de Wagner MeneguzziQuando - até 31 de julho de 2016Onde - Hall da Fundação Casa das Artes

MuseuO quê - Uma História e Muitas FacesQuando - até 31 de julhoOnde - Museu do Imigrante

LiteraturaO quê - Projeto HomekanQuando - 23 de julho, a partir das 15hOnde - Fundação Casa das Artes

Em uma cidade chuvosa e sem nome, surge uma sequência de assassinatos que se-gue o padrão dos sete pecados capitais. O caso precisa ser investigado pelo experiente detetive William Somerset (Morgan Freeman) e novo David Mills (Brad Pitt). Um deles está prestes a se aposentar e a última coisa que gostaria de vivenciar era tamanha crueldade, o outro acaba de chegar à cidade e está inquieto para resolver o caso. Enquanto os assas-sinatos acontecem, os personagens precisam correr contra o tempo antes que a obra do assassino se complete.

A primeira empreitada de David Fincher em Hollywood não foi muito bem sucedida, Alien 3 (1992) não foi sucesso de crítica e público. Foi com Seven que o diretor de vídeos musicais teve o seu grande início de uma carreira cinematográfica que se tornaria louvá-vel. Com o cineasta o uso da câmera, o distanciamento de personagens, de objetos e de espaços vazios na tela se tornam ferramentas cruciais ao construir uma interação entre os personagens – ou a falta dela. Até mesmo o uso contido de efeitos computadorizados se torna uma característica marcante em vários momentos de sua filmografia, provando que o diretor não é saudosista e está disposto a usar qualquer coisa ao seu alcance em prol da obra.

Seven é um filme melancólico e com cenas mórbidas muito gráficas. Seus persona-gens estão sempre surrados (fisicamente e mentalmente) e a chuva nunca para na metró-pole inominada – uso narrativo que ajuda na identificação com o cenário, pois poderia ser qualquer lugar urbano. É um filme recomendado para amantes de um bom thriller investi-gativo e para quem está disposto a acompanhar uma história um pouco mais depressiva do que o comum.

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O grupo Circo Girassol apresenta em Bento Gonçalves no dia 12 de ju-lho, às 20h, e no dia 13, às 9h30min, na Fundação Casa das Artes, o espe-táculo “Chocola’j”.

A apresentação circense mistura lenda à história e conta a origem do cacau, fruta oriunda da América La-tina, e seu saboroso produto: o cho-colate. A promoção é do Arte Sesc - Cultura por toda parte, com apoio da Secretaria de Cultura e Fundação Casa das Artes.

A entrada é franca e o agenda-mento de escolas poderá ser feito junto ao Sesc Bento Gonçalves (Av. Cândido Costa, 88), telefone (54) 3452-6103. Mais informações podem ser obtidas na página www.facebook.com/sescbentogoncalves.

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA (10 pontos)Coerência entre projetos e custos apresentados (10 pontos)

EQUIPE EXECUTIVA (30 PONTOS)l Adequação e experiência dos envolvidos relacionados ao objeto do pro-jeto - currículo (10 pontos)l Realização comprovada de projetos na área cultural relacionada ao seg-mento apresentado no projeto (10 pontos)l Apresentação de estratégias de sustentabilidade financeira - o projeto ter continuidade (10 pontos)

VIABILIDADE DO PLANO DE TRABALHO (10 PONTOS)l Viabilidade da execução do projeto no prazo proposto (02 pontos)l Estrutura física compatível com o projeto (02 pontos)l Coerência e exequibilidade das metas e objetivos em relação ao objeto do projeto (02 pontos)l Plano de resultado de impacto ambiental (02 pontos)l Plano de acessibilidade (02 pontos)

MÉRITOS CULTURAIS (20 PONTOS)l Originalidade das ações e inovação (10 pontos)l Busca de estabelecimento de novas práticas e relações no campo cultural (05 pontos)l Busca de transversalidade entre as áreas (05 pontos)

RECONHECIMENTO DO MÉRITO CULTURAL INDEPENDENTE DO APELO COMERCIAL (30 PONTOS)l Contribui para um acesso à participação de bens culturais (05 pontos)l Dinamiza o fomento cultural no município de Bento Gonçalves (05 pontos)l Desenvolve ações de formação cultural ou artístico (05 pontos)l Incentiva contratação de prestadores de serviço/fornecedores do municí-pio (05 pontos)l Propõe integração entre culturas de tradição oral, educação formal, pes-quisa e/ou novas tecnologias culturais, sociais e cientificas (05 pontos)l Propõe integração entre diferentes esferas do conhecimento e da vida social em relação à cultura (05 pontos)

Os 126 projetos que concorrem a custeio pelo Fundo Municipal de Cultura protocolados na Secretaria de Finanças entre 24 de março a 9 de maio desse ano estão sendo analisados pela Comissão Munici-pal de Incentivo à Cultura (CMIC). A comissão formada por sete pesso-as que atuaram ou atuam nas áreas artísticas abrangidas pela propos-ta do Fundo, de fomento a cultura local, está pontuando os projetos de 0 a 100 (quadro ao lado). Em seguida os projetos são enviados para a análise do Conselho Muni-cipal de Políticas Culturais (CMPC), formado por 14 pessoas, entre sete funcionários públicos, concursados

Projetos candidatos a financiamento peloFundo Municipal de Cultura são analisados

e cargos em comissão (CC) e sete artistas da comunidade.

A verba disponível do Fundo para esse edital é o montante de R$ 835.501,95, com teto máximo de R$ 33 mil por projeto. As propos-tas aprovadas serão divulgadas no próximo dia 8 de agosto. Após, há o prazo de uma semana para entrar com recursos. A divulgação final dos aprovados está prevista para 25 de agosto de 2016. Já os convê-nios serão assinados até cinco de setembro de 2016.

A verba do Fundo disponível para esse edital é o montante de R$ 835.501,95, com teto máximo de R$ 33 mil por projeto.

Divulgação

O que está sendo analisado pela Comissão de Incentivo à Cultura

Divulgação

“Chocola’j”História do cacauem espetáculo

Até 31 de julho, a exposição “Mix” da artista Luiza Matilde Mascarello Fedrizzi, estará no Sesc, em Bento Gonçalves. A mostra reúne várias téc-nicas de pintura da artista que, atualmente, dedi-ca-se a pinturas de acrílico em tela e aquarelas. Luiza ultrapassou o número de 70 exposições in-dividuais e coletivas no Brasil e em países como Itália, Portugal, Argentina, Canadá e Estados Unidos. A visitação é gratuita. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 3452-6103 ou pela página www.facebook.com.br/sescben-togoncalves.

Exposição “Mix”

Divulgação

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paisagem formada pelos vinhedos da Serra Gaú-cha tem condições de pleitear candidatura a

Patrimônio Cultural da Humanida-de pela Unesco, segundo os auto-res do livro “Paisagens do Vinhedo Rio-Grandense”. A obra, lançada no último dia 27 de junho, no Salão Nobre da prefeitura de Bento Gon-çalves, tem como autores Rinaldo Dal Pizzol e o antropólogo espanhol Luís Vicente Elias Pastor e trata de duas regiões vitícolas do Rio Gran-de do Sul: a Serra Gaúcha e a Cam-panha.

O livro apresenta um inventá-rio de 30 paisagens singulares das duas regiões, segundo suas pecu-liaridades. Conforme os autores, o vinhedo da Serra Gaúcha iniciado com a chegada dos primeiros imi-grantes trivênetos, em 1875, com uma tipologia única no mundo e re-sultado do trabalho, da sabedoria, da insistência do homem, portanto, uma figura antropológica. A obra, de 288 páginas, dividida em 15 ca-pítulos, tiragem de três mil exempla-res contém centenas de imagens, que refletem o trabalho árduo do viticultor, sugerindo a necessidade de reflexões sobre o futuro dessa

Rinaldo Dal Pizzol é natural de Bento Gonçalves (RS) e formado em Ciências Econômicas. Desde 1960 foi diretor de empresas do setor vinícola. Presidiu a União Brasileira de Vitivini-cultura (Uvibra) e foi vice-presidente da Festa Nacional do Vinho, em Ben-to Gonçalves, e da Festa Nacional do Champanhe, em Garibadi. Atualmen-te, preside o Instituto R. Dal Pizzol é diretor da Dal Pizzol Vinhos Finos. O Instituto é responsável pela recente constituição do Ecomuseu da Cultu-ra do Vinho que abriga entre outros atrativos culturais uma bem organi-zada coleção ampelográfica privada (de videiras), em campo, com cerca de 400 variedades, exposição a céu aberto e sala de exposição de longa duração que estão à disposição dos visitantes.

Luís Vicente Elias Pastor é natural de La Rioja (Espanha), doutor em Antropologia, mestre em Etnolo-gia e licenciado em Filosofia. De 1974 a 1980 foi diretor do Museu Etnográ-fico de La Rioja. De 1991-2001 foi diretor da Fundação Caja Rioja. De 1998-2000 foi responsável pelo Pro-grama Líder Temático Cultura do Vi-nho. Foi professor de Antropologia na Universidade Nacional de Educação a Distância, expert em temas de Patri-mônio Cultural, autor de diversas pu-blicações sobre patrimônio e turismo, cultura do vinho e turismo do vinho. Professor convidado de várias univer-sidades sobre temas da cultura do vi-nho. Atualmente, é responsável pela documentação e patrimônio cultural das vinícolas R. López de Heredia e Viña Tondonia en Haro (La Rioja).

Paisagem do vinhedo da Serra Gaúcha pode pleitear candidatura a Patrimônio Cultural da

Humanidade pela Unesco

singularPaisagem

paisagem. Foi editada com projeto aprovado pelo Ministério da Cultura.

Vinhedo consolidou-senos 140 anos Durante o lançamento, Dal

Pizzol destacou que o vinhedo da Serra Gaúcha, apesar das dificul-dades, foi a atividade que cresceu, permaneceu e se consolidou nes-ses 140 anos. “Para a produção do livro foram anos de pesquisa e qui-lômetros de caminhadas, colhendo depoimentos, visitando produtores e tendo a percepção real desse ce-nário que é a paisagem do vinhe-do”, afirma.

Segundo ele, ambos os auto-res e, particularmente, Luís Vicente por ser antropólogo e ter experiên-cias nesse tema, estão convenci-dos da oportunidade concreta de encaminhar o pleito, uma vez que existem antecedentes, fundamen-tos e justificativas robustas de que a paisagem cultural do vinhedo da Serra Gaúcha, seja reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. “Para isso, é neces-sário um movimento que incorpore os produtores de uva, de vinho, as comunidades e os governos muni-cipais da região produtora da Serra Gaúcha e mais o governo estadual, a fim de convencer o governo bra-sileiro que deve assumir o encargo de postular este reconhecimento pela Unesco, a exemplo de outras regiões produtoras da Europa”.

Ele acentua que esse reconhe-

cimento, colocando o vinho bra-sileiro em vitrine e referência inter-nacional, geraria reflexos positivos e impactantes para o consumo in-terno, e também junto ao governo federal em suas políticas fiscais e tributárias para o setor, passando a considerá-lo um patrimônio nacio-nal, e não mais uma atividade regio-nal e, às vezes, moeda de troca em convênios comerciais.

Vinhedo em sistema de latada sustentado por plátanos: único no mundoPastor ressalta a presença, no

Rio Grande do Sul, de um tipo de vinhedo em forma horizontal de la-tada, único no mundo em função de sua sustentação ser sobre pilares de árvores de plátano e também al-guns de pedra. “Todo esse conjunto torna essa paisagem muito singular, por isso é possível que seja consi-derado Patrimônio Cultural da Hu-manidade, como forma de reconhe-cimento e proteção. Sem dúvida, seria uma grande conquista”.

Vinhedos Espetaculares Entre os 981 sítios reconheci-

dos pela Unesco em 153 países, 189 são naturais e, entre eles, es-tão sete regiões produtoras de vi-nhos: Alto Douro (Portugal), Vinhas do Pico (Açores/Portugal), Saint Emilion (França), Tokaj, (Hungria), Lavaux (Suíça), Mitterrhein (Alema-nha), o Piemonte, na Itália.

Sobre os autores

Rinaldo Dal Pizzol

Janete Nodari

Mosaico de vinhedo no Vale Aurora

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Vale dos Vinhedos

Acervo Miolo

Neblina no vale em Faria Lemos

Fabiano Mazzotti

Pintura de Nossa Senhora da Uva

Divulgação

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O Talian, uma língua nasci-da da fusão de dialetos do Norte e Nordeste da Itália falado pelos imigrantes que chegaram à Serra Gaúcha, entre o fim do século XIX e o início do século passado, com palavras de raiz portuguesa e in-dígena, agora é a segunda língua

Professor e escritor Darcy Loss Luzzatto

Talian: a língua materna é a língua dos sentimentos.

Segunda língua de Bento Gonçalves

professor e escritor Darcy Loss Luzzatto, natural de Pinto Ban-deira lançou em 2010, o Dicionário Português/Talian, com mais de 40 mil verbetes. Ele, com um dos mentores das convenções

para a padronização da escrita do Talian, escreveu ainda outras obras na língua, entre elas, memórias de sua infância de filho de imigrante italiano nascido na Serra Gaúcha. Em entrevista ao Jornal Integração da Serra, como sobrecapa da edição de setembro de 2014, Luzzatto conceituou o Talian como o Idioma Brasileiro da Imigração. Na oca-sião, o historiador ressaltou a importância da manutenção da língua de forma oficial para a sua preservação. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina possuem o Talian como patrimônio linguístico.

oficial do município. O Talian ainda é utilizado em conversas, em pro-vérbios e em publicações do coti-diano de muitos habitantes da sede e interior de Bento Gonçalves. No último dia 6 de junho, a Câmara de Vereadores aprovou projeto de lei do Legislativo, concedendo ao Ta-lian o status de língua co-oficial de Bento Gonçalves. A aprovação da lei permite que o idioma seja ensi-nado em escolas da rede municipal e usado por funcionários na presta-ção de serviços em repartições da prefeitura. Além disso, a lei também incentiva o conhecimento e preser-vação do idioma.

O idealizador do projeto, escri-tor Ademir Antônio Bacca, observa que, acima de tudo, não se trata de uma lei impositiva, e sim de uma lei de resguardo de um patrimô-nio imaterial. “Não existe nenhum parágrafo que torne o estudo ou a fala obrigatória. A intenção é de-senvolver atividades, preservando não apenas a língua, mas também os costumes da imigração italia-na”, salienta. Ainda de acordo com Bacca, antes de ser apreciado pela Câmara de Vereadores como pro-

jeto de lei, o tema foi discutido em audiências públicas promovidas pelas seguintes entidades: Società Italiana, Círcolo Vêneto, Famiglia Trentina di Santo Antão; Famiglia Trentina da Adolorata, Associção Trevisani nel Mondo e Comitato Vêneto do RGS, coordenadas pela Comissão de Cultura da Câmara de Vereadores, formada por Neile-ne Lunelli, Márcio Pilotti e Clemente Miencowicz e pelo também ideali-zador do projeto, vereador Valde-cir Rubbo. “O objetivo principal é o ensino da língua nas escolas. A proposta também possibilita que o município crie bancos de imagem e voz no sentido de preservação e fonte de pesquisa aos descenden-tes e interessados em geral”, res-salta.

A professora de língua italiana, Ivone Luchese Oselame, afirma que a aprovação do projeto “foi a melhor homenagem feita até agora aos ancestrais fundadores de Ben-to Gonçalves, que eram 90% de origem italiana”. Ainda conforme Ivone, agora, usa-se somente a no-menclatura: italiano e talian, e não mais, italiano gramatical.

Patrimônio linguísticoA língua Talian começou a ser

discutida em 1989, a partir de fó-runs realizados na cidade de Sera-fina Corrêa, sob a coordenação do frei Rovílio Costa, do arquiteto Julio Pozenato e do historiador Darcy Loss Luzzatto, com o objetivo de unificar todos os dialetos italianos falados na região de colonização italiana do Rio Grande do Sul, tan-to na forma de falar, quanto na de escrever.

Na chegada dos primeiros imi-grantes europeus à Serra Gaúcha, em 1875, não existiam mais indí-genas na região, salvo raras exce-ções. Como eles vinham de regi-ões distintas do Norte da Itália e se estabeleceram em núcleos, cada um falava o seu dialeto que, no ge-ral, era compreendido por todos. Ao longo dos anos, com o apren-dizado da língua portuguesa por parte dos filhos desses imigrantes, aos poucos, esses dialetos foram se aportuguesando, quase que se tornando um só. Ficaram algumas diferenças entre os dialetos, que acabaram sendo unificados com o surgimento do Talian.

Ademir Antônio Bacca, um dos idealizadores do projeto

Arquivo Pessoal

TalianPor Janete Nodari

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O município de Serafina Cor-rêa, situado na Região Nordeste do Estado, com cerca de 14 mil habitantes, já tem o Talian como língua co-oficial desde 2009. A Capital Nacional do Talian, como é conhecida a cidade, vêm desen-volvendo desde 2013 um projeto apoiado pela Associação de Turis-mo da Serra Nordeste (Atuaserra) através do qual a língua está sen-do trabalhada nas escolas da rede municipal, desde a Educação In-fantil, com contação de histórias e teatros, até o Ensino Fundamental, com resgate histórico, envolvendo

“O Talian é uma língua brasileira”“O Talian é uma língua brasileira. Legalmente é uma

língua brasileira de imigração, mas uma língua brasi-leira, com certeza. Suas origens mais remotas estão no Norte/Nordeste da Itália, mas foi aqui que os diale-tos vênetos, lombardos, trentinos e friulanos se amal-gamaram para formarem um idioma itálico, no início, até os anos 20, e, depois brasileiro, devido à inclusão, cada vez maior, de palavras brasileiras de origem por-tuguesa e/ou indígena. A partir dos anos 30, devido ao fato dos filhos homens dos imigrantes terem de ser-vir ao Exército Nacional, onde aprendiam rudimentos da língua nacional, novas palavras – estas, de origem portuguesa – foram sendo inseridas, pouco a pouco, depois de devidamente adaptadas, no falar local, que até então ainda era totalmente itálico, dando origem ao surgimento de um novo idioma vernáculo, o Talian. No fim da década de 30 e início da de 40, foram instaladas, nas colônias, as primeiras escolas nas quais o ensino era feito em português. Como consequência, o núme-ro de termos novos, todos de origem brasileira, foram sendo incorporados à língua local”.

Darcy Loss Luzzatto

Via GênovaNo centro de Serafina Cor-

rea localiza-se a Via Gênova, re-presentada por um conjunto de construções como a ‘Nave Degli Immigranti’ e réplicas do Coliseu de Roma, da casa de Romeu e Julieta e do prédio histórico de La Rotonda, entre outros. O nome do complexo homenageia a saga dos imigrantes italianos, uma vez que a maioria embar-cou rumo ao Brasil no porto de Gênova.

Serafina Corrêa: Capital Nacional do Talianartesanato, alimentação, religião e jogos, entre outros aspectos cultu-rais. A secretária de Educação de Serafina Corrêa, Morgana Áurea Rech explica que o primeiro passo foi formar professores, com aulas do escritor Luzzatto. “Depois, co-meçamos com os pequenos da Educação Infantil, com música e contação de histórias. A partir dos três anos, iniciamos com as sauda-ções e com a oração do Pai-nosso. Do primeiro ano do fundamental em diante, trabalhamos o idioma, com provérbios, teatros, entre ou-tras ações”, salienta.

Morgana afirma que, em fun-ção desse projeto, a língua está sendo resgatada entre crianças e jovens com sucesso. “Ainda temos famílias, onde a “língua da casa” é o Talian. Dentro desse contexto, muitos habitantes costumam sau-dar e agradecer em Talian. Alguns adolescentes tem vergonha de fa-lar Talian, mas isso está sendo su-perado porque a história da cidade é marcada pela preservação dessa cultura. Temos, numa rua central, construções semelhantes a prédios famosos da Itália, que os alunos vi-sitam para estudos”. Morgana Áurea Rech: “costumamos

saudar e agradecer em Talian”

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Construções semelhantes a prédios famosos da Itália

Page 24: Museu do Imigrante - 67.23.254.1867.23.254.18/~integracaodaserr/edicoes_anteriores/pdfs/edicao_180.pdf · Akeni Sakaroto e Anderson Gasperi, de Rondônia, pela primeira vez no município,

8 | Mosaico | 7 de julho de 2016

Os alunos da Escola Municipal de Ensino Mé-dio Alfredo Aveline de Bento Gonçalves confec-cionaram um painel para a passagem da Tocha Olímpica pela cidade, neste sábado, 9 de julho, utilizando a técnica de mapas psicogeográficos, uma experiência cartográfica que relaciona ele-mentos subjetivos como sentimentos, impres-sões e memórias, com observação objetiva do meio. O painel em algodão cru foi pintado com vinho, a bebida símbolo da cidade.

A Rua Coberta será palco, no domingo, dia 17, para o Musishow - 2016, lembrando o Dia Mundial do Rock, comemorado em 13 de ju-lho. Quatro bandas se apresentam das 15 às 19h: Verun, Rainha de Espadas, Avalon Foxes e

Ivan Diehl e João Henrique Nascimento Franco*

O consumo de cerveja faz parte das ex-periências humanas desde os primórdios das civilizações. Mas é o recente crescimento do número de cervejarias artesanais que tem despertado o interesse de muitas pessoas a conhecer essas produções. E o crescente in-teresse pela bebida despertou a criação de um novo tipo de turismo, que além de revelar lugares novos, sacia a sede de conhecimento dos apreciadores.

Conhecer novos lugares, provar cervejas diretas da fonte e se envolver com todo o his-tórico da produção motivam esses passeios. E, ao contrário do que muita gente pensa, não são prazeres reservados aos amantes e pro-fundos conhecedores da bebida. Cada vez mais as pessoas seguem o desejo de brindar mundo afora e compartilhar a experiência de inundar o paladar de sabores em uma atmos-fera diferente.

A Europa é a grande guardiã da produção milenar da cerveja. É do Velho Mundo que vem a tradição e inspiração para a produção da bebida. Existem três destinos clássicos para quem busca uma experiência fora do país: Alemanha, Bélgica e Inglaterra.

O Brasil também já tem lugares que se destaca e alguns estados brasileiros criaram rotas cervejeiras e agências de turismo se es-pecializaram nesse nicho de mercado. O Vale do Itajaí, em Santa Catarina é um dos exem-plos. Cidades como Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba, também contam com várias cervejarias onde é possível conhe-cer e fazer turismo cervejeiro. Não raro, visi-tantes batem à porta dos pavilhões das cer-vejarias instaladas na capital gaúcha e meio que sem querer, o endereço transforma-se aos poucos em roteiro turístico cervejeiro alter-nativo. A bebida brasileira tem destaque nos estilos tradicionais da escola alemã e também tem excelentes cervejarias no padrão inglês e americano.

Em comum, as cervejarias têm a forma como começaram: em casa. E o que era um hobby virou um negócio. O produto final de uma cervejaria artesanal é o resultado da visão dos mestres cervejeiros e cervejeiras, que defi-nem seu perfil sensorial através de uma recei-ta cuidadosamente elaborada e controlam o processo do começo ao fim, alterando e adaptan-do o que for necessár io. Muitas vezes a receita do mesmo rótu-lo varia entre um lote e ou-tro.

*Sócios da Cervejaria

4Árvores - Porto Alegre

Tocha Olímpica recepcionadacom painel pintado com vinho

Os pontos turísticos do município desenha-dos no painel seguem a técnica da artista inglesa Lizzie Cullen. “A artista desenha as cidades do mundo de um jeito descontraído e jovial. Essa foi nossa inspiração. Além do mais, foi pintado de uma forma inusitada, com vinho”, observa a pro-fessora Eliana Passarin. Os alunos do 2º ano do Ensino Médio desenvolveram a atividade dentro do conteúdo de Geografia. Professores contribu-íram estimulando a criatividade dos estudantes.

Alunos do 2º ano do Ensino Médio do Alfredo Aveline confeccionaram painel pintado com vinho

Eliana Passarin

Festival de Música na Rua CobertaJimmy and Atomic Bombs. Além da música, es-tarão em evidência outros atrativos, como food trucks e demais atividades culturais.

Mais informações podem ser obtidas através do e-mail [email protected].

Prost! Salute! Cheers! Santé!

Um brinde àcerveja artesanal

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