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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES | 1 DE AGOSTO DE 2015 | EDIÇÃO 170 “O voleibol nacional é uma referência para o mundo. Vamos suar sangue para o Bento Vôlei chegar o mais alto possível”. Paulão, técnico do Bento Vôlei

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“O voleibol nacional é uma referência para o mundo. Vamos suar sangue para o Bento Vôlei chegar o mais alto possível”.

Paulão, técnico do Bento Vôlei

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Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

Integração da Serra - Como o vôlei entrou na sua vida?

Paulão - Acredito que muito por acaso, aos 14/15 anos. Eu estudava no Colégio Nossa Senhora dos Anjos, em Gravataí e era o pivô do time de handebol. Certo dia um professor da escola me viu no intervalo “brincan-do” de jogar vôlei, falou que haveria um campeonato e me convidou para participar como reserva. Na competi-ção, um atleta se machucou, entrei e fui notado por um dirigente da Sogi-pa, de Porto Alegre, que me convidou para fazer um teste. Eu fui!

Integração da Serra - E no de-correr?

Paulão - Fui aprovado. Mas have-ria gastos com passagens, uniforme, lanches... meu pai, que era chefe de segurança e minha mãe, professora, logo lembraram dessa questão finan-ceira. O técnico da Sogipa me falou: continua, que eu vou dar um jeito de ajudar. Durante o ano e meio que permaneci na equipe da Sogipa, ele pagou as passagens. Saí da Sogipa, atendendo convite do Grêmio Náuti-

Bento Vôlei: tudo para dar certo na Superliga

Técnico Paulão conta por quê

Bento Vôlei reestreia na Superliga, em outubro deste ano, contando com a experiência e o carisma do ex-jo-gador Paulo André Jukoski da Silva, o Paulão. Ele assu-

miu como técnico da equipe em março deste ano e desde então está envolvido tanto com a parte técnica, como a administrati-va e social do clube, auxiliando na elaboração de projetos e na captação de recursos.

Paulão, de 51 anos, 2.01m de altura, passou 23 anos nas qua-dras como jogador, 15 deles servindo a Seleção Brasileira. Com a camiseta da Seleção, foi campeão das Olimpíadas de Barcelo-na, em 1992, e da Liga Mundial no ano seguinte. Ele recebeu a redação do Jornal Integração da Serra na sala do Bento Vôlei, no Ginásio Municipal de Esportes, com a leveza de quem tem uma história bonita de vida para contar. Na ocasião, reafirmou sua alegria em estar envolvido com o desafio de levar a equipe do Bento Vôlei ao pódio da Superliga.

A vaga na temporada 2015/2016 da Superliga foi obtida através da vitoriosa campanha de 2014 na Superliga B, capita-neada pelo técnico Fernando Rabelo, que agora trabalha em conjunto com Paulão.

co União, que oferecia lanche e car-teirinha de sócio. Como eu morava fora da capital, ganhava dois lanches, o que era muito bom! Em seguida, veio a primeira convocação para a Seleção Gaúcha de Voleibol. Fomos a Aracaju e ficamos em terceiro lugar no campeonato. Em seguida, veio o Sulbrasileiro e passei a morar em Por-

to Alegre. Meu crescimento no vôlei foi muito rápido porque tive a sorte de contar, tanto na Sogipa, como no Grêmio Náutico União, com excelen-tes profissionais, que me deram uma boa base.

Integração da Serra - E a Seleção Brasileira?

Paulão - Fui convocado para a Seleção Brasileira aos 23 anos, após ser considerado o melhor bloqueio e segundo melhor atacante do país. Eu era fã das feras Renan, William, Mon-tanaro, Bernard, Xandó, todos esses caras... de repente, estava na Seleção treinando com eles. Foi maravilhoso! Fiquei 14 anos na Seleção. Foram três Olimpíadas. Em 1988, 1992 e 1996. Em 92, fomos campeões olímpicos. No ano seguinte, fui campeão da Liga Mundial. A emoção que tive ao ser campeão olímpico se equipara a sentida no nascimento de um filho. A volta para o Brasil foi muito baca-na. Vim direto para o Rio Grande do Sul, sendo recebido como herói. Subi em carro de bombeiro. Foi feriado em Gravataí. A minha cidade parou para me receber. O voleibol tem uma for-ça, uma dosagem emocional muito grande na minha vida. Meu filho Pe-dro Henrique, 19, joga em Taubaté (SP), na Seleção Juvenil de Vôlei e mi-nha filha Pietra, 17, é campeã pela Se-leção Sulamericana Infanto Juvenil. Minha esposa Cláudia, conheci atra-vés do voleibol. Só tenho a agradecer a esse esporte. Dentro do ambiente

das quadras, consegui dar conforto para minha mãe Marlene, meu pai Paulo, já falecido, para meus irmãos Adriana, Rafael e Renata.

Integração da Serra - Como jo-gador da Seleção, você conheceu muitos países?

Paulão - Sim, tive esse prazer! Essa é a parte que o pessoal acha boa! Mas, na maioria das viagens in-ternacionais, ficávamos restritos a ae-roportos, hotéis e ginásios. A exceção era a Ásia, por causa do fuso horário. Por exemplo, chegávamos ao Japão ao meio-dia, que para nós era meia--noite. Então, não podíamos dormir e aproveitávamos para turismo. Numa estada com a Seleção no Japão com-pramos tênis e deixamos os pares ve-lhos no hotel. Meia-hora depois, no aeroporto, apareceram funcionários do hotel para entregar os tênis, pen-sando que havíamos esquecido.

Integração da Serra - Quando você encerrou sua carreira de joga-dor, ficou um tempo longe das qua-dras?

Paulão - Quando parei, só pen-sava em levar adiante minha fazenda e minha criação. Mas a paixão pelo vôlei falou mais alto quando surgiu a oportunidade de assumir a equipe técnica do Vôlei Canoas. Depois da ótima campanha do Vôlei Canoas na Superliga na temporada 2012/2013, veio o desafio de ir para a área de gestão de equipes com o convite

“O diferencial de Bento Gonçalves são as pessoas,

que querem contribuir,

compartilhar. Vestem a camisa do Bento Vôlei.

Isso não é em qualquer lugar

que tem.”

Arquivo Pessoal

Kátia Bortolini

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para atuar no Comitê Organizador da Copa do Mundo 2014. Fiquei muito feliz com o reconhecimento. O even-to como um todo foi especial, mas infelizmente a questão política foi mais pesada. A organização em Porto Alegre sofreu muito por desmando de contratos. E o futebol está engati-nhando como uma modalidade pro-fissional. Não gostei muito daquele universo. Também tive uma passa-gem pela política.

Integração da Serra - E o Ben-to Vôlei? Projetos? Bento Gonçalves num todo?

Paulão - O diferencial de Bento Gonçalves são as pessoas, que que-rem contribuir, compartilhar. Vestem a camisa do Bento Vôlei e prestigiam os jogos. Isso não é em qualquer lu-gar que tem. Encontrei nos dirigentes do Bento Vôlei o brilho no olhar, que me dá o respaldo de pessoas confiá-veis. As pessoas estão acreditando no projeto social do Bento Vôlei, volta-do às crianças e aos jovens da cida-de. A responsabilidade dentro e fora da quadra é muito grande. Se fizeres algo com intenção positiva e errar, sempre tem quem ajuda. Se fizeres somente com o intuito de ganhar di-nheiro e errar, as pessoas dizem: - te rala! Meu intuito é fazer um belo tra-balho para todos nós. O bacana daqui é que quando se senta para conver-sar com alguém, ele foi, é ou quer ser dono de vinícola e dá uma aula emo-cional sobre vinho e uvas. Então, que-ro compartilhar isso com motivação, para buscar coisas novas. Essa cidade vive vinho e voleibol!

Integração da Serra - Perspec-tivas sobre a participação do Bento Vôlei na Superliga.

Paulão - As melhores possíveis. A Superliga vai de outubro de 2015 a abril de 2016. Queremos trabalhar com 16 atletas adultos. O voleibol na-cional é uma referência para o mun-

“A emoção que tive ao

ser campeão olímpico se equipara a sentida no

nascimento de um filho.”

do. Vamos suar sangue para o Bento Vôlei chegar o mais alto possível.

Integração da Serra - Como será o treinamento?

Paulão - O voleibol é força e explosão. A velocidade vem com o aperfeiçoamento. E o aprimoramen-to técnico com repetição, repetição e mais repetição. Toque, toque, toque, manchete, manchete, manchete... E toda uma tática, que eu não vou re-velar aqui (risos). O voleibol é muito dinâmico. Foi o primeiro esporte a aplicar estatística.

Integração da Serra - Mais con-siderações.

Paulão - Articulamos com o Co-mitê Olímpico para que a tocha das Olímpiadas 2016 passe por Bento Gonçalves. Ela começa a percorrer o

“... quero compartilhar isso com motivação,

para buscar coisas novas. Essa cidade vive vinho

e voleibol.”

País em abril do próximo ano. Passa pela cidade de Bento Gonçalves e dorme na de Caxias do Sul. Bento tem que se preparar para aproveitar essa passagem da tocha. O mundo estará acompanhando. Tem que haver uma mobilização nas escolas, nas famílias... para o percurso ser espe-tacular. É o símbolo dos valores olímpicos que vai passar por aqui!

“Bento tem que se preparar

para aproveitar essa passagem

da tocha. O mundo estará

acompanhando.”

Arquivo Pessoal

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 14 | Nº 170 | JULHO/AGOSTO 2015 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

Cento e setenta edições

Página 6

Caderno Mosaico

Keka padece pelas ruas de Bento Gonçalves

Páginas 8 e 9

Dia dos PaisO nome como um dos legados

“Meu filho vai ter nome de santoQuero o nome mais bonito... Eu moro com a minha mãeMas meu pai vem me visitarEu moro na rua, não tenho ninguémEu moro em qualquer lugarJá morei em tanta casaQue nem me lembro maisEu moro com os meus paisÉ preciso amar as pessoasComo se não houvesse amanhãPorque se você parar pra pensarNa verdade não há...”Os versos de Renato Russo nos ba-

lançam sempre. Mais ainda, neste mês de agosto. A edição de número redon-do, 170, traz reportagens especiais com filhos que carregam o nome dos pais. E de uma filha que tem nome, apelido, mas “mora na rua ... mora em qualquer lugar”. O estudante de Jornalismo, Lu-cas de Lucca, novo integrante da equi-pe, buscou incansavelmente informa-

ções sobre uma das mais conhecidas figuras folclóricas da cidade de Bento Gonçalves. Confira!

E, por falar em Bento e seus títu-los de capital da uva, do vinho e dos móveis, no Caderno Mosaico, você vai saber por que o município já está pres-tes a receber mais um título: terra de migrantes. Vale a pena conferir essas reportagens, entre outras, como a que fala sobre o empenho em resgatar os casarões, relíquias da imigração tren-tina, no Vale dos Vinhedos. Aha! E a sobrecapa?! Uma entrevista e tanto! A positividade do técnico que contagia!

Rumo aos 15 anos de circulação em Bento Gonçalves e distritos, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Pinto Ban-deira e região, levamos até você jorna-lismo contemporâneo de qualidade. Online, o mundo todo chega até nós, em contrapartida, nós chegamos ao mundo todo.

Boa leitura!

Mais de 600 pessoas em

50 oficinas na Casa das Artes

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Página Dois2 Jornal Integração da Serra | 1 de agosto de 2015

Os artigos publicados com assinatura são

de inteira responsabilidade do autor e

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do Jornal. Suas publicações obedecem ao

propósito de refletir as diversas tendências

e estimular o debate dos problemas de

interesse da sociedade. Por razões de clareza

ou espaço, os e-mails poderão ser publicados

resumidamente.

Editor de Fotografia: André Pellizzari

Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Ernani Cousandier, Paulo Capoani, Paulo Wünsch, Rodrigo De Marco, Rogério Gava, Thompsson Didoné

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Site: www.integracaodaserra.com.br Filiado à ADJORI.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Na primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves,Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete Nodari e Lucas de LuccaÁrea Comercial: Moacyr Rigatti e Sinval Gatto Jr.Administrativo: Aline Festa

EXPE

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Espaço do LeitorGuardo na memória um fato de criança. Quando muito pequeno, ainda

sem entender muito bem algumas expressões, reclamei de algo com meus pais dizendo “que coisa de colono”. Percebi o espanto deles com a minha ação, mas carinhosamente me perguntaram se eu sabia o que era ser colono. Em seguida, personificaram o colono na imagem de meus avós e tios, que durante toda suas vidas trabalharam com muito amor, dedicação e exigência física na produção de alimentos necessários para todos. Desde então tenho muita admiração e ca-rinho pelo “colono”, em especial esse que tanto divertiu as pessoas e que só tinha amor em seu coração. Amor por suas plantinhas, animais e todas as pessoas que conhecia (mesmo que não tivesse nenhuma intimidade). Só tenho a agradecer emocionado por essa linda homenagem à história deixada por este ser huma-no que viveu com a alegria e inocência de uma eterna criança. (Sobrecapa ed. 169 – julho de 2015). No mais, sigo firme e com a certeza de que só ficaram boas recordações.

Grande abraço a todos os colonos!Rafael Lorenzo Bellé, via Facebook

Na reportagem “O dito melhor amigo do homem está em 44,3% dos la-res brasileiros”, página 3, edição 169, de julho de 2015, leia-se Erica Waiss. Pedimos desculpas.

ORGÂNICOSBairro Dias da ColetaAvenida São Roque e Rua São Paulo 2ª feira a sábado (a partir das 7h)Maria Goretti e Humaitá São Francisco, Planalto e São Bento Cidade Alta 2ª feira a sábado (a partir das 17h)Centro 2ª a 6ª feira (a partir das 20h) e sábado (a partir das 17h)Loteamento Parque dos Sabiás, Santa Helena, Fátima, 2ª, 4ª e 6ª feira (a partir das 7h)São Rafael, Santo Antão e Santa Marta Eucaliptos, Fenavinho, Imigrante, Licorsul, Vila Nova I, II e III, Barracão e SertorinaEulália Baixa, Loteamento Vinhedos, São João, São Vendelino e Caminhos da Eulália Cohab, Salgado, Loteamento São Paulo, Borgo e Panazzollo 2ª, 4ª e 6ª feira (a partir das 7h)Vale dos Vinhedos, Faria Lemos, Tuiuty e São ValentimConceição, Juventude, Vinosul, Tancredo Neves, Municipal e Glória 3ª, 5ª e sábado (a partir das 7h)Vila Militar, Aparecida, Progresso e UniversitárioLoteamento Zatt, Ouro Verde, Cembranel, São Roque, Sol Nascente, Linha Pradel, Lot. Panorâmico III, Nossa Senhora da Saúde e Lot. Bertolini Pomarosa, Santa Rita, Loteamento Verona e Botafogo 3ª, 5ª e sábado (a partir das 7h)São Pedro 2ª e 6ª feira (a partir das 7h)Eulália Alta 4ª feira (a partir das 7h)

RECICLÁVEISBairro Dias da ColetaSão Roque, Ouro Verde, Loteamento Zatt, Municipal, Tancredo Neves, 2ª e 6ª feira (a partir das 7h)Loteamento Panorâmico III e Loteamento Bertolini São João, São Vendelino, Borgo, Cohab, Licorsul, Salgado, Fenavinho, 3ª e 5ª feira (a partir das 7h)Vila Nova I, II e III, Eucaliptos, Barracão, Santa Helena, Fátima, Santa Marta, Santo Antão, Imigrante, Caminhos da Eulália e Eulália Baixa Progresso, Universitário, Conceição, Jardim Glória, Pomarosa, Vinosul, 2ª, 4ª e 6ª feira (a partir das 7h)Santa Rita, Botafogo, Vila Militar, Aparecida, Cembranel e N. Sra SaúdeJuventude, Maria Goretti, Humaitá, São Francisco, São Bento, 2ª a 6ª feira (a partir das 7h)Planalto e Cidade Alta Centro 2ª a 6ª feira (a partir das 7h)São Pedro, São Miguel, Tuiuty, São Valentim e Faria Lemos 3ª e 5ª feira (a partir das 7h)Vale dos Vinhedos Passo Velho, Ponte do Rio das Antas, Km 2 e São Luiz das Antas 4ª feira (a partir das 7h)Linha Demari, Linha Ferri e AlcântaraEulália Alta 5ª feira (a partir das 7h)

Aos domingos e feriados será realizada a coleta do resíduo orgânico nas principais avenidas, das 9h às 12h.Para sugestões, informações, reclamações e recolhimento de móveis velhos e eletrodomésticos, telefone para o Fala Cidadão 0800 979 6866 ou Secretaria Municipal do Meio Ambiente 3055 7190.

INFORMA: coleta seletivade resíduos domésticos

Errata

Segunda-feiral G.O. Sagrada FamíliaIgreja Matriz Santo Antônio, 20hl G.O. Santa RitaComunidade Santa Rita, 19h30minl Pais orando pelos filhosAssociação Servos de Maria, 13h30min

Terça-feiral G.O. Fé e VidaIgreja Matriz São Roque, 14h

Quarta-feiral G.O. Santo AntônioAuditório da Igreja Santo Antônio, 14hl Terço para homensIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30min(somente na 2ª semana de cada mês)

Quinta-feiral G.O. Servos de MariaAssociação Servos de Maria, 14hl G.O. São LuísIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30minl G.O. N. S. de CaravaggioIgreja N.S. Caravaggio, Tamandaré, 19h30l Adoração ao Santíssimo SacramentoAssociação Servos de Maria, das 8 às 14h

Sábadol G.O. Jovem nas Asas do EspíritoAssociação Servos de Maria, 19hl Adoração ao Santíssimo SacramentoIgreja São Luís, 18h - 4º Sábado

LOCAIS DE ORAÇÃO

Apoio:

AssociaçãoServos de Maria

22anos

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1 de agosto de 2015 | Jornal Integração da Serra Comportamento 3

O publicitário Rafael Caldeira, 38 anos, pós-graduado em Marke-ting, trabalhou 12 anos na área da Comunicação Social. “Foram mui-tos aprendizados, mas, era uma vida puxada, em função de horá-rios e eventos,” resume. A mudan-ça de área, da comunicação para a gastronomia, ocorreu em 2013, após um rompimento de contrato profissional. “Remodelei a minha vida. Fiz viagens a Portugal, Espa-nha, Itália e França, centros gastro-nômicos do mundo. Na volta, no início de 2014, comecei a planejar o meu restaurante”, acrescenta. Ele ressalta que, apesar de gostar mui-to de cozinhar, investe mesmo é no atendimento. “Escolhi um local di-ferenciado para oferecer aconche-go aos meus clientes. A mudança em minha vida foi de conceitos também. Só que é preciso empe-nho. Trabalhar, no período da noi-te, traz limitações. Não posso ficar com minha esposa e minha filha, mas elas me entendem e apoiam em tudo,” complementa.

Vida nova com iniciativa e criatividadeConheça a história de empreendedorismo de pessoas que correram atrás de seus sonhos. Algumas

delas foram chamadas de “loucas”, mas não desistiram e, hoje, estão à frente de seu próprio negócio

Por Janete [email protected]

Em busca de mais qualidade de vida e também para fugir do estres-se do trânsito de São Paulo, Juliana Taffarel Tavares, 31 anos, formada em Letras e Ciências Contábeis e o ma-rido Henrique Tavares, 33, graduado em Tecnologia da Informação abri-ram, em dezembro de 2014, um food trailer de hamburguer artesanal, na praia. “Foi uma mudança bem radical. Fomos morar na cidade de Ubatuba,

A professora de Física e Matemá-tica, Crislei Diana Gobatto, 37 anos, atuou no magistério até agosto de 2010. Hoje é cabeleireira. Todas as manhãs, quando chega ao seu salão diz: “Bom-dia, meu salão. Bom-dia, vida nova.” Em julho de 2011, Crislei desligou-se da universidade onde le-cionava por ter sido convidada para montar um salão dentro de uma clínica estética. “Pedi demissão na universidade, só que a abertura da clínica foi se protelando. Fiquei mais de um ano desempregada”, relembra. Ela acrescenta que além de estar de-sempregada, entrava em atrito com a mãe, com quem residia por conta da decisão de troca de profissão. “No início de 2012, uma amiga me ligou e ofereceu dividir o apartamento. Nes-se ínterim, dava aulas particulares e

litoral Norte de São Paulo e investi-mos em nosso próprio negócio,” con-ta Juliana. Ela comenta que trabalhou na área contábil por 12 anos. “Sou uma pessoa que precisa estar em constante contato com pessoas. Gos-to de gente. O trabalho na contabili-dade não me proporcionava muito essa relação, devido aos curtos pra-zos para cumprir,” acrescenta. Juliana diz ainda que, tanto ela, como o ma-rido, sabiam que tinham profissões promissoras, mas que não os deixava realizados. “Outro fator que nos fez

tomar a iniciativa de mudar de vida, foi o tempo perdido no trânsito. Pe-gávamos metrô. Levávamos de duas a três horas para chegar ao trabalho. De carro, na cidade que tem um dos piores trânsitos do mundo, nem pen-sar” salienta. Ela acentua que o food trailer e o fato de morar na praia são sonhos realizados. “Planejamos des-de o cardápio e a decoração, até os horários de atendimento, que são flexíveis. Essa foi uma das grandes conquistas da mudança: a liberdade”, comemora.

Arquivo Pessoal

“Bom-dia, meu salão!”contava com alguma ajuda financeira de meu pai.”

Em novembro daquele ano, Cris-lei tomou uma decisão que mudou sua vida. Alugou um espaço para montar um salão. “Eu dizia, Deus me envia uma pessoa, para que eu possa mostrar meu trabalho. Assim acon-teceu. Atualmente, tenho clientes da grande Porto Alegre e de toda região. Também ministro cursos nas áreas de tricologia capilar, colorime-tria, mechas, corte, químicas ligadas à cosmetologia capilar, análise capilar e penteados”. “Quando a gente faz o que gosta, não existem empecilhos. Fui chamada de louca. Mas, eu acre-ditei no meu sonho,” afirma. Hoje, comemora o sucesso profissional ao lado dos pais, do marido, Jelque e do filho Enzo.

Motivação na áreagastronômica

Crislei comemora o sucesso profissional

Arquivo Pessoal

Rafael Caldeira em seu restaurante

Arquivo Pessoal

O casal Juliana e Henrique apostou na criatividade e montou um food trailer à beira-mar

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Entidades4 Jornal Integração da Serra | 1 de agosto de 2015

Maior feira de fornecedores de supermercados do Cone Sul, a Expo-agas, em sua 34ª edição, ocorre de 25 a 27 deste mês, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. A feira, que em 2015 deverá reunir mais de 40 mil pessoas, oportuniza à indús-tria gaúcha condições favoráveis para a realização de negócios com empre-sários do Rio Grande do Sul e de ou-tros Estados do país e possibilita aos supermercadistas qualificarem seus serviços, ter conhecimento das novi-dades, tendências e novos conceitos no setor.

A edição 2015 da feira mantém as palestras e seminários, um dos mar-cos do evento, que visam a qualificar o profissional da área em seus diver-

O Sindmóveis Bento Gonçalves terá quatro ações ação do DW! Design Weekend. São mostras e eventos es-peciais destinados a fortalecer ainda mais o design como diferencial com-petitivo para a indústria moveleira. O evento ocorre de 12 a 16 de agosto e a participação do Sindmóveis será no Art Design Village, uma ação rea-lizada no Jockey Club São Paulo que conta, ainda, com outras exposições – entre elas, uma homenagem à To-mie Ohtake, com curadoria de seu fi-lho Ricardo Ohtake.

O prêmio Salão Design será a es-trela desse espaço, com a primeira

convidam para a missa de

19º aniversário de falecimentoque ocorrerá no dia 6 de agosto de 2015, às 18 horas, na Igreja Cristo Rei.

Pai, marido e avô...Um sopro de saudadese mantém vivo emnossos corações...

João TroianOs familiares do inesquecível

Expoagas 2015 será realizada de 25 a 27 de agosto em Porto AlegreAs inscrições gratuitas para varejistas vão até

o dia 12 de agosto

As inscrições para a 34ª Conven-ção Gaúcha de Supermercados - Ex-poagas 2015 podem ser realizadas no site www.agas.com.br. Até o dia 12 de agosto, não há taxa para fornecedo-res sócios da Agas, supermercadistas, além de representantes de padarias, farmácias, bares, restaurantes, lojas de conveniência, açougues, bazares, lojas de 1,99 e hotéis. Os valores para demais participantes variam de R$ 50,00 a R$ 140,00. Poderão ser efe-tuadas inscrições no dia do evento, conforme valor relativo à época.

sos perfis e segmentos, como são as propostas do Agas Jovem e do Agas Mulher. Além das palestras magnas, serão oferecidas aos participantes visitas técnicas focadas em centro logístico, varejo e indústria. O Centro de Aperfeiçoamento Técnico - CAT contará com seminários e workshops sobre diversos temas, tendo como objetivo o desenvolvimento opera-cional.

Entre os palestrantes confirma-dos, estão o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa e o jornalista Caco Barcelos.

No último ano, o evento movi-mentou mais de R$ 369 milhões em transações entre varejistas e exposi-tores.Joaquim Barbosa será um dos palestrantes

Divulgação

Sindmóveis participa do DW! São Paulo Design Weekendmostra de premiados e finalistas fora da Serra Gaúcha. No eixo dos princi-pais eventos brasileiros voltados à decoração, design e negócios, o prê-mio, que já é considerado o maior do gênero na América Latina, amplia sua notoriedade. A exposição terá 64 produtos e concentrará também a cerimônia de premiação, no dia 12 de agosto.

Com patrocínio de Berneck, o prêmio Salão Design é realizado des-de 1988 e, até hoje, contabiliza 12.058 produtos inscritos por estudantes, profissionais e indústrias. As inscri-ções para a 20ª edição, que ocorre em

2016, estarão abertas de 10 de agos-to a 14 de outubro de 2015.

Outras ações

Numa parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exporta-ções e Investimentos (Apex-Brasil), será realizado, no dia 12 de agosto, das 15h às 18h, o seminário interna-cional “A Forma Segue a Matéria”, com três expoentes do design contempo-râneo: o italiano Clino Trini Castelli, o chileno Cristian Domínguez e o brasi-leiro Brunno Jahara.

Também em parceria com a Apex-Brasil, o Jockey Club receberá a mostra do Projeto Raiz, com pro-dutos assinados por designers brasi-leiros voltados à exportação, e uma edição inédita de Projeto Comprador entre designers e convidados estran-geiros. Essas ações têm como foco o posicionamento do design brasileiro no mercado externo, com ênfase nos Estados Unidos.

Inscrições para os seminários in-ternacionais: www.casabrasil.com.br

A programação completa de eventos estará disponível a partir de 04 de agosto pelo site: www.desig-nweekend.com.br.

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mancebo

Banco Sela

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Empresas 51 de agosto de 2015 | Jornal Integração da Serra

O ambiente acolhedor, o conta-to com a natureza e a diversidade de opções tem tornado o Hotel Villa Michelon, no Vale dos Vinhedos, um destino bastante procurado para Noite de Núpcias. Diante da deman-da que cresce a cada mês, o empre-endimento criou pacotes especiais de 1º de agosto a 20 de dezembro de 2015. Com as quatro estações do ano bem definidas, os casais, no inverno, podem usufruir as tempe-raturas amenas da Serra Gaúcha. Na chegada da primavera, a atração da natureza é o florescer dos parreirais. Em parte do verão, há a possibilida-de da participarem da colheita de uvas. No outono, o Vale fica doura-do por conta das folhas dos pláta-nos e das videiras.

O pacote da noite de núpcias é para uma diária em apartamento Super Luxo Double, com espuman-te e decoração romântica. No café da manhã, é oferecido uma cesta de frutas.

Já o pacote de Lua de Mel é com três diárias em apartamento Super

Boa gastronomia para os casais no Villa Michelon

O curso ‘Secretária, telefonis-ta e recepcionista, o cartão de visita de sua empresa’ será pro-movido pelo Centro da Indús-tria, Comércio e Serviço de Ben-to Gonçalves (CIC/BG) nos dias 18 e 19 de agosto, das 18h30 às 22h30, na sede da entidade. O treinamento é recomendado para secretárias, telefonistas, recepcionistas, operadoras de telemarketing, atendentes e profissionais que queiram apri-morar detalhes de sua postura no trato com clientes.

A instrutora Cintia Beatriz Arnt, psicóloga organizacional com pós-graduação e especia-lização em Marketing Direto, enfocará a importância da re-cepção e do atendimento para a boa imagem da empresa. O curso combina teoria e vivência, mostrando como o profissional, por meio de sua postura e rela-cionamentos, valoriza clientes e alcança resultados.

Confirmações até 13 de agosto por meio do e-mail [email protected] ou pelo telefone 54 2105.1999, com De-nise. O investimento para asso-ciados é de R$ 180,00. Para não associados é R$ 360,00. O can-celamento de inscrição só será feito com antecedência de dois dias úteis antes do evento.

Divulgação Hotel Villa Michelon

Villa Michelon torna-se destino para recém-casadosLuxo Double com café da manhã, cesta de frutas e flores, mais jantar ro-mântico, um espumante e um brinde especial para os noivos.

O diretor do Villa Michelon, Moy-sés Luiz Michelon, ressalta que a Noi-te de Núpcias e a Lua de Mel merecem uma atenção especial. Ele acrescenta

que o hotel pensa em cada detalhe para deixar os casais à vontade.

“Preparamos tudo com muita atenção, por sabermos que esse é um momento de celebração. O que nos gratifica é que muitos casais depois retornam para celebrar um, dois, 10, 20 anos de casados”, enfatiza.

Curso sobre postura na recepção no CIC

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Figura folclórica6 Jornal Integração da Serra | 1 de agosto de 2015

Por Lucas de Lucca

Vários jovens moradores de Ben-to Gonçalves arrumaram outro apeli-do para a Keka: o de imortal, por ela ter caído do viaduto próximo a Pipa Pórtico, levantado e caminhado até o outro lado da rua como se nada ti-vesse acontecido. O fato ocorrido há cerca de dois anos, é mais uma histó-ria contada sobre Marcelina Corrêa Pinto, 39, natural de Bento Gonçal-ves. Keka, figura folclórica da Capital Brasileira do Vinho, hoje perambula pelas ruas da cidade portando bebi-da alcoólica, atrapalhando o trânsito e pedindo “rúpias” (esmola) para as pessoas em troca de simpatia. A mu-lher que, segundo amigas e ex-cole-gas de escola, poderia ter sido mode-lo pela beleza, altura de 1,82 metros e bom gosto para se vestir, virou garota de programa e dependente química.

Keka, também conhecida como “imortal” padece pelas ruas de Bento Gonçalves

Keka sendo resgatado pelo Corpo de Bombeiros de Bento Gonçalves

Keka é hoje uma das figuras fol-clóricas mais conhecidas de Bento Gonçalves. Apesar da atual má apa-rência, muitas pessoas da cidade a respeitam pela sua educação, na maior parte do tempo, na aborda-gem para a mendicância. “Em certa ocasião, ela começou a atravessar a rua com o sinal fechado para os veí-culos. Quando o sinal ficou verde, ela continuou no meio da faixa fazendo o seu show. Ninguém buzinou, nem reclamou. Quando voltou a ficar ver-melho, ela saiu da rua e nós, pacien-temente, ficamos esperando reabrir”, conta o motoboy Samuel Zonatto.

Em janeiro de 2013, populares registraram Keka sendo acudida pelo

De família humilde do bairro Mu-nicipal, Keka nasceu em 3 de março de 1976. É a última dos sete filhos da empregada doméstica Maria Canton Perin, falecida há três anos, e do car-roceiro Anselmo Corrêa Pinto, faleci-do há 20 anos. Marcelina estudou até a quinta série do Ensino Fundamen-tal na Escola Municipal Professor Félix Faccenda. Aos nove anos, foi rainha da escola.

R.C., amiga de Keka desde crian-ça, ressalta que Marcelina sempre chamou a atenção. “Na adolescência, a beleza dela nos ajudava a ganhar dinheiro na prostituição, profissão que, provavelmente, tenha adotado por ter sido vítima de abuso desde a infância. Na época, todos queriam a Keka. A sociedade também gostava dela. Donas de lojas davam roupas para Keka, porque quase tudo caia bem nela”, lembra. A melhor amiga

de Marcelina conta que um olheiro quis levá-la à Itália, para, segundo ele, trabalhar como modelo profis-sional. “Keka ficou com medo pelas histórias que ouvíamos sobre escra-vidão sexual na Europa”, acrescenta. “Ela me chama de mana, ajudou a criar a minha filha. Pena que depois da morte da mãe dela, não tem mais nem onde morar”, salienta R.C., que conseguiu abandonar as drogas e a prostituição com o auxilio da igreja evangélica. R.C. comemora o fato das duas não terem contraído Aids na época de lida na faixa. “Foi milagre, porque muitas vezes na ânsia da dro-ga, não nos cuidávamos. O programa com camisinha durava cinco minu-tos e sem, apenas um minuto”. R.C. comenta ainda que Keka ficou mais fragilizada com a perda dos dentes da frente, ocasionada por uma agres-são com um taco de sinuca, num bar

na entrada do Municipal, há cerca de seis anos.

A auxiliar de educação infantil T.C. e a auxiliar de cozinha J.A., que estudaram com Keka no Félix Fac-cenda se referem a ela com vários predicados. “Ela tinha belos cabelos cacheados, olhos azuis, era bonita e também simpática”, diz T.C. A ex--colega admite que tinha certa inveja de Keka “porque todos os meninos queriam namorar com ela, inclusi-ve o que eu gostava”. Já a auxiliar de cozinha lembra que Keka tirava boas notas e mantinha relações amigáveis com os colegas e professores. Segun-do a mãe de J.A., ex-vizinha da família de Keka, ela se perdeu devido as más influências. “Um familiar conseguia as drogas e quando ela estava bem lou-quinha abusava dela. Esse mesmo fa-miliar também tirava dela o dinheiro dos programas”.

Conforme a irmã, que também prefere ser identificada apenas pelas iniciais M. P., por temer represálias, diz que aos 14 anos Keka arrumou um namorado de Porto Alegre, época em que também fez um book para uma agência da capital do Estado. A irmã atribui a não contratação de Keka ao uso de drogas.

O sobrinho D. P. afirma que o ál-cool é a pior de todas as drogas usa-das por ela. Keka foi internada nove vezes pela família. Ainda de acordo com a irmã, em todas essas ocasiões, ela já saía com dinheiro das clínicas para comprar bebida alcoólica. M. P. também salienta que o máximo de tempo de internação de Keka foram dois meses. “Penso que, no caso dela, é necessário no mínimo seis meses. Gostaríamos de interná-la nova-mente, por um longo período, mas não temos condições financeiras. Se alguém puder ajudar...”. O sobrinho complementa que, às vezes, Keka vai dormir na casa deles, ocasião em que demonstra muita tristeza com seu es-tado atual.

Fotos: Arquivo de família

Causos da KekaCorpo de Bombeiros, em tentativa de fuga do Hospital Tacchini, no telhado de um prédio vizinho.

Ocorrências policiaisNa 1ª Delegacia de Polícia de

Bento Gonçalves existem cinco bole-tins de ocorrências envolvendo Keka. Em 1995, ela registrou maus tratos do irmão Alcemides, um ano mais velho. Em 1996, há uma ocorrência contra ela, de fuga do Tacchini, registrada pela administração do hospital. Em 1998, ela registrou maus tratos do irmão Alcemir, dois anos mais velho. Em 2001, novamente, maus tratos do irmão Alcemides. Em 2009, ela regis-trou ocorrência contra o agressor do bar que a deixou desdentada. A últi-

ma ocorrência é de 2013, mais uma vez por maus tratos do irmão Alce-mides, registrada na Delegacia Espe-cializada em Atendimento a Mulher (DEAM).

Tentamos conversar com Keka durante o último mês de julho mas, nas ocasiões em que foi encontrada, se declarou incapaz de prestar entre-vista. Ela não consegue dizer as pala-vras com clareza e, muitas vezes, se arrisca interrompendo o trânsito de Bento Gonçalves. Segundo o psiquia-tra Fabricio Grasselli, Keka está psico-tizada. Ele explica que se trata de um estado permanente de alucinação, ocasionado pelo uso contínuo de ál-cool e drogas.

Guia Bento

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JaneteNodari

[email protected]

1 de agosto de 2015 | Jornal Integração da Serra 7

Social

Memórias

O documentário “Memórias do Vale dos Vinhedos” participa do Festival Internacional Au-diovisual de Cultura e Tu-rismo (FIACULT) nas cate-gorias “Documentários” e “Pessoa, Culturas e Tradi-ções”. Para avaliação das produções concorrentes, será constituído um júri nacional e internacional formado por profissio-nais das áreas de turismo, cinema, artes cênicas, imprensa, membros aca-dêmicos e autoridades governamentais, além da comissão executiva do festival. Uma eleição também será realiza-da pela internet. Serão cinco eleitos pelo voto popular, cuja pontuação será somada ao resulta-do final do júri técnico. O FIACULT ocorre nos dias 19 e 20 de setembro, em Florianópolis.

A linda Luiza Felix Sarnagiotto com os pais Everton Sarnagiotto e Daiane Felix, em sua festa

de primeiro aninho, realizada no Galpão daCarraro, dia 25 de julho

A formanda em Direito Desirée Damo esbanjando simpatia

As gêmeas Maikellen e Luciellen Rizzi no dia de seus 15 anos

Lorenzo Genro Correa em pose antes do seu primeiro aninho

A nova diretoria da Sociedade Musical Bento Gonçalves, Banda “A Furiosa” tomou posse no dia 29 de junho deste ano. De acordo com o vice-presidente da Sociedade, Maestro Alves Rossatto, a denominação da banda passou a ser Sociedade Musical Bento Gonçalves “A Furiosa”. “Essa foi uma conquista sonhada e aclamada por todos”, comemora Rossato. Ele acrescenta que a recuperação da sociedade deveu-se à luta de músicos e associados. “Queremos agradecer a Sadi Zaccaron, Jaime Larentis, Carlos Perizzollo, a Secretaria Municipal de Cultura e Funda-ção Casa das Artes pelo empenho,” enfatiza. Ainda conforme Rossatto, o agradecimento estende-se a todos aqueles que amam a música. “Agra-deço a todos, deixando a seguinte mensagem: amem a música como eu a amo. Ela é o melhor remédio para o corpo e a alma,” complemen-

tou o maestro.

Nova Diretoria - Presidente: Sadi Zacaron; Vice-presidente: Alves J. Rossatto; Primeiro Secretário: Fer-nando De Paris; Segundo Secretário: Ivo Grégio; Primeiro Tesoureiro: Josué Carlet; Segundo Tesoureiro: José Go-bato. Conselho Fiscal - Titulares: Jaime Larentis, Adelar Berton, João Bianchi. Suplentes - Edson Ceccon, Diego De Paris, Vinicius Bianchi. Presidente de Honra: Jorge Gustavo Tondo; Relações Públicas: Nelson Balotin; Diretor de Viagens: Cristian Pavan; Sócio Bene-mérito: Carlos José Perizzollo

André Pellizzari Fotografia André Pellizzari Fotografia

Jeferson Soldi Fotografias

André Pellizzari Fotografia

Banda A Furiosa tem nova diretoria

Maestro Alves Rossatto

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Dia dos Pais8 Jornal Integração da Serra | 1 de agosto de 2015

Os mais recentes registros dos agnomes Filho e Júnior no Cartório Civil de Bento Gonçalves foram entre os meses de maio e julho deste ano. Conforme o registrador civil, Gerson Tadeu Astolfi Vivan, os agnomes Jú-nior e Filho são usados em nomes masculinos. “A maioria, no caso dos

No caso do empresário Cláudio Pegoraro Filho, 46 anos, natural de Bento Gonçalves, residindo desde 1988 em Porto Alegre, também é uma honra assinar o nome que recebeu por ideia do pai, o economista Cláu-dio Ivanez João Pegoraro, 74. “Conta a lenda que foi desejo de meu pai,” brinca. Pegoraro ressalta que, além dos nomes serem iguais, existe entre eles muita semelhan-ça física. “As pesso-as dizem que somos muito parecidos fisi-camente. Tenho mui-to orgulho,“ enfatiza. Ele salienta que pesa mais o lado bom de carregar o nome do pai, mas sempre há re s p o n s a b i l i d a d e. “Sempre existe uma cobrança e sempre haverá uma compa-ração,” confidencia. Cláudio Filho é pai de Maria Eduarda, de seis anos.

O nome como um dos legadosEm homenagem àquele que protege, ensina, ama e divide a criação, três filhos que herdaram o nome do pai acrescido do agnome Júnior ou Filho contam o que aprenderam um com o outro

Gelson Schenatto Júnior, 31 anos, diz ser uma honra ter o mesmo nome do pai Gelson Schenatto, 70 anos. Ele observa que nos anos 1980, era moda dar ao filho primogênito o nome do pai. “Tenho vários amigos da minha geração que carregam o nome dos pais,” diz.

Júnior acrescenta que muitas ve-zes quando ligam perguntando pelo Gelson, o pai sabe que o telefonema não é para ele, mas fica conversando até a pessoa do outro lado da linha se dar conta. “Uma maneira de ele brincar com o nome em duplicidade“,

“Meu pai é um cara fantástico”Arquivo Pessoal

Semelhança

Arquivo Pessoal

complementa. “Meu pai é um cara fantástico,

nunca vou ser alguém igual a ele, apesar do mesmo nome. Porém, o exemplo que ele nos deixa a cada dia, a mim e à minha irmã Melissa é de respeito, humildade e simplicidade,” orgulha-se Júnior. Além disso, eles dividem a mesma profissão e o mes-mo esporte: o comércio e o ciclismo.

Conforme Júnior, se tiver sol, lá está o pai dele pedalando. “Costuma-mos pedalar juntos, mas não é tão co-mum, porque se ele sair aos sábados à tarde, eu fico na loja.”

Por Janete Nodari

Júnior e Gelson Schenatto pedalam juntos

Além do nome, Cláudio é muito parecido com o pai

Os agnomes Filho e Júnior sempre na modapais, é uma auto-homenagem”, in-terpreta ele. Vivan salienta que de janeiro de 1889, quando foi aberto o cartório civil do município, até hoje, só existe um caso no feminino. É o de Marisa Camboim De Baco Filha, regis-trada na década de 1960.

Filho foi usado na década de 1960 em 22 sobrenomes; nos anos 1970, em 31; nos anos 1980, em 18; 1990, em 13 e nos anos 2000 a 2010, em 17.

Registros do agnome Júnior ti-veram um acréscimo de 1970 até os anos 2000. Foram, 21, na década de 1960; 83 nos anos 1970; 118, em 80; 112 em 90 e 133 de 2000 a 2010. “Quanto a saber se o agnome estaria ainda “ em voga”, é uma situação em que cabem duas avaliações, “ salienta o oficial. “Uma delas é que o levanta-mento restringe-se ao universo Bento Gonçalves e a outra, é que temos que avaliar o crescimento populacional,“ ressalta ele. Ainda de acordo com o oficial do cartório, Júnior, mais re-centemente está sendo usado como nome da pessoa.

Registrador Civil, Gerson Astolfi Vivan

Janete Nodari

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Dia dos Pais 91 de agosto de 2015 | Jornal Integração da Serra

“Dedico este trabalho a meus pais Hai-deê Espíndola de Lemos e Pedro Pinto da Fontoura.” Essa dedicatória, nos livros de poesias e cds gravados por Pedro Júnior Lemos da Fontoura, vem, de acordo com ele, carregada de orgulho e saudade. O pa-jador, professor e produtor cultural, de 43 anos, herdou do pai o nome e o gosto pela cultura gaúcha.

Pedro Júnior cresceu recitando e tam-bém vendo o pai recitar versos. “Com qua-tro anos, eu já dizia meus primeiros poe-mas,” conta. Ele acrescenta que, antes de sair para brincar, ou jogar bola, o pai o fazia recitar. “Eram outros tempos, íamos até o campinho jogar bola. Mas, ele me chamava de volta. Não me importava, sempre gostei de declamar. Posso dizer, sem dúvida, que Pedro foi meu primeiro mestre”, relembra. Ele lembra que o pai foi amigo dos mais importantes declamadores do Rio Grande do Sul, como, Jayme Caetano Braun, Telmo de Lima Freitas e Airton Pimentel, entre outros. “Bebi dessas fontes. Por causa da declamação, cursei Letras,” pontua.

Com mais de 200 premiações em fes-tivais e rodeios e participação em 130 discos, Pedro Júnior acredita que o pai, falecido em 1990, esteja compartilhando destes prêmios. “Meu pai não chegou a ver isso, mas creio que ele esteja olhando por mim,” ressalta. “Quando perdi a mãe,

Janete Nodari

Arquivo Pessoal

Orgulho de ser Pedro

“A vida me deu muitos pais e mães”

Em todos os cantos do Rio Grande, Pedro Jú-nior diz ter famílias que o tratam como filho. ”Levo comigo esse legado e o entrego a meu filho, Patrí-cio Fernando Algarve da Fontoura, a quem também dedico a minha arte. Ele, que mora em Santa Maria, passou as últimas férias co-migo, aqui em Bento Gon-çalves”, comemora.

com oito anos, em 1980, fiquei dois meses praticamente sem falar. Tempos depois, fui aclamado como orador da Escola José Fa-rina, incentivado pela professora Mercedes Cavalet. Ela ensaiava poesias comigo e eu recitava nas sessões cívicas. Aos 12 anos, co-mecei a me apresentar no Hotel Dall´Onder, e em outros restaurantes, com shows de in-vernadas artísticas. Nesse período, meu pai foi - pai e mãe -,” enfatiza.

Ao lado, Pedro Júnior, aos quatro anos, com o pai Pedro Pinto da Fontoura. Acima, com o filho Patrício

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Saúde10 Jornal Integração da Serra | 1 de agosto de 2015

Como lidarcom a insônia

AlexandrePressi

Médico Pneumologistae Especialista em Sono

Rua 13 de Maio, 581 - Salas 114/115 - CentroBento Gonçalves - Fone (54) 3055.3050

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Bento Gon-çalves, que iniciou os trabalhos em 2011, a exemplo do SAMU de outros municípios, há meses não recebe re-passe de verba estadual. Segundo a médica Katherine Gonçalves e a en-fermeira Mirian Sartor, da equipe do SAMU local, o combustível e os ma-teriais para a prestação do serviço es-tão sendo pagos pela prefeitura. Mi-rian diz que a chamada para o SAMU, no nº 192, cai na central estadual em Porto Alegre. Ela acrescenta que na ligação a pessoa deve se identificar, dizer de que bairro está chamando e explicar o caso com detalhes, para ser julgada a gravidade da situação. Explica ainda que, em seguida, a li-gação é repassada a um médico para a definição de qual dos dois serviços do SAMU será necessário. “Só então a equipe é acionada. As ligações, mes-mo não demorando muito tempo, acarretam mais alguns minutos de espera para o atendimento”, observa.

Atendimento em urgênciasEm Bento Gonçalves, o SAMU

tem duas ambulâncias para ambas as formas de atendimento. Segundo Katherine, os casos mais graves são atendidos no local por um médico, um técnico em enfermagem e pelo condutor. Ela acrescenta que os de-mais são atendidos pelo técnico em enfermagem e pelo condutor. Os médicos, enfermeiros e condutores

Serviço do SAMU mantido com verbas do município

que atuam no serviço são especia-lizados em atendimento em urgên-cias. A atuação do SAMU na Capital Brasileira do Vinho tem sido elogiada por moradores da cidade, por fazer, em vários atendimentos, a diferença entre a vida e a morte. É o caso de Ui-lian Guzzo de 22 anos, atendido pela equipe do SAMU no dia 21 de março deste ano, numa parada cardíaca du-rante uma partida da Copa Amizade de Futebol Amador. Katherine e Mi-rian ressaltam que, às vezes, ouvem reclamações sobre o tempo de de-mora na chegada da viatura no local, entre outras. “Quando a situação é de urgência, parece que o tempo passa mais lentamente”, observam elas.

Lucas de Lucca

Katherine Gonçalves e Mirian Sartor

Uilian agradecendo a equipe do SAMU

Arquivo Pessoal

As preocupações do dia a dia, as situações de estresse, os proble-mas – financeiros, familiares, pessoais ou no trabalho, entre outros – são motivos capazes de, literalmente, tirar o sono de qualquer um. Eles ocu-pam os pensamentos até mesmo no momento de descanso das pessoas, impedindo, muitas vezes, que consigam a tranquilidade e o relaxamento necessários para dormir bem.

A quantidade ideal de horas de sono situa-se entre 6 e 8 horas segun-do estudos recentes, porém há pessoas que apresentam sono reparador com uma quantidade menor de horas, denominados dormidores curtos.

O transtorno de insônia está relacionado à qualidade de sono, à di-ficuldade para se iniciar ou manter o sono, caracterizado por frequentes despertares ou problemas em retornar a dormir após o despertar, desper-tar precoce pela ou ainda um sono não-reparador com prejuízo na ativi-dade social ou profissional. A dificuldade de dormir ocorre pelo menos em três noites da semana e em pelo menos três meses.

A insônia é uma condição que afeta o individuo – principalmente quando ligada a fatores emocionais e psicológicos – durante determi-nados períodos da vida, de forma pontual. Porém, em alguns casos sua ocorrência pode estar relacionada a condições clínicas como transtornos mentais (psíquicos e neurológicos), medicamentos, drogas, álcool, dis-túrbios respiratórios (apneias, roncos, resistência de vias aérea superior), a síndrome das pernas inquietas, distúrbios hormonais, higiene do sono inadequada, entre outros.

Para o adequado diagnóstico do transtorno de insônia e suas comor-bidades utiliza-se além da avaliação clínica feita através da anamnese e exame físico alguns exames que auxiliam no diagnóstico diferencial das causas desta doença. O diário de sono é muito útil para identificarmos o padrão matutino ou vespertino do paciente, a actigrafia ajuda o pacien-te perceber como é o seu sono e a polissonografia de noite inteira para avaliarmos a presença de distúrbios ventilatórios, movimento periódico das pernas, comportamentos violentos durante o sono e descartar a per-cepção inadequada da insônia ou paradoxal (quando o paciente acha que está dormindo pouco mas na realidade apresenta sono efetivo).

A privação do sono pode ter implicações negativas na saúde do pa-ciente, tais como: distúrbios de memória e de concentração, ansiedade, depressão, irritabilidade, baixo rendimento profissional, prejuízo do con-vívio social e aumento de risco de acidentes de trabalho ou com veículos.

É importante que, ao apresentar esses sintomas de insônia de forma continuada, a pessoa procure um especialista para o correto diagnóstico e tratamento. Existem diversas alternativas para corrigir esse distúrbio e permitir que a pessoa recupere a qualidade do sono. O paciente insone deve ser avaliado como um todo e não simplesmente ser tratado de forma sintomática com medicamentos. A boa higiene do sono como ambien-te escuro, silencioso, evitar atividades físicas três horas antes de dormir, evitar ingestão de bebida alcoólica, cafeína e grande refeição são muito importantes para garantir um sono reparador. Sabe-se hoje que a melhor conduta efetiva no tratamento da insônia é a TCC (terapia cognitiva com-portamental) sendo mais eficaz do que o uso dos famosos benzodiazepí-nicos (clonazepan, lorazepam, flunitrazepam, entre outros).

Especializada em Medicina do Sono, a Clínica Dr. Alexandre Pressi atende na rua 13 de Maio, 581 - Salas 114 e 115, em Bento Gonçalves. A clí-nica atende pacientes particulares também conveniados com Tacchimed, Unimed e diversos sindicatos. O agendamento de consultas pode ser feito pelo fone (54) 3055-3050. Mais informações pelo site www.alexandrepres-si.com.br.

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Agricultura1 de agosto de 2015 | Jornal Integração da Serra 11

Plantio de mudasde frutíferas

ThompssonDidoné

EnólogoEmater/RS-Ascar Bento Gonçalves

período de inverno e repouso vegetativo de plantas caducifólias (folhas caem no inverno) é tradicionalmente a época mais uti-lizada pelos agricultores para o plantio de mudas de frutíferas

cultivadas na nossa região, principalmente, as plantas de raiz nua. É nessa época, que devem ser adotadas várias práticas de manejo, tanto de solo quanto de mudas, para que o pomar tenha longevidade, sani-dade e consequente qualidade dos frutos.

O primeiro passo, em se tratando de reforma de pomares ou vinhe-dos, é observar o motivo da reforma, principalmente se houve morta-lidade de plantas por questões sanitárias. Recomenda-se que a área passe por um período de pousio por, no mínimo, um ano, podendo-se cultivar plantas de cobertura de solo, principalmente as culturas anu-ais, buscando diminuir o inócuo de fungos patogênicos, tentando ge-rar um ambiente em equilíbrio.

Quando o terreno está em fase de repouso, é ideal para coletar e encaminhar a análise de solo e fazer as correções necessárias. Nesse período também devem ser definidas as variedades a serem plantadas e o pedido das mudas a viveiros credenciados e, de preferência, certi-ficados. Caso o agricultor produza suas próprias mudas, deve buscar material isento de doenças causadas por vírus, fungos, bactérias, inse-tos, entre outros.

Em plantios novos, o pedido de mudas também deve ser planeja-do com antecedência, bem como a correção do terreno. Caso o agricul-tor produza suas mudas, deve buscar material de origem segura, com identificação da varietal do porta-enxerto e copa; buscando matrizes com sanidade, vigor, produção, maturação e o enxerto de ramos do ano, bem lignificados e que não sejam de ramos ladrões.

Dois fatores possuem importância fundamental na instalação de um pomar ou vinhedo; fatores estes em que o agricultor não pode eco-nomizar recursos financeiros, com o risco de diminuir a longevidade e a sanidade das plantas. O primeiro fator refere-se às coletas e enca-minhamento das análises de solo, com recomendações adequadas de correção e adubação da terra por profissionais capacitados para fazer as interpretações dos laudos químicos. O segundo fator que considero mais importante na instalação dos pomares ou vinhedos é a qualidade e sanidade das mudas. Economizar no momento da compra das mudas pode ser o motivo do insucesso no cultivo de frutíferas.

As mudas quando produzidas pelo agricultor devem ser de mate-rial sadio e bem manejado, com tratos culturais adequados. Quando as mudas provêm de viveiros, buscar sempre os credenciados, com re-comendações agronômicas satisfatórias, sempre exigindo nota fiscal com identificação de porta-enxertos e copas.

É importante que, nos primeiros três anos, o manejo das mudas e tratamentos fitossanitários seja realizado com todo o cuidado e se pos-sível acompanhamento técnico, para que se possa formar uma planta sadia e produtiva.

Vários são os fatores que influenciam no sucesso, produção e sani-dade de um pomar ou vinhedo, mas o início do cultivo é fundamenta, começando-se pelo equilíbrio do solo e sanidade das mudas a serem cultivadas. Para essas informações de recomendações no manejo de plantas frutíferas, procure sempre um técnico capacitado e de sua con-fiança.

Programação do seminário técnico15h10 Painel: “Experiências de inovação em mecanização no Sistema Latada”- Colheita mecanizada para o ‘Sistema Latada’ - Viticultores Miguel Battistin, Tia-go Battistin (desenvolvedores da máquina para colher uva e do aplicador de sulfato de cobre por cima dos parreirais) e engenheiro agrônomo Paulo A.Tesserl Máquina de Desfolha para o ‘Sistema Latada’ - Viticultor Dirceu Bortolanza (im-portador da 1º máquina de Desfolha para o Sistema Latada) l Implementos para o manejo da Cobertura Vegetal 16h10 Mesa Redonda: “Impactos e Conseqüências da Modernização nos diferen-tes Elos da Cadeia da Viticultura”l Cooperativas Vinícolas - Helio Marchioro l Produtor Rural - Moacir Mazzarollol Juntos para Competir - Farsul, Senar e Sebrael Embrapa - Agrônomo Mauro Celso Zanusl IFRS Campus Bento Gonçalves - Professor Alexandre da Silval EMATER - Engenheiro Agrônomo Antônio Conte 18h10 Lançamento da Tecnovitis 2015

Desafios da modernização na viticultura é tema de seminário

O Sindicato Rural da Serra Gaú-cha promove, no próximo dia 20 de agosto, às 14 horas, no salão da co-munidade Oito da Graciema, Vale dos Vinhedos, o Seminário Técnico “Desa-fios da Modernização na Viticultura”, com painéis e troca de informações técnicas. A ocasião também será

marcada pelo lançamento da Tecno-vitis 2015. A feira, presidida pelo en-genheiro agrônomo Valdemir Bellé, ocorre de 2 a 4 de dezembro deste ano, também no salão da comunida-de Oito da Graciema, com o apoio de entidades e da prefeitura de Bento Gonçalves.

Presidência do Sindicato Rural da Serra Gaúcha em reunião na Semtur

Divulgação

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Dia do Advogado12 Jornal Integração da Serra | 1 de agosto de 2015

No interior do Estado, o advoga-do atua em todas as áreas do Direito, sem distinção, se quiser sobreviver profissionalmente. Não tem essa de atuar em apenas uma área específica, como acontece na Capital. Se com-parar com um jogador de futebol é como se o advogado jogasse em to-das as posições do campo, desde go-

Vida de AdvogadoAlceu Medeiros

AdvogadoOAB/RS 27011

leiro, volante, lateral e até de “mata-dor” na linha de frente. Assim é a vida do advogado interiorano, não tem intervalo nunca. Joga durante toda a semana, indo e vindo ao fórum quan-tas vezes forem necessárias. Em feria-dos e nos fins-de-semana, “descansa” carregando pedras, isto é, formulan-do petições, jurisprudência e recur-sos de toda ordem. Para o advogado, o seu cliente sempre tem razão nos litígios e, quando sobrevém uma sen-tença desfavorável a sua tese, sobra para o juiz, pois tem certeza absoluta que o MM (Meritíssimo), data vênia, se equivocou, não examinou bem as provas nos autos. Quando vence, o

cliente diz que a causa estava ganha desde o começo, que nem precisava de advogado para vencer no litígio.

Deus seja louvado!

Chega um instante na vida que a gente olha para trás e sente que está na hora de parar. Foi o que eu fiz. Outros colegas menos afortunados na profissão trabalharam até morrer ou sofreram um colapso físico que o tiraram da jogada, tal qual um atleta quando sofre uma lesão. A profissão de advogado acarreta um desgas-te emocional sem-fim, porque nem sempre as decisões judiciais lhe são

favoráveis e haja explicações do insu-cesso para o seu cliente.

Neste quase quarto de século de profissão, a causa que mais me grati-ficou foi uma ação impedindo o cor-te de uma árvore da espécie tipuana tipa na Praça Valter Galassi, no centro da cidade. A árvore ficou em pé, esco-rada e com cintas de ferro no seu tron-co. Está lá, mais bonita do que nunca. Árvore também faz plástica. A mágoa maior que um advogado sente é ver a ingratidão do seu cliente que nem sempre fica satisfeito com o desfecho do processo. Ao contrário dos paren-tes de pacientes que agradecem ao médico publicamente quando morre um ente querido, isso jamais aconte-ce com o advogado. Nunca vi na im-prensa escrita uma notinha sequer de agradecimento ao advogado quando vence no processo. Imagine então quando ele perde a questão. Tanto o médico como o advogado cobram honorários. No entanto, só o primeiro é louvado, quando morre o paciente. O segundo é execrado, quase exco-mungado pelo seu cliente.

No dia 11 de agosto, Dia do Ad-vogado, lembre-se do seu causídi-co.

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Caderno de Cultura e Arte Nº 25 | Julho/Agosto 2015

Bento Gonçalves,terra de (i)migrantes

Bento Gonçalves,terra de (i)migrantes

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2 | Mosaico | 1 de agosto de 2015

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

CrisesQue o Brasil vive uma crise aguda e preocupante,

não é novidade. Uma crise anunciada, diga-se a verda-de. A equação “governo grande + financiamento do con-sumo” nunca dá certo. Os erros agora cobram sua conta. Uma fatura que a maioria de nós não assinou, mas terá que pagar. Nosso problema atual, no entanto, não é só econômico.

Vivemos uma crise política. O desgoverno tomou conta de Brasília. A turbulência institucional, as denún-cias de corrupção que se empilham, as investigações e CPIs sem fim. Temos a tentação de pensar que a “coisa pública” está entregue aos crápulas e canalhas. Aos pa-tifes. E o lamaçal chega também ao privado, que o digam os escândalos com empreiteiras e empresas da opera-ção Lava Jato.

Vivemos uma crise de insegurança. Temos medo de sair de casa; de voltar também. Presídios em ruínas; apa-rato policial em decadência. A violência urbana nos en-

Fique Informado!Entretenimento, promoções,

músicas e muita notícia.

carcera em nossas próprias casas. Vivemos uma crise de infraestrutura. As es-

tradas são um verdadeiro crime contra a vida. Pontes centenárias e sem manutenção só es-peram o acaso para ruir. Trevos aguardam por viadutos há anos. Enquanto isso, vamos com-putando mortes.

Vivemos uma crise de valores. O importante é se dar bem. Não importa o outro. Devolver o troco dado a maior no restaurante, por exemplo, é coisa de trouxa. Nas faculdades, cuidado com o Datashow. Nas empresas, tranquem o ferra-mental. A corrupção não está só em Brasília. Ela viceja em todos os cantos, tal e qual inço.

Vivemos uma crise na educação. Nivelamos o ensino por baixo. Muito baixo. Nossos jovens, nos certames internacionais de matemática e ciências, ficam sempre na rabeira. Até analfabe-tos já foram aprovados em exame vestibular.

Vivemos uma crise no trabalho, onde perde-mos feio em produtividade para a maioria dos países. E também em competitividade. Vivemos uma crise na saúde, onde doentes se acumulam nos corredores dos hospitais. Vivemos uma cri-se no futebol, às voltas com escândalos e mais escândalos e com times falidos que pagam o que não podem a atletas de duvidosa qualida-de.

A precariedade brasileira é grande. Mas – caro leitor e leitora –, sempre é bom lembrar que as crises fazem parte da condição humana. Fazem parte da sociedade. Resta combatê-las. Vale lembrar também que crise rima com oportu-nidade, com mudança. Pelo menos assim acre-ditam os orientais. Que, aliás, são especialistas em crise e hoje dominam o mercado mundial.

É essa minha esperança: quem sabe vai emergir desse poço sem fundo de incompetên-cia e desonestidade, um Brasil melhor?

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Programe-se Mosaico | 1 de agosto de 2015 | 3

A redação leu

PEQUENO TRATADODAS GRANDES VIRTUDES

Autor: André Comte-SponvillePáginas: 392Editora: Martins FontesAno: 1995 (várias reedições)

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PEQUENO TRATADO DAS GRANDES VIRTUDES

André Comte-Sponville, filósofo francês contemporâneo, é um dos autores mais prolíficos no campo da divulgação da filosofia. Em seu “Pequeno tratado das grandes virtudes”, ele disserta sobre as dezoito virtudes necessárias para que o homem possa agir e viver melhor. Fidelidade, justiça, cora-gem, misericórdia, compaixão, humildade, gratidão, humor, tolerância e – a maior das virtudes, que justifica a todas as outras – amor, são algumas das virtudes explicadas pelo au-tor.

André cita importantes filósofos clássicos ao longo do livro, como Platão e Aristóteles, Kant, o genial moralista, o sempre presente Epicuro, Spinoza, e também filósofos fran-ceses que o autor venera: Montaigne e seu sempre mencio-nado Alain.

A prosa de André, como sempre, cruza as páginas com maestria. Uma leitura fácil e leve, mas sem abdicar da den-sidade. Um livro para ter sempre em mãos, um verdadeiro manual para entender as virtudes e, quem sabe, praticá-las melhor. Imperdível.

O Circolo Trentino de Bento Gonçalves, atra-vés do projeto “Roteiro Cultural Ricordi D´Itália”, “adotou” um casarão centenário, situado na Ca-pela das Almas, hoje, pertencente à família Gas-paretto. “O imóvel apresenta danos estruturais severos e necessita de escoras metálicas. Já conseguimos uma lona para a cobertura. A ideia é impedir que desabe. Também pretendemos limpar a área e iluminar a fachada”, enfatiza o presidente da entidade, Sandro Giordani.

A edificação foi construída por Archangelo Larentis, um imigrante tirolês, por volta de 1890. Ele chegou ao lote 25, da Capela das Almas, em 31 de janeiro 1877. Larentis era o responsável, à época, por tocar o sino da primeira igreja do Vale: a Capela das Almas.

Giordani ressalta que o objetivo do projeto é preservar a história da imigração trentina no

BingoO quê - Bingo Beneficente ao Movimento de Cursilho da Cristandade - MCCQuando - 7 de agosto, 19h30Onde - Salão Paroquial Santo AntônioValor - R$ 10 com direito a 8 rodadas

JantarO quê - Jantar das Categorias de Base do Bento VôleiQuando - 7 de agosto, 20hOnde - CTG Laço Velho

Show 1O quê - The Beatles no Acordeon com Diego DiasQuando - 9 de agosto, 20hOnde - Casa das Artes

TributoO quê - Tributo à Mercedes Sosa com Tatiéle BuenoQuando - 13 de agosto, 20hOnde - SESC/ Bento Gonçalves

IntegraçãoO quê - 2ª Festa da Família e Amigos do SagradoQuando - 15 de agosto, 9 hOnde - Bairro Vinosul, Vale dos Vinhedos

EmpreendedorismoO quê - 2ª Semana Municipal do EmpreendedorismoQuando - 21 de agosto ,18hOnde - Casa das Artes

Show 2O quê - Oswaldo Montenegro Quando - 22 de Agosto, 18hOnde - Casa das Artes

Eles na CozinhaO quê - XVII Comenda Eles na CozinhaQuando - 29 de agosto, 20hOnde - Fundaparquewww.ligaccbg.com.br

Projeto Livro na PraçaData - 08 de agostoLocal - Praça Achyles Mincarone (São Bento)Horário - das 14h30min às 17h30minEscritor Kalunga Data - 12 de setembroLocal - Praça Vico Barbieri (Bairro Centro)Horário - das 14h30min às 17h30minEscritora Rosane Castro

Circolo Trentino resgata memória de antigos casarões no Vale dos Vinhedos

Archangelo Larentis, imigrante tirolês que chegou em 1877 no

lote 25 da Capela das Almas

Vale dos Vinhedos por meio da preservação de casarões e ruínas de moradias centenárias, que correm o risco de desaparecer. Acrescen-ta que até agora foram catalogadas mais de 20 construções para pontos de visitação ou ob-servação. “Buscamos parcerias privadas para viabilizar o roteiro, em especial, a preservação dos casarões,” diz Giordani. Ele salienta que, alguns moradores do Vale dos Vinhedos já to-maram a iniciativa e, aos poucos, restauraram imóveis de suas propriedades. “É o caso das famílias Angheben e Longhi, que possuem mu-seus familiares com acervos próprios”. Ainda conforme Giordani, o projeto conta com o apoio do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural - COMPAHC, que mensalmente promo-ve palestra sobre a importância da preservação dessas edificações no destino turístico.

Casarão da família Gasparetto necessita de escoras metálicas e cobertura

Sandro Giordani Reprodução

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4 | Mosaico | 1 de agosto de 2015

Por Lucas de Lucca

Cerca de 650 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, estão participando de 50 oficinas ofere-cidas pela Fundação Casa das Ar-tes, de segundas a sextas, através do projeto Semeador, coordenado por Jacqueline Mercedes Sivieiro Karkaba. As oficinas, que iniciaram no último mês de maio e encerram no próximo dia 31 de outubro, estão sendo ministradas por 22 professo-res, com o apoio de três auxiliares administrativos. O projeto oferece desde cursos de música, teatro e dança, até desenho e fotografia. A mensalidade é R$ 10,00.

Dentro da proposta, também acontecem oficinas de inclusão com alunos portadores de Sín-drome de Down, da Associação Integrada de Desenvolvimento do Down (AIDD). Além das oficinas na Casa das Artes, o projeto ainda ofe-rece cursos de dança de rua e vio-lão nas escolas municipais de En-sino Fundamental Professora Vânia Medeiros Mincarone, Santa Helena, CAIC, na Escola Estadual Mestre Santa Bárbara, no Centro de Aten-dimento a Criança e ao Adolescente Balão Mágico e no Projeto Curumin. Segundo Jacqueline, as vagas para oficinas serão ampliadas em 2016 com a contratação de novos profes-sores. Ela acrescenta que o edital

Mais de 600 pessoas em 50 oficinas na Casa das ArtesCultura, aprendizado e diversão por valor acessível

para essas contratações será lan-çado em fevereiro do próximo ano.

“Sem palavras para descrever” Eduardo Benini, formado em

fotografia e pós-graduado em cine-ma, dá aula no projeto Semeador, há três anos, e ministra quatro tur-mas com 50 alunos no total. “Ensino a pessoa a sentir a fotografia”, afir-ma ele. A coordenadora confirma o empenho dos alunos na oficina de fotografia. “Enquanto está choven-do, eles estão lá fora, batendo fotos dos raios”, conta ela. “A fotografia

têm muita poesia. Não é apenas apertar um botão”, ressalta Benini.

Micael Biasin ministra duas ofi-cinas de desenho para 24 alunos, entre eles, quatro com Síndrome de Down, na turma de inclusão. O professor mostra orgulho no traba-lho que faz e o relata como, “sem palavras para descrever”.

O professor de violão infantil é Fernando Cainelli. Formado em Ad-ministração, Cainelli, em seu primei-ro ano de aulas na Casa das Artes, diz que está satisfeito em poder en-sinar música para crianças. Acres-centa que o projeto Semeador fo-menta a cultura, democratizando o acesso a várias artes.

Teatro e dança: as mais procuradasSegundo a coordenadora, as

oficinas de dança urbana, minis-trada pelo dançarino Pedro Ramon Festa, são as mais requisitadas do projeto. “Além de passos, tenta-mos educar sobre a cultura do Hip Hop e do Rap”, conta o dançarino. A oficina, que tem como público--alvo adolescentes, além da Casa das Artes, também é ministrada em escolas e instituições educacionais. Apesar do excesso de alunos, Festa demonstra desenvoltura, “tendo 20 ou 30 pessoas, só o que eu preci-so é de um espelho para ensinar, e isso a Casa das Artes tem”, com-plementa.

A oficina de tea-tro, que acontece nas terças feiras, é uma das mais procuradas. Das 16 às 18 horas a oficina, ministrada por Mahrcia Carraro, é para crianças e adoles-centes. Já, das 19 às 21 horas, para jovens e adultos, é ministrada por Débora Lima. É o terceiro ano de Mahr-cia no projeto. Ela, que é proprietária da Com-panhia Teatral Artistas no Palco, convida os alunos que se destacam

na oficina para continuar as aulas na sua empresa. “A oficina sempre começa com movimentação, que serve para desligar do mundo lá fora e focar no teatro”, explica a pro-fessora. Ela afirma que, na oficina, as crianças e os adolescentes têm muita liberdade para mexer nos pa-péis e nas falas. “Quando um aluno se vê como indivíduo ele se torna um transformador de si mesmo e do seu meio”, observa Mahrcia.

Elissandra Mendizabal, mãe de Manuela, 10 anos, uma das alunas mais novas de Mahrcia, diz que a participação na oficina tornou sua filha mais comunicativa e criativa. “Ela também melhorou nas elabo-rações de textos da escola”, acres-centa. O estudante Gabriel Ogro-dowczyk, de 14 anos, há oito anos frequenta cursos de teatro. Ele con-ta que começou as aulas para “se divertir, perder a vergonha, se sol-tar”. Agora, quer ser ator de novela e filmes de qualquer gênero. Ogro-dowczyk participou da gravação do “Filme da Minha Vida”, dirigido pelo ator Selton Mello, gravado em Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, entre outros municípios da região, em abril deste ano. Em cinco anos, ele projeta atuar em grandes produções, enquanto cur-sa a faculdade de Artes Cênicas.

Mais informações sobre o proje-to Semeador no blog culturabento.blogspot.com.br

Fotos: Lucas de Lucca

Jacqueline Karkaba, coordenadora do projeto Semeador

Eduardo Benini, Pedro Ramon Festa, Micael Biasin e Fernando Cainelli

Professora Mahrcia Carraro e Gabriel Ogrodowczyk (centro) com a turma da

oficina de Teatro

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Mosaico | 1 de agosto de 2015 | 5

Por Rodrigo De Marco

Bento Gonçalves está contando com o pri-meiro coletivo Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT), denominado Nosso Corpo Nossa Arte, inaugurado no último dia 11 de julho. O coletivo, situado na rua Angelo Michelin, 170,

Coletivo LGBT no bairro GlóriaEspaço é voltado à arte, cultura, orientação sexual e identidade de gênero

bairro Jardim Glória, faz parte do espaço cultural Estamos Pixelando, do Ateliê de Imagens Pixel. Segundo o presidente do coletivo, fotógrafo Ber-nardo Dal Pubel, transexual, 25 anos, o espaço é para oficinas, palestras, exposições e desen-volvimento de trabalhos artísticos, fotográficos e culturais. Ele salienta que a proposta é fomentar

no espaço debates sobre a orientação sexual e identidade de gênero.

Ele afirma que “através da arte, é possível diminuir o preconceito”. Temos agendadas pa-lestras com advogados, psicólogas, assistentes sociais, através de parcerias com instituições de Caxias do Sul e Passo Fundo”. Além disso, o co-letivo vai representar a cidade em congressos e encontros LGBTs.

Bento Gonçalves, cidade com cerca de 110 mil habitantes, na opinião de Dal Pubel, é um município em transformação, se abrindo para discutir questões de identidade e gênero. “Hoje não é difícil ser transexual em Bento. As pessoas daqui estão entendendo essa mudança. Só va-mos continuar mudando a sociedade através de ações que façam a diferença. O coletivo é ape-nas o começo dessa mudança”, acredita.

A partir deste mês, o espaço estará oferecen-do oficinas de fotografia analógica, digital, soft--wares de edição de imagem, ilustração, teatro, dança, arte circense, quer arte e arte terapia.

Horário de funcionamentoEspaço cultural Estamos Pixelando: segunda a sexta, 14 às 21h Ateliê de Imagens Pixel: segunda a sexta, das 8h às 11h45minColetivo Nosso Corpo Nossa Arte: sábados e domingos das 14 às 18h

Divulgação

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co. Somente para exemplificar, a partir de 1872 até 2004, ingressaram no Brasil 5.856.178 pes-soas de diferentes nacionalidades, das quais a maioria de nós é descendente.

Somente no primeiro trimestre do ano de 2014, foi autorizada a entrada de 1.773 estran-geiros no país, conforme o Conselho Nacio-nal de Imigração/ Ministério do Trabalho e Emprego, dos quais a maioria é originária da República do Haiti sendo que diversos destes residem e trabalham em Bento Gonçalves.

Além da imigração originária de outros pa-íses, também tem a de pessoas vindas de ou-tras regiões e Estados. Conforme o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2010, um terço da população brasileira não morava no município em que nasceu. No caso de Bento Gonçalves, o IBGE estima que a população no ano de 2014 era de 112.318 mil habitantes. Certamente, aqui o per-centual de migrantes é bem superior à média nacional em razão da atração econômica exer-cida pelo município.

Bento Gonçalves não se constitui em uma

GentePor Paulo Wünsch

Professor

Ilustrações: Ernani Cousandier

6 | Mosaico | 1 de agosto de 2015

As migrações e imigraçõespara Bento Gonçalves

sequência de alguma adversidade. No caso de Bento Gonçalves, historicamente as principais causas são de natureza econômica e social.

Com isso em mente, torna-se importante ter um olhar mais humano, de acolhimento ao outro. Ou seja, reconhecer que o imigrante tam-bém é parte da humanidade e o planeta Terra é a nossa ‘casa comum’. O valor central fica nas pessoas e no coletivo - como deve ser. Isto se torna mais importante, na medida em que os imigrantes encontram dificuldades para se re-lacionar com a sociedade, muito em função das diferenças culturais e linguísticas. Um dos maiores obstáculos é o de encontrar locais dig-nos de moradia em razão da fiança necessária para se alugar um imóvel. Outro problema, é a inserção no mercado de trabalho - apesar de muitos serem qualificados, resta, em geral, aos migrantes as tarefas consideradas mais simples, repetitivas, monótonas e com menores salários.

Esta realidade não é recente, apenas as difi-culdades são outras, uma vez que a imigração começou com a colonização que originou o Bra-sil. E seu fluxo, desde então, é contínuo e cícli-

ense na última vez em que você andou pelo centro da cidade, seja de passagem para fazer compras ou almoçar. Prova-

velmente, você deve ter ouvido diálogos em diversos sotaques: alguns conversando em dialeto italiano, outros em crioulo haitiano ou francês e outros ainda em português. A língua é apenas um exemplo da diversidade da população bento-gonçalvense, que possui muitas etnias, culturas e religiões.

Nas últimas décadas, migrantes de outras regiões, Estados e mesmo de outros Países aqui vieram atraídos pelo dinamismo econô-mico do município. A realidade econômica e os serviços públicos disponíveis em Bento Gonçalves potencializam que os migrantes vislumbrem oportunidades de trabalho, es-tudo e melhores condições de vida.

As migrações, de um modo em geral, ocorrem por razões econômicas, sociais, po-líticas, religiosas, étnicas, ambientais, edu-cacionais, ou ainda decorrentes de guerras. Portanto, a migração nem sempre é uma es-colha pessoal, mas uma necessidade em con-

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Mosaico | 1 de agosto de 2015 | 7

exceção enquanto polo de atração de pessoas. Algumas vezes, empresas locais buscam mão--de-obra de outras regiões para suprir eventual escassez de trabalhadores.

Entretanto, este processo de migrações, mes-mo não sendo novo, impacta nas relações sociais nos diferentes espaços públicos ou privados, e evidencia opiniões divergentes, na medida em que alguns ainda advogam uma espécie de evo-lucionismo social, considerando-se “superiores” e “puros”. O resultado disto é o reiterado racis-mo difuso e o preconceito velado, ou não, que

Algumas LeiturasCAPRARA, Bernadete Schiavo e LUCHESE, Terciane Ângela. Da colônia Dona Isa-bel ao Município de Bento Gonçalves 1875 a 1930, Porto Alegre: Corag, 2005.

LORENZONI, Júlio. Memórias de um imigrante italiano. Porto Alegre: Sulina, 1975.

MAESTRI, Mario (coord.) et al. Nós, os ítalo-gaúchos. Porto Alegre: UFRGS, 1996.

PARIS, Assunta de. Bento Gonçalves: ontem e hoje. Bento Gonçalves: Arquivo Pú-blico e Histórico Municipal, 1999.

________________. Memórias: Bento Gonçalves - RS. 2ª edição. Bento Gonçalves: Prefeitura Municipal e Arquivo Histórico Municipal, 2006.

Apontamentos de migrantesA história de João Alberto Ramos, nas-

cido em Uruguaiana e que se mudou para Bento Gonçalves no ano de 1998 é parecida com a de muitos outros migrantes. Confor-me seu relato: “Me mudei para Bento Gonçal-ves em busca de emprego e renda [...]. Quan-do vim para cá já tinha uma pessoa da família morando aqui, que me apoiou me cedendo um quarto para morar”. As dificuldades maiores iniciais foram: “A distância da mulher e dos fi-lhos que ficaram em Uruguaiana e só vieram sete meses depois”.

Atualmente João é metalúrgico e con-cluiu o curso de graduação em Pedagogia, tem residência própria e pretende fazer um concurso para trabalhar na área de educa-ção.

Já, para o haitiano Enselot Joachim, que está há três anos, no Brasil e mora em Ben-to Gonçalves com a mulher e dois filhos, o governo brasileiro não cumpriu com a promessa deles continuarem estudando e trabalhando por aqui. “Não valorizam nos-sos diplomas, nossas profissões, então nos obri-gamos a fazer qualquer tipo de trabalho para pagar nossas contas e sustentar nossa família. Pensamos em projetar nosso futuro, apesar das dificuldades, mas nosso futuro está difícil aqui também, pelo jeito que a vida vai”.

Bento Gonçalves,terra de migrantes

A origem de Bento Gonçalves é a imigração italiana motivada principalmente por razões eco-nômicas no período pós-guerra de unificação da Itália e de expansão capitalista. Os imigrantes que aqui chegaram, vinham em busca de terras - já que em seu País encontravam-se à margem da socieda-de e sem posses. Uma síntese de suas condições é o que consta no livro “Memórias de um Imigrante Italiano” de Júlio Lorenzoni, em que afirma “Que-remos emigrar – basta de miséria” ou do imigran-te Paulo Rossato que escreveu ao familiares dizen-do: “Lá éramos servos, aqui somos senhores”.

Por sua vez, no Brasil, havia a necessidade de ocupação do território e produção de alimentos para abastecer as regiões monocultoras e de extra-ção de produtos primários, bem como de mão-de--obra para as fazendas de café e para as unidades fabris da região Sudeste do País.

algumas pessoas mantêm. E, para outras pes-soas (entre os quais me incluo) as migrações são benéficas para o desenvolvimento de uma sociedade pluriétnica e multicultural, que re-conhece as semelhanças e diferenças sem esta-belecer uma hierarquia entre as pessoas.

É oportuno lembrar que todos que moram em Bento Gonçalves tem sua origem ou são descendentes de alguma corrente migratória. A própria origem do município é a imigração italiana e, hoje, recebem haitianos e senegale-ses, assim como migrantes de diversas regiões

do Rio Grande do Sul e mesmo de outros Es-tados, que vêm não só para usufruir o que os imigrantes anteriores construíram, mas tam-bém para contribuir com a continuidade do desenvolvimento econômico, social e cultural do município.

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