TROVADORISMO - Educacionalpessoal.educacional.com.br/up/580001/1078242/Trovadorismo... · 2010. 3....

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TROVADORISMO As expressões literárias

Trabalhadores A cidade

A religião O povo

  “(...) a escrita constituía um meio acessório de transmissão da cultura; temos de contar com a transmissão oral, através de jograis-recitadores, cantores e músicos ambulantes que divulgavam nas feiras, castelos e cidades um repertório musical e literário, por vezes acolhido e estilizado em cortes senhoriais e régias. Desempenham um papel importantíssimo os pregadores eclesiásticos, que estabeleceram a ligação entre o saber livresco e as massas populares.”(In: Saraiva & Lopes,16° Edição)

  “As duas literaturas – a oral e a escrita – apresentam características muito diferentes. Ao passo que os livros produzidos ou reproduzidos nos conventos, destinando-se sobretudo à preparação de clérigos e ao serviço religioso, consistiam principalmente em tratados e obras de devoção escritos em latim, o repertório dos jograis, pelo contrário, dirigido a um público iletrado de vilões, burgueses e nobres, servia-se das línguas locais, inspirava-se na vida e interesse desse público e consistia sobretudo em poemas e narrativas versificadas. É com os jograis que nascem as literaturas românicas e os gêneros modernos de ficção, tais como o poema lírico e o romance.” (In: Saraiva & Lopes,16° Edição)

  A POESIA

  CANTIGAS LÍRICAS: AMOR E AMIGO

  CANTIGAS SATÍRICAS: ESCÁRNIO E MALDIZER

  A PROSA

  NOVELAS DE CAVALARIA

  Língua: galego-português

  Tradição oral e coletiva

  Poesia cantada e acompanhada por instrumentos musicais e colecionada em cancioneiros (da Ajuda, da Biblioteca Nacional, da Vaticana)

  Autores trovadores (em sua maioria nobres)

  Intérpretes: jograis, segréis e menestréis.

  Acompanhamento: jogralesa.

Cantigas Líricas Amor e Amigo

  Voz lírica masculina

  Tratamento dando à mulher: mia senhor.

  Expressão da vida da corte.

  Convenções do amor cortês:

  Idealização da mulher;

  Vassalagem amorosa;

  Expressão da coita.

  Origem provençal

O termo “amor cortesão” foi utilizado pela primeira vez em 1883 pelo historiador Gaston Paris, para designar o amor perfeito de Lancelote e Guinevere na obra O cavaleiro da charrete de Chrétien de Troyes. Várias podem ter sido as influências a respeito da origem desse novo modelo e maneira de relação entre homem e mulher por meio de um sentimento, que pode ter nascido em reminiscências da poesia latina, de composições populares, etc.

O amor chamado cortês, ou “amor delicado”, envolvia um erotismo baseado no controle e relacionado à noção de individualidade, na qual, era preciso revelar-se, isto é civilizar-se, opondo a cultura à natureza, para assim alcançar um amor mais fino e depurado.

  Nas cantigas de amor, a postura do homem diante da mulher e a seleção vocabular realizada pelo trovador reproduzem, em sua “servidão amorosa”, os mais puros padrões da vassalagem feudal: assim como o cavaleiro jurava fidelidade e submissão a seu suserano, também o homem apaixonado jurava solenemente “servir” à mulher amada, que se elevava, desse modo, à condição de “senhor”, ou seja, proprietária, dona de seus sentimentos.

  Seguindo a lógica da vassalagem amorosa, a mulher é vista de modo idealizado, e a ela é dedicado um amor sublimado, igualmente idealizado. Essa idealização, expressa um forte lirismo e, assim, produz a coita d’amor, ou dor do amor (em galego português, coitado significava “apaixonado”, “aflito”, “sofrido”): como a dama é inatingível, só resta ao trovador sofrer por ela. O sofrimento amoroso era tão forte que podia levá-lo a desejar a morte.

  Voz lírica feminina

  Tratamento dado ao namorado: amigo

  Expressão da vida campesina e urbana

  Amor realizado ou possível - sofrimento amoroso

  Simplicidade - pequenos quadros sentimentais

  Paralelismo e refrão

  Origem popular e autóctone (isto é, na própria Península Ibérica)

  Natureza personificada (o eu-lírico dialoga com a natureza como se esta fosse sua cúmplice no sofrimento amoroso / pode dialogar, também, com sua mãe ou amiga)

1° P

ar

Estrofe 1 - Verso A

- Verso B

- Refrão

Estrofe 2

- Verso A’

- Verso B’

- Refrão

2 °

Par

Estrofe 3 - Verso B

- Verso C

- Refrão

Estrofe 4

- Verso B’

- Verso C’

- Refrão

3 °

Par

Estrofe 5

- Verso C

- Verso D

- Refrão

Estrofe 6

- Verso C’

- Verso D’

- Refrão

Vayamos irmana, vayamos dormir (A) nas ribas do lago hu eu andar vi (B) a las aves meu amigo. (R)

Vayamos irmana, vaiamos folgar (A’) nas ribas do lago hu eu vi andar (B’) a las aves meu amigo.(R)

Nas ribas do lago hu eu andar vi (B) seu arco na mão as aves ferir (C) a las aves meu amigo.(R)

Nas ribas do lago hu eu vi andar (B’) seu arco na mão a las aves tirar (C’) a las aves meu amigo.(R)

Seu arco na mão as aves ferir (C) a las que cantavam leixá-las guarir (D) a las aves meu amigo. (R)

Seu arco na mão a las aves tirar (C’) a las que cantavam non nas quer matar

(D’) a las aves meu amigo. (R)

(Fernando Esquio)

As cantigas satíricas apresentam interesse sobretudo histórico. São verdadeiros documentos da vida social, principalmente da corte. Fazem ecoar as reações públicas a certos fatos políticos: revelam detalhes da vida íntima da aristocracia, dos trovados e dos jograis, trazendo até nós os mexericos e os vícios ocultos da fidalguia medieval portuguesa.

Enquanto as cantigas de escárnio utilizam a ironia e o equívoco para realizar mais indiretamente essas zombarias, as cantigas de maldizer são sátiras diretas. Daí sua maior virulência, o emprego mais freqüente de palavrões (em geral os mesmos que usam até hoje) e a abordagem mais carregada dos vícios sexuais atribuídos aos satirizados.

ESCÁRNIO

  Linguagem vulgar

  Sempre zombam de alguém (pessoa decadente, alguém com problema amoroso, uma mulher namoradeira)

  Linguagem mais velada,menos direta.

MALDIZER

  Linguagem vulgar, carregada de palavras de baixo calão.

  Sempre zombam de alguém, definidamente.

  Linguagem direta, cheia de palavrões e de conotações sexuais.

  Prosa ficcional, originária das canções de gesta francesas (narrativas de temas guerreiros).

  Presença de heróis cavaleiros que passavam por aventuras para defender o bem contra o mal.

  Destaque para o cavaleiro medieval, concebido segundo os padrões da igreja, ele é casto, fiel, dedicado, disposto a defender a honra cristã sob qualquer sacrifício.

  Opõem-se ao modelo do cavaleiro da corte, sedutor e envolvido em amores ilícitos.

  Envolvido na luta em defesa da Europa Ocidental contra os inimigos da cristandade.

  Geralmente de autoria desconhecida.

  Circulavam pela Europa como propaganda das Cruzadas para estimular a fé cristã e angariar o apoio da população ao movimento.

  CICLO CLÁSSICO: tratam de heróis da mitologia greco-romana. Tratam da Guerra de Tróia, as aventuras de Alexandre, o Grande...)

  CICLO ARTURIANO OU BRETÃO: tratam do rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda. (A demanda do santo Graal).

  CICLO CAROLÍNGEO: apresentam o rei Carlos Magno e os doze pares de França.