TTRRAABBAALLHHOOSS CCIIEENNTTÍÍFFIICCOOSS … · 2018-06-27 · DIAGNÓSTICO CLÍNICO VERSUS...

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T T R R A A B B A A L L H H O O S S C C I I E E N N T T Í Í F F I I C C O O S S A A P P R R O O V V A A D D O O S S

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TEMA LIVRE ORAL

GINECOLOGIA TRASTUZUMABE EM LINHAGEM DE CÉLULAS: NOVO OLHAR PARA O CORIOCARCINOMA Universidade Federal do Rio Grande do Sul; British Columbia Children's Hospital Research Institute; University of British Columbia Pires, LV; Silva, ISB; Leung, PCK; Pizzolatto, LS; Uberti, EM; Capp, E; Cheng, JC; Yi, Y INTRODUÇÃO: A Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG) é uma doença rara e grave da gravidez, portanto, de mulheres jovens, em idade reprodutiva. Nos países em desenvolvimento a incidência ainda é alta, e no Brasil, varia de 1:200 a 1:850 gravidezes. Quando tratada em Centros de Referência, pela boa resposta à quimioterapia (QT), a NTG de baixo grau cura em torno de 90 a 98%, entretanto, estágios avançados da doença apresenta uma mortalidade próxima a 40%. As drogas-alvo anti-proteína HER2 têm revolucionado o tratamento de cânceres avançados e metastáticos, com aumento da sobrevida global e sobrevida livre de doença, com menos efeitos adversos que a QT.Muitos autores têm mostrado expressão da proteína HER2 na NTG. É inadmissível que hoje me dia, pacientes jovens ainda morram sem que tentemos drogas mais atuais para o seu tratamento. OBJETIVOS: Determinar a expressão de HER2 em linhagem de células de coriocarcinoma JEG-3.Determinar a ação da droga-alvo ( anticorpo monoclonal) Trastuzumabe nas JEG-3.MATERIAL E MÉTODOS: Estudo experimental com linhagem de células de coriocarcinoma JEG-3, onde verificamos a amplificação do gene HER2 ( PCR-RT), a expressão protéica de HER2 (Western -Blotting e Imunocitoquímica) e fazemos ensaio de proliferação pela técnica da Sulforrodamina B, com escalonamento de doses no tempo, em quadriplicata. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Observamos a amplificação do gene HER2 na linhagem JEG-3 e também a expressão da proteína HER2 foi confirmada em todos os experimentos. Quando submetidas a dose de 50 microgramas/ml de trastuzumabe, as células, após 96 horas, apresentaram mais que 50% de inibição da sua proliferação. Não encontramos experimento similar na literatura, e concluímos que nosso estudo abre uma nova janela para pesquisa e possibilidade real no tratamento de uma doença que pode ser letal, mas que paradoxalmente começa com a expectativa de uma nova vida.

OBSTETRÍCIA DIAGNÓSTICO CLÍNICO VERSUS LABORATORIAL DE ASFIXIA INTRAPARTO EM RECÉM-NASCIDOS ABAIXO DE 37 SEMANAS DE IDADE GESTACIONAL. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia (PPGGO). Faculdade de Medicina (FAMED). Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre/RS, Brasil. Grupo de Pesquisa: Climatério e Menopausa. Faculdade de Medicina (FAMED). Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre/RS, Brasil. Universidade Luterana do Brasil. Faculdade de Medicina (FAMED). Canoas/RS, Brasil Matias MM*; Ferreira CF; Silva HR; Ramos JG; Martins Costa SHA Objetivos: Verificar a relação entre a o nascimento pré-termo e a gasometria arterial de cordão coletada ao nascimento em recém-nascidos prematuros atendidos em um hospital escola. Métodos: Estudo descritivo transversal retrospectivo de prontuários de recém-nascidos no Centro Obstétrico de um hospital escola, entre os anos de 2011 e 2016, com idade gestacional ao nascimento abaixo de 37 semanas, comparando o diagnóstico clínico de asfixia pelo APGAR segundo a OMS e o diagnóstico laboratorial (ph e excesso de base coletado do sangue de cordão umbilical ao nascer). Variáveis contínuas foram expressas como média ± erro padrão (EPM) ou medianas e intervalo de confiança de 95% [IC95%]. Variáveis categorias foram expressas como frequências absolutas (n) e relativas (n%). Aplicou-se o teste de concordância de Kappa entre ambos os diagnósticos. A digitação do banco de dados e as análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS versão 18.0 e a significância foi fixada em 5%. Este projeto foi aprovado pelo Comitê Ético Institucional (CAAE: 57087916.3.0000.5327). Resultados: Trata-se de uma análise de 1570 prontuários. A maioria das mulheres eram brancas (77,8%), nulíparas (35,8%), com mediana de idade gestacional de 35,00[35,00-37,00] semanas. Os principais fatores de risco gestacionais identificados foram trabalho de parto prematuro (57,96%) e ruptura prematura de membranas (9,05%). Houve concordância entre o índice de APGAR e a acidose pelo ph do cordão em 1238 casos (78,85%), com discordância em 332 casos (21,15%), com índice Kappa de concordância de 0,072. Ao avaliarmos o excesso de Base, houve concordância em 1243 casos (79,17%) e discordância em 327 casos (20,83%), com Kappa de 0,128. Conclusões: O diagnóstico de asfixia neonatal baseado no APGAR apresenta baixa correlação Kappa para predizer a presença de asfixia neonatal diagnosticada por marcadores específicos mensuráveis pela gasometria de cordão umbilical em recém-nascidos abaixo de 37 semanas de idade gestacional.

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1. LASERTERAPIA COMO TRATAMENTO PARA SÍNDROME DO TRANSFUSOR TRANSFUNDIDO: RELATO DE CASO Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, RS Manta AB; Ferreira* AV; Netto DP; Nascimento GB; Sell HC; Bilhalva TN INTRODUÇÃO: A síndrome do transfusor transfundido (STT) ocorre nas gestações gemelares nas quais há formação de anastomoses vasculares, ocasionando fluxo unidirecional que favorece o crescimento de um feto em detrimento do outro. O feto doador apresenta anemia e restrição de crescimento intra-uterino, enquanto o receptor apresentará policitemia e macrossomia. Cerca de 5 a 15% das gestações gemelares monocoriônicas cursam com STT. RELATO DE CASO: KSM, 30 anos, G3PC2AO, Rh -, com gestação monocoriônica diamniótica de 24 semanas e 6 dias, interna no Hospital São Francisco de Paula, no dia 03/10/17 para investigação de STT. Ao exame ultrassonográfico , feto 1 no percentil 66 e feto 2 no percentil 5, com liquido amniótico reduzido para o feto 2. Em 21/10/17 o controle evidenciou alterações dopplerfluxométricas sugestivas de STT. Em 28/10/17 a paciente foi submetida a laserterapia por fetoscopia para ablação de anastomoses. No dia 21/11/17 realizou ultrassonografia, apresentando feto 1 no percentil 30 e feto 2 no percentil 70, ambos com ILA normal e dopplerfluxometria sem alteração. No dia 03/12/17 o controle ultrassonográfico, apresentou feto 1 com diástole zero na artéria umbilical, ducto venoso com onda A reversa. Realizou parto cesariana com 31 semanas e 4 dias. Primeiro gemelar com peso 1395g, apgar 5/5, ficou 40 dias em UTI em boas condições de alta. Segundo gemelar com peso 1860g, apgar 6/9, permaneceu 20 dias em UTI em boas condições de alta.DISCUSSÃO: Lopriore et. al. avaliando o desenvolvimento neuropsicomotor em gemelares com STT observou taxa de mortalidade perinatal de 50% e 21% de paralisia cerebral. A maior taxa de paralisia cerebral foi observada no grupo tratado com amniocentese seriada. Hajric-Egic et. al. acompanhando 14 casos com dopplerfluxometria e perfil biofísico fetal seriado obtiveram 29% de sobrevida. A mortalidade em gestações com diagnóstico antes de 28 semanas foi de 100%. As abordagens para o STT são o manejo expectante, a ablação a laser das anastomoses e a septostomia. A conduta expectante apresenta índices próximos a 100% de mortalidade. Resultados razoáveis são atingidos através da septostomia. A técnica que hoje tem apresentado melhores resultados é a laserterapia das anastomoses através de fetoscopia.

2. GALACTOCELE DURANTE A AMAMENTAÇÃO: RELATO DE CASO Hospital Universitário São Francisco de Paula(HUSFP), Pelotas-RS Ferreira*, AV; Sell, HC; Silveira, GS; Neto, PCR; Haical, PHC; Gerhardt, TR; Barbosa-Silva, TG; Manta,AB; Tomaszeski, RH INTRODUÇÃO: O termo galactocele refere-se a um cisto de retenção lácteo,resultante do bloqueio de um ducto mamário, que pode aparecer durante a gestação, lactação ou, inclusive, após o desmame. Quando não infectados, são indolores. Assim, na maioria dos casos, tendem a ser pequenos e assintomáticos, composterior reabsorção pelo organismo sem maiores inconvenientes. Porém, eventualmente, a galactocele pode apresentar-se como uma grande massa mamária, e a familiaridade com essa patologia é essencial para seu diagnóstico. RELATO DE CASO: BNL, 19 anos, G1Pc1A0 (parto em dezembro/2017), procura atendimento no Hospital Universitário São Francisco de Paula em 09/05/2018 com queixa de mastalgia, episódios esporádicos de febre alta (chegando a 39oC) e aumento do volume mamário direito iniciados há 1 mês. Havia feito tratamento prévio com amoxicilina, sem melhora do quadro. Referiu estar amamentando. Ao exame físicoencontrava-se afebril, e seus sinais vitais, estáveis. Apresentava mama direita aumentada de volume, com eritema, edema, calor local e flutuação. Referia dor à palpação, e não havia descarga papilar à expressão. A ultrassonografia mamária durante a avaliação inicial evidenciou presença de volumosa coleção líquida. A punção eco guiada com agulha fina não gerou drenagem alguma, porém, à punção com agulha grossa, houve drenagem de líquido piolácteo. Optou-se, então, por internação hospitalar da paciente, antibioticoterapia (oxacilina 2g EV 4/4h) e exploração cirúrgica programada para o dia seguinte.O procedimento consistiu na drenagem de aproximadamente 1200ml de líquido coletado, exérese da cápsula do abcesso e colocação de dreno de portovac para orientação da fístula subsequente. Pós-operatório sem intercorrências. Recebeu alta hospitalar no dia 12/05/2018 com oxacilina VO e dreno de portovac, a ser retirado no acompanhamento ambulatorial. Paciente não seguiu amamentando pós procedimento. DISCUSSÃO: A amamentação é reconhecida como o método normativo e preferencial de alimentação infantil. Mães e bebês que não amamentam têm maiores riscos à saúde a curto e longo prazo. Este caso relata uma galactocele que ocorreu durante a amamentação. Trata-se de uma afecção pouco comum, de diagnóstico baseado na anamnese, exame físico e punção. A punção inicial por agulha fina pode ser aventada, mas, por provavelmente tratar-se de conteúdo espesso, a punção com agulha grossa tem maiores chances de sucesso. Na impossibilidade de esvaziamento por punção, deve ser realizada drenagem cirúrgica com colocação de dreno de curta permanência. A antibioticoterapia deve ser individualizada, baseada no quadro clínico e tratamentos prévios. A manutenção da amamentação pode ser cogitada na presença de galactocele não-infectada. Caso contrário, a amamentação no lado acometido deve ser suspensa até resolução do quadro, com esvaziamento periódico visando evitar o ingurgitamento mamário.

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3. PANCREATITE AGUDA NA GESTAÇÃO: UMA SÉRIE DE CASOS Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) - Canoas - RS Da Rocha, G.; Bortolini, A.C.; Rossi*, B.C.; Siganski, L.P.; Baldin, P.R.; Salum, T.N. INTRODUÇÃO: A pancreatite aguda é uma doença inflamatória cuja principal etiologia durante a gestação é a litíase biliar. Acomete 1:3333 das gestações e é considerada uma condição rara. É comprovada a ocorrência de repercussões na gestação, como parto prematuro, morte materna e fetal, que são relacionadas ao diagnóstico tardio da doença, e, por isso, é essencial a precocidade da detecção da mesma. OBJETIVO: Relatar uma série de casos de gestantes com o diagnóstico de pancreatite aguda e comparar com as informações encontradas em revisões de literatura. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram revisados prontuários de todas as pacientes com diagnóstico de pancreatite gestacional, internadas na enfermaria de alto risco do Hospital Universitário de Canoas, durante junho de 2015 a setembro de 2017, as quais totalizaram 9 casos. RESULTADOS E CONCLUSÕES: A apresentação clínica das pacientes foi semelhante, com dor abdominal e vômitos. Inicialmente, receberam tratamento conservador e realizaram ecografia abdominal. Os desfechos gestacionais variaram desde aborto retido, interrupção da gestação por restrição de crescimento intrauterino e oligodrâmnio, indução de parto vaginal por óbito fetal, até partos vaginais e cesarianas a termo. A colecistectomia pode ser realizada com segurança em qualquer trimestre da gestação, sendo preferencial a videolaparoscopia. A avaliação deficiente e a falta de monitoramento fetal correspondem às principais causas de perda fetal nas gestantes com pancreatite, e, assim, são necessárias melhorias para prevenção de desfechos gestacionais indesejáveis. Devido aos avanços médicos no diagnóstico e tratamento, as taxas de mortalidade vêm se reduzindo nos últimos anos. Palavras-chave: pancreatite, gestação, litíase, biliar, colecistectomia

4. HEPATOPATIA GESTACIONAL E SEUS DESFECHOS - RELATO DE CASO Faculdade de Medicina, UPF, Passo Fundo, RS Tronco*, A; Valsoler, C; Manica, ; Sotili, N; Portela, SN INTRODUÇÃO: A colestase intra-hepática da gravidez é uma doença hepática específica da gravidez que ocorre no final do segundo trimestre. É caracterizada por prurido generalizado e alterações das provas de função hepática, estando associada ao aumento das taxas de morbimortalidade fetal. RELATO DE CASO: DFSF, 36 anos, G3P1C1A0, IG: 36 + 5, com DMG foi admitida na maternidade apresentando prurido, insônia, mal estar, PA 140/85mmHg e níveis de TGO (78), TGP (104) e bilirrubinas (BT: 1,27; BI: 0,93 e BD: 0,34), dados compatíveis com colestase gravídica. Iniciado tratamento com Ácido Ursodesoxicólico (UDCA) e avaliação do bem estar fetal, através de cardiotocografia, perfil biofísico fetal e ecografia obstétrica com dopplerfluxometria. Em função da piora clínica e laboratorial materna, foi realizada a interrupção da gravidez por via alta. O útero apresentava hematomas em ligamento largo que se estendiam até o retroperitônio, além de ruptura na parede posterior e hipotonia uterina. Realizada a histerorrafia, sutura das lacerações, massagem uterina, infusão de ocitocina, misoprostol sem sucesso. Foi necessária a histerectomia subtotal para controlar a hemorragia. Paciente teve boa evolução, apresentando alta hospitalar em uso de UDCA. DISCUSSÃO: Embora não haja consenso quanto ao manejo, a monitorização do bem-estar fetal é importante. Sugere-se um protocolo que inclui cardiotocografias semanais, estimativa do volume do líquido amniótico, Doppler da artéria umbilical e acompanhamento regular do crescimento fetal, além da dosagem semanal de ácidos biliares, enzimas hepáticas e provas de coagulação materna. Os riscos fetais parecem aumentar até a resolução da gestação, independentemente dos níveis de ácidos biliares e enzimas hepáticas. Monitorização seriada desses marcadores é essencial, mas não previne sofrimento fetal agudo e morte. A maioria das mortes fetais inexplicadas ocorre após 37 semanas de gestação, assim, a interrupção com 36 semanas ou menos deve ser considerada em casos graves de icterícia, elevação progressiva dos ácidos biliares séricos, como foi o caso da gestante aqui relatada, ou se houver suspeita de sofrimento fetal.

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5. SÍNDROME DE BLOOM - RELATO DE CASO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS *ARTUS, B A; MANTA, A B Introdução: Síndrome de Bloom é uma doença genética autossômica recessiva rara, que ocorre nos primeiros meses de vida, caracterizada pela falha no número de cromossomos, por uma mutação no gene BLM. Afeta 1 em cada 50 mil indivíduos, sendo mais observada nas populações da Europa Central. As pessoas portadoras desta síndrome têm graves problemas de crescimento, sendo que a média de altura fica em torno de 151 cm. Manifestam sensibilidade na pele aos raios ultra violeta. Homens acometidos são inférteis devido à azospermia. Já as mulheres podem apresentar redução da fertilidade e menopausa precoce por falência ovariana. Os indivíduos afetados podem apresentar inteligência normal ou déficits cognitivos, de atenção e memória. Apresentam face típica que corresponde à microcefalia, dolicocefalia, face triangular, hiperplasia malar, micrognatismo e nariz proeminente. Tumores malignos surgem em quase metade dos portadores desta síndrome, de forma precoce e em sítios variados (leucemias agudas, linfomas e carcinomas), sendo a causa mais comum de óbito. Mielodisplasia, diabetes e doenças respiratórias são complicações também evidenciadas. A sobrevida além dos 40 anos é rara. O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico, sendo confirmado através de testes genéticos que estudam os cromossomos do paciente. Relato de Caso: N.C.C, 12 anos, menarca aos 11, ciclos menstruais irregulares, nega uso de anticoncepcional oral e sem vida sexual. Peso: 28,5 kg, altura: 131 cm, Turner P4 M4, hímen íntegro. Encaminhada pela Geneticista e Pediatra para aconselhamento ginecológico, visando futura necessidade de reposição hormonal e avaliação de massa óssea. Solicitado ultrassom pélvico, dosagem de hormônio FSH e densitometria óssea.Discussão: A intenção é relatar a síndrome de Bloom, raríssima no Brasil e dar o devido seguimento e suporte no decorrer das possíveis complicações relacionadas. Até o momento, não existe tratamento específico, então, a abordagem deve focar a fotoproteção, correção de distúrbios hormonais, detecção precoce de malignidades e aconselhamento genético.

6. GOLF-BALLS IDENTIFICADAS NO PERÍODO PRÉ-NATAL: RELEVÂNCIA DO SEU ACHADO E POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS. Telles BB*; Uhry B; Trindade LM; Schmidt FL; Oliveira JM ; Terra DH; Barbiaro DFF; Batisti RS; Calai G; Rosa EB; Zen PRG; Rosa RFM. INTRODUÇÃO: a golf-ball é o nome dado à presença de um foco ecogênico ou de hiperrefringência do músculo papilar no ventrículo do coração fetal, visualizado através da ultrassonografia. Ela foi primeiramente descrita na década de 80, e sua incidência tem sido relatada em média em 5,6% dos fetos. Nosso objetivo foi relatar um feto apresentando múltiplas golf-balls , juntamente com a sua evolução. RELATO DO CASO: paciente feminina, 30 anos, G2P1. Veio encaminhada para investigar a presença de arritmia fetal. Realizou-se então ecografia morfológica que mostrou feto em posição cefálica, pesando 570 g, com líquido amniótico normal. Havia a presença de imagem hiperecogênica ocupando 30% do ventrículo esquerdo, de origem a esclarecer. A válvula tricúspide apresentava pequena área hiperecogênica e aparente diminuição de sua mobilidade, com regurgitação tricúspide. A ecocardiografia fetal mostrou imagem sugestiva de golf-ball no ventrículo esquerdo. A ressonância magnética revelou apenas pequena hidronefrose materna à direita. A nova ecocardiografia fetal realizada posteriormente de controle mostrou múltiplas golf-balls . O bebê nasceu com 41 semanas, por parto cesáreo, pesando 3570 g. Não foram evidenciadas anormalidades cardíacas após o nascimento. DISCUSSÃO: a etiologia da golf-ball ainda é desconhecida. Elas foram primeiramente descritas como achados benignos. Contudo, passaram a ser objeto de estudos depois de sua possível correlação com algumas alterações cromossômicas fetais, em especial a síndrome de Down. Entretanto, hoje em dia, a presença isolada da golf-ball tem pouco valor diagnóstico, sendo considerada mais uma variante da normalidade.

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7. DIVERTÍCULO DE MECKEL: ACHADOS DETECTADOS NO PERÍODO INTRAÚTERO E SEGUIMENTO PÓS-NATAL Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS. Telles BB*; Diniz AC; Bellini AD; Terra DH; Barbiaro DFF; Pazmi-o RNL; Carvalho CC; Oliveira TMRDR; Batisti RS; Calai G; Zen PRG; Rosa RFM. INTRODUÇÃO: o divertículo de Meckel é considerado a anormalidade congênita mais comum do trato gastrintestinal, com uma incidência de 0,2 a 4%. Ele resulta de uma falha na obliteração do ducto onfalomesentérico (ducto vitelino), sendo assintomático na maioria dos casos. Nosso objetivo foi relatar o caso de um feto com divertículo de Meckel, cujo diagnóstico foi suspeitado ainda no período pré-natal, salientando aspectos da sua avaliação, manejo e prognóstico. RELATO DO CASO: a gestante estava em sua primeira gravidez. Ela foi encaminhada para avaliação devido ao achado de onfalocele à ultrassonografia fetal. A ressonância magnética fetal demonstrou segmentos de delgado, pequena porção de mesentério e, possivelmente, pequeno segmento do cólon transverso no interior da onfalocele. Dentro do saco herniário, identificou-se também uma imagem sugestiva de divertículo de Meckel. A ecocardiografia não revelou alterações. O cariótipo realizado por meio da amniocentese foi também normal. O paciente, um menino, nasceu de parto cesáreo, pesando 4030 gramas e apresentando escore de Apgar de 10 tanto no primeiro como no quinto minuto. No segundo mês de vida ele foi submetido a uma cirurgia com laparotomia exploradora, fechamento da onfalocele, ressecção do divertículo de Meckel e apendicectomia. Ele permaneceu em uma unidade de tratamento intensivo neonatal no pós-cirúrgico por 21 dias, recebendo alta hospitalar em seu segundo mês de vida, em bom estado geral. Notou-se apenas uma dificuldade do paciente de se adaptar à dieta, além de anemia. Devido a isso, ele recebeu uma suplementação com sulfato ferroso e vitaminas A e D. DISCUSSÃO: a onfalocele é uma malformação cujo diagnóstico pode ser realizado ainda durante a gravidez, usualmente através do ultrassom fetal. A ressonância magnética, como visto em nosso caso, pôde auxiliar na avaliação na determinação do seu conteúdo, demonstrando a possível presença de um divertículo de Meckel, cujo diagnóstico foi confirmado após o nascimento. Isto foi importante para o planejamento do nascimento e do tratamento cirúrgico.

8. IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO INTRAÚTERO DE ONFALOCELE FETAL: IMPLICAÇÕES PARA O MANEJO E O PROGNÓSTICO Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS. Telles BB*; Kremer TG; Ghiorzi IB; Silva VN; Terra DH; Barbiaro DFF; Andrin AE; Trindade DS; Rocha DBM; Calai G; Zen PRG; Rosa RFM. INTRODUÇÃO: a onfalocele é um importante defeito da parede abdominal que ocorre na altura do cordão umbilical, em que há herniação das alças intestinais que ficam recobertas por uma membrana. Nosso objetivo foi relatar o caso de um feto com onfalocele, cujo diagnóstico foi realizado ainda no período pré-natal, salientando aspectos da sua avaliação, manejo e prognóstico. RELATO DO CASO: a gestante estava em sua segunda gravidez e possuía história de uma perda gestacional prévia. Ela foi encaminhada para avaliação devido ao achado de onfalocele à ultrassonografia fetal. A medida da transluscência nucal era normal. Os exames de rotina identificaram diabete melito gestacional. Durante a avaliação, verificou-se que a mãe era portadora de um septo uterino. A ressonância magnética fetal demonstrou herniação de fígado, vesícula biliar e alças de intestino delgado, além de parte do estômago. A ecocardiografia não revelou alterações. O cariótipo realizado por meio da amniocentese foi também normal. O parto foi realizado por via cesárea, com recém nascido do sexo feminino pesando 3.235 gramas e apresentando escore de Apgar de 4 no primeiro minuto e de 6 no quinto. A criança evoluiu com necessidade de ventilação mecânica e hospitalização em uma unidade de tratamento intensivo neonatal. No primeiro mês de vida ela foi submetida a uma cirurgia de fechamento do defeito de parede abdominal em diferentes momentos, com desenvolvimento de colestase associada à nutrição parenteral total e parada cardiorrespiratória, com reanimação bem sucedida. Ela recebeu alta hospitalar com 3 meses de vida, em bom estado geral. Apresentava apenas distúrbios de deglutição e sucção, tendo necessidade do uso de nutrição por sonda nasogástrica. DISCUSSÃO: a onfalocele é uma malformação cujo diagnóstico pode ser realizado ainda durante a gravidez, usualmente através do ultrassom fetal. A ressonância magnética, como visto em nosso caso, pôde auxiliar na avaliação do tamanho da onfalocele, bem como na determinação do seu conteúdo. Isto tem importantes implicações, em especial para o planejamento do nascimento e do tratamento cirúrgico. A realização da cariotipagem fetal deve-se à importante associação da onfalocele com anomalias cromossômicas (30%), em especial a trissomia do cromossomo 18 (síndrome de Edwards).

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9. ACHADOS PRÉ-NATAIS E EVOLUÇÃO DE UM FETO DIAGNOSTICADO COM ANOMALIA DE EBSTEIN Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS. Uhry B*; Ghiorzi IB; Kremer TG; Kreusch TC ;Barbiaro DFF; Terra DH; Telles BB; Batisti RS; Calai G; Kelm T; Zen PRG; Rosa RFM. RELATO DO CASO: a paciente, GAS, era uma gestante de 26 anos em sua segunda gestação. Ela refere ter apresentado dores abdominais além de episódio de infecção do trato urinário desde o início da gestação, tendo feito uso de antibioticoterapia. Foi diagnosticada com diabetes mellitus gestacional no final da gestação. Na ecografia obstétrica com 15 semanas observou-se a presença da AE. A ecografia morfológica com 23 semanas mostrou coração apresentando 2 ventrículos sendo que o direito era menor e havia átrio único ou átrio esquerdo hipodesenvolvido. O exame com 26 semanas revelou área cardíaca ocupando metade da circunferência torácica. Havia desvio do eixo do coração para esquerda, além de aumento das câmaras direitas, principalmente do átrio direito, e aparente implantação baixa da válvula tricúspide. Verificou-se no ecocardiograma fetal com 27 semanas atresia pulmonar funcional, insuficiência tricúspide moderada e AE. Na ecografia obstétrica com 29 semanas evidenciou-se também polidrâmnio. O cariótipo do feto foi normal (46,XX). A ecografia obstétrica com 32 semanas mostrou um índice de líquido amniótico (ILA) de 18,3cm. A criança nasceu de parto cesáreo, com 36 semanas de gestação, pesando 2925 gramas e com escores de Apgar de 2/2. A paciente evoluindo com insuficiência respiratória aguda secundária à cardiopatia congênita com baixo débito cardíaco, apresentando anúria, má perfusão e anasarca, necessitando ser colocado em ventilação mecânica. Ela foi a óbito no sétimo dia de vida por asfixia perinatal, lesão renal e distúrbio hidroeletrolítico. DISCUSSÃO: a insuficiência tricúspide com atrialização do ventrículo direito e sintomas de insuficiência cardíaca direita, associados principalmente à cardiomegalia direita, são frequentemente associadas à AE. Assim, a grande maioria dos recém nascidos com esta anomalia evolui rapidamente para insuficiência respiratória, fibrilação atrial e morte, necessitando de cirurgia corretora ou de troca de válvula.

10. CISTADENOFIBROMA DE TUBA UTERINA: RELATO DE CASO Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Passo Fundo, RS. Hospital da Cidade de Passo Fundo, RS Dick* C. A.; Galli F.; Pereira L. T.; Bortoluzzi P. C. N.; Lotti E.; Zimermann C. C. INTRODUÇÃO: Os tumores da trompa de Falópio são incomuns, sendo o adenocarcinoma de tuba uterina o tumor maligno mais raro do trato genital feminino (0,18-1,6%). Os tumores benignos são classificados pela Organização Mundial de Saúde em papiloma, cistadenoma, adenofibroma, tumor papilar metaplásico, pólipo endometrioide e cistadenofibroma (CAF). Existem poucos casos relatados em todo o mundo de CAF da trompa de Falópio, sendo normalmente assintomáticos e encontrados por acaso. Quanto a indicação de tratamento, principalmente em jovens, deve-se pensar no futuro reprodutivo das pacientes. RELATO DE CASO: C.R, 17 anos, solteira, natural e procedente de Passo Fundo/RS, procura atendimento em serviço especializado em ginecologia com quadro de dor em fossa ilíaca esquerda (FIE) há 4 anos, intermitente, em pressão, com piora durante o período menstrual. Paciente nuligesta, menarca aos 12 anos, ciclos menstruais regulares, em uso do anticoncepcional oral combinado. Nega comorbidades e cirurgias prévias. Refere diagnóstico de cisto simples em ovário esquerdo há 3 anos do qual mantém acompanhamento. Exame físico normal. Iniciada investigação complementar com ultrassonografia que demonstra imagem cística, de paredes finas e de conteúdo anecóico, denso, possivelmente associada ao ovário, com imagem aderida à parede, medindo 70,4 cm³. Realizada videolaparoscopia diagnóstica no qual se verificou tuba uterina aumentada, friável, com estrutura cística aderida. Realizada anexectomia esquerda, com anatomopatológico demonstrando tuba uterina esquerda medindo 3,5x0,7 cm, revestida por serosa lisa e brilhante. Aos cortes a mucosa é pardo-clara e a luz é virtual. Junto a essa se observa estrutura cística que mede 4x2, 7x2 cm. Aos cortes exibe nas paredes internas vegetações de 1,5 cm no maior eixo compatível com cistadenofibroma. DISCUSSÃO: O CAF da tuba uterina é um tumor raro, que geralmente é encontrado de forma incidental, sendo assintomático. O primeiro diagnóstico registrado foi em 1909, por Iwanow e desde então 19 casos foram relatados na literatura mundial. No caso descrito, a paciente apresentava queixa de dor em FIE progressiva, sendo realizada videolaparoscopia para elucidação diagnóstica. O CAF apresenta-se como uma massa que pode ser encontrado na extremidade fimbrial, intraluminalmente ou na superfície serosa do tubo, sendo geralmente pequenos (0,5 a 3 cm de diâmetro), com componente cístico. Os achados histopatológicos do CAF sugerem que esse tumor é um remanescente embriológico originado do ducto mulleriano, tendo curso benigno. A conduta é conservadora, sendo a cistectomia tubária suficiente. No caso apresentado, a lesão tubária associada ao cisto foi identificada no transoperatório, e não podendo se descartar etiologia maligna, foi optado pela anexectomia. Paciente evoluiu com boa recuperação pós-operatória, com resolução das queixas álgicas.

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11. COMPLICAÇÕES DE DOENÇAS CRÔNICAS NA GESTAÇÃO E ACONSELHAMENTO PRÉ-CONCEPCIONAL Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Passo Fundo, RS. Hospital da Cidade de Passo Fundo, RS Dick* C. A.; Wagner R. S.; Casarin R. G.; Caovilla J.J. INTRODUÇÃO: O diabete pré-gestacional determina risco aumentado de desfechos adversos maternos e fetais, que somados a hipertensão crônica podem gerar complicações catastróficas na gestação. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 28 anos, secundigesta (aborto prévio há 10 anos), com 18 semanas de idade gestacional (IG), relata gestação não planejada e ausência de acompanhamento clínico adequado. É admitida para internação hospitalar por quadro hipertensivo associado a edema de membros inferiores. Paciente com diabete mellitus tipo 1 há 20 anos, hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo e infecções do trato urinário (ITU) de repetição. Relata que as alterações nos níveis pressóricos iniciaram com 8 semanas de IG. Após admissão, iniciou-se uso de anti-hipertensivos compatíveis com a gestação e manteve-se insulina para controle da glicemia. A investigação laboratorial revelou proteinúria no exame de urina, creatinina e uréia plasmáticas elevadas, com cleareance de creatinina (ClCr) 24,9ml/min, compatível com doença renal crônica estágio IV, com provável etiologia de nefropatia diabética, agravada pela gestação. A paciente permaneceu internada com equipe multidisciplinar, com avaliação e ajuste constante de terapêutica, apresentando repetidos picos hipertensivos e quadros de hipo/hiperglicemia. Como comorbidades durante a internação, desenvolveu quatro ITUs, pneumonia, anemia com necessidade de transfusão de hemocomponentes e diarreia sem etiologia esclarecida. Com IG 24 iniciou com sangramento vaginal de pequena quantidade. Às 25 semanas de IG apresentou piora da função renal (ClCr11ml/min Estágio V) com início de terapia renal substitutiva por hemodiálise, evoluindo com hematêmese franca por esofagite grave, sendo iniciado tratamento empírico para herpes e candidíase. Entrou em trabalho de parto prematuro, ocorrendo parto vaginal, e sendo encaminhada a CTI na sequência. Recém-nascido encaminhado para CTI neonatal, com óbito em 48 horas. Paciente evoluiu com quadro de melena, instabilidade hemodinâmica, parada cardiorrespiratória revertida, necessidade de uso de drogas vasoativas em altas doses e declínio do estado geral, culminando com o óbito. DISCUSSÃO: Pacientes com diabetes pré-gestacional idealmente devem recebem aconselhamento pré-concepcional. Esta avaliação visa detectar a presença de complicações vasculares, que são o melhor preditor de desfecho adverso, propiciar adequado ajuste metabólico e esclarecer a paciente sobre os riscos relacionados, como pré-eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome HELLP, trabalho de parto prematuro, descolamento prematuro de placenta, morte súbita fetal, cetoacidose diabética e coma urêmico. Sendo assim, ressalta-se que o aconselhamento de toda paciente com doenças crônicas em idade fértil é indispensável na tentativa de minimizar essas complicações e reduzir a morbimortalidade materno-fetal.

12. DISMENORREIA MEMBRANOSA: RELATO DE CASO Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Passo Fundo, RS. Hospital da Cidade de Passo Fundo, RS Dick* C. A.; Lotti E.; Wagner R. S.; Casarin R. G.; Noskoski S. C. A.; Bortoluzzi P. C. N. INTRODUÇÃO: A dismenorréia membranosa (DM) é uma entidade rara, caracterizada pela eliminação de material endometrial com formato da cavidade uterina. A etiologia permanece incerta, sendo descritas como possíveis causas anormalidades na atividade de adesão celular, processos infecciosos e condições que causam hiperprogesteronismo, sendo que os relatos descrevem uso de anticoncepcionais na maioria dos casos. RELATO DO CASO: Paciente D.L.G, feminina, 35 anos, nulípara, menarca aos 14 anos, sexarca aos 16 anos, procura atendimento em serviço de ginecologia e obstetrícia com quadro clínico de dor em fossa ilíaca bilateral, tipo cólica, de forte intensidade, iniciada há 5 dias, sem alívio com uso de antiespasmódicos, associada a episódio de sangramento vaginal com eliminação de material amorfo. Paciente em acompanhamento ambulatorial para investigação de infertilidade, sangramento vaginal anormal iniciado há 6 meses e dor abdominal associada. Nega outros sintomas ginecológicos. Realizou videolaparoscopia há 4 meses para retirada de cisto adenoseroso em ovário direito. Refere histórico de uso de anticoncepcional oral combinado (gestodeno + etinilestradiol). Ao exame físico, paciente apresentava dor a palpação em fossa ilíaca bilateral, sem dor a descompressão brusca e exame especular sem sangramento ativo e ao toque vaginal apresentava dor à mobilização de colo uterino. Realizou exames laboratoriais com BHCG negativo, sem outras alterações e ultrassonografia transvaginal que constatou volume uterino de 145cm³, ovário esquerdo de 14,5cm³ contendo cisto de conteúdo anecoico medindo 1,9x1,8cm³, ovário direito sem alterações, e observou-se área segmentar com espessamento heterogêneo do endométrio, localizado em segmento distal do corpo uterino, medindo cerca de 1cm e endométrio de 0,5cm. O material eliminado trazido pela paciente foi enviado para avaliação anatomopatológica, que demonstrou macroscopia com segmento tecidual de contornos irregulares medindo 6x4,5x3cm, pardo-acastanhado, elástico, de aspecto membranoso e microscopia revelou endométrio com reação deciduóide, compatível com diagnóstico de DM. DISCUSSÃO: Atualmente, acredita-se que a DM esteja relacionada ao aumento dos níveis sanguíneos endógenos ou exógenos de progesterona, causando espessamento do endométrio, resultando em desagregação incompleta associada a liberação de prostaglandinas que desencadeiam processo inflamatório e causam vasoconstrição e contrações miometriais, levando a isquemia e dor, culminando com a expulsão de tecido endometrial. O diagnóstico anatomopatológico é fundamental, principalmente nos casos onde o material não apresenta o formato da cavidade uterina típico. Devido a raridade desta entidade, a melhor abordagem e tratamento permanecem incertos.

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13. SÍNDROME DE MECKEL-GRUBER: RELATO DE CASO. Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul *Costa, C.; Lima, S. L. C.; Conceição, R. P. INTRODUÇÃO: Síndrome de Meckel-Gruber é um distúrbio letal autossômico recessivo raro causado pela mutação nos genes NPHP6, NPHP8 e MKS. É caracterizado pela tríade: encefalocele occipital, rins policísticos bilaterais e a polidactilia pós-axial. Também pode apresentar malformações do sistema nervoso central, fissura palatina, proliferação ductal na área portal do fígado, hipoplasia pulmonar e situs inversus. A taxa de mortalidade é de 100% e a principal causa de morte é hipoplasia pulmonar secundária a oligodramnia, podendo ocorrer em qualquer fase gestacional. Pode ser diagnosticado a partir do intervalo de 11 e 14 semanas, mediante achados ultrassonográficos. RELATO DE CASO: Paciente feminina de 19 anos, casada, branca, G3PC2, com um filho vivo. Procura serviço de pronto atendimento da maternidade no dia 10 de maio de 2018, com ordem judicial para interrupção gestacional de 30 semanas e 2 dias, por diagnóstico de Síndrome de Meckel-Gruber. Na primeira gestação da paciente, o feto também apresentava esta síndrome e, por isso, foi realizada a interrupção da gestação por cesareana. O diagnóstico foi dado a partir de ecografia realizada com 20 semanas, a qual evidenciava a tríade clássica da doença e outras alterações e malformações associadas à mesma mutação genética. Após ser admitida na maternidade, foi realizado um ultrassom obstétrico no qual se evidenciou fêmur abaixo do P3, oligodrâmnio absoluto, não visualização do cerebelo, observação de imagem anecóica em região occipital em continuidade com a região posterior cerebral, sugestivo de encefalocele. Realizada cesareana às 15h e 13 min do dia 11 de maio, RN masculino, pesando 1650g, apgar 5/5/4, capurro de 30+3, levado à UTI neonatal, onde sobreviveu por poucos minutos e foi a óbito. O RN apresentava: encefalocele occipital, fenda palatina, polidactilia em mãos e pés, sindactilia e pé torto congênito. DISCUSSÃO: É uma enfermidade rara de herança autossômica recessiva, com maior frequência em casais cossanguíneos, embora também ocorra em relações não cossanguíneas. Seu diagnóstico está baseado principalmente em achados ultrassonográficos, levando em consideração estudo genético.

14. CONHECIMENTO E AÇÕES PREVENTIVAS DO CÂNCER DE COLO UTERINO NA CIDADE DE PELOTAS Universidade Federal de Pelotas Ataídes V C; Conceição R P; Demenech M Z; Ehlert D C; Jorge L M; *Silva C M L. INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero (CCU) é o terceiro mais frequente em mulheres. A infecção pelo papiloma vírus humano HPV em geral não causa câncer mas pode levar a alterações celulares, podendo evoluir para o CCU. O exame citopatológico (CP) é recomendado para mulheres entre 25 e 64 anos que têm ou já tiveram vida sexual e aquelas com vida sexual ativa em qualquer faixa etária. OBJETIVOS: Avaliar o conhecimento sobre fatores de risco e prevenção para CCU; a inadequação na realização do rastreamento; e, oferecer possibilidade de coleta do exame. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal. Aplicado questionário durante a Campanha Outubro Rosa de 2017. As mulheres sem rastreamento efetivo foram convidadas por telefone para consultar no Ambulatório da FAMED e realizar o CP. RESULTADOS: 140 mulheres foram entrevistadas, sendo 108 delas (77,1%) entre 25 a 64 anos. Uso de preservativos: 56,4% não usam preservativos, 12,1% usam às vezes, 10,7% na maioria das vezes e 20,7% em todas relações. Entre todas, 54 mulheres (38,5%) acreditavam não existir conexão entre CCU e vírus HPV. Nove (6,4%) referiram lesões relacionadas ao HPV (1,4% verruga genital, 4,3% CP alterado e 1,4% presença de CCU). Quatro mulheres fizeram a vacina na rede pública e a existência da vacina do HPV era desconhecida por 18,5% das entrevistadas. Cerca de 17% tinham histórico pessoal e/ou familiar de CCU. A maioria (91%) realizou CP alguma vez na vida, mas 49,2% delas o realizaram há dois anos ou mais. O último CP estava com alterações em 18% e em três deles o exame era sugestivo de malignidade. Utilizando escore de risco e priorizando aquelas com coleta atrasada ou que nunca coletaram CP, 40 mulheres foram convidadas para consultar no ambulatório da FAMED. Destas, 29 atenderam as ligações, 20 aceitaram agendar consulta para coleta do CP e apenas 13 compareceram. DISCUSSÃO: A efetividade do rastreio ainda é baixa. As falhas podem estar no acesso ao serviço, no conhecimento do problema ou na falta de motivação para o exame. Um estudo revisado mostrou que entre as portadoras de HPV apenas metade demonstrou conhecimento sobre o CCU. Entre as que diziam se prevenir muitas não apresentavam CP atualizado e as dificuldades para realização do exame foram mais pessoais do que no acesso. Uma revisão mostrou que entre os motivos de consultas ginecológicas apenas 6% foram para prevenir câncer ginecológico. CONCLUSÕES: Conclui-se que o rastreio do câncer de colo uterino com exame citopatológico ainda é pouco aplicado e conhecido. Mesmo com campanhas de conscientização, são necessárias ações mais efetivas para conhecimento da doença, seus fatores de risco, as possibilidades de rastreio e as prevenções primárias dessa doença, visando interferir na qualidade e expectativa de vida para as mulheres residentes no sul do Brasil.

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15. ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E RESULTADOS PERINATAIS Hospital Universitário de Santa Maia - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Gadenz, L.; Padilha, J.R.*; Moraes, L.P.B.; Rodrigues, A.V.; Persiano, M.B., Campos, T.R.S.; Naidon, D.; Santos, C.M.; Wippel, C.S; Konopka, C.K. INTRODUÇÃO: A diminuição da morbimortalidade materna e perinatal está fortemente relacionada ao planejamento familiar, à assistência ao parto e principalmente a uma assistência pré-natal adequada. OBJETIVOS: Analisar a associação entre resultados perinatais e assistência pré-natal no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), um serviço de referência terciário. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, prospectivo, estruturado através de entrevistas, análise do cartão pré-natal e do prontuário médico de todas as puérperas que tiveram o parto realizado no HUSM de janeiro a março de 2017. Foi realizada análise descritiva dos resultados e para avaliação bivariada o teste do qui-quadrado ou exato de Fischer quando pertinente (p0,05). RESULTADOS E CONCLUSÕES: No período avaliado foram estudadas 518 parturientes, das quais 80,9% tiveram pelo menos seis consultas pré-natais ( 6) e 19,1% menos de seis consultas ( 6). Não foi encontrado associação entre o número de consultas e complicações maternas (p=0,233). A idade gestacional (IG) ao nascimento esteve associada ao número de consultas pré-natais. Quando houve 6 consultas observou-se IG 37 semanas e 6 consultas IG 37 semanas (p=0,004). Constatou-se associação entre o peso do recém-nascido (RN) e número de consultas pré-natais, peso 2500g esteve relacionado a um número de consultas 2500g a número de consultas 6 (p0,001). Não se encontrou associação entre o número de consultas pré-natais e o APGAR 5° minuto (p=0,154), porém observou-se associação significativa com complicações em RNs. Ausência de complicações em RNs relacionou-se a número de consultas 6 e presença de complicações a número de consultas 6 (p0,006). O desfecho admissão de RN em Unidade de Terapia intensiva neonatal (UTIN) não foi significante, todavia houve uma tendência a não admissão em UTIN quando havia seis ou mais consultas pré-natais. Os resultados permitem concluir que uma assistência pré-natal adequada, com realização de pelo menos seis consultas está relacionada a desfechos perinatais positivos.

16. DIABETE MELITO GESTACIONAL E FATORES ASSOCIADOS A DESFECHOS PERINATAIS Hospital Universitário de Santa Maia - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Moraes, L.P.; Fernandes, C.P.; Schwanke, J.S.; Rodrigues, A.V.; Bonmann, U.M.; Campos, T.R.S.; Martins, T.T.; Neme, W.S.; Konopka, C.K.* INTRODUÇÃO: O Diabetes Melito Gestacional (DMG) é uma doença metabólica, caracterizada por hiperglicemia devido a um estado de resistência insulínica, que pode ocorrer na gravidez, em especial no segundo trimestre. O estudo Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes (HAPO) demonstrou associação entre a hiperglicemia materna e a frequência de resultados materno-fetais desfavoráveis. OBJETIVO: relatar e analisar os casos de diabetes, bem como os desfechos perinatais das pacientes com diagnóstico de DMG que tiveram resolução da gestação no Hospital Universitário de Santa Maria. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, prospectivo, de todas as puérperas que tiveram o parto realizado no HUSM de janeiro a março de 2017. Foi realizada análise descritiva dos resultados e para avaliação bivariada o teste do qui-quadrado ou exato de Fisher quando pertinente (p0,05). RESULTADOS E CONCLUSÕES: Foram avaliadas 518 gestantes, destas 10,8% tinham diabetes, sendo 78,6% DMG. Houve associação entre ter diabetes e ter idade entre 20-34 anos e maior ou igual a 34 anos (p=0,01). Gestantes diabéticas tiveram um número de consultas 6 no pré-natal (p=0,03). Houve associação entre ter diabetes e fazer pré-natal no Ambulatório de Gestação de Alto Risco (AGAR) do HUSM (p=0, 0001). Não houve associação entre ter ou não diabetes com a idade gestacional ao nascimento, com o peso do recém-nascido (RN), com complicações neonatais, com admissão em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), com morte fetal ou neonatal precoce. Em relação ao DMG, observou-se que idade materna entre 13-19 anos não se associou à patologia (p= 0,031). Houve associação entre não ter DMG e fazer pré-natal fora do HUSM e entre ter a doença e fazer consultas fora do HUSM associadas a consultas no AGAR do HUSM (p=0,0001). Não ocorreu associação de DMG com a idade gestacional ao nascimento, com o peso do RN, com complicações neonatais ou admissão em UTIN, com morte fetal ou neonatal precoce. A análise dos resultados possibilita inferirmos que a assistência às gestantes diabéticas da região centro-oeste do estado está adequada, uma vez que são efetivamente referenciadas ao pré-natal de alto risco no HUSM. Observou-se assim pequeno número de complicações neonatais, peso adequado ao nascimento e ausência e morte fetal e neonatal no grupo estudado.

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17. IDADE MATERNA E FATORES ASSOCIADOS A RESULTADOS PERINATAIS Hospital Universitário de Santa Maria - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Schwanke, J.S.; Thomé, P.V. *; Dessbesell, M.A.K.; Chagas, M.F.; Amaral, A.G.; Zucco, B.S.; Paulo, L.E; Konopka, A.L; Konopka, C.K. INTRODUÇÃO: Gestantes com idade inferior a 20 ou superior a 35 anos estão mais suscetíveis a resultados perinatais adversos, morbidade e mortalidade materna e fetal. A gravidez nestes grupos pode estar relacionada a riscos como baixo peso ao nascer, parto pré-termo e mortalidade perinatal. OBJETIVOS: Analisar e comparar características maternas, dados do pré-natal e resultados perinatais de acordo a faixa etária das pacientes que tiveram o parto realizado no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). MATERIAIS E METODOS: Estudo transversal e prospectivo, realizado de janeiro a março de 2017. Os dados foram coletados entre as puérperas que tiveram o parto realizado no HUSM. Os registros foram distribuídos em três faixas etárias: 13 a 19 anos (adolescentes); 20 a 34 anos e 35 anos. Foi realizada análise descritiva dos resultados e para avaliação bivariada o teste do qui-quadrado ou exato de Fischer quando pertinente (p0,05). RESULTADOS E CONCLUSÕES: Do total de 518 casos que constituíram a população do estudo, o grau de instrução se relacionou com a idade materna (p = 0,03), sendo que 8 a 11 anos de estudo está associado a idade materna de 13 a 19 anos e mais de 12 anos de estudo a idade materna de 20 a 34 anos. O número de consultas foi menor entre mães adolescentes (p = 0,0001). Outros fatores que apresentaram relação com a idade materna foram o local de pré-natal e o profissional que acompanhou a paciente. Mães com idade de 13 a 19 foram acompanhadas por enfermeiro e médico, enquanto mães com 20-34 anos realizaram pré-natal apenas com médico. A idade materna não se relacionou com prematuridade, tipo de parto e peso do recém-nascido (RN). Somente sete RNs apresentaram APGAR 7 no 5º minuto, não permitindo análise de associação estatística. Não houve associação entre a idade materna e morte fetal, complicações neonatais ou admissão em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Diante desses dados, verifica-se que a má adesão ao pré-natal é mais observada em pacientes com menos de 20 anos. Nesse sentido, é de grande importância uma abordagem diferenciada a essas pacientes com o intuito de orientar sobre a influência que o acompanhamento gestacional adequado apresenta no desfecho da gravidez, a fim de melhorar a aderência ao pré-natal de gestantes dessa faixa etária.

18. O PARTO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA Hospital Universitário de Santa Maria - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS Piaia, K.; Campos, T.R.S.; Martini, J.; Schwanke, J.S.; Bonmann, U.M.H.; Brutti, J.F.M.; Caixeta, M.S.; Quoos, C.R.; Naidon, D.; Konopka, C.K.* INTRODUÇÃO: Aguardar o trabalho de parto espontâneo e considerar as indicações clínicas de parto cirúrgico são aspectos fundamentais para um parto adequado. O Brasil é um dos países que mais realiza cesáreas, porém este procedimento só é redutor da mortalidade materna e fetal quando possui indicação clínica adequada. OBJETIVOS: Descrever e analisar os partos ocorridos no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), um serviço de referência terciário. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, prospectivo, com entrevista e análise do prontuário de todas as puérperas que tiveram o parto realizado no HUSM de janeiro a março de 2017. Foi realizada análise descritiva dos resultados. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Das parturientes analisadas 67,2% era procedente de Santa Maria e 30,7% da área de abrangência da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). A idade materna variou de 13 a 46 anos, 66,2% tinha entre 20 a 34 anos e a idade média foi de 26,8 anos (± 7,1). 55,8% das parturientes era casada/união estável, 56,0% estudou de 8 a 11 anos e 46,9% era do lar. Pré-natal foi realizado por 93,6% das parturientes e 58,3% apresentou alguma complicação durante a gestação. O uso de substâncias prejudiciais à gestação foi de 22,2% (17,5% tabagismo, 3,6% etilismo e 1,1% adicção). Das parturientes, 32,2% era primigesta, 41,9% estava na 2ª ou 3ª gestação e 26% na 4ª ou mais. Dessas, 35,3% era nulípara e 40,7% tinha de 1 a 2 partos prévios. A idade gestacional média ao nascimento foi de 38 semanas (+/-2,9), com mínima de 20,4 e máxima de 42, com 19,3% de partos pré-termo. No período avaliado, 35,3% foram partos normais e 67,7% cesárea. Dos partos vaginais, 70,7% foram sem e 24,0% com episiotomia, sendo 2,3% com fórceps. Em partos vaginais ocorreram 12,6% de laceração de 1ºgrau, 13,3% de 2º grau e 1,2% de 3º grau. As principais indicações de cesariana foram iteratividade (31,9%), situação fetal não tranquilizadora (17,4%) e falha de indução (12,3%). No período estudado, 98,6% dos recém-nascidos teve APGAR 7 no quinto minuto, houve 1,9% de óbito fetal e 0,2% de óbito neonatal precoce. Mesmo sendo um hospital de alto risco, os partos evoluíram sem graves complicações. A alta taxa de cesáreas se deve ao fato de o serviço ser o único hospital da região a atender gestações de alto risco e a receber a maioria das cesáreas referenciadas das cidades da 4ª CRS. Os partos de baixo risco são referenciados para o serviço de baixa complexidade da cidade.

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19. PATOLOGIAS ASSOCIADAS A PARTURIENTES EM HOSPITAL TERCIÁRIO Hospital Universitário de Santa Maia - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Cargnelutti, P.A.; Dessbesell, M.A.K; Thomé, P.V.; Konopka, A.L.; Chagas, M.F.; Alves, J.P.; Bridi, G.*; Corrêa, K.C.; Konopka, C.K. INTRODUÇÃO: Gestações que cursam com patologias maternas associadas são consideradas de alto risco, pois estas enfermidades podem resultar em complicações como morte fetal, nascimento pré-termo, desvios de crescimento fetal (restrição do crescimento e macrossomia), com consequente aumento de morbidade materna e perinatal. OBJETIVOS: Analisar as patologias associadas a parturientes e os desfechos gestacionais em pacientes que tiveram o parto realizado no Hospital Universitário de Santa Maria. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal, prospectivo, estruturado através de entrevista, análise do cartão pré-natal e do prontuário médico de todas as puérperas que tiveram o parto realizado no HUSM de janeiro a março de 2017. Foi realizada análise descritiva dos resultados. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Do total de 518 casos que constituíram a população do estudo, 66,2% das pacientes tinham idade entre 20 a 34 anos e 58,3% apresentaram complicações relacionadas à gestação. Destas, a mais frequente foi a hipertensão, presente em 22% das gestantes. Além disso, a pré-eclâmpsia foi observada em 50,9% das pacientes hipertensas, sendo considerada a mais frequente complicação hipertensiva. 10,8% das gestantes foram classificadas como diabéticas, das quais, 78,6% foram casos de diabetes melito gestacional. Entre as patologias infecciosas na primeira metade da gestação, cita-se a sorologia positiva para o HIV (1%), sífilis (1%) e toxoplasmose (0,4%). Já na segunda metade da gestação esses números foram de 1,2% para HIV, 2,5% para sífilis e 0,8% para toxoplasmose. A infecção do trato urinário (ITU) esteve presente em 19,7% das pacientes. Destas,13,7% tiveram ITU de repetição e 12,7% pielonefrite. Entre outras importantes complicações se pode citar o trabalho de parto pré-termo (7,3%), ruptura prematura de membranas (5%), oligoidrâmnio (4,1%), restrição de crescimento fetal (2,7%) e descolamento prematuro de placenta (1,9%). Diante do fato de que a maioria das pacientes observadas apresentou alguma complicação durante a gestação, verifica-se a importância de proporcionar um pré-natal adequado a todas as gestantes, independentemente de idade ou fatores de risco prévios.

20. RESULTADOS MATERNOS E PERINATAIS EM GESTANTES HIPERTENSAS Hospital Universitário de Santa Maia - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Campos, T.R.S.; Piaia, K.; Thomé, V.; Gadenz, L.; Martins, T.T.; Araújo, P.C.; Padilha, J.R.*; Thomé, P.V.; Gallarreta, F.M.P.; Konopka, C.K. INTRODUÇÃO: A hipertensão, presente em 9 a 10% das gestantes brasileiras, desempenha um papel importante na morbimortalidade perinatal e é a primeira causa de morte materna direta no Brasil (37%). As doenças hipertensivas são classificadas em hipertensão crônica (HC), pré-eclâmpsia (PE), pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica e hipertensão gestacional (HG). A de maior gravidade é a PE que pode estar associada a complicações maternas como eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta e síndrome HELLP, e fetais, como restrição de crescimento intrauterino e óbito fetal. OBJETIVOS: Descrever e analisar os resultados maternos e perinatais associados à doença hipertensiva na gestação no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), um serviço de referência terciário. MATERIAIS E METODOS: Estudo transversal, prospectivo, estruturado através entrevista, análise do cartão pré-natal e do prontuário médico de todas as puérperas que tiveram o parto realizado no HUSM de janeiro a março de 2017. Foi realizada análise descritiva dos resultados e para avaliação bivariada o teste do qui-quadrado ou exato de Fischer quando pertinente (p0,05). RESULTADOS E CONCLUSÕES: No período estudado foram avaliadas 518 parturientes. Foi constatado que 114 (22%) tinham doença hipertensiva, sendo o dobro do valor encontrado na literatura atual, dado que pode estar relacionado às características da população estudada (atendidas em hospital de referência para alto risco na região centro-oeste do R.S.). Das hipertensas, 50,9% tinham pré-eclâmpsia (PE), 2 sobrepostas, 36,9% hipertensão gestacional (HG) e 12,2% hipertensão crônica (HC). Observou-se associação significativa entre HG e seis ou mais consultas no PN (p=0,04). Não houve associação significativa entre PE e número de consultas pré-natais (p=0,148) e o local de realização do pré-natal (p=0,698), o que podem ser justificadas pela gravidade da patologia, muitas vezes resultando em internação e interrupção da gestação. A PE se distribuiu uniformemente em todas as idades gestacionais (p=0,069), incluindo o pré-termo, e esteve associada a peso 2500g (p=0,002), confirmando a relação entre esta doença e baixo peso ao nascer. Não houve associação entre HG o peso do RN (p=0,522). Em 96,3% dos casos de PE os recém-nascidos tiveram APGAR 7 no 5º minuto. Porém, observou-se associação de pré-eclâmpsia e internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), possivelmente relacionada à prematuridade. No período estudado, ocorreram três casos de eclâmpsia e um de síndrome HELLP. A associação da pré-eclâmpsia com nascimentos pré-termo, baixo peso ao nascer e internação em UTIN corrobora com a necessidade de atendimento destas parturientes em centros de referência com atendimento neonatal especializado.

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21. TOXOPLASMOSE GESTACIONAL EM SANTA MARIA Hospital Universitário de Santa Maia - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Gadenz, L.; Moraes, L.P.B.; Piaia, K.; Padilha, J.R.; Paz, M.S.*; Kavalco, T.F.; Pacheco, L.S.; Galarreta, F.M.P.; Santos, C.M.; Konopka, C.K. INTRODUÇÃO: A toxoplasmose é uma zoonose altamente disseminada que possui como agente etiológico o protozoário Toxoplasma gondii. A transmissão placentária do protozoário, seja por infecção aguda ou reativação durante a gestação, foi a primeira forma de transmissão conhecida. A taxa de transmissão fetal é menor no 1° trimestre (25%) e maior no 3° trimestre (65%), porém a infecção do feto no início da gestação é mais grave, logo, aumenta o risco de transmissão vertical e diminui a gravidade do acometimento fetal no decorrer da gestação. OBJETIVOS: Descrever e analisar os dados de toxoplasmose gestacional ocorridas no município de Santa Maria. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal, avaliando as sorologias para toxoplasmose de gestantes que tiveram interrupção da gestação durante três meses nos primeiros semestres de 2017 e de 2018. Foram coletados dados de todas parturientes procedentes de Santa Maria, RS, que tiveram partos no HUSM nos referidos períodos. Foram excluídas as gestantes procedentes de outros municípios. As gestantes foram classificadas em grupos: toxoplasmose infecção (IgM reagente), toxoplasmose imune (IgG reagente e IgM não reagente) e toxoplasmose suscetível (IgG e IgM não reagentes) e analisadas quanto à soroconversão durante a gestação (entre 1ª e 2ª metade de gravidez). Os dados foram coletados através de entrevista, análise do cartão pré-natal e prontuário médico. Foi realizada análise descritiva dos resultados RESULTADOS E CONCLUSÕES: Participaram do estudo um total de 779 gestantes, das quais 360 em 2017 e 419 em 2018. Dentre os 360 partos de 2017, duas gestantes (0,56%) apresentaram infecção na primeira metade da gravidez e uma (0,28%) apresentou soroconversão durante a gestação, sendo diagnosticada como infectada na segunda metade da gravidez. Dentre os 419 partos de 2018, duas gestantes (0,47%) apresentaram infecção na primeira metade da gestação. Na segunda metade, 11 pacientes (2,63%) foram diagnosticadas com infecção (IgM positivo), dentre as quais oito (1,91%) eram suscetíveis no 1º trimestre (soroconversão) e três eram imunes, caracterizando reinfecção (0,72%). Das pacientes que realizaram PCR do líquido amniótico, nenhum resultado foi positivo. De acordo com os resultados deste trabalho, é possível destacar um aumento no número esperado de casos de toxoplasmose para o período estudado referente ao ano de 2018, quando comparado a 2017

22. USO DE FÁRMACOS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO NUM HOSPITAL TERCIÁRIO Hospital Universitário de Santa Maia - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Thomé, V.; Martins, T.T.; Martini, J.; Meireles, L.F.G; Araújo, P.C; Correia, F.G; Paulo, L.E; Santos, C.M; Konopka, C.K.* INTRODUÇÃO: O uso de fármacos no trabalho de parto (TP) é motivo de discussão na literatura devido à tentativa atual de naturalização do parto, após um processo de medicalização evidenciado nas últimas décadas. A despeito da recomendação de uma abordagem humanizada, a prática tem se mostrado intervencionista, principalmente em centros de referência para gestações de alto risco. OBJETIVOS: Analisar o uso de fármacos no 1º, 2ª e 3º períodos do trabalho de parto das pacientes que tiveram o parto realizado no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). MATERIAIS E METODOS: Estudo transversal, prospectivo, estruturado através entrevista, análise do cartão pré-natal e do prontuário médico de todas as puérperas que tiveram o parto realizado no HUSM de janeiro a março de 2017. Foi realizada análise descritiva dos resultados e para avaliação bivariada o teste do qui-quadrado ou exato de Fischer quando pertinente (p0,05). RESULTADOS E CONCLUSÕES: No período estudado ocorreram 518 nascimentos, sendo que 41,5% das gestantes tiveram TP espontâneo, 28,8% TP induzido e 25,4% foram admitidas sem trabalho de parto. Destes, 35,3% foram partos normais e 67,7% cesárea. Durante a 1ª fase do TP, 41,6% das parturientes receberam medicação. Os fármacos mais utilizados nesta fase foram misoprostol (21,2%), ocitocina (24,9%), antieméticos (11,4%) e dipirona 6,5%. Não houve associação do uso de ocitocina no período de dilatação com a via de parto (p=0,111), com o apgar do 5º minuto (p=0,121), com morte fetal (p=0,528), nem com admissão de recém-nascido em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (p=0,363). Durante o 2º e 3º períodos do parto, 86,7% das parturientes receberam medicação, entre elas ocitocina (82,2%), antibiótico (54,2%) e misoprostol (2,9%). O uso de ocitocina no 2º e 3º períodos do parto se associou à cesariana, enquanto não usar ocitocina se relacionou ao parto vaginal (p0,001). O antibiótico mais utilizado foi cefazolina (profilaxia de infecção na cesariana). Observou-se uso frequente de medicação durante o TP, o que pode estar relacionado às características da população e do hospital estudados: 25,7% das parturiente eram oriundas do Ambulatório de Gestação de Alto Risco do HUSM, 58,3% tiveram alguma complicação na gravidez, altas taxas de cesariana devido ao HUSM ser o único hospital da região a atender gestações de alto risco e a receber a maioria das cesáreas referenciadas das cidades da 4ª CRS. Os resultados mostram a tendência à medicalização do parto em hospitais de referência terciária, como é o caso do HUSM.

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23. VIGILÂNCIA DO ÓBITO FETAL PELOS COMITÊS DE MORTALIDADE FETAL Hospital Universitário de Santa Maia - Universidade Federal de Santa Maria - Santa Maria, RS. Moraes, L.P.B; Gadenz, L.; Pavão, C.; Mendonça, C.; Campos, T.R.S.; Silva, E.M.; Ramos, L.S.; Casarotto, M.J.; Konopka, C.K.* INTRODUÇÃO: A morte fetal está relacionada a diversas condições, entre elas doenças maternas e fetais, as quais muitas vezes não são identificáveis durante a internação para a interrupção da gestação, ocasião na qual é preenchido o atestado de óbito. Dessa forma, é de extrema importância a revisão dos casos pelas Comissões de Mortalidade Fetal, com análise de exames específicos, como o anatomopatológico, para a elucidação dos casos. OBJETIVOS: Analisar os casos de morte fetal atendidas no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e investigados pelo Comitê de Mortalidade Fetal da Instituição. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo retrospectivo, transversal, baseado na análise de registros de óbitos fetais (idade gestacional 20 semanas e / ou peso 500g) e prontuários maternos no período de janeiro de 2012 a junho de 2017 no HUSM, referência para cuidados de alto risco em gestantes na região centro-oeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Foi realizada estatística descritiva. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Excluindo perdas, a amostra final incluiu 151 casos de óbito fetal e a análise mostrou média de idade materna de 29,4 anos, 79,5% da amostra de etnia branca, 64,2% de Santa Maria, 43,0% solteiras e 37,7% possuíam ensino fundamental incompleto. A idade gestacional média foi de 34,2 semanas, com peso fetal médio de 1637g. A paridade média foi de 3,3, com 52 primigestas e 98 multíparas; 96,0% foram atendidas por obstetra durante o trabalho de parto; 16,9% usaram alguma droga durante a gravidez, sendo 14,3% tabaco e 1,4% álcool. Das condições maternas na admissão, 26,2% tinham doença hipertensiva, 19,9% tinham parto pré-termo, 16,3% tinham sífilis e 11,3% tinham diabete melito gestacional. Em relação às causas de morte fetal, a maioria era desconhecida (42,4%). Entre as causas definidas, as principais foram: 12,6% corioamnionite e descolamento de placenta, 6,1% de hipertensão e 3,3% doenças infecciosas e parasitárias maternas. Neste estudo, as causas do óbito fetal esclarecidas pelo Comitê de Mortalidade Fetal foram variáveis e muitas vezes potencialmente evitáveis, como nos casos de sífilis e corioamnionite. O estudo evidencia que muitos casos de morte fetal poderiam ser prevenidas através de pré-natal adequado, diagnóstico precoce dos fatores de risco para morte fetal e intervenções efetivas na prevenção de complicações.

24. ACHADOS DE UM FETO APRESENTANDO A SÍNDROME DE REGRESSÃO CAUDAL Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS Barbiaro DFF*; Silva VN; Uhry B; Lemes CM ; Terra DH; Calai G; Siebiger GRL; Altmayer SPL; Dal Pupo BB; Pereira CSN; Zen PRG; Rosa RFM INTRODUÇÃO: a síndrome de regressão caudal (SRC) corresponde a um raro espectro de malformações congênitas, que inclui agenesia sacral e anomalias do aparelho geniturinário. Nosso objetivo foi descrever os achados de um feto apresentando a SRC. RELATO DO CASO: a gestante apresentava 22 anos e foi encaminhada devido ao diagnóstico de sífilis e evidência de um oligodrâmnio grave. Esta era a sua primeira gestação. A ultrassonografia com 22 semanas revelou uma imagem cística na região lombossacra do feto, sugestiva de mielomeningocele. Notaram-se também dextrocardia e genitália indiferenciada. O cariótipo fetal foi normal (46,XY). O exame de ultrassom mais recente, com 27 semanas de gestação, confirmou os achados anteriores e foi sugestivo da presença de agenesia renal bilateral. A ressonância magnética (RM) fetal mostrou achados similares. A genitália não pôde ser identificada. Parecia haver mesmo uma mielomeningocele, medindo 2 cm em seu maior eixo, associada a uma coleção cística alongada de 3,5 cm x 0,8 cm. A coluna vertebral era tortuosa, mas não visualizada adequadamente abaixo do nível desta lesão cística. O feto nasceu natimorto, com 33 semanas de gestação, pesando 1.475 g. A avaliação pós-natal revelou uma face achatada (fáscies de Potter); sulco infraorbital marcado; micrognatia; orelhas pequenas, baixas e rotadas posteriormente, com marcado sobredobramento das hélices; extrofia de cloaca; genitália ambígua com ausência do ânus, além de deformidades dos membros inferiores, incluindo pé torto congênito. A possível mielomeningocele consistia na verdade de uma mielocistocele terminal. A avaliação radiográfica revelou várias anormalidades no esqueleto axial, incluindo a presença de hemivértebras, vértebras em borboleta, costelas fundidas e bífidas, além de agenesia sacral total. DISCUSSÃO: a SRC deveria ser considerada em casos de agenesia renal bilateral, especialmente quando achados adicionais estão presentes. O oligodrâmnio grave, secundário à agenesia renal bilateral, pode dificultar a avaliação por meio da ultrassonografia. Nestes casos, a RM pode servir como um exame complementar, auxiliando na avaliação e no diagnóstico, como visto em nosso caso. A extrofia de cloaca é um achado que pode estar presente e faz parte do espectro de alterações descrito na síndrome.

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25. ARTÉRIA UMBILICAL ÚNICA: POTENCIAL SIGNIFICADO E RELAÇÕES Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS Barbiaro DFF*; Carvalho DLKP; Kremer T G; Ghiorzi IB;Bellini AD; Schmidt FL; Terra DH; Telles BB; Batisti RS; Calai G; Zen PRG; Rosa RFM INTRODUÇÃO: a artéria umbilical única (AUU) é considerada uma alteração rara associada a um maior risco de anormalidades cromossômicas e estruturais. Nosso objetivo foi relatar um caso de associação entre AUU e crescimento intrauterino restrito (CIUR). RELATO DO CASO: a gestante apresentava 27 anos e estava em sua primeira gestação. Ela veio encaminhada com 14 semanas de gravidez por suspeita de CIUR. Referia história de tabagismo (fumava uma média de 4 cigarros/dia). Suas sorologias para STORCH foram todas negativas. O rastreio de primeiro trimestre havia sido normal (a medida da translucência nucal foi de 1,5 mm). O ultrassom, realizado com 21 semanas, mostrou uma morfologia fetal normal. O peso estimado encontrava-se no percentil 10. A ecocardiografia fetal foi normal. Não se conseguiu realizar a cariotipagem fetal. O ultrassom, realizado com 36 semanas, evidenciou um perfil biofísico fetal de 8/8. A resistência das artérias uterinas era normal. Neste exame identificou-se a AUU. A resistência na artéria umbilical era de 0,67. O peso fetal estimado era de 2084 gramas (próximo ao percentil 10), sendo que a medida da circunferência abdominal encontrava-se no percentil 10. O exame ecográfico com 38 semanas mostrou um peso estimado de 2368 gramas (próximo ao percentil 5) e uma circunferência abdominal no percentil 5. A criança, uma menina, nasceu de parto cesáreo, com 39 semanas de gestação, pesando 2270 gramas e com escores de Apgar de 9/10. Ela não era dismórfica/sindrômica e evoluiu clinicamente bem. DISCUSSÃO: segundo a literatura, fetos portadores de AUU, mesmo isolada, encontram-se em risco para eventos adversos, como o CIUR, como observado em nosso caso. Assim, uma maior vigilância deveria ser adotada em gestações de fetos portadores de AUU. Uma recomendação seria a realização de medidas de crescimento seriadas

26. ECTRODACTILIA EM UMA CRIANÇA APRESENTANDO ONFALOCELE: ACHADOS PRÉ- E PÓS-NATAIS Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS Barbiaro DFF*; Diniz AC;Oliveira JM; Shizukuishi M L Y; Carvalho DLKP; Terra DH; Andrin AE; Trindade DS; Rocha DBM; Calai G; Zen PRG; Rosa RFM INTRODUÇÃO: a onfalocele é uma anormalidade do fechamento da parede abdominal, cujo defeito encontra-se encoberto por uma membrana e localizado no cordão umbilical. Nosso objetivo foi relatar o caso de ocorrência concomitante de onfalocele e de ectrodactilia, uma associação considerada rara. RELATO DO CASO: a paciente era uma gestante em sua primeira gestação. Ela foi encaminhada para avaliação em um serviço de medicina fetal pelo achado de onfalocele associada a um cisto de cordão umbilical em uma ecografia morfológica fetal. A ressonância magnética realizada posteriormente foi concordante com os achados do estudo ultrassonográfico, evidenciando um defeito da parede abdominal recoberto por membrana contendo parte do fígado e vesícula biliar, além de um cisto de cordão umbilical localizado na porção cranial dessa lesão. A ecocardiografia fetal revelou uma comunicação interventricular pequena, sem repercussão hemodinâmica. O cariótipo fetal realizado através da amniocentese foi normal (46,XX). O parto foi feito por via cesárea, com 39 semanas e 1 dia de gestação. A criança nasceu pesando 3.600 gramas e apresentando escore de Apgar de 7 no primeiro minuto e de 9 no quinto. Na avaliação do recém nascido, identificou-se ausência do segundo, terceiro e quarto dedos na mão esquerda, caracterizando uma ectrodactilia. No mesmo dia do parto, realizou-se intervenção cirúrgica, com redução completa da onfalocele. DISCUSSÃO: a onfalocele pode estar presente dentro do espectro de algumas síndromes, ou associada a outras malformações. A síndrome mais comum é a trissomia do cromossomo 18 (a síndrome de Edwards), e, no caso da malformação, a cardiopatia congênita. Em nossa revisão da literatura, encontramos apenas 4 relatos descrevendo pacientes apresentando concomitantemente onfalocele e ectrodactilia, um defeito de membro também conhecido como mão, ou pé em lagosta . A ectrodactilia caracteriza-se pela ausência de um ou mais dedos centrais das mãos ou dos pés. Um dos relatos desta associação entre onfalocele e ectrodactilia consistia de um recém nascido com a síndrome EEC (displasia ectodérmica- ectrodactilia fenda palatina).

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27. NEOPLASIA INTRAEPITELIAL DE ALTO GRAU (NIC III): ANÁLISE DE DADOS DE CACON DO INTERIOR DO ESTADO DO RS. Hospital Bruno Born Frigeri. C.D.L; Lemos. N.A; Bortolini. E*; Pereira. H.K INTRODUÇÃO: O câncer de colo uterino (CCU) constitui um grave problema de saúde que atinge as mulheres em todo o mundo. A possibilidade da doença aumenta com o início precoce da atividade sexual, com o número de parceiros e com a exposição às doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a infecção pelo vírus do papiloma humano. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o CCU é o segundo tipo de câncer mais comum e a quarta causa de morte entre as mulheres. Em contrapartida, dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. Isso devido à realização do exame preventivo Papanicolau, método de rastreamento sensível, seguro e de baixo custo. As lesões cervicais apresentam-se em graus evolutivos, no cito histopatológico são classificadas como neoplasia intraepitelial cervical (NIC) de graus I (lesão de baixo grau), II e III (lesões de alto grau). MÉTODO: Este estudo consiste na análise de todos os prontuários de mulheres que realizaram a amputação cônica de colo uterino, no serviço de cirurgia oncológica do Hospital Bruno Born, localizado na região do Vale do Taquari/RS. Foi selecionado um período de 2 anos, de janeiro de 2015 a dezembro 2017. Do total de 159 prontuários, participaram do estudo 126 prontuários que preenchiam os critérios de seleção: ter neoplasia intraepitelial cervical grau III, com confirmação histopatológica. Foram excluídos todos os casos de tumores de baixo grau ou lesões invasivas. As variáveis de estudo incluíram: idade, estado conjugal, escolaridade e profissão. RESULTADOS: Foram incluídas no estudo 126 mulheres. A idade mediana no diagnóstico foi de 40 anos (21 a 86 anos). Em relação a escolaridade 10% tinham primário, 36,4% ensino fundamental incompleto, 17,5% fundamental completo, 6% ensino médio incompleto, 26% ensino médio completo, 2,5% ensino superior incompleto e 1,6% ensino superior completo. Do estado conjugal, 54% das mulheres afirmaram não ter companheiro fixo e 46% eram casadas ou em união estável. Em relação a profissão, 44% das mulheres estavam fora do mercado de trabalho e as demais 56% tinham renda inferiores há 3 salários mínimo. O diagnóstico do CCU no Brasil é feito tardiamente, em uma parcela expressiva das mulheres. Esses resultados apresentam relação entre o baixo nível educacional e socioeconômico. A realização do citopatológico do colo uterino, monitora a saúde ginecológica da mulher e possibilita o diagnóstico precoce dessa neoplasia. No nosso estudo a incidência de NIC III apresentou maior relação com a baixa escolaridade e com ausência de parceiro fixo. CONCLUSÃO: Mulheres sintomáticas não captadas pelo rastreamento primário e secundário, possivelmente, perdem a oportunidade de diagnóstico precoce, resultando na chegada à atenção oncológica em estágio mais avançado da doença. Faz-se necessárias políticas públicas mais eficazes para mudar essa realidade.

28. TUMOR DE KRUKENBERG: ESTUDO DE CASO CLÍNICO Hospital Bruno Born Frigeri. C.D.L; Lemos. N.A; Bortolini. E*; Pereira. H.W INTRODUÇÃO: O Tumor de Krukenberg (TK) é um adenocarcinoma com células em anel de sinete metastático localizado no ovário. É um caso raro responsável por 1-2 % dos tumores do ovário, sendo o estômago o principal sítio primário - 70% dos casos. Trata-se de uma neoplasia agressiva, com evolução rápida falecimento de aproximadamente 32% das pacientes em menos de um ano após o diagnóstico. Além disso, a incidência do TK é maior em mulheres acima de 40 anos, representando 55 a 65% dos casos. RELATO DE CASO: Paciente de 52 anos, sexo feminino, solteira, aposentada com primeiro grau incompleto. Paciente assintomática faz exames de rotina dez/2017 com ginecologista que mostrou alteração em útero e ovário. Realizou histerectomia e ooforectomia, apresentou infiltração celular atípica com células em anel de sinete em ovários, colo e corpo uterino. A imunohistoquímica mostrou adenocarcinoma pouco diferenciado com origem gastrointestinal. Após 2 meses confirmada uma lesão ulcerada de corpo gástrico e realizada gastrectomia total com ressecção de pontos de carcinomatose. No AP identificou-se adenocarcinoma pouco diferenciado com células em anel de sinete, tipo difuso de Lauren, invadindo até a camada serosa e tecido adiposo perivisceral, com IAL e IPN, metástase em linfonodos isolados. Infiltração neoplásica em tecido adiposo-mesentério. Paciente recebeu alta hospitalar alimentando-se por via oral e por jejunostomia e encaminhada para tratamento quimioterápico. Após 2 meses da cirurgia oncológica, paciente retorna ao hospital com dor em membro inferior esquerdo (MIE). Ecodoppler de MIE mostra ausência de fluxo arterial nas artérias femoral superficial, poplítea, tibiais e fibulares, o que sugere oclusão arterial trombótica, sem fluxo detectável nesses vasos. Exames laboratoriais: creatinina 3,6 mg/dL; potássio 2,6 mmol/L; tp 73% e RNI 2,41. Quadro de isquemia irreversível em MIE, compatível com síndrome paraneoplásica. Faz-se amputação em MIE, na região da coxa. DISCUSSÃO: O TK é raro, mas não deve ser esquecido em paciente do sexo feminino. O tratamento ideal ainda não é totalmente definido, mas quando as metástases estão nos ovários, como no presente caso clínico, a ressecção cirúrgica radical pode eliminar a doença residual e aumentar o tempo de sobrevida das pacientes. Por fim, esse trabalho objetiva expor a necessidade do acompanhamento da saúde da mulher e de mulheres acometidas por neoplasias gastrointestinais, melhorando, assim, o prognóstico.

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29. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTERNAÇÕES POR PLACENTA PRÉVIA NO MUNICÍPIO DE PELOTAS NO RS UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS-UCPEL Moura, EFR ; Pereira, AS ;Rösler KF; Courtois F; Menezes, LO ². INTRODUÇÃO: Placenta prévia (PP) consiste na implantação e desenvolvimento da placenta no segmento inferior do útero, previamente ao feto. A PP é a segunda causa mais comum de hemorragia no segundo trimestre, logo a seguir ao descolamento da placenta normalmente inserida . Manifesta-se geralmente por uma hemorragia assintomática no final do segundo ou início do terceiro trimestre, em alguns casos associada a dor ou a uma apresentação anómala do feto ³. OBJETIVOS:Analisar a frequência de internações por motivo de placenta prévia no período de 2012 a 2016 no Município de Pelotas no RS. MÉTODOS:Estudo descritivo transversal com base na abordagem quantitativa das internações ocorridas no município de Pelotas no Rio Grande do Sul, de janeiro de 2012 a dezembro de 2016. Foram coletados do sistema DATASUS-TabWin dados relativos aos procedimentos clínicos que, posteriormente, foram tabulados no programa Excel 2016. RESULTADOS: Foram analisadas as 23 internações em 2012, 37 em 2013, 20 em 2014, 31 em 2015, e 38 em 2016.Apresentando 60% de aumento no transcorrer destes cinco anos. CONCLUSÃO Ao analisar os valores de internações dos anos de 2012 a 2016 percebe-se expressivo aumento, no entanto comparando com o ano de 2014 esses demostraram uma queda. Está queda pode dever-se ao aumento do diagnóstico precoce desta doença, ou a um maior cuidado durante as consultas de pré-natal, como por exemplo , identificando melhor fatores de risco, e por conseguinte realizando um diagnóstico mais preciso. No entanto, esse aumento que encontramos hoje pode-se pensar que é devido a falha de diagnóstico, como também, a um problema de acesso a um pré-natal mais qualificado . Assim nos mostra a necessidade de um estudo mais qualificado. Referências Bibliográficas: 3 Bombas T., Branco M., Franco S., Gomes P., Galhano E., Fonseca E. et al . Recomendações clínicas na interrupção médica de gravidez no 2.º e 3.º trimestre e na morte fetal. Acta Obstet Ginecol Port [Internet]. 2017 Jun citado 2017 Out 10] ; 11( 2 ): 132-143. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-58302017000200011&lng=pt 4 Demitto Marcela de Oliveira, Gravena Angela Andréia França, Dell Agnolo Cátia Millene, Antunes Marcos Benatti, Pelloso Sandra Marisa. Gestação de alto risco e fatores associados ao óbito neonatal. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2017 [cited 2017 Oct 10] ; 51: e03208. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342017000100409&lng=en. Epub Apr 03, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/s1980-220x2016127103208. 5 Viellas Elaine Fernandes, Domingues Rosa Maria Soares Madeira, Dias Marcos Augusto Bastos, Gama Silvana Granado Nogueira da, Theme Filha Mariza Miranda, Costa Janaina Viana da et al . Assistência pré-natal no Brasil. Cad. Saúde Pública [Internet]. 2014 [cited 2017 Oct 10] ; 30( Suppl 1 ): S85-S100. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2014001300016&

30. OSTEOPOROSE GESTACIONAL Universidade Católica de Pelotas Amado F.C.*; Costa, L.F.; Costa M.F.; Costa D.M.; Costa F.I.; Reckers, L.J. INTRODUÇÃO: A osteoporose transitória consiste em uma doença auto-limitada, incapacitante e de etiologia desconhecida. Dentre os artigos estudados, analisou-se que a doença atinge principalmente homens de meia idade e um terço dos casos em mulheres no terceiro trimestre de gestação ou período pós-parto. Diante disso, o principal objetivo é expor um relato de um caso incomum na literatura para que possa estimular mais estudos sobre o assunto e engrandecer os conhecimentos acerca do mesmo. Quanto maior o conhecimento, maior a chance de diagnósticos precoces, tratamentos adequados e menores as complicações advindas. RELATO DE CASO: Relato de caso sobre osteoporose transicional no segundo trimestre de gestação. Trata-se de T.P.P., 31 anos, procedente e residente de Pelotas, primigesta, GIPC1A0, sem comorbidades prévias. Estava em acompanhamento regular no pré-natal sem alterações até 20º de gestação, quando começou apresentar dores em quadril, principalmente ao deambular, e perda de força, que evoluíram com piora progressiva, com pico na 22º semana. Apresentava marcha claudicante devido limitação de movimento do quadril. Ao realizar exames de imagem, os mesmos foram sugestivos da doença e logo foi iniciado tratamento precoce e repouso. DISCUSSÃO: : A osteoporose transitória do quadril consiste em um achado raro e se expressa por dor à atividade e limitação do movimento da articulação do quadril. O diagnóstico pode ser feito por radiografia simples, em que mostra osteopenia generalizada, ou por ressonância magnética, na qual aparece um padrão difuso de edema na medula óssea com aumento da intensidade de sinal em T2 e diminuição de intensidade em T1. Este último exame ajuda a fazer diagnóstico diferencial de osteonecrose. O tratamento envolve uso de muletas para evitar o peso na articulação, com objetivo de evitar fratura de fêmur. Além disso, no tratamento foram utilizados vitamina D e cálcio, além da analgesia. Foi orientado repouso absoluto e fisioterapia até o final da gestação. Foi realizado parto cesária sem intercorrências. Manteve-se tratamento com planos à remissão dos sintomas, os quais apareceram um mês após o parto, sendo que o padrão descrito da doença demonstra resolução em 6 a 8 meses pós-parto. Este relato visa expor um caso atípico, cujo não foram encontrados relatos semelhantes no que tange ao período gestação esperado- segundo trimestre- e no tempo de resolução da patologia, com rápida e positiva recuperação.

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31. ANÁLISE DOS ÍNDICES DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DIABETES MELLITUS GESTACIONAL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Universidade Católica de Pelotas, RS Courtois*,F; Rösler, KF; Moura, EFR; Jurema, HGM; Menezes, LO INTRODUÇÃO: A Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) caracteriza-se por ser uma alteração no metabolismo dos carboidratos resultando em um estado de hiperglicemia que se manifesta durante a gestação, podendo ou não se perpetuar após o período gestacional. A hiperglicemia durante a gestação pode desencadear pré-eclâmpsia, aumentar o número de cesáreas e desencadear complicações pós-parto, além de relacionar-se à alta demanda por serviços de saúde. OBJETIVO: Analisar a frequência de hospitalizações por DMG no estado do Rio Grande do Sul, nos últimos dez anos. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo transversal utilizando dados relativos a internações em leitos clínicos por Diabetes Mellitus Gestacional, coletados no Sistema DATASUS-TabNet, referentes ao período 2008-2017 no estado do Rio Grande do Sul. RESULTADOS: Durante o período analisado, 105.664 pacientes internaram nos hospitais do Rio Grande do Sul com o diagnóstico de Diabetes. Destes, 2,8 % foram internados por Diabetes Mellitus Gestacional. Percebe-se um aumento nas taxas de cuidados hospitalares nos primeiros 6 anos, com redução dessas taxas nos anos subsequentes, denotando uma redução total de 11,2 % ao comparar o momento atual ao início do período estudado. CONCLUSÕES: A DMG é o problema metabólico mais comum na gestação, tendo prevalência entre 5 a 25% nas gestações. O número de hospitalizações, conforme a análise, foi crescente entre os anos de 2008 e 2013 e diminuiu nos anos seguintes. Pode-se apontar como um provável fator contribuinte para a redução desses dados, a redução dos pontos de corte da glicemia para o diagnóstico de DMG nas diretrizes, baseada no estudo Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes (HAPO), lançado em 2010. Dessa forma, mais mulheres passaram a receber o diagnóstico para a doença e precisaram internar para realizar acompanhamento clínico, uma vez que evidências sugerem que a intervenção precoce em gestantes com DMG pode diminuir a ocorrência de eventos adversos na gravidez.

32. PARTO EMPELICADO DE SEGUNDO GEMELAR- UM RELATO DE CASO Hospital Universitário São Francisco de Paula, Universidade Católica de Pelotas, RS *Courtois, F; Ribas, L.H; Rhoden, L.R; Leite, C.S; Rösler, K.F; Peter, F.B; Knabach, E.R INTRODUÇÃO: O Parto Empelicado, definido como nascimento com Saco Amniótico (SA) íntegro, é uma condição rara, ocorrendo um caso a cada 80 mil nascimentos. Embora infrequente, é mais comum em cesáreas, uma vez que a tração e pressão controladas permitem com maior facilidade a preservação SA em sua totalidade; nos partos vaginais, a ruptura ocorre mais facilmente, devido a passagem pelo canal do parto. RELATO DO CASO: Secundigesta é submetida a parto cesáreo, devido história prévia de cesariana. Recém-nascidos, gemelares, sexo masculino, a termo, ambos com Apgar 9/10, adequados para a idade gestacional. Ao nascimento de Primeiro Gemelar, observou-se ruptura de SA, evidenciando líquido claro e com grumos; já o Segundo Gemelar apresentou parto empelicado com SA totalmente íntegro, rompido posteriormente pelo Obstetra. DISCUSSÃO: O nascimento empelicado é um evento inabitual, que costuma ter maior frequência em parto cesáreo, especialmente de Segundo Gemelar. Enquanto o feto está envolto pelo SA íntegro, continua recebendo nutrientes e oxigênio, através do cordão umbilical, não oferecendo quaisquer riscos para a sua saúde ou da gestante. Esse acontecimento pode trazer benefícios ao recém-nascido, como protegê-lo contra traumas durante o parto, evitando Tocotraumatismos, como fraturas, Céfalo-hematoma, Bossa Serossanguínea. Além do mais, pode diminuir o risco de transmissão vertical de infecções congênitas, reduzindo, inclusive, a exposição ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), pois mantém a criança protegida do contato com o sangue materno. No entanto, apesar das vantagens, este tipo de parto é extremamente difícil de ser programado, ocorrendo espontaneamente, na maioria dos casos. Após o nascimento, o obstetra realiza uma pequena incisão no SA para rompê-lo e, assim, retirar o concepto e iniciar a avaliação do recém-nascido em sala de parto.

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33. ANOMALIAS CONGÊNITAS PODEM SER UM FATOR DE RISCO PARA PREMATURIDADE? ESTUDO CASO-CONTROLE REALIZADO COM PACIENTE DO ECLAMC NO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS ¹ - Hospital São Lucas/Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul; ² - Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegr *Siqueira FAJ¹; Schmidt FL¹; Barbosa LM¹; Paludo L¹; Stefani RR¹; Scherer MH¹; Behr RV¹; Taurisano MRG¹; Garcez GT¹; Hentschke MR¹; Sanseverino, MT²; INTRODUÇÃO: Partos prematuros ocorrem em aproximadamente 11% de todos os partos do mundo, estando relacionado à morbimortalidade infantil (principalmente em países subdesenvolvidos) e a quadros clínicos com sequelas incapacitantes (em especial nos países em desenvolvimento). Dentre os fatores de risco para prematuridade observados na literatura, encontram-se: infecção intrauterina, sangramento uterino e estresse materno ou fetal. Já as anomalias congênitas estão presentes mundialmente em 3% a 6% dos nascimentos, sendo a prematuridade um fator frequentemente associado a esse quadro. Frente a essa realidade, estudos que avaliam a proporção de prematuridade entre os fetos com anomalias congênitas, e demais fatores de risco para prematuridade, são de extrema importância. OBJETIVO: Buscou-se avaliar a taxa de prematuridade em neonatos com e sem malformações congênitas. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo caso-controle em que foram utilizados os dados coletados pelo ECLAMC (Estudo Colaborativo Latino-Americano de Malformações Congênitas) do período de agosto de 2016 a março de 2018. Esse programa avalia diariamente, no Hospital São Lucas da PUCRS, todos os neonatos para registro e investigação de malformados. Caso, após examinação, algum defeito congênito seja encontrado, um questionário é aplicado na gestante, após seu consentimento, sobre antecedentes de sua gravidez e questões socioeconômicas. Além disso, aplica-se o mesmo questionário com a mãe do recém-nascido seguinte de mesmo sexo que não apresente alterações no exame físico (controle). RESULTADOS: De agosto de 2016 a março de 2018, foram notificados 182 malformados nascidos vivos no Hospital São Lucas da PUCRS, dos quais 29 (16%) foram prematuros. Nesse mesmo período, dos 182 neonatos controle, sem malformações congênitas, 22 foram prematuros (12,1%). Esses dados nos demonstram que existe uma tendência maior à prematuridade entre malformados em comparação aos neonatos controles, o que contribui com a ideia associativa entre malformações congênitas e prematuridade. Além disso, as taxas de prematuridade em malformados, encontradas no HSL-PUCRS, parecem superiores às taxas estimadas nacional e mundialmente. Nesse contexto, devemos considerar, sem excluir os achados, os fatores externos ao binômio materno-fetal influentes nestes resultados, como o fato de a fonte de dados utilizada em nosso estudo ser proveniente de um hospital referência em gestações de alto risco, as quais contribuem por si só para a ocorrência de partos prematuros. CONCLUSÃO: Essa possível associação observada entre malformações congênitas e prematuridade deve ser foco de maiores estudos, e, caso confirmada, demandará aos hospitais e órgãos de saúde o planejamento de intervenções e manejos que possam minimizar os riscos do parto pré-termo principalmente na gestação de malformados.

34. LIGA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DA UFCSPA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ¹ - UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; ² - PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; ³ - UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul; - ULBRA - Universidade Luterana do Brasil; - Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), Porto Alegre, RS. - Liga de Ginecologia e Obstetrícia da UFCSPA Uhry, B¹ ; Silva, VN¹ ; Ghiorzi, IB¹ ; *Schmidt, FL² ; Oliveira, JM² ; Kremer, TG³ ; Bellini, AD ; Trindade, LM ; Dibi, RP¹ ; INTRODUÇÃO: Ligas acadêmicas são organizações estudantis sem fins lucrativos, vinculadas a uma instituição e supervisionadas por docentes ou profissionais qualificados; integram acadêmicos de diversos cursos e períodos com o intuito de aprimorar uma área específica do conhecimento, por meio de atividades extracurriculares. OBJETIVOS: A Liga de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (LIGO) foi criada em 2014 por acadêmicos do curso de medicina coordenados pela professora Raquel Papandreus Dibi, com o objetivo de integrar estudantes e criar projetos voltados para a aquisição de experiência e conhecimento na área da saúde feminina, assim como atuar junto à população. MATERIAIS E MÉTODOS: A LIGO atua por meio de atividades que satisfazem os três pilares de ensino universitário: pesquisa, ensino e extensão. São promovidos eventos anuais como Obstetrícia em Foco , Ginecologia em Foco e Curso de Extensão da LIGO , que complementam a graduação básica em ginecologia e obstetrícia. É realizado o Estágio Extracurricular em Obstetrícia, em que se acompanha os procedimentos na Maternidade Mário Motta da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Como treinamento interno, os membros da LIGO participam de aulas oferecidas aos residentes de GO, além de ministrarem aulas para a própria liga. A atuação com a população ocorre em projetos como - Mutirão de Videocirurgia em Endometriose Profunda , Ação Global e Caminhada das Vitoriosas . As atividades de pesquisa desenvolvidas na LIGO englobam diversas áreas da GO. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Desde sua fundação, a Liga de Ginecologia e Obstetrícia da UFCSPA promoveu projetos incluindo cursos, estágios e pesquisas, trabalhando para divulgar conhecimentos sobre ginecologia e obstetrícia, tanto na comunidade acadêmica quanto na população geral. Composta por acadêmicos de medicina de universidades de Porto Alegre e região, e atualmente alunos de enfermagem e fisioterapia da UFCSPA, a LIGO promove integração e multidisciplinaridade no cuidado da saúde feminina. Desse modo, a LIGO tem uma grande importância na promoção e difusão de conhecimentos relacionados à saúde da mulher.

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35. PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS ÀS ANOMALIAS CONGÊNITAS PELO ECLAMC NO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS ¹ - Hospital São Lucas/Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul; ² - Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre *Schmidt FL¹; Siqueira FAJ¹; Garcez GT¹; Scherer MH¹; Taurisano MRG¹; Stefani RR¹; Behr RV¹; Hentschke MR¹; Sanseverino, MT²; INTRODUÇÃO: Anomalias congênitas são responsáveis por um alto índice de morbimortalidade infantil. Entre suas principais causas, destacam-se agentes infecciosos, ambientais, químicos e doenças maternas. Entretanto, estudos também as têm associado com fatores genéticos e condições maternas, a exemplo do uso de drogas ilícitas, álcool, tabagismo e baixo nível sócio econômico. Porém, a causa da maioria dos casos de malformações permanece incerta. Portanto, são necessários realizar estudos que busquem avaliar variáveis que possam interferir nesse desfecho. OBJETIVOS: Investigar e comparar possíveis fatores associados às anomalias congênitas em neonatos malformados versus neonatos sem anomalias. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo caso-controle, realizado no Hospital São Lucas da PUCRS, de agosto de 2016 a março de 2018, sendo utilizados dados do ECLAMC (Estudo Colaborativo Latino-Americano de Malformações Congênitas). Nesse programa, são examinados todos os recém-nascidos do hospital. Caso haja alguma malformação, após consentimento da paciente, um questionário é aplicado avaliando antecedentes obstétricos e questões socioeconômicas. Como grupo controle, foram coletados dados da parturiente, com recém-nascido do mesmo sexo, sem malformações, que nasceu subsequentemente. Foram coletados os seguintes dados: idade materna; via de parto; idade gestacional; ocupação; escolaridade e uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas durante a gestação. A análise dos dados foi realizada no programa SPSS, v. 21.0, a partir da aplicação do teste qui quadrado, considerando p 0,05. RESULTADOS: Foram analisados 364 recém-nascidos (182 de cada grupo). A idade materna foi estratificada em três grupos (35 anos), não foi observado diferença estatística ao comparar os dois grupos. No entanto, foi visto que todas as gestantes com >45 anos (n=3) apresentaram recém-nascidos com malformações. No grupo de malformados foi observado uma tendência a um número maior de cesáreas (38,5% vs 35,2%, p>0,05) e de partos prematuros (16% vs 12,1%, p>0,05). Quanto à ocupação, não houve significância estatística em relação às variáveis. A escolaridade das gestantes pouco divergiu entre os grupos quando se considerou 1º grau e 2º grau completos, ou nível superior completo. Em relação ao uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas, não houve diferença estatística entre os dois grupos para as três variáveis (22% vs 22%; 20,3% vs 22,5%; 3,8% vs 2,2%, p>0,05, respectivamente). CONCLUSÃO: Não foi observada diferença estatística entre os grupos, para as variáveis estudadas, com exceção de uma tendência de malformações com a idade materna avançada. Esse resultado pode ser atribuído à homogeneidade da amostra analisada. Portanto, não foi possível definir associações de fatores comportamentais ou socioeconômicos com as malformações fetais. Acredita-se que estudos multicêntricos sejam importantes para maior precisão dos achados.

36. DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA COMPLICADA COM ABSCESSO TUBO-OVARIANO EM ADOLESCENTE VIRGEM Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre Herter L D; *Bertoncello F Z INTRODUÇÃO: A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) corresponde a uma infecção do trato genital superior feminino. É uma doença com alta prevalência entre adolescentes, porém bastante rara em mulheres não sexualmente ativas. RELATO DO CASO: SBS, 16 anos, procurou atendimento por dor em baixo ventre e lombar há 2 semanas, acompanhada de vômitos, diarreia e disúria. Negava febre e início de atividade sexual. Previamente hígida. Menarca aos 12 anos e ciclos regulares. Apresentava-se em regular estado geral, mucosas hipocoradas, sinais vitais estáveis, afebril. Abdome depressível, mas doloroso à palpação em baixo ventre, sem sinais de peritonismo. Vulva com secreção vaginal abundante, amarelada, sem odor. Hímen íntegro e pérvio. Exames demonstraram leucocitose com desvio à esquerda, proteína C reativa elevada, leve alteração em enzimas hepáticas, HCG negativo, exame qualitativo de urina com nitrito positivo e grande número de leucócitos. Iniciado cefuroxima EV por suspeita de infecção do trato urinário. Realizou ecografia abdominal com imagem amorfa intrauterina de etiologia a ser determinada. A ressonância magnética de abdome solicitada para afastar malformação mulleriana obstrutiva identificou abscesso tubo-ovariano medindo 13,5 x 13,7 x 7,9cm (760ml) com continuidade serpigiforme para a tuba esquerda. Diante da suspeita de DIP complicada com abscesso tubo-ovariano , foi iniciado cefoxitima EV e doxiciclina VO. Realizada laparoscopia com identificação de bloqueio inflamatório em pelve envolvendo omento, cólons, intestino delgado, útero, trompas e ovários. Desfeitas parcialmente as aderências com visualização de abscesso em pelve com drenagem de 250ml de secreção purulenta. Bacterioscópico do líquido abdominal evidenciou flora mista sugestiva de anaeróbios. Cultura negativa. Foi acrescentado vancomicina e metronidazol EV por 7 dias. Apresentou melhora clínica, recebendo alta com antibioticoterapia oral (metronidazol, doxaciclina e cefuroxima) por mais 14 dias. DISCUSSÃO: DIP é uma infecção de natureza polimicrobiana causada principalmente por clamídia, seguida pelo gonococo, os quais contabilizam 50% dos casos, mas também pode ser causada por bactérias do trato genital inferior (Prevotella spp, Peptostreptococci sp, Gardnerella vaginalis, Escherichia coli, Haemophilus influenzae). Abscesso tubo-ovariano é raro em mulheres virgens, mas apesar disto, deve ser considerado em pacientes com dor abdominal e diferenciado de outros processos infecciosos: diverticulite, apendicite e malformações obstrutivas infectadas.

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37. VASA PRÉVIA: UM RELATO DE CASO Hospital Universitário São Francisco de Paula *Nicola, GZ; Netto, DP; Canali, M; Saldaña, CM; Manta, AB; Maduell, MCP; INTRODUÇÃO: Vasa prévia, é a condição em que os vasos de inserção velamentosa apresentam-se no segmento inferior, adiante da apresentação fetal. Ocorre 1 em cada 3000 nascimentos, com mortalidade fetal variando de 50% a 100%, sendo diretamente relacionada à ruptura das membranas. Descrita pela primeira vez em 1801 por Lobstein. Pouco diagnosticado até o final da década de 1970, quando do advento do Ultrassom Transvaginal (USTV) com doppler, fato este, que aumentou significativamente seu diagnóstico. Relato de Caso: JZM, 38 anos, primigesta, grupo sanguíneo O+, menarca aos 11 anos, sexarca aos 16, obesidade Grau II, com história familiar de HAS e DM tipo 2. Realizou acompanhamento pré-natal, tendo realizado a primeira consulta com IG de 13s + 4d por US de 23/12/2016 com idade gestacional (IG) de 5s + 6d. Paciente diagnosticada com Diabetes gestacional (DMG), realizando acompanhamento com endocrinologista e nutricionista. Durante o pré-natal, realizou US obstétrico com IG de 22s+4d, evidenciando placenta succenturiada. Na vigência desta alteração, realizou no mesmo dia, USTV com Doppler, exame este, que evidenciou vascularização junto ao orifício cervical interno, tendo como hipótese diagnóstica Vasa Prévia e presença de alça de cordão umbilical, sugerindo controle Ultrassonográfico no 3º trimestre. Realizou exames com IG de 30s+2d, US obstétrico e transvaginal evidenciando placenta succenturiada, Vasa Prévia e inserção velamentosa do cordão umbilical. Sem outras alterações durante o pré-natal, paciente manteve acompanhamento de DMG com bom controle. Realizou corticoide com 33s+3d, foi internada na maternidade com IG de 33s+5d, para US de controle, realizado com 34s+2d de gestação, confirmando o diagnóstico de exames anteriores. Foi realizado parto cesariano, sem intercorrências, com IG 34s+5d, RN cefálico, feminino, Apgar:8/9, pesando 2385g. Evidenciado no transoperatório comorbidades sugeridas em exames de pré-natal, paciente com alta hospitalar sem intercorrências 48hrs após o parto. Discussão: o presente relato enfatiza a importância de um pré-natal adequado, sendo imprescindível no diagnóstico precoce de alterações placentárias. Alterações estas, que, se não acompanhadas corretamente, acarretam em um grande índice de mortalidade fetal e neonatal.

38. PICADA DE ARANHA MARROM EM MAMA: RELATO DE CASO Centro de informações toxicológicas do Rio Grande do Sul Behenck GS*; Franceschi RM; Dettmer D; Moreira CP; Lessa CAS; da Silva CAM; da Silva KRLM; Marques MCB; Rossoni MG. INTRODUÇÃO: Na literatura, existem poucas descrições de doenças mamarias decorrentes de picada por loxosceles sp. (aranha marrom). Pela gravidade deste acometimento, devemos sempre estar atentos a essa etiologia no nosso meio. A loxosceles é uma aranha comum no estado. Sua picada muitas vezes passa despercebida, por ser quase sempre indolor. Nem sempre é possível identificar essa causa com facilidade, já que existem várias espécies semelhantes que não são peçonhentas e também pelo fato de a lesão não se mostrar patognomônica desde o início. Porém a evolução do quadro cursa com uma lesão seca e dolorosa, com característica em alvo , com um halo hiperemiado e centro isquêmico ou com necrose. Na região mamária a necrose pode ser extensa, devido à alta quantidade de gordura na região, podendo ser uma conduta emergencial. RELATO DE CASO: Contato via telefônica de médico plantonista com Centro de Informação Toxicológica (CIT) para discussão do caso de uma paciente feminina, 64 anos, com histórico de bolhas e hiperemia em mama esquerda, associadas a quadro de cefaleia, febre e náuseas há 16 horas. Paciente informa que encontrou uma aranha dentro da sua blusa. Após análise de imagens da lesão e da aranha, levantou-se a hipótese de picada por loxosceles sp e foi orientado solicitação de exames (exame qualitativo de urina, hemograma, ureia sérica e creatinina sérica), prednisona 40 mg/dia por 5 dias e reavaliação da lesão em 24 horas. Paciente retorna 2 dias depois (mais de 72 horas da picada) com exames laboratoriais normais mas com lesão necrótica, dolorosa, e hiperemia em toda a mama esquerda. Nesse momento foi indicado tratamento sintomático e avaliação cirúrgica para discutir necessidade de debridamento. A eficácia do tratamento com soro antiaracnídico só existe nas primeiras 72 horas pós picada. CONCLUSÃO: ao estudar o relato de caso, percebe-se que devemos ampliar a lista de diagnósticos diferenciais mediante uma lesão de surgimento agudo e evolução rápida em mama, devendo considerar agentes peçonhentos como passíveis de gerar esse tipo de quadro clínico. Além disso é importante salientar que a presença de isquemia ou necrose exigem início precoce da soroterapia, pela evolução catastrófica que pode ocorrer sem esse tratamento. Os autores enfatizam a urgência no atendimento e no tratamento na vigência de picada de animal peçonhento do tipo loxosceles.

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39. PICADA DE ARANHA MARROM EM REGIÃO VULVAR: RELATO DE CASO Centro de Informações Toxicológicas do Rio Grande do Sul /Centro Estadual de Vigilância em Saúde/Secretaria da Saúde RS Behenck GS*; Franceschi RM; Dettmer D; Moreira CP; Lessa CAS; da Silva CAM; da Silva KRLM; Marques MCB; Rossoni MG INTRODUÇÃO: A loxosceles, popularmente conhecida como Aranha Marrom, é uma aranha de pequeno porte (1-3 cm), coloração amarronzada e que ataca apenas quando ameaçada. Sua picada muitas vezes passa despercebida, por ser quase sempre indolor. Conforme a evolução do quadro, cursa com uma lesão seca e dolorosa, com característica em alvo , com um halo hiperemiado e centro isquêmico ou com necrose. Entretanto, em regiões como face e períneo o quadro pode evoluir de maneira não usual, dificultando na identificação da etiologia da lesão. RELATO DE CASO: médico plantonista entra em contato com Centro de Informação Toxicológica (CIT) para discussão do caso de uma paciente feminina, 22 anos, que buscou o serviço de saúde com queixa de edema e hiperemia em períneo. Durante a anamnese a paciente trouxe um relato de ter encontrado uma aranha dentro da roupa íntima. O médico envia uma imagem da lesão, que evidenciava edema e hiperemia importantes em região vulvar, à direita, e a imagem da aranha. As informações sugerem picada por uma aranha da espécie Loxosceles. A orientação telefônica ao médico assistente foi de solicitar exames laboratoriais de rotina para exposição do caso (exame qualitativo de urina, hemograma, ureia sérica e creatinina sérica), prednisona 40 mg/dia por 5 dias, além de medidas sintomáticas e reavaliação da lesão em 24 horas. Posteriormente a imagem da aranha foi reavaliada por bióloga contratada, que confirmou a suspeita de picada por Loxosceles sp. No seguinte dia há redução no edema e da hiperemia, negando demais queixas, e com exames laboratoriais solicitados no dia anterior dentro da normalidade. Após discussão do caso com apoio do CIT, é orientado o uso de 5 ampolas de soro antiaracnídico. Após nova reavaliação, paciente apresentou redução do edema e dor local. CONCLUSÃO: ao estudar o relato de caso, percebe-se que devemos ampliar a lista de diagnósticos diferenciais mediante uma lesão de surgimento agudo e evolução rápida em região vulvar, devendo considerar agentes peçonhentos como passíveis de gerar esse tipo de quadro clínico, devendo ser investigados durante a anamnese e exame físico. Os autores enfatizam a urgência no atendimento e no tratamento na vigência de picada de animal peçonhento do tipo loxosceles.

40. A IMPORTÂNCIA DO PRÉNATAL NA PREVENÇÃO DE ALOIMUNIZAÇÃO: RELATO DE CASO UCPel Rosa GV*; Manta AB; Mendez RM; Fogaça TB; Andrade LC; Cavichioli GL; Fagundes NM; INTRODUÇÃO: A doença hemolítica perinatal (DHPN) caracteriza-se pela ação de anticorpos maternos contra antígenos de grupo sanguíneo, de origem paterna, presentes nas células fetais ou do recém-nascido (RN). Após exposição primária aos antígenos ocorre sensibilização pela produção inicial de IgM. Na segunda exposição ocorre a produção de IgG, que ultrapassa a barreira placentária causando hemólise fetal. A principal etiologia é a ocorrência de hemorragia fetomaterna em gestação de feto Rh positivo com mãe Rh negativa. RELATO DE CASO: Paciente 31 anos, branca, Rh negativa, idade gestacional de 36 semanas, aborto há 9 anos onde foi realizado curetagem, vem encaminhada ao hospital por apresentar Coombs indireto positivo nos exames de pré-natal, para realizar US obstétrico com Doppler e acompanhamento com cardiotocografia. Na admissão, os exames solicitados ratificaram as suspeitas de Coombs indireto positivo e evidenciou-se no US feto único e viável e presença de anemia fetal leve. Com base na avaliação clínica decidiu-se interromper a gestação via cesariana. No primeiro dia de vida o RN apresentou icterícia, necessitando internação em Unidade de Tratamento Semi Intensiva, recebendo alta hospitalar uma semana depois. DISCUSSÃO: Aloimunização materna de Rh ocorre principalmente após transfusão de sangue incompatível, hemorragia entre uma mãe e um feto incompatível e hemorragia fetomaterna. Pode ocorrer também durante a gravidez ou no parto devido a maior chance de hemorragia fetomaterna no terceiro trimestre de gestação. No pré-natal, é necessário rastreamento para grupo sanguíneo e Rh, realizar Coombs indireto para as pacientes negativas, determinar o Rh do parceiro caso a paciente seja negativa e quando o parceiro for Rh-positivo os títulos de anticorpos maternos devem ser solicitados. Preconiza-se administração de hemoglobina anti-D a todas as gestantes Rh negativo com Coombs indireto negativo com 28 semanas de gestação e naquelas Rh negativas que tiverem seus RN com Rh positivos o mais breve possível após o nascimento. A incidência de DHPN é alta provavelmente por falha no adequado acompanhamento pré-natal. É de suma importância o diagnóstico e manejo adequado durante a gestação evitando assim patologias do RN como anemia, hidropsia, kernicterus e óbito fetal.

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41. CARCINOMA EPIDERMOIDE MODERADAMENTE INVASOR : RELATO DE CASO UCPel Manta AB; Rosa GV*; Rocha CLA; Andrade LC; Gago G; Ribeiro PC; INTRODUÇÃO: O câncer (CA) de colo de útero é o 3º tumor mais frequente e a 4ª causa de morte por CA na população feminina brasileira. Comumente acomete mulheres entre 45-49 anos e estima-se que o rastreamento sistemático e o tratamento de lesões precursoras reduzam a mortalidade em até 80%. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 44 anos, Gesta 2/ Para 2, procura atendimento na emergência ginecológica do Hospital Universitário São Francisco de Paula com queixa de hipermenorréia, metrorragia e dispareunia há cerca de 9 meses, com piora no último mês. Apresentava Ultrassonografia Pélvica Transvaginal(USTV) evidenciando núcleos miomatosos em fundo uterino e exame citopatológico do colo uterino(CP) recente negativo para malignidades. O exame especular da admissão revelou extensa lesão no colo uterino sugestiva de carcinoma e ao toque vaginal e retal apresentava paramétrios aparentemente livres. Foi submetida à biópsia da lesão que revelou carcinoma epidermóide invasor moderadamente diferenciado. O estadiamento ( TC de abdome e pelve) demonstrou lesões hepáticas e esplênicas sugestivas de metástases, além de linfonodomegalia em vasos ilíacos e retroperitoneais, caracterizando a lesão como grau IV(FIGO). Além disso, devido ao sangramento incessante recebeu 6 CHADS durante a internação. Após constatada a irressecabilidade da lesão, a paciente foi encaminhada a centro oncológico onde iniciou braquiterapia e radioterapia hemostática. No follow-up de 1 ano apresentava-se clinicamente estável e com redução tumoral significativa. DISCUSSÃO: O CEMI deve ser suspeitado em pacientes de meia idade com queixas de sangramento vaginal persistente e/ou abundante com anormalidades cervicais no exame especular. O diagnóstico é confirmado por biópsia e análise histopatológica. O planejamento terapêutico baseia-se no sistema FIGO, que considera o tamanho do tumor, invasão locorregional e metástases a distância, categorizando a doença de I à IV. A sobrevida em 5 anos é de 75% nos estágios iniciais e cerca de 10% nos casos de doença avançada. Este relato descreve um caso de carcinoma cervical epidermóide, grau IV em paciente com CP recente normal. Destaca-se a importância de um rastreio citopatológico correto, realizado por profissional qualificado, onde a investigação complementar deve ser aplicada frente à lesões suspeitas, minimizando assim os resultados falso-negativos em lesões malignas.

42. AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA DO DIÂMETRO URETRAL PÓS-PARTO E SUA CORRELAÇÃO COM FATORES GESTACIONAIS E INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM SEIS MESES APÓS O NASCIMENTO Hospital de Clínicas de Porto Alegre Picoloto ASB; Gioscia J*; Ramos JGL INTRODUÇÃO: A incontinência urinária (IU) é uma condição multifatorial, e, para muitas mulheres, a gestação e o parto constituem os eventos-sentinela para o seu aparecimento. A ultrassonografia transperineal (translabial) tem sido utilizada para avaliação das alterações anatômicas que ocorrem após o parto, sendo possível correlacionar seus resultados com os sintomas de IU. Delineamos um estudo para comparar a medida do diâmetro uretral de mulheres após o parto vaginal e após a cesariana eletiva, correlacionando esta medida com fatores ligados à gestação e ao nascimento, e com a presença de IU no período de seis meses após o nascimento. MATERIAIS E MÉTODOS: Realizamos um estudo transversal, selecionando 205 pacientes. Foi realizada ultrassonografia transperineal para medida do diâmetro uretral, a nível do colo vesical e da uretra média, após o nascimento, e foram obtidas informações sobre a gestação e o parto, utilizando-se uma ficha específica para a coleta de dados. Seis meses após o nascimento, avaliamos a presença de IU nas pacientes, e quantificamos a perda através do ICIQ-SF (International Consultation on Incontinence Short Form). RESULTADOS: Estudamos 151 pacientes, 73 das quais tiveram parto vaginal (grupo 1), e 78, cesariana eletiva (grupo 2). Houve diferença estatisticamente significativa na medida do diâmetro uretral no colo vesical entre os grupos, a qual foi menor no grupo 2. Não houve diferença significativa na medida do diâmetro na uretra média entre os grupos. A medida do diâmetro uretral na uretra média apresentou correlação inversa com a presença IU em seis meses de seguimento (p=0,014). Houve correlação positiva entre a presença de incontinência urinária durante a gestação e em seis meses após o nascimento (p=0,016). CONCLUSÕES: Uma diferença na medida ultrassonográfica do diâmetro uretral no colo vesical foi observada entre os grupos. Houve correlação inversa entre a medida do diâmetro uretral na uretra média e a presença de IU após seis meses de acompanhamento.

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43. COMPARAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE SELÊNIO ENTRE GESTANTES COM DOENÇA HIPERTENSIVA E GESTANTES NORMOTENSAS Hospital de Clínicas de Porto Alegre Autores: Da silva AC; Gioscia J (*); Martins-Costa SH; Ramos JGL INTRODUÇÃO: As doenças hipertensivas da gestação (DHG) são a principal causa de morte materna no mundo, porém sua patogênese não está totalmente esclarecida. Acredita-se que uma disfunção na placentação ocasione um estado de estresse oxidativo, contribuindo para manifestação da doença. O selênio é um antioxidante presente no organismo cujas concentrações séricas tendem a diminuir na gestação normal, e a sua deficiência vem sendo relacionada às DHG. OBJETIVO: Correlacionar os níveis séricos de selênio com DHG na nossa população, considerando um possível fator de proteção. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo caso-controle, incluindo 32 gestantes normotensas, 20 hipertensas (hipertensão crônica e gestacional) e 38 pacientes com pré-eclâmpsia. Todas pacientes foram oriundas do pré-natal ou admissão obstétrica de um hospital terciário do sul do Brasil. O selênio sérico foi dosado no momento da inclusão do estudo. As pacientes foram acompanhadas até o momento da alta após o parto. O nível de significância adotado foi de 5% (p 0,05). RESULTADOS E CONCLUSÕES: As pacientes não diferiram quanto à idade materna, etnicidade, anos de estudo, paridade e tabagismo. Pacientes com pré-eclâmpsia tiveram níveis de pressão arterial sistólica mais altos na admissão. Uso contínuo de medicações e história de DHG em gestações anteriores foi mais comum no grupo de pacientes com pré-eclâmpsia. Os níveis séricos de selênio não apresentaram diferença significativa entre os grupos, sendo uma média de 56,4±15,3µg/L no grupo controle, 53,2±15,2µg/L no grupo hipertensão e 53,3±16,8µg/L no grupo com pré-eclâmpsia (P=0,67). Das pacientes com pré-eclâmpsia, 52,6% apresentaram pré-eclâmpsia grave. Os níveis séricos de selênio destas pacientes também não diferiram significativamente do grupo controle (P=0,77). Pré-eclâmpsia foi associada a interrupção mais precoce da gestação e menor peso de nascimento (P0,05), entretanto não houve diferença significativa entre os outros desfechos neonatais estudados. Não houve diferença significativa na concentração de selênio sérico entre gestantes normotensas e gestantes com DHG, não sendo possível estabelecer um fator de proteção. Porém foi verificado que a população estudada tem níveis séricos mais baixos de selênio quando comparadas à população geral, podendo justificar uma maior incidência de pré-eclâmpsia neste grupo.

44. TERATOMA MADURO OVARIANO BILATERAL EM PACIENTE DE 21 ANOS: RELATO DE CASO ULBRA-CANOAS-RS S.P.R.R; M.A.C.B; T.A.C.W; S.E.M.P; B.J; S.J.V.C; B.K.C.B; M.L.C; M.M.L; S*.M.M.T; R.T.D INTRODUÇÃO: Teratoma maduro ovariano ou cisto dermóide é o tipo mais frequente de neoplasia derivada de células germinativas, constituindo cerca de 2% dos tumores de ovário. Possui caráter congênito e é mais comumente diagnosticado em mulheres em idade fértil. Complicações como torção e ruptura do cisto podem ocorrer, assim, torna-se necessário a intervenção cirúrgica buscando a preservação do tecido ovariano remanescente normal. RELATO DO CASO: O caso em questão teve como objetivo relatar o quadro de uma paciente de 21 anos, com queixa de dor pélvica significativa que iniciou 3 meses antes do diagnóstico, sem alterações evidenciadas durante exame físico. A ressonância com gadolíneo identificou imagem compatível com teratoma maduro anexial bilateral consideradas em T1 e T2. A paciente foi submetida à laparotomia onde foi visualizado teratoma ovariano bilateral, com dimensões de 12 cm à direita e 6 cm à esquerda. O tratamento de eleição foi a ooforoplastia bilateral com ressecção completa dos teratomas, preservando ao máximo tecido ovariano em virtude da idade da paciente e desejo de gestar. DISCUSSÃO: O diagnóstico foi de teratoma maduro bilateral. Na grande maioria dos casos são assintomáticos e não promovem irregularidades menstruais; são congênitos e apresentam crescimento lento, portanto, são massas relativamente pequenas, o que torna o prognóstico favorável, mas atraso no diagnóstico. A evolução para malignidade é rara e este tipo de teratoma raramente excede os 10 cm de diâmetro. Pode causar dor quando há torção, rutura ou infeção, ou por compressão de estruturas adjacentes quando de grandes dimensões.1 Não existe forma de prevenção, por tratar de anomalia congênita e aparece durante a formação embrionária. O tratamento definitivo é cirúrgico.

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45. PERFIL CLÍNICO E SOCIODEMOGRÁFICO DE MULHERES COM SINTOMATOLOGIA SUSPEITA DE ENDOMETRIOSE Universidade de Cruz Alta/ RS, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ/RS) Oliveira, J.G.A.*; Bonfada, V. ; Figueiró, M. F. ; Zanella, J.F.P. ; Coser, J. INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Os sintomas principais são dismenorreia, dispareunia e infertilidade. O diagnóstico definitivo é cirúrgico, porém métodos não invasivos podem contribuir com a identificação da doença. Estudos demostram que a USTV é útil para investigação de endometriose, sendo recomendada como método de primeira linha na avaliação da doença. Biomarcadores, como o CA- 125, também podem auxiliar no diagnóstico não-invasivo desta patologia. OBJETIVOS: Avaliar mulheres com sintomatologia suspeita de endometriose usando ultrassonografia transvaginal e descrever suas características clínicas e sociodemográficas. MATERIAIS E MÉTODOS: Desenvolveu-se um estudo observacional, prospectivo e analítico, com 85 mulheres atendidas em uma clínica ginecológica privada no Sul do Brasil, no período entre março a novembro de 2016, com pelo menos um dos seguintes sintomas: dispareunia, dismenorreia, dor pélvica crônica, infertilidade, sintomas urinários e intestinais cíclicos, submetidas à anamnese clínica, a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, e dosagem sérica de antígeno CA-125. RESULTADOS: Participaram do estudo um total de 85 mulheres com idade entre 18 e 49 anos. A maioria era casada (75,3%), tinha filhos (51,8%), não apresentava histórico familiar de endometriose (89,4%), não tinha conhecimento sobre endometriose (77,6%) e 43,5% delas possuía ensino médio. Dismenorreia foi o sintoma mais prevalente (88,2%) seguida pela dispareunia (61,2%). Mulheres que apresentaram achados ultrassonográficos sugestivos de endometriose (29,4%) tinham média de idade superior (37,16 anos; p 0,001), com tempo maior de ocorrência dos sintomas (9,06 anos; p0,004) e apresentaram valor médio de dosagem sérica de antígeno CA-125 mais elevado (50,07 U/ml; p0,011), em comparação as mulheres sem achados da doença. Lesões compatíveis com endometriose foram localizadas principalmente nos ovários (60%) e região retossigmóide (52%). A doença foi confirmada em todos os nove casos que tiveram seguimento com videolaparoscopia. CONCLUSÃO: Achados ecográficos foram observados em 29,4% da amostra com sintomas de endometriose, sendo os ovários e o retossigmóide os locais com maior frequência dos achados. A ultrassonografia demonstrou 100% de sensibilidade para detecção da endometriose, pois a doença foi confirmada em todas as mulheres que tiveram seguimento com videolaparoscopia.

46. APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE CARCINOMA DE COLO UTERINO: RELATO DE CASO Universidade Luterana do Brasil Bruttomesso, BG; Braghini ,J*; Cembrani, TB; Antocheves, MD; D Almeida, ACC; Sitya, PRR. INTRODUÇÃO: O câncer de colo uterino é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil. A neoplasia está relacionada à infecção pelo HPV, principalmente aos tipos 16 e 181. Mundialmente, a média de idade no diagnóstico é de 51 anos e, no Brasil, o pico de incidência é maior na quarta década de vida. O tempo médio para uma lesão intraepitelial cervical evoluir para carcinoma invasivo é de 2 a 10 anos. OBJETIVO: Descrever um caso de carcinoma epidermoide invasivo de colo uterino de progressão atípica, com revisão da literatura. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo observacional; as informações foram obtidas através de entrevista com a paciente e análise do prontuário. RESULTADOS: NF, feminino, parda, 59 anos, internou devido a episódios de hemorragia vaginal intensa. Referiu que, há 6 meses, ocorreu o primeiro quadro de sangramento, sem algia. Na ocasião, procurou atendimento ginecológico e realizou o exame citopatológico (CP). NF relatou ter recebido informações de que a lesão detectada não carecia de demais investigações. Todavia, os sangramentos persistiram por mais 5 meses, até o momento em que procurou a emergência. Permaneceu internada por 17 dias. Foi transferida para outro hospital a fim de seguir a investigação diagnóstica: realizou diversos exames, mas permaneceu sem conhecimento sobre seu quadro clínico. Iniciou-se administração de sulfato ferroso. Negou febre, alterações de peso e dispareunia desde o início das hemorragias. A menopausa ocorreu há 10 anos; não fez uso de terapia de reposição hormonal. Referiu fazer acompanhamento anual com ginecologista, sem alterações prévias. Negou outras comorbidades, uso de medicações contínuas e história familiar de neoplasias. A biópsia detectou carcinoma epidermoide invasivo e a tomografia (TC) de tórax, nódulos pulmonares bilaterais sugestivos de metástase. Após 5 dias da entrevista, foi transferida para um hospital especializado em tratamento oncológico. Nesse caso, o tempo de progressão para carcinoma invasivo foi muito inferior ao esperado, uma vez que a paciente referiu fazer acompanhamento anual. Quanto à idade, nota-se que NF possuía uma faixa etária acima do pico de incidência para a doença. Outro aspecto notável foi o fato de que a investigação diagnóstica perante à lesão inicial não teve prosseguimento. CONCLUSÃO A neoplasia de colo uterino é muito prevalente no Brasil, e o tempo de evolução entre a lesão inicial e o câncer invasivo costuma ser longo. Uma vez que a paciente referiu acompanhamento ginecológico anual, cabe o questionamento se a lesão evoluiu rapidamente ou se, detectada em exames anteriores, foi negligenciada. Em vista disso, a conduta médica e a investigação diagnóstica devem ser efetivas para todas as mulheres, mesmo naquelas pacientes com idade fora da faixa etária predominante.

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47. A HISTÓRIA OBSTÉTRICA DE GESTANTES COM TROMBOFILIAS Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME), Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF - Minas Gerais - Brasil. Zimmermmann JB, Andrade JR, Camargos MV, Reis MFR, Maciel RAB, Mello TT, Rangel JMC, Salgado HC, Matos VM, Batalha S, Coutinho LM INTRODUÇÃO: A doença tromboembólica venosa e as complicações obstétricas resultantes do tromboembolismo placentário são as principais causas de morbidade e mortalidade materna e fetal. Pode-se dizer que a gravidez é um fator independente para o desenvolvimento de trombose, já que seu risco é de 5 a 6x maior em mulheres grávidas quando comparadas a não grávidas, sendo mais elevado após o parto. OBJETIVOS: Objetivou-se avaliar a história obstétrica de gestantes com trombofilia e história pessoal ou familiar de trombose venosa. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizada uma coorte histórica com 144 pacientes atendidas no Serviço de Obstetrícia da Universidade Federal de Juiz de Fora (expostos=n=72 pacientes) e na Faculdade de Medicina de Barbacena (não expostos=n=72 pacientes). As pacientes foram divididas em dois grupos: Grupo 1 = Pacientes com diagnóstico de trombofilia, através das dosagens de proteína S, proteína C, homocisteína, antitrombina III, mutação da MTHFR, mutação da protrombina e do fator V de Leiden e pesquisa de SAAF e Grupo 2 = Pacientes do serviço de baixo risco obstétrico, sem trombofilia diagnosticada. Resultados: Houve associação entre trombofilia e aborto, bem como trombofilia e morte fetal prévia (p0,05). O tipo de trombofilia que foi associada a abortamento foi o déficit da proteína S e os déficits de proteína C e antitrombina III foram associados à morte fetal prévia. CONCLUSÕES: As trombofilias estão associadas a abortamento e morte fetal prévia.

48. A PARTICIPAÇÃO DO INIBIDOR DO ATIVADOR DO PLASMINOGÊNIO (PAI) NO PROGNÓSTICO MATERNO E FETAL Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME), Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF - Minas Gerais - Brasil. Zimmermmann JB, Andrade JR, Camargos MV, Reis MFR, Maciel RAB, Mello TT, Rangel JMC, Salgado HC, Matos VM, Batalha S, Coutinho LM INTRODUÇÃO: Dentre as trombofilias hereditárias, destacam-se as mutações associadas ao inibidor do plasminogênio. O inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-I) atua neutralizando a ação do ativador tecidual do plasminogênio (TPA), inibindo a clivagem de plasminogênio em plasmina. Sendo assim, impede a dissolução do coágulo. Forma um complexo com o ativador do plasminogênio tissular (t-PA), desempenhando atividade reguladora da hemostasia, ou seja, atividade inibidora fibrinolítica. O polimorfismo 4G/5G, consiste numa inserção ou deleção de uma guanosina, estando relacionado com a concentração plasmática do PAI-1. O alelo 4G determina maiores concentrações de PAI-1 enquanto o alelo 5G determina menores níveis de PAI-1 circulantes. Homozigotos para o alelo 4G têm concentrações 25% maiores de PAI-1 que indivíduos homozigotos para 5G, permitindo o desenvolvimento de uma fibrinólise inadequada e conseqüente deposição de fibrina na circulação placentária. OBJETIVOS: Avaliar a participação do inibidor do plasminogênio no prognóstico materno e fetal. PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliadas 144 pacientes, em uma coorte histórica, sendo 72 portadoras de trombofilias e 72 sem trombofilias, divididas em 2 grupos (Grupo 1 - com trombofilia - n=72; Grupo 2 - sem trombofilia - n = 72). RESULTADOS: O inibidor do plasminogênio foi identificado em 31 casos. Não se obteve associação em relação ao PAI-1 para aborto prévio (p=0,12). Entretanto quando se comparou morte fetal prévia (p=0,003; x2=4,4), pré-eclâmpsia anterior (p=0,0001; X2=13,5) e Hellp síndrome anterior (p=0,0002; X2= 13,) verificou-se associação significativa estaticamente com as homozigoses. Deste modo a homozigose para o PAI-1 incrementou em 6,4 x o risco de morte fetal (IC=1,1-41,2) e em 48x o risco de pré-eclâmpsia (IC=3,48-666,6) quando comparada com a heterozigose do PAI-1 (4G/5G). CONCLUSÕES: Nossos dados sugerem que o PAI-1 é um importante fator no prognostico materno-fetal, devendo ser investigado em rotina com outros marcadores de trombofilia, considerando a história obstétrica da gestante.

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49. USO DE HEPARINA EM GESTANTES COM DIAGNÓSTICO DE TROMBOFILIA: RESULTADOS OBSTÉTRICOS Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME), Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF - Minas Gerais - Brasil. Zimmermmann JB, Andrade JR, Camargos MV, Reis MFR, Maciel RAB, Mello TT, Rangel JMC, Salgado HC, Matos VM, Batalha S, Coutinho LM INTRODUÇÃO: A plausibilidade biológica do benefício do uso de agentes antitrombóticos é baseada na presumida fisiopatologia da associação de trombofilias e resultados adversos gestacionais. O mecanismo de ação da heparina é, em sua maior parte, atribuído às suas propriedades anticoagulantes, que poderiam reduzir a trombose na microvasculatura placentária. Além disso, os estudos in vitro têm mostrado que a heparina apresenta também uma ação anti-inflamatória, resultante do bloqueio das proteínas de adesão, promoção da diferenciação do trofoblasto e redução da ligação de auto anticorpos antifosfolípide às células trofoblásticas. OBJETIVOS: Avaliar a participação da heparina na evolução da gravidez de gestantes com trombofilias. PACIENTES E MÉTODOS: Foi realizado um estudo caso- controle, com gestantes sabidamente portadoras de trombofilias, rastreadas previamente, de forma que foi considerado caso (gestação atual - em uso de heparina) e o controle ( gestação anterior - sem uso de heparina). Sendo assim, a mesma paciente é caso e controle de si mesma, em momentos diferentes. RESULTADOS: 47 pacientes fizeram uso de heparina na gestação atual. A heparina foi capaz de reduzir aborto (OR=0,04; IC=0,01-0,14); p0,0001), morte fetal (OR=0,01; IC=0,001-0,11; p0,0001), mas não a pré-eclâmpsia (OR= 0,35; IC=0,07-1,6; p=0,17). Não houve caso de morte materna para comparar. CONCLUSÕES: Em gestantes com trombofilia diagnosticada, a heparina é capaz de modificar o prognostico fetal.

50. LEIOMIOMAS, TRATAMENTO POR QUALIDADE DE VIDA Hospital Universitário São Francisco de Paula - UCPEL *Sousa K S, Canali M, Rocha C, Manta A B Introdução: Leiomioma constitui uma das principais causas de sangramento uterino anormal durante a perimenopausa, além de ser neoplasia benigna mais comum da mulher, sendo responsável por um terço de histerectomias, deixando evidente sua importância na saúde pública. Estão envolvidos diversos fatores de risco, entre eles idade, nuliparidade e história familiar. O diagnóstico ocorre através de anamnese e exame físico, podendo ser diferenciado de outros tumores pélvicos através de ecografia transvaginal ou abdominal. Os miomas podem ser únicos ou múltiplos, classificados quanto à porção uterina acometida ou posição relativa às camadas nos quais se encontram: subseroso, intramural, submucoso e cervical. São habitualmente assintomáticos, mas em 30-40% dos casos podem manifestar-se por sintomatologia dependente da localização e dimensões dos nódulos. Caso: S.R.O.F, 44 anos, tabagista, com histórico de gestação anembrionada há 12 anos. Procurou atendimento em junho de 2017, no serviço de ginecologia do ambulatório da UCPEL, referindo tumoração abdominal, dor em cólica, dispareunia, sangramento e irregularidade menstrual. Foi solicitado Bhcg (negativo para gestação), e ultrassonografia transvaginal (outubro/2017 - útero em AVF, globoso, contornos lobulados, volume uterino de 859cm³ com características de miomatose). Referia impacto nas atividades diárias, como impossibilidade de realizar exercícios físicos sem sangrar, ou manter atividade sexual sem dispareunia ou sinusorragia. Devido sintomatologia e aumento de volume uterino, foi agendada cirurgia de histerectomia abdominal, a ser realizada no dia 19/03/2018, sem intercorrências. Durante o período de internação, evoluiu de forma satisfatória, com alta no dia 21/03. Discussão: O tratamento está reservado para pacientes sintomáticas, sendo medicamentoso, a fim de reduzir o tumor ou amenizar sintomas, bem como para casos onde o risco cirúrgico é alto. Histerectomia é tratamento definitivo, de escolha para pacientes com útero muito aumentado de volume ou extremamente sintomáticas. Tendo em vista o relato exposto, observa-se o impacto da miomatose na vida da mulher, dificultando ou até impossibilitando atividades diárias. Enfatiza, então, a importância do diagnóstico e tratamento adequados da doença, a fim de evitar perda sanguínea com repercussão hemodinâmica e garantir qualidade de vida à paciente.

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51. SÍNDROME HERLYN-WERNER-WUNDERLICH: RELATO DE CASO Universidade De Santa Cruz Do Sul Gemelli, K.; Antoni, L. M.; Duarte, C.C.; Koch, E. N. A.; Vieira, R. W; Bachinski V. M.; Cruz, D. B.; Bueno A. G. S. NTRODUÇÃO: As malformações congênitas são alterações que acontecem durante o processo de desenvolvimento embrionário e têm como resultado perdas funcionais ou estruturais. Na ginecologia, as anomalias uterinas são originadas da falha na reabsorção ou na fusão dos ductos müllerianos. A Síndrome Herlyn-Werner-Wunderlich (SHWW) corresponde a uma malformação congênita pouco frequente na qual encontramos a presença de útero didelfo, de agenesia renal e de septo hemivaginal ipslateral. RELATO DO CASO: Paciente sexo feminino, 16 anos, menarca aos 14 anos, nuligesta, com dor supra púbica de forte intensidade há sete dias. Referiu alívio dos sintomas após uso de anti-inflamatório não esteroidal (AINES). Ao exame físico apresenta dor à palpação abdominal e, ao exame especular, identificou-se dois colos uterinos. Foi solicitada ressonância magnética (RM) sem contraste que identificou útero antevertido, com aspecto de útero didelfo, com completa separação entre os colos uterinos e com a presença de septo vaginal. A cavidade vaginal à direita da linha média apresentou hidrocolpo com volume estimado de 25 mL, sendo de difícil visualização o ovário direito; constatou-se ainda agenesia renal à direita. A cavidade vaginal esquerda estava ligeiramente comprimida, com o ovário ipsilateral de tamanho reduzido. Os achados descritos permitiram o diagnóstico de SHWW. A paciente realizou cirurgia para drenagem do hidrocolpo e para criação de pertuito definitivo, sendo o seu quadro clínico atual estável e realizando acompanhamento ginecológico periódico. DISCUSSÃO: A SHWW é uma doença congênita que acomete a embriologia dos ductos de Müller e é descoberta comumente na adolescência. A presença de útero didelfo ocorre em cerca de 11% dos casos, enquanto a agenesia renal direita ocorre 65%. Os pacientes com essa síndrome iniciam com a sintomatologia após a menarca, onde constatam-se a formação de hematocolpos ou de hidrocolpos em virtude da menstruação e por sua eliminação ser prejudicada pela obstrução vaginal completa ou incompleta. Por outro lado, em pacientes amenorreicas o diagnóstico precoce é dificultado pela assintomatologia, uso de AINES ou de anticoncepcional oral. As complicações como piossalpingites ou pelviperitonites, endometriose, aderências pélvicas e risco aumentado de abortamento são comuns nessas pacientes. Visando minimizar a morbidade da doença, é imprescindível, portanto, que a SHWW esteja entre as possíveis hipóteses diagnósticas, sobretudo em pacientes já diagnosticadas com agenesia renais.

52. LAPATINIBE NAS LINHAGENS DE CORIOCARCINOMA BEWO E JEG-3. NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA Universidade Federal do Rio Grande do Sul; British Columbia Children's Hospital Research Institute; University of British Columbia Pires, LV; Silva, ISB; Leung, PCK; Pizzolatto, LS; Uberti, EM; Capp, E; Cheng, JC; Yi, Y; Santanna, G INTRODUÇÃO:A Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG) é uma doença rara e grave da gravidez, portanto, de mulheres jovens, em idade reprodutiva. Nos países em desenvolvimento, a incidência ainda é alta, e no Brasil, varia de 1:200 a 1:850 gravidezes. Quando tratada em Centros de Referência, pela boa resposta à quimioterapia (QT), a NTG de baixo grau cura em torno de 90 a 98%, entretanto, estágios avançados da doença apresentam uma mortalidade próxima a 40%. As drogas-alvo inibidoras das tirosina-quinases como o Lapatinibe, agem bloqueando a ação proteína HER2 da membrana celular e sua cascata de sinalizações cuja função é proliferação, migração, diferenciação, multiplicação e angiogênese. Drogas como o Lapatinibe têm revolucionado o tratamento de cânceres avançados e metastáticos, com aumento da sobrevida global e sobrevida livre de doença, com menos efeitos adversos que a QT.Muitos autores têm mostrado expressão da proteína HER2 na NTG. É inadmissível que hoje me dia, pacientes jovens ainda morram sem que tentemos drogas mais atuais para o seu tratamento.OBJETIVOS: Determinar a expressão de HER2 em linhagens de células de coriocarcinoma Be Wo e JEG-3.Determinar a ação da droga-alvo Lapatinibe nas BeWo e JEG-3. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo experimental com linhagens de células de coriocarcinoma Be Wo e JEG-3, onde verificamos a expressão protéica de HER2 e HER1(Western -Blotting ) e fazemos ensaio de citotoxicidade pela técnica de MTT, com escalonamento de doses no tempo, em triplicata. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Observamos a expressão da proteína HER2 foi confirmada em todos os experimentos, e a expressão de HER1 também aparece nas Be Wo. A linhagem de células Be Wo mostrou-se mais sensível à ação do Lapatinibe, apresentando inibição da proliferação com 10 microgramas/ml nas primeiras 24 horas. O aumento de caspases sugere um mecanismo de estimulo à apoptose. Nas JEG-3 não se confirmou o mesmo efeito, possivelmente pela expressão menor de HER1. O Lapatinibe é um inibidor duplo, de HER2 e HER1, portanto o resultado sobre as BeWo pode ser justificado por esse motivo.Nosso experimento é sem par na literatura, e concluímos que nosso estudo abre uma nova janela para pesquisa e possibilidade real no tratamento de uma doença que começa com a expectativa de uma nova vida, mas que paradoxalmente pode ser letal.

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53. PERFURAÇÃO UTERINA POR DISPOSITIVO INTRAUTERINO NA GRAVIDEZ A TERMO: RELATO DE CASO Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES Carlotto K; Lemos NA; Ramires YR; Zandoná LB*; Bortolini E; Bohrer T INTRODUÇÃO: O dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo de longo prazo, pode ser utilizado por até 10 anos. É um método efetivo, não necessitando de cuidado diário pela mulher com contracepção, tem poucos efeitos adversos e alta tolerância pelas usuárias. O DIU é o segundo método mais utilizado como planejamento reprodutivo, sendo que mais de 100 milhões de mulheres em todo mundo optam por esta modalidade de anticoncepção, que se tornou mais popular a partir da década de 60. Uma das complicações da inserção do DIU é a perfuração uterina. Esta é relativamente comum na inserção do DIU e não costuma ter desfechos preocupantes, porém a perfuração uterina em período posterior é uma complicação rara e grave. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 38 anos, branca, colocou DIU de cobre há 18 anos. Após 10 anos, terminada a vida útil do dispositivo, a paciente dirigiu-se a ambulatório especializado em ginecologia para a remoção do DIU, porém o fio externo não foi localizado. Foi então solicitada uma ecografia transvaginal a fim de localizar o DIU. O laudo afirmava que havia incrustação do objeto na parede uterina. Diante disso, foi proposta uma histeroscopia para retirar o DIU, o qual, novamente, não foi encontrado. O médico encarregado propôs a realização de uma videolaparoscopia a fim de localizar o objeto, também sem sucesso. A paciente evadiu do acompanhamento médico, e, após 8 anos, abandonou as outras medidas contraceptivas e engravidou, com o DIU ainda dentro do útero. Realizou pré-natal, sem quaisquer anormalidades. A paciente com 39 semanas de gestação internou por ruptura prematura de membranas, realizou-se cesariana por desproporção céfalo-pélvica. Durante o transoperatório, o dispositivo foi encontrado parcialmente fora do útero, de maneira que perfurou a parede uterina posterior. Finalmente, o objeto foi removido, foi realizada histerorrafia na região comprometida. Criança nasceu normalmente e a gestação evolui sem intercorrências. DISCUSSÃO: como a perfuração uterina, em momento posterior, é uma complicação rara, é preciso chamar a atenção tanto de médicos como de pacientes para a adequada remoção do DIU após o período estipulado para uso, principalmente em casos nos quais ocorra incrustação. Estão descritos na literatura outros casos de incrustação evoluindo para perfuração uterina, e ocasionalmente com acometimento de estruturas adjacentes, como intestino delgado, cólon e bexiga. Nesses casos, a situação pode requerer intervenção cirúrgica, a fim de retirar o dispositivo de modo adequado e reparar eventuais danos.

54. TORÇÃO ANEXIAL POR TERATOMA MADURO DE OVÁRIO: RELATO DE CASO Universidade Federal da Fronteira Sul-Passo Fundo-RS,Hospital São Vicente de Paulo-Passo Fundo-RS. Opelt*, L; Jacobo*; A, Passos*, JG; Cortez*, KM. INTRODUÇÃO: A torção anexial resulta da rotação completa ou parcial do ovário, da trompa ou de ambos, nos seus suportes ligamentares, com consequente comprometimento vascular. O principal fator de risco é a existência de uma massa ovárica (50-60% dos casos), podendo ser fisiológicas ou tumorais. Dentre as massas tumorais, a torção por teratoma maduro é a mais incidente. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 27 anos, branca, solteira, nulípara, natural e procedente de Passo Fundo/RS. Procurou atendimento médico devido dor em baixo ventre há 2 meses, tipo cólica, que se agravou na última semana, localizando-se em fossa íliaca direita e se irradiando para flanco ipsilateral.Relata episódios febris e sangramento uterino anormal associados à agudização das queixas álgicas. O abdome encontrava-se distendido ao exame físico, com dor difusa e intensa à palpação hipogástrica. O exame ultrassonográfico transvaginal observou massa anexial mista à direita, a esclarecer. A ressonância nuclear magnética revelou ovário esquerdo completamente deslocado para a direita, com dimensões aumentadas, cerca de 10,4 x 9,8 x 6,0 cm(335,4 cm3), contendo formação cística protéica complexa medindo 10,4 cm3.A hipótese diagnóstica inicial foi de abscesso tubo-ovariano. Seguiu-se com cirurgia videolaparoscópica. À visualização da cavidade, encontrou-se anexo esquerdo totalmente deslocado para direita, torcido, necrosado, contendo tumor cístico com conteúdo pastoso e pêlos.Realizou-se ooforectomia esquerda, com preservação da trompa homolateral, que revascularizou após desfeita a torção. A paciente teve boa evolução pós-operatória.O resultado anatomopatológico revelou teratoma maduro ovariano. DISCUSSÃO: A torção do ovário sobre seus ligamentos e pedículo vascular compromete os fluxos venoso e linfático. O fluxo arterial costuma ser menos afetado em função da espessura da parede muscular. O aumento da pressão sanguínea e linfática leva ao aumento do volume ovariano, ao edema do parênquima, à distensão da cápsula e à transudação de líquido livre para a cavidade abdominal. O tratamento da torção ovariana é cirúrgico. O diagnóstico precoce favorece a preservação ovariana em mulheres jovens, antes que trombos vasculares ou danos irreversíveis ao parênquima ocorram.

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55. ANGIOMIXOMA DE VULVA: RELATO DE CASO Hospital Fêmina ,Porto Alegre, Rio Grande do Sul *Vieira,L.A ; Hoefel,J.P ; Frank, P.A ;Grosbelli, F. INTRODUÇÃO: O angiomixoma agressivo é um tumor mesenquimal raro, que ocorre em região vulvovaginal, perineal e pélvica, de crescimento lento, com elevado risco de infiltração local e recorrência. Conhecemos essa patologia através da descrição de casos clínicos, aproximadamente 350 casos conhecidos. O histopatológico define o diagnóstico. O tratamento é predominantemente cirúrgico. RELATO: Paciente de 36 anos, sem comorbidades, encaminhada ao ambulatório de onco-ginecologia por cisto vulvar recidivante há 6 anos com duas exéreses prévias (há 5 e há 2 anos). O último anatomopatológico (AP) evidenciava bartolinite crônica inespecífica. Apresentava ao exame massa volumosa indolor em região vulvar à direita, de consistência amolecida, que se estendia até a raiz da coxa. Trazia ecografia de partes moles com formação sólida desde terço médio posterior de grandes lábios até fundo vaginal, com 11.3cm no sentido antero posterior e vascularização central ao doppler. Foi solicitada tomografia de pelve, mostrando lesão heterogênea volumosa, hipodensa, em região pararretal à direita, sem plano de clivagem definido com a parede do reto e com pequena parte do colo uterino desse lado, estendendo-se para o canal anal, e pelo períneo para região da vulva, medindo cerca de 11,0 X 4,6 X 4,0 cm. A retossigmoidoscopia foi normal. Realizada biópsia cujo anatomopatológico mostrou proliferação fuso celular e fibrose, além de proliferação vascular de características benignas, sugerindo exérese completa para diagnóstico definitivo. Realizada ressecção da lesão com cápsula por enucleação em procedimento de difícil execução em função das múltiplas aderências com os planos laterais e profundos. O anatomopatológico evidenciou angiomixoma agressivo com margens cirúrgicas comprometidas. A tomografia realizada na revisão de 4 meses mostrou área hipodensa adjacente à parede lateral direita da vagina e do canal anal, inespecífica( lesão residual Alteração pós operatória ). Conforme discutido com a oncologia clínica a tomografia foi repetida em 6 meses sem alterações. A paciente perdeu seguimento após. DISCUSSÃO: A patogênese do angiomixoma é pouco entendida. O tratamento ideal é excisão com margens cirúrgicas livres, dificultada pela relação da lesão com as outras estruturas pélvicas. O uso de análogos do GnRH também é descrito tendo em vista o perfil imuno-histoquímico desse tumor. Radioterapia e quimioterapia não se mostraram uteis devido à baixa atividade mitótica deste tumor. Sugere-se manter o seguimento por até 15 anos devido à alta taxa de recidiva e ao crescimento lento. Apesar de sua raridade, o reconhecimento dessa patologia no diagnóstico diferencial de massas vulvares é essencial para o correto tratamento destas pacientes.

56. ANGIOMIOFIBROBLASTOMA Universidade de Caxias do Sul Luana Trentin Hofmann; Mônica Vedana; Gilmar Binda Junior; Fernando Scheleder Antunes; Haley Calcagnotto INTRODUÇÃO: O angiomiofibroblastoma é um tumor benigno de tecidos moles superficiais, localizado frequentemente na vulva, sendo já identificado nas tubas uterinas e na uretra feminina. Acomete mulheres no menacme e nos primeiros anos da pós-menopausa. RELATO DE CASO: P.S.C, 24 anos, G1P1, nega comorbidades. Procura atendimento no Centro Obstétrico do Hospital Geral devido abaulamento e dor em região vulvar direita. Quadro iniciou há 6 meses, sendo tratado com analgésicos e antibiótico. Sem melhora e devido a piora progressiva, procurou novamente atendimento. Ao exame físico, visualizou-se extenso abaulamento em região de grande lábio direito ocupando extensão do clitóris ao corpo perineal com aproximadamente 12x6 cm de consistência fibroelástica ultrapassando a linha média e tamponando o orifício uretral. Ao toque vaginal, mucosa integra, com abaulamento da parede anterior e lateral direita no 1/3 inferior da vagina. Indicado no momento, exérese de glândula de Bartholin, a qual foi suspensa durante o procedimento devido a extensão da lesão e ausência de planos, sendo colocado apenas dreno de penrose, drenando conteúdo sero-hemático em moderada quantidade. Devido ecografia não esclarecedora, foi solicitada RNM da pelve identificando lesão expansiva de limites bem definidos ocupando a fossa isquioanal e o períneo estendendo-se anteriormente até a sínfise púbica. No plano axial mede 11,5 x 2,7 cm. Após uso de contraste endovenoso há impregnação periférica da lesão sugerindo coleção não piogênica. Não há sinais de fístula. Realizado exérese de lesão, sem intercorrências e o anátomo patológico foi angiomiofibroblastoma. DISCUSSÃO: Os angiomixomas são tumores vulvares de origem mesenquimal, pouco freqüentes. São descritos três tipos histológicos: angiomixoma superficial, angiomixoma agressivo (AMA) e angiomiofibroblastoma (AMFB). O AMFB usualmente, apresenta-se como lesão de bordos bem definidos, de crescimento lento acompanhados de dor. Clinicamente, é também comum a confusão com quadros benignos, como cisto de Bartholin, herniação do processo vaginal (canal de Nuck) e fibroma. Macroscopicamente é circunscrito, não encapsulado, mede de 1 a 10 cm sendo a média de 4 cm. Histologicamente se caracteriza por ser uma lesão bem delimitada em que se alternam zonas hipercelulares com zonas de hipocelularidade, formada por uma proliferação de células fusiformes e epiteliais sem atipias, rodeadas de vasos sanguíneos de médio e pequeno calibre, com um estroma fibroso, entremeadas com fibras de músculo liso. As técnicas usadas para a diferenciação são imuno-histoquímica, microscopia eletrônica e genética molecular. No entanto, o angiomiofibroblastoma tem características histológicas bem definidas que facilitam o diagnóstico. Geralmente o tratamento de eleição é a exérese cirúrgica sem terapia adjuvante.

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57. RELATO DE CASO: MIOMA PARIDO Universidade de Caxias do Sul Hofmann, LT ; Vedana M * ; Binda, GJ ; Antunes, FS ; Calcagnotto, H INTRODUÇÃO: Os miomas uterinos são os tumores pélvicos benignos mais comuns em mulheres. Incidem na idade reprodutiva e aumentam a prevalência com o avanço da idade. Os sintomas mais comuns são sangramento uterino anormal (SUA), sensação de pressão em baixo ventre e infertilidade. Seus principais fatores de risco são raça negra, nuliparidade, menarca precoce e obesidade. RELATO DE CASO: I.L, 44 anos, G3PC3, procurou atendimento no dia 10/04/18 no Centro Obstétrico do Hospital Geral de Caxias do Sul devido a SUA refratário a tratamento clínico, dor abdominal importante e secreção vaginal do tipo água de carne. Ao exame físico útero volumoso, altura uterina de 16cm. Ao especular, massa volumosa em canal vaginal. Ao toque vaginal, massa sólida, móvel de 10 centímetros ocupando todo o colo. Em ecografia transvaginal útero globoso, de contornos lobulados e volume de 436cc, na parede anterior imagem hipoecogênica medindo 4,6x3,5cm sugestiva de mioma intramural; colo globoso com formação expansiva, hipoecogênica, sólida, protruindo pelo canal vaginal com 7,2x6,6cm, sugestivo de mioma parido. Realizado no dia 16/04/18 histerectomia subtotal + anexectomia com morcelamento via vaginal. DISCUSSÃO: Os miomas são classificados de acordo com sua localização nas camadas do corpo uterino e seu tratamento depende, além disso, do seu tamanho, severidade dos sintomas, idade e desejo reprodutivo da paciente. Dentre as formas que podemos encontrar, uma em especial é a pedunculada, composta por miomas que se originam das camadas submucosas ou subserosas do útero. Embora não raro, é infrequente que as contrações uterinas sejam eficazes a ponto de impulsionar esses através do canal cervical. Quando isso ocorre, costuma-se denominar mioma parido, sendo comum sintomas como sangramento vaginal, leucorreia com aspecto de água e de odor fétido, dor pélvica e sensação de pressão em baixo ventre. O tratamento nesses casos é invasivo, sendo indicado até mesmo para paciente assintomáticas, pois existe um risco aumentado para infecções uterinas e até mesmo, dependendo do tamanho do tumor, de inversão uterina. A histerectomia é considerada o tratamento definitivo, pois elimina tanto sintomas quanto o risco de recidiva. No entanto, para as mulheres que desejam manter a fertilidade a miomectomia via vaginal seria uma opção, não havendo consenso se a exérese tumoral seria melhor em bloco, por morcelagem ou coagulação.

58. PREVALÊNCIA DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO TRATO GENITAL EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: UM ESTUDO RETROSPECTIVO Hospital Universitário de Canoas, Canoas, Rio Grande do Sul. Maurique, L.S.*; Soveral,R.; Vaz, N.; Muniz, F.W.M.G.; Camassola, M. INTRODUÇÃO: Malformações congênitas são patologias presentes em cerca de 2% dos recém-nascidos vivo. Dessa forma, os profissionais da saúde, bem como os alunos de Medicina, devem saber reportar tais anomalias. OBJETIVO: Identificar, quantificar e descrever as malformações existentes no Trato Genital (TG) em recém-nascidos em UTI NEONATAL. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo realizado através da revisão de prontuário eletrônico, incluindo todos os recém-nascidos que internaram na Unidade Intensiva Neonatal de um hospital terciário da região metropolitana de Porto Alegre entre os anos de 2012 e 2016. RESULTADOS: Um total de 2410 prontuários foram revisados e destes foram encontrados 23 pacientes com malformação do TG, correspondendo a uma prevalência de 0,95. Dentre as anomalias encontradas a mais prevalente foi hipospádia (14), seguida de hidrocele (3), ambiguidade genital (3), criptorquidia (2) e hidrocopos (1). Dos pacientes selecionados, 9 possuaim mais de um tipo de malformação correspondendo a 39% da amostra. Além disso, 43% dos pacientes apresentavam outros tipos de malformações, e apenas um paciente apresentava mais de um tipo de malformação do TG. A média da idade materna destes pacientes era de 40 anos. Apenas um paciente morreu antes da alta. Todos os pacientes foram diagnosticados durante o exame físico do recém-nascido. CONCLUSÃO: Deve-se dar muita atenção a estas patologias pois podem ser diagnosticadas durante o exame físico do recém nascido. Apesar da prevalência de aproximadamente 1%, esse tipo de malformação tem baixo índice de mortalidade.

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59. INCOMPETÊNCIA ISTMO-CERVICAL: RESULTADOS DE CERCLAGENS ELETIVAS FEITAS ENTRE 2015-2017 NO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS Hospital São Lucas Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Kobe LM, Naujorks CC, Virtuoso GR, Behenck GS, Acauan Filho BJ, Soares JAP, Cunha Filho EV INTRODUÇÃO: Classicamente, a incompetência cervical é diagnosticada baseada na história obstétrica de perdas fetais no segundo trimestre, acompanhadas de dilatação cervical indolor e expulsão do feto vivo. O enfraquecimento da arquitetura cervical é a principal etiologia. Atualmente, foram propostos novos critérios diagnósticos: a) paciente com 3 partos pré-termo ( 34 semanas) sem outras causas; b) paciente com 1 parto pré-termo em uso de progesterona e apagamento cervical ( 25 mm) antes de 24 semanas; c) paciente com dilatação cervical antes de 24 semanas (tratamento conhecido como cerclagem de resgate ou emergência). OBJETIVO: descrever os resultados de pacientes submetidas à cerclagem cervical eletiva devido à incompetência cervical no HSL-PUCRS, entre 2015 e 2017. MÉTODOS: estudo transversal retrospectivo com revisão de prontuários médicos de pacientes submetidas à cerclagem eletiva durante o período acima mencionado. As pacientes que realizaram cerclagem de emergência foram excluídas. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade gestacional (IG) no momento da cerclagem; idade gestacional no momento do parto; corioamnionite; ruptura prematura de membranas (RUPREME); parto com recém-nascido vivo; parto via vaginal e indicação de cesárea. RESULTADOS: 31 pacientes foram submetidas à cerclagem nesse período, das quais 20 tiveram cerclagem eletiva (5 foram excluídas devido à perda de seguimento, e 6 devido à cerclagem de emergência). A IG média no momento da cerclagem foi de 14 semanas. A taxa geral de RUPREME foi de 23% e tivemos 2 corioamnionites (10%). A IG mediana no momento do parto foi de 38 semanas, porém 20% das pacientes tiveram parto de fetos inviáveis com menos de 24 semanas. A taxa de alta hospitalar com feto vivo após o parto foi de 80%. A taxa de parto via vaginal foi de 77% e 50% das indicações de cesárea foram devido à apresentação não cefálica. CONCLUSÃO: a cerclagem é o tratamento para mulheres com risco de perda gestacional devido à insuficiência cervical. Estudos não controlados sugerem que a viabilidade do RN é de cerca de 25% sem a cerclagem, enquanto que com ela é de 75-90% nos casos de insuficiência cervical. A taxa global corioamnionite reportada após cerclagem é de 6,2%, e de RUPREME é de 18-38%. A cerclagem de emergência é mais associada a complicações e prematuridade que o procedimento eletivo, mas as diferentes complicações entre ambos ainda precisam ser melhor descritas. Nossos resultados são compatíveis com a literatura mundial.

60. PARTO NORMAL VERSUS CESARIANA: AVALIAÇÃO DA GASOMETRIA ARTERIAL EM RECÉM-NASCIDOS. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia (PPGGO). Faculdade de Medicina (FAMED). Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre/RS, Brasil. Grupo de Pesquisa: Climatério e Menopausa. Faculdade de Medicina (FAMED). Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre/RS, Brasil. Universidade Luterana do Brasil. Faculdade de Medicina (FAMED). Canoas/RS, Brasil Matias MM*; Ferreira CF; Silva HR; Ramos JG; Martins Costa SHA Objetivos: Verificar a relação entre a a gasometria arterial de cordão coletada ao nascimento em recém-nascidos atendidos em um hospital escola, levando-se em consideração a via de parto. Métodos: Estudo descritivo transversal retrospectivo de prontuários de recém-nascidos no Centro Obstétrico de um hospital escola, entre os anos de 2011 e 2016, com idade gestacional ao nascimento acima de 20 semanas, independente da presença de fatores de risco identificáveis, visando observar a diferença entre a via de parto: vaginal ou operatório. O diagnóstico clínico de asfixia foi realizado através da coleta de gasometria o cordão umbilical ao nascimento. Variáveis contínuas foram expressas como média ± erro padrão (EPM) ou medianas e intervalo de confiança de 95% [IC95%]. Variáveis categorias foram expressas como frequências absolutas (n) e relativas (n%). A digitação do banco de dados e as análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS versão 18.0 e a significância foi fixada em 5%. Este projeto foi aprovado pelo Comitê Ético Institucional (CAAE: 57087916.3.0000.5327). Resultados: Trata-se de uma análise de 9212 prontuários, desses, 1187(12,9%) com idade gestacional ao nascimento de 41 semanas ou mais, 7496(81,4%) entre 37 e 40 + 6/7 semanas e 529(5,7%) abaixo de 37 semanas. A maioria das mulheres eram brancas (75,4%), nulíparas (40,9%), sendo a ruptura prematura de membranas o principal marcador de risco identificável (7,14%). Não houve diferenças entre os dois grupos estudados quando comparados a presença de asfixia pelo ph (qui-quadrado, p=0,337) ou excesso de base (teste do qui-quadrado, p=0,878). O índice de cesarianas foi de 30,96%. Conclusões: A via de parto não se relacionou com o risco de acidose na gasometria do cordão umbilical, se não houver seleção de casos ou fatores de risco.

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61. RISCO DE ASFIXIA NEONATAL EM INTERRUPÇÕES ELETIVAS DA GESTAÇÃO COM IDADE GESTACIONAL DE 41 SEMANAS OU MAIS. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia (PPGGO). Faculdade de Medicina (FAMED). Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre/RS, Brasil. Grupo de Pesquisa: Climatério e Menopausa. Faculdade de Medicina (FAMED). Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre/RS, Brasil. Universidade Luterana do Brasil. Faculdade de Medicina (FAMED). Canoas/RS, Brasil Matias MM*; Ferreira CF; Silva HR; Ramos JG; Martins Costa SHA Objetivos: Verificar a relação entre a o nascimento com 41 semanas ou mais e a gasometria arterial de cordão coletada ao nascimento em recém-nascidos atendidos em um hospital escola. Métodos: Estudo descritivo transversal retrospectivo de prontuários de recém-nascidos no Centro Obstétrico de um hospital escola, entre os anos de 2011 e 2016, com idade gestacional ao nascimento acima de 41 semanas, quando comparado aos nascimentos entre 37 e 40+6/7 semanas, independente da presença de fatores de risco identificáveis. O diagnóstico clínico de asfixia foi realizado através da coleta de gasometria o cordão umbilical ao nascimento. Variáveis contínuas foram expressas como média ± erro padrão (EPM) ou medianas e intervalo de confiança de 95% [IC95%]. Variáveis categorias foram expressas como frequências absolutas (n) e relativas (n). A digitação do banco de dados e as análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS versão 18.0 e a significância foi fixada em 5%. Este projeto foi aprovado pelo Comitê Ético Institucional (CAAE: 57087916.3.0000.5327). Resultados: Trata-se de uma análise de 8683 prontuários, destes, 1187 (13,7%) com 41 semanas ou mais e as demais 7496 (86,3%) entre 37 e 40 + 6/7 semanas. A maioria das mulheres eram brancas (75,3%), nulíparas (41,1%), com mediana de idade gestacional de 39,57[38,86-40,43] semanas. Não houve diferenças entre os dois grupos estudados quando comparados a presença de asfixia pelo ph (qui-quadrado, p=0,854) mas houve aumento de excesso de base em gestações prolongadas (teste do qui-quadrado, p=0,033). O índice de cesarianas foi maior nas interrupções acima de 41 semanas (41,62%) quando comparadas as gestações entre 37 e 40 + 6/7 semanas (29,08%), p0,0001 pelo teste do Mann-Whitney. Conclusões: A interrupção eletiva da gestação com 41 semanas não aumenta o risco de acidose pelo ph, mas aumenta pelo excesso de base e aumenta o risco de cesariana.

62. OOFORECTOMIA BILATERAL: INDICAÇÕES E COMPLICAÇÕES: UMA REVISÃO DE LITERATURA Universidade Luterana do Brasil - Canoas - RS S.P.R.R; M*.A.C.B; T.A.C.W; S.E.M.P; B.J; S.J.V.C; B.K.C.B; M.L.C; M.M.L; S.M.M.T; R.T.D; B.B.M INTRODUÇÃO: A ooferectomia bilateral é um procedimento cirúrgico indicado no manejo terapêutico de afecções ginecológicas, que representam algum grau de ameaça à vida da paciente. O método tem mostrado significativa eficácia na prevenção de câncer de mama e ovário em pacientes portadoras de mutações gênicas, o que justifica o aumento do número de procedimentos nos últimos anos para essa finalidade. OBJETIVO: A falta de métodos de rastreamento eficazes e a alta letalidade do câncer de ovário reforçam ainda mais a busca constante por medidas para prevenção desta neoplasia. As indicações para ooforectomia profilática devem ser analisadas criteriosamente, em virtude das expressivas complicações que podem surgir objetivando menor impacto na qualidade de vida da paciente. Com intuito de minimizar os riscos de alterações cardiovasculares, ósseas, metabólicas, cognitivas e sexuais, torna-se fundamental estimar o risco-benefício da ooforectomia a longo prazo, assim como a determinação do momento ideal para início da terapia de reposição hormonal. MATERIAL E MÉTODO: Foi revisada a literatura existente quanto à indicação para realização deste procedimento, assim como analisada as complicações mais frequentes. Com esses dados será possível otimizar o tratamento a essas pacientes com o intuito de prever e prevenir morbidade cirúrgica. RESULTADOS E CONCLUSÕES: De acordo com estudos epidemiológicos, um dado preocupante demonstra que mais de 50% das mulheres entre 40 e 64 anos, realizaram ooforectomia nesse período de intensa atividade ovariana, o que desperta um interesse pela avaliação da viabilidade do procedimento. Há estudos de evidenciam que os riscos pós-cirúrgicos podem ser reduzidos com a terapia de estrogênio, dependendo a idade que a paciente foi ooforectomizada e o tempo de tratamento que foi realizado. .Apesar das inúmeras controvérsias em relação ao impacto da ooforectomia sobre o declínio da função cognitiva e sobre a maior prevalência de doenças psiquiátricas, estudos recentes constataram que existe maior risco de distúrbios cognitivos, demência e doença de Parkinson. A prevalência das indicações cirúrgicas possui importância fundamental na análise das comorbidades que estão sendo responsáveis pela realização do procedimento, assim como das complicações resultantes, o que torna esse cenário ainda mais relevante pelas inúmeras controvérsias na área da Ginecologia. Considerando que qualquer cirurgia profilática deva ser realizada apenas se os benefícios forem superiores aos riscos, a decisão de realizar ooforectomia bilateral em mulheres portadoras de mutação genética de risco ainda permanece complexa e controversa, o que reforça ainda mais a necessidades de novos estudos nessa área. Palavras chave: ooforectomia bilateral; complicações da ooforectomia; prevenção de câncer.

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63. CISTO OVARIANO GIGANTE Hospital Universitário São Francisco de Paula - Pelotas - RS Castoldi MR*; Manta AB; Nicola GZ; Machado FZ; Ribeiro DF INTRODUÇÃO: O cisto ovariano é uma patologia ginecológica freqüente, a qual surge principalmente durante o período reprodutivo, com predomínio entre a terceira e a quarta década de vida, sendo aproximadamente 80% da incidência encontrada benigna. O diagnóstico precoce nem sempre é possível pois várias pacientes permanecem assintomáticas, com achado casual em exame de imagem. Quando presentes, os sintomas mais comuns são distensão abdominal, dor pélvica e sangramento vaginal. Se potencial maligno presente, a escolha terapêutica se da por exploração cirúrgica, sendo recomendável a ooforectomia sem ruptura capsular do cisto. RELATO DE CASO: N.M.A, 56 anos, G3Pc2A1, tabagista, menopausa aos 50 anos. Procura pronto atendimento ginecológico HUSFP devido queixa de sangramento vaginal há 1 ano associado a distensão abdominal e dispnéia há 4 meses com caráter progressivo. Traz USTV realizado no mês anterior demonstrando grande imagem cística simples ocupando todo abdome com volume aproximado de 2500cm³. Internação hospitalar, sendo realizada tomografia pelve e abdome sugerindo formação cística medindo 22,5 x 21,6 x 14,5 cm com volume aproximado de 3664,44cm³. Encaminhada para intervenção cirúrgica, sendo realizada salpingooforectomia bilateral com retirada de cisto ovariano à direita pesando 4kg. Apresentava marcador CA 125 dentro da normalidade. Evolui satisfatoriamente, tendo alta e seguimento ambulatorial. DISCUSSÃO: A avaliação criteriosa para determinar conduta perante massas anexiais é necessária na busca por diminuir o índice de intervenções cirúrgicas que resultam em comprometimento de função hormonal, qualidade de vida e sobrevida. Atualmente, o diagnóstico de cistos ovarianos volumosos é pouco freqüente devido a ampla utilização da ultrassonografia, possibilitando rastreio precoce. Os aspectos ultrassonográficos, associados a história clínica e dosagem de marcadores tumorais, tem sido utilizados não apenas para delimitação anatômica mas também como recurso para auxiliar a avaliação de potencial de malignidade da formação cística, analisando características como tamanho, septação, ecogenicidade, loculação e homogeneidade.

64. AMENORREIA PRIMÁRIA EM PACIENTE COM AGENESIA CÉRVICO-VAGINAL: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Wagner* M; Borges C.S.; Kobe L.M; Trindade V.D.; Moretto, M.; Boeno, A.C; Hentschke M.R; Arent, A INTRODUÇÃO: Amenorreia primária tem causas anatômicas e hormonais. As primeiras podem se dar por malformações mullerianas, sendo a agenesia de colo e vagina as menos comuns e com tratamentos divergentes. Desta forma, objetivamos descrever um caso de uma paciente em que tal patologia foi diagnosticada e discutir sua conduta. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 19 anos, encaminhada ao serviço de Reprodução Humana do Hospital São Lucas da PUCRS por amenorreia primária, dor pélvica cíclica e dispareunia. Apresentava desenvolvimento de caracteres sexuais secundários e curva de crescimento dentro da normalidade. Referia uso de anticoncepcional oral combinado por 3 meses, com pausa, persistindo com amenorreia. Paciente hígida, negava história familiar de amenorreia primária. Ao exame físico, apresentava índice de massa corporal de 22 kg/m², desenvolvimento puberal normal, estágio de Tanner M5P5. Exame especular com canal vaginal de 5 cm e ausência de colo uterino, comprovado ao toque vaginal. Realizou ecografia transvaginal que evidenciou útero medindo 5,2 x 4,1 x 2,7cm (vol 30 cm³), ausência da porção distal do colo e canal cervical, ovários de aspecto usual. Em paralelo, realizou ressonância nuclear magnética (RNM) de pelve com uso de gel endovaginal, sendo evidenciado somente o segmento distal da vagina, medindo 3,5 cm de comprimento. Os dois terços proximais da vagina e o colo uterino não foram identificados. O corpo uterino é único, com forma habitual, e ovários de configuração anatômica. Com esses dados, foi realizado diagnóstico de agenesia cérvico-vaginal. DISCUSSÃO: Malformações mullerianas são anomalias congênitas do trato genital e sua causa não é bem entendida, sendo o tratamento controverso. A histerectomia chegou a ser o tratamento de escolha; no entanto, devido aos avanços da cirurgia minimamente invasiva, procedimentos como a anastomose útero-vaginal têm sido propostos. Em pacientes jovens, sem desejo reprodutivo imediato, pode-se optar pela supressão do ciclo menstrual medicamentosa, para minimizar o desconforto cíclico e evitar/tratar possíveis focos de endometriose. Já naquelas com desejo reprodutivo, pode se pensar nas técnicas de reprodução assistida com transferência de embriões ou gametas para as trompas. Em caso de indicação de histerectomia, pode se considerar o congelamento de óvulos ou embriões para melhores resultados para futuras gestações em útero de substituição. As abordagens devem ser sempre individualizadas, devendo-se considerar os aspectos anatômicos, clínicos e o desejo da paciente.

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65. AS FASES DA LUA E AS ESTAÇÕES DO ANO INFLUENCIAM NA TAXA DE SUCESSO DA FERTILIZAÇÃO IN VITRO? Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva - Porto Alegre - RS Kobe, LM; Hentschke, MR; Siqueira, ALF; Viégas D, Michelon, JR. INTRODUÇÃO: Em diferentes culturas, o ciclo lunar e as estações do ano estão relacionados com a reprodução humana, em particular com a fertilidade, menstruação e parto. A lua apresenta um efeito direto sobre as marés: visto que o corpo humano é composto de 80% por água, acredita-se que o efeito da força gravitacional da lua poderia contribuir para as mudanças cíclicas dentro deste. Estudos demonstram que mulheres menstruam mais em torno da lua nova e ovulam na lua cheia, aumentando a probabilidade da concepção neste período. As estações do ano influem sobre nossa exposição luminosa e temperatura corporal. Estudos já demonstraram a influência das estações na qualidade do sêmen humano e na taxa de eventos isquêmicos cardíacos. Acredita-se que possa haver uma relação entre os eventos naturais e os desfechos reprodutivos em pacientes submetidas às Técnicas de reprodução assistida (TRA). OBJETIVOS: Avaliar a taxa de produção oocitária e gestação clínica em relação às fases da lua e as estações do ano em pacientes submetidas à TRA. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo, realizado a partir da análise de dados de 329 pacientes, no período de 2008 a 2017, em uma clínica de Reprodução Assistida, em Porto Alegre. As variáveis avaliadas foram a fase da lua e as estações do ano em três momentos (data de início do estímulo, da aspiração dos folículos e da transferência dos embriões) em relação aos desfechos. Os desfechos mensurados foram: taxa de recuperação de oócitos e gestação clínica. Os dados foram apresentados em percentuais e analisados através do teste do qui-quadrado; SPSS v.21 para Windows. RESULTADOS: A idade das pacientes foi de 36,5 ± 4,0 anos. A mediana de oócitos recuperados foi de 8,0 (4,5 13,0). Ao compararmos a taxa de oócitos recuperados e gestação clínica nas diferentes estações do ano e fases da lua, não houve diferença estatística (p>0,05). Foi visto uma correlação negativa entre idade materna com número de óvulos recuperados (r= -0,326; p 0,001). CONCLUSÕES: Não foi observada diferença estatística entre os fenômenos naturais estudados e o sucesso da TRA, não sendo possível fazer tal associação, nesta amostra de pacientes. A correlação entre oócitos recuperados e a idade materna esta de acordo com a literatura.

66. CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS EM PACIENTES ONCOLÓGICOS: PERFIL DE HOMENS QUE BUSCAM A PRESERVAÇÃO DA FERTILIDADE EM UM CENTRO DE MEDICINA REPRODUTIVA Universidade do Vale dos Sinos, São Leopoldo, RS; Fertilitat-Centro de Medicina Reprodutiva, Porto Alegre, RS Carvalho KV; Baldi FMW; Hentschke MR; Kobe LM*; Petracco A; Badalotti M INTRODUÇÃO: Os avanços na terapêutica oncológica e a eficácia dos tratamentos, associados a um diagnóstico precoce, trazem aos pacientes uma considerável chance de cura da doença. Entretanto, não se consegue garantir que os tratamentos de quimioterapia, radioterapia e/ou cirúrgicos não causem danos à saúde reprodutiva. Desta forma, torna-se importante preservar a fertilidade destes pacientes. Nesse contexto, uma das técnicas utilizadas para preservação da fertilidade masculina é a criopreservação de gametas, que visa o congelamento e armazenamento de células e tecidos. OBJETIVO: Conhecer o perfil dos homens portadores de neoplasias malignas que procuram preservar sua fertilidade através da criopreservação de sêmen. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal e retrospectivo, realizado a partir da análise de dados de pacientes masculinos que realizaram a criopreservação de sêmen no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2016, em um Centro de Medicina Reprodutiva, em Porto Alegre. Foram excluídos pacientes que buscaram a criopreservação por motivos não oncológicos. RESULTADOS E CONCLUSÕES: O estudo incluiu 118 participantes com idade média de 30,7 anos (14-59 anos). Do total, 94,1% eram caucasianos e 41,5% apresentavam ensino superior completo. Ademais, 44,1% eram solteiros e 74,5% não possuíam filhos. 91,5% dos pacientes realizaram a coleta de sêmen antes de iniciar o tratamento oncológico. O tipo de tumor de maior ocorrência foi o de testículo, correspondendo a 56% dos diagnósticos, seguido do Linfoma Hodgkin e não Hodgkin com 16,1%. A especialidade médica que mais encaminhou pacientes para a criopreservação foi a oncologia com 40,7%, seguido da urologia com 29,7% e hematologia com 11%. Em suma, os resultados demostraram que o perfil dos homens com câncer que realizaram criopreservação de sêmen são jovens adultos, solteiros, sem filhos, grande parte com ensino superior completo, preocupados em manter sua capacidade reprodutiva após a terapêutica oncológica. Os dados trazem a reflexão sobre barreiras culturais e financeiras envolvidas para a realização da criopreservação. Sugere-se que mais pesquisas sobre o tema sejam realizadas; e que medidas educativas e de incentivo para prevenção da fertilidade masculina sejam consideradas pelos profissionais de saúde que atendem pacientes oncológicos.

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67. GUILLAIN- BARRÉ E GESTAÇÃO - DESFECHO FAVORÁVEL Hospital Universitário São Francisco de Paula *Canali M; Manta B.A; Marchionatti C; Sclowitz K.T.I INTRODUÇÃO: A Síndrome de Guillain Barré é uma polineuropatia desmielinizante aguda, frequentemente associada a infecções de vias respiratórias ou gastrointestinal, ou recente imunização. As gestantes podem ser acometidas porem a incidência é baixa. Os sintomas iniciais são geralmente dor, alterações de sensibilidade, fraqueza muscular com início nos pés e nas mãos. O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas e na exclusão de outras causas, pode ser apoiado por exames como estudos da condução nervosa e análise do liquido cefaloraquidiano. O tratamento imediato com imunoglobulina por via intravenosa ou plasmaferese, juntamente com cuidados de apoio, permite uma boa recuperação na maioria das pessoas. Relato de Caso: Paciente N.P., feminino, 32 anos, G1, sorologias negativas, toxoplasmose suscetível, IG. 32 semanas por US do dia 09/06/2016 com 6 semanas e 5 dias, hipertensa em um uso de metildopa 250mg 3x ao dia, chega ao serviço de atendimento obstétrico do hospital Universitário São Francisco de Paulo com queixa de parestesia assimétrica em membros inferiores e superiores com piora progressiva, há poucos dias e sem queixas obstétricas. Paciente foi internada para avaliação neurológica e exames laboratoriais no dia 02/12/2016, os exames laboratoriais não apresentaram nenhuma alteração, porem a avaliação neurológica mostrou diminuição da força em membro inferior direito grau 3, orientanda realizar RNM de crânio, RNM no dia 07/12 não apresentou alterações. No decorrer, paciente apresentou piora clinica relatando constipação intestinal, dificuldade de fala e para deambular, sendo então, solicitado nova avaliação neurológica. Dia 14/12 vista pelo neurologista, força grau zero em ambos os membros inferiores, foi realizado punção lombar que evidenciou líquor com pressão normal, celularidade sem alterações e proteínas aumentadas, caracterizando a dissociação albumino-citológica, típico da Síndrome Guillain Barré. Paciente encaminhada aos UTI para realizar tratamento com imunoglobulina por 5 dias, obtendo boa resposta ao tratamento, melhorando o quadro parestesico e parésico de membros inferiores. Deu alta da UTI dia 20/12 retornando a maternidade para acompanhamento obstétrico e clinico. Realizou novo US obstétrico o qual sem alterações. Paciente recebeu alta dia 27/12 para acompanhamento de pré-natal. Discussão: A síndrome de Guillan-Barre, mesmo sua incidência sedo baixa pode acometer gestantes. A interrupção da gestação não produz melhora no quadro clinico e também não a riscos evidentes para o concepto por isso não há necessidade de interrupção ou aborto terapêutico. O tratamento de preferência em gestantes é a imunoglobulina humana intravenosa.

68. FATORES GESTACIONAIS RELACIONADOS AOS ÓBITOS FETAIS NUM HOSPITAL DO SUL DE SANTA CATARINA: UM ESTUDO CASO-CONTROLE Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Tubarão/SC - Brasil Mahmud MRS*; Dexheimer M; Willig D INTRODUÇÃO: A Taxa de Mortalidade Fetal (TMF) no Brasil é alta, mostrando a importância da determinação dos fatores nela envolvidos. OBJETIVO: verificar a frequência dos fatores de risco em gestações com desfecho de óbito fetal (OF) em um hospital do Sul de Santa Catarina, Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: estudo do tipo caso-controle, incluindo casos atendidos no período de 1 de janeiro de 2012 a 31 de Agosto de 2017. Foram incluídos 88 casos (natimortos) e 176 controles (nativivos), cujas parturientes deram entrada no serviço de obstetrícia. Utilizou-se o teste t de Student e a ANOVA para a comparação das médias, e o Qui-Quadrado e o teste exato de Fisher para verificar associação entre variáveis categóricas, com nível de significância de 5%. A força da associação foi estimada pelo risco relativo (OR), calculando seu intervalo de confiança a 95%. RESULTADOS E CONCLUSÃO: a TMF correspondeu a 6,08/1.000 nascimentos. Ocorreu significância estatística entre o OF e as seguintes variáveis: realização de menos de seis consultas de pré-natal (OR=3,91; IC95%=2,27-6,74); febre à internação (OR=5,68; IC95%=1,07-29,98); síndromes hipertensivas (OR=3,16; IC95%=1,55-6,44); infecção do trato urinário na gravidez (OR=2,73; IC95%=1,48-5,04); rastreio positivo para sífilis na gestação (OR=7,49; IC95%=2,0-27,98); malformações congênitas fetais (OR=7,45; IC95%=2,35-23,61); parto vaginal (OR=5,63; IC95%=3,12-10,17); idade gestacional inferior a 37 semanas (OR=9,76; IC95%=5,2-18,31); aplicação da vacina antitetânica há menos de cinco anos (OR=0,36; IC95%=0,15-0,86) e realização de pré-natal (OR=0,12; IC95%=0,03-0,44). Logo, identificou-se como fatores de risco para OF a realização de menos de seis consultas pré-natais, febre à internação, síndromes hipertensivas, história de infecção do trato urinário e rastreio positivo para sífilis na gestação e malformações congênitas fetais. Já a realização de pré-natal e a aplicação da vacina antitetânica em menos de cinco anos demonstraram-se fatores de proteção.

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69. GASTROSQUISE E A REALIZAÇÃO DO EXIT LIKE: RELATO DE CASO Hospital Universitário de Santa Maria - Santa Maria/RS *Kavalco, TF; Paz, MS;Soares, KB; Klein, VG; Santos, CM; Gallarreta, FMP; Konopka, CK. INTRODUÇÃO: A gastrosquise ocorre em 1 a cada 4.000 nascimentos, com igual prevalência em ambos os sexos. O desenvolvimento normal da parede abdominal anterior depende da fusão de quarto dobras ectomesodérmicas. Defeitos na formação da parede abdominal podem ocorrer devido a falhas nessas dobras, responsáveis pelo fechamento ventral da parede abdominal. A evisceração pode danificar as alças intestinais, que ficam expostas diretamente ao líquido amniótico. O exame ultrassonográfico (US) seriado deve ser preconizado após a 24ª semana de gestação, para avaliar o crescimento fetal e a situação das alças intestinais. O tratamento preconizado para a gastrosquise deve ser o mais precoce possível após o parto e existe hoje uma nova abordagem, que combina parâmetros ultrassonográficos objetivos e cirurgias imediatas zero minute para tratar a doença, chamada procedimento SIMILE EXIT ou EXIT-like. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 23 anos, G4Pv3A0, encaminhada ao pré natal de alto risco HUSM por apresentar em US obstétrico massa ecogênica em parede abdominal, justa umbilical. Ao US morfológico: presença de alças intestinais livres no líquido amniótico, vasos umbilicais inserem-se à esquerda do orifício herniário. Pré-natal sem intercorrências, realizava US quinzenal para avaliação do índice de redutibilidade para programação de nascimento e realização da técnica SIMILE EXIT. Último US obstétrico: IG 34+1, índice de redutibilidade = 0,2. Em conjunto com a equipe de cirurgia pediátrica, recém nascido (RN) nasceu sob anestesia geral, monitorado e ofertada máscara de O2 logo após o nascimento. Realizada redução de alças intestinais (SIMILE EXIT) com sucesso. Após, foi clampeado cordão umbilical e encaminhado para UTI Neonatal. RN recebeu alta hospitalar com 14 dias de vida e segue acompanhamento com as equipes de pediatria e cirurgia pediátrica. DISCUSSÃO: O uso do procedimento EXIT-like para a correção de gastrosquise é viável em casos selecionados, assim como o realizado no serviço medicina fetal do HUSM, e pode melhorar o desfecho neonatal ao reduzir o tempo de permanência na UTI neonatal e a morbidade neonatal.

70. LINFANGIOMA: RELATO DE CASO Hospital Universitário de Santa Maria/ Santa Maria/ RS *Paz, MS; Kavalco, TF; Soares, KB; Klein, VG; Santos, CM; Gallarreta, FMP; Konopka, CK. INTRODUÇÃO: Os linfangiomas são malformações linfáticas congênitas frequentemente presentes ao nascimento, causadas por alterações no desenvolvimento linfático normal. A maioria dos linfangiomas é cervical, geralmente no triângulo posterior. Representam 5,6% de todos os tumores benignos da infância. A ultrassonografia (US) é o primeiro método na avaliação fetal, por ser de baixo custo e não invasivo, com resultado imediato. A maioria dos diagnósticos de linfangioma é feita principalmente no segundo e terceiro trimestres de gestação, sendo identificados como massas císticas, multisseptadas e de paredes finas, próximas à cabeça ou pescoço fetal, na grande maioria dos casos. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 16 anos, primigesta, internou com idade gestacional (IG) 36 semanas e 1 dia para investigação de estrutura anecóica, de paredes espessadas e septações internas junto ao gradil costal esquerdo fetal evidenciada por US obstétrico com IG 35 semanas, e para planejamento do nascimento. US obstétrico com IG: 36 semanas e 2 dias evidenciou tumoração em região torácica posterior de aspecto misto, medindo 4,4 x 6,7 x 3,6 cm (vol: 55 cm3), sugestivo de linfangioma torácico. Realizado acompanhamento e parto cesariana ocorreu com IG 39 semanas. Recém nascido (RN) nasceu com peso 4445g, apgar 8/9 e foi encaminhado para UTI Neonatal para investigação e programação de correção cirúrgica. Ao Ecodoppler do RN evidenciou-se lesão expansiva cística finamente heterogênea com finas septações na profundidade da linha axilar anterior esquerda de aproximadamente 4,7 x 4,7 x 4,1 cm com volume 49cc, não foi notada vascularização interna ou periférica exceto vasos da região axilar ao estudo doppler, hipótese diagnóstica: higroma cístico septado avascular ou linfoceles. Realizada correção cirúrgica. Resultado do anatomopatológico compatível com linfangioma. RN evoluiu bem após procedimento, recebendo alta hospitalar com 17 dias de vida. DISCUSSÃO: O prognóstico do feto portador de linfangioma depende da associação com outras mal formações, podendo variar desde a inviabilidade neonatal até a eventual resolução da anomalia, caso tratar-se de afecção isolada e não associada a síndromes genéticas.

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71. PARVOVIROSE NA GESTAÇÃO: RELATO DE CASO Hospital Universitário de Santa Maria/ Santa Maria/ RS *Kavalco, TF; Paz, MS; Soares, KB; Klein, VG; Santos, CM; Gallarreta, FMP; Konopka, CK. INTRODUÇÃO: O parvovírus B19 é um vírus DNA transmitido por contato ou por via respiratória. Dentre os adultos, a maioria tem infecção assintomática. No feto, o quadro de infecção está associado com aborto, hidropsia não-imune e natimorto, especialmente se adquirida na primeira metade da gestação. O objetivo é descrever o quadro clínico e ultrassonográfico da infecção pelo parvovírus B19 em gestante, com repercussão materna e transmissão vertical, causando no feto hidropsia não imune. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 26 anos, secundigesta com um parto vaginal. Apresentou quadro de hidropsia fetal identificado no ultrassom (US) morfológico de segundo trimestre. Internou para investigação do quadro fetal. Tipagem sanguínea A positivo, solicitadas sorologias, que detectaram infecção por parvovírus B19. Feto com ascite importante, derrame pleural e anemia com hemoglobina fetal estimada em 5,9 gr/dL. Com 23 semanas, gestante internou novamente devido a aumento de 12 Kg em 1 semana, anasarca, dispneia com piora progressiva e ecocardiograma demonstrando insuficiência valvar tricúspide importante e hipertensão pulmonar. Às 24 semanas, o quadro de hidropsia fetal se resolveu espontaneamente e o seguimento quinzenal foi mantido até melhora da anemia fetal. Manteve pré natal até 38 semanas, quando ocorreu parto vaginal. RN masculino, Apgar 9 e 10, peso de 3345g, sem sequelas da parvovirose. Puérpera manteve acompanhamento com cardiologia até resolução da hipertensão pulmonar e insuficiência tricúspide. DISCUSSÃO: Os casos de parvovirose na gestação são pouco frequentes. O caso relatado registra a resolução do quadro fetal, sem necessidade de transfusão e desenvolvimento de insuficiência cardíaca transitória na gestante. Os efeitos no feto são principalmente causados pela anemia, devido à destruição das células responsáveis pela eritropoiese, podendo levar à insuficiência cardíaca, hidropsia fetal e óbito. A maioria dos fetos infectados pelo parvovírus B19 tem resolução espontânea do quadro, sem desfechos adversos e sem sequelas a longo prazo. Demonstra-se neste caso a heterogeneidade do quadro clínico no adulto, na maioria das vezes assintomático, e a alta transmissão vertical no início da gestação.

72. A RELEVÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS SARCOMAS PRIMÁRIOS MAMÁRIOS E SUA POTENCIAL EVOLUÇÃO METASTÁTICA Universidade de Santa Cruz do Sul - Santa Cruz do Sul - Rio Grande do Sul, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - Porto Alegre - Rio Grande do Sul, Universidade Federal da Fronteira Sul - Passo Fundo - Rio Grande do Sul, Universidade Franciscana - Santa Maria - Rio Grande do Sul. Bender HH; Costa F; Duarte CC; Duarte JFMN; Ferri RC; Mariani* PP; Piantá CD; Spode GD. INTRODUÇÃO: Os sarcomas mamários primários representam 1% de todos os cânceres de mama. O diagnóstico ocorre em média entre 14 e 82 anos e o tratamento de primeira escolha é cirúrgico. Os sarcomas têm crescimento rápido e são potencialmente metastáticos, o que justifica a importância do manejo imediato. Entretanto, a variedade de subtipos de sarcomas mamários pode prejudicar o diagnóstico, piorando o prognóstico das pacientes. RELATO DO CASO Paciente feminina, 65 anos, com hipóteses diagnósticas iniciais de sarcoma primário mamário, sarcoma metastático e carcinoma mamário. Ao exame físico, apresentou massa tumoral de cerca de 15cm ocupando o quadrante superior externo da mama direita, deslocando o parênquima mamário caudalmente. Ausência de linfonodos palpáveis em axila direita ou alterações em mama e axila esquerdas. A ecografia mamária evidenciou massa tumoral predominantemente sólida à direita com BIRADS 5. Optou-se por tratamento cirúrgico, com biópsia transoperatória que confirmou malignidade. Realizou-se mamoplastia oncológica para ressecção da massa tumoral com margem de segurança (2.595g e 21x20x11,5cm) seguida de reconstrução parcial com retalho toracolateral, sem linfadenectomia axilar. Exames de imagem comprovaram a ausência de metástases e a imuno-histoquímica foi compatível com carcinoma metastático de mama. Como a história clínica da paciente não condizia com carcinoma mamário, foi diagnosticada com sarcoma primário. A paciente passou a realizar consultas trimestrais com boa evolução, porém, um ano após a cirurgia, apresentou neoplasia mesenquimal infiltrativa em mucosa brônquica, sugestiva de sarcoma metastático. Paciente apresenta quadro clínico estável, em avaliação de equipe multidisciplinar. DISCUSSÃO Os sarcomas primários mamários são raros e apresentam-se como massa indolor, sendo a média de idade dos pacientes de 46,8 anos. O crescimento tumoral rápido e difuso, associado ao estudo histológico pouco conclusivo e ao ensaio imuno-histoquímico de difícil esclarecimento retarda o diagnóstico dos sarcomas, visto que os achados anatomopatológicos de células fusiformes de etiologia desconhecida são compatíveis com carcinoma metastático de mama. Dessa forma, é imprescindível uma avaliação clínica criteriosa para o diagnóstico correto e precoce. O tratamento cirúrgico é realizado com retirada de margens de segurança e reconstrução parcial da mama sem esvaziamento axilar, apresentando-se como terapia potencialmente curativa. O sarcoma primário mamário com estadiamento inicial negativo para metástase pode progredir para sarcoma metastático, sendo o principal sítio acometido os pulmões, com tempo médio de 59 meses entre o diagnóstico inicial e o metastático. Por conseguinte, é importante ressaltar que a escassez de estudos publicados sobre sarcomas mamários torna limitado o conhecimento sobre o seu desenvolvimento, diagnóstico e manejo.

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73. CONDILOMATOSE VULVAR RECIDIVANTE EM PACIENTE PÓS VULVECTOMIA RADICAL Universidade Católica de Pelotas Silveira, GS*; Ribeiro Neto, PC; Ferreira, AV; Tomaszeski, RH; Rocha, CLA; Manta, AB INTRODUÇÃO: O papilomavírus humano é responsável por a grande maioria dos casos de condilomas vaginais e vulvares, sendo o subtipos 6 e 11 os mais prevalentes e no geral, menos oncogênicos. Tanto o tratamento químico como o cirúrgico são insuficientes para erradicar completamente as células infectadas, visto que o HPV pode permanecer latente. A recorrência depende de diversos fatores clínicos e imunológicos do paciente e da extensão da doença. RELATO DE CASO: A.G.S, 21 anos, sexo feminino, procura atendimento no HUSFP em 2006 apresentando lesões condilomatosas (HPV) em vulva e região perianal. Realizou tratamento com ácido tricloroacético, e intervenções posteriores por recidivas nos anos subsequentes. Em 2010 foi diagnosticada com NIV III com microinvasão através biópsia. Prosseguiu com realização de biópsias e exames de imagem para estadiamento. Realizou vulvectomia radical modificada com linfadenectomia, colostomia e retirada de condilomas, sendo diagnosticada com carcinoma epidermoide bem diferenciado dominantemente intraepitelial NIV III, com margens livres e ausência de metástase. Retosigmoidoscopia realizada evidenciou condiloma aculminado perianal e em borda anal. Prosseguiu com acompanhamento no ambulatório da UCPel. Em 2012, foi evidenciado novas lesões papilomatosas compatíveis com HPV. Realizou tratamento com Ácido tricloroacético em inúmeras ocasiões, imiquimode, fitoterápicos, além da imunização com vacina quadrivalente. Apesar disso, as lesões eram resistentes e apresentavam recidiva após o tratamento. Em 2016, realizou eletrocauterização em bloco cirúrgico e nova biópsia de lesões descritas na literatura como "lesão em tapete". Em 2018, realizou novamente eletrocauterização em bloco cirúrgico devido à piora clínica. A biópsia realizada nessa ocasião evidenciou novamente lesões de displasia grave. Foi optado por fazer uso de imunossupressor da classe dos inibidores de calcineurina (Tracolimo), e retorno para realização de vulvoscopia. Durante os anos de acompanhamento, a paciente nunca apresentou lesões em canal vaginal e colo do útero, além de manter citopatológico sem alterações. DISCUSSÃO: O tratamento das lesões condilomatosas deve ser individualizado para cada paciente. Não há evidências na literatura de superioridade significativa entre as abordagens. No que se refere ao caso acima, todas as abordagens descritas foram aplicadas. O uso do imunossupressor é justificado pela falta de condições para nova ressecção.

74. A IMPORTAÂNCIA DO ULTRASSOM (US) NO DIAGNÓSTICO DE MALFORMAÇÕES FETAIS Hospital Universitário São Francisco de Paula(HUSFP), Pelotas-RS Manta, Adriane; Haical, Pedro Henrique; Rosa, Graziele; Fogaça, T.B; Marchionatti, C.F; INTRODUÇÃO: A gastrosquise é um defeito na parede abdominal, localizado em região paraumbilical, associado à exteriorização do intestino fetal. É uma condição rara, variando de 3 a 4 por 10.000 nascidos vivos. Estudos tem demonstrado um aumento de casos em filhos de mulheres jovens abaixo de 20 anos de idade devido a fatores ligados ao seu estilo de vida (como hábito de fumar, uso de drogas ilícitas, consumo de álcool, baixo índice de massa corporal e aumento da ocorrência de infecção do trato urinário. O diagnóstico durante o pré-natal se faz através de exame ultrassonográfico (US). Não se tem uma causa certa e diversas hipóteses tem sido propostas, entretanto sabe-se que envolve um defeito na formação ou rompimento na parede abdominal no período embrionário, resultando em herniação do intestino do feto. RELATO DE CASO: Paciente MLSM, 16a, branca, solteira, primigesta, A+, IG: 34s+2d por US obstétrica, sem histórico de uso de drogas lícitas e/ou ilícitas, em tratamento de hipotireoidismo gestacional, com regularidade em consultas pré-natais e com feto diagnosticado com gastrosquise em US obstétrica precoce. Chega a maternidade do HUSFP com queixa de febre (37,7ºC), contrações e apresentando US obstétrico recente evidenciando dilatação da luz intestinal de 9 mm. Internou para realização de exames laboratoriais e nova US obstétrica para controle. Porém após internação, paciente queixou-se de diminuição da movimentação fetal. Apresentou cardiotocografia fetal com comprometimento da vitalidade fetal. Decidiu-se pela interrupção da gestação através de parto cesariano, de RN do sexo feminino, com apgar 8/9, pesando 2455g e apresentando ao nascimento gastrosquise com exteriorização de bexiga, intestino grosso e intestino delgado. Foi encaminhado para UTI Neonatal para manejo clínico. Sendo realizada cirurgia corretiva com técnica de intervenção mínima descrita por Bianchi e Dickson, no dia posterior. DISCUSSÃO: A facilidade de se realizar um US durante o pré-natal tornou possível o diagnóstico cada vez mais precoce das malformações fetais, promovendo um melhor cuidado materno-fetal. Dessa forma, torna-se possível uma rápida intervenção cirúrgica quando for necessário, melhorando assim, o prognóstico e qualidade de vida do paciente.

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75. HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA PRÉ-TRUNCAL NÃO ANEURISMÁTICA APÓS RAQUIANESTESIA EM GESTANTE: RELATO DE CASO Hospital Universitário São Francisco de Paula(HUSFP), Pelotas-RS Haical* PHC ; Manta AB; Talamini, GC; Silva GG; Silva, RS; Ferreira, AV; Sell, HC INTRODUÇÃO: A hemorragia subaracnóidea pré-truncal não aneurismática (HSA-P) é uma entidade benigna e pouco compreendida que caracteriza-se por hemorragia no espaço cisternal anterior ao tronco encefálico e ausência de anormalidades na angiografia cerebral. Apresentamos um caso de HSA-P em puérpera submetida a parto cesáreo com raquianestesia que foi inicialmente diagnosticada com cefaleia pós-raquianestesia(CPR). RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 34 anos, hígida, Gesta 3/Para 1/Aborto 1, IG 36s+1d, apresentando restrição de crescimento intrauterino, vem transferida ao nosso serviço devido trabalho de parto prematuro. Após completar o termo sem intercorrências, foi submetida a parto cesariano devido falha de indução. Ato cirúrgico sem intercorrências. No 3º dia de puerpério apresentou queixas de cefaleia frontal que piorava com o ortostatismo. Foi realizado tratamento conservador para CPR pelo período de dois dias. Devido piora da cefaleia e início de meningismo associado a vertigem, episódio de paresia de membros inferiores e distúrbios esfincterianos, foi solicitado tomografia computadorizada (TC) de crânio sem contraste a qual evidenciou hemorragia na região perimesencefálica. Paciente foi transferida para leito de unidade de terapia intensiva (UTI) para manejo neurointensivo e submetida a AngioTC de crânio que não evidenciou anormalidades, o que levou ao diagnóstico de HSA-P. A paciente apresentou boa evolução clínica, com resolução completa dos déficits e melhora da cefaleia. DISCUSSÃO: A etiologia da P-HSA não é claramente conhecida, mas acredita-se que ocorra devido a ruptura de veias ou capilares perimesencefálicos. Alguns autores sugeriram a associação desta entidade com anormalidades na anatomia venosa e hipertensão venosa cerebral, porém a relação causal com gestação ou raquianestesia não foi descrita. A manifestação clínica principal é a cefaleia severa. Meningismo, fotofobia e náuseas são outros sintomas comuns. Diferentemente de outros tipos de HSA a perda de consciência é rara. O diagnóstico baseia-se no exame de imagem relevando sangue restrito ao espaço cisternal basal sem acometimento ventricular significativo e a ausência de anormalidades angiográficas. O tratamento consiste em manejo sintomático e observação em UTI até melhora do quadro. O prognóstico é bom e a taxa de ressangramento e vasoespasmo é baixa. Este relato descreve uma ocorrência rara e sua associação incomum com puerpério e raquianestesia. Destaca-se a importância de considerar patologias intracranianas como HSA no diagnóstico diferencial de cefaleia no período puerperal, especialmente se persistentes e/ou associadas a outros sintomas meningoencefálicos.

76. TETRALOGIA DE FALLOT - DESFECHO Hospital Universitário São Francisco de Paula(HUSFP), Pelotas-RS Carvalho,NX; Siveris, B; Nicola, G; *Haical, PHC; Manta, AB; Maduell, MCP INTRODUÇÃO: Modificações fisiológicas são esperadas na gestação normal como a síndrome hipercinética, onde as alterações mais expressivas ocorrem no débito cardíaco (DC) e na redistribuição de fluxos sanguíneos, sendo menores as repercussões na frequência cardíaca e na pressão arterial. Sopros sistólicos, extrassístoles e desdobramento de bulha são frequentes. Em geral, o eletrocardiograma não se altera. Espera-se diminuição da pressão arterial e da resistência vascular periférica. Já durante o trabalho de parto o DC é maior. Por sua vez, a condição patológica da Tetralogia de Fallot traz sinais de pior prognóstico quando: marcante diminuição da saturação arterial de oxigênio, obstrução residual do fluxo de saída ventricular direita, com severa elevação da pressão ventricular e hematócrito materno acima de 62%. Pacientes com essa condição previamente submetidas à correção cirúrgica geralmente suportam bem a gestação, com índice de complicações de 12%. Nas pacientes sem correção cirúrgica ou com lesões cardíacas complexas cianóticas, costuma ocorrer piora do grau de cianose e hipoxemia secundárias ao aumento do débito associado à queda da resistência vascular periférica, bem como aumento da incidência de fenômenos tromboembólicos. O risco de complicações ainda persiste por vários meses após o parto, com maior risco de descompensação. RELATO DE CASO: T.M.F.L, feminino, 26 anos, IG 39+2, primigesta. Procura a maternidade do HUSFP no dia 15/03/18. Encaminhada do pré-natal de alto risco por ser portadora de Tetralogia de Fallot, com história prévia de duas cirurgias cardíacas em 2009. Ao exame: PA 120x70, AC: RR com presença de sopro audível em todos os pontos de ausculta, BCF 144, movimentos presentes, toque vaginal M/P/2,5. Ecocardiofetal e USG normais. Foi realizada cesariana no dia 16/03, devido à patologia materna. Foram realizadas ampicilina e gentamicina como profilaxia do ato cirúrgico. RNUV, feminino, Apgar 8/9, peso: 3.140g. Durante a internação não apresentou intercorrências clínicas, manteve-se hemodinamicamente estável com cardiopatia compensada. DISCUSSÃO: Embora não seja ainda muito elevado o número de mulheres grávidas com Tetralogia de Fallot, tem havido relatos de gestações bem sucedidas, mas para isso é necessário reconhecer a patologia e iniciar o acompanhamento desta síndrome o mais precoce possível, a fim manter o bem estar materno-fetal.

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77. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM PASSO FUNDO: CINCO ANOS DE REDUÇÃO Imed-Passo Fundo-Rio Grande do Sul Dalla Libera* R; Rosa Filho L A; Assmann L L; Dal Piva D; Costa C. INTRODUÇÃO: A gravidez na adolescência pode acarretar complicações obstétricas, com consequências para a mãe e o recém-nascido, bem como problemas psicológicos, sociais e econômicos. Ela está associada diretamente com a baixa renda e escolaridade, pouca perspectiva de futuro e ao início precoce da vida sexual. As informações necessárias a uma boa educação sexual, prevenindo a gravidez prematura, dependem, em boa parte, da família e da escola e da efetivação de diálogos constantes e sem tabus ou preconceitos sobre a sexualidade. As informações, em tempo correto e idade apropriada, sobre o uso de métodos contraceptivos adequados também se revelam importante no combate à gravidez precoce. Destaca-se, ainda, a importância do estímulo dos adolescentes à reflexão frente a seus comportamentos, angústias e inseguranças relacionadas ao tema, de modo a lhes possibilitar escolhas conscientes no que se refere à atividade sexual e à prevenção de gravidez. OBJETIVOS: O presente trabalho tem o objetivo de descrever o número de gestações em adolescentes entre os anos de 2012 e 2017 no município de Passo Fundo, norte do Rio Grande do Sul, e os fatores relacionados à sua prevenção e consequências. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal descritivo com base em série histórica do (BI) da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS). Foram analisados os registros de nascimentos da cidade de Passo Fundo desde 2012 até o fim de 2017, identificando-se os nascimentos de mães com até 19 anos de idade. A regressão linear simples foi utilizada para obter um modelo que permitisse predizer a porcentagem de adolescentes grávidas (PAG) em função dos anos em que a série histórica foi considerada. A normalidade dos dados foi aferida pelo teste de Kolgomorov-Smirnov (K-S). As análises foram efetuadas com o software SPSS Statistics v. 23. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Passo Fundo teve 17.226 registros de nascimentos do início de 2012 até dezembro de 2017, sendo 2.635 de mães menores de 19 anos. No período estudado houve redução absoluta de 22,05% do número de mães adolescentes. Em 2012, a porcentagem de adolescentes grávidas era de 17,01%, em 2013, foi de 16,91%, em 2014, de 15,86%, em 2015, de 15,02%, em 2016, de 13,78% e, finalmente, em 2017, de 13,26%. A regressão linear simples permitiu identificar a variável ano ( = -0.8306; t (70) = -4,312; p 0,001) como preditora significativa da porcentagem de adolescentes grávidas (PAG). O modelo ajustado é, então, PAG = 1688,544 - 0,830*Ano, altamente significativo, embora explique uma proporção relativamente baixa da PAG [F(1,7) =18, 59; p 0,001; r2 = 0,209)], mas houve tendência decrescente ao longo do período estudado. Outros estudos brasileiros mostram, também, tendência à queda, mas em outros patamares. Dentre os motivos para essa diminuição encontra-se o aumento na escolarização, o aumento do número de mulheres no mercado de trabalho e, ainda, a democratização no acesso aos contraceptivos.

78. PERCRETISMO PLACENTÁRIO - RELATO DE CASO Instituto de Saúde São Lucas Pato Branco Renata Clazzer, Felipe de Bem Scarsanela, Igor Chiminácio I.A.F, feminino, 34 anos, G6P4A1, gestante de 24 semanas, solicitou o serviço de atendimento móvel de urgência devido a perda de secreção sanguinolenta via vaginal. Paciente relata os mesmos sintomas há semanas em menor quantidade além de suspeita de diagnóstico ultrassonográfico de carcinoma de bexiga. EXAME FÍSICO: REG com PA 70/40 mmHg, BCF 171bpm em quadro de hipovolemia e hematúria maciça. CONDUTA: em mapeamento por US das vias urinárias foi verificado massa intra-vesical de 12x6,5cm, juntamente com dilatação de ureter esquerdo 1,3cm. A conduta foi de instalação de sonda com irrigação vesical, obtendo melhora da hematúria. Paciente apresenta quadro de hipotensão e após estabilização foi encaminhada para UTI, com hematúria presente. Em seguimento ao internamento paciente apresenta intercorrência com presença de contrações uterinas 4/4 minutos, juntamente com perda vaginal de grande quantidade de líquido fétido indicando ruptura prematura de membranas, além da indicação de fístula vesico-vaginal devido à obstrução do canal de parto, com perda de substância por necrose secundária a compressão pelo feto. A sonda vesical apresentava-se sem drenagem sendo realizada uma troca de sonda sem saída de líquido encontrando-se a persistência do mesmo pela vagina acompanhado de presença de coágulos. Devido ao quadro de hipotensão sustentado (80x40 mmHg) foi realizado o procedimento de acesso venoso central para uso de droga vasodilatadora noradrenalina. CONDUTA CIRÚRGICA: foi realizada incisão transversal infra-umbilical à Phanesthiel, e visualização de massa heterogênea, composta pela bexiga, útero, além de invadindo estruturas adjacentes, como ureter esquerdo e reto. Realizado primeiramente histerotomia em fundo uterino e retirada de feto com constatação de quadro séptico. Ao realizar dequitação manual foi observado o fato que a placenta encontrava-se aderida e mediante a sangramento agudo, determinou-se a necessidade de realizar uma histerectomia subtotal seguido de ooforectomia. Evolui com quadro hemorrágico franco persistente até que se consegue fazer uma histerectomia subtotal. No espaço entre a bexiga e o útero, conseguimos delimitar um plano de clivagem que seria a parede posterior da bexiga. Realizamos sutura em duas camadas, após cateterização com duplo J bilateral e finalização com instalação de dreno bilateral. EVOLUÇÃO: paciente transferida para UTI com ventilação mecânica e suporte vasopressor titulável, completando metas de ressuscitação. Apresentava quadro séptico porém evoluiu com alta da UTI apenas com diurese com traços hemáticos, e de quantidade satisfatória. Paciente recebe alta com orientação de uso de sonda urinaria com reservatório por 14 dias. PROGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO: paciente encontra-se no segundo mês de seguimento de pós-operatório com boa evolução e cura clínica adequada. O concepto, apesar de na retirada ter pulsação umbilical, não sobreviveu.

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79. TALASSEMIA BETA MINOR E GESTAÇÃO Hospital Universitário São Francisco de Paula - UCPel *Amaral, RP; Manta, AB; Haical, PH; Sousa, KS; Castoldi, MR; Marchionatti, Carla F; Manduell, Marcia INTRODUÇÃO: Talassemia é uma hemoglobinopatia hereditária autossômica recessiva, considerada rara no Brasil, que se caracteriza por uma anemia microcítica hipocrômica, diminuindo a quantidade de oxigênio carreado aos tecidos. Classificada em 2 tipos, alfa, com alterações do cromossomo 16 e beta com alterações do cromossomo 11. Pode se desenvolver da forma minor, quando o paciente tem anemia crônica controlada sem alterações a nível hemodinâmico. Já a forma major há profundo comprometimento, necessitando de transfusões sanguíneas sucessivas. Diagnóstico é feito com eletroforese de hemoglobina. RELATO DE CASO: Paciente E.C.F.S sexo feminino, 28 anos, GIII PCII, é encaminhada à Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Católica de Pelotas para pré-natal de alto risco. Em tratamento para epilepsia com carbamazepina 250mg 2 vezes ao dia e ácido fólico 5mg 2 vezes ao dia e glicinato ferroso 150mg 2 vezes ao dia. Idade gestacional de 25 semanas e 2 dias, A +, solorogias negativas. Refere saber ser portadora de talasemia beta minor há 6 anos. Diagnóstico realizado após última gestação, por anemia persistente, após suplementação com ferro. Apresenta número de hemácias, hemoglobina, hematócrito, VCM, ferritina, saturação de transferrina e ferro sérico normais. Orientada a iniciar acompanhamento hematológico. Ao exame físico paciente com AU 26cm, peso 79kg, PA 110x70mmHg, BCF 160/min, com movimentações fetais presentes, toque vaginal G/P/F, USG com resultados normais. DISCUSSÃO: a talassemia beta minor, conhecida também por traço talassêmico é a forma mais prevalente na população em geral. Não necessita tratamento especifico, exceto durante a gestação. Na gravidez deve-se ter um maior controle das taxas de hemoglobina para que não haja interferência cardíaca e déficit ósseo materno fetal e garantir quantidade suficiente de oxigênio em órgãos e tecidos. O tratamento em geral, não deve ser feito à base de suplementação de ferro pelo risco de hemossiderose, exceto quando ferritina e ferro sérico abaixo do normal. Os altos níveis de ácido fólico e sua suplementação tem demonstrado melhora do hemograma.

80. ENDOMETRIOSE VESICAL: UMA DISCUSSÃO SOBRE A RECIDIVA E O DESENVOLVIMENTO DA PATOLOGIA DURANTE PERÍODO GESTACIONAL Universidade Federal da Fronteira Sul / UFFS e Faculdade Meridional / IMED Damini*, Vanessa; Portela, Silvane Nenê; Jacobo, Andreia; Fuhr, Natatalia Bender; Dalbosco, Simone Nenê Portela. INTRODUÇÃO: A Endometriose é uma doença crônica, estrogênio dependente, caraterizada pela presença de glândulas endometriais e estroma ectópicos. É uma condição subdiagnosticada, com uma prevalência que varia de 1 a 15% na população em geral, e cuja identificação ocorre de forma tardia até 10,4 anos após o início dos sintomas. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 32 anos, histórico de endometriose, confirmada por videolaparoscopia em 2015, após sintomas de dor pélvica crônica. Nesta ocasião, observou-se lesão infiltrativa em bexiga e fórnice vaginal posterior, com acometimento intestinal, sendo realizada cistectomia parcial e "shaving" intestinal. Em 2017, paciente engravidou espontaneamente, e em consulta de pré-natal com 6 semanas de gestação, observou-se uma lesão de 2cm a ultrassonografia transvaginal, sendo possível recidiva de lesão endometriótica. Pré natal transcorreu bem. Na 37ª semana paciente foi admitida em serviço de obstetrícia de um hospital geral a fim de investigar a patologia, sendo constatada pela ecografia uma lesão fortemente suspeita de endometrioma vesical, bem como presença de placenta anterior. Após, realizou-se cistoscopia, observando-se lesão vegetante de aproximadamente 3cm, ulcerada, em fundo vesical à esquerda; complementou-se com a realização de uma ressonância magnética de pelve, cuja imagem possibilitou a visualização de uma placenta prévia (baixa e anterior); sendo descartada a hipótese de acretismo placentário. Paciente foi submetida a cesariana, sem intercorrências, com recém-nascida vigorosa, pesando 3195g com APGAR 09/10. Durante a cesareana foi tralizada lise deaderências e de comum acordo com a paciente foi tomada a decisão derealizar uma nova abordagem com remoção do endometrioma em um segundo tempo no puerpério. DISCUSSÃO: A literatura atual demonstra que o trato urinário é acometido pela endometriose infiltrativa profunda em menos de 1% do total de casos e usualmente está associada a outras formas de endometriose, incluindo intestinais. Devido à alteração hormonal resultante do período gestacional, há uma frequente melhoria ou desaparecimento das lesões de endometriose bem como de seus sintomas durante a gestação. Visto que houve recidiva das lesões endometrióticas após cerca de 2 anos da exérese por videolaparoscopia e aumento da mesma durante o período gestacional, este trabalho justifica-se por trazer a luz a discussão de um caso com um padrão diverso daquele encontrado na literatura.

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81. FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A TROMBOSE DE SEIO VENOSO CEREBRAL DE PACIENTE EM IDADE REPRODUTIVA: RELATO DE CASO Universidade Federal da Fronteira Sul / UFFS e Faculdade Meridional / IMED Damini*Damini, Vanessa; Portela, Silvane Nenê; Dick, Carina Andressa; Scheid, Emanoelle Moreira; Kasperavicius, Jéssica Pasquali; Dalbosco, Simone Nenê Portela. INTRODUCAO: A trombose venosa cerebral (TVC) é uma condição rara, com incidência anual de 0,22 a 1,57 por 100.000¹ ². A incidência nos adultos é maior na terceira década de vida, predominante no sexo feminino, com relação de 3:13 4. A mortalidade é de aproximadamente 30%5, além da possibilidade de sequelas funcionais, comprometendo a qualidade de vida de pacientes jovens. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 41 anos, G4P1C1A1, com IG de 36+2 é atendida na maternidade com queixa de diminuição movimentos fetais. Apresenta AU 32 cm, DU ausente colo fechado e taquicardia fetal sustentada, sendo realizada cardiotocografia confirmando o achado e ultrassonografia que evidenciou ausência absoluta de líquido amniótico. Foi indicada interrupção de gestação., RN feminino, nasceu bem apgar 06 e 08 e anidrâmnio. No transoperatório foram identificadas varizes pélvicas calibrosas à direita com sangramento aumentado, recém-nascido vigoroso. Destacam-se como antecedentes patológicos que a paciente apresentou há 9 anos quadro de crise convulsiva e cefaleia associada a disfasia e hemiparesia esquerda desproporcionada de início súbito, com diagnóstico de trombose venosa cerebral de seio sagital superior, realizando-se tratamento endovascular, com resolução dos sinais focais em um mês. Na investigação complementar, foram identificados como fatores de risco o uso de anticoncepcional oral combinado (acetato de ciproterona 2 mg + etinilestradiol 0,035 mg) durante dezessete anos, mutação da enzima Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) e histórico de enxaqueca sem aura. Paciente nega histórico familiar de trombose. Na atual gestação paciente fez uso de heparina para profilaxia, com sucesso gestacional, e no seguimento até o 13° dia de puerpério paciente não apresentou complicações tromboembólicas, permanecendo apenas com área de parestesia na região maxilar da hemiface esquerda como sequela da TVC. DISCUSSÃO: A apresentação clínica da TVC é altamente variável. Dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de trombose venosa cerebral, destacam-se condições pró-trombóticas genéticas ou adquiridas, contraceptivos orais, gravidez, puerpério, malignidade, infecção e traumatismo craniano. Estudo de coorte prospectivo internacional sobre TVC identificou que entre os pacientes acompanhados, 65% das mulheres possuíam fator de risco específico ao sexo feminino, sendo o mais frequente o uso de contracepção oral, que 34% de todos os pacientes possuíam uma condição pró-trombótica e 22% eram portadores de condição pró-trombótica genética. A mutação na enzima MTHFR, apesar de ainda controversa, parece estar associada à aumento da incidência de TVC. Tendo em vista a alta morbimortalidade da TVC, é fundamental a triagem e identificação de fatores de risco nas mulheres em idade reprodutiva, visando a prevenção primária com atuação nos fatores de rico modificáveis.

82. INSERÇÃO MARGINAL DE CORDÃO UMBILICAL E ASSOCIAÇÃO COM RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO FETAL E PRÉ-ECLÂMPSIA Universidade Federal da Fronteira Sul / UFFS e Faculdade Meridional / IMED Damini*, Vanessa; Portela, Silvane Nenê; Dick, Carina Andressa; Passos, Júlia Goettems; Colussi, Grasiele; Dalbosco, Simone Nenê Portela. INTRODUÇÃO: O cordão umbilical é de fundamental importância na vida intrauterina ao manter a conexão vascular entre o feto e a mãe, sendo o mais comum a inserção central. A inserção pode ser marginal em 7% dos casos, configurando a chamada placenta em raquete , que é mais vulnerável à torção e à compressão do cordão umbilical. Isso pode resultar em uma distribuição vascular superficial mais escassa, tornando a placenta metabolicamente ineficaz, resultando em menor peso ao nascimento do neonato e aumento da morbimortalidade perinatal. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 29 anos, primigesta, idade gestacional de 26 semanas, interna pdevido a restrição de crescimento fetal precoce (RCF). Na ultrassonografia Doppler: crescimento fetal no percentil 9, inserção marginal do cordão (17 mm da margem placentária) artérias uterinas com fluxo de média resistência e incisura bilateral. Com 30 semanas iniciou picos hipertensivos, ácido úrico 6,7; proteinúria 1770 mg/24 horas, confirmando pré eclampsia. Evoluiu com sinais premonitórios de pré eclampsia, piora dos níveis pressóricos, oligodramnia severa, crescimento fetal p95. Administrado o sulfato de magnésio e planejada a interrupção da gestação. Recém-nascido feminino, 1015g nasceu bem e foi encaminhado a CTI neonatal. Paciente apresentou melhora clínica e laboratorial, permanecendo estável no seguimento. DISCUSSÃO: A RCF que é causada por insuficiência placentária apresenta melhor prognóstico, mas o risco de desfechos adversos permanece aumentado. A PE apresenta prevalência de diagnóstico de 0,3% antes das 34 semanas de gestação, sendo que a redução da perfusão uteroplacentária a qual leva a RCF pode estar relacionada ao desenvolvimento precoce da patologia, podendo-se encontrar oligodrâmnio associado, levando a interrupção da gestação pré-termo. Estudo demonstrou aumento na incidência de PE, cesáreas de emergência, malformações fetais e necessidade de CTI neonatal nas gestações a termo com inserção marginal do cordão umbilical. Dessa forma demonstra-se a importância do pré-natal adequado para diagnóstico precoce dessas patologias com graves repercussões materno-fetais, proporcionando assistência adequada ao binômio materno-fetal.

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83. SÍNDROME DE HELLP INCOMPLETA: UMA ANÁLISE SOBRE SEU DIAGNÓSTICO Universidade Federal da Fronteira Sul / UFFS e Faculdade Meridional / IMED Damini*, Vanessa; Portela, Silvane Nenê; Fuhr, Natatalia Bender; Cossetin, Janaína; Schmitz, Ana Maieli Honaitz; Dalbosco, Simone Nenê Portela. INTRODUÇÃO: A síndrome de HELLP caracteriza-se por hemólise, elevação das enzimas hepática e trombocitopenia. Tem como critérios diagnósticos: bilirrubina acima de 1.2 mg/dL, desidrogenase láctica acima de 600 U/L, transaminases hepáticas acima de 70 U/L e plaquetas menores que 100,000/mm3 . É classificada como completa, quando todos os critérios estão presentes, ou incompleta, na presença de um ou dois critérios. Incide em 0.1 a 0.8% das gestações e tem elevada morbidade. RELATO DE CASO: Paciente feminina, 37 anos, primigesta, 37 semanas de gestação, chega na maternidade com queixa de mal estar, Pressão arterial 130/80mmHg, TGO 188U/l, TGP 307U/l , DHL 499 U/l, anêmica (Hb 10.0mg/dl e Ht 31.2mg/dl e sem alterações em coagulograma . Antecedentes de diabetes gestacional, mutação do MTHFR Hetero C 677 T, deficiência de proteína S, apresentando nesta gestação sangramentos e trabalho de parto prematuro. Evoluiu com piora dos exames laboratoriais: TGO 226U/l, Hb 9,4mg/dl e Ht 28,4mg/dl, DHL 569U/L, e em função da gestante apresentar uma altura de 1,48 cm e altura uterina de 40 cm e colo fechado, optou-se por interrupção por via alta. RN feminino, peso 3705 gramas, nasceu vigoroso, Apgar 9 e 10. No pós-operatório (PO) imediato paciente evoluiu com piora da DHL (804U/L) e das plaquetas que melhoraram após o terceiro PO. Na análise anatomopatológica da placenta constatou-se que se tratava de uma placenta circunvalada com aspecto morfológico compatível com o terceiro trimestre e observando-se uma vasculopatia obliterativa e depósito fibrinoide periviloso multifocal, bem como tromboses intervilosas que mediam até 0,9cm. DISCUSSÃO: Apesar de 70 a 80% dos casos de HELLP coexistirem com outras doenças hipertensivas específicas da gestação, é importante suspeitar da patologia mesmo na ausência de pré-eclâmpsia, bem como atentar para o diagnóstico da síndrome incompleta, já que há associação com aumento da morbimortalidade das pacientes com essa apresentação. Destaca-se ainda que cerca de um terço dos diagnósticos dessa patologia são realizados no pós-parto. Dessa forma, visto as graves complicações oriundas dessa condição, faz-se necessária a adoção de medidas imediatas frente a suspeição da síndrome de HELLP, visando a diminuição dos desfechos materno-fetal desfavoráveis.

84. RELATO DE CASO: PLACENTA PERCRETA Maternidade do Hospital Escola da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, RIo Grande do Sul Araújo*, S. L. S.; Danielski, J. P.; Silveira, G. A.; Acosta, F. D.; Acosta, F. D. e Silva, C. M. L. INTRODUÇÃO: A placenta percreta (PP) corresponde à 7% dos casos de acretismo placentário e consiste no mais grave das suas variações, apresentando elevada taxa de morbimortalidade materna e perinatal. Decorrente da anormal implantação da placenta ao miométrio e à serosa uterina, a PP pode envolver órgãos adjacentes. Entre seus fatores de risco podemos citar a idade materna acima de 35 anos, multiparidade, cesárias prévias, placenta prévia, miomas, cirurgias uterinas, etc. Dentre esses fatores de risco, o aumento da número de cesarianas é o que explica a crescente incidência de casos. Dessa forma, o presente trabalho visa apresentar um caso, cujo pré-natal e bom acompanhamento possibilitaram parto e histerectomia total sem intercorrências. RELATO DE CASO: A.M.R., gestante de 38 anos, residente de Pelotas, G6PV1PC2A2, idade gestacional (IG) 32s1d, hígida, internou na Maternidade do Hospital Escola (HE) da Universidade Federal de Pelotas para avaliar perda de líquido vaginal. Paciente iniciou pré-natal (PN) com 10s6d e seguiu corretamente as consultas e exames de ultrassom (US) solicitados, mas queixou sangramento vaginal em borra de café durante todo o PN, sem apresentar intercorrências. O US obstétrico de 23s5d identificou placenta anterior com segmento inferior recobrindo orifício cervical interno (OCI) (grau 0-1), índice de líquido amniótico (ILA) normal e OCI fechado. Em última consulta de PN, paciente queixou perda de líquido e ao exame físico foi evidenciado colo fechado e solicitado novamente US, o qual identificou: IG de 31s5d, placenta anterior cobrindo OCI (grau I), ILA normal e placenta prévia total, não sendo possível excluir acretismo placentário, sem delimitação do miométrio e da parede vesical. Paciente foi então encaminhada ao serviço de emergência da Maternidade do HE, onde foi internada. Foi, então, realizado RNM, a qual identificou: gestação de feto único hígido, placenta prévia total, tecido placentário estendendo-se à superfície da serosa e ILA normal. Após resultados, foi planejada cesariana com 33s5d. Durante cirurgia cesária, o concepto foi retirado vivo e hígido. Evitado dequitação placentária e realizado histerectomia total sem intercorrências, mantendo o colo uterino e anexos. O anatomo-patológico confirmou PP de 3º trimestre, invasão de células trofoblásticas no miométrio e textura hemorrágica compatível com acretismo placentário. DISCUSSÃO: Este relato enfatiza a importância de se realizar um pré-natal e acompanhamento adequados, principalmente nas pacientes com fatores de risco bem estabelecidos. A detecção precoce de alterações placentárias e seu devido acompanhamento gestacional, possibilitam evitar emergências nesse quadro clínico grave e de incidência crescente. Além disso, se faz necessário uma equipe multiprofissional treinada e preparada para o planejamento do parto e abordagens cirúrgicas de eventuais complicações.

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85. PENTALOGIA DE CANTRELL COMPLETA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA Hospital Fêmina Jimenez MF; Oliveira ALB; Ramos SCP; Severo JMS; Mello AT; Tedesco MG; Cabrera GA INTRODUÇÃO: A Pentalogia de Cantrell é um distúrbio congênito raro, com prevalência de um caso para 65000 nascidos vivos, havendo cerca de 900 casos descritos na literatura. O prognóstico é reservado e depende do grau das malformações. A taxa de mortalidade chega a 61 por cento e a maioria dos nascidos vivos falece nas primeiras horas de vida. Nesse estudo relatamos um caso de pentalogia de Cantrell na sua forma completa onde os pais optaram por interrupção legal da gestação pelo péssimo prognóstico fetal. RELATO DE CASO Paciente GVB, 24 anos, hígida, encaminhada ao serviço de medicina fetal por malformações múltiplas. Realizada ecografia que evidenciou feto de 19 semanas com Ectopia cordis, defeito do fechamento da parede torácica anterior, onfaloncele extensa , coluna vertebral com acentuada cifose e escoliose, talipes , cordão umbilical curto. Quadro clínico compatível com Pentalogia de Cantrell. Paciente e familiar, após exaustiva explicação do quadro e mau prognóstico, optam por encaminhar interrupção da gestação via judicial. Submetida a indução de parto vaginal com 24 semanas e 4 dias. Encaminhado feto morto para necropsia, confirmando alterações histológicas e morfológicas compatíveis com o diagnostico de Pentalogia de Cantrell completa. DISCUSSÃO A Pentalogia de Cantrell trata-se de um distúrbio congênito raro caracterizado pela falha na diferenciação ou migração de estruturas mesenquimais ou do mesoderma durante o desenvolvimento embrionário, resultando em ectopia cordis, defeitos de diafragma anterior, esterno e pericárdio diafragmático e anormalidades da parede abdominal supraumbilical. O diagnóstico pré-natal pode ser feito através de ecografia obstétrica. Ecografia obstétrica 3D pode ser útil para avaliar o volume da onfalocele , estimar o tamanho do defeito parietal e identificar defeitos da coluna lombossacra. Achado clássico de atividade cardíaca fora do tórax associado a onfalocele estabelece o diagnostico. O diagnóstico diferencial inclui ectopia cordis isolada, onfalocele isolada, síndromes relacionadas a alterações de líquido amniótico e defeitos de paredes torácicas isoladas. A presença desses defeitos requer investigação sendo que todo feto com onfalocele dever ser investigado para expressão parcial ou total dessa patologia. Quando o tratamento cirúrgico quando factível deve ser realizado imediatamente após o nascimento para melhora do prognóstico.

86. AVALIAÇÃO DA SAÚDE DA MULHER RELACIONADA AO EXAME CITOPATOLÓGICO NA CIDADE DE FELIZ - RS. Universidade de Caxias do Sul - Feliz - Rio Grande do Sul Hillesheim, T.K.; Mior*, T.S.; Batistus, B.L.; Lima, S.H.I.; Pavan, A.; Fattori, C.; Rech, G.P.; Grippa, P.R.; Cardozo, A.R. INTRODUÇÃO: A realização periódica do citopatológico é a estratégia utilizada para rastreamento do câncer de colo uterino e de suas lesões precursoras. Trata-se de um exame de extrema importância na atenção primária, uma vez que é fácil, rápido e completamente disponível na rede pública, porém, frequentemente, negligenciado, o que gera prejuízos à saúde da mulher em longo prazo. OBJETIVO: Identificar a porcentagem de mulheres que não coleta o citopatológico, mesmo dentro da faixa etária alvo (dos 25 aos 64 anos), como meio de avaliação da saúde da mulher. MATERIAIS E MÉTODOS: A coleta de dados ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade de Feliz - RS, a partir de cadernos de registro dos citopatológicos coletados na unidade. Foram incluídas mulheres cadastradas na UBS, com idade entre 25 e 60 anos, e mulheres não cadastradas na UBS, mas que coletaram o exame na unidade, em qualquer faixa etária, no período de Novembro a Dezembro de 2016, e de Janeiro a 14 de Novembro de 2017. RESULTADOS: Depois de aplicada a metodologia, foram encontradas 5474 mulheres entre 25 e 60 anos que possuíam cadastro na UBS. Destas, 89,8% não haviam coletado citopatológico no período analisado, mesmo estando dentro da faixa etária alvo. Das 246 mulheres não cadastradas na UBS, mas que realizaram a coleta no local, 43,9% tinham menos de 25 anos; 31,7% tinham mais de 60 anos; e 24,4% tinham entre 25 e 60 anos. CONCLUSÃO: Pelos resultados, pode-se inferir a baixa aderência da população feminina ao citopatológico, devido à significativa discrepância entre o número de mulheres que deveria coletar o exame daquelas que efetivamente o fazem. Isso reflete diretamente na saúde da mulher, pois a detecção de lesões precursoras do câncer de colo do útero torna-se prejudicada. Além disso, há uma porcentagem relevante de mulheres fora da faixa etária alvo realizando exames desnecessários, uma vez que não há comprovação dos benefícios da coleta de citopatológico nessas idades.

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87. ISTMOCELE: RELATO DE CASO DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 1 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS; 2 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS; 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS; 4 Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), Porto Alegre, RS; 5 Liga de Ginecologia e Obstetrícia da UFCSPA, Porto Alegre, RS. Ghiorzi, IB (1,4,5)*; Oliveira, JM (2,5); Kremer TG (3,5); Dibi, RP (1,4,5). INTRODUÇÃO: Istmocele ou nicho é uma complicação obstétrica decorrente da cesárea. Ela consiste em um defeito na parede anterior do útero, no local de uma cicatriz prévia de cesárea. Seus principais sintomas são sangramento uterino anormal ou pós-menstrual e dor pélvica crônica. Placenta acreta ou prévia, infertilidade e gravidez ectópica no local da cicatriz figuram entre as possíveis complicações. Os tratamentos existentes envolvem diferentes técnicas e variam de acordo com a presença dos sintomas, o tamanho do defeito e o desejo da paciente de ter outra gestação. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 34 anos, casada, com cesárea eletiva há 4 anos vem à consulta trazendo exames (ecografia transvaginal e ressonância magnética de pelve) sugestivos de istmocele com área de solução de continuidade de 3cm. Em uso de anticoncepcional contínuo, referindo sangramento vaginal irregular e dor quando pausa no ACO. Submetida à laparoscopia e histeroscopia em um mesmo tempo cirúrgico com visualização do defeito na parede uterina e rafia uterina laparoscópica. Paciente com desejo gestacional um ano após a cirurgia. Submetida a exames de imagem e nova histeroscopia, sem alterações. No momento, gestação em curso de 20 semanas, sem intercorrências. DISCUSSÃO: Devido ao aumento da proporção de cesáreas realizadas no mundo, a prevalência de istmocele aumentou. Assim, em pacientes com sangramento uterino anormal, dor pélvica crônica e infertilidade secundária, tal comorbidade deve figurar como diagnóstico diferencial. Para investigação, geralmente são usados métodos de imagem, tais como ultrassonografia vaginal, sonohisterografia com instilação salina ou gel e ressonância magnética da pelve. Confirmado o diagnóstico, o tratamento escolhido dependerá tanto dos aspectos do defeito e da sintomatologia, quanto dos desejos da paciente. Se apresenta dor crônica e sangramento uterino anormal e planeja gestação futura, recomenda-se abordagem cirúrgica: para defeitos pequenos, reparo por histeroscopia e, para defeitos maiores, por laparoscopia e histeroscopia. Deste modo, a abordagem cirúrgica é efetiva no controle dos sintomas relacionados à istmocele, na restauração da fertilidade nos casos de infertilidade secundária e redução de riscos de ruptura uterina em gestações com defeitos grandes.

88. ACHADOS INTRAÚTERO E SEGUIMENTO APÓS O NASCIMENTO DE UMA CRIANÇA COM GASTROSQUISE FECHADA Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (SCMPA), Porto Alegre, RS. Silva VN*; Trindade LM; Schmidt FL; Barbiaro DFF; Terra DH; Guilherme FM; Diniz AC; Guilhermano FF; Calai G; Kelm T; Zen PRG; Rosa RFM. INTRODUÇÃO: A gastrosquise é um de defeito congênito da parede abdominal que provoca a exteriorização das vísceras abdominais. Contudo, quando o mesmo é muito pequeno, pode ocorrer estrangulamento e necrose extensa do intestino exteriorizado, levando à chamada gastrosquise fechada, também chamada de closed ou closing gastroschisis . Nosso objetivo foi descrever um caso com acompanhamento pré-natal de gastrosquise fechada, com seguimento pós-natal. RELATO DO CASO: a gestante apresentava 18 anos e iniciou o acompanhamento no pré-natal de alto risco com cerca de 24 semanas de gestação por apresentar diabete melito gestacional (DMG), além de ultrassom com evidência de gastrosquise fetal. Ela refere ter fumado até o primeiro mês de gestação (cerca de 3-4 cigarros por dia). O DMG foi diagnosticado no terceiro mês de gestação, havendo necessidade de insulinoterapia. A ecocardiografia fetal não revelou alterações. A criança nasceu de parto cesáreo, com 36 semanas de gravidez, pesando 2585 gramas e com escore de Apgar de 9 tanto no primeiro como no quinto minuto. Havia descrição de gastrosquise com serosa espessada e presença de uma carapaça. Realizou-se procedimento cirúrgico para correção da gastrosquise no segundo dia de vida. Verificou-se que todo o intestino delgado e o início do cólon estavam envoltos por uma serosa espessada, que se encontrava fusionada à pele na linha média. Tentou-se incialmente realizar redução total da gastrosquise; contudo, não se obteve sucesso. Por isso, deixou-se um silo. Após 10 dias do procedimento, foi feito o fechamento da parede abdominal. Com 1 mês e 12 dias de vida, identificou-se também uma atresia intestinal, sendo que a criança foi submetida a um novo procedimento cirúrgico. DISCUSSÃO: a gastrosquise fechada pode levar a diferentes sequelas, que variam em gravidade, indo desde uma víscera viável até atresias na saída e/ou entrada do intestino em nível do anel abdominal, ou necrose do intestino delgado. Infelizmente, problemas, como sepse e perdas substanciais no comprimento intestinal, com dependência em longo prazo de nutrição parenteral e surgimento de colestase, podem levar a um elevado índice de mortalidade.