The Portuguese Tribune - August 1st 2012

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José Lomelino Alves Alberto Sequeira Vieira Duas mortes repentinas de duas pessoas que muito deram e trabalharam para que a nossa Co- munidade Portuguesa fosse o que é hoje. Duas personalidades diferentes, mas cada uma delas, teve uma maneira de estar na vida e de ajudar. Ficámos mais pobres, outra vez. Pág. 3, 21 Livros Novos QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1ª Quinzena de Agosto de 2012 Ano XXXII - No. 1137 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Eventos em Agosto Agosto 2 Apresentação do Livro de Jackson Nichols "Forcados" na ModernBook Gallery, 49 Geary Ave, em San Francisco, das 5:30 às 7:30pm Agosto 4 Concerto de Ramana Vieira na Fremont Library, às 2pm Agosto 3-6 Convenção da Lusa-American Fraternal Federation em Fresno. Agosto 5 O Conjunto A Outra Banda actua na Convençnao da Ludo-Americam em Fresno. 9-12am Agosto 9 Concerto de Ramana Vieira no Pyramid Center Redwood Park, no Trans America Pyramid Building, San Francisco, pelas 12pm Agosto 11 Corrida de Toiros em Dundalk, Ca- nadá, com os cavaleiros Rui Santos, Joana Andrade e Rui Lopes. Forca- dos de Merced e do Canadá. Toiros da ganadaria do Pico dos Padres. Brotherhood St. Anthony, Tracy Agosto - 16-19 Festa de Nossa Senhora da Assunção em Turlock Agosto 17 Lançamento do livro de Liduino Borba "Manuel Eduardo Vieira - Rei da Batata Doce", no Salão de Festas de Nossa Senhora da Assun- ção, em Turlock, pelas 9:00pm Agosto 18 Estreia oficial do Grupo Folclórico Amigos de Portugal na SDES de Alvarado Agosto 25 Festival Taurino na Praça de Toiros de Stevinson pelas 7:00pm, a favor do Câncer e do Autismo. Colaborador Ferreira Moreno Tribuna da Saudade Leia na página 5, 30 Frederico Pacheco, nasceu em Ponta Del- gada, trabalhou muitos anos na Base das Lajes, emigrou em 1967 e reside em Rhode Island. Anthony Barcellos grew up speaking Por- tuguese on his grandfather’s dairy farm in Porterville, California. He lives in Davis, California, and teaches math at American River College in Sacramento. Land of Milk and Money is volume 18 of the Portuguese in the Americas Book Series. Jackson Nichols é fotógrafo, amante do preto e branco e retrata muito bem uma das nossas mais bonitas tradições taurinas - pegar toiros. The Power of Spirit O novo livro sobre as Igrejas Portuguesas da California, da Portuguese Heritage Publications está pronto para imprimir. Outros dois novos projecto da nossa editora Californiana serão: "100 Extraordinary Stories of 100 Ordinary People" e The Tuna Fishing Inustry in San Diego: A Portuguese Perspective. Já à Venda na California

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José Lomelino AlvesAlberto Sequeira Vieira

Duas mortes repentinas de duas pessoas que muito deram e trabalharam para que a nossa Co-munidade Portuguesa fosse o que é hoje. Duas

personalidades diferentes, mas cada uma delas, teve uma maneira de estar na vida e de ajudar. Ficámos mais pobres, outra vez. Pág. 3, 21

Livros Novos

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1ª Quinzena de Agosto de 2012Ano XXXII - No. 1137 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Eventos em Agosto

Agosto 2 Apresentação do Livro de Jackson Nichols "Forcados" na ModernBook Gallery, 49 Geary Ave, em San Francisco, das 5:30 às 7:30pm

Agosto 4Concerto de Ramana Vieira na Fremont Library, às 2pm

Agosto 3-6Convenção da Lusa-American Fraternal Federation em Fresno.

Agosto 5O Conjunto A Outra Banda actua na Convençnao da Ludo-Americam em Fresno. 9-12am

Agosto 9Concerto de Ramana Vieira no Pyramid Center Redwood Park, no Trans America Pyramid Building, San Francisco, pelas 12pm

Agosto 11Corrida de Toiros em Dundalk, Ca-nadá, com os cavaleiros Rui Santos, Joana Andrade e Rui Lopes. Forca-dos de Merced e do Canadá. Toiros da ganadaria do Pico dos Padres.Brotherhood St. Anthony, Tracy

Agosto - 16-19Festa de Nossa Senhora da Assunção em Turlock

Agosto 17Lançamento do livro de Liduino Borba "Manuel Eduardo Vieira - Rei da Batata Doce", no Salão de Festas de Nossa Senhora da Assun-ção, em Turlock, pelas 9:00pm

Agosto 18Estreia oficial do Grupo Folclórico Amigos de Portugal na SDES de Alvarado

Agosto 25Festival Taurino na Praça de Toiros de Stevinson pelas 7:00pm, a favor do Câncer e do Autismo.

Colaborador

Ferreira Moreno

Tribuna da Saudade Leia na página 5, 30

Frederico Pacheco, nasceu em Ponta Del-gada, trabalhou muitos anos na Base das Lajes, emigrou em 1967 e reside em Rhode Island.

Anthony Barcellos grew up speaking Por-tuguese on his grandfather’s dairy farm in Porterville, California. He lives in Davis, California, and teaches math at American River College in Sacramento. Land of Milk and Money is volume 18 of the Portuguese in the Americas Book Series.

Jackson Nichols é fotógrafo, amante do preto e branco e retrata muito bem uma das nossas mais bonitas tradições taurinas - pegar toiros.

The Power of SpiritO novo livro sobre as Igrejas Portuguesas da California, da Portuguese Heritage Publications está pronto para imprimir.Outros dois novos projecto da nossa editora Californiana serão: "100 Extraordinary Stories of 100 Ordinary People" e The Tuna Fishing Inustry in San Diego: A Portuguese Perspective.

Já à Venda

na California

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Year XXXII, Number 1137, Aug 1st, 2012

2 1 de Agosto de 2012SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL

Quem anda nas festas do Espírito Santo já se apercebeu que muito recentemente as cantorias começaram a ser vistas por centenas e centenas de pessoas, o que já não acontecia há alguns anos. E isso deve-se a quê?

Deve-se simplesmente ao aparecimento de sangue novo no acto da improvisação. Já nem falando na Terceira onde hoje em dia temos 2 a 3 mil pessoas a verem cantorias. Por aqui os nossos sa-lões têm enchido para verem os novos valores dos nossos poetas populares. Assim seja sempre.

Quem irá substituir José Hermano Saraiva? Como comunicador foi um homem que entusiasmou milhões de pessoas a gostarem de história, a compreenderem o nosso passado, contado com simplicidade e grandeza ao mesmo tempo. Em Portugal nunca houve muitos deste gabarito (recordamos Vitorino Nemésio) e agora é necessário descobrir outro.Nos Açores temos um muito bom comunicador (Jorge Forjaz) e ao mesmo tempo historiador, que bem poderia usar a RTP Inter-nacional, em vez de vermos uns pacóvios jogos que não interes-sam a ninguém. Que pena perdermos tempo com nadas de nada, quando há tanta coisa bonita para se ver e ouvir. Aqui fica pois a nossa proposta: Jorge Forjaz ao poder... da comunicação.

A America tem um sentido comercial em tudo o que diz respeito à Televisão. Enquanto todo o mundo viu a Abertura Solene dos Jogos Olímpicos de Londres, nós por cá esperámos pela noite ou seja, cinco horas e meia depois do facto. É irritante, não é?

jose avila

A crónica em Inglês do nosso amigo Joe Fer-reira, veio atiçar-nos a ideia que já temos há

muito tempo, sobre um assunto interessante que nós como comu-nidade fazemos.O assunto é o seguinte. Faz algu-ma sentido oferecermos aos nos-sos visitantes pratos da sua pró-pria terra?Fez algum sentido oferecer ao Vi-tória de Setubal, terra do peixe, um jantar de bacalhau?Faz algum sentido, quando as or-ganizações das nossas festas das ilhas nos visitam e lhe oferecemos cozido à portuguesa e alcatra?Sinceramente não faz sentido ne-nhum. O que devemos oferecer a todos os que nos visitam são comidas que eles não comem (tão frequente-mente ou nunca) em Portugal.Deixo-vos à vossa imaginação o que se deve oferecer. Temos tão bons cozinheiros que eles não pre-cisam de ideias nossas.

É preciso começarmos a ter ta-relo nas coisas que escrevemos, quer nos jornais, quer no facebook e em outros fenómenos sociais.

Uma coisa é brincarmos com as palavras e outra coisas é começar-mos a usar chavões, que depressa podem cair no ridículo.Outro dia, um amigo de um amigo meu, escreveu que ele era o Rei da ????. Ele respondeu, chamando-lhe Rei de ????. Outro a seguir também chamou Rei a um outro, enfim, estas coisas não são brinca-deiras infantis. São desvarios que podem ficar na mente das pessoas, muito embora não tenham consis-tencia na vida real, mesmo sendo uma brincadeira. Tem de haver algo mais para se poder "brincar a sério" com esses brincalhões tí-tulos.Por causa disto, temos de defender o nosso amigo Manuel Eduardo Vieira, que um dia, há uns anos atrás, foi apelidado por um grupo empresarial e depois por um polí-tico, como o Rei da Batata Doce. Este distintivo nome, embora seja ao fim e ao cabo uma brincadeira, pelo menos tem uma razão de ser, porque na realidade a A. V. Tho-mas Produce é a maior empresa orgânica do País na produção da-quele tubérculo.Mas os outros não têm razões de coisa nenhuma.

Leiam o extraordinário editorial do Diário Insular de 27 de Julho de 2012. Para aqueles que não têm acesso ao jornal podem lê-lo no facebook deste quinzenário. É uma excelente peça de jornalismo que nos leva a acordar de sonhos mal sonhados, de realidades e de responsabilidades que nunca de-veriam ter sido as nossas.Afinal para que é que servem os governos? Afinal a quem é que servem os partidos? Afinal, o que é um partido? Será que um partido tem mais direito que os cidadãos que queiram to-mar nas suas mãos as rédeas de um governo ou de uma Câmara?Esta ideia de partidos já passou à história. São eles importantes? Se-rão, se fizerem o seu trabalho na defesa dos povos e dos seus países. Se um governo, desvairado, gasta o que não tem, em teorias e ma-quinações que não interessam ao povo, porque é que um povo irá pagar essas malandrices de meia duzia de pessoas? Que mal fize-ram os portugueses ao BPN para que sejam eles a pagar as favas de tanta corrupção? A tudo isto, o Presidente da Republica, vê, olha e apita para o lado. Triste...

Improvisação

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro Avila

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3PATROCINADORES

Jose Maurício Lomelino Alves

José Maurício Lomelino Alves faleceu a 16 de Julho de 2012 com 68 anos. Nasceu a 4 de Julho de 1944 na cidade de Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel, Açores. A família Alves emigrou para os EUA em 1957 tendo fixado residência no Norte da California. Joe Alves, como era conhe-cido, mudou-se para San Diego em 1974 onde esteve sempre ligado à comunidade portuguesa local. Foi um dos fundadores e presidente da San Diego Portuguese Historical Society, fundador e ex-presi-dente da Azorean Alliance e ex-presiden-te do Festival Cabrillo. Foi reconhecido

pelo Governo Português em 1988 como Comendador da Ordem de Mérito. Con-tribuiu para os livros The Holy Ghost Festas: A Historic Perspective of the Portuguese in California e Capelinhos A Volvano of Synergies: Azorean Immi-gration to America, ambos da Portugue-se Heritage Publications of California. Professionalmente, foi vice presidente e Chief Operating Officer de uma firma importante de produção em San Diego. Depois de passar à reforma, foi consultor na área de snack food production.Deixa a chorar a sua esposa Maria Cour-tney Alves, residente em Vista, CA, filho John Alves e nora Elizabeth de Rancho Cucamonga, filha Katherine Alves Tre-bil e marido Robert de San Diego, irmão Francisco (Frank) Alves e esposa Stepha-nie de San José, enteados Erika Courtney, Karem Courtney, Luis Ernesto Courtney, netos Adrienne e Christopher Alves, so-brinhos Emily Alves e Benjamin Alves e esposa Vyktoria. A cerimónia fúnebre teve lugar a 23 de Julho na Igreja de St. Agnes em Point Loma.

A Tribuna Portuguesa envia as mais sen-tidas condolências à família enlutada e a toda a comunidade de San Diego.

Falecimento

Participe nas Festas

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4 1 de Agosto de 2012COLABORAÇÃO

1- Envelhecer... é impa-cientar a morte com su-cessivas “esperas”...

Lamento suspeitar que, no ambiente pós-industrial do globalismo, a ‘juventude’ actual parece cataloga-da como vendível capital para investir, manipular, explorar; por outro lado, a ‘velhice’ continua a ser ve-nerada no topo da pirâmide despiciente, edificada pelos cruzados do modernismo impaciente, precocemente avelhentado. (Eh pá! andas há anos a cometer o pecado mortal do envelhecimento. Pára lá com isso!...).

Nem sempre é politicamen-te correcto observar a ver-tente negra do envelheci-mento humano. Aqui, nos States, as estatísticas ga-guejam as ‘suas’ verdades relativas, mas não receiam apontar que, anualmente, mais de seis mil ‘velhotes’ cometem suicídio. Poderia amontoar palavras para conversar àcerca de alguns dos motivos capitais desse macabro comportamen-to, mas o objectivo desta conversa não é o de exibir opiniões mescladas de du-vidoso cientismo... Vim aqui, simplesmente, para lembrar que a sociedade moderna deveria atender ao alicerce do conceito mo-derno do relacionamento inter-generacional.

Recordo que, no Outono de 2002, arrisquei um alerta à opinião da comunidade luso-americana do sudeste de Massachusetts para as virtualidades do projec-to denominado “ECHO – Elder Cottage Housing Opportunity. Embora não seja novidade lembrar que os caixeiros-viajantes da política detestam o solfejo do graguejar democrático dos direitos humanos da chamada “terceira-idade”, não custa lembrar que os políticos-a-retalho da nossa praça apreciam a fidelidade do voto, mesmo quando praticado pelo cidadão em cadeiras-de-rodas...! Ora, face ao descaramento do palavreado político da moda, usado pelos amantes do ‘pronto-a-vestir’ da mo-dernidade hedonista cívico-cultural, creio que seria boa ideia refrescar o clássico dizer de Maquiavel:“antes de enfrentar o futuro, é sempre aconselhável con-sultar o passado”...

2 – Crescer é ‘fatiar’ a vida na ‘sala-de-espera’ da morte?

O projecto moderno do C.C.C. (Child Care Cen-ter) é uma ferramenta institucional destinada a proteger o crescimento (amparado) das crianças e a ajudar a comunidade dos pais – gente quase sempre superlotada por urgentes prioridades. Creio não ser fastidioso lembrar que um C.C.C. eficiente não deve ser engendrado como mera arrecadação para arma-zenar crianças, durante o horário de trabalho dos respectivos pais. Inclino-me à convicção de que uma criança é porventura um micro-universo, mas não deve ser tratada como adulto em miniatura... Na minha venturosa condição de avô, considero que as crianças apresentam al-gumas semelhanças com ‘pássaros bravos’, mas não devem ser confundidos com miniaturas estranhas oriundas de outros planetas solares... Falta porventura lembrar que os idosos po-dem (falo apenas por mim) racionalizar a ‘diferença’ no relacionamento emo-cional da actualidade com a antiguidade, ou seja: ‘the past is the fertilizer of the future’...

Vamos continuar a nossa conversa àcerca dos ido-sos: “o envelhecimento não é pecado-original, nem de-feito de nascença...”. Ora vejamos: a primeira vez que me foi dado reco-nhecer quão defeituoso, melhor dizendo, quão ul-trapassado, estava o mo-dus faciendi micaelense de ‘asilar os velhotes’, foi durante uma modesta (mas muito bem orientada) visi-ta de estudo realizada no território da já inexistente GDR - German Democra-tic Republic (1978). Fiquei na época convencido de que a discutível noção de ‘separados mas iguais’ apresentava aplicações educacionais, a começar pela proximidade geográ-fica entre os “Centros para Idosos” e os Núcleos de Es-colaridade Infantil (algures nos arredores de Rostock, ex- GDR). Naquela som-bria era (estamos a falar há mais de 30 anos), as crian-ças e os idosos eram obse-quiados com momentos de sã convivialidade inter-ge-

neracional – actividades prudentemente supervi-sionadas por profissionais previamente preparados: festas de anos; eventos tra-dicionais; sessões de leitura de estórias infantis; filmes previamente seleccionados pelos respectivos familia-res e/ou encarregados de educacão...

Ao preferir conversar dos temas supracitados (para não me repetir na análise das notas músico-financei-ras do calvário da ‘crise’ corrente) alguns puristas da corrente açorianida-de enlutada julgarão que sou vítima das miragens sedutoras do deserto ca-liforniano. Well, nada de sustos: conviria talvez lembrar que, no universo multívio da política, o mi-lagre da MUDANÇA é um processo demorado, e não um cruzeiro pré-fabricado para gáudio dos turistas convertidos à ideologia da instantaneidade...

Apetece lembrar, sobretudo aos próximos ‘donatários’ da Autonomia Açoriana, este curto mas explícito de-sabafo oferecido por Rous-seau: “o homem nasce livre, mas vive algemado em todo o lado”. E, já ago-ra, vou usar o conhecido dizer-poético de Shakespe-are, proferido pela voz de Macbeth : “... Life’s but a walking shadow”... É por isso que precisamos de gen-te iluminada, e bem apetre-chada de capital humano para escolher a melhor jor-nada rumo à solidariedade inter-generacional.

Não... não queremos ima-ginar os Açores como cró-nica enfermaria político-partidária. Gostaríamos – lá isso sim – de ajudar a transformar a açorianidade num laboratório benigno onde a solidariedade huma-na ressuscitasse, desta feita emancipada da sua malfa-zeja bronquite insular, para melhor enfrentar os neces-sários desafios inerentes à irrecusável ancestralidade atlântica...

Europa - moderna enfermaria política...

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Acabei de ler o livro intitula-do, “O Peso do Hífen”, da autoria do Prof. Dr. Onési-mo Teotónio Almeida.

Segundo o autor, esta obra é baseada nos quase quarenta anos de vivência nos Es-tados Unidos.“O conjunto é, afinal, um vaivém entre as duas margens do rio Atlântico, pé em terra portuguesa, pé em solo Americano, onde há comunidades portuguesas hife-nadas, concentradas sobretudo na Costa Nordeste e na Caliórnia’.Apesar de ter admirado o seu trabalho, confesso que fiquei bastante decepcio-nada pelo facto de dois escritores aço-rianos, Prof. Dr. Fernando M. Soares Silva e José Raposo residentes de Ma-rin County, Califórnia, não terem sido incluidos no capítulo, “Três décadas de literatura luso-americana: um balanço (1978-2010).Qual terá sido o motivo dessa omissão? ESQUECIMENTO? ABSOLUTAMEN-TE INDESCULPÁVEL…Tanto o Dr. Silva como o José Raposo são autores de várias obras publicadas, em português e em inglês, que bem mereciam terem sido mencionadas no livro acima referido, pois que, outros autores com menos pu-blicações foram incluidos.Para que não haja equívocos quanto ao mérito destes dois escritores, tenho mui-to prazer em apresentar as suas biogra-fias e bibliografias.

Fernando M. Soares Silva nasceu na cidade da Ribeira Grande, São Miguel, Açores. Filho de José Pereira da Silva e de Cristina Soares de Medeiros Silva, é viúvo de Louise Fernandes Silva, e pai de Fernando Fernandes Silva e de Chris-tine Marie Silva, que lhe brindou com um neto, Tyler.Estudos Superiores:Formatura em Estudos Teológicos e Fi-losóficos, pela Universidade Gregoriana, de Roma.Licenciatura em Filosofia e Línguas Clássicas e Românicas e Mestrado em Ciências de Educação e Psicologia, pela Universidade de San Francisco.Licenciatura em Filosofia, concedida pelo Ministério da Educação e Cultura, Portugal.Doutoramento (Ph. D.), em Ciências de Educação, Filosofia e Estudos Portugue-ses, pela Universidade da Califórnia, em Berekeley. Dedicando-se ao ensino, leccionou e dirigiu vários programas de línguas es-trangeiras ao nível primário e secundá-rio. Por um período de 15 anos, leccio-nou Estudos Clássicos na Universidade da Califórnia, em Berkeley, jubilando-se no ano de 2003. Durante uma pausa na sua carreira edu-cativa, foi nomeado consecutivamente Gerente e Vice-Presidente de dois ban-cos comerciais na região da Área da Baía de San Francisco.Foi muito activo em diversas agremia-ções comunitárias, havendo sido, tam-bém o primeiro Presidente, do Conselho das Comunidades Portuguesas do Norte da Califórnia, e, concomitantemente, desde 1981 até 1987, Vice-Presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas dos Estados Unidos.Foi agraciado pessoalmente pelo Pre-sidente da República de Portugal, Dr. Mário Sores, com a ordem do Infante D. Henrique, no grau de Comendador.Presentemente, continua a dedicar-se a pesquisas académicas, ao jornalismo e à elaboração de trabalhos históricos e de

novas produções em prosa e poesia.Publicações de Fernando M. Soares Sil-va:The Philosophic and Educational Thou-ght of Antero de Quental. (Tese Douto-ral) 1968Antero de Quental, The Existentialist Poet-Philosopher, His Philosophy and Educational Thought (1970)Os Órgãos Luso-Americanos da Comu-nicação Social (1981)Perspectivas Histórico-sociológicas das Comunidades Luso-Californianas (1986)Mais de Um Século de Imprensa Portu-guesa na Califórnia (1995)Ecos Lusíadas no Oeste Americano (1996)Ecos Lusíadas no Novo Mundo (1997).Pedaços de Alma (Poesia) (1996 (1997) (1998) (2001)Perspectivas – Selecção de Obras em prosa do Autor (2001)Soul’s Echoes – A Selection of Existen-tial Poetry (2005)Pedaços da Minha Alma – Ecos Existen-ciais em Poesia (2006)Contos de Natal (2010)Estudos e Comentários Perspectivados (2012)Os trabalhos (ensaios, conferências, ar-tigos, poemas, etc.) publicados nos EUA e em Portugal, já ultrapassaram três cen-tenas.”

José Manuel Vicente Jorge Raposo, é natural da Candelária, São Miguel, Aço-res. Filho de João Jorge Raposo e de Ma-ria da Conceição Vicente, é casado com Maria Isilda Raposo e pai de Michael Raposo.Foi aluno da Escola Industrial e Comer-cial de Ponta Delgada, concluindo o cur-so Geral do Comércio e a Secção Prepa-ratória aos Institutos Comerciais.Em 1975, após o serviço military como Furriel Miliciano, no então B.I.I. 18, par-tiu para a Califórnia onde foi proprietá-rio da lavandaria “Picaroto Cleaners”, em Fairfax, Marin County.Possui o grau universitário de bachare-lato em Ciências de Gestão de Empresas e tem participado das actividades sócio-culturais portuguesas e americanas.Foi presidente da Câmara do Comércio de Fairfax, Califórnia, e da Associação dos Comerciantes de Petaluma Plaza, Pe-taluma, Califórnia. Foi Vice-Presidente do Ross Valley Lions Club.Actualmente é tesoureiro da Irmandade do Divino Espírito Santo e Santíssima Trindade, de Sausalito, Califórnia.Colabora com o jornal “Tribuna Portu-guesa, desde a sua fundação. É membro da “International Society of Poets” e foi premiado com a Editor Choice Award” da mesma sociedade em 1995.Publicações de poesia de José Rapoo:Alma Repartida (1995)Tangled (1997Despi a Alma No Cais da Solidão (2002 lançado em Ponta Delgada)101 Sonetos ao Sabor do VentoAlma em Pedaços (Livro duplo lançado no Brasil em 2006)Segunda edição de Tangled (2006)Terceira edição de Tangled (2011Encruzilhadas (2011Na Palma da Mão (2011)Antologias com selecções de poemas pelo autor:East of the Sunrise-National Library of Poetry USA -1995Antologia Poética Internacional- “Terra Lusíada”, Curitiba, Paraná, Brasil- 2005No prelo: Soul of Mine

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

Escritores esquecidos

Page 5: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

5COLABORAÇÃO

Recordando o

Nos Açores, o primeiro seminário diocesano abriu oficialmente a 9 de novembro de 1862,

cerca de 328 anos após o estabe-lecimento da Diocese d’Angra, a 3 de novembro de 1534. Presu-mivelmente, nos primórdios do povoamento insular, a assistência religiosa esteve a cargo dos Frei-res da Ordem de Cristo, confor-me está apurado em nota suple-mentar (1) na sequência do longo artigo “Igrejas da Comenda de Santa Maria da Assunção da Ilha de Santa Maria”, da autoria do dr. Manuel Monteiro Velho Arruda. Adicionalmente, como anotou o padre Júlio da Rosa, as caravelas eram sempre acompanhadas por um ou mais capelães, geralmente Freires da Ordem de Cristo.(2)Os Freires seriam posteriormente substituídos por membros de or-dens religiosas, nomeadamente Franciscanos e Gracianos (Agos-tinianos). Seguidamente, foram surgindo sacerdotes açorianos formados em seminários con-tinentais, ou em universidades portuguesas e estrangeiras. Con-tavam-se, igualmente, esses que se formaram em conventos de Franciscanos e Agostinianos já existentes nos Açores, bem como nos colégios construídos mais tar-de pelos Jesuitas. Como recordou o cónego José Augusto Pereira

(1885-1969), também funciona-ram centros de formação, onde os chamados Régios-Professores e Padres-Mestres dispensavam ensino privativo. (3).Após a expulsão dos Jesuítas e extinção das ordens religiosas nos Açores, impostas pelo gover-no português, tornou-se urgente fundar um seminário com a aqui-sição de um outro convento e co-légio ao tempo desocupado. As-sim, em 1787, o bispo José da Ave Maria Leite da Costa e Silva in-dicou o Colégio Jesuíta d’Angra, mas a proposta foi rejeitada pelo governo. Goraram-se, também, os esforços do seu sucessor, bispo José Pegado de Azevedo, na con-secução do almejado seminário.Finalmente, em 1860, o governo autorizou o bispo Estevão de Je-sus Maria p’ra instaurar um se-minário no antigo Covento Fran-ciscano d’Angra. A inauguração oficial teve lugar a 9 de novem-bro de 1862, comemorando-se século e meio de existência em novembro próximo. No entanto, convém frisar que o seminário ocupava somente uma parte do convento, pois que a outra parte encontrava-se já reservada p’ró Liceu Nacional desde 16 de outu-bro de 1851.Estas instituições co-existiram até novembro de 1900, quando uma epidemia de febres tifoides

vitimou cinco seminaristas, cau-sando pânico aos estudantes e professores do Liceu.

P’ra de algum modo re-mediar a situação, o bispo Francisco José Ribeiro Vieira e Brito

cedeu o Paço Episcopal (Palace-te do Visconde Bettencourt) p’rá instalação temporária do Liceu e transferiu-se p’ra uma modesta residência. Em retribuição, foi garantido à diocese inteiro aces-so aos espaços vagos do convento com a saída dos estudantes liceais que, eventualmente, ali regressa-ram em data não confirmada.Em outubro 1911, um ano após a queda da Monarquia portuguesa e implantação da primeira Repú-blica, o governo apoderou-se do edifício do seminário e confiscou

os rendimentos bancários. Conse-quentemente, alguns seminaris-tas voltaram p’ra junto das suas

famílias, enquanto outros perma-neceram em Angra, convivendo em residências particulares, mas frequentando aulas no Liceu (ins-talado no velho convento francis-cano) e prosseguindo nos seus estudos eclesiásticos nas residên-cias dos professores.Em março de 1914 o palacete do Barão do Ramalho foi adquirido e adaptado p’ra acolher os semi-naristas e professores, tomando o nome de Internato, visto que a lei vigente proibia a tradicional de-signação de seminário. No entre-tanto, por volta dos anos de 1920, devido ao crescente número de seminaristas superlotando as aco-modações do internato, a diocese

adquiriu o palacete do Conde da Praia, localizado em Santa Luzia, no intuito de estabelecer um se-minário num ambiente mais ade-quado e confortável.Alegadamente, houve oposição na transferência para Santa Lu-zia, mas tudo ficou resolvido com ordem e calma. O palacete foi de-molido e o material aproveitado p’ra ampliar, remodelar e, ulti-mamente, transformar a estrutu-ra no actual Seminário Episcopal d’Angra. Desconheço, porém, quando ficaram concluídas as obras de reconstrução, mas apa-rentemente prolongaram-se por uma década.A fechar, só me resta recordar que, em 1956, estabeleceu-se um Seminário Menor no antiquado Colégio dos Jesuítas em Ponta Delgada, S. Miguel. Em 1966, na Ladeira dos Pinheiros em Ponta Delgada, inaugurou-se o Seminá-rio Colégio do Santo Cristo, num moderno edifício de sete andares, mas que deixaria de funcionar em 1999. Foi depois transaccio-nado e convertido no S. Miguel Park Hotel.(1) Pág. 470, rev. Insulana, vol.III, num. 3-4, ano 1947.(2) Jornal A União, Angra, 10-maio-1991.(3) O Seminário de Angra, Es-boço Histórico, Segunda Edição, 1963.

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno Seminário

Page 6: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

6 1 de Agosto de 2012COLABORAÇÃO

Santos-Robinson Mortuary

San Leandro

Family ownedCalifornia FD-81

Madeline Moniz GuerreroConselheira Portuguesa

Telefone: 510-483-0123160 Estudillo Ave, San Leandro, CA 94577

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Escrever por prazer não cansa. Recompensa. Não me refiro aos aplausos nem tampouco aos elogios, por vezes exagerados e

perigosos até, quando nos embrulham em riscos escusados. Quem escreve um livro, por exemplo, arrisca-se a que lhe chamem escritor. Atrevi-me, de facto, ainda há pou-co tempo, a rabiscar um romance. De for-ma alguma me considero um romancista.

Tal como dispenso, só porque escrevo para o jornal, que me rotulem de jornalista. Cro-nista, ainda vai que não vai. São palavras com um peso muito próprio. Merecem-me o máximo respeito. Agradeço imenso aos meus amigos a cortesia dos encómios mas, por enquanto, nisto de passar ideias para o papel, tenho-me apenas por um curioso amante da escrita criativa e nada mais. Não o nego, todavia. Escrever um livro foi um prazer gratificante, uma experiên-cia formidável. Lancá-lo, tem-me propor-cionado alegrias sem par. Vê-lo passar de mão em mão é uma sensação genuína, as-sociada a outras estimulantes, que muito me apraz partilhar. Há imagens que valem mil palavras e dis-pensam demasiados comentários. A foto que hoje ilustra o meu texto inclui-se nessa categoria especial. Quem a olha com olhos de ver sabe perfeitamente aonde quero che-gar. Os instrumentos e seus executantes dispensam apresentações mas, por outro lado, também nunca será demais realçar o muito que representam para esta vasta co-munidade que nos une culturalmente por essa California adentro.A viola e guitarra portuguesas, por estas paragens, sempre receberam de Hélio Bei-rão e Leonel Medeiros um tratamente deli-cado, um dedilhar inconfundível. É único.

É clássico. É artístico o abraço com que estes dois simpáticos senhores nos brin-dam sempre que se juntam para nos deli-ciarem com o seu talento ímpar. Já levam muitos anos a tocar mas o gosto de ouvi-los aumenta com o passar do tempo.Hoje, felizmente, por cá, já não são exclusi-vos no engenho e arte que sempre demons-traram mas continuam, certamente, como os dois grandes mestres que inspiram os

demais. Tive, recentemente, aquando do lançamento do meu livro na biblioteca J. A. Freitas, em San Lean-dro, a felicidade de os reu-nir lado a lado e não resisto agora à oportunidade de aqui os trazer ao convívio visual dos nossos leitores. Compreendo que, palavras leva-as o vento. Sei, contu-do, que o Tribuna vai longe e preza-se em contribuir para que esta imagem não se apague das nossas re-tinas nem se extinga nos

nossos corações.Leonel Medeiros e Hélio Beirão, juntos a dedilharem no seu melhor, despertam dentro de cada um de nós, os que temos o prazer de os conhecer ou simplesmente ouvir, um sentimento melancólico que nos faz um bem danado ao fundo saudoso des-ta alma imigramada cá por terras do Tio Sam.À medida que o tempo vai passando, com todas as suas vicissitudes, dá-nos um gosto imenso ver estes dois magníficos valores comunitários a deliciarem-nos com aquilo que adoram fazer. E que bem o fazem!Cabe-me daqui, deste espaço que muito prezo, uma vez mais, agradecer-lhes do fundo do coração. Sei também que o obri-gado é sentido e extensivo por parte duma vasta comunidade de amigos e admira-dores profundamente reconhecidos pelo muito que eles nos tem dado ao longo dos anos.

A viola da terra e a guitarra por-tuguesa, em harmonia, são dois instrumentos típicos com um som único no rico patrimó-

nio cultural que nos irmana. Ganham, com certeza, uma dimensão extra no contexto específico da diáspora, onde a saudade aperta e faz das suas. O nosso fado, no en-tanto, cá à distância, não tem de ser neces-

sariamente triste, pesaroso. É, para mim, uma alegria enorme escutar este fabuloso par de artistas e dar-lhes o relevo que me-recem pela inexcidível dedicação e entrega singular à arte de bem tocar.O que os distingue dos demais tocadores atualmente ativos no panorama comuni-tário é também a sua impressionante lon-gevidade. Há quem diga que são como o vinho do Porto, melhoram com o avançar da idade. Eu diria que eles tem conseguido ir ainda mais além. Um bom Porto cus-ta caro. O real valor artístico destes dois bons amigos, porém, não tem preço. A sua imensa generosidade fala por si.

Eu cá falo por mim. Sei, contudo, que não estou só neste sentimento unânime que há muito rola por estas bandas. Tanta da nossa boa gente gostaria de poder comunicá-lo mas não tem essa oportunidade. Aproveito e faço-me porta voz desse sentir que nos é comum: Meus caros, Hélio e Leonel, sois duas preciosidades intocáveis no coração de todos e cada um de nós, os que muito vos admiramos. Escrever um livro recompensou-me tam-bém com esse prazer raro de vos sentir to-car na alma.

Prazer raroRasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Page 7: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

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Page 8: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

8 1 de Agosto de 2012COLABORAÇÃO

O XX Encontro de Professo-res de Língua Portuguesa nos Estados Unidos e Canadá, subordinado ao tema “Portu-guês para Todos”, realizado no Portuguese Instructive and Social Club de Elizabe-th, New Jersey, a 29 e 30 de junho e 1 de julho, propor-cionou a reflexão, a apren-dizagem sobre novas técni-cas de ensino e avaliação do Português como língua es-trangeira, a concentração de esforços e sinergias e o apu-ramento de várias ideias e contributos, que se prendem com o ensino de Português nos países dos participantes deste Encontro.

1. Registaram-se oportuni-dades para a aprendizagem e a reflexão sobre metodo-logias e planos de avaliação no que concerne ao ensino de Português como língua estrangeira.2. Ouviram-se, e refletiram-se, testemunhos de luso-americanos, de entidades ligadas ao departamento de educação de Elizabeth, e de casos de sucesso no ensino publico e privado, que são paradigmáticos para o en-sino de língua portuguesa como língua estrangeira nos Estados Unidos e Canadá.3. Estabeleceram-se pontes de ligação entre as várias vertentes do ensino da lín-gua e cultura portuguesas nos Estados Unidos e Cana-dá, que serão utilizadas para a intercomunicação e um melhor aproveitamento dos recursos existentes para as escolas e os professores.4. Fixaram-se objetivos cla-ros e pragmáticos para a for-mação de professores, utili-zando formadores deste e do outro lado do atlântico que conheçam a realidade deste continente, das nossas esco-las e cursos, os quais serão acompanhados em parceria com as coordenações de en-sino, a APPEUC/NAPTA, o nosso movimento associa-tivo e fundações que se têm dedicado ao ensino da língua e cultura portuguesas, como o caso da Fundação Luso-Americana para o Desenvol-vimento (FLAD). 5. Implementaram-se mo-dificações nos estatutos da APPEUC/NAPTA que per-mitiram a eleição de corpos diretivos verdadeiramente representativos dos dois pa-íses, EUA e Canadá, assim como a abertura total desta associação para albergar os professores de origem por-tuguesa, ensinando as mais variadas temáticas. A asso-ciação de Professores de Por-tuguês é também a Associa-ção de Professores de origem portuguesa.

Reconhecimentos

Neste XX Encontro de Pro-fessores reconheceu-se as seguintes coletividades e in-dividualidades: 1. A presença das coordena-doras dos EU e Canadá, as-sim como os coordenadores adjuntos, que para além de estarem presentes, tiveram um papel ativo no encontro

com esclarecimentos e su-gestões.2. O apoio do Instituto Ca-mões com na oficina de formação, que teve a parti-cipação de todos os docen-tes, assim como o apoio do Professor Luís Gonçalves da Princeton University.3. O patrocínio da Fundação Luso-Americana para o De-senvolvimento (FLAD) cujas parcerias através dos anos têm tornado possível estes encontros e muitas outras atividades, que incluem a formação de professores e o apoio a congressos e estudos sobre o ensino da língua por-tuguesa no continente norte-americano. 4. O apoio da Presidência do Governo da Região Autóno-ma dos Açores, através da Direção Regional das Comu-nidades.5. A presença da Senhora Deputada da Assembleia da Republica Maria João Ávila. Esta foi a primeira vez que um membro do Parlamento Português esteve presente no encontro do começo ao fim, participando ativamente em todas as sessões e contri-buindo para a discussão de temas pertinentes ao ensino da língua portuguesa no con-tinente norte-americano.6. A presença da Senho-ra Cônsul de Portugal em Newark, Amélia Paiva, com uma intervenção importante para o tema em discussão.7. O apoio do Portuguese Instructive and Social Club de Elizabeth, NJ, ao longo dos três dias do encontro, e de uma forma particular à escola portuguesa Amadeu Correia.8. Agraciados com um re-conhecimento público, in-cluindo sócios honorários da APPEUC/NAPTA, os jor-nalistas recentemente apo-sentados, Fernando Santos e Adelino Ferreira, por através da comunicação social da diáspora terem contribuído para divulgação da nossa língua e cultura portuguesas em terras norte-americanas. 9. Reconhece-se ainda a eleição de corpos diretivos representativos de ambos os países com 14 diretores, sete dos EU e sete do Canadá. (ver fotos

na página seguinte)

Conclusões do Encontro de Professores de Língua Portuguesa

O miúdo chamava-se Armando Ormonde Machado e, em 1955, tinha 14 anos de idade

e sonhava ser piloto aviador. Vivia no Juncal, junto à base Aérea das Lajes, na ilha Terceira, filho de pai lavrador e alcoólico, e de mãe doméstica e resignada.Feita a escola primária, o destino de Armando estava traçado: ajudar o pai na lavoura, não muito longe do Campo da Aviação, como então era

designado o aeródromo das Lajes. Mas o pequeno dava pouco tafulho no trabalho, pois que cismava os dias a olhar os aviões que aterravam e des-colavam, mesmo ali ao pé… O episódio que passo a relatar conhe-ceu grande eco local e mereceu de Vitorino Nemésio um capítulo (“Um corsário dos ares”) no seu livro Cor-sário das Ilhas (Livraria Bertrand, 1956).Num belo dia de parada festiva de forças aéreas aliadas, no aeroporto das Lajes, o garoto acima referido aproximou-se de um “C-124”, (na foto) fingiu-se muito interessado pe-los pormenores do aparelho e encai-xou-se o mais sorrateiramente que pôde no compartimento de cauda do avião. E, sem que ninguém a bordo desse pelo supranumerário, com al-gumas horas de voo transatlântico descia em Dover Delaware, aeropor-to norte-americano.Uma vez aterrado, o petiz deixou que a tripulação se escoasse pela escada e palmilhasse a pista, para, por seu turno, sair. Tinha percorrido pouco mais de duzentos metros quando foi

surpreendido por uma sargento da polícia aérea de Dover que lhe per-guntou para onde ia.- My father is waiting for me – res-pondeu o pequeno num inglês entu-siástico e macarrónico que aprendera nas imediações da Estação America-na de Transporte Aéreo junto da Base das Lajes. Julgou o sargento tratar-se do filho de algum operador ou meteo-rologista retornado e deixou-o seguir viagem. Mas são grandes as instala-ções da Base de Dover e o serviço

de vigilância apertado. Armando, andrajoso, usando calças de gangrim e camisa estampada suja, não passou despercebido a um capitão de Dover que lhe barrou o caminho:- Hey,kid, where are you going? What́ s your name?-Mike.Mas o estratagema do rapaz não re-sultou e o capitão, descobrindo-lhe identidade e desígnios, entregou-o à polícia americana. Alojaram-no paternalmente e deram-lhe roupa e aconchego. E, no primeiro avião de abalada de Dover para as Lajes – um “C-124/3030”, – o portuguesinho va-lente foi restituído aos pátrios lar e aeroporto, onde a polícia portuguesa tomou conta do clandestino episódio.Que pretendia Armando com a tra-vessia atlântica? Interrogado por um jornalista de “A União” logo após a aterragem, respondeu-lhe que proje-tava ir ter com um tio da Califórnia para ajudar a ordenhar as vacas do rancho – para o que já ia preparado com uma carta autógrafa, a meter no correio na América, avisando-o do paradeiro. O tio o viria buscar:

“Dover Delaware, New England”. Simplesmente o indiscreto capitão da U.S. Air Force, ao intercetar o nosso pequeno herói, estragou tudo. A carta ficara no fundilho de uma das algi-beiras da calça de angrim despida e o rapazinho viu-se caído nas malhas da legalidade internacional, não já a ver navios, mas a ver aviões…Consta que, em chegando a casa, o pequeno aventureiro levou tamanha tareia do pai e, assim, pagou a sua fal-ta e resgatou a sua culpa. Mas lá cora-

joso foi ele. É um facto que infringiu uma data de preceitos respeitáveis: fugiu à família e à terra, foi passagei-ro clandestino no cubículo da cauda de um avião, fez a vida negra à polícia aérea americana, ia criando compli-cações à bandeira do seu país… Mas não fez nenhuma pilhagem, não rou-bou, não feriu, não matou ninguém, nem cometeu nenhum ato terrorista. Simplesmente foi para onde o sonho o levou. Tal como aqueles miúdos que, durante o século XIX, embar-caram de salto nas baleeiras norte-americanas a partir das ilhas do Pico e do Faial. Ou como os mancebos que zarpavam para fugir ao serviço mi-litar. Ou então como aquelas jovens faialenses que fugiram com velejado-res estrangeiros – porque viviam cer-cadas por rígida educação e sentiam a opressão da ilha… Armando Ormonde Machado esco-lheu a via aérea para fugir de um pai alcoólico que lhe dava maus tratos. Quis ser ícaro e dar asas à imagina-ção. Erro fatal. Porque naquele tempo era mesmo proibido sonhar.

Na cauda do sonho

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui [email protected]

Page 9: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

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Page 10: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

10 1 de Agosto de 2012COLABORAÇÃO

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Marilyn vos Sa-vant, colunis-ta e escritora nor te-ameri-

cana, escreveu algures que os e-mails, as mensagens e o telemóvel: "dão-nos oportunidades fabulosas para comunicarmos ins-tantaneamente, mas como trabalhamos e vivemos nos nossos pequenos mundos, a comunicação é totalmente desorganizada." São assim muitos dos meus e-mails. Quase sempre notas relâm-pago com poucas palavras para perguntar, respon-der ou simplesmente sa-ber como está uma pessoa amiga, no outro lado da cidade ou no outro lado do mundo. Não sei se tenho o vicio do e-mail, mas é a primeira coisa que, normal-mente, faço de manhã e das últimas que faço antes de adormecer. Tento respon-der a todos, se bem que se não o faço, naquele preci-so momento, ficam no rol do esquecimento, porque entretanto chegaram mais uma dúzia. Mas às vezes os e-mails ficam-nos, pelo que dissemos (melhor escreve-mos) ou o que não dissemos (escrevemos). Nos últimos dias, e por várias razões tro-quei e-mails com duas pes-soas cujo conteúdo partilho nestes reflexos, porque são

pertinentes à minha forma de estar na comunidade. O primeiro foi com Paulo Noval, que apenas conheço das suas crónicas no Diário Insular e de algumas trocas de e-mails sobre os Açores e as comunidades. Pergun-tava-me o Paulo Noval, so-bre a minha opinião, em re-lação à promoção do ensino da língua portuguesa nos EUA e Canadá, e o papel dos Açores nessa promoção. Sabendo-se de antemão que a promoção do ensino da língua é da competência do governo central, eis a res-posta (modificada para estas reflexões, mas sem perder o intuito) que partilho com os leitores do Tribuna: No que concerne ao ensino da língua e cultura portu-guesas, é o mesmo de sem-pre. Concordo consigo. A região deveria fazer mais, e por vezes com coisas sim-ples. Por exemplo: nunca se fez (e já sugeri isso a muitas pessoas, umas quantas ve-zes) um pacote temático so-bre os Açores para ser utili-zado nas escolas do ensino público americano (onde há aulas de português) que es-tivesse ao alcance de alunos que aprendem português como língua estrangeira (que como sabe é outro ani-mal diferente do que dar-se português como primeira

língua) e que precisavam de, no contexto de aprendi-zagem da língua, aprender mais sobre os Açores. Não há uma boa série de ví-deos sobre a região, legen-dados em inglês, ou mesmo em inglês, para serem uti-lizados nas escolas. Uma boa série de vídeos, tam-bém legendados em inglês sobre gente dos Açores que se tem destacado nos vários campos, desde a ciência ao teatro, da música às letras, etc. Não há uma série so-bre a música nos Açores, o teatro, a história, e por aí fora. Tudo isto pode ser fei-to, e deveria ser feito, e na minha ótica é muito mais importante do que pagar-se a passagem para gente do p[assado que anda a viver da saudadesinha. Esta é a realidade. Os Açores precisam descobrir a dura realidade que atra-vés das novas gerações que aprendem português nas escolas públicas ame-ricanas, é que estão o seu potencial para os dias de amanhã, uma amanhã que não está muito longe. Já o deveríamos ter feito há uma dúzia de anos (ou mais) e perdemos toda uma gera-ção. Se querem que a SATA vá cheia de gente para os Açores daqui a dez ou quin-ze anos, têm que construir

já, hoje mesmo, ou então daqui a alguns anos não haverá razão para a SATA voar para os EUA e o Cana-dá, a não ser que haja uma nova onda emigratória dos Açores para estes países. Depois há a preparação dos professores, particular-mente os do ensino público americano, para que estes conheçam a realidade aço-riana e isso pode ser feito de muitas formas. Tem-se investido algum dinheiro nas escolas comunitárias, mas estas escolas e toda a gente o sabe, têm os seus dias contados em muitos espaços das nossas comu-nidades, mas ninguém quer falar disso. Enfim, não que-ro roubar mais o seu tempo e peço-lhe desculpa pelo longo e desconexo e-mail, porém, concordo consigo há muito que a região poderia fazer, sem gastar mundos e fundos, mesmo em tempo de crise, mas continuamos a esbanjar muito dinheiro com congressos, encontros e outros eventos simila-res que em nada ajudam o ensino da língua e cultura portuguesas no continente norte-americano, nem tão pouco em analisar, cere-bralmente, a preservação da cultura açoriana em ter-ras norte-americanas. Ima-gine, meu caro amigo, que

continuamos (as entidades politicas, salvo seja) a fazer as mesmas visitas que fazí-amos há 20 anos, a dar as mesmas palmadinhas nas costas que os emigrantes até gostam de receber, e não criamos nada de novo, nem tão pouco temos a audácia de desafiar as comunidades para que construamos algo que perdure além destas gerações. Não há visão e isso entristece-me. Não há visão neste momento no espaço governamental aço-riano, nem, infelizmente, nos líderes em muitas das nossas comunidades.

O segundo é mais curto, graças a Deus, e foi numa resposta ao Luciano Cardo-so, sobre a experiencia de se escrever e na tentativa de se organizar o lançamento do livro dele, na cidade de Tulare. Depois de alguns assunto, meramente técni-cos de calendário, etc., eis o que seguiu para a caixa do correio do Luciano e que aqui fica nestes reflexos, em verão de 2012...por último o meu livrito. Pois é, mais um, quem sabe, talvez seja o último, porque nunca es-crevo planeando em publi-car livros, nem por sonhos. Escrevo as crónicas porque gosto de escrever e faço-o porque me dá gozo fazê-lo,

embora esteja plenamen-te consciente que não sou, nem escritor, nem tão pou-co grande movimentador de ideias. Não as escrevo para influenciar ninguém. Publico-as no Tribuna (e não todas, algumas só as publico nos Açores) por-que, honestamente (e sem qualquer ponta de vaida-de), acho que algum dia, ao analisarem as comunidades da Califórnia do fim do sé-culo XX e primeira parte do século XXI, possam ver que havia um "fulano" em Tulare que pensava as nos-sas vivências além da sau-dadesinha (muito doentia a meu ver) e o folclorismo que, infelizmente, por vezes ainda é assustador. E que na comunidade da Califór-nia nem toda a gente era ul-traconservadora e irrefleti-damente obediente a tudo o que vinha da Santa Sé. E faço-o com muita humilda-de e consciente de quem sou e onde estou. Claro que como escreves, e muito bem, o livro tem uma linha ideológica, mas meu caro amigo, todos os livros têm uma linha ideológi-ca, toda a escrita, mesmo a mais refinada literatura tem uma linha ideológica. O teu livro tem, com toda a certeza, uma linha ideoló-gica.

Dois e-mails, dois temas, duas opiniões

Page 11: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

11COLABORAÇÃO

Estamos numa encruzilhada

A indústria de lacticínios do Estado Dourado está no meio

de uma encruzilhada

Desde que se tornou o maior Es-tado produtor de leite da União em 1994, a California ascendeu continuadamente à sua produção e o seu crescimento domina o dos Estados numeros 2, Wisconsin e 3, Idaho. Hoje, a indústria de lac-ticínios da California providencia um maior beneficio económico de que os famosos sectores do vi-nho ou industria do cinema. Não obstante a sua vital importância económica, não é neste momen-to clara a posição dos dirigentes políticos estaduais em se comete-rem ao orçamento de $63 biliões necessários para manter este en-genho económico, ou deixar que este vagorosamente se venha a desmantelar pelos seus enfraque-cidos alicerces.Um grande número de facto-res tem convergido o que é uma causa para que produtores e pro-cessadores do leite se perguntem qual será a longo prazo o futuro da industria no Estado Dourado? Uma das maiores razões é sem dúvida as contínuas exigências ambientais. Por cerca de duas décadas, as pressões ambientais têm continuado em forma de su-cessivos regulamentos, tanto para a agricultura como no engenho processador, adicionado mais re-centemente a “polícia” monitora da qualidade do ar com uma cres-cente lista de gases e agora tam-bem o pó da terra.É tão inquietante a acção regula-dora, que os dirigentes desta in-dustria se interrogam, se será ou não possível construir uma outra fábrica de leite na California? Esta pergunta merece uma resposta cuidadosa, a que ainda ninguém respondeu. “Hilmar Cheese” já decidiu diversificar, expandindo com uma nova unidade em Texas, enquanto que “Dairy Farmers of America”, deliberadamente pas-sou a fronteira Estadual e vai construir em Nevada a sua nova fábrica de ingredientes do leite. Não obstante as bandeiras ver-melhas, os políticos da California

não mostram sinais de amenizar os controlos ambientais.Regulamentos só por si não vão paralizar a industria de lactici-nios da California, no entanto regulamentos excessivos com-binados com a competição por terrenos, água, e altos custos das rações e forragens, continuarão a proporcionar os negócios do leite. Para piorar o caso, está o facto de que segundo o “Chief Executi-ve Magazine” o opressivo clima para os negócios na California é o pior dos 50 Estados da União. Melhoramentos? Por enquanto não, o orçamento do Estado está iniciando com um défice de $16 biliões.A comunidade de lacticínios tal-vez não poderá modificar nada a curto prazo, a não ser que o Esta-do Dourado sofra uma mudança radical nos seus regulamentos e ambiente de negócios. Não haverá grande margem para um aumento com base económica na produção do leite, num Estado que teria muito a beneficiar especialmen-te nos mercados asiáticos.Se o futuro está nos mercados internacionais, nenhum outro Es-tado tem melhores condições nos dois, localização e produção, de que a Califaornia.Numa democracia em que todos tem o mesmo direito é por vezes dificil para os governantes para acudir a todos os diferentes gru-pos que se manifestam, mas in-felizmente a agricultura e todo o sistema de produção, são vistos por alguns grupos e comunica-ção sociais como previlegiados. O que muitos se esquecem é que aquela frase feita popularizada pelos aspirantes a inquilinos da Casa Branca, “o telefone destes agricultores e produtores toca muita vez às 3 horas da manhã.

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

Page 12: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

12 1 de Agosto de 2012COMUNIDADE

Comunidade em Acção

Com o passar dos anos, algumas or-ganizações da co-munidade portu-

guesa da Califórnia têm vindo a perder fulgor. Quer seja por razões financeiras, conflitos de interesse, falta de lide-rança, ou simplesmente pela falta de ideas e consequente perda de entusiasmo daque-la comunidade, entre outras razões, algumas destas orga-nizações acabam por eventu-almente fechar as portas. Até recentemente, olhando por fora, tudo apontava para que algo semelhante acontecesse a mais uma organização da nossa comunidade, nomeada-mente, a Irmandade do Bom Jesus Milagroso de Hayward, mais conhecida na comuni-dade portuguesa como “Os Cabeços”. Fundada em 1921 por um grupo de Portugueses vindos da ilha da Madeira, esta organização cedo se tor-nou num local onde os Ma-deirenses se juntavam para conviver uns com os outros, assim como com os restantes membros da comunidade Por-tuguesa da área da baía. Mas com o passar dos anos, quer por uma razão ou outra, esta organização tem vindo a perder fulgor. Até recente-mente, cada vez menos mem-bros da comunidade compare-ciam nas festas ou convívios nos “Cabeços” . Aqueles que apareciam eram quase sempre os mesmos. E a juventude? Há quem diga que se contavam pelos dedos. Se acrescentar-mos a isto um envelhecimen-to/descair das instalações, es-tava tudo encaminhado para um provável enterro de mais uma organização portuguesa da nossa comunidade. Mas o emigrante português, não é um povo conhecido por deitar a toalha ao chão, antes pelo contrário. Insatisfação com a situação vivida nos “Cabeços” levou a modifica-ções nos últimos tempos, in-cluindo uma injeção de novos directores, com ideas novas, e acima de tudo, a motiva-ção para fazer dos “Cabeços”

aquilo que foi em outrora. Os resultados estão à vista com o número de pessoas a comparecer nas suas festas a subir em flecha. Um dos factores directamen-te ligado a este sucesso é o envolvimento da juventude. De acordo com os directo-res, apelar à participação da juventude foi e é um dos ob-jectivos da nova direcção. De-pois de no ano passado terem ensaiado a sua primeira mar-cha de S. João de sempre, eis que este ano, não só voltaram a fazer uma marcha como também ensaiaram uma mar-cha de crianças! Ao garantir a participação das crianças, automáticamente garantem a comparência dos familiars e amigos destas, contribuindo assim para um maior núme-ro de participantes nas suas festividades. Para ajudar ao divertimento dos mais novos também passaram a incluir um “jumper” em algumas das suas festas. Ainda numa ten-tativa de apelar à participação dos mais novos, a direcção acrescentou um dia à festa de S. João tornando a Sexta-feira anterior à habitual festa, numa noite com karaoke e DJ.Mas o grande apelo à ju-ventude não é o único pilar deste recente sucesso. Outro dos factores prende-se com a remodelação do salão. A direcção apostou fortemente no melhoramento das instala-ções com a ideia de tornar o salão num local mais agradá-vel e apetecível para se passar um serão. Com a ajuda de vo-luntários da comunidade aos quais direcção faz questão de agradecer constantemen-te, remodelaram o sobrado do salão, pintaram as paredes e portas com cores mais mo-dernas, entre outras altera-ções estruturais. Para a zona de bar, compraram mesas e cadeiras novas, assim como uma mesa de matraquilos, uma máquina de karaoke, e dois televisores gigantes. Também remodelaram as casas de banho. Ainda mais recentemente substituiram os bancos antigos com 300 novas

cadeiras com acentos de pano tornando a passagem de serão mais confortável e agradável.Tudo isto tem sido conseguido com muito trabalho,esforço, e dedicação por parte dos mem-bros da direção e de muitos voluntários da comunidade local. Obviamente, muitas destas renovações não seriam possíveis sem dinheiro. Neste aspecto, a nova direção tam-bém revela boa aptidão para angriar fundos. Jantares e festas têm contribuido para angriar fundos, assim como o facto de ter um salão remo-delado também o tornar num local apetecível para aluguer por parte de pessoas da co-munidade, e consequente-mente numa fonte de retorno monetário. Modificações na cozinha também têm contribuido para o sucesso, especialmente no que diz respeito à ementa apresentada. Quem lá for en-contrará uma nova ementa, com novos sabores, e ainda a possibilidade de comprar um prato completo diferente em cada festa.E por fim, um pequeno pro-menor que acaba por ter gran-de impacto: a publicidade. A nova direcção tem utilizado, e de que maneira, o Facebook para divulgar os seus eventos, atingindo assim não só um maior número de membros da comunidade, mas especial-mente os mais novos. E para isso muito tem contribuido a criação da sua página no face-book. Outro promenor inclui o facto de estarem a divulgar as suas festas em ambos os idiomas, ou seja, em Portu-guês e em Inglês.Com a participação juvenil a subir, um salão de cara lava-da, e uma direcção energética e inovadora, a Irmandade de Bom Jesus de Hayward está viva! De braços abertos re-cebem qualquer um, quer seja Madeirense, Açoriano, ou Continental, e com um povo acolhedor, música, e petiscos como a famosa Espetada ou bebidas como a famosa Pon-cha, um bom serão é garantido.

O Renascimento dos “Cabeços”

Lufada de Ar Fresco

Paul [email protected]

Cantoria da Festa do Espirito Santo de Newark. Uma grande equipa de poetas populares. Uma noite inesquecível.

Lembram-se da história da Rainha de Manteca a quem roubaram a capa? Pois bem, a Fátima Silva, de Watsonville, emprestou-lhe a capa da sua filha, feita por ela há muitos anos, para que a jovem pudesse continuar a desfilar com uma capa. Gesto bonito.

Duas fotos da passagem do cantor Alcides Machado por terras da Costa Leste, onde se encontrou com Dinis Paiva. Emb: Festa de S. Pedro

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13 PATROCINADORES

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14 1 de Agosto de 2012

O ESTÁDIO DA PEDRA

Sempre preferi ter as aulas de Edu-cação Física, nome oficial da dis-ciplina a que chamávamos mais ligeiramente de “Ginástica”, na

primeira hora do calendário escolar. Pela fresquinha, aquilo até sabia bem, às oito da manhã entrávamos no balneário, espa-ço que, centenas de anos antes, os frades Franciscanos usaram como cozinha e re-feitório. Era apertadinho, húmido, escuro mas era o que era possível num edifício que não tinha sido planeado para acolher rapaziada com o sangue na guelra. O sr. Professor Nuno Marciano Mendes Ribeiro Monteiro Pais, com a sua inimi-tável voz de cana rachada --só o Hercu-lano é que o conseguia fazer com sucesso -- comandava a horda de atletas equipa-dos todos de branco e com as sapatilhas novas a guinchar no sobrado do ginásio, conduzindo o pelotão em corrida em oito em redor do exíguo espaço “Para aquecer esses músculos, que amanhã é que quero ver quem não tem dores”. Era verdade, de-pois de quase três meses de férias em que a actividade física de muitos se limitava a uns mergulhos na Silveira ou a umas calmas caminhadas do Adro da Sé até ao Pátio da Alfandega, o dia a seguir à pri-meira aula de Ginástica era um martírio, todos se queixavam de dores na barriga das pernas ou nos músculos da outra bar-riga. O simpático professor consolava-se a largar umas sonoras gargalhadas quando nos recebia na seguinte aula, os seus olhos tornados muito pequenos pelas fortes len-tes escuras não escondiam o gozo de nos ver arrastar os esqueletos, agora sem for-ças para correr ou subir a gadanho as altas cordas penduradas do teto.Completada a tortura aos nossos quase desfeitos músculos e para aliviar os âni-mos, o professor fazia sair do seu armário a famosa bola do “Brutobol”, uma já mais que velha e pesada bola que era lançada no meio do grupo e então era um salve-se quem puder, a ver quem fugia mais do “Sucata” ou do Hsien Phu Ling, atletas que não tinham jeito nenhum para jogar futebol mas que levavam tudo e todos à sua frente. Umas canelas meio esfoladas ou uma ocasional nódoa negra nunca fize-ram mal a ninguém!Servia o ginásio para jogos de basquete-bol mas para jogos de andebol ou futebol de cinco tínhamos que passar para o cam-po terreiro mesmo ao lado. Com equipas escolhidas a dedo num processo que não era lá muito democrático — os mais de-sajeitados ficavam sempre para o fim — faziam-se partidas tipo bota-fora, perdes-te vais tomar duche mais cedo. As balizas eram pintadas nas paredes e as áreas dos guarda-redes eram feitas com o arrastar dos pés na terra dura.Mas, digamos a verdade, para o pessoal se sentir bem, nada melhor que uma jogatana no famoso Estádio da Pedra! Aproveitan-do um “feriado”, um “furo” no horário ou até mesmo quando se faltava de propósito a uma aula para evitar os questionários das “chamadas”, aquele recinto estava quase sempre animado com renhidas par-tidas que não tinham árbitros, regras ou tempo de terminar. Interrupções só se fa-ziam quando passava o carro do Dr. João Rodrigues ou quando o Dr. Machado, al-taneiro e pachorrento, entrava pelo portão de ferro. O sr. Reitor geralmente não atra-vessava o campo, subia pela escada da La-deira de São Francisco, mas se estava de lua, mandava umas bocas aos futebolis-tas, “Se fosse no meu tempo e do Ludge-ro, vocês nem tinham lugar nas reservas”, fazendo alusão ao seu passado de jogador da primeira categoria do Lusitânia, assim como do sr. Moreira, agora seu chefe de contínuos.

Muita vez os mais pequenos não tinham oportunidade de jogar, os mais velhos impunham a sua condição de veteranos e tinham sempre prioridade. Se não fos-ses muito habilidoso só jogavas se a bola fosse tua. E quando não havia bola dispo-nível, lá se fazia uma colecta e cada um contribuía com cinquenta centavos ou um escudo para conseguir atingir os 20 escu-dos necessários para ir ao fundo da Rua de São João, à loja do Noé Chinês, comprar uma bola de borracha.Actualmente o Estádio da Pedra está se-meado com canhões que viajaram nas caravelas quinhentistas até às Índias e ao Brasil, já lá não estão as gigantescas árvo-res que o ornamentavam mas que dificul-tavam sobremaneira as fintas dos ases da bola. As raízes rasteiravam algum jogador menos experiente com os obstáculos e as pedras da negra calçada rebentavam solas de sapatos e a pele de muito joelho. A in-conveniência de ter de correr atrás da bola quando ela saltava para a Ladeira ou era chutada de forma que só ia parar no Jar-dim de Cima, nunca foi desculpa para os alunos do Liceu nem para a rapaziada que vivia nas ruas vizinhas. Para além de estu-dantes que se tornaram grandes futebolis-tas, por ali passaram outros “atletas” que usavam o Estádio nas horas mais tardias do dia ou nos sábados, já depois do Luís Bretão e os seus Comandantes de Caste-lo terem mandados as tropas destroçar no fim das Actividades da Mocidade Portu-guesa.Era a hora da rapaziada do Pisão, da Gua-rita, da Rua da Garoupinha e do Desterro mostrarem as suas habilidades, fazendo com que aquele recinto tivesse um apro-veitamento que só era igualado pelo Jar-dim do Porto das Pipas ou pelo Relvão, onde a malta do Corpo Santo ou dos Qua-tro Cantos também organizavam grandes jogos que formaram muitos dos jogadores que depois vieram a ser estrelas nas prin-cipais equipas da cidade. Então aparecia a equipa dos Caipiras contra os irmãos Serafins, o Maçaroca fintava o Perinca, o Gibicas e o Saca até jogavam descalços se fosse preciso poupar os sapatos. O Jorge Calheca andava sempre com um olho na bola e outro na janela da casa, não fosse a tia Olímpia descobrir o que ele estava a fazer e o António das Bicicletas fugia da oficina do pai para se juntar ao José Pedro e aos outros marabalistas da bola. Mas o que eu gostava mais de ver era o José Cagão, que só tinha lugar a guarda-redes mas era o que fazia mais barulho, talvez a tentar superar a debilidade física com os gritos de tácticas aos seus companheiros, “Passa a bola, não faças caixinhas!”, “Tás quase na rua, não jogas mais!”Claro que, tanto nos jogos dos estudantes do Liceu como nas partidas entre os rapa-zes das redondezas, era frequente a coisa não acabar muito bem, num instante se armava uma discussão. No lado da baliza riscada na parede da JEC, uns olhos viam golo e outros viam bola à barra! No outro extremo do campo, ou a bola passava por cima ou ao lado da barra marcada com um casaco ou uma pasta de livros. Os ânimos azedavam-se e as chapadas e empurrões vinham ao de cima. Felizmente eram bri-gas de pouca duração, dali a minutos ou no dia seguinte lá estavam os mesmos ou outros jogadores, esquecidos das quezílias e prontos a marcar o melhor golo das suas vidas.Os momentos passados no Estádio da Pe-dra foram tão importantes para a nossa formação como foram, a uns mais do que outros, as aulas e os ensinamentos que re-cebemos dentro das centenárias paredes do antigo convento.Cá por mim nunca me vou esquecer da-quela defesa que fiz a um potente remate de um dos melhores jogadores que por ali passou. Rompi as calças mas, pelo menos naquele dia, fui o melhor jogador em cam-po!

COLABORAÇÃO

GraduaçõesAntigamente era assim

João [email protected]

University of Oregon announces that Ke-vin Nicholas Vargas, son of David and Ana Paula Vargas, has earned a Bachelor of Science degree in Business Adminis-tration with a concentration in Sports Bu-siness and has attained Minors in Mathe-matics and Economics.

The Board of Directors of the University of California, Hastings College of the Law announces Heather Marie Garcia, dau-ghter of Sam and Mary Carvalho Garcia,has earned her degree of Juris Doctor in Law. Heather will be taking her Bar Exam this July.

Goretti Marie Silva, filha de Fátima e Mike Silva, completou a licença do Esta-do da California em Enfermagem. Goretti completou o curso em Vocational Nursing

and Psychiatric Technician na Gurnick Academy of Medical Arts de Modesto o ano passado.

Nascimento

Nasceu no dia 23 de Maio de 2012, Lucas Lopes Vitorino, filho de Madalena Lopes Vitorino e Paulo Vitorino. Os avós mater-

nos são Fátima e João Lopes e os paternos Luciana e Luciano Vitorino (já falecido).

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15 COMUNIDADE

Instituto Camões e Asso-ciação de Professores de Português assinam proto-colo para apoio do ensino da língua Portuguesa na Califórnia

São Francisco, 12 Jul, 2012 – O Instituto Camões Portugal (IC) e a Associação de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá (APPEUC) assinaram na passada quinta-feira, dia 12 de Julho, em São Francisco, um protocolo com vista ao apoio do ensino do Português no Estado da Califórnia.A assinatura do protocolo teve lugar no Consulado de Portugal e foram signatários o Dr. Nuno

Mathias, cônsul de Portugal em São Francisco, em representação do IC, e o presidente da APPEUC, Diniz Borges.Os objectivos deste protocolo visam, segundo consta no docu-mento, “a promoção da língua portuguesa junto das autoridades escolares americanas e das esco-

las comunitárias”, “rentabilizar sinergias entre a Cepe-EUA e a APPEUC por forma a sensibilizar as comunidades portuguesas para a importância da manutenção das suas raízes culturais, designa-damente a língua portuguesa”, promover “ações de formação

dirigidas aos professores de Português nos EUA quer das escolas comunitárias quer das escolas públicas” e “apoiar e desenvolver projetos no âmbi-to do ensino integrado”

Ao abrigo do protocolo ago-ra assinado, os professores de língua portuguesa, Diniz Borges, da Tulare Joint Union High School e College of the Sequoias, e José Luís da Silva, professor jubilado da San Jose Academy High School, passa-rão a ser professores de apoio pedagógico da Coordenação do Ensino Português nos Esta-dos Unidos (CEPE-EUA) com responsabilidades no Estado

da Califórnia.Ainda segundo o documento, a APPEUC/NAPTA compro-mete-se a organizar e coordenar ações de formação dirigidas aos professores de Português das es-colas comunitárias e escolas pú-blicas da Califórnia e trabalhar com as instituições e associa-

ções da comunidade e entidades americanas de modo a aumentar a oferta de cursos de Português em mais escolas secundárias do Estado.Na altura, o Cônsul-Geral de Portugal manifestou o desejo de continuar a trabalhar em prol do

ensino da língua e cultura portuguesas em todas as verten-tes do ensino, públi-co e privadas. Da parte do presi-dente da APPEUC/NAPTA salientou-se o esforço feito pelo atual Secretá-rio de Estado, José Cesário, instrumen-tal na concretização deste protocolo que prevê, pela primeira vez, o uso de recur-sos locais e de pes-soas da diáspora na área do ensino do Português no Es-trangeiro.Saliente-se que no próximo ano de 2013, celebrar-se-á o centenário da criação da primeira escola portuguesa na Califórnia, organizada em 1913 na cidade de Oakland, efeméri-de que a APPEUC/NAPTA disse planear celebrar com a dignidade que o feito merece. A CEPE-EUA, sediada na Embai-xada de Portugal em Washington

DC, depende diretamente do Ins-tituto Camões Portugal e integra atualmente uma Coordenadora, Fernanda Costa, e dois adjuntos, João Caixinha, na área consular de Boston, e António Oliveira, na área consular de São Francisco, em breve transferido para a costa leste onde exercerá iguais fun-ções junto das áreas consulares de New York e Newark.

A CEPE-EUA tem como missão a coordenação e execução no ter-reno da política da língua portu-guesa no estrangeiro consignada nos estatutos do IC e definida por legislação própria conjunta dos Ministérios dos Negócios Estran-geiros e da Educação e Ciência.

Educação: Protocolo assinado

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16 1 de Agosto de 2012FESTAS

Festa do Espírito Santo de Gustine

Teve lugar de 12 a 16 de Julho a Festa em Louvor ao Divino Espirito Santo de Gustine. Na Sexta-feira, Noite de Fados com Mafalda Arnaulth, António Isidro Cardoso, Jesualda Azevedo. Também houve a habitual desgarrada entre a Jesualda e o João Pinheiro. Sábado, Bodo de Leite com Pézinho. Baile com o Conjunto Progresso e Cantoria (Maria Clara, Antonio Isidro, Manuel dos Santos, João Pinheiro, Adelino Toledo, José Ribeiro, António Azevedo). No Domingo Missa de Festa e Coroação, Sopas, arrematações, Baile com o Conjunto Progresso e Cantoaria. Segunda-feira, Corrida de Toiros.

Fotos de Jorge Avila "Yaúca"

Manuel dos Santos, José Ribeiro, António Azevedo, João Pinheiro, Adelino Toledo, Maria Clara, António Isidro Cardoso e o "treinador da selecção" Luís Nunes.

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17 FESTAS

Aia Michelle Silva, Rainha Grande Alexandria Lopes, aia Victoria Brasil

Teve lugar de 12 a 16 de Julho a Festa em Louvor ao Divino Espirito Santo de Gustine. Na Sexta-feira, Noite de Fados com Mafalda Arnaulth, António Isidro Cardoso, Jesualda Azevedo. Também houve a habitual desgarrada entre a Jesualda e o João Pinheiro. Sábado, Bodo de Leite com Pézinho. Baile com o Conjunto Progresso e Cantoria (Maria Clara, Antonio Isidro, Manuel dos Santos, João Pinheiro, Adelino Toledo, José Ribeiro, António Azevedo). No Domingo Missa de Festa e Coroação, Sopas, arrematações, Baile com o Conjunto Progresso e Cantoaria. Segunda-feira, Corrida de Toiros.

Aia Haven Ballez, Rainha Pe-quena Lexie Nunes, Mikayla Silveira

Joe e Diane Alves (Presidente); Ivo Rocha, orador convidado da festa; Fátima e João Silveira (VP); João e Cecilia Pires (Secretário)

Fotos de Jorge Avila "Yaúca"

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18 1 de Agosto de 2012FESTAS

Festa do Espírito Santo em Paramount

No prosseguimento da tradição, a sociedade portuguesa desta ci-dade, levou a efeito

nos dias 23, 24 e 25 do passado mês de Junho, os tradicionais festejos em louvor ao Divino Es-pírito Santo. Como é do conheci-mento geral, nesta cidade já não existe comunidade portuguesa, apenas duas ou três famílias e o bonito edifício da sociedade por-tuguesa. Nesta cidade, conhecida por "Hynes", existiu uma razoá-vel comunidade portuguesa de-dicada a leitarias que chegaram a possuir cerca de 25.000 vacas. A primeira festa foi realizada em 1923, mas com tendas e muitos sacrifícios nos serviços das sopas, assim continuaram por cerca de 14 anos e em 1937, a comunida-de uniu-se e por dez mil dólares, compraram o espaço onde hoje é a sociedade de Paramount. Mais tarde, a cidade foi crescendo e as leitarias foram obrigadas a saí-rem e foram-se mudando para o Chino e Vale de San Joaquin. As festas continuam, mas com pes-soal das comunidades de Artesia e Chino, onde estão incluidas uma diversidade de portugueses de várias cidades circunvizinhas. No sábado houve umas barra-quinhas com comes e bebes, apresentação das rainhas e res-pectivas aias, seguindo-se serão dancante. No domingo, procissão e missa pelas 11:00 horas. Na pro-cissão tomaram parte as rainhas de diversas comunidades, direc-tores, algumas individualidades, filarmónicas do Chino e Artesia e o povo no geral. As deliciosas so-

pas, foram servidas após a saída da procissão e novamente após a chegada das mesma. Durante a tarde houve concertos pelas duas filarmónicas presentes e arrema-tações. Todos tiveram a oportu-nidade de apreciarem a dança do Chino, conhecida pela dança da Margarida Gomes, uma senhora digna de louvores pelo trabalho apresentado, sem dúvida um tra-balho digno de apreciação. Pelas 9:00 horas houve a tradicional Grande Marcha seguida de serão dançante. Na segunda-feira foi casa cheia. Todos os anos bichas enormes para o feijão com carne assada pois todos sabem que o Frank Borba é um cozinheiro de óptimo paladar, tanto em sopas como na feijoada. Em género de galhofa perguntou-nos se tudo estava bem em canela e comi-nhos... Em anos anteriores abusa-vam destes temperos.Terminou com serão dançante, e agora todos aguardam pela festa das contas em Setembro, tam-bém com carne assada e feijão. A direcção está de parabéns pelos magníficos festejos programados e realizados.

Consul Geral de Portugal em Sao Francisco

Agradecimento

Após a sua tomada de posse no Consulado Geral de Portugal, em San Francisco, California, o Dr. Nuno Mathias, teve a gentileza de nos comunicar a sua posse, para o que cordialmente saudamos e agradecemos a sua Excelência e

simultâneamente, oferecemos os nossos incondicionais e modestos préstimos respeitan-te à imprensa portuguesa nesta área do sul deste Estado.

Comunidades do Sul

Fernando Dutra

Do Tempo e dos Homens

Manuel [email protected]

Ainda sou do tempo em que os imigrantes eram tratados como colonos. E além das colónias de Africa, havia as colónias da

emigração. E nós aceitávamos a designa-ção, como natural. Era com orgulho que festejavamos os fastos da “Colónia Portu-guesa de New Bedford”. Mas a designa-ção, deu no que deu. Os verdadeiros colo-nos não emigrantes em África, decidiram que a terra era sua, e que eles eram os ver-dadeiros senhores da terra. E então, os se-nhores em Lisboa, entenderam que a situ-ação era explosiva, e decidiram promover as colónias a Provincias, e as “colónias”de emigrantes, a “Comunidades”. Uma desig-nação decerto mais justa e mais humana. Mas o espirito de colónia e de pertencer-mos a um mundo diferente daquele donde viemos ainda, ainda persiste um pouco na comunidade. E assim, nesta crónica de hoje, passamos em revista alguns dos fastos referidos com orgulho, por todos os nossos meios de informação. E começa-mos com a Parada do 4 de Julho na vila de Brisol, a mais antiga e a mais importante realizada na America, e o facto de ter sido “Marshall” do cortejo, Antonio Teixeira, natural da Ilha do Faial. Outras notícias de relevo patriotico:---Em favor da luta contra o cancro, Kathy Mota, tenciona nadar entre Fall River onde reside, e a cidade de Pawtucket, na distan-cia de 22 milhas.---Festival comemorando a posse do Juiz

Luis de Matos para o Tribunal Superior, e Antonio Teixeira, candidato a administra-dor da vila de Bristol, R.I.,e “Marshall” da Parada do 4 de Julho.---A parangona do jornal diz: Médico por-tuguês, em centro médico em Nova York. Trata-se do doutor Paulo Pacheco, filho dos imigrantes Deodete e Frederico Pacheco.---Maria Teresa Paiva Weed, deputada democrata pelo distrito 13, é a primeira mulher a presidir ao Senado no estado de Rhode Island.---Rick Lopes,filho de emigrantes de Mira de Aire,é o segundo deputado estadual com assento na Assembleia Legislativa do estado de Connecticut, em representação do Distrito 24, da cidade de Hartford. Mas nem tudo são rosas. Os estudantes, incluindo os luso-americanos, têm a vida cada vez mais dificil. As dividas em em-préstimos de estudo, ultrapassam larga-mente as dos cartões de crédito e dos em-préstimos sobre automóveis.

---O Juiz Philip Raposa, que preside ao Tribunal de Apelos de Massachusetts, foi nomeado como delegado à comissão inter-nacional de observadores, em missão em Timor Leste, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos.---O 4 de Julho em Nova York, com as-sinatura Portuguesa. James Sousa na Pi-rotecnia e Katty Perry na Musica são os nomes luso-americanos de destaque. Gary Sousa, comanda a parte pirotécnica dos

armazens Macys desde 1983.--- Mas o que se passa na Pátria de origem tambem encontra eco entre a nossa gente especialmente nestes tempos de crise. E a parangona lá está a assinalar: “Setor da Restaura-ção, em Portugal, pode perder 64 mil empregos em 2012”. E isto é parte do sentir do imigrante que no estrangei-ro procura refazer a sua vida. E terminamos com uma nota não menos triste. O jornal americano local publicou há dias uma foto em lugar de destaque, mostrando um numeroso grupo de portugueses, durante uma vigilia com velas e orações, pedindo a Deus, que evite o encerramento de Igreja de S. João, (na foto) a primeira igreja portugue-sa construida nesta cidade de New Bedford. Por agora as ordens do Bis-po da diocese é para encerrar defi-nitivamente. Tenho dúvidas de que Deus vá passar por cima das ordens do Bispo. E Deus decerto sabe bem as dificuldades do prelado. Falta de dinheiro, e falta de padres. Aqueles padresinhos que andaram por aí a desflorar meninos, custaram à igreja centenas de mihões de dolares, e agora, cada padre tem de tomar conta de mais de uma igreja. Os irmãos que me perdõem, mas não me parece que Deus vai atender aos pedidos dos paroquianos da Igreja de S.João, a primeira construida pela fé e o

suor dos homens das Ilhas, trabalhando 12 horas por dia, e passando frio de rachar.

Ainda somos Colónia?

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19 COMUNIDADE

Nova Loja em Modesto - 5.11 Tactical SeriesÉ uma loja diferente de todas as outras. Os seus produtos são es-pecializados para quem trabalha nas forças de seguranca.Pode-se ler que: "5.11, Inc, cre-ates superior products that enhance the safety, accuracy, speed and performance of law enforcemnet, military and firefi-ghting profissionals."

Esta loja que agora abriu em Mo-desto para venda dos produtos da 5.11 Tactical, de Dan Costa, é propriedade de dois jovens, Lu-cas e Taylor Rocha, filhos de um antigo empregado de Dan Costa. O avô destes jovens, Ezequiel Barcelos Rocha, nasceu em Ar-cata em 1922 e casou com Telma Mary Rodrigues, já nascida em Oakland. (descendente de San-ta Bárbara, Ilha Terceira). Ele participou na II Guerra Mundial como marinheiro e as fotos na parede que se podem ver na foto-grafia é uma homenagem a ele.Ezequiel andou viajado em três diferentes navios de guerra.Façam uma visita à loja que fica no Kansas St. em Modesto.

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20 1 de Agosto de 2012PATROCINADORES

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21 COMUNIDADE

AÇORES – Casa Nova com 2 quartos e casa de banho. 3 unidades para renda no Porto de São Mateus na ilha

Terceira. Cozinha, Lavandaria, TV e Wi-Fi. Preço muito razoável. Com uma vista fantástica!!

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Alberto Sequeira Vieira

Alberto Sequeira Vieira faleceu no dia 14 de Julho de 2012 na Ilha de São Miguel, Açores. Era casado com Catherine Vieira, de San-ta Clara. Extremoso pai de Linda Vieira e Manuel Vieira, sogro de Patricl Boring e Lina Vieira. Avô de Albert e Elizabeth Vieira. Irmão de Bernardette Vieira-Linch (Bill Linch); Batista S. Vieira (Dolores Vieira); Lino S. Vieira, já falecido (Maria de Fátima Vieira); Velma Santos (Dalberto Santos). Era tio de 10 sobrinhas/os. Deixa também a chorar a sua morte muitos pri-mos nos Estados Unidos, Portugal Conti-nental e Açores.

Alberto Vieira nasceu a 25 de Março de 1935 em Rosais, Ilha de São Jorge, Aço-res, filho de Manuel Sequeira Vieira e Ana Oliveira Vieira. Era o mais velho de cinco filhos. Em 1954 emigrou com o seu irmão Batista para os EUA com a idade de 19 anos. Tal como outros emigrantes vindos naqueles anos, ele trabalhou em leitarias, enquanto se adaptava ao seu novo País.Prosseguiu os seus estudos graduando no San José High School.Viveu mais de 50 anos na Cidade de Santa Clara, onde serviu doze anos na Comissão de Planeamento e foi por duas vezes can-didato a vereador.

Durante mais de 30 anos foi proprietário da Vieira Drywall and Tapping Company, tendo sido um dos pioneiros na industria de drywall entre a comunidade portuguesa na área da Baía de San Francisco.Durante muitos anos responsabilizou-se pela vinda de muitos emigrantes fazendo-lhes carta de chamada (Certificate of Em-ployment).Mais recentemente era proprietário e ges-tor de vários parques de Mobile Homes na àrea da Baía de Monterey. Alberto e es-posa Catherine era donos da Companhai Vieira Enterprises, responsávesi pela ven-da e fabricação de mobile homes.

Além dos vários reconhecimentos do Go-verno de Portugal e da Cidade de Santa Clara, Alberto Vieira também recebeu o

Business Award da Câmara de Comércio Portuguesa da California. Alberto Vieira era um orgulhoso membro do Conselho da Luso-American Fraternal Federation, 20B-44C-68B, de Mountain View desde 1956. Através dos anos teve várias posições na Luso-American Fra-ternal Federation, servindo também como Presidente em 1976-77.Também a sua dedicação continuou na Lu-so-American Life Insurance Society (anti-ga United National Life Insurance Society até 1993), servindo como Director ((1979-89, 1999-2003), Presidente (1989-97), e Chairman of the Board (2003-08).Ele foi muito importante e influente no crescimento da LALIS com as suas pro-postas de milhões de dólares de seguros de vida. Alberto Vieira recebeu o Distin-guished Service Commendation Award durante muitos anos.Durante muitos anos foi membro da I.F.E.S. de Mountain View, onde foi Pre-sidente. Era membro da Aliança Jorgense de San José, várias organizações do Espi-rito Santo e fraternais, tais como S.E.S., I.D.E.S., U.P.E.C. (agora PFSA).

Foi estabelecido uma Bolsa de Estudo com o nome Albert S. Vieira Memorial Scho-larship Fund na Luso-American Education Foundation, 7080 Donlon Way, Suite 202, Dublin, CA 94568; 925-828-3883.

Tribuna Portuguesa envia sentidas condo-lências a toda a família Vieira.Alberto Vieira foi sempre um grande ami-go do Tribuna Portuguesa.

Albert Sequeira Vieira passed away sud-denly on July 14, 2012 on the island of São Miguel, Azores, Portugal. He was the de-voted husband of Catherine Vieira of Santa Clara. Loving father of Linda Vieira and Manuel Vieira and father-in-law of Patrick Boring and Lina Vieira. Dear grandfather of Albert and Elisabeth Vieira. Brother of Bernardette Vieira-Lynch, Batista S. Viei-ra, Lino S. Vieira (deceased), and Velma Santos. Brother-in-law of Bill Lynch, Do-

lores Vieira, Maria de Fátima Vieira, and Dalberto Santos. Uncle to 10 nieces and nephews. He leaves numerous cousins in the United States, The Azores, and main-land Portugal.

Albert was born on March 25, 1935, in Rosais, São Jorge, Azores to Manuel Se-queira Vieira and Ana Oliveira Vieira. He was the eldest of five children. In 1954, he immigrated to the United States at the age of 19 with his brother Batista. Like many immigrants in those years, he milked cows while settling into his adopted country. Having received most of his formal edu-cation in the Azores, he completed his stu-dies at San José High School. Albert lived more than 50 years in Santa Clara, where he served twelve years on the Planning Commission and was twice a City Council candidate.

Albert owned and operated Vieira Drywall and Taping Company for over three deca-des and was a pioneer of the Portuguese-American drywall industry in the San Francisco Bay Area. Over the years, he was responsible for countless immigrants, vouching for them on their Certificate of Employment, also known as carta de cha-mada in Portuguese. More recently, he has owned and managed several mobile home parks in the Monterey Bay Area. He and wife Catherine owned Vieira Enterprises, dealers of mobile and manufactured ho-mes.

Among his many awards were medals from the Government of Portugal and from the City of Santa Clara. Albert also received the Business Award from the Portuguese Chamber of Commerce of California.

Albert was a proud member of the Luso-American Fraternal Federation Council 20B-44C-68B of Mountain View/Santa Clara since 1956. He held various posi-tions throughout the years in the Luso-American Fraternal Federation, ultimately serving as President in 1976-77. Albert’s dedication continued in the Luso-Ame-rican Life Insurance Society (formerly United National Life Insurance Society until 1993), where he served as Director (1979-89, 1999-2003), President (1989-97), and Chairman of the Board (2003-08). He was instrumental in LALIS growth with his proposal of millions of dollars of life insurance, and for his efforts, he received the Distinguished Service Commendation Award for a record number of years.

Albert was a longtime member of the I.F.E.S. of Mountain View, where he was a Past-President. He was also a member of Aliança Jorgense of San José, Brotherhood of St. Anthony, various other Portuguese Holy Ghost Halls, and of fraternal benefit societies such as the S.E.S., I.D.E.S., and U.P.E.C., now P.F.S.A.

The Albert S. Vieira Memorial Scho-larship Fund has been established at the Luso-American Education Foundation, 7080 Donlon Way, Suite 202, Dublin, CA 94568; 925-828-3883.

Falecimento

Page 22: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

22 1 de Agosto de 2012COMUNIDADE

Foi eleita em Junho a nova Direcção do Portuguese Athletic Club que este ano completou e festejou o seu 50º Aniversário:

President Denise AvilaVice-President Helder GoulartTreasurer Yvette SousaAsst. Treasurer Gorette ManceboSecretary Paula Sarmento-FletcherAsst. Secretary Francisco BragaBar Lead Dimas AvilaBar Joao DinizBar Carlos ManceboSocial Teresa SousaSocial Maria TerraSocial Fatima BettencourtCultural David GarciaCultural Jorge FerreiraSport Everardo RicoSport Robert Castro

Portuguese Athletic Club tem nova Direcção

Portuguese Literary & Cultural Studies / 28Call for Papers

Fernando Pessoa as English Reader and Writer

Guest Editors: Patricio Ferrari & Jerónimo Pizarro

Fernando Pessoa’s British education left long-lasting traces in his writings, particularly (but not exclusively) in his English texts. The aim of this issue is to study the pivotal role that the English language and literary tradition played in Pessoa’s production throughout his life. In order to achieve this, we propose a volume traversing a wide range of topics bridging the author’s Archive and Private Library. (For the Private Library see http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/bdigital/index/index.htm).

The deadline for submission is 15 February 2013. Portuguese Litera-ry & Cultural Studies (PLCS) welcomes submission of original and unpublished manuscripts appropriate to the goals of the journal. We encourage authors to submit articles in English.

Themes to be addressed in this issue include:· The Durban Years· Short and Long Poems · The Art of Drama· Early Fiction and Detective Stories· Cinema· English Masks· Bilingualism· Translation· Shakespeare· Romantic Poets· Modernist Journals· Psychopathology· Historiography and Nationalism· Rationalism· Esoteric Writings· Textual Criticism· Marginalia· Selected Bibliography

Please send submissions to the Guest Editors: Patricio Ferrari: [email protected]ónimo Pizarro: [email protected] In addition to its thematic focus, PLCS will continue to publish per-manent sections for which we also solicit contributions. We wel-come submissions for the following sections: Essays, Reviews and Fiction. Please send submissions for these sections to the Editor-in-Chief:João Cezar de Castro Rocha (UERJ): [email protected] Portuguese Literary & Cultural Studies is published by Tagus Press at the University of Massachusetts Dartmouth, in partnership with the University Press of New England.

Page 23: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

23 TAUROMAQUIA

A Corrida da Festa do ES de Gustine

Quarto Tério

José Á[email protected]

No passado dia 16 de Julho a praça de tou-ros Bella Vista

Park foi palco para mais uma corrida de touros. Nos bilhetes bonitos mas um pouco exagerados no tama-nho, estavam anunciados os cavaleiros de alternativa Paulo Ferreira e Gilberto Filipe. Para o toureio de Montes estava em cartel o matador Mexicano Antonio Romero. Os forcados eram dos Amadores de Turlock e Amadores de Merced. Tou-ros de João Silveira e Joe Alves. A corrida foi diri-gida por João Gonçalves e abrilhantada e muito bem pela Lira Açoreana.O cartel na realidade não era de grandes expectati-vas, mas quando menos se espera é que as surpresas aparencem, portanto há que ir aos touros porque há sempre esperança de algo muito bom acontecer, até porque não precisa muita coisa para marcar uma cor-rida positivamente.Umas horas antes da corri-da começar estava eu a co-mer um belissimo prato de peixe confeccionado pela senhora Maria Alice a pen-sar como poderia decorrer a corrida tendo em conta o cartel e touros anuncia-dos. Para dizer a verdade, as promessas não eram das maiores, mas estava con-tente por haver em cartel um matador para o bonito toureio apeado. A linha dos touros anunciados não têm deixado grandes sucessos a não ser em alguns casos insólitos. Quanto aos ca-valos não tinha dúvidas, porque sabia de antemão que os cavaleiros tinham cavalos de alta qualidade para a arte de Marialva. Depois da minha deliciosa refeição, misturei-me então entre os aficionados amigos que iam chegando a pouco a pouco e logo me aprece-bi que numa maneira ge-ral também entre eles não havia grandes espectativas para a corrida que estava prestes a começar.A corrida superou as mi-nhas expectativas e das pessoas com quem falei an-tes da corrida. O curro de João Silveira e Joe Alves

além de se apresentar mui-to desigual e com as corna-mentas defeituosas, prin-cipalmente nos dois para o toureio a pé, a maioria dos touros serviram muito bem, com a excepção do primeiro e ultimo da tarde. Os dois grupos de forcados estiveram realmente bem, tendo-se realçado Michael Lopes do grupo de forca-dos Amadores de Turlock ao executar uma grande pega à primeira tentati-va pegando praticamente sózinho de praça a praça. O primeiro ajuda e os restan-tes ajudantes ficaram bem perto das tábuas deixando o touro aproximar-se com o Michael, para depois então ajudarem a parar o touro no momento certo. É as-sim que os valentes pegam touros. Donald Mota tam-bém fechou-se muito bem à segunda tentativa. Os do grupo de forcados Amado-res de Merced também es-tiveram muito bem execu-tando pegas muito valentes por Tony Oliveira e André Melo. Os forcados mais uma vez foram os grandes vencedores da corrida.Quanto ao matador An-tonio Romero, mostrou momentos de bem tourear com alguns derechazos e naturais bem templados mas não conseguindo li-gar e arremar os muletazos como manda a lei de bem tourear. Vê-se sem duvidas grandes esperanças neste jovem matador, mas vê-se também a falta de prática devido ao pouco numero de corridas efectuadas. Po-deria até acrescentar que os dois touros estiveram por cima do matador.

Tourear para Quem?

Quanto aos cavaleiros po-deria dizer que não esti-veram mal, mas também não estiveram muito bem. Não estiveram mal, por-que penso que agradaram a uma grande maioria das pessoas presentes, segundo as palmas que se ouviam. Não estiveram muito bem, porque em algum dos casos enfrentaram-se com bons touros de lide e não os tou-rearam clássicamente, op-tando para o toureio mais

espectacular, deixando um sabor insonso aos que gos-tam mais que o cavaleiro toureie mais o touro de que o publico. Não conheço muito bem o estilo de Gil-berto Filipe, mas poderei dizer que Paulo Ferreira nestes ultimos anos tem-se tornado num cavaleiro clássico e alegre, mas que assim não aconteceu nesta corrida, principalmente no seu segundo touro, por este não oferecer maldade ne-nhuma.Agora pergunto. Para quem deve um toureiro tourear? Deve tourear para os mais entendidos que normal-mente são a minoria numa praça, ou deve tourear para a maioria das pessoas que são menos entendidas mas que numa maneira ge-ral enchem as praças? Se formos a analizar bem as coisas, os toureiros devem saber tourear para todos. Tem que haver um balan-ço muito cauteloso para o toureiro poder mostar a sua arte sériamente e apaixona-damente perante o seu ad-versário e ao mesmo tempo tourear mais plásticamente e alegre para se poder en-tregar ao publico e vice-versa. Mas, acontece que os toureiros não gostam de tourear com praças vazias e se realmente a maioria são os menos entendidos, então tem que haver muito respeito por essa maioria. Mas atenção, ter respeito por eles não quer dizer que se tem que tourear sem ver-dade com muitos desplan-tes propositadamente para os contentar. Neste caso o toureiro acaba por tourear o publico no lugar de tourear o touro. Infelizmente aqui na California vê-se muito os toureiros a tourearem para a maioria menos en-tendida nada se esforçando porque ouvem pal-mas constante-mente toureando bem ou mal. É como um circulo vicioso; praças cheias de menos entendidos e os toureiros pou-co se esforçam, se não houver praças cheias, os toureiro mal

se entregam. Portanto, é importanto haver praças cheias, mas o mais im-portanto ainda é haver toureiros que ofereçam um toureio verdadeiro, hones-to e alegre. Assim seria a solução ideal, e até porque aqui na California seria fá-cil porque no final de con-tas quase todas as corridas têm a praça cheia devido aos famosos bilhetes ofe-recidos. O meu amigo Di-mas Alves diz muita vez e é verdade, que o toureiro tem por obrigação de mos-trar aos menos entendidos como se deve tourear. Se não forem os profissionais a ensinarem, então quem vai ser? O que realmente a festa precisa é de toureiros mais dedicados à sua arte e isto está à responsabili-dade dos presidentes das festas ou empresários. Eles é que têm que zelar pela nossa festa ao contrata-rem toureiros que querem tourear com saber, valen-tia, honestidade e muita aficion. Com tudo isto não quero dizer de maneira ne-nhuma que os cavaleiros desta corrida não foram honestos. Apenas optaram por tourear para a maioria menos entendida. Mas agora torno a pergun-tar. Para quem deve um toureiro tourear? É cla-ro que os mais entendidos vão dizer que o toureiro tem por obrigação de tou-rear classicamente e ho-nestamente. A maioria das pessoas e até mesmo os empresários, que no nosso caso são os presidentes das festas, com certeza querem mais espectáculo para se divertirem mais e para se continuar a encher as pra-ças. E agora quem tem ra-zão? Penso que a resposta é simples. Todos têm razão e é precisamente isto que

torna a festas dos touros mais interessante e mais dinâmica.A bem da festa brava

Até prova em contrá-rio eu não acredito que estes ganaderos tenham recebido es-tes subsídios por cau-sas dos toiros. É pre-ciso recordar que esta gente tem terras de semeadura, de frutas, de cereais, vinhas, etc., e possívelmente estes subsídios são refe-rentes a essas terras e culturas.Não acredito que se possa subsidiar toiros. Quem não pode ser ganadero que não o seja, mas que não viva à base de "arranjinhos" subsidiantes, venham eles don-de venham. Espero que alguém nos possa explicar isto tudo, para bem da Festa Brava. Quero acreditar que o titulo é enganoso, mas aqui fica como aparece nos jor-nais.

Subsídios para as touradasNo passado dia 21/03/2012 foi publicada no Diário da República a lista dos subsídios atribuídos pelo IFAP (Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas) no 2.º semestre de 2011, tal como se havia publica-do a listagem relativa ao 1.º semestre de 2011 no dia 26/09/2011.No ano de 2011 o IFAP atribuiu subsídios no valor de €9.823.004,34 às empresas e membros das famílias da tauromaquia :

Ortigão Costa- 1.236.214,63 € Lupi - 980.437,77 € Passanha - 735.847,05 €Palha - 772.579,22 €Ribeiro Telles - 472.777,55 €Câmara - 915.637,78 €Veiga Teixeira - 635.390,94 €Freixo - 568.929,14 €Cunhal Patrício - 172.798,71 €Brito Paes - 441.838,32 €Pinheiro Caldeira - 125.467,45 €Dias Coutinho - 389.712,42 €Cortes de Moura - 313.676,87 €Rego Botelho - 420.673,80 €Cardoso Charrua - 80.759,12 €Romão Moura - 248.378,56 €Brito Vinhas - 53.686,78 €Romão Tenório - 283.173,89 €Sousa Cabral - 318.257,79 €Varela Crujo - 188.957,35 €Assunção Coimbra - 330.789,44 €Murteira - 137.019,76 €

Reflexões Taurinas

Joaquim [email protected]

Page 24: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

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26 1 de Agosto de 2012

Não se apresse o leitor em juízos temerários. Vá devagar

que eu por mim vou narran-do tudo tintim por tintim.

Onésimo T. Almeida, Onési, Português Sem Filtro

Gostaria de começar por dizer que tudo o que Onésimo T. Al-meida escreve em

forma de crónica contém tanto de imaginação como de ver-dade. De imaginação porque, muito simplesmente e dito em directo, mais ninguém entre nós domina a forma como ele, creio que desde há muito a ní-vel nacional, e por certo estará no topo em língua portuguesa, que inclui necessariamente os brasileiros, antigos mestres no mesmo género literário; da es-fera dos factos, porque alia-se à sua ágil manipulação da lín-gua natal exilada (no seu caso específico) na América sem ter sofrido uma única inter-ferência linguística, a não ser quando ele deliberadamente introduz um termo ou outro, que carrega novos sentidos entre nós, ou então fez parte do seu projecto dos anos 70 em transcrever foneticamente as deliciosas linguagens dos nossos imigrantes, como no já clássico Ah! Mònim Dum Corisco!... (1978), teatro em forma de revista à portuguesa no qual são representadas ce-nas da vida imigrante açoria-na e luso-americana nalgumas das nossas mais conhecidas comunidades, infelizmente não incluído nesta antologia publicada o ano passado em Lisboa, tal como não está in-cluído qualquer passo do No Seio Desse Amargo Mar: Peça Em Três Actos (1992), em que falecidas figuras literárias nos-sas (Vitorino Nemésio, Rober-to de Mesquita e José Henrique Santos Barros, entre outros e

outras do nosso cânone literá-rio e cultural) estão em diálogo no Céu – ou lá para onde fo-ram – sobre o estado da con-temporaneidade nos Açores e os debates literários que então nos apaixonavam a todos. De qualquer forma, o que está pre-sente nesta antologia é mais do que suficiente para relembrar ou apresentar pela primeira vez a qualquer leitor o retrato mais completo e perfeito da nossa vida em diáspora duran-te as últimas quatro décadas, Portugal em andanças sem fim numa tentativa de redefinir-se e reencontrar-se após os tem-pos negros do silêncio em que a nossa geração nasceu e viveu uma boa parte das suas vidas. Outros, como Onésimo T. Al-meida, optaram pela saída mas sem nunca cortar com o torrão natal, física e culturalmente. Junte-se aqui enfaticamente a situação de um professor uni-versitário muito bem colocado numa das melhores universi-dades do mundo em Providen-ce (Brown University) e a sua obsessão pela questão da por-tugalidade expressa num fan-tástico mosaico que cobre con-tinentes e ilhas de uma ponta do mundo à outra, e fica-se com a ideia de que, em retros-pectiva, o autor aqui em foco foi o escritor eleito no tempo e no lugar certos. Até hoje.Onésimo, Português Sem Fil-tro não será o título que eu escolheria para uma antologia deste autor -- e não por ser po-liticamente incorrecto, muito pelo contrário. É certo que a escrita de Onésimo Almeida tem como outra caracterís-tica formal uma espécie de crueza delicada da linguagem (passe o paradoxo), na qual o “objecto” ou “personagem” é sempre descrito com a pala-vra precisa, retirando qualquer ambiguidade na interpretação de quem o lê, sem que isso eli-mine o seu imparável humor e a leve ironia com que vê coi-sas e gentes. Aliás, a crónica clássica está aqui num estado evoluído, de vários modos, in-clusive pela inovação que os seus referenciais requerem, as linguagens sempre adequadas às múltiplas geografias huma-nas que lhe servem de tema ou lhe despertam a curiosidade e o pensamento. Descrever o mundo, quase sempre lusófo-no, e algumas vezes o espaço anglo-americano onde desde a década de 70 reside e trabalha com portugueses, sempre, pelo meio requer o que nenhum

outro cronista luso do nosso tempo possui: o embate real e constante com essas realidades distantes e ao mesmo tempo próximas, vistas e contadas com a maior abertura intelectu-al e sobretudo disponibilidade para as assimilar, nem que seja só durante a sua breve estadia, descrevendo-as depois como se parte delas fosse e sempre tivesse sido. São nos porme-nores inesperados que reside a grandeza da sua escrita, como aliás em toda a escrita criativa, seja ela ficção ou, digamos, a realidade olhada pelos espe-lhos múltiplos que o contem-plador enxerga. Presenciei um facto menor aqui há anos num hotel de Ponta Delgada durante um congresso cultural que ex-plica essa sua abertura a mun-dos por ele nunca dantes vistos, mas eventualmente visitados. Uma académica brasileira queixava-se de que o dito hotel pecava porque não funcionava como ela estava habituada no seu grande país. Resposta sem mais de Onésimo: você aqui não está no Brasil. Poderá pa-recer um instante insignifican-te, mas diz tudo sobre as suas crónicas, quer escritas há 30 anos quer escritas ontem; não insinua nunca inferioridade-superioridade de si, de nós ou dos outros, simplesmente faz notar que as diferenças tudo re-lativizam e só temos de tentar compreende-las, sempre que possível respeitá-las, o outro poderá sermos nós quando a si-tuação se inverte. Só que toda a grande escrita, para mim, tem filtro, tem de o ter. A pró-pria perspectiva adoptada pelo autor na descrição de qualquer “realidade” ou incidente pode-rá estar, como está sempre nas páginas deste autor, pensada para que a estória tenha prin-cípio, meio e fim, mesmo que para tal nas artes de um gran-de cronista tenha de convocar os protocolos mais evidentes da ficção. Mário Mesquita es-creveu um dia, a propósito dos contos de (Sapa)teia America-na, que na sua obra raramen-te se trata só de uma coisa ou outra, a hibridez da sua ficção poderá parecer uma crónica romanceada, ou a crónica um conto disfarçado. Qualquer um dos textos presentes nes-te volume singular da obra de Onésimo T. Almeida é uma expressão clara da sua técnica, uma vez mais, filtrada, a ver-dade está aqui espelhada pelo eu narrativo que unifica a voz e o tom da sua linguagem de

texto para texto, a sequência que depois se torna num todo, os seus mundos conjugando-se para juntar o mosaico sempre em construção, sempre remen-dado quando algo de novo lhe surge inesperadamente ou por ele procurado.Se Vitorino Nemésio foi o nos-so mais conhecido corsário das ilhas, Onésimo T, Almeida é o corsário sem par da Lusofonia, em todos os seus recantos, em todos os seus estados de alma e existenciais. Antes dele, nin-guém falava ou escrevia em Portugal tão consistentemente sobre a nossa imigração nos EUA, ninguém como ele tinha escrito sobre a América, e isso inclui praticamente todos os livros assinados por autores de fama nacional lusa que sai-riam durante o nosso tempo. Foi ele que nos abriria a porta dos grandes jornais lisboetas, e retiraria assim certo exotis-mo -- por ser desconhecido e nunca imaginado -- associado ao tema. Por outras palavras, foi ele que colocou algumas das mais importantes peças socioculturais fundamentais ao novo Portugal depois do 25 de Abril. Eis aqui, pois, uma forma de rever toda a sua obra agora antologiada parcialmen-te em Onésimo, Português Sem Filtro. Foi por ela, assim como pelo seu ensaísmo académico ou científico, que lhe ficou ga-rantido um lugar proeminente entre os pensadores essenciais do Portugal moderno, entre os escritores mais criativos da sua geração. “De facto, -- escreve Miguel Real no posfácio que assina nesta antologia, e que também já havia dedicado à escrita de Onésimo T. Almeida um exten-so espaço no seu O Pensamen-to Português Contemporâneo 1890-2010 -- constata-se, pelo conteúdo da sua obra, que a di-visão dos capítulos deste livro evidencia com muita clareza, ser Onésimo um homem divi-dido, do ponto de vista senti-mental, entre a América da sua realização e o Portugal da sua formação, o laicismo profano e festivo da sua escrita e a me-mória do absoluto anteriano e enesiano da sua sensibilidade juvenil, entre o lastro da cul-tura portuguesa melancólica séria, protocolar e preconcei-tuosa, e o pragmatismo e igua-litarismo americanos, e, do ponto de vista racional, entre a escrita académica dos seus tra-balhos e a escrita jornalística por que intervém socialmente

ARTES & LETRAS

Vamberto Freitas

As Andanças De Um Grande Cronista

no presente da História…”Adicione-se que a selecção dos textos em Onésimo, Português Sem Filtro esteve a cargo de três dos seus mais atentos leito-res no continente, Cristina Ovídio, Ana Bernardo e João Maurício Brás. Para além dos dois livros já aqui mencionados, estão excluídos desta antologia os textos de Via-gens Na Minha Era e Livro-me Do Desas-sossego.

Onésimo Teotónio Almeida, Onésimo, Português Sem Filtro (com posfácio de Miguel Real), Lisboa, Clube do Autor, S.A., 2011.

Vamberto Freitas, no texto que apresenta-mos nesta página fala-nos das "andanças de um grande cronista". Já aqui o disse-mos, Onésimo Teotónio Almeida é um grande cronista. Mais, é um grande es-critor, com obra (no verdadeiro sentido da palavra) feita em vários géneros literários, desde a crónica à poesia e ao conto. Mas quem sou eu, um mero inábil aprendiz da vida e da literatura para falar de um verda-deiro intelectual e escritor como Onésimo Almeida. É verdade, por vezes atrevo-me nesta página e ele desculpa-me porque já é velha a nossa amizade. E porque, graças a Deus, como dizia a minha santa avó, sei até que ponto posso chegar, opto, nestas duas palavras, pedir aos leitores que leiam com atenção o belo texto do Vamberto e dar-vos alguns excertos do que outros, muito mais sábios do que eu, e muito mais conhecedores da literatura, e da vida, têm escrito sobre Onésimo Almeida.abraçosdiniz

"Onésimo quando escreve faz sempre um género." Maria Alzira Seixo." ...o Onésimo criou uma 'linguagem' para a crónica enquanto género; decerto modo, reinventou o género." João de Melo "Os vários mundos do Onésimo - o nor-te-americano, o brasileiro, o açoriano, o continental - passam aqui acolhedores e surpreendentes, num virtuosismo lúdico de crítica e erudição. Uma delícia." Fer-nando Venâncio "Onésimo prolonga a herança poética de Nemésio e de todos os escritores açorianos que ajudaram a criar a ideia de uma fugaz utopia, ainda desconhecida dos cartógra-fos." George Monteiro."...extremamente atento às mais diversas galáxias do saber e com um pensamento fiel aos ideais da modernidade. Possui um sentido de humor inesgotável, um bigode sincero e um olhar profundo com lampejos irónicos." Gabriel Magalhães

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

Page 27: The Portuguese Tribune - August 1st 2012

27 COLABORAÇÃO

Portugal, País dos 3 F's (XX)

Fenomenal – Em Portugal actual-mente existem duas Troikas. Troi-

ka é uma palavra Russa que significa uma carroça ou charrete puxada por 3 fulgosos cavalos. Essa carroça transporta os re-presentantes do Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Banco Cen-tral Europeu, que controla Portugal como Filipe II de Espanha no século XV, quando perdemos a inde-pendência, por aventuras disparatadas e questões di-násticas.Este ensemble é compre-ensílvemente odiado por todos os Portugueses.A outra Troika é constituí-da por Fátima Fado e Fute-bol que é do agrado geral.O novo Candidato ao po-

leiro de César, Vasco Cor-deiro enviou a deputada Alzira Silva a estas para-gens, neste caso à Califór-nia, para auscultar e obter apoio das Comunidades re-sidentes no estrangeiro. Já não era sem tempo, que se comece a valorizar a par-ticipação do emigrante na gestão governativa do que é inegávelmente a sua terra Pátria Portugal- Açores!!!. Como cidadão Português e Açoriano passo a apresen-tar as minhas sugestões e recomendações:1 – Conceder direito de voto a todos os emigrantes, que pretendam votar nas eleições Presidenciais Na-cionais ou Regionais.2 – Uniformização de pe-sos de bagagens aéreas entre o Continente Norte Americano e Açores. Os

exorbitantes pagamentos que os nossos compatriotas têm que pagar, por esses diferenciais de pesos, são uma roubalheira, uma ver-gonha e descriminatório, em que os culpados são o nosso governo e a nossa Sata.3 – Sincronizição de vôos das Américas com os inter-ilhas. Pernoitar na Terceira ou deambular pelos ae-roportos horas a fio, para obter vôo de ligação é pe-noso.4 – Extinção do cargo de Ministro (Representante) da República para as Regi-ões Autónomas. Julgo que a Troika desconhece este Tacho e anacronismo anti-democrático, que este pos-to representa.5 – Criação duma Guar-da Costeira Açoriana. A

Marinha Portuguesa, com uma única corveta não tem a capacidade de patrulhar/fiscalizar, uma imensa área da ZEE (zona exclusiva económica) do arquipélago. Na conjuntura internacio-nal actual os Estados Uni-dos estão a ficar exaustos com tantas guerrilhas em que estão envolvidos. Há muito equipammento mili-tar que vai ser considerado obsoleto, depois da cessa-ção destas hostilidades. Ao abrigo do tratado da Base das Lajes, podemos pedir Drones (aviões sem piloto, tele-comandados de terra), para patrulhar e fiscalizar a nossa imensidão maríti-ma (± 1 milhão de Kms2), conjuntamente com a nossa Guarda Costeira. Os Esta-dos Unidos estão a formar e de forma eficiente estas organizações para-milita-res em vários Continen-tes, primáriamente como instrumentos de combate anti- terrorista e anti-trá-fego de droga. Seria uma contrapartida Win-Win, bom para os Estados Uni-dos e Açores.6 – Aumento da pista do Aeroporto da Horta. É uma incontrevertível reali-dade tanto no aspecto ope-racional como de seguran-ça. Sim, de segurança.7 – Aumento de vôos entre Continente e Pico. Como reza a História, TAP e SATA, tem feito ouvidos de mercador. Penso que a Easy Jet que recentemente estabeleceu base de opera-ções no aeroporto de Lis-boa, seria uma a solução a considerar.8 – Construção do mu-seu marítimo Faial-Pico. S.O.S. para as Lanchas Es-palamaca, Calheta e não só! Felicito o deputado Ar-tur Lima, pelo seu alerta no jornal O Diário Insular da Terceira, para manter viva esta causa, que já deveria ter sido resolvida pelo binómio ilhéu do ca-nal Faial-Pico. Os mortos só morrem quando são es-quecidos pelos vivos.9 – Construção de um Hos-pital, digno desse nome na Madalena do Pico, não uma obra megalónoma, mas uma que preste os ser-viços de saúde que a popu-lação carencia, incluindo uma maternidade, para que as Picoenses dêem à luz na

sua Montanha. 10 – Formação de um novo elenco de negociadores do Tratado da Base das Lajes da Terceira. Os interesses Açorianos devem merecer mais escrutínio e consi-deração, porque os Ame-ricanos tem uma filosofia completamente diferente da Europeia no que respei-ta a negociações. Os Por-tugueses tem que ser mais exigentes, frontais e expli-cítos.

Embora a Base das Lajes ao longo dos anos tenha sido benéfica, por

vezes os Açorianos e os Portugueses têm pago mui-to caro, pelas decisões assu-midas pelo governo central em tempos de crise. O caso da Guerra colonial em que o governo de John Kenne-dy, foi compelido, a apoiar a política colonialista de Salazar, senão perderiam o acesso e uso da sempre es-tratégica Base das Lajes. O conflicto israelita do Yom kippur, no Médio Oriente em 1973, em que então o ditador Saddam Hussein do Iraque, decidiu reduzir o fornecimento de combus-tível a Portugal, como me-dida retaliatória pelo nosso apoio estratégico a Isra-el, imposto pelos Estados Unidos, em contravenção do testamento de Calouste Gulbenkian, talvez o maior filantropo e benemérito es-trangeiro, que através da sua Fundação tanto tem be-neficiado Portugal. Ainda me lembro das bibliotecas itinerantes da Gulbenkian, que tanta alegria davam à pequenada do meu tem-po de jovem. Pagámos um preço muito elevado. Te-mos que seguir os conse-lhos professados pelo ex-Congressista Americano, Barney Frank e do insigne Professor Dr. Adriano Mo-reira, antigo Ministro do Ultamar, homem de uma probidade exemplar e po-lítico de renome. Segundo eles, deveríamos ser mais agressivos e exigentes nas nossas contrapartidas ne-gociais, concernentes ao tratado da Base das Lajes. A realidade é que esta Base é património Açoriano e os nossos alienáveis direitos,

tem que ser preservados e diferenciados das ganan-ciosas pretenções exercidas pelo poder central. Aqui nesta sempre turbulenta América e inovador Sili-con Valley de Santa Clara da California, a situação económica-social ainda é grave. Conquanto o deficit ± 20 biliões de dolares, a economia está paulatina, mas consistentemente a re-vitalizar-se. O prognóstico para a recuperação é lento, no entanto esperançoso. Espero que o actual resi-dente da 1600 Pensilvania Avenue em Washington, vulgarmente conhecida como Casa Branca, Barak Obama seja reeleito em Novembro como Presiden-te, que eu espero para bem de nós todos. Ao contrário, o nosso Portugal, continua a debater-se com instabili-dade política, com um dos capitães, o tal louco Otelo da revolução dos cravos, a aconselhar uma nova re-volução e a boicotar a po-lítica de Salvação nacional encetada por este Governo. A persistente luta laboral instigada pelos Sindicatos, cria um clima de instabi-lidade, que só complica a prossecução da política do Governo vigente. Nun-ca vi tantos economistas a vender a banha da co-bra. Miguel Portas, Euro-Deputado recentemente falecido e irmão de Paulo Portas, actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, di-zia que embora fosse for-mado em economia, não exercia essa profissão para não danificar a economia Portuguesa. As precárias condições actuais do País, compelem-nos a retroceder e aplicar os ditames e ensi-namentos do Rei D. Dinis «O Lavrador». A nossa ri-queza real concentra-se em duas traves mestras Terra-agricultura e Mar-Pescas. Todos os outros sonhos são miragens, pelo menos nas circunstâncias actuais.

Do Pacifíco ao Atlântico

Rufino Vargas

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Jackson Nichols publishes Forcado, his second book on Portuguese traditions

“When I first saw the Forcados in the ring, I thought they were cra-zy. ‘Why do they do this? What’s the point?’ I thought. After three years of documenting the Forca-dos, I found they are actually participating in a calculated and organized sport, similar to foot-ball.” states photographer Jack-son Nichols.“I am a Designer and Photogra-pher whose wife is of Portuguese ancestry. She introduced me to the Portuguese Holy Ghost fes-tas. Being non-Portuguese my-self, I became fascinated with the visual iconography and sense of community exhibited by attend-ees to the festas. I photograph

these events through the eyes of a cultural outsider, and capture extraordinary moments that pass as commonplace to the seasoned attendee.” describes this photog-rapher who has a keen eye for detail.Forcado describes the little known art of bloodless bullfight-ing in California – a Portuguese

tradition where a team of eight men enter the arena on foot to challenge a bull. Forcado docu-ments interviews with the Forca-dos in and out of the ring. The book contains 80 pages with 36 black and white photographs. It can be previewed at www.blurb.com/bookstore/detail/3376158. The hadcover book with dust cover is listed for $41.95.Jackson Nichols’ other photo book, Holy Ghost, Portuguese Festas in the Spirit of Saint Isa-bel, was published in 2009 and is available on softcover and hard-cover at http://www.blurb.com/bookstore/detail/837794.

Book Introduction in SF

Forcado will be introduced dur-ing the first Thursday art walk on August 2, 2012, at Modern Book Gallery, 49 Geary St., San Fran-cisco. Reception goes from 5:30 PM until 7:30 PM.

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Avila Beach, pronounced AH-vuh-luh, is a census-designated place in San Luis Obispo County, Cali-fornia, USA and located about 160 miles (257 km) northwest of Los Angeles, and about 200 miles south of San Francisco. The population was 1,627 at the 2010 census. The name Avila commemorates Miguel Ávila, who was granted Rancho San Miguelito in 1842. The town was established in the latter half of the 19th century, when it served as the main shipping port for San Luis Obispo. Although Avila Beach still has a working commercial fishing pier and the inland areas have extensive apple orchards, tourism is now the main industry. There are few historical structures remaining; among the oldest is the Point San Luis Lighthouse, built in 1890 after a series of shipping accidents. In Wikipedia

Avila Beach, California

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California Chronicles

Ferreira MorenoAtlético - Memories & Highlights

On February 22, 1962, when the Portuguese Athletic Club (PAC) was founded in San

Jose, my late brother, Ben Fer-reira, was among the several charter members. He was also one of the original players on Atletico's first soccer team. My younger brother, Phil Ferreira, played presently retired, not only played for Atletico's soccer team, but also managed the club's bar. My contribution to Atletico ex-tended merely in giving sporadic publicity for the club's activities through written stories in various newspapers, here and abroad.However, the ultimate purpose guiding me in recalling some of the memories and highlights is simply to share them with my nephews and nieces. It also gives me the opportunity to congratu-late the Portuguese Athletic Club on its Golden Jubilee.In a 1967 two-part story, (Jornal Portugues, Oct. 26 and Nov. 2), I narrated the match between the Atletico and the Azteca, which had taken place in San Jose on the preceding Sunday (Oct. 22). The Atletico was facing one of its greatest rivals, the Mexican ClubAzteca. The match was exciting, nerve-wracking, and filled with tons of emotion. The end result of the hard-fought match was 2-1 in favor of Atletico. The lineup

included Faria (goalie), Vieira, Capaz, Franco and H. Carvalho (defenders), Mattos and Barros(midfielders), Borges, Batista, C. Carvalho and Fernando (forwards).In the second half, Marques, Jo-fre and Vitor entered as substitu-tes. It was a nice pass from Jofre that enabled Batista to score the winning goal, which secured a memorable victory for Atletico. Faria was credited with specta-cular saves. Franco, Mattos and Borges had excellent performan-ces. The foot-work of Jofre as a play-maker was a reminder of the times when, as a youngster, I wa-tched him playing for "Sport An-grense" on Terceira Island, Azo-res, The Atletico and the Azteca would meet again, (Jornal Portu-gues, 1/4/68). Unfortunately, the Atletico had a lackluster exhi-bition, and the Azteca won the game 4-2. Luckily, weeks later, (Jornal Portugues, 1/25/68), the Atletico had a marvelous exhi-bition, which delighted its enthu-siastic fans, by defeating the Club Independiente 6-2.On May 4, 1969 for the Peninsula Soccer League Champions Cup finals, at San Jose Spartan Sta-dium, the Atletico beat the Har-monie Club of Palo Alto 3-1, and took full possession of the Cup, because Atletico had also won the previous two years.For my brothers and me, 1969

was a very memorable year. First, I saw some of my chronicles pu-blished in Lisbon's prestigious sports newspaper "A Bola." Se-condly, we enjoyed an internatio-nal soccer tournament to which the Portuguese Club "Vitoria de Setubal" had been invited. Here is the tourney's overview:On Sunday afternoon, May 18, 1969 at McLane High School Field in Fresno, Setubal beat the (California) Oakland Clippers 2-0. On Friday evening, May 23, at Memorial Stadium in Los Angeles, Setubal tied (Czechos-lovakia) Dukla of Prague 1-1. On Sunday afternoon, May, 25, at Stanford Stadium in Palo Alto, Setubal beat (England) West Bromwich Albion 1-0.Setubal was the tournament's outstanding winner.On Tuesday, May 20, the Luso American Fraternal Federation feted the Setubal players, with a sight-seeing bus tour of San Fran-cisco, complemented with lunch at one of the most famous restau-rants at Fisherman's Wharf. In the evening, the players visited San Jose, where they were hos- ted by Atletico with a de1icious "baca1hoada" (cod fish dinner, Portuguese style), and presented with the beautiful Joao Rodri-gues Cabrilho Cup, in honor of the first European discoverer of California in 1542.

The Setubal Club was accompa-nied by its president, Fernando Pedrosa, its coach, Fernando Vaz, and the ever popular Vitor San-tos, sports editor of newspaper "A Bola." The town of Setubal, whi-ch I visited on June 16, 1970, is located on the right bank of Sado River, about 30 miles southeast of Lisbon. Setubal is Portugal's third largest port, and one of its oldest cities. According to a local legend, Setubal was founded by Tubal, one of the seven sons of Japheth and a grandson of Noah. Additionally, in its claim to lite-rary fame, Setubal was the birth-place of one of Portugal's greatest bohemian poets, Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805).The Luso American Cup Tour-nament, held at San Jose High School on Sunday September 5,1971, was won by Atletico. (Por-tuguese Times, 9/13/71). There were ten soccer teams in the tour-ney, namely Atletico, Arcata, Ar-tesia Eagles, Familia Portuguesa, HalfMoon Bay, Newark Eagles, Tulare Angrense, Turlock Aço-riano, San Diego and Vancouver Lusitania (Canada). After the tournament, the Atletico hosted a dinner-dance, with music provi-ded by the Orquestra Pascoa.Curiously, but irritably, a Por-tuguese National News Agency used the above information and dubbed it "Springtime for Soc-

cer." Actually, it did not surprise me, because in another transcript on Dulinda Gianandrea, Supre-me President of the UPPEC, that same agency changed her name to Deolinda Gina Andrea.In the Portuguese Time (3/1/72) I chronicled some of the festivities celebrating the 10th anniversary of Atletico's foundation. On Fe-bruary 12, there was a Carnival Dance with music provided by the Orquestra Azes do Ritmo, and a children's matinee on the following day. On February 19, there was a conference delivered by the late Patriarch Jose Vieira Alvernaz and the official inau-guration of Atletico's Library. In the morning of February 20, the Patriarch offered Mass at the Portuguese National Church of the Five Wounds. In the afterno-on of that same day, a fun-filled soccer game took place between the team "Solteiros" (Bachelors) and the team "Casados" (Married Gentlemen), which resulted in a 1-1 tie.It was a match I never forgot, due to the fact that, even though I participated briefly in the second half, I remained overly exhausted for the entire week.

On Monday June 18th, Modesto Junior Colle-ge dairy cattle judging team took off to Euro-

pe to judge the Royal Highland Show in Edinburgh, Scotland. Because they won the National Contest in Madison, Wiscon-sin, they were given this once

in a life time opportunity and award. The four team members and their coach brought family and friends and ended up with a group of twenty people. They started off this journey by going to Germany where they were able to tour two German dairies and the way they are ran there. From Germany they drove to Holland; where they stayed in Amsterdam and were able to see the Anne

Frank house as well as The World’s Largest Flower Auc-tion where over 10,000 farmers send their flowers to. They flew to Edinburgh, Scotland where they were able to do the hop on hop off bus tour. They judged at the Royal Highland Show, whe-re Rocco Cunningham was fifth

high individual, Monica Soares was third high individual, Natalie Sanders was second high indivi-dual and Emilie Strand was first high individual. Natalie Sanders and Monica (above photo) were second high team and Rocco Cun-ningham and Emilie Strand were first high team. From Scotland, they flew to Jersey Island, whi-ch is a part of the U.K. They saw two Jersey dairies, a creamery

and a potato packing company. From Jersey Island, they took a ferry to France. They stayed in Normandy and were able to see the cemetery from D-Day. From Normandy they drove over to Paris, where of course they saw the Eiffel Tower during a hop on hop off bus tour. Paris concluded their trip and they returned home on Friday June 29th.

Youthful Thinking

Monica Soares [email protected]

Going to Europe to win

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31 FESTAS

Festa do IDES of Alvarado St. San Leandro Fotos de Diliana Pereira

Realizou-se de 6 a 11 de Maio a habitual Festa em Louvor ao Espirito Santo da IDES of Alvarado, San Leandro. Depois da reza do terço durante a semana, no Sábado houve a abertura da festa com Missa, seguida da Benção da Carne, Pão e Vinho. Durante a tarde houve consertos, jantar de caçoila seguida de baile por Laurénio Bettencourt. No Domingo, Coroação, Missa da Festa e no regresso Sopas e Carne. Leilão e Concertos durante a tarde. Durante a semana houve bazar, rifas e serviço de bar.

Rainha Pequena Josefina de Melo, aias Tessa e FrancescaRainha Grande Sofia de Melo, aias Elyana e Isabella

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32 1 de Agosto de 2012ULTIMA PÁGINA

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