The Portuguese Tribune, September 15th 2012

32
Armando X. Ochoa Novo Bispo de Fresno QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 2ª Quinzena de Setembro de 2012 Ano XXXIII - No. 1140 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Eventos Set/Outubro Setembro 16 Festa no Fort Bragg Pentecost Hall (14 a 16). Festa de Santa Cecíla em Santa Clara. Setembro 21 Jantar e Baile das Vindimas, com Gilberto Amaral no PAC 7pm Setembro 22 Chico Avila no Harvest of Love, Church Fundraiser, no APC Hall, Atwater. Festa de Santo António em Artesia (dias 22 e 23) 25º Aniversário do Grupo de Car- naval Cultural Português de San José - 6 horas. Baile com Alcides Machado. Setembro 23 1st Annual Frank Dias Memorial Breakfast. St. Elizabeth Church Hall, 12 & S Street, Sacramento, 9-12pm. Setembro 30 Ramana Vieira no Berkeley Jazz Club à 4 pm Festa de Nossa Senhora de Fátima em Mountain View (361 Villa St) pelas 11:30 am Outubro 6 Dia de São Martinho no Raymond Burr Vinyards em Healdsburg, Ca 11am - 5pm Outubro 13 Festa de N.S. de Fátima em Novato. Outubro 19 Fados na Festa de N.S. de Fátima em Thornton Outubro 20 Bodo de Leite da Festa de N.S. de Fátima em Thornton Corrida de Toiros em Thornton - 3 pm Procissão de Velas 7pm. Cantoria e baile - 10 pm Outubro 21 Missa e Procissão da Festa de N.S. de Fátima em Thornton - 10 am Cantoria 9pm Corrida de Toiros 8 pm dia 22 Colaborador João-Luís Medeiros Memorandum Leia na página 4 O novo Bispo de Fresno, Armando Xavier Ochoa nasceu em Oxnard, California, em 1943, segundo filho de Angel e Mary Ochoa. Recebeu a sua educação em Santa Clara Ele- mentary e Santa Clara High School, em Oxnard, e graduou em 1961. Em 1962 entrou para o St. John’s Semina- ry College e depois da graduação con- tinuou os seus estudos em St. John’s Seminary School of Theology. Foi ordenado Padre para a Archdiocese of Los Angeles no dia 23 de Maio de 1970 pelo Cardeal Timothy Manning. Serviu como Associate Pastor em St. Alphonsus Church em East Los An- geles; St. John the Baptist Church em Baldwin Park; e St. Teresa of Avila Church, Los Angeles. Foi Pastor do Sacred Heart Church em Los Ange- les, em December de 1984. Quando servia como Pastor em St. Teresa of Avila, foi nomeado Monsenhor, Cha- plain to His Holiness , em 1982. Participou e presidiu pela primei- ra vez à Festa de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine e associou-se na longa Procissão desde o Santuário arté ao Parque em frente ao Salão do GPS. Welcome to our Community! (ler mais na página 29) Spectrum Lithograph, Inc venceu o International Print Competition The Benny é o prémio mais importante a nível internacional. É considera- do o Óscar do Print Business. Esta honra coube este ano à Spectrum Litho- graph, Inc, de Fremont e cujos proprietários são Dino e Fernanda Pereira. 2800 empresas estavam a disputar este prémio a nível mundial. A Spectrum foi escolhida devido aos seus "highest standards in the printing industry". Além deste prémio também foram recipientes do "Ward of Recognition and The Certificate of Merit". Os prémios vão ser entregues em Outubro na Cidade de Chicago no Estado de Illinois.

description

The Portuguese Tribune, September 15th 2012

Transcript of The Portuguese Tribune, September 15th 2012

Page 1: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

Armando X. OchoaNovo Bispo de Fresno

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2ª Quinzena de Setembro de 2012Ano XXXIII - No. 1140 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Eventos Set/OutubroSetembro 16Festa no Fort Bragg Pentecost Hall (14 a 16).Festa de Santa Cecíla em Santa Clara.

Setembro 21Jantar e Baile das Vindimas, com Gilberto Amaral no PAC 7pm

Setembro 22Chico Avila no Harvest of Love, Church Fundraiser, no APC Hall, Atwater.Festa de Santo António em Artesia (dias 22 e 23)25º Aniversário do Grupo de Car-naval Cultural Português de San José - 6 horas. Baile com Alcides Machado.

Setembro 23 1st Annual Frank Dias Memorial Breakfast. St. Elizabeth Church Hall, 12 & S Street, Sacramento, 9-12pm.

Setembro 30Ramana Vieira no Berkeley Jazz Club à 4 pmFesta de Nossa Senhora de Fátima em Mountain View (361 Villa St) pelas 11:30 am

Outubro 6Dia de São Martinho no Raymond Burr Vinyards em Healdsburg, Ca 11am - 5pm

Outubro 13Festa de N.S. de Fátima em Novato.

Outubro 19Fados na Festa de N.S. de Fátima em Thornton

Outubro 20Bodo de Leite da Festa de N.S. de Fátima em ThorntonCorrida de Toiros em Thornton - 3 pmProcissão de Velas 7pm. Cantoria e baile - 10 pm

Outubro 21Missa e Procissão da Festa de N.S. de Fátima em Thornton - 10 amCantoria 9pmCorrida de Toiros 8 pm dia 22

ColaboradorJoão-LuísMedeiros

Memorandum Leia na página 4

O novo Bispo de Fresno, Armando Xavier Ochoa nasceu em Oxnard, California, em 1943, segundo filho de Angel e Mary Ochoa. Recebeu a sua educação em Santa Clara Ele-mentary e Santa Clara High School, em Oxnard, e graduou em 1961. Em 1962 entrou para o St. John’s Semina-ry College e depois da graduação con-tinuou os seus estudos em St. John’s Seminary School of Theology. Foi ordenado Padre para a Archdiocese of Los Angeles no dia 23 de Maio de 1970 pelo Cardeal Timothy Manning. Serviu como Associate Pastor em St. Alphonsus Church em East Los An-geles; St. John the Baptist Church em Baldwin Park; e St. Teresa of Avila Church, Los Angeles. Foi Pastor do Sacred Heart Church em Los Ange-les, em December de 1984. Quando servia como Pastor em St. Teresa of Avila, foi nomeado Monsenhor, Cha-plain to His Holiness, em 1982.

Participou e presidiu pela primei-ra vez à Festa de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine e associou-se na longa Procissão desde o Santuário arté ao Parque em frente ao Salão do GPS.

Welcome to our Community!

(ler mais na página 29)

Spectrum Lithograph, Inc venceu o International Print CompetitionThe Benny é o prémio mais importante a nível internacional. É considera-do o Óscar do Print Business. Esta honra coube este ano à Spectrum Litho-graph, Inc, de Fremont e cujos proprietários são Dino e Fernanda Pereira.2800 empresas estavam a disputar este prémio a nível mundial. A Spectrum foi escolhida devido aos seus "highest standards in the printing industry".Além deste prémio também foram recipientes do "Ward of Recognition and The Certificate of Merit". Os prémios vão ser entregues em Outubro na Cidade de Chicago no Estado de Illinois.

Page 2: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

Year XXXIII, Number 1140, Sept 15th, 2012

2 15 de Setembro de 2012SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL

Será que um jornal pode ter sentimentos? Será que um jornal pode chorar ou pode rir confome as situações?Este jornal está triste sempre que triste está a comunidade que o suporta. Este jornal está triste quando ouve da boca de um paroquiano de Gustine que o seu filho está na Escola Católica de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine numa sala sem ar condicionado. E mais soubemos que ainda existem quatro salas de aula nas mesmas condições. E as outras só há pouco tempo o têm. Como foi isto possível? Como foi possível estes anos todos ensinar crianças num ambiente de temperaturas altas, sómente com ventoinhas?Como? Como foi possível isto acontecer? E na America!A Festa de Nossa Senhora dos Milagres é a mais rica da Califor-nia. É uma festa da Igreja que é gerida por uma Comissão ad-doc de amigos e paroquianos, e que proporciona cerca de $300 mil dólares por ano ao agora Santuário.Em dez anos foram 3 milhões de dólares. Mesmo com estes mi-lhões de dólares como é que foi possivel nunca se instalar ar condicionado nas salas de aulas. Como? Porquê?Como é que os responsáveis podem dormir bem e nunca pensa-rem nas centenas de crianças que sofreram durante tantos anos o calor naquelas salas. Mas houve algum momento em pensar no bem estar de tantos jovens que lá aprenderam a soletrar as primeiras letras. Como? Porquê?

E é por issso que este jornal chora, fica triste e não compre-ende estas coisas. Os pais têm também as suas culpas. Nunca, mas nunca, deveriam aceitar tais condições. Somos um povo de brandos constumes, como sempre se disse, mas com tantos brandos costumes não podemos nem devemos aceitar tudo. jose avila

Esta notícia da primeira página sobre uma empre-sa de dois amigos nossos dá-nos um gozo medo-

nho. Ganhar um prémio mundial contra 2800 empresas não é sim-ples. É preciso mesmo ser-se mui-to bom. O Dino e a Fernanda são na realidade muito bons naquilo que fazem. Façam-lhe uma visita em Fremont no 4300 Bus Center Drive. Vale mesmo a pena.

O Editorial desta semana do Tri-buna traz-nos ainda maior triste-za, porque, enquanto o problema do ar condicionado é uma questão de alguns dólares e de alguma ir-responsabilidade, a questão das nossas leitarias é mais triste, é fi-nal e mataram os sonhos de tanta gente que de um dia para o outro viram-se sem nada e perdido todo um trabalho de dezenas de anos. Isso sim é que dá ainda mais von-tade de chorar.

Todos aqueles que lêem jornais portugueses (não este) já se aper-ceberam que já não se escreve os nomes dos meses com letra gran-de. Setembro agora é setembro. Como é que esta velhada de aca-

démicos pode fazer ou propor o que lhes apetece? Quem é que lhes deu autorização para mudar as pa-lavras, os ditongos, os adjectivos, os verbos, os acentos. E se eles se entretivessem a jogar à sueca em vez de fazer estas to-lices.A maioria deles já têm idade de te-rem emigrado para Marte.Estou mesmo a ver a cena: mesa oval, meia duzia de velhinhos aca-démicos com mais estudos por quilómetro quadrado que o Vale de Napa tem de vinha.Diz um: "Há quantos anos é que se usa os nomes dos meses com le-tra grande? Diz o outro velhinho: "Oh, sempre se usou assim"."Então vamos mudar. Acabou-se a letra grande nos meses. Agora Outubro será outubro".Diz um outro: "Olha que o José Castro da California não vai gos-tar disso". Diz o primeiro: "Eu também não gosto de toiros e ele gosta. Paciência."

Paciência temos todos nós para aturar estas mariquices destes ve-lhinhos académicos. O director deste jornal, quero acreditar, que seguirá usando os meses com letra grande. Ponto final.

Quem se amedrontou com algu-mas quadras cantadas nas noites da Festa de Gustine, nunca leu as improvisações do grande Bocage, nascido em 1765 e falecido em 1805. As nossas cantorias compa-radas com as improvisações em verso do Bocage (proibidas por Salazar de serem publicadas), são para crianças de seis anos.

Quando as nossas organizações fazem anos é sempre bom lembrar como começaram, como continua-ram e como ainda vivem num país com tanta oferta de vivência para tantos jovens.O Grupo Folclórico Alma Ribate-jana fez 21 anos, o Grupo Cultu-ral e de Carnaval de San José, 25 anos, a Filarmónica Nova Aliança, 39 anos. E todos os outros ainda existentes também fazem anos.É de apreciar o esforço que jovens e não só jovens, fazem para pre-servar as nossas culturas, as nos-sas tradições, a nossa convivência amigável.Há 25 anos atrás pensávamos no que seria a nossa comunidade hoje. Hoje, pensamos no que será a nossa comunidade daqui a um quarto de século. Como será?

Sentimentos

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro AvilaSer-se bom, é bom...

Page 3: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

3PATROCINADORES

Preço EspecialBacalhau médio

a $5.99/libraAzeite Gallo e Saloio de lata 1 litro - $7.99

Sumol de Maracujá 12 pack $ 5.99

Sómente $5.99 a libra

ForeclosureShort SaleMortgage Tax ReliefAcaba em 12/2012

Page 4: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

4 15 de Setembro de 2012COLABORAÇÃO

Memorandum

João-Luís de [email protected]

(o socialismo morreu – viva o socialismo!)

A conhecida cir-cunstância de me encontrar g e o g r a f i c a -

mente distante da trin-cheira pioneira (não raro, inóspita) onde a minha geração procurou açoria-nizar o ideário socialista, nem sempre facilita ao signatário a tarefa de tecer considerações oportunas, fundamentadas (e/ou de-mocraticamente contun-dentes) àcerca das agruras sócio- económicas por que passam os compatriotas que ‘existem’ no rectân-gulo ibérico, bem como os irmãos-ilhéus que ‘so-brevivem’ no alto-mar do Norte-Atlântico. Nestas últimas três déca-das, ninguém estranhá que a coluna memorandum se reconheça como gota ca-ída no oceano da indife-rença comunitária, e que um dia há-de cumprir o seu dever, ou seja, desapa-recer por entre as brumas da memória, assim que chegar o dia da sua irre-versível despedida. Des-de 1974, vimos procurado resistir à gratuitidade de heroificar a própria mili-tância socialista, dado que a incumbência de honrar as tarefas cívico-políticas assumidas pela via da dig-nidade democrática não deve ser considerada ‘sa-crifício’ pessoal. Recordo que há vários anos, decorei esta frase do presidente Franklin Roosevelt : one doesn’t need to be rude to be tou-gh”. Mesmo à distância imposta pela ditadura da geografia, não precisamos de binóculos para obser-var e sentir o campear do sofrimento latente nas al-gibeiras (e na alma) dos açorianos. Vamos resistir à tentação de inventariar (nominalmente) os res-ponsáveis próximos e re-motos pelo dramatismo da procissão comunitária em curso. Seja-nos permi-tido recordar que procura-mos apresentar ‘ideias ao desafio’, evitando pregar receituários éticos aos campeões do amoralismo político. Mas não quere-mos disfarçar o apreço pelo corajoso desabafo ético de D. Helder Câma-ra: livrai-me, Senhor, das mãos limpas e do medo de me comprometer...” Naquele tempo, o dr. Sa-lazar gostava de dizer que ‘os homens mudam pouco e os portugueses quase nada’. É evidente que não subscrevo tão fatalista ‘apória’, embora não ig-nore o seguinte: no tempo

em que a minha geração andava a queimar tempo e saúde pelas ‘picadas’ do equívoco colonialista (1963-66), as finanças do Estado português, sem a intervenção salazarista, teriam ficado mais de-pendentes do capitalismo estrangeiro... Ainda me lembro daquelas inocentes ‘guerrilhas verbais’ com alguns colegas milicianos que proferiam o provoca-tivo slogan – eh pá, socia-lismo é apenas um adjecti-vo simpático... Naquela época, não era patriótico lembrar que cerca de 1.130.000 por-tugueses já tinham deci-dido abandonar o país; e destes, cerca de 500.000 tinham escolhido a Fran-ça. Gosto de admitir a hi-pótese de que a emigração portuguesa da segunda metade do século XX terá porventura adiado a nossa alvorada revolucionária. Hoje em dia, a mesma tác-tica está a ser testada, sem pudor, pelo actual (des)go-verno troykista... Como quem diz: quere-mos mentiras novas! Os últimos 36 anos foram suficientes para confirmar que a gestão da Autono-mia político-administrati-va não se compadece com as sinuosidades dinásticas do partidarismo paroquial, mais ou menos sacramen-tado pelo centralismo crónico do iberismo lusi-tano. Estamos a falar da Autonomia interclassista e nunca supraclassista, ou muito menos saudosista. É pena: nem todos os seres humanos nascem vocacio-nados para a fraternidade. Não culpamos as pessoas, apenas responsabilizamos a ancestralidade... Apete-ce por vezes imaginar que a Autonomia mais parece um alvo à procura do tiro! Afinal, quem melhor apre-cia as “ilhas oceânicas”, desde há muito entaladas entre o paternalismo geo-político norte-americano e o vigilantismo ibérico? Que madre Europa sim-patiza connosco: a Europa próspera e protestante do Norte, ou a Europa pobre e católica do Sul?... (.../...) antes de interrom-per estes breves dizeres, registo com muito agrado o recente artigo do jorna-lista Osvaldo Cabral (ex-director da RTP/A) que, a meu ver, apresenta maté-ria-pensante para desper-tar o torpor psico-cívico do eleitorado açoriano. Em nosso modesto enten-der, seria vantajoso para a ‘claridade’ política regio-nal, a realização de deba-tes televisivos (sobretudo, com moderação experien-

te) entre os candidatos, drs. Berta Cabral e Vasco Cordeiro, e não apenas mimá-los com as habitu-ais entrevistas ameladas, ensimesmadas, bem-edu-cadas, mas estranhas à pacata curiosidade políti-ca dos potenciais eleitores regionais ! Pois alevá! Durante esta campanha setembrista, os eleitores irão dar uma olhada nostálgica à Pre-sença do Passado, com os veteranos autonomistas a murmurar a oração da esperança: “o socialismo morreu... viva o socialis-mo!”

A Presença do Passado

Os cursos de língua e cultura portu-guesas nas escolas secundárias de Tu-lare estão à beira de celebrar quarenta anos de existência. Estes cursos tem sido administrados por vários profes-sores, desde os fa-lecido José Carlos Rebelo e Ernestina Cota Knudsen, às professoras jubila-das Liuba Gallucci e Nilza Betten-court, até aos atuais professores: Diniz Borges e Clemente

Fagundes. Neste ano escolar de 2012-13 a três escolas do ensino secundário de Tula-re têm um autêntico record: 411 alunos inscritos nos cursos de língua e cultu-ra portuguesas na Califórnia. Este é definitivamente o maior programa de língua e cultu-ra portuguesas nas escolas secundá-rias da Califórnia, com a escola Tulare Union High School contando com 209

alunos inscritos nos quatro cursos de português I, II, III e IV.Dos alunos inscri-tos, cerca de 65% são de origem por-tuguesa e os outros 35% são de vários grupos étnicos, sendo a vasta maio-ria desses 35% de origem mexica-na, ou seja: alunos fluentes em espa-nhol que aprendem português como terceira língua. Como parte suple-mentar das aulas,

existe um grupo dentro da aula mais avançada para a aprendizagem do folclore, com 46 alunos e a asso-ciação estudantil SOPAS (Society of Portuguese-Ameri-can Students) com 159 alunos mem-bros. Estes cursos de por-tuguês têm crescido graças ao apoio da direção escolar, dos alunos, dos pais, dos professores e da comunidade em geral.

Pomar das CastanhasAmaral Chestnut Orchard

Serafim (Sam) & Maria (Zita) Amaral

1009 Timbell Road, P.O.Box 1248

Waterford, CA 95386Phone 209-874-3237

[email protected]

A venda começou na primeira semana de Setembro

Sales began the first week of September

WE SHIP ANYWHERE IN THE USA

A Língua Portuguesa tem mais adeptos em Tulare

Page 5: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

5COLABORAÇÃO

Recordando

O poeta micaelense Vir-gílio de Oliveira, que agora recordo com estima e saudade, nas-

ceu na freguesia da Achada, con-celho de Nordeste, a 10 d’abril 1901. Contando apenas 14 anos d’idade transitou p’ra Vila Fran-ca, onde permaneceu quatro anos trabalhando no comércio como caixeiro, após o que se transferiu p’ra Ponta Delgada, encontrando emprego em modestos estabe-lecimentos, ou seja lojas de fa-zendas. Em 1934 consorciou-se com Luísa Patrício, natural do concelho de Nordeste, haven-do deste casamento dois filhos e duas filhas. Em 1938 passou a cobrador do Grémio da Lavoura de Ponta Delgada, onde esteve até embarcar p’ra New Bedford em 1966, falecido ali a 17 de fe-vereiro 1967.Em 1931, de parceria com José de Vasconcelos César, publicou o seu primeiro livro de poesias intitulado “Romeiros da Sauda-de”, repleto de cantigas ao gosto da gente do campo e reproduzi-das em quadras soltas, tão iguais na sua singeleza, não se discer-nindo o que é de um do que é do outro. Em 1942 publicou “Musa Rústica”, enaltecendo a terra mi-caelense no seu portuguesismo, na sua insularidade atlântica, na

beleza das suas paisagens e nas virtudes do seu povo. Em 1946 e 1950 surgiram, respectivamente, “Ecos na Planície” e “Vinha do Senhor”, seguindo-se “Poemas Escolhidos” em 1954 e “Rosas Que Vão Abrindo” em 1956. No que diz respeito ao livro “Asas Partidas”, confesso desconhecer se está já publicado ou se ain-da continua inédito. O dr. Ruy Galvão de Carvalho (1904-1991) referiu-se a Virgílio de Oliveira neste teor: Nasceu poeta, e foi-o em toda a sua vida, mas um poeta com raízes fundas na terra-mãe, exaltando-a em versos de tocante simplicidade, espontaneamente. Esta é, sem dúvida, a caracterís-tica mais saliente da sua poesia, a par, como é óbvio, do seu imper-tinente lirismo amoroso. Deixou pouco mais de meia dúzia de li-vros de poesia. Não precisava de tantos p’ra ser considerado poeta, um grande poeta!” (Poetas dos Açores, 1988).Amaral de Melo escreveu: “De descendência bastante humilde, mas duma impressionante hones-tidade, Virgílio de Oliveira reve-lou, desde muito cedo, uma inata tendência p’rà poesia, que teve nele um dos seus melhores culto-res, quer na pureza de estilo, quer na simplicidade de expressão. As suas produções literárias consti-

tuem autênticos hinos de glória ao Criador, de louvor à cor das flores perfumadas do campo e de apologia à frescura das águas que correm das bicas de fontanários. “ (Açoriano Oriental, 18-mar-ço-1967).Dinis da Silva anotou: “Virgílio de Oliveira viveu na pobreza e na humildade, de olhos fitos no Alto. No decurso da sua tão atribulada vida, ele soube conjugar, como poucos, o verbo amar em todos os tempos, modos e pessoas. Em todos os seus livros de adorável poesia, testemunha-se o seu amor à terra micaelense e aos Açores, mas de um modo muito incisivo ao Nordeste que ele cantou tão amorosamente. Os seus livros são todos eles orações à Terra, a Deus, à Pátria e ao Amor.” (Aço-riano Oriental, 26-julho-1969).Por seu turno, o dr. Manuel Bar-bosa (1905-1991) deixou dito: “Na ânsia de beneficiar a situação do casal e, principalmente garantir aos filhos um futuro melhor, emi-graram todos p’ra New Bedford, indo o poeta depois da esposa em 1966. A despeito das boas inten-ções desta decisão, é discutível o acerto do seu critério, pois Virgí-lio de Oliveira, além de por essa altura se encontrar já bastante de-pauperado de saúde, não poderia de forma alguma adaptar-se às

condições dum país onde, mercê de imenso industrialismo, o ritmo da vida é trepidante e implacável p’rós fracos e p’rós sonhadores. Afastado da sua querida iIha de S. Miguel, isolado de toda a con-vivência social, não possuindo sequer um lar como o entende um coração português, o poeta confinou-se ao seu “canto”, en-fraqueceu rapidamente e morreu um ano depois.” (Figuras & Per-fis Literários, 1983).

No meu prévio “Re-cordando Albano Cordeiro”, fiz uma ligeira referência ao

episódio das cápsulas metálicas, destinadas a embolar os cornos do gado bovino. Acompanhadas com uma quadra picaresca, ha-viam sido enviadas por um indi-víduo do Grémio da Lavoura de Ponta Delgada p’rós escritórios do Grémio ribeiragrandense, de que era funcionário o poeta Al-bano Cordeiro (1914-1964). O in-cidente provocou um despique de quadras jocosas.Através das informações forne-cidas por D. Filomena Machado Matos, (natural da Ribeira Seca, da Ribeira Grande e residente em Alqueidão da Serra, Portugal), e transmitidas ao Alfredo da Ponte (ribeiragrandense residente em

Fall River), esse indivíduo foi de-vidamente identificado. Trata-se de Virgílio de Oliveira! No seu artigo “Guerra poética com bolas e cornos”, (Portuguese Times, 25-abril-2007), Alfredo da Ponte transcreveu a série das alusivas quadras, que D. Filomena conse-guiu encontrar nos papéis do seu pai, José Tibúrcio Machado. Por falta de espaço, apresento tão so-mente o seguinte par de quadras: As bolas que tu mandaste,Com cuidado e com carinho,Quem mais pediu foi um traste,Que as perdeu p’lo caminho. Dou-te todos os poderes,No negócio de embolados;Quanto mais bolas venderes,Mais cornos serão contados.

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno Virgilio de Oliveira

Page 6: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

6 15 de Setembro de 2012COLABORAÇÃO

Santos-Robinson Mortuary

San Leandro

Family ownedCalifornia FD-81

Madeline Moniz GuerreroConselheira Portuguesa

Telefone: 510-483-0123160 Estudillo Ave, San Leandro, CA 94577

* Servindo a Comunidade Portuguesa em toda a Área da Baía desde 1929* Preços baixos - contacte-nos e compare* Serviços tradicionais / Serviços crematórios* Transladações para todo o Mundo* Pré- pagamento de funerais

O que menos faltam por aí são palavras chatas. Tão fáceis de pronunciar mas difíceis de atu-rar. Incomodam. Enervam. Ir-

ritam. Chegam mesmo a um ponto que até deixam de chatear. Passam a massacrar.Estou farto de ouvir falar da palavra crise. Já se arrasta por tempo demais sem dar si-nais de querer desaparecer tão cedo do nos-so nublado quotidiano. Agora, então, com as eleições presidenciais à vista, vai ser um tal usar e abusar da crise para a crítica caça ao voto. Ainda bem que não sou o único a pensar que a molesta palavrinha está gasta e já não assusta como assustava.É natural que o pessoal continue a coçar na nuca e a fazer contas à vida, porque os trocos não chegam para tudo o que se quer e apetece. Conto-me no anual número dos que, Verão após Verão, lhe apetecem retornar às rai-zes para saborear a terra natal. Da manei-ra que as coisas estão, pensei que a crise tivesse mais uma palavra a dizer no mo-vimento turístico da saudade que para lá nos arrasta. Não me enganei. Os números não mentem. De facto, mais do que qual-quer palavra, a crise teve o bom senso de se arredar do aeroporto e da rota Oakland/Terceira. Crise? A Sata Internacional acabou por fazer este ano mais negócio do que, à pri-meira vista, se poderia imaginar. Os vôos esgotaram e as longas listas de espera cau-saram alguns calafrios e muitas dores de cabeça. O que não parece ter havido, uma vez em terra, foram dolorosas dores de barriga como aquelas que aconteciam an-tigamente quando o alimento escasseava, a fome apertava e o estômago gemia…mal nutrido. Nessa era que já lá vai, quando ainda se trabalhava de sol a sol e mal se ga-nhava para a água que se bebia, não havia tempo para se falar de crise. Nem restava dinheiro para se andar de avião.As coisas mudaram muito. Com o pas-sar dos anos, habituámo-nos a uma sé-rie de regalias caprichosas que os nossos avós nunca tiveram. Quando elas faltam, queixamo-nos e entramos em crise. Delas todas, a pior talvez seja mesmo a arrasan-te crise de nervos. Quando a saúde falha, quem é que liga à badalada crise de valo-res? Abrandamos e deixamo-nos ir com os tempos. E o tempo ensina-nos que qual-quer crise financeira acaba sempre por ser passageira. Vem e vai.

Ir e vir na Sata Internacional – viajar nove, dez, onze horas até aos Açores e vice ver-sa – é sempre uma aventura revestida de um especial prazer, pronto, uma vez que outra, a surpreender-nos com algo inespe-rado. A gente marca a passagem e refila do preço mas não arreda pé nem vira a cara. Adoramos lá ir e para lá vamos, custe o que custar.Custa a acreditar, ao desembarcarmos nas Lages e percorrermos a llha, que a crise não esteja tão patente na vida das pessoas e as amarre mais em casa. As festas es-tão concorridas, os arraiais aglutinados, as tascas “rebentam” sem iscas nem cerveja que dêem para as encomendas, e as toura-das cada vez mais se afirmam como a fes-ta do povo, aparentemente, maribando-se para a crise e seus eleitos representantes. A Merkel, O Cavaco, o Coelho, o Jardim, o César e companhia ilimitada, com sa-lários protegidos e reformas acauteladas, comem bem e falam ainda melhor. O que fazem é que não é o suficiente para calar a boca ao chato do Zé Povinho, como sem-pre, queixoso do atraso de vida penosa à sua frente.Cá por mim, não me queixei. O avião ava-riou e atrasou-se um dia. Deu-me jeito. Im-possibilitado de ter podido visitar todos os recantos da ilha, agradeci a avaria e apro-veitei a oportunidade. Em vez de passar o domingo no ar, passei-o aprazivelmente na companhia de familiares e amigos, asso-ciando os apetitosos comes-e-bebes à deli-ciosa confraternização. Era dia de procissão em São Brás. O tem-po, sempre inseguro por aquelas paragens, ameaçou mas acabou por colaborar lin-damente. Foi uma agradável surpresa ver desfilar no solene cortejo religioso uma fi-larmónica de sessenta e tantos elementos, vinda da zona de Coimbra para abrilhan-tar os festejos. A gente local rendeu-se e aplaudiu. Os foguetes estalejaram e o con-tentamento era visível no rosto alegre da multidão pronta para uma semana de festa rija com um programa enriquecido pela cantoria ao desafio, o garrido bôdo de leite e as desejadas touradas. Sempre as toura-das que o povo da ilha paga para ver, quer à corda quer na praça, onde a lotação se esgota mas o entusiasmo…nunca.Crise…? Ouve-se falar nela nos programas da televisão e é fácil vê-la debatida em ar-tigos de jornal. Na sua vida real, mesmo irrealizadas, as pessoas tentam não se dei-

xarem ir abaixo.O menos que faltam são desculpas fáceis para que isso aconteça. “O dinheiro, cada vez rende menos”, dizem. “Os empregos escasseiam”, lamentam-se. “Os ordena-dos baixam”, indignam-se. “O poder de compra diminui”, protestam. Trabalho não falta, porque há muita terra por cul-tivar e abundam os terrenos abandonados. Mete dó. Mas isso é outra historia, triste e enervante que um dia ainda há-de ser bem contada. “Por agora, o problema maior é conseguir encontrar mordomos para a festa.” Tam-

bém ouvi dizer. “Já ninguém quer andar de sacola na mão a pedinchar o dinheiro que as pessoas não tem para que a procissão saia do adro e os toiros corram no cami-nho.”Crise? Bem, lá ao longe, está toda a gente à espera das eleições presidenciais america-nas para ver se o orçamento militar irá ser reduzido na Base das Lages. Aí sim, con-soante o resultado, talvez a coisa aperte a doer. Ate lá, foguete p’ró o ar e toiro p’rá a rua. Que se lixe a crise. A festa continua.

A Festa continuaRasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Page 7: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

7PATROCINADORES

ASSURANCE. PROTECTION. RELIABILITY. What Matters Most?

• Provide security for years to come • Help protect your family’s standard of living • Avoid leaving debt behind

We Protect Your Future…

• Protect your family or provide a benefit to others • Automatic and flexible payment methods annually, semi-annually, quarterly, or monthly • Help protect you and your family’s assets from the unexpected

Offering SAFE and SECURE Fraternal Insurance for its members since 1880…

WHAT DIFFERENTIATES A FRATERNAL SOCIETY OVER COMMERCIAL INSURERS ?

While commercial insurers utilize "closed" contracts, i.e., self-contained agreements with set terms, fraternal benefit societies employ "open" contracts. Open contracts are memorialized by the member's application, the insurance certificate, and the society's articles of incorporation and bylaws. Central to this dispute, open contracts also explici-tly recognize that the articles of incorporation and bylaws are subject to change, and that any subsequent amendment to them is incorporated into the preexisting open contract as long as it does not destroy or diminish the benefits promised in the original contract. (Kaplan Financial, 2008)

When you become a member of the PFSA, you are eligible to purchase term life insu-rance, return of premium insurance, whole life insurance, and a Coverdell Education

IRA.—The PFSA, an organization that is committed to family, community, and country. From a college education for your children, to a secure and rewarding retirement, we

have a variety of financial and investment choices that can help you take control of you and your family’s future.

HOW DO I BECOME A MEMBER?

It’s simple. Our members are our insured. Anyone purchasing a…

10-YEAR AND 20-YEAR TERM:Level premium plans with a fixed term coverage. Although these plans do not offer cash value or reinstatement provisions they provide protection at a lower cost than whole life.All these Term plans are convertible to a whole life at any time during the term of the contract, by request of the insured and before the insured’s 60th birthday and for an amount equal or lower than the original coverage amount.

The Conversion provision does not require additional proof of insurability or medical examinations.

BENEFITS:

➢ Lower cost ➢ More purchase power ➢ Conversion provision

TARGET MARKET:

Young families planning for their children’s education and raising needs. The conver-sion option makes these plans very attractive because it allows the insured to convert the plan to a whole life.

10-YEAR AND 20-YEAR PAY LIFE:Level premium plans with a fixed number of premium payments. These Plans offer cash value accumulation and re-instatement options. Excellent product when planning costs of insurance.

BENEFITS: ➢ Cash Value accumulation ➢ Discounts for early payoff ➢ Forecasting the total cost of insurance ➢ Policy Loans may be granted against the cash value (loan may not exceed 80% of available cash value) ➢ Policy may be re-instated up to 5 years from last due date (medical approval may be required) ➢ Lower Face limit amounts than “interest sensitive” products

TARGET MARKET:Excellent product for someone who wants to buy or offer insurance protection, but wants to budget and manage the cost of coverage.

20-YEAR AND 30-YEAR RETURN OF PREMIUM:Level premium plans with a fixed number of payments and fixed term. Unlike term insurance, these plans offer cash value accumulation, re-instatement options and policy loans. At the end of the 20 or 30-year term, insured will be paid the total premiums paid minus council dues and any indebtedness they may have.

BENEFITS:

➢ Lower cost than whole life plans ➢ Policy Loans may be granted against the cash value (loan may not exceed 80% of available cash value) ➢ Policy may be re-instated up to 5 years from last due date (medical approval may be required) ➢ Cash Value accumulation ➢ Forecasting the total cost of insurance ➢ Reimbursement of premiums. At the end of the Term member gets reim bursed for all premiums paid except the Council dues.

TARGET MARKET:

Young adults and families who want to buy insurance protection for a determined number of years with the assurance that at the end of the term they will get the pre-mium amount returned to them.Home buyers looking for Mortgage Insurance

COVERDELL EDUCATION IRA

➢ Coverdell (Education) IRA – great to start a college fund for children; deposits can be made until the child is 18 years of age; annual deposits up to $2,000.00; funds can be withdrawn for education tax free; funds my be transferred to another child. Minimum to open is $100.00 plus Membership dues

PORTUGUESE FRATERNAL SOCIETY OF AMERICA

1120 East 14th Street, San Leandro, CA 94577Phone: (510) 483-7676 • 1-866-687-PFSA

Fax: (510) 483-5015www.mypfsa.org

Have a rep contact you today!

1-866-687-PFSA (7372)

Or email us [email protected]

Portuguese Fraternal Society of America

Page 8: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

8 15 de Setembro de 2012COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena [email protected]

Em chegando o fim de Setembro, co-meça o regresso a casa. As férias

cumpriram com a sua parte, dando o ton bronzeado à pele que já fazia falta... E mesmo que a inauguração do ho-tel de cinco estrelas, na Ilha Terceira, tenha sido feita já depois da festa, o ano pas-sa depressa e já alguns estão de novo a pensar na próxima viagem e estadia. De todos os modos, a ocasião é propícia. Aproximam-se as eleições e os políticos aproveitam todas as ocasiões para fazer cam-panha a seu geito. E tanto cá como lá, já todos aprenderam a fazer o mesmo! Já não exis-tem os ingénuos e amigos candidatos que concorrem para servir quem mais preci-sa. Pelo contrário! Até fazem os diplomas tirados por bai-xo da mesa... Engenheiros, doutores... É uma questão de opção, de como vai melhor o título em quem! Sempre dá muito geito um papel passa-do que não custou a ganhar! Melhor ainda, aliàs! E parece que a moda pegou!Não me parece é que venha a ser o caso dos nossos jó-vens visitantes da Universi-dade de Medicina do Porto, que há pouco nos visitaram, num passeio que contemplou diversos lugares com a sua alegria de juventude sadía e ordeira, no passado dia 24 de Agosto. A nova Direcção do P.A.C., (Portuguese Atheletic Club) de São José, teve o enorme prazer de os receber, com um delicioso jantar, após o qual a Tuna interpretou com gran-de talento, as suas canções alegres e nostálgicas, intru-mentos de corda, de sôpro e percursão, aliado às suas coreografias muito caraterís-ticas do género musical estu-dantil. Para alguns convivas,

foi o regresso ao passado, com as serenatas cantadas a algumas senhoras presentes. Bonito gesto!No mesmo salão, dias depois, tivemos a presença do Gru-po Folclórico da Ribeirinha, que aproveitando o convite para actuar na festa de Nos-sa Senhora dos Milagres, em Gustine, foi recebido pelo Grupo Folclórico Tempos de Outrora, com um excelente jantar, actuação deste grupo e a fechar o serão, uma pe-quena introdução de estilo comédia regional com a ac-tuação de cantares e bailados pelo grupo visitante. Tudo esteve a contento, mas gostei sobretudo de ver os dançarinos, que apesar de não serem todos tão jóvens, com que grande leveza in-terpretaram as nossas modas regionais. E mais uma vez, me veio ao pensamento, as saudosas: Maria do Céu, po-etisa Terceirense, criadora do Grupo da Canção Regio-nal Terceirense, na Recreio dos Artistas, e a talentosa Eduarda Ferraz, da Praia da Victória, criadora do Grupo Sapateia Açoriana, porque ambas defendiam que as nossas modas eram eutênti-cas valsas para bailar... Eu também! Seja como for, cada um faz o que pode! - Falando de Folclore, não se esqueçam do Festival que se aproxima e que terá lugar dia 29 do corrente mês, no Parque da I.E.S. de São José, com iní-cio pelas 10 horas da manhã. A entrada é livre e será uma verdadeira festa regional para os que gostam de con-viver no presente, falando e revivendo também do passa-do...

A arte de ser Terceirense

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui [email protected]

Um dia saí da Terceira, mas a Terceira não saiu de mim. Gosto incondicionalmente

desta ilha, porque foi aqui que dei os passos decisivos da minha vida.A Terceira é muito mais do que o Monte Brasil, o Castelo de S. João Baptista, o Algar de Carvão, a Serra do Cume, a Base das La-jes, o jardim Público de Angra de Heroísmo ou o vasto areal da Praia da Vitória. Esta ilha não é só a alcatra, a belíssima doçaria con-ventual ou o delicioso vinho dos Biscoitos. A Terceira é um estado de espírito, um modo de ser, um sentimento. Talvez de amor. Porventura de pai-xão. Certamente de afeto.O terceirense cultiva a alegria, é acolhedor e comunicativo, vibrante e afável, sincero e solidá-rio. Ele é a sentinela de atalaia ao seu passado histórico e heróico, re-velando um pátrio amor à sua ilha. E é óbvio: o terceirense orgulha-se da sua “muito nobre, leal e sempre constante cida-de de Angra”, de cunho senhorial e bela traça re-nascentista, duas vezes capital do Reino, porque aqui já foi só Portugal: na resistência ao domínio fi-lipino, e durante as lutas liberais. Hoje Angra do Heroísmo é patri-mónio mundial e capital histórica e cultural dos Açores.Contrariamente ao micaelense, mais afeito à tristeza dos romei-ros da Quaresma ou à carga peni-tencial do culto de Santo Cristo, o temperamento do terceirense é lúdico e dionisíaco.Com efeito, não conheço povo mais exuberante, festivo e festei-ro. A sociabilidade é, na Terceira, uma arte com refinado estilo. O terceirense atira-se de alma e co-

ração ao convívio. Mais do que qualquer outro açoriano, ele tem um espírito festivo. E a alma da Terceira encontrou no toiro em-bolado e amarrado pelo pescoço o pretexto para a festa, sobretudo o 5º toiro… Sim, a tourada à corda é a festa coletiva da ilha Terceira e é o espaço de todas as conversas, de todos os afetos e de todos os reencontros. Quem é da Terceira faz a festa

não para a interpretar, mas para a viver. Identifica-se incondicional-mente com a festa taurina (toura-das de corda, de praça e “espera de gado”), e com as festividades do povo e para o povo: as festas do Espírito Santo, o despique das cantorias, a comicidade hilarian-te dos bailinhos de Carnaval, o frémito das Sanjoaninas e das Festas da Praia e tudo o que se-jam eventos religiosos e profanos. O que ele quer é festa porque a festa está-lhe na alma e corre-lhe nas veias. E o seu amor é “firme e

constante”, como diz a moda re-gional. Gosta de música e de tea-tro popular e, entre folias e folgas, prefere as folgas...De resto, a Terceira, ilha agrope-cuária, é a hospitalidade da porta aberta e luz acesa – a casa aonde chego, vou abrindo e entrando: “Dão licença”? Resposta: “É en-trar p ra dentro”. Como eu gosto e me identifico com esta brava gente da fraterna simpatia: os

Andrades, os Barce-los, os Bettencourts, os Bretões, os Borbas, os Borges, os Coelhos, os Cotas, os Coutos, os Drummonds, os Fa-gundes, os Fourniers, os Godinhos, os Linha-res, os Machados, os Martins, os Mendes, os Menezes, os Monjardi-nos, os Noronhas, os Pamplonas, os Pains, os Parreiras, os Regos, os Rochas, os Sieuves, os Silvas, os Sousas, os Valadões, os Vieiras, entre muitas outras fa-mílias terceirenses. Mas o “rabo torto” também tem lá as suas artimanhas: é pagão quando lhe interessa e religioso quando lhe dá jeito… No seu es-tudo “O Açoriano e os Açores” (1), escreve Vitorino Nemésio: ”O

que no micaelense é as-pereza, índole tenaz mas tosca, no terceirense é amenidade, alguma manha, e principalmente uma bi-zarria que trai a coabitação com o castelhano durante meia centú-ria”. Ou seja, o terceirense tem as qualidades dos seus defeitos… Dotado dessa “bizarria”, o ter-ceirense é galante, tem um jeito marialva e resquícios de alguma nobreza perdida. Um ditado aço-riano muito antigo assim reza: ”S. Miguel, burgueses ricos; Terceira, fidalgos pobres; Faial, contraban-distas espertos”. E as terceirenses? São afoitas e literalmente bonitas, aliás, a Ter-ceira tem justa fama de possuir as mulheres mais belas dos Açores. É discutível, mas é verdade. No Verão de 1924, tirando notas para o seu magnífico livro As Ilhas Desconhecidas (2), Raul Brandão fala da beleza da mulher tercei-rense nos seguintes termos: “Foi aqui que vi as mais lindas figuras de mulheres dos Açores – tipos peninsulares, de cabelos negros e olhos negros retintos”.(Vai para 40 anos que também eu, na “ilha de Jesus”, me apaixonei por uns olhos negros, negros…).Posso estar muito enganado, mas sinceramente continuo a achar que o melhor que a Terceira tem são os terceirenses. (1 Sob os Signos de Agora, Im-prensa Nacional – Casa da Moe-da, 1995.(2) Edição de Artes e Letras, Nova Gráfica, 2009.

Vivendo e Recordando

Page 9: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

9 PATROCINADORES

O melhor queijo tipo São Jorge fabricado na California

Enviam-se ordens via UPS com o mínimo de 2 libras

Joe Matos3669 Llano Rd

Santa Rosa, CA 95407707-584-5283

Barbados para venda

Vendem-se cachorros da raça Barbados da Ilha Terceira, puros.

Tratar com Joe Morais

209-678-2489

CASAL OFERECE-SE PARA TRABALHARem limpesas, quer em casas particulares

ou em escritórios.Contactar 209-667-4064

707-338-5977

Fale connosco para compra e

venda de Proprie-dades nos Açores,

Heranças, etc.

Tour PORTUGAL with Carlos Medeiros

Page 10: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

10 15 de Setembro de 2012PATROCINADORES

Page 11: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

11COLABORAÇÃO

Boas e Más Notícias

Uma mistura de boas e más notícias para a Agropecuária

Baixa produção em 2012 pode representar altos preços em 2013. Descidas na produção de leite de ano para ano nos Estados Uni-dos é uma coisa muito rara; isso apenas aconteceu três vezes nos ultimos 22 anos, mas menos leite é uma distinta possibilidade na segunda metade de 2012 por uma infinidade de grandes razões, que podem aumentar ainda mais com o decorrer do resto do ano. Se isso se materializar, pode ser o

princípio de mais altos preços do leite em 2013, ou ainda durante este ano. Presentemente há uma quantidade de factores afectando a industria de lacticínios que cau-sam inquietação para o presente, mas alguma esperança para o fu-turo. Durante os primeiros seis meses de 2012 a produção total dos Estados Unidos cresceu ape-nas 1.7%, guiada por grandes ga-nhos em Texas, Arizona e Colo-rado, o sexto, décimo segundo e décimo quarto, Estados da Nação respetivamente, na produção na-cional. Como referência podemos dizer que o total crescimento nos E.U. em 2011 foi de 1.8%.Sondagens junto da industria de lacticínios para o resto deste ano, mostram uma imagem um tanto obscura. As presentes condições do milho e soja nas maiores áreas de produçao, estão em péssimas condições, um indicador de que o aumento na produção por vaca pode continuar a descer, ou des-moronar-se completamente em algumas áreas. Perdas na produ-ção de rações, forragens e outros altos custos na produção do leite,

indicam dificuldades nos próxi-mos meses, mas tudo pode ser re-solvido com um preço justo pelo leite, e a oferta e procura é o me-lhor sinal de dias melhores. Tudo isto é um paradoxo - um corte de 2 libras de leite por vaca seria o suficiente para que a lei da oferta e procura se voltasse a favor da produção, menos leite neste caso, resultaria em mais ganhos para a produção. É uma ironia mas o problema vem de longa data.O custo de produção na Califor-nia, segundo os numeros divulga-dos por “California Departement

of Food and Agriculture” em Ju-lho, sugerem que isso é possível acontecer, mesmo antes de ter em conta a corrente seca em mais de 60% da produção agrícola nacio-nal.“Western United Dairymen” uma organização que representa a pro-dução de leite, submeteu uma pe-tição ao Secretário da Agricultu-ra da California nos princípios de Agosto, para que todas as classes de leite produzido na California tenham um aumento temporário de .50 cêntimos por cada 100 li-bras, em vigor desde Octubro até ao próximo mês de Maio, por en-quanto não há ainda resposta.Entretanto, notícias da Nova Ze-lândia dizem-nos que os donos da grande Cooperativa “Fonter-ra”, o maior exportador mundial de productos lácteos informaram que a producao de leite nesta Ilha-País aumentou 10.3 % em referência à penultima estação produtora. Passo em frente, passo à retaguarda, foi sempre assim na agropecuária.

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

Page 12: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

12 15 de Setembro de 2012PATROCINADORES

Contactar:Anna [email protected]

Prefira produtos dos

nossos

patrocinadores

Page 13: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

13 FESTAS

A Festa em Louvor a Nossa Senhora dos Milagres de Gus-tine já vai no seu 76º ano e mais uma vez teve o brilho de sempre. Muita gente, muita participação de artistas de cá e vindos da Terceira e Continente. Durante a semana hou-ve as habituais novenas presididas por Adriano Borges, jovem padre de São Miguel a trabalhar na Terceira.Na Quinta-feira Noite de Fado com casa cheia para ouvir Carmencita, Jorge Costa, Jr., Zélia Freitas, Teresa Tapadas e Antonio Pinto basto, acompanhados pelos 7 Colinas: Helder Carvalheira, Manuel Escobar e João Cardadeiro.Na Sexta-feira Noite Cultural com o tema "Relembrar a Cultura Popular dos Açores" com o Grupo Folclórico e Etnográfico da Ribeirinha "Recordar e Conhecer, vindo da Terceira e com o Grupo "Gíria da Terra" de San José.No Sábado, Bodo de Leite com o tema "Um ano em Tra-dições" coordenado por Francisco Rebelo. Pézinho com João Angelo, José Eliseu, Maria Clara, Bruno Oliveira, Manuel Santos, Alberto Sousa, Adelino Toledo e José Ri-beiro, acompanhados por Pedro Reis, Dimas Toledo, Ma-nuel Avila, Jorge Reis. Depois do bodo, houve arremata-ções de gado, actuações dos grupos folclóricos. Depois da Missa das 6 horas houve Procissõa de Velas até à Ermida do Parque. Baile no Salão com a Banda "Raça" e cantoria com os artistas já mencionados. Num dos intervalos do baile houve apresentaçãao das Rainhas e dos Oficiais da Festa.No Domingo, Missa de Festa, presidida pelo novo Bispo de Fresno, Armando X. Ochoa, com a presença de Leo-nard Trindade, pároco do Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, Myron Cotta, monsenhor da Diocese de Fresno, Ivo Rocha, monsenhor e pastor da Igreja de São Bernardo em Tracy, Isaque Menezes, pastor em Merced, Luís Cor-

deiro, pastor visitante da Igreja do Sagrado Coração de Turlock, e o pregador da festa, Adriano Borges, ecónomo da Diocese de Angra do Heroismo.Depois da longa Procissão serviram-se novamente Sopas e Carne a milhares de pessoas.Houve leilão de ofertas no Salão e no Parque espectácu-lo com Manuel Cabral, Carmencita, Alcides Machado e Sara Pacheco. Baile com o Conjunto "Sem Dúvida" e can-toria ao ar livre com os mesmo cantadores. À meia-noite

a Imagem de Nossa Senhora dos Milagres regressou em Procissão aos seu Santuário.Na Segunda-feira, Corrida de Toiros no Bella Vista Park, com Paulo Ferreira, Tiago Pamplona e Rui Lopes, todos Cavaleiros de Alternativa. Três grupos de Forcados - Tur-lock, Aposento de Turlock, Merced e toiros das Ganada-rias do Pico dos Padres, Frank Borba & Filhos, Joe Rocha, António Nunes, Manuel da Costa Jr. e da Açoriana.

Festa de Nossa Senhora dos Milagres - Gustine

Grupo Giria da Terra de San José, actuou na Sexta-feira, a seguir ao Grupo da Ribeirinha.

Em cima: Mar Alto de TurlockEsq: Luso Conselho da Juventude nº 4 de SacramentoEmb/esq: Luso Conselho nº 24 do Norte do Vale de San JoaquinEmbaixo: Luso Concelho nº 18 de Los Banos/Gustine

Os responsáveis pela Rifa

Page 14: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

14 15 de Setembro de 2012 FESTAS

Palco do Salão de Festa de Gustine no fim da Noite de Fados: em pé: António Pinto Basto, Filomena e António Nunes, Teresa Tapadas, Paulo Matos, Zélia Freitas, Carmencita, Jorge Costa Jr., Lucy e Alfredo Nunes, Elisa e António Martins. Sentados: Helder Carvalheira, Manuel Escobar e João Cardadeiro

Teresa Tapadas, Zélia Freitas, Jorge Costa Jr., Carmencita e António Pinto Basto

Teresa Tapadas e António Pinto Basto

José Ribeiro, Adelino Toledo e Alberto Sousa

Os espectáculos da Festa dos Milagres valeram pelo valor de todos os seus ar-tistas. Na Noite de Fados ouviu-se Car-mencita, Jorge Costa Jr., Zélia Freitas, jóias da nossa comiunidade, Teresa Ta-padas e António Pinto Basto, já conhe-cidos de todos nós. Viu-se com muita sa-tisfação a actuação do Grupo Folclórico e Etnográfico da Ribeirinha, Ilha Ter-ceira , que em conjunto com o Conjunto Gíria da Terra de San José encheram de boa musica tradicional a noite da festa. O leque de improvisadores era de muita classe - Maria Clara, João Angelo, José Eliseu, Bruno Oliveira, Adelino Toledo,

Manuel dos Santos, José Ribeiro, Alber-to Sousa e nas duas noites que actuaram deram show. Possívelmente assistiu-se no Sábado à maior enchente de sempre a uma cantoria. Milhares de pessoas encheram o Parque em frente ao Salão do GPS. No Sábdo à tarde, novamente o Grupo da Ribeirnha, Grupos de Jovens da Luso-American. No Domingo grande espectáculo com Manuel Cabral, Car-mencita, Alcides Machado e Sara Pa-checo. No Salão, baile com os Conjun-tos "Raça" e "Sem Dúvida", com muitas centenas de jovens. As pessoas mal se podiam mexer no Salão de Festas.

Page 15: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

15 FESTAS

Manuel Cabral, Carmencita, Alcides Machado e Sara Pacheco

Grupo Folclórico e Etnográfico da Ribeirina, Ilha Terceira - duas actuações na festa Dois grandes senhores da improvisação: João Angelo e Manuel dos Santos

Page 16: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

16 15 de Setembro de 2012FESTAS

Myron Cotta coroando a Rainha Grande Sarah Simões

Aia Amanda Marcotte, Rainha Pequena Julia Marcotte e aia Luana Gomes

Embaixo: Eick e Durvalina Snoke (Tes.); Lucy e Alfredo Nunes (VP); (Pres.) António e Filomena Nunes; (PP) Antonío e Elisa Martins; Nancy e Walter Costa (Sec.)

Troca de Coroas entre as Rainhas de 2011 e 2012

Page 17: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

17 FESTAS

Aia Sabrina Rocha, Rainha Grande Sarah Simões e aia Sarah Costa

Myron Cotta coroando a Rainha Grande Sarah Simões

Aia Amanda Marcotte, Rainha Pequena Julia Marcotte e aia Luana Gomes

Embaixo: Eick e Durvalina Snoke (Tes.); Lucy e Alfredo Nunes (VP); (Pres.) António e Filomena Nunes; (PP) Antonío e Elisa Martins; Nancy e Walter Costa (Sec.)

Coroação de António Nunes e família Coroação da Rainha Pequena Julia Marcotte e troca de coroas entre as rainhas de 2011 e 2012

Canadá presente na Festa

Page 18: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

18 15 de Setembro de 2012FESTAS

O novo Bispo de Fresno Armando X. Ochoa quiz não só presidir à Missa da Festa como incorporar-se na longa Procissão. Depois da Imagem de Nossa Senhora dos Milagres ter chegado à Capela, profe-riu algumas palavras aos milhares de pessoas presentes no parque.

Familia Nunes tirando fotos com as rainhas de 2011 e 2012, e agradecendo a todos os que os ajudaram e aos milhares de pessoas que se deslocaram a Gustine

Bonito tapete de flores desde a rua até à Capela onde ficou a Imagem de Nossa Senhora dos Milagres

Page 19: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

19 FESTAS

Um quarteto de respeito da Igreja Catolica: Myron Cotta, Armando X. Ochoa, Luis Cordei-ro e Adriano Borges. Um Bispo, um Monsenhor e dois padres.

António e Filomena Nunes com o pregador da Festa Adriano Borges

The Kinghts of Columbus sempre presentes em todas as nossas festas

Alguns elementos da Comitiva canadiana presidida por João Martins e esposa (à direita).

Foram estes jovens que levaram a Imagem de Nossa Senhora dos Mila-gres durante uma Procissão longa e debaixo de temperaturas altas.

A Irmandade do Divino Espírito Santo e de Nossa Senhora do Rosário de Scarborough de Ontario, Canadá, presidida pelo João Martins e esposa (ver foto embaixo, casal à direita) quiseram associar-se este ano à Festa de Nossa Senhora dos Milagres que completou 76 anos de actividade religiosa.

Esta festa de Gustine antigamente tinha muitos visitantes do Canadá e da Costa Leste, mas a crise económica veio alterar a movimentação de muitos fiéis.Filomena e António Nunes e toda a sua Comissão estão de parabéns.

Page 20: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

20 15 de Setembro de 2012PATROCINADORES

Page 21: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

21 PATROCINADORES

folclore Português da Califórnia

11h00 – Missa Campal no Parque da I.E.S. em frente à capela.

12h00 – Almoço Tradicional de sopas e cozido, arroz doce, vinhos e

sumos, servido no salão.

Adultos - $15.00/Crianças 6 a 12 - $7.50.

14h30 – Sessão de Aprendizagem sobre o folclore Açoreano na sala do

P.A.C. grátis a todos com a presença do Sr. Manuel Goulart

Serpa, palestrante e professor vindo da ilha do Pico.

16h45 – Hinos e Início das Actuações dos 17 Grupos Folclóricos da

Califórnia e Idaho no parque da I.E.S.

21h00 – Baile ao ar livre com o conjunto “Raça”.

Sábado, 29 de Setembro, 2012 Salão da I.E.S. 1401 E. Santa Clara St. San Jose, CA 95116

Durante a tarde haverá quermesse, snack bar, venda de massa sovada e filhós fresquinhas, leilão

silencioso, e bom convívio. Para mais informações poderá contactar 408-472-1051.

30° Festival

Page 22: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

22 15 de Setembro de 2012DESPORTO

LIGA ZON SAGRES Benfica e Porto em primeiros

Portugal averbou a segunda vitória no Grupo F ao der-rotar o Azerbaijão, por 3-0, na zona europeia de apura-mento para o Campeonato do Mundo de 2014 e vai chegar ao próximo com-promisso, frente à Rússia, em igualdade pontual com o adversário após este ter goleado em Israel por 4-0.

A história do jogo podia resumir-se à catadupa de oportunidades de golo que Portugal desperdiçou, in-cluindo as três bolas envia-das aos ferros só na primei-ra parte e duas na segunda, para não contar com as numerosas defesas de Ka-mran Agayev na baliza aze-ri. Podia porque Silvestre Varela entrou literalmente aos 63 minutos para colo-car Portugal em vantagem no marcador, menos de 30 segundos após ter rendido Miguel Veloso.

Aos cinco minutos, foi dado o mote para a noite de azarada falta de ponta-ria de Cristiano Ronaldo, ao não conseguir cabecear com sucesso a cruzamento de Bruno Alves, jogador que deu muito trabalho a Agayev.

O guarda-redes foi man-tendo, depois, a discussão do resultado de um jogo de sentido único com um punhado de notáveis inter-venções, a remates de Raúl Meireles e João Pereira, este após combinação com Nani, intercalados com remates aos ferros. Hél-der Postiga, após toque de primeira de Ronaldo, acer-tou em esforço na trave e, pouco depois, após uma primeira grande defesa de Agayev para canto a um remate seu, João Moutinho acertou na trave. Seguiu-se um atabalhoado mergu-lho de Hélder Postiga, que acabou por acertar na bola com o joelho, e mais um re-mate ao poste do dianteiro do Real Zaragoza, após ex-celente trabalho individual na área.

Chegou o intervalo e com ele vieram os golos. Antes, porém, Ronaldo aproveitou uma bola perdida por um azeri para rematar à meia-volta de fora da área contra o poste, seguindo-se um remate às malhas laterais, um cabeceamento ao lado e novo remate de longa dis-tância, a rasar a trave, da autoria da estrela do Real

Madrid CF. Este ainda es-taria na génese do primeiro golo, ao ver o seu remate contrariado por um azeri e a bola sobrar para a finali-zação de Varela.

Ronaldo também fez uma primeira assistência de cabeça para um remate à boca da baliza de Fábio Co-entrão, que Agayev ainda desviou para o poste. E foi ainda da cabeça do capitão de Portugal que saiu a bola para Postiga finalmente apontar, com uma emenda à boca da baliza, o tento que tanto procurava.

Também dentro dos cinco minutos finais, Bruno Al-ves, que estivera perto de marcar no primeiro minuto da segunda parte, desviou de cabeça para o fundo das redes um canto de Mouti-nho.

in UEFA.com

Ferros negam goleada histórica de PortugalPortugal 3-0 Azerbaijão

Classificação da LIGA ZON SAGRES

Figo quer treinar SelecçãoLuís Figo disse esta quinta-feira que gostaria de treinar a Seleção de Portugal ou o Inter de Milão. Mas sublinhou que entre o desejo e a realidade vai uma distância longa. "Tenho curiosidade em saber se tenho as qualidades para gerir um grupo, e dar-me-ia prazer fazê-lo na seleção de Portugal ou no Inter. Mas entre a curiosidade e a realidade vai um passo muito longo”, disse o antigo internacional português ao jornal italiano Gazzetta dello Sport.Seja como for, esse é um desejo que Figo não vê que seja posto em prática nos próxi-mos tempos. "Neste momento não penso em treinar, envolve muito stresse. Depois de 20 anos a jogar, preciso de tempo para mim, para a minha família, para ver os meus filhos crescerem", frisou.Na mesma ocasião, Luís Figo disse também que com a vitória na Liga dos Campe-ões, em 2010, se fechou um ciclo no Inter de Milão, clube em que é dirigente: “As gerações não são as mesmas, acabou um ciclo vencedor e estamos a trabalhar para tornarmos a ser aquela equipa forte e vencedora que fomos nos últimos anos”.

Page 23: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

23 TAUROMAQUIA

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Quando ia a caminho de Stevinson para assistir ao festival a favor de crianças com Autismo e Cancro,

vinha a pensar que iria ter pouca gen-te porque os bilhetes eram pagos e os nossos aficionados não estão habitu-ados a pagar. Além disso talvez até nem fossem sensiveis bastante para compreender a boa e importantissima causa para que o festival foi montado, ponde todas as polémicas que se an-tecederam de parte. Quando cheguei ao parque de estacionamento e come-cei a ver o numero de carros e motas, fiquei completamente admirado pelo que estava a presenciar. Não era ain-da cinco horas da tarde e o parque já se encontrava bastante cheio. Foi re-almente uma boa surpresa. Comprei o meu bilhete para ajuda da causa e quando entrei vi logo de antemão que o ambiente era um pouco dife-rente do normal, por ver muitas caras e raças diferentes mas bem alegres e festivos. Era como que as pessoas sentissem um bem estar dentro de si por estarem a fazer parte de algo de bom e ao mesmo tempo assitir a uma tarde de touros, que com certe-za que para muitos seria a primeira vez. Para mim o festival já era um grande sucesso mesmo antes de co-meçar. Senti-me bastante contente e orgulhoso de ser aficionado naquele dia. Os organizadores deste festival com certeza que trabalharam bastan-te para despertar o grande interesse que se verificou nas entradas. O festival era composto por Joe Cor-reia, Paulo Ferreira, Sário Cabral, João Serra Coelho e o matador da Venezuela Curro Ortega. Devido ao facto do matador ser incluído no car-tel por ultimo, fez com que houvesse um sétimo touro, o que é sempre uma surpresa agradável. Agora o que não compreendo é a maneira como o ma-tador se apresentou na praça. Bem sei que era um festival e não uma corrida formal mas mesmo assim os festivais também têm as suas regras. Todos os participantes devem-se apresen-tar com fato curto e não como quem vai passear na avenida. Mas, contu-do isto é de louvar a presença deste benfeitor porque toureou de graça para beneficio das crianças. Toureou o quarto novilho da tarde muito bem apresentado e com vontade de luta. O matador não esteve mal mas o novi-lho esteve por cima.Na forcadagem para os restantes

seis touros, estiveram os grupos de forcados Amadores de Turlock e os Amadores de Merced. Além de ter havido algumas pegas de bom mérito para os dois grupos, também houve momentos um tanto complicados, fazendo com que as pegas desta vez não fossem o que mais sobressaiu do festival, ao contrário do que tem acontecido na maioria das corridas.Todos os grupos de forcados, seja em Portugal ou na Califórnia, enfren-tam-se com touros muito dificeis que complicam muito a pega, agora o que se tem de ter cuidado é da maneira como se resolvem as situações. Penso que no grupo de Forcados Amadores de Merced falta-lhes um pouco de coesão entre si. O grupo sem duvida têm vários caras valentes mas a pega é composta por oito elementos e to-dos eles devem estar completamente preparados para se realizar a pega. Quando isto não acontece, há sempre uma grande confusão que acaba por complicar as coisas ainda mais. O festival abriu com Joe Correia e João Serra Coelho a duo, o que eu achei um pouco estranho porque segundo as regras deveria ser o Joe Correia e o Paulo Ferreira por serem eles os mais velhos de alternativa. Mas, tudo bem. Logo que eles entre si concordaram com esta opção um pouco ortodoxa, nem o director de corrida nem o publico podem exigir diferente. O novilho, da nova gana-daria Santo Antão era bonito e alegre nas suas envestidas mas não tinha as qualidades necessárias para o gana-deiro dar a volta à praça. O segundo da tarde da ganadaria Ramo Grande foi toureado por Paulo Ferreira que tentou o melhor possivel perante um novilho de muito pouca qualidade. Mesmo assim, gostaria de mencionar os ultimos dois ferros curtos de mui-to bom mérito por serem executados clássicamente de frente a frente. Sário Cabral no terceiro da tarde, da ganadaria de António Azevedo este-ve bem, parecendo-me que a seguir ao dia da sua alternativa, foi o dia que se sentiu mais à vontade. A segunda parte começou com o Joe Correia a sós, com um touro de Joe Parreira nobre e muito alegre nas investidas. O sexto touro da tarde foi para João Serra Coelho também a sós. Um touro de muito pouca, ou nenhuma qualidade, com arrancadas muito perigosas e que mostrava todas as características de ser burriciego. A

certa altura o cavalo é colhido brutal-mente fazendo com que o João caí-se e desmaiasse por alguns tempos. Houve uma grande confusão na pra-ça mas graças a Deus nada aconteceu de grave e João conseguiu acabar a sua lide. Achei um pouco estranho o nome da ganadaria deste touro não ter sido anunciada, como se fez para todos os outros.

Para finalizar houve um duo entre Paulo Ferreira e Sário Cabral. Ainda bem que tro-caram a ordem de tourear no

principio do festival porque até pa-rece que quizeram guardar o melhor para fim. Paulo e Sário estiveram muito bem a duo. Pelo que tenho vis-to, é sempre dificil de um duo resul-tar, mas estes dois cavaleiros estive-ram muito bem perante o touro maior da noite da ganadaria de Manuel do Carmo. Paulo e Sário até pareciam que estavam muito habituados a tou-rear a duo. Paulo cravava e lá estava Sário a aproveitar a deixa tornando-se um duo verdadeiramente dito. O touro respondeu muito bem mas eu não poderia deixar de mencionar que a idade e o peso não eram apropria-das para aquele dia. Todos nós sabe-mos que o touro grande é que oferece emoção mas estamos na Califórnia aonde não se castiga os touros. Os ganadeiros têm que ser sensíveis para com os artistas e compreenderem que é a vida deles que está em causa prin-cipalmente no dia em que toureiam completamente grátis.Um aspecto que merecia muita aten-ção na praça de Stevinson é a do piso da arena. Agora que a época taurina deste ano já terminou naquela praça, é altura de pensarem bem como se devem preparar para a época seguin-te. Não haja duvidas que realmente há várias coisas importantissimas para se modificar naquela praça, mas penso que o piso talvez seja uma das mais importantes para evitar que um dia alguém seja colhido gravemente. Foi sem duvida um festival alegre e cheio de gente. Penso que a maioria das pessoas sairam satisfeitas. Um grande OLÉ para os organizadores e para todos os aficionados ali presen-tes.

A bem da festa brava.

Festivais são im-portantes e devem repetir-se sempre que possível, em especial em Agosto, quando não há corridas for-mais.Gostaria no entanto de referir certos por-menores para que não sejam repetidos no futuro.1. As meninas que vendiam bilhetes compreenderam mal as instruções que lhe deram e entregavam às pesso-as o picotado e não o bilhete dos toiros. 2. Sempre que um artista desmaia, e da maneira como tudo aconteceu, e como o director de corrida não é mé-dico, seria bom que fosse transportado para fora da are-na de maca e não levado como um fardo de palha e que esse artista fosse visto por alguém e não pudesse actuar mais, para finalizar a sua prestação.O que aconteceu foi lastimável e no fim de tudo o cavaleiro não se lembrava de ter regressado à arena. Tem de haver uma estratégia para estes casos. Podem salvar-se vidas se tudo for feito de uma maneira profis-sional e inteligente.

O povo respondeu muito bem ao festival, que era para uma causa justa. Assim se faz comunidade. Estamos to-dos de parabéns.

Há quantos anos é que temos Corridas de Toiros na Ca-lifornia? Há muitos. Então porque razão ainda não sabe-mos aguar uma praça?Considero uma falta de respeito quando uma arena não é bem tratada. Já pensaram ir a um espectáculo e verem um palco todo sujo? A arena tem sido um espelho da falta de responsabilida-de dos donos das praças. E o piso? Alguma vez perguntaram a um cavaleiro se o piso estava bom? Alguma vez pediram opinião a outros artistas? Os donos da praça não são artistas, não sabem das condições necessárias e precisas para que um ca-valeiro, um matador, um forcado, possa desempenhar com segurança a sua arte.Todos nós sabemos que há muitas pessoas com asma e outros doenças respiratórias e é triste ver-se o desrespei-to a essas pessoas pelos donos das praças. Nem sequer são capazes de aguar o espaço onde os ca-valos aquecem e os artistas estão estacionados antes da corrida. Nem sequer isso fazem. Uma vergonha.Nunca ainda vi um Diretor de Corridas mandar aguar a praça ao segundo toiro, já que as condições da mesma eram más no primeiro. Espera-se muitas vezs pelo inter-vao e outras vezes nunca acontece.

Já agora deixem-me falar de outro assunto também re-lacionado com a arena. A iluminação das nossas praças é muito pobre, para não dizer paupérrima. Nunca nin-guém teve a coragem de subir a uma escada em Stevin-son e apontar aquelas lâmpadas para a arena em vez de estarem apontadas para as pessoas. Este defeito existe desde a ultima remodulação da luz nesta praça, há uns anos atrás. A luz é um factor muito importante num espectáaculo de toiros. Com um certo esforço poderia-se dar um geito a isto.

Outro assunto de segurança me vem à memória.Na Praça de Stevinson deveria haver mais uma saída a seguir aos quartos de banho (que estão totalmente fora de órbita e são poucos, muito em especial o das senho-ras) para em caso de algo acontecer. Há duas saídas de serviço que estão sempre fechadas a cadeado e que po-deriam ser usadas no fim das corridas.Se já repararam bem, a Praça de Gustine possivelmente é a mais baixa do mundo, e não tem segurança para as bancadas, como todas tem. Nunca nada aconteceu, mas seria interessante pensar-se em fazer o que todas as pra-ças do mundo tem. Uma vedação de segurança.

Melhorar a nossa festa é o nosso propósito e o de todos os aficionados. Quem não souber fazer as coisas que pergunte a quem saiba. É tão simples e até bonito.

Reflexões Taurinas

Joaquim [email protected]

O publico foi o grande vencedor do Festival

Não falte às Corridas de

Toiros na California.

Page 24: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

24 15 de Setembro de 2012PATROCINADORES

Assine o Tribuna Portuguesa e fique a par do que se passa

Page 25: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

25PATROCINADORES

209

Page 26: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

26 15 de Setembro de 2012CULTURA

CRÓNICAS DE UMA AMÉRICA CINZENTA A História - A Escrita - O Autor "Quem perde no sonho o sonho perdido,re-volta, regressa, resiste, re-sonha,vence no futuro distâncias medonhas,e volta a sonhar o sonho escondido."Há Setembro e Setembro, seja de 2011, 1953, 2003, 2007. Todos eles importantes, como certamente será o de 2012. E afinal, só ain-da estamos em Junho!... Sem surpresa!Surpresa foi o convite do António Oliveira, tão rápido e convincente que nem tive tempo para pensar. Pela amizade ao António, por alguma curiosidade, pois apenas conhecia o Dinis de uma sua participação como ju-rado num concurso literário da Proverbo, conhecia as suas crónicas na revista Mundo Português e a sua recolha antológica de po-emas de açoreanos (Nem sempre a saudade chora).Depois, o e-mail que dele recebi foi suficien-te claro e esclarecedor: mais de 400 páginas e uma “dose de pachorra” que ele recomen-dava para ler um livro de tal tamanho e sem fotografias!... Veremos se tem ou não foto-grafias... se pelo menos acreditarmos que estas podem ser "tiradas" com palavras, ou melhor, mais que fotografias, retratos, des-critos com muita precisão, como quem está presente nas cenas contadas.Recebido por e-mail o livro na altura em que ele ia para a tipografia, fui desbravando o tema, tomando notas, sublinhando frases e parágrafos. O título apresenta-se logo escla-recedor, na lógica convicta do autor, que de imeditato nos liga aos acontecimentos histó-ricos focados desde o início: a América post 11 de Setembro de 2011.A análise política ou literária ficará para os analistas e comentadores, ou para os críti-cos de literatura. Deixo apenas uma leitura poética, de alguém que gosta da sua “polis”, da sua cidade, e da poesia. Talvez devesse estar aqui um político, mas desculpem-me a franqueza, sou poeta...E, saboreando a poderosa escrita, em Por-tuguês em terra estrangeira, terra essa que não é estranha, constatamos a coragem do autor ao publicar um livro de crónicas de ca-riz político e social. Foi a primeira leitura na diagonal, iniciada com a leitura do índice: 100 títulos. Não me enganara, era o mesmo Diniz das crónicas da revista Mundo Por-tuguês, onde ambos colaborámos durante anos, ele mais político, eu mais poético!...Naturalmente, cada um de nós vê o copo do lado que mais lhe agrada, ao qual é mais sensível. Não escondo a minha preferência pela poesia. E o autor admite que poesia, humanismo e política podem conviver, tal como são possiveis e desejáveis as interven-ções dos escritores e dos poetas, também eles interessados na construção da cidade, do país, do mundo, verdadeiro sentído de "política". Escrevo poemas, apresentaram-me como poeta, o que me dará alguma vantagem e margem de conforto de me expressar como poeta e não como político!... E se o poder político parece ter medo dos poetas, acres-centarei, estende esse medo aos escritores das palavras abertas!... embora muitas vezes tente manipulá-las. Mesmo assim parece mais difícil manipular a poesia!... Gran-de parte do livro encontra-se centrado nos

acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 e nas acções que se lhe seguiram da parte do poder institucionalizado, da Administração dos EUA, e de forma peculiar dos Órgãos institucionais - Congresso e Presidência, e que terão resultado, como afirma o autor, na Guerra/invasão do Iraque. Nesta análise e conclusões o autor não se encontra só.Não me cabe a mim aqui falar de história, repito: escrevo, sou poeta, a mim próprio me chamo amante das palavras e da leitura, pelo que saúdo a coragem de publicar este livro: um livro sobre política, de 400 páginas, em Português nos EUA. Digam-me lá se isso não parece "de poeta"?Mas neste livro, com crónicas necessária-mente datadas pelos acontecimentos que relatam ( embora para os menos dados aos factos políticos e históricos talvez fosse útil acrecentar-lhes a data em que foram escri-tas), tem uma particularidade mais uma vez de carácter poético: as citações que abrem cada capítulo, sejam elas de poetas e de es-critores, de filósofos, de políticos de bom senso que acreditam no poder da palavra, citações que permitem uma leitura mais humanista do que a seguir se reflecte, ain-da que, por vezes sobressaia algum desen-cantamento com a política praticada, com a manipulação da palavra escrita ou falada, da imprensa e televisão. Numa premissa fundamental todos estare-mos de acordo: a história, a humanidade, a vida do ser humano a nivel planetário foram substancialmente alteradas com tal série de acontecimentos. E há as palavras... Palavras que ganharam uma alma diferente, novo fôlego, novos sig-nificados. Liberdade (ou os seus novos impostos limi-tes) - passa a ser suvertida com uma "nova" ordem de valores arbitrários, reoordenados para justificar a intrusão do poder político e a sua subversão.Verdade - "o que ontem era verdade, ama-nhã ou mesmo hoje será mentira” - ou ven-dido como mentira, enquanto esta tenta se purificar por artes e manhas, tantas vezes passando desde logo a ser verdade, de tantas vezes repetida.Terror - Passou a ser palavra de ordem, ao utilizar e manipular os sentimentos e a re-volta das vítimas (ditrectas, reais, ou outras que se assumem como tal) para justificar o inaudível, sob o pretexto de protecção.Direito - direitos das pessoas, que muitos de nós julgávamos garantidos, e até então con-sagrados sob declarações universais, pas-sam a ser diáriamente torpedeados sobre o pretexto de valores "mais altos". Mais altos? à medida da altura de quem?Democracia - agora sem ter em contra as pessoas, tantas vezes contra as pessoas...E poderíamos continuar, e continuar esta lista de sentidos intencionalmente trocados e manipulados!... E assim se estragaram os sentidos destas e de muitas outras palavras, as quais espera-mos, as pessoas com senso comum e alguma poesia, sejam capazes de devolver ao reino das palavras humanas e humanizadas!

DEZ ANOS PERDIDOS!? E AGORA, DI-NIZ, COMO GANHÁ-LOS? UMA DÉCADA DE ESPERANÇA !

Não podemos parar a apenas olhar para trás com lamentações. Acreditamos que há um

amanhã!Não há poções mágicas que transformem a sociedade. Não há milagres sociais para transformar os homens! Que nos resta? Inteirarmo-nos da forma possível dos acon-tecimentops considerados históricos, de-senvolvendo um sentido crítico em relação à informação e propaganda com que somos constantemente bombardeados (e este livro é um excelennte instrumento de reflexão).Paralelamente a esta reflexão, e como resul-tado dela, participar activamente e suportar as acções cívicas, eventualmente integrando a actividade cívica nas associações, ou parti-cipando em actos assumidamente políticos, actos em que possamos fazer a diferença, com intervenção activa, seja como pensado-res, mentores, como eleitores ou eleitos. Perante os acontecimentos e pela leitura des-te livro não podemos correr o risco de ficar deprimidos ou desiludios, de tudo ou quase tudo parecer negativo, se não regarmos as raízes da esperança. E esta longa história de avanços e recuos também se faz com figuras sonhadoras, faz-se de mudanças para uma cultura da vida. Importa reconquistar o real sentido das pa-lavras deturpadas. Tomar de alguma forma nas mãos as palavras e as rédeas do poder, na luta das ideias, na pesquisa da verdade, no consenso possível para o bem da polis, da cidade.. . . . . .Sabemos, ou pensamos saber quem foram ou são "os bons malandros" que nos mete-ram nisto!... Pergunto novamente: E agora?A palavra partilhada, no dia a dia, na comu-nicação social, na poesia, porque não, pode-rá ser uma alavanca de mudança, se não su-cumbir às manobras em nome da verdade. A escola é o espaço ideal para esse diálogo de gerações que permitirá contribuir para tornar as pessoas mais esclarecidas, mais comprometidas com a verdade e o bem so-cial, pessoas mais humanas.No muito que tem de contraditório no seu uso, à afirmação atribuída a um dos que mais poder tinha para alterar a situação. De G W Busch, com muita ironia!..."As pessoas tornam-se parte das organiza-ções terroristas porque não têm esperança", responderei: Terrorista não, poeta sim!Perto do fim, o autor volta ao poder da pala-vra, assumindo como tema das suas últimas crónicas, três autores de qualidade literária e valor inquestionáveis e que, de forma muito intensa, reflectem o importante contributo, para a sociedade, dos artistas, dos escrito-res. Eu sempre soube que o autor acredita no poder da literatura, da poesia.Parabéns pela obra, pela coragem da sua pubicação, pela persistência em partilhar as ideias em que acredita e com elas lutar e in-tervir na sua cidade, na sua “polis”! . . . . . ."Os escritores que fazem a diferença são aqueles que aumentam a nossa consciência, a nossa simpatia e o nosso conhecimento" . Susan Sontag Dinis Borges acredita nisso, como o diz na última frase do livro: “Susan Sontag fez e continuará a fazer a diferença”. Tal como nós acreditamos que Dinis Borges, com este livro, faz parte desse grupo dos escritores, porque ele quer fazer a diferença. . . . . . .Um pouco mais de poesia, para terminar.A 11 de Setembro de 2011 estava em Newa-

Década PerdidaUm agradecimento sincero ao autor deste texto, o poeta João Martins por ter aceite o convite de outro amigo, António Oliveira, cuja insistência resultou na apresentação deste meu livro no Encontro de Professo-res de Português dos EUA e Canadá, em Junho último, na cidade de Elizabeth, New jersey.

abraçosdiniz

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

rk, New Jersey, a caminho do trabalho, e pas-sei o dia nas escadas do edifício onde traba-lhava, com visão directa para o World Trade Center, intercalando com constantes visitas à sala onde, na televisão acompanhávamos os acontecimentos. Minha esposa tinha viajado no dia anterior para Portugal e eu estava sozi-nho com os meus três filhos menores. O res-to... está na história, ainda a ser escrita.Em Setembro de 2003 celebrei com os meus pais, em Portugal, o 50º aniversário do seu casamento.Em 11 de setembro se 2010 escrevi este pe-queno poema que vos vou ler.

Permitam-me que termina com esta mensa-gem de esperança, a esperança de um

setembro novo na sapiência dos calendáriosos livros das horas brevessequências de iluminuras setembro como outros mesesdos livros tem muitas folhasabertas páginas de espanto capítulos de olhar rasgado. mais atrás aquele setembro de ano triste. estava sóantecipando a solidãoque um dia frio fariaorfãos pessoas e torres rasgadas. nós. sós. cinza. recordo o calor das cores sépiade outras duas torres nostalgiade um outro livro um outro dia de um outro setembro quando mãe e pai disseram sim à volta da mesma mesa hoje nos juntamos refazendo o calendário em cada setembro novo

2010

Obrigado ao autor e à Associação de Profes-sores Português EUA e Canadá por esta opor-tunidade!Parabéns à Associação e ao autor por este evento e pelo legado deste livro!

Obrigado!

João Martins

Page 27: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

27 COLABORAÇÃO

Quem inventou a Piza?

Se a origem da palavra PIZA é indiscutivelmen-te italiana, o mesmo não pode dizer-se do saboro-

so e muito diversificado comestí-vel que, com a mesma ou altera-da denominação, se popularizou pelo vasto mundo. Segundo a muito conceituada WIKIPEDIA e outras respeitá-veis fontes de informação histó-rica, na antiga Grécia cozinhava-se um pão coberto de azeites, escolhidas ervas e apreciados queijos. Na Grécia Bizantina, o nome dado a esta confecção as-semelhava-se, mais ou menos, a “pita”, que significava pastel, em-pada ou torta (“pie” em inglês). Os antigos romanos usavam uma placenta ou pastel folhado de fa-rinha coberta de queijo e mel sal-picados de pedacinhos de folhas de louro. Note-se que o original vocábulo “pita” mais tarde passou a ser pronunciado “pizza” na Itália, como veremos no próximo pa-rágrafo. Actualmente é pronun-ciado “pide” na Turquia; “pite” na Albânia; “pita” na Sérbia, na Croácia, e na Bulgária; “pittah” em Israel., e “piza” em Portuigal, Brasil e restantes países lusófo-nos. Foi na Itália, que a famosa culi-nária da cidade de Nápoles pro-jectou através dos continentes a “pita”, com o novo nome de “pizza” e caracterizada pelos suas diversas ementas, queijos e coberturas de môlhos de tomate. A popularidade da pizza foi qua-se instantânea, e muitas vezes repleta de interessantes peripé-cias... Vários cronistas relatam que Ferdinando,I, rei de Nápo-

les e das Sicílias, (1751-1825), gostava tanto da pizza daqueles tempos que, frequentemente, se disfarçava e, de noite, ia visitar clandestinamente a sua favorita pizaria situada num dos vizinhos bairros pobres da cidade; naque-les tempos, a “pizza” era consi-derada comestível para as classes pobres... Há cronistas que dizem que a rainha, Maria Carolina, es-posa do rei, não permitia a pizza no palácio...! Segundo historiadores, os queijos foram adicionados à piza napoli-tana em 1889.Na contemporânea Itália, onde existem mais de 35.000 pizarias, a piza é prato habitual e indispen-sável. E é uma dos mais reconhe-cidas criações da culinária itálica. A propósito, saliente-se que em 1889, quando a rainha da Itália, Msrgherita, visitava Nápoles, os cidadãos serviram-lhe uma gran-de pizza encimada com as cores nacionais da Itália: vermelho (môlho de tomate); branco (queijo Mozzarella), e verde (manjerico). Ainda hoje, este tipo de pizza é chamado Pizza Margherita,

ENORME É A DIVERSIDADE DE PIZAS

A crescente popularidade da piza tem motivado simultânea diversi-dade no fabrico de pizas em váias regiões do globo. Neste estudo, salientam-se apenas os dois tipos historicamente mais importantes e mais populares.A autêntica “pizza mapoletana” --- a piza mais famosa --- é fei-ta com môlho de tomate e queijo Mozzarella. Ocasionalmente é preferido o môlho de tomate de

San Marzano, cultivado nas re-dondezas vulcânicas ao sul do fa-moso Monte Vesúvio. Este môlho é acompanhada de queijo Mozza-rella “di bufala Campana”, feito com o leite de búfalos de água, criados nos lodaçais da Campa-mia. e nas regiões do Lazio. Segundo a Associazione Vera Pizza Napoletana, a genuína pla-centa da “pizza napoletana” deve ser feita de farinha de trigo, e o fermento deve ser originário de Nápoles, e incluir também sal e água. Esta mistura deve ser amassada manualmente, ou em misturadoras mecânicas, a re-duzida velocidade. A resultante mistura deverá também ser for-matada manualmente. A placenta não deverá exceder 3 milímetros de espessura. A Asspciazione ad-verte que a piza ideal deverá ser cozinhada à temperatura de 905 F (485 C), durante 60-90 segun-dosem em forno de pedra ou ti-jolo,, previamente aquecido com o fogo de madeiras de carvalho. O resultado será uma “pizza” crespa, tenra e deliciosamente fragrante.Oficialmente, esta famosa piza ainda oferece 3 variantes: 1--- A “pizza marinara” cujos ingre-dientes principais incluem môlho de tomate, alho, orégão, e extra azeite virgem; ocasionalmente, este tipo inclui também basílico; 2--- A “pizza Margherita” feita com môlho de tomate, pequenas fatias de queijo Mozzarella ba-sílico, e azeite virgem extra; 3 --- E há ainda a “pizza Marghe-rita extra” feita com môlho de to-mate, tiras de queijo Mozzarella proveniente de Campania, basíli-co e extra azeite virgem. Natural-

mente, estes e outros tipos podem incluir carnes, peixe, salsichas, bem como ser puramente vege-tarianos. Pizza Napoletana cozinhada en tradicional forno de tijolo

Entre os afamados tipos da “piza romana”, distinguem-se as varie-dades chamadas “pizza al taglio” ou “pizza al trancio”--- a retalho, ao peso ou, mais literalmente, “ao corte” --- à venda em restauran-tes de modelo “take-away”, mui-to populares na grande cidade de Roma e também em toda a Itália. Estas pizas são cozinhadas em tradicional forno de pedra ou ti-jolo aquecido pelas requeridas madeiras de carvalho. As con-feccionadas pizas entram no for-no depositadas numa espécie de caçarola longa de barro envidra-çado rectangular, e relativamente espessa, que produz uma crosta delgada, normalmente cortada depois com faca ou tesoura apro-priada; a crosta é encimada com môlho de tomate, orégão, queijo Mozzarella, anchovas e azeite puro. Pizza al taglio em Roma

Uma muito apreciada varieda-des da pizza romano é a “Pizza Capricciosa” cujos principais ingredientes incluem queijo Mo-zzarella, môlho de tomate, cogu-melos, alcachofras, fiambre, azei-tonas e azeite. Este tipo inclui também a alternativa de carne prosciutto com um ovo cozido. É importante salientar que mui-tas variedades romanas incluem ementas que apresentam alcacho-

fras, beringela (eggplant), carnes moídas, cebolas, batatas, salame, prosciutto, salchichas de vários tipos, trufas (truffles) moídas, zu-chini, môlhos de várias espécies de tomates. Gorgonzola, e ancho-vas. Estes e outros ingredientes tornam mais apetitosa a ideia de piza para lanche ou jantar... Há ainda em Roma algumas va-riedades mais simples e talvez estranhamente muito populares. Elas são: a “Pizza Margherita” que salienta o môlho de tomate e o queijo; a “Pizza Bianca”, ca-racterizada pelo seu exclusivo uso de azeite e de sal; e também a “Pizza Rossa”, que apenas usa môlho de tomate. A POPULARIDADE DA PIZA

É MUNDIAL

A expansão da piza, claramente evidente em todos os continentes, explica-se pelo facto de a piza se adaptar aos gostos e às preferên-cias de todas as regiões, e a todas as culturas, tornando-se assim mais atraente e mais apetitosa aos paladares dos que a procu-ram em busca de saborosos mas menos complicados comestíveis que, ao mesmo tempo, são novas e interessantes dimensões gastro-nómicas. Assim se inventaram e formulam outras variantes de pizas que, em-bora respeitantes dos fundamen-tos tradicionais que a criaram e a expandiram, também englobam favoritos produtos e métodos re-gionais e nacionais que, por sua vez, mais aumentam a grande po-pularidade da piza.

Bom apetite!

Lembro aos amigos que Crónica da Minha Rua, era o título genérico das crónicas que comecei

a publicar no extinto “Diário de Notícias “ de Bedford, a partir do ano de 1950, dois anos depois de ter arribado a terras do Tio Sam, com os meus 24 anos cheios de sonhos e ilusões.Esta não é da ”minha rua”, mas do pequeno restaurante onde costumo comer as minhas sala-das gregas e as minhas sands de bife com cebolas e pimentas fri-tas, tudo numa algaraviada culi-nária que satisfaz os meus sabo-res de homem da terra, que desde os 15 anos sonhava em ser jor-nalista. E quem contribuiu para essa mania foi, em grande parte, a revista literária “Vértice”, de Coimbra, orgão dos “Neorealis-tas” portugueses, feita por gente nova da “Lusa Atenas”, que a fa-zia a custo, embora vigiada pelos mastins policiais do dr. Salazar, e donde saiu toda a pleiade de es-critores, poetas e artistas, desde Miguel Torga a António Sérgio, Alves Redol, e quase todos os

intelectuais da ala progressista. A revista começou a ser trazida de Coimbra pelo meu Primo-irmão, dr. Manuel Filipe, quando vinha passar as férias em nossa casa. Esta crónica foi concebida no último sábado, no restauran-te onde como, ao ser servido por uma jovem sorridente que nunca por ali tinha visto antes. Pelo seu donaire, vi que se tratava de uma estagiária de fim de semana. Meti palavra e perguntei se era grega, visto os patrões serem oriundos desse país, berço da civilização ocidental. Que não. E sorriu. Por-tuguesa?, que sim. Metade portu-guesa e metade francesa. A velha história do “melting pot”, que torna sui generis esta nação de nações. Perguntei se estudava, que sim. Na UMass Dartmouth, que não, Estudava em Boston. Qual o curso que tencionava se-guir ? jornalismo.Fiquei suurpreso por verificar que minha bisneta mais velha está tambem tentada a seguir a carreira de jornalista.Como estudava em Boston e não em Dartmouth, não pude dei-

xar de manifestar-llhe a minha apreensão, por saber que muitos estudantes universitários têm às costas empréstimos de estudo que chegam a atingir 200 mil do-lares. Vi que a jovem fez um bre-ve silêncio e disse, “esse é o meu caso”. Naquele momento tive pena da pobre jovem, condenada a pagar os seus próprios estudos, e a entrar na vida com uma dívida dificil de saldar.

Perguntei-lhe sobre o que a levara a escolher a carreira de jornalis-ta. Porque não medici-

na, advocacia ou outra ? Que era essa a sua vocação, disse. E ficou impressionada e curiosa, quan-do lhe disse que eu era tambem jornalista. E momentaneamente vi-me na minha cama, em Soza, às duas ou três horas da manhã, lendo e sonhando à luz do velho candeeiro de petróleo, antes da chegada da electricidade e do rádio.Perguntei-lhe o que faziam os pais. Que eram lavradores, e que os campos que têm, em Westport,

foram deixados pelos avós, vin-dos de S. Miguel, e que ela fora ensinada a fazer queijos de cabra e de vaca.Ficou interessada em saber que minha bisneta , com 17 anos, es-tava tambem interessada em ser jornalista, e que na Umass, fazia parte do grupo dos jovens locuto-res da rádio universitária.Ainda a propósito da minha bis-neta, esta veio há dias visitar-me e fomos para um passeio a pé através do Cemitério Rural, e mostrei-lhe os locais por onde costumava passear com sua avó Carol, quando esta tinha seis ou sete anos de idade, e ela gostava de soletrar as legendas das pe-dras tumulares.

Gostei de conversar com a jo-vem estudante, que ali procurava ganhar algum dinheiro para su-plementar a mesada que os pais decerto teriam dificuldade em lhe dar. A instrução, nos Estados Unidos, que um dia foi acessivel às classes inferiores, está-se tor-nando um direito apenas aces-sível aos milionários. Milhares

de advogados, médicos e pro-fissionais da magistratura e da politica, actuais, foram formados práticamente sem custo, graças ao famoso “G.I Bill”, para os sol-dados vindos da Segunda Guerra Mundial. Presentemente a instru-ção superior está sendo atacada de todos os lados, e as classes inferiores estão em face de um dilema trágico: os universitários, ou se empenham até à ponta dos cabelos, ou são obrigados a de-sistir de uma carreira superior. E se triunfar a vaga conservadora radical, incientífica e obscuran-tista, que ameaça fazer recuar a América até à moralidade do Ve-lho Testamento, poderá transfr-mar-se numa coutada feudal de bilionários, que um dia imperou na Europa real e imperialista.

Crónica da Minha Rua

Perspectivas

Fernando M. Soares [email protected]

Do Tempo e dos Homens

Manuel [email protected]

Page 28: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

28 15 de Setembro de 2012 ENGLISH SECTION

Page 29: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

29 ENGLISH SECTION

California Chronicles

Ferreira Moreno

County Names (1) Among California's

fifty-eight counties, thirty-two carry Spa-nish names. Three

counties (Kings, Stanislaus & Trinity) are translations of the original Spanish place names for the rivers that flow through them. According to history and tradi-tion, Kings River was discovered in 1805 by an exploring expedi-tion and named Rio de los Santos Reyes, the river of the holy kings. Stanislaus was derived from Rio Estanislao, named after a Native American chief. Trinity was de-rived from Puerto de la Trinidad, a bay discovered in 1775 on the feast day of the Holy Trinity. Ho-wever, the Trinity River, which flows across the county, was na-med in the erroneous belief that it flowed into the ocean at Trinity Bay.There are names with a Spanish sound, but actually they reflect Native American place names recorded in Spanish, like Colusa, Inyo, Modoc, Mono, Napa, Shas-ta, Sonoma, Tuolumne, Yolo and Yuba. Presumably, Siskiyou and Tehama originated from names of Native American tribes. As John McGroarty stated: "Althou-gh the meaning of the words have never been determined,they usually refer to the villages where the tribes were located." (California, Its History & Ro-mance).The list of English names con-sists of the following: Alpine, Butte, Glenn, Huumboldt, Kern, Lake, Lassen, Orange, Riverside qnd Sutter. Strictly Spanish in he-ritageare the place names affixed to the next counties, which I will attempt to describesuccinctly.ALAMEDA was literally derived from alamo, Spanish for poplar or cottonwood trees. Alameda also means any group of sha-de trees, as well as a tree-lined road or promenade. However, the county's name came from Arroyo de la Alameda, a creek lined with willow and silver-barked syca-more trees. AMADOR was cho-sen in memory of either Sergeant Pedro Amador, Spanish soldier, adventurer and settler, or of his son, Jose Maria Amador, born in San Francisco, who distingui-shed himself as a soldier, miner, settler, trader and mayordomo of Mission San Jose.CALAVERAS, Spanish for skulls, was derived from Calave-ras Creek, so designated in 1808 by Captain Gabriel Moraga, who found a large number of skulls lying along the bank of the creek, where battles had been fought be-tween the tribes of the Valley and the Sierra. CONTRA COSTA took its name from the term used by the Spaniards to designate the coast oppositeSan Francisco Bay. DEL NORTE signifies the north and correspon-ds with its geographical position in the extreme north (west) corner of the state. EL DORADO, the legendary gilded one, recalls the discovery of gold in California (1848). FRESNO, Spanish for ash

tree, was named for the abundan-ce of local mountain ash trees.LOS ANGELES, actually is a much shorter version of the ori-ginal Rio de Nuestra Senora la Reina de los Angeles de la Por-ciuncula (1769), and subsequen-tly from El Pueblo de Nuestra Senora de Los Angeles (1781). In time, the pueblo became known as Ciudad de Los Angeles, from which the county derived its name. However, the City of the Angels was really named for the Virgin Mary, commonly called Our Lady of the Angels by the Spanish as well as by the Portu-guese.

MADERA, Spanish for timber or wood, derived its name from the site which

was originally surrounded by gro-ves of trees. MARIN is a curious abbreviation of Bahia de Nuestra Senora del Rosario la Marinera (1775). It is also said to memorial ize the Native American chief, who was baptized and called El Marinero (ferryman). MARI-POSA, butterfly in Spanish, can be traced to the diary of Fr. Pe-dro Munoz, who accompanied Moraga's expedition in 1806.He wrote: "This spot was called Las Mariposas (the butterflies) on account of their great multitu-de, especially at night and in the morning, so much so that they became excessively annoying, and one even entered into the ear of one of the expedition leaders, causing him a great deal of an-noyance, and not a little trouble in getting it out."MENDOCINO was so named to honor either Antonio de Mendo-za, the first viceroy of New Spain (Mexico) appointed in 1535, or for Lorenzo Suarez de Mendoza, viceroy from 1580 to 1583. MER-CED was derived from the Mer-ced River, which was originally called Rio de Nuestra Senora de la Merced (mercy). MONTEREY combines the Spanish words monte and rey, literally meaning hill or wood of the king, but it was originally attributed to honor Gaspar de Zuniga, count of Mon-terey and viceroy of Mexico.NEVADA, Spanish for snow-covered, was appropriately cho-sen for a region wearing a heavy mantle of snow during the winter months. The mountain range in which most of the county lies is named Sierra Nevada, Spanish for saw-toothed mountains co-vered with snow. PLACER indi-cates alluvial or glacial deposits containing gold particles, which are obtained by washing. History confirms that placer mining was the principal method employed at the time, and the placers of the region were among the richest in the state.

Bishop Armand X. Ochoafrom page 1

Prior to his Ordination to the Episcopacy, in Febru-ary, 1987, as Auxiliary Bishop of the Archdiocese of Los Angeles and Regional Bishop of the San Fer-nando Pastoral Region, he served as a board member and later as co-director of the Permanent Diaconate Program for the Archdiocese. He also headed the

Secretariat for Ethnic Ministry Services. Bishop Ochoa also served as a board member for both Don Bosco Technical High School and St. John’s Seminary. On June 26, 1996, Bishop Ochoa was installed as fifth Bishop of the Diocese of El Paso in Texas.

Bishop Ochoa was installed as the fifth Bishop of the Diocese of Fresno on February 1, 2012.Throughout Bishop Ochoa’s Episcopacy, he has held the following USCCB positions: Member of the Sub-Committee on Lay Ministry, Commit-tee on Migration, Sub-Committee on Hispanic Affairs, Committee on Laity, Committee on Vocations, Committee on the Diaconate, Com-mittee on the Millennium/Jubilee Year, Sub-Committee on Lay Ecclesial Ministry, CLINIC Board of Directors and Region XIII Administra-tive Committee. Bishop Ochoa has also been a Consultant on the Committee on Migration and Sub-Committee on Hispanic Affairs. Other Na-tional and International responsibilities have in-cluded member of the Alta/Baja California Bor-der Bishops Council, United States Delegate to

the Eucharistic Congress in Guadalajara, Mexico, and member of the Texas Mexico Border Bishops’ Council.

(these 2 photos courtesy of Diocese of Fresno webpage)

California (CST 1000888-40). Registration as a Seller of travel does not constitute approval by the State of California.

Page 30: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

30 15 de Setembro de 2012PATROCINADORES

Participar nas nossas festas tradicionais é CULTURA

Page 31: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

31 FESTAS

Festas dos Milagres - Bodo de Leite Fotos de Jorge Avila "Yaúca"

Nancy e Walter Costa; António e Elisa Martins; Adriano Borges; Filomena e António Nunes; Alfredo e Lucy Nunes; Durvalina e Eric Snoke

Luis Nunes, José Eliseu, Manuel Santos, Jose Ribeiro, Maria Clara, Adelino Toledo, Bruno Oliveira, Alberto Sousa e João Ângelo. Tocadores do Grupo Folclórico e Etnográfico da Ribeirinha

O tema do Bodo de Leite foi "Um Ano em Tradições" - Janeiro: Ma-tança Açoriana. Fevereiro: Carnaval, danças e mascarados. Março: Qua-resma, penitência e oração. Abril e Maio: Espírito Santo e bodos. Junho: Festas dos Santos Populares, ruman-do p'ra Santinha. Julho e Agosto: Ve-rão, festas e touradas. Setembro: As Vindimas. Outubro: As desfolhas. Novembro: O rico São Martinho.

Dezembro: É Natal.

Foi um bodo de leite muito bem con-seguido com uma temática tradicio-nal e sempre muito acarinhado pelos milhares de pessoas que assistiram.

O Pézinho foi também muito bem cantado pelos oito improvisadores.Durante a tarde houve um bom es-pectáculo de folclore.

Aspectos das nossas tradições em cada mês do ano

Page 32: The Portuguese Tribune, September 15th 2012

32 15 de Setembro de 2012ULTIMA PÁGINA