Sessão qta pequenotes

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Sessão de Sensibilização Abordagem sobre identificação de problemáticas no desenvolvimento infantil dos 0 aos 6 anos de idade. Patrícia Ferreira Psicóloga Clínica e Educacional

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Sessão de SensibilizaçãoAbordagem sobre identificação de problemáticas no desenvolvimento infantil dos 0 aos 6 anos de idade.

Patrícia Ferreira

Psicóloga Clínica e Educacional

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Crianças irrequietas e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

As crianças pequenas são naturalmente mexidas, excitadas, barulhentas e irrequietas.

Embora isso seja cansativo, não há geralmente motivo para preocupação.

Por vezes denominamos estas crianças instáveis, irrequietas e até hiperactivas; este último

termo pode introduzir a confusão entre uma criança irrequieta normal e uma criança

realmente hiperactiva com Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção.

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Crianças irrequietas e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

O que é a Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção (PHDA)?

As crianças com PHDA têm uma série de sinais e comportamentos:

• são agitadas, incapazes de estar paradas;

• falam sem parar, interrompem os outros e têm dificuldade em esperar a sua vez;

• distraem-se com tudo e têm muita dificuldade em acabar o que começam;

• são impulsivas e não pensam antes de agir.

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Crianças irrequietas e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

No entanto estes comportamentos têm também as seguintes características:

• são muito mais intensos do que os das outras crianças da mesma idade;

• interferem com o dia a dia, e com a adaptação escolar e social da criança;

• geralmente estão presentes desde os primeiros anos de vida da criança.

Esta situação é mais frequente nos rapazes e existe uma certa tendência familiar.

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Crianças irrequietas e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

Quais são as causas do problema?

Factores genéticos e do sistema nervoso

• Transmitidos como uma tendência familiar para o problema

O Temperamento da criança

• Cada criança nasce com um temperamento diferente: por vezes calmo, adaptável e fácil de lidar, outras

vezes agitado, irregular e difícil de satisfazer. As crianças com este segundo tipo de temperamento são

mais exigentes e precisam de uma maior firmeza e capacidade de contenção por parte do meio que as rodeia.

Se uma criança destas nasce numa família mais frágil ou menos disponível, é possível que a situação se

complique e que se instale uma Perturbação de Hiperactividade.

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Crianças irrequietas e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

Dificuldades de audição, visão ou aprendizagem :

• Estas situações limitam as capacidades da criança, diferenciam-na dos outros e geram sofrimento e mal-

estar. Estes, por sua vez, expressam-se muitas vezes na criança através do comportamento podendo dar

origem ou agravar uma PHDA pré existente.

Factores familiares:

• Se existem problemas sócio-familiares que cansam, esgotam ou perturbam os pais de qualquer forma,

estes estarão menos disponíveis e menos atentos aos filhos. Nestes casos, a criança rapidamente se

apercebe que a melhor forma de obter a atenção dos pais é fazendo asneiras ou agitando-se, como

que a dizer “Estou aqui, olha para mim!”.

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Crianças irrequietas e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

Quais as consequências do problema?

• integrar-se e aprender na escola ou noutras actividades;

• fazer novos amigos mas sobretudo mantê-los. Estes problemas podem criar ou acentuar

na criança sentimentos de tristeza e desvalorização, aos quais ela poderá reagir agitando-

se ainda mais, revoltando-se e agredindo quem a rodeia. Criam-se assim círculos viciosos

que tendem a agravar o comportamento da criança e a complicar a sua relação com os

outros.

Dificuldades em:

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Crianças irrequietas e Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção

Como pode ser prevenido ou diminuído o problema?

• passarem mais tempo com os filhos e mostrarem-lhes o seu afecto;

• fazer com eles algo que dê prazer a ambos (pais e filhos);

• lembrar-se que a criança precisa de tempo e espaço para fazer barulho, correr, saltar e “gastar” a energia

que tem;

• aproveitar todas as oportunidades para elogiar e valorizar a criança;

• manifestar de forma clara e simples o seu desagrado perante as situações em que a criança ultrapassa os

limites previamente estabelecidos;

• defina com ele/ela as consequências da quebra das regras combinadas e cumpra-as.

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Tristeza e depressão na criança

Os sentimentos de tristeza, desapontamento, desvalorização e culpa, surgem pontualmente no nosso dia a

dia e a criança, ao longo do seu crescimento, aprende igualmente a conviver com eles.

São geralmente sentimentos transitórios que ocorrem na sequência de episódios de vida difíceis,

frustrantes ou perturbadores, como por exemplo: o nascimento de um irmão (“Os meus pais agora já não

gostam de mim!”), a doença ou morte de um familiar próximo (Será que foi porque eu me zanguei com

ele/ela?”) ou um insucesso na escola ou noutra atividade (“Não presto para nada!”).

Nestas circunstâncias, a criança, tende a ultrapassar espontaneamente a situação com algum apoio dos

pais ou outros adultos próximos. Mas nem sempre estes sentimentos são benignos, transitórios e

facilmente ultrapassáveis.

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Tristeza e depressão na criança

O que é a depressão da criança e do adolescente? A depressão é frequente na criança emuito frequente no adolescente em particular no sexo feminino. A criança deprimidasente-se desvalorizado e/ou culpado, de modo persistente e tal interfere no seu dia a diae no seu desenvolvimento.

Pode ter:

• um ar triste, insatisfeito, por vezes chora com facilidade;

• um cansaço ou aborrecimento constantes,

• alterações do sono ou do apetite;

• isola-se dos outros, fala pouco;

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Tristeza e depressão na criança

• parece desinteressado em relação a tudo e não tem prazer em nada;

• o seu rendimento escolar tende a baixar, tem dificuldade em concentrar-se, falta à escola;

anda irritado, revoltado, agressivo;

• é extremamente sensível à rejeição e ao insucesso;

• é propenso a acidentes;

• tem pensamentos de suicídio, tenta suicidar-se ou fazer mal a si próprio.

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Tristeza e depressão na criança

A criança mais nova, tem dificuldade em expressar o que sente por palavras e o seu malestar manifesta-se de outras formas:

• um aspecto pouco saudável (com palidez ou olheiras);

• cansaço, dores de cabeça ou barriga

• comportamento excessivamente calmo ou, mais frequentemente irritável, agressivo ourevoltado;

• diminuição do rendimento escolar.

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Tristeza e depressão na criança

Quais as causas deste problema?

Os factores que contribuem para a depressão da criança, são múltiplos:

• características da própria criança ou jovem, como o seu temperamento ou a suapersonalidade, que o tornam mais frágil e vulnerável a esta perturbação;

• uma tendência familiar para a depressão que pode ser herdada;

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Tristeza e depressão na criança

• factores familiares, tais como: - dificuldades no relacionamento pais-criança, emparticular nos primeiros anos de vida; - separações repetidas dos pais ou mudançasfrequentes de dadores de cuidados nos primeiros anos de vida; estas situações podem sersentidas pela criança como experiências de perda; - depressão dos pais que os torna poucodisponíveis, irritáveis, desistentes e pouco capazes de apoiar e estimular a criança; -conflitos ou violência familiar; - maus tratos ou rejeição da criança.

• acontecimentos vividos como traumáticos: - separação, morte ou doença grave de umfamiliar próximo; - ruptura de uma relação romântica na adolescência, experiências defrustração, abandono e rejeição no grupo de pares; - experiências repetidas de pequenasfrustrações no quotidiano, com sentimentos de rejeição, abandono, desvalorização, vividasem particular por crianças já fragilizadas, com falhas anteriores de auto- estima.

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Tristeza e depressão na criança

Quais as consequências do problema?

A depressão limita o funcionamento global da criança e do jovem e, quanto mais cedo se iniciae mais tardio é o tratamento, maior é o impacto que tem no próprio desenvolvimento.

• As dificuldades de aprendizagem são muito frequentes e podem limitar o sucesso daescolaridade.

• As dificuldades de socialização perturbam o desenvolvimento e interferem na integraçãoescolar, social e mais tarde na adaptação ao mundo do trabalho.

• O consumo de drogas e álcool é também mais frequente nestes casos, assim como a gravidezna adolescência, pois constituem formas do jovem tentar fugir ao seu sofrimento interior.

• Finalmente o suicídio é um risco real nestas situações, em particular na adolescência e mostracomo é fundamental o diagnóstico e tratamento da depressão nestas idades.

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Tristeza e depressão na criança

Como pode ser prevenido ou diminuído o problema?

É importante:

• que os pais estejam atentos ao eventual sofrimento da criança ou do jovem, que pode,como vimos, manifestar-se de muitas formas (diminuição do rendimento escolar,isolamento, desinteresse, irritabilidade, etc.);

• tentar melhorar o relacionamento mútuo pais/filhos, mostrar disponibilidade para ouviras preocupações da criança ou jovem e tentar entender as razões do seu mal estar;

• perante situações de vida mais difíceis e eventualmente traumáticas, os pais devem estaralerta para o impacto que estas possam ter no filho(a) e para uma possível necessidade deajuda.

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Perturbação bipolar na criança

O que é a perturbação bipolar na criança?

É uma doença psiquiátrica pouco frequente e severa que geralmente se inicia no fim daadolescência ou na idade adulta. A ocorrência na criança antes da puberdade é muito rarae, nestas idades mais precoces as manifestações são geralmente diferentes das do adulto. Acriança com perturbação bipolar tem grandes variações de funcionamento:

• Grandes oscilações do humor, variando entre uma grande excitação, agitação e aparentealegria e uma extrema irritabilidade, agressividade, tristeza e depressão.

Perturbações do humor na criança

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• Por vezes alguns destes sintomas manifestam-se simultaneamente e as variações dohumor são muito mais intensas e rápidas do que o habitual em crianças da mesmaidade.

• Um discurso muito rápido, com mudanças constantes de assunto ou, por outro lado,uma recusa em falar, aliada a apatia e isolamento.

• Grandes oscilações do apetite e do peso e desinteresse pela higiene pessoal.

• Irregularidade do sono e do nível de energia com fases de grande energia, semnecessidade de dormir e com insónia e outras fases grande cansaço, perda de energia,sono constante e isolamento.

Perturbações do humor na criança

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• Extrema sociabilidade ou alheamento e afastamento da família e amigos.

• Sentimentos de grandeza e grande poder (sentir-se um super-heroi) ou, por outro lado,sentimentos de culpa, desespero e perda da auto-estima.

• Comportamentos de risco como o abuso de álcool ou drogas, condução perigosa ourelações sexuais não protegidas e/ou com múltiplos parceiros.

• Preocupações com a morte e tentativas de suicídio.

• Ideias, crenças ou experiências estranhas.

Perturbações do humor na criança

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Entre estas oscilações e perturbações do humor e do comportamento podem existir ou nãoperíodos em que a criança ou adolescente funciona normalmente.

No entanto quanto mais nova é a criança mais rápidas e frequentes tendem a ser asvariações emocionais e do comportamento e a associação de manifestações deexcitação/alegria com irritação/agressividade/tristeza.

Perturbações do humor na criança

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Quais são as causas desta perturbação?

As causas não são ainda bem conhecidas mas, embora a doença possa afectar qualquerpessoa, existe uma tendência familiar e, se os pais ou familiares próximos sofrerem desteproblema, é maior o risco de que a criança o venha a ter também. Doenças físicas ouacontecimentos perturbadores podem desencadear a doença ou novas descompensaçõesem crianças ou adolescentes vulneráveis.

Perturbações do humor na criança

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Quais as consequências desta doença?

As grandes oscilações do funcionamento causadas por esta perturbação afectam váriasáreas da vida da criança:

• dificultam a sua relação com a família, os colegas e os outros de um modo geral;

• diminuem a capacidade de concentração e aprendizagem escolar;

• provocam comportamentos que colocam a sua saúde e vida em risco;

• perturbam o sentimento de controle sobre si próprio e sobre a sua vida.

Perturbações do humor na criança

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Medos e ansiedade na criança

À medida que cresce e descobre o mundo à sua volta, a criança vai-se apercebendocomo este é grande e por vezes assustador.

Os medos e as preocupações são de facto normais ao longo do crescimento, desde que semantenham dentro de certos limites e não perturbem o global funcionamento edesenvolvimento da criança.

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Medos e ansiedade na criança

Conforme a idade da criança, também o tipo de medos e preocupações varia:

• entre os 6 meses e os 3 anos, são frequentes e normais o medo dos estranhos, daseparação em relação aos pais, do escuro, dos trovões ou outros ruídos fortes;

• entre os 2 anos e os 5 anos, os medos são muito frequentes e variados, como porexemplo de animais, fantasmas, monstros, palhaços e ainda do escuro das trovoadas,etc.

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Medos e ansiedade na criança

O que são as perturbações de ansiedade na criança?

Nestas situações a preocupação ou medo da criança é muito intenso e mantém-se porlongos períodos, interferindo no seu dia a dia.

Por vezes ao medo associam-se dores variadas (de cabeça, de barriga), náuseas ouvómitos, palpitações, tremores, tonturas e outros sintomas para os quais não é encontradanenhuma razão “médica”.

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Medos e ansiedade na criança

De entre as perturbações mais frequentes nestas idades, destacam-se:

• A recusa escolar que é geralmente devida a uma dificuldade da criança em separar-sedos pais e da segurança sentida em casa. As queixas físicas de dores e mal-estar quandose aproxima a hora da escola/jardim-de-infância, são frequentes. Muitas vezes a situação édesencadeada por modificações ou problemas familiares (nascimento de um irmão,doença dos pais, etc.). Por vezes existem também problemas escolares (dificuldades deaprendizagem, problemas de relacionamento com colegas ou professores, etc.).

• Os medos e fobias estão ligados a situações ou objectos específicos (por exemplo cães,aranhas, cobras, agulhas, médicos, etc.). O medo é muito intenso e surgem uma série decomportamentos que a criança usa para evitar o objecto causador do medo – condutas deevitamento – que podem ser elas próprias limitativas para a vida da criança (por exemplonão sair à rua, etc.).

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Medos e ansiedade na criança

Quais são as causas destes problemas?

• Problemas familiares :

- Conflitos ou violência familiar que provocam um sentimento de insegurançageneralizada na criança; - Divórcio ou separação dos pais, o que coloca a criança numasituação de divisão de lealdades (para com o pai e para com a mãe) causando-lheansiedade e mal-estar; - A morte ou a doença de um familiar próximo; - O modo derelacionamento entre pais e filhos e o estilo educativo dos pais: uma disciplinademasiado rígida e exigente ou, por outro lado uma atitude de superproteção exagerada,determinam insegurança e falta de autoconfiança da criança.

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Medos e ansiedade na criança

• Problemas escolares : - Crianças que são vítimas de ameaças (bulling) ou abusos naescola e têm dificuldade em defender-se; - Crianças com dificuldades deaprendizagem que se sentem desvalorizadas e ansiosas.

• Experiências traumáticas anteriores.

• Factores genéticos ou modos de funcionamento familiar : por vezes os sentimentosgeneralizados de insegurança e ansiedade são partilhados por outros membros dafamília, constituindo como que um modo de funcionamento particular e específicodaquela família.

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Medos e ansiedade na criança

Quais as consequências do problema?

A ansiedade e o medo podem limitar o desenvolvimento e o quotidiano da criança,impedindo-a por exemplo de frequentar regularmente a escola, aprender, sair à rua,fazer amigos. A solidão e a falta de autoconfiança podem também ser problemasduradouros.

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Medos e ansiedade na criança

Como podem ser prevenidos ou diminuídos estes problemas?

• Estas situações podem passar despercebidas ou não ser valorizadas durante algumtempo porque não chamam a atenção nem são muito perturbadoras para os outros. Noentanto devem ser reconhecidas para que a criança seja ajudada a ultrapassá-las.

• Para prevenir o seu aparecimento, os pais podem preparar antecipadamente a criançapara situações novas que podem ser difíceis para algumas crianças, tais como onascimento de um irmão, a entrada para a escola ou o jardim de infância, explicando-lheo que vai acontecer e porquê.

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Medos e ansiedade na criança

• Todas as famílias passam fases de grande tensão e preocupação; se nessas alturas acriança manifestar medos ou ansiedade mais intensa, é importante que os pais aentendam e estejam disponíveis para a ajudar.

• Sugere-se ainda que os pais confortem e apoiem a criança mas simultaneamentemantenham uma atitude firme e segura de modo a transmitir-lhe confiança.

• A criança deve ser incentivada a encontrar, ela própria, soluções para enfrentar asituação difícil; os pais devem dar-lhe apoio nesse processo.

• As situações que causam ansiedade à criança não devem ser excessivamente evitadasmas ela também não deve ser forçada a enfrentá- las para além da sua capacidade deadaptação.

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As psicoses são doenças mentais raras que, geralmente, se iniciam no fim da adolescênciaou idade adulta.

O seu início na criança antes da puberdade é muito raro e nem sempre é fácil dereconhecer. São situações que alteram a noção da realidade e a capacidade de se relacionare comunicar com os outros. Existem essencialmente dois tipos de psicoses nestas faixasetárias:

• A esquizofrenia

• Autismo

As psicoses na criança

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As psicoses na criança

a) Esquizofrenia na criança

O que é a esquizofrenia na criança?

É uma doença psiquiátrica grave em que existem pensamentos e emoções estranhas e ocomportamento se encontra também perturbado. O início antes da puberdade é raro maspode ocorrer. Nas fases iniciais as alterações dos pensamentos, emoções e comportamentopodem ser ligeiras e difíceis de detectar:

• pensamentos confusos;

• desinteresse por actividades apreciadas anteriormente;

• diminuição do rendimento escolar.

Esquizofrenia

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Progressivamente ou de forma mais rápida surge então o quadro completo dos sintomas:

• comportamento, pensamento ou discurso confusos, sem sentido, estranhos;

• confusão entre fantasias, sonhos, filmes e a realidade;

• ver coisas ou, mais frequentemente, ouvir vozes que não existem (alucinações);

• sensação de ser alvo de conversas, críticas ou perseguições (atitude de desconfiança e

vigilância constante);

• grande angústia e medos excessivos;

• isolamento, dificuldade em relacionar-se com os colegas e em manter as amizades;

• diminuição da higiene pessoal;

• grande agitação.

As psicoses na criança

Esquizofrenia

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Quais são as causas da esquizofrenia?

A causa desta doença não é ainda conhecida. Sabemos que o funcionamento cerebral seencontra alterado e parece existir uma certa tendência familiar para o problema que podeser herdada. Alguns factores do ambiente circundante podem também contribuir paradesencadear a doença em crianças ou jovens mais vulneráveis, tais como o consumo dedrogas ou experiências traumáticas.

As psicoses na criança

Esquizofrenia

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Quais são as consequências do problema?

A esquizofrenia é uma doença grave que, sem tratamento, perturba seriamente ofuncionamento global e o quotidiano da criança ou adolescente, a sua integração eaprendizagem escolar e a relação com a família e amigos. Por esse motivo é essencial a suadetecção e tratamento precoces.

As psicoses na criança

Esquizofrenia

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O autismo é uma perturbação em que as crianças são incapazes de estabelecer

relações sociais normais, comportando-se de maneira compulsiva. Afecta múltiplos

aspectos da forma como uma criança vê o mundo e aprende a partir das suas

próprias experiências. As crianças com autismo não notam o interesse habitual na

interacção social.

As psicoses na criança

Autismo

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As manifestações do transtorno variam, dependendo donível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.

As crianças com este transtorno podem ignorar as outrascrianças (incluindo os irmãos), podem não ter ideia dasnecessidades dos outros, ou não perceber o sofrimento das outraspessoas.

Autismo

As psicoses na criança

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Tipos de autismo

• Autismo de baixo funcionamento

Retardo mental severo

• Autismo de alto funcionamento

• Síndrome de Asperger

QI normal ou super normal

Autismo

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Incidência

Quando o autismo é mais rigorosamente classificado e

diagnosticado, em geral são relatadas taxas de prevalência

de 2 casos para 10.000 habitantes.

Autismo

As psicoses na criança

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Transtornos associados

Os indivíduos com Transtorno Autista podem apresentar umasérie de sintomas comportamentais, incluindohiperactividade, desatenção, impulsividade, agressividade,comportamentos auto-agressivos e, particularmente emcrianças mais jovens, acessos de raiva.

Autismo

As psicoses na criança

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Características típicas do autismo:

• Dificuldades quanto ao relacionamento com pessoas, objectos ou eventos;

• Uso invulgar de brinquedos ou objectos;

• Incapacidade de estabelecer interacções sociais som outras crianças;

• Incapacidades de ter consciência dos outros;

• Relacionamento em que os outros são tratados como objectos inanimados;

• Contacto visual difícil sendo normalmente evitado;

• Incapacidade para receber afectividade;

Autismo

As psicoses na criança

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Comportamentos do indivíduo com autismo

(segundo a ASA – Associação Americana de Autismo)

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Dificuldades de aprendizagem

Também chamadadesordem de aprendizagem

ou transtorno de aprendizagem.

Desordem pela qual um indivíduo apresenta

dificuldades em aprender efectivamente.

Afecta a capacidade do cérebro em receber e processar informação, o que pode tornar problemática a

aprendizagem, criando diferenciação entre os sujeitos.

A expressão é usada para referir as condições sócio-biológicas que afectam as capacidades de aprendizagem dos sujeitos, em termos de aquisição, construção e desenvolvimento das funções cognitivas, e abrange transtornos tão diferentes

como incapacidade de percepção, dano cerebral, disfunção cerebral mínima, autismo, dislexia e afasia desenvolvimental.

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Dislexia

Dislexia é uma dificuldade duradoura da

aprendizagem da leitura e aquisição do

seu mecanismo, em crianças inteligentes,

escolarizadas, sem quaisquer perturbação

sensorial e psíquica já existente.

As crianças disléxicas tendem a apresentar um baixo rendimento

académico e alterações emocionais decorrentes das suas dificuldades

persistentes e recorrentes na aprendizagem e automatização da leitura e

escrita.

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DURANTE A INFÂNCIA:

• Atraso na aquisição da linguagem. (fala e construção) ;

• Apresentou problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento, dificuldades em pronunciar determinados sons, linguagem ‘abebezada’ para além do tempo normal.

• Apresentou dificuldades em memorizar e acompanhar canções infantis e a rima das lenga-lengas.

• Dificuldade na consciência e manipulação fonológica. Dificuldade em se aperceber que os sons das palavras podem dividir-se em bocados mais pequenos e em manipular esses mesmos sons.

• …

NA IDADE ESCOLAR:

• Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita.

• Bastantes dificuldades na leitura, com a presença constante de erros e incorrecções, inventando palavras ao ler um texto.

• Escrita com múltiplos erros ortográficos e a qualidade da caligrafia é bastante deficiente.

• Lacunas acentuadas na organização das ideias no texto e na construção frásica.

• Utiliza estratégias e truques para não ler. Não revela qualquer prazer pela leitura.

• Distrai-se com bastante facilidade perante qualquer estímulo, parecendo que está a "sonhar acordado". Curtos períodos de atenção.

• Dificuldades ao nível da organização pessoal.

• …

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Disgrafia

Alguns sinais: postura incorrecta, forma incorrecta de segurar o lápis ou a caneta, demasiada pressão ou pressão insuficiente no papel, ritmo da escrita muito lento ou excessivamente rápido

Alteração da escrita que a afecta na forma ou no significado,

sendo do tipo funcional. Perturbação na componente motora do

acto de escrever, provocando compressão e cansaço muscular,

que por sua vez são responsáveis por uma caligrafia deficiente,

com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal

proporcionadas.

O que pode fazer:

Encorajar a expressão através de diferentes

materiais (plasticina, pinturas e lápis). Todas

as tarefas que impliquem o uso das mãos e

dos dedos são positivas.

Incitar a criança a recortar desenhos e figuras,

a fazer colagens e picotar.

Promover situações em que a criança utilize a

escrita (ex.: escrever pequenos recados, fazer

convites e postais).

Fazer actividades como contornar figuras,

pintar dentro de limites, ligar pontos, seguir

um tracejado, etc.

Deixar a criança expressar-se livremente no

papel, sem corrigir nem julgar os resultados.

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Disortografia

conjunto de erros da escrita que afectam a palavra mas não o seu traçado ou

grafia; é a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo

manifestar-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais,

confusão nos artígos e pequenas palavras, e em formas mais banais na troca

de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em palavras correntes ou na

correspondência incorrecta entre o som e o símbolo escrito, (omissões,

adições, substituições, etc.).

•Sinais indicadores: •Substituição de letras semelhantes.

•Omissões e adições, inversões e rotações.

•Uniões e separações.

•Omissão - adição de “h“.

•Escrita de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“.

•Substituição de “r“ por “rr“.

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Disortografia

Encorajar as tentativas de escrita da criança, mostrar interesse pelos trabalhos escritos e elogiá-la.

Incitar a criança a elaborar os seus próprios postais e convites, a escrever o seu diário no final do dia como rotina.

Chamar a atenção da criança para as situações diárias em que é necessária a utilização da escrita.

Incite a criança a ajudá-la na elaboração de uma carta. Não valorize demasiado os erros ortográficos da criança uma vez que estes já são

motivo de repreensão e frustração demasiadas vezes. Não corrija simplesmente os seus erros mas tente antes procurar a solução com a

criança (ex.: "qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som?"). Recorra a livros de actividades que existem no mercado que permitem à criança

trabalhar os vários casos de ortografia. Não sobrecarregue, contudo, a criança com trabalhos e fichas que a cansem demasiado

e a levem a ver as actividades académicas como desagradáveis. Também é preciso brincar.

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Discalculia

transtorno de carácter desenvolvimental, adquirido da habilidade para realizar operações matemáticas, depois de estas se terem desenvolvido e consolidado (de acalculia, que é uma lesão)

• Sinais indicadores:

• Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva)

• Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar objectos e

associar um numeral a cada um)

• Escassa habilidade para contar

• Dificuldade na compreensão de conjuntos

• Dificuldade na compreensão de quantidade

• Dificuldade em entender o valor segundo a habituação de um número

• Dificuldades nos cálculos

• Dificuldades na compreensão do conceito de medida

• Dificuldade para aprender a dizer a hora

• Dificuldade na compreensão do valor das moedas

• Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos

• Dificuldade em resolver problemas orais

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Discalculia: • Usar cartas de jogar em jogos de cartas simples como o "peixinho": mostrar como

se poderá atribuir valores às cartas pela contagem dos símbolos. Para evitar confusões retirar as cartas de figuras, utilizando apenas as de 2 a 10.

• Jogos de tabuleiro são excelentes para aprender os números, solicitando a contagem dos espaços a mover em cada volta. Podem ser introduzidas algumas referências à adição ou à subtracção no decorrer do jogo.

• Utilizar ou inventar "cantigas e lengalengas com números". Muitas crianças podem aprender conceitos matemáticos mais rápidamente (e recordarem por mais tempo) quando a música, rima e ritmo são utilizados para os ensinar.

• Encorajar a criança a utilizar os números diariamente:

– Contar os produtos no supermercado.

– Contar por ordem decrescente.

– "Quantas rodas tem o teu carrinho de brincar?"; "Quantas rodas tem a tua bicicleta?"; "Qual dos dois tem mais rodas?"

– "Que idade tens?"; "Que idade tem o teu irmão ou irmã?"; "qual é o mais velho?"; "Qual é a diferença de idade entre os dois?"

– "Quantos amigos vais convidar para a tua festa de aniversário?"; "Quantas fatias de bolo devem ser cortadas?"; "E se cada menino ficar com duas fatias?"

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• Um indivíduo com dificuldades de aprendizagem não apresenta necessariamente baixo ou alto QI.

• As dificuldades de aprendizagem normalmente são identificadas na fase de escolarização, por profissionais como psicólogos, através de avaliações específicas de inteligência, conteúdos e processos de aprendizagem.

• Todos os profissionais na área da Educação devem estar atentos e vigilantes, e dialogar com os seus parceiros educativos sobre o desenvolvimento dos sujeitos a seu cargo.

• Estes indivíduos não podem ser curados ou melhorados, uma vez que o problema é crónico, ou seja, para toda a vida. Entretanto, com o apoio e intervenções adequados, esses mesmos indivíduos podem ter sucesso escolar e continuar a progredir em carreiras bem sucedidas, e mesmo de destaque, ao longo de suas vidas.

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Obrigada pela sua atenção!

[email protected]