Livro Do Aluno. livro de musica

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Livro do aluno. livro de musica. musicalização. infantil. atividades musicais, jogos musicais.

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TexToFlavia Maia & Mairah rocha

ConCepção e Coordenação pedagógiCaFlavia Maia

ilusTraçõesSaMuel rodrigueS

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sumário

10 Som e Silêncio

14 Sons ao redor

18 Música

22 História da Música

26 Cultura Popular Brasileira

30 O corpo como instrumento

34 Instrumentos Musicais

38 Inventando Música

45 Atividade extra 1 › Sons ao redor

47 Atividade extra 2 › Música ao redor

49 Atividade extra 3 › Meio ambiente e reciclagem

51 Atividade extra 4 › Cultura Popular Brasileira

53 Atividade extra 5 › História da Música

55 Atividade extra 6 › Canção: Música e Poesia

57 Atividade extra 7 › Sons do Corpo

59 Atividade extra 8 › Monte sua Banda

61 Sobre o projeto "Reciclar é Show"

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— Para amanhã cada grupo terá que apresentar um traba-lho falando de reciclagem! Pensem sobre as maneiras de reutilizar materiais e objetos que seriam jogados no lixo. Usem a imaginação e a criatividade, e tragam ideias para compartilhar com os colegas amanhã! — disse a professo-ra no final da aula.

Naquela tarde Alice, Gil, Benjamin e Léo foram para a casa de Isa trabalhar nesse novo desafio proposto pela professora.

Sentaram-se à mesa da cozinha e começaram a conversar sobre como abordar o tema reciclagem de uma maneira legal, porém, não vinha nenhuma ideia…

Resolveram fazer uma pausa para um lanche e, de repente, Benjamin pegou um canudinho, tapou uma das pontas e come-çou a soprar, fazendo um som muito diferente!

Ao ver essa cena, Isa falou:

— Já sei! Minha avó adora inventar instrumentos feitos com sucata! E se ela nos ajudasse a montar uma banda? Essa é uma maneira bem legal de reciclar!

Todos adoraram a ideia e foram falar com a Vó Teresa.

— Vovó, nós queremos fazer uma banda com instrumentos feitos de sucata… você pode nos ajudar?

— Claro! — respondeu a avó — Mas para decidir quais instru-mentos podemos fazer, precisamos começar do começo. Quem sabe o que é som? De onde ele vem?

Todos ficaram pensando… e a avó então sugeriu:

— Vamos descobrir as coisas que produzem algum som aqui à nossa volta. Que tal?

E começaram a pesquisar: o som da mão batendo numa mesa, um garfo batendo num copo, uma colher de pau passando pela grade da janela… e cada som era de um jeito!

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Na empolgação dessa brincadeira, Gil foi até o quintal e pegou um graveto, pensando em bater em alguma coisa. Foi aí que ele percebeu que cada vez que mexia o graveto de um lado para o outro, saía um som: VUM VUM…

Os outros amigos ficaram muito surpresos:

— Como é possível sair um som assim, só da “baqueta”?

Então a avó disse:

— Tudo que se move produz uma vibração. Nesse caso do graveto, o gesto feito pelo Gil movimenta o ar, que vibra e gera uma onda sonora que a gente ouve como VUM VUM VUM! No caso de um tambor, o golpe da baqueta ou da mão na membrana faz ela vibrar e produzir o som.

Os sons podem ser muito diferentes dependendo do modo e do material com o qual ele foi produzido.

— É verdade, o som do Léo batendo na mesa de madeira é bem diferente do som da Alice raspando a colher na grade de metal. Muito legal!

— Isso mesmo, Benjamin! Os sons também podem ser mais graves, como o som de um contrabaixo, ou mais agudos, como o som de um cavaquinho. E podem ser mais fortes ou mais suaves, mais longos ou mais curtos. Cada som tem suas próprias qualidades — completou a avó.

Depois de escutarem com muita atenção as explicações da avó, Alice comentou, fazendo uma cara de dúvida:

— E o oposto do som é o silêncio, não é? Quando não conse-guimos escutar som nenhum…

A avó então respondeu:

— Sim, o silêncio é a ausência de som… mas será que existe um silêncio absoluto mesmo? Vocês já conseguiram escu-tar o silêncio total? Já conseguiram ficar sem ouvir NADA?

— É só a gente ficar bem quietinho sem fazer nenhum sonzi-nho, não é? — perguntou Isa.

— Será? Vamos tentar?! — se anima Léo!

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Som é movimento. Movimento que gera vibração, que gera onda e que o nosso ouvido capta e entende como som. O silêncio em teoria é a ausência de som, mas, na verdade, o silêncio está cheio de sons que o nosso ouvido não consegue perceber.

O som tem certas qualidades e podemos usar alguns parâmetros para defini-las:

Timbre: é a “cor” do som. É a qualidade que lhe confere personalidade. Tem a ver com o material e o modo de se produzir esse som. O som da madeira é diferente do som do metal. O som do violão é diferente do som da flauta. Percebemos pelo timbre qual é o tipo de material que produz determinado som.

Altura: Altura é o parâmetro que usamos para definir se um som é mais grave ou mais agudo. O som de um passarinho é agudo, rugido de um leão é grave. A flauta é aguda, enquanto o contrabaixo é grave.

Intensidade: Refere-se à amplitude do som. Se o som é forte ou fraco. E nesse sentido não importa só o material, mas o grau de força do ataque. Você pode tocar o mesmo instrumen-to com intensidades diferentes.

Duração: Este parâmetro mede o tempo de ressonância de um determinado som. O som de um toque no tambor é mais curto que o som do sino, por exemplo.

Densidade: É a qualidade sonora que estabe-lece a quantidade de sons simultâneos. Mais denso é quando há muitos sons simultâneos e menos denso é quando há pouquíssimos sons simultâneos.

som e silênCio

Os cachorros podem ouvir sons de fre-

quências bem baixas ou muito altas: até 40

quilohertz (kHz, unidade usada para medir

frequência). Nós, humanos, só captamos até

20kHz. Metade!

As baleias, que têm a audição como principal

sentido, captam sons de até 150kHz e a gran-

des distâncias, podendo, assim, se comunicar

umas com as outras.

O compositor John Cage (1912-1992) realizou

uma experiência muito interessante: ele

queria vivenciar a plenitude silenciosa e, em

busca do “silêncio total”, entrou numa câmara

anecóica, ou seja, uma cabine totalmente à

prova de sons. Após alguns segundos, Cage

concluiu que o silêncio absoluto não existe,

pois mesmo no interior da câmara anecóica

ele ouvia dois sons: um agudo, produzido por

seu sistema nervoso, e outro grave, gerado

pela circulação do sangue nas veias.

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atividades

Que sons você consegue produzir com os objetos à sua volta?

Indique abaixo qual desses sons tem maior duração?

Indique abaixo qual desses sons é agudo e qual é grave?

Quanto tempo você consegue ficar em silêncio, sem produzir som algum?

marTe

lada n

o prego

vas

soura

bada

lada

de si

no

sirene

aspir

ador

de

baTida d

e por

Ta

baTid

a de T

ambor

voz d

e hom

em

voz d e mul

her

flauta

Toqu e d e fla u Ta

CanTo

de passarinho

mugid

o de

vaC

a

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Eles fecharam os olhos e ficaram em silêncio…

Depois de um tempo, a vovó Teresa pediu para que todos abrissem os olhos e perguntou:

— E então, escutaram o silêncio total?

— Xiii, até que estava bem silencioso por aqui… mas eu escu-tei as nossas respirações! E também o som de alguém se mexendo! — disse Léo.

— E eu escutei o som dos passarinhos! — disse Gil.

— E eu escutei um carro passando na rua! — disse Alice.

— Eu escutei a voz de alguém conversando lá no vizinho! — disse Isa, toda surpresa.

— Mas então não escutamos o silêncio! — disse Benjamin.

— É verdade! — disse a avó — É muito difícil escutarmos o silêncio, pois os sons estão por aí, o tempo todo, toda hora, mesmo quando não estão sendo feitos por nós. O nosso ouvido, diferente dos nossos olhos, não podem se fechar para sons que não queremos ouvir. Ouvimos tudo o que acontece ao nosso redor!

— Pois é, a gente é obrigado a escutar até uns sons bem desagradáveis, como o bate-estaca de um prédio que estão construindo do lado da minha casa… é um som muito forte e chato! Incomoda bastante! — disse Gil.

— Isso é muito comum mesmo… — disse a avó — Hoje em dia, nas grandes cidades, existem muitos sons acontecendo o tempo todo e estamos ficando sobrecarregados com tanta informação sonora no nosso ambiente. Isso tem até um nome, sabiam? É a chamada poluição sonora.

— Eu não gosto de lugares muito barulhentos! Também não gosto de ouvir música alta! — disse Isa.

— Ah, eu gosto de ouvir música alta! — exclamou Alice se balançando na cadeira — Barulho é outra coisa…

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Feche os olhos e perceba os sons à sua volta. Que sons são esses? Quantos sons estão presentes no nosso dia a dia, os quais muitas vezes nem atentamos?

O som dos carros passando, o som do vizinho falando, o som de um martelo batendo ou de um cachorro latindo. Chamamos esse conjun-to de sons de paisagem sonora.

O som das ondas quebrando no mar, o som dos pássaros, o som das crianças brincando na rua, a ambulância ou avião que passam…

A paisagem sonora de um lugar pode ser agradável ou desagradável. Quando há muito barulho em um local a ponto de nos incomo-dar dizemos que é poluição sonora.

Podemos cuidar da nossa paisagem sonora e torná-la mais agradável? Você acha que há poluição sonora na sua cidade?

sons ao redor

O volume dos tocadores de música digital,

como iPods e mp3 Players, é algo que preo-

cupa os médicos. O problema é que o nosso

cérebro acaba se “acostumando” com o som

alto que sai dos fones. E o resultado disso é a

perda gradual da nossa capacidade de ouvir

sons mais baixos.

As vacas diminuem a

produção de leite quando

ficam expostas a muito

ruído. O animal acaba

liberando altas doses de

adrenalina no sangue,

fica estressado e não

produz tanto leite.

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Que sons você consegue ouvir nesse instante? Quais desses sons você consegue reproduzir com a voz e o corpo?

Qual é o primeiro som que você ouve quando acorda? E o último, quando vai dormir?

Que sons existem dentro dessas paisagens?

fazen

da

Cidade

atividades

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— O que é música afinal? E para que vocês acham que serve? — perguntou Vó Teresa.

— Ah, eu acho que música é para fazer a gente dançar! — dis-se Alice, se balançando.

— Uai, mas tem música que é para fazer dormir! — disse Léo.

— É mesmo… tem até música que faz a gente chorar, não é? — completou Benjamin.

— Música é a combinação de sons e silêncio, organizados in-tencionalmente, ou seja, alguém a fez desse modo. E, como vocês falaram, existem muitos estilos, formas e gêneros diferentes de música!

— Tem música feita só com instrumentos musicais, sem ne-nhuma voz… — lembrou Gil.

— Mas também tem música feita só com vozes! — disse Isa.

— Música eletrônica, música experimental, música tonal, mú-sica atonal, música religiosa, música antiga, música para dançar, música de ninar… Existem músicas de todos os tipos e para todos os gostos! — disse a avó, bem animada.

— Eu gosto de samba! — disse Gil.

— Sabe que na minha aula de balé a professora toca ao piano músicas que ela disse que são muitos antigas? E muitas nem são brasileiras… — disse Isa..

— Pois é, a música existe há muuuuuuuuuuuuito tempo, e em todas as partes do mundo! Quem já ouviu a música de algum outro país? — perguntou a avó.

— Eu! Eu adoro Rap, e acho que o Rap veio dos Estados Uni-dos, não é?! — disse Benjamim.

— Isso mesmo! A música é um meio para cada povo se ex-pressar. Por isso é importante que estejamos abertos para conhecer as diferentes formas de música que existem. É um jeito bem interessante de conhecermos o mundo e as diferentes culturas — afirmou a avó.

— Mas então… desde quando existe música, vovó? — pergun-tou Isa, já imaginando qual seria a idade da música.

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Música é combinação de sons e silêncio. A organização intencional desses elementos, para quem os gera ou para quem os ouve, num espaço de tempo, é música.

Uma música pode ter ritmo, melo-dia e harmonia definidas ou não.

Melodia é uma sequência de sons e silêncios organizados e com alturas (notas) definidas.

Quando duas ou mais notas são emitidas simultaneamente chamamos de um acorde. A sequência de acordes, consonantes ou dissonantes, dentro de uma determinada música é chamada de harmonia.

Ritmo refere-se ao agrupamento de sons em um determinado tempo. Tem a ver com a duração e a organização dos sons na música.

Fazer música é expressar-se. Expressar sentimentos, opiniões e gostos através dos sons. Podemos conhecer uma determinada pessoa, seus hábitos e sua cultura através de sua música.

Chamamos os diferentes tipos de música de estilos. Cada estilo tem sua instrumentação, seu jeito de cantar e de tocar específicos. Os estilos também têm relação com a época, com a história e com a cultura de um lugar.

Jazz, rock, pop, reggae, samba, forró, ópera, clássica, romântica, funk e eletrônica são alguns estilos de música. Cada um com suas características e histórias peculiares.

músiCa

Em Nova Orleans, nos EUA, surgiu o Jazz no

séc. XX, misturando blues, música africana,

europeia e cantos religiosos. Os instrumentos

básicos do Jazz eram aqueles usados em

bandas marciais: metais, palhetas e baterias.

O Rock surgiu nos EUA na década de 1950 e

depois ficou conhecido como um estilo que

criticava o comportamento político e social

da época. Uma banda de Rock'n'Roll utiliza,

principalmente, guitarras elétricas, baixo e

bateria e costumam soar bem alto!

Pop é a abreviação de popular, ou seja, que

agrada mais pessoas e varia de acordo com

a época e a moda. Chama-se Pop às músicas

que têm grande vendagem no mercado.

O Rap, que surgiu nos anos 70, é um dos

pilares da cultura hip hop. A palavra Rap vem

de rhyme and poetry (rima e poesia). No Rap,

o texto é mais importante que a melodia ou

a harmonia e possui, em sua maioria, um

discurso contestador e de crítica política.

O samba é uma das principais manifestações

populares do Brasil. “Samba” vem de “sem-

ba”, palavra de origem africana que significa

“umbigada”. No recôncavo baiano onde surgiu

o samba-de-roda, o dançarino dá uma umbi-

gada em outro dançarino chamando-o para

entrar na roda. Com influência do maxixe

e da polca, o samba foi se espalhando e se

tranformando pelo país, adquirindo caracte-

rísticas próprias em cada região.

o Jazz

isTa m

iles d

avis

ToCa

ndo

Trom

peTe

pandeiro, muiTo usado no samba

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Que estilos de música você conhece?

Que estilos de música você mais gosta? Por quê?

Quais são suas músicas favoritas? Por quê?

Descubra qual estilo de música estes famosos artistas tocavam (ou ainda tocam). Pergunte aos seus amigos, aos seus pais ou faça uma busca na internet.

elvis

pres

ley

lady g

aga

mozarT

CarTola

mano b

row

n

luiz gonzaga

atividades

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— Difícil saber quando a música surgiu… Mas podemos ima-ginar que os homens primitivos foram tomando consciên-cia do ritmo através do seu andar ou percutindo pedras e madeira na confecção de ferramentas. Podemos imaginar também que imitando os sons dos animais e combinando timbres e formas de expressão podem ter desenvolvido ao longo do tempo o que chamamos hoje em dia de canto — explicou, com bastante calma, a avó.

— Ah, então acho que a música existe desde sempre! — disse Léo, fazendo barulhos esquisitos com a boca.

— Pode ser mesmo! A música era tocada principalmente em rituais religiosos, em festas, para dançar ou durante o trabalho, e estas atividades sempre existiram, em todos os continentes, em todos os países!

— Mas que instrumentos eles tocavam? — perguntou Alice.

— Ah, os instrumentos destes povos antigos eram contruí-dos artesanalmente com materiais naturais como ossos e chifres de animais para fazer apitos e reco-recos, tronco e peles de animais para fazer tambores. Eram instrumen-tos muitos diferentes dos que usamos hoje em dia! Com o passar do tempo e as mudanças que continuam até hoje, os materiais foram substituídos, e os instrumentos mui-tas vezes construídos em fábricas! Hoje em dia temos até instrumentos elétricos não é mesmo? — explicou a avó.

— Meu avô, que nasceu no Japão, disse que lá a música é bem diferente da nossa música daqui, e que eles usam instrumentos bem diferentes dos nossos — comentou Gil.

— É verdade Gil, a música oriental é bem diferente da nos-sa e, assim como a música Indiana, usa escalas e ritmos diferentes dos que usamos por aqui. A música japonesa, árabe, africana e tantas outras, têm características mu-sicais especiais e muito ricas. Sem contar a infinidade de instrumentos diferentes que existem em cada país.

— E no Brasil, como a música surgiu? — perguntou Benjamin.

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O que se sabe sobre a música de civilizações antigas é com base nos instrumentos encon-trados e em pinturas que retratam pessoas tocando esses instrumentos.

Os instrumentos musicais mais antigos encontrados são apitos de falange de ossos (150mil—100mil a.C.) mas, provavelmente antes disso, já se usava chifres de animais e conchas para produzir som no intuito de sinalizar ou de se comunicar à distância. Nas civilizações antigas, a música era considera-da um bem tão valioso que, no caso de vitória numa guerra, os músicos eram poupados, mas levados como “saque” para enriquecer a cultura musical do conquistador.

Reco-reco feito de osso, tambores de madeira e pele de animal, chocalhos e flauta de osso são instrumentos muito antigos.

Por volta de 2mil a.C. na Mesopotâmia, Egito, Grécia, Índia e China, já eram construídos ins-trumentos como a harpa, o alaúde, trombeta, tambores, cítaras, chocalhos e flautas de diferentes tipos.

Conhecer e estudar a história da música é conhecer e estudar a história do mundo, das culturas e dos povos. A música foi se desen-volvendo junto com a invenção de novos ins-trumentos e as diferentes temáticas, estilos e formas de expressão ao longo do tempo.

hisTória da músiCa

O primeiro músico profissional da história

foi Khufu-Anch, que viveu por volta de 3 mil

a.C. Ele foi diretor musical da Corte do Faraó,

especialista em flauta e canto.

Uma lenda conta que o imperador chinês

Huang-Ti "inventou" a música por volta de 3

mil a.C.. Ele mandou seu ministro a um bam-

buzal na fronteira ocidental do império. Lá ele

teria que cortar um pedaço de bambu para

flauta, no comprimento do pé do imperador.

O som daquele bambu produziu o tom básico

do sistema tonal chinês, e seu comprimento

tornou-se a base do sistema métrico.

Certo dia, o famoso matemático Pitágoras

(por volta de 570–500 a.C.) passou por uma

ferraria. Lá dentro, alguns homens marte-

lavam a bigorna e Pitágoras logo percebeu

que o martelo maior produzia um som mais

grave do que o menor. Inspirado por essa

observação, começou a fazer experiências:

pegou dois martelos, um com o dobro do peso

do outro, e bateu com eles na bigorna. Assim,

Pitágoras percebeu a ordem matemática na

música e a sequência dos intervalos (distân-

cia entre as notas) no âmbito de uma oitava.

Chifres e ConChas400mil a.C. › usados Como sinalizadores

reCo-reCo de osso80 mil a.C. › primórdios da músiCa

Tambores e ChoCalhos3mil a.C. › músiCa Tribal

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Você já escutou músicas de outros países? Quais?

Qual a música mais antiga que você já ouviu? Que tipo de música o seus pais gostam? E os seus avós?

atividades

harpa e alaúdesÉC. vii › músiCa medieval

flauTa e violãosÉC xv › músiCa renasCenTisTa

violino e fagoTesÉC. xvii › músiCa barroCa

pianosÉC xviii › músiCa ClássiCa

orquesTra sinfÔniCasÉC. xix › romanTismo

guiTarra, baixo elÉTriCo e TeCladosÉC. xx

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— O Brasil é um país onde vários povos se misturaram: a cultura dos índios que já viviam aqui se misturou com a dos europeus e africanos que chegaram depois, formando o que chamamos hoje de cultura popular brasileira. Perce-bemos isso não só na música mas também no modo de nos vestir, na comida, no sotaque… E isso varia de região para região. Em cada canto do país existe uma festa popular com suas características próprias e conhecê-las nos iden-tifica e nos faz entender a nossa própria história.

— Sua avó não era índia, vó?

— Era sim Isa! E ela nasceu lá em Pernambuco!

— Ela casou com um moço branco daí nasceu sua mãe, que era cabocla, não é esse o nome? — perguntou Isa à avó.

— Isso mesmo Isa. Sua bisavó era cabocla: a mistura do índio com o branco! Lá em Pernambuco, por exemplo, existe o Caboclinho, uma dança que mistura a cultura indígena com a cultura europeia. Também tem o Maracatu, o Frevo e muitas outras danças com características próprias .

— Meu primo mora em Minas Gerais e ele toca em uma Con-gada! — disse Léo

— Esse é um festejo popular religioso bem bonito e é de ori-gem africana — explicou a vovó.

— Eu sempre desfilo na escola de samba do meu bairro. O samba também é de origem africana! — disse Gil.

— Isso mesmo. O Brasil é muito rico em ritmos, danças e festejos! — lembrou a vovó Teresa.

— Eu queria participar de uma dessas festas! — disse Alice.

— Podemos participar da Catira! É bem legal, tem o violeiro, os cantadores e os dançarinos que sapateiam e batem palma fazendo música com seus próprios corpos!

— Música com o corpo? Como assim? — perguntou Léo.

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A cultura popular brasileira é, essencialmen-te, o resultado da união das culturas indígena, europeia e africana. Essas três vertentes já são múltiplas em si mesmas. Diferentes povos indígenas com costumes específicos; africanos de diferentes regiões vieram para cá e trouxeram sua cultura e características próprias; e, além dos portugueses, outros eu-ropeus também contribuíram para a forma-ção cultural do Brasil.

Ao longo dos séculos, outras culturas foram se mesclando à nossa como a árabe, a italia-na, a japonesa e a norte-americana.

Dessa confluência de culturas e modos de expressão surgiram manifestações populares típicamente brasileiras e que variam de acor-do com a região do país, e que são passadas de forma oral de geração para geração.

Muitas delas têm relação direta com a reli-gião, outras com a agricultura, a tradição, as superstições ou as crenças locais.

Essas manifestações populares são expres-sões de dança, música, lendas, artesanato, brincadeiras, jogos e até comidas.

CulTura popular brasileira

lança de fiTas

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eu boi (maranhão)

a viola Caipira da mús

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Você conhece alguma festa popular na sua cidade? Já participou dela?

De quais manifestações populares brasileiras você já ouviu falar?

Qual é a sua ascendência? Indígena, europeia, africana, italiana, japonesa, americana…

Descubra e identifique que ritmos são tocados com esses instrumentos e em que manifesta-ções populares eles aparecem. Estas manifestações são características de que parte do país?

atividades

berimba

u

Triân

gulo

Tambo

r onç

a

O coco, também chamado coco-de-roda, coco-de-umbigada ou co-

co-de-embolada é um ritmo e também uma dança. O som dos pés

batendo no chão funciona como um instrumento musical nesse

ritmo que também é tocado com ganzá e pandeiro. Antigamente,

quando o piso das moradias era feito de barro, o dono da casa

convidava amigos para ajudá-lo a assentar esse barro e fazia uma

festa com muita música. Nessa pisada do barro surgiu o coco, hoje

presente em diversas formas pelo Brasil!

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— O corpo é nosso primeiro meio de produzir sons. Por isso existe muita música que utiliza os sons do corpo como um instrumento musical — disse a avó.

— Eu sei imitar o som de uma bateria com a boca! Chama beat box! — exclamou Benjamin.

— Como assim? — perguntou Isa.

— TUM TXI PÁ TXI TUM TUM TUM PÁ TXIIII…

— Uau que legal!

— A voz então é um instrumento! — disse Alice — Podemos cantar e também imitar uma bateria!

E Léo lembrou:

— Eu sei imitar uma guitarra! UAUM UAU UAUM!

— E dá para imitar som de bicho também: AU AU! — disse Isa.

— MIAU!

— BÉÉÉ…

— E imitar som de carro: BRRRRRRRUMMMMM… e também de sirene: IUM IUM IUM IUM! — brincou Gil.

— Além da voz, o corpo pode produzir muitos sons diferentes. Sons agudos, como o do estalo de dedos, e sons graves, como a batida no peito ou do pé no chão — disse a avó.

— Que legal, eu nem imaginava que dava para fazer tantos sons só com o nosso corpo! — exclamou Isa.

— Olha, o papo está bom, podemos até usar sons do corpo na nossa banda, mas o tempo está correndo e ainda não construímos nenhum instrumento musical! — disse Alice.

— Primeiro precisamos decidir quais instrumentos iremos fazer… — lembrou Isa.

— Isso mesmo — disse a avó — se vocês querem formar uma banda, seria legal ter uma variedade de timbres, não é mesmo? Podemos pensar em ter pelo menos um represen-tante de cada família de instrumentos.

— Família? E desde quando os instrumentos musicais têm família? — perguntou Gil.

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O corpo é o nosso primeiro instrumento musical. É através dele que começamos a fazer nossos primeiros sons. Usamos a voz para nos comunicar, a palma para chamar o vizinho, o assobio para chamar o cão…

Cada corpo é único e consegue produzir sons diferentes, portanto, cada um de nós tem o seu próprio "RG sonoro".

A música e a dança estão interligadas e fazer som com o corpo é também entender e fazer música dançando.

O flamenco espanhol usa batida de palma e pés, o coco alagoano e a catira também.

Usar o corpo para fazer ritmos e melodias desenvolve a coordenação motora e nos auxi-lia na hora de tocar um instrumento. Além de ser um importante caminho de aprendizado e de autoconhecimento.

o Corpo Como insTrumenTo

baTida de pÉ

baTida na Coxa

baTida no peiTo

CanTo

baTida de palma grave (m

ãos m

ais fe

Chad

as)

e s Ta l obeaT box

baTid

a de p

alma

aguda

(mãos mais aberTas)

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Que sons você consegue produzir com seu corpo?

O beatbox (que significa, literalmente, caixa de batida) refere-se à

percussão vocal do hip-hop. Consiste na arte de reproduzir sons

de bateria com a voz, boca e cavidade nasal. Também envolve o

canto, imitação vocal de efeitos de DJs, simulação de cornetas,

cordas e outros instrumentos musicais e efeitos sonoros.

O músico americano Bob McFerrin e o brasileiro Hermeto Pascoal

são famosos por utilizar sons do corpo em suas composições.

O grupo brasileiro Barbatuques, criado e dirigido por Fernando

Barba, desenvolve há 18 anos um trabalho musical e pedagógico

usando somente o corpo como instrumento musical.

Que instrumentos musicais você consegue imitar usando a voz?

Qual som é mais grave: a batida no peito ou a batida na perna?

Toque o ritmo sugerido no quadro abaixo. Um som para cada tempo, seguindo a sequência.

atividades

hermeTo pasCoal

1 2 3 4 5 6 7 8

baTe palma • •

esTala os dedos • • • •

baTe no peiTo • •

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— Os instrumentos musicais podem ser agrupados de acordo com o modo como produzem o som. Podemos chamar es-ses grupos de famílias! Tem a família das cordas, formada pelos instrumentos que possuem cordas esticadas. A fa-mília dos sopros, formada pelos instrumentos que emitem som a partir de um tubo de ar. E também a família das percussões, formada por instrumentos que emitem som quando são chacoalhados, raspados ou percutidos.

Benjamin rapidamente teve a ideia:

— Já sei como iremos começar! Vamos procurar na casa, ou no cesto do lixo reciclável, que materiais podemos trans-formar em instrumentos musicais!

E lá foram eles a procurar pela casa os materiais mais inte-ressantes para produzir sons.

— Eu encontrei algumas latas e um balde, quero fazer uma bateria! — disse Alice, com bastante entusiasmo.

— Eu peguei dois potinhos de iogurte, vou colocar alguns grãos dentro para fazer um chocalho! — disse Gil.

— Eu queria fazer um tambor com essa lata… — disse Léo.

— Eu achei essa caixa de papelão, acho que é uma caixa de sapatos. Será que consigo fazer um violão, vovó?

— Para fazer um violão você precisaria também de algo para ser o braço onde se prendem as cordas… mas com apenas essa caixa é possível fazer uma cítara. É só esticar alguns elásticos de borracha em volta da caixa e já está pronto! E com essa lata, Léo, você pode fazer um beliscofone, só vai precisar de uma bexiga para utilizar como membrana.

— Eu achei um tubo de papelão… será que consigo fazer uma flauta, vovó Teresa?

— Com esse tubo, vou te ensinar a fazer um Kazoo, Benjamin!

— O que é Kazoo?

— É um instrumento que faz a sua voz ficar com um timbre diferente, é muito divertido!

— Então a banda se formou, já temos todos os intrumentos que precisávamos! —disse Isa.

— Mas e o que iremos tocar? — perguntou Benjamin.

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Como vimos anteriormente, a história da música tem relação direta com a história dos instrumentos musicais.

Cada estilo de música utiliza uma instrumen-tação e com o passar do tempo novos instru-mentos têm sido inventados.

Eles podem ser divididos em 3 famílias:

Percussão: tambores, chocalhos, agogô, triângulo, reco-reco, pandeiro, bongô.

Cordas: violão, viola, guitarra, violino, rabe-ca, violoncelo, cavaquinho, contrabaixo.

Sopros: flauta, saxofone, tuba, clarinete, trompa, trompete, trombone, corneta.

Construir instrumentos é uma ótima maneira de entender como se dá a produção sonora. Um jeito divertido de conhecer materiais e suas características.

Além disso, você pode formar sua própria banda construindo instrumentos com ma-teriais disponíveis na sua casa! Um jeito de fazer música e também de dar uma nova utili-dade para objetos que seriam jogados fora.

insTrumenTos musiCais

O piano é um instrumento de cordas e tam-

bém de percussão. São cordas percutidas por

martelos, acionados por meio de um teclado.

O pianoforte, seu nome original, foi desenvol-

vido pelo italiano Bartolomeo Cristofori, por

volta de 1700. A grande novidade do instru-

mento foi a possibilidade de produzir sons

com intensidades diferentes, daí o seu nome

(suave e forte, em italiano)

piano

A queixada é um ins-

trumento de percussão

latino-americano feito

com a queixada do burro.

Pode ser tocada de duas

maneiras — percutindo o

maxilar com o punho ou

raspando os dentes com

uma baqueta, à maneira

de um reco-reco.

Apesar de não pare-

cer, o acordeom é um

instrumento de sopro!

Ele é o que chamamos

sopro mecânico, ou seja,

seu som é produzido ao

forçar o ar do seu fole

por entre duas palhetas

que ficam lá dentro do

instrumento. Ele é des-

cendente do cheng, um

órgão portátil chinês de

sopro e com palhetas.

aCordeom

queixada

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Construa um Ganzá. Você vai precisar de dois potinhos iguais (de iogurte, por exemplo) e também de um recheio (que pode ser arroz, feijão, milho, areia ou pedrinhas). Coloque o recheio em um dos potinhos e feche-o com o segundo potinho. Para prender os dois potinhos juntos, use fita adesiva. Construa também outros ganzás com sonoridades diferentes variando o tipo do recheio e também a quantidade. Preste atenção nestas diferenças. O som dos ganzás que você construiu tem o mes-mo timbre? Um ganzá soa mais grave do que o outro?

Construa uma Cítara com elásticos. Pegue uma caixa de sa-patos e faça um buraco redondo na tampa. Passe 4 ou 6 elás-ticos de borracha em volta da caixa bem na direção do buraco. Coloque dois lápis, um de cada lado, para levantar um pouco os elásticos e prenda-os com uma fita adesiva. Pronto! Agora você já pode tocar sua cítara com cordas de elásticos!

Construa um Kazoo usando um tubo de papelão (por exemplo de papel higiênico, papel toalha, papel alumínio ou papel fil-me), um pedaço de uma sacola plástica fina, tipo de supermer-cado e fita crepe. Pegue o pedaço de plástico e coloque numa das aberturas do tubo, tapando-a. Sem deixar o plástico muito esticado, prenda-o com a fita crepe. Agora é so falar ou cantar dentro do tubo pela parte aberta, e o plástico que estará do outro lado irá vibrar, transformando o timbre da sua voz!

Construa uma Bateria de Latas e Balde utilizando 3 ou 4 latas de diferentes tamanhos (por exemplo lata de leite em pó, pêssego em caldas, achocolatado, leite condensado, atum, sardinha, etc.). Escolha latas que possuam timbres e alturas diferentes. Coloque-as uma ao lado da outra, como se fosse um bateria. Use também um balde ou o cesto de lixo com a boca virada para baixo: eles darão o som grave à sua bateria. Para fazer as baquetas espete dois palitos de churrasco em duas rolhas e pronto! Agora é só tocar!

Construa um Beliscofone usando uma lata de tamanho pequeno ou médio (como uma lata de milho, ervilha, atum, achocolatado ou leite em pó) e uma bexiga pequena ou média (vai depender do tamanho da lata). Corte o bico da bexiga e envolva a boca da lata com a parte arredondada, formando uma membrana. Use fita adesiva para prender a bexiga na lata. Agora, belisque a bexiga e perceba o som que faz! Quanto maior a lata, mais grave será o som. Quanto mais esticada es-tiver a bexiga, mais agudo será o som. Experimente as várias possibilidades e combinações que este instrumento oferece!

atividades

ganzá

CíTara Com elásTiC

os

Kazoo

baTe

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alde

belisC

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— Vamos tocar um samba! — disse Gil.

— Ah não, eu não gosto muito de samba, gosto mais de rock! — disse Alice, entusiasmada.

— Ah, mas de rock eu não gosto, vamos tocar um forró! Eu adoro forró! — animou Léo!

— Posso dar uma ideia? — disse a avó — Já que cada um tem um gosto musical, por que vocês não inventam uma músi-ca agora, combinando as ideias de todo mundo ?

— Agora? Mas como a gente inventa música, vó?

— Ué, todas as músicas que conhecemos foram inventadas por alguém. Daí chamamos essa invenção de composi-ção, e quem a inventou chamamos compositor! Algumas músicas demoram muito tempo para serem compostas e, quando o autor decide que ela está finalizada, a escreve para que outras pessoas possam tocá-la.

— Mas o que é improvisação? — perguntou Benjamin.

— A improvisação é uma música em movimento. Nunca vai se repetir da mesma forma. Como uma conversa, você até pode falar sobre o mesmo assunto várias vezes, mas nun-ca vai ser exatamente igual. Para uma improvisação virar música, podemos usar todas aquelas qualidades dos sons de que falamos antes, variar as intensidades, os timbres, as durações… e organizar tudo isso para que possa se transformar em uma bela música — disse a avó.

— Mas como vamos organizar todos esses sons para eles virarem música? — perguntou Gil.

— Vamos fazer assim: Isa, comece a tocar seu instrumento, invente um ritmo ou uma ideia de que goste e continue re-petindo a sua parte, sempre igual. Léo ouça o que ela está fazendo e invente uma outra coisa com seu instrumento, combinando com o que a Isa está tocando. Daí, a Alice faz o mesmo e assim por diante, até todos estarem tocando jun-tos! Assim vocês farão uma música inventada por todos!

— Que legal, vamos tentar! — exclamaram as crianças.

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Composição é o nome que se dá a uma peça musical inventada por alguém. Compor, im-provisar e inventar são jeitos de criar música.

Muitos compositores partem de uma poesia para criar uma música, outros fazem uma música e depois acrescentam a letra. Outros, ainda, gostam de criar música sem que haja absolutamente nenhuma letra.

Existem muitas maneiras de inventar uma música. Já que ela é uma forma de expres-são, suas possibilidades são tão grandes quanto o número de pessoas.

Para criar a sua música você pode começar com um tema, um ritmo ou alguma ideia mu-sical inventada a partir de um instrumento.

Você pode compor sozinho ou junto com seus colegas. Você pode também escolher uma música que já exista e criar um novo jeito de tocá-la. Isso se chama arranjo musical.

Descobrir e escutar músicas de diferentes estilos aumenta seu conhecimento e reper-tório para inventar. Nem que seja por pura curiosidade, busque ouvir estilos que você ainda não conhece. Se você gosta de rock, vá ouvir os rappers que improvisam versos. Se você gosta de samba, vá ouvir os riffs pesados e rápidos do heavy metal. Sempre dá para aprender pelo menos uma ou duas li-ções importantes e valiosas que você poderá usar para fazer sua própria música.

invenTando músiCa

O Grupo Experimental de Música (GEm), criado

pelo músico Fernando Sardo, integra em seu

trabalho música, lutheria e artes visuais.

Os integrantes trabalham com diversos tipos

de materiais divididos em orgânicos e sintéti-

cos. Com esses materiais o grupo extrai sons,

timbres e ritmos variados utilizando como

instrumento uma “Instalação Sonora”. O GEm

realiza oficinas e shows incentivando o expe-

rimento e a utilização de materiais recicláveis

como recurso para vivenciar a música.

esCulT

ura m

usiCa

l de f

erna

ndo s

ardo

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Faça uma composição conjunta: em grupo, usando os instrumentos construídos ou sons do corpo, um de cada vez propõe um pequeno motivo rítmico ou melódico. Um começa, o próximo ouve e complementa com sua ideia, depois o próximo e assim por diante, formando uma peça musical composta em conjunto.

Faça uma improvisação com regência: esta composição é feita por uma pessoa — o regente — que inventa frases rítmicas ou melódicas e passa para um grupo de pessoas. O regente pode di-vidir os colegas em grupos de acordo com os instrumentos: graves, médios e agudos. O regente cria uma frase para cada grupo que ficará repetindo a ideia e, depois de formado, pode reger os grupos pedindo para tocar mais alto ou mais baixo, parar ou voltar, tocar mais rápido ou mais lento. Veja abaixo os sinais mais comuns utilizados pelos regentes.

Faça um arranjo musical: escolha uma música que você já conhece e experimente reinventá-la tocando-a com instrumentos e ritmos diferentes. Faça sua própria versão da música.

atividades

parar de ToCar

volTar a ToCar

ToCar mais

baixo

ToCar mais alTo

só vozes

só perCussão

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No dia seguinte Alice, Gil, Benjamin, Léo e Isa levaram seus instrumentos para a escola e fizeram uma improvisação musi-cal para toda a classe. Todos aplaudiram entusiasmados!

— Parabéns! Vocês foram muito criativos!

— Eu também queria montar uma banda! — disse um aluno.

— Eu também!

— Eu também!

Vendo toda turma animada, Isa propôs:

— Amanhã, a aula será por nossa conta! Eu e meu grupo vamos ensinar tudo sobre música para vocês!

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atividades extras Nesta parte do livro você

encontrará atividades super divertidas para você fazer com seus pais e amigos. Aquilo que você criar poderá ajudar outras crianças a fazerem instrumentos bem legais. Após completar a atividade, destaque a página e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

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AtividAde extrA

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Escolha um dia para fazer esse exercício. Desde a hora em que você acordar, até a hora de dormir, preste atenção em todos os sons que surgirem ao seu redor. Faça uma lista com esses sons que você ouviu, dividindo entre os sons agradáveis e os desagradáveis.

No verso da folha desenhe a paisagem sonora desse dia!

sons ao redor 1

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Nome da sua escola Sua cidade

Sua idade

Este é o espaço para você fazer o desenho desta atividade! Quando terminar esta atividade, preencha as informações que são pedidas no rodapé desta página. Depois, recorte a folha no local indicado, e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

Rec

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Pesquise com seus pais, vizinhos e amigos se eles têm ou sabem tocar algum instrumento musical. Conte o que você descobriu e como foi essa experiência.

No verso da folha, faça um mapa da música da sua vizinhança. Desenhe o caminho que você fez e anote suas descobertas.

música ao redor 2

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Nome da sua escola Sua cidade

Sua idade

Este é o espaço para você fazer o desenho desta atividade! Quando terminar esta atividade, preencha as informações que são pedidas no rodapé desta página. Depois, recorte a folha no local indicado, e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

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Pesquise em casa que tipos de embalagens há em maior e menor quantidade. De onde elas vêm e para onde elas vão? Escreva um texto contanto a história de uma embalagem, mostrando como ela pode ser reciclada. Descubra se na sua casa os resíduos são separados antes de serem encaminha-dos para o descarte.

Faça um desenho inspirado no tema "Música e Reciclagem". Procure lembrar de que formas podemos cuidar do nosso ambiente e torná-lo mais saudável.

meio ambiente e reciclagem 3

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Nome da sua escola Sua cidade

Sua idade

Este é o espaço para você fazer o desenho desta atividade! Quando terminar esta atividade, preencha as informações que são pedidas no rodapé desta página. Depois, recorte a folha no local indicado, e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

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Converse com algum amigo cuja família descenda de uma cultura diferente da sua. Compare costumes e tradições e escreva um pequeno texto sobre esta sua pesquisa. Descubra se gostam das mesmas comidas, mesmas músicas, se usam o mesmo tipo de roupa...

Faça um desenho mostrando as diferenças culturais que exis-tem entre você e este seu amigo.

cultura PoPular brasileira 4

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Nome da sua escola Sua cidade

Sua idade

Este é o espaço para você fazer o desenho desta atividade! Quando terminar esta atividade, preencha as informações que são pedidas no rodapé desta página. Depois, recorte a folha no local indicado, e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

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O que você acha que vai acontecer com os sons e a música no futuro? Use a imaginação e escreva um texto com este tema.

No verso da folha, divirta-se criando um desenho sobre instru-mentos do futuro!

História da música 5

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Sua idade

Este é o espaço para você fazer o desenho desta atividade! Quando terminar esta atividade, preencha as informações que são pedidas no rodapé desta página. Depois, recorte a folha no local indicado, e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

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Você sabia que canção é o nome que se dá a toda música que tem letra? Escreva uma poesia com tema livre e no verso da folha faça um desenho da sua poesia. Como ela seria se fosse uma imagem?

Experimente tranformá-la em música!

canção: música e Poesia 6

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Nome da sua escola Sua cidade

Sua idade

Este é o espaço para você fazer o desenho desta atividade! Quando terminar esta atividade, preencha as informações que são pedidas no rodapé desta página. Depois, recorte a folha no local indicado, e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

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7Invente um ritmo usando o som da batida no peito, o estalo e a batida de palmas (consulte a página 30). Convide os seus fa-miliares e amigos a produzir juntos um ritmo corporal. Usando o verso desta folha, redesenhe e recrie o quadro da página 31 à sua maneira, colocando um som para cada tempo. Toque, acompanhando o ritmo que você criou.

Crie também outro ritmo, agora usando a batida de pé, batida na perna e palma. Depois destas experiências, escreva um texto sobre o que você achou de criar sons e ritmos com o seu próprio corpo!

sons do corPo

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8Invente ritmos usando os instrumentos construídos por você. Seguindo a mesma ideia do quadro da página 31, coloque de um lado o nome do instrumento, e do outro assinale em que tempo você vai tocar. Você pode tocar com um ou mais amigos. Cada um toca acompanhando a linha do quadro corresponden-te ao seu instrumento.

Após esta experiência, escreva um texto sobre como você e seus amigos se organizaram para montar a banda, e como foi a performace de vocês. No verso da folha, desenhe a sua banda e os instrumentos que vocês usaram!

monte sua banda

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Este é o espaço para você fazer o desenho desta atividade! Quando terminar esta atividade, preencha as informações que são pedidas no rodapé desta página. Depois, recorte a folha no local indicado, e entregue ao professor responsável pelas oficinas de música na sua escola.

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A ideia é simples, mas poderosa! O Projeto Reciclar é Show vai atuar de duas formas.

Primeiro, unindo as crianças com o propósi-to de coletar materiais recicláveis e trans-formá-los em instrumentos musicais. Parte desses instrumentos (flautas, tambores e outros) voltará para as escolas participantes como recursos permanentes! Outra parte será doada para as ONGs que trabalham com musicalização infantil. Assim, as crianças envolvidas no projeto ajudam outras crianças a terem seus próprios instrumentos!

Segundo, auxiliará as crianças a criarem seus próprios instrumentos utilizando materiais recicláveis, e a elaborarem uma canção com esse tema. Para isso, elas contarão com o apoio de educadores musicais, que estarão nas escolas para dar suporte e transformar as ideias da criançada em música!

reciclar é sHow:transformando o Planeta através da música

No final todos ganham:

As crianças: pois aprendem a reciclar; des-pertam o herói que existe dentro delas, e viram agentes de grandes transformações na vida de muitas pessoas através da música;

As escolas: pois adquirem suporte no desen-volvimento musical dos seus alunos, e as vencedoras ganharão uma sala de música e um programa de musicalização em 2014;

As ONGs: pois recebem instrumentos mu-sicais reciclados, e poderão oferecer mais oportunidades à outras crianças;

O Planeta: pois várias embalagens são reuti-lizadas, têm um novo destino, e mais pessoas aprendem que Reciclar é Show!

O projeto Reciclar é Show vai conectar e dar voz a milhares de crianças bra-sileiras que desejam transformar o mundo à sua volta! A proposta é trans-formar o enorme potencial e criatividade das crianças em algo concreto, que possa ser visto e apreciado por todos.

Page 64: Livro Do Aluno. livro de musica

ANDRADE, Elaine Nunes de. Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Selo Negro, 1999.

BENNETT, Roy. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.

BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Peirópolis, 2001.

BRITO, Teca Alencar de. Música na educacão infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003.

BRITO, Teca Alencar de. Quantas músicas têm a música? Ou, algo estranho no museu. São Paulo: Peirópolis, 2009

FREIRE, Paulo. Cartas à Guiné‑Bissau. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978

HEUMANN, Monika; HEUMANN, Hans-Gunter. Uma História da música para crianças. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

JORDÃO, Gisele et al. (Org.). A Música na Escola. São Paulo: Editora Allucci & Associados, 2012.

LOURO, Viviane; ZANCK, Sérgio. Arte e responsabilidade social: inclusão pelo teatro e pela música. Santo André: TDT Artes, 2009.

READ, Hebert. A educação pela arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SCHAFER, Murray R. O Ouvido Pensante. São Paulo: UNESP, 2003.

referências

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Título original Reciclar é Show

Concepção Flavia Maia

Texto narrativo Flavia Maia e Mairah Rocha

Atividades e teoria Flavia Maia

Ilustrações Samuel Rodrigues

Design gráfico Uriá Fassina

Revisão textual Antonio Maciel e Lilian Rochael

Revisão de conteúdo Rafael Pereira e Victor Perez

Coordenação pedagógica Flavia Maia

Coordenação editorial Flávia Bastos

Coordenação geral Fernando Monteiro

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, Brasil)

Maia, Flavia

Reciclar é Show / texto Flavia Maia, Mairah Rocha; concepção e

coordenação pedagógica Flavia Maia ; ilustrações Samuel Rodrigues. --

São Paulo : Evoluir, 2013.

Bibliografia

1. Materiais - Reciclagem 2. Música (Ensino fundamental)

3. Sons I. Rocha, Mairah. II. Rodrigues, Samuel. III. Título.

13-04878 CDD-372.87

Índices para catálogo sistemático:

1. Música : Ensino fundamental 372.87

É vedada, nos termos da lei, a reprodução de qualquer parte

deste livro sem a expressa autorização da editora.

Evoluir Cultural · FBF Cultural Ltda.

Rua Aspicuelta, 329 · São Paulo-SP · CEP 05433-010 · (11) 3816-2121

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Famílias tipográficas DIN Next e Heroic Condensed

Impressão Melting Color

Papel Miolo Polén Bold 90g/m²

Papel Capa Triplex 250g/m²

Tiragem 10.200 unidades

© evoluir Cultural, 2013

Este livro atende às normas do novo Acordo Ortográfico da

Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009

inserir selo fsC44,5mm x 23mm

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