FEITURA.doc

13
INICIO Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de Merindilogun (búzios), onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de Candomblé e entra em transe profundo. Esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o Babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher. A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da iniciação não é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do Candomblé só pode transmitir o Axé quem já foi iniciado. Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

Transcript of FEITURA.doc

Page 1: FEITURA.doc

INICIO

Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não, no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de Merindilogun (búzios), onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber. A outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de Candomblé e entra em transe profundo. Esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o Babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.

A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem. Saliente-se que todo o ritual da iniciação não é público. Saliente-se também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do Candomblé só pode transmitir o Axé quem já foi iniciado.

Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação. Se a pessoa entrar em transe será um Iaô, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

BOLAR NO SANTO

Page 2: FEITURA.doc

"Bolar", ou "cair no santo", é indício da necessidade da futura iniciação. Geralmente acontece quando a pessoa participa de um "toque" e o Orixá a incorpora, ainda no estado denominado de "bruto".

A pessoa passa por um desmaio ou perda dos sentidos. Nesse momento o Orixá se faz presente. Por não ter sido devidamente feito, não há reações, tais como, andar ou algum tipo de comunição, mesmo através de simples atos como de balançar a cabeça respondendo as perguntas feitas. Algumas pessoas sem orientação fingem bolar no santo, colocam a mão na dor, balançam a cabeça, até dançam, isso não é possível, pois qualquer pessoa sem a preparação necessária nunca iria "virar" de santo, quando isso ocorre nós chamamos de "Ekê", ou seja, o "fulano de tal" está dando "Ekê" de santo.

Após o verdadeiro "Bolar no santo", a pessoa é normalmente recolhida ao quarto de santo, onde o zelador reza, e faz desta forma, a comunicação com o Orixá, dizendo entender o que o Orixá quer de seu filho.

O filho é acordado, e se explica qual a vontade do Orixá. Ressalta a responsabilidade de ser filho de um Orixá. Chegando a um comum acordo, determina-se o tempo para que possa fazer os devidos preparos para que o mesmo seja iniciado.

Há casos em que o Orixá já tenha dado vários avisos ao filho em questão, e não aceita mais dar tempo a seu filho. Nesse momento o filho do Orixá é levado imediatamente ao Ronkó, e ficará recolhido sem contato com, mas ninguém, salvo pessoas da família que devem ser avisadas sobre a questão e que ajudarão o iniciado, na compra dos materiais necessários para a feitura.

Depois de acordar o filho, o zelador consulta Ifà para fazer o reconhecimento do Orixá para que possa gerar a lista de materiais necessários à feitura, tais como, folhas, ferramentas, pratarias, fios etc.

Já recolhido, o Abiã é apresentado a todos na família e passa a aprender as práticas ritualísticas de seu novo Axé.

Durante esse tempo o Abiã aprende de que forma deve proceder dentro do Axé e conhece a hierarquia da casa. Aprende todos os comprimentos feitos e as pessoas as quais tem a suas funções específicas, tais como, Ekedi, Ogãn, e o porque dos respeito com tais pessoas. Aprende a cantar aos Orixás, cores, rezas, comidas, ervas e cantigas.

Inicia-se então na vida do Abiã, uma grande caminhada em busca do conhecimento que NUNCA ACABA.

FEITURA DE SANTO

Page 3: FEITURA.doc

Feitura de santo é um termo usado nos terreiros de candomblé, que significa a iniciação de alguém no culto aos orixás.

A iniciação é um rito de passagem, uma morte simbólica que transforma um homem comum em um instrumento do Orixá, o Iaô, pessoa sujeita ao transe de possessão, a emprestar seu corpo para que Orixá viva entre nós mais uma vez, por um período de horas ou dias.

O iniciando passa por ritos complexos, de isolamento e segregação, de silêncio absoluto, de tonsura ritual, de sacrifícios de animais, de oferendas de alimentos, de pequenos cortes (cura) para inserção de pó mágicos em seu corpo (cicatrizes sagradas que definem os futuros sacerdotes), simbolizando uma volta ao útero da Mãe Terra, de onde renascerá não um homem comum, mas o instrumento de um Orixá, que por sua boca e seu corpo falará e se manifestará, aumentando assim seu conhecimento e o de todos os outros crentes.

A pena vermelha, chamada Ekodide, que o Iaô carrega em sua cabeça, simboliza realeza, honra, status adquirido pelo fato de ele ter se iniciado para ser um novo sacerdote dedicado ao culto daquele Orixá. As pinturas em cor branca, azul e vermelha, feitas a partir de substâncias vegetais e minerais.

O bom não é suficiente, só o melhor é dado para o Orixá. Por muitos dias o Iaô irá carregar consigo um colar especial de sagração no pescoço, chamado de Kelê simbolizando seu amor, devoção e sujeição ao Orixá.

Cumprirá resguardo sexual, porque esta energia não pode ser desperdiçada, toda sua força energética deve estar centrada em Orixá. Comerá comidas especiais do ritual, dormirá no chão, em uma esteira, aprenderá com os mais velhos as orações e cânticos de seu Orixá. É um tempo de amor, dedicação e aprendizado, um reaprender a viver, uma inserção do sagrado no cotidiano, uma experiência que não pode ser descrita, mas sim vivida.

E a possessão faz parte de tudo isso; Compartilhar corpo e espírito com Orixá; Ser o Orixá e voltar a ser o homem ou mulher; sem a menor possibilidade de interferência, em que a humildade e a submissão à vontade divina são aprendidas sem que se ensine ou aprenda, por instinto e memória ancestral.

E, ao fim de tudo, o Iaô reaprende os atos do dia a dia, num ritual chamado Apanan, retoma sua vida diária, mas para ele estará em primeiro lugar e sempre o Orixá.

BARCO DE IAÔ

A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos. Nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho

Page 4: FEITURA.doc

será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único.

No caso do barco, o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo Dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, o quinto de Gamo, o sexto de Gamutinho, o sétimo de Vimo, o oitavo de Vimutinho, o nono de Gremo, o decimo de Gremutinho, o décimo primeiro de Caçula e daí por diante. Essa sequência de nomes é usada na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.

Já houve barcos com quinze Iaôs, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs. A maioria das casas recolhe no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros; nesse caso será recolhido sozinho.

INICIAÇÃO

A pessoa irá ficar recolhida por 21 dias no Ronkó (quarto específico de recolhimento).

Page 5: FEITURA.doc

Fará Ebós de limpezas com folhas sagradas, Abô, Bori, raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes).

Serão oferecidos animais, a comida ritualística, flores e frutas.

Irá ser feito o assentamento daquele Orixá que estará nascendo.

A pessoa irá montar seu próprio Kelê.

Irá usar Mocam, Xaorô, somente roupa Branca, dormir na esteira, etc.

Tudo nesse tempo de preceitos, a pessoa aprenderá os costumes da casa, cantigas do seu Orixá e de todos os outros, lendas, Oriki, etc.

SAÍDA DO IAÔ

No final dos preceitos tem a festa que é chamada de "Saída de Iaô", essa festa é dividida em 04 partes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas outros fazem quatro.

Page 6: FEITURA.doc

Inicia-se o Candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e cantam-se algumas cantigas para cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas.

Na primeira saída pública o Iaô sai do Ronkó para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodide e na parte superior da cabeça o Adoxu e pintado com Efun, ele vem acompanhado da Ekedi. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os Atabaques, o Axé do centro do barracão onde está o Fundamento da Casa e o Babalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.

A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os Orixás e a pintura é feita com o pó azul Wáji, branco Efun, e vermelho Osùn. O Iaô sendo de Oxalá ou determinados Orixás Funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta.

A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade. Novamente o Iaô é trazido ao Ilê, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de Wáji no centro da cabeça (Cuia de Wáji) ou Borilé (ritual feito com Ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhido uma pessoa (normalmente o Babalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá. São feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.

A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características dele, para dançar e ser homenageado por todos os presentes.

No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.

BANQUETE

Quando é encerrado o Candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Não são permitidas bebidas alcoólicas e nesse caso é servido o Aluá. Nas casas que permitem, é servido refrigerante.

RITUAL DO APANÃ

O Iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixá para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc.

Page 7: FEITURA.doc

Numa dramatização muito divertida onde todos da comunidade têm um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo iniciado. 

O ritual de Apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o Ewo (kizilas) temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer.

CAÍDA DE KELÊ

Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o Kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de Ewo (kizilas). Terminado o período de Kelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar.

Page 8: FEITURA.doc

É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em bares e restaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade.

Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, bege, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.

OBRIGAÇÕES DO IAÔ

Iaô são os novos iniciados de Orixá da Casa de Candomblé, durante o período de sete anos, e serão subordinados pelas pessoas de Cargos/Posto da casa. E deve obediência aos seus mais velhos. E deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. Saem da vida material e nascem na vida espiritual com um novo nome Orunkó. O Mocam e os Delegún são os comprovantes e o diploma do iniciado.

Obrigação de um ano

(Odueta) ou (odú Kíní) É às obrigações muito importantes é considerada como fim do resguardo do Iaô após sua iniciação. Somente esta obrigação

Page 9: FEITURA.doc

dará ao iniciado à liberdade de viver materialmente sem restrições na sociedade e no seu convívio familiar e pessoal.

Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (Ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho de mar e outros. Será feita na obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidas comidas, frutas e flores.

Obrigação de três anos

(Oduetá) Esta obrigação é considerada a confirmação da continuidade do iniciado no Axé, e já está autorizado a conceber o seu Ajuntó, e a começar ser liberado e graduado pelo seu Babalorixá, a usar fios com Seguis e Bràjà dependendo do Orixá, e poderá deixar de usar Mocam e Delegún (conforme orientação do Babalorixá).

Obrigação de sete anos

(Oduijé) ou Odu ejé (a pronúncia do acento é fechada) É uma das maiores obrigações de uma casa de Candomblé, que todos os iniciados serão obrigados a tomar sem exceção. Com essa obrigação o iniciado poderá receber posto, cargo, titulo e direitos de independência do seu Babalorixá.

Só quando fizer a obrigação de sete anos  é que será considerado um Egbomi.

A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto à feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. O Babalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs).

Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça do Babalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés do Babalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar o Babalorixá.

Quando o Orixá aceita, a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes, pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ilê.

- OIYE - quer dizer titulo independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu Babalorixá, para ser independente e Zelador (a) de Orixás, sacerdócio. Esse Oiye pode ser também um cargo na casa do Babalorixá onde fez a obrigação.

- DEKA - é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar Ebós e iniciar pessoas no Orixá.

Page 10: FEITURA.doc

INICIAÇÃO DE OGANS E EKEDIS

Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pelo Babalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto o Babalorixá estiver em transe.

Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de Merindilogun (Búzios) o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.

Se foi escolhido pelo Orixá do Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas

Page 11: FEITURA.doc

saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.

Quanto ao resguardo e Ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Kelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Kelê. Normalmente o Ogan e a Ekedi não cumprem o mesmo resguardo do Iaô, por não ter realizado todos os preceitos necessários ao último. Quando iniciados, equivalem ao Egbomi em idade de santo, tendo, portanto os 07 anos de idade perante os Iaôs.