EDUCAÇÃO FÍSICA DIVERSIDADE E INCLUSÃO PROF. LEONARDO MIGLINAS CUNHA.

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EDUCAÇÃO FÍSICA DIVERSIDADE E INCLUSÃO

PROF. L

EONARDO MIGLINAS CUNHA

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CONCEITO“Um programa diversificado de atividades desenvolvimentistas, jogos e ritmos, adequados aos interesses, capacidades e limitações do aluno com deficiência, que não pode se engajar com segurança e sucesso num programa de educação física” (American Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance -AAHPERD, 1950)

“Atividade Física Adaptada: tem como objetivo integrar e aplicar fundamentos teórico-práticos das várias disciplinas da motricidade humana e áreas vizinhas da saúde e educação em diferentes programas educacionais e de reabilitação para indivíduos de todas as faixas etárias que não se ajustem total ou parcialmente às demandas das instituições sociais.” (Mauerberg-deCastro, 2005; Sherrill, 1998)

Enxergar o deficiente como doente que precisa ser curado

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HISTÓRIA

Vida Primitiva Pouco se sabe, porém acreditasse que pelo ambiente hostil e

a necessidade de sobreviviencia fazia com que fosse impossível sua sobrevivencia

Na Grécia Platão, no livro A República, e Aristóteles, no livro A Política,

trataram do planejamento das cidades gregas indicando as pessoas nascidas “disformes” para a eliminação. A eliminação era por exposição, ou abandono ou, ainda, atiradas do aprisco de uma cadeia de montanhas chamada Taygetos, na Grécia.

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HISTÓRIAEM ROMA As leis romanas da Antiguidade não eram favoráveis às

pessoas que nasciam com deficiência. Aos pais era permitido matar as crianças que com deformidades físicas, pela prática do afogamento. Relatos nos dão conta, no entanto, que os pais abandonavam seus filhos em cestos no Rio Tibre, ou em outros lugares sagrados. Os sobreviventes eram explorados nas cidades por “esmoladores”, ou passavam a fazer parte de circos para o entretenimento dos abastados.

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HISTÓRIAIdade Média A população ignorante encarava o nascimento de pessoas

com deficiência como castigo de Deus. Os supersticiosos viam nelas poderes especiais de feiticeiros ou bruxos. As crianças que sobreviviam eram separadas de suas famílias e quase sempre ridicularizadas. A literatura da época coloca os anões e os corcundas como focos de diversão dos mais abastados.

Em 1620 na Espanha, Juan Pablo Bonet (1579-1633), escreveu sobre as causas das deficiências auditivas e dos problemas da comunicação, condenando os métodos brutais e de gritos para ensinar alunos surdos. No livro Reduction de las letras y arte para ensenar a hablar los mudos, Pablo Bonet demonstra pela primeira vez o alfabeto na língua de sinais

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A tentativa para recuperar a pureza espiritual da sociedade cristã

Bula Papal (1484)/ Malleus Maleficarum (o malho das bruxas)- 1486

... são principalmente as mulheres que “dedicam-se a superstições perversas” e entre elas a parteira supera todas as outras em maldade. Toda feitiçaria decorre da luxúria carnal e nas mulheres esta é insaciável...

... Os homens são protegidos desse crime nefando, porque Jesus era homem. “Abençoado seja o altíssimo que até agora preservou o sexo masculino de um crime tão grande” ...

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Morte por afogamento às pessoas com deficiência mental: No Século XV o Príncipe de Anhalt, na Alemanha saxônica, desafiou publicamente o reformador religioso Martinho Lutero, não cumprindo sua ordem de afogar crianças com deficiência mental. Lutero afirmava que estas pessoas não possuíam natureza humana e eram usadas por maus espíritos, bruxas, fadas e duendes.

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O Século XIX, ainda com reflexos das idéias humanistas da Revolução Francesa, ficou marcado na história das pessoas com deficiência. Finalmente se percebia que elas não só precisavam de hospitais e abrigos mas, também, de atenção especializada. É nesse período que se inicia a constituição de organizações para estudar os problemas de cada deficiência. Difundem-se então os orfanatos, os asilos e os lares para crianças com deficiência física. Grupos de pessoas organizam-se em torno da reabilitação dos feridos para o trabalho, principalmente nos Estados Unidos e Alemanha.

Napoleão Bonaparte determinava expressamente a seus generais que reabilitassem os soldados feridos e mutilados para continuarem a servir o exército em outros ofícios como o trabalho em selaria, manutenção dos equipamentos de guerra, armazenamento dos alimentos e limpeza dos animais. Nasce com ele a idéia de que os ex-soldados eram ainda úteis e poderiam ser reabilitados.

Essa idéia de reabilitação foi compreendida em 1884 pelo Chanceler alemão Otto Von Bismark, que constitui a lei de obrigação à reabilitação e readaptação no trabalho.

    

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   Dom Pedro II No Brasil, por insistência do Imperador Dom Pedro II

(1840-1889), seguia-se o movimento europeu e era criado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atualmente Instituto Benjamin Constant), por meio do Decreto Imperial nº 1.428, de 12 de Setembro de 1854. Três anos depois, em 26 de setembro de 1857, o Imperador, apoiando as iniciativas do Professor francês Hernest Huet, funda o Imperial Instituto de Surdos Mudos (atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES) que passou a atender pessoas surdas de todo o país, a maioria abandonada pelas famílias.

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EXCLUSÃO

SEGREGAÇÃO

INTEGRAÇÃO

INCLUSÃO

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MODELOS DE EFAModelo MédicoGinástica médicaEducação Física CorretivaEducação Física PreventivaEducação Física OrtopédicaEducação Física ReabilitativaEducação Física Terapêutica

Modelo PedagógicoEducação Física DesenvolvimentistaGinástica Escolar EspecialEducação Física ModificadaEducação Física EspecialEducação Física Adaptada

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TERMINOLOGIASInício da história:

“os inválidos”Significado: indivíduos sem valor“A reabilitação profissional visa a proporcionar aos beneficiáriosinválidos...” (Decreto federal nº 60.501, de 14/3/67, dando novaredação ao Decreto nº 48.959-A, de 19/9/60).

Século XX até 1960:

“os incapacitados” ou “os incapazes”Significado: indivíduos sem capacidade indivíduos comcapacidade residualPós-Guerra: “A guerra produziu incapacitados”“Os incapacitados agora exigem reabilitação física”

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TERMINOLOGIAS1960 – 1980:“os defeituosos”Significado: indivíduos com deformidade (principalmente física)Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD)Associação de Assistência à Criança Deficiente

“os deficientes”Significado: indivíduos com deficiência

“os excepcionais”Significado: indivíduos com deficiência mentalAssociação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE)Movimento das pessoas superdotadas

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TERMINOLOGIAS1981 – 1987:“pessoas deficientes” indivíduos1980: Classificação Internacional de Impedimentos, Deficiências eIncapacidades (Organização Mundial de Saúde - OMS)1981 - ONU: “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”

1988 – 1993:“pessoas portadoras de deficiência”Significado: O “portar uma deficiência” passou a ser um valoragregado à pessoa.

1990:“pessoas com necessidades especiais”Significado: Valor agregado tanto à pessoa com deficiência quanto aoutras pessoas.“As necessidades especiais decorrem das dificuldades vinculadas adeficiências e dificuldades não-vinculadas a uma causa orgânica”(Artigo 5° da Resolução CNE/CEB n° 2, de 11/9/01).

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TERMINOLOGIAS

“pessoas especiais”Significado: O adjetivo “especiais” permanece como uma simplespalavra, sem agregar valor diferenciado às pessoas com deficiência.Terminologia

2002:“portadores de direitos especiais”Frei Betto propõe o termo “portadores de direitos especiais” e a siglaPODE (jornal O Estado de São Paulo)Razões: O substantivo “deficientes” e o adjetivo “deficientes”encerram o significado de falha ou imperfeição enquanto que a siglaPODE exprime capacidade.

Atual:“pessoas com deficiência”Organização de eventos por pessoas com deficiência.“Nada sobre nós, sem nós”(Sherrill, 1998)

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Número de deficiências detectadasVisual 16.573.937Motora 7.879.601Auditiva 5.750.809Mental 2.848.684Física 1.422.224

Dados do IBGE – CENSO 2000

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O que é Inclusão?- Ato ou efeito de Incluir,

inserir.

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A inclusão social vai além de um rótulo que foi dado a ela, é o que podemos chamar de processo de atitudes afirmativas, no sentido de inserir os menos favorecidos no contexto social.

É através da troca do conhecimento que ninguém sairá perdendo, todos ganham de alguma forma seja ela através do conhecimento teórico ou também do conhecimento afetivo adquirido em determinadas situações.

Um ponto importante sobre a inclusão social é percebemos que o fato de incluir significa também que devemos capacitar, a quem: as pessoas, aos professores, as empresas e até mesmo aos alunos, pois a eles competem a maior tarefa que é a de aceitação do grupo. Claro é que essa capacitação não é de uma hora para outra, mas aos poucos isso é relevante e dará muitos resultados.

Em outro ponto é interessante lembrar que o trabalho de conscientização tem de ser contínuo para com a população e também através da mídia, pois essa é uma forte aliada na luta contra a exclusão.

Sabemos que não há possibilidades de uma utopia se tornar realidade, mas sabemos que está em cada pessoa, brasileiro, professor, pai, vizinho, amigo, parente entre muitos outros que fazem parte desse círculo a responsabilidade de trazer um sorriso de quem foi excluído, mostrando para ele que existe uma luz em seu caminho.

A cada um de nós compete a responsabilidade social de mudarmos este quadro em nosso país, buscando soluções para situações diversas. A inclusão social é certamente o caminho para mudarmos a imagem do nosso país, que é palco das maiores injustiças sociais.

Juliana Mafra (BRASIL ESCOLA)

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COMO?Passos fundamentais devem ser dados para mudar o quadro de

marginalização dessas pessoas, como: alteração da visão social; inclusão escolar; acatamento à legislação vigente; maiores verbas para programas sociais; uso da mídia e de novas tecnologias; modificação de espaços públicos melhorando o acesso e o direito de ir e vir, etc.

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CONSTRUINDO UMA SOCIEDADE PARA TODOS

Os novos paradigmasInclusão no Mercado de TrabalhoInclusão nos Esportes, Turismo, lazer, recreação e religiãoOs desafios da inclusão à EducaçãoDesenho universal em ambientes físicosSomando tudo: Uma sociedade Inclusiva

cap 7,8 e 9