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    Rede de Parques Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do Porto

    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 1

    NDICE

    O Stio ........................................................................................................................................................... 3

    Patrimnio Cultural ..................................................................................................................................... 11

    Patrimnio Natural ...................................................................................................................................... 27

    Equipamentos ............................................................................................................................................. 29

    Acessibilidades ........................................................................................................................................... 30

    Bibliografia .................................................................................................................................................. 45

    ndice de Mapas:

    Mapa 01 Rio Arda | Geologia

    Mapa 02 Rio Arda | Hidrografia Principal

    Mapa 03 Rio Arda | Hipsometria

    Mapa 04 Rio Arda | Patrimnio

    Descrio

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    ICONOGRAFIAMapa do PR 2 -"Caminhos do Vale do Urtigosa (www.cm-arouca.pt)

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    ANEXO A Sistemas Estruturantes | Arda

    Vale do Rio Arda (Arouca)

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 2

    IDENTIFICAO

    Nome: Rio Arda

    rea:

    Freguesias:Arouca, Burgo, Santa Eullia, Urr, Vrzea, Rossas, Chave, Mansores, Tropeo, Escariz,

    Fermedo, So Miguel do Mato (Arouca), Paraso, Raiva e Pedorido (Castelo de Paiva)

    Concelhos:Arouca e Castelo de Paiva

    DESCRIO

    No conheces, leitor, o vale de Arouca... ? Pois, apressa-te a visit-lo; que poucas paragens florescero

    no pas to como aquela, deleitosas e amenas, to exuberantes de vida, to prdigas de encantos e de

    frescura. A uma e outra margem do pitoresco rio Arda alastram-se feracssimos campos de cultivo, que

    na Primavera revestem em massa a cor deliciosa da esmeralda. Ali se aprumam rumorejantes os

    salgueiros, com a sua trmula folhagem bicolor, a vinha contorce as suas nodosas varas em mudas

    atitudes de desespero; rvores de fruto aos centenares matizam de tons corados, apetitosos vivos,

    aquela extensa monotonia verde, longa, vitoriosa e tersa como a fita de uma gr-cruz; e na orla, um

    pouco mais elevados, os castanheiros verdenegros ostentam vaidosos a sua corpolncia herclea, com

    uma florao ridente a salpicar-lhes a coma de claro, qual se foram marqueses empoados para alguma

    solene recepo. E este fecundssimo torro, este riqussimo tesouro rural, to farto de produes

    mimosas, to rico de matizes e de perfumes, to fresco, to salutar, guarda-o vigilante e zelosa uma

    aprumada serrania, que de perto o cinge pelo Norte, pelo nascente e pelo Sul, erguendo-se em trono

    austera, rgida e quase inacessvel, e deixando apenas ao poente um ingresso estreito e mais seguro,

    como tomada de justo cime pela sonegao daquela angustiada preciosidade.

    Abel Botelho, in "O Occidente. Revista Ilustrada de Portugal e do Estrangeiro", VI, 1884, pp. 268 e 269

    O vale de Arouca, esguio e fertilssimo, quase completamente fechado em torno por serrania alterosa,

    que o estrangula e cinge de perto, deixando-lhe apenas das bandas de oeste como respiradouro a

    fornecer-lhe a comunicao fcil com o pas circunjacente. Ao Norte, a Serra do Gamaro; por leste, o

    monte cnico da M, e a Serra da Freita ao Sul, parecem erguer-se aprumadas e vigilantes, como

    escoltas ciosos do riqussimo tesouro que na profundidade das suas faldas to galhardamente ocultam.

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    Abel Botelho, in A Frecha da Mizarela, 1883, includo em Mulheres da Beira, 2 edio, 1917

    Torneia-se o monte e comea a descida para o vale de Arouca. A encosta e o vale igualam em beleza

    Sintra, e excedem-na em vastido. A estrada segue uma lgua debaixo de arvoredos cerrados ou depequenos campos orlados de rvores e videiras, ouvindo-se a espaos o cair das levadas que

    atravessam o caminho ou o ladeiam.

    Alexandre Herculano, in Apontamentos de Viagem, 1853-1854

    O Stio

    O rio Arda um afluente da margem esquerda do Rio Douro, onde desagua entre os lugares de

    Nogueira do Rio e Alm da Ponte, na freguesia de Pedorido, 35 km a NE do Porto. Percorre em toda a

    sua extenso 30 kmnuma rea de bacia de 167,94 km2, seguindo uma orientao predominante Sul -

    Norte. A montante, o rio Arda resulta da confluncia de trs linhas de gua: o Ribeiro de Gondimcom

    nascentes em Gamaro de Cima e Gondim (cerca de 3 km a NO da vila de Arouca, a 691 m de altitude)

    que se junta ao rio Marialvaque nasce na Serra da Senhora da M (1500 m de altitude a NE da vila de

    Arouca, atravessando-a no seu percurso), no qual se juntaram as guas da Ribeira de Silvaresque

    desagua na freguesia de Burgo. A juno das trs linhas de gua resulta no rio Arda, que adquire esta

    designao a poente de Burgo.

    Aorigem etimolgicado rio Arda controversa. Pinho Leal descreve-a assim: Se este rio tivesse tanta

    abundncia de guas como tem fartura de nomes, certamente seria um grande rio. No lhe conheo

    menos de oito nomes: Arda, Alarda, Alardo, Adarda, Arnaldo, Anarda, Pedonde e Pdorido.Os

    nomes por que era mais vulgarmente conhecido antigamente, eram Alarda, Adarda e Pedonde: hoje

    quasi toda a gente lhe chama Arda, parece que o nome actual deste rio o mais antigo, a que os

    rabes juntaram o artigo al-, ficando Al-arda. este o seu nome official nos primeiros tempos da nossa

    monarchia; ainda que em alguns papis antigos se lhe chame tambm Adarda e Pedonde. O nome que

    alguns escriptores lhe do de Pdorido, talvez por elle morrer na freguezia deste nome e elles lhe no

    saberem outro. Sustentam alguns (na minha opinio, com alguns bons fundamentos) que o nome actual

    deste rio a palavra rabe rada, que significa apresentar, fazer apparecer, passar mostra aos

    soldados. deste verbo que se deriva o substantivo alardo (em rabe, alardi), resenha de gente de

    guerra: e tambm um dos nomes deste rio. Ainda outros derivam este nome da palavra rabe adduar;

    que significa aldeia feita de tendas ambulantes, de pastores. Deriva-se do verbo duara, cercar ou murar

    roda. Sendo assim, vem a significar Rio da Aldeia. Segundo a outra etymologia, vem a ser Rio do

    Alardo. (Leal, 1873).

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    Desde as suas nascentes em Arouca, o rio Arda percorre as freguesias de Arouca, Burgo, Santa Eullia,

    Urr, Vrzea e Rossas, no chamado Vale de Arouca, uma rea de grande fertilidade de solosdevido

    acumulao de sedimentos aluviais arrancados, pela eroso, s rochas granticas e xsticas da regio.

    Este vale descrito por vrios autores: Da vertente da Serra da Freita (ou de S. Pedro), descem doisregatos chamados Marialvae Silvares, que se concentram na veiga de Arouca, logo abaixo do mosteiro.

    A partir da, o curso de gua toma o nome de rio Arda. A princpio, at ponte do Carvalhal (perto do

    lugar com o mesmo nome), o afluente parece querer dirigir-se para poente; mas nesse ponto inflecte para

    Norte, sempre, sinuoso e apertado por alcantilados pendores, ora silvestres, ora adustos. (...) (FCG,

    1985) e (O rio Arda) move o lagar de azeite do Convento e faz mover vrios moinhos. Rega e fertilisa

    este delicioso e feracissimo valle, e nelle mesmo recebe vrios ribeiros anonymos. (...) Desde a villa de

    Arouca at Varzea, suas margens so em toda a parte cultivadas: dahi para baixo so s cultivadas em

    parte. Tem muitas arvores de vinho. Cria bastante e bom peixe, sobretudo deliciosas trutas. Serve de

    motor a quatro boas fabricas de papel, e uma de papellao e a muitos moinhos de milho. (Leal, 1873).

    Nas freguesias de Chave, Mansores, Trope, Escariz, Fermedo e So Miguel do Mato (concelho de

    Arouca), percorre um vale encaixado e meandrizado at desaguar na sua foz. Nas freguesias mais a

    jusante, Paraso, Raiva e Pedorido (concelho de Castelo de Paiva), o rio Arda apresenta pequenas

    margens resultantes de depsitos aluvionares, onde se pratica alguma agricultura de subsistncia.

    O regime hidrolgico do rio Arda caracteriza-se por uma precipitao mdia de 168 mm, uma

    evaporao potencial mdia de 1783 mm e um escoamento mdio de 1031 mm (INAG, 2001). Em termos

    de distribuio espacial e nmero de secas, independentemente da severidade, verifica-se que, de um

    modo geral, com excepo do trimestre de Inverno, a bacia hidrogrfica do rio Arda uma das menos

    afectadas na Bacia Hidrogrfica do rio Douro (INAG, 2001).

    O rio Arda tem uma densa rede hidrogrfica, constituda por inmeros ribeiros que nele desaguam em

    todo o seu percurso, fruto da geomorfologia das suas encostas. Como principais afluentes, para alm do

    rio Marialva e das Ribeiras de Silvares e Gondim, destacam-se a Ribeira da Murteiraque desagua namargem direita do rio Arda em Pedorido (Castelo de Paiva), o Ribeiro de Mosteir e a Ribeira de Vales

    que desaguam ambos na margem esquerda do rio Arda em So Miguel do Mato (Arouca), e o Rio

    Ortigosa (ou Urtigosa). Este nasce na freguesia de Urr a partir de um conjunto de riachos que escorrem

    da encosta norte da Serra da Freita. Percorrendo no sentido Sul - Norte, entra na freguesia de Rossas

    onde desagua no rio Arda, depois de se juntar ao Ribeiro de Escaiba.

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    Relativamente geologiada regio da bacia do Arda, esta desenvolve-se em rea montanhosa e de

    grande cobertura florestal, sendo as altitudes dominantes situadas entre os 200 e os 600 metros, com

    excepo na parte meridional do concelho de Arouca, que abrange a parte mais substancial da serra da

    Freita. Com efeito, para sul do Arda, os relevos ultrapassam rapidamente os 600 metros at ssuperfcies aplanadas culminantes da Freita, serra que com do Arestal e da Arada integram as formas de

    relevo que limitam ao norte a bacia hidrogrfica do Vouga (o maico da Gralheira). A serra da Freita

    ocupa assim, o sector mais ocidental do maico da Gralheira. Pode ser descrita como uma vasta rea de

    planaltos pontuada por relevos residuais acima dos 1000 metros de altitude. Esta regio insere-se, do

    ponto de vista das grandes unidades morfo-estruturais peninsulares, na orla ocidental do Maico

    Antigo, sendo a Gralheira (entre outros relevos vizinhos, como os do Montemuro e, em parte, o

    Caramulo) uma das plataformas de eroso que marcam o contacto do bloco hesprico com a orla

    mesocenozica de abraso litoral. Do ponto de vista geolgico, a regio do concelho de Arouca divide-se

    genericamente entre zonas de xistos e granitos, em zonas do Complexo Xisto-Grauvquico,

    usualmente considerado de idade cmbrica e pr-cmbrica superior e zonas formadas por granitos de

    orogenia hercinica, alcalinos ou mais geralmente de tendncia alcalina, destacando-se ainda a grande

    mancha de quatzitos biotticos que integram o macio de Arouca (Silva, 2004).

    A faixa do complexo, gerada durante a 1 fase de deformao Hercnica, constituda por ardsias,

    filitos e quartzitos, sendo em toda a sua extenso bastante fossilfera. No ncleo desta faixa, ocorre

    uma bacia de idade carbonfera, responsvel, 12 km para NO, pelas minas de carvo do Pejo, e ainda

    mais para NO, pelas minas de S. Pedro da Cova. No entanto, na regio de Arouca, as rochas de idade

    carbonfera so praticamente escassas. Uma ltima referncia aos ciclos de eroso da serra da Freita,

    que se definem em vrios patamares. O nvel inferior (300-350 metros de altitude) de provvel idade

    Pliocnica; este nvel est representado, por exemplo, na bacia de Arouca, podendo ser apreciado do alto

    da Senhora da M, monte sobranceiro vila (geologia.aroucanet.com).

    A explorao da zona carbonfera do Couto Mineiro do Pejofoi de grande importncia na regio da

    bacia hidrogrfica do Arda: Ao longo do seu curso, h restos de exploraes mineiras de supostos viles

    aurferos. Um pouco antes de alcanar o rio Douro, na velha aldeia fluvial de Pedorido, o rio entra nazona hulhfera do Pejo, cujas galerias antricitosas se situam no vale do Paraso, entre os trs picotos

    dominantes de MontAlto (450m), Almanzor (406m) e So Domingos da Queimada (423m). (FCG, 1985).

    A explorao oficial das Minas do Pejo iniciou-se em 1886, tendo sido encerrada em 1994 por ordem do

    Governo portugus. O couto m ineiro do Pejo incluia as minas de Germunde (freguesia de Pedorido),

    Folgoso (freguesia de Raiva)e minas do Pejo e do Fojo(S. Pedro do Paraso), todas no concelho de

    Castelo de Paiva. Em S. Domingos de Queimada (Raiva, Castelo de Paiva), nas margens do rio Arda,

    ressaltam-se as Fontanhas, um depsito de carvo das minas do Pejo, transportado por uma pequena

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    linha frrea, de 20 km, ao longo das margens do rio Arda (FCG, 1985) desde as minas ao depsito-cais

    de Germunde, no rio Douro, um pouco a jusante da confluncia com o Arda. O carvo destinava-se

    central da Tapada do Outeiro, na freguesia de Medas,no concelho de Gondomar, para a produo de

    energia elctrica.

    O Arda, formado na veiga de Arouca pela confluncia de inmeros ribeiros, designadamente, o Marialva e

    a ribeira de Silvares, a que se junta pouco depois o Urtigosa, que desce de Sul pelas encostas de

    Rossas, apresenta ao longo do seu curso um caudal mais modesto em relao ao Paiva, apesar da

    multiplicidade de linhas de gua que a ele afluem. possvel estratificar a natureza dos solos no

    concelho de Arouca. O fundo do concelho (incluiu So Miguel do Mato, Fermedo, Escariz, Chave e

    Mansores) apresenta solos derivados de granitos e xistos; o vale (que inclui as freguesias de Trope,

    Rossas, Vrzea, Urr, Burgo, Arouca, Santa Eullia e vrzea de Moldes) corresponde a terras de meia

    encosta e do vale do Arda, com solos derivados de granitos e de aluvio, compactos, fundos e

    frteis; a encosta do Paiva (essencialmente Canelas, Espiunca e as zonas baixas de Janarde e Covelo)

    possui solos derivados de xistos atravessados por camadas de Silrico e de Carbnico, com terras

    geralmente pouco fundas, o planalto de Alvarenga (zonas de menor altitude desta freguesia e Vila

    Viosa) apresenta solos derivados de granito e de aluvio, e por fim, a zona serrana, englobando na sua

    totalidade, as freguesias de Albergaria e Cabreiros, bem como os patamares superiores de Janarde,

    Covelo, Alvarenga e das freguesias do Vale, detm solos relativamente delgados e derivados de xistos e

    granitos, com utilizao preferencial para mato e floresta (Silva, 2004).

    Este zonamento coincide genericamente com o que decorrer da observao da carta de solos e da sua

    aptido respeitantes regio, verificando-se, na verdade, que a maior parte do concelho de Arouca

    constitudo por regossolos mbricos sem aptido agrcolae com vocao pouco representativa

    mesmo para utilizao florestal ou silvo-pastoril. Significativas manchas de antrossolos cumlicos

    permitem uma aptido agrcola moderada ou marginal na bacia do Arda, na concha de Alvarenga e no

    Sudoeste do fundo do concelho, restringindo-se a uma estreita faixa na vrzea de Arouca, nos fundos dos

    vales sedimentares que marginam o Arda, o Urtigosa e a ribeira de Moldes os solos agrcolas de classe

    1, considerados de aptido agrcola para o cultivo. O concelho de Arouca uma bacia interior, fechadaentre duas serras e limitada por vales abruptos onde os solos agrcolas no atingem 10% da rea total,

    dos quais alis apenas cerca de 3% so solos de primeira qualidade, possuindo a restante rea

    agriculturvel capacidade condicionada, dado tratar-se de socalcos armados em declives com mais de

    8% de pendente (Silva, 2004).

    A cartografia das Zonas Crticas de Eroso Hdrica do Plano de Bacia Hidrogrfica do rio Douro destaca

    todo o percurso do rio Arda como zona crtica de eroso hdrica, susceptveis de provocar maiores

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    taxas de produo de sedimentos, por se situar em zonas de relevo mais acidentado, ao longo das

    principais linhas de gua (muito encaixadas) (INAG, 2001).

    Relativamente organizao administrativa da bacia do rio Arda, esta atravessa territrios dos

    concelhos de Castelo de Paiva e Arouca. O concelho de Arouca, a montante da bacia hidrogrfica,

    abrange uma rea de 327 Km2, situa-se no extremo NE do distrito de Aveiro. O concelho composto por

    20 freguesias, onde habitam cerca de 24 000 habitantes (Censos 2001). Arouca faz parte da subregio

    estatstica (NUT III) Regio de Entre Douro e Vouga, composta por parte da Regio Norte e do Distrito

    de Aveiro; por alguns, chamada "Terras de Santa Maria". Confina a Norte com o Grande Porto e o

    Tmega, a Este com o Do-Lafes e a Sul e a Oeste com o Baixo Vouga. A regio de Entre Douro e

    Vouga abrange os concelhos de Arouca, Oliveira de Azemis, Santa Maria da Feira, So Joo daMadeira e Vale de Cambra, numa rea correspondente a 859 km e uma populao residente de 276 814

    habitantes (Censos 2001). Mais recentemente, Arouca integrou a Grande rea Metropolitana do Porto. A

    rea Metropolitana do Porto e a Regio de Entre Douro e Vouga integram-se numa regio mais vasta: a

    Regio de Entre Douro e Minho, localizada no Noroeste de Portugal Continental e que abrange os

    distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto e ainda alguns concelhos dos distritos de Vila Real (Mondim

    de Basto e Ribeira de Pena), Viseu (Cinfes e Resende) e Aveiro (Espinho, Feira, Arouca, Oliveira de

    Azemis, S. Joo da Madeira e Vale de Cambra).

    Por sua vez, o concelho de Castelo de Paiva, a jusante da bacia hidrogrfica do Arda, integra a regio

    do Vale do Sousa, subregio do Tmega, com uma rea de 114,67 km e 16 968 habitantes (Censos

    2001), subdividido em 9 freguesias. A subregio do Tmega faz parte da Regio Norte e integra

    concelhos dos distritos do Porto, Vila Real, Viseu e Aveiro. limitada a Norte com o Ave e Trs-os-

    Montes, a Este com o rio Douro, a Sul com o Do-Lafes e o Entre Douro e Vouga e a Oeste com o

    Grande Porto. A sub-regio do Tmega abrange uma rea geogrfica de 2 629 km e uma populao de

    551 301 habitantes (Censos 2001). Compreende 14 concelhos: Amarante, Baio, Castelo de Paiva,

    Cinfes, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Celorico de Basto, Mondim de Basto, Paos de

    Ferreira, Paredes, Penafiel, Resende e Ribeira de Pena.

    Relativamente histriada regio, a bacia do rio Arda desenvolve-se em terras de Arouca e Paiva.

    Segundo Amrico Costa (1930), quando os mouros invadiram a orla ocidental da Pennsula Ibrica, em

    716, j em Arouca havia duas parquias: Santo Estevo do Vale de Moldes e S. Pedro do Vale de

    Arouca. Durante a ocupao muulmana, possuam em Arouca um acampamento permanente, num

    monte chamado Crasto. Repelidos no sc. IX, voltaram de novo em 997, sob a chefia de Almanzor, tendo

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    Arouca sido devastada e dizimada. Logo que a ocupao moura se deslocou para Sul, o convento de

    Arouca foi reedificado. Nos comeos do sc. XII, Arouca foi o teatro de novas lutas, desta vez, travada

    entre o Conde D. Henrique e o rei mourisco de Lamego. O combate ter-se-ia travado parte no campo

    (talvez em Burgo) e parte da Serra Seca), tendo terminado com a derrota das foras agarenas. O rei deLamego, feito cativo, teria sido to agradecido pelo tratamento recebido que se converteu ao cristianismo

    e recebeu de novo o senhorio de Lamego, como vassalo do conde. A escritura dessa dvida foi passada

    em Guimares em 1102 e foi testemunhada pelos senhores de Coimbra, Viseu, de Santa Maria e Riba

    Minho. Este ltimo era Egas Moniz. O primeiro convento, da ordem beneditina, foi fundado no Vale de

    Arouca nos princpios do sc. VIII (ou seja, na poca da invaso mourisca) por dois nobres visigodos,

    Lederico e Vandilo, como refgio. Nos meados do sc. X, o convento passou a ser pertena do abade

    Hermenegildo e, em meados do sc. XIII, entra em corrupo. No seu regresso de Castela, a Rainha

    Santa Mafalda,aps a anulao do seu casamento com Henrique I, rei de Castela imposta pela Cria

    romana e precocemente viva, solicita ao bispo de Lamego, D. Paio, autorizao para transferir o

    convento para outro lugar, mudar-lhe o padroeiro e a disciplina. A nova regra passou a ser de S.

    Bernardo, por ordem do Papa Honrio III, desde ento reservado para recolhimento de freiras

    cisterciences. Desse segundo mosteiro, romnico, no h seno algumas relquias arquitectnicas

    (restos do claustro), posteriormente restauradas j no sc. XX. Durante as Invases Francesas, a defesa

    da vila foi confiada a um herico oficial, destacado do quartel guerrilheiro estabelecido em Alvarenga, de

    nome Lus Paulino Pinto de Frana. Este oficial, depois promovido a general, organizou a defesa da vila

    de Arouca no estrangulamento do rio Arda, desde os pendores de Rossas at Ponte do Carvalhal e

    tendo sido bem sucedido, obrigou desistncia do destacamento napolenico enviado pelo Duque de

    Dalmcia e posterior abandono das suas tropas do Vale de Arouca (FCG, 1985).

    O actual concelho de Arouca resultou da anexao ao velho concelho e couto de Arouca, que constitui o

    territrio Arouca (de que j se fala em 1054), formado em volta do castro de Arouca subtus mons Faste

    et de alia parte Serra Sica discurrente ribulo Aarda prope castro Arauca ; do concelho de Alvarenga, que

    era constitudo pelo territrio Alvarenga; do concelho de Burgo de Vila Me, a que D. Mafalda, em Maio

    de 1229 deu foral; de parte do concelho de Fermedo, que pertenceu ao territrio portucalense e dasfreguesias de Covelo de Paiv, do territrio Lafes e de Espiunca, do territrio Paiva (Silva, 2004).

    Na Idade Mdia (sc. IX-XI), Castelo de Paivafazia parte do territrio da Angia(actualmente, Vale do

    Sousa) que fazia fronteira com os territrios da Feira, Lamego e Portucale. S a partir do sc. XI, e com a

    reconquista definitiva da regio que se comea a forjar a verdadeira identidade da desde ento

    chamada Terra de Paiva, sob uma mesma autoridade administrativa, judicial e militar. O concelho

    herdeiro da antiga honra de Sobrado (Payva de Riba Douro) e D. Manuel I concedeu-lhe o foral a 1 de

    Dezembro de 1513. Inicialmente, o concelho era designado apenas por "Paiva". Essa designao vem j

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 9

    de tempos muito antigos, tendo sido encontrada num documento datado do ano de 883 (www.cm-castelo-

    paiva.pt).

    Na regio de Entre Douro e Minho, a qual integra o concelho de Arouca e Castelo de Paiva, h

    predominncia para a prtica da agricultura, em exploraesde dimenso inferior a 1 ha, ou entre 1 e 5

    ha. A Superfcie Agrcola Utilizada (SAL) da regio de 232 260 ha, dos quais 41% so terra arvel,

    0.9% de hortas familiares, 12% so culturas permanentes e 46% so pastagens permanentes (INE,

    2001). No concelho de Arouca, tm maior relevncia as culturas agrcolas temporrias (4172 ha), os

    cereais para gro(1076 ha) e as culturas for rageiras(2823 ha) (INE, 2007). As culturas permanentes e

    a vinha ocupam 444 ha e 312 ha, respectivamente. No concelho de Castelo de Paiva, as culturas

    permanentes ocupam 345 ha de rea plantada e a vinha cerca de 291 ha. Tambm o olival tem umaexpresso significativa neste concelho (45 ha). Quanto s culturas regadas, predominam nos dois

    concelhos a plantao de milho regional, milho hbridoe batata. Em Arouca, tambm so abundantes

    as plantaes de milho para silagem (INE, 2001). A produo vincola extremamente importante no

    concelho de Castelo de Paiva. Em 2006, a produo de vinho foi cerca de 10 420 hl (INE, 2007).

    Relacionada com a actividade agrcola, est a pecuria, muito importante na regio de Arouca. No que

    diz respeito explorao de bovinos, Arouca tem o maior nmero de exploraes (1264), com cerca de

    7357 efectivos, enquanto em Castelo de Paiva, o nmero de exploraes menor (263), com 1028

    efectivos. A explorao de ovinos tambm uma actividade significativa na economia dos dois

    concelhos: Arouca tem 393 exploraes com 3453 efectivos e Castelo de Paiva 404 exploraes com

    3092 efectivos. Em Arouca, a explorao de caprinos tem elevada expresso: cerca de 271

    exploraes com 4582 efectivos, comparativamente com Castelo de Paiva (INE, 2001).

    Os concelhos de Arouca e Castelo de Paiva tm densas manchas de florestano seu territrio. Arouca

    o concelho com maior rea florestal da Grande rea Metropolitana do Porto, o que torna esta regio

    mais afecta ocorrncia de incndios florestais. Em 2006, ocorreram em Castelo de Paiva cerca de

    109 incndios florestais, com uma rea ardida total de 1 012 ha, na sua quase totalidade povoamentosflorestais. Em Arouca, verificaram-se a ocorrncia de 266 fogos florestais, num total de 8 984 ha, 84%

    dos quais povoamentos florestais (INE, 2007).

    Nas guas do rio Arda, tm sido frequentes casos de poluio. A poluio industrialdo Arda passa

    pelo potencial poluente das serraes e fbricas de papelo que utilizam o rio e nele lanam os seus

    efluentes. No que diz respeito poluio urbana, a inexistncia de povoaes importantes ao longo do rio

    pe de parte qualquer preocupao neste sentido, exceptuando a vila de Arouca na nascente do rio, fruto

    RIO ARDA

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 10

    da reunio de 3 ribeiros, um dos quais recebe alguns esgotos provenientes da vila e o pequeno

    aglomerado junto da sua foz. Ainda no que diz respeito ao rio Arda, destaca-se a poluio do Ribeiro do

    Fojo, proveniente das minas do Fojo, com elevados nveis de ferrodepositados no seu leito, tornando-o

    incompatvel com a vida aqutica (Afonso e Carvalho, 1990). Algumas descargas foram observadas emPedorido (Castelo de Paiva) com efluentes a ser despejados numa zona a 500 metros da foz do rio no

    Douro (www.moliceiro.com).

    No que diz respeito qualidade da gua superficial, a estao em Foz do Arda, entre 2000 e 2005,

    esteve classificada como classe B (Boa) e C (Razovel), devido a elevadas concentraes de

    nitratos, oxignio dissolvido e fsforo total, o que denota a presena de poluio orgnica

    (www.inag.pt). No Plano de Bacia Hidrogrfica do rio Douro, so referidas as cargas poluentes mdias

    anuais do rio Arda como um dos seus principais afluentes: 130 ton/ano de CBO5, 225 ton/ano de

    Carncia Qumica de Oxignio (CQO), 131 ton/ano de Slidos Suspensos Totais (SST), 11,02 ton/ano de

    fsforo e 35,77 ton/ano de azoto. Em relao densidade de carga poluente total, o rio Arda tem 7,7

    kg/ha.ano de CBO5, 13,4 kg/ha.ano de CQO, 7,8 kg/ha.ano de fsforo e 2,1 kg/ha.ano de azoto (INAG,

    2001). Pelos valores apresentados, constata-se a elevada poluio o rgnicadeste afluente.

    O tratamento das guas residuaistorna-se assim de capital importncia para a diminuio da poluio

    orgnica, atravs de solues adequadas de tratamento. Existem vrias estaes de tratamento de

    guas residuais (ETAR) projectadas para a bacia do rio Arda. Uma dessas estaes ser futuramente

    localizada no lugar de Ribeira(Rossas, Arouca), com a finalidade de servir uma populao estimada de15 mil pessoas, concentrada no vale de Arouca. Esta ETAR passaria a receber atravs de um emissrio

    os efluentes da ETAR da Pimenta (entretanto desactivada) e faria a cobertura de todo o vale de

    Arouca, designadamente da vila e das freguesias do Burgo, Santa Eullia, Urr, Rossas e Chave

    (www.arouca.biz).

    Relativamente a associaes locais de defesa do ambientecom interveno no rio Arda, a UrtiArda

    (Clube do Ambiente e Patrimnio do Arda e Urtigosa) uma associao juvenil de mbito ambiental e

    local, fundada em 1999, com sede na freguesia de Rssas, concelho de Arouca. De grande interveno

    local desde a sua fundao, esta associao promoveu o restauro de trs moinhos tradicionais, nas

    margens do rio Urtigosa em parceria com a Junta de Freguesia de Rossas, estabeleceu parcerias para a

    criao de uma Zona de Abrigo Temporrio no rio Urtigosa e ribeira da Escaiba, definiu um protocolo com

    as escolas locais para a realizao de limpezas peridicas do leito e margens do rio e colaborar no

    repovoamento de trutas-frio, promoveu aces pedaggicas junto das populaes ribeirinhas e das

    escolas atravs de prospectos, exposies fotogrficas e reunies peridicas e procedeu instalao de

    um viveiro provisrio de criao de trutas-frio para apoio ao repovoamento (rossas.aroucanet.com).

    Uma referncia ainda para a Associao de Caa e Pesca do Vale do Rio Arda, com sede no lugar de

    RIO ARDA

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 11

    Oliveira do Arda, freguesia da Raiva, do concelho de Castelo de Paiva, responsvel pela gesto da

    criao de Zona de Caa Municipal (ZCM) do Vale do Rio Arda (Portaria n 843/2002 de 12 de Julho) que

    abrange as freguesias de Raiva, Pedorido, So Pedro do Paraso e Santa Maria de Sardoura, numa rea

    de 5 216 ha.

    A morfologia dos concelhos atravessados pelo rio Arda proporciona ptimas condies para a prtica

    de desporto, como percursos pedestres, BTT, montanhismo, escalada ou rapel, numa perspectiva de

    turismo ambiental sustentvel. O rio Arda oferece paisagens de grande beleza, permitindo ainda a prtica

    de desportos aquticos, como canoagem e rafting. Com o objectivo de aproveitar todo o potencial

    turstico e ambiental das linhas de gua do concelho, a Cmara Municipal de Arouca tem realizado

    estudos para a valorizao ambiental do rio Arda, a recuperao de alguns moinhos e a construo deciclovias (www.futurosustentavel.org).

    Patrimnio Cultural

    Desde tempos remotos, o concelho de Arouca nasceu e foi-se desenvolvendo sombra do seu Mosteiro,

    especialmente a partir da chegada a estas terras da Rainha Santa Mafalda, filha de D. Sancho I, neta de

    D. Afonso Henriques. Terra de vales frteis e profundos, cortados por vrios rios e abraados pelasserras, desde cedo foram boas razes para a fixao de povoamentos. Para alm de uma terra de

    histria, as serras e os rios de Arouca abraam paisagens deslumbrantes, da natureza em estado puro s

    aldeias tradicionais, dos monumentos s casas antigas.

    As pontes sobre o rio Ardano so um elemento arquitectnico de grande relevncia para o estudo

    deste rio, porque tm uma construo simples e funcional, servindo muitas vezes como ligao entre

    lugares e freguesias mais inacessveis dispostos nas vertentes abruptas ou margens do rio. A sua

    denominao decorre, na maioria dos casos, da proximidade a certas povoaes.

    Na vila de Arouca, existiam trs pontes de cantaria, o da Larandeira, o da Praae o da Ribeira.

    Proximo vila tem uma ponte de cantaria lavrada, feita sobre a estrada real, em 1862 (Leal, 1873), das

    quais se desconhece a localizao actual.

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 12

    Segue-se depois a Ponte de Burgo (Burgo, Arouca), situada num desvio da EN326, liga o centro da

    freguesia s povoaes de Eiriz, Cruz das Eiras e Romariz. Localiza-se prximo de um moinho na

    margem direita. A montante desta ponte, o rio Marialva recebe as guas do Ribeiro de Gondim.

    A Ponte do Areeiro (Burgo, Arouca) uma ponte de cantaria lavrada, construda em 1864. Faz ligao

    entre os lugares da Boavista, Barreiros e Areeiro ao centro da freguesia. Encontra-se nas proximidades

    de trs moinhos, dispostos nas margens do Arda, em pleno vale de Arouca.

    A Ponte do Rossado (Urr, Arouca) uma ponte de cantaria lavrada, datada de 1864, que liga as

    povoaes de Cela e Nogueir ao centro da freguesia, com vista sobre o Vale de Arouca e nas

    proximidades de dois moinhos. Est prxima da Casa de Rossado, presumivelmente uma casa agrcola

    de propriedade privada.

    A Ponte de Zendo (Rossas, Arouca) uma ponte de beto ou alvenaria sobre a EN326 no lugar com o

    mesmo nome, e nas proximidades da capela de Nossa Senhora do Rosrio. Junto a esta ponte,

    desagua outro afluente principal do rio Arda: o rio Urtigosa que tem vrias nascentes e ribeiros

    secundrios (o Ribeiro de Escaba, por exemplo) que atravessam os lugares de Pvoa e Merujal daquela

    freguesia.

    Em troos mais a jusante do rio, fortemente meandrizados e em encostas mais declivosas, podem ainda

    encontrar-se a Ponte da Ribeira ou do Bogalho (Chave, Arouca)em beto ou alvenaria sobre um

    desvio da EN326 que faz ligao da povoao da Ribeira ao centro da freguesia, atravessando as

    margens do rio Arda. Aqui o rio percorre vertentes muito encaixadas e meandrizadas. Tem dois moinhos,

    um em cada margem, junto ponte.

    APonte do Carvalhal (Mansores, Arouca), situa-se prximo do lugar com o mesmo nome, uma ponte

    de pedra sobre o rio Arda, feita em 1760 (metade custa do extinto concelho de Fermedo e metade

    custa do concelho de Arouca), de um s arco.

    A Ponte de Cela (Mansores, Arouca) uma ponte em beto ou alvenaria sobre a EN326, junto da

    povoao com o mesmo nome, num troo muito meandrizado com vertentes de grande declive sobre o

    rio Arda.

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 13

    No concelho de Castelo de Paiva, refira-se ainda a Ponte do Arda (Paraso, Castelo de Paiva),

    localizada na EN504, liga os lugares de Cela a Almansor, em Castelo de Paiva, num troo meandrizado e

    escarpado do rio Arda. A margem esquerda do Arda est coberta por densos matos e em larga extenso.

    A Ponte de Oliveira do Arda (Raiva, Castelo de Paiva) uma ponte em beto ou alvenaria situada em

    Oliveira do Arda sobre as margens aluvionares do rio Arda.

    Finalmente, destaca-se as Pontes da Foz do Arda (Pedorido, Castelo de Paiva)que ligam os lugares

    da Costa e Concas, sobre a foz do rio Arda, na EN222, num troo final com margens mais alargadas.

    Esta ponte tem vistas sobre a paisagem deslumbrante do rio Douro e, defronte, a povoao de Rio Mau

    (concelho de Penafiel) e a foz do rio com o mesmo nome.

    Na regio de Arouca, a guatinha um papel determinantena vida das populaes: regava os prsperos

    campos do vale do Arda e para o seu aproveitamento foram criados pequenos diques, denominados

    audes, para regar os campos de milho, que assumiram nos ltimos quinhentos anos um papel

    determinante na sobrevivncia das populaes da regio. Na repartio das guas e na construo das

    levadas dos direitos adquiridos pelas famlias, surgiram uma srie de normas jurdicas no escritas que

    eram aceites por toda a comunidade. Os consortes tratavam do arranjo das levadas e as guas eram

    transportadas a todo o vale num respeito por regras ancestrais tacitamente aceites. Do mesmo modo se

    zelava pelos audes que encoravam as guas que tocavam os rodzios dos moinhos. Neles se moa a

    farinha, principalmente a de milho, que era ingrediente fundamental para a confeco do po de milho,

    designado de broa. Dessa farinha tambm se alimentavam os sunos e se engordava uma das

    preciosidades genticas do concelho de Arouca: a vaca de raa Arouquesa. O rio tinha pois um papel

    fundamental na vida da comunidade.Esta relao do homem com o rio, por ser to natural e harmoniosa,

    fez com que estes cursos de gua de montanha conservassem at aos anos mais tardios do sculo XX

    uma riqueza mpar em termos de biodiversidade e riqueza cultural (rossas.aroucanet.com).

    Omilho, que constitua a base da alimentao na 2 metade do sculo XX no vale de Arouca, continua a

    ser ainda hoje uma das principais culturas, e ao longo das margens dos rios Urtigosa, Marialva e Arda

    ainda existem diversas azenhas, umas recuperadas, outras em adiantado estado de degradao, onde

    se moa o gro colhido nas vrzeas. Os moinhosso predominantes nas freguesias de Trope, Urr,

    Rossas, Vrzea e Burgo, precisamente as freguesias integradas no vale de Arouca, onde se pratica uma

    agricultura de minifndio e de subsistncia, em que a cultura do milhose junta a horticultura, a

    fruticulturae a vinha. No rio Urtigosa, existiam no passado velhos moinhos de moer cereal, alguns deles

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 14

    ainda em actividade (www.youngreporters.org). A cultura do linhoteve uma importncia fundamental at

    aos anos 40 do sc. XX, principalmente na freguesia de Rossas.

    Do patrimnio arqueolgico na bacia hidrogrfica do rio Arda, salientam-se o Castro de Monte Valinhas eos monumentos megalticos de Escariz. O Castro do Monte Valinhas (Santa Eullia, Arouca), edificado

    no cume do monte que lhe deu nome (448 m de altitude), situado nas proximidades de Santa Eullia, a

    Norte da vila de Arouca, um lugar privilegiado em termos estratgicos, com vistas sobre todo o vale de

    Arouca, razo pela qual foi elevado por sucessivas comunidades ao longo de vrios sculos, desde a

    Proto-Histria at Idade Mdia desta regio. As escavaes arqueolgicas que tm sido ali realizadas,

    ainda insuficientes, no deixam dvidas quanto existncia de um castro habitado desde o incio do

    primeiro milnio a.C., bem como relativamente existncia de um castelo medieval. Este local estratgico

    ter subsistido at ao final do sculo XII e princpio do XIII e as escassas escavaes realizadas tm

    posto a descoberto importante esplio arqueolgico de diferentes perodos e ocupaes da ocupao

    humana naquele local. O fim das invases levou desocupao deste local estratgico de defesa e a

    romanizao foi empurrando as populaes para os vales frteis, pelo que existe no sop do monte um

    lugar chamado Crasto, de origem muito antiga, muitas vezes referido em documentao medieval.

    Do esplio encontrado no Castro de Valinhas sobressaem, pela quantidade, escrias de ferro que fazem

    prever a existncia de uma fundio, de milhares de fragmentos de cermica de vrias pocas, e tambm

    de vidro. Pela raridade, sobressaem fragmentos de lminas de facas, pontas de seta e moedas romanas,

    contas de colar e ms circulares. O achado arqueolgico mais significativo , no entanto, um alfinete de

    vesturio de prata dourada, datado dos sculos I a III. Est em vias de classificao desde 1996

    (www.ippar.pt).

    O lugar da Malafaia (Vrzea, Arouca) tambm um stio arqueolgico que tem vindo a ser explorado,

    com origem num casal agrcola com ocupao tardo-romana e alti-medieval que poder estender-se at

    aos scs. VII e VIII.Tambm o lugar de Cividade(Roas/Urr, Arouca) um stio de elevado potencial

    arqueolgico, constitudo por um povoado de altura, com grande dominncia visual e controle efectivo

    sobre o vale de Arouca. Nele foram detectados vrios vestgios arqueolgicos, como por exemplo,

    cermicas datadas do Bronze Final e, ao que parece, o talude de uma muralha, estando a decorrer

    estudos que permitam uma melhor caracterizao da cronologia e natureza do stio (Silva, 2003).

    A freguesia de Escariz, de todo o concelho de Arouca, aquela onde os monumentos megalticosse

    apresentam mais concentrados (cerca de 40). Numa linha de orientao NNW-SSE, com cerca de 10 km,

    os monumentos megalticos so tmulos funerrios que datam do 5 milnio at finais do 2 milnio a.C..

    As mamoasque compem os vrios ncleos megalticos da regio apresentam, por vezes, pinturas e

    RIO ARDA

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    gravuras(ex: Mamoa I da Aliviada). Dos 40 monumentos j inventariados, procedeu-se, na poca de 80,

    escavao dos seguintes: 1983 - Mamoa I da Aliviada; 1984 - Mamoa II da Aliviada; 1985 - Mamoa I de

    Alagoas, Mamoa I do Calvrio. Os monumentos estudados revelaram um esplio abundante e de boa

    qualidade, compreendendo em pedra lascada, microlitos geomtricos, pontas de seta, lminas e lamelas;em pedra polida, machados. Encontram-se ainda elementos de moinho manual, assim como lascas em

    slex e quartzo. A cermica, embora abundante, apresenta-se no geral muito fragmentada, impedindo

    qualquer reconstituio das formas. Existem tambm alguns elementos de adorno, constitudos por

    pequenas pontas de xisto (www.rotadaluz.pt).

    Dos monumentos megalticos de Escariz, salienta-se o chamado Dlmen de Escarizou Dlmen da

    Aliviada, construdo durante o Neo-calcoltico desta regio de Arouca. Situado junto EN519, este stio

    megaltico apresenta uma cmara sepulcral alongada, de planta sub-rectangular voltada para SSE,

    constituda por nove esteios granticos, numa rea onde se erguem duas outras mamoas, ou tumuli. A

    principal caracterstica deste dlmen residir, no entanto, na superfcie de sete dos nove esteios que

    compem a cmara, por apresentarem gravuras e pinturas com motivos predominantemente ondulados e

    geomtricos, enquadradas no que geralmente entendido por arte megalticado Norte de Portugal

    originada na primeira metade do III milnio a. C., de difcil interpretao. Os especialistas relacionam

    ora com o culto ofioltico(das serpentes), ora com a representao de linhas de gua purificadoras,

    como uma fora regeneradora e revivificante. Est classificado como Monumento Nacional desde 1992

    (www.ippar.pt).

    O vale de Arouca, que abrange as freguesias de Rossas, Vrzea, Burgo, Santa Eullia e Arouca, contm

    um patrimnio religioso riqussimo, sobretudo, igrejas, mosteiros e capelascom as suas festas e

    romarias, que manifestam a grande religiosidade das suas gentes, ligadas s tradies rurais que se

    perdem em tempos imemoriais.

    ACapela da M (Arouca), situa-se a 8 km da vila, est implantada no topo de Monte da Senhora da M

    a cerca de 700 m de altitude, num recinto denominado Parque Augusto P. Magalhes. No Monte de

    Senhora da M, tm nascente vrias linhas de gua afluentes do rio Marialva (mais a jusante, designado

    de rio Arda) e do rio Paiv (entre elas, a Ribeira de Moldes). Dominante sobre o vale de Arouca pelo lado

    NE, a primeira referncia a esta capela data de 1546, atravs de uma carta do rei D. Joo III sobre a

    exclusividade do privilgio da caa concedido ao Mosteiro de Arouca, onde menciona a casa de nosa

    senhora damoa (www.roteirosdaagua.com). Surgiu, como conta a lenda, em memria de um cristo,

    devoto Nossa Senhora, fugido escravido dos Mouros no Magrebe. Nesta capela, de contornos muito

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    caractersticos e que se presume ser do sc. XVI, destaca-se, no seu interior, a escultura da Virgem com

    o Menino, gtica do sculo XVI, e uma pintura do sculo XIX que reproduz a lenda (www.rotadaluz.pt). O

    adro pavimentado com pedras de xisto e cimento. As encostas do monte definem declives muito

    acentuados e encontram-se revestidas de denso eucaliptal (Eucalyptus globulus), encontrando-se naenvolvente da capela algumas reas agrcolas. A romaria Senhora da M realiza-se a 7 e 8 de

    Setembro.

    O calvrio, plpito e alminhas de Arouca, localizam-se na Rua Dr. Figueiredo Sobrinho, sobre um

    macio grantico, formando numa pequena elevao de cerca de 320 m, isolados em relao ao casario

    campestre. Inserem-se num contexto urbano, junto Capela da Senhora do Carmo(tambm conhecida

    como a Capela do Esprito Santo), a Norte da vila de Arouca e a poente do Monte e Capela da Senhora

    da M. O Calvrio de Aroucadesigna, na realidade, um conjunto de seis cruzeiros seiscentistas, emgranito, erguidos num macio rochoso, no cimo da antiga rua da Arca. Junto das cruzes, esto ainda

    implantados um plpito em granito, e um nicho. O conjunto completado por trs outros cruzeiros, de

    factura semelhante, dispersos por vrios arruamentos, compondo uma Via Sacra que inclua o vizinho

    Mosteiro de Arouca e terminava aqui.

    Os cruzeiros so compostos por altos pedestais quadrangulares, sobre os quais se elevam pilastras

    encimadas por capitis de seco quadrada, suportando singelas cruzes latinas, em granito. O plpito

    cilndrico, assentando numa base tambm cilndrica mais estreita, por sua vez levantada sobre uma

    plataforma quadrangular. O acesso faz-se atravs de uma pequena escadaria com cinco degraus. Onicho, ou alminha, possui vo de arco redondo, e rematado por uma pequena cruz. O Calvrio e a Via

    Sacra foram erguidos pela Confraria do Senhor dos Passos, instituda na Igreja (hoje Capela) da

    Misericrdia de Arouca, em 1621. Esta irmandade organizava, desde 1626, a procisso da mesma

    invocao, que partia do referido templo durante as celebraes da Quaresma, terminando na Capela do

    Esprito Santo, junto do Calvrio. O cruzeiro central (restaurado) possui a data de 1627 inscrita no

    pedestal, estando o plpito, por sua vez, datado de 1643. A procisso saiu nos mesmos moldes at 1855,

    ano em que se passou a chamar de Procisso do Senhor Morto. Ainda hoje se efectua este cortejo,

    tambm conhecido por procisso dos Fogarus, na Quinta-Feira Santa. As restantes cruzes da Via Sacra

    encontram-se junto ao Mosteiro de Arouca, na Rua de Santo Antnio, e na via de acesso ao Calvrio,

    junto a uma casa senhorial. No se encontram includas na classificao, embora faam parte do mesmo

    conjunto monumental. Est classificado como Imvel de Interesse Pblico desde 1948 (www.ippar.pt).

    A Capela de S. Pedro (Arouca), no lugar com o mesmo nome. um simples templo gtico, do sculo

    XVI. Foi restaurada em 1988 (www.cm-arouca.pt).

    RIO ARDA

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 17

    O Mosteiro de Santa Maria de Arouca, o tmulo de Santa Mafalda e Igreja Matriz de So Pedro de

    Arouca (Arouca) localizam-se no Largo de Santa Mafalda. Segundo a documentao existente, o antigo

    Mosteiro de So Pedro data do sculo X (perodo pr-romnico). No ano de 1210, o mosteiro legado a

    D. Mafalda, por seu pai, D. Sancho I, Rei de Portugal, atravs de carta de couto, definindo o carcter decentralidade na vida poltica e administrativa da regio.

    Materialmente, foram muitas as ddivas do errio de D. Mafalda que transitaram para o domnio do

    convento e ter sido por sua vontade que a comunidade monstica adoptou a regra de So Bernardo, j

    no sculo XIII, sendo como mosteiro cisterciense da ala feminina que se registaram os principais passos

    da sua histria. O mosteiro de Arouca viveu perodo de grande prosperidade econmica que, de algum

    modo, se reflectiu na procura de peas artsticas de grande qualidade, boa parte das quais ainda se

    mantm.

    De fundao medieval crendo-se que ainda romnica, o conjunto, alvo de incndios, reconstrues e

    ampliaes, data de finais do sculo. XVII aos ltimos anos do sculo XVIII. Em 1886, com a morte da

    ltima freira, o Mosteiro foi extinto e todos os seus bens transitaram para a Fazenda Pblica. Abre-se,

    ento, uma era de utilizaes diversas para este amplo conjunto edificado, mantendo-se, contudo, o

    esplio artstico, recolhido no Museu de Arte Sacra, entretanto, a instalado.

    De edifcio do mosteiro, merecem destaque o claustro, a sala do captulo, a cozinha, a Igreja Matriz de

    S. Pedro de Aroucae o coro das freiras(www.ippar.pt). A igreja de nave nica, tem um claustro em

    estilo neoclssico que comeou a ser construdo em finais do sculo XVIII. Na igreja, destaca-se o

    trabalho de talha dourada do coro,belo exemplar do barroco nacional; o rgo monumental, ao estilo D.

    Joo V (www.rotadaluz.pt); o grande cadeiral, o magnfico retbulo, do estilo joanino, e na capela-mor, o

    tmulo da Rainha Santa Mafaldae inmeras obras de pintura e escultura. Est classificado o conjunto

    como Monumento Nacional desde 1910 (www.ippar.pt).

    O Pelourinho de Arouca (Arouca) situa-se no Largo Brando de Vasconcelos, em pleno centro

    histrico, junto igreja do Mosteiro e antiga Casa da Cmara. Os pelourinhos eram, por um lado,

    smbolos do poder municipal, e por outro, serviriam como locais de aplicao da justia na Idade Mdia. A

    construo do pelourinho resultar, muito provavelmente, da concesso da carta de foral de D. Manuel,

    em 1513, ao concelho de Arouca. O actual pelourinho de Arouca resulta de uma reconstruo, uma vez

    que o monumento foi desmontado em finais do sculo XIX, sendo ento guardado nos claustros

    conventuais, onde permaneceu durante cerca de um sculo. O trabalho de reconstruo realizou-se em

    1989, tendo sido instalado em local prximo do primitivo.

    Sobre soco de trs degraus hexagonais, de parapeito, e de factura moderna, levanta-se o conjunto da

    base, coluna e remate. A base da coluna circular, e o fuste cilndrico e liso, sendo ambos igualmente

    feitos de novo em 1989. O remate, assente directamente sobre a coluna, aproveita peas originais,

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 18

    constando de um capitel de cesto decorado com dois escudetes ligados por fitas ou cordames, encimado

    por esfera armilar de bom tamanho e talhe. O monumento original teria trs escudetes no capitel, a

    espaos iguais, e pelo menos duas esferas armilares na base. Est classificado como Imvel de

    Interesse Pblico desde 1933 (www.ippar.pt).

    ACapela da Santa Casa da Misericrdia de Arouca (Arouca) situa-se no fundo da Praa Brando de

    Vasconcelos, mesmo no centro histrico da vila. A importncia do Mosteiro de Arouca foi determinante

    para o desenvolvimento da vila, bem como de toda a regio do vale de Arouca. Em 1513, D. Manuel

    concedeu foral povoao, que assim se tornava sede de concelho. Cerca de cem anos mais tarde, a

    povoao local constituiu a Misericrdia de Arouca, seguindo o exemplo de muitas vilas do pas, que

    atravs deste tipo de irmandade constituam mecanismos de assistncia social e religiosa. Fundada em

    1610, a confraria iniciou pouco tempo depois, em 1612, a construo de uma igreja prpria, situada na

    praa principal da vila. O templo, de planta rectangular disposta longitudinalmente, apresenta uma

    estrutura de pequenas dimenses, que contrasta com a riqueza do programa decorativo interior. de

    destacar a unicidade do conjunto, uma vez que a estrutura original seiscentista, que inclui o conjunto

    azulejar. A campanha barroca executada no final do sculo XVIII, que contemplou o arco do altar do

    Senhor dos Passos e a cobertura pintada da nave, integrou-se de forma harmoniosa com a estrutura j

    existente. A fachada apresenta ao centro portal de arco pleno, inserido num alfiz com colunelos simples e

    pinculos. No friso foi inscrito "DEVOTI - FECERE - AN - 1612", indicando a data de edificao do templo.

    O conjunto encimado por um culo, sobre o qual esculpiram o escudo de Portugal. Do lado direito da

    fachada foi edificada a torre sineira. O espao interior do templo composto por uma nica nave, cujas

    paredes so totalmente revestidas por painis de azulejos de padro azuis e amarelos, executados na 1

    metade do sculo XVII. O tecto do templo composto por 45 caixotes de madeira, decorados com

    pinturas representando temtica mariana, os Evangelistas, os Apstolos e Doutores da Igreja, e temtica

    da vida de Cristo. Do lado do Evangelho, foi edificada a Capela do Senhor dos Passos, em talha

    dourada e policromada, e no espao fronteiro foram colocados o plpito, tambm de madeira

    policromada, e a tribuna dos mesrios. semelhana do que sucedia em muitas igrejas de misericrdia

    edificadas no sculo XVII, o espao da capela-mor diferenciado apenas por um desnvel do cho. O

    retbulo-mor, de modelo maneirista, divide-se em dois registos, o primeiro albergando trs tbuas

    pintadas com temas marianos, a Anunciao, a Visitao e a Creche, e dois nichos com estaturia, o

    segundo com cinco pinturas, a Virgem com So Joo, Santo Antnio, So Francisco, e duas com temas

    da Paixo de Cristo, tambm em tbua, e um crucifixo. A estrutura decorada com relevos de motivos de

    grotesco. Est classificada como Imvel de Interesse Pblico desde 1959 (www.ippar.pt). Defronte da

    capela, existe um fontanrio em pedra trabalhada com quatro bicas e pia octogonal, edificado em 1901.

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 19

    OMemorial de Santo An tnio do Burgo ou Arco d a Rainha Santa (Santa Eullia, Arouca)localiza-se

    na EN 326, no lugar de Santo Antnio, na margem direita do rio Marialva. Tambm chamado Arco da

    Rainha Santa, de traa romnica e a sua construo deve pertencer ao sculo XII. Ergue-se num

    pequeno adro fronteiro capela paroquial, composto de arcada grantica destinada a assinalar o localonde ter sido depositado o corpo da Rainha Santa Mafalda, filha de D. Sancho I. Assente em pedestal,

    de planta rectangular, com quase cinco metros de altura, o arco, de volta perfeita simples, com pouco

    mais de dois metros de dimetro, apresenta-se rasgado (atravs de duas frestas com besantes)

    superiormente e finalizado com cruzes nos flancos e componente cilndrico. Quanto decorao,

    predominantemente geomtrica e vegetalista, ela surge nas molduras exteriores e intradorso da

    arquivolta, assim como na empena apoiada por duplos colunelos de fuste liso e capitis lavrados com

    componentes antropomrficos. Est classificado como Monumento Nacional desde 1910 (www.ippar.pt).

    A Capela de Santo Antnio (Santa Eullia, Arouca) uma singela capela na margem direita do rio

    Arda, junto EN326, prximo do Memorial de Santo Antnio de Burgo. Diz a tradio que a construo

    desta capela foi em celebrao da batalha inventada por Frei Bernardo de Pinto, entre o conde D.

    Henrique e Egas Moniz de um lado e Echa Martim, rei de Lamego, em 1102, do outro (Pereira, 1990).

    A Torre dos Mouros (Burgo, Arouca) situa-se naQuinta de Lourosaou Quinta da Torre, no lugar de

    Lourosa de Campos. uma reconstruo do sculo XIV, com planta quadrangular, de estilo gtico e uma

    cisterna (actualmente aterrada), com seteiras e uma inscrio ainda por decifrar. Visava a vigilncia de

    terras cultivadas (www.cm-arouca.pt).

    OPelourinho do Burgo (Burgo, Arouca)localiza-se na EN326, junto Capela de Santo Antnio, no

    lugar com o mesmo nome na margem direita do rio Marialva. Coroando um longo historial de privilgios

    concedidos s terras junto do vetusto Mosteiro de Arouca, o pelourinho ter sido mandado erguer depois

    da atribuio do respectivo foral em 1229 pela Rainha Santa Mafalda a este lugar, outrora chamado Vila

    Me ou Burgo Novo, por oposio ao Burgo Velho, situado volta do Mosteiro. Assim comeou a

    autonomia deste pequeno concelho, situado na envolvente. Em Dezembro de 1817, seiscentos anos

    depois da atribuio da Carta de Povoao, esse pequeno concelho foi extinto e anexado ao de Arouca.

    Este pelourinho o nico legado que ficou de Vila Me de Burgo (www.roteirosdaagua.com). Construdo

    em data incerta, foi apeado no incio do sculo XX, na sequncia das obras de alargamento da EN326.

    Trata-se de um singelo pelourinho de bola, constitudo por uma base prismtica, de seco octogonal e

    com faces lisas, fuste de seco circular liso, capitel composto por trs molduras circulares, boleadas, de

    seco crescente, e remate em esfera lisa. semelhante, em linhas gerais, ao vizinho Pelourinho de

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 20

    Cabeais, provavelmente datado da primeira metade de Quinhentos, aps foral manuelino de 1514. Est

    classificado como Imvel de Interesse Pblico desde 1933 (www.ippar.pt).

    A Igreja de So Miguel de Urr (Urr, Arouca) est inserida no vale de Arouca, em estilo romnico,muito bem conservada (urro.arouca.net). A povoao de Urr era curato de apresentao do Mosteiro de

    Arouca, possivelmente desde o sculo XII. Embora se desconhea a data de fundao da Igreja Matriz de

    Urr, dedicada a So Miguel, possvel que a sua edificao tenha decorrido entre os ltimos anos do

    sc. XII e o incio do sc. XIII. O actual templo resulta de uma reedificao executada na 2 metade do

    sc. XVI, embora o programa decorativo do espao interior tenha sido executado j no sc. XVIII. A Igreja

    de So Miguel de Urr um pequeno templo maneirista, de linhas simples e austeras. A estrutura exterior

    inspirada no estilo medieval. O frontispcio do templo, onde foi edificado um simples portal de moldura

    recta sobreposto por uma janela, precedido por um nrtex onde foi edificado o campanrio. Desta

    forma, foi criado um espao avanado que antecede o corpo do templo, ligado a este por dois arcos

    laterais, formando um balco atrs das sineiras. Interiormente, o espao de nave nica precedido pelo

    coro-alto de madeira assente sobre duas colunas jnicas. Destaca-se o conjunto de retbulos de talha

    joaninos, dois colaterais e um colocado na capela-mor, possivelmente executados e edificados cerca de

    1728, quando foi realizada uma segunda reforma da estrutura da igreja. Tambm de talha dourada o

    revestimento do arco triunfal, onde foi colocada no fecho uma tela com a representao de So Miguel, o

    padroeiro do templo. Foi declarada Imvel de Interesse Pblico em 1951 (www.ippar.pt).

    ACapela de Nossa Senhora da Lage (Urr, Arouca)localiza-se na envolvncia da aldeia de Merujal, a

    870 metros de altitude, em plena serra da Freita, onde nascem linhas de gua afluentes do Rio Urtigosa.

    Localiza-se numa zona rural, com construes rsticas, um coreto, um cemitrio anexo e um nicho

    inserido num penedo com a data inscrita de 1717. Na zona que se estende para Sudoeste e Sudeste,

    existem 13 cruzeiros de tipologia simples, representando freguesias dos concelhos de Arouca, Vale de

    Cambra e So Pedro do Sul. Provavelmente do sc. XVII (perodo barroco), a capela tem planta

    longitudinal, composta por nave nica, capela-mor, sacristia adossada esquerda, do lado Norte e

    alpendre adossado fachada principal, do lado Oeste, volumetricamente distintos, com cobertura

    homognea na capela-mor e sacristia e diferenciadas nos outros corpos em telhados de 2 e 3 guas

    (alpendre). No interior da igreja, destaca-se o arco triunfal ladeado por dois retbulos de madeira pintada

    a branco e ouro e o retbulo do altar-mor em talha dourada e branca com decorao de concheados. A

    romaria Nossa Senhora da Laje realiza-se 3 vezes por ano a 3 de Maio, 15 de Agosto e a 8 de

    Setembro, sendo na primeira data chamada Festa das Cruzes porque os grupos de romeiros de cada

    uma das freguesias concentram-se junto do respectivo cruzeiro esperando a vez de se integrarem com as

    cruzes aladas na procisso cujo itinerrio percorria os 13 cruzeiros existentes (www.monumentos.pt).

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 21

    A Capela de Nossa Senhora do Campo, Santa Ana, Santo Antnio e Esprito Santo, conhecida

    apenas por Capela deNossa Senhora do Campo(Rossas, Arouca)situa-se num pequeno outeiro no

    centro do vale de Arouca, atravessado pelo rio Arda. Foi mandada construir por Manuel Jos Ayres, no

    ano de 1792 (rossas.aroucanet.com). Segundo conta Antnio de Almeida Brando, no seu livro deMemrias em tempos j distantes, foi a regio de Arouca fustigada por violentos temporais, que

    assolaram as culturas e no permitiam que as terras produzissem seus frutos, as chuvas torrenciais

    faziam transbordar rios e barrocos, ms aps ms, inundando todos os campos, e os frios intensssimos,

    queimavam as plantas que nada produziam e a fome batia j porta de muitos lares e a situao

    apresentava-se aflitiva, pois nem os prprios animais escaparam s funestas consequncias desta

    calamidade, que durou anos. Foi ento que os crentes no poder de Nossa Senhora, se prostraram a

    seus ps, com o corao lanceado pela dor, e Lhe rogaram com muita f e devoo, que os libertasse

    deste flagelo. Ao mesmo tempo fizeram o voto de Lhe dedicar uma capela e consagrar uma imagem, sob

    o glorioso ttulo de Nossa Senhora do Campo, prometendo mais, fazer-Lhe uma festa no segundo

    Domingo de Agosto e distribuir abundantes esmolas pelos mais necessitados. assim que ainda hoje,

    no segundo domingo de Agosto de cada ano e em cumprimento da promessa ento feita e que a lenda

    consagra, sai da capela de Nossa Senhora do Campo, que sucedeu ao pequeno templo primitivo, uma

    majestosa procisso, em que se incorporam as bandas de msica, o povo canta em coro

    (rossas.aroucanet.com):

    Em tempos que j l vo,

    Oxal no voltem mais,

    No vale faltou o po,

    Crescido em nossos trigais.

    Nossa Senhora do Campo,

    Dai-nos frutos, dai-nos po;

    E do vale aos seus flancos

    Escutai nossa orao.

    A festa em honra de Nossa Senhora do Campo uma referncia cultural e religiosa e uma das

    festividades mais representativas do concelho arouquense.

    A Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceio (Rossas, Arouca) localiza-se na margem direita

    do rio Urtigosa, afluente do rio Arda. um belo exemplar de construo grantica de caractersticas

    romnicas, datada da segunda metade do sc. XVI. Privilegiando a pedra, esta distribui-se pelos panos

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 22

    de forma irregular, que so quase sempre cegos. O portal, clssico, interrompe a monotonia da fachada,

    como o campanrio interrompe a linha da cimalha (www.roteirosdaagua.com).

    A Capela da Senhora do Rosrio, So Domingos e Santa Brbara, conhecida como Capela daSenhora do Rosrio (Rossas, Arouca)situa-se no lugar de Zendo, na margem direita do rio Arda. Foi

    construda nos anos 30 do sc. XX, por iniciativa do Padre Lus de Almeida Aguiar, que paroquiou a

    freguesia de 1911 a 1946, e substituiu a primitiva, erguida na mesma encosta, mas a uma altitude

    superior, de S. Joo em Provizende (rossas.aroucanet.com).

    No vale de Arouca, a tradio agrcolamanteve-se enraizada na arquitectura, usos e costumes das

    casas rurais, algumas delas brasonadas, tpica dos scs. XVIII e XIX. Hoje, algumas foram recuperadas

    e so utilizadas para turismo rural, perfeitamente enquadradas num ambiente rstico.

    A Casa da Lavandeira (Arouca)situa-se na Rua Dr. Teixeira de Brito. Tpica do sc. XIX, uma casa de

    rs-do-cho com dois pisos. Tem pilastras em granito, sacada com ferro forjado e escada (em granito)

    que d para o primeiro piso. Numa das paredes da casa, existe uma pedra onde est gravada o ano de

    1592 (ter vindo de outro local da construo) (www.roteirosdaagua.com).

    ACasa dos Malafaias (Arouca), tambm conhecida comoCasa Grande, situa-se na Rua Dr. Figueiredo

    Sobrinho (antiga Rua DArca), muito perto da Casa da Lavandeira. uma casa brasonada do sc. XVIII

    que foi antiga quinta rural. A pedra de armas coloca-se no cunhal, com escudo francs, construdo em

    pedra de Ana e elmo aberto voltado direita, denunciando a posio social dos proprietrios. Conserva

    ainda a capela, no flanco, e o cruzeiro (www.roteirosdaagua.com). Pertenceu famlia dos Malafaias,

    Pereiras, Mascarenhas e Castros. Actualmente, seu proprietrio Jos Maria de S e Seabra (Pereira,

    1990).

    A Quinta de Novais (Santa Eullia, Arouca), situada no lugar de Novais, uma antiga casa agrcola de

    finais de sc. XVIII, cujos edifcios de apoio foram recuperados e reconvertidos no Hotel Rural Quinta

    de Novais. Com cerca de 25000m, mantm uma grande rea de castanheiros, carvalhos e sobreiros,

    juntamente com o espao verde e florido do jardim, tendo por horizonte a serra da Freita, formando

    um conjunto nico (www.quintadenovais.com).

    A Casa de Eiriz (Burgo, Arouca) localiza-se no lugar de Eiriz, uma casa brasonada do sc. XVIII,

    construda em granito. Possui um escudo francs, com elmo aberto voltado direita. Foi propriedade das

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 23

    famlias Tavares, Teixeiras, Cabrais e CastelBranco. Pertence actualmente a Alberto Cabral Castelbranco

    (Pereira, 1990).

    ACasa do Burgo (Burgo, Arouca),situada a 2 kms da vila de Arouca, margem da EN224, uma casabrasonada do sc. XIX, situada na Rua do Burgo. Construda em granito, possui um escudo francs, com

    elmo aberto voltado direita. Pertenceu s famlias Barbosa, Teixeira, Pinto e Fonseca. Em 18 de Julho

    de 1813, o proprietrio desta casa - Bernardino Antnio Teixeira Vaz da Fonseca Pinto - foi nomeado

    Capito-Mor de Arouca. Presentemente, esta casa brasonada pertence ao Dr. Jos Augusto de Vaz Pinto

    (Pereira, 1990).

    A Casa de Santo Antnio (Burgo, Arouca)situa-se no largo de Santo Antnio. uma casa brasonada

    do sc. XVIII com escudo francs, coronel de nobreza, em granito. Pertenceu famlia dos Mascarenhas,

    Tavares, Pereiras e Castros. Actualmente, sua proprietria D. Catarina da Costa Dias (Pereira, 1990).

    A Quinta de Romariz (Burgo, Arouca)situa-se no lugar de Romariz. uma quinta brasonada do sc.

    XVIII. Pertenceu famlia Cies. Actualmente, tem vrios proprietrios (Pereira, 1990).

    A Quinta do Pomarinho (Burgo, Arouca)localiza-se no lugar de Romariz, em pleno vale de Arouca.

    uma casa agrcola do sculo XIX, que depois de recuperada, est destinada a turismo de habitao. Os

    espaos de outrora, deram origem aos quartos das castanhas, dos girassis, das heras, dos miostis e

    das rosas, relembrando os aromas e sabores do campo (www.quintadopomarinho.com). Tem mini-golf,

    campo de tnis e basquetebol e piscina.

    A Casa de Cela (Urr, Arouca) situa-se no lugar de Cela. um solar do sc. XVIII, de valor

    arquitectnico, com casa principal, casa rural e capela joanina (www.casadecela.com). O braso tem

    escudo francs, em granito, com elmo aberto voltado direita. Pertenceu s famlias Sousa,

    Vasconcelos, Melo e Pinto. Actualmente, pertence ao Dr. Albano de Almeida Rebelo (Pereira, 1990).

    umaquinta de turismo de habitao.

    O vale de Arouca tem grandes tradies ligadas agricultura e a gastronomia. A doaria conventual e

    regional de Arouca, ligada ao Mosteiro de Arouca e s suas freiras, um patrimnio riqussimo que

    continua a ser transmitido de gerao em gerao, de que so exemplo, as castanhas doces, as

    morcelas, opo de S. Bernardo, as barrigas de freira, omanjar da lngua, as roscas, os charutos de

    amndoa, o po-de-l e osmelindres (Soares, 2007). A raa bovina arouquesa, de denominao de

    origem protegida e certificada desde 1998, criada nas encostas serranas, alimentada base de

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    vegetao natural que cobre essas encostas, facto que confere sua carne, deliciosamente tenra, um

    inigualvel sabor. A confeco desta carne feita de vrias formas, como a vitela assada, a posta

    arouquesa, a costela arouquesa, obife de Alvarenga, entre outros (Soares, 2007).

    A tradio histrico-cultural, associada ao Mosteiro de Arouca e sua padroeira, Rainha Santa Mafalda,

    traduz-se em vrias lendas locais. Reza assim a lenda sobre a Rainha Santa Mafalda e a fundao

    dos mosteiros de Arouca, Pao de Sousa e Paiva: D. Mafalda, filha de D. Sancho I, nasceu em

    Coimbra a 1 de Maio de 1195 e casou com Henrique I de Castela, mais novo do que ela oito anos, em

    finais de 1214 ou princpios de 1215, tendo sido anulado pelo Papa Inocncio III, antes dos meados de

    Julho de 1216. Dona Mafalda regressou a Portugal e recolheu-se em 1217 no Mosteiro de Arouca que lhe

    tinha sido deixado em testamento pelo seu pai. D. Mafalda faleceu em 1 de Maio de 1256, como consta

    do Livro dos bitos de Santa Cruz de Coimbra, em Arouca, no obstante a lenda a dizer falecida em Rio

    Tinto e o seu cadver transportado numa mula e sempre que ela ajoelhasse, se faria um monumento:

    descreveram-se assim, um em Pao de Sousa, hoje identificado como de D. Sousino Alvares, outro, em

    Paiva, que tem um espada marcada, devendo ser de um cavaleiro, e outro no Burgo, chamado o Arco da

    Rainha Santaque um monumento romnico do sc. XII. Quando D. Mafalda entrou no Mosteiro de

    Arouca no lhe agradou a ordem existente, pelo que tratou de conseguir do Bispo de Lamego, D. Paio,

    autorizao da mudana da Ordem de S. Bento para outra mais severa como era, nesse tempo, a de

    Cister, o que conseguiu em 1224 e por bulas de Honrio III e de Inocncio IV. O seu caixo foi aberto,

    pela primeira vez, em 1616, encontrando-se o seu corpo vestido de freira. () Muitas vezes se tem

    chamado Infanta a Dona Mafalda, quando lhe pertence legitimamente o ttulo de Rainha. D. Mafalda

    nomeou seus testamentrios a irm D. Urraca, a sua parente D. Eldara, a abadessa de Arouca, ao prior

    dos dominicanos e ao guardio dos franciscanos e, por ela, se ter mandado sepultar no seu mosteiro de

    Arouca. Foi beatificada em 1792 pelo Papa Pio VI. (Pereira, 1990).

    Mas existe uma outra verso desta lenda. A Rainha D. Mafalda viveu os ltimos dias da sua vida no

    Mosteiro de Arouca, onde recebeu o hbito de monja, morrendo aos 90 anos durante uma cobrana de

    foros e rendas em Rio Tinto, segundo reza a lenda no primeiro de Maio de 1256. Nesse mesmo dia, os

    habitantes dessa terra queriam que D. Mafalda fosse sepultada nessa mesma terra, mas em Arouca

    discordavam, porque era no mosteiro que ela vivia e na sua igreja deveria repousar o seu corpo para

    sempre. Estava a discrdia instalada quando algum se lembrou de dizer que, se pusesse o caixo em

    cima da mula em que a Infanta costumava viajar, e para onde o animal se dirigisse seria o local onde

    seria sepultada. A mula passou por Alpendurada, Castelo de Paiva e pelo lugar de Santo Antnio, na

    freguesia de Santa Eullia, j no concelho de Arouca. Durante todo o percurso, a mula no teve dvidas e

    apenas parou junto da porta principal do Mosteiro de Arouca, e a aguardou que lhe retirassem a carga.

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    Quando isso aconteceu, o animal caiu para o lado, morto de cansao. Ento, as freiras inumaram o corpo

    da que se tornou padroeira de Arouca no cho da igreja e enterraram o cadver da mula no trio

    sobranceiro entrada principal do mosteiro. No entanto, o testamento da finada dispunha que as suas

    exquias fossem como as da rainha de Espanha, com coroa e ceptro reais. Mas isso era to caro queno foi cumprido(Soares, 2007).

    Outras lendas locais do concelho de Arouca incluem a histria das laranjas do Burgo, as pegas nas

    lendas de Santa Mafalda, a lenda de Soror Rosimunda Abadessa do Mosteiro de Arouca, a lenda

    do lobisomeme a lenda do Rego do Boi(Soares, 2007).

    Uma tradio local do concelho que merece referncia a reconstituio histricado quotidiano das

    monjas do Mosteiro de Aroucae do seu relacionamento com a vida da populao local. Pelo 5 ano

    consecutivo, entre 4 e 6 Julho de 2008, junto ao Mosteiro de Arouca e do Terreiro de Santa Mafalda

    camponeses e artesos passam pelo terreiro, convidando a apreciar o cheiro, a cor e o sabor da fruta

    dos campos e da doaria conventual. H sons de um povo que trabalha. Ferreiros, sapateiros e

    carpinteiros mostram as suas peas. Passam nobres, de carruagem puxada a cavalo, para visitarem

    familiares no Mosteiro, deixando a esmola aos mendigos. No interior do espao monstico, as freiras

    tecem um silncio devoto, por entre oraes, cnticos e trabalhos, e recebem os filhos da roda. No

    mosteiro, pode-se conhecer a vida das monjas: no claustro em orao e recreio, no captulo em reunio

    deliberativa, na cozinha a preparar receitas tradicionais, no refeitrio a cear, numa das celas em

    isolamento, na porta da caridade a pratic-la, na Roda dos Expostos a acolher as crianas abandonadas,

    nos locutrios em contacto com a vida social exterior, na Botica a acumular conhecimento. No terreiro em

    frente, entre o Mosteiro e a Antiga Casa dos Padres, desenrolam-se actividades e situaes que

    compunham a vida de Arouca daquele sculo: o ferreiro, o carpinteiro, os bonecreiros, os mendigos, os

    padres e os frades, o hortelo, o aguadeiro, o cego da literatura de cordel, nobres de charrete ou a cavalo

    para visitar monjas parentas que viviam no Mosteiro. Cerca de 200 figurantes, oriundos de 20

    associaes do concelho, do vida a este regresso ao passado. (www.aroucanet.com).

    Pinho Leal descreve as tradies de explorao do ourono rio Arda desde tempos imemoriais:

    tradio que este rio (Arda) trazia muito ouro em suas areias. Ainda no meu tempo de creana, Joo

    Marques do Rosario, de Manores, ia muitas vezes, com um preto que tinha, para este rio extrahir ouro, e

    chegou a ser muito rico, atribuindo-se a sua riqueza unicamente a este modo de vida. tambm

    certssimo que os rabes (e talvez mesmo os romanos) extrahiram ouro do Arda, no s nas suas areias,

    mas tambm dos montes que formam as suas margens. No s a tradio, h tambm vestgios em

    muitas partes, e prximo deste rio, de antigos poos e galerias, sendo os mais notveis na serra da

    RIO ARDA

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 26

    Carraceira (margem direita deste rio, freguezia de Santa Marinha) onde se vem sete galerias; e por isso

    se chama a este stio Os Sete Buracos. Mais abaixo, e prximo ao stio de Laceiras, e em outros stios,

    h galerias de extraco de metaes.Tem aqui apparecido, por vrias vezes, nas margens do rio, ou muito

    prximo, muitas ms de pedra, com que os rabes moam o cascalho do rio para delle se soltarem aspartculas douro. Estas ms so toscas, feitas de granito e com 0,60m de dimetro e 0,10m de grossura,

    tendo as inferiores, no centro um veio feito na mesma pedra, que embutia em um buraco das superiores.

    No tem signaes de buraco (nas superiores) onde se mettesse algum torno para as fazer mover, o que

    mostra serem impellidas com a mo. Ainda em 1869, um lavrador da Raiva, que mora sobre a margem

    esquerda do Douro, me fez presente de dois casaes destas ms. H por aqui quem tenha muitas mais, o

    que indica que era grande a extraco do ouro em tempos remotos. (Leal, 1873)

    Aextensa rede hidrogrfica do concelho de Arouca, especialmente representada pelos rios Arda, Paiva,

    Paiv, Caima, Urtigosa, Ardena, Inha e Insua um plo de atraco turstica e de lazerque, nos

    ltimos anos, tem distinguido o concelho.As margens do rio Arda tm condies naturais para a prtica

    de desportos de montanha, como o BTT. A Rota do Arda um percurso em BTT desde a praia fluvial

    da foz do Arda at ao Monte e Capela de S. Domingos, dominantes sobre a paisagem do rio Douro e o rio

    Arda, numa distncia aproximada de 41 km (indy.home.sapo.pt), com passagem por territrios dos

    concelhos de Castelo de Paiva e Arouca. A prtica de desporto aventura(rafting, kayake, etc) e os

    diversos percursos pedestrespelas serras, vales e margens das linhas de gua so exemplos do

    potencial turstico sustentvel do concelho.

    Destes, salienta-se o percurso pedestreexistente no concelho de Arouca pelas margens do rio Urtigosa,

    afluente do rio Arda chamado PR 2 -"Caminhos do Vale do Urtigosa que atravessa as freguesias de

    Urr e Rossas. Inicia-se junto Igreja Matriz de Rossas (prximo da EN224, onde dispe de parque de

    estacionamento), atravessa o rio Urtigosa, e termina no local de partida. Atravessa caminhos rurais,

    tradicionais e de montanha, num circuito de 13 km, com a durao de cerca de 5 horas. O nvel de

    dificuldade baixo/mdio e ao longo da marcha pode contemplar-se a beleza natural do rio Urtigosa,

    do ribeiro de Escaiba e da sua cascata, do ribeiro de Souto Redondo, bem como do bosque de

    carvalhos, loureiros e castanheirosque acompanham estes cursos de gua doce. Em Urr localiza-se

    o chamado Couto do Muro, cume do que se julga ser uma importante estao arqueolgica. Outros

    pontos de interesse, com relevncia neste percurso, so os moinhos sobre o ribeiro de Escaiba,

    alguns ainda em funcionamento, a antiga e lendria levada, da qual restam apenas alguns vestgios de

    canos enterrados no seu leito, os caminhos centenrios de calada de carros de bois, que caracterizam

    parte deste percurso, e a ponte de arcoque atravessa o rio Urtigosa e que se localiza junto a um antigo

    ncleo de moer cereal e linho (www.cm-arouca.pt).

    RIO ARDA

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    ANEXO A - Sistemas Estruturantes | Arda 27

    Refira-se ainda a via romana secundriaentre Porto(CALE) S. Pedro do Sul e Viseu (VERURIUM),

    atravessando a Serra de Arouca, continuando por Manhouce e S. Pedro do Sul. No atravessa as

    margens do rio Arda, mas tem passagem por algumas povoaes prximas do seu percurso, na

    envolvncia da serra da Freita. O percurso inicial aproveita a via Porto-Lisboa at Fies (LANGOBRIGA)e a desvia para o interior. Da serra da Abelheira em Escariz (Arouca), seguia pela EM519 at Gestosa,

    direita depois para Alvite de Cima at reencontrar novamente a EM519, atravessava mais frente a

    EN327 para Arouca em Alagoas e seguia na direco de Nabais. Antes de chegar a esta povoao, saa

    desta estrada nacional e seguia por um estrado at Venda da Serra e da at Coval (Chave, Arouca),

    depois para entroncar na EN224-1 junto ao Castro de Cambra, onde a estrada de asfalto leva em

    direco Farrapa (Chave, Arouca), pelos lugares de Barraco e Borralhal. Chegava depois a Cho de

    Ave, onde entroncava na EN224 e daqui sobe serra da Freita pela EM511 at Quintela e depois

    Provisende. Nesta povoao, vira direita e ascende serra da Freita at aldeia de Merujal e depois

    para Albergaria da Serra (viasromanas.planetaclix.pt). H ainda referncias de um velho caminhoque

    embocaria nesta via milenria romana em Albergaria das Cabras, a partir do vale do Rio Arda, utilizado

    pelos almocreves(FCG, 1985). Este caminho tinha passagem pelo lugar de Pedra M, um local muito

    temido pelos viandantes, por ser uma apertada garganta entre profundas escarpas baslticas sobre o rio

    Arda que se julga ser o vestbulo do Vale de Arouca (FCG, 1985).

    Patrimnio Natural

    Entre as margens do rio Arda e especialmente do rio Urtigosa, seu afluente, regista-se a ocorrncia de

    muitos mamferos, rpteis e aves. Entre os mamferos, destaca-se a lontra(Lutra lutra), a raposa(Vulpes

    vulpes), ojavali (Sus Scrofa), a geneta(Genetta genetta), o toiro (Mustela putoris), a doninha(Mustela

    nivalis) e o ourio-cacheiro (Erinaceus europaeus) (rossas.aroucanet.com). A toupeira-de-gua

    (Galemys pyrenaicus) apresenta uma distribuio relativamente regular em toda a bacia do rio Arda,

    sendo, no entanto, bastante sensvel qualidade ecolgica do habitat de suporte (INAG, 2001). Esta

    espcie, endmica da Pennsula Ibrica e dos Pirinus , est classificada como vulnervel pelaDirectiva Habitats (Directiva 92/43/CE de 12 de Maio) e localiza-se nas zonas mdio-inferiores das bacias

    hidrogrficas do rio Inha e Arda.

    A toupeira-de-gua uma espcie estritamente associada e dependente dos cursos de gua (corredor

    aqutico e ripcola). Vive nos rios e ribeiras de montanha, efectuando na gua a maioria das suas

    deslocaes e a recolha de alimento, utilizando os abrigos naturais nas margens para repouso e

    reproduo. Prefere guas de correntes fortes, lmpidas, de baixas temperaturas e onde se verifique um

    fluxo regular de gua durante todo o ano, da mostrar preferncia pelas regies de clima ocenico, em

    RIO ARDA

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    detrimento das regies de clima mediterrneo. A uma escala mais detalhada, a presena de troos de

    gua corrente, maioritariamente de pequena profundidade, e a existncia de abrigos nas margens (e.g.

    sistemas radiculares associados a vegetao arbrea e arbustiva, bancos de pedras, muros de pedra

    solta ou outras cavidades subterrneas) so apontados como os requisitos mnimos necessrios para asua presena (www.icn.pt). A poluio da gua, a destruio das margens e da vegetao ripcola

    natural e a destruio do coberto natural das encostas constituem factores de ameaa muito

    significativos sobre esta espcie (www.icn.pt).

    Na bacia do rio Arda, destacam-se do grupo das aves o melro-de-gua(Cinclus cinclus), o guarda-rios

    (Alcedo athis), a rola(Streptopelia turtur), o pombo-torcaz(Columba palumbus), o chapim-real(Parus

    major), o pisco-de-peito ruivo (Erithacus rubecula), o gaio-comum (Garrulus glandarius), a pga-

    rabuda(Pica pica), a trepadeira-azul(Sitta europea), a alvola-amarela(Motacilla flava), a gara-real

    (Ardea cinerea), o gavio-da-Europa(Accipiter nisus), o mocho-galego(Athene noctua) e a coruja-do-

    mato(Strix aluco) (rossas.aroucanet.com). O guarda-rios uma espcie listada no Anexo I da Directiva

    Aves (79/409/CEE).

    Em relao aos rpteis e anfbios, pode-se assinalar, como exemplos, a cobra-de-gua-de-colar

    (Natrix natrix), osardo (Lacerta lepida), a salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra),

    a r-verde (Rana perezi), o sapo-comum (Bufo bufo) e o trito-de-ventre-laranja (Triturus boscai)

    (rossas.aroucanet.com), este ltimo endmico da Pennsula Ibrica, logo com grande importncia de

    conservao.

    Entre a fauna pisccola, predominam a truta-frio(Salmo trutta L.), a truta-arco-irs (Oncorhynchus

    mykiss), a boga (Chondrostoma polylepis), o escalo (Leuciscus (Squalius) cephalus L.), o barbo-do-

    norte(Barbus bocagei) e a enguia(Anguilla Anguilla L.) (rossas.aroucanet.com).O perodo de pesca da

    truta-frio e da truta-arco-ris fica compreendido entre o dia 1 de Maro e 31 de Agosto inclusiv, segundo

    a Portaria n. 151/79, de 5 de Abril em todo o curso dos rios Rio Arda e afluentes.

    A vegetao e a floraassumem particular exuberncia na bacia hidrogrfica dos rios do concelho de

    Arouca. Dos rios Arda e Urtigosa, destacam-se o castanheiro(Castanea sativa Mill.), o carvalho-negral

    (Quercus pyrenaica), o amieiro(Alnus glutinosa (L.) Gaertn), o salgueiro-branco(Salix alba), o freixo

    (Fraxinus angustifolia Vahl), a gilbardeira(Ruscus aculeatus L.), o feto-real(Osmunda regalis L.), o feto-

    fmea(Atryrium filix-femina(L.) Roth), o feto-macho(Dryopteris filix-mas (L.) Schott), o hiperico-do-

    Gers(Hypericum androsaemum L.), o trovisco(Daphne gnidium L.), etc. (rossas.aroucanet.com).

    RIO ARDA

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    Omilho(Zea mays), o centeio(Secale cereale) e a aveia(Avena sativa), a vinha(Vitis vinifera), ofeijo

    (Phaseolus vulgaris) e a batata (Solanum tuberosum) predominam entre os cultivos, enquanto o tecido

    florestal, onde tradicionalmente pontuavam largas manchas de castanheiros (Castanea sativa),

    carvalhos (Quercus roble) ou sobreiros (Quercus suber), a par de vidoeiro