Romantismo Socialista

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Introdução O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX. O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América. As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa. A consolidação da ordem burguesa, industrial e capitalista na Europa do século XIX produziu profundas transformações no mundo do trabalho. As precárias condições de vida dos trabalhadores, as longas jornadas de trabalho, a exploração em larga escala do trabalho feminino e infantil, os baixíssimos salários, o surgimento de bairros operários onde conforto e higiene inexistiam, eram apenas algumas das contradições geradas pela nova sociedade capitalista.

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Introdução

 O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa

no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.

 O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra.

Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos

artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.

As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de

criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este

período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade

conquistada na Revolução Francesa.

A consolidação da ordem burguesa, industrial e capitalista na Europa do século XIX

produziu profundas transformações no mundo do trabalho. As precárias condições de

vida dos trabalhadores, as longas jornadas de trabalho, a exploração em larga escala do

trabalho feminino e infantil, os baixíssimos salários, o surgimento de bairros operários

onde conforto e higiene inexistiam, eram apenas algumas das contradições geradas pela

nova sociedade capitalista.

É dentro desse contexto que se desenvolve a teoria socialista. Trata-se ao mesmo tempo,

de uma reação aos princípios da economia política clássica e às práticas do liberalismo

econômico que, nessa época, serviam de referencial teórico ao desenvolvimento do

capitalismo.

Os pensadores socialistas entendiam que a produção capitalista, estabelecida a partir da

propriedade privada dos meios de produção e da exploração do trabalho assalariado, era

incapaz de socializar a riqueza produzida. Pelo contrário, o capitalismo tendia à máxima

concentração da renda, não apenas pelo avanço contínuo do progresso da técnica

aplicada à produção mas, também, e principalmente, pelo fato de se apropriar do

excedente das riquezas, produzidas pelos trabalhadores.

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Romantismo socialista ou Marxista

O romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas

décadas do século XVIII na Europa que durou por grande parte do século XIX.

Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo e

buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo toma mais tarde a

forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de

mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si

mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de

escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela

razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela

emoção e pelo eu.

O termo romântico refere-se ao movimento estético, ou seja, à tendência idealista ou

poética de alguém que carece de sentido objetivo.

O romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da

imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração

fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na

saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.

O pensamento socialista foi primeiramente formulado por Saint-Simon (1760-1825),

Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).

Embora seja tecnicamente possível para qualquer conjunto de ideias, ou qualquer pessoa

que viva em qualquer momento da história possa ser um socialista utópico, o termo é

mais frequentemente aplicado aos socialistas que viveram no início de século XIX, aos

quais foi atribuído o rótulo de "utópico" como um termo negativo por seus opositores

marxistas (os quais, por oposição, se autodenominavam socialistas "científicos"), a fim

de implicar ingenuidade e destituir suas ideias como fantasiosas ou irrealistas.

De modo geral, o Romantismo é caracterizado pela subjetividade, pela emoção, pelo

sentimentalismo e pelo lirismo (à grosso modo, tudo isso é a mesma coisa). Ou seja: os

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escritores românticos escreviam de modo mais emotivo e sentimental, explorando as

emoções e o drama humano.

A primeira fase dá destaque ao nacionalismo e ao índio (símbolo brasileiro), a segunda

fase explora o drama humano, investigando o próprio "eu" (é uma fase mais dramática e

depressiva) e a terceira fase explora a temática social. 

Esta distinção é clara na obra de Engels, Do Socialismo Utópico ao Socialismo

Científico, editada em 1892. Os socialistas utópicos foram vistos como querendo

expandir os princípios da Revolução Francesa, a fim de criar uma sociedade e sistema

econômico mais racional, e apesar de ser rotulados como utópico pelos socialistas

posteriores, seus objetivos não eram sempre utópicos, e seus valores incluíam

frequentemente suporte científico e a criação de uma sociedade baseada em tais

princípios.

Os socialistas utópicos acreditavam que a implantação do sistema socialista ocorreria de

forma lenta e gradual, estruturada no pacifismo, inclusive na boa vontade da própria

burguesia.

O nome vem da obra Utopia de Thomas More (1478 - 1535), a derivação utópico pode

ser entendida como lugar que não existe, imaginário. Os primeiros socialistas que

propuseram a construção de uma sociedade igualitária foram posteriormente definidos

como utópicos.

O Socialismo Científico ou Marxista

Reagindo contra as idéias espiritualistas, românticas, superficiais e ingênuas dos

utópicos, Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 - 1895) desenvolveram a

teoria socialista, partindo da análise crítica e científica do próprio capitalismo. Ao

contrário dos utópicos, Marx e Engels não se preocuparam em pensar como seria uma

sociedade ideal. Preocuparam-se, em primeiro lugar, em compreender a dinâmica do

capitalismo e para tal estudaram a fundo suas origens, a acumulação prévia de capital, a

consolidação da produção capitalista e, mais importante , suas contradições. Perceberam

que o capitalismo seria, inevitavelmente, superado e destruído. E, para eles, isso

ocorreria na medida em que, na sua dinâmica evolutiva, o capitalismo, necessariamente,

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geraria os elementos que acabariam por destruí-lo e que determinariam sua superação.

Entenderam, ainda, que a classe trabalhadora agora completamente expropriada dos

meios de subsistência, ao desenvolver sua consciência histórica e entender-se como uma

classe revolucionária, teria um papel decisivo na destruição da ordem capitalista e

burguesa.

Marx e Engels afirmaram, também, que o Socialismo seria apenas uma etapa

intermediária, porém, necessária, para se alcançar a sociedade comunista. Esta

representaria o momento máximo da evolução histórica do hom, momento em que a

sociedade já não mais estaria dividida em classes, não haveria a propriedade privada e o

Estado, entendido como um instrumento da classe dominante, um vez que no

comunismo não existiriam classes sociais. Chegar-se-ai portanto, à mais completa

igualdade entre os homens. Para eles isso não era um sonho, mas, uma realidade

concreta e inevitável. Para se alcançar tais objetivos o primeiro passo seria a

organização da classe trabalhadora.

A teoria marxista, expressa em dezenas de obras, foi claramente apresentada no

pequeno livro publicado em 1848, O Manifesto Comunista. Posteriormente, a partir de

1867, foi publicada a obra básica para o entendimento do pensamento marxista: O

Capital, de autoria de Marx. Os demais volumes, graças ao esforço de Engels, foram

publicados após a morte de Marx.

Os princípios básicos que fundamentam o socialismo marxista podem ser sintetizados

em quatro teorias centrais: a teoria da mais-valia, onde se demonstra a maneira pela qual

o trabalhador é explorado na produção capitalista; a teoria do materialismo histórico,

onde se evidencia que os acontecimentos históricos são determinados pelas condições

materiais (econômicas) da sociedade; a teoria da luta de classes, onde se afirma que a

história da sociedade humana é a história da luta de classes, ou do conflito permanente

entre exploradores e explorados; a teoria do materialismo dialético, onde se pode

perceber o método utilizado por Marx e Engels para compreender a dinâmica das

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transformações históricas. Assim como, por exemplo, a morte é a negação da vida e está

contida na própria vida, toda formação social

SOCIALISMO UTÓPICO

Socialismo Utópico é a primeira corrente do moderno pensamento filosófico

socialista, surgida no primeiro quartel do século XIX e que desenvolvia conceitos e

ideias definidas como utópicas para os pensadores socialistas que surgiriam

posteriormente. Estes primeiros pensadores do moderno socialismo não

reconheciam autoridade externa, além de subordinar a religião, a ciência,

sociedade e instituições políticas a uma drástica e permanente crítica. Tudo o que

era produzido pela humanidade deve justificar sua existência, ou seja, demonstrar

sua utilidade ou então ser combatida até que deixasse de existir. A razão era a

medida de todas as coisas. À toda forma de tradição, sociedade, governo, costume

ou similar existente, toda velha noção tradicional deveria ser considerada

irracional e combatida.

O cenário de nascimento do socialismo utópico, a França do início do século XIX,

abundavam as crises provocadas pelo avanço do sistema liberal, que produzia

miséria em série, proporcionando precárias condições de vida aos cidadãos que

então chegavam recentemente do meio rural. A jornada de trabalho absurda e o

uso de mão de obra infantil completavam o cenário de horror que a Revolução

Industrial criou inadvertidamente.

Nesse ambiente onde as promessas da Revolução Francesa acabaram de certo

modo por não se concretizar, onde a única liberdade existente era a de mercado,

com o capitalista tendo passe livre para realizar a exploração do trabalhador

comum. De tal decepção e frente à uma realidade desesperadora, surgem os

questionamentos por parte dos intelectuais. De uma dessas correntes de

questionamentos temos a origem do socialismo utópico. O termo "utopia" é um

resgate literário do título do livro de Thomas Morus, de 1516, e tal expressão passa

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assim a designar toda filosofia defensora da igualdade social, onde era pregado um

modelo idealizado, mas a "receita" para se atingir tal caminho não era discutida.

Autores como Marx mais tarde iriam distanciar-se de certo modo de tais fórmulas,

rotulando-a de burguesas, assim como fariam outros pensadores de esquerda

contemporâneos a ele, pois os pensadores do socialismo utópico tinham como

expectatva a "iluminação" ou súbita consciência dos indivíduos das classes

dominantes de, um determinado dia, esclarecidos da desigualdade e falibilidade do

sistema em voga, fariam então as reformas que dariam igualdade social a todos os

cidadãos. Marx e os socialistas modernos obviamente não viam desse modo a

composição e funcionamento da sociedade em geral, e muito menos esperavam

pela benesse das classes dominantes em um dia distribuir igualdades às suas

respectivas populações.

Bibliografia:

http://www.marxists.org/archive/marx/works/1880/soc-utop/ch01.htm

http://tdvproducoes.com/site/?p=4

No século XIX, diferentes pensadores tentaram refletir sobre os problemas causados

pelas sociedades capitalistas em desenvolvimento. Ainda fortemente calcados nas ideias

do pensamento iluminista, esses pensadores continuaram a buscar no racionalismo a

saída para as contradições geradas no interior do pensamento capitalista. No entanto,

esses não faziam uma crítica radical ao capitalismo, pois ainda defendiam a manutenção

de suas práticas mais elementares.

Chamados de socialistas utópicos, esses pensadores deram os primeiros passos no

desenvolvimento das teorias socialistas. Os seus principais representantes são Robert

Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. Entre eles, podemos perceber claramente a

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construção de uma sociedade ideal, onde se defendia a possibilidade de criação de uma

organização onde as classes sociais vivessem em harmonia ao buscarem interesses

comuns que estivessem acima da exploração ou da busca incessante pelo lucro.

O industriário britânico Robert Owen (1771 – 1858) acreditava que o caráter humano

era fruto das condições do local em que ele se formava. Por isso, defendeu que a adoção

de práticas sociais que primassem pela felicidade, harmonia e cooperação poderiam

superar os problemas causados pela economia capitalista. Seguindo seus próprios

princípios, Owen reduziu a jornada de trabalho de seus operários e defendeu a melhoria

de suas condições de moradia e educação.

Charles Fourier (1772 – 1837) criticou ferrenhamente a sociedade burguesa. Em seus

escritos, defendeu uma sociedade sustentada por ações cooperativas. Nelas, o talento e o

prazer individual possibilitariam uma sociedade mais próspera. A sociedade burguesa,

marcada pela repetição e a especialidade do trabalho operário, estava contra este tipo de

sociedade ideal. Além disso, Fourier era favorável ao fim das distinções que

diferenciavam os papéis assumidos entre homens e mulheres.

Por meio do cooperativismo, do prazer e das liberdades de escolha a sociedade iria criar

condições para o alcance do socialismo. Nesse estágio, a comunhão entre os indivíduos

seria vivida de maneira plena. Sem almejar a distinção ou a disputa, as famílias de

trabalhadores viveriam nos falanstérios, edifícios abrigados por 1800 pessoas vivendo

em plena alegria e cooperação.

Saint-Simon (1760 – 1825), acreditava que uma sociedade dividia-se entre os

produtores e ociosos. Por isso, defendeu outra sociedade onde a oposição entre

operários e industriais deveria ser reconfigurada. Para isso, ele pregava a manutenção

dos privilégios e do lucro dos industriais, desde que os mesmos assumissem os impactos

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sociais causados pela prosperidade. Dessa forma, ele acreditava que no cumprimento da

sua responsabilidade social, o industriário poderia equilibrar os interesses sociais.

Levantando determinados pressupostos, os socialistas utópicos sofreram a crítica dos

socialistas científicos. Para os últimos, o socialismo utópico projetava uma sociedade

sem antes devidamente avaliar as condições mais enraizadas que constituíam o

capitalismo. Com isso, os socialistas ambicionavam definir a natureza do homem e, a

partir disso, indicar o caminho entre a harmonia e os interesses individuais.

Veja mais:

Socialismo x Anarquismo

As características do socialismo

Principais diferenças entre capitalismo e socialismo

Por Rainer Sousa

Graduado em História

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Socialismo Utópico"; Brasil Escola. Disponível em

<http://brasilescola.uol.com.br/historiag/socialismo-utopico.htm>. Acesso em 03 de

abril de 2016.

Socialismo utópico

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O pensamento socialista foi primeiramente formulado por Saint-Simon (1760-1825),

Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).

Embora seja tecnicamente possível para qualquer conjunto de ideias, ou qualquer pessoa

que viva em qualquer momento da história possa ser um socialista utópico, o termo é

mais frequentemente aplicado aos socialistas que viveram no início de século XIX, aos

quais foi atribuído o rótulo de "utópico" como um termo negativo por seus opositores

marxistas (os quais, por oposição, se autodenominavam socialistas "científicos"), a fim

de implicar ingenuidade e destituir suas ideias como fantasiosas ou irrealistas.[2]

Esta distinção é clara na obra de Engels, Do Socialismo Utópico ao Socialismo

Científico, editada em 1892. Os socialistas utópicos foram vistos como querendo

expandir os princípios da Revolução Francesa, a fim de criar uma sociedade e sistema

econômico mais racional, e apesar de ser rotulados como utópico pelos socialistas

posteriores, seus objetivos não eram sempre utópicos, e seus valores incluíam

frequentemente suporte científico e a criação de uma sociedade baseada em tais

princípios.[3]

Os socialistas utópicos acreditavam que a implantação do sistema socialista ocorreria de

forma lenta e gradual, estruturada no pacifismo, inclusive na boa vontade da própria

burguesia.

Terminologia

O nome vem da obra Utopia de Thomas More (1478 - 1535), a derivação utópico pode

ser entendida como lugar que não existe, imaginário. Os primeiros socialistas que

propuseram a construção de uma sociedade igualitária foram posteriormente definidos

como utópicos.

Histórico

Desde o século XVI, autores como Thomas More e Tommaso Campanella (1568 -

1639) imaginavam uma sociedade de iguais perante a lei. Na França do século XVIII], o

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revolucionário Gracchus Babeuf (1760 -1797]]) escreve o Manifesto dos Iguais que

coloca o abismo que separa a igualdade formal da tríade “liberdade, igualdade,

fraternidade” e a desigualdade real.

No século XIX, com as condições econômicas e o capitalismo se desenvolvendo desde a

revolução industrial, as cidades incham de proletários com baixos salários.

As novas teorias exigem então a igualdade real e não apenas a ideal. Em 1864, foi

fundada em Londres a Associação Internacional dos Trabalhadores, mais tarde

conhecida como Primeira Internacional (face à segunda, terceira e quarta, constituídas

posteriormente), visando a luta para emancipação do proletariado. Esta união de grupos

operários de vários países europeus teve em Karl Marx seu principal inspirador e porta-

voz, tendo este lhe dedicado boa parte do seu tempo. Na França, o pensamento

socialista teve como porta-vozes Saint-Simon, Fourier e Proudhon.

Os diversos teóricos do socialismo têm ideias diferentes e propõem soluções diversas,

mas é possível reconhecer traços comuns:

Tentam reformar a sociedade (reformismo) através da boa vontade e participação de

todos.

Todas as tentativas não vão além de uma tendência fortemente filantrópica e

paternalista: melhoria de alojamentos e higiene, construção de escolas, aumento de

salários, redução de horas de trabalho.

Saint-Simon pensava em uma sociedade industrial dirigida por produtores (classe

operária, empresários, sábios, artistas e banqueiros). Fourier tentava organizar os

falanstérios (pequena unidade social abrangendo entre 1.200 e 2.000 pessoas vivendo

em comunidade). Proudhon teve plena consciência do antagonismo entre as classes,

afirmava que a propriedade privada significava uma espoliação do trabalho. Ele

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preconizava a igualdade e a liberdade, que para ele era sinônimo de solidariedade, pois

o homem mais livre é aquele que encontra no outro uma relação de semelhantes. Robert

Owen chegou a pôr em prática seu ideal socialista. Na sua fábrica de New Lamarck,

reduziu a jornada de trabalho, aumentou os salários e mandou construir casas paras as

famílias operárias.

O Socialismo Utópico

A necessidade de modificações profundas na sociedade foi expressa, inicialmente, pelos chamados socialistas utópicos. Suas idéias, desenvolvidas na primeira metade do século XIX, de uma maneira geral, se distinguiram por propor certas mudanças desejáveis, visando alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna, sem, no entanto, apresentar de maneira concreta os meios pelos quais essa sociedade se estabeleceria, pois não fizeram uma análise crítica da evolução da própria sociedade capitalista. Tais considerações seriam desenvolvidas mais tarde por Karl Marx e Friedrich Engels.

Dentre os principais "teóricos" do socialismo utópico, destacam-se:

- Charles Fourier - propunha a organização da sociedade em "falanstérios", onde se reuniriam todos os segmentos sociais: proprietários, operários e até mesmos capitalistas, que colocariam suas propriedades e força de trabalho em posse comum, recebendo ações proporcionais ao valor de sua contribuição. Essa "comunidade modelo", verdadeiro hotel de veraneio repleto de oficinas de passatempo, não chegou sequer a sair do papel. Fourier, que não foi levado à sério no seu tempo, não encontrou ninguém disposto a financiar o primeiro "falanstério".

- Robert Owen - capitalista, dono de várias fábricas, mas sinceramente preocupado com os problemas sociais, tomou atitudes que o inserem na lista dos utópicos: construção de casas para seus funcionários; participação nos lucros de suas empresas; redução da jornada de trabalho para 10,5 horas por dia (em outro locais era 13,14 horas/dia); fundação de escolas para filhos de seus empregados. Propôs, além disso, a organização da sociedade em cooperativas de operários. Chegou, inclusive, a tentar aplicar suas idéias implantando uma colônia em Indiana, Estados Unidos, denominada "New Harmony", não conseguindo êxito, entretanto. Destacou-se muito mais, segundo alguns autores, como um "patrão esclarecido" do que propriamente como um socialista utópico.

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- Louis Blanc - defendia a interferência do Estado para modificar a economia e a sociedade. Imaginava a criação de "Ateliers" ou "Oficinas Nacionais", que associariam trabalhadores que dedicavam-se às mesmas atividades, onde, com o apoio do Estado, a produção não enfrentaria concorrência de grandes empresas.

- Saint Simon - preocupado com o problema da direção moral da sociedade, o conde de Saint-Simon desejava a planificação da economia, visando sobretudo beneficiar as classes trabalhadora. A indústria, afirmava ele, deveria voltar-se para atender aos interesses da maioria, notadamente dos mais pobres.

- Proudon - combatia seus próprios colegas de pensamento socialista, pois, acreditando que a reforma da sociedade deve ter como principio básico a justiça, entendia que dentro do próprio capitalismo estava a solução. Poder-se-ia, segundo seu pensamento, criar o "capitalismo bom". Acreditava que não é na produção que estão as falhas do sistema, mas na circulação. Defendia o "crédito sem juros", feito através de bancos populares ; isso permitia que os operários adquirissem os meios de produção e se traduziria na libertação da classe trabalhadora. Contradizia-se, no entanto, ao afirmar que "toda propriedade é um roubo."

Em síntese, o "socialismo utópico" pode ser definido como um conjunto de idéias que se caracterizaram pela crítica ao capitalismo, muitas vezes ingênua e inconsistente, buscando, ao mesmo tempo, a igualdade entre os indivíduos. Em linhas gerais, combate-se a propriedade privada dos meios de produção como única alternativa para se atingir tal fim. A ausência de fundamentação científica é o traço determinante dessas idéias. Pode-se dizer que seus autores, preocupados com os problemas de justiça social e igualdade, deixavam-se levar por sonhos. Não foi por acaso que Karl Marx denominou os socialistas utópicos de "românticos".

Os princípios básicos do socialismo utópico podem ser resumidos assim:

- crítica ao liberalismo econômico, sobretudo à livre concorrência.

- formação de comunidades auto-suficientes, onde os homens, através da livre cooperação, teriam sus necessidades satisfeitas.

- organização, em escala nacional, de um sistema de cooperativas de trabalhadores que negociariam, entre si, a troca de bens e serviços.

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- atuação do Estado que, através da centralização da economia, evitaria os abusos típicos do capitalismo.

Conclusão

Compreendemos que o Romantismo, não passou de uma forma de repudiar as regras que contornavam e preenchiam o campo literário da época que, juntamente com a ideologia vigente, traziam um enorme descontentamento. Este momento em que a literatura presenciava, talvez fosse, o marco principal para a definitiva liberdade de expressão do pensamento, que viria se firma, tardiamente com o Modernismo.

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Referências bibliograficas

"Heaven on Earth: The Rise and Fall of Socialism". Public Broadcasting System.

Consultado em 27 de fevereiro de 2014.

Ir para cima ↑ Newman, Michael. (2005) Socialism: A Very Short Introduction,"

Oxford University Press, ISBN 0-19-280431-6

Ir para cima ↑ Frederick Engels. Marxists.org, : . "Socialism: Utopian and Scientific

(Capitulo. 1)". Consultado em 5 de março de 2014.

Ir para cima ↑ Fairbairn, Brett. "The Meaning of Rochdale – The Rochdale Pioneers and

the Co-operatives Principles" (PDF). Consultado em 5 de março de 2014.

Bibliografia

TUFANO,Douglas, Estudos de Literatura Brasileira São Paulo.Moderna,1986

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