Romantismo - Ultrarromantismo

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Profª. Néli Lima

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aula sobre a escola romântica com ênfase no ultrarromantismo brasileiro.

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Profª. Néli Lima

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O Romantismo foi marcado por dois acontecimentos históricos importantes: as Revoluções Industrial e Francesa.

A vida social estava dividida entre a burguesia industrial e o surgimento da classe operária, os proletariados.

A burguesia ganhava poder e o capitalismo se desenvolvia cada vez mais, enquanto os impérios feudais e a aristocracia que dependia deles encontrava-se em situação de calamidade.

Era o fim do absolutismo na Europa (causado pelos dois movimentos revolucionários citados anteriormente) e o início da industrialização (que se espalhou por toda Europa).

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O ideal da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade alcançou a América Latina e foi um marco para um período de independência nas colônias da Espanha e Portugal. Assim, houve a independência de: Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile, Equador, Peru, México, Brasil, América Central, Bolívia e Uruguai.

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Já na literatura, a fase romântica rompeu com a tradição clássica, imposta pelo período árcade, e apresentou novas concepções literárias, dentre as quais podemos apontar: a observação das condições do estado de alma, das emoções, da liberdade, desabafos sentimentais, valorização do índio, a manifestação do poder de Deus através da natureza acolhedora ao homem, a temática voltada para o amor, para a saudade, o subjetivismo.

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O Romantismo brasileiro surgiu em 1836 com a publicação de "Suspiros Poéticos e Saudades" de Gonçalves de Magalhães. Mas se originou mesmo na Alemanha e Inglaterra no final do séc. XVIII e se desenvolveu no Brasil durante o séc. XIX.

A característica principal da Poesia Romântica é a expressão plena dos sentimentos pessoais, com os autores voltados para o seu mundo interior e fazendo da literatura um meio de desabafo e confissão. A vida passa a ser encarada de um ângulo pessoal, em que se sobressai um intenso desejo de liberdade.

O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e sonhador, depois, crítico e retórico mas sempre sentimental e nacionalista.

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-Exaltação dos sentimentos pessoais;-Expressa os estados da alma;-Exaltação da liberdade, igualdade e reformas sociais;-Valorização da natureza;-Sentimento nacionalista

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1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que

era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os

seguintes escritores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.

2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultra-romântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da

morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda

jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira

Freire. 3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia

social ou hugoana. textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio

Negreiro.

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“A expressão plena dos sentimentos pessoais e das paixões atingiu seu ponto mais alto com os poetas da segunda geração romântica, que escreveram principalmente nas décadas de 1840 e 1850.

Influenciados pelos românticos europeus, sobretudo Byron e Musset, esses poetas representam o Ultra-Romantismo (também chamado de “Mal-do-Século”), cuja poesia é extremamente egocêntrica e sentimental, exprimindo um pessimismo doentio, uma descrença generalizada, um tédio pela vida e uma obsessão pela morte que impregna tudo de tristeza e desilusão.

A poesia desta geração é quase sempre superficial e artificial, servindo como desabafo das próprias tristezas e frustrações, procurando envolver emocionalmente o leitor.”

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George Gordon Byron foi um poeta romântico inglês que influenciou toda uma geração de escritores com sua poesia ultrarromântica. A ele estão associados termos como o spleen, que significa tédio, mau humor e melancolia, geralmente causados por amores não correspondidos ou pela descrença na vida em razão da aproximação da morte, temáticas comuns na poesia ultrarromântica.

De família aristocrática (porém, com dívidas), passava a vida a escrever poesia e a gastar dinheiro, vivendo no ócio. Suas principais obras são Horas de Lazer (1870), A Peregrinação de Childe Harrold(1812-1818) e Don Juan (1819-1824).

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1.Álvares da Azevedo (1831 – 1851)= ”Lira dos Vinte Anos”, “Poema do Frade”, “Noite na Taverna”, “Macário”. Apesar da curta vida ele é o melhor representante da

poesia Ultra-Romântica brasileira. Seus poemas expressam uma concepção do amor que ora

idealiza a mulher, identificando-a como um anjo, ora a representa envolvida por um grande erotismo e sensualidade; nos 2 casos ela é sempre inacessível, distante do poeta. O sentimento de morte e o tema da evasão (fuga da vida real para um mundo de sonhos e fantasias) são outros temas abordados em sua poesia.

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faleceu, vítima da tuberculose

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2.Junqueira Freire= “Inspirações do Claustro” 3.Laurindo Rabelo (1826 – 1864)= “Trovas” 4.Casimiro de Abreu (1839 – 1860) (um dos mais

populares poetas românticos)= “As Primaveras”, onde cantou as saudades da terra natal, da infância e da família, além das desilusões e emoções do amor adolescente.

5.Fagundes Varela (1841 – 1875) = “Cantos e Fantasias”

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Pálida, à luz da lâmpada sombria,Sobre o leito de flores reclinada,Como a lua por noite embalsamada,Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma friaPela maré das águas embalada!Era um anjo entre nuvens d'alvoradaQue em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! O seio palpitando...Negros olhos as pálpebras abrindo...Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo l indo!Por t i - as noites eu velei chorando,Por t i - nos sonhos morrerei sorrindo! 

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Se eu morresse amanhã,viria ao menosFechar meus olhos minha triste irmã;

Minha mãe de saudades morreriaSe eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!Que aurora de porvir e que amanhã!Eu pendera chorando essas coroas

Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que dove n'almaAcorda a natureza mais loucã!

Não me batera tanto amor no peito,Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devoraA ânsia de glória, o dolorido afã...

A dor no peito emudecera ao menosSe eu morresse amanhã!