Portuguese Tribune Jan 15

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 2 a Quinzena de Janeiro de 2009 Ano XXIX - No. 1055 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual MUSICA Pág. 15 Ramana Vieira no Gallo Ramana Vieira vem can- tar ao Gallo Center for the Arts em Modesto, no dia 7 de Fevereiro. Esta cantora tem abrilhantado o Dia de Portugal e é muito conhecida na Área da Baía. Os amantes do fado e da boa musica portuguesa terão agora uma boa oportunidade para conhecerem melhor esta artista. O Gallo Center está a fazer todos os esforços para trazer grandes artistas portugueses a California. É preciso também que nós os apoiemos. Ramana Vieira FRATERNALISMO Pág 13 Maria Cabral Fraternalista do Ano A União Portuguesa do Estado da California UPEC, escolheu como Fraternalista do Ano de 2008, a muita conhe- cida industrial Maria D. Cabral. A homenagem terá lugar em Fremont Elk Lodge, em Fremont, no dia 7 de Fevereiro de 2009 durante um almoço a realizar as 11:30 am. Tribuna Portuguesa felicita Maria Cabral. CULTURA Pág. 14,23,25 Carnaval na Rua Depois das Festas ao Divino Espírito Santo, o Car- naval é a tradição mais famosa entre a nossa comu- nidade. Já no fim de semana passado, a Banda de San José apresentou-se no seu Salão com uma Dança de Espada “O Amor em Caderno”, de Daniel Arruda; um Bailhinho das Senhoras “Conselhos de Cabelos Bran- cos” de Helio Costa; um Bailhinho dos Senhores “Ilha Terceira vem a California” de Daniel Arruda. POLITICA Alzira Silva Alzira Silva, vai deixar de ser Directora Re- gional das Comunidades a partir do dia 30 de Ja- neiro corrente. Alzira Silva, tal como Diniz Borges explica nas suas Reflexões, fez um trabalho digno de louvor e queremos crer que a sua substituição só é devida a querer des- cansar depois de oito anos de vida política activa. Rita Dias, natural do Faial, 35 anos, licenciada em Ciencias Politicas, é a nova Directora Regional das Comunidades e visitará a California ainda este mes. Presidente Obama Nunca na história da America houve tantas expec- tativas quanto ao trabalho que este jovem Presidente terá pela frente [email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2a Quinzena de Janeiro de 2009Ano XXIX - No. 1055 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

MUSICA Pág. 15

Ramana Vieira no GalloRamana Vieira vem can-tar ao Gallo Center for the Arts em Modesto, no dia 7 de Fevereiro. Esta cantora tem abrilhantado o Dia de Portugal e é muito conhecida na Área da Baía. Os amantes do fado e da boa musica portuguesa terão agora

uma boa oportunidade para conhecerem melhor esta artista. O Gallo Center está a fazer todos os esforços para trazer grandes artistas portugueses a California. É preciso também que nós os apoiemos.

Ramana Vieira

FRATERNALISMO Pág 13

Maria Cabral Fraternalista do Ano

A União Portuguesa do Estado da California UPEC, escolheu como Fraternalista do Ano de 2008, a muita conhe-cida industrial Maria D. Cabral.A homenagem terá lugar em Fremont Elk Lodge, em Fremont, no dia 7

de Fevereiro de 2009 durante um almoço a realizar as 11:30 am. Tribuna Portuguesa felicita Maria Cabral.

CULTURA Pág. 14,23,25

Carnaval na Rua

Depois das Festas ao Divino Espírito Santo, o Car-naval é a tradição mais famosa entre a nossa comu-nidade. Já no fim de semana passado, a Banda de San José apresentou-se no seu Salão com uma Dança de Espada “O Amor em Caderno”, de Daniel Arruda; um Bailhinho das Senhoras “Conselhos de Cabelos Bran-cos” de Helio Costa; um Bailhinho dos Senhores “Ilha Terceira vem a California” de Daniel Arruda.

POLITICA

Alzira SilvaAlzira Silva, vai deixar de ser Directora Re-gional das Comunidades a partir do dia 30 de Ja-neiro corrente.Alzira Silva, tal como Diniz Borges explica nas suas Reflexões, fez um trabalho digno de louvor e queremos crer que a sua substituição só é devida a querer des-

cansar depois de oito anos de vida política activa. Rita Dias, natural do Faial, 35 anos, licenciada em Ciencias Politicas, é a nova Directora Regional das Comunidades e visitará a California ainda este mes.

Presidente Obama Nunca na história da America houve tantas expec-tativas quanto ao trabalho que este jovem Presidente terá pela frente

[email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com

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2 15 de Janeiro de 2009SEGUNDA PÁGINA

Year XXIX, Number 1055, January 15, 2009

Novo Ano Nova cara

Como já notaram, este vosso e nosso jornal está um pouco diferente. Vamos entrar em 2009 com uma nova cara, gráficamente falando. Aos poucos e poucos iremos fazer deste jornal uma

peça de arte gráfica que ainda mais nos orgulhemos.A caminho dos 30 anos de existencia, é bom que nos modernizemos, que possamos mostrar as nossas tradi-ções de diferentes maneiras, mostrar as actividades da nossa comunidade com outra “música” visual.Esta é a nossa promessa para 2009.

Este ano vai ser um ano do Cabo das Tormentas, como muito bem disse José Sócrates em Portugal. Aqui, ali e em todo o mundo, estamos a sofrer as consequencias de más decisões, falta de honestidade, falta de liderança e de visão. Os homens continuam a ser “mauzinhos”, querendo enganar meio mundo por mais uns dolares ou euros. A justiça continua a dar-nos sinais preocupantes. Um homem em New York desfaz-se de 50 biliões que não são seus e em vez de estar na cadeia, está preso na sua casa de 7 milhões em pleno centro da cidade. Como é que querem que acreditemos nos juízes que decidem estas coisas.Estes tempos de grandes dificuldades são também tem-pos das grandes oportunidades, das grandes “limpezas” de metalidade, do aparecimento de novos líderes, mais inteligentes, mais conhecedores do mundo global em que vivemos hoje.

Um agradecimento muito especial aos nossos patroci-nadores e a todos vós que compram produtos dos nossos anunciantes. Temos recebido boas notícias deles. Obri-gado pelos vossos cartões, telefonemas e emails de Boas Festas.

jose avila

EDITORIALPadres Portugueses na California

Por curiosidade, solicitámos ao nosso amigo Padre Joe Ferreira uma lista de todos os padres portugueses residentes na Cali-fornia.Foi com surpresa que verificá-mos a existencia de 30 padres, alguns já reformados.Aqui fica os nomes deles e lugar onde residem ou trabalham:

Daniel AvilaLos Banos

Valente AzevedoTurlock

Mario BorgesCastro Valley

Tony ChackoTracy

Myron Cota, MsgrFresno

David DutraTurlock

Joe Ferreira - reformadoOakland

Harvey FonsecaLivingston

Hugo FrançaEl Cerrito

John Lima - reformadoPleasanton

Raul MartaTulare

Walter Minhoto, MsgrFresno

Antonio NevesSun City

Alexandre PachecoLinden

Luis Proença, professorLos Angeles

Antonio ReisSan Jose

Ivo Rocha, MsgrTracy

Antonio SantosSacramento

Hilary SilvaHilmar

Eduino SilveiraRedding

Manuel Simas, MsgrFremont

Manuel Soares - reformadoSan Juan Bautista

Manuel SousaTurlock

Leonard TrindadeGustine

Domingos Jaques - reformadoFremont

William Marshall - reformadoAlameda

Charles Macedo - reformadoCupertino

Mark AmaralPleasanton

Roberto MendonçaLivermore

Roberto BarcelosLos Angeles

Quem diria que havia tantos pa-dres portugueses na California.

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3COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Em conformidade com a Encyclopedia Britanni-ca (Volume 9), o fogo é um tópico tão familiar

que não necessita de qualquer definição. A sua extraordinária utilidade e bem assim o seu ine-rente perigo, impressionam pra-ticamente toda a gente desde a infância. De entre as descobertas e invenções feitas pelo homem, destacam-se a fala, a escrita e a agricultura, como sendo aquelas que têm produzido resultados comparáveis à descoberta em fazer e usar o tipo de combus-tão comumente conhecido com o nome de fogo, cujos vestígios re-montam aos tempos paleolíticos.Embora não exista o verdadeiro conhecimento, quer do uso origi-nal do fogo, quer da descoberta em acender o lume, temos amos-tras desses factos através de len-das, usos e costumes dos povos

primitivos e ainda de tantas ou-tras cerimónias religiosas. Uma das mais importantes conclusões centra-se no facto de que o fogo foi utilizado muito antes de ser produzido artificialmente.É certo que o culto do fogo há desaparecido largamente nos nossos dias, mas o seu simbolis-mo perdura ainda hoje. Apesar de todos os benefícios derivados do fogo, a simples menção da pa-lavra FOGO constitui uma das mais pavorosas expressões em qualquer idioma, visto que o fogo é tão perigoso quão útil. A pro-pósito, adverte um ditado muito antigo: O fogo e a água são maus amos e bons criados.Um dos primeiros resultados da descoberta original na arte do uso do fogo corresponde ao in-cremento na disponibilidade em arrecadar a comida através da culinária, cozinhando muitos produtos previamente incomes-

tíveis e indigestos, defumando ainda outros, preservando assim comida que, doutra forma, se perderia.Seria fastidioso enumerar aqui as referências bíblicas àcerca do fogo. Por ora, apontarei apenas os episódios narrados nos Livros do Génesis e do Êxodo, quando Javé fez chover fogo sobre Sodoma e Gomorra; quando o anjo de Javé apareceu a Moisés numa chama de fogo do meio duma sarça; e quando Javé à noite guiava os is-raelitas com uma coluna de fogo. No Segundo Livro dos Reis lê-se: “E enquanto Elias e Eliseu iam andando e conversando, apare-ceu um carro de fogo com cava-los de fogo, que os separou um do outro. E Elias subiu ao céu num redemoinho”.S. Lucas, nos Actos dos Apósto-los, descreveu a descida do Espí-rito Santo na forma de línguas de fogo. Na Liturgia, é sobremaneira

visível a presença do fogo nas ce-rimónias da vigília pascal, como símbolo de Cristo Ressuscitado.Antecedendo o Cristianismo, era já costume acender fogueiras nos cimos dos montes e montanhas, anunciando o fim do inverno e o começo da primavera. As tradi-cionais fogueiras de São João, de origem pré-cristã, servem hoje apenas como divertimento, mas antigamente eram organizadas com o intuito de aliviar, curar e imunizar o povo contra doenças, bruxedos e demais perigos.José Henrique Borges Martins (Crenças Populares da Ilha Ter-ceira, Volume II), escreveu: “Cuspir no lume seca a pessoa, visto que o lume saiu da boca dum anjo. Quem dá lume a outro é mau agouro. Quando o leite le-vanta fervura e se entorna sobre o lume, seca o úbere da vaca que o deu. P’ra evitar o mal deve-se deitar sal no lume”.Igualmente, “não se deve ter o lume aceso quando se vela um de-funto, porque aflige-lhe a alma. A cera que alumia um defunto deve-se deixar arder até ao fim, senão desgasta quem a acendeu. Quem queima o retrato duma pessoa, prejudica-lhe a saúde. Quando o lume da lenha crepita, anuncia vento. P’ra impedi-lo, cospe-se-lhe em cima e diz-se três vezes: Cala a boca mentiroso.Se o lume pega no fundo dum ta-cho ou na ferrugem duma panela, adivinha chuva”.

Dentro em meu peito sintoUm fogo abrasador;Se não é amor que sinto,Não sei o que seja, amor.

Amei-te desde criança,Em mim um fogo acendeste,Inda te hei-de ir buscarAo jardim onde nasceste.

Dentro em meu peito tenhoUma vela com dois lumes;Quem namora às escondidas,Paga renda dos ciúmes.

O cartão, que já foi brasa,Com pouco lume se acende;O amor, que já foi d’alma,Com poucas falas se prende.

Pode o fogo regelar-seE as ondas do mar arder,Mas eu deixar de querer-teLá isso não pode ser.

Com o fogo não se brinca,É muito certo o ditado;Fui brincar c’os teus olhos,Senti-me logo queimado.

O amor ateia o lume,Não assopreis mais a chama;Não há amor sem ciúme,Desgraçado de quem ama.

A saudade é com certezaO final de quem amou,Pois apenas fica a cinza,Quando o fogo se apagou.

Fogo - Histórias & Quadras

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4 15 de Janeiro de 2009COLABORAÇÃO

Da Música e dos Sons

Nelson Ponta-Garç[email protected]

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

Acabei de ler um fas-cinante livro, “GOL-DA”, da escritora Elinor Burkett,uma

biografia de Golda Meir, funda-dora do estado de Israel, Minis-tra dos Negócios Estrangeiros de 1956 a 1966 e a sua Primeira Mi-nistra entre 17 de Março, 1969, e 3 de Junho, 1974.Golda Meir era conhecida como “Mulher de Ferro” ou, o que eu chamo, uma “Mulher d’Armas” na verdadeira acepção da pala-vra. Apesar de sempre ter ad-mirado Golda Meir, enquanto ela esteve no governo, na altura, eu não ligava tanto à política como o tenho feito nos últimos anos. Admiro imenso as mulheres que, contra os maiores obstáculos es-pecialmente, enfrentando o se-xismo e o racismo , se dedicam de alma e coração ao serviço dos indefesos e desprotegidos e a de-fender os seus princípios políti-cos e morais.Golda Mabovitch nasceu no dia 3 de Maio de 1898, em Kiev, antigo Império Rússo, agora Ucrania. Devido a más condições eco-nómicas ela emigrou com a sua família para Milwaukee, Wis-consin, em 1906. No ano 1915, enquanto frequentava o Teachers Training College, em Milwaukee, de onde recebeu o diploma de professora, Golda ingressou no Partido Trabalhista Sionista cujo grande objectivo seria a formação do Estado de Israel na Palestina que, muitos julgavam, ser uma terra onde corria o leite e o mel. Tel Aviv seria a primeira cidade judaica a ser construída em dois mil anos. Golda contraiu matrimónio com Morris Meyerson em 1917. Mais tarde, ela passou a usar o sobre-nome de Meir. O casal teve dois filhos, Sarah e Menachem.No dia 22 de Maio, 1921, Golda, Morris e mais 17 pioneiros embar-caram no SS Pocahontas em New York rumo a Nápoles, Itália. De-vido ao motim da tripulação, e à avaria nos motores, o Pocahontas teve que parar em Boston duran-te nove dias para reparações. No entanto a viagem continuou com muitos problemas. No meio do Atlântico as caldeiras de vapor e o sistema frigorífico falharam e a casa das máquinas inundou.Quando o navio chegou a Ponta Delgada, Açores, já não era na-vegável. Após as devidas repara-ções, o Pocahontas fez-se ao mar e ao fim de uma semana chegou a Nápoles.Quando depois de 53 dias da partida de New York, Golda e os seus companheiros chegaram finalmente a Tel Aviv , estavam todos exaustos e desmoralizados. Tel Aviv que havia sido fundada em 1909 por um grupo de 60 fa-mílias judaicas, infelizmente, não era a cidade mágica que muitos haviam sonhado. Era uma fron-teira poeirenta com poucas ruas pavimentadas, sem central eléc-trica e com pouco emprego.

Após algum tempo em Tel Aviv, Golda e Morris foram residir para o Kibbutz Merhavya no Vale de Jezreel. Em 1928 Golda foi eleita secretária do Concelho Traba-lhista da Mulher e, como tal, foi emissária nos Estados Unidos en-tre 1932/1934.Quando regressou a Israel, Golda ingressou no Comité de Histadrut

como cabeça do Departamento Político.Em Junho de 1946 quando os in-gleses impresionaram a maioria dos membros seniores do Mo-vimento Sionista da Palestina, Golda foi a principal negociadora das conversações entre os judeus e as autoridades britânicas. Esta região do Médio Oriente, que incluía o território do presente Israel e o West Bank, estava na altura, sob a administração britâ-nica e com uma grande população árabe. Infelizmente, os ingleses ao dividirem aquela região, fo-ram directamente culpados pelas tristes consequências que ainda hoje continuam a vitimar árabes e judeus.

No dia 29 de Novem-bro, 1947, os árabes rejeitaram a Resolu-ção 181 das Nações

Unidas, cujo objectivo seria a criação de um Estado Árabe com 42% do território e um Estado Israelita com 56% . Volvidos que são mais de 60 anos, essa questão continua por resolver.Em Janeiro 1948, a Agência Ju-daica julgava que jamais seria possível angariar mais do que 7 a 8 milhões de dólares da comu-nidade judaica americana. Gol-da veio à América e conseguiu persuadir os seus conterrâneos a contribuir 50 milhões que foram usados para a compra de armas na Europa para a jovem nação.No dia que terminou o Mandato Britânico, 14 de Maio, 1948, foi oficialmente anunciado o novo estado judaico com o nome de Estado de Israel que foi estabe-lecido em território que antiga-mente era designado como os reinos de Israel, Judeia e Judá. Golda Meir foi um dos 24 signa-tários, incluindo outra mulher, da Declaração da Independência de Israel. Na altura, Golda afir-mou: “Chorei após ter assinado a declaração, pois lembrei-me da

Declaração da Independência dos Estados Unidos que havia apren-dido na escola.”É interessante notar que, 11 mi-nutos logo após a assinatura da declaração, o Presidente Truman reconheceu oficialmente o Esta-do de Israel. Os outros primeiros países que o reconheceram fo-ram: Irão, Guatemala, Islândia, Nicarágua, Romania e Uruguay.No dia seguinte, 15 de Maio, 1948, Egipto, Síria, Transjor-dândia e Iraque atacaram Israel, o que ficou a ser conhecida com a Guerra da Independência e que terminou no dia 24 de Julho do mesmo ano.Golda Meir teve sempre um grande papel no governo Israelita desde a sua fundação.Tanto na Guerra dos Seis Dias, em 1967, como na Guerra Yom Kippur, em 1973, ela foi muito arrojada nas suas decisões. Gol-da informou os seus colegas que estava preparada para morrer, não receava a morte, mas jamais se renderia se Israel saísse derro-tado.Nas negociações com os vizinhos árabes em que os Estados Unidos tiveram preponderante papel, es-pecialmente o Presidente Nixon e o Secretário de Estado Henry Kissinger. Golda detestava Nixon e desconfiava da sua neutralida-de, pois ela sabia que o governo de Nixon queria manter boas re-lações com a Rússia e o outros paises do Médio Oriente, e isso poderia comprometer a estabili-dade política de Israel. Desejo anotar que, durante a Guerra Yom Kippur, Portugal foi o único país europeu a deixar aterrar os aviões americanos nas bases portuguesas. Os aviões que transportavam armamento da América para Israel, precisa-vam de ser reabastecidos, devido à longa viagem. A Base das La-jes, Terceira, foi usada para esse fim. Segundo alguns peritos, se não fosse a cooperação do Go-verno Português, o desfecho des-sa guerra teria sido mais pesado para Israel.Segundo a escritora Elinor Burkett, ao contrário do que mui-tos pensam, Moshe Dayan não foi o herói da Guerra Yom Ki-ppur. Golda Meir é que foi a sua a sua grande heroína.Após uma longa e penosa vida política e devido ao seu débil es-tado de saúde, Golda Meir resig-nou em 1974 a favor de Yitzhak Rabin.Golda Meir faleceu em Jerusalém no dia 8 de Dezembro, 1978, e foi a enterrar no Mount Herzl daque-la cidade.Talvez não erro ao afirmar que, muitas das mulheres que decidi-ram enveredar pelo caminho da política, tiveram como modelo uma grande “LÍDER”, GOLDA MEIR.

Golda MeierContacto California

O Programa Magazine Contacto California habitual-mente incorpora o segmento “Minuto do Tribuna Por-tuguesa”. No próximo programa, que será visto quan-do muitos de vós receberem este jornal no Sábado, dia

17 de Janeiro, poderá ainda conhecer a história do casal Maria e Natalino Nunes, floristas em Watsonville, o Festival de Folclore em Artesia, a primeira parte da Festa de Nossa Senhora de Fáti-ma de Watsonville e o Boletim da Califórnia.Se por qualquer razão não vir o programa na televisão, pode ve-lo no computador em www.tribunaportuguesa.com

Aqui ficam fotos de alguns artistas da Califórnia.

Page 5: Portuguese Tribune Jan 15

5COLABORAÇÃO

Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

Eu gosto é do Verão

“Fazer.” Penso que é esse o verbo que me desliga em definitivo o cérebro sem-pre que me sento a uma

mesa e dou por mim no meio de um colóquio sobre esse novo me-canismo de distinção social a que se chama “as viagens”. Diz um: “Ficámos uns dias em Porto de Galinhas, só para desestressar, e depois fizemos a costa toda até Salvador.” Diz outro: “Ah, mas o que eu gostava era de fazer o Su-deste Asiático: ir de Bali a Kuala Lumpur e depois dar um salto a Singapura para fazer as ruas de arranha-céus.” E volta o primei-ro: “Já fiz. Agora estou a pensar fazer Vietname, Laos e Cambod-ja, onde as pessoas nunca viram um branco.” Resposta inevitável: “Nã… Eu gosto é de cidades. Desde que fiz Nova Iorque que nunca mais me interessei nem por florestas nem por praia.” Contra-ataque infalível: “Nova Iorque? Isso já eu fiz há muito tempo…”É uma nova conotação para o ver-bo “fazer”: a de “visitar”, “per-correr”, ou mesmo “calcorrear”. E, no entanto, é ainda a sua cono-tação original também. Para mui-tos destes jovens urbanos amantes “das viagens”, na verdade, muitos lugares só existem depois da sua visita. Eles visitam um lugar e é verdadeiramente como se enfim o “fizessem”, o concretizassem – e isto independentemente dos séculos e dos milénios, das pes-soas e das gerações, das tradi-ções e das revoluções e das novas

tradições que naquele lugar se sucederam ao longo da História. A ideia de que os locais “nunca viram um branco”, naturalmente, é uma espécie de cereja no topo do bolo. É por isso que os mais requintados preferem às vezes o verbo “explorar”, como se efecti-vamente fossem exploradores à maneira de Livingstone ou nave-gadores que, como Colombo ou Vasco da Gama, tivessem desco-berto um Novo Mundo (ou, vá lá, o caminho aéreo para ele). Mes-mo assim, não é comum: o mais normal é ouvir falar de “fazer”. E é sempre aí que eu desligo.Neste pé anda a urbanidade e a sua ideia de evasão. Lemos uma revista de viagens e aqui vai dis-to: tenho de fazer a Patagónia – tirando este jornalista, nunca deve ter passado por ali um bran-co. Conheço uma rapariga que foi a Marraquexe, à Praia de Pipa e a Nova Iorque (sempre Nova Ior-que) e que, quando me descreve uma tarde bem passada, acaba sempre com a frase: “E depois ficámos ali, a falar das minhas viagens...” Outra, que comprou um time-sharing rotativo e passa a vida de Bali para Cancún e de Cancún para Punta Cana a tirar ao marido fotografias em que ra-ramente aparecem os pés deste mas nunca falham as paisagens e os pobrezinhos atrás, ouve-me protestar contra o excesso de tra-balho e a depressão de Lisboa no Inverno e ataca de imediato: “Claro, tu não viajas…” Já pensei

propor-lhe que comparássemos passaportes, mas o facto é que eu perdia: ela faz colecção de ca-rimbos – e, aliás, faz colecção de passaportes também (vai renovar documentos e finge que perde os antigos só para poder guardá-los, cheios de carimbos, na gaveta da cómoda). Além do que ela tem razão: eu hoje em dia já não gos-to de viajar – gosto de voltar aos lugares onde fui feliz (Mindelo, Parati, Saint Louis, Bergen, Prai-nha do Pico) e de ir-me embora prometendo voltar outra vez. Ou talvez goste de viajar – mas segu-ramente não de “fazer”.Por isso me encantou, no outro dia, falar “de viagens” com a Cláudia. A Cláudia é directora financeira de uma empresa, por-tanto uma yuppie pura e dura – e normalmente, como se sabe, não há pior viajante do que um yuppie, insaciável e violento, li-bertando o stress num estertor de fúria até partir uma perna a fazer esqui numa pista preta, ser inter-nado em Banguecoque com uma overdose de ópio ou voltar para casa numa caixa de alumínio após um acidente de alpinismo nos Himalaias. Mas a Cláudia é especial. Nasceu numa terra pe-quena, que nunca renegou – e, aliás, percebe que há mais muito mais mundo do aquele que algu-ma vez conseguirá sequer saber que existe. Nunca à minha frente, e em tratando-se “de viagens”,

utilizou o verbo “fazer”. Diz ela que, sempre que visita um novo lugar, a sua maior preocupação é aprender uma receita local. O pai é cozinheiro de restaurante – e, quando Cláudia regressa a casa, esforça-se por reconstituir o pra-to escolhido, de forma a que o pai possa viajar com ela.É isso: o que eu quero da minha próxima viagem é que o meu pai

viaje comigo. Não dá para meter estilo durante um gin tónico em frente ao Tejo, mas ao menos não vou com a obrigação de “fazer” nada. Sinceramente: a última coi-sa que eu quero, em férias, é fazer o que quer que seja.

«Para estes jovens urbanos amantes “das viagens”, os lugares só existem depois da sua visita. Eles visitam um lugar e é verdadeiramente como se enfim o “fizessem”, o concretizassem – e isto independentemente das tradições e das revoluções e das novas tradições que naquele lugar se sucederam.

Pergunte a JuditeJudite [email protected]

Você sabe que a Esti-mativa de Reforma (Retirement Estima-tor) que está na in-

ternet do Seguro Social (www.socialsecurity.gov) foi avaliada como a melhor do Governo? Por-que não visitar, www.socialsecu-rity.gov, Retirement Estimator, para ver quanto vai receber ou quando quer reformar-se. Pode ver a diferença entre as idades da reforma e a quantia da sua refor-ma.

Entre os dias 15 de Novembro e 31 de Dezembro 2008, pode apli-car para o Medicare Parte D que ajuda a pagar os seus medica-mentos. Para mais informação, contacte o Medicare: 1-800-Me-dicare ou pela internet, www.me-dicare.gov.

Em 2009, todos vão receber um aumento de 5.8 % na sua pensão do seguro social. O aumento vai afectar mais de 50 milhões de beneficiarios do seguro social e 7 milhões de beneficiários do Seguro Suplemental (SSI) em Ja-neiro 2009. É o maior aumento do seguro social desde 1982. A

méxima conta de taxas para 2009 é $106,800. Você vai continuar a pagar 6.2 % para empregados ou 12.4 % para quem trabalha por conta propria. Em 2009, ganha-se um “quarter” por cada $1,090.00 que se ganha no salá-rio. Cada empregado pode ga-nhar até 4 quarters por ano. A estimativa para a reforma em 2009 é $1,153.00 por mês. Quem recebe os beneficios de Medica-re deve visitar, www.medicare.gov para nova informação sobre o Medicare.

Entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Março, 2009, pode aplicar para o Medicare Parte B sem ser pe-nalizado. Se esperar para depois do dia 31 de Março, vai ter que esperar para 2010 para aplicar por o Medicare Parte B. Medi-care tem 4 partes: Parte A ajuda pagar o hospital, Parte B ajuda a pagar os serviços do médico, Parte C Advantage é um serviço em certas áreas (quem tem Parte A e Parte B pode receber todos os seus serviços do Medicare por meio duma organização debaixo da parte C - como o Kaiser), e Parte D ajuda pagar os seus me-dicamentos.

Pode aprender mais sobre o Me-dicare em www.socialsecurity.gov/pubs/10043.html ou www.medicare.gov ou telefonando para 1-800-633-4227.

É possíivel receber o Seguro Su-plemental (SSI) e ter uma casa própia? Sim, um pessoa que é dono duma casa em que vive pode qualificar para o SSI. Vamos contar o valor do segundo carro, o valor dos se-guros de vida, a quantia de con-tas bancárias, dinheiro em casa, porque um individuo não pode ter mais de $2,000.00 em valor ou um casal $3000.00.

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6 15 de Janeiro de 2009COMUNIDADE

FalecimentoFernando Bernardo Silva

22 de Janeiro de 1925-14 de Dezembro de 2008

Faleceu no dia 14 de Dezembro pelas 17 horas e vinte cinco minutos da tarde, o Sr. Fernando Bernardo Silva com a idade de 83 anos. Era natural da freguesia do Norte Grande, Ilha de São Jorge, Açores, e residente na área de Oakdale desde 1966. Ele foi precedido na sua morte pelos seus pais, o Sr. António Bernardo da Silva e a Sra. Maria Ascenção Custodia, e pelo seu único irmão, o Sr. Vicente Bernardo

Silva. Deixa lamentando a sua falta, a sua esposa, de há quase 58 anos, a Sra. Teresinha das Neves Silva e quatro filhos: o Professor Doutor Duarte Silva, de Menlo Park; a Bancária Sra. Germana Silva Suderman e o seu marido Craig de Wilton; o Advogado Dr. Fred Silva e sua es-posa Anne de Modesto; e a Profes-sora Albertina Silva Costa e o seu marido, Professor Doutor, Elmano Costa de Turlock.Também deixa eterna saudade a três netos: Os jovens, Paulo e Daniel Costa de Turlock, a menina

Clara Silva de Modesto, dois sobrinhos e uma cunhada nos Açores, a Sra. Rosa dos Santos Silva. Ainda na Califórnia deixa quatro cunhadas: a Sra. Isabel Azevedo de Oakdale, a Sra. Mary Silveira e o seu marido Joe, a Sr. Germana Rocha, a Sra. Albertina Rocha e o seu marido, John, todos de Fresno, e vários afilhados, sobrinhos e sobrinhas tanto na Califórnia como em outras partes do Estados Unidos.Todos os serviços religiosos em sufrágio da alma do Senhor Fernando Bernardo Silva tomaram lugar na igreja católica de Saint Mary’s, em Oakdale nos dias 19 e 20 de Dezembro e o seu corpo foi sepultado no Oakdale Citizens Cemetery. O Sr. Fernando Bernado Silva dedicou quase toda a sua vida à agro-pecuária, especialmente à industria de lactícinios, no Vale Central da Califórnia. Transmitiu a sua experiência e a sua afinidade por este tipo de negocio aos seus quatro filhos, mas ao memo tempo apoiou-os e inspirou-os para que eles atingissem cursos superiores e completas-sem as suas carreira profissionais. Nos anos da sua reforma visitava a sua terra natal todos os verãos e dedicava a maioria do seu tempo disponível a leitura. Era um grande admirador dos poetas populares e das oportunidades que a literatura oferece ao leitor para abordar novas ideias e conhecer mundos dis-tantes. Lembranças em honra da memória do Sr. Fernando B. Silva podem ser feitas as seguintes organizações:Aldeia da Paz Orfanato, Caixa Postal 25, Pirenópolis, Goiás, Brasil; Gallo Center for the Arts, 1000 I Street, Modesto, 95354; Portuguese Education Foundation of Central California, P.O. 2839, Turlock, CA 95381; ou Paróquia de Nossa Senhora das Neves, Norte Grande 9800, Velas, São Jorge, Açores.

Coisas & Loisaswww.hulu.com - quem gosta de ver séries americanas recentes, filmes antigos, comedia, futebol americano e tantas outras coisas pode agora ver tudo isto no conforto do seu computador, gratuitamente e em alta definição. Vale a pena uma visita.

Cristovão de Aguiar publicou novo livro - quem apre-cia este grande escritor açoriano não pode perder a oportunidade de comprar o seu novo livro “Cães letrados”. Cristovão de Aguiar recebeu já vários prémios - Ricar-do Malheiros da Academia de Ciencias de Lisboa pela “Raiz Comovida”; Grande Premio da Literatura Biografica APE pela “Relação de Bordo”; Premio Nacional Miguel Torga pelo livro “Transfega”. Foi agraciado em 2001 pelo Presidente da Republica com a Ordem do Infante D. Henrique. A não perder.

Cristovão Colombo é portugues - o investigador portugues Manuel Rosa, autor de “O Misterio de Colombo revelado”, num colóquio realiza-do em Cuba, no Alentejo, defendeu que Cristovão Colombo era portugues de alta estirpe, por isso teve acesso aos Reis Católicos de Espanha.

Pedir é facil - precisa-se de uma cozinha nova numa sociedade das nossas Ilhas - solução: um telefonema para a California e já está. Uma mão cheia de gente reune-se, fazem um bailarico, arrematações e mandam 30 ou 40 mil dólares para as Ilhas. Entretanto, a mesma freguesia dá 3 touradas a corda, contrata cantores pimbas a bom preço e a vida continua, como se nada fosse. Não será altura de dizer: ALTO lá e pára o Baile. Porque é que os nossos amigos das Ilhas não inventam maneiras de fazer dinheiro como nós fazemos aqui. Na California temos também necessidades sociais, que precisam de ajuda.

Os Açores no bom caminho - Renováveis garantiram 27 por cento da electricidade produzida nos Açores até Setembro “Cerca de 27 por centro da electricidade produzida nos primeiros nove meses des-te ano pela eléctrica açoriana, EDA, resultou do aproveitamento de fontes renová-veis. Entre Janeiro e Setembro, a geotermia assegurou 21,5 por cento da produção eléctrica regional, preenchendo as mini-hídricas e os parques eólicos quotas de 3,2 e dois por cento, respectivamente.O Governo dos Açores encara como prioridade no domínio energético a intensifi-cação da exploração dos recursos endógenos, apostado, nomeadamente, na explo-ração da geotermia na ilha Terceira e na implantação de parques eólicos em várias ilhas”. Boas notícias das Ilhas.

Portugueses em maus lençois - quando se le na imprensa nacional americana a história de quatro portugueses envolvidos em falcatruas de distri-buição de leite nas fábricas, sentimos um desconforto total na nossa comunidade, muito em especial na comunidade do Vale Central, muita dela envolvida em lac-ticínios.Como é possível estas coisas acontecerem?

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7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Dias Melhores

Nada como um refres-cante cheirinho a Ano Novo para nos reaguçar a recicla-

da ilusão de que, efectivamente, tudo poderá vir a ser melhor.Dias melhores, em todo o mundo, fazem inquestionàvelmente parte dos votos felizes que se trocam universalmente no arranque de cada Janeiro. “Antes de melhorar, porem, a si-tuação ainda vai ter que piorar.” Perspectivou-o prudentemente Barrack Obama em toada poli-ticamente correcta com os olhos postos num futuro proximo que, tal como o presente, para já, se adivinha algo turbulento. Para milhões de habitantes deste nosso esplêndido planeta, o novo presidente destes vibrantes Esta-dos Unidos personifica presente-mente a renovada esperança que o mundo tem em dias melhores que dissipem duma vez por to-das esta medonha e deprimente nuvem negra – esta enorme de-pressão que se avoluma e já não é apenas económica.Essa esperança, porem, anual-mente reciclada com o simbólico rasgar do velho calendário, este ano parece andar despassarada demais pelas velhas ruas da nova amargura.Infelizmente, há p’r’áí gente a

mais a amargurá-las como nunca dantes.Conheço pessoas desemprega-das há muitos meses que já não tinham falta de trabalho assim há muitissimos anos.Sem trabalho – claro está – na força do Inverno – a fome e o frio apertam ainda mais.Os numeros não enganam. Os indicadores falam por si. O dra-ma está à vista. A crise é mundial. E é complexa demais para ser expremida aqui em dois ou três abreviados pará-grafos de paleio de xaxa politica que não nos leva a lado nenhum. Culpar invariàvelmente uns para elogiar sistematicamente outros à laia de conversa fiada em dema-gogia fútil é perder tempo e já cheira a mofo. Há quem esteja cegamente à es-pera dum qualquer milagrezinho proveniente da Casa Branca. Não seria nada mau. Porque – cinis-mo à parte – de facto, por lá e por cá, a coisa não podia estar mais preta.Mas, basta de lamúrias.

É um momento histórico, eu sei.Na verdade, quando emigrei há trinta anos para estes fantabulo-sos States nunca pensei ser para os meus dias ver esta nossa ado-rável Kalifornia governada por

um imigrante (de peito austriaco) e a toda poderosa Amerika pre-sidida por um negro (de sangue queniano).É claro que tambem não fazia en-tão a minima ideia de que nesta grandiosa América – para aon-de todos um dia imigrámos em busca duma vida melhor – tudo é possivel. Sobretudo em mate-ria politica, onde me considero um franco zero à esquerda. Mas se o fosse à direita – não tenho quaisquer ilusões – ganharia o mesmo.Arnold Schwarzeneger – o tal famoso imigrante que embar-cou da Austria há quatro déca-das com músculos dilatados em ambicões milionárias e ilusões governamentais – embora cam-peão halterofilista e casado com uma Kennedy – já há muito deve ter chegado à conclusão de que na politica real que afeta dire-tamente a vida das pessoas (ao contrário da fantasia hollywoo-desca que a distorce) não não há milagres. E muito raramente há verdadeiros heróis. Os tais – que nos grandes filmes normalmen-te resolvem os problemas todos para delirio geral das audiências – aquando no poder – depressa se apercebem que não há decisões fáceis de satisfazerem em pleno o todo das multidões. Promessas

eleitorais só servem para ganhar votos. Depois, fechadas as con-tas e apalpadas as dificuldades, é o “desenrasca-te”.Tem-se visto à rasca o popular “Terminator” para conseguir que democratas e republicanos consi-gam a tempo e horas pôr as contas em dia e fechar o orçamento para o qual contribuimos ritualmente com o suor das nossas taxas nes-te opulento estado onde moureja-mos há muitos anos sempre com mira em melhores dias. Em tempo de crise financeira, sem trabalho em abundância e com a esperança em risco, custa imenso ao Zé Povinho engolir as mesmas bocas da mesma de-magogia dos mesmos politicos – algo irresponsáveis e sem gran-des escrúpulos mas de ordenado sempre garantido – ridiculamen-te incapazes de darem conta do recado.E o recado é simples quando vem do fundo da alma do povo.Obama sabe disso e – àparte o extravagante cerimonial duma eufórica Inauguração cara de-mais para estes dificeis dias de constante apelo ao impopular aperto do cinto – trabalha já afin-cadamente em corresponder no máximo aos anseios mais profun-dos do seu vasto eleitorado legi-timamente esperançoso em dias

que se esperam melhores quanto antes.A paciência desgastada do labo-rioso povo que vota, estrabucha e paga sempre taxas muito des-contravontade tem os seus limi-tes bem conhecidos. Embora, dadas as actuais circunstâncias do austero momento que a nação e o globo atravessam, a grande maioria do bom povo americano esteja disposta a conceder ao seu novo presidente uma Lua de Mel um pouco mais extensiva do que é habitual.Extensiva mas não excessiva – nem muito menos Minguante – tem defenitivamente que ser uma Lua em Quarto Crescente.Senão – apesar de George W. Bush ter tido a sorte linda de não levar embaraçosamente aos olhos do mundo com os sapatos na cabeça – não creio que Barra-ck Obama (não venham as coisas e os dias a melhorarem com a prontidão que o povo anseia) se possa vir a vangloriar dessa mes-ma sorte.

Catarina Freitas900 H Street, Suite GModesto, CA 95354Phone: 209.338.5500Cell: 209.985.6476Fax: [email protected]

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8 15 de Janeiro de 2009COLABORAÇÃO

Crónica de Montreal

Antonio [email protected]

Chovia torrencialrnente quando o Concorde to-cou a pista do aeropor-to das Lajes.

Era uma tarde fria de 13 de De-zembro de 1971 e Marcello Cae-tano (“cortês anfitriäo”, no dizer de um jornalista angrense), com a água a escorrer-lhe da cara e a pingar do sobretudo, dirigiu-se ao avião, acompanhado do em-baixador Mendonça e Cunha, para receber Georges Pompidou. Um exército de jornalistas, foto-grafos, operadores de cinema e televisão precipitaram-e para registar o momento. Eu sei porque estava lá, encharcadissimo, junto da guarda de honra, não para ver o presidente francêes, mas para poder con-templar o Concorde — o avião que batia duas vezes a veloci-dade do som e que era, na altura, o “der-nier cri” da indústria aeronáutica europeia! Na noite desse mesmo dia, assisti à aterragem do Air Force One que trazia a bordo o Presidente Ri-chard Nixon. Estou a vê-lo: ges-tos ligeiros, bem penteado, com um impecável fato azul escuro e um sorriso radioso que brilhava à luz de dezenas de projectores. Durante três dias, a ilha Tercei-ra haveria de a merecer atençôes nacionais e internacionais: a Ci-meira que, em clima de aparente cordialidade, reuniu os Presiden-tes Georges Pompidou e Richard Nixon. O encontro visava, entre outros motivos de agenda, a reso-lucão da crise monetária interna-cional. Duas manhãs e uma tarde passararn os dois estadistas, em frente um do outro, no edificio da então Junta Geral de Angra, rode-ados cada qual por colaboradores próximos: Henry Kissinger, John Connally, Maurice Schumann, David Kennedy, William Rogers e outros chefes da diplomacia. Marcello Caetano, sempre corda-to e sorridente, limitou-se a fazer as honras da casa, ficando de fora das reuniöes. Porém, eram-me indiferentes os

O dia em que o Nixon falou comigo

esforços diplomáticos, a situação internacional e os sorrisos rasga-dos dos Chefes de Estado. O que eu queria era ver o Concorde - a grande sensação da Cimeira. In-felizmente, e apesar das muitas diligências feitas por meu pai, não fui autorizado, no dia seguin-te, a visitar as entranhas do avião, “por razöes de segurança”... Seguiram-se dias de festa, regozi-jo e curiosidade. A população da ilha veio para a rua saudar pre-sidentes, ministros e conseihei-

ros - gente de quem dependia os destinos do mundo. Em poucos dias multiplicou-se a capacidade de telecomunicações da Terceira, desdobraram-se as carreiras aé-reas civis e a hospitalidade dos terceirenses operou prodígios de alojamento. A cidade anteci-pou as iluminações natalícias e em cada montra havia um ar de festa. Pompidou ficou hospedado na Estalagem da Serreta e movi-mentava-se, pela ilha em vistoso Citroen preto.Nixon instalara-se, em seguranca maxima, na Base das Lajes (em casa do general comandante do destacamento americano) e viaja-va de helicóptero, para Angra do Heroismo, pousando no relvão, e seguindo depois para o centro da cidade em espaçoso Cadillac de luxo, de seis toneladas e com seis lugares num amplo compar-timento e isolado da cabine do condutor.Eu sei porque nesse tempo eu ia para o Relvão jogar à bola e fintei a segurança para vigiar a limou-sine de Nixon.De qualquer das seis vezes que

Nixon e Pompidou cruzaram de carro as ruas de Angra, fizeram-no por entre filas compactas de gente, curiosa de ao menos entre-ver os Chefes de Estado. E tal foi, por vezes, o entusiasmo manifes-tado pela multidão que os saudava que ambos, dispensando os car-ros oficiais, resolveram romper a muralha de segurança erguida à sua volta para ir ao encontro das mãos que os aplaudiam. Eu sei porque estava lá e vi o Nixon a assomar pelo tejadilho do carro

p r e s id e nc i a l , correspondendo aos cumprimen-tos da multidão. E foi nesse dia que ele se bai-xou para mim e, com um sorriso do tamanho da America, me disse com um breve afago no meu cabelo:- Hi, Kid!O homem mais poderoso do

mundo falou comigo!…Só não estive presente no ban-quete de gala, oferecido pelo Pre-sidente do Conselho de Ministros aos ilustrs visitantes, no Palácio dos Capitães Generais, onde fo-ram servidos suculentos manja-res: lagostas da Terceira, trutas de S. Miguel e perdizes do Alentejo… Parece que, durante os brindes, Marcello Caetano deixou atónitos os convidados, já que o seu domí-nio das línguas inglesa e francesa deixava muito a desejar... Termi-nada a Cimeira, os americanos da Base das Lajes venderam aos bo-cadinhos os lençóis em que Nixon dormiu. Este viajou para Pequim e, pouco depois, para Moscovo. Os terceirenses retomaram a pa-cata vidinha. E as teias e os enre-dos do caso Watergate vinham a caminho…

In O Dever

Sinais dos Tempos

Os governantes e os homens e mulhe-res da informação, ainda não estabele-

ceram com precisão, as causas desta crise que parece ameaçar o mundo da economia e da fi-nança. E não só a economia e a finança, mas a própria civiliza-ção de todos nós. Não quero ser alarmista, mas anda no ar um qualquer coisa de mau augúrio que parece ameaçar os funda-mentos desta nossa democracia imperial. Este nosso pedestal de nação-líder parece ameaçado por um vento obscuro e tenebro-so. Apenas erro percepcional do meu bestunto ? Não sei.Barack Obama acaba de nos assustar com a promulgação de um défice astral de um trilião e 200 biliões de dólares, neste ano agora iniciado. Uma quantia nunca na história projectada pe-los economistas deste país que já é nosso também. E as gentes assustadas, perguntam se será possível jamais sair deste buraco.Os historiadores, os místicos e os Bandarras há muito que andam profetizando o fim do mundo, a batalha final do Ar-magedon e outras calamidades . E às vezes dá vontade acredi-tar em algumas dessa profecias, em face do furor sangrento que neste momento se vive nas ter-ras bíblicas do Oriente Médio. E precisamente entre dois irmãos saídos do ventre místico do Ve-lho Testamento. E os místicos e profetas da nova vaga, apregoam a Segunda vinda do Prégador da Galileia e o fim inevitável do mundo terráqueo.Neste momento, não se sabe se a “religião” laica, conhecida como demo-cracia, pode-rá controlar a vaga de ódio precipit ada pelas hordas fanat izadas dos três cre-dos irmãos e rivais. Não nos parece que Democracia e fanatismo, possam coexistir no mesmo plano terráqueo. Uma democracia liberal é, por princí-pio e sistema, uma forma de go-verno humanitário, preocupado com a sorte do “semelhante”, seja qual for a sua cor ou filo-sofia. É um sistema de viver e deixar viver, cada um à sua ma-neira, sem procurar roubar o es-paço ou a crença do vizinho. É, em suma, o cerne daquilo que prégou o “Homem de Belém”: a filosofia do “amor do próximo”, sem tirar nem pôr.Mas, a luta selvática que nes-te momento se trava no Médio Oriente, é uma luta rácico-re-ligiosa que só aceita o sangue como água de lavar. E parece-nos que nem Obama, nem Hila-ry Clinton, nem todos os santos do céu serão capazes de fazer a paz entre aqueles povos raivosos

e sedentos de violência e fanatis-mo. Se o nosso futuro Presidente for capaz de produzir um modus vivendi entre israelitas e palesti-nianos, ficará na história, como um santo digno de ser venerado nos altares. Porque será um au-têntico milagre.E assim entramos num novo ano, cheio de mil desejos de paz,concórdia e amor,num esten-dal de choro e ranger de dentes,no dizer dos escribas biblicos.Choro dos fracos e infelizes, e ranger de dentes dos que preferem morrer a viver e deixar viverO nosso Obama está entrando no seu “reinado”, como um go-vernante fóra do comum. O seu intento parece ser o de unir à sua volta, amigos e inimigos. Aquela reunião que teve em Washington, com os quatro presidentes vivos, entre eles dois republicanos, pai e filho, parece provar a filosofia hu-manística, liberal e compreensiva de que é dotado. O seu intento parece ser o de viver e conviver com aqueles que não perfilham os seus pontos de vista politicos e sociais, e pelo exemplo, procurar convencê-los da sua verdade.O tremendo orçamento de mais de um trilião, que acaba de anun-ciar, fundamenta-se em princi-pios de compaixão humana pelos desempregados, os que perderam as casas, criando empregos, pro-tegendo a ecologia,conservando escolas e infraestruturas e ao mesmo tempo fortalecendo o es-pirito de iniciativa e o reinado de um “capitalismo com face huma-na”, após o descalabro provocado por um capitalismo selvagem e ladrão, que está no génese da cri-se mundial que precipitou.Quando se é grande, rico e po-deroso, mesmo em democracia,

os dirigentes são por ve-zes tentados a apregoar o seu poder, a sua força e a sua riqueza. E devemos dizer que nos ultimos oito

anos, a America foi vitima des-sa tentação de mostrar ao mundo o peso da nossa força e riqueza. Infelizmente, parece-nos que o resultado, aliado ao descalabro provocado pelos homens do di-nheiro, mostrou que o gigante, como toda a gente, possui, tam-bém, um “calcanhar de Aquiles”.E, antes que a “Segunda vinda” de Cristo se materialize, vamos rezar para que Deus proteja e inspire Obama e a sua gente, e ponha cobro no ódio e fanatismo daqueles que dizem adorá-lo, e estão dispostos a colocar uma bomba na barriga, para sua honra e glória. Amen

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui Dores

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9COLABORAÇÃO

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

Se Conselho fosse bom...

É muito fácil, para quem está de fora, distribuir conselhos e dar suges-tões para alguém que

atravessa momentos difíceis e enfrenta problemas que parecem insolúveis, quer sejam de ordem financeira, sentimental ou de saú-de. Alguém que está atravessando um deserto, como costumamos dizer por aqui.Cada pessoa é única no seu jei-to de receber impactos desastro-sos e com eles conseguir convi-ver - ou não - até encontrar uma solução, uma saída que possa deixá-la confortável, para seguir a vida, tirar lições importantes e se sentir apta para digerir melhor suas novas dores e perdas, se for o caso. Vivendo e errando é que se aprende.O importante é não nos culpar-mos pelas coisas que deram er-radas e muito menos responsa-bilizarmos quem, pelos nossos fracassos e decepções, nada tem a ver com o caso. Se estamos passando por “aquele momento”, de algum modo nós o buscamos. Se o problema for sentimental, nossa tendência é repetir os mes-mos erros, ou seja, mulher ciu-menta será ciumenta toda vez que se apaixonar, com a agravante de,

a cada relacionamento, o ciúme se exacerbar, por causa das expe-riências dolorosas que vai adqui-rindo pelo caminho e se alguém pensa que pode mudar o outro, o seu comportamento, que o amor tem esse dom, está fadado a no-vos fracassos e desilusões. Se a questão for a saúde, temos que encará-la com destemor e não adianta lamentarmos “por que só comigo acontece essas coisas ruins? Oh, meu Deus, o Senhor me abandonou!”. A solu-ção é iniciar logo um tratamento e se colocar positivamente diante da vida, aceitar que não viemos aqui para semente, mas que é nosso dever cuidarmos do corpo material, para que ele dure por mais tempo e em bom estado. Al-guém que fuma a vida toda sabe que terá um final doloroso, se an-tes não acontecer um infarto. Do mesmo modo quem bebe, come ou se estressa em demasia, sabe que também passará por grandes dificuldades no futuro.Se o problema é financeiro, muda o enfoque dependendo do lugar do planeta onde vivemos e até do presidente da República. Explico: nosso presidente Lula, no seu dis-curso de final do ano, aconselhou o povo a gastar muito, para não

permitir que a crise mundial, que se avizinha, nos afete demasiada-mente e impeça nosso crescimen-to. Para tanto, diminuiu os juros do crédito pessoal, baixou os im-postos sobre os automóveis, etc. Creio que o conselho não serve para todos: o momento requer que se economize, mas alguns economistas dão razão ao pre-sidente: hora de comprar. Certo, então hora de comprar e depois, na hora de pagar, temos que dar o tal “jeitinho brasileiro”. Enfim, se conselho fosse bom... E depen-de do conselho.À medida que amadurecemos, que os anos avançam, não nos controlamos diante da oportuni-dade de passarmos nossa expe-riência para alguém que enfren-ta situações idênticas às que enfrentamos e que cometem os mesmos erros que comete-mos. Aqui precisamos pesar os prós e os contras. O que foi bom para um, pode ser péssi-mo para o outro. É comum ou-virmos se referirem a alguém que está descontrolado dian-te de algum acontecimento ruim: “fulano faz tempestade em copo d’água”. Não é bem assim, porque as pessoas são como são e cada uma reage aos

medos, traições, raivas, decep-ções, angustias e inquietações, de formas diferentes. É normal. Anormal seria passar por tudo isso passivamente, olhando para o problema como se assistisse a um filme, como se não fosse com ela.A pessoa que aconselha, sem ser solicitada, aquela que vive di-zendo “se eu fosse você, faria as-sim...”, torna-se uma “chatinha” e só se dá conta quando lhe dizem. Porém, se ao contrário, quando instada a ajudar, a opinar, ela se recusa e diz que o problema não é dela, é desumana. Meio termo é uma ótima medida! Fora de questão estão os conse-lhos dos pais para os filhos. Eles não só devem aconselhar como

têm obrigação, pois é uma forma de educar os seus rebentos.É claro que nem tudo que recebe-mos de orientação conseguimos assimilar. No entanto, não custa nada ouvir, filtrar, experimentar e adaptar alguns dados que po-dem ser úteis, inclusive os que aqui exponho, porque ninguém é o dono absoluto da verdade e a expressão da mesma, em cada caso, está sujeita a muitas variá-veis. O paradoxo foi fazer o que eu não queria: aconselhar.

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Deus guarde Vossa Excelencia

Eu, normalmente, tenho sempre assunto para escrever. No entanto, fiquei sem saber o que

dizer desta vez. Não sei se foi pelo ano velho ter acabado mal e o novo ter entrado pior, pois que apanhei uma dor nas costas que mal pude andar por uns dias. E como não queria falar sobre mim, resolvi pedir a uma pessoa um assunto sobre o qual gosta-ria que eu abordasse no jornal. A resposta foi:- “Porque não escreves sobre as expectativas que todos temos no Obama?”Eu esperava tudo, menos isso. Lembrei-me da história da ve-lhinha que dizia a um rei do qual ninguém gostava: “Deus guarde Vossa Excelência”. O rei ficava intrigado com tal procedimento da velhinha, pois que sabia que ninguém gostava dele. Um belo dia, Sua Real Majestade resol-veu perguntar à velhinha por que razão ela dizia aquilo, ao que ela respondeu: -“Eu conheci o seu avô que era pior que o seu pai e o seu pai pior do que Vossa Real Majestade, portanto, Deus guarde Vossa Ex-celência.” Por todos os Santos, vocês nem por sombras pensem

que eu quero dizer com isso que o Bush fique mais quatro anos na Casa Branca. Por mim o diabo já deveria ter pegado nele há muito tempo. Creio que ficará na his-tória como o pior presidente que esta nação já teve. Claro que ele deve ter tido muitos acólitos que o ajudaram a pôr o país na misé-ria que está.Mas, vamos ao Obama que, diga-se de passagem, tem um nome um tanto ou quanto estranho: Barack Hussein Obama, o que para mim

tanto faz. Alguns dizem que é mu-çulmano, coisa que para mim também não interessa, nem tampouco a cor da sua pele. Votei por ele por achar que é uma pessoa inteligente, ca-paz de governar este país. Vai ser dificíl e árduo o caminho e o que ele tem a fazer é prencher as po-sições governati-vas com pessoas de competência. Se eu estivesse

em seu lugar, a pri-meira coisa que faria era entrar em negociações com os paises do médio oriente e tentar, uma vez por todas, resolver esse conflicto. Claro que isso seria um trabalho no qual teria de entrar o parecer das Nações Unidas. A América tem que deixar de se meter em certos assuntos nos quais conta, unicamente, com a Inglaterra e um ou outro país que a medo, se associa e manda umas tropas para Inglês ver. Passamos

a vergonha do Vietnam, estamos passando a vergonha no Iraque, no Afganistão e se entrarmos no Irã, passaremos da mesma maneira. A história repete-se. Portugal sustentou uma guerra de guerrilha durante treze anos e perdeu. A América, na minha opinião, nunca ganhará esse tipo de guerra. Quando uma pessoa está disposta a amarrar bombas à cintura, explodindo-se e levando consigo uns quantos, é totalmen-te impossivel parar isso. Enquanto a América continuar a proteger Israel e a pagar a alguns países árabes para que não en-trem no conflicto, os nossos co-fres continuarão a esvaziarem-se e as taxas a subir. Eu não estou a dizer isto para dar conselhos ao Sr. Obama e vocês sabem bem que há muitos anos que eu escre-vo para o jornal e penso eu que nunca falei em política. Eu, fran-camente, espero que o Sr. Oba-ma tenha a calma suficiente para que faça uma cimeira de todos os paises interessados no conflicto do médio oriente, para que a si-tuação se resolva de uma vez por todas. Ou então, saímos de lá e deixamos os árabes e os Judeus resolveram os seus problemas. Vamos de novo usar carroças de

boi, de cavalo e até de mão. Va-mos fazer o que o Brasil fez, que não precisa importar uma gota de petróleo, se for o caso e vamos despedir todo o pessoal da gerên-cia das companhias que fabricam os automóvies, fazer uma socie-dade anónima de representações limitada com os empregados das fábricas. São os empregados que trabalham e, por vezes mal pagos, e Suas Excelências, os Srs. CEOs, passeiam e comem à grande e à francesa e enquanto o governo dá dinheiro aos bancos para comprarem outros bancos, muita gente perde as suas casas. Espero que a Senhora Oba-ma não deite fora os pratos que Laura Bush comprou e que cus-taram 475 mil dolares. Espero, realmete, que o povo americano compreenda a situação que este país está metido, que dêm ao Sr. Obama a oportunidade de tentar resolver estes problemas todos. E embora eu não acredite muito na intervenção Divina nestas coi-sas, e mesmo sabendo ser remota a possibilidade do Sr. Obama ler o meu artigo, desejo-lhe o maior sucesso e só lhe posso dizer -Deus guarde Vossa Excelència.

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10 15 de Janeiro de 2009COLABORAÇÃO

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Alzira Silva - uma grande paixão pelas Comunidades

Raramente reflicto aqui neste espaço sobre a política nos Açores. Embora com as novas

tecnologias e o contacto constan-te com alguns bons amigos que vivem no arquipélago, não vivo a política açoriana na sua plenitude. Prefiro, e até porque o tempo não dá para tudo, embebedar-me no mundo político americano, onde vivo, e o qual tenho estudado e tentado aprender alguma coisa. Mas não há regra sem excepção, lá dizem os provérbios populares, e daí que motivado por duas no-tícias, mergulho rapidamente, na política açoriana.Primeiro, a notícia de que a Di-rectora Regional das Comunida-des, que conheço desde que to-mou posse em 1996, Alzira Silva, teria pedido a sua demissão do cargo. A notícia abalou o mundo das nossa comunidades. A Alzi-ra Silva era sobejamente conhe-cida na nossa comunidade, em todas as comunidades. Era uma Directora Regional que levava as comunidades a peito e desempe-nhava as suas funções com gran-de paixão. Apesar de discordar-mos, pontualmente, com alguns aspectos da política dos Açores para as comunidades, admirava,

e admirarei sempre, o seu espí-rito de serviço, a sua dedicação ímpar, as horas sem conta que dedicava às comunidades açoria-nas espalhadas pelo mundo. Foi fidelíssima ao seu cargo e à causa das comunidades. Recentemente, o excelente blogue comunidades da RTP-Açores, coordenado pela Professora Doutora Irene Blayer do Canadá e pela Dra. Lélia Pe-reira Nunes do Brasil, coordenou uma homenagem virtual à Direc-tora Regional cessante. Convido os leitores do Tribuna a consulta-rem a página na NET. Aí, como muitos homens e mulheres das nossas comunidades, coloquei um pequeno, singelo mas sincero depoimento. A Alzira Silva me-rece o reconhecimento das nos-sas comunidades. Também dos Açores a escolha do jornal Diário Insular de Angra (com o qual colaboro) em gesto de balanço de 2008, das persona-lidades em ALTA e em BAIXA. Comecemos pelos que o jornal colocou com nota negativa. No topo dessa escolha está o antigo Presidente do Parlamento Aço-riano, Dr. Fernando Meneses. Não vejo, nunca verei, o Fernan-do Meneses numa lista de desca-ídos. Ele foi um excelente Pre-

sidente do Parlamento Açoriano. Um homem de consensos e duma grande perspicácia política, mas sobretudo, um homem duma grande dignidade política. O jor-nal diz que “talvez por ser avesso a protagonismos políticos cum-priu o seu mandato de oito anos como Presidente da Assembleia Legislativa.” Então agora a digni-dade política é interpretada como “avesso a protagonismos”? Bem o diário de Angra talvez tenha ra-zão: Fernando Meneses preferia que o processo democrático, a li-berdade, a responsabilidade, fos-sem os grandes protagonistas e não a soberba, a presunção e água benta, os negócios sujos feitos às escondidas e às tantas da madru-gada. O jornal também diz que o seu afastamento continua a ser “um segredo bem guardado pelos socialistas.” Não é assim grande segredo! Está patente que a sede do poder é grande nas hostes de alguns socialistas terceirenses. Seria muito bom não esquecer o que ainda há dias comentou um amigo meu: Não são os grandes cargos que fazem os homens, mas sim os grandes homens que fa-zem os cargos. No meio de tanta pequenez, como é a política, par-ticularmente nos Açores, Fernan-

do Meneses soube ser um grande homem, um acérrimo defensor da pluralidade democrática. Na mesma lista de Baixas esta-va o Dr. Vasco Pereira da Costa. Convém aqui dizer que conheço o Vasco há 20 anos. Conheço o poeta, o escritor e o político. Se o Vasco nunca foi “entendido” nos Açores, como nos dá a entender o breve parágrafo do DI, a culpa, certamente, foi dos Açores. Vi e testemunhei o trabalho que fez à frente do pelouro da cultura na Câmara Municipal de Coimbra, uma das câmaras com gran-des responsabilidades culturais, como facilmente se entende. O Vasco, deixou uma grande marca nos Açores. Em sete anos, veio, primeiro, acabar com o que Mar-colino Candeias já vinha fazendo, ou seja: modificar a desastrosa governação dos primeiros anos da Direcção Regional da Cultura sob a égide do PS. Depois trouxe uma nova dinâmica, abalou com preconceitos de anos, estremeceu com o status-quo, sacudiu com a mediocridade. E isso é sempre difícil, particularmente numa re-gião pequena como as ilhas dos Açores onde toda a gente se diz culta e onde o que vale são as de-monstrações triviais. Onde se diz

que a cultura deve ser uma gigan-tesca matança do porco na praça velha de Angra ou uma grande noite de marchas e fogueiras. Daí que não me surpreendeu que o meu amigo, e o grande homem da cultura, Vasco Pereira da Cos-ta, não fosse compreendido nos Açores onde prevalece a cultura do subsídio. Há que conquistar votos! E sobretudo, não se pode fazer ondas, nem aperfeiçoar a cultura.Por último uma das escolhas do jornal no segmento em ALTA. Lá estava a Dra. Berta Cabral, como a salva-vidas do PSD. O jornal diz-nos que é a “líder desejada do PSD desde que Mota Amaral saiu da presidência do governo.” As-sim, seja! Logo de entrada dis-se que não tinha medo de Carlos César. Curiosa esta afirmação. É caso para perguntar, então por-que deixou queimar uns líderes do seu partido e só entra na cor-rida a presidente do governo no último mandato de César? Não tem medo de César, mas nunca quis concorrer contra ele. E está “absolutamente convencida” que vai ganhar. Pois, também os seus antecessores estavam.

Memorandum

João-Luís de [email protected]

O tempodesconhecido companheiro de viagem

“… all democracies live in fear of

the influence of the ignorant.” J.K.Galbraith

1 – introspecção após as bada-ladas da meia-noite

Bom dia! Bendita seja a claridade que nos tole-ra a teimosia de viver. O tempo permanece

jovem na ligeireza da sua pas-sada ciumenta rumo ao futuro. Entretanto, a geração de que faço parte está cada vez mais afeita ao conflito com o fanatismo das cer-tezas mirradas do passado. Sou amiúde levado a pensar que o tempo é aquele sopro desconhe-cido que passa veloz a escarnecer da provisoriedade humana... O essencial é que continuemos a pensar bem, sem o recurso a muletas mentais! Somos herdei-ros de gerações que, nos últimos dez mil anos, têm sido os cria-dores irrequietos do ferramental da sobrevivência. A mais temível dessas ferramentas de recurso, chama-se instituição governa-mental – ardilosa invenção resul-tante da ditadura da necessidade. Felizmente, houve um cavalheiro chamado John Locke que nos alertou para o pormenor impor-tante de que “o indivíduo tem di-reitos e não apenas obrigações”.Uma das abençoadas claridades

politicas que mais tem dissipado a escuridade cívica dos últimos séculos é aquela que nos alerta para o facto de que não devemos acreditar cegamente na benig-nidade humana, mesmo quando escudada nas muralhas piedosas das teocracias de recurso. De res-to, a instituição governamental é uma ferramenta moldada à custa da fraqueza individual do cida-dão. Ironicamente, quem receia ser tragado pela imprevisibilida-de demoníaca da natureza huma-na, vota! Mas afinal que raio de discur-so é este, na alvorada do Ano Novo...? Vamos mudar de partitura para suavizar a conversa. Há dias, a hierarquia da República Portu-guesa reconheceu in extremis que a mais recente versão do di-ploma autonómico emanado pela ALRA reflectia sinais de maturi-dade institucional que dignificam a ainda púbere democracia portu-guesa.A democracia não é sinónino de unanimidade. Exemplo: o eleitor não deve esperar que a actual pre-sidência da República funcione como museu tecnocrático da ex-Câmara Corporativa do defunto Estado Novo. O recente sucesso legislativo com ‘sotaque açoria-no’, não foi inspirado por veleida-des comicieiras de teor federalis-ta; cada região autónoma cultiva

e defende o seu próprio ritmo de-mocrático de emancipação polí-tica. Em termos comparativos de sofisticação reinvidicativa, não seria correcto equiparar o estilo cesarista ao berreiro jardinista. Diria até que entre o Açoriano e o Minhoto há porventura afinida-des psico-políticas que não se-riam facilmente detectáveis entre o Algarvio e o Madeirense...Reparo que o professor Jorge Miranda, reconhecida autorida-de constitucionalista, deixou há dias no ar uma observação geral bastante curiosa, que me atrevo a reproduzir à minha maneira: as sucursais insulares do PS e do PPD/PSD estão agora a ocupar o espaço e o discurso outrora proi-bidos aos partidos de vocação re-gionalista...ambos comportam-se como partidos regionais. Na modéstia do meu verbo de antigo parlamentar, diria que as autonomias regionais não são “noviças” da República; são par-ceiras constitucionais do projecto nacional. 2 – A paz aceite pelo mais fraco é submissão...

Daqui a dias, esperamos ter o pri-vilégio de testemunhar pela tele-visão ao lançamento da “primeira pedra” da administração presidi-da por Barack Obama. Sabemos que o jovem presidente tem cons-ciência plena da tarefa ciclópica que o aguarda. As mudanças no

micro-clima da partidocracia norte-americana, provocadas pelo recente vendaval económi-co-financeiro, estão a favorecer a formação de um governo do tipo “salvação-nacional”. Claro que a expectativa do sucesso presiden-cial é geradora de eventuais pe-rigos internos e externos. Ainda há poucas semanas, o cardeal D. José Policarpo exortava “todos os que falam ou escrevem, na Igreja ou fora dela, nos palcos da política, da cultura, da co-municação social”, a que “sal-vem a Palavra”. Segundo aquele brilhante prelado,“os textos mais apaixonantes são aqueles em que o autor deixa um vasto es-paço para o leitor...”Isto para dizer que os especia-listas da “guerrilha” palavrosa e os demonógrafos do carácter alheio permanecerão em ‘full-time’ contra a mudança tão es-perada nos EUA. Sabemos que a extrema-direita evangélica está preparada para considerar o no-vel presidente, entre outros aná-temas, agente internacional do socialismo. (Lembraria, a propó-sito, que há meio século, o fun-dador da John Birch Society, um tal Robert Welch, escreveu cerca de 100 páginas para provar que o general Eisenhower tinha sido comunista...)Gostaria de acreditar que os Es-tados Unidos vão deixar de sus-peitar das instituições super-na-cionais, tais como Nações Unidas

e Comunidade Europeia. Como povo livre (embora aflito) não va-mos dar crédito às macabras pre-visões do académico russo Igor Panarin, que antevê, para 2010, o calapso económico e moral dos Estados Unidos; a previsão de Igor Panarin vai ao ponto de sus-tentar que a California será uma república “mexiforniana” que fa-cilmente cairá sob alçada da Chi-na; Nova York e Washington D.C. serão meros parceiros refugiados no pálio da União Europeia... Haja calma! Sempre houve casos isolados de “terrorismo intelec-tual” praticado pelos armazenis-tas do saber. As mudanças cli-máticas e o fanatismo terrorista não são batalhas nacionais – são ameaças planetárias. A sede das Nações Unidas, por exemplo, deveria emigrar do seu ninho norte-atlântico para se adaptar à pressão centrífuga do globalismo transcontinental. O dilema insti-tucional do futuro será entre man-ter as Nações Unidas no seu “ba-nho-maria” ocidental, ou apostar numa federação étnica global capaz de permitir que a bondosa luz solar penetre as sombras es-quecidas da miséria pós-colonial.Com inteligente serenidade, vamos enfrentar a incerteza do Novo Ano. Não aceitamos o silêncio do calendário como ameaça: vamos encará-lo como desafio a vencer. Concordam?

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11COLABORAÇÃO

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

A industria de lacticínios atravessa dias difíceis, quando todos os indicado-res estão em posição nega-tiva

Os mercados de lacticinios tor-naram-se muitissimo mais com-plexos nos ultimos tempos. Pro-vávelmente a mais simples época de prever o futuro dos preços do leite foram as décadas dos 1970’s e 80’s quando o “Dairy Support Program” estava muito activo. Os mercados tornaram-se muito voláteis e complicados na década dos 90’s, depois dos preços do mercado crescerem acima dos preços do “Dairy Support Pro-gram“. E tornaram-se muito mais complexos em 2007, quando a industria participou activamente no comércio mundial dos produ-tos do leite a um nível significan-te, e enquanto custos altíssimos de produção foram influenciados pelas subidas de energia, rações e forragens. Este ano todos os indicadores apontam para mais baixos preços no leite.A procura pelos produtos do lei-te a nível global durante 2007-08 foi tremenda. Uma explosão eco-nómica principalmente nos Pai-ses Asiaticos, repentinamente criaram demanda pelos produtos do leite. Nestes mercados tradi-cionalmente servidos pelos paí-

A crise nos lacticíniosses da Oceania (Nova Zelandia e Australia) e União Europeia, hou-ve períodos de seca, e mudanças na política agrícola que reduziu a sua capacidade de exportação. Durante esse período, os Estados Unidos exportaram cerca de 10% da sua produção, um numero re-corde nunca antes conseguido, grangeando um balanço positivo em valores monetários nos pro-dutos de lacticinios.O valor da moeda é um impor-tante aspecto do comércio global. Desde 2000 até meados do ano 2008, o dolar americano baixou considerávelmente contra outras das mais importante moedas, per-dendo metade do seu valor contra o Euro durante esse período. Na perspectiva do comércio, quer di-zer que os produtos do leite dos E.U. custavam apenas metade do que era normal, aos Europeus. Isto causou um enorme cresci-mento nas exportações destes produtos, no entanto na ultima metade de 2008 o dolar começou a ganhar valor em referência a ou-tras moedas, o que quer dizer que 2009 se está preparando para ser um ano completamente diferente para a industria de lacticinios.A economia global sofreu um choque severo na segunda parte de 2008 e quando isso acontes-se, a demanda pelos produtos do leite diminui, ao mesmo tempo a Oceania começou recentemente a

sua estação produtiva anual com numeros recordes em produção. Tendo em conta mais altos valo-res do dolar, que tornam os nos-sos produtos mais caros para os nossos parceiros comerciais, as exportações estão presentemente muito mais reduzidas.A produção de leite nos Estados Unidos tem crescido a passos lentos e espera-se um pequeno declínio. O custo de produção em relação aos preços correntes do leite são assustadores e que podem levar negocios de familia, fruto de uma vida inteira à rui-na. Tal como o corrente estado da economia nacional, estamos atra-vessando dias difíceis para uma industria que por muitas décadas tem provado ser uma importante fonte económica e cultural para as nossas, comunidades emigran-tes, e não só.Olhando o futuro, não é neces-sário ser-se economista, para concluir que, com os presente modelos de preços, e o corrente inventário de produtos do leite, os próximos meses não parecem brilhantes. As previsões incluem uma série de aproximações dife-rentes, mas todas indicam preços baixos pelo leite e altos custos para produzi-lo. A unica luz bri-lhante no horizonte é que quase sempre, “depois da tempestade vem a bonanca”.

Sabores da vidaQuinzenalmente convida-remos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condi-ção - que saibam cozinhá-lo.

A nossa primeira convi-dada chama-se Fátima Parreira, nascida na Ri-beirinha, Ilha Terceira e residente em Riverdale, California. Casada com Joe Parreira, tem 1 filho, Michael.

Caldo Azedo ou Sopa da MatançaNo terceiro dia da matança e como restavam muitos temperos, coziam-se dois copos de feijão vermelho, passava-se meio copo de feijão num passvite e o outro ia inteiro. Levantava fervura, e noutra panela ao lado coziam os condutos que já estavam sal-gados da matança. Quando o caldo do feijão levantava fervura punha-se dentro uma cebola, alguns dentes de alho, abóbora e batata doce aos bocadinhos, batata da terra ia inteira, metade do focinho do porco, uma folhinha de louro, e quando a batata e a abóbora estavam quase cozidas, então é que se punham os tem-peros - uma pitada de colorau, de cravinho fino, temperos moí-dos, pau de cravo moído e uma colher de sopa de canela. Depois de levantar fervura e quando está tudo bem cheiroso, deita-se uma colher de vinagre na sopa. Prepara-se uma tigela com pão migado e o caldo põe-se sobre o pão.Na mesa punha-se a tigela da sopa e a travessa dos condutos da matança - orelha, pé de porco, ossos de suan e outros condutos.

Até daqui a quinze dias e bom apetite!

Fátima Parreira

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12 15 de Janeiro de 2009COLABORAÇÃO

Perspectivas

Fernando M. Soares Silva

[email protected]

Depressão

Desde a aurora do seu aparecimento neste complexo mundo, a Humanidade tem sido

afligida por estados depressivos de vários modos e de diversa intensi-dade. O primeiro incidente depres-sivo histórico, segundo a narração bíblica em Génesis, foi o resultado da ingestão da paradisíaca maçã em violação da expressa proibição do Criador. E o segundo, baseado na mesma fonte, foi a tragédia do assassinato de Abel por seu irmão Caím, evento que mergulhou os seus atónitos progenitores em pro-funda e longa dor que, muito pro-vavelmente, os fez duvidar do fu-turo da emergente Humanidade...Vicissitudes, contratempos e in-desejáveis ocorrências na vida ocasionam tristezas, amarguras e desapontamentos que lançam a grande maioria dos seres humanos em manifestos estados depressivos. Mas, de uma maneira geral, estes estados são temporários, atenua-dos, e por vezes até eventualmen-te esquecidos, pela passagem do tempo; estes estados não entram na categoria de “depressões clínicas”, ou “transtornos depressivos maio-res”, problemas médicos que se caracterizam por sinais e sintomas específicos, e pelo seu prolongado efeito nos respectivos pacientes. Este estudo versará sobre a depres-são clínica.

COMO SE PODE DEFINIR DEPRESSÃO CLÍNICA? Depressão clínica pode definir-se como doença que, afectando o sistema nervoso central de uma pessoa, perturba os seus processos mentais, perceptivos e emotivos, ocasionando significativas altera-ções no seu modo de pensar e agir, bem como no seu comportamento pessoal e social. Essas alterações são acompanhadas de considerável sofrimento e originam, muitas ve-zes, graves danos na vida pessoal, familiar, social e profissional do paciente. Ao contrário das situações de oca-sional tristeza, pesar, melancolia, incidentais amarguras ou outros desapontamentos, os estados de-pressivos clínicos são condições duradouras de origem neurológica. com específicos sintomas. Por ou-tras palavras, estas condições são doenças fundamentalmente men-tais que requerem cuidados e trata-mentos médicos especializados. Note-se que os problemas de de-pressão clínica continuam a au-mentar, sobretudo, nos chamados países industrializados. Calcula-se que 16 a 20% da população mundial sofra de depressão clíni-ca pelo menos uma vez durante a vida. As estatísticas oficiais apon-tam ser a depressão mais frequente em indivíduos com idade entre 24 e 44 anos, aparentemente os perío-dos mais exigentes e difíceis da sua existência. Note-se, também, que a ocorrência de depressão em mu-lheres é duplamente mais comum do que a depressão entre pessoas do sexo masculino, embora essa diferença tenha baixado na última década. É curioso que essa diferen-ça desaparece entre as idades de 50 a 60.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO CLÍNICA? Numerosos e diversos são os sin-tomas associados a condições

depressivas clínicas. As manifes-tações e a intensidade desses sin-tomas são variáveis consoante o paciente. São necessários vários sintomas para se efectuar um con-clusivo diagnóstico da depressão. Segundo o excelente manancial informativo WILKIPEDIA, dispo-nível na Internet, os sintomas mais comuns são os seguintes:O sintoma basilar dos estados de-pressivos de categoria clínica é a persistente atitude de auto-rebaixa-mento acompanhada de sentimen-tos e expressões de angústia, de tristeza, e de sensação de vazio ou inutilidade, bem como de crescen-te diminuição de interesse e prazer em actividades anteriormente pre-feridas e muito agradáveis.. Outros relevantes e comuns sinto-mas de depressão incluem:

Ansiedade • Afastamento de amigos ou de • outras pessoas. Cansaço e perda de energia. • Falta de vontade de realizar • uma determinada tarefa a qual progressivamente se alastra ou pode alastrar-se a muitas outras actividades. Vontade de chorar, ou chorar • às escondidas. Maus resultados nos seus estu-• dos, devido à incapacidade em que o paciente se concentra. Vontade de ficar só. Afasta-• mento de tudo e de todos. Não querer ouvir barulhos, ou • não querer ouvir musica em altos berros (pois é uma forma de se alhear e afastar do que se passa à sua volta). Sentimento de tristeza persis-• tente. Problemas de auto-confiança • e auto-estima. Sentir-se triste e abatido sem • conseguir encontrar algo que o anime ou que lhe consiga despertar interesse. Dificuldade de concentração e • de tomar decisões.Sentimentos de culpa, deses-• perança, desamparo, solidão, ansiedade ou inutilidade Alterações no sono; dificul-• dades em adormecer, acordar muito mais cedo do que o ha-bitual, dormir em excesso ou com pesadelos. Medo de executar determi-• nada tarefa; ou medo do que possa acontecer se falhar. Vive obcecado com a sua in-capacidade ou com o que pos-sa acontecer a outros se ele falhar. Isolamento: evitar outras pes-• soas. Perda de apetite com dimi-• nuição do peso ou compulsão alimentar. Perda do desejo sexual. • Pensamentos de suicídio e • morte. Inquietação e irritabilidade. • Auto-agressão. • Mudanças na percepção do • tempo. Desatenção à própria higiene. • Possíveis mudanças em com-• portamento tais como agres-são ou irritabilidade. Medo ou sensação de ser ou • estar a ser abandonado. Desleixa-se com o vestir ou • com a sua apresentação. Isso deixou de lhe interessar.

CAUSAS DA DEPRESSÃO CLÍNICANo meio de muita discussão, di-vergência e controvérsia, nume-

rosas são as causas da depressão clínica apontadas por especialistas e cientistas. Mas há concordância num ponto básico: a depressão é associada a um desequilíbrio em substâncias químicas no cérebro, nomeadamente na serotonina. Acredita-se, também, que, entre outros ainda imprecisos, factores genéticos, biológicos alimentares, stressantes, qualidade ou estilos de vida, e ainda situações ou proble-mas de toxicodependência estejam relacionados com o aparecimento ou com o agravamento da doença depressiva.Entre os factores genéticos ou bio-lógicos relacionados com a sus-ceptibilidade para os estados ou doenças depressivas salientam-se alterações nos níveis de neuro-transmissores, tais como mudanças ou anomalias em serotonina, aceti-colina, dopamina, epinefrina e em norepinefrina. Atrofias em áreas cerebrais, como, por exemplo, no lobo pré-frontal, (responsáveis pela produção de serotonina e pelo con-trolo das emoções), são apontadas como agentes de transtornos e gra-ves distúrbios depressivos.Entre os factores de âmbito psico-social realce-se o seguinte: Pra-ticamente todos os pacientes de depressão apontam situações ou períodos de grande “stress” como principais factores da indução dos seus respectivos estados depres-sivos. Embora o factor mais fre-quentemente citado seja a perda de uma pessoa amada ou muito esti-mada, outras perdas ou aconteci-mentos traumáticos similarmente chocantes – como enormes desgra-ças, destruição bélica, terramotos, inundações, etc.– podem causar marcante consternação e pesar ar-rasantes para muitas pessoas. Os resultantes estados depressivos requerem imediata atenção médica, muitas vezes por longos períodos. Felizmente, a maioria dos pacientes ultrapassam este estado depressivo sem ficar cronicamente deprimida. Saliente-se que a vulnerabilidade varia em cada pessoa e depende da existência ou da predominância dos respectivos factores biológicos ou genéticos. A recuperação do paciente é influenciada, positiva ou negativamente, pelo ambiente familiar, e pelos relacionamentos no trabalho e comunitários, bem como na produção de serotonina, frisam os especialistas.Relativamente a causas ou facto-res físicos é importante apontar que certas doenças depressivas são causadas por anomalias físicas, re-sultantes de prévios traumatismos ou acidentes de profundo impac-to não só corporal como também emocional. Muitas vezes, esse im-pacto repercute-se na mente do paciente, reactivando o sofrimento passado, e ocasionando, assim, no-vos estados depressivos que reque-rem imediatos cuidados clínicos. TIPOS DE DEPRESSÃO Os principais modos ou tipos de depressão clínica podem compen-diar-se em seis:1 – Depressão Maior: Neste tipo de depressão, mantêm os especialis-tas, os pacientes manifestam pelo menos 5 dos seguintes sintomas, durante um período de tempo não inferior a 15 dias: 1– Desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia. Em crianças e jovens ado-lescentes, nota-se grande irritabili-dade durante este período; 2– Falta de prazer nas actividades diárias;

3– Perda de apetite com conse-quente diminuição de peso; 4 – Profundas alterações nos hábitos do sono. Estas alterações oscilam entre insónias e excessivas horas de sono, muitas vezes durante quase o dia inteiro. 5– Sensação constante de profunda canseira ou de langui-dez; 6 – Persistentes sentimentos de auto-culpa; 7 – Inabilidade ou dificuldade de concentração; 8 – Ideias recorrentes de suicídio ou morte. Vários especialistas advertem que os sintomas acima descritos são di-ferenciados de normais situações de tristeza. Os sintomas não deverão estar relacionados com episódios maníacos como os verificados em desordens ou transtornos bipolares, nem ser originados ou causados por drogas ou substâncias narcóticas, ou consumo abusivo de álcool. Deverá haver cuidado especial em diferenciar os comuns sentimentos de persistente tristeza em crianças ou adolescentes; esses sentimentos poderão ser ocasionados por ano-malias físicas como frequentes do-res de cabeça, cólicas abdominais, deficiências alimentares, grande irregularidade nos hábitos de sono, ou por inabilidade de concentra-ção mental e resultantes problemas escolares, consequente desânimo, crescente irritabilidade, e, ainda, por problemas afectivos, entre outros. 2 – Depressão Crónica, também chamada distimia, tem sintomas se-melhantes aos da depressão maior, mas mais leves e menos intensos, embora sejam de muito mais lon-ga duração, isto é, de pelo menos 2 anos. O factor predominante desta depressão é a tristeza entremeada em todas ou quase todas as activi-dades do paciente. Nesta depressão não se verificam significativas alterações no humor ou nas actividades usuais do pa-ciente, embota ele (ou ela) possa sentir-se marcadmente pessimista e desanimado. A sua sexualidade e o seu apetite não são afectados, nem se notam sintomas ou epi-sódios de agitação, mania, ou de afastamento social. Os pacientes deste tipo de depres-são, ou distímicos, poderão sofrer episódios de depressão maior em casos especiais de depressão de-nominada dupla. Adverte-se que a percentagem de suicídio entre esses pacientes é idêntica à pro-porção dos deprimidos graves ou maiores. 3. Depressão Atípica: Tipicamente nestes casos, os pacientes comem em excesso e dormem em demasia, sentem-se rejeitados, e, irritados, agastam-se com muita frequência. 4. Tensão Pré-menstrual . Entre 3 e 5% das mulheres são afectadas por este tipo de depressão que se carac-teriza por frequentes momentos ou fases de alta tensão nervosa acom-panhada de grande irritabilidade antes dos respectivos períodos de menstruação. Nesta depressão verifica-se a pre-sença de pelo menos 5 ou 6 dos sin-tomas típicos da depressão maior ma maioria dos ciclos menstruais da respectiva mulher. Os sintomas agravam-se, às vezes seriamen-te, cerca de umas semana antes do início do fluxo menstrual (ou período), mas atenuam-se e desa-parecem logo após a cessação da menstruação.4. Depressão Pós-parto: é um oca-sional, mas não infrequente, corolá-rio do parto, o evento que culmina o longo e complexo processo de gerar

e finalmente introduzir no convívio humano mais um novo ser. Atribui-se este tipo de depressão a perturbações ou alterações hormo-nais e emotivas. Desde o momento da concepção do bebé, e durante as diversas fases da sua gestação, a mulher grávida sofre várias e pro-fundas alterações psico-físicas. Estes efeitos são sentidos pela parturiente, e por vezes magnifica-dos, não só durante o parto, como também após o nascimento do seu bebé. Entre os problemas psico-físicos mais comuns salientam-se desconforto geral e sensação de dores de costas que, por sua vez, tendem a agravar sobremaneira o estado emocional da mulher e a sua situação hormonal de tal modo que ela passa a necessitar cuidados mé-dicos especializados. As alterações sofridas pela bacia da parturiente durante o parto podem originar sé-rios problemas que afectam não só a bacia como também a coluna da parturiente após o parto. 5 – Depressão Afectiva Sazonal. Esta desordem caracteriza-se por eclosão anual de episódios sazo-nais de depressão afectiva que, por exemplo, surgem durante o outono ou no inverno, e normalmente de-saparecem na primavera ou no ve-rão; Nesta segunda fase, os episó-dios depressivos tendem a tornar-se maníacos. Esta doença é acompa-nhada de sensação de fadiga, ten-dência a comer em excesso, abusar de doces, e dormir em demasia no inverno; no entanto, vários pacien-tes tendem a comer muito menos e a sofrer de episódica insónia. 6 – Tristeza. A profunda e prolon-gada tristeza pela perda, sobretudo por morte ou definitiva separação, de uma pessoa muito querida, pode ser, e é muito frequentemente, um potente factor no desenvolvimento de um grave ou crónico estado de-pressivo, como já foi aqui apontado. TRATAMENTOTodos os estados depressivos, e sobretudo os denominados graves ou crónicos, requerem atenção especializada e imediata, porque ignorar ou minimizar a depressão pode resultar em verdadeiras tra-gédias. Apontam os especialistas e as estatísticas oficiais de vários pa-íses que as taxas de suicídio entre depressivos é aproximadamente 30 vezes superior à média verificada na população em geral. Vários são os tratamentos actual-mente disponíveis. Os tratamentos mais comuns geralmente envolvem medicamentos Antidepressivos e Psicoterapia Comportamental. Há ainda Electroconvulsoterapia e Estimulação Magnética Transcra-niana, para casos renitentes e mais graves. Exercícios e actividades físicas regulares são consideradas benéficas para minorar e reduzir os sintomas de depressão ligeira ou moderada. Suplementos alimen-tares podem ser recomendados no tratamento da depressão.Em síntese, felizmente há vários tratamentos eficazes para ultrapas-sar e vencer estados depressivos que tanto abalam e podem até mes-mo destruir a vida se não houver a prudência e o bom senso de os diagnosticar e confrontar pronta-mente.

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13COLABORAÇÃO

Será assim? Pelo menos é o que todos dizem. E to-dos os anos fazem-se planos, sonha-se em cumprir com cada um deles, e se é verdade que o sonho co-manda a vida, então que ninguém deixe de sonhar

e que a vida se prolongue em tempo e qualidade para ter-mos oportunidade de contar aos nossos filhos, se possível a netos e bisnetos, histórias reais de encantar que passem às gerações seguintes. E quem não gostará um dia de saber quem foram os seus antepassados, de saber onde come-çaram as suas raízes, difícil tarefa para muitos, e com a globalidade mais difícil se tornará daqui a alguns anos. Se o Mundo ainda o for, pois da maneira que está vivendo, com as guerras ao planeta, o atentado ao ser humano, aos animais, à moralidade, à dignidade, não sei mesmo se os netos viverão para contar alguma coisa. O pior de tudo é que o mesmo ser humano é quem deter-mina o seu próprio futuro, desde as mais pequenas reuni-ões às mais altas cimeiras, nos mais diversos países, em grandes salões ou nos palcos dos grandes teatros, e sem ensaios passa a ser o grande actor das mais curiosas cenas que tanto podem ser de amor ou desamor. De amor, diante da família, dos filhos e dos amigos. De desamor, quando finge a dor que deveras sente. E passa a viver com os ou-tros o cinismo das grandezas, da vaidade e da mentira, do vencer não importando o preço da razão, Para tràs ficaram os apertos de mão com as promessas de cumpromisso de construir um mundo melhor. Por mais apelos que sejam feitos no sentido de se parar as guer-ras, ninguém parece escutar, mesmo que todas as crianças venham para a rua pedir a Paz, cada vez se mata mais adultos e crianças.Os Media dão-nos conta de tudo, na mesma hora, no lu-gar dos acontecimentos, das correrias de um lado para o outro e parece que nos entram pela porta todos os árabes, com ou sem turbante, e o pior de tudo é que nunca se sabe quando levam uma bomba atada ao corpo para fazerem explodir em qualquer lugar, fanàticamente destinada, em nome de um Deus, que deduso, sanguinário. Que tristeza, que angústia me causa esta gente que na altura da raiva esquece que tem filhos, netos e bisnetos, mortos pela in-consciência. Nunca poderão contar histórias de encantar do País das Mil e Uma Noites. Longe de tudo isto, o melhor foi neste início do ano ter escutado a música da nova banda que se extreou na Banda Portuguesa de São José com o nome de Lira Portuguesa da Baía, na passada Sexta-feira dia 9. Formada por elementos com nível musical mais elevado das cinco Bandas da Área da Baía: Filarmónica de Santa Clara, Artista Amadora de San Leandro, Nova Aliança, União Popular e Banda Por-tuguesa de São José, foi um excelente concerto que nos transportou a um momento de outros tempos, escutando a boa música. Em boa hora o fizeram e espero que tenhamos cada vez mais espaços disponíveis para este género de ma-nifestação cultural. Três mestres, David Rodrigues, Nicole e Júlio de Mattos conduziram as diversas peças musicais e tornou-se agradável observar tanto talento, respeitado pelo silêncio dos espectadores, apenas quebrado pelos aplausos, no fim de cada peça. Lindo! José Amaral, mestre da Banda de São José é um grande entusiasta que fez a apresentação deste serão, e dirigiu pa-lavras de incentivo e agradecimento a todos os presentes que em vasto número acudiram ao salão da Banda. No fi-nal, a Direcção ofereceu um beberete que decerto serviu ainda para dois dedos de conversa depois do concerto. Se todos os politicos e governantes fossem músicos, talvez a Paz do Mundo se transformasse em contínua melodia e os Povos, sim, viveriam harmoniosamente.

Agua Viva

Filomena [email protected]

Ano Nove, Vida Nova!

Happy Birthday’s

Velma Vasconcelos, de Escalon, foi surpreendida com uma festa de anos no Salão da Azores Band of Escalon. Mais de uma centena de pessoas quiseram-lhe cantar o Happy Birthday no dia dos seus 70 anos. Na foto pode-se ver Velma Vanconcelos (sentada) rodeada de toda a família - 3 filhas, 1 filho, 9 netos e 3 bisnetos.

Todos os anos, no dia 3 de Dezembro, e no Sousa’s Liquor Store, Manuel Castro é recebido com um bolo de aniversário. Este ano comemorou o seu nonagésimo. Manuel Castro é uma frequente visita da Sousa’s Liquor.

Maria D. Cabral - fraternalista do anoA UPEC seleccionou Maria D. Cabral como a Fraterna-lista do Ano do California Fraternal Congress - Branch # 1.A homenagem ocorrerá no dia 7 de Fevereiro de 2009, no Fremont Elks Lodge, a 38991 Farwell Drive, Fremont, pelas 11:30 am. Quem quiser assistir a esta homenagem deve comunicar com a UPEC - 510-483-7676 até ao dia 26 de Janeiro.

Maria Cabral é uma das pioneiras das agencias de via-gens. Sabemos que ela anunciará durante a homenagem uma dádiva especial que tem para oferecer a comunida-de. Tribuna Portuguesa mais uma vez sauda e felicita esta grande Senhora da nossa Comunidade.

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14 15 de Janeiro de 2009COMUNIDADE

Notícias dosAçores

Filme “As Ilhas Desconhe-cidas” com ante-estreia em Ponta Delgada

A viagem que escritor Raul Brandão rea-lizou aos Açores e à Madeira há 75 anos constitui o ponto de partida para o filme “As Ilhas Desconhecidas” dirigido pelo jornalista, argumentista e cineasta Vicente Jorge Silva, cuja ante-estreia está agenda-da para dia 21, em Ponta Delgada. O presidente do Governo dos Açores, Car-los César, participa na sessão de apresen-tação do filme, que resultou de um projecto desenvolvido pela Contracosta Produções.Abrangendo as nove ilhas açorianas e as duas do arquipélago da Madeira a produ-ção, com uma versão de quatro episódios a transmitir pela RTP, pretende confrontar as impressões de Raul Brandão com a ac-tualidade, procurando a essência da vivên-cia insular. Tendo por base a importância da iniciativa nos planos cultural e da divulgação exter-na da Região, das suas tradições, vigência e imagem, o Governo financiou o projecto em 80 mil euros.

Compra da conserveira de S. Jorge

As escrituras de aquisição pelo Governo dos Açores, através da empresa de lotas, Lotaçor, do capital social das empresas “Stª Catarina – Indústria Conserveira, SA” e “Companha – Sociedade Pesqueira, Lda”, ambas sediadas no concelho de Ca-lheta, têm assinatura agenda para dia 20. Segundo o vice-presidente do Governo, a aquisição das duas empresas terá um valor financeiro “simbólico, fruto da assumpção por parte da Região de todo o activo e pas-sivo” respectivos.Na sequência do processo de compra, foi convocada para dia 30, a Assembleia-Ge-ral da empresa que vai eleger os novos ór-gãos sociais e definir a nova estratégia de recuperação, prevendo-se o reinício pleno da actividade da fábrica de Santa Catarina na primeira quinzena de Fevereiro, indi-cou Sérgio Ávila.Garantiu, também, que vai ser “regulari-zada a situação laboral dos trabalhadores mantendo todos os postos de trabalho”.Segundo acrescentou, “já decorrem nego-ciações com entidades financiadoras por forma a podermos, o mais cedo possível, reestruturar o passivo da empresa e dotá-la de uma nova estratégia que, a breve trecho, vai permitir a sua viabilidade económico-financeira”.

(parcial)- GaCS/AP

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15COMUNIDADE

O Natal no Sousa’s é sempre animadoAté a juventude participou

Todos os anos a meados de Dezembro, o Abilio Sousa faz a sua Festa de Natal com espetadas a moda da Madeira e outras iguarias próprias da época. É já uma tradição que atrai muita gente, desde a malta mais nova até aqueles que por estas bandas já andam há mais de sessenta anos. Vale bem a pena uma visita ao Abilio nesse e noutros dias.

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16 15 de Janeiro de 2009ENTREVISTA

David SousaViver a família e a vida de Real Estate com dedicação e amor

Se o David e o Daniel fossem pia-nistas, diríamos que esta conversa com eles tinha sido feita a quatro mãos. Como não o são, este bate papo foi feito em sintonia cerebral conjunta.Numa altura em que a economia está sofrendo com as incertezas do futuro, era importante ouvir dois especialistas em Real Estate e tentar compreender em palavras simples e directas o que está acon-tecendo e o que se pode esperar do futuro.David e Daniel são duas estrelas da nossa comunidade. E ainda há tantas por descobrir.

Atravessando a America uma crise eco-nómica nunca imaginada, quais são as oportunidades para quem quer com-prar casa?

Não haja dúvida que estamos atravessan-do uma época dificil em termos da econo-mia. Quem nos últimos 3-5 anos poupou dinheiro, agora têm a vantagem de com-prar casas que desceram 60% em preço quando comparando com os preços das casas em Agosto de 2005. E também têm a vantagem de poder aproveitar alguns dos juros mais baixos. Estas duas coisas com-binadas (preços e juros baixos) fazem com que seja mais barato comprar uma casa do que arrendar.

Por causa desta crise é possível que os juros e o sistema de prestações de casas sejam avaliadas em baixa. Será assim?

Na nossa opinião, achamos que os juros não vão descer mais, porque o dólar está fraco em comparação com as moedas es-trangeiras. Isto faz com que haja menos in-vestimento estrangeiro dentro dos Estados Unidos.

Para que os nossos assinantes possam comprender bem o que se passou, po-dem-nos dar a sua explicação em termos simples, desta crise imobiliária?

Um factor grande que contribuiu para esta crise foi a facilidade de acesso a crédito para qualquer pessoa. Tivemos uma situ-ação onde tinhamos que documentar em-préstimos com muito detalhe, para uma situação onde não era preciso documen-

tação. Isto facilitou a grande maioria das pessoas a pedirem mais dinheiro empres-tado do que podiam pagar. Na industria imobiliária dizia-se “liar, liar, loans”. E nem é preciso dizer que estes empréstimos davam muito lucro e eram vendidos com grande lucro no mercado secundário.

Hoje em dia os bancos estão a dificultar o credito as pessoas. O que é que se pode fazer?

A melhor maneira para as pessoas pode-rem obter empréstimos é:

1) Terem bom crédito (720 ou mais). 2) Manterem pouca dívida nos seus cartões de crédio, empréstimos de carros, etc... 3) Mostrar que têm emprego

4) Ter reserva de dinheiro no banco em caso de emergência. Os bancos gostam de ver isso. Falando simplesmente, as regras voltaram as ser as mesmas de há 20 anos, quando os empréstimos eram escritos por pessoas e não por computadores.

Para evitar a execução de hipoteca “fo-reclosure” , há várias tentativas gover-namentais para judar as pessoas em di-ficuldades. Quais são as mais viáveis? O que é que as pessoas tem de fazer?

Existem várias agências e programas que tomaram efeito no dia 1 de Janeiro, e têm como função ajudar pessoas a modifica-rem os empréstimos das suas casas. Al-guns exemplos de modificações: redução

do empréstimo principal ou redução dos juros. Devem contactar o seu banco para falar sobre as suas opções, ou então com o seu agente imobiliário que têm conheci-mento destas modificações.

Qual é o vosso objectivo como empresa para o ano de 2009?

O nosso objectivo para o ano 2009 é con-tinuar a crescer positivamente pouco a pouco e também continuar a educar nem só os nossos loan officers como também os nossos agentes para servirem os nossos clientes bem. O nosso objectivo tem sem-pre sido produzir qualidade e não quanti-dade.

David Sousa Nasceu na Serreta, Ilha Terceira e a sua grande paixão foi envolver-se na venda e compra de casas depois de tirar a sua licença aos 24 anos. Casado com Marla, tem dois filhos, Manuel, 8 e Alexandra, 6. Vive em Turlock e já recebeu vários prémios por excelencia profissional. Com 13 anos de experiencia, David Sousa é um agente imobiliário por amor e dedicação aos seus clientes.

“O nosso objectivo tem sido sempre produzir qualidade e não quantidade”

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17ENTREVISTA

Daniel MacielEmpenhado em oferecer um serviço de excelência aos clientes

O Atlantic Mortgage foi criado há cinco anos pelo David Sousa e Daniel Maciel, com o propósito de melhor servir os seus clientes com empréstimos, facilitando a compra de casas. Ao mesmo tempo criaram a Atlantic Realty para comple-mentarem essa oferta e assim poderem ajudar a comunidade, oferecendo os seus serviços e o seu conhecimento do mer-cado imobiliario, na compra e venda de casas.A experiencia de ambos em Real Esta-te, tem ajudado a solidificar o sucesso da Atlantic Mortgage e Atlantic Realty, com dezenas de empregados prontos para servirem a comunidade, quer em língua portuguesa, Inglesa ou espanhola.O nome escolhido Atlantic, tem a ver com a origem açoriana destes dois jo-vens e as ondas do mar azuis lembram as maresias dos Açores.Esta empresa tem escritórios em Modes-to e Turlock.

3507 Tully Road, Suite 50 e 60Modesto, CA 95356Telefone 209-575-0501

777 E. Hawkeye, Suite 2Turlock, CA 95382Telefone 209-668-0501

Façam-lhe uma visita e não se arrependerão.

Daniel Maciel Nasceu em Hilmar, California, é casado com Denise e tem um filho Darin, nascido na Noite de Natal de 2007. Trabalha em Real Estate desde os 21 anos de idade. A obtenção da sua licença de Broker foi um passo importante na sua vida profissional. É um dos mais reputados vendedores do Vale Central e já tem sido reconhecido e premiado pela excelencia do seu trabalho.

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18 15 de Janeiro de 2009PATROCINADORES

Compre produtos dos nossos patrocinadores

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19COLABORAÇÃO

Minha Língua Minha Pátria

Eduardo Mayone [email protected]

A PORTUGUESA E OUTROS CANTOS PATRIÓTICOS

Recorde-se que a 11 de Janeiro de 1899 o Go-verno Britânico havia enviado um ultimato

a Portugal exigindo que se orde-nasse imediatamente por telégra-fo ao Governador de Moçambi-que a retirada de forças militares portuguesas da região de Chire e outras nas proximidades e insinu-ando uma intenvenção por parte da Royal Navy caso a exigência não fosse atentida. Esta atitude, contrariando as dis-posições da aliança anglo-inglesa de 1386, levou a ondas de indig-nação que varreram todo o país. É pois no contexto deste movi-mento que Henrique Lopes de Mendonça e Alfredo Keil com-põem respectivamente a letra e a música (1) de A Portuguesa, que obteve extraordinário êxito, (2) em especial dentro dos círculos republicanos que iam surgindo. Considerando-a um canto revolu-cionário, o Governo proibiu-a nos últimos anos da Monarquia.O cântico foi adoptada como hino nacional no ano seguinte ao da implantação da República, que teve lugar a 5 de Outubro de 1910. Veio substituir o Hino da Carta (ou seja da Carta Consti-tucional), promulgado como hino oficial em Maio de 1834.Era óbvio que os liberalíssimos e anticlericais fundadores da República não poderiam aceitar uma letra que dava vivas ao Rei e aconselhava “Ama a tua Religião / Observa e guarda sempre a Di-vinal Constituição”.Das três estâncias do texto de A Portuguesa apenas a primeira, a mais vigorosa, e o refrão são cantados. O poema sofreu várias alterações até à presente versão oficial, de 16 de Julho de 1957. Por exemplo, uma vez atenuada em 1910 a hostilidade aos ingle-ses, o brado de “contra os bretões (ou seja os britânicos) marchar marchar” foi substituído pelo mais inócuo “contra os canhões marchar marchar”. A letra deste canto acusa influên-cias do hino nacional francês, já que La Marseillaise havia obtido grande repercussão em Portugal como voz de protesto contra go-vernos conservadores.Para além da semelhança de tí-tulos, (3) existe certo paralelis-mo entre “Às armas, às armas” e “Aux armes, citoyens”, assim como entre “marchar marchar” e “marchons, marchons”.Em ambos os hinos há um apelo bélico, “pela pátria lutar” e “for-mez vos bataillons”. A faceta de denigração do inimigo em La Marseillaise, existente na refe-rência aos ferozes soldados que vêm estrangular os nossos filhos e companheiros e embeber as nossas lavras de sangue impuro, encontra-se sem embargo de todo ausente do hino português.Alargando o confronto com ou-tros cantos épicos estrangeiros, embora excluindo a possibilidade de inspirações, inviáveis devido a disparidades cronológicas, note-se a exaltação dos valores pátrios

(“Heróis do mar, nobre povo, na-ção valente e imortal”) presente em a Giovinezza, hino da juven-tude fascista italiana (“Salve o popolo di eroi, / salve o Patria immortale”). O antigo hino alemão ia mais longe: “Deutschland, Deusts-chland über alles, / über alles in der Welt”. Este conceito de uma Alemanha superior a todos os países do mundo coaduna-se evi-dentemente com a postrior teoria nazista do Herrenvolk, o povo de senhores, escolhido e de raça pura. Mais moderada é a estância de uma antiga versão da Marcha Real, hino nacional espanhol: “Viva España, / que es madre de Naciones, / con Dios, Patria, Rey / con que supo imperar”.A insurreição popular contra o Governo de Costa Cabral, conhe-cida como a Revolta da Maria da Fonte, eclodiu no Minho em Maio de 1846 e em breve se estendeu a todo o Norte. O seu nome deve-se ao facto de que a camponesa que a encabeçou, chamada Maria, era natural da freguesia da Fonte da Arcada. Com base neste movimento o Maestro Ângelo Frondoni criou o Hino da Maria da Fonte, de carácter belicoso, que passou a constituir o canto de guerra do Partido Progressista.Durante o Estado Novo este hino executou-se em cerimónias ofi-ciais. A prática de um uso popu-lar não foi contudo enfatizada. Era relativamente inócua a sua primeira estrofe:

Viva a Maria da FonteCom as pistolas nas mãosPara matar os Cabrais (4)Que são falsos à Nação! (5)A segunda oferecia contudo uma tonalidade revolucionária que não se poderia compatibilizar com o espírito o monolitista da ditadura:

Eia avante,Portugueses!Eia avante! Não temer!Pela Santa Liberdade,Triunfar ou perecer!

Em 1936 é criado em Portugal a organização juvenil Mocidade Portuguesa, de certo modo pa-ralela à Hitlerjugend nazista, aos balilas italianos, aos flechas da Falange Espanhola e até mesmo, apesar de antipódicas ideologias, aos Jovens Pioneiros da USRR.O Hino da Mocidade Portugue-sa, de agradável melodia, revela na sua letra, composta por Mário Beirão, expressivos toques poé-ticos como “tronco em flor, es-tende os ramos / à mocidade que passa”.Por outro lado, todavia, desta letra emerge uma altissonante terminologia, decerto não muito assimilável pela grande maioria dos filiados, em especial os “lu-sitos”, de idade entre os sete e os onze anos: “tubas”, “clangor”, “alva”(no sentido de “alvorada”), “turbada”, “insânia” ou “trans-cende”. (6)A mensagem ideológica é tenuís-sima, apenas vislumbrada na es-trofe “Alva de luz imortal / Roxas névoas despedaça / Doira o céu de Portugal”, sugerindo um re-nascer político após um tenebro-so passado. (7)Também em 1936 é criada a Le-gião Portuguesa, braço armado do salazarismo, que acabou de se tornar num serviço quase civil de vigilância política. O hino da LP, escrito por José Gonçalves Lobo, esse sim, é abertamente politizante na sua mensagem, como o exemplificam as duas primeiras estrofes, no seu linearismo de expressão:

Nós temos que vencerNada temos a temerDa invasão comunistaJá existe a Legião

Ao vento solta o pendãoDo combate ao anarquismoE o hino remata com dois versos quase panfletários:Gritando sempr Avante!Por Salazar! Salazar!

Uma das estrofes, “Garbosos e aprumados / ‘são verdadeiros soldados / da ordem e do pro-gresso”, revela-se curiosmente irónica. O garbo e o aprumo nun-ca foram apanágio da Legião. De facto a sua falta de marcialidade era notória. Passados os arroubos da década de 30, muitos filiados faziam o possível para não ter de envergar o uniferme verde ou não ostentar o emblema com a cruz de Avis na lapela do casaco.Ao contrário do hino da MP, ain-da hoje recordado por muitos dos jovens de então, este passou qua-se despercebido.O Hino da Restauração, cujo texto primitivo verberava os es-panhóis pelo seu domínio sobre os portugueses, deixou de ser politicamente correcto em 1940, o ano dos grandiosos festejos do Duplo Centenário. Celebrava-se então a fundação do reino, ain-da que fosse arbitrária a data de 1140 atribuída a esse evento, e a restauração da independência no 1º de Dezembro de 1640.Mostravam-se por esses anos muito harmoniosas as relações políticas com a Espanha e uma nova letra para este hino surgiu. Nele exaltam-se o feito dos cons-piradores de 1640 e os valores nacionais em geral, sem todavia aludir a algo que pudesse ferir a susceptibilidade dos novos par-ceiros ideológicos:

Portugueses, celebremosO dia da Redenção.Em que valentes guerreirosNos deram, livre, a Nação.A fé dos Campos d’Ourique,Coragem deu, e valor,Aos famosos de Quarenta,Que lutaram com ardor.

O hino encaminha-se em seguida para um remate apoteótico:

P’rá frente! P’rá frente!Repetir saberemosAs proezas portuguesas.

Em 1961, cerca de um mês após os primeiros embarques de tropas portuguesas para An-

gola, o Coro e Orquetra da Fede-ração Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT) lançou a mar-cha Angola é Nossa.Em consonância com a vaga de indignação e revolta que sacu-diu Portugal ante os massacres perpetrados pela UPA em Março desse ano, o texto deste cântico oferece logo de início um carác-ter quase panfletário:

Angola é nossaAngola é nossa. Angola é nossaAngola é nossa

Ó povo heróico Portuguêsnum esforço estóico outra veztens de lutar, vence, esmagara vil traição.P’ra triunfarvalor te dá teres razão

Era a época em que Salazar pro-clamara “Para Angola rapida-mente e em força” e a marcha teve enorme aceitação. Evidente-mente dela quase não restou me-mória após 1974.O último cântico de vasta re-verberação por todo o país foi Grândola, Vila Morena, por Zeca Afonso.Integrada na onda de canções de protesto que o leve abrandamen-to marcelista à rígida política anterior havia permitido, a can-ção conseguiu uma gigantesca popularidade após o 25 de Abril, tornando-se na realidade quase o hino da Revolução dos Cravos. Estranhamente estão dela ausen-tes os tons épicos. Pelo contrário soa num ritmo de balada, talvez induzida pela canção popular alentejana.

NOTAS

(1) A música foi composta na noi-te seguinte à data do ultimato.(2) A 29 de Março de 1890 A Por-tuguesa foi executada no teatro de ópera São Carlos e em muitas outras salas de espectáculo de Lisboa.(3) Note-se também a semelhança com o hino socialista A Interna-cional , de 1871 com versões em 47 idiomas, e o belga La Braban-çonne, este de 1830.(4) Os irmãos António Bernardo Costa Cabral, Marquês de Tomar, e José Bernardo da Silva Cabral, Conde de Cabral, destacadas fi-guras políticas da época.

(5) Outra versão dizia:

A Maria da FonteÉ uma mulher como as mais.Traz à cinta uma pistolaQue é para matar os Cabrais.

Com o correr dos anos, na voz do povo, talvez pela pouca familia-ridade com o termo “Cabrais”, este havia sido substituído por “pardais”.(6) Talvez subconscientemente reagindo `grandiosidade estilís-tica, alguns irreverentes filiados preferiam substituir parte da pri-meira estrofe do hino, “Levados, levados sim / pela voz de som tremendos ‘das tubas, clangor sem fim” por uma subreptícia e prosaica “Lavados, lavados sim / com sabão azul e branco / da loja do Serafim”. (7) A imagem da alvorada políti-ca está também presente no hino da Falange Espanhola: “Arriba, escuadras a vencer / que en Es-paña empieza a amanecer”.

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20 15 de Janeiro de 2009COLABORAÇÃO

Mudança de Planos

Como introdução do meu primei-ro artigo de 2009, gostaria de partilhar convosco um pouco de uma conversa que tive com uma

pessoa enquanto o meu automóvel estava no mecânico. Eu estava sentado na sala de espera quando vejo um homem entrar à procura do mecânico. Minutos depois, o homem regressou à sala, procurou uma revista e sentou-se na cadeira que se en-contrava à minha frente. Era um homem visivelmente frustrado, como seria normal para quem tem uma avaria no automóvel, mas a verdade é que o problema do auto-móvel representava apenas uma pequena gota da enorme trompa de água que caiu sobre as sua família. Eu comecei por lhe perguntar qual o problema que o seu auto-móvel tinha e ele respondeu: “problema?...tem vários problemas: precisa de pneus novos, alinhamento, o radiador derrama, e os travões já deram o que tinham pr’a dar, mas eu apenas vim aqui para arranjar os travões”. Após vários minutos de con-versa, foi fácil entender a razão pela qual o John só vinha para arranjar os travões. O John é empregado de construção, na-tural do Texas, é casado e pai de três fi-lhos. Há três anos o John mudou-se para a Califórnia quando lhe ofereceram uma proposta de trabalho irrecusável. Hoje, o John diz não saber se amanhã ainda esta-rá empregado. A sua firma já demitiu oito colegas seus e ele receia o pior. Sexta-feira recebeu o equivalente a 6 dias de trabalho

quando realmente trabalhou 10. A esposa do John estudava enfermagem, mas teve que pausar os estudos e arranjar um em-prego para ajudar com as despesas. Para além disto, o John está em risco de perder a casa que comprou à três anos e que agora vale pouco mais de metade do que valia naquele tempo. O John diz que vai ter que mudar os seus planos de vida e não sabe o que vai fazer se perder o emprego. Entre-tanto, o mecânico trouxe-me as chaves do meu automóvel. Despedi-me do tal John com um aperto de mão e um “good luck my friend”.A história do John já não é novidade para ninguém, pois casos semelhantes, e até piores, ouvem-se todos os dias nesta al-tura de crise. São histórias como esta que dominam a actualidade e nós, estudantes, estamos mais atentos do que nunca. A actual crise tem levado a que vários jo-vens estudantes sejam forçados a altera-rem os seus planos. Lá vai o tempo em que o jovem seguia para a universidade para se formar na profissão do seu gosto.Vários jovens que planeiam perseguir o es-tudo universitário estão a fazer uma análi-se cautelosa do mercado de trabalho para escolherem uma área de estudo que tenha saída, ou seja, uma profissão “à prova de recessão”. A estação televisiva CNN, há poucos dias revelou as dez melhores pro-fissões para se ter numa altura de recessão. A avaliação das profissões foi baseada na combinação da procura, salário, e poten-

cial de crescimento da respectiva profis-são. Assim sendo, as profissões avança-das foram: 1-Conselheiro financeiro de contabilidade, 2- Gerente de programas de software, 3- Administrador de base de dados, 4- Fisioterapeuta, 5-Assistente de médico, 6- Especialista do ambiente, 7-Hidrólogo, 8- Professor Universitário, 9- Contabilista público, 10- Professor. Para além deste “top 10” também foram men-cionadas outras profissões que oferecem garantias em alturas de recessão: carreiras nas áreas de segurança (polícia), na área da saúde( Medicina, Farmácia, e sobretu-do Enfermagem) assim como na área dos computadores e também alguns trabalhos do governo. Ao analisar estas profissões, é difícil en-contrar uma que se possa exercer sem ter um curso superior. Isto já não é novidade. A verdade é que , ainda antes da actual cri-se, já era difícil arranjar um bom empre-go sem ter estudo superior e daí ser fácil entender o crescimento na percentagem de jovens que vinham prosseguindo o estudo para além do “high school” nos últimos anos. Este ano concorreram 126,000 estudantes às universidades da Califórnia ( 5% acima do ano passado).O problema é que, devido à crise, as universidades da Califórnia do UC System viram-se obrigadas a cortar 10,000 vagas em comparação com o ano anterior. Como consequência, o processo de selecção de alunos vai ser ainda mais

rigoroso. Isto só para falar dos jovens que estão a concorrer ao ensino superior. Para os que actualmente frequentam a univer-sidade, como eu, já nos está reservado um aumento nas propinas que temos para pa-gar no próximo ano lectivo e como con-sequência, vários estudantes estão a ser obrigados a uma alteração de planos assim como uma maior ginástica financeira. Enquanto uns se preparam para escolher uma área de estudo, outros que já a tinham escolhido estão agora a repensar as suas decisões. Nos dias de hoje, ter um curso superior é algo de precioso, mas nem todos os cursos oferecem garantias pois existem imensas pessoas formadas que actualmente se en-contram no desemprego. Muitas dessas pessoas estão a alterar os seus planos de vida e alguns até estão a regressar à escola para tirarem um dos tais cursos “à prova de recessão”.Se as pessoas com cursos superiores estão a reparar que “acabou-se o que era doce”, pessoas sem qualquer formação como o nosso amigo John (do início do artigo), começam a reparar que a coisa já está sal-gada demais.

Lufada de Ar Fresco

Paul [email protected]

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21PATROCINADORES

FRATERNAL ACTIVITIES OF THE SOCIETY

Luso American Fraternal FederationSociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel

February 2009

Date Time Council City Location

Friday 6th 6:00 pmCocktails 7:00 Dinner

19b NewarkAnnual C h i c h a r r o Dinner

Newark Pavillion6430 Thornton AveNewark, CA

Saturday 7th 6:30 pm Co-cktails7:00 Dinner

29-50 TurlockPresidents Vi-sits

Hilmar Communi-ty HallFalke Ave, Hilmar, CA

Saturday 7th 5:00 pm No-Host Cockt.6:00 Dinner

YC # 11 Santa ClaraFundraisingAnnual Youth Council Fun-draising Acti-vity

SES Hall1372 Lafayette StSanta Clara, CAMore info: callLidia Resendes408-368-9499Arnold Rodrigues408-202-2728Joseph Resendes408-438-6740

Sunday 8th 12:30 No-Host Co-cktails1:00 Lunch

42B-43C MartinezPresident Visits

M a r t i n e z Sportmen’s Club304 Embarcade-ro, Martinez

Sunday 15th 2:00 pm Co-cktails3:00 Lunch

58B SalinasP residentes Visits

Waffle Rerstau-rant1465 N Main StSalinas

LUSO AMERICAN LIFE

20-30’s Associate President Liz Alves, State President Liz Rodrigues,State Youth President Gary ResendesPara mais informações, contacte LAFF 925-828-4884

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22 15 de Janeiro de 2009DESPORTO

Cristiano Ronaldo - a Escola do Sporting já deu dois melhores jogadores do mun-do - Figo e Cristiano. Bom investimento tem bons resultados

O internacional português Cristiano Ronaldo venceu o prémio de Jogador do Ano de 2008 para a FIFA e su-

cede assim a Kaká, do AC Milan, um dos cinco nomeados para o galardão em disputa no sector masculino, juntamente com Lionel Messi (Argentina, FC Bar-celona), segundo classificado, Fernando Torres (Espanha, Liverpool FC), terceiro, e Xavi Hernández (Es-panha, FC Bar-celona).

Momento especial

Após a entrega do galardão, pe-las mãos de Pelé, o atleta lusitano dedicou o prémio à família, amigos e companheiros de profissão, tendo realçado a vontade de voltar a vencer esta distinção:”É um momento es-pecial na minha vida. Quero agra-decer à minha mãe, ao meu [falecido] pai, às minhas irmãs, à minha família toda, amigos e colegas de equipa, pois sem eles não conseguia ganhar. Espe-ro cá voltar outra vez”.

Época em cheio

Ronaldo, de 23 anos, viu assim recom-pensada uma época em cheio na qual foi elemento preponderante nas vitórias do Manchester United FC na Premier Le-ague e na UEFA Champions League de 2007/08. O prémio, atribuído pelo orga-nismo que tutela o futebol mundial esta

segunda-feira, em Zurique, que resulta da votação realizada pelos capitães e selec-cionadores de todo o planeta, segue-se à conquista Bota de Ouro relativa ao melhor marcador da Europa e da Bola de Ouro para o melhor jogador do Velho Continen-te, atribuído no início de Dezembro.

Na senda de Figo

Internacional em 66 ocasiões, Ronaldo ajudou ainda o conjunto orientado por Alex Ferguson a sagrar-se campeão mun-dial de clubes no mês passado, ao derro-tar o Liga Deportiva Universitaria de Quito, por 1-0, em Yokohama (Japão) e depois de ter ficado na terceira posição em 2007, o reconhecimento máximo do extremo de

Portugal, goleador-mor da UEFA Cham-pions League (oito golos) e do campe-onato inglês (31) – 42 no total de todas ass competições –, sucede-se ao de Luís Figo em 2001, o primeiro lusitano a ser distinguido.

“Hat-trick” de Marta

A internacional bra-sileira Marta, que terminou há pouco tempo a ligação ao Umeå IK, foi eleita Jogadora do Ano pela terceira vez consecutiva, numa votação cujas fina-

listas, além da dianteira de 22 anos, eram a sua compatriota Cristiane, as alemãs Birgit Prinz, Nadine Angerer e a inglesa Kelly Smith.

uefa.com

Premio FIFACristiano RonaldoO melhor jogador do Mundo

Liga SagresAnálise da jornada 14Porto perdeu liderança

Sinais de desconforto no topo do classificação. Mais uma jornada volvida, mais uma troca de lí-der. O F.C. Porto, que assumira

a primeira posição na ronda de abertura de 2008, cedeu um inesperado empate caseiro frente ao abespinhado Trofense e caiu para o terceiro posto.

Benfica e Sporting agradeceram a gen-tileza. Os dois de Lisboa cumpriram a respectiva obrigação e triunfaram em casa diante do Sp. Braga e do Marítimo. Na Luz, polémica instalada depois de uma arbitragem terrível de Paulo Batis-ta, com claro prejuízo para a formação minhota. Em Alvalade, triunfo seguro

dos comandados de Paulo Bento.

Contas feitas, 14 jornadas volvidas o

triunvirato do costume preenche os luga-res do pódio. Benfica e Sporting com 29 pontos e o F.C. Porto com 28.

Mas a análise desta ronda não se esgota nos encontros dos «grandes». O Belenen-ses, por exemplo, merece algumas linhas em tom elogioso. Pela primeira vez, os ho-mens do Restelo conseguiram vencer fora de casa. A vítima foi o Rio Ave, «lanterna vermelha» da prova. Com o triunfo em Vila do Conde, a formação de Jaime Pa-checo pulou até ao 12º lugar.

No pólo oposto, a confirmação da inépcia do V. Guimarães nos encontros disputados no Estádio D. Afonso Henriques. O nulo na recepção ao E. Amadora é apenas mais um dado preocupante a juntar-se a um registo caseiro miserável: sete jogos, uma vitória e três magros golos marcados apenas.

Em mais uma jornada paupérrima no número de golos apontados, apenas 12, o encontro entre o P. Ferreira e o Nacio-nal justifica algum relevo. Na Mata Real marcaram-se cinco, quase metade dos ten-tos desta ronda, na vitória insular por 2-3. Nené continua a espalhar inspiração na hora do remate e os alvi-negros ocupam o quinto lugar na tabela.

No derby da zona centro entre a Naval e a Académica, louros para a formação fi-

gueirense. 2-1, centésimo golo apontado no escalão maior e um pulo até ao décimo posto. Nesta partida, um sublinhado espe-cial para o desentendimento entre Ulisses Morais e Domingos Paciência no final.

Nota derradeira para o quinto encontro consecutivo sem vencer do Leixões. José Mota e os seus pupilos ainda são quartos na tabela, mas o sinal de alarme começa a tocar para o Estádio do Mar. Desta fei-ta, os homens de Matosinhos empataram a zero com o V. Setúbal, outra formação que também já não vence desde finais de Novembro.

In Maisfutebol

Lisandro Lopez é a imagem do desalento do Porto (Getty Images)

Leo rescindiu contrato com o Benfica (Getty Images)

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23PATROCINADORES

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24 15 de Janeiro de 2009TAUROMAQUIA

Morreu o Ganadero Manuel Lopes MachadoFoi o triunfador da Corrida de Toiros da Festa de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine de 2008

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Tiro o m e u chapéu respeito -

samente pela morte do ganadero Manuel Machado, que este ano foi o triunfador da Corrida de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine.

Tiro o meu chapéu aos aficionados da Gra-ciosa e Terceira, que irão ter a oportunidade de verem o Mestre João Moura, na Feira da Graciosa e na Corrida do Emigrante a 27 de Julho na Monumental de Angra. Ver cavaleiros desta categoria só ajuda os aficionados a aprofundarem a simpatia que tem pela Festa Brava.

Tiro o meu chapeu aos aficionados da tourada a corda que no dia 1 de Janeiro se juntaram mais uma vez na primeira tourada do ano. Mesmo com muito frio, eles aguentaram a pé firme, até que depois do quarto e ultimo toiro, foram-se aquecer a comer iguarias feitas pelas mãos das boas cozinheiras das nossas ilhas que abundam nestas terras da California. God bless them.

Estou com o meu chapéu no ar, espe-rando a todo o momento os nomes dos artistas do Cartel das Sanjoaninas 2009. Temos a certeza que José Couto e colegas irão fazer todos os possíveios para trazerem os melhores toureiros, dentro das possibildades económi-cas da Terceira.

Estou com o meu chapéu debaixo do braço para o poder atirá-lo ao ar quando souber que o grupo de Forcados do Ramo Grande, Praia da Vi-tória, nos vem visitar a California.

Atirei o meu chapéu contra a parede, quando ouvi dizer que o Grupo de Forcados do Aposento de Turlock não iria participar na Corrida do Trigéssimo Quarto Aniversário do Grupo de For-cados de Turlock. E eu que esperava esta ocasião para poder ver dois valentes grupos a competirem juntos na arena. Why?

No dia 27 de Dezembro de 2008 fa-leceu Manuel Lopes Machado, com 54 anos de idade no U.C.S.F. Medi-cal Center em San Francisco.Nasceu em Sacramento a 28 de Ou-tubro de 1954. Deixa de luto sua mãe Angela Machado, filho Manuel Steven Machado, filhas Rebecca e Amanda Machado, irmãs Angela M.

Estacio e marido John Estacio, de Turlock; Anna M. Cabral e marido Arthur Cabral de Hilmar, madrinha Rosa Dinis, de Turlock. Ele foi precedido na sua morte pela esposa Crystal D. Machado em 2003, seu pai Manuel S. Machado em 2006 e padrinho John Machado em 1993.O Rosário e Missa realizaram-se no

dia 3 de Janeiro na Igreja Católica do Sagrado Coração em Turlock.

Tribuna Portuguesa envia a toda a familia Machado as suas condolen-cias.

Primeira Tourada do Ano em Merced

fotos de Jorge Avila “Yauca”

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25PATROCINADORES

VISITAS OFICIAIS PARA O MÊS DE FEVEREIRO

February 13: 6:30PM – Fremont, Council #5 Tel: (510) 489-4804February 15: 1:00PM – Merced, Council #29 Tel: (209) 358-6175February 21: 5:00PM – Hayward, Council #3 Tel: (510) 483-7788February 22: 1:00PM – Tracy, Council #137 Tel: (209) 835-4341February 28: 6:00PM – Redlands, Council #100 Tel: (909) 794-6556

Para mais informação telefone para os números indicados

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26 15 de Janeiro de 2009ARTES & LETRAS

Diniz [email protected]

Começamos a Maré Cheia em 2009 com a poesia dum jovem. Chama-se João Félix. Nasceu em Angra do Heroísmo em

1990. Tem 18 anos e frequenta o 12º ano de escolaridade na ilha Terceira. É neto do falecido poeta (e um grande amigo meu, de quem tenho muitas saudades) Emanuel Félix. Conheci o João há anos, através do seu avô, o nosso Emanuel. Durante algumas das minhas visitas à Terceira passei uns bons bocados com o Emanuel, com quem aprendi muito acer-ca da literatura, da arte, da justiça social, da vida. Por vezes lá passava o João. O Emanuel tinha uma grande paixão por este neto. Falava muito com ele e não perdia, justamente, nem um momento para falar do neto aos amigos. Hoje, o João está homem feito e, tal como o avô, é poeta. Através do poeta Álamo Olivei-ra, um dos nomes mais reconhecidos da poesia dos Açores, e um dos intelectuais mais respeitados nas nossas comunida-des, acabo de receber, com autorização para publicar nesta humilde página, al-guns poemas do João Félix. Aqui fica a poesia de João Félix. Como estamos numa comunidade de duas lín-guas, duas pátrias e duas culturas — são estas as nossas vivências no continente norte-americano – apresentamos a poe-sia do João Félix em português e inglês. É que este jovem poeta, como verifica-rão, escreve muito bem, sente-se à von-tade, nestas duas línguas. A minha gratidão ao João Félix por per-mitir a publicação destes seus poemas. Para os leitores, e colaboradores desta página, os meus votos sinceros que todos tenham um magnífico 2009.

Abraçosdiniz

Apenas Duas PalavrasJoão Felix

UM SONHO

Esta noite, o céu está azul como uma safira.A lua de jaspe vermelho sobe lentamentePor trás dos cedros. As portas abertasDa minha casa dão para um fogo aprazível.

E, lânguidos como as estrelas, os meus olhos sossegados Observam o agradável jardim onde te sentas,Ornado de flores radiantes e iluminado pela luaSob o teu olhar encantador e os céus brilhantes.

Tomo suavemente as tuas mãos e levo-tePara o meu quarto perfumado, onde o odorDo ópio sobe, sonolento, doce e ofuscante...

Amo-te pelo teu brilho langoroso e suave,Porque és onírica e iridescente,Bela e silenciosa como o gato de um po-eta…

SONETOSI

Perdi a luz, e o cálamo pousadoTenho na mão sinistra, adormecido.Nos dedos, um torpor elanguescido,No peito um lago lôbrego e gelado.

No fundo de minh’alma procuradoTenho, incessante, o fogo já perdido,Mas olho e, entre névoas escondido,Vejo um deserto intérmino e nevado.

Perdi a luz, fugiu-me naquel’diaEm que eu adormeci, torpe e indolente,Na chuva plúmbea e negra do verão...

E eu, que em vasto ardor enrubescia,Inclino a fronte lânguida e dormenteE espero a luz perdida... Mas em vão.

II

Quando Morfeu desdobra as longas asasPela noite calada e de veludo,E, sobre o mato umbroso e quase mudo,O vento, entre os urzais e as moitas rasas,

Impele a névoa triste e alvacenta,Aqui, nestes negrumes nemorosos,Circunvagando em passos dolorosos,Eu olho só a escuridão que aumenta.

Aqui, por te cantar o nome amado,Eu vim, que odeio os negros horizontes,Estriges e ciprestes assombrosos,

E amo o sol solene sobre o prado,O Zéfiro suave sobre os montes,O agreste som dos rios melodiosos...

III

É noite, a chuva cai silenciosa...A terra, em negro féretro sepulta,

Na treva densa jaz, oculta,Envolta numa estringe tenebrosa.

De súbito, rompante, o céu alveja.Assola os ares um clarão ingenteE o estrépito feroz, grave e algente,Retumba pelos céus. O mar braveja...!

Assim irrompe a luz na noite escura.Assim ‘stremece a treva adormecida,E não há sombra que o meu medo acoite.

Quedou-se o mar... O vento, com brandura,Vai agitando a selva enegrecida.E a seguir à noite, fez-se noite.

VARIATIONS

At times, my heart is frail as crystal glass.A rush of wind may break it into flakes, That, sprinkled on the ripe, leaf-covered grass, Will soon be cruelly drawn by reckless rakes.

At times, my heart tolls like the morning bronze,That fills the dewy air, those mystic bells!Or, taken by the beauty of the swans,It falls into bright dreams, deeper than wells...

But if I saw you, love, among the crowd,Your silent feline steps down the cold laneI’d see, between wild crows, a gentle dove,

And then, my heart would rave, and cry out loudWild songs of desperation, chimes insane:Such are the variations of my love.

THE VESSEL

The vessel of my love is young and pallidAnd knows not the profoundness of the seas.It gently floats, blown by a mournful breeze,Beside the sleeping shore. A doleful ballad,

Brought by a lone and faint nostalgic tide,Fondles the yearnful sails, silken and sweet,Who long to meet the grand, voluptuous fleet.The mouldy ancient forest sleeps beside.

One day, a radiant goddess, dressed in foam,Will rise above the ripples and deploreSuch wretched solitude. Freed by her hands,

The sails will meet the whirlpools and the loneVastness of seas, abysms wild and sore,And cry for sweet nocturnal moonlitsands…

O ÚLTIMO ENTERRO

Onde o sangue foi derramado cresce agora uma doce flor,

O fumo negro desvaneceu-se, sopra uma brisa de Verão,E agora, tudo o que se ouve é a canção dum pássaroE a voz dum rio que corre.

Voam borboletas onde as crianças foram massacradas,Ressoaram tambores de Guerra, e homens gritaram de dor.A terra que foi roubada agora prospera,Mas custou as doces vidas daqueles que se ergueram em vão.

O Sol escondeu a sua face, as gotas de chuva voltaram para o céu,A Águia-de Cabeça-Branca cessou o seu voo e começou a chorar.Ela chorou e derramou rios de lágrimas quando viu o Seu amor morrer,

E bradou: “Oh, oh, para onde foram eles?Oh, oh, para onde foram eles?Ooh, ooh, que grande massacre!”

Considero-vos indignos das minhas pala-vras.Quebrastes os rumores dos pássaros me-ridionais.Suspiro pelos suspiros dos homens que fo-ram arrebatados no seu amorPelas garras de uma pomba de asas sombrias.

Segue a Estrada onde o cipreste se ergue,E não te deixes assustar pelo som dossinos.Segue a Estrada até que a lua seja uma faísca morrenteE encontrar-me-ás sozinho, no escuro.

Verás que estou de pé, versa que estoulivre,Verás que danço numa alegria destroçada.Esgotado e angustiado, visto as roupas de um homem,De um homem que ninguém pode compre-ender.

E a sombra é feia, e horrenda, e insalubre,Mas eu amo estas sombras em redor de mim.A beleza da felicidade está nas mentiras que ela diz- Na própria tristeza eu vejo algo de belo.

As brisas arrefeceram e sopraram com uma ferocidade nunca vista,Os rios da loucura espalharam as suas águas impuras,Ela chorou e chorou e o Sol escondeu o seu brilho omnipotente.

E Ela chorou: “Oh, oh, para onde foram eles?Oh, oh, para onde foram eles?Ooh, ooh, que grande massacre!”

E eu choro: Oh, oh, para onde fostes?Oh, oh, para onde fostes?Oh, ooh...Eles enterraram-vos todos.

SABEDORIA

O jovem Hípaso era sábio para a suaidade,E sábio para a idade de qualquer homem.Num fim de tarde, a sua amada, Liliana,Disse: “ Amor, enquanto o ultimo raio de sol desaparece,

E, envolta num manto de nevoeiro crepuscular,A lua desliza suave e sem graça acima de nós,Eu hesito. Como podemos não desistirDe agarrar a luz da vida e fazer a nossa cama

De flores, para nos deitarmos em silêncio e abençoados,Quando a própria luz é tão tímida einconstante?Deploro realmente esta escuridão húmida.

Disse Hípaso: “O Sol encontra paz e sossego. Num oceano de líquido obscuro ele encontra a sua cura. Por isso, bebe o teu rúbido vinho, e não lamentes mais!”

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portugueseS E R V I N G T H E P O R T U G U E S E – A M E R I C A N C O M M U N I T I E S S I N C E 1 9 7 9

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

The Best of 2008PERSON OF THE YEAR

Nelson Ponta-Garça is a music tea-cher, a promoter of young talent, a host of an Azorean worl-dwide young professionals’ community, and an editor and oc-casional host of Contacto Cali-fornia on RTPi. He represents

the promise of our Portuguese-American youth in the United States.We hope that he continues to host Contac-to California to show the vitality of our California Portuguese-American entrepre-neurs, artists, scientists, engineers, educa-tors, athletes, and other professionals.Nelson conducted an interview with The Portuguese Tribune in the February 15, 2008 edition.

ORGANIZATION OF THE YEAR

The Catholic Association for Se-minarian Education (CASE) is one of those unsung organizations in our Por-tuguese-American community. Created by California-based Portuguese priests Carlos (Charles) Macedo, Albano Oliveira and Monsignors Valdemiro Fa-gundes and Manuel Alvernaz, CASE is a non-profit organization that financially su-pports seminarians in their last four years at the Seminary of Angra do Heroismo in the Azores. During the 2008-2009 school year, $3,000 scholarships were awarded by CASE to 12 seminarians along with a $14,000 donation to the Seminary of An-gra.CASE also provides scholarships for Por-tuguese-Californian seminarians. Last year, four of the scholarship recipients were ordained and two additional semina-rians were awarded $3,000 CASE scholar-ships this school year.Retired Rev. Macedo is the last surviving member of this group of benefactors.

BOOK OF THE YEAR

Capelinhos: A Volcano of Syner-gies is a masterfully prepared book on the

wave of emigrants who left the Azores for almost three de-cades following the volcano eruption at Capelinhos on Faial Island. The hardco-ver English edition was translated into Portuguese and a DVD of color footage

of the volcano accompany the edition. The color film was shot by António Furtado. This project was coordinated by Tony Gou-lart who had also coordinated Portuguese Heritage Publications of California’s first major publication, Holy Ghost Festas.

EVENT OF THE YEAR

For decades, the celebrations of Our Lady of Miracles in Gustine have always been well attended by devout Catholics of Our

Lady. The Church of Our Lady of Miracles was established in 1919 and was elevated to Shrine in 2008. Its pastor is Rev. Leonard Trindade. 950 families are currently regis-tered at the parish.The original parish was established by then San Francisco Archbishop William Patrick Riordan as the Parish of The Holy Ghost. In 1986, Fresno Bishop Joseph Ma-dera renamed and consecrated the church as Our Lady of Miracles. On June 11, 2008, Fresno Bishop John Steinbock elevated it to a diocesan shrine and renamed it as the Shrine of Our Lady of Miracles.

BUSINESS OF THE YEAR

Luis Bettencourt of Bettencourt’s Dairy in Idaho is the largest individual

dairy farmer in the United States. Having began with only 16 cows 25 years ago, Luis Betten-court now owns 67,000 cows and 48,000 calves.

This immigrant from São Jorge moved with his family to California, but then saw a great business opportunity in Idaho whe-re he moved 25 years ago.

RELIGIOUS OF THE YEAR

Champion Ace-villa is the unsung hero of the Five Wounds Portugue-se National Chur-ch in San José. He serves the Portu-guese and English masses with equal devotion as the church’s sacristan and Knight of the

Altar.Champion shows that non-Portuguese-Americans can love that church as much as our immigrants and their descendants.The Portuguese Tribune conducted an in-terview with Champion to be published in our next edition.

ARTISTS OF THE YEAR

Illustrator John Mattos, painter Mel Ramos, painter João de Bri-to, and jeweler Germano Silva are examples of masterful artistry in the Portuguese-American community of Ca-lifornia.John Mattos’ art crosses styles and boun-daries, Mel Ramos’ audacity pushes the envelope, João de Brito’s reflective themes

envelope the spirit, and Germano Silva’s ingenuity marvels those who admire how gold can be made even more perfect throu-gh the hands of a clock or an intricate lapel pin.The Portuguese Tribune published an in-terview with John Mattos on our February 15, 2008 edition.

INSPIRATIONS OF THE YEARYoung painter Amanda Borges and musician Roberto Lino are an inspiration to

young artists in the Portuguese-American com-munity of Cali-fornia. Amanda possesses a sensitive way to portrait emotions in her paintings. Definitely an ar-

tist to watch out for in the near future.Roberto Lino is a composer, musician,

and vocalist who has mar-veled our com-munity halls with modern P o r t u g u e s e pop and rock music from the best com-

posers. Less “Pimba” and more Lino will definitely improve the quality of music lis-tening and dancing around us.

“CALL TO ACTION” OF THE YEAR

When the publisher of this newspaper, José Ávila, had the courage to run “BAS-TA!” on red bold letters across the front page of the February 15, 2008 edition, it showed courage. While some may have taken offense at the directness of the front page editorial, few remained untouched by it. From other Portuguese-American newspapers to those papers in the mother-land, BASTA! touched a sensitive nerve. Portuguese-Americans are not to be tre-ated as second-class citizens especially when they love a nation that may not love them back in the same way. This is true self-less love on the part of all immigrants who reserve a special place in their heart for “their” Portugal.

2008 – In Memoriam…Louise Fernandes Silva, 1931-2008Maria Celeste Lemos, 1931-2008Olímpia Garcia Tomás, 1919-2008Nildo Angelo Rocha Alves, 1943-2008José “Chincinho” Silveira Jr., 1929-2008Mimi Dias, 1918-2008Jack Peter Gonsalves, 1918-2008Beatriz Augusta Correia Souza, 1919-2008Manuel Cristiano da Silva, 1937-2008Lino Vieira, 1941-2008Brian Zorra, 1983-2008António P. Neves, 1921-2008Maria Albertina da Rosa Fagundes, 1910-2008Rev. Dr. Vital Cordeiro Dias Pereira, 1922-2008Emanuel Pimentel de Almeida, 1937-2008Manuel Duarte, 1935-2008Joe Gonçalves Bettencourt, 1964-2008Josefina Canto e Castro, 1907-2008

Guilherme Ilídio Ferreira Brasil, 1931-2008Maria de Jesus Soares Higashi, 1944-2008Maria da Conceição Catoia, 1920-2008Bento Lemos, 1925-2008John Perry Rose, 1917-2008Carlos M. Peixoto, 1945-2008Fernando Bernardo Silva, 1925-2008Manuel Lopes Machado, 1954-2008Mary Amaral Cardoza, 1928-2008

And many others who left the Portuguese-American community poorer.

May their souls rest in peace!

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28 15 de Janeiro de 2009ENGLISH SECTION

Palavras A poem by Lisabeth Castro-Smyth

[email protected]

My ancestor once made a boat of wordsto see if their power could carry him from one island to the next

He began, folding newspapers, building a canoe of paper

Perhaps there was no woodPerhaps it was a game of chance, played with destinyOr a challenge to the ocean:

A measure of how much power palavras possessIf their beauty could carry his weight – and for how far

They say he travelled until the Sea devoured lettershungry for bodies, lágrimas, language and ideasbecause the ocean is ravenous, eternal..

resting place of gritos, sonhos andevery word he folded with hopeful hands.

PALCUS, the Portuguese-American Leadership Cou-ncil of the United States, sponsored a “Holiday Sho-pping and Networking Event” on Friday, December 5th at Brown University in Providence. The elegant “Crystal Room” of Alumni Hall was the setting for a festive social gathering of Portuguese-American pro-fessionals in the areas of business, finance, govern-ment, education, law and art while holiday shopping for books and Portuguese made crafts.Books of Portuguese literature and topics were dona-ted for sale by Gavea-Brown Publications, Dept. of Portuguese and Brazilian Studies at Brown Univer-sity, the Center for Portuguese Studies and Culture at UMass-Dartmouth and Casa dos Açores da Nova Inglaterra. Miniature presépios in handwoven baskets and handmade ornaments crafted by the artisans of Lagoa, São Miguel were available for sale. Portuguese wines were sampled by guests compliments of Grape-moments of New Bedford. A selection of Portuguese cheeses and pastries was provided by Manny Lopes, host and creator of the new TV cooking program “Cooking with Dad”. Arthur Moniz, artist and owner of Arthur Moniz Galleries of New Bedord, displayed his work and donated pieces for the door prizes.The event provided an opportunity for Portuguese-

American professionals in the New England area to meet and network in a social and festive atmosphere while lear-ning more about the mission of PALCUS. Similar events have taken place in California and are planned for other Portuguese-American communities across the country. It is the intention of PALCUS to reach out to all members of the community to learn their concerns and to enlist their support regarding issues of importance.PALCUS is a non-profit 501(c)3, non-partisan national or-ganization incorporated in Washington, D.C. that acts as a voice of the community regarding issues that affect Portu-guese-Americans in the United States and fosters connec-tions between the US and Portugal. PALCUS participates in discussions on Capitol Hill and at the Portuguese Embassy about such matters as deportation, the visa waiver program and dual taxation. Members of the PALCUS Board of Directors representing New England who hosted the event include: Onesimo Al-meida (RI), Marie Fraley (RI), Odete Amarelo (MA), Alda Petitti (MA) and Fernando Rosa (CT). For more information about PALCUS, please visit the web-site at www.palcus.org.New members are welcomed to join online.

PALCUS hosted holiday event at Brown

Above left:(L to T) Alda Oetitti (MA), Maria Fraley (RI), Fernando Rosa (CT), Odete Amarelo (MA), Onesimo Almeida (RI); above right: Cheryl and Arthur Moniz, artist, Atrhur Moniz Galleries; below left: Debbie Grenon with Manny Lopes, host/creator of “Cookong with Dad TV; below right: Odete Amarelo (MA) and Ana Costa displaying presepios from Lagoa

Mercearia’s Rosa’sJohn Perry Rosepasses way at 91

Music LoverBento Lemos

dead at age 82

John Perry Rose was the owner of Little Portugal’s Trade Rite Market, better known as Mercearia Rosa, for over 40 years.Mr. Rose passed away at the age of 91 in San José on December 3, 2008. He was preceded by his late wife Lucille

Rose. He leaves his sister Emma Gregorio, his children Leroy Rose and wife Elaine, Alvin Rose and wife Cory, Nadine Cori and husband Bob, and Elaine Vierra along with 12 grandchildren and 10 great-grandchildren.Mr. Rose’s remains were laid to rest at San José’s Calvary Cemetery.The Portuguese Tribune extends its condolences to the family of John Perry Rose who for over 70 years supported the Portuguese community of San José. May his soul rest in peace.

San José’s Portuguese community member and music lover Bento Lemos passed away at age 82 a few days shy from his 83rd birthday on Christmas Eve 2008.Mr. Lemos was born on January 3, 1925 in the small town of Terra do Pão on Pico Island, Azores. He is survived by his devoted wife Cesaltina Lemos, his brother David, his sister Maria de Jesus, and his chil-dren Maria, Manuel, and Lucy, along with 8 grand-children and 5 great-grandchildren. Mr. Lemos’ remains were interred at Oak Hill Memo-rial Park in San José.The Portuguese Tribune extends its condolences to the Lemos family for the passing of their loved one.

David Leite publishes book on Portuguese culinary delights

The New Portuguese Table: Exciting Flavors from Europe’s Western Coast is David Leite’s book on Portuguese cooking. The book is scheduled to be re-lease on August 18, 2009, but is already available for pre-orde-ring on Amazon.com for only $21.45, a 34% discount from the

list price of $32.50. The recipes are beautifully photographed by Nuno Cor-reia.The hardcover edition of The New Portuguese Table con-tains 256 pages and is published by Clarkson Potter.David Leite is the publisher and editor-in-chief of Leite’s Culinaria (www.leitesculinaria.com), the leading publica-tion of Portuguese cuisine in the United States. Its mission is “to educate and to entertain cooks and readers of all le-vels who are interested in the diverse world of food.”In an interview with The Portuguese Tribune, David Leite said that he helps Portuguese-Americans connect with the food of their heritage

CONVERSA COM JESUS

Converse com Jesus todos os dias, durante nove dias orar: Meu Jesus em Vós depositei toda a minha confiança. Vós sabeis de tudo, Pai e Senhor do Universo, sois o Rei. Vós que fizestes o paralítico andar, o morto voltar a viver, o leproso sarar, Vós que vedes minhas angús-tias, minhas lágrimas, bem sabes, Divino Amigo, como preciso alcançar do Vós esta grande graça: (pede-se a graça com fé). A minha conversa conVosco, Mestre, dá-me ânimo e alegria de viver. Só de Vós espero com fé e confiança (pede-se a graça com fé). Fazei, Divino Jesus, que antes de terminar esta conversa que terei conVosco durante nove dias, eu alcance esta graça que peço com fé. Com gratidão publicarei esta oração para que outros que precisem de Vós aprendam a ter fé e confiança na tua misericórdia. Ilumine meus passos, assim como o Sol ilumina todos os dias o amanhecer e testemunha a nossa conversa. Jesus, tenho confiança em Vós, cada vez mais aumenta a minha fé, por graças alcançadas.

Isabel Rocha

Page 29: Portuguese Tribune Jan 15

29ENGLISH SECTION

A Pretty Senorita & two Pretenders

Jose Maria Echeandia, a lieutenant—colonel of engineers in Mexico, was appointed governor of California in 1825. After his arrival in San Die-

go, he decided to remain there, instead of moving to Monterey, the capital. As an ex-cuse, he claimed that he could not tolerate Monterey’s damp climate. Soon thereafter the truth was discovered: The governor had fallen in love with a pretty senorita! Her name was Josefa Carrillo, a vivacious teenager at the time. Leo Carrillo descri-bed her as the “Marilyn Monroe of her day without the calendar.” He also added that the lovesick governor “had ants in his pantalones.” (The California I Love, 1961 Edition). Actually, Josefa was Maria Antonia Na-talia Elijia Carrillo, born in San Diego in 1810. However, it seems that her god-mother found the name too long and too difficult to remember, so she nicknamed her Josefa. (Saddleback Ancestors Orange County California Genealogical Society, 1969 Edition). Josefa’s parents, Joaquin and Maria Ig-nacia Carrillo, favored the idea of their daughter becoming the “Senora Gober-nadora.” Josefa, however, refused to take the governor seriously, and she considered him to be “a thin little squirt and an ugly Bantam rooster.” In the meantime, the ship “Maria Ester” had anchored at San Diego Bay to trade with the townspeople. When Josefa went

aboard ship, she was met by its dashing captain, Henry Delano Fitch (1799—1849), a native of New Bedford, Massachusetts. They fell in love immediately. Apparently, the aftermath was quite ex-plosive. It aroused the governor’s jealousy and sent the Carrillo family into a state of shock. At that time, it was against the law for a California girl to marry a foreigner or a non-Catholic.In this, case, Captain Fitch was both a Yankee and a Protestant. Eventually, he was baptized at the San Die-go Presidio Chapel and given the name of Enrique Domingo Fitch. It was also agreed to have the marriage ceremony performed at the Carrillo house. As the wedding was about to take place, the governor’s adjutant and bride’s uncle, Domingo Carrillo, ente-red the room. He annouhced that the go-vernor had forbidden the priest to perform the ceremony and that he would prosecute anyone in attendance. The governor also threatened to have Fitch extradited for lack of California citizenship. Under the cover of dawn, the young couple slipped away to South America aboard the ship ”Vulture”, and were finally married at Valparaiso, Chile. A year lapsed with no word of the lovers. Then, one bright day, the ship “Leonor” appeared at San Diego, carrying aboard Captain Fitch, his wife Jo-sefa and their tiny infant son. Intent on revenge, the governor had Fitch arrested and placed in a cell at San Gabriel Mission. Josefa and the baby were left

stranded in Monterey for several months, until permission was granted her to attend the on—going trial at San Gabriel. Josefa and Captain Fitch were questioned at length before an ecclesiastical court. Finally a decision was reached: The Val-paraiso marriage, while not legitimate by Church standards, was valid under civil law. The couple was therefore set free, to be united once again. Another marriage ceremony took place, after the reception of the sacraments of Reconciliation and the Eucharist. However, to erase the scandal, they were ordered to donate a bell to the Plaza Cur-ch in Los Angeles, to recite the Rosary for thirty days, and attend Mass on three suc-cessive Sundays, carrying lighted candles in their hands. The couple returned to San Diego, where Fitch became a successful merchant and a leading figure in local politics. Later he acquired the Rancho Sotoyomo near Heal-dsburg, in Sonoma County, where a moun-tain was named for him. He entrusted the upkeep of the ranch to the care of Cyrus Alexander, for whom the Alexander Val-ley, northeast of Healdsburg, is named. Henry and Josefa Fitch had many children; Henry (1830), Fred (1932), William (1834), Joseph (1836), Josefa (1837), John (1839), Isabella (1840), Charles (1842), Michael (1844), Maria (1845), who died at age five, and Anita (1845), who died at age nine. Captain Fitch died in 1849 at age 50, and

Josefa died in 1893 at age 83. During my research for this chronicle, I discovered that Josefa wrote her life’s story in “Nar-racion de la Viuda Fitch” (Narration of the Widow Fitch). Unfortunately, I found no copies of the original

California Chronicles

Ferreira Moreno

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30 15 de Janeiro de 2009COMUNIDADE

Univ. of Massachusetts Dartmouth

offers 16th Annual Portuguese Summer Program

The University of Massachusetts Dart-mouth Center for Portuguese Studies and Culture announces its 16th Annual Summer Program in Portuguese (XVI Programa de Verão de Português) from July 6-August 5, 2009. The theme is “Remapping the Lusophone Atlantic” and the program is directed by Prof. Christopher Larkosh and sponsored by the Luso-American Foundation and the College of Arts and Sciences. Can oceans speak languages? As acade-mics continue to study the centuries of interaction between the cultures of the Atlantic Basin, a number of models have emerged in the last few years that either downplay or privilege the role of Portu-guese-speaking countries in this ongoing exchange.With these different approaches in mind, how might it be possible to re-imagine a Lusophone Atlantic, one that includes not only Portugal (including the autonomous Atlantic island communities of the Azo-res and Madeira), Brazil, Cape Verde and the other nations of Portuguese-speaking Africa, but also the diverse Portuguese-speaking diaspora and creole communities in the U.S., Canada, the Caribbean, Sou-thern Africa and Western Europe? How will questions of ‘race’, ethnicity, gender, bilingualism, migration and transnatio-nal identity reshape this expanded pictu-re? And how will the teaching of both the Portuguese language and related subjects, both in the U.S. and beyond, respond to this renewed transatlantic challenge?

Portuguese in the World

Portuguese is spoken by more than 230 million people, and is the official language of eight countries on four continents. Af-ter Chinese, Spanish, Hindi, English, and Bengali, it is the sixth-most spoken langua-ge in the world. Although Portuguese has its beginnings in the northwest corner of the Iberian peninsula during the medieval period, the Age of Exploration in the 16th century carried it far beyond its Europe-an origins. Portugal’s membership in the European Union has made Portuguese one of its 23 official languages. Portuguese is also the official language of Brazil, the fif-th most populous country in the world, the largest country in Latin American, and an emerging global economic power as part of the Mercosur trading bloc.Five African countries are former Portu-guese colonies, and as independent na-tions, all of them continue to use Portu-guese as their official language: from the Atlantic archipelago of Cape Verde, its continental neighbor Guinea-Bissau and the equatorial islands of São Tomé and Príncipe, to the larger southern African republics of Angola and Mozambique. As one of the five working languages of the African Union, Portuguese is positioned to remain one of Africa’s main languages of intercultural communication well into the 21st century.Even in communities across Asia, the Portuguese language continues to be an important element of a complex cultural mosaic, sharing official status with Chi-nese in Macau, and with Tetum in newly independent East Timor. Moreover, Portu-guese is also widely spoken outside of its officially recognized borders, most nota-bly by over two million people across the U.S., Canada, and in other corners of the Lusophone diaspora. These communities

further extend the language’s impressive global reach, ensuring its cross-cultural importance for scholars in literary and cultural studies, social sciences, business, and other academic disciplines with an in-ternational focus.

Summer on the SouthCoast

The University of Massachusetts Dart-mouth has one of the largest departments of Portuguese in North America , with six full-time professors, seven faculty mem-bers in affiliated departments in the huma-nities and social sciences, and a full PhD program in Luso-Afro-Brazilian Studies and Theory. The university is located on a spacious and modern 700-acre campus in the heart of the SouthCoast region, home to one of North America’s largest Portu-guese-speaking communities. Immigrants from the Azores, Madeira, mainland Portugal and Cape Verde have lived in the region for over 150 years, and Brazilian communities have contributed greatly to the cultural landscape over the last two decades to create a truly broad-based cultural scene in Portuguese, reflec-ted most visibly in the traditional festivals held throughout the summer, as well as in the local cuisine, art, and music. UMass Dartmouth thus provides an excel-lent cultural environment in which to learn Portuguese in an immersion setting, com-plete with Portuguese-language television, radio, local newspapers and day-to-day communication, each reflecting the impor-tant role of the Portuguese language in the region’s cultural identity.Among the resources available on cam-pus are an extensive collection of books, videos and archival materials held in its library, the Center for Portuguese Studies and Culture, and the university language laboratory. The Ferreira-Mendes Portuguese-Ame-rican Archives is one of the main centers for advanced research on the Portuguese immigrant experience. New Bedford’s Casa da Saudade and Whaling Museum libraries also provide additional research opportunities on the Portuguese language as it is passed from generation to generation in a southern New England cultural context. The campus is only a few minutes by bike

from the center of Dartmouth and a few miles from the historic cities of Fall River and New Bedford . The summer climate is pleasantly warm, with days and nights that enjoy a sea breeze; the beaches of Dartmouth and neighboring Westport are only a short drive away. Larger cities such as Boston or Providence are about an hour from campus, as are the popular summer resort areas of Cape Cod and Newport . One-hour fast ferries from downtown New Bedford also provide connections to the is-land of Martha’s Vineyard . In all of these areas, you will find Portuguese spoken in local markets, bakeries, restaurants, clubs, and businesses.

Course Offerings

POR 103 Intensive Elementary Portugue-se / 6 creditsPOR 203 Intensive Intermediate Portu-guese / 6 creditsCVC 103 Intensive Elementary Cape Ver-dean Language and Culture / 6 creditsPOR 308 Advanced Grammar and Syntax / 3 creditsAdvanced Seminar: POR 481/581/681/781 Transatlantic Passages in Lusophone Lite-ratures and Cultures / 3 credits Cultural Activities

The 2009 Summer Program will provide a full schedule of cultural events show-casing the diversity of the Portuguese-speaking world as reflected in the South Coast region, including: sightseeing tours to museums, ethnic festivals, and other re-gional events; dinner at ethnic restaurants and cookouts at nearby state parks and be-aches; a Portuguese-language film series; a concert series with local professional ar-tists performing the music of Brazil, Cape Verde and Portugal; conversation sessions and other extracurricular activities; and lectures from noted scholars in the field of Luso-Afro-Brazilian studies and theory.

Admissions and Enrollment

As the Summer Program offers courses for students at all levels of linguistic and academic proficiency, anyone interested is encouraged to apply for admission. Parti-cipants range from graduate students who

wish to complement the offerings at their home institution with a seminar from our master’s and doctoral programs, to high school juniors and seniors interested in be-ginning language courses, conversation, and cultural programs. Placement levels in language courses may be determined by a short interview and/or written exam before classes begin. Students can regis-ter either by mail or by phone by contac-ting the University Enrollment Center at 508.999.9129.

Housing

The university provides on-campus hou-sing for the Summer Program in its Woo-dland Commons residence halls. All stu-dents who opt for summer housing receive single rooms clustered in suites. Students are encouraged to speak only Portuguese in the shared areas as part of a thorough immersion experience.

Tuition, Fees and Scholarships

The cost for the Summer Program is set by the Office of Professional and Continuing Education; updated information on tuition and fees can be obtained on the website. The Summer Program offers a limited number of scholarships based on acade-mic merit and financial need. Some of the scholarships are reserved for teachers of Portuguese. Application forms are available online. The deadline is April 30, 2009, but some applicants may be considered after this date in exceptional cases.

Contact Information

Gina Reis, assistant directorCenter for Portuguese Studies and Culture285 Old Westport Rd.N. Dartmouth, MA 02747-2300 USA

Tel.: +1 508.999.8255Fax: +1 508.999.9272 E-mail: [email protected]

For more information, please visit website: http://www.portstudies.umassd.edu/sum-mer/summer.htm

The University of Masschusetts Dartmouth Campus

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31COMUNIDADE

Donalda de Melo e Manuel Minhoto reformaram-se

Lions de Santa Clara

festejaram a Festa de Natal

No Sábado, dia 10 do corrente realizou-se, no Hotel Hilton Fremont-Newwark, um jantar de homenagem ao Vice-Presidente Executivo-CEO da LALIS, Manuel Mi-nhoto, e à Vice-Presidente-Tesoureira, Do-nalda de Melo, que acabam de ser reformar após um total de mais de 70 anos de servi-ço, para com esta Sociedade Fraternal.

Manuel Avelar Minhoto, nasceu em Sali-nas, Califórnia em 1944. Frequentou a se-cundária, Bellarmine College Preparatory em San Jose, e depois formou-se pela Uni-versidade de São Francisco, onde também havia participado no programa de oficial miliciano do exército. Após receber o ba-chalerato, serviu 3 anos no exército Ame-ricano na Alemanha. Após regressar con-tinuou o serviço militar como reservista progredindo até chegar a Tenente-Coronel e Comandante de Batalhão.Entretanto ingressava novamente na Uni-versidade Estadual de San José onde ob-teve um segundo bachalerato e um Mes-trado.Em 1976 entrou para o serviço da Socie-dade como agente de vendas em San José, sendo mais tarde, em 1982, nomeado ge-rente de vendas. Em 1985 ingressou no quadro de pessoal da sede, em Oakland, como Vice-Presidente. Em 1988 é nome-ado Secretário-Tesoureiro, e mais tarde Vice-Presidente e Secretário e Vice Pre-sidente-Senior e Tesoureiro até que, em 1999, com a aposentação do então chefe executivo, Rodrigo Alvernaz, é nomeado para o substituir. Cargo que exerceu com distinção até 31 de Dezembro de 2008. Manuel Minhoto foi o grande impulsiona-dor da fusão da União Portuguesa Conti-

No dia 13 de Dezembro realizou-se o Jan-tar de Natal do Santa Clara Lions Club.Compareceram mais de 130 pessoas, que receberam à entrada uma pequena lem-brança do seu Presidente, Tony Avelar.O jantar foi servido pelas 7 horas da tarde e constava de Aperitivos, Salada, Galinha Piccata, London Broil ou Salmão. Entre os que honraram com a sua presença, conta-va-se a Mayor de Santa Clara, PatriciaMahan, assim como o chefe da polícia Ste-ve Lodge.O Presidente Tony Avelar deu as boas vindas a todos os amigos, familiares e co-nhecidos que, vindo de perto e de longe, quiseram mais uma vez, passar uma noite num ambiente agradável, em alegre e fran-co convívio e, quem sabe, fazer novas ami-zades e até, com certeza, nalguns casos,reencontrar alguém, e por a conversa em

nental dos EUA, em Janeiro de 1992, e da Sociedade Portuguesa Raínha Santa Isa-bel, em Janeiro de 2008, como divisões da Luso-American Life Insurance Society.

Donalda Maria Pimentel de Melo, nas-ceu na freguesia da Povoação, São Miguel, Açores, onde frequentou a instrução pri-mária e a Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada, onde terminou o curso em 1959. Em 1960 emigrou com sua Mãe e ir-mão Dinis, que vieram juntar-se a seu pai, Dinis Pimentel, que já se encontrava em São Francisco. Aqui continuou a sua edu-cação, até que, em Julho de 1961 ingressou no quadro de pessoal na sede da socieda-de, então em San Francisco. Em 1966 Do-nalda regressou a São Miguel onde casou com João Carlos de Melo e deste matrimó-nio conta com três filhos e seis netos. Em Setembro de 1972 saíu do serviço para criar os filhos, no entanto regressou ao emprego em Fevereiro de 1974. Donalda de Melo progrediu de “Data Processing Operator” a Supervisora do Departamento e, em 1988, é nomeada Tesou-reira Adjunta e Gerente do Es-critório geral. Em 1999 é nome-da Tesoureira a que adicionou o título de Vice-Presidente.Assim celebramos e reconhece-mos dois grandes obreiros des-ta sociedade fraternal, sendo o orador principal Rodrigo Al-vernaz, CEO Emérito, que com eles trabalhou e labutou durante muitos anos.

dia por falta de tempo ou oportunidade para o fazer durante o ano.Foi mais uma festa maravilhosa que de-correu numa atmosfera alegre e para oano, esperamos ver as mesmas caras e mais algumas que entretanto durante oano tenham decidido que em 2009 nos possam fazer companhia.O Presidente do Santa Clara Lions Club em seu nome pessoal e da sua esposa Mimi Machado aproveitaram a oportuni-dade mais uma vez para agradecer a todos os presentes a honra da sua participação no jantar e desejaram um Bom Natal e um Feliz Ano Novo.

AC

Fotos de Steve SilvaLions de Santa Clara - Tony Avelar, Presidente do Lions com o Chefe da Policia de Santa Clara, Steve Lodge.Embaixo/direita - aspecto parcial do jantar natalício

Texto: Rodrigo Alvernaz Fotos - Jose Resendes

Donalda de Melo, rodeado pelo marido João Carlos de Melo e Edite Furtado

João Manuel Dias, Chairman of the Board, Manuel Minho e esposa Connie

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32 15 de Janeiro de 2009ÚLTIMA PÁGINA

New Bethany agradeceu a generosidadeda Sociedade de Santo Antão de Gustine

Não temos palavras que expressam ade-quadamente o nosso profundo agradeci-mento à Sociedade de Santo Antão pela grande ajuda que nos vem oferecendo desde o dia 16 de Novembro do ano 2003 quando a comissão organizadora da Festa deste grande Santo se deslocou à New Be-thany em Los Banos, para se encontrarem com a Ir. Júlia Dias Fonseca, Directora da parte residencial deste Lar. Depois de uma reunião juntos e tendo conhecimento do custo elevado e da grande necessidade de apoio financeiro para uma causa tão dig-na, a comissão decidiu apresentar a New Bethany parte dos seus fundos da festa de St. Antão, Padroeiro dos Animais, reali-zada todos os anos no dia 17 de Janeiro. A assinalar este grande jesto de generosi-dade e de caridade, uma placa memorial foi integrada na àrvore da vida de New Bethany cujos benfeitores são lembrados diàriamente nas orações de todos os bene-ficiados. Este é o sexto ano que esta Socie-dade vem contribuindo para New Bethany. Esta ajuda financeira é como uma resposta à oração diária feita durante a Missa pe-las necessidades espirituais e temporais de New Bethany. Esta Sociedade benemérita, à semelhança do seu Santo Padroeiro que ainda bastante jovem, distribuiu a sua ri-queza pelos mais necessitados, tem vin-do anualmente contribuindo para a New Bethany, ajudando a manter, e a melhorar a qualidade de vida para os seus residen-tes. Por esta grande ajuda, o nosso sincero agradecimento e profunda gratidão.

Lar Residencial

New Bethany é um Lar Residencial com Enfermaria, localizado em Los Banos que foi inaugurado e dedicado no dia 15 de Ja-neiro de 1999. Este recebeu os primeiros residents no dia 1 de Março de 1999; mais tarde em Julho do mesmo ano, a parte de enfermaria ficou a funcionar para doentes a longo e curto prazo. New Bethany, com um total de 111 quartos para confortável-mennte accomodar pessoas de terceira idade, tem sido uma bênção para a Co-munidade do Vale Central. Aqui os resi-dentes tem assistência e supervisão 24 ho-ras por dia e sete dias na semana, vivendo num ambiente atractivo, confortável, ale-gre e pacífico. As Irmãs e empregados cuja dedicação excede em qualidade, procuram dar resposta às necessidades fisicas, espi-rituais, emocionais, sociais e intelectuais dos residentes num ambiente de respeito e dignidade. As Obras de Misericórdia são practicadas dia e noite na New Bethany. Pessoas que apoiam a Sociedade de St. Antão de Gustine, contribuindo com os seus donativos para a sua festa anual de January 17, estão a praticar a caridade, ajudando New Bethany na sua missão de bem-fazer em favor dos nossos irmãos já de idade avançada e com necessidade de assistência.

Agradecimento

As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição agradecem profun-damente à Comissão da Festa de St. Antão de Gustine, tanto dos anos anteriores como a do ano presente, bem como a todos o que vêm contribuindo anualmente para a sua festa. Ao mesmo tempo que expressamos sincera gratidão por todo o bem feito a fa-vor de New Bethany, encorajamos outros a fazerem o mesmo, considerando que O Se-nhor abençoa os que dão com alegria. Que

Deus abençoe cada membro da presente e passadas comissões e todos os que de boa vontade os apoiam na prática da caridade.

Aproveito em nome das Irmãs Francisca-nas Hospitaleiras da Imaculada Conceição a todos convidar à celebração de louvor e acção de graças pelos dez anos de vida de New Bethany. Haverá Missa de Acção de

Graças presidida por Sua Excelência. D. John T. Steinbock, Bispo de Fresno, que terá lugar na New Bethany no dia 22 de Janeiro de 2009 pelas 11 horas da manhã. Todos são convidados.

Irmã Julia Dias da Fonseca

Mission StatementWe are committed to do good where good needs to be done, and we provide a safe, healthy, and nurturing environment, which supports the spiritual, physical, emotion-al, and social well being of our residents and employees on a nondiscriminatory basis regardless of race, color, religion, sex, sexual orientation, national origin or ancestry.