Livro de poesia 7 d

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Escola Secundária Quinta do Marquês 7.º D 2014/2015

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Escola Secundária Quinta do Marquês 7.º D

2014/2015

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Vinte e oito rostos seguem-me...

Tenho à minha frente jovens com uma sede imensa de aprender, alguns dão pulinhos de

alegria quando percebem que lhes vou estimular aquele desejo imenso de saber mais, outros

olham com curiosidade… há quem fique apenas à espera do desafio… reparo que me seguem à

medida que vou andando pelas filas da sala e explicando...

“O que tenho para vos propor é fazermos um livro com poemas…” O espanto aumenta, o

entusiasmo também e com ele a agitação e os breves sussurros… Uns estão prontos a voar para

cima de mim, para perceber o que eu desejo e começar já, ontem; outros pensam “mas por que

razão a professora inventa destas coisas?”; em algumas cabecinhas cheguei a ouvir “Passou-se!”,

mas a boa educação silenciou o discurso oral.

Não, ainda não vamos fazer Poesia. Vamos brincar com as palavras; juntar letras e criar

palavras; brincar com as letras e caracterizar pessoas; substituir palavras de poemas e recriá-

-los; criar metáforas… urgentes, que nos façam sonhar!

As brincadeiras surgiram e algumas encontram-se reunidas nestas páginas.

Espero que tenham entendido a mensagem - brinquem com as palavras, reinventem o que já

está construído, deem largas à imaginação, lutem mesmo que achem que não são capazes…

Sejam felizes e não se esqueçam que

É URGENTE SONHAR!

Verónica Baptista

Junho de 2015

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O QUE É A POESIA? É o sonho à procura de ser encontrado. É às riscas. É o céu lindo. É uma rosa a voar. É uma onda no mar. É um avião. É uma mala. É linda. É uma flor rosada. É um despertador. É um pássaro amigo que te vai ajudar. É a desilusão. É uma caixa perdida no fundo do mar. É o Benfica. É como se fosse a última rosa do jardim. É gostar de comer batatas. É gostar de comer hambúrgueres. É um rio sem corrente. É uma flor no jardim. É um pássaro num ninho. É o fim do mundo. É um terreno acidentado. É uma folha de linhas. É reconfortante. É o amor.

Poema Coletivo utilizando a chamada

técnica de Cadáver Esquisito. Os alunos

escreviam frases ou palavras sem saber

qual era a pergunta.

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omos barulhentos, às vezes,

xagerados e nada envergonhados...

emos muita imaginação

bras recriar

os para

nventamos

izem que somos o 7.ºD!

Poema Coletivo de

Caracterização da Turma

um pouco

e recria

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chamo-me M aria

sou A miga de toda a gente

Adoro R ir

Sou d I vertida

EncantA dora

Autocaracterização

a partir do nome.

Chamo-me Duarte Gosto de est U dar E de A cordar R espeito as pessoas Sou T rabalhador E muito mais...

dar

Chamo-me

nteligente

er

osto de

Considero-me

est

iguel

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Dizem que sou C uriosa Sou A miga de toda a gente Adoro R ir Sou ma L uca, C O mpreensiva e muito T eimosa, mas sobretudo Sou muito A legre

R ita é uma rapariga inteligente, criativa e alegre. Está sempre disposta a

ajudar os outros, porém, quando são os seus própr I os problemas, é uma embrulhada

É Teimosa e persistente pois quando mete

algo na cabeça é muito difícil de sair. Por fim, tem muitos defeitos mas é melhor agora não

Apontá-los.

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ou a Inês.

A todos

ham

De uma v

Bom d

Vejam lá se adivi

Sou uma M enina meiga Que A nda sempre por aí a sorrir D izem que sou m A rota L evo a música na alma E a amizade no coração. N aturalmente sou feliz... Agora digo: sou a Madalena.

Z que eu

Sou I nteligente E bo N dosagada As pessoas tratam-me por n E s sou E dizem que sou S imples

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Continuando a estrutura anafórica do poema

de Eugénio de Andrade, os alunos, em pares,

criaram o seu próprio poema.

-Faz de conta que sou cadeira. -Eu serei a tua madeira.

-Faz de conta que sou um coral. -Eu serei um brilhante cristal.

-Faz de conta que sou um pincel. -Eu serei o teu papel.

-Faz de conta que sou uma página em branco... -Eu serei o teu texto.

-Faz de conta que eu sou um espelho. -Eu serei o teu reflexo.

-Faz de conta que sou carro. -Eu serei a tua estrada.

-Faz de conta que eu sou um livro. -Eu serei as tuas palavras.

-Faz de conta que sou uma rosa. -Eu serei a tua jarra.

-Faz de conta que eu sou barco. -Eu serei mar.

-Faz de conta que eu sou o mar. -Eu serei uma peixe.

-Faz de conta que eu sou um cesto. -Eu serei a bola.

-Faz de conta que eu sou um monitor. -Eu serei o teu teclado.

-Faz de conta que eu sou uma princesa. -Eu serei a tua coroa.

-Faz de conta que eu sou pássaro. -Eu serei o teu ninho.

Poema Coletivo

- Faz de conta que sou abelha.

- Eu serei a flor mais bela.

- Faz de conta que sou cardo.

- Eu serei somente orvalho.

- Faz de conta que sou potro.

- Eu serei sombra em Agosto.

- Faz de conta que sou choupo.

- Eu serei pássaro louco,

pássaro voando e voando

sobre ti vezes sem conta.

- Faz de conta, faz de conta.

Eugénio de Andrade

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Urgentemente

É urgente o amor.

É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras

ódio, solidão e crueldade,

alguns lamentos,

muitas espadas.

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.

É urgente o amor, é urgente

permanecer. Eugénio de Andrade, Até Amanhã

Urgentemente

É urgente dar prioridade aos outros.

É urgente ter saudades.

É urgente realçar

O que é importante na vida É urgente destruir alguns lamentos,

muitas espadas.

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.

É urgente a URGÊNCIA.

Madalena Álvares

Urgentemente

É urgente amar

É urgente sorrir

É urgente destruir certas palavras

alguns lamentos,

muitas espadas.

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.

É urgente sonhar.

Inês Hora

Ao poema

“Urgentemente” de Eugénio

de Andrade foram-lhe retira-

das algumas palavras… os

alunos recriaram o poema...

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Urgentemente

É urgente gostar

É urgente a felicidade

É urgente o amor

que é algo que não se pode adiar

É urgente a diversão

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a

luz

impura, até doer.

É urgente rir e amar.

Diogo Marques, Joana

Cordeiro e Rita Faria

Urgentemente

É urgente conviver com amigos

É urgente estar com a família

É urgente destruir certas palavras

alguns lamentos,

muitas espadas.

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.

É urgente viver cada momento e

SER FELIZ.

Matilde Tocha

Urgentemente

É urgente a amizade

É urgente a paz

É urgente a felicidade

O amor e a diversão

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.

É urgente o AMOR.

Matilde Corage e Inês Melo

Urgentemente

É urgente libertar

É urgente poder expressar

É urgente a união

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.

É urgente UMA REVOLUÇÃO

Miguel Santos

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Aproveitando o jogo apresentado no poema de Luísa Ducla

Soares, os alunos, em grupos, criaram os seus “Casamentos” de

palavras...

Casamento

Casei uma amora com o amor

Causaram os dois um grande esplendor

Porque a amora não pode sentir

E o amor não pode colorir.

Não digam que errei

Pois eu sei que acertei

O amor não tem destino

Apenas segue um caminho

Rita Faria, Clara Simão

e Inês Hora

Casamento

Casei um cigarro com uma cigarra

Fizeram os dois tremenda algazarra

Porque o cigarro não sabe cantar

E a cigarra detesta fumar.

Não digam que errei

Mania antipática

Só cumpri a lei

Que manda a Gramática.

Luísa Ducla Soares

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Casamento

Casei um bolo com uma bola

Fizeram os dois tremenda algazarra

Porque o bolo não sabe jogar

E a bola detesta cozinhar

Matilde Corage, Matilde Tocha

e Nádia Fachada

Casamento

Casei um tesouro com uma tesoura

Não sei se errei ou acertei

Pois com um tesouro tudo pode acontecer

E com uma tesoura tudo pode morrer...

Madalena Álvares e Inês Morais

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Casamento

Casamos a tesoura com o tesouro e juntos

Fizeram o Douro, banhado em ouro

A tesoura não cortava e ficou moura

O tesouro ajudou-a e ficou louro...

António Barreto e Miguel Neto

Casamento

Casei um bolo com uma bola

Fizeram uma tremenda algazarra

Porque a bola não sabe rebolar

E o bolo só sabe engordar.

Miguel Santos e Duarte Soares

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A raiva é um cão cruel.

A maldade é uma cobra

sem escrúpulos. Amor é uma pessoa solidária.

A partir de um

“banco de

palavras”, os

alunos inventam

as suas

metáforas...

O ódio é uma onda

violenta

A violência é um barco à

deriva.

A paz é uma onda de felicidade.

A morte é uma nuvem

negra.

O ódio é uma nuvem irritante.

A felicidade é um cão

bondoso.

O amor é um som

agradável.

O amor é um caminho

com brilho. A amizade é um comboio

feliz.

A tristeza é uma pessoa

faminta.

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Trabalhos realizados na aula de Português na Escola Secundária Quinta do Marquês

Maio de 2015 Alunos do 7.º D, Professora Verónica Baptista

António Gouvea Beatriz Eliseu Carlota Batista Clara Simão

Diogo Marques

Francisca Monteiro Gabriela Pessoa Guilherme Mendes Guilherme Appleton

António Barreto

Inês Hora

Inês Morais Inês Melo Joana Cordeiro Madalena Álvares Manuel Ferreira

Maria Sousa

Matilde Corage Matilde Tocha Mayara Pinto Miguel Neto

Miguel Santos Miguel Ramos Nádia Fachada Rita Faria Salvador Mendes

Duarte Soares

Miguel Veríssimo