IntroduçãoO que é e como fazer uma introdução

Cynthia Funchal – http://slideshare.net/cynthiafunchal

Introdução•Contextualização do tema/problema a ser

analisado e apresentação da tese (ponto de vista);

•Direciona a leitura, é o ponto de partida;•Mostra uma linha de raciocínio que será

seguida no texto;•Deve ser desenvolvida no primeiro

parágrafo do texto e, de preferência, ocupar uma média de 5 a 7 linhas.

O que evitar?•Iniciar com uma ideia que fuja do tema

central do texto e da proposta;•Redundâncias (há muitos anos atrás, a

cada dia que passa);•Desvio frequente do assunto;•Períodos longos;•Uso da primeira pessoa do singular (eu);•Reproduzir o texto (enunciado) do tema.

Evitar clichês como:•“Atualmente”...•“Nos dias de hoje”...•“Para começar”...•“Primeiramente”...•“Desde os primórdios da humanidade”...Etc.

Evitar clichês não significa que eles não possam ser utilizados, apenas requerem cautela para que o texto não

seja fraco ou mal desenvolvido.

O que não fazer em uma introdução• Responder diretamente à pergunta da proposta ou se referir a ela

sem contextualizar o tema.

Tema: “Reduzir a maioridade penal é a solução para a violência no Brasil?”.

Não, reduzir a maioridade penal no Brasil apenas lotará as penitenciárias e piorará a situação da violência no país, uma vez que o sistema carcerário é precário [...]

Tema: “A inserção do jovem no mercado de trabalho”.Sobre o jovem e o mercado de trabalho, é

importante destacar que, quanto mais cedo uma pessoa começar a trabalhar, mais fácil é par ela manter um emprego. [...]

É um assunto muito complexo e apresenta diferentes visões, pois o Brasil enfrenta uma realidade de violência [...]

O que não fazer em uma introdução• Não se posicionar sobre o assunto (tese) ou ficar “em

cima do muro”.

Tema: “A inserção do jovem no mercado de trabalho”.A entrada do jovem no mercado de trabalho

apresenta diferentes pontos de vista, positivos e negativos. Por um lado, é importante para o crescimento profissional do jovem; por outro, o jovem pode abandonar os estudos para trabalhar. [...]

Muito é discutido a respeito do jovem e o mercado de trabalho, assunto que gera diferentes opiniões e que pode ser visto no dia-a-dia das pessoas.

O que não fazer em uma introdução• Usar questionamentos em excesso, sem apresentar seu

ponto de vista.

Tema: “Redução da maioridade penal e o sistema carcerário brasileiro”.

A proposta de emenda à constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos tem sido amplamente discutida, sendo considerada uma solução para a violência. Mas será que a redução é mesmo a solução? As nossas prisões têm a capacidade necessária?

A redução da maioridade penal é um assunto bastante discutido nos últimos meses. A mídia apresenta as diferentes visões e reações à proposta. Mas o país está preparado para isso?

O que não fazer em uma introdução• Desenvolver demais o tema, já na introdução, sem

contextualizá-lo.

Tema: “Redução da maioridade penal e o sistema carcerário brasileiro”.

O sistema carcerário no Brasil está falido e não cumpre com a sua função básica, de punir os infratores e também reintegrá-los à sociedade. A população dos presídios no país é de 550 mil, a quarta maior do mundo. O governo gasta, mensalmente, 1800 reais por preso e o percentual de reincidência dos crimes é de 75%. São muitos os problemas das penitenciárias, não há separação por idade, há superlotação dos ambientes, as condições básicas de saúde e higiene são precárias e os profissionais – policiais, agentes penitenciários, administradores, auxiliares – são mal equipados, mal remunerados e não possuem plano de carreira, o que contribui para a precarização do sistema.

Alguns tipos de introdução•Declaração inicial;•Narração;•Alusão histórica;•Enumeração dos argumentos (roteiro);•Hipótese;•Pergunta.

Declaração• Faz uma declaração para dar início ao tema proposto. A declaração

expõe diretamente o ponto de vista a ser desenvolvido no texto.

“Enquanto em Paris os ônibus andam numa velocidade inferior à das carroças do início do século, em Kinshasa, no Zaire, na Avenue Bokassa, no centro da capital, a velocidade dos veículos não supera os dez quilômetros por hora no horário de pico. A rápida transformação da vida em nossa época provocou em toda parte um fenômeno de enormes proporções: o tráfego”.

(Declaração após uma comparação específica)

Trecho narrativo• Inicia o parágrafo através da narração de uma sequência de

acontecimentos, como forma de ilustrar o tema a ser abordado. É importante que a introdução não se limite ao trecho narrativo e deixe de lado o ponto de vista do autor.

“Escândalos constantes. Desvios de verba. Conduta antiética. Abusos de poder. Décadas se passaram e a situação política do país só parece piorar. A corrupção tornou-se algo corriqueiro e os cidadãos se acostumaram com isso. É preciso que os direitos e deveres sejam respeitados para que, assim, essa realidade seja alterada.”

Hipótese• Apresenta o ponto de vista e uma hipótese sobre as causas do

problema a ser abordado. É importante que a hipótese seja comprovada no desenvolvimento, através da argumentação. Isso vale, também, para outros tipos de introdução que possam ser usados no texto.

“A questão da violência contra o menor tem origem na miséria - a principal responsável pela desagregação familiar. As famílias, por não terem condições de sustento, acabam levadas a intrigas e discussões constantes, abuso da força e, muitas vezes, à exploração do trabalho infantil para garantir parte do sustento”.

Roteiro• Além do ponto de vista, apresenta ao leitor ou leitora o

roteiro da discussão que se seguirá no desenvolvimento. Nesse tipo de introdução, é importante que o desenvolvimento siga o roteiro proposto. Evite seguir outra linha de argumentação que se desvie do roteiro proposto.

“Para se analisar a questão da violência contra o menor no Brasil é essencial que se discutam suas causas e suas consequências, além de compreender o comportamento da sociedade que joga, sobre crianças e adolescentes, responsabilidades que muitas vezes não lhes cabem. Enquanto deveriam estar na escola e aproveitando momentos de lazer, muitos jovens acabam na marginalidade e no abandono”.

Alusão histórica• Inicia o texto a partir de um evento ou marco na

história que esteja relacionado ao tema proposto.

“Em setembro de 1992, estudantes, vestidos e pintados com as cores da bandeira, foram às ruas protestar e pedir o impeachment de Collor. O movimento dos "caras-pintadas" foi um marco na luta contra a corrupção na política brasileira. No entanto, o que se vê, hoje, é uma acomodação da sociedade diante dos problemas. É fundamental o engajamento político para que se possa combater esse entrave para o progresso”.

Além da alusão histórica, o exemplo de introdução também apresenta um roteiro dos argumentos que serão desenvolvidos ao longo do texto.

Pergunta• É feita uma pergunta ou uma sequência de perguntas para

questionar o tema proposto. É importante que a introdução não se esqueça de apresentar o ponto de visto do autor ou autora do texto, limitando a introdução apenas a uma série de perguntas. Além disso, qualquer pergunta que seja feita dentro do texto deve, necessariamente, ser respondida no texto.

“Os homens do século 19 propuseram nos termos da época as questões que, apesar de toda a posterior concentração dos esforços na realidade própria dos textos, continuavam a intrigar os críticos: como funciona a mente de um escritor? Quais os fatores imponderáveis que o levam a escrever isto e não aquilo, deste ou daquele modo?”.

“É possível imaginar o Brasil como um país desenvolvido e com justiça social enquanto existir tanta violência contra o menor? Muitos dos problemas enfrentados pela sociedade têm origem na falta de oportunidades para jovens que, quando não sofrem violência em casa ou nas ruas, recorrem a ela para sobreviver.”

Exemplos de introduçãoIntrodução de redações que receberam nota máxima nas avaliações.

•Vestibular: UFSC

Tema: A conflitante formação de valores nas novas gerações.

As famílias têm sido conceituada como a célula-base da sociedade, que concebem e desenvolvem novos indivíduos, reproduzindo e alterando valores sociais, das mais variadas formas. A elas é confiada a responsabilidade de formar os valores das gerações subsequentes. Questiona-se, entretanto, se estariam desempenhando esse papel e formando gerações moral e eticamente saudáveis ou delegando-o a terceiros, arriscando produzir conflitos da mesma ordem consigo mesmas.

•Vestibular: UFSC

Tema: A importância do sonhar.

Somos sonhadores por natureza. Por possuirmos a capacidade exclusiva de raciocinar, projetamos, planejamos e viabilizamos, através dos meios necessários e possíveis, nossos ideais. Com isso, vamos vivendo, sonhando, concretizando e buscando objetivos.

•Vestibular: UFSC

Tema: A importância do sonhar.

Houve uma época em que as pessoas acreditavam em um mundo melhor, numa vida mais tranquila, pois eram movidas por suas esperanças e seus sonhos. Nos dias de hoje, com o crescente aumento da concorrência e com as infindáveis dificuldades que foram surgindo, esses sonhos estão sendo esquecidos, ou armazenados numa caixinha secretamente protegida.

•Vestibular: PUC-RIO

Tema: A efemeridade da vida.

A sociedade que se apresenta atualmente em grande parte do mundo para os cidadãos contemporâneos é aquela marcada por características tais como: capitalismo, racionalismo, materialismo, individualismo, avanço tecnológico, mercado competitivo dentre outros. Em conjunto, levam o ser humano a desenvolver um comportamento imediatista, também marca de tal sociedade. Esse comportamento torna tudo transitório e faz a vida parecer mais curta e, quando menos se espera, ela se esvai completamente sem que a tenhamos aproveitado.

•Vestibular: PUC-RIO

Tema: Infância.

Como é que se descreveria a infância? Ver sítio do Pica-Pau Amarelo comendo brigadeiro? Brincar de amarelinha e futebol de botão? Ir à Disney, entre outros parque de entretenimento? Na verdade, cada geração viveu uma infância diferente e a infância está em constante processo de mudança.

•Vestibular: PUC-RIO

Tema: Infância.

É muito comum ouvir dos avós que a infância é a melhor época de nossas vidas. Eles contam com saudade sobre "o seu tempo", as brincadeiras que faziam, como era sua vida em família, seu colégio e sua relação com o mundo, que tudo era muito diferente do que é hoje. Entretanto, as necessidades infantis continuam as mesmas.

•Vestibular: PUC-RIO

Tema: Infância.

Abre-se o espetáculo. O sinal fechado e lá estão elas, as crianças malabaristas. Não estão na escola, também não estão nos lares. Malabarismo das autoridades e dos homens desviando olhares. Completando números mágicos. Pais que desaparecem no palco enquanto exploram suas crianças.

•Vestibular: PUC-RIO

Tema: A influência das novas tecnologias e a era digital no século XXI.

É impossível analisar a sociedade deste novo milênio sem enxergar as modificações estruturais que as novas tecnologias têm provocado. Entre todas, a mais evidente é a revolução ocorrida nos meios de comunicação com a entrada do computador, que causou um incremento na globalização entre seus usuários, apesar de contribuir para um afastamento ainda maior entre as pessoas, criando um verdadeiro paradoxo digital.

•Vestibular: PUC-RIO

Tema: A influência das novas tecnologias e a era digital no século XXI.

O homem moderno vem assistindo, neste fim de século, a inovações de caráter tecnológico que modificam sua vida social e pessoal. O advento do computador e da internet traz para a humanidade vantagens e desvantagens sobre as novas formas de comunicação e de interação que nos abrem as portas para o novo século.

•Vestibular: FUVEST

Tema: Informação e liberdade de expressão - novos desafios.

O desenvolvimento tecnológico, em particular no setor de informática, criou novos parâmetros para o debate sobre o direito à liberdade de expressão. Hoje, o acesso à informação é muito maior do que em relação a épocas anteriores. Portais de internet, como a Biblioteca Digital Mundial, tendem a representar um enorme passo ao direito à informação sério e relevante para amplas camadas da população. Ao mesmo tempo, o risco da manipulação das informações também cresceu e isso tem preocupado muitos comentaristas e analistas do setor.

•Vestibular: FUVEST

Tema: Informação e liberdade de expressão - novos desafios.

Já há muito tempo, a informação e o conhecimento não são mais exclusividade de uma minoria letrada, como os monges na Idade Média. Depois que Gutemberg inventou a imprensa e os livros passaram a ser escritos em línguas "modernas", o conhecimento escrito pôde popularizar-se. Mas a ligação de computadores em rede mundial expandiu o acesso à informação em proporção espetacular e de forma revolucionária, pois no mundo digital a informação é difusa, está em todo local onde haja um microcomputador instalado com acesso à Internet. O acesso não é mais questão de ter ou não uma obra de Machado de Assis em casa, ou de não haver um exemplar de "O velho e o mar" disponível na Biblioteca Municipal. A questão hoje é "isto está on-line?".

Projeto de lei que tramita no Congresso nacional limita a concessão da meia-entrada para estudantes, jovens de baixa renda, portadores de necessidades especiais e idosos, a 40% do total de ingressos disponíveis para cada evento cultural e esportivo. Há muito tempo, existe uma polêmica em torno da meia-entrada para estudantes no Brasil. Artistas e empresários da área afirmam que têm de aumentar o preço dos ingressos para poder arcar com o custo do benefício e reclamam da ingerência do Estado no mercado. Os estudantes reivindicam seu direito adquirido. Gestores de políticas públicas alegam que o preço é pago por adultos, que têm renda maior, num gesto de solidariedade social necessária, a qual, portanto, deve ser obrigatória. E você, o que pensa disso tudo? É a favor ou contra a meia-entrada? Por quê?

Meia-entrada: direito ou privilégio?

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Fonte: Banco de redações, Uol Educação - http://educacao.uol.com.br/http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/meia-entrada-voce-e-contra-ou-a-favor-por-que.jhtm