InclusãO E Diversidade

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INCLUSÃO E DIVERSIDADE II Semana Acadêmico-Cultural Fundação Livre Araçatuba, 15 de setembro de 2005

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A sociedade globalizada coloca o desafio de integrar diferenças antes esparsas, destacando o dilema da inclusão das diversidades,tema que forma o pano de fundo da visão multiculturalista.

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INCLUSÃO E DIVERSIDADE

II Semana Acadêmico-CulturalFundação Livre

Araçatuba, 15 de setembro de 2005

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As muitas faces da diversidade

Por diversidade se entende o conjunto de particularidades, a multiplicidade de formas de ser e existir.

A diversidade é o resultado natural, em termos biológicos, da evolução dos seres vivos em busca de sua sobrevivência.

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Diversidade Humana

A diversidade humana também é um fenômeno natual. Os aspectos biológicos diferenciais do

ser humano são, majoritariamente, fenotípicos.

Aspectos fenotípicos são a cor do cabelo e da pele, formato do nariz e dos lábios, traços dos olhos, dentre outros.

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Há diversidade, também, quanto a aspectos genéticos, mas também isso é natural. Diversidade quanto ao sexo. Algumas habilidades / capacidades /

aptidões...

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Diversidade Cultural

Cultura, de um modo geral, é toda produção do “gênio humano”. É aquilo que assume um significado específico – simbólico – para um grupo: isso envolve, elementos concretos e abstratos.

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A diversidade cultural significa as múltiplas expressões humanas da cultura; as culturas específicas de cada grupo, com os sentidos próprios que cada um confere aos elementos que compõem seu “mundo”.

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Multiculturalismo

Postura que pretende superar uma visão “monoculturalista”, a qual tem por base um “padrão” de pessoa e de comportamento.

Em não poucas sociedades, o padrão “normal” desejado é o designado “WASP” (White Anglo Saxon Protestant), ou o homem (do sexo masculino, mesmo, e adulto), rico e branco.

O multiculturalismo propõe o reconhecimento da diversidade, ao menos cultural.

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Multiculturalismo crítico Multiculturalismo “conservador”: busca a

conciliação das diferenças com base no mito da harmonia. Esta construção ideológica nega que as relações entre as comunidades pós-modernas são marcadas por antagonismos e conflitos

Multiculturalismo “crítico”: tendo por base a política cultural da diferença, questiona o monoculturalismo, evidencia as contradições socioculturais fazendo vir à tona as diferenças e as ausências de muitas vozes que foram caladas pelas metanarrativas da modernidade; baseia-se no respeito ao ponto de vista, às interpretações e atitudes do Outro, constituindo-se numa fonte de possibilidades de transformação e de criação cultural

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Diversidade e inclusão (ões)

A diversidade é reconhecer que existe um “Outro” que pode...:

Não ser fisicamente perfeito; Não ser mentalmente desenvolvido; Não ter a mesma “cor” de pele, ou

cabelo, ou olhos …

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Diversidades...

Criança / adolescente População de 58 milhões (35,9%) 2,9 milhões (4,7%) têm alguma

deficiência Maior causa de óbito de meninos

entre 5 e 14 anos (de 1999 a 2003): agressão

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Adolescente / jovem

em 2000, 2/3 (70,3%) do total dos jovens falecidos no Brasil morreram por causas externas (que dizem respeito a homicídio, acidentes automobilísticos e suicídios), contra apenas 12,2% dos demais falecidos na população (também por causa externa). A maioria das mortes decorrentes de homicídio: 39,2% (contra 4,7% do restante da população); em seguida, 14,2% de mortes em decorrência de acidentes em meios de transportes e 3% devidas a suicídio – a cada 100 mil jovens, 98,8 são vítimas de homicídio, tendo como momento crítico a idade de 20 anos

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Mulher

Segundo o Censo IBGE 2000, as mulheres brasileiras, com 15 anos ou mais de idade representam 61,5 milhões da população, 57% são casadas (com ou sem registro), 75% têm filho/a(s), 57% integram a população economicamente ativa (PEA), mas apenas 17% no mercado formal (12% desempregadas). Em termos de renda, 42% moram em domicílios com renda familiar de até 2 salários mínimos.

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Pesquisa desenvolvida pela Fundação Perseu Abramo indica que 59% das mulheres não passaram do ensino fundamental e que 7% nunca freqüentaram a escola. A formação superior é uma conquista de apenas 6% desse universo, ainda que apenas 2% tenham concluído a graduação e 1% alcançado a pós-graduação.

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Negro

Descrever a situação do negro, na conjuntura nacional brasileira contemporânea é um trabalho espinhoso por aquilo que envolve de “preconceito contra o preconceito de ter preconceito”, o que termina por oculta o preconceito de fato

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De qualquer forma, o Brasil é o país com a maior população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria, com os negros ou afrodescendentes representando cerca de 46% dos brasileiros. De acordo com o IBGE/PNAD, do total de 173.966.052 brasileiros, 10.282.049 são pretos e 72.013.673 são pardos (os brancos alçando os 90.573.832), sendo que a população brasileira do zero aos 17 anos, dividida por cor/raça, é composta por 29.382.476 de pessoas brancas, 2.775.077 de pessoas pretas, 25.940.859 de pessoas pardas e 205.680 de pessoas amarelas ou indígenas.

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Ao ser considerado apenas o IDH dos brancos, o Brasil se colocaria em 46º lugar, ao passo que cairia para o 105º lugar se a consideração fosse apenas do IDH dos negros. Isso porque, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), dos 53 milhões de pobres do Brasil, 63% são negros; e dos 22 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza extrema, miséria ou indigência, 70% são negros.

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Idoso

A população daqueles com mais de 60 anos alcançará, em 2025, o patamar de 32 milhões de pessoas. A isso some-se o fato de que é constante a redução da taxa de fecundidade/natalidade e a taxa de mortalidade, aliadas a um aumento da expectativa de vida. Estima-se (conf. OMS) que até 2025 haverá um aumento de 3,5 anos de expectativa de vida, que hoje é de 68,5 anos. A médio prazo esse quadro fará com que a idosa cresça, até o início do próximo século, 8 vezes mais que a população jovem e 2 vezes mais que a população total do país.

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Indígena

Apesar de não haver um censo oficial sobre as populações indígenas no Brasil, a Fundação Nacional do Índio – Funai estima que hoje, no Brasil, vivam cerca de 345 mil índios, distribuídos entre 215 sociedades indígenas, falando em torno de 180 línguas, que perfazem cerca de 0,2% da população brasileira.

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Pessoa Portadora de Deficiência (PPD)

Apenas a partir de 2002 o IBGE passou a incluir em suas pesquisas um inquérito sobre pessoas portadoras de deficiências (PPD’s), e então o Brasil começou a perceber uma outra realidade até então não reconhecida: são 24,5 milhões de portadores de alguma deficiência, sendo 6,59 milhões (ou 3,91% da população) portadores “apenas” de deficiência motora e física. Expressando de outro modo, 14 em cada 100 brasileiros são portadores de alguma deficiência. O menor índice relativo de portadores de deficiência encontra-se na Região Sudeste – 13,1%.

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Os portadores de deficiências são, predominantemente, do sexo feminino: 13.179.712 mulheres frente a 1.420.544 homens. E as deficiências mais presentes, proporcionalmente falando, seriam: visual (48,1%); motora (22,9%); auditiva (16,7%); mental (8,3%); física (4,1%). Mesmo assim, dos 24,5 milhões de portadores de deficiência, 9 milhões trabalham, sendo que mais da metade (4,9 milhões) ganha até 2 S.M.

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Diversidade x Desigualdade

Diversidade: “fenômeno” naturalDesigualdade: “produção” humana e

cultural

DESIGUALDADE SOCIOECONÔMICA

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Desigualdade social no Brasil

Economia: 10ª do mundo (era a 8ª) Desigualdade: 8ª do mundo (à

frente apenas de 6 países africanos e da Guatemala)

IDH: 63ª no mundo (entre 177 países)

Distribuição de renda: dentre as piores do mundo (177º ??)

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Sem considerar o PIB (apenas a renda dos 20% mais pobres), o Brasil cairia no ranking do IDH do 63º para o 115º.

Atualmente, a renda “per capita” é de US$ 7.790,00 (R$ 1.720,00 / mês).

Os 10% mais ricos detêm 46,9% de toda a riqueza.

Os 10% mais pobres detêm 0,7% de toda a riqueza.

1 bilionário equivale a 820.000 “pobres”.

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Diversidade X Desigualdade (2)

Superar a desigualdade, respeitando as diferenças.

Buscar a igualdade sem igualitarismo = tratar os “diferentes” diferentemente para que sejam tratados com “eqüidade”.

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Diversidade, exclusão e intolerância

Preconceito e discriminação Preconceito: disposição interna Discriminação: atitude, prática, ação

Intolerância e violência Exclusão e segregação Superação da diversidade pela

eliminação do Outro.

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Tolerância:o caminho para a inclusão

Tolerância passiva: o suportamento!

Tolerância ativa: aceitação, respeito e inclusão!!

Ação afirmativa

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Posições teóricas

Ricouer O “Si-Mesmo” como um Outro e o

Outro como um “Si-Mesmo”

Habermas O “Agir comunicativo”

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Para além da tolerância

Superar as fidelidades pessoais e grupais

A orientação por princípios éticos universais

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“A Ética da Urgência é fator primordial para que as atuais distorções sociais e violações dos direitos humanos possam ser minimizadas no país.” (Paiva &Fontes)

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O mundo pode ser um lugar melhor para se viver, porque você passou por ele!!

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OBRIGADO!!

Leonides da Silva [email protected]