FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS...

24
2014.12.19 • edição quinzenal FUNDADO EM 2006. DIRECTOR: CARLOS PINTO // ANO: 9 // N: 362 0,70 IVA INCLUÍDO PUB FERREIRA DO ALENTEJO > GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS DEPOIS > NEVES-CORVO “Legionella” está eliminada na Somincor A rede de água do balneário junto à lavaria do zinco nas minas de Neves- Corvo, no concelho de Castro Verde, já foi desinfectada depois de aí ter sido detectada, no passado dia 12 de Dezembro, a bactéria legionella. De acordo com a porta-voz da Somincor, Lígia Várzea, até ao momento não foi registado qualquer caso de doença e por precaução a empresa vai proceder à desinfecção química da rede hidráu- lica de todos os balneários do comple- xo mineiro de Neves-Corvo. >p24 pub. POVO DE ODEMIRA ESCOLHEU OBRAS PARA O ORÇAMENTO AUTARQUIAS >p04 Tribunal do Trabalho de Beja em mau estado BAIXO ALENTEJO > Instalações do Governo Civil que acolhem Secção do Tribunal do Traba- lho têm riscos graves de inundações, falta de climatização, casas-de-banho degradadas e sala de audiências sem condições. A denúncia é da Associação Sindical de Juízes Portugueses. Barclays fecha em Castro Verde O banco Barclays prepara-se para fechar a sua agência de Castro Verde no início de 2015. Se- gundo apurou o “CA” junto de algumas fontes, o en- cerramento do balcão está previsto para o dia 16 de Janeiro, confir- mando os rumores que há algum tempo circu- lavam nesta localidade. PRESIDENTE DO SÃO MARCOS QUER RELVADO SINTÉTICO FUTEBOL. >p20 > CASTRO E ALJUSTREL Comércio admite Natal mais positivo O Natal “anda no ar” e parece que também já se sente aos balcões do comércio local. Essa é, pelo menos, a opinião dos comerciantes de Castro Verde e Aljustrel ouvidos pela reporta- gem do “CA”. Mas apesar de animados pelo crescimento do negócio nesta época natalícia, os empresários não deixam de notar uma diferença nos hábitos dos seus clientes. É que hoje são poucos os que não perguntam pe- las promoções, preferindo comprar o mesmo… mas mais barato! >p06 DISTRITAL DE BEJA “VALE” 412 MIL EUROS A funcionar desde Novembro de 2007 na rua Fialho de Almeida, no “coração” da vila, a agência de Castro Verde do banco britânico tem actual- mente quatro funcio- nários, que deverão ser abrangidos pelo processo de rescisões voluntárias a decorrer na instituição. >p03

Transcript of FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS...

Page 1: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

2014.12.19 • edição quinzenalFUNDADO EM 2006. DIRECTOR: cArlOs piNTO // ANO: 9 // N: 362

€0,70IVA Incluído

PUB

FERREIRA DO ALENTEJO > GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS DEPOIS

> Neves-corvo

“Legionella”está eliminadana Somincor A rede de água do balneário junto à lavaria do zinco nas minas de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, já foi desinfectada depois de aí ter sido detectada, no passado dia 12 de Dezembro, a bactéria legionella. De acordo com a porta-voz da Somincor, Lígia Várzea, até ao momento não foi registado qualquer caso de doença e por precaução a empresa vai proceder à desinfecção química da rede hidráu-lica de todos os balneários do comple-xo mineiro de Neves-Corvo. >p24

pub.

POVO DE ODEMIRAESCOLHEU OBRASPARA O ORÇAMENTO

AUTArQUIAs >p04

Tribunaldo Trabalho de Beja emmau estadoBAIxO ALENTEjO > Instalações do Governo

Civil que acolhem Secção do Tribunal do Traba-lho têm riscos graves de inundações, falta de climatização, casas-de-banho degradadas e

sala de audiências sem condições. A denúncia é da Associação Sindical de Juízes Portugueses.

Barclays fechaem Castro Verde O banco Barclays prepara-se para fechar a sua agência de Castro Verde no início de 2015. Se-gundo apurou o “CA” junto de algumas fontes, o en-cerramento do balcão está previsto para o dia 16 de Janeiro, confir-mando os rumores que há algum tempo circu-lavam nesta localidade.

PRESIDENTE DO SÃO MARCOS QUER RELVADO SINTÉTICO

FUTeBoL. >p20

> cAsTro e ALJUsTreL

Comércioadmite Natalmais positivo O Natal “anda no ar” e parece que também já se sente aos balcões do comércio local. Essa é, pelo menos, a opinião dos comerciantes de Castro Verde e Aljustrel ouvidos pela reporta-gem do “CA”. Mas apesar de animados pelo crescimento do negócio nesta época natalícia, os empresários não deixam de notar uma diferença nos hábitos dos seus clientes. É que hoje são poucos os que não perguntam pe-las promoções, preferindo comprar o mesmo… mas mais barato! >p06

DISTRITAL DE BEjA “VALE” 412 MIL EUROS

A funcionar desde Novembro de 2007 na rua Fialho de Almeida, no “coração” da vila, a agência de

Castro Verde do banco britânico tem actual-mente quatro funcio-nários, que deverão ser abrangidos pelo processo de rescisões

voluntárias a decorrer na instituição. >p03

Page 2: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

Obras de 48,8 milhõesnas estradas de Beja

regiÃO >abastecimento

O novo reservatório de água já está ligado à rede de água desta vila do concelho de Ourique. A nova ligação foi assinalada esta quinta-feira,

18, à tarde, numa cerimónia promovida pela Câ-mara de Ourique e à qual se seguiu uma visita ao novo depósito de água de Panóias.

NOVO RESERVATÓRIO DE ÁGUA DE PANÓIAS JÁ SERVE A POPULAÇÃO

BAiXOALENTEJO> eSTrADAS De POrTUgAL APreSenTOU PLAnO PArA OBrAS enTre 2015 e 2019

2 2014.12.19

> AcESSIBILIDADES. Plano da empresa para os próximos cinco anos prevê obras no valor de 32,8 milhões, mais 16 milhões no IP8 até Beja.

A Estradas de Portugal (EP) vai investir um total de 48,8 milhões de euros no distrito de Beja nos próxi-mos cinco anos. A grande fatia deste “bolo” (32,8 milhões de euros) está incluída no recém-apresentado Pla-no de Proximidade e Médio-prazo 2015-2019 e inclui obras em quase todos os concelhos do Baixo Alen-tejo.

De acordo com plano da EP, a que o “CA” teve acesso, são 59 as in-tervenções agendadas, sendo que a mais onerosa será a beneficiação da Estrada Nacional (EN) 265, que atravessa os concelhos de Serpa e Mértola. A obra custará 4,9 milhões de euros e deverá ser lançada apenas em 2017.

Nesse mesmo ano, a empresa conta igualmente lançar a empreita-da de requalificação da Estrada Re-gional (ER) 266, na intersecção para Sabóia, no concelho de Odemira, num investimento de 1,1 milhões de

Estradas de Portugal tem previstas 59 intervenções no Baixo Alentejo até 2019. DR

AgrICulturA

NOVA PAc ExPLIcADA AOS AGRIcULTORES

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) vai promover em Janeiro uma série de reuniões de informação, esclarecimento e divulgação sobre a nova PAC – Política Agrícola Comum. A 13 de Janeiro haverá sessões em Aljustrel (Biblioteca, às 10h00) e Castro Verde (no Pólo 2 da Associação de Agri-cultores do Campo Branco, às 15h00). Dia 21 será a vez de Almodôvar (Fórum Municipal, 10h00) e Ourique (Centro de Convívio, às 15h00).

VISItA

ALUNOS DE BERINGEL fORAm à “VILA NATAL"

As crianças que frequentam a EB1, o jardim-de-infância de Beringel e o infantá-rio “Seara Nova” visitaram esta semana a “Vila Natal” em Óbidos, como forma de assinalar o final do primeiro período do ano lectivo. A visita foi organizada pela Junta de Freguesia de Beringel, que suportou as despesas da iniciativa. “Foi simplesmente, um dia inesquecível que para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao “CA” o presidente da Junta, Arlindo Morais.

AutArquIAS

BEJA é cONcELhO“mAIS AcESSíVEL”

O projecto integrado de benefi-ciação da baixa de Beja, promovido pela Câmara Municipal, foi distingui-do com o prémio “Concelho Mais Acessível”, atribuído pela primeira vez este ano pelo Instituto Nacional para a reabilitação. Em comunicado, a autarquia bejense explica que o projecto foi distinguido na categoria I Edificado (Propriedade Municipal)/Espaço Público do prémio “Concelho Mais Acessível”.

euros.Outro dos grandes investimen-

tos que a EP conta lançar, mas em 2016, será a beneficiação de cerca de 24 quilómetros na EN 389 entre Ourique e Odemira, num total de 3,6 milhões de euros. E para 2018, está nos planos da empresa beneficiar 13 quilómetros na EN 255, na zona de Moura.

Finalmente, em 2019, a Estradas de Portugal conta lançar quatro em-preitadas de maior envergadura. A requalificação de 20 quilómetros do IP8/ EN 260 entre Serpa e Vila Ver-de de Ficalho será a mais cara (4,8 euros), logo seguida do arranjo de quase duas dezenas de quilómetros no IC4/ EN 120 no concelho de Ode-mira (2,5 milhões de euros).

Às 59 intervenções do Plano de Proximidade e Médio-prazo 2015-2019 da EP junta-se ainda o inves-timento de 16 milhões de euros na conclusão das obras do IP8 até à ci-dade de Beja e que incluem a cons-trução de uma variante em Beringel.

E está ainda previsto o gasto de mais seis milhões de euros para ter-minar a ligação entre Sines e Santa Margarida do Sado, com o aprovei-tamento de todas as obras de arte já edificadas e em formato de auto-estrada.

SOlIDArIEDADE

VILA DE fRADES TEm NOVAS RESPOSTAS

Vila de Frades inaugurou no passado dia 13 de Dezembro o pólo do Centro So-cial e a loja + Voluntariado, duas novas respostas sociais para esta freguesia do concelho da Vidigueira. O pólo do Centro Social vai funcionar como cafetaria e espaço de leitura, jogos, dinamização de ateliers e utilização de computador com acesso à internet. Já a loja +Voluntaria-do servirá para recepção, atendimento e disponibilização de bens doados por particulares ou instituições.

AgrICulturA

chUVA "SATUROU"cAmPO BRANcO

A quantidade de precipitação regis-tada no Outono em toda a região do Campo Branco “saturou por comple-to” os campos, adianta ao “CA” o pre-sidente da Associação de Agricultores do Campo Branco. Segundo José da luz Pereira, muitas sementeiras de Outono/ Inverno ficaram “por acabar, impedindo a realização de adubações de cobertura nas áreas semeadas mais cedo e dificultando o pastoreio normal dos animais”.

A Distrital de Beja do PSD ficou bastante satisfeita com o Plano de Proximidade e Médio-prazo apre-sentado pela Estradas de Portugal para o período 2015-2019. Em co-municado, a Distrital liderada por Mário Simões nota que o investi-mento de 32,8 milhões de euros na região fica acima do que está previsto para outros distritos do país, o que na sua opinião repre-senta “uma descriminação posi-tiva” para o Baixo Alentejo. Sobre os 16 milhões previstos para a re-qualificação do IP8 até Beja, os so-ciais-democratas sublinham que o modelo agora apresentado prevê “uma poupança para o Estado na ordem dos 30 milhões de euros, ficando a capital do Baixo Alentejo servida por uma boa acessibilida-de, menos onerosa para o erário publico e gratuita para os cida-dãos”.

PSD fazelogioS ao Plano

Page 3: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

2007Foi o ano em que o Barclays abriu a sua agência em Castro Verde, situada na rua Fialho de Almeida, no centro da localidade. O quadro de pessoal do balcão contava com quatro colaboradores, que deverão ser abrangidos pelo programa de rescisões a decorrer.

2014.12.19 BAIXO ALENTEJOREGIÃO

3

António Costa Dieb vai con-tinuar a ser o presidente da Comissão de Coordenação De-senvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo ao longo dos pró-ximos cinco anos, no período 2015-2019.

Dieb já estava em funções e vai continuar no cargo no âmbito do processo concursal realizado pela Comissão de Re-crutamento e Seleção para a Ad-ministração Pública (CreSAP), que teve 12 candidatos.

António Costa Dieb é licen-ciado em Sociologia e preside à CCDR desde 2012, liderando ainda a comissão directiva do InAlentejo (que gere os fundos c o m u n i t á r i o s para o Alen-tejo e Lezíria do Tejo) e da Euroace, a eu-ro-região que junta o Alente-jo ao Algarve e à Andaluzia ( E s p a -nha).

AntónioDieb vaicontinuar na CCDRA

> 2015-2019> BAncO BRItânIcO Está A REduzIR númERO dE BAlcõEs Em PORtuGAl

> EConomiA. Encerra-mento do balcão, que tem quatro funcionários, está previsto para o dia 16 de Janeiro.

Agência do Barclaysfecha em Castro Verde

O banco Barclays vai fechar a sua agência de Castro Verde no início do próximo ano de 2015. Segundo apurou o “CA”, o encer-ramento do balcão está previsto para o dia 16 de Janeiro, confir-mando os rumores que há algum tempo circulavam na localidade.

A funcionar desde Novembro de 2007 na rua Fialho de Almeida, no “coração” da vila, a agência de Castro Verde do banco britânico tem actualmente quatro funcio-nários, que deverão ser abrangi-dos pelo processo de rescisões voluntárias a decorrer na institui-ção.

A partir de 2015 a presença do Barclays no distrito ficará limitada ao balcão de Beja, na rua Luís de Camões. Mas mesmo aí haverá re-dução no quadro de pessoal, com a saída de um dos actuais quatro colaboradores.

Em todo o Alentejo, o Barclays vai ainda encerrar as agências de Sines, Elvas e uma das duas que

Barclays vai deixar de funcionar na vila de Castro Verde. DR

tem em Évora. Ao todo, o banco britânico ficará com menos 60 a 70 balcões e reduzirá o seu pes-soal entre 350 e 400 funcionários em todo o país, num processo que deverá estar concluído até ao final do primeiro trimestre de 2015.

Já em Maio deste ano o pre-sidente executivo do Barclays, Anthony Jenkins, havia anuncia-do uma “revisão da estratégia do grupo”, assumindo na altura que a presença deste em Portugal já não era estratégica.

> cERcA dA VItóRIA fIcA nA AVEnIdA mARGInAl dA lOcAlIdAdE

> tuRismo. Projecto Cerca da Vitória está avalia-do em quase três milhões de euros e terá 30 apartamen-tos turísticos.

novo projecto turístico em milfontes

O empreendimento por concluir situado na avenida marginal de Vila Nova de Milfontes, com o rio Mira pela frente, vai finalmente ganhar vida! Depois de nove anos de embar-go, o projecto da Cerca da Vitória vai finalmente avançar durante o ano de 2015, criando 30 novos aparta-mentos turísticos de três estrelas na localidade.

O projecto é da responsabilida-de do empresário Vítor Pedro, de 77 anos, e tem um custo total estima-

do de quase três milhões de euros. Inicialmente a ideia seria construir apartamentos para venda, mas a cri-se económica do país e o crescimen-to do sector do turismo na região levaram o promotor a optar pela vertente turística.

Os trabalhos de conclusão do empreendimento Cerca da Vitória, que ocupa uma área de 2.082 metros quadrados em dois lotes de terreno, devem ficar concluídos no prazo de um ano após o recomeço dos traba-lhos. Quando abrir, o projecto con-tará com 19 apartamentos T2 e mais 11 T0 (todos de três estrelas), além de 42 lugares de garagem, piscina e três lojas viradas para a praia.

O projecto Cerca da Vitória esteve quase uma década embargado por ordem do Tribunal Administrativo

e Fiscal de Beja, devido a alegadas desconformidades com o Plano Di-rector Municipal. Tal acabou por não se comprovar e o caso foi encerrado já este ano, tendo o juiz decidido que as licenças emitidas pela Câmara de Odemira há uma década fossem consideradas nulas por o promo-tor do investimento não ter feito a anexação prévia dos dois terrenos onde o empreendimento nasceu, tal como era obrigatório na altura.

De momento decorre um novo processo de licenciamento, que ne-cessita de pareceres de diversas en-tidades, entre as quais a Protecção Civil. Segundo apurou o “CA” junto da autarquia, tudo deve estar con-cluído durante o primeiro trimestre de 2015. Nessa altura, a obra poderá recomeçar.

1O banco britânico ficará presente no distrito de Beja apenas na capital de distrito. Em todo o país, o Barn-clays conta encerrar ate ao final do primeiro trimestre de 2015 entre 60 a 70 balcões e reduzir o seu número de funcionários entre 350 a 400 colaboradores.

Vítor Pedro é o promotor do projecto Cerca da Vitória. DR

António Costa Dieb vai liderar a CCDR até 2015. DR

Page 4: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

4 2014.12.19BAIXO ALENTEJOREGIÃO

População escolheu!> Odemira. O projecto mais votado foi o “Rio Mira para Todos”, de Odemira. Mas também vai haver obras em Almograve, Boavista dos Pinheiros e Milfontes.

O povo de Odemira votou e já decidiu quais os projectos vencedores da edição de 2014 do “Orçamento Participativo”, iniciativa promovi-da pela Câmara Municipal local. Ao todo, são quatro os projectos que serão incluídos no orçamento da autarquia de 2015, num investi-mento total a rondar os 430 mil euros.

O projecto mais votado, denominado “Rio Mira para Todos”, foi apresentado pelo presi-dente do Clube Fluvial Odemirense, Ilídio So-ares, e está avaliado em 125 mil euros. A ideia é criar condições para que pessoas com mobi-lidade reduzida possam praticar desporto no rio Mira, objectivo que mereceu 806 dos 6.118 votos registados pelo “Orçamento Participati-vo 2014”.

“Vai ser construído um hangar para todos os barcos que temos. E no primeiro andar vamos fazer um ginásio grande, que na parte de trás terá um acesso para a rua, que vai dar possibilidade às pessoas com mobilidade re-duzida poderem praticar desporto, ou seja, canoagem e exercício físico no ginásio”, explica Ilídio Soares.

Também integradas no orçamento de 2015 vão estar as propostas “Espaço Polivalente do Almograve” (avaliada em 125 mil euros), “Mil-fontes Ativa” (80 mil) e “Praça Pública de Boa-vista dos Pinheiros” (100 mil).

A primeira teve 771 votos e foi apresentada por Manuel Ferreira, tendo em vista a cria-ção de um espaço polivalente na localidade do Almograve. Já a segunda, apresentada por Ruben Candeias, garantiu 646 votos e prevê o nascimento de uma nova área para a práti-ca desportiva e para o lazer em Vila Nova de Milfontes. Finalmente, o projecto “Praça Pú-blica de Boavista dos Pinheiros”, de Miguel

> “ORçAmEntO PARtICIPAtIVO” dE OdEmIRA tEVE 3.063 VOtAntEs Em 2014

Atletas do Clube Fluvial Ode-mirense festejaram vitória do projecto apresentado pelo seu presidente. Dr

ilídiO SOareSProjecto “Rio Mira para Todos”

É um sonho de muitos, muitos

anos… Este projecto dá-nos pos-sibilidade de avançar-mos e evolu-

írmos.

manuel FerreiraProjecto “Espaço Polivalente do Almograve”

Encarámos bem esta ‘vitória’, pois isto deu trabalho… Trata-se de um espaço que esta-va abandonado que vai ser transforma-do para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Cláudia & euFémiaProjecto “Milfontes Ativa”

Projecto vai servir a po-pulação,

tanto para a prática de gi-nástica como no lazer.

miguel lOurençOProjecto “Praça Pública de Boavista dos Pinheiros”

Estamos ‘super-contentes’ e de certeza que isto será uma mais-valia para a freguesia de Boavista [dos Pinheiros]. É um espaço público que neste momento não existe na localidade. Estamos contentes e muito orgulhosos!

Lourenço, contabilizou 636 votos e vai permitir a construção de uma praça pública na locali-dade, provavelmente junto ao novo edifício da Junta de Freguesia.

“Tratam-se de projectos muito interessan-tes e de grande interesse colectivo, à seme-lhança de outros apresentados em edições anteriores. Isto demonstra bem a forma como o ‘Orçamento Participativo’ tem sido uma ini-ciativa dinâmica e com muita discussão”, su-blinhou ao “CA” o presidente da Câmara de Odemira.

José Alberto Guerreiro manifesta-se igual-mente satisfeito com o sucesso da iniciativa, garantindo que “apesar das dificuldades or-çamentais e da redução orçamental” a que a Câmara Municipal tem sido sujeita, esta vai manter-se “com estes níveis, não só de finan-ciamento mas também de participação”.

Em 2014, o “Orçamento Participativo” da Câmara de Odemira colocou à votação um total de 18 projectos (mais um que em 2013), tendo tido a participação de 3.063 pessoas e um total de 6.118 votos.

6.118Votos foram contabilizados durante a edição de 2014 do “Orçamento Participativo” da Câmara de Odemira. Este ano foram colocados à votação um total de 18 projectos (mais um que em 2013), tendo sido registada a participação de 3.063 pessoas.

Page 5: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

2014.12.19 BAIXO ALENTEJOREGIÃO

> POstO REquAlIfIcAdO fOI InAuGuRAdO nO dIA 15

> Segurança. Obras promovi-das pela Câmara Municipal custa-ram cerca de 400 mil euros e foram financiadas com verbas do Orça-mento do Estado.

O Posto Territorial de Ferreira do Alentejo da GNR voltou a funcionar esta segunda-feira, 15, após obras de reabilitação e seis anos depois de o efectivo da Guarda ter sido transferido para a freguesia de Figueira de Ca-valeiros devido à degradação das instalações. A cerimónia de inauguração contou com a presença do secretário de Estado adjunto da ministra da Administração Interna, Fernando Alexandre, que elogiou muito a obra e consi-derou o projecto “exemplar”.

Também satisfeito ficou o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo. Trata-se do “regresso do efectivo da GNR” à vila, diz Aní-bal Reis Costa, lembrando que “há seis anos” que a GNR estava instalada fora da sede de concelho, uma situação que “causou trans-tornos ao nível do patrulhamento”.

A reabilitação e a reabertura do posto e o regresso do efectivo da GNR, uma “reivindica-ção antiga” da população e do Município, “vai permitir uma garantia acrescida de segurança e uma maior operacionalidade” do efectivo,

gnr está devolta a Ferreira

400Mil euros foi o valor das obras de reabilitação do Posto Territorial de Ferreira do Alentejo da GNR. A obra foi promovida pela Câmara Municipal e paga com verbas do Ministério da Administração Interna, fruto de um protocolo assinado entre ambas as partes.

648,2Quilómetros quadrado é a área de jusridição da GNR em Ferreira do Alentejo. O concelho tem actualmente quatro freguesias (UF Ferreira do Alentejo e Canhestros, UF Alfundão e Peroguar-da, Figueira de Cavaleiros e Odivelas) e cerca de 8.255 habitantes.

Requalificado posto da GNR em Ferreira do Alentejo foi inaugurado dia 15. Dr

porque “é na vila de Ferreira do Alentejo que reside a maioria da população e estão cerca de 80% dos serviços” do concelho, frisa o autarca.

O efectivo do Posto Territorial de Ferrei-ra do Alentejo da GNR foi transferido a 9 de Dezembro de 2008 da sede de concelho para as instalações da antiga Brigada Fiscal em Figueira dos Cavaleiros, a 10 quilómetros de distância. Desde então, no edifício da GNR em Ferreira do Alentejo funcionou apenas um posto de atendimento, das 9h00 às 17h00, o qual esteve sem funcionar durante as obras de reabilitação das instalações.

Segundo Aníbal Reis Costa, as obras de reabilitação do posto, a cargo da Câmara de Ferreira do Alentejo, no âmbito de um acordo assinado em 2012 com o Governo, através do Ministério da Administração Interna, decor-reram entre o final de 2013 e Agosto deste ano, custaram 400 mil euros e foram financiadas com verbas do Orçamento do Estado.

Após o regresso da GNR ao reabilitado pos-to na vila de Ferreira do Alentejo, “será muito importante que o Ministério da Administra-ção Interna dê uso às instalações” em Figueira dos Cavaleiros, que “são bastante boas e rela-tivamente novas”, defende o autarca.

Contudo, fonte do Comando Territorial de Beja da GNR citada pela Agência Lusa diz ain-da não saber “quais vão ser as futuras funções das instalações” em Figueira dos Cavaleiros.

publicidade

Page 6: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

6 2014.12.19BAIXO ALENTEJOREGIÃO

> comércio. Em Al-justrel e Castro Verde os comerciantes locais mostram-se esperançados que as vendas aumentem neste Natal.

o Natal anda no ar e já se nota ao balcão!

O mês de Dezembro é sinónimo de azáfama na Modas Maryzé. Com lojas de vestuário multimarcas em Castro Verde, Aljustrel e Beja, o pro-prietário Francisco Chaves desdo-bra-se em viagens entre estas três localidades para garantir que os seus clientes tenham os produtos que desejam para este Natal a tempo e horas. E este ano o negócio até está a melhorar!

“Espero vender mais neste mês de Dezembro que em Dezembro de 2013. Há sinais nesse sentido, pois as pessoas estão a procurar”, revela ao “CA” o empresário de Castro Verde, notando que com a crise as pesso-as se tornaram mais “racionais” na hora de fazer as suas compras.

“Há uma tendência para um con-sumo mais racional. E há um racio-cínio no consumo para este ser mais moderado, mais calmo, mais objec-tivo… Na prática, um consumo mais inteligente”, acrescenta.

O Natal anda no ar e parece que

> VEndAs dE nAtAl REGIstAm umA lIGEIRA mElhORIA fAcE AO AnO AntERIOR

Comerciantes estão com boas perspectivas para as vendas na época natalícia. Dr

EmpREsáRIOs cOnfIAm

BárBArA CipriANoloja de roupa infantil, Aljustrel

“Já se nota o Natal! Na minha loja, em relação ao ano passa-do, os números estão mais ou menos iguais. para não dizer

um bocadinho melhor! Mas só na véspera de Na-tal é que podemos fazer um apanhado geral.”

nota o Natal! Na minha loja, em rela-ção ao ano passado, os números es-tão mais ou menos iguais. Para não dizer um bocadinho melhor! Mas só na véspera de Natal é que podemos fazer um apanhado geral. Mas até agora não está pior”, admite Bárbara Cipriano, proprietária da Bom Tom, loja de vestuário infantil.

Também optimista quando à época de Natal está Nélia Coelho. “Na semana antes do Natal, por norma, isto mexe sempre um bo-cadinho. É uma questão de aguar-dar”, conta a sorrir a proprietária da livraria-papelaria ABC, no centro da vila mineira. Mas lembra que a “dis-ponibilidade” económica das pesso-as também “não é muita”. “Nota-se

bem que as pessoas estão mais re-traídas, mas vamos acreditar que na próxima semana as coisas vão me-lhorar”, diz.

compras mais baratasO ritmo das compras de Natal vai-se mantendo de ano para ano, mas não há empresário que não note uma diferença nos hábitos dos seus clientes. É que hoje são poucos os que não perguntam por promoções, preferindo comprar o mesmo… mas mais barato!

“Agora as pessoas olham mais ao preço. E com o dinheiro que antes gastavam numa prenda compra cin-co ou seis”, reconhece Nélia Coelho. “Cada vez se nota mais que as pes-soas tentam comprar mais barato”, acrescenta Bárbara Cipriano.

De Aljustrel a Castro Verde são 20 quilómetros de distância, mas a opinião dos empresários não muda. “Nota-se o cliente a escolher as coi-sas mais baratas e económicas. Não deixam de vir, mas querem mais ba-rato”, afirma Maria José Rosa.

No fundo, conclui Francisco Cha-ves, “as pessoas procuram qualidade a baixo preço, aproveitando muito as promoções que existem”. “Houve uma adaptação do consumidor à re-alidade, que só gasta o que tem e não gasta o que não tem”, conclui.

FrANCisCo ChAVEsloja de roupa, Castro Verde

“Espero vender mais este mês de Dezembro que em Dezem-bro de 2013. há sinais nesse sentido, pois as pessoas estão a procurar. [...]

As pessoas procuram qualidade a baixo preço, aproveitando muito as promoções.”

MAriA JosÉ rosAourivesaria, Castro Verde

“Já se nota um pouco mais de movimento. Em relação aos outros anos, parece que o Natal começou mais cedo. Te-nho esperança

que o cliente chegue perto do Natal, leve um ‘abanão’ e comece a vir ainda mais ao comércio local.”

NÉliA CoElholivraria-papelaria, Aljustrel

“Na semana antes do Natal, por norma, isto mexe sempre um bocadinho. [...] Mas agora as pessoas olham mais ao preço dos pro-

dutos. E com o dinheiro que antes gastavam numa prenda compra cinco ou seis.”

Incentivar os seus munícipes a fazerem as compras de Natal no comércio local é o grande objectivo das campanhas que algumas autarquias estão a promover nestas semanas. Em Aljustrel, decorre um concurso de montras e a Câmara irá sortear prémios de 500, 350 e 150 euros entre os que fize-ram as suas compras nas lojas do concelho. O mesmo acontece em Castro Verde e Odemira, onde os primeiros prémios são viagens à Madeira para duas pessoas. Já em Mértola, a Câmara Municipal vai sortear um total de 57 prémios, sendo que os três primeiros são vales de desconto de 100 euros.

Campanhas de natalem vários ConCelhos

também já se sente aos balcões do comércio local. Essa é, pelo menos, a opinião que Francisco Chaves par-tilha com Maria José Rosa, proprie-tária da Ourivesaria Rosa, de portas abertas no centro de Castro Verde.

“Já se nota um pouco mais de movimento. Em relação aos outros anos, parece que o Natal começou mais cedo”, diz a empresária, que es-pera dias ainda mais movimentados na véspera da noite da Consoada. “Tenho esperança que o cliente che-gue perto do Natal, leve um ‘abanão’ e comece a vir ainda mais às lojas do comércio local”, acrescenta.

Tal como em Castro Verde, tam-bém a época natalícia vai alegrando os comerciantes de Aljustrel. “Já se

Page 7: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

publicidade

Page 8: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

2014.12.19BAIXO ALENTEJOREGIÃO

Tribunal de Beja sem higiene, saúde e segurança

> RELATÓRIO DA ASSOCIAÇÃO DE JUÍZES PORTUGUESES

> JUSTIÇA. Instalações do Go-verno Civil que acolhem secção do tribunal do trabalho têm pro-blemas graves identificados pela Associação Sindical de Juízes.

Edifício do Governo Civil acolhe há muitos anos a secção do tra-balho do Tribunal de Beja. DR

A Secção do Tribunal do Trabalho em Beja debate-se com deficientes condições de segurança, higiene e saúde, de acordo com um relatório da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), a que o “Correio Alentejo” teve acesso. Além de Beja, o mesmo relatório identifica mais 11 tribunais com más condições de trabalho, citadas pela ASJP.

No caso concreto da Secção do Trabalho da Instância Central de Beja, a ASJP refe-re que a situação é “paradigmática”: além de se tratar de um tribunal que está, desde sempre, em instalações consideradas pro-visórias, situadas no edifício do Governo Civil, confronta-se com “problemas de hu-midade, infiltrações e inundações, desig-nadamente no corredor de acesso à única casa de banho”, que é “de uso de todos”, es-tando “completamente degradada e quase em ruptura de utilização”.

A mesma fonte adianta que, além da

sala de arquivo estar completamente de-teriorada pela humidade e infiltrações, também a sala de audiências não tem condições acústicas, assim como não existe aquecimento no Inverno, nem arre-fecimento das salas no Verão.

O relatório conhecido esta semana foi elaborado durante o mês de Novembro e entregue à Presidência da República, à comissão parlamentar de Assuntos Cons-titucionais, Direitos Liberdades e Garan-tias, à ministra da Justiça, ao Conselho Superior da Magistratura e ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Refira-se que o documento, que foi igualmente entregue à Autoridade para as Condições de Trabalho e à Direcção Ge-ral da Administração da Justiça, solicita a intervenção urgente destas instituições, para a resolução imediata dos problemas existentes no tribunal de Beja e nos res-tantes que foram identificados.

O relatório não é exaustivo nem cobre todas as deficiências, falhas e problemas dos tribunais portugueses, de acordo com a ASPJ, incidindo apenas nas situações mais dramáticas e prementes, algumas delas publicamente apresentadas na Se-mana do Tribunal de Porta Aberta, que decorreu de 9 a 12 de Dezembro.

publicidade

Page 9: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

2014.12.19 9BAIXO ALENTEJOREGIÃO

A Câmara Municipal e o Grupo Sócio-Caritativo da Pa-róquia de Almodôvar vão dis-tribuir nos próximos dias um cabaz de produtos alimentares às famílias mais carenciadas do concelho. A iniciativa está a decorrer ao longo destes dias e visa proporcionar uma ceia de Natal “reconfortante” a todos os almodovarenses, como adianta ao “CA” fonte da Câmara Mu-nicipal. Ao todo, está previsto o apoio a mais de uma centena de famílias, ou seja, cerca de 200 adultos e 100 crianças.

Famílias de Almodôvar têm cabaz

> NATAL> INvEsTImENTO dE 1,2 mILhõEs dE EuROs dA sANTA CAsA dA mIsERICóRdIA

> MIserIcórdIA. Novo equipamento irá receber os utentes do actual lar e do centro de dia, assim como os serviços administrativos.

Odemira vai ternovo lar em 2015

O novo lar de Terceira Idade da Santa Casa da Misericórdia de Odemira (SCMO) deve entrar em funcionamento até ao final do primeiro semestre de 2015. A expectativa pertence ao provedor da instituição, que encara o novo equipamento como o “fim de um ciclo” e o “início de uma nova eta-pa” para a Misericórdia odemiren-se.

“Com o novo lar poderemos garantir uma melhor qualidade no serviço prestado aos idosos que estão no edifício antigo e vai ser uma lufada de ar fresco para os nosso funcionários e colabora-dores. Será também um momento importante para a comunidade e um motivo de orgulho para Ode-mira. Porque este é um equipa-mento feito para os odemirenses”, afirma ao “CA” Francisco Ganhão, de 39 anos.

A construção do novo lar ar-rancou em 2013 e representa um investimento de 1,2 milhões de euros, comparticipado em 75% por fundos comunitários através do Programa Operacional Poten-cial Humano. A Câmara de Ode-mira também concedeu um apoio

da vila que poderão vir a ser aluga-dos pela SCMO para o desenvolvi-mento de outras actividades.

Paralelamente, a Misericórdia de Odemira vai aproveitar parte do edifício do lar mais antigo para instalar a cozinha e a lavandaria que servirão o novo lar e a unida-de de cuidados continuados.

Francisco Ganhão admite igualmente a possibilidade des-te edifício vir a acolher no futuro uma unidade de dia e de promo-ção de autonomia, um espaço para crianças e jovens em risco e algumas camas de lar em regime privado.

Francisco Ganhão é o provedor da Misericórdia de Odemira. DR

financeiro de 250 mil euros à obra, sendo que a restante verba foi as-segurada pela própria SCMO com recurso à banca.

Posteriormente, a Misericórdia de Odemira já gastou mais “100 mil euros em trabalhos extra e perto de 80 mil no mobiliário ne-cessário para equipar o novo lar”, adianta Francisco Ganhão.

O novo equipamento tem 45 camas e irá “absorver” os utentes que estão no actual lar, mais anti-go. Para lá serão igualmente trans-feridos os 14 utentes em centro de dia e os serviços administrativos, libertando dois edifícios no centro

À imagem dos anos anterio-res, a Câmara de Ourique, em parceria com os serviços locais da Segurança Social, promoveu a campanha “Cabaz de Natal para Todos”. Fonte municipal explica ao “CA” que a iniciativa consistiu “na recolha de géneros alimentares em diversos super-mercados e mercearias de todo o concelho”, que depois têm vin-do a ser distribuídos a famílias carenciadas, “de acordo com a sinalização feita pelas entidades parceiras”.

Ourique apoia famíliascarenciadas

> sOLIdARIEdAdE

Além do lar em Odemira, a Misericórdia de Odemira tem também um equipamento para a terceira idade na vila de Colos. O edifício tem actualmente 41 utentes e pode vir a entrar em obras, depois da inter-venção sofrida em 2008. “Temos a ideia de reabilitar o sótão do lar de Colos, de forma a permitir que alguns quartos com três e quatro camas fossem libertados de algumas camas e ficassem ainda com melhores condições”, adianta ao “CA” o provedor Francisco Ganhão, que admi-te também a possibilidade de a SCMO vir a reabilitar o primeiro piso da casa onde funciona a extensão de saúde de Colos, no sentido de aí colocar uma unidade residencial para idosos. Além dos lares, a SCMO possuiu ainda uma unidade de cuidados continuados com capacidade para servir 36 pessoas: 20 no regime de média duração e mais 16 em longa duração. As duas unidades contam com uma equipa multidisci-plinar de 43 pessoas, desde pessoal médico a terapeutas, psicólogos e auxiliares.

Cuidados Continuadose outro lar em Colos Até 21 de Dezembro, as ins-

talações da antiga Cooperativa de Consumo em Castro Verde acolhem mais uma edição da Venda de Natal. Peças de artesa-nato dos artesãos do concelho, produtos regionais como mel, queijos e enchidos, licores, entre outros, são alguns dos produtos que se podem encontrar nesta iniciativa organizada pelos arte-sãos e produtores participantes, em conjunto com a Câmara Mu-nicipal, que decorre das 12h00 às 19h00, nos dias úteis, e das 10h00 às 19h00, aos fins-de-se-mana.

Vendasde Natal emcastro Verde

> COmÉRCIO

A Corporações de bombei-ros voluntários dos distritos de Beja e Évora receberam esta se-mana os equipamentos de pro-tecção individual de combate a incêndios em espaços naturais, comprados pelas comunidades intermunicipais.

Em comunicados enviados à agência Lusa, as comunida-des intermunicipais do Baixo Alentejo (CIMBAL), que integra 13 dos 14 concelhos do distrito de Beja, à excepção de Odemi-ra (que integra a Comunidade do Litoral Alentejano), e a do Alentejo Central (CIMAC), que abrange os 14 concelhos do dis-trito de Évora, informam que os equipamentos já foram entre-gues às corporações de bombei-ros das respectivas regiões.

Segundo as comunidades in-termunicipais, os equipamentos visam “a melhoria e o aumento da resiliência” do Sistema Nacio-nal de Protecção Civil, “através do reforço de equipamentos de protecção civil” dos bombeiros, “contribuindo para uma maior segurança e uma maior eficácia no combate aos incêndios em espaços naturais”.

No caso do Baixo Alentejo, a CIMBAL promoveu o acto sim-bólico de entrega dos equipa-mentos nas suas instalações na segunda-feira, 15, às 16h30, dia a partir do qual os municípios puderam levantar os equipa-mentos para depois entregá-los às corporações de bombeiros voluntários dos respectivos con-celhos.

Para as 13 corporações de bombeiros do Baixo Alentejo es-tão destinados 166 capacetes flo-restais, 327 capuzes de proteção para incêndios, 392 fatos de pro-teção individual e 368 luvas e 383 botas de combate a incêndios.

A aquisição dos equipamen-tos para as 13 corporações de bombeiros do Baixo Alentejo custou mais de 157 mil euros e a destinada às 14 corporações de bombeiros voluntários do distri-to de Évora custou mais de 182 mil euros.

As duas aquisições foram financiadas em 85% pelo Pro-grama Operacional Temático Va-lorização do Território (POVT), sendo as respetivas compartici-pações nacionais repartidas pela Autoridade Nacional de Prote-ção Civil (7,5%) e pelos municí-pios (7,5%).

Bombeirosjá receberamequipamentos

> dIsTRITO dE BEJA

Page 10: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

10 2014.12.19BAIXO ALENTEJOREGIÃO

> Política. Pedro do Carmo espera que em 2015 seja dado um “cartão vermelho” a Passos Coelho e Paulo Portas.

“Governo abandonouinterior e Baixo alentejo”

O presidente da Federação do Baixo Alentejo do Partido Socia-lista acusa o Governo PSD/ CDS de ter votado o interior do país – e o distrito de Beja – ao abandono nos últimos anos e de forma mais acentuada em 2014.

“Este foi o ano do total abando-no e do desrespeito pelo interior e pelos baixo-alentejanos, porque não houve nenhuma obra públi-ca. As obras públicas que estavam na região foram abandonadas, não temos investimento nem há, de forma nenhuma, um olhar da parte do Governo para quem vive no interior e para quem vive com dificuldades”, vinca o socialista Pedro do Carmo.

Muito crítico no balanço que faz dos 12 meses do ano agora fin-dar, o líder dos socialistas no Baixo Alentejo assume esperar que tudo mude em 2015… ano de eleições

> LídER dO PARtIdO SOcIALIStA fAz BALAnçO nEGAtIvO dE 2014

Pedro do Carmo lamenta paragem de obras públicas e falta de investimento do Estado na região. Dr

legislativas! “Espero que nos indignemos

e possamos dar um cartão ver-melho a este Governo pela forma como tratou o interior do país e os baixo-alentejanos, esquecendo-se que aqui vivem pessoas que têm o direito de viver com dignidade e o mesmo acesso que quem vive no litoral ou nos grandes centros ur-banos”, conclui.

> fERnAndO PALmA GARAntIu 62,5% dOS vOtOS cOntRA OS 37,5% dE RIcARdO JAcOB

> Política. Angariar novos militantes e iniciar o processo para as autárqui-cas de 2017 são as priori-dades de Fernando Palma.

PSD tem nova liderança em almodôvar

A preparação do processo para as eleições autárquicas de 2017 será uma das grandes prioridades do novo presidente da Concelhia de Almodôvar do PSD. Fernando Palma sucede no cargo a Ricardo Colaço, actual vereador na Câmara Municipal local, e foi eleito no pas-sado dia 4 de Dezembro com 62,5% dos 80 votos registados, contra os 37,5% da lista encabeçada por Ri-cardo Jacob.

Fernando Palma vai liderar a concelhia social-democrata de Almodôvar até 2016 e quer, desde

logo, lançar as sementes que per-mitam ao PSD reconquistar ao PS, no ano seguinte, a maioria numa autarquia que foi sua entre 2001 e 2013.

“O PSD teve uma responsabi-lidade muito grande na gestão do Município durante 12 anos e por várias vicissitudes já muito debati-das na opinião pública e na comu-nicação social perdemos as eleições em 2013. Agora resta-nos arregaçar as mangas, voltar a tentar unir as pontas soltas do partido e criar – se o futuro o permitir – um projecto comum que englobe aqueles que são sociais-democratas e aqueles que deixaram de votar no PSD em 2013”, diz o novo presidente da con-celhia laranja de Almodôvar.

Além do arranque do projecto autárquico para apresentar ao elei-torado em 2017, Fernando Palma

quer igualmente, ao longo dos pró-ximos dois anos, angariar novos militantes, aumentar a “afirmação eleitoral” do partido no concelho e fazer o acompanhamento político dos eleitos laranja nos diversos ór-gãos autárquicos locais.

Entre as prioridades de Palma está igualmente a reorganização interna da concelhia, a criação de um conselho consultivo, a dina-mização de assembleias de secção temáticas e a realização de um en-contro anual de militantes, simpa-tizantes, eleitos e candidatos.

Ao mesmo tempo, o presiden-te da Concelhia de Almodôvar do PSD quer manter encontros regu-lares com os responsáveis pelas colectividades e instituições do concelho, assim como organizar um congresso autárquico no pri-meiro semestre de 2016.

Os vereadores do PS eleitos na Câmara de Beja são contra o au-mento da tarifa fixa dos resíduos sólidos, já aprovada pela maioria da CDU. Em declarações ao “CA”, o vereador Jorge Pulido Valente sublinha que “contrariamente ao que vinha sendo propagandeado” pelo executivo, “afinal vai haver aumentos na factura emitida pela EMAS”, não no preço da água mas nos resíduos, “cuja receita rever-te integralmente para a Câmara”. Garantindo que os eleitos do PS votaram contra este aumento, o antigo autarca afirma que “esta manobra, sem que seja feita uma redução da tarifa variável que anu-le o aumento agora praticado, vai fazer com que os munícipes vejam a sua factura aumentada”. “Numa altura em que a autarquia irá ter as suas receitas dos impostos subs-tancialmente acrescidas em 2015 – ao contrário dos anos anteriores – esta medida não tem justificação nem justiça social”, acrescenta Pu-lido Valente, considerando tratar-se “de uma atitude ainda mais gravosa” por vir no seguimento da recusa da maioria CDU em dimi-nuir o IMI e a Derrama.

taxa dos resíduosaumentaem Beja

> PS cRItIcA

As eleições de 4 de Dezembro no PSD de Almodôvar tiveram a participação de um total de 80 militantes, tendo 62,5% votado na lista encabeçada por Fernando Palma. Assim, a nova omissão po-lítica da Concelhia de Almodôvar do PSD no biénio 2014-2016 pas-sou a ser presidida por Fernando Palma, que conta na sua equipa com José Baptista Afonso (vice-presidente), Maria de Lurdes Mar-tins (secretária) e Hélder Palma (tesoureiro). Carlos Cortes Men-des é o novo presidente da mesa da Assembleia de Secção.

A “novA” concelhiA

Fernando Palma quer reapro-ximar a Concelhia do PSD aos militantes de Almodôvar. Dr

”Não temos investi-mento nem há, de forma nenhuma, um olhar da parte do Governo para quem vive no interior.

Page 11: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

publicidade

Page 12: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

2014.12.19BAIXO ALENTEJOREGIÃO

publicidade

“Um momento histórico!” É desta for-ma que o secretário de Estado do Orde-namento do Território e Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, descreve a reintrodução do lince ibérico no territó-rio nacional.

“Acreditamos que estamos a viver um momento histórico, que é devolver à natu-reza um animal que se extinguiu [no país] e, portanto, é um marco histórico, é um si-nal de que as políticas de conservação da natureza e biodiversidade em Portugal têm feito um caminho positivo e é um motivo de orgulho para todos”, afirmou o gover-nante na terça-feira, 16, dia em que foram libertados dois exemplares em Mértola.

Este casal de linces, a Jacarandá e o Ka-thmandu, irá, numa primeira fase, ficar “num cercado de solta branda”, onde “te-rão um período de aclimatação”, acompa-nhado por técnicos, que tomarão a decisão de os libertar posteriormente dessa zona. “Nos próximos meses iremos reintroduzir mais oito linces”, acrescentou Miguel de Castro Neto.

O secretário de Estado refutou ainda as críticas da Federação Portuguesa de Ca-çadores (Fencaça), que considerou que o projecto de reintrodução do lince na na-tureza está condenado ao fracasso, porque

Já há lincesem Mértola

> cAsAl dE lIncEs fOI lIBERtAdO EstA sEmAnA

> NATUREZA. Espécie chegou a estar extinta no país, mas projecto permitiu a sua reintrodução. E em breve serão libertados mais oito linces na mesma zona.

não foram tomadas medidas para prevenir as doenças do coelho-bravo, a sua princi-pal fonte de alimentação.

“Estabelecemos uma metodologia e um senso quinzenal da população de coelho nos territórios de libertação de lince. E os dados recolhidos pelos técnicos, seguindo a dita metodologia, comprovam que neste momento existe uma população que até ultrapassa o mínimo considerado neces-sário para se poder reintroduzir o lince”, assegurou Miguel Castro Neto.

Lince está de “regresso” à zona do Guadiana. DR

A Câmara de Mértola considera que o pro-cesso de reintrodução do lince-ibérico na na-tureza foi “mal preparado” e desconsiderou a população do concelho. Em comunicado, a autarquia assume não ter participado direc-tamente no mesmo por o considerar “apres-sado, mal preparado, incorrecto e até em desconsideração da população do concelho de Mértola”, lamentando que o Ministério do Ambiente não se tenha preocupado em reu-nir na altura “com proprietários, gestores, caçadores, agricultores e populações, para ouvir as suas preocupações e a sua opinião”. Para a autarquia, “permanecem muitas questões por responder, que podem impli-car directamente nas actividades que hoje se

desenvolvem no território”, argumentando ainda que “foi tudo gerido do ponto de vista estritamente político, apressado, escolhen-do talvez a pior altura para a solta, depois da época de caça onde foram abatidos uma parte dos coelhos [bravos]”, que são a base da alimentação do lince-ibérico. Tudo isto leva a autarquia a ter uma posi-ção desfavorável “à reintrodução” do lince, à imagem do que sucede com “a esmagadora maioria dos caçadores, dos proprietários ou gestores, de os agricultores”. “Não basta sol-tar o lince, para o processo ser responsável, têm de se criar condições para o manter, o que não aconteceu até aqui”, reforça o comu-nicado da Câmara de Mértola.

Câmara de mértola CritiCaproCesso “mal preparado”

Page 13: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

BAIXO ALENTEJO

pub.

2014.12.19 13BAIXO ALENTEJOREGIÃO

O concurso internacional de azeite virgem extra promovido pela Ovibeja foi considera-do o segundo melhor do mundo, apenas atrás do prestigiado Concurso Mário Solinas. Fonte da ACOS – Agricultores do Sul, que or-ganiza a Ovibeja, lembra ao “CA” que o con-curso nasceu em 2011 e tem por objectivo “incrementar a cultura de excelência” entre os azeites alentejanos e portugueses. Entre-tanto, já estão abertas as inscrições para a quinta edição do Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra – Prémio Ovibeja, sendo que os interessados podem entregar as suas amostras até ao dia 20 de Março de 2015. A iniciativa tem o apoio da Casa do Azeite e da Divisão da Competitividade e dos Mercados Agrícolas do GPP.

Prémio Ovibeja reconhecido

> AzEItE

Uma família de três pessoas ficou esta se-mana desalojada devido ao incêndio ocorri-do na sua moradia em Ferreira do Alentejo, que “destruiu totalmente” a habitação, disse-ram à Agência Lusa fontes da Proteção Civil. Os bombeiros receberam o alerta para o fogo às 6h04, tendo o combate às chamas termi-nado quase três horas depois. O incêndio destruiu totalmente o interior da habitação e segundo o comandante da corporação de Bombeiros de Ferreira do Alentejo, António Gomes, fez com que os três moradores da habitação – um casal e uma filha -, que não sofreram ferimentos, ficassem desalojados. O comandante dos bombeiros admitiu que o fogo possa ter sido provocado por “algum curto-circuito eléctrico”.

Incêndio em moradia

> fERREIRA dO AlEntEjO

A GNR deteve esta semana cinco homens em Serpa e Vale de Vargo, quatro por suspei-tas de tráfico de droga e um por posse de armas ilegais. As detenções ocorreram no âmbito de uma operação da estrutura de In-vestigação Criminal do Comando Territorial de Beja da GNR, que deram cumprimento a 26 mandados de busca a residências e veícu-los em Serpa e Vale de Vargo. Além dos deti-dos, que têm entre 20 e 50 anos, foram ainda constituídos arguidos por tráfico de droga e sujeitos a termos de identidade e residência mais oito pessoas. No âmbito da operação, a GNR apreendeu também 10.809 euros em numerário, várias armas de fogo e brancas, sete viaturas e 590 doses individuais de estu-pefacientes.

GNR deteve traficantes

> SERpA

Material apreendido pela GNR em Serpa. DR

Page 14: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

14

> joalharia

O Espaço Oficinas, em Aljustrel, apre-senta a exposição de joalharia “Brincos de Cereja? Não temos!”, de Isabel Sousa

Carvalho e Joana Simões até 3 de Ja-neiro. A exposição apresenta “uma nova forma de concepção da joalharia”.

“BRINCOS DE CEREJA? NÃO TEMOS!”... É EXPOSIÇÃO EM ALJUSTREL

FIMSEMANADE

TEMPO LIVRECULTURAESPECTÁCULOSCINEMA e TVAGENDA E SERVIÇOSPESSOAS

2014.12.19

DE

> EscOLa DE MúsIca TRaDIcIOnaL DE ODEMIRa nascEu EM 2013

MúSICA EM fAMíLIA

Nádia tem 10 anos e um so-nho: ser violinista. “Quando fosse maior, gostava mesmo muito de me mudar para o violino”, confes-sa ao “CA”. Mas enquanto o sonho não se concretiza, a pequena jo-vem de Boavista dos Pinheiros vai descobrindo o mundo das notas musicais dedilhando as cordas do cavaquinho, da viola campaniça ou da viola-baixo durante as aulas da Escola de Música Tradicional de Odemira (EMTO). “Tenho gostado muito”, diz a sorrir.

O projecto da EMTO nasceu a 1 de Maio de 2013, quando o “profes-sor” Marco Vieira pensava no que fazer quando deixasse de leccionar algumas das actividades de enri-quecimento curricular (AECs) na Escola de Artes de Sines. A solução foi algo estava todos os dias à sua frente.

“Durante as AECs passávamos pelas músicas tradicionais do con-celho e os miúdos gostavam. Saiam das aulas a cantar e depois eu vinha a saber que eles em casa punham a família toda a cantar. Foi aí que me surgiu a ideia de criar este projec-to”, revela o músico de 38 anos, que ao longo da sua carreira foi baixista dos Pólo Norte e trabalhou com no-mes como Fausto ou Madredeus.

“Percebi que a música tradi-cional podia servir de ‘ponto de encontro’ entre gerações. E a ideia do projecto é essa mesmo: criar grupos heterogéneos em que possa ter na mesma sala crianças e adulto e com isso fazer com que eles par-tilhem tempo”, acrescenta Marco Vieira, que não tardou em meter mãos à obra.

As aulas da EMTO arrancaram oficialmente no início do ano, com sessões em São Teotónio (na sede da escola), Boavista dos Pinheiros (nas instalações do clube local) e

> ODEMIRA. Escola de Música Tradicional de Odemira pretende juntar famílias em redor das modas de antigamente.

Primeiro foi Nádia quem come-çou a frequentar as aulas. Pouco depois, foi o pai que não resistiu e também começou a aprender. “Ela começou nas aulas de viola e eu vim atrás”, conta o guarda prisional Vítor Cleto, de 42 anos, que antes de entrar para a EMTO nunca tinha tido grande relação com a música. “Ouvi o nosso professor [Marco Vieira] a tocar Xutos & Pontapés com o cavaquinho, fiquei entusiasmado e entrei”, conta, sem esconder que as aulas são “mais complicadas do que parece”. “Para os mais novos é mais fácil, que assimilam as coisas mais depressa. Agora a gente já vai sendo mais complicado. Mas faz-se”, diz com bom humor. Ao lado, a filha Nádia sorri. “É verdade que é um bocadi-nho difícil. Mas tenho gostado mui-to das aulas. Já experimentei tocar a viola campaniça, agora estou no cavaquinho mas antes tinha toca-do viola. E até agora, o que gostei mais foi o cavaquinho”.

PAI E FILHAEM DUETO DECAVAQUINHO

Nádia começou primeiro mas de-pressa “contagiou” o pai Vítor Cleto! Hoje tocam os dois a mesma música na EMTO. DR

a “matemática” da música através do toque do cavaquinho, da viola campaniça, do bandolim, da viola-baixo ou da viola clássica. E pouco mais de 10 meses após a criação da escola, já há resultados visíveis… e audíveis. “Muitos dos alunos já es-tão a tocar ao vivo, através de dois projectos que criámos. Um deles são ‘Os Açordas’, que são os alunos de São Teotónio e representam a

freguesia. Estreámos o grupo a 1 de Maio deste ano e desde então ainda

não parámos, contando para aí uns 20 espectáculos. E depois temos ‘Os Cavaquinhos do Mira’, que são todos os alunos da EMTO juntos. Pais, filhos e avós de várias freguesias, tudo junto”, revela Mar-co Vieira.

A criação da Escola de Música Tradicional de Odemira foi apenas o “pontapé de saída” e ideias não faltam a Marco Vieira. Depois de “Os Açordas” e “Os Cavaquinhos do Mira”, o responsável pela EMTO já tem preparada a criação dos grupos “Os Pinhões” (com os alunos de Boavista dos Pinhei-ros) e “Os Filhos da Barca” (em Odemira). Depois, pretende avançar com a cons-tituição de uma Orquestra de Música Tradicional Alentejana. “É uma coisa que ainda não existe e que irá repre-sentar o concelho e o país, quiçá no estrangeiro”, explica. Na mente de Marco Vieira está ainda a criação dos “Campaniças do Mira” (só com violas campaniças), dos “Mirarrufan-do” (projecto de percussão tradicional) e de um grupo de danças de roda.

ORQUESTRA NO HORIZONTEem Odemira (na União de Fregue-sias de Santa Maria e São Salvador). O preço das aulas – que são sempre em grupo – varia entre os 15 e os 30 euros por mês e hoje já são cerca de 70 os “aprendizes”.

“Tenho alunos dos seis aos 80 anos”, garante Marco Vieira, subli-nhando o facto de estar a trabalhar “com famílias inteiras”. “As aulas servem para uma espécie de re-gresso às origens, em que as pesso-as, depois da monda, se juntavam a volta da lareira, cantavam e parti-lhavam histórias. Assim se transmi-tiam tradições e valores. E esse é o verdeiro objectivo da escola: fazer com que as pessoas passem tempo umas com as outras. A música tem essa força”, diz.

Nas aulas da EMTO aprende-se

Page 15: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

> DECISÂO DA CÂMARA MUNICIPAL

> PATRIMÓNIO. Cidade vai ter programa com várias iniciativas para valorizar o cante alentejano como Patri-mónio da Humanidade.

A Câmara de Beja anunciou que declarou 2015 como Ano Mu-nicipal do Cante Alentejano e vai promover iniciativas para criar “dinâmicas de futuro” no conce-lho, que potenciem e promovam aquele Património Cultural Ima-terial da Humanidade.

A decisão foi tomada após o cante alentejano ter sido classifi-cado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultu-

ra (Unesco).Num comunicado, a autarquia

refere que, ao longo de 2015, em conjunto com os grupos corais e outros agentes culturais e insti-tuições do concelho que quiserem participar, tem a “intenção” de criar “iniciativas capazes de criar dinâmicas de futuro que poten-ciem e promovam” o cante alen-tejano.

Segundo a Câmara de Beja, a iniciativa surge no âmbito das ati-vidades já promovidas pelo mu-nicípio com vista à salvaguarda, à dinamização e à promoção do cante no concelho, como a cria-ção do projecto musical “Mestre Cante”.

O “Mestre Cante” resultou de um desafio lançado pela autar-quia a cantores e músicos alente-

2015 em Beja é Ano Municipal do Cante

janos ou amigos do Alentejo para prepararem um projecto musical assente “num trabalho sobre o cante alentejano”.

O projecto, baseado numa abor-dagem diferenciada de temas do cancioneiro popular do Alentejo, reúne os cantores Paulo de Car-valho, Janita Salomé, Clara Palma, Bernardo Espinho, António Cai-xeiro, Luís Espinho e Zé Emídio e os músicos Rão Kyao, Zé Salguei-ro, João Frade, Tiago Oliveira e Cí-cero Lee.

O projecto gravou o CD “Mestre Cante”, que foi lançado e apresen-tado num espectáculo, no Teatro Municipal Pax Júlia, no passado dia 28 de Novembro, um dia de-pois da classificação do cante alentejano como Património Cul-tural Imaterial da Humanidade.

Cante feminino do Alentejo também terá destaque em 2015 no concelho de Beja. Dr

O escritor, contador de histórias e humorista Jorge Serafim acaba de lançar o seu primeiro roman-ce Não há seda nas lembranças, onde se cruzam vidas e histórias de várias personagens.

O livro, que, através de diferen-tes histórias, percorre vários perí-odos históricos, como as invasões francesas, as lutas liberais, a guer-ra civil de Espanha e a guerra do ultramar, foi lançado na Socieda-de Filarmónica Capricho Bejense.

Na obra, com o pretexto de contar a história de Maria Paloma, refugiada da guerra civil de Espa-nha, o narrador, uma criança, vai “desfilando as histórias que têm feito a vida” de cada um dos vizinhos do prédio onde vive em Beja, “tecendo uma teia que entrelaça com fios de memória” aqueles períodos históricos.

Entre as personagens, ou seja, os vizinhos do narrador, há um ra-paz que “ficou preso nas almas dos

Serafim lançouromance de estreia

> ”NãO há SEDA NAS LEMbRANçAS”

2014.12.19 FIMSEMANADE

TEMPO LIVRE

15

Uma banda filarmónica e dois coros vão actuar na Basílica Real de Castro Verde, num Concerto de Natal, neste sábado, 20, a partir das 21h30. No concerto, a Banda Filarmónica 1º de Janeiro, o Coro Polifónico de Castro Verde e o Coro Juvenil da secção da vila do Conser-vatório Regional do Baixo Alentejo vão interpretar um repertório que inclui modas alentejanas e temas de Natal de compositores consa-grados. O concerto é organizado pela Sociedade Filarmónica 1.º de Janeiro e pela Associação Sénior Castrense.

Natal naBasílica Real

> CASTRO VERDE

O grupo de música clássica e fado Vox Angelis vai apresentar o recital de Natal “Sacrum Pra-esepium” nesta sexta-feira, 19 (21h30), na igreja Matriz de Almo-dôvar, numa iniciativa da Câma-ra. No recital, o grupo Vox Angelis vai apresentar um repertório de música sacra, através dos canto-res Maria José Carvalho e Pedro Miguel e dos músicos Seguey Aru-tiunian e Larissa Shomina (violi-no), Jaroslav Mikus (violoncelo) e Mário Paulo Alves (cravo). O Vox Angelis interpreta obras desde o século XV até ao século XX.

Recital comVox Angelis

> ALMODÔVAR

A “Casa de Cante” foi inaugurada na Galeria do Desassossego, em Beja, onde os interessados poderão apreciar os sabores do Alentejo ao som de cante alentejano, em almoços e jantares e com atuações de grupos corais. O projecto surgiu no âmbito da “Alavanca” - Associação de Promoção do Cante Alentejano, recentemente criada e que tem

como um dos impulsionadores o empresário Jorge Benvinda, proprietário da Galeria do Desassossego e vocalista da banda Virgem Suta. Este mês, já ac-tuaram vários artistas na “Casa de Cante”, estando programada para esta sexta-feira (dia 19) a presen-ça do projecto A Moda Mãe e no sábado (dia 20) de Fernando Pardal.

A “CASA DO CANTE” JÁ NASCEU NA CIDADE

pássaros que matou”, uma mulher angolana que “acende chamas nas palmas das mãos desde o dia em que perdeu o filho no campo de concen-tração do Tarrafal”, e um sábio “alagado em gra-mática”.

A Biblioteca de Almodôvar promove este mês várias actividades de Natal para crianças e adultos do concelho, como “workshops” e sessões de histó-rias e de cinema. As actividades para crianças começam na quarta-feira com a construção da árvore de Natal da biblioteca, seguindo-se sessões de histó-rias de Natal, nesta sexta-feira, e de cinema, nos dias 23 e 30. Nos dias 22 e 29, também para crianças, haverá “workshops” de produção de anjos e sinos de Natal e de coroas para o Dia de Reis. Para os adultos, a biblioteca promove no sábado, 20, um “workshop” de produção de centros de mesa de Natal.

Programa de Natal cheiona Biblioteca de Almodôvar

> ALMODÔVAR

Page 16: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

> Quatro espectáculos no concelho

> música. Quatro espectáculos agendados para a aldeia da Sete e Santa Bárbara de Padrões (dia 19), Entradas e Castro Verde (no primei-ro fim-de-semana de 2015).

Grupos corais alentejanos vão celebrar a tradição natalícia de Cante ao Menino, Janeiras e Reis com quatro espectáculos no concelho de Castro Verde, entre esta sexta-feira, 19 de Dezembro, e o próximo dia 4 de Janeiro de 2015.

O programa de espectáculos, promo-vido pelos grupos corais, pela autarquia e por várias entidades de Castro Verde, ar-ranca esta sexta-feira, 19, às 19h00, com a actuação dos grupos “Os Cardadores da

castro Verde canta Natal, Janeiras e Reis

Basílica Real de Castro Verde recebe a 4 de Janeiro espec-táculo de cante ao Menino, Janeiras e Reis. Dr

2014.12.19FIMSEMANADe

teMpo lIVre

O Natal vai “encher” Beringel ao longo deste fim-de-semana, dias 19 a 21 de De-zembro. A segunda edição da iniciativa “Natal na Vila” tem entradas livres e é pro-movida pela Junta de Freguesia, em parce-ria com as associações locais, decorrendo em vários espaços da localidade, desde igrejas ao Centro Cultural. Quem visitar Beringel nestes três dias pode encontrar uma exposição de árvores de Natal, assim como ateliers para crianças, pinturas fa-ciais e insufláveis, mercados de venda de todo o tipo de produtos, a passagem do “Pai Natal Motard” e vários espectáculos de cante alentejano.

“Natal na Vila”em Beringel

> InIcIatIVa

A Biblioteca Municipal de Odemira pre-parou um vasto programa de actividades e iniciativas para até ao dia 2 de Janeiro ocu-par as férias de Natal das crianças e jovens do concelho. Contos, actividades de expres-são plástica, jogos, filmes e uma “Caça ao Pai Natal” são as propostas para umas férias de Natal bem divertidas na Biblioteca, que todos os dias, pelas 16h30, recebe a “Hora do Conto” no sector infanto-juvenil, com leitura animada de histórias de Natal. Du-rante o período de férias escolares, a biblio-teca odemirense vai encerrar aos sábados e abrir de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 18h00.

Bibliotecacelebra Natal

> oDeMIra

Joaquim Manuel Vital Ruivo | Notário

cartório Notarial em Beja

“Correio Alentejo” nº 362 : Única publicação :: 19.DEZ.2014

Joaquim Manuel Vital Ruivo, notário em regime de substituição, CERTIFICA NARRATIVAMENTE, que no dia dez de Dezembro de dois mil e catorze, a folhas cen-to e dez do livro de notas para escrituras diversas, núme-ro TRÊS – B, deste Cartório foi outorgada uma escritura de justificação, do seguinte teor:Luís Guilherme dos Santos, NIF 111 467 292, natural da freguesia de Santa Cruz concelho de Almodôvar e mulher Maria Catarina Ferreira da Palma dos Santos, NIF 115 220 054, natural da freguesia de Corte do Pinto, concelho de Mértola, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua do Vale, Santa Cruz, Almodôvar, portadores ele do Cartão de Cidadão número 05283532 4 ZZ0 válido até 13/02/2015, emitido pela Re-pública Portuguesa e ela do B.I. número 6388703 emitido em 20 de Abril de dois mil e seis pelos S.I.C. de Beja.E por eles foi dito, que são donos e legítimos proprietá-rios dum prédio urbano sito em Santa Cruz, sem nú-mero de polícia, confrontando a norte com Mário Reis, sul com via pública, nascente com via pública, e poente linha de água, sito na freguesia de Santa Cruz, concelho de Almodôvar, composto de prédio urbano destinado a quintal, com a superfície descoberta e total de cento e setenta e oito vírgula oitenta e cinco metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar, inscrito na matriz respectiva sob o artigo 1654 da freguesia de Santa Cruz, em nome do justificante Luís Guilherme, com o valor patrimonial de trezentos e trinta euros que é o atribuído.Que o referido prédio foi-lhes doado a ambos, por con-

ta das suas quotas disponíveis, em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e oitenta e quatro, pelos pais do justificante Luís Guilherme, o casal José dos Santos e Regina Guerreiro da Costa, entretanto falecidos.Assim, desde o ano de mil novecentos e oitenta e quatro, o prédio, entrou na posse dos justificantes, usufruindo o identificado imóvel, pois nele guardavam e guardam le-nhas e materiais e nele por vezes fazem criação de ga-lináceos, amanhando e conservando o prédio, pagando os respectivos impostos e gozando todas as utilidades por ele proporcionadas, com ânimo de quem exercita um direito próprio, de boa-fé, por ignorarem usar direito alheio, pacificamente – porque adquirida e exercida sem qualquer violência – contínua – porque sem interrupções – e publicamente – porque exercida à vista e com pos-sibilidade de ser conhecida por qualquer pessoa – e sem a menor oposição de quem quer que seja, tendo durado mais de trinta anos, e sendo a atuação deles, no exercício de tal posse, correspondente à de únicos proprietários do prédio.Que, dadas as circunstâncias da indicada posse, atrás enunciadas, adquiriram aqueles imóvel por USUCAPIÃO, não dispondo porém de título e que o mesmo não é sus-ceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais, impossibilitando-o, assim e por natureza, de verem reconhecido o seu direito de propriedade perfeita.Está de conformidade com o original.O Notário(assinatura ilegível)

Carlos Barradas | Notário

cartório Notarial do Barreiro

“Correio Alentejo” nº 362 : Única publicação :: 19.DEZ.2014

EXTRACTOCertifico, para efeitos de publicação que, no dia cinco de Dezembro de dois mil e catorze, foi lavrada, neste Cartório, a folhas cento quarenta e nove, do livro trezentos e vinte – A, de escrituras diversas, deste Cartório, uma escritura de justificação, em que foram justificantes:Cremilde Maria Leal Gonçalves, NIF 123262674, natural da freguesia do Espírito Santo, concelho de Mértola e ma-rido Francisco Diogo Gonçalves, NIF 123262666, natural da freguesia e concelho de Mértola, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes em Álamo, Caixa Postal 3187, Espírito Santo, Mértola.Que, nessa escritura, os justificantes declaram:Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrém, do prédio urbano, composto de dois compartimen-tos, para habitação, com superfície coberta de trinta e um metros quadrados, sito em Álamo, freguesia do Espírito Santo, concelho de Mértola, a confrontar do Norte com Se-nhorinha Maria, do Sul com Via Pública, do Nascente com Maria Silvéria e do Poente com Marcelino Dias, inscrito na matriz sob o artigo 1589 da freguesia do Espírito Santo, (proveniente da divisão matricial do anterior artigo 872 da freguesia do Espírito Santo), com o valor patrimonial tribu-

tário correspondente de 6.520,00 euros.Que este imóvel faz parte do prédio urbano, sito na referida freguesia do Espírito Santo, concelho de Mértola, descri-to na Conservatória do Registo Predial de Mértola sob o número dois mil cento e sessenta e oito, da freguesia do Espírito Santo, do qual é a desanexar.Que os justificantes, Cremilde Maria Leal Gonçalves e ma-rido Francisco Diogo Gonçalves, estão na posse do iden-tificado imóvel – devidamente delimitado e separado, – há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, com ânimo de quem exerce direito próprio, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua, pelo que adquiriram o referido imóvel por usucapião, não tendo assim, documentos que lhes permitam fazer prova da aqui-sição pelos meios extrajudiciais normais.Está conforme.Barreiro, em cinco de Dezembro de dois mil e Catoze.

O Notário,(assinatura ilegível)

Carlos Barradas | Notário

cartório Notarial do Barreiro

“Correio Alentejo” nº 362 : Única publicação :: 19.DEZ.2014

EXTRACTOCertifico, para efeitos de publicação que, no dia cinco de Dezembro de dois mil e catorze, foi lavrada, neste Cartó-rio, a folhas quatro, do livro trezentos e vinte e um – A, de escrituras diversas, deste Cartório, uma escritura de justifi-cação, em que foram justificantes:António José Afonso, NIF 159873444, natural da fregue-sia e concelho de Mértola e mulher Maria Flor Guerreiro Alves, NIF 159873436, natural da freguesia e concelhho de Mértola, casados sob o regime da comunhão de adqui-ridos, residentes em Vale de Açor de Cima, Caixa Postal número 20, Alcaria Ruiva, Mértola.Que, nessa escritura, os justificantes declaram:Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrém, do prédio urbano, destinado a habitação, compos-to de quatro compartimentos, arrecadação, dois halls, co-zinha, casa de banho e logradouro, com superfície coberta de cento e vinte virgula dezasseis metros quadrados e su-perfície descoberta de trinta e três vírgula oitenta e quatro metros quadrados, sito em Vale de Açor de Cima, freguesia de Alcaria Ruiva, concelho de Mértola, a confrontar do Nor-te com Francisco Mestre, do Sul e do Nascente com Via Pública e do Poente com Maria da Conceição Rosa Pinela Parrado e outros, inscrito na matriz sob o artigo 1097 da freguesia de Alcaria Ruiva, que tem tido o valor patrimonial

tributário correspondente de 8.400,00 euros, que foi modi-ficado e cuja modificação foi participada nos Serviços de Finanças de Mértola, em vinte e dois de Outubro de dois mil e catorze.Que este imóvel faz parte do prédio urbano, sito em Vale de Açor, freguesia de Alcaria Ruiva, concelho de Mértola, descrito na Conservatória do Registo de Predial de Mértola sob o número nove, da freguesia de Alcaria Ruiva, do qual é a desanexar.Que os justificantes, António José Afonso e mulher Ma-ria Flor Guerreiro Alves, estão na posse do identificado imóvel – devidamente delimitado e separado, – há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, com ânimo de quem exerce direito próprio, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua, pelo que adquiriram o referido imóvel por usucapião, não tendo assim, documentos que lhes permitam fazer prova da aqui-sição pelos meios extrajudiciais normais.Está conforme,Barreiro, em cinco de Dezembro de dois mil e Catorze.O Notário,(assinatura ilegível)

Sete”, “Amigos do Cante de Cuba” e o Coral de Alvito, na capela da aldeia de Sete, e do grupo “Os Cantadores do Sul”, na igreja de Santa Bárbara de Padrões.

Segue-se, no dia 3 de Janeiro (sábado), uma tarde cultural na Praça Zeca Afonso, na vila de Entradas, que incluirá um lanche partilhado à volta da fogueira e a actuação do Grupo Coral “As Ceifeiras de Entradas”, que cantará temas tradicionais alusivos ao Natal e ao Ano Novo.

No dia 4 de Janeiro (domingo), a partir das cinco da tarde, a Basílica Real de Castro Verde será o palco de um espectáculo de Cante ao Menino, Janeiras e Reis, com as actuações dos grupos corais “Os Cardado-res da Sete” e as “As Camponesas de Castro verde” e do Rancho Coral e Etnográfico de Vila Nova de São Bento.

publicidade

Page 17: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

publicidade

Page 18: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

FUTEBOL E MODALIDADESFUTEBOL E MODALIDADES

DESPORTO

18 2014.12.19

> atletismo

Castro Verde recebe este domingo, 21 de Dezembro, o tradicional Corta-Mato de Natal, prova que integra o calendário

de 2014-2015 da Associação de Atletismo de Beja. A iniciativa vai contar com a presença de atletas de toda a região.

CASTRO VERDE RECEBE CORTA-MATO DE NATAL NO DOMINGO, 21

> fuTEBOL. Castrense é a equi-pa com o maior orçamento na época 2014-2015, enquanto que a formação que menos gasta é a do Cabeça Gorda.

Distrital “vale” 412 mil euros

As 14 equipas do campeonato distrital da 1ª divisão vão movimentar ao longo da tem-porada 2014-2015 cerca de 412 mil euros! Este número foi apurado pelo “CA” junto de responsáveis pelos clubes que este ano mili-tam no “Distritalão”, sendo que entre todos eles há uma tónica dominante no discurso: é cada vez mais difícil arranjar receitas para contrapor às despesas!

Este ano, o grande candidato ao título é o FC Castrense! E é também a equipa de Castro Verde aquela que mais prevê gastar com a sua equipa sénior – “Entre 50 a 60 mil euros”, adianta o presidente Carlos Alberto Pereira. Logo atrás no ranking das equipas mais gastadores surgem FC São Marcos (40 mil euros) e Odemirense (37.500).

> MAIOR PARTE DOS ORçAMEnTOS DAS EqUIPAS vARIA EnTRE OS 25 E OS 35 MIL EUROS.

Por oposição, os “históricos” Aldenoven-se e Cabeça Gorda são os clubes com o orça-mento anual mais “magro” de entre todos os 14 emblemas da 1ª divisão distrital: apenas 20 mil euros. Pouco mais gastam Guadiana de Mértola e Sabóia (25 mil euros).

Entre os 25 e os 35 mil euros encontram-se os orçamentos das restantes equipas da 1ª divisão distrital: Sp. Cuba (28 mil euros), FC Serpa e Vasco da Gama (os dois com 30 mil euros), Almodôvar (31.500 euros), Re-nascente de São Teotónio e Piense (ambos a rondar os 35 mil euros).

Em média, as 14 equipas da 1ª divisão distrital gastam nos 10 meses de tempora-da futebolística um total de 29.400 euros. O Milfontes foi o único clube que não revelou ao “CA” o orçamento da sua equipa sénior esta temporada.

MuITAS DORES DE CABEçA!Os cerca de 412 mil euros que se gastarão esta temporada no campeonato distrital são o espelho da crise financeira que afecta o país e os clubes. “É que já houve anos em

que se gastou muito mais, talvez mais meta-de desse valor”, nota ao “CA” um ex-dirigen-te de um clube com vários títulos distritais no seu currículo.

Os orçamentos têm vindo a descer, o que se reflecte sobretudo nas condições dadas aos atletas. Por isso, grande parte dos clu-bes paga aos seus jogadores subsídios entre os 100 e os 200 euros. E há muitos onde os futebolistas através só recebem prémios de jogo ou por assiduidade aos treinos.

“Os nossos jogadores só recebem pré-mios de jogo, mais o gasóleo para as deslocações”, assume por exemplo o presi-dente do “estreante” Sabóia, Garcia Rodri-gues, cujo plantel vem maioritariamente do Algarve.

Mas enquanto as despesas com atletas tem a vindo a diminuir em todos os clubes ano após ano, os dirigentes lamentam que o mesmo não se verifique nos montantes pagos à Associação de Futebol de Beja em inscrições e outras taxas.

“São despesas muito elevadas”, frisa o presidente do Sp. Cuba, António Ramos. “Os

Dirigentes das quipas da 1ª divi-são distrital queixam-se das cada vez menores receitas. DR

> OS ORçAMEnTOS ALDENOVENSE – 20.000 euros ALMODÔVAR – 31.500 euros CABEÇA GORDA – 20.000 euros CASTRENSE – 50.000 / 60.000 euros GUADIANA – 25.000 euros MILFONTES – não divulgou o orçamento ODEMIRENSE – 37.500 euros PIENSE – 35.000 euros SABÓIA – 25.000 euros RENASCENTE S. TEOTÓNIO – 35.000 euros SÃO MARCOS – 40.000 euros SERPA – 30.000 euros SP. CUBA – 28.000 euros VASCO DA GAMA – 30.000 euros

Page 19: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

DESPORTOFUTEBOL E MODALIDADES

2014.12.19

Distrital “vale” 412 mil eurosvezes é difícil aos clubes arranjarem maneira de pagar a taxa de organização de jogo [que vai dos 160 aos 220 euros] quando não fazem sequer metade desse valor em bilheteira”, acrescenta José Miguel Castilho, que é dirigente do Cabeça Gorda.

Além destes problemas, os clubes sentem ainda outra “dor de cabe-ça”: a dificuldade em arranjar receitas através de publicida-de e outros patrocínios.

“Essas receitas caíram drasticamente”, diz An-tónio Galvão, presiden-te do Vasco da Gama. “Houve uma queda acentuada na publi-cidade aqui há três ou quatro anos e desde então nunca mais cresceu. Ou seja, essa receita tem sido estável mas sem aumentos”, nota o presidente do FC Cas-trense, Carlos Alberto Pereira.

”josé miguel castilhoDirigente do Cabeça Gorda

Por vezes é difícil os clubes pagarem a taxa de orga-nização de jogo quando não fazem sequer metade desse valor em bilheteira.

garcia roDDriguesPresidente do Sabóia AC

Os nossos jogadores só recebem prémios de jogo, mais o gasóleo para as deslocações.

carlos alberto pereiraPresidente do FC Castrense

Houve uma queda acen-tuada na publicidade aqui há três ou quatro anos e desde então nunca mais cresceu.

publicidade

O presidente da Associação de Fu-tebol de Beja (AFB) teme que os clubes possam estar a “caminhar para o abis-mo”, gastando por época mais do que aquilo que conseguem angariar. Con-frontado pelo “CA” com o valor total dos orçamentos das 14 equipas que militam na 1ª divisão distrital em 2014-2015, José Luís Ramalho garante não ficar “muito surpreendido”, dado o movimento que observa em matéria de contratações, algumas das quais internacionais – que são mais dispendiosas.

“Surpreende-me os clubes caminha-rem para o abismo. Porque sabendo-se que as receitas são praticamente nulas, que poucos têm assistências que justi-fiquem grandes investimentos e que as autarquias estão cada vez mais a reduzir os seus apoios, estranho como é que os clubes se metem nessa aventura”, diz.

Para o presidente da AFB, é urgente o futebol distrital sénior mudar de para-digma e adoptar uma postura cada vez mais amadora. “Posso garantir que há muitas equipas, mais na 2ª divisão, em que os jogadores já só jogam por amor à camisola”, afirma.

Questionado pelas queixas de diri-gentes de muitos clubes relativamen-te às despesas com inscrições e taxas, José Luís Ramalho diz tratar-se de um

“contra-senso”. “Os clubes, por sua vontade, não pagavam nada à

associação. Mas depois pagam tudo a jogadores”, contrapõe.

O presidente da AFB lem-bra ainda que a associação “tem feito tudo” para ajudar os clubes neste momento de cri-

se, tendo diminuídos os valores a pagar pelas equipas se-niores, femininas e de futsal. “Mas tem de haver pa-

gamentos, pois há custos”, acrescenta

José Luís Ramalho, que dá o exemplo da

arbitragem: “Pagamos em média 4.000 a 4.500

euros por semana só em arbitragem! E a arbitra-gem devia ser paga pelas taxas que os clubes pa-

gam, mas isso não chega”.

clubes a“caminhodo abismo”

> PRESIDEnTE DA AFB

> futebol. José Luís Rama-lho considera que clubes da região têm caminhar para uma actividade “verdadeiramente” amadora.

José Luís Ramalho, presidente da AFB. DR

Page 20: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

DESPORTOFUTEBOL E MODALIDADES

20 2014.12.19

pub.

São Marcos sonha com relvado sintético> futebol. Presidente Manuel Bastita diz que clube já merecia ter um relvado sintético, depois de nove épocas consecutivas na 1ª divisão distrital.

O FC São Marcos continua a alimentar o sonho de ter um relvado sintético no Cam-po de Jogos João Celorico Drago. A equipa do concelho de Castro Verde é a única entre as 14 da 1ª divisão distrital que ainda joga em pela-do, mas o presidente do clube ainda acalenta a esperança de um dia ver o terreno de jogo totalmente renovado e com um tapete verde.

“Merecíamos ter um sintético”, afirma ao “CA” Manuel Batista, que já fez sentir esta rei-vindicação junto da autarquia de Castro Ver-de. “A Câmara já disse que este ano não tem disponibilidade, mas continuo a sonhar que antes de me ir embora irei ver aqui um sintéti-co”, acrescenta o homem que preside o clube desde a sua fundação, em 1988.

Para Manuel Batista, a instalação de um relvado sintético em São Marcos da Atabueira iria facilitar (e muito) a vida da equipa. “Não tinha dificuldade nenhuma em formar uma equipa muito superior à que temos hoje se tivéssemos um campo sintético”, diz o diri-gente, que complementa: “Tantos jogadores que me têm dito que com um sintético vi-

> CLUBE TEM O únICO PELADO DA 1ª DIvISãO DISTRITAL

Sócio-fundador do clube, Manuel Batista acredita que São Marcos vai ter um dia um relvado sintético. Dr

nham para o São Marcos… Mas com o pelado é complicado”.

Caso o sonho de ter um sintético não passe disso mesmo, o presidente do FC São Marcos teme pelo futuro do próprio clube. Daí que se vá aguentando no cargo! “Sou um sócio fundador do clube e ainda não o abandonei, pois tenho pena de deixar cair uma coisa que construímos. Por isso me tenho ido aguen-tando… Mas com um sintético era tudo mais fácil”, admite.

A selecção distrital de Beja de futsal em sub-19 participa este fim-de-semana, dias 19 a 21 de Dezembro, na Fase Zonal Sul do Torneio Inter-Associações promovido pela Federação. A equipa bejense, que é orine-tada pelo técnico Miguel Carvalho, integra o Grupo 6 juntamente com as congéneres de Leiria e Angra do Heroísmo (Açores), sendo que os jogos se vão realizar nos pavilhões de Sines, Santiago do Cacém e Vila Nova de Santo André. A estreia da selecção de Beja está agendada para este sábado, 20 de Dezembro, a partir das 10 da manhã, diante da equipa de Angra do Heroísmo. Depois, os baixo-alentejanos jogam de tarde, pelas 18h00, com Leiria. No domingo, 21, o pavilhão desportivo de Sines recebe os jogos das meias-finais, que junatrão os vencedores dos grupos 4, 5 e 6, além do segundo me-lhor classificado destes três grupos. Os dois vencedores irão ser os representantes da fase zonal Sul na fase final na-cional da com-petição.

Selecção de beja em torneio da federação

> FUTSAL

O jovem extremo Daniel Andrade, de 15 anos, vai deixar a equipa de juvenis do Moura AC e mudar-se já em Janeiro para o Benfica. A transferência foi confirmada pelo emblema da Margem Esquerda na sua página oficial no Facebook. Daniel Andrade jogou sempre nas camadas jovens do Mou-ra AC e chega em 2015 à Luz (ou melhor, ao Centro de Estágios do Seixal) depois de na pré-temporada já ter estado em destaque ao serviço... dos seniores!

Daniel Andrade para o benfica

> MOURA AC

MAnuel bAtiStAPresidente do FC São Marcos

Continuo a sonhar que antes de me ir embora [da presidência do FC São Marcos] irei ver aqui um sintético.

Daniel Andrade tem 15 anos. Dr

Miguel Carvalho orienta a selecção distrital de Beja de futsal em sub-19. Dr

Page 21: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

2014.12.19 21

pub.

António Paulo Ramos Xavier | Notário

Cartório Notarial de Reguengos de Monsaraz

“Correio Alentejo” nº 362 : Única publicação :: 19.DEZ.2014

Certifico narrativamente, para fins de publica-ção que, por escritura de hoje, lavrada de fo-lhas trinta e quatro verso a folhas trinta e sete, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Nove – E, do Cartório a cargo do No-tário António Paulo Ramos Xavier, sito na Rua Conde de Monsaraz, n.º 17 em Reguengos de Monsaraz, foi exarada uma escritura de JUS-TIFICAÇÃO NOTARIAL, na qual Domingos Manuel Cenrada Martins, devidamente autori-zado por sua mulher, Maria de Fátima Ramos Agulhas Martins, casado sob o regime da co-munhão de adquiridos, residente habitualmen-te na Rua da Ruínha, n.º 1, vila e freguesia da Amareleja, concelho de Moura, contribuinte número 188956271, prestou as seguintes de-clarações:Que, com exclusão de outrém, é dono e legí-timo possuidor de metade indivisa do prédio rústico denominado “Ribeiro das Mulheres”, sito na freguesia da Amareleja, concelho de Moura, com área de três mil quatrocentos e setenta e cinco centiares, a confrontar do Nor-te e Sul com Baldio, do Nascente com António Martins Baleiro e do Poente com Ribeiro das Mulheres, composto de terra de cultura ar-vense, prado natural e dependência agrícola, descrito na Conservatória do Registo Predial de Moura sob o número três mil cento e oitenta e um de dia vinte e três de Agosto de dois mil e onze, da correspondente freguesia, inscrito na matriz cadastral respectiva sob o artigo 289 da secção “P”, com o valor patrimonial tributário de € 683,49.Que, no que respeita ao registo predial o iden-tificado prédio encontra-se registado, na pro-porção de metade indivisa, a favor de Matilde Maria Mata Sousa, ainda no estado de solteira, menor, pela apresentação cinco de dia doze de Dezembro de mil novecentos e sessenta e seis, que aqui e agora se justifica, encontran-do-se a restante metade indivisa, registada a favor dele justificante, no estado de casado,

pela apresentação dois mil e noventa e quatro de dia quatro de Setembro último.Que, a identificada metade indivisa do referido prédio rústico, foi adquirida por ele justificante, ao tempo solteiro, maior, a Domingos Morgado e mulher Mariana Botelho, casados que foram sob o regime da comunhão geral e com resi-dência habitual na Rua Nova de Barrancos, número vinte e dois, vila da Amareleja, por contrato de compra e venda meramente verbal realizado no dia sete de Agosto de mil nove-centos e noventa e três, tendo o justificante pago o preço de oitenta e sete mil e quinhentos escudos correspondente a quatrocentos e trin-ta e seis euros e quarenta e cinco cêntimos.Que, por sua vez, o indicado Domingos Morga-do adquiriu também por contrato de compra e venda meramente verbal, realizado no dia oito de Novembro de mil novecentos e setenta e dois e pelo preço de vinte e cinco mil escudos equivalente a cento e vinte e quatro euros e setenta cêntimos a Matilde Maria Mata Sousa, ao tempo solteira, maior, com residência habi-tual na Rua Rainha D. Catarina, número vinte e oito, Bairro da Boavista a Benfica, em Lisboa, a identificada metade indivisa do prédio rústi-co denominado “Ribeiro das Mulheres”, tendo sido, nessa data, feita a tradição da coisa.Que, porém, a formalização definitiva das ditas compras e vendas através das competentes escrituras públicas não chegou a ser efectua-da até hoje, o que impossibilita o justificante, de apresentar título bastante para fazer valer o direito de propriedade de que se arroga.Que, ele justificante, tem utilizado consecutiva-mente aquele imóvel, nele fazendo plantações, feito a sua conservação e manutenção com o desbaste de mato e silvas, procedendo à repa-ração das cercas e postes nas suas estremas, bem como cuidando de aceiros e de caminhos de acesso ao imóvel como se proprietário ple-no, efectivamente, fosse.Que, não obstante isso e tais actos serem

nulos por não revestirem a forma legal, certo é que, logo após a realização das referidas compras e vendas, primeiro no ano de mil no-vecentos e setenta e dois e depois no ano de mil novecentos e noventa e três, o ora justifi-cante sucedeu na posse do indicado Domin-gos Morgado e manteve essa mesma posse, com referência a metade do identificado prédio exercendo-a desde então, usufruindo o sem-pre falado imóvel desde o seu início, pagando os repectivos impostos e gozando todas as utilidades por ele proporcionadas, com ânimo de quem exercita um direito próprio, de boa-fé, por ignorar usar direito alheio, pacificamente – porque adquirida e exercida sem qualquer violência, contínua – porque sem interrupções e publicamente – porque exercida à vista e com possibilidade de ser conhecida por qual-quer pessoa e sem a menor oposição de quem quer que seja, tendo durado mais de quarenta e dois anos e sendo a actuação dele justifican-te, no exercício de tal posse, correspondente à de único proprietário de metade indivisa do citado prédio rústico.Que, dadas as circunstâncias da indicada pos-se, atrás enunciadas e em face do disposto nos artigos 1251º, 1255º, 1260º, 1261º, 1262º, 1263º alínea a), 1287º, 1288º e 1296º, todos do Código Civil, ele justificante adquiriu por USUCAPIÃO, ou como ao tempo se deno-minava, por prescrição aquisitiva, com efeitos retrotraídos à data de oito de Novembro de mil novecentos e setenta e dois, o direito de propriedade sobre o prédio atrás identificado – usucapião essa que não é susceptível de ser comprovada pelos meios extrajudiciais nor-mais, impossibilitando-o assim e por natureza, de ver reconhecido o seu direito de proprieda-de perfeita.Reguengos de Monsaraz, vinte de Novembro de dois mil e catorze.O Notário(assinatura ilegível)

Correio Alentejo n.º 362 de 19/12/2014 Única Publicação

Nos termos do artigo décimo sétimo, dos estatutos, convoco os sócios da CERCICOA, para uma Assembleia-Geral, a realizar no dia 06 de janeiro de 2015, pelas 15 horas e 30 minutos, na sede da mesma, sita na Estrada de S.Barnabé, nº.28, 7700-015 Almodôvar, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto Único: Eleição dos Órgãos Sociais (Assembleia Geral, Direção e Con-selho Fiscal), para o próximo Triénio 2015/2017.

Não estando presente o número legal de sócios à hora marcada, a Assem-bleia funcionará uma hora depois com qualquer número de presenças.

Almodôvar, 11 de dezembro de 2014A Presidente da Assembleia Geral

(assinatura ilegível)(Maria Flor Nobre C. Revés Guerreiro)

CERCICOACooperativa de Educação

e Reabilitação de Crianças Inadaptadas e Solidariedade Social

dos Concelhos de Castro Verde, Ourique e Almodôvar

CONVOCATÓRIA

Casa do Benfica de Almodôvarquer vitórias e títulos em 2015> CiClisMo. José Valadas, Manuel Caetanita, David Ca-etanita e Nuno Mendes são quatro das oito caras novas na equipa almodovarense.

Um ano repleto de vitórias e de títulos! É esta a ambição da equipa de ciclismo da Peçamodôvar/ Casa do Benfica de Almodôvar, que em 2015 vai voltar a participar em pro-vas nacionais e ibéricas na variante de Masters.

“Esperamos um 2015 cheio de alegrias e vitórias para distribuir com o nosso povo”, sublinha ao “CA” o director-desportivo da equipa, Henrique Revés, agradecendo aos patrocinadores e à autarquia almo-dovarense “por acreditarem mais

> Equipa rEgrEssa à Estrada no próximo mês dE JanEiro

Equipa de ciclismo da Peçamo-dôvar/ Casa do Benfica de Almo-dôvar já prepara nova época. Dr

um ano nesta equipa”.A equipa regressa em força à es-

trada já no próximo mês de Janeiro, contando com muitas novidades relativamente à última época. Os al-modovarenses José Valadas, Manuel Caetanita (actual campeão nacional de Masters 60), David Caetanita e Nuno Mendes são quatro das caras novas da equipa encarnada, que se reforçou ainda com Jorge Letras, Filipe Ferreira, Humberto Careca e Amândio de Jesus – que foi o pri-meiro atleta da Casa do Benfica de Almodôvar a ser campeão ibérico,

Da equipa de 2014 transitam os ciclistas Márcio Correia, Hélder Pe-reira, João Portela e Gualdim Carva-lho, num total de 12 atletas às ordens de Francisco Camacho e Tiago Ca-macho, que há oito anos lideram a equipa técnica.

dEsportoFutEBoL E modaLidadEs

Page 22: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

“ Rui Ramos> observador.pt 15.12.2014

“Portugal é um dos Países mais desi-guais do ocidente. mas as desigual-dades não dizem aPenas resPeito ao rendimento. têm também a ver com a contribuição.”

henRique leitão> Rádio Renascença 16.12.2014

“a ciência é uma coisa de ricos. é uma Pena dizer isto, mas só quando há alguma disPonibilidade financeira é que se Pode fazer ciência.”

João adelino faRia> “dinheiro Vivo” 12.12.2014

“uma comissão de inquérito deveria servir Para esclarecer, mas no mo-mento em que decidiu televisionar as sessões condenou o resultado. no final de tudo isto vamos seguramente ficar a conhecer muito mais cusquices e muito menos a verdade.”

> Editorial

só agora é que são jovens...

h á já algum tempo que podemos ver na TV vários anúncios de um sítio na Internet onde cada um de nós pode vender aquilo que bem

entender, desde roupa a automóveis ou outros utensílios dispensáveis. Ora uma das mais recentes versões desse anúncio coloca um jovem com o dilema de vender, ou não, o rádio antigo da sua avó. A indecisão perdu-ra até que o “lado mau” da consciência do “vendedor” o convence com um simples argumento: “É um rádio antigo. Como a tua avó!” E assim o objecto se torna numa pilha de moedas…

O anúncio até pode ter a sua piada para algumas almas mais amorais, mas não deixa de revelar um sentimento crescente na sociedade portuguesa: a de que uma vez chegados a velhos, tudo passa a ser descartável. Sejam eles ob-jectos, trabalhadores ou até familiares…

Só assim se explica que haja tantos idosos abandonados em camas de hos-pitais ou deslocados das suas casas para lares em terras que nadas lhes dizem. Ou que se vejam empresas abdicar de tra-balhadores com anos e anos de casa em nome da clássica desculpa de ser neces-sário cortar nos custos (depois entrarão os mais jovens com contratos precários e vencimentos míseros).

Ora uma sociedade que age assim, sem respeitar no presente aquilo que é o seu passado, dificilmente terá futuro. E aqueles que praticam ou ordenam este tipo de comportamentos deviam ter em conta que só agora é que são jovens. Próximo está o tempo em que serão também ido-sos… ou velhos, comos alguns dizem sem pudor. E talvez nessa altura nem valham sequer uma pequena pilha de moedas, muito menos o res-peito que hoje não demonstram!

há um sentimento crescente na socieda-de portuguesa: a de que uma vez chegados a velhos, tudo passa a ser descartável. sejam eles objectos, trabalhadores ou até familiares…

Jornal regional editado no distrito de BejaDirector: Carlos PintoColaboradores Permanentes: Marco Monteiro Cândido, Catarina Cardoso da Palma, Napoleão Mira, Vítor Besugo e Vítor Encarnação.Paginação: Pedro Moreira. Infografia: I+GColunistas: Alberto Matos, Ana Ademar, António José Brito, António Sebastião, Jorge Pulido Valente, Luís Dargent, Mário Simões, Miguel Madeira, Paulo Arsénio, Teresa Chaves.Projecto Gráfico: Sérgio Braga – Atelier I+GDepartamento Comercial: [email protected]

Impressão: Empresa Gráfica Funchalense. Distribuição: Jota CBS // VASPISSN 1647-1334

Redacção, administração e publicidadeRua Campo de Ourique, 6-A – 7780-148 CASTRO VERDETel. 286 328 417e-mail: [email protected]

Propriedade: JOTA CBS – Comunicação e Imagem LdaNIF 503 039 640Depósito Legal nº 240930/06. Registo ERC: 124.893. Tiragem semanal: 3.500 exemplares

no dia 25 de Novembro do corrente ano a Unes-co declarou o cante alentejano património

imaterial da Humanidade. Parabéns aos alenteja-nos por terem sabido conservar viva a sua cultura musical, expressão profunda e bela do seu modo de comunicar e conviver em sociedade. A influên-cia do poder comercial e mediático dos modernos cantores de outros países não conseguiu abafar a alma alentejana. Mas espero que a crise demo-gráfica também não o consiga, relegando o cante para os ambientes museológicos e retirando-o das igrejas, das festas populares, da rua e das tabernas.

A tradição cultural, o clima e a natureza fazem parte da identidade de um povo. No panorama nacional, o Alentejo ainda é das poucas zonas onde a tradição se mantém. Mas sabemos que sem evolução e renovação não será possível ter futuro, no cante e em todas as expressões da vida de um povo. Por isso será necessário estudar esta expressão cultural, torná-la presente nas escolas elementares e superiores, para que não degenere.

Este reconhecimento trouxe honra aos alente-janos, mas também compromissos em ordem à preservação deste património. Quem se encarre-ga disso, contando com a colaboração de todos? Autarquias, escolas, igrejas, festivais, clubes? Aqui está uma área em que todos somos corresponsá-veis e devemos colaborar. E não é favor nenhum, pois o cante encanta, junta, une e fraterniza as pessoas e os ambientes. Da nossa parte tudo fa-remos para que o cante alentejano na sua versão religiosa continue a ecoar nas nossas igrejas e pro-cissões.

Mas muito mais coisas, modos de ser, valores e ideais precisamos de transmitir às novas gerações e adequá-las aos novos tempos. O Papa Francisco, nos discursos feitos recentemente no Conselho da Europa e no Parlamento Europeu, em Estras-burgo, desafiava estas instituições importantes na

> opinião

tradição e renovaçãoconstrução de uma Europa de paz e de progresso a não ficarem apenas pela dimensão económica e financeira da comunidade europeia, mas a co-locarem no centro das suas decisões a dignidade da pessoa humana nas suas relações multipolares e transversais.

A verdade, a solidariedade, a subsidiariedade, o bem-comum, o nós integral das pessoas em socie-dade são património da doutrina social da Igreja sobre o qual os fundadores da Europa quiseram construir uma Europa que resolve os seus confli-tos e divergências pelo encontro das pessoas e dos povos através do diálogo e não pela violência das armas, pelo consenso e entreajuda.

Este rico património da Europa, criado ao lon-go de séculos, cultivado pelos filósofos, escritores, artistas, igreja, escolas e universidades, expresso de muitos modos, tem raízes profundas que é pre-ciso conhecer e amar, para que daí surjam novos dinamismos de desenvolvimento global para toda a humanidade, sem marginalizar ninguém, pes-soa, grupo ou povo, nem reduzindo as pessoas a números ou objetos descartáveis.

A visão bíblica e cristã do mundo contém po-tencialidades benéficas para a construção duma nova civilização de paz e de amor, como se expri-mia o bem-aventurado Papa Paulo VI.

no panorama nacional, o alentejo ainda é das poucas zonas onde a tradição se mantém. mas sabemos que sem evolu-ção e renovação não será possível ter futuro, no cante e em todas as expres-sões da vida de um povo.

D. ANtóNIo VItAlINo DANtASBispo de Beja

22 2014.12.19opinião>palavras>palavras

Page 23: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

>palavras

232014.12.19 OPINIÃO

Fernando caeirosEx- Presidente da Câmara de Castro Verde

MeMórias duM nascedioda igreja, desafiava as vozes dos ceifeiros e mondadeiras e inspirava a criação de novas modas (Olh’ó passarinho…, Lindo ramo verde escuro…, Oh águia que vais tão alta…). Tempo de trigueirões, flouchas, patinhas, al-grevões e cagões a caírem desprevenidamente nas rateiras que por altura das sementeiras também povoavam pequenas parcelas da paisagem, muito à socapa, não fossem os homens da fatiota cinzenta descobri-las. Tempo de águias a danar os mais entusiastas da caça, num tempo em que as perdizes vi-nham batidas até às portas da vila e os galgos levantavam uma fantástica e leve poeira nas mais tresloucadas corridas atrás dum lebrão. Tempo em que o luar, as constelações e a brisa orientavam os churriões a caminho de tantos e tantos montes cheinhos de gente. Era assim: duas dúzias de almas na Caxia, uma no Montel, Castelo e Montes Grandes, e uma outra ali para a Carvoeira e o Monte da Fonte. E mais dúzias e meias dúzias em Albergaria, nos Merendeiros, no Vale da Sarna e tantos outros.

Gente que tão bem exercitava os sentidos, todos os dias, ainda mais nos dias de festa na rua do monte ou de arraial no largo da vila. Um delírio e um deleite para as vis-tas, aquelas chapadas pejadas de soagem, margaça, pampilho e tantas outras plantas silvestres numa mistura de cores espectacu-lar, qual paleta dos melhores mestres. Depois, vêm os sabores, únicos como os do poejo e da hortelã da ribeira associados a odores fantásticos que rivalizam com aqueles chei-rinhos provocantes como os dos montrastos. O tacto, esse experimentava-se na frescura da água quando faltava o cocharro, ou então no toque dos dedos entrelaçados à volta de um mastro sob o olhar, ora cúmplice ora crítico, da emproada charola que lá muito do cimo ostentava aquele ar de uma dessas virgens que adornam os andores em dias de procissão. Por fim, os ouvidos – ouvidos que oram diante das vozes arrastadas e dolentes dos homens, que dançam ao som da flauta de beiços que anima o mastro e acompanha as cantigas mais ousadas das jovens, que cantam no meio do chilrear dum pintassilgo, do balir duma campaniça tresmalhada ou até do coaxar da rã que se espraia no regato que sai da fonte, como que em despique com um grilo ralo.

Não dei por quaisquer resquícios do san-gue derramado pela moirama que a mon-tante teria tingido Terges e Cobres na voz do Poeta maior. Mas senti o amargo das lágrimas das mães sem uns réis para matar a fome, vestir e calçar os filhos. Senti o sal da terra na cor do suor de ceifeiros, almocreves, monda-deiras e pastores, labutando de sol a sol em

> OPINIÃO

Poderá um ténue nascedio despertar assim memórias dum outro tempo que justifiquem uma Moda e umas quantas linhas alinhavadas a partir de tal motivação? Fiquei na dúvida.

Hesitei mesmo em activar o teclado e tentar discorrer um pouco em torno do assunto, procurando corresponder ao desafio que me foi lançado. Mas lá me decidi. Percorri algu-mas memórias de infância e juventude, quase que reencontrei a frescura daquela crista-lina água que brotava do solo, noite e dia sem parar, desafiando as mais prolongadas estiagens. Vi moirais e mulheres lavadeiras. Vi jovens embezerrados saciar a sede depois de terem esgotado as reservas armazenadas num qualquer poço. Em dia de Sortes, vi mancebos acabadinhos de mergulhar nas águas do pego mais próximo.

E vi todos aqueles putos, em pelota, afinando os primeiros gestos de iniciação à natação ali, no pego comprido, no do moinho ferreiro, ou no da lontra (a aprender a banhar, como então se dizia), convivendo com as rãs e as libélulas, com os cágados, os bordalos, as pardelhas e as cobrinhas de água – no meio de nenúfares, bunhos e atabuas, mais atrevidotas e marotas estas, tocando a nudez da rapaziada.

Senti a Mãe d’Água numa combinação quase perfeita com os demais Elementos: o Ar, naquela maresia de fim de tarde, ajudando o padejar das favas que o seareiro debulhava na eira lá do alto, junto ao velho moinho de vento; a Terra, suada do calor e do labor dos ceifeiros que a dois passos enreleiravam os molhos atados na última margem; o Fogo, qual sol do meio-dia amadurecendo loiras espigas dobradas espreitando o horizonte.

Outros tempos duma época em que o tempo corria devagar, devagarinho e man-sinho tal e qual a ribeira de Terges, onde o murmurar da água se confundia com o som do silêncio, em que o chilrear da passarada ecoava em todas as direções, ia para além do Santo Isidoro, competia com o toque do sino

troca duma baixa jorna por vezes mitigada com umas comedorias. Vi gente, homens e mulheres de mãos calejadas e tez bronzeada, sem sinais de raiva a correr-lhes nas veias que não na rugosidade do rosto, moldados no corpo e na alma, muito à imagem e seme-lhança de um meio, duma paisagem, de um ar e de um céu que, se inventados, dir-se-iam: divinos.

Um destes dias, quando as vozes das cantadeiras entoarem aquela moda da Fonte do Linhas, ainda vou contar, não sei bem a quem, talvez aos meus filhos, aos nossos filhos, algumas das histórias do tempo em que da terra brotava, muito suave e silen-ciosamente, aquele fiozinho de água que esconde dentro de si um pouquinho das nossas melhores memórias – o tal tempo de um tempo que não torna a vir.

Texto escrito para o CD “Chão” do Grupo Coral “As Ceifeiras” de Entradas.

Não dei por quaisquer resquícios do sangue derramado pela moi-rama que a montante teria tingido Terges e Cobres na voz do Poeta maior. Mas senti o amargo das lágrimas das mães sem uns réis para matar a fome, vestir e calçar os filhos.

Page 24: FERREIRA DO ALENTEJO GNR VOLTOU À VILA SEIS ANOS …correioalentejo.com/jornal_em_pdf/N362_20141219.pdf · para ficar nas memórias de todas as crianças” de Beringel, revela ao

www.correioalentejo.com

sexta. 2014.12.19

ÚLTIMAS

A rede de água do balneário junto à lavaria do zinco nas minas de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, já foi desinfectada depois de aí ter sido detectada, no passado dia 12 de Dezembro, a bactéria legionella.

O processo de desinfecção quí-mica da rede hidráulica e dos acu-muladores térmicos que servem o balneário junto à lavaria de zinco, onde foi detectada a presença da bactéria terminou no domingo, 14, precisou a porta-voz da So-mincor – Sociedade Mineira de Neves-Corvo, Lígia Várzea.

Até ao momento não foi regis-tado qualquer caso de doença, diz a mesma responsável, referindo que foram colhidas novas amos-tras de água, “pré e pós-desinfec-ção”, para análise.

A presença da bactéria legio-nella só foi detetada no balneário junto à lavaria de zinco, mas por precaução a Somincor vai proce-der à desinfecção química da rede hidráulica de todos os balneários do complexo mineiro de Neves-Corvo, explica ainda Lígia Várzea.

No passado sábado, 13, a So-mincor anunciou que, no decor-rer de análises à qualidade das águas nos balneários e nas torres de refrigeração na área industrial de Neves-Corvo, foi detectada a presença de colónias de legionella

Foco de “legionella” resolvido na Somincor

Bactéria apenas foi detectada na rede de água do balneário junto à lavaria do zinco . Dr

> NeveS-corvo. Depois do balneário junto à lava-ria do zinco, empresa vai desifectar rede de todos os balneários do complexo.

> BAcTérIA deTecTAdA no fInAL dA pAssAdA seMAnA

Próxima edição09 DE JANEIRO

nas amostras colhidas no balneá-rio junto à lavaria de zinco.

Assim que teve conhecimento do resultado das análises, a So-mincor interditou o acesso ao bal-neário e informou “de imediato” a autoridade regional de saúde e informou pessoalmente os utiliza-dores do balneário a cada passa-gem de turno.

Segundo a Somincor, as análi-ses às águas dos restantes balne-

pub.

> conTrAKApA

Caramba! Já estamos outra vez no Natal!Faço este ar de surpresa porque, à medida que a idade avança, o conta-

dor de anos, meses, dias e horas, parece-me ter uma qualquer avaria e o tempo que por ele devia de passar, passa de passar para passar a correr!Mas é de novo Natal e eu... sou de novo feliz!Não sei muito bem explicar esta sensação que me cavalga no peito. Sei apenas que a criança que aqui dentro subsiste, regressa por um par de dias, a uma dimensão temporal que todos os anos revisito. A mi-nha infância.Por esta altura sou um garoto desinquieto que contas por cruzes no calendário os dias que faltam para a noite da consoada. Nessa noite lá estaremos a degus-tar as iguarias natalícias. À roda do madeiro no lume haveremos de invocar os que já não estão fisicamente entre nós, mas que, permanecem ali, intocáveis, no lu-gar que lhes pertence. No pedestal da memória de cada um.Regressaremos às estórias antigas

Neste Natal não quero nenhum presente. Recla-mo sim, um futuro para o meu país!

NATAL

NAPOLEÃO MIrAEscritor

(a parte por mim mais espera-da!)e, pela voz dos mais velhos ouviremos relatos fantásticos de façanhas quase sempre notur-nas. De ribeiras a transbordar de exageros. De noites de vendaval a zunir pelas frinchas de portas e ja-nelas. De proezas trágico-cómicas que povoam o imaginário aldeão. De figuras fantasmagóricas tão negras quanto a noite. Figuras que nos espreitam e nos esperam à esquina da imaginação.Deixo-me levar pela toada das narrativas e viajo a um tempo que

só a mim me pertence. Aqui, a este cenário, que construo dentro desta débil cabeça, regresso a cada ano que passa

e, por ele volto depois a esperar, uma imensidão de doze folhas do calendário, até que um dia, seja eu a sentar-me no pedestal da memória dos que por cá ficarem.Depois, quando a hora do menino se aproximar, haveremos de tro-car presentes.Apenas um, por cada conviva em sorteio pré-determinado.Pela minha parte, neste Natal não quero nenhum presente. Reclamo sim, um futuro para o meu país!

ários e das torres de refrigeração obtiveram resultados negativos e a estação de tratamento de água potável continua a funcionar nor-malmente.

A empresa recomendou a todos os utilizadores do balneário que informem os seus médicos caso tenham sintomas como tosse, ca-lafrios, dificuldades respiratórias, dores musculares, febre alta, diar-reia e vómitos.