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Escultor João Bez Batti DISTRIBUIÇÃO GRATUITA BENTO GONÇALVES, 01 DE NOVEMBRO DE 2014 | EDIÇÃO 161

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O homem, as pedras basalto e as obras de arte

Por Kátia Bortolini e Janete Nodari

Escultor João Bez Batti

“Faço uma pergunta aos intelectuais:

haverá um novo Renascimento? Eu acho muito triste, o homem nunca

viveu sem arte, mas agora o humanismo

acabou, só é glorificado quem

tem muito dinheiro”.

Integração - Quando iniciou sua relação com a escultura?

Bez Batti - Eu nasci escultor. Des-de criança, os seixos me causam emo-ção estética. Vivia sempre com uma faca e uma madeira na mão. Queria esculpir! Hoje, fico em torno de 11 meses polindo, admirando, lustrando uma peça.

Integração - E sua relação com o desenho?

Bez Batti - Também nasci dese-nhista. Sempre gostei de desenhar, mas não tinha material de desenho. Não podia desenhar nos cadernos. Desenhava nas bordas e na contra-capa. Digo que fui perseguido pelo desenho. Com as pedras era diferen-te. Passei a infância na comunidade Volta do Freitas, interior de General Câmara, morando a trinta metros do rio Taquari, perto de uma praia de seixos. Aos cinco anos, eu escondia as pedras no meio do mato. A minha salvação foram as pedras. Eu fui fer-tilizado pelos seixos do rio Taquari. Sofri bastante, na infância e na ado-lescência, por ser diferente. Nas co-munidades pequenas, temos que ter a visão de compasso, tu enxergas até aqui. Na escola, a professora cantava Villa Lobos, me fascinava! Mas, ela só ensinava as meninas. Eu espiava.

Integração - O senhor morou em Porto Alegre dos 12 aos 27 anos. Mo-rar na capital, na juventude, fez dife-

Bez Batti, no interior de Bento Gonçalves, devotado ao processo de criação

escultor João Bez Batti, 74 anos, vive rodeado pela natureza e por suas obras de arte, em sua casa/

atelier, no distrito de São Pedro, Caminhos de Pedra, Bento Gon-çalves. Bez Batti, filho do italiano e da brasileira Francisca Borchaidrt, nasceu na zona rural de Venâncio Aires, Rio Grande do Sul, em 11 de novembro de 1940. Mudou--se, aos quatro anos, para Volta do Freitas, localidade às margens do rio Taquari, General Câmara. Ele recebeu a reportagem do Jornal Integração da Serra, no último dia 30 de outubro, para falar sobre a arte de esculpir e compartilhar o seu cotidiano de trabalho. Relem-brou a infância passada à beira do rio e sua atração pelos seixos, que define como esculturas feitas pela água. No dia seguinte à entrevista, a rua da Praia, em Porto Alegre, ganhou seu primeiro monumento: uma obra em basalto vermelho. Só podia ser de Bez Batti, considera-do um dos maiores escultores bra-sileiros em atividade.

rença em sua carreira de artista?Bez Batti - Sim, toda a diferen-

ça. Se tivesse ficado na minha ou em qualquer outra cidade pequena talvez tivesse morrido como artista. Normalmente, cidade pequena é o cemitério do artista. Muitos talentos são desperdiçados por artistas que não conseguem, na juventude, ir além do muro de sua aldeia. Em Porto Alegre, trabalhei em vários empregos até ser aprovado em concurso para o setor de triagem de correspondên-cia do departamento de Correios e Telégrafos. Em paralelo, estudei no Instituto Técnico de Desenho. Poste-riormente, fui aluno do desenhista e escultor Vasco Prado.

Integração - E Bento Gonçalves, onde entra na sua história?

Bez Batti - Entra após o casa-mento com a mi-nha esposa Maria Shirley. O irmão dela estava mo-rando em Ben-to. Estava para ser transferido, pelo Correio, para Novo Hamburgo. Consegui, solici-tando a Direção da EBCT, transferência para Bento. Foi o destino, porque, na cidade, conheci o carpinteiro Eduardo

Gatto, onde tive meu primeiro atelier, na Rua

José Mário Mônaco. Em 1976, passei a me dedicar

com exclusividade à escul-tura em madeira. Quando eu fiz a primeira escultura,

nos anos 1980, em basalto vermelho, me emocionei, mas Bento é a terra do ba-salto negro. É o melhor que

tem: o daqui, de Santo Antoninho.

Integração - O senhor vive da arte?

Bez Batti - Eu considero minha vida um milagre, eu vivo da arte. Há 45 anos, eu pesquiso basalto. Na his-tória da arte, se conhecia o cinza e o preto. Fui batizando: basalto verde--oliva, sanguíneo, preto, cacau, verde, esse, até a geologia desconhecia, en-tre outros.

Integração - Qual o que predo-mina?

Bez Batti - É o cinza. Tem 130 milhões de anos. Eu transformei em ouro. Tenho pedras, aqui, para mais de cem anos.

Integração - O senhor mora so-bre a matéria-prima de suas obras?

Bezz Batti - Isso mesmo. Além da proximidade, estamos vivendo a era da destruição. Hoje, eu nem preciso ir atrás, as pessoas me ligam oferecen-do basaltos que afloram em detona-ções feitas para obras civis. Na beira do rio Tega, tem basalto vermelho. Uma preciosidade. Tudo indica que Caxias do Sul está sob extensa cama-da de basalto vermelho.

Integração - O senhor fez uma escultura para a Feira do Livro de Por-to Alegre, entronizada no último dia 31, na rua da Praia, centro da cidade. Como é ter a sua obra representando

Kátia

Bor

tolin

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um ícone da cultura de Porto Alegre, a Feira do Livro, numa das ruas mais pop da capital?

Bez Batti - É uma honra, com certeza. A obra foi encomendada há mais de um ano pela Secretaria de Cultura de Porto Alegre. Foi solicitada uma escultura em forma de sino, para homenagear o professor Júlio La Por-ta, que abria a Feira do Livro tocando um sino. Quando veio a ideia, risquei no papel. Fui buscar a pedra nas pro-ximidades do arroio Tega, em Caxias do Sul. Escolhi basalto sanguíneo, é o basalto vermelho. Abri a pedra, para mostrar o badalo. A escultura tem 0,60 de altura por 0,50 de diâmetro. O sino fica numa base que pesa 2,800 quilos. É o primeiro monumento co-locado na rua da Praia, entre duas ár-vores.

Integração - O senhor mora nos seu atelier nos Caminhos de Pedra há quantos anos?

Bez Batti - Há sete anos. O local inspira. As luzes da cidade me fariam perder o foco. Durmo três horas por noite. Leio e trabalho bastante. Tenho ido de quinze em quinze dias a São Paulo, onde estão vivendo minha es-posa, filhos e neto. Em São Paulo, visi-

to sebos e exposições. É o meu banho cultural.

Integração - O seu atelier está in-serido num roteiro turístico. O senhor recebe turistas?

Bez Batti - Se vejo algum veículo de turistas estacionando em frente, com pessoas interessadas em visitar o atelier, vou em busca delas. O turis-ta não é o meu cliente, mesmo assim recebo, porque gosto de conversar.

Só que já me aconteceu de alguém dizer – mas é isso aí que me manda-ram ver?? Risos...

Integração - E a arte em meio a tanta facilidade para imitações, como fica?

Bez Batti - Cada vez mais deca-dente. A escritora Camille Paglia diz que a arte acabou, porque o jovem está na era digital. A autora fala tam-bém que tudo é “design”.

sem arte, mas agora, o humanismo acabou, só é glorificado quem tem muito dinheiro.

Integração - Qual é o seu merca-do?

Bez Batti - Caxias do Sul, Porto Alegre e São Paulo.

Integração - O senhor está pre-parando uma nova exposição?

Bez Batti - Sim, com esculturas de sóis e rostos femininos em forma de sol. Eu perdi o meu sol, eu acho

que a felicidade é solar – quero que vocês coloquem isso no jor-

nal: a felicidade é solar. Hoje, eu só desenho e esculpo

sóis, porque estou em bus-ca do meu alicerce, do meu foco. A exposição acontecerá quando eu tiver umas 15 peças. Estou trabalhando na terceira, com a ajuda de Airton Cantelli que, há dez anos, trabalha co-migo no polimento das esculturas.

Integração - O rio e os seixos continuam lhe encantando, como na infância?

Bez Batti - Sim, de vez em quan-do volto ao rio, em busca de novos seixos. Vou acima de Santa Tereza, onde tem uma prainha. Quando es-tou estressado, fico sentado na beira do rio, olhando a correnteza. Me faz lembrar da infância.

Integração - Considerações fi-nais.

Bez Batti - Eu tenho uma coisa para dizer pra vocês – eu sou um pe-queno escultor. Eu não me considero um artista. Para realmente ser um ar-tista, eu não poderia pensar em lucro, mas tenho que sobreviver. Meu pro-fessor Vasco me disse, certa vez, para ser artista, não se pode pensar em lucros e nem em ser artista.

“Eu perdi o meu sol, eu acho que a felicidade é solar - quero que vocês coloquem isso no

jornal: a felicidade é solar. Hoje, eu só desenho e esculpo sóis, porque estou em busca do meu alicerce, do meu

foco”.

“... cidade pequena é o cemitério do artista. Muitos

talentos são desperdiçados por

artistas que não conseguem, na

juventude, ir além do muro de sua

aldeia”.

“Quando eu fiz a primeira escultura, nos anos 1980, em basalto vermelho,

me emocionei, mas Bento é a terra do basalto negro. É o melhor que tem”.

Integração - O que a nossa épo-ca delimita para a arte?

Bez Batti - Minha relação é com a arte, com os livros de arte. Mas, já não tenho o que comprar, de tantos livros que já li. Os maiores escultores estão no Japão e na Coréia. Aqui, eu queria visitar um atelier, não existe mais. Posso citar o Renascimento, lá na Itália, todo o esplendor, o con-tinente dos escultores, termina no Rococó. E vem Picasso e Van Gogh, entre outros, terminando, hoje, nas instalações. O homem não deu cer-to! Iberê Camargo endossa isso. Faço uma pergunta aos intelectuais: have-rá um novo Renascimento? Eu acho muito triste, o homem nunca viveu

Kátia

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DistribuiçãoGRATUITA ANO 13 | Nº 161 | NOVEMBRO 2014 | www.integracaodaserra.com.br

Editorial

A palavra é superação

Página 03

Imigrantes contemporâneoscriam associação em Bento

Talentos locais apostamno rock experimental

Caderno Mosaico

Páginas 06 e 07

60 anos da Igreja Cristo Rei

A edição de novembro traz refle-xões sobre estilo de vida, comporta-mento, espiritualidade, bem-estar, música, entre outros assuntos. Aliás, todos os meses, procuramos trazer informações que fazem a diferença. Esperamos que esta edição surpreen-da ainda mais.

As surpresas começam pela so-brecapa. Visitamos o atelier do es-cultor João Bez Batti, devotado ao processo criativo ao ar livre. Acompa-nhamos a superação de atletas que foram buscar títulos, como os cam-peões brasileiros de Muay Thai, ou

da personal trainer nascida em Bento Gonçalves, que é a primeira campeã Bikini Diva do Oriente Médio.

A palavra é superação. Vale tam-bém para os imigrantes contemporâ-neos e para o Papai Noel voluntário do bairro Santa Marta, que organiza, praticamente sozinho, a festa de Na-tal de centenas de crianças carentes. Sugerimos também acompanhar as matérias culturais e o ensaio sobre “O enigma do tempo”, no caderno Mosaico.

Boa leitura!

Página 12

O sobrenatural em relatos

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02 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014Opinião

Os artigos publicados com assinatura são

de inteira responsabilidade do autor e

não traduzem, necessariamente, a opinião

do Jornal. Suas publicações obedecem ao

propósito de refletir as diversas tendências

e estimular o debate dos problemas de

interesse da sociedade. Por razões de clareza

ou espaço, os e-mails poderão ser publicados

resumidamente.

Editor de Fotografia: André Pellizzari

Colaboradores e Colunistas: Aldacir Pancotto, Cristiane Grohe Genrich Arroyo, Ernani Cousandier, Paulo Capoani, Rogério Gava, Sinval Gatto Jr, Thompsson Didoné

Endereço: Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS

Fone: (54) 3454.2018 / 3451.2500

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Site: www.integracaodaserra.com.br Filiado à ADJORI.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRAPeriodicidade: MensalTiragem: 12.000 exemplaresCirculação: Na primeira semana de cada mês, em Bento Gonçalves,Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, São Pedro, Vale dos Vinhedos, São Valentim, Tuiuty e Faria Lemos.Propriedade: Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda.Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374Redação/Revisão: Janete Nodari e Carlos GeovaneÁrea Comercial: Moacyr RigattiAdministrativo: Aline Festa

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Constante aprendizado

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KátiaBortolini

[email protected]

Ângela Salton e Elisabete Tusset aproveitaram uma pausa na peregrinação à Terra Santa, para ler e reler o Jornal Integração da Serra, no aeroporto

de Tel Aviv, Israel. Valeu, gurias! Obrigada pela valorização à cultura e à nossa terrinha!

Foto do leitor

m dos lados bons da profis-são repórter é o constante aprendizado. Exemplos são

as entrevistas para a sobrecapa do Jornal Integração da Serra que, em companhia de Janete Nodari, tenho feito mês após mês. Para início de conversa, ser o entrevistado (a) do espaço significa ter conteúdo para repassar. Em função desse requisito, ouço muitas pessoas inteligentes, pró-ativas, com histórias para contar ou com constatações, que me fazem sorrir por vários motivos, entre eles o do acréscimo da compreensão do

mundo que me cerca. A cada entre-vista, novos aprendizados.

Na entrevista desta edição, com o escultor Bez Batti, aprendi sobre pe-dra basalto e seus matizes. Na entre-vista da edição do último mês de ou-tubro, conheci um pouco mais sobre a história da Banda Municipal, que cresci vendo, através da lembrança do maestro Alves Rossato. Já na en-trevista da edição do último mês de setembro, o legado da “sobre“ (for-ma que nos referimos à matéria na redação do jornal) foi sobre a língua Talian, brilhantemente descrita pelo professor Darcy Loss Luzzatto. Volta e meia me pego praguejando em Ta-lian (mistura de português com diale-

tos de províncias do Norte da Itália). Daí, lembro: estou me expressando em Talian - o professor comentou que, nos momentos de raiva, temos a tendência em usar a língua-mãe -.

Já foram muitas “sobres”, muitos aprendizados e Deus queira que se-jam muitas mais.

Enquanto isso, no Musishow, ocorrido nos dias 24 e 25 de outubro e 31 de outubro e 1 de novembro na Fundação Casa das Artes, rolou o velho e bom rock and roll. O evento reuniu várias bandas do município, superando a expectativa em relação à qualidade das apresentações, tan-to de covers como de autorais. Para-béns, músicos de Bento Gonçalves.

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Dia Nacional da Consciência Negra 0301 de novembro de 2014 | Jornal Integração da Serra

“A cidade de Bento está servindo de modelo na recepção aos imigran-tes contemporâneos (haitianos e afri-canos), por causa de ações inclusivas, entre elas aulas de língua portugue-sa no Instituto Federal de Educação (IFRS)”. A afirmação é do coordenador da Sociedade Educativa e Cultural 20 de Novembro, advogado Luís Eduar-do Pereira Mendes.

Segundo ele, pessoas ligadas ao IFRS nacional estiveram no município para avaliar essas ações inclusivas. Ele acrescenta que, além disso, em junho deste ano, foi criado o Grupo de Tra-balho Afro (GTA), formado por servi-dores da municipalidade para tratar sobre assuntos de interesse de afros descendentes e haitianos. Tanto a Sociedade Educativa e Cultural 20 de Novembro como a Associação de Di-reitos Humanos dos Imigrantes Con-temporâneos, criada em junho deste ano, têm convênio com o IFRS.

Busca de moradiaA associação foi instituída com o

objetivo de auxiliar haitianos e africa-nos residentes em Bento Gonçalves,

Imigrantes haitianos residentes emBento Gonçalves criam sua associação

na inclusão social, profissional e, prin-cipalmente, na busca de moradia. Conforme o haitiano Ronal Dorval, 34 anos, que preside a entidade, seus conterrâneos estão vindo em busca de trabalho e de melhores condições de vida. “Atualmente são 1.500 haitia-nos e uma dezena de africanos viven-do na cidade, distribuídos em diver-sos bairros”, diz ele.

Acrescenta que a associação pre-ocupa-se com a questão do aluguel, porque a maioria está morando em porões por falta dos fiadores solicita-das pelas imobiliárias. “Estamos nos unindo para vencer esses obstáculos”. Segundo ele, os haitianos que estão imigrando para a região da Serra são os mais instruídos e com melhores condições financeiras. “Nunca se ou-viu falar de que algum haitiano esti-vesse envolvido com algo errado por aqui. Prezamos pelo nosso comporta-mento. A maioria está trabalhando e todos estão legalizados”.

Dorval está em Bento desde 2012, com a mulher. Tem duas filhas adolescentes, que estão morando e estudando no Canadá, com um ir-

mão.Em meio a essa corrente migra-

tória de pessoas da raça negra para Bento Gonçalves, o Dia Nacional da

Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, será lembrado com programação específica, de 14 a 20 de novembro.

Ronal Dorval, preside a Associação dos Imigrantes Contemporâneos

Advogado Luís Mendes, da Sociedade Educativa e Cultural 20 de Novembro

Fotos: Aline Festa

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04 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014Entidades

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mo-biliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG) promove no próximo sábado (08), no Centro de Lazer do Sitracom BG, com início às 10 horas, o 6º Encontro do Aposentado e do Idoso. O evento vai abordar o tema ‘Valores: resgatan-do o que nos torna humanos’. A temá-tica será desenvolvida pelo sociólogo, mestre em teologia, professor, cantor e compositor, Giovanni Mattielo. que fará uma palestra-show.

O objetivo, conforme o vice-pre-sidente da entidade, Ivo Vailatti, “é o de incentivar a cidadania em todas as etapas da vida, assegurando o direi-to à felicidade”. Segundo ele, existe o entendimento de que o ser humano é a peça fundamental na formação do Sindicato. “Sendo assim, é muito importante que nos dediquemos a

Jeferson Soldi

Giovani Nunes

Mais de 500 corredores profissionais e amadores participaram da Sparkling Night Run. A corrida pas-sou a integrar o calendário do CIC/BG e do município e já tem data para aconte-cer em 2015: dia 24 de ou-tubro.

A largada aconte-ceu, no último dia 1, às 20h30min, em frente à Prefeitura de Bento Gon-çalves, para os corredores que fizeram o trajeto de 10 quilômetros.

Os atletas inscritos na categoria cinco quilô-metros foram levados até o ponto de largada em transporte cedido pela or-ganização. Os corredores passaram por ruas centrais da cidade. A chegada, na Via Del Vino, foi regada a espumante, frutas, suco, música, di-versão e premiação. Todos os atletas

Mais de 500 corredores na Sparkling Night Run

Sitracom BG

Encontro do Idoso analisa o resgate dos valores humanosações que proporcionem esse resga-te.”

Criado há seis anos, o Encontro do Idoso e do Aposentado é um dos eventos promovidos pelo Sindicato, a exemplo do Encontro da Mulher Trabalhadora, que visa levar conheci-mento para gerar mais qualidade de vida e de cidadania a toda sociedade. “Temos muitos associados que são aposentados e também participamos de um grupo de idosos que fazem atividades aqui na sede social. Esta integração nos permitiu a percepção de várias demandas destes compa-nheiros e companheiras que muito trabalharam ou que ainda estão em atividade. A família Sitracom decidiu realizar encontros anuais para discu-tir e avaliar as condições de cidadania destas pessoas”, explicou o presidente do Sitracom BG, Itajiba Soares Lopes. Encontro do Aposentado e do Idoso terá palestra-show com Giovanni Mattielo

de cada faixa etária recebe-ram troféu.

O presidente do CIC/BG, Leonardo Giordani salienta que a corrida noturna foi um sucesso. “Tivemos um grande público e podemos perceber que todos se di-vertiram com a prova. Este é um evento que passa a inte-grar a agenda de atividades da entidade como forma de divulgar nossa cidade e mostrar nossas belezas a to-das as pessoas, além é claro, de movimentar a economia do município, pois nessa edição tivemos um público de 35% dos inscritos de fora do Estado”, destaca.

A Sparkling Night Run é promovida pelo CIC/BG, com organização técnica do Clube de Corredores de Por-to Alegre (CORPA) e apoio

da Secretaria Municipal de Turismo de Bento Gonçalves.

que cruzaram a linha de chegada re-ceberam medalha pela participação.

Além disso, os três primeiros classifi-cados de cada categoria e o primeiro

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0501 de novembro de 2014 | Jornal Integração da Serra Empresas

Há mais de 20 anos no mer-cado de louças, metais, pisos e revestimentos em geral, a loja Fortaleza Revestimentos oferece a seus clientes os melhores produ-tos, combinando qualidade e pre-ços diferenciados. A utilização de materiais e acabamentos nobres proporcionam além de beleza, conforto e praticidade. Pensando nisso, a Fortaleza dispõe de pro-dutos com a modernidade do de-sign aliado a novas tecnologias.

A correta escolha dos mate-

O passeio ciclístico da primave-ra, realizado anualmente no Vale dos Vinhedos pelo Hotel Villa Michelon e Jamar Cia do Esporte acontece, no próximo domingo, dia 9, com início às 9 horas.

A concentração será em frente à sede da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) no Km 14,85 na Estrada do Vinho (RS-444), em Bento Gonçalves (RS). A inscrição é gratuita.

O trajeto de 5,3 quilômetros conta com duas paradas para repor as ener-gias, com a distribuição de água e a possibilidade de degustação de suco natural de uva. As pausas acontecem nas vinícolas Torcello e Almaúnica e, em seguida, o grupo segue pedalan-do até o Hotel Villa Michelon, ponto

Domingo tem passeio ciclístico no Vale dos VinhedosConceitocom Brasil

de chegada do trajeto. Serão sorteados diversos prêmios

para os participantes, como uma bici-cleta, da Jamar Cia do Esporte, e diá-rias no Hotel Villa Michelon. Também serão premiados a família mais nu-merosa, o ciclista mais idoso, o ciclista mais jovem e ainda o ciclista ou bici-cleta mais incrementados.

O evento conta com o apoio do Vale dos Vinhedos, Isabela, Sucos Su-valan, Polícia Rodoviária da Brigada Militar, Prefeitura de Bento Gonçalves e da Escola Municipal de Ensino Fun-damental Lóris Antônio Pasquali Reali.

Em caso de mau tempo, o passeio será transferido para o dia 16 de no-vembro. As inscrições podem ser fei-tas no Hotel Villa Michelon, Jamar Cia do Esporte e na Aprovale.

Divulgação

A loja Pisos & Cia oferece quali-dade e inovação em revestimentos e acabamentos. Os pisos laminados são perfeitos para proporcionar um ambiente elegante, prático e moder-no. De fácil instalação, são hipoaler-gênicos e produzidos com painéis de fibras de madeira de alta densidade e encaixe diferenciado com garantia de um acabamento perfeito. Também dispõe de papéis de parede nacio-nais e importados, que proporcionam aconchego e elegância aos ambien-tes, seguindo as principais tendências

Qualidade e inovação em revestimentos e acabamentos é com a Pisos & Cia

mundiais em design, inovação e qua-lidade. Além disso, na Pisos & Cia, você encontra sancas, rodapés e perfis.

Confira também as persianas Su-perblind, em vários modelos e estilos. Um dos produtos mais tradicionais do mercado, destaca-se pela sua pratici-dade e relação custo-benefício, em diversas opções de modelos, cores e padrões de desenhos em tecidos translúcidos, blackouts e PVC. Confira as novidades e promoções na Aveni-da Osvaldo Aranha, 1340, sala 1 - bair-ro Cidade Alta - Fone: 3055-2010.

Fortaleza apresenta linha de louçase metais com design e tecnologia

riais é fundamental para que seu projeto se transforme em realida-de. Para isso, você terá profissio-nais que lhe auxiliarão na escolha adequada. Louças combinadas a metais e revestimentos que dão realce ao ambiente são fun-damentais. Conheça a linha de metais Eco, os revestimentos ce-râmicos e porcelanatos que a For-taleza traz exclusivamente para sua casa, na Avenida Osvaldo Ara-nha, 1340 - Cidade Alta - Fone: 3452-5544.

Investindo no potencial do mer-cado automotivo bento-gonçalvense, o Grupo Simpala, uma das maiores e mais tradicionais redes de concessio-nárias Chevrolet do Estado, está inau-gurando sua nova concessionária na cidade de Bento Gonçalves, localiza-

Simpala Bento GonçalvesInauguração oficial no

padrão mundial Chevroletda na Avenida São Roque, 410, bairro Universitário.

A Simpala também lança as con-dições exclusivas para produtor rural, frotista e CNPJ, além de outras promo-ções, como troca de óleo a partir de R$ 99,00.

Passeio Ciclístico percorrerá o Vale dos Vinhedos

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Festa de Cristo Rei06 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014

LOCAIS DE ORAÇÃO

Segunda-feiral G.O. Sagrada FamíliaIgreja Matriz Santo Antônio, 20hl G.O. Santa RitaComunidade Santa Rita, 19h30minl Pais orando pelos filhosAssociação Servos de Maria, 13h30min

Terça-feiral G.O. Fé e VidaIgreja Matriz São Roque, 14h

Quarta-feiral G.O. Santo AntônioAuditório da Igreja Santo Antônio, 14hl Terço para homensIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30min(somente na 2ª semana de cada mês)

Quinta-feiral G.O. Servos de MariaAssociação Servos de Maria, 14hl G.O. São LuísIgreja São Luís, bairro Glória, 19h30minl G.O. N. S. de CaravaggioIgreja N.S. Caravaggio, Tamandaré, 19h30l Adoração ao Santíssimo SacramentoAssociação Servos de Maria, das 8 às 14h

Sábadol G.O. Jovem nas Asas do EspíritoAssociação Servos de Maria, 20hl Adoração ao Santíssimo SacramentoIgreja São Luís, 18h - 4º Sábado

Testemunho do amor

Apoio:

54 3452 2612

“Estava eu aos meus 15 anos de idade, perdido na vida, sem rumo, pouco gostava de estudar. Pensava apenas em sair, festas, prazeres da vida. Fui envelhecendo e comecei a brigar com a família, pois não parava mais em casa, meu salário em poucos dias sumia, mas graças a Deus pelas orações de minha mãe nunca cai nas drogas. Eu era assim, vivia uma vida vazia onde não existia amor, mas no fundo do meu coração eu não era feliz, passei por vários cursos de faculdade, empregos, não tinha perseverança e paciência. Aos meus 21 anos conheci um grupo de jovens “Nas Asas do Espírito” (que frequento até hoje), onde conheci amigos (ir-mãos) verdadeiros. Foi assim que conheci Deus e resolvi optar por uma vida com Ele. Foram muitos motivos que tentaram me tirar dessa caminhada, mas Deus sempre estava comigo o coloquei os dons da música para serví-Lo e levar a sua palavra.

Deus me tornou uma nova pessoa, com sonhos, esperança, ousadia, direção, me deu uma família unida, um emprego estável, rumo nos estudos.

Amado irmão (a), talvez você não entenda o que está vivendo ou passando neste momento. O porquê das situações que acontecem em sua vida. Nem tudo é tão mau como parece, Deus tem um propósito maior através delas. Toda a situação de hoje pode ser testemunho amanhã. Pai, dá-me a paz e a força necessária para suportar as coisas que são para meu bem, peço-te em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Amém!!!”

Alan Pfeifer

nos Grupos de Oração“Você é escolhido por Deus para estar aqui!”

Em 2014, a Paróquia Cristo Rei comemora os 60 anos da inauguração da igreja Matriz Cristo Rei. O templo, em estilo gótico moderno, foi inaugurado em 14 de novembro de 1954. A paróquia, fundada em 1949, por Dom José Barea, atualmente é forma-da por 23 comunidades. Tradicionalmente as comu-nidades são inseridas na Festa de Cristo Rei, com programações especiais.

Na edição deste ano o dia festivo é em 23 de no-vembro. Na data, ocorrerá a procissão motorizada e o almoço festivo na comunidade do bairro Imigran-te.

1953Bênção dos sinos: os quatro sinos compõem as seguintes notas musi-cais: Mi, Sol, Si e Ré.

Osvaldo Zorzi, dedicou, até agora, 66 dos seus 75 anos de vida ao trabalho leigo junto à paróquia

Festa de Cristo Rei 2014

Evento celebra 60 anos da inauguração da igreja Cristo ReiMissas em latimO aposentado Osvaldo Zorzi, dedicou, até ago-

ra, 66 dos seus 75 anos de vida ao trabalho leigo jun-to à paróquia. “Comecei como coroinha, aos 9 anos. Naquela época, as missas eram rezadas em latim. O padre ficava de costas para os fiéis”, lembra ele. “Sei até hoje rezar em latim,” acrescenta Zorzi. Também nessa época, ajudava a tocar o sino, puxando as cordas. Hoje, através de programação eletrônica, os sinos soam 30 e 15 minutos antes das missas e tam-bém ao meio-dia. Atualmente, Zorzi atua em con-sertos e manutenções do patrimônio da paróquia.

Janete Nodari

LINHA DO TEMPO

1954Bênção oficial

1955Obras da torre paralisa-das, devido à proximidade com o campo da aviação (concluída em 1978, com a mudança do aeroporto).

1955São abenço-ados o altar central e dois laterais. Con-feccionados em madeira marmorizada.

1956Os vitrais são inaugurados. Apresentam cenas da vida de Cristo.

1973São colocados quatro vitrais nas janelas das capelas à entrada da igreja e sobre o portal.

1980Altar é atingido por incêndio

1981Colocado o “altar monu-mento”, que centraliza o presbitério.

2009Colocação de granito no interior da igreja devido a umidade

2011O templo recebe pin-tura em tons neutros com detalhes na cor vinho, símbolo da cidade de Bento Gonçalves

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Festa de Cristo Rei 0701 de novembro de 2014 | Jornal Integração da Serra

Tríduo da Festa 15 de novembro - 18 horas - Missa da Luz 16 de novembro - 18 horas - Missa da Paz21 de novembro - 16 horas - Missa com Bênção da saúde

Missa com os jovens22 de novembro, 18 horas

Dia Festivo | 23 de novembro9h30 min - Missa Solene, homenagem aos paroquianos falecidos11h - Procissão motorizada até o ginásio do bairro Imigrante12h - Almoço festivo no ginásio18h - Missa de Enceramento com apresentação da equipe de festeiros 201519h - Apresentação da Orquestra Jovem de Estrela - Lajeado (SESI)

Festeiros de Cristo Rei 2014Foto Merlo

Os festeiros Milton e Ivane Baú Sartori, Jalir Antônio e Luci Maria C. Salton, Rui e Aidê Fronza Todeschini, Lorival e Adriane Demichei

Araldi e João e Maria Goretti Tessaro

Programação

APOIO:

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Social / Moda08 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014

Social

Moda&BelezaCristiane Grohe

[email protected]

G. Arroyo

Entra ano, sai ano, e a gente quer ficar em dia com as tendências. Já estamos de olho na próxima es-tação, e assim, claro, não podíamos falar de moda sem falar também de beachwear, ou seja, o que mais vai ser visto nas areias e as principais tendências da moda praia 2015.

A época mais iluminada do ano vai trazer uma moda praia carregada nas cores, ousadia, muitos detalhes, assim como consolidar muitas ten-dências que já estavam em alta, como o maiô de manga comprida e as hot pants, outras che-gam pra arrasar, como as saídas de praia carre-gadas na transparência, biquínis e maiôs super cavados, bem anos 80.

NatalA Parceiros Voluntários de Ben-

to Gonçalves colocou em evidência as 28 guirlandas natalinas doadas para a realização do leilão benefi-cente. A exposição ficará no L’ Amé-rica Shopping, na Praça de Alimen-tação, até o dia 27 de novembro.

A alegria de Marineusa Milani Casagranda em seu aniversário, no dia 4 de outubro, na Sapore Sublime

Eva Machado Troian comemorou 85 anos no último dia 23 de outubro, rodeada de amigos e familiares

Kátia Bortolini Arquivo Pessoal

Concerto“A Música Que a Gente faz” é o

Concerto de Fim de Ano da Abraçaí, no próximo dia 25, às 20 horas, na Casa das Artes. A Orquestra de Violões e o Coro da Abraçaí serão destaque ao lado dos Quartetos de Sopro e de Cordas do Pro-grama Florescer de Caxias do Sul.

Moda praia e piscinaHot pantsAs hot pants, shorts bem curtos,

cavados, com corte em “V” e de cin-tura alta, continuam em alta e podem vir sob a forma de biquínis ou peças de uso casual, para passeios ou para sair à noite, bem a cara de nosso ve-rão tropical.

Muita corAs tendências da moda praia

2015 incluem muita cor, principal-mente tons como amarelo, laranja e azul celeste, mas também com es-paço para maxiestampas, estampas bicolores, tecidos fluidos e muitas listras.

Estilo retrôPelo que foi visto nos desfiles,

os óculos arredondados, em estilo retrô, prometem ser o grande hit da estação, conferindo ainda mais charme e descontração aos looks nos dias de calor.

Espaço para todosO importante

é perceber que a moda praia 2015 deixa bem claro, através de suas tendências, que a praia continua sendo esse lugar superdemocrático, onde existe moda e espaço para to-dos os biotipos e gostos.

Imagens: Reprodução

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JaneteNodari

[email protected]

01 de novembro de 2014 | Jornal Integração da Serra 09

Social

Denise e Júnior Aquino nos preparativos para o grande dia, na Ilha de Floripa

Decoração temática da imigração italiana na apresentação da ExpoBento 2015, que vai homenagear os 125 anos de emancipação política de Bento Gonçalves

Evandro Soares

Kátia Bortolini

André Pellizzari Fotografia

André Pellizzari Fotografia

Kátia Bortolini

O hairstyle Gilbert, com seu talento, reforçando a equipe de Jane Beauty

Maria Glaci Troian Carboni, com os filhos Sirlésio Júnior e Leonardo, na reinauguração da loja O Boticário da Via Del Vino

A princesinha Alice Führ Bussollotto em seu primeiro aniversário

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Voluntariado10 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014

Pelos presentes armazenados na residên-cia do pedreiro Noracílio da Rocha Gil, 56 anos, se pode ter uma ideia do que é o Natal Soli-dário organizado por ele há 16 anos. São cen-tenas de brinquedos novos e usados, doados ou comprados com economias feitas por ele durante o ano todo. Gil adianta que, neste ano, a festa que ele organiza para a distribuição dos presentes ocorrerá no bairro Santa Marta, dia 13 de dezembro, das 12 às 18 horas, em par-ceria com a Escola Clemente de Rossi. “A rua Carlos Cembranel será fechada para veículos. Haverá distribuição de cachorro-quente, suco e algodão doce, com a colaboração da comu-nidade. A Banda Marcial irá entoar músicas na-talinas”, explica Gil. Ele também terá ajuda de mais três papais-noéis e pessoas voluntárias.

Gil dedica-se ao evento durante todo o ano. “Penso em tudo, desde a instalação de

Papai Noel Voluntário economiza o ano inteiro para comprar brinquedosbanheiros químicos, até a segurança, mas prin-cipalmente, penso nas crianças. “Pretendemos receber mais de mil crianças até sete anos”, diz. Ele acrescenta que algumas escrevem car-tinhas. “Sempre atendo os pedidos. Até que Deus me der saúde, pretendo fazer esse traba-lho voluntário,” ressalta. Mas a solidariedade de Gil, não para por aí. No dia de Natal, ele coloca a roupa de Papai Noel e visita os doentes no hospital, sempre com um presente e uma pa-lavra a oferecer.

Quem quiser colaborar com mais presen-tes, especialmente carrinhos e bonecas, pode ligar para 3452.2012 ou 9992.6587, ou ainda, entregar na Rua Francisco Tomasi, 787, bairro Santa Marta. ”É só chegar no bairro e pergun-tar pelo Papai Noel Voluntário, que todo mun-do me conhece”, diz Gil, antecipando agrade-cimentos. Gil guarda as cartinhas com os pedidos de Natal

Janete Nodari

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Especial12 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014

Por Rodrigo De [email protected]

“Aos 10 anos, me distraía facil-mente no colégio. Além disso, ouvia vozes e, inúmeras vezes, escutava pessoas chorando. Foi nesse momen-to que tomei a consciência de que eu precisava de uma ajuda especial”. A lembrança é da assistente social Ro-sália de Lima Galvão, 56 anos, natural de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, que reside em Bento Gonçal-ves há quase 30 anos. A nordestina trouxe com ela o dom que lhe foi concedido na infância: o espiritismo. A história da simpática Rosália, que atua no centro espírita Nossa Casa, impressiona não apenas pela rapidez dos fatos, mas principalmente por es-tar desde pequena em contato com o mundo espírita.

Ela acrescenta que em compa-nhia da mãe, buscou ajuda numa casa Espírita, adquirindo conhecimentos sobre o tema. Aos 15 anos era aju-dante no atendimento fraterno (uma sala especial em que a pessoa con-versa em particular com o médium, expondo suas angústias e dúvidas). Segundo Rosália é no atendimento fraterno que se detecta o grau de me-diunidade de alguém. Ela explica que há casos de mediunidade aflorada, sem a ideia da responsabilidade da situação. “Quando percebemos que a mediunidade está muito presente, oferecemos à pessoa uma oportuni-dade para começar a trabalhar. Em troca, ela se compromete a estudar a doutrina espírita”, sintetiza.

O sobrenaturalAos 28 anos, ainda morando em

João Pessoa, a assistente social pre-senciou o extraordinário, algo que até então não havia tido contato direto. O fato envolveu uma adolescente de 13 anos, filha de um médico, que não se alimentava. “Ela era muito raquítica, magrinha mesmo. Seu pai precisou amarrá-la para conseguir levar até a casa espírita. Chegou ao local segura-da por oito homens, aos gritos”. Ro-sália lembra que a moça gritava com

O sobrenatural em depoimentos de

médiuns atuantes em Bento Gonçalves

voz grossa, ficando evidente que se tratava de uma possessão.

Segundo a médium, o caso se tratava de uma dívida acumulada em outra vida. “A menina foi um homem que teria matado cruelmente uma família. Além disso, também teria amarrado uma pessoa, a deixando definhar até morrer. O espírito que estaria possuindo a garota era esse indivíduo”, relata. Complementa que não se tratava de algo maligno, mas, por mágoa e ressentimento, ele que-ria vingança. “Aos poucos, convence-mos o espírito que era errado ficar aprisionado aos fatos que há muito tempo haviam ocorrido. Lentamente, ele começou a se afastar da menina”.

PsicografandoO espiritismo, a exemplo de ou-

tras religiões, é envolto em mistérios. Uma das formas de comunicação empregada pelos médiuns é a psi-cografia, usada para transmissão de mensagens de almas desencarnadas. O consultor em programação, Lyon

Carlos Kunz Junior, de 47 anos, na-tural de Bento Gonçalves, psicografa há cerca de seis anos, no Nossa Casa. Mas, seu envolvimento com o espi-ritismo teve início na juventude. “Eu tinha 20 anos quando resolvi ir, por curiosidade, até a casa de uma mé-dium. Na ocasião, ela me disse que eu era propenso para psicografar. Na hora não dei tanta importância”, con-ta. Ele tinha a mediunidade, porém não sabia como usá-la. Duas décadas mais tarde isso mudaria. Por volta dos 40 anos, tomando um passe, recebeu uma mensagem sobre um acidente que iria ocorrer com um parente da esposa. “Pedi para ajudar, de alguma forma. Porém, nada poderia ser feito a não ser rezar”. O fato ocorreu três meses após, confirmando sua mediu-nidade.

A mão de Deus“Eu queria muito ajudar as pes-

soas, e foi nesse momento de muita prece, que meu dom foi se desenvol-vendo”, lembra. De acordo com ele, a

quantidade de mensagens que psi-cografava aumentava rapidamente. “No início eram três mensagens por noite, e depois de algum tempo esse número subiu para até 17”. Segundo ele, cada mensagem corresponde a uma incorporação. O médium diz que o trabalho de psicografar feito na casa espírita muitas vezes é “atrapa-lhado” por forças ruins. Ele conta que numa de suas incorporações, passou por momentos complicados. “Um es-pírito não queria que eu psicografas-se. Mesmo assim continuei. Porém, no final do trabalho, precisei ser car-regado por colegas, porque estava completamente sem forças”, recorda.

Estudioso fervoroso da doutrina espírita acredita que a Bíblia tenha passado por inúmeras alterações. “A Bíblia foi direcionada para a neces-sidade de aliar religião ao poder. Na minha visão os dez mandamentos foram psicografados”, interpreta. Diz que a Terra é um planeta de prova-ções. Complementa que vida eterna significa reencarnar várias vezes, até estar completamente evoluído.

O início de tudoO engenheiro civil Lucas Pasquali,

32 anos, médium e palestrante do Lar da Caridade, salienta que os espíritas não têm dogmas nem hierarquias. “O que realmente existe são pessoas que trabalham em prol do espiritismo, e se destacam por suas obras”, acres-centa Pasquali, natural de Gravataí, há oito residindo em Bento Gonçal-ves. Ele observa que a humildade é um dos principais diferenciais do Es-piritismo. “A nossa doutrina defende que o espírito está de passagem no planeta Terra, usando o corpo como se fosse uma roupa. Essa explicação vai ao encontro da ideia de que é pre-ciso realizar a missão, de fazer o bem e ajudar o próximo para atrair boas energias”, explica. Segundo Pasquali, por ocasião da morte a pessoa leva consigo a sua índole. “O que eu sou em vida, serei pós a morte”.

ÓticaEspírita

Rodr

igo

De

Mar

co

Fenômeno das mesas girantes Uma ciência com cunho religioso e filosófico, o espiritismo vem sendo

estudado desde o século XIX, em tempos que fenômenos sobrenaturais não passavam de maluquice. Foi na metade daquele século que uma brincadei-ra começou a ser praticada por um grupo de pessoas. A ideia consistia em sentar ao redor de uma mesa e lá esperar... até ela começar a balançar, “ga-nhar vida”. “Eles não tinham noção com o que estavam lidando, por essa ra-zão pouco ligavam. O que sabemos é que se ouvia batidas nas mesas, além disso, elas giravam, parecendo vivas”, ilustra Pasquali. Ele está falando das mesas girantes, que décadas depois seria conhecido como o jogo do copo.

“O jogo do copo ou compasso, até mesmo o tabuleiro Ouija, são muito usados por pessoas que pouco se preocupam com as consequências. Po-rém, é importante frisar que não é um jogo”, alerta. O perigo, conforme Pas-quali, é que a pessoa vai lidando com o desconhecido, atraindo todo o tipo de energia “ Para tentar algum contato com alguém desencarnado é preciso estar numa casa espírita”. O ectoplasma (energia que desencadeia os fenô-menos) é que faz determinado objeto se mexer. Segundo ele, um espírito não pode tocar em formas físicas, por isso eles precisam das energias das pessoas para entrar em contato com a matéria. Nós seríamos os veículos deles. Após um tempo de sucessivos fenômenos, Kardec, um conhecido es-tudioso, foi chamado para averiguar tais acontecimentos. Na ocasião, notou que conforme eram feitas as perguntas, a mesa era usada como instrumen-to para as respostas.

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Meio Ambiente 1301 de novembro de 2014 | Jornal Integração da Serra

A Associação Ativista Ecológica (AAECO) e a LEX Empreendimentos Imobiliários fecharam parceria para colocar em prática o Projeto Apoio às Recicladoras (Projeto PAR), bene-ficiando as associações Jardim Glória e Ouro Verde, com o fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI). Através da parceria, associados das duas recicladoras receberam aventais, botas, luvas, respiradores e óculos específicos.

O secretário da AAECO, Gilnei Ri-gotto, ressalta que o projeto, inédito

Lex Empreendimentos Imobiliários apoia projeto da Associação Ativista Ecológica

no município, contribui para a segu-ridade e o bem-estar dos reciclado-res. “Ainda há resistência de alguns em usar os equipamentos. Mas, com o tempo, a tendência é que todos criem o hábito”, observa Rigotto. Ele agradece a LEX “por ter abraçado“ o projeto. Acrescenta que quem quiser patrocinar o fornecimento dos EPIs para alguma das outras seis Asso-ciações deve entrar em contato com a AAECO pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (54) 3452.9710 ou 9104.9514.

Divulgação

A prefeitura de Bento Gonçalves, através da Secretaria de Meio Am-biente, está desenvolvendo quinze projetos com o intuito de conscienti-zar a população sobre a importância da limpeza da cidade. Entre eles, o Se-mentes de Cidadania, realizado pela Secretaria, em parceria com escolas do município.

Na manhã do dia 21 de outubro, o Jornal Integração da Serra acom-panhou uma ação desse projeto. Na ocasião, alunos da Escola Estadual Visconde de Bom Retiro e servidores da Secretaria entregaram para mo-radores do bairro Santa Rita material explicativo sobre a separação correta do lixo. A bióloga e coordenadora do setor de educação ambiental da Se-cretaria, Simone Dalla Costa Lemos,

Secretaria desenvolve projetos de conscientização ambiental

diz que a ação objetiva conscientizar as pessoas sobre a importância do lixo doméstico ser separado de forma correta. “Estamos em parceria com escolas do município por termos em mente que os alunos são os grandes multiplicadores dessa proposta.”

Segundo Simone, após seis me-ses de execução desse projeto, o percentual de resíduos reciclados au-mentou de 12 para 14%. Ela ressalta que 137 famílias do município vivem da renda gerada pelo lixo reciclado. Acrescenta que, neste ano, os bairros percorridos foram: Santa Rita, Botafo-go, Santa Helena e Santa Marta. Para o ano que vem, ainda de acordo com a bióloga, será dada continuidade a esse trabalho em campo com mora-dores de outros bairros do município.

Rodrigo De Marco

Técnicos e voluntários explicam ações para estudantes

Associados da recicladora do Jardim Glória com os equipamentos de proteção

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Saúde14 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014

A personal trainer Roberta D’arrigo, natural de Bento Gonçalves, 30 anos, é a primeira campeā Bikini Diva do Oriente Médio. Ela, que está mo-rando nos Emirados Árabes, participou da competição, rea-lizada no último dia 25, pela Federaçāo International Na-tural Bodybuilder Assosiation (INBA), sediada na Califór-nia, EUA. Roberta diz que foi a pri-meira vez que essa associaçāo promo-veu um evento no Oriente Médio. “A competição foi or-ganizada pela filia-da International Na-tural Bodybuilder Assosiation – Midd-le East (INBA-ME). Além disso, acres-centa ela, também foi a primeira vez que um evento de fisiculturismo teve categorias femininas nos Emirados Árabes.

Superação“Fui para trabalhar como bailari-

na de dança do ventre. Apaixonada por musculação, desde adolescente, comecei meus estudos na área de Personal Trainer em Dubai,” salienta Roberta. Ela ressalta ainda que, para o concurso, o treinador, Eder Lima de Balneário Camboriu, em parceria com a nutricionista Rogéria Marco Gruppo, de Minas Gerais, montaram um plano de treino e dieta para ela.

O sol sem excessos é fundamen-tal para a saúde e o bom funciona-mento do corpo. É através dos raios do tipo ultravioleta B que se obtém a vitamina D, essencial para a absorção do cálcio (mineral que evita a osteo-porose, doença que enfraquece os ossos e causa fraturas). As afirmações são do dermatologista Breno Marzo-la. Segundo ele, o ideal é expor bra-ços, pernas, pescoço e rosto antes das 10 horas, por um período de 10 a 15 minutos, numa frequência de três ve-zes por semana. Marzola acrescenta que o sol não deve ser evitado, e sim, apreciado com moderação. “Toman-do os cuidados necessários podemos aproveitar ao máximo o verão. Cerca de 90% da vitamina D é absorvida através do sol. Além disso, o sol man-tém o nosso organismo fortalecido contra enfermidades”. A carência de vitamina D no organismo por falta de

O sol e sua relação coma manutenção da saúde

sol foi constatada pela acadêmica de farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maísa De Marco, de 21 anos. Há pouco tempo, em exames de rotina, a universitária constatou a falta de vitamina D no seu organismo. “Como é quase verão o médico não receitou suplemen-tação de cálcio, uma vez que posso suprir essa deficiência pegando sol”, acrescenta ela.

Roupas de cores escurasEstar exposto ao sol sem as de-

vidas precauções pode ser perigoso. No verão é indispensável o uso de protetores solares tópicos. Segundo Marzola, a primeira aplicação deve ser feita com maior atenção e cuida-do, com pelo menos 15 minutos antes da exposição ao sol. O dermatologis-ta acrescenta a reaplicação dos foto-protetores deve ocorrer a cada duas

horas de exposição so-lar ou após longos pe-ríodos de imersão em água. O dermatologis-ta também ressalta que, deve ser evitado o uso de camisetas molhadas sob o sol forte, porque a água aumenta a pas-sagem da radiação atra-vés do tecido. Ainda de acordo com o Marzola, o uso de camisetas de algodão de cores claras ajudam na passagem da radiação. Por isso, ele aconselha o uso de rou-pas de cores escuras.

Dr. Breno Marzola

Fisiculturismo femininoTreino diário e dieta sem chocolate

“Minha funçāo era seguir o plano à risca. Nāo foi fácil, 14 semanas sem nenhum chocolate, nenhuma gota de álcool, comer em restaurante, nem pensar, não saía na rua sem levar mi-nhas marmitas. Treinos, seis vezes por semana, sendo que, na fase final, do treinamento chegava a treinar três vezes por dia. Valeu a pena, consegui o primeiro lugar na minha categoria (bikini diva) e ainda ganhei o prêmio de melhor simetria feminina entre todas as categorias,” enfatiza. Rober-ta participará, em junho de 2015, do mundial de fisiculturismo em Dubai.

Personal trainer Roberta D’arrigo é a primeira Bikini Diva do Oriente Médio

Arquivo Pessoal

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Esportes01 de novembro de 2014 | Jornal Integração da Serra 15

RodrigoDe MarcoAcadêmico de [email protected]

Hegemonia vermelhaNa edição deste mês, não escreverei sobre esporte, mesmo porque

com a disputa eleitoral pulsando loucamente, no último mês, não ha-veria como jogar a política para o escanteio. As eleições foram concor-ridas, acirradas até o último instante de jogo.

Em 2002, o Partido dos Trabalhadores (PT) assumiu uma nação ma-chucada pelo alto índice de desemprego, com nível de pobreza extre-ma e jovens sem condições de ingressar numa universidade ou realizar cursos técnicos. O Brasil era governado para os ricos, empresários... e só. Após 22 anos de sua fundação, o partido chegou à presidência para mudar a cara do Brasil.

Em 12 anos de poder, Lula e Dilma conseguiram inverter o desmon-te do Estado patrocinado pelos oito anos de tucanato de FHC. Obti-veram essa conquista através do fortalecimento do mercado interno e do aumento da renda do trabalhador brasileiro. As políticas sociais realizadas pelo PT com certeza pesaram no momento da escolha do voto. O Bolsa Família, aprofundado em 2003 pelo PT, já tirou cerca de 40 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Em outubro de 2011 foi criado o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), dando aos jovens de baixa renda a oportunidade de ingres-sarem no Ensino Técnico. Esses são apenas dois exemplos de políticas sociais de grande relevância feitas pelo partido.

A ascensão da classe C foi outro mérito do PT, tirando o Brasil do mapa da fome e alavancando a renda média dos cidadãos brasileiros. Quem antes apenas sobrevivia, hoje consegue ter o mínimo de confor-to em seu lar.

Dilma fez algumas promessas, nessa última campanha, e lançou duas propostas (de grande ambição) para o povo. A presidenta (em determinada ocasião) disse que a homofobia precisa ser criminalizada, além de afirmar que irá fazer uma profunda reforma política. Nesses próximos quatro anos, esperamos que, de fato, essas (e outras) propos-ta sejam levadas a cabo e se concretizem.

Os atletas Jucemar Noskowiski, Douglas Andrade, Marlon Veronese, Estevan Benincá, Liviane Furlanetto, Tatiane Tusset, Ronaldo Assis, Rafael Nunes, Rafael Marques, Fábio Nu-nes, Lindomar Pelizzari, Samarone Pacheco Júnior e Vandenir Vitorossi, da Garra Teem de Bento Gonçalves, obtiveram as primeiras colocações em suas categorias no Campeonato Brasileiro de Muay Thai, ocorrido nos últimos dias 1 e 2 no Rio de Janei-ro. Além disso, a delegação gaúcha, formada por atletas de vários muni-cípios do Estado, obteve a primeira colocação por equipe. Os atletas de Bento Gonçalves atribuem o bom desempenho da delegação local ao mestre Eduardo Virissimo, 38 anos, faixa preta em Jiu-Jitsu CBJJ e Muay Thai CBM. Segundo Virissimo, as ar-tes marciais buscam o equilíbrio en-tre corpo e mente. Ele explica que o Muay Thai e o Boxe Chinês são lutas

Atletas de Bento campeões brasileiros de Muay Thai

executadas com socos, chutes, joe-lhadas e cotoveladas. Acrescenta que no Jiu Jitsu o objetivo é imobilizar o adversário.

Crescimento do público feminino“Conversamos muito com nossos

profissionais sobre a importância de transmitirem segurança aos alunos”, afirma Virissimo, que gerencia pro-fessores de artes marciais da Garra Team do Ginásio do Susfa. Já Douglas Andrade, conhecido como Cavalo, que atua como professor na Cia do Corpo/Garra Team, do bairro Maria Goretti, ressalta que a procura pelo esporte por mulheres aumentou con-sideravelmente nos últimos tempos. “Há alguns anos não havia muito in-teresse das mulheres em esportes de luta, hoje em dia, o quadro mudou. O público feminino cresceu bastante”.

Arquivo Pessoal

Marlon Veronese, Eduardo Virissimo, Douglas Andrade e Estevão Benincá

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Agricultura16 Jornal Integração da Serra | 01 de novembro de 2014

O cultivo protegido de videiras tem se revelado uma alternativa pro-missora para produção de uvas de alta qualidade com menor uso de agro-tóxicos. A redução do número de pulverizações com tratamentos químicos no cultivo protegido, em comparação ao vinhedo cultivado a céu aberto, se deve pela menor pressão de patógenos causadores de doenças sob a cobertura plástica. Isto significa que a ocorrência das principais doenças fúngicas tais como míldio, antracnose, glomerela, botritis e podridão ácida são reduzidas ou até nulas no caso do míldio (Plasmospora viticola).

A vantagem do cultivo protegido, obviamente, tem um custo alto de implantação, em torno de 80 mil reais por hectare. Por outro lado, o quilo da uva de mesa produzido nesse sistema é comercializado em torno de R$ 4,50 até R$ 7,50. O valor agregado à produção de cachos de alta qualidade tem atraído interesse de viticultores locais, principalmente nas zonas Turís-ticas do Vale dos Vinhedos e rotas de passagem como a estrada RS 431 que cruza pelos parreirais cobertos de Faria Lemos, São Valentin de Tuiuty e nos Caminhos de Pedra de São Pedro.

Conforme a Agência Embrapa de Informação, o controle fitossanitário promovido pela cobertura plástica permite ao produtor adiar a colheita em até 30 dias sem comprometer a qualidade da fruta. Ou seja, o viticultor pode estender seu período de colheita, alternando o cultivo de variedades de ciclos diferenciados, além de em cada variedade ter a possibilidade de ser colhida por um período mais prolongado. Assim, a programação de colheita garante ao viticultor um período maior de colheita evitando atro-pelos na comercialização.

No final do mês de outubro, a Embrapa Uva e Vinho promoverá o “Se-minário de Atualização em Viticultura em Ambiente Protegido” a fim de reunir produtores, técnicos e pesquisadores autoridades nesse assunto. O evento conta com apoio e divulgação do departamento técnico da Secre-taria Municipal do Desenvolvimento da Agricultura de Bento Gonçalves, com intuito de trazer à discussão tantos produtores experientes, quanto jovens agricultores com interesse de empreender e manter-se na viticultu-ra. Nesse sentido, a viticultura protegida tende a ser promissora pela pos-sibilidade de ofertar fruta em épocas distintas e consequentemente com melhores preços.

Sou natural do Vale dos Vinhedos, filho de um histórico produtor de uvas, vinho e cooperativas. Luiz Giordani foi condecorado com nome de rua, no bairro Glória, “em reconhecimento e gratidão a quem tanto deu de si para o progresso e desenvolvimento desta terra e sua gente“. (Prefeito Fortunato Rizzardo -1982)

O Governo vai estabelecer o preço da uva em novembro. Mas todos sabem que, na realidade, o preço da uva é feito só por duas pessoas: o produtor e o comprador. Hoje estamos vivendo a maior crise de uva, vi-nhedos e vinho. Todos os nossos agricultores estão muito tristes. Depois de 140 anos de imigração, a Capital Brasileira do Vinho está sem futuro. A uva não tem preço, porque o vinho vem “de fora”. Os jovens estão saindo para a cidade, onde há menos “venenos”, mais profissões e futuro.

Na Serra Gaúcha, a cada ano, as vinícolas vendem 75 milhões de litros de vinho. Destes, 50 milhões vem de “fora” - da Argentina, Chile... Só um terço do vinho é feito aqui, 25 milhões. De cada litro vendido, o Governo cobra 53% de imposto. Uns 30% para a vinícola e uns 12% para o produtor.

Está na hora de começarmos o “Grito do Vinho”. Unidos aos agricul-tores. Buscar saídas novas. Cooperativas, entidades, sindicatos e Governo devem buscar visão maior, competência e tecnologias para projetos no-vos de uvas. Nada vale só fazer a lei do preço da uva.

Na América Latina funciona a única Lei do Capitalismo: “Quem pode mais, chora menos”. Bento produz e exporta móveis baratos. Assim estra-ga os negócios de todos “lá fora”. Caxias do Sul inunda os países com ôni-bus, caminhões. O Brasil invade os países com carros, maquinaria, tecno-logias... Ninguém paga “impostos”!

Assim, estamos vendo a Procissão do Vinho. Os “de fora” se organi-zam. As nossas cantinas acolhem esta procissão. Os políticos chegam para a festa do Vinho e da Uva, não dizem nada. Nada fazem para salvar os agricultores da crise. E até vão deixando reinar os contrabandos do atual sistema. Até quando?

Novos projetos -“grito do vinho” - Nesta situação os nossos agriculto-res devem fazer novos planos para vender suas uvas. Não adianta esperar solução. É hora de começar.

1 - Fazer grupos de estudo, tipo associação, mini-indústrias.2 - Produzir e vender mais suco de uva. No Brasil são poucos os que

bebem vinho, preferem sucos e a saúde também.3 - Vender uva. Organizar-se, fazer projetos para poder vender uva

pelo Brasil afora, nas feiras populares.4 - Exigir subsídio do governo. Para cada quilo de uva vendida nas

vinícolas, uma porcentagem (15 , 20%?) seria paga pelo Governo, além do preço “legal”.

“Por entre vales e parreirais verdejantes... que chegue uma nova pri-mavera na nossa Serra Gaúcha”!

Bento Gonçalves é o maior produtor de espuman-tes do Brasil. Já o Rio Grande do Sul é responsável por mais de 95% da produção nacional da bebida.

Segundo o diretor técni-co do Ibravin, Leocir Bottega, é do município a maior fatia do bolo em comercialização e distribuição do produto: 59,9%; seguido de Garibaldi, 26,9%; Farroupilha, 6,8%; Flo-res da Cunha; 2,1%, Santana do Livramento, 1,8%; Caxias do Sul, 1,7 % e outros muni-cípios, 0,7%. Bottega ressalta que a elaboração da bebida tem aumentado no Vale do São Francisco.

Cultivo protegido da videira como alternativa de produçãoThompsson

DidoneEnólogo

Bento é o maior produtorde espumantes do Brasil

Janete Nodari

Fim das parreiras?Pe. Júlio Giordani

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Caderno de Cultura e Arte | Nº 16 | Novembro 2014

Páginas 06 e 07

O Enigma do Tempo

Ensaio de Rogério Gava sobre a relatividade do tempo.

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02 | Mosaico | 01 de novembro de 2014

Primeiras Palavras

RogérioGava

[email protected]

MedosDas muitas tiradas geniais do saudoso Mário Quin-

tana, guardo uma em especial: dizia o poeta que “o mal dos aviões é que não se pode descer a toda hora para comprar laranjas”. Eu, que prefiro guardar dis-tância de aeroportos e curto muito uma tenda de beira de estrada, assino embaixo. Tá certo, ver a paisagem lá de cima até que é legal. Mas melhor ficar por aqui embaixo mesmo. Qualquer problema, pelo menos dá para correr.

Essa história de avião me faz pensar nos tantos medos que nos afligem. Hoje, nossos medos se po-tencializaram. Como comenta o filósofo Luc Ferry, te-mos medo de tudo. Do efeito estufa, do sal, da velhice, dos hormônios do frango, dos agrotóxicos, do coles-terol, da infecção hospitalar, de perder o emprego, do açúcar, do câncer, do microondas, dos raios solares, dos transgênicos. Como Ferry vive na França, tería-mos que acrescentar à lista medos mais brasileiros: de assalto, de sequestro relâmpago, de bala perdida,

CIRCOLO TRENTINO DI BENTO GONÇALVESCNPJ 01.436.683/0001-97

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

C O N V O C A Ç Ã O

Convocamos os Senhores Associados do Circolo Trentino di Bento Gonçalves, para a Assembleia Geral Ordinária, que se realizará no próximo dia 06 de Dezembro de 2014, às 19:30min em primeira chamada, e na falta de quórum legal, às 20h00min, no Salão da Co-munidade do 40 da Leopoldina - Capela da Glória, Vale dos Vinhedos - Bento Gonçalves RS, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia:

a) Eleição de Diretoria e Conselho Fiscal Biênio 2015/2016;b) Assuntos do interesse geral dos senhores Associados;Os interessados em formar Chapa para concorrer ao pleito deverão entregar lista com os

respectivos nomes e cargos até o dia 21/11/2014 na sede da entidade ou via e-mail para ho-mologação da mesma. Somente serão aceitos inscrições de associados com a mensalidade em dia e ficha de inscrição 2013 válida.

Sandro GiordaniPresidente

da violência no trânsito. Enfim, a lista é grande. É claro, existem medos bem reais. Medo de um

acidente ou de uma cirurgia. Mas – nos ensina o filó-sofo – há outros medos a nos importunar a vida. Por exemplo, o medo social. O medo do olhar do outro, da reprovação alheia. Isso explica o pavor quase univer-sal de falar em público, que tanto assombra os alunos na época das bancas. Há também os medos psíqui-cos, as fobias. Medo de ficar trancado no elevador, de multidões, de aranha. Existem ainda as obsessões, espécie de medo mais neurótico: fechei o gás? A porta da garagem? E voltamos para dar uma espiada...

O maior medo de todos, contudo, é o medo da morte. Aliás, a grande maioria de nossos medos nada mais é do que o medo da morte disfarçado. Dissimu-lado. A morte é o nosso medo dominante, que dá vida a quase todos os outros. Tememos pela nossa própria morte. Tememos, muito mais, pela morte daqueles que amamos. O terror de nunca mais vermos quem mais queremos. É por isso que as religiões fazem tanto su-cesso. Elas nos aliviam do pânico da morte, dizendo que depois há algo mais. Que vamos todos, algum dia, nos reencontrar. Nesse sentido, a religião dá de dez a zero na morte.

Eu sei, o medo tem seu lado bom, quando serve como mecanismo de defesa. É o que ocorre quando evitamos uma rua escura e erma à noite. Sobrevi-vemos como espécie, também, graças ao medo in-teligente. O medo que nos protege e nos afasta dos perigos. E nada mais perigoso do que não ter medo algum. O problema, contudo, é quando o medo nos paralisa. Nos parasita. E aí passamos a ter medo de tudo. Da mudança. Do futuro. De tentar. Do que os outros vão falar. Então, aprisionados pelo medo, dei-xamos de viver.

Se vencer totalmente o medo é impossível, su-cumbir a ele é covardia. Encarar nossos medos de frente, pesá-los e não nos deixar enganar por eles. Saber diferenciar o que é medo real e o que é produto das nossas limitações e imperfeições. O que é descul-pa para continuarmos na segurança ilusória da aco-modação. Tarefa difícil, bem sei. Mas, sem risco, nada se faz. Nada se alcança. E, afinal, como bem ensinou Guimarães Rosa, viver é negócio muito perigoso, e o que a vida quer da gente é coragem.

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Mosaico | 01 de novembro de 2014 | 03Programe-se

A redação leu

PARA VIVER COM POESIAAutor: Mário QuintanaPáginas: 133Editora: GloboAno: 2010 (2ª edição)Valor sugerido: R$ 20,00

L I V R A R I A & R E V I S T E R I A

L´América Shopping, salas 111/11254 3454 5158

[email protected]

Apoio:

Repr

oduç

ão

A praça padre Rui Lorenzi (praça das Ro-sas), no bairro Cidade Alta, vai ganhar uma escultura em mármore, feita pela bento-gon-çalvense Eloísa Tregnago para marcar os 100 anos do Centro da Indústria e Comércio de Bento Gonçalves (CIC/BG). A obra esculpida em mármore simboliza o empreendedorismo do município. Segundo o presidente da enti-dade, Leonardo Giordani, a praça das Rosas foi escolhida porque o local sediou o acampa-mento das primeiras famílias de imigrantes ita-lianos, que chegaram em 1875. Ele acrescenta que a monumento é uma obra de arte subje-tiva. “Deixaremos esta lembrança e homena-gem a todos os ex-presidentes e associados empreendedores que contribuíram para tornar sólida esta entidade”, destaca Giordani. O mo-numento ao empreendedor será descerrado no próximo dia 4 de dezembro.

Sobre a artistaEloísa Tregnago estudou desenho com

João Bez Batti em Bento Gonçalves de 1981 a 1983. A artista reside em Porto Alegre des-de 1985. Frequentou aulas de modelagem e escultura com Vasco Prado e Xico Stockinger. Trabalha, desde 1987, no Atelier Vila Nova, que pertenceu a Stockinger. Hoje, ela assumiu o atelier. Eloísa cria obras, em pedra e bronze, sobre natureza morta, cabeças e pequenas e grandes mulheres.

PARA VIVER COM POESIAMário Quintana dispensa apresentações. Nesta

antologia organizada pelo jornalista e escritor carioca Márcio Vassallo (autor da primeira biografia de Quin-tana), desfilam pensamentos e reflexões de um dos nossos maiores poetas. O livro nos traz a simplicidade e o encanto da poesia, indagando sobre sua utilidade em um mundo cada vez mais concreto. E o próprio compilador da obra nos dá a resposta já na introdução: a poesia serve, e muito, para “clarear sentimento, para despertar a fantasia, para provocar inquietude, para amansar o coração, para levar a infância a sério, e, acima de tudo, para nos inspirar a realmente viver com poesia”.

A obra divide-se em vinte partes, revelando os te-mas centrais da criação literária de Quintana. Frases e tiradas geniais do poeta gaúcho formam um gran-de e rico mosaico poético. Uma leitura fascinante que resgata a saudosa simplicidade do poeta dos Quinta-nares, que tão bem soube retratar o mistério, sempre entrelaçado com a banalidade do cotidiano.

Para viver com poesia é o tipo de livro para ler sempre, para ter-se à mão como um antídoto contra a trivialidade dos dias. Livro para encantar e cantar a vida, para colocar um pouco de humor, nostalgia e gra-ça no habitual. Um livro para sonhar enquanto se lê. E para ler enquanto se sonha.

FórumO quê: Fórum de SegurançaQuando: 4, 6, 11 e 13 de novembroHorário: 18h30 – coffee break, 19h às 21h30 palestraOnde: Salão de Eventos do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG)Realização: Ascon Vinhedos

CampanhaO quê: Lançamento Bento Natal PremiadoQuando: 6 de novembro, 19hOnde: Sede CDL

BingoO quê? Bingo BeneficenteQuando: 7 de novembroOnde: Salão da Paróquia Santo AntônioEntidades beneficiadas: Escola Nossa Senhora da SaúdeProjeto auxílio visãoLar do AnciãoRealização: Lions Clube Fêmina Integra-ção e Lions Clube BG Cidade do Vinho

CaféO quê: II Café SensorialQuando: 7 de novembro, 8hOnde: Lagheto Viverone Hotel

ProjetoO quê: Integrando o jovem no mercado de trabalhoQuando: 8 de novembro, 9 às 17hOnde: Via Del Vino

VinhosO quê: apresentação da linha Vinhateiros do ValeQuando: 10 de novembro, das 17 às 20hOnde: Centro de Eventos, Hotel Villa Mi-chelon

ShowO quê: Quinta Cultural Show da Banda 3 em 1 (Gustavo Bottega, Daniel Somenzi e Fredy Schafer)Quando: 20 de novembro, 14hOnde: Teatro do Sesc Bento GonçalvesEntrada franca

LançamentoO quê: Revista Panorama Socioeconômico de Bento GonçalvesQuando: 20 de novembro, 19hOnde: Salão Nobre da prefeitura

TeatroO quê: Espetáculo Teatral “Marilu”, do Gru-po Trompim Teatro (RS)Quando: 23 de novembro, 16hOnde: Teatro do Sesc Bento GonçalvesEntrada franca

ExposiçãoO quê: Exposição de Esculturas do artista plástico Mauri Valdir Menegotto Quando: até o dia 21 de novembroOnde: no Salão Nobre Anastácio Orli-kwoski, na Fundação Casa das Artes

Escultura de Eloísa Tregnago será inaugurada na praça das Rosas

Obra marca comemorações do centenário do CIC/BGArquivo Pessoal

Escultora Eloísa Tregnago trabalhando na obra do CIC

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04 | Mosaico | 01 de novembro de 2014

Por Janete [email protected]

A blogueira Caroline Ferri, 20 anos, de Bento Gonçalves, inicia carreira de escritora com a edição de “Por onde andei”. O livro relata experiências de viagem de Caroline, por meio da personagem Lilian, uma jovem jornalista brasileira, em férias no Peru. O relato, em 115 páginas, foi lançado em junho deste ano.

Integração - Como você desco-briu o mundo das palavras?

Carol - Escrevo desde os oito anos. Sou muito incentivada por mi-nha mãe Ercília e minha irmã Daia-ne. Elas sempre me deram livros de presente. Lembro do primeiro livro que li, O Diário de uma Princesa, e de muitos outros.

Integração - Como você se vê?Carol - Sempre com uma via-

gem nova na cabeça.

Integração - O livro “Por onde andei” é um diário?

Carol - De certa forma. É um re-lato de uma viagem que fiz em com-panhia de minha família ao Peru. Escrevi no ônibus, no avião, nos

Dia 07 10h Famigerado e Luas de Mel (Escola Mestre Santa Bárbara) 15h PLUFT (Colégio Sagrado Coração de Jesus) 20h30min Revolução das Notas Musicais (Escola de Teatro Artistas no Palco)

Dia 08 20h30min Faz-Me Rir (Escola de Teatro Artistas no Palco)

Dia 10 10h Dom Casmurro (Escola Estadual Vicente de Bom Retiro) 15h 2 Corações e 4 Segredos (EMEF Liette Tesser Pozza) 20h30min Contos Macabros e Outros Intrusos (Escola de Teatro Artistas no Palco)

Dia 11 10h Shakespeare Romance & Riso (Colégio Marista Aparecida) 15h Ninguém é Perfeito (Grupo Superando com Arte) 20h30min Anjos (Centro Espírita Cacique de Barros)

Dia 12 10h Clássicos em Cena (Colégio Marista Aparecida) 15h O Pequeno Príncipe (EMEF Maria Zambom Benini) 20h30min O Nariz (Escola Estadual Cecília Meireles)

Inicia, nesta sexta, 7, Festival de Teatro na Casa das ArtesO Festival de Teatro “Talento em

Cena” inicia nesta sexta, 7, na Fun-dação Casa das Artes. À frente, as artistas e diretoras de teatro Mônica Blume e Mahrcia Carraro, em con-junto com escolas e entidades do município.

Segundo o Secretário da Cultu-ra, Jovino Nolasco, em 2014, foram criadas oficinas itinerantes de teatro, dentro do projeto Semeador que visa descobrir, divulgar e promover os ta-lentos de Bento Gonçalves.

A entrada é franca.

Prog

ram

ação

Diário de viagem de blogueira vira livroCaroline Ferri, de Bento Gonçalves, inicia carreira de escritora

quartos dos hotéis, restaurantes, no barco no Lago Titicaca. Fui anotan-do as percepções misturadas ao am-biente e às pessoas do lugar.

Integração - Como é o Peru?Carol - É um lugar cultural, mís-

tico, de muita energia e de amor à natureza.

Integração - Em seu primeiro livro, você escolheu a narrativa em terceira pessoa...

Carol - Isso mesmo. Por meio da personagem Lilian faço um relato da viagem e dos anseios dos jovens de hoje.

Integração - “A vida é semelhan-te a um jogo. Não devemos desper-diçar as cartas que temos nas mãos. E aquelas de que precisamos certa-mente surgirão no momento propício no baralho de nossas vidas.” Esse trecho do livro diz muito de você?

Carol - Sim, não desperdiço um momento sequer. E digo mais, se você tem um sonho, persista, corra atrás... O meu sonho de ser escritora chegou cedo, pela Editora Penalux, de São Paulo. Tenho outros tantos, um deles cursar Comunicação So-cial/Jornalismo. Outro, é participar

da Feira do Livro de Bento Gonçal-ves.

Integração - Onde o seu livro encontra-se à venda, em que local e qual o valor sugerido?

Carol - Na Livraria Paparazzi, no Shopping L´América. Valor sugerido: R$ 30,00.

Integração - Qual o endereço do seu blog e da sua página?

Carol - www. doceestranhomun-dodecarol.blogspot

http://www.facebook.com.br/po-rondeandeilivro

Divulgação

Arquivo Pessoal

Em sua viagem ao Peru, Carol Ferri anotou as percepções do ambiente

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TempoPor Rogério Gava

Prêmio Jabuti 2012Ilustrações: Ernani Cousandier

06 | Mosaico | 01 de novembro de 2014

O Enigma do Tempo

Tempus Fugit. O tempo foge, corre sem cessar, arrastando a tudo e a todos em seu re-demoinho. Mas, fugirá mesmo esse tempo? Passam realmente os momentos? Ou será esse fluir mais uma de nossas ilusões? Reificamos o tempo, dando a ele existência e concretude? Ou, como querem os físicos, ele existe e está aí a se manifestar? Nascido com o próprio universo (ou não), o tempo segue a nos abismar. Indecifrável e impenetrável, ele nos assombra e encanta. Sob nossos olhos dissolve-se o tempo. E com ele nos-sa compreensão.

O Nada do Tempo

Agostinho foi o primeiro a nos advertir so-bre a ilusão do tempo. Para ele, passado, pre-sente e futuro são quimeras, equívocos de nossa consciência. De nossa percepção. Isso porque o passado nunca existe, justo por ser um momen-to que já não é. O mesmo vale para o futuro, que não existe visto ainda não ser. Assim, o presente não passa de um ponto sem duração na linha do tempo. Para o douto filósofo da igreja, o pre-sente que habitamos é, portanto, “um nada entre dois nadas”. Na releitura contemporânea de An-dré Comte-Sponville, o tempo de Agostinho é a “nadificação perpétua de tudo”.

O presente – segue nosso admirável bispo de Hipona – nunca chega a existir, pois está sempre deixando de ser. E tão logo vem a ser, esse pre-sente já se desmancha. Pensemos no tempo dos relógios, o tempo que rege nossa vida. Se o pre-sente é feito de segundos, esses segundos serão

“O que é o tempo, afinal? Se ninguém me pergunta, eu sei;

mas, se me perguntam e eu quero explicar, já não sei.”

Santo Agostinho, Confissões XI, 14.

“Eia todo o passado dentro do presente. Eia todo o futuro já

dentro de nós!”Fernando Pessoa (como Álvaro de

Campos), Ode Triunfal.

“O passado não reconhece o seu lugar: está sempre

no presente.” Mário Quintana, Caderno H.

sempre divisíveis, ad infi-nitum, ininterruptamente. A matemática é certa: um trilionésimo de segundo é um espaço de tempo muito pequeno, por certo, mas mes-mo esse espaço absurdamente exíguo poderia ser dividido outros trilhões de vezes. Para sempre. É lógico, portanto, pensar que o presente nunca chega a existir. O presente é um futuro (que ainda não é) que se transfor-ma incessantemente em passado (que já não é mais). Um nada, portanto, pois nunca chega a durar de fato. Efetivamente, não há presente.

O Tudo do Tempo

Se o presente, então, é esse nada, o que é o instante que habitamos? É justamente uma pas-sagem eterna entre um nada que não é e um nada que já não é mais. Dedução tão simples quanto desconcertante. O tempo, dessa forma, assume a natureza de tudo o que temos, o momento pe-rene que chamamos de “agora”. O eterno agora (eternal now) do qual falava o teólogo Paul Tilli-ch. É o eterno devir, professado por Heráclito há mais de vinte e cinco séculos. Tudo muda, tudo se esvai. Tudo o que é, imediatamente já começa a cessar de não ser. O tempo nos ensina a não perdermos tempo. Tempus Fugit; Carpe Diem. Corre o rio. Tudo flui (Pánta rheî).

O tempo então é um nada, mas que contém tudo o que existe. O presente, um instante sem duração entre o passado e o futuro, mas onde

justamente nossa vida impermanente flui. Onde nossa vida tem palco e acontece. Nada se faz no que chamamos de passado; nada se faz no que chamamos de futuro. Tudo ocorre neste instan-te sem duração que chamamos de agora. Tente levantar um dedo no futuro, nos provoca Spon-ville: você levanta e... já é presente...e em um bilionésimo de segundo esse mesmo ato já será passado. O presente não cessa de nos escapar. E ele nos escapa de tal forma, que nem mesmo chega a ser. Nem chega a existir. O tempo é o eterno devir.

O Tempo Eterno

Habitamos sempre o mesmo tempo. Todos os que já viveram, os que vivem e os que viverão. Todas as formas de vida. Existimos no mesmo tempo dos dinossauros, se quisermos entender assim. Este texto: quando comecei a escrevê-lo o fiz no mesmo tempo que agora assiste ao bater das teclas. O título lá em cima não foi escrito no passado, tampouco estão no futuro as palavras finais que ainda não digitei (e que nunca se sabe – pergunte a qualquer escritor – quais serão). A conclusão deste ensaio (que ainda não é) não está no futuro, tampouco em lugar algum. Ela será apenas uma transformação do eterno ins-tante que me abriga enquanto escrevo.

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Mosaico | 01 de novembro de 2014 | 07

O presente não é, portanto, um limite entre o passado e o futuro. Ele é, ao invés disso, uma continuidade eterna no tempo. Isso nos habilita a dizer que o presente é sempre o mesmo. Des-de que tudo é tudo há um só tempo. O tempo presente. Habitamos o mesmo e exato tempo de nossos avós. Alguém já habitou o passado? Mes-mo nossas lembranças só ocorrem no presente. Alguém já habitou o futuro? Nossos sonhos e esperanças só existem no presente. É somente no presente que tudo existe. Sponville: “não é o presente que existe no tempo; o tempo é que é presente”. O presente é a própria eternidade.

O Tempo Físico

A construção filosófica sobre o tempo, po-rém, é desafiada pela física. Aliás, filósofos e físicos não se entendem lá muito bem a respei-to dessa contenda. Para a física, o tempo existe, sem dúvida, e nasce junto com o universo. Mor-rerá com ele, pois. O tempo dos físicos é bem real.

A alegoria dos segundos que utilizamos li-

LEITURAS SOBRE O TEMPOO Ser-Tempo, André Comte-Sponville. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

O que é tempo?, G.J. Whitrow. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

O Tempo que o tempo tem, A. Cherman e F. Vieira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008.

nhas acima seria, para um físico, equivocada. O tempo dos físicos não é contínuo (infinitamente divisível), como querem os filósofos, mas discre-to. Ou seja, há sim, o menor espaço de tempo possível, e ele já está até mesmo medido. Vale 10-43s. Um número assombrosamente peque-no, mas, mesmo assim, uma grandeza existente. Trata-se de um segundo dividido em um milhão de pedaços iniciais, cada pedacinho desses equi-valendo a um microssegundo. Pois bem, pegue--se esse espantoso microssegundo e dividimo-lo novamente um milhão de vezes. Repita-se cinco vezes esse processo e, ao final, partamos o in-tervalo que sobra em dez derradeiros pedaços. Pronto, temos em mãos o que a física acredita ser o menor intervalo de tempo possível, batiza-do de “tempo de Planck”, homenagem ao físico Max Planck, um dos fundadores da mecânica quântica. Essa partícula assombrosamente pe-quena é o crônon, a menor partícula temporal. Até hoje jamais se detectou algum fenômeno ocorrido na escala de Planck. Não se sabe se poderemos fazê-lo. Apesar do esforço da física, não se pode afirmar que o tempo é re-almente discreto. Ao

que um filósofo perguntaria: e, mesmo detecta-do, esse crônon não poderia ser dividido?

Para a física, portanto, o tempo é discreto e relativo, teve início e terá fim. Existe, é real e mensurável. A filosofia, menos certa de seus preceitos, não tem lá tanta certeza assim. Acima de físicos e filósofos, a duração exata do agora continua a nos desafiar.

A Esfinge do Tempo

O tempo é tal e qual a Esfinge de Édipo a nos provocar. Não deciframos o tempo e ele nos de-vora. Reproduzindo Santo Agostinho, sentimos que o tempo passa sem trégua, mas quando nos atemos a entendê-lo nos embaralhamos.

Até mesmo Einstein acabou dando o braço a torcer ao tempo, afirmando que sua passagem deveria ser vista como uma mera percepção da consciência, sem, portanto, qualquer significado físico concreto. A distinção entre passado-pre-sente-futuro é uma ilusão. Uma ilusão indis-pensável, pois foi a partir dela que organizamos

nossa existência. Que criamos nossa civiliza-ção. Nossos amanhãs a serem perseguidos.

Os animais, ao que tudo indica, não pos-suem essa noção temporal. O homem é o único que parece transcender o presente contínuo das outras espé-cies vivas.

O tempo, contudo, segue indeci-frável. Assim, as palavras de Whitehead tal-

vez sejam as mais oportunas a encerrar nossas digressões: “é impossível meditar sobre o tempo e o mistério da passagem criativa da natureza sem uma emoção avassaladora diante das limitações da inteli-gência humana”.

O tempo – exista ele, ou não – segue sendo mistério.

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Por Carlos Geovane

Marlon Gasperin é o líder da Banda Alaúde Rock, que tem em sua formação também os músicos Fernando Assumpção (guitarra), Júnior Schenato (contrabaixo) e Igor Masutti (bateria). Apaixonado por todos os gêneros musicais, o vocalista diz que essa paixão vem desde cedo. “Aos 14 anos, já toca-va bateria”, salienta. Ele destaca que a banda apresenta uma pro-posta diferente. “A ideia principal é mostrar uma passagem do tempo, dos anos 60 até os dias atuais”, explica. O músico ainda cita vários músicos como fonte de inspiração: Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, ACDC e Rolling Stones, passando

Por Rodrigo De [email protected]

Nascido no final da década de 1960, com influências marcantes da música clássica e do Jazz, o Rock Progressivo ganhou notorie-dade na década de 1970 com os ingleses do Genesis e Pink Floyd. Considerado um subgênero do rock tradicional, conquistou adep-tos e a crítica. Um estilo conside-rado requintado, por explorar os acordes mais difíceis ao mesmo tempo em que mescla inúmeros instrumentos, é cultuado até hoje por amantes do gênero. Na contra-mão da massificação da indústria fonográfica, bandas independen-tes buscam espaço através da autenticidade de sua música. O grupo bento-gonçalvense de rock progressivo Sinagoga Zen, forma-do em 2001, é um exemplo dessa situação. Com o primeiro disco lan-çado no último mês de outubro, na Fundação Casa das Artes de Ben-to Gonçalves, fortalecem o gênero. Após esse lançamento, banda co-meçou uma nova fase se apresen-tando em casas noturnas de vários municípios do Estado.

Formado por Alison Seben (ba-

Música08 | Mosaico | 01 de novembro de 2014

Sinagoga Zen apostando no rock experimental

teria e percussão), Felipe Taborda (guitarra, baixo, violão), Giulia F. Dall’oglio (vocal), Rafael Vignat-ti (teclado) e Wilian M. Baldasso (baixo, guitarra, violão e violino) o estilo da Sinagoga Zen se caracte-riza como progressivo, porém sem deixar de lado influências do Soul, Tango e música clássica. Tudo isso com a leveza do vocal feminino. Taborda, que se denomina um mú-sico autodidata é professor de mú-sica desde 1988, e um dos funda-dores da banda. Para ele a união do “diferente” é um dos segredos do sucesso do grupo.

“Sinagoga Zen é a ideia de dois elementos distintos que podem ca-

minhar juntos. Os integrantes da banda também possuem essa ca-racterística. Cada um de nós tem suas preferências musicais”, diz. Taborda lembra que o irreverente é a saída para não ficar estagnado na cópia de grandes bandas. “In-felizmente tem uma série de ban-das que copiam descaradamente o som de Pink Floyd, isso para mim não é progressivo e sim, regressi-vo”, critica.

Com o patrocínio do Fundo Mu-nicipal de Cultura de Bento Gonçal-ves (FMC), o disco foi gravado em Farroupilha no estúdio Jardim Elé-trico, levando três meses para ser produzido. A ideia, porém, nasceu

em 2004. “Esse disco é a junção de muito amor e perseverança. Na real ele levou dez anos para sair do forno, foi um nascimento dolorido (risos)”, lembra.

Mudança dos Tempos, faixa que abre os trabalhos, tem 20min-14seg, se caracterizando como a mais longa do disco. A junção de distintos estilos é facilmente iden-tificada na canção que passa por diferentes fases no decorrer dos 20 minutos. “Essa música é longa porque conta uma história nave-gando em águas desconhecidas”, sintetiza. No decorrer da música, o suave som do violino mergulha na complexidade da canção.

Uma das principais críticas de Taborda é em relação ao rock “gaúcho”, que, ao seu ver, se con-figura como cópia. “O rock gaúcho é uma invenção, ele nunca existiu para mim. Os riffs reproduzem o som das guitarras inglesas e não trazem elementos da nossa mú-sica”, explica. Para ele a falta de identidade justifica o fato de o Bra-sil ser um país facilmente influenci-ável. “Estimular a cultura de cópia é um processo de criação do suicí-dio cultural. Isso tudo é uma ques-tão de educação”, analisa.

Reprodução

Da esquerda para direita: Alison, Taborda, Giulia, Wilian e Rafael

Alaúde Rock: do rock dos anos 1960 aos dias atuais

por Bon Jovi, Aerosmith, entre ou-tros. Dos nacionais, Os Paralamas do Sucesso e ícones do rock gaú-chos – Garotos da Rua, Vera Loca, Engenheiros do Hawaii e Oswaldo Montenegro. A estrutura da banda é bem enxuta, nós mesmos trata-mos de tudo”, afirma o vocalista, que se divide entre a música, o trabalho como contador e assessor de empresas, além do curso de Di-reito. A banda pretende lançar um álbum próprio até o fim deste ano.

Contatos - (54) 9151-1542. O quarteto também tem página oficial no Facebook (facebook.com/alau-derock) e canal no Youtube, onde divulga o seu trabalho (youtube.com/user/alauderock).

Marlon Gasperin, líder da Banda Alaúde Rock