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O Insólito como Questão na Narrava Ficcional XIV PAINEL VI ENCONTRO NACIONAL 2015 Vertentes do fantásco no Brasil: tendências da ficção e da críca Reflexões sobre o insólito na narrava ficcional (organizadores) Flavio GARCÍA Marcello de Oliveira PINTO caderno de resumos e programação Pu bl ic aç õe s

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    Reflexes sobre o inslito

    na narrativa ficcional

    (organizadores)Flavio GARCA

    Marcello de Oliveira PINTO

    caderno de resumos e programao

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    XIVPAINEL

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    Reflexes sobre o inslito

    na narrativa ficcional

    (organizadores)Flavio GARCA

    Marcello de Oliveira PINTO

    caderno de resumos e programao

    2015

  • Correspondncias para:

    UERJ/IL/LIPO a/c Darcilia Simes ou Flavio Garca

    Rua So Xavier, 524 sala 11.017 - A (anexo)

    Maracan - Rio de Janeiro CEP 20 569-900

    [email protected]

    O TEOR DOS TEXTOS PUBLICADOS NESTE VOLUME. QUANTO AO CONTEDO E FORMA, DE INTEIRA E EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES.

    Universidade do Estado do Rio de JaneiroCentro de Educao e Humanidades

    Instituto de LetrasDepartamento de Lngua Portuguesa,

    Literatura Portuguesa e Filologia Romnica

    UERJ SR3 DEPEXT Dialogarts Publicaes 2015

    FICHA CATALOGRFICA

    F800c Caderno de resumos e programao Vertentes do fantstico no

    Brasil: tendncias da fico e da crtica - VI Encontro Nacional O Inslito como Questo na Narrativa Ficcional / XIV Painel Reflexes sobre o inslito na narrativa ficcional / Flavio Garca; Marcello de Oliveira Pinto (orgs.) Rio de Janeiro: Dialogarts, 2015.

    Dialogarts Publicaes Bibliografia

    ISBN 978-85-8199-035-4 (verso digital)

    ISBN 978-85-8199-036-1 (verso em papel)

    1. Inslito. 2. Gneros Literrios. 3. Narrativa Ficcional. 4. Literaturas.

    I. Garca, Flavio; Pinto, Marcello de Oliveira II. Universidade do Estado

    do Rio de Janeiro. III. Departamento de Extenso. IV. Ttulo

  • Dialogarts Publicaes(http://www.dialogarts.uerj.br)

    Coordenadora do projeto:Darcilia Simes ([email protected])

    Co-coordenador do projeto:Flavio Garca ([email protected])

    Organizadores do volume: Flavio GarcaMarcello de Oliveira Pinto

    Projeto de capa:Luiza Amaral WenzRaphael Fernandes

    Diagramao:Luiza Amaral Wenz ([email protected])

    Equipe LABSEM

    REVISORES

    Ana Elisa Souza Valentim ([email protected])

    Bruna Gabriela de Araujo Xavier ([email protected])

    Clara Costa Bastos ([email protected])

    rica de Freitas Goes ([email protected])

    Michelle Fraga ([email protected])

    Tatiane dos Santos Magalhes ([email protected])

    Tuane Mattos ([email protected])

    DESIGNERS

    Igor Cesar Rosa da Silva ([email protected])

    Luiza Amaral Wenz ([email protected])

    Raphael Fernandes ([email protected])

  • Realizao:

    SePEL.UERJ Seminrio Permanente de Estudos Literrios da UERJ (www.sepel.uerj.br)

    Promoo:

    GT ANPOLL Vertentes do Inslito Ficcional (www.anpoll.org.br/portal/gts/)

    Diretrio CNPq Grupo de Pesquisa Ns do Inslito: vertentes da fico, da teoria e da crtica(http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0326802VKL7YRI)

    Diretrio CNPq Grupo de Pesquisa Vertentes do Fantstico na Literatura (http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0330802ZBKR1Y7)

    Estudos do Gtico (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7141559542659122)

    Diretrio CNPq Grupo de Pesquisas em Espacialidades Artsticas, atravs da Linha de Pesquisa Espao do Fantstico(http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0015803W3D6GNX)

    Parcerias:

    Dialogarts Publicaes (www.dialogarts.uerj.br)

    LABSEM - Laboratrio Multidiciplinar de Semitica (http://labsemuerj.blogspot.com/)

    NDL - Ncleo de Estudos Lingusticos (http://programandl.blogspot.com.br/)

    Apoio institucional:

    PPG Letras Programa de Ps-Graduao em Letras (www.pgletras.uerj.br/)

    ILE Instituto de Letras (www.institutodeletras.uerj.br/)

    CEH Centro de Educao e Humanidades (http://www.ceh.uerj.br/)

    SR2 Sub-Reitoria de Ps-Graduao e Pesquisa (www.sr2.uerj.br)

    SR3- Sub-Reitoria de Extenso e Cultura (www.sr3.uerj.br)

    DAF Diretoria De Administrao Financeira (www.daf.uerj.br/)

    DINFO Diretoria de Informtica (www.dinfo.uerj.br/)

    DGRAFI Diviso de Servios Grficos (www.dgraf.uerj.br/)

    Financiamento:

    FAPERJ - Fundao Carlos Chagas de Amparo Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (www.faperj.br)

    CAPES - Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (www.capes.gov.br)

  • Coordenao Geral:

    Flavio Garca (UERJ)Marcello de Oliveira Pinto (UERJ/UNIRIO)

    Coordenao Adjunta:

    Karin Volobuef (UNESP-Araraquara)Maria Cristina Batalha (UERJ)Marisa Martins Gama Khalil (UFU)Regina Michelli (UERJ)

    Comit Cientfico:

    Adelaide Caramuru Cezar (UEL)Adilson dos Santos (UEL)Alexander Meireles da Silva (UFG)Ana Cristina dos Santos (UERJ)Ana Lcia Trevisan (UPM)Aparecido Donizete Rossi (UNESP-Araraquara)Aurora Gedra Ruiz Alvarez (Mackenzie)Benedito Veiga (UEFS)Cludia Maria de Souza Amorim (UERJ)Claudia Mauro (UNESP-Araraquara)Cleide Antonia Rapucci (UNESP-Assis)Darcilia Marindir Pinto Simes (UERJ)Fernanda Aquino Sylvestre (UFCG)Flavio Garca (UERJ)Flvio Martins Carneiro (UERJ)Heloisa Helena Siqueira Correia (UNIR)Julio Cesar Frana Pereira (UERJ) Jurema Jos de Oliveira (UFES)Karin Volobuef (UNESP-Araraquara)Luiz Fernando Ferreira S (UFMG)Maira Anglica Pandolfi (UNESP-Assis)Marcello de Oliveira Pinto (UERJ / UNIRIO)Maria Cristina Batalha (UERJ)Maria Luiza Atik (UPM)Marisa Martins Gama Khalil (UFU)Regina da Costa da Silveira (UniRitter)Regina Michelli (UERJ)Renata Philippov (UNIFESP)Rita de Cssia Diogo (UERJ)Rita de Cssia Silva Dionsio Santos (UNIMONTES)Roberto Henrique Seidel (UEFS / UNEB)Sylvia Maria Trusen (UFPA)

  • VI Encontro Nacional O Inslito como Questo na Narrativa FiccionalXIV Painel Reflexes sobre o inslito na narrativa ficcional

    Vertentes do fantstico no Brasil: tendncias da fico e da crtica

    Instituto de Letras da UERJ, de 30 de maro a 1 de abril de 2015

    Temtica desta Edio

    Vertentes do fantstico no Brasil: tendncias da fico e da crtica

    Exceto Murilo Rubio (1916 1991) e Jos J. Veiga (1915 1999), at bem pouco, nenhum outro ficcionista brasileiro era identificado como representante da literatura fantstica nacional, ainda que, vez por outra, atribusse-se ao romntico Jos de Alencar (1829 1877), ao naturalista Aluzio de Azevedo (1875 1913) e, mesmo, ao inidentificvel com qualquer escola ou movimento especficos Machado de Assis (1839 1908) incurses esparsas pela fico fantstica.

    Igualmente, at bem pouco tempo, talvez em consequncia do pouco vio e vigor presumveis da literatura fantstica brasileira, a crtica, tanto endgena, quanto exgena, no dava a devida e necessria ateno s narrativas que pudessem ou de fato devessem ser identificadas como produto da fico fantstica. Reflexo claro dessa postura ausncia, na historiografia literria nacional, de modo abrangente, de referncias a essa produo.

    Nas ltimas dcadas seria temeroso sugerir quantas ltimas dcadas , a fico fantstica ganhou novos contornos no mundo e, naturalmente, em momentos de globalizao, no Brasil. Assim, vrios escritores despontavam assumindo-se, a priori, ficcionistas do fantstico, e, disso, tiraram o proveito de vendas e sucesso inesperados e inalcanados pelos demais ainda liados ao sistema ficcional real-naturalista.

    Nessas mesmas ltimas dcadas, autores j consagrados alguns em fase de esquecimento comeavam a se identificar com a literatura do fantstico, apregoando aos quatro cantos que se dedicavam a produzir fico a ela filivel. Semelhantemente, nesse mesmo perodo, novas e muitas antologias de contos fantsticos brasileiros surgiam, resgatando aqueles contos da tradio antes esquecidos e divulgando os novos produtos dessa vertente que ganhava lume.

    Esse movimento da produo ficcional, aliado demanda de mercado, articulada em rede com as tendncias mundiais e subservientes s necessidades do cenrio

  • consumista, obrigaram os crticos a voltarem seu olhar para a imensa literatura fantstica que ento se fazia notar. Surgiam tradues nacionais de estudos clssicos sobre o fantstico; pululavam, de norte a sul, pesquisas em torno do tema; defendiam-se dissertaes de mestrado e teses de doutoramento, cujo objeto era a fico fantstica; emergiam grupos de pesquisa dedicados ao estudo da literatura fantstica como um todo.

    No tardou muito para que diversas universidades do pas certificassem, junto ao Diretrio de Grupos do CNPq, grupos de pesquisa voltados, essencial ou tangencialmente, ao estudo do fantstico. Em certos casos, as pesquisas desenvolvidas no seio desses grupos tm por objeto vertentes de uma fico fantstica nacional, alicerada nos motivos telricos. Verificam-se estudos sobre mitos, lendas, crenas das mais diversas variantes do povo brasileiro, considerada sua miscigenao tica e a grandeza territorial da nao.

    Em meio a essa efervescncia, as publicaes sobre o tema ganharam espao, fosse no mercado editorial em seu sentido amplo, atingindo o pblico como um todo, fosse no cenrio acadmico. Os eventos tambm passaram a ser quotidianos, atendendo demanda do pblico leitor, em congraamento com autores e editores, ou da crtica, aliando divulgao mercadolgica vivncia acadmica. Alcanava a aliana ente fico e crtica.

    Em 2011, alguns daqueles grupos de pesquisa certificados junto ao Diretrio de Grupos do CNPq e pesquisadores isolados, representando seus programas de ps-graduao e dando visibilidade aos projetos individuais, reuniram-se para criar, junto ANPOLL, o Grupo de Trabalho Vertentes do Inslito Ficcional que, tendo por objeto o inslito, conforme a perspectiva terica adotada e segundo as tendncias da tradio crtica, congraa estudos acerca das diferentes vertentes do fantstico, que podem ser identificados nos seguintes modos, gneros ou subgneros:

    Fantstico; Maravilhoso; Estranho; Sobrenatural; Absurdo; Realismo-Fantstico; Realismo-Mgico; Realismo-Maravilhoso; Realismo-Animista; Fico Cientfica; Romance Policial; Romance de Mistrio; Horror; Terror; Pavor.

    Esta 6 verso do Encontro Nacional O Inslito como Questo na Narrativa Ficcional e 14 do Painel Reflexes sobre o inslito na narrativa ficcional ter por tema central as Vertentes do fantstico no Brasil: tendncias da fico e da crtica. Espera-se, desse modo, traar um quadro demonstrativo da atual situao tanto da produo ficcional fantstica brasileira, quanto das tendncias da crtica que dela se ocupam.

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    GRADE GERAL DE PROGRAMAO

    MESAS DE CONFERNCIAS

    SESSES DE COMUNICAES EM SIMPSIOS:

    ESTUDOS DO GTICO AS FACES DO GTICO NO BRASIL

    Coordenao: Jlio Frana e Luciana Colucci

    ESTUDOS DO GTICO AS FACES DO GTICO NO MUNDO

    Coordenao: Alexander Meireles da Silva e Fernando Monteiro de Barros

    O FANTSTICO COMO CATEGORIA ESTTICA NA LITERATURA

    PARA JUVENTUDE

    Coordenao: Maria Zilda da Cunha e Maria Auxiliadora Fontana Baseio

    O INSLITO COMO AFIRMAO DA DIFERENA CULTURAL NA

    LITERATURA

    Coordenao: Jlia Almeida e Paulo Roberto Tonani do Patrocnio

    INSLITO E ALTERIDADE NA LITERATURA DOS SCULOS XX E XXI

    Coordenao: Sylvia Maria Trusen e Mayara Ribeiro Guimares

    O INSLITO EM SUA CONSTELAO CONCEITUAL: ANLISES

    POSSVEIS

    Coordenao: Regina da Costa da Silveira e Cecil Jeanine Albert Zinani

    O INSLITO NA LITERATURA, NO CINEMA E NAS ARTES

    PLSTICAS

    Coordenao: Aurora Gedra Ruiz Alvarez, Maria Luiza Guarnieri Atik

    e Ana Lcia Trevisan

    SUMRIO

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    A LITERATURA FANTSTICA DE EXPRESSO FRANCESA

    Coordenao: Maria Cristina Batalha e Sabrina Baltor de Oliveira

    METAFORIZAO DO INSLITO NA LITERATURA INFANTIL E

    JUVENIL DE AUTORIA FEMININA

    Coordenao: Rita de Cssia Silva Dionsio Santos e Regina Silva

    Michelli Perim

    O MODO FANTSTICO: INSLITAS REDES DE FIOS NARRATIVOS

    Coordenao: Marisa Martins Gama-Khalil e Maria Cristina Martins

    NARRATIVAS INSLITAS: MEMRIA, HISTRIA E MITO

    Coordenao: Luciane Alves Santos e Maria Alice Ribeiro Gabriel

    RELAO ENTRE ARTES: INSLITAS VARIAES

    Coordenao: Carlinda Fragale Pate Nuez e Egle Pereira da Silva

    O TRANS-HUMANISMO NA LITERATURA E NO CINEMA

    Coordenao: Maria Conceio Monteiro e ngela Dias

    VIAGEM E ESTRANHAMENTO: AVENTURAS FANTSTICAS EM

    PRODUES LITERRIAS DE AUTORIA FEMININA

    Coordenao: Simone Pereira Schmidt e Maximiliano Torres

    O FANTSTICO MUNDO DAS LENDAS ALEMS E BRASILEIRAS

    Coordenao: Magali dos Santos Moura

    SESSES DE COMUNICAES LIVRES

    RESUMO DAS COMUNICAES

    NDICE REMISSIVO

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  • 10

    08:30

    09:30 s 10:00

    15:15 s 17:15

    17:30 s 19:00

    30/03/2015segunda-feira

    Credenciamento hall do 11 andar,

    Bloco F

    01/04/2015quarta-feira

    31/03/2015tera-feira

    10:00 s 12:00

    12:00 s 13:00

    13:00 s 15:00

    15:00 s 15:15

    17:15 s 17:30

    19:30 s 20:00

    Intervalo para Almoo Intervalo para Almoo Intervalo para Almoo

    Intervalo para Caf Intervalo para Caf Intervalo para Caf

    Intervalo para CafIntervalo para CafIntervalo para Caf

    Conferncia IRAV 112

    Conferncia IIRAV 112

    Conferncia IIIRAV 112

    Conferncia IV Auditrio 111

    11 andar, Bloco F

    Conferncia V RAV 112

    Conferncia VI RAV 112

    Sesso de Encerramento

    RAV 112

    Sesses de Comunicaes Livres

    salas: LIDIL 1 a 5

    Sesses de Comunicaes Livres

    salas: LIDIL 1 a 5Sesso de Abertura sala: RAV 112

    Sesses de Simpsios salas: LIDIL 1 a 5, 11.038F

    e RAV 112 - 114

    Sesses de Simpsios salas: LIDIL 1 a 5, 11.038F

    e RAV 112 - 114

    Sesses de Simpsiossalas: LIDIL 1 a 5, 11.038F

    e RAV 112

    Sesses de Simpsiossalas: LIDIL 1 a 4 e RAV 112

    Sesses de Simpsios salas: LIDIL 1 a 5, 11.038F

    e RAV 112

    Sesses de Simpsios salas: LIDIL 1 a 5 e 11.038F

    Grade de Programao Geral

  • 11

    Mesa de Conferncia I segunda-feira, 30 de maro, 10:00 s 12:00h, sala: RAV112

    Fantstico e encenao da linguagem ficcionalKarin Volobuef (UNESP-Araraquara)

    O inslito, os autores, e a crtica literria: perspectivas no sistema literrio brasileiroMarcello de Oliveira Pinto (UERJ-So Gonalo / UNIRIO)

    Mediao: Maria Cristina Batalha (UERJ)

    Mesa de Conferncia II segunda-feira, 30 de maro, 17:30 s 19:00h, sala: RAV112

    Encantos do Honorato: o duplo e o medo na narrativa Encanto dobrado da coletnea Abaetetuba conta...Sylvia Maria Trusen (UFPA-Castanhal)

    Literatura fantstica em Pernambuco: alguns recortesAndr de Sena Wanderley (UFPE)

    Mediao: Ana Cristina dos Santos (UERJ)

    Mesa de Conferncia III tera-feira, 31 de maro, 10:00 s 12:00h, sala: RAV112

    Viagem a Andara: proposta fantstica e literatura fantasmaHeloisa Helena Siqueira Correia (UNIR)

    Realismo-Maravilhoso e Realismo-Animista: tendncias da crtica contemporneaRegina da Costa da Silveira (UniRitter)

    As manifestaes do inslito nas artes: modos de constituio e seus efeitos estticosAurora Gedra Ruiz Alvarez (UPM)

    Mediao: Elosa Porto (UERJ-So Gonalo)

    Mesas de Conferncias

  • 12

    Mesa de Conferncia IV tera-feira, 31 de maro, 17:30 s 19:00h, sala: AUD 111

    Tendncias da fico fantstica no BrasilDepoimentos autoraisBrulio TavaresFlvio Carneiro

    Mediao: Jlio Frana (UERJ)

    Mesa de Conferncia V quarta-feira, 01 de abril, 10:00 s 12:00h, sala: RAV112

    A fortuna crtica sobre a obra de Murilo Rubio, produzida nas universidades brasileiras, desde seus 20 anos de morte (2011) em direo ao centenrio de nascimento (2016)Flavio Garca (UERJ)

    J. J. Veiga e seus turbulentos objetos: espaos de inquietao e de medoMarisa Gama-Khalil (UFU)

    Entre fios e teias, o fazer literrio de Lygia Bojunga na interface com o inslitoRegina Silva Michelli Perim (UERJ)

    Mediao: Rita Diogo (UERJ)

    Mesa de Conferncia VI quarta-feira, 01 de abril, 17:30 s 19:00h, sala: RAV112

    Autodescoberta simblica: do fantstico ao inslito na literatura ertica de Gabriel Lacerda e lvaro Cardoso GomesMaira Anglica Pandolfi (UNESP-Assis)

    O fantstico machadiano e o contexto do Rio de Janeiro do sculo XIXRenata Philippov (UNIFESP)

    Mediao: Flavio Garca (UERJ)

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    Simpsio IEstudos do Gtico as faces do gtico no Brasil

    Coordenao:Jlio Frana (UERJ) e Luciana Colucci (UFTM)

    Gtico um conceito fugidio, que possui uma notvel capacidade de adaptao aos mais diversos usos. A histria do termo longa e rocambolesca, e faz parecer inglria qualquer tentativa de conciliar seus significados mais restritos com seus usos mais amplos. Ao longo de sculos, tem sido empregado para rotular as mais dspares ideias, tendncias, autores e obras, e, nas ltimas dcadas, especialmente, a palavra passou a funcionar como um termo guarda-chuva, tendo seu sentido diludo e sua fora conceitual esvaziada. Afinal, gtico um adjetivo ptrio, que se referia a uma das tribos germnicas responsveis pela queda do Imprio Romano, os Godos. tambm um termo que os renascentistas utilizaram para nomear o estilo arquitetnico medieval, considerado brbaro, sem refinamento, monstruoso, desordenado, em oposio, claro, arte clssica e, por extenso, o termo passou a se referir Idade Mdia como um todo. o nome de uma subcultura de arte e moda contempornea, caracterizada pelo apreo pelos temas da melancolia, do horror e da morte. E, por fim, no mbito da histria da literatura, o estilo dos romances escritos entre o fim do sculo XVIII e o incio do XIX, sobretudo na Inglaterra, notabilizados pela produo do horror e/ou terror como efeito de recepo.

    Surgida no limiar da modernidade iluminista, a literatura gtica tem se revelado duradoura como a prpria modernidade dentro da qual se engendrou, o que se confirma nas sucessivas reedies e atualizaes do gnero at os dias de hoje, tanto na literatura quanto nos diversos meios de comunicao. No cenrio globalizado e pluralizado da contemporaneidade, categorias do Gtico exgenas ao cenrio europeu, como o American Gothic, o Southern Gothic e at mesmo o Tropical Gothic, vm ocupando espao nos trabalhos acadmicos em um movimento de hibridismo cultural no qual a hegemonia do centro passa a conviver com a pluralidade das margens.

    O Grupo de Pesquisa Estudos do Gtico prope, em uma perspectiva tanto transcultural quanto transdiscursiva, discutir essa tendncia do esprito moderno, que afetou profundamente os modos de pensar, de sentir

  • 14

    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: Lidil 4Coordenador da SessoLuciana Colucci

    Perspectivas do Gtico feminino em O Caso de Ruth, de Jlia Lopes de Almeida

    Ana Paula Araujo dos Santos (UERJ)

    Abordagem das caractersticas do Gtico na produo machadiana

    Letcia Santana Stacciarini (UFG-Catalo / IF Goiano)

    Sombras no romance experimental: o decadentismo de Alusio Azevedo

    Marina Sena (UERJ)

    Dentro da ltima noite: a simbologia gtica na literatura de Joo do Rio

    Bruno Oliveira Tardin (IF-SULDEMINAS)

    Sesso II segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: Lidil 4Coordenador da SessoJlio Frana

    Ecos do gtico no romance O Quarto Fechado, de Lya Luft

    Jorge Luiz Marques de Moraes (CPII)

    Marcas do Gtico e do Fantstico em O tronco do ip, de Jos de Alencar

    Karla Menezes Lopes Niels (UFF)

    Machado de Assis leitor de Poe: a retomada irnica da conveno gtica no conto Um esqueleto

    Greicy Pinto Bellin (UFPR / CAPES)

    Coordenadas do medo: uma proposta de anlise da fico de horror

    Pedro Puro Sasse da Silva (UERJ)

    e de expressar a arte nesses 250 anos de sua permanncia na literatura, na cultura e no imaginrio do mundo ocidental. Sero dois simpsios interligados: o presente, dedicado s Faces do Gtico no Brasil, e um outro, dedicado s Faces do Gtico no Mundo.

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    Sesso III tera-feira, 31/03, das 13:00 s 15:00, sala: Lidil 4Coordenador da SessoJlio Frana

    Runas da glria e o gtico sublime de Fagundes Varela

    Joo Pedro Bellas (UFF)

    A Praga sombria que habita o Serto: aspectos do gtico na obra de Coelho Neto

    Hlder Brinate Castro (UERJ)

    Ela o Diabo: a personagem feminina na literatura do medo brasileira

    Daniel Augusto Pereira Silva (UERJ)

    Traos do Gtico em dois poemas de Cruz e Sousa

    Fabiana Decker dos Santos (UERJ-So Gonalo)

    Sesso IV tera-feira, 31/03 das 15:15 s 17:15, sala: Lidil 4Coordenador da SessoLuciana Colucci

    Quadros do Gtico na poesia brasileiraFernando Monteiro de Barros (UERJ-So Gonalo)

    Espaos e intersees - uma ilha enclausurada em O homem, em Alusio Azevedo Iza Quelhas (UERJ-So Gonalo)

    A obscura histria do Gtico na literatura brasileira

    Jlio Frana (UERJ)

    Da Filosofia do Mobilirio e da Composio Topoanlise: por uma potica do espao na literatura gtica

    Luciana Colucci (UFTM / USP)

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    Simpsio IIEstudos do Gtico - as faces do gtico no mundo

    Coordenao:Alexander Meireles da Silva (UFG-Catalo) e Fernando Monteiro de Barros (UERJ)

    Gtico um conceito fugidio, que possui uma notvel capacidade de adaptao aos mais diversos usos. A histria do termo longa e rocambolesca, e faz parecer inglria qualquer tentativa de conciliar seus significados mais restritos com seus usos mais amplos. Ao longo de sculos, tem sido empregado para rotular as mais dspares ideias, tendncias, autores e obras, e, nas ltimas dcadas, especialmente, a palavra passou a funcionar como um termo guarda-chuva, tendo seu sentido diludo e sua fora conceitual esvaziada. Afinal, gtico um adjetivo ptrio, que se referia a uma das tribos germnicas responsveis pela queda do Imprio Romano, os Godos. tambm um termo que os renascentistas utilizaram para nomear o estilo arquitetnico medieval, considerado brbaro, sem refinamento, monstruoso, desordenado, em oposio, claro, arte clssica e, por extenso, o termo passou a se referir Idade Mdia como um todo. o nome de uma subcultura de arte e moda contempornea, caracterizada pelo apreo pelos temas da melancolia, do horror e da morte. E, por fim, no mbito da histria da literatura, o estilo dos romances escritos entre o fim do sculo XVIII e o incio do XIX, sobretudo na Inglaterra, notabilizados pela produo do horror e/ou terror como efeito de recepo.

    Surgida no limiar da modernidade iluminista, a literatura gtica tem se revelado duradoura como a prpria modernidade dentro da qual se engendrou, o que se confirma nas sucessivas reedies e atualizaes do gnero at os dias de hoje, tanto na literatura quanto nos diversos meios de comunicao. No cenrio globalizado e pluralizado da contemporaneidade, categorias do Gtico exgenas ao cenrio europeu, como o American Gothic, o Southern Gothic e at mesmo o Tropical Gothic, vm ocupando espao nos trabalhos acadmicos em um movimento de hibridismo cultural no qual a hegemonia do centro passa a conviver com a pluralidade das margens.

    O Grupo de Pesquisa Estudos do Gtico prope, em uma perspectiva tanto transcultural quanto transdiscursiva, discutir essa tendncia do esprito moderno, que afetou profundamente os modos de pensar, de sentir e de expressar a arte nesses 250 anos de sua permanncia na literatura,

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: Lidil 3Coordenador da SessoAlexander Meireles da Silva

    As configuraes gticas do tema da casa mal assombrada em The Haunting of Hill House (A assombrao da casa da colina), de Shirley Jackson e em O Iluminado, de Stephen King

    Alessandro Yuri Alegrette (UNESP)

    A cor da decadncia na weird fiction de Robert W. Chambers

    Alexander Meireles da Silva (UFG-Catalo)

    Ambiguidades do catolicismo no gtico americano: Ar frio (1926) e O assombro nas trevas (1935), de H. P. Lovecraft

    Alfredo Bronzato da Costa Cruz (FSB-RJ)

    Sesso II tera-feira, 31/03, das 13:00 s 15:00, sala: Lidil 3Coordenador da SessoFernando Monteiro de Barros

    Nos subterrneos do gtico feminino moderno: um olhar em Jardim Selvagem, de Lygia Fagundes Telles

    Camila Aparecida Virglio Batista (UFG-Catalo)

    Alien, o oitavo passageiro: o delrio gtico, sexual, queer e espacial de Ridley Scott

    Diego Palelogo Assuno (UFRJ)

    Quatro faces de um serial killer no romance American Psycho

    Luciano Cabral (UERJ / CNPq)

    O zumbi que habita a fronteira: entre o Gtico e o Slipstream

    Raul Dias Pimenta (UFG-Catalo)

    na cultura e no imaginrio do mundo ocidental. Sero dois simpsios interligados: o presente, dedicado s Faces do Gtico no Mundo, e um outro, dedicado s Faces do Gtico na Literatura Brasileira.

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    Sesso III quarta-feira, 01/04, das 13:00 s 15:00, sala: Lidil 3Coordenador da SessoAlexander Meireles da Silva

    O espao topofbico da casa em A casa sem sono, de Coelho Neto

    Bruno Silva de Oliveira (IF Goiano-Ipor)

    Um retrato do serto goiano: dilogos possveis entre o Gtico e o Expressionismo em uma narrativa de Bernardo lis

    Fabianna Simo Bellizzi Carneiro (UERJ / UFG-Catalo)

    O Decadentismo brasileiro de Joo do Rio sob a repercusso do Gtico

    Maykel Cardoso Costa (UFG-Catalo)

    Um vampiro na noite carioca: A jornada do prazer de Joo do Rio

    Sabrina Mesquita de Rezende (UFG-Catalo)

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    Simpsio IIIO fantstico como categoria esttica na literatura para juventude

    Coordenao:Maria Zilda da Cunha (USP) e Maria Auxiliadora Fontana Baseio (UNISA)

    O estudo do fantstico mostra-se relevante, uma vez que tem se apresentado como categoria esttica recorrente em vrias artes contemporneas. fato que as exigncias em sua elaborao tornam-se cada vez mais engenhosas, pelo fato de o novo leitor ser conhecedor das configuraes antigas e, tambm, por vivenciar uma realidade em que, a todo momento, revela fenmenos sobrenaturais. Nessa necessria relao do discurso fantstico com o discurso da realidade ambos construes -, pretendemos perscrutar as manifestaes do possvel e do impossvel e seus efeitos de sentido. O objetivo deste simpsio colocar em discusso uma proposta interdisciplinar do estudo do fantstico, tendo como foco a literatura para a juventude e seus vrios dilogos com outras linguagens, a fim de propor reflexes sobre seu funcionamento, sentido e efeitos como recurso esttico.

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: RAV 114Coordenador da SessoMaria Zilda da Cunha

    Corda bamba: sonho e realidade em equilbrio no texto e na tela

    Adriana Falcato Alameida Araldo (USP)

    Barbatanas ou pernas pra que te quero O fantstico andersiano em A Sereiazinha e a apropriao temtica no filme A pequena Sereia o retorno ao mar

    Euclides Lins de Oliveira Neto (USP)

    Contracultura, resistncia e literatura infantojuvenil em tempos de ditadura: Carlos Figueiredo e a srie de fico cientfica Dico e Alice, da coleo setentista Mister Olho

    Leonardo Nahoum Pache de Faria (UFF)

    Sesso II segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: RAV 112Coordenador da SessoMaria Auxiliadora Fontana Baseio

    Contos de enganar a morte, de Ricardo Azevedo: o fantstico da tradio oral para a literatura infantil e juvenil

    Sandra Trabucco Valenzuela (UAM-Vila Olmpia / USP)

    O fantstico em Lygia Fagundes Telles: uma leitura do conto Venha ver o pr-do-sol

    Lorraine Martins dos Anjos (UNISA)

    Que cabelo doido esse? Decifre voc

    Aline Freitas de Lima (UFRRJ-Seropdica / CNPq)Gisele Maria Costa Souza (UFRRJ-Seropdica / CNPq)

    Linguagens do imaginrio: interfaces do fantstico na literatura e no cinema

    Maria Zilda da Cunha (USP)Maria Auxiliadora Fontana Baseio (UNISA)

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    Simpsio IVO inslito como afirmao da diferena cultural na literatura

    Coordenao:Paulo Roberto Tonani do Patrocnio (UFRJ) e Jlia Almeida (UFES)

    O presente simpsio tem como objetivo reunir pesquisadores que desenvolvam reflexes acerca do inslito como recurso literrio seja em uma perspectiva esttica ou tica para a afirmao da diferena cultural de grupos minoritrios na literatura. Parte-se da constatao de que estudos contemporneos tm se dedicado investigao da produo discursiva oriunda das franjas ou periferias das sociedades em que se instaurou o saber-poder da colonialidade. Com vistas valorizao de narrativas e discursos que expressam projetos de resistncia do colonizado e do sujeito ps-colonial, so objetos de investigao do simpsio os diferentes discursos e literaturas que emergem como veculos das vozes sociais subalternizadas. A argumentao terica que rege a fundamentao da proposta tem como base os trabalhos de pensadores que buscaram examinar a literatura produzida por grupos minoritrios enquanto suporte para a organizao de uma identidade agonstica e contra-hegemnica, afirmando a diferena social e cultural como marcas caractersticas de uma identidade rizomtica do sujeito contemporneo, como Stuart Hall, Homi K. Bhabha, Gayatri Spivak, Lawrence Grossberg, George Ydice, douard Glissant, entre outros. O simpsio busca nos pressupostos tericos dos Estudos Culturais o arcabouo necessrio para a produo deste exerccio crtico, que possibilitar examinar e analisar as diferentes produes literrias sem recorrer a instrumentais hierrquicos e excludentes. Tendo como ponto de partida o desejo de apresentar um olhar crtico sobre as representaes de grupos minoritrios e, principalmente, ler a produo literria destes grupos, fundamental para a realizao deste exame utilizar um corpus terico que auxilie a anlise de discursos to heterogneos e contrastantes do ponto de vista formal. No se trata de formular um novo conceito de literatura, mas sim de utilizar novas ferramentas para empreender um olhar que revele a especificidade de cada manifestao cultural analisada, abandonando assim uma percepo que se baseie apenas nos valores estticos das obras.

    Ao optar por no realizar apenas uma leitura esttica destes discursos, colocamos em destaque uma compreenso tica destas manifestaes.

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: 11.038FCoordenador da SessoPaulo Roberto Tonani do Patrocnio

    Nas encruzilhadas da cidade partida, Becos da Memria, de Conceio Evaristo: a dispora entre as remoes e as aberraes da falta de direitos

    Jlia Almeida (UFES)

    Terrorismo literrio: A regra s uma, mostrar as caras

    Daniele Fernanda Feliz Moreira (CEDERJ-Angra dos Reis)

    Monstros das margens da cidade, monstruosidades do olhar

    Renata Dorneles Lima (UFRJ)

    Literatura e rua impasses e empoderamento Rssi Alves Gonalves (UFF)

    Representaes de cultura aoriana em contao de histrias e o boi-de-mamo no litoral catarinense

    Fbia Barbosa Pedro (ULBRA-Canoas)

    Certamente, para o pleno resultado deste empreendimento crtico se faz necessrio recorrer a uma noo mais ampla de cultura, objetivando no somente dar visibilidade a estes grupos, mas utilizar um mtodo de anlise desses discursos que possibilite a emergncia destas novas formas de expresso, que outrora foram silenciadas. Dessa forma, busca-se compreender a cultura no espao de uma ampla teoria da produo e reproduo social. Este modo de leitura da produo cultural resulta na construo de um quadro hierrquico que revela relaes sociais caracterizadas pela opresso das classes sociais, gneros, raas, etnias, estratos sociais subalternos e grupos culturais. O modelo gramsciano, formado por um ordenamento poltico e discursivo binrio baseado em uma disputa de foras hegemnicas e contra-hegemnicas, ainda til para a reflexo neste campo. O simpsio pretende ser um espao de debate de pesquisas que examinem a presena do inslito como recurso literrio em manifestaes discursivas minoritrias, como a literatura surda, a literatura marginal/perifrica, as expressividades negras, indgenas e as produes literrias em suas interlocues com outras vozes da Amrica Latina, Caribe, frica e outras expresses subalternas.

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    Sesso III tera-feira, 31/03, das 13:00 s 15:00, sala: 11.038FCoordenador da SessoPaulo Roberto Tonani do Patrocnio

    Gneros, performances e trnsitos em Ele me bebeu de Clarice Lispector

    Llian Lima Gonalves dos Prazeres (UFES)Adelia Maria Miglievich Ribeiro (UFES)

    Distopia como linha de fuga: um inslito (trans)conceito

    Luana Barossi (USP / FAPESP)

    Aspectos inslitos do donjuanismo a la brasileira face s novas representaes do feminino

    Maira Anglica Pandolfi (UNESP-Assis)

    Decifrar a diferena: o feminino no inslito de Mara Elena Llana

    Ana Cristina dos Santos (UERJ)

    Inslito, identidade e diferena: uma leitura tericaPaulo Roberto Tonani do Patrocnio (UFRJ)

    Sesso II segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: 11.038FCoordenador da SessoJlia Almeida

    Do drama histrico ao oratrio trgico, a mudana do real ao mstico e inslito em duas verses de Et les chiens se taisaient, de Aim Csaire

    Geraldo Ramos Pontes Junior (UERJ)

    Modos de ser, modos de representar : o inslito nas caracterizaes da surdez em narrativas de Lobo Antunes

    Alessandra Gomes da Silva (INES / PUC-Rio)

    Realismo Maravilhoso nA Varanda de Frangipani Luciana Helena Cajas Mazzutti (UESC / CAPES)

    O inslito como denncia de um projeto de imunidade: a monstruosidade no espelho em um conto de Manuel Mujica Linez

    Teresa Andrea Florncio da Cruz (UFRJ)

    O maravilhoso como instrumento de crtica social: uma anlise de O amor nos tempos do clera

    Maria Ins Freitas de Amorim (UERJ)

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    Simpsio VInslito e alteridade na literatura dos sculos XX e XXI

    Coordenao: Sylvia Maria Trusen (UFPA) e Mayara Guimares (UFPA)

    O termo inslito ficcional tem sido adotado para designar uma gama de textos literrios que mantm como elo comum certos procedimentos estticos e/ou temticos compartilhados entre gneros literrios como o fantstico, o maravilhoso, o estranho, o realismo maravilhoso (GARCIA; BATALHA, 2012). Refletindo, por conseguinte, este vasto territrio o presente simpsio prope pensar o fantstico e os gneros circunvizinhos o estranho e o maravilhoso a partir da categoria da alteridade, como prope Victor Bravo.

    Com efeito, em sua crtica ao texto de Todorov, o estudioso venezuelano, articulando a noo de alteridade, em Octavio Paz e Freud, s leituras de Caillois e Vax, prope uma concepo de fantstico como produo narrativa resultante da transgresso de limite entre o domnio da fico e do real.

    A partir, portanto, desta concepo, o presente simpsio prope pensar as narrativas vinculadas ao fantstico como produes que, subvertendo a ordem lgica da civilizao moderna ocidental, encenam um mundo-Outro:

    El drama de toda cultura [....] es el intento de reducir lo irreductible, la alteridad, hacia la tranquilidad, ideolgica de lo Mismo, de la Identidad. La alteridad parece ser insoportable. El orden que toda cultura de alguna manera sacraliza, es el intento de reducir la alteridad hacia las formas de lo Mismo. (BRAVO, 1985, p. 16)

    Pelas premissas lanadas por Bravo, busca-se, assim, examinar as relaes entre a alteridade e o inslito, o real e o seu duplo e a imprevisibilidade da realidade na modernidade do sculo XX e na contemporaneidade, pensando de que modo o fantstico chega ao sculo XXI, dialogando com as prticas ficcionais da literatura latino-americana, particularmente as das regies da Amaznia. Sero, portanto, aceitos trabalhos que versem sobre a alteridade e seu enlace com o maravilhoso, o inslito, o fantstico de narrativas modernas e contemporneas, nos diferentes tipos de linguagens e de suportes miditicos.

  • 25

    Sesso I quarta-feira, 01/04, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 4Coordenador da SessoMayara Ribeiro Guimares

    Suspendendo os limites: os lugares do no dito em En la estepa

    Emily Cristina dos Ouros (USP)

    O homem desdobrado: inslito e alteridade recalcada em Vento Sudoeste, de Luiz Alfredo Garcia-Roza

    Marta Maria Rodriguez Nbias (UERJ / CNPq)

    O inslito em A terceira margem do rio, de Guimares Rosa

    Teresinha Vnia Zimbro da Silva (UFJF)

    Sesso II quarta-feira, 01/04, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 4Coordenador da SessoSylvia Maria Trusen

    A adaptao do outro na traduo do prprio: as extraordinrias histrias de Clarice Lispector

    Mayara Ribeiro Guimares (UFPA-Belm)

    Os jogos de alteridade na narrativa fantsticaMurilo de Almeida Gonalves (USP)

    A perturbadora presena animal: a representao do outro da nossa cultura, em dois contos fantsticos de Antonio Di Benedetto

    Ana Carolina Macena Francini (USP)

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    Simpsio VIO inslito em sua constelao conceitual: anlises possveis

    Coordenao: Regina da Costa da Silveira (UniRitter) e Cecil Jeanine Albert Zinani (UCS)

    O inslito ficcional um aspecto intrnseco s estratgias de construo narrativa dos principais gneros em que o inesperado, o imprevisvel, o incomum seja marca distintiva, como o maravilhoso, o fantstico, o estranho, o realismo mgico, o realismo maravilhoso e o realismo animista (GARCA, 2012, p. 14). Dentre esses gneros, Borges afirmava que a modalidade de narrativa mais antiga a fantstica. Se pensarmos em narrativas primordiais, como mitos e contos de fadas, constatamos a presena do fantstico como forma de explicar um universo desconhecido. Contemporaneamente, as perspectivas so outras, porm o interesse pelo gnero no arrefeceu, havendo muitos estudos que o focalizam sob vrios pontos de vista.

    Todorov (2004) considera o fantstico como a hesitao diante de um fenmeno extraordinrio, desdobrando esse conceito em estranho e maravilhoso. J Roas prope que o ncleo do fantstico o conflito gerado pelo conhecimento da realidade diante de um fenmeno inexplicvel, apontando para o carter subversivo dessa modalidade de literatura em relao tanto ao tema quanto ao estilo, uma vez que altera a representao da realidade estabelecida pelo sistema de valores compartilhado pela comunidade, postulando a descrio de um fenmeno impossvel dentro desse sistema (ROAS, 2014, p. 56). Dos pases ocidentais ao continente africano, o tema do inslito manifesta-se assim em seus desdobramentos conceituais, desestabilizando a rigidez do conceito, admitindo a presena de crenas contextualizadas em territrios distantes no tempo e na geografia.

    Com efeito, inslitas so desde as primeiras narrativas que compem a concepo do universo, o chamado animismo, a que se agregam os mitos. Para lembrar que o que causa hesitao a inquietante estranheza do indivduo diante de sua prpria finitude. Assim, o medo inexorvel da morte, o furor impetuoso dos fenmenos da natureza cedo levaram o homem a criar representaes, dentre elas as narrativas dos mitos, para aplacar seus medos e tambm a sua solido. Como disse Carpentier em relao ao realismo maravilhoso, h que se ter f para que as coisas sejam. Na cultura ocidental

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 3Coordenador da SessoRegina da Costa da Silveira

    Fantstico? Maravilhoso? Absurdo? Estranho? Os possveis (des)caminhos para as realidades irreais uma anlise do romance Bolero, de Victor Giudice

    Helena Maria de Souza Costa Arruda (UFRJ / CNPq)

    Animismo africano: inslita fora da NaturezaDbora Jael Rodrigues Vargas (UniRitter)

    Entre o fogo e a gua: os espaos labirnticos em Jorge Lus Borges e Alice Munro

    Ana Jlia Polleto (UCS)

    O inslito no conto A menina de l, de Guimares Rosa

    Tnia Regina Silva da Silva (UniRitter)

    europeia e, por extenso, na literatura latino-americana, convencionou-se chamar de fantstico, realismo mgico e realismo maravilhoso os mecanismos de produo de efeito inslito e de recepo. No continente africano, essas representaes na arte so denominadas de realismo animista. Todas essas expresses constituem a constelao de conceitos (HAESBAERT, 2014) necessria para a compreenso esttico-contextual da obra literria. Como sintagma pertencente ao campo semntico que vem encabeado pelo verbete inslito, o animismo ser examinado na expresso realismo animista, conforme Harry Garuba, e mais recentemente, definido por Caroline Roney, como elemento presente na natureza, na medida em que os espritos, na percepo animista, vivem num eterno ir-e-vir mantendo a continuao do mundo, a sua respirao. A proposta busca, assim, contemplar trs modalidades que se constituem pela irrupo do inslito o fantstico, o realismo maravilhoso e o realismo animista , dentre as que compem essa constelao, com o objetivo de promover a discusso, a anlise e a interpretao de textos em poesia e prosa nas literaturas em lngua portuguesa.

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    Sesso II tera-feira, 31/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 3Coordenador da SessoCecil Jeanine Albert Zinani

    O inslito pelos Caminhos do Negro em Porto Alegre

    Eva Esperana Guterres Alves (UniRitter)

    A viagem inslita do heri na trilogia flmica O Hobbit

    Luiz Guilherme dos Santos (PUC-RS)

    Vertentes do inslito ficcional em Acau, de Ingls de Sousa

    Danieli dos Santos Pimentel (PUC-RS)

    Magia e simbiose com a natureza em Pocahontas: o encontro entre dois mundos e Avatar: vises e concepes de mundo indgenas

    Osmando Jesus Brasileiro (UniRitter)

    Sesso III quarta-feira, 01/04, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 3Coordenador da SessoRegina da Costa da Silveira

    Uma proposta de abordagem do fantstico no conto O crculo, de scar Cerruto

    Cecil Jeanine Albert Zinani (UCS)

    Aventuras inslitas em Meninas, de Maria Teresa Horta

    Elisangela da Rocha Steinmetz (FURG)

    Abensonhada chuva: reencantamento do mundo em busca de felicidade

    Fbio Rodrigo Penna (CEFET-RJ)

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    Simpsio VIIO inslito na literatura, no cinema e nas artes plsticas

    Coordenao:Aurora Gedra Ruiz Alvarez (UPM), Maria Luiza Guarnieri Atik (UPM) e Ana Lcia Trevisan (UPM)

    O inslito uma ocorrncia que vem corroer a normalidade e uma verossimilhana que nada parec[e] capaz de abalar, segundo Carlos Reis. Esse acontecimento que rompe com o ritmo e o estatuto narrativos e instaura a suspenso, inquietando e/ou intrigando a instncia enunciativa e/ou as personagens, provoca tambm questionamento no leitor que se interessa por sondar a natureza dessa realidade. No mbito desse evento, vrias matrizes se abrigam: o maravilhoso, o estranho, o fantstico, o realismo mgico etc., bem como numerosos desdobramentos dos sujeitos (o ssia, o fantasma, o vampiro, os gmeos, o duplo, o clone etc.) e infinitas possibilidades de estratgias narrativas. Se o inslito provoca deslocamentos e desacomoda os sujeitos inscritos na narrativa ou na recepo do texto literrio, no conhece muito diferente sorte na narrativa flmica ou num texto plstico, a despeito de nestas ltimas mdias serem outras propriedades e outros procedimentos que construam essa ocorrncia. No entanto, nos casos de transposies intersemiticas, as formas de manifestao do inslito dos filmes e textos plsticos podem se aproximar muito do texto literrio. Comentando sobre o gtico, Catherine Spooner, em Contemporary gothic, afirma que esse gnero, especialmente no sculo XX, atravessou as fronteiras das reas para ser absorvido por todas as mdias. Se o gtico, a fico cientfica, o maravilhoso e outros gneros diluem as fronteiras das artes, impe-se ao estudioso da intermidialidade e da literatura investigar os mecanismos desenvolvidos em cada obra com o fito de criar a ambiguidade que reger a instalao do inslito, que, por sua vez, subverter as leis que regulam o objeto, mesmo que seja na esfera do pressuposto, bem como examinar os nexos de causalidade existentes na sintaxe de cada mdia. Nesse complexo universo de manifestaes do inslito, este simpsio tem como proposta o estudo dessa manifestao na literatura, nas artes plsticas e no cinema contemporneos, quer centrando se no exame do tratamento desses fenmenos em um desses produtos artsticos, quer estabelecendo relaes entre diferentes mdias.

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 5Coordenador da SessoMaria Luiza Guarnieri AtikAurora Gedra Ruiz AlvarezAna Lcia Trevisan

    O inslito na literatura de Albano MartinsSonia Maria de Arajo Cintra (USP)

    Um fantasmagrico tringulo amoroso Maria Luiza Guarnieri Atik (UPM)

    Um freak show fotogrfico Annateresa Fabris (USP)

    Viagens pelo texto verbal e pelo texto no-verbal em O Senhor Custdio de Raul Brando e Mrio Botas Elosa Porto (UERJ)

    Sesso II segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 5Coordenador da SessoAna Lcia TrevisanMaria Luiza Guarnieri Atik Aurora Gedra Ruiz Alvarez

    El otro cielo, de Julio Cortzar e A morta amorosa, de Thophile Gautier : tempos e espaos inslitos

    Ana Lcia Trevisan (UPM)

    Pela graa alcanada Mariarosaria Fabris (USP)

    Drcula: da queda redeno Judith Tonioli Arantes (UPM)

    Incidncias do duplo na escrita de Adelice Souza: uma leitura dos contos As escravas gmeas e Caramujos zumbis

    Poliana Pereira Dantas (UNEB)

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    Sesso III tera-feira, 31/03, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 5Coordenador da SessoAurora Gedra Ruiz Alvarez Ana Lcia Trevisan Maria Luiza Guarnieri Atik

    A magia do amor verdadeiro revisitadaGiselle Olivia Mantovani Dal Corno (UCS)

    Amada: quando o estranho encontra o fantstico Lilian Cristina Crrea (UPM)Luciana Duenha Dimitrov (UPM)

    O paquete, o cargueiro e o volante Raquel de Sousa Ribeiro (USP)

    O inslito nas mdias: convergncias e divergncias Aurora Gedra Ruiz Alvarez (UPM)

    Sesso IV tera-feira, 31/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 5Coordenador da SessoMaria Luiza Guarnieri Atik Aurora Gedra Ruiz Alvarez Ana Lcia Trevisan

    Manifestaes do inslito na literatura brasileira de Ivan Jaf: uma releitura do mito do vampiro

    Tiago de Souza Barros (UNESP-Assis)

    O inslito em Sombras de reis barbudos: uma possvel leitura alegrica da obra de Jos J. Veiga

    Fernanda Reis da Rocha (UPM)

    O Auto da Catingueira, uma opera sertaneja: A Va da foice sombra da fascinante beleza de Dassanta.

    Marleide Santana Paes (UPM)

    O inslito e a mquina na Inveno de Morel, de Adolfo Bioy Casares

    Mariana Fogaa Calvio (UPM)

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    Simpsio VIIIA literatura fantstica de expresso francesa

    Coordenao: Maria Cristina Batalha (UERJ) e Sabrina Baltor (UERJ)

    Existe um consenso entre os crticos de que a primeira obra que se pode classificar como fantstica nasceu na Frana, com a novela O diabo enamorado, de Jacques Cazotte, publicada em 1772. Embora o fantstico no tenha obtido grande visibilidade na historiografia literria desse pas, com exceo do perodo romntico, sua manifestao marcou presena e contribuiu para a fixao do gnero em diferentes momentos da produo literria francesa, assim como dos demais pases francfonos, tais como o Quebec, a Blgica, o Senegal e as Antilhas. Se tomarmos o exemplo de contos e novelas fantsticas de Thophile Gautier (1811-1872), veremos como o gnero se atualiza no perodo romntico francs, fazendo eco a poticas, e, em particular, proposta potica do grande esteta que foi o prprio Gautier. O fantstico desse perodo, a partir da acepo nova, introduzida pela traduo de E.T.A. Hoffmann, em 1828, impe-se como gnero cannico no cenrio artstico francs. Diferente de sua significao inglesa, o adjetivo fantstico vira moda por volta de 1830, com os contos e novelas de Charles Nodier, Thophile Gautier, Prosper Mrim, Grard de Nerval, Balzac e, posteriormente, Villiers de LIsle Adam, com seus contos cruis e Barbey dAurevilly, autor dos contos diablicos, sem falarmos na literatura de Guy de Maupassant que, inspirado em Edgar Allan Poe, recusa as facilidades romnticas de migrao para o onrico do conflito entre o verossmil e o impossvel, complexificando o gnero e servindo de modelo para vrios contistas.

    Ainda no perodo romntico, podem ser objeto de reflexo as obras dos chamados petits romantiques (pequenos romnticos), grupo de escritores e artistas franceses da metade do sculo XIX, dentre eles, Ptrus Borel (1809-1859), tambm conhecido como o licantropo, praticante da literatura frentica, filial exacerbada e subversiva do romantismo francs.

    Sero tambm bem-vindos todos esses autores que vieram da Frana, mas tambm Anne Hbert, Jean Ray, Claude Roy, Marie Ndiaye, Kateb Yacine e tantos outros que praticaram e praticam sua literatura em lngua francesa nas mais diferentes latitudes.

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    Sesso I quarta-feira, 01/04, das 13:00 s 15:00, sala: RAV 112Coordenador da SessoMaria Cristina Batalha

    O fantstico em Une heure ou la vision, conto de Charles Nodier

    Gabriela Jardim da Silva (UFRGS)

    Jlio Verne - literatura fantstica sobre a AmazniaRoberto Jos da Silva (UNICAMP)

    A contribuio de Thophile Gautier para a constituio da literatura fantstica brasileira

    Sabrina Baltor de Oliveira (UERJ)

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    Simpsio IXMetaforizao do inslito na literatura infantil e juvenil de autoria feminina

    Coordenao: Rita de Cssia Silva Dionsio Santos (UNIMONTES) e Regina Michelli (UERJ)

    O inslito tem sido concebido, entre outras acepes, como o estranho, o inusitado, o que provoca desconforto no leitor, ou aquilo que desestabiliza, de alguma forma, as nossas concepes do real, refletindo-se nas instncias narrativas e de recepo, ou mesmo na linguagem. No que diz respeito literatura infantil e juvenil, desde o seu surgimento, o inslito parece ser parte intrnseca de seu carter, pela via do maravilhoso, do fantstico ou do estranho. Seres com poderes extraordinrios, objetos mgicos, metamorfoses e aes sobrenaturais so frequentes nas narrativas, afrontando as regras da cotidianidade e abrindo as cortinas ao mundo do faz de conta. ainda comum a presena de personagens encantadas, carecendo da ajuda de uma fada, um ano ou mesmo um animal mgico a fim de conseguir superar os obstculos e galgar a recompensa devida. Assim, este simpsio pretende reunir propostas de comunicao que tenham como foco a reflexo e o debate sobre as metforas do inslito na literatura infantil e juvenil, em especial nas narrativas produzidas por mulheres ou roda do feminino, alargando-se para o dilogo com textos produzidos em diferentes pocas, linguagens e suportes, tambm sob o foco de diversas abordagens terico-metodolgicas.

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    Sesso I tera-feira, 31/03, das 13:00 s 15:00, sala: RAV 112 Coordenador da SessoRita de Cssia Silva Dionsio Santos

    Metforas de crescimento: consideraes sobre a narrativa curta de Marina Colasanti

    Anglica Maria Santana Batista (UERJ)

    Metfora da emancipao feminina em Entre a Espada e a Rosa de Marina Colasanti

    Simone Campos Paulino (SMERJ)

    Reflexos no espelho: a metfora da emancipao feminina no conto A primeira s, de Marina Colasanti

    Cinthia Freitas de Souza (UNIMONTES / CAPES)

    Escaravelhos e espadas: o inslito metaforizado em Lcia Machado de Almeida

    Rita de Cssia Silva Dionsio Santos (UNIMONTES)

    Sesso II tera-feira, 31/03, das 15:15 s 17:15, sala: RAV 112Coordenador da SessoViviane Siqueira

    Bruno, o menino que aprendeu a voar: a fantstica infncia do artista polons Bruno Schulz

    lida Mara Alves Dantas (UFU)

    A importncia das estratgias narrativas na configurao do inslito e do imaginrio infantojuvenil em Os olhos de Ana Marta

    Rafaela Cardoso Corra dos Santos (UERJ)

    Aventuras e desventuras literriasViviane Siqueira (FNLIJ / UNISUAM / Simonsen)

    O feminino em meio ao maravilhoso nos contos da tradio

    Regina Michelli (UERJ)

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    Simpsio XO modo fantstico: inslitas redes de fios narrativos

    Coordenao: Marisa Martins Gama-Khalil (UFU) e Maria Cristina Martins (UFU)

    O simpsio tem como objetivo agregar trabalhos que discutam as manifestaes da literatura fantstica, seja partindo de uma argumentao de ordem terica, como tambm refletindo sobre a construo dessa literatura por intermdio da anlise de narrativas que apresentem em sua trama a irrupo do inslito.

    Consideraremos como princpio norteador a ideia de literatura fantstica como uma grande rede que abriga diversas formas de construo do inslito e, nessa perspectiva, seguimos a noo de modo fantstico defendida por Felipe Furtado e Remo Ceserani, tambm presente nos estudos de Irene Bessire e Rosemary Jackson.

    Temos a conscincia de que a proposta do simpsio se abre quase que indefinidamente; contudo a abrangncia no total, uma vez que deixa fora de seu conjunto as construes literrias que tm base em uma representao realista e no possibilitam a irrupo do inslito. Entretanto, admitimos que a abertura do enfoque do simpsio ampla, pois vai desde narrativas em que h apenas a sugesto de eventos inslitos a narrativas em que o inslito abertamente narrado ou aceito por personagens e/ou leitores. A abertura ampla da proposta deve-se ao fato de pretendermos demonstrar a enorme diversidade de formas de construo da literatura fantstica e, nesse sentido, possibilitar a reflexo sobre alguns pontos polmicos que envolvem os estudos dessa literatura, como, por exemplo, rebater o fato de ela estar encerrada temporalmente nos sculos XVIII e XIX, e a ideia de que para haver o fantstico necessrio que exista a hesitao.

    A imagem de uma rede repleta de fios diversos possibilita-nos pensar tambm na constituio da fico fantstica, no enredamento do mundo diegtico apresentado por ela: um mundo em que os espaos, tempos e acontecimentos se intercalam, se justapem, se embaraam para nos mostrar que o ilgico faz parte de nossa lgica cotidiana. Consideramos esse mundo como rizomtico, no sentido atribudo por Deleuze e Guattari, porque um elemento espao, personagem ou acontecimento, por exemplo pode se conectar inesperadamente a outro e, na sequncia desligar-se dele. A superposio de mundos ou de possibilidades de mundos , ao nosso ver, uma das estratgias de construo da literatura fantstica que, por essa perspectiva, pode ser entendida como heterotpica por natureza.

    A literatura fantstica, com a apresentao de um mundo aparentemente to inslito e plural, age no sentido de promover a exagerao ou o deslocamento do real e, por

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 1Coordenador da SessoJosiane Tavares Silva

    A recepo do gnero maravilhoso na escolaJosiane Tavares Silva (UFU / CAPES)

    Fbulas: inslito fio da teia maravilhosaSuelene Alves Lopes (UFU / CAPES)

    A caracterizao contempornea das princesas de contos de fadas clssicos em Shrek 3

    Bruna Ferreira Ramos (UFU / CNPq)

    Meu nome Isobel: A voz feminina sob uma perspectiva revisionista em My name is Precious, de Nalo Hopkinson

    Carolina Lopes Dias Santana (UFU)

    Sesso II segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL ICoordenador da SessoLuciana Morais da Silva

    O carter inslito da escrita rubiana Mariana Silva Franzim (UEL)

    Juparassu: runas em um mundo do inslito Luciana Morais da Silva (UERJ)

    Do cotidiano ao inquietante: uma leitura do conto A chave na porta de Lygia Fagundes Telles

    Rosaly Ferreira da Costa Santos (UERN / CNPq)

    A transgresso do real: o fantstico no conto As formigas de Lygia Fagundes Telles

    Monica Valria Moraes Marinho (UERN-Mossor / CNPq)

    isso, sua representao no apresenta uma negao do real, mas incita uma reviso dele. Para que a reviso se concretize preciso mostrar que no existe Verdade, mas verdades, e dar um foco diferenciado aos fatos expostos ordenadamente pelas instituies, que tentam disciplin-los e arrum-los, e por esse motivo que a literatura fantstica promove constantes deslocamentos histricos e estticos.

    Esperamos, portanto, que os trabalhos reunidos neste simpsio demonstrem terica ou analiticamente estratgias discursivas e temticas de construo da literatura fantstica e descortinem a sua potencialidade de reviso do real.

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    Sesso III tera-feira, 31/03, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 1Coordenador da SessoHelen Cristine Alves Rocha

    O inslito no espao-corpo de Medardo e AgilulfoHelen Cristine Alves Rocha (UFU / FAPEMIG)

    Reverberaes do modo fantstico na prosa de Alberto Moravia: o duplo em Io e Lui

    Gisele de Oliveira Bosquesi (UNESP-So Jos do Rio Preto)

    Simbolismo e Sobrenatural em Belkiss, de Eugnio de Castro

    Bruno Anselmi Matangrano (USP / CNPq)

    Sesso IV tera-feira, 31/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 1Coordenador da SessoJoo Olinto Trindade Junior

    As perspectivas modal e genolgica no estudo do fantstico

    Marisa Martins Gama-Khalil (UFU / CNPq)

    Herdeiros de Kafka: traos do Fantstico Moderno em Jos J. Veiga e Mia Couto

    Joo Olinto Trindade Junior (UFRRJ / UERJ)

    A naturalizao do irreal: a narrativa fantstica de Joo Guimares Rosa

    Antonia Marly Moura da Silva (UERN)

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    Sesso V quarta-feira, 01/04, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 1Coordenador da SessoCarline Barbon dos Santos

    Estranhamentos inslitos no conto Solfieri de Noite na Taverna de lvares de Azevedo

    Carline Barbon dos Santos (UFU / CAPES)

    O erotismo e o realismo mgico como irrupo do inslito nos contos de Antnio Carlos Viana

    Marilia Simari Crozara (UFU)

    A irrupo do inslito na obra Cine Priv, de Antnio Carlos Viana

    Fernanda Pina dos Reis Faccin (UFU)

    Ecos inslitos em Clarice Lispector: O lustre (1946) e a esttica surrealista

    Moiss Gonalves dos Santos Jnior (UNESP-Assis)

    Sesso VI quarta-feira, 01/04, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 1 Coordenador da SessoSandra Mara Carvalho

    Remendo novo em pano velho: o inslito revisitado nas releituras The Werewolf , de Angela Carter e Little White Riding Hood, De Barbara G. Walker.

    Maria Cristina Martins (UFU)

    A nusea da existncia Naiana Mussato Amorim (UFF)

    Os espaos fantsticos e as dobras dos sujeitos Sandra Mara Carvalho (UFU)

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    Simpsio XINarrativas inslitas: memria, histria e mito

    Coordenao: Luciane Alves Santos (UFPB) e Maria Alice Ribeiro Gabriel (USP)

    Presentes na formao das identidades tnicas de cada pas, conforme sua especificidade, os contos de fantasmas, relatos sobrenaturais e narrativas fantsticas revelam-se a partir de uma trade dinmica, envolvendo o mundo real e o imaginado: memria, mito e Histria. Os estudos antropolgicos de Ren Girard, Violncia e o Sagrado, relacionam a origem do mito com uma situao de extrema desordem. Este caos no se apresenta usualmente como original, mas abriga alguma sorte de falha ou colapso, seja na comunidade, na natureza ou no cosmos. Na literatura brasileira do sculo XIX e primeira metade do sculo XX, a maior parte das histrias de fantasmas so construdas a partir das narrativas da cultura popular em paralelo aos relatos histricos. O fato temtico na memria coletiva e as reminiscncias do passado, em convergncia com lendas estrangeiras e locais, transformam-se em mito ou relato sobrenatural. Obras de autores que, em algum momento, incursionaram por esse caminho, como Gilberto Freyre, Jayme de Barros Griz, Pedro Nava, Monteiro Lobato e Simes Lopes Neto, ilustram essa tendncia e legitimam a inscrio do mito e da Histria nas narrativas de cunho fantstico folclrico. Considerando as apreenses do real e do imaginrio, a proposta deste simpsio analisar a representao de elementos inslitos em uma perspectiva que engendra diferentes espaos e abordagens variadas: antropolgicas, culturais, histricas ou literrias, leituras que validam a narrativa enquanto testemunho do passado, alm do seu papel na transmisso e preservao da memria histrica local.

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    Sesso I quarta-feira, 01/04, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 5Coordenador da SessoMaria Alice Ribeiro Gabriel

    Usos e abusos da metfora na investigao de imaginrios histricos

    Daniel Vecchio Alves (UNICAMP)

    Narrativas inslitas em Contos da floresta: um entrelaamento entre o mito, a histria e a memria na literatura indgena amazonense

    Delma Pacheco Sics (UEA-Parintins)

    A incorporao inslita do referente histrico: Le Livre des Nuits, de Sylvie Germain Isabelle Godinho Weber (UERJ)

    A recuperao do passado inslito em Assombraes do Recife Velho, de Gilberto Freyre Luciane Alves Santos (UFPB)

    Sesso II quarta-feira, 01/04, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 5Coordenador da SessoLuciane Alves Santos

    Literatura e Histria: interlocues inslitas no conto de Murilo Rubio

    Romana Tatiane Soares Santos (UNIMONTES)

    Os veios da memria: narrativas inslitas em Ba de ossos, de Pedro Nava

    Maria Alice Ribeiro Gabriel (USP)

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    Simpsio XIIRelao entre Artes: Inslitas Variaes

    Coordenao: Carlinda Fragale Pate Nuez (UERJ) e Egle Pereira da Silva (UERJ)

    A relao entre as artes remete a uma longa tradio. Por esta ligao, entenda-se o conjunto de interaes possveis entre artes que a cultura ocidental julga distintas entre si, em especial, a msica, a pintura, a dana, a arquitetura, a literatura, e mais modernamente, a fotografia e o cinema. Refletir acerca dessa comunicao, de suas interrelaes, dos efeitos de uma sobre a outra ponderar igualmente sobre a sua midialidade forma, meio, suporte de difuso uma vez que toda arte a encerra, reconhecer que nem toda mdia a inclui, bem como perceber as transgresses em seu interior, aqui compreendidas como engenho, sensibilidade, truque do intelecto, experimentaes ousadas e sem limites, revoluo esttica, ou, como diria Lessing, no seu Laocoonte (2011), Kunstgriffe (passes de mgica, atos de prestidigitao). O cruzamento, muitas vezes incomum, estranho, mltiplo entre as artes e as mdias; a mudana na relao entre elas mais importante do que do objeto criado o ato criador; o abandono de velhas alianas pintura e poesia; a descoberta de novas analogias e interfaces msica, literatura; a valorizao de novos sentidos e, consequentemente, a criao do que W. J. T. Mitchell denominou, em Picture theory (1994), arte compsita (palavra, imagem e som integrados, com as qualidades necessrias para criar uma presena completa e no apenas meros suplementos verbais, visuais e sensoriais) so os leitmotiven deste simpsio. A partir das distines estabelecidas por Lessing entre pintura e poesia, do imperativo por ele definido - toda arte se baseia em uma midialidade especfica, mdia e arte se opem; dos conceitos de intermidialidade desenvolvido por Walter Moser, Silvestra Mariniello e ric Mchoulan; e de remediao (remediation) de Jay David Boulter e Richard Grusin, propomos uma leitura da relao entre as artes, no apenas no seu aspecto tradicional (diferentes, com midialidades prprias) mas tambm, e principalmente, a partir da sua conflao e inslitas variaes.

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 2Coordenador da SessoCarlinda Fragale Pate Nuez Egle Pereira da Silva

    Paul Auster, entre literatura e cinema: a representao e seus limites

    Gabriela Semensato Ferreira (UFRGS)

    Literatura e cinema: o caso Paul Auster Egle Pereira da Silva (UFRJ)

    Da palavra fraude mais bonita do mundo: o cinema em perspectiva

    Raquel Cristina Ribeiro Pedroso (UNESP-ASSIS)

    Memrias andarilhas - Retratos de si e de outros Karla Magalhes de Araujo (UERJ)

    Sesso II tera-feira, 31/03, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 2Coordenador da SessoCarlinda Fragale Pate Nuez Egle Pereira da Silva

    O instante da imagem: a linguagem e o acontecer potico na fotografia

    Mauro Sergio Apolinrio (UFRJ)

    A fotografia e a literatura de Lewis Carroll sob a luz do fantstico: uma introduo

    Ana Carla Vieira Bellon (UERJ)

    A obra plstica de Adriana Varejo e a escrita de Evandro Affonso Ferreira: o inslito como convite e apario

    Vera Lucia Pian Ferreira (UERJ)

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    Sesso III quarta-feira, 01/04, das 13:00 s 15:00, sala: LIDIL 2Coordenador da SessoCarlinda Fragale Pate Nuez Egle Pereira da Silva

    Inslitas paixes: Sobrevivncias do antigo em fices brasileiras contemporneas de amor e fria

    Carlinda Fragale Pate Nuez (UERJ)

    Tpicos de leitura intermidial Maria Cristina Ribas (UERJ)

    E.T.A. Hoffmann e o Canto Fantasmal - dilogo com Gary Tomlinson

    Simone Maria Ruthner (UERJ)

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    Simpsio XIIIO trans-humanismo na literatura e no cinema

    Coordenao: Maria Conceio Monteiro (UERJ) e ngela Maria Dias (UFF)

    Pensamos o corpo mecnico a partir do conceito de trans-humanismo literrio, pelo qual entendemos o uso da imaginao tcnica para criar o corpo artificial, construindo-o como interao de dispositivos e controles tecnolgicos, entre os quais se inserem componentes humanos, como msculos, pele, voz. O resultado um corpo construdo como possibilidade de superao do corpo meramente humano, capaz de confundir-nos pela condio de simulacro perfeito de ns mesmos. Nesse sentido, o trans-humanismo literrio difere do trans-humanismo cientfico que opera com a interferncia tecnolgica no corpo humano com o intuito de transform-lo, buscando aprimor-lo e livr-lo de futuras deficincias, usando assim a tcnica para criar novas possibilidades extenso da longevidade, por exemplo para a natureza humana, sempre superando-a. Os dois trans-humanismos, contudo, tm em comum o uso da tecnologia, mas, enquanto o cientfico se serve da tecnologia atravs dos avanos cientficos, a modalidade literria se apodera desses avanos atravs da imaginao tcnica.

    pensamento comum entre os tericos do trans-humano que, desde o surgimento e a massificao das tecnologias, operou-se uma desestabilizao em relao iluso coletiva que denominamos realidade. A nossa certeza sobre o mundo material tornou-se frgil e os prprios conceitos de vida e inteligncia esto sendo redefinidos. A tecnologia cria a iluso de que h um mundo para alm da carne, sendo, por conseguinte, possvel que a humanidade venha a livrar-se da decomposio, da velhice, da dor, bem como, inclusive, do prprio fantasma da mortalidade.

    Portanto, temos como proposta reunir trabalhos que investiguem as imbricaes turbulentas entre o trans-humanismo cientfico e o literrio; ou seja, entre a cincia e a imaginao tcnica.

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 13:00 s 15:00, sala: RAV 114Coordenador da SessoDavi Ferreira Pinho

    A promessa da mquina e o duplo n A inveno de Morel ngela Dias (UFF)

    Orlando: humano e s Davi Ferreira Pinho (UERJ)

    Um corpo de boneca: miradas desejantes Maria Conceio Monteiro (UERJ)

    Sesso II segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: RAV 114Coordenador da SessoPatrcia Marouvo Fagundes

    Apocalipse e sentimentalismo: o papel da empatia em duas fices distpicas

    Andr Cabral de Almeida Cardoso (UFF)

    O encantamento da cincia em Frankenstein Patrcia Marouvo Fagundes (UFRJ)

    Misticismo trans-humano em Philip K. Dick: em busca de parasos artificiais

    Ricardo Jos de Lima Teixeira (UERJ)

    Os corpos estilizados de Severo Sarduy: textualidades cirrgicas em Cobra

    Thiago Oliveira Carvalho (Prefeitura do Rio de Janeiro)

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    Simpsio XIVViagem e estranhamento: aventuras fantsticas em produes literrias de autoria feminina

    Coordenao: Simone Pereira Schmidt (UFSC) e Maximiliano Torres (UERJ-So Gonalo)

    A produo literria de autoria feminina esteve, por muito tempo, ligada acima de tudo ao entendimento de uma literatura de resistncia e/ou de uma busca de emancipao do lugar que a Mulher ocupava historicamente na sociedade patriarcal. Contudo, ler o texto ficcional por esse vis implica no somente reduzi-lo a uma construo monoltica, mas, sobretudo, negar o seu valor artstico, bem como a criatividade de sua autora. Desse modo, buscando ampliar leituras e alargar discusses, o presente Simpsio versa sobre o tema das viagens como experincias produtoras de efeito fantstico (e suas variantes, como o maravilhoso, o inslito, o grotesco, o abjeto, etc.) e suas relaes com escritas - produzidas por mulheres - de viagens e aventuras, como formas de estranhamentos e de ultrapassagens daquilo que entendemos como o conhecido.

    Outra vertente importante do tema se dedica a examinar o cenrio das disporas contemporneas, nas quais as mulheres desempenham papel preponderante, tanto na histria como na fico. Carregando muitas vezes a casa nas costas, como disse Gloria Anzalda (querendo com essa frase alegorizar vidas em constante deslocamento), mulheres de diferentes origens cada vez mais abandonam seus lares e pases e se lanam na aventura do desconhecido, muitas vezes submetidas a violncias e desigualdades, mas tornando-se, por outro lado, sujeitos atuantes, agenciadores de seus destinos e protagonistas de seus percursos. A fronteira cruzada torna-se, assim, um lugar de perigo e estranhamento, mas tambm, ao mesmo tempo, um lugar potencial de autotransformao e de agenciamento de novas identidades. Os modos de representao dessas experincias, representativas de percursos intensamente vividos por tantas mulheres na atualidade, demandam ser discutidos em suas formas estticas.

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    Sesso I quarta-feira, 01/04, das 13:00 s 15:00, sala: 11.038 F Coordenador da SessoVictor Azevedo

    Imagens apesar de tudo: vestgios do tempo em Dama voando em limusine preta de Ldia Jorge

    Victor Azevedo (UFRJ)

    A viagem uma dana em Paulina Chiziane Tania Lima (UFRN)

    Armadilhas do tempo: uma viagem s palavras de Orides Fontela (1940-1998)

    Ftima Maria da Rocha Souza (UEA)

    Deslocamento, estranhamento e identidade Minas Gerais nas obras de Maura Lopes Canado

    Mrcia Moreira Custdio (UFES / FAPES)

    Sesso II quarta-feira, 01/04, das 15:15 s 17:15, sala: 11.038 F Coordenador da SessoRinah de Arajo Souto

    Viagem e estranhamento no conto A mulher que prendeu a chuva, de Teolinda Gerso

    Rinah de Arajo Souto (Universidade de Coimbra)

    O grotesco na obra de Flannery OConnor: uma anlise de A View of the Woods

    Dbora Ballielo Barcala (UNESP-Assis)

    Estranha viagem entre mundos Simone Pereira Schmidt (UFSC)

    Caminhos ao revs: estranhamentos de retorno em As mulheres de Tijucopapo, de Marilene Felinto

    Maximiliano Torres (UERJ-So Gonalo)

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    Simpsio XVO fantstico mundo das lendas alems e brasileiras

    Coordenao: Magali dos Santos Moura (UERJ / FAPERJ)

    O simpsio pretende congregar trabalhos que possuem como objeto de estudo narrativas populares da tradio alem e brasileira. Considerados como paraliterrios, ou seja, excludos do cnone da Alta Literatura, esses textos tm a capacidade de oferecer um exemplo do livre uso da imaginao, onde o princpio mimtico continuamente desafiado, abrindo espao para a experimentao do mundo fantstico que, por sua vez, est em ntima relao com os recnditos da alma humana. A literatura fantstica , de forma geral e rpida, caracterizada pela presena de elementos considerados irreais, que vo alm das experincias do cotidiano e das leis fsicas do mundo terreno. A partir da teoria postulada por Hans Robert Jauss a respeito da esttica de recepo, pode-se depreender que o mundo ali representado exige um exerccio constante do leitor de co-subverter a ordem comum e, em seu lugar, abrir-se para novas experincias, mesmo que naquele momento, apenas ficcionais. Assim, o mundo representado pelas lendas populares se apresenta como um lugar onde a presena do fantasioso, do absurdo e do inslito aceito como parte integrante da ordem natural das coisas. A lgica dos sonhos, conforme estudada por Sigmund Freud, em muito se assemelha quela presente nas lendas e nos contos maravilhosos. So textos que incitam o medo, advertem para determinadas prticas e reforam determinados costumes. So textos que ao passarem de gerao a gerao criam normas de comportamento e, por conseguinte, formas de agir, assim como tambm fornecem explicaes que escapam ao controle da cincia moderna. Esse escapar por um lado e o controle por outro criam uma tenso bastante peculiar meritria de ser analisada. Essa anlise pode nos fornecer substrato para o entendimento de determinada cultura. Dessa forma, ser criado um frum de discusso que procurar abrir espao para o enfoque das questes que esse universo amplo nos traz.

    Abrindo-se para o inusitado, o simpsio congregar estudos com vis interdisciplinar, abrangendo estudos que se destinem no s anlise e interpretao de textos, como tambm abrigar estudos que tematizem experincias mediadas por esse tipo de texto envolvendo as atividades de comparao, de traduo e de ensino.

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    Sesso I segunda-feira, 30/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 2 Coordenador da SessoMagali dos Santos Moura

    As lendas dos Irmos Grimm e o ensino de Alemo como Lngua Estrangeira (ALE) I

    Roberta Sol Stanke (UERJ)

    As lendas dos Irmos Grimm e o ensino de Alemo como Lngua Estrangeira (ALE) II

    Ebal SantAnna Bolacio Filho (UERJ)

    Loreley e Iara: a contribuio das lendas no ensino da lngua e cultura alem

    Andreia Louise da Costa Araujo Camara (UERJ)

    O fantstico mundo da traduo. Lendas alems em lngua portuguesa

    Jeniffer Suelen A. Martins (UERJ)

    Sesso II tera-feira, 31/03, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 2 Coordenador da SessoRoberta Sol Stanke

    O estranho e os contos fantsticos Lusa Santos Ribeiro (UERJ)

    Sons e Vises do Fantstico em Goethe: uma anlise de Der Erlknig Ana Cristina Dias da Silva (UERJ)

    Frau Holle e Shitakiri Suzume: diferentes valores morais e culturais nos contos de fada alemo e japons

    Raphael dos Santos Miguelez Perez (UERJ)Rodrigo Marins de Souza e Silva (UERJ)

    O fantstico nas lendas do UirapuruAmanda Prudente de Moraes Goldbach (UERJ)

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    Sesso III quarta-feira, 01/04, das 15:15 s 17:15, sala: LIDIL 2 Coordenador da SessoEbal SantAnna Bolacio Filho

    O fantstico pactrio nas literaturas popular renascentista alem e de cordel brasileira

    Mayra Lopes Tavares do Couto (UERJ)

    O fantstico no Fausto de Goethe Marta Goldstein (UERJ)

    O mito fustico: das letras s telas. Relao entre literatura e cinema

    Magali dos Santos Moura (UERJ / FAPERJ)

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    Sesso I tera-feira, 31/03, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 1

    A reversibilidade da morte: o inslito residual no conto As formigas, de Lygia Fagundes Telles

    Kallel Alves Machado (UFAM)

    Lygia Fagundes Telles e sua literatura fantsticaLuiz Alberto Pinheiro de Oliveira (UERJ)

    Rompendo molduras: cenas do inslito em Virginia Woolf e Lygia Fagundes Telles

    Carla Lento Faria (UNIFESP-Guarulhos)

    Espao fantstico em A casa da madrinha, de Lygia Bojunga

    Fernando Filgueira Barbosa Jnior (UERN)

    Sesso II tera-feira, 31/03, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 2

    O inslito no cinema: Blindness, do diretor Fernando Meirelles, adaptao do romance Ensaio sobre a cegueira, de Jos Saramago para as telas

    Francisco Carlos Malta (UERJ)

    A inslita reminiso nas veredas do Grande Serto Gregory Magalhes Costa (UFRJ)

    Padres voadores e trasgos leprosos: imaginao romntica no drama histrico Bartholomeu de Gusmo, de Agrrio de Menezes

    Jssica Cristina dos Santos Jardim (UFPE / CNPq)

    Tecendo redes entre literatura e psicologia: dimenses mticas e simblicas da obra O Viajante, de Lcio Cardoso

    Gilzete Passos Magalhes (IFF / FSMA)

    Sesso III tera-feira, 31/03, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 3

    Duas formas de representar o feminino na literatura infantil: Narizinho, de Monteiro Lobato, e Dorothy, de L. Frank Baum

    Ana Carolina Lazzari Chiovatto (USP)

    De Barrie a Lobato: o Imaginrio e o Fantstico na adaptao de Peter Pan

    Felipe Teixeira Zobaran (UCS)

    Comunicaes Livres

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    Nas fronteiras do maravilhoso: os contos de fadas e o revisionismo contemporneo

    Lvia Maria de Oliveira (UFU)

    Fagundes Varela e Robert Louis Stevenson: dilogo intertextual entre os contos Runas da Glria e O Ladro de Cadveres

    Mayara Cristina Bignani Silva (UNIFESP-Guarulhos)

    Sesso IV tera-feira, 31/03, das 08:30 s 10:00 sala: LIDIL 4

    Nas guas do tempo: a inslita tradio dos ancestrais em frica

    Adriana Maciel da Cruz (UFAM)

    frica una, mltiplas almas: uma leitura do romance A confisso da leoa sob a tica do Realismo Animista

    Karina Lobo Magalhes Castro (UFAM)

    Imagens Inslitas na obra Ensaio sobre a cegueira, de Jos Saramago

    Rodrigo Barreto (UERJ)

    Onde acaba o humano e principia o animal: uma leitura de Tigrela

    Tatiana Alves Soares Caldas (CEFET-RJ)

    Sesso V tera-feira, 31/03, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 5

    A tecnologia e a adaptao no processo de desenraizamento de Parece mentira mas no , narrativa amaznica

    Alexandre Ranieri (UEL / SEDUC-PA)

    O imaginrio nas narrativas indgenas A lenda da me da roa, A origem do cupim, e Meus olhos bonitos

    Francisco Bezerra dos Santos (UEA)

    O inslito engajado em Bolero, de Victor Giudice Thas Seabra Leite (UFRJ)

    O fantstico em Contos do mato, de Arthur Engrcio

    Thays Freitas Silva (UFAM)

  • 54

    Sesso VI quarta-feira, 01/04, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 1

    A inquietante estranheza e o olhar em rfos do Eldorado de Milton Hatoum

    Alex Wagner Leal Magalhes (UNESA-Amap)

    O inslito em Cordilheira, de Daniel Galera Caroline Aparecida de Vargas (UFPR)

    O inslito no romance de Rubem Fonseca, Bufo & Spallanzani

    Ana Cristina Teixeira de Brito Carvalho (UEMA-Balsas)

    Macrio: na Medida do Fantstico Carolina de Almeida Zava (UERJ)

    Sesso VII quarta-feira, 01/04, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 2

    O inslito na obra infantil Contatos imediatos dos besouros astronautas e Os habitantes do espelho de Assis Brasil

    Roslia Maria Carvalho Mouro (FSA / SEDUC-PI)

    O fantstico em contos de Ingls de SousaSrgio da Fonseca Amaral (UFES)

    Nenm Ruo, um universo multifaces na construo do inslito ficcional de Assis Brasil

    Lilsia Chaves de Ara Leo Reinaldo (UFPI)

    Simplcio e A luneta mgica: artefato mgico, polifonia e dialogismo

    Graciane Cristina Mangueira Celestino (UnB)

    Sesso VIII quarta-feira, 01/04, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 3

    O real e o fantstico em Primeiras estrias de Guimares Rosa

    Bruno da Silva Soares (UERJ)

    Louis, o vampiro que sofre: anlise da obra Entrevista com o vampiro de Anne Rice Patricia Hradec (FTG)

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    O Inslito na constituio de sagas fantsticas: elementos do Maravilhoso constituindo o universo de Guerra dos Tronos

    Pedro Afonso Barth (UPF)

    A Histria de Coraline, a travessia de uma personagem singular

    Lus Antnio Contatori Romano (Unifesspa / CNPq)

    Sesso IX quarta-feira, 01/04, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 4

    Uma leitura do inslito nos contos O Horla, de Maupassant e O visitante, de Victor Giudice

    Fernanda Aquino Sylvestre (UFU)

    As arestas da ironia romntica e do inslito diante d O homem de areia, de E.T.A Hoffmann

    Patrcia Ftima Soares Fernandes (UFU)

    Um estudo comparativo da simbologia do inslito em Las ruinas circulares (Borges) e Niebla (Unamuno)

    Cristiane Agnes Stolet Correia (UEPB-Monteiro)

    O inslito em Oscar Wilde e Gustave Moreau: uma viso intersemitica entre dois primeiros ps-modernos

    Patricia Gonalves Tenrio (UFPE)

    Sesso X quarta-feira, 01/04, das 08:30 s 10:00, sala: LIDIL 5

    Contados, astuciados, sucedidos e acontecidos do povinho do Villa-Lobos

    Ingrid Ribeiro da Gama Rangel (UENF)

    A mquina do mundo O inslito num poema drummondiano

    Joo Pedro Fagerlande (UFRJ / CAPES)

    O ilgico percurso: o absurdo no conto Como o homem chegou

    Manoel Freire (UERN)

    Narrativas olvidadas: fico de voo curto e primeiras antologias do fantstico no Brasil

    Jos Ronaldo Batista de Luna (UFPE)

  • 56

    Carolina Lopes Dias Santana (UFU)

    Meu nome Isobel: A voz feminina sob uma perspectiva revisionista em My name is Precious, de Nalo Hopkinson

    Os contos de fadas foram fundamentais para a literatura, desde o seu surgimento h

    muitos sculos atrs, at os dias de hoje. Atravs deles podemos compreender a cultura

    de uma sociedade e poca, e tambm o papel de determinados personagens. A mulher,

    por exemplo, comumente tratada como fraca e indefesa espera de um homem

    que vira ao seu resgate, mas neste trabalho, ainda em fase inicial de pesquisa, discuto

    um estilo diferente de herona, Isobel, de Nalo Hopkins. Isobel teve sua vida definida

    pelas outras pessoas, mas no momento em que muda e decide fazer sua voz ser ouvida,

    tudo nela transformado. A pesquisa vai utilizar de teorias revisionistas, apoiando-se

    principalmente na carnavalizao de Bahktin, e reviso de Rachel Blau DuPlessis e para

    explicar e entender o valor desta personagem no cenrio da literatura moderna.

    Joo Pedro Fagerlande (UFRJ/CAPES)

    A mquina do mundo O inslito num poema drummondiano

    Considerado por muitos como o melhor poema brasileiro do sc. XX, A mquina do mundo, publicado por Carlos Drummond de Andrade no volume Claro enigma (1951), apresenta caractersticas narrativas em que um fato inslito a apario de uma voz misteriosa que oferece ao eu-poemtico a revelao do sentido ltimo da existncia serve de fora motriz para o texto. O eu-poemtico, contudo, recusa a oferta e volta a caminhar pela estrada de Minas quase como se nada houvesse acontecido.

    Iremos apresentar na comunicao as estratgias textuais para a irrupo do inslito, alm de comentar brevemente sua relao com dois textos fundamentais para a cultura ocidental: Os Lusadas, de Lus de Cames, e a Divina Comdia, de Dante Alighieri.

    Pretendemos apontar e discutir como a atmosfera inslita se insinua desde os primeiros versos, com a criao de um suspense denso, escuro (o uso do modo subjuntivo uma das tcnicas empregadas, dentre outras que mostraremos), passando pela apario da voz extraordinria (com seus efeitos de nfase), pela catarse discursiva do eu-poemtico diante da apario, at chegarmos finalmente recusa.

    Utilizaremos como apoio principalmente a leitura de Alcides Villaa sobre o poema (in Passos de Drummond), alm de apresentar a viso de outros autores como Jos Guilherme Merquior (Verso universo em Drummond).

    Resumo das Comunicaes

  • 57

    Maira Anglica Pandolfi (UNESPAssis)

    Aspectos inslitos do donjuanismo a la brasileira face s novas representaes do feminino

    Esta comunicao pretende enfocar a presena do inslito como recurso esttico e tico na obra A redeno de Don Juan ou O Dissoluto Premiado, do brasileiro Gabriel Lacerda, analisando a configurao das sexualidades e da disputa de gnero na arena do amor. Nesse jogo de foras que caracteriza a trama, evidencia-se a dialtica do duplo na configurao do sedutor e protagonista Joo Tirso de Molina e seu amigo Leopoldo, que tecem longos discursos filosficos sobre a tica nas relaes humanas e a representao de diferentes identidades masculinas problematizadas por ambos. Face a essas masculinidades, construdas e desconstrudas ao longo do romance, surge tambm um grupo feminino diferenciado das verses tradicionais. Libertas do cinto de castidade medieval que marca a moral contrarreformista do drama barroco do sculo XVII com o qual a obra de Lacerda mantm um profcuo dialogismo, as subalternas vozes femininas ganham novo matiz e, ainda que se debatam contra nossa arraigada mentalidade patriarcal, constroem novas identidades. Para nossa melhor compreenso do tema proposto, tomamos como fundamentao terica os trabalhos de Foucault, Anthony Giddens e Freud no campo das sexualidades; os estudos de Stuart Hall sobre as novas identidades, os estudos sobre o inslito, dentre outros estudos de gnero, de teoria literria e bibliografia fundamental sobre o mito de Don Juan.

    Ana Lcia Trevisan (UPM)

    El otrocielo, de Julio Cortzar e A morta amorosa, de Thophile Gautier: tempos e espaos inslitos

    O trabalho estuda de maneira comparada os contos El otro cielo, de Julio Cortzar e A morta amorosa, de Thophile Gautier, a fim de observar os diferentes modos de construo da narrativa fantstica, nos sculos XIX e XX. A insero do elemento inslito, no caso, a experincia amorosa em espaos e tempos duplicados, manifesta-se e justifica-se de formas diferentes, permitindo, assim, uma reflexo sobre os sentidos dos acontecimentos desestabilizadores do conceito de realidade. Os contos tratam de um tema semelhante, porm, elaboram estruturas narrativas segundo perspectivas histricase literrias dos sculos XIX e XX, o que possibilita a utilizao de diferentes vertentes tericas de anlise, incluindo os estudos crticos de T. Todorov e tambm as reflexes de Rosalba Campra e J. Alazraki. As anlises dos contos propem tambm uma reflexo sobre os sentidos metafricos das imagens inslitas, que revelam de maneira singular as muitas possibilidades de entendimento do destino humano, seja

    pela ideia da fatalidade, do arbtrio ou da potencialidade da imaginao.

  • 58

    Carline Barbon dos Santos (UFU)

    Estranhamentos inslitos no conto Solfieri de Noite na Taverna de lvares de Azevedo

    No livro Noite na Taverna de lvares de Azevedo publicado em 1855, a diegese se constitui atravs de temas ligados morte, obscuridade psquica e principalmente

    aos espaos noturnos e europeus. Alm desses temas envolvidos, h tambm vrias

    questes ligadas ao modo de narrar, ou seja, as personagens centrais assumem a

    funo de narradores e procuram fazer de suas inslitas narrativas fatos reais. Portanto,

    podemos refletir que em todos os contos h uma forte presena do estranho,

    servindo para instigar a hesitao nos leitores. Este trabalho tem o objetivo de analisar

    um dos contos de Noite na Taverna de lvares de Azevedointitulado Solfieri, a partir do vis das teorias de Chklovski e Freud, principalmente no que se refere ao

    Estranhamento e O Inquietante. Alm disso, embasaremos nossos estudos nas

    teorias sobre o fantstico e seus mltiplos aspectos, tais como: hesitao, o medo, o

    suspense, o espao, entre outros. Assim, norteamos a pesquisa tendo como base as

    teorias de Tzvetan Todorov, H.P Lovecraft, Nel Carroll, Louis Vax, Remo Ceserani,

    Michel Foucault e outros. A escolha desse tema se deu devido ao interesse particular