Brasil de Fato RJ - 162

16
Cidades | pág. 4 Cultura | pág. 10 RIO DE JANEIRO Ano 3 | edição 162 14 a 16 de março de 2016 distribuição gratuita Estudantes apoiam greve dos professores Alunos da rede estadual protestam contra as péssimas condições das escolas. Divulgação Tânia Rego/Agência Brasil Manifestações fazem críticas ao governo e à oposição Ellen Oléria faz show no Rio Vencedora da primeira edição do The Voice Brasil, a cantora se apresentará no Sesc de Jacarepaguá, no próximo sábado (19). Em todo o Brasil, protestos levaram milhares de pessoas às ruas contra o governo, a atual situação do país, e também contra a oposição. Em nota, a presidente Dilma Rousseff destacou o caráter pacífico das manifestações. “Isso demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições”, afirmou. Brasil | pág. 5 Divulgação

description

 

Transcript of Brasil de Fato RJ - 162

Page 1: Brasil de Fato RJ - 162

Cidades | pág. 4 Cultura | pág. 10

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 162

14 a 16 de março de 2016 distribuição gratuita

Estudantes apoiam greve dos professoresAlunos da rede estadual protestam contra as péssimas condições das escolas.

Div

ulga

ção

Tânia Rego/Agência Brasil

Manifestações fazem críticas ao governo e à oposição

Ellen Oléria faz show no Rio

Vencedora da primeira edição

do The Voice Brasil, a cantora se apresentará

no Sesc de Jacarepaguá,

no próximo sábado (19).

Em todo o Brasil, protestos levaram milhares de pessoas às ruas contra o governo, a atual situação do país, e também contra a oposição. Em nota, a presidente Dilma Rousseff destacou o caráter pacífico das manifestações. “Isso demonstra a maturidade

de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições”, afirmou. Brasil | pág. 5

Divulgação

Page 2: Brasil de Fato RJ - 162

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Au-gusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana Pitasse e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

(21) 4062 [email protected]

EDITORIAL

Segunda-feira, 14 de março, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F27Nublado

PREVISÃO DO TEMPO

Font

e: G

oogl

e

Nos últimos anos, desde as gigantescas manifes-

tações de junho de 2013, o Brasil vem ganhando o gosto pelas ruas. Ou melhor, uma parte do Brasil, pois em to-dos os levantamentos es-tatísticos apresentados até agora, quem se mobiliza são em sua maioria aqueles e aquelas vinculados ideolo-gicamente direta ou indire-tamente a alguma coloração política.

Até agora a imensa maio-ria da população brasileira assiste a essa situação polí-tica, econômica e social pela qual o nosso país atravessa, em cima do muro. Ou me-lhor, assiste e acompanha pelos noticiários da TV, lê nos jornais, ou nos debates com a família e amigos, mas ainda não estão nas ruas.

Neste último domingo (13),

A luta contra a corrupção, contra a impunidade e as propostas por um Brasil mais justo e igualitário, deve ser uma tarefa de todos

Brasil, terra em transe!Neves, Aloísio Nunes, Jair Bol-sonaro, Ronaldo Caiado, José Serra, Agripino Maia, Eduar-do Cunha, entre outros. Mui-tos desses acusados ou inves-tigados por vários casos de corrupção e mau uso do di-nheiro público.

TAREFA DE TODOSA luta contra a corrupção, contra a impunidade e as propostas por um Brasil mais justo e igualitário, deve ser uma tarefa de todos os cida-dãos e cidadãs comprome-tidos com a democracia e o desenvolvimento do país. O que não parece ser o caso dessa manifestação.

Não se pode falar em de-mocracia, com a bandei-ra da volta da ditadura. Não se pode falar em desenvol-vimento, com a bandeira da volta do neoliberalismo. Não

se pode falar em nacionalis-mo, com a bandeira da entre-ga da Petrobrás. Não se pode falar contra a corrupção, ao lado de Eduardo Cunha e ou-tros citados acima.

NÃO HÁ SAÍDA SIMPLESEm 1967 em seu épico fil-me Terra em Transe, Glau-ber Rocha trata de forma lú-dica e crítica o período dita-torial onde vários setores da sociedade estão representa-dos. Vivemos tempos seme-lhantes, o certo é que não há saída simples.

Em suma, enquanto o povo não se sentir parte desse pro-cesso da solução dos proble-mas do país, não o veremos nas ruas. Esse é o desafio posto para aqueles e aquelas que querem mudanças. Va-mos à luta!

vimos mais um capítulo des-sa peleja, e mais uma vez uma atividade com muitas bandeiras do Brasil, mas com

apenas uma parte da popula-ção brasileira e de uma única classe social: os brancos e de classe média.

As convocações desse do-mingo partiram de figuras públicas do quilate de Aécio

30° 23°

qua

31° 23° 30° 23°

2627 26

seg ter

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 20162 | Editorial

Page 3: Brasil de Fato RJ - 162

v EM FOCO

Divulgação

Divulgação

O governo federal sancio-nou, semana passada, a

lei que amplia os dias de li-cença-paternidade de cinco para 20 dias. O projeto faz parte de uma série de ini-ciativas da Política Nacio-nal Integrada para a Pri-meira Infância e estabelece uma série de direitos volta-dos para crianças de até seis anos de idade.

Por enquanto, o aumento

mandoumal

mandoubem

AEDES AEGYPTI Presidenta Dilma Rousseff visitou nessa quinta-feira (10) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para conhecer ações de combate ao zika vírus.

FRASE DA SEMANA

da licença não será obriga-tório para todos, mas ape-nas para as empresas que aderirem ao programa Em-presa Cidadã, que também possibilita o aumentoda licença-mater-nidade para seis meses. A licen-ça-paternidade de 20 dias tam-bém valerá para adoção.

Ricardo Stuckert

Div

ulga

ção

Licença-paternidade é ampliada para 20 dias

“Nós mulheres temos o direito de tomar a decisão sobre o aborto”,

disse a presidenta do Chile Michelle Bachelet ao apresentar um projeto de lei que pretende legalizar a prática em algumas ocasiões.

Trabalhadores do saneamento do Rio querem Cedae pública

O Sindicato dos Traba-lhadores em Saneamento (Sintsama-RJ) está dispos-to a brigar para que a Ce-dae não seja privatizada. Eles querem uma Compa-nhia pública, estatal, indivi-sível e contam com o apoio dos demais servidores pú-blicos do estado. Além dis-so, o Sintsama quer a reali-zação de concurso público.

O ator Marcelo Adnet mandou bem semana pas-sada ao fazer paródias com as músicas de Chico Buar-que criticando o conserva-dorismo e o consumismo da classe média brasileira. O vídeo viralizou na internet.

O autor de novela da Glo-bo, Benedito Ruy Bar-bosa, mandou muito mal essa semana. Ele fez comen-tários homofóbicos duran-te a festa de lançamento da nova novela “Velho Chico”. “Odeio história de bicha”, disse Ruy Barbosa.

Fórum contra a terceirização envia carta a senadores

O Fórum Permanen-te em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores Amea-çados pela Terceirização enviou aos senadores uma carta na qual afirma que não aceitará qualquer re-trocesso nos direitos dos trabalhadores garantidos por lei. “O FÓRUM confia que os senhores não pro-vocarão tamanho retro-cesso aos direitos sociais fundamentais conquista-dos. É na contratação pela via da terceirização que se esconde uma das formas mais perversas da explo-ração humana no campo e nas cidades: o trabalho es-cravo”, diz o texto.

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Geral l 3

Page 4: Brasil de Fato RJ - 162

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

Na minha escola não tem nem tinta para as canetas de escrever no qua-dro. São os profes-sores que estão comprando. E nós estudamos em ‘saunas’ de aula Bruna Gomes, estudante

Alunos das escolas esta-duais estão fazendo ma-

nifestações em apoio à greve dos professores por melhorias nas escolas e na educação. Na semana passada houve pro-testos em Campos dos Goy-tacazes, Itaboraí, Duque de Caxias, Belford Roxo, Valença, São Fidélis, Paraíba do Sul, Ca-choeiras de Macacu, Itaperu-na, Teresópolis, além de diver-sos bairros da cidade do Rio.

As fotos na página Paralisa-ção dos alunos dos colégios es-taduais RJ 2016, no Facebook, mostram a dimensão da mo-bilização dos alunos. Em um único dia mais de dez escolas publicaram fotos de protesto, no final da semana passada.

“Na minha escola não tem

Estudantes do estado fazem mobilização em diversas cidadesCom escolas paralisadas, jovens vão para as ruas protestar contra sucateamento das escolas

nem tinta para as canetas de escrever no quadro. São os pro-fessores que estão comprando. E nós estudamos em ‘saunas’ de aula. Às vezes fica tão quen-te que é difícil ter concentração. As coisas pioraram muito esse ano”, relata a estudante Bruna Gomes, de 17 anos, aluna da Escola Heitor Lira, na Penha.

ATO NA QUARTA-FEIRA (16)Os professores do estado es-tão em greve desde o dia 2 de março. Na quarta-feira (17) vão realizar um ato conjun-to com os demais servidores públicos, em frente ao Palá-cio Guanabara, por volta das 15h. Primeiro haverá uma as-sembleia, às 10h, na Tijuca, e depois seguem em marcha para Laranjeiras.

Segundo o Sindicato Es-tadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe- RJ), desde o ano pas-sado não houve reajuste sa-larial para a categoria. Além disso, o décimo terceiro foi parcelado em cinco vezes.

Desde o final de 2015, a ca-tegoria se encontra em esta-do de greve devido aos pro-blemas financeiros do gover-no de Luiz Fernando Pezão.

Os atrasos no pagamento são cada vez mais comuns e a data mudou do segundo para o sétimo dia último do mês, o que na prática significa que o governo pode pagar até o dia 14 em alguns meses.

Estudantes de vários municípios manifestam apoio à greve dos professores

Divulgação

Maricá viveu dias difíceis nas últimas semanas. Des-de o dia 29 de fevereiro a ci-dade estava alagada, devido às chuvas intensas. O pro-blema só começou a ser so-lucionado quando a prefei-tura abriu o Canal da Barra e liberou o escoamento da água acumulada, na sema-na passada.

Cerca de 500 pessoas ain-da estão em abrigos da pre-feitura e outas duas mil estão desalojadas, hospedadas na casa de parentes e amigos.

A deputada estadual Ro-sangela Zeidan (PT) lamen-tou o uso político da tragé-dia de Maricá. Ela afirma que o governo de Luiz Fer-nando Pezão (PMDB) não prestou a devida atenção ao município por ter divergên-cias políticas com o prefei-to de Maricá, Washington Quaquá (PT).

“A prefeitura solicitou, em dezembro passado, a limpe-za desses canais como medi-da preventiva para as chuvas de março e se ofereceu para

Divulgação

fazer o serviço. Mas o Insti-tuto Estadual do Ambiente (Inea) recusou o pedido, fa-cilitando assim as enchentes e suas consequências”, de-nunciou Zeidan, que é mo-radora de Maricá.

Segundo a deputada, o Inea “proibiu e impediu” a prefeitura de realizar o tra-balho preventivo de dra-gagem dos rios e canais de Maricá, o que provocou o acúmulo de água na cidade. A prefeitura teve que abrir os canais para aliviar o so-frimento da cidade, mesmo sem a autorização do Inea.

A deputada afirma ain-da que o governador Pezão abandonou Maricá. “O go-vernador Pezão não fez nem uma ligação para Maricá. Na enchente de 2010, quando todo o estado sofreu, o en-tão governador Sérgio Cabral teve outra atitude. Sobrevoou a cidade e se reuniu com o prefeito Washington Qua-quá, em Maricá, para dis-cutir ações conjuntas”, lem-bra Rosangela.

Governador Pezão abandonou Maricá, diz deputadaO governo do estado proibiu as ações preventivas contra enchentes, em dezembro

Prefeitura faz dragagem nos rios e canais de Maricá para liberar água da chuva

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 20164 | Cidades

Page 5: Brasil de Fato RJ - 162

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

A única maneira é os militares tomarem contaJosias, manifestante

Div

ulg

ação

Divulgação

Tâni

a Rê

go/

ABr

Apesar de ter tentado, a oposição não conseguiu se beneficiar das manifesta-ções ocorridas em todo o Brasil, no domingo (13). O senador Aécio Neves (PS-DB-MG) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), foram xingados por manifestantes na ave-nida Paulista e tiveram que sair às pressas.

“Cadê a merenda”, gri-tou um manifestante, em referência ao escândalo do desvio de recursos destina-dos à merenda escolar, que

Aécio e Alckmin foram expulsos do protesto em São Paulo

envolve pessoas próximas à Alckmin. Outros gritaram “corruptos” e também al-guns palavrões. Os dois po-líticos do PSDB não conse-guiram ficar nem 30 minu-tos na manifestação.

Em São Paulo, segundo o Data Folha, o protesto con-tou com 450 mil pessoas. Foi a cidade que reuniu o maior número de manifes-tantes. A grande mídia mais uma vez fez uma ampla co-bertura, divulgando e esti-mulando os protestos con-tra o governo petista.

Aécio e Alckmin foram hostilizados em protesto

Nas ruas de Copacabana, o protesto deste domin-

go (13) estava mais elitizado, mais velho, já que a maioria das pessoas tinha mais de 40 anos, e mais conservador, se comparado à última mani-festação, realizada em de-zembro do ano passado.

Os manifestantes começa-ram a concentração por vol-ta das 10h e se dispersaram às 14h, antes de chegar ao Leme, não cumprindo assim o que haviam previsto os organiza-dores do protesto. Não hou-ve consenso quanto ao nú-mero de participantes. Entre-tanto, segundo o jornal Folha de São Paulo, no Rio o públi-co foi abaixo do esperado.

Apesar de pacífico, houve momentos de tensão entre os manifestantes e organiza-dores. O locutor do carro de som pediu que os presentes chamassem a presidente Dil-ma de “vaca”. “Vamos gritar todos ‘fora vaca’”, disse o líder do protesto. Muitos aderiram ao chamado, mas uma par-te não concordou. “Assim va-mos baixar o nível”, protestou uma senhora de uns 60 anos.

Alguns manifestantes tam-bém reivindicavam a inter-

Manifestantes contra o PT radicalizam protesto nas ruas do Rio de JaneiroLocutor do evento pede ao público para xingar a presidente Dilma

venção militar no país. “Essa é a única maneira de o Brasil se livrar de tanta corrupção, tanta sujeira. A única maneira é os militares tomarem con-ta”, disse um dos manifestan-tes, que se identificou apenas como Josias.

Porém, nem todo mundo concordou com o que ouviu em Copacabana. O aposen-tado Claudio Peçanha, de 70 anos, foi vender picolé e ten-tar ganhar um dinheirinho ex-tra. “Estou aqui trabalhando, não concordo com isso. Acho que tirar a Dilma não solucio-na nada”, disse o ambulante.

CARTAZES PAGOSNo começo do protesto havia poucos cartazes. Mas o Ha-bib’s entrou em campo e es-palhou cerca de 10 mil carta-zes com frases como “Quem espera sempre alcança” e “Eu não vou desistir do Bra-sil”. Contudo, a estratégia pu-blicitária parece não ter dado

muito certo. No final do pro-testo, o quiosque do Habib’s continuava vazio, enquan-to os manifestantes preferi-ram os restaurantes chiques da av. Atlântica, onde um pra-to de comida custa em média 60 reais por pessoa.

E A CRISE?O ponto alto da manifestação de Copacabana foi a presen-ça do jovem chamado Rodrigo Brasil, conhecido nas redes so-ciais por sua posição anti-PT e a favor do deputado Jair Bolso-naro (PP). Rodrigo chegou em um carro esportivo da marca Peugeot, movido a controle re-moto. “Com isso queremos di-zer que o país está sem direção”, disse o manifestante indigna-do. Rodrigo também aprovei-tou a atenção recebida para fa-zer críticas à crise, apesar de usar um relógio importado no valor de uns 30 mil reais e estar a bordo de um carro que está longe de ser popular.

Manifestantes protestam contra o governo, mas também contra a oposição

Movimentos sociais divulgam faixa com a frase “não vai ter golpe”

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Brasil l 5

Page 6: Brasil de Fato RJ - 162

Fotos: Museu da Maré

Mariana Pitasse do Rio de Janeiro (RJ)

O Museu da Maré tem até 1º de maio para deixar sua

sede. A Companhia Libra de Navegações, proprietária dos galpões em que o museu foi montado há mais de dez anos, pediu de volta o espaço cedido em regime de comodato à ins-tituição. A diretoria do Museu ainda não tem uma solução para o impasse e está à procu-ra de alternativas. O Ministério da Cultura, o Instituto de Ter-ras do Estado do Rio de Janeiro (Iterj), Secretaria Estadual de Cultura e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) estão me-diando as negociações entre a empresa e o instituto cultural a fim de chegar a um acordo.

“O prazo para saída era 1º de março e conseguimos adiar para o primeiro dia de maio, mas não temos nada além dis-so. Estamos em fase de nego-ciação para garantir nossa per-manência ou ida para outro lugar, mas a gente espera que seja a primeira opção. O nos-so desejo é sempre ficar”, expli-ca a coordenadora do museu, Cláudia Rose Ribeiro.

Cláudia conta ainda que a Prefeitura do Rio não tem feito nada para solucionar a questão. “Sempre avisa-mos quando vão acontecer as reuniões, mas a Prefeitu-ra nunca participa. Quere-mos que ela venha colabo-rar. Conseguimos um espaço para diálogo com a empresa através dos órgãos públicos

Museu da Maré corre o risco de ser fechadoEmpresa que havia cedido o terreno há mais de dez anos pede desocupação do espaço até maio

que estão nos apoiando”, diz a coordenadora do Museu.

O diálogo a que Cláudia se refere só foi possível a partir de um processo de intensa mobi-lização iniciado em 2014. Nes-se ano, os diretores do Museu da Maré foram pegos de sur-

do Museu e apoiadores orga-nizaram manifestações, abai-xo-assinados e outras ativida-des. Foi somente através des-sa série de ações que o museu conseguiu o apoio dos órgãos governamentais.  

“Graças às parcerias que conquistamos com o poder público é que estamos conse-guindo diálogo com a empre-sa. Não temos poder econô-mico, poder político partidá-rio, o que a gente tem é o po-der de luta por direitos. Nesse

momento não estamos vendo motivos para entrar no emba-te direto, estamos tentando ne-gociar, mas se virmos que não tem o que fazer, vamos reto-mar as mobilizações e resistir”, acrescenta.

Com verbas menores do que nos anos anteriores, as ativi-dades no Museu da Maré não pararam de acontecer, mas di-minuíram a frequência. O es-paço, que antes permanecia aberto todos os dias, hoje tem horários reduzidos. Em 2016,

o governo Pezão não renovou a parceria que matinha com o museu, justificando enxu-gamento dos gastos devido à crise financeira. Apesar disso, a comunidade continua a uti-lizar o espaço como de costu-me, promovendo sambas, fes-tas e passeios escolares.

“O museu continua traba-lhando, mesmo sem garan-tia de que vai continuar e sem apoio financeiro que atenda às necessidades da comuni-dade”, destaca Cláudia Rose Ribeiro. Entretanto, muitos projetos estão parados, nesse momento, por falta de recur-sos. “Tem muita coisa que po-deríamos estar fazendo, mas precisamos de financiamen-to. Se pudermos fazer volun-tariamente, fazemos, por-que acreditamos nisso. A gen-te tem pessoas, o que é ma-ravilhoso, mas infelizmente os projetos não se resumem a pessoas, temos muitos gas-tos”, lamenta a coordenadora.

Estamos em fase de negociação para garantir nossa permanênciaCláudia Rose Ribeiro, coordenadora do museu

Moradores e apoiadores do Museu da Maré lutam pela permanência do espaço construído há dez anos na comunidade

presa com uma primeira no-tificação da empresa pedindo a desocupação do local. Após inúmeras tentativas de nego-ciação, sem sucesso, a equipe

Atividades no Museu da Maré não pararam de acontecer, mas diminuíram a frequência

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 20166 | Cidades

Page 7: Brasil de Fato RJ - 162

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Fotos: Stefano Figalo / Brasil de Fato

Durante a campanha, o governador Pezão estabeleceu uma meta de 80% de despoluição da Baía. Era uma propaganda enganosa

O ambientalista Sérgio Ri-cardo nasceu no Rio

Grande do Norte, mas cons-truiu sua militância no Rio de Janeiro, partindo da luta estu-dantil e se tornando um dos ambientalistas mais atuantes dos movimentos pela vida da Baía de Guanabara.

Morador da Ilha do Gover-nador e um dos fundadores do Movimento Baía Viva, Sérgio afirma que a “morte” da Baía de Guanabara só interessa às poderosas indústrias, que se utilizam do discurso catastrófi-co para poluir ainda mais este patrimônio natural do Rio.

Brasil de Fato – A preocupação com o prazo das obras tirou o foco da despoluição da Baía de Guanabara, sem que o gover-no cumprisse a meta estabele-cida. Ainda dá tempo?Sérgio Ricardo – Na cam-panha, o governador Pezão (PMBD) estabeleceu uma meta de 80% de despoluição da Baía. Era uma propaganda enganosa. É impossível che-gar a esta meta só com as es-tações de tratamento do es-goto lançado na Baía. Sem a construção dos troncos co-letores, não adianta nada ter as estações. Agora, às véspe-ras dos Jogos, nem mesmo a Marina da Glória, onde ocor-rerão as competições de vela, estará limpa. A parte da Mari-na recebe esgoto de boa par-

Sérgio Ricardo, ambientalista

“Rio recicla apenas 2% de todo o seu lixo”Coleta seletiva de lixo é fundamental para limpar a Baía de Guanabara

te da zona sul e centro do Rio. Sem os troncos coletores, esse esgoto é todo despejado na água da Baía.

Brasil de Fato – Quais as conse-quências de um evento desse porte em uma Baía poluída?A própria Isabel Swan, que é velejadora e do Movimento Baía Viva, vem alertando para a questão da enorme possibi-lidade de contaminação por doenças em função da sujeira da água. Quando falou-se em transferir para Búzios as com-petições, o governo tratou como uma questão de xeno-fobia dos velejadores interna-cionais, o que não é verdade. Há um risco sanitário perma-nente naquela área. As pes-soas que frequentam as praias de Botafogo, Flamengo, Praia Vermelha e etc estão sujeitas a riscos de contaminação coti-dianamente. A descoberta da superbactéria, trazida pelo rio Carioca, era motivo suficiente

para fechar as praias e sanear o rio com obras emergenciais, o que não foi feito.

Brasil de Fato – De quem é a culpa de tanta sujeira?Esse é um debate que vem desde a ECO-92. Os gover-nos e o grande capital tenta-ram transferir a responsabili-dade pela sujeira aos pobres, através do lixo que vinha da

Baixada, de São Gonçalo, ou de Manguinhos. Nós discor-damos. A responsabilidade pela sujeira é do processo de industrialização, que despe-ja toneladas de resíduos nos rios que deságuam na Baía. O

papo de que a Baía está morta é uma balela do grande capi-tal, para que possa implantar cada vez mais indústrias e po-luir ainda mais. Isso traz pre-

juízos sociais e econômicos para as comunidades do en-torno que vivem da pesca.

Brasil de Fato – É possível um dia ter 100% de despo-luição?No curto prazo, não. Existe uma megacidade despejan-do toneladas de lixo todos os dias, mas é possível se ado-tarmos algumas medidas. A construção dos troncos cole-tores, que interligam as esta-ções de tratamento, além do assoreamento e saneamen-to dos rios que deságuam na Baía, o reflorestamento do en-torno e a coleta seletiva de lixo são fundamentais para limpá--la. O Rio recicla apenas 2% de todo o seu lixo. E não são ques-tões apenas ambientais, mas também de saúde pública. A proliferação de mosquitos, que têm transmitido doen-ças como a dengue, a zika ou a chikungunya, é resultado da falta de saneamento.

Ambientalista Sérgio Ricardo denuncia que Rio recicla apenas 2% de todo o seu lixo

Construção de troncos coletores resolveria problema na Baía

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Entrevistas l 7

Page 8: Brasil de Fato RJ - 162

Victor Ohanade Seropédica (RJ)

Divulgação /Cidade Olímpica

ICHS em Foco/UFRRJ

Instalação era de interesse de Eduardo Paes, para desativar Aterro de Grama-cho, em Caxias

A polêmica do aterro sa-nitário na cidade de Se-

ropédica, na Baixada Flumi-nense, voltou à tona com um acontecimento nada agradá-vel. Cerca de 50 mil litros de chorume vazaram do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Santa Rosa, nome do aterro, e autoridades suspei-tam que o líquido do lixo te-nha contaminado o Aquífe-ro Piranema, um dos maio-res do Estado. A preocupação também é identificar o im-pacto que o vazamento pode ter provocado aos córregos e valões da região.

Segundo a empresa Ciclus Ambiental, que administra o aterro, o vazamento ocorreu depois da chuva forte que caiu no município no dia 21 de fe-vereiro. O temporal teria pro-vocado queda de energia e causado paralisação no siste-ma. Para piorar a situação, um gerador não estava funcionan-do, o que resultou no transbor-damento de uma das elevató-rias de armazenamento.

ATERRO OFERECE RISCOSO aterro foi construído em uma área de Reserva Hídri-ca da Região Metropolitana do Estado, para receber e tra-tar o lixo de Seropédica, Ita-guaí e Rio de Janeiro. Antes, esses resíduos eram envia-dos ao Aterro de Gramacho, em Duque de Caxias, que fe-chou em 2011.

“Aterro em Seropédica é crime ambiental”, diz pesquisadoraVazamento de chorume evidencia riscos de contaminação ao Aquífero Piranema

Para o doutor em Planeja-mento Energético Cícero Pi-menteira, da Universidade Fe-deral Rural do Rio de Janei-ro (UFRRJ), a construção do aterro sanitário em Seropédi-

ca é um equívoco e nenhuma medida preventiva é capaz de eliminar os riscos de contami-nação em sua totalidade: “É como colocar uma lixeira em cima de um filtro”, compara.

A professora de Arquitetura e Urbanismo Denise de Alcân-tara, também da UFRRJ, segue na mesma linha. “A instala-ção do aterro sanitário sobre o

Aquífero Piranema foi uma es-colha, ambiental e socialmen-te, incorreta e infeliz. Os riscos de contaminação são inúme-ros, se considerarmos que o aquífero poderia ser uma fon-te de abastecimento de água para a região metropolita-na, como hoje é o papel do Rio Guandu”, diz a professora.

Segundo ela, a localiza-ção do aterro “foi imposta de cima para baixo”, sem partici-pação social.

A instalação do aterro foi uma escolha, ambiental e socialmente, incorreta e infelizDenise de Alcântara, da UFRRJ

Centro de Tratamento de Resíduos opera desde 2011 e já apresenta problemas

Alunos de Seropédica se mobilizaram contra aterro antes de aprovação

INTERESSE DE PAESO projeto nasceu por interes-se do prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ). O objetivo foi fechar o Aterro de Grama-cho em Caxias para, segun-do o prefeito, dar fim ao “cri-me ambiental” que ocorria no local. O lixo enviado para lá, portanto, tomou novo des-tino: Seropédica.

Porém, os riscos ambien-tais só mudaram de lugar, se-gundo a professora Denise de

Alcântara. “Particularmente, considero a instalação do CTR em Seropédica um crime am-biental”. E não faltou quem fos-se contra o empreendimento na época da construção. Já em 2009, o Comitê Guandu, ór-gão participante da gestão das águas das Bacias Hidrográficas dos Rios Guandu, da Guarda e do Guandu-Mirim, determi-nou que fosse reavaliado o es-tudo de localização do aterro, já que ele seria construído em área de reserva hídrica.

A própria prefeitura de Se-ropédica diz ter feito oposi-ção ao projeto. Técnicos e es-tudantes da UFRRJ e grande parte da população também se manifestaram desfavorá-veis. Porém, segundo a Pre-feitura, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), responsá-vel pela fiscalização, contra-riou a mobilização e aprovou as licenças necessárias para que o aterro fosse construído.

Questionado, o INEA decla-rou ter multado a empresa Ci-clus Ambiental em R$ 6,6 mi-lhões pelo vazamento do cho-rume. Além disso, o Institu-to afirma que supervisionou a retirada do chorume e do solo superficial do valão atingido pelo vazamento.

O Brasil de Fato também procurou a empresa Ciclus Ambiental, porém, ela não respondeu até o fechamento desta edição.

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 20168 | Cidades

Page 9: Brasil de Fato RJ - 162

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

Não se trata aqui de defender o ex-presidente Lula e o PT, tampouco de negar a importância que um fato como este deve ter para os meios de comunicaçãoBia Barbosa, do Intervozes

Fotos: Mídia Ninja

Não é a primeira vez. A própria Rede Globo já

admitiu ter apoiado o golpe de 1964 e ajudado a sustentar a ditadura militar que vigo-rou durante 21 anos no Bra-sil. A trama para tentar frau-dar o resultado das eleições para governador do Rio de Ja-neiro, em 1982, e a edição do debate eleitoral entre Lula e Collor, em 1989, que prejudi-cou o candidato petista, tam-bém fazem parte das acusa-ções de manipulação midiá-tica contra a emissora. A fa-mília Marinho inclusive é o clã mais rico do país, segun-do a revista Forbes, com uma fortuna avaliada em mais de 37 bilhões de dólares.

Agora, pesa contra o con-glomerado de mídia que con-trola quase a metade do mer-cado de comunicações no país a acusação de manipu-lar o noticiário para destruir a imagem do ex-presidente Lula e do governo do PT. Ao mesmo tempo, evita abordar em profundidade temas que podem ser incômodos para lideranças da oposição, prin-cipalmente do PSDB.

CONDUÇÃO COERCITIVAUm dos casos mais signifi-cativos dos últimos tempos ocorreu no dia 3 de março. Naquela sexta, o país parou para acompanhar o desfecho da condução coercitiva (for-çada) do ex-presidente Lula, pela Polícia Federal, para de-por em inquérito da Opera-ção Lava Jato, em São Paulo. A edição do principal noticiário da TV Globo, o Jornal Nacio-nal (JN), foi uma “aula de ma-nipulação da opinião pública”,

Rede Globo centra fogo contra Lula e é acusada de tramar golpeEmissora que pertence à família mais rica do Brasil tem sido o principal alvo de protesto dos movimentos sociais nos últimos dias

segundo a jornalista e pesqui-sadora Bia Barbosa, membro do Coletivo Intervozes.

Ela fez um levantamento completo da edição do jornal neste dia, que teve duração de 1 hora e 20 minutos, mui-to mais do que os habituais 40 minutos. Segundo os cálculos de Bia, a defesa do ex-presi-dente teve 13 minutos do total de 1h20. Além disso, ao longo de toda a edição, o JN sequer repercutiu as críticas de di-

versos juristas e até ministros do Supremo Tribunal Fede-ral (STF) sobre a ilegalidade e abuso na condução forçada do ex-presidente para depor.

TRIPLEX DE PARATYPor causa da cobertura di-recionada para atingir Lula, o PT e o governo, movimen-tos sociais realizaram atos de protesto contra a emissora dos Marinho. Para Bia Barbo-sa, do Intervozes, a questão-chave é o equilíbrio na co-bertura midiática, o que não ocorre no Brasil. “Não se tra-ta aqui de defender o ex-pre-sidente Lula e o PT, tampou-co de negar a importância que um fato como este deve ter para os meios de comu-nicação. Mas o que se espe-ra de uma concessionária do serviço público de radiodi-fusão, num momento como este, é objetividade – até por-que a ‘isenção e imparciali-dade’, que [William] Bonner

afirma a Globo ter, não exis-tem”, afirma.

No mesmo dia da condu-ção coercitiva do ex-presiden-te Lula, a Rede Globo foi alvo de manifestação que reuniu mais de duas mil pessoas na porta da emissora, em Bra-sília. No domingo, o alvo foi a sede da emissora no Rio de Janeiro, em ato que tam-

bém reuniu centenas de pes-soas. No mesmo dia, ativis-tas ocuparam a faixa de areia em frente a uma mansão em Paraty, construída irregular-mente em área de proteção ambiental, e cuja proprieda-de é atribuída à família Mari-nho, que nega.

No dia internacional da mulher, mais protestos con-tra a Globo. Trabalhadoras rurais do MST ocuparam a sede da afiliada global em Goiânia (GO). Elas prega-ram cartazes e pintaram pa-redes e o chão da emissora denunciando a parcialida-de da cobertura da emissora contra o ex-presidente Lula e também contra os movi-mentos sociais.

Movimentos criticam cobertura da Rede Globo sobre condução coercitiva de Lula

Bia critica falta de objetividade da TV Globo

Um protesto foi realizado em frente à mansão atribuída à família Marinho

Divulgação

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Brasil l 9

Page 10: Brasil de Fato RJ - 162

Ao fim de cada episódio, programa apresenta algum tema do universo LGBT

Divulgação

O quê: Peça fala sobre Marinho, um homem que resolve construir um barco e convida seus amigos para viajar contando suas inúmeras aventuras.Onde: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela Rua Flora Lobo. Quando: Quinta (17), 15h.Quanto: 0800

O quê: Shopping recebe o Parque Star Wars Experience, com diversas atividades inspiradas na saga Star Wars para agitar a criançada.Onde: Shopping Tijuca – Avenida Maracanã, 987, Tijuca. Quando: De segunda a sábado, de 10h às 22h. Até 26/03.Quanto: 0800

O quê: Visitantes são conduzidos a um passeio pela história e pelas transformações do Rio de Janeiro, desde sua origem até o advento da República. Onde: Centro Cultural Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241, Centro.Quando: De terça a sexta, de 13h às 17h.Quanto: 0800

O quê: Festa idealizada para que o termo “aceitação” seja colocada em prática, com muito passinho, coreografia, sorrisos, além de bastante pop, rap, funk e hip hop.Onde: CAUR, Universidade Federal Rural – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Terça (15), 22h. Quanto: 0800

O quê: Duplas de samba fazem show: Monarco e Nei Lopes, Os Prettos e João Martins, Jards Macalé e Pedro Luís, e Leci Brandão e Tantinho da Mangueira. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: Qui (17) a dom (20), 19h30.Quanto: R$ 10O quê: Dona de uma

inesquecível voz, cantora Ellen Oléria combina ritmos brasileiros negros como o samba, forró, carimbo, afoxé, maracatu, entre outros.Onde: Espaço Cultural Escola Sesc – Av. Ayrton Senna, 5677, Jacarepaguá.Quando: Sábado (19), 19h30.Quanto: 0800

Ellen Oléria

O Capitão e a Sereia

O Século do Samba

Rio Antigo – Um Passeio no Tempo

Bumtcha

Star Wars Experience

AGENDA DA SEMANA

Divulgação

EBC

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Um programa que fala de diversidade, cidadania e di-reitos humanos, na TV aber-ta. Esse é o formato do Esta-ção Plural, a nova atração da TV Brasil, emissora da Em-presa Brasil de Comunica-ção (EBC). Apresentado pe-las cantoras Ellen Oléria e Mel Gonçalves (da Banda Uó) e pelo jornalista Fefito, o programa é semanal e cada episódio traz um entrevis-tado para debater pautas de comportamento.

Além disso, o espaço tam-bém é dedicado às ques-tões de gênero. Ao fim de cada episódio, o programa apresenta algum tema li-gado ao universo LGBT. A propósito, os apresentado-res estão diretamente liga-dos à causa: Ellen Oléria é lésbica, Mel Gonçalves é transexual e Fefito, gay.

MOMENTO IMPORTANTE“A nossa ideia é falar do co-tidiano, da vida, a partir dos nossos olhares. Acho que isso humaniza o público LGBT. Falar de direitos ci-vis, no nosso país, e consi-derar que temos duas apre-

Estação Plural: primeiro programa LGBT da TV aberta

sentadoras negras, numa posição central, num pro-grama de TV com cobertu-ra nacional, isso é histórico e grandioso”, diz Ellen.

A apresentadora ressal-ta ainda o fato de ser o pri-meiro programa totalmen-te protagonizado por LGB-Ts na história da comuni-cação: “A gente está falan-

do de um momento muito importante para a história da comunicação no Brasil. A gente tem, pela primeira vez na história da TV, inclu-sive por ser uma emissora pública, um grupo muito diverso, reunido para tratar de temas tão contra-hege-mônicos”, completa.

O  Espaço Plural  vai ao ar todas as sextas-feiras, às 23h, com reprises às segundas, à meia-noite.

Apresentadores são LGBTs: Mel é trans, Ellen é lésbica e Fefito, gay

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 201610 | Cultura

Page 11: Brasil de Fato RJ - 162

Na escola, nos li-vros de história e na mídia não vemos as mulhe-res importantes e protagonistas na luta do povo sen-do devidamente retratadasPaula Silva, do Levante Popular da Juventude

Fotos: Isis Medeiros

45 fotos relembram as ‘Mulheres Cabulosas da História’

Rafaella Dottade Belo Horizonte (MG)

Realizado de forma cola-borativa, um grupo de

mulheres iniciou o projeto de refotografar e representar os maiores ícones femininos da história. Em duas semanas, numa corrida contra o tem-po, o ensaio estava pronto. O “Mulheres Cabulosas da His-tória” tem o objetivo de forta-lecer a memória da partici-pação feminina em grandes feitos e inspirar outras a se-rem protagonistas.

No ensaio completo, cada foto vem acompanhada de uma pequena biografia da personalidade homenageada. É assim que podemos conhe-cer um pouco sobre Beatriz Nascimento, professora sergi-pana cuja atuação foi essencial

No mês em que se comemora o Dia Internacional de Luta das Mulheres, jovens fazem releitura fotográfica de grandes personalidades femininas.

para o movimento negro bra-sileiro. Ou relembrar a histó-ria de Tuira Kayapo, a indígena que empunhou um facão con-tra um dos engenheiros que tentavam construir a usina de Belo Monte, no Pará.

POTENCIAL REVOLUCIONÁRIO“Na escola, nos livros de his-tória e na mídia não vemos as mulheres importantes e pro-tagonistas na luta do povo sendo devidamente retrata-das”, explica Paula Silva, uma das idealizadoras do projeto e integrante do Levante Popu-lar da Juventude, movimento que organizou o ensaio. Para ela, o apagamento das con-tribuições femininas faz com que as pessoas não tomem conhecimento do potencial revolucionário das mulheres.

A fotógrafa Isis Medeiros

conta que o envolvimento das participantes foi um dos me-lhores resultados. Em conjun-to, elas escolheram desde as personagens que seriam lem-bradas até os últimos deta-lhes da apresentação. “Foi um trabalho coletivo de verdade”, diz, lembrando da colabora-ção especial da estilista Alzi-ra Calhau, de Belo Horizonte.

MACHISMO E RACISMOTambém pensando nos re-sultados, as organizadoras não deixaram de refletir so-bre o baixo número de mulhe-

res negras e indígenas. Das 45, oito são negras e duas são in-dígenas. “O projeto também nos mostrou que, infelizmen-te, ainda nos deparamos com um número reduzido de ne-gras e indígenas conhecidas e reconhecidas”, diz Isis. “Isso nos atenta para a importância de discutirmos a questão das mulheres que sofrem não só o machismo, mas especialmen-te o racismo”.

O ensaio completo pode ser visto na internet. A partir da semana que vem vamos pu-blicar todas as fotos aqui no Brasil de Fato.

A indígena Tuira Kayapo empunhou um facão contra um dos engenheiros que tentavam construir a usina de Belo Monte, no Pará

Frida Kahlo defendia o resgate à cultura indígena e latino-americana como forma de oposição ao sistema imperialista

Chiquinha Gonzaga foi compositora, pianista e maestrina. É responsável por mais de duas

mil canções populares

Pagu é o apelido de Patrícia Rehder Galvão. Foi detida como

presa política mais de 20 vezes ao longo da sua militância no PCB

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Cultura l 11

Page 12: Brasil de Fato RJ - 162

Divulgação

A FIM DE PAPO | MC Leonardo

Todas as grandes ci-dades do mundo passam por um processo de en-carecimento do território. Isso acontece por causa do avanço da especula-ção imobiliária.

As prefeituras, pensando em aumentar seus impos-tos com moradias, aceitam que construtoras destruam bairros inteiros para cons-truir novas casas.

Só que pelo mundo afora isso é totalmente negociá-vel, e as reivindicações da-queles que irão sofrer com esses avanços quase sem-pre são ouvidas e muitas das vezes aceitas pelo po-der público.

CERTO SERIA RELOCAÇÃOA palavra remoção tam-bém não é usada mundo afora. Eles chamam de “re-locação”, já que as pessoas recebem as chaves de ou-tra moradia antes de deixar suas casas.

Aqui no Rio não é assim. Uma palavra, que só deve-ria ser usada para lixo ou para corpos, é usada tam-bém na destruição da casa das pessoas.

Portanto, aqueles que di-zem que “não existe pro-

Por que falar da conver-gência da mídia no ano

de 2016? Não era aquele con-ceito que alimentou as ingê-nuas utopias tecnológicas há uns dez anos, quando a Inter-net se apresentou como uma promessa de comunicação democrática? Certo, isso foi bem antes do Facebook con-verter todos em consumido-res e antes do Edward Snow-den ter revelado o nível de vi-gilância online em curso.

Porém, é difícil alegar que não acontece uma convergên-cia, mesmo se os aplausos te-nham se calado. Convergem, por exemplo, diferentes pla-taformas midiáticas que fa-zem parte da Rede Globo para que ninguém escape da últi-ma temporada do BBB. Este “grande irmão” demonstra o nível de um “super monopó-lio”, que penetra e domina di-ferentes mercados com o po-tencial de ficar nesta cômoda posição por décadas.

Deixar a convergência tec-nológica e cultural nas mãos da mídia comercial será um grande erro. As rádios e TVs comunitárias, por exemplo, esqueceram durante mui-to tempo de dialogar com a “nova mídia”. Em consequên-cia, perderam o protagonis-mo nos protestos do ano 2013, transmitidos primeiro pela Mídia Ninja e somente depois nos programas dos canais co-munitárias.

Mas também existe uma convergência na “contramão”. Milhares de rádios livres e co-munitárias ampliaram o seu alcance com páginas na web e transmissões ao vivo onli-ne. São práticas emergentes, mas são fundamentais para

Favelas removidas?

gresso sem injustiça” têm que saber que o tratamen-to aos moradores das áreas que estão sendo entregues à especulação imobiliária é pior do que o que aconte-ce em qualquer grande ci-dade do mundo.

MARIA DA PENHAEssa semana, o prefeito Eduardo (que de “paz” não tem nada) escolheu o Dia Internacional da Mulher para demolir a casa de uma lutadora. O nome dela é Ma-ria da Penha. Ela virou refe-

Aqui no Rio uma palavra que só deveria ser usa-da para lixo ou para corpos é usada também na destruição da casa das pessoas

Deixar a conver-gência tecnológi-ca e cultural nas mãos da mídia comercial será um grande erro. As rádios e TVs comunitárias, por exemplo, esquece-ram durante muito tempo de dialogar com a nova mídia

rência na luta dos morado-res da Vila Autódromo.

Bom, ou ele gosta muito de simbolismo negativo, ou ele é vingativo, já que a Lei Maria da Penha pode estra-gar os planos de seu pupilo nas próximas eleições.

Nils Brock

estimular uma convergência midiática participativa, base-ada em necessidades e ideias de comunidades específicas e não em análises de mercado.

Há dois anos, a Associação Mundial de Rádios Comuni-tárias (Amarc Brasil) formu-

lou uma reivindicação pro-gramática: Rádios Comunitá-rias em todas as faixas! Ques-tionou a contenção dessas emissoras em um só canal da banda FM. Era também o co-meço da militância para a in-trodução do padrão aber-to para a futura radiodifusão digital, o DRM (Rádio Digi-tal Mundial, em português). E hoje, estes esforços continu-am numa série de seminários intitulados “O Futuro das Rá-dios Comunitárias em tem-pos digitais”.

Para saber mais:http://amarcbrasil.org/am-

arc-brasil-realiza-seminar-io-sobre-convergencias-mid-iaticas-no-piaui/

*Nils Brock é jornalista e pesquisador que trabalha

como cooperante interna-cional com a AMARC Brasil.

Convergência midiática: a história de uma apropriação popular Prefeito Eduardo

Paes (PMDB) demoliu casa de

casa de Maria da Penha, liderança

da Vila Autódromo

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 201612 | Opinião

Page 13: Brasil de Fato RJ - 162

Variedades l 13

Goiabada cascãoDiv

ulga

ção

Ingredientes

• 1 kg de goiabas vermelhas médias e maduras

• 1 ½ xícara de chá de açúcar refinado

Modo de preparoLave as goiabas, tire as extremidades e descasque. Reserve as cascas. Pique a goiaba, mantendo as sementes, e ponha no copo do liquidificador com 200 ml de água. Bata por 1 minuto e despeje em uma peneira de malha não muito fina. Passe com uma colher, aparando em uma tigela. Reserve. Disponha em uma panela o açúcar com 100 ml de água. Cozinhe, sem parar de mexer, até o açúcar dissolver e começar a ferver. Sem mexer deixe no fogo por mais 4 minutos. Junte a polpa de goiaba e a metade das cascas. Continue a cozinhar, sem parar de mexer, por 1 hora ou até soltar do fundo da panela. Retire do fogo. Forre com filme plástico um aro vazado (13 cm de diâmetro) deixando sobras na superfície. Disponha a goiabada. Aperte com o dorso de uma colher e embrulhe com o filme plástico. Deixe descansar por 2 horas. Sirva em pedaços.

Tempo de preparo20 minutos

Divulgação

Amiga da saúde, estou em dúvida se posso usar azeite na comida todos os dias, pois ele é oleoso e sempre ouço por aí que gorduras fazem mal à saúde.

Evaristo Lisboa, 48 anos, segurança.

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Caro Evaristo, o azeite de oliva é extraído da

azeitona e, apesar de ser oleoso e bastante calóri-co, faz muito bem pra saú-de. Isso se deve ao fato de a gordura predominante no azeite ser monoinsaturada, que age no corpo varrendo o colesterol ruim dos vasos sanguíneos, além de dimi-nuir os depósitos de gor-dura na região abdominal. Isso faz do azeite um exce-lente aliado na prevenção de doenças cardiovascu-lares. Ele tem ainda efeito antioxidante, contribui na prevenção da constipação

BOMBOU NA INTERNET AMIGA DA SAÚDE

intestinal, osteoporose e der-rame. Além disso, há estudos que mostram ação benéfi-ca do azeite também na pre-venção do câncer. Com tanta coisa boa, não há problema

em consumi-lo diariamen-te. O ideal é cerca de duas colheres de sopa ao dia. Dê preferência para os azeites extravirgem, com menor teor de acidez.

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Variedades l 13

Receita

Page 14: Brasil de Fato RJ - 162

14 | Variedades

Áries (21/3 a 20/4)Faça economias a longo prazo que possibilitem um futuro sem problemas financeiros.

Touro (21/4 a 20/5)Trate os seus familiares mais idosos com carinho. O afeto vale mais que tudo em muitos momentos.

Gêmeos (21/5 a 20/6)Lembre-se que deve respeitar as ideias da sua cara-metade. Seja compreensivo e evite desentendimentos.

Câncer (21/6 a 22/7)Guardar os problemas só para si apenas fará com que se sinta ainda mais preocupado e angustiado.

Leão (23/7 a 22/8)O seu coração não deve ser entregue a quem não o merece. Pense mais em si e nos seus sentimentos.

Virgem (23/8 a 22/9)Lembre-se que a amizade é um tesouro. Mantenha-se sempre com os seus amigos mais queridos.

Libra (23/9 a 22/10)Modere o seu mau humor. Não descarregue a sua irritabilidade em cima dos seus amigos.

Escorpião (23/10 a 21/11)Por mais que queira conquistar a pessoa amada, evite magoar inocentes. Perdoe aos outros e a si próprio.

Sagitário (22/11 a 21/12)Familiares poderão apoiá-lo num projeto que será a rampa de lançamento para uma brilhante carreira.

Capricórnio (22/12 a 20/1)Seja mais consciente com os seus colegas. Lembre-se de que são humanos e por isso têm fragilidades.

Aquário (21/1 a 19/2)A melhor maneira de viver bem consigo e não sentir ódio é não se permitir ter pensamentos negativos.

Peixes (20/2 a 20/3)Entregue-se ao amor sem limites, pois você merece ser feliz e satisfeito. Defenda-se pensando no bem.

HORÓSCOPO FASES DA LUACheia 23/3

Minguante 31/3

Crescente 14/3

Nova 7/4

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 201614 | Variedades

Page 15: Brasil de Fato RJ - 162

Cantini/Atlético MG

Divulgação

Doping de Ana Cláudia Lemos é resultado de testes “surpresa”Velocista foi pega com oxandrolona, um esteroide anabolizante

O Centro Aquático, que ser-virá às provas de natação do pentatlo moderno, foi inaugu-rado na última semana, em ce-

Prefeitura entrega Centro Aquático ‘capenga’, mas não compareceLocal ainda não dispõe de boa parte das arquibancadas, nem sistema de som e placares

rimônia que contou com o pre-sidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, além dos Ministros do Esporte, George Hilton, e da Educação, Aloísio Mercadante.

O Prefeito Eduardo Paes, providencialmente, não com-pareceu. Na cerimônia, foi en-tregue à população e aos Jo-gos Olímpicos do Rio 2016 um

equipamento esportivo que ainda não dispõe de boa par-te das arquibancadas, além de sistema de som e placares.

Na sua ausência, coube a Nuzman responder as per-guntas sobre as condições ain-da precárias do local e ao Mi-nistro George Hilton falar so-bre os atrasos do Centro de Hi-pismo. (BP)

CBBoxe divulga lista olímpica

A International Board, ór-gão responsável pela defi-nição de regras do futebol em todo o planeta, sempre foi infestada de senhores. É composta por um monte de senis, avessos a qualquer coisa que possa ter cheiro de modernidade.

Mas nada melhor que a vida para dobrar os velhi-nhos. A insistência deles em um modelo arcaico de solu-ção de dúvidas sobre a arbi-tragem fez com que o fute-bol fosse o último esporte a aderir ao uso de tecnologia.

O recurso eletrônico, a par-tir de agora, poderá entrar em testes pelo mundo e de-verá ser utilizado para so-lução de lances capitais do jogo. Se a bola entrou ou não, se foi pênalti ou não e outros lances. Para o impedimen-to, só em chance clara de gol. Se o cara estiver embaixo da saia na lateral, segue o jogo.

A única cláusula estranha nesse papo todo é a respon-sabilidade de quem poderá solicitar o uso do recurso ele-trônico. Além do árbitro, que é a autoridade máxima den-tro de campo, o editor de ima-gens da TV que estiver trans-mitindo poderá também se utilizar da prerrogativa.

O que ele tem com o jogo, além de transmiti-lo?

Você confiaria a uma emissora de TV a decisão

de um jogo por um deta-lhe de arbitragem? Tomaria essa decisão, mesmo saben-do como funciona a nossa vênus platinada por aqui, que distorce dados e fatos para comprovar uma reali-dade que ela quer construir?

Melhor fazer como no tê-nis, que dá aos oponentes a possibilidade de desafiar a decisão da arbitragem. Es-tando o árbitro correto, quei-

Vai ser bom para o espetáculo não estar sujeito ao olho nu do árbitro, que pode cometer um erro ou uma sacanagem mesmo

A Confederação Brasi-leira de Boxe (CBBoxe) di-vulgou a lista dos boxea-dores que representarão o Brasil nos Jogos Olímpi-cos do Rio 2016. Serão seis nomes que, em virtude de o Brasil ser o país-sede dos Jogos, terão direito a participar da competição.

São cinco homens e uma mulher. Patrick Louren-ço, na categoria Mosca Li-geiro, Julião Neto, na Mos-ca, Robenilson de Jesus, na Galo, Joedison Teixeira, na Meio Médio Ligeiro, e Mi-chel Borges, na Meio Pesa-do, pelo masculino. Adria-na Araújo, na categoria Leve, pelo feminino.

Além deles, o Brasil terá Robson Conceição, que se classificou através do Mundial de Boxe, em 2015.

ma uma possibilidade. Não estando, muda-se a decisão.

Em suma, vai ser bom para o espetáculo não estar sujeito ao olho nu do árbitro, que pode cometer um erro ou uma sacanagem mes-mo. Ainda que alguns ajus-tes devam ser feitos.

Até para os dirigentes do futebol vai ser bom. Afinal de contas, vai rolar aquela licitaçãozinha maneira, boa para ganhar um dindin.

CBBoxe/DivulgaçãoA velocista Ana Cláudia Lemos, recordista sul-

americana dos 200m rasos, foi pega no controle de do-pagem com a substância oxandrolona, um esteroide anabolizante. Seu caso é fru-to dos testes “surpresa” feitos pelo Laboratório Brasilei-ro de Controle de Dopagem (LBCD).

O LBCD é sediado na Uni-

Bom para todo mundo

versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais precisa-mente no Instituto de Quími-ca, e foi reacreditado (termo usado no setor de saúde que significa recredenciado) pela Agência Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês) em maio de 2015.

O laboratório é uma refe-rência nacional no controle do uso de substâncias ilegais no esporte. Assim como tem exercido o controle nos even-tos-teste, deverá ser o centro dos testes olímpicos, depen-dendo apenas de uma solução para celeridade dos julgamen-tos dos casos no país. (BP)

Uso da tecnologia é ponto positivo para o futebol mundial

Ana Cláudia é mais um caso

de doping entre atletas

brasileiros

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016 Esportes l 15

TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO

Page 16: Brasil de Fato RJ - 162

Fluminense e Botafogo fizeram o primeiro clássi-co da segunda fase do Cam-peonato Carioca, em Volta Redonda. Antes da bola ro-lar, a arbitragem protago-nizou momentos patéticos que envolveram o goleiro Jefferson, do Fogão.

Com uma camisa azul es-cura, o goleiro foi obrigado pelo árbitro a trocar de uni-forme, pois o Botafogo esta-va de preto.

Porém, o uniforme reser-va dele também era preto e a solução encontrada foi jo-gar com uma camisa reser-va dos jogadores de linha e um número improvisado com fita adesiva.

Com a bola rolando, o pri-meiro tempo foi de leve su-perioridade do Botafogo, que criou duas chances, en-quanto o Fluminense não conseguiu criar espaços na defesa alvinegra.

Flu empata nos acréscimos com o Botafogo“Clássico Vovô” termina empatado em 1 a 1 na primeira rodada da segunda fase

Sempre criticado pela torcida, Gum garante o empate para o Flu

Os alvinegros reclamaram de um lance, aos 18 minu-tos, quando Rodrigo Lindo-so saía na cara do gol e foi derrubado por Renato Cha-ves. O Botafogo pedia a ex-pulsão do zagueiro, que só levou o cartão amarelo.

Para o segundo tempo, o Bo-tafogo resolveu o problema dos uniformes voltando com camisas brancas na linha. A mudança de cores parece ter dado sorte ao alvinegro.

Aos três minutos, Gegê emendou um cruzamento de primeira, a bola desviou

no peito de Ribamar e tirou Cavalieri da jogada, abrindo o placar.

Apesar de ter criado as chances mais perigosas ao longo do segundo tem-po, o Botafogo não conse-guiu ampliar e no fim, com o Fluminense pressionan-do, acabou sendo castiga-do. Após cobrança de es-canteio, o contestado Gum subiu mais que todo mun-do para cabecear e decre-tar o empate no “Clássi-co Vovô”, aos 47 minutos da etapa final.

As diretorias de Flamen-go e Fluminense discutem junto ao 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, responsável pela segurança nos está-dios paulistas, a possibili-dade de misturar as torci-das na maior parte do es-tádio do Pacaembu, que

Fla e Flu querem torcida mista em SPabrigará o jogo.

A ideia é reservar exclusiva-mente para cada torcida es-paços que podem variar en-tre cinco e oito mil lugares, de cada lado do estádio. Nos de-mais lugares do estádio, assim como funcionava no Mara-canã, abre-se a possibilidade para que torcedores dos dois

clubes fiquem juntos.Esta semana, a FERJ li-

berou que o Fla-Flu, válido pela segunda rodada da se-gunda fase do Campeona-to Carioca, seja realizado em São Paulo (SP). O jogo será no estádio Paulo Ma-chado de Carvalho, no pró-ximo domingo (20). (BP)

Pacaembu receberá o Fla-Flu na próxima rodada do Carioca

O Vasco estreou na se-gunda fase do Campeonato Carioca contra o Bangu, em São Januário, mostrando grande superioridade sobre o adversário.

Antes do início do jogo, o goleiro Martin Silva foi homenageado pela centé-sima partida pelo Vasco, disputada contra o Bonsu-cesso, pela última rodada da fase anterior.

No primeiro tempo, o Vasco dominou comple-tamente a partida, tendo controle das ações e to-mando poucos sustos. O atacante Thalles iniciou no time titular e pelo pé dele passaram várias oportuni-

Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Mailson Santana/Fluminense

Paulo Fernandes/Vasco

Vasco vence Bangu com autoridade

dades de gol. Não fosse a boa atuação

do goleiro Célio Gabriel, o Vasco poderia ter marca-do muitos gols, tamanha a superioridade. Mas, na pri-meira etapa, o Bangu foi vazado apenas uma vez. Aos 21 minutos, Madson cruzou e encontrou Jorge Henrique livre para cumprimentar o goleiro e sair para o abraço.

No segundo tempo, o Vasco continuou muito su-perior, mas só ampliou aos 29 minutos. Andrezinho co-brou falta no segundo pau, Rodrigo escorou de cabeça para a área e Luan desviou de coxa para a rede, fechan-do o placar em 2 a 0. (BP)

Jogadores comemoram o primeiro gol do Vasco, de Jorge Henrique

16 | Esportes

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 14 a 16 de março de 2016