Brasil de Fato RJ - 175

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Cidades | pág. 5 RIO DE JANEIRO Ano 4 | edição 175 5 a 8 de maio de 2016 distribuição gratuita Divulgação Pablo Vergara Pedro Paulo é alvo de protesto no Rio de Janeiro Candidato à prefeitura da cidade do Rio, Pedro Paulo (PMDB) foi escrachado por jovens do Levante Popular da Juventude nesta quarta-feira (4), no Recreio dos Bandeirantes. A ação faz parte da campanha “Escrache um golpista”. O parlamentar votou, na Câmara dos Deputados, a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Os jovens aproveitaram a oportunidade para questionar a candidatura de Pedro Paulo já que ele agrediu fisicamente sua ex-mulher em duas ocasiões. MANIPULAÇÃO A cobertura tendenciosa praticada pela mídia brasileira será denunciada pela Frente Brasil Popular nesta quinta-feira (5). A atividade acontecerá em pelo menos dez estados brasileiros. No Rio de Janeiro, o ato será realizado na Central do Brasil, às 16 horas. Esportes | pág. 15 Cidades | pág. 7 Cidades | pág. 4 Marina Praça Curso pré-vestibular no Cerro-Corá Moradores e movimentos populares organizam aulas preparatórias para o Enem Leicester, campeão do mundo Time inglês que fugia do rebaixamento venceu campeonato Cultura | pág. 11 Arena Dicró, na Penha, apresenta peças infantis Estudantes da rede pública têm entrada gratuita Renato Mangolin

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Cidades | pág. 5

RIO DE JANEIRO

Ano 4 | edição 175

5 a 8 de maio de 2016 distribuição gratuita

Div

ulga

ção

Pablo Vergara

Pedro Paulo é alvo de protesto no Rio de JaneiroCandidato à prefeitura da cidade do Rio, Pedro Paulo (PMDB) foi escrachado por jovens do Levante Popular da Juventude nesta quarta-feira (4), no Recreio dos Bandeirantes. A ação faz parte da campanha “Escrache um golpista”. O parlamentar votou, na Câmara dos Deputados, a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Os jovens aproveitaram a oportunidade para questionar a candidatura de Pedro Paulo já que ele agrediu fisicamente sua ex-mulher em duas ocasiões.

MANIPULAÇÃO A cobertura tendenciosa praticada pela mídia brasileira será denunciada pela Frente Brasil Popular nesta quinta-feira (5). A atividade acontecerá em pelo menos dez estados brasileiros. No Rio de Janeiro, o ato será realizado na Central do Brasil, às 16 horas.

Esportes | pág. 15Cidades | pág. 7

Cidades | pág. 4

Marina Praça

Curso pré-vestibular no Cerro-CoráMoradores e movimentos populares organizam aulas preparatórias para o Enem

Leicester, campeão do mundoTime inglês que fugia do rebaixamento venceu campeonato

Cultura | pág. 11

Arena Dicró, na Penha, apresenta peças infantisEstudantes da rede pública têm entrada gratuita

Renato Mangolin

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EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana Pitasse e Pedro Rafael Vilela

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

ADMINISTRAÇÃO: Angela Bernardino e Marcos Araújo

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

(21) 4062 [email protected]

EDITORIAL

Quinta-feira, 5 de maio, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F28Parcialmente

nublado

PREVISÃO DO TEMPO

Font

e: G

oogl

e

favorável ao impedimento do mandato da presidente Dilma, fez referências ao gol-pe militar de 1964 e apologia a um torturador.

A RUA É O NOSSO LUGARA mensagem do Levante é que a juventude não é de abaixar a cabeça para nin-guém e não aceitará um go-verno ilegítimo, conquista-do por golpistas. Por isso, nos dias atuais os jovens não têm outra tarefa que não a de lu-tar em defesa da democracia.

GOLPISTANeste mês o Levante lançou uma campanha chama-da  “Escrache um Golpis-ta”, que teve como principal alvo o vice-presidente Mi-chel Temer (PMDB) que quer assumir o cargo para o qual, não foi eleito. A partir dessa ação, aconteceram  outras em diversos municípios do país. No Rio, no último dia 24 de abril o Levante reali-zou um escracho em frente ao condomínio em que mora o deputado federal Jair Bol-sonaro (PSC-RJ). O voto dele,

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

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Quem não se lembra da chuva de dólares lançadas

no deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/ RJ) em Brasília? Ou do pur-purinaço no depu-tado Bolsonaro, em Porto Ale-gre? Essas e ou-tras ações foram reali-zadas pelo Levante Po-pular da Juventude, que é um movimento popular de jovens que têm como objetivo lutar pela transformação social.

Nessa semana, os jovens do Levante realizaram um escracho contra o candida-to à prefeitura do Rio Pedro Paulo (PMDB). Ele responde a inquérito por ter agredido sua ex-mulher.

Mas, afinal, o que são os escrachos? São inspirados em práticas adotadas pela juventude da América La-tina, com o objetivo de de-nunciar os torturadores do regime militar, cujas his-tórias eram pouco conhe-cidas pela sociedade, dan-do publicidade aos crimes. Isso criou as possibilidades para a reconstrução da me-mória e para a punição de quem praticou crimes.

Assim os “escrachos”, que expunham ex-torturadores diante de toda a sua vizi-nhança, hoje são emprega-dos contra políticos desones-tos que estão contra o povo.

Escracho, um instrumento de luta pela democracia

Mídia Ninja

Os escrachos consistem em protestos em frente às casas ou escritórios de parlamentares a fim de denunciar, expor e ridicularizar os políticos

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 20162 | Opinião

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EM FOCO

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Olim-

píadas foi instalada nesta ter-ça-feira (3), durante reunião na Câmara Municipal dos Verea-dores do Rio. Autor do reque-rimento, o vereador Jefferson Moura (Rede) não presidi-rá a comissão. O também ve-reador Átila Nunes (PMDB) será o presidente, enquanto Thiago Ribeiro (PMDB) ficou com a relatoria. 

“Hoje, tivemos uma pés-sima sinalização do futuro dessa CPI. É impossível não

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Agência Brasil

Câmara instala CPI para investigar gastos com Olimpíadas

Divulgação

Divulgação

A cantora Marisa Mon-te está apoiando a ocupa-ção de escolas por estu-dantes no Rio de Janeiro. No último domingo (1) ela fez um show, ao lado do cantor Leoni, no Colégio André Maurois, no Leblon.

“Eduardo Cunha era o líder de célula crimino-sa”. Essa é a última acusa-ção feita pelo procurador da República, Rodrigo Ja-not, ao atual presidente da Câmara dos Deputados. Vaza, Cunha!

Roberto Stuckert Filho

suspeitar de algo que deve-ria ser feito para investigar e denunciar atos ilegais duran-te as obras para os Jogos ten-do como presidente e relator dois membros do PMDB.Que fique bem claro que não re-queri a cria-ção por ser contra os jogos. Mui-to pelo con-

trário. A intenção era buscar a transparência e o melhor para nossa cidade. Vejo que essa CPI acabará em pizza”, declarou Moura.

A comissão foi criada para investigar e apurar os gastos públicos com as obras liga-das aos Jogos Olímpicos e Pa-ralímpicos Rio 2016. Ela terá duração de 120 dias, poden-

do receber um adicional de 60 dias, se estenden-

do após a realização dos Jogos Olímpicos

Rio 2016. (ABr)

OCUPA ESCOLA Estudantes que integram o movimento Ocupa Escola realizaram nesta quarta-feira (4) manifestações em várias unidades de ensino que tiveram as atividades escolares suspensas em decorrência da mobilização. As ocupações de escolas no Rio de Janeiro iniciaram no dia 21 de março.

FRASE DA SEMANA

Div

ulga

ção

escreveu a atriz e modelo Alinne Moraes em suas redes sociais.

“Eu sou contra o impeachment, e não há nenhum discurso

golpista que irá me convencer do contrário! #SouPelaDemocracia

mandouMAL

mandouBEM

LAVA JATOJanot pede investigação de Lula

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribu-nal Federal (STF) a inclu-são do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de três ministros do governo, do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e de parlamenta-res do PMDB, entre ou-tros acusados, no princi-pal inquérito da Opera-ção Lava Jato. O inquéri-to investiga os supostos crimes de lavagem de di-nheiro, corrupção e for-mação de quadrilha.

IMPEACHMENTDilma diz que não vai renunciar

A presidenta Dilma Rou-sseff disse nesta terça-feira (3) que recebeu pedidos para que renunciasse, mas que a “injustiça” que sofre com o processo de impea-chment vai continuar visí-vel. Ela voltou a dizer que está em curso um “golpe” no país, que é vítima de uma fraude e que não vai renunciar a seu mandato. Mais uma vez, a presiden-te declarou estar “do lado certo da história”, que é a democracia.

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016 Geral l 3

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Globo impulsiona os protestos contra a Dilma, dando ampla cobertura, e invisibiliza as manifestações contra o golpeOrlando Guilhon, membro do FNDC

Fotos: Divulgação

4 | Mundo

(11) 94594 3576por WhatsAppReceba notícias

UMA VISÃO POPULAR DO BRASIL E DO MUNDO

Desde o início da crise po-lítica brasileira, a popula-

ção tem demonstrado insatis-fação com a cobertura jorna-lística da Rede Globo. A indig-nação pode ser vista nas ruas, em manifestações contra a emissora, e também em cam-panhas espontâneas nas redes sociais. Com a expressão #Des-ligaaGlobo, internautas estão postando centenas de comen-tários, vídeos e dicas de textos e filmes que denunciam a forma tendenciosa com que a emis-sora passa as informações.

“Pensemos sem essa gran-de máquina de controle so-cial, cultural, político e eco-nômico”, diz a internauta Lí-via Moreira.

“A Globo está fazendo gran-de esforço para dar a enten-der ao público que se o Temer assumir não é golpe e que essa é a única solução para a crise”, publicou Alvaro Maciel.

“Tem meia dúzia de jornalis-tas elitistas brasileiros falando que não é golpe. Mas, o pior é que tem um pessoal que acre-dita na Rede Globo”, escreveu Li Cadore, também usando a hashtag #DesligaaGlobo.

Rede Globo é alvo de protestos no Rio de JaneiroFrente Brasil Popular realiza dia nacional contra a manipulação da mídia. No Rio, ato acontece na Central do Brasil

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

Diante da insatisfação da so-ciedade, a Frente Brasil Popu-lar, que reúne diversos movi-mentos populares, sindicatos de trabalhadores e coletivos de jornalistas e comunicadores, decidiu realizar nesta quinta-feira (5) um dia nacional de protesto contra a Globo.

Mais de 10 estados brasilei-ros estão preparando ativida-des que provoquem o deba-te e a reflexão sobre a mani-pulação da grande imprensa.

ATO NA CENTRALNo Rio de Janeiro, será rea-lizado um ato cultural, em frente à Central do Brasil, a partir das 16h. Terá música, apresentação de teatro, exi-bição de filmes e projeções de imagens. Também have-rá uma aula pública com a jornalista Beth Costa, que durante muitos anos foi pre-sidente da Federação Nacio-nal dos Jornalistas (Fenaj) e o professor e doutor em co-

municação pela UFRJ, Gus-tavo Gindre, também inte-grante do coletivo Intervo-zes, que reúne comunicado-res populares.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comu-nicação (FNDC) também é um dos organizadores desse evento. “Queremos denun-ciar a manipulação da infor-

mação e essa cultura da mí-dia golpista”, destaca Orlando Guilhon, membro da execu-tiva nacional do FNDC.

MONOPÓLIOAlém da manipulação, ou-tro tema que está em foco é a questão do monopólio da mídia. Menos de 10 famí-lias controlam quase toda a informação que circula no território brasileiro. Entre as mais poderosas estão os Ma-rinho (Organizações Globo), Abravanel (SBT), Sirotsky (RBS), Civita (Abril), Mace-do (Record), Frias (Folha de S. Paulo), Levy (Gazeta Mer-cantil), Mesquita (O Esta-do de S. Paulo) e Saad (Rede Bandeirantes).

Essa concentração da in-formação na mão de poucos empresários não é positiva para o país e para a democra-cia, argumentam os especia-listas da área. “A Globo pas-sa essa ideia do pensamen-to único, parece que toda a população pensa igual so-bre a política. Tem uma parte da população que não aceita e não quer o impeachment”, afirma Orlando Guilhon.

Ele também diz que a emis-sora tem dois pesos e duas medidas quando o tema é manifestação. “A Globo im-pulsiona os protestos contra a Dilma, dando ampla cobertu-ra, e ao mesmo tempo invisi-biliza as manifestações contra o golpe, em apoio a presiden-te”, denuncia Guilhon.

Aumentam protestos contra a Globo nas ruas e nas redes sociais

Evento: apresentações de música, teatro, filmes e aula pública Dia: quinta-feira (5), às 16hLocal: Central do Brasil (grátis)

DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA O GOLPISMO MIDIÁTICO

Protestos têm denunciado apoio da Globo ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 20164 | Cidades

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Mariana Pitassedo Rio de Janeiro (RJ)

Além de golpista, o Pedro Paulo é agressor e machista e nós não podemos deixar isso passar. Não podemos ter ele como prefeitoBianca Campos, do Levante Popular da Juventude

Eu acho ótimo que esse ato esteja acontecendo aqui. Achei um absurdo esse homem fazer o que ele fez e ser candidato a prefeitoHeloísa Teixeira, doméstica

Depois de Jair Bolsona-ro, o deputado federal e

pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo (PMDB), também foi “escra-chado” em frente a sua casa, na manhã da última quarta-feira (4), no Recreio dos Ban-deirantes. Com faixas e carta-zes, dezenas de pessoas pro-testaram pelo fim da violência contra a mulher e em oposição ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Convocada pelo Levante Popular da Juventude, a ma-nifestação faz parte da cam-panha chamada “Escrache um Golpista”, que está acon-tecendo nas últimas semanas em várias cidades do país.

Segundo uma nota divul-gada pelo movimento, Pedro Paulo foi o político escolhido da vez para o “escracho” por-que além de ter votado a fa-vor do impeachment de Dil-ma, também é acusado de agredir a ex-esposa duas ve-zes, em 2008 e 2010. Em outu-bro do ano passado, em meio à repercussão das acusações de violência, o pré-candidato à Prefeitura minimizou seus atos ao declarar que “qual-quer casal tem brigas”.

MACHISTA“Além de golpista, o Pedro Paulo é agressor e machis-ta e nós não podemos deixar isso passar. Não podemos ter ele como prefeito. Precisamos mostrar para as mulheres que nós não podemos votar em agressor, isso é contra nós mesmas. Então, o que a gen-te espera é que se crie uma

Pedro Paulo é “escrachado” em frente a sua casa, no RecreioDezenas de pessoas protestaram contra a candidatura do político à Prefeitura do Rio, pelo fim da violência contra a mulher e em oposição ao processo de impeachment de Dilma Rousseff

ação em toda a cidade con-tra a candidatura dele. Quere-mos que ele se torne ilegível,

que ninguém pense em votar no Pedro Paulo, as mulheres principalmente”, afirma Bian-ca Campos, 19 anos, estudan-te da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e inte-grante do Levante Popular.

Para Luana Vitório, 20 anos, estudante da Universidade Federal Rural do Rio (UFR-

RJ), o protesto também é um alerta aos retrocessos que o projeto “Ponte para o Futu-ro”, do PMDB, representa para o país. “Eles têm um plano de retirada de direitos, que traz a terceirização como uma das práticas, o que vai piorar ain-da mais a vida do jovem e da classe trabalhadora no Bra-sil. Pedro Paulo saiu daqui do Rio, onde é secretário, apenas para votar sim no Congresso. Sabemos que ele fez isso por-

que faz parte do golpe que vem sendo conduzido pelo seu partido”.

AGRESSÕESDurante o ato, entre os gritos de “Fora, Pedro Paulo!”, mani-festantes maquiadas com he-matomas representavam mu-lheres agredidas. Em frente à casa do político, um casal ence-nou as agressões de Pedro Pau-lo à sua ex-esposa. Enquanto a manifestação percorria as ruas

do Recreio dos Bandeirantes, a vizinhança parou para ver. Poucos moradores respon-deram com intolerância ao protesto, outros demonstra-ram apoio às pautas, com bu-zinas e sinais positivos.

Entre os que passavam pelo local e paravam para acompa-nhar, estava a empregada do-méstica Heloísa Teixeira, 40 anos. “Eu acho ótimo que esse

ato esteja acontecendo aqui. É por nós que o protesto está sendo feito. Achei um absurdo esse homem fazer o que ele fez e ser candidato a prefei-to. Então, temos que botar ele para baixo para que não vire prefeito do Rio de jeito ne-nhum”, afirmou, acrescentan-do que não sabia que o políti-co morava no local. “Trabalho aqui perto e acho bom ele ter contato com isso para não fi-car só no mundinho dele.  Ele tem que ter ciência que nós estamos cansados de tan-ta corrupção e tanta bagun-ça que estão esse Brasil e esse Rio de Janeiro”, conclui.

Pedro Paulo é acusado de agredir a ex-esposa duas vezes, em 2008 e 2010

Fotos: Cuca da UNE

Manifestação faz parte da campanha “Escrache um Golpista”

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016 Cidades l 5

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Júlio BernardesAgência USP de Notícias

Divulgação

O município de São José de Ubá, no noroeste do Rio

de Janeiro, tem cerca de 7 mil habitantes, a maioria na área rural. A economia da cidade é baseada na agricultura fami-liar, principalmente no plan-tio de tomates, com uso ex-cessivo de agrotóxicos e par-te da sua produção é comer-cializada com outros estados. A ocorrência de sintomas res-piratórios e alterações da fun-ção respiratória em trabalha-dores rurais e familiares ex-postos a agrotóxicos foi cons-tatada em pesquisa da Facul-dade de Saúde Pública (FSP) da USP, realizada pelo pesqui-sador Rafael Junqueira Buralli.

“O cenário natural monta-nhoso da região favorece con-taminação do solo e de águas superficiais e subterrâneas por agrotóxicos aplicados nas plantações”, conta Buralli. De acordo com o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 14,2% das re-sidências daquela cidade têm condições de saneamento bá-sico adequadas.

O estudo apurou que gran-de parte da população está exposta aos agrotóxicos des-de a tenra idade, seja por morar próximo das áreas de plantio, trabalhando direta-mente, ou mesmo ajudan-do seus familiares. “No gru-po dos produtores rurais, a maioria era do sexo mascu-lino e afirmou trabalhar com agrotóxicos por várias ho-

Agrotóxicos afetam saúde de produtores rurais no Rio de JaneiroPesquisa da Universidade de São Paulo (USP) investigou situação no município de São José de Ubá, no noroeste do estado

ras por dia, principalmente no período da safra. A maio-ria dos familiares era do sexo feminino”. Foram avaliadas 82 pessoas (48 trabalhadores rurais e 34 familiares).

Entre os trabalhadores ru-rais, 81,3% afirmaram ter con-tato com agrotóxicos, sendo que 77,1% dos produtores e 94,1% dos familiares afirma-ram estar expostos domestica-mente aos agrotóxicos.

A maioria dos produto-res e familiares nunca rece-beu treinamento ou orienta-ções para manipular agrotó-xicos. No momento da ava-liação, na safra de 2014, 66% das pessoas apresentaram al-gum sintoma respiratório. Os

mais comumente relatados foram crise de tosse (40,0%), rinite (30,7%), sensação de aperto no peito (24,0%), sen-sação de falta de ar (17,3%) e chiado no peito (13,3%).

De acordo com bases de dados oficiais de morbidade e mortalidade, as principais causas de morte entre 2004 e 2010 em São José de Ubá foram as doenças do apare-lho circulatório, do apare-lho respiratório, neoplasias, causas externas, transtornos mentais e comportamen-tais, doenças do sistema di-gestório, disfunções endó-crinas e metabólicas. “Quan-to ao câncer, as neoplasias mais frequentes com o desfe-

Plantio de tomates é realizado com uso excessivo de agrotóxicos em São José de Ubá

cho de óbito do paciente fo-ram as de pulmões, estôma-go e laringe”, observa Buralli.

Segundo Buralli, a primei-ra providência a ser tomada para contornar o problema seria melhorar o apoio técni-co e atenção à saúde das pes-soas que manipulam esses químicos, fornecendo treina-mento para lidar com esses produtos e organizando o sis-tema de saúde para atender as necessidades específicas das populações expostas, tan-to na prevenção ou tratamen-

to de doenças relacionadas à exposição aos agrotóxicos.

LÍDER MUNDIALDe acordo com o pesquisa-dor, a segunda providência seria a implantação de polí-ticas públicas mais restritivas quanto à comercialização e consumo de produtos agro-

tóxicos. “Hoje, o Brasil é lí-der mundial no consumo de agrotóxicos e comercializa di-versas substâncias proibidas no mundo inteiro”, alerta. “Os efeitos disso não são sentidos somente pelas famílias rurais, mas também pela população em geral, que vive próximo a áreas de plantio ou consome produtos envenenados”.

Melhorar o apoio técnico e atenção à saúde das pessoas que manipulam agrotóxicos

As principais causas de morte entre 2004 e 2010 em São José de Ubá foram as doenças do aparelho circulatório

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SOLUÇÕES APONTADAS NA PESQUISA

Implantação de políticas públicas mais restritivas quanto à comercialização e consumo de produtos agrotóxicos

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 20166 | Cidades

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André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Aos pés do Cristo Reden-tor, na subida para o Cor-

covado, a favela do Cerro-Co-rá ganha mais um aliado na luta pelo acesso à educação. Começaram as aulas esta se-mana do cursinho pré-vesti-bular comunitário através de uma parceria entre um grupo de moradores, o Levante Po-pular da Juventude e o Movi-mento dos Trabalhadores Ru-rais Sem Terra (MST). O pro-jeto contará com o apoio de diversos professores volun-tários, que se revezarão para dar aula de todas as disci-plinas que cairão no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas deste ano estão marcadas para os dias 5 e 6 de novembro.

A ação pode ajudar na rea-lização de sonhos, como o

da jovem Larissa Borges, de 17 anos, que será uma das alunas do cursinho. Mora-

dora do Cerro-Corá, ela é a mais velha de três irmãos. A paixão pela odontologia teve grande influência pelo ofício de sua mãe, que tra-balha como assistente em um consultório no Rio. Em sua família, somente uma tia tem ensino superior. Ela inicia as aulas com o objeti-vo de ser a segunda a entrar na universidade. “É muito bom que tenha esse cursi-

nho aqui, para que a gente não precise ir muito longe para estudar e também não gaste dinheiro na hora de se preparar para o Enem”, con-ta Larissa.

O INÍCIOTudo começou quando um grupo de pessoas organiza-ram o “Cerro-Corá: mora-dores em movimento”, que vêm construindo uma série de atividades no local. Jan-derson Dias, de 26 anos, es-teve no início dessa mobili-zação. “A gente tinha a ideia de construir um museu para contar a história de nos-so lugar e fazer uma biblio-teca. Depois fomos avan-çando e conhecendo outros movimentos e decidimos fa-zer uma pré-vestibular aqui”, lembra. Além de construir o grupo de moradores, Jan-derson é também integran-te do Levante Popular da Ju-ventude, que atua no campo e na cidade em todo o país.

Além de preparar aqueles que querem entrar na uni-versidade, o cursinho tam-bém é destinado aos que

querem tirar o diploma de ensino médio. “Aqui é um projeto coletivo. Tudo será feito com a participação de todos”, adianta Janderson, ao lembrar que doações da-queles de fora do Cerro-Co-rá serão bem-vindas. Livros e aparelhos eletrônicos já são algumas necessidades dos alunos.

CAMPO E CIDADECarmen Diniz, integrante do Movimento dos Traba-lhadores Rurais Sem Ter-ra (MST), conta que essa é a primeira de muitas expe-riências que o movimen-

to quer fazer com as fave-las cariocas na construção de projetos de educação. “Infelizmente a imagem que as pessoas das favelas têm dos cidadãos do cam-po ainda não é correta, e vi-ce-versa, por conta da mí-dia que nos criminaliza. É fundamental que o campo e a cidade dialoguem ainda mais”, pontua Carmen.

Ela lembra ainda que é a oportunidade para que o MST, além de repassar os conhecimentos acumula-dos com sua experiência em educação, possa tam-bém aprender com os mo-radores do Cerro-Corá. “A ideia é trocar experiências, elevando a consciência po-lítica de todos os envolvidos com o projeto”, finaliza.

AULASAs aulas ocorrem durante a semana, com exceção da quarta-feira, e também ha-verá aulões todos os sába-dos. As contribuições e con-tatos com o cursinho podem ser feitos através do email [email protected]

É muito bom que tenha esse cursinho aqui, para que a gente não precise ir muito longe para estudarLarissa Borges, moradora do Cerro-Corá

Aqui é um projeto coletivo. Tudo será feito com a participação de todosJanderson Dias, do Levante Popular da Juventude

Fotos: Marina Praça

Pré-vestibular comunitário é inaugurado no Cerro-CoráAção é uma parceria entre organização de moradores, MST e Levante Popular da Juventude

Aulas ocorrem durante a semana, com exceção da quarta-feira Cursinho no Cerro-Corá terá aulões todos os sábados

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016 Cidades l 7

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Greenpeace: Tratado de Livre Comércio coloca o clima em risco A organização não governa

mental (ONG) Greenpea-ce, conhecida mundialmen-te por defender causas am-bientais, divulgou essa sema-na documentos secretos so-bre uma negociação de Acor-do de Livre Comércio e Inves-timento entre os Estados Uni-dos e a União Europeia.

O Greenpeace destaca que os documentos confirmam “importantes riscos para o

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UNIÃO EUROPEIA A quantidade de pedidos de asilo de menores de idade desacompanhados é quatro vezes maior em 2015 que no ano anterior. 88 mil crianças chegaram ao continente europeu sem seus familiares, em 2015. Em 2014, foram registradas 23 mil. A informação foi divulgada pelo Eurostat, órgão de estatísticas do bloco.

Os três planetas foram descobertos na constela-ção de Aquário, a 40 anos-luz da Terra. Essa distân-cia é relativamente pró-xima se comparada à di-mensão do Universo.

A descoberta foi feita por um grupo internacional de cientistas do Observatório Austral Europeu (ISSO).

Os planetas têm tama-nhos e temperaturas se-melhantes aos de Vênus e da Terra. Eles orbitam uma estrela anã muito fria.

Os cientistas informa-ram ainda que esses são os primeiros planetas des-cobertos em torno de uma estrela tão pequena e de brilho tão fraco.

De acordo com os as-trônomos, essa é a melhor aposta na busca por vida fora do Sistema Solar.

Estado Islâmico recruta jovens do Caribe CIÊNCIADescobertos três planetas que podem ter vida A organização terrorista

Estado Islâmico enviou al-guns de seus membros às ilhas do Caribe para recru-tar jovens para combater na Síria. A informação foi divul-gada pelo jornal britânico Daily Express, essa semana.

Cerca de cem jovens de Trinidad e Tobago (Caribe) já foram aliciados pelos ter-roristas e levados para a Síria, segundo Arthur Snell, alto comissário britânico de Tri-nidad e Tobago.

Em novembro do ano pas-

Poluição pode aumentar se houver

consumismo desenfreado

Terroristas viajam para paraísos turísticos para recrutar jovens

clima, o meio ambiente e a proteção do consumidor”. As proteções ao meio ambiente, de longa tradição na União Europeia, parecem ter desa-parecido nas negociações.

O Greenpeace obteve os do-cumentos confidenciais e diz que em breve vai publicá-los com a intenção de proporcio-nar “a tão necessária transpa-rência” das negociações e “in-centivar o debate” sobre o tra-

sado, o Estado Islâmico di-vulgou um vídeo direciona-do aos cidadãos de Trinidad e Tobago, onde os convocava à insurgência. Sugeriam a cria-ção de um califado jihadista (zona islâmica) nessa ilha, de acordo com o Daily Express.

Outros centros turísticos também já estão na mira dos jihadistas, entre eles as ilhas Maldivas (no Oceano Índico, próximo à Índia) e Maurício (800 km a leste da ilha de Madagascar). (Rus-siaToday)

tado, informou a organização em comunicado.

Para o Greenpeace, os docu-mentos “sugerem que as duas partes querem criar um regi-me que coloca o lucro à fren-te da vida e da saúde dos seres humanos, animais e plantas”.

Isso acontece quando paí-ses e empresas não levam em conta os impactos ambien-tais que esse elevado nível de consumismo pode causar.

Em relação ao clima, o Greenpeace garante que a proteção ao meio ambiente será mais difícil com o acor-do, já que “não se pode en-

contrar nada que indique a proteção do clima” nos do-cumentos, nem uma refe-rência ao acordo da COP21, de Paris. (Abr)

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 20168 | Mundo

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Camila Marinsda Fisenge

Não é à toa que os lucros dos bancos no Brasil são os mais escandalosos do mundo

O que se vê é uma completa omissão em relação a esse grave tema que tanto afeta a economia nacional e a vida das pessoas

Em primeiro lugar, gostaria que explicasse o que é a dí-vida pública e a sua lógica na economia do país.Maria Lúcia Fattorelli: Teo-ricamente, a dívida pública abrange empréstimos con-traídos pelo Estado junto a  instituições financeiras pú-blicas ou privadas, no merca-do financeiro interno ou  ex-terno, bem como junto a em-presas, organismos nacionais e internacionais,  pessoas ou outros governos. A dívida pú-blica federal pode ser forma-lizada por meio de contratos celebrados  entre as partes, ou por meio da oferta de títu-los públicos emitidos pelo Te-souro Nacional. O dado mais alarmante é o quanto do orça-mento federal tem sido desti-nado apenas para pagamento e amortizações da dívida: 45% em 2014 e previsão de 47% para 2015. Ou seja, enquan-to educação e saúde recebem menos de 4% cada, gastamos quase metade de tudo que ar-recadamos pagando institui-ções financeiras privadas. O orçamento de 2015 destinou um gasto superior a R$ 1 tri-lhão com a dívida. Dívida essa que sempre pagamos, mas nunca diminui.

Por que isso acontece? Em vez de servir para aportar recursos ao Estado, o proces-so de endividamento tem fun-cionado como um instrumen-to que promove uma contínua e crescente diminuição de re-cursos públicos, que são dire-cionados principalmente ao setor financeiro privado. Além

“Orçamento de 2015 destinou um gasto superior a R$ 1 trilhão com a dívida pública”Em entrevista à Fisenge, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, explica os mecanismos da dívida pública, seus impasses e prejuízos para a economia brasileira.

de diversas ilegalidades e ile-gitimidades apuradas, inclusi-ve por investigações feitas pela CPI da Dívida Pública, temos detectado também a geração de dívidas por meio de meca-nismos financeiros, sem con-trapartida alguma ao país. É por isso que é tão importante realizar a auditoria dessas dí-vidas, a fim de separar o que é legítimo e ilegítimo.

Por que o Brasil não enfren-ta essa questão?O setor que mais se bene-ficia do “Sistema da Dívi-da”, tal como ele vem fun-cionando, é o setor finan-ceiro nacional e interna-cional. Tal setor vem exer-cendo forte dominação, in-fluenciando em diversos âmbitos: econômico, po-lítico, legal e de comuni-cações. Especialmente de-vido ao financiamento de campanhas eleitorais, o se-tor financeiro e as grandes corporações (que também são ligadas ao setor finan-ceiro) controlam o funcio-namento de parte signifi-cativa do poder político no Brasil, tanto do Legislativo como do Executivo em to-dos os níveis – federal, es-

tadual e municipal. Assim, garantem a implementação de legislação que viabiliza a concessão de privilégios fi-nanceiros, benesses tribu-tárias e acesso a bens e ri-quezas nacionais por meio das contínuas privatizações e exploração mineral.

Como funciona o Sistema da Dívida?O Sistema da Dívida garan-te elevados privilégios para esse setor, devido à manu-tenção dos generosos rendi-mentos proporcionados pe-los juros mais elevados do mundo que incidem sobre os títulos da dívida brasilei-ra. Não é à toa que os lucros dos bancos no Brasil são os mais escandalosos do mun-do. Enquanto esses setores

que se beneficiam do Siste-ma da Dívida dominarem a classe política, dificilmen-te o tema será devidamente enfrentado no Brasil.

Como funcionaria uma au-ditoria da dívida pública no Brasil?A auditoria deveria ser uma rotina obrigatória permanen-te, realizada de maneira inte-gral, com transparência e par-ticipação cidadã. A Constitui-ção Federal destinou a realiza-ção de auditoria da dívida por meio de uma comissão parla-mentar mista, integrada por senadores e deputados fede-rais. O Tribunal de Contas da União e a Controladoria Ge-ral da União possuem a atri-buição de realizar auditoria da dívida, mas não têm cumprido tal obrigação. O Ministério Pú-blico também tem se omitido. O que se vê é uma completa omissão em relação a esse gra-ve tema que tanto afeta a eco-nomia nacional e a vida das pessoas. Por isso, a atuação ci-dadã é fundamental. Afinal, somos nós que estamos pa-gando essa conta.

Maria Lúcia Fattorelli é a

coordenadora nacional da

Auditoria Cidadã da Dívida

Divulgação

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016 Entrevista l 9

Maria Lúcia Fattorelli | Auditora aposentada da Receita Federal

Page 10: Brasil de Fato RJ - 175

O quê: Volta do Pagode do Esquenta tem show de Chininha e Príncipe, além de apresentações do grupo Samba Arte, Bebeto Simpatia, DJs e sorteios.Onde: Mello Tênis Clube – Rua Caroen, 171, Penha.Quando: Sexta (6), 22h.Quanto: R$ 10

O quê: Em comemoração ao Dia do Trabalho, evento cheio de animação apresenta roda de samba do grupo Ciranda e a participação especial do sambista Monarco.Onde: Sesc Niterói – Rua Padre Anchieta, 56, São Domingos, Niterói.Quando: Sábado (7), 14h.Quanto: 0800

O quê: Oficina de poesia falada. Os interessados devem enviar um texto (de um parágrafo) para [email protected] dizendo por que desejam fazer a oficina e em qual data. Classificação: 14 anosOnde: Biblioteca Popular da Tijuca - Rua Guapeni, 61 – TijucaQuando: 07 e 14 de maioQuanto: 0800

O quê: Zeca do Trombone e Banda Z apresentam show que reúne gafieira, suingue, samba e bolero, aproveitando grandes sucessos da MPB.Onde: Sesc São Gonçalo – Av. Presidente Kennedy, 755, Estrela do Norte, São Gonçalo. Quando: Sábado (7), 18h.Quanto: R$ 2

O quê: Evento musical é proposta do grupo Samba de Sexta, que vem das escadarias da Pedra do Sal, famoso reduto da boemia carioca.Onde: Sesc Nova Iguaçu – Av. Dom Adriano Hipólito, 10, Moquetá, Nova Iguaçu.Quando: Sexta (6), 20h. Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia)

O quê: Espetáculo musical apresenta artistas de forma inusitada e original, num fusquinha 1974 que conjuga cenário, palco e estrutura de som.Onde: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela Rua Flora Lobo. Quando: Domingo (8), 16h. Quanto: 0800

Ofusca

Pagode do Esquenta Pedra do ChoroOficina de

Poesia faladaEncontro para dançar

Samba do Comerciário

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Victor Ohana

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Divulgação

RECEBA O BRASIL DE FATO RJ POR E-MAIL WWW.E.EITA.ORG.BR/ASSINEBRASILDEFATORJ

AGENDA CULTURAL DA SEMANA

O quê: Artistas como Lenine, André Sampaio e Os AfroMandinga fazem show para apresentar a diversidade cultural contemporânea ligada à tecnologia.Onde: Teatro Sesc Ginástico – Av. Graça Aranha, 187, Centro.Quando: Terça (10), 19h30.Quanto: R$ 20 (R$ 10 meia)

Nova Música Convida

Divulgação

Pollyana Faria Lopes

Moozyca

O quê: Evento musical reúne a galera do rap do Rio de Janeiro e de outros estados, com atrações, sorteios, batalha de rap, iluminação personalizada, etc.

Onde: Parque Madureira – Rua Soares Caldeira, 115, Madureira.

Quando: Domingo (15), 13h.

Quanto: 0800

Mega Encontro de Rap

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 201610 | Cultura

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Capangas tocaias e conflitos são situações bastante presentes nas cenas de “Velho Chico”

Depois das sessões na Arena Carioca Dicró, os espetáculos irão para a Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, na Pavuna

Renato Mangolin

Neste fim de semana, não vai faltar programação

cultural barata para quem tem criança em casa. Isso porque o espaço cultural Are-na Carioca Dicró, na Vila da Penha, receberá três espetá-culos teatrais infantis a R$ 5.

Na sexta-feira (6), tem “O Menino que Brincava de Ser”. No sábado (7), “Cabeça de Vento”. Por fim, no domingo (8), “Juvenal, Pita e o Velocí-pede”. Cada peça terá duas sessões, uma às 14h e outra às 16h. O melhor de tudo é que estudantes da rede pú-blica não pagam entrada. Basta levar um comprovante.

TEMAS VARIADOSA peça de sexta (6), “O Menino que Brincava de Ser”, conta a história de Dudu, um menino que adora brincar de faz-de-conta com seus amigos. Ele re-presenta vários personagens, como magos, bruxas, heróis ou heroínas. De maneira bem-humorada, o espetáculo fala sobre a liberdade de expressão e os problemas que uma criança passa no universo da família e da escola.

Já a peça de sábado (7), “Cabeça de Vento”, abor-da temas como afeto, morte e luto na infância. Isso por-que o personagem principal

Arena Dicró, na Penha, terá espetáculos infantis a R$ 5

se chama Léo, um garoto que ama soltar pipa e que apren-deu a brincadeira com o pai, que faleceu há pouco tempo.

Com imaginação e poesia, o espetáculo conta uma his-tória de amadurecimento e aprendizado.

Por fim, no domingo (8), a peça “Juvenal, Pita e o Velocí-

Quem está acompanhan-do “Velho Chico” deve es-tar bastante impressiona-do com o tom envolvente da produção. O enredo não é muito diferente daquele das novelas do sertão, que há muito tempo não pintavam na telinha. A história é sobre a luta pela autonomia pro-dutiva dos trabalhadores da terra contra os desmandos e o autoritarismo de um co-ronel e empresário do ramo do agronegócio que se con-sidera o dono do lugar.

Embora o tema seja an-tigo, vale lembrar que ele é atualíssimo, já que essa luta ainda não está superada em nosso país. Capangas, enco-mendas de morte, tocaias e conflitos são situações bas-tante presentes nas cenas. Um ingrediente interessante é a discussão sobre formas alternativas de produção agrícola e a adoção de prin-cípios de sustentabilidade.

QUALIDADE DA PRODUÇÃOMas o que vem envolven-do mesmo o público do folhetim é a qualidade da produção, um primor de fotografia, figurino e trilha

SEMPRE VI NOVELA | Joaquim Vela

Velho Chico e a luta pela terra: tema antigo e tão atual

Divulgação

sonora. No primeiro caso, os planos, ângulos e cortes cinematográficos das ce-nas dão movimento e vida aos dilemas dos persona-gens. Tons pastéis e quen-tes do cenário e das roupas

reforçam a atmosfera ser-taneja da história. É real-mente muito lindo!

A trilha sonora é igual-mente maravilhosa. Luiz Gonzaga, Caetano Veloso, Roberto Carlos e Maria Be-thânia são alguns dos no-mes de peso que embalam nossos ouvidos com suas canções cheias de amor e engajamento político. Pra-ticamente todas as cenas vêm acompanhadas de músicas que fortalecem o texto e a atuação dos ato-res. É de emocionar.

pede” explora as aventuras de um menino de 5 anos que ado-ra brincar com seu velocípe-de (motoca). Um dia, descan-sando embaixo de um cajueiro, ele conhece uma jovem garota chamada Pita e os dois se tor-nam amigos inseparáveis.

PROJETO CONTINUA EM JUNHOAs peças são parte do proje-to “Repertório Pandorga nas Arenas Culturais”, da Pan-dorga Companhia de Teatro. Depois das sessões na Arena Carioca Dicró, na Penha, os espetáculos irão para a Arena Carioca Jovelina Pérola Ne-gra, na Pavuna, zona norte. A previsão é de que as exibi-ções na Pavuna ocorram nos dias 22, 23 e 24 de junho, às 10h e às 14h.

Antônio Fagundes é protagonista de novela das oito

Estudantes da rede pública poderão assistir às peças de graça

O ator Giuseppe Marin interpreta o personagem de Dudu, na peça “O Menino que Brincava de Ser”

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016 Cultura l 11

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12 | Opinião

Marina Praça

A FIM DE PAPO | MC Leonardo

Nunca foi tão difícil bri-gar por direitos desde a época do regime militar. A coisa está tão feia que te-mos a impressão de que quem está de bom humor é um desinformado ou é mau-caráter mesmo.

Diante da covardia da elite brasileira, nós da es-querda não temos razão para estarmos felizes. Essa minha conclusão é a mes-ma a que muita gente, que está discutindo o momen-to atual, está chegando, e sem repetir o que a grande mídia está falando.

Porém, se pararmos para fazer uma análise mais de-talhada ao nosso redor, ga-ranto que começaremos a enxergar os motivos que temos para resgatar o nos-so bom humor.

O momento está mais fa-vorável para formações de grupos e discussões em lu-gares que antes era difícil. Portanto, você, que nunca se reuniu para discutir os problemas da sua comuni-dade e sempre deixou para depois, essa é a hora.

Você, que sempre discu-tiu as questões que conside-ra essenciais, esqueça o de-

Pobre política dos tapinhas nas costas, das mãos an-

siosas por punhais sob sorrisos amarelos, dos potes de má-goas derramados no coração.

Pobre política da pose ma-quiada para a foto, abraço sem afetos, olhar arrogante, o “papagaio-de-pirata” em-poleirado em busca de votos.

Pobre política das entrevis-tas repletas de palavras va-zias de sentido, dos discursos cheios de promessas, das re-cepções encharcadas de ve-nenos, das homenagens ali-nhavadas às escondidas pelo próprio homenageado.

CONCHAVOSPobre política que soma vo-tos sem princípios, faz con-chavos inconfessáveis e pro-move acertos sigilosos. E das coligações órfãs de projetos, do balcão empregatício.

Pobre política a sacrificar, no altar da pátria, a vida em família, o lazer, as amizades.

Pobre política do corpora-

O lado bom de um momento ruim

sânimo e esteja pronto para desconstruir o que a grande mídia está construindo.

As escolas da rede públi-ca estadual estão ocupadas pelos estudantes e muitas outras coisas estão aconte-cendo do nosso lado.

Na noite de segunda-fei-ra (2), tive o prazer de su-bir o Morro do Cerro Corá para ver de perto a inaugu-ração de um pré-vestibular comunitário, uma iniciati-va dos próprios moradores

de lá, mas com a ajuda do MST e do Levante Popular da Juventude.

É essa mistura de gen-te que pensa em um Brasil igualitário que lá na frente fará a diferença e cumprirá o importante papel de fazer a gente sorrir novamente.

O momento está mais favorável para formações de grupos e discussões em lugares que antes era difícil

Pobre política das entrevistas repletas de palavras vazias de sentido, dos discursos cheios de promessas

Frei Betto

tivismo eleitoreiro, do repas-se ilegal de recursos, do par-tido de aluguel, do caixa dois e do silêncio dos inocentes.

Pobre política destituída de conteúdos históricos, in-diferente ao sacrifício e à luta de tantos que padeceram para conquistar a convivên-cia pacífica entre humanos. Pobre política, indiferente à liberdade e à justiça.

Pobre política da compe-tição mesquinha, cega aos horizontes utópicos, presa na burocracia, que escon-de a tragédia de tantas espe-ranças fraudadas.

DESPOLITIZAÇÃO Pobre política dos discursos sem juízo, sem ética e com rancor. E das deslealdades moldadas pela conveniên-cia, disfarçadas de firmeza enquanto os pés afundam na lama das negociatas.

Pobre política da venera-ção desmesurada ao poder, da fraqueza ideológica, da

despolitização dos eleito-res, da pobreza de estraté-gias imunes ao calendário do próximo pleito.

Pobre política da prepo-tência de quem ignora que

cargos não alongam esta-turas, nem a moral, e en-che o peito de virtuais me-dalhas concedidas pela pró-pria vaidade de quem se jul-ga acima da média.

Pobre política? Podre po-lítica, enquanto não sofrer profunda reforma.

Frei Betto é escritor.

Pobre e podre políticaFotos Públicas

Alianças suspeitas e acordos às escondidas dão o tom da política na atualidade

Moradores do Cerro Corá agora contam com um curso pré-vestibular

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016

Page 13: Brasil de Fato RJ - 175

Variedades l 13

Creme de milho

Ingredientes• 4 espigas de milho (de preferência não

transgênico!)

• 1 copo de leite de coco

• Cebolinha picada, a gosto

• Sal a gosto

Modo de preparo Retirar os grãos da espiga com uma faca, cortando bem rente à espiga. Bater 3/4 dos grãos no liquidificador com o leite de coco e água. O restante do milho deve ser cozido na água até que fique mole. Jogar o excesso de água fora, e juntar o milho batido, e a cebolinha e o sal e cozinhar por mais 10 minutos, sempre mexendo.

Divulgação

Amiga, sempre ouvi dizer que homem só usa um lado do cérebro. Será que é por isso que as mulheres, além do próprio trabalho, têm que cuidar de todos os detalhes relacionados com a casa e com os filhos?

Rosa Ferreira, 37 anos, contadora

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Não, não é por isso, Rosa! É porque vivemos em

uma sociedade machista, na qual o trabalho domés-tico (cuidar da casa, dos fi-lhos, dos doentes, da comi-da, etc) não é considerado trabalho. Por isso escutamos tanto que mulheres não tra-balham quando na verdade cuidam de todos os serviços domésticos. O trabalho do-méstico é considerado uma obrigação das mulheres e, para ficar mais leve, relacio-nam isso com o “amor” pela família. Isso não tem nada a ver com pensar com me-tade do cérebro, e sim com

ANDRÉ DAHMER | malvados.com.br

que esse trabalho seja divi-dido com os homens e com o Estado. A luta por creches é uma dessas batalhas. Faça parte dessa luta também!

o privilégio e com a opressão que os homens exercem sobre as mulheres. Muitas mulheres lutaram muito para que essa situação seja mudada, para

O que é milho transgênico? São sementes geneticamente modificadas por empresas como a Monsanto. Após a modificação, a semente só cresce quando utilizados agrotóxicos específicos, normalmente da mesma empresa. Além disso, o milho transgênico não pode ser plantado na próxima safra, obrigando os agricultores a comprarem sementes todo ano. Produtos industrializados contendo transgênicos exibem a letra T dentro de um triângulo amarelo. No caso do milho “in natura”, a dica é comprar em feiras da agricultura familiar, e perguntar ao produtor de onde veio a semente. Os produtos transgênicos podem causar graves problemas à saúde e ao meio ambiente.

Divulgação

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016 Variedades l 13

DICAS MASTIGADAS | Alan Tygel

AMIGA DA SAÚDE

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14 | Variedades

FASES DA LUA

Áries (21/3 a 20/4)Você terá lucidez para entender ao primeiro minuto o abuso de confiança por parte de alguém.

Touro (21/4 a 20/5)Evite discussões mais acaloradas, pois elas poderão motivar o afastamento de pessoas que lhe são queridas.

Gêmeos (21/5 a 20/6)Preste mais atenção à sua intuição. Se gosta de jogar este é o momento para agarrar um lance de sorte.

Câncer (21/6 a 22/7)Seja qual for o seu maior desejo ou ambição, não perca a oportunidade de se colocar na dianteira.

Leão (23/7 a 22/8)Após um período de instabilidade, é chegado o momento de encontrar a paz e a serenidade interior.

Virgem (23/8 a 22/9)Os investimentos feitos no passado podem agora trazer frutos que assegurarão o seu futuro.

Libra (23/9 a 22/10)Procure uma boa saúde afetiva esquecendo um pouco a sua atividade profissional.

Escorpião (23/10 a 21/11)A solidão poderá fazer parte dos seus dias. Contrarie esta tendência com todas as suas forças.

Sagitário (22/11 a 21/12)Se está à procura da sua alma gêmea, faça algo para que as coisas aconteçam. Entre em ação.

Capricórnio (22/12 a 20/1)Graças às experiências do passado, saberá trazer à sua vida afetiva a estabilidade que tanto procura.

Aquário (21/1 a 19/2)Irá recolher informações muito importantes para estruturar melhor a sua carreira profissional.

Peixes (20/2 a 20/3)A sua vida amorosa será um misto de ternura e tensão, pois nem sempre estará de acordo com o seu parceiro.

HORÓSCOPONova 6/5

Cheia 21/5

Minguante 5/5

Crescente 13/5

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 201614 | Variedades

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Divulgação /FPF PE

FIFA define arbitragem para os Jogos do RioForam selecionados 32 árbitros e 56 assistentes de seis federações continentais

Disputar uma Olimpíada pode ser o ápice na carreira de um atleta. A possibilidade de representar o seu país nos Jogos é motivo de orgulho para qualquer esportista no planeta. Porém, nem todos pensam da mesma forma.

Dois casos são emblemá-

Estrelas do esporte têm posturas opostas com relação aos JogosNadador sul-coreano e astro do basquete letão refletem posições diferentes em suas carreiras

ticos. Um deles é Park Tae- Hwan, nadador sul-coreano e campeão olímpico em Pe-quim nos 400m livre. O outro é o pivô nascido na Letônia Kristaps Porzingis, que atua no New York Knicks.

O primeiro implora junto à Federação de seu país – que

impõe sanção de três anos sem representar o país após cum-prir sua punição por doping – poder participar dos Jogos do Rio. Já o segundo, caso a Letô-nia se classifique, descartou a possibilidade para aprimorar a parte física visando a próxi-ma temporada da NBA. (BP)

Micos em evento de handebol

O futebol mundial acom-panhou, nesta tempora-da europeia que está se en-cerrando, um filme ao vivo. A epopeia do Leicester no Campeonato Inglês é da-quelas coisas para se con-tar aos netos.

Em tempos de fute-bol globalizado, onde se acompanha até o futebol da Rússia por aqui (para quê?), não foi pouca gente em todo o canto que viu o que o Leicester fez.

A TV trouxe proximi-dade a campeonatos eu-ropeus. Isso provoca aber-rações, como “torcedores” do Real Madrid, Barcelo-na, Bayern e afins em pleno Largo da Carioca. Torcedo-res que nunca vão esquen-tar o traseiro em uma arqui-bancada pelos “seus” clu-bes. Mas, ao mesmo tempo nos fez acompanhar a histó-ria das raposas azuis do inte-rior da Inglaterra.

Tal como outros clubes in-gleses, o Leicester é um des-ses clubes-empresa bizar-ros, cujo dono é um tailan-dês de nome impronunciá-vel. Por incrível que pareça, isto não torna o título do clu-be algo menos simpático.

Um empresário que paga cerveja para a torcida em seu aniversário, um treina-dor decadente, um centroa-vante problemático, um za-gueiro lenhador, um capi-

tão jamaicano e um japo-nês que marca de bicicle-ta, em um dos times de me-nor investimento da com-petição. Uma combinação que poderia provocar risos de escárnio se tornou uma das histórias mais bonitas do mundo do futebol.

Uma história que caberia perfeitamente em uma co-média pastelão de Sessão da Tarde, como Jamaica Abaixo de Zero. Ou em um documentário, quem sabe?

O roteiro está aí. Um time cujo objetivo era fugir do rebaixamento terminou campeão. De uma cidade de pouco mais de 300 mil habitantes para o mundo, que reverencia o pequeno Leicester.

Realmente, o futebol é um esporte mágico, que rende histórias para a vida toda. Viva o futebol! Viva o Leicester!

Uma história que caberia perfeitamente em uma comédia pastelão de Sessão da Tarde, como Jamaica Abaixo de Zero

A Arena do Futuro, sede do handebol nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, passou por evento-teste no último final de semana. Apesar do esforço dos diri-gentes da Federação Inter-nacional de Handebol e do CO-Rio em minimizar os problemas, era impos-sível disfarçá-los.

O menor deles foi o des-colamento de parte do piso da quadra, que em mo-mento inadequado pode provocar graves lesões em atletas durante uma parti-da. No entanto, o que cha-mou mesmo a atenção de todos os presentes foi o in-suportável mau cheiro da Lagoa de Jacarepaguá, que adentrava ao ginásio e in-comodava bastante.

Divulgação

Renato SetteW/Câmara Prefeitura do Rio

A Federação Internacional de Futebol (FIFA) defi-

niu os árbitros e assistentes selecionados para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. 18 homens e 14 mulheres for-mam o grupo de 32 árbitros. Entre os assistentes, são 32 para a competição masculi-na e 24 para a feminina.

Os 88 selecionados fo-ram submetidos a treina-mento padrão, tanto teóri-co como prático, com o ob-

Campeões do mundo

jetivo de dar maior unifor-midade para as decisões to-madas pela arbitragem nas duas competições.

O árbitro brasileiro selecio-nado é Sandro Meira Ricci, que será assistido por Emer-son de Carvalho e Marcelo Van Gasse. Nenhuma mulher do país foi selecionada para apitar nos Jogos Olímpicos. A competição feminina começa no dia 3 de agosto, e a mascu-lina no dia seguinte. (BP)

Sandro Meira Ricci (em pé) será o árbitro brasileiro nos Jogos

História do Leicester se tornou uma das mais bonitas do futebol mundial

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016 Esportes l 15

TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO

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Após a eliminação nas semifinais do Campeo-nato Carioca, com a der-rota por 2 a 0 para o Vas-co, o Flamengo voltou a jo-gar, dessa vez contra o For-taleza, no Castelão, na ca-pital cearense, pela segun-da fase da Copa do Brasil.

O panorama da equipe ru-bro-negra no primeiro tempo foi o mesmo de sempre. Troca de passes interminável, sem objetivo e espaços entre as li-nhas de defesa, possibilitan-do ao adversário armar boas jogadas no contra-ataque.

Dessa forma, o Flamen-go acabou levando o gol, aos 20 minutos da primeira eta-pa. O meia Everton, do For-taleza, deu belo passe para Anselmo ficar na cara do gol e tocar a bola no canto, sem chances para Paulo Victor.

Para piorar, o time do Flamengo foi para o inter-valo com todo o lado es-querdo da defesa ama-relado. Tanto Juan quan-

Fla volta de “férias” e perde de novoRubro-negro perde por 2 a 1 para o Fortaleza após 10 dias de sua eliminação para o Vasco

Flamengo de Muricy repete os mesmos erros

to Jorge levaram cartão amarelo ao parar os con-tra-ataques do Fortaleza.

Na parte inicial do segun-do tempo, o jogo medíocre do Flamengo se manteve. Quando Gabriel se aquecia para entrar, uma falha de-fensiva da defesa do Fortale-za deu espaço para Guerre-ro receber um passe de ca-beça de Arão, dominar com o peito e bater no canto para empatar, aos 20 minutos.

Não demorou muito para o Flamengo dar outro mole

na defesa. Aos 27, Felipe saiu driblando e passou por três marcadores, que chegaram a dar as costas para o atacante, e ficou na boa para bater no canto e fazer um bonito gol.

O Flamengo continuou pressionando, mas esbar-rou na boa atuação de Ri-cardo Berna e na inefi-ciência de seus atacantes, mantendo a péssima atua-ção no Nordeste em 2016. O Fortaleza tem a vanta-gem do empate em Vol-ta Redonda, no dia 18.

O Real Madrid enfrentará o Atlético de Madrid na final da UEFA Champions Lea-gue após eliminar os ingle-ses do Manchester City na semifinal, vencendo por 1 a 0, gol de Gareth Bale, no es-tádio Santiago Bernabeu, na capital espanhola. O jogo de ida, em Manchester, foi 0 a 0.

Final espanhola na UEFA Champions LeagueO Atlético perdeu para o

Bayern de Munique por 2 a 1, na Alemanha. Como havia vencido em Madrid por 1 a 0, acabou se qualificando para a final pelo gol fora de casa. Marcaram para o Bayern o volante Xabi Alonso e o ata-cante Levandowski, en-quanto Griezmann fez para

os espanhóis.É a primeira vez que um

clássico nacional se repe-te na final da UEFA Cham-pions League. As duas equi-pes se enfrentaram na deci-são da temporada 2013/2014. Desta vez, as equipes jogarão em Milão, na Itália, no dia 28 de maio. (BP)

Jogadores do Real Madrid comemoram o gol de Bale

O Fluminense foi à cidade de Araraquara (SP) enfren-tar a tradicional equipe da Ferroviária, pela partida de ida da segunda fase da Co-pa do Brasil, em um jogo que marcou o reencontro de Fred com as redes.

O ídolo tricolor marcou duas vezes, colocando o Flu em vantagem no placar por 2 a 0. O pri-meiro gol foi de pênalti e o segundo de peito, es-corando cruzamento de Gustavo Scarpa. Um mi-nuto depois do segundo gol, o goleiro Rodolfo, da Ferroviária, foi expulso por falta dura em Pierre.

No entanto, após ficar

Divulgação FIFA

Gilvan de Souza/Flamengo

Nelson Perez/Fluminense FC

Flu empata com Ferroviária em jogaço de seis gols

com um a mais em campo, o Flu relaxou e levou sufoco. A pressão da Ferrinha deu resultado rápido. Mesmo perdendo um pênalti, o time paulista foi para cima e dimi-nuiu com Luan, de cabeça, e Tiago Marques, após rebote de Cavalieri, empatou.

No segundo tempo, a Fer-roviária virou o placar em cinco minutos com um lin-do gol de Tiago Marques, após se livrar de dois marca-dores. O Fluminense voltou para a partida depois disso e empatou com Magno Alves de cabeça. O empate em 3 a 3 garantiu ao time paulista a chance de jogar em Volta Re-donda, no dia 12. (BP)

Fred encerrou o jejum de gols, mas Flu vacilou

16 | Esportes

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 5 a 8 de maio de 2016