Brasil de Fato RJ - 141

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 141

7 a 9 de dezembro de 2015 distribuição gratuita

Cidades | pág. 5

Antônio Araújo/Câmara dos Deputados

Nesta terça-feira (8), movimentos convocam para ato contra o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A mani-festação vai acontecer na Cinelândia, às 18h, com concentração a partir das 15h na Candelária Especial | págs. 8 e 9

Entrevista com o ex-ministro Celso AmorimDiplomata avalia o combate ao Estado Islâmico e os 10 anos do � m da Alca

Paulo Pinto

Div

ulga

ção

Movimentos populares saem em defesa da democracia

Espotes | pág. 14

Fla volta a ter ginásio artístico após incêndioAtletas e treinadores se emocionaram ao ver o local novamente em pé

EDITORIAL

Segunda-feira, 7 de dezembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F26Chuva

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga Leonardo Daher

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

O lado do povo, nesse momento, é o da defesa da legalidade democrática

Em qual campo na batalha?

Eduardo Cunha, presiden-te da Câmara dos Deputados, tem em sua trajetória vários es-cândalos de corrupção. É acu-sado pelo governo suíço de manter contas naquele país – para receber dinheiro prove-niente de operações ilegais – e foi denunciado pelo Ministério Público brasileiro por desvio de dinheiro público.

Esse mesmo cidadão vem chantageando o governo nos últimos meses. Em troca de não tocar o processo de impe-dimento da presidenta Dilma pedido pela oposição, em es-pecial pelo PSDB, Cunha es-perava se salvar na Comissão de Ética da Câmara Federal, que discute se ele deve ou não ter seu mandato cassado pelos crimes dos quais é acusado.

Tão logo a bancada do PT anunciou que seus parlamen-tares votariam a favor da cassa-ção de Cunha, o “chantageador geral da República” colocou em marcha o impeachment.

GOVERNO TERÁ QUE MUDAR DE RUMOÉ certo que o governo preci-sa mudar de rumo. Está claro que o ajuste fiscal vem sendo feito contra os interesses po-pulares e os direitos da classe trabalhadora. Quanto a isso, as forças democráticas e pro-gressistas não podem ceder.

O governo e o PT terão que operar grandes mudanças nos

próximos meses, sem as quais a base social que se identificou com as administrações petis-tas será irremediavelmente jo-gada no colo dos chantagistas, golpistas e inimigos do povão.

Por outro lado, a chantagem deixou de ser apenas insinu-

po travaremos a batalha. Essa é uma questão que não se encer-ra no campo do voluntarismo.

LEGALIDADE Todavia, é fundamental ter cla-reza em qual lado entraremos na batalha. Neste momento não está posta a possibilidade de uma alternativa viável de es-querda assumir o poder. Se cair, Dilma será derrubada pela di-reita, ou seja, o “Fora Dilma” neste momento é uma bandei-ra reacionária. O lado do povo, nesse momento, é o da defesa da legalidade democrática.

ada e se materializou quando Cunha anunciou que acataria o pedido de impeachment fei-to pelos tucanos e seus aliados.

DE QUE LADO NA BATALHA?Tomar as ruas pela defesa da legalidade democrática e da legitimidade de um mandato legalmente nas urnas não sig-nifica ceder na luta pela mu-dança de rumo do governo e pela construção de alternati-vas de esquerda para o povão.

Infelizmente nem sempre é possível escolher em qual cam-

2 | Opinião Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

Div

ulga

ção

Bras

il de

Fat

o

CTB em movimento

A Central dos Trabalha-dores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) participa de campanha contra o ex-termínio da juventude ne-gra. Na semana passada, sindicalistas de sua ba-se social participaram de um ato em Madureira.

SINDICALpor Claudia Santiago

Elza Fiuza/Agência Brasil

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Filme mostra levante das mulheres na Europa do século 20

Estreia esse mês nos cine-mas “As Sufragistas”, uma história que retrata a luta das mulheres pelo direito ao voto. A história se passa no Reino Unido no início do sé-culo 20, quando um grupo de operárias provoca uma revolta popular.

A jornada de protesto ga-nha força quando elas de-sistem das manifestações pací� cas e greves de fome, partindo para formas de lu-ta cada vez mais radicais.

Estudantes da UERJ ocuparam a universidade na semana passada, por tempo indeterminado. Os alunos protestam contra os cortes de recursos para a educação.

O secretário de Seguran-ça José Mariano Beltra-me mandou mal ao dizer que o fuzilamento dos cin-co jovens de Costa Barros foi cometido por desvio de ca-ráter dos PMs e que “não há capacitação que resolva”.

mandoumal

mandoubem

PROTESTO Participantes do 1º Encontro Nacional de Saúde das Populações do Campo, da Floresta e das Águas fazem ato em Brasília e pedem a renúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

FRASE DA SEMANA

Samba dos aeroviários

A Unidade Classista e a categoria dos sindicalistas aeroviários inauguraram espaço cultural na praia de São Bento, na Ilha do Governador. Uma roda de samba foi realizada na úl-tima sexta-feira (4). O ob-jetivo é que esse espaço seja um polo político de confraternização e, tam-bém, de organização.

oportunidades. Entre as estre-las do filme está a premiada atriz americana Meryl Streep.

Div

ulga

ção

FRASE DA SEMANA

“Os jovens estudantes estão dando uma lição de cidadania”,

disse o cantor Criolo, sobre os alunos que ocuparam escolas em São Paulo.

das mulheres pelo direito ao voto. A história se passa no Reino Unido no início do sé-culo 20, quando um grupo de operárias provoca uma

A jornada de protesto ga-nha força quando elas de-sistem das manifestações pací� cas e greves de fome, partindo para formas de lu-

Estas mulheres desafiam o Estado e enfrentam tudo em prol da igualdade de direitos e

Stefano Figalo/Brasil de Fato

Divulgação

Geral | 3Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

PM age com truculência contra estudantes em São Paulo

Mais pessoas estão morando sozinhas

Em 2014, 70 milhões de brasileiros moravam sozi-nhos. De acordo com o Ins-tituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), em dez anos, houve acrésci-mo de 13 milhões de pes-soas nesse grupo. Em 2004, eram 56 milhões de pesso-as nessa situação.

Os dados, divulgados sexta-feira (4), fazem par-te da Síntese de Indicado-res Sociais e mostram que a maioria (43%) dessas pes-soas tem mais de 60 anos. Em 2004, eram 41%.

Entretanto, a propor-ção de jovens entre 20 e 29 anos que moram sozinhos caiu de 11% para 9%, ao lon-go dos últimos dez anos. Já na faixa etária entre 25 e 34 anos, essa proporção su-biu ao passar de 21% em 2004 para 24,3% em 2014. (ABr)

Alckmin adia ‘reorganização’

Niterói: Metalúrgicos protestam

Os sindicalistas acusam a Transpetro, empresa da Pe-trobrás, de realizar mano-bra para impedir a libera-ção de dinheiro das inde-nizações dos trabalhadores do Estaleiro Eisa Petro Um (Mauá), em Niterói, presta-dor de serviço da Petrobrás. Em nota, os metalúrgicos

demitidos prometem parar a cidade em grande protes-to. Cerca de 10 mil pessoas são esperadas para o ato.

Em junho, o estaleiro de-mitiu 3.300 metalúrgicos e fechou as portas alegan-do prejuízos e desequilíbrio no contrato para constru-ção de navios com a Petro-bras. Três embarcações não foram terminadas e perma-necem no cais do estaleiro se deteriorando por conta da briga entre a Transpetro e o Eisa Petro Um.

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) anun-ciou a suspensão, nesta sexta-feira (4), da proposta de reorga-nização do sistema escolar. A medida fecharia 93 escolas, afe-tando 311 mil estudantes. Pe-la manhã, estudantes que pro-testavam contra a proposta fo-ram brutalmente reprimidos pela Polícia Militar (PM).

Os protestos dos alunos co-meçaram no início de novem-bro e hoje já são 208 escolas ocupadas, segundo o sindicato dos professores de São Paulo. Nos últimos dias, os estudantes têm feito protestos, com blo-queio de ruas da capital pau-lista, os quais foram reprimidos pela Polícia Militar (PM) com uso da força.

Nas ações da PM da semana passada, mais de dez adoles-centes foram detidos e enca-minhados às delegacias.

Na semana passada, o Mo-vimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) classifi-

cou de “verdadeiro atentado” contra os direitos de crianças e adolescentes as medidas de repressão adotadas pelo go-verno estadual de São Paulo.

“A brutalidade das ações contra os estudantes foi acen-tuada”, diz trecho de nota di-vulgada pelo MNDH. O movi-mento ainda faz um alerta. “As

últimas declarações de che-fe gabinete da Secretaria Esta-dual de Educação, Fernando Padula, deixam claro que se-ria colocada em prática uma verdadeira ‘guerra’ contra os estudantes e seus apoiadores”, afirma o MNDH.

A estudante secundarista, Andreza Delgado, uma das

detidas na última quinta-feira (3) acusa os policiais de assé-dio, inclusive. “Fui detida com muita violência e sofri assé-dio sexual dos PMs”, afirmou a aluna em suas redes sociais.

Em nota, a Secretaria de Segu-rança Pública disse que continu-ará atuando para impedir que haja tumultos nas ruas. (ABr)

PM reprime estudantes

Categoria realiza protesto nesta segunda-feira (7)

Em coletiva, Alckmin afirmou que proposta será adiada por um ano

Rove

na R

osa/

Agên

cia

Bras

il

Du

Amor

im /F

otos

Púb

licas

Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

MANIFESTAÇÃO Ato Contra o Genocídio da Juventude Negra reuniu centenas de pessoas em Madureira, no Rio, na última quinta-feira (3). Elas protestavam contra a violência policial e o racismo no país.

O possível roubo de um caminhão de cerveja po-de ter motivado a ordem da operação que resultou na execução dos cincos jovens de Costa Barros. O major da Polícia Militar, Moisés Pi-nheiro Sardemberg (do 5º BPM, na Praça da Harmo-nia), que presta serviço de segurança para uma em-presa de bebidas, teria pe-dido para checar a ocorrên-cia de roubo.

O capitão Daniel, coman-dante da 3ª Companhia do

O Sindicato Estadual dos Pro-fissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ) anunciou que todas as escolas do estado vão parar nesta terça-feira (8). A decisão foi tomada depois que o gover-no de Luiz Fernando Pezão co-municou o parcelamento do salário de novembro. Além dis-so, existe a possibilidade dos servidores não receberem a se-gunda parcela do 13º salário.

O Sepe convocou uma as-sembleia geral extraordinária

da rede estadual para essa ter-ça, com o objetivo de discutir medidas que garantam os di-reitos dos trabalhadores e evitar o calote do governador Pezão.

A possibilidade de greve não foi descartada pelo Sepe. No dia 1º. de dezembro o sindi-cato já aprovou um indicativo de estado de greve (prontidão para iniciar uma greve a qual-quer momento). Na terça o te-ma estará em pauta e será vo-tado na assembleia. (Sepe)

Tomaz Silva/Agência Brasil

Fernando Frazão/Agência Brasil

Divulgação

Anistia faz campanha contra violên-cia policial

A ONG Anistia Interna-cional lançou, na semana passada, uma nova ação para pressionar o governo do estado do Rio de Janeiro a se posicionar contra a vio-lência policial.

A campanha Diga não à execução mostra números e gravidade da violência, principalmente nas favelas e comunidades carentes.

Em diversos pontos da cidade foram distribuídos adesivos e feita a arrecada-ção de assinaturas para um abaixo-assinado, que suge-re medidas para diminuir a violência policial. O do-cumento será entregue ao governo estadual, na próxima semana. (Abr)

41º BPM (Irajá), disse em depoimento que estava em casa de folga e recebeu liga-ção do major, que pedia aju-da para recuperar o cami-nhão roubado.

Depois disso o capitão te-ria ordenado a operação ao sargento Márcio Darcy Al-ves dos Santos, um dos acu-sados da morte dos jovens. A Corregedoria Interna da PM instaurou uma investi-gação e convocou o major e capitão para prestar escla-recimentos. (Redação)

Familiares não se conformam com execução de jovens por PMs

Possibilidade de greve não foi descartada pelo sindicato

Major pode estar por trás de chacina em Costa Barros

Escolas vão parar nesta terça-feira (8)

Stefano Figalo/Brasil de Fato

Cidades | 5Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

André VieiraCamila Marins*

do Rio de Janeiro (RJ)

A causa imediata do surgimento do Estado Islâmico é a destruição das estruturas estatais

O Brasil de Fato entrevis-tou o embaixador brasileiro Celso Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores e ex-ministro de Defesa, que falou sobre importantes temas do cenário mundial. A conver-sa ocorreu durante o ciclo de palestras “O Brasil que você não vê na TV”, promovido pe-lo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio (SENGE-RJ). Nela, o diplomata relembra os 10 anos da derrubada da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), projeto com-batido pelos movimentos po-pulares brasileiros.

Outros temas, como a ocu-pação do Haiti pelas forças armadas do Brasil, que co-manda a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Es-tabilização no Haiti), e o con-� ito existente contra o Estado Islâmico, completam a con-versa com o embaixador.

Você lê, agora, os principais trechos desse diálogo.

ALCAEmbora corretamente pos-sa marcar 2005 como o en-terro da ALCA [Área de Livre Comércio das Américas], na verdade entre 2003 e 2004 já estava claro que ela não pros-peraria. Os próprios propo-nentes tinham se desinteres-sado porque o acordo tinha se tornado menos desequili-brado. Para o Brasil foi muito importante isso, porque evi-tou que a gente perdesse au-tonomia, por exemplo para a produção de medicamentos genéricos, para utilizar o po-der de compra do Estado pa-ra fomentar a política indus-trial, dentre outros.

“É preciso derrotar o Estado Islâmico”Ex-ministro Celso Amorim fala sobre os conflitos mundiais

MILITARES NO HAITI Eu sei que muitos setores, in-clusive nos movimentos so-ciais, são críticos à presen-ça do Brasil no Haiti. Eu não chamaria de ocupação mili-tar, porque ela foi uma ação das Nações Unidas que visa-va estabelecer uma situação de mínima estabilidade no país. Ao meu ver, foi em be-nefício dos próprios haitia-

na medida em que se criou um vazio de poder depois do bombardeio do Iraque pelos Estados Unidos, sem autoriza-ção das Nações Unidas.

ESTADO ISLÂMICOA causa imediata do surgi-mento do Estado Islâmico é a destruição das estruturas estatais. Não vejo concilia-ção possível. Com um gru-

po que degola pessoas e faz propaganda disso, que tra-ta as mulheres da pior for-ma, não há conciliação pos-sível. É preciso usar as forças armadas, mas só elas não re-solverão o con� ito. É preciso entender as raízes dos pro-blemas da região, que são duas principais: a destruição dos Estados existentes, o que vai levar tempo para refazer; e o outro problema é o con-� ito entre Palestina e Israel.

6 | Mundo

Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

nos. Claro que também são importantes ações no cam-po social e econômico.

ORIENTE MÉDIOO con� ito como existe hoje é resultado da destruição das estruturas estatais na região, começando pelo Iraque. Es-sas seitas fundamentalistas já existiam desde o século XVIII, mas elas puderam prosperar

SOLUÇÕES PARA OS CONFLITOSEu acho que implica em con-ter e derrotar o Estado Islâmi-co como ele existe, mas impli-ca também na volta do pro-cesso de paz no Oriente Mé-dio e na busca por uma solu-ção adequada para o con� ito entre Israel e Palestina, den-tre outras questões. Agora, o fato de não haver avanços em questões centrais e de as es-truturas estatais estarem des-truídas em alguns países fez com que as rivalidades que já existiam fossem aumentadas. Um aspecto do projeto deve-ria ser o Oriente Médio livre de armas nucleares.

*Jornalista da Fisenge.

Embaixador brasileiro Celso Amorim, ex-ministro de

Relações Exteriores e ex-ministro de Defesa


Um grande festival começa nessa segunda-feira (7). Tra-ta-se do evento Emergências, realizado no Rio de Janeiro e em Niterói, pelo Ministério da Cultura (Minc), em parce-ria com a Universidade Fede-ral Fluminense (UFF). Esta-rão presentes coletivos, mo-vimentos populares da juven-tude, midiativistas e meios de comunicação alternativos.

De 7 a 13 de dezembro, jo-vens de todo o Brasil vão se reunir para participar de deba-tes, rodas de conversas, apre-sentações culturais, shows, festas temáticas e muito mais. A programação é extensa e se-rá realizada no Circo Voador e na Fundição Progresso, na La-pa. Também haverá atividades na UFF, em Niterói, e na Maré, Rocinha, Pavuna, Madureira e Duque de Caxias.

“Trata-se de um encontro global”, a� rma Raissa Gal-vão Resende Sena, do setor de comunicação do Ministé-rio da Cultura. “Entre os co-letivos que vão participar es-tá o ProDerechos do Uru-guai, que lutou contra a re-dução da maioridade penal e pela legalização da maco-nha. Dos Estados Unidos vi-rá um movimento que com-bate a violência contra o po-vo negro”, frisou.

Caravanas de jovens vindas da Argentina, Uruguai, Vene-zuela e Peru chegarão ao Rio nos próximos dias. Muitos so-taques, estilos e maneiras de fazer política e cultura se re-únem com propósitos em co-mum: pensar e criar alterna-tivas, discutir e opinar sobre o atual momento do Brasil e de outros países da América.

A maioria � cará acampada

Milhares de jovens chegam ao Rio para participar de evento da juventude entre os dias 7 e 13 de dezembro

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

no Parque Quinta da Boa Vis-ta, ao estilo do Acampamen-to da Juventude do Fórum Social Mundial. Não precisa fazer inscrição, é só chegar.

PROGRAMAÇÃODurante esses sete dias, o Rio de Janeiro vai receber uma extensa programação artísti-ca com mais de 100 horas de shows e aproximadamente 120 atividades previstas. Ar-tistas consagrados como Gil-berto Gil, Otto e a chilena Ana Tijoux (Chile) � guram ao lado de nomes emergentes do Bra-sil e da América Latina: � ia-go Pethit, Baiana System, Ri-co Dalasam, Boogarins, Tás-sia Reis, ProjetoNave e Sínte-se, Alá� a e a argentina Miss Bolívia, são apenas alguns dos nomes que se apresentam em vários pontos da cidade ma-ravilhosa.

Além dos shows, a progra-mação conta com círculos de diálogos sobre o futuro da mú-sica brasileira, contando com a voz das mulheres, intercâm-bios com a América Latina, cultura de rede entre festivais e novas perspectivas de produ-ção musical, entre outros.

Um circuito intenso aque-ce a noite carioca madrugada

adentro. Festas e bailes temá-ticos tradicionais do Rio, co-mo Black Santa, Black Bom, Baile do Ademar, Tropikall Vibes, Baile Funk do Emo-ções e Eu Sound System, es-tão no roteiro do festival.

produtor Mario Caldato, Jr., vencedor de três Grammys latinos, também fazem parte dessa programação diversa.

A produção do evento es-tima que cerca de cinco mil jovens devem participar das atividades. A entrada é gra-tuita. Informações e a progra-mação completa estão no si-te http://emergencias.cultu-ra.gov.br/pb/

DEBATESAutoridades, personalidades políticas, artistas, intelectuais e referências na luta dos po-vos estarão presentes. Nos dias 10 e 11 acontecem os principais debates sobre polí-ticas públicas, estética, comu-nicação e violência, que terão os jovens com protagonismo na discussão.

O Emergências também contará com lideranças in-dígenas de todo o país deba-tendo os temas urgentes de diferentes etnias. Encontro de Hacker, atividades da Liga do Funk, conversas com pro-� ssionais da música, como o

Dos Estados Unidos virá um movimento que combate a violência contra o povo negro

Fotos Divulgação

Festival Emergências terá mais de 100 horas de programação

Cerca de cinco mil

jovens devem participar das

atividades

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Cidades | 7Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

Divulgação

EM FOCO

Não há elementos para impeachment nem para vingança

MARINA, da Rede Solidariedade

Impeachment nascido de chantagem de Cunha não terá apoio do PSOL

LUCIANA, do Psol

Movimentos populares manifestam apoio a Dilma RousseffDiversos movimentos populares se posicionaram contrários à aceitação do pedido de impeachment. Os movimentos avaliam que Eduardo Cunha (PMDB) tenta se livrar das acusações de corrupção contra ele na Comissão de Ética da Câmara e, para isso, utiliza o instrumento do impeachment para interesses próprios. Conheça a opinião de alguns movimentos:

Comissão especial será instalada na segunda (7)

Líderes partidários de to-das as legendas vão indi-car, até as 14h desta se-gunda-feira (7), os nomes de deputados que integra-rão a comissão especial que vai analisar o processo de impeachment da presiden-ta Dilma Rousseff. A inten-ção é instalar o colegiado em uma sessão extraordi-nária marcada para as 18h. A comissão especial deve se reunir imediatamente de-pois para escolher, em vota-ção secreta, o presidente e o relator do caso.

COMISSÃO TERÁ 65 MEMBROSO PSDB terá seis cadeiras no colegiado e o bloco que compõe, junto com PSB, PPS e PV, totalizará 12 va-gas. O bloco comandado pelo PT, que é integrado ainda pelo PSD, PR, PROS e PCdoB, terá 19 vagas, das quais oito são do partido do governo. O PMDB te-rá oito representantes. O bloco formado pela legen-da e pelo PP, PTB, DEM, PRB, SDD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEM, PRTB tem 25 integrantes.

342 votos para afastamento

Para ser aprovado, são necessários dois terços dos votos da Casa (342). A partir deste momento, Dilma teria que ser afas-tada do comando do pa-ís por até 180 dias. Neste período, o Senado julga-ria a presidenta.

CENTRAL DOS MOVIMENTOS POPULARES

CONSELHO NACIONAL DE IGREJAS CRISTÃS DO BRASIL (CONIC)

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST)

EBC Memória

Ao utilizar as atribuições de presidente da Câmara para garantir sua própria defesa nos processos que já deveriam ter signi� cado sua cassação e prisão, es-te senhor desmoraliza o parlamento e as institui-ções democráticas.

Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação para acu-sação de crime de responsabilidade contra a presidente. O momento pelo qual passamos pede serenidade e profunda re� exão.

Que autoridade moral fundamenta uma decisão ca-paz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? […] É preciso cami-nhar no sentido da união nacional, sem quaisquer par-tidarismos, a � m de que possamos construir um desen-volvimento justo e sustentável

Salientamos a necessidade de o governo Dilma assumir a pauta que a elegeu em 2014 e fa-zer um mandato que defenda a classe trabalhadora. Porém, não aceitamos nenhum tipo de golpe e vamos defender o mandato da Presidenta legitimado pelas urnas. Ao mesmo tempo, continuaremos lutando para combater a atual política econômica de viés neoliberal.

LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE

Dilma foi eleita democra-ticamente pelo povo brasi-leiro. A juventude vai conti-nuar nas ruas contra Cunha. Ele representa o ataque aos direitos das mulheres, ne-gros, negras e da comunida-de LGBT do nosso país. Edu-ardo Cunha é comprovada-mente corrupto e representa os setores golpistas do Brasil.

Recebemos esta decisão do presidente da Câmara [Cunha] com absoluta naturalidade

AÉCIO, do PSDB

MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO (MTST)

As forças políticas que apoiam o impeachment são as mesmas que idolatram � guras como Cunha e Bol-sonaro e pedem a volta da ditadura militar. Neste ce-nário, o impeachment sig-ni� caria o fortalecimento da ofensiva conservadora e do caldo de intolerância que tem marcado a atua-ção destes setores.

Me parece que o presidente da Câmara tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil

LULA, do PT

Fabi

o Ro

drig

ues /

Agên

cia

Bras

il

Divulgação Ricardo Stuckert

Marcos Oliveira

Brasil | 98 | Especial Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

10 | Cultura

NA CADÊNCIA | Diogo CoelhoAGENDA DA SEMANA

O quê: Exposição apresenta 24 obras de artistas, reunindo textos sobre arte de Ferreira Gullar para o Jornal do Brasil.Onde: Galeria Gustavo Rebello Arte – Avenida Atlântica, 1708, loja 8, Copacabana. Quando: De segunda a sexta, de 12h às 20h. Quanto: 0800.

O quê: Espetáculo de dança é inspirado no Passinho, instigante e inovador estilo de dança urbana popular carioca. Onde: Centro Cultural Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241, Centro.Quando: Sábados e domingos, 16h. Até 20/12. Quanto: R$ 20 (R$ 10 meia).

O quê: Exposição sem curadoria e sem tema reúne diversas gravuras. O que vale é a potência de cada obra.Onde: Mul.ti.plo Espaço Arte – Rua Dias Ferreira, 417, sala 206, Leblon.Quando: De seg a sex, de 10h às 18h30. Sábados, de 10h às 14h. Até 16/01.Quanto: 0800.

O quê: Homens são matéria facilmente in� amável. A vertigem do fogo e a decadência familiar são apresentadas numa peça de sentimentos e ações controversos.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: Até 24/01, 19h30.Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia).

Cara de Fogo

Circulando – Diálogo e Comunicação na Favela

Polígrafa

Desde muito antes

Suave

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Lygi

a Pa

pe /

Div

ulga

ção

SUGESTÕES:[email protected]

A Ferida

O quê: Filme espanhol conta história dramática de jovem que sofre transtornos de personalidade. O problema é que ela própria não sabe disso. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: Quarta (9), 18h.Quanto: 0800.

O quê: Evento ocupa avenida com uma diversidade de ações artísticas, culturais e comunicação alternativa. Onde: Instituto Raízes em Movimento – Avenida Central, 68, Morro do Alemão, Ramos. Quando: Sábado (12), de 13h às 22h. Quanto: 0800.

Waldir é con-siderado o res-ponsável por ter levado Paulinho da Viola e Clara Nunes para a Azul e Branco

Divulgação

Morreu no último dia 25 o compositor portelense Waldir 59. Waldir de Souza – seu nome de batismo - fa-zia parte da ala de composi-tores da Portela desde a dé-cada de 1950. Como havia outros dois componentes da ala que também se cha-mavam Waldir, ele acabou recebendo em sua alcunha o número da casa em que residia em Osvaldo Cruz. Waldir 59 foi também inte-grante da ala de composito-res do Bloco Recreativo Em-balo de Madureira.

Waldir 59 foi ferroviá-rio, mas sua grande paixão era o samba. Como com-positor, venceu vários car-navais na Portela, como os de 1955, 1956, 1957, 1959 e 1965. Waldir é conside-rado o responsável por ter levado Paulinho da Viola e Clara Nunes para a Azul e Branco de Osvaldo Cruz.

Waldir 59 participou do � lme “Orfeu do Carnaval”, produção ítalo-franco-bra-sileira vencedora do Oscar de melhor � lme estrangei-ro no ano de 1960. Além de ter atuado no papel do personagem Chico Bôto, o

Adeus a Waldir 59

compositor portelense foi responsável por parte da trilha sonora do � lme.

Ele era integrante da Ve-lha Guarda da Portela des-de sua fundação, em 1970, e tornou-se diretor de harmo-nia da escola em 1973.

Nos anos 1980, Waldir 59 se desentendeu com a di-reção portelense e chegou

a passar uma curta tem-porada na Unidos da Tiju-ca. Mas como não aceitava compor samba para dispu-tar com a Portela na aveni-da, logo retornou para sua escola de origem.

Waldir 59 teve uma parada cardiorrespiratória na ma-drugada do dia 25, foi levado para a UPA do Engenho de Dentro, mas não resistiu.

Waldir 59 foi ferroviário, mas sua grande paixão era o samba


do Rio de Janeiro (RJ)

Festival de cinema na Caixa Cultural busca entender o valor do samba na constituição da identidade do povo brasileiro

A Caixa Cultural Rio de Ja-neiro apresenta, entre os dias 1 e 13 de dezembro, a mos-tra de cinema “O samba pede passagem”, em comemoração ao Dia Nacional do Samba.

O projeto busca ampliar o debate a respeito da relevân-cia sociocultural do gêne-ro, através de longas, médias e curtas metragens de dife-rentes épocas, passando pe-la Chanchada, Cinema Novo, Cinema Marginal, e os docu-mentários contemporâneos, que adotam um olhar mais antropológico.

Serão exibidos � lmes que revisitam � guras como Car-tola, Paulo Vanzolini, Pauli-nho da Viola e Clementina de Jesus, ajudando a deline-ar um panorama do samba moderno e suas in� uências. Películas raras como o cur-ta “Pixinguinha” (1969), de João Carlos Horta, que esbo-ça o retrato vivo daquele que, para muitos, é considerado o maior músico brasileiro de

todos os tempos, também es-tão na programação.

Durante o evento, haverá a distribuição de um catálogo, constituído por sinopses, fo-togra� as, além de artigos iné-ditos escritos por críticos e pesquisadores do estilo mu-sical, além de sessões de ci-nema comentadas.

A mostra busca entender o valor do samba na cons-tituição da identidade do povo brasileiro, suas trans-formações e a maneira co-mo os ideais exaltados nas composições são enxerga-dos pela sociedade.

A mostra acontece nos ci-nemas 1 e 2 da Caixa Cultural, localizada na Avenida Almi-rante Barroso, 25 – Centro do Rio. Os ingressos custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia).

O samba pede passagemFestival de cinema celebra o Dia Nacional do Samba na Caixa Cultural

Dia Nacional do Samba foi criado em homenagem ao sambista Ary Barroso . Serão exibidos filmes que revisitam figuras como Cartola e Paulinho da Viola

Segundo a lenda popu-lar, o Dia Nacional do Sam-ba foi criado em homena-gem ao sambista Ary Bar-roso, compositor da músi-ca “Na Baixa do Sapateiro”, uma ode a Salvador, capital da Bahia. O vereador baia-no Luís Monteiro da Cos-ta foi quem instituiu a da-ta, marcando o dia em que Ary Barroso visitou a Bahia pela primeira vez, em 1940. Desde então, o Dia Nacio-nal do Samba é comemo-rado principalmente em Salvador e no Rio de Janei-ro, onde são organizados festas e shows em homena-gem ao ritmo. (ABr)

Sobre o Dia Nacional do

Samba

Películas raras, como o curta “Pixinguinha” (1969), estão na programação

Fotos Divulgação

Cultura | 11Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

12 | Opinião

“E se... você fizesse uma die-ta, uma plástica ou alisasse o cabelo?”. Estas são algumas formas de expressão de vio-lência simbólica pela qual nós, mulheres, passamos todos os dias. A campanha #primei-roassédio nas redes sociais trouxe à tona diferentes for-mas de violência contra a mu-lher. Uma das violências na-turalizada pela sociedade é a simbólica. Nossos corpos são inseridos em um código de su-balternidade e normatividade.

Para o sociólogo francês Pierre Bourdieu, a violência simbólica é o meio de exer-cício do poder simbólico. Esse sistema de dominação que vem desde o simbólico pode chegar à violência físi-ca. Afinal, estamos falando sobre dominação e proprie-dade de corpos e vidas.

Os principais motores da violência simbólica são a mí-dia, o próprio Estado e algu-mas religiões fundamentalis-tas, que impõem determina-

Pelo fim da violência simbólica contra a mulher

dos sistemas de crenças, nos quais temos de nos enquadrar. E esses códigos são reproduzi-dos por homens e mulheres.

Nossas crianças negras so-frem todos os dias com o ra-

so porque vivemos em uma sociedade fundada no pa-triarcalismo, com todas as cobranças e imposições di-recionadas às mulheres.

A violência simbólica le-gitima o discurso dominan-te e as práticas de discrimi-nação. E essas narrativas são reforçadas pela mídia, tanto em seus programas de jorna-lismo quanto em suas propa-gandas. Afinal, qual a repre-sentatividade das mulheres negras nas novelas? São per-sonagens exercendo papéis de servidão e com corpos ob-jetificados. Na propaganda, o modelo eurocêntrico branco e corpos magros são ditos co-mo o padrão e o saudável. Os meios de comunicação pro-duzem subjetividades alinha-das ao sistema hegemônico, que é capitalista, machista, ra-cista e LGBTfóbico, e tudo is-so gera capital simbólico.

Simone Baía é diretora da mulher da Fisenge

Nossas crianças negras sofrem todos os dias com o racismo que, praticamente, impõe um cabelo liso e arrumadinho

Simone Baía

cismo que, praticamente, im-põe um cabelo liso e “arru-madinho”. Esse é apenas um dos cenários, pois ainda te-mos as violências simbólicas sofridas por pessoas gordas, idosas, transexuais e com de-ficiência, por exemplo.

Nossos corpos são ques-tionados desde a infância, adolescência, maternidade e até na terceira idade. Is-

Div

ulga

ção

MD

A

O(a) trabalhador(a) deve tomar muito cuidado com as falsas cooperativas, as conhecidas Coopergatos, que são verdadeiras agên-cias de fornecimento de mão de obra, que contra-tam sem qualquer garantia dos direitos trabalhistas.

Conforme disposto no ar-tigo 2º da lei 12.690/2012, Cooperativa é: a sociedade constituída por trabalhado-res para o exercício de su-as atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e auto-gestão para obterem melhor qualificação, renda, situa-ção socioeconômica e con-dições gerais de trabalho. Ou seja, todos são “sócios” do empreendimento e irão dividir o ganho igualmente.

Essas falsas cooperativas funcionam igual a uma em-presa de intermediação de mão de obra, onde os tra-balhadores são arregimen-tados, como supostos asso-ciados, assinam fichas de inscrição, mas na realidade são empregados, pois ape-nas cumprem ordens, e são levados a trabalhar em ou-tras empresas, recebendo pagamentos mensais fixos, não participando das deci-sões da cooperativa.

Atualmente, existem cen-tenas de milhares de ações

na Justiça do Trabalho, onde o(a) trabalhador(a) vai bus-car receber seus direitos co-mo empregado(a), questio-nando a condição de asso-ciado da falsa cooperativa.

Cuidado com as falsas cooperativas!

ASSEMBLEIANa cooperativa, os traba-lhadores são sócios e se re-únem em assembleia geral para decidir todos os prin-cipais assuntos de interes-se comum. O ingresso nas cooperativas é livre a todos que desejarem participar dos serviços prestados pe-la sociedade, desde que adi-ram aos propósitos sociais e preencham as condições es-tabelecidas no estatuto. Fi-que atento! Se você está em dúvida da legalidade da co-operativa a que aderiu ou quer aderir, procure o Sindi-cato da sua categoria, um(a) advogado(a) ou a Delegacia Regional do Trabalho.

Carlos Duarte é advogado

NOSSOS DIREITOS | Carlos Duarte

O(a) trabalha-dor(a) deve tomar muito cuidado com as falsas cooperati-vas, as conheci-das Coopergatos

Falsas cooperativas podem prejudicar trabalhadores. Fique atento (a)


Danoninho caseiroBOA E BARATA

Div

ulga

ção Ingredientes

• 1 lata de leite condensado

• 2 caixas de creme de leite 200 g

• 1 iogurte natural 200 g

• 1 pacote de suco sabor morango (ou outro sabor de sua preferência) sem açúcar

Modo de preparo Bata tudo no liquidi� cador e,

em seguida, coloque em um re-cipiente. Leve à geladeira. Colo-car sorvete por cima é uma óti-ma pedida.

Tempo de preparo10 minutos

Rendimento4 porções

Amiga da saúde, você tem alguma dica para prati-car o sexo anal?

Gorete Lisboa, 36 anos, instrutora.

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected] / [email protected]

AMIGA DA SAÚDE

Cara Gorete, por se tratar de uma região muito contami-nada, com grande irrigação sanguínea e alto poder de absorção, o risco de contrair DSTs e outras infecções com o sexo anal é grande. Por isso, para uma prática segura o primeiro requisito é o uso da camisinha. Outra dica é o uso de lubri� cantes à base de água, para evitar lesões pois, diferente da va-gina, o ânus não possui lu-bri� cação própria. Como a maioria das pessoas costu-ma sentir dor, é recorren-te o uso de anestésico. En-tretanto ele não é recomen-dado porque, com a baixa sensibilidade local, pode

haver exagero de força sem que a pessoa tenha contro-le e vir a provocar lesões. Antes de penetrar o pênis ou similar, é bom usar os dedos para aplicar o gel lu-bri� cante e buscar um re-laxamento dos músculos da região anal, isso facili-tará e trará mais prazer ao passo seguinte. O ato sexu-al deve ser prazeroso para todos os envolvidos. Jamais deverá ser realizado se não houver vontade. É impor-tante relaxar para ter pra-zer e isso só é possível com envolvimento e entrega.

So� a Barbosa Coren MG 159621-Enf

Variedades | 13Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

14 | Variedades

Não deixe que a saudade tome conta do seu coração e vá em busca da pessoa que você ama de verdade.

Evite pedir demasiadas explicações ao seu parceiro neste período. A sua insegurança pode aborrecê-lo.

Evite dedicar-se exclusivamente ao trabalho. Há muito que a sua família anda exigindo a sua atenção.

Evite tomar atitudes precipitadas. Converse com seu parceiro e confira se suas suposições estão corretas.

Seja prudente e evite revelar aquilo que sente a alguém que conheceu há pouco tempo e superficialmente.

Seja cauteloso e não confie demais naquelas pessoas que você não conhece bem profundamente.

Evite alimentar discussões com seus familiares. Mantenha a calma e seja compreensivo neste período.

Amar os outros torna-se mais fácil quando se ama a si mesmo. Para finanças, o período é favorável.

Uma pessoa por quem anda lutando há muito tempo vai finalmente declarar o seu amor por você.

Esteja mais atento às necessidades dos seus familiares. Lembre-se de que eles necessitam do seu amor.

Procure manter a calma, pois é possível que venha a ter alguns desentendimentos com um familiar próximo.

A sua vida econômica poderá neste momento encontrar o equilíbrio necessário para o que necessita.

FASES DA LUA

Nova 11/12

Crescente19/12

Minguante Até 10/12

Cheia 25/12


Essa galera que está presa, ou em vias de, deve ter um complô para destruir o futebol brasileiro

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

Seis por meia dúzia

Flamengo/Divulgação

Gus

tavo

Lim

a/Câ

mar

a do

s Dep

utad

os

A grande decisão do fu-tebol americano nos EUA chega em sua 50ª edição no dia 7 de fevereiro e, co-mo não podia deixar de ser, será recheada de atra-ções. O tradicional show no intervalo do jogo está con� rmado e contará com a banda inglesa Coldplay.

Os ingleses estão lançan-do um novo álbum, intitu-lado A Head Full of Dreams, que contará com a partici-pação da cantora Beyoncé, que pode também aparecer na apresentação do Super Bowl como convidada. Ou-tro convidado confirmado é o cantor Bruno Mars.

BINÓCULO

Depois de longa expectati-va, en� m o “co-conspirador nº 12”, como antes era cita-do nas investigações do FBI, ganhou nome e sobrenome. Marco Polo Del Nero passou da condição de investigado para acusado pelo Departa-mento de Justiça dos EUA.

Junto com ele, outro ex--presidente da CBF. Na ver-dade, Ricardo Teixeira, que voltou a morar no paraíso penal para brancos e ricos chamado Brasil.

Por razões políticas, Del Nero não renunciou. Apenas se afastou do cargo, o que im-pede a sucessão natural pa-ra o vice mais velho. No caso, Delfim Peixoto, de Santa Ca-tarina. Desafeto de Del Nero.

Com o afastamento, ele ga-nha a prerrogativa de esco-lher quem o substitui. Esco-lheu o deputado Marcus Vi-cente (PP-ES). Do partido de pessoas distintas como o au-toexplicativo Paulo Maluf. Ou precisa dizer alguma coi-sa sobre este senhor?

Vicente foi, por 20 anos, presidente da Federação Ca-pixaba de Futebol. O resul-tado de toda esta abnegação em nome do esporte bretão você vê aí, toda semana, na telinha da TV.

Quantos clubes do Espí-rito Santo você já assistiu jo-gar na vida?

O Fluminense precisou ir à terceira divisão, em 1999, pa-ra enfrentar um time capixa-ba. Enfrentou dois, o Serra e o Dom Bosco, o dos bombeiros.

De lá para cá, o futebol ca-pixaba sumiu ainda mais. Só possui um único clube na

Depois de três anos, en-fim foi reinaugurado o ginásio de ginástica artística do clube, destruído por um incêndio em 2012. Atletas como Jade Barbo-sa e a treinadora Georgette Vi-dor não contiveram a emoção ao vê-lo novamente de pé.

A reforma foi custeada, ma-joritariamente, pelo Comi-tê Olímpico dos EUA (USOC,

Ginásio de ginástica do Fla é reinaugurado

Local havia sido destruído por um incêndio em 2012

sigla em inglês) e contou com pequena participação � nan-ceira do clube. O espaço, tal co-mo toda a estrutura da Gávea, será utilizado pela delegação do país na preparação para os Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Além do uso pela USOC, a seleção brasileira femini-na de ginástica artística tam-bém está próxima de � rmar acordo com o Flamengo pa-ra utilização do ginásio, após a entrega do Centro de Trei-namento da Arena da Barra para a organização dos Jogos Olímpicos de 2016. (BP)

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpi-cos do Rio 2016 definiu a data de início da venda direta de in-

Começa a venda de ingressos para os Jogos ParalímpicosNesta terça-feira (8) começa a segunda fase do processo de compra de ingressos

gressos para as Paralimpíadas, que ocorrerá entre 7 e 18 de se-tembro do próximo ano, para esta terça-feira (8).

Após a fase de sorteio, em um total de 2,5 milhões de bilhetes para 22 esportes, ocorrerá a ven-da para os contemplados pelo site ingressos.rio2016.com onde idosos, obesos, pessoas com de-ficiência, estudantes e professo-

Ginásio esteve fechado por três anos, devido a um incêndio

Divulgação

res da rede municipal têm di-reito à meia entrada.

Os preços variam entre R$ 10 e R$ 130 e dentre os mais baratos estão as � nais do ci-clismo de estrada e haltero-filismo, os mais caros são da final do basquete para cadei-rantes. A venda começa às 10h e os ingressos serão entre-gues em maio de 2016. (BP)

Coldplay no Super Bowl

quarta divisão, o Rio Branco.A presença desse sujeito

à frente da CBF só pode sig-nificar uma coisa. Essa gale-ra que está presa, ou em vias de, deve ter um complô para destruir o futebol brasileiro. São agentes alemães infiltra-dos, só pode ser.

Se já levamos sete gols da Alemanha na última Copa, em casa, não queiramos sa-ber o que será após esse “mo-delo de gestão” do poderoso futebol capixaba.

É de dar pânico!

Marcus Vicente (PP-ES) comandou o “poderoso” futebol capixaba

Esportes | 15Rio de Janeiro, 7 a 9 de dezembro de 2015

16 | Esportes

Flu perde para o Figueirense em SC

Fla perde no Maraca por 2 a 1 para o Palmeiras

Brasileirão 201538a RODADA

Classificação Série A

Paulo Fernandes / Vasco

O Vasco, de Riascos, foi prejudicado pelo gramado encharcado em Curitiba

O Fluminense enfren-tou o Figueirense no Or-lando Scarpelli, em Flo-rianópolis, em uma par-tida decisiva para a vida do Vasco no Brasileirão.

Apesar das brigas en-tre as diretorias do trico-lor e do cruzmaltino e o apelo da torcida do Flu para que o time entre-gasse o jogo, não foi is-so que se viu em campo.

O tricolor entrou em campo jogando para va-ler e, no primeiro tem-po, criou algumas chan-ces de gol, que aca-bou não aproveitando.

O Figueirense, pela ne-cessidade do resulta-do diante de sua situa-ção desesperadora na ta-bela, também tentou o gol e criou algumas chan-ces, mas não conseguiu ser superior ao aplica-do time do Fluminense.

O meia Carlos Alber-to, do Figueira, ainda es-capou de ser expulso no primeiro tempo após en-trada violenta em Léo Pelé, que teve de dei-xar o campo após a falta.

Após o intervalo, o Fi-gueirense entrou mais li-gado e não demorou mui-to a abrir o placar. Mar-cão aproveitou bobeada da zaga e fez o gol, come-morado pelas duas torci-das no estádio.

Thiago Heleno ainda te-ve a oportunidade de am-pliar o placar, com um chute sem pulo que explo-diu no travessão. Quase um golaço.

O Figueira conseguiu manter o resultado e, com a vitória, somada ao em-pate do Avaí com o Corin-thians, ficou na Série A. (BP)

Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B

1o

2o

3o

4o

5o

6o

7o

8o

9o

10o

11o

12o

13o

14o

15o

16o

17o

18o

19o

20o

P J V SGCorinthians 81 38 24 40Atlético-MG 69 38 21 18Grêmio 68 38 20 20São Paulo 62 38 18 6Internacional 60 38 17 1Sport 59 38 15 15Santos 58 38 16 18Cruzeiro 55 38 15 9Atlético-PR 53 38 15 9Ponte Preta 51 38 14 -5Palmeiras 51 38 13 1Flamengo 49 38 15 -8Fluminense 47 38 14 -9Chapecoense 47 38 12 -10Coritiba 44 38 11 -11Avaí 43 38 11 -14Figueirense 42 38 11 -22Vasco 41 38 10 -26Goiás 38 38 10 -10Joinville 31 38 7 -22

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

Dom. 06/12 17h

1 X 1

5 X 1

0 X 1

1 X 2

2 X 0

3 X 0

1 X 0

0 X 0

0 X 1

0 X 2

AVA

CAM

CAP

CHA

COR

CFC

CRU

FIG

FLA

FLU

GOI

GRE

INT

JEC

PAL

PON

SAN

SAO

SPO

VAS

Vasco empata e vai para a segunda divisão

Placar de 0 a 0 contra o Coxa rebaixa o time, independente dos outros resultados

O Vasco foi ao estádio Couto Pereira enfrentar o Coritiba em duelo direto pe-la fuga do rebaixamento. Como não poderia deixar de ser, ambas as equipes mar-cavam muito forte, mesmo com o cruzmaltino tendo mais presença ofensiva.

Apesar do aparente do-mínio vascaíno, a primei-ra grande chance de gol

O Flamengo recebeu o Palmeiras no Maracanã e encerrou o ano como pas-sou por ele o tempo todo: de forma melancólica. No mesmo dia, o meia Alan Pa-trick foi agredido na saída da concentração do time.

O primeiro tempo foi

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

foi do Coritiba, somen-te aos 31 minutos do pri-meiro tempo, quando a bola sobrou para Henri-que na entrada da peque-na área e ele bateu para fora.

Debaixo de muita chuva, o futebol ficou prejudicado para as duas equipes. A bo-la rolava pouco, pois o gra-mado começou a enchar-car. Desta forma, o primei-ro tempo acabou em 0 a 0 e sem grandes emoções.

No segundo tempo, o Vas-co começou indo para cima do Coxa e tem motivos pa-ra reclamar da arbitragem, que não marcou um pênal-ti claro sobre Nenê.Porém, com o tempo, o ti-me vascaíno foi sentindo o cansaço, enquanto o Coriti-

ba, mais tranquilo na tabe-la, passou a somente explo-rar os contra-ataques.

Assim, o Coxa acabou ten-do as melhores oportunida-des de abrir o placar, mes-mo com uma presença mais constante do Vasco no ataque.

Os resultados da rodada já não estavam ajudando e os nervos dos vascaínos esta-vam à flor da pele. O lateral Madson acabou expulso de campo e Jorge Henrique te-ve uma discussão com tor-cedores do Coxa.

O jogo terminou em 0 a 0. Independente da vi-tória do Figueirense con-tra o Flu, no fim das con-tas, o Vasco acabou colhen-do o que plantou no turno e caiu para a segunda divisão.

horroroso. Tanto o rubro-ne-gro, quanto o Palmeiras, tive-ram apresentações pífias, de péssima qualidade. O que ex-plica o fato de que um gran-de clássico do futebol brasi-leiro chegou à última rodada como um amistoso de luxo.

No segundo tempo, os gols

saíram. Como em todo o ano, o baixinho Dudu fez de cabeça para o Palmei-ras, o também baixinho Pa-rá empatou de cabeça e Vi-tor Hugo desempatou para o alviverde, também de ca-beça. Mais uma derrota em casa na competição. (BP)


Brasil de Fato RJ - 141

Documents

Transcript of Brasil de Fato RJ - 141