Brasil de Fato RJ - 021

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | ano 11 | edição 21 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Fluminese vence de virada em SC Fora de casa e com dois gols do late- ral direito Bruno, time carioca vence o Criciúma. Tricolor chega a 29 pon- tos e começa a sonhar com a parte de cima da classificação. esporte | pág. 16 Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição Edição Nelson Perez/Fluminense F.C. Pablo Vergara No Rio, 13 mulheres são estupradas por dia Maioria dos casos envolve conhecidos das vítimas. O último Dossiê Mulher apon- ta que 4.993 mulheres foram estupradas no estado, em 2012. Em comparação com 2011, representa um aumento de 23,8%. cidades | pág. 7 Laísa Mendes/Marcha das Vadias/CC cidades | pág. 5 A população carioca vive um drama diário nos transportes. O reflexo está no levantamento do Observatório das Metrópoles, que verificou que entre 15 das principais metrópoles brasileiras, o Rio de Janeiro se destaca pela péssima condição de mobilidade urbana. Enquanto isso, a SuperVia coleciona infrações. São mais de R$ 5 milhões em multas. Governo reprime na Colômbia Trabalhadores pedem reforma agrá- ria integral e rechaçam pacto do go- verno. Até o momento, o saldo da repressão é de 12 pessoas mortas, centenas de feridos, quatro desapa- recidos e 262 presos. mundo | pág. 10 O paraíso entre o mar e a serra Ótima opção para quem deseja se aventurar, o Parque Estadual da Ser- ra da Tiririca, localizado a, aproxima- damente, 35 km da cidade do Rio, é repleto de trilhas e carregado de biodiversidade. cultura | pág. 11 Os Estados Unidos estão de olho no petróleo brasileiro O 11º leilão de petróleo e gás será marcado por protestos de organiza- ções populares. Sobretudo, porque as recentes denúncias de espiona- gem dos EUA contra a Petrobras de- verão tensionar ainda mais o pro- brasil | pág. 9 Trens lotados Trens lotados e atrasados e atrasados cesso, marcado para 21 de outubro. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o local possui cerca de 14 bilhões de barris de petróleo. A ri- queza de Libra pode ser calculada em cerca de U$S 1,5 trilhão.

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | ano 11 | edição 21 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato

Fluminese vence de virada em SC

Fora de casa e com dois gols do late-ral direito Bruno, time carioca vence o Criciúma. Tricolor chega a 29 pon-tos e começa a sonhar com a parte de cima da classifi cação.

esporte | pág. 16

Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição

Edição

Nelson Perez/Fluminense F.C.

Pablo Vergara

No Rio, 13 mulheres são estupradas por dia

Maioria dos casos envolve conhecidos das vítimas. O último Dossiê Mulher apon-ta que 4.993 mulheres foram estupradas no estado, em 2012. Em comparação com 2011, representa um aumento de 23,8%.

cidades | pág. 7

Laísa

Men

des/

Mar

cha

das V

adia

s/CC

cidades | pág. 5

A população carioca vive um drama diário nos transportes. O refl exo está no levantamento do Observatório das Metrópoles, que verifi cou que entre 15 das principais metrópoles brasileiras, o Rio de Janeiro se destaca pela péssima condição de mobilidade urbana. Enquanto isso, a SuperVia coleciona infrações. São mais de R$ 5 milhões em multas.

Governo reprimena Colômbia Trabalhadores pedem reforma agrá-ria integral e rechaçam pacto do go-verno. Até o momento, o saldo da repressão é de 12 pessoas mortas, centenas de feridos, quatro desapa-recidos e 262 presos.

mundo | pág. 10

O paraíso entre o mar e a serraÓtima opção para quem deseja se aventurar, o Parque Estadual da Ser-ra da Tiririca, localizado a, aproxima-damente, 35 km da cidade do Rio, é repleto de trilhas e carregado de biodiversidade.

cultura | pág. 11

Os Estados Unidos estão de olho no petróleo brasileiro O 11º leilão de petróleo e gás será marcado por protestos de organiza-ções populares. Sobretudo, porque as recentes denúncias de espiona-gem dos EUA contra a Petrobras de-verão tensionar ainda mais o pro-

brasil | pág. 9

Trens lotados Trens lotados e atrasadose atrasados

cesso, marcado para 21 de outubro. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o local possui cerca de 14 bilhões de barris de petróleo. A ri-queza de Libra pode ser calculada em cerca de U$S 1,5 trilhão.

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | opinião

ra chegar aos seus locais de trabalho. Esse povo que pas-sa horas do seu dia dentro dos coletivos não vê em nada a si-tuação melhorar.

Quem está ganhando com isso não é o povo, mas os em-

Esses e tantos outros pro-blemas não são causados à toa. O transporte na nossa ci-dade não é pensado para os trabalhadores e trabalhado-ras que diariamente têm de se deslocar pelo Grande Rio pa-

Brasil (CNBB).As manifestações de junho

expuseram os limites das ins-tituições de nosso país. Tais li-mites se manifestam, central-mente, no carcomido sistema político brasileiro. Ou seja, existe um abismo entre o atu-al sistema representativo da política institucional e os an-seios populares.

A ausência de participação popular nos processos deci-sórios sobre questões estraté-

gicas de nosso país estimula a descrença popular em institui-ções como a Câmara dos De-putados, o Senado e o poder Judiciário.

Como sabemos, o Congres-so Nacional recusou a pro-posta da presidenta Dilma de convocar um plebiscito pa-ra que o povo brasileiro de-cida sobre a necessidade de uma constituinte exclusiva e soberana para a reforma po-lítica. No entanto, pesquisas

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Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti •Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, MarianeMatos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas –Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper(Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. EduardoPrado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Webmaster: marc@infofl uxo.com •Gráfi ca: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser,José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, RicardoGebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

Para anunciar:

(11) 2131 0800

Redação Rio:[email protected]

Por uma Constituinte Exclusiva e SoberanaVOCÊ É A FAVOR de uma constituinte exclusiva e sobera-na sobre o sistema político?

Esta é a pergunta única que o povo brasileiro responderá no plebiscito popular que ocor-rerá em setembro de 2014, du-rante a semana da pátria.

Aprovada consensualmen-te por entidades e movimentos populares numa ampla plená-ria realizada nos dias 14 e 15 de setembro, esta questão permi-tirá um extraordinário exercí-cio de pedagogia popular.

A defi nição pela construção desse plebiscito popular já era apoiada pela Quinta Semana Social Brasileira e pela Confe-rência Nacional dos Bispos do

editorial | Brasil

Os trabalhadores do Rio perderam a paciência

demonstraram que a ampla maioria da população brasi-leira apoia a convocação do Plebiscito legal proposto pela presidenta Dilma.

Diversos setores da socie-dade avaliam que é necessá-rio oxigenar a democracia bra-sileira e refundar o sistema po-lítico brasileiro. Para isto, é ur-gente uma assembleia nacional constituinte exclusiva e sobera-na que trate desse tema.

Portanto, nada mais justo e democrático do que o plebis-cito popular que será cons-truído enquanto um mecanis-mo de diálogo e amplo debate com o povo brasileiro sobre a necessidade de mudanças no

sistema político. O momento é propício pa-

ra o trabalho de base e partici-pação da sociedade. Mas, paraconstruir o plebiscito e enraizaro debate no seio do povo, seránecessário fundar milhares decomitês, assim como formarmultiplicadores que debaterãonos bairros, escolas, universi-dades, locais de trabalho etc.

Esta iniciativa certamen-te contribuirá para que as for-ças populares consigam colo-car na agenda a necessidadede mudanças estruturais nasociedade.

Com certeza este plebiscitopopular inaugurará uma novaetapa da luta política brasileira.

Diversos setores da sociedade avaliam que é necessário oxigenar a democracia brasileira e refundar o sistema político do país

O POVO CARIOCA está habi-tuado com a situação precá-ria e à falta de qualidade dos transportes da cidade e Re-gião Metropolitana. Os ôni-bus estão sempre cheios, aba-fados e insufi cientes no des-locamento da população. Os trens também são superlota-dos, atrasam constantemente e conservam estruturas anti-gas e precárias.

O mesmo acontece com as barcas que, velhas, quebram toda hora e a ainda cobram uma passagem abusiva. O me-trô, essencial em grandes cida-des, aqui tem um trajeto em li-nha reta que sai do nada em di-reção a lugar nenhum, não ten-do condições de interligar a ci-dade. E, como se já não bas-tasse, recentemente contamos com o BRT, que além de não funcionar às mil maravilhas, ainda provoca acidentes e mor-tes por onde passa.

editorial | Rio de Janeiro

A juventude, os trabalhadores, desde o começo deixaram claro que a luta não é “só por 0,20 centavos”. Eles querem muito mais e lutarão por isso

presários dos ônibus, as con-cessionárias, os políticos, as construtoras.

Mas chegou-se ao limite! Desde junho, são constantes

as mobilizações em que os tra-balhadores têm exigido o trans-

porte público de qualidade,que é seu direito!

Foram às ruas mostrar queaumentar o preço da passagemdos ônibus sem nenhuma me-lhoria não ia ser fácil assim, de-nunciando o caos nos trens, osproblemas do “moderno” BRTe afi rmando que a CPI dos Ôni-bus não pode ser gerida porgente que tem o rabo preso.

A juventude, os trabalha-dores, desde o começo deixa-ram claro que a luta não é “sópor 0,20 centavos”. Eles queremmuito mais e lutarão por isso.

Como diz o poema, o mun-do será diferente “no dia emque os trabalhadores perderema paciência”. Sem opressões,sem desigualdade, com justiça.Um mundo para todos e todas.E este povo de luta está cons-truindo este mundo agora.

Portanto, ao que tudo indica,os trabalhadores e trabalhado-ras já perderam a paciência.

MPL

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 opinião | 03

2013, uma consulta pública so-bre o tema no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria (Anvisa), sendo importante a participação popular.

Não se trata de fl exibilizar a lei e trazer perdas na qualidade e na segurança dos alimentos. Pelo contrário, essa luta é con-tra uma alimentação artifi cial, contaminada com agrotóxicos e transgênicos. É uma ação em defesa da diversidade, caracte-rística da comida brasileira.

Vanessa Schottz é da Coorde-nação Executiva do Fórum Brasi-

leiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN)

Gustavo Gindre

Latuff

Privacidade na Internet: luxo, lucro ou direito?O QUE UMA EMPRESA faria se tivesse acesso à infor-mações que lhe permitem lucrar mais? Muito prova-velmente, usaria-as em proveito próprio, certo? E se is-so violasse a privacidade de terceiros? Não seria neces-sário algum regramento? Entre outras questões, é exa-tamente isso que o Marco Civil da Internet pretendefazer em relação às operadoras de telecomunicações.

Todo o conteúdo que circula na Internet é divididoem pacotes de dados, que são remontados no desti-natário, tornando-se um e-mail, texto, foto ou vídeo.No meio desse caminho, os gestores das redes fazemuma certa inspeção. Eles precisam saber qual o desti-no e que tipo de pacote é aquele. E uma rede pode serpreparada para dar preferência de passagem a deter-minados conteúdos. Afi nal, se sua mensagem atrasar20 segundos, o destinatário jamais saberá e, provavel-mente, não haverá prejuízo. Mas, se um vídeo fi car tra-vando a espera de parte dos pacotes que o integra, ousuário será prejudicado.

Isso signifi ca que gerenciar uma rede impõe conhe-cimento sobre o que passa por ali. Se as “teles”, então,decidirem mergulhar um pouco mais na inspeção dospacotes de dados, podemos ter sérios problemas. Umaoperadora pode, por exemplo, descobrir que o usuá-rio utiliza um sistema de voz por IP (VoIP), concorren-te ao de telefonia, e optar por degradar a qualidade doserviço adversário. Ou pode tornar muito lento o tráfe-go de conteúdos, obrigando o usuário a pagar uma es-pécie de pedágio da Internet.

Hoje, basta alegar que se trata de terrorismo paragovernos e mídia defenderem que a privacidade é umluxo que não se justifi ca. E como há sempre interessesprivados em jogo, o acesso aos pacotes de dados podetambém ser usado para espionagem industrial, garan-tindo vantagens concorrenciais, como revelado recen-temente em prejuízo da Petrobras.

Foi pensando em todas essas questões que o Mar-co Civil da Internet propôs, em seu artigo nove, que adiscriminação dos pacotes de dados só pode ocorrersob requisitos técnicos indispensáveis ao bom funcio-namento da rede e que esse processo deve ser de co-nhecimento do usuário. Mesmo que o texto venha aser aprovado dessa forma, lutando contra a feroz opo-sição das “teles” e de parte do próprio governo, o Mar-co Civil é apenas o começo de uma regulação demo-crática. Falta, ainda, a aprovação de uma lei que prote-ja dados pessoais. E, principalmente, saber quem e deque forma essas questões serão fi scalizadas, porqueno Brasil não basta estar escrito para algo ser cumpri-do. Ainda mais quando estamos lidando com interes-ses tão poderosos.

Gustavo Gindre é integrante do Coletivo Intervozes.Foi membro eleito do Comitê Gestor da Internet no

Brasil (CGI.br) por dois mandatos, entre 2004 e 2010.

A verdade é dura, a Globo sonega

Em defesa da comida brasileira

Hoje, basta alegar que se trata de terrorismo para governos e mídia defenderem que a privacidade é um luxo que não se justifi ca

A QUESTÃO ALIMENTAR não está restrita ao papel biológi-co da manutenção da vida, ten-do também relação com as di-nâmicas econômica, social, ambiental e cultural. Quando olhamos para as atuais normas sanitárias brasileiras, percebe-mos que elas tratam a agricul-tura familiar e os alimentos ar-tesanais como uma indústria de larga escala. Na prática, isso resulta em um acelerado pro-cesso de padronização da ali-mentação.

De um lado, perdem os pe-quenos agricultores, empreen-dedores solidários e microem-preendedores que, sem condi-

Ao contrário, a Globo virou alvo. Houve um grande protes-to em frente à sede da emissora, no Jardim Botânico, com pre-sença de mais de mil pessoas, assembleia livre e lacre simbó-lico da empresa. Depois, acon-teceram protestos em São Paulo e outras capitais. Foram os pro-testos mais politizados, mais fo-cados, mais criativos de todos os que aconteceram nos últi-mos meses.

O Brasil que protesta é o Bra-sil que assimilou uma verdade dura: a Globo apoiou a ditadu-ra e sonega impostos.

Miguel do Rosárioé jornalista e autor

do blog O Cafezinho

NO DIA 27 DE JUNHO, recebi uma série de documentos que tratavam de uma sonegação fi s-cal bilionária da Globo. Escrevi rapidamente um texto explica-tivo e publiquei os documentos no meu blog, O Cafezinho.

Eram trechos de um relató-rio maior, contendo a decisão da Delegacia de Receita Fede-ral de cobrar R$ 183 milhões em impostos, mais juros de mo-ra de R$ 157 milhões e multa de R$ 274,72 milhões, totalizando uma dívida tributária de R$ 615 milhões. Em valores atualiza-dos, mais de R$ 1 bilhão.

A Globo havia tentado frau-dar a Receita através de uma trapaça malandra num paraí-so fi scal, as Ilhas Virgens Britâ-

nicas. A empresa tentou com-prar os direitos de transmissão da Copa de 2002 sem pagar os devidos impostos.

A revelação aconteceu num momento peculiar da nossa his-tória, em que milhões de brasi-leiros saíam às ruas para exigir melhores serviços públicos.

A informação de que a Glo-bo, apesar da quantidade co-lossal de recursos e benesses que recebe há décadas do Es-tado, ainda tinha o desplante de roubar o povo via sonega-ção de impostos, ajudou a des-moralizar a emissora. Desmo-ralizada, a Globo não conse-guiu mais emplacar suas ban-deiras conservadoras junto aos protestos de rua.

ções de arcar com os enormes custos para atender a legisla-ção, fi cam impedidos de co-mercializar em mercados for-mais. De outro, perde a popu-lação, que deixa de ter acesso a alimentos produzidos a par-tir de conhecimentos e práticas tradicionais, passados de gera-ção em geração, um verdadeiro patrimônio brasileiro.

Agora, depois da pressão de um amplo conjunto de organi-zações e movimentos sociais, temos a oportunidade de cons-truir normas sanitárias mais justas e adequadas à produção familiar e artesanal. Está aber-ta, até o dia 28 de outubro de

Miguel do Rosário

Vanessa Schottz

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | entrevista

Megaeventos esportivos e o legado neoliberalENTREVISTA Orlando Alves dos Santos Junior afi rma que, apesar dos impactos negativos, grandes projetos urbanos em curso ganham legitimidade em virtude da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil

dos. E são estabelecidas diversas formas de su-bordinação, entre elas, as parcerias público-pri-vadas. Mas não é a úni-ca. A Lei Geral da Copa, por exemplo, não é uma parceria público-priva-da, mas também é uma forma de subordinação. O padrão de exceção da intervenção do Estado, a subordinação da ação do poder público à lógi-ca privada, a alteração da legislação para aten-der aos interesses priva-dos, quer dizer, uma sé-rie de medidas de exce-ção mostra essa relação promíscua entre interes-ses públicos e privados.

O Observatórios tem apoiado as ações dos Comitês Populares da Copa. Como você vê es-sa relação das universi-dades com os movimen-tos sociais?

Eu acho que o papel da universidade é pro-duzir conhecimento pa-ra a sociedade. Então, eu vejo como estratégica es-sa relação. O Observató-rio aprende muito e es-pero que também contri-bua muito com todas es-sas articulações.

(A íntegra desta entrevista encontra-se em

www.brasildefato.com.br)

liária, áreas de interesse dessas coalizões de po-der, estão ocupadas por classes populares. Então, verifi ca-se que esse pro-jeto vem acompanhado, em grande parte dos ca-sos, de um processo de relocalização dos pobres e, portanto, processos de remoção e violação do di-reito à moradia.

Como os interesses pú-blicos e privados se rela-cionam no desenvolvi-mento dos projetos para as cidades-sede?

Esse projeto empre-endedorista é marca-do por uma relação pro-míscua entre o poder pú-blico e o poder priva-do, uma vez que o po-der público assume, na sua intervenção, a lógi-ca dos interesses priva-

de mercantilização”, uma elitização das metrópo-les brasileiras associada à difusão de uma certa governança empreende-dorista de caráter neoli-beral e do fortalecimento de certas coalizões urba-nas de poder que susten-tam esse mesmo projeto.

E quais seriam os im-pactos sociais decorren-tes dessa elitização das metrópoles brasileiras?

Em geral, esse proje-to de mercantilização, de elitização, encontra uma série de barreiras para ser realizado. Essas barrei-ras são de ordem social, econômica e política. En-fi m, sob o ponto de vista social, em geral, as áreas de grande interesse eco-nômico, que são as áre-as de valorização imobi-

Camilla Hoshinode Curitiba (PR)

especial para o Brasil de Fato

Em entrevista ao Brasil de Fato, o sociólogo e pes-quisador da Rede Obser-vatório das Metrópoles, Orlando Alves dos Santos Junior, fala sobre o proje-to Metropolização e Me-gaeventos: os impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016.

Os resultados par-ciais da pesquisa, que vi-sa acompanhar as altera-ções territoriais oriundas da implementação des-ses megaeventos na ma-lha urbana dos municí-pios, apontam para uma “nova rodada de mercan-tilização” das cidades.

Segundo o sociólogo, esse processo é marca-do por uma “relação pro-míscua entre o poder pú-blico e o poder privado”, sendo acompanhado de uma “elitização das me-trópoles brasileiras asso-ciada à difusão de uma certa governança empre-endedorista de caráter neoliberal”.

Brasil de Fato – Como surgiu e qual o objeti-vo do projeto Metropo-lização e Megaeventos: os impactos da Copa do Mundo 2014 e Olimpía-das 2016, do Observató-rio das Metrópoles?

Orlando Alves dos Santos Junior – O projeto decorre do fato de o Bra-sil ter sido escolhido pa-ra sediar a Copa do Mun-do de 2014 e o Rio de Ja-neiro ter sido escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016. Nós entendemos

que era necessário avaliar os impactos desses me-gaeventos sobre as me-trópoles brasileiras, ten-do em vista que megae-ventos, em geral, estão as-sociados a grandes inter-venções urbanas. Ou seja, sabendo que esses proje-tos iam acontecer no Bra-sil, já era possível prever que estariam associados à transformação das me-trópoles brasileiras.

Qual tem sido o balanço indicado pelas pesqui-sas em relação à recep-ção da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil?

Não é possível separar Copa do Mundo e Olim-píadas desses projetos de cidade que estão sen-do construídos e sendo objeto de intervenção. E isso se traduz no pró-prio orçamento que es-tá sendo disponibiliza-do e nos próprios inves-timentos feitos nas cida-des. A análise da nossa pesquisa, até o momen-to, confi rma a hipótese inicial de que, associado aos megaeventos, estaria em curso o que a gente chama de “nova rodada

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IHU

Téo Travagin

O sociólogo Orlando Alves dos Santos Junior

Lançamento do dossiê Copa do Mundo e violações de direitos humanos em Curitiba

“A Lei Geral da Copa, por exemplo, não é uma parceria público-privada, mas também é uma forma de subordinação”

Movimentos sociais que integram a cam-panha “O petróleo tem que ser nosso” fi zeram, na quarta-feira (18), umato contra a espiona-gem na Petrobras e pe-lo cancelamento do lei-lão de Libra. Protestan-do em frente ao Consu-lado estadunidense, a manifestação lembrou o quanto a espionagem coloca a soberania do Brasil em cheque, exi-gindo, principalmente, o cancelamento da pri-meira licitação na área do pré-sal.

Por serviços presta-dos à humanidade, ao direito de cidada-nia e ao direito huma-no da informação, no-mes como Edward Snowden, Julian As-sange, Glenn Gre-enwald, Bradley Man-ning, Aaron Swartz, Mordechai Vanunu e James E. Hoss Cartwri-ght receberão, na pró-xima sexta-feira (20), a Medalha de Direitos Humanos. A soleni-dade acontece a partir das 18h na Rua Araújo Porto Alegre, 71 – Cen-tro, Rio de Janeiro

Heróis da humanidade

Ato contra espionagem

Sai proposta de plano carreiraA prefeitura do Rio de Janeiro entregou ao Se-pe, na tarde desta ter-ça-feira (17), a propos-ta do plano de carrei-ra para os professo-res da rede municipal. Em nota, o sindicato afi rmou que ainda es-tá analisando o projeto por completo, mas que o estado de greve con-tinua. Para esta sexta-feira (20), estão mar-cadas uma paralisa-ção geral de 24 horas e uma assembleia às 10h com local a confi rmar.

FATOS EM FOCO

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 cidades |

SuperVia coleciona infrações enquanto população sofre com atrasos e lotação

O pesquisador expli-ca que o transporte sobretrilhos é o mais adequadopara o deslocamento emlongas distâncias de umgrande número de pes-soas, lamentando o “to-tal abandono” do trens ebondes no Rio.

Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ)

“Essa fi ga aqui me aju-da na hora do empur-ra-empurra”, diz Valdi-ra Maria da Silva, de 42 anos, mostrando o pin-gente dourado em seu pescoço. Ela se refere à correria da multidão pa-ra entrar nos vagões dos trens fl uminenses.

Para chegar ao traba-lho em Copacabana, a do-méstica costuma sair de sua casa, em Parada An-gélica, Duque de Caxias, por volta das 4h30. “A vol-ta é pior. Ontem mesmo, não consegui trem. Atra-sa, quebra, fi ca todo mun-do em cima do outro”, afi r-ma a pernambucana, que vive no Rio há 20 anos.

A cada dia útil, assim

como Valdira, cerca de 570 mil passageiros utili-zam o transporte ferrovi-ário na cidade e em seu entorno, segundo infor-ma a SuperVia.

Ao analisar o indica-dor de deslocamento ca-sa-trabalho, o Observa-tório das Metrópoles ve-rifi cou que, entre 15 das principais metrópoles brasileiras, o Rio de Janei-ro se destaca pela péssi-ma condição de mobili-dade urbana.

O laboratório, que inte-gra o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ), aponta que dos 338 bair-ros existentes na região, 240 apresentaram con-dições “ruins” ou “muito ruins” neste quesito. Isso representa 71% das áreas.

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Pablo Vergara

TRANSPORTE Rio de Janeiro é a pior entre 15 metrópoles quando o assunto é mobilidade urbana

Até o fechamento desta edição, o governo do estado ainda não tinha se manifestado sobre a pensão

Superlotação e a violação de direitos

Por dia, 570 mil passageiros utilizam o transporte ferroviário

Suspeito de pressio-nar testemunhas a de-clararem envolvimento de Amarildo com tra-fi cantes, o major Ed-son Santos, ex-coman-dante da UPP na Roci-nha, poderá ser acusa-do de envolvimento no desaparecimento do ajudante de pedreiro. Com o relatório qua-se concluído, a Divisão de Homicídios (DH) aponta outros quatro policiais militares da unidade como suspei-tos no inquérito.

Esta semana, o Con-selho Regional de Psi-cologia (CRP-RJ) emi-tiu uma nota reivindi-cando a liberdade de Wallace Vieira San-tos. Lamentando a pri-são equivocada do es-tudante durante a ma-nifestação do 7 de se-tembro, o Conselho re-pudia ainda a cober-tura da mídia que vem prejudicando a atuação dos advogados no caso.

A Justiça do Rio de Ja-neiro voltou a suspen-der a CPI dos Ônibus, instalada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para apurar o envolvimento dos em-presários de ônibus do município com o Poder Público. Após a decisão, proferida nessa segunda-feira (16), a Câmara infor-mou, por meio da as-sessoria de imprensa, que a intenção da pre-sidência é entrar com um recurso assim que receber a notifi cação.

Amarildo

Pela Liberdade de Wallace

Polêmica dos ônibus continua

FATOS EM FOCOPablo Vergara

Jociano Rodrigues, um dos responsáveis pelo re-cente estudo, lembra que a precariedade dos trans-portes de massa gera for-tes impactos na qualida-de de vida da população.

“Criamos o Índice de Bem-estar Urbano, o

Ibeu, que chama aten-ção para o fato de que, mesmo que venha ocor-rendo um crescimento da renda das pessoas, as condições urbanas vêm piorando. A vida não se resume ao aumento do consumo”, expõe.

do Rio de Janeiro (RJ)

“O serviço é um hor-ror! Uma vez, bem na mi-nha semana de provas, os trens pararam. Liguei ur-gente para o meu pai. Ele teve de fechar a loja de-le para me levar. Mesmo assim, cheguei atrasada”, recordou Clarissa Ibraim Vieira, de 15 anos.

A jovem só não perdeu a prova porque seu pro-fessor é usuário de trem e também chegou tarde.

A superlotação pre-judica, principalmente, mulheres, crianças e ido-sos. “Os vagões femininos fi cam cheios de homens. Quando não consigo sen-

tar, fi co encostada perto da porta. É que eles ten-tam passar a mão direto”, conta Clarissa.

Eram 6h20 da manhã quando ela e Carlinda Crispin, de 64 anos, es-tavam entre as poucas no vagão de um trem que sairia de Saracuru-na, às 6h51. As duas di-vidiam o espaço com mosquitos e lixo.

Do outro lado da esta-ção, uma das novas má-quinas, com ar condicio-nado e comunicação in-terna estabelecida par-tiria em minutos à Cen-tral do Brasil. “Pode repa-rar que lá já não tem lu-gar. Não aguento ir em pé

não”, disse Carlinda.Pouco depois, são in-

formadas que teriam detrocar de trem. Ao saí-rem do vagão, a estaçãojá estava cheia.“É muitodesrespeito”, reclamouCarlinda.

Diante da situação, ajovem Clarissa, que nema conhecia, foi categóri-ca: “Vou conseguir umlugar para a senhora.Sou boa nisso!”. A ado-lescente enfrentou, en-tão, uma disputa desen-freada para conseguiro prometido. “Hoje deisorte!”, exclamou Carlin-da, que seguiu viagemsegurando o material es-colar da menina. (GR)

do Rio de Janeiro (RJ)

Desde o início da concessão, em 1998, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Con-cedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviá-rios e Metroviários e de Rodovias do Rio aplicou mais de R$ 5 milhões em multas contra a Su-perVia. Deste total, a empresa apenas pagou cerca de R$ 2 milhões.

Em 2010, governador Sérgio Cabral (PMDB) renovou a concessão do setor por mais 25 anos.

“Não entendo por que fez isso. Pelo di-nheiro que eles cobram, o trem não podia estar assim. Nem avisam so-bre as estações, quem não conhece fi ca per-dido. É muita incompe-tência e o governo ainda aceita”, critica Alexandre

Azevedo, de 40 anos, que trabalha no setor de construção civil.

Só neste mês, hou-ve, pelo menos, quatro problemas mecânicos no sistema de trens. Passageiros indigna-dos chegaram a atear fogo nas máquinas.

“Não sou a favor, mas o povo aguenta tanto que um dia ex-plode”, reforçou Ale-xandre. Fabiana Lima, de 22 anos, ressalta que os problemas de sem-pre ganharam atenção após os episódios.

“Já via muita coisa errada. Esses dias mes-mo, vi uma senhora fi -car com o dedo preso na porta, arrancou a pele toda. Se meu sangue es-tiver quente, duvido que não quebro também”, afi rmou a vendedora de doces. (GR)

Multas à SuperVia ultrapassam R$ 5 milhões

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | cidades

Visita ao Doi-Codi é confi rmada

06

E-mails, telefones, en-dereços e CPFs dos 50 mil policiais militares foram divulgados por hackers na última quin-ta-feira (12). Os dados foram divulgados pelo Facebook com base em informações do site Pro-grama Estadual de In-tegração na Segurança (Proeis). A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática está investi-gando o vazamento das informações.

A Guarda Municipal do Rio não poderá mais usar armas de choque, sprays de pimenta ou cassetetes em ações de repressão. A liminar foi concedida nesta terça-feira (17) pela Justiça, com base em uma ação proposta pelo Minis-tério Público Estadual (MPE). Em nota, o MPE informa que o objetivo da ação é combater os excessos cometidos pe-los guardas municipais do Rio, especialmen-te contra os vendedores ambulantes.

Até dezembro, serão criadas quatro dele-gacias da Polícia Ci-vil em Manguinhos, na Rocinha e nos com-plexos do Alemão e da Maré. Nessas áreas, a PM fará o policiamen-to preventivo e a Polí-cia Civil será respon-sável pelo registro e pela investigação dos crimes. Essas novas delegacias vão contar com policiais recém-formados: 150 delega-dos e 1.200 inspetores.

Hackers

Armas não letais

Polícia Civil nas UPPS

FATOS EM FOCOAmeaçado de despejo, Quilombo das Guerreiras permanece por mais 120 dias MORADIA Temporariamente, Justiça nega reintegração

Gilka Resende do Rio de Janeiro (RJ)

Em audiência nesta quarta-feira (18), no Fó-rum de Justiça, a juíza Maria Lúcia Obino Nie-derauer decidiu por ne-gar, temporariamente, o pedido de reintegração de posse do imóvel onde está a ocupação Quilom-bo das Guerreiras, zona portuária carioca. Com isso, os cerca de 100 mo-radores têm garantido o direito de permanecer no local por, pelo menos, mais 120 dias.

“Houve sensibilida-de da Justiça em perce-ber que ali existe um mo-vimento de luta que está organizado desde 2006. Não era possível julgar à revelia”, avaliou a mora-dora Ângela Moraes.

Além dos que vivem no prédio, ela conta que o terreno também abriga famílias que foram remo-vidas de outras áreas há menos de um mês.

A defensora pública Adriana Bevilaqua expli-cou que essa foi uma au-diência de avaliação so-bre o pedido realizado pela Companhia Docas, proprietária formal do edifício.

“Diante do perigo emi-nente de desocupação, chamamos o Iterj (Insti-tuto de Terras e Cartogra-fi a) e a Cdurp (Compa-nhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Por-to) para debater. O poder público se comprometeu

a averiguar quais podem ser as saídas para a ques-tão da moradia dos envol-vidos”, disse.

Adriana informou, ain-da, que um cadastro foi iniciado a fi m de se saber o número exato de atingi-dos pelas obras na região.

Maravilha para quem? A prefeitura garante

que a fi nalidade do Por-to Maravilha é promover a reestruturação local, vi-sando melhorar “a quali-dade de vida de seus atu-ais e futuros moradores e à sustentabilidade am-biental e socioeconômica da área”.

No entanto, relatos co-mo os do casal Rodrigo Ferreira, de 32 anos, e Ma-ria Raimunda da Ressur-reição, de 33, não combi-nam com essa promessa.

“Temos uma fi lha de 1 ano que sofre com a poei-ra das obras. Ela tem cri-ses de bronquite. Eu tra-balhava um dia e fi cava dois no hospital. Daí tive que sair do emprego”, re-latou Maria.

Com os seguidos cor-tes de luz e água, ela é obrigada a recorrer à ro-doviária, que fi ca a cin-co minutos da Ocupação. “Quando ela passa mal, corro para lá, até mesmo de madrugada. Peço li-cença e ligo o nebulizador naquela bancada onde as pessoas carregam celula-res”, conta.

“Esse projeto quer expulsar a gente. Eles acham que pobre tem de morar longe da cidade grande”, afi rma Rodrigo.

Pablo Vergara

Reprodução

Ocupação Quilombo das Guerreiras na zona portuária carioca

DIREITOS HUMANOS Subcomissão de Memória, Verdade e Justiça confi rmou visita ao prédio na próxima segunda (23)

do Rio de Janeiro (RJ)

Uma reunião, nesta quarta-feira (18), entre o ministro da defesa, Celso Amorin, e senadores que fazem parte da Subco-missão de Memória, Ver-dade e Justiça confi rmou a visita ao prédio do anti-go Doi-Codi, na próxima segunda-feira (23). Mili-tares estavam impondo diversas barreiras à visita.

Na lista da comitiva, constam os nomes dos se-nadores João Capiberibe (PSB/AP), Randolfe Ro-drigues (PSOL/AP) e Ana Rita (PT/ES), dos deputa-

dos federais Chico Alen-car (PSOL/RJ) e Ivan Va-lente (PSOL/SP) e da de-putada federal Luisa Erun-dina (PSB/SP).

Erundina foi vetada pelos militares, na últi-ma terça-feira (17), por ter sido autora do proje-to que prevê a revisão da Lei da Anistia.

Também fazem par-te da comitiva o procu-rador da República, An-tonio Cabral, dois mem-bros da Comissão Na-cional da Verdade e dois da Comissão Estadual, Wadih Damous e Álva-ro Caldas - que foi preso

e torturado no Doi-Codi. A Comissão Estadu-

al vai reivindicar que o Exército apresente os re-gistros dos presos e dos agentes da repressão que atuaram ali.

No dia da visita, a Arti-culação Estadual Memó-ria, Verdade e Justiça, além de familiares e vítimas da repressão, está organizan-do uma manifestação na praça Lamartine Babo, em frente ao Doi-Codi.

A concentração será na Saens Peña, às 9h. Eles pedem que o prédio seja transformado em espaço de memória.

“Houve sensibilidade da Justiça em perceber que ali existe um movimento de luta que está organizado desde 2006”

“Não temos dinheiro para aluguel. A gente quer fi car. Ocupamos, resistimos e lutamos para garantir”

Como Maria está desem-pregada, a renda da famí-lia se resume a um salário mínimo.

“Não temos dinheiro para aluguel. A gente quer fi car. Ocupamos, resisti-mos e lutamos para ga-rantir”, completa Rodrigo, lembrando a conhecida palavra de ordem dos mo-vimentos por moradia.

Quatorze desapropriações

O Quilombo das Guer-reiras está em um dos 14 imóveis a serem desapro-priados, de acordo com decreto assinado pela presidenta Dilma Rous-seff e publicado no Diário Ofi cial da União, no dia 11 de setembro.

Entre os empreen-dimentos previstos, es-tá a construção de tor-res comerciais de 38 an-dares. Até as Olimpíadas de 2016, duas das Trump Towers devem ser ergui-das na Francisco Bicalho, avenida onde se encontra a ocupação urbana.

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 cidades |

Por dia, 13 mulheres são estupradas no Rio

“É uma condenação emblemática, eu acho que ele mereceria muito mais que 15 anos. Essas punições ajudam muito, mas junto com isso tem de ter conversas nas es-colas e mais políticas de segurança para mulhe-res”, disse Rogéria.

O pastor está preso desde o dia 8 de maio em Bangu 2. A polícia ain-da investiga se outras 20 mulheres que moravam na igreja também foram estupradas. Como essa decisão foi tomada em primeira instância, ainda cabe recurso. (VV)

07

Os bancários entram em greve nacional a partir desta quinta-feira, dia 19, por tempo inde-terminado. Os trabalha-dores querem 11,93% de reajuste. Os bancos ofereceram 6,1%, o su-fi ciente apenas para re-por a infl ação do perío-do pelo INPC.

Sindicatos de trabalha-dores e centrais sindi-cais comemoram a ma-nutenção pelo Congres-so Nacional, na última terça-feira (17), do ve-to da presidenta Dilma Rousseff ao fi m da mul-ta de 10% sobre o FGTS. Estes 10% são a parte que os empregadores pagam ao governo em caso de demissão de funcionários. A multa de 40% paga ao traba-lhador demitido não es-tá em debate. Pelo me-nos, por enquanto.

Cerca de 1500 traba-lhadores de duas em-presas do grupo MPE, a EBE e a EBSE, presta-doras de serviço da Nu-clep, em Itaguaí, fi ze-ram greve no mês de se-tembro. Nos dois ca-sos, houve conquistas. Na EBSE, o pagamen-to de horas extras passa a ter adicional de 75%. Na EBE, uma das con-quistas foi aumento de 5% retroativo a 1º de ju-lho. Os trabalhadores conseguiram que a em-presa colocasse em dia os valores do FGTS. Os metalúrgicos do Rio de Janeiro estão em cam-panha salarial. Além de reajuste salarial, eles reivindicam piso de R$ 1.650,00. O piso hoje é R$ 784,00, ou seja, me-nos que o piso estadual.

Bancários, greve começa nesta quinta

Manutenção da multa de 10% do FGTS

Metalúrgicos fazem greve e conquistam

SINDICAL

Vivian Virissimodo Rio de Janeiro (RJ)

Aos 26 anos, M* con-vive com as lembran-ças do estupro que so-freu em 2007, quando ti-nha 19 anos. Ela foi for-çada a manter relação se-xual com seu ex-namora-do. “Durante três sema-nas, eu não era ninguém. Fiquei muito abalada”. Na época, ela era estudante de História da Universi-dade Federal Fluminense (UFF). Por medo da pres-são familiar, M* não re-gistrou boletim de ocor-rência (BO).

A história de M* com-prova os resultados do Dossiê Mulher 2013, pro-duzido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).

Giovana Santiago/Marcha das Vadias

VIOLÊNCIA SEXUAL Maioria dos casos envolve conhecidos das vítimas. No total, 4.993 foram estupradas em 2012

JULGAMENTO Pastor da Assembleia de Deus dos Últimos Dias já anunciou que vai recorrer

Segundo o relatório, a maioria dos agressores é conhecida da vítima.

“Eu gritava, mas nin-guém ouvia. Ele viu que eu estava chorando e continuou. Depois, ele agiu como se nada tives-se acontecido. Ainda tive-mos de conviver até 2010”, contou.

Conforme o  dossiê, 51,2% das vítimas conhe-ciam o agressor. Deste número, 11,5% eram co-nhecidos em geral, 29,7% tinham algum grau de parentesco e 10% eram companheiros ou ex-companheiros.

“Como feminista, mi-nha função é dar o depoi-mento e ajudar as mulhe-res a superar esse trauma”, fala M*, que atualmente

milita na Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA) e no Coletivo de Mulhe-res da Universidade Es-tadual do Rio de Janei-ro (Uerj). “Posso garantir que a maioria já sofreu al-gum tipo de violência se-xual, mas não consegue falar”, completa.

Ato em São Paulo organizado pela Marcha das Vadias, movimento que denuncia o estupro

Condenação de Pastor Marcos é emblemática

do Rio de Janeiro (RJ)

O pastor Marcos Pe-reira da Silva, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi conde-nado a 15 anos de prisão por estupro, na última quinta-feira (12).

Os crimes foram co-metidos em São João de Meriti, na Baixada Flu-minense. Uma das teste-munhas contou que foi estuprada dos 14 aos 22 anos. Este é outro resul-tado do Dossiê Mulher: a maioria das vítimas, 51,4%, é de crianças de até 14 anos.

Na madrugada da úl-tima sexta-feira (13), M* foi vítima de abuso sexu-al mais uma vez. Morado-ra de Irajá, ela foi abusada dentro do ônibus, quando voltava para casa.

“Estava muito cansada e peguei no sono. Quan-do acordei um cara pe-

gava na minha mão e semasturbava. Ele gozou erespingou na minha per-na e no vestido”, descre-veu. “Não faço a ideia dequem ele era. O trocadorestava olhando e não feznada”. Nesta quarta-fei-ra (18), ela registrou ocor-rência do caso.

do Rio de Janeiro (RJ)

O último Dossiê Mu-lher aponta que 4.993 mulheres foram estu-pradas no estado, em 2012. Em comparação com 2011, representa um aumento de 23,8%.

Neste ano, vários ca-sos de estupro tomaram

as páginas dos jornais no Rio. Um dos casos que mais repercutiram foi o da turista estupra-da por três homens em uma van.

“Ao serem estupra-das, as mulheres se sentem culpadas. O primeiro sentimento é de muita vergonha. O mais grave é que, por falta de informação, isto acaba criminali-zando a mulher. Co-mo consequência, di-fi cilmente ela registra a ocorrência e não to-ma a pílula do dia se-guinte”, comentou Ro-géria Peixinho, da As-sociação das Mulheres do Brasil (AMB). (VV)

Quase 5 mil foram estupradas em 2012Segundo o Dossiê, houve um crescimento de 23,8% em relação ao ano anterior

EM CASO DE ESTUPRO

1. Não tomar banho (para garantir provas para exame de corpo delito)

2. Ir à Delegacia da Mulher, ou qualquer delegacia, registrar BO.

3. Ir a uma Unidade de Saúde para tomar a pílula do dia seguinte e um coquetel de remédios que previne doenças. (Não precisa de BO)

Fonte: Ministério da Saúde

O que fazer?

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | brasil08

apenas cumprem um pa-pel de acompanhamento, como faz a Agência Na-cional do Petróleo (ANP).

Da mesma forma, também desde janeiro de 2002 o gás de cozinha não possui subsídio ou subvenção pública em

passaram a ser defi nidos pelas próprias empresas, a partir da cotação inter-nacional do petróleo.

Portanto, os preços são livremente decididos pelas empresas em to-da a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e deri-vados de petróleo, como é o caso do gás de cozi-nha, no falso cenário da livre concorrência.

Assim, desde então, nenhum órgão de Estado ou de governo tem atri-buições de tabelamen-to ou controle de preços,

nosso país, o que encare-ce ainda mais o custo pa-ra as famílias.

Além do fi m dos sub-sídios e do monopólio es-tatal, outros motivos pa-ra o aumento do preço do gás são a elevação dos impostos, principalmen-

te do ICMS e o alto cus-to do transporte. Mas a principal razão são as al-tas taxas de lucro das em-presas, principalmente das transnacionais, que se apropriaram de vários negócios nesta área.

As gigantes Ultragaz, do grupo Ultra; a Super-gasbras, controlada pe-la multinacional holan-desa SHV; a Nacional Gás, grupo cearense Ed-son Queiroz e a Liquigás já controlam 86% do se-tor de distribuição de gás no país e são as que mais faturam com o preço pa-

go pela população pelobotijão. Em São Paulo, opreço médio do botijãode 13 quilos chega a cus-tar R$ 50,00.

Segundo dados do Mo-vimento dos Atingidos porBarragens (MAB), nos úl-timos 20 anos, desde o iní-cio do período de liberali-zação dos preços, o gás decozinha teve um aumen-to de 325%. Sendo que ainfl ação medida pelo IP-CA, neste mesmo perío-do, foi de 130% o aumen-to do preço do gás de co-zinha foi quase três vezesa mais que a infl ação. (AR)

Alexania Rossato de São Paulo (SP)

Junto com a energia

elétrica, o gás de cozinha representa grande par-te dos gastos das famílias brasileiras, somando, em média, 20% do salário mínimo.

Isso porque desde a década de 1990, as em-presas privadas contro-lam a produção e a dis-tribuição de bens como a energia e o gás, fazen-do com que os preços su-bam a patamares inter-nacionais.

No ano de 2012, o consumo de gás de cozi-nha no país fi cou em 7,13 milhões de toneladas, de acordo com levantamen-to do Sindigás. E, mesmo com um crescimento de 1% a 2% ao ano, o consu-

mo residencial tem co-mo forte concorrente a lenha, sobretudo em re-giões do Norte e Nordes-te, que responde por 27%

da matriz energética re-sidencial.

O mesmo percentu-al fi ca com o gás de cozi-nha, já o gás natural cor-responde a apenas 1% e energia elétrica, com o restante. Esse dado refl e-

te a realidade de muitas famílias brasileiras que, sem condições de pagar pelo alto preço do gás, encontram alternativas mais baratas para o co-zimento dos alimentos, tais como o uso da lenha.

No entanto, o gás de cozinha é de extrema necessidade entre as fa-mílias brasileiras. É usa-do por cerca de 95 % da população, o que lhe confere uma penetração nos lares ainda maior

que a energia elétrica e aágua encanada, mesmoque na matriz energéti-ca brasileira, em 2011,segundo dados do Ba-lanço Energético Nacio-nal (BEN), correspon-desse a apenas 3,2%.

de São Paulo (SP)

O processo de reforma da indústria do gás de co-zinha no Brasil não en-volveu privatizações nos moldes dos demais servi-ços públicos.

A principal mudança ocorreu na regulamenta-ção que permitiu trans-formá-la em mercadoria internacional, através de um processo longo, que se iniciou em 1990 e se completou em 2001.

Nesse período, foi es-tabelecida uma gradual liberação dos preços que

Preço do gás de cozinha, mais um vilão entre as famílias brasileiras

Gás de cozinha chega a custar R$ 50,00

EXPLORAÇÃO Segundo dados do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), nos últimos 20 anos, desde o início do período de liberalização dos preços, o gás de cozinha teve um aumento de 325%

Os preços são livremente decididos pelas empresas em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda

O gás de cozinha é de extrema necessidade entre as famílias brasileiras. É usado por cerca de 95 % da população, o que lhe confere uma penetração nos lares ainda maior que a energia elétrica e a água encanada

Desde janeiro de 2002, o gás de cozinha não possui subsídio ou subvenção pública em nosso país, o que encarece ainda mais o custo para as famílias

Michelle Amaral/ Editoria de arte Brasil de Fato

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 brasil |

ção da empresa. A riqueza de Libra pode ser calcula-da em cerca de U$S 1,5 tri-lhão de dólares.

O engenheiro e con-selheiro do Clube de En-genharia, Paulo Metri, vê interesses econômicos por detrás da espiona-gem estadunidense. “Ela [Petrobras] tem grandes segredos do modelo geo-lógico do pré-sal que va-lem ouro. Tendo esse co-nhecimento do pré-sal, você consegue perfurar com mais sucesso e eco-nomiza dinheiro”, expli-ca. A produção atual do pré-sal está na casa dos 300 mil barris diários. A estimativa é de que as re-servas totalizem de 100 até 300 bilhões de barris.

A realização do leilão renderá ao governo um bônus de cerca de R$ 15 bilhões. Com isso, o pa-ís receberá pouco mais do que um real por bar-ril – até o fechamento des-ta matéria, o preço do bar-ril estava cotado em US$ 106,59, o equivalente a R$ 243,02. “A Dilma vai ven-der barril de petróleo de Libra a R$ 1, um petróleo de alta qualidade. Ela vai entregar isso e vamos fi car calados?”, questiona Ema-nuel Cancella.

Para o coordenador-geral da Federação Úni-ca dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, monitoramento de infor-

Patrícia Benvenuti da Redação

A exemplo das edi-ções anteriores, o 11º lei-lão de petróleo e gás se-rá marcado por protestos de organizações popula-res. Desta feita, porém, as recentes denúncias de espionagem estaduni-dense contra a Petrobras deverão tensionar ainda mais o processo, marca-do para 21 de outubro.

Documentos vazados pelo ex-consultor de in-formática e agente da CIA, Edward Snowden, indicam que a rede de computadores da Petro-bras foi monitorada pe-la Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). 

Os documentos não divulgam detalhes so-bre o real interesse dos estadunidenses sobre a Petrobras. No entanto, a presença de reservas do pré-sal e a iminente rea-lização do leilão do cam-po de Libra, situado na Bacia de Santos, forne-cem uma boa pista.

De acordo com a Agên-cia Nacional do Petróleo (ANP), o local possui cer-ca de 14 bilhões de bar-ris de petróleo. Sozinho, o campo equivale a mais de 80% de todas as reser-vas provadas da Petro-bras, descobertas ao lon-go dos 60 anos de atua-

mações da Petrobras se constitui em um caso de espionagem comercial. “É o Estado estaduniden-se a serviço dos interesses econômicos das suas em-presas”, critica Moraes.

O caso gerou críti-cas da presidenta Dilma Rousseff , que também te-ve suas conversas moni-toradas. Em nota ofi cial, Dilma atribuiu a espiona-gem a questões econômi-cas. “Sem dúvida, a Petro-bras não representa ame-aça à segurança de qual-quer país. Representa, sim, um dos maiores ati-vos de petróleo do mun-do e um patrimônio do povo brasileiro”.

De olho no petróleo brasileiro09

Protesto no Rio de Janeiro

Samuel Tosta/ Agência Petroleira de Notícias

Latuff

da Redação

O Brasil não foi o úni-co país da América Lati-na a despertar o interesse dos Estados Unidos e de sua indústria de espiona-gem. Assim como no ca-so da Petrobras, as razões econômicas levaram a in-teligência estaduniden-se a voltar suas estruturas para a Venezuela e o Mé-xico. Enquanto a atração sobre os venezuelanos recai sobre o petróleo, no caso do México, o alvo é o setor de energia.

O coordenador do curso de Relações In-ternacionais da Univer-sidade Federal do ABC (UFABC), Giorgio Ro-mano, lembra que, ape-sar da exploração de xis-to, iniciada há alguns anos, os Estados Unidos continuam dependen-tes da exportação de pe-

tróleo. “Os Estados Uni-dos não só consideram o acesso à fonte de energia estratégica para seu pró-prio uso, mas também para garantir o abasteci-mento para a economia capitalista global, domi-

ENERGIA Para especialistas e organizações sociais, espionagem contra a Petrobras inviabiliza 11º leilão

Venezuela e México também são alvo da espionagem

Riquezas da América Latina são alvo

nada por ele”, afi rma.Se, no caso específi co

do Brasil, o interesse es-tá nas reservas do pré-sal,em nível mais amplo, osEstados Unidos buscam,com a espionagem, le-vantar informações sobrea dimensão das reservasde petróleo e mapear a si-tuação das reservas paradeterminar os preços nomercado. A análise é doconsultor em cooperaçãoe relações internacionais,Kjeld Jakobsen.

“Estas informaçõessão importantes parabenefi ciar a participa-ção de empresas ameri-canas nos leilões brasi-leiros e nos processos deextração de petróleo noMéxico e na Venezuela”,diz o especialista, que jáatuou como ex-secretá-rio Municipal de Rela-ções Internacionais deSão Paulo. (PB)

“Os Estados Unidos não só consideram o acesso à fonte de energia estratégica para seu próprio uso, mas também para garantir o abastecimento para a economia capitalista global, dominada por ele”

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | mundo

res camponeses. Na de-claração, afi rmam que o saldo da repressão foi: 12 pessoas mortas, centenas de feridos, quatro desapa-recidos, 262 presos arbi-trariamente.

A paralisação agrária completará um mês nes-ta quinta-feira (19). Além deste setor, também estão em protestos docentes e profi ssionais da saúde.

Na Colômbia, um mês de protesto

feria de Damasco como “politizado e tendencio-so”.

O relatório concluiu que foram usadas armas químicas no confl ito civil sírio. No entanto, os es-tudos não apontam uma defi nição acerca de quem realizou os disparos. Se-gundo a ONU, mais de mil pessoas morreram no fi nal de agosto. EUA, França e outras potências ocidentais argumentam

da Redação

Há quase um mês, a Colômbia se vê diante de uma crise no setor agrá-rio, que se tornou visível pelos protestos de cam-poneses que, por todo o país, expressam sua insa-tisfação com as políticas neoliberais do presidente Juan Manuel Santos.

Diante dos confl itos entre governo e mani-festantes, delegações de camponeses e represen-tantes de entidades agrá-rias realizaram, na úl-tima semana, a Cúpula Nacional Agrária e Popu-lar. O objetivo foi avançar na unidade dos povos e rechaçar o Pacto Nacio-nal para o Desenvolvi-mento Agrário, lançado pelo governo.

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UN Photo/Evan Schneider

Zorrophoto

Vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Riabkov

A greve dos agricultores, parados desde o dia 19 de agosto, contagiou a população; na foto, protesto em Bogotá, no dia 29 de agosto

AMÉRICA LATINA Trabalhadores pedem reforma agrária integral e rechaçam pacto do governo

Rússia critica relatório da ONU

de São Paulo (SP)

A Síria entregou à Rús-sia “provas” de que a opo-sição síria realizou ata-ques com armas quími-cas, anunciou o vice-mi-nistro das Relações Exte-riores russo, Serguei Ria-bkov, nesta quarta-feira (18) . Além disso, a chan-celaria classifi cou o rela-tório da ONU (Organiza-ção das Nações Unidas) sobre disparos na peri-

ARMAS QUÍMICAS Síria entregou a Moscou provas de que a responsabilidade dos ataques é dos opositores

A ação continuada do partido Aurora Doura-da contra imigrantes e anarquistas gregos ga-nhou mais um capí-tulo na madrugada de terça-feira (17). O ra-pper Pavlos Fyssas, de 34 anos, ligado ao mo-vimento antifascista de Atenas, foi esfaqueado e morto em um café no distrito de Keratsini, oeste de Atenas.

A pesquisa publica-da na revista científi ca British Medical Journal analisou dados de 54 países para estimar o impacto global de pro-blemas fi nanceiros de-correntes da crise eco-nômica, iniciada em 2008 com o colapso do crédito e dos mercados imobiliários nos Esta-dos Unidos. Um ano após o início da crise, as taxas de suicídio en-tre os homens aumen-tou em média 3,3%. A elevação foi maior nos países que mais perde-ram empregos.

Crise aumenta suicídios

Rapper grego é morto

Faixa de Gaza

O governo da Faixa de Gaza declarou, na quarta-feira (18), que sofre de uma escas-sez severa de alimen-tos, remédios e com-bustível. O governo in-terino do Egito intensi-fi cou as operações de destruição dos túneis entre a Faixa de Gaza e a península do Sinai egípcia, alegando “lu-tar contra o terrorismo”, repetindo o argumento de Israel, em suas pró-prias operações. Os tú-neis são usados para a importação de supri-mentos básicos ao ter-ritório palestino sitiado e as condições humani-tárias se agravam.

FATOS EM FOCO

que o tipo de arma (gás sarin) e a tecnologia usa-da provam que as tropas de Bashar el-Assad foram responsáveis pelo ataque.

Além do próprio go-verno sírio, a Rússia reba-te as acusações.

O vice-ministro rus-so denunciou que o re-latório pode ter sido ma-nipulado para direcionar a culpa para um dos la-dos do confl ito que du-ra já há dois anos e meio.

Na última quinta-fei-ra (12), ao fi nal do even-to, os participantes lan-çaram a Declaração Po-lítica da Cúpula Nacio-nal Agrária, Campone-sa e Popular, que criti-cam os acordos de livre comércio que trouxeram grandes prejuízos para os pequenos produtores e o modelo econômico “desenhado para favore-

cer latifundiários, pecu-aristas e empresas trans-nacionais, desconhecen-do as grandes maiorias camponesas, indígenas e afrocolombianas”.

Eles também denun-ciam a criminalização do protesto por parte do go-verno que abusou do uso da força contra civis, da militarização dos campos e da perseguição aos líde-

“Afi rmam que o saldo da repressão foi: 12 pessoas mortas, centenas de feridos, quatro desaparecidos, 262 presos”

Ele afi rma que os inspe-tores da ONU só verifi ca-ram as provas relativas ao ataque do dia 21 de agos-to e descartaram os ou-tros três ataques com ar-

mas químicas que acon-teceram antes dessa da-ta. O governo sírio, disse, tem provas materiais so-bre os disparos anterio-res. (Opera Mundi)

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LAZER O Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado a, aproximadamente, 35 km das cidades do Rio e de Maricá e a menos de 30 km do Centro de Niterói, conta com grande número de atrações

Domingues M. Barbosa, no bairro do Recanto, em Itaipuaçu.

No próximo fi nal de semana, aproveite para conhecer o parque. Vo-cê levará belas lembran-ças para casa.

No cume do Alto Mourão

Chegar ao ponto mais alto do parque não é ta-refa fácil. Apesar do des-nível do terreno não ser muito elevado, a cami-nhada de 1h requer certo condicionamento físico.

O ponto mais sensí-vel é uma escalada que requer a orientação de montanhistas com mais experiência. Apesar de um nível técnico não muito exigente, é pru-dente a utilização de cor-das de segurança, evitan-do surpresas desagradá-veis.

Infelizmente, é co-mum visitantes pratica-rem o chamado surf na rocha, que nada mais é do que descer escorre-gando pelos paredões. Além de desgastar o solo e a vegetação, essa “mo-

Reprodução

Vista da praia de Itacoatiara, a partir do Costão que leva o mesmo nome

Rodrigo Marcelino da Silva

do Rio de Janeiro (RJ)

Espremido entre o mar e a montanha, o Parque Estadual da Serra da Ti-ririca (Peset) é um ver-dadeiro paraíso. E é uma ótima opção para quem fi ca em dúvida na hora de escolher onde se aventu-rar. Lá, é possível desfru-tar de ambos.

Criado em 1991, o Pe-set tem, aproximada-mente, 2.260 hectares de aérea. Localizado a, apro-ximadamente, 35 km das cidades do Rio e de Mari-cá e a menos de 30 km do Centro de Niterói, o par-que conta com grande número de atrações.

As principais são a Enseada do Bananal, os morros das Andorinhas e do Tucum (ou “Cos-tão de Itacoatiara’), o Al-to Mourão (ou “Pedra do Elefante’) e o Córrego dos Colibris.

Há ainda o Mirante de Itaipuaçu, que fi ca bem próximo à entrada da tri-lha para o Alto Mourão. Essa é uma atração muito

especial, pois a vista é lin-da, especialmente ao fi -nal do trajeto.

A mistura de Mata Atlântica, de vegetação de restinga e de mangue torna o local um impor-tante espaço de preser-vação da vida animal. Is-so faz com que o parque seja área de grande inte-resse para a pesquisa e a educação ambientais.

A gestão é responsabi-lidade do Instituto Esta-dual do Ambiente (Inea), que mantém uma se-de administrativa na rua

Do cume do Alto Mourão, é possível avistar as praias da região oceânica de Niterói e de Itaipuaçu, as Lagoas de Itaipu e Piratininga e a cidade do Rio de Janeiro

O paraíso entre O paraíso entre o mar e a montanhao mar e a montanha

NÃO SE ESQUEÇA:

Sua segurança também depende do conhecimento que você tem sobre a prática de atividades na natureza, do seu condicionamento físico e dos equipamentos que carrega. Por isso, não deixe de levar:

•  Filtro solar.

•  Repelente.

•  Boné.

•  Camiseta, preferencialmente clara.

•  Calça (ou bermuda) bem leve e confortável.

•  Anorak (tipo de abrigo que protege do vento e da chuva).

•  Tênis fechado e confortável, se possível, com o solado não muito gasto.

•  Lanterna com pilhas extras.

•  Máquina fotográfi ca.

•  Ao menos 1,5L de água.

•  Para alimentação, o ideal é levar biscoito, barrinhas de cereal, frutas, castanhas etc.

•  Pequena mochila para acomodar tudo isso.

Tente adaptar suas necessidades de alimentação e proteção ao que suporta carregar.

FIQUE ATENTO

dalidade” coloca em ris-co a vida do praticante e de outros visitantes.

Do cume do Alto Mourão é possível avistar as praias da região oceâ-nica de Niterói e de Itai-puaçu, as Lagoas de Itai-pu e Piratininga e a cida-

de do Rio de Janeiro.Após a descida, não

deixe de ir até a praia de Itacoatiara. O banho de mar, seguido de uma água de coco gelada co-roarão a aventura, dei-xando uma intensa von-tade de retornar ao Peset.

• O Peset é uma unidade de conservação. Isso sig-nifi ca que sua visitação deve respeitar algumas regras. É proibido colher plantas, fazer fogueira, alimentar animais silves-tres ou caçá-los e é veda-da a entrada de animais domésticos.

• Ao chegar, procure os funcionários do Inea e in-forme-se sobre as regras de uso do local. O horá-rio de funcionamento vai, diariamente, das 8h às 17h. No verão, é pos-sível estender a visita até às 18h. Notifi que as equi-pes sobre sua entrada e saída.

• Caminhe somente nas trilhas, não use atalhos e não entre em áreas com acesso interditado.

• Respeite todas as formas de vida e aproveite pa-ra admirar os sons da na-tureza. Deixe aparelhos de som ou instrumentos musicais em casa.

• Colabore com a limpeza.

• Mais informações pelos telefones (21) 2638-4411 ou 2709-9176 ou pelo si-te: http://www.parque-serradatiririca.org/

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | cultura

Sarau BemBlack de Sal-vador e no Sarau Apa-funk do Rio de Janeiro, o Sarau “V” contrasta a cultura popular com a cultura dominante.

Agrega pessoas, mo-radores e artistas na construção de um espa-

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Poesia como arma

BRASIL EM FOCOAo longo do mês de se-tembro, o Sesc colo-ca o Brasil em discus-são. Através da sétima arte, é proposto o de-bate acerca da realida-de nacional. Os fi lmes a serem exibidos são A ostra e o vento, no dia 20, e De passagem, no dia 27. Evento gratuito. Sextas às 10h. Sesc Gi-nástico , Av. Graça Ara-nha , 187 – Centro.

FEIRA DA GRATIDÃONeste domingo (22), a

Aldeia Maracanã rece-be a feira de troca gratui-ta. Tendo como lema o desapego, o evento visa questionar o apego mate-rial nos dias atuais. Além das habituais trocas, te-rá também serviços co-mo massagens, manicu-re e apresentações artísti-cas. Rua Mata Machado, s/n - Maracanã .

DISCOZECAEm memória do reno-mado produtor musical, Ezequiel Neves, a Mara-catu Brasil convida a to-

dos para reviver sua ra-ríssima coleção de vinis. Nesta edição, a temáti-ca será Noite do Blues. Evento gratuito. Sexta-feira (20), às 19h. Pátio Maracatu Brasil, Rua Ipi-ranga, 49 – Laranjeiras.

1O MANGARATIBA + CORESO projeto lançado pe-la Fundação Mário Pei-xoto busca reunir traba-lhos de diferentes esco-

trocas artísticas. Com a intenção de

ocupar as ruas, o even-to busca promover uma experiência coletiva e li-bertadora em relação à cultura e ao cotidiano.

Surgido em agosto deste ano, inspirado no

Divulgação

Maria Buzanovsky

Divulgação

Divulgação

Cena do fi lme De passagem

Fotos da segunda edição do Sarau “V”, que aconteceu no dia 6 de setembro

AGENDA

Mariane Matosdo Rio de Janeiro (RJ)

Toda a primeira sex-ta-feira do mês tem Sa-rau “V”, uma interven-ção urbana que enche Nova Iguaçu de poesia, literatura divergente e

ARTE POPULAR Inspirado nos saraus BemBlack de Salvador e Apafunk do Rio de Janeiro, surge, em Nova Iguaçu, o Sarau “V”

ço de autorreconheci-mento.

O evento, que cultua o preenchimento dos lu-gares desocupados da cidade, se concretiza co-mo mais um importante movimento de resistên-cia. “Não é arte pela ar-

te, mas arte pelo social”, como diz Janaina Tava-res, uma das idealizado-ras do projeto.

O sarau acontece na praça dos Direitos Hu-manos, na Via Light, ins-pirado pelas imagens de grandes nomes da his-

las de arte de rua (graffi -te, cerâmica, pintura tri-dimensional, estêncil, entre outras). O concur-so cultural irá premiar os melhores trabalhos e es-tá com inscrições aber-tas até o dia 25/10. Mais informações: www.fmp-cultura.com.br.

LITERATURA NO PARQUENeste sábado (21), jo-vens autores discutirão

literatura brasileira e in-glesa na biblioteca do Parque Manguinhos. O evento, que faz parte do projeto Transform, visa promover o intercâmbio entre artistas do Brasil e do Reino Unido. Conta-rá também com a par-ticipação dos escrito-res ingleses: Steven Hall e Ben Markovits. Evento gratuito, às 17h. Av. Dom Helder Câmara, 1184 – Manguinhos.

SARAU NA LAJEPara comemorar a chegada da Primavera, neste sábado (21), tem Sarau na Laje. Além de cinema, poesia, vi-nhos e fl ores, haverá o relançamento do li-vro Noel, o menino da Vila, de Clóvis Bulcão. Evento gratuito, das 16h às 19h30. Arena Cultural Jovelina Péro-la Negra, Praça Ênio s/no – Pavuna.

tória (Mandela, Gandhi,Martin Luther King) pre-sentes na praça. O en-contro mensal abre es-paço não apenas paraa expressão, mas tam-bém para a reivindica-ção, convergência e dis-cussão.

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HORÓSCOPO

O momento é para priorizar a diplomacia, prin-cipalmente para não criar atritos por assuntos sem tanta importância nas relações. Bom para lidar com questões familiares. No amor, cuidado com os assuntos sem importância.

Áries(21/3 a 20/4)

Momento importante para fazer algumas revi-sões e pôr fi m em antigos assuntos. A expressão dos pensamentos será importante para colocar em prática seus objetivos. No amor, procure mostrar nova postura diante de suas relações.

Câncer(21/6 a 22/7)

O momento positivo para esclarecer situações e questões familiares. Há tendências para impre-vistos no trabalho. Período mais indicado para pesquisas do que para ações nas fi nanças. No amor, momento para expor mais o que sente.

Libra(23/9 a 22/10)

Período favorável à realização de novos objetivos profi ssionais. Tendências para uma postura concil-iadora de sua parte diante das relações. No amor, tendências para envolvimento mais intenso em seus relacionamentos.

Capricórnio(22/12 a 20/1)

Momento para decisões que envolvam projetos a longo prazo. Assuntos relacionados a interesses materiais podem tomar seu tempo. No amor, período requer mais atenção para não se portar de maneira indiferente com quem gosta.

Touro(21/4 a 20/5)

O momento é propício para retomar conversas, retomar hábitos e fazer ajustes que envolvam a vida familiar. A semana traz infl uência positiva para novos convívios sociais. No amor, procure levar mais a sério seus sentimentos.

Leão(23/7 a 22/8)

Período propenso à lentidão em negócios e questões fi nanceiras. Essencial para mais seriedade com assuntos na vida afetiva. No amor, período propenso para defi nir sentimentos e responsabilidades.

Escorpião(23/10 a 21/11)

Período para dedicação a novos ideais profi ssion-ais. Um pouco mais de disciplina e persistência será essencial, especialmente com projetos profi ssionais e nos estudos. No amor, momento para o romantismo e surpresas.

Aquário(21/1 a 19/2)

O momento bom para lidar com as questões ma-teriais. Cuide para não dispersar de suas priorida-des no trabalho e valorizar o espírito de grupo em algumas situações. No amor, paciência e jeito. Pro-cure conversar mais para evitar mal entendidos.

Gêmeos(21/5 a 20/6)

Período para aliar o que tem de simples e efi ci-ente com algumas inovações, sem achar que isso mudará sua identidade no cotidiano. Bom para mais oportunidades e novos objetivos. Na vida amorosa, atenção especial para a família.

Virgem(23/8 a 22/9)

O momento é para refl exão sobre suas posturas e para não deixar que culpas ou complexos interfi ram na confi ança. Evite o consumismo, gastos que não são essenciais. Na vida amorosa, momento propício para esclarecimentos.

Sagitário (22/11 a 21/12)

Semana boa para refl etir mais sobre a realidade. Período para defi nir objetivos culturais, como estudos, viagens ou situações ligadas a contatos distantes. No amor, momento requer mais respons-abilidades e projetos com seu par.

Peixes(20/2 a 20/3)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETASwww.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2013

BANCO 43

A homena-gem feitaapós o fa-lecimento

Aquelaque

inspira opoeta

É usadapelo a-

prendiz nanatação

Inteligên-cia

Artificial(abrev.)

A cartamais

valiosa dopôquer

Iguariaservida

com ovosfritos

BiduSayão,cantoralírica

"Abelha",em "api-cultura"

Estadosulista

dos EUA

Membrode antigo

povogermano

Serescelestes

País dopovojudeu

Obser-vação

(abrev.)

Tecidogrosso dealgodãoAlarga

Bagunça(pop.)

Material dofotógrafo

Redação(abrev.)

Peão, emespanhol

Matemáti-ca (abrev.)Hiato de

"real"

Cessa dechover

A Mãe dos Brasileiros

Flutuar(no ar)Folga;

descanso

Filme de Almodó-

var

Ambiente naturalonde vive o animalLocal da primeiramissa de um paparecém-eleito

Saudaçãoinformal

(?) Dias, navegadorportuguês

Ideal alcançado

Um dos sintomas datuberculose

Inícios dejornadasFaixa derádios

A S4/peón. 5/ata-me — estia. 6/batavo — lonita. 9/louisiana.

Solução

SMHPOSTUMACANJOSBOIA

HSADIPOBSATAME

ISRAELALERESTIA

BATAVOASLONITAI

DILATABSZONAMAT

CAMERACIDERPEON

LOUISIANA

ASTROLOGIA - Semana de 19 a 25 de setembro Período de infl uência especial para novos ideais; tenda a expressar suas emoções de maneira mais intensa

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | esporte

putarão semifi nal em ida e volta para a defi nição da fi nal, que será dispu-tada no mesmo formato.

O patrocínio da com-

na (SP), Rio Preto (SP), Duque de Caxias (RJ), Centro Olímpico (SP) e América (SP); Vasco (RJ), Asscoop (DF), Foz (PR), Kindermann (SC) e São José (SP); Vitória de Santo Antão (PE), Cau-caia (CE), São Francis-co (BA), Mixto (MT) e Botafogo (PB); Tiraden-tes (PI), Viana (MA), Tu-na Luso (PA), Iranduba (AM) e Pinheirense (PA). (com agências)

da Redação

Depois de 12 anos, o futebol feminino do Bra-sil voltará a ter um cam-peonato nacional. A mo-dalidade que, desde 2007, só conta com a Copa do Brasil, agora terá um in-vestimento recorde entre as mulheres.

No último Campeo-nato Brasileiro de Fute-bol Feminino, em 2001, o campeão foi o Santa Isa-bel, de Minas Gerais, que deixou de existir por fal-ta de patrocínio. Daí em diante, a única competi-ção de nível nacional no país foi a Copa do Brasil, que começou em 2007 e é disputada no sistema de mata-mata.

Os times serão dividi-dos em quatro grupos. O campeonato terá dura-

ção de apenas dois me-ses e meio e a participa-ção de 20 times de 13 es-tados diferentes - o úni-co clube considerado grande no país com re-presentante na competi-ção será o Vasco.

Na primeira fase, os dois melhores colocados de cada chave avançam para, depois, serem nova-mente divididos em dois grupos. Os quatro melho-res times do torneio dis-

petição é público, da Cai-xa. Os R$ 10 milhões in-vestidos pela empresa se-rão responsáveis pelas despesas dos clubes com passagens aéreas para distâncias acima de 500 quilômetros, de ônibus leito até esta distância e alimentação em hotéis.

Os 20 participantes do Campeonato Brasileiro de futebol feminino em 2013 estão divididos em quatro grupos: Franca-

FUTEBOL Participarão 20 times de 13 estados diferentes; único “grande” é o Vasco da Gama

Presidente da FIFA diz que escolha de Catar como sede teve “infl uências políticas diretas”

Começa o Campeonato Brasileiro feminino

Blatter abre a boca sobre a Copa no Catar

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Divulgação

Divulgação/CBV

Reprodução

Duque de Caxias, campeão da Copa do Brasil de 2010, está entre os 20 participantes do Campeonato Brasileiro

Blatter durante anúncio da sede da Copa de 2022

O massagista Romildo Fonseca da Silva regis-trou Boletim de Ocor-rência e pediu prote-ção policial após rece-ber telefonemas com ameaças de morte. En-volvido em polêmica após invadir o campo e impedir gol do Tupi durante partida contra o Aparecidense, pela Série D, o massagista relatou que sua espo-sa atendeu ligações e mensagens de celular em que a família esta-ria em risco.

Sarah Menezes, Mayra Aguiar e Maria Suelen Altheman seguem na liderança do ranking mundial em suas ca-tegorias. As listas dos melhores judocas do mundo foi atualizada pela Federação Inter-nacional de Judô após o Grand Prix de Rijeka,na Croácia, no último fi m de semana, que não contou com a par-ticipação dos judocas brasileiros. Sarah lide-ra a categoria até 48kg. Mayra na categoria até 78kg, e Maria Suelen, acima dos 78Kg.

Massagista-goleiro

Líderes do ranking

Principal plataforma da Fórmula 1 no Brasil há mais de quatro dé-cadas, a TV Globo po-de viver uma situação complicada na tempo-rada 2014. Com a saí-da de Felipe Massa da equipe Ferrari, anun-ciada na última sema-na, o Brasil pode fi car sem nenhum piloto na maior modalidade do automobilismo mun-dial pela primeira vez desde 1969. Nenhum brasileiro tem contra-to garantido para o pró-ximo ano, nem mesmo Felipe Massa.

Globo crê em Massa

FATOS EM FOCO

da Redação

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, reconhe-ceu que a defi nição dos anfi triões de 2022 contou com infl uências políticas de governos europeus, que esperavam vanta-gens econômicas com a decisão - tomada no ano passado em eleição “an-tecipada”. As informações são da agência de notí-cias EFE.

“Houve infl uências políticas diretas. Houve chefes de governos eu-

ropeus que recomenda-ram a seus compatriotas que votassem no Catar, porque estão ligados a este país por fortes inte-resses econômicos”, afi r-mou Blatter, em declara-ções publicadas pela re-vista alemã Die Zeit na quarta-feira (18).

Há quem diga que as declarações de Blat-ter podem signifi car um ataque ao atual presi-dente da UEFA, Michel Platini, que deve ser o seu concorrente na ree-leição à presidência da

Os R$ 10 milhões investidos pela empresa serão responsáveis pelas despesas dos clubes

Fifa, em 2015. Recentemente, o ex-

jogador da seleção fran-cesa admitiu que votou no Catar como sede pa-ra a Copa do Mundo de 2022. Poucos dias antes da decisão, porém, o di-rigente da entidade que rege o futebol europeu foi convidado pelo então presidente francês, Nico-las Sarkozy, a participar de um jantar que tam-bém contou com a pre-sença do atual emir do Catar, o xeque Hamad al-Th ani. (com agências)

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 esporte |

Wilson; Ayrton, Victor Ramos, Kadu e Juan; Michel (Vander)

(Alemão), Luís Alberto, Renato Cajá (Leilson) e Escudero;

Marquinhos e Dinei

Diogo Silva; Fágner, Jomar, Cris e Yotún; Wendel (Edmílson),

Pedro Ken, Juninho Pernambucano e Dakson (Montoya); Marlone

e André (Tenório)

São Januário | Rio de Janeiro (RJ) | 18/09 | 19h30Gols de André (Vasco); Alemão e Marquinhos (Vitória)

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tude, vítima contumaz dos inúmeros ajustes que a “zona do Euro” faz para retirar direitos seculares.

O que pensam os mais de 40% de jovens desem-pregados na Espanha, ao verem esse dinheiro todo voando para a Inglaterra?

Sem dúvida alguma, as-sistiremos a belíssimos espetáculos de futebol.

Com toda essa grana, é normal que os europeus tenham por lá os melho-res do planeta. Princi-palmente os fi lhos das Índias que os portugue-ses resolveram chamar de Brasil.

Mas a cada tufo de gra-ma, a cada drible, a cada rede balançando, é pos-sível enxergar um pouco de nosso suor, lágrimas, sangue e nossas riquezas saqueadas.

Lembram-se da Bo-lívia? Pois é! Em espa-nhol, se chama o dinhei-ro de la plata.

Esta roubada da Serra de Potosí.

Bruno Porpetta é autor do blog

porpetta.blogspot.com

opinião | Bruno Porpetta

ESTÁ COMEÇANDO a fase de grupos da UEFA Champions League.

Sem dúvida, o melhor torneio de futebol inter-clubes do mundo. Não por acaso, o mais caro.

São assustadores os va-lores movimentados no mercado europeu. Quem diria que alguém do País de Gales vale mais de 300 milhões de reais?

Este é o valor pago pe-lo Real Madrid ao Totte-nham por Gareth Bale. Um excelente jogador, exímio cobrador de fal-tas, mas nem em sonho disputará uma Copa do Mundo.

Seu país é, historica-mente, uma Bolívia eu-ropeia (no futebol, claro).

A grana que rola na Eu-ropa nos faz acreditar em um mundo de faz-de-conta, sem crise econô-mica, desemprego cres-cente, jovens ocupados em praças contra um sis-tema cada vez mais ex-cludente. Para o futebol, isso não existe.

Existe para o povo euro-peu, em especial a juven-

Pendura e põe na nossa conta

brasileirão | 23ª rodada

XNáutico FlamengoDom | 22/09 | 16h00 | Arena Pernambuco

XVitória GrêmioSáb | 21/09 | 21h00 | Barradão

XFluminense CoritibaSáb | 21/09 | 18h30 | Maracanã

XGoiás São PauloDom | 22/09 | 16h00 | Serra Dourada

XInternacional PortuguesaDom | 22/09 | 16h00 | Estádio do Vale

XCorinthians CruzeiroDom | 22/09 | 16h00 | Pacaembu

XBotafogo BahiaDom | 22/09 | 16h00 | Maracanã

XAtlético-MG VascoDom | 22/09 | 18h30 | Independência

XAtlético-PR Ponte PretaDom | 22/09 | 18h30 | Durival Britto

XSantos CriciúmaDom | 22/09 | 18h30 | Vila Belmiro

21VitóriaVasco

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FICHA TÉCNICAApós dois chutes que ba-teram na zaga vascaína, a bola sobrou para Alemão fi nalizar no canto direito de Michel Alves.

Nos minutos fi nais, os dois times se lança-ram ao ataque em busca da vitória e quem chegou aos três pontos foi o ti-me baiano, aos 44 minu-tos. Marquinhos recebeu, passou por um marca-dor e, na entrada da área, fi nalizou no ângulo es-querdo de Michel Alves.

No domingo, o Vas-co busca a reabilitação contra o Atlético-MG, às 18h30, no Independên-cia.(com agências)

Marcelo Sadio/Vasco

da Redação

Com dois gols no se-gundo tempo, o Vitória fez 2 a 1 e levou os três pontos de São Januário, afundando ainda mais o rival em crise.

Enquanto o Leão pu-lou provisoriamente pa-ra o sétimo lugar, com 30 pontos, o Cruz-Maltino permanece em 17º, na zo-na de rebaixamento, com 24, com chance de ser ul-trapassado pela Portu-guesa, nesta quinta-feira (19), contra o Náutico.

A partida começou já com um lance de perigo com uma fi nalização de carrinho de Juninho. Na segunda vez que avan-çou, o time carioca abriu o placar, aos sete minu-tos. Fagner cruzou pela direita e André cabeceou cruzado, sem chance pa-ra Wilson.

Após o gol, o duelo fi -cou equilibrado, mas sem que nenhuma equipe conseguisse levar perigo.

Na etapa fi nal, o Vitó-ria passou a atacar mais e conseguiu chegar ao empate aos 35 minutos.

Aumenta a crise no Vasco VIRADA Time perde do Vitória em São Januário e se complica na tabela

André marca, mas Vasco perde de virada

FLAMENGO Léo Moura e Felipe, ambos em recuperação, desfalcarão o time

Elias e Chicão voltam

da Redação

Elias, que cumpriu sus-pensão, e Chicão, recupe-rado, devem jogar nesta quinta-feira (19), contra o Atlético-PR, válida pela 22ª rodada do Brasileirão.

O goleiro Felipe e o la-teral direito Léo Moura desfalcarão novamente o Flamengo. Ambos ainda estão em recuperação.

Com dores na coxa di-reita, Léo Moura não par-

ticipou do treinamento desta tarde no Ninho do Urubu. Felipe, que ain-da se recupera de entorse no tornozelo direito, foi a campo, mas será poupa-do e deve voltar diante do Náutico, no próximo do-mingo.

O lateral esquerdo An-dré Santos levou um susto na madrugada desta ter-ça-feira (17). O jogador so-freu um acidente com seu carro na Barra da Tijuca.

XAtlético-PRFlamengo

Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 19/09 | 19h30

FICHA TÉCNICA

Nada grave. Treinou nor-malmente durante o dia.

O time que enfren-tará o Furacão deve ser formado por: Paulo Vic-

tor; Luiz Antônio, Walla-ce, Chicão e André San-tos; Cáceres, Elias, CarlosEduardo e Gabriel; Pauli-nho e Hernane.

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Rio de Janeiro, de 19 a 25 de setembro de 2013 | esporte

da Redação

No duelo entre os dois melhores times do Brasi-leirão, não deu para o Fo-gão. A Raposa fez 3 a 0 so-bre o Alvinegro e abriu se-te pontos de vantagem na liderança do campeona-to, com 49. O Bota parou nos 42 pontos, mas segue na vice-liderança.

O primeiro gol do jo-go foi do volante Nilton, que apareceu como ele-mento surpresa, por trás da marcação do Botafogo, para completar escanteio com um toque de chalei-ra. No segundo tempo, Jú-lio Baptista, em cobran-ça de pênalti, e depois em chute no canto esquerdo, fechou o marcador.

No primeiro tempo, o time mineiro, com mais volume ofensivo, obri-gou o Botafogo a recuar a marcação.

Quando parecia que as duas equipes iriam para o vestiário com a igualdade no placar, aos 46 minu-tos, o volante Nilton sur-giu como elemento sur-presa, para completar co-brança de escanteio pela

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BRASILEIRÃO Com direito a pênalti perdido por Seedorf, Cruzeiro vence por 3 a 0 e dispara na liderança

A noite foi de Bruno

Botafogo perde e fi ca a 7 pontos do líder

Nelson Perez/Fluminense F.C.

Washington Alves/VIPCOMM

Fogão perde “decisão antecipada”

Flu vence de virada SOBE Fora de casa e com dois gols do lateral direito Bruno, time carioca vence o Criciúma

esquerda, com um bonito toque de chaleira.

Atrás no placar, o Bota-fogo decidiu tomar mais a iniciativa na segunda etapa. Aos sete minutos, quando o zagueiro Bruno Rodrigo acertou um pon-tapé em Rafael Marques dentro da área, o árbitro marcou pênalti. O holan-dês Seedorf foi para a co-brança e deslocou o golei-ro Fábio, mas errou o alvo.

Aos 34, a marcação de pênalti mudou de lado. O meia-atacante Ever-ton Ribeiro entrou na área driblando e foi der-rubado. Na cobrança, Jú-lio Baptista acertou o can-to esquerdo de Jéff erson, que ainda encostou na bola, mas não conseguiu evitar o gol.

Desanimado a partir de então, o Botafogo di-minuiu o ritmo e assis-tiu ao terceiro gol da Ra-posa, também anotado por Júlio Baptista, que recebeu assistência de Dagoberto e mandou a bomba para fechar o pla-car no Mineirão.

Na sequência do Cam-peonato Brasileiro, o Cru-zeiro terá compromisso contra o Corinthians, jo-go marcado para domin-go (22), no Pacaembu. O Botafogo joga no mesmo dia. O time do Rio, porém, vai receber o Bahia no es-tádio do Maracanã.

da Redação

O Fluminense ven-ceu por 2 a 1 o Criciúma, nesta quarta-feira (18), no Heriberto Hulse, pe-lo Campeonato Brasileiro. Com o resultado, os cario-cas chegaram a 29 pontos e começam a sonhar em se aproximar da parte de cima da classifi cação. Já os catarinenses continu-am com 24 e estão amea-çados pela zona de rebai-xamento.

A partida começou com as duas equipes buscando o ataque, mas sem efetividade. Somen-te na metade do primei-ro tempo, o duelo fi cou mais aberto.

Aos 38 minutos, após cruzamento e corte erra-do da zaga, Lins chutou e a bola desviou em dois jo-gadores do Fluminense antes de ir para a rede.

A resposta do Flumi-

nense veio ainda antes do intervalo. Aos 44 minutos, Carlinhos fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. O lateral direito Bruno apareceu de sur-presa e tocou para a rede.

O time carioca voltou melhor e buscou mais o ataque. De tanto insistir, o Fluminense chegou ao segundo gol, aos 25 minu-tos. Rafael Sóbis fi nalizou na trave e no rebote, Bru-no apareceu para cabece-ar para a rede.

A partir de então, o Criciúma voltou a fi -car mais ofensivo. Aos 32 minutos, após escan-teio, Matheus Ferraz ca-beceou e Diego Cavalie-ri fez grande defesa.

Nos minutos fi nais, o Criciúma esbarrou na boa marcação do Fluminense.

Na próxima rodada, o Flu vai receber o Coritiba, no Maracanã, no sábado (21). (com agências)

03BotafogoCruzeiro

X

Jéff erson; Edilson, Bolívar, André Bahia e Júlio César; Marcelo Mattos, Renato (Hyuri), Seedorf,

Lodeiro e Elias (Alex); Rafael Marques (Henrique)

Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton (Henrique), Lucas

Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart (Dagoberto); Willian

e Borges (Júlio Baptista)

Mineirão | Belo Horizonte (MG) | 18/09 | 21h50Gols de Nilton e Júlio Baptista (Cruzeiro)

FICHA TÉCNICA

21FluminenseCriciúma

X

Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Anderson e Carlinhos; Edinho,

Diguinho (Felipe), Rafi nha (Biro Biro) e Wagner (Fábio Braga);

Rhayner e Rafael Sobis

Helton Leite; Suéliton, Matheus Ferraz, Leonardo e Marlon (Gílson); Ewerton Páscoa, Elton e João Vitor;

Fabinho (André Gava), Lins e Marcel (Wellington Paulista)

Heriberto Hülse | Criciúma (SC) | 18/09 | 21h00Gols de Lins (Criciúma); Bruno (Fluminense)

FICHA TÉCNICA

o Botafogo decidiu tomar mais a iniciativa na segunda etapa