ÁguasEmendadasA 40 quilômetros do PlanoPiklìüo um paraiso eeológico es'tá ameaçado de extinção.

FOT6: NatàaliaKutiPP

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O encontro das ó,guas ë apenas um m@ngue. No entanto,a reserua, biológica de Aguas Emendadas ë umimportantíssimo ecossístema, onde muitas espécíes eme x tinç ã,o e st ã,o pr e s er u ada s.

40 quilômetros de'brasília. na estrada quevai para PÌanaltina. aReseiva Biológica deÃgrras EmendadasAgups Emendadasoferece a seus vlsrt,antes'

SHIRLENE COSTA além de ser um extraordináriofenômeno hidrogáfico".

A preservação, -durante essesanos, fez da reserva um local pararefúgio de animais, que deüdo aoseu tamanho e raridade, estãoameaçados. na maioria das áreasdo Distrito Federal. A onça, loboguará, cachorro do mato, úriostipos de macaco, incÌusirre o macacopiego, anta, capivara, cutia, quati,estão eonseguindo se reproduzir.Ate dois tipós diferentes de jacaréforam constatados na região, alémde pacas, ema e a águia cinzenta.Não existe, ainda, um inrrentáriocompleto das espécies.

Bráulio Dias, integrante dogupo, ressalta a imPortância daforã: "A qui úo eqcontradas 1500espécies ãe plantas sïrperiores,que produzem flor, inclusive as or-quídeas. Há muitas p_lantas raras,e mesmo as que não são, têm a suapreservação garantida".

GDF pode salvar áreaum fenômèno raro na nalureza' oencontro das águas das BaciasPÌarina e Ama?ônica, as duasmaiores da América Latina. Este éo único ponto onde as bacias se en-rrelacaú. servindo de contatociireto entre a fauna e a flora.

"Este lugar está há mais de 15

anos preservado. Não ocorrem in-cêndiôs; a rregBtação é tiPica daresião dos cerrados". Assim'tÃnel Garcia, bióloso da Fun-dacão Zoobotânica e coordenadorcio grupo que luta pela Preservaçãoda leérva, começa a descrever aimportância da área: "a perenidadecioi rios do Planalto Cenhal égarantida pelas chapadas, reserva-úrios de águas subterrâneas, aquieístentes. õnde a chuva acumula e

iesce para os rios que corïem emre.renó acidentado e ìmpermeár,el".Sesundo ele. não se pode trzbnlhnr

" ìi.." das chapadãs. Porque di'

Criada por Decreto Presiden-cial_ em 1968, a reserva biológicade Aguas Emendadas conhece hojea maior ameaça de zua existência.Da área de 10.õ00 hectares previstapara servir de reserva ecológica,até agora somente 3.850 hectares,ou cerca de 1/3 da área total, foidesapropriada pelo Governo doDistrito Federal. O prazo paradesapropriação dos 2y'3 restantesda reserva expira no dia 3 dejulhopróximo, e os loteamentos que vêmse formando na área a ser desa'propriada constituem sério Peri-so à fauna e flora da nossa re-ãiáo, que tem em Aguas Emendadasúm dos últimos locais de preser''uação .de muitas espécies ani'mais e 'uegetais,

Apesar da criação da reserva em1968, o decreto de desapropriaçãosó foi baixado em 1981. Essedecreto estabelecia em cinco anosg^p_lYg Para que toda a 3rea {e

possui os recursos suficienres" caculados em 100 milhões cie c:zados, para entrar com as e@desapropriatorias.

O go'rernador .bse .{pareorprometbu à COAMA Cocdenadoria para Assuntos de \[eAmbiente - a iiberação dos recssos. O professor da UnB e iergrante do grupo de lura pepreservação de Aguas EmodadEBráulio Dias, explica a imponã.ocda aplicação desses recursos: 'f,para tapar aquele buraco :CeiÌândia, o Governo vai gesi.mais de ?0 milhões de cruzadcCom mais. um pguqqpho. eile dsapropriaria essa Éuea". F.ç g:clacredioa que o Governo vai ol-m.p:a promessa e lembra que uma dmetas do Governo Jose Aparecré aumentar o coeficbnte de ârenaturais presen'adas para lã%professor Bráulio jusdõca c omismo: "No inicio desse gormeste indice era de apena*. õ% C,{,a criação er-n 21 de abril uir.rno r

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0 entrelaçemento desduaa maiores baciatda Âmérica Latina.

Apaisagemvivado cenado

Heloisa Helena

Um desertomonumental

Heloísa Helena

Há quem diga que 10.500 hec-tares de terras para uma reservaecoìógica é muita coisa. Mas é certoque toda a pessoa que tem I Pri'vilegio de üsitar a reserua,de AguasEmõndadas (afinal, a enlrada depessoas não envolüdas no moü'mento ú é permitida com a au-torização da Fundação Zoobotâ-nica), acaba pgr se empeqhar.naìuta por sua preservìação. E difícilacreditar que a 30 minutos do PlanoPiÌoto exista um local tão beìo e, éclaro, tão .importante para ãecologia de Brasília. Logo na en-üada, apesar do portão semprebem trancado a natureza nos acena.Ni, bem junto à cerca, sempre es-tão duas emas, que esticam seusnão pequenos pescoços, parecendo.querer ver bem os úsitantes que es-peram para enirar.

Aguas Emendadas tem umabeleza que é, ao mesmo tempo,simples e grandid,sa. Simples, por-que o que se '"ê por quilômetros é avegetação.*ípica do cerrado, a qualjá estamos acostumados. Porémgrandiosa. porque olhando mais deperto e -ouündo os biólogos ex-plicarem a razâo de ser de cadaplanta, se descobre a

"erdadeirabeleza do cerrado. Uma paisagemconsiderada por multos. pobre e tris-te. Sou mesmo obriiSada a confessarque a equipe do Campus sentiu umtanto de* in".eja e decepção nestaüsita. Inveja, da equipe de jornalis-tas da EBN que poucos dias antes,em visita à reserva,. pôde r.er efotografar a poucos metros a quaseextinta águia cinzenta (que possui1,30 metros de enr.ergadura nasasas), o que i'rós so conseguimosaüstar de longe e por alguns mi-nutos. Decepção, .porque ao sefalar que na reserva há o encontrode ágúas das duas maiores. baciasda América Latina, se imagina umespetácuÌo de água em abundância,quãndo o que na realidade aconteceé que estõ entrelaçamento se fazpor debaixo de uma intensa ve'getação, .formando um mangue'Mas isso, não diminuiu a nossaemocão em andar peÌa mata epoder ver bem de Perto, cutias,araras, emas,' carcarás, tucanos, aáguia cinzenta e até Pegadas dolobo Guará.

Por fim, não podemos deixar deconcordar com o versos de CastroAlves, escrito na placa que marca oencontro das águas: 'E tão-bomter por árvores uns carinhos! E tãobom de afectos fazer ninhos"!

I^ot€s ameaçamresetraGuilherme Evelin

cretcante núrnero de loteamentoa que ec -inetalam na órea destinada à reeewa de AguaeEmendadae é o mais grove rieco à preeervação

Iyl;ã#;:H,ït""uï":ï,#,*ff ï;*ï-'ánea da róerva cm frentel Plinaltina, foram feitoe tr{sloteanentos, oom uma centena de pequenot pqopdetárioÊ.

Leonel Garcia garante que não dianta:eó llrescrr'ar a área dareserya. Ele defende a cria@ ds uma área tamprlo en tcno deÁrguaa Emendadae, gue aeâegure o emtrole dú atividsdeeexõrcidas nos bteanertor: "Se, logo depob da eerca da ree€nra,voeê plantar soja ou artô2, vocd iró atrair oe bifus, já que ali aconiãe aená farta e fáeil. Oe fezendehoe irlo, certanente, natá-logtt.

Outro riecro,provocado pcloe hteawntoe é a poseibilfrlade depoluiçáo da á3ua e ero6ão do eolo. Ae Íoesae, bem como oadefeneivoe agrlcolae ueados nae plantag6es, poderáó c,ausarenvenenamento dos lençoie frcáticoe. E a eloeão poderá sereaueeda neloe muitoi ooooe er{,esienoe furedos na área- Elee

"O Governo do Distrito Fedé cheio de contradições. é a;ritário e por vezes até meio nnalmas está empenhado em pres€?esta área". Com esla fra-se ICatalão, jornalista, poeta e uc.integranteó do grupo de lum 1

,preservação da reserva de AgEmendadas, exprime sua confrana fromessa feita pelo GoverwJosé Aparecido de custeaÌ ssapropriação da reserva. Teréplica que adotou estã bandeira Ide a primeira- vet ' que vis:Aluas Emendadas e se &como um porta voz do movi-mtde preservação.

Para quem fica surpreso copresença de Tetê neste grupo.explica que a luta ecológica é rconstante em sua vida. AindsMaranhão, ele criou a primsecretaria de ecologia e resü.:naturais" lutando contra os ah;cometidos em Carajás e É@ìcontra os causados pela ALCCno porto de São tuís. Na Idaçáo Cultural do DF ele esrfrente do núcleo do Meio Ambiucriado na admirii"stração de tr

Humberto. Ele foi, também"dos manifestantes mais ativos'luta contra a construção da L-:Nuclear de Angra dos Reis. teinclusive criado a frase que hcusada em manifestações i-nnacionais: "Hoje ativo. pamanhã não ser radioativo".

Tetê alerta para o fato de ceecologistas terem uma menmÌidcolonialista. Diz Tetê: "A fpredileta deste tipo de ecoÌogisNão mexam na Adazônia, eh r

pulmão do mundo. Ora. issotemrazâo de ser. O ecologista qcerto sabe que há maneiras deplorar racionalmente a naiurezé assim que o gïupo que Ìutapreservação de Aguas Emenrirpensa. Se esta -reserva niiopreservada, Brasília coÌTe o r.de se tornar um deserto EotrE!tal. Isto não é um prognóstico rmista, é uma realidade".. Ele arcia que o grupo vai partir, agpara uma conscientização nacida necessidade de se preservar{&ea. Jir esiá sendo progranuma manifestação com a presde Bruna Lombardi, Gilberto (iaìvez, até, Tom Jobim, em brer

Para finalizar, Tetê nos conla pensar melhor sobre o probl,e"Nós temos que abstrair uE pcda situação internacional. E dque êxistem os misseis, o risouma gueÌ"a nuclear, certaecaráguas, Kiev, a übia, mas teque olhar também, e principalote para o que ocoÌTe aqui nos r

sos jardins. A violência da refuàgrária e o risco de morte depatrimônio nacional como é ÁgF---,{-n--"

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