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    Universidade Aberta do Brasil

    Universidade Federal do Esprito Santo

    Cincias Contb

    Administrao FinanceiraLeonardo de Resende Dutra

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTONcleo de Educao Aberta e a Distncia

    Administrao Financeira

    Leonardo de Resende Dutra

    Vitria2012

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    Presidente da RepblicaDilma Rousse

    Ministro da EducaoAloizio Mercadante

    DED - Diretoria de Educao a Distncia

    Sistema Universidade Aberta do BrasilJoo Carlos Teatini de Souza Climaco

    ReitorReinaldo Centoducatte

    Pr-Reitor de Ensino de GraduaoMaria Auxiliadora de Carvalho Corassa

    Diretor Geral do ne@adReinaldo Centoducatte

    Coordenadora UAB da UFESMaria Jos Campos Rodrigues

    Direo Administrativa ne@adMaria Jos Campos Rodrigues

    Diretor Pedaggico do ne@adJulio Francelino Ferreira Filho

    Diretor de Centro de Cincias Exatas

    Gelson Junquilho

    Coordenadora do Curso de Graduaoem Cincias Contbeis - Bacharelado,

    modalidade a distnciaMarlia Nascimento

    Design GrfcoLDI - Laboratrio de Design Instrucional

    ne@adAv. Fernando Ferrari, n.514 -CEP 29075-910, Goiabeiras - Vitria - ES

    (27)4009-2208

    A reproduo de imagens de obras em (nesta) obra tem o carter pedaggico e cientifco, amparado pelos limites dodireito de autor no art. 46 da Lei n o 9610/1998, entre elas as previstas no inciso III (a citao em livros, jornais, revistas ou

    qualquer outro meio de comunicao, de passagens de qualquer obra, para fns de estudo, crtica ou polmica, na medidajustifcada para o fm a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra), sendo toda reproduo realizada comamparo legal do regime geral de direito de autor no Brasil.

    Copyright 2012. Todos os direitos desta edio esto reservados ao ne@ad. Nenhuma parte deste material poderser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrnico, por otocpia e outros, sem a prvia autorizao,por escrito, da Coordenao Acadmica do Curso de Licenciatura em Cincias Contbeis, na modalidade a distncia.

    LDI CoordenaoHeliana Pacheco

    Jos Otavio Lobo Name

    Ricardo Esteves

    GernciaSamira Bolonha Gomes

    EditoraoThiers Ferreira

    CapaThiers Ferreira

    IlustraoThiers Ferreira

    ImpressoGrfca e Editora GSA

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO

    Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP)(Biblioteca Central da Universidade Federal do Esprito Santo, ES, Brasil)

    Dutra, Leonardo de Resende.Administrao nanceira / Leonardo de Resende Dutra. -

    Vitria : UFES, Ncleo de Educao Aberta e a Distncia, 2012.75 [1] p. : il.

    Inclui bibliograa.ISBN:

    1. Administrao nanceira. I. Ttulo.

    CDU: 658.15

    D978a

    Laboratrio de Design Instrucional

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    1.1 Administrao Financeira e a Contabilidade

    Funo do Administrador Financeiro 07

    2.1 Capital de Giro2.1.1 Subcapitalizao x Capital de Giro2.2 Ciclo de Caixa2.3 Reexo da poltica de crdito nas vendas e no Resultado2.3.1 Poltica de Desconto Financeiro2.3.2 Poltica de Flexibilizao de Prazos2.4 Administrao dos Estoques2.4.1 Poltica de Estocagem2.4.2 Mtodos de Administrao de Estoque2.4 Administrao Contas a Pagar

    Capital de Giro e Gesto de Ativos Circulantes 15

    10

    16161722222324272830

    3.1 Introduo3.2 Estimativa de Fluxo de Caixa

    3.2.1 Mensurao do Fluxo de Caixa Incremental3.3 Tcnicas de Anlise de Investimentos3.3.1 Taxa Mdia de Retorno3.3.2 Payback3.3.3 Valor Presente Lquido3.3.4 Taxa Interna de Retorno

    35

    3638394041424349

    Anlise de Investimento de Capital

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    4.1 Introduo

    4.2 Alavancagem Financeira4.3 Custo de Capital4.3.1 Custo da Fontes de Capital

    53

    54

    546061

    5.1 Fontes de fnanciamento de curto e mdio prazo5.2 Fontes de fnanciamento de longo prazo

    66

    7070

    Estrutura de Custos e Capital

    Fontes de Financiamento

    6.1 Principais causas da alta de recursos nas empresas

    72

    75

    Fluxo de Caixa

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    Ao optar por azer o Curso de Cincias Contbeis distncia, voc

    optou por participar de um novo mtodo de ensino. Dessa orma,

    voc ter bastante fexibilidade para realizar as atividades previs-

    tas. Embora voc possa denir o tempo que ir dedicar a este tra-

    balho, ele oi planejado para ser concludo em um prazo determinado. Verique

    sempre, no calendrio, o tempo de que voc dispe para dar conta das ativida-

    des nele propostas. L, estaro agendadas todas as atividades, inclusive aquelasa serem encaminhadas, em data previamente determinada, ao Proessor-Tutor.

    Na disciplina ADMINISTRAO FINANCEIRA, trataremos das questes que se

    azem presentes nos contextos empresariais. Como a qualidade do ensino est

    diretamente articulada ao que realizamos no processo de aprendizagem, dis-

    cutiremos e abordaremos os principais instrumentos dos quais podemos lanar

    mo para alcanar os objetivos de nosso trabalho, que a anlise da alternativa

    que maximize a riqueza da empresa.

    O autor

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    Funo do

    Administrador

    Financeiro

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    Finanas so aplicaes de uma srie de princpios econmicos e

    nanceiros para maximizar a riqueza ou o valor dos negcios. A

    incerteza e o risco so aspectos que devem ser considerados no pro-

    cesso de deciso nanceira, pois quando um administrador nan-ceiro toma a deciso de investir, ele objetiva aproveitar os ativos

    de maneira mais eciente, a m de obter retornos mais rpidos as-

    sumindo o menor nvel de risco possvel.

    Isto posto, Administrao Financeira um processo decisrio que

    se baseia amplamente em conceitos econmicos e na contabilidade

    como cincia da inormao.

    De acordo com Gitman (1987), a importncia da Economia para

    o desenvolvimento de um ambiente nanceiro e da teoria nanceira

    pode ser mais bem descrita em uno de suas reas mais amplas:

    macro e microeconomia.

    Macroeconomia: estuda a estrutura institucional do sistema

    bancrio, intermedirios nanceiros, as polticas econmicas

    que o governo dispe para controlar o nvel de atividades eco-

    nmicas. A teoria e a poltica macroeconmica analisam tam-

    bm a estrutura internacional, de orma que os recursos fuam

    entre os pases, que a atividade econmica seja estabilizada e o

    desemprego possa ser controlado.

    Microeconomia: envolve os conceitos de oerta e demanda e

    as estratgias de maximizao dos lucros, composio dos ato-res produtivos, nveis timos de vendas e estratgias de deter-

    minao de preo dos produtos.

    Assim, possuir conhecimentos das demais cincias, tais como

    a contabilidade e a economia para entender o complexo ambiente

    econmico, constituem a base de conhecimento do administrador -

    nanceiro, pois, de acordo com Solomon (1987), a lgica undamental

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    da maximizao da riqueza estabelecida pelas nanas corporativas

    refete a utilizao eciente dos recursos econmicos da sociedade.

    O papel e a importncia da uno nanceira esto diretamente

    associados ao porte das empresas. Nas micro e pequenas empresasa administrao nanceira normalmente vinculada aos prprios

    scios. Nas grandes instituies empresariais, a uno nanceira

    normalmente exercida em uma determinada unidade departamental,

    ligada diretamente presidncia da companhia.

    De acordo com Gitman (1987) ao administrador nanceiro esto

    relacionadas trs atividades bsicas:

    Anlise e Planejamento Financeiro: Envolve a transormao

    dos dados nanceiros de orma que possa orientar a posio -

    nanceira da empresa, avaliar os investimentos uturos e os -

    nanciamentos necessrios para a realizao destes projetos.

    Administrao da Estrutura de Ativos da Empresa: A partici-

    pao dos diversos itens de ativos lquidos que devem ser man-

    tidos para garantir a solvncia da empresa e quanto pode ser

    investido em itens no circulantes, com o objetivo de minimizar

    os riscos e maximizar o retorno.

    Administrao da Estrutura Financeira da Empresa:Anali-

    sar quais so as melhores alternativas de endividamento para

    a empresa, o custo do capital de terceiros e as melhores on-

    tes de nanciamento.O objetivo do administrador nanceiro a maximizao da ri-

    queza dos proprietrios da empresa ou acionistas, e as atividades

    descritas so refetidas no balano patrimonial como aplicao e ori-

    gem de recursos e anlise das demonstraes contbeis, que refetem

    a situao nanceira da empresa.

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    1.1Administrao Financeira e a Contabilidade

    De acordo com o artigo 176 da lei 11.638/07, ao trmino de cada exer-

    ccio social, a diretoria dever elaborar, com base na escriturao con-

    tbil, as demonstraes contbeis, que devero exprimir com clareza

    a situao do patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no

    perodo, assim, as inormaes geradas pela contabilidade equivalem

    a um conjunto de dados apurados e divulgados pelas empresas, reve-

    lando os vrios resultados do seu desempenho em um exerccio social.

    As demonstraes contbeis obrigatrias s sociedades annimas

    de acordo com a lei 11.638/07 so:

    Balano patrimonial;

    Demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados;

    Demonstrao do resultado do exerccio; Demonstrao dos fuxos de caixa;

    Demonstrao do valor adicionado (se S/A de capital aberto).

    As sociedades annimas esto obrigadas societariamente e/ou

    estatutariamente a elaborar as demonstraes contbeis ao trmino

    do exerccio social. No entanto, na prtica so elaboradas em per-

    odos menores de tempo (mensais, trimestrais), de orma a permitir

    que a administrao da sociedade possa acompanhar periodica-

    mente aperormanceda empresa.

    De acordo com Almeida (2010) os objetivos dessas demonstraes

    contbeis so:

    Balano Patrimonial (BP) relata a situao patrimonial

    e nanceira da Sociedade na database de encerramento do

    exerccio social;

    Demonstrao do Resultado (DRE) relata os vrios resulta-

    dos obtidos (lucros ou prejuzos) em um exerccio social;

    Demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados (DLPA)

    relata as alteraes ocorridas durante o exerccio social na

    conta de lucros ou prejuzos acumulados;

    Demonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC) relata principal-mente os pagamentos e recebimentos ocorridos durante o exer-

    ccio social, relacionados com as atividades operacionais, de

    investimento e de nanciamento da sociedade;

    Demonstrao do Valor Adicionado (DVA) relata a ri-

    queza gerada pela sociedade e como oi distribuda e retida,

    durante o exerccio social.

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    Essas demonstraes so elaboradas de acordo com normas ou

    princpios (princpios contbeis) que norteiam os contadores no de-

    sempenho de suas atividades.

    De acordo com o princpio contbil da competncia, a contabi-

    lidade reconhece a receita quando esta or gerada independente-

    mente de ter sido recebida, e a despesa quando houver o consumo

    independentemente de ter sido pago. J ao administrador nanceiro

    interessam receitas e despesas quando estas representarem eetivas

    entradas e sadas de caixa. Assim, o regime de caixa a base para a

    tomada de decises do administrador nanceiro.

    A dierena entre regime de caixa e de competncia signi-

    cativa, pois uma empresa pode apresentar um balano patrimonial

    com bons ndices de liquidez e uma situao nanceira dicil, comindisponibilidade de recursos para saldar suas obrigaes.

    Exemplo:

    A Empresa S/A realizou no exerccio ndo uma nica venda a

    prazo de mercadorias pelo valor total de R$ 100.000,00, as quais o-

    ram adquiridas vista por R$ 80.000,00. O resultado contbil base-

    ado na competncia do exerccio e a perspectiva nanceira baseada

    no fuxo de caixa so representados pela Demonstrao do Resul-

    tado e do Fluxo de Caixa, respectivamente:

    Perspectiva Contbil

    Empresa S/A

    Demonstrao do Resultado exerccio fndo em 31/12

    Receita de Venda R$ 100.000,00

    (-) Custo mercadorias R$ 80.000,00

    = Lucro exerccio R$ 20.000,00

    Perspectiva FinanceiraEmpresa S/A

    Demonstrao do Fluxo de Caixa exerccio fndo em 31/12

    Entrada de Caixa R$ 0,00

    (-) Sadas de Caixa R$ 80.000,00

    = Fluxo Lquido de caixa (R$ 80.000,00)

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    Comparando as duas demonstraes observa-se que sob o ponto

    de vista contbil a Empresa S/A apresentou um lucro equivalente a

    20% do valor das vendas, porm sob a tica nanceira no dispe de

    entradas de caixa para saldar seus compromissos nanceiros

    Assim, como o administrador nanceiro preocupa-se em manter

    a solvncia da empresa, utiliza-se desses demonstrativos no pro-

    cesso de tomada de decises. E uma adequada gesto dos ativos cir-

    culantes de extrema importncia na mensurao da necessidade

    de capital de giro para o nanciamento das atividades operacionais.

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    Exerccio Proposto:

    1) Descreva a relao entre Administrao Financeira e Economia

    e explique como o administrador nanceiro se baseia nos princpios

    de macro e microeconomia.

    2) Quais so as maiores dierenas entre Contabilidade e Administra-

    o Financeira com respeito ao reconhecimento das receitas e despesas?

    3) Quais os demonstrativos contbeis obrigatrios pela Lei 11.638?

    4) possvel uma empresa ter um resultado lquido negativo, mas

    a apresentar uma gerao de caixa positiva? Justique sua resposta.

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    Reerncias:

    ALMEIDA, Marcel Cavalcanti. Manual prtico de interpretao

    contbil da lei societria. 1 ed. So Paulo: Atlas, 2010.

    SOLONON, Erza. Teoria da Administrao fnanceira. 3 ed. So

    Paulo, 1987.

    GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao fnanceira. 3 ed.

    So Paulo, 1987.

    BRASIL. Lei 11.638, de 27 Dezembro de 2007. Dispe sobre a elabo-

    rao e divulgao das demonstraes nanceiras. Dirio Ofcial da

    Repblica Federativa do Brasil, Braslia, 28 de dez. 2007. Disponvelem .Acesso em: 20 de ago. 2010.

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    Capital de Giro

    e Gesto de

    Ativos Circulantes

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    2.1Capital de Giro

    De acordo com Gitman (1987), o capital de giro de uma empresa se

    reere aos recursos aplicados no ativo circulante, e o capital circu-

    lante lquido ou capital de giro lquido reere-se dierena entre os

    ativos e passivos circulantes.

    O retorno e os ganhos de uma empresa vm, em princpio, de seus

    investimentos em ativos. Nesse caso, a manuteno do capital de

    giro se az necessrio para que a empresa possa operacionalizar sua

    atividade e aastar o risco de insolvncia.

    A necessidade de Capital de Giro varia conorme o tamanho, po-

    ltica operacional e o setor em que a empresa est inserida, e tambm

    pela sazonalidade. Empresas com atividades cclicas como agricul-

    tura e indstria de brinquedos tm variada necessidade de capitalde giro conorme a poca do ano. As usinas de acar e lcool, por

    exemplo, possuem elevados estoques no nal da sara de cana de

    acar, para suportar a entressara que vai se seguir.

    Assim, o volume de recursos que a empresa deve ter em capital

    de giro infuenciado pelos seguintes atores:

    Setor em que a empresa atua;

    Volume de Vendas;

    Poltica de Estocagem;

    Poltica de Crdito e de Compras;

    Ecincia Operacional.

    A alta de capital de giro para expandir a produo e o volume

    de vendas pode resultar em perda de mercado e de lucros, aetando

    negativamente o crescimento da empresa. Por outro lado, excesso de

    recursos aplicados em itens do ativo circulante pode reduzir a ren-

    tabilidade e gerar problemas de liquidez, caso os ativos no sejam

    convertidos em caixa.

    2.1.1 Subcapitalizao X Capital de GiroDe acordo Gitman (1987), a consequncia da subcapitalizao pode

    ser atal, pois medida que o volume de negcios da empresa au-

    menta, tambm aumenta a necessidade de capital de giro; sem uma

    estrutura de capital adequada, a empresa comea a enrentar proble-

    mas de liquidez. Essa situao decorre de pelo menos trs atores:

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    Subcapitalizao Inicial: Os scios subestimam o nvel de ca-

    pital de giro necessrio para manter a operacionalidade da em-

    presa, azendo com que o capital prprio se torne insuciente

    para as necessidades da empresa.

    Excesso de crescimento: Quando uma empresa se expande a um

    nvel em que a sua base de capital se torna insuciente para custear

    seu novo nvel de atividade, a empresa se torna subcapitalizada.

    Utilizao ineciente do seu capital de giro: Mesmo quando

    a empresa no sore de subcapitalizao inicial nem de cres-

    cimento excessivo, ela pode sorer alta de capital de giro de-

    vido aos problemas a seguir:

    Lucros e fuxos de caixa abaixo dos previstos podem signi-

    car menor liquidez para a empresa;

    Investimento de capital no previsto, ou excesso de gas-tos em projetos que desviam recursos originalmente desti-

    nados para giro;

    Pagamento excessivo de dividendos signica menos re-

    cursos retidos;

    Recursos excessivos aplicados em estoques e contas a receber.

    Assim, como as obrigaes da empresa so pagas com caixa e

    no com lucros, o capital de giro um volume de recurso necess-

    rio para manter a empresa em uncionamento at que se complete

    seu ciclo de caixa.

    2.2Ciclo de Caixa

    O ciclo de caixa de uma empresa, de acordo com Matarazzo (2003),

    uma unidade de tempo, ou seja, o tempo decorrido entre o ins-

    tante em que a empresa az o desembolso para pagamento das

    compras e da mo de obra e o recebimento dos recursos provenien-

    tes das vendas. Este o perodo em que a empresa tem de nanciar

    suas atividades operacionais com recursos prprios, e, caso no pos-sua recursos sucientes para nanciar sua necessidade de capital de

    giro, ter que recorrer a capital de terceiros.

    Assim, sob a tica nanceira, quanto menor o ciclo de caixa de

    uma empresa menor ser sua necessidade de capital de giro.

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

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    As estratgias bsicas que so empregadas pelas empresas na

    gesto do ciclo de caixa so:

    Retardar, tanto quanto possvel, via negociao de prazos,

    o pagamento das duplicatas, sem prejudicar o conceito de

    crdito da empresa;

    Girar os estoques com a maior rapidez;

    Receber num menor prazo possvel as duplicatas a receber,

    sem, contudo, prejudicar vendas uturas devido a uma poltica

    de crdito muito restritiva.

    O diagrama abaixo ilustra o ciclo econmico e nanceiro ou ci-

    clo de caixa da empresa, e os Prazos Mdios que evidenciam a e-

    cincia operacional da gesto, a partir da vericao da velocidade

    com que determinados itens do Balano, principalmente do Ativo

    Circulante, se renovam durante o exerccio.

    O ciclo econmico signica o perodo de tempo decorrido entre a

    aquisio de matrias primas at o recebimento das duplicatas pro-

    veniente das vendas a prazo.

    O ciclo nanceiro ou ciclo de caixa compreende o tempo de-corrido entre o pagamento das duplicatas at o recebimento das

    duplicatas proveniente das vendas a prazo.

    Compra deMaterial

    Venda PAa prazo

    CobranaDuplicatas

    RecebimentoPagamentoDuplicatas

    PMP35 dias

    PME85 dias

    Ciclo de Caixa120 dias

    0 35 85 155

    PME85 dias

    Ciclo Operacional 155 dias

    Ciclo Econmico e Financeiro

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    21/80Administrao Financeira|19

    Com base no diagrama, nota-se que:

    CO = PME + PMR

    CF = CO PMP

    Onde:

    CO = Ciclo Operacional

    PME = Prazo mdio de estocagem

    PMR = Prazo mdio de recebimento das vendas

    CF = Ciclo Financeiro

    PMP = Prazo mdio de pagamento das compras de matria prima.

    Estes conceitos caro mais claros a partir do seguinte exemplo:

    A empresa KLM paga suas duplicatas em mdia com 35 dias e re-

    cebe de seus clientes com 70 dias. Passam-se 85 dias entre o mo-mento em que a matria prima comprada at a poca em que seu

    produto acabado vendido.

    Com base nos dados calcule o ciclo de caixa da empresa.

    CO = PME + PMR CF = CO PMP

    CO = 85 + 70 CF = 155 - 35

    CO = 155 dias CF = 120 dias

    Veremos a seguir as principais polticas operacionais, tais comopoltica de crdito, de estocagem e de compras, que podem ser adota-

    das na gesto de itens do circulante que impactam no ciclo de caixa

    da empresa e, consequentemente, na necessidade de capital de giro.

    ESTOQUE

    COMPRA

    VENDE

    PAGAMENTOS

    RECEBE

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    22/8020|Administrao Financeira

    Administrao das Contas a Receber

    A conta a receber de uma empresa nasce no momento em que a

    empresa vende bens e servios a prazo. Nesse momento, o estoque

    baixado e uma duplicata emitida contra esse cliente, criando-se

    ento uma conta a receber; medida que esses bens e servios so

    pagos, o valor do contas a receber se reduz no mesmo montante.

    O valor total da conta clientes ou contas a receber determinado

    pelo volume de vendas a prazo e o perodo mdio de recebimento

    dessas vendas. Assim, da mesma orma que qualquer outro ativo, o

    investimento em contas a receber precisa ser nanciado de alguma

    orma, com capital prprio ou capital de terceiros.

    A administrao do contas a receber de orma eciente, de

    acordo com Groppelli; Nikbakht (2005) comea pelo estabeleci-mento de uma poltica de crdito para as empresas, bem como um

    sistema de monitorao e controle.

    A poltica de crdito uma das principais variveis que aetam

    as vendas da empresa. Uma poltica de crdito restritiva retrai o

    volume de vendas, enquanto uma poltica mais fexvel de prazo

    pode maximizar as vendas da empresa, porm, aumenta o risco de

    inadimplncia. Os crditos problemticos podem aetar a liquidez

    das empresas e aumentar as possibilidades de perdas, que resultam

    na diminuio do capital prprio.

    De acordo com Blatt (1999) os principais erros na concesso do

    crdito so:

    Conceder crditos que no atendam aos princpios da seletivi-

    dade, garantias, liquidez e diversicao do risco;

    Renovar crditos a credores problemticos;

    Admitir crdito alm dos limites denidos pela analise de crdito;

    Conceder crditos a clientes que possuam restries cadastrais;

    Conceder crdito a clientes que tenham se maniestado proble-

    mticos em transaes comerciais, ainda que com outros credores;

    Conceder crdito sem a constituio de um documento ou t-tulo de crdito adequado, representativo de dvida.

    O acompanhamento do contas a receber deve ser constante

    para detectar qualquer variao e permitir que sejam tomadas

    medidas corretivas.

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    23/80Administrao Financeira|21

    O prazo mdio de recebimento das vendas mede o tempo decor-

    rido entre a venda a prazo e o recebimento das duplicatas. O ideal

    que o recebimento das vendas se eetue no menor prazo possvel.

    Na apurao do prazo mdio de recebimento das vendas, na com-

    posio do numerador da rmula abaixo, deve-se considerar que no

    valor de Clientes devero estar contidos os crditos de curto e longo

    prazo. No caso da Receita Operacional Bruta, devero ser desconta-

    dos os valores reerentes s devolues ocorridas no perodo.

    O resultado obtido demonstrar o prazo mdio em que a empresa

    est recebendo suas vendas.Na maioria das vezes, a empresa possui diversos clientes, aos

    quais vende com prazos dierentes, dependendo das negociaes es-

    peccas que so realizadas. Neste caso, deve-se utilizar a mdia

    aritmtica (simples ou ponderada) para clculo do prazo mdio de

    recebimento das vendas, conorme exemplos abaixo:

    Determinada empresa possui 08 clientes, os quais compram regu-

    larmente, com os seguintes prazos:

    Cliente A: 15 dias de prazo

    Cliente B: 30 dias de prazo

    Cliente C: Somente vista

    Cliente D: 45 dias de prazo

    Cliente E: 20 dias de prazo

    Cliente F: 35 dias de prazo

    Cliente G: 10 dias de prazo

    Cliente F: 21 dias de prazo

    Obs: Todos os clientes tm a mesma representatividade no volume de

    vendas. Qual o Prazo Mdio de Recebimento das Vendas?

    Soluo:

    Prazo Mdio de Recebimentos das Vendas (PMRV)

    Frmula:Clientes

    x 360Receita Operacional Bruta

    = 22 dias de prazo na mdia15 + 30 + 0 + 45 + 20 + 35 + 10 + 21

    8

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    24/8022|Administrao Financeira

    Supondo que determinada empresa possua um volume mdio de ven-

    das mensais de R$ 100.000,00 distribudo conorme abaixo:

    20 % das vendas ( vista)

    45% das vendas: 30 dias de prazo

    35% das vendas: 45 dias de prazo

    Qual o Prazo Mdio de Recebimento das Vendas?

    Soluo:

    Observe que, nesse caso, cada categoria de clientes possui um peso

    dierente no total das vendas da empresa. Utilizaremos ento a m-

    dia ponderada.

    20% x 100.000,00 = 20.000,00 vista

    45% x 100.000,00 = 45.000,00 com 30 dias de prazo

    35% 100.000,00 = 35.000,00 com 45 dias de prazo

    2.3Reexo da Poltica de Crdito nasVendas e no Resultado das Empresas

    As polticas de crdito adotadas pelas empresas especicam os pro-

    cedimentos para avaliar os solicitantes de crdito e as condies de

    reembolso dos crditos concedidos. Com o objetivo de maximizar o

    volume de vendas, a empresa pode adotar uma poltica de desconto

    ou de fexibilizao ou retrao dos prazos concedidos aos clientes,

    sendo que ambas aetam o volume de vendas e resultado.

    2.3.1 Poltica de Desconto Financeiro

    Quando uma empresa passa a oerecer ou elevar o desconto nan-

    ceiro, pode-se esperar as seguintes variaes ou eeitos sobre o lucro:

    Aumenta Aumenta

    Aumenta

    Aumenta

    Diminui

    Diminui

    Diminui Diminui

    Volume de Vendas

    Prazo mdio de

    Recebimentos

    Lucro por unidade

    Perda com devedores

    duvidosos

    Direo da Variao Efeito sobre o Lucro

    (20.000,00 x 0) + (45.000,00 x 30) + (35.000,00 x 45)

    100.00= 29,25 dias (mdia)

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    25/80Administrao Financeira|23

    2.3.2 Poltica de Flexibilizao de Prazos

    Quando uma empresa fexibiliza o prazo concedido aos clientes, po-

    dem-se esperar os seguintes eeitos sobre o lucro:

    O volume de contas a receber de acordo com Groppelli; Nikbaknt

    (2005) basicamente determinado pelos padres de crdito da com-panhia. Se orem rigorosos, poucos clientes sero qualicados ao

    crdito, as vendas a prazo vo declinar e consequentemente as con-

    tas a receber diminuiro. Caso contrrio, com padres mais fexveis,

    as vendas a prazo aumentaro e haver mais contas a receber.

    A poltica de crdito deve ser adaptada realidade da empresa,

    assim, az-se necessrio analisar as diversas variveis envolvidas para

    que se determine a implicao que a alterao na gesto das duplica-

    tas a receber exercero sobre a lucratividade global da empresa.

    Antes da deciso de fexibilizar os padres de crdito deve-se

    comparar o custo do contas a receber adicionais e os benecios pelo

    aumento das vendas. Caso o resultado dessa anlise custo x bene-

    cio or uma maximizao do lucro lquido, a empresa deve fexi-

    bilizar os padres de crdito, conorme demonstrado por Groppelli;

    Nikbaknt (2005), no exemplo abaixo:

    A empresa L. Trnica vende atualmente 100.000 unidades de apa-

    relhos eletrnicos. Cada unidade vendida por R$ 50,00. O custo

    varivel de R$ 40,00 por unidade; portanto, a margem de con-

    tribuio de R$ 10,00. Se os padres de crdito orem relaxados,espera-se que as vendas devam crescer em 30.000 unidades, das

    quais espera-se que 5% no seja recebido, devido aos maus pagado-

    res. Supondo-se que o custo dos produtos vendidos seja de 80% das

    vendas e que os custos de nanciamento sejam de 12%, determine

    se o relaxamento dos padres de crdito seria uma deciso lucrativa

    para a empresa L. Trnica.

    Aumenta Aumenta

    Diminui

    Diminui

    Aumenta

    Aumenta

    Volume de Vendas

    Prazo mdio de

    Recebimentos

    Perda com devedores

    duvidosos

    Direo da Variao Efeito sobre o Lucro

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    26/8024|Administrao Financeira

    Soluo:

    O benecio esperado o lucro das vendas adicionais de R$

    300.000,00 (30.000 unidades adicionais x a margem de contribuio

    de R$ 10,00); os custos de R$ 75.000,00 referentes a devedores du-

    vidosos, e um custo de nanciamento de R$ 48.000,00 do aumento

    do contas a receber (R$ 500.000,00 x 80% x 12%).

    Quadro demonstrativo da anlise custo x benecio para novas con-

    tas a receber:

    Benecios:

    Lucro das Vendas Adicionais

    (30.000 unidades x R$ 10,00 Margem de contribuio) R$ 300.00,00

    Custos:Custo com devedores duvidosos

    (30.000 x R$ 50,00 x 5%) (R$ 75.000,00)

    Custo do Financiamento Adicional

    (R$ 500.000,00 x 80% x 12%) (R$ 48.000,00)

    LUCRO LQUIDO R$ 177.000,00

    Considerando os dados acima, a empresa L. Trnica obter um

    Lucro Lquido de R$ 177.000,00 se fexibilizar seus padres de cr-

    dito. Porm, nem sempre o resultado da exibilizao do crdito ser

    interessante, pois, algumas vezes, os custos de devedores duvidosos

    e custo de nanciamento do aumento do contas a receber superam

    os lucros das vendas adicionais.

    2.4Administrao do Estoques

    O principal propsito da administrao de estoque manter um n-vel de estoque que assegure o atendimento pontual dos pedidos dos

    clientes em quantidades satisatrias.

    Os estoques so signicativos na estrutura de ativos da maio-

    ria das empresas, e, assim como o Contas a Receber, os nveis de

    estoque dependem das vendas da empresa. Um erro na previso de

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    27/80Administrao Financeira|25

    estoques acarreta perda de vendas ou custos nanceiros desneces-

    srios na manuteno dos estoques.

    Em outras palavras, o custo de manuteno de estoque impede

    o aproveitamento de outras oportunidades lucrativas. Por exemplo,

    se houver uma oportunidade de obter 15% de lucro sobre o inves-

    timento, a manuteno de um nvel de estoque de R$ 100.000,00

    custa anualmente R$ 15.000,00.

    Os estoques podem ser classicados em trs tipos: matria-prima,

    produtos em elaborao e produtos acabados. Como os estoques pre-

    cisam ser adquiridos antes das vendas, muito importante que a

    previso de vendas seja realista para que se possa ter uma adminis-

    trao de estoque eciente, conorme exemplo abaixo:

    A loja de roupas de praia Estrela Muda precisa fazer o pedido de

    biqunis para o prximo vero at junho, para receber o pedido emnovembro e estar sucientemente estocada para o perodo de alta

    demanda entre os meses de dezembro a evereiro. Os biqunis apre-

    sentam uma grande variedade de estilos, cores e tamanhos, se a em-

    presa errar na quantidade ou nos modelos que escolher ela poder

    ter problemas. Perder vendas se estocar menos do que necessrio,

    e ter que reduzir seus preos e sorer prejuzos se estocar demais,

    ou se os modelos que estocar no carem no gosto de seus clientes.

    Para simplicar vamos assumir que a Estrela Mida tem R$ 10.000,00

    investidos em estoque bsico, e que oi totalmente nanciado com ca-

    pital prprio. Teremos ento a seguinte estrutura patrimonial:

    Ativo Passivo

    Circulante No Circulante

    Estoque Bsico 10.000,00 Patrimnio Lquido

    Capital Social 10.000,00

    Total do Ativo 10.000,00 Total do Passivo 10.000,00

    As compras de biqunis para o prximo vero sero de R$100.000,00, e o lucro estimado para as vendas na alta estao ser de

    30%. Como as compras tm de ser pagas vista, a empresa recorre

    a capital de terceiros para nanciar sua encomenda. Seu balancete

    antes do incio do vero apresenta-se conorme abaixo:

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    28/8026|Administrao Financeira

    Ativo Passivo

    Circulante Circulante

    Estoque Vero 100.000,00 Emprstimo 100.000,00

    Estoque bsico 10.000,00 No Circulante

    Patrimnio Lquido

    Capital 10.000,00

    Ativo Total 110.000,00 Passivo Total 110.000,00

    Se tudo correr como previsto, as vendas sero realizadas, os es-

    toques se convertero em dinheiro, a dvida com o banco ser paga

    e a empresa realizar um lucro, e estar pronta para enrentar o

    prximo vero. O balancete da empresa aps o vero de sucesso

    seria o seguinte:

    Ativo Passivo

    Circulante No Circulante

    Caixa 30.000,00 Patrimnio Lquido

    Estoque Bsico 10.000,00 Capital Social 10.000,00

    Lucro 30.000,00

    Total do Ativo 40.000,00 Total do Passivo 40.000,00

    Mas suponha que o vero no tenha sido bom, e a empresa ven-

    deu apenas 20% do Estoque de Vero. O balancete em abril apre-

    senta-se conorme abaixo:

    Ativo Passivo

    Circulante Circulante

    Caixa 6.000,00 Emprstimo 80.000,00

    Estoque Vero 80.000,00

    Estoque bsico 10.000,00 No Circulante

    Patrimnio Lquido Capital 10.000,00Lucro 6.000,00

    Ativo Total 96.000,00 Passivo Total 96.000,00

    Como a empresa no consegui vender os biqunis no vero, como

    vai vender esses biqunis ora de moda agora nas vsperas do in-

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    29/80Administrao Financeira|27

    verno? Provavelmente s liquidando-os. Considerando que todo o

    Estoque de Vero tenha sido vendido em uma promoo por R$

    62.000,00, o resultado seria o seguinte:

    Ativo Passivo

    Circulante Circulante

    Caixa 6.000,00 Emprstimo Bancrio 18.000,00

    Estoque Vero 0,00

    Estoque bsico 10.000,00 No Circulante

    Patrimnio Lquido

    Capital 10.000,00

    Prejuzo (12.000,00)

    Ativo Total 16.000,00 Passivo Total 16.000,00

    Agora a empresa est em diculdades, pois no tem dinheiro su-

    ciente para pagar o emprstimo bancrio e, se o banco no renovar

    o crdito, a empresa ter de vender seu estoque bsico e, se isso no

    or suciente, poder alir.

    2.4.1 Poltica de Estocagem

    O objetivo de uma boa administrao de estoque manter o estoque

    necessrio para as operaes da empresa ao menor custo total pos-

    svel. De acordo com Gitman (1987), os principais conceitos e custos

    envolvidos na poltica de estocagem so:

    Estoque Mdio

    Se considerarmos que Q a quantidade pedida de cada vez, que os

    estoques so consumidos linearmente ao longo do perodo, e que

    o estoque cai a zero imediatamente antes de receber o novo pe-

    dido, o estoque mdio do perodo pode ser demonstrado como Q/2.

    Custo do Pedido de Compra

    O custo do pedido de compras inclui os custos de salrios e or-

    denados dos empregados do departamento de compras, a de-

    preciao dos equipamentos, e o custo dos suprimentos para

    preparar os pedidos de compra. Quanto mais vezes os pedidos

    so eitos, mais dispendioso o processo de compra.

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    30/8028|Administrao Financeira

    Custo de Manuteno do Estoque

    Este custo, principalmente o nanceiro, aumenta na proporo

    direta do volume de estoque mantido. Alm desse, h o custo de

    armazenagem, manuseio, seguro, depreciao, impostos e ou-

    tros. O custo de manuteno aumenta medida que o nmero

    de unidades em cada pedido aumenta. Assim, o custo de ma-

    nuteno do estoque o custo unitrio de manuteno de um

    item por perodo multiplicado pelo estoque mdio durante esse

    perodo, dado pela rmula:

    Custo de Manuteno = Custo Unitrio x Q/2

    2.4.2 Mtodos de Administrao de Estoque

    A administrao, para operar economicamente, deve aumentar o n-

    vel de estoque se isso resultar em benecios superiores ao custo adi-

    cional de manuteno desse estoque. Abaixo, de acordo com Gitman

    (1987), so apresentados alguns mtodos de gesto de estoque:

    Lote Econmico de Compra - LEC

    a quantidade de um item que, quando pedido regularmente,

    resulta em custos mnimos de pedido e estocagem. As premis-

    sas do modelo de Lote Econmico so de que as vendas podem

    ser previstas com preciso, as vendas so distribudas unior-

    memente ao longo do ano, os pedidos so recebidos no prazo

    e os estoques vo completamente a zero antes do recebimento

    do novo pedido. O lote econmico pode ser determinado com

    o uso da seguinte rmula:

    Onde:

    Q = nmero de unidades requeridas por perodo de tempo

    Cp = custo por pedido de compra

    Cm= custo de manuteno

    2Q x Cp

    CmLEC =

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    31/80Administrao Financeira|29

    Exemplo:

    Em determinada empresa o consumo anual de um determinado

    item de 10.000 unidades, o custo de um pedido de compra de R4

    120,00, e o custo de manuteno de estoque por unidade de R$

    4,00. Sob essas condies, o custo mnimo de compra :

    A empresa minimizar o custo total de pedir e estocar se 774 unida-des orem requisitadas em cada pedido de compra. J que o consumo

    de 10.000 unidades por ano, a empresa dever emitir 13 pedidos de

    compra, solicitando 774 unidades de cada vez.

    Sistema ABC

    Com o sistema ABC desnecessrio controlar todos os itens in-

    dividualmente para se administrar adequadamente o estoque,

    pois existem empresas que tem milhares de itens estocados, e o

    custo do controle ormal desses itens seria proibitivo.

    Nesse sistema, a empresa analisa cada item do estoque, e os itens

    que so mais caros, mais utilizados, cuja alta provocaria conse-

    qncias danosas, que tem o maior prazo de entrega, so classi-

    cados na categoria A. Os menos importantes na categoria B, e

    os demais na C. Essa classicao orienta os esoros da adminis-

    trao de modo a cuidar prioritariamente dos itens mais relevantes.

    Os controles para os itens classicados na categoria A devemser os mais rgidos e completos, estima-se que os itens classi-

    cados nessa categoria representem 20% apenas do estoque, e so

    responsveis por cerca de 90% dos investimentos eetuados em

    estoque. Os itens da categoria B representando certa de 30% do

    estoque e os demais produtos classicados como C, correspon-

    dem a 50% e representam cerca de 2 a 3% do investimento total.

    2Q x Cp

    CmLEC =

    LEC =

    (2 x 10.000) x 120= 600.00 = 774 unidades

    4

    Consumo Atual

    LECN de pedidos ano = = = 12,91 = 13 vezes

    10.000

    774

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    32/8030|Administrao Financeira

    Sistema EDI (Eletronic Data Interchange)

    Esse sistema est voltado principalmente para o controle de es-

    toques de produtos acabados, pois permite uma comunicao

    direta entre os sistemas de inormtica da empresa com os de

    seus ornecedores para troca automtica de inormaes e soli-

    citao direta dos pedidos de compra.

    A empresa, ao eetuar a venda, a caixa registradora identica o

    produto atravs da leitura do cdigo de barras, e passa essa in-

    ormao imediatamente para o sistema de controle de estoque,

    que processa sua baixa. Quando o estoque atinge um nvel m-

    nimo pr determinado pela administrao, o sistema de inor-

    mtica acessa diretamente os computadores do ornecedor com

    um novo pedido de compra.

    Sistema Kan Ban /JIT

    Dierentemente do EDI, o sistema Kan-Ban utilizado principal-

    mente para controlar estoques de matria-prima e produtos em

    elaborao. Por isso, sua grande utilizao tem sido em empresas

    industriais, diretamente na linha de produo. Essa tcnica de

    administrao de estoque oi desenvolvida inicialmente por em-

    presas japonesas, mas j est bem disseminada em todo o mundo.

    A entrega das peas est sincronizada com a linha de mon-

    tagem, chegando normalmente algumas horas antes de serem

    utilizadas. Esse sistema reduz muito a necessidade de manter

    grandes estoques de matria prima, mas requer uma grande

    coordenao entre o abricante e seus ornecedores, tanto no

    tempo de entrega como no controle da qualidade.

    2.5Administrao Contas a Pagar

    O objetivo do administrador nanceiro , sem comprometer a imagem

    e o crdito da empresa junto ao mercado, encurtar o prazo de recebi-mento das vendas e ampliar o prazo de pagamento aos ornecedores.

    Porm, esse enfoque deve ser usado de forma muito cuidadosa, pois

    prazos longos de pagamento aos ornecedores podem prejudicar as re-

    laes com o mesmo, e acarretar prejuzos para a empresa.

    As contas a pagar, de acordo com Nikbakht; Groppelli (2005),

    podem ser vistas como emprstimos sem juros obtidos junto aos

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    33/80Administrao Financeira|31

    ornecedores, pois na ausncia dessa onte de nanciamento a

    empresa demandaria um maior volume de capital prprio para -

    nanciar seu ciclo nanceiro.

    Porm, a utilizao do crdito junto ao fornecedor nem sempre

    interessante para a empresa compradora, pois geralmente so oe-

    recidos descontos para as compras vista ou com prazos de paga-

    mento relativamente pequenos. Nesse caso, o benecio do desconto

    deve ser aceito e exceder o custo de oportunidade.

    Exemplo:

    A companhia ABC tem a opo de um desconto de 3% para pa-

    gamento vista em uma compra de mercadoria no valor de R$

    100.000,00. Ou usar do crdito junto ao ornecedor e pagar a atura

    num prazo de 60 dias.A empresa possui uma linha de crdito para capital de giro no

    Banco Beta a uma taxa nominal de 14% ao ano. Qual a opo

    mais econmica para a empresa: usar o desconto e pagar vista ou

    comprar a prazo?

    Neste caso, observa-se uma economia de R$ 736,67 deve-se aprovei-

    tar o desconto e o valor de R$ 97.000,00 deve ser tomado empres-

    tado ou retirado dos undos disponveis existentes.

    Soluo:

    Benecio do desconto vista (3% x R$ 100.000,00) = R$ 3.000,00

    Custo Capital de Terceiros (R$ 97.000,00 x 14% x 60/360) = (R$ 2.263,33)

    Benecio Lquido R$ 736,67

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    34/8032|Administrao Financeira

    Exerccio Proposto:

    1) A empresa Micro Chick vendeu 43.200 monitores de computa-

    dores no ano de 2010 ao preo de R$ 545,00 cada, dando um prazo

    de 30 dias para pagamento a seus clientes. No balano patrimo-

    nial em 31/12/2010 a conta Clientes apresentava um saldo de R$2.746.800,00. Considerando que as vendas so uniormes ao longo

    do ano, a empresa est recebendo suas aturas em dia?

    2) A empresa industrial Delta S/A, considerando sua poltica ope-

    racional, est prevendo vendas anuais no total de R$ 10 milhes

    para o ano de 2011. Os seus custos variveis representam 80% das

    vendas, e seu custo de capital de 16%. No momento, a poltica de

    vendas de recebimento em um prazo mdio de 30 dias, e a inadim-

    plncia com devedores duvidosos de 2%.

    A empresa gasta anualmente R$ 50.000,00 para cobrar os clientes em

    atraso, a alquota de imposto de renda sobre o lucro de 35%, seus cus-

    tos xos so de R$ 200.000,00. O gestor de crdito est estudando duas

    propostas de alterao no prazo mdio de recebimento das vendas:

    Proposta 1

    Adotar uma poltica de crdito mais liberal, e aumentar o perodo

    mdio de recebimento de 30 para 45 dias. As premissas dessa al-

    ternativa so as seguintes:

    Despesas de cobrana aumentam em R$ 10.000,00

    Vendas aumentam em R$ 1 milho por anoPerdas por inadimplncia nas vendas atuais se mantm constantes

    Perdas por inadimplncia nas vendas adicionais crescem para 4%

    Proposta 2

    Restringir a poltica de crdito, reduzindo o prazo mdio de rece-

    bimento das vendas de 30 para 20 dias. As premissas dessa alter-

    nativa so as seguintes:

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    35/80Administrao Financeira|33

    Despesas de cobrana reduzem-se em R$ 5.000,00

    Vendas se reduzem em R$ 1 milho por ano

    Perdas por inadimplncia nas vendas caem de 1% das vendas totais

    Elabore uma demonstrao de resultado da empresa industrial Delta

    S/A na situao atual, e elabore a seguir uma demonstrao de re-

    sultado para cada uma das propostas apresentadas, levando em con-

    siderao as alteraes provocadas por cada alternativa. A empresa

    deve alterar sua poltica de recebimentos?

    3) As lojas Artezanis tem atualmente vendas anuais de R$

    1.000.000,00. O prazo mdio de recebimentos de 30 dias, e as per-

    das por inadimplncia correspondem a 1% das vendas. A gerncia

    da empresa acredita que, se aumentar o prazo de recebimento dasvendas para 45 dias, as vendas aumentaro em R$ 100.000,00, mas

    as perdas nessas vendas adicionais montariam a 3% das vendas.

    A parcela dos custos variveis do seu CMV equivale a 40% das ven-

    das, o custo de nanciamento dos contas a receber de 15% a.a. e

    a alquota do IR da empresa de 40%. Assumindo ano de 360 dias

    e desconsiderando qualquer custo de oportunidade de investimento

    dos excessos de caixa:

    1. Qual seria o investimento incremental em contas a receber?

    2. Qual seria o custo incremental de nanciamento do contas a

    receber?

    3. Qual seria a variao incremental na resultado da empresa?

    4. Voc recomendaria essa mudana de poltica de crdito para a

    empresa?

    4) Uma indstria eletrnica consome 2.000 placas de circuito a cada

    100 dias na sua linha de produo de micro computadores. Sabendo-se

    que o custo de cada pedido de R$ 100,00, e que o custo de estocagem

    de R$ 10,00 por placa para o perodo de 100 dias, quantas placas devem

    ser encomendadas de cada vez para minimizar os custos?

    5) A Companhia AJAX tem as seguintes opes de pagamento para

    uma compra no valor de R$ 100.000,00:

    Captar recursos a taxa de nominal de 15% a.a. e pagar a fatura

    vista com desconto de 3%; ou

    Aceitar o crdito ofertado pelo fornecedor, e pagar daqui a 90 dias.

    Qual opo a mais econmica?

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    36/8034|Administrao Financeira

    Reerncias:

    BLATT, A. Avaliao de risco e deciso de crdito: um enfoque

    prtico. So Paulo: Nobel, 1999.

    MATARAZZO, Dante C.Anlise nanceira de balanos: abordagem

    bsica e gerencial. 6 ed. So Paulo: Atlas, 2003.

    GROPPELLI A.A; NIKBAKHT Ehsan.Administrao fnanceira. 2 ed.

    So Paulo: Saraiva, 2005.

    GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao fnanceira. 3 ed,

    So Paulo, 1987.

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    37/80Administrao Financeira|35

    Anlise de

    Investimento

    de Capital

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    38/8036|Administrao Financeira

    3.1Introduo

    O conceito do valor do dinheiro no tempo surge da relao entre

    juros e tempo, pois o dinheiro pode ser remunerado por certa taxa

    de juros num investimento, por um determinado perodo de tempo.

    Assim, uma mesma unidade monetria recebida no uturo no tem o

    valor que uma unidade monetria disponvel no presente.

    Esta armativa decorre do ato de que o dinheiro tem um valor

    no tempo, que a mesma quantia em $ (Real), em dierentes po-

    cas, tem outro valor, to maior quanto a taxa de juros exceda a

    zero. Por outro lado, dependendo da inao da economia, pode-

    se dizer que este dinheiro varia ao longo do tempo em razo do

    poder de compra de um $ (Real).

    Para melhor visualizao dos efeitos nanceiros das alternativasde investimentos, ou seja, entradas e sadas de caixa, utiliza-se uma

    representao grca denominada de Fluxo de Caixa (Cash-Flow).

    O fuxo de caixa apresentado esquematicamente conorme

    abaixo, onde se convencionou que os vetores orientados para cima

    representam valores positivos de caixa, ou seja, benecios, recebi-

    mentos ou receitas recebidas, e os vetores orientados para baixo in-

    dicam valores negativos: desembolsos ou pagamentos.

    Vale destacar a identicao do ponto de vista que est sendo

    traado o fuxo de caixa, pois um fuxo sob a tica de uma institui-

    o nanceira que concede um nanciamento dierente do fuxo

    de caixa sob a tica do indivduo beneciado por tal transao.A taxa de juros, ou taxa de crescimento do capital, a taxa de lucra-

    tividade recebida num investimento e, representa o percentual de ganho

    ou perda realizado na aplicao do capital em algum empreendimento.

    O capital um recurso limitado e, quando uma empresa az

    um investimento de capital, ela incorre em sadas de recursos de

    caixa, na expectativa de ganhos uturos. Dessa orma, devemos

    Entradas(+)

    (-)Sadas

    0tempo

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    39/80Administrao Financeira|37

    analisar a proposta de investimento de acordo com o retorno esperado, tendo em

    mente os riscos especcos.

    Ao se deparar com ontes limitadas de capital, a administrao deve decidir

    com cuidado se determinado projeto de investimento ou no economicamente

    vivel, considerando a taxa de retorno que apresenta, e, no caso de haver mais

    de um projeto de investimento, deve-se escolher aquele que mais contribuir

    para maximizar a riqueza da entidade.

    De acordo com Gitman (1987), o primeiro passo para decidir se um projeto de inves-

    timento de capital deve ser aceito ou no a mensurao do seu custo inicial, a estima-

    tiva dos benecios uturos e o julgamento se o projeto merece ou no ser implementado.

    Para determinar o custo do investimento inicial, o administrador nanceiro

    deve conhecer no mnimo:

    O preo de aquisio dos novos itens (mquinas, equipamentos, servios, outros).

    As despesas adicionais, tais como: custos de instalao, de embalagem do pro-duto, de distribuio, de inspeo, etc...

    O ganho de capital no caso de alienao dos equipamentos existentes.

    A despesa com impostos no caso da alienao dos equipamentos existentes.

    O exemplo abaixo demonstra como determinar o custo de um investimento inicial:

    A Companhia Ala est planejando a compra de um novo equipamento em subs-

    tituio ao atual pelo valor de R$ 200.000,00. Alm de R$ 4.000,00 pela entrega e

    R$ 9.000,00 pela instalao, o equipamento atual oi adquirido h trs anos por R$

    100.000,00, depreciado a uma taxa linear de 20% ao ano, e ser vendido atualmente

    pelo preo mximo de R$ 50.000,00. Supondo uma alquota de imposto de renda de 35%

    sobre o ganho de capital, determine o custo inicial deste equipamento.

    Soluo:

    Observe que o equipamento oi adquirido h trs anos, assim, ele j oi depreciado em

    60%, conorme abaixo:

    Depreciao ano 1: 100.000,00 x 20% = R$ 20.000,00

    Depreciao ano 2: 100.000,00 x 20% = R$ 20.000,00

    Depreciao ano 3: 100.000,00 x 20% = R$ 20.000,00

    Depreciao Acumulada R$ 60.000,00

    Assim, o valor contbil do equipamento atualmente de R$ 40.000,00 (R$

    100.000,00 R$ 60.000,00). Ser vendido por R$ 50.000,00 e haver um ganho de

    capital de R$ 10.000,00, sobre o qual dever ser pago imposto de renda sobre o ganho

    de capital na alquota de 35%. O imposto de renda sobre o ganho de capital ser de R$

    3.500,00 (R$ 10.000,00 x 35%).

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

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    Despesas Iniciais:

    Preo do Equipamento R$ 200.000,00

    Despesa de Entrega R$ 4.000,00

    Despesa de Instalao R$ 9.000,00

    IR ganho de Capital R$ 3.500,00

    Total das Despesas R$ 216.500,00

    Receitas Iniciais:

    Receita com a Venda do Equipamento R$ 50.000,00

    Total da Receita R$ 50.000,00

    Custo Inicial do Investimento R$ 166.500,00

    Lembre-se que no existir imposto de renda a pagar se o equi-pamento existente for vendido pelo seu valor contbil. Por exemplo,

    se o equipamento acima osse vendido pelo seu valor contbil, ou

    seja, por R$ 40.000,00, no haveria ganho de capital, e o imposto de

    renda devido na operao seria zero.

    3.2Estimativa de Fluxo de Caixa

    Para a anlise de qualquer proposta de investimento de capital, a

    estimativa do fuxo caixa uturo de undamental importncia no

    processo de avaliao da viabilidade econmica do investimento.

    Na projeo do fuxo de caixa, expressamos os benecios uturos

    lquidos, ou seja, entradas menos sadas de recursos a cada perodo,

    lquido de imposto de renda e em termos incrementais.

    O fuxo de caixa incremental o fuxo de caixa adicional que

    a empresa ir receber acima do fuxo de caixa atual, aps o pro-

    jeto ser aceito.

    Suponha que o fuxo de caixa atual de determinada empresa

    seja de R$ 300.000,00 por ano. Se este fuxo aumentar para R$450.000,00 aps o incio do novo projeto de investimento, o uxo de

    caixa incremental ser de R$ 150.000,00. Portanto, somente os R$

    150.000,00 sero considerados como benefcio do projeto.

    Vale inormar que se a empresa avalia o lanamento de um novo

    produto que competir com sua linha atual de produtos, a conside-

    rao desta canibalizao vital no processo de anlise.

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    41/80Administrao Financeira|39

    3.2.1 Mensurao do Fluxo de Caixa Incremental

    Na mensurao do fuxo de caixa incremental, existe um mtodo

    simples para se determinar o incremental de um novo projeto para

    cada ano, conforme Nikbakht; Groppelli (2005)

    1 - Calcular o lucro lquido adicional

    Lucro Lquido Estimado (incluindo o novo projeto)

    ( ) Lucro Lquido Estimado (sem o novo projeto)

    = Lucro Lquido Adicional

    2 - Calcular a economia de imposto de renda decorrente da

    depreciao adicional.

    Depreciao Adicionalx Alquota do imposto de Renda

    = Economia de imposto de renda pela depreciao adicional

    3 - Calcular o fuxo de caixa incremental somando ao lucro lquido

    adicional a economia proporcionada pela depreciao adicional.

    Lucro Lquido Adicional

    (+) Economia de imposto de renda pela depreciao adicional

    (=) Fluxo de Caixa Incremental

    O exemplo abaixo ilustra de maneira clara o clculo da mensura-

    o do fuxo de caixa incremental:

    Os lucros lquidos previstos para os prximos trs anos para a Com-

    panhia Beta so de respectivamente R$ 100.000,00, R$ 150.000,00

    e R$ 200.000,00. As despesas de depreciao anuais estimadas so

    de R$ 30.000,00, R$ 40.000,00 e R$ 45.000,00 respectivamente. Em

    consequncia de iniciar um novo projeto, os lucros lquidos projeta-

    dos para os prximos trs anos so de R$ 120.000,00, R$ 165.000,00

    e R$ 230.000,00. As despesas anuais estimadas de depreciao serode R$ 45.000,00, R$ 62.000,00 e R$ 66.000,00. Considerando uma

    alquota de imposto de renda de 40%, calcule o fuxo de caixa incre-

    mental do novo projeto (Nikbakht; Groppelli, 2005).

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    42/8040|Administrao Financeira

    Soluo:

    1 - Calcular o lucro lquido adicional para cada ano:

    2 - Calcular a economia de imposto de renda decorrente da depre-

    ciao adicional.

    3 - Calcular o fuxo de caixa incremental somando ao lucro lquido

    adicional a economia proporcionada pela depreciao adicional.

    Na prxima seo, os benecios anuais uturos lquidos gerados

    pelo projeto (R$ 26.000,00, R$ 23.800,00 e R$ 38.400,00) sero con-

    rontados com o investimento inicial do projeto.

    3.3Tcnicas de Anlise de Investimentos

    Uma vez determinado o fuxo de caixa incremental para o projeto, es-

    tudaremos agora os principais mtodos de avaliao de investimentos.

    De acordo com Nikbakht; Groppelli (2005), os principais mtodos

    de anlise de investimento so:

    Taxa Mdia de Retorno (TMR)

    Lucro Lquido estimado(incluindo o novo projeto)

    Lucro Lquido estimado

    (sem o novo projeto)

    Lucro Lquido Adicional R$ 20.000,00

    R$ 100.000,00

    R$ 120.000,00

    Ano 1 Ano 2 Ano 3

    R$ 165.000,00

    R$ 150.000,00 R$ 200.000,00

    R$ 230.000,00

    R$ 15.000,00 R$ 30.000,00

    Depreciao adicional

    estimada

    Alquota do Imposto

    de Renda40%

    R$ 15.000,00

    Ano 1 Ano 2 Ano 3

    R$ 22.000,00

    40% 40%

    R$ 21.000,00

    Economia de imposto de

    renda pela depreciao

    adicional

    R$ 6.000,00 R$ 8.800,00 R$ 8.400,00

    Lucro Lquido Adicional R$ 20.000,00

    Ano 1 Ano 2 Ano 3

    R$ 15.000,00 R$ 30.000,00

    Economia de imposto derenda pela depreciaoadicional

    R$ 6.000,00 R$ 8.800,00 R$ 8.400,00

    Fluxo de Caixa Incremental R$ 26.000,00 R$ 23.800,00 R$ 38.400,00

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    43/80Administrao Financeira|41

    Payback

    Valor Presente Lquido (VPL)

    Taxa interna de Retorno (TIR)

    exceo dos dois primeiros, os demais mtodos utilizam-se de

    fuxos de caixa descontados.

    3.3.1 Taxa Mdia de Retorno (TMR)

    O clculo da Taxa Mdia de Retorno envolve uma tcnica contbil

    simples que determina a rentabilidade de um investimento, talvez,

    seja a tcnica mais antiga na avaliao da lucratividade de um inves-

    timento. A premissa bsica comparar os benecios anuais uturos

    lquidos gerados pelo projeto dividido pelo investimento inicial.

    Exemplo:

    Suponha que o lucro projetado para os prximos quatro anos seja de

    R$ 26.000,00, R$ 23.800,00, R$ 38.400,00 e R$ 40.000,00. Sendo o in-

    vestimento inicial de R$ 100.000,00, a taxa mdia de retorno ser de:

    Soluo:

    Embora o conceito da Taxa Mdia de Rentabilidade seja de fcilentendimento, esse mtodo no recomendado para se eetuar an-

    lise de viabilidade de investimento pelas seguintes restries:

    No considera o valor do dinheiro no tempo;

    Utiliza-se do lucro contbil e no do fuxo de caixa, igno-

    rando a depreciao como uma origem de recursos.

    R$ 26.000,00 + R$ 23.800,00 + R$ 38.400,00 + R$ 40.000,00

    4

    1 - Lucro Lquido Mdio =

    3 - Taxa Mdia de Retorno =Mdia dos lucros lquidos anuais futuros

    Investimentox 100

    R$ 32.050,00

    R$ 100.000,00Taxa Mdia de Retorno = x 100

    Taxa Mdia de Retorno = 32,05%

    R$ 128.200,00

    4Lucro Lquido Mdio =

    Lucro Lquido Mdio = R$ 32.050,00

    2 - Investimento = R$ 100.000,00

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    44/8042|Administrao Financeira

    3.3.2 Payback (Tempo de retorno)

    Esse mtodo nos diz o nmero de anos necessrios para recuperar o

    investimento inicial, sendo apenas uma relao entre o investimento

    inicial sobre o fuxo de caixa do perodo.

    A principal diferena entre esse mtodo e o da Taxa Mdia de Re-

    torno que os lucros lquidos apurados pela contabilidade so usa-

    dos para a mensurao da taxa mdia de retorno, e para o clculo do

    payback so consideradas as entradas lquidas de caixa.

    Exemplo:

    Suponha que o lucro projetado para os prximos quatro anos

    seja de R$ 26.000,00, R$ 23.800,00, R$ 38.400,00 e R$ 40.000,00.

    A despesa de depreciao contabilizada anualmente oi de R$20.000,00 (linear). Considerando o investimento inicial de R$

    100.000,00, opayback ser de:

    Soluo

    Obs: A depreciao reduz o lucro contbil, mas no representa uma

    sada de recursos fnanceiros.

    1 - Fluxo de Caixa do Perodo = Lucros Lquido + Despesa de Depreciao

    Observa-se que aps 02 (dois) anos a empresa ter recuperado R$

    89.800,00 dos R$ 100.000,00 investidos inicialmente. Ento calcu-

    lemos a proporo do terceiro ano que a empresa precisar para re-cuperar os R$ 10.200,00 restantes de seu investimento inicial.

    Para fazer esse clculo basta simplesmente dividir os R$ 10.200,00

    que altam pelas entradas de caixa projetadas para o terceiro ano:

    R$ 10.200,00 = 0,17

    R$ 58.400,00

    Ano Fluxo de caixa (R$)

    1 46.000,00

    2 43.800,00

    3 58.400,00

    4 60.000,00

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    45/80Administrao Financeira|43

    O resultado da equao 0,17 de um ano representa aproxima-

    damente em termos arredondados 9 semanas (0,17 x 52 semanas),

    perazendo assim um total de 2 anos e 9 semanas para recuperar o

    investimento inicial.

    3.3.2.1Vantagens e Desvantagens

    O mtodo do perodo de recuperao do investimento, no obstante

    sua simplicidade (pois no necessrio azer clculos complicados

    para encontrar em quantos anos um projeto demora para recupe-

    rar seu investimento inicial) largamente utilizado por empresas de

    grande porte para avaliar pequenos projetos e por empresas de pe-

    queno porte para avaliar a maioria dos seus projetos. Alm de sim-ples e intuitivo, leva em considerao os fuxos de caixa gerados ao

    longo do tempo, e no lucros contbeis.

    As principais desvantagens desse mtodo so:

    ignorar completamente o valor do dinheiro no tempo, ou seja,

    no existe dierena entre o valor de uma entrada de caixa de R$

    1.000,00 no primeiro ano e o mesmo montante um ano depois;

    ignorar as entradas de caixa produzidas aps o perodo em

    que o investimento inicial tenha sido recuperado;

    outra importante decincia do perodo de payback que o

    perodo apropriado pela administrao para recuperao do in-

    vestimento inicial um nmero determinado de orma subjetiva.

    3.3.3 Valor Presente Lquido (VPL)

    O valor presente lquido (VPL) obtido subtraindo-se o investimento

    inicial do valor presente de suas entradas uturas de caixa. Neste

    mtodo, todos os valores do fuxo de caixa representativo do

    investimento em estudo sero descontados com a utilizao de umataxa mnima de atratividade. A data escolhida para o clculo do va-

    lor presente lquido o dia de hoje, da o termo valor presente.

    O ponto crtico desse mtodo est na deciso de qual taxa

    mnima de atratividade ser utilizada para desconto do fuxo de

    caixa, pois, na anlise de viabilidade de dois projetos, aquele que

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    46/8044|Administrao Financeira

    apresentar um maior risco deve ter o fuxo de caixa descontado a

    uma maior taxa de retorno.

    E o outro com nvel de risco menor uma menor taxa, pois isso se

    deve ao ato de que quanto maior o risco de um investimento maior

    ser a expectativa de retorno.

    Na anlise da viabilidade do investimento, se o somatrio dos

    valores presentes da entradas uturas de caixa (descontados a uma

    determinada taxa de atratividade e, deduzidos do valor do investi-

    mento inicial no perodo zero) apresentar um resultado de valor po-

    sitivo, a proposta de investimento sob a tica nanceira atrativa.

    Agora, caso o resultado seja igual a zero, ser indierente, pois as

    entradas uturas de caixa a valor presente equivalem ao valor do in-

    vestimento inicial. Mas, se o resultado for negativo, a proposta no

    atrativa, pois o investimento inicial maior que o valor presentedos recebimentos uturos.

    O valor presente lquido positivo indica que o investimento

    est rendendo uma taxa de juros superior taxa mnima de atrativi-

    dade (i), o inverso ocorre para valores presentes negativos, ou seja,

    quando se apurar um valor presente lquido, signica que a mesma

    quantia, se investida taxa mnima de atratividade, renderia mais

    do que o projeto em estudo.

    Toda vez que se conseguir investir uma quantia com uma taxa

    exatamente igual taxa mnima de atratividade, o valor presente l-

    quido do projeto ser nulo (VPL = 0).

    A frmula de clculo do Valor Presente Lquido (VPL) :

    Conorme Gitman (1987), o valor presente lquido de um fuxo de

    caixa indica a dierena entre o investimento inicial e o valor atual

    das importncias uturas, descontada a determinada taxa de juros.

    importante destacar que o mtodo assume sempre a premissade que o reinvestimento do fuxo de caixa eito mesma taxa de

    atratividade utilizada no desconto do fuxo de caixa.

    Exemplo:

    Considerando um investimento de $ 2.000 realizado hoje, que ir

    gerar entradas lquidas de $ 500 anuais, nos prximos 8 anos,

    taxa mnima de atratividade de 12% ao ano; pergunta-se:

    n

    n = 0n

    n = 0

    + -Recebimentos

    (1 + i)nV. Residual

    (1 + i)nInvestimentos

    (1 + i)nn

    n = 0

    - > 0Desembolsos

    (1 + i)n

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    47/80Administrao Financeira|45

    a) Este investimento atrativo?

    b) E se a taxa mnima de atratividade osse de 20% a.a.?

    Soluo:

    1 - Inicialmente vamos azer o diagrama do fuxo de caixa, para

    visualizar o investimento:

    2 - Abaixo apresentamos uma tabela dos valores presentes lquidosencontrados para as diversas taxas de juros, variando de 0% a 20% .

    0

    2.000

    500 500 500 500 500 500 500 500

    1 2 3 4 5 6 7 8

    Taxa deDesconto %

    Valor Presente doFluxo de Caixa

    InvestimentoInicial (R$)

    Valor PresenteLquido (R$)

    0

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    10

    11

    12

    13

    14

    15

    16

    1

    4.000,00 2.000,00 2.000,00

    3.231,61 2.000,00 1.231,61

    3.104,90 2.000,00 1.104,90

    2.985,65 2.000,00 985,65

    2.873,32 2.000,00 873,32

    2.767,41 2.000,00 767,41

    2.667,46 2.000,00 667,46

    2.573,06 2.000,00 573,06

    2.483,82 2.000,00 483,82

    2.399,38 2.000,00 399,38

    2.319,43 2.000,00 319,43

    2.243,66 2.000,00 243,66

    2.171,80 2.000,00 171,80

    17

    18

    19

    20

    2.103,58 2.000,00 103,58

    2.038,78 2.000,00 38,78

    1.977,18 2.000,00 - 22,82

    1.918,58 2.000,00 - 81,42

    3.825,84 2.000,00 1.825,84

    3.662,74 2.000,00 1.662,74

    3.509,85 2.000,00 1.509,85

    3.366,37 2.000,00 1.366,37

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    48/80

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    49/80Administrao Financeira|47

    que possamos, ento, calcular o valor presente lquido de cada alter-

    nativa, com o uso da taxa mnima de atratividade, comparando os

    resultados e optando pelo investimento que apresentar maior VPL.

    Exemplo II:

    Na produo de determinado produto pode-se utilizar o equipa-

    mento A, cujo investimento inicial de $ 100.000 ou o equipamento

    B, que de $ 80.000.

    O equipamento A requer gastos de manuteno anual de $ 20.000

    e tem vida til de 3 anos, sem valor residual. J o equipamento B

    com vida til de 5 anos, ir consumir despesas de manuteno

    anual de $ 40.000 e possui valor residual de $ 20.000, ao trmino

    de sua vida til.

    A taxa de juros de 8% a.a.. Qual dos dois equipamentos apresentamaior viabilidade?

    Soluo:

    1 - Na utilizao do mtodo do valor presente lquido, comparam-se

    perodos idnticos para as duas alternativas de investimento. Para

    isso, vamos considerar um perodo que represente o mnimo mlti-

    plo comum das duraes das alternativas.

    Como o mnimo mltiplo comum entre 3 e 5 15, consideraremos

    esse prazo para eeito do estudo de viabilidade econmica, ou seja,

    cinco investimentos sucessivos em equipamentos do tipo A e trs in-

    vestimentos sucessivos em equipamentos do tipo B.

    2 - Projeo do uxo de caixa;

    EQUIPAMENTO A:

    EQUIPAMENTO B:

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

    20202020202020202020

    100120 120 120 120

    20

    80

    40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40

    1514131211109876543210

    20

    120 120

    20 20

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    50/8048|Administrao Financeira

    3 - Calcular o VPL para ambos os equipamentos;

    a. Dos investimentos (= 100,00 + 79,38 + 63,02 +50,02 + 39,71)

    b. Das despesas de manuteno (= 171,19)

    EQUIPAMENTO A:

    EQUIPAMENTO B:

    Obs.: Os valores esto com sinal negativo, pois representam

    sadas de caixa.

    4 - Comparando as alternativas de aquisio dos equipamentos A

    ou B, verica-se que a alternativa do equipamento B apresenta me-

    nor valor presente lquido de fuxo uturo de sada de caixa, sendo

    a melhor alternativa.

    3.3.2.1Exerccio Proposto

    1) (Exame Nacional Estudantes Administrao - 2009) O departamento

    de Marketing de uma empresa, estudando a viabilidade de lanamento

    de um novo produto, vericou atravs de pesquisas de mercado a pos-

    sibilidade de uma demanda anual de 30.000 unidades desse produto,

    a um preo de R$ 12,00 a unidade, com um ciclo de vida de 5 anos.

    O departamento de produo, vericando o projeto, observou quea manuteno da nova linha de produo custaria R$ 4.000,00 por

    ano e que um equipamento adicional no valor de R$ 300.000,00

    seria necessrio. Este equipamento adicional tem vida econmica

    tambm de 5 anos, valor residual de R$ 20.000,00 e um custo de

    manuteno de R$ 10.000,00 por ano. O custo direto envolvido com

    a abricao do produto seria de R$ 7,00 a unidade.

    Taxa de

    Desconto %

    8

    Vlr Presente Fluxo

    de Caixa (R$)

    Vlr Presente

    Investimentos (R$)

    Valor Presente

    Lquido (R$)

    - 171,19 - 332,13 - 503,32

    Taxa de

    Desconto %

    8

    Vlr Presente Fluxo

    de Caixa (R$)

    Vlr Presente

    Investimentos (R$)

    Valor Presente

    Lquido (R$)

    - 313,17 - 171,51 - 484,68

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    51/80Administrao Financeira|49

    A rea nanceira, por sua vez, maniestou a necessidade de um

    investimento inicial de R$ 50.000,00 a ttulo de capital de giro, e

    alertou que a empresa estaria operando com uma taxa mnima de

    atratividade de 10% ao ano. Considerando exclusivamente o eno-

    que nanceiro, atenda ao que se pede:

    O novo produto deve ser lanado? Por qu?

    Verique, ainda, a sensibilidade do projeto para a hiptese de

    uma variao negativa do preo de venda do produto em 15%

    e positiva de custos diretos de 10%.

    3.3.4 Taxa Interna de Retorno (TIR)

    Neste mtodo, deseja-se encontrar a taxa de juros que, aplicadaao fuxo de caixa, aa com que o valor presente lquido das sa-

    das de recursos se iguale no perodo zero, ao valor presente l-

    quido das entradas de recursos, ou seja, o Valor Presente Lquido

    ser igual a Zero ( VPL = 0 ). A esta taxa de juros d-se o nome

    de Taxa Interna de Retorno (TIR).

    A Taxa Interna de Retorno a taxa que zera o VPL, portanto, se

    a TIR de um investimento or superior taxa mnima de atrativi-

    dade, ou custo de oportunidade, o investimento atrativo, ou seja,

    possui uma rentabilidade superior ao custo de oportunidade. Agora,

    caso seja inerior, o investimento deve se descartado, pois tem uma

    rentabilidade inerior ao custo de oportunidade.

    A rmula matemtica que expressa o clculo deste mtodo :

    Onde i a taxa de retorno procurada que az com que se veri -

    que a igualdade.

    OBS.: Como o clculo da TIR eito por tentativas e interpolaeslineares, iremos utilizar a calculadora HP 12C para o reerido clculo.

    Utilizaremos assim, no s as teclas tradicionais, como sero uti-

    lizadas tambm as teclas azuis g - CFo - CFj - Nj - e

    as teclas amarelas IRR.

    n

    n = 0n

    n = 0

    + -Recebimentos

    (1 + i)nV. Residual

    (1 + i)nInvestimentos

    (1 + i)nn

    n = 0

    - = 0Desembolsos

    (1 + i)n

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    52/8050|Administrao Financeira

    Exemplo:

    Um investidor adquiriu uma propriedade comercial no incio de

    um determinado ano, por $ 220.000. No nal do 7 ano, a proprie-

    dade foi vendida por $ 450.000, dos quais 5% foram pagos ao corre-

    tor, a ttulo de comisso. Abaixo esto relacionados os recebimentos

    e os desembolsos ocorridos no perodo:

    Soluo:

    Clculo da TIR utilizando a HP - 12C

    1 - Limpam-se os registros nanceiros (ou gerais) , digitando-se:

    FIN ou REG, respectivamente.

    2 - Digita-se o valor do ano zero, com seu respectivo sinal:

    g CFo (NO CASO, 220.000 CHS g CFo)

    3. A partir da, digita-se, em ordem, todos os demais anos do fuxo

    de caixa, at o ltimo, utilizando-se as teclas :

    g CFj ou g CFj Nj

    (Neste ltimo caso, para simplicar, se houver valores do fuxo de

    caixa repetidos)

    No exemplo em questo, digitaramos :20.000 g CFj ... 25.000 g CFj ... 24.600 g CFj ... 27.000 g CFj

    ... 28.800 g CFj ... 27.400 g CFj ... 453.300 g CFj

    4. Finalmente, para calcular a taxa de retorno do fuxo de caixa, ire-

    mos digitar :

    IRR

    Ano Investimento Recebimentos Desembolsos Valor ResidualFluxo Lquido

    de Caixa

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    30.000

    36.000

    36.000

    36.000

    36.000

    36.000

    34.000

    - 10.000

    - 11.000

    - 11.400

    - 9.000

    - 7.200

    - 8.600

    - 8.200

    - 220.000

    20.000

    25.000

    24.600

    27.000

    28.800

    27.400

    453.300427.500

    - 220.000

    - 220.000 244.000 - 65.400 427.500 386.100

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    53/80Administrao Financeira|51

    A resposta que ir aparecer no visor 18,841046 %, que a taxa

    interna de retorno.

    Considerando que a taxa interna de retorno apurada para o in-

    vestimento oi de 18,84%, se a utilizarmos para calcular o valor

    presente lquido teremos:

    Valor presente lquido dos fuxos de recebimentos = R$ 220.010,69

    Valor do investimento inicial = R$ 220.000,00

    Obs. A dierena de R$ 10,69 entre os valores apresentados ocor-

    reu em decorrncia de se utilizar apenas 02 casas decimais aps

    a vrgula. Caso osse utilizado a taxa de 18,841046% como apu-

    rada na HP 12C, o somatrio do valor presente lquido seria

    idntico ao valor do investimento inicial e o VPL igual a Zero.

    Ano Investimento Inicial Recebimentos LquidosValor Presente

    Lquido (R$)

    0 220.000,00

    1 20.000,00 16.829,35

    2 25.000,00 17.701,68

    3 24.600,00 14.657,07

    4 27.000,00 13.536,71

    5 28.800,00 12.150,08

    6 27.400,00 9.726,90

    7 453.300,00 135.408,90

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    54/8052|Administrao Financeira

    Reerncias:

    GITMAN, Lawrence J. Princpios de administrao fnanceira. 3.

    ed. So Paulo, 1987.

    GROPPELLI A.A; NIKBAKHT Ehsan. Administrao fnanceira. 2.

    ed. So Paulo: Saraiva, 2005.

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    55/80Administrao Financeira|53

    Estrutura

    e Custos

    de Capital

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    56/8054|Administrao Financeira

    4.1Introduo

    Estrutura de capital a composio de nanciamentos de uma em-

    presa, indicando as principais ontes de nanciamento (capital de

    terceiros e capital prprio).

    A essa combinao capital de terceiros e capital prprio que

    chamamos de estrutura de capital da empresa. A combinao ideal

    de capital prprio e capital de terceiros, no estudo da estruturao de

    capital de uma empresa, importante para mensurar a relao ideal

    entre capital de terceiros e capital prprio (PL).

    O ndice de Participao de Capital de terceiros tem como princi-

    pal objetivo a mensurao do quanto a entidade nancia suas ativi-

    dades com capital de terceiros.

    Interpretao:

    O ndice demonstra de para cada R$ 100,00 de recurso prprio inves-

    tido na empresa quanto de origem de terceiros. A interpretao de

    que quanto menor seja seu resultado, melhor a situao da entidade.

    Quando esse ndice or igual a 100%, estar indicando que os ca-

    pitais de terceiros so iguais aos capitais prprios; se o resultado or

    maior que 100%, indicar a predominncia de capitais de terceiros

    e, quando or menor que 100%, mostrar que os capitais prprios

    superam as obrigaes com terceiros.

    A anlise desse indicador por diversos exerccios demonstra a po-

    ltica de obteno de recursos da empresa. Isto , se a empresa vem

    se nanciando prioritariamente com recursos prprios ou de tercei-

    ros e em que proporo, pois um nvel elevado de dvidas em relao

    ao capital prprio pode aumentar o risco da empresa, tornando os

    credores apreensivos acerca de sua capacidade de pagamento, ato

    que, por sua vez, pode aumentar o custo de capital.

    4.1Alavancagem Financeira

    O risco nanceiro da empresa deriva das dvidas que ela contrai para

    nanciar seus ativos. At certo ponto, a obteno de recursos para

    nanciamento das atividades empresariais via capital de terceiros

    Frmula:Capitais de Terceiros

    x 100Patrimnio Lquido

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    57/80Administrao Financeira|55

    benco, pois propicia alavancagem nanceira, ou seja, a possibili-

    dade de deduo dos juros como despesa na apurao do clculo do

    imposto de renda permite um maior retorno do capital prprio.

    Para otimizar a aplicabilidade da tcnica de alavancagem nan-

    ceira, utilizaremos diversas hipteses no exemplo abaixo, com o

    propsito de propiciar a aplicao prtica do conceito mencionado.

    Exemplo:

    Imagine que os acionistas da recm-fundada ALPHA S/A concluam

    que precisam de investimentos totais de R$ 50 milhes para montar e

    azer operar a empresa, dos quais R$20 milhes para aplicao de ati-

    vos imobilizados e o restante R$30 milhes para capital de giro (ativo

    circulante). Os acionistas sabem que h possibilidade de se conseguir

    nanciamento para parte desses ativos totais e, inclusive, precisamdisso, pois no possuem recursos prprios sucientes.

    Suponha que a taxa de juros para nanciamento seja de 12% ao

    ano e que se espera, conorme demonstrao de resultado projetada,

    um retorno (lucro) de R$ 8 milhes por ano, antes dos encargos -

    nanceiros (lucro operacional antes do IR). Admita-se ainda que no

    exista IR e no haja infao nessa economia.

    DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)

    Receita de Vendas 100.000

    Custo dos Produtos Vendidos 60.000

    Lucro Bruto 40.000

    Despesas com Vendas 12.000

    Despesas Administrativas 20.000

    Lucro 8.000

    Hiptese 1:

    Os acionistas avaliam que, caso ossem capazes de nanciar com

    recursos prprios R$ 50 milhes totais do ativo, teriam um retorno

    sobre o investimento de 16%, conorme abaixo: Rentabilidade do Capital Prprio = Lucro Lquido / Patrim-

    nio Lquido x 100

    Rentabilidade do Capital Prprio = 8 milhes / 50 milhes x 100

    Rentabilidade do Capital Prprio = 16 %

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    58/8056|Administrao Financeira

    Hiptese 2:

    Diante da escassez de seus capitais prprios, os acionistas decidem

    diminuir desse lucro projetado de 8 milhes o custo de tomar em-

    prestados R$ 25 milhes taxa de 12% a.a.

    DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)

    Receita de Vendas 100.000

    Custo dos Produtos Vendidos 60.000

    Lucro Bruto 40.000

    Despesas com Vendas 12.000

    Despesas Administrativas 20.000

    Lucro antes despesa Financeira 8.000

    Despesa Financeira (12% x 25 milhes) 3.000

    Lucro 5.000

    Rentabilidade do Capital Prprio = Lucro Lquido / Patrim-

    nio Lquido x 100

    Rentabilidade do Capital Prprio = 5 milhes / 25 milhes x 100

    Rentabilidade do Capital Prprio = 20 %

    Com a utilizao de capital de terceiros observa-se:

    Um aumento sobre o Retorno do Capital prprio investido de

    16% para 20%.

    Lucro dos acionistas sem nanciamento 8 milhes

    Lucro dos acionistas com nanciamento 5 milhes

    Capital prprio investido reduziu de 50 milhes25 milhes

    Eeitos positivo da Alavancagem nanceira: 16%20%

    Hiptese 3:

    Os acionistas decidem promover algumas simulaes de como -

    nanciar seu negcio, nanciando-o 70% com capital de terceiros

    taxa de 12% a.a.

    DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)

    Receita de Vendas 100.000

    Custo dos Produtos Vendidos 60.000

    Lucro Bruto 40.000

    Despesas com Vendas 12.000

    Despesas Administrativas 20.000

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    59/80Administrao Financeira|57

    Lucro antes despesa Financeira 8.000

    Despesa Financeira (12% x 35 milhes) 4.200

    Lucro 3.800

    Com a utilizao de 70% de capital de terceiros observa-se:

    um aumento sobre o Retorno do capital prprio investido de

    16% para 25,3%.

    Rentabilidade do Capital Prprio = Lucro Lquido / Patrim-

    nio Lquido x 100

    Rentabilidade do Capital Prprio = 3,8 milhes / 15 milhes x 100

    Rentabilidade do Capital Prprio = 25,3 %

    Lucro dos acionistas sem nanciamento 8 milhes Lucro dos acionistas com nanciamento de 70% do investi-

    mento 3,8 milhes

    Capital prprio investido reduziu de 50 milhes15 milhes

    Eeito positivo da Alavancagem nanceira: 16%25,3%

    Observe que existe uma dierena signicativa no Retorno so-

    bre o capital do acionista, os quais estariam tendo um retorno so-

    bre o investimento muito maior (percentualmente) isso se deve

    utilizao maior de recursos de terceiros, numa alavancagem

    nanceira avorvel.

    Neste exemplo, os ativos da empresa produzem retorno antes das

    despesas nanceiras de 16% a.a. (Laj/Ativo), mas os acionistas esto

    ganhando 25,3% a.a. Diz-se que est havendo alto grau de alavan-

    cagem fnanceira, j que este denido por:

    Grau de Alavancagem Financeira = Retorno Capital Prprio /

    Retorno Operacional do Ativo

    Grau de Alavancagem Financeira = 25,3% / 16% = 1,58

    Assim, conclui-se:

    Quanto mais recursos de terceiros os acionistas tomarem,maior rentabilidade tero proporcionalmente a seus prprios

    recursos investidos.

    Quanto menor a participao de capital prprio, maior a di-

    culdade de obter emprstimos e maior tende tambm a ser a

    taxa de captao, em razo do maior risco nanceiro assumido

    pela empresa.

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    60/8058|Administrao Financeira

    Uma empresa que nancia seus ativos com 70% de capital de

    terceiros e 30% com capital prprio, apresenta excelentes condi-

    es de alavancar os resultados de seus acionistas, com elevados

    retornos sobre o capital investido. Porm, se por causa de reces-

    so (geral ou setorial) ou mesmo por um problema especco

    da empresa, reduzirem-se a taxas de rentabilidade do ativo, ou

    ainda tiver um aumento na taxa de captao de seus recursos de

    terceiros, poder a empresa no ter condies de continuidade.

    Hiptese 4:

    Considerando a existncia de um imposto de 34% sobre o lucro, e

    admitindo uma estrutura de nanciamento de 40% de capital de ter-

    ceiros e 60% de capital prprio:

    DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)

    Receita de Vendas 100.000

    Custo dos Produtos Vendidos 60.000

    Lucro Bruto 40.000

    Despesas com Vendas 12.000

    Despesas Administrativas 20.000

    Lucro antes despesa Financeira 8.000

    Despesa Financeira (12% x 20 milhes) 2.400

    Lucro Antes do IR 5.600

    Proviso p/ IR (34%) 1.904

    Lucro Lquido 3.696

    4.2.1 Desmembrando a Economia Tributriano Clculo do Imposto de Renda (IR)

    a) Simulao sem a utilizao de capitais de terceiros

    Lucro Antes de Imposto de Renda $ 8.000

    Alquota do imposto de renda (34%)IR Devido $ 2.720

    b) Simulao com a utilizao de 40% de capitais de terceiros

    Lucro Antes de Imposto de Renda $ 5.600

    Alquota do imposto de renda (34%)

    IR Devido $ 1.904

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    61/80Administrao Financeira|59

    Demonstrao no Resultado da economia tributria:

    Receita de Vendas 100.000

    Custo dos Produtos Vendidos 60.000

    Lucro Bruto 40.000

    Despesas com Vendas 12.000

    Despesas Administrativas 20.000

    Lucro Operacional 8.000

    IR sobre Lucro Operacional (34%) 2.720

    Lucro Aps o IR 5.280

    Despesa Financeira antes do IR (2.400)

    Economia de IR (2.400 x 34%) 816 1.584

    Lucro Lquido 3.696

    O eeito do IR no pode ser ignorado na avaliao do desempe-nho operacional. O retorno sobre os ativos no utilizando capitais

    de terceiros reduziu-se de 16% 10,56%.

    O custo eetivo da dvida utilizando-se 40% de capitais de terceiros

    para nanciamento dos ativos caiu de 12% 7,92%, conorme abaixo:

    Rentabilidade do Ativo =

    Custo do Cap.de Terceiros =

    Custo do Cap.de Terceiros =

    Hiptese 5:

    Assim, considerando as premissas da hiptese 4, acrescendo uma

    depreciao de 10% embutida nas despesas administrativas, teremos

    como gerao de recursos:

    DEMONSTRAO DO RESULTADO PROJETADA (em R$ 1000)Receita de Vendas 100.000

    Custo dos Produtos Vendidos 60.000

    Lucro Bruto 40.000

    Despesas com Vendas 12.000

    Despesas Administrativas 20.000

    Lucro antes despesa Financeira 8.000

  • 7/28/2019 Administracao Financeira Miolo Web

    62/8060|Administrao Financeira

    Despesa Financeira (12% x 20 milhes) 2.400

    Lucro Antes do IR 5.600

    Proviso p/ IR (34%) 1.904

    Lucro Lquido 3.696

    (+) Efeitos da Depreciao 2.000

    = Gerao de Recursos 5.696

    No risco nanceiro decorrente do alto endividamento, existem

    outros riscos, ou seja, a compatibilizao de valores e prazos de

    amortizao dos recursos tomados e a conciliao entre taxa de

    captao e taxa de retorno dos ativos. Assim, o valor mximo que a

    empresa ter para amortizaes de nanciamentos, isso ao se supor

    que toda