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BiOdiesel em foco Mais Biodiesel UMA PUBLICAÇÃO DA UBRABIO UNIÃO BRASILEIRA DO BIODIESEL Nº 2 Caminho para o Desenvolvimento

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BiOdieselem foco

Mais BiodieselUMA PUBLICAÇÃO DA UBRABIO

UNIÃO BRASILEIRA DO BIODIESEL

Nº 2

Caminho parao Desenvolvimento

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EDITORIAL

A FORÇA DO BIODIESEL

Este ano, a segunda edição da nossa revista chega no mês em que comemoramos o terceiro ano de criação da União Brasileira do

Biodiesel (Ubrabio). Não há como não falar sobre as importantes conquistas que celebramos, como a antecipação do B5 (adição de 5% de Biodiesel ao diesel convencional), o que representa um ar mais puro e mais empregos no campo e nas cidades, além da respeitabilidade adquirida por uma entidade que representa a cadeia de produção do Biodiesel.

Temos de mostrar ainda a consolidação do setor produtivo – colocando o Brasil como o segundo maior produtor de Biodiesel do mundo – e os avanços na agricultura familiar e na diversificação de matérias-primas.

No entanto, é preciso olhar sempre para o futuro e pensar nos benefícios que a ampliação da mistura trará, como por exemplo, diminuição das importações de diesel, com impacto na balança comercial e geração de empregos no campo e nas cidades. Tudo é possível de se alcançar aproveitando o que o Brasil já possui como excesso de óleos e safras recordes de soja como conseqüência da necessidade alimentar mundial de produção de mais proteína.

Precisamos nos atentar também sobre a adoção de outras importantes medidas, como a viabilização das exportações brasileiras de Biodiesel (o Brasil tem tudo para se tornar um dos maiores exportadores) e a adoção do Biodiesel Metropolitano B20, adicionando 20% do biocombustível ao diesel fóssil nas grandes metrópoles brasileiras e ajudando a evitar as milhares de mortes por ano em decorrência da poluição, em compasso com a agenda do Conama pela melhoria da qualidade do diesel brasileiro.

Seguimos assim: cientes das vitórias alcançadas por toda a sociedade brasileira com a utilização de um combustível limpo e renovável e caminhando rumo a um futuro dos avanços que o Biodiesel pode nos trazer e que nós não podemos deixar passar. Vamos reafirmar a posição de vanguarda do Brasil no cenário mundial em se tratando da utilização de combustíveis renováveis.

Juan Diego Ferrés e Odacir KleinEX

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Presidente: Juan Diego Ferrés; Presidente-Executivo: Odacir Klein; Vice-Presidente de Assuntos Jurídicos: Sílvio Rangel; Vice-Presidente Administrativo: Henrique Herbert Ubrig; Vice-Presidente Financeiro: Irineu Boff; Vice-Presidente Técnico: Geraldo Guilherme Neuber Martins; Vice-Presidente de Relações Associativas e Institucionais: Donizete Tokarski; Vice-Presidente de Assuntos Tributários: Alberto Borges de Souza; Diretor-Executivo: Sergio Beltrão

Ação Comunicação Social - Coordenação: Juliana Neiva; Edição e Texto: Juliana Neiva, Welva Borges, Anderson Costolli e Isabel Mendes; Projeto Gráfico e Diagramação: Estúdio R

Tiragem: 3000 - Maio/2010

BiOdieselem foco

SUMARIO

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Três anos em defesa do Biodiesel

Uma maratonista em favor do Biodiesel

Agricultura familiar cresce a cada ano

Novas oleaginosas para o Biodiesel

Biodiesel: sua saúde agradece

Projetos de Lei apoiam o uso do Biodiesel

Brasil ganha novas plantas produtoras de Biodiesel

É possível exportar Biodiesel?

Progressão da mistura: bom para o campo, melhor ainda para a cidade

Biodiesel entre aspas

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A União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio) com-pleta três anos neste mês de maio. Com 37 empresas associadas, número que não pára

de crescer, a associação civil organizada contabili-za muitos avanços nesse período. A última grande conquista do setor foi a antecipação do B5 – adi-ção de 5% de Biodiesel ao óleo diesel convencio-nal – que passou a vigorar em janeiro deste ano. O cronograma inicial do governo previa apenas para 2013 a utilização desse percentual de mistura.

Resultado de um trabalho sério desempenhado pela entidade, a progressão da mistura é, sem dúvida al-guma, a grande bandeira da Ubrabio, criada em maio de 2007 exatamente por conta da necessidade de representação de um setor novo, que tem como ob-jetivo a consolidação de um programa abrangente e eficiente de introdução do Biodiesel na Matriz Energé-tica Brasileira.

E de lá para cá, a entidade, que atua como interlocu-tora do governo em nome de toda a cadeia produti-va do Biodiesel, teve sempre participação ativa nas conquistas dos novos percentuais de adição do bio-combustível ao diesel convencional, que passou de B2 para B5 em apenas três anos. Isso significa ar mais puro, mais saúde para as pessoas, maior cuidado com o meio ambiente, além de mais postos de trabalho.

Se considerarmos o todo, esse avanço é ainda maior, uma vez que em apenas cinco anos o Bra-sil, que não tinha produção alguma de Biodie-sel, já é o segundo maior produtor do mundo. Esta é a gradual e segura modificação do paradigma de uma sociedade acostumada por séculos a depen-der do petróleo, que é uma fonte esgotável de ener-gia. Mesmo com a descoberta de grandes reservas como o pré-sal, a oferta comprovada de petróleo já atingiu seu ápice e hoje caminha para o declínio, com a demanda crescente da população mundial, espe-cialmente por parte dos países mais desenvolvidos.

Três anos em defesa do Biodiesel

Uma maratonista em favor do Biodiesel

ARTIGO por Odacir KleinPresidente-Executivo da Ubrabio

A Ubrabio sempre buscou estimular e realizar pesqui-sas, debates, projetos e propostas para o aperfeiçoa-mento e regulamentação da produção, comercializa-ção e uso do Biodiesel, contribuindo e aperfeiçoando as políticas públicas e estratégias para sua utilização.

Para isso, participa de vários grupos de trabalho e fó-runs setoriais que têm por objetivo o desenvolvimen-to de novas cadeias produtivas de matérias-primas, a garantia de qualidade em todos os elos da cadeia de comercialização, o fortalecimento da agricultura familiar, entre outras. Enfim, a Ubrabio lidera as ações onde possam ser traçadas novas diretrizes para ga-rantir a utilização de um combustível que vai melhorar e muito a vida das pessoas.

Assim, não se pode falar do sucesso do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) sem mencionar as contribuições da entidade que há três anos participa com afinco do processo de construção de um programa sério de inserção de um combustível limpo e sustentável na socieda-de brasileira.

“Qualidade: Além de prestigiarmos os órgãos fiscalizadores

devemos construir nossa auto-fiscalização. Trabalharemos,

incansavelmente, pela qualidade desenvolvendo idéias que vão

desde a criação do Instituto do Biodiesel à estruturação do

Selo Ubrabio de Qualidade e Boas Práticas.”

“Todos os elos da cadeia precisam entender que a mistura

obrigatória é duplamente Legal: Legal no sentido das leis

vigentes e “Legal” por ser benéfica para a sociedade”

“Qualidade: Não adianta espernar, tem que cumprir! Na

Produção, na Logística, na Distribuição e no Varejo.”

Juan Diego Ferrés

Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

“A Ubrabio é radical quando o assunto é qualidade. Somos um setor muito heterogêneo, mas precisamos assegurar a qualidade num único padrão: o melhor!”

“Doa a quem doer: a Ubrabio compartilha com todos os seus Associados a premissa de que não existe qualidade relativa. A qualidade é um atributo objetivo do produto final que se conquista com tecnologia, conhecimento e boas práticas em toda a cadeia. Quem não conseguir dominar isso estará fora do jogo.”

“A Distribuição e o Varejo precisam se adaptar para cumprirem as suas missões, preservando a qualidade em todas as etapas até o usuário final. Não é opção, é missão!”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

Café da manhã da Frente Parlamentar

Ambientalista. julho/2009

Em 2007 decidi fixar-me em Brasília para advogar. Terminara o Go-verno Rigotto, no Rio Grande do Sul, do qual fui Secretário da Agri-cultura e Abastecimento.

Na primeira hora, procurei empresas oferecendo meus serviços. Com tal objetivo contatei o Dr. Juan Diego Ferrés, da Granol, que não precisava de advogado, mas, com entusiasmo, convidou-me para assistir a uma reu-nião de produtores de Biodiesel que pretendiam intensificar ações visando à criação de um Fórum Nacional para defender os interesses do setor, discutindo e reivindicando.

Assisti à reunião e nela fui convidado para, profissionalmente, atuar em tal fórum.

Da iniciativa resultou a criação da Ubrabio, na qual, desde o início, tenho funções no exercício da presidência executiva atuando preponderante-mente na representação externa, defendendo e apresentando as reivindi-cações da entidade.

São apenas três anos. No entanto, muitas foram as conquistas.

A Ubrabio nasceu participando de maratonas. Não teve tempo para enga-tinhar. Desde o primeiro momento precisou imprimir velocidade e superar obstáculos.

É, hoje, nacionalmente reconhecida. Seus associados, dirigentes e cola-boradores têm orgulho dela. A sociedade e as autoridades respeitam-na.

Até aqui, vencendo obstáculos, é vitoriosa maratonista.

Em meu curriculum sempre constará, com orgulhoso destaque, que tive a honra de ter colaborado.

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Empresas produtoras de Biodiesel incentivam o agronegócio familiar

Milhares de pessoas no Brasil vivem da agricultura familiar. Além de produzirem alimentos para a própria subsistência,

muitas famílias fazem disso um negócio rentável e seguro, capaz de melhorar a economia do país, gerar empregos e ainda contri-buir para um meio ambiente saudável e equilibrado, plantando matérias-primas para o uso de Biodiesel. De acordo com o Minis-tério de Desenvolvimento Agrário (MDA), em 2009, o número de famílias inseridas no Programa Nacional De Produção e Uso de Biodiesel girava em torno de 54 mil.

Segundo o coordenador-geral de biocombustíveis do MDA, Marco Antonio Vianna Leite, a expectativa é que em 2010 cerca de 100 mil famílias sejam incluídas no PNPB. “Dessas, de 80% a 90% estejam no programa trabalhando com Soja.”, conta Vianna.

Pólos de Biodiesel

Os pólos foram criados em 2009 pelo governo para promover a integração entre os produtores de biodiesel e os agricultores

familiares. O MDA disponibiliza analistas regionais que acom-panham a compra e venda de matérias-primas, o apoio técnico aos agricultores por parte das indústrias, e a adequação formal das parcerias. Tudo isso, para garantir agilidade do processo de inclusão de famílias fornecedoras de produtos para o Biodiesel. Já foram criados 69 Pólos de Biodiesel em Estados onde se concentra a produção. “Assim garantimos menos erros e consequente de-mora no processo burocrático de formalização das parcerias entre produtores e agricultores.”, explica Vianna

Agricultura familiar do Brasil cresce a cada ano

Selo Combustível Social

Com o objetivo de incentivar as empresas produtoras de Bio-diesel, o governo criou o Selo Social que identifica os fabrican-

tes que ajudam a promover inclusão social e o desenvolvimento regional, pela geração de emprego e renda para os agricultores familiares. O selo é concedido pelo Ministério do Desenvolvimen-to agrário e, com ele, o produtor de Biodiesel tem o direito de participar dos maiores lotes para venda do biocombustível em Leilões da Agência Nacional de Petróleo, Gás natural e Biocom-bustível – ANP. Além disso, tem acesso a alíquotas de PIS/Pasep e Cofins com coeficientes de redução diferenciados e a melhores condições de financiamentos junto aos agentes financeiros.

O Selo só é concedido aos produtores de Biodiesel que compram matéria-prima em percentual mínimo de 30% nas regiões Nor-deste, Sudeste e Sul; e 10% nas regiões Norte e Centro-Oeste. Hoje, 27 usinas possuem o Selo.

A empresa JBS Biodiesel está no programa do Selo Combustível Social, com 150 famílias de cooperativas da região sul do Brasil e começou com a aquisição de 79 mil sacas de soja. A projeção para 2010 é adquirir da agricultura familiar 1.092.148 sacas de soja, fomentando 600 famílias agricultoras

Outro exemplo é a Caramuru Alimentos. Ela organizou uma equi-pe de engenheiros agrônomos para prestar serviço qualificado ao agricultor, com o objetivo de aumentar produtividade, com recomendações técnicas e o acompanhamento constante junto às propriedades rurais. Todos os anos a Caramuru atende 549 fa-mílias e fornece assistência técnica em 35.000 hectares de soja.

A Fertibom também mantém parcerias com os agricultores fami-liares nas culturas de amendoim, girassol, soja e pinhão-manso. Na safra de 2009, tiveram contratos com aproximadamente 700 agricultores familiares, o que representa cerca de 3000 pessoas na produção de matéria-prima para o Biodiesel.

“A estrutura do projeto

mudou as nossas vidas

aqui na roça. A soja, que

é o que a gente planta

aqui, nos trouxe uma

nova esperança”

Quem também conta, com orgulho, os bons resultados é a agricultora

Luzia Borges Silva. Aos 36 anos ela ex-plica o que mudou depois que começou a fazer parte do programa de incentivo a agricultura familiar. “A estrutura do projeto mudou as nossas vidas aqui na roça. A soja, que é o que a gente planta aqui, nos trouxe uma nova esperança”, contou. Sempre animada, Luzia está ca-sada há 14 anos com o também agri-cultor Adair, de 37. “Somos nós por nós mesmos. Acordamos cedo e colocamos a mão na massa”, conta.

Mãe de dois filhos, um de 12 e outra de 8 anos, Luzia diz que queria ter começado a plantar a soja em 2008, mas, por falta de parceria, o plano só conseguiu ser concretizado agora em 2010. A renda da família não chegava a um salário mínimo. “Beirava os R$ 400 por mês. A gente ganha pouqui-nho demais aqui, moço”, citou. Mas a venda para a produção do Biodiesel trouxe uma nova esperança. “Este ano plantamos 22 hectares de soja. E vamos conseguir lucrar mais ou me-nos R$ 1,1 mil por mês. Vamos ter mais qualidade de vida e ainda guar-dar um dinheirinho, coisa que não fa-zemos hoje”, detalhou.

A 160 km de Anápolis vivem Werley Luiz da Costa e a família. A esposa,

Elisângela de Andrade Costa, companhei-ra de batalha há 13 anos, é quem cuida da casa e das crianças, de 11 e 8 anos. Wer-ley, mais conhecido na região como Lelo, é responsável pelo trabalho braçal. Acorda todos os dias às 5h30 e vai para a roça, de onde volta 12 horas depois. A família de Lelo entrou para a Agricultura Familiar este ano e já colhe os frutos. “Foi uma mudança radical nas nossas vidas. Essa é uma oportunidade única”, afirmou.

Lelo nasceu e foi criado em Santa Isabel, município goiano. Sustentava a famí-lia com o que rendia das plantações de milho, arroz e da produção de leite que conseguia extrair das 70 cabeças de gado de sua fazenda. Este ano Lelo decidiu se arriscar em uma nova empreitada: a soja. Entrou para o projeto Agricultura Familiar, do Governo Federal. O programa estimula o plantio de oleaginosas que, entre tantas utilidades, está a produção do Biodiesel.

A renda da família de Lelo, com o arroz, o milho e o leite, não ultrapassava os R$ 800 mensais. Este ano as coisas muda-ram. “Nossa renda mais que dobrou. A soja me deu o lucro de R$ 1,8 mil men-sais. Não paro mais”, conta orgulhoso.

O resultado final, por ser o primeiro ano de cultivo de soja de Lelo, surpreendeu. Este ano, Lelo conseguiu produzir 54 sacas da oleaginosa por hectare. Os planos são ambiciosos. “Na safra que vem pretendo plantar e colher muito mais”, afirmou.

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Governo divulga números da soja e promete novos projetos para a descentralização da oleaginosa. Novas culturas, como canola, dendê e

crambe já recebem investimentos por parte dos produtores.

Novas oleaginosas para o Biodiesel

denador geral de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Denilson Ferreira.

A teoria de competição entre alimentos e biocombus-tíveis não se justifica. A parte da soja que se destina à produção do Biodiesel – o óleo - representa 20% do grão, enquanto a proteína 80% - que é justamente a parte utilizada para ração animal e que volta para o homem em forma de carnes e lácteos.

Para o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, a soja tem no Biodiesel a oportunidade de concretizar sua segunda revolução, afastando a possibilidade de uma crise no setor, tranqüilizando os produtores e possibilitando ao Brasil deixar de exportar o grão in natura e beneficiá-lo no país agregando valor a ele, além da geração de trabalho e renda.

“A nação precisa aproveitar uma das suas gran-des riquezas que é a soja. Os efeitos incomen-suráveis da primeira revolução dessa oleagino-sa precisam ser observados para que possamos aproveitar melhor os potenciais benefícios de uma segunda”, afirmou Ferrés.

Os principais produtores de soja no mundo são Estados Unidos, Brasil e Argentina. No

Brasil, a produção permanece no topo e, segun-do a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), esse número deve bater novo recorde. A produção no ciclo 2009/10 foi estimada em 57,3 milhões de toneladas. A expectativa para 2010/2011 é por um acréscimo de cerca de 10 milhões de toneladas em relação à última safra.

A soja tem quarenta anos de história no Brasil e conquistou uma cadeia produtiva bem estabeleci-da. Por essas razões ela ainda é bem mais compe-titiva que outras culturas, o que já era esperado, tanto pelo setor produtivo, quanto pelo governo.

Atualmente, o Brasil tem cerca de 20 milhões de hectares de áreas plantadas de soja. Na ca-deia, até um tempo atrás, o óleo estava numa segunda classe. “Ninguém produzia soja por causa do óleo, o produto principal era realmen-te o farelo. Com a possibilidade do Biodiesel, foi dada uma destinação permanente no mer-cado para esse óleo. E assim, é possível forta-lecer essa cadeia produtiva”, afirmou o coor-

Diversificação de matérias primas

Um dos objetivos do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel (PNPB) é a diversifi-

cação de matérias-primas. De acordo com o balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrá-rio (MDA), durante o Seminário Pólos de Biodiesel, ocorrido no final de março em Brasília, a soja cor-responde a 93,55% da produção dos agricultores familiares que é usada para o Biodiesel. “Queremos a diversificação e vamos batalhar para isso, mas não podemos menosprezar a soja. Sem ela, não existiria o PNPB”, afirmou o coordenador geral de biocombustíveis da Secretaria de Agricultura Fami-liar do MDA, Marco Antônio Vianna Leite.

Segundo Denilson Ferreira, a diversificação é rele-vante pela necessidade de aproveitar ao máximo as potencialidades regionais. “Não se produz soja no Brasil inteiro, ainda que tenhamos uma grande área. Na medida em que temos um programa de biocom-bustível que atende todo o país, seria fundamental a produção desse Biodiesel onde fossem valorizadas as potencialidades regionais e locais”, afirmou.

O setor produtivo do Biodiesel também entende assim e investe cada vez mais no cultivo de outras oleaginosas. Este é o caso da Fiagril que tem trabalhado no cul-tivo de Girassol. As lavouras estão sendo implantadas por uma equipe especializada em plantio, assistência técnica e colheita. A ideia é, com os resultados do projeto, inserir a agricultura familiar na produção de girassol, trazendo uma nova alternativa de produção aos trabalhadores rurais.

Outra empresa, a Fertibom, por meio de termos de cooperação técnica assinados com agências de fomento, vai disponibilizar recursos para pesquisa de diversas oleagi-nosas como canola, girassol, cartamo, en-

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2%

25%21%

1%

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HidráulicaGás Natural

Gás de Processo

Óleo Diesel

Óleo CombustívelCarvão

Biomassa

“Todas as matérias primas para o Biodiesel cedo ou

tarde serão “commoditizadas”. Por isso, a tão falada

diversificação se dará num processo de competição

“Darwiniana”: entre espécies, regiões, climas, água,

áreas mais ou menos férteis, acidentadas ou não,

mais ou menos valorizadas, próximas, distantes,

rotacionadas ou o que for determinante. Sem

falar nos co-produtos, as vezes, principais, como

alimentos, ou, também, os sub-produtos, como outras

formas de energia: fertilizantes ou matérias primas.

Tudo pelo Biodiesel!”Juan Diego Ferrés

Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

“A diversificação de matérias-primas

somente ocorrerá se tivermos um

longo período de mercado crescente,

previsível e confiável para o

Programa de Biodiesel. Ela pode sim

ser estimulada e incentivada, mas

não determinada.” Juan Diego Ferrés

Presidente do Conselho Superior

da Ubrabio

Óleo de soja Gordura bovinaÓleo de algodão Óleo de fritura usadoGordura de frango Gordura de porcoOutros materiais graxos

85,58%

11,17%

1,51%

0,24%

1,43%

MATÉRIAS PRIMAS UTILIZADAS PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Fonte: ANP (março de 2010).

tre outras. Existe ainda a intenção de aprofundar os estudos com algumas palmáceas e com o amendoim. Mas, de acordo com a empresa, os maiores esforços estão concentrados na cultura do pinhão manso, onde são acompanhados o desenvolvimento e a produção de mudas e plantas de diversas procedências.

Crambe, nabo forrageiro e amendoim também es-tão entre as oleaginosas que recebem investimen-tos por parte das empresas produtoras.

A produtora BSBios, por exemplo, investe na ca-nola no Rio Grande do Sul. Com grande potencial para a produção do Biodiesel, pode ser plantada no mesmo local que a soja, sem competição. É culti-vada numa época diferente, em sistema de rodízio.

O dendê ou a palma passaram também a receber os holofotes do governo, que viu o potencial de produtividade de óleo e lançou o Plano Nacional de Óleo de Palma. Hoje são produzidos 5 tone-ladas de óleo por hectare com dendê. “O dendê produz 10 vezes mais óleo e me parece incabível que, com todo esse potencial, a região norte pra-ticamente não produza biodiesel”, completou De-nilson. Para incentivar o diálogo entre os agentes envolvidos na produção de dendê está sendo cria-da no MAPA a Câmara Setorial da Cadeia Produti-va da Palma de Óleo, da qual a União Brasileira do Biodiesel – Ubrabio - irá participar.

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Câmara Setorial de Biodiesel

Para fomentar ideias em prol de um futuro ainda mais promissor para o Biodiesel brasileiro foi criada

a Câmara Setorial de Cadeias Produtivas de Oleagino-sas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O objetivo é atuar no desenvol-vimento de oleaginosas para a diversificação de maté-rias-primas usadas na produção de combustível reno-vável, visando interesses comuns e a atuação sistêmica de iniciativas privadas, órgãos públicos e terceiro setor.

Antes, as discussões sobre o Biodiesel aconteciam na Câmara Setorial da Soja. Mas desde abril do ano pas-sado essa história ganhou um novo rumo. “Com a im-portância que o Biodiesel conquistou na realidade do país, percebeu-se a necessidade de uma Câmara espe-cífica para o setor”, explicou o integrante da Câmara e Diretor Executivo da Ubrabio, Sérgio Beltrão.

Cada Câmara apoia, propõe e acompanha as ações em desenvolvimento das atividades das cadeias pro-dutivas do agronegócio brasileiro. O Fórum de discus-são é formado por instituições representativas do se-

tor produtivo, como a Ubrabio, dos agricultores, como a Contag, diversos órgãos governamentais, como Ministério da Ciência e Tecnologia, empresas públi-cas como a Embrapa e Conab, agências reguladoras como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, entre outras entidades envolvidas no processo, como a Associação Brasileira de Produtores de Pinhão Manso - ABPPM.

“Os temas discutidos na Câmara têm intenção de au-mentar a oferta de óleo, por intermédio da diversificação de matérias-primas, estruturação dessas novas cadeias produtivas e apoiados na força da Agricultura Familiar. Assim, vamos potencializar o resultado tanto de um lado

quanto do outro”, detalhou Beltrão.

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“Se o preço do óleo de mamona for o dobro do preço do óleo de soja, até a Petrobras Biocombustível irá vender o óleo de mamona para outros mercados e comprar óleo de soja para fazer Biodiesel. O importante é que, se o preço cair para a metade, o mercado de Biodiesel estará aí para evitar que a cadeia de valor dessa oleaginosa se desestruture: isso vale também para soja e todos os demais óleos vegetais!”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

Número de mortes e internações em decorrência de doenças agravadas pela poluição é assustador. B20 diminuiria em cerca de

30% as emissões de poluentes.

Biodiesel: sua saúde agradece

A cidade São Paulo é o principal centro corpo-rativo, de consumo e financeiro da América

Latina. Mas não só de “boas novas” sobrevive a capital paulista. Ela carrega atualmente o estig-ma de cidade da poluição. Ao contrário do que as pessoas pensam, a poluição não tem como causa principal as mega indústrias instaladas ao seu redor. O maior vilão da saúde humana é a fumaça que sai do escapamento dos milhões de veículos, de pequeno, médio e grande porte, que circulam pela cidade e sua região metropolitana. Em socorro à saúde humana está o Biodiesel.

A péssima qualidade do ar nas grandes metró-poles, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, é resultado da concentração de gases tóxicos produzidos, principalmente, por veículos movidos a diesel. Essas toxinas produzem com-postos de enxofre, entre outros gases, que são extremamente prejudiciais à saúde.

Segundo o professor e coordenador do Laborató-rio de Poluição Atmosférica da Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva, atualmente, o Brasil registra cerca de 4 mil mortes por ano, em decorrência de doenças cardiovasculares derivadas de poluentes atmos-féricos. “E esse número tem aumentado a cada ano, por causa do tamanho da população que também tem crescido gradativamente”, afirmou Saldiva. Apenas a poluição provocada pelos veí-culos mata, indiretamente, em média, quase 20 pessoas por dia na capital paulista.

Além da perda humana, as partículas de poluen-tes na atmosfera brasileira também têm prejudi-cado os cofres públicos do País. Em 2009, o custo total de das internações, também por complica-ções cardiovasculares, é estarrecedor. De acordo com um levantamento da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, os altos gastos com o tratamento desses pacientes no Brasil ul-trapassou os R$ 670 milhões no ano passado.

É em combate a essa poluição atmosférica que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou a resolução 315/2002, alterada pos-teriormente, após ação civil pública promovida pelo Estado de São Paulo, pela resolução nº 403. O documento, publicado em novembro de 2008, estabelece a diminuição dos níveis de enxofre no diesel, pois reconhece que a qualidade do mes-mo não é boa.

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Cerca de 4 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil com doenças cardiovasculares

decorrentes da poluição.

Na capital paulista, a poluição provocada pelos veículos mata, indiretamente, em

média, quase 20 pessoas por dia.

As internações por complicações cardiovasculares causadas pela poluição

custaram R$ 670 milhões aos cofres públicos em 2009.

“Não há como o País lidar com duas agendas de diesel metropolitano:A retirada do enxofre do diesel e aintrodução do B20 deveriam andarjuntas na Agenda Conama. Deveria sertão obrigatório quanto o B5!”

Juan Diego Ferrés

Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, o Brasil reúne amplas condições para consolidar um programa de agroenergia sustentável. No entanto, esse processo é gradual e o Biodiesel vai muito bem nesta direção.

“Comparando com a conhecida “curva de aprendiza-gem para o etanol” e considerando que aquele bio-combustível de primeira geração é hoje uma tecnolo-gia madura, competitiva e consolidada pelos inúmeros esforços realizados desde o início do Pro-Álcool, em meados da década 70, devemos ter uma visão firme e otimista para o caso do Biodiesel no Brasil. O mais adequado é enxergar que estaremos continuamente promovendo melhorias nos processos e elementos para a “curva de aprendizagem do Biodiesel”, atentos à necessidade de consolidarmos o PNPB nos próximos 5-10 anos”, afirma.

Ainda segundo Durães, a Embrapa está inserida nesse processo de busca por rotas e alternativas tecnológi-cas, que devem ir além dos desafios mais imediatos, que estão no campo agronômico ou energético apenas, mas buscando posicionar a agricultura e a agroindús-tria nacionais em outro patamar. E a biomassa será um caminho importante para se realizar esta visão.

Para Embrapa, diversificação é gradual

Para ele, a continentalidade do Brasil e suas diferenças regionais, aliadas às crescentes demandas nacionais e internacionais por novos padrões de óleos e resíduos com agregação de valor, imprimem uma forte tendência para domesticar e expandir novas espécies em bases modernas. Isto já é feito pela Embrapa com algumas culturas como a palma de óleo, o dendê híbrido, a ma-caúba, o pinhão-manso e mesmo ações para microalgas e espécies como tucumã, inajá, crambe, etc.

A atuação da Embrapa dentro deste esforço fica foca-da em três campos: ordenamento territorial, conheci-mento técnico-científico, capacitação e treinamento, além de suporte a políticas públicas. “Isto se traduz na coordenação e compartilhamento de ações para a implantação de programas de domesticação de es-pécies potenciais em regiões diferenciadas do Brasil, bases técnicas de dados e métodos para zoneamentos agroecológicos e econômicos e zoneamentos de riscos climáticos. Além disso, novos conhecimentos em ge-nética definida por espécie, ampliação da disponibili-dade de sementes ou mudas, boas práticas agrícolas em sistemas de produção, capacitação e treinamento de técnicos e produtores, articulação com sistemas produtivos organizados, dentre outros”, finaliza Fre-derico Durães.

“O Biodiesel poderá ajudar a evitar mortes nas grandes

cidades brasileiras”

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O objetivo do Conama é que o Brasil chegue a um S10 (10 partes por milhão de enxofre no diesel) em 2013, o que irá colaborar muito para que a popula-ção respire um ar mais puro. Se isso ainda for as-sociado a uma mistura maior de Biodiesel no diesel, da ordem de 20% nas regiões metropolitanas, es-ses benefícios serão, certamente, potencializados.

Devido à complexidade e ao alto custo de um diesel menos poluente, o Brasil terá de impor-tar combustível fóssil para atender a determina-ção do Conama. Por isso, nada melhor do que o programa S10 e o Programa de Biodiesel, e sua capacidade instalada, tenham caminhos conver-gentes. Certamente, índices menores de poluição serão atingidos e as necessidades da sociedade e do governo serão atendidas.

No diesel, o enxofre tem a função de lubrificar o motor, diminuindo o atrito e melhorando o fun-cionamento e a durabilidade da máquina. O Co-nama reconhece as vantagens do Biodiesel, pois ele tem essa lubricidade por si só, substituindo a função do enxofre, o que seria efetivamente mais saudável e ambientalmente correto.

Vilões

Além do crescente número de veículos, que é no-tório, também existe na cidade de São Paulo um grande número de automóveis com mais de 20 anos de circulação, o que os torna ainda mais po-luentes. Segundo dados do Detran/SP, esses car-ros representam mais de 20% da frota paulista, piorando ainda mais o quadro da poluição do ar.

Tentando reverter esse quadro, a Agência Nacio-nal do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

(ANP) autorizou uma frota de ônibus de São Pau-lo circular com a mistura de 20% de Biodiesel ao diesel fóssil. O Grupo Carlos de Abreu, associada ao grupo B100, usará o B20 em 1.871 ônibus que representam 25% do transporte urbano da capital paulista. O projeto, que recebeu autoriza-ção por parte da ANP, prevê consumo de cerca de 17 milhões de litros de Biodiesel por ano.

Segundo informações da Agência, em 2010 a emis-são de CO2 da queima do combustível já foi reduzi-da com o uso do B5. Menos poluição, mais qualida-de de vida e saúde. Além da economia, que, ainda segundo a ANP é considerável: US$ 1,4 bilhão a menos em gastos com importações de diesel fóssil.

Assim, para minimizar os efeitos danosos da emissão de gases poluentes, o aumento da mis-tura de Biodiesel ao diesel se torna alternativa capaz de apresentar bons resultados. Adicionar 20% de Biodiesel no combustível fóssil vendido nas regiões metropolitanas vai melhorar ainda mais a qualidade do ar nas metrópoles. Para se ter uma ideia, hoje, a concentração de poluentes por metro cúbico de ar na cidade de São Paulo é quase três vezes maior que o limite considera-do como “tolerável” pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o Presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, o caminho é investir em tecnologia e na fiscalização de todas as etapas pelas quais o Bio-diesel passa desde a saída da usina até as bom-bas dos postos de abastecimento. “Defendemos o consumo específico de B20 em todo o diesel metropolitano. O país não tem como lidar com duas agendas de óleo diesel. A agenda determi-nada pelo Conama devia ser unificada apenas para incorporar o B20. Seria um grande passo a favor do meio ambiente, do cidadão e do Brasil”, afirma Ferrés.

De acordo com informações de um estudo, feito também pela USP e baseado em parâmetros da Organização Mundial de Saúde, a chance de uma pessoa morrer de doença cardiorrespiratória nos 39 municípios que compõem a região metropoli-tana de SP é atualmente de 10,9%. Sem as emis-sões veiculares, esse número cairia para 2,4%.

Sendo assim, com a adoção do Biodiesel Me-tropolitano – B20 nas grandes cidades brasilei-ras, a estimativa é que se tenha uma redução de cerca de 20% na emissão de hidrocarbone-tos e mais de 10% dos materiais particulados e de gás carbônico, de acordo com a Environmen-tal Protection Agency. Ainda segundo a agência norte-americana de meio ambiente, o Biodiesel brasileiro (B100) é capaz de reduzir em 57% as emissões de gás carbônico.

Isso significa uma melhora significativa na saú-de, na qualidade de vida das pessoas e também para o meio ambiente, evitando o aquecimento e suas consequências.

“Não houve grandes avanços naintrodução de maior teor de Biodieselna Agenda do Conama para a reduçãodo enxofre: precisa audácia e vontadepolítica! Há urgência de melhorar aqualidade do Ar das grandes cidades,diminuindo os problemas com saúde eaumentando a expectativa de vida!”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

”O pior dos malefícios do petróleo é concorrer para inviabilizar ou, no mínimo, retardar o desenvolvimento das energias limpas que deverão substituí-lo: essa substituição deverá ser viabilizada custe o que custar. Se a humanidade tivesse consolidado essa percepção no século passado, hoje estaríamos bem melhor!”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior

da Ubrabio

“O petróleo do presente já é o petróleo de 8 mil metros de profundidade., o petróleo que jorra descontroladamente e contamina oceanos a cada acidente catastrófico, dizima o meio ambiente, causa guerras, que esgota o ar, muda o clima, envenena os cidadãos: imaginemos o petróleo do futuro!”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

”Devemos enfrentar setores retprogrados que acreditam dormir em berço esplêndido dos derivados de petróleo fácil: Não existe mais petróleo fácil!”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior

da Ubrabio

“A unificação dessa Agenda (Conama)

com a do B20-Biodiesel Metropolitano é a

única forma do País dar um grande salto em

saúde relacionada à problemas respiratórios.

Inevitavelmente,o Governo perceberá isso

tendo que ouvir o clamor das metrópoles.”

Juan Diego Ferrés

Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

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Inúmeros Projetos de Lei (PL) a favor do estímu-lo ao uso do Biodiesel tramitam no Congresso

Nacional. É o caso do Projeto de Lei 5587/2009, de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame. O PL propõe a criação do chamado “Bio-diesel Metropolitano” – B20. De acordo com o texto, seriam utilizados dois índices de mistura, o convencional, regulado pela Lei 11.097/2005, e o para as regiões metropolitanas.

O Biodiesel Metropolitano conteria um percen-tual mínimo de 20% do biocombustível a ser adicionado ao diesel convencional. Segundo argumenta o deputado, na justificativa do PL, “a inclusão do B20 na matriz energética brasi-leira servirá de grande impulso para reduzir e amenizar o alto índice de poluição nas regiões metropolitanas, proveniente dos veículos au-tomotores, em especial, dos que utilizam óleo diesel derivado de petróleo, já que esses são apontados como responsáveis pela emissão de parte dos poluentes. O projeto tramita em cará-ter conclusivo, no qual passa somente pelas Co-missões e não precisa ser votado em plenário.

Além da proposta do B20, outras também cami-nham no Congresso com o intuito de aumentar o índice de utilização do Biodiesel. Uma delas é sobre a utilização de Biodiesel puro em veícu-los automotores. É o chamado B100, Biodiesel 100%, isto é, sem acréscimo de diesel, a ser usado como combustível para veículos leves.

Projetos de Lei apoiam o uso do Biodiesel

Projetos em tramitação na Câmara e no Senado prevêem implantação de percentuais mais elevados da mistura

Conheça mais alguns Projetos de Lei

Além do B20 e B100, o parlamento brasileiro possui outros projetos que visam estimular a produção de Biodiesel e contribuir com a diminuição dos níveis de poluição.

PL 416/05 Autor: Senador Osmar Dias (PDT-PR).

Altera o Código Brasileiro de Aeronáutica. Estimula a utilização de combustíveis de origem vegetal na aviação brasileira. De acordo com o projeto, poderão ser operadas aeronaves com matrícula brasileira, convertidas para a utilização de álcool combustível ou Biodiesel em oficinas credenciadas pela autoridade aeronáutica.

PL 18/07 Autor: Senador César Borges (PFL-BA).

Modifica a Lei n° 11.097, de 13 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a introdução do Biodiesel na matriz energética brasileira, a fim de estabelecer linhas de crédito específicas para o investimento em unidades de produção e para o cultivo de oleaginosas a serem utilizadas como matéria prima.

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12 13Trata-se do PL 6942/2010, apresentado pelo deputado Wilson Picler (PDT/PR). A medida quer autorizar, de imediato, o uso do Biodie-sel puro (B100) nos veículos de passeio e de carga de pequeno porte. Segundo o parlamen-tar, a alteração da legislação para permitir a comercialização do B100 vai contribuir para a preservação do meio ambiente e estimular a produção agrícola. “O Brasil é pioneiro no uso em larga escala de biocombustível. Se popula-rizar a comercialização do B100, o país avan-çará mais ainda na preservação ambiental”, de-fende Picler.

Em sua justificativa para propor o projeto, Wil-son Picler ressalta que a comercialização do Biodiesel em larga escala é uma alternativa no combate ao aquecimento global. O deputado destaca que o uso de veículos movidos exclusi-vamente por Biodiesel reduzirá potencialmente a emissão de gás carbônico e de poluentes na atmosfera. Segundo Picler, essa redução pode chegar a 80%, se comparada à emissão dos veículos movidos exclusivamente a óleo diesel.

Para o parlamentar, além de contribuir com o combate ao aquecimento global, a utilização do B100 beneficiará a produção agrícola e promo-verá a geração de emprego e renda no campo. “O nosso solo tem características que permitem produzir uma enorme variedade de vegetais que podem servir de matéria prima para o Bio-diesel”, argumenta Picler. O PL 6942 foi apre-sentado em março desse ano e também tramita em caráter conclusivo. Só não caminhará nesse rito, se houver recurso assinado por 51 deputa-dos ou parecer divergente entre as comissões.

“É tão sustentável socialmente um programa deBiodiesel que se preocupa com a promoção daAgricultura Familiar quanto um Programa de Biodieselque leve em consideração os direitos das populaçõesurbanas de respirar diariamente um ar menos nocivo asua saúde. Se o B5 existe pela obrigatoriedade por queo B20-Biodiesel Metropolitano seria diferente?”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

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O desenvolvimento do setor de Biodiesel é con-firmado por dados da Agência Nacional de Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ao todo, 66 plantas produtoras de Biodiesel foram autorizadas pela agência para operar no país, o que corresponde a uma capacidade total da ordem de 5 milhões m³/ano.

De acordo com a ANP, existem ainda cinco novas plantas de Biodiesel permitidas para construção e outras seis tiveram a ampliação de capacidade liberada. Existem também 19 pedidos de autori-zação para construção de novas plantas produ-toras de Biodiesel e dez solicitações de permis-são para construções referentes a ampliações de capacidade de plantas já existentes, mas ambas encontram-se em processo de análise pela ANP.

Brasil ganha novas plantas produtoras de Biodiesel

Novas usinas de Biodiesel são criadas no país com investimento em tecnologias de ponta

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Usinas sem selo

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matérias primas é a JBS Biodiesel. Ela tem capacidade instalada para a pro-dução anual de 201,6 milhões de litros de Biodiesel, a partir de gor-dura animal e óleos vegetais. To-talmente automatizada, a usina conta com um moderno sistema de produção e de análises labo-ratoriais para garantir a qualidade desta alternativa energética e aten-der às normas nacionais e internacionais.

Já a Caramuru Alimentos investe R$ 54 milhões nas obras de implantação de uma unidade industrial de pro-dução de Biodiesel no município de Ipameri em Goiás. A unidade produzirá 225 mil m³/ano, com entrada em pro-dução estimada para julho deste ano. Outros R$ 12 milhões já foram investidos na ampliação da unidade de produção de Biodiesel no município de São Simão (GO).

Outras empresas como a alemã produtora de matéria--prima, Evonik Degussa, a fornecedora de equipamentos, Dedini e as produtoras de Biodiesel, Binatural, e Fiagril, também investem em tecnologia e vêm crescendo na área.

A Dedini, que desenvolve tecnologia para produção de Biodiesel, mantém, na Bélgica, laboratório onde são tes-tados todos os tipos de matérias-primas. Além disso, tem uma planta piloto de Biodiesel que opera de modo contí-nuo em Roma. Lá são testados melhorias para o proces-so, novas matérias-primas e todos os tipos de testes com aditivos e reagentes.

Biodiesel: Localização das Unidades Produtoras

A empresa do setor agroindustrial Fertibom pos-sui produção e tecnologia próprios e hoje tem um banco de dados com mais de 3 mil formulações de Biodiesel. A planta industrial produz biodiesel 100% etílico, proveniente de diversas matérias--primas, atualmente com capacidade de produ-ção de 120 milhões de litros por ano.

Dados da ANP mostram que em fevereiro de 2010, a produção de Biodiesel foi 184 milhões de litros. Neste ano, a produção até fevereiro acu-mulou 337 milhões de litros, contra 80 milhões de litros no mesmo período de 2009, represen-tando um aumento de 98%.

Outra empresa, situada em Lins, interior de São Paulo, que tem investido em novas tecnologias e

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Fonte: MME

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Capacidade Instalada Total Capacidade Instalada com Selo Social

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16 17O Brasil apresenta condições para se tornar um dos maiores exportadores de Biodiesel

do mundo porque dispõe de solo e clima adequa-dos ao cultivo de oleaginosas, bem como capaci-dade instalada de sobra e nível tecnológico que se ajusta a qualquer tipo de especificação técnica internacional. Com isso, além de assegurar o su-primento interno e gerar empregos, o Biodiesel produzido no país tem grande potencial de ex-portação, mas infelizmente ainda existem algu-mas barreiras que impedem que isso aconteça.

Segundo informações do Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o governo pretende exportar Biodiesel brasileiro produzido a partir da soja e negocia a entrada do produto em vários países. Os principais compradores se-riam os Estados Unidos e, principalmente, países

É possível exportar Biodiesel?

O governo tem planos para que o Brasil seja exportador de Biodiesel. Nesta edição, especialistas da área explicam

quais as verdadeiras chances do país se tornar exportador.

da União Europeia, grande consumidora, mas que vem impondo barreiras à compra do produto brasileiro alegando, sem embasamento científi-co algum, que a produção local não possui sus-tentabilidade. Diante disso, grupos do governo, juntamente com a iniciativa privada, estudam maneiras para provar que a fabricação é viável e perfeitamente sustentável.

Para que a exportação ocorra, a Europa terá de reduzir as barreiras técnicas impostas às importa-ções por meio da especificação que eles adotaram. Essa imposição foi feita para o Biodiesel produzi-do a partir da canola – para proteger o mercado europeu produtor daquele óleo. Outro problema fica por conta das barreiras ambientais que vem sendo estudadas pela Comissão Européia. Se ma-terializadas, dificultarão muito as exportações.

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Bicombustíveis (ANP) revelam que em 2010, a produção e o consumo de Biodiesel no Brasil será de 2,4 bilhões de litros para atender ao B5, mas a capacidade instalada do setor é de 5,3 bilhões, o que torna a capacidade ociosa em 2,9 bilhões de litros.

Os números mostram a necessidade de conso-lidar o mercado consumidor para conferir vazão à produção brasileira, que já é a segunda maior do mundo. Temos hoje 66 usinas aptas a produ-zur e várias outras em processo de ampliação e instalação, o que deverá aumentar ainda mais a distância entre capacidade de produção e volume comercializado.

“Infelizmente, ainda não há exportação de Bio-diesel no Brasil”, é o que explica o economista da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan. “Os preços in-ternacionais não são suficientes para viabilizar, porque é preciso uma logística especial, eliminar os problemas tributários (créditos de ICMS e ou-tros tributos)”, esclarece.

De acordo com Furlan, incentivar as exportações de Biodiesel é uma política que dependerá do su-cesso em modificar a estrutura tributária atual, que acaba beneficiando as exportações de pro-dutos in natura, o que prejudica a agregação de valor. O mesmo ocorre na cadeia produtiva da soja. Por isso, segundo a Abiove, o Brasil expor-tará 29 milhões de toneladas de soja in natura de uma safra total de 68 milhões de toneladas e junto com ela vão as oportunidades de geração de divisas e empregos. “Se as estruturas tribu-tárias e logísticas fossem diferentes, poderíamos processar no Brasil essa soja”, comenta o eco-nomista. Além disso, esse óleo, que depois será utilizado na produção de Biodiesel, representa mais um passo, um nível nesta escala de agre-gação de valor.

Ele conta, ainda, que o Brasil exporta óleo de soja para produção de Biodiesel na Europa. “Mer-cados existirão, pois a Europa irá aumentar gra-dualmente a mistura de biodiesel até 2020 e não tem como produzir Biodiesel sem importação do produto ou da matéria-prima”, afirma.

Hoje, a vizinha Argentina consegue exportar Bio-diesel, mas isso é feito porque o governo daquele país pratica uma política de incentivo às expor-tações baseada no Diferencial Tributário de Ex-portação - DTE. Nesse caso, existe um imposto sobre as exportações de óleo de soja de 32%, enquanto o Biodiesel paga 20% e recebe a devo-lução de 2,5%. Ou seja, paga apenas 17,5%. É por este motivo que a base industrial de Biodiesel da Argentina é voltada para a exportação e em 2009 eles exportaram 1,3 milhão de toneladas.

Para o diretor da União Brasileira de Biodiesel (Ubrabio), Sergio Beltrão, independentemente da vontade brasileira, hoje não existem condi-ções econômicas competitivas para exportação de Biodiesel. “No horizonte de curto prazo não há a menor perspectiva de se exportar uma gota. O que as instituições desejam é que esse cenário se modifique minimamente em curto prazo, mas para que isso ocorra é necessário mudanças, tais como: quebra de barreiras tarifárias ou adoção de políticas compensatórias que agreguem esca-la e produtividade, reduzindo assim o custo futu-ro de produção” destaca.

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Desde o último mês de janei-ro, o diesel vendido nos pos-tos de combustíveis do país tem em sua composição 5% de Biodiesel. É o B5 que se torna realidade, antecipando em três anos a meta inicial-mente prevista pelo governo de que este aumento ocorres-se apenas em 2013.

Com isso, o ar nas cidades já está mais puro e no campo são abertas novas oportuni-dades aos agricultores fami-liares. Essas são as boas no-tícias trazidas pelo Biodiesel para a saúde das pessoas e para a economia brasileira.

Essa antecipação de metas e o forte desempe-nho de uma indústria que investe cada vez mais em pesquisas, tecnologia, segurança e quali-dade de produção reforçam o sucesso do Pro-grama Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), lançado em 2004.

No entanto, o fator preocupante é ausência, na legislação atual, de uma nova perspectiva de progressão da quantidade de Biodiesel a ser adicionada ao diesel comum. Para elevar o per-centual dessa mistura é preciso uma alteração na Lei 11.097/05.

A falta de novo marco regulatório, além de colocar o setor em níveis complicados de ociosidade (diferença entre a capacidade de produção e o volume comer-cializado), provoca uma perda inestimável ao Brasil sob vários aspectos, sejam eles ambientais, econô-micos, de saúde ou sociais.

O Brasil produz hoje 2,4 bilhões de litros de Bio-diesel para atender ao B5, gerando novos postos de trabalho no campo e na cidade. Sua indústria é capaz de produzir 5,3 bilhões de litros, quase o do-bro do que é gerado hoje. Ou seja: o suficiente para atender até um B10. Vale aqui dizer que isso não impediria a utilização concomitante de medidas que poderiam melhorar ainda mais a qualidade de vida das pessoas, como a implementação do Biodiesel Metropolitano – B20, adição de 20% de Biodiesel ao diesel vendido nas grandes cidades brasileiras, e a exportação do produto.

Vantagens da Progressão da Mistura

• Fortalecimento da agricultura familiar. O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) investe na agricultura familiar. A cada 1% de Bio-diesel adicionado ao diesel comum são criados 45 mil empregos no campo, se este for produzido com a participação da agricultura familiar. Isso repre-senta média anual de R$ 4,9 mil por trabalhador.

• Inclusão Social. Estímulo às novas culturas que se adaptam perfeitamente em áreas hoje considera-das pouco atrativas à agricultura, como o semiári-do brasileiro.

• Geração de empregos no campo e na cidade.

• Solução da ociosidade dos setores de esmagamen-to da soja e do setor produtivo do Biodiesel.

• Evitar a crise da abundância (falta de mercado su-ficiente para o aumento da produção) na cadeia produtiva da soja.

• Impedir a fuga de empregos e divisas que são ge-radas com o beneficiamento da soja no país, trans-formando-a em óleo que será utilizado na produ-ção de Biodiesel, ao invés de exportá-la in natura.

• Melhoria na qualidade do ar e da saúde das pes-soas. O Biodiesel brasileiro é capaz de reduzir as emissões de carbono em até 57%. O país registra cerca de 4 mil mortes por ano, em decorrência de doenças cardiovasculares causadas por poluentes. Apenas a poluição provocada pelos veículos mata, indiretamente, em média, quase 20 pessoas por dia apenas na capital paulista. Com o Biodiesel, grande parte destas mortes poderá ser evitada.

• Combate ao efeito estufa e suas consequências.

A EVOLUÇÃO DA PROGRESSÃO DA MISTURA DE BIODIESEL

Utilização do B100 ou qualquer teor de mistura em caráter opcional e experimental – Junho de 2007.

B2 (Adição obrigatória de 2% de Biodiesel ao diesel) – Janeiro de 2008

B3 (Adição obrigatória de 3% de Biodiesel ao diesel) – Julho de 2008

B4 (Adição obrigatória de 4% de Biodiesel ao diesel) – Julho de 2009

B5 (Adição obrigatória de 5% de Biodiesel ao diesel) – Janeiro de 2010

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Progressão da mistura: bom para o campo, melhor ainda para a cidade

Melhora na qualidade do ar e na saúde das pessoas

Reconhecidamente um combustível “verde”, o Bio-diesel é capaz de reduzir em até 57% as emissões de gás carbônico, de acordo com a Agência do Meio Ambiente dos Estados Unidos da América (EPA). Isso mostra que é fundamental à melhoria da saú-de das pessoas, já que poderia evitar milhares de mortes que acontecem todos os anos nas grandes cidades por conta de doenças agravadas pela po-luição. Além disso, esse biocombustível é capaz de contribuir na mitigação de um dos grandes proble-mas enfrentados pela humanidade neste século: o efeito estufa, que resulta nas alterações climáticas que têm provocado grandes tragédias pelo mundo.

Inclusão no campo, melhorias na economia

Além de todos esses efeitos benéficos do uso de um combustível “limpo” e renovável como o Biodiesel, nos aspectos econômicos e sociais, os ganhos tam-bém são muito potencializados.

O Biodiesel fortalece a agricultura familiar e aprovei-ta as aptidões regionais das famílias que trabalham com culturas alternativas como dendê, pinhão-man-so, girassol, entre outras tantas, já que um dos ob-jetivos do programa é o estímulo às plantações de novas oleaginosas, em especial naquelas regiões até então consideradas pouco atrativas à agricultu-ra, como é o caso do semiárido brasileiro.

Mas além da diversificação das matérias primas e da agricultura familiar, que já era esperada que acontecesse lentamente, a revisão legislativa para a elevação do percentual da mistura vai beneficiar, e muito, o mercado da soja, considerado como uma das grandes riquezas do país, merecendo muitos investimentos por parte do governo e da iniciativa privada nas últimas décadas.

Os benefícios do uso do Biodiesel são inegáveis sob vários aspectos. A falta de uma legislação que con-temple o aumento da mistura utilizada pode afastar o Brasil dessa gama de melhorias trazidas pelo uso de um combustível muito oportuno aos dias de hoje. Além de contribuir para elevar ainda mais o país no Pódium Global dos Biocombustíveis, com uma matriz energéti-ca altamente sustentável, servindo, mais uma vez, de modelo de geração de energia para todo o mundo.

“Não há como produzir as proteínas e carboidratos para alimentar as populações mundiais sem destinar os óleos vegetais a novos mercados de energias limpas e renováveis. Isso é uma feliz coincidência com as necessidades do meio ambiente, qualidade do ar que respiramos e controle das mudanças climáticas. Além de já ter compreendido e viabilizado, o Governo precisa incrementar.”

Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior da Ubrabio

“ Vejam a história do álcool: o Programa do etanol, hoje tão festejado, teve que praticamente “quebrar” na década de 90, para atingir o estágio atual. Isso nada tem a vr com o atual Governo, exceto que ele dispõe dessa experiência recente para que os mesmos erros não se repitam com o Programa de Biodiesel.”Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior

da Ubrabio

“Nenhum preço é absoluto: todos são relativos. Nosso biodiesel tem seu custo determinado pelos mercados de óleos e de biodiesel de outras regiões produtoras e consumidoras , cada um influenciado pelas suas regras tributárias ou por quanto as respectivas sociedades estão dispostas a pagar pelas externalidades em relação aos preços dos derivados fósseis. O que importa é que todo esse movimento econômico da produção de biocombustíveis tem se apresentado como oportunidade única para o Brasil.”Juan Diego Ferrés Presidente do Conselho Superior

da Ubrabio

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“A produção do Biodiesel representa oportunidades de desenvolvimento para todas as regiões, possibilitando a diversificação econômica em face das potencialidades da biodiversidade.”

Donizete Tokarski Linker Consultores

‘’As estatísticas sobre a revolução que o Biodiesel gera no campo diversificando matérias-primas muitas vezes são mal interpretadas: o que não chegava a 2% da matéria-prima utilizada na produção de Biodiesel na vigência do B2 hoje, com o B5, já chega a 5%... isto quer dizer que em termos de volume, em pouco mais de 3 anos a diversificação para a produção de biodiesel cresceu mais de 6 vezes e não duas vezes e meia como sugerem os percentuais numa rápida análise! A base de cálculo mais que dobrou!’’

Marcos Merlin Boff Oleoplan

Biodiesel entre aspas

“O Brasil não pode abrir mão das oportunidades que o crescimento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel pode trazer ao País”

Geraldo Martins Fertibom

“A experiência de mais de 50 anos em química industrial faz da Cesbra uma produtora de biodiesel diferenciada”

Carlos Osmar Polastri Cesbra

“Temos orgulho por fazer parte desta história de sucesso: juntos, desde as primeiras produções e agora na sua fase de crescimento expressivo. A GPC Química, um dos maiores fornecedores de metanol para o setor, parabeniza todos os produtores e a UBRABIO pelas conquistas e estará junto para os próximos desafios.”

Carlos Cruz GPC Química

“ Da transgênia á transesterificação! Das impactantes mudanças estruturais experimentadas pela cadeia da soja do Rio Grande do Sul nos últimos anos, o advento do biodiesel pode ser comparado ao da semente roundup ready.”

Roberto KistCamera Agroalimentos

“ Parecia um Sonho... de repente o Biodiesel virou realidade, melhor ainda que nos melhores sonhos, realidades de um Brasil que sempre sonha com um País a cada dia melhor ! “

Juan Diego Ferrés Granol

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“A Evonik Degussa reforça seu compromisso com este mercado e com o grande potencial do Biodiesel no Brasil, cuja consolidação ocorrera através do aumento das misturas obrigatórias e do potencial de exportação, ambos aliados a um desenvolvimento ecologicamente correto e sustentável”.

Carlos Araújo Evonik Degussa

“Biodiesel é o combustível que vem da vida para preservar a vida!”

Sergio Di Bonaventura Araguassu

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