3 expressionismo - der blaue reiter

Post on 16-Jan-2015

5.092 views 0 download

description

 

Transcript of 3 expressionismo - der blaue reiter

Belasartespintura.blogspot.com

O EXPRESSIONISMOO GRUPO «DER BLAUE REITER»

(O CAVALEIRO AZUL)O grupo Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul) desenrolou-se em torno de exposições e, sobretudo, de um manual anual com o mesmo nome, promovidos por Wassily Kandinsky (1866-1944) e Franz Marc (1880-1916) a partir de 1910. Nele ficaram vincadas características que fizeram do movimento um decisivo momento cultural. Utópico, heterogéneo e multifacetado, teve como famosas características a problemática do abstraccionismo da pintura de Kandinsky ou do atonalismo da música de Schönberg que aí se relacionaram. Nomes como August Macke (1887-1914), Gabriele Münter (1877-1962), Alexej von Jawlensky (1874-1941), Marianne von Werefkin (1860-1938) ou Paul Klee (1879-1940), preenchiam o núcleo forte do grupo, diverso mas com os interesses comuns do primitivismo, do infantilismo ou do onírico, como revelação do imaginário e do insólito.

Wassily Kandinsky, Improvisação Dilúvio [pormenor], 1913.

Wassily Kandinsky, Gabriele Münter a pintar em Kallmünz [Gabriele Münter bein Malen in

Kallmünz], 1903, óleo sobre tela, 58,5x58,5 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus.

Wassily Kandinsky, O Cavaleiro Azul [Der Blaue Reiter], 1903,

óleo sobre tela, 55x65 cm, Zurique: colecção particular.

Wassily Kandinsky, Par a Cavalo [Reitendes Par], 1906-1907, óleo sobre tela, 55x50,5 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus.

Wassily Kandinsky, Murnau. Mulheres na rua, 1908

Wassily Kandinsky, Inverno I, 1909, óleo sobre cartão, 75,5x97,5 cm, São Petersburgo: Museu do Ermitage.

Cartaz da primeira exposição da «Palanx», 1901 litografia policromática sobre papel, 47,3x60,3 cm,

Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus.

«Nova Associação de Artistas de Munique» (cartão se sócio), 1908-

1909, xilogravura policromática sobre papel feito à mão, 14,1x14,4 cm, Munique: Städtische Galerie

im Lenbachhaus.

Wassily Kandinsky, Aguarela para a capa do Almanaque Der Blaue Reiter (estudo), 1911

Wassily Kandinsky, Projecto definitivo para a capa dp Almanaque do Cavaleiro Azul, 1911, tinta e aguarela

sobre decalque e lápis, 27,9x21,9 cm, Munique:

Städtische Galerie im Lenbachhaus.

A primeira Exposição dos editores de O Cavaleiro Azul na Galeria Thannhauser, Munique, 1911, fotografia de Gabriele Münter [obras expostas: Franz Marc, Vaca Amarela;

Schönberg, Auto-retrato; W. Brljuk, Estudo de Retrato; Gabriele Münter, Caminho na floresta no Inverno; Franz Marc, Corça na Floresta I; Kandinsky, Composição V [parcial].

Wassily Kandinsky, Sem título (Primeira Aguarela Abstracta) [Ohne Titel (Erstes abstraktes Aquarell)] (estudo para «Composição VII»?), 1910 (1913), lápis, aguarela e tinta da china

sobre papel, 49,6x64,8 cm, Paris: Musée National d’Art Moderne, Centre Georges Pompidou.

Wassily Kandinsky, Composição VII [Komposition VII], 1913,

óleo sobre tela, 200x300 cm Moscovo: Galeria Nacional Tretyakov

Wassily Kandinsky, Projecto para Composição VII (2) [Komposition VII (2)], 1913, desenho a

tinta-da-china, 21x33,2 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenachhaus

Primeiro estado da génese da Composição VII, 1913, fotografia de Gabriele Münter

Terceiro estado da génese da Composição VII, 1913, fotografia de Gabriele Münter

Wassily Kandinsky, Improvisão 30 (Canhões) [Improvisation 30 (Kanonen)], 1913, óleo sobre tela 109,2x109,9 cm, Chicago: The Art Institute of Chicago.

«A forma, no sentido estrito da palavra, não é outra coisa que a delimitação de uma superfície por uma outra superfície. Esta é a definição do seu caracter exterior. Mas toda a coisa exterior fecha, necessariamente, também um elemento exterior. (…). Cada forma tem, então, também um elemento interior. A forma é a manifestação exterior deste conteúdo».(Wassily Kandinsky, Do Espiritual na Arte)

Wassily Kandinsky, Improvisação Dilúvio [Improvisation Sintflut], 1913, óleo sobre tela, 95x150 cm, Munique: Städtdische Galerie im Lenbachhaus.

Wassily Kandinsky, Sobre branco II [Auf Weiβ II], 1923, óleo sobre tela, 105x98 cm,

Paris: Musée National d’Art Moderne, Centre Georges Pompidou

Wassily Kandinsky, Pequeno Sonho em Vermelho [Kleiner Traum in Rot], 1925, óleo

sobre cartão, 35,5x41,2 cm, Berna: Kunstmuseum Bern

Wassily Kandinsky, Construção linear do quadro Pequeno Sonho em Vermelho (do

livro «Ponto, Linha, Plano») 1925

Wassily Kandinsky, "Storeys". 1929, óleo sobre cartão, 56х41 cm, New York, The Solomon R. Guggenheim Museum

Wassily Kandinsky, Decisive Pink. 1932, óleo sobre tela, 80,9х100 cm, New York, The Solomon R. Guggenheim Museum

Wassily Kandinsky, "Colourful Ensemble". 1938, óleo siobre tela, 116х89 cm, Paris: Musée National d’Art Moderne, Centre Georges Pompidou.

Wassily Kandinsky, Azul Celeste [Bleu de Ciel], 1940, óleo sobre tela, 100x73

cm, Paris: Musée National d’Art Moderne, Centre Georges Pompidou.

Franz Marc, O Cavalo Azul I, 1911

Franz Marc, Os Pequenos Cavalos Azuis [Die kleinen blauen Pferde], 1911, óleo sobre

tela, 61x101 cm, Hamburgo: Colecção particular.

Franz Marc, Cavalo a Sonhar [Träumendes Pferd], 1913, aguarela sobre papel, 39,4x46,3 cm, Nova Iorque: Solomon R. Guggehheim Museum.

Franz Marc, Luta de Formas [Kämpfende Formen], 1914, óleo sobre tela, 91x131,5 cm, Munique: Sttatsgalerie moderner Kunst.

Gabriele Münter, Escutar (retrato de Jawlensky) [Zuhören (Bildnis Jawlensky)], 1909,

óleo sobre cartolina, 50x69 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus.

Arnold Schoenberg, auto-retrato azul, 1910; Man Ray, fotografia de Schoenberg

Arnold Schoenberg, O Olhar Vermelho [Der rote Blick], 1910, óleo sobre cartão, 32,3x24,6

cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus, depósito de Frau Nuria Nono.

Arnold Schoenberg, olhar (detalhe), 1910

Alexej Von Jawlensky, Retrato do bailarino Alexander Sacharoff, 1909, óleo sobre cartão, 69,5x66,5 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus.

Alexej Von Jawlensky, Cabeça alongada em castanho avermelhado, 1913

Alexei von Jawlensky, Meditation, 1935 Alexei von Jawlensky, Karma (N.82), 1933,

óleo sobre papel

Marianne von Werefkin, Auto-Retrato [Selbstbildnis], c.1910, têmpera sobre papel sobre cartão, 51x34 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus.

Paul Klee, O Herói com a Asa [Der Held mit dem Flügel], 1905,

água-forte, 25,4x15,7 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus

Paul Klee, Rapariga com jarros e bilhas, 1910

Paul Klee, Vista de Kairouan, 1914, aguarela, 8,2x21 cm, Munique: Galerie Stangl

Paul Klee, Ad Parnassum, 1932, aguarela, 100x126 cm, Berna: Kunstmuseum Bern

Paul Klee, Teatro de marionetas, 1923

Paul Klee, Busto de uma Criança, 1933, aguarelas com cera, 50,8x50,8 cm, Berna:

Kunstmuseum Bern

Paul Klee, Angelus Novus

Paul Klee, "es weint" (ele chora) , 1939

Paul Klee, Vapor e Veleiros, 1931, aguarela, 48,5x61 cm, Basileia: Galeria Beyeler.

Paul Klee, Teatro de marionetas, 1923

Paul Klee, Explosão do medo III, 1939

August Macke, Crianças à beira da fonte [Kinder am Brunnen], 1914, óleo sobre tela, 62,5x75,3 cm, Bona: Städtisches Kunstmuseum Bonn.

Heinrich Campendonck, Paisagem Bucólica[Bukolische Landschaft], 1913, óleo sobre tela, 100x85,5 cm.

Wilhelm Morgner, Entrada em Jerusalém [Einzung in Jerusalem], 1912, óleo sobre tela, 119x170,5 cm, Dortmund: Museum am Ostwall.

Ludwig Meidner, Cidade Apocalítpica [Apokalyptische Stadt], 1913, óleo sobre tela, 9x119 cm, Monastério: Westfälisches Landesmuseum für Kunst und Kulturgeschite.

Paula Modersohn-Becker, Auto-Retrato Frente a Árvore em Flor [Selbstbildnis vor blühenden Bäumen], c.1902, têmpera de óleo sobre cartolina, 33x45,5 cm, Dortmund: Museum am Ostwall.

Christian Rohlfs, Conversa de Palhaços [Clowngespräch], 1912, têmpera e óleo sobre tela,

61,5x80,5 cm, Dortmund: Museum am Ostwall.

Oskar Kokoschka, A Tempestade ou a Noiva do Vento, 1913-1914, óleo sobre tela, 81x220 cm, Basileia: Kunstmuseum.

Sobre os Rochedos enegrecidos

Está caída, ébria de Morte

A Noiva do Vento apaixonada

George Trakl (1887-1914), poema «A Noite»

Oskar Kokoschka, Duplo Retrato (Kokoschka e Alma Mahler), 1912-1913, óleo sobre tela,

100x90 cm, Essen: Museum Folkwang.

Oskar Kokoschka, Auto-retrato de um artista Degenerado, 1937, óleo sobre tela, 110x85 cm, colecção particular.

Egon Schiele, Menina Nua de Cabelos Negros, de pé [Schwarzhaariger Mädchenakt, stehend], 1910, aguarela e plumbagina realçado a branco,

54,3x30,7 cm, Viena: Grphische Sammlung Albertina.

Egon Schiele, Rapariga de pé, envolvida com Tecido aos

quadrados, 1908-1909, carvão e aguarela, 140x52,7 cm, The

Minneapolis Institute of Art.

Egon Schiele, Rapariga de pé, envolvida com Tecido aos

quadrados, 1908-1909, carvão e aguarela, 140x52,7 cm, The Minneapolis Institute of Art.

Egon Schiele, Círculo de Casas em Krumau (A Pequena Cidade V) [Krumau Häuserbogen (Die kleine Stadt V)], 1915-1916, óleo sobre tela, 109,7x140 cm, Jerusalém: The Israel Museum

O EXPRESSIONISMO

Na segunda década do século XX, o expressionismo assumia-se como uma via artística de características germânicas, numa vanguarda que se assumia com carácter nacionalista

afectando as diferentes artes. Na escultura salientou-se Ernst Barlach, com as suas figuras maciças e contidas, com

referências medievais românicas, e Wilhelm Lehmbruck, com as suas figuras alongadas e angulosas. Na arquitectura, o carácter orgânico da arte nova é absorvida pelo

expressionismo com carácter utópico, cujo paroxismo alimentava a fantasia, entre a espiritualidade da luz e do cristal projectados por Bruno Taut ou a unidade orgânica e vitalista dos volumes moldados da Torre Einstein (1921) de Mendelsohn. Na música o

expressionismo nascia com os gritos de Elektra e Salomé, óperas de Richard Strauss, ou com a divagação subconsciente da dissolução tonal de Mahler, mas só adquiria verdadeira

expressão com o atonalismo da Segunda Escola de Viena (Schönberg, Berg e Webern), que levava a liberdade do gesto e acontecimento sonoro à ruptura radical com as ordens

anteriores das formas musicais. Na literatura o expressionismo revelou uma poesia ingenuamente utopista e humanista, com desejos de renovação espiritual. No teatro, o

sentido declamatórico e patético salientou a emoção, a irreverência e a intuição. Na cenografia transfigurava a realidade e preparava o cinema expressionista.

No cinema, o expressionismo nascia no imediato primeiro pós-Guerra, misturando o crime e a loucura hipnótica, com o filme O Gabinete do Dr. Caligari realizado por Robert Wiene

em 1919, que teve a feliz colaboração de pintores expressionistas na concepção de instáveis cenários; e logo de seguida o expressinonismo cinematográfico confundia-se com

Caligarismo. Em 1920 Paul Wegener filmava O Golem, em medievais arquitecturas modeladas por Poelzig, que actuavam como esculturas que continham e manipulavam as personagens. No vampiresco Nosferatu (1922) e no mefistofélico Fausto (1926), Murnau fazia da luz e da sombra personagens simbólicas que se moviam em efeitos pictóricos.

Para Lotte Eisner era o Ecran Demoníaco: «O expressionismo não vê mais, tem visões».

Ernst Barlach, O Refugiado, 1920, escultura sobre madeira de carvalho, 54x57x20,5 cm, Zurique: Kunsthaus Zürich.

Ernst Barlach, O Vingador, 1914

Wilhelm Lehmbruck, O Homem caído, 1915-1916, 78x239x83 cm, Munique: Städtische Galerie im Lenbachhaus.

Erich Mendelsohn, Observatório Einstein, 1919-23

Bruno Taut, Neve, glaciar e vidro - 10ª folha da compilação Alpine Architektur, 1918-

19

Paul Wegener, Golem, 1920 - cenografias arquitectónicas de Hans Poelzig

Robert Wiene, O Gabinete do Doutor Caligari, 1919