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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
RANDERSON F. LEOPOLDINO SILVA
USO DA FERRAMENTA KAIZEN PARA SOLUCIONAR DEFEITOS REFERENTES AO SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE AR COMPRIMIDO NA MINA SUBTERRÂNEA DE UMA EMPRESA MINERADORA
JUAZEIRO - BA 2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
RANDERSON F. LEOPOLDINO SILVA
USO DA FERRAMENTA KAIZEN PARA SOLUCIONAR DEFEITOS REFERENTES AO SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE AR COMPRIMIDO NA MINA SUBTERRÂNEA DE UMA EMPRESA MINERADORA
Trabalho apresentado a Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro, como
requisito da obtenção do título de Engenheiro Mecânico.
Orientador: Prof. Mestre Erlon Rabelo Cordeiro
JUAZEIRO-BA 2010
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Silva, Randerson Fabrício Leopoldino
S586u Uso da ferramenta kaizen para solucionar defeitos referentes ao sistema de abastecimento de ar comprimido na mina subterrânea de uma empresa mineradora / Randerson Fabrício Leopoldino da Silva. -- Juazeiro, 2010
37 f. il
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação), apresentado à Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Juazeiro, para graduação em Engenharia Mecânica, 2010
Orientador: Erlon Rabelo Cordeiro
Banca examinadora: Alan Christie Dantas, Ana Cristina Gonçalves Castro Silva
Bibliografia
1. Compressor. 2. Kaizen. 3. Manutenção Preventiva. IV. Título. IVIV. Universidade Federal do Vale do São Francisco
CDD 620.0042
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Dedico este trabalho à minha querida mãe,
Leila Aparecida, ao meu querido pai, Francisco Leopoldino,
Aos meus queridos bisavós, José Luiz
e Cesária Antonia, (In Memoriam),
a minha estimada avó Maria Aparecida e tia Marlene Oliveira,e as irmãs,
Carlem e Nanci, que me deram forças
para atingir os meus objetivos.
À todos pelo amor, carinho, companheirismo e compreensão.
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AGRADECIMENTOS
Este trabalho não poderia ser terminado sem a ajuda de diversas pessoas às
quais presto minha homenagem. Desde já peço desculpas àquelas que não
estão presentes entre essas palavras, mas que sabem o quanto foram
importantes nessa caminhada.
Agradeço a Deus, primeiramente, por estar sempre ao meu lado, iluminando
todos os meus passos.
Ao meu pai e irmãos, pelo incentivo em todos os momentos da minha vida.
À minha mãe, pelo seu amor e educação a mim dedicados.
Agradeço o Prof. Erlon Rabelo Cordeiro, pela orientação deste trabalho e pelos
momentos de aprendizado e por meio dele, eu me reporto a todos os
professores do Colegiado de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do
Vale do São Francisco.
Agradeço ao meu amigo irmão, José Martim, por incentivar meu
comprometimento com a vida acadêmica e a todos os alunos da primeira turma
de engenharia mecânica da UNIVASF que me acompanharam durante essa
jornada.
Agradeço aos professores da banca examinadora, pela atenção e contribuição
dedicadas a este estudo.
A todos os familiares, em especial à minha mãe, Leila Aparecida, ao meu pai
Francisco Leopoldino, aos meus bisavós, José Luiz e Cesária Antonia (In
Memoriam),a minha avó Maria Aparecida, minha grande tia Marlene Oliveira, as
minhas irmãs Carlem e Nanci, e aos tios e primos.
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Silva, R.F. L. USO DA FERRAMENTA KAIZEN PARA SOLUCIONAR
DEFEITOS REFERENTES AO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE AR
COMPRIMIDO NA MINA SUBTERRÂNEA DE UMA EMPRESA MINERADORA.
2010. 56f. (Trabalho de conclusão de Curso em Engenharia Mecânica) –
Colegiado de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Juazeiro, 2010.
RESUMO
Em uma empresa de extração de cobre, o abastecimento de ar comprimido é
de suma importância, já que as máquinas de perfuração, como Jumbo, Aries,
Cubex e Solo, necessitam de uma determinada pressão e vazão de ar média
para desempenhar sua função esperada. Caso essa pressão não seja
suficiente, a força e a velocidade de perfuração da máquina diminuem,
aumentando assim o tempo de operação, além de impedirem que o
equipamento atinja as profundidades exigidas. O prolongamento do tempo de
operação expõe o operador a maiores riscos por se tratar de um ambiente
crítico quanto às condições seguras de trabalho.
Faz-se necessário então garantir que os elementos responsáveis pela
emissão desse ar, ou seja, os compressores, bem como sua linha de
abastecimento, operem de acordo com o esperado para que as máquinas de
perfuração supram as necessidades produtivas da mina subterrânea. Para
isso, objetiva-se através da metodologia denominada KAIZEN, eliminar
desperdícios em toda sua linha fazendo as alterações necessárias para a
obtenção de um produto com a qualidade desejada.
PALAVRAS CHAVE: Compressor, Kaizen e Manutenção preventiva.
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Silva, R.F. L. USO DA FERRAMENTA KAIZEN PARA SOLUCIONAR
DEFEITOS REFERENTES AO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE AR
COMPRIMIDO NA MINA SUBTERRÂNEA DE UMA EMPRESA MINERADORA.
2010. 56f. Monograph (Work Completion Course in Mechanical Engineering) –
Collegiate Engineering Mechanics , Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Juazeiro, 2010.
ABSTRACT
In a company to extract copper, compressed air supply is of paramount importance,
since the drilling machines, such as Jumbo, Aries, Cubex and Soil, need a certain
pressure and air flow rate average to perform its intended function. If this pressure is not
sufficient, strength and speed drilling machine decreases, thereby increasing the
operating time, and prevent the equipment to reach the depths required. The
prolongation of the operation exposes the operator to a higher risk because it is a critical
environment with regard to safe working conditions.
It becomes necessary then ensure that the elements responsible for the issuance of air,
ie compressors, as well as its supply line, operating in accordance with expectations for
the drilling machines supply the production needs of the underground mine. For this, the
objective is through methodology called Kaizen, eliminate waste in all its line making the
changes necessary to obtain a product with the desired quality.
KEYWORDS: Compressor, Kaizen and Preventative Maintenance.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Sistema de geração de ar comprimido. ...................................................... 18
Figura 2: Parte traseira GA110. ................................................................................. 19
Figura 3: Gráfico da Operação dos compressores x Operação das Cubex. ............. 22
Figura 4: Grafico de Pressão x tempo. ...................................................................... 23
Figura 5: Horas de paradas por falta de pressão. ..................................................... 23
Figura 6: Peças do sistema danificadas .................................................................... 24
Figura 7: Vazamentos detectados ao longo da tubulação principal. ......................... 26
Figura 8: Grafico de esforço x impacto. ..................................................................... 33
Figura 9: Plano de inspeção ...................................................................................... 37
Figura 10: Plano de manutenção preventiva PARTE 1 ............................................. 40
Figura 11: Plano de manutenção preventiva.PARTE 2 ............................................. 41
Figura 12: Pressões adquiridas após aplicação do projeto. ...................................... 43
Figura 13: Controle da operação dos compressores. ................................................ 44
Figura 14: Grafico do consumo de energia x tempo. ................................................. 45
Figura 15: Quantidade de horas paradas da Cubex por falta de ar comprimido.....46
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Diâmetro das tubulação na linha principal.........................................20
Tabela 2: Demanda de ar .................................................................................20
Tabela 3: Capacidade de geração dos compressores Atlas Copco .................21
Tabela 4: Classificação dos vazamentos...........................................................26
Tabela 5: Braintorming ......................................................................................28
Tabela 6: Análise de impacto.............................................................................30
Tabela 7: Plano de ação....................................................................................33
Tabela 8: Atividades realizadas nos compressores...........................................42
Tabela 9: Nova parametrização dos compressores...........................................45
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SUMÁRIO
1. OBJETIVO .................................................................................................. 12
2. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13
3. REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 14
3.1Tipos de Manutenção .................................................................. 14
3.1.2 Execução da manutenção preventiva .................................... 15
3.2 Metodologia KAIZEN .................................................................. 16
4. ANÁLISE DA SITUAÇÃO .......................................................................... 18
4.1 Sistema de geração de ar comprimido .................................... 18
5. ABORDAGEM DO PROBLEMA ................................................................ 21
6. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ............................................................ 27
6.1 Brainstorming ............................................................................. 28
6.2 Manutenção dos compressores ................................................ 35
6.3 Plano de manutenção preventivo .............................................. 36
7. RESULTADOS OBTIDOS .......................................................................... 43
8. CONCLUSÃO ............................................................................................. 47
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 48
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1. OBJETIVO
A partir da análise dos dados referentes ao desenvolvimento da frente de
serviço, notou-se uma queda no avanço das galerias devido principalmente as
baixas pressões que chegavam na linha de frente.
Essa queda de produção passou a ser bastante evidente principalmente
do que diz respeito a baixa performance das perfuratrizes Cubex, pois as
mesmas não conseguiam atingir as metas propostas por serem totalmente
dependentes do desempenho do ar comprimido.
Para solucionar esses defeitos, e obter uma resposta de caráter imediato,
se fazia necessário a utilização de uma ferramenta de gestão que além de
solucionar os problemas apresentados, permitisse possíveis melhorias futuras.
A utilização ferramenta KAIZEN, teve como norte, garantir que a demanda
de pressão fosse satisfeita, apresentar um comprometimento total com a
qualidade do ar comprimido gerado, diminuir o consumo de energia atuando na
parte de geração do ar comprimido e principalmente difundir uma filosofia de
melhoramento contínuo.
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2. INTRODUÇÃO
Em uma indústria de mineração os equipamentos móveis como o Aries,
Jumbo, Cubex têm a finalidade de perfurar a uma velocidade máxima de 38m/h
com a devida demarcação a área que será detonada, sendo que o jumbo perfura
paralelamente a superfície e a Cubex perfura formando um ângulo de 90° com a
mesma. Esses tipos de equipamentos apresentam um sistema de perfuração
acionados por um eixo de catraca. O mesmo necessita das pressões emitidas
tanto para dar o avanço da broca bom como para trazer a tona os detritos que já
foram retirados permitindo o contato direto da ferramenta cortante com a
superfície a ser furada. .
A disponibilidade do ar comprimido como fonte de energia é de
fundamental importância para o desenvolvimento do processo de lavra de uma
empresa mineradora, e para que essa empresa atinja o grau de disponibilidade
esperado, é necessária uma boa organização no que diz respeito ao controle do
estado dos equipamentos. Para que isso aconteça, a gestão da manutenção
deve ter sedimentado em sua estrutura o conceito de manutenção, bem como
garantir a qualidade de aplicação da mesma.
A ferramenta kaizen funciona então como esse elo, por apresentar um
caráter filosófico de melhoria contínua atuando na empresa como todo,
envolvendo desde a parte administrativa, até a frente de serviço.
Os passos do processo de implantação desta filosofia e os problemas
encontrados durante este processo serão abordados e discutidos neste trabalho.
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3. REVISÃO DA LITERATURA
A manutenção é definida na concepção industrial como sendo a atividade
de fazer com que o patrimônio físico da empresa, seja mantido de forma a
assegurar sua funcionalidade operacional, afirma Pinto e Xavier (2002).
3.1 Tipos de Manutenção
Derivada da palavra latim manus tenere, que significa manter o que
se tem, a palavra manutenção tem se tornado indispensável para o bom
andamento da produção de uma determinada empresa. Manutenção é o
conjunto de ações conduzidas com o fim de manter em condição aceitável as
instalações e o equipamento fabril de forma a assegurar a regularidade da
produção, a sua qualidade e a segurança com o mínimo de custos totais. (Viana,
2002)
Alguns autores adotam vários tipos de manutenção que nada mais é do
que a forma como os equipamentos são encaminhados as intervenções
necessárias. Porém as principais são:
Manutenção Corretiva
Manutenção Preventiva
Manutenção Preditiva
Engenharia da Manutenção
Neste trabalho o foco ficou voltado para algumas intervenções planejadas
e imediatas (corretivas), feitas principalmente no sistema de distribuição de ar
comprimido, durante a semana do projeto. A ferramenta utilizada permitiu
também a criação de um procedimento de manutenção preventiva trimestral, o
que não existia até então.
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3.1.2 Execução da manutenção preventiva
Controle da manutenção - Em manutenção preventiva é preciso manter o
controle de todas as máquinas com o auxílio de fichas individuais. É por meio
das fichas individuais que se faz o registro da inspeção mecânica da máquina e,
com base nessas informações, a programação de sua manutenção.Daí a
necessidade uma atividade processual visando ordenar de forma eficiente todos
os recursos envolvidos na manutenção, de forma a atender as suas principais
demandas, manter o perfeito funcionamento da maquinaria e buscar sempre a
melhoria dos processos, como afirma Viana (2002).
Quanto à forma de operação do controle, há quatro sistemas: manual,
semi-automatizados, automatizado e por microcomputador.
Controle manual - É o sistema no qual a manutenção preventiva e
corretiva são controladas e analisadas por meio de formulários e mapas,
preenchidos manualmente e guardados em pastas de arquivo.
Controle semi-automatizado - É o sistema no qual a intervenção
preventiva é controlada com o auxílio do computador, e a intervenção corretiva
obedece ao controle manual. As fontes desses dados devem oferecer todas as
informações necessárias para serem feitas as requisições de serviço, incluindo
as rotinas de inspeção e execução. O principal relatório emitido pelo computador
deve conter, no mínimo:
O tempo previsto e gasto;
Os serviços realizados;
Os serviços reprogramados (adiados);
Os serviços cancelados.
Esses dados são fundamentais para a tomada de providências por parte
da supervisão.
Controle automatizado - É o sistema em que todas as intervenções da
manutenção têm seus dados armazenados pelo computador, para que se tenha
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listagens, gráficos e tabelas para análise e tomada de decisões, conforme a
necessidade e conveniência dos vários setores da manutenção.
Esse sistema é responsável por armazenar todos os dados referentes as
intervenções .Os dados são de rápido acesso através de monitor de vídeo ou
impressora.Para o trabalho exposto fizemos uso do programa SIEM (Sistema
Integrado de Engenharia da Manutenção) , devido ao seu grau de
compatibilidade com os outros programas utilizados pela empresa.
3.2 Metodologia KAIZEN
Mudanças, ainda que sejam para melhor, são difíceis para a maioria das
pessoas. Mas, quanto mais as pessoas sabem sobre o que está acontecendo,
torna-se mais fácil lidar com as expectativas e ansiedades que acompanham
grandes mudanças. TAPPING ET. AL. (2002)
Para a implantação do projeto se fez necessário o uso de uma
metodologia japonesa de melhoria contínua, o KAIZEN.
Kaizen significa a melhoria contínua de um fluxo completo de valor ou de
um processo individual, a fim de se agregar mais valor com menos desperdício,
segundo ROTHER & SHOOK (1999).
Existem dois níveis de kaizen:
− Kaizen de fluxo: ou de sistema, que enfoca no fluxo de valor, dirigido ao
gerenciamento;
− Kaizen de processo: que enfoca em processos individuais, dirigido às
equipes de trabalho e líderes de equipe.
Kaizen são esforços de melhoria contínua, executados por todos, sendo
que o seu foco central é a busca pela eliminação dos desperdícios. Já a
definição de um Evento Kaizen pode ser compreendida como sendo um time
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dedicado a uma rápida implantação de um método ou ferramenta da manufatura
enxuta, em uma área em particular e em um curto período de tempo.
A política de Manutenção de Melhoria, também conhecida por
Manutenção Corretiva Preventiva, consiste no reparo programado das avarias
detectadas durante as inspeções preventivas ou preditivas. Também estão
dentro dessa política os reparos que visam tornar o equipamento mais confiável
e mais fácil para inspecionar e reparar. Ações como melhoria dos sistemas de
lubrificação, melhoria de proteções, eliminação de fontes de contaminação,
redução do risco de acidentes e melhorias na forma, tipo e acesso aos
componentes, caracterizam essa política de manutenção (TAKAHASHI, 2000 e
SHIROSE, 1994).
Ações de melhoria aplicadas de forma gradativa e contínua constituem -
se no Kaizen de manutenção, um termo de origem japonesa que representa a
idéia de aplicação de melhorias (XENOS, 1998).
Para a realização do evento kaizen, é necessário uma atenção especial
voltada à formação da Equipe (Time de Kaizen), de forma a ser composta por:
− Pessoas especialistas nos processos da área;
− Pessoas relacionadas à área (clientes e/ou fornecedores internos);
− Pessoas de fora da área (com o intuito de disseminação de conceitos e
cultura);
− Facilitadores / coordenadores;
− Líderes;
− Especialistas / assessores externos (presentes sempre que solicitado
pela equipe);
Após a formação da equipe,é definido o nome da mesma, e através de
reuniões feito levantamentos utilizando o método de Brainstorming, afim de
priorizar os problemas a serem atacados.
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Realizada essa etapa, a equipe deve analisar as melhorias obtidas
durante a semana de implantação do projeto e avaliar aqueles medidas
propostas e que não foram cumpridas.
O procedimento utilizado na mineradora em questão obedece a ordem
estipulada pela ferramenta o que pode ser observado no tópico 6 em que é
explicado toda a metodologia posta em prática.
4. ANÁLISE DA SITUAÇÃO
4.1 Sistema de geração de ar comprimido da Mineração Caraíba S/A
Antes de explicitar as possíveis causas da má qualidade do ar
comprimido, é necessário conhecermos o sistema que a empresa dispõe, bem
como o fluxo do processo.
Figura 1: Sistema de Geração de ar comprimido
(Fonte: Arquivos internos empresa MCSA)
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Como pode ser observado na figura (1), a Mineração Caraíba apresenta
em sua geração de ar comprimido 6 (seis) compressores Atlas Copco GA160 e
GA 110, figura (2), dispostos em série, dois reservatórios para armazenamento
do ar comprimido e por sensores tanto de pressão como de temperatura por
toda a sua linha.Vale ressaltar que após ter sido posto em prática o plano de
ação, o tanque reservatório 01 foi desativado por apresentar uma estrutura já
desgastada.
Figura 2: Parte de traseira GA110
(Fonte: Catalogo dos compressores Atlas Copco)
Após passar por essa etapa, o ar comprimido pode tomar 3 (três) destinos
diferentes:
Oficina Central seguindo por uma tubulação de 4(pol.) de forma uniforme;
Jateamento (controlado após aplicação do plano);
Mina Subterrânea (MSB), nessa etapa, as perdas de cargas assumem
valores muito consideráveis principalmente pela não homogeneidade das
tubulações.
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È nessa etapa que é feito o controle de pressão, vazão e temperatura
através de sensores para sabermos se a demanda está sendo atendida.
Na tabela (1) podemos observar a variação dos diâmetros das tubulações
na linha principal na MSB,essa despadronização da linha de distribuição do ar
comprimido é o motivo principal das perdas de carga.
Tabela 1: Diâmetros das tubulações na linha principal
(Fonte: Arquivo interno MCSA)
Tabela 2: Demanda de ar
(Fonte: Arquivo interno MCSA)
Trecho Tubulação
(m)
Diâmetro da tubulação
Geração à nível VI 645,00 Tubulação 12"
Nível VI 24,00 Tubulação 4"
Nível (VI à VII) 516,00 Tubulação 12"
Nível ( VI à -78) 250,00
Tubulação 12"
-78 60,00
Tubulação 10"
-78 à Decantação 62,00
Tubulação 4"
-78 à -100 208,90
Tubulação 10"
-100 120,00
Tubulação 10"
Gaveta -100 42,00
Tubulação 4"
-100 30,00
Tubulação 6"
-100 à -130 210,00
Tubulação 4"
Equipamentos usuários Pressão - kgf/cm2
Perdas
Identificação mínima máxima m3/h 30%
ARIES 6 7 1.868,9 2.429,6
CUBEX 5 7 1.359,2 1.767,0
Caminhão de Concreto
Projetado
5 6 693,0 900,9
Solo 5 6 148,7 193,3
OFICINA - LHD 6 6 163,5 212,6
OFICINA - SANDIVIK 5 6 163,5 212,6
NÍVEL 07 6 6 59,5 77,3
FLAP ESTERIL 5 6 29,7 38,7
SILO CONCRETO -300 5 6 35,0 45,5
OFICINA CENTRAL 5 6 163,5 212,6
USINA 5 6 163,5 212,6
TOTAL 5 7 4.848,1 6.302,5
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Tabela 3: Capacidade de geração dos compressores Atlas Copco
COMPRESSOR_01 - GA160 1 987,04 987,04 1.676,99
COMPRESSOR_02 - GA110 1 664,27 664,27 1.128,60
COMPRESSOR_03 - GA110 1 664,27 664,27 1.128,60
COMPRESSOR_04 - GA160 1 889,34 889,34 1.511,00
COMPRESSOR_05 - GA160 1 887,58 887,58 1.508,01
COMPRESSOR_06 - GA160 1 889,34 889,34 1.511,00
4.981,84 8.464,20
GAP 1.025,69 1.742,65
(Fonte: Arquivo interno MCSA)
Como exposto pelas tabelas acima, para que uma empresa mineradora
apresente o desempenho esperado, faz-se necessário condições satisfatórias no
que diz respeito a geração e ao transporte de ar comprimido, já que a maioria
dos equipamentos perfuradores utilizam de tal fonte de energia para
desempenhar seu papel com a eficiência desejada.
Observando a situação exposta verifica-se a necessidade da implantação
de um projeto que viesse a solucionar a problemática exposta a seguir.
5. ABORDAGEM DO PROBLEMA
O problema relatado nesse trabalho acontece na geração de ar
comprimido (compressores), bem como em toda sua linha de transmissão que
além de suprir a demanda da mina subterrânea com a pressão desejada
também está fornecendo um ar de má qualidade para frente de serviço.
Por métodos comparativos analisou-se que com o passar do tempo, a
quantidade de compressores necessário para manter as pressões nos níveis
exigidos estava aumentando gradativamente a ponto de os 6 (seis)
compressores funcionando juntos não atenderem a demanda exigida como pode
ser observado na figura (4), valores que antes eram obtidos com apenas 4
(quatro) equipamentos funcionando. O comportamento da pressão na
semana antecedente a implantação do projeto pode ser observada a partir da
análise dos dados abaixo explicitados.
22
Figura 3: Gráfico da Operação dos compressores x Operação das Cubex
(Fonte: Gerado pelo autor)
Como pode ser observado a partir da análise da figura (3), elementos
responsáveis pela geração de ar comprimido estavam todos operando de
maneira uniforme, sem que houvesse um revezamento entre os mesmos, essa
situação apresentava uma disparidade com a operação das maquinas
perfuratrizes, pois as mesmas não estavam apresentando o desenvolvimento
esperado devido as baixas pressões adquiridas na linha de frente da produção.
Por apresentar um sistema altamente dependente do ar comprimido para
o seu funcionamento, analisado na figura (5), as maquinas perfuratrizes
necessitavam então de uma bom desempenho em todo o sistema de ar para
assim atingir as metas estipuladas de perfuração.
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Figura 4: Gráfico de Pressão x tempo
(Fonte: Softwere Wizcon)
Figura 5: Horas de paradas por falta de pressão (Fonte: Gerado pelo autor)
85 Psi
Pressões antes do projeto Pressões ideais
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É importante salientar que os compressores apresentavam essa condição
operando todos ao mesmo tempo e sem a parametrização devida.
Por se tratar de uma tubulação muito longa, com uma idade de exposição
a condições adversas considerada, como pode ser observado na figura (6) , e
principalmente por não apresentar uma padronização no que diz respeito ao
diâmetro da mesma bem como o material que o constituem, as perdas de carga
assumiam valores acima dos recomendados pelo fabricante dos
compressores,no caso, valores superiores a 0,1 bar.
Figura 6: Peças do sistema danificadas
(Fonte: Gerado pelo autor)
Válvula de Pressão mínima danificada
Cabo de alimentação da solenóide
Tubulação do Shaft deteriorada
Vazamento por conexões MSB
25
A queda de pressão no tubo de saída de ar pode ser calculada da seguinte
maneira:
dp = queda de pressão.
L = comprimento do tubo de saída em m.
d = diâmetro interno do tubo da saída em mm.
p = pressão absoluta na saída do compressor em bar (a)
Qc = descarga livre efetiva do compressor em l/s.
Cálculo das perdas de carga na tubulação principal.
Da tabela de dados da tubulação principal: L = 1495 m.
Diâmetro médio da tubulação dm = 10 (pol) ou 254 mm.
Do gráfico de pressões: p = 5,86 bar
Do software de Monitoramento: Qc = 4500CFM ou 2123,76 l/s.
Logo:
A exposição das tubulações a condições não ideais como, altas temperaturas e
umidades acabam por diminuir o seu tempo de vida útil, o reflexo dessa situação
era facilmente detectada através dos vazamentos que apareciam de forma
constante e de tamanhos variados, como mostra a figura 7.
pd
QcLdp
5
85,1450
86,5254
76,212345014955
85,1
dp
bardp 15552,0
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Figura 7: Vazamentos detectados ao longo da tubulação principal
(Fonte: Arquivos internos da empresa MCSA)
Tabela 4: Classificação dos vazamentos
(Fonte: Eficiência energética na geração de ar comprimido)
Baseado em dados obtidos principalmente visualmente, notou-se que a
maioria dos problemas estavam relacionados a presença de vazamentos
encontrados por todo o sistema de transmissão de ar, para observar melhor a
situação a tabela acima serve para mostrar que para um vazamento de apenas
15mm, seria necessário a utilização de um compressor trabalhando em tempo
integral para abastecer apenas aquele vazamento.
DIAMETRO DO FURO ESCAPE DE AR EM M³/MIN A
UMA PRESSÃO DE 6 BAR
POTENCIA EM KW PARA
SUPRIR A COMPRESSÃO
PERDIDA
1 mm 0,06 0,3
3mm 0,6 3,1
5mm 1,6 8,3
10mm 6,3 33,8
15mm 25,2 132
27
A partir do exposto acima e levando em consideração principalmente as
horas em que os equipamentos ficaram parados por falta de pressão na linha de
ar, atrasando assim todo processo produtivo, seria necessário então assumir
uma postura imediata para solucionar os problemas evidenciados.
Para facilitar a tomada de decisões, precisávamos utilizar uma ferramenta
de manutenção que nos desse um retorno rápido para assim permitir tão logo o
início do projeto. Partiu dessa necessidade então a utilização da ferramenta
Kaizen, já que a mesma além de solucionar os problemas de forma imediata
permite a inclusão de melhorias contínuas após a conclusão de sua etapa
imediata.
6. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
A aplicação da ferramenta Kaizen, obedece todo o procedimento citado na
introdução do trabalho. Para que os resultados fossem os esperados até então
fez-se necessário a criação de uma equipe, que apresentasse pessoas
especializadas em cada parte de atuação do projeto.
Após escolhida a equipe de atuação, foi criado um nome para a mesma, de
acordo com as normas estabelecidas pela ferramenta em utilização.
NOME DA EQUIPE KAIZAR COMPRIMIDO
EQUIPE KAIZEN
Líder – Wvagno
Coordenado – Luiz Anselmo
Colaboradores – Ivo, Juarez, Marcos, Vanderley, Gilmar, Mario, Marcos e Randerson
Pronta a equipe, para iniciar a parte prática foram realizadas reuniões
antecedentes ao evento para se levantar as possíveis causas dos problemas,
bem como aqueles que seriam prioritários para a tomada de providencias.
Para tanto foi feito um levantamento de dados a partir do método
Brainstorming, (Tempestade de idéias), e após esse levantamento uma
28
classificação de acordo com o impacto e o esforço que cada um oferecia, para o
estabelecimento da ordem de ação.
6.1 Brainstorming
Tabela 5: Brainstorming
Número Variável
Geração de Ar
X1 Baixa compressão
X2 Distribuição do fluxo ar
X3 Condensação do ar
X4 Parametrização do compressores
X5 Dimensionamento das tubulações
X6 Pouca informações sobre o status dos compressores
X7 Qualidade de ar admitido
X8 Freqüência de manutenção (elétrica e mecânica)
X9 Redução de pulmão
Distribuição de ar - SHAFT
X10 Vazamento de ar Shaft (três pontos)
X11 Utilização do ar (Shaft até Nível 7)
X12 Vazamento dos silos dosadores
Distribuição de ar - Nível 6 a cota -130
X13 Vazamentos nas tubulações
X14 Utilização de ar comprimido
X15 Dimensionamento da tubulação
X16 Manutenção das tubulações e válvulas
X17 Informações de pressão e vazão
X18 Posicionamento das tubulações
X19 Controle distribuição de ar
Distribuição de ar - Cota -155 a cota -260
X20 Vazamentos nas tubulações
X21 Utilização de ar comprimido
X22 Dimensionamento da tubulação
X23 Manutenção das tubulações e válvulas
X24 Informações de pressão e vazão
X25 Posicionamento das tubulações
X26 Controle distribuição de ar
29
Distribuição de ar - Cota -280 a cota -362
X27 Vazamentos nas tubulações
X28 Utilização de ar comprimido
X29 Dimensionamento da tubulação
X30 Manutenção das tubulações e válvulas
X31 Informações de pressão e vazão
X32 Posicionamento das tubulações
X33 Controle distribuição de ar
X34 Distribuição de ar
X35 Perda de carga pela distancia.
Distribuição de ar - Cota -412 a cota -522
X36 Vazamentos nas tubulações
X37 Utilização de ar comprimido
X38 Dimensionamento da tubulação
X39 Manutenção das tubulações e válvulas
X40 Informações de pressão e vazão
X41 Posicionamento das tubulações
X42 Controle distribuição de ar
X43 Distribuição de ar
X44 Perda de carga pela distancia.
X45 Localização das válvulas
X46 Conexões e válvulas
(Fonte: Gerado pelo autor)
Para priorizar os serviços utilizamos a Matriz de Prioridades, que consiste
na combinação da criticidade do equipamento e o nível de urgência do serviço.
Combinado essas informações com o grau de urgência dado pelo consentimento
das pessoas envolvidas no processo, definimos as prioridades de manutenção.
Para a criação da matriz de causa e efeitos foram adotados os seguintes
critérios:
Quanto ao grau de correlação da possível causa com o efeito.
10- 9- 8 para Forte correlação.
30
7- 6- 5- 4 para média correlação.
3- 2- 1 para faixa correlação.
0 sem correlação.
Para a analise de impacto foi criado uma graduação de 0 a 100 sendo a
linha de corte estipulada para gravidade da causa assumindo valor de 60.
Tabela 6: de analise de impacto
Índice de Importância 10
X's do Processo
IMPACTO Esforço de Eliminação da Variável de Entrada
Geração de Ar
X1 Baixa compressão 6 60 baixo
X2 Distribuição do fluxo ar
5 50 alto
X3 Condensação do ar
2 20 alto
X4 Parametrização do compressores
1 10 baixo
X5 Dimensionamento das tubulações
0 0 alto
X6
Pouca informações sobre o status dos compressores
0
0 baixo
X7 Qualidade de ar admitido
3 30 alto
X8
Freqüência de manutenção (elétrica e mecânica)
5
50 baixo
X9 Redução de pulmão
2 20 alto
Distribuição de ar – SHAFT
X10 Vazamento de ar Shaft (três pontos)
3 30 baixo
X11 Utilização do ar (Shaft até Nível 7)
3 30 baixo
X12 Vazamento dos silos dosadores
1 10 baixo
Distribuição de ar - Nível 6 a cota -130
X13 Vazamentos nas 8 80 baixo
31
tubulações
X14 Utilização de ar comprimido
8 80 baixo
X15 Dimensionamento da tubulação
1 10 alto
X16
Manutenção das tubulações e válvulas
9 90 alto
X17 Informações de pressão e vazão
1 10 alto
X18 Posicionamento das tubulações
0 20 alto
X19 Controle distribuição de ar
8 10 alto
Distribuição de ar - Cota -155 a cota -260
X20 Vazamentos nas tubulações
9 90 alto
X21 Utilização de ar comprimido
7 70 baixo
X22 Dimensionamento da tubulação
1 10 alto
X23
Manutenção das tubulações e válvulas
6 60 alto
X24 Informações de pressão e vazão
1 10 alto
X25 Posicionamento das tubulações
2 20 alto
X26 Controle distribuição de ar
1 10 baixo
Distribuição de ar - Cota -280 a cota -36602
X27 Vazamentos nas tubulações
9 90 baixo
X28 Utilização de ar comprimido
3 30 alto
X29 Dimensionamento da tubulação
2 20 alto
X30
Manutenção das tubulações e válvulas
6 60 baixo
X31 Informações de pressão e vazão
2 20 alto
X32 Posicionamento das tubulações
1 10 alto
X33 Controle distribuição de ar
7 70 baixo
32
X34 Distribuição de ar 6 60 baixo
X35 Perda de carga pela distancia.
3 30 alto
Distribuição de ar - Cota -412 a cota -52902
X36 Vazamentos nas tubulações
9 90 alto
X37 Utilização de ar comprimido
10 100 baixo
X38 Dimensionamento da tubulação
9 90 alto
X39
Manutenção das tubulações e válvulas
9 90 alto
X40 Informações de pressão e vazão
2 20 alto
X41 Posicionamento das tubulações
2 20 alto
X42 Controle distribuição de ar
1 10 baixo
X43 Distribuição de ar 3 30 baixo
X44 Perda de carga pela distancia.
8 80 alto
X45 Localização das válvulas
4 40 baixo
X46
Corrosão das tubulações, conexões e válvulas
8
80 alto
(Fonte: Gerado pelo autor)
Para uma melhor interpretação de quais pontos seriam necessários
atacar, utilizamos um gráfico esforço x impacto e analisamos aquelas atividades
que apresentavam um baixo esforço e um alto impacto para serem priorizadas
durante a semana de implantação do projeto.
33
Figura 8: Gráfico de esforço x impacto
(Fonte: Gerado pelo autor)
O desenvolvimento do evento kaizen descrito deu-se na terceira semana
de abril tendo início dia 19/04/2010 se estendendo até o dia 23/04/2010. Para
essa semana foi criado um plano de ação que envolvia desde a equipe até os
outros colaboradores da empresa.
Tabela 7: Plano de ação
Plano de Ação (O que ) Responsável Status
GERAÇÃO AR COMPRIMIDO - X1, X4, X6 e X8 COLOCAR PURGADOR AUTOMÁTICO NO SEGUNDO BALÃO LUIZ VICENTE Implementado
INSTALAR UMA VALVULA DE GAVETA NA LINHA DE AR AO LADO DOS BALÕES LUIZ VICENTE Implementado
INSTALAR TRANSMISSOR TEMPERATURA ANTONIO ALVES Pendente
MANUTENÇÃO DOS COMPRESSORES 01 e 06 LUIZ VICENTE Implementado
TESTAR AS VALVULAS DE ADMISSÃO DOS COMPRESSORES LUIZ VICENTE Implementado
ELIMINAR TANQUE_01 E CORRIGIR VAZAMENTO NAS VALVULAS LUIZ VICENTE Implementado
CRIAR UM PLANO DE MANUTENÇÃO PARA OS COMPRESSORES RANDERSON
Em andamento
IMPLEMENTAR NO PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA A LIMPEZA DA SALA DOS COMPRESSORES RANDERSON Implementado
34
VERIFICAR A PARAMETRIZAÇÃO DAS UNIDADES DE CONTROLE DOS COMPRESSORES LUIZ VICENTE Pendente
INSTALAR MEDIDOR DE VAZÃO NA SUPERFICIE LUIS ANSELMO
DISTRIBUIÇÃO AR SHAFT - X10, X11 e X12 CORRIGIR VAZAMENTO NO SHAFT - SUBSTITUIDO 03 TUBOS
MARCOS JUAREZ Implementado
CORRIGIR VAZAMENTO NOS SILOS DOSADORES IVO HOLANDA Implementado
DISTRIBUIÇÃO AR N_06 P/ -130 - X13 e X14
CORRIGIR VAZAMENTO NA TUBULAÇÃO DA -78 / GPII VANDERLEI Implementado
CORRIGIR VAZAMENTO NA TUBULAÇÃO DA -78 / -100 VANDERLEI Pendente
CORRIGIR VAZAMENTO NA TUBULAÇÃO DA -130 (CONDICIONADO A 2ª EQUIPE), SOLICITAR APOIO DE ROBSON GUIMARAES LUIS ANSELMO Implementado
DRENAR AGUA DA TUBULAÇÃO NO NIVEL 06 MARCOS JUAREZ Implementado
UTILIZAÇÃO DO AR COMPRIMIDO - REUNIÃO COM A SUPERVISÃO COMSB LUIS ANSELMO Pendente
CORRIGIR VAZAMENTO NO BRITADOR IVO HOLANDA Pendente
INSTALAR BALÃO NO NIVEL 06 LUIS ANSELMO
DISTRIBUIÇÃO AR -155 P/ -260 - X21 e X26
CORRIGIR VAZAMENTO NA TUBULAÇÃO NA -155 SERGIO Implementado
CORRIGIR VAZAMENTO NA TUBULAÇÃO NA -240 / -260 - VIA FURO VANDERLEI Pendente
CONTROLE DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO VANDERLEI
DISTRIBUIÇÃO AR -280 P/ -362 - X27, X30, X33 e X34 CONTROLE DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO/DISCUTIR O PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO WVAGNO Pendente
CORRIGIR VAZAMENTO NA TUBULAÇÃO / ISOLAR TUBULAÇÃO NO SETOR LESTE VANDERLEI Implementado
MANUTENÇÃO NAS TUBULAÇÕES E VALVULAS VANDERLEI
DISTRIBUIÇÃO AR -412 P/ -522 - X37, X42, X43 e X45
IDENTIFICAÇÃO DOS VAZAMENTOS NA MSB IVO HOLANDA Implementado
CORREÇÃO DOS VAZAMENTOS NOS MANGOTES/MANGUEIRAS DAS CUBEX
MARCOS ANTONIO Pendente
UTILIZAÇÃO DO AR COMPRIMIDO - REUNIÃO COM A SUPERVISÃO COMSB LUIS ANSELMO Pendente
CORRIGIR 03 VAZAMENTOS na cota 412 VANDERLEI Implementado
CORRIGIR 03 VAZAMENTOS na linha principal da rampa via furo VANDERLEI Implementado
CONTROLE DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO VANDERLEI
LOCALIZAÇÃO DAS VALVULAS VANDERLEI
DISTRIBUIÇÃO AR SUPERFICIE
IDENTIFICAÇÃO DOS VAZAMENTOS NA SUPERFICIE MARCOS ANTONIO Implementado
35
Corrigir Vazamento na Oficina - Afiação da Detonar. MARCOS JUAREZ Implementado
Corrigir Vazamento no Pátio da Oficina Central - Vedação do acoplamento
MARCOS ANTONIO Implementado
Corrigir Vazamento no Pátio da Oficina Central - União dos tubos
MARCOS ANTONIO Implementado
Corrigir Vazamento na Oficina Central - Válvulas MARCOS ANTONIO Implementado
Corrigir Vazamento no antigo Jateamento - Tubos enterrado e vazamento nas válvulas.
MARCOS ANTONIO Implementado
Corrigir Vazamento ao lado do SHAFT - Tubo de 2" MARCOS ANTONIO Implementado
INSPEÇÃO NA TORRE DE GUINCHO MARCOS JUAREZ Implementado
INSPEÇÃO NAS AREAS 41 E 42 IVO HOLANDA Implementado
CORRIGIR VAZAMENTO NA ENTRADA DO PÁTIO DA OFICINA CENTRAL EGIDIO Implementado
ELABORAR PLANO DE INSPEÇÃO PARA MALHA DE DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO NA MSB IVO HOLANDA
Em andamento
ANALISAR A MELHOR SOLUÇÃO PARA ATENDER A OFICINA DA SÃO CRISTOVÃO VANDERLEI Implementado
REVISAR PROCEDIMENTO DE INSPEÇÃO DOS COMPRESSORES NO SIEM RANDERSON/IVO Implementado
REVISAR PROCEDIMENTO DE INSPEÇÃO DA TUBULAÇÃO NO SHAFT NO SIEM RANDERSON/IVO
Em andamento
REVISAR PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO ELETRICA DOS COMPRESSORES NO SIEM ANTONIO ALVES Implementado
(Fonte : Gerado pelo autor)
6.2 Manutenção dos compressores
Os Planos de manutenção são o conjunto de informações necessárias
para a orientação perfeita da atividade de manutenção preventiva. Os mesmos
representam na prática o detalhamento da estratégia de manutenção assumida
por uma empresa. A sua disponibilização no tempo e no espaço e a qualidade
de suas instruções determinam o tratamento dado pelo organismo mantenedor
para com sua ação preventiva.
É a primeira categoria dos planos de manutenção, por isso se faz tão
importante, pois através deste tipo de exame simples podemos detectar através
dos 5 sentidos do mantenedor falhas em equipamentos de fácil resolução no
estagio de gravidade em que se encontra, Viana(2002).
36
Na prática inspeção consiste em observar certas características dos
equipamentos, tais como; ruídos, temperatura, condições de conservação,
vibração, etc.
Essa observação é periódica pois necessita de ser constante para a
apuração de comportamentos atípicos.
Para o devido acompanhamento utilizamos uma ferramenta simples que é
a Rota de Inspeção. A Rota de inspeção consiste no mapeamento dos
equipamentos de uma seção, dividindo-os de acordo com a natureza dos
mesmos. Dessa forma garante-se a inspeção por área, sem ultrapassar o tempo
máximo de uma hora e meia, verificando aspectos relevantes do maquinário.
A Rota de inspeção deve ser executada primeiramente pelos inspetores,
caso a empresa não disponha de tal mão de obra, cabe então aos operadores
mantenedores fazer esse trabalho. O planejador também deverá executar
algumas atividades no sentido de correção e verificação de procedimentos
adotados pelos executantes pertinentes a Rota, bem como para não perder o
contato com os equipamentos de sua responsabilidade.
Abaixo segue uma Rota de inspeção criada para o devido acompanhamento dos
compressores.
38
6.3 PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVO
Um plano de manutenção preventivo consiste em um conjunto de
atividades , regularmente executadas com o objetivo de manter o equipamento
em seu melhor estado operacional.
Podemos dividir tratamento de um plano preventivo em conteúdo e forma
a serem aplicados. A idéia de se ter um plano é conseguirmos gerar OMs
periódicas de forma automática, desta feita evitando que passe desapercebida a
execução de tarefas importantes na conservação da maquinaria.
Primeiramente devemos nos ater ao conteúdo do plano, o qual será a
discriminação das tarefas, ou seja, o que fazer e como fazer a manutenção; para
tanto precisamos estudar o equipamento, objetivando conhecê-lo e
conseqüentemente identificar possíveis pontos de falhas futuras, que deverão
ser bloqueadas com uma ação preventiva. De posse destas informações, que
estarão contidas na OM, gerada pelo plano,o mantenedor terá a noção correta
de como proceder na sua intervenção, evitando assim uma serie de perdas de
tempo, e melhorando a qualidade da manutenção dada.
Vale ressaltar que o plano de manutenção deve sempre estar em
constante revisão, pois nós mantenedores podemos e devemos propor
alterações nas pautas, a medida que as executam, melhorando-as
constantemente, de forma a termos o melhor conteúdo possível.
Para a construção de um plano, devemos informar uma série de
balizadores, no sentido de conseguirmos o melhor gerenciamento possível das
ordens de manutenção geradas.
a) Titulo do Plano de Manutenção MANUTENÇÃO PREVENTIVA DOS
COMPRESSORES
b) Grupo de Maquinas COMPRESSORES ATLAS COPCO (GA).
c) Periodicidade TRES MESES.
d) Data de ativação 13/05/2010.
39
e) Equipe de Manutenção MECANICO INDUSTRIAL E AUXILIAR DE
MANUTENÇÃO.
f) Planejador RESPONSÁVEL.
g) Materiais de consumo CAIXA DE FERRAMENTA, BOMBA DE
RECIRCULAÇÃO, SOLVENTE, GRAXA, KIT DE REPAROS,PANO PARA
LIMPEZA, RESERVATÓRIO DE ÓLEO, FLANGE DE ADAPTAÇÃO DE
UM INCH, VALDE MANGUEIRA.
h) EPI’S OCULOS DE PROTEÇÃO, LUVAS DE VAQUETA, PROTETOR
AURICULAR E CALÇADO DE SEGURANÇA.
Após a organização do plano de manutenção preventivo, no seu conteúdo
e forma, vinculamos o mesmo ao tag do equipamento para a devida geração
da OM.
Em se tratando de uma empresa considerada de grande porte, faz-se
necessário a utilização de um software que mantenha os equipamentos em
interatividade atualizando as informações em tempo real. Esse recurso
permite que o executante imprima o desenho do equipamento enquanto
trabalha, bem como faça alterações necessárias no processo de manutenção
do mesmo.
Para que as atividades possam ser realizadas nos compressores é
preciso que se programe a parada do mesmo. Para que isso aconteça de
forma organizada o software de programação da parada deve estar
vinculado aos outros programas utilizados na empresa.
Devido a compatibilidade com sistema utilizado de reposição de peças
utilizado pela empresa, a necessidade de funcionar em rede, a
disponibilidade de um módulo de solicitação de serviço e a facilidade de
planejamento que o sistema deve apresentar, optou-se por utilizar o SIEM
(Sistema Integrado de Engenharia da Manutenção), um programa da
empresa M e F Consultoria e Projetos.
40
Figura 10: Plano de Manutenção Preventiva
(Fonte: O Plano de Manutenção Preventiva gerado pelo SIEM
trimestralmente)
42
O primeiro posto que foi atacado na semana Kaizen foram os
compressores, durante essa semana foram realizadas a manutenção dos
mesmos sendo citadas na tabela abaixo a atividades desenvolvidas nesse
processo:
Tabela 8: Atividades realizadas nos Compressores
01 GA 160 - 100AP
Trocado óleos,substituído filtros, limpado trocador de calor interno e externo, bioa do separador de condensado WSD7580, kit de admissão, reparo de válvula de pressão mínima, solenóide de 24v, Anéis da válvula de retenção óleo e ar e lubrificação de motor elétrico.
02 GA 110 - 125 AP
Lubrificado e trocado rolamentos do motor, kit de admissão, Reparo da válvula de pressão mínima, anéis da válvula de retenção óleo e ar, solenóide 24v , limpeza do trocador de calor interno e externo.
03 GA 110 - 125 AP
Substituído óleos, filtros, limpar trocador de calor interno e externo, kit de admissão, reparo de válvula de pressão mínima, solenóide de 24v, anéis da válvula de retenção óleo e ar.
04 GA 160 - 125 AP
Feita limpeza do trocador de calor interno e externo, kit de admissão, reparo de válvula de pressão mínima, solenóide de 24v, anéis da válvula de retenção óleo e ar, substituir óleos, filtros e um cabo do sensor de temperatura feito a lubrificação motor.
05 GA 160 - 125 AP
Substituído óleos, filtros, kit de admissão, reparo de válvula de pressão mínima, solenóide de 24v.
06 GA 160 - 125 AP
Substituído óleos, filtros, kit de admissão, reparo de válvula de pressão mínima, solenóide de 24v, substituir cachimbo de alimentação da solenóide e pedir um cabo completo.
(Fonte: Gerado pelo autor)
43
7. RESULTADOS OBTIDOS
O gráfico da figura (12) mostra que a princípio as providências tomadas em
relação a geração de ar comprimido surtiram o efeito desejado mantendo a
pressão de trabalho nas condições desejadas.
Figura 12: Pressões adquiridas após implantado o projeto
(Fonte: Softwere wizcon)
Como pode ser observado acima a oscilação das pressões passaram a
variar menos, verificando que as quedas estão geralmente atribuídas a fases de
pico ou trocas de turno, etapa de ligamento das máquinas para alcance da
pressão desejada.
Após realizadas todas as atividades previstas na semana Kaizen, dentre
elas podemos citar as que ofereciam baixo esforço e alto impacto como:
Sanado os vazamentos nas tubulações;
Criado um controle para a linha de ar comprimido;
Pressões ideais para o desempenho das Maquinas Perfuratrizes
44
Feita manutenção de tubulações e válvulas;
Melhoramento na utilização do ar comprimido;
Manutenção dos Compressores;
Pode-se constatar que a geração de ar comprimido passou a atender a
demanda permitindo a emissão da quantidade de ar necessária com pressões
acima de 102 Psi, pressões ideais para o funcionamento das maquinas
perfuratrizes. Feita a parametrização correta dos compressores, como
demonstrado na tabela (9) atendendo as recomendações explicitadas no
catalogo do equipamento, as maquinas passaram a trabalhar em um regime de
quatro compressores operando deixando dois em stand by.
Figura 13: Controle da operação dos compressores
(Fonte: Softwere wizcon)
Realizadas as atividades propostas durante a semana kaizen, e exposto
no plano de ação anexado a esse trabalho, percebe-se um maior controle na
qualidade do ar obtido, a implantação de sensores de captação de
45
temperatura,pressão e vazão permitiu que o sistema fornecessem mais dados a
respeito do produto desejado.
Tabela 9: Parametrização dos Compressores
(Fonte: Gerado pelo autor)
Com a operação de forma alternada dos compressores o consumo de
energia diminuiu como pode ser observado.
Figura 14: Gráfico de consumo de energia x tempo
(Fonte: Gerado pelo autor)
COMPRESSOR PRESSÃO DE CARGA PRESSÃO DE ALÍVIO
01 GA 160 - 100AP 90 Psi 95 Psi
02 GA 110 - 125 AP 105 Psi 110 Psi
03 GA 110 - 125 AP 105 Psi 110 Psi
04 GA 160 - 125 AP 110 Psi 115 Psi
05 GA 160 - 125 AP 110si 115 Psi
06 GA 160 - 125 AP 110 Psi 115 Psi
46
Como o objetivo principal desse projeto foi oferever suporte para as
máquinas perfuratrizes, principalmente no que diz respeito a emissão de ar
comprimido para a gente de serviço, o gráfico abaixo ilustra a disponibilidade
das Cubex, evidenciando a queda na quantidade de horas paradas devido a falta
de ar comprimido nos equipamentos.
Figura 15: Quantidade de horas paradas das Cubex por falta de ar comprimido
(Fonte: Gerado pelo autor)
Foi constatado então que as paradas que tiveram um pico no mês de abril
de até 62 horas e 48 minutos por falta de pressão, agora não chegam a 30
minutos, sendo essas paradas ainda relacionadas a uma falta de postura com
relação a necessidade filosófica imposta pelo programa.
0,4
47
8 CONCLUSÃO
A partir da necessidade imposta pelo problema verificou-se que se fazia
urgente a implantação de um plano de caráter imediato, que apresentasse uma
solução para sanar a queda de pressão existente até então. A aplicação da
ferramenta Kaizen como base para solucionar os problemas relacionados a
baixa qualidade do ar comprimido se mostrou eficiente, já que a mesma permitiu
que as pressões ideais de trabalho fossem alcançadas, além de diminuir o
consumo de energia a partir da implantação de um método de revezamento
entre os compressores e garantir a qualidade do ar, através de alterações feitas
na linha de distribuição
A metodologia KAIZEN mostrou-se como uma ferramenta eficiente visto
que a mesma solucionou os problemas que foram classificados como prioritários
dando o retorno esperado. A utilização dessa ferramenta permitiu ainda a
possibilidade de melhorias contínuas já que a mesma inclui em seu cronograma
a realização de projetos futuros.
Fica evidente que os defeitos que ainda não foram sanados apresentam
caráter comportamental, fazendo-se necessário o treinamento dos funcionários
quanto a utilização desse sistema, para que os mesmos passem a saber o
quanto é importante a pressão do ar no que diz respeito ao desempenho das
máquinas perfuratrizes.
48
9 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PINTO, A. K.; XAVIER, J. N.; BARONI, T. - Gestão Estratégica e
Técnicas Preditivas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
VIANA, H. R. G. - PCM, Planejamento e controle de manutenção. Rio
de Janeiro Qualitymark, 2002.
XENOS, H. G. Gerenciando a manutenção produtiva. Belo Horizonte :
DG, 1998
ROTHER, M. & SHOOK, J. Aprendendo a Enxergar – Mapeando o
fluxo de valor para agregar valor e eliminar o desperdício. Junho,
1999.
SHIROSE, K. TPM para mandos intermédios de fábrica. Madrid:
Productivity Press. 1994. 155p. ISBN 84-87022-11-1.
TAKAHASHI, Y ; OSADA, T. Manutenção Produtiva Total. 2.ed. São
Paulo: Instituo IMAN, 2000. 322p.
TAPPING, D; LUYSTER, T. & SHUKER, T. Value Stream Management:
eight steps to planning, mapping, and sustaining lean improvements.
Productivity Press. New York, 2002.
Manual de instrução para os compressores. Disponível em:
www.atlascopco.com.br. Acesso 10/04/2010
Eficiência energética em sistema de ar comprimido – PROCEL
INDUSTRIA – Eletrobrás.