Tese doutorado Ruibran

216
RUIBRAN JANUÁRIO DOS REIS Mapeando a climatologia das descargas atmosféricas em Minas Gerais, utilizando dados de 1989 a 2002 - uma análise exploratória - Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial, como requisito parcial à obtenção do Título de Doutor Área de concentração: Análise Espacial Orientador: Dr.João Alberto de Pratini de Morais Co-Orientador: Dr. João Francisco de Abreu Doutorando: Ruibran Januário dos Reis PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Belo Horizonte 2005

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RUIBRAN JANUÁRIO DOS REIS

Mapeando a climatologia das descargas

atmosféricas em Minas Gerais, utilizando

dados de 1989 a 2002

- uma análise exploratória -

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Geografia – Tratamento da Informação Espacial, como

requisito parcial à obtenção do Título de Doutor

Área de concentração : Análise Espacial

Orientador : Dr.João Alberto de Pratini de Morais

Co-Orientador : Dr. João Francisco de Abreu

Doutorando : Ruibran Januário dos Reis

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Belo Horizonte 2005

Page 2: Tese doutorado Ruibran

FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Reis, Ruibran Januário dos R375m Mapeando a climatologia das descargas atmosféricas em Minas Gerais,

utilizando dados de 1989 a 2002: uma análise exploratória / Ruibran Januário dos Reis. Belo Horizonte, 2007.

131f. : il.

Orientador: João Alberto de Pratini de Morais Tese (/Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,

Programa de Pós-Graduação em Tratamento da informação espacial. 1. Análise espacial (Estatística). 2. Climatologia – Minas Gerais. 3. Raio.

I. Morais, João Alberto de Pratini de. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós- Graduação em Tratamento da informação espacial. III. Título.

CDU: 551.58(815.1)

Page 3: Tese doutorado Ruibran

Título: “Mapeando a climatologia das descargas atmosféricas em Minas Gerais, utilizando dados de 1989 a 2002 – Uma

análise exploratória”

Autor: Ruibran Januário dos Reis

Data da Defesa: 06/ setembro/ 2005

Prof. Dr. João Alberto Pratini de Moraes

(PUC Minas/ Orientador)

Prof. Dr. João Francisco de Abreu

(PUC Minas : Co-Orientador)

Prof. Dr. Aurélio Muzzarelli

(PUC Minas : Universidade de Bolonha – Itália)

Prof. Dr. Wolney Lobato

(PUC Minas)

Prof. Dr. Osmar Pinto Junior

(INPE)

Prof. Dr. Daniel Pereira Guimarães

(EMBRAPA)

Page 4: Tese doutorado Ruibran

Aos meus pais, Aldebrandes e Ana (in memoriam), à minha

esposa, Maria Inês, e aos meus filhos Douglas, Luciano e Cristiano.

Page 5: Tese doutorado Ruibran

AGRADECIMENTOS

À minha família, que participou de todos os momentos preocupantes e

felizes durante a realização da tese.

Aos professores doutores João Alberto de Pratini Morais e João Francisco

de Abreu, respectivamente orientador e co-orientador, que, com suas sugestões e

apoio, possibilitaram a realização e apresentação da pesquisa. Também ao

coordenador do programa de pós-graduação em Geografia com ênfase em

Tratamento da Informação Espacial, professor doutor Oswaldo Bueno Amorim

Filho e ao coordenador adjunto, professor Leônidas Conceição Barroso.

À Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, na pessoa do Diretor

de Geração e Transmissão, Engenheiro Elmar Santana, ao Superintendente de

Planejamento da Operação de Sistemas da Geração e Transmissão, Engenheiro

Hélder Godinho e ao Chefe do Departamento de Planejamento Hidroenergético,

Engenheiro Aelton Marques de Faria, o meu agradecimento pelo apoio em toda a

fase de desenvolvimento da pesquisa.

Aos colegas do Departamento de Planejamento Hidroenergético, em

especial aos técnicos Carlos Wagner e Geraldo Manoel, que sempre me

auxiliaram no desenvolvimento e nos momentos de discussão.

Aos colegas professores da PUC Minas, que muitas vezes me auxiliaram

nas discussões a respeito das “teorias da Geografia” e, principalmente, a ter o

“espírito geográfico”.

Page 6: Tese doutorado Ruibran

Agradecimento especial a todos os estagiários do Centro de Climatologia –

MGtempo, que não mediram esforços para auxiliar na concretização do trabalho.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento

da pesquisa.

Page 7: Tese doutorado Ruibran

RESUMO

As descargas atmosféricas são um fenômeno meteorológico surgido

praticamente no início da formação do planeta Terra. Provocou medo,

superstições, mas não diminuiu seu poder de destruição, atualmente estimado em

cerca de quinhentos milhões de dólares no Brasil.

A Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig estuda o fenômeno da

descarga atmosférica e sua influência nas linhas de transmissão desde 1971.

Inicialmente, os dados eram coletados através de anotações em cartelas, depois

com contadores e finalmente por uma rede de coleta de dados de descargas

atmosféricas em tempo real.

Este trabalho apresenta inicialmente uma revisão epistemológica dos

resultados das pesquisas sobre descargas atmosféricas no Estado de Minas

Gerais. Em seguida, são apresentados os principais fatores meteorológicos que

podem influenciar na formação, distribuição e alteração, temporal e espacial, das

descargas atmosféricas.

A utilização do Sistema de informações Geográficas – SIG para

visualização dos resultados na forma de mapas foi fundamental para a análise dos

resultados. Foram utilizados os softwares VIS, MapInfo e Surfer.

Os dados coletados para o estudo compreenderam o período de 1989 a

2002, no total de 15.330.571 descargas atmosféricas. O banco de dados foi criado

a partir das informações sobre a latitude, longitude e polaridade de cada descarga

atmosférica.

Page 8: Tese doutorado Ruibran

Em Minas Gerais, os meses que apresentaram o maior número médio de

descargas atmosféricas foram novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, sendo

que fevereiro apresentou o maior valor médio mensal, 162.000.

O “cinturão”, região com maior densidade de descargas atmosféricas

posicionada no sentido leste-oeste, já havia sido encontrado por outros

pesquisadores, mas o trabalho mostrou a exata localização dos núcleos de

maiores densidades.

A topografia não representa o principal fator na organização e distribuição

das descargas atmosféricas em Minas Gerais, mas é um dos fatores significativos

no aumento da densidade em alguns municípios.

Os fenômenos El Niño, La Niña e aquecimento global não chegam a atuar

diretamente na quantidade anual de descargas atmosféricas em Minas Gerais;

entretanto, há indícios de mudança na distribuição espacial.

Apesar dos trabalhos já realizados em Minas Gerais, a pesquisa mostrou a

necessidade de se estudar detalhadamente à influência do microclima de cada

município do Estado, para melhor compreensão do fenômeno.

Palavras-chaves : Análise espacial; Climatologia; Descargas atmosféricas.

Page 9: Tese doutorado Ruibran

ABSTRACT

Atmospheric discharges are a meteorological phenomenon that appeared

practically in the beginning of the formation of planet Earth. They provoked fear,

superstitions, but did not diminish their power of destructions, nowadays estimated

in about five hundred million dollars in Brazil.

Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG studies the atmospheric

discharge phenomenon and its influence in the transmission lines since 1971.

Initially, the data were gathered through records in notebooks, after that it was

done with counters and finally by a gathering network of atmospheric discharges

data in real time.

This works presents initially an epistemological review of the researches

data about atmospheric discharges in Minas Gerais state. After that, the main

meteorological factors that can influence in the formation, distribution and

alteration, both temporal and spatial, of the atmospheric discharges are presented.

The use of Sistema de Informações Geográficas – SIG (Geographic

Information System – GIS) to visualize the data as maps was fundamental to

analyze the results. Softwares VIS, MapInfo and Surfer were used.

Collected data to this study comprehended the period from 1989 to 2002,

with a total of 15.330.571 atmospheric discharges. The database was generated

from information about latitude, longitude and polarity of each atmospheric

discharge.

Page 10: Tese doutorado Ruibran

In Minas Gerais, the months that presented the highest average number of

atmospheric discharges were November, December, January and February, and

February presented and the highest monthly average value, 162.000.

The “cinturão” (belt), region with highest atmospheric discharges density

located in a direction east-west, had already been found by other researchers, but

this work showed the exact position of the nuclei with higher densities.

Topography does not represent the main factor on the atmospheric

discharges organization and distribution in Minas Gerais, but it is one of the most

significant factors related to the density increase in some municipal areas.

The phenomena El Niño, La Niña and global warming do not act directly on

the yearly quantity of atmospheric discharges in Minas Gerais; however, there are

some signs of changing in the spatial distribution.

In spite of the works already done in Minas Gerais, this research showed the

need of studying in detail the influence of the microclimate of each municipal area

of Minas Gerais state, for a better understanding of the phenomenon.

Key words: Spatial analysis; Climatology; Atmospheric Discharges

Page 11: Tese doutorado Ruibran

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................... ................................................. I

LISTA DE TABELAS ................................................................................... VII

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO............................ ....................................... 1

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................. .............................. 6

2.1 – Nível ceráunico.............................................................................. 6

2.2 – Contadores de descargas atmosféricas........................................ 10

2.3 – Sistema de localização de tempestades – SLT.......................... 12

2.4 – Fenômenos El Niño e La Niña...................................................... 24

2.5 – Aquecimento global....................................................................... 30

CAPÍTULO 3 - BASES TEÓRICAS........................ ..................................... 37

3.1 – Características do relevo de Minas Gerais. .................................. 38

3.2 – Climatologia de Minas Gerais........................................................ 40

3.2.1 - Classificação climática de Minas Gerais............................. 40

3.2.2 – Distribuição espacial dos principais elementos climáticos

em Minas Gerais..................................................................

44

3.3 – Formação das descargas atmosféricas........................................ 51

3.3.1 – Ciclo hidrológico................................................................. 51

3.3.2 – Processos físicos de formação de nuvens...................... 54

3.3.3 – Ciclo de vida de uma nuvem de tempestade..................... 59

3.4.4 – Formação das descargas atmosféricas............................. 61

3.4.5 – Relâmpagos nuvem-solo.................................................... 67

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA........................... ...................................... 71

4.1 – Sistemas de informações geográficas – SIG............................. 71

4.2 – Princípio do sistema de localização de tempestades................. 75

Page 12: Tese doutorado Ruibran

4.3 – Dados do sistema de localização de tempestades..................... 79

CAPÍTULO 5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS................ .......................... 85

5.1 - Descargas atmosféricas................................................................ 85

5.2 - Densidade de descargas atmosféricas.......................................... 87

5.3 - Análise da polaridade..................................................................... 96

5.4 - Dias de trovoadas......................................................................... 106

5.5 – Influência da topografia na organização das descargas

atmosféricas...................................................................................

118

5.6 – Influência dos fenômenos El Niño e La Niña nas descargas

atmosféricas em Minas Gerais.......................................................

120

5.7 – Influência do aquecimento global nas descargas atmosféricas

em Minas Gerais...........................................................................

128

CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............ ................. 131

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 138

ANEXO A............................................ ......................................................... 146

ANEXO B............................................ ......................................................... 163

ANEXO C..................................................................................................... 178

ANEXO D..................................................................................................... 185

Page 13: Tese doutorado Ruibran

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Número médio anual de dias de trovoadas por ano................ 7

Figura 2.2 – Dias de trovoadas por ano....................................................... 8

Figura 2.3 – Número de dias de trovoadas por ano..................................... 9

Figura 2.4 – Rede de contadores de descargas atmosféricas da Cemig... 10

Figura 2.5 – Densidade de descargas atmosféricas – período

1985/1995.................................................................................

11

Figura 2.6 – Trajetórias das tempestades na região metropolitana de Belo

Horizonte...................................................................................

13

Figura 2.7 – Região considerada no estudo de Pinto Jr et al., 1999.......... 15

Figura 2.8 – Densidade de descargas atmosféricas medidas no Sudeste

do Brasil em 1993.....................................................................

16

Figura 2.9 – Distribuição mensal das descargas atmosféricas ocorridas

em Minas Gerais/1993........................................................

17

Figura 2.10 – Variação sazonal das descargas atmosféricas ocorridas em

Minas Gerais/ 1993..............................................................

18

Figura 2.11 – Área de estudo utilizada por Mendes Jr. et al 1998............... 19

Figura 2.12 – Descargas nuvem-solo na estação do verão em Minas

Gerais: período de 1988/95......................................................

20

Figura 2.13 – Área de estudo utilizada no estudo de Naccarato, 2001....... 21

Figura 2.14 – Percentual de relâmpagos positivos encontrados por

Naccarato (2001).......................................................................

22

Figura 2.15 – Valores médios da corrente de pico (kA) para relâmpagos

negativos e positivos ................................................................

23

Figura 2.16 – Condição atmosférica de normal .......................................... 25

Figura 2.17 – Condição atmosférica de El Niño.......................................... 26

Figura 2.18 – Condição atmosférica de La Niña.......................................... 26

Figura 2.19 - Evolução da anomalia da TSM em anos de El Niño.............. 28

Figura 2.20 - Evolução da anomalia da TSM em anos de La Niña.............. 28

I

Page 14: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.21 - Índice de oscilação sul – 1989 a 2002.................................. 29

Figura 2.22 - Mauna Loa, Hawaii, U.S.A..................................................... 34

Figura 2.23 – Concentração de dióxido de carbono em Mauna Loa, Havaí 35

Figura 2.24 – Anomalia global da temperatura do ar................................... 36

Figura 3.1 – Mapa altimétrico de Minas Gerais........................................... 38

Figura 3.2 – Classificação climática de Minas Gerais segundo Köppen..... 43

Figura 3.3 – Precipitação média anual em Minas Gerais no período de

1961 a 1990..............................................................................

45

Figura 3.4 – Número médio anual de dias de chuvas em Minas Gerais..... 46

Figura 3.5 – Temperatura média anual em Minas Gerais........................... 48

Figura 3.6 – Direção predominante média anual dos ventos em Minas

Gerais........................................................................................

49

Figura 3.7 – Velocidade média anual dos ventos em Minas Gerais............ 50

Figura 3.8 – Distribuição proporcional da água........................................... 51

Figura 3.9 – Ciclo hidrológico...................................................................... 52

Figura 3.10 – Estimativa da transferência de água no ciclo hidrológico..... 53

Figura 3.11 – Ilustração dos vários tipos de nuvem..................................... 55

Figura 3.12 – Formação frontal................................................................... 56

Figura 3.13 – Formação convectiva............................................................ 57

Figura 3.14 – Formação orográfica............................................................. 58

Figura 3.15 a, b, c – Seção transversal idealizada de uma célula de

tempestade.............................................................................

60

Figura 3.16 - Processo de eletrificação das nuvens................................... 62

Figura 3.17 – Processo termoelétrico de separação de cargas dentro das

nuvens de tempestade...........................................................

63

Figura 3.18 – Distribuição das descargas atmosféricas dentro de uma

nuvem.....................................................................................

64

Figura 3.19 a – Relâmpago intra-nuvem .................................................... 65

Figura 3.19 b – Relâmpago da nuvem para cima........................................ 65

Figura 3.19 c – Relâmpago para o ar ......................................................... 65

II14

Page 15: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.19 d – Relâmpago nuvem-solo...................................................... 66

Figura 3.19 e – Relâmpago solo-nuvem..................................................... 66

Figura 3.19 f – Relâmpago entre-nuvem..................................................... 66

Figura 3.20 – Seqüência temporal de eventos durante um relâmpago

nuvem-solo negativo com uma descarga de retorno.............

68

Figura 4.1 - Eficiência na localização – 4 sensores – jan/89 a mai/95........ 77

Figura 4.2 - Eficiência na localização – 6 sensores – jun/95 a out/96......... 77

Figura 4.3 - Eficiência na localização – 7 sensores – nov/96 a set/98........ 78

Figura 4.4 - Eficiência na localização – 16 sensores - out/98 a jul/91........ 78

Figura 4.5 - Eficiência na localização – 22 sensores ................................. 79

Figura 4.6 - Exemplo de atributos criado através do software MapInfo...... 81

Figura 4.7 – Grid 20 X 20 km....................................................................... 82

Figura 4.8 – Pontos de centróides............................................................... 83

Figura 5.1 – Descargas atmosféricas médias mensais em Minas Gerais... 86

Figura 5.2 – Total de descargas atmosféricas anuais................................. 87

Figura 5.3 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas em Minas

Gerais.......................................................................................

90

Figura 5.4 – Comparação entre a densidade de descargas atmosféricas

observadas pelos contadores e pelo SLT.................................

92

Figura 5.5 – Densidade de descargas médias no verão.............................. 93

Figura 5.6 – Densidade de descargas médias no outono............................ 94

Figura 5.7 – Densidade de descargas médias no inverno........................... 95

Figura 5.8 – Densidade de descargas médias na primavera....................... 96

Figura 5.9 – Relação entre descargas atmosféricas de polaridade positiva

e negativa..................................................................................

97

Figura 5.10 - Comparação entre as polaridades positivas e negativas em

cada região................................................................................

98

Figura 5.11 - Campo das Vertentes............................................................. 99

Figura 5.12 - Central mineira....................................................................... 100

Figura 5.13 – Jequitinhonha......................................................................... 100

III15

Page 16: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.14 – Metropolitana......................................................................... 101

Figura 5.15 – Noroeste................................................................................ 101

Figura 5.16 – Norte..................................................................................... 102

Figura 5.17 – Oeste..................................................................................... 102

Figura 5.18 - Sul-Sudoeste.......................................................................... 103

Figura 5.19 – Triângulo................................................................................ 103

Figura 5.20 - Vale do Mucuri........................................................................ 104

Figura 5.21 - Vale do Rio Doce.................................................................... 104

Figura 5.22 - Zona da Mata.......................................................................... 105

Figura 5.23 – Número médio de dias de trovoadas em Minas Gerais......... 107

Figura 5.24 – Comparação entre mapas de dias de trovoadas gerados a

partir de observadores locais e com dados do

SLT.........................................................................................

108

Figura 5.25 – Número de dias de trovoadas no ano de 1989 em Minas

Gerais.....................................................................................

110

Figura 5.26 – Número de dias de trovoadas no ano de 1990 em Minas

Gerais.....................................................................................

110

Figura 5.27 – Número de dias de trovoadas no ano de 1991 em Minas

Gerais...................................................................................

111

Figura 5.28 – Número de dias de trovoadas no ano de 1992 em Minas

Gerais.....................................................................................

111

Figura 5.29 – Número de dias de trovoadas no ano de 1993 em Minas

Gerais....................................................................................

112

Figura 5.30 – Número de dias de trovoadas no ano de 1994 em Minas

Gerais.....................................................................................

112

Figura 5.31 – Número de dias de trovoadas no ano de 1995 em Minas

Gerais.....................................................................................

113

Figura 5.32 – Número de dias de trovoadas no ano de 1996 em Minas

Gerais....................................................................................

113

Figura 5.33 – Número de dias de trovoadas no ano de 1997 em Minas

IV

Page 17: Tese doutorado Ruibran

Gerais.................................................................................... 114

Figura 5.34 – Número de dias de trovoadas no ano de 1998 em Minas

Gerais....................................................................................

114

Figura 5.35 – Número de dias de trovoadas no ano de 1999 em Minas

Gerais....................................................................................

115

Figura 5.36 – Número de dias de trovoadas no ano de 2000 em Minas

Gerais.....................................................................................

115

Figura 5.37 – Número de dias de trovoadas no ano de 2001 em Minas

Gerais.....................................................................................

116

Figura 5.38 – Número de dias de trovoadas no ano de 2002 em Minas

Gerais.....................................................................................

116

Figura 5.39 – Comparação entre a orografia e a média anual de

descargas atmosféricas em Minas Gerais.............................

118

Figura 5.40 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de

1991/1992 em Minas Gerais..................................................

121

Figura 5.41 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de

1993/1994 em Minas Gerais..................................................

122

Figura 5.42 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de

1994/1995 em Minas Gerais..................................................

123

Figura 5.43 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de

1995/1996 em Minas Gerais..................................................

124

Figura 5.44 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de

1997/1998 em Minas Gerais.................................................

125

Figura 5.45 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de

1998/1999 em Minas Gerais..................................................

126

Figura 5.46 – Descargas atmosféricas ocorridas nos meses de verão em

Minas Gerais..........................................................................

127

Figura 5.47 – Comparação entre a quantidade de descargas

atmosféricas anual em Minas Gerais e a anomalia de

temperatura do ar global........................................................

129

V17

Page 18: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.48. Distribuição mensal das descargas atmosféricas ocorridas

entre 1989 e 2002..................................................................

130

VI18

Page 19: Tese doutorado Ruibran

LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Níveis ceraúnicos de diversos países..................................... 8

Tabela 2.2 – Densidade de descargas atmosféricas para a Terra.............. 12

Tabela 2.3 – Anos de ocorrência de El Niño................................................ 27

Tabela 3.1 – Classificação climática de Köppen......................................... 42

Tabela 3.2 – Classificação das nuvens segundo a altura da base............. 55

Tabela 4.1 – Comparação entre representações de mapas temáticos....... 74

Tabela 5.1 – Municípios de Minas Gerais com maiores densidades de

desc./km2/ano.........................................................................

89

19VII

Page 20: Tese doutorado Ruibran

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

No intervalo compreendido entre a superfície da Terra e uma altitude de 15 a

20 km, isto é, dentro do estrato geográfico terrestre, definido por Grigoriev, em 1968,

é que ocorrem os fenômenos meteorológicos mais severos, dentre eles as descargas

atmosféricas.

Desde a sua formação, há 4,5 bilhões de anos, o clima da Terra sofreu várias

modificações, com períodos alternados entre aquecimento e resfriamento. A

composição da atmosfera variou nesse período, tendo no início uma alta

concentração de dióxido de carbono, onde ocorreram grandes quantidades de

descargas atmosféricas e, segundo a teoria de Berkner e Marshall, desenvolvida na

década de 1960, a evolução da concentração atual de oxigênio (aproximadamente

21%) demorou bilhões de anos para acontecer.

O experimento de Benjamin Franklin, em 1750, abriu as portas para o estudo

das descargas atmosféricas. Fenômeno até então puramente explicativo, começou a

tomar uma forma quantitativa, pois Franklin mostrou a existência de cargas elétricas

nos relâmpagos.

1

Page 21: Tese doutorado Ruibran

Segundo Krider (1999), por mais de 170 anos o estudo das descargas

atmosféricas permaneceu em sua forma qualitativa. Conhecimentos sobre as

propriedades físicas das descargas e sistemas de proteção começaram a surgir a

partir da década de 1920.

Trabalhos sobre descargas atmosféricas podem ser encontrados em várias

partes do mundo, Krider (1999) resume os principais trabalhos. Boys em 1926,

mostra ser possível o conhecimento físico do fenômeno das descargas atmosféricas

através de uma câmera construída por ele. O autor também cita que os trabalhos

publicados por B. F. J. Schonland e D. J. Malan, no período de 1933 a 1938, foram

de grande importância para o entendimento do fenômeno.

Em Minas Gerais, pode-se dizer que a Cemig foi pioneira no estudo de

descargas atmosféricas, quando em 1971 iniciou o processo de coleta de dados em

cartelas, pelo qual os observadores anotavam diariamente se haviam ocorrido ou

não trovoadas na região (CARVALHO et al 1992).

A instalação, em 1985, pela Cemig, de uma rede de contadores de descargas

atmosféricas, com coleta de informações em 43 pontos do Estado, instalados em

locais previamente estudados, foi também um outro grande marco no estudo das

descargas atmosféricas no Brasil.

Em 1986, a Cemig instalou na Serra do Cachimbo, região próxima de Belo

Horizonte, uma estação composta de um mastro de 60 metros de altura, juntamente

2

Page 22: Tese doutorado Ruibran

com um sistema computacional que possibilitou estudar as características das

descargas atmosféricas em Minas Gerais. Após a incidência de mais de 41

descargas atmosféricas, a pesquisa mostrou que a intensidade média das descargas

atmosféricas em Minas Gerais é superior em cerca de 30% da observada no mundo

(TRIGINELLI et al 1994).

A instalação em Minas Gerais do primeiro Sistema de Localização de

Descargas Atmosféricas – SLT da América Latina, no final de 1988 pela Cemig,

possibilitou o início da criação de um banco de dados com informações das

descargas atmosféricas que ocorrem no Estado. O sistema determina, para cada

descarga atmosférica ocorrida, as informações de latitude, longitude, hora,

polaridade e intensidade, além de manter um banco de dados.

Conforme Rodrigues (2004), o volume de informações dessa pesquisa tornou-

se facilmente “manipulável e compreensível” através da utilização do GIS

(Geographic Information System) – Sistema de Informações Geográficas.

O objetivo principal deste trabalho é mapear a climatologia das descargas

atmosféricas em Minas Gerais, através da análise de dados temporais e espaciais;

além do total médio anual de descargas ocorridas em Minas Gerais, também será

feita uma análise regional da polaridade das descargas atmosféricas.

O estudo terá como base as descargas atmosféricas coletadas no período

compreendido entre 1989 e 2002. Serão confeccionados mapas de densidades, dias

de trovoadas médias do período e também por estação do ano, mensal e anual.

Page 23: Tese doutorado Ruibran

Além da introdução (cap. 1), no capítulo 2 é feita uma revisão bibliográfica,

com análise dos principais trabalhos publicados em livros e congressos, sobre a

utilização de informações que permitiram a evolução do sistema de localização de

tempestades em Minas Gerais.

No capítulo 3 são apresentados os contextos geográficos de Minas Gerais,

mapas altimétricos, de temperatura do ar, precipitação, dias de chuva e velocidade

do vento. Também são apresentados os conceitos dos fenômenos El Niño, La Niña e

aquecimento global, bem como a explicação dos processos físicos de formação de

uma nuvem até a formação de uma descarga atmosférica.

No capítulo 4 é feita uma explanação dos processos de coleta, elaboração de

banco de dados e análise.

No capítulo 5 são analisadas as descargas atmosféricas ocorridas em Minas

Gerais no período de 1989 a 2002, através de gráficos e mapas. Também é feita

uma comparação dos dados com os fenômenos El Niño, La Niña e aquecimento

global.

4

Page 24: Tese doutorado Ruibran

No capítulo 6 são apresentadas as conclusões obtidas da análise dos dados e

recomendações para pesquisas futuras. No capítulo 7 são apresentadas as

referências bibliográficas utilizadas. O trabalho possui anexos A, B, C e D.

Page 25: Tese doutorado Ruibran

CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O estudo das descargas elétricas no Brasil começou a ser feito pelas

companhias de eletricidade. Pode-se dizer que a pesquisa foi iniciada pela Cemig,

em 1971, obtendo informações de níveis ceráunicos muito importantes para o

estágio atual das pesquisas. O objetivo deste capítulo é fazer uma revisão

bibliográfica dos trabalhos de pesquisa em descargas atmosféricas.

2.1 – Nível ceráunico

Carvalho et al.(1992), Triginelli et al.(1994) e Diniz et al. (1996) apresentaram

os resultados das pesquisas que estavam desenvolvendo na Cemig desde 1971,

sobre dias de trovoadas e de densidade de descargas atmosféricas (figura 2.1). O

nível ceráunico em Minas Gerais começou a ser obtido nesse ano, em

aproximadamente 565 postos; com base nas informações coletadas, pode-se

verificar sua variação média anual.

De acordo com a figura 2.1, os valores máximos anuais do nível ceráunico

ocorreram em 1972, 1983 e 1991 e o seu menor nível ocorreu em 1988. A média

anual, em Minas Gerais, foi de 67 dias de trovoadas.

6

Page 26: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.1 – Número médio anual de dias de trovoadas por ano

A figura 2.2 mostra um cartograma com a distribuição anual dos dias de

trovoadas nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e

Goiás. Os dados coletados em Minas Gerais se referem ao período de 1971 a 1995.

Os dados dos demais Estados começaram a ser incorporados, na estatística da

Cemig a partir de 1978.

As regiões de Minas Gerais que apresentam maior número de dias com

trovoadas por ano são o Triângulo, Alto São Francisco, Noroeste e Sudoeste. Os

valores mais altos foram observados na região do município de Uberaba, que

registrou acima de 120 dias/trovoadas/ano. Os menores valores foram observados

em algumas localidades situadas nas regiões Norte, Nordeste e Leste de Minas

Gerais, abaixo de 40 dias/trovoadas/ano.

7

0

20

40

60

80

100

120

140

71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95

ANO

ME

RO

DIO

AN

UA

L D

E

DIA

S D

E T

RO

VO

AD

AS

O

UV

IDA

S

Page 27: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.2 – Dias de trovoadas por ano (cartograma)

Fonte: Carvalho et al. 1992, e Diniz et al. 1996

A tabela 2.1 mostra a comparação dos níveis ceráunicos em diversos países.

Verifica-se que os índices ceráunicos em outros países ficam abaixo dos observados

em Minas Gerais, variando entre 5 e 107 dias de trovoadas/ano.

Tabela 2.1 – Níveis ceráunicos de diversos países

Local Nível ceraunico Local Nível ceraunico

África do Sul 5 a 100 Austrália 5 a 107

Itália 11 a 60 Finlândia 17

França 20 a 30 Alemanha 15 a 35

Fonte: Carvalho et al. 1992.

A NBR 5419, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, de junho

de 1993, apresentou um mapa com número de dias de trovoadas no Brasil;

entretanto, não há informação de como os dados foram coletados. Pode-se observar

Page 28: Tese doutorado Ruibran

no cartograma, figura 2.3, que os dados referentes a Minas Gerais, principalmente

nas regiões Norte e Nordeste, estão muito abaixo dos observados pela Cemig.

Figura 2.3 – Número de dias de trovoadas por ano (cartograma)

Fonte: NBR 5419

Page 29: Tese doutorado Ruibran

2.2 – Contadores de descargas atmosféricas

Carvalho et al. (1992) e Diniz et al. (1996) também apresentaram os

resultados obtidos pela rede de contadores de descargas atmosféricas. A Cemig

instalou 43 contadores de descargas atmosféricas, conforme a figura 2.4, onde o raio

de ação de cada contador era de 20 km.

Figura 2.4 – Rede de contadores de descargas atmosféricas da Cemig

O resultado da pesquisa mostrou, conforme o cartograma, figura 2.5, que as

densidades das descargas atmosféricas em Minas Gerais variam entre 1 e 9

descargas/km²/ano, com valores crescentes da região Norte para a Sul. Os maiores

valores, acima de 9 descargas/km²/ano, foram observados na região dos municípios

Page 30: Tese doutorado Ruibran

de São João Del Rey e Jaguara (próximo aos municípios de Uberaba e Araxá). As

regiões Norte e Nordeste apresentaram densidades abaixo de 2 descargas/km²/ano.

Os municípios localizados nas regiões Noroeste, Triângulo, Alto São Francisco, Alto

Paranaíba, Central, Zona da Mata e Sul apresentaram 5 descargas/km²/ano.

Figura 2.5 – Densidade de descargas atmosféricas – período 1985/1995

(cartograma)

Fonte: Carvalho et al. 1992, e Diniz et al. 1996

A tabela 2.2 mostra a comparação entre a densidade de descargas

observadas em Minas Gerais e as observadas em outros países.

Page 31: Tese doutorado Ruibran

Tabela 2.2 – Densidade de descargas atmosféricas para a Terra

Local Densidade

(dens./km²/ano

Local Densidade

(dens./km²/ano

Brasil 1 a 9 África do Sul 1 a 12

Austrália 0,2 a 4 Alemanha 1 a 5,5

Itália 1 a 4 México 1 a 10

Fonte: Carvalho, et al. 1992.

2.3 – Sistema de localização de tempestades – SLT

Reis (1994) apresentou a utilização do SLT para a previsão de tempo de curto

prazo; seu estudo foi baseado em uma série de eventos severos ocorridos na região

metropolitana de Belo Horizonte. A partir dos dados obtidos pelo SLT, foi possível

determinar a trajetória das principais tempestades que ocorrem na região e identificar

os principais fenômenos que as organizam.

O cartograma, figura 2.6, mostra as trajetórias das principais tempestades.

Page 32: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.6 – Trajetórias das tempestades na região metropolitana de Belo Horizonte

(cartograma)

Trajetória 1- as nuvens cúmulos-nimbos se formam na região do município de

Sete Lagoas, no período da tarde ou noite, e estão associadas a linhas de

instabilidade. Normalmente causam chuvas em toda a região metropolitana.

Trajetória 2 – as nuvens se formam na região do município de Pará de Minas

e estão associadas a linhas de instabilidade e a sistemas frontais. Elas causam

chuvas em toda a região metropolitana, principalmente no período da noite.

Trajetória 3 – as tempestades que se deslocam ao longo desse percurso são

as mais fortes e estão associadas a sistemas frontais. Têm origem nas regiões dos

Page 33: Tese doutorado Ruibran

municípios de Divinópolis e Pedra do Indaiá e ocorrem no período da tarde e noite.

Causam chuvas em toda a região metropolitana; entretanto, as chuvas são mais

intensas nos municípios de Betim, Contagem e Belo Horizonte.

Trajetória 4 – as tempestades que na trajetória 3 são convectivas, formam-se

à tarde na região do município de Ibirité e causam chuvas somente em alguns

bairros de Belo Horizonte.

Trajetória 5 – as tempestades se formam na região do município de Rio

Acima, no período da tarde, e se caracterizam por causar chuvas fortes, de curta

duração, acompanhadas de granizos.

Trajetória 6 – as tempestades que se formam e caminham nessa trajetória

chegam com forte intensidade em Belo Horizonte, normalmente uma vez a cada três

anos, e estão associadas ao sistema frontal que se encontra na região Leste do

Estado de Minas Gerais.

Gin et al.(1999) analisaram os dados de descargas atmosféricas ocorridas no

Estado de São Paulo durante os dias 22 a 25 de fevereiro de 1998. Utilizaram para

esse estudo os dados do sistema LPATS, do Sistema Meteorológico do Paraná –

Simepar. Apesar de o estudo apresentar as características das descargas de apenas

um evento, os autores concluíram que a alta correlação entre o deslocamento das

variáveis elétricas e meteorológicas mostrou que as variáveis elétricas podem ser

utilizadas no monitoramento meteorológico em sistemas de alerta e vice-versa.

Page 34: Tese doutorado Ruibran

Pinto Jr et al.(1999) utilizaram os dados do ano de 1993, obtidos no sistema

de localização de tempestades (SLT) da Cemig. A região considerada pelo estudo

compreendeu uma área de aproximadamente 55 x 55 km, conforme mostra o

cartograma, figura 2.7.

Figura 2.7 – Região considerada no estudo de Pinto Jr et al., 1999

(cartograma)

O cartograma, figura 2.8, mostra o resultado da análise das descargas

atmosféricas ocorridas no ano de 1993, num total de 1.118.000 descargas.

Page 35: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.8 – Densidade de descargas atmosféricas medidas no Sudeste do Brasil em

1993 (cartograma)

Fonte: Pinto Jr et al., 1999.

A densidade máxima de descargas foi de 15,5 descargas/km²/ano. Portanto, o

valor foi superior ao encontrado com a utilização da rede de contadores de

descargas atmosféricas da Cemig e ao encontrado por Orville (1997, EUA), que

variou entre 9 e 11 descargas/km²/ano. A porcentagem de descargas negativas foi

de 65% e a de positivas foi de 35%.

Pinto et al. (1999a) concluíram que, na distribuição geográfica das descargas

atmosféricas, não existia correlação entre descargas negativas e a latitude. Pinto Jr

et al. (1999b) mostraram que, em 1993, os meses de março e novembro foram os

que apresentaram o maior número de descargas atmosféricas em Minas Gerais. E

os meses que apresentaram os menores valores foram maio, junho, julho e agosto o

que isto era de se esperar, pois são os meses mais secos do ano. A figura 2.9

mostra a distribuição mensal das descargas atmosféricas ocorridas no ano de 1993.

Page 36: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.9 – Distribuição mensal das descargas atmosféricas ocorridas em Minas

Gerais/1993

Fonte: Pinto Jr et al. 1999b.

É importante observar, na figura 2.9, que o mês de janeiro, considerado o

segundo mais chuvoso em quase todas as localidades de Minas Gerais, é o sexto na

seqüência dos meses com descargas atmosféricas.

Os autores também verificaram que o número de descargas atmosféricas na

primavera é maior do que nas outras estações do ano.

A figura 2.10 mostra que o verão é a segunda estação com maior número de

descargas atmosféricas.

Page 37: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.10 – Variação sazonal das descargas atmosféricas ocorridas em Minas

Gerais/ 1993

Fonte: Pinto, Jr et al., 1999b.

Mendes Jr. et al, (1998) utilizaram os dados do sistema de localização de

tempestades (SLT) da Cemig de 1988 a 1995 para elaborar uma análise

climatológica das descargas atmosféricas na região Sudeste do Brasil. Os dados

considerados foram: data, hora, sensor utilizado para detectar a descarga, latitude,

longitude e estimativa da amplitude do pico de corrente. Foi delimitada a área de

estudo entre as latitudes 14º S e 23º S e longitude 39º W e 52 º W, considerando

uma estimativa de eficiência do SLT superior a 70% na localização das descargas. A

figura 2.11 mostra a área de estudo:

No estudo foram utilizados somente dados de descargas atmosféricas com

amplitude de corrente acima de 15 kA, a fim de evitar a contaminação da existência

de descargas nuvem-nuvem (ZAIMA et al. 1997).

Page 38: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.11 – Área de estudo utilizada por Mendes Jr et al. 1998

Analisando-se os dados das estações chuvosas de 1988-1989 e 1994-1995,

pode-se observar as seguintes razões na quantidade de diferentes polaridades:

Negativos: 71,6 %

Positivos: 27,4%

Bipolares: 1,0 %

A figura 2.12 mostra alguns dos resultados encontrados por Mendes Jr. et al.

(1998). O total foi de 4.487.295 descargas atmosféricas nuvem-solo analisadas no

período de 1988/95.

Page 39: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.12 – Descargas nuvem-solo na estação do verão em Minas Gerais: período

de 1988/95

Fonte: Mendes Jr. et al. (1998)

É mais comum encontrar relâmpagos múltiplos em descargas com polaridades

negativas. Todavia, o percentual de descargas com polaridades positivas verificado é

muito mais alto que o encontrado em outros países e mesmo nessa região, indicando

que os resultados na figura 2.12 ainda poderão estar contaminados por relâmpagos

dentro de nuvens.

Naccarato (2001) utilizou a base de dados do SLT da Cemig para obter os

principais aspectos dos relâmpagos em função das condições geográficas e

sazonais, tomando dados do verão e do inverno de 1999 e 2000. O trabalho de

Naccarato será retomado principalmente na discussão dos resultados, no capítulo 5.

A figura 2.13 mostra a área de estudo considerada por Naccarato.

Page 40: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.13 – Área de estudo considerada no estudo de Naccarato, 2001.

O autor encontrou um percentual de relâmpagos positivos na região Sudeste

do Brasil significativamente maior no inverno (média de 23%), em comparação com o

verão (média de 5,7%). A figura 2.14 mostra a comparação percentual de

relâmpagos positivos por estação do ano.

Page 41: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.14 – Percentual de relâmpagos positivos encontrado por Naccarato (2001)

Os resultados de Naccarato (2001) mostraram que os relâmpagos apresentam

uma intensidade de corrente 18,9 % maior no verão (média de 36,9kA) que no

inverno (média de 29,9kA). Para relâmpagos positivos, o autor encontrou médias de

50,5kA no inverno e 46,0 kA no verão. A figura 2.15 mostra os valores da corrente de

pico encontrados por Naccarrato.

0

2,5

5

7,5

10

12,5

15

17,5

20

22,5

25

27,5

30

Verão 2000 Verão 1999 Inverno 2000 Inverno 1999

(%)

Page 42: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.15 – Valores médios da corrente de pico (kA) para relâmpagos negativos e

positivos

Fonte: Naccarato (2001)

O autor procurou verificar a influência da “ilha de calor” no aumento de

relâmpagos em regiões urbanas; o estudo foi realizado para a grande São Paulo e

grande Campinas. Os resultados indicam forte indício da atividade antrópica na

distribuição espacial dos relâmpagos nas regiões urbanas.

Page 43: Tese doutorado Ruibran

2.4 – Fenómenos El Niño e La Niña

O termo El Niño (do espanhol “o menino”, em alusão ao menino Jesus) foi

inicialmente usado pelos pescadores nas costas marítimas do Peru e do Equador.

Eles verificaram que, em alguns anos, próximo à época do Natal, a pesca tornava-se

difícil, em razão da diminuição da quantidade de peixes, quando a água do mar se

apresentava mais quente do que o normal. Portanto, o fenômeno El Niño já é

conhecido há muito tempo; entretanto, as suas relações com os elementos climáticos

começaram a ser estudadas a partir de meados do século XX.

Atualmente não existe ainda uma teoria que possa explicar a origem do

fenômeno El Niño. O El Niño, normalmente tem uma periodicidade de dois a sete

anos; porém, pode acontecer durante alguns anos seguidos ou mesmo vir após um

ano normal, ou após a ocorrência do La Niña (esfriamento das águas do Pacífico Sul

– costa do Peru e Equador).

Conforme Oliveira (2001), alguns cientistas afirmam que o aquecimento da

água é causado pelos vulcões submersos no oceano; outros dizem que os El Niños

coincidem com as manchas solares. Entretanto, a teoria mais aceita atualmente é

chamada de oscilador retardado, formulação muito complexa que incorpora

interações entre o oceano e a atmosfera e está relacionada a ondas oceânicas

chamadas de Rossby e Kelvin e ao tamanho da bacia do Pacífico, que é muito

grande.

Page 44: Tese doutorado Ruibran

A figura 2.16 mostra a circulação atmosférica e a distribuição espacial da

temperatura da superfície do mar (TSM) em condições normais. Os ventos alísios

levam as águas do Oceano Pacífico Tropical para Oeste e a altura do nível do mar

na Indonésia chega a 50 cm acima da observada na costa do Equador.

Figura: 2.16 – Condição atmosférica normal

Fonte: NOAA

A figura 2.17 mostra a condição atmosférica e da TSM durante a ocorrência do

fenômeno El Niño. Pode-se observar um enfraquecimento dos ventos alísios e uma

mudança no sentido da circulação das correntes marinhas.

Page 45: Tese doutorado Ruibran

Figura: 2.17 – Condição atmosférica de El Niño

Fonte: NOAA

A figura 2.18 mostra a condição atmosférica e de TSM num evento de La

Niña. Durante a ocorrência do La Niña, a TSM esfria no Pacífico Leste e há uma

intensificação dos ventos alísios.

Figura: 2.18 – Condição atmosférica de La Niña

Fonte: NOAA

A tabela 2.19 mostra os anos de ocorrência e a duração dos fenômenos El Niño e

La Niña durante o período em estudo. Conforme sugerido por Alves et al.

Page 46: Tese doutorado Ruibran

(1997) e Diaz et al. (1992), citados por Coelho et al. (1999),os episódios de El Niño e

La Niña foram classificados pela sua intensidade.

Tabela 2.3 – Anos de ocorrência de El Niño

Início Fim Duração (meses) Fenômeno Intensidade

03/1991 07/1992 17 El Niño Forte

02/1993 09/1994 8 El Niño Fraco

06/1994 03/1995 10 El Niño Fraco

09/1995 03/1996 7 La Niña Fraco

04/1997 05/1998 14 El Niño Forte

04/1998 05/1999 14 La Niña Forte

Fonte: NOAA

Pode-se observar, na figura 2.29, que a anomalia da temperatura da água do

mar no El Niño ocorrido em 1997/98 foi a mais alta e chegou a atingir valores de 3ºC

acima da média histórica. Com os dados de anomalias, é possível verificar que os El

Niños ocorridos em 1992/93 e em 1997/98 foram os mais fortes.

Page 47: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.19 - Evolução da anomalia da TSM em anos de El Niño

Fonte: INPE

Figura 2.20 - Evolução da anomalia da TSM em anos de La Niña

Fonte: INPE

Page 48: Tese doutorado Ruibran

O índice de oscilação sul (IOS) é uma medida das flutuações em grande

escala na pressão de ar que ocorre entre o Pacífico Tropical ocidental e oriental

durante o El Niño e o La Niña. Tradicionalmente, esse índice é calculado com base

nas diferenças de anomalias da pressão de ar entre Tahiti e Darwin, na Austrália.

A fase negativa do IOS representa a pressão de ar abaixo da normal em Tahiti

e a pressão de ar acima da normal em Darwin. Os períodos prolongados de valores

negativos de IOS coincidem com episódios do El Niño; os períodos prolongados de

valores positivos de IOS coincidem com episódios de La Niña.

A figura 2.21 mostra a variação mensal do IOS de 1989 a 2004. Informações

detalhadas sobre o IOS podem ser encontradas em Mock (2003); Julias e Chervin

(1978) e Schell (1956). Quando o IOS é negativo, coincide com anos de El Niño, e

quando é positivo coincide com anos de La Niña.

Figura 2.21 - Índice de oscilação sul – 1989 a 2002

Fonte:NOAA

Page 49: Tese doutorado Ruibran

Estudos realizados por Goodman et al. (2000) mostraram que durante os

episódios de El Niño há um aumento significativo da quantidade de descargas

atmosféricas no inverno, na região Sudeste dos Estados Unidos.

2.5 – Aquecimento global

O clima é definido como uma média de estados da atmosfera durante um

período de tempo; a Organização Meteorológica Mundial – OMM sugere a utilização

de 30 anos de dados climatológicos. Os elementos climáticos (temperatura,

precipitação, radiação solar, umidade relativa do ar, etc.) podem caracterizar o clima.

Entretanto, algumas classificações climáticas utilizam somente informações sobre os

fatores climáticos (massas de ar, latitude, etc.) (OMM, 2004).

Os elementos climáticos variam no tempo e no espaço, assim como os

fatores; porém, alterações nos fatores climáticos normalmente demoram a ocorrer

em intervalos de centenas ou milhares de anos. Por menores que sejam as

alterações nos fatores climáticos, pode haver uma alteração do clima da Terra.

As mudanças climáticas podem ocorrer devido a:

• Erupções vulcânicas;

• Alterações na órbita da Terra em torno do Sol;

• Atividades antropogênicas.

Page 50: Tese doutorado Ruibran

Dentre as inúmeras atividades antropogênicas, as principais são:

• Efeito estufa;

• Mudança no uso do solo;

• Urbanização.

Alterações no clima podem ocorrer em nível local, regional e global. A

mudança no uso do solo e urbanização têm maior influência no clima local e regional,

enquanto o efeito estufa parece ter maior relação com a mudança do clima global.

Segundo Vinagre e Marques (2004), o cientista francês Jean-Baptiste Fourier,

em 1827, foi o primeiro a mostrar que a atuação dos gases na atmosfera é

semelhante ao que acontece em uma estufa de vidro, isto é, efeito estufa.

O cientista britânico John Tyndall, em 1860, mediu a absorção da radiação

infravermelha pelo dióxido de carbono e o vapor d’água e sugeriu que,

provavelmente, a idade do gelo teria acontecido pelo decréscimo do efeito estufa

causado pelo dióxido de carbono. Segundo ele, caso ocorresse o dobro do dióxido

de carbono na atmosfera, a temperatura do ar global aumentaria em cerca de 5ºC a

6ºC.

G. S. Callendar, em 1940, trabalhando na Inglaterra, foi o primeiro asugerir

que o aumento da temperatura global estaria acontecendo pela queima de

combustíveis fósseis (FLEMING, 2003).

Page 51: Tese doutorado Ruibran

Os principais gases componentes da atmosfera são o nitrogênio e oxigênio;

entretanto, se só existissem estes, a temperatura do ar global seria de –6ºC. Com os

demais gases existentes na atmosfera, como o vapor d’água e o dióxido de carbono,

a temperatura do ar global média é de 15ºC.

Efeito estufa

Em 1861, John Tyndall sugeriu que a grande quantidade de dióxido de

carbono produzida pela combustão poderia afetar o balanço de radiação na Terra.

Trabalhando separadamente, o químico suíço Arrhenius e o geologista americano

Thomas C. Chamberlain, em 1896, foram os primeiros a citar o fenômeno do “efeito

estufa”. Após mais de um século, o efeito estufa, causado pelos diferentes tipos de

gases antrópicos, é por unanimidade o fenômeno que está influenciando o clima da

Terra.

Assim como o corpo negro, que absorve e emite muita radiação, gases

absorvedores de radiação infravermelha também são bons emissores.

A radiação calorífica emitida pela Terra aquece as camadas de ar próximas à

superfície: como o ar quente tem menor densidade do que o ar frio, tende a ir para

níveis mais altos da atmosfera. Normalmente, a radiação de onda longa chega a uma

altitude entre 5 e 10 km. A radiação infravermelha, ou calor, é levada pelos

processos de transferência de calor por radiação e convecção.

Em uma altitude de 5 a 10 km, a temperatura do ar varia entre –30 e –50ºC;

portanto, os gases possuem temperaturas baixas. A emissão de radiação é

Page 52: Tese doutorado Ruibran

diretamente proporcional à temperatura do corpo. Assim, os gases absorvem a

radiação de onda longa e emitem calor somente nos níveis mais baixos.

O efeito estufa somente aparece porque a temperatura cai com a altitude.

Caso isso não acontecesse, ele não existiria. A região com temperatura fria causa

uma camada invisível, que não permite que a Terra envie para o espaço toda a

energia recebida do Sol. O aprisionamento dessa energia nessa camada é chamado

de efeito estufa.

Os gases do efeito estufa

Os principais gases do efeito estufa são:

Dióxido de Carbono (CO2), responsável por 70%;

Metano (CH4), com cerca de 24%;

Óxido nitroso (N2O), com 6%.

O dióxido de carbono provém das diferentes formas pelas quais o carbono é

transferido para a atmosfera; por exemplo, quando o homem respira, transfere gás

carbono para a atmosfera. O carbono pode retornar à atmosfera através de

processos como queimadas, decomposição de material orgânico no solo, etc. O

processo de fotossíntese é uma das formas de captura do carbono da atmosfera

que, na presença da luz, transforma-o, ocorrendo a liberação de oxigênio. Os

processos de respiração e fotossíntese também ocorrem no oceano.

Page 53: Tese doutorado Ruibran

A quantidade de dióxido de carbono armazenada nos continentes e nos

oceanos é muito elevada em relação à existente na atmosfera. Se ocorresse, por

exemplo, uma diminuição de 2% do carbono armazenado nos oceanos, haveria um

aumento da ordem do dobro do já existente na atmosfera.

O dióxido de carbono é diferente dos outros gases que compõem o efeito

estufa enquanto estes são normalmente destruídos por reações químicas que

ocorrem na atmosfera, o dióxido de carbono pode permanecer na atmosfera por um

período de 100 anos.

A grande alteração da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera ocorreu

após a Revolução Industrial. Em 1750, sua quantidade era de 280 ppmv e, hoje em

dia, é da ordem de 360 ppmv, isto é, 30% a mais. Medidas precisas sobre a

quantidade de dióxido de carbono na atmosfera só começaram a ser tomadas em

1959, em Mauna Loa, Havaí (veja a figura 2.22). A taxa de crescimento do dióxido de

carbono anual na atmosfera é da ordem de 3,3 bilhões de toneladas.

Figura 2.22 - Mauna Loa, Hawaii, U.S.A.

Page 54: Tese doutorado Ruibran

2.23 – Concentração de dióxido de carbono em Mauna Loa, Havaí

Fonte: GCDM

Temperatura da Terra

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado

conjuntamente pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa do

Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep), tem publicado, desde 1990, informações

sobre a variabilidade do clima global.

A figura 2.24 mostra a variação da temperatura do ar na Terra desde 1861.

Pode-se observar um ligeiro aumento da temperatura na década de 40, diminuição

na década de 60 e um fortíssimo aumento da temperatura a partir da década de 80.

Page 55: Tese doutorado Ruibran

Figura 2.24 – Anomalia global da temperatura do ar

Fonte: IPCC

Page 56: Tese doutorado Ruibran

Capítulo 3

BASES TEÓRICAS

O objetivo deste capítulo é apresentar uma análise da climatologia dos

principais parâmetros meteorológicos, como precipitação, temperatura e vento.

Também é apresentado o princípio físico de formação da descarga atmosférica.

Apesar da existência de diferentes tipos de descarga atmosférica, o estudo foi

realizado somente com as descargas nuvem/terra.

3.1 – Características do relevo de Minas Gerais

Genericamente, pode-se dizer que o relevo de Minas Gerais, caracterizado

por planaltos, depressões e áreas dissecadas, resultou de uma alternância da

atuação de processos morfoclimáticos, favoráveis ora à elaboração de extensas

superfícies de aplainamento, ora ao entalhamento linear, com aprofundamento dos

cursos d’ água (Cetec, 1983).

A figura 3.1 mostra, em uma carta com escala de 1:50.000, o relevo médio de Minas

Gerais, Estado onde existem vales e montanhas com cotas altimétricas que variam

entre 200 e 2890 metros.

Page 57: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.1 – Mapa altimétrico de Minas Gerais

Page 58: Tese doutorado Ruibran

A seguir, são mostradas as principais características do relevo de Minas

Gerais que podem influenciar na formação e/ou organização das descargas

atmosféricas.

Serra do Espinhaço

Localiza-se na parte central do Estado, apresentando-se no sentido norte e

sul. Ao norte, a Serra do Espinhaço é um divisor de águas das bacias hidrográficas

dos rios Jequitinhonha, Pardo e São Francisco; a leste, é o divisor das bacias dos

rios Jequitinhonha e Doce. Suas cotas altimétricas variam entre 1.000 m e 1.400

metros.

Serra da Canastra

Segundo o Cetec (1983), sob essa denominação foram agrupados os

planaltos, cristas e áreas dissecadas mais elevadas, elaborados sobre as estruturas

rochosas do Grupo Canastra, com altitudes entre 1.000 e 1.450 metros.

A Serra da Canastra é o divisor de três bacias hidrográficas: São Francisco,

Paranaíba e Grande. Cotas mais altas e extensos escarpamentos são observados na

sua borda oriental.

Page 59: Tese doutorado Ruibran

Serra da Mantiqueira

Inicia-se entre as divisas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de

Janeiro e prolonga-se no sentido nordeste, de forma descontínua, ao longo da

fronteira do Espírito Santo. Próximo ao município de Juiz de Fora, a serra bifurca-se

no sentido dos municípios de Santos Dumont e Barbacena.

As cotas altimétricas mais elevadas do Estado são observadas na Serra da

Mantiqueira, entre 1.200 e 1.800 metros. É onde se localiza o terceiro ponto mais alto

do Brasil, o Pico da Bandeira, com uma cota de 2.890 metros.

3.2 – Climatologia de Minas Gerais

3.2.1 - Classificação climática de Minas Gerais

O Estado de Minas Gerais está compreendido entre as latitudes de 14ºS e

23ºS e as longitudes de 41ºW e 51ºW. A sua diversidade fisiográfica, relevo

complexo, vegetação que inclui caatinga, campos e florestas, a latitude e a

continentalidade são fatores que contribuem para a ocorrência de diversos tipos de

clima (AYOADE 1983; PRATES 1994; GUIDO et al.,1984).

Assis (1990) apresentou na tabela 3.1 o resumo da classificação de Köppen.

Com base nessa classificação, Reis e Malta (2001) elaboraram o mapa de

classificação climática de Minas Gerais, com dados do período de 1961 a 1990,

coletados nas estações do Inmet.

Page 60: Tese doutorado Ruibran

Na classificação de Köppen, o clima de Minas Gerais foi classificado como:

Aw – Clima tropical chuvoso

Cwa – Clima temperado quente, quando a temperatura média do ar do mês mais

quente é superior a 22ºC

Cwb – Clima temperado frio, quando a temperatura média do ar do mês mais quente

é inferior a 22ºC.

O clima tropical chuvoso (Aw) é predominante em Minas Gerais, dada a

atuação durante todo o ano da massa de ar tropical marítima (Tm). Belo Horizonte

também apresenta esse tipo de clima, em função da crescente urbanização; com

base nos dados das normais climatológicas de 1931 a 1960, do Inmet, o clima de

Belo Horizonte era do tipo temperado quente (Cwa).

Regiões com climas temperado quente (Cwa) e temperado frio (Cwb) são

influenciadas pelo fator altitude (ex. região de Diamantina) e pelas massas de ar

polar marítimas.

Page 61: Tese doutorado Ruibran

Tabela 3.1 - Classificação climática de Köppen

Categoria geral ou domínio climático

Limites do domínio

Precipitação Regime térmico

Notação

A Clima tropical

chuvoso

Mês mais frio: T ≥ 18ºC

f – Precipitação no mês mais seco ≥ 60 mm (Selva tropical); m – Precipitação do mês mais seco = 10-r/25< r < 60 mm (Tropical Monçônico); w – Precipitação do mês mais seco <10-r/25< r (Savana tropical)

Af Am Aw

B Árido

70% ou mais de r na metade mais quente do ano. r < 2 T + 28 ou: 70% ou mais de r na metade mais fria do ano. r < 2 T ou: nenhuma metade do ano recebe mais que 70% de r. r < 2 T + 14

W: r < ½ do limite superior que caracteriza B. (Deserto) - S: r < ½ do limite superior que caracteriza B. (Estepe árida).

h: T > 18 ºC k: T < 18 ºC

BWh BWk BSh BSk

C Temperado de inverno

suave

Mês mais quente: T ≥ 10ºC Mês mais frio: 0 ºC < T< 18 ºC

s: precipitação no mês mais seco da metade mais quente do ano: r < 40 mm e r < 1/3 r’ w: precipitação no mês mais seco da metade mais fria do ano: r < 1/10 r” f: precipitação que não obedece ao critério de s nem ao de w

a: T(mês mais quente) ≥ 22 ºC b: T (quatro meses mais quentes) > 10 ºC e T (mês mais quente) < 22 ºC c: T(um a três meses) > 10 ºC e T (mês mais quente) < 22ºC.

Csa Csb Csc Cwa Cwb Cwc Cfa Cfb Cfc

D Temperado de

invernos rigorosos

Mês mais quente: T≥ 10 ºC Mês mais frio: 0 ºC < T < 18 ºC

s: igual a C w: igual a C f: igual a C

a: igual a C b: igual a C c: igual a C d: T(mês mais frio) < - 38 ºC

Dsa Dsb Dsc Dsd Dwa Dwb Dwc Dwd Dfa Dfb Dfc Dfd

E Polar

Mês mais quente: T< 10 ºC

T: T(mês mais quente): 0 ºC < T< 10 ºC F: T(mês mais quente): T≤ 0 ºC

ET EF

H

Clima de altura

Igual a E, mas devido a altitude

T: igual a E F: igual a E

HT HF

T: Temperatura média anual (ºC); T: Temperatura média do mês (ºC); r: Precipitação média anual (mm); r’: Precipitação do mês mais úmido da metade mais fria do ano; r”: Precipitação do mês mais úmido da metade mais quente do ano.

Fonte: Cepal et al. (1980).

Page 62: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.2 – Classificação climática de Minas Gerais segundo Köppen

Fonte: Reis e Malta (2001)

Km

Page 63: Tese doutorado Ruibran

3.2.2 – Distribuição espacial dos principais elemen tos climáticos em Minas

Gerais

Dentre os vários elementos meteorológicos disponíveis, foram escolhidos para

análise os que podiam auxiliar na explicação da distribuição das descargas

atmosféricas em Minas Gerais: precipitação, temperatura e vento.

Precipitação

As precipitações médias anuais em Minas Gerais variam entre 900 e 1800

mm. Os índices pluviométricos anuais mais baixos são encontrados nas regiões

Nordeste e Jequitinhonha. O índice de precipitação mais alto ocorre na região Sul,

divisa de Minas Gerais com São Paulo. A precipitação média anual das regiões do

Triângulo, Oeste e Sul é da ordem de 1500 mm. A figura 3.3 mostra a precipitação

média anual em Minas Gerais, com base nos dados das normais climatológicas do

Inmet, de 1961 a 1990.

Page 64: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.3 – Precipitação média anual em Minas Gerais no período de 1961 a 1990

O período chuvoso em Minas Gerais começa normalmente em outubro e

termina em abril e o período seco estende-se de maio a setembro. Os meses mais

chuvosos são novembro, dezembro e janeiro. Em algumas localidades, o mês de

fevereiro aparece como o terceiro mês mais chuvoso (principalmente na região Sul

do Estado).

Número de dias de chuva

Na figura 3.4, pode-se observar que, apesar de a região Nordeste de Minas

Gerais apresentar um baixo índice pluviométrico, o número médio de dias de chuvas

anual é alto, acima de 100 dias. A região Sul e parte da Zona da Mata apresentam o

maior número de dias de chuvas no ano, acima de 125 dias.

Km

Page 65: Tese doutorado Ruibran

Uma característica típica da estação chuvosa em Minas Gerais é o

aparecimento de veranicos, seqüência de vários dias seguidos sem chuvas, que

pode ocorrer nos meses de janeiro e fevereiro. Segundo Dias e Marengo (2000), os

veranicos caracterizam-se por altas temperaturas máximas, além de um estresse

hidrológico causado pelo grande consumo de umidade do solo, podendo causar

perdas de produtividade agrícola ou mesmo afetar toda ou grande parte da

produção.

Figura 3.4 – Número médio anual de dias de chuva em Minas Gerais

As chuvas nos meses de verão podem intensificar-se, causando enchentes e

desabamentos em Minas Gerais, quando da ocorrência da Zona de Convergência do

Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS normalmente se orienta no sentido noroeste-sudeste

e está associada a uma zona de convergência na baixa troposfera, que se

Km

Page 66: Tese doutorado Ruibran

estende desde o sul da Amazônia ao Atlântico Central, por alguns milhares de

quilômetros (Dias, 1995). A primeira referência na literatura especializada sobre a

importância desse fenômeno na intensificação das chuvas apareceu no trabalho de

Taljaard (1972), conforme citado por Dias (1995).

As ZCAS estão intimamente ligadas à penetração de sistemas frontais até

latitudes subtropicais e tropicais e, geralmente, apresentam-se mais estacionárias

quando o sistema frontal atinge seu deslocamento máximo em direção ao Equador.

Se, por um lado, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) possui variabilidade

temporal na escala de dias superposta à lenta variação sazonal e é uma

característica quase permanente da circulação geral da atmosfera sobre os oceanos

equatoriais, a variabilidade temporal da ZCAS, por outro lado, é bem maior,

comumente desaparecendo por vários dias e semanas e praticamente inexistindo

durante o inverno do Hemisfério Sul (Nobre, 1988).

Quadro e Abreu (1994) estudaram a relação entre a ZCAS e os eventos de El

Niño (fevereiro de 1983) e La Niña (fevereiro de 1989). Apesar de os resultados não

serem conclusivos, em virtude da existência de poucos dados, as análises

mostraram que o fenômeno El Niño contribui negativamente para a manifestação da

ZCAS.

Temperatura

A figura 3.5 mostra o mapa de temperatura média de Minas Gerais. As

temperaturas mais altas, acima de 30ºC, são observadas nas regiões Noroeste,

Page 67: Tese doutorado Ruibran

Nordeste, Leste e Triângulo. A massa de ar equatorial continental (Ec) é a

responsável pelas altas temperaturas observadas nas regiões Noroeste e Triângulo,

e a massa de ar tropical marítima (Tm) é a responsável pelas maiores temperaturas

nas regiões Nordeste e Leste.

Figura 3.5 – Temperatura média anual em Minas Gerais

Nas regiões Sul e Zona da Mata, as temperaturas médias anuais máximas são

baixas em relação às outras regiões. Os principais fatores climáticos responsáveis

pela diminuição da temperatura são a massa de ar polar marítima (Pm) e a

topografia.

A amplitude térmica anual na região Sul é a mais alta, acima de 14ºC; essa

região apresenta as menores temperaturas no inverno, favorecendo a ocorrência de

geadas em alguns municípios todos os anos.

Km

Page 68: Tese doutorado Ruibran

Na região de Diamantina, situada no Alto Jequitinhonha, na Serra do

Espinhaço, as temperaturas são normalmente mais baixas durante todo o ano, em

razão da topografia.

Vento

A figura 3.6 mostra que a direção média anual predominante dos ventos em

Minas Gerais é de NE, E e SE. O anticiclone do Atlântico Sul é o principal fator

responsável pela predominância dos ventos nessas três direções, sendo que as

variações nas direções dependem também da latitude, da longitude e da topografia

da estação climatológica. Ventos nas direções W, SW e S normalmente significam

perturbações causadas por frentes frias ou quentes e linhas de instabilidade.

Figura 3.6 – Direção predominante média anual dos ventos em Minas Gerais

Km

Page 69: Tese doutorado Ruibran

A velocidade média anual dos ventos em Minas Gerais é muito baixa, o que

pode ser observado na figura 3.7. Isso ocorre também por causa do anticiclone do

Atlântico Sul. O anticiclone é uma região de baixo gradiente de pressão e de

temperatura do ar e, conseqüentemente, apresenta calmarias ou ventos de fraca

intensidade.

As regiões de Minas Gerais em que os ventos apresentam velocidades acima

da normal esperada no Estado (em torno de 2 m/s) são as que possuem estações

meteorológicas instaladas em cotas altimétricas elevadas. Portanto, não podem ser

consideradas como representativas da região.

Figura 3.7 – Velocidade média anual dos ventos em Minas Gerais

Km

Page 70: Tese doutorado Ruibran

3.3 – Formação das descargas atmosféricas

3.3.1 – Ciclo hidrológico

Segundo Hidore e Oliver (1993), a distribuição proporcional da água sobre a

Terra é a seguinte:

Figura 3.8 – Distribuição proporciona Fonte: Hidore e Oliver, 1993, p. 86

A figura mostra que, de toda a água disponível no ambiente Terra/atmosfera,

cerca de 97% encontram-se no oceano e cerca de 3% nas calotas polares; o

restante da água fica no lençol freático. Rios, lagos e solos úmidos ficam com menos

de 1%. A atmosfera contém somente 0,35% da água disponível.

A figura 3.9 apresenta o ciclo hidrológico, um modelo conceitual utilizado para

mostrar as mudanças de fases da água no ambiente Terra/atmosfera.

Continentes 3%

Oceanos 97%

Outros

1%

Água no solo

24%

Forma de gelo 75%

Solo 38%

Lagos 20%

Rios 20%

Ar 22%

Page 71: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.9 – Ciclo hidrológico

Para fins didáticos, pode-se dizer que o ciclo hidrológico inicia-se com a

evaporação da água nos oceanos; entretanto, é cíclico e não possui início nem fim.

O ar úmido é transportado para níveis altos da atmosfera; com a diminuição da

temperatura, ocorre a formação de nuvens, que são transportadas para os

continentes e a água retorna à superfície da Terra na forma de chuva ou neve.

A água no solo pode ir para níveis profundos, abastecendo o lençol freático, e

para os rios, lagos e oceanos, ou mesmo retornar para a atmosfera pelo processo de

transpiração. A água proveniente da chuva que não se infiltra no solo nem é

evaporada torna-se escoamento superficial, sendo levada para os lagos, rios e

oceanos. As enchentes são normalmente causadas pelo excesso de água

superficial.

Page 72: Tese doutorado Ruibran

Vieira e Palmer (1997) mostraram que as perdas de água por intercepção

ganham importância quando se comparam os componentes do balanço hídrico de

áreas com diferentes tipos de uso do solo, ou quando se estudam as variações

desses componentes em função de modificações na cobertura vegetal de uma

determinada bacia hidrográfica. Segundo os autores, as áreas reflorestadas podem

sofrer uma redução no escoamento superficial e uma conseqüente diminuição da

disponibilidade hídrica superficial da bacia.

Estudos desenvolvidos por Lean et al. (1996) utilizando o modelo de

circulação geral do Hadley Centre mostram que a completa retirada da floresta

amazônica produziria as seguintes modificações médias na região: redução da

evaporação em 0,81 mm/d (19%) e da precipitação em 0,43 mm/d (7%), e aumento

da temperatura da superfície em 2,3ºC.

100 unidades = média da precipitação global = 857 mm

Figura 3.10 – Estimativa da transferência de água no Ciclo Hidrológico

Fonte: Hidore e Oliver ,1993, p. 86

Precipitação nos continentes

Evaporação nos

continentes

77 84 23 16 7

84-77=7

Escoamento sup. para os oceanos

Precipitação nos oceanos

Advecção para os continentes

Evaporação dos oceanos

Oceanos Continente

23 16 84 77

23-16=7

7

Page 73: Tese doutorado Ruibran

A massa de água existente na atmosfera é da ordem de 13 x 10¹² m³, ou seja,

13 trilhões de metros cúbicos. Se toda essa água fosse condensada, resultaria em

uma camada de água na superfície da Terra de 25 mm. Dividindo-se o volume de

água contido na atmosfera pela precipitação média anual vezes a área do globo,

tem-se o tempo de residência da água na atmosfera, assim:

13 X10¹² m³______ =0,029 ano = 10,8 dias

0,857 m x 5,1 x 1014 m²/ano

Portanto, esse é o tempo médio que uma molécula de água leva entre o

momento em que é evaporada, permanece na atmosfera e retorna à sua origem.

3.3.2 – Processos físicos de formação de nuvens

Segundo Rogers (1977), uma nuvem é um agregado de pequeníssimas gotas,

num número aproximado de 100 por centímetro cúbico, com raio da ordem de 100

micras. A nuvem origina-se do resultado da expansão e conseqüente resfriamento do

ar ascendente.

Da experiência de observadores, principalmente de Luke Howard (1803), que

examinaram aparência das nuvens vistas do solo, surgiu a classificação internacional

das nuvens em baixas, médias e altas, pela Organização Meteorológica Mundial, em

1956. A tabela 3.2 mostra a classificação das nuvens segundo a OMM.

Maiores informações sobre o ciclo hidrológico podem ser encontradas em Linsley e Franzini (1978) e

Chou Ven Te (1964).

Page 74: Tese doutorado Ruibran

Tabela 3.2 - Classificação das nuvens segundo a altura da base

Fonte: OMM

A figura 3.11 mostra os diferentes tipos de nuvem, com suas altitudes e

profundidades.

Figura 3.11 – Ilustração dos vários tipos de nuvem

Fonte: Linacre e Geerts (1997)

Região Trópicos Latitudes médias Polar

Nuvem alta 6 a 8 km 5 a 13 km 3 a 8 km

Nuvem média 2 a 8 km 2 a 7 km 2 a 4 km

Nuvem baixa 0 a 2 km 0 a 2 km 0 a 2 km

Page 75: Tese doutorado Ruibran

A maioria dos tipos de nuvem é formada pelo processo frontal, convectivo ou

orográfico.

Frontal ou de levantamento gradual estendido

Quando o ar quente é forçado a subir sobre uma rampa frontal, dá origem a

extensas e profundas camadas de nuvens altostratos e nimbostratos. Sua extensão

é muito grande, pois a sua dinâmica de formação tem escala sinótica. Esse processo

de formação de nuvens, representado na figura 3.12, não é muito comum em

latitudes baixas.

Figura 3.12 – Formação frontal

Fonte: adaptada de Hidore e Oliver ,1993, p.108

Page 76: Tese doutorado Ruibran

Convectiva

As nuvens convectivas surgem do aquecimento diurno do solo ou de uma

massa de ar frio que se desloca sobre uma superfície quente. Normalmente, esse

processo dá origem a nuvens chamadas de cumuliformes, que vão desde os

cúmulos de bom tempo até os cúmulos-nimbos. A figura 3.13 mostra esse tipo de

processo de formação.

Figura 3.13 – Formação convectiva

Fonte: adaptada de Hidore e Oliver,1993, p.108

Page 77: Tese doutorado Ruibran

Orográfica

Quando uma massa de ar quente e úmida é forçada a subir uma barreira

montanhosa, o esfriamento do ar dá origem, principalmente, a nuvens do tipo

estratiformes; caso o levantamento seja profundo, formam-se nuvens cumuliformes.

Quando o levantamento da massa de ar está associado a perturbações de

escala sinótica, não é necessário que as montanhas tenham grandes altitudes para a

formação de nuvens cumuliformes.1 A figura 3.14 mostra esse tipo de processo.

Figura 3.14 – Formação orográfica

Fonte: adaptada de Hidore e Oliver ,1993, p.108

_______________________________________________________________

1 Maiores detalhes sobre a formação de nuvens podem ser obtidos em Belculfiné (1977).

Page 78: Tese doutorado Ruibran

3.3.3 – Ciclo de vida de uma nuvem de tempestade

Segundo Belculfiné (1977), as primeiras pesquisas sobre a estrutura de

nuvens convectivas foram realizadas no Projeto Thunderstorm, através do qual os

movimentos verticais e a temperatura do ar foram registrados por cinco aeronaves,

simultaneamente. Além disso, dez radares de solo foram utilizados para seguir

balões, a fim de determinar o campo horizontal de ventos ao redor das nuvens.

Os resultados encontrados mostraram que as tempestades, comumente,

consistem de um número de células de convecção, cada uma delas passando por

um ciclo de vida característico. A qualquer momento, uma tempestade pode conter

diversas células, em diferentes estágios de desenvolvimento.

O estágio cúmulos (figura 3.15a) é quando a nuvem apresenta temperatura

mais alta do que o ar ao seu redor; portanto, é caracterizado por correntes

ascendentes através de toda a célula. Nesse estágio, as correntes ascendentes

aumentam a velocidade à medida que alcançam maiores altitudes; as nuvens podem

atingir o topo entre 5 e 8 km, e seu diâmetro varia de 3 a 8 km.

Page 79: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.15 a, b, c – Seção transversal idealizada de uma célula de tempestade

Fonte: Adaptada de Byers e Braham (1949)

No estágio maduro (figura 3.15b), a nuvem possui, na parte inferior,

movimentos tanto ascendentes quanto descendentes. Segundo Pinto (1996), as

correntes ascendentes podem atingir velocidades da ordem de 100 km/h. Os ventos

que chegam à superfície da Terra formam rajadas. Segundo Solorzano (1998), nessa

etapa a nuvem possui um diâmetro típico de 10 km e o topo pode atingir de 8 a 20

km.

A figura 3.15c mostra a etapa final do estágio maduro da nuvem de

tempestade, que apresenta, no topo, um formato de bigorna. É normalmente nesse

estágio que aparecem as descargas atmosféricas. Prevalecem, nos níveis mais

baixos, as correntes descendentes.

Conforme Solorzano (1998), há maior freqüência de descargas atmosféricas

nas nuvens que apresentam topos mais elevados.

Page 80: Tese doutorado Ruibran

3.4.4 – Formação das descargas atmosféricas

O primeiro passo para a formação das descargas atmosféricas é a geração de

cargas dentro das nuvens de tempestade. O processo de separação de cargas por

meio da polarização de partículas grandes é chamado de indutivo.

Segundo Solorzano (1998), o mecanismo indutivo para eletrificação das

nuvens foi inicialmente proposto por J. Elster e H. Geitel, em 1913, e ainda é objeto

de discussão. A essência dessa teoria é que um granizo pode ser considerado como

uma esfera condutora e, durante a sua queda em um campo elétrico uniforme

dirigido verticalmente para baixo, ficará polarizado, com sua metade superior

negativamente carregada e a parte inferior positivamente carregada. Os cristais de

gelo que se chocam com o lado de baixo do granizo podem separar-se dele,

carregando parte da carga polarizada positivamente e deixando-o com uma carga

líquida negativa, conforme figura 3.16.

Esse processo tem sofrido inúmeras críticas nos últimos anos; atualmente, a

teoria mais aceita é de natureza termoelétrica, que estabelece que a polaridade da

carga transferida durante uma colisão depende da temperatura local. Se a

temperatura local for maior que a temperatura de inversão de carga, estimada em

torno de –15°C, o granizo transferirá uma carga neg ativa para o cristal de gelo

(PINTO Jr et al. 2000).

Page 81: Tese doutorado Ruibran

Granizo

E

Figura 3.16 - Processo de eletrificação das nuvens

Fonte: Adaptado de Pinto Jr et al. (1993)

A figura 3.17 ilustra o processo termoelétrico para a formação de cargas no

interior das nuvens.

- - - - - - - - - - -

+ + + + + + + + + + +

Cristal de

gelo

+

Page 82: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.17 – Processo termoelétrico de separação de cargas dentro das nuvens de

tempestade

Fonte: Adaptado de Pinto Jr et al. (2000)

Não existe consenso sobre a importância do campo elétrico e da temperatura

ambiente na colisão.

Embora Benjamin Franklin tenha descoberto a estrutura elétrica das nuvens

em 1752, o modelo de estrutura elétrica de uma nuvem é atualmente caracterizado

como multipolar, mostrando a complexidade do fenômeno. A figura 3.18 ilustra essa

estrutura.

Page 83: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.18 – Distribuição das descargas atmosféricas dentro de uma nuvem

Fonte: Adaptado de Pinto Jr et al. (2000)

Conforme Naccarato (2001), o termo “relâmpago” refere-se ao fenômeno físico

completo, e o termo “descarga atmosférica” tem sido freqüentemente empregado

como equivalente a relâmpago.

As figuras 3.19 a, b, c, d, e mostram os diferentes tipos de relâmpago. Os

relâmpagos intra-nuvem são os que ocorrem dentro da própria nuvem de

tempestade; os relâmpagos entre-nuvens ocorrem entre nuvens diferentes; os

relâmpagos no ar partem de uma nuvem e terminam na própria atmosfera, sem

alcançar uma outra nuvem ou o solo. Os relâmpagos nuvem-solo e solo-nuvem

também podem ser classificados pela polaridade das cargas efetivamente

transferidas (pode ocorrer transferência de cargas positivas, negativas ou

positivas/negativas), segundo Naccarato (2001).

Page 84: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.19 a – Relâmpago intra-nuvem

Figura 3.19 b – Relâmpago da nuvem para cima

Figura 3.19 c – Relâmpago para o ar

Page 85: Tese doutorado Ruibran

Figura 3.19 d – Relâmpago nuvem-solo

Figura 3.19 e – Relâmpago solo-nuvem

Figura 3.19 f – Relâmpago entre-nuvem

Page 86: Tese doutorado Ruibran

3.4.5 – Relâmpagos nuvem-solo

Nesta pesquisa, serão analisados somente os relâmpagos nuvem-solo,

responsáveis por 70% dos desligamentos não programados da área de distribuição e

transmissão da Cemig. Esses relâmpagos podem ser positivos ou negativos.

Segundo Uman (1987), os relâmpagos negativos correspondem, em média, a 90%

do total.

Segundo Naccarato (2001), a freqüência dos relâmpagos positivos parece ser

variável e, em alguns casos, até mesmo superior à dos negativos. O autor cita três

fatores que parecem influir sobre o percentual de relâmpagos positivos:

a) a altitude das cargas positivas próximas ao topo da nuvem está relacionada

com a latitude geográfica e com as estações do ano. Quanto menor a latitude,

maior a altura do centro positivo, dificultando a ocorrência de relâmpagos

positivos. O mesmo acontece no verão, quando as nuvens normalmente são

mais altas;

b) a variação da velocidade horizontal dos ventos com a altura está associada

diretamente às condições meteorológicas. Quanto maior for o gradiente dos

ventos com a altura, maior será o deslocamento das cargas positivas em

relação às negativas (cisalhamento da nuvem), facilitando o alcance do solo

pelos relâmpagos positivos;

c) Dissipação da nuvem de tempestade. À medida que a chuva elimina os

centros de carga negativa na base da nuvem, restam apenas os centros

positivos nas partes mais altas. Sem a blindagem dos centros de carga

Page 87: Tese doutorado Ruibran

negativa, aumenta a possibilidade de ocorrerem relâmpagos positivos para o

solo.

A seqüência de processos que envolvem um relâmpago com cargas negativas é

descrita por Uman et al. (1989), Berger (1994), Pinto Jr et al. (2000), Naccarato

(2001) e Mesquita (2001). A figura 3.20 mostra as etapas que compõem um

relâmpago nuvem-solo.

Figura 3.20 – Seqüência temporal de eventos durante um relâmpago nuvem-solo

negativo com uma descarga de retorno.

Fonte: Adaptada de Uman e Krider (1989).

Page 88: Tese doutorado Ruibran

O relâmpago nuvem-solo inicia-se dentro da nuvem, embora não se saiba o local

exato, por um líder escalonado, invisível ao olho humano, que começa a partir da

ruptura preliminar da rigidez dielétrica do ar na parte inferior da nuvem, próxima ao

centro principal de cargas negativas, conforme figura 3.13. Medidas recentes têm

mostrado que o campo elétrico dentro das nuvens de tempestade atinge valores

entre 100 e 400 KV/m.

Uman (1984), menciona que o líder escalonado foi fotografado pela primeira vez

em 1930; ele se propagava em direção ao solo com uma velocidade em torno de 2 x

105 m/s, ao longo de um canal luminoso com diâmetro entre 1 e 10 m. Devido à

influência das cargas na atmosfera ao redor do canal, bem como à quantidade de

cargas que ele contém, algumas cargas seguem novos caminhos, formando as

ramificações, embora a maioria dos ramos não atinja o solo.

Quando o líder escalonado aproxima-se do solo a uma distância de 10 a 100 m

do solo, as cargas elétricas no canal produzem um campo elétrico intenso entre a

extremidade do líder e o solo, correspondente a um potencial elétrico de cerca de

100 milhões de volts. Esse campo causa a quebra de rigidez do ar em um ou mais

pontos no solo, fazendo com que uma ou mais descargas positivas ascendentes,

denominadas descargas conectantes, saiam do solo, em geral de diferentes objetos,

como árvores, postes, pára-raios de edifícios ou mesmo uma pessoa.

Segundo Pinto Jr. e Pinto (2000), no instante em que uma descarga conectante

encontra o líder escalonado as cargas armazenadas no canal começam a mover-se

em direção ao solo e um intenso clarão propaga-se para cima, ao longo do canal,

Page 89: Tese doutorado Ruibran

com uma velocidade de cerca de 100.000 km/h, aproximadamente um terço da

velocidade da luz.

Page 90: Tese doutorado Ruibran

Capítulo 4

METODOLOGIA

O objetivo deste capítulo é apresentar a metodologia utilizada para a geração

de gráficos e mapas. Basicamente foram utilizados os softwares VIS, MapInfo e

Surfer, que possibilitaram a criação de um banco de dados de descargas

atmosféricas e a sua visualização na forma de mapas. Os dados sobre os

fenômenos El Niño, La Niña e aquecimento global foram obtidos de sites da National

Oceanic and Atmospheric Administration - NOAA.

4.1 – Sistemas de informações geográficas – SIG

A visualização de informações através de mapas é uma das mais antigas

formas de expressão do homem.

A história dos mapas confunde-se com a própria história da humanidade,

tornando-se, por essa razão, um tema inesgotável, bastante amplo e

complexo, mas, sobretudo, apaixonante pelas surpresas que nos são

reveladas a cada documento analisado (DUARTE, 2002, p.19)

Page 91: Tese doutorado Ruibran

A geração de mapas, tanto pelo aspecto religioso, como para a navegação,

guerras e comércio, passou por diferentes tipos de escola ao longo da história.

Entretanto, alguns povos ofereceram uma contribuição pouco significativa.

O espaço geográfico pode ser definido em função de suas coordenadas, sua

altitude e sua posição relativa. Por ser localizável, pode-se cartografá-lo (DOLFUS,

1991).

Segundo Simão (1999), a análise espacial conseguiu unir duas correntes:

cartografia e tratamento do meio. Com isso, a evolução das técnicas que utilizam

dados georreferenciados preserva os conceitos e princípios fundamentais das

atividades dos geógrafos.

Ao se fazer análise espacial, é necessário inicialmente criar um banco de

dados, com informações sobre a localização de cada uma das variáveis a ser

pesquisada. Rodrigues (1990) apresenta três tipos de abordagem que têm sido

utilizados em bancos de dados: hierárquica, de rede e relacional.

� Na abordagem hierárquica, os entes relacionam-se segundo árvores, cujos

nós correspondem aos entes e as ligações correspondem às relações

existentes entre os nós da árvore. Aos nós associam-se os atributos e,

portanto, um registro de dados.

� Na abordagem de redes, os entes relacionam-se segundo redes, cujos nós

correspondem aos entes e as ligações correspondem às relações entre os nós

Page 92: Tese doutorado Ruibran

da rede. Similarmente à abordagem anterior, aos nós associam-se os atributos

e, portanto, os dados.

� Na abordagem relacional pode-se imaginar a base de dados como uma

grande tabela, cujas linhas correspondem aos entes e as colunas

correspondem aos atributos. Ao contrário dos casos anteriores, nenhuma

relação é favorecida ou preponderante.

Para Abreu (1995), a informação espacial pode ser armazenada em três

entidades geométricas: pontos, linhas e polígonos. As estruturas mais típicas de

dados espaciais são: vetorial, raster e topológica.

Segundo Teixeira et al. (1995), os sistemas de informações geográficas (SIG)

tiveram início na década de 1960, em Ottawa, Canadá.

Segundo Câmara e Medeiros (1998), o que distingue um sistema de informações

geográficas (SIG) de outros tipos de sistema de informação são as funções que

realizam as análises espaciais. Tais funções utilizam os atributos espaciais e não-

espaciais das entidades gráficas armazenadas na base de dados espaciais e

buscam fazer simulações (modelos) sobre os fenômenos do mundo real, seus

aspectos ou parâmetros.

A tabela 4.1 mostra a comparação entre as vantagens e as desvantagens do

armazenamento matricial e vetorial para mapas temáticos.

Page 93: Tese doutorado Ruibran

Tabela 4.1 – Comparação entre representações de mapas temáticos. (Câmara e

Medeiros, 1998, p. 24).

Aspecto

Representação vetorial Representação matricial

Relações espaciais entre

objetos

Relacionamentos

topológicos entre objetos

disponíveis

Relacionamentos espaciais

devem ser inferidos

Ligação com banco de

dados

Facilita associar atributos e

elementos gráficos

Associa atributos apenas

às classes do mapa

Análise, simulação e

modelagem

Representação indireta de

fenômenos contínuos

Álgebra de mapas é

limitada

Representa melhor

fenômenos com variação

contínua no espaço

Simulação e modelagem

mais fáceis

Escalas de trabalho Adequado tanto a grandes

quanto a pequenas

escalas

Mais adequado para

grandes escalas (1:25.000

e maiores)

Algoritmos Problemas com erros

geométricos

Processamento mais

rápido e eficiente

Armazenamento Por coordenadas (mais

eficiente)

Por matrizes

Page 94: Tese doutorado Ruibran

4.2 – Princípio do sistema de localização de temp estade

O sistema de detecção de descargas atmosféricas - SLT fabricado pela Global

Atmospherics, Inc., recentemente incorporada pela empresa Vaisala, utiliza

diferentes técnicas para cálculo da localização do ponto de incidência da descarga

atmosférica ocorrida entre a nuvem e a Terra, através de sensores instalados e

distribuídos de forma a cobrir diversas regiões de interesse.

A técnica denominada "Time of Arrival - TOA" é o tempo de chegada da onda

produzida pela descarga na estação detectora, percebida por uma antena elétrica

conectada ao sensor. As diferenças entre os tempos de chegada do pulso

eletromagnético produzido por uma descarga, em cada dois sensores, são utilizadas

para descrever uma hipérbole; a interseção das hipérboles determina o ponto de

incidência da descarga.

Outra técnica, denominada "Magnetic Direction Finder - MDF", utiliza um par

de antenas fechadas e ortogonais, em forma de loop, que detectam o campo

magnético produzido durante a ocorrência de uma descarga e indicam a direção de

chegada do pulso da descarga. Através da técnica MDF, é possível localizar o ponto

de incidência da descarga através do método de triangulação, definindo o ponto de

interseção das duas retas que indicam a direção do pulso de chegada determinado

por cada um dos sensores.

A integração das técnicas TOA e MDF deu origem à tecnologia "Improved

Accuracy from Combined Technology - Impact", que permite medir tanto o tempo de

chegada quanto a direção magnética das descargas. A combinação das duas

tecnologias, a indicação de direção e o tempo de

Page 95: Tese doutorado Ruibran

chegada do pulso magnético permitem precisar melhor a localização do ponto de

incidência da descarga, quando comparada com cada método utilizado

separadamente.

A técnica TOA é utilizada nos sensores do tipo Serie III e Serie IV, e a MDF

nos sensores LLP; os sensores Impact utilizam a técnica TOA integrada com a

técnica MDF.

Informações sobre o SLT podem ser obtidas nas referências Global

Atmospherics, Inc. (1994, 1995, 1997 e 1999); Naccarato (2001 e 2002), Mesquita

(2001) e Dias (2002).

A precisão na localização das descargas atmosféricas evoluiu de 1989 a 2002.

No início existiam somente quatro sensores e, em 2002, com a integração das redes

entre Cemig, Furnas e o Simepar, o sistema passou a possuir 22 estações.

As figuras a seguir mostram como foi a evolução da eficiência do sistema de

localização de tempestades – SLT no período em estudo. Os contornos de eficiência

de detecção consideraram descargas atmosféricas acima de 5 kA (valores em %),

conforme Dias (2002).

Page 96: Tese doutorado Ruibran

Figura 4.1 - Eficiência na localização – 4 sensores – jan/89 a mai/95

Figura 4.2 - Eficiência na localização – 6 sensores – jun/95 a out/96

Page 97: Tese doutorado Ruibran

Figura 4.3 - Eficiência na localização – 7 sensores – nov/96 a set/98

Figura 4.4 - Eficiência na localização – 16 sensores - out/98 a jul/91

Page 98: Tese doutorado Ruibran

Figura 4.5 - Eficiência na localização – 22 sensores

4.3 – Dados do sistema de localização de tempestade s

Os dados utilizados neste trabalho foram os de descargas atmosféricas,

obtidos através do sistema de localização de tempestades – SLT da Cemig. O

número total de descargas atmosféricas ocorridas no período de 1989 a 2002 foi de

15.315.025 descargas.

Page 99: Tese doutorado Ruibran

Os dados são pontos com atributos, conforme figura 4.6, incluindo:

� Polaridade;

� Ano;

� Mês;

� Dia;

� Hora;

� Minuto;

� Segundo;

� Milésimo de segundo;

� Longitude;

� Latitude;

� Intensidade.

Page 100: Tese doutorado Ruibran

Figura 4.6 - Exemplo de atributos criado através do software MapInfo

Através do software MapInfo Professional, criou-se uma grade (gridmaker)

com dimensões de 20 x 20 km, conforme figura 4.7. Segundo Davis (2001), esse

método não é adequado para lidar com linhas ou polígonos; entretanto, é bastante

eficiente para tratamento de dados pontuais.

Page 101: Tese doutorado Ruibran

Figura 4.7 – Grid 20 X 20 km

Com base na Grid File foram extraídos os centróides de cada linha e coluna

que formavam cada grid, conforme Abreu e Machado (1986) e Moura (2003).

A figura 4.8 mostra um exemplo de um mapa cadastral com polígonos, em que

o centróide gerou pontos amostrais; o centróide é o ponto que define o centro

geométrico de um objeto.

Page 102: Tese doutorado Ruibran

Figura 4.8 – Pontos de centróides

Com os dados obtidos através do software MapInfo, gerou-se um banco de

dados de descargas atmosféricas em ASCII.

O software Surfer foi utilizado para visualização espacial das informações das

descargas atmosféricas. O sistema de interpolação utilizado foi o de “Krigagem”

ordinária. Segundo Saturo, Ladim e Riedel (2000), a “krigagem” ordinária usa

informações a partir do semivariograma para encontrar os pesos ótimos a serem

associados às amostras com valores conhecidos e que irão estimar os pontos

desconhecidos. Nessa situação, o método fornece, além dos valores estimados, o

erro associado à estimativa, o que o distingue dos demais algoritmos à disposição. A

“krigagem” ordinária considera a média flutuante ou móvel por toda a área; seu

objetivo é buscar o melhor conjunto de ponderadores, de tal modo que a variância do

erro seja a mínima possível (COELHO, 2003).

Page 103: Tese doutorado Ruibran

Segundo Andriotti (2004), a “krigagem” leva em consideração:

� o número de amostras utilizadas;

� as posições das amostras na área a ser avaliada;

� as distâncias entre as amostras e a zona a ser estimada; e

� a continuidade espacial da variável em estudo.

Page 104: Tese doutorado Ruibran

CAPÍTULO 5

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após o processamento das descargas atmosféricas ocorridas no Estado de

Minas Gerais entre 1989 e 2002, foram elaborados mapas de densidade média

anual, por estação do ano e por ano; também foi possível elaborar mapas de dias

com trovoadas. Foram feitas análises comparativas entre a distribuição espacial e

temporal das descargas atmosféricas com as curvas altimétricas e os fenômenos El

Niño, La Niña e aquecimento global.

5.1 - Descargas atmosféricas

A figura 5.1 mostra a distribuição média mensal das descargas atmosféricas

em Minas Gerais. Os meses de janeiro, fevereiro, novembro e dezembro apresentam

o maior número de descargas, sendo que fevereiro e novembro apresentam o maior

número médio mensal de descargas atmosféricas. Os meses compreendidos entre

maio e setembro são os que apresentam os índices mais baixos de descargas.

Page 105: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.1 – Descargas atmosféricas médias mensais em Minas Gerais

O movimento de translação da Terra em torno do Sol e o ângulo de 23º 27’

existente entre o plano da eclíptica dos dois astros, aos quais se deve a origem bem

definida das quatro estações do ano em Minas Gerais, são os principais fatores

climáticos responsáveis pela distribuição mensal das descargas atmosféricas no

Estado.

No verão, há uma alta ocorrência de descargas e, no inverno, uma baixa

ocorrência; não há formação de nuvens do tipo cúmulos-nimbos pelos processos

convectivos e orográficos. As chuvas que ocorrem no inverno em Minas Gerais são

predominantemente frontais, originadas de frentes frias.

A figura 5.2 mostra a variação anual do total de descargas atmosféricas

observadas entre os anos de 1989 e 2002 em Minas Gerais.

Page 106: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.2 – Total de descargas atmosféricas anuais

O número médio anual de descargas atmosféricas em Minas Gerais é de

1.095.041.

5.2 - Densidade de descargas atmosféricas

O mapa de densidade de descargas atmosféricas foi feito a partir da contagem

da média de descargas atmosféricas ocorridas em todos os 853 municípios de Minas

Gerais. No total, foram utilizados 15.330.571 dados de descargas atmosféricas

ocorridas entre 1989 e 2002.

A figura 5.3 construída mediante a utilização da base de dados de descargas

atmosféricas mostra a distribuição espacial de densidade de descargas atmosféricas

médias anuais em Minas Gerais; não foram considerados os valores de descargas

positivas abaixo de 15 kA.

Page 107: Tese doutorado Ruibran

Pode-se observar uma espécie de “cinturão” de leste para oeste, que se inicia

próximo ao município de Juiz de Fora, avança para os Municípios de Barbacena,

Conselheiro Lafaiete e Ibirité, chegando a atingir alguns bairros de Belo Horizonte.

Depois, o “cinturão” enfraquece um pouco, voltando a se intensificar entre as regiões

oeste e Alto São Francisco.

A continuação da Serra da Mantiqueira, sentido norte-sul, entre os municípios

de Juiz de Fora, Santos Dumont, Barbacena, Conselheiro Lafaiete e São João Del

Rey, é a região que apresenta a maior densidade de descargas atmosféricas em

Minas Gerais; a densidade anual chegou a ser superior a sete descargas/km2/ano.

Na região do Alto São Francisco ocorre a formação de um núcleo com densidade

acima de seis descargas/km2/ano. As densidades inferiores a duas

descargas/km2/ano foram observadas nas regiões leste, nordeste e norte do Estado.

A tabela 5.1 mostra a lista dos vinte municípios mineiros que apresentam os

maiores índices de densidade de descargas atmosféricas. Em Belo Horizonte, o

bairro do Barreiro apresenta os índices de densidade mais altos e a região de Venda

Nova os menores valores.

Page 108: Tese doutorado Ruibran

Tabela 5.1 – Municípios de Minas Gerais com maiores densidades de desc./km2/ano

Município Densidade Ibirité 7,959034 Ouro Branco 7,873761 Congonhas 7,76088 Belo Horizonte 7,529011 Conselheiro Lafaiete 7,374197 Itaverava 7,037172 Catas Altas da Noruega 6,977416 Lamim 6,547065 Sarzedo 6,542627 Contagem 6,533101 Queluzito 6,402351 Nova Lima 6,352518 São Brás do Suaçuí 6,243161 Piranga 6,135208 Betim 6,051948 Santa Rita do Jacutinga 6,037101 Medeiros 6,016643 Ouro Preto 5,994894 Capela Nova 5,961859 Mário Campos 5,957143

O anexo A mostra a densidade de desc./km2/ano para todos os 853

municípios de Minas Gerais.

Page 109: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.3 – Mapa de densidade de descargas atmosféricas em Minas Gerais

Page 110: Tese doutorado Ruibran

A comparação entre o mapa de densidade de descargas atmosféricas feito a

partir dos dados do sistema de localização de tempestades – SLT com o mapa

obtido dos contadores de descargas atmosféricas, mostra (conforme figura 5.4) que

o “cinturão” existe nos dois mapas; entretanto, há diferenças significativas nos

valores e na locação dos núcleos de maior intensidade.

No mapa feito com os dados de contadores, o valor máximo de densidade de

descargas atmosféricas médias ficou acima de 10 desc./km2/ano, observado na

região do Campo das Vertentes, no município de São João Del Rey; entretanto, no

mapa elaborado com dados do SLT o maior valor ficou entre sete e oito

desc./km2/ano.

O mapa gerado pelo SLT mostra a existência de três núcleos com alta

densidade de descargas atmosféricas, o primeiro na vizinhança do município de

Ibirité, o segundo na vizinhança de Conselheiro Lafaiete e o terceiro na vizinhança de

Medeiros. No mapa gerado pelos contadores de descargas atmosféricas verificou-se

um núcleo na região de Jaguará, que não foi, entretanto, identificado pelo SLT.

Page 111: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.4 – Comparação entre a densidade de descargas atmosféricas observadas pelos contadores e pelo SLT

Page 112: Tese doutorado Ruibran

As figuras 5.5, 5.6, 5.7 e 5.8 mostram, respectivamente, a densidade de

descargas atmosféricas nas estações do verão, outono, inverno e primavera em

Minas Gerais.

Figura 5.5 – Densidade de descargas médias no verão

O verão é a estação do ano que apresenta a maior densidade de descargas

atmosféricas; o valor máximo encontrado varia entre 2,5 e 3 desc./km2/estação. Há

um posicionamento quase que norte-sul do núcleo de máxima intensidade. Na Serra

da Canastra, há formação de um núcleo cuja densidade varia de 1.5 a 2

desc./km2/estação.

Page 113: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.6 – Densidade de descargas médias no outono

No outono, há um declínio acentuado da densidade de descargas

atmosféricas, mas o “cinturão” continua existindo. As nuvens que provocam

descargas atmosféricas, nessa época do ano, ainda são de origem frontal,

convectiva e orográfica.

No inverno, a densidade de descargas atmosféricas é quase próxima de zero;

as chuvas que ocorrem, em um ou outro ano, são normalmente de origem frontal e

com fraca intensidade.

Page 114: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.7 – Densidade de descargas médias no inverno

A distribuição espacial da densidade de descargas atmosféricas na primavera

mostra que os fatores climáticos que dão origem ao processo de formação das

nuvens são, principalmente, a orografia e a distribuição de radiação solar. A

primavera em Minas Gerais é a estação mais quente do ano e, quando há

disponibilidade de umidade, inicia-se o processo de formação das primeiras chuvas

do período chuvoso. As chuvas normalmente ocorrem em pancadas de curta

duração, no final da tarde e início da noite.

Page 115: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.8 – Densidade de descargas médias na primavera

O anexo 2 mostra os mapas de densidade de descargas para os anos de

1989 a 2002. Os anos de 1993 e 2002 foram os que apresentaram as maiores

densidades de descargas atmosféricas, com valores superiores a 12 desc./km2/ano.

5.3 - Análise da polaridade

A figura 5.9 mostra a relação entre as descargas atmosféricas positivas e

negativas em Minas Gerais. Pode-se observar que 77% das descargas que

ocorreram foram negativas, enquanto as positivas corresponderam somente a 23%.

Valores semelhantes também foram encontrados por outros autores, ao estudarem

Page 116: Tese doutorado Ruibran

casos de algumas regiões em Minas Gerais (PINTO e PINTO, O. Jr et al. 1993;

ODIM et al., 1998; GIN et al., 1999; MENDES et al., 1998; NACCARRATO, 2001).

Figura 5.9 – Relação entre descargas atmosféricas de polaridade positiva e negativa

A figura 5.10 mostra a relação entre descargas positivas e negativas por

regiões do Estado de Minas Gerais. Nas regiões Noroeste, Norte e Nordeste, a

porcentagem de descargas positivas é menor do que as negativas. Ao longo do

“cinturão” de máxima densidade de descargas atmosféricas, a relação entre positivas

e negativas é próxima da média do Estado.

Page 117: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.10 - Comparação entre as polaridades positivas e negativas em cada região

Page 118: Tese doutorado Ruibran

As figuras 5.11 a 5.22 mostram a relação entre todas as estações do ano, por

região, no Estado de Minas Gerais, das descargas atmosféricas positivas e

negativas, e sua intensidade. As porcentagens foram calculadas com base nos

dados de cada polaridade; portanto, as análises devem ser feitas com base na

distribuição da intensidade das descargas atmosféricas por estação do ano.

Figura 5.11 - Campo das Vertentes

Page 119: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.12 - Central mineira

Figura 5.13 - Jequitinhonha

Page 120: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.14 – Metropolitana

Figura 5.15 - Noroeste

Page 121: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.16 - Norte

Figura 5.17 - Oeste

Page 122: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.18 - Sul-sudoeste

Figura 5.19 - Triângulo

Page 123: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.20 - Vale do Mucuri

Figura 5.21 - Vale do Rio Doce

Page 124: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.22 - Zona da Mata

Com exceção das regiões Norte e Noroeste, a porcentagem de descargas

positivas abaixo de 15 kA, no outono e no inverno, é superior a todas as outras

classes de intensidade. Nas duas regiões, a classe de intensidade de 15.1 a 30 kA

apresenta a maior porcentagem em todas as estações do ano.

Todas as regiões apresentam praticamente a mesma relação percentual, ao

se analisar as descargas negativas; isto é, há maior porcentagem de descargas na

classe de 15.1 a 30 kA em relação às demais. Portanto, a intensidade média das

descargas negativas é superior às positivas.

O anexo C mostra as comparações mensais por região do Estado de Minas

Gerais, das descargas positivas e negativas. Também nessas figuras é possível

observar que as descargas atmosféricas ocorridas nas regiões norte e noroeste

possuem intensidade relativa superior às demais.

Page 125: Tese doutorado Ruibran

5.4 - Dias de trovoadas

Os níveis ceráunicos ou dias de trovoadas por ano foram calculados a partir

das informações fornecidas pelo sistema de localização de tempestades. Utilizando o

software MapInfo, gerou-se uma grade de 20x20 km, onde um dia de trovoadas era

contado independentemente do número de ocorrência de descargas atmosféricas

dentro da grade. O sistema de contador utilizado até 1995 utilizava 580 pontos para

coleta de informações, enquanto que no atual foram utilizados milhares de pontos.

A figura 5.23 mostra a distribuição espacial do número médio anual de dias de

trovoadas em Minas Gerais. Os valores variam de 10 a 120 dias por ano no Estado;

entretanto, as regiões Sul, Zona da Mata, Metropolitana, Oeste e Triângulo

apresentaram os maiores números de dias com trovoadas por ano. As regiões Norte,

Nordeste e Leste apresentaram o menor número de dias com trovoadas por ano,

com média de 10 dias.

A figura 5.24 permite comparar os resultados encontrados a partir das

informações de descargas atmosféricas do SLT com os dados coletados por

observações. É possível verificar que essa tecnologia proporcionou uma delimitação

maior das regiões de maior ocorrência de trovoadas por ano. Inicialmente sabia-se

que existia um alto índice de dias com trovoadas por ano na região do Triângulo,

entretanto, o mapa elaborado com os dados do SLT mostra a ocorrência também de

um outro núcleo, entre as regiões Metropolitana de Belo Horizonte e Campo das

Vertentes.

Page 126: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.23 – Número médio de dias de trovoadas em Minas Gerais

Page 127: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.24 – Comparação entre mapas de dias de trovoadas gerados a partir de observadores locais e com dados do SLT

Page 128: Tese doutorado Ruibran

Análise anual da distribuição espacial dos dias de trovoadas em Minas Gerais

Pode-se observar, nas figuras 5.25 a 5.38, que o número de dias de trovoadas

anual é, normalmente, mais alto nas regiões Sul, Zona da Mata, Campo das

Vertentes, Metropolitana, Oeste, Triângulo e Noroeste de Minas Gerais.

É comum a formação de dois núcleos com altos índices ceráunicos, um entre

as regiões oeste e Triângulo e outro entre as regiões sul, Zona da Mata e Campos

das Vertentes. O primeiro núcleo sempre apresenta níveis ceráunicos superiores ao

segundo.

O ano de 1999 foi o que apresentou os menores índices ceráunicos, com

valores abaixo de 60 dias de trovoadas; o ano de 2002 foi o que apresentou os

maiores índices, superiores a 90 dias de trovoadas.

A partir de 1997, houve um aumento dos níveis ceráunicos em Minas Gerais,

significativo nas regiões leste e nordeste. A região do Triângulo também passou a

apresentar índices superiores aos observados em anos anteriores. Uma das

hipóteses que explicam essa mudança seria a melhoria ocorrida na qualidade do

sistema para localização e identificação das descargas atmosféricas.

Page 129: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.25 – Número de dias de trovoadas no ano de 1989 em Minas Gerais

Figura 5.26 – Número de dias de trovoadas no ano de 1990 em Minas Gerais

Page 130: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.27 – Número de dias de trovoadas no ano de 1991 em Minas Gerais

Figura 5.28 – Número de dias de trovoadas no ano de 1992 em Minas Gerais

Page 131: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.29 – Número de dias de trovoadas no ano de 1993 em Minas Gerais

Figura 5.30 – Número de dias de trovoadas no ano de 1994 em Minas Gerais

Page 132: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.31 – Número de dias de trovoadas no ano de 1995 em Minas Gerais

Figura 5.32 – Número de dias de trovoadas no ano de 1996 em Minas Gerais

Page 133: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.33 – Número de dias de trovoadas no ano de 1997 em Minas Gerais

Figura 5.34 – Número de dias de trovoadas no ano de 1998 em Minas Gerais

Page 134: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.35 – Número de dias de trovoadas no ano de 1999 em Minas Gerais

Figura 5.36 – Número de dias de trovoadas no ano de 2000 em Minas Gerais

Page 135: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.37 – Número de dias de trovoadas no ano de 2001 em Minas Gerais

Figura 5.38 – Número de dias de trovoadas no ano de 2002 em Minas Gerais

Page 136: Tese doutorado Ruibran

O anexo D mostra a distribuição espacial média mensal do número de dias de

trovoadas em Minas Gerais. De outubro a abril que ocorre o maior número de dias

de trovoadas, coincidindo com a época chuvosa em Minas Gerais. Os meses de

janeiro e dezembro apresentam os maiores dias de trovoadas no ano, acima de 12.

Julho e agosto apresentam os menores dias de trovoadas, na média, abaixo de 2.

Os valores encontrados a partir dos dados de descargas atmosféricas estão

coerentes com as informações do Instituto Nacional de Meteorologia – Inmet, que

apresentam, em média, nos meses de dezembro e janeiro, entre 16 e 18 dias com

chuvas. Portanto, como não ocorreram trovoadas em todos os dias de chuvas, a

média de 12 a 14 dias de trovoadas, nesses meses, está próxima da real.

Page 137: Tese doutorado Ruibran

5.5 – Influência da topografia na organização das d escargas atmosféricas

A figura 5.39 mostra a comparação entre o mapa de densidade de descargas

atmosféricas e o mapa altimétrico de Minas Gerais.

Figura 5.39 – Comparação entre a orografia e a média anual de descargas

atmosféricas em Minas Gerais

Page 138: Tese doutorado Ruibran

A massa de ar tropical marítima (Tm) localizada no oceano Atlântico Sul, com

centro na latitude de 30ºS, também chamada de anticiclone do Atlântico Sul, é o

principal fator climático que influencia nas condições climatológicas em Minas Gerais,

durante todas as estações do ano. A sua atuação é mais significativa nas regiões

norte, nordeste e leste do Estado. O vento descendente dificulta a formação de

nuvens do tipo cúmulos-nimbos, acarretando diminuição do número anual de

ocorrência de descargas atmosféricas.

O ar quente que avança pelo vale do São Francisco é forçado a subir a Serra

da Canastra, organizando nuvens e, conseqüentemente, descargas atmosféricas na

região; portanto, há uma combinação de fatores, como a circulação de macroescala

e local. Esse processo também parece ser responsável pelo alto índice de descargas

atmosféricas na Serra da Mantiqueira, entre os municípios de Juiz de Fora e Ibirité,

assim como na região do Campo das Vertentes.

Comparando-se as informações da orografia com o número médio anual de

descargas atmosféricas, conforme figura 5.38, pode-se concluir que:

� Regiões com altitudes abaixo de 300 metros apresentam os menores índices

de descargas atmosféricas;

� Os maiores valores médios de descargas atmosféricas são observados em

regiões com orografia acima de 800 metros e abaixo de 1250 metros;

� Regiões com elevado grau de desnível são as que apresentam os maiores

índices de descargas atmosféricas;

Page 139: Tese doutorado Ruibran

� A Serra da Mantiqueira não é o principal fator climático para a organização

das descargas atmosféricas na região sul do Estado;

� A Serra do Espinhaço não exerce nenhuma influência na organização de

descargas atmosféricas na região Norte de Minas Gerais.

5.6 – Influência dos fenômenos El Niño e La Niña na s descargas

atmosféricas em Minas Gerais

As figuras 5.40 a 45 mostram as anomalias das descargas atmosféricas

ocorridas em Minas Gerais, no período de novembro a fevereiro, para os episódios

citados na Tabela 2.19.

Foram analisados quatro episódios dos fenômenos El Niño e dois de La Niña.

O número é muito pequeno para permitir informações conclusivas a respeito da

influência desses fenômenos na distribuição das descargas atmosféricas em Minas

Gerais. Entretanto, existem alterações significativas na distribuição espacial da

anomalia e na quantidade das descargas atmosféricas ocorridas em Minas Gerais

em anos de El Niño e La Niña.

Nos verões sob influência de El Niño, a área abrangida com anomalia negativa

das descargas atmosféricas é alta, principalmente quando o El Niño verificado era

intenso.

As anomalias negativas ocorrem com maior intensidade, principalmente nos

municípios de Minas Gerais que apresentaram os maiores índices médios de

Page 140: Tese doutorado Ruibran

densidade de descargas atmosféricas. Em alguns desses municípios a anomalia

chegou a ser de –500 descargas.

Nos verões sob influência do fenômeno La Niña, pode-se observar aumento

da área abrangida por anomalias positivas em Minas Gerais. Anomalias positivas

ocorrem em todas as regiões do Estado, entretanto são mais significativas na região

do “cinturão” de descargas de Minas Gerais.

Figura 5.40 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de 1991/1992 em Minas

Gerais

Page 141: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.41 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de 1993/1994 em Minas

Gerais

Page 142: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.42 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de 1994/1995 em Minas

Gerais

Page 143: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.43 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de 1995/1996 em Minas

Gerais

Page 144: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.44 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de 1997/1998 em Minas

Gerais

Page 145: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.45 – Anomalia de descargas atmosféricas no verão de 1998/1999 em Minas

Gerais

Page 146: Tese doutorado Ruibran

A figura 5.46 a compara o número de descargas atmosféricas ocorridas em Minas

Gerais nos verões de El Niño e La Niña.

Figura 5.46 – Descargas atmosféricas ocorridas nos meses de verão em Minas

Gerais

Nesse período, houve ocorreram dois El Niños e um La Niña com forte

intensidade. As chuvas observadas no verão de 91/92, que causaram enchentes em

algumas regiões de Minas Gerais, foram provenientes de frentes frias, quando a

Zona de Convergência do Atlântico Sul posicionou-se mais ao sul de Minas Gerais.

Nos demais verões, as precipitações foram de origem convectiva e orográfica,

principalmente nas regiões da Zona da Mata, Campo das Vertentes, Metropolitana e

Alto São Francisco.

Page 147: Tese doutorado Ruibran

5.7 – Influência do aquecimento global nas descargas atmosféricas em Minas Gerais

Pratini de Moraes, em 1998, mostrou que a temperatura do ar no último século

em Minas Gerais teve um aumento de aproximadamente 1.6ºC. Também segundo o

autor, a temperatura em Belo Horizonte sofreu um aumento anual da ordem de

1,67ºC.

A relação entre a elevação da temperatura do ar em Minas Gerais e sua

influência em outras grandezas climatológicas ainda não foi estudada.

Provavelmente, isso se deve a dificuldade de identificar pequenas oscilações em

virtude dos mesmos possuírem altas variabilidades horárias, mensais e anuais.

A figura 5.47 compara a anomalia padronizada da quantidade de descargas

atmosféricas anual e a anomalia da temperatura do ar global. Pode-se observar

na figura que os dois anos que apresentaram os menores índices de descargas

estavam sob a influência do fenômeno El Niño. A série de 14 anos de dados é muito

pequena para se tirar conclusões, entretanto, a continuação da taxa de aquecimento

da Terra pode levar ao aumento da evaporação e, conseqüentemente, ao aumento

do número de descargas atmosféricas.

Page 148: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.47 – Comparação entre a quantidade de descargas atmosféricas anual

em Minas Gerais e a anomalia da temperatura do ar global

A figura 5.48 mostra a distribuição mensal das descargas atmosféricas ocorridas em

Minas Gerais entre 1989 e 2002. Pode-se observar que o número de descargas

atmosféricas ocorridas entre novembro e fevereiro aumentou significativamente nos

últimos quatro anos. De toda a série, 14 anos de dados, é o período que apresentou

a maior concentração de descargas atmosféricas.

Page 149: Tese doutorado Ruibran

Figura 5.48. Distribuição mensal das descargas atmosféricas ocorridas entre

1989 e 2002

Page 150: Tese doutorado Ruibran

CAPÍTULO 6

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Os diferentes tipos de climas existentes em Minas Gerais são provenientes de

fatores de origem macro, meso e microescalas. A atuação do anticiclone semi-

estacionário do Atlântico Sul define um clima semi-árido nas regiões norte e nordeste

de Minas Gerais. As frentes frias que chegam ao Estado, no sentido SW-NE são as

responsáveis pelo início do período chuvoso, de outubro a abril, e também pelas

enchentes.

A altimetria, a forma do relevo e a continentalidade definem os corredores de

ventos e a distribuição espacial da temperatura e da umidade relativa do ar. Surgem,

assim, os processos orográficos e convectivos, responsáveis pela organização das

chuvas em alguns meses do ano, na maioria das vezes acompanhadas de

descargas atmosféricas.

O uso dos softwares MapInfo e Sufer permitiu a elaboração de um banco de

dados de descargas atmosféricas e sua análise temporal e espacial.

Page 151: Tese doutorado Ruibran

Embora o trabalho tenha sido feito com as informações coletadas em

diferentes situações de sensores, não há influência disso no resultado final, pois o

“cinturão” de máxima densidade está dentro da área coberta de maior precisão.

Os meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro são os que apresentam

as maiores médias mensais de descargas atmosféricas. As chuvas que ocorrem no

mês de novembro são provenientes, principalmente, dos processos orográficos e

convectivos. Uma ou outra frente fria chega ao Estado, tendo a função principal de

aumentar a umidade relativa do ar.

O mês de dezembro, normalmente chuvoso, possui pouca variabilidade. O

processo frontal é o principal fator na organização das chuvas nesse mês. Durante a

sua passagem ocorre formação de linhas de instabilidade, que produzem alto índice

de descargas atmosféricas.

Janeiro é normalmente um mês chuvoso, as frentes frias permanecem

estacionárias durante alguns dias; entretanto, o processo convectivo, dado o alto

índice de radiação solar nessa época, funciona como desencadeador dos processos

de formação de nuvens que dão origem a descargas atmosféricas.

Apesar de as chuvas no mês de fevereiro apresentarem alto desvio padrão,

pode-se caracterizá-lo como o de maior ocorrência de descargas atmosféricas nos

municípios que formam o “cinturão” de descargas. Os processos orográficos e

convectivos são os principais fatores responsáveis pelas chuvas nesse mês.

Page 152: Tese doutorado Ruibran

São as águas de março fechando o verão como disse Antônio Carlos Jobim.

Nesse mês as chuvas são causadas pelos três processos físicos, provocando

descargas atmosféricas principalmente nas regiões do Triângulo, Sul, Zona da Mata,

Campo das Vertentes e Metropolitana.

Não houve alterações significativas no total anual de descargas atmosféricas

entre os anos de 1989 a 2002, quando a média anual ficou em torno de 1.095.000

descargas.

A densidade média anual das descargas atmosféricas em alguns municípios

de Minas Gerais é próxima dos valores mais altos encontrados na África do Sul e

México. A descoberta do “cinturão” de máxima descarga atmosférica já havia sido

sinalizada antes. Entretanto, com base no volume de informações utilizadas nesta

pesquisa, é possível não só confirmar a sua existência, mas também identificar

núcleos isolados dentro do sistema.

O mapa de densidade de descargas atmosféricas gerado pelo SLT vai, a partir

de agora, substituir o mapa de densidade de descargas elaborado com os dados de

contadores.

O verão, conforme era de se esperar, é a época do ano que apresenta as

maiores densidades de descargas atmosféricas; e, no inverno, há pouca evaporação,

conseqüentemente ocorrendo um acentuado declínio na densidade.

Page 153: Tese doutorado Ruibran

Com o aumento da radiação solar na primavera, as nuvens que causam

descargas atmosféricas começam a se formar, surgindo as primeiras descargas na

região do “cinturão”.

Pinto Jr et al. (1999) haviam encontrado densidade de descargas atmosféricas

da ordem de 15 desc./km2/ano em 1993. Esse resultado também foi encontrado

neste trabalho, mas o ano de 2002 foi o que apresentou o maior índice anual de

densidade, com valores superiores a 15 desc./km2/ano. A análise anual foi muito

importante, pois resultados de pesquisas explicitaram que a análise individual pode

levar à conclusão errônea da densidade média anual das descargas em Minas

Gerais.

As descargas atmosféricas em Minas Gerais são predominantemente de

polaridade negativa, com percentual de 77%; o restante é de descargas positivas. A

análise regional mostrou que a diferença entre os percentuais de descargas

negativas e positivas aumenta nas regiões norte e Vale do Mucuri, com respectivos

valores de 85% e 84% de descargas negativas, contra 15% e 16% de positivas; as

regiões Central Mineira e oeste foram as que apresentaram os maiores índices de

percentuais de descargas positivas em relação às negativas, respectivamente 29% e

27%.

A análise comparativa da intensidade das descargas atmosféricas em Minas

Gerais, que considerou também as descargas positivas abaixo de 15 kA, mostrou

que, para todas as regiões, a percentagem de descargas positivas com intensidade

abaixo de 15 kA é alta.

Page 154: Tese doutorado Ruibran

Descargas negativas com intensidades entre 15 e 30 kA possuem

percentagens significativas em todas as regiões, principalmente na primavera.

Intensidades acima de 80 kA apresentaram percentagens acima de 10% nas regiões

noroeste e norte de Minas Gerais.

É ao longo do “cinturão” de máxima densidade de descargas atmosféricas em

Minas Gerais que também ocorre a maior média de dias com trovoadas por ano. Os

valores encontrados nessa região estão na média anual, de 70 dias de trovoadas por

ano.

Os anos de 1992, 1997 e 1998, que estavam sob o domínio do fenômeno El

Niño, apresentaram baixos índices de dias de trovoadas, enquanto em 1999, 2000,

2001 e 2002, anos de La Niña, houve uma maior distribuição espacial do número de

dias de trovoadas.

A distribuição média mensal de dias de trovoadas é muito semelhante à

distribuição da média mensal de dias de chuvas em Minas Gerais; portanto, há uma

forte correlação entre as duas grandezas. Isso ocorre porque as chuvas em Minas

Gerais são predominantemente de origem orográfica e convectiva. As chuvas de

origem frontal são significativas em termos de volume, mas não de número de dias

de dias de trovoadas.

Os meses que apresentaram os maiores números de dias de trovoadas são

janeiro, dezembro, fevereiro e março.

Page 155: Tese doutorado Ruibran

A topografia não é o principal fator responsável pela formação e organização

das descargas atmosféricas em Minas Gerais, pois existem regiões cuja topografia é

elevada e o relevo é sinuoso que apresentam baixos índices de descargas

atmosféricas. Entretanto, o mapa de densidade de descargas atmosféricas mostra

que a topografia, juntamente com a disponibilidade de umidade e a direção

predominante dos ventos, é um fator importante para a formação das chuvas de

origem convectiva e orográfica.

Os mapas de anomalias de descargas atmosféricas mostraram que em anos

de El Niño há uma diminuição significativa na distribuição espacial das descargas;

enquanto, em anos de La Niña, ocorre o inverso, isto é, um aumento significativo da

área de abrangência de valores acima da média do número de descargas. Portanto,

pode-se concluir que em anos de La Niña ocorrem mais descargas em Minas Gerais

do que em anos de El Niño.

O aquecimento global da superfície da Terra parece ainda não ter influenciado

no aumento do número de descargas atmosféricas ocorridas em Minas Gerais nos

últimos 14 anos. A flutuação anual e a elevação do número de descargas nos últimos

dois anos do estudo não permitem chegar a correlações significativas entre os dois

fenômenos.

O estudo da descarga atmosférica no Brasil é muito recente, faltam maiores

conhecimentos sobre a origem, distribuição e principais fatores que originam as

nuvens cúmulos-nimbos. É necessária uma maior aproximação entre pesquisadores

Page 156: Tese doutorado Ruibran

de diferentes áreas, principalmente de climatologia, que precisam tomar consciência

de que as descargas atmosféricas são responsáveis por prejuízos de mais de

duzentos milhões de dólares ao ano no Brasil e por elevado número de mortes.

Até a presente data, o mapa utilizado para a determinação de aterramento em

linhas de transmissão, indústria e prédios em Minas Gerais era o confeccionado com

base nos dados dos contadores de descargas atmosféricas; espera-se que a partir

desta pesquisa o mapa confeccionado com dados do sistema de localização de

tempestades seja tomado como referência, pois, além do volume de dados

utilizados, empregam-se as mais recentes técnicas de análise espacial.

Em Minas Gerais, berço do estudo de descargas atmosféricas no Brasil, o

conhecimento sobre a formação e organização da descarga atmosférica ainda é

incipiente. Há necessidade de mais estudos, principalmente na região do “cinturão”.

É necessário conhecer o microclima e dar continuidade às pesquisas que

relacionem as descargas com fenômenos El Niño, La Niña e aquecimento global,

pois a pesquisa mostrou ser possível no futuro a elaboração de previsões a longo

prazo da quantidade de descargas atmosféricas e de sua distribuição espacial.

Page 157: Tese doutorado Ruibran

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Page 165: Tese doutorado Ruibran

ANEXO A

DENSIDADE DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS MÉDIAS ANUAIS

Page 166: Tese doutorado Ruibran

Densidade de descargas atmosféricas – Desc. atmosf. /km²/ano Município Densidade Abadia dos Dourados 2,13Abaeté 3,38Abre Campo 2,14Acaiaca 3,83Açucena 1,68Água Boa 1,19Água Comprida 2,67Aguanil 2,27Águas Formosas 0,14Águas Vermelhas 0,16Aimorés 0,48Aiuruoca 1,90Alagoa 1,82Albertina 2,60Além Paraíba 2,44Alfenas 1,64Alfredo Vasconcelos 5,06Almenara 0,13Alpercata 0,73Alpinópolis 2,79Alterosa 2,02Alto Caparaó 0,73Alto Jequitibá 0,92Alto Rio Doce 5,73Alvarenga 0,59Alvinópolis 4,59Alvorada de Minas 2,68Amparo da Serra 3,53

Município DensidadeAndradas 2,85Andrelândia 3,20Angelândia 0,74Antônio Carlos 4,29Antônio Dias 2,86Antônio Prado de Minas 2,97Araçaí 3,12Aracitaba 5,82Araçuaí 0,36Araguari 1,66Arantina 3,67Araponga 2,38Araporã 1,78Arapuá 3,79Araújos 3,75Araxá 3,46Arceburgo 2,18Arcos 3,91Areado 1,84Argirita 3,16Aricanduva 1,18Arinos 1,03Astolfo Dutra 3,44Ataléia 0,46Augusto de Lima 1,70Baependi 1,68Baldim 2,98Bambuí 4,54

Page 167: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Bandeira 0,11Bandeira do Sul 1,57Barão de Cocais 3,05Barão do Monte Alto 2,41Barbacena 4,65Barra Longa 4,42Barroso 4,39Bela Vista de Minas 3,42Belmiro Braga 4,65Belo Horizonte 7,53Belo Oriente 1,28Belo Vale 5,92Berilo 0,38Berizal 0,17Bertópolis 0,13Betim 6,05Bias Fortes 4,67Bicas 3,99Biquinhas 3,01Boa Esperança 2,01Bocaina de Minas 3,54Bocaiúva 0,71Bom Despacho 3,79Bom Jardim de Minas 3,65Bom Jesus da Penha 2,47Bom Jesus do Amparo 3,08Bom Jesus do Galho 2,13Bom Repouso 2,16

Município DensidadeBom Sucesso 3,05Bonfim 5,25Bonfinópolis de Minas 1,40Bonito de Minas 0,45Borda da Mata 2,07Botelhos 1,50Botumirim 0,52Brás Pires 5,15Brasilândia de Minas 1,55Brasília de Minas 0,49Brasópolis 1,51Braúnas 2,71Brumadinho 5,71Bueno Brandão 2,20Buenópolis 1,29Bugre 1,40Buritis 1,07Buritizeiro 1,36Cabeceira Grande 1,36Cabo Verde 1,59Cachoeira da Prata 3,31Cachoeira de Minas 1,73Cachoeira de Pajeú 0,16Cachoeira Dourada 1,12Caetanópolis 3,82Caeté 3,55Caiana 1,83Cajuri 2,86

Page 168: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Caldas 2,57Camacho 3,72Camanducaia 2,35Cambuí 2,37Cambuquira 1,50Campanário 0,65Campanha 1,45Campestre 1,43Campina Verde 1,35Campo Azul 0,74Campo Belo 2,69Campo do Meio 2,28Campo Florido 2,31Campos Altos 5,36Campos Gerais 1,71Cana Verde 1,97Canaã 2,44Canápolis 1,38Candeias 3,31Cantagalo 1,42Caparaó 0,86Capela Nova 5,96Capelinha 0,81Capetinga 2,76Capim Branco 3,28Capinópolis 1,15Capitão Andrade 0,68Capitão Enéias 0,33

Município DensidadeCapitólio 3,21Caputira 1,59Caraí 0,28Caranaíba 5,09Carandaí 4,88Carangola 1,59Caratinga 1,50Carbonita 0,87Careaçu 1,65Carlos Chagas 0,31Carmésia 2,99Carmo da Cachoeira 1,37Carmo da Mata 3,95Carmo de Minas 1,32Carmo do Cajuru 4,41Carmo do Paranaíba 3,04Carmo do Rio Claro 2,46Carmópolis de Minas 3,73Carneirinho 0,79Carrancas 2,32Carvalhópolis 1,32Carvalhos 2,35Casa Grande 5,71Cascalho Rico 1,77Cássia 2,67Cataguases 3,79Catas Altas 3,58Catas Altas da Noruega 6,98

Page 169: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Catuji 0,29Catuti 0,14Caxambu 1,37Cedro do Abaeté 4,25Central de Minas 0,42Centralina 1,61Chácara 4,35Chalé 0,80Chapada do Norte 0,56Chapada Gaúcha 0,85Chiador 2,99Cipotânea 5,26Claraval 3,06Claro dos Poções 0,99Cláudio 3,92Coimbra 2,71Coluna 1,84Comendador Gomes 1,98Comercinho 0,25Conceição da Aparecida 2,63Conceição da Barra de Minas 3,55Conceição das Alagoas 2,21Conceição das Pedras 1,91Conceição de Ipanema 0,88Conceição do Mato Dentro 2,64Conceição do Pará 3,34Conceição do Rio Verde 1,41Conceição dos Ouros 1,74

Município DensidadeConêgo Marinho 0,33Confins 2,68Congonhal 1,97Congonhas 7,76Congonhas do Norte 2,32Conquista 4,30Conselheiro Lafaiete 7,37Conselheiro Pena 0,49Consolação 2,06Contagem 6,53Coqueiral 1,81Coração de Jesus 0,80Cordisburgo 3,15Cordislândia 1,34Corinto 2,26Coroaci 1,24Coromandel 2,09Coronel Fabriciano 1,91Coronel Murta 0,34Coronel Pacheco 3,91Coronel Xavier Chaves 3,80Córrego Danta 5,47Córrego do Bom Jesus 1,81Córrego Fundo 3,53Córrego Novo 2,04Couto de Magalhães de Minas 1,03Crisólita 0,22Cristais 2,66

Page 170: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Cristália 0,36Cristiano Otoni 5,41Cristina 1,70Crucilândia 5,59Cruzeiro da Fortaleza 2,80Cruzília 1,97Cuparaque 0,45Curral de Dentro 0,23Curvelo 2,63Datas 2,20Delfim Moreira 1,69Delfinópolis 4,07Delta 4,89Descoberto 3,28Desterro de Entre-Rios 4,39Desterro do Melo 5,89Diamantina 1,05Diogo de Vasconcelos 5,09Dionísio 3,80Divinésia 4,08Divino 1,28Divino das Laranjeiras 0,47Divinolândia de Minas 1,69Divinópolis 3,79Divisa Alegre 0,17Divisa Nova 1,44Divisópolis 0,15Dom Bosco 1,68

Município DensidadeDom Cavati 1,20Dom Joaquim 2,52Dom Silvério 3,11Dom Viçoso 1,42Dona Eusébia 3,51Dores de Campos 4,58Dores de Guanhães 3,10Dores do Indaiá 3,92Dores do Turvo 5,32Doresópolis 3,82Douradoquara 1,87Durandé 1,13Elói Mendes 1,40Engenheiro Caldas 0,84Engenheiro Navarro 0,87Entre-Folhas 1,81Entre-Rios de Minas 5,39Ervália 2,67Esmeraldas 3,99Espera Feliz 1,00Espinosa 0,08Espírito Santo do Dourado 1,84Estiva 2,17Estrela do Indaiá 4,70Estrela do Sul 1,86Estrela-d'Alva 2,21Eugenópolis 2,86Ewbank da Câmara 5,26

Page 171: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Extrema 2,43Fama 1,38Faria Lemos 1,86Felício dos Santos 1,16Felisburgo 0,13Felixlândia 3,26Fernandes Tourinho 0,90Ferros 2,76Fervedouro 2,06Florestal 3,16Formiga 3,47Formoso 0,99Fortaleza de Minas 2,54Fortuna de Minas 3,36Francisco Badaró 0,41Francisco Dumont 0,79Francisco Sá 0,35Franciscopólis 0,73Frei Gaspar 0,65Frei Inocêncio 0,99Frei Lagonegro 1,86Fronteira 1,46Fronteira dos Vales 0,14Fruta de Leite 0,28Frutal 1,99Funilândia 2,82Galiléia 0,53Gameleiras 0,16

Município DensidadeGlaucilândia 0,56Goiabeira 0,41Goianá 4,18Gonçalves 1,85Gonzaga 2,01Gouveia 2,23Governador Valadares 0,82Grão-Mogol 0,30Grupiara 1,66Guanhães 2,50Guapé 2,61Guaraciaba 4,10Guaraciama 0,57Guaranésia 2,47Guarani 3,57Guarará 2,88Guarda-Mor 2,06Guaxupé 2,14Guidoval 3,70Guimarânia 2,93Guiricema 2,84Gurinhatã 1,03Heliodora 1,57Iapu 1,42Ibertioga 3,97Ibiá 3,80Ibiaí 0,88Ibiracatu 0,32

Page 172: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Ibiraci 3,00Ibirité 7,96Ibitiura de Minas 2,92Ibituruna 2,31Icaraí de Minas 0,72Igarapé 4,72Igaratinga 2,93Iguatama 3,94Ijaci 1,83Ilicínea 2,26Imbé de Minas 0,81Inconfidentes 2,34Indaiabira 0,19Indianópolis 2,58Ingaí 1,64Inhapim 1,01Inhaúma 3,34Inimutaba 2,14Ipaba 1,53Ipanema 0,93Ipatinga 1,81Ipiaçu 0,89Ipuiúna 2,14Iraí de Minas 2,39Itabira 2,85Itabirinha de Mantena 0,52Itabirito 5,67Itacambira 0,45

Município DensidadeItacarambi 0,27Itaguara 5,12Itaipé 0,45Itajubá 1,32Itamarandiba 1,10Itamarati de Minas 3,79Itambacuri 0,76Itambé do Mato Dentro 2,45Itamoji 2,65Itamonte 1,53Itanhandu 1,39Itanhomi 0,71Itaobim 0,25Itapajipe 1,86Itapecerica 3,66Itapeva 2,55Itatiaiuçu 4,78Itaú de Minas 2,60Itaúna 3,95Itaverava 7,04Itinga 0,28Itueta 0,40Ituiutaba 1,29Itumirim 1,73Iturama 1,03Itutinga 1,98Jabuticatubas 2,48Jacinto 0,09

Page 173: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Jacuí 2,74Jacutinga 2,60Jaguaraçu 3,98Jaíba 0,16Jampruca 0,92Janaúba 0,25Januária 0,54Japaraíba 4,30Japonvar 0,32Jeceaba 5,50Jenipapo de Minas 0,45Jequeri 2,41Jequitaí 1,07Jequitibá 3,14Jequitinhonha 0,22Jesuânia 1,24Joaima 0,18Joanésia 2,31João Monlevade 3,53João Pinheiro 2,05Joaquim Felício 1,26Jordânia 0,10José Gonçalves de Minas 0,49José Raydan 1,45Josenopólis 0,43Juatuba 4,15Juiz de Fora 5,03Juramento 0,57

Município DensidadeJuruaia 2,37Juvenília 0,15Ladainha 0,56Lagamar 2,34Lagoa da Prata 3,84Lagoa dos Patos 1,21Lagoa Dourada 5,16Lagoa Formosa 2,89Lagoa Grande 2,01Lagoa Santa 3,21Lajinha 0,74Lambari 1,35Lamim 6,55Laranjal 2,90Lassance 1,83Lavras 1,70Leandro Ferreira 3,04Leme do Prado 0,75Leopoldina 2,94Liberdade 3,01Lima Duarte 4,30Limeira do Oeste 0,81Lontra 0,41Luisburgo 1,17Luislândia 0,49Luminárias 1,59Luz 3,87Machado 1,27

Page 174: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Madre de Deus de Minas 3,67Malacacheta 0,97Mamonas 0,08Manga 0,19Manhuaçu 1,16Manhumirim 1,00Mantena 0,42Mar de Espanha 3,59Maravilhas 2,99Maria da Fé 1,69Mariana 5,12Marilac 0,93Mario Campos 5,96Maripá de Minas 2,97Marliéria 3,33Marmelópolis 1,80Martinho Campos 3,34Martins Soares 0,96Mata Verde 0,11Materlândia 1,93Mateus Leme 4,31Matias Barbosa 4,83Matias Cardoso 0,21Matias Lobato 0,89Matipó 1,80Mato Verde 0,10Matozinhos 3,15Matutina 3,88

Município DensidadeMaxacalis 0,12Medeiros 6,02Medina 0,24Mendes Pimentel 0,42Mercês 4,85Mesquita 1,70Minas Novas 0,56Minduri 2,20Mirabela 0,47Miradouro 2,67Miraí 3,35Miravânia 0,30Moeda 5,54Moema 4,18Monjolos 1,94Monsenhor Paulo 1,66Montalvânia 0,25Monte Alegre de Minas 1,78Monte Azul 0,09Monte Belo 2,14Monte Carmelo 2,20Monte Formoso 0,21Monte Santo de Minas 2,65Monte Sião 2,33Montes Claros 0,62Montezuma 0,11Morada Nova de Minas 2,89Morro da Garça 2,70

Page 175: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Morro do Pilar 2,38Munhoz 2,62Muriaé 3,28Mutum 0,71Muzambinho 1,97Nacip Raydan 1,10Nanuque 0,25Naque 1,24Natalândia 1,86Natércia 1,58Nazareno 2,85Nepomuceno 1,43Ninheira 0,14Nova Belém 0,48Nova Era 3,83Nova Lima 6,35Nova Módica 0,75Nova Ponte 2,68Nova Porteirinha 0,23Nova Resende 2,63Nova Serrana 3,53Nova União 2,69Novo Cruzeiro 0,43Novo Oriente de Minas 0,21Novo Horizonte 0,26Olaria 4,09Olhos-d'Água 0,59Olímpio Noronha 1,16

Município DensidadeOliveira 3,89Oliveira Fortes 5,17Onça de Pitangui 3,21Oratórios 3,12Orizânia 1,16Ouro Branco 7,87Ouro Fino 2,42Ouro Preto 5,99Ouro Verde de Minas 0,56Padre Carvalho 0,32Padre Paraíso 0,26Pai Pedro 0,13Paineiras 3,08Pains 3,73Paiva 5,12Palma 2,53Palmópolis 0,08Papagaios 3,00Pará de Minas 3,07Paracatu 2,08Paraguaçu 1,32Paraisópolis 1,51Paraopeba 3,55Passabém 3,03Passa-Quatro 1,46Passa-Tempo 4,12Passa-Vinte 5,58Passos 2,78

Page 176: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Patis 0,45Patos de Minas 2,74Patrocínio 2,76Patrocínio do Muriaé 2,63Paula Cândido 3,05Paulistas 1,65Pavão 0,25Peçanha 1,60Pedra Azul 0,18Pedra Bonita 1,73Pedra do Anta 3,09Pedra do Indaiá 3,56Pedra Dourada 2,46Pedralva 1,70Pedras de Maria da Cruz 0,35Pedrinópolis 2,63Pedro Leopoldo 3,63Pedro Teixeira 5,70Pequeri 4,53Pequi 2,88Perdigão 3,73Perdizes 3,11Perdões 1,80Periquito 1,23Pescador 0,74Piau 5,01Piedade de Caratinga 1,13Piedade de Ponte Nova 3,54

Município DensidadePiedade do Rio Grande 3,92Piedade dos Gerais 5,01Pimenta 3,30Pingo-d'Água 1,80Pintópolis 0,80Piracema 4,87Pirajuba 2,22Piranga 6,14Piranguçu 1,44Piranguinho 1,47Pirapetinga 1,98Pirapora 1,23Piraúba 4,42Pitangui 3,54Piuí 3,67Planura 1,80Poço Fundo 1,44Poços de Caldas 2,62Pocrane 0,68Pompéu 3,11Ponte Nova 3,34Ponto Chique 0,83Ponto dos Volantes 0,25Porteirinha 0,16Porto Firme 4,40Poté 0,69Pouso Alegre 1,91Pouso Alto 1,39

Page 177: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Prados 4,41Prata 2,00Pratápolis 2,48Pratinha 5,08Presidente Bernardes 4,73Presidente Juscelino 2,09Presidente Kubitschek 2,82Presidente Olegário 2,77Prudente de Morais 3,19Quartel Geral 4,05Queluzito 6,40Raposos 5,12Raul Soares 1,82Recreio 2,80Reduto 1,01Resende Costa 4,30Resplendor 0,47Ressaquinha 4,69Riachinho 0,96Riacho dos Machados 0,19Ribeirão das Neves 3,95Ribeirão Vermelho 1,39Rio Acima 4,90Rio Casca 2,87Rio do Prado 0,09Rio Doce 3,24Rio Espera 5,87Rio Manso 5,04

Município DensidadeRio Novo 3,97Rio Paranaíba 3,58Rio Pardo de Minas 0,16Rio Piracicaba 4,25Rio Pomba 4,87Rio Preto 5,45Rio Vermelho 1,94Ritápolis 3,98Rochedo de Minas 3,61Rodeiro 3,78Romaria 2,46Rosário da Limeira 3,27Rubelita 0,38Rubim 0,09Sabará 4,90Sabinópolis 2,06Sacramento 4,15Salinas 0,31Salto da Divisa 0,08Santa Bárbara 3,55Santa Bárbara do Leste 1,24Santa Bárbara do Monte Verde 4,88Santa Bárbara do Tugúrio 5,20Santa Cruz de Minas 3,55Santa Cruz de Salinas 0,24Santa Cruz do Escalvado 3,36Santa Efigênia de Minas 1,67Santa Fé de Minas 1,22

Page 178: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade Santa Helena de Minas 0,11Santa Juliana 2,69Santa Luzia 3,93Santa Margarida 1,59Santa Maria de Itabira 2,71Santa Maria do Salto 0,05Santa Maria do Suaçuí 1,36Santa Rita de Caldas 2,25Santa Rita de Minas 1,30Santa Rita do Ibitipoca 3,41Santa Rita do Itueto 0,41Santa Rita do Jacutinga 6,04Santa Rita do Sapucaí 1,47Santa Rosa da Serra 5,74Santa Vitória 0,79Santana da Vargem 1,62Santana de Cataguases 4,05Santana de Pirapama 2,67Santana do Deserto 4,04Santana do Garambéu 3,52Santana do Jacaré 3,04Santana do Manhuaçu 1,08Santana do Paraíso 1,52Santana do Riacho 2,38Santana dos Montes 5,75Santo Antônio do Amparo 3,30Santo Antônio do Aventureiro 2,66Santo Antônio do Grama 2,23

Município DensidadeSanto Antônio do Itambé 2,16Santo Antônio do Jacinto 0,05Santo Antônio do Monte 3,59Santo Antônio do Retiro 0,10Santo Antônio do Rio Abaixo 2,93Santo Hipólito 1,97Santos Dumont 5,44São Bento Abade 1,37São Brás do Suaçuí 6,24São Domingos das Dores 0,86São Domingos do Prata 4,37São Félix de Minas 0,51São Francisco 0,48São Francisco de Paula 3,31São Francisco de Sales 1,41São Francisco do Glória 2,11São Geraldo 2,54São Geraldo da Piedade 1,18São Geraldo do Baixio 0,43São Gonçalo do Abaeté 2,66São Gonçalo do Pará 3,15São Gonçalo do Rio Abaixo 2,73São Gonçalo do Rio Preto 0,94São Gonçalo do Sapucaí 1,41São Gotardo 4,66São João Batista do Glória 3,48São João da Lagoa 1,18São João da Mata 1,88

Page 179: Tese doutorado Ruibran

Continuação Município Densidade São João da Ponte 0,33São João das Missões 0,26São João Del-Rei 3,90São João do Manhuaçu 1,54São João do Manteninha 0,47São João do Oriente 1,39São João do Pacuí 0,73São João do Paraíso 0,12São João Evangelista 1,64São João Nepomuceno 3,72São Joaquim de Bicas 4,93São José da Barra 2,99São José da Lapa 3,26São José da Safira 1,11São José da Varginha 3,08São José do Alegre 1,66São José do Divino 0,50São José do Goiabal 2,95São José do Jacuri 1,68São José do Mantimento 1,00São Lourenço 1,26São Miguel do Anta 2,66São Pedro da União 2,42São Pedro do Suaçui 1,86São Pedro dos Ferros 2,48São Romão 0,86São Roque de Minas 5,07São Sebastião da Bela Vista 1,55

Município DensidadeSão Sebastião da Vargem Alegre 2,81São Sebastião do Anta 0,70São Sebastião do Maranhão 1,53São Sebastião do Oeste 3,58São Sebastião do Paraíso 2,94São Sebastião do Rio Preto 3,08São Sebastião do Rio Verde 1,44São Tiago 3,86São Tomás de Aquino 3,23São Tomé das Letras 1,45São Vicente de Minas 2,48Sapucaí-Mirim 3,19Sardoá 1,72Sarzedo 6,54Sem-Peixe 3,41Senador Amaral 2,64Senador Cortes 2,83Senador Firmino 4,33Senador José Bento 2,17Senador Modestino Gonçalves 1,27Senhora de Oliveira 5,58Senhora do Porto 2,67Senhora dos Remédios 5,48Sericita 1,98Seritinga 2,52Serra Azul de Minas 2,04Serra da Saudade 4,93Serra do Salitre 3,13

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Continuação Município Densidade Serra dos Aimorés 0,18Serrania 1,53Serranopólis de Minas 0,14Serranos 2,24Serro 2,13Sete Lagoas 3,67Setubinha 0,67Silveirânia 5,09Silvianópolis 1,95Simão Pereira 3,96Simonésia 1,10Sobrália 1,27Soledade de Minas 1,20Tabuleiro 4,56Taiobeiras 0,23Taparuba 0,77Tapira 4,28Tapiraí 5,53Taquaraçu de Minas 2,90Tarumirim 0,73Teixeiras 3,33Teófilo Otoni 0,45Timóteo 3,07Tiradentes 4,10Tiros 3,54Tocantins 4,44Tocos do Moji 2,07Toledo 2,28

Município DensidadeTombos 2,11Três Corações 1,59Três Marias 2,46Três Pontas 1,43Tumiritinga 0,62Tupaciguara 1,48Turmalina 0,78Turvolândia 1,94Ubá 4,29Ubaí 0,76Ubaporanga 1,18Uberaba 3,48Uberlândia 2,07Umburatiba 0,16Unaí 1,65União de Minas 0,99Uruana de Minas 1,19Urucânia 3,29Urucuia 0,95Vargem Alegre 1,74Vargem Bonita 4,41Vargem Grande do Rio Pardo 0,12Varginha 1,35Varjão de Minas 3,00Várzea da Palma 1,27Varzelândia 0,30Vazante 2,12Venceslau Brás 1,41

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Continuação Município Densidade Verdelândia 0,15Veredinha 0,82Veríssimo 2,88Vermelho Novo 1,90Vespasiano 3,64Viçosa 2,87Vieiras 2,58Virgem da Lapa 0,37Virgínia 1,60Virginópolis 1,95Virgolândia 1,15Visconde do Rio Branco 3,50Volta Grande 2,21

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ANEXO B

MAPAS DE DENSIDADE DE DESCARGAS PARA OS ANOS DE 1989 A 2002

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89

Anexo B 1 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1989

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Anexo B 2 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1990

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Anexo B 3 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1991

Page 186: Tese doutorado Ruibran

Anexo B 4 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1992

Page 187: Tese doutorado Ruibran

Anexo B 5 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1993

Page 188: Tese doutorado Ruibran

Anexo B 6 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1994

Page 189: Tese doutorado Ruibran

Anexo B 7 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1995

Page 190: Tese doutorado Ruibran

Anexo B 8 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1996

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Anexo B 9 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1997

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Anexo B 10 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1998

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Anexo B 11 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 1999

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Anexo B 12 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 2000

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Anexo B 13 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 2001

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Anexo B 14 – Densidade de descargas atmosféricas no ano de 2002

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ANEXO C

COMPARAÇÕES MENSAIS POR REGIÃO DO ESTADO DE MINAS

GERAIS DAS DESCARGAS POSITIVAS E NEGATIVAS

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C 1. Campo das Vertentes

C 2 - Central Mineira

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C 3. Jequitinhonha

C 4. Metropolitana

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C 5. Noroeste

C 6. Norte

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C 7. Oeste

C 8. Sul-Sudoeste

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C 9. Triângulo

C 10. Vale do Mucuri

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C 11. Vale do Rio Doce

C 12. Zona da Mata

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ANEXO D

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL MÉDIA MENSAL DO NÚMERO DE DIA S DE TROVOADAS EM MINAS GERAIS

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D 1. Janeiro

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D 2. Fevereiro

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D 3. Março

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D 4. Abril

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D 5. Maio

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D 6. Junho

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D 7. Julho

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D 8.Agosto

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D 9. Setembro

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D 10. Outubro

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D 11. Novembro

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D 12. Dezembro