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Explicações indispensáveis

Este estudo é uma compilação da obra A Grande Síntese de Pietro Ubaldi e objetiva unicamente facilitar a sua compreensão. Usando a mesma terminologia empregada no livro, procura retratar os seus complexos temas de uma forma resumida e simplificada. Não traz originalidade alguma em sua dissertação e não dispensa, em absoluto, o interessado da leitura atenta do original. O contato direto com a expressiva e poderosa linguagem de “Sua Voz” que dita a obra é um momento mágico, capaz de falar intimamente à alma do leitor e imprescindível para aquele que deseja saciar-se nessa fonte de verdades eternas. Não menospreze, portanto, essa oportunidade surpreendente de contactar-se diretamente com as correntes de pensamentos que movem os elevados conceitos desenvolvidos nesse majestoso compêndio do espírito.

As figuras mencionadas no texto são, naturalmente, as do livro original ao qual remetemos o leitor para a sua análise.

Agradeço a Elizabeth Lages Murta pela preciosa correção do português, sem o que muitos erros me teriam sido inevitáveis. E a Arnaldo Cohn por enriquecê-la com um útil índice.

Gilson Freire

Belo Horizonte, fevereiro de 2002

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ROTEIRO GERAL DA OBRA E SEPARAÇÃO POR TEMAS

1) NOVOS PARADIGMAS - NOVOS CONCEITOS – MONISMO (Cap. 1-6, 10, 30, 41-44, 75 , 83-100)

a) Uma nova revelação – novo método de pesquisa – a intuição e a visão de síntese b) Uma nova ciência – ciência de síntese - dando filosofia à ciência c) Um novo ponto de apoio – a morte do materialismo d) Novo conceito de Deus – a união com o Absoluto e) Uma nova filosofia – Monismo - unidade de conceitos f) Uma nova lei – a justiça g) Um novo homem – o super-homem do Evangelho h) Evolução do egoísmo i) Lei social do Evangelho j) Ética internacional

2) A SUBSTÂNCIA - Conceito de substância e seus três aspectos - Lei de unidade, dualidade e trindade. (Cap 7-9, 10-11, 39)

a) Os três aspectos do Universo b) Grande equação da substância – o respiro do Universo c) Princípio de unidade d) Princípio de dualidade e) Princípio de trindade

3) A LEI E SEUS PRINCÍPIOS - Unidade de funcionamento do Universo (Cap 8, 39-40, 87)

a) Conceito central do Universo – o princípio mecânico b) A lei e seu seus princípios c) A Providência Divina d) A Lei e a unidade de funcionamento do Universo e) Princípios menores da Lei

4) A LEI DO DEVENIR - a visão ubaldiana da Evolução (Cap. 21-29, 37)

a) Princípios, fórmulas e gráficos b) A trajetória típica dos movimentos fenomênicos c) Os ciclos da natureza d) A visão gloriosa da Evolução

5) ESTUDO DA FASE MATÉRIA () - Nascimento e evolução da matéria e suas dimensões

a) ESTEQUIOGÊNESE (Cap 10-18)

(1) Nascimento e morte da matéria (2) Evolução da matéria (3) Da matéria ao espírito

b) GÊNESE DO UNIVERSO (Cap. 12,19,26,27,28, 32, 38, 45)

(1) Astroquímica (2) Gênese do Cosmos (3) Síntese cíclica (4) Unidades coletivas – unidades da Criação (5) A Criação no Absoluto e no Relativo

6) EVOLUÇÃO DAS DIMENSÕES - Sucessão dos Sistemas Tridimensionais (Cap 33-37)

a) Os limites do nosso Universo b) Relatividade c) Nascimento e morte do espaço e do tempo d) O Absoluto

7) ESTUDO DA FASE ENERGIA () - (Cap 38, 45-48)

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a) Nascimento, desenvolvimento e morte da energia b) Movimento – essência da substância c) Os dois sentidos da energia d) Considerações sobre a gravitação universal

8) ESTUDO DA FASE ESPÍRITO () – gênese e técnica de construção do psiquismo

a) NASCIMENTO DA VIDA (Cap 48-58)

(1) Teoria cinética da vida (2) O raio globular (3) Biologia substancial (4) Paralelos entre o vórtice físico e o vórtice vital (5) Passagem da energia ao espírito

b) A CONSTRUÇÃO DO ESPÍRITO (Cap. 59-75)

(1) As três zonas do espírito (2) As bases da evolução biológica (3) Ferramentas da evolução – funções e órgãos (4) Desmaterialização da forma (5) Livre-arbítrio e responsabilidade

c) A JORNADA DO ESPÍRITO (Cap. 61,68-75)

(1) Evolução do psiquismo (2) Sabedoria da vida e suas leis (3) A Ultrabiologia – biologia psíquica e não somente orgânica (4) A função biológica da dor (5) Medicina sem alma – Ultrafisiologia (6) Hereditariedade espiritual e orgânica (7) A sobrevivência do espírito (8) Reencarnação – o ciclo vida e morte e sua extinção

9) EVOLUÇÃO PARA A SUPERCONSCIÊNCIA - A ética da vida e sua evolução – a super-humanidade do futuro

a) RESPONSABILIDADE E EVOLUÇÃO (Cap. 59, 66 e 76-82)

(1) O destino e suas zonas – os caminhos da vida (2) A Justiça Divina e a evolução do Direito (3) A função biológica e espiritual do Trabalho (4) A economia imprópria do involuído (5) A necessidade da renúncia de velhos hábitos para a aquisição dos novos (6) Dor - a mais poderosa ferramenta da evolução (7) O conceito de redenção (8) Amor - força máxima que sustenta a Criação – as expressões evolutivas do amor

b) A SUPERCONSCIÊNCIA DO FUTURO (Cap. 83 a 93)

(1) O Super-homem do Evangelho – o novo ser da fase espírito (2) Evolução do Egoísmo (3) Superação do homem velho (4) Automatismos do passado (5) Os impulsores da vida – a função biológica da dor (6) Função biológica do Evangelho – evolução das leis morais da vida (7) Os saltos evolutivos - o gênio e sua função (8) A morte e a degeneração biológica

c) A SUPER-HUMANIDADE DO FUTURO (Cap. 83-100)

(1) A nova civilização do Terceiro Milênio (2) A ética involuída das guerras e sua evolução (3) A Lei social do Evangelho – o Evangelho aplicado à Sociologia (4) Evolução do Egoísmo - o egoísmo e os problemas econômicos (5) Evolução do Direito – a justiça divina

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(6) A riqueza genuína – o direito de propriedade e as desigualdades econômicas (7) A superação da fase hedonista – o roubo e a riqueza ilícita (8) A construção do homem e da humanidade em base ao colaboracionismo (9) A função biológica do Estado e sua evolução – o chefe (10) Arte - instrumento de evolução

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Índice

1 - Ciência e Razão .............................................................................................................................. 18

A ciência não satisfaz mais as nossas necessidades ....................................................................... 18 Intuição: único caminho possível ....................................................................................................... 18 Uma nova maneira de compreender os fenômenos ......................................................................... 18

2 - Intuição ............................................................................................................................................ 18

A psique de superfície e a psique profunda ...................................................................................... 18 O estudo do psiquismo é o mais importante na atualidade ............................................................... 18 A visão de síntese .............................................................................................................................. 19 O primeiro passo ................................................................................................................................ 19 Como apressar esta aquisição .......................................................................................................... 19

3 - As Provas ........................................................................................................................................ 19

Exigimos provas das verdades espirituais......................................................................................... 19 A realidade do amanhã é o espírito ................................................................................................... 19 Somente uma prova é necessário ..................................................................................................... 19

4 - Consciência e Mediunidade .......................................................................................................... 19

Síntese de superfície e síntese profunda do Eu ................................................................................ 19 Vencendo a morte .............................................................................................................................. 20 Mediunidade intuitiva ......................................................................................................................... 20

5 - Necessidade de uma Revelação ................................................................................................... 20

Nossa psicologia não tem mais amanhã ........................................................................................... 20 Necessitamos de revelações adaptadas ao nosso amadurecimento ............................................... 20 A Grande Síntese não veio destruir as verdades que temos, mas revesti-las de nova roupagem .. 20

6 - Monismo .......................................................................................................................................... 20

7 - Aspecto Estático, Dinâmico e Mecânico do Universo ............................................................... 21

Três aspecto sempre coesos – a unidade do Universo .................................................................... 22 A unidade é ordem ............................................................................................................................. 22 Determinismo e livre-arbítrio .............................................................................................................. 22

8 - A Lei ................................................................................................................................................. 23

A idéia central do Universo ................................................................................................................ 23 Nossa natural ânsia pelo conhecimento da Lei ................................................................................. 23 Somente com evolução moral se pode compreender a Lei .............................................................. 23 A inter-relação dos três elementos do Universo ................................................................................ 23 Uma só substância que se deriva em três ......................................................................................... 23 O ciclo da substância ......................................................................................................................... 23 Uma onda de Criação e outra de regresso ........................................................................................ 23 Involução e evolução ......................................................................................................................... 23 A grande onda - conceito central ....................................................................................................... 24

9 - A Grande Equação da Substância ................................................................................................ 24

O respiro do Universo ........................................................................................................................ 24 A grande equação da substância ...................................................................................................... 24 A substância se transmuta, mas é sempre idêntica a si mesma ....................................................... 24 A Divina Trindade .............................................................................................................................. 24 Os três elementos nunca existem isoladamente ............................................................................... 24 O significado profundo desta revelação ............................................................................................ 24 Emmanuel e a Unidade ..................................................................................................................... 25

10 - Estudo da Fase Matéria () - A Desintegração Atômica ........................................................... 25

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A meta da evolução ........................................................................................................................... 25 A maior descoberta de todos os tempos ........................................................................................... 25 Novo ponto de apoio: a energia ......................................................................................................... 25 A matéria opõe resistência a sua superação..................................................................................... 26 Devemos seguir a Lei ........................................................................................................................ 26

11 - Unidade de Princípio no Funcionamento do Universo ............................................................ 26

Um princípio único rege o Universo ................................................................................................... 26 O Absoluto não se fragmenta ............................................................................................................ 26 Não podemos alcançar a visão de síntese ........................................................................................ 26 Três exemplos da manifestação unitária da Lei ................................................................................ 26 Unidade de conceito – expressão máxima do monismo universal ................................................... 27 Comentário ........................................................................................................................................ 27

12 - Constituição da Matéria - Unidades Múltiplas .......................................................................... 27

A matéria nasce e morre .................................................................................................................... 27 Unidades múltiplas – princípio de unidades coletivas ....................................................................... 27 Os dois movimentos básicos da Substância ..................................................................................... 27 Aspecto estático de ......................................................................................................................... 27 A matéria não tem um último termo que a compõe ........................................................................... 28

13 - Nascimento e Morte da Matéria - Concentração Dinâmica e Desagregação Atômica .......... 28

A matéria segue as mesmas leis de toda manifestação da substância ............................................ 28 Significado da condensação dinâmica – nascimento da partícula .................................................... 28 Movimento - essência da substância ................................................................................................. 28 Exemplo de um movimento que fecunda, agita e se renova sempre ............................................... 29 O movimento da substância é fechado e sempre volta, porém em nível diferente........................... 29

14 - Do Éter aos Corpos Radiativos .................................................................................................. 29

O éter ................................................................................................................................................. 29 Nascimento das nebulosas – a matéria surge do nada .................................................................... 29 A energia sempre acompanha a matéria, sua filha ........................................................................... 30

15 - A Evolução da Matéria por Individualidades Químicas - O Hidrogênio e as Nebulosas ...... 30

O Hidrogênio é a protoforma da matéria ........................................................................................... 30 A evolução estequiogênica (formação da tabela periódica) .............................................................. 30 Vértices de individuações .................................................................................................................. 30 Os elementos químicos ..................................................................................................................... 30 Considerações sobre a síntese de matéria - nucleossíntese ............................................................ 31 Observação quanto a referência do elétron ...................................................................................... 31

16 - A série das Individuações Químicas do H ao U, por Peso Atômico e Isovalências Periódicas ............................................................................................................................................ 31

A série estequiogênica ....................................................................................................................... 31 A tabela periódica e sua periodicidade - Lei periódica ...................................................................... 31

17 - A Estequiogênese e as Espécies Químicas Desconhecidas .................................................. 32

Princípio de unicidade (monismo) ..................................................................................................... 32 Princípio de analogia ......................................................................................................................... 32 Princípio de Periodicidade ................................................................................................................. 32 Previsão do comportamento de qualquer fenômeno ......................................................................... 32

18 - O Éter, a Radioatividade e a Desagregação da Matéria ( ) ............................................... 33

Nascimento e morte da matéria – radioatividade .............................................................................. 33 A morte da matéria restitui , a energia ............................................................................................. 33 A diferenciação da estequiogênese na Tabela Periódica ................................................................. 33 O transformismo físico-dinâmico-psíquico da substância ................................................................. 33 Nota .................................................................................................................................................... 33

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19 - As Formas Evolutivas Físicas, Dinâmicas e Psíquicas ........................................................... 34

A progressão por períodos continua além de ................................................................................. 34 Do átomo ao gênio há uma linha contínua de evolução ontogênica ................................................. 34 Todas as formas de vida são irmãs ................................................................................................... 34 A síntese do espírito .......................................................................................................................... 34

20 - A Filosofia da Ciência .................................................................................................................. 34

Dando unidade e sentido à ciência – a visão do Todo ...................................................................... 34 A realidade da matéria é a velocidade .............................................................................................. 34 Unindo todos os fenômenos, mesmo os mais díspares .................................................................... 35

21 - A Lei do Devenir ........................................................................................................................... 35

Definição ............................................................................................................................................ 35 Evolução é o despertar do espírito .................................................................................................... 35 A lei de evolução se aplica a todo fenômeno .................................................................................... 35 Existir é transformar-se ...................................................................................................................... 35

22 - Aspecto Mecânico do Universo - Fenomenogenia ................................................................... 35

A linha da evolução ............................................................................................................................ 35 Definições .......................................................................................................................................... 36 A expressão mais simples da linha de evolução ............................................................................... 36 A linha do transformismo nas fases evolutivas e involutivas ............................................................. 36 Do infinito negativo ao infinito positivo ............................................................................................... 37

23 - Fórmula da Progressão Evolutiva - Análise da Progressão em seus períodos .................... 37

Ciclos abertos de evolução – progressão evolutiva .......................................................................... 37 A aparente contradição dos gráficos ................................................................................................. 37 Características dos ciclos abertos ..................................................................................................... 38 Fórmula das criações infinitas ........................................................................................................... 38

24 - Derivações da Espiral da curvatura do Sistema ....................................................................... 38

Curvando a linha do tempo ................................................................................................................ 38

25 - Síntese Linear e Síntese por Superfície .................................................................................... 38

Dilatando o ângulo do tempo ............................................................................................................. 38 Uma espiral que pulsa ....................................................................................................................... 38 Simplificando o movimento da espiral evolutiva ................................................................................ 38 Síntese por ciclos ............................................................................................................................... 39

26 - Estudo da Trajetória Típica dos Movimentos Fenomênicos ................................................... 39

Síntese das análises gráficas - a evolução na sua intimidade .......................................................... 39 Evoluindo sempre .............................................................................................................................. 40 Trajetória típica dos movimentos fenomênicos (TTMF) .................................................................... 40 A espiral evolutiva está na intimidade de todo fenômeno ................................................................. 40 Expansão e contração evolutiva ........................................................................................................ 40 Tudo volta ao começo - o “princípio da semente” ............................................................................. 41 Tudo é cíclico ..................................................................................................................................... 41 Função da morte ................................................................................................................................ 42 União com o Eterno ........................................................................................................................... 42

27 - Síntese Cíclica - Lei das Unidades Coletivas e Lei dos Ciclos Múltiplos .............................. 42

Síntese máxima dos movimentos fenomênicos ................................................................................ 42 As unidades coletivas se inter-relacionam na síntese progressiva ................................................... 42 Nível dinâmico das Unidades Coletivas ............................................................................................ 43 A unidade da Criação ........................................................................................................................ 43

28 - O Processo genético do Cosmos ............................................................................................... 43

Modelo universal de construção ........................................................................................................ 43

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Exemplos de sínteses cíclicas ........................................................................................................... 43

29 - O Universo como Organismo, Movimento e Princípio ............................................................. 44

A escada de Jacó .............................................................................................................................. 44 A configuração real do movimento evolutivo ..................................................................................... 44 O cimento da evolução ...................................................................................................................... 44 O sistema hierárquico da evolução ................................................................................................... 45 Nossa percepção da realidade é distorcida ....................................................................................... 45 As posições serão sempre relativas enquanto se caminha e não somos a medida das coisas ....... 45 A distância que nos separa dos seres superiores ............................................................................. 45 O caminho da evolução já está traçado ............................................................................................ 45 As subidas e descidas pela escada da evolução .............................................................................. 46 O que impulsiona a evolução ............................................................................................................ 46 A visão gloriosa da evolução ............................................................................................................. 46 O fim último da evolução ................................................................................................................... 46 A conquista da superconsciência ...................................................................................................... 47

30 - Palingenesia ................................................................................................................................. 47

Novo conceito de divindade ............................................................................................................... 47

31 - Significado Teleológico do Tratado - Pesquisa por Intuição .................................................. 47

O princípio orgânico e monista do Universo modificará o homem e sua psicologia ......................... 47 A resistência ao novo faz parte de nossa psicologia ......................................................................... 47 É necessário mover nosso ponto de referência ................................................................................ 47

32 - Gênese do Universo Estelar - As Nebulosas - Astroquímica e Espectroscopia ................... 48

A matéria é destrutível ....................................................................................................................... 48 Astroquímica ...................................................................................................................................... 48 O Universo se organiza segundo as unidades coletivas ................................................................... 48 Espectroscopia – análise da luz – cor das estrelas ........................................................................... 49

33 - Limites Espaciais e Limites Evolutivos do Universo ............................................................... 49

O desafio de Arquitas ........................................................................................................................ 49 O paradoxo de Olbers ........................................................................................................................ 49 Os limites de nosso Universo ............................................................................................................ 50 O limite das unidades coletivas ......................................................................................................... 50 A evolução caminha por saltos dimensionais .................................................................................... 50 As dimensões evoluem ...................................................................................................................... 50 O Universo é limitado no sentido espacial e finito no tempo ............................................................. 51 O fim do tempo e do espaço .............................................................................................................. 51

34 - Quarta Dimensão e Relatividade ................................................................................................ 52

O “continum espaço- tempo” de Einstein .......................................................................................... 52 A quarta dimensão não existe ........................................................................................................... 52 A gênese das dimensões espaciais .................................................................................................. 52 As dimensões evoluem em sistemas ternários ................................................................................. 53

35 - A Evolução das Dimensões e a Lei dos Limites Dimensionais .............................................. 53

Todas nossas medidas são relativas e jamais absolutas .................................................................. 53 A Relatividade de Einstein vai além da física e se aplica à medida de todos os conceitos .............. 54 Lei dos limites dimensionais .............................................................................................................. 54 Onde termina o espaço ...................................................................................................................... 54

36 - Gênese do Espaço e do Tempo .................................................................................................. 55

A dimensão do infinito é a evolução .................................................................................................. 55 Gênese do espaço ............................................................................................................................. 55 Gênese do tempo .............................................................................................................................. 55

37- Consciência e Superconsciência - Sucessão dos Sistemas Tridimensionais ....................... 56

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Da dimensão espacial à dimensão conceptual ................................................................................. 56 A superconsciência (+x) .................................................................................................................... 56 A dimensão do Absoluto ainda nos escapa à percepção .................................................................. 57 O Universo Absoluto não é o mundo do Além................................................................................... 57 Resumindo ......................................................................................................................................... 57

38 - Gênese da gravitação .................................................................................................................. 57

A força básica do reino energético .................................................................................................... 57 Duas direções para a energia – atrativa e repulsiva ......................................................................... 57 A gravidade é energia cinética produtora de massa ......................................................................... 58 A força de expansão do Universo se equilibra com a força gravitacional ......................................... 58 A energia gravitacional é proporcional à velocidade de um corpo .................................................... 59 As ondas gravitacionais ..................................................................................................................... 59

39 - Princípio de Trindade e Dualidade ............................................................................................. 59

Unidade, dualidade e trindade ........................................................................................................... 59 O dualismo é o drama maior de nosso Universo............................................................................... 60

40 - Aspectos Menores da Lei ............................................................................................................ 60

Toda lei se divide em princípios menores ......................................................................................... 60 Eis alguns princípios citados pela Grande Síntese: .......................................................................... 61 Aplicação dos princípios .................................................................................................................... 62 Os três maiores princípios ................................................................................................................. 62 União com o Absoluto ........................................................................................................................ 62 A interpenetração e a sintonia entre o universo físico e espiritual .................................................... 63

41 - Interregno ...................................................................................................................................... 63

Uma nova paixão: união com o Infinito .............................................................................................. 63 A evolução somente será possível para aquele que se tornar bom ................................................. 63

42 - Nossa Meta - A Nova Lei.............................................................................................................. 63

Uma nova Lei – a lei da justiça .......................................................................................................... 63 Fim da luta de interesses egoísticos ................................................................................................. 64 Pelos caminhos da Ciência chegaremos ao Evangelho ................................................................... 64 O Evangelho não é um absurdo ........................................................................................................ 64 Único caminho possível ..................................................................................................................... 64 É preciso usar novas armas no exercício da vida ............................................................................. 64

43 - Os Novos Caminhos da Ciência ................................................................................................. 64

Rumo à síntese .................................................................................................................................. 64

44 - Superações Biológicas ................................................................................................................ 65

Para onde corremos? ........................................................................................................................ 65 Harmonia de conceitos ...................................................................................................................... 65 Uma nova criação biológica ............................................................................................................... 65

45 - A Gênese ....................................................................................................................................... 65

A gênese do espírito começa na matéria .......................................................................................... 65 A luz foi criada antes das estrelas ..................................................................................................... 66 anima o Universo de movimentos .................................................................................................. 66 A lei Deus é ação interior ................................................................................................................... 66 As energias são a base da vida ......................................................................................................... 66 As energias têm consciência linear ................................................................................................... 66

46 - Estudo da Fase : Energia .......................................................................................................... 66

A energia que renasce da matéria ..................................................................................................... 66 A natureza cinética da matéria .......................................................................................................... 66 A natureza cinética do átomo o faz germe de todas as energias irradiantes .................................... 67 As razões da radioatividade............................................................................................................... 67

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47 - A Degradação da Energia ............................................................................................................ 67

O transformismo de ........................................................................................................................ 67 Princípio de conservação da energia ................................................................................................ 67 Não existe irreversibilidade absoluta ................................................................................................. 67 Centralização e descentralização cinética ......................................................................................... 68

48 - Série evolutiva das espécies dinâmicas .................................................................................... 68

Componentes da energia................................................................................................................... 68 O transformismo evolutivo de ......................................................................................................... 69 A família das energias ....................................................................................................................... 69 Nota - eletricidade e vida – questão de palavras .............................................................................. 69

49 - Da Matéria à Vida .......................................................................................................................... 69

Monumento à vida ............................................................................................................................. 69 A natureza cinética da substância ..................................................................................................... 69 Princípio de individuação ................................................................................................................... 70 Fraternidade universal ....................................................................................................................... 70 Centralização e descentralização cinética ......................................................................................... 70 Cinética da matéria ............................................................................................................................ 70 Cinética da energia ............................................................................................................................ 71 Cinética do ser vivo ............................................................................................................................ 71 A realização biológica do Reino de Deus .......................................................................................... 71

50 - Nas Fontes da Vida ...................................................................................................................... 71

Síntese máxima da evolução ............................................................................................................. 71 O princípio cria a forma e a conduz ................................................................................................... 72 Gratidão ao Pai .................................................................................................................................. 72

51 - Conceito Substancial dos Fenômenos Biológicos .................................................................. 72

Vida: coordenação e organização superior de forças ....................................................................... 72 A grande sinfonia da vida .................................................................................................................. 72 A vida é uma junção de espírito, energia e matéria. ......................................................................... 72 Energia: motor genético da forma ..................................................................................................... 73 A biologia substancial ........................................................................................................................ 73 A vida se concatena com todos os fenômenos do Universo ............................................................. 73

52 - Desenvolvimento do Princípio cinético da Substância ........................................................... 73

Vida: maturação cinética da substância ............................................................................................ 73

53 - Gênese dos Movimentos Vorticosos ......................................................................................... 73

A onda vital: uma nova orientação para a cinética da substância .................................................... 73 Onde se une a , nasce ............................................................................................................... 74 Consciência e superconsciência: nova coordenação de movimentos .............................................. 74

54 - A Teoria Cinética da Gênese da Vida e os pesos atômicos .................................................... 74

A eleição do material pela onda vital ................................................................................................. 74

55 - Teoria dos Movimentos Vorticosos ........................................................................................... 74

Teoria cinética da vida ....................................................................................................................... 74 A forma é conseqüência da evolução do princípio ............................................................................ 75 Analogias entre o vórtice e a vida ...................................................................................................... 75 Eixo - alma - eu .................................................................................................................................. 75 Trajetória - metabolismo - destino ..................................................................................................... 75 Os dois pólos do vórtice – dois extremos da vida – nascimento e morte ......................................... 75 Distinção do meio – individualidade – percepção – assimilação – automatismo .............................. 75 Vórtice: construtor de corpos e de almas .......................................................................................... 75

56 - Paralelos em Química Orgânica ................................................................................................. 76

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O vórtice vital ..................................................................................................................................... 76 Reações lentas, porém maleáveis ..................................................................................................... 76 Renovação constante dos elementos arrebanhados ........................................................................ 76 Germe da individualidade .................................................................................................................. 76 Trajetória e destino ............................................................................................................................ 76 O movimento estabiliza o equilíbrio ................................................................................................... 76 Elasticidade, adaptabilidade e automatismo ..................................................................................... 77 Um psiquismo diretor comanda o vórtice vital ................................................................................... 77 A onda vital ........................................................................................................................................ 77

57 - Movimentos Vorticosos e Caracteres Biológicos .................................................................... 77

A vida nasce de um íntimo impulso que já existia na matéria ........................................................... 77 É vorticosa a íntima estrutura do fenômeno biológico ....................................................................... 77 A biologia é a evolução da quimismo da matéria .............................................................................. 78 Distinção do meio - individualidade ................................................................................................... 78 Resistência – instinto de conservação .............................................................................................. 78 Fluxo - metabolismo ........................................................................................................................... 78 Troca – assimilação ........................................................................................................................... 78 O vórtice vital é aberto – percepção e sensibilidade ......................................................................... 78 Interatividade – intercâmbio da vida .................................................................................................. 78 Trajetória – destino ............................................................................................................................ 78 Registro de movimentos – memória e automatismo ......................................................................... 78 Desdobramento – reprodução ........................................................................................................... 79 Impulsos e contra-impulsos ............................................................................................................... 79 Vida e morte ....................................................................................................................................... 79 A morte não é igual para todos .......................................................................................................... 79 A vida é fenômeno único e universal ................................................................................................. 79

58 - A Eletricidade Globular e a Vida ................................................................................................. 79

O raio globular ................................................................................................................................... 79 Ele veio do espaço! ............................................................................................................................ 80 Um microscópico organismo de forças imateriais ............................................................................. 80 A vida nasce na atmosfera ................................................................................................................ 80 O raio globular é o precursor do corpo vital (perispírito) ................................................................... 80 A experiência de Miller ....................................................................................................................... 81 Rendamos graças ao Senhor da Vida ............................................................................................... 81

59 - Teleologia dos fenômenos biológicos ....................................................................................... 81

Pambiose ........................................................................................................................................... 81 Função criadora da dor ...................................................................................................................... 81 Uma nova luta: superação biológica .................................................................................................. 82

60 - A Lei Biológica da Renovação .................................................................................................... 82

A aparente fragilidade da vida ........................................................................................................... 82 A insaciabilidade do desejo ............................................................................................................... 82

61 - Evolução das Leis da Vida .......................................................................................................... 82

Os três aspectos da vida ................................................................................................................... 82 Os dois impulsos fundamentais da vida ............................................................................................ 83 A necessidade do progresso ............................................................................................................. 83 Evolução das leis da vida .................................................................................................................. 83 Evangelho: maior revolução biológica do planeta ............................................................................. 83

62 - As Origens do Psiquismo ........................................................................................................... 84

Vida = .............................................................................................................................................. 84

63 - Conceito de Criação..................................................................................................................... 84

A Criação é impulso interior ............................................................................................................... 84 A Criação no Absoluto e no Relativo ................................................................................................. 84

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A verdadeira gênese do espírito ........................................................................................................ 84 Deus é também o Universo físico ...................................................................................................... 85 Não há Criação no relativo ................................................................................................................ 85

64 - Técnica Evolutiva do Psiquismo e Gênese do Espírito ........................................................... 85

Psicogênese ...................................................................................................................................... 85 Órgão e função .................................................................................................................................. 85 Retorno ao estado de germe ............................................................................................................. 85 Crescimento para o interior................................................................................................................ 86 A consciência não nasce, apenas desperta ...................................................................................... 86

65 - Instinto e Consciência - Técnica dos Automatismos ............................................................... 86

As três zonas de operação do espírito .............................................................................................. 86

66 - Rumo às Supremas Ascensões Biológicas .............................................................................. 87

Concentração e descentralização cinética ........................................................................................ 87 Restituição do passado ...................................................................................................................... 87 Rumamos para o superconcebível .................................................................................................... 87 Aceleração construtiva ou destrutiva ................................................................................................. 87 Nada ficará perdido ............................................................................................................................ 88 A sutilização do utensílio – contínua desmaterialização de órgãos .................................................. 88 Tornar-se consciente no inconsciente ............................................................................................... 88 Desmaterialização da matéria ........................................................................................................... 88 Do determinismo da matéria à liberdade do espírito ......................................................................... 88 Responsabilidade e livre-arbítrio ....................................................................................................... 89

67 - A oração do viandante ................................................................................................................. 89

68 - A Grande Sinfonia da Vida .......................................................................................................... 89

Um edifício surpreendente ................................................................................................................. 89 Biologia cíclica ................................................................................................................................... 89 Inteligência extraterrestre .................................................................................................................. 89 A transformação da luta ..................................................................................................................... 90 Função biológica do Evangelho ......................................................................................................... 90 Não mataremos para sobreviver ....................................................................................................... 90

69 - A Sabedoria do Psiquismo .......................................................................................................... 90

Uma Sabedoria está sempre presente na natureza .......................................................................... 90 Uma maneira simplificada de se compreender a sabedoria da forma .............................................. 91 Tendência conservadora versus tendência renovadora .................................................................... 91 Saltos evolutivos ................................................................................................................................ 92

70 - As Bases Psíquicas do Fenômeno Biológico ........................................................................... 92

A Ultrabiologia .................................................................................................................................... 92 Os três reinos da natureza................................................................................................................. 92 O fio condutor da evolução ................................................................................................................ 92 Laboratório vivo ................................................................................................................................. 92 Um banquete de raios de sol ............................................................................................................. 93

71 - O Fator Psíquico na Terapia ....................................................................................................... 93

O médico interno ................................................................................................................................ 93 Em paz com os agentes patogênicos ................................................................................................ 93 Terapia psíquica ................................................................................................................................ 93 A nova medicina ................................................................................................................................ 94 Medicina energética ........................................................................................................................... 94 Medicina sem alma ............................................................................................................................ 94

72 - A Função Biológica do Patológico ............................................................................................. 94

Doença e morte não são fracassos ................................................................................................... 94

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Endireitando caminhos ...................................................................................................................... 95 Corrigindo abusos .............................................................................................................................. 95 As funções da dor .............................................................................................................................. 95

73 - Fisiologia Supranormal - Hereditariedade Fisiológica e Hereditariedade Psíquica ............. 95

A Ultrafisiologia .................................................................................................................................. 95 O ectoplasma ..................................................................................................................................... 95 Hereditariedade ................................................................................................................................. 96 As mutações biológicas ..................................................................................................................... 96 Não se forma um ser no momento da concepção biológica ............................................................. 97 Hereditariedade psíquica e afinidade espiritual ................................................................................. 97 Somos construtores de nosso destino ............................................................................................... 97

74 - O Ciclo da vida e da morte e sua evolução ............................................................................... 97

A morte é uma ilusão ......................................................................................................................... 97 Duas fases de um ciclo ...................................................................................................................... 97 A individualidade se mantém depois da morte .................................................................................. 98 O desenvolvimento embrionário repete e resume toda a evolução .................................................. 98 A morte não é igual para todos .......................................................................................................... 98 Morte é técnica de construção do espírito ......................................................................................... 98 A morte é conseqüência do princípio da conservação de energia .................................................... 98 A superação da morte na fase +x ...................................................................................................... 99 Da matéria ao espírito e do espírito à matéria................................................................................... 99 A Criação é vida ................................................................................................................................. 99

75 - O Homem ...................................................................................................................................... 99

A Jornada do Homem ........................................................................................................................ 99 O materialismo nos fez maus ............................................................................................................ 99 A dor nos abre as portas do espírito .................................................................................................. 99 Ainda trazemos a alma vazia ........................................................................................................... 100 A felicidade está na reforma dos hábitos ......................................................................................... 100

76 - Cálculo de Responsabilidade ................................................................................................... 100

Energética do psiquismo – psicodinâmica da personalidade .......................................................... 100 Responsabilidade progressiva ......................................................................................................... 100 Acelerando nosso passo na evolução ............................................................................................. 100 A linha do destino ............................................................................................................................ 101 A evolução nos protege das quedas ............................................................................................... 101

77 - Destino - o Direito de Punir ....................................................................................................... 101

As zonas do destino ......................................................................................................................... 101 Somos os donos de nosso destino .................................................................................................. 101 O destino e sua correção ................................................................................................................. 102

78 - Os Caminhos da Evolução Humana ......................................................................................... 102

79 - A Lei do Trabalho ....................................................................................................................... 103

A imoralidade do ócio ...................................................................................................................... 104

80 - O Problema da Renúncia ........................................................................................................... 104

A que devemos renunciar? .............................................................................................................. 104 Renúncia: ferramenta da evolução .................................................................................................. 104 A renúncia não pode ser vazia ........................................................................................................ 105 Afinal, por que a renúncia é uma necessidade? ............................................................................. 105

81 - A Função da Dor ......................................................................................................................... 105

Por que sofrer? ................................................................................................................................ 105 A dor do ponto de vista materialista ................................................................................................ 105 As funções evolutivas da dor ........................................................................................................... 106

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Todo abuso gera contração e dor .................................................................................................... 106 Aniquilando a dor ............................................................................................................................. 106 A dor que cura ................................................................................................................................. 107 Dor redenção ................................................................................................................................... 107 Otimismo diante da dor .................................................................................................................... 107

82 - A Evolução do Amor .................................................................................................................. 107

A maior força do Universo ............................................................................................................... 107 O amor se manifesta de diferentes formas nos diversos níveis da evolução ................................. 107 Força coerciva ................................................................................................................................. 107 O amor anula a dor .......................................................................................................................... 108

83 - O super-homem .......................................................................................................................... 108

O novo ser que a evolução produzirá .............................................................................................. 108 Ainda é um incompreendido ............................................................................................................ 108 Os caminhos para a formação do super-homem ............................................................................ 108 União com o Absoluto ...................................................................................................................... 108

84 - Gênio e Neurose ......................................................................................................................... 108

O gênio antecipa a evolução ........................................................................................................... 108 Saltos evolutivos .............................................................................................................................. 109 A função biológica do gênio ............................................................................................................. 109 Características do gênio .................................................................................................................. 109

85 - Psiquismo e Degradação Biológica ......................................................................................... 109

A entropia da substância ................................................................................................................. 109 A entropia aplicada ao biológico ...................................................................................................... 110 Velhice não é derrota biológica ....................................................................................................... 110

86 - Conclusões - Equilíbrios e Virtudes Sociais ........................................................................... 110

No campo das conclusões ............................................................................................................... 110 Toda parcela da verdade é bem vinda ............................................................................................ 110 O remédio para todos os nossos males .......................................................................................... 111 A supersociedade do futuro ............................................................................................................. 111

87 - A Divina Providência.................................................................................................................. 111

Estamos sob constantes cuidados .................................................................................................. 111 A tolerância da Lei ........................................................................................................................... 111

88 - Força e Justiça - A Gênese do Direito ..................................................................................... 112

A evolução da coletividade e suas leis de inter-relações ................................................................ 112 Para mudar a sociedade e suas leis é preciso mudar o homem..................................................... 112 Cidadão e Estado não serão mais inimigos .................................................................................... 112 A guerra será banida ....................................................................................................................... 112

89 - Evolução do Egoísmo ................................................................................................................ 112

Do egoísmo ao altruísmo ................................................................................................................. 112 Altruísmo não é desvantagem biológica .......................................................................................... 113 Não se evolui sozinho ...................................................................................................................... 113 A dilatação do egoísmo ................................................................................................................... 113 Egoísmo é obstáculo ao progresso ................................................................................................. 113

90 - A Guerra - A Ética Internacional ............................................................................................... 114

A única defesa possível ................................................................................................................... 114 Todos contra todos .......................................................................................................................... 114 A guerra não pertence ao futuro ...................................................................................................... 114 A evolução da guerra ....................................................................................................................... 114 A Lei aproveita a maldade das guerras ........................................................................................... 115 O fim das guerras ............................................................................................................................ 115

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A última das lutas ............................................................................................................................. 115

91 - A Lei Social do Evangelho ........................................................................................................ 115

Maior lei social: amor ao próximo .................................................................................................... 115

92 - O Problema Econômico ............................................................................................................. 115

O egoísmo é a base da Economia do involuído .............................................................................. 115 As reações da Lei à ambição .......................................................................................................... 116 A moralização da economia............................................................................................................. 116

93 - A Distribuição da Riqueza ......................................................................................................... 116

Propriedade substancial .................................................................................................................. 116 A igualdade de propriedade ............................................................................................................. 117 A desigualdade dos seres................................................................................................................ 117 A riqueza fruto do roubo é fonte de miséria..................................................................................... 117 Toda riqueza fundamentada no egoísmo é roubo ........................................................................... 117

94 - Da Fase Hedonista à Fase Colaboracionista .......................................................................... 117

Remédio único para todos os nossos males ................................................................................... 117 Rico somente é aquele que sabe dar .............................................................................................. 118 A riqueza genuína ............................................................................................................................ 118 Toda ambição será corrigida com carências proporcionais ............................................................ 118 Sem o colaboracionismo, tudo será em vão.................................................................................... 118 A condenação do roubo ................................................................................................................... 118

95 - A Evolução da Luta .................................................................................................................... 118

As duas forças que nos movem na evolução .................................................................................. 118 A paixão do eu – motor da evolução ............................................................................................... 119 O objetivo da luta ............................................................................................................................. 119 A transformação da batalha ............................................................................................................. 120

96 - Concepção Biológica do Poder ................................................................................................ 120

As forças que conduzem os destinos dos povos ............................................................................ 120 A História conduz os povos ............................................................................................................. 120 A sociedade é um organismo .......................................................................................................... 120 O poder é função biológica .............................................................................................................. 120 A Ética biológica dos governos e governados ................................................................................. 120

97 - O Estado e sua Evolução .......................................................................................................... 121

A evolução orienta a História dos povos ......................................................................................... 121 A evolução se faz no individual e no coletivo .................................................................................. 121 A evolução na relação indivíduo e Estado ....................................................................................... 121 Biossociologia .................................................................................................................................. 122

98 - O Estado e suas Funções ......................................................................................................... 122

O Estado na nova realidade do espírito .......................................................................................... 122 O Estado orgânico e suas características ....................................................................................... 122

99 - O Chefe ........................................................................................................................................ 123

Princípio de Nucleação .................................................................................................................... 123 Desejo de Unidade .......................................................................................................................... 123 Chefe: centro de convergência da Unidade Coletiva ...................................................................... 123 Condutores do progresso ................................................................................................................ 123 Executores das Leis da Vida ........................................................................................................... 123

100 - A Arte ......................................................................................................................................... 124

Arte: expressão do divino na alma humana .................................................................................... 124 Arte é instrumento da evolução ....................................................................................................... 124 A evolução da arte ........................................................................................................................... 124

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A arte tem função divina .................................................................................................................. 124 Substância e forma da arte .............................................................................................................. 125 A arte verdadeira – o futuro da arte ................................................................................................. 125

Despedida........................................................................................................................................... 125

Afinados com as Leis da Vida ......................................................................................................... 125 Sinfonia de conceitos ....................................................................................................................... 125 As portas do Infinito se abrem ......................................................................................................... 126 Uma fé mais poderosa ..................................................................................................................... 126 Avançado conceito de Divindade .................................................................................................... 126 Voz da Verdade ............................................................................................................................... 126 Voz de consolo ................................................................................................................................ 126 Voz de gratidão ................................................................................................................................ 126 Uma Síntese Imensa ....................................................................................................................... 126

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1 - Ciência e Razão

A ciência não satisfaz mais as nossas necessidades

A ciência do nosso século somente nos deu comodidades, deixando nosso espírito vazio. Colheu informações sem fim e nos inundou de análises, sem jamais nos proporcionar a síntese. Continuamos sem respostas para os nossos grandes enigmas. Prostituiu nosso espírito, vendendo nossa alma à matéria, que se tornou a razão da vida e a senhora do nosso destino. Mas a era da razão está passando e é preciso auxiliar o nosso espírito na conquista da intuição, a única capaz de nos levar à visão unitária do Universo. Estamos cheios de máquinas poderosas, mas vazios de alma e de sentimentos. A ciência não pôde nos tornar melhores, convertendo-se em uma fábrica de comodidades. Para falar ao nosso espírito, amadurecido por um século de ciência, Sua Voz fala à nossa razão, usando a linguagem e os conceitos da nossa era.

Intuição: único caminho possível

A evolução do espírito é o único caminho capaz de satisfazer nossos anseios mais íntimos, de vencer a dor, a morte e fazer-nos viver a grandiosidade para a qual fomos criados. Não temos mais o alimento do espírito e remastigamos velhos conhecimentos. A análise, a observação e a experiência apenas produziram resultados exteriores, práticos, mas as necessidades da alma não foram satisfeitas, os caminhos do mistério permanecem fechados e não se abrirão, a não ser que nos tornemos melhores.

Uma nova maneira de compreender os fenômenos

Para avançar, é preciso chegar à síntese intuitiva - uma nova maneira de ver e compreender o Universo e sua fenomenologia. É preciso abrir a alma, amar o fenômeno, interagir com ele para verdadeiramente entendê-lo. Eis o novo método de pesquisa: dilatar a visão do espírito para se chegar à essência das coisas. Devemos sentir a unidade da vida que irmana todos os seres: do mineral ao homem e além. Mas para isto é necessário o aprimoramento moral. Como somente entre semelhantes é possível a comunicação, para sintonizarmo-nos com as potências do Universo e compreender os seus mistérios, é preciso ter a alma pura. Faz-se assim necessário a nossa purificação moral.

“A ciência ri de tudo isto, e por este motivo está limitada a produzir apenas comodidades, sem jamais acender a chama da sabedoria em nossa alma”.

2 - Intuição

A psique de superfície e a psique profunda

Nosso verdadeiro eu não está na consciência de superfície, mas na consciência profunda, de onde se origina nossa personalidade com todas as suas tendências, atrações e repulsões. O eu exterior é filho da matéria e morre com ela. Com a evolução, o eu interior tende a se despertar e a fundir-se com o eu exterior – aí teremos vencido a morte. Eis o grande objetivo da vida: despertar este verdadeiro eu interior. Através da evolução ele se expande até a fusão com Deus.

O estudo do psiquismo é o mais importante na atualidade

O mais valioso estudo que na atualidade podemos fazer é o da ciência psíquica, nosso instrumento de pesquisa e nosso meio natural de desenvolvimento na evolução. Já olhamos em demasia para fora de nós mesmos, precisamos caminhar pelas estradas da alma, que estão em nosso íntimo e nos conduzem para o infinito.

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A visão de síntese

Este é o novo instrumento de pesquisa que teremos que desenvolver – a visão direta. Temos que transferir o centro de nossa personalidade, o eu, para as camadas mais profundas do nosso ser, onde sentiremos essa nova possibilidade, a visão intuitiva, através da qual poderemos interagir com o fenômeno e compreender os mistérios da Criação.

O primeiro passo

O primeiro passo é não negar a intuição. A evolução nos levará a esta propriedade mais profunda do espírito, a essa nova visão do Universo. E poderemos compreender melhor a realidade das coisas.

Como apressar esta aquisição

“Purificai moralmente e refinai a sensibilidade do instrumento de pesquisa, que sois vós mesmos, e só então podereis ver. Aqueles que absolutamente não sentem essas coisas, os imaturos, ponham-se de lado, tornem a chafurdarem-se na lama de suas baixas aspirações, e não peçam o conhecimento, precioso prêmio concedido apenas a quem duramente o mereceu”.

3 - As Provas

Exigimos provas das verdades espirituais

Para crer no espírito o homem moderno exige provas. Pelo menos deveria admitir a dúvida na sua existência, pois essa é a sugestão natural de nosso inconsciente. Todos esperamos sobreviver, essa é nossa aspiração mais sagrada. Então, por que negar antes de admitir a sua possibilidade? A negação, por princípio, aniquila-nos a capacidade de ver e sentir. “Como podeis acreditar que vossa vida de dores e alegrias fictícias e contraditórias possa representar toda a vida de um ser?”

A realidade do amanhã é o espírito

Descobriremos o espírito através de um amadurecimento do nosso eu e um refinamento de nossas percepções intuitivas. Todas as realidades de nossa vida nasceram e nascem do contato do espírito com outras dimensões da vida. Esta foi e é a via de todas as descobertas dos gênios. À medida que evoluirmos, perceberemos claramente as ondas psíquicas que nos envolvem e nos inspiram. Só aquele que não ouve é que nega. O espírito é a realidade do amanhã, mas somente para aqueles que desenvolverem os instrumentos para o perceber e se capacitarem para viver nesta nova dimensão.

Somente uma prova é necessário

Não exijamos outras provas além da nossa sensibilidade. Basta uma “pureza de ânimo e sinceridade de intenções e então sentireis em minhas palavras a Verdade.”

4 - Consciência e Mediunidade

Síntese de superfície e síntese profunda do Eu

Como referido no capítulo 2, temos dois níveis principais de consciência: a profunda e a superficial.

A consciência de superfície é sintetizada à medida que evoluímos, sendo portanto uma elaboração da matéria, e com ela morre e se renova. Na profundeza do nosso eu, no entanto, encontraremos outra consciência, a latente, profunda. Essa é síntese divina, eterna, formadora do nosso eu verdadeiro. Existe antes do nascimento e sobrevive à morte. Como não experimentamos sensação nesta consciência profunda, nós comumente a negamos.

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Por meio da consciência superficial nos colocamos em contato com a realidade exterior e experimentamos as sensações da vida, retirando ensinamentos que se fixam na consciência profunda, constituindo-se depois nos instintos e automatismos. É assim que nada se perde para o espírito, e de nossas lutas e dores retiramos ensinamentos que, estratificando camadas em torno do eu central, o fazem crescer em um processo de expansão contínua. “Todo ato de nossa vida tem um valor eterno”.

Vencendo a morte

À medida que evoluímos dilatamos a consciência profunda e nos tornamos paulatinamente conscientes nela. Reencontraremos nosso Eu eterno e, fora dos limites do tempo e do espaço, teremos vencido a morte. Eis a finalidade da evolução e da vida – “O Universo inteiro palpita de vida que, ao reconquistar sua consciência, retorna a Deus”.

Mediunidade intuitiva

E à medida que nos tornamos conscientes nesta realidade profunda do eu, é que estaremos aptos a perceber as correntes de pensamentos que trafegam pelas dimensões espirituais. Ai residem os intricados fenômenos da recepção intuitiva e a possibilidade de comunicação com seres de outras dimensões. Ser consciente nesta realidade profunda é participar de uma forma mais alta de mediunidade, chamada mediunidade inspirativa, vivida de forma ativa e consciente.

5 - Necessidade de uma Revelação

Nossa psicologia não tem mais amanhã

Nossos conceitos e revelações divinas, encobertas de incrustações humanas arcaicas, estão velhas, esgotadas, insuficientes para a mente moderna. As filosofias são produtos individuais e as religiões se dividem, lutando pela posse da verdade exclusivista. Nosso espírito, adormecido no ceticismo, tornou-se um vazio, oculto por hipócrita máscara sorridente e está agora na sua última fase de esgotamento: a indiferença. Temos como guia apenas o egoísmo, que só sabe produzir desagregação e divergências.

Necessitamos de revelações adaptadas ao nosso amadurecimento

O momento que vivemos requer novas revelações. Os séculos de lutas e dores nos amadureceram e, por instinto evolutivo, ansiamos por novas verdades que nos conduzam para a formação de um novo homem, de uma nova civilização, a civilização do terceiro milênio.

A Grande Síntese não veio destruir as verdades que temos, mas revesti-las de nova roupagem

“Minha palavra não vem para destruir as verdades existentes, mas para repeti-las de uma maneira mais persuasiva e mais adaptada às vossas mentes modernas. Sois inteligências amadurecidas que já podem suportar visões mais vastas (....) Não venho combater religião alguma, no entanto coloco no mais alto posto na Terra a revelação e a religião do Cristo”.

6 - Monismo

Viagem a síntese máxima – princípio único

A Grande Síntese nos leva a uma viagem insólita, uma viagem do espírito. Conduzindo-nos no estudo do funcionamento orgânico do Universo, caminha da periferia, a matéria, ao centro, onde está o espírito. Em aproximações gradativas e retornos periódicos de conceitos, vai paulatinamente amadurecendo e nos elevando à sua síntese máxima. Esta viagem do espírito é a jornada da alma que regressa ao seu princípio, da criatura que volta ao seu Criador, o centro do Universo.

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Nossa realidade está pulverizada e limitada nas barreiras do tempo e do espaço, a unidade foi fragmentada, mas percorrendo o caminho inverso a esta descida nos reencontraremos com a unidade, com a visão do Absoluto, visão que somente a razão jamais poderá nos proporcionar.

Do monoteísmo ao monismo

A Grande Síntese nos conduz a um princípio único, a realidade de todas as coisas, onde existe uma lei única, que tudo dirige, que explica todos os fenômenos. Um conceito central chamado monismo.

Do politeísmo passamos ao monoteísmo, onde definimos um Deus único, porém um deus antropomórfico e fora da Criação. Passamos agora do monoteísmo ao monismo, isto é, a um conceito de um Deus que é a Criação, formando uma unidade com o ser.

A razão desta viagem

A finalidade da jornada é dar ao homem nova consciência cósmica, fazendo-o sentir-se não apenas eterno e membro de uma humanidade que abraça todo os seres do Universo, mas também potência que desempenha um papel no funcionamento orgânico da própria Criação. É também proporcionar-lhe novas normas de comportamento, pois sabendo olhar nos abismo de seu próprio destino, saberá agir cada vez de forma mais elevada.

Nesta estrada nosso coração se acenderá de nova paixão. Paixão de ascensão, a idéia que nos domina, e de amor, o sentimento que nos inflama.

A Ciência do novo homem

Como referido no capítulo 1, além de um roteiro, A Grande Síntese proporciona novo direcionamento para nossas pesquisas. Nova ciência, novo sistema místico, que consiste na penetração dos fenômenos com a alma possuída de nova sensibilidade além dos seus meros sentidos materiais. Transformando-nos em delicado instrumento de pesquisa, refinado pela aperfeiçoamento moral, nos induzirá à formação de Nova Ciência, ciência conduzida pelos caminhos do amor e da elevação espiritual, fundamentos do novo homem.

7 - Aspecto Estático, Dinâmico e Mecânico do Universo

Comentando

A observação de nós mesmos nos mostra que somos constituídos de matéria, organizada em órgãos. Temos em nós ainda impulsos elétricos trafegando pelos nervos, potências que nos movem, geram calor, atividade, ânimo e trabalho, portanto podemos considerar que temos em nós o elemento energia. Além disto trazemos uma consciência, que pode ser sentida quando pensamos ou desejamos e, na percepção do nosso próprio eu, uma substância imaterial, feita apenas de conceito, de emoção, de pensamento. Aí identificamos uma unidade que chamamos espírito, presente não somente em nós, mas em toda manifestação da vida, como forma de individualização do eu. Portanto, mesmo que não tenhamos uma maneira objetiva de provar a existência do espírito, não podemos negá-lo, pois isto seria negar a nossa própria existência. Assim, chegamos à conclusão de que somos uma unidade ternária formada de matéria, energia e espírito.

E o Universo que nos rodeia, de que está constituído? De matéria, pois esta é inquestionável dada a sua realidade que nos impressiona sobremaneira os sentidos. De energia também que se manifesta por movimentos e irradiações, como a luz e o som, exemplos de manifestações ondulatórias e que também nos impressiona de tal modo os sentidos, que não se pode questionar a sua existência. Mas, e o espírito? Podemos identificá-lo no Universo também? Ora, o Universo não é um corpo de leis muito bem identificadas? Ele não traz em si uma grande idéia, idéia geradora de mundos e vida? Claramente vemos nele leis e princípios sempre imutáveis e inteligentes, que normalmente nossa ciência expressa em fórmulas matemáticas. Há portanto no Universo uma idéia que o dirige, que podemos chamar de espírito do Universo. Assim, como em nosso corpo, identificamos no Universo a presença dos três estados: espírito, energia e matéria. Estes estados se inter-relacionam? Haverá

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algum ponto de união entre eles? Nossa ciência já descobriu que energia e matéria são manifestação de uma mesma substância, ainda não determinada em sua essência e natureza. Haverá uma inter-relação também entre estes e o espírito? Nascerão de uma mesma substância que se transmuta nestas formas conhecidas? Eis o que nos propõe responder a Grande Síntese.

A unidade ternária do Universo

O Universo é uma unidade ternária, ou seja, pode ser dividido em três partes ou aspectos: estático, dinâmico e mecânico.

Aspecto Estático

Neste aspecto a unidade-todo é considerada na estrutura material que o compõe, isto é, as suas partes. Partes essas que se correspondem e coordenam-se em um objetivo comum, formando um organismo. Portanto temos aqui matéria, estrutura ou forma do Universo.

Aspecto Dinâmico

Aqui identificamos o seu movimento, o vir-a-ser. Movimento que pressupõe trajetória, finalidade, transformismo. Movimento que coordena as partes em um funcionamento harmônico, em objetivos comuns. Temos aqui a energia, as irradiações, o dinamismo do Universo.

Aspecto Mecânico

O Universo é um conjunto de leis e princípios, configurando o seu aspecto mecânico, lembrando que o termo “mecânico” aqui é definido como “a ciência que trata das leis do movimento e do equilíbrio”. Temos aqui o espírito, a idéia, a inteligência do Universo.

Três aspecto sempre coesos – a unidade do Universo

Estes três aspectos não se acham isolados, mas em toda parte estão coesos e conexos. Esta é a idéia que domina todo o nosso Universo e se expressa em todos os seus fenômenos, em todos os seus reinos: biológico, astronômico, físico ou químico. Este é a unidade que permeia o Universo, a grande idéia central que o governa.

A unidade é ordem

A unidade do Universo se manifesta sobretudo como ordem, porque o primeiro aspecto, o princípio, a idéia, se manifesta como ordem. Ordem essa que coordena e coloca em seu próprio lugar todos os fenômenos de nosso cosmo, de modo que cada um tenha sua própria trajetória, dada pelo princípio dinâmico. A vontade de existir, de mover-se, de individualizar-se e de atingir uma meta é orientada por essa ordem.

A lei se adapta a cada fenômeno e às suas necessidades. Além de adaptável é compensadora, abarcando todas as possibilidades da substância. É ordem, mais poderosa do que toda desordem. É equilíbrio, alegria, bem. A desordem, o mal e a dor somente existem como pacotes isolados de desordem dentro da ordem, como reações isoladas.

Determinismo e livre-arbítrio

A ordem e a lei não pressupõem um determinismo fatalista e inviolável. A ordem não é rígida e admite espaços de elasticidades onde a desordem pode se manifestar. A desordem se manifesta em formas de pacotes limitados, encerrados dentro de suas unidades dimensionais e coordenados dentro de uma ordem maior. Assim é que dentro do caos do cosmos infra-atômico se constrói a ordem aparente de nossa matéria macroscópica. É assim que dentro da ordem da vida, podemos nos manifestar como desordens temporárias, dentro dos limites de nosso raio de ação. De modo que o livre-arbítrio está sempre contido por um determinismo, que se dilata à medida que a evolução se processa.

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8 - A Lei

A idéia central do Universo

Lei – idéia central do Universo - o sopro divino, que o governa e anima. É a alma do Universo, onde a matéria cósmica é apenas o seu corpo, o seu exterior. É o centro de irradiação e atração da Criação, sempre onipresente. A lei é Deus.

Nossa natural ânsia pelo conhecimento da Lei

Devido à nossa origem divina, temos uma natural ânsia por conhecer essa Lei, de compreendê-la, pois ela diz respeito à nossa própria natureza. Por isto o afã da ciência em estudá-la e determinar as suas expressões, sempre exatas, matemáticas e imutáveis.

Somente com evolução moral se pode compreender a Lei

Da Lei maior, somente conseguimos observar partes fragmentárias, pequenas porções de sua expressão. À medida que o homem evoluir moralmente é que conseguirá penetrar em sua essência mais profunda. Sua maldade é obstáculo intransponível à revelação da Lei. Por isso a verdadeira ciência é sagrada, é uma prece e também um ato de fé, sempre proporcional ao adiantamento moral daquele que a pesquisa.

A inter-relação dos três elementos do Universo

Como vimos acima, no Universo temos a matéria que é estrutura, forma e efeito, a energia que é movimento, vontade e transformismo e o espírito, que é lei, princípio, idéia e ordem. Estes três modos

de ser do Universo se interligam por relações de reciprocidade. A idéia pura, o espírito (), se

condensa revestindo-se da forma energia (), vontade, movimento, que finalmente se coagula em

matéria (), a estrutura, a realidade exterior. Este conceito origina a expressão: .

Uma só substância que se deriva em três

A Criação é assim uma grande onda que, partindo de espírito, pensamento puro, caminha para um movimento dinâmico, a energia, para atingir seu termo na matéria. Portanto temos uma só substância

que se transforma nos três elementos do Universo. Assim vai para , que vai para ( ).

O ciclo da substância

Mas, como todo fenômeno, este necessita ter o seu movimento oposto e complementar, a fim de se equilibrar. Assim, pela lei dos ciclos, lei de complementaridade, uma trajetória oposta a completa,

onde passa a e esta retorna a , fechando-se o ciclo da substância. Dois movimentos que se

complementam, sendo o primeiro de descentralização ( ) e o segundo de centralização (

). No primeiro a substância se distancia do centro da Criação e no segundo retorna. Eis o

respiro do Universo. O espírito, , é o princípio e o fim. Os dois ciclos se completam e se fecham em só movimento.

Uma onda de Criação e outra de regresso

A primeira onda cria a matéria, o universo físico, as nebulosas, os astros, até a máxima condensação da matéria no microcosmo. A segunda é a onda de regresso, a que vivemos agora, que dá origem à vida e que restitui da substância a consciência, o espírito, que se destitui de toda vestimenta, reencontrando a perfeição, a idéia pura, o Absoluto.

Involução e evolução

O primeiro movimento é de involução, de afastamento da substância, o segundo é o movimento de evolução, de retorno.

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A grande onda - conceito central

A Criação é uma grande onda, este é o conceito central do funcionamento orgânico do Universo, o grande princípio geral da Criação que soluciona muitos de nossos mistérios, como a possibilidade de se extrair a energia da intimidade da matéria (energia atômica). Soluciona também problemas de ordem moral, como a evolução do mal e da ignorância para o bem.

9 - A Grande Equação da Substância

O respiro do Universo

Os dois movimentos coexistem em constante equilíbrio de compensações a todo instante no Cosmos. A formação das nebulosas, o nascimento e morte das estrelas e nossa própria vida encontram aí sua base de existência. Estes dois movimentos podem ser reunidos em um círculo, onde podemos ter uma visão geral do ciclo (figura 1).

A grande equação da substância

Representando o Todo, o Universo, por , a Grande Síntese nos apresenta a equação da substância

em seus momentos estático, dinâmico e unitário, como se pode verificar nas figuras correspondentes. São fórmulas que expressam o monismo da Criação, onde tudo se inter-relaciona e tem uma origem comum. Tudo se irmana, como frutos de uma mesma fonte, Deus. Uma substância, indefinível ainda em sua natureza, mas que se molda em tudo que conhecemos, eis a técnica de Criação adotada pelo Criador.

A substância se transmuta, mas é sempre idêntica a si mesma

Na fórmula dinâmica podemos notar a primeira fase, de fuga ou queda e a segunda de reconstrução

de . Embora se expresse de muitas formas e assuma padrões incompletos e imperfeitos em seus

diversos momentos, segundo a sua trajetória, ela permanece em seu todo, sempre completa e perfeita.

A Divina Trindade

Aqui nos encontramos com o conceito da Divina Trindade, que nos foi revelado pelas religiões. Eis

como Deus pode criar do nada. é o Relativo e o Absoluto, o abstrato e o concreto, é tudo.

Os três elementos nunca existem isoladamente

Em qualquer lugar ou em qualquer fenômeno do nosso Universo encontraremos sempre a substância em seus três momentos, com o predomínio de um deles, caracterizando a sua manifestação naquele instante. Somos também a união destes três estados da substância e nunca os encontraremos isoladamente. Assim a substância se manifesta em graus diversos, configurando cada estado que a

vemos. Na matéria bruta, é máximo, médio e , mínimo. Na energia é máximo e no ser

consciente, é que se expressa com maior peso. A evolução nada mais é do que um processo que

visa transformar toda substância em , espírito puro, feito de pura substância divina.

O significado profundo desta revelação

Esta revelação nos diz que somos consciências que despertam, que estão em trânsito para a

reconstrução de , a unidade espiritual pura que nos compõe. A evolução é a escalada de retorno ao plano do espírito, ao nosso interior, onde está Deus, onde somos feito de infinito e onde Ele nos aguarda para um amplexo de felicidade, para a qual somos criados.

Dizendo-nos que esta é a concepção bíblica do anjo decaído que encontra respaldo em todo o ensinamento do Cristo a Grande Síntese apenas anuncia conceitos que serão desenvolvidos mais

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tarde e não podem ser inteiramente compreendidos agora. Serão estudados numa abrangência jamais vista, nos livros Deus e Universo e O Sistema. Em seu conjunto compõem a mais surpreendente visão da Criação e formam o tema central de todo o desenvolvimento da obra de Ubaldi.

Emmanuel e a Unidade

Encontramos no livro Emmanuel, da autoria do espírito de mesmo nome, psicografado por Francisco Cândido Xavier e editado pela FEB, no capítulo 32, intitulado Quatro questões de filosofia, no item Espírito e matéria, a seguinte pergunta a ele dirigida:

“Será lícito considerar-se espírito e matéria como dois estados alotrópicos de um só elemento primordial, de maneira a obter-se a conciliação das duas escolas perpetuamente em luta, dualista e monista, chegando-se a uma concepção unitária do Universo?”

“Resposta – É lícito considerar-se espírito e matéria como estados diversos de uma essência imutável, chegando-se dessa forma a estabelecer a unidade substancial do Universo. Dentro, porém, desse monismo físico-psíquico, perfeitamente conciliável com a doutrina dualista, faz-se preciso considerar a matéria como o estado negativo e o espírito como o estado positivo dessa substância.”

“A ciência terrena, no estudo das vibrações, chegará a conceber a unidade de todas as forças físicas e psíquicas do Universo. (...) O princípio soberano da unidade absorve todas as variações possíveis, crendo nós que, sem perdermos a consciência individual no transcurso dos milênios, chegaremos a reunir-nos no grande princípio da unidade, que é a perfeição.”

10 - Estudo da Fase Matéria () - A Desintegração Atômica

A meta da evolução

A evolução caminha da matéria ao espírito. O desenvolvimento do espírito é o objetivo desta caminhada. Esta é a fase em que vivemos e que nos interessa conhecer, a fase de retorno da

substância, de reconstrução da consciência. “É para , essa suprema realidade do espírito, que quero conduzir-vos, não mais pelos caminhos da fé, mas pelas sendas da ciência”.

O espírito é a maior realidade da vida, embora nos pareça tão irreal. Na plenitude do espírito encontraremos Deus.

A maior descoberta de todos os tempos

No presente estamos descobrindo como extrair a energia da matéria (desintegração atômica, bomba nuclear). Logo a descoberta do espírito será a maior façanha científica de todos os séculos e revolucionará o mundo.

Novo ponto de apoio: a energia

A desintegração da matéria nos conduziu à energia, sua base. Com isso, nossa referência, que era a matéria, se perdeu e nosso novo ponto de apoio passou a ser a energia. Mas como esta é movimento, descobrimos que vivemos num mundo dinâmico, onde tudo é relativo, e perdemos nossos pontos fixos na Terra. A verdade deixou de ser absoluta, o mundo concreto se desfez em ondas e irradiações, a única realidade da existência. Eis o dinamismo do mundo moderno, com sua constante agitação, onde o equilíbrio somente se consegue com o movimento. A verdade tornou-se progressiva e perdeu seu caráter absolutista.

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A matéria opõe resistência a sua superação

Vivemos um período de esgotamento da matéria, onde esta se encontra envelhecida, caminhando para a desintegração (radioatividade). Estando no máximo de condensação e de aparente estabilidade, a matéria impõe assim a máxima resistência à sua penetração (Lei da inércia).

Devemos seguir a Lei

“Para alcançardes êxito, não violeis a Lei, segui-a”. Como vivemos a passagem da matéria à energia, esta é a fase que a Lei nos favorece e não a contrária, ou seja da energia à matéria. Como também vivemos o despertar do espírito, a Lei nos favorece este caminho e não o oposto, de investimentos na matéria.

11 - Unidade de Princípio no Funcionamento do Universo

Um princípio único rege o Universo

A Criação é uma unidade global, que funciona por princípio único e que aprendemos a chamar de Lei de Unidade. Esta lei se manifesta não só como unidade, mas como ordem que se impõe contra todo o caos e a fragmentação, momentos limitados e contidos da manifestação da substância.

A Lei de unidade nos diz que a Criação contém uma substância única que se manifesta em formas aparentemente distintas. Como essa substância vem de Deus, através dela, Ele está sempre presente em cada uma de suas transitórias apresentações.

O Absoluto não se fragmenta

A Lei de unidade impõe e conserva a unidade de funcionamento do Universo (Monismo). A substância é única em sua manifestação seja ternária ou dualística. A trindade é ao mesmo tempo uma unidade. O dualismo se recompõe no monismo. Assim, embora a substância se divida em diferentes formas, ela é sempre idêntica a si mesma, e o Absoluto, na verdade, não se fragmenta.

Não podemos alcançar a visão de síntese

Nossa razão analítica não pode nos dar a visão de síntese, pois “somos pontos que olham para outros infinitos pontos do Universo” e por isso não podemos alcançar a visão do Todo. A aparente fragmentação da substância, no mundo em que vivemos, nos impede a visão unitária do Universo, uma imensa esfera onde se manifesta o pensamento de Deus, desdobrando-se de um princípio único, em todas as possibilidades da Criação. A evolução, no entanto, irá dilatar o nosso espírito, até alcançarmos a visão sintético-intuitiva da Criação e de Deus.

Três exemplos da manifestação unitária da Lei

1 - O microcosmo é igual ao macrocosmo - os sistemas cósmicos e os sistemas atômicos se regem por princípios únicos. As mesmas leis que criam mundos formam o átomo. A natureza de uma individualidade química é a mesma de uma individualidade astronômica.

2 - O ciclo da substância é o mesmo em toda manifestação fenomênica - o respiro do Universo, os dois ciclos complementares, estão presentes em tudo que conhecemos. A substância tem uma forma única de se manifestar, em qualquer nível em que se apresente. Seja na matéria - o núcleo positivo e camada eletrônica negativa, seja na energia – duas fases inversas e complementares, seja no mundo biológico – macho e fêmea ou na personalidade humana - também composta de fases complementares e opostas.

3 – O homem é também uma unidade - cópia da unidade universal, formada de matéria, energia e espírito. O mesmo princípio que forma e rege o Universo forma e rege a nossa própria natureza.

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Unidade de conceito – expressão máxima do monismo universal

Unidade de conceitos é a mais evidente expressão do monismo universal. Os mesmos princípios universais e idênticos se manifestam, sempre, modificando apenas o seu nível de ação: por exemplo,

temos gravitação no nível , simpatia no nível e amor no nível , como manifestações de um mesmo princípio ou lei de atração, que vincula tudo que existe, unindo os seres da Criação. Sustenta todo o organismo cósmico, nutrindo-o em um sistema de trocas, tanto na fase matéria, quanto na energia ou na consciência.

Comentário

Como viemos de uma unidade, todos somos irmãos, feitos da mesma substância divina, e o menor dos seres da Criação tem o mesmo valor do maior. Qualquer ato de maldade contra qualquer deles é ato de maldade contra Deus, e contra nós mesmos, razão pela qual o mal sempre se volta sobre quem o pratica. Isso pode nos tornar melhores moralmente.

12 - Constituição da Matéria - Unidades Múltiplas

A matéria nasce e morre

A Grande Síntese inicia aqui a análise do fenômeno matéria e sua trajetória, do nascimento à morte.

Ela nasce da compactação de , a energia, e morre com a sua desintegração (radioatividade),

quando retorna a . No aspecto estático será observada em sua estrutura e em sua individualização (formação de tipos específicos). No aspecto dinâmico, no seu contínuo transformismo evolutivo.

Unidades múltiplas – princípio de unidades coletivas

Para se estudar a organização da matéria faz-se necessário compreender um importante desdobramento da Lei de Unidade, que se denomina princípio das unidades coletivas e que nos diz que toda unidade é formada por unidades menores, que por sua vez se compõe de unidades ainda menores, até o infinito negativo; e que toda unidade é por sua vez componente de uma unidade maior, que também é parte de outras ainda maiores, até o infinito positivo (este princípio será novamente motivo de estudo mais detalhado no capítulo 27).

Os dois movimentos básicos da Substância

Como visto no respiro da substância, no nosso Universo todo fenômeno possui dois tipos de movimentos, um de fragmentação, de fuga, e outro de retorno, de reconstrução, que anula o primeiro. No primeiro movimento, a substância se aparta do Todo e se fragmenta, e o Todo parece se pulverizar. No segundo, o Todo se recompõe, restituindo sua unidade. O primeiro movimento é centrífugo, nele a substância se fragmenta e se separa do Todo, formando uma individualidade própria. Este processo é chamado de individuação da substância, em que ela estabelece um eu aparentemente à parte da Criação. O segundo movimento, o centrípeto, se faz por reação ao primeiro, o centrífugo, sendo um movimento essencialmente reunificador. Por isso, toda substância anseia por unir-se a uma outra, e nenhuma delas pode caminhar isoladamente. Por isso o Universo palpita de um desejo de unir-se e reunificar-se, e toda organização segue o modelo da nucleação, ou seja, nos encontraremos sempre com sociedades de elementos organizados em torno de um ponto convergente. Este modo de se comportar de todo fenômeno é chamado Unidade coletiva. Este princípio impede a pulverização do Todo em fragmentos irrecuperáveis e permite a reconstrução da

unidade da substância. A fragmentação de se refaz com a reunião de suas partes e seu respiro se

fecha e se completa.

Aspecto estático de

Em obediência ao princípio de individuação, a matéria se fragmenta em tipos específicos, indivíduos químicos, que vão do Hidrogênio (H) ao Urânio (U) e se especializam em propriedades distintas, como verdadeiros “eus” isolados.

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Em obediência ao princípio das unidades coletivas, o átomo, a unidade constitutiva da matéria, é uma organização de unidades ainda menores de partículas subatômicas. E os átomos se reúnem em organizações maiores, chamadas moléculas, verdadeiras sociedades, que por sua vez participam de outras organizações ainda maiores, formando o sustentáculo e a estrutura de todo o Universo físico.

A matéria não tem um último termo que a compõe

O substrato da matéria é a energia e não possui um último elemento básico que a componha. Suas unidades constitutivas são partículas que, embora se comportem como massa, e nos dêem a ilusão de peso, não possuem nada de real. São ondas coaguladas em diminutas regiões do espaço, estabelecendo interconexões que confeccionam a nossa realidade e ferem nossos sentidos com a ilusão do concreto. “Por mais que procureis o último termo, jamais o encontrareis, porque ele não

existe (...) encontrareis , a energia, da qual nasceu a matéria”.

13 - Nascimento e Morte da Matéria - Concentração Dinâmica e Desagregação Atômica

A matéria segue as mesmas leis de toda manifestação da substância

A substância, em qualquer forma de sua manifestação, seja matéria, energia ou espírito, está subordinada aos mesmos princípios (Monismo). As leis ou princípios de individuação, unificação e evolução se aplicam indistintamente em todos eles. A matéria, portanto, não se distingue em propriedade, de outras manifestações da substância, pois assim como o ser vivo, ela se individualiza, diferenciando-se, se reunifica, formando unidades coletivas e evolui por ciclos de nascimento, morte e renascimento (palingenesia). Já não podemos falar que a matéria é massa inerte e o estático se desfaz aos nossos olhos. Se não podemos observar o seu transformismo, é porque ele não segue o mesmo ritmo de nossas limitadas medidas temporais.

A matéria nasce, se organiza, cresce e morre, para tornar a renascer, reviver e morrer, tal qual o ser vivo, em seu eterno transformismo evolutivo. Ao atingir a condensação máxima, perde a estabilidade e se rompe, morrendo através do fenômeno da radioatividade, própria dos corpos velhos e maduros em seu máximo ponto de condensação.

Significado da condensação dinâmica – nascimento da partícula

A substância se condensa, passando de a . Compreendemos essa condensação como movimento – a essência do Universo. A condensação é então movimento que paulatinamente se fecha em si mesmo, acelera a velocidade da substância até um máximo permitido pelo sistema, em um espaço que paulatinamente se reduz ao mínimo – nasce a partícula, a substância adquire massa e peso pelo efeito de velocidade – aceleração do movimento. A matéria é assim uma potência de condensação, aceleração, velocidade e movimento. A energia se move cada vez mais rápido em um espaço cada vez menor, adquirindo o atributo de massa. Assim a matéria nada mais é do que uma potência que se movimenta e por isso aprendemos a considerar que ela é feita de velocidade (E = mc

2). O seu

aspecto concreto se desfaz se penetrarmos em sua profundidade – partículas diminutas girando em espaços relativamente imensos. Diante destes novos conceitos, que fazem parte da física moderna, a matéria se desvanece aos nossos olhos, deixando-nos a sensação de que nada existe.

Movimento - essência da substância

O movimento é a essência da substância, seu atributo mais importante, tanto em , quanto em e . É o denominador comum que une matéria, energia e espírito e que permite a passagem de um deste elemento ao outro. O movimento fechado caracteriza a matéria, o aberto caracteriza a energia e o espírito é a potência do movimento guardado na imobilidade do Absoluto. “E o movimento, essência do Universo, vai de uma coisa à outra, ávido de comunicar-se, tal as ondas do mar, ávido de expandir-se. Pelo princípio universal do amor, dá-se sempre, fecundando e dispersando-se, para recondensar-se, depois de haver doado vida, formando vórtices de Criação em todos os rincões do Universo”.

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Exemplo de um movimento que fecunda, agita e se renova sempre

Por exemplo, a energia que vem do sol é uma substância em movimento e transformismo constante – do cerne da matéria solar, se transmuta em luz e calor, irradiando-se pelos espaços, fecundando os mundos ao seu redor. Move-se, se agita e se doa por amor, movimentando a vida na Terra e fora dela. Através da fotossíntese se converte em síntese orgânica, condensando-se novamente no cerne da matéria. Daí se torna dinamismo e energia para a vida. Os seres vivos transformam essa força em outras formas de movimento, como calor, luz, eletricidade. Mas, como nada se perde, o movimento energético apenas se transmuda em outras manifestações conhecidas e desconhecidas de energia. Sempre vai e volta, sempre fechado em si mesmo.

O movimento da substância é fechado e sempre volta, porém em nível diferente

Há, no entanto, uma perda neste movimento energético da substância, o que torna o fenômeno irreversível (entropia). Há um desgaste, que se dissipa em atritos e esforços, fazendo com que a substância, embora fechada em ciclos de retorno, caminhe por trilha de transformismo sem nunca voltar ao exato ponto de partida. Isto se passa, porque estamos na fase evolutiva da substância, de

centralização em (ou descentralização de ).

14 - Do Éter aos Corpos Radiativos

O éter

Existe uma substância intermediária entre a matéria e a energia que foi outrora denominada éter. Nossa ciência rechaçou a sua existência, por procurá-lo com critérios de matéria, mas sendo uma transição entre a matéria e a energia, escapa à nossa observação atual. “Ele não impõe qualquer atrito à viagem dos corpos celestes e escapa mesmo à ação da gravidade”. Seria o substrato do vazio cósmico, o sustentáculo das irradiações que vagueiam pelos espaços siderais. Seria ainda o protótipo do Hidrogênio, ou seja, uma substância antecessora do próton. Mais adiante a Grande Síntese o denomina de nebúlio, sendo ainda o principal componente das nebulosas. Nasce de uma condensação energética, porém ainda sem massa e sem o comportamento próprio das partículas, sendo um estágio intermediário, entre esta e a onda. “É o pai do Hidrogênio e filho das formas

dinâmicas de ”. Talvez possamos atualmente considerá-lo como o “campo” de Einstein, a vacuidade dinâmica e elástica da dimensão espaço-tempo que sustenta o nosso cosmo, permitindo a sucessão de todos os nossos fenômenos físicos e de onde saltam as partículas de matéria que formam nosso universo.

Nascimento das nebulosas – a matéria surge do nada

As energias, irradiantes e dispersas, em busca do equilíbrio, pela grande lei de reunificação, devem inverter a fase de difusão, para se concentrarem em determinados pontos do cosmo. Obedecendo ao dualismo do movimento, devem inverter a sua trajetória, dobrando-se sobre si mesmos. A irradiação torna-se condensação dinâmica e o vórtice se fecha. Nasce assim o éter, que fechando ainda mais o seu ciclo de condensação, gera um verdadeiro campo de atração dinâmica. Deformando o espaço ao seu redor, compõe um verdadeiro funil de atrações poderosas, que a nossa ciência chama de buraco negro. Deste turbilhão de atrações dinâmicas nascerá a matéria cósmica, formadora de nebulosas e galáxias, de onde brotarão mundos e sóis.

As nebulosas, os corpos materiais mais jovens que podemos conhecer, nascem assim por condensação da fase éter e são o germe de tudo que existe em nosso Universo.

À medida que o turbilhão dinâmico se fecha, o movimento acelera sua velocidade e reduz o seu espaço de manifestação até um limite em que adquire peso e passa a se chamar matéria (ponto de singularidade).

“A velocidade torna-se massa, estabiliza-se nos infinitos sistemas planetários íntimos, de que nascerá o núcleo, depois o átomo, a molécula, o cristal, o mineral, os amontoados solares, planetários, siderais. Da imensa tempestade nasceu a matéria. Deus criou”.

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A energia sempre acompanha a matéria, sua filha

A energia forma a matéria, mas não a abandona. A substância jamais se isola em seus estados, ,

e . E a energia continuará revestindo-se de todas as formas materiais, como o seu sustentáculo e seu momento de estabilização do equilíbrio. Por isso, em nosso mundo, como nos afirma Sua Voz, até mesmo o pensamento só sabe existir com o apoio da energia, e a energia permeia toda a matéria, agitando-a em suas infinitas formações.

Nascendo da condensação da energia, manifestando-se inicialmente como éter e posteriormente como partícula, a matéria evolui até as formas mais pesadas, para morrer através da desintegração atômica, quando atinge o seu máximo de expressão material. Retorna, assim, à energia que a gerou, mas apenas para continuar a sua evolução em outras formas de manifestação.

15 - A Evolução da Matéria por Individualidades Químicas - O Hidrogênio e as Nebulosas

O Hidrogênio é a protoforma da matéria

O Hidrogênio (H) é a forma básica, da qual todos os outros elementos se originam por processo evolutivo. É o ponto de partida do processo de individuação da matéria, enquanto que o Urânio (U) é o ponto de chegada. H é o tipo fundamental, o protozoário da química elementar, base para toda a formação da matéria. À medida que aumenta o número de prótons e elétrons, o conjunto atômico se diferencia em novos elementos, distinguindo-se por funções e propriedades distintas, caracterizando-se como um novo elemento. Atesta isso o fato dos corpos siderais jovens serem ricos em Hidrogênio, que paulatinamente diminui à medida que o corpo envelhece. Assim é que nas estrelas jovens o Hidrogênio progressivamente se reduz, convertendo-se em outros produtos da síntese nuclear (ver nota sobre nucleossíntese abaixo).

A evolução estequiogênica (formação da tabela periódica)

O H é, assim, a matéria em sua forma mais simples, primitiva e originária, da qual todas as outras se derivam posteriormente, por evolução - processo este que a Grande Síntese denomina estequiogênese ou estequiogenia (do grego - estequio = elemento e genia = formação). A matéria, portanto, não escapa do mesmo processo de formação progressiva, a que está submetida a vida, e evolui do Hidrogênio até os corpos mais pesados (Urânio). Na formação da matéria, portanto, assistimos a uma progressiva condensação de energia, onde esta se converte em massa.

Vértices de individuações

O transformismo, onde quer que se manifeste, tem a tendência de caminhar por vértices de individuações, que é outra característica da Lei das unidades. A continuidade do transformismo da substância estaciona nestes picos de estabilidade aparente, onde encontramos as individuações de

. Em cada destes vértices, encontraremos um ponto de individualização, aparentemente estável, onde a substância assume características particulares. No reino dos seres vivos, estes vértices consistem nos tipos remanescentes da evolução, os filtros do transformismo progressivo das espécies. No mundo químico, formam os elementos. Pode-se, assim, falar, no mundo da matéria, de tipos ou indivíduos, tal como o fazemos na botânica e na zoologia.

Os elementos químicos

Nos vértices de individuações do mundo químico, encontramos rudimentos de personalidade, uma forma peculiar de existir, de reagir e se compor, assumida pela substância. Assim a química pode individualizar os tipos específicos, fixando seus pesos atômicos, suas valências e suas relações de equivalências - lei das espécies químicas. E o mundo químico seguirá com exatidão matemática as inter-relações desta lei. Sempre em proporções exatas, em relações fixas e previsíveis. Por exemplo, a capacidade de ligação entre os elementos, chamada de valência, se realiza de modo inviolável e constante.

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Considerações sobre a síntese de matéria - nucleossíntese

Segundo a nossa ciência, todos os elementos que conhecemos são formados a partir da fusão de átomos de H, processo chamado de fusão nuclear ou nucleossíntese. Este processo ocorre no interior das estrelas e por isso é denominado também de nucleossíntese estelar. Devido à enorme força gravitacional no interior destes astros, os átomos de H são fundidos, de modo que 2 átomos deste elemento se unem, formando um átomo de Hélio, estes por sua vez, novamente fundidos, formam átomos de Carbono, depois de Oxigênio, até o Ferro. Em decorrência desta fusão escalonada por aumentos progressivos do número atômico, este processo é conhecido ainda como fusão progressiva. Este processo libera a energia que se irradia das estrelas, em formas de ondas eletromagnéticas. As estrelas com grandes massas, no entanto, terminam por explodir, quando fundem toda a reserva de Hidrogênio que possuem, espalhando seus átomos já formados. Estes átomos, carreados pelas energias irradiadas, se canalizam depois em novas formações de matéria, gerando outros corpos astronômicos, como as nebulosas planetárias e os sistemas de mundos, e neste processo todos os 92 elementos naturais seriam formados. O sol e os planetas se originaram de uma nuvem estelar, oriunda da explosão de uma supernova, há 5 bilhões de anos. Desta forma toda a matéria conhecida em nosso Universo teria sido originária das explosões estelares e por isso se diz que somos feitos de poeira de estrela. A partir, no entanto, dos estudos e observações do físico Gamow (1956) notou-se que a nucleossíntese estelar não justificava a gênese de toda a gama de matéria que conhecemos. E em 1964, ficou claro que teria existido uma outra síntese de matéria, chamada nucleossíntese fundamental ou primária e que teria ocorrido nos primórdios da formação do Universo, logo depois do Big-bang. Existiriam, portanto, dois tipos de nucleossínteses: a primária e a estelar.

A estequiogênese proposta pela Grande Síntese segue a ordem do aumento progressivo do número atômico e não a ordem somatória de núcleos de prótons e nêutrons, referindo-se, portanto à nucleossíntese primária e não à estelar. E pela nucleossíntese primária, compreendemos que todos os elementos nasceram a partir da evolução do Hidrogênio. Isso foi confirmado por William Fowler que ganhou o prêmio Nobel de Física em 1983, por demonstrar que do Hidrogênio se originaram todos os outros 91 elementos encontrados na natureza, confirmando assim as antecipadas informações de A Grande Síntese.

Observação quanto a referência do elétron

O elétron não é a referência da individuação físico-química dos elementos, mas sim o próton. Um pequeno detalhe, realmente sem importância dentro das revelações fundamentais e surpreendentes de A Grande Síntese, fruto de informações que existiam na mente do receptor e que correspondiam ao conhecimento da época.

16 - A série das Individuações Químicas do H ao U, por Peso Atômico e Isovalências Periódicas

A série estequiogênica

A Grande Síntese estabelece uma série de elementos químicos, semelhante à zoológica, uma árvore genealógica das espécies químicas. A ela se pode aplicar os mesmos conceitos biológicos de evolução, variabilidade, adaptação e hereditariedade, e estão sujeitas às mesmas leis de afinidades e transformismo evolutivo. Cada corpo químico simples faz parte de uma família com características afins. Biologia e química se aproximam, como grupo de elementos de uma mesma fonte evolutiva e compreendemos que toda matéria, mesmo aquela mais bruta e inerte, é viva, sente, se plasma e obedece a comandos de uma mesma Lei.

A tabela periódica e sua periodicidade - Lei periódica

As características dos elementos simples guardam relação com os seus pesos atômicos, em ritmos de retornos periódicos regulares, mostrando a existência de um conceito mais profundo que os

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dirigem – este princípio é denominado de Lei periódica. Por exemplo, a valência se alinha em regularidade de 7 períodos, isto é, a cada período de 7, retorna ao mesmo valor. Há um ritmo cíclico, assim como todos os outros fenômenos da natureza, como os dias da semana e as estações do ano.

A Lei periódica estabelece que a cada período de 7 há uma repentina mudança de propriedades, propriedades essas que se repetem, embora em nível atômico diferente, constituindo as famílias dos elementos químicos, como a família dos alcalinos, dos halogênios, dos gases nobres, metais, semi-metais, etc.

Fazendo-se uma linha de progressão do volume atômico, observa-se o mesmo retorno periódico de propriedades, em escalas setenárias e repetição nas oitavas, tal como as notas musicais. “Eis portanto um sistema estequiogênico ou árvore genealógica das espécies químicas, divisíveis em 7 séries, a partir de S1 até S7, que são os 7 períodos de formação ou sucessiva condensação da matéria, e divisíveis em 7 grupos, verdadeiras famílias naturais de corpos semelhantes, segundo as respectivas isovalências”.

17 - A Estequiogênese e as Espécies Químicas Desconhecidas

Princípio de unicidade (monismo)

O Universo funciona por princípios únicos, em todos os seus campos de expressão, sejam físicos, energéticos ou morais. Como já vimos, esta idéia central de funcionamento da Criação é denominada por Ubaldi de monismo. Ele pressupõe que a lei é sempre a mesma, a se expressar em princípios semelhantes, adaptados sempre ao momento evolutivo de cada fenômeno que coordena. Por isso as leis que regem a matéria são as mesmas do espírito.

Princípio de analogia

Como conseqüência do princípio de unicidade, a fenomenologia universal é análoga em todos as suas manifestações, desde que em níveis semelhantes. Fenômenos os mais díspares, se estão submetidos às mesmas condições, se comportarão de modos análogos, por força de expressão do princípio de analogia.

Princípio de Periodicidade

A Grande Síntese nos leva a deduzir que, além de um funcionamento unitário e análogo, a Lei funciona ainda por periodização, ou seja, ela determina que cada fenômeno tenha o seu ritmo de transformismo e retornos periódicos, padronizados e fixados em suas necessidades. Por isso a Lei Periódica muito bem estabelecida na Tabela Periódica dos elementos, se aplica a toda dinâmica dos

fenômenos universais, mesmo os biológicos e espirituais - “de à é idêntica a lei de evolução, é contínua a linha de desenvolvimento, o princípio é único”.

Previsão do comportamento de qualquer fenômeno

A certeza nestes princípios, nos permite prever a existência e o comportamento de qualquer fenômeno, bastando conhecer a lei que o periodiza. “Sabendo que o Universo é Lei e organismo, podereis delinear o andamento de um fenômeno, pela simples aplicação do conceito fundamental que o governa, isto é, a linha de seu desenvolvimento, mesmo por períodos desconhecidos”. Na estequiogênese dos elementos, a lei da periodicidade nos permitiu prever a existência de elementos desconhecidos, de forma exata, conhecendo antecipadamente suas propriedades. “Imaginai a que descobertas podereis rapidamente chegar, quando os problemas científicos forem enfrentados por intuição”.

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18 - O Éter, a Radioatividade e a Desagregação da Matéria ( )

Nascimento e morte da matéria – radioatividade

A matéria, assim como o ser vivo, nasce, desenvolve-se, diferencia-se e morre, estando submetida à Lei universal de Evolução. Ela nasce por condensação da energia e morre por dispersão da mesma. O Hidrogênio (H) é sua primeira manifestação, o corpo mais simples, mais jovem, base para todo o desenvolvimento dos subseqüentes “seres elementares”. O Urânio (U) é o seu último termo, onde a matéria inicia a sua morte. Os primeiros, como H e Hélio (He), formam os corpos ainda jovens, como as nebulosas e as estrelas. Os últimos, os radioativos, também chamados transurânicos, formam os corpos amadurecidos e velhos. Ao atingir o máximo de condensação, nestes elementos mais pesados, inicia-se o fenômeno da radiatividade, a desagregação espontânea da matéria, através da qual a sua energia formativa é devolvida ao seu estado originário. Poderemos compreender o fenômeno observando as peças do brinquedo Lego, que se quebra facilmente, quando muitas peças são unidas, pois as suas ligações perdem a estabilidade. Assim, as forças que unem as partículas de matéria, atingindo a alta complexidade dos corpos pesados, se desestabilizam, rompendo o edifício

atômico, que então se desfaz, dispersando seus elementos através das irradiações , e (note que

aqui as abreviaturas , e se referem à radioatividade e não devem ser confundidas com as mesmas adotadas pela Grande Síntese, para espírito, energia e matéria).

No estudo da radioatividade a ciência já nos revela o conceito de vida e morte da matéria, ao se referir a meia-vida dos elementos radioativos, mostrando-nos que o pensamento humano evolui para o monismo da substância.

A morte da matéria restitui , a energia

Com a radioatividade, morre a matéria () e ressurge a energia (). A radioatividade revela a destrutibilidade da matéria e a indestrutibilidade da substância, que apenas se transforma em outras formas de apresentação. Se nem a matéria morre, mas apenas se transforma, que se dirá então da nossa consciência, o espírito?

A diferenciação da estequiogênese na Tabela Periódica

A evolução estequiogênica faz com que a matéria não só progrida em complexidade, mas se diferencie em formas físico-químicas definidas, que são os 92 elementos naturais conhecidos e que formam todo o nosso universo material. Esta evolução segue os mesmos princípios que regem toda a Criação e deixa transparecer com clareza a Lei de periodicidade. Os retornos periódicos em escalas setenárias e as repetições em oitavas estão perfeitamente expressos na confecção da Tabela Periódica, revelando a presença desta inquestionável Lei.

O transformismo físico-dinâmico-psíquico da substância

Depois de formado o mundo da matéria, a substância, de (energia) passa a (espírito), a fase que vivemos agora. Fase que é o renascimento do espírito, o regresso do eu a Deus. Eis a grande

Criação, a Criação do espírito, onde, por meio de infinitas experiências, retorna ao plano do Absoluto.

Nota

Neste capítulo há um pequeno erro de tradução, pois na radioatividade, uma transformação

equivale a duas e não a uma, como dito aí.

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19 - As Formas Evolutivas Físicas, Dinâmicas e Psíquicas

A progressão por períodos continua além de

A escala continua, mesmo onde a matéria não é mais matéria. Continua nas formas dinâmicas () até

a consciência (). A progressão por períodos continua nas formas energéticas e nas manifestações da vida. Os períodos setenários e retornos periódicos retornam sempre como um ritmo próprio da expansão da substância. E os encontraremos, por exemplo, nas sete cores que compõem a luz branca e nas sete notas musicais.

Do átomo ao gênio há uma linha contínua de evolução ontogênica

Das formas dinâmicas passa-se às formas psíquicas, que se iniciam nos cristais, onde o psiquismo físico é mínimo. A cristalografia nos oferece sete sistemas de cristais. Subimos, na oitava seguinte ao reino vegetal e depois ao animal. Nossa zoologia classifica os animais em grandes grupos e famílias, como os elementos químicos.

Todas as formas de vida são irmãs

Assim temos uma visão da unidade da Lei e seu monismo. Toda vida, mesmo na matéria bruta, tem somente um objetivo que é o despertar do espírito. Todas as formas de vida são irmãs e lutam pelo mesmo objetivo, a mesma meta, que é o espírito.

A síntese do espírito

A síntese espiritual nasce deste vertiginoso metabolismo que é o transformismo evolutivo. A existência é maravilhoso turbilhão do qual nasce a consciência, o espírito. Esta febre de ascensão palpita em toda substância, em qualquer nível que se manifeste. Essa trajetória pode ser expressa em uma espiral, em cujo âmbito cada pulsação rítmica é um ciclo, que sempre volta ao ponto de partida, deslocando-se para níveis diferentes. Os três aspectos do Universo nela se manifestam, sempre como estrutura, transformismo e consciência.

20 - A Filosofia da Ciência

Dando unidade e sentido à ciência – a visão do Todo

Este estudo tem a finalidade de fazer uma síntese unitária da ciência, para que não nos percamos nas particularidades das análises infindáveis. Dando unidade à ciência, irá elevá-la à sistema filosófico, fornecendo-lhe uma nova concepção da vida. Nossa ciência é de relação, ou seja apenas analisa as interações entre os diversos fenômenos, por isso não pode sair do relativo onde se encontra, sendo-lhe impossível confeccionar uma síntese. Urge unir fé e razão, análise e intuição, revelação e ciência, real e abstrato, que a razão humana separou, para abarcar a visão do Todo.

A realidade da matéria é a velocidade

“Percebeis a matéria como solidez e não como velocidade”. Eis um exemplo de como o real nos escapa aos sentidos de observação. A massa de um corpo é função de sua velocidade e transmissão de energia significa aumento do peso. A velocidade de deslocamento das partículas que compõem a matéria é que lhe dão continuidade, aparente solidez e impenetrabilidade. “Sem essa velocidade toda a matéria se desvaneceria aos nossos olhos e o Universo físico se reduziria a uma névoa de poeira impalpável”. A velocidade modifica as próprias leis da física (Teoria da Relatividade) e põe em cheque nossas sólidas bases na matéria. Eis a grande realidade do momento: a energia. Eis o nosso novo ponto de apóio no mundo de eventos em vivemos: a relatividade. Perdemos assim as bases de nossas verdades que se fundamentavam no sólido mundo da física clássica e nossa ciência precisa de sustentar-se nas novas bases conceptuais do espírito, para continuar a sobreviver.

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Unindo todos os fenômenos, mesmo os mais díspares

Nossa ciência é inapta para descobrir as relações entre os fenômenos que observamos em nosso Universo. Nestas relações é que encontraremos a finalidade e a essência da vida. Uma mesma Lei de Amor nos sustenta e nos torna, como fenômenos que somos, irmãos de todos os outros fenômenos do Cosmos. Uma mesma Lei de unidade coordena todos os seres e fenômenos da Criação, irmanando-os em um objetivo comum. A desintegração do átomo, a irradiação da energia solar que se exaure como luz e vida, a formação e a morte dos corpos siderais, o nascimento de uma flor ou a vida de um homem são, todos, fenômenos subordinados a leis idênticas que, mesmo em níveis diferentes de manifestação, trazem o mesmo sentido e a mesma finalidade. Conhecer os vínculos que unem todos estes fenômenos aparentemente díspares e a finalidade que os coordena em uma única meta é penetrar nos segredos da vida e do ser. Amadurecendo nossos espíritos e nossa ciência a Grande Síntese nos conduzirá neste sagrado propósito.

21 - A Lei do Devenir

Definição

Devenir, em Filosofia, é definido como a “transformação incessante e permanente pela qual as coisas se constroem e se transformam noutras coisas; devir, vir-a-ser” (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). Portanto devenir é evolução, o progresso constante a que tudo e todos estão permanentemente sujeitos.

Evolução é o despertar do espírito

A Grande Síntese inicia aqui o estudo dos princípios que regem o transformismo da substância – a evolução. Se no aspecto estático, a substância é sempre igual a si mesma, no aspecto dinâmico ela deve se modificar continuamente, passando de um estado a outro. Assim a substância torna-se um vir-a-ser constante, submetida a contínuo transformismo. Duas trajetórias marcam este transformismo, uma de descida, chamada fase involutiva, onde a substância, deixando o plano do Absoluto, condensa-se em energia e desta em matéria. E outra, de subida, ou fase evolutiva, onde a substância retorna ao plano do Absoluto, partindo da matéria, passando novamente pela energia e refazendo-se no espírito. Está é a fase em que vivemos no momento e que representa o despertar do espírito. Este transformismo da substância está subordinado a leis e princípios que em seu conjunto se denomina lei de transformismo universal, lei do devenir ou lei de evolução, expressão do aspecto mecânico (princípios) que rege o Universo.

A lei de evolução se aplica a todo fenômeno

Esta lei é única e se aplica a qualquer dos momentos em que se encontre a substância. Todos os fenômenos, mesmos aqueles aparentemente mais díspares, seguem, em seus processos, uma mesma linha geral de desenvolvimento. Portanto essa trajetória é absoluta e inviolável e se aplica indistintamente à matéria, à energia e ao espírito.

Existir é transformar-se

“Cada fenômeno existe enquanto se move de um ponto de partida para um ponto de chegada. Existir significa mover-se”. Poderíamos acrescentar, parodiando Descartes, “movo, logo existo”, pois existimos somente como fenômeno que se move e o estacionar, em nosso plano, significa a morte.

22 - Aspecto Mecânico do Universo - Fenomenogenia

A linha da evolução

A Lei da Evolução (devenir) segue uma trajetória que é absolutamente idêntica para todos os fenômenos, que a Grande Síntese chama de trajetória típica dos movimentos fenomênicos (TTMF). Essa trajetória pode ser estudada de diversas formas e receber diversas representações gráficas. A

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linha, no entanto, que melhor a define é a espiral, que é a expressão de um vórtice ou redemoinho, como veremos adiante. Essa trajetória de desenvolvimento se aplica a tudo que se conhece, seja a gênese e morte de uma estrela, ao nascimento da matéria ou à vida de um ser. A evolução será estudada no transformismo da substância, nos seus momentos matéria, energia e espírito, que são aqueles que nos interessa e podemos observar.

Definições

Evolução – o transformismo da substância, da matéria à energia e ao espírito e as modificações que sofrem as formas individuais de cada uma destas fases no sentido do aperfeiçoamento.

Tempo – a medida deste transformismo, que marca o ritmo do seu progresso, segundo um determinado referencial. Como toda medida guarda relação com o observador e seu referencial, o tempo não tem valor absoluto em si mesmo. Assinala o caminho da eterna transmutação do Todo.

Desaparece no nível , espírito, uma vez cessado o transformismo da substância.

Fenômeno – as múltiplas formas individualizadas da substância, em qualquer uma de suas manifestações, um elemento químico, uma vibração ou uma consciência. Toda substância é um fenômeno em permanente transformismo que existe somente enquanto é fase para uma realização seguinte.

A expressão mais simples da linha de evolução

A expressão mais simples da lei de evolução é a da figura 1 do cap. 22, onde a evolução, a linha 0-X,

é a resultante da progressão no tempo, dos momentos , e . Em base a este gráfico podemos definir a velocidade de progressão evolutiva, como expressão do espaço percorrido (quantidade de

progressão evolutiva, de à ) dentro da unidade de tempo.

A linha do transformismo nas fases evolutivas e involutivas

Como a fase de evolução, , é precedida pela fase involutiva, , compreenderemos que a linha ascensional 0-X é precedida por uma outra, que chamaremos Y-0, a fim de facilitar a nossa compreensão, embora a Grande Síntese assim não a denomine. Essa linha tem um sentindo de descida ou de involução, movimento que é complementar ao da subida ou evolução. Simplificaremos a compreensão do fenômeno no gráfico abaixo:

Estes dois movimentos alternar-se-ão ao longo da subida evolutiva, e desta forma a linha do progresso será quebrada e interrompida por movimentos involutivos, e o impulso de subida se faz preceder e seguir por um de descida, adquirindo o gráfico, o aspecto de uma linha entrecortada, como nos mostra a figura 2 de A Grande Síntese.

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Do infinito negativo ao infinito positivo

Como o movimento é infinito em ambas as direções, compreenderemos que a caminhada da substância vai de – infinito a + infinito. “O Absoluto só pode ser infinito em todas as direções”, tanto evolutivas quanto involutivas. No aspecto espacial, temporal e conceptual, a visão é a mesma e, se o Universo em determinado momento desaparece aos nossos olhos, é porque não podemos perceber a sua transformação rumo a outras dimensões conceptuais. Assim a Criação está feita de muitas fases,

ou Universos contíguos, que escapam à nossa compreensão. As fases , e do nosso Universo são precedidas pelas fases –x, -y e –z, compreendendo um Universo anterior ao nosso, e seguidas pelas fases +x, +y e +z, que compõem o Universo seguinte ao nosso. Constituem criações limítrofes, mas não no sentindo espacial, porém dimensional e conceptual e representam ciclos do existir. O infinito tem infinitas possibilidades – “tudo se estende sem princípio nem fim, nas infinitas possibilidades do infinito”.

23 - Fórmula da Progressão Evolutiva - Análise da Progressão em seus períodos

Ciclos abertos de evolução – progressão evolutiva

O ciclo é um ciclo fechado, ou seja, retorna sempre a si mesmo e seria um absurdo, pois jamais sairíamos do nosso Universo. Nossa razão ultrapassa qualquer limite que se coloque no infinito e assim é preciso admitir que, na verdade, o ciclo do transformismo evolutivo é aberto. O ciclo se abre para um outro maior que, por sua vez, deriva-se de um outro menor, ilimitadamente em ambas as direções. Os ciclos se unem como uma mola que se estende na continuidade de seus anéis. Cada anel desta mola corresponde a um ciclo, uma Criação ou ainda a

um Universo de manifestação da Criação divina, que a Grande Síntese denomina 1 , 2 e 3. Desta

maneira as criações se tornam contíguas e unidas pelos limites evolutivos.

A aparente contradição dos gráficos

A fim de compreendermos a aparente incoerência dos gráficos com o texto explicativo de A Grande Síntese, é preciso observar que o autor considera cada fase como o espaço entre as etapas e não o ponto em si mesmo, “porque só um espaço pode, graficamente, dar a idéia do deslocamento”, nos diz o autor. Assim cada ciclo é formado de 3 elementos e de duas fases, que são os espaços entre eles.

No movimento , por exemplo, temos três pontos de ida e dois de retorno, mas

duas fases () de ida e uma de volta ( ), considerando a fase como o intervalo entre os pontos. A fim de se esclarecer melhor o íntimo movimento das fases, poderemos representá-las por pontos e não linhas e, desta forma o gráfico da figura 2, poderia ser desenhado da seguinte maneira:

Assim, observaremos, de uma maneira simplificada, a progressão de 2 fases, as linhas entre e , e

entre esta e , e o retorno de uma fase, a linha entre e , portanto no ritmo de 2:1. Considerando,

no entanto, os pontos, teremos 3 pontos de ascensão, , e e dois de descida, e , configurando o ritmo de 3:2. Desta maneira compreenderemos a aparente contradição do texto.

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Características dos ciclos abertos

Os ciclos se repetem em níveis diferentes, mas com os mesmos princípios. Todos possuem um ponto de partida, um intermediário e um de chegada, ou vértice. No entanto, o retorno não se dá nunca no mesmo local de início, fazendo com que cada ciclo tenha duas fases de ida e uma de retorno. Isso faz com que os vértices se projetem sempre para o alto, pois não retornam nunca ao mesmo nível inicial, mas sim a um acima. “A diferença de nível entre os pontos de partida e chegada é a condição necessária para a progressão do sistema”.

Fórmula das criações infinitas

O dinamismo do Universo é regido em seu conjunto por uma lei mais complexa, que abrange todos

os Universos, todas as criações. Representada por (teta), pode ser expressa por uma linha de progressão infinita, com seus retornos periódicos, do infinito negativo ao infinito positivo, como se vê na fórmula no final do referido capítulo, que resumidamente pode ser assim representada:

= - .... ... +

24 - Derivações da Espiral da curvatura do Sistema

Curvando a linha do tempo

A seguir o autor projeta o mesmo gráfico da evolução, porém encurvando a linha do tempo, dando origem a um traçado circular. O tempo será agora medido por graus, e as linhas de ascensão evolutiva serão os raios destes círculos, que partem de seu centro, o centro do sistema, que é Deus. A linha quebrada da evolução continuará o seu trajeto, subindo e descendo, em seus retornos periódicos, passando por fatias do círculo, onde estarão representados os seus ciclos. O mesmo gráfico da figura 2 foi assim encurvado, originando o da figura 3, o diagrama por coordenadas polares, agora mais próximo da realidade da Criação, onde os sistemas são curvos.

25 - Síntese Linear e Síntese por Superfície

Dilatando o ângulo do tempo

Aumentando ainda mais o ângulo que determina o tempo em cada fase, a linha quebrada do gráfico anterior torna-se uma curva, caminhando pelos vértices dessas fases. Desse modo a quebrada da linha se desfaz, tornando-se uma curva que se abre, em busca do nível subseqüente e se fecha ao retornar ao nível anterior. Porém, como as aberturas predominam sobre os fechamentos, a resultante será uma linha em espiral que se abre sempre. Os diversos círculos, dentro do círculo maior, serão

cada uma das fases, -y, -x, , , , +x, etc. A linha da evolução agora assumirá o desenho de uma curva que se abre em direção ao infinito, determinando assim a real morfologia da trajetória evolutiva.

Uma espiral que pulsa

A espiral pulsa, ou seja, abre-se e fecha-se em sua íntima respiração, ritmo que corresponde aos movimentos de expansão e contração dos fenômenos. Esta é a linha de desenvolvimento de tudo que existe, pois tudo cresce na expansão e entra em decrepitude na contração. Tudo nasce, cresce e morre, para tornar a nascer, crescer e morrer, voltando, no entanto, em um ponto mais acima e desenvolvendo-se sempre. Eis a lei do progresso em sua intimidade.

Simplificando o movimento da espiral evolutiva

A fim de facilitar a nossa compreensão, poderemos simplificar a construção da espiral da figura 4, expressando-a em único ciclo, da seguinte maneira:

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Desta forma veremos com mais facilidade o abrir e fechar-se da espiral, que caminha por ângulos de

90o em cada fase. Assim iremos do primeiro círculo, , ao segundo, , depois ao terceiro, , para

retornar ao segundo, , indo novamente ao terceiro, e finalmente progredindo para +x, o quarto círculo. A linha mais escura irá abrir e fechar-se, gerando o seu movimento por curvas e em conjunto constituindo uma espiral. Esta á espiral evolutiva, construída por diagramas em interpolações parabólicas. Distanciando a figura 4 dos olhos, podemos ter uma visão abrangente de suas resultantes, que formam em seu conjunto uma espiral de abertura constante.

Síntese por ciclos

A linha evolutiva curva-se sobre si mesmo, caminhando por ciclos de retornos periódicos e, por isso, passa a ser uma síntese cíclica. Cada fase, para se fixar, deve voltar-se sobre si mesma, superando-se, para ir além. Toda lição, para ser aprendida, tem que ser repetida até se fixar no espírito, a fim de que ele a assimile e a evolução se faça com proveito. Na escola da vida não basta saber, é preciso experimentar e atestar que se sabe, é preciso automatizar a lição e realizá-la sem esforços, para que se possa ir a uma seguinte e sedimentar o progresso. Eis o significado da síntese cíclica da evolução.

26 - Estudo da Trajetória Típica dos Movimentos Fenomênicos

Síntese das análises gráficas - a evolução na sua intimidade

A síntese de todas estas análises gráficas é o entendimento de que a evolução é um processo de reconstrução do espírito que, quando examinada em seu íntimo mecanismo, apresenta uma forma peculiar de se processar. Ela funciona por ciclos de progressos, entrecortados por ciclos de regressos. Desta forma ela exige, pela regência de sua lei, que cada nova construção seja refeita desde suas bases, e isso traz a necessidade de destruir o que é velho. “Não se coloca vinho novo em odres velhos, nem se coloca remendo novo em roupa velha”, nos diz o Evangelho com clareza. Para construir algo novo temos que demolir o que está velho e refazer os alicerces, tornando-os mais robustos. Esta é a maneira pela qual a evolução caminha, em qualquer nível de sua manifestação, seja material, energético, biológico ou espiritual. Por isso a destruição e a morte estão incorporadas em nosso modo de progredir. Esse contínuo fazer, destruir para refazer, corresponde ao abrir e fechar-se da espiral evolutiva. Os retornos involutivos, no entanto, nunca voltam ao mesmo ponto de partida, de tal forma que, se subimos 3 degraus, descemos depois 2, e deste modo haverá sempre um ganho positivo, que faz com que a caminhada ascenda sempre no sentido do progresso. Isso é necessário para que a assimilação profunda exigida pela evolução se estabeleça. Revivendo o passado o ser faz uma síntese do que aprendeu e o fixa como automatismo. “Cada progresso tem que ser profundamente amadurecido”. A concentração

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das potencialidades do ser, imposta pelo ciclo de involução, o faz adquirir, depois, pela nova abertura da espiral evolutiva, novo e mais poderoso impulso expansionista, levando-o a atingir níveis ainda mais elevados. Desta forma a nova construção pode ultrapassar a anterior e o ser avança continuamente. Esta é a evolução em seu íntimo mecanismo. “A verdade de minhas palavras está escrita em vosso mais poderoso instinto, o de subir eternamente”.

Evoluindo sempre

Observando-se os gráficos, compreendemos que a constante abertura da espiral nos mostra o nítido predomínio da evolução sobre a involução. Embora o retrocesso seja sempre possível, o ganho evolutivo é inerente ao sistema e “progredir sempre é a lei”, como já nos afirmaram outras revelações.

Trajetória típica dos movimentos fenomênicos (TTMF)

A unidade de princípios subordina a Criação a funcionamentos idênticos em todos os seus níveis de manifestação. Assim, essa necessidade de recomeços é universal e a espiral que se abre e se fecha é o fio de elaboração evolutiva de todo fenômeno que se conhece. Esta é, portanto, a linha pela qual caminhamos e tudo caminha na evolução, linha que a Grande Síntese chama de trajetória típica dos movimentos fenomênicos.

A espiral evolutiva está na intimidade de todo fenômeno

Encontraremos a espiral evolutiva em toda manifestação fenomênica no nosso Universo. Onde houver uma manifestação de tensão ou força, qualquer que seja, nos encontraremos com ela. No movimento das massas atmosféricas ou nas correntes marítimas ela está perfeitamente delineada. Num singular escoar da água por um ralo, no rodopiar de um pião ou na figura majestosa de uma galáxia, bailando na imensidão cósmica. Ela está impressa nas nossas polpas digitais, nas linhas de distribuição dos nossos pelos e nas forças de tensão da nossa pele. Na fita helicoidal e espiralada do DNA e na trajetória das partículas atômicas. Nas nebulosas, que rodopiam poeiras cósmicas em funis espiralados e na graciosa arquitetura das conchas dos caracóis. Tudo que se move, deve submeter-se à espiral como o seu caminho natural e de menor resistência. Basta imaginarmos como procederíamos se tivermos que pedalar uma bicicleta subindo as paredes internas de um imenso funil. A reta, embora a trajetória mais curta, é a de maior resistência e encontraríamos maior conforto e rapidez, percorrendo-o em movimentos circulares, ascensionais, desenhando em suas paredes a espiral da evolução.

Expansão e contração evolutiva

Como uma mola que dança, a espiral evolutiva pulsa. Seu pulsar, alternando expansão e contração, pode também ser visto em todos os fenômenos que nossa mente é capaz de abranger. Ao expandir-se gera crescimento e vida, ao contrair-se produz degeneração e morte. A primeira é a sua fase centrífuga que corresponde ao período evolutivo propriamente dito, de reconstrução, onde a substância se expande e conquista novos valores. A segunda é a fase centrípeta, correspondente ao seu período involutivo, de concentração em si mesma e de destruição da substância que desaparece do mundo exterior. Estes movimentos íntimos da espiral evolutiva podem ser vistos de forma clara em nossa realidade. Ela está no nascimento das nebulosas, onde o vórtice centrípeto, fechando-se, forma uma espiral de concentração de forças cósmicas, promovendo o nascimento da matéria. Mas depois invertendo seu sentido, abre-se e, irradiando energia

pelo cosmo, se desagrega, se expande e assim retorna a . A energia por sua vez se canaliza em novos vórtices de concentração dinâmica que se constituirá em novo ciclo de geração, para enfim assumir os mais altos caminhos da vida e da consciência. Podemos ver o pulsar da espiral na manifestação da vida. Tudo que nasce deve morrer. A decadência é

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fenômeno universal. No fechamento da espiral tudo se destrói e aparentemente morre, mas somente para se refazer e tornar a ressurgir. Isso faz da vida um fenômeno cíclico, com fases evolutivas e involutivas – tudo nasce, cresce, desenvolve-se até atingir um amadurecimento máximo para decair e morrer. Tudo se desgasta contra a lei da inércia e todo movimento um dia se extingue. Um tornado morre, uma galáxia expira e todo o Universo se contorce nesta íntima febre de irradiação e concentração, de construção e destruição.

Tudo volta ao começo - o “princípio da semente”

Tudo é destruído por imposição da Lei, mas esta mesma Lei tudo refaz, e a destruição é apenas etapa de nova construção em um nível mais alto. Todo fenômeno, uma vez esgotado seu ciclo de expansão, sempre contido dentro de limites insuperáveis, se contrai, reduzindo-se a um novo embrião de potencialidades. Existe, portanto, uma lei inexorável que a tudo reduz ao estado de semente. Sem este princípio a forma teria que evoluir ao infinito, ou então, desgastando-se, jamais ressurgiria, e estaria fadada à extinção definitiva.

Estamos inexoravelmente imersos nestes princípios, pois em cada encarnação nos reduzimos ao estado de semente embrionária, habitando um novo óvulo fecundado, para nele executar nova expansão de desenvolvimento, refazendo desde o princípio, todas as etapas galgadas na escalada evolutiva. A necessidade desses retornos periódicos, faz com que a evolução biológica não seja uma linha de desenvolvimento contínuo e gradual, mas uma trajetória entrecortada por interrupções constantes, onde a destruição e a morte, realizada pelo fechamento do ciclo, obriga seus seres ao recomeço e a recapitulação da jornada já efetuada. Portanto a evolução somente se faz mediante retornos involutivos periódicos. Eis a realidade do fenômeno, fato evidente aos nossos olhos e cuja realidade não pode ser questionada.

Vemos com evidência, que toda Criação é feita por meio de germes – seja física, biológica ou ideológica. “A semente de nossos atos está em nosso pensamento”. Toda aspiração nasce da semente de um desejo que se expande até a sua realização. O próprio Universo nasceu da explosão de uma semente de dimensões reduzidas à nulidade, mas contendo em si toda a potência do Cosmos.

Eis, em síntese, o significado da “semente de mostarda” a que nos aludiu o Evangelho.

Tudo é cíclico

Outra conseqüência da espiral evolutiva é a produção de ritmos. Assim todo fenômeno é uma manifestação cíclica. Basta observarmos a natureza ao nosso redor e veremos a eterna alternância dos fenômenos que nos rodeiam. As estações se alternam, em períodos de recolhimento, o inverno, e renascimento, a primavera. A água se recicla continuamente, a matéria está subordinada a eterno refazimento, prestando-se a moldagem de corpos que se destroem para se reconstruírem no ciclo da vida e da morte. As civilizações florescem e morrem como os próprios homens, depois de um período de apogeu. Os hábitos retornam sempre renovados, porém repetindo um modelo anterior e assim, as eras se renovam, mas voltam sempre ao mesmo inexorável ponto de partida, embora em nível superior. Tudo é cíclico, tudo vai e vem, progride e regride, mas só para ascender sempre. Eis a dança do Universo, a dança de Shiva.

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Função da morte

Já compreendemos que o fechamento da espiral produz a destruição e a morte. Porém este não é fenômeno de fracasso das leis do Criador, porém apenas momento de refazimento. Morrer, portanto, é somente ato de reconstrução em um nível mais alto. Da mesma maneira, o fechamento da espiral provoca o desgaste da vida orgânica, mas permite o

amadurecimento de e propicia a construção da consciência, . Na velhice a consciência dobra-se sobre si mesma, propiciando a reflexão, a assimilação e a maturação do espírito.

Assim, a energia, que move a vida, se transforma em sabedoria e consciência, e se

converte em . As civilizações, depois de período de florescimento e apogeu, entram em decadência, por imposição da mesma lei, mas somente para ressurgirem alhures, como novo potencial de progresso. Desta forma, toda Criação segue, inexoravelmente, a mesma lei e o próprio Universo entrará em decrepitude e morte, fazendo desaparecer suas limitadas dimensões espaciais e temporais, mas ressurgirá em outras manifestações dimensionais.

União com o Eterno

Finalmente compreendemos que a espiral, embora se contraia periodicamente em sua abertura progressiva, faz com que o ser abranja cada vez mais, maiores parcelas do edifício evolutivo, assimilando paulatinamente porções mais amplas da substância divina. Sua consciência, por isso se dilata continuamente, crescendo rumo ao interior do espírito, onde está o infinito. Os ciclos evolutivos se abrem, permitindo sempre maiores manifestações do ser eterno. Por isso assistimos à nossa humanidade estendendo o seu progresso, do individual para o coletivo, abrangendo primeiro o indivíduo, passando depois à família, à nação, para no futuro abarcar toda a humanidade, tornando-se um só povo. E um dia se lançará em um amplexo com todo o Universo, fundindo-se com a Criação e unido-se com o Eterno e o Infinito.

27 - Síntese Cíclica - Lei das Unidades Coletivas e Lei dos Ciclos Múltiplos

Síntese máxima dos movimentos fenomênicos

A síntese do movimento evolutivo é a expansão constante da espiral, embora no seu particular, ela tenha retornos periódicos. Cada porção da ascensão da evolução, no entanto, é parte de uma espiral evolutiva maior, como se vê na fig. 5 do livro. Embora tenha abertura constante, a espiral não se dilata continuamente em um mesmo nível, mas projeta o ser em outra linha de progressão, em um nível superior, em nova escala de valores evolutivos. Portanto, a evolução se processa por sínteses cíclicas que se interpõem, constituindo espirais progressivamente mais abrangentes. O traçado menor da espiral é parte de uma linha maior, de uma outra espiral mais abrangente e assim ao infinito. Isso faz com que o menor seja parte da organização de uma estrutura maior, que por sua vez é também peça de uma outra ainda maior, de modo que a série das espirais é infinita, no sentido positivo e negativo. Cada movimento, por mínimo que seja, é parte das infinitas possibilidades do infinito. “Tudo se compenetra e coexiste, cada instante se equilibra, do mínimo ao máximo e encontra no Universo a sua justa expressão”.

As unidades coletivas se inter-relacionam na síntese progressiva

As interposições progressivas das espirais são ainda as expressões da Lei das Unidades Coletivas, já mencionada no capítulo 12. Cada indivíduo, assim como cada fenômeno, é um ciclo que reúne em si a conjunção de ciclos menores e faz parte, por sua vez, de um ciclo maior. Desta maneira tudo se interliga e a aparente fragmentação da Criação se recompõe na unidade.

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Nível dinâmico das Unidades Coletivas

No nível estático, a Lei das unidades coletivas nos diz que cada individualidade é composta de individualidades menores, que por sua vez são também componentes de individualidades ainda menores e é parte de uma unidade maior, que também é parte de outras ainda maiores, não havendo nesta organização limites no sentido negativo ou positivo. No nível dinâmico, nos diz a mesma lei, que cada ciclo é dado pelo desenvolvimento de ciclos menores, que por sua vez são resultantes da progressão de ciclos ainda menores, sendo também parte do desenvolvimento de um ciclo ainda maior, que se desenvolve em plano superior, abrangendo o fenômeno, do mesmo modo, a progressão do infinito negativo ao positivo. “Os extremos se tocam”. O menor se faz reverberar no maior, e vice-versa – “a grande respiração do Universo é dada pela respiração do átomo”.

A unidade da Criação

A Lei de Unidades Coletivas é a unidade da Criação e faz com que os princípios norteadores de um nível sejam aplicáveis também aos outros. Assim é que as leis do macrocosmo são exatamente as mesmas do microcosmo. Desta forma ainda, a evolução do conjunto somente se obtém pela evolução das partes. O equilíbrio do ciclo maior somente se estabiliza mediante o equilíbrio do ciclo menor. Por isso a humanidade somente alcançará sua melhoria, à medida que suas partes constituintes, os homens, por sua vez, se aperfeiçoarem.

28 - O Processo genético do Cosmos

Modelo universal de construção

O processo genético do Cosmos se faz mediante a síntese cíclica. Este é o modelo de construção de tudo que se manifesta em nosso plano, seja físico, energético ou psíquico. Esta síntese cíclica segue a trajetória típica dos movimentos fenomênicos, a espiral evolutiva - a linha que se desenvolve obedecendo à lei do menor esforço.

A trajetória típica dos movimentos fenomênicos impõe seu comportamento característico em tudo que se conhece, na forma como tudo é gerado e na maneira como tudo se desenvolve, fazendo da Criação uma imensa dança de ritmos e ciclos próprios. Tudo pulsa, tudo expande e se contrai, tudo retorna ao início para começar novo ciclo, porque tudo deve obedecer ao modelo genético da Criação, a síntese cíclica.

Exemplos de sínteses cíclicas

Os ciclos fazem parte de nossa vida e de nós mesmos, em decorrência dessa “Lei de Síntese Cíclica”. Observemo-los um pouco mais de perto, nos fenômenos que nos rodeiam: o ciclo da água em nosso planeta, faz com que ela retorne ao ponto em que partiu, mas haverá sempre uma porção que se dispersa, por absorção na terra e que não retornará. Esta é a medida da lenta morte de nosso planeta e que representa o pequeno deslocamento progressivo do ciclo que, ao retornar, não o faz exatamente ao mesmo ponto de partida, porém sofre ligeiro deslocamento.

Outro típico exemplo, que a Grande Síntese nos dá é o do metabolismo orgânico, que é fruto de cadeia de ciclos que se sustentam, desde o mundo atômico, passando pelo molecular, pelo celular, pelo organismo, chegando finalmente à consciência, onde a abertura do ciclo produz o seu fruto máximo, a síntese psíquica. Conhecemos ainda na natureza o ciclo do nitrogênio e o ciclo do carbono, mas tudo é cíclico em sua maneira de existir e se manifestar. A própria matéria se recicla desde o seu nascimento no seio das nebulosas até a sua dispersão radioativa. As energias se reciclam em seus eternos transformismos. É nos ciclos das energias, no entanto, que com mais exatidão podemos observar o comportamento do fenômeno, pois estas continuamente se transformam em diferentes formas de trabalho, porém sempre com uma resultante de desgastes que impede a restituição perfeita ao seu ponto de partida, mostrando-nos que o processo cíclico na verdade é aberto e se fecha em nível superior. Daí a impossibilidade de se construir os tão famosos “motos contínuos” da imaginação humana.

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É curioso observarmos mais de perto os ciclos que sustentam a vida no mundo orgânico. Aí encontramo-nos com o metabolismo, síntese celular resultante de diversos ciclos moleculares menores, como o ciclo da glicose, que a bioquímica chama de ciclo de Krebs, o ciclo do nitrogênio (uréia), o ciclo do glioxilato (das gorduras), o ciclo do carbono, da hemoglobina e outros. Este metabolismo orgânico mostra, com clareza, duas fases: uma de construção, chamada anabolismo, e outra de destruição, chamada catabolismo. O primeiro corresponde à fase de expansão da espiral e o segundo à fase de contração da mesma. No primeiro movimento o organismo assimila, constrói massa e se expande, correspondendo à fase de crescimento dos seres vivos. No segundo, a fase catabólica, o organismo se deteriora e perde massa, terminando com a morte. Em fases intermediárias, os dois movimentos se equiparam, deixando o ser em aparente equilíbrio. Assim, todo ser vivo irá alternar períodos de assimilação com períodos de quebras daquilo que assimilou. Irá absorver e excretar e trocar períodos de atividade com períodos de repouso, alternando agitação e acomodação, vigília e sono. E a própria personalidade, irá experimentar esta mesma alternância, na manifestação de seu eu, que ora se expande e ora se contrai. Na expansão, o eu experimentará a exaltação de seu egocentrismo, onde ele se impõe ao meio. Mas, na fase de fechamento da espiral, o eu tenderá a redução de sua manifestação, acomodando-se na elaboração e amadurecimento de suas conquistas. Assim o ser alterna, no exercício de cada vida, a juventude com a velhice. No primeiro movimento ele conquista valores e se expande, no segundo ele se recolhe e amadurece o fruto de suas conquistas.

No ser consciente, a harmonia destes ritmos pode ser quebrada, trazendo como conseqüência manifestações de desordens no metabolismo orgânico e mental, que resultam em enfermidades. Não é, portanto, mera coincidência o fato de assistirmos às doenças se manifestando como uma alternância entre movimentos hipertróficos (crescimentos exagerados ou exageros de funções) e os hipotróficos (degenerações e hipofuncionamentos), sendo nada mais, nada menos, do que a alteração dinâmica do comportamento destes ciclos, adulterados por uma maneira errônea de viver e cuja análise não encontra aqui o seu lugar de explanação.

E finalmente consideremos a pirâmide alimentar, que compõe o ciclo de auto-sustentação da vida orgânica, abrindo-se no seu cimo, onde está o homem, a síntese máxima da evolução biológica em nosso orbe.

Tudo se constrói por ciclos contíguos e comunicantes: “de que imenso número de movimentos cíclicos resulta o fenômeno da consciência humana!”

29 - O Universo como Organismo, Movimento e Princípio

A escada de Jacó

“Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela; por cima dela estava o Senhor, que disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, o Deus de Isaque” - Gênesis 28:10-13.

A configuração real do movimento evolutivo

Embora o traço simplificado da evolução seja o da espiral, o seu movimento na realidade consiste em uma expansão mais complexa, em todos os sentidos, de modo que os ciclos evolutivos são, na verdade, esferas que se abrem e se interpenetram. Essa dilatação não é somente espacial, mas

dinâmica em e conceptual em e sua amplitude se projeta em direção ao espírito, dirigindo-se, portanto, rumo ao nosso interior, onde nos encontramos com o infinito e onde está na verdade o que chamamos de “alto”.

O cimento da evolução

As fases matéria, energia e espírito formam um Universo, mas há outros Universos aquém e além deste. O princípio das unidades coletivas e dos ciclos múltiplos é o cimento que mantém coeso e promove a comunicação neste sistema de Universos. Unindo-os e escalonando-os, essa força impede a pulverização provocada pela diferenciação e especialização das individuações. Em

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decorrência disto é que tudo tende a se reagrupar e o anseio pela unidade é um sentimento geral e comum ao ser em evolução. Por isso, ainda, nada sobrevive isoladamente na Criação e a interdependência é norma de sobrevivência. Os mais distantes fenômenos se tocam e tudo se

concatena no Universo. Essa força é chamada de “coesão no nível , atração em e amor em ”. “Tudo se entrelaça ao redor de um núcleo, o eu do fenômeno, em cujo redor gira a órbita de seu crescimento” – eis o modelo geral da Criação, que se manifesta onde quer que exista um eu em evolução.

O sistema hierárquico da evolução

O princípio das unidades coletivas além de unir os seres, escalona-os em diferentes níveis hierárquicos, segundo o grau de seus desenvolvimentos. Por isso a hierarquia faz parte da vida e o superior domina o inferior. Assim o peso específico de cada individuação estabelece o equilíbrio espontâneo de todo o sistema. “Sois assim uma engrenagem do Todo, uma célula eterna, indestrutível que, com o seu trabalho concorre para o funcionamento do grande organismo”. Todas se interligam e se movimentam e a ascensão do conjunto é feita pela ascensão das partes. Nada se detém, nada está estacionado e nada ascende isoladamente.

Nossa percepção da realidade é distorcida

“A consciência que se apóia na síntese sensória é um horizonte circular fechado” – ou seja, enquanto nossa percepção estiver subordinada aos nossos precários sentidos atuais, nossa visão do Universo será limitada e incompleta e não poderemos perceber a totalidade da realidade que nos envolve. Nossa consciência só pode perceber a realidade pelos limitados sentidos da matéria e isso é insuficiente para se abarcar o Infinito e o Absoluto. Isso nos coloca em um estado de “contínua alucinação” e nossa forma de ver o mundo é ilusória e enganosa (o grande Maya do hinduismo). Por isso nosso horizonte é fechado, como nos diz a Grande Síntese. Essa percepção da realidade, no entanto, embora sempre relativa à nossa posição, se dilata e se transforma paulatinamente com a evolução, que abre nossos horizontes, proporcionando-nos visões cada vez mais abrangentes da mesma realidade. Por exemplo, na nossa limitada percepção atual, nos é difícil conceber o infinito e o eterno, assim como ao homem das eras passadas era impossível a perfeita compreensão das relações espaciais de nosso orbe. Se restringirmos nossa percepção aos limites atuais de nossa visão racionalista, sem admitir a possibilidade de outros horizontes, corremos o risco de cair na desilusão, quando a morte nos surpreender com a vastidão dos limites da vida.

As posições serão sempre relativas enquanto se caminha e não somos a medida das coisas

“Sois um momento do grande todo e não o limite das coisas” - como queremos ser a medida das coisas, somente as podemos ver pelas distorcidas lentes de nosso racionalismo, incompleto e insuficiente para abranger todos os limites da Criação.

A distância que nos separa dos seres superiores

Comumente nos sentimos muito distantes dos seres que habitam esferas superiores. Esta é uma forma de ilusão dada pelas nossas limitações racionais. A distância que nos separa deles “não é espacial, porém conceptual ou vibracional”. A realidade pode vibrar em ilimitados níveis e somente é possível a relação de indivíduos que a percebem de igual maneira e, deste modo, “somente entre semelhantes é possível a comunicação”.

O caminho da evolução já está traçado

A TTMF - trajetória típica dos movimentos fenomênicos - é o canal por onde se move a grande corrente da evolução, é o ritmo que tudo organiza. A subida tem assim o seu caminho já traçado e não se faz ao acaso. Ela limita toda trajetória evolutiva, qual túnel de paredes intransponíveis, mas que se abre, à medida que o ser ascende por ele. A TTMF nos impõe o seu ritmo, de modo que não podemos saltar etapas, só se pode avançar por degraus sucessivos, por contigüidade, e somente se ascende a uma fase subseqüente depois de superada a anterior. Ela impõe ainda a cada ser um

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particular caminho de subida, de modo que no aparente caos da vida, tudo e todos encontram perfeitamente o seu lugar. Naturalmente que esta caminhada não é espacial, mas conceptual e traçada pelo princípio e não pela forma. O edifício da evolução já está portanto pronto, o ser apenas o escala. Cada um contém em si o princípio da Criação e, qual uma semente, traz impresso em si mesmo todas as possibilidades do desenvolvimento. O futuro está pronto e a evolução já tem de antemão, todas as possibilidades para o ser. Ninguém sobe ao acaso e todos temos conosco em germe, tudo aquilo que deveremos atingir. As formas que o ser usa na evolução são vestes temporárias, feitas pelo princípio espiritual a fim de exercitá-lo na conquista de funções necessárias ao seu progressivo amadurecimento. Já estão fixadas como princípios, já existem como possibilidade de realização e não são obras do acaso.

As subidas e descidas pela escada da evolução

Pela linha da evolução, alternamos etapas de subida e descida, porém sem nunca retornar ao exato ponto de partida de forma que o ganho resultante será sempre de ascensão. No entanto, uma vez conquistado o livre-arbítrio, somos livres para escolher o ritmo da caminhada e podemos, além de estacionar, também descer, involuindo momentaneamente, aquém de seus limites conquistados. “Seres decaídos de formas superiores, que abusaram do poder, descem a fim de se refazerem” - uns sobem, outros descem, outros ainda se detêm. Daí a grande variedade de tipos. Eis a escada de Jacó por onde os seres sobem e descem. “Sois sombras que caminham, consciências em construção ou em demolição”. Somos livres na semeadura, mas escravos da colheita, pois obrigatoriamente colheremos no futuro o que plantamos no presente. “Cada escolha vos prende ou vos liberta”. Por isso nossas ações somente podem afetar a nós mesmos.

O que impulsiona a evolução

A evolução é uma maré imensa que tudo arrasta, impulsionada pela pressão dos Universos inferiores contraídos e atraída pela imensa luz do alto. Em nosso nível, uma primeira pulsação produziu a matéria, o Universo estelar, uma ilha que emergiu de um Universo inferior, o infratômico. A segunda pulsação produziu uma emersão mais alta, a energia. E a terceira, uma emersão importantíssima, o espírito, que nos deu a consciência e a percepção de nós mesmos. “Nem por isso digais que o espírito é produto da matéria, dizei que ela se eleva até o espírito, o qual contém em latência”. Embaixo a matéria está angustiada pelos limites do tempo e do espaço. Atraídos pelo alto e repelidos pelos níveis inferiores, continuamos caminhando na estrada da evolução. No alto está a luz, a perfeição, o Absoluto, a felicidade, a liberdade, o conhecimento, o futuro, o bem, o paraíso. Embaixo estão as trevas, a ignorância, a escravidão, o mal, a dor, o inferno, o passado, o relativo, a imperfeição. Fugindo dos reinos inferiores e aspirando aos superiores, somos impulsionados a caminhar, ampliando sempre os nossos limites.

A visão gloriosa da evolução

Eis, em linhas gerais, o imenso quadro da evolução, feita de ciclos contíguos e infinitos, de portas que se abrem sempre, progredindo das unidades mínimas às máximas. Feita de espirais comunicantes, as maiores movidas pelas menores, das mínimas às máximas. Por isso, na evolução, todo o passado está presente, porque o presente o contém como causa de seu desenvolvimento. O Universo é uma vastidão conceptual que detém consigo, em qualquer de seu instante, todos os seus momentos possíveis. O passado, o presente e o futuro existem como instantes do Eterno. “Atraídos pela felicidade do alto e repelidos pelas dores de baixo”¸ os seres se movimentam em incessante dinamismo, se vestem de diferentes formas, se inter-relacionam e se escalonam em perfeita hierarquia evolutiva, compondo um organismo harmonioso, submetido a uma ordem soberana – eis a visão grandiosa da evolução – a “Escada de Jacó”.

O fim último da evolução

O esforço da evolução consiste na conquista dos atributos divinos: perfeição, poder, consciência, liberdade, felicidade, equilíbrio e harmonia. E, para isso, trabalhamos na construção do nosso próprio eu espiritual.

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A conquista da superconsciência

Pressionado pelo ritmo do devenir, o determinismo da matéria gradualmente evoluiu para o livre-arbítrio da nossa consciência atual. Esta, no entanto, continua presa pelas barreiras dimensionais, mas que serão também quebradas, à medida que atingirmos o nível superpsíquico, quando se romperão as barreiras do tempo e do espaço e depois os limites conceptuais. Se na fase humana, o

nível , despertamos a consciência e conquistamos uma nova capacidade, o livre-arbítrio, no nível +x conquistaremos a superconsciência e com ela atingiremos a visão do Absoluto (+x é nível que se

segue à , o da consciência sintética – representada nos gráficos do livro).

30 - Palingenesia

Novo conceito de divindade

Deus não é exterior à Criação. Somente quem habita o relativo, como nós, pode criar fora de si mesmo. Deus somente pode ter criado em sua própria substância e a Criação é parte Dele, eis o monismo. Deus é a essência que movimenta e dirige todo fenômeno, por isso não o procuremos fora de nós, como todas as religiões do passado o fizeram, mas na intimidade de todo fenômeno e em nosso próprio interior. Neste novo conceito não há lugar para milagres, pois o sobrenatural não existe, tudo está imerso na Lei de Deus e Este não pode derrogar a sua própria ordem. Outrora éramos o centro espacial do Universo e deixamos de ser, mas continuamos com a pretensão de ser o centro conceptual da Criação, o ponto de referência de nosso próprio conhecimento e a medida das coisas. Mas não somos e Deus não pode ser definido com as nossas limitadas concepções relativistas. Daí a impossibilidade de compreendê-Lo em nosso momento evolutivo, pois o Absoluto não pode ser medido pelo Relativo. Em nosso nível, costumamos imaginá-Lo como sendo a simples multiplicação ao infinito de nossas virtudes e medidas, mesmo as conceptuais, daí imaginarmos que Deus seja o amor e a inteligência elevados ao infinito, conceito ainda muito distante da realidade. Cada um adota uma divindade de acordo com a sua capacidade de concebê-la, elevando a mistério o que não pode compreender. Mas o mistério é apenas uma limitação de nosso inconcebível e nosso horizonte abrir-se-á, dilatando-nos a compreensão de Deus, à medida que evoluirmos. Ele é “nossa meta e seja para nós uma aspiração”, apenas isso. Eis a máxima concepção de Deus, que no momento podemos ter, segundo a Grande Síntese.

31 - Significado Teleológico do Tratado - Pesquisa por Intuição

O princípio orgânico e monista do Universo modificará o homem e sua psicologia

Nossa necessidade nata de reduzir todos os fenômenos a um princípio único é satisfeito com os conceitos de A Grande Síntese: o monismo sintético. Ele nos diz que há uma unidade de princípios em todo o Universo, unidade de organismos, unidade de evolução. Esta é a idéia mais poderosa de nosso século, sendo suficiente para criar uma nova civilização. Na medida que nos eleva a cidadãos do Universo e nos faz consciente das leis que o regem, trazem conclusões de ordem moral e social, induzindo-nos ao abandono do egoísmo, do individualismo e da agressividade.

A resistência ao novo faz parte de nossa psicologia

Fomos atormentados por divergências filosóficas e religiosas nos últimos decênios, apenas para amadurecermos e nos prepararmos para estas sínteses mais avançadas. Resistimos às novas revelações, pois nossa psicologia é qual bólido em movimento, resistente, por lei de inércia, a todo desvio de trajetória. Porém, ao atingirmos suas conclusões, seremos forçados a duas alternativas: admitir todo o sistema ou não admitir mais nada.

É necessário mover nosso ponto de referência

Nosso erro conceptual consiste em fazermo-nos pontos de referência – colocamos nossos pontos fixos no relativo mutável e instável onde nos movemos. Mas somos seres em movimento constante e por isso nossa verdade está sujeita a mudanças, pois nossa visão se desloca e a enxergaremos,

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inevitavelmente sob novo ângulo. A solução consiste em deslocarmos nossos pontos de referências para outro plano, além de nossa consciência, dilatando nosso horizonte conceptual. Substituir o método indutivo (análise) pelo método dedutivo (intuição). Olhar o mundo não com as medidas da razão, mas com os olhos da alma. Os métodos clássicos de pesquisa já se esgotaram e nos deram todo o seu resultado parcial, no qual estamos presos. A ciência materialista nos deu máquinas fabulosas, mas deixou nossa alma fria e sem sentimentos. Não podemos separar razão e emoção, pois somos feitos de sabedoria e paixão, luz e amor – “de que serve saber se não aprendestes a amar?”

32 - Gênese do Universo Estelar - As Nebulosas - Astroquímica e Espectroscopia

A matéria é destrutível

A Grande Síntese retoma neste capítulo à gênese de , simplesmente para, em um novo impulso de amadurecimento de idéias, ir além, em sua progressiva jornada, rumo ao espírito. A evolução estequiogênica da matéria destituiu o dogma de sua indestrutibilidade. A matéria nasce, desenvolve-se e morre, como tudo no Universo. É portanto destrutível, pois desaparece através do fenômeno da radioatividade. Somente a substância permanece indestrutível, pois a matéria que morre se transmuta em outra expressão fenomênica, a energia. À substância e não à matéria, se pode aplicar o princípio de Lavoisier, que diz que “na natureza nada se perde, nada se cria, mas tudo se transforma”.

Astroquímica

No Universo astronômico a matéria se comporta dentro dos mesmos princípios – ou seja, nasce, desenvolve-se, amadurece e morre na forma dos diversos corpos astronômicos. No centro das galáxias, a energia se concentra, gerando a matéria, que inicialmente se manifesta como nebulosas difusas e depois, à medida que suas forças gravitacionais concêntricas e centrípetas as condensam, acende-se a fornalha atômica da fusão nuclear e com ela a produção de matéria e energia, nascendo as estrelas. Algumas explodem em supernovas, para seguirem em novas condensações de matérias gerando sistemas planetários, consumindo-se paulatinamente ao longo dos evos, fundindo núcleos atômicos e gerando novos elementos, difundindo luz e calor e contribuindo para o exercício da vida em todos os seus variados aspectos. Depois a matéria estelar, amadurecida e exaurida, finalmente se condensa ao máximo e morre pelo esgotamento de seu material atômico. No entanto sua substância apenas se transmutou em energia que se prestará a novas formações vorticosas.

Nossa ciência já identificou no centro galáctico um imenso núcleo de atração gravitacional, da ordem de 600 milhões de sóis. Aí está situado o centro gerador de toda matéria estelar, segundo nos informa a Grande Síntese. Aí a energia é condensada em sua primeira manifestação, como o Nebúlio

1 e depois como o Hidrogênio. Imensas nuvens gasosas, ricas de Hidrogênio nascente, são

ejetadas do núcleo galáctico, servindo-se à construção de estrelas, onde a matéria será posteriormente elaborada em outras operações da nucleossíntese estelar.

O Universo se organiza segundo as unidades coletivas

Hoje sabemos que nossa galáxia tem 100 mil anos-luz de diâmetro. Contém 160 bilhões de estrelas, dentre elas o nosso sol, que está situado a 30 mil anos-luz de seu centro, mostrando-nos que estamos, como diz a Grande Síntese, em um local já amadurecido do Universo, onde as grandes tempestades geradoras de matéria já se acalmaram, dando lugar à elaboração da vida. Pela lei das unidades coletivas, nossa galáxia faz parte de um aglomerado de 30 outras galáxias, chamado de Grupo Local. Milhares de outros aglomerados compõem um grupo ainda maior, chamado de Superaglomerado de Virgo, um incomensurável arquipélago de galáxias, que se reúne a centenas de outros superaglomerados, gravitando na imensidão do cosmo. Possivelmente compondo um outro

1 O Nebúlio é um elemento de transição entre a energia e a matéria, antecessor do Hidrogênio, que

pode ser identificado como o Éter, já descrito nos capítulos 14 e 18 da Grande Síntese.

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sistema ainda maior de agrupamentos. Nossa ciência postula que em nosso Cosmos existam cerca de 125 bilhões de galáxias, até onde se pode perscrutar com seus instrumentos de pesquisa do infinito. Terminará aí nosso Universo físico? Será ele apenas parte de um outro Universo ainda maior? A Grande Síntese nos ensina que nosso Cosmos, embora infinito, está limitado pelas suas barreiras evolutivas, e assim como ele é composto de universos menores, é parte de um outro maior, pois as unidades vão do infinito negativo ao infinito positivo. O esplendor da Criação, feita de infinitudes, nos atordoa com suas ausências de limites, diante da qual, nossos acanhados espíritos se curvam, em reverência à sua grandeza.

Espectroscopia – análise da luz – cor das estrelas

A decomposição de uma luz em um prisma revela um espectro de faixas que varia de acordo com o tipo de substância que a formou. Assim, pelo espectro de uma luz, pode-se determinar a composição do corpo que a gerou, por mais distante que este se encontre. A luz gerada pelo Hidrogênio é distinta da luz gerada pelo Hélio e por outros elementos, pois cada qual tem o seu próprio desenho espectral. Esta análise é chamada de espectroscopia e permite identificar a constituição dos orbes distantes. Assim, a luz das estrelas pode ser analisada e, com isso, sabe-se, como nos informa a Grande Síntese, que as estrelas de luz azul são ricas em Hidrogênio, as de cor amarela, ricas em Hélio, como o nosso sol, as vermelhas, estrelas velhas, ricas em outros elementos, como carbono, sílica e ferro, feitos pela fusão dos núcleos originais de Hidrogênio. Identificamos uma progressão evolutiva na vida das estrelas, que à medida que queimam o Hidrogênio, evoluem de estrelas azuis para estrelas vermelhas. E, como observa a nossa ciência, as estrelas azuis, as mais jovens, estão nas proximidades do centro galáctico, mostrando ser este o núcleo gerador da matéria estelar e, à proporção que envelhecem, migram para a periferia da galáxia pelo contínuo fluir centrífugo da matéria.

33 - Limites Espaciais e Limites Evolutivos do Universo

O desafio de Arquitas

Na Grécia antiga se dizia que se alguém caminhasse muito longe, chegaria à borda do mundo. Arquitas, no entanto, um filósofo pitagórico que viveu no século IV a.C., questionava o que aconteceria se, na borda do mundo alguém atirasse uma lança. Para onde ela iria? Este questionamento, conhecido por “desafio de Arquitas”, atravessou o mundo antigo e não pôde ser respondido com certeza por nenhum pensador da antiguidade. Os atomistas, representados por Demócrito, acreditavam que o Universo era infinito e a lança de Arquitas poderia ser atirada indefinidamente. Lucrécio, um pensador romano, também afirmou que a lança de Arquitas, onde quer que caísse, poderia ser atirada novamente, pois o Cosmos era infinito em todas as direções. Estes pensadores ensaiaram as noções de infinito que hoje são naturais em nossas concepções. Por mais, no entanto, que nossa imaginação não consiga colocar barreiras ao infinito, pois não sabemos o que virá depois desta, a idéia de um espaço sem fim, nos atordoa até hoje. Será de fato infinito o Universo?

O paradoxo de Olbers

Existe um outro paradoxo, semelhante ao de Arquitas, reconhecido inicialmente por Olbers, chamado de paradoxo da noite escura, de difícil solução na física clássica. Considerando-se que o Universo é infinito e existe de toda a eternidade, infinitas luzes, de infinitas estrelas, teriam tido todo o tempo possível, no passado, para chegarem até a Terra e, neste caso, a noite não seria escura, mas completamente iluminada pelas suas luzes. Por que não é assim? O Universo não é infinito nem existe de toda eternidade? Por mais que estabeleçamos nele um limite espacial, o que haveria além deste? E por mais que consideremos um início para ele, o que teria existido antes? O nada? Nossas mentes, certamente se ressentem destes óbices, insuperáveis pelo nosso pensamento atual. Em A Grande Síntese encontramos subsídios para a solução do paradoxo de Olbers. Aproximemo-nos de seus profundos conceitos.

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Os limites de nosso Universo

Compreendemos perfeitamente que as unidades coletivas, desde as diminutas construções atômicas até as galáxias e seus aglomerados, são o arcabouço estrutural do Universo que conhecemos. Incomensurável, mas pode ser contido e dominado pela nossa mente e, facilmente, podemos enxergar, na tela de nossa imaginação, estas estruturas dinâmicas e progressivas, sustentando todo o cosmos. As partículas subatômicas constituindo a unidade atômica, que por sua vez formam sociedades de moléculas, que estruturam organismos diminutos e que são sustentáculos de outros ainda maiores. As organelas reunidas nas células, permitindo a confecção de seres mais complexos; as espécies reunidas em famílias e as famílias em sociedades; as sociedades organizando humanidades; as humanidades povoando mundos; os mundos orbitando em sistemas solares; as estrelas reunidas em constelações, no seio de gigantescas galáxias. Estas, por sua vez, são poderosos núcleos atrativos e geradores de sóis, que reúnem em torno de si cerca de 100 milhões a 200 bilhões de estrelas. Mesmo sendo tão imensas, elas, por sua vez, agrupam-se em aglomerados contendo de 20 a 30 galáxias. Aglomerados que ainda se reúnem em superaglomerados, verdadeiros arquipélagos galácticos imensos, contendo milhares de galáxias. E se contam aos milhares os superaglomerados! Embora incomensuráveis, podemos divisá-los bailando no fundo negro do cosmos. Será que as unidades coletivas terminam nos superaglomerados? E toda essa imensidão seria apenas um ínfimo componente de um outro Universo ainda muito maior? Onde se deterá esta organização de unidades coletivas? Qual o limite para o infinito? Onde estancarmos essa viagem da imaginação? Podemos caminhar do mundo subatômico ao astronômico, mas não podemos sair das fronteiras de nosso Universo físico. Nossa razão é inadequada para estabelecer-lhe limites, pois o que virá depois, ou o que vem antes dele nos escapa totalmente à compreensão. Nossa mente se perde nestes intricados redemoinhos feitos de infinito e de eternidade. Sem conseguir impor-lhes barreiras, nos deixamos simplesmente extasiar, inebriados e aturdidos pela visão do incomensurável. Um sentimento de admiração e pequenez nos invade a alma e só nos resta a entrega total da razão aos propósitos ignorados de um Criador que tudo isso fez apenas por nos amar!

O limite das unidades coletivas

Cada unidade coletiva é um universo finito e limitado, mas não é estanque e estável, pois se move por uma linha de transformismo e muda tanto de forma como de plano de manifestação. Desse modo a estrutura das unidades coletivas não progride infinita e linearmente em ambas as direções, mas desaparece em um nível para ressurgir em outro, de modo que, aos nossos olhos não podemos identificar a sua perfeita continuidade. O infinito não vai além de todos os limites, encontrando barreiras impostas pelo transformismo que somente podem ser ultrapassadas pela evolução.

A evolução caminha por saltos dimensionais

Cada unidade coletiva move-se em direção à sua próxima realização, a qual aspira ansiosamente. Por isso “nosso Universo físico está em expansão, movendo-se em vertiginosa velocidade, rumo a outros Universos longínquos a fim de fazer parte deles”, nos diz a A Grande Síntese. Ao atingir esse plano distante, desaparece naquele em que existia, para prosseguir em outra unidade dimensional. Portanto, a evolução não é uma caminhada linear, mas consiste em saltos dimensionais, à medida que a substância muda de nível conceptual. Assim, vemos a matéria desaparecer aos nossos olhos para se manifestar em outro nível, o energético, imperceptível para aquela. Como energia, a substância supera as dimensões espaciais e vai além, desaparece, mas para buscar o nível dimensional superior, que é o da consciência. Eis a dimensão em que vivemos, outra realidade além das dimensões da matéria e da energia com suas medidas conceptuais próprias.

As dimensões evoluem

Cada nível de manifestação da substância em cada unidade coletiva, ou seja, cada Criação possui, além de suas peculiares formas de apresentação, seu ambiente conceptual e dimensional próprio. Ao mudar de nível, mudam-se também as suas dimensões. Portanto, as dimensões evoluem juntamente com a evolução da substância e colocam limites em cada plano de sua manifestação. Cada Criação está, assim, fechada dentro de determinadas barreiras, sendo, portanto, finita. Eis os limites do Universo. Eles são evolutivos e conceptuais e não espaciais ou temporais.

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O Universo é limitado no sentido espacial e finito no tempo

A Grande Síntese nos diz: “No sentido espacial, vosso Universo estelar, considerado isoladamente, é sistema finito; é imenso, mas pode ser medido, e tudo que se pode medir é finito. Para se compreender isso é preciso transformar a física em metafísica”. Para se entender isso, é preciso sair das acanhadas medidas de nosso mundo. É preciso admitir e compreender, um pouco que seja, a visão relativista da realidade, idealizada por Einstein, como nos pede Sua Voz.

O limite do espaço não está no plano físico, mas no ponto em que o vórtice físico se converte no

vórtice dinâmico ( ). Neste ponto a dimensão volume se move no espaço, gerando a trajetória e com ela a medida do seu transformismo, que é o tempo. Este, enquanto exista, é ilimitado, assim como o espaço, onde se manifeste, não tem fim. Mas estas duas dimensões são fechadas dentro de seu universo de manifestação e não são as medidas do Eterno. A eternidade não é uma sucessão ilimitada do tempo, mas simplesmente a sua ausência. O infinito não é uma sucessão sem fim do espaço, mas apenas a sua inexistência. Nossas acanhadas mentes não podem ainda conceber com clareza a existência de uma realidade onde não exista o tempo e o espaço, pois tais possibilidades pertencem a uma outra realidade que ainda não conquistamos.

As dimensões de cada Universo são infinitas apenas onde se expressem, mas são limitadas pelas suas barreiras evolutivas.

A finitude de tempo e do espaço somente poderá ser compreendida, se conseguirmos imaginar que a nossa realidade pode ser comparada à superfície de uma esfera, que não tem limites em sua extensão, e por ela poderemos caminhar infinitamente no tempo e no espaço, mas estaremos sempre fechados e contidos nela mesma. A dificuldade de compreendermos esta realidade consiste no fato de que a esfera que habitamos não é bidimensional como é a superfície de uma bola, mas sim, tridimensional, e não conseguimos vislumbrar uma esfera tridimensional. Mas sabemos perfeitamente que habitamos um Universo curvo e fechado em si mesmo na dimensão espaço e tempo. Portanto, enquanto existirmos no tempo e no espaço, observaremos estas unidades como infinitas e estaremos encerrados em seus limites, mas deixarão de existir assim que ultrapassarmos as suas barreiras, impulsionados pela evolução.

O fim do tempo e do espaço

Com o aprimoramento dos meios de observação do cosmos, os pesquisadores já começam se dar conta de que estamos fechados em um Universo finito. Não faz muito tempo o noticiário nos trouxe esta exótica informação: “o espaço pode não ser infinito”. Perscrutando distâncias incomensuráveis além de 13-14 bilhões de anos-luz, onde estão os quasares, deparam-se os astrônomos com um vazio assustador. Nada há além. Os limites do inconcebível parecem estar ali, bem diante de seus atônitos olhos. Se de fato o Universo fosse infinito encontrar-se-iam, expostas à observação, novas multidões de corpos celestes. Não teriam tido todo o infinito do tempo passado para nos enviar suas imagens luminosas? Portanto só nos cabe a conclusão paradoxal: o Universo é ilimitado, porém finito. Assim como uma esfera que é ilimitada em sua superfície, mas contida em seu volume, o Universo é uma bolha de espaço circular e fechado, contido em suas dimensões. Uma bolha que se expande em vertiginosa velocidade e que encontrará um fim – à medida que se expande ela se transforma e evolui, superando assim seus limites dimensionais. Estes limites se transmutarão e serão absorvidos pelo Universo que lhe é superior e contíguo – o Reino do Absoluto. Irá desaparecer, mas para continuar existindo em outra realidade dimensional em outro nível de Criação. Suas medidas dimensionais serão superadas e desaparecerão, mas apenas aos olhos daqueles que não puderem acompanhá-lo. O Relativo será absorvido pelo Absoluto e viveremos em outra realidade. Eis porque tudo que vive no Relativo teve um princípio e terá um fim. Podemos identificar o fim do Universo material e o término de suas dimensões com o “Fim dos Tempos”, preconizado por Jesus. Esta expressão, encontrada ainda no Apocalipse, não se refere portanto ao fim de um período, dentro da realidade atual, como se entendeu em outras épocas, mas sim ao término, pela superação evolutiva, da dimensão temporal, quando o ser, migrando para outro Universo, passaria a viver dentro de outra realidade, onde as medidas do relativo não mais existirão. Este verdadeiramente é o “Reino de Deus”, o Reino do Absoluto.

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Nosso Cosmos, deste modo, com o caminhar do processo evolutivo irá desaparecer no plano em que se manifesta atualmente. A matéria se extinguirá e com a sua morte desaparecerá a sua dimensão, o espaço. Da mesma forma, o tempo deixará de medir o transformismo evolutivo e morrerá, quando o Universo, por expansão evolutiva, migrar para o próximo nível, o Universo superdimensional.

Podemos, dessa forma, considerar o nascimento e a morte do espaço e do tempo. “Tudo que nasce deve morrer”, tudo que existe no relativo teve um princípio e terá um fim. O espaço e o tempo tiveram um início e por isso terão um fim.

Assim, acreditamos, com a ajuda de A Grande Síntese e seus elevados conceitos, tenhamos encontrado uma solução para o paradoxo de Olbers – o Universo físico não é infinito, nem existe de toda eternidade e nem é estático. Suas medidas são infinitas apenas dentro de seus contidos limites dimensionais.

34 - Quarta Dimensão e Relatividade

O “continum espaço- tempo” de Einstein

A Teoria da Relatividade de Einstein é ponto de partida para se penetrar em muitos dos conceitos desenvolvidos na Grande Síntese. Um dos conceitos elaborados por ela é a quarta dimensão, que permeia toda a teoria einstaniana e que seria formada pela junção das dimensões tempo e espaço, gerando a dimensão tempo-espacial, ou continum espaço-tempo. Embora eivada de esclarecimentos úteis ao nosso tempo, neste aspecto, a Teoria da Relatividade necessita das luzes de A Grande Síntese para uma melhor compreensão destes conceitos, pois da forma como foi idealizada, a quarta dimensão não corresponde à realidade.

Para compreendermos isso, recordemos os conceitos expostos até aqui: a matéria não pode ter um limite no plano espacial, pois este limite pode ser sempre superado pela lógica, mas seu limite está no ponto em que ela se converte em energia. Onde morre a matéria, morre também a sua dimensão, o espaço e nasce, com o nascimento da energia, o tempo. A energia, ressurgindo, abraça novamente a matéria e o tempo se une ao espaço. O ponto se movimentou e se transformou em superfície, a superfície elevou-se além de si mesma e fez o volume, o volume foi embalado em uma trajetória de transformismo e gerou o tempo, a medida deste transformismo. Tempo e espaço se abraçaram, gerando para nós a ilusão de que estão juntos em uma mesma unidade dimensional. Por isso os grandes físicos os viram unidos em uma quarta dimensão. Conceitualmente não se pode admitir isso, como nos ensina a Grande Síntese (encontraremos mais detalhes nos capítulos 18 e 19 do livro Problemas do Futuro). Os sistemas dimensionais são ternários e não progridem seqüencialmente, não havendo uma quarta ou quinta dimensão e assim sucessivamente. O tempo é simplesmente a primeira dimensão de um sistema ternário seguinte ao espacial.

A quarta dimensão não existe

Não se pode multiplicar simplesmente as dimensões que conhecemos para se gerar novas, pois, desta forma, continuaremos retidos nas suas mesmas fronteiras conceptuais. A quarta dimensão não é tampouco a junção de duas dimensões antigas e nem o múltiplo de um de seus valores. Assim, a quarta dimensão, seja o continum espaço tempo ou o hiper-espaço, não existe conforme este modo de concebê-la. Espaço e tempo não formam uma quarta dimensão, pois espaço e tempo são apenas duas unidades contíguas, aproximadas pelo transformismo evolutivo. Os sistemas dimensionais são

ternários e o tempo, na verdade, embora seja a seqüência da evolução de para , é a primeira dimensão de um novo sistema dimensional, como veremos a seguir.

A gênese das dimensões espaciais

A dimensão espaço nasceu com a matéria e com a formação do Universo físico. O espaço em que existimos é uma grande e curva superfície em forma de bolha, que se forma à medida que o Universo se expande. Embora não tenha limites, está encerrada em si mesma, de modo que, como nos afirma

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a Teoria da Relatividade, o espaço é um campo encurvado sobre si mesmo. Podemos conceber a gênese do espaço imaginando o simples expandir das três dimensões que o compõem, contidas e reduzidas, oriundas de uma outra unidade dimensional anterior, que nos escapa à compreensão. O espaço é assim uma bolha anômala desenhada dentro de uma outra forma de espaço, o espaço não dimensionado do Absoluto. Assim, o ponto, que é a dimensão espacial nula, se movimenta gerando a linha, a primeira dimensão espacial. A expansão da linha gera a superfície, a segunda dimensão espacial. O deslocamento da superfície em direção a outro plano forma o volume, a terceira e limítrofe dimensão espacial. O deslocamento do volume não gera nova dimensão, mas continua no seu mesmo nível. Somente por evolução se pode passar à dimensão seguinte, o que pressupõe uma evolução também de conceitos e de manifestação da realidade. A dimensão espacial tem assim um limite, um fim e termina com a evolução para uma dimensão subseqüente, que é parte de novo sistema ternário de dimensões.

As dimensões evoluem em sistemas ternários

As dimensões evoluem sempre em conjunto de três, em resposta ao princípio de trindade universal. Cada sistema dimensional tem suas próprias medidas e essas não podem ser aplicadas como medidas universais. Pertencem ao seu próprio Universo e dele não podem sair. A substância, no entanto, evoluindo, passa por sucessivos sistemas dimensionais, superando-as à medida que caminha. A observação de qualquer fenômeno da Criação será alterada de acordo com as dimensões que se lhes aplique para medi-las e examiná-las. Por isso as medidas de nosso Universo são relativas e não podem medir o Absoluto. Como habitamos o Relativo, estamos caminhando e nossas medidas variam e não podem ser absolutas. Essa foi a brilhante intuição de Einstein, que aplicou este princípio na medida dos fenômenos físicos que nos rodeiam, gerando uma nova física, uma diferente forma de ver a realidade. “Nossa razão é relativista e não pode ser a medida das coisas”, nos diz a A Grande Síntese”, pois estamos em movimento e observando os fenômenos sob o nosso ângulo de vista não os vemos como realmente devem ser. Toda medida é assim relativa ao observador e não ao fenômeno observado. Não existe uma medida universal e intrínseca absolutamente idêntica e invariável para todos os fenômenos. Cada fenômeno tem suas próprias medidas e existe de acordo com suas próprias dimensões. Eis, em síntese, a base da Teoria da Relatividade de Einstein. As medidas do tempo e do espaço são distorcidas da realidade, por estarmos em movimento. Somente tendo como ponto de apoio o Absoluto, poderíamos ter uma exata visão da realidade.

35 - A Evolução das Dimensões e a Lei dos Limites Dimensionais

Todas nossas medidas são relativas e jamais absolutas

No Universo relativo que habitamos, somente podemos perceber, analisar e medir um fenômeno, se existir um contraste entre ele e um ponto de referência. Sem esse ponto de referência, nada podemos denotar. Um exemplo disto é a percepção do movimento de um corpo que somente pode ser notado se for diferente do nosso. Não observamos o movimento da Terra, a não ser que o fixemos a partir dos outros corpos celestes. Daí o sucesso da Teoria da Relatividade que nos ensina que todas as nossas medidas são relativas ao nosso ponto de referência e não se trata da realidade absoluta. Se estamos em movimento, percebemos um diferencial de velocidade de outros corpos, mas não as suas velocidades absolutas. E em nosso Universo tudo está em movimento e não há pontos fixos. Nossa base sobre a qual tudo medimos, tudo observamos e analisamos, é a luz e o cone de tempo que ela cria, permitindo-nos a interação com a realidade. Fora deste cone de luz, o prisma do tempo, nada podemos perceber. Embora se mova a velocidade de 300.000 km por segundo, esse é o único ponto de referência comum e absoluto em nosso Universo. Por isso nossa realidade é distorcida e nossas medidas relativas. Como a velocidade da luz é uma medida absoluta e constante, o espaço e o tempo se distorcem ao mudarmos nossa posição em relação à luz. Estas são as bases nas quais se sustenta a Teoria da Relatividade de Einstein.

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A Relatividade de Einstein vai além da física e se aplica à medida de todos os conceitos

A Grande Síntese, no entanto, amplia a Teoria da Relatividade geral para uma relatividade universal, que se aplica a todo fenômeno que pertença ao Relativo, seja físico ou conceptual. As verdades são progressivas e relativas. E as dimensões também não são absolutas, mas são progressivas e relativas ao Universo em que se manifestam.

Lei dos limites dimensionais

Cada Universo, na sucessão infinita de Universos, tem suas próprias medidas, que se chamam dimensões e submetem os seres que os habitam, submetendo-os aos seus limites. No entanto, assim como os Universos evoluem e se transformam, transformam e evoluem também suas dimensões, que não são estanques. Portanto as dimensões evoluem e são progressivas. Espaço e tempo, unidades dimensionais de nosso Universo, não estão fadados a uma existência eterna, mas também são unidades evolutivas que se transmutam, desaparecem no plano em que se manifestam para ressurgirem em outro nível evolutivo. O espaço e o tempo nascem e morrem e fecham o Universo onde se manifestam em uma unidade finita e limitada. Nosso espaço não é infinito e o tempo não é eterno, mas são infinitos e eternos somente enquanto existem

2, embora nos pareça paradoxal esta

informação.

A Grande Síntese nos anuncia uma lei interessante, a lei dos limites dimensionais, que, em outras palavras, poderia ser anunciada também da seguinte maneira: as dimensões não são unidades absolutas, mas limitadas ao Universo em que se manifestam e se transmutam em outras unidades dimensionais, à medida que a substância, evoluindo, faz evoluir o Universo de sua manifestação, fazendo com que as dimensões sejam evolutivas e sucessivas.

Como cada Universo é produto de um Universo inferior, do qual ele evoluiu, suas dimensões são, por sua vez, produtos da evolução de unidades dimensionais de nível inferior, assim como serão a base para a evolução das unidades dimensionais superiores e assim sucessivamente, do infinito negativo ao infinito positivo. Portanto, as dimensões são infinitas deste ponto de vista.

Onde termina o espaço

“O espaço termina onde o „onde‟ se transforma em quando” – eis uma curiosa e importante informação de A Grande Síntese que amplia nossas concepções de espaço e tempo evolutivos e nos faz compreender, de forma clara, que habitamos um Universo limitado e fechado em si mesmo. Não estamos perdidos em um Cosmos sem limites no qual estaríamos condenados a permanecer eternamente. Evoluiremos junto com ele, que se transmutará em um outro tipo de Universo e suas limitadas medidas serão superadas e viveremos em outras dimensões muito além das nossas acanhadas medidas. Eis um alento que nos consola e alegra, excitando-nos à caminhada, rumo a esse Universo Absoluto, pleno de infinitudes ainda inimagináveis por nós.

Compreendemos que a maioria de nossas limitações e equívocos são oriundos das ilusões que criamos para nós mesmos, ao nos fechar em medidas restritivas, e erroneamente tidas por absolutas e estáticas.

“Vosso Universo é finito como vórtice sideral” – ele termina onde a matéria se extingue por evolução e por desagregação se transforma em energia. A energia liberada, ao se mover, gera a dimensão tempo, que retornando sobre si mesmo, se fecha em sua unidade e limita o espaço em suas medidas. Por isso o tempo é curvo e curvo é o espaço. Por isso o Universo é uma bolha de espaço, infinita em sua superfície, mas limitada em sua manifestação, pela curvatura do tempo. Por isso, só é possível caminhar em curva em nosso espaço e a geodésica é nossa rota natural, e não a reta. Por isso a luz, após irradiar-se de um ponto, retornará a ele depois de 200 bilhões de anos como se calcula. Eis a medida de nosso Universo. (Em verdade, como nosso Universo é uma espiral, o retorno

2 Recordando o poeta Vinícius de Morais.

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não se dá exatamente no mesmo ponto, mas um degrau acima, no sentindo do transformismo evolutivo, sendo uma bolha que se expande a melhor imagem que podemos lhe ter).

Assim, com a ajuda de A Grande Síntese, fica solucionado o desafio de Arquitas: a sua lança, uma vez atirada, viajará pela infinita curvatura do espaço, mas não indefinidamente, pois tenderá a retornar ao seu ponto de partida, depois de aproximados 200 bilhões de anos. Como a geodésica do espaço é uma espiral, este retorno de dará, na verdade, em um ponto acima de onde ela partiu. E como ainda a evolução atua permanentemente em tudo que existe, ela estará profundamente modificada em sua manifestação exterior (você pode imaginar em que ela se transformará, depois de tão longo tempo?).

36 - Gênese do Espaço e do Tempo

A dimensão do infinito é a evolução

As dimensões estão subordinadas às mesmas leis e princípios que regem toda manifestação fenomênica em todos os Universos. São cíclicas e trifásicas e se agrupam em conformidade com as unidades coletivas. Assim cada dimensão é resultado da conjunção de uma unidade trifásica menor e é por sua vez elemento constituinte de uma unidade maior. A dimensão maior que abrange todas as unidades dimensionais menores é a evolução, “que é dimensão do infinito”, explica-nos a Grande Síntese.

Gênese do espaço

O espaço nasce com a matéria e com ela irá morrer. Na evolução da substância, tal qual se pode examinar no gráfico da fig. 2 de A Grande Síntese, vemos que –z (que está ausente no gráfico) corresponde ao ponto, a dimensão espacial nula. O ponto se move e gera a reta, a dimensão –y, a primeira dimensão do espaço. Esta se move, por sua vez, fora de si mesmo, se espalha lateralmente, gerando a superfície, a segunda dimensão espacial, -x. A superfície, então, lança novamente um

ponto fora de si mesma e gera o volume, a dimensão de , completando as três dimensões do espaço, que então se manifesta de forma completa. A dimensão espacial surge com o aparecimento da matéria e a formação do nosso universo físico.

Diz-nos a ciência que nosso cosmos se iniciou de um ponto que explodiu. Este ponto inicial, chamado de singularidade, é um ponto muito especial, pois nele o espaço estava reduzido a uma nulidade (-z). Aí a matéria estava com sua massa infinitamente densa, pois estava contida num espaço nulo. Aí o tempo era uma dimensão infinita, ou seja, era uma eternidade que não fluía. Eis as dimensões em sua origem, contraídas, oriundas de um outro Universo desconhecido ainda por nós. Este ponto continha em germe todas as nossas atuais dimensões. Com a sua explosão, as dimensões nele contidas se expandiram, o ponto se fez reta, a reta se fez superfície, a superfície se fez volume – nasceu o espaço e a matéria se manifestou a fim de se fazer evoluir até o Espírito.

Gênese do tempo

Após os primeiros instantes da formação de nosso universo físico, as energias estavam contidas pela limitação do espaço, mas assim que este se expande, elas se libertam e se irradiam pelo espaço recém-nascido. Fecundam a matéria recém-formada e a movem. Com o movimento surge a trajetória,

e a sua medida – o tempo, com seu fluir constante, determinado pelo fluir de , a energia. O tempo surge como a dimensão contígua ao espaço, sendo uma dimensão elástica e não absoluta, pois varia de acordo com o observador que mede o seu fluir, em relação ao seu próprio e peculiar modo de escoar-se pelo espaço. Nasce como a medida íntima do transformismo e do seu caminhar. Enquanto existir este caminhar no plano do relativo, seu fluir será constante, mas terminará, uma vez cessado este transformismo. Embora seja uma dimensão contígua ao espaço e a ele esteja unido, pois a energia se abraçou à matéria e a moveu, o tempo é o primeiro elemento de um novo sistema trifásico

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que aí se inicia, a primeira manifestação de nova unidade com três dimensões e que será estudado no próximo capítulo.

37- Consciência e Superconsciência - Sucessão dos Sistemas Tridimensionais

Da dimensão espacial à dimensão conceptual

A dimensão espacial, com a evolução, passa à dimensão conceptual, cujas propriedades estão no

âmbito da consciência e suas medidas. Na fase está completa a dimensão espacial e a dimensão

conceptual é nula. Na fase , aparece a primeira dimensão conceptual, o tempo. Moveu-se , gerando uma trajetória e a medida de seu ritmo de transformismo, que é o tempo. O tempo é a dimensão

própria da energia. Na dimensão tempo a substância, em forma de , tem uma consciência linear, limitada à sua trajetória e por isso ela somente sabe caminhar, buscando um objetivo do qual não pode fugir. Ela conhece apenas o seu isolado progredir no tempo – a consciência linear. Nesta fase a

substância não tem consciência de si mesma, de seu transformismo, mas apenas de seu progredir.

no entanto amadurece e invade elevando-a à condição de matéria orgânica, gerando a vida, a segunda dimensão deste novo sistema ternário. Com a vida surge a consciência, a medida e a propriedade desta dimensão. De linear, no tempo, passa a superficial na consciência. Esta se expande além de seus limites e toma consciência de si e pode finalmente dizer “eu sou”. Projeta para fora de si os sentidos que constrói para entrar em contato com o seu meio exterior (segunda dimensão conceptual). Deste modo podemos compreender a poética referência de A Grande Síntese, ao nos chamar de “filhos do tempo”. No entanto, a consciência, com a evolução, lançará novo ponto fora de sua superfície, conquistando uma nova dimensão conceptual, o volume ou a superconsciência (+x).

“Assim, como a reta absorve o ponto, a superfície absorve a linha, a consciência de superfície (vida, razão, análise) absorve e domina o tempo” – podemos, com nossa razão, guardar o passado que sobrevive como lembrança e intuir o futuro. A imaginação supera o tempo e sobrevive a ele (o

pensamento contínuo sobrevive à morte física) – pode dominar e com ela o tempo, mas ainda está preso à energia, pois o pensamento somente pode manifestar-se em uma base energética. A consciência neste nível, ainda é superficial, é razão, análise e está presa aos limites de seu horizonte plano. Mas na progressão evolutiva, a consciência, lançando fora de si nova perpendicular, conquistará a dimensão volumétrica, que é a superconsciência. Esta dominará e absorverá a consciência plana, racional e analítica, tal como o volume absorveu a superfície. Vencidos serão o tempo e o espaço e conquistaremos a eternidade.

A superconsciência (+x)

A consciência humana é uma elaboração profunda da vida, não é linear e limitada à sua trajetória, mas se expande ao seu derredor, analisa e pesquisa em todas as direções, na superfície conceptual em que se projeta. Porém está limitada a esta superfície e com isso restrita ao Relativo e às formas. Presa à análise, é incapaz de atingir a visão direta da essência das coisas. É imprescindível que se mova em nova direção, que lance nova projeção além de si e conquiste a consciência volumétrica, a fase +x. Assim se passa do Relativo ao Absoluto, do finito ao infinito. Morrerá o Relativo com a extinção da consciência analítica, o espaço e o tempo serão superados e também morrerão com ela (o Fim dos Tempos). Assim compreenderemos que o infinito não é uma sucessão ilimitada de espaço, mas a sua ausência. Entenderemos que a eternidade não é um fluir eterno do ritmo do tempo, mas a inexistência dele. Assim, com o despertar da superconsciência, modificar-se-á a qualidade das dimensões atuais, que passarão de relativas para absolutas. Não se trata de somar fatos, de multiplicar medidas, mas de sair delas, de se projetar em um outro sistema dimensional. Trata-se de mudança de valores, de medidas e de concepções. A razão será substituída pela intuição, uma visão rápida e profunda da essência dos fenômenos. A consciência não mais se dobrará para o exterior, mas se voltará para o seu próprio interior. Em nós, a superconsciência está em estado de germe, ainda é um ponto. Para progredir temos que sair de nós mesmos, o que pressupõe renúncia aos efêmeros valores do nosso passado, que resistem como automatismos. É preciso, como o gênio e o santo o fizeram, sair de nosso egoísmo e lançar uma perpendicular fora de nós e de nosso meio rumo ao nosso amadurecimento interior, renunciando aos valores do relativo. É

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preciso direcionar-se ao infinito de nosso interior, em busca do Absoluto, da nossa essência. Aí estão o infinito e a eternidade. Eis o sistema dimensional conceptual que se segue ao espacial.

A dimensão do Absoluto ainda nos escapa à percepção

Desta forma se entende como este novo sistema dimensional é totalmente diferente, em qualidade e forma de manifestação, do sistema que o antecedeu e assim compreenderemos como a superconsciência nos dará entrada em outro sistema dimensional, a dimensão do Absoluto, cujas qualidades e medidas estarão tão distantes da nossa realidade, como esta está para o primeiro sistema dimensional da matéria, o espacial.

Ainda não podemos vislumbrar a sua perfeita arquitetura. Como habitantes do Relativo, a dimensão do Absoluto nos escapa ao entendimento. Conseguimos, acanhadamente, apenas aproximarmo-nos de seus conceitos, vendo as suas sombras, planas e sem detalhes, que se projetam em nossa tosca realidade. Assim, compreenderemos a alegoria de Platão, que nos comparava a reclusos de uma caverna, que somente conseguem perceber o mundo exterior pelas sombras que ele projeta em suas paredes, dando uma pálida idéia de sua beleza.

O Universo Absoluto não é o mundo do Além

Poderíamos identificar este Universo superdimensional, da superconsciência, com o mundo espiritual, onde habitam aqueles que já partiram através da morte física. Porém somos forçados a admitir que este Universo está além do Mundo Espiritual. Este, embora dimensionado em outra realidade que não a nossa, não é o Absoluto, mas sim uma extensão de nossas mesmas medidas dimensionais. Nele estaremos ainda subordinados às mesmas dimensões de nosso mundo, pois, como sabemos, ele é temporal e espacial e sustentado por matéria e energias análogas às nossas. Nele estaremos ainda no mesmo Relativo em que vivemos, pois continuaremos caminhando pela estrada da evolução, e subordinados às leis físicas e morais similares à nossas.

Resumindo

Fase energia = tempo – trajetória, meta = reta. Fase vida = consciência humana – razão, análise, relativo = superfície. Fase super-humana = superconsciência – intuição, síntese, absoluto = volume.

38 - Gênese da gravitação

A força básica do reino energético

A energia gravitacional é a energia em sua forma inicial, primária, a partir da qual se originam todas as outras energias conhecidas em nosso Universo, sendo por isso chamada de protoforça primária. No reino da matéria corresponde ao hidrogênio, base para o desenvolvimento de todos os elementos subseqüentes da tabela periódica, papel desempenhado pelo carbono no reino orgânico e à célula no mundo dos vivos.

A Grande Síntese nos fala com clareza que a gravitação é uma energia que “repentinamente inverte a sua direção de expansão, por lei de equilíbrio, em um sentido centrípeto, um contra-impulso involutivo”. Pelo princípio de dualidade, toda força de expansão deve se completar com sua forma oposta, de atração, de retorno ao seu centro, a fim de equilibrar o seu íntimo movimento.

Duas direções para a energia – atrativa e repulsiva

Podemos considerar, desta forma, que toda energia existe em duas polaridades, uma fase positiva e uma negativa. Na fase positiva a onda se expande, irradiando-se e, na fase negativa, ela se contrai. Estas duas fases se alternam dentro de uma freqüência de tempo, gerando a alternância típica das ondas, que se fazem assim de duas fases opostas, onde uma potência sobe, expande-se, para descer e contrair e novamente expandir-se. Se há um predomínio da fase expansiva, positiva, a onda se irradia e se difunde, como as ondas eletromagnéticas e a radioatividade por exemplo. Se há um

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predomínio da fase de contração, a onda se retrai e se fecha em si mesma. Conjeturamos, deste modo, que existiriam duas modalidades de energias em nosso Universo, a energia de irradiação e a energia de concentração, assim como matéria e a anti-matéria, a energia de concentração poderia ser considerada a anti-energia. Enquanto a primeira se difunde como movimento de expansão e crescimento centrífugo, a segunda tem seu movimento dirigido para um centro, sendo centrípeta e condensa sua substância constitutiva no ponto para o qual se converge. Constitui-se assim de uma irradiação invertida, como uma reação ao movimento expansionista, como nos diz a Grande Síntese. Poderíamos denominá-la, por falta de termo próprio, de energia aferente, em oposição à energia irradiante, que seria então a eferente. A energia gravitacional é o protótipo das energias aferentes, que originará todas as outras energias, sejam eferentes ou aferentes. Outras formas de energia aferente conhecidas, além da gravitação, seriam as forças nucleares fraca e forte, responsáveis pela fusão do núcleo atômico e, podemos ainda conjeturar, o egoísmo do ser, que é força de concentração do eu em torno dele mesmo, de atração de todos os interesses, portanto uma irradiação inversa. Poderíamos ainda compreender a gravitação, sendo poderosa irradiação convergente, como o egoísmo máximo da substância em forma de matéria.

Curiosamente nossa ciência começa a se dar conta de que a energia tem dois direcionamentos ao considerá-la em seus aspectos positivo e negativo – a energia positiva é da mesma direção da gravitacional e a negativa, a que se lhe opõe.

A gravidade é energia cinética produtora de massa

Essa irradiação centrípeta, por dirigir a substância para um ponto central, produz a sua condensação, dinamizando-a em um centro de convergência, onde se transforma em massa. Tal fenômeno se observa, por exemplo, nos centros galácticos, onde um poderoso núcleo de convergência gravitacional gera a matéria estelar por condensação de energias livres, captadas por sua atração. A ciência denomina tal fenômeno de buraco negro, um ponto especial do espaço sideral onde há uma fabulosa atração gravitacional, para o qual converge tudo que se lhe aproxima, inclusive a luz e o próprio espaço ao derredor. Estes são os focos de concentração gravitacional em nosso Cosmos que

nascem por condensação da substância em sua fase de descida involutiva ( ).

A ciência, atualmente, corroborando essas informações de A Grande Síntese, afirma que “a energia gravitacional não apenas mantém as galáxias juntas como é também a raiz da síntese de matéria” (Conexão Cósmica - Ervin Laszo). Hoyle, Burbridge e Narlikar demonstram que a criação de matéria ocorre por jatos nos fortes campos gravitacionais nos densos núcleos galácticos. Estes autores demonstraram que, em um campo de energia positiva gravitacional, da ordem de 10

16 massas

solares, a matéria é criada em pequenos big bangs.

A força de expansão do Universo se equilibra com a força gravitacional

Poderemos considerar que a primeira energia gravitacional nasceu antes da primeira explosão, como mencionado na Grande Síntese, de forma surpreendente, embora a época em que foi escrito ainda não se tivesse com clareza a teoria do Big-Bang. A grande explosão, que deu origem ao nosso Universo físico e suas dimensões, foi precedido de um movimento de retirada e condensação de forças, provindas de um outro Universo superdimensional, ainda ignorado pela ciência humana. Esse movimento inicial é chamado de Big-Crush e foi o primeiro movimento gravitacional conhecido, pois centrava em si toda a potencialidade da Criação. O Big-Bang nasceu como reação ao Big-Crush e estes dois movimentos iniciais da Criação do Universo físico continuaram seus impulsos alternantes e complementares, em obediência à lei de complementaridade ou lei dualística, com predominância ora de um, ora de outro movimento. Atração e repulsão fecundaram daí em diante toda a Criação em nosso Cosmos, gerando a dança cósmica, que embala em seu ritmo toda substância em qualquer de suas manifestações. A matéria pulsa de crescimento e decrescimento (destruição), as energias alternam repulsão com atração, e o próprio ser vivo cresce para depois morrer (expansão e contração) em obediência a estes dois movimentos iniciais. Portanto, a energia se constituiu destes dois impulsos complementares, um de atração ou aferente, e outro de irradiação ou eferente. A energia aferente produziu então a gravitação.

Conta-nos a história que Einstein teve que interpor em suas fórmulas uma nova força, chamada de constante cosmológica, pois suas fórmulas revelavam um Universo em expansão, o que não

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correspondia às observações de sua época. Somente uma década depois, o astrônomo Hubble surpreendeu o mundo com suas revelações que comprovavam a expansão do cosmos. A constante cosmológica tornou-se desnecessária e levou Einstein a considerar este o maior erro de sua vida. No entanto, entendeu-se a constante cosmológica como sendo a força resultante da atração da matéria por ela mesma em oposição à força de expansão do cosmos. Sendo esta força maior do que um, o Universo se expandirá eternamente, sendo menor do que um, irá contrair-se novamente. Seu valor é função direta da quantidade de massa existente no Universo, que é finita e os cálculos mais recentes aproximam-na de um. Portanto, tudo indica que as forças de expansão e atração se anulem em perfeita equivalência, como resultante da lei do equilíbrio, como nos menciona a Grande Síntese. Como estamos em um Universo espiralado e aberto, a contração não será possível, pois todo o cosmo será absorvido pela lei de Evolução, encaminhando-se para um outro Universo superior.

A energia gravitacional é proporcional à velocidade de um corpo

A gravitação é função direta da energia cinética, a energia do movimento. Por isso, a Grande Síntese nos diz que ela é proporcional à velocidade de um corpo, de modo que, quanto maior a sua velocidade, maior será a sua energia gravitacional e conseqüentemente a sua massa. Assim, velocidade produz matéria. Qualquer corpo em movimento, ao se chocar contra um anteparo, produz um impacto muito maior do que o seu próprio peso, como se sua massa fosse maior, pois neste momento a sua energia cinética aumentada se converte em peso. Desta forma podemos compreender como o aumento da energia gravitacional é função da velocidade (lei da inércia). Este fato é perfeitamente demonstrado nas fórmulas da Teoria da Relatividade (fórmulas de Lorentz).

As ondas gravitacionais

A Grande Síntese nos esclarece, com muita propriedade, que a gravitação, sendo uma energia, se propaga por ondas. E ainda nos revela, de forma surpreendente, que estas ondas caminham com velocidade superior à da luz. Esta informação contradiz a Teoria da Relatividade, pois Einstein deixou claro em seus postulados que em nosso sistema nada pode superar a velocidade da luz. Acreditamos sinceramente que no futuro o pensamento humano, ao estudar as ondas gravitacionais com mais detalhes, chegará a esta mesma conclusão, confirmando a assertiva de A Grande Síntese. Poderíamos compreender que a gravidade forma o espaço, sendo a base para que tudo se manifeste, inclusive a luz, que dela se origina e por isso deverá propagar-se com a máxima velocidade em nosso sistema. Suas linhas de forças fazem a tessitura do espaço, gerando o campo quântico, base para o sustento de todos os eventos do mundo físico.

Ainda não conhecemos com clareza as ondas gravitacionais, mas a ciência se dá conta de sua existência. Prenuncia-se inclusive que o seu estudo irá revolucionar a astronomia e poderá modificar alguns aspectos da Teoria da Relatividade. Sabe-se que a onda gravitacional, por onde passe, modifica o espaço, encurtando-o e dilatando-o, alternadamente, com o seu ritmo pulsante. Desta forma, toda matéria sendo percorrida pelas ondas gravitacionais, está submetida a estes movimentos de dilatação e contração, pulsando continuamente. No entanto, essa pulsação é ínfima aos nossos olhos, sendo de dimensões intra-atômica, um trilhão de vezes menor do que um milímetro nos informa a ciência. Já se processa a construção de um estranho aparelho, chamado Ligo, no estado de Louisiana, nos EUA, o primeiro instrumento capaz de detectar as ondas gravitacionais. Este aparelho se compõe de um longo cilindro metálico de 4 km de comprimento, percorrido por um raio lazer, que detecta as mínimas alterações de seu comprimento, mostrando assim a sua pulsação ao ser percorrido por poderosas ondas gravitacionais, como as provenientes de buracos-negros e explosões de supernovas. Segundo dizem, este estudo dará início a uma nova astronomia. A Grande Síntese nos diz: “dirigi vossas pesquisas neste sentindo, analisai por meio de cálculos estes princípios e a ciência realizará descobertas que a revolucionarão”. Aguardemos o futuro próximo!

39 - Princípio de Trindade e Dualidade

Unidade, dualidade e trindade

Em outros momentos, a Grande Síntese já se referiu à constituição ternária e binária da Criação ao abordar o processo genético do cosmos (cap. 7, 8 e 28). Aqui ela entra nos pormenores da

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constituição fenomênica em seus aspectos monístico, dualístico e ternário. Compreendemos que todo fenômeno se expressa como uma unidade bipartida em subunidades opostas e complementares, que, alternando-se em íntimo processo de elaboração, geram, na seqüência evolutiva, um terceiro termo, um novo ponto além de si mesmo, formando assim o terceiro elemento para o qual converge, sendo novo ponto de partida para elaboração de nova dualidade, perpetuando a trindade. Assim, a trindade é dualística em seu processo íntimo de elaboração evolutiva e nos encontraremos com seus elementos em todos os cantos do Universo, inclusive em nós mesmos. Eis, explicado em minúcias, nos magistrais capítulos citados de A Grande Síntese, o segredo da trindade universal e, seguindo a sua dissertação, compreenderemos como pode a unidade ser ao mesmo tempo ternária e binária.

No cap. 7 vimos como o Universo é trino nos seus aspectos mecânico, dinâmico e estático. Espírito, energia e matéria são as expressões da substância em nosso cosmos, como representantes desta trindade conceptual, que se expressa como Espírito-Santo, Pai e Filho; Deus, o verbo e a carne; idéia, ação e criação e outras expressões já definidas por Ubaldi.

Aprendemos como a dualidade pode ser vista em todo lugar. Bem-mal, positivo-negativo, Ocidente-Oriente, síntese-análise, tese-antítese, etc. Os exemplos se sucedem quase ao infinito, pois todo conceito admite naturalmente o seu oposto. A dualidade é filha direta da primeira contração e da primeira expansão que formaram o nosso Universo. Contração e expansão, expansão e contração passaram a dominar a existência de todo fenômeno que se expresse em nosso Universo, dividindo-o em metades complementares e opostas. Uma estrela nasce por condensação de energias e morre por expansão das mesmas. Tudo pulsa, tudo alterna estes dois momentos do existir, fazendo de nosso cosmos um bailado de ritmos permanentes (a dança de Shiva). Dualismo este que se expressa no respiro do Universo, na respiração íntima de toda substância, que se expande e se contrai. Crescimento e destruição, vida e morte, tudo se alterna, carreado pela íntima respiração que tudo anima. As estrelas nascem e morrem, a matéria nasce e morre, o eu consciente nasce e morre, mas tudo morre, para novamente renascer e tornar a viver. Nossa personalidade vivencia em sua constituição estes dois momentos, alternando atividade com repouso, a imposição com a fuga, as motivações do ser com as do não-ser. “O fruto se converge em semente, e toda semente volta ao estado de fruto”, pois todo ciclo deve reiniciar-se sempre, abrindo-se para a expansão evolutiva depois da contração.

A alternância dos ciclos, como vimos no cap. 28, jamais se fecha no mesmo ponto, sendo projetada, por evolução, em ponto cada vez mais distante de seu início, tornando o ciclo aberto e não fechado, de modo que a resultante do processo é uma espiral em expansão constante. A vida predomina sobre a morte, o bem sobre o mal, a felicidade sobre a dor. E o dualismo será, um dia, absorvido definitivamente pela Unidade do Absoluto.

O dualismo é o drama maior de nosso Universo

Com o desenvolvimento das teorias ubaldianas, nos livros subseqüentes, sobretudo na visão máxima do autor, Deus e Universo, compreenderemos que na verdade o dualismo é a doença básica do nosso Universo, fendido entre o bem e o mal, e não faz parte do modelo original da Criação. Compreenderemos porque assistimos ao nosso derredor uma luta constante de princípios opostos. Uma vontade de amar, de criar, de afirmar está em luta permanente contra os seus opositores a inércia, o ódio, a destruição e a negação. Dois mundos opostos inseridos dentro de um mesmo, Deus e Satanás, Cristo e antiCristo. Grande drama da Criação que nos embala em suas motivações e sobre o qual tecemos toda a história de nosso pensamento. Antagonismo básico que gera todo dualismo existente e que se extrapola para todo fenômeno, seja físico ou moral. Este drama de ordem cósmica foi estudado com detalhes por Ubaldi em suas obras Deus e Universo, O Sistema e Queda e Salvação.

40 - Aspectos Menores da Lei

Toda lei se divide em princípios menores

Já aprendemos com a Grande Síntese que a Criação está estruturada em unidades coletivas, a forma típica como ela se organiza, desde suas estruturas mais diminutas às maiores e mais complexas.

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Esta mesma organização que se observa no comportamento das formas, se aplica também ao organismo de forças que as dinamizam e ao organismo de leis que as dirigem. Uma lei é sempre produto da organização de leis menores e é parte de uma lei maior, numa organização de idéias e diretrizes que caminham do infinitamente simples ao infinitamente complexo. Assim é que a Lei se distribui em princípios menores e se faz aplicar em todos os fenômenos, dos menores aos maiores, adaptando-se em cada caso em particular.

Eis alguns princípios citados pela Grande Síntese:

Princípio de dualidade: os princípios, assim como todos os fenômenos, são dualistas em suas manifestações, de modo que, para todo princípio haverá sempre um contraprincípio oposto a suas ações, impondo-se um ao outro efeitos reguladores, de modo que a máxima ordem e equilíbrio imperem nos fenômenos universais.

Princípio de unificação: tudo se divide para novamente se reunir. A composição se opõe à decomposição. Análise e síntese (da química à filosofia), catabolismo e anabolismo se complementam na unidade metabólica. Este princípio impede a fragmentação do Todo, reunindo sempre suas partes separatistas. Opõe-se ao princípio de divisibilidade, que impõe a divisão sempre que um fenômeno amadurece e extrapola seus limites de ação.

Princípio de diferenciação: a evolução caminha do indistinto ao distinto, do genérico ao específico, do homogêneo ao diferenciado. A produção de tipos variados parte sempre de um elo comum que se diferencia com a evolução. A multiplicação das formas se contrabalança na reunificação dos tipos em grupos análogos e o distinto retorna ao indistinto. Podemos inferir que seu princípio oposto seja o da generalização.

Princípio de relatividade: toda força-tendência é produto da sua relação com o meio, não tendo valores absolutos. Os princípios partem de uma lei absoluta e imutável que se torna mutável e relativa por existir em um meio também relativo, mas que retornam ao estado de origem com o retorno da substância ao plano da imutabilidade.

Princípio do mínimo esforço: o caminho mais fácil é a preferência natural de todo fenômeno por imposição deste princípio, que desta forma proporciona uma economia de potencialidade e uma máxima realização de todo e qualquer processo.

Princípio de causalidade: para toda ação há uma reação de sentido contrário e de mesma intensidade. Ligando o efeito à sua causa, este princípio garante a continuidade de todo fenômeno na linha de seu destino, seja físico, químico, biológico ou moral. As imposições dessa lei, no campo moral, freiam os abusos do homem.

Princípio de continuidade: é um princípio conseqüente ao de causalidade, pela qual a direção de todo fenômeno é continuidade de seu movimento anterior, proporcionando coerência à sua progressão. A evolução não se dá em saltos desconexos e todo fenômeno é sempre coerente consigo mesmo. Este princípio permite a previsão dos acontecimentos pelo exame da linha de condução dos fatos que o integram.

Princípio de analogia: faz a associação dos semelhantes. Toda indução se realiza mediante a sintonização entre fenômenos análogos.

Princípio de ordem: regula a tendência à desordem de todo fenômeno. Limita a desordem em pacotes de contenção, onde o caos é restrito e contido em seu nível de ação. Este princípio garante a ordem no aparente caos de nosso Universo.

Princípio de compensação: toda ação é compensada para que se mantenha no máximo de equilíbrio possível. Por isso, todo movimento em um sentido deve ser compensado por outro em sentido oposto. Este princípio forma os ciclos e estabelece ritmo à Criação.

Princípio de reciprocidade: aproxima cada fenômeno do seu correspondente, permitindo a troca e colocando cada um em seu exato lugar e tempo.

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Princípio de indestrutibilidade: toda substância é por princípio indestrutível e toda destruição é somente uma etapa para nova construção. Nenhuma força-tendência pode morrer, mas somente se transformar.

Princípio de transformismo universal: todo fenômeno está subordinado, por este princípio, à evolução permanente, que leva a substância a um contínuo processo de auto-elaboração. Este princípio se opõe ao princípio da inércia, que impõe resistência a toda mudança, gerando o automatismo.

Princípio da extrinsecação: todo fenômeno, depois de atingir um máximo de desenvolvimento, gera uma redução ao estado de latência (fruto-semente), permitindo a sua continuidade em outro momento. Toda conquista adquirida não se perde e permanece em forma de potencialidade. Ao final de toda expansão há sempre uma redução que, condensando valores, marca o início de novo ciclo.

Princípio de finalidade: para que todo esforço não se perca em dispersão, este princípio estabelece metas que tendem a se realizar, proporcionando a todo movimento uma objetividade.

Princípio de adaptação: o princípio sabe modelar-se aos infinitos casos particulares de sua manifestação. A elasticidade permite a adaptação e com isso a sobrevivência de todo fenômeno. Opõe-se ao princípio da rigidez que, semelhantemente ao da inércia, impõe resistência a toda mudança.

Princípio de ressonância: cada fenômeno ao se difundir, encontra sempre um meio onde pode repercutir, assim como cada vibração encontra um ouvido, estabelecendo um eco e toda pergunta se dirige a uma resposta. Estabelecendo-se a sintonia como a base da repercussão, poderemos imaginar este princípio como fruto do princípio de sintonia.

Aplicação dos princípios

A identificação dos princípios nos auxilia na compreensão do Universo e na concatenação de todos os seus fenômenos. Por exemplo, pelo princípio da dualidade, tudo tem o seu complementar. Assim o mundo físico tem o seu complementar no mundo invisível, como nos informa Sua Voz. Destruição é imposição de reconstrução. Morte é sempre condição de vida, o que nasce deve morrer. Todos os fenômenos do Universo, seja o redemoinho atômico ou a intricada personalidade humana, estão submetidos aos mesmos princípios e funcionam de modos análogos.

Tão complexo organismo de leis arremessa ao absurdo qualquer possibilidade de violação que, se existe, está fechada em limites invioláveis da lei. Nada pode escapar aos princípios.

Os três maiores princípios

Unidade, ordem, equilíbrio – estes princípios sobrepõem-se aos demais, pois do contrário o Universo não seria um organismo equilibrado e o caos imperaria sobre a ordem. Por isso a evolução conduz sempre ao equilíbrio, à ordem e à unificação de todos os seus seres.

União com o Absoluto

Como um dos aspectos principais da Lei é a unidade, a unificação é a palavra de ordem em toda a Criação. A evolução trabalha ativamente na fusão de todos os seres da Criação e a Lei de Unidade irmana e harmoniza-os em uma Unidade Máxima que é Deus. Não é possível a vida isolada e por isso todos devem apoiar e serem apoiados por todos para a sobrevivência e a felicidade plena do organismo coletivo. O separatismo é uma exceção, restrito à inferioridade evolutiva. Por isso a Grande Síntese nos concita à unificação, em todas as oportunidades: “não vos isoleis em vosso pequeno eu, naquele separatismo que vos limita e vos aprisiona” – “lançai-vos nesta unidade”. Todo crescimento só se faz possível mediante essa fusão e por isso a busca da solidariedade e do amor ao semelhante é veículo de união plena com o Todo. Este ensinamento é uma das essências do Cristianismo e o seu caminho já foi traçado por Cristo. O hino que entoa em toda a Criação, harmonizando-a, é o da união, um cântico que a todo momento promana: Deus. “Fundi-vos e vos tornareis imensos”, nos diz Sua voz.

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A interpenetração e a sintonia entre o universo físico e espiritual

A Lei e os Princípios da Criação dão um sentido de unidade à obra divina, tornando-a uma intricada teia de interconexões, de extensões cósmicas, onde tudo guarda uma finalidade e tudo se interpenetra em tudo. Os menores fenômenos sustentam os maiores e uma sabedoria previsora coordena todo o Universo. Bastaria uma simples mudança nas pequenas forças que sustentam a matéria para que tudo se desmoronasse ou nada fosse possível existir.

A ciência já se dá conta de que uma lei ordenadora orienta os fenômenos universais, ao considerar o princípio antrópico e a existência de uma fina sintonia no funcionamento de tudo que existe. Os astrofísicos descobriram que os processos físicos estão afinados com as condições sob as quais a vida poderia desenvolver-se. Desta forma, a criação do Universo antecipou no tempo zero o que deveria acontecer somente 10 bilhões de anos depois. Por exemplo, já existia uma intenção ao estabelecer os valores para as forças fundamentais que sustentam a matéria. Bastaria que a força nuclear forte fosse mais fraca em frações milionésimas para que as estrelas não brilhassem nunca ou que a carga elétrica do próton não fosse exatamente igual a do elétron para que o átomo não se tornasse uma construção estável. Assim já é visivelmente patente que o Universo está imerso em uma Grande Mente que tudo coordena com um telefinalismo e sabedoria, embora a ciência ainda não possa compreender muito bem isso e seu orgulho ainda não lhe permita a conveniência de chamá-la de DEUS.

41 - Interregno

Uma nova paixão: união com o Infinito

Aqui a Grande Síntese lamenta os saciados que não buscam o crescimento do espírito e se contentam com as acanhadas visões da vida restrita nas manifestações da matéria. Alerta-nos que possuímos no interior uma sombra secreta, uma mancha oculta, que necessita ser apaziguada. Ela não se sacia com os valores externos da vida, nem com as ilusões de que nos alimentamos. Somos movidos por ela, seres insaciáveis, com imenso anseio de infinito, de união, enfim, do reencontro com a Divindade. As lutas árduas da vida, com suas dores e fadigas nos excitam essa sombra, enchendo-nos de tédio a alma e somente a paixão que a união com o Eterno pode nos proporcionar, é capaz de fazê-la desvanecer. É para esta paixão gigantesca que a Grande Síntese nos conduz, por trás de seu complexo tratado, vestido de cientificismo e razão, por vezes fria. Saibamos abrir o coração a esta Voz que encanta nosso intelecto e acende em nós uma paixão pelo Infinito, saciando-nos a sede da alma.

A evolução somente será possível para aquele que se tornar bom

É preciso não somente renovar esperanças, mas sobretudo tornarmo-nos melhores, no sentido moral, a fim de que os mistérios da Criação nos abram suas portas. A comunicação com esses grandes mistérios somente será possível para aquele que se vestir de bondade. Unicamente estes continuarão, doravante, a seguir a evolução em seu ritmo frenético, que se fechará para aquele que se negar a se sustentar nas asas do amor. Este permanecerá retido nas cadeias de dores e infelicidades das regiões inferiores da vida.

42 - Nossa Meta - A Nova Lei

Uma nova Lei – a lei da justiça

O objetivo da mensagem de “Sua Voz” é conduzir-nos com maior clareza pelos caminhos da evolução, levando-nos, de imediato, à conquista de um novo princípio de ordem moral e ética. Vivemos ainda embalados pela ética do animal, em que predomina o exercício da força e da maldade. A lei do mais forte deve dar lugar a uma norma de vida mais aprimorada, a Lei de justiça, ética mais nobre e que proporcionará maior felicidade para aqueles que a exercerem, marcando a entrada definitiva em outra norma moral ainda maior, a Lei do Amor.

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Fim da luta de interesses egoísticos

A vivência da ética da justiça terminará com o princípio de luta e da legalização da exploração do mais fraco pelo mais forte. Equilibrará o interesse egoístico que nos move, pois o pleno respeito ao direito alheio impedirá o exercício da maldade, até que o amor nos conduza, com segurança, para o Reino da Felicidade. A ética do mais forte e da astúcia já produziu todo o seu trabalho possível de evolução, em meio a semeaduras de dores, aflições e duras corrigendas, por reação da Lei. É necessário passar agora a um outro nível de vida, onde impere a colaboração, e se ponha fim à competição desleal e à dominação do mais forte. Aqueles que não puderem compreender seguirão à margem do progresso, pois somente “os mansos herdarão a Terra”.

Pelos caminhos da Ciência chegaremos ao Evangelho

Pelos áridos caminhos do materialismo, chegaremos ao Evangelho e suas diferenciadas leis. Uniremos razão e fé, duas potencialidades que nos conduzirão com mais seguranças aos altos páramos da evolução.

O Evangelho não é um absurdo

O Evangelho, com seus princípios de renúncia ao egoísmo e abandono de todas as armas de ataque e defesa, parece apregoar condutas antibiológicas e por isso foi condenado como um absurdo social e científico. Mas com seu método ele nos conduz à destituição do egoísmo separatista e nos coloca em contato com potencialidades desconhecidas da Criação que irão dilatar-nos as percepções e imbuir-nos de valores evolutivos inimagináveis. O Evangelho é lei biológica de expressão cósmica a serviço da evolução, visando a produção de um novo ser, o ser unitário com a Criação e praticante do amor universal.

Único caminho possível

As leis e as observações exteriores já nos deram todo o rendimento possível. O único caminho agora viável para nossa evolução é a vivência das leis interiores. Acumulamos informações ao infinito, sem concluirmos nada a respeito dos segredos do ser e da existência. Aprimoramos meios de destruição e recursos de comodidades, mas nossas almas estão vazias de sentimentos.

É preciso aquietar a alma ante os ruídos do mundo exterior e ouvir o próprio silêncio interior que nos convoca ardentemente para este caminho. Caminho que nos conduz à maior construção de todos os tempos: o Reino de Deus.

É preciso usar novas armas no exercício da vida

Nossas armas de ataque e defesa se tornaram arcaicas para enfrentar as novas exigências da evolução. Exercendo-as, continuaremos sendo homens velhos, guerreiros medievais, ainda que pilotando exóticas naves interestelares, e jamais adentraremos uma nova dimensão da vida: “Sereis homens novos somente quando usardes métodos novos”. Uma única arma nos será permitido usar: a entrega de todos os nossos interesses egoísticos que lesam os nossos companheiros de jornada. E somente um escudo poderemos acionar para nos proteger: “o abandono de todas as armas”.

“Quando, com espírito puro, proferimos: em nome de Deus - a Terra estremecerá porque as forças do Universo se movimentarão em nosso favor”.

43 - Os Novos Caminhos da Ciência

Rumo à síntese

Somente um caminho será possível para o conhecimento humano, aquele que unifica ciência e fé. Os grandes físicos da atualidade já pressentiram essa necessidade e nos afirmam que a ciência, inevitavelmente, terminará seus dias retornando à Teologia. A ciência se dedica, há mais de um

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século, a acumular dados sobre dados, sem jamais chegar a uma síntese. A alma, no entanto, anseia por essa síntese e exige uma resposta que a fria ciência não pode lhe dar. O único caminho possível é o do progresso moral do pesquisador, para que desenvolva em si mesmo a capacidade de visão direta dos fenômenos e o mistério se lhe abra as portas. Estas se fecham para aquele que só conhece os meios da análise fria e, destituído de uma grande paixão, não sabe mover a alma nos sentimentos moralmente elevados. O infinito somente se abre àquele que tem puro o coração e se fecha para aquele que se encerra em seu próprio egoísmo. O futuro da ciência está neste caminho, está no imponderável, onde se encontra o espírito. Para ler nas letras do infinito é preciso um novo tipo de homem, aquele que saiba pesquisar nas páginas da intuição e que seja sobretudo bom. Moral e ciência se reunirão enfim, num estreito conúbio, de forma inédita para a produção deste novo ser na Terra, antecipado pelos gênios do bem, a quem chamamos de santos. A ciência orgulhosamente irá mais uma vez negar tudo isso, mas continuará calada diante das últimas perguntas da existência, até que se disponha, com humildade, a seguir os novos caminhos que a vida lhe concita.

44 - Superações Biológicas

Para onde corremos?

O mundo está maduro para as profundas transformações preparadas pelas forças que o dirigem. Muitos pressentem estes novos tempos. “A ciência perdida no dédalo infinito de suas análises e a religião adormecida no indiferentismo” já chegaram ao esgotamento de suas funções. O mundo caminha para uma desagregação de seus velhos valores a fim de se preparar para um novo regime de vida. A alma humana, em meio a “uma ciência que apenas produziu comodidades” e uma “religião de conveniências”, encontra-se perdida. Corre, sem saber para onde, na vã tentativa de fugir de si mesma, sem ter como aplacar as crescentes angústias que lhe brotam do vazio interior. Os problemas inquietantes do destino, do ser e da dor atormentam-na, sem solução. A ciência, com seu orgulho, semeou cálculos e raciocínios frios no homem moderno, distanciando-o da revelação, que sempre o acalentou diante dos seus grandes mistérios. Mas “a lei de Deus prossegue no mesmo passo” e ciente de nossas carências, volta a nos acalantar nos grandes momentos de nossa evolução. Basta fazer-se puro de intenções, vestir-se de bondade genuína e humildade para ouvir-Lhe a voz e segui-La com confiança.

Harmonia de conceitos

Assim como as músicas harmonizam a alma para o contato com a divindade nos templos humanos, a busca do conhecimento e a harmonia dos conceitos sintonizam o espírito com as compreensões mais altas da vida, preparando-nos para um amplexo com o Infinito.

Uma nova criação biológica

A vida, através de suas infindas elaborações evolutivas, construindo múltiplas formas e permitindo as mais variadas experiências, nada mais fazia do que preparar-se, no decurso dos milênios, para a sua construção biológica máxima no reino animal: o super-homem do Evangelho. Com a maturação da consciência humana, surgirá assim na Terra a maior construção biológica de todos os tempos passados. Este novo ser, finalmente vitorioso na Terra, reunirá em si o gênio e o santo e estabelecerá aqui o “tão esperado Reino de Deus”.

45 - A Gênese

A gênese do espírito começa na matéria

O Gênesis mosaico, com sua linguagem simples e poética, já nos indicava o roteiro da Criação do Universo, informando-no que ele vai da matéria ao espírito. No início, diz ela, Deus cria a Terra, a matéria, depois a luz, energia e, posteriormente, o ser consciente, o espírito. Primeiro as plantas, depois os répteis, as aves, os animais (mamíferos) e finalmente o homem, seguindo a escala evolutiva tal qual a entendemos hoje.

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A luz foi criada antes das estrelas

Muitos questionaram o fato da luz ter sido criada antes do sol, que apenas é colocado no céu no quarto dia. Lembramos, no entanto, que segundo as modernas teorias do Big-Bang, assim que as primeiras partículas atômicas se formaram, os fótons foram liberados do caldo cósmico primordial, irrompendo no espaço recém-criado, os primeiros raios de luz, muito antes da existência das estrelas. A luz nasce logo depois dos primeiros instantes do Big-Bang, e os corpos celestes somente milhares de anos depois.

anima o Universo de movimentos

Após a formação da matéria pela ação das forças nucleares, entram em ação as energias que atuam no macrocosmo, a gravitacional e a eletromagnética, inundando o cosmos de impulsos que o fazem palpitar de movimentos. As energias iniciam suas escaladas de desenvolvimento, diferenciando-se nos diversos tipos que hoje conhecemos. Energias que arrebatam a matéria permeando-a de múltiplos impulsos e a orientam no processo evolutivo até a formas mais elaboradas da vida.

A lei Deus é ação interior

Pela ação da lei de Deus, que atua na intimidade da substância e não em seu exterior, as energias são paulatinamente disciplinadas e organizadas, elevadas assim às culminâncias da vida, a fim de

produzir o seu mais nobre fruto, a consciência (, espírito).

As energias são a base da vida

Isso faz da vida um fenômeno essencialmente energético. Desta forma, as mesmas forças que formaram a matéria são a base para a formação do ser consciente.

As energias têm consciência linear

Uma energia é uma consciência dimensionada linearmente, uma reta que conhece somente sua trajetória e seu objetivo. Esta propriedade torna a energia própria para a ação automática, fato que, no ser superior, é aproveitado para poupar-lhe esforços, permitindo-lhe dirigir livremente todo o seu

empenho no esforço mais nobre que lhe compete: a construção da consciência. Desta forma

permite a evolução de .

46 - Estudo da Fase : Energia

A energia que renasce da matéria

Se a matéria nasce da energia condensada, esta, com facilidade, pode ressurgir da intimidade da mesma pela sua simples desagregação. A transformação de matéria em energia é realidade incontestável e já fato comprovado pela nossa ciência. A explosão nuclear nada mais é do que a fuga violenta e desordenada da energia contida nos núcleos atômicos. No sol, assistimos à emissão constante de energia oriunda da fusão nuclear, portanto, uma força que nasce da intimidade atômica.

A natureza cinética da matéria

Ao compreendermos a formação da matéria pela energia, facilmente compreenderemos a sua transformação em energia novamente. Matéria é feita de velocidade, o que lhe confere a ilusão de compacidade. É pura energia e o edifício atômico é uma construção de forças sem qualquer substrato material propriamente tido. A velocidade forma massa e coesão, sendo nada mais do que um vórtice imaterial de movimentos. A única diferença que encontramos entre a matéria e a energia é a direção deste movimento, que é fechado naquela e aberto nesta. “No princípio havia o movimento, e o movimento concentrou-se na matéria; da matéria nasceu a energia e da energia emergirá o espírito (...) A substância da evolução é a extrinsecação de um movimento, que se concentra por involução e se expande por evolução”.

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O movimento circular fechado forma a matéria. E o movimento ondulatório aberto forma a energia. Dessa forma o denominador comum entre ambos os eventos é o movimento. O movimento fechado forma uma esfera de manifestação que é o átomo. A transmissão da onda em esfera é nada menos do que a dilatação desta formação, uma expansão irradiante da eletrosfera atômica além de seus limites. Por isso a lei do quadrado da distância, que coordena a emissão energética, é mesma lei da relação entre o raio e a superfície da esfera, demonstrando a mesma natureza dos dois fenômenos.

Mesmo a união de diferentes átomos para a formação dos blocos de matéria, se baseia em sua natureza cinética, onde combinações de trajetórias e movimentos entretecem uma verdadeira simbiose energética, sustentando todo o edifício atômico.

A natureza cinética do átomo o faz germe de todas as energias irradiantes

Como o movimento que forma e contém a matéria não é fechado, mas espiralóide e aberto (tragetória típica dos movimentos fenomênicos), a substância que a compõe se desagregará, formando não somente outros cernes de matéria (estequiogeneses), como também as energias irradiantes. Por isso o átomo é o germe natural das energias irradiantes, que nele se condensaram – toda energia renasce do átomo, onde toda ela anteriormente se condensou.

As razões da radioatividade

É ainda pelo mesmo motivo, que se compreende as razões da radioatividade. O progressivo aumento da velocidade das partículas, acomodando-se cada mais em um espaço cada vez menor, desestrutura o edifício atômico, promovendo a fuga das energias desestabilizadas, em busca de novos equilíbrios.

47 - A Degradação da Energia

O transformismo de

Assim como a matéria, que se desenvolve até os elementos pesados para então se desagregar e morrer através da radioatividade, a energia também progride até a sua máxima complexidade para, da mesma forma, desgastar-se e sucumbir. Morte, destarte, que não é aniquilação, mas apenas mudança de valores e de nível de manifestação, passando a formas mais evoluídas de apresentação da substância.

Princípio de conservação da energia

Todo sistema tende ao repouso, à difusão, à igualdade, propiciados pela degradação da energia. A termodinâmica estudou este fenômeno com o nome de entropia, definido como o aumento da quantidade de desordem e a diminuição da capacidade de trabalho de qualquer força em operação, o que confere irreversibilidade a todo sistema energético. Irreversibilidade que demonstra que vivemos

a fase de expansão e ascensão da substância (ciclo do respiro da substância). O período de predomínio involutivo já se esgotou, embora seu impulso ainda se reverbere, alternando-se com a fase ascensional, na intimidade do respiro da substância. No entanto, a aparente morte e estabilização da energia na desagregação, não é o seu fim definitivo. Assim como a matéria se

decompõe e morre para dar lugar a , a degradação de dá lugar às manifestações ostensivas de , a consciência, o espírito.

Não existe irreversibilidade absoluta

Todo caminho percorrido pela substância, em qualquer de suas manifestações, deve ser compensado por uma trajetória oposta, de compensação. Assim, nenhum fenômeno é absolutamente irreversível na Criação (até mesmo o tempo, tem o seu movimento complementar e oposto, poderíamos conjecturar). Se a energia se move no sentido de compactar-se em forma de matéria, deve embalar-se no movimento oposto e compensador, a desagregação da mesma. Por isso

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podemos definir na energia a participação de dois movimentos distintos, complementares e inversos, a condensação e a desagregação.

Centralização e descentralização cinética

Podemos assim definir, como vimos nos capítulo 38, a expansão e a contração dinâmica de , como dois movimentos opostos e complementares, que se equilibram na Criação. O movimento ondulatório é uma expansão que lembra de sua concentração dinâmica fechada e que por isso, ao se abrir, o repete alternadamente, como uma mola que, se distendida, guarda o seu original impulso de

contração do qual sempre se recordará. Podemos, desse modo, encontrar em ambas as fases, e essa seria uma interessante forma de se classificar as energias, que poderiam ser agrupadas em energia de concentração e em energias de dispersão. As primeiras são centrípetas e concentram o seu potencial, que do infinito se dirigem a um ponto de convergência. A força gravitacional, a força nuclear forte e a fraca, a força magnética, seriam exemplos dessas energias concentrativas. Som, calor, luz e todas as energias eletromagnéticas são os exemplos típicos das energias centrífugas, de irradiação, que partindo de um ponto se dirigem ao infinito. Examinando o respiro do Universo, na fig

1 de A Grande Síntese, podemos identificar as duas direções de , uma involutiva, que se contrai,

dirigindo-se para a matéria, , e outra evolutiva, que se expande, fugindo de e rumando-se para . O

primeiro movimento é descentralizador, tomando-se como referência e, centralizador, se referirmo-

nos a . O segundo movimento, exatamente o oposto, ou seja, é centralizador tomando-se como

referência e descentralizador, se o ponto de referência for . Como a referência maior de A Grande

Síntese é , o espírito, para onde vamos, esta quase sempre se refere ao movimento

descentralizador como aquele que vai para , que ela chama de descentralização cinética, e

centralizador, aquele que vai para , a concentração cinética. Portanto a evolução é uma descentralização cinética e a involução, uma centralização cinética.

48 - Série evolutiva das espécies dinâmicas

Componentes da energia

Podemos definir a energia, como uma capacidade de realizar trabalho, uma força passível de transformar-se, transmitir-se e atuar à distância de sua origem. Segundo a ciência, toda energia se manifesta em forma de uma onda, com picos de ascensão e descida, que se alternam numa progressão de tempo, mostrando-nos a existência de duas fases opostas, uma positiva e outra negativa, o que faz da onda um fenômeno oscilante em torno de um eixo. A alternância destas duas fases, numa unidade de tempo mede a freqüência da progressão energética. O ponto máximo em que estas fases se afastam de seu eixo determina a altura ou amplitude da onda e a distância entre dois pontos de igual magnitude, englobando o conjunto de duas fases completas, é o comprimento da onda. Além desses elementos podemos ainda considerar na energia a existência de um eixo, que determina a direção de sua progressão e a orienta para um determinado alvo e, finalmente, o seu campo, a área na qual a energia se irradia e exerce a sua ação.

A freqüência e o comprimento de uma onda determinam as suas características, assim como o número de prótons estabelece toda a diferença no comportamento dos elementos químicos. E, aplicando os conceitos desenvolvidos pela Grande Síntese, podemos conjeturar que as duas fases que compõem a onda são reverberações de seus dois impulsos intrínsecos, a centralização e descentralização cinética, configurando os seus dois pólos, da mesma forma que, na matéria, a substância se divide nas duas camadas: positiva e negativa. Quando a onda executa a sua fase de descida, ela está realizando o primeiro movimento e quando realiza o segundo, ela está se expandindo cineticamente. Se há o predomínio do primeiro movimento a onda é concentrativa, mas se predomina o segundo, a onda é expansiva. A ciência na atualidade está classificando as energias em positivas, quando seguem a mesma direção da gravidade, e negativas, se lhe são antagônicas, seguindo assim a mesma orientação proposta em A Grande Síntese.

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O transformismo evolutivo de

“A evolução dinâmica implica num processo de degradação de energia”. À medida que uma onda evolui, ela aumenta o seu comprimento e diminui a sua freqüência, tornando-se progressivamente mais retilínea, como se a onda progressivamente perdesse a lembrança de sua origem no vórtice fechado. Isso caracteriza a morte da onda, mas, no entanto, como nada se perde, essa morte não é extinção, mas apenas transformação de potência, pois, à medida que a onda se retifica, ela amadurece para se transmutar em outras potencialidades da substância, como veremos a seguir. O que se perde em quantidade se adquire em qualidade, de forma que a potência total se mantém.

A família das energias

A protoforça básica da família das energias é a gravitação, que possui o menor comprimento de onda e a mais alta freqüência de toda a série, como vimos no cap. 38. Seguem-se-lhe as energias da radioatividade, irradiadas do núcleo atômico, fruto da decomposição das forças nucleares. Depois, as energias das radiações químicas, aquelas que se desprendem das camadas eletrônicas dos átomos quando aquecidos ou energizados por outra fonte de excitação e que são estudadas pela espectroscopia. Depois avançamos pelo espectro da luz visível, continuando pelas ondas caloríficas, as ondas hertzianas, as ondas de som para chegarmos, finalmente, às ondas vitais.

Nota - eletricidade e vida – questão de palavras

A Grande Síntese propõe a eletricidade como a onda de menor freqüência e maior comprimento, a mais amadurecida e que se transforma em energia da vida. Embora compreendamos perfeitamente o que “Sua Voz” tem a nos transmitir, acreditamos que hoje essa energia seria melhor caracterizada se fosse uma união do magnetismo com a eletricidade. A física compreendeu que estas duas energias estão intimamente relacionadas e por isso as uniu no eletromagnetismo. Todos os fenômenos vitais guardam íntima relação com o magnetismo e a eletricidade ao mesmo tempo. Os impulsos neuroniais, que se responsabilizam pela coordenação de todos os estímulos orgânicos do ser vivo, são verdadeiras correntes de natureza elétrica. O pensamento parece ser uma onda de natureza eletromagnética de grande alcance. A aura nos suscita ser um campo de natureza magnética. E os sentimentos nos parecem constituir verdadeiras imantações magnéticas. Os vitalistas, ao caracterizarem a energia vital, compreenderam-na como um especial magnetismo de origem animal. Dessa forma, os fenômenos vitais parecem ser um misto de eletricidade e magnetismo, mostrando-nos que a energia da vida, de fato, guarda íntimo parentesco com o eletromagnetismo. Poderíamos inferir que Ubaldi se referira a uma onda de natureza elétrica e magnética ao mesmo tempo, ao caracterizar a onda vital, chamando-a de eletricidade, por falta de uma denominação mais abrangente. Atesta esse pressuposto, o fato de que energia da vida, chamada “elétrica” pela Grande Síntese, é aquela que se segue ao amadurecimento evolutivo das ondas eletromagnéticas, agrupadas sob a denominação de “ondas dinâmicas”. Portanto a “onda de natureza elétrica” da vida não pode deixar também de ter propriedades magnéticas e, neste caso, melhor seria se a denominássemos de eletromagnetismo vital.

49 - Da Matéria à Vida

Monumento à vida

Neste surpreendente capítulo, encontramos o resumo de toda a dissertação da primeira metade do livro. Aqui “Sua Voz” lança um olhar por todo o caminho já percorrido, mostrando-nos, num relance, a trajetória da substância, dos primórdios de sua manifestação na matéria, até o surgimento do espírito. Eis alguns conceitos substanciais que dele podemos coletar:

A natureza cinética da substância

O movimento é o elo de união entre todas as manifestações da substância, o que leva a Grande Síntese a considerar a natureza cinética como a sua propriedade máxima, indutora do transformismo evolutivo.

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A natureza cinética confere à substância a capacidade de condensar e expandir-se, de mover e transformar-se, transmitir e fecundar-se, sem jamais morrer. Dá-lhe uma trajetória e lhe impõe um objetivo a cumprir. Estabelece, enfim, as características básicas e fundamentais, que irão acompanhar a substância, da matéria ao espírito.

Estas características estão coaguladas na matéria e paulatinamente se desenvolvem, expressando-se com magnitude cada vez mais poderosa, transformando-se em manifestações de movimento, liberdade, autonomia, vontade de ser e de existir cada vez mais expressivas até atingir a complexidade da consciência.

A natureza cinética faz do átomo um intricado sistema de movimentos, de imissões e emissões energéticas e o leva a interagir com outros átomos, satisfazendo seu constante desejo de movimento. Na fase energia, é o movimento a propriedade que a faz ávida de expansão ou contração, sem jamais conhecer o repouso. E na consciência, é ainda a mesma natureza cinética da substância, que constrói o pensamento e a emoção, as sensações e as percepções, nada mais do que correntes de energias sutis, em movimentos de associações e coordenações dinâmicas, vertendo em inestancáveis fluxos do espírito.

Princípio de individuação

Em cada etapa em que a substância descansa de seu frenético transformismo, ela sofre o processo de diferenciação, formando unidades coletivas, em um nítido regime de trocas com todas as outras formas evolutivas, para que todas possam, na permuta de experiências, apressar o passo na conquista da evolução. Diferenciação e associação caracterizam assim a marcha da substância. Cada substância se destaca da massa evolutiva, configurando o seu eu individual com características próprias. Assim, em obediência a este princípio, a matéria se diferencia nos diversos “eus” elementares. A energia se modaliza em suas distintas manifestações e, uma vez conquistada a consciência, a substância se enriquece com toda sua gama ilimitada de tipos biológicos, colorindo a vida com as suas multivariadas formas.

Fraternidade universal

As formas químicas, energéticas e biológicas são todas tipos provisórios de uma mesma substância em evolução e, por isso, são todas irmãs. A irmandade universal de estende além de nossa acanhada compreensão. Todas conhecem e trabalham por um mesmo objetivo a atingir: Deus. Toda a Criação, palpita desta mesma febre de ascensão e deve conviver, em seus diversos níveis, trocando seus valores, a fim de se abraçarem e haurirem mútuas vantagens na permuta de suas conquistas. Troca que nos seus primórdios é roubo e ataque, luta feroz de vantagens e danos, para depois se converter em ato de doação e simbiose de amor.

Centralização e descentralização cinética

Aqui a Grande Síntese retorna a consideração dos dois movimentos básicos em que se divide a cinética da substância. Como já vimos, o primeiro condensa a substância em torno de si mesma, gerando o afunilamento do vórtice cinético, o segundo a faz irradiar e expandir-se. O primeiro é involutivo e o segundo evolutivo. Ambos são filhos do grande respiro do Universo e a todo momento repercutem no ser, embalando-o na grande dança cósmica (a dança de Shiva).

Cinética da matéria

Na matéria, o movimento de centralização cinética (mcc) funde partículas atômicas (energia nuclear forte e fraca) formando o núcleo. Prende os elétrons em torno do núcleo (forca magnética) e mantém o redemoinho atômico coeso e estável. Gera a força gravitacional para a união definitiva da matéria em torno dela mesma e, nos espaços siderais, forma as nebulosas e os núcleos galácticos, concentrações dinâmicas de energias cósmicas, onde se dá a gênese da matéria estelar. Sempre concentrando substância em torno de si, do mcc nascerão ainda todos os corpos celestes conhecidos, novos centros de poderosas convergências gravitacionais. Preponderando na matéria, o mcc faz desta uma coesão de expansão nula.

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Cinética da energia

Na energia, o mcc origina as forças concentrativas, aquelas que convergem para o seu próprio centro de origem, como a gravidade, as forças da fusão nuclear, a força de atração magnética. O mdc (movimento de descentralização cinética) forma as energias de intenções opostas, as irradiativas, a energia da desagregação nuclear (radioatividade), as energias eletromagnéticas, caloríficas e sonoras. A energia vital (EV) nasce desse novo impulso de mcc, levando a substância a se concentrar em novas formações de matéria, agora amadurecida em compostos orgânicos, permitindo-lhe despertar o eu que passa a se sentir vivo, elaborando a consciência de si mesmo.

Ambos os movimentos, sem jamais cessarem seus impulsos, participarão, em constante alternância, com o predomínio ora de um, ora do outro. Nos momentos em que o mcc esgota momentaneamente seu impulso, predomina o mdc, levando a desagregação de todo o trabalho do mcc. Do núcleo atômico, comandará a irradiação de partículas, anteriormente estáveis (radioatividade, primeira inversão da cinética da substância). Das camadas eletrônicas o mdc ordenará a fuga de fótons (raios

x e ondas eletromagnéticas), promovendo assim o ressurgimento de , que fecundará todo o Universo de raios que partem ansiosos em busca do infinito. Nasce o movimento dativo, aquele que fará a substância buscar novas uniões, novas e produtivas interações para a troca de valores e o enriquecimento próprio de cada uma de suas manifestações. Da energia que se irradia, o mdc, buscando novo equilíbrio, irá paulatinamente se degradar, morrendo, para ressurgir como a energia da vida (EV). O exagerado predomínio de um destes movimentos causa profundos desequilíbrios na dinâmica da substância, como aquele que ocorre no colapso gravitacional de uma estrela, que a leva à implosão ou a fuga súbita das energias desmesuradamente contidas.

Cinética do ser vivo

No ser vivo, o mcc leva à formação de um corpo de matéria orgânica, que cresce e se expande para o exterior acumulando os valores próprios da vida física. Embalado pela expansão ele domina e conquista territórios. Mas o movimento oposto, o mdc, continua atuante, contrariando o seu desejo que é de crescer sempre, trazendo para a sua veste orgânica, a desagregação e a morte. Com o primeiro movimento ainda, o eu desenvolve o egoísmo e, com o segundo, ele deve aprender a doar em favor da vida. Egoísmo e altruísmo são, assim, as súmulas desses dois movimentos cinéticos da substância, em seus impulsos de centralização e descentralização, no plano da consciência. E por isso ainda, o ser alterna fracassos e vitórias no palco da vida, que se vive e se morre, para tornar a viver e morrer, rumo a suprema realização biológica do Reino de Deus.

A realização biológica do Reino de Deus

Eis o objetivo comum de todo ser em evolução. Todas as formas da substância são irmãs e vivem com o mesmo objetivo: atingir a superconsciência. A luta biológica pela superação evolutiva não é patrimônio somente da vida, mas é também a razão da existência da matéria e da energia, irmanadas neste objetivo comum.

50 - Nas Fontes da Vida

Síntese máxima da evolução

Eis que a substância chega à sua síntese evolutiva máxima: a vida. Monumental construção da evolução que, partindo da matéria, chega a esta dimensão, permitindo à substância despertar-se, tomando consciência de si mesmo e da Criação. Caminhará doravante a passos largos, experimentando infinitas gamas de possibilidades, construindo miríades de formas, morrendo e renascendo, para crescer sempre rumo ao fim supremo da vida, que é Deus.

“A matéria existira, movimentara-se a energia, mas somente a vida saberia chorar ou alegrar-se, odiar ou amar, escolher e compreender; compreender o Universo e a Lei e pronunciar o nome de seu Pai: Deus”.

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O princípio cria a forma e a conduz

O princípio espiritual criará novas formas para a sua manifestação. Formas entretecidas agora de matéria orgânica, rica e maleável, permitindo-lhe expressar-se com magnitude nunca experimentada. O princípio se conduzirá por formas cada vez mais aperfeiçoadas, a fim de permitir o exercício e o desenvolvimento de todas as suas possibilidades.

Gratidão ao Pai

“O espírito de Deus movia-se sobre as águas” – o sopro da vida se manifesta nos seios tépidos dos oceanos primitivos. Movidos por nova modalidade de energia, a cinética da vida, os seres microscópicos unicelulares iniciam a grande aventura da evolução biológica. Ao dirigirmos nossa atenção para estas priscas eras, não podemos impedir que nos invada um profundo sentimento de gratidão e admiração pelo nosso Pai, que nos embala nesta grande escalada. Vale a pena ler com cuidado e meditar na oração proferida com profunda emoção nas páginas deste capítulo: “Adoro-te recôndito Eu do Universo, alma do Todo (...) E ouvireis uma voz de conforto, que vos chegará do infinito”.

51 - Conceito Substancial dos Fenômenos Biológicos

Vida: coordenação e organização superior de forças

Nosso Universo caminha de um estado de caos para a ordem, pois a evolução, que o dirige, é lei organizadora e ferramenta de aperfeiçoamento do ser e da Criação. Somente um grande esforço organizacional poderia conduzir a substância, em meio ao caos primordial, para uma perfeita orientação e subjugação de suas forças, permitindo o aparecimento da vida. Com a vida, o ser obedecerá a uma nova ordem de comandos e caminhará cada vez mais rápido, rumo a equilíbrios cada vez mais superiores.

A grande sinfonia da vida

Como a energia degradada se transforma em impulso vital? Esta interrogação, formulada pela Grande Síntese, irá ser respondida nos próximos capítulos. Desde os primórdios na matéria, a substância estava embalada por movimentos e ritmos ordenadores, oriundos de sua própria natureza, imbuída das leis e princípios que regem toda a Criação. Estes movimentos e ritmos paulatinamente amadurecem, adestrando-se na organização de seus impulsos íntimos e naturais. Na matéria, ensaiaram o princípio estático das formas, na energia, o princípio dinâmico das trajetórias e da transmissão e, na vida, o princípio psíquico, que produz consciência e todos os seus atributos.

Podemos compreender o transformismo dos impulsos dinâmicos em vida, imaginando o ser como um músico, aprendiz da arte da composição. À medida que ele domina o instrumento musical que o serve, adestra-se a ponto de conseguir compor com ele ritmos cada vez mais harmônicos até chegar a ponto de poder dar vazão às manifestações de seu próprio eu através dele. Assim é que o eu inserido na própria substância passa dominar a matéria, o seu instrumento de manifestação, entretecendo com ela um organismo maleável e obediente aos seus propósitos. Eis a grande sinfonia da vida, com todos os seus portentosos e variados movimentos, executados sob o comando do Grande Maestro da Criação: Deus.

A vida é uma junção de espírito, energia e matéria.

A vida é assim um fenômeno físico-dinâmo-psíquico, pois reunindo em si , e , conjuga matéria, energia e consciência em diferenciadas proporções, mas com predomínio sempre crescente desta última.

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Energia: motor genético da forma

A vida não é oriunda de uma síntese protéica aleatória que, casualmente deu certo, mas um fenômeno dirigido pelo impulso ritmado da energia convertida em impulso vital. Em qualquer nível em que se manifeste, é fruto de um psiquismo orientado na construção de formas. E, desta maneira, a forma é sempre conseqüência do psiquismo que a conduz. É uma veste que o princípio vital se serve para evoluir e a muda constantemente, conforme suas necessidades. Dominada e orientada pelo psiquismo amadurecido, a energia que dele emana é o motor genético e mantenedor das formas que o servem.

A biologia substancial

Dessa maneira a verdadeira biologia, não é aquela que estudas as formas passageiras, mas a biologia da essência que conduz essa forma, que a Grande Síntese chama de biologia substancial. Essa é a verdadeira biologia, a do princípio que a anima o organismo e jamais morre. Se é esse princípio que orienta de maneira inteligente a evolução, segundo propósitos sagrados, sem jamais deixá-la ao acaso, então é para ele que se devem voltar as pesquisas da verdadeira biologia.

A vida se concatena com todos os fenômenos do Universo

A evolução se abre para o despertar do psiquismo e este se manifesta como vida, sendo a causa desta. O fenômeno vida não fica assim isolado, mas se concatena com todos os fenômenos da matéria e da energia. “Deus soprou na face do homem o sopro da vida e o homem foi feito alma vivente” – a matéria se juntou à energia amadurecida e se converteu em consciência. Quem evolui assim, das amebas ao homem, não é a forma, mas o princípio espiritual que a conduz. Por isso a evolução não é uma sucessão aleatória de órgãos que nascem apenas para o exercício da seleção natural, mas uma condução inteligente que desempenha a tarefa de edificação da consciência. Portanto biologia é processo construtor do eu.

52 - Desenvolvimento do Princípio cinético da Substância

Vida: maturação cinética da substância

O impulso da vida age na intimidade da matéria onde é inerente. A substância da evolução é a expansão de um princípio cinético que se dilata continuamente do centro à periferia – “a extrinsecação de um movimento” – movimento que assume formas diferentes na caminhada evolutiva. Movimento que se faz numa circunvolução ascensional, proveniente da própria natureza da substância, oriundo de sua poderosa vontade de realização e é a essência da evolução.

A vida então é filha da energia. Esta, amadurecida, se volta para trás, para tomar a matéria e amadurecê-la também, para que a substância se funda em sua trindade, permitindo a sua mais profunda maturação. Investe contra o edifício atômico, elevando-o à condição de matéria orgânica. Desta forma a vida nada mais é do que a expansão cinética de um impulso central que sempre existiu. É uma retomada de todos os movimentos precedentes, reconstrução de equilíbrios já conquistados e não um exótico, raro e casual fenômeno do Universo – daí a Grande Síntese denominá-la de “maturação cinética da substância”.

53 - Gênese dos Movimentos Vorticosos

A onda vital: uma nova orientação para a cinética da substância

Ao escapar do edifício atômico, , a energia, por amadurecimento íntimo, expande-se, diminuindo a sua freqüência e aumentando o seu comprimento de onda, tendendo à retificação e à degradação. Torna-se uma pulsão amortecida, mas de alta capacidade de penetração, formando assim a onda da vida, que se irradia pelos espaços infinitos, um fenômeno universal e único, como uma luz que alumia as trevas da inconsciência em que até então existia a substância. Propaga-se como uma onda, com todas as características desta: freqüência própria, irradiação esférica e tendência ao infinito. Como

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todo fenômeno, segue a trajetória típica dos movimentos fenomênicos (TTMF) e por isso tem a conformação espiralada. Universal e idêntica, faz de todas as formas de vida, irmãs uma das outras, por mais díspares que pareçam ser. Embora sempre semelhante, assume manifestações diversas, de acordo com a roupagem com que se veste. A vida de fato veio do espaço, como uma onda irradiada dos incomensuráveis rincões do Universo – o sopro divino.

Onde se une a , nasce

Em busca de nova ordem, mais profunda e amadurecida, a energia degradada, após irradiar-se pelos espaços, volta-se novamente para si mesma, formando novo movimento de concentração cinética (mcc), novo impulso centralizador (alternância do mdc e mcc) gerando o vórtice vital. A Grande Síntese nos fala então da onda vital como sendo a imissão da energia (lembramos que imissão, do verbo imitir, significa “fazer entrar; pôr para dentro, meter, investir em”, o oposto de emitir - Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). O vórtice vital então é a imissão dinâmica formadora do eu. Esta imissão incide contra o edifício atômico, com o qual se veste, unindo-se-lhe em um indissolúvel abraço, embora constitua com ele dois pólos de uma mesma unidade.

Consciência e superconsciência: nova coordenação de movimentos

Este novo movimento implica nova direção, nova coordenação de movimentos que levará ao nascimento de nova propriedade da substância: a consciência. Depois de animar a consciência, participar de todos os seus inusitados movimentos em forma de idéias, conceitos e sentimentos, se transformará ainda na mais poderosa forma em que se manifesta a substância em nosso nível: a

superconsciência. Até que, a substância, elevada à manifestação de sua pureza original, absorverá por completo e toda a sua potencialidade se converterá em essência divina – a dimensão volumétrica máxima de nosso sistema. “Então a substância se desmaterializará de sua forma atômica e o ser sobreviverá além do fim de vosso universo físico e de suas dimensões”.

54 - A Teoria Cinética da Gênese da Vida e os pesos atômicos

A eleição do material pela onda vital

A energia que deu origem à vida encontrou maior facilidade de penetração nos átomos mais leves, de menor peso atômico. Justamente aqueles que existiam em suspensão na atmosfera primitiva de nosso orbe. Estes sofreram a investida da onda vital, irradiada do cosmos. Por isso a vida rejeita os elementos mais pesados, de mais difícil penetração, como os metais pesados, os radioativos, que nem são tolerados na intimidade do organismo. (Composição do corpo humano: oxigênio 65%, carbono 18%, hidrogênio 10%, nitrogênio 3%, cálcio 1,4%, fósforo 1%, sódio 0,35%, enxofre 0,25% e outros elementos 1% - cloro, potássio, ferro, magnésio, etc). Como regra geral, podemos considerar que quanto maior o peso atômico do elemento, menos ele é tolerado pela vida.

Como a onda vital é concentrativa (mcc), encontra os elementos radioativos na fase de descentralização (mdc), exatamente contrários ao seu impulso e, ainda por essa razão, são rejeitados.

55 - Teoria dos Movimentos Vorticosos

Teoria cinética da vida

Como vimos a energia degradada, amadurecida, após esgotar o seu movimento expansivo (emissão dinâmica - mdc), retorna em novo impulso centrípeto (imissão dinâmica - mcc). Portanto a energia amadurecida, se volta sobre si mesma, gerando uma formação em redemoinho, que a Grande Síntese denomina de vórtice. Esse vórtice, essencialmente dinâmico e cheio de movimento, irá arrebanhar a matéria para uma manifestação diferenciada, repleta de novo dinamismo, a que chamamos vida. Como o fato marcante deste fenômeno é o movimento em si, caracterizado por trajetória, objetividade e vontade, a Grande Síntese compreende a vida como uma cinética orientada,

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postulando a teoria cinética da vida (lembrando que o termo cinético é definido como a ação de mover-se, a energia do movimento).

A forma é conseqüência da evolução do princípio

Esse movimento vorticoso irá carrear a matéria, tecendo com ela formas variadas, múltiplas e provisórias, a fim de permitir o seu desenvolvimento. Elevará a matéria bruta a delicadas construções orgânicas que possibilitarão o desenvolvimento de seu psiquismo latente, desabrochando nas emanações mais puras do pensamento, daí a Grande Síntese nos afirmar que “a química deve transformar-se até atingir a abstração filosófica”.

Analogias entre o vórtice e a vida

As características do vórtice são tais que guardam íntima analogia com os fenômenos vitais. A Grande Síntese relaciona alguns destes interessantes aspectos que depois se tornarão características marcantes do ser vivo:

Eixo - alma - eu

O vórtice gira como um turbilhão em torno de um eixo – esse é o seu cerne, seu ponto de convergência. No sistema atômico, esse eixo forma o núcleo, tal qual na célula e, no ser, a alma, o eu, ponto de convergência do egocentrismo.

Trajetória - metabolismo - destino

O vórtice arrebanha átomos, construindo um trem eletrônico, fundidos num sistema cinético único, que trafega por uma trajetória determinada pela onda degradada. Essa trajetória representará na vida, o processo de assimilação e desassimilação de substâncias constitutivas, ou seja o metabolismo. Depois formará a linha do destino de cada um, como uma trajetória que cumpre objetivos na elaboração da personalidade e do psiquismo.

Os dois pólos do vórtice – dois extremos da vida – nascimento e morte

O vórtice tem duas extremidades: uma que assimila e outra que expele, como um funil que tem a boca que recolhe e seu estreito orifício que expele. Um pólo positivo e outro negativo, o primeiro de ataque e assimilação, o outro de eliminação. É dessa forma um sistema aberto e em contínuo movimento. Trabalhando o material assimilado, transmuta-o para o seu próprio fim, através do seu metabolismo e assim converte matéria e energia em psiquismo. Eis a técnica de construção do

espírito, , que leva à paulatina formação e dilatação da consciência. Por meio dessas aberturas, o vórtice interage com o ambiente, assimilando substância, a qual transforma em consciência.

Os dois pólos do vórtice se converterão em impulso de construção e destruição – expansão e contração - que se alternaram na linha do desenvolvimento do ser, produzindo nascimento e morte.

Distinção do meio – individualidade – percepção – assimilação – automatismo

Através de seu movimento independente, ele se distingue do meio, afirmando-se como uma individualidade. Esse movimento de assimilação é base da percepção que resultará em sensibilidade. Os impulsos assimilados exercem ainda suas próprias influências no vórtice, em forma de novos impulsos, sendo este o princípio da assimilação, que mais tarde se desenvolverá em registro e automatismo.

Vórtice: construtor de corpos e de almas

“A trajetória, indo do pólo positivo ao negativo, forma a linha do metabolismo orgânico, primeiro construtor de corpos que, depois elevado a metabolismo psíquico (destino), tornar-se-á construtor de almas.”

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56 - Paralelos em Química Orgânica

O vórtice vital

O vórtice dinâmico, manifestação da concentração cinética da substância, amadurecendo, dá origem à matéria orgânica, transformando-se no fenômeno vida e sendo por isso denominado pela Grande Síntese de vórtice vital. No quimismo dinâmico da matéria orgânica, por ele embalado, o vórtice vital, no entanto, guarda a lembrança de seus movimentos anteriores, demonstrando-nos o seu íntimo parentesco com os fenômenos físicos. Ou seja, a energia que organizou o edifício da matéria bruta é a mesma que irá tecer o quimismo da vida, amadurecido pela evolução. Denominaremos esta primeira fase de vórtice físico, a fim de melhor caracterizá-lo e diferenciá-lo do vórtice vital. A Grande Síntese relaciona neste capítulo as semelhanças entre ambos.

Reações lentas, porém maleáveis

A química orgânica do vórtice vital se caracteriza por reações mais lentas porém mais maleáveis do que a inorgânica, exatamente por impor seu próprio ritmo a todos elementos que se lhe são introduzidos. Sua maior inércia impõe resistência a todo novo impulso. Além disso ele conserva por mais tempo os movimentos incorporados, sendo este o germe da hereditariedade.

Embora com aparente lentidão de assimilação e reação, o vórtice vital se caracteriza pela maior troca de materiais constitutivos do que o vórtice físico. Possui um maior dinamismo e por isso morre mais depressa. Enquanto uma vestidura de um vórtice bruto perdura por séculos ou milênios, o vital deve se renovar com muito maior rapidez, o que lhe permite uma maior velocidade evolutiva.

Renovação constante dos elementos arrebanhados

Em decorrência desse maior dinamismo, a renovação por isso é atributo essencial do ser vivo, que não pode subsistir sem essa constante troca de seus elementos constitutivos. Esse arrebanhar de matéria, para formar vestes, é exatamente o comportamento de todo vórtice vital que, como um turbilhão, carreia os elementos mais leves, constitui com eles uma roupa provisória, para os abandonar logo em seguida e partir em busca de novas e mais aperfeiçoadas vestiduras. Essas mudam e se perdem constantemente, mas o vórtice mantém sempre a sua individualidade.

Germe da individualidade

O vórtice físico é um funil que arrebanha matéria do meio e dele se isola. Eis o germe da individualização, que leva a formação de um eu que se distingue do ambiente e sobrevive a ele.

Trajetória e destino

O vórtice físico caminha por uma linha de trajetória, construída de acordo com seus impulsos iniciais, possuindo direção, vontade própria, perpetuando-se por uma nítida linha de continuidade. Eis a origem do destino, onde as ações do presente determinam os movimentos do futuro, lei de causa e efeito ou princípio do carma.

O movimento estabiliza o equilíbrio

O vórtice vital cria um sistema aberto feito de átomos instáveis que se mantém unidos somente enquanto se movimentam em trocas metabólicas. Seu estacionamento significa o desmoronamento de sua veste, ou seja a sua morte no plano da matéria. Eis a característica da vida, que é feita de um movimento permanente de trocas, onde a inércia significa falecimento. O equilíbrio do vórtice vital, no entanto, não é estático, mas móvel e sua estabilidade é dada pela sua velocidade, como uma bicicleta que somente se equilibra enquanto permanece em movimento.

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Elasticidade, adaptabilidade e automatismo

Este equilíbrio móvel se torna elasticidade, característica que assegura ao vórtice uma resistência diferente diante dos impulsos contrários, sendo o germe da adaptabilidade. Enquanto a química estática se desfaz diante de um impulso que lhe é superior, o quimismo vital pode contorná-lo e superá-lo com sua elasticidade. Eis a origem da resistência e do convívio harmônico entre forças opostas, absorvendo-lhes paulatinamente os impactos e mantendo-se vivo diante deles. Capacidade essa que se desenvolve em assimilação de impulsos, fonte do registro, do automatismo e da memória. Isso faz do vórtice vital um elemento passivo e ativo ao mesmo tempo.

Um psiquismo diretor comanda o vórtice vital

O vórtice vital, construindo sua roupagem provisória de carne, tece uma vestidura unindo átomos em um sistema aberto e comunicante, que se mantém às custas de permanente e ativo regime de troca de materiais, enquanto permanece sempre idêntico a si mesmo, mostrando que há um psiquismo mantendo a forma. A vida é produto desse psiquismo diretor e não fruto de mera casualidade, sendo a capacidade de auto-organização um de seus principais atributos.

A onda vital

O vórtice vital mantém seu comportamento ondulatório, fazendo da vida uma grande onda, com uma nítida linha oscilatória entre acréscimos e decréscimos, originando um pulso mais amplo em que o vórtice aumenta paulatinamente sua expressão, atinge um máximo e decresce até extinguir-se e morrer para prosseguir na mesma oscilação que jamais se detém. Uma linha que se movimenta entre dois pólos, um positivo e outro negativo, um de assimilação e outro de excreção. “Os átomos são assim alinhados em séries bipolares e a viagem da vida realiza-se entre dois extremos: nascimento e morte”.

57 - Movimentos Vorticosos e Caracteres Biológicos

A vida nasce de um íntimo impulso que já existia na matéria

A Grande Síntese nos diz: “pode parecer-vos que haja um abismo entre a vida e a matéria, e a vida representa, no Universo, uma subversão fundamental de leis” - e nos esclarece que ela nada mais é que o despertar de um princípio diretor e inteligente que já dormitava no âmago da matéria. Embora esse impulso, amadurecido pela evolução, retorne à matéria e se vista dela novamente, modificando-a, não é fruto de um exótico impulso vindo do exterior, pois já existia em seu próprio interior. O mesmo princípio inteligente que construía cristais aparentemente inertes, passa agora a edificar corpos vivos. Esta curiosa informação poderia suscitar em nós uma idéia materialista da origem da vida, mas devemos compreendê-la, justamente ao contrário, ou seja, uma idéia que espiritualiza a matéria, pois desde as suas mais rudimentares manifestações, ela já era a expressão de um princípio espiritual inteligente e organizador. Talvez dessa forma possamos compreender as palavras de Jesus quando nos afirmou: “em verdade vos digo que mesmo destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão” (Mateus 3:9). Não poderia ser esta uma alusão ao principio espiritual contido mesmo no cerne da matéria bruta? O Livro dos Espíritos, na questão 540, nos deixa claro que o anjo inicia sua evolução na intimidade da organização atômica: “É assim que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o anjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto!”

É vorticosa a íntima estrutura do fenômeno biológico

Entendemos o vórtice vital como uma formação espiralada, um verdadeiro redemoinho, feito de impulsos concêntricos. Entretanto, como todo fenômeno, ele tem o seu movimento compensatório feito de pulsos centrífugos, por isso a espiral vorticosa abre e fecha-se, em seu íntimo respiro, o redemoinho pulsa, dilatando e contraindo-se. E todo ser vivo, em obediência ao princípio de unidades coletivas é ainda um vórtice que coordena um conjunto de vórtices menores, interligados segundo os seus propósitos.

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A biologia é a evolução da quimismo da matéria

Os princípios que norteiam a organização da matéria são os mesmos, que amadurecidos, vão organizar a matéria viva. Por isso a Grande Síntese nos faz novo paralelo entre os princípios que dirigem ambos os fenômenos, mostrando-nos seus inexoráveis parentescos:

Distinção do meio - individualidade

O vórtice, ao formar a matéria, isola do ambiente um sistema de partículas, que se torna distinto do meio e se manifesta com características próprias, originando as propriedades físicas dos elementos. Está é a primeira manifestação da individualidade que prenuncia a formação da personalidade no ser vivo. Desta forma ele se destaca e se distingue do meio como um ser independente, com características próprias, embora feito de substâncias semelhantes.

Resistência – instinto de conservação

O vórtice resiste contra todo impulso que lhe é estranho e se equilibra no movimento constante. Estacionar lhe é a morte, o que jamais se dá. O princípio da inércia que caracteriza a matéria, se torna resistência às variações do meio e tendência a manter sua própria constância interna no ser biológico, embora mudem as condições do meio, propriedade chamada de homeostasia.

Fluxo - metabolismo

O vórtice material cria uma corrente contínua de fluxo que absorve e excreta substâncias do meio. É o prenúncio do metabolismo orgânico, que assimila matéria do meio exterior e a modifica segundo as suas próprias necessidades.

Troca – assimilação

O vórtice material se veste da roupagem atômica para se manifestar, assimilando e trocando seu material com os elementos com os quais interage. No ver vivo, irá vestir-se de matéria orgânica provisória, que logo abandona para usar novos modelos, cada vez mais aperfeiçoadas. Vive assim em um regime de trocas e assimilações que lhe permitirão sobreviver muito mais tempo do que a sua própria veste poderia resistir.

O vórtice vital é aberto – percepção e sensibilidade

O vórtice material é fechado, devido ao seu intenso impulso centralizador. Na vida, ele se abre, permitindo as trocas, tornando-se muito mais dinâmico e maleável. Essa abertura do vórtice prenuncia a percepção, germe da sensibilidade.

Interatividade – intercâmbio da vida

O vórtice, tanto material quanto vital, não é feito somente de resistência, mas de vontade de interagir com o meio. A nível material um elemento busca um outro para completar suas camadas eletrônicas incompletas (valência). Eis o prenúncio do intercâmbio e da interdependência da vida, da solidariedade e dos laços afetivos que entretecem as relações humanas.

Trajetória – destino

Como já vimos anteriormente, a trajetória do vórtice se torna vontade operosa no ser vivo, que o leva a construção de um destino – germe do idealismo.

Registro de movimentos – memória e automatismo

O vórtice tem a propriedade de registrar os movimentos empreendidos para repeti-los mais tarde, como uma mola que guarda sua conformação ao se lhe modificar a forma. Eis o germe da memória e do automatismo do ser vivo.

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Desdobramento – reprodução

O turbilhão pode desdobrar-se e dividir-se, permitindo a manifestação de outros impulsos vorticosos semelhantes. E pode também combinar-se com outros vórtices em afinidade com seus próprios impulsos. Eis o germe da cisão e da fusão, preludiando a reprodução sexual no ser vivo.

Impulsos e contra-impulsos

Todo vórtice, segundo a trajetória típica dos movimentos fenomênicos, é uma espiral que se abre e que se fecha, possuindo em si o íntimo respiro da substância. Desta forma, o vórtice físico concentra-se, formando massa (forças nucleares) para depois irradiar-se e expandir-se (força eletromagnética e radioatividade). Herdando este íntimo respiro da substância, o vórtice vital também se contrai e expande-se, alternando um impulso centralizador e um descentralizador. Por isso a vida se faz de impulsos e contra-impulsos, antagônicos e complementares. No primeiro movimento, centralizador, o ser concentra material em si mesmo, construindo-se e crescendo. No segundo movimento, ele se dispersa, destrói e perde matéria (degeneração, velhice). Movimentos esses que nada mais são do que a alternância entre a vida a morte, o ritmo natural do ser vivo e, no espírito, o antagonismo entre o egoísmo e o altruísmo.

Vida e morte

O vórtice está saturado de energias de diversas naturezas: cinética, motora, calorífica, elétrica e outras que desconhecemos. É dinâmico, investe ou contorna os obstáculos, cansa-se e extingue-se, nasce, vive e morre. Propriedades que são típicas do ser vivo, que as conservou deste os primórdios da manifestação da matéria. O motor íntimo de todo sistema não é contínuo, mas fenômeno oscilante e, graças a esta oscilação, ele sobrevive, sem jamais se extinguir definitivamente, renovando-se sempre. Se desaparece aos nossos olhos é apenas para se transformar e continuar vivo sob outra forma. É assim que nada se destrói na natureza, mas tudo se transforma, seja matéria, energia ou consciência. Por isso a morte definitiva é fenômeno antinatural, fato inexistente na concepção divina, pois jamais nenhum produto da Criação pode ser destruído, mas apenas modificado. Morte é ilusão, uma inútil ameaça ao ser, que dela toma consciência, sendo fenômeno apenas de registro externo e jamais ocorre na intimidade da substância.

A morte não é igual para todos

E à medida que o ser evolui, menor lhe é essa sensação aparente de morte, por isso a A Grande Síntese nos diz, de forma consoladora que “a sobrevivência será cada vez mais evidente e decisiva, à proporção que o princípio evoluir, consolidar-se e espiritualizar-se, deslocando para o seu interior seu centro cinético”.

A vida é fenômeno único e universal

Como já dito anteriormente, a vida é fruto de movimento de descentralização cinética do espírito ()

concentrado na matéria (). Portanto, conseqüência de um movimento poderoso, levando a A Grande Síntese a caracterizar a vida como um fenômeno de natureza cinética. Um movimento que parte do interior da substância e faz parte do contexto da Criação, sendo único e universal em toda a obra divina. Todas as formas de vida são irmãs e assemelham-se por natureza e filiação. Todas são filhas de um mesmo Pai. Os corpos são suas vestes temporárias, ferramentas da evolução, das quais se servem para atingirem um objetivo que em todos é o mesmo: Deus.

58 - A Eletricidade Globular e a Vida

O raio globular

Ubaldi nos descreve neste capítulo a interessante jornada do raio globular. Surpreendente formação vorticosa situada no limiar da vida, que efetua a passagem da energia degradada para a matéria viva. Ao estudarmos as características e o comportamento do raio globular, não podemos deixar de nos

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emocionar diante da grandeza da vida. Levados de inopino para uma atmosfera primitiva, nossa mente se deixa embalar pelas imagens encantadoras das eras ancestrais do planeta, em que o grande laboratório da Evolução se preparava para gerar o produto mais espetacular da Criação: o ser vivo. Visualizando este mágico momento, nos damos conta de nosso próprio berço e nos damos conta do espetáculo que é o milagre da vida.

Ele veio do espaço!

Segundo a Grande Síntese é ele um sistema vorticoso que reúne em si vários vórtices menores. São formados pelas energias degradadas, quase retificadas, provenientes da evolução da escalada dinâmica (dinamogênese) que invertem seus impulsos expansionistas (mdc) em novo impulso de concentração cinética (mcc) formando então o vórtice globular. Esses trafegam pelos rincões do cosmos, ávidos por encontrar material condizente e obediente aos seus propósitos. Podemos assim considerar que a vida foi irradiada na Terra, como um sopro divino, proveniente de todos os cantos do Cosmos (pambiosose).

Um microscópico organismo de forças imateriais

Imaginamos o raio globular como uma diminuta faísca luminosa, com movimentos errantes, riscando as atmosferas dos planetas. Segundo Ubaldi ele é repelido por qualquer metal e se move rente ao solo. Possui dois pólos, um positivo e outro negativo, por onde circula sua energia. Poderemos visualizá-lo como um pequeno redemoinho globoso e brilhante. Sua vida é fugaz, explodindo-se subitamente, após curta e instável trajetória. Um pequeno organismo de forças orientado por um incipiente e instável psiquismo, sua vontade de ser e de existir. Possivelmente, como alegam alguns estudiosos, poderá atingir dimensões mais significativas.

A vida nasce na atmosfera

Esse raio globular, investindo contra a atmosfera do planeta, veste-se inicialmente de hidrogênio, o elemento mais leve e maleável que encontra. Mas logo se choca com os outros elementos existentes na atmosfera primitiva de nosso orbe, o oxigênio, o nitrogênio, vapores de água e gás carbônico. Arrebatando esses elementos, funde-os, a fim de construir o seu primeiro corpo. Sintetiza desse modo a primeira molécula orgânica nitrogenada, portanto, uma amina, precursora das primeiras proteínas. Arrebanhando esses elementos, o raio globular adquire peso e cai, encontrando, por berço, o seio tépido dos mares primevos. Forma-se dessa maneira a famosa sopa protéica de Oparin, onde o raio globular, em novas investidas, arregimentará, cada vez mais, novas moléculas nitrogenada, formando longas cadeias protéicas, tecendo finalmente com elas o protoplasma celular. E logo os vórtices globulares, convertidos nos primeiros organismos unicelulares, as algas procariotas, animam de vida pela primeira vez os mares do planeta. “O corpo, feito de barro, recebeu assim a alma do céu, o sopro divino”. Nascia o fenômeno mais espetacular da Criação: a VIDA. Segundo cálculos mais recentes de nossa ciência, isso teria se passado bem cedo na existência de nosso orbe, que tem 4,5 bilhões de anos, e teria ocorrido há 3,6 bilhões de anos, tempo insuficiente para que o fenômeno fosse mera obra do acaso. Foram encontrados sinais de atividade bacteriana em rochas sedimentares, que se formaram nesta época, logo após o resfriamento da crosta planetária.

O raio globular é o precursor do corpo vital (perispírito)

A vida nasce assim na atmosfera por ação do raio globular, mas se concretiza realmente nos seios dos mares. E em breve esse raio globular evoluirá para a formação de um complexo organismo de energias, mantenedoras e formadoras de corpos, que a doutrina espírita denomina de perispírito e outros estudos de modelo de organização biológica (MOB) e campo psi.

Hoje as condições do planeta não permitem mais a materialização do raio globular. Qualquer tentativa de se formar moléculas nitrogenadas pelo raio globular será destruída pela vida já organizada, pois esta investe decididamente sobre qualquer composto orgânico que encontre. As condições atmosféricas já não são as mesmas das eras primitivas, que eram muito mais ricas de gases carbônicos, vapores d’água, eletricidade e calor.

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A experiência de Miller

Em 1953, o químico americano Stanley Miller tentou recriar no laboratório as condições primitivas de nosso planeta. Ele colocou em um recipiente água de composição semelhante à do mar, junto com uma atmosfera feita de gases metano, amônia, oxigênio, hidrogênio e gás carbônico. Lançou faíscas através desses gases para imitar os relâmpagos (a ação indispensável da eletricidade). Apenas um dia depois, ele pôde constatar a presença de aminoácidos em seu pequeno mar primitivo. Mais tarde ele observou que estes primitivos aminoácidos podiam formar proteínas de forma globosa, muito semelhante às bactérias e que se desenvolviam pela absorção de novos aminoácidos do meio. Ao atingirem determinado tamanho, formavam pequenos brotos, que depois se separavam. Sua conclusão foi a de que estas minúsculas esferas protéicas tenham sido os ancestrais das primeiras células vivas. Infelizmente esta experiência serviu, erroneamente, para suscitar o equívoco da geração casual da vida, sustentando o materialismo. Nós, no entanto, podemos concluir que Miller, surpreendentemente, apenas permitiu a manifestação, em laboratório, de efeitos semelhantes ao dos raios globulares. Encontrando no globo de Miller as mesmas condições primitivas e ideais, se repetiu a façanha realizada nos primórdios do nascimento da vida em nosso orbe. Elas podem se refazer em qualquer momento, desde que as condições assim o permitam. Sem, contudo, a presença do elemento espiritual, a matéria não poderia ter sido imantada por esta estranha vontade de se organizar, crescer e se dividir. Sem o princípio energético orientador da forma, como compreender que a própria matéria, pudesse, por si só tecer, a admirável arquitetura do DNA com toda sua complexa gama de informações? Seria o mesmo que admitir que um computador fosse capaz de originar as inteligentes informações que coloca em funcionamento somente porque as têm retidas em seus chips. Não estão ali por obra do acaso, uma vez que é o homem quem as cria com a sua inteligência.

Rendamos graças ao Senhor da Vida

Aproximemo-nos com humildade dessa zona sagrada de inquirições, admirando a extraordinária arquitetura da vida e reconhecendo nossa enorme ignorância diante de tanto poder e sabedoria. Acheguemo-nos a ela com senso de veneração e oração, como nos pede Sua Voz. E, sobretudo, rendamos graças ao nosso Pai que, com Seu Amor, conduziu-nos a esta estupenda realização, sem o qual, jamais chegaríamos ao menos existir.

59 - Teleologia dos fenômenos biológicos

Pambiose

Como vimos nos capítulos precedentes, a vida é um fenômeno de manifestação universal, uma pambiose, como a chama a Grande Síntese. Não é obra do acaso e tampouco veio de esporos ou germes trazidos por meteoros, mas é fruto de uma energia especialmente amadurecida que se irradia dos rincões do cosmos. Poderíamos chamá-la de uma bio-irradiação. “O germe do psiquismo desceu como um raio do céu”.

Função criadora da dor

A vida se firma como uma febre de ascensão. Tão frágil, mas tão poderosa a ponto de ser indestrutível. Incorpora em si mesma aparentes fracassos que são a morte e a dor, mas apenas como recursos de transformação evolutiva. Com a morte, destrói-se o velho para uma nova reconstrução. E com a dor, agita-se o espírito, semiconsciente no seio da vida, trazendo-o à consciência de si mesmo, para depois, continuar a impulsiona-lo até o seu completo amadurecimento. Em qualquer nível que se manifeste, a dor tem sempre uma função criadora, assim como a morte. Mesmo aquela que humilha e nos faz desventurados é o trabalho mais intenso realizado na Terra, pois modela a alma e faz o homem. “Não maldigas a dor, não conheces as suas longínquas raízes” e nem suas finalidades. Se a natureza permite a existência dor é por ver nela uma utilidade. Só ela nos faz progredir para encontrar o Divino no abismo de nossa alma. Mesmo a agressão entre os seres inferiores, um mal tão óbvio da seleção natural, é instrumento usado para despertar a consciência. “Na dor o ser evoluirá gigantescamente”

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Uma nova luta: superação biológica

Neste momento a evolução nos convida à nova luta. Não aquela inútil contra nossos semelhantes, mas contra nós mesmos. Luta de superação das velhas leis biológicas que regem a existência animal e ainda imperam em nós, para o estabelecimento de novos princípios biológicos, aqueles que nortearão a formação do super-homem do futuro.

Deparamo-nos, hoje, com numa grande encruzilhada da vida: transformarmo-nos segundo as leis biológicas do Evangelho ou continuar a trajetória da animalidade. Ciência e fé devem abraçar-se nesse crucial momento da evolução e por isso A Grande Síntese nos incita rumo a essa importante maturação biológica.

60 - A Lei Biológica da Renovação

A aparente fragilidade da vida

A matéria bruta é aparentemente mais resistente do que a vida, que se deixa desfazer com tão aparente fragilidade. No entanto sua resistência consiste justamente na capacidade de se refazer e se movimentar intensamente ao longo da linha da existência. Embora essa instabilidade lhe pareça a princípio uma desvantagem, é justamente isso que lhe permite a intensa elaboração de experiências e o aceleramento de seu processo evolutivo. Seu equilíbrio está no movimento constante e sua resistência na capacidade de se refazer. A morte lhe é apenas condição de refazimento e oportunidade de incorporação de melhorias necessárias ao seu progresso. Uma grande estabilidade, como a da matéria inorgânica, não lhe garantiria esse intenso metabolismo evolutivo.

Se acreditarmos que a vida é apenas matéria, então a decrepitude e a morte lhe são grande fracasso. Somos eternamente jovens e indestrutíveis, mas apenas enquanto espíritos. O desgaste contínuo da matéria nos mostra que ela está a serviço do espírito, este sim possuído de valores eternos. Por isso todos os corpos estão sujeitos à decrepitude e à morte, a fim de que o espírito cresça continuamente. A vida é apenas um meio e não um fim em si mesma e seu grande valor consiste em expor o espírito à luta, permitindo o seu auto-aprimoramento.

A insaciabilidade do desejo

Somos “feitos para caminhar”, por isso o movimento é a substância da vida e não podemos parar. Se paramos, o tédio toma conta de nosso ser. Nossa alegria está no progredir sempre. Por isso somos um composto de desejos que não podem ser saciados. “Sede insaciáveis” nos pede a Grande Síntese. Estamos condenados à corrida constante atrás de valores que logo se perdem no desinteresse para dar lugar a novos atrativos, motivando-nos à cobiça permanente. Essa insatisfação nos incita constantemente na vida e por vezes cansam nossos espíritos que desejariam estacionar na plena satisfação de todas as suas necessidades. A vida porém não é um fim, mas somente um meio. Corremos atrás de miragens, pois todas as construções na matéria são efêmeras e somente as do espírito são eternas. Se nos convencêssemos disso, certamente economizaríamos enorme esforço, deixando de lado tanto empenho em conquistas vãs, minorando-se-nos o cansaço e o tédio. Nosso esforço evolutivo encontraria melhor proveito, tornando-nos verdadeiramente felizes.

61 - Evolução das Leis da Vida

Os três aspectos da vida

Na vida encontraremos a expressão mais nítida dos três aspectos fundamentais da Criação: o conceptual, o dinâmico e o estático. No seu aspecto conceptual a vida é produto de um princípio diretor, o espírito que a orienta. No aspecto dinâmico identificamos o seu intenso transformismo evolutivo, através da energia que a dinamiza, em seu agitado metabolismo. No aspecto estático, as formas, realização última, representada pelos organismos físicos.

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A intensa movimentação das formas somente pode ser compreendida se vistas como conseqüências de um principio que evolui, modificando-as segundo as suas necessidades.

O movimento de , nesta fase, se torna metabolismo, o ritmo frenético da vida com suas intensas trocas e instabilidades. A indestrutibilidade da substância se torna instinto de conservação.

Os dois impulsos fundamentais da vida

O instinto de conservação se faz mediante dois outros instintos fundamentais: nutrição e reprodução, representados pela fome e o desejo sexual. Impulsos fundamentais do ser que, com a evolução, se transformarão em trabalho e afeto, depois em inteligência e amor, sabedoria e altruísmo.

A necessidade do progresso

Conservar-se, reproduzir, depois aprender a trabalhar e, finalmente, a amar, são na verdade as motivações para a satisfação do instinto mais poderoso da vida, o seu escopo principal que é progredir. Na conquista do progresso o ser deve caminhar continuamente, vencer sempre novos obstáculos e desafios, criar novos órgãos que se adaptem às suas necessidades, desenvolvendo paulatinamente novas aptidões. Nascem, assim, permanentemente novos instintos, novos órgãos, novas funções e novas habilidades. Para isso a vida existe e expõe seus protagonistas a todo tipo de experiências, no início como um palco de lutas e agressões, para depois se transformar em um regime aprazível de trocas. Primeiro a competição feroz e depois a colaboração produtiva. A caminhada é contínua e inestancável, a exigência permanente do progresso é estampada na insaciabilidade do desejo, trazendo necessidades que nunca podem ser completamente satisfeitas, impedindo ao ser o completo repouso.

Evolução das leis da vida

A evolução convida o ser ao aprimoramento não só de órgãos e funções mas também de comportamentos. Assim a ética das relações entre os seres vivos deve se modificar, à medida que o ser evolui. Por isso a ética de comportamentos é progressiva e paulatinamente se modifica. No baixo reino animal, a ética é princípio de força. Aquele que pode mais tem o direito de matar e devorar o mais fraco. O animal ignora qualquer traço de piedade, essa é sua ética, que gera para ele um regime de entrechoques e violências. Assaltos e defesas são as únicas preocupações neste nível, onde cada um deve sobreviver pelos seus próprios meios. Mas essa ética deve mudar, em obediência à lei do progresso e deve se transformar em princípios exatamente opostos: os da benevolência e da colaboração. Eis os aspectos de uma lei que é muito mais do que simplesmente de atuação moral, pois é essencialmente biológica.

Evangelho: maior revolução biológica do planeta

Por isso, o Evangelho considerado como um conjunto de ética evoluída é uma imposição biológica da evolução. Este transformará as leis biológicas, exigindo do ser uma renovação de comportamentos. O homem deve deixar de agir como um animal, para atuar de forma totalmente oposta, imbuído da benevolência e da colaboração, atitudes impossíveis no reino animal. Eis a antecipação evolutiva que o Cristo trouxe ao planeta e que extrapola a esfera moral e religiosa, sendo uma transformação de alcance biológico e cósmico. O homem olha para trás e se horroriza de seu passado. Ele oscila entre dois mundos, o do animal e o do homem evangélico. O egoísmo deve se transformar em altruísmo, a agressão em bondade, a competição em colaboração. Indeciso, o ser hesita entre o abandono das armas, proposto pelo Cristo e a continuidade do regime de agressividade e seus antigos interesses egoísticos. Mas “somente os mansos e pacíficos herdarão a Terra”, sendo inútil a recalcitrar contra tal determinismo evolutivo. Compete ao homem mudar-se, realizando a transformação biológica que a Lei lhe pede, transmutando-se em novo ser, o ser angélico, fim próximo da evolução, do qual não poderá evadir-se (o prof. Valdo Vieira, um estudioso do espírito, já denominou essa nova subespécie de homo sapiens serenissimus).

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62 - As Origens do Psiquismo

Vida =

A vida é poderosa ferramenta da evolução para a construção do espírito. Nela, a evolução passa então a se sustentar em base a três forças: fome, amor e insaciabilidade do desejo. Estes impulsos irão transformar a natureza do ser, propiciando a construção do psiquismo, que é o objetivo único da aventura do viver. Por isso evolução biológica é igual a evolução psíquica. As formas são apenas manifestações momentâneas desse psiquismo em evolução, o diretor da vida. “Zoologia e botânica são ciências de vida, não um catálogo de cadáveres”. Psiquismo que tem sua origem na intimidade da matéria, onde já existia como essência diretora. Ele movia o vórtice físico, que então se transmuta em vórtice vital, animado por mais intenso movimento (metabolismo). Todas as suas propriedades, como vimos, são germes das características biológicas que caracterizam o vórtice vital.

63 - Conceito de Criação

A Criação é impulso interior

A Criação não é exterior, mas fruto de um impulso íntimo que está contido em tudo que existe. Uma Criação exterior somente é possível no nosso mundo relativo, onde o homem pode criar fora de si, mas, na Criação divina, não há lugar nem limites além do Criador. Portanto, Deus só pode criar em sua própria substância e por isso a Criação é “uma atividade contínua operando no âmago das coisas”.

A Criação no Absoluto e no Relativo

A Criação existe em dois momentos diferentes: no Absoluto e no Relativo. A Criação no Absoluto extrapola a finalidade deste estudo (nas demais obras de Pietro Ubaldi, principalmente em Deus e o Universo, o estudioso poderá compreender com mais facilidade algumas das afirmativas deste capítulo). Somente a Criação no relativo, que é a que vivemos, pode ter início e fim, pode partir do imperfeito e do caos para chegar à ordem e à perfeição. Somente a Criação no relativo pode conter opostos, forças contraditórias operando no seio do ser em evolução. A substância divina desceu do Absoluto ao Relativo, onde inicia sua escalada de retorno ao seio da divindade e é por este motivo que a Grande Síntese nos fala aqui da “descida no relativo”. No relativo assistimos e vivemos uma Criação subordinada à evolução (Criação progressiva) com início e fim, com necessidade de retoques e corrigendas, mas isso se passa apenas no relativo e não no Absoluto. A Criação no Absoluto foi perfeita e não está submetida à evolução, por não necessitar de aperfeiçoamentos. Nesse sentido, diz a Grande Síntese, deve ser entendida a revelação contida nas Escrituras Sagradas, que nos fala, não da Criação no Absoluto, mas no Relativo. Aí “podeis chamar Criação a um período do devenir e só então falar de princípio e de fim”.

A verdadeira gênese do espírito

No relativo, podemos admitir que a gênese do espírito se dê no âmago da matéria. “Não vos escandalizei destes conceitos” nos pede a Grande Síntese. O espírito, no entanto, apenas desperta de seu sono na matéria, por ter sido nela contida, e não foi originariamente aí criado. No plano do Absoluto, é que de fato se deu a gênese originária do espírito, uma Criação completamente distante de nossas concepções, uma gênese totalmente na essência do seio divino, fato esse que não podemos abordar com nossa pobre e exígua mentalidade atual. Uma vez criado, como vemos no

respiro da substância, o espírito () desceu até a matéria, e daí inicia sua jornada de retorno. A isso, em nosso plano, chamamos de Criação, mas compreendemos que o espírito não se cria, apenas “renasce” da intimidade da matéria, movido por íntimo impulso divino.

Somente no relativo a criatura parece estar fora do seio do criador, mas isso não se dá na Criação original – “uma duplicidade absoluta entre Divindade e Criação não pode ocorrer no monismo”.

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Deus é também o Universo físico

“Não tenhais medo de admitir que Deus é também o universo físico”. Admiti-Lo na intimidade da matéria, a princípio, parece-nos diminui-Lo, mas entender a matéria como uma construção fora da divindade seria, isso sim, um absurdo incompreensível, pois teríamos que aceitar uma criação antropomórfica, onde o Criador cria fora de si. Deus não pode deixar de ser “tudo” e todas as possibilidades do infinito. Compreendamos no entanto que Deus, sendo tudo, não é simplesmente a somatória de tudo que existe (panteísmo) mas é “algo” muito além disso. Assim como não somos o conjunto das células que nos compõe e nos servem, mas, como consciência, somos algo muito além delas.

Forças antagônicas somente existem como um momento da Criação no relativo. Deus é o Absoluto e o relativo, por isso é “conceito e matéria, é princípio e forma, é causa e efeito”, como dois momentos extremos da Criação, ligados pela realidade fenomênica.

Não há Criação no relativo

O mais não se cria a partir do menos, apenas dele se desenvolve, por nele já estar contido. Assim como a semente não cria a árvore, mas apenas permite a manifestação do principio imanente desta, que já estava nela contido e condensado. Por isso nada se cria, nem o espírito, mas tudo apenas se transforma no relativo. “Matéria, energia e espírito não se devem a uma absurda gênese pela qual o mais se desenvolve do menos, o ser se cria do nada” – são apenas momentos da evolução quando o Absoluto se projeta no relativo. Apenas no Absoluto se pode conceber a criação a partir do nada, e isso foge a atual de abordagem de A Grande Síntese. O pensamento de Ubaldi em obras posteriores, irá nos trazer novos esclarecimentos que muito nos ajudarão no entendimento desse capítulo, sobretudo em Deus e Universo, para a qual remetemos o leitor interessado em aprofundar os seus conhecimentos.

64 - Técnica Evolutiva do Psiquismo e Gênese do Espírito

Psicogênese

O espírito, inerente na matéria, se reconstrói ao longo da escalada evolutiva, despertando-se para a consciência de si mesmo na vida. Necessitará da experiência em todos os reinos da Criação para paulatinamente crescer rumo às conquistas inerentes à sua constituição interna de origem. Para isso deve criar órgão e desenvolver funções, deve arquivar experiências e somar valores.

Órgão e função

Observando a evolução, nos perguntamos se é o órgão que cria a função ou é a função que cria o órgão. A Grande Síntese nos esclarece que órgão e função são criações ideoplásticas do espírito e se desenvolvem conjuntamente, um aprimorando e permitindo o desenvolvimento do outro. A capacidade de registro e de transmissão do aprendizado efetuado constitui o recurso que faz o espírito imprimir no órgão o aprimoramento que a função já lhe possibilitou adestrar.

Retorno ao estado de germe

A construção do espírito (psicogênese) não se dá de forma contínua e linear, mas é interrompida por períodos de contração involutiva, onde toda a sua potencialidade se reduz ao estado de germe, com capacidade de se reconstituir ao mesmo nível anterior. Morrendo e renascendo, a consciência se refaz sempre, repetindo em cada forma, o ciclo percorrido em toda a caminhada precedente, preparando-se assim para a aquisição de novos valores (a ontogênese repete a filogênese). Por isso, resumimos em nós todas as consciências inferiores e trazemos gravado em nosso psiquismo toda a síntese da evolução efetuada até o ponto em que estamos.

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Crescimento para o interior

Todas as experiências da vida são arquivadas no espírito, nenhum pensamento se perde, nenhum ato, nenhuma sensação passa sem deixar a sua marca. Forma-se assim uma estrutura de camadas, que sucessivamente são depositadas no espírito, que cresce, não em projeções para meio externo, mas em direção ao seu interior, onde está o infinito.

A consciência não nasce, apenas desperta

A consciência – espírito - está sempre presente, desde os primórdios da matéria. A técnica de sua construção é exatamente a mesma, em qualquer nível que se apresente. Sofrendo os aguilhões dos entrechoques de força ambientais, ela é modelada para a reconstrução do espírito.

65 - Instinto e Consciência - Técnica dos Automatismos

As três zonas de operação do espírito

Identificamos no espírito três zonas de atividades: o subconsciente, o consciente e o superconsciente. O subconsciente é a zona onde tudo que foi vivido e assimilado é depositado, sendo a zona do instinto, conhecimentos que já foram experimentados e que funcionam automaticamente. Aí mora o passado. Essas zonas do espírito são as estratificações que, assim como as camadas geológicas, guardam toda nossa história pessoal e coletiva. Em nossa zona instintiva está escrito, portanto, todo o nosso passado milenar, guardando tudo aquilo que já fomos em forma de hábitos e tendências.

A zona consciente é o instante presente de atividades do espírito, onde são elaboradas as experiências que vivenciamos no momento. Aí reside a parte ciente e sempre presente do nosso eu, a razão, onde assumimos total consciência das nossas atividades. O exercício constante e repetitivo das diversas atividades que a vida nos exige, permite que, uma vez aprendidas, a habilidade em executá-las se mova para o domínio dos instintos, onde se torna um hábito adquirido e automatizado. Através desse automatismo, o espírito pode dedicar-se totalmente ao esforço de novos aprendizados, pois aquele não lhe exigirá mais esforço algum. Embora a zona instintiva seja a estratificação mais inferior do espírito, sua aparente maior sabedoria reside no fato de que os conhecimentos aí depositados, já passaram pela experimentação exaustiva, atestando a sua exatidão e utilidade.

Existe no entanto, uma zona de formação além da razão, também inconsciente, onde residem os novos hábitos que deverão ser aprendidos pelo ser. Este é o superconsciente, zona superior que nos acena com aquilo que deveremos ser no futuro próximo. Aí residem as virtudes. A intuição é a visão antecipada do conteúdo do superconsciente e nossa aspiração maior que incide em nós em forma de ideais cuja realização nos custa permanente esforço.

Nosso eu vive entre essas duas zonas, uma atraindo-nos para o atavismo do passado, com todos os seus velhos valores, já superados. Outra, excitando-nos a novas conquistas, convocando-nos a reforma de todos os velhos hábitos, dos quais nos exige a renúncia, promovendo nosso crescimento constante.

O processo de reconstrução do espírito reside em locomover-se entre estas zonas, no sentido ascendente, de tal forma que, o que hoje é o futuro, o ideal, repleto de virtudes a serem conquistadas, logo passa a ser zona consciente, para finalmente tornar-se instinto. Mas, uma vez conquistada essa zona superior, outra se lhe substitui, repleta de novas aspirações. Dessa forma o automatismo instintivo vai se acrescendo de novos valores em substituição aos velhos e as virtudes paulatinamente se convertem em instintos.

Embora o subconsciente atue de forma automática, ele pode tornar-se contraproducente para o espírito que aspira por valores de interesses opostos. Nesse caso, há necessidade da imposição da força de vontade para a inibição das atitudes automatizadas e indesejáveis do passado a fim de que novos hábitos se lhes superponham. Assim o homem novo, deve impor-se sobre as tendências animalizadas do homem velho, esforçando-se para adquirir atitudes de moral elevada, que se

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tornarão hábitos, sobrepondo-se às atitudes perniciosas do passado. Esse é o mecanismo que transforma virtude em instinto e permite com que o futuro se torne presente e depois passado, estratificando-se, constantemente, novas camadas nas zonas de atividades do espírito.

O campo de onde o espírito retira conhecimentos para estratificar em suas camadas interiores é a consciência divina, a substância da evolução, o meio no qual estamos imersos. Poderíamos comparar esse campo divino a um edifício, através do qual subimos, o edifício da evolução. Essa estupenda construção já está pronta, nós apenas a galgamos. Seus andares são as zonas de atividades do espírito, de modo que em qualquer andar que nos situemos, haverá sempre as reminiscências e rumores de um andar inferior, onde guardamos tudo que já foi conquistado e nos acenará convites de um andar de cima, para onde, com esforço, devemos subir. Dessa forma trazemos dentro de nós, permanentemente, o passado, o presente e o futuro.

66 - Rumo às Supremas Ascensões Biológicas

Neste capítulo, a Grande Síntese faz um resumo da nossa caminhada evolutiva no nível biológico, ressaltando os seus princípios gerais.

Concentração e descentralização cinética

A evolução se faz em ciclos alternados de expansão e contração, que a Grande Síntese chama aqui de expansão cinética e concentração cinética, ou seja, um movimento que se abre e se fecha. Toda fase de expansão, é no entanto antecedida pela fase de contração, sendo apenas a restituição daquilo que fora comprimido. No primeiro movimento a vida cresce e se expande, a partir do germe e no segundo ela torna a se encistar em novo estado de germe, para nova aventura expansionista. Como, no entanto, a evolução predomina sobre a involução, o impulso expansionista não se estanca exatamente no mesmo nível anterior, mas o supera, paulatinamente, indo além, mediante a conquista de novos valores, que novamente se condensarão no germe. Assim o ser avança sempre.

Restituição do passado

Crescemos a partir da semente de nós mesmos e, em cada existência, restituímos todo o passado arquivado em nosso subconsciente. A prova evidente disso está no conteúdo instintivo que trazemos dentro de nós, que resume toda a vida inferior do passado, com toda a sua sabedoria, arquivada em nosso subconsciente. Os impulsos fundamentais da vida, como o de defesa, o da fome e o de reprodução imperam em nós como automatismos vivos e atuantes. Eis porque a Grande Síntese nos interroga: “quem poderia ter-vos construído, repletos de conhecimentos gratuitos e instintivos, senão vosso passado?”

Rumamos para o superconcebível

De fase em fase, de dimensão em dimensão, subimos para as regiões cada vez mais amplas de nosso superconsciente, rumo ao Absoluto. Através da construção e destruição, de contração e expansão galgamos as etapas evolutivas no encalço do superconcebível, fim último de nossa caminhada.

Aceleração construtiva ou destrutiva

A alternância dos ciclos de crescimento e decrescimento não pode ser detida, pois faz parte da mecânica da evolução, refletindo o respiro íntimo da substância. O ser consciente, no entanto, pode alterar até certo ponto esse equilíbrio, em favor ou prejuízo de si mesmo. Detendo-se no ócio ou na prática do mal, excitará a reação destrutiva, conduzindo-se à ruína de si mesmo. Quem, no entanto, trabalha para o bem, cria sua própria riqueza e se expande para a evolução.

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Nada ficará perdido

Num ritmo frenético a vida passa, elaborando experiências as mais diversas, expondo o ser a todas as escolas da existência. “Passarão povos, civilizações e Universos”, mas “um herdeiro recolherá o fruto de tudo isso: a alma”. E nada ficará perdido.

A sutilização do utensílio – contínua desmaterialização de órgãos

Na escola da vida, o ser precisa de ferramentas a fim de adestrar suas habilidades e adquirir conhecimentos. As poderosas forças ideoplásticas da consciência irão construir essas ferramentas à medida que se tornem necessárias no exercício da vida. Bastará a identificação de uma necessidade, para que o instrumento se materialize em seu corpo, paulatinamente, no exercício de construção que a vida e a morte lhe proporcionam. A biologia denomina esse fenômeno de mutação e o imputa à obra do acaso. No entanto, ao verificarmos a exatidão com que o instrumento se conjuga às necessidades do ser, nos assombramos com a sabedoria do acaso. No início, esses instrumentos estarão afixados à sua própria constituição física, mas à medida que a inteligência avança, o ser passará a construí-los com os materiais de seu meio, desviando o potencial ideoplástico de seu espírito para a edificação de seu psiquismo. Assim, no homem, o psiquismo constrói a mão, o mais delicado, hábil e preciso instrumento animal, capaz de lhe permitir a confecção detalhada de outras ferramentas de trabalho. Esse, então, pode construir máquinas para as tarefas mais rudes e com isso se concentrar cada vez mais no esforço que mais lhe interessa, a construção de si mesmo. Notamos hoje como a vida nos exige cada vez mais um adestramento de habilidades e inteligências (botões) do que a força muscular, como já aconteceu no passado. Com isso assistimos à “contínua desmaterialização de nossos órgãos”.

Tornar-se consciente no inconsciente

Como visto anteriormente, a expansão do psiquismo se faz em um deslocamento contínuo pelas zonas do inconsciente. Ascendendo ao superconsciente, este se torna consciente, para depois ser depositado como produto vivido e aprendido no subconsciente. Com isso o ser se torna cada vez mais consciente no inconsciente, com contínua dilatação e crescimento do seu eu. Até o ponto em que esse eu se tornará completamente consciente no Absoluto, reencontrando-se com o seu Criador.

Desmaterialização da matéria

“O princípio dinâmico se veste de formas cada vez menos densas” - o espírito não abandonará suas vestes, mas as tornará cada vez mais sutis, a ponto de desmaterializá-las completamente. Por isso, na evolução, o ser se volta e carreia consigo o seu material, fazendo-o evoluir também. Espírito e matéria não se dissociarão, mas terminarão unidos em uma só potencialidade na união com o Absoluto, onde tudo é unitário.

Desta forma tudo deve subir e não há material de refugo na evolução. Toda a Criação deve se transformar. Assim o vórtice vital deverá investir em toda matéria, desmaterializando-a e, para isso, deverá penetrar em todo elemento, até os mais pesados, sutilizando-os. Eis uma curiosa e intrigante informação de A Grande Síntese, pois naturalmente que não podemos imaginar o vórtice vital vestindo-se com os elementos pesados à medida que evolui, pois tais substâncias são inábeis para a vida, mas podemos, sim, conceber que eles serão “deslocados e reconstruídos”, refeitos “em equilíbrios mais complexos”. Aqui chamamos a atenção para o fato de que eles serão desfeitos e reconstruídos em um processo alquímico da vida, que ainda não podemos compreender.

Do determinismo da matéria à liberdade do espírito

A evolução se processa ainda do determinismo para a liberdade. Quanto mais evoluído é o ser, menos preso estará às férreas leis da matéria. A evolução permite assim a conquista de uma liberdade cada vez maior. A planta, evoluindo, adquire a liberdade de sensações, o animal conquista a liberdade do movimento, o homem alcança em plenitude a liberdade de pensar e conhecer mas somente o anjo reinará na absoluta liberdade do amor.

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Responsabilidade e livre-arbítrio

As possibilidades da liberdade se dilatam continuadamente, no entanto, serão sempre proporcionais ao grau de responsabilidade do ser. Não convém à vida dar poder ilimitado a quem não sabe usá-lo adequadamente, nos explica a Grande Síntese. Responsabilidade é função do nível de moralidade conquistado pelo ser e, portanto, o livre-arbítrio será sempre proporcional à ética de cada um. Quanto menos evoluído, mais restrita é sua responsabilidade e menor a sua capacidade de escolha. Essa “é relativa, gradual e evolui com a consciência”. Quanto mais evolui o ser, maior a sua liberdade de escolha, porém mais atado também fica às próprias conseqüências de seus atos. Dessa forma, é permitido ao animal a agressão sem limites contra seus companheiros de jornada, pois a vida não cobra qualquer responsabilidade pelos atos de consciências ainda infantilizadas. No entanto, à medida que o ser conquista conhecimentos, sua responsabilidade aumenta e a vida passa a lhe cobrar por toda agressão ao semelhante, exigindo-lhe o exercício ilimitado do amor.

67 - A oração do viandante

“Alma cansada, abatida, à margem da estrada, pára um instante na eterna trajetória da vida, larga o fardo de tuas expiações e repousa” - cometeríamos uma heresia tentando resumir esta linda página que toca profundamente nosso coração, tecida em palavras de uma afetividade que aconchega e acalenta. Deixemos que as doces palavras de A Grande Síntese nos embalem nesse átimo de repouso e sintamos o amor que nos sustenta na longa viagem da vida.

68 - A Grande Sinfonia da Vida

Um edifício surpreendente

O mundo biológico é imenso edifício que funciona dentro de equilíbrios tão surpreendentes e maravilhosos, que somente poderia ter sido arquitetado por uma sabedoria superior. Considerá-lo obra do acaso, muito mais do que uma heresia, é um absurdo inadmissível para a inteligência do homem moderno. Basta vermos o maravilhoso quimismo da planta que se completa exatamente no seu oposto, o metabolismo do animal. Ambos vivem uma existência complementar, onde um aproveita o que é refugo para o outro. Suas respirações exatamente antagônicas mas que se locupletam com perfeição, atestam a exatidão com que as leis biológicas funcionam, leis que se derivam das mesmas que equilibram o mundo físico. Aqui, no entanto, as encontramos sem a rigidez que as caracteriza no reino da matéria, pois se expressam de forma elástica, moldável, adaptável a cada circunstância em particular, como é exigido pela mobilidade e adaptabilidade do mundo biológico, onde justamente reside a sua força.

Biologia cíclica

A vida é feita de ciclos complementares, o que nasce morre, o que morre renasce, sem jamais ter um fim, sem que nenhum fenômeno se perca. Ela não permite o acúmulo de materiais de refugos que poderiam ameaçar a estabilidade do sistema, de forma que tudo é aproveitado de forma racional em sua perfeita economia. A planta capta a energia solar e a empacota em ligações químicas na síntese orgânica. O animal, alimentando-se da planta, extrai essa energia para a sua utilização, não só na construção de seu organismo, mas para o desenvolvimento de seu psiquismo. Assim, através da

vida, se processa um maravilhoso quimismo que permite a transmutação de em . O produto final e requintado de todo o esforço do mundo biológico, com suas leis, suas lutas e suas dores, é o despertar da consciência. Matéria e energia se transformam, em última análise, em vida, em consciência. Desde modo, a síntese mais perfeita oriunda dos ciclos biológicos é o espírito.

Inteligência extraterrestre

Como vimos no capítulo 58 (o raio globular), a energia da vida (pambiose) se irradia por todo o Cosmos, por isso o psiquismo também floresce em todos os seus rincões. O espírito é o habitante do Universo e a inteligência é norma da Criação. Se não detectamos ainda as tão ansiadas inteligências extraterrestres, provavelmente isso se deva à necessidade de nosso isolamento na Criação, a fim de

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crescermos como convém, sem interferências externas, senão aquelas que nos vêm pelos caminhos interiores do espírito.

A transformação da luta

Nos primórdios da vida a troca entre os seres vivos é luta feroz pela sobrevivência. Aquele a quem devíamos amar e por ele ser amado, se torna nosso rival e o intercâmbio, necessário à sustentação da vida, se faz de rivalidades atrozes. O patrimônio alimentar é limitado e deve ser conquistado com o esforço de cada um (“comerás o pão com o suor de teu rosto” – Gênesis 3:19). Todos se armam de ataques e defesas, criando um árduo regime de vida para o ser que, se o faz sofrer, o faz também caminhar mais agilmente na linha da evolução. Nesse baixo nível a ética das relações entre as criaturas é a lei do mais forte e da luta, mas logo essa irá evoluir para novos princípios de trocas e a rivalidade se tornará colaboração. O homem olha para trás e experimenta um horror natural desse regime de vida, que não deseja mais para si. Os inferiores, no entanto ainda se comprazem e se agitam felizes nesse meio, em que a sobrevivência é fruto de brutal extermínio. Para eles, matar para sobreviver ainda é normal. No entanto, não pode ser normal um regime de vida baseado na agressão, proposto por um Pai que é sobretudo Amor e nos criou para amar. Como poderia Ele nos pedir amor e fraternidade, se o exemplo que nos dá na natureza é bem outro? Certamente há um equívoco nisso, e somente poderemos compreendê-lo, se entendermos que a Lei se adapta ao nível evolutivo e às necessidades do ser. E neste baixo nível evolutivo, o espírito necessita, infelizmente, dessa maceração brutal. Mas tal regime de relações não continuará sendo mais normal, uma vez extrapolada essas necessidades. Assim é que a Grande Síntese nos coloca numa encruzilhada da existência: “ou aceitar uma vida bestial ou civilizar-se”. A evolução nos convida urgentemente para “uma nova luta”: a extinção das agressividades e rivalidades naturais em nós e a adoção do regime de colaboração do Evangelho.

Função biológica do Evangelho

Um pouco já evoluímos. A luta armada de garras e dentes, do baixo nível animal, já está se transformando. Hoje ela é mais uma disputa de habilidades, sendo muito mais psíquica do que muscular. Mas ainda é regime de competições desonestas, onde vence aquele que é mais esperto. Os meios de trocas que sustentam o capitalismo, em qualquer de suas expressões, é a execução de leis biológicas ainda primitivas que se baseiam no egoísmo e na exploração do outro, porém são meios transitórios e em progressão para normas mais evoluídas, em que o amor será a base de nosso sustento. Eis a função biológica do Evangelho.

Não mataremos para sobreviver

A ciência, dominando os meios de produção de alimentos, provendo-nos do necessário para a sobrevivência, nos ajuda nesta conquista. Não precisaremos mais matar nossos irmãos inferiores para sobreviver. O dia que compreendermos isso, o mundo se modificará por completo e conheceremos a paz que tanto almejamos. “A Terra tornar-se-á um jardim (...) eis a transformação biológica que vos espera”.

69 - A Sabedoria do Psiquismo

Uma Sabedoria está sempre presente na natureza

Há uma sabedoria expressa em toda substância em evolução, atributo intrínseco da mesma, propiciado pelo seu caráter divino. Essa sabedoria, ou “psiquismo da substância”, é fenômeno universal e faz parte do Todo, que é Deus. Ele se revela nas leis que tudo dirigem, na aspiração estética, no desejo de conservar-se e no anseio de progresso, na auto-organização e na expressão de um individualismo próprio do “eu”. Mesmo a matéria, com sua aparente inércia, é sítio de uma inteligência, que se manifesta através de rígidas leis, a se expressarem nas propriedades de seus elementos. Nesse nível, é nítida a presença de uma sabedoria química, que sabe orientar a interação de seus componentes. Os cristais são arquitetos hábeis na construção de suas formas sempre exatas. Mas é na vida que podemos observar a evidência inquestionável desse psiquismo, fruto da sabedoria, imanente em toda substância. A modelagem das formas atende sempre a uma

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necessidade prevista. Órgãos se adaptam perfeitamente às exigências de ataque e defesa, moldados com extrema precisão. É inquestionável a sabedoria química dos venenos que conhecem a morfologia molecular do alvo de suas ações; a arte do mimetismo e da mentira, que identifica as fraquezas daquele a quem quer ludibriar. E o fraco sabe que necessita se aprimorar na arte da fuga se quiser sobreviver. O instinto conhece química e anatomia, sem jamais ter estudado; prevê e conhece antecipadamente o comportamento de seus inimigos naturais; sabe onde suprir suas necessidades sem que jamais alguém o tenha ensinado, senão o seu próprio passado.

Uma maneira simplificada de se compreender a sabedoria da forma

De onde provém tal sabedoria? Não é inadmissível imputá-la ao acaso? Por que o estudioso do mundo biológico fecha a sua alma a esta interrogação intrigante, suficiente para despertar nele a crença em uma potência superior, orientadora da vida? Ele, no entanto, prefere satisfazer o seu orgulho de sábio, acreditando que a carne é inteligente por si mesma. E depõe aos pés de uma molécula, chamada DNA, toda essa sabedoria incomum e surpreendente. Quanta responsabilidade para um simples emaranhado de aminoácidos! Considerando que o conhecimento instintivo se transmite pelas vias da genética, acredita ter resolvido a intrigante questão e reduz o Divino, contido em cada ser, em simples ligações moleculares. Assim ele se encerra em sua cegueira de espírito, aferroado a renitente materialismo, simplesmente por não querer ver que a vida é construção de um psiquismo superior, dirigido por uma imanência divina. Psiquismo sutil que orienta as funções orgânicas em cada ser e lhe mantém a identidade sempre constante. Psiquismo que não é fruto da matéria perecível e não é produto do código genético. Compreendemos, sim, que o DNA é um muito bem elaborado “chip” biológico onde são gravadas inteligentes informações de “inicialização” do espírito, este sim, o programador sábio que, inteligentemente, escreve suas intenções nesse chip genético. É inegável que o genoma contenha informações importantes e necessárias à construção do organismo, mas não estão ali por obra do acaso, foram gravadas pela sabedoria do psiquismo. Desse modo o código genético é inteligente e poderoso “arquivo de informações” que transporta a sabedoria do psiquismo vida pós-vida. Nada mais do que isso. Muitos relutam em aceitar essa lógica clara, teimando em admitir que a vida seja produto de uma sabedoria imaterial, sem se darem conta do absurdo em que prendem ao considerar o DNA, um simples amontoado de moléculas, como uma entidade dotada de inteligência e conhecedora de um telefinalismo superior. A crença materialista chega às raias da irracionalidade, alegando mesmo, que seríamos, não somente produtos de nossos códigos genômicos, mas muito mais do que isso, seríamos meras máquinas biológicas que viveriam apenas com o pressuposto de transportar e reproduzir os genes. A crença de que somos produtos aleatórios do DNA se compara ao absurdo de pretender que todo o lógico funcionamento de um computador se deve a uma inteligência casual de seus chips, que teriam se construído por si sós. Ora, sabemos que toda a lógica das informações contidas nos chips foram ali impressas pela sabedoria do homem e não poderia ser de outro modo. Assim é o genoma nada mais do que um chip biológico onde a sabedoria do psiquismo imprime e grava as informações que precisa transportar em sua carreira evolutiva e que necessita veicular, de forma automática, ao reino molecular das formas.

O psiquismo é o fio condutor de todos os fenômenos da vida. Eis a solução simples para todos os complexos problemas da Biologia. Por que, então, negar a lógica dessa crença?

Tendência conservadora versus tendência renovadora

O “eu” em evolução necessita de conservar o patrimônio que já adquiriu, mas também de se atirar na conquista de novos valores. Isso requer a prudência ao andar, para que não perca o fruto de suas conquistas. Assim mudar e estacionar são forças antagônicas do ser, a serviço de sua evolução, em aparente contradição de impulsos, gerando a luta entre o velho e o novo. Por isso a vida se faz de alternâncias entre o misoneísmo (definido com a tendência ou atitude sistemática de hostilidade à inovação e à mudança) e a revolução. Misoneísmo que luta contra a reforma e revolução que destrói os velhos valores, gerando um conflito que permeia toda a história e faz parte do homem. Ela é inerente ao psiquismo que, evoluindo, deve conservar suas vitórias e, com prudência, conquistar novos valores. Por isso toda nova verdade luta contra aquelas que, solidamente, já se sedimentaram. Assim os homens se dividem entre os conservadores e os progressistas, ora predominando os primeiros, ora os últimos, na eterna alternância dos momentos da Historia.

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Saltos evolutivos

Repousando em períodos de conservação, o psiquismo adestra-se nas habilidades já aprendidas. Mas, depois, satura-se no comodismo e, saciado das velhas conquistas, embala-se em novos ensaios progressistas. E o faz comumente de inopino, atirando-se com precipitação, pois, saciado, tem imensa sede de novas conquistas. Por isso a evolução, além de ser entrecortada por períodos de involução, possuiu a peculiaridade de se fazer aos saltos, alternando-se o misoneísmo com o progresso. Os saltos evolutivos já foram identificados pela ciência em diversos momentos de nossa história geológica e biológica. Suas criações nem sempre são vitoriosas no início, pois o psiquismo, tateando novas conquistas, ensaia experiências improvisadas, com formações inacabadas e instáveis. A história da evolução está repleta do registro dessas construções provisórias, formas de transição, verdadeiras aberrações biológicas fugazes, inacabadas, que logo se estabelecem no ideal almejado. Assim é que o psiquismo em evolução não se sacia nunca, construindo para si formas sempre novas, a fim de satisfazer nele o desenvolvimento de suas habilidades. Tudo, da matéria ao homem, contém um psiquismo inacabado e em constante formação.

70 - As Bases Psíquicas do Fenômeno Biológico

A Ultrabiologia

A Grande Síntese nos propõe o estabelecimento de uma ultrabiologia, uma ciência de observação que deixasse de estudar apenas as formas e considerasse, em suas pesquisas, o psiquismo condutor das mesmas. Que as analogias dos seres vivos tomassem por parâmetros, não as semelhanças de seus órgãos, mas suas afinidades comportamentais e de sentimentos, tornando essencialmente psíquico o fenômeno biológico, como verdadeiramente o é. Essa nova biologia priorizaria o estudo da sabedoria da vida, de suas metas e de suas finalidades. Encontraria na lógica dos instintos, na presciência de tudo que vive e na hereditariedade, não um mecanismo aleatório de moléculas mortas, mas a presença de um espírito que tudo anima e tudo dirige. Aí seria encontrado o fio condutor das formas, sempre negligenciado em toda pesquisa, que teima em negar-lhe a onipresença. Para isso, o novo pesquisador não mas precisaria de microscópios e instrumentos de dissecação, mas apenas de uma alma sensibilizada que soubesse ver e sentir o âmago das coisas. Uma alma amadurecida, que negasse o orgulho e reconhecesse que a vida é um movimento divino, orientado segundo exigências do Criador e não ao sabor de nossos caprichos ou do acaso.

Os três reinos da natureza

Refletindo a trindade universal, existem três reinos da natureza na Criação: o reino físico, o dinâmico e o espiritual, que não têm existências isoladas, mas existem integrados entre si. No primeiro assistimos ao predomínio do elemento matéria, no segundo, das energias e no último, da consciência. Este é o reino biológico, formado por unidades conscientes em evolução, e onde se constrói o Espírito, compreendendo os vegetais, os animais e o homem.

O fio condutor da evolução

O fio condutor da evolução só pode ser um psiquismo sobrevivente à morte, pois do contrário, ela não teria a continuidade que possui, de forma tão linear e clara. Uma sucessão lógica de unidades dinâmicas e de formas que continuam um movimento anteriormente iniciado seria completamente impossível. A evolução não se processaria ao longo de todas as existências, mas seria fenômeno fracionado e limitado a uma única vida de um ser.

No psiquismo sobrevive o princípio energético, em forma de uma vontade operante, o motor da vida, a se refletir como tensão, pulsão, vontade e dinamismo. Aí está presente a energia, que o Vitalismo chamou de energia vital.

Laboratório vivo

Sem o psiquismo, o ser vivo não poderia ser um laboratório vivo, que sabe como conduzir-se na vida. Não aprenderia a assimilar, reconstruir-se, não conheceria a química da respiração, nem saberia

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armazenar, prever, absorver e excretar, funções que ele executa com a destreza de quem está ciente de seus objetivos. O ser vivo conhece táticas de convívio segundo seus interesses e compreende que deve doar-se quando isso é importante para a sua espécie. Sabe lutar e roubar para elaborar a sua forma e manter-se na vida. E fugir quando isso é o que mais lhe convém.

Um banquete de raios de sol

Com a evolução, a luta se refina, à medida que prepondera e transborda o psiquismo. No baixo nível biológico o ser precisa matar para sobreviver, porque não sabe viver de outro modo, mas a vida lhe prepara novos meios de sobrevivência, à medida que desperta nele a necessidade de manter-se, sem o sacrifício daqueles que lhe seguem na retaguarda. E, no futuro o ser aprenderá a alimentar-se das energias de um raio de sol, nos alenta a Grande Síntese.

71 - O Fator Psíquico na Terapia

O médico interno

“Há uma medicina mais profunda que a humana” – a medicina natural – aquela que provém do psiquismo central, orientador da vida. Esta sempre foi vitoriosa na longa estrada de evolução – aprendeu a conviver com todos os tipos de micro-organismos e chamou-os mesmo para colaborar no sagrado edifício da vida superior. O convívio com os seres do mundo microscópico é uma necessidade da própria vida, que sem eles não se sustentaria. Febres e intricados mecanismos de defesas foram arquitetados para os momentos em que esse delicado regime de colaboração se rompe. Essa medicina natural sabe que quanto mais evoluído o organismo, mais delicado e vulnerável se torna – e por isso o psiquismo apressa-se na construção de novas formas de defesa, suprindo essa aparente fragilidade. Defesas que partem de seus próprios domínios e não aquelas baseadas em substâncias artificiais, engendradas pela medicina superficial do homem.

Em paz com os agentes patogênicos

Sendo o psiquismo o diretor da vida, este deveria ser o primeiro a considerar-se, mediante qualquer interferência na organização biológica. Toda terapia, mesmo aquela puramente física, deveria ser também psicológica, pois do contrário corre-se o risco de se promover interferências nocivas ou contraproducentes no organismo.

Mesmo no campo das infecções, deve-se considerar o psiquismo. Nossa medicina elevou ao extremo a anti-sepsia, comprometendo o equilíbrio bacteriológico do organismo. O excessivo uso dos antibióticos, se a princípio parece ser uma vantagem, na medida que promove uma defesa artificial, torna o organismo mais frágil para a luta e sustento de sua vida. Uma medicina mais natural e proveitosa seria aquela que nos ensinasse a conviver harmonicamente com as bactérias, por mais nocivas que nos pareçam ser. Mesmo as vacinas, um dos recursos preventivos mas seguros que nossa medicina já nos adotou, não pode atingir os equilíbrios profundos que o psiquismo necessita para manter sua saúde verdadeira, pois ela não nos impede de construirmos outros enfermidades de natureza não infecciosa. A saúde verdadeira deveria levar em conta o equilíbrio do princípio psíquico diretor da vida, de onde parte toda defesa e toda estabilidade da vida.

Terapia psíquica

“A medicina deveria ter em grande consideração o fator psíquico, não apenas no campo específico da psicoterapia, mas como fator de importância decisiva em cada caso e cada momento” – hoje ouvimos estudiosos nos falarem de psicoimunidade, sustentando a relação direta entre nosso psiquismo e o sistema imunológico. Já é um passo rumo às considerações de A Grande Síntese. O espírito não é fenômeno abstrato, mas presença imprescindível em qualquer processo enfermiço. O fator moral não pode ser relevado em qualquer patologia orgânica – ninguém pode negar a importância de um rancor na gênese de enfermidades, às vezes graves. As necessidades da alma humana deveriam ser satisfeitas, mesmo antes das necessidades orgânicas, mas infelizmente nossos hospitais, baseados numa medicina que não considera o espírito em primeiro lugar, estão muito pouco aparelhados para isso, na atualidade. Estamos cheios de tecnicismos, de fantásticos e precisos meios de diagnósticos,

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mas não sabemos ainda ler na alma daquele que sofre. “O equilíbrio orgânico é mera conseqüência do equilíbrio psíquico” – chegará um dia que a medicina não poderá mais ignorar tamanha verdade.

A nova medicina

“A nova medicina levará para o primeiro plano o fator psíquico e enfrentará o estado patológico não mais como agora, com meios coercivos e violentos (....) não mais choques brutais, mas uma sutil penetração na corrente da vida, que retificará o dinamismo desviado” – neste aspecto não podemos deixar de lembrar da Homeopatia, uma medicina que antecipa estes profundos conceitos de A Grande Síntese. Ela trabalha exatamente com este dinamismo vital, considerando intensamente o psiquismo, para se penetrar nele, com seus recursos terapêuticos de natureza dinâmica.

O psiquismo comanda a corrente vital, por isso a vulnerabilidade individual está diretamente relacionada à sua condição interna, sendo este o caminho mais fácil para se penetrar no organismo e induzi-lo a novos equilíbrios. Daí parte o comando para a saúde ou para a doença. A consciência pode dar ordens por vias sugestivas que serão executadas – devido a isso Ubaldi nos afirma categoricamente que, “se o psiquismo pode nos adoecer, pode também, pela mesma capacidade, nos curar”.

Medicina energética

A energética do psiquismo flui por todos os rincões orgânicos, conferindo-lhes a harmonia necessária ao sustento do corpo. Os órgãos não adoecem por mero capricho, mas sempre mediante a interferência deste psiquismo diretor. Desta forma, a ruptura do equilíbrio psíquico é o primeiro fator na consideração da patologia orgânica, qualquer que seja ela e o primeiro a mediar qualquer proposta terapêutica.

Medicina sem alma

A medicina humana, ainda sem alma, fria, analista e fracionada aos extremos das especializações, baseia-se cada vez mais em análises sofisticadas, na busca do ultimo elo material da doença. Caça-se, com afã, a última molécula, a fim de imputar-lhe todo o drama da enfermidade do homem. Nesta busca, ela se ilude acreditando que, na sagrada cadeia genética da vida, está guardado todo o segredo da saúde e da doença e, até mesmo, da imortalidade. Vã esperança! Nossos destinos não podem estar entregues a meras e aleatórias ligações bioquímicas. Não somos joguetes de moléculas. O genoma é código do espírito que se presta às suas finalidades, sendo por este controlado e arquitetado. É preciso considerar que o psiquismo da vida está muito além do DNA, do contrário assistiremos a grandes equívocos do materialismo médico, até que o homem abandone a irresponsabilidade de “brincar de Deus” e adote o espírito, como o sagrado diretor da vida, fazendo-se consciente colaborador da Criação. Somente assim a ciência produzirá benefícios reais para a humanidade.

72 - A Função Biológica do Patológico

Doença e morte não são fracassos

A doença e a morte não são meros fracassos biológicos, mas guardam funções específicas na estrada da evolução, por onde trafegamos. Vida e morte, saúde e doença, dor e alegria são partes opostas de ciclos de macerações evolutivas que se alternam, imprimindo ao espírito aperfeiçoamentos necessários à sua construção. A morte, destruindo o corpo envelhecido e desgastado, permite a reconstrução de um novo e mais bem adaptado às novas necessidades do espírito. A dor, desfazendo velhos valores da alma, prepara-a para a aquisição de virtudes mais avançadas. A doença, acometendo os pontos fracos do organismo, fortalece-os, favorecendo um equilíbrio ainda maior. Desta forma tudo encontra sua utilidade no cortejo da Criação e o que nos parece um fracasso e uma imperfeição é apenas um momento de realização no Todo.

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Endireitando caminhos

Em nosso nível de manifestação, não existe ainda a perfeição absoluta. Por isso a saúde perfeita é uma ilusão e um estado permanentemente a ser conquistado. Todos que habitamos este Universo somos almas ainda incompletas, transportando imperfeições a serem corrigidas e vazios a serem preenchidos. Por isso somo caminhantes da evolução, rumo à perfeição e a completude real do espírito. Trazemos em nós lacunas espirituais, vividas em forma de vulnerabilidades, fraquezas e carências, mas cada ponto fraco, cada carência, é germe de uma qualidade que excita o desenvolvimento de uma potência da alma. Assim é que o mal condiciona o bem, a dor leva à alegria e das sombras da alma é que renasce a sua luz. É força de lei que, nas compensações dos opostos, o ser se excite na busca da perfeição absoluta (no estudo da obra Deus e Universo, poderemos visualizar estes conceitos em maior profundidade).

Corrigindo abusos

Todo abuso gera uma carência e toda carência é germe de uma virtude, que corrige o abuso. Assim a dor é sempre fruto de um excesso indevido que, devolvendo seus efeitos para quem o gerou, propicia a sua correção. As dores físicas, portanto, são corrigendas necessárias aos abusos do ser, para que se reequilibre com a lei e conquiste a felicidade almejada. Mas, a dor ainda segundo a Grande Síntese, tem ainda a função criadora, pois guarda a capacidade de excitar as forças poderosas e divinas da alma.

As funções da dor

Resumindo, podemos considerar as três funções básicas da dor: correções de desequilíbrios, estimulação dos pontos fracos e potencialização das forças criadoras da alma.

73 - Fisiologia Supranormal - Hereditariedade Fisiológica e Hereditariedade Psíquica

A Ultrafisiologia

O psiquismo é o modelador e ordenador da forma e diretor de todo o seu intricado funcionamento, ou seja, da fisiologia. Do contrário, teríamos que admitir uma fisiologia por si só sábia, que conhece, prevê e provê por seu próprio conhecimento, o que nos remeteria a um absurdo. O estudo da fisiologia subordinada a essa direção do psiquismo imortal, irá compor uma nova ciência, que a Grande Síntese chama de fisiologia supranormal ou ultrafisiologia. Ela esclarecerá a compreensão dos diversos fenômenos orgânicos, aparentemente inexplicáveis do ponto de vista da biologia materialista, ao impor o Espírito como o diretor da vida.

O ectoplasma

Um dos elementos inexplicáveis e desconhecidos por essa biologia é o ectoplasma - matéria sutil e plástica, modelada pelo psiquismo e conhecida nos fenômenos de materializações espíritas. A Grande Síntese nos aproxima um pouco o conhecimento deste elemento extraordinário, ideoplástico por excelência, capaz de se moldar instantaneamente à forma do pensamento. Aqui aprendemos que “a matéria química do ectoplasma corresponde a uma avançada desmobilização dos sistemas atômicos (....) onde o fósforo é tomado por corpo fundamental, por avançado movimento vorticoso”. Compreendemos que o ectoplasma compõe um plasma biológico, dinamizado por este avançado movimento vorticoso. Para dilatarmos um pouco mais nosso entendimento, precisamos saber o que é um plasma. Do ponto de vista físico, consiste numa estrutura feita de partículas atômicas dissociadas, sem estarem presas ao edifício atômico, que se desfaz. Elétrons, prótons e nêutrons, coexistem em uma nuvem de partículas livres. Este é o chamado quarto estado da matéria, em que se pode encontrá-la, além do sólido, líquido e gasoso. Tal estado de plasma físico se estabelece somente quando a matéria, qualquer que seja ela, é submetida a altíssimas temperaturas. O calor excessivamente elevado imprime tal velocidade às partículas constituintes dos átomos que elas se dissociam, desfazendo-se a organização atômica. Isso é possível somente no interior das estrelas, segundo nossa ciência. Nas camadas internas do sol, por exemplo, encontra-se este estado da

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matéria, o plasma. No entanto, existe um plasma frio, confeccionado pelo poder do psiquismo, feito de átomos de fósforo desfeitos em seus elementos constituintes, numa “desmobilização do sistema atômico”, como nos explica a A Grande Síntese. O psiquismo, aproveitando a especial maleabilidade deste elemento e submetendo-o a avançado movimento vorticoso, forma o seu plasma biológico e frio. Tal matéria, inacessível ainda à investigação da ciência, existe no interior dos neurônios e em seus prolongamentos (axônios), permitindo o funcionamento adequado da refinada sensibilidade nervosa de que somos dotados. Ela pode ser exteriorizável em certos indivíduos, por propriedade chamada de mediunidade de efeitos físicos e nesse estado, prestar-se à confecção de formas ideoplásticas sob o comando de psiquismos libertos da carne (espíritos desencarnados), emprestando-lhes uma aparência de véus translúcidos, nos fenômenos denominados materializações. Em outras situações pode servir-se a finalidades terapêuticas em avançados procedimentos do espírito, os quais ainda não compreendemos, mas sabemos existirem.

Hereditariedade

A Grande Síntese determina que temos dois tipos de hereditariedade, uma fisiológica, passiva e outra ativa, a hereditariedade psíquica. No capítulo 69, Sabedoria do psiquismo, discorremos sobre a influência do DNA na formação biológica, suas limitações e o absurdo de se lhe imputar toda a sabedoria da vida. Compreendemos que o DNA é simplesmente um “chip” biológico que transporta registros do psiquismo que dirige a vida e necessita imprimi-los na matéria, a fim de “inicializá-la” na formação de proteínas estruturais, que ele, somente ele, saberá o que fazer com elas, para a construção de seu organismo. Portanto, a conclusão a que chegamos é que a hereditariedade somente pode ser um atributo do psiquismo sobrevivente à morte física. Isso soluciona e dá perfeita lógica a todo o processo de formação dos seres vivos. Resolve a questão da hereditariedade dos instintos, das tendências natas e justifica toda a aparente injustiça que há na vida, pois enquanto uns ganham organismos mais perfeitos, outros os recebem alterados e impróprios para uma vida digna.

As mutações biológicas

Somente o psiquismo, sobrevivendo à morte, pode justificar essa linha de continuidade da vida, o fio condutor, pois somente ele transporta seus conhecimentos, aprendidos no exercício da vida. Ele prevê a necessidade de novos órgãos a fim de exercitar-se em novas habilidades, imprimindo na matéria orgânica as mutações indispensáveis para construí-los. A biologia viu nessas mutações uma sabedoria que imputou ao acaso, considerando que elas se formam aleatoriamente, sem nenhum roteiro, intenção ou previsão. Apenas subsistem quando se mostram úteis à seleção natural, sobrevivendo no ser vitorioso que as incorpora e as transmite aos descendentes. Todo o esforço de um ser, na adaptação às condições adversas da vida, se perderia inutilmente com a sua morte, pois estas não podem ser transmitidas. Realmente, as alterações adquiridas não podem ser transferidas à prole de um ser, mas retornam com ele, em forma de mutações espontâneas, quando este volta à carne, de forma que nenhum esforço e nenhuma conquista se perdem no exercício da vida.

Sem dúvida, é impossível negar a lógica das mutações, pois nos surpreendemos ao denotar a sabedoria e a linha de continuidade que imprimem ao ritmo do transformismo biológico. E nos admiramos da “sabedoria casual das mutações”, que sabem muito bem por onde caminhar, coisa impossível caso fossem apenas fruto de irradiações ambientais irracionais. Basta examinarmos a seqüência de mutações que levaram, por exemplo, ao aparecimento progressivo da notocorda (coluna óssea) nos primitivos equinodermos. A formação progressiva da mandíbula nos primeiros ágnatos, que paulatinamente transformaram os dois primeiros arcos branquiais em uma estrutura articulável, sobre a qual implantaram seus dentes, para melhor se saírem na vida. A transformação da bexiga natatória em pulmão e das barbatanas em patas nos primitivos peixes ósseos, que se arrastavam penosamente nos leitos pantanosos das lagoas que se secavam, permitindo-lhes a sobrevivência fora da água. O progressivo e harmônico desenvolvimento da figura humana, que paulatinamente dilata seu cérebro, apruma sua coluna vertebral e molda a conformação de sua face, apenas para atender às exigências da estética. Tudo na evolução nos mostra que os seus modelos seguem nitidamente um objetivo racionalmente determinado. Essa beleza da vida é surpreendente e irrefutável. É inegável que o ser plasma na carne, em etapas sucessivas, as ferramentas que necessita para o seu desenvolvimento e sua sobrevivência. Por isso a mutação é previsora, é sábia, conhece um fim e o atinge por etapas programadas. Somente um psiquismo oculto na forma poderia

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justificar tal façanha de inteligência. O acaso jamais conseguiria transportar tamanha lógica e o estudioso que ainda se fixa nesta possibilidade é um cego que não quer ver.

Não se forma um ser no momento da concepção biológica

Outra conseqüência da hereditariedade psíquica é a compreensão de que os seres vivos não se formam no momento de sua concepção. Eis outro conceito que traz solução para muitas de nossas interrogações. A Criação divina não está subordinada aos nossos desejos sexuais. O ser já existia antes da geração de seu corpo, apenas se une a um óvulo fecundado para construir seu novo organismo. E isso acontece com todo ser vivo, seja planta, animal ou homem.

Hereditariedade psíquica e afinidade espiritual

É inegável, no entanto, a existência da hereditariedade fisiológica, secundária, que nos empresta as características paternas, mas esta é secundária, aproveitada pela hereditariedade psíquica nos pontos que lhe são favoráveis. Somente isso. As semelhanças psíquicas e comportamentais que se observam nos descendentes, são meros frutos de afinidades, que reúnem na hereditariedade fisiológica as igualdades de espíritos.

Somos construtores de nosso destino

A pré-existência do ser justifica as aptidões natas que revelam um caminho anteriormente percorrido. Carregamos conosco, vida após vida, todas as nossas obras e a hereditariedade psíquica no-las devolve, em forma de dor ou alegria, conforme sejam frutos do bem ou do mal semeados anteriormente. Assim, já não podemos justificar nossas dores em alterações genéticas que herdamos, como se fôssemos meras vítimas de moléculas adulteradas. Somos artífices do nosso destino e construí-lo, feliz ou sofrido, compete unicamente a nós e às nossas intenções.

74 - O Ciclo da vida e da morte e sua evolução

(há um erro de tradução no título desse capítulo)

A morte é uma ilusão

Não se pode negar a indiferença da natureza diante da morte. Ela a trata, como nos diz a Grande Síntese, como lida com as cores do crepúsculo que, apesar de belas, são levianamente desfeitas após cada momento de fugacidade . Isso porque ela sabe reconstruí-las todos os dias. Por isso a vida não teme a morte, porque sabe que é condição de transformação e não uma destruição absoluta do ser. O psiquismo animador e construtor da forma não pode terminar com a destruição de sua veste. O que não nasceu com a matéria, não pode morrer com ela. Toda a lógica do Universo nos leva a esta conclusão. Esse psiquismo retorna à vida, para nova aventura na matéria, por isso, a reencarnação é a realidade dos processos vitais, o que lhe dá o fio condutor. Única forma de se encontrar a lógica da existência, pois do contrário teremos que nos entregar aos horrores do materialismo.

A sobrevivência do ser e o estudo de seu futuro estado é fenômeno biológico e como tal é assunto de interesse não somente das religiões, mas sobretudo das ciência biológicas e sociais.

Duas fases de um ciclo

Vida e morte são apenas duas fases opostas de um mesmo ciclo e fazem parte da evolução. Vida é a fase positiva do dinamismo vital, de descentralização cinética. Morte é a sua fase de repouso, de concentração cinética, de retorno ao estado de germe. Dois ciclos que se alternam, subida e descida, reconstrução e dissolução. Se formos atender a maiores detalhes poderemos notar que há na vida também dois ciclos, um de reconstrução, de descentralização, do nascimento à maturidade e outro de centralização, de recolhimento, da maturidade à velhice, terminando com a morte. Depois da desencarnação se repetem as mesmas etapas, a reconstrução de um novo organismo (perispírito) – descentralização em novo desenvolvimento – para novamente se alternar com outra fase de

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recolhimento, de concentração de potencialidade, de retorno ao estado do germe, quando o perispírito se encista, para nova aventura na carne.

A individualidade se mantém depois da morte

A unidade reconstruída se assemelha demais à que foi destruída e somente pode ser edificada pelo mesmo psiquismo. Como justificar as qualidades natas numa personalidade que já nasce pronta, com suas características próprias, sua individualidade, seus pendores e peculiaridades? Admitir que não exista uma paternidade divina ou que Deus cria almas por mera obra do acaso não é solução lógica para este impasse. Compreender, porém, que cada ser traz o que já foi e já conquistou de seu passado, torna muito mais lógico o processo da vida, solucionando todas as suas aparentes injustiças e contradições.

O desenvolvimento embrionário repete e resume toda a evolução

Prova contundente da evolução e de que um psiquismo diretor orienta a formação do corpo, é o desenvolvimento embrionário, que é uma repetição de toda a escalada já percorrida pelo ser. Durante a formação do embrião, o ser repassa, rapidamente, por toda fase já percorrida, relembrando em nítida sucessão de formas, as etapas da evolução já transcorrida, mostrando que ele as reteve consigo. Cada etapa é relembrada com detalhes de forma surpreendente. Nada se perde e a evolução, em seu produto final, não retrograda, embora em seus momentos particulares seja uma onda intercalada de ascensões e retornos periódicos.

A morte não é igual para todos

Com as informações espíritas, comprovamos que a existência física não se interrompe com a morte. Para aqueles já aprenderam a viver conscientes no espírito, é apenas transição para outra dimensão da vida. Os seres inferiores, contudo, ainda inconscientes, não encontram condições de se manterem ativos depois da morte e apressam-se a se reencontrarem com a carne. Mas, o homem, que já

chegou em e adquiriu o pensamento contínuo, não extingue sua consciência com a morte e continua em outro nível de vida organizada. Nesta nova vida irá “sobreviver nele, tudo que nele é imaterial” – conhecimentos, personalidade, habilidades, sentimentos, etc. As profícuas psicografias espíritas, descrevendo com detalhes o mundo após a morte, comprova-nos a sua incontestável realidade.

A evolução nos leva a ser cada vez mais conscientes no espírito, diluindo em nós o efeito da morte física. À medida que dilatamos nosso espírito, nos tornamos desperto no plano imaterial, de modo a sobreviver permanentemente nele, quando então a morte será vencida. “Então o homem viverá consciente na eternidade”.

Morte é técnica de construção do espírito

A morte não é um fracasso biológico, mas apenas técnica de formação do ser que, através de choques e contra-choques, leva ao paulatino despertar do espírito. É uma maceração da substância para que se purifique a essência, o espírito, assim como um barro que, para tornar-se um vaso de preciosa cerâmica, deve passar pelas triturações que lhe preparam a mistura, pela modelagem da mão que o golpeia e pelo calor dos fornos que o endurece.

A morte é conseqüência do princípio da conservação de energia

O princípio físico da conservação de energia nos diz que não se pode destruir uma força, mas apenas transformá-la. Este princípio não se presta apenas às energias físicas, mas também à energia da vida, que em obediência a esta lei, jamais se destrói, mas apenas se transforma, através dos ciclos de vida e morte. Com a conservação da energia, o princípio psíquico, que se sustenta em uma base energética, mantém sempre a sua individualidade e as qualidades já conquistadas. E, assim, esse princípio da física é também fenômeno do âmbito da biologia.

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A superação da morte na fase +x

À medida que a consciência se torna mais desenvolvida, paulatinamente se tornará mais desperta no espírito. O fenômeno morte deixará de ser tão abrupto como é agora e far-se-á de forma sutil, sem os grandes choques biológicos do presente. O espírito passará por estas etapas de forma desperta,

“num estado permanente de consciência e lucidez.” Então terá superado a morte e viverá definitivamente na dimensão do espírito, sem matéria, corpo ou transformismos.

Da matéria ao espírito e do espírito à matéria

Neste capitulo a Grande Síntese ainda nos explica que é possível ao ser caminhar nos dois sentidos da existir: descer à matéria ou subir ao espírito. Do espírito à matéria temos a trajetória involutiva, inversa a que efetuamos hoje, a evolutiva, que é do átomo à consciência. Ambos os caminhos são possíveis para o ser, bastando uma contraversão de seus movimentos internos, invertendo-se o seu metabolismo cinético. Por redução cinética chega-se a matéria e por expansão vai-se novamente ao

espírito (ciclo da substância, de à e de à , ver cap. 9). Por esta técnica pode o espírito gerar energia e matéria e dela desfazer-se, retornando ao espírito. Assim, a Grande Síntese nos explica a técnica das materializações e desmaterializações.

A Criação é vida

A Criação palpita de vida em todos os seus rincões, sendo esta a única realidade da substância divina, indestrutível, por sua própria natureza. Assim como não existe o vazio, a morte também não é uma realidade no Universo. Deus é vida e morte é apenas um momento de instabilidade para o ser que está em crescimento evolutivo. É apenas passagem para outras dimensões da realidade da vida e desta forma é fenômeno transitório. Tudo se agita, tudo pulsa, tudo cintila e tudo reluz a vida que está na intimidade de todo fenômeno que nos rodeia. Por isso, quanto mais se evolui, menos se morre.

75 - O Homem

A Jornada do Homem

Com o homem a jornada de a chega em seu momento atual. O aspecto estático e dinâmico da

substância atinge os primórdios de , na consciência que hoje possuímos de nós mesmos e do Universo em que vivemos. Vencemos a evolução no planeta, mas ainda precisamos de profundas transformações a fim de despertar todo o esplendor do espírito que a Criação depositou em nosso âmago.

O materialismo nos fez maus

Ainda possuímos muito mais tendências animalizadas do que hábitos evangélicos e detemos impulsos moralmente inadequados que nos afastam dos objetivos supremos da Criação. O “materialismo nos fez maus” e inadequados para a vida do espírito. Por isso ainda transportamos dores e anseios. Um esforço de superação e amadurecimento biológico ainda nos é exigido pela evolução, se quisermos conquistar toda a potencialidade de que somos constituídos.

A dor nos abre as portas do espírito

O materialismo científico nos fechou as portas do espírito com pretensões de sabedoria e requintes de quiméricas superioridades, filhos de uma enfermiça arrogância do espírito. Somos adolescentes do espírito que pretensiosamente acreditamos dominar as forças da vida a nosso bel prazer. E nos iludimos de que a vida existe apenas para satisfazer nossos doentios desejos. Mas a dor comparece, piedosa, fiel ao crivo da evolução, com sua mensagem de sofrimento, na cota justa de nossas necessidades evolutivas. Por isso, em meio as mais surpreendentes conquistas da ciência moderna, a dor não pôde ser extinta do seio da alma, pois necessitamos dela para crescer, para inibir os excessos do orgulho e para aparar as arestas do egoísmo hipertrofiado.

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Ainda trazemos a alma vazia

“Acreditamos no poder da matéria, na força da riqueza, mas estes nos trairão” e nos deixarão órfãos, com pesado vazio no coração, quando pressentirmos a ausência de Deus, nossa necessidade maior. Um vazio vivido em forma de depressão assola nosso espírito na atualidade, mesmo em meio a todas as comodidades tecnológicas modernas. Hoje podemos apertar botões que nos dão informações, diversões, executam trabalhos pesados e nos transportam para onde queiramos, mas não podem nos falar de Deus, do Seu amor e por isso não saciarão nossa alma, que permanece gélida e vazia, terrivelmente vazia.

A felicidade está na reforma dos hábitos

A voz de A Grande Síntese comparece nesse momento áureo de nossa evolução, quando novas e decisivas necessidades da evolução do espírito nos exigem mudanças profundas nos hábitos, nos comportamentos e, sobretudo, nos sentimentos. A lei vigia, com sabedoria, nossas mínimas ações e sentimentos e sabe nos devolver todas as intenções de maldades em formas de dores. Se não as aproveitamos para a grande reforma que o Evangelho nos propõe, continuaremos como seres infelizes, carregando sofrimentos de toda espécie e vazios insustentáveis na alma.

Vale a pena ler com atenção as lições deste capítulo e guardá-las na alma a fim de que nos sirva ao espírito, nos momentos em que recalcitramos nos velhos hábitos do egoísmo, deixando-nos trair nas melhores intenções de reformas.

76 - Cálculo de Responsabilidade

Energética do psiquismo – psicodinâmica da personalidade

A personalidade, como fenômeno psicodinâmico, é feixe de forças em constante dinamismo, cujas potências e trajetórias podem ser estudadas e conhecidas, e o resultado de suas ações, devidamente calculado e antecipadamente conhecido. Quando o homem identificar melhor estas forças e o comportamento da Lei Moral que as dirigem, poderá conduzir-se com mais propriedade e conquistar com objetividade seus almejados equilíbrios.

Responsabilidade progressiva

A responsabilidade moral do espírito em evolução deve ser enquadrada no cortejo do funcionamento da mesma Lei que dirige todos os fenômenos da Criação sejam biológicos, físicos ou químicos. Está sujeita à evolução e deve se adaptar a cada momento em que o ser se apresente. Por isso, quanto mais ele evolui, maior é a sua responsabilidade diante da Lei e esta mais lhe exige comportamentos adequados ao funcionamento orgânico da vida. Quanto mais involuído é, menos livre está e mais preso se encontra ao determinismo de princípios invioláveis, pois maior é sua ignorância na condução de si mesmo. Sua liberdade se dilata, paulatinamente, permitindo-lhe maior maleabilidade na vida, porém, a sua responsabilidade aumenta no mesmo grau, levando-o a se conduzir pelo seu próprio juízo e fazendo-o dono de seu destino.

Acelerando nosso passo na evolução

A evolução da consciência é contínua e contígua à evolução das formas e progride por incorporação de novas trajetórias nos movimentos energéticos que sustentam o vórtice psíquico. A química do psiquismo em seu sutil metabolismo é aberta e, nas experiências de vida, assimila e constrói novos elementos no “edifício cinético da personalidade”, levando à sua progressiva melhoria. Esse metabolismo é feito de elaboração de forças internas e assimilação de forças externas, segundo uma trajetória individual. O conhecimento do funcionamento dessas forças pode permitir ao ser a sua melhor condução em seu processo de auto-elaboração. Até o momento, isso é feito sem técnica precisa, ao sabor de erros e acertos, onde o ser tateia o comportamento da Lei, experimenta-a, com sua ignorância, para receber dela prêmios ou castigos e com isso corrigir seus rumos, através da dura lição da dor. Mas chegará o momento em que, adquirindo perfeito juízo dessas forças, melhor se conduzirá no equilíbrio da Lei, agilizando o seu passo na linha da evolução e evitando as dores

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decorrentes de sua ignorância. Há ciências psicológicas que já ensaiam este caminho, que irá se desenvolver, prioritariamente, para um ser que se torna cada vez mais psíquico. As religiões contribuem, pois prenunciam as reações da Lei Moral, induzindo-nos a adotar modelos de condutas condizentes com o nosso desejo de felicidade. Por hora, no entanto, a promessa de alegrias ou o temor de castigos, é a única linguagem que podemos compreender, até que o perfeito conhecimento da Lei nos ilumine. O Evangelho, sem dúvida, deve ser a base sobre a qual se assente o novo estudo da condução da personalidade humana e enormes dispêndios de forças e tempo serão evitados, apressando nossa conquista do equilíbrio e da felicidade.

A linha do destino

As forças condutoras do psiquismo permitem um exato “cálculo da responsabilidade” nos diversos momentos da vida de cada um. A personalidade é um bólido em movimento, com inércia específica, liberdades previstas e cotas de dores e felicidades, proporcionadas as suas necessidades. Por isso, a linha do destino segue uma lógica perfeita que atende sempre à evolução individual, em qualquer nível em que se encontre. Prêmios e castigos não são ofertas que a vida dá ao acaso, nem está nas mãos dos homens proporcioná-las, mas são frutos de equilíbrios perfeitos da Lei. Esta é que distribui dor e alegria, exatamente proporcionados às exigências evolutivas de cada um. Embora vejamos na vida, uma aparente e aleatória mistura de seres e destinos, sem qualquer propósito, ela age particularmente, conhecendo a linha de condução de cada um. Guarda o cálculo individual das responsabilidades, distribui méritos e dores e proporciona com exatidão as experiências particulares, exigidas pela evolução de cada um.

A evolução nos protege das quedas

Quanto mais evolui, maior liberdade tem o ser diante da Lei e maior também é a possibilidade de violá-la, não tivesse este a proteção que o conhecimento lhe confere das reações da Lei. Assim, a obediência a princípios já esposados é cada vez maior no ser que os segue, não por mera coerção, mas por sua livre adesão. A sabedoria que a vida confere funciona como um protetor para o espírito pois sua responsabilidade aumenta, defendendo-o de novas quedas morais.

77 - Destino - o Direito de Punir

As zonas do destino

O destino é feito de duas zonas, uma de determinismo e outra de contingência (incerteza). A primeira é uma zona inexorável e fatal, a segunda é passível de modificação pela nossa vontade. Poderia ser comparado a um projétil, cuja trajetória em determinada fase não pode ser modificada por forças que não ultrapassem a sua tendência a se manter no movimento iniciado. No instante, entretanto, que sua inércia diminui, torna-se possível reorientá-lo com adequados correções em sua trajetória. Mas como qualquer bólido em movimento, não pode ser simplesmente freado sem causar danos ainda maiores. Sua energia de movimento deve ser orientada até que se esgote e possamos aplicar nele novos impulsos. Por isso o presente pode corrigir o passado e o destino não é fatal e inexorável em todo o seu percurso. Uma via de redenção pode sempre modificá-lo em favor de nossa felicidade.

Na zona de determinismo, nossas forças não são suficientes para lhe desviar ou obstaculizar o movimento das forças do destino. Neste seu percurso, a tolerância de nossa alma deve funcionar como um material maleável, absorvendo seu impacto, impedindo que seus danos sejam maiores do que os necessários para nos corrigir. A rebeldia oferece-lhe perigosa resistência, ocasionando a violência dos choques desenfreados, exigindo do ser dispêndio de esforços improdutivos multiplicando-se seus sofrimentos.

Somos os donos de nosso destino

Naturalmente somos nós mesmos que lançamos o destino em determinada direção, em uma existência, para colher os seus efeitos em outra próxima. Assim é que o destino é um filho do passado semeado pelo presente, para ser colhido no futuro.

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O destino e sua correção

Sem conhecer as causas que determinaram nosso destino presente, comumente nos revoltamos contra ele, considerando-o mera obra do acaso. Tateamos reações de defesas, muitas vezes com grandes desperdícios de energias e, sem conhecimento de causa, nos tornamos joguetes de impulsos que geram novos contra-impulsos da Lei. Mas com a evolução de nossos espíritos, atingiremos o conhecimento das causas e adotaremos uma via de correção do destino que respeite a lei de causalidade e aproveite a sua linha de inexorabilidade para a corrigenda e semeaduras de nossos rumos. Aprendendo com as reações da Lei, nos capacitaremos a corrigir nossas condutas, orientando-nos melhor no cortejo da vida e construindo destinos mais felizes para nós. Essa é a imposição maior da vida que, se nos oferece suas dores, é por visar a nossa felicidade e adequação no cortejo orgânico da Criação. Eis delineado a via de redenção que Ubaldi abordará em obras futuras.

Evolução do Direito

A linha do destino segue a trajetória individual de cada ser, adaptando-se, através do cálculo de responsabilidade, às necessidades individuais e evolutivas de seu momento de vida. Por isso a justiça divina é individual e não coletiva como a dos homens. O que parece injustiça para um pode não ser para outro e assim assistimos à vida distribuindo aparentes injustiças, que muitas vezes não podemos compreender. A justiça divina de fato atua na intimidade do ser e age sem pressa, no momento mais propício, em favor da própria criatura. O castigo, necessário à corrigenda, é sempre proporcional a tolerância do ser, visando o seu proveito e sua educação. Portanto, justiça e direito são valores evolutivos. Delinqüência e maldade são apenas involução e serão sanadas com o progresso. Compreendemos que o agressor muitas vezes age em base ao egoísmo da autodefesa, decorrente de falências na luta pela vida e atua com a mesma psicologia moral dos vencedores. Quando o homem entender isso, a sua justiça se fará com mais equilíbrio, não será igual para todos, adaptando-se à necessidade de cada um. Deixará de ser vingança para se tornar correção. O juiz evoluído moralmente ajudará o homem a evoluir e a espada da justiça será substituída pelo livro que educa.

78 - Os Caminhos da Evolução Humana

Na estrada da vida

A evolução é a estrada da vida, a grande via que conduz o espírito para Deus. Nela a parada é proibida, sendo possível existir somente enquanto se caminha. Deter-se é anular-se e por isso a dor vigia a todos, multando aquele que estaciona na inércia. O caminho, no entanto, já está pronto e não se faz ao caminhar, como disse um poeta. Suas metas são a construção e ascensão de consciência, a superação biológica, a desmaterialização da forma e a espiritualização da personalidade. Ela tem dois sentidos, sendo-nos permitido ir adiante ou retroceder. Exercitando o bem, a virtude e o cumprimento do dever estamos caminhando em sua via preferencial. Priorizando, no entanto, os opostos, ou seja, o mal, o vício, o egoísmo, o orgulho, nos situamos na sua contra-mão.

Nesta jornada, a dor é o estabilizador de equilíbrios para que não nos acidentemos em suas curvas. É um piloto automático que assume o comando, sempre que nossa estabilidade é ameaçada por má condução ao volante. Temos a liberdade de dirigir como bem entendemos e por tendência nata de rebeldia, agrada-nos a violação das normas vigentes e nos deliciamos ameaçando a normalidade do tráfego. Mas, uma vez engendrada a violação, a dor é acionada, limitando-nos a liberdade de condução. Eis ai o conceito de regeneração do espírito pela dor. Um mal transitório que visa sempre à conquista de um bem maior. E as rotas da evolução não conduzem apenas o progresso das formas físicas, mas, sobretudo, da ética, pois ambos são parte do mesmo roteiro. Assim é que a necessidade universal de equilíbrios invade também o campo moral. Evoluir para o bem é prioridade universal da Criação e por isso os grandes místicos da história nos deixaram códigos de trânsito que preconizaram a renúncia à animalidade e todos os seus valores - egoísmo, agressividade, possessão material, exibição de força e orgulho. Dirigindo com simplicidade e obediência ao código de trânsito - renúncias, simplicidade, obediência - amortecemos os baques da animalidade ainda vigentes em nossa alma, transpondo sem percalços os obstáculos que torna a nossa marcha acidentada e

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perigosa. As grandes paixões são os motores da alma, impulsionando-nos pela estrada da vida, acelerando os nossos movimentos. Suprimi-las simplesmente nos deixaria na beira do caminho, vazios de combustíveis. Desta forma, elas não podem ser eliminadas, mas apenas transformadas e toda sua potência devidamente aproveitada para o embalo das grandes subidas.

Existem os afoitos que desejam as primeiras posições, mas estes são freados pelo peso de seus próprios egoísmos que geram massas inadequadas, obstaculizando-lhes a pretensa ligeireza. Somente unidos pelo esforço comum de ascensão, embalando-nos uns aos outros e apoiando aquele que cai é que nos livramos do lastro do egoísmo, fazendo-nos mais leve, imprimindo assim maior velocidade ao nosso cruzeiro.

A estrada passa por terras amigáveis, mas também por regiões cheias de perigos, onde assaltantes estão sempre prontos para roubar-nos as prioridades do espírito. Por vezes os riscos do cientificismo materialista e do dogmatismo de religiões estacionárias estreitam a visão do viajante, envolvendo-o em neblinas densas. Velhas verdades o distraem, impedindo-o de divisar os mirantes, onde se descortinam os grandes horizontes do espírito. E da retaguarda, massas mal conduzidas e depauperadas de sapiência ameaçam aqueles que vão à dianteira, sempre prontas a saciarem, pelo assalto, suas grandes necessidades mal satisfeitas.

Porém, apesar de todos os obstáculos, todos chegaremos, sem dúvida, ao posto desejado pela direção da vida. Na estação da superconsciência aportaremos para um merecido e prolongado repouso, mas a jornada somente terá chegado de fato ao seu fim, quando estacionarmos definitivamente no Seio amoroso de Nosso Pai.

79 - A Lei do Trabalho

O trabalho como castigo

Em todos os tempos o homem desejou libertar-se do esforço do trabalho, acreditando que no ócio reside sua alegria. As regiões paradisíacas foram imaginadas como estâncias da inação e do lazer. O Gênesis mosaico propalava o trabalho como um castigo para o ser caído – “comerás o pão com o suor de teu rosto”. O trabalho sempre foi renegado ao escravo e nossa mentalidade egoística fez dele uma condenação do vencido, do economicamente incapaz e aquele que pode mais trabalha menos, explorando o serviço alheio. E, dessa maneira, o trabalho tornou-se uma forma de luta, de furto e de opressão. E geramos uma sociedade baseada na exploração do homem pelo homem, pois o lucro anula o trabalho e premia o seu proprietário de ócios e vida fácil. Por isso, a sociedade se transformou em uma fonte de dores, pois os explorados se voltam sempre contra seus usurpadores, em assaltos permanentes à riqueza que deveria, por direito do bem, ser benefício de todos. Assim vivemos como merecemos, numa sociedade de desigualdades e roubos.

A real função do trabalho

Pela ótica das leis da vida, o trabalho, no entanto, deve ser visto de forma diferente, se quisermos tirar dele todo o seu potencial de construção da alma. Jamais é uma desvantagem para o espírito, em qualquer posição que se encontre. É sua necessidade mais do que mera exigência econômica. É função biológica de aprimoramento do espírito e ferramenta imprescindível da evolução. Sem ele o espírito não cria automatismos e não fixa habilidades. Somente ele pode coordenar o indivíduo no funcionamento orgânico da sociedade, dando a cada um uma função específica. Por menor e mais insignificante que seja, é sempre importante para o funcionamento do conjunto e assim é que o verme que corrói a terra sustenta o gênio que pensa e desvenda os segredos do Universo.

Nessa nova visão do serviço a Grande Síntese nos excita a “amar o trabalho como disciplina do espírito e escola de ascensões”. O trabalho-lucro é substituído pelo trabalho-dever, pelo trabalho-missão. No cortejo da vida, todos desempenhamos uma missão importante, ao mesmo tempo em que aperfeiçoamos, com o trabalho, nossos espíritos em crescimento. O ócio é estagnação da alma e “para não morrer o espírito deve nutrir-se de constantes atividades”.

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A imoralidade do ócio

Nesta nova ética de vida o ócio é imoralidade. Tanto aquele que se detém além do repouso necessário quanto aquele que acumula riquezas pelo lucro fácil estão lesando a vida e trazendo prejuízos para si mesmos. Só possuímos verdadeiramente aquilo que conquistamos pelo nosso trabalho e qualquer outra fonte para a propriedade é furto, mesmo o bem genuinamente herdado.

Nossa sociedade atual ainda não atingiu essa visão do trabalho e todos desejamos o lucro fácil e a vida na ociosidade. O trabalho tornou-se um peso para o espírito ainda rebelde. Estamos ainda em construção, criamos formações imperfeitas e transitórias e estabelecemos uma sociedade caótica, baseada nas monstruosidades do orgulho e do egoísmo. Como nas sociedades eticamente involuídas dos animais, em que o mais forte devora o mais fraco, em nossa sociedade o mais poderoso economicamente explora o mais pobre. Mas a vida atingirá um nível de organização tal que não permitirá no futuro a exploração do fraco pelo forte e abolirá de suas fileiras o egoísta e ocioso que deseja apenas acumular bens para a sua própria comodidade e luxúria.

80 - O Problema da Renúncia

A que devemos renunciar?

A evolução, após elaborar a organização da matéria até o nível biológico e amadurecer a energia até o plano da consciência, prepara-se agora para a construção do seu mais elaborado fruto: o espírito. Ensaiando suas primeiras manifestações, este dá vazão às suas aptidões iniciais, feitas de intenso egocentrismo, degenerado em egoísmo, produto de sua imaturidade. Desperta para a vida com imenso desejo de expandir-se, impondo prejuízos àqueles que lhe competem o campo de manifestação. Instala-se deste modo um regime de competições, movido por egoísmos rivais, criando-se um ambiente de intensas hostilidades. Somente é possível a sobrevivência mediante ataques e defesas. Neste ambiente frenético de agressões e impiedades, o espírito ensaia seus primeiros passos. Sua ética é feita pela imposição da força. Caminha a esmo, evadindo-se, como pode, das reações da Lei que sempre lhe pediu atitudes opostas, a fim de construir nele a perfeição exigida pela Criação e torná-lo um ser feliz. Habituou-se o ser na hipertrofia de valores contrários às exigências de uma Lei que lhe quer perfeito. Surge nele, desta forma, a necessidade de renúncia aos valores equivocados, aprendidos em suas experiências iniciais na vida. Os hábitos do animal, ainda remanescentes no homem que ensaia os primeiros passos do espírito, tornam-se contraproducentes e obstáculo a sua melhoria. Não lhe servem mais para uma vida dentro da nova ética do amor e devem ser abandonados. Como eles persistem e insistem em permanecer como sempre foram, trava-se na intimidade de cada um uma luta biológica e cósmica, onde deve vencer o espírito. O futuro pertencerá àquele que conseguir realizar essa superação da animalidade, com a abdicação de todos os seus valores. Eis delineado a necessidade de renúncia. Eis a missão do Evangelho, lei biológica que auxiliará o ser neste novo caminho.

Renúncia: ferramenta da evolução

A vida evolui da força para a justiça, da dor para a alegria, da escravidão para a liberdade, do mal para o bem, do bruto para o anjo, extremos entre os quais oscila o homem em sua ascensão. Se queremos a felicidade é preciso seguir os caminhos da evolução, renunciando aos valores da inferioridade. Não há outra via possível. Renúncia prenunciada pelos gênios que chamamos santos e que vivenciaram sob os nossos olhos essa suprema realidade do espírito. A vida na matéria tornar-se-á insuficiente para satisfazer um espírito amadurecido. O corpo biológico presente não se adaptará às suas novas necessidades emergentes. “Não basta gozar o presente, na ilusão de que não há amanhã, pois o amanhã chegará e encontrará o homem imprevidente, despreparado”. O homem-animal precisa reconstruir-se em base aos valores prenunciados pelo Evangelho, única via que o arremeterá às inimagináveis realizações do espírito. Somente assim o inferno da vida na matéria e o purgatório da rivalidade animal se transformarão no Paraíso Divino.

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A renúncia não pode ser vazia

Não se pode, entretanto, simplesmente eliminar os velhos valores, deixando-se a alma vazia de aspirações que ainda não amadureceram. A renúncia deve ser adaptada à capacidade de cada um e deve ser progressiva, a fim de não lhe obstaculizar a evolução. Deve ser espontânea e partir da intimidade de cada um, sem coerções, para que seja genuína e proveitosa. Deve ser progressiva e trazer satisfação, para que toda virtude se torne um hábito. “Começai por eliminar o supérfluo”, adotando um regime simples de vida - mudança de hábitos alimentares, abandonando velhos vícios que nos retém nos círculos inferiores da vida e simplificação de nossas necessidades - estes são os caminhos que a Grande Síntese nos suscita para facilitar o processo de crescimento espiritual, preparando-nos para as grandes e necessárias renúncias.

Afinal, por que a renúncia é uma necessidade?

Justo é perguntarmos por que a vida está constituída desta forma, excitando-nos paixões necessárias em uma época, mas que se tornam negativas em outras, exigindo do ser em crescimento essas pesadas renúncias. Poderá parecer, para aquele que pensa e estuda as leis da vida, que o Senhor da Criação não foi justo ao idealizar este processo de formação do ser, impondo-lhe necessidades e alegrias que logo se tornam engodos e prejuízos. Somente nas obras subseqüentes de Ubaldi, obteremos resposta para este aparente paradoxo da evolução.

81 - A Função da Dor

Por que sofrer?

Neste monumental capítulo, a dor encontra sua função no cortejo da vida. Desde que tudo na Criação tem uma utilidade, preciso se torna compreender sua finalidade e, neste caso, tirar dela todo o proveito para o nosso adequado crescimento e sua definitiva anulação. Há dores inerentes ao processo da vida da qual participam, inevitavelmente, todos os seres que caminham - a dor da maceração evolutiva, da luta pela sobrevivência, do desgaste da caminhada, do crescimento que exige renúncias dolorosas – essa foi chamada dor evolutiva. A dor do erro, daquele que inevitavelmente desconhecendo, tem que aprender para não sofrer - a dor do inconseqüente, que mesmo errando por ignorância, não deixa de padecer – essa foi chamada dor expiatória. Este martelar constante da evolução parece não perdoar o ser, não lhe permitindo o repouso na margem da estrada da vida. Excita-o com ferroadas, justas na medida de sua tolerância, para não aniquilá-lo, mas que não lhe dão sossego. A evolução parece ter pressa no crescimento do espírito, justamente para libertá-lo desse sofrimento, nas camadas inferiores da vida. Ela o premia com um organismo pleno de possibilidades, mas logo lhe tira todo o sossego, impondo-lhe uma destruição e uma morte, fontes de dores quase insuportáveis. Vida e morte, construção e destruição, vitórias e derrotas, são etapas naturais do progresso do espírito, mas são dores que ele tem que enfrentar, cada vez, com mais coragem. É justo interrogarmos os enigmas da vida, perguntando por que fomos criados com a necessidade de sofrer para evoluir. Então, por que existe a dor? Porque somos ignorantes, responderíamos. Mas por que aquele que ignora merece sofrer? Para aprender, mais uma vez justificaríamos para nós mesmos, assumindo um sofisma de difícil solução em nosso conhecimento atual. O ignorante não merece sofrer, mas sofre para aprender e aprendendo anula sua ignorância para não mais sofrer. Desta forma parece-nos que devemos aprender e evoluir apenas para superar a dor. Porém, não haveria, para um Deus que é perfeito, outra forma de construir os filhos do Seu amor? Por que não ensiná-lo antes de errar, prevenindo-o do dano, habitualmente fazemos com nossos filhos? Mais tarde, amadurecidos no estudo da obra de Ubaldi, a mesma voz que inspirou a Grande Síntese, irá esclarecer de forma clara e definitiva estes aparentes paradoxos, que surgem na alma daquele que procura ler nas entrelinhas da vida. Aqui não vamos discuti-las e apenas excitamos o estudioso a prosseguir na jornada deste conhecimento, que liberta e consola.

A dor do ponto de vista materialista

A Medicina atual ainda não pôde ver além do mundo celular e não encontra uma razão para a dor, que permanente e sorrateiramente nos assalta os órgãos. Busca conhecer suas origens nas alterações moleculares que afetam as funções celulares, terminando por encontrar suas últimas

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razões nas desorganizações do código genético. Desorganizações, que em última e fria análise, guardam sua origem em perturbações aleatórias de suas cadeias moleculares, transmitidas pelos mecanismos da herança. Tal explicação, embora vestida de cientificismo, traz uma imensa cota de injustiça para uma vida que estaria, de forma imerecida, completamente entregue ao sabor do acaso. Este pressuposto destitui qualquer crença em uma divindade, sendo incompatível com a sabedoria e o amor supremos de Deus.

As funções evolutivas da dor

Para grande consolo daquele que confia na Sabedoria Divina, aprendemos que há razões para a existência da dor que ainda escampam à mentalidade comum do homem. Em última análise, ela é sempre fruto dos abusos do ser, de modo que, onde haja uma carência, fomentando uma dor, houve sempre um excesso que a semeou. Embora a dor se realize por diversos mecanismos, inclusive o genético, ela sempre se justifica no perfeito equilíbrio da vida. Seguindo o ensinamento de A Grande Síntese identificamos diversas funções para a dor, do ponto de vista da Lei:

1- Criação e renovação do mundo biológico – destrói o velho para a construção do novo.

2- Equilíbrio – inibe os abusos, gerando os equilíbrios indispensáveis ao funcionamento orgânico do Universo.

3- Ordem – toda desordem gera dor, que funciona inibindo o seu próprio desenvolvimento, reconduzindo à ordem.

4- Educação – castigando o ser diante do erro e premiando-o com a alegria, em seus acertos, a dor o orienta para a aquisição da sabedoria.

5- Libertação – fugindo da dor mais intensa nos planos inferiores, o ser se dirige aos patamares superiores da evolução, libertando-se das amarras da inferioridade.

Por isso a dor, sempre proporcionada à sensibilidade do ser, é força amiga e corretora, forjadora de almas, encontrando o seu lugar no funcionamento harmonioso do Universo.

Todo abuso gera contração e dor

Sempre ávidos de abusos, imersos no egoísmo e ignorantes do amanhã, somente podemos colher dores e dissabores da vida. A Lei não admite a violação da felicidade alheia, por isso, toda expansão que constrange o semelhante é passível de punição na harmonia do Universo. Toda ambição desmedida, todo crescimento inadequado, feito apenas para alimentar o eu doente de egoísmo, só pode ocasionar contração e dor, por força do equilíbrio desta mesma Lei. Assim compreendemos que toda carência do presente é fruto de excessos do passado.

Aniquilando a dor

A dor escarnece da ciência que tenta, inutilmente, suprimi-la de fora para dentro, para retornar sempre, de dentro para fora, diante de todo abuso do ser. Somente o progresso pode aniquilá-la pelas aquisições de valores evolutivos. Por fruto de seus íntimos equilíbrios, todas as nossas dores são merecidas e sempre adaptadas às nossas necessidades. E só se neutraliza um efeito, reconduzindo o seu impulso invertido em direção a sua causa, a fim de encontrar a sua compensação. Não se pode, desta forma, combatê-la, simplesmente, impondo-lhe uma repressão no sentido contrário. Por isso, a medicina materialista e de superfície não pode suprimi-la de forma definitiva. Ela volta sempre com novas roupagens, novas formas, a cada tentativa de se extirpá-la de fora para dentro. Se permanecermos no campo da semeadura de males, jamais poderemos nos libertar de suas conseqüências, que sempre se voltam para a sua fonte, ou seja, nós mesmos.

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A dor que cura

Aquele que hoje sofre, encontra-se sob cuidados da vida para se curar de seus males e se equilibrar. A Criação não desampara ninguém e se volta sempre para aquele que padece, em qualquer nível que se encontre, ajudando-lhe, por todos os meios possíveis, a subir e a superar a dor com o conhecimento e o progresso. Assim é que a sabedoria não somente consola como aniquila a dor, na medida que inibe as ações da ignorância que a geram.

Dor redenção

A redenção é um conceito que permeia toda a obra de Ubaldi. Introduzida pela Grande Síntese, encontrará de fato o seu estudo pormenorizado nas obras subseqüentes, Deus e Universo e Queda e Salvação. Tema profundamente cristão, retorna à baila de nossos estudos, com novo vigor de conceitos, agora amadurecidos e vicejados por novas revelações. Somente uma via de redenção pode trazer alegria e anular a dor. Via de redenção que significa absorção da reação livremente semeada no passado e reconstrução de novo equilíbrio, evitando-se novas violações da lei – eis a fórmula mágica que anula a dor, de forma definitiva e segura, de dentro para fora. Rebelar-se contra a dor é excitar novos choques, distanciando-se da sua cura. Como a dor constrange e educa, anula-se o sofrimento, facultando a felicidade. Por isso, a dor nunca aniquila a capacidade de reação daquele que a sofre, sendo sempre proporcional à sua sensibilidade e grau de tolerância. Feliz aquele que sabe sofrer e aproveitar a lição da dor, pois curta e proveitosa será a sua lição.

Otimismo diante da dor

Estes novos conceitos da dor trazem consolo e otimismo diante deste intrigante fenômeno, num Universo onde o Amor é o sustento do ser. A palavra de A Grande Síntese é, sobretudo, de consolo e esperança, trazendo-nos novo alento para o pesado fardo da ascensão evolutiva.

82 - A Evolução do Amor

A maior força do Universo

O amor é a máxima expressão do Criador, manifestando-se como a potência que sustenta toda a Criação, em qualquer de seus níveis. Sem a doação de amor do Criador para a criatura, esta não se firmaria. Portanto, o amor é fagulha divina que nutre os seres com vida e consciência em todas as suas matizes. É colaboração e auxílio. É doação e altruísmo. É a potência mística do evoluído. É a atitude do santo. É vida. É afeição divina. Sem ele o Universo seria estéril e nada mais do que um amontoado de substâncias inertes.

O amor se manifesta de diferentes formas nos diversos níveis da evolução

O amor é parte integrante do funcionamento do Universo e pode ser visto em diversos níveis de manifestação, pois como todos os outros princípios da Criação, evolui em diversos quilates de atuação. Na matéria é força de coesão, cimentando a substância para o sustento do universo físico. Na energia é atração, sintonia e ressonância, entretecendo a teia de forças que abraçam a matéria e a vida. E no reino do espírito é afeição, simpatia e a doação de si mesmo em favor do outro. No reino animal inferior é paixão, mesmo que momentaneamente pervertida em agressão. Mas, em qualquer nível, mesmo deteriorado em ódio, não pode nunca ser extinto, mas apenas transformado. Como atração sexual é força reprodutiva que evolui para os sentimentos de maternidade e paternidade, com função procriadora, nutritiva e de proteção.

Força coerciva

Sem essa força coerciva o Universo se dissiparia em eterna fragmentação pois a substância não procuraria por suas parcelas irmãs a fim de se abraçarem em um ato de amor. Embora o ser inicie sua trajetória, embalado por intenso egoísmo separatista e agressor, o amor promove a evolução do sentimento, elevando-o para o colaboracionismo e o altruísmo.

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O amor anula a dor

Na evolução, o amor anula a dor, na medida que transforma o egoísmo, inibe a agressividade e o separatismo do ser, apropriando-o para viver em equilíbrio com os demais, inibindo assim o chicote de reações da Lei e suas inevitáveis dores. Doando de si tudo o que possui, sem nada exigir, o ser se habilita para tudo possuir e receber a máxima expressão da Paternidade divina: o Seu Amor ilimitado.

83 - O super-homem

O novo ser que a evolução produzirá

Todo o esforço da evolução objetiva um único propósito: a produção do super-homem. Em que

consiste esse super-homem de Ubaldi? É o ápice da fase , a forma mais evoluída que podemos conceber para o ser. Outros estudiosos o chamaram de espírito puro. As virtudes que hoje somente pretendemos ou realizamos com esforço, serão nele automáticas, estabilizadas nas zonas dos instintos. Por aproximações gradativas, estamos construindo este super-homem em nosso interior. Este é o esforço máximo que a evolução nos incita, e onde encontraremos a paz e o poder que almejamos.

Ainda é um incompreendido

Muitos gênios, profetas e santos nos trouxeram a técnica de sua construção e o anteciparam no seio de nossa humanidade primitiva. Mas foram naturalmente repelidos e mesmo sacrificados em prol da sobrevivência dos velhos valores da animalidade inferior.

Os caminhos para a formação do super-homem

É preciso saber abdicar do velho e amar os novos valores das virtudes, para se construir o super-homem em nós. Luta titânica entre forças estupendas da Criação, mas que coloca em prova nossas convicções e nos torna mais belo no esforço de ascensão. É preciso experimentar no jogo da vida, as qualidades deste super-homem, pois somente o que tem valor pode resistir. É preciso construir com o nosso esforço o mérito para viver as suas alegrias. É preciso dilatar a consciência e aprender a penetrar, com os olhos do espírito, nos fenômenos da Criação e conquistar a verdadeira sabedoria. É preciso aceitar a dor e aprender a sua lição. É preciso renunciar ao egoísmo e não se agitar mais em tormentas de revoltas e prepotências vãs. É preciso, enfim, embalar-se em um grande amor e entrar em comunhão com as forças da Criação.

União com o Absoluto

E quando a conquista da superconsciência for uma realidade, então toda a dor será superada. Os limites do tempo e do espaço desabarão, nossa harmonia interior entrará em sintonia com a harmonia do Todo e a prática do amor será nossa mais intensa felicidade. E nosso paraíso será a união absoluta com o Pai. Diante de todas estas maravilhosas perspectivas, por que não apressar o passo?

84 - Gênio e Neurose

O gênio antecipa a evolução

A evolução consiste de duas forças em contraste: uma conservadora, que tende a impedir a todo custo a mudança do que já está estabelecido e uma progressista, que luta por renovar o que já está maduro. O homem, durante toda a sua história, sempre se subordinou a estas duas pulsões biológicas, responsáveis por todos os seus entrechoques evolutivos. A necessidade de se manter o que é sabidamente vitorioso pela experimentação e o imperioso convite para as melhorias, dividem seu interesse na carreira da evolução. O velho teima em permanecer e o novo encontra obstáculos à sua realização. Por isso as renovações são a princípio combatidas e somente com muito esforço podem encontrar sustendo no seio das velhas idéias.

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Saltos evolutivos

A vida tem que progredir sempre e para isso ela explode freqüentemente em grandes antecipações, que depois são paulatinamente absorvidas pela retaguarda, onde permanece a maioria. Assim, embora siga uma linha de continuidade, a evolução também se faz em saltos de espetaculares antecipações. Saltos naturalmente calculados pela sabedoria da vida e não feitos ao acaso, pois devem adaptar-se sempre à condição de recepção do ser e do contrário correriam o risco de se desfazerem em esforços improfícuos.

A função biológica do gênio

Aqueles que antecipadamente conquistaram novos progressos, por força da evolução, devem se voltar para os que permanecem na retaguarda. Estes sãos os chamados gênios e sempre existiram, em todas as épocas e em todas as áreas de expressão da vida e cumprem funções biológicas. Nos reinos biológicos inferiores foram aqueles que desenvolveram pela primeira vez as mutações experimentais, trazendo novas e aprimoradas habilidades e órgãos para se incorporar à espécie. Como trazem antecipações, são sempre recebidos como anormais e renegados no meio em que se projetam. Mal compreendidos, vivem as dores da rejeição e necessitam lutar contra todos os impositivos de um ambiente que, a princípio, os renega e os destrói para somente mais tarde absorver-lhes o progresso que trazem. No campo das idéias, onde no momento se constrói o espírito, esse contraste se torna mais evidente, pois toda inovação é combatida veemente pelas verdades já estabelecidas. Por isso o gênio é sempre um incompreendido, visto como um neurótico e anormal. Porém, como evidencia a Grande Síntese, combater o gênio como uma anormalidade é sufocar a evolução.

Características do gênio

São as mesmas que irão confeccionar o super-homem do futuro: visão acurada do bem e do belo, alto índice de honestidade, bondade e altruísmo. Humildade e simplicidade. Anti-sectarismo e feição à paz, à concórdia e à união.

85 - Psiquismo e Degradação Biológica

A entropia da substância

A segunda lei da termodinâmica nos diz que, em todo processo de transformação energética, em um sistema aberto, há sempre uma perda de energias, o que torna o processo irreversível. A medida dessa perda se chama entropia, termo grego que significa transformação. Assim ocorre, por exemplo, na troca de calor entre dois corpos, que tende sempre a igualdade entre eles. Esse equilíbrio leva todo processo ao repouso e a diminuição de sua capacidade de trabalho, aumentando-se, assim, a sua entropia. Esta mede então, o grau de desorganização de um sistema, quando deixado por si só. Nos sistemas fechados a entropia se mantém inalterada, mas nos sistema abertos, ela aumenta sempre por difusão e dissipação de suas forças. O aumento da entropia do Universo significa a sua morte irreversível, pelo nivelamento de todas as trocas energéticas que o movem. Entropia, portanto, além de transformação, significa repouso, desordem, degradação e morte.

Compreendemos que a espiral evolutiva da substância é um sistema aberto e portanto sua entropia progressivamente aumenta. Por isso a onda se degrada, atingindo um patamar de equilíbrio onde sua capacidade de trabalho diminui e se extingue. A planificação de toda onda a enfraquece paulatinamente até a sua extinção. No entanto, a Criação não é um sistema na verdade aberto, mas fechado, pois nada pode existir fora do ambiente divino e desta forma, podemos considerar que a entropia na realidade sempre se mantém e o que nos parece perda em um nível, é compensado por ganho em um nível subseqüente. Portanto, a Criação como um sistema fechado é um organismo de entropia zero, embora no particular e na fase evolutiva da substância, ele se comporte como um sistema aberto. Nada se perde na verdade e toda dissipação ou perda é compensada pelo recolhimento cinético da substância em outro nível. E assim a Criação em seu conjunto se mantém sempre unitária e inalterada.

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A entropia aplicada ao biológico

A entropia, aplicada ao mundo biológico, mede a degradação da energia vital. Ela aumenta, à medida que aumenta a sua desorganização, fruto dos desgastes nos atritos da vida até a sua extinção definitiva e irreversível. Por isso todo ser morre. No entanto, como a entropia da substância na verdade é zero, sua morte é aparente e apenas se dá no nível que podemos observar o seu transformismo. Na verdade o seu potencial se mantém e apenas se transforma. No caso da vida, essa potencialidade de ordem sempre crescente é o espírito, o nível zero da entropia da substância. Por isso, todo o desgaste da vida redunda em crescimento neste nível. Nenhuma experiência se perde, nenhum desgaste é inútil, pois tudo se acumula no desenvolvimento do espírito. Assim, a degradação da velhice é apenas o resultado da passagem do potencial energético da força vital para o nível da consciência. À medida que o corpo físico se desgasta e caminha para a morte, o espírito se desenvolve e cresce. O potencial do jovem se converte na sabedoria do velho e a entropia do sistema se mantém, medido pelo prisma da continuidade da vida. A forma psíquica amadurece na degradação da forma biológica, e assim velhice, decrepitude e morte não são fracassos da vida, mas meios de construção daquilo que realmente lhe interessa: a alma e o despertar de sua consciência.

Velhice não é derrota biológica

Os corpos envelhecem e degeneram, as civilizações decaem e morrem, mas nada se perde de suas experiências, retidos de forma definitiva nos espíritos que a promoveram. Serão germes de novas e mais vigorosas frutificações, que nascerão, baseados no progresso conquistado, que nunca se perde. Nada envelhece substancialmente e toda aparente destruição da substância se compensa com o aumento de sua potencialidade em um nível subseqüente e superior. O passado jamais morre. A degeneração do corpo é apenas transferência de dinamismo vital em proporcional aumento, para o dinamismo psíquico. Por isso não precisamos temer a velhice, como comumente acontece. Vendo nossos corpos caminharem para a decrepitude, costumamos nos entristecer, senão, revoltarmo-nos contra as leis da vida que parecem não nos desejar mais em seu palco de realizações. O sonho de eternidade faz parte de nossos naturais anseios e hoje o buscamos na ingestão de vitaminas e hormônios pretensamente rejuvenescedores, apegando-nos ao que verdadeiramente nos parece real, a vida na matéria. Vã esperança que somente nos traz maiores prejuízos por impor estímulos que não mais podem ser respondidos, gerando-se maior desorganização ainda, somadas à desordem oriunda de nossa revolta. Aprendamos a receber a velhice com alegria, pois esta não é perda de valores nem prejuízo para nós, mas apenas prenúncio de maior potência para nosso espírito, a única realidade do Universo. Se o vigor e a beleza do jovem são fugazes e sacrificados pela vida é porque o que realmente importa e tem valor na Criação é o que subsiste: o espírito eterno.

86 - Conclusões - Equilíbrios e Virtudes Sociais

No campo das conclusões

A Grande Síntese agora passa ao campo das conclusões de toda a sua jornada de conhecimentos. Ela nos brindou a alma com toda a beleza do Universo e suas Leis, com conceitos de idéias que nos harmonizaram com a Criação e dilataram nossa visão para além do restrito mundo da matéria. Com ela aprendemos que a dor é o meio de se alcançar a perfeição em nós. Que o trabalho é ferramenta de aperfeiçoamento do ser e deve ser sempre exercitado. Que a renúncia aos valores do passado é imperiosa necessidade para a conquista das novas virtudes que devem nos mover. Que a justiça divina obedece a responsabilidades individuais, dentro da perfeição de suas leis. Que o Evangelho é código de construção do homem do futuro.

Toda parcela da verdade é bem vinda

A evolução é universal e a verdade caminha por diversas estradas, mesmo que aparentemente divergentes. Por isso todo fragmento da verdade, de qualquer origem, é bem vindo, desde que se preste à melhoria do ser. Para isso toda seita e toda ciência são chamadas a colaborar. Não há, nos caminhos da evolução, lugar para exclusivismos e sectarismos. É absurdo pretender que do nosso lado esteja a verdade, se todos a vemos por ângulos distintos, de onde miramos apenas um de seus aspectos. Toda imposição que atende a interesses particulares, é exclusivista, dada às competições

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ao gosto humano e será abandonada ao largo do caminho, pois a verdade tem sede de universalidade e deve se prestar a todos.

O remédio para todos os nossos males

A vida nos pede apenas sinceridade de alma, retidão do dever e desejo de ascensão. Enquanto nos embalarmos nas teias do egoísmo e do orgulho, nos resvalaremos nos abismos da dor e da ilusão. A alegria, sincero e genuíno desejo da alma, que é herdeira da felicidade divina, sabe que não foi feita para sofrer, mas apenas no caminho da ascensão ela encontrará a alegria que almeja. Todo júbilo que se sustenta na infelicidade do outro é condenação à dor. No exercício da maldade, em qualquer de suas expressões, está a origem de todas as desgraças humanas. “Na baixeza de vossa natureza humana, está a causa de todos os males e na ascensão espiritual, todo o remédio.” Remédio gratuito, oferecido pela vida a toda alma, bastando buscá-lo na evolução, com sinceridade de propósitos e desejo de renovação.

A supersociedade do futuro

No capítulo da sociologia aprendemos com a Grande Síntese que a sociedade é fruto da evolução individual e progride sob as mesmas bases desta. De forma clara, concluímos que ela é um organismo e somente se equilibrará em nível mais perfeito à medida que suas partes componentes, as células humanas, por sua vez se equilibrarem também. Por isso, não se constrói uma sociedade equilibrada, justa e igualitária, sem o igual progresso de suas partes. Reformem o homem e a sociedade se reformará, já nos afirmaram ilustres pensadores. Grandes homens, imbuídos de boa vontade, tentaram, por diversos meios, a imposição de uma justiça social mais perfeita, porém sempre de fora para dentro e por isso sempre fracassaram. A lei do Evangelho é, sobretudo, lei social e por suscitar o progresso de dentro para fora irá realizar este tão sonhado ideal dos gênios da sociologia e da política. A sociedade se constrói a partir de cada indivíduo em particular e não há outra forma de evoluí-la a não ser fazendo-se evoluir o indivíduo. Então, não apenas o super-homem será realidade, mas a super-humanidade com suas leis igualitárias e perfeitamente equilibradas capazes de proporcionar ao ser toda a felicidade para a qual foi criado.

87 - A Divina Providência

Estamos sob constantes cuidados

Assim como o vazio, o acaso também não encontra lugar na Criação. Aprendemos, ao longo da leitura de A Grande Síntese, que o Universo está subordinado à rigorosa Lei que controla todo fenômeno. Por esta Lei tudo funciona e se concatena em equilíbrios perfeitos. A dor ou o prêmio da alegria não são obras do acaso, mas frutos de um jogo de forças que colocamos em movimento e que se realizam, queiramos ou não, em obediência a esses princípios. Lei que opera por meio de forças poderosas que não só orientam a criatura no jogo da vida, mas, sobretudo, zelam por ela, no longo caminho de seu retorno às origens. O tolo pensa poder subvertê-las ao seu bel prazer, embalando-se em sonhos de maldades e egoísmos, que depois serão inevitavelmente compensados com dores proporcionais e corretivas. Chamemos estas forças de Equilíbrio ou de Justiça Divina e compreenderemos como agem. Porém, mais do que isso, elas se chamam também Providência, pois conhecem com antecedência as condições individuais de cada criatura e sabem se adaptar às suas necessidades particulares. Sabem compensar suas fraquezas e proporcionar recursos para o seu crescimento. Por isso crescer é inevitável e o retorno à casa do Pai é fato inexorável. Assim é que a dor não ultrapassa a medida de sua tolerância e a alegria não excede a capacidade de usufruí-la.

A tolerância da Lei

Atuando na intimidade do ser, a providência divina sabe amar e consolar o caído, sabe corrigir os desvarios do mal e ensinar o caminho para o desesperado. Ninguém está só, pois a mão de Deus nos acompanha, passo a passo. Sabe esperar com paciência nosso despertar para a Sua compreensão, tolera nossos erros e maldades, ama-nos, mesmo na loucura do egoísmo nunca satisfeito, para nos recolher com um abraço de imenso afeto, quanto enfim, estivermos prontos para esse amor.

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É preciso saber enxergar e, sobretudo, confiar nesta Divina Providência, a fim de que nossos vacilantes passos na jornada da vida se tornem seguros, inibindo-nos a colheita de incertezas que somente nos proporcionam receios e medos infundados, perturbando-nos as aquisições necessárias à evolução.

88 - Força e Justiça - A Gênese do Direito

A evolução da coletividade e suas leis de inter-relações

No capítulo 65, a Grande Síntese já nos mostrava que a evolução individual da consciência caminha da ética da força para a ética do amor. A agressão instintiva do selvagem progride para a astúcia do homem racional, para depois, amadurecida pela evolução, desabrochar-se na ética produtiva da justiça e do amor. Aqui Sua Voz se expressa explicando-nos que os mesmos princípios se aplicam à evolução das leis sociais e jurídicas. O coletivo, acompanhando a evolução do indivíduo, nada mais é do que a expressão das conquistas de suas células, o indivíduo, e modifica suas leis conforme este se comporta. Por isso a selvageria do animal deu lugar à justiça mais elevada do organismo social de hoje, onde se respeita o mais fraco, embora o egoísmo ainda impere nas condutas, tanto do ser quanto de suas coletividades. As nações ainda são organismos que se debatem em disputas de hegemonias e interesses chauvinistas menos nobres, mas já se esboça, em nível internacional, a defesa das sociedades mais fracas e se preocupa em atender às suas necessidades. E dia virá em que todas formarão um único organismo irmanado por objetivos comuns.

Para mudar a sociedade e suas leis é preciso mudar o homem

Assim é que o Direito e a Justiça evoluem, como evolui o homem e sua sociedade. E somente se modifica a sociedade, a partir do amadurecimento do homem e nunca ao contrário. Por isso, todas as revoluções, embora imbuídas de intenções genuínas e sinceras, feitas de fora para dentro, fracassaram, ao tentar impor ao homem padrões estereotipados de conduta. A evolução é força poderosa, mas que opera de dentro para fora. Mude o homem e mudar-se-á a sociedade. Este é o único caminho possível para a melhoria da coletividade em sua essência.

Cidadão e Estado não serão mais inimigos

No nível em que vivemos, o indivíduo e a coletividade são inimigos e trabalham com interesses opostos, dentro de uma ética de involuídos. O primeiro age como se o coletivo permanentemente lhe roubasse e o segundo, como se todos os indivíduos fossem desonestos e sonegadores. Suas leis são feitas baseando-se, a priori, na desonestidade. O indivíduo estuda as leis do Estado, não para cumpri-las, mas apenas para saber até onde pode ludibriá-las. E assim ambos, em permanente conflito, não encontram a paz e o progresso se faz às custas de desgastes e atritos contraproducentes. Mas chegará o dia em que cidadão e Estado serão amigos e se amarão para o bem comum de todos, quando o egoísmo individual e de classe for definitivamente vencido, sobreposto pelo interesse coletivo, sem qualquer exclusivismo.

A guerra será banida

“Por evolução passa-se da força ao direito, do egoísmo ao altruísmo, da guerra à paz”. O direito internacional, evoluindo também para o altruísmo, eliminará definitivamente a guerra e finalmente “os mansos herdarão a Terra”.

89 - Evolução do Egoísmo

Do egoísmo ao altruísmo

A evolução conduz o ser na transformação da força em justiça e do egoísmo em altruísmo. Na criação do “eu” espiritual, compreendemos, com Ubaldi, que uma força egocêntrica centralizou a substância divina que o constitui, em um ponto de convergência, chamado egocentrismo, onde se estabilizou sua individuação, aparentemente apartando-o do Eu Maior, o Criador. Tal força

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centralizadora do eu, necessária à sua formação, transforma-se, nos primórdios da Criação, em força egoística, suscitando desejos de hegemonias. Estabelece-se um regime de vida baseada na luta e na competição de valores errôneos e passageiros. Reina a desordem, a agressão, a sobrevivência de um às custas da destruição do outro. Este não é um modelo adequado para um ser que foi criado para a felicidade, pois está feito de assaltos, de ódios, excita agressões intermináveis e exige corrigendas por meio da dor. O egoísmo deve dilatar-se e evoluir para um verdadeiro altruísmo para que a vida produza toda a sua alegria. É para este fim que caminha a evolução cósmica, orientada pelas leis sábias que a conduzem. Na obra Deus e Universo, Ubaldi nos explica como o egocentrismo originário da criação pode se degenerar no egoísmo que hoje ainda nos move na vida de relações.

Altruísmo não é desvantagem biológica

A princípio, o ser, desconfiado, nega-se a aceitar que a renúncia de seus desejos imediatos e até de sua própria vida em prol da vida dos outros possa lhe trazer vantagens. A vantagem do altruísmo reside no fato de que a Lei, que tudo provê, só cede àquele que também sabe doar. Por isso as fontes inesgotáveis da Criação se fecham àquele que se restringe em seu círculo de egoísmo. Desta forma, o altruísmo passa a ser a única vantagem do ser. A renúncia se torna expansão de domínio e a doação de si mesmo, uma dilatação dos próprios valores.

O princípio do altruísmo é base constitutiva da vida, cimento da Criação e através dele todos, necessariamente, devem convergir para o amor, o sustento do ser. Assim é, porque assim foi determinado pelo Criador ao desenvolver a Criação. Por isso, aquele que sobe deve se voltar para

aquele que fica na retaguarda. Como , a energia que, evoluindo, teve que retornar e abraçar a matéria para elevá-la consigo ao cimo da vida orgânica, o espírito deve igualmente voltar-se para o seu irmão, dar-lhe a mão e ajudá-lo a subir, se quiser, por sua vez, continuar sua ascensão.

Não se evolui sozinho

A evolução se faz coletivamente e todo progresso individual deve ser compartilhado com o coletivo. Aquele que se isola, avançando, individualmente, restringe-se em apertado círculo de egoísmo que o constrange ao estacionamento. Tal é a lei que apenas favorece a evolução daquele que sabe desprender-se de seu fechado egocentrismo.

A dilatação do egoísmo

Na evolução do ser, o egoísmo do eu, em um primeiro momento, se torna egoísmo de espécie. O instinto maternal e paternal o leva a sacrificar-se em favor de sua prole, dilatando-se o egoísmo individual em egoísmo de família. As famílias, no entanto, se rivalizam e disputam territórios onde desejam predominar, impondo prejuízos para as outras. Até que o egoísmo de família se expanda também e se transforme em egoísmo de coletividade, quando o ser se faz capaz de sacrificar-se por sua sociedade. Assim, os indivíduos passam a se imolar pelas suas pátrias. No domínio das nações, a guerra é lícita e a renúncia do egoísmo individual e de família em favor do coletivo é ato premiado com honras e notoriedade. Mas chegará o dia em que o egoísmo de nação se converterá em egoísmo humanitário, quando então se chamará altruísmo e abarcará todas as humanidades e todos os seres da Criação. Então, altruísmo será amor e o ser se situará em um regime de vida produtivo e confortável para todos. Ele será capaz de sacrificar-se em prol do conjunto, mas o conjunto atenderá igualmente às suas necessidade. A sociedade humana se tornará um organismo unitário e coeso. A guerra será banida, o egoísmo individual dissolvido e o Reino de Deus se estabelecerá na Terra. Eis para onde caminha a evolução na transformação dessa força poderosa que é o egoísmo.

Egoísmo é obstáculo ao progresso

O Evangelho se conquista por sucessivas aproximações e, por isso, nos parece ainda uma utopia, mas será realidade do amanhã. Não basta conquistar as mais alta tecnologias, nem o mais refinado conhecimento dos mistérios do Universo se não dominarmos a maldade e a rebeldia. Estas serão sempre um obstáculo natural ao progresso verdadeiro, que somente poderá ser conquistado com a pureza da alma. Sem o amor evangélico o espírito estará estéril, vazio e distanciado das fontes mantenedoras da vida. Os mistérios da Criação continuarão se negando àquele que não sabe amar e

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a dor continuará açoitando-o para a correção de seus equívocos. Por isso o amor evangélico é necessidade imposta pela evolução das leis biológicas, sendo Lei de expressão cósmica.

90 - A Guerra - A Ética Internacional

A única defesa possível

“Num mundo onde todos se armam contra todos, só há uma defesa possível: o abandono de todas as armas” - tal estupenda afirmativa mais parece loucura e suicídio no baixo mundo em que vivemos. Suspeitamos, naturalmente, que não seja verdadeira e não abrimos mão facilmente de nossas milenares defesas. No entanto, aprendemos com o Evangelho que, quando o ser incorpora o amor verdadeiro em prol de todas as criaturas, todas as forças do Universo se precipitam em sua defesa. Mas isso somente é possível, quando ele se achar isento de toda maldade e não estiver mais carregando as culpas de seus erros. Então conquistará a certeza absoluta nas forças divinas, entregando a elas a sua proteção. Assim é que somente o bem é a máxima defesa possível, pois a maldade sempre excitará a maldade em interminável jogo de ações e reações. Já vimos o desenvolvimento deste princípio no capítulo 42 e 61 de A Grande Síntese.

Todos contra todos

O involuído egoísta precisa precatar-se contra todos para não sucumbir. As coletividades primitivas assim, se armam contras as outras coletividades, admitidas, por princípio nato de rebeldia, como inimigas. No instinto do involuído, todo ser fora de seu âmbito familiar é inimigo e assim deve ser recebido, até que prove o contrário. A maldade está na raiz dos nossos próprios instintos, pois partimos, na evolução, de um estado original de egoísmo e interesses antagônicos gerando anarquias e um permanente estado de agressividade. Todos lutam contra todos e somente é possível a sobrevivência mediante o ataque ou a defesa. Tal regime de vida, a princípio compreendido como conseqüência das condições primevas e passageiras da evolução, deve ser entendido de forma mais abrangente como um erro, embora necessário, o que somente será possível nas obras subseqüentes de Ubaldi. No momento apenas admitamos que essa é a realidade inquestionável do baixo mundo animal.

A guerra não pertence ao futuro

A guerra faz parte das coletividades primitivas que ainda não evoluíram suas éticas e, assim como o individuo, evoluirão para um estado de relações evangélicas. Por isso é um erro projetar a guerra no futuro, como fizeram e fazem os futurólogos das ficções científicas. Uma “Guerra nas estrelas” será totalmente inconcebível quando o ser evoluído tiver condições de empreender as aventuras espaciais, porque então estará embalado pela força de um poderoso amor, capaz de absorver os resíduos da instintividade agressiva, oriunda do mundo animal. A guerra não pertence ao futuro, é hábito do passado e como tal, fadada a desaparecer.

A evolução da guerra

A ética da guerra evolui na mesma medida que evolui o homem. A brutalidade das lutas corporais, pouco a pouco se modifica, transferindo-se a agressão para o campo da inteligência e da astúcia. Assistimos hoje a uma guerra muito mais tecnológica, de alto poder destrutivo, porém uma luta muito mais de máquinas e de estratégias de que enfrentamentos físicos. Destarte, não se pode negar a evolução da guerra, pois em nosso mundo, um pouco amadurecido pelos horrores das grandes enfrentamentos do passado, o assalto de um país sobre o outro é medido e contido por uma ética que já esboça um direito internacional. A consciência coletiva irá se expandir, até que o estreito sentimento nacionalista deixe de separar os homens. Unidos então, em uma verdadeira fraternidade, extinguir-se-ão as guerras.

No passado era lícito o combate com objetivo de pilhagem e maus-tratos e a escravidão dos vencidos era fato natural. Posteriormente, a guerra evoluiu para ato patriótico de defesa dos interesses de uma nação e passou a ser vista como heroísmo. Os heróis da guerra foram condecorados e louvados por todas as comunidades, até que se tornaram imposições de ideologias, em que, erroneamente, os

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meios, ainda que indignos, justificavam os seus fins, sempre nobres. O sonho de se construir uma sociedade igualitária e justa era imposto por meio de injustiças e atrocidades, minando assim os sonhos, que ruíam por sua própria e injustificável maldade. A guerra ideológica embalou ainda o sectarismo religioso e se fez santa, em completa loucura e inversão dos valores divinos, estabelecendo-se a fé imposta aos vencidos pela força dos vencedores. Destruía-se para ensinar o amor ao semelhante e o respeito às classes menos favorecidas. E vemos nos nossos dias a guerra econômica, movida por interesses de lucros fáceis e conquistas de mercados. Já não se escraviza o homem, mas se alimenta a sua capacidade de consumir e gerar lucros para quem os pode explorar. Hoje vivemos em meio a essa guerra financeira, em que sobrevive aquele que é capaz de lucrar com o prejuízo alheio e o pobre explorado é mantido vivo apenas enquanto é meio de consumo.

A Lei aproveita a maldade das guerras

Mesmo sendo sempre um mal, a Lei sabe aproveitar o dano das guerras, fazendo-as alavancas do progresso. E ainda que unindo os povos por sentimentos belicosos, os aproxima, tornando-os conhecidos e, favorecendo assim os intercâmbios culturais, terminam por estreitá-los em verdadeiros laços de fraternidade.

O fim das guerras

A paz, embora seja um ideal apregoado por todos, somente será alcançada como conquista biológica e não somente ideológica, imposta de fora para dentro. Será fruto do amadurecimento individual e então, somente então, será realidade exterior. Não sendo um patrimônio íntimo, a agressão estará pronta a ressurgir, sempre que as necessidades animais do homem ainda imaturo se virem ameaçadas pelas exigências da vida.

A última das lutas

Mas, a luta irá transformar-se ainda mais, tornando-se um combate de ordem espiritual, onde o ser guerreará, não mais contra forças alheias, mas contra sua própria inferioridade. Forças cósmicas estarão então em jogo, mas a arena será sua consciência e o inimigo, o mal e a rebeldia que ele alimenta em suas intenções. Suas armas serão a responsabilidade, a intenção do bem e a renúncia aos valores do passado. A vitória será o almejado título de super-homem do Evangelho.

91 - A Lei Social do Evangelho

Maior lei social: amor ao próximo

A evolução da coletividade, como reflexo do progresso individual, atingirá a Lei Social do Evangelho – o autêntico socialismo cristão – que então vigorará, pois terá nascido no coração do homem e não será imposição exterior. Será um comunismo biológico, fruto da evolução, transformando a sociedade em um verdadeiro organismo. O esforço individual objetivará o coletivo e este retornará como proteção e sustento para o indivíduo. A troca não se baseará mais no egoísmo e na fome de lucros, mas no desejo sincero de servir e ser útil. A busca por de vantagens e domínios que sustentam as nossas relações serão banidos das motivações individuais. Então nos moveremos no seio de uma nova ética, uma nova sociedade, onde finalmente reinará a paz. O homem terá evoluído para o super-homem evangélico e a humanidade, para a super-humanidade.

92 - O Problema Econômico

O egoísmo é a base da Economia do involuído

O egoísmo está na raiz de todos os males do homem e sua sociedade. No funcionamento da economia, no entanto, é que se observa, de forma evidente, os prejuízos que ele acarreta. Nossas trocas se baseiam na ambição e na fome de lucros, sem levar em consideração as reais necessidades do outro. Como nos explica a Grande Síntese, o “do ut es” (dou para que me dês) impera em todo o mundo financeiro e econômico. Esse erro substancial mina, não somente a

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economia, mas todas as relações humanas, enxertando nelas ações daninhas, sempre revertidas em reações de dores. As férreas leis do capitalismo, que visam sempre ao lucro, são exíguas em sentimentos humanitários. Prova isso o fato da regulagem de preços não estar submetida à real necessidade do consumidor, mas ao princípio de oferta e procura, de forma que, quanto mais se procura um produto, mais caro ele se torna, não importando o seu real valor. Atestado isso ainda a absurda prática de destruir alimentos excedentes a fim de se evitar a redução de seu preço pelo aumento da oferta. Fatos inaceitáveis do ponto de vista evangélico, mas que são vistos com naturalidade pelo capitalismo, com sua miopia moral, compondo valores que parecem normais ao homem de hoje, mas que deveriam ser encarados como erros fundamentais que o tornam por si só insustentável.

O capitalismo valoriza o astuto e permite que o mais ingênuo seja explorado. Leis como as da defesa do consumidor são conquistas recentes, um freio para que isso não continue e representam já um avanço na justiça econômica. No entanto, ainda se admite o marketing enganoso e o incentivo ao consumismo como fontes aceitáveis de lucro fácil. Criam-se necessidades injustificáveis apenas para se manter o consumo. A desonestidade ainda é a base de nossas trocas econômicas e nas relações comerciais ainda se admite a arte do engodo. Aceita-se, como fato normal, que um produto tenha suas qualidades exaltadas em detrimento de seus defeitos, pois o que importa é vendê-lo, ainda que aquele que vende, conhecendo suas desvantagens, não o compraria para si mesmo. Estamos longe de nos convencermos de que o maior lucro está na honestidade e o egoísmo é veneno que corrói todas as nossas relações econômicas, mantendo-as em permanente instabilidade. A solução verdadeira para todos os males de Economia não está, por isso, na aplicação de adiantadas fórmulas matemáticas, mas, simplesmente, no desenvolvimento da consciência colaboracionista e na aplicação dos princípios fundamentais do Evangelho.

As reações da Lei à ambição

A lei de ação e reação sempre leva toda ambição desmedida a contrair-se em perdas. Assim, o rico e explorador de hoje que semeia misérias, as colherá em futura existência de penúria, a fim de aprender a doar e encontrar o equilíbrio na Lei do amor. Em nossos dias, aquele que tem, quer possuir cada vez mais e assim o mundo se divide em uma imensa massa de miseráveis e poucos privilegiados que detêm a maioria de suas riquezas. Os mais astutos e capazes, impondo-se pela inteligência ou força econômica, conseguem convergir para si toda a fartura, usurpando-a daqueles que quase nada têm.

A moralização da economia

Uma pesquisa universitária revelou que se o mundo fosse reduzido a uma aldeia de 100 pessoas, 6 pessoas teriam 60% de toda a riqueza da Terra (todas dos Estados Unidos) e o restante 40%, seria desigualmente distribuído entre as demais 94 pessoas. Isso nos mostra como ainda estamos involuídos na distribuição dos bens que o nosso planeta nos concede para usufruto.

O egoísmo faz do mundo econômico um organismo desequilibrado, sujeito a crises constantes de falências e danos. À força de crises, o homem compreenderá que o negócio mais rentável é o atendimento ao interesse de todos e não somente aos seus próprios. A evolução impõe como necessidade a moralização da economia e seu equilíbrio somente pode ser encontrado no amor ao semelhante. Enquanto esta funcionar em base a fome de lucros, será atrito injustificável de forças, fonte de infelicidades para todos e sempre fadada ao fracasso. Cooperação evangélica, eis a fórmula mágica capaz de corrigir todo o desequilíbrio das trocas econômicas.

93 - A Distribuição da Riqueza

Propriedade substancial

A distribuição da riqueza não obedece ao resultado de nossas disputas econômicas, mas à lei do mérito. Somente possuímos aquilo que conquistamos o direito de usufruir pelo esforço próprio. Toda riqueza que não é fruto de nosso esforço não é genuína posse e não nos pertence por força da Lei do mérito. Tudo é justo, compensado e equilibrado na Lei. A hereditariedade dos bens não é lícita nesta

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Lei, embora o seja no direito dos homens. O conceito de propriedade, desta forma, se estende além dos limites humanos, para se tornar substancial – possuímos apenas o que conquistamos por méritos.

A igualdade de propriedade

O sonho de muitos idealistas que imaginaram uma igualitária distribuição das riquezas é utopia impedida pela Lei do merecimento. Cada ser tem seus créditos e débitos diante da Lei, o que lhe dá um exato cálculo de perdas e ganhos. Todo roubo e todo lucro indevido será compensado pelas forças de rebote do destino, dentro do inevitável equilíbrio da Lei, que muitas vezes aguarda o tempo de outras encarnações para se estabilizar no plano das compensações necessárias.

A desigualdade dos seres

Não somente a igualdade de propriedade é quimérica, como também a plena semelhança biológica. A evolução cria trajetórias próprias de destinos que contribuem para a desigualdade substancial dos seres. Admitimos ainda que a Criação estabeleceu diferenças em atributos para seus filhos a fim de que compusessem um sistema orgânico, onde todos dependem de todos, o que não seria possível se fossem absolutamente iguais. Desigualdade que não pressupõe graus de importâncias, pois não se admite que o Senhor tenha gerado uns melhores do que outros. As diferenças fazem parte da vida, tornando-a fundamentalmente um sistema de trocas, um regime orgânico, onde todos dependem de todos. A abordagem do assunto, no entanto, escapa ao estudo de A Grande Síntese e será estudado em outras obras de Ubaldi.

A riqueza fruto do roubo é fonte de miséria

Toda riqueza conquistada por outros meios que não seja o trabalho justo é irrisória e ilegal, diante da Lei. O lucro do egoísmo é força destrutiva de seus próprios ganhos. Por isso todo aquele que enriquece de forma ilícita está fadado ao prejuízo e sujeito aos assaltos constantes daqueles que não lhe reconhecem os direitos, exigindo permanente esforço em sua defesa.

Tudo que nos foi tirado por injusta astúcia econômica ou roubo nos será devolvido. Todo ladrão deve restituir o que furtou. É da Lei. Alegrem-se, portanto, aqueles que se sentem ludibriados e explorados, nos diz a A Grande Síntese¸ pois a justiça será feita além de nossas irrisórias medidas de tempo e de espaço pois, agindo na substância dos atos humanos, atuará acima de nossos frágeis enganos, realizando-se sempre. E “o dinheiro mal ganho é um prego envenenado que se crava nas mãos de quem o rouba”, afirma-nos, peremptoriamente, Sua Voz.

Toda riqueza fundamentada no egoísmo é roubo

Compreende-se assim porque Jesus nos disse ser impossível um rico entrar no Reino de Deus, pois o egoísmo é o fundamento de todo enriquecimento ilícito e somente o trabalho honesto pode produzir uma riqueza genuína.

94 - Da Fase Hedonista à Fase Colaboracionista

Remédio único para todos os nossos males

Hedonismo é a doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral (Dicionário Aurélio). Como vimos nos capítulos precedentes, esse é o sentimento motivado pelo egoísmo, que tanto move quanto deteriora todas as relações humanas, responsabilizando-se por todos os seus males. Enquanto este sentimento permanecer como base de nossas construções, ideológicas, sociológicas ou econômicas, nossas alegrias estarão fadadas a se converterem sempre em dores. Isso porque elas representam sempre um roubo da felicidade alheia, o que não é permitido pela Lei. Esta deseja que deixemos a fase hedonista, primitiva, e tornemo-nos colaboracionista da Criação, a fim de participarmos de sua abundância e verdadeiras alegrias.

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Rico somente é aquele que sabe dar

No mundo econômico, como vimos, esse hedonismo se revela especialmente destruidor, pois permite desigualdades insustentáveis na distribuição dos bens terrenos. Somente o egoísmo pode justificar uma sociedade onde o supérfluo convive com a carência, sem aquele que apenas usufrui se dê conta do grave erro que comete. Aprendemos, é verdade, que a igualdade absoluta, tanto de qualidades, quanto de bens, não pode se sustentar em valores do mundo exterior, mas somente como produto de nossas conquistas íntimas. Isso, no entanto, não justifica nosso hedonismo doentio. Todos os nossos bens são usufrutos e deles é imperioso fazer um veículo de bem-estar para os outros. Na verdade, somente possuímos aquilo que podemos doar e apenas o amor pode nos fazer verdadeiramente ricos diante da Lei. Seria um absurdo justificar nossa isenção de ajuda no princípio de que o pobre de hoje se fez merecedor de sua condição, pelo seu passado e, com isso, deixá-lo entregue às suas penúrias. Nossa obrigação é semear riquezas, se queremos colhê-las.

A riqueza genuína

A Grande Síntese condena a riqueza daquele que a desfruta somente para si, e a obtém por meios ilícitos. Já a riqueza honesta, conquistada por esforço próprio e sem danos a ninguém, que produz, socorre e se equilibra na colaboração, é força produtiva e geradora de genuínos valores evolutivos.

Toda ambição será corrigida com carências proporcionais

As repercussões do egoísmo desmedido far-se-ão sentir sempre através de forças ocultas que nos escapam, mas que são inevitáveis. Elas se manifestam em nosso destino, queiramos ou não, em forma de dores que quase sempre imputamos ao acaso, esquecidos de que este não tem lugar no seio da Criação. “Ai daquele que goza, ai daquele que se deleita em seu desmedido egoísmo. Ai daquele que se compraz no usufruto inerte da riqueza, mesmo que conquistada no direito humano. E ai daquele que rouba” – a Lei de justiça saberá dar a cada um o fruto de suas próprias obras.

Sem o colaboracionismo, tudo será em vão

Enquanto não formos capazes de dar esse salto evolutivo, do hedonismo ao colaboracionismo, qualquer tentativa de imposição de sistemas de vida ou fórmulas de equilíbrios econômicos será inútil para a felicidade do homem. Eles ruirão por si mesmos, minados pelo egoísmo, o erro básico da vida do involuído.

A condenação do roubo

O roubo é arte ilícita do involuído que assim pensa encontrar sua alegria, usurpando-a do outro. Este é tolerado pela Lei nos baixos níveis da evolução que permite, inclusive, que cada um furte a vida do outro a fim de alimentar-se de suas carnes, usurpando-lhe o mais sagrado patrimônio para o exercício da evolução. No entanto, o roubo não se justifica nunca, mesmo quando se tira daquele que por sua vez roubou ou mesmo quando visa ao sustento da própria existência. Um mal não justifica outro. Erra não somente aquele que afana, mas também aquele que não sabe viver na simplicidade e inveja do outro a sua riqueza.

95 - A Evolução da Luta

As duas forças que nos movem na evolução

Evoluir é lutar permanentemente contra os impulsos primitivos de que somos feitos. Por isso, a evolução é caracterizada por uma luta constante, a princípio contra tudo e contra todos e depois contra si mesmo. Essa luta se justifica, por haver na vida duas forças de ações contrárias, em permanente disputa de domínio: uma que nos atira para frente, pois é feita de impulsos positivos e construtivos, e outra que nos retém na retaguarda, caracterizada por valores de negatividade e destruição. Com a primeira construímos corpos e progredimos, desenvolvendo nosso eu, mas sob a ação da segunda nos retraímos e nos destruímos. Como elas agem de forma cíclica, alternante, a fase construtiva sempre é sucedida pela destrutiva, mas esta é apenas início de uma nova

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construção, e assim sucessivamente. Desta forma, evolução se alterna com involução, como vimos, no estudo da TTMF (trajetória típica dos movimentos fenomênicos). Nossa caminhada é feita de subidas, sempre entrecortadas por descidas. Portanto, na vida, construímos valores e alçamos conquistas que são automaticamente demolidas, deixando-nos um vazio que nos leva a novas realizações, numa constante progressão. Estas duas forças contrárias representam duas poderosas vontades que agem na Criação: uma teotrópica, positiva, que conduz para Deus, e a outra, teotrófuga, negativa, que tudo retém nos planos inferiores, afastando do Criador. A primeira faz as revoluções inovadoras e atiça o ser na aquisição de novas conquistas; a segunda é conservadora e o estaciona na preservação do passado, assumindo ainda o caráter destrutivo que mina todas as construções de nosso Universo, impregnando-as de inércia e degradação. A justificativa para a existência desse impulso contrário, contraproducente que aparentemente existe para obstaculizar a jornada evolutiva, exigindo de todos os que ascendem, sobrecarga de esforços, somente será compreendido nas futuras obras de Ubaldi.

A paixão do eu – motor da evolução

O desejo move a alma, que desenvolve novas funções para realizá-lo, construindo novos órgãos, que por sua vez permitem a concretização do desejo. No esforço de realizar seus anseios, a alma adestra-se em funções que aprimoram os órgãos, e o conjunto, espírito e corpo, paulatinamente progridem. Uma vez realizado o desejo, no entanto, a alma dele se entedia, a felicidade conquistada é automaticamente demolida, deixando novo vazio a ser preenchido por novos anseios. Assim é que a alma é movida a novas realizações, aspirando sempre a renovadas felicidades. Esse princípio, norteador da caminhada evolutiva, é chamado por Ubaldi de insaciabilidade do desejo, já estudado no capítulo 60 de A Grande Síntese.

O espírito é movido por essa “paixão do eu” - o desejo da alma em realizar em si a perfeição para a qual foi criada. Aprendemos assim que a “Criação é feita de paixão”, paixão que gera galáxias, que move as estrelas, faz um raio de luz atirar-se com sofreguidão na escuridão cósmica e impulsiona a vida em toda sua exuberância; paixão que, em última análise, reflete o anseio da criatura pelo seu Criador, a paixão do Filho pelo Pai. Eis, em síntese, a substância que move a Evolução.

O objetivo da luta

Essa paixão aciona o espírito para a luta evolutiva, a luta do regresso da alma ao seio Paterno, batalha insuprimível, que move o espírito em todos os seus caminhos. Estimulada pelos desejos sempre insatisfeitos e insuprimíveis, a alma é conduzida por forças poderosas, movida qual animal em rebanho que se atira em busca de seus anseios, sem se dar conta de que, na verdade, está sendo conduzida e não simplesmente realizando os seus intentos. Os choques são inevitáveis na luta pela sobrevivência e na competição de interesses convergentes. Haverá vencedores e derrotados, inimigos e parceiros, mas estes apenas se alternarão no palco da vida, pois um inimigo jamais poderá ser aniquilado ou deixado para trás. Nos choques eles se conhecerão e terminarão por se amar. A luta, que no início se faz no embate de corpos, depois evolui, refina-se, tornando-se cada vez mais amena até extinguir-se na verdadeira fraternidade.

Sem luta não se constrói no Universo em que vivemos. Ela refina a rudeza do espírito e corrói suas arrestas, aproxima os inimigos e estimula o progresso. Sem ela, no baixo e involuído mundo em que se projetou, a alma não alçaria os cimos da evolução. Luta, que é dor, é desgaste de forças, mas é meio de crescimento e desenvolvimento do ser. Justo é interrogarmos, por que quis o Senhor da vida que a existência fosse feita de tantos embates, árduos e sangrentos em seu início. Por que colocou Ele seus amados rebentos para se entredilacerarem, habilitando-os na arte da agressão, em cruento regime de inimizades e disputas? E por que devemos depois continuar obedecendo a esses impulsos, automatizados nos instintos imperativos, exigindo-nos pesadas renúncias e esforços ingentes para superar? Tais interrogações, justas na alma que sente a realidade da vida, serão respondidas por Ubaldi em suas posteriores obras, principalmente Deus e Universo e O Sistema, para as quais dirigimos o leitor mais afoito na sede de esclarecimentos.

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A transformação da batalha

A luta, no entanto, também evolui, tornando-se cada vez mais refinada e menos dolorosa para o ser. Se outrora era de músculos, garras e dentes, hoje é de nervos e inteligências (astúcia) e amanhã será a titânica luta do espírito contra si mesmo. Batalha que será vencida pela renúncia ao egoísmo e a entrega de todas as suas armas de defesa. Será vitorioso aquele que, deixando o seu individualismo doentio e separatista, entregar-se ao altruísmo e à união com o Todo.

96 - Concepção Biológica do Poder

As forças que conduzem os destinos dos povos

A Lei se aplica ao conjunto e ao particular, de igual maneira, de modo que basta conhecer um princípio geral para se prever o comportamento individual de qualquer fenômeno. Por isso, as Leis biológicas e éticas agem de igual maneira, tanto no indivíduo como em sua coletividade. Assim como o destino individual é fruto de cálculo preciso de forças morais, o destino dos povos é também produto de semeaduras do passado e de suas funções no organismo social. Os povos criam compromissos, se endividam, adquirem habilidades e cumprem papéis, assim como o indivíduo. Por isso a História é dominada por uma Lei maior e as civilizações não nascem e morrem por obra do acaso.

A História conduz os povos

A biologia conduz não somente o ser ao amadurecimento do espírito, mas também a coletividade. Por isso as leis que fomentam a formação e a condução do Estado são também biológicas e cumprem funções idênticas. O Estado tem a missão biológica de amparar os espíritos, organizando-os em sociedades. Como um organismo, ele se faz da reunião de suas células, mas, em seu conjunto, não é simplesmente a somatória delas, porém, um ser coletivo à parte, potencializado pelas individualidades que contém. Assim como nós mesmos, que não somos apenas uma reunião de células, porém mais do que isso, pois trazemos nossa individualidade à parte, a alma da coletividade se serve dos seus indivíduos, sendo mais do que a soma dos valores particulares. Tem seu destino, cumpre funções e semeia seu futuro, em movimentos precisos, ajustados pela Lei. Reunindo aptidões por princípio de afinidades, serve-se do indivíduo para cumprir suas finalidades.

A sociedade é um organismo

A sociedade é um organismo e seus movimentos são fenômenos biológicos. A estatística é prova de que os fatos sociais são eventos previsíveis e que atendem à lógica determinada pela Lei que os dirigem. Não são eventos entregues ao acaso. As revoluções são mutações biológicas que visam a melhoria do organismo social, eliminando funções e órgãos contraproducentes, preparando o nascimento de outros mais evoluídos. Para isso ela utiliza aqueles que estão preparados. Estes estão obedecendo à Lei, enquanto pensam estar apenas embalados pelos seus idealismos ou interesses particulares.

O poder é função biológica

A Lei é quem convoca os seres para desempenharem determinadas funções, conferindo-lhes poderes de alcance suficiente para isso e rejeitando-os, quando não são mais necessários. Mesmo quando a motivação é a destruição, esta, infelizmente, é necessária também ao progresso, para que os velhos valores se renovem. Na fase primitiva da evolução, os povos formam hábitos errôneos que somente podem ser corrigidos pelos sofrimentos coletivos.

A Ética biológica dos governos e governados

O fator moral, no entanto, tem valor biológico e é priorizado sempre, como ganho evolutivo. O amoral, tanto no campo individual, como no político e social, será cada vez menos tolerado pela sociedade, à

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medida que o ser se aprimora. Se antes o chefe convocado era o mais forte e poderoso, isso se devia à ética de relações entre todos, que se baseava no princípio da força. Uma vez que esta ética é transformada pela evolução, os chamados para o exercício do poder serão aqueles que atendem à imposição dos novos quesitos exigidos pela Lei. Como esta se processa da maldade para a bondade, do amoral para o moralmente elevado, estes novos princípios são a honestidade e o colaboracionismo. Assim os bons e honestos serão escolhidos pela seleção natural e se difundirão na Terra, dominando-a para o os propósitos do bem, confirmando o que nos previu Jesus, ao nos afirmar que “os mansos herdarão a Terra”.

A Lei domina os acontecimentos humanos, faz as revoluções, calcula as responsabilidades e aplica dores e alegrias conforme o justo merecimento de indivíduos e suas coletividades. Assim é que temos sempre os governos que merecemos. E somente poderemos contar com dirigentes honestos quando, por nossa vez, fizermos da honestidade um modo prioritário de viver. Do contrário, assistiremos aos escândalos e roubos se sucederem entre aqueles que nos conduzem, pois a maioria dos governados é de igual índole e coisa melhor não se pode exigir.

97 - O Estado e sua Evolução

A evolução orienta a História dos povos

Como vimos no capítulo anterior, as leis da evolução se aplicam tanto ao indivíduo quanto à sua coletividade, o Estado. A História, individual ou coletiva, é na verdade uma condução de destinos impostos pela evolução e não se dá ao acaso. As forças semeadas pela vontade de um povo são colocadas em movimento e depois necessitam de correções, para que todo abuso ou toda falta sejam sanados, pois a Lei quer a todo custo o equilíbrio da vida, em todas as suas expressões. Desta forma, a História conduz cada povo segundo seus méritos e necessidades. Grandes dramas são semeados no destino de uma nação, visto que suas tendências mórbidas também precisam ser corrigidas e, para isso, muitas vezes, faz-se necessário imensas provas coletivas. Exatamente por isso, é possível prever com exatidão os destinos dos povos.

A evolução se faz no individual e no coletivo

O Estado evolui, em obediência às necessidades e ao progresso do indivíduo. Cada época desenvolve funções necessárias ao seu amadurecimento. E cada século e cada povo, como nos diz a A Grande Síntese, desenvolve aptidões necessárias ao progresso da humanidade. De forma que todos os esforços são devidamente orientados pela evolução. Dirigentes e dirigidos são todos conduzidos, sem de darem conta do fato. A Era Antiga inovou a arte da guerra e congregou povos. A Idade Média formou a consciência do bem e do mal. O Período Moderno desenvolveu tecnologia e ciência para libertar o homem do serviço muscular. O próximo século cuidará de despertar o espírito adormecido e dar-lhe as asas da liberdade.

A evolução na relação indivíduo e Estado

Atualmente indivíduo e Estado são inimigos, pois cada um aspira a dar o menos e haurir o máximo do outro. Chegará, porém, o momento em que ambos viverão o colaboracionismo, com perfeita integração de funções e propósitos. A formação do Estado nada mais é do que a obediência ao princípio das unidades coletivas, que lições anteriores de A Grande Síntese nos trouxeram, pois, como vimos, a Criação é um organismo e assim deve funcionar, em todos os seus níveis. Nos primórdios, no entanto, a unidade coletiva é fruto de organização de involuídos, constituída em conformidade com o direito da força. O mais forte converge a coletividade em torno de si, motivado por imposições hedonistas e satisfação de vaidades. Os primeiros chefes são assim os que vencem num regime de agressões, como ainda acontece no baixo mundo animal e humano, onde aquele que biologicamente é mais dotado se faz o líder e organiza a unidade coletiva ao seu redor. À medida que a evolução refina moralmente o espírito, leva também a coletividade ao amadurecimento de sua ética. O Estado se torna democrático e o chefe é livremente eleito pela vontade da maioria. Esta é a norma que deveria atuar em nossas unidades coletivas, mas, como o homem ainda não aprendeu a viver sem se dar a abusos e sem repetir velhos erros, os ideais são freqüentemente violados, gerando desequilíbrios. O povo é explorado pelo abuso de interesses particulares de seus chefes. A vontade

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da maioria é sobrepujada pelo desejo daquele que detém o poder, oriundo não mais da força bruta, mas do poder econômico e intelectual. Vence ainda quem é mais forte, mas agora no campo da astúcia e da riqueza. Gera-se um estado de revolta no organismo coletivo, que, por reação natural, rejeita seus chefes, quaisquer que sejam. Forma-se uma força coletiva que investe contra a ordem estabelecida mas que, assumindo o poder pela força das revoluções, cai novamente nos mesmos erros fundamentais: abuso do poder e o exercício do interesse individual acima do coletivo. E assim, dominantes e dominados se alternam no governo, até que a evolução, convocando ambos à prática do amor, pela lição da dor, restabeleça o equilíbrio necessário à felicidade de todos.

Biossociologia

Chegará o dia em que o Estado se equilibrará em funções biologicamente amadurecidas e se estruturará em um organismo de forças sociais e coletivas produtivas. As células humanas viverão em função do organismo e este existirá para o sustento e o desenvolvimento daquelas. O trabalho será uma divisão de função, coordenada pela especialização, de modo que todos os seres se complementarão em necessidades de atuações recíprocas. A função política desempenhará papel muito mais do que social, pois será biológica, enquadrada no funcionamento orgânico do Universo. A evolução da ética moralizará tanto o ser quanto o Estado e ambos serão impulsionados por mútua colaboração. Então o Estado irá cumprir sua função verdadeira, a de ser o órgão coletivo que sustenta o ser em sua jornada rumo à unidade. Como nos diz a Grande Síntese: “a evolução fará do Estado um organismo baseado em funções biológicas”. E acrescenta, avivando nosso entusiasmo: “Imaginai a força de um povo que se tornou organismo!”

98 - O Estado e suas Funções

O Estado na nova realidade do espírito

Equilibrado pelas aquisições biológico-morais do espírito, o Estado se tornará um organismo social. Cada qual ocupará sua posição biológica na comunidade, estabelecendo-se uma hierarquia de funções que não pressupõe diferenciação de importâncias. Mesmo valor terá aquele que dirige como aquele que executa as tarefas mais simples, porém necessárias. O Estado priorizará a sua função básica que é a de educar e proteger o indivíduo e este priorizará o coletivo, fazendo por ele o que faria por si mesmo. Colaboração mútua, eis a única via capaz de elevar a organização humana à perfeição e à felicidade, pois este é o roteiro já estabelecido pela Lei.

O Estado orgânico e suas características

O Estado orgânico será produto do colaboracionismo. O coletivo e o indivíduo dar-se-ão os braços, em mútuo auxílio, eliminando os desgastes e dores das rivalidades primitivas. A hierarquia será de funções, onde todos serão igualmente importantes e indispensáveis. Uns serão inevitavelmente necessários aos outros. A diferenciação individual cuidará para confeccionar funções específicas e complementares. A ordem será a divina e não a vontade dos mais poderosos. Os instintos selvagens atrofiar-se-ão pelo desuso. Os elementos inferiores e animalizados serão domesticados e trabalharão pelo bem comum. O amor evangélico eliminará as rivalidades e a hipertrofia egoística do eu individualista se nivelará no altruísmo. O trabalho será sobretudo função social, voltado para o interesse de todos e somente depois será desenvolvimento de aptidões individuais. Todos, absolutamente todos, serão parte integral deste Estado, que não poderá deixar nenhum de seus membros desamparados. “Enquanto houve um só homem que não se sinta parte dele, este será uma ameaça de dissídio e desordem.” Patrão e empregado, capital e trabalho, amar-se-ão, desejando um o ganho do outro. As lutas de classes não mais terão sentido pois não haverá opressores e oprimidos. Não será possível a exploração do outro, sem prejuízos a si mesmo, porque todos serão uma só unidade e tudo pertencerá a todos. Capital e trabalho dar-se-ão as mãos, em associação de interesses. O lucro não será ganho fácil, roubo ou exploração do menos capaz, mas será um benefício igual para todos. Não haverá ganhadores, pois não existirão perdedores. Não haverá explorados, pois não existirão exploradores. Uma justiça íntima equilibrará o direito de posse, em conformidade com reais conquistas e necessidades de cada um. O patrimônio será bem comum, usado segundo as necessidades e os méritos conquistados pelo direito individual. O roubo não será possível neste Estado igualitário, pois tirar dos outros será subtrair de si mesmo. A igualdade se

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baseará em valores evolutivos e não na utópica igualdade de bens, pretendida pelo pensamento marxista. Estado e indivíduo se relacionarão em consonância com a Lei Social do Evangelho, tendo por base o amor genuíno de uns pelos outros. Este será o cimento deste Novo Estado a caminho da realização do Reino de Deus em nós.

99 - O Chefe

Princípio de Nucleação

Os capítulos 12 e 27 de A Grande Síntese nos apresentaram o Princípio das Unidades Coletivas, mostrando-nos que a Criação segue, em todas as suas organizações, um modelo único de reunião de semelhantes que sustentam unidades maiores e são sustentados por coletividades menores. Como vimos, estas unidades vão do infinito positivo, onde está Deus, ao infinitamente negativo, onde se encontra a matéria. E cada coletividade precisa de um centro em torno do qual deve formar a sua unidade, orientar-se e desenvolver-se. Neste centro está o núcleo, o chefe. Desta forma o modelo da Criação, girando em torno de seu Chefe supremo que é Deus, se faz copiar em todas as unidades menores. Portanto, podemos considerar o Princípio de Nucleação como conseqüência do Princípio das Unidades Coletivas.

Desejo de Unidade

A Criação nasceu com o desejo nato de união, um dos seus mais poderosos princípios, que faz dela uma grande e indissolúvel Unidade. Os princípios de Unidades Coletivas e de Nucleação são conseqüentes a esta Lei maior de Unidade. O chefe, nada mais é do que o ponto de convergência desse princípio de unidade, necessidade inexorável, gerada pelo modelo que herdamos do Pai. Sem o seu núcleo as unidades coletivas não se formariam e a dispersão predominaria sobre a união, reduzindo a obra de Deus a uma desastrosa e irremediável fragmentação de partes que jamais se fundiriam.

Chefe: centro de convergência da Unidade Coletiva

A Lei convoca os chefes para assumirem seus postos de núcleos, o centro de convergência em torno dos quais as unidades menores devem se agrupar. A função de chefe é, portanto, quesito da Lei a se expressar em todos os departamentos da Criação. O átomo e a célula têm seus chefes, personificados em seus núcleos. Os sistemas planetários e os galácticos também os têm em seus centros de atração gravitacional. As manadas obedecem ao mais forte, os rebanhos seguem seus condutores, as tribos, os seus líderes, os exércitos avançam sob o comando de seus generais, e os súditos sustentam seus reis porque deles necessitam para se fazerem uma unidade. Todas estas organizações, sem o saberem, apenas copiam o modelo divino da Criação. Elegendo e seguindo seus chefes, cumprem os propósitos da Lei, segundo as suas necessidades organizacionais. Sem eles, a vida não se organizaria, os povos não se estruturariam em unidades de propósitos, os grandes rebanhos não se formariam, as nações não existiriam e o ser evoluiria de modo disperso, comprometendo seus valores, que não seriam produtivamente barganhados.

Condutores do progresso

Além de obedecerem ao princípio da nucleação, os chefes também cumprem a missão de conduzir as unidades, atendendo a propósitos orientados pela Lei, mesmo quando pensam seguir seus próprios interesses. A missão deles é a de fundir o conjunto em uma unidade de propósitos e fazê-lo progredir, por isso a evolução seleciona os mais capazes para assumirem tal posição. Os mais evoluídos sempre devem, por força da Lei, se voltar para os que demoram na retaguarda, a fim de abraçá-los e levá-los às conquistas que já efetivaram. Assim os chefes são instrumentos da Lei, são por ela eleitos e não meros resultados das disputas e vaidades humanas.

Executores das Leis da Vida

A História, muitas vezes, convoca déspotas desumanos e desorientados que conduzem seus dirigidos para propósitos destrutivos e nefastos. Já vimos que construção e destruição se alternam na

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linha de progresso, pois o velho deve ser desfeito para dar lugar ao novo. Assim é que a destruição faz parte dos propósitos da evolução, visando sempre ao progressivo crescimento e melhoria de seus elementos. Além disso, os abusos coletivos necessitam também de grandes sofrimentos corretivos. Portanto, os chefes, mesmo quando lançam seus séqüitos em enormes desastres grupais, cumprem com propósitos da Lei, que neste caso pede grandes dores. Mesmo pensando estar dando guarida às suas desmedidas ambições, estão sendo usados pelas forças do destino. Átila, Hitler e tantos outros foram líderes mobilizados pela vida com estes tristes propósitos, o que, no entanto, não os isentam das grandes culpas. Tudo se enquadra na perfeição da Lei. “É necessário o escândalo, mas ai daquele por quem ele venha”, já nos alertava o Evangelho, com sua sabedoria.

100 - A Arte

Arte: expressão do divino na alma humana

O ser em evolução manifesta sentimentos que falam de seus anseios de beleza, perfeição e harmonia. Esses são, na verdade, valores da divindade com os quais fomos criados, cujas lembranças estão impressas nos nossos mais puros e primordiais anseios. Somos filhos de Deus, porém estamos momentaneamente distanciados de Seus valores, sendo justo nossa aspiração por aquilo que herdamos da Criação de origem. Estas aspirações estão inquestionavelmente presentes em todos os nossos desejos e sonhos, por mais inconscientes que sejam e, para exprimi-los, usamos as mais diversas linguagens, dentre as quais a arte é a mais genuína. Por isso Ubaldi a define “como a expressão dos anseios divinos de nossa alma”.

Arte é instrumento da evolução

A arte é também instrumento da evolução, pois, recordando-nos as paisagens do Divino nas harmonias das formas, nos convida a retornar ao Paraíso Celeste. Precisamos dela para lembrar que, como herdeiros dos atributos do Criador, somos feitos da mais primorosa beleza e harmonia. Por isso, nos anelos silenciosos de nossas almas, aspiramos pela arte perfeita, pois a nobreza divina corre na seiva que alimenta nossas almas.

A evolução da arte

Como todos os valores evolutivos, a arte está sujeita também aos ciclos de ascensões e decadências. Na primeira fase há predomínio da positividade e do belo, na segunda, é colorida pelas violências das paixões que atormentam a alma. Sem o saber, o artista se deixa embalar por estas vias de expressões, destrutivas ou construtivas, e atende aos apelos que predominam em uma época. Assim é que a arte passa por períodos de enriquecimento e beleza, para se alternar com o tormento e a desarmonia, refletindo o pesar da alma diante de seu exílio evolutivo. Nos nossos dias, a arte vestiu-se de materialismo e se deixou derruir pela negação do espírito que vivifica. Suas formas estão feitas de agonia e desterro. O que deveria ser a expressão da divindade tornou-se uma imprecisa angústia de formas, linguagem de desespero de almas que perderam o apoio nas verdades que eternizam e consolam. Onde está a sonância que deveria ser prece e elevação nos alucinantes ritmos modernos que somente suscitam as paixões inferiores? Onde está a harmonia divina nas pinturas da atualidade, em suas agitadas e aberrantes linhas, que podem ser hodiernas, mas nos distanciam da beleza da Criação?

A arte tem função divina

A arte é expressão da alma que busca o divino e, como tal, deveria nos falar dos princípios da Criação e de suas maravilhas. Deveria nos lembrar a grandiosidade de Deus e suscitar em nossas mentes ambientações paradisíacas. Sua função deveria ser a elevação da alma humana e não excitá-la aos tormentos e paixões doentias da inferioridade. Deveria exaltar o bem e ser um veículo das belezas divinas. Esta é a arte genuína, expressiva linguagem do Criador, que fala de nossos mais profundos anseios, capaz de sensibilizar-nos e extrair as mais puras expressões de nossa emotividade. Essa será a arte do futuro. Já pertenceu ao passado e nos brindou os olhos e os ouvidos com maravilhas que todos conhecemos. Que seria de nossas preces sem a harmonização

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que uma Ave Maria nos favorece? Que seria de nossos sonhos, sem as sugestões de beleza que as pinturas românticas os revestem?

Substância e forma da arte

Segundo Ubaldi, a arte é composta de substância e forma. A forma veste a substância, sendo apenas o veículo para que esta se expresse, necessitando de técnica e habilidade em seu manejo. A substância é a sua essência verdadeira, feita de pura linguagem divina. Esta não tem formas, sendo apenas concepção, busca o belo, o perfeito, a harmonia e sintoniza a alma com o Pensamento diretor da Criação. O homem, na história da arte, faz evoluir a forma, aprimorando a maneira como expressar a sua essência imutável. Muitas vezes, no entanto, no afã de inovar, prioriza a forma, revestindo a substância com valores de degradação e rudeza, que a deturpa e obscurece a sua manifestação divina. A evolução da arte deveria priorizar a simplicidade da forma, de maneira que a substância se exprima cada vez com maior pujança, tornando-se paulatinamente menos forma e mais substância, aproximando-se da essência pura que é Deus.

A arte verdadeira – o futuro da arte

A verdadeira arte é linguagem universal do espírito e como tal deveria buscar a unidade. A arte haverá de expressar a beleza dos princípios divinos que regem a Criação. O homem deve incorporar nela a visão do Universo e atingir, através dela, as mais profundas concepções da vida. Ela nos elevará o espírito, aproximando-nos de Deus. A arte verdadeira deve buscar a unificação, a harmonização e a bondade em todas as suas expressões. Necessita se iluminar com as luzes do espírito e adotar o divino, o belo e o bem como motivação única para suas inspirações. Deveria desmaterializar cada vez mais suas vestes (formas) e tornar-se cada vez mais imponderabilidade, enlevo e arrebatamento, revestindo-se de Infinito e Eternidade.

O teatro e o cinema não deveriam ser palco de maldades e cenário de destruições, que apenas suscitam no ser os hábitos agressivos da baixeza animal. Deveriam ser difusores de virtudes para as multidões, lembrando-lhes que nascemos para o bem e a felicidade. Deveriam deixar de se debater nas expressões das trevas e se esforçar para construir valores de eternidade. Então sua função será cumprida e a arte, elevada à primazia do espírito, será o “altar das ascensões humanas”. Será “a oração que une a criatura ao Criador”.

Despedida

Afinados com as Leis da Vida

As palavras deste derradeiro capítulo tocam fundo em nossa alma, nutrindo-nos do mais puro desejo de elevação. Sem dúvida, a leitura atenta de A Grande Síntese tornou-nos um pouco melhores e afinou-nos com as correntes de pensamento que, trafegando do alto, nos convidam à ascensão permanente. Um grande anseio pelo bem, pela verdade, pelo amor e pela união passou a embalar-nos a alma.

Sinfonia de conceitos

Muitos não puderam chegar até aqui, por não compreenderem, para não se verem perturbados em suas rotinas mundanas ou por se recusarem ao trabalho de burilar o espírito. Não desfrutarão, por ora, dos benefícios que haurimos, pois nossas almas, embora excitadas para a continuação da jornada, estão momentaneamente saciadas. Uma suave sensação de repouso deita em nosso íntimo, fecundando-nos de paixão e sossego. Da dor, fizemos uma amiga e agora conhecemos a melhor maneira de utilizá-la em nosso benefício. Do anseio pela verdade construímos um roteiro seguro que nos conduzirá no conhecimento de Deus e nos tornará sábios. Uma visão fecunda e sintética do Universo e da Criação nos encantou a alma num deleite de harmonias. Sentimo-nos embalados pelos conceitos que uniram ciência e amor, coesos com a Criação e sua Grande Lei. Aprendemos que uma forma de consciência se esconde por trás de todos os fenômenos, consciência que é nossa irmã e a quem devemos respeito e, sobretudo, amor. E isso nos fez irmãos de tudo e de todos, imbuindo-nos da mais pura paixão pelo Bem e pelo Infinito.

Page 126: SSíínnnttt eeesseee o ee o SSSoollluuçççãããooo dddoosss m ... · 2013-05-11 · aquele que deseja saciar-se nessa fonte de verdades eternas. ... Sabedoria da vida e suas leis

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As portas do Infinito se abrem

Não podemos mais parar. Um anseio pelo belo, pelo perfeito e pelo Eterno acossa nossas almas. Somos feitos de Infinito e buscamos o Infinito. Nossas acanhadas mentes se dilataram e desejam agora divisar os ilimitados horizontes do Absoluto. Consolados, aprendemos que o Universo é imenso organismo, regido por leis perfeitas mas, sobretudo, sustentado pelo Amor, seu princípio soberano.

Uma fé mais poderosa

Esta Voz que nos encantou ainda ressoa no imo de nossas almas e nos restituiu o lugar de cidadãos do Universo e Filhos do Eterno. Com a lógica da ciência refez nossa fé desgastada pelo frio materialismo, tornando-a poderosa. Nossa consciência agora tem novo impulso para dilatar-se rumo à Consciência Cósmica.

Avançado conceito de Divindade

Fomos agraciados com um conceito de Divindade que nos levou ao mais profundo amor por Nosso Pai. Pai que é Lei, é Amor, é Coesão, é Fundamento, mas sobretudo que não está distante, porém é Uno conosco e se encontra ao nosso lado, suplicando por um amplexo de paixão .

Voz da Verdade

Entendemos que as verdades são progressivas e todas traduzem uma parcela da Verdade Maior que somente as grandes almas conquistaram na totalidade. Não mais impomos nossa acanhada visão da realidade a quem quer que seja e todos são bem-vindos ao mundo de conceitos no qual navegamos. Nossas doentias rivalidades intelectuais se calaram e apoiados uns nos outros queremos apenas crescer juntos e, como irmãos, amamo-nos verdadeiramente.

Voz de consolo

Ouçamos ainda mais uma vez esta Voz profunda e misteriosa que nos sufoca de verdadeira paixão, sem jamais abandonar os recessos do espírito onde ecoa: “Não vos rebeleis, mas aceitai todo o trabalho que vosso destino vos oferece (...) Não procureis alhures grandiosos heroísmos (...) Jamais se sofre em vão, pois a dor esculpe a alma (...) Nunca sereis onerados acima de vossas forças (....) Tende fé, ainda que o céu esteja negro, o horizonte fechado e tudo pareça acabado, estará sempre a espera uma força que vos fará ressurgir (....) Mesmo quando dormis ou ignorais, o destino vela, sabe e prepara o vosso amanhã. (...) Ai de quem desperdiçar o seu tempo e não fizer de sua vida uma missão! (...) Não temais a morte que vos liberta (...) tudo é indestrutível.” E a última palavra desta Voz que acalenta é ainda um alento de consolo para aquele que sofre: “Esse é grande na Terra, porque regressa a Deus. Destruí a dor e destruireis a vos mesmos”.

Voz de gratidão

Depois de fecundar-nos de júbilos espirituais, ela se cala momentaneamente, mas continua a nos conduzir com a força capaz de remover as mais profundas dores de nosso destino e nos tornar amantes do bem. Ainda nos embala com suas doces melodias de conceitos e verdades. Entoemos agora nosso hino de gratidão a esta Voz do Infinito que canta em nós. Externemos nossa gratidão por “Aquele” que se dignou descer dos páramos celeste e para aquele que a transmitiu, com o único propósito de nos auxiliar na libertação das seculares algemas que nos retém no lodaçal da ignorância e da dor.

Uma Síntese Imensa

Em síntese, a Grande Síntese foi para nós a síntese da Lei, foi a síntese da Verdade, foi a síntese da Divindade. Sigamos esta Síntese, tornando Grande o nosso espírito, nesta poderosa luz que alumia nossa jornada.