Revista Painel Politico - 5ª Edição

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PAINEL POLÍTICO 1 05 Janeiro 2012 COTIDIANO ANO I - Nº 5 - 05 Janeiro de 2012 - Porto Velho - Rondônia Valor: R$ 6,50 Saúde em Rondônia preocupa autoridades e deixa população em alerta ENTREVISTA Gravidez na adolescência UM PROBLEMA SOCIAL GRAVE OPERAÇÃO DOMINÓ 6 ANOS DEPOIS SÓ UM ESTÁ PRESO Erijane Lima - Simplicidade e carisma de uma jovem que começa a brihar nas passarelas

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Na quinta edição de Painel Político uma reportagem especial sobre a Operação Dominó, que expôs o lado sórdido da política rondoniense e seis anos depois, ninguém foi preso.

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PAINEL POLÍTICO 105 Janeiro 2012 PAINEL POLÍTICO 105 Janeiro 2012

CotiDiANo

ANO I - Nº 5 - 05 Janeiro de 2012 - Porto Velho - Rondônia valor: r$ 6,50

saúde em rondônia preocupa autoridades e deixa população em alerta

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UM PROBLEMA S

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RAVE

oPErAÇÃo DomiNÓ

6 ANos DEPoissÓ um Está PrEso

Erijane Lima - Simplicidade e carisma de uma jovem que começa a brihar nas passarelas

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sumário

PAINEL POLÍTICO4 05 Janeiro 2012

EditorialA impunidade está no arPg.03

Artigo Herbert LinsPg.40

Coluna Alan Alex Pg.41

Estamos de olhoPg.42

CulturaLivro “Enxugue suas lagrimas e siga em frente”Pg.44

opiniãoPg.45

Artigo Pg.46

14CAPAoPErAÇÃo DomiNÓ6 anos depois a impunidade impera para os acusados

34sEtor PrimárioOuro Preto e região vêm avançando nesse segmento

sAúDE Paciêntes continuam amontoados nos corredores

10CotiDiANo

ENtrEvistA

ErijANE LimAVeja como essa rondoniense anda conquistando o Brasil e o mundo

6

24DEsENvoLvimENto 31 EDuCAÇÃo 20Porto vELHo

iNtErior

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PAINEL POLÍTICO 505 Janeiro 2012

A impunidade está no ar

Alan Alex - Editor

EDitoriAL

Foi um baque, por aquela ninguém esperava. A Polícia Federal batendo na porta de desembargador, juiz, deputados, empresários, conselheiros e assessores e levando todos eles presos, era a Operação Dominó, que desmontava um dos maio-res esquemas de corrupção que o Brasil já viu e entrou para a história como uma quebra de paradigmas. Era a primeira vez que um presidente de tribunal de justiça estava sendo preso no país. Foi através da Dominó que Rondônia e o Brasil conhecram as entranhas da corrupção e teve acesso a detalhes sórdidos de uma rede que estava ramificada em dois dos três pode-res constituídos. Troca de favores, viagens pagas pelo contribuinte e pagamento de propinas em dinheiro além de uma folha de pagamento paralela, deixou toda a sociedade chocada com o que era revelado a cada dia.

Porém, já se foram quase seis anos e até hoje apenas uma pessoa cumpre pena, o professor Moisés Oliveira, irmão do ex-deputado Carlão de Oliveira, que porta uma tornozeleira eletrônica e cumpre sentença em sua residência. Os demais indiciados levam a vida como se nada tivesse acontecido. Centenas de recursos judiciais e a própria morosidade do judiciário colaboram para essa im-punidade. PAINEL POLÍTICO trás nessa

edição uma reportagem completa sobre esse que foi um dos maiores escândalos do País e o maior da região Norte.

Nesta edição também você vai poder conferir uma reportagem sobre a saúde em Rondônia, setor que vem enfrentando problemas e promete ser o calcanhar de Aquiles do governador Confúcio Moura. Na entrevista do mês trouxemos a nos-sos leitores uma conversa com a modelo Erijane Lima, que vem brilhando em um

mercado ultra disputado e já se prepara para conquistar trabalhos no exterior. Jovem, talentosa e de beleza rara, Erijane ainda vai trazer muito orgulho para Ron-dônia, estado que ela defende em suas andanças pelo Brasil.

Também apresentamos reportagem sobre o crescimento de Porto Velho, que vem refletindo principalmente no setor de hotelaria, assim como a abertura de centenas de novas empresas. Agora em fevereiro também não podemos deixar de lembrar de Paulo Queiroz e Eduardo Valverde, cujas mortes completam um ano. Eles fazem falta. E muita.

Porém, já se foram quase seis anos e até

hoje apenas uma pessoa cumpre pena

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ENtrEvistA

ErIjANE LImA

“Agradeço ao Estado de Rondônia que se mobilizou para votar em mim”.

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19 anos de idade, 1,74 de altura, olhos azuis, cabelos longos e ruivos, pele branca como a neve e dona de um sorriso cativante, assim podemos descrever a beleza da rondoniense

da gema Erijane Lima. Modelo que se orgulha de ter nascido às margens da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (E.F.M.M), e em todos trabalhos que realiza nos mais variados Estado do Bra-sil e futuramente nas mais concorridas passarelas e capas de revistas do mundo tem o prazer de levar o nome e as riquezas de Rondônia.

O rosto e o corpo parecem terem sido modelados pelos anjos e os deuses, que os gregos tanto acreditam. Beleza rara de ser encontrada no mundo da moda, a ponto de ser disputada por 12 das 12 agências de moda que participavam de um concurso, realizado em Manaus.

Com simplicidade e carisma de uma jovem que começa a trilhar uma longa carreira, Erijane Lima concedeu entrevista exclusiva ao Painel Político e revelou detalhes do mundo da moda e planos futuros.

Por Paulo Vagner

Painel Político – Como iniciou sua carreira de mo-delo?

Erijane Lima – Minha carreira começou em uma convenção de moda, reali-zada pelo Dílson Estein, em outubro de 2010, aqui em Porto Velho, para selecionar meninas para desfilar. A se-gunda fase foi realizada em Manaus, com a presença de mais de 200 meninas de toda a região Norte. Lá tinha cerca de 12 agências, que escolhiam meninas para trabalhar para elas. O curioso é que todas me escolheram, então fui a São Paulo para visitar cada uma e escolher a que iria trabalhar. Depois de pesquisar, escolhi a Way Model.

Estein é considerado um dos maiores caçadores de talento de moda do Brasil. O olheiro é responsável por re-velar nada mais nada menos, que a modelo brasileira top in-ternacional Gisele Bündchen, e coordenar as carreiras das modelos também brasileiras Alessandra Ambrosio e Carol

Trentini na agência Way Mo-del, em São Paulo.

Painel Político - Qual foi o primeiro trabalho que você fez depois de ser esco-lher a Way?

Erijane Lima – Foi de uma marca do Rio de Janeiro, a Re-brum Fashion. Tive que ir até Angra dos Reis para fazer uma catálogo. E depois a carreira deslanchou e tiveram vários outros. Todos os dias a gente faz catálogos, revistas, look-book entre outros.

Painel Político – Nes-se pouco tempo de carreira, qual foi o trabalho que mais gostou de fazer?

Erijane Lima – Gostei mui-to de fazer a revista Rolling Stones, ficou muito bonito. Também gostei de fazer um catalogo da marca Angel, de Santa Catarina. A produção já tinha falado com minha agên-cia para eu ir para lá, mais eles não liberaram porque quando fico três ou quatro dias viajan-

do minha agência perde muito trabalho. Nas viagens gravo um dia e fico outros três sem trabalhar. Então a produção deles foi até São Paulo, aluga-ram uma mansão e fizemos uma história de Romeu e Julie-ta, com vários looks.

Painel Político – Exis-te algum preconceito por você ser de Rondônia?

Erijane Lima – Existe de certa forma. Uma vez cheguei a brigar com o dono da minha agência porque ele veio falar besteira de Rondônia e não gostei e acabamos discutindo. Disse pra ele primeiro conhecer o país que mora para depois conhecer outros países. Não gosto e fico muito revoltada que falem mal do meu Estado. Se eu estiver por perto não deixo.

Painel Político – O nome Erijane Lima deve mudar para outro mais ar-tístico?

Erijane Lima – Assim

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que cheguei em São Paulo a agência tentou mudar meu nome porque eles diziam que era muito difícil para os estran-geiros falar. Depois de muita conversa decidiram que iria ficar Erijane Lima mesmo. Po-rém, a agência decidiu que para trabalhos no exterior vão me apresentar apenas como Erija-ne, sem o Lima.

Painel Político – Como surgiu o concurso do site Uol, que você ganhou para ser a nova Gisele Bündchen?

Erijane Lima – Na verdade eu nem sabia que estava par-ticipando deste concurso, foi um amigo que avisou. Depois a agência explicou que o Uol ligou para as principais agências de moda do Brasil e pediu para elas indicarem uma jovem modelo em inicio de carreira que pode-ria deslanchar na profissão, en-tão fui indicada e ganhei. Agra-deço ao Estado de Rondônia que se mobilizou para votar em mim.

Painel Político – Sabe-mos que você é conhecida em São Paulo, mas em Rondônia, você está recebendo o cari-nho do povo da sua terra?

Erijane Lima – Hoje em dia recebo muito carinho das pessoas daqui, até porque nunca realizei nenhum trabalho no estado. Muitas mães perguntam pra mim como consegui entrar na carreira, pedem dicas para as filhas. Tem pessoas que pa-rabenizam pelo meu trabalho e agradem por mostrar que Rondônia não tem apenas cor-rupção, mas também tem coisas boas. Ficou muito feliz com todo

esse carinho.

Painel Político – Como anda os planos para a carrei-ra internacional?

Erijane Lima – Meu primei-

ro trabalho internacional inicia no final de janeiro, vou passar quatro dias na Argentina para fazer um trabalho. Em abril mi-nha agência deve escolher entre New York e Paris para passar uma temporada de dois meses,

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depois voltamos ao Brasil e escolhemos outro país para realizar nova temporada. Meus próximos passos é real-mente investi nesta carreira internacional e espero que tudo possa dar certo.

Painel Político – Qual a mensagem que você deixa para as meninas que pretendem inicia na car-reira de modelo?

Erijane Lima – Se você tem um sonho é só acredi-tar, ninguém é proibido de sonhar. O problema é que muitas meninas sonham de olhos fechados, tem coisas que elas precisam vê e princi-palmente tem que ter o apoio da família, com eles tudo fica mais fácil.

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O médico Confúcio Moura assumiu o mandato de governa-dor de Rondônia no dia primei-ro de janeiro de 2011, e durante campanha de eleição, firmava compromisso de priorizar a área da saúde. Mas, passado um ano no poder a situação do setor piorou no Estado. Super lotação nos hospitais, falta de médicos, medicamentos e ambulâncias são alguns dos problemas que afetam a atual administração.

De cartão de visita, no dia 5 de janeiro, Confúcio Moura decretou Estado de Calamidade Pública na saúde. Com pouco mais de quatro dias no poder, fez questão de divulgar na mídia nacional como estava o setor em Rondônia. A atitude do governador chamou a atenção de todo país.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhado-res em Saúde no Estado de

Rondônia (Sindsaúde), Caio Marin, a situação piorou com o novo governo. “O governador Confúcio Moura como médico e conhecedor da área deveria ter mais atenção com esse setor delicado. A verdade é que ele não cumpriu as promessas de campanha, a gente vê a saúde piorando a cada dia que passa e nenhuma atitude é tomada pelos administradores”.

A falta de investimentos na saúde das cidades do interior de Rondônia é um dos fatores fundamentais para os hospitais de Porto Velho estarem em situ-ação desumana. Com pacientes espalhados pelos corredores.

“Se tivesse investimento no hospital de Cacoal, por exem-plo, funcionando com mais médicos, mais técnicos, mais paramédicos, trabalhando com cem por cento da capacidade desafogaria os hospitais João Paulo II e Hospital de Base da capital, porque passaria a aten-der toda aquela região”.

As situações mais precárias

SAÚDE Em rONDÔNIA PrEOCUPA AUTOrIDADES E DEIXA POPULAÇÃO Em ALErTA

Nesse pouco mais de um ano de governo, a atual administração conseguiu piorar o que estava ruim

Por Paulo Vagner

CotiDiANo

A proposta do governo

foi aprovada, após muita discussão pela Assembleia Legislativa

Homem improvisa maca no chão do João Paulo II

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CotiDiANo

na saúde em Rondônia estão ligadas a falta de condições de trabalho aos médicos, falta de profissionais e as estruturas dos hospitais altamente pre-cários. “Se essas três questões funcionassem diminuiria con-sideravelmente o número de mortes em nossos hospitais”, disse o presidente do Sind-saúde.

O presidente do Sindicato Médico de Rondônia (Simero),

Rodrigo Almeida também con-corda que a saúde mudou para pior. “Nesse pouco mais de um ano de governo, a atual admi-nistração conseguiu piorar o que estava ruim. Faltam mé-dicos, enfermeiros, remédios e demais condições básicas de trabalho aos profissionais”, explicou Almeida.

A falta de planejamento do governo é outro ponto destaca-do pelo presidente do Simero.

“Eles investiram no hospital de Cacoal, mas esqueceram que a unidade precisa de médicos, ortopedistas, enfermeiros e uma série de outros especialis-tas para fazer o local funcionar. Agora a unidade está lá, quase parada. Isso mostra a falta de visão e planejamento do go-verno”, disse o presidente do Simero.

TErCEIrIzAÇÃO DA SAÚDE

Em junho de 2011 o gover-no propôs implantar o Serviço de Apoio à Saúde Pública do Estado de Rondônia (Saspro), que permite a implantação da terceirização e da gestão compartilhada na saúde. Ou seja, empresas terceirizadas poderão administrar o setor de Rondônia. A proposta do go-verno foi aprovada, após muita discussão, no fim do ano passa-do pela Assembléia Legislativa.

O presidente da Assembléia Legislativa Hermínio Coelho (PSD) sempre se posicionou contra a terceirização do setor, mesmo assim o projeto foi aprovado com 17 votos favo-ráveis.

Para Rodrigo Almeida pre-sidente do Simero a suspeita de futuras irregularidades são os fatores responsáveis que colocam em cheque o sistema das OSs. “Nossa preocupação é porque o Ministério Público já encontrou esquemas de desvio de verbas nas empresas contra-tadas pelo governo. Nessa nova forma de gestão, onde o Minis-tério Público terá papel menor nas investigações, as chances de corrupção crescer serão maio-res”, concluiu Almeida.

Paciente espera atendimento no corredor do João Paulo II

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PAINEL POLÍTICO12 05 Janeiro 2012

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FALTA DE ESTrUTUrA

No inicio do mês de junho, em apenas uma semana, duas pessoas morreram no Hospital Regional de Guajará-Mirim por falta de ambulância. O hospital possui três veículos, mas ne-nhum em condições de uso.

Uma das vítimas foi o funcio-nário público Natanael Souza Rui, 59. Ele deu entrada no hospital às 23 horas vítima de acidente de trânsito. A ambu-lância que levaria Natanael a Porto Velho só chegou por volta das 9 horas do dia seguinte. O funcionário público não resistiu e morreu.

A falta de leitos, demora no atendimento aos pacien- Pacientes esperam por atendimento

Mulher toma soro no chão do João Paulo II

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tes, superlotação e falta de profissionais e equipamentos foram alguns dos motivos que levaram os fiscais do Conselho Federal de Medicina apontar no inicio de novembro de 2011 o Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II, na capital como a pior unidade de saúde do Brasil.

PIOr hOSPITAL DO brASIL

No inicio de novembro, a diretoria do Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou inspeções nos hospitais Ary Pinheiro (Hospital de base) e Pronto Socorro João Paulo II, na capital. O objetivo era avaliar a saúde em Rondônia. Após a visita os fiscais decretaram o

Hospital João Paulo II o pior do Brasil

O presidente do CFM doutor Roberto Luiz D´Avila afirmou. “Em fevereiro visitamos esses mesmos hospitais e, infeliz-mente, a situação piorou. Este hospital é um dos piores que eu já vi. Existem alguns parecidos em outras unidades da Fede-ração, mas esse, realmente, a situação dele é lastimável”.

De acordo com o vice-pre-sidente do CFM, Carlos Vital os hospitais não possuem condi-ções básicas de trabalho. “Nada mudou e o que percebo é que a situação piorou. Falta recurso, espaço físico e material. Não há como realizar atendimento de emergência naquelas circuns-tâncias.” Finalizou Vital.

jUSTIÇAA situação da saúde em Ron-

dônia é tão preocupante, que o presidente da Seccional Rondô-nia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RO), Hélio Vieira se manifestou publicamente sobre a questão. Segundo Vieira, há casos em que pacientes, ou familiares de doentes precisam acionar o Estado judicialmente para conseguir uma assistência real e adequada. “A saúde, assim

como a educação e a segurança, é um direito primário de todo e qualquer cidadão e não pode ser deixada em segundo plano. A população tem que ser bem assistida sem que para isso pre-cise litigar na Justiça um direito que já lhe é nato”, assevera.

Hélio Vieira defende a rea-bertura de diálogo entre o Esta-do e as entidades médicas para encontrar a solução imediata para quadro. “Tenho recebido relatórios do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cre-mero) e fico cada vez mais en-tristecido com o que leio e vejo. São relatos de total desrespeito aos direitos da pessoa humana. Não importa se será por meios das OS’s (Organizações Sociais) ou pela própria gestão estadual, é imprescindível que o Governo tome uma atitude e melhore com urgência a assistência à Saúde Pública”.

O presidente não descartou a possibilidade de denunciar o Estado mais uma vez em organismos internacionais, desta vez pelo caos na Saúde. “Lamento não pelos gestores, mas pela população que é mal tratada e flagelada no momento de maior fragilidade, na doen-ça”, finalizou Hélio Vieira.

Nossa preocupação é porque o Ministério Público já encontrou

esquemas de desvio de verbas nas empresas contratadas pelo governo. Nessa nova forma de gestão, onde o Ministério Público terá papel menor nas investigações, as chances de corrupção crescer serão maiores

CotiDiANo

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OPErAÇÃO DOmINó, SEIS ANOS SE PASSOU E APENAS Um FOI PrESOO presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Carlão de

Oliveira abriu uma folha de pagamento paralela sem registro

Paulo Vagner

CAPA

PAINEL POLÍTICO14 05 Janeiro 2012

Polícia Federal aponta Carlão de Oliveira como líde do bando

“Justiça não pode caçar ninguém rapaz. Quem caça é a Assembleia Legislativa, não é esses vagabundos querendo fazer graça com a gente não. O povo dá o poder e quem tira é eles. Não são esses bandidos, vagabundos não” - Amarildo Almeida

A Operação Dominó de-flagrada pela Polícia Federal no dia 4 gosto de 2006, de-sarticulou uma das maiores quadrilhas de corrupção do Estado. Através de contratos fraudulentos da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE--RO) o bando desviou aproxi-

madamente R$ 70 milhões dos cofres públicos. Na ocasião a Justiça expediu 30 mandados de prisão. Após quase seis anos, todos os acusados respondem os processos em li-berdade. Apenas um dos 24 parlamenta-res da Casa não par-ticipava do grupo. O Supremo Tribunal

de Justiça (STJ) determinou a Operação a partir de provas apuradas em inquéritos da Polícia Federal (PF) em parce-ria com o Ministério Público de Rondônia (MP-RO). A ação resultou na prisão de autorida-des do Judiciário, Legislativo e Executivo estadual.

Com base nos documentos, a ministra Eliana Calmon de-terminou a prisão preventiva do desembargador Sebastião Teixeira Chaves (presidente do Tribunal de Justiça de Ron-dônia), Edílson de Souza Silva

(conselheiro do Tribunal de Contas do Estado), José Carlos Vitachi (procurador de Justiça do Ministério Público do Esta-do), José Jorge Ribeiro da Luz (juiz de Direito), José Ronaldo Palitot (diretor-geral da As-sembléia Legislativa), deputado José Carlos de Oliveira (Carlão de Oliveira presidente da As-sembléia Legislativa), Haroldo Augusto Filho, Moisés José Ri-beiro e Marlon Sérgio Lustosa Jungles. Segundo as denúncias, os investigados são acusados de formação de quadrilha, cor-

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PAINEL POLÍTICO 1505 Janeiro 2012

CAPA

rupção, exploração de prestígio, concussão e lavagem de dinhei-ro, entre outros crimes.

A Justiça também autorizou buscas nas residências dos envolvidos, na Diretoria Finan-ceira da Assembléia Legislativa, na residência e no escritório do proprietário da empresa Signo Factoring Fomento Mercantil, Sidney Gonçalves Nogueira. Móveis de Sidney e da empresa Signo Factoring também foram bloqueados pela decisão do STJ.

PrOCESSODe acordo com MP-RO, to-

dos foram condenados pela Justiça do Estado pelos crimes de formação de quadrilha, con-cussão e corrupção passiva. Os réus recorreram da decisão em instâncias superiores, e a trami-tação do processo foi suspensa no Tribunal de Justiça em 2009, até o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tri-bunal Federal (STF) julgarem os Agravos de Instrumentos em Recursos Extraordinários e Es-peciais (instrumentos jurídicos pelos quais apelam os réus para as cortes superiores da Justiça brasileira).

Ainda de acordo com a Jus-tiça, os envolvidos no esquema foram denunciados e conde-nados, são eles: João Batista dos Santos (João da Muleta), Haroldo Franklin de Carvalho Augusto dos Santos (Haroldo Santos), Ellen Ruth Cantanhede Sales Rosa (Ellen Ruth), José Emílio Mancuso de Almeida (Emílio Paulista) e Moisés José Ribeiro de Oliveira (Moisés de Oliveira), Amarildo de Al-meida, João Ricardo Gerólomo

Mendonça (Kaká Mendonça), Ronilton Rodrigues Reis (Ro-nilton Capixaba), Daniel Néri de Oliveira (Daniel Néri) e José Carlos de Oliveira (Carlão de Oliveira). As penas variam entre seis e 17 anos de prisão em re-gime fechado, mais pagamento de multa e perda dos direitos políticos.

Os réus recorreram, com alegação de incompetência jurídica do TJ para julgá-los, mas o argumento não foi aceito pelo relator e nem pelo Pleno (colégio de desembargadores). Outros recursos foram aceitos em parte, como o que serviu, para diminuir as penas de Ama-rildo Almeida, Moisés e Carlão de Oliveira, sem, entretanto, mudar a condenação.

Por colaborar com as in-vestigações, Haroldo Santos e Moisés de Oliveira obtiveram, em graus diferentes, o benefício da delação premiada (veja Box).

CONDENAÇÃO Moisés de Oliveira, irmão do

ex-deputado Carlão de Oliveira

e tio do deputado Jean Oliveira, está preso em regime semiaber-to desde o dia 8 de dezembro. Como a colônia penal está em reforma, ele cumpri a sentença em casa, mas usa uma tornoze-leira eletrônica. O ex-assessor da Assembleia Legislativa foi condenado por desvio de re-cursos da Casa.

No inicio de janeiro deste ano, a Justiça do Estado de Ron-dônia condenou Carlão de Oli-veira a 14 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado. Cinco anos, sete meses e 15 dias de detenção em regime aberto. Oliveira também terá que pa-gar multa de mais R$ 517 mil. Moisés de Oliveira (irmão de Carlão) foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado, mas pagamento de multa de mais 203 mil.

José Ronaldo foi condenado à pena de dez anos e quatro meses de reclusão, em regime fechado, e cinco anos de deten-ção, no semi-aberto, e multa de mais de R$ 132 mil. Pena e multa semelhantes também fo-

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Sebastiao Teixeira Chaves, presidente TJRO escondendo o rosto no momento da prisão

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PAINEL POLÍTICO16 05 Janeiro 2012

CAPA

ram impostas ao réu Júlio César. Márcio Santana de Oliveira e Denerval José de Agnelo foram citados por edital e ainda serão julgados nesse processo.

ESqUEmASegundo a Justiça, o presi-

dente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Carlão de Oliveira abriu uma folha de pagamento paralela sem registro na contabilidade da Casa, com amigos, deputados e funcionários laranjas. Dos 24 parlamentares, apenas um não participava da quadrilha. Em troca, Carlão recebia parte dos salários do grupo. O dinheiro era desviado para as contas dos políticos ou destinados a quitar dívidas de campanha.

Ainda segundo a Justiça, Carlão de Oliveira contratava empresas para a prestação de serviços, manutenção e forne-cimento de equipamento de informática, transferência de dinheiro para a Signus Facto-ring e até locação de taxi aéreo. Muitos bilhetes eram emitidos para viagens particulares de amigos, correligionários e fa-miliares.

De acordo com as denúncias, diretores da Assembleia, sob o comando de Carlão de Oliveira, falsificaram contra-cheques e aumentaram de forma fic-tícia salários para conseguir empréstimos consignados em bancos.

Ainda de acordo com as in-vestigações, após a Assembleia

aprovar aumento salarial a desembargadores e juízes, um irmão e um cunhado de Carlão e um filho do deputado estadual Haroldo Santos foram soltos, depois que um desembargador assinou uma decisão liminar de soltura dos três, presos por fraudes administrativas pela Polícia Federal.

Outra troca de favores, teria sido um possível aumento de

salários de membros do Minis-tério Público, para deixarem de fazer denúncias contra Casa.

As investigações ainda apontam que o governador Ivo Cassol teria nomeado Edíl-son de Souza Silva (pessoa de confiança de Carlão) ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Em troca, a Assembleia diminuiria a opo-sição ao governo.

O que é a delaçãO premiada

Delação premiada é um benefício legal condedido a um criminoso delator, que aceite colaborar na investi-gação ou entregar seus com-panheiros. Esse benefício é previsto em diversas leis brasileiras: Código Penal, Leis n° 8.072/90 – Crimes Hediondos e equiparados, 9.034/95 – Organizações Criminosas, 7.492/86 – Cri-mes contra o Sistema Finan-ceiro Nacional, 8.137/90 – Crimes contra a ordem tributária, econômica e con-tra as relações de consumo, 9.613/98 – Lavagem de di-

nheiro, 9.807/99 – Proteção a Testemunhas, 8.884/94 – Infrações contra a Ordem econômica e 11.343/06 – Drogas e Afins.

A Delação Premiada Pode Beneficiar O Acusado Com:- diminuição da pena de 1/3 a 2/3;- Cumprimento da pena em regime Semi-aberto;- extinção da pena;- perdão Judicial.A delação premiada é cons-tantemente criticada, uma vez que fica a critério de avaliação do Juiz da causa e de parecer do membro do MP a utilidade das informa-ções prestadas pelo réu. Ainda se exige uma contri-buição demasiadamente grande para que se consi-dere efetiva a delação, razão pela qual muitos a chamam de “extorsão premiada”.

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PAINEL POLÍTICO 1705 Janeiro 2012

CAPA

graVaçÕeS reVelam COrrupçãO

Em uma das várias gravações autorizadas pela Justiça, o presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia, Carlão de Oliveira liga para o presiden-te do Tribunal de Justiça de Rondônia, Sebastião Teixeira e afirma que a Casa irá derrubar o veto do governador Ivo Cassol sobre o aumento salarial dos magistrados.

Carlão de Oliveira: Alô, tudo bom?

Sebastião teixeira: Tudo bem, tem uma notícia boa pra mim?

Carlão de Oliveira: O governador vetou teus dez por cento.

Sebastião teixeira: Tá brincando? Ele não esperou nem a resposta do TRE?

Carlão de Oliveira: Mais ai é o seguinte, eu liguei pra te avisar que semana que vem nós vamos vota contra.

Sebastião teixeira: A tudo bem. Preciso até vê, porque a folha já foi feita com esse valor. (Os dez por cento)

Carlão de Oliveira: Pelo amor de Deus. E agora? Mas paga assim mesmo, nós derruba-mos o veto.

Sebastião teixeira: Então tá bom.

O juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça, José Jorge Ribeiro da Luz telefona para Carlão de Oliveira para informar que o agravo aberto pelo Ministério Público de Rondônia não vai dar em nada.

José Jorge: Presidente, o Ministério Público ingressou com um agravo, pedindo efeito suspensivo, e foi dis-

tribuído para o desembargador Eurico, mais ele não é o competente. O competente é o desem-bargador Eliseu, o processo chega a tarde no gabinete do Eliseu. A tarde eu venho conversar com ele, mas com ele já está tudo certo para não dar efeito suspensivo, e isso deve estar resolvido hoje ou no máximo segunda-feira.

Carlão de Oliveira: Beleza. Segunda- feira você pode vir aqui comigo?

José Jorge: Posso, assim que eu tiver essa posição aqui, ai dou um pulinho ai.

Carlão de Oliveira: Então tá combinado.

PIANA CONvErSA SObrE A PrISÃO DE CArLÃO

Na gravação entre o ex-governador de Ron-dônia, Oswaldo Piana e uma pessoa identificada como “Carlos”, a dupla discuti sobre o afasta-mento do presidente da Assembléia Legislativa, Carlão de Oliveira.

Osvaldo pìana: Quem foi à juíza que deu o negócio (afastamento) do Carlão?

Carlos: Foi uma juíza da Segunda Vara da Fazenda Pública, ela é substituta.

Oswaldo piana: Substituta? É uma filho da puta muito grande mesmo. Querendo dez segundo de glória.

Carlos: Pois é rapaz.Oswaldo piana: Ele já entrou com mandado?Carlos: A Assembléia fez aqui, um mandado.

Com 54 horas ele responde.Oswaldo piana: Não, isso ai restabelece em

24 horas. Mas é um absurdo, juízinho safado, rapaz.

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PAINEL POLÍTICO18 05 Janeiro 2012

CAPA

PAINEL POLÍTICO18 05 Janeiro 2012

DEPUTADO DEbOChA DA jUSTIÇAO então deputado estadual, Amarildo Almeida

(PDT) conversa com uma pessoa ainda não iden-tificada e zomba da Justiça.

pessoa não identificada: O homem voltou, né (Carlão de Oliveira)?

amarildo almeida: Voltou e voltou com força. Deus é bom. Como sou-beste?

pessoa não identificada: A Cleide falou, estou indo vê o negócio da água da sua casa, ai ela falou.

amarildo almeida: Ele voltou e voltou com força, Justiça não pode caçar ninguém rapaz. Quem caça é a Assembléia Legislativa, não é esses vagabundos querendo fazer graça com a gente não. O povo dá o poder e quem tira é eles. Não são esses bandidos, vagabundos não.

pessoa não identificada: E nós vamos atrás de mais quatro anos.

AbSOLvIÇÃO DOS DEPUTADOS Amarildo Almeida afirma para uma pessoa

identificada apenas como Luiz, que o acordo entre os deputados para resultado favorável aos parla-mentares envolvidos na corrupção está firmado.

amarildo almeida: Oi Luiz, tudo bom?

luiz: E ai deputado, tudo bom, como tá as coisas?

amarildo almeida: Foi eu, o Ronilton e a Ellen Ruth para a guilhotina. A semana que vem o voto define.

luiz: Mas estava acertado isso?amarildo almeida: Tava, desde antes o

Carlão ser afastado, mas ontem a gente refor-çou. Então tipo assim, ficou acertado tudo isso. Entendeu ?

luiz: Eu to entendendo. Mas o plenário vai fazer o que?

amarildo almeida: Agora o plenário precisa ter 16 votos para caçar eu.

luiz: Ai não tem os votos, né?amarildo almeida: Não, de jeito nenhum. luiz: então tá bom.amarildo almeida: Pode ficar despreocu-

pado, pode ficar tranqüilo, pode ficar tranqüilo. Ontem naquela hora que você saiu, era para ter essa conversa, era um acerto que tinha já.

Segundo a PF, a quadrilha é acusada de desvio de recursos públicos, corrupção, prevaricação, concussão, peculato, extorsão, lavagem de dinheiro e venda de sentenças judiciais.

a lista completa é a seguinte: desem-bargador Sebastião Teixeira Chaves (presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia); José Jorge Ribeiro da Luz (juiz de Direito); Edílson de Souza Silva (conselheiro do Tribunal de Contas de Ron-dônia), José Carlos Vitachi (procurador estadual); José Carlos de Oliveira “conhecido como Carlão de Oliveira” presidente da Assembléia Legisla-tiva de Rondônia; Haroldo Augusto Filho (filho do deputado Haroldo Santos); Gebrin Abdala Augusto dos Santos (filho do deputado Haroldo Santos); Rosa Salomé Soares (assessora do depu-tado Haroldo Santos); Carlos Magno (candidato a vice-governador e ex-chefe da Casa Civil de Rondônia); Jurandir Almeida Filho Junior (irmão do deputado estadual Amarildo Almeida); Edons Wander Arrabal (assessor do deputado Amarildo Almeida); Eliezer Magno Arrabal (assessor do deputado Amarildo Almeida); Adelino César de Moraes (assessor do deputado Amarildo Almei-da); Joarez Nunes Ferreira (assessor do deputado Amarildo Almeida); Marcos Alves Paes (chefe de gabinete do Amarildo Almeida); João Carlos Batista de Souza (assessor do deputado José Carlos de Oliveira); Lizandreia Ribeiro de Oliveira (irmã do deputado José Carlos de Oliveira); Moi-sés José Ribeiro de Oliveira (irmão do deputado José Carlos Oliveira); Márcia Luiza Scheffer de Oliveira (esposa do deputado José Carlos Olivei-ra); José Ronaldo Palitot (diretor da Assembléia Legislativa de Rondônia); Emerson Lima Santos (diretor de Recursos Humanos da Assembléia Legislativa de Rondônia); Marlon Sérgio Lutosa Jungles (cunhado do deputado José Carlos Olivei-ra), e José Carlos Cavalcante de Brito (servidor da Assembléia Legislativa de Rondônia).

23 preSOS

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PAINEL POLÍTICO 1905 Janeiro 2012

CAPA

PAINEL POLÍTICO 1905 Janeiro 2012

ValOr deSViadO pOr deputadO, SegundO a pOlíCia Federal

1- Carlão de Oliveira

r$ 1.401,5002- Kaká Mendonça

r$ 1.130,1003- Emílio Paulista

r$ 936.000

4- Ronilton Capixaba

r$ 919.9005- Haroldo dos Santos

r$ 898.800 6- Ellen Ruth

r$ 887.500

7- Leudo Buriti

r$ 811.5008- Daniel Néri

r$ 800.5009- Edison Gazoni

r$ 760.000

10-Maurão Carvalho

r$ 754.50011-Chico Paraíba

r$ 705.50012-Marcos Donadon

r$ 694.400

13-Everton Leoni

r$ 693.600 14-Renato Veloso

r$ 667.40015-Amarildo Almeida

r$ 604.400

16-Edésio Martelli

r$ 598.20017-Neodi de Oliveira

r$ 344.50018-Deusdete alves

r$ 343.400

19-Doutor Carlos

r$ 299.00020-João da Muleta

r$ 240.00021-Nereu Klosinki

r$ 182.000

23-Paulo Moraes

r$ 153.00022-Beto do Trento

r$ 172.400

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PAINEL POLÍTICO20 05 Janeiro 2012

EDuCAÇÃo

Painel Político – Embo-ra fosse vice reitora a senho-ra é um nome pouco badala-do no contexto da UNIR, isso a ajudou a chegar à reitoria?

Maria Cristina: Sou funcio-nária desta instituição há vinte e quatro anos e sempre busquei o melhor para a UNIR, sempre procurei escutar técnicos, alu-nos e professores. Mas não sou mesmo de fazer barulho, gosto é do trabalho em equipe.

A ascensão ao exercício da reitoria ocorreu segundo a legislação, mediante a renún-cia do Professor Doutor José

Januário Oliveira do Amaral. E nesse período estão começan-do os preparativos para a nova eleição de um novo reitor, e estarei concorrendo.

Painel Político – Como

encontrou a Universidade, considerando que a greve foi longa?

Maria Cristina: A UNIR está sucateada e até hoje estamos tentando resolver as deman-das da administração anterior. É um processo que demanda tempo e não podemos estipular um prazo para que todos os problemas sejam solucionados. Mas temos trabalhado dia e noi-

DrA. mArIA CrISTINA vICTOrINO DE FrANÇA

Alan Alex

Possui graduação em Letras pela Universidade do Sagrado Coração (USC ‒ 1981), em Bauru-SP; mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC - 1993); e doutorado pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR ‒ 2002). Professora Associada da Fundação Universidade Federal de Rondônia. Tem experiência na área de Letras e Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: Língua Portuguesa, Formação de Professores, Alfabetização, Línguas Indígenas, Fonética, Fonologia e Morfologia.

Vice-Reitora no Exercício da Reitoria da UNIR Natural de Barra Bonita, São PauloEm RO desde: 1985 ‒ Na UNIR a partir de 1986; como Profa. substituta de Direito

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PAINEL POLÍTICO 2105 Janeiro 2012

EDuCAÇÃo

te e até agora não temos idéia da quantidade de problemas da IES.

Painel Político – Finan-

ceiramente a Universidade está bem ou vive também uma crise financeira?

Maria Cristina: Não diria crise, mas desordem. Mas já sanamos muitas pendências e já temos total apoio do Minis-tério da Educação – MEC, bem como já buscamos parceria com o governo do Estado de RO e outros. Em breve tudo estará saneado.

Painel Político – Cance-lou algum contrato?

Maria Cristina: Na realida-de estamos fazendo o levanta-mento de todos os processos, são muitos. O único até agora que foi realmente cancelado foi o do Instituto Qualificar. Res-cindido unilateralmente pela UNIR por recomendação da Controladoria Geral da União – CGU, apenas cumprimos a determinação e TCU.

Painel Político – Há

obras paralisadas, isso é por causa da greve, por falta de recursos ou pelas denúncias contra a gestão do Dr. Janu-ário?

Maria Cristina: Sim, exis-tem várias obras paralisadas, que já estavam paradas antes da greve, este foi um dos mo-tivos da manifestação. Estão paralisadas por problemas eco-nômicos, judiciais e problemas administrativos. Mas, acredito que o problema principal não

foi a falta de dinheiro, pois o Governo Federal mandou mui-tos recursos para a instituição. Os problemas ocorreram por irregularidade na execução dos projetos, como por exemplo, empresas fantasmas, fraude em licitação, desvio de dinheiro pú-blico e outros que estão sendo apurados pelos órgãos de fis-calização do Governo Federal.

Painel Político – A Universidade parece uma ilha dentro do Estado, não tem participação política, vive longe dos governos, das prefeituras, da sociedade em geral. Continuará assim?

Maria Cristina: Normal-mente as Universidades depen-dem do orçamento do ministé-rio da Educação e de possível apoio de captação de recursos por meio de convênios, parce-rias e do apoio das bancadas federais de seus Estados com emendas parlamentares, e a UNIR sempre teve muito apoio

da bancada federal de todas as legislaturas para a viabilização de seus projetos. E ela é sempre interativa com as prefeituras e comunidades onde tem seus câmpus e muito tem contribu-ído para o desenvolvimento do Estado de Rondônia.

Painel Político –A se-

nhora ainda está filiada no PMDB?

Maria Cristina: Sim, sou filiada ao PMDB, há vários anos, mas não misturo a minha vida acadêmica com a questão políti-ca. Aliás, minha ficha deve estar amarela pois faz anos que eu só tenho tempo para a UNIR.

Painel Político – Seu

nome tem sido ventilado como candidata a prefeita por seu município, Guajará--Mirim, isso tem fundamen-to?

Maria Cristina: Não existe nada concreto, não fui procu-rada para disputar as eleições majoritárias em Guajará-Mirim. Residi por mais de 15 anos na cidade e sempre contribui para a educação no Campus de lá e sempre tive excelentes relações com as lideranças políticas da cidade. Também fui convidada por duas vezes pelo PT para compor chapa ao pleito daquela bonita cidade, mas minha voca-ção é a vida acadêmica, e temos muito o que fazer pela UNIR antes de pensar nisso.

Painel Político – Asses-

sores de outros candidatos têm dito que a senhora não é doutora, por isso não poderá ser. Qual é a verdade?

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PAINEL POLÍTICO22 05 Janeiro 2012

EDuCAÇÃo

Maria Cristina: Falta de razões concretas para combater minha legítima postulação leva a devaneios ou apelações como esta. Sou doutora inclusive pela UNIR, alguns das pessoas que divulgam isso estudaram comigo.

Painel Político – Qual

a plataforma básica de sua candidatura à Reitoria no presente processo eleitoral?

Maria Cristina: O sane-amento das irregularidades existentes é uma urgência legal e administrativa. E em para-lelo está sendo elabora uma proposta de planejamento e gerenciamento que atendam: Recuperação do TAC dos téc-nicos, discentes e docentes; Elaboração do Plano Diretor da IES; Estatuinte da IES; Ela-boração de estratégias para as demandas dos desafios gerados referentes aos convênios UNIR/RIOMAR; e PDTI – Plano de Desenvolvimento de Tecno-logia da Informação. Uso dos instrumentos de avaliação: institucional e de cursos como ferramenta de gestão; apri-moramento de ferramentas de controles internos; instru-

ções normativas para trâmite processual; maximização dos serviços de segurança e limpeza dos campi e núcleos; saúde e assistência do servidor; pro-gramas de qualificação do ser-vidor; Elaboração do Plano de desenvolvimento Institucional e o Projeto Político Institucio-nal; regularização dos cursos de graduação e pós-graduação da IES. Estas são as metas básicas. Além de voltarmos aos tempos de democracia e ética prática.

Painel Político –A se-

nhora é a favor das quotas para acesso às Universida-des? Por que?

Maria Cristina: A resposta não é tão simples e pode ser re-sumida em sim, não por meros dados estatísticos. Há que se proceder uma discussão am-pliada para estabelecer parâ-metros e critérios para tomada de decisões, pois os desafios estão postos para a UNIR dos quais ela não pode eximir de discutir.

Painel Político – E a pesquisa, tem tido apoio necessário e apresentado re-sultados ou a UNIR tem sido

omissa nesse campo?

Maria Cristina: As áreas de abrangência das pesquisas são: Desenvolvimento Regio-nal, Meio Ambiente, Letras, Administração e outras, que a Fundação Universidade Federal de RO – UNIR, tem desenvolvido amplamente nestes 30 anos de existência e vários campi dis-tribuídos entre a capital,Porto Velho, e o interior de RO. E os programas de pós-graduação da UNIR têm apresentado re-sultados satisfatórios igual à Pesquisa, ambos trazem muito desenvolvimento para Ron-dônia e também para a região Norte.

Painel Político – Ron-

dônia fez 30 anos no último dia 4, como a senhora vê o Estado?

Maria Cristina: O Estado de RO tem potencial de cres-cimento e desenvolvimento econômico fantástico, aumento permanente do PIB, expansão do comércio exterior de fron-teira, energia para todo o país, novas hidrelétricas... acho que podemos dizer “ninguém segu-ra Rondônia”.

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PAINEL POLÍTICO 2305 Janeiro 2012

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PAINEL POLÍTICO24 05 Janeiro 2012

DEsENvoLvimENto

Diversos fatores demons-tram claramente o crescimento de Porto Velho, tais como a quantidade de placas de carros de outros estados que circulam nas ruas, empresas novas a cada esquina, além de franquias nacionais sendo representadas na cidade. Com a chegada de novos negócios, um dos seto-res que mais desenvolveu foi o de hotelaria. De acordo com o economista Sílvio Persivo, da Federação do Comércio de Rondônia – FECOMÉRCIO, em Porto Velho são cerca de 130 estabelecimentos classificados como hotéis, “mas existem muitos outros alojamentos im-provisados que se consideram hotéis”, esclarece. De acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, Rondônia conta atualmente com 653 hotéis.

“Até 2009 e começo de 2010, a taxa de ocupação dos hotéis era de 90%. De lá para cá houve uma desaceleração e esse ano está em 75%”, diz Silvio Persivo.

SETOr hOTELEIrO FOIqUEm mAIS CrESCEUNOS ÚLTImOS ANOS

Somente em 2011, entre os meses de janeiro e novembro foram abertas em Rondônia 4.423 empresas, e ainda 835 filiais com sede fora

Michele Mourão

Crescimento vertical - Porto Velho vira jardim de prédios

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PAINEL POLÍTICO 2505 Janeiro 2012

Entre 2009 e 2010, quem não marcasse com antecedência sua estadia era capaz de ficar na rua.

Para o economista nos úl-timos meses o setor tem me-lhorado muito, e a chegada da rede de hotéis Holliday Inn e Ibis, na Avenida Lauro Sodré e Carlos Gomes respectivamente, devem impulsionar ainda mais o setor e forçar a concorrência a investir.

Silvio Persivo diz que mes-mo após o fim da construção das Usinas, ainda vai continuar tendo uma boa demanda para os hotéis da Capital. “Embora Santo Antonio já esteja cami-nhando para o final, a de Jirau ainda vai demorar um pouco, e o linhão só vai estar sendo construído no final de 2012”.

DEsENvoLvimENto

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PAINEL POLÍTICO26 05 Janeiro 2012

diFerenteS intereSSeS em pOrtO VelhOOutro setor que tem atraído

hospede aos hotéis de Porto Velho são jovens que vem do interior ou de outros estados em busca de uma chance de ingressar no nível superior. Hoje na Capital há 14 Institui-ções de Ensino Superior (IES) privadas. O chamariz, segundo Sílvio Persivo são os cursos de Medicina oferecido em três destas instituições, na FIMCA, São Lucas e Unir. “Mesmo pago é um curso muito disputado, em época de vestibular e ga-rante a vinda de muita gente que precisa se hospedar”. Ele explicou que em volta da Facul-dade São Lucas, no bairro Areal muita gente pegou sua casa e transformou em alojamentos para estudantes, “algumas pessoas fazem dessa renda que deveria ser complementar, a principal fonte de recursos da família. E esse fenômeno favo-

receu principalmente os mora-dores do entorno da faculdade São Lucas, que fica localizada

em um bairro antigo. Com as demais instituições não ocorre o mesmo”, finalizou.

DEsENvoLvimENto

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PAINEL POLÍTICO 2705 Janeiro 2012

Somente em 2011, entre os meses de janeiro e novembro foram abertas em Rondônia 4.423 empresas, e ainda 835 filiais com sede fora. Porém, percebe-se também que cen-tenas de empresas fecham as portas, e isso se deve principal-mente a falta de experiência dos empreendedores.

Um exemplo claro dessa falta de experiência é ponto ao lado do posto de gasolina na Avenida Carlos Gomes com Brasília. Somente no ultimo ano foram três negócios abertos no mesmo ponto comercial, loja de sofá, boutique e atualmente é uma loja de conveniência. Isso demonstra que o empre-sário não estudou o mínimo, fechando em tão pouco tempo. Uma alternativa para evitar a falência é buscar ajuda junto ao Sebrae que oferece uma porção de cursos, planos de negócios e outras dicas, mas poucas pesso-

as se interessam em fazer.“As pessoas não são capa-

citadas para gerenciar um ne-gocio, é o empreendedorismo forçado”, explica Silvio Persivo, economista da Fecomércio. “Quem abre a empresa hoje quer se sustentar amanhã com o lucro da empresa. Os custos são altíssimos e ao contrario do que pensa o mínimo para isso ocorrer é dois anos.

No ano passado, segundo dados do IBGE, o PIB de Rondô-nia foi de 7%, apontado como o maior crescimento do País.

Se para abrir uma firma custa caro, para fechar é ainda mais caro, os tributos são altíssimos.

Apenas abrir uma empresa exige gastos. “Abriu um negocio o empresário começa a gastar, na assinatura do contrato, o contador, mesmo no primeiro mês sem vender nada, precisa do serviço do contador para declarar que não houve gastos. Fora luz, água, telefone, se co-locar um empregado pagando o salário mínimo, mais os im-postos, é mais de mil reais só com este funcionário”, diz Silvio

alta mOrtalidade daS pequenaS empreSaS

Concorrência acirrada e falta de planejamento fecham várias portas

DEsENvoLvimENto

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PAINEL POLÍTICO28 05 Janeiro 2012PAINEL POLÍTICO28 05 Janeiro 2012

Centenas de obras está em andamento na cidade

Hoje existem mais de 120 prédios na cidade entre 3 e 24 andares sendo levantados, além de 32 condomínios e conjuntos

habitacionais, segundo dados do Conselho Regional de Enge-nharia de Rondônia (Crea-RO). São, segundo os cálculos de

especialistas, 798 mil m² de construção.

A empresaria do ramo imo-biliário, Flavia Elaine refle-

Persivo.Após 2 anos de abertura

somente 50% das empresas continuam funcionando em 5 anos o índice sobe para 70% . “A concorrência está muito acirrada principalmente com a entrada de grandes atacadistas como Makro e Atacadão, do

grupo Carrefour. Com esses, os pequenos negociantes não con-seguem competir.” Acrescentou Persivo.

A maioria das empresas abertas em Rondônia são mi-cros com faturamento de até 360 mil mensais. Elas são res-ponsáveis por 75% dos empre-

gos gerados no Estado, disse Gilvan Ramos presidente da Junta Comercial do Estado de Rondônia - Jucer. “Porto Velho teve um crescimento diferen-ciado, antes das usinas o ISS recolhido por mês pelo Estado, era R$ 50 milhões hoje é mais de R$ 200 milhões”.

pOrtO VelhO VertiCal

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PAINEL POLÍTICO 2905 Janeiro 2012

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te sobre a nova realidade de Porto Velho, “quem tem pé no chão começa a perceber que os valores de aluguel e venda de imóvel está se adequando a realidade. Porém nunca uma casa que vale R$ 400 mil vai valer R$ 100 mil. Se a casa tem documentação, boa localização, acabamento é como o setor do mercado automotivo. Mercedes tem valor agregado, casa em condomínio, com acabamento,

localização a mesma coisa”. Para Flavia Elaine, as pesso-

as têm que saber que o boom imobiliário acontece devido aos bancos.

“O mercado de aluguel, a locação caiu e vai cair mais, apartamento por R$ 5 mil ao mês, isso não existe, vai cair muito, creio que até 30%”. As construtoras já estão entregan-do muito dos apartamentos, a locação vai ter uma queda, não

vai render mais 7,6% e sim no máximo 1%”.

A representante da empre-sa Essencial há sete anos no mercado de imóveis diz ven-der muitos imóveis como in-vestimento para empresários locais, profissionais liberais, e terrenos para indústrias. “Porto velho tem mercado prospero e barato”, diz a em-presária. Em Manaus a media é R$ 7 mil o metro quadrado,

Setor imobiliário foi um dos que mais cresceram na capital

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PAINEL POLÍTICO30 05 Janeiro 2012

para ela a capital tem que se verticalizar.

O condomínio que oferece excelente área de lazer como clube não tem como não agre-gar valor ao imóvel. Para Flavia Elaine, “o bom é que as pesso-as têm viajado muito e estão vendo a realidade no resto do Pais, antes existia muita gen-te que supervalorizava o seu patrimônio”, mas isso vem se equilibrando. Somente no fim de 2011 foram 4 lançamentos e mais 2 para o ano que vem. “E tem demanda” garante. Para ela o melhor ano foi o de 2010 em termos de vendas. “O ano de 2010 foi inédito, vamos con-tinuar vendendo porque tem demanda, mas estão compran-do com preço justo, o mercado está competitivo, não da mais para super faturar”.

DEsENvoLvimENto

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PAINEL POLÍTICO 3105 Janeiro 2012

Porto vELHo

O mundo atual é sinônimo de tecnologia, informação e internet, mas nada disso é su-ficiente para conter o numero de adolescentes grávidas, me-ninas entre 10 e 19 anos que engravidam e dão a luz a outra criança ainda na adolescência. Em outubro deste ano, 106 garotas entre 14 e 19 anos tive-ram seus bebes na Maternidade municipal Mãe Esperança, em Porto Velho.

O dia 26 de setembro é o dia Mundial de Prevenção da gravidez na adolescência. Este ano 70 países realizaram atos para divulgar a campanha com o tema “sua vida, sua decisão”. O Ministério da Saúde diz que uma em cada quatro mulheres que dão à luz no Brasil tem menos de 19 anos.

“Virgem engravida?” essa pergunta foi feita por uma adolescente de quinze anos que acompanhava a amiga grávida até a Maternidade Municipal

Mãe Esperança, confrontada pela enfermeira Alba Cristina Bezerra, que trabalha com planejamento familiar há seis anos a jovem então contou que ainda não mantinha uma vida sexual ativa, mas começava a descobrir o corpo de outro rapaz, acreditando que o ato que cometia as escondidas não lhe trazia nenhum risco de gravidez.

A falta orientação nas esco-

las agrava a situação. “Indepen-dente da matéria ministrada todo o professor ou professora tanto de química, matemática ou mesmo biologia, todos, sem exceção tem que tratar do assunto em sala de aula, o que não acontece na realidade das escolas públicas do nosso Esta-do”, relata a enfermeira. Em um projeto de pós-graduação a en-fermeira Alba diz uma pesquisa realizada na Escola Estadual

grAvIDEz NA ADOLESCêNCIA TIrA ANOS DE LIbErDADE DE jOvENS mENINAS

“Virgem engravida? Pergunta feita por uma adolescente de 15 anos“

Por Michele Mourão

Jovens perdem a juventude antecipando a maternidade

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PAINEL POLÍTICO32 05 Janeiro 2012

Porto vELHo

João Bento da Costa e outra es-cola na zona leste mostrou que os professores mostraram-se inaptos a discutir o assunto em sala da aula. “eles não sabiam como conversar com os pró-prios filhos, imagina orientar aluno em classe”.

De acordo com a enfer-meira as escolas públicas do Acre já contam com máqui-nas eletrônicas no ambiente escolar onde o aluno pega a quantidade de camisinha que desejar. Muitas vezes o jovem que vai até o posto de saúde se depara com profissionais despreparados que o questio-nam sem cerimônia sobre sua vida sexual precoce, deixando este adolescente hesitante em retornar para buscar mais camisinhas e se proteger das doenças transmissíveis.

A Drª Ida Perea, diretora na Maternidade Mãe Esperança, afirma que camisinhas devem estar disponíveis não só em postos de saúde ou hospital, como todos os órgãos da rede municipal tem o dever de for-necer preservativos. “Em todo o ambiente profissional há ho-mens e mulheres saudáveis que mantêm uma vida sexual, isso é normal é comum, somos seres humanos, realizando um ato de pessoa saudável. Não existe nada de errado nisso”.

Todo e qualquer prédio públicos do Município tem que oferecer camisinhas, quando não há, em muitos casos quem está trabalhando no local não vê a importância disso, tem outras ocupações, costumam pensar que é problema da saú-de. “camisinha não é remédio, é um artefato para usar na relação sexual”, é preciso mu-

dar esse paradigma para que a população comece a ver que quem tem saúde faz sexo.

A maternidade oferece o programa “De novo não” para adolescentes que já tiveram filhos e o mesmo não volte a acontecer. São 2000 adoles-centes cadastradas, no entanto muitas delas não retornam para continuar se cuidando e preve-nindo. “A cada dez meninas que vamos atrás para retornar o planejamento familiar, se duas vierem até a Maternidade já é lucro”, conclui a enfermeira.

O projeto oferece gratuita-mente métodos contraceptivos como comprimidos, a colo-cação do DIU, injeção mensal ou trimestral, laqueadura e vasectomia para os homens que desejarem optar por não ter mais filhos.

Em 2012, deve sair do papel o projeto de levar palestras so-bre orientação sexual as salas de aula, tirando as duvidas dos estudantes que ainda não per-deram a virgindade.

ADOLESCENTES IDEALIzAm OS mESmOS SONhOS mESmO APóS SErEm mÃES PrEmATUrAmENTE

A baixa renda familiar é comum às adolescentes que acabaram de dar a luz na Ma-ternidade Municipal em Porto Velho, mesmo assim o bom hu-mor e a crença de dias melho-res existem e muitas sonham em conquistar seus sonhos. Essas meninas-mães encaram tamanha responsabilidade levianamente, como se criar uma criança não exigisse muito de uma mulher, quanto mais de uma adolescente que ainda nem descobriu o mundo.

Wendy Helen Modesto com 17 anos deu a luz ao seu pri-meiro filho do marido que tem somente 21 anos. A jovem parou de estudar na sexta série do ensino fundamental, já seu marido continua estudando. Ela conta que tem o apoio da família, tanto sua mãe quanto seus sogros estão felizes com a chegada da netinha, e apesar do bebe não ter sido planejado foi bem vindo sem causar gran-des transtornos no orçamento familiar.

Assim que puder a jovem mãe de primeira viagem pre-tende voltar à sala de aula e concluir o ensino médio, mas no momento está pensando apenas na filha. A gravidez aconteceu enquanto tomava comprimido anticoncepcional, no entanto, no Carnaval deste ano ela contraiu dengue, teve que ser medicada o que atra-

Menina de 12 anos dá a luz ao seu primeiro filho

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PAINEL POLÍTICO 3305 Janeiro 2012

Porto vELHo

palhou o outro medicamento preventivo causando a gravidez ainda na adolescência.

Surpreendente mesmo é o caso de L.V.C de 14 anos que acaba de ter seu primeiro filho. Ela acredita que a vida não vai mudar muito mesmo com a chegada de um filho no meio da puberdade. Há cinco anos ela saiu de Marabá no Pará, e atualmente mora com o marido de 26 anos no Jardim Santana.

A menina também de ori-gem humilde explica que a mãe trabalha como zeladora e o pai, mora em um sitio na zona rural. L. relata que o mesmo aconte-ceu com uma prima que aos 15 anos também se tornou mãe pela primeira vez. A ingenuida-de típica da idade se comprova na frase dita a respeito do que irá mudar em sua vida. “a vida está boa assim, no futuro pre-tendo fazer faculdade, mas não sei de que ainda”.

grAvIDEz DE ADOLESCENTES É PrObLEmA NACIONAL

Enquanto países da União Européia têm uma taxa de 4% de adolescentes que se tornam mãe no ano. No Brasil a por-centagem de meninas grávidas é altíssima 23% das gestantes têm entre 10 e 19 anos. Uma idade onde estão deixando de ser criança para conhecer o mundo e a si mesma, acabam pulando etapas e descobrindo cedo demais às responsabilida-des de cuidar de outra pessoa, seu filho.

No mês de outubro foram

109 adolescentes entre 14 e 19 anos que deram a luz na Maternidade Municipal Mãe Esperança, e ainda três casos de mães entre 10 e 13 anos, no mesmo período. No Hospital de Base o número de adolescentes que se tornaram mães entre 10 e 19 anos, no período de janeiro até setembro dos anos de 2009 para 2011 foram registrados 579 e 587, respectivamente. (Estranhamente desde outubro de 2009 até o fim de 2010 ne-nhum registro de nascimento foi computado.)

A região norte o índice de meninas grávidas bate na casa dos 30%, “todos os estados da região norte, não só Rondônia” declara a diretora da Materni-dade Municipal, Drª Ida Perea, que acrescenta ainda que no Acre, os casos de meninas mães são ainda mais regulares. O problema diz é de Políticas Pu-blicas, ainda vai levar um tempo até chegar ao desejado. Como tudo no Brasil a situação não é homogênea, alguns estados como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a ocorrência é menor.

A Maternidade Municipal foi aberta Julho de 2006 e de lá pra cá o projeto “De novo não”, esta colaborando com a redução da reincidência, que atingia até 37% diminuindo aos longos dos anos para 26%.

“Com 13, 14 a jovem não sabe nem limpar seu ouvido, meus filhos nessa idade, eu tinha que mandar as cortar as unhas, escovar os dentes, dizer a hora de estudar, hora de chegar em casa. No máximo nessa idade elas sabem passar batom na boca, e como vai cuidar de uma criança?”.

Drª IDA P E r E A diz que essa história que “ t e m q u e d e i x a r o jovem fazer o que quer não está certo”, os

novos tempos não representam o fim da autoridade dos pais, pois o jovem ainda não tem o devido conhecimento, e isso é fatídico. “Ele vai fazer escolhas erradas, escolhas ruins”. A doutora com tantos anos de experiência com jovens antecipa as atitudes comuns a idade. “A primeira coisa que o jovem faz e largar a escola, não adianta, mesmo sendo a melhor escola, eles querem ir para rua, tem outros interesses na vida quer descobrir o mundo”, os próprios filhos da médica servem de exemplo, estudaram a vida toda em escola particular e tinham que ser obrigados pela mãe a ir todos os dias.

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PAINEL POLÍTICO34 05 Janeiro 2012

Técnico acroperuário Gilmar Agnaldo da Silva da Emater

iNtErior

Buscando tecnologia avan-çada na conservação do solo, respeitando o meio a stemas. A Revista PAINEL POLÍTICO esteve com o técnico agrope-cuário Gilmar Agnaldo da Silva lotado no Escritório da Emater de Ouro Preto do Oeste, onde o mesmo fez um raio X do setor abordando diferentes aspectos.

A bacia leiteira de Ouro Preto do Oeste que já teve uma produção diária de aproxima-damente 200 mil litros de leite voltou a ter um crescimento após um período critico no setor. O técnico explicou que se faz necessário o melhoramento das pastagens, buscando a con-servação do solo, corrigindo a saturação de base quando houver necessidade, sempre respeitando as exigências das analises de solo. O técnico reco-menda a utilização da adubação de cobertura buscando sempre pratica de manejo sustentável como cobertura permanente da

palha no solo e a não remoção do mesmo, como garantia das condições idéias de crescimen-to das pastagens, fazer sempre rotação dos bovinos evitando sempre o excesso de animais por hectare.

A silagem de milho grão

úmido é uma resposta segura à falta de pasto nas épocas mais secas do ano, a silagem garante alimentação ao gado, mantendo o rebanho produzindo carne e leite, mesmo sob condições adversas (verão amazônico). Por apresentar a melhor rela-

rEgIÃO CENTrAL DO ESTADO E SUA POTENCIALIDADE NO SETOr PrImárIO

A silagem de milho grão úmido é uma resposta segura à falta de pasto nas épocas mais secas do ano

Alexandre Araujo

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PAINEL POLÍTICO 3505 Janeiro 2012

iNtErior

ção custo-benefício, a silagem é utilizada em todo o Brasil e seus benefícios são conhecidos por todos os produtores, é um ali-mento volumoso de produção econômica e bom valor nutriti-vo para os animais ruminantes, disponibiliza comida com bom teor de energia e de proteína para rebanhos leiteiros ou de corte.

O café na região de Ouro Preto a cada ano que passa vem diminuindo, mas graças ao trabalho de alguns produtores ainda estão assegurando suas lavouras e buscando tecno-logia, algumas áreas já estão sendo irrigada via gotejo ou por via de aspersão. Sempre com orientação técnica, baseando em analise de solo, adubação de base, adubação de cobertura e controlando pragas e doenças, o técnico explica que o grande problema é a falta de irrigação no período seco, outro grande prejuízo é o acaro vermelho que ataca os cafeeiros novos e velhos, causando perda de brilho nas folhas, bronzeamen-to e desfolha total da planta justamente no período seco onde a planta se encontra sobre déficits hídricos.

O técnico explica a impor-tância da assistência técnica junto ao produtor para que possa sanar os problemas de tratos culturais para que o produtor possa colher café com qualidade e investir na sua lavoura, mas sem a assistência técnica é difícil segurar o café no nosso estado.

O técnico falou do trabalho que vem desenvolvendo junto com o setor chacareiro em culti-var uma só cultura, para produ-zir em quantidades suficientes

para entrar no mercado interno e até mesmo fora. São oito pro-dutores que vão cultivar de 10 a 15 hectares de inhame. O pro-dutor Antônio Santos da Silva esta cultivando 8.000 plantas na chácara 25 em Ouro Preto do Oeste; Lourival Francisco Rosa, Sítio Canaã da Linha 202 - Vale do Paraíso, esta cultivando 10.000 plantas a estimativa de

colheita e de 10 a 15 toneladas por hectare. Apesar da cultura do inhame (Dioscorea cayen-nensis L.) encontrar-se com relativa importância econômica na região Nordeste, particular-mente nos Estados da Paraíba e Pernambuco, a maioria das áreas produtoras apresenta baixa produtividade em razão, principalmente, da falta de uma tecnologia adequada.

E neste aspecto, estudos referentes a irrigação e adu-bação são de grande relevân-cia do ponto de vista hídrico e de fertilidade do solo. Dentre os fatores da produção, a água é o que limita os rendimentos das plantas cultivadas, com maior intensidade, motivo pelo qual o controle eficiente da umidade do solo é pratica fundamental para a obtenção de uma agricultura bem suce-dida. “Na nossa região temos um excelente espelho d’água e o período chuvoso de outu-bro a abril favorece o plantio do inhame que é colhido no mês de maio, segue uma assistência técnica segura e eficiente, as recomendações técnicas são adubação de base, adubação de cobertura, controle de pragas e doenças respeitando as carências e utilizando defensivos agríco-las com registro para cultura indicada”, disse o técnico Gilmar da Silva.

O crescimento das plantas foi orientado através do moni-toramento com varas de bambu de aproximadamente 1,80 m de comprimento e 2,5cm de diâ-metro, efetuando-se remoção das plantas daninhas invasoras manualmente. A mão de obra é de toda a família.

Na nossa região

temos um excelente espelho d’água e o período chuvoso de outubro a abril favorece o plantio

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PAINEL POLÍTICO36 05 Janeiro 2012

FrAsEs

“Povinho pilantra aquele povinho do Detran, viu amor” Empresário MIGUEL SAUD MORHEB falando com sua namorada sobre os esquemas dentro do órgão.

“Não posso sair do cargo mais pobre do que entrei” Presidente do Idaron, MARCELO HENRIQUE BORGES ao explicar para Epifânia Barbosa que Roberto Sobrinho merece ficar rico.

“Ano novo, vida nova. Pelo menos para alguns colaboradores do Governo de Rondônia que começam a ser avisados (lógico, pelo Blog) que vão ser substituídos” Jornalista ROBSON OLIVEIRA em sua coluna Resenha Política alertando os secretários do governo sobre uma futura degola

“Rondônia está acuada como um bicho do mato. Escondida na moita com medo ou vergonha de aparecer. Sobre a nossa Educacão. Fraquinha nas pernas quase escorada na muleta. Ensino médio pra lá de Bagdá” Governador CONFÚCIO MOURA em suas famosas “domingadas” em seu blog falando sobre a educação no Estado.

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PAINEL POLÍTICO 3705 Janeiro 2012

“Fosse uma compra fiada, Epifânia pediria o troco” A “caleidoscópica” Jornalista IVONETE GOMES (Rondoniagora) falando sobre a capacidade da deputada Epifânia Barbosa em negar que foi indiciada pela PF na Operação Termópilas

“Quem muito se ausenta, uma hora deixa de fazer falta” A bela modelo TREICI STERING dando uma “dura” em alguém pelo Facebook

“Sempre fui contra os desmandos praticados na administração. Nunca recebi um benefício do prefeito e jamais denunciei irregularidades em sua administração para tentar barganhar algo em troca” Deputado RIBAMAR ARAÚJO se queixando da administração de sua legenda, o Partido dos Trabalhadores na Capital

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CvC: A CADA vIAgEm, UmA hISTórIA PArA CONTAr

Do início de suas atividades em 1972, a empresa que orga-nizava excursões rodoviárias para pequenos grupos vem se reinventando ao longo do tem-po e mantém-se antenada com as necessidades e oportunida-des de cada momento. A em-presa cresceu e solidificou-se ao investir na própria evolução. Sempre atenta aos anseios de seu público, lançou tendências e ampliou sua gama de pro-dutos e serviços turísticos, a ponto de ser hoje a companhia de viagens líder na preferência dos consumidores brasileiros. Essa preferência faz da CVC a operadora com o maior número de fretamentos aéreos de todo o Brasil 5 mil vôos fretados em 2009, e a coloca também na po-sição de liderança no mercado latino-americano de turismo.

Presente nos 27 estados brasileiros, hoje a CVC possui a maior rede de distribuição de produtos turísticos do País, constituída por 700 lojas exclu-sivas e 8 mil agências de via-gens credenciadas. A bandeira

CVC também está presente em mercados internacionais, com filiais localizadas na Argentina e Uruguai, que operam com foco na assistência ao turista brasileiro em visita a esses países.

A CVC chegou em Rondônia há 10 anos, a princípio era ape-nas um escritório de represen-tação atendendo exclusivamen-te as agências de viagens e que

ao longo dos anos foi ganhando mercado e confiança dentro do estado. Em 2008 com a inaugu-ração do Porto Velho Shopping, a CVC viagens abriu uma loja para atender o público em geral e no final do ano passado abriu mais uma loja em Vilhena.

De acordo com o proprie-tário da CVC Rondônia, Márcio Barreto, os portovelhenses contam hoje com a facilidade

Por Laila Moraes

Facilidade de planejar suas viagens junto a uma empresa com referencia nacional no âmbito de turismo

turismo

Márcio Barreto, representante da empresa CVC em Rondônia

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PAINEL POLÍTICO 3905 Janeiro 2012

CVC tem duas unidades em Porto Velho, uma no shopping e outra na Avenida Tenreiro Aranha

turismo

de planejar suas viagens junto a uma empresa com referen-cia nacional no âmbito de turismo e com vários destinos nacionais e internacionais, em viagens aéreas, terrestres e marítimas.

Para que os consumidores possam planejar suas viagens, a CVC trabalha com uma ta-bela com mais de 12 meses de antecedência, que permite ao turista preparar de forma antecipada o roteiro desejado, além de oferecer várias formas de pagamento. De acordo com Márcio, o público cativo de sua

agência tem, principalmente, o Nordeste como destino. “A maior procura por passagens aéreas é para Natal, Fortaleza, Maceió e agora temos uma pro-cura fantástica para o Caribe”.

A CVC entra o ano de 2012 com o pé direito e com novos projetos e muitos desafios, con-tando com a confiança da marca e a qualidade dos serviços irá inaugurar em Fevereiro mais uma loja no Centro de Porto Velho garantindo assim mais comodidade aos seus clientes. Outra grande novidade que a CVC oferece aos seus clientes

são os vôos internacionais com preços nacionais, além dos fretamentos semanais para Cancun e Punta Cana. Segun-do Márcio Barreto “hoje você pode ir pro Caribe a preço de Nordeste.

É neste âmbito, de anteci-par-se ao desejo de seu público, permitir o acesso ao turismo, desenvolver regiões turísticas, gerar empregos e crescer junto com esta indústria que a CVC se fortalece e reforça sua impor-tância no dia-a-dia da economia brasileira e sua magnitude no setor de turismo.

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PAINEL POLÍTICO40 05 Janeiro 2012

herbert Lins

ArtiGo

O Estado de Rondônia encontra-se na melhor localização geográfica da América do Sul, fazendo do sonho de alguns uma realidade para muitos, ou seja, com a recém inaugurada saída do pacifico através da Transoceânica, pro-jeta o Estado como um possível centro de cria-ção de oportunidades, mais para isso ser pos-sível, é preciso urgente a captação de investimen-tos em infra-estrutura logística. Proporcionan-do a construção de um cenário de estratégias e vantagens competitivas em solo rondoniense, visando à integração regional através do mo-dal de transportes inte-gralizados a partir do rodoviário, hidroviário, aéreo e num futuro bem próximo, ferroviário.

O s g r a n d e s financistas do mundo continuam apostando na globalização econô-mica, em que o fomento a tecnologia e o desejo de consumo buscam encurtar as distâncias. O futuro está chegando a passos apressados e com ele a necessidade de abrir novos caminhos sustentáveis com o obje-tivo de escoar a produ-ção dos mais diversos

setores produtivos, que se projetam a partir do aparecimento de no-vos cinturões agrícolas. Portanto, cresce a cada dia a importância de buscar investimentos em modelos de trans-portes mais baratos e sustentáveis. Assim, a navegação fluvial reaparece no ce-nário da Amazô-nia Legal como alternativa sus-tentável, visando escoar tudo que é

produzido numa região onde se tenta associar o desenvolvimento e preservação do meio ambiente.

Nesse contex-to mencionado acima, entendemos que o Es-tado de Rondônia deve assumir uma posição de vanguarda e buscar aperfeiçoar-se nesse “nicho” de mercado. Pois, a sua localização geográfica o torna de vital para o novo cená-rio de desenvolvimento regional, devido a sua

importância espacial no mapa da América do Sul e do Brasil. Tal posição geográfica privilegiada projeta o espaço rondo-niense a ser detentor do eixo principal da Hidro-via do Madeira – Amazo-nas. Portanto, duas das principais vias fluviais

no cenário econô-mico da região e que as faz, mola mestre do desen-volvimento e inte-gração regional de

mercados do continente Sul-Americano.

Mais tal desa-fio só será possível se tiver a vontade política do Governo Estadual, ancorado pelo Governo Federal e parcerias com a iniciativa privada, vi-sando proporcionar a geração de oportunida-des, repito, alicerçado em estratégias e vanta-gens competitivas para promover a integração do mercado regional. Para esse grande salto, é preciso que a equipe de

governo centre o foco na elaboração urgente de um Plano de Zoneamen-to e Desenvolvimento de Trabalho (PZDT) como parte de um projeto am-bicioso, visando tornar a Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH) mais competitiva no cenário logístico de integração regional.

Com a iniciativa de elaborar o Plano de Zoneamento e Desen-volvimento de Traba-lho (PZDT), este servirá para traçar o plano de ampliação e expansão do Porto, centrando-se na avaliação permanen-te de tal projeto, bem como a geração de opor-tunidades, impactos, prevenção e soluções, além de ajudar a preser-var culturalmente e eco-nomicamente as APP’S (Área de Preservação Permanente) no seu en-torno e possivelmente, a partir de um estudo integrado, a explora-ção turística do lugar, criando uma ambiente favorável para o desen-volvimento de políticas públicas por parte do Governo Estadual - na atividade especifica já mencionada - a fim de gerar oportunidades de negócio e de trabalho.

Rondônia: estratégias e vantagens competitivas

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PAINEL POLÍTICO 4105 Janeiro 2012

ContatosPainel Político no MSN – [email protected] . Você também pode enviar e-mails para a coluna usando esse endereço. Atendimento aos leitores entre as 14 e 19 horas (on-line nesse período). Basta nos adicionar que poderemos trocar ideias nesse horário. Ou ainda pelo telefone (69) 9907-0701 ou pelo Skype painelpolitico. Também no Twitter @painelpolitico

Alan AlexJornalista

Coluna Painel Político

USINAS CAUSAm EFEITO DEvASTADOr

Alan AlexJornalista

Em 2002 no Estado de Rondônia a pala-vra de ordem era “usinas já”, em alusão ao projeto de construção de duas mega-usinas hidrelétricas no rio Madeira. Naquela ocasião, políticos de olho em votos fáceis, enchiam a boca ao afirmar que os empreendimentos seriam a “salvação” do Estado, e que se fossem colocadas dificuldades os projetos seriam can-celados, uma versão sem pé nem cabeça. Para quem não sabe, o projeto para implantação de usinas em Rondônia já tinha mais de 20 anos e o que vinha impedindo era simplesmente a falta de recursos, não eram projetos tidos como prioritários. Mas isso mudou a partir dos apagões registrados nas regiões sul e su-deste do País. Com isso, tornava-se necessário a implantação das usinas e extremamente urgente. A única voz contrária, não a implan-tação das usinas, mas a forma como isso vinha sendo conduzido, era de Marina Silva, então ministra do Meio Ambiente.

Por aqui, Marina era pintada como uma “invejosa”, “contrária ao desenvolvimento” e chegou a ser ridicularizada por ter defendido inclusive um estudo sobre qual o destino que teriam os bagres do Madeira, principal fonte de renda e alimentação de milhares de pes-soas que vivem às margens do rio Madeira e seus afluentes. Espalhou-se o terror entre os moradores de Porto Velho que, se as licenças demorassem, as empreiteiras iriam embora, construir em outro lugar. O governo na pressa demitiu Marina Silva e colocou em seu lugar

um pseudo-ambientalista que do dia para a noite emitiu as licenças ambientais e teve início um dos maiores crimes ambientais que se teve notícia na história moderna, e o pior ainda está por vir.

O jornal eletrônico Rondoniaovivo deu início a uma série de reportagens sobre os efeitos que os banzeiros das águas do rio Madeira vem causando nas margens. Proprie-dades inteiras que segundo os engenheiros “não seriam alagadas” estão submersas e as turbinas sequer estão funcionando. Com o avanço do rio, torna-se impossível para os proprietários permanecerem em seus imóveis e são obrigados a mudar para casas minúscu-las e receberem uma indenização irrisória e recebem por que são forçados a isso, quando a maioria só queria permanecer onde estava, na beira do rio.

Quando transportamos esse cenário para o dia a dia dos animais, a situação fica ainda pior. Milhares de bichos-preguiça foram assas-sinados por máquinas que derrubam árvores, assim como dezenas de outras espécies. O ”esgate” de animais atende o mínimo exigido pela lei e os novos habitat para onde os bichos são transportados não oferecem a mesma proteção de onde estavam antes.

No campo social, Porto Velho e Jacy-Paraná sofrem com o crescimento assustador da violência, prostituição e consumo de drogas. E a tendência para os próximos anos é a coisa ficar ainda mais complicada.

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PAINEL POLÍTICO42 05 Janeiro 2012

A empresa do ramo alimentício, Koy Temakeria completa em 2012 três anos com sucesso na “calçada da fama” - como também é conhe-cida a Avenida Pinheiro Machado. Pioneiros em Porto Velho, o casal de empresários Diego Brito Moura e a esposa, que moraram por anos fora do País decidiram voltar para inves-tir na cidade. Ele baiano ela porto-velhense procuraram uma consul-toria e começaram com pé direito o novo negocio. “Antes as pessoas mantinham uma certa distância de comida japonesa por desconhecer e achar que restaurante com esse paladar é muito caro”, disse o em-presário. Diego Brito Moura conta que após abrir as portas da primeira temakeria essa situação mudou. “Agora muitas outras abriram em vários pontos da cidade”.

O empresário diz ainda que pretende continuar investindo no ramo e já tem planos para o futuro, na mesma Avenida alguns metros a frente abrirá em breve a “Enjoy” com outras opções e com facilidade no atendimento. “Será a mesma culi-nária e com a comodidade de passar e levar sem muitas complicações”. Ele disse ainda que contratou uma decoradora que deixou o ambiente

atraente e jovial. Com visual moder-no e confortável a Koy Temakeria aposta em preços convidativos. “Investimos em sites de compras coletivas e vendemos 1.800 temakes em tempo recorde”. A idéia é manter a qualidade e trazer muitas novida-des e assim atrair clientes.

“Quando decidimos voltar para o Brasil mudamos o rumo da vida, deixando para trás a carreira que nos formamos na faculdade”. Die-go Brito diz que contratar uma consultoria foi fundamental para a abertura do empreendimento, que funciona de segunda a segunda a partir das 18 horas à meia noite, oferecendo no cardápio, além de te-makes, niguiri, rolinhos, e a atração da casa que são os temakes abertos.

A arquiteta contratada ajudou a tornar a Koy Temakeria em um ambiente agradável para pessoas de todas as idades. “Na verdade é uma lanchonete, pessoas que ti-nham medo de comer achando que é uma comida cara, vem depois do trabalho, da academia, não precisa se arrumar”, avisa o proprietário.

Koy temakeria Av Pinheiro Machado, 1514 -

Centro - Porto Velho, RO.Fone: 3229-6969

GAstroNomiA

kOy TEmAkErIA É PIONEIrA NO rAmO Em POrTO vELhO

PAINEL POLÍTICO42 05 Janeiro 2012

Michele Mourão

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PAINEL POLÍTICO 4305 Janeiro 2012

voCÊ oPiNA

A equipe da revista Painel Político visitou diversos pontos ali-mentícios em Porto Velho e nas próximas edições você confere novas matérias exclusivas e a opinião dos consumidores que gostam e apreciam um bom paladar. Confira abaixo a impressão de clientes satisfeitos ou não com serviço prestado.

mADOkAEndereço: Av. 7 de setembro, 1808 - Fone : 3221-0100

“Bom atendimento e agéis na entrega”. Raisa Cattaneo

mIyOShI Av. Amazonas 1.280 Fone: 3224-4600

“Atendimento rápido, preço bom, local agradável” Telma Cruz

kOy TEmAkErIA Av Pinheiro Machado, 1514 - Centro - Fone:3229-6969”

“Gosto da Koy porque posso entrar de short, não tem a formalidade de outros restaurantes”Daiane Freitas

mIyOShI Av. Amazonas 1.280 Fone: 3224-4600

“Adoro o self-service,pena que acaba muito cedo na sexta-feira quando a noite é uma criança”Carlos Saldanha

ChINA NOrTE Av. Lauro Sodré, 1824 Fone: 3229-3030

“Gosto da variedade e o otimo preço”Pedro Santos

PAINEL POLÍTICO 4305 Janeiro 2012

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PAINEL POLÍTICO44 05 Janeiro 2012

CuLturA

1. Um Diaautor: David Nicholls ed: INTRÍNSECA

2. 1822autor: Laurentino Gomes ed: NOVA FRONTEIRA

3. Água para Elefantesautor: Sara Gruen ed:SEXTANTE

4. Quem Pensa Enriqueceautor: Napoleon Hill ed:FUNDAMENTO

5. Medida Certa - Como Chegamos Lá!autor: Zeca Camargo e Renata Ceribelli ed: GLOBO

6. O X da Questãoautor: Eike Batista ed: PRIMEIRA PESSOA

7. Steve Jobsautor: Walter Isaacson ed: COMPANHIA DAS LETRAS

8. O Cemitério de Pragaautor: Umberto Eco ed: RECORD

9. Amanhecerautora: Stephenie Meyer – ed: Intrínseca

10. 10. O Pequeno príncipe autor: Antoine de Saint-Exupéry – ed: Agir

Lista dos mais vendidos da veja

Livros mais vendidos em Porto VelhoTemas regionais

Imagens de Rondôniaautor: Yêda Borzacov Estrada de Ferro Madeira Mamoréautor: Yêda Borzacov

Rio Purusautores: Sebastião Antonio

Enxugue suas lágrimas e siga em frenteautor: Pastor Rogério Garbin Revelando Porto Velhoautora: Luiz Britto

Real forte Principe da Beiraautora: Haroldo de Azevedo Caleidoscópioautor: Confúcio Moura Tv Cultura de Porto Velho canal 11autora: Sandra Castiel Fernandes

Livraria Exclusiva Porto Velho Shopping (69) 3218-8434   

“Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher” essa conhecida frase cabe perfeitamente com o pastor Rogério Garbin, ago-ra também o mais novo escritor de Porto Velho a se lançar no mercado dos livros. Ele apresenta sua primeira obra: “Enxugue suas lagrimas e siga em frente”, pela editora Scortecci de São Paulo. O lançamento aconteceu no dia 14 de dezembro de 2011 e a primeira edição já está quase esgotada.

O livro alterna passagens da bíblia e contos particulares, Rogério Garbin conduz o leitor a refletir, ao mesmo tempo em que compartilha suas experiências e seu ponto de vista sobre de-terminado assunto apresentado no livro. Ao final de cada capitulo o leitor é convidado a escrever seus pensamentos, fazendo também assim, parte da estória em uma página em branco.

O livro com pouco mais noventa páginas é de fácil leitura e entendimento. O escritor usou sua experiência para por em pratica através das palavras o que há tempos aprendeu através da formação em Teologia. Hoje Rogério Garbin leciona Teologia sistemática, além de pastorear na igreja Wesleyana do bairro Areal.

Livraria Exclusiva Aeroporto (69) 3219-7444Fonte:

“enxugue suas lagrimas e siga em frente”

Sub-título: (Siga em Frente)autor: Rogério Garbinano de publicação: 2011

e siga em frente”

2011

auto ajuda é o tema do ultimo livro lançado na Capital

Michele Mourão

O livro está à venda nas livrarias Exclusiva no Porto Velho Shopping e no Aeroporto. Além da livraria Asabeça da editora, através do site www.asabeca.com.br

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PAINEL POLÍTICO 4505 Janeiro 2012

Parabenizo o Alan Alex pela revista. Temas regionais de interesse da população, variedade de assuntos com valorização da economia regional e uma matéria realmente especial: a narrativa que faz de sua viagem ao Peru. Só o título já é bastante sugestivo: De Porto Velho a Cusco, uma viagem do Peru. Vale a pena ler!miguel de souza via Facebook

Como leitor assíduo de todas as publicações que tratam dos fatos sobre o Brasil e sobre Rondônia, sinto muito feliz com o surgimento da revista Painel Político, uma revista feita com muito profissionalismo e onde podemos perceber que a alta qualidade é fruto de muita dedicação de seus editores. Parabéns!! Francisco Xavier Gomes Professor

Realmente era o que Rondônia precisava. Uma publicação limpa, com informações consistentes e um belo visual. Parabéns.Carlos Eduardo Ferreira Delegado

Tive o prazer de poder ler todas as quatro edições da revista PAINEL POLÍTICO e elas não deixam nada a desejar em relação a edições de outros estados. Parabéns ao Alan Alex e toda equipe por desenvolverem um trabalho tão brilhante. Era o que nós precisávamos. Fernando oliveira Empresário

oPiNiÃo

Revista Painel PolíticoUma publicação da A.D. Produções Audiovisuais LTDA. CNPJ 13.153.784/0001-30

Edição 05Ano 2012Editor-chefeAlan Alex – 69.9248-8911E-mail – [email protected]

ReportagensAlan Alex ([email protected]), Michele Mourão ([email protected]), Paulo Vagner ([email protected]), Paulo Andreoli ([email protected]), Paulo Queiroz (in memoriam), Laila Moraes ([email protected])

Comercialização e assinaturasRua Paulo Leal, 1062 (69) 3219-3474 [email protected]

Cartas:Enviar e-mail para : [email protected]

Projeto Gráfico: Cesar Prisisnhuki FariaDiagramação: Cesar Prisisnhuki FariaIlustração da capa: Cesar Prisisnhuki Faria

ImpressãoGráfica RenascerTiragem5 mil exemplares Mande sua opinião

PAINEL POLÍTICO 105 Janeiro 2012 PAINEL POLÍTICO 105 Janeiro 2012

COTIDIANO

ANO I - Nº 5 - 05 Janeiro de 2012 - Porto Velho - Rondônia

Valor: R$ 6,50

Saúde em Rondônia

preocupa autoridades e

deixa população em alerta

ENTREVISTA

Gravi

dez na adole

scência

UM P

ROBLEM

A SO

CIAL

GRAV

E

OPERAÇÃO DOMINÓ

6 ANOS DEPOIS

Erijane Lima - veja a simplicidade

e carisma de uma jovem que

começa a brihar nas passarelas

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PAINEL POLÍTICO46 05 Janeiro 2012

Artigo

Através da Resolução n° 23.373/2011 o Tribunal Superior Eleitoral dispôs sobre a escolha e registro dos candidatos a vere-adores, vice-prefeitos e prefeitos para as eleições do corrente ano.

Para o pleito de 2012 cada partido político ou coligação poderá requerer registro de um candidato a Prefeito, com seu respectivo vice (Código Eleitoral, art. 91, caput), sendo que cada partido político poderá requerer o registro de candidatos para a Câmara Municipal até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher (Lei nº 9.504/97, art. 10, caput).

A decisão a respeito de quem serão os candidatos ocorre em uma reunião dos filiados ao partido, chamada de Convenção. Esta reunião pode ser realizada entre os dias 10 e 30 de junho do ano corrente e, cada partido determina a forma como ela acontecerá.

A norma eleitoral autoriza que os filiados realizem propa-ganda pessoal intrapartidária (apenas entre os filiados do partido político) 15(quinze) dias anteriores à convenção, com o objetivo de ser escolhido como candidato do partido a um determinado cargo. Para isso é autorizado utilizar os mais diversos meios, como panfletos, debates, apresentações. As únicas formas de pro-paganda proibidas nesta situação são aquelas realizadas através do rádio, televisão ou outdoor.

Oportuno lembrar que para concorrer às eleições, o candi-dato deverá possuir domicílio eleitoral no respectivo município, desde 7/10/2011 (um ano antes da data das eleições em 2012) e estar com a filiação deferida pelo partido político desde a mes-ma data, desde que o estatuto partidário não estabeleça prazo superior.

Através da ADIn nº 2.530, o Supremo Tribunal Federal, pela decisão do relator Ministro Celso de Mello, suspendeu a eficácia do artigo 8ª, § 2° da Lei 9.504/97 que garantia a candidatura au-tomática a todos os detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso.

Ressaltamos assim que qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as condições consti-tucionais e legais de elegibilidade e de incompatibilidade, desde que não incida em quaisquer das causas de inelegibilidade (CE, art. 3º e LC nº 64/90, art. 1º). Estas condições devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatu-ra, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade (Lei nº 9.504/97, art. 11, § 10).

A idade mínima para quem aspira disputar o cargo de alcaide é de 21 anos e 18 anos para quem pretende se candidatar a ve-reador. O requisito etário deve ser alcançado até a data da posse.

Cabe a Justiça Eleitoral enviar aos partidos políticos, na res-pectiva circunscrição, até 5 de junho de 2012, a relação de todos os devedores de multa eleitoral, a qual embasará a expedição das certidões de quitação eleitoral (Lei nº 9.504/97, art. 11, § 9º), diga-se que sem a certidão de quitação eleitoral o candidato não

poderá registrar sua candidatura. Os partidos políticos e/ou as coligações têm até as 19 horas

do dia 05 de julho de 2012 para efetuar o registro de seus candi-datos. No caso do partido ou coligação não requerer o registro de seus filiados vencedores na convenção, estes poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado o prazo máximo de qua-renta e oito horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça Eleitoral”. (redação dada pela lei nº 12.034, de 2009).

Os registros dos candidatos podem ser impugnados até o dia 18 de julho, seja por adversários, partidos políticos, coligações ou pelo Ministério Público Eleitoral.

O registro de candidatos a Prefeito e Vice-Prefeito se fará sempre em chapa única e indivisível, ainda que resulte da indi-cação de coligação. Nos Municípios onde houver mais de uma Zona Eleitoral, será competente para o registro de candidatos o(s) Juiz(es) Eleitoral(ais) designado(s) pelo Tribunal Regional Eleitoral.

O requerimento de registro deverá ser subscrito pelo Presi-dente do diretório municipal, ou da respectiva comissão diretora provisória, ou por delegado autorizado. Na hipótese de coligação, o pedido de registro dos candidatos deverá ser subscrito pelos Presidentes dos partidos políticos coligados, ou por seus delega-dos, ou pela maioria dos membros dos respectivos órgãos execu-tivos de direção, ou por representante da coligação designado na forma do inciso I do art. 6º da Resolução n° 23.373/2011 do TSE.

O pedido de registro, com ou sem impugnação, será julgado no prazo de 3 dias após a conclusão dos autos ao Juiz Eleitoral (LC no 64/90, art. 8º, caput), sendo facultado ao partido político ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro indeferido, inclusive por inelegibilidade, cancelado, ou cassado, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro (Lei no 9.504/97, art. 13, caput; LC nº 64/90, art. 17; Código Eleitoral, art. 101, § 1º).

Essas simplórias considerações não têm o condão de exaurir a matéria quanto à escolha e registro de candidatos nas eleições de 2012, mas apenas de trazer a baila assertivas pertinentes que a Resolução n° 23.373/TSE anotou para ser observada quanto ao tema, eis que é de comezinho enfrentamento pelos pretensos candidatos, especialmente em ano de eleições municipais.

MANOEL VERÍSSIMO - Advogado com especialização em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral, Presidente do Instituto de Direito Eleitoral de Rondônia – IDERO e Membro do Institu-to Brasileiro de Direito Eleitoral - IBRADE.

JUACY DOS SANTOS LOURA JÚNIOR - Advogado, pós--graduado (título de especialista) em processo civil e penal pela FARO/2003 com ênfase em docência do ensino superior; pós-graduado pela EMERON-TJ/RO (turma 2004) e especialis-ta em Direito e Processo Eleitoral pelo TRE-RO e Instituto João Neórico(2010). Membro-Fundador do Instituto de Direito Eleitoral de Rondônia – IDERO.

ELEIÇÕES 2012 – DA ESCOLhA E rEgISTrO DE CANDIDATOS

Neórico(2010). Membro-Fundador do Instituto de Direito

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Manoel VeríssimoJuacy dos Santos Loura Júnior

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