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1 Exames Radiográficos de Crânio e Face: Abordagem, Incidências e Posicionamentos do Usuário Marinei do Rocio Pacheco dos Santos 1 1 Considerações Iniciais As radiografias de crânio e face são realizadas utilizando padrões de posicionamento semelhantes, porém, específicos para cada região a ser estudada. As indicações podem ser desde fraturas e luxação das ATMs até avaliação das estruturas aeradas dos seios paranasais. Para um correto posicionamento o profissional técnico em radiologia deve centralizar e alinhar o usuário conforme a recomendação fornecida em cada uma das incidências e posicionar o centro geométrico do feixe colimado (ou ponto central) coincidindo com o centro do receptor de imagens (RI) 2 Abordagem ao Usuário Após receber a requisição do exame, o técnico em radiologia deverá organizar a sala e todos os objetos que serão utilizados para execução do mesmo. O próximo passo será chamar o usuário, pelo nome completo e certificar-se de que ele é realmente a pessoa que irá sofrer tal procedimento, pois, é relativamente comum, situações de homônimos e trocas de exames. Todos os usuários devem ser tratados de forma cordial e serem informados sobre os procedimentos que serão realizados. A anamnese faz parte do processo inicial. Ela consiste em um conjunto de perguntas predefinidas que permitirão ao técnico e ao médico radiologista saber o motivo do exame, se o paciente já sofreu alguma cirurgia na região de interesse, se teve alguma queda recente ou algum trauma, se pratica algum esporte, entre outras questões relevantes para o exame, que irão gerar informações importantes para os profissionais envolvidos na execução do exame e laudo do mesmo. 1 Tecnóloga em Radiologia e Mestre em Engenharia Biomédica, ambos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Professora e Coordenadora do Curso Técnico em Radiologia do Instituto Federal do Paraná.

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Exames Radiográficos de Crânio e Face: Abordagem, Incidências e

Posicionamentos do Usuário

Marinei do Rocio Pacheco dos Santos1

1 Considerações Iniciais

As radiografias de crânio e face são realizadas utilizando padrões de posicionamento

semelhantes, porém, específicos para cada região a ser estudada. As indicações podem

ser desde fraturas e luxação das ATMs até avaliação das estruturas aeradas dos seios

paranasais.

Para um correto posicionamento o profissional técnico em radiologia deve centralizar e

alinhar o usuário conforme a recomendação fornecida em cada uma das incidências e

posicionar o centro geométrico do feixe colimado (ou ponto central) coincidindo com o

centro do receptor de imagens (RI)

2 Abordagem ao Usuário

Após receber a requisição do exame, o técnico em radiologia deverá organizar a sala e

todos os objetos que serão utilizados para execução do mesmo. O próximo passo será

chamar o usuário, pelo nome completo e certificar-se de que ele é realmente a pessoa

que irá sofrer tal procedimento, pois, é relativamente comum, situações de homônimos e

trocas de exames.

Todos os usuários devem ser tratados de forma cordial e serem informados sobre os

procedimentos que serão realizados. A anamnese faz parte do processo inicial. Ela

consiste em um conjunto de perguntas predefinidas que permitirão ao técnico e ao médico

radiologista saber o motivo do exame, se o paciente já sofreu alguma cirurgia na região

de interesse, se teve alguma queda recente ou algum trauma, se pratica algum esporte,

entre outras questões relevantes para o exame, que irão gerar informações importantes

para os profissionais envolvidos na execução do exame e laudo do mesmo.

1 Tecnóloga em Radiologia e Mestre em Engenharia Biomédica, ambos pela Universidade Tecnológica Federal do

Paraná. Professora e Coordenadora do Curso Técnico em Radiologia do Instituto Federal do Paraná.

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A próxima etapa é orientar o usuário a retirar quaisquer objetos radiopacos que possam

formar artefatos na imagem, como por exemplo, anéis, pulseiras, relógios e roupas

espessas e/ou com botões.

Em seguida, é obrigação do profissional técnico em radiologia, oferecer ao usuário toda

proteção radiológica, por meio de equipamentos de proteção individual (EPIs), necessária

e que não interfira na formação da imagem. Possíveis acompanhantes obrigatórios, isto é,

nos casos onde seja imprescindível a permanência de alguém na sala de exames por

Raios X, permanência esta exclusiva para a contenção do usuário durante a execução do

exame, por exemplo, em pacientes pediátricos, também devem receber todos os EPIs

para proteção radiológica.

Em caso de usuária, ou acompanhante (do sexo feminino) de usuário, em idade fértil,

deve-se obrigatoriamente questioná-la se está grávida, por razões de proteção

radiológica, sendo que a condição ideal é que ela não sofra o exame, se possível e, se for

acompanhante de usuário a mesma deverá ser substituída por outra pessoa. Em

quaisquer casos onde gestantes precisem ser expostas aos Raios X elas,

obrigatoriamente deverão fazer uso de todos os EPIs radiológicos, principalmente os de

proteção na região ventral.

3 Exames Radiográficos de Crânio e Face

As radiografias apresentam informações de objetos tridimensionais em um plano

bidimensional, portanto, é comum utilizar no mínimo duas incidências diferentes para o

estudo adequado da estrutura. Por exemplo, em posição anteroposterior e em lateral. A

escolha correta de tais incidências é feita pelo médico, de acordo com protocolos de

exames.

Os exames radiográficos de crânio incluem as incidências:

incidência axial AP de crânio usando o método de Towne;

incidência axial PA de crânio pelo método de Caldwell;

incidência lateral de crânio.

Para a sela turca são realizadas as incidências:

incidência axial AP de crânio usando o método de Towne;

incidência lateral de crânio;

incidência axial PA de crânio para sela turca usando o método de Haas.

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Para os ossos da face são realizadas as incidências:

incidência lateral para ossos da face (esquerda ou direita);

incidência parietoacantial usando o método de Waters para ossos da face

incidência axial PA de ossos da face com o método de Caldwell;

incidência lateral para ossos do nariz (esquerda e direita);

incidência axial AP para arcos zigomáticos usando o método de Towne modificado;

incidência submentovértice para zigomáticos;

incidência parieto-orbital para forames ópticos (direita e esquerda) usando o

método de Rhese.

Em mandíbula são realizadas as incidências:

incidência axial lateral para mandíbula;

incidência submentovértice;

incidência PA ou axial PA para mandíbula;

incidência axial AP de mandíbula usando o método de Towne.

Em articulações temporomandibulares (ATMs) são realizadas as incidências:

incidência axial AP para articulações temporomandibulares com o método de

Towne modificado;

incidências oblíquas axiais laterais para ATMs usando o método de Law

modificado;

incidência axial lateral de ATMs com o método de Schüller.

Para os seios paranasais são feitas a incidência:

incidência lateral para seios paranasais (esquerda ou direita);

incidência PA de seios paranasais com o método de Caldwell;

incidência parietoacantial para seios paranasais pelo método de Waters.

Em mastoides e ossos temporais são realizadas as incidências:

incidências oblíquas axiais laterais para mastoides pelo método de Law modificado;

incidências oblíquas axiais anteriores para mastoides usando o método de

Stenvers;

incidência submentovértice para mastóides;

incidência axial AP de mastoides pelo método de Towne;

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incidência axial lateral de mastóides usando o método de Schüller;

incidência axial AP para ossos temporais pelo método de Towne;

incidência submentovértice para estudo dos ossos temporais.

3.1 Exames Radiográficos de Crânio

Os exames radiográficos de crânio são realizados em geral para estudos de traumas

ósseos da caixa craniana. As principais incidências para crânio são listadas a seguir.

- Incidência axial AP de crânio – método de Towne

A radiografia da incidência axial AP de crânio com o método de Towne permite a

visualização do forame magno, das cristas petrosas, do processo clinoide posterior, das

pirâmides petrosas, da mastóide, do dorso da sela e do osso occipital.

Condução do exame:

Para a incidência axial AP de crânio usando o método de Towne o usuário deve estar em

decúbito dorsal ou em ortostase, centralizado em relação ao receptor de imagem (RI) e

alinhado com o eixo longitudinal do RI; certificar-se que não haja rotação alguma. Abaixar

o queixo para que a linha órbito meatal (LOM) fique perpendicular ao receptor de imagem.

O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e incidir 6 cm acima da

glabela, com feixes de Raios X angulados podalicamente em 30º. A distância foco-

receptor de imagens (DFRI) é de 1 metro e a colimação deve ser feita de forma que toda

a cabeça esteja incluída (Figura 1). A respiração deve ser interrompida.

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Figura 1- Incidência axial AP de crânio pelo método de Towne.

- Incidência axial PA de crânio – método de Caldwell

A radiografia da incidência axial PA de crânio com o método de Caldwell permite a

visualização da margem orbital, dos seios frontais e etmoidais, da asa menor do

esfenoide e do forame redondo.

Condução do exame:

Para a incidência axial PA de crânio usando o método de Caldwell o usuário deve estar

em decúbito ventral ou em ortostase, centralizado em relação ao receptor de imagem e

alinhado com o eixo longitudinal do receptor de imagem, certificar-se que não haja

rotação alguma. Abaixar o queixo para que a linha órbito meatal (LOM) fique

perpendicular ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do

receptor de imagem e incidir de modo que saia exatamente sobre o násio, com feixes de

Raios X angulados podalicamente em 15º. A distância foco-receptor de imagens é de 1

metro e a colimação deve ser feita de forma que toda a cabeça esteja incluída (Figura 2).

A respiração deve ser interrompida.

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Figura 2 - Incidência axial PA de crânio pelo método de Caldwell.

- Incidência lateral de crânio

A imagem radiográfica da incidência lateral de crânio mostra os ossos frontal, occipital,

temporais e parietais, a sela turca, o seio esfenoidal, os ramos da mandíbula e o processo

clinoide posterior e anterior.

Condução do exame:

O usuário deve permanecer em decúbito ventral com inclinação a 45° da superfície da

mesa para o lado de interesse - ou em ortostase - em oblíqua. Posicionar a cabeça em

lateral verdadeira, sem rotações, certificando que o plano médio sagital do crânio esteja

paralelo ao receptor de imagem. O lado de interesse para o exame deve estar mais

próximo ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor

de imagem e incidir perpendicularmente, 5 cm superior e anterior ao meato acústico

externo (MAE), com uma distância foco-receptor de imagem de 1 metro. A colimação

deve ser feita de forma que toda a cabeça esteja incluída (Figura 3). A respiração deve

ser interrompida.

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Figura 3 - Incidência lateral de crânio.

3.1.1 Incidências para a Sela Turca

A sela turca (túrcica) é a região no centro do crânio onde é localizada a hipófise, glândula

de grande importância para o bom funcionamento de todo o organismo. São realizadas

diversas incidências radiológicas para excluir ou estudar patologias nessa região. As

incidências de maior importância são descritas a seguir.

- Incidência axial AP de crânio para sela turca – método de Towne

A radiografia da incidência axial AP para sela turca com o método de Towne permite o

estudo do forame magno, dorso da sela, dos clinoides anteriores e posteriores e parte das

cristas petrosas e occipital.

Condução do exame:

Para a incidência axial AP para sela turca usando o método de Towne o usuário deve

estar em decúbito dorsal ou em ortostase, centralizado em relação ao receptor de

imagens (RI) e alinhado com o eixo longitudinal do RI, certificar-se que não haja rotação

alguma. Abaixar o queixo para que a linha infra-órbito meatal (LIOM) fique perpendicular

ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de

imagem e incidir 4 cm acima do arco superciliar, com feixes de Raios X angulados

podalicamente em 30º para visualização primária de clinoides anteriores e de 37º para

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clinoides posteriores. A distância foco-receptor de imagens é de 1 metro. Colimar um

campo de aproximadamente 10 x 10 cm (Figura 4). A respiração deve ser interrompida.

Figura 4 - Incidência axial AP de crânio para sela turca pelo método de Towne.

- Incidência lateral de crânio para sela turca

A imagem radiográfica da incidência lateral para sela turca permite o estudo da sela turca,

dos processos clinoides anterior e posterior, do dorso da sela, do clivus e das asas

maiores, menores e corpo do esfenóide.

Condução do exame:

O usuário deve permanecer em decúbito ventral com inclinação a 45° da superfície da

mesa para o lado de interesse ou em ortostase, em oblíqua. Posicionar a cabeça em

lateral verdadeira, sem rotações, certificando que o plano médio sagital do crânio esteja

paralelo ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor

de imagens e incidir perpendicularmente a 2 cm superior e 2 cm anterior ao meato

acústico externo (MAE), com uma distância foco-receptor de imagens de 1 metro e a

colimação deve ser feita para um campo de aproximadamente 10 x 10 cm (Figura 5). A

respiração deve ser interrompida.

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Figura 5 - Incidência lateral de crânio para sela turca.

3.2 Incidências para os Ossos da Face

Existem diversas incidências para os ossos da face, para regiões especificas da face. As

principais incidências e suas respectivas indicações estão listadas abaixo.

- Incidência lateral para ossos da face (esquerda ou direita)

A imagem radiográfica da incidência lateral para ossos da face mostra os ossos do nariz,

maxilares, mandíbula, meato acústico externo (MAE), os tetos das órbitas e as asas

maiores do esfenoide.

Condução do exame:

O usuário deve permanecer em decúbito ventral com inclinação a 45° da superfície da

mesa para o lado de interesse - ou em ortostase - em oblíqua. Posicionar a cabeça em

lateral verdadeira, sem rotações, certificando que o plano médio sagital do crânio esteja

paralelo ao receptor de imagem (RI). O lado de interesse deve estar mais próximo ao RI.

O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e incidir

perpendicularmente, na porção central - entre o MAE e a borda anterior do zigoma - com

uma distância foco-receptor de imagens de 1 metro e a colimação deve ser feita

contemplando todos os ossos da face (Figura 6). A respiração deve ser interrompida.

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Figura 6 - Incidência lateral para ossos da face.

- Incidência parietoacantial para ossos da face - método de Waters

A imagem radiográfica da incidência parietoacantial para ossos da face usando o método

de Waters permite o estudo dos processos coronoides, do septo nasal, do osso

zigomático, da crista petrosa, das bordas orbitais inferiores, dos maxilares e da mastoide.

Condução do exame:

Para a incidência parietoacantial para ossos da face usando o método de Waters o

usuário deve estar em decúbito ventral ou em ortostase, centralizado em relação ao

receptor de imagem e alinhado com o eixo longitudinal da mesa e do receptor de imagem,

certificar-se que não haja rotação alguma. Elevar o queixo para que a linha mento meatal

(LMM) fique perpendicular ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o

centro do receptor de imagem e incidir de modo que saia exatamente sobre o acantion,

com feixes de Raios X perpendiculares. A distância foco-receptor de imagens é de 1

metro e a colimação deve ser feita de modo que toda a cabeça apareça na imagem

(Figura 7). A respiração deve ser interrompida.

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Figura 7 - Incidência parietoacantial para ossos da face pelo método de Waters.

- Incidência axial PA de ossos da face – método de Caldwell

A radiografia da incidência axial PA de ossos da face com o método de Caldwell permite a

visualização da margem orbital, dos seios frontais e maxilares e do septo nasal.

Condução do exame:

Para a incidência axial PA de ossos da face usando o método de Caldwell o usuário deve

estar em decúbito ventral ou em ortostase, centralizado em relação ao receptor de

imagem (RI) e alinhado com o eixo longitudinal do RI; certificar-se que não haja rotação

alguma. Abaixar o queixo para que a linha órbito meatal (LOM) fique perpendicular ao

receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e

incidir de modo que saia sobre o nasion, com feixes de Raios X angulados podalicamente

em 15º. A distância foco-receptor de imagens é de 1 metro e a colimação deve ser feita

de forma que todos os ossos da face estejam incluídos (Figura 8). A respiração deve ser

interrompida.

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Figura 8 - Incidência axial PA de ossos da face pelo método de Caldwell.

- Incidência lateral para ossos do nariz (esquerda e direita)

A imagem radiográfica da incidência lateral para ossos do nariz mostra essa estrutura em

lateral.

Condução do exame:

O usuário deve permanecer em decúbito ventral com inclinação a 45° da superfície da

mesa para o lado de interesse - ou em ortostase - em oblíqua. Posicionar a cabeça em

lateral verdadeira, sem rotações, certificando que o plano médio sagital do crânio esteja

paralelo ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor

de imagem e incidir perpendicularmente a 1 cm abaixo do nasion, com uma distância

foco-receptor de imagens de 1 metro e a colimação deve ser feita para contemplar toda a

estrutura do nariz (Figura 9). A respiração deve ser interrompida. Usar fatores elétricos

adequados para garantir a visualização das estruturas.

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Figura 9 - Incidência lateral para ossos do nariz.

- Incidência axial AP para arcos zigomáticos – método de Towne modificado

A radiografia da incidência axial AP para arcos zigomáticos com o método de Towne

modificado permite o estudo dos arcos zigomáticos e das células da mastoide.

Condução do exame:

Para a incidência axial AP para arcos zigomáticos usando o método de Towne modificado

o usuário deve estar em decúbito dorsal ou em ortostase, centralizado e alinhado com o

eixo longitudinal do receptor de imagem, certificar-se que não haja rotação alguma.

Abaixar o queixo para que a linha órbito meatal (LOM) fique perpendicular ao receptor de

imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e incidir 2,5

cm acima da glabela, com feixes de Raios X angulados podalicamente em 30º. A

distância foco-receptor de imagens é de 1 metro e a colimação deve contemplar a área

dos arcos zigomáticos (Figura 10). A respiração deve ser interrompida.

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Figura 10 - Incidência axial AP para arcos zigomáticos – método de Towne modificado.

- Incidência submentovértice para arcos zigomáticos

A Incidência submentovértice para arcos zigomáticos permite o estudo dos ossos

zigomáticos e seu arco e a visibilização do osso temporal.

Condução do exame:

O usuário deve estar em decúbito dorsal ou em AP ortostático para realizar a incidência

submentovértice para arcos zigomáticos. Centralizar o usuário em relação ao receptor de

imagem (RI) e alinhá-lo com o eixo longitudinal da mesa e do RI, certificar-se que não

haja rotação alguma. Elevar o queixo para que a linha infra-órbito meatal (LIOM) esteja

paralela ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor

de imagem e incidir 4 cm abaixo das sínfise da mandíbula e entre os arcos zigomáticos,

com feixes de Raios X perpendiculares ao receptor de imagem. A distância foco-receptor

de imagens é de 1 metro e a colimação deve ser feita nas margens da cabeça (Figura

11). A respiração deve ser interrompida. Usar fatores elétricos adequados para garantir a

visualização das estruturas.

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Figura 11 - Incidência submentovértice para arcos zigomáticos.

- Incidência parietoorbital (para forames ópticos - direito e esquerdo) - método de

Rhese

A imagem radiográfica da incidência parieto-orbital para forames ópticos usando o método

de Rhese permite o estudo do canal óptico.

Condução do exame:

Para a incidência parieto-orbital para forames ópticos usando o método de Rhese o

usuário deve estar em decúbito ventral ou em ortostase, centralizado em relação ao

receptor de imagem e alinhado com o eixo longitudinal da mesa e do receptor de imagem,

certificar-se que não haja rotação alguma. Elevar o queixo para que a linha acantiomeatal

(LAM) fique perpendicular ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o

centro do receptor de imagem e incidir de modo que saia na parte inferior da órbita de

interesse, com feixes de Raios X perpendiculares. A distância foco-receptor de imagens é

de 1 metro e a colimação deve ser feita para um campo de 10 x 10 cm (Figura 12). A

respiração deve ser interrompida.

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Figura 12 - Incidência parietoorbital pelo método de Rhese.

- Incidências PA ou axial PA para mandíbula

As radiografias das incidências PA ou axial PA de mandíbula mostra os ramos e a parte

lateral do corpo desse osso.

Condução do exame:

Para as incidências PA ou axial PA de mandíbula o usuário deve estar em decúbito

ventral, centralizado em relação ao receptor de imagem e alinhado com a linha média da

mesa, certificando-se que não haja rotação. Abaixar o queixo para que a linha orbito-

meatal (LOM) fique perpendicular ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir

com o centro do receptor de imagem e incidir de modo que saia no acântion (para axial

PA de 20º até 25º cefálico), ou entre os lábios (para PA com feixes perpendiculares). A

distância foco-receptor de imagens é de 1 metro e a colimação deve ser feita de forma

que toda a mandíbula esteja incluída (Figura 13). A respiração deve ser interrompida.

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Figura 13 - Incidências PA ou axial PA para mandíbula.

- Incidência submentovértice para mandibula

Com a incidência submentovértice para mandíbula é possível o estudo das pirâmides

petrosas, da mandíbula e dos processos coronoide e condiloide.

Condução do exame:

Posicionar o usuário em decúbito dorsal ou em ortostase para fazer a incidência

submentovértice para mandíbula. Centralizar o usuário em relação ao receptor de imagem

(RI) e alinhá-lo com o eixo longitudinal da mesa e do RI, certificar-se que não haja rotação

alguma. Elevar o queixo para que a linha infra-órbito meatal (LIOM) esteja paralela ao

receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e

incidir 4 cm abaixo das sínfise da mandíbula e entre os ângulos da mandíbula, com feixes

de Raios X perpendiculares ao receptor de imagem. A distância foco-receptor de imagem

é de 1 metro e a colimação deve ser feita nas margens da cabeça (Figura 14). A

respiração deve ser interrompida.

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Figura 14 - Incidência submentovértice para mandíbula.

- Incidência axial AP para articulações temporomandibulares (ATMs) – método de

Towne modificado

A imagem da radiografia usando a incidência axial AP para articulações

temporomandibulares (ATMs) com método de Towne modificado permite estudar as

mastoides, as fossas temporomandibulares, os processos condiloides e os ramos da

mandíbula.

Condução do exame:

Para a incidência axial AP para articulações temporomandibulares usando o método de

Towne modificado o usuário deve estar em decúbito dorsal ou em ortostase, centralizado

e alinhado com o eixo longitudinal do receptor de imagem, certificar-se que não haja

rotação alguma. Abaixar o queixo para que a linha infra-órbito meatal (LIOM) fique

perpendicular ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do

receptor de imagem e incidir de modo a atravessar o nível das ATMs, com feixes de Raios

X angulados podalicamente 42º à LIOM (Figura 15). A distância foco-receptor de imagens

é de 1 metro e a colimação deve contemplar as laterais, na região das ATMs. A

respiração deve ser interrompida.

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Figura 15 - Incidência axial AP para ATMs pelo método de Towne modificado.

- Incidências oblíquas axiais laterais para ATMs – método de Law modificado

As imagens das radiografias usando as incidências oblíquas axiais laterais para ATMs

com boca fechada e boca aberta usando o método de Law modificado permitem estudo

da ATM de interesse em ambas as posições – boca aberta e boca fechada.

Condução do exame:

Para as incidências oblíquas axiais laterais das ATMs o usuário deve permanecer em

decúbito ventral com inclinação a 45° da superfície da mesa ou em ortostase. Posicionar

a cabeça angulada em 15° para anterior, de modo que a ATM de interesse fique paralela

ao receptor de imagem. Manter a boca fechada com dentes em oclusão para a primeira

radiografia e a boca aberta para a segunda imagem. O feixe central deve coincidir com o

centro do receptor de imagem e incidir 4 cm acima do meato acústico externo (MAE), com

feixes de Raios X angulados podalicamente em 15º. A distância foco-receptor de imagem

é de 1 metro e a colimação deve contemplar toda a região da ATM radiografada em um

campo de 10 x10 cm (Figura 16a e Figura 16b). A respiração deve ser interrompida

durante a exposição.

Obs: É comum realizar essas incidências em bilateral, formando, portanto, uma série de

quatro exames.

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Figura 16a - Incidência oblíqua axial lateral para

ATM pelo método de Law modificado com a boca

fechada

Figura 16b - Incidência oblíqua axial lateral para

ATM pelo método de Law modificado com a boca

aberta.

- Incidência axial lateral de ATMs – método de Schuller

As radiografias realizadas usando as incidências axiais laterais de ATMs pelo método de

Schuller, com boca aberta e boca fechada, permite estudar as mastóides, as fossas

temporomandibulares, os côndilos e as margens orbitais do lado radiografado.

Condução do exame:

O usuário deve permanecer em decúbito ventral. Posicionar a cabeça em lateral

verdadeira, sem rotações, certificando que o plano médio sagital esteja paralelo ao

receptor de imagem. O lado de interesse para o exame deve estar mais próximo ao

receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e

incidir podalicamente em 25º a 30º - 5 cm superior e 1,3 cm anterior ao meato acústico

externo (MAE) - com uma distância foco-receptor de imagem de 1 metro. A colimação

deve ser feita em um campo de 10 x10 cm na região da ATM avaliada (Figura 17a e

Figura 17b). A respiração deve ser interrompida.

Obs: É comum realizar essas incidências em bilateral, formando, portanto, uma série de

quatro exames.

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Figura 17a - Incidência axial lateral de ATM pelo método

de Schüller com a boca fechada.

Figura 17b - Incidência axial lateral de ATM pelo

método de Schüller com a boca aberta.

- Incidência lateral para seios paranasais (esquerda ou direita)

A imagem radiográfica da incidência lateral para seios paranasais mostra os seios

esfenoidais, frontais, etmoidais e maxilares superpostos, a sela turca e o teto da órbita.

Condução do exame:

O usuário deve permanecer em ortostase. Posicionar a cabeça em lateral verdadeira, sem

rotações, certificando que o plano médio sagital esteja paralelo ao receptor de imagem e

a linha infra-órbito meatal (LIOM) esteja paralela à borda superior do receptor de imagem

(RI). O lado de interesse deve estar mais próximo ao RI. O feixe central deve coincidir

com o centro do receptor de imagem e incidir perpendicularmente, no centro, entre o

meato acústico externo (MAE) e o canto externo do olho, com uma distância foco-receptor

de imagem de 1 metro. A colimação deve ser feita contemplando todos os ossos da face

(Figura 18). A respiração deve ser interrompida.

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Figura 18 - Incidência lateral para seios paranasais.

- Incidência PA de seios paranasais– método de Caldwell

A radiografia da incidência axial PA de seios paranasais com o método de Caldwell

permite a visualização da margem orbital, dos seios frontais, maxilares e etmoidais, das

cristas petrosas, da crista galli e do septo nasal ósseo.

Condução do exame:

Para a incidência axial PA para seios da face usando o método de Caldwell o usuário

deve estar em decúbito ventral ou em ortostase, centralizado em relação ao receptor de

imagem e alinhado com o eixo longitudinal do receptor de imagem, certificar-se que não

haja rotação alguma. Abaixar o queixo para que a linha órbito meatal (LOM) fique em 15º

com o receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de

imagem e incidir de modo que saia sobre o násio, com feixes de Raios X perpendiculares

ao receptor de imagem. A distância foco-receptor de imagem é de 1 metro e a colimação

deve ser feita contemplando todos os ossos da face (Figura 19). A respiração deve ser

interrompida.

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Figura 19 - Incidência PA de seios paranasais– método de Caldwell.

- Incidência parietoacantial para seios paranasais - método de Waters

A imagem radiográfica da incidência parietoacantial para seios paranasais usando o

método de Waters permite o estudo dos seios frontais, maxilares e etmoidais, das cristas

petrosas, das fossas nasais e da borda orbital inferior.

Condução do exame:

Para a incidência parietoacantial para seios paranasais usando o método de Waters o

usuário deve estar posicionado em AP ortostático, centralizado em relação ao receptor de

imagem e alinhado com o eixo longitudinal da mesa e do receptor de imagem, certificar-se

que não haja rotação alguma. Elevar o queixo para que a linha mentomeatal fique

perpendicular ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do

receptor de imagem e incidir de modo que saia exatamente sobre o acântion, com feixes

de Raios X perpendiculares. A distância foco-receptor de imagem é de 1 metro e a

colimação deve ser feita de modo que toda a cabeça apareça na imagem (Figura 20). A

respiração deve ser interrompida.

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Figura 20 - Incidência parietoacantial para seios paranasais - método de Waters.

- Incidência oblíqua axial lateral para mastoide – método de Law modificado

As imagens da radiografia usando as incidências oblíquas axiais laterais para mastoides

usando o método de Law modificado permite estudo das mastoides mais próximas ao

receptor de imagem.

Condução do exame:

Para as incidências oblíquas axiais laterais da mastoide o usuário deve permanecer em

decúbito ventral com inclinação a 45° da superfície da mesa ou em ortostase. Posicionar

a cabeça angulada em 15° para anterior, de modo que a mastoide de interesse fique

paralela ao receptor de imagem. O ponto central deve coincidir com o centro do receptor

de imagem e incidir 2,5 cm acima e posterior ao meato acústico externo (MAE) da face

superior, para saírem na base da mastoide mais próxima ao receptor de imagem. Os

feixes de Raios X devem incidir angulados podalicamente em 15º. A distância foco-

receptor de imagem é de 1 metro e a colimação deve contemplar toda a região da

mastoide em um campo de 10 x 10 cm (Figura 21). A respiração deve ser interrompida

durante a exposição.

Obs: É comum realizar essas incidências em bilateral.

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Figura 21 - Incidência oblíqua axial lateral para mastoide – método de Law modificado.

- Incidência oblíqua axial anterior para mastoide – método de Stenvers

As radiografias das incidências oblíquas axiais anteriores para mastoides usando o

método de Stenvers mostram a cavidade timpânica, a crista petrosa, o labirinto ósseo, o

canal auditivo interno e o processo mastoideo mais próximos ao receptor de imagem.

Condução do exame:

Para as incidências oblíquas axiais anteriores das mastoides o usuário deve estar em

decúbito ventral ou em ortostase, centralizado e alinhado com o eixo longitudinal do

receptor de imagem (RI). Posicionar a face em oblíqua 45º ao RI, com o lado de interesse

mais próximo ao receptor de imagem centralizando a região mastóidea de interesse no

receptor de imagem. Manter a linha infra-órbito meatal (LIOM) perpendicular ao receptor

de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e incidir

entre 7 a 10 cm posterior e 1,5 cm inferior ao meato acústico externo (MAE) da face

superior, para saírem na mastoide mais próxima ao receptor de imagem. Os feixes de

Raios X devem incidir angulados cefalicamente em 12º. A distância foco-receptor de

imagem é de 1 metro e a colimação deve contemplar toda a região da mastoide em um

campo de 10 x 10 cm (Figura 22). A respiração deve ser interrompida durante a

exposição.

Obs: É comum realizar essas incidências em bilateral.

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Figura 22 - Incidência oblíqua axial anterior para mastoide – método de Stenvers.

- Incidência axial AP de mastoide – método de Towne

As radiografias das incidências axial AP de mastoides usando o método de Towne

mostram o labirinto ósseo, as pirâmides petrosas e as células aéreas da mastoide.

Condução do exame:

Para a incidência axial AP para mandíbula usando o método de Towne o usuário deve

estar em decúbito dorsal ou em ortostase, centralizado em relação ao receptor de imagem

e alinhado com o eixo longitudinal do receptor de imagem, certificar-se que não haja

nenhuma rotação. Abaixar o queixo para que a linha órbito meatal (LOM) fique

perpendicular ao receptor de imagem. O feixe central deve coincidir com o centro do

receptor de imagem e incidir 5 cm acima da glabela, com feixes de Raios X angulados

podalicamente em 30º. A distância foco-receptor de imagens é de 1 metro e a colimação

deve incluir toda a margem externa do crânio, contemplando as regiões mastóideas

(Figura 23). A respiração deve ser interrompida.

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Figura 23 - Incidência axial AP de mastoide pelo método de Towne.

- Incidência axial lateral de mastoide– método de Schuller

As radiografias da incidência axial lateral de mastóides usando o método de Schuller

mostram o labirinto ósseo, fossa e côndilo da ATM e as células aéreas da mastoide.

Condução do exame:

O usuário deve permanecer em decúbito ventral. Posicionar a cabeça em lateral

verdadeira, sem rotações, certificando que o plano médio sagital esteja paralelo ao

receptor de imagem (RI). O lado de interesse para o exame deve estar mais próximo ao

RI. O feixe central deve coincidir com o centro do receptor de imagem e incidir

podalicamente em 25º a 30º - 4 cm superior e posterior ao MAE da face superior, para

sair na base mastóidea inferior. A distância foco-receptor de imagem é de 1 metro e a

colimação deve ser feita em um campo de 10 x 10 cm na região da mastoide avaliada

(Figura 24). A respiração deve ser interrompida.

Obs: É comum realizar essas incidências em bilateral.

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Figura 24 - Incidência axial lateral de mastoide– método de Schüller.