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PUCLCA9c:ES VARIAS No. 46 REPARTI:AO PA N A M E SANITARIA RICAN A APRESENTA ORIO ANUAL DO CENTRO PAN-AMERICANO DE FEBRE AFTOSA 1957

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PUCLCA9c:ES VARIASNo. 46

REPARTI:AOPA N A M E

SANITARIARICAN A

APRESENTA

ORIO ANUAL

DO CENTROPAN-AMERICANO

DE

FEBRE AFTOSA

1957

CENTRO PANAMERICANO DE FEBRE AFTOSA foicriado em 1951 como tunl servico internacional administrado

pela Reparticao Sanitária Panamericana e financiado pelo Pro-gramaa de Assisténcia Técnica da Organizagáo dos Estados Ameri-canos. Está situado em Sao Bento, Estado do Rio de Janeiro, emterrenos e edificios cedidos pelo Governo do Brasil, que financiaalguns dos serviços gerais e parte da máo-de-obra.

O Centro presta servieos de prevenáao, controle e erradicaaáo dafebre aftosa neste Heilmisfério. aos países e territórios situados noContinente Americano. Organiza e leva a termo cursos de aquisi-c,áo de prática profissional, assimi como proporciona aos governosserviços de diagnóstico e de consulta. Acha-se tambéin empenhadoem trabalhos de pesquisas sobre a natureza do vírus da aftosale de virus correlatos e trabalha no desenvolvimento de me-lhores técnicas de diagnóstico c vacinas para o combate da aludidaenferiuidade, que constitui isoladamuente o jmaior obstáculo ao pro-gresso da indústria da pecuária em muitos países. Manténi ligaeáoe colabora com a Organizaçao para Alimento e Agricultura (FAO)e outros órgaos e institutos intcressados, ao rmesmo tempo em quecoopera corl todos os servicos e laboratórios nacionais e interna-cionais empenhados no desenvol~viiment o da pecuária na AméricaLatina.

Consultas e pedidos de asistéelcia técnica podeli ser encaminhadosao Centro por intermédio dos escritórios da Repartiáao SanitáriaPanamuericana ou diretamentet ao seguinte endereco:

- Centro PananmieLcajio de Febre Aftosa

Caixa Postal 589

Rio d£ janeiro. D, F. Braeil

Endtereo telegráfico: PANAFTOSA -- RIO (Brasil)

A REPARTICAO SANITARIA PANAMERICANA

APRESENTA O

RELATORIO ANUAL DO CENTRO

PANAMERICANO DE FEBRE AFTOSA

1957

Publicajoes VáriasNo. 46

Novembro, 1958

REPARTICAO SANITÁRIA PANAMERICANA

Escritório Regional da

Organizajao Mundial da Saúde

1501 New Hampshire Avenue, N. W.

Washington 6, D. C. - E. U. A.

Aos Países Membros da Organizagao Sanitária Panamericana:

A Reparticao Sanitária Panamericana tem a honra de apresentar

o relatório das atividades empreendidas e dos servicos prestados, durante

o exercício de 1957, pelo Centro Panamericano de Febre Aftosa, que

é um empreendimento conduzido pela Reparticao, na sua qualidade deórgao participante do Programa de Cooperaaio Técnica da Organiza-

cao dos Estados Americanos.

Respeitosamente,

FRED L. SOPER

Diretor

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INDICE

PáginaI. Preambulo .............. ............................... 5

II. Meios de funcionarnento ................. ............. 5

P e sso a l ..................................................................................................................Equipamentos e suprimientos ........................................ 7....................A nim ais de laboratório ....................................... 7...................................

III. F u ncion am en to ......................................................................................................... 8

A d estram en to ........................................ 8...........................................................Serviços de assistencia técnica ........................................ 10Diagnóstico de laboratório ........................................ 11Pesquisas e investigacoes científicas ........................................ 12

Tecnicas de diagnose ................ ........................ 12Passagem do vírus da aftosa em coelhos ........................ 13O emprégo do virus adaptado a coelhos como va-

cina de virus vivos modificados ................................. 13Adaptaaáo do vírus da aftosa a camondongos

adultos ........................................ 14Passagem do vírus da aftosa em pintos de um dia 15Infeccáo mista de aftosa em bovinos .............................. 16Culturas de vírus aftoso ........................................ 16Culturas de tecidos ........................................ 17Visitas a outros centros de estudos sobre a aftosa 18Trabalhos apresentados em 1957 ........................................ 18

IV. Relagoes internacionais ........................................ 19

Governos membros ........................................ 19Órgáos internacionais ........................................ 19

V . C onclus es ..................................................................................................................... 20

Anexos ........................................ 20

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I. PREÁMBULO

Embora as atividades do Centro tenham de crescer muito maisainda, a expansao progressiva do programa tragado atingiu o pontoem que todas as funçoes e serviços originalmente planejados já forampostos em açao e vem beneficiando todos os países do Hemisfério.Materializaram-se os ideais acalentados pelos seus fundadores, pois oCentro hoje é por todos reconhecido como uma fonte autorizada deinformnaçoes e pareceres técnicos sobre os problemas da aftosa, umcentro de treinamento eficiente, uma entidade internacional capaz deconjugar e orientar os esforços de dois ou mais países na luta contra afebre aftosa e um instituto de pesquisas produtivo a serviço do combateas enferinidades vesiculares.

Durante o exercício de 1957, preencheram-se vagas no quadro dopessoal técnico. A contrataçao de profissionais de alta capacidade per-mitiu que os técnicos se devotassem inteira e exclusivamente as suastarefas específicas, do que se beneficiou, reajustando-se e fortalecen-do-se, a estrutura geral dos vários serviços.

Todavia, embora satisfatórias nas condiçoes prevalentes, as ativi-dades e realizaóces técnicas de que o presente relatório faz um apa-nhado geral comportam aperfeiçoamento e ampliaçao. A insuficienciados recursos financeiros, que nos anos anteriores impediu, mais do quequaisquer outros fat6res, a completa maturaçao do empreendimento,nao permitiu no exercício presente que o Centro funcionasse na ple-nitude de suas capacidades. Outro fator limitante foi a falta de ade-quados estábulos de isolamento e de urn novo laboratório, unidadesque vem sendo objeto de negociaçóes. A aplicaçao prática e o desen-volvimento dos resultados das pesquisas de laboratório nao se podemefetivar sem que estejam disponíveis, para o trabalho em gado bovino,estábulos adequadamente isolados. Ao encerrar-se o presente exercício,o Govérno do Brasil havia aprovado a verba necessária á construcaodas unidades referidas e a contrataçao das obras respectivas estavasendo providenciada.

II. MEIOS DE FUNCIONAMENTO

As instalacoes do Centro permaneceram as mesmas. Féz-se usoconstante dos estábulos gentilmente cedidos pelo Diretor do Institutode Biologia Animal do Ministério da Agricultura, no trabalho comreses que deviam permanecer isoladas. Todavia, além de muito irn-próprias para ésse fim, tais instalaçoes passaram agora para a juris-dicao de outro Ministério, ficando assim algo duvidosa a possibilidadede sua utilizaçao no futuro.

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As instalaçoes existentes, que já foram minuciosamente descritasem relatórios anteriores, compreendem o edifício principal, que abri-ga laboratórios, escritórios da administraçao, biblioteca e sala de con-feréncias, refeitório e cozinha, e outros prédios e construcoes comin umlaboratório e acomodaçoes para pequenos anirmais, criaçao de cobaiase camondongos, equipamentos para lavar vasilhame de vidro, lavan-deria, uma oficina, local para armazenagem e trés moradias parao -pessoal da manutençao, laboratórios e serviço de segurança. OGovérno Brasileiro continuou fornecendo fundos para a conserv.ç~aodos edificios e da propriedade.

Tendo-se em conta os edificios que deverao ser construidos, féz-seéste ano uma revisáo completa das plantas e um estudo do local pro-posto para as novas unidades.

O cargo de Diretor, vago durante o segundo semestre do exercícioprecedente, foi preenchido por um cientista que trouxe ao Centro aexperiencia de muitos anos de exito na administraçao e na pesquisa'a-serviço do combate á aftosa -e a outras enfermidades. Várias rcu-nioes foram realizadas com funcionários do Govérno Brasileiro, des-tinadas á prestaçao recíproca de assistencia e de informaç9es no pla-nejamento das instalaçoes propostas.

'Pessoal

O últimno Relatório Anual faz referencia ao pedido de demissao,em junho de 1956, do Dr. Ervin A. Eichhorn, primeiro Diretor do.Centro, e á nomeaçao do Dr. Peter R. Ellis, Chefe dos Serviços deCampo, para o cargo de Diretor Interino. O novo Diretor foi no-meado em janeiro de 1957, recaindo a escolha no Dr. William Mac-Gregor Henderson, ex-Diretor Adjunto do Instituto de Pesquisas so-bre Febre Aftosa, de Pirbright, Inglaterra. Após um estágio na sededa Reparticáo Sanitária Panamericana, em Washington, D.C., paraorientaçao e discussao dos problemas de seu cargo, o Dr. Hendersonassumiu a direcao do Centro em principios de fevereiro.

Dos cargos vagos que o relatório anterior registra, trés foram pre-enchidos: em maio, o Dr. Miguel A. Norambuena, da Secao de Do-enças de Vírus nos Animais, do Instituto Bacteriológico de Santiago,Chile, assumiu as funçoes de virologista; em outubro, o Dr. Karl E.Federer, colega do finado Prof. Waldmann, o qual passara os últimosnove anos trabalhando no problema da aftosa na Argentina, ocupou,o cargo de sorologista; e, em setembro, o Dr. Moysés Nathan Honig-man, veterinário recentemente formado no Estado do Rio de Janeiro,foi designado Assistente de Pesquisa.

O cargo de Administrador, que se vagara no começo do ano,foi preenchido pelo Sr. Georg von Buch, contratado localmente.A funçao exercida pelo Dr. Janos L. Saile foi reclassificada para ade Sorologista Auxiliar e fizeram-se também, durante o ano, várias

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alteracoes nos cargos de menor categoria do pessoal local. O Dr. Mi-guel Ordoñez B., Encarregado do Adestramento, demitiu-se em mar-co, para regressar á Colombia. Sua vaga nao foi preenchida, em vir-tude da reducao do Programa de Adestramento do Centro.

Pessoal internacional:

DiretorChefe de LaboratóriosChefe dos Servicos de CampoVirologista

Administrador

Virologista AuxiliarSorologistaSorologista AuxiliarEncarregado do Adestramento *

VeterinárioVeterinário AuxiliarAssistente de PesquisaTécnicos de Laboratório (2)Assistentes de Laboratório (2)Auxiliares de Laboratório (8)

Trabalhadores* Cargo vago ao findai-se o exercício.

Pessoal daPessoal daMotoristasPorteiroVigias (4)Operadora

Bracais (20)

Administracao (6)Manutencio (4)

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da Lavanderia

Equipamentos e Suprimentos

A única aquisicao importante de equipamentos feita duranteo exercício destinou-se ao trabalho em cultura de tecidos, parte re-levante das técnicas atualmente empregadas na virologia. Os estoquesforam mantidos num nível que perinitiu ao Centro continuar funcio-nando no mesmo ritmo de 1955 e 1956. A disparidade entre as previ-sóes orcamentárias e os fundos concedidos impediu a expans5o normal das atividades. As especificacóes do equipamento e dos materiaisde consumo necessários as atividades dos estábulos de isolamento e donovo laboratório previsto foram preparadas, adiando-se, porénm, a aqui-sicao.

Problema cada vez mais importante para o Centro é a alta con-tínua dos precos dos equipamentos, dos materiais de consumo e damao-de-obra. Tanto os artigos que se adquirem no mercado localquanto os que se importam encarecem constantemente, redazindo-seassim, cada vez mais, o poder aquisitivo do orcamento destinado ámanutenc5o dos servicos.

Animais de Laboratório

As atividades do Centro requerem, como é próprio do trabalhocom vírus, um suprimento adequado de animais. As colonias de cria-cao do Centro e as outras fontes utilizadas mantiveram-se capazes de

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Pessoal local:

atender a,s necessidades do Centro, que aumentaramn em ritmo cons-tante.

Cobaias: A produçao da colonia, cujo estado de saúde permane-ceu bom, cobriu semn sobras as requisicoes dos servicos, maiores ésteano que nos anteriores. Essa produaáo, todavia, só poderá ser aumen-tada quando se disponha de mais espaco.

Camondongos: O camondongo lactente continua sendo o animalde laboratório mais útil nas pesquisas sóbre a aftosa. O Centro utiliza,em mécdia, 1 .350 por semana, provenientes de suas próprias coloniasde criacao. Ésse ritmo de producao requer grandes cuidados e lnuitaperícia, visto que o calor do Rio de Janeiro causa, segundo se temverificado, umna sensível reducao do volume das ninhadas de camon-dongos.

Coelhos: Mais uma vez ficou demonstrado que ésse animal de la-boratório é importante para os trabalhos do Centro. Empregaranm-se340, quantidade superior á utilizada no exercicio precedente.

Bovinos: O prosseguimento das experiencias com bovinos con-tinua em escala limitada, em virtude da inexistencia de um local pró-prio para acomodacao das reses. Para duas experiencias importantes,parte do programa de pesquisas com amostras de vírus de aftosaadaptadas a coelhos, obtiveram-se bovinos de mais idade que de cos-tume. Mediante o emprego da prova de soro-protecao levada a efeitoem camondongos, reduziu-se grandemente a dificuldade que existe naobtencao da garantia de que num país onde a aftosa é endéeica eonde se pratica a vacinacao, o gado destinado a experiencias é susce-tível á enfermidade. Por meio da prova em questáo, á qual se subme-tem préviamente tódas as reses, selecionam-se os animais cujo soronao contém anticorpos contra a aftosa.

III. FUNCIONAMENTO

Funcionaram durante todo o ano os quatro servicos principaisdo Centro; e, á excecao de um - o de adestramento -, em todos seregistrou maior movimento que nos anos precedentes. Nao fóssemas restrioóes anteriormente mencionadas, responsáveis pela decisao dese realizar apenas um curso de adestramento em lugar de dois, teriasido ainda mais acentuada a intensificacao ocorrida. O'preenchimentode importantes cargos técnicos tornou possível aumentar o servico deassessoramento aos países membros e ampliar a atividades de labora-tório.

Adestramento

O preparo profissional de técnicos dos diversos países do Hemis-fério sempre constituiu uma das funcoes mais importantes do Centro,cujas bolsas propiciaram treinamento a mais de 160 veterinários.

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Em principios de 1957, por falta de pessoal e devido a insufi-ciencia do orcamento, inferior ás estimativas apresentadas, foi ne-cessário limitar o programa, ficando resolvido levar a efeito apenas umcurso de adestramento, em lugar dos dois habitualmente oferecidos, enao preparar novos materiais para a educacao do público.

Cursos: O Nono Curso de Adestramento em Febre Aftosa, paraprofissionais da parte setentrional da América do Sul onde existe af-tosa, funcionou de 21 de outubro a 13 de dezembro. O programa-com-preendeu, além da aquisico de prática nas técnicas gerais de labo-ratório, familiarizacáo com alguns dos últimos progressos da virologia,como, por exemplo, os métodos de cultura de tecido, as provas de di-fusao em ágar, para a tipificacao de amostras de vírus, e a passagem devirus em anirnais jovens de várias espécies, para produzir modifica-co6s na patogenicidadle das amostras. Ofereceram-se bolsas ao Brasil, aoChile, a Colómbia, ao Equador, ao Peru e á Venezuela. O anexo n. ° 3é a lista dos profissionais que frequentaram o Curso.

Bólsas de estudo de longa dur affo: Durante o exercício de 1957, osdois primeiros contemplados comn bolsas-de-estudo de longa dura5aocompletaram o seu adestramento no Centro. O Dr. Ruy Brandao Cal-das, do Brasil, passou onze meses adquirindo prática em métodos geraisde laboratório, diagnóstico de aftosa, tipiticacáo de virus e produáaode vacina, voltando em seguida as suas func5es no Ministério da Agri-cultura. O outro bolsista, Dr. Rafael Fuentes Marins, da Venezuela,teve a sua bolsa prorrogada por mais dois meses, completando assim

Exemplo de material educativo preparado pelo Centro.

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um total de treze meses no Centro, de cujo programa de pesquisasparticipou, após um período inicial de adestramento.

Ao Dr. Júlio Monteagudo, do Instituto Nacional Contra a Aftosa,do Peru, foi outorgada umra bolsa de longa duracao para o estudo detécnicas empregadas na cultura de vírus para a producao de vacina.O bolsista comecou o seu adestramento em outubro. Ofereceu-se aoBrasil umna bolsa equivalente, para início em principios de 1958.

Essas bólsas-de-estudo de longa duracao demonstraram ser degrande utilidade, pois o período de tempo passado no Centro é bas-tante para que o bolsista se aperfeicoe nas técnicas dos estudos que feze, ao mesmo tempo, participe do programa de pesquisas do Centro,que se beneficia com as suas contribuioóes.

Material educativo: O Centro continuou recebendo pedidos doopúsculo intitulado "A Febre Aftosa", publicado em 1955. Ao Chilee ao Equador enviaram-se, respectivamente, 1.000 e 2.500 exemplares.Será necessário fazer-se uma nova ediaáo para atender um pedido de3.000 exemplares formulado pelo Brasil. O filme "Brote" foi empres-tado aos países que o solicitaram.

Servicos de Assisténcia Técnica

Muitos países solicitaram assisténcia e pareceres técnicos durante1957, sobre assuntos que variaram desde o perigo de introduaáo daaftosa através de bulbos de plantas floríferas importados da Holandaaté pormenores da técnica de producao de vacina. Muitas consultasdesse caráter vieram da América Central e das Antillias, onde os países,ainda livres da aftosa, dao cada vez maior importancia á prevencáodessa enfermidade.

Relacoes muito estreitas e proveitosas foram mantidas com as au-toridades brasileiras encarregadas da profilaxia da aftosa. O Centrcfoi consultado sóbre vários problemas, alguns dos quais requereramviagens a diferentes regióes do país.

Além das visitas feitas pelos seus funcionarios a quase todos os paí-ses americanos, o Centro dedicou, éste ano, particular atenco ao pro-blema da aftosa na Colombia, no Equador e na Venezuela. A estreitacolaboracao que se vein firmando entre o pessoal do Centro e as auto-ridades agrícolas e veterinárias dos referidos países tornou possível pla-nejar ataques combinados, num ambito regional, contra a enfermida-de. Vale notar que um número cada vez maior de países comeca aestudar e a fazer planos de profilaxia baseados na erradicacao, emílugar de simples controle.

A situacao do Equador é "sui-generis". Até a segunda metade de1956 nao fóra constatada, comn seguranca, a existencia de aftosa na-quele país, onde entao uma pesquisa de campo e provas de laboratórioconfirmarari a presenca dessa enfermidade numa parte da regiao lito-ranea. A área infectada era relativamente pequena. Foram tomadasmedidas de preveniao da doenca, e foi planejado um programa para

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determinar exatamente sua propagacao e para controlar quaisquernovos surtos. O Centro vem dando t6da assisténcia e orientacao possí-veis aos esforcos nesse sentido, dentro das suas finalidades.

Na assistencia prestada ao Peru, foi alvo de grande interesse oaumento e a melhoria da producao de vacina contra a aftosa. Alémdo servico de consultas, proporcionou o Centro aquele país umra bolsade longa duracao, destinada a possibilitar a um técnico peruano o es-tudo dos métodos da referida fabricacao.

Na Colombia e na Venezuela, os planos e esforcos que se fazemrevelam claramente a disposicao em que se encontram as autoridadesnacionais de dominar o problema da aftosa e erradicar a infeccao nosseus territórios.

Na medida de suas possibilidades, o Centro nao deixou de darassisténcia a esse trabalho, podendo vir a fornecer elementos para uniataque combinado á doenca, colaboraco exclusiva e própria do seucaráter internacional.

Para um levantamento que o Centro realiza periódicamente, maisurma vez se enviaram a todos os países questionários solicitando infor-macoes que componham um quadro geral da situaaáo das enfermi-dades vesiculares nas Américas, desta feita até setembro de 1957.

Os países visitados durante o ano poderiam ser mencionados nestecapítulo. Antes de assumir as suas funcoes no Centro, o Diretor es-teve no Canadá e nos Estados Unidos da América. Em companhia doChefe de Laboratórios, visitou depois a Argentina, o Chile, o Para-guai e o Uruguai. Também estéve na Colombia, no Equador, no Pa-namá, no Peru e na Venezuela, acompanhado do Chefe dos Servicosde Campo. Além dessas visitas, o Chefe de Laboratórios e o Chefedos Servicos de Campo estiveram: no Uruguai, o primeiro, e na Bo-liívia, na Colombia, no Peru e na Venezuela, o segundo.

Diagnóstico de Laboratório

Em comparacao com o exercício anterior, recebeu-se uma quanti-dade maior de amostras para exame e o número dos países que re-correram a ésse servico do Centro aumentou. Contra 395, 265 e 195amostras recebidas nos trés anos precedentes, 521 espécimes foramexaminados em 1957, a maior parte dos quais proveniente de diversasregi6es do Brasil, permanecendo mais ou menos estabilizadas as re-messas de fora. O quadro em anexo apresenta os resultados dos exa-mes feitos.

O serviço de diagnóstico do Centro é de suma importancia para ospaíses onde, ausente a febre aftosa, grassa no entanto a estomatite ve-sicular, enferimidade clinicamente semelhante. O perigo de que a in-fecco possa propagar-se ao gado torna desaconselhável que o diagnós-tico diferencial seja realizado nos próprios países livres da enfermidade.Contribuicáo, portanto, valiosa para essas nacoes, examinaram-se noCentro amostras vindas da Guatemala, da Nicarágua e do Panamá, as

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quais deram com:io resultado, na sua totalidade, o diagnóstico de esto-matite vesicular tipo New Jersey.

Incentivam-se os países infectados pela aftosa a manter serviçosde diagnóstico eficientes. Alé1n de requerer grande especializaçao, ofabrico de soro hiper-imune para a prova de fixa(ao do complementoconstitui um processo dispendioso. O Centro temr sido uma fonte des-se material, que se forneceu, bern como amostras de vírus, a seis labo-ratórios, durante o exercício.

Resultados dos Exames de Materiais Recebidos Para Diagnóstico eTipificacao Dutrante 1957

Positivo para Positivo parafebre aftosa estomatite vesicular

Nega-Países Tipos Tipos tivo Total

O A C Misto New IndianaJersey

Bolívia . ...... ........ 1 1 2Brasil . ...... ........ 172 132 88 55* 42 489Colómbia .................... .. 7 4 4 15Equador ....................... 2 1 3Guatemala ..................... 3 3Nicarágua ...................... 1 1 2Panamá....................... 2 2Paraguai ...................... 1 1Uruguai ....................... 2 1 1 4

TOTAL ................... 181 138 89 55 8 50 521

*44 O. 3 OC, 8 AC.

Pesquisas e Investigacoes Científicas

De acórdo com a praxe normalmhnente adotada na descriSao de tra-balhos de pesquisa, a qual o Centro sempre observou nos seus rela-tórios, breve ou nenhuma referencia se fará aqui aos resultados ne-gativos, embora seja grande a sua influencia sobre os planos que setracam nesse setor de atividades. Também se dará conta- bastante su-cinta do grande número de trabalhos de laboratório, provas e animaisque a pesquisa via de regra requer, deixando-se ás publicacoes técni-cas para as quais o Centro contribuiu a apresentacao minuciosa dosestudos feitos e resultados conseguidos.

Técnicas de diagnose

Preparafao de só-ro hiper-imune para provas sorológicas: Estudou--se o efeito da inclusáo de saponina (British Drug Houses, Ltd.) nasinoculaoóes de vírus usadas para infectar cobaias, e subseqientementehiper-imunizá-las, na preparacao de sóros de tipo específico. O em-prego de concentraoóes de 0,125% e 0,25% de saponina náo produziucomo resultado sóros com unm título de anticorpos mais elevado queos do vírus usado sem ésse aditivo.

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Provas de difusúo er dágar: No estudo de certos virus, inclusive osda aftosa e da estomatite vesicular, usaram-se recentemente reacoes deprecipitina em gel. O Centro vem investigando a possibilidade de seadaptar ésse tipo de prova ao uso no campo, para o diagnóstico di-ferencial entre aqtuelas duas enfermidades e para a determinafcao dostipos imunológicos clas amostras de virus em questáo. Os estudos feitostem confirmado relatórios publicados por outros pesquisadores, sendoevidente a possibilidade de se realizar essa prova em condicoes mate-riais muito mais primitivas que as necessárias á execucao da provahabitual de fixacao do complemento, assiin como usando-se menosequipamento especializado.

Os profissionais que frequentaram o Nono Curso de Adestramentoem Febre Aftosa adquiriram prática na técnica da prova de difusáoem ágar.

Passagem do vi'rus da aftosa ern coelhos

Relatórios anuais anteriores tém mencionado o trabalho que o Cen-tro vem realizando no que diz respeito á passagem do virus da aftosaem coelhos, registrando-se as modificacoes que assim se produzem napatogenicidadcle do virus para o gado bovino. Uma amostra de cada umdos tipos O, A e C do virus da aftosa foi adaptada a coelhos jovens,co 1ipletando-se os totais de 138, 43 e 40 passagens em série, respecti-vamente, nos trés referidos tipos.

Utilizaram-se, de início, coelhos de 1 a 2 dias de idade, tendo si-do infrutífera a tentativa, repetida em diferentes ocasioes, de passara infeccao a coelhos bem mais velhos. Todavia, verificou-se que atra-vés do aumento gradual da idade dos coelhos selecionados acaba sendopossível transmitir-se a infeccao a coelhos de 1 a 2 meses. Vale citar,como exemplo, que a amostra de vírus do tipo O infectou, na 2 .a passa-gem, coelhos de 2 dias, poréin nao de 4; na 65. a passagem, coelhosde 15 dias, porém náo de 32; na 74.a passagem, coelhos de 18 dias,porém nao de 31; na 95.a passagem, coelhos de 24 dias; na 99.a pas-sagem, coelhos de 28 dias; na 10 4.a passagem, coelhos de 30 dias; na108.a passagem, coelhos de 40 dias; e na 112.a e subseqientes passagens,coelhos de 51 dias.

Inoculado em bovinos no decurso das referidas passagens, o virusassini adaptado mostrou que essa adaptacao a coelhos vem acompa-nhada de uma queda progressiva da sua patogenicidade para o gado.Há muito que é reconhecida a possibilidade de se empregarem conmovacinas de virus vivos amostras de vírus modificadas dessa maneira; otrecho que se segue registra o progresso alcancado nesse sentido.

O emprego do virus adaptado a coelhoscorno vacina de virus vivos modificados

Experiencias de campo: O Relatório de 1956 informa que estavamsendo iniciadas provas de campo com essa vacina, em pequena escala.Completou-se durante o exercício de 1957 a vacinacao tle 150 bovinos,

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em quatro fazendas distintas. Cada rés recebeu uma dose de vacinade vírus vivos modificados do tipo O, além de ser protegida tambéincontra os vírus dos tipos A e C, por meio da vacina Schmidt-Wald-mann de vírus inativados, ora em uso, devido á existencia cla enfer-midade nas redondezas. Para que se pudesse avaliar a formaçáo deanticorpos provocados pela vacinacao, coletarani-se amostras de sangueantes e, a intervalos, depois da inoculacao. Subrmeteu-se o s6ro dessasamostras á prova de proteao de sBro, em camondongos, á procura deanticorpos do tipo O. Embora a formacao de um nivel significativode anticorpos náo fósse constante em todos os grupos, verificou-se queo sóro de determinado número de reses continha, seis a oito meses apósa vacinacao, um título satisfatoriamente elevado. Cinco meses após avacinaco, verificou-se numa das fazendas um surto de aftosa, ficandoentretanto comprovado tratar-se de vírus do tipo A, imunologicamentedistinto do que se empregara na vacina de vírus adaptado em coelhos ;(tipo O), cuja eficácia nao foi assim contestada pela ocorrencia.i t

Experiencias controladas: Duas experiencias controladas, feitas embovinos e utilizando umra vacina de vírus da amostra do tipo O adap-tado em coelhos, foram concluídas durante o exercício de 1957. Osresultados désses estudos serao pormenorizados na literatura científica.Na fase atual, pode-se afirmar que a modificacao dessa amostra atin-giu um ponto em que urna patogenicidade baixa é acompanhada deurna imunogenicidade relativamente alta. Entretanto, as tentativas fei-tas no sentido de abaixar ainda mais o nivel de patogenicidade resulta-ram numa perda da capacidade imunizante. O trabalho está tendoprosseguimento, com o firn de se fixar o número ótimo de passagens.

Adaptaçao do virus da aftosaa camondongos adultos

O trabalho anteriormente realizado com urna amostra de vírus dotipo O mostrou ser possível adaptar ésse vírus a camondongos adultosnovos (11-13 gr. de péso, 40-50 dias de vida), desde que essas passa-gens se realizem depois de tratados os camondongos com doses de 5 mgr.de acetato de cortisona. Verificou-se ainda que uma amostra do tipo Cpode infectá-los sem o auxilio do referido produto.

O trabalho em questao teve prosseguimento com urna amostra devírus do tipo A, durante o exercício de 1957. Fizeram-se tentativas nosentido de suprimir-se o emprego da cortisona, porém até mesmo na 52. a

passagem os camondongos deixados sem ésse tratamento se mostravamnsempre menos suscetíveis que os demais. A dose de cortisona passoua ser gradualmente diminuída, no prosseguimento das passagens: 2 mi-ligramas em lugar dos 5 miligramas inicialmente empregados foramutilizados após a 5 2 .a passagem, mantendo-se essa dose até á 62 .a; da

63 .a a 70 .a, empregou-se a dose de 1 miligrama; e a partir désse pontofoi possível infectar, com exito, sem o auxilio da cortisona, camon-dongos adultos novos.

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Ésse trabalho de adaptacao constitui, evidentemente, a base dosmuitos outros estudos que serao ou poderao vir a ser realizados noCentro conforme mencao feita em relatórios anteriores, noutras secócsdo presente e em trabalhos técnicos publicados pelo Centro.

Passagem do viruzs da aftosaern pintos de um dia

O trabalho em epígrafe foi realizado pelo Dr. Rafael Fuentes Ma-rins, da Venezuela, durante o seu estágio como bolsista do Centro.

Uma amostra de vírus de origem bovina do tipo A foi adaptada,com éxito, a pintos de um dia de vida. Por meio de inoculacoes intra-musculares de suspensoes de moela, um total de 23 passagens foi conse-guido. Do tecido muscular daquele órgáo, recuperou-se, normalmente,virus de título elevado para camondongos lactentes.

Adaptaçdo do virus da aftosa a pintos recém-nascidos: inoculaçao na sola do péda ave.

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O Centro cleu prosseguimento ao trabalho corn utra amostra devirus do tipo O que já havia sido passada 44 vezes em pintos de um dia,no Instituto de Investiga6oes Veterinárias de Maracay, Venezuela.

A patogenicidacle das cluas amostras foi submetida a prova numaexperiéncia-pilóto leita conl Lin grupo de quatro reses para cada urna.Na 13.a passagein em pintos, a amostra de vírus do tipo A nao revelavasinais de perda dce patogenicidade, sendo que a amostra de virus dclotipo O na 45.a passagem havia perdido alguma patogenicidade, comoficou dlemonstrado pelo aparecinmento cle lesoes prirnárias - nenhumasecundária, poréni - na língua dle bovinos inoculados.

Espera-se que o Dr. Fuentes possa continuar esse trabalho, emseu país.

Infecça:o urista de aftosa em bovinos

O Relatório de 1956 registra o iniício de um estudo sóbre a pos-sibilidadle de produzir-se, experimentalmente, em bovinos, inifecçaomista de aftosa, através cda inoculaaáo de uma mistura de tipos devírusis.

Esse trabalho [oi concluido durante o exercício de 1957. Infecóoe,cíe tipo específico resultaram cia inoculacao simultanea de vírus dostipos imunológicos 0, A e C na língua de bovinos, localizadas nosdiversos pontos onde se fizerain as inoculaoóes. De cada seis animais,porémi, cinco apresentaram, no decurso da enfermidade, infecçao pro-duzicla, aparentemente, apenas pelo vírus do tipo C, excluídos os doisoutros; em apenas uma rés, de cada seis, foramn isolados, das mesmaslesóes secundárias, vírus dos tipos O e A.

Culturas de virus aftoso

Umn dos objetivos principais da passagem, que teve prossegiimentoem 1957, de amostras dos tipos O, A e C é a procura de uma amostra decada tipo que possa ser adaptada ao desenvolvimento de unia vacinaproduzida pelo método de cultura que emprega a técnica Frenkel.Dos tipos O e A, conseguiramr-se amostras bern adaptadas para es.e fim.

De- colaboraaáo comn o Instituto de Biologia Animal do Ministé-rio da Agricultura do Brasil, preparou-se certa quantidade de vacinaSchmidt-Waldmann comr a amostra de vírus do tipo A cultivada no Cen-tro. Essa vacina foi experimentada em gado bovino, e, para a quanti-dade de virus emppregada na sua confeccao, produziu umn grau de pro-teç5o satisfatório. A experiencia demonstrou que essa amostra de víruscultivado pode ser usada na produaáo de uma vacina de antigenoci-dade adequada.

A técnica de Frenkel tern por base a multiplicaaáo do vírus emcélulas sobreviventes de pedacos de epitélio de língua, recolhidos, apósa mnorte da res, num matadouro local. Embora o desenvolvimento ea aplicaçao dessa técnica tenham constituido um grande progresso daspesquisas sobre a aftosa, os conhecimentos que hoje se tem dos vírus

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e cla cultura de teciclos sao de molde a sugerir a possibilidade de sefazereni agora consideráveis melhoramentos.

Juntando-se a vários outros institutos que se ocupam de pesqui-sas sobre a aftosa, o Centro comecou a trabalhar nesse campo. Pro-cessa-se o cultivo de camadas únicas de células suscetíveis provenientesde vários tecidos sadios de bovinos. Essas camadas únicas de célulasvivas sao em seguida infectadas com vírus. Resultados mais regularese melhores que os da suspensao de fragmentos de tecidos nos quaismuitas células se acham mortas podemr ser esperados desse processo.

Culturas de tecidos

Cada vez mais, nos últimos anos, a virologia vetm empregando,em muitos campos da sua especialidade, as técnicas de cultura de te-cidos. Essas culturas sao agora regularmente utilizadas para a titu-

Cultivo de virus da aftosa em tecido, para fins experimentais: raspagem do epitéliode uma lingua de boi.

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lacao de vírus, para a realizaqao (le provas de sóro-neutralizacao, paraa produgao de virus destinados ao fabrico de vacinas e como um re-curso da pesquisa fundamental. As técnicas que se aplicam ao seu pro-grama de pesquisas, o Centro devotou, durante o exercício de 1957,constante atengao. Até agora, o emprego de tecidos estéve limitado icultura de camadas únicas de epitélio de língua e rim de boi, materialque pode ser infectado pelo vírus da aftosa. Os métodos empregadosforam demonstrados durante o Nono Curso de Adestramento em Fe-bre Aftosa.

Visitas a outros centros de estudossóbre a aftosa

Além de instituicoes sul-americanas que se dedicam ao estudo dosproblemas da aftosa, visitaranm-se durante o exercício de 1957 estabele-cimentos congéneres de países de outras regi6es. Em janeiro, o Diretorestéve nos "Plum Island Animal Disease Laboratories" do Departamen-to de Agricultura dos Estados Unidos da América. Em outubro e no-vembro, o Chefe de Laboratórios visitou centros de pesquisa euro-peus, entre os quais se mencionam os seguintes: Instituto Nacional dePesquisa Veterinária, Lindholmn, Dinamarca; Instituto Nacional de So-rologia e Instituto Nacional de Sorologia Veterinária, Copenhague, Di-namarca; Instituto Nacional de Pesquisa Veterinária, Amsterdao, Ho-landa; Laboratório Nacional de Diagnose e Pesquisa Veterinárias,Uccle-Bruxelas, Bélgica; Instituto de Pesquisas (Enfermidades dos Ani-mais, por Vírus), Pirbright, Inglaterra; Laboratório Veterinário do MIi-nistério da Agricultura, Weybridge, Inglaterra; Instituto Nacional dePesquisas Médicas, Londres, Inglaterra; Escola Veterinária da Univer-sidade de Cambridge, Inglaterra; Laboratório Central de Pesquisa Ve-terinária, Alfort, Franca; Instituto Pasteur, Paris, Franca; EscritórioInternacional de Epizootias, Paris, Franca; Instituto Francés de Aftosa,Lion, Franca; Instituto Bacteriológico de Tours, Franca; Instituto Fe-deral de Vacina, Basiléia, Suíia; Instituto Federal de Pesquisas sóbleEnfermidades dos Animais Causadas por Virus, Tübingen, Alemanha;Instituto Lombardo de Profilaxia das Enfermidades dos Animais, Bres-cia, Itália; e Instituto do Lazio de Doencas dos Animais, Capannelle,Itália.

Trabalhos apresentados

(1) El uso de los ratones lactantes en la evaluación de los anticuer-pos contra el virus de la fiebre aftosa y su significación inmu-nológica, de autoria do Dr. Raymundo G. Cunha. Apresen-tado no Congresso Nacional de Veterinária, Montevidéu, Uru-guai.

(2) Progressos recentes nas pesquisas de febre aftosa e o trabalhodo Centro Panamericano de Febre Aftosa, de autoria do Dr.W. M. Henderson. VII Congresso Brasileiro de Veterinária,Recife, Brasil.

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(3) A cultura do virus da febre aftosa pela técnica Frenkel, de au-toria do Dr. I. Abreu Martins. VII Congresso Brasileiro deVeterinária, Recife, Brasil.

(4) Experimental mixed infection of cattle with foot-and-mouthdisease viruses, de autoria dos Drs. Raymundo G. Cunha, IvoTorturella, Janos L. Saile e Ubiratan M. Serráo. "AmericanJournal of Veterinary Research", vol. XIX, 78-83.

(5) El uso de los ratones lactantes en la evaluación de los anticuer-pos contra el virus de la fiebre aftosa y su significación inmu-nológica, de autoria dos Drs. Raymundo G. Cunha, J. A.Baptista Junior, Ubiratan M. Serrao e Ivo Torturella. "Ga-ceta Veterinária", vol. XIX, 243-267.

IV. RELACoES INTERNACIONAIS

Governos Membros

As numerosas solicitacbes de assisténcia e as visitas feitas aos di-versos paises demonstraram que as relacoes do Centro com os governosnacionais e os seus servicos de profilaxia da aftosa se mantiveram enmexcelente niível. Uma das principais funçóes do Centro é proporcio-nar assisténcia técnica aos países-membros e auxiliá-los na programa-co de campanhas contra a aftosa. As requisicoes dos diferentes paíscsassumenm formas grandemente variadas, mas está sobejamente prova.do que o Centro pode prestar, em cada caso, gracas a experiencia acu-mulada pelo seu competente pessoal de campo e de pesquisas, urnacolaboracao de valor. O número relativamente reduzido desse pessoale as grandes distancias que devem ser cobertas para se fazer chegaraos interessados a assistencia solicitada é que limitam, mais que quaisquer outros fatores, essa colaboracao. As magníficas relacoes manti-das corn as reparticóes governamentais de qualquer modo ligadas aoCentro continuaram representando um dos grandes incentivos que be-neficiam e facilitam a conducao do projeto.

Órgaos Internacionais

Igualmente boa foi a colaboraco mnantida coin os consultores desanidade animal da Organizacao de Alimento e Agricultura, das NaçoesUnidas (FAO). Durante o exercício de 1957, o Consultor de Veterináriada FAO no Paraguai passou algum tempo no Centro, tendo sido entaoiniciado, naquele país, com a sua assisténcia, um programa destinadoa coletar material de surtos de aftosa ali ocorridos. Um dos consultoresde veterinária da FAO no Brasil tambérm visitou o Centro, estabele-cendo-se com ésse técnico um contacto, que vem sendo mantido, sobrea situacao da aftosa no Nordeste do Brasil, regiao onde o mesmo de-senvolve as suas atividades.

Com o "Organismo Internacional Regional de Sanidad Agrope-cuaria" (OIRSA), que serve ao México, t América Central e ao Pa-namá, faz-se tum intercámnbio permanente de informacóes.

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Estabeleceranm-se relacoes com grupos da Administracao de Coope-racao Internacional (ICA) em atividade no Brasil, no Paraguai, noEquador, na Colónbia e na Bolívia. P, provável que o Centro possavir a coordenar trabalhos especiais em alguns désses países, contribuin-do a ICA corn algumna assistencia ao programa de profilaxia da aftosa.

Foram mantidas as relacóes corn outros órgaos que funcionain,principalmente, fora do Hemisfério, tais comno, por exemplo, o Escri-tório Internacional de Epizootias, de Paris, e o Escritório Inter-Afri-cano de Enfermidades Epizoóticas, de Quenia.

V. CONCLUSoES

O exercício de 1957 constituiu outro ano de éxitos-para o Centro.Algumas ampliacoes foram feitas e alguns trabalhos novos tiveraminício, mas por outro lado determinados servicos sofreram reducoes ea inteira capacidade de crescimento do Centro nao póde ser comple-tamente aproveitada devido a limitacoes de ordenm material e finan-ceira.

Na luta contra a febre aftosa, chegou agora a época de se intro-duzirem novos métodos e novas idéias. Ante os resultados dos traba-lhos de pesquisa levados a efeito no Centro e em outras instituicóesque se ocupam do problema, é óbvia a possibilidade de que tais idéiase métodos novos se oferecam á aplicacao prática, nesse campo. Casose materializem as grandes esperancas depositadas no emprégo de umavacina de vírus vivos modificados, os programas de mero controle dadoenca deverao ser transformados em programas de erradicacao com-pleta. Dir-se-á nao haver dúvida de que os próximos dois ou trés anostrarao modificacoes radicais nos métodos de controle, prevencao e er-radicaçao da febre aftosa. O Centro encontra-se preparado e capaci-tado para assumir a dianteira désse progresso dentro do HemisférioOcidental, tao logo se inicie a nova e importante fase da profilaxiadessa doenca.

Anexo N. ° 1

Pessoal internacional durante 1957

Dr. Iris Abreu Martins Brasil VirologistaDr. Raymundo G. Cunha Brasil Chefe de LaboratóriosDr. Peter R. Ellis Inglaterra Chefe dos Servicos de CampoDr. Karl E. Federer Alemanha SorologistaDr. William MacGregor Henderson Inglaterra DiretorDr. Miguel A. Norambuena Chile VirologistaDr. Miguel Ordoñez B. * -Colombia Encarregado do AdestramentoDr. Janos Ladislao Saile Hungria Sorologista AuxiliarSr. Ted Tenorio ** Estados Unidos AdministradorSr. Georg von Buch Alemanha Administrador

* Demitiu-se em 31 de marco. '* Demitiu-se cm 28 de fevereiro.*** Nomeado em 20 de janeiro.

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Anexo N.° 2

Nono Curso de Adestramento em Febre Aftosa

21 de outubro - 13 de dezembro de 1957

Rio de Janeiro, Brasil

Programa dos Trabalhos

Primeira Semana:

Outubro, 21

Visita ao Escritório de Zona: assuntos administrativos e financeiros.Visita ao Ministério da Agricultura.

Outubro, 22

Cerimónia de instalacao, visita ás dependencias do Centro, distri-buicao de equipamento.Introducao ás doencas vesiculares: aftosa.

Outubro, 23

Introducao ás doencas vesiculares: estomatite vesicular e exante-ma vesicular.Demonstracao de criacio de animais de laboratório e do modo decuidar dos mesmos.

Outubro, 24

Discussao: situacao das enfermidades vesiculares no mundo.Filmes educativos e revisáo, pelos estudantes, das condices pre-valentes em seus países.

Outubro, 25

Revisáo a cargo dos estudantes (continuaco).Discussao das técnicas atuais de profilaxia da aftosa.

Segunda Semana:

Outubro, 28

Os últimos progressos da virologia, dando-se especial atencao asenfermidades vesiculares.

Coleta e isolamento de vírus de amostras procedentes do campo;inoculacao de animais de laboratório.

Outubro, 29

Producao de soro hiper-imune para provas de laboratório.

21

Outubro, 30

Introducao á prova de fixacáo do complemento.Exame de anirnais de laboratório; coleta de vírus.

Outubro, 31

Prodtácao e preparacao de outros reagentes para a prova de fixa-cao do complemento.Demonstracao prática.

Novembro, 1

Titulacao do complemento.Titulacao da hemolisina.

Terceira Semana:

Novembro, 4

Prova de fixacao do complemento.

Novembro, 5

Prova de fixacao do complemento.

Novembro, 6

Prova de fixaco do complemento.

Novembro, 7

Prova de fixacao do complemento.

Novembro, 8

Introducao aos métodos de difusao em ágar e de cultura de tecido.Demonstracao da técnica de difusao em ágar.

Quarta Semana:

Novembro, 11

Preparaco de placas de ágar.Princípios da titulacao de virus.

Novembro, 12

Prova de difusao em ágar.Titulaaáo do vírus em cultura de tecido.

Novembro, 13

Preparacao de tecido para cultura.Prova de difusao em ágar (continuaco).

22

Novembro, 14

Cultura de tecido.Prova de difusáo em ágar (continuaco).

Novembro, 15

Viagem a Sao Paulo (Feriado nacional).

Quinta Semana:

Novembro, 18

Sao Paulo: visitas ao Instituto Biológico e ao Instituto AdolfoLutz.

Novembro, 19

Titulacao do virus em camondongos e cobaias.Titulacao em cultura de tecido.Introducao ás provas de s6ro-protecao e sóro-neutralizacao.

Novembro, 20

Provas de s6ro-neutralizacao em camondongos.Provas de sóro-neutralizaçao em cultura de tecido.

Novembro, 21

Provas de sóro.Prova de fixafao do complemento.

Novembro, 22

Exame de animais em provas de sóro.Cálculo dos resultados da titulacao.

Sexta Semana:

Novembro, 25

Coleta de epitélio no matadouro de Nilópolis.Discussao dos métodos atuais de producao de vacina.

Novembro, 26

Titulaaáo de vírus em gado bovino e estudo de vírus modificados.Introducao á técnica de Frenkel.

Novembro, 27

Exame de gado bovino inoculado.Cultura de vírus pelo método de.Frenkel.

23'

Novembro, 28

Exame de bovinos inoculados.Cultura de vírus.

Novembro, 29

Coleta de vírus em cultura.Titulaaáo de vírus de cultura em camondongos.

Sétima Semana:

Dezembro, 2

Preparacao de vacina.

Dezembro, 3

Provas de esterilidade, inocuidade e potencia, para vacinas.

Dezembro, 4

Visita ao Instituto de Biologia Animal (Km. 47, Estado do Riode Janeiro).

Dezembro, 5

Passagem do virus da aftosa em camondongos, coelhos, ovos epintos.

Dezembro, 6

Revisáo das possibilidades da vacina de vírus vivos modificadoscontra a aftosa.

Oitava Semana:

Dezembro, 9

Repetigao da prova de fixaco do complemento.

Dezembro, 10

Repeticao da prova de difusao em ágar.

Dezembro, 11

Revisao dos estudos anteriores.

Dezemnbro, 12

Discussáo geral do curso e planejamento da profilaxia da aftosa,no futuro.

Dezembro, 13

Cerimónia de encerramento.

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Anexo N.O 3

Nono Curso de Adestramento em Febre Aftosa21 de outubro - 13 de dezembro de 1957

Rio de Janeiro, Brasil

Nome e enderéeo dos participantes

EQUADOR:

Dr. Reynaldo José BoabaidInspetoria Regional de Defesa

Sanitária AnimalAv. do Contórno, 8.159Belo Horizonte, Minas Gerais

Dr. Jayme de OliveiraInspetoria Regional de Defesa

Sanitária AnimalSalvador, Bahia

Dr. Washington SugayInspetoria Regional de Defesa

Sanitária AnimalCaixa Postal 312Barretos, Sao Paulo

CHILE:

Dr. Aldo Gaggero Capellaro

Instituto BacteriológicoCasilla 48

Santiago

Dr. Ruben Dueñas IbarraInstituto de Investigaciones Ve-

terinariasCalle La Gasca y Cuarta trans-

versalQuito

Dr. Victor Hugo Moscoso SilvaInstituto de Investigaciones Ve-

terinarias del LitoralGuayaquil

PERU:

Dr. Daniel Gómez UrquizoInstituto Nacional AntiaftosoCasilla 77Barranco, Lima

OuTROS:

(nas duas primeiras semanas)Dr. Henry J. KeaneConsultor de Veterinária da Zo-

na IV, P.A.S.B.Dr. Donald F. DamudeConsultor de Veterinária da Zo-

na V, P.A.S.B.

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BRASIL:

Anexo N. ° 4

Detentores de bolsas de longa durajao

Agósto de 1956 - Julho de 1957

Dr. Ruy Brandao CaldasRua Dr. Celestino, 182Niterói, Rio de JaneiroBrasil

Agósto de 1956 - Setembro de 1957

Dr. Rafael Fuentes MarinsDivisión de Investigaciones Ve-

terinariasApartado 70Maracay, Estado de AraguaVenezuela

Outubro de 1957

Dr. Julio Monteagudo SalasInstituto Nacional AntiaftosoCasilla 77Barranco, LimaPeru