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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ANNA CAROLINE UMBELINO
O PAPEL DO CAPITAL INTELECTUAL PARA O SUCESSO DE NOVOS
EMPREENDIMENTOS
TIJUCAS 2013
ANNA CAROLINE UMBELINO
O PAPEL DO CAPITAL INTELECTUAL PARA O SUCESSO DE NOVOS
EMPREENDIMENTOS
Trabalho de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientador: Prof.ª Antônia Egídia de Souza, Dra.
TIJUCAS 2013
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho à minha professora Doutora Orientadora Antônia Egídia
de Souza, em forma de agradecimento por todo conhecimento repassado e
oportunidade inigualável de crescimento profissional.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, nesse momento, a Deus, que me permitiu terminar a graduação e
esse trabalho com sensatez e foco.
Aos meus pais, Valmor e Gilvânia, que por luta incansável de amor, me
proporcionaram uma base sólida para meu crescimento profissional e pessoal.
Ao meu avô paterno (in memória) e minhas avós materna e paterna, que
ajudaram meus pais em momentos difíceis e que compartilharam momentos
importantes em minha existência.
Aos meus irmãos, Thaís Regina e Arthur, que tanto amo.
Ao meu companheiro Rafael Francisco da Rosa, que compartilha comigo, de
forma compreensiva e carinhosa, sonhos, planos e conquistas.
Aos meus amigos Jucilene Serpa e Marcelo Letti pelos ensinamentos,
oportunidades de experiência para meu crescimento pessoal e profissional e por
toda a confiança depositada.
Aos meus professores, que contribuíram para minha formação acadêmica.
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário Anna Caroline b) Área de estágio Administração Geral c) Orientador de conteúdo Prof.ª Antônia Egídia de Souza, Dra. d) Supervisor de campo Profª. Marisa Pigatto e) Responsável pelo Estágio Profª. Marisa Pigatto
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão social ACI b) Endereço Rua Pará, n. 315 Bairro universitário – Tijucas c) Setor de desenvolvimento do estágio Administração Geral d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Profª. Marisa Pigatto, Coordenadora do Curso de Administração f) Carimbo e visto da empresa
RESUMO
O empreendedorismo surge dentre os diversos meios sociais, seja pela necessidade de independência de renda ou pela oportunidade de atuar no ramo de realização profissional e pessoal. Em meio esse contexto, estudos demonstram o surgimento de novas empresas com caráter inovador, entretanto esses mesmos estudos apontam uma “taxa de mortalidade” preocupante, pois esses empreendimentos que possuem mais de três meses e menos que 42 meses (3 anos), ou seja, os novos empreendedores não estão conseguindo superar as dificuldades impostas pelo meio externo. Nesse sentido, esse trabalho buscou analisar, na visão dos gestores, se o capital intelectual influencia no sucesso de empreendimentos recém-criados. Para conduzir o trabalho utilizou-se como tipologia a pesquisa diagnóstico. A abordagem utilizada foi a quantitativa. Para coletar dados primários adotou-se como estratégia a técnica de survey, ou seja, pesquisa de campo com aplicação de questionário. O questionário foi enviado para 35 novos empreendedores, entretanto somente 28 aceitaram participar da pesquisa. Os resultados desse trabalho possibilitaram a identificação de como os gestores tratam seus ativos intangíveis, ou melhor, o capital intelectual, como ferramenta para uma gestão mais competitiva, e que esta como um patrimônio da organização influência sim no sucesso dos novos empreendimentos. Foi possível identificar também que os novos empreendedores, apesar de terem o capital intelectual como importante, nunca (no tempo de existência) pensaram em aplicar ferramentas para avaliar os ativos intangíveis, alguns pensaram em aplicar, mas não o fizeram. Outro resultado alcançado foi a verificação de como os gestores estão pensando sobre seu capital intelectual. Foi possível identificar que a forma de pensar e de administrar esses ativos intangíveis não mudou, ou seja, os empreendedores que possuem empresas com até um três anos, tiveram, em sua maioria, respostas parecidas (se não igual) aos empreendedores que possuem até um ano de existência.
Palavras-chave: Empreendedorismo; Capital intelectual; Empresas nascentes.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Diferença entre dados, informação e conhecimento ................................... 20
Quadro 2. Comparativo entre competência e habilidade .............................................. 32
Quadro 3. Comparação dos modelos de avaliação do capital intelectual ................... 43
Quadro 4. Comparação das dimensões do capital intelectual com a prática
organizacional.................................................................................................................... 76
LISTA TABELAS
Tabela 1. Classificação de empresas em relação aos seus anos de existência ........ 51
Tabela 2. Classificação de empresas em relação à natureza do empreendimento ... 52
Tabela 3. Classificação de empresas em relação ao tamanho do empreendimento. 54
Tabela 4. Influência do Capital humano no novo empreendimento ............................. 55
Tabela 5. Investimento no capital humano e impacto de sua evasão. ........................ 56
Tabela 6. Influência do Capital Estrutural no sucesso do novo empreendimento...... 58
Tabela 7. Influência do Capital Relacional no sucesso do novo empreendimento. ... 60
Tabela 8. Relação e importância das dimensões do capital intelectual. ..................... 62
Tabela 9. Relação satisfação do cliente e as dimensões do capital intelectual ......... 64
Tabela 10. Qual dimensão do capital intelectual os novos empreendedores mais
investem ............................................................................................................................. 65
Tabela 11. Qual dimensão do capital intelectual os novos empreendedores mais
investem ............................................................................................................................. 67
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Pocesso de conversão do conhecimento ....................................................... 21
Figura 2. Estrutura de valor de mercado de uma empresa .......................................... 25
Figura 3. Estrutura do Capital Intelectual ....................................................................... 26
Figura 4. Árvore de Edvinsson – O valor oculto das empresas ................................... 27
Figura 5. Três dimensões do Capital Intelectual. ........................................................... 28
Figura 6. Somando e multiplicando para obter investimento de capital humano ....... 33
Figura 7. Navegar Skandia............................................................................................... 40
Figura 8. Navegador do Capital Intelectual .................................................................... 41
Figura 9. Monitor de Ativos Intangíveis ........................................................................... 43
Figura 10. Cruzamento de dados – Capital Humano .................................................... 70
Figura 11. Cruzamento de dados - Capital Estrutural ................................................... 72
Figura 12. Cruzamento de dados – Capital Relacional ................................................. 74
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Anos de Existência do novo empreendimento ............................................. 51
Gráfico 2. Natureza dos novos empreendimentos ........................................................ 53
Gráfico 3. Tamanho dos novos empreendimentos ........................................................ 54
Gráfico 4. O capital humano e sua influência no sucesso dos novos
empreendimentos.............................................................................................................. 56
Gráfico 5. Afastamento do capital humano e sua consequência no futuro do
empreendimento ............................................................................................................... 57
Gráfico 6. Influência do capital estrutural no sucesso dos novos empreendimentos. 59
Gráfico 7. Influência do capital relacional no sucesso dos novos empreendimentos 61
Gráfico 8. Relação entre as dimensões do capital intelectual ...................................... 63
Gráfico 9. Satisfação do cliente e sua relação com o capital intelectual ..................... 64
Gráfico 10. Dimensões do capital intelectual que os novos empreendedores mais
investem ............................................................................................................................. 66
Gráfico 11. Aplicação de ferramentas de avaliação do capital intelectual .................. 67
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. 8
LISTA DE QUADROS ........................................................................................................ 9
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ 11
LISTA DE GRÁFICOS ..................................................................................................... 12
SUMÁRIO .......................................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 15
1.1 Objetivo geral ............................................................................................. 16
1.2 Objetivos específicos ................................................................................ 16
1.3 Justificativa................................................................................................. 16
2 REVISÃO TEÓRICA.................................................................................................. 18
2.1 Gestão do conhecimento .............................................................................. 18
2.2 Capital intelectual .......................................................................................... 22
2.2.1 Três dimensões do capital intelectual ........................................................... 28
2.2.1.1 Capital humano ............................................................................................. 29
2.2.1.2 Capital estrutural ........................................................................................... 33
2.2.1.3 Capital relacional ........................................................................................... 37
2.3 Modelos De Avaliação Do Capital Intelectual ..................................................... 39
2.3.1 Modelo de Edvinssion – Skandia .................................................................. 39
2.3.2 Modelo de Stewart - Navegador de Capital Intelectual ................................. 41
2.3.3 Modelo de Sveiby - Monitor de Ativos Intangíveis ......................................... 42
3 MÉTODO .................................................................................................................... 45
3.1 Caracterização do Estudo ......................................................................... 45
3.2 Participantes Da Pesquisa ............................................................................ 47
3.3 Coleta De Dados ............................................................................................. 47
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ................................................................. 50
4.1 Resultado da Pesquisa .................................................................................. 50
4.1.1 Perfil das Empresas ...................................................................................... 51
4.1.2 Como as empresas avaliam o capital intelectual. ......................................... 54
4.1.2.1 A relação entre o Capital Humano e sucesso dos novos
empreendimentos ...................................................................................................... 55
4.1.2.2 A relação entre o Capital Estrutural e sucesso dos novos
empreendimentos ...................................................................................................... 58
4.1.2.3 A relação entre o Capital Relacional e sucesso dos novos
empreendimentos ...................................................................................................... 60
4.1.2.4 Outros fatores influenciadores e importantes para o sucesso dos novos
empreendimentos ...................................................................................................... 62
4.1.2.5 Cruzamento de dados com o uso do software Weka ................................ 69
4.1.2.6 Quadro comparativo entre o referencial teórico e os achados da pesquisa
em relação as dimensões do capital intelectual ..................................................... 75
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 77
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 79
APÊNDICE ........................................................................................................................ 85
15
1 INTRODUÇÃO
O campo do empreendedorismo é uma das áreas de pesquisa que teve o
maior crescimento nas últimas décadas (VESPER, 1996; GARTNER, 2001;
BUSENITZ et al, 2003). As principais razões para esse crescimento é o
reconhecimento de novos empreendimentos como um dos principais mecanismos
de geração de emprego e renda e do crescimento dos países (TIMMONS 1990;
AMIT et al, 1993). No entanto, embora pareça haver um acordo geral sobre a
importância dos novos empreendimentos para o crescimento econômico das regiões
e países, esse acordo não é tão forte quanto aos fatores que contribuem para o
sucesso ou fracasso dos novos empreendimentos.
A taxa de mortalidade alta das empresas recém-criadas indica que o estudo
desses fatores é uma questão importante e quanto maior a quantidade de
informações obtidas, mais ele vai favorecer o desenvolvimento das empresas no
primeiro ano de vida. Nos primeiros estágios do desenvolvimento de uma nova
empresa, a identificação e aquisição de recursos são de importância vital para
alcançar um bom desempenho ao longo prazo (KATZ; GARTNER, 1988; BRUSH;
GREENE, 1996; LICHTENSTEIN; BRUSH, 2001).
Assim, nas últimas décadas, a literatura de gestão estratégica tem enfatizado o
papel crucial de fatores intangíveis ou capital intelectual como determinantes da
competitividade das empresas (TEECE, 2000). Nessa linha, autores como
Lichtenstein e Brush (2001) argumentam que os ativos intangíveis são mais
importantes e críticos, do que os ativos tangíveis, nas primeiras fases do negócio.
Thornhill e Gellatly (2005) apontam que o investimento em ativos intangíveis está
associado a um registro histórico de crescimento.
Diante disso, um dos principais problemas de pesquisa sobre este tema é o
fato de que muitas empresas não reconhecem explicitamente seus ativos intangíveis
e assim não conseguem defini-los corretamente (ANDRIESSEN, 2004). Diante
disso, todos os argumentos acima levam a propor o seguinte problema de pesquisa:
Existe relação entre o capital intelectual e o sucesso das empresas recém-
criadas?
16
1.1 Objetivo geral
Analisar, na visão dos gestores, se o capital intelectual influencia o sucesso de
empreendimentos recém-criados.
1.2 Objetivos específicos
Descrever o peril dos empreendimentos pesquisados.
Identificar a relação entre o capital humano e o sucesso de
novos empreendimentos.
Conhecer a relação entre o capital estrutural e o sucesso de novo
empreendimentos.
Levantar a relação entre o capital relacional e o sucesso de novo
empreendimentos.
1.3 Justificativa
Esta pesquisa constitui um dos primeiros passos para uma melhor
compreensão da importância dos ativos intangíveis em empresas recém-criadas.
Busca-se levantar a relação entre ativos intangíveis e o sucesso dessas empresas,
pois quanto maior a quantidade de informações obtidas sobre esse tema, maior é a
possibilidade de se oferecer assistência às empresas nos seus primeiros anos de
vida e contribuir para sua sobrevivência.
Estudos revelam que muitas empresas não reconhecem, explicitamente, seus
ativos intangíveis e, assim não conseguem utilizá-los de forma adequada
(ANDRIESSEN, 2004). Nesse sentido, o estudo poderá contribuir para que gestores
e empreendedores conscientizem-se da importância desses ativos para a vantagem
competitiva dos negócios. Destaca-se, ainda que a constituição de um novo
empreendimento é um processo complexo que envolve a combinação de vários
ativos para iniciar a atividade e para iniciar as diferentes tarefas (GARTNER, 1985).
Nos primeiros estágios de desenvolvimento da empresa, o empresário ou a equipe
de empreendedores avalia os ativos e decidem quais são os mais importantes para
a empresa, com base em suas expectativas para o futuro da empresa. Se a
avaliação for realizada de forma eficaz pode levar à empresa a alcançar significativa
17
vantagem competitiva e até mesmo aumentar as suas chances de sobrevivência
(CHANDLER; HANKS, 1994; KATZ; GARTNER, 1988; HART et al, 1995;
EDELMAN et al, 2005) em seus primeiros anos. Nesse sentido, realizar estudos que
identifiquem quais ativos são mais relevantes para o sucesso de novos
empreendimentos tornam-se imprescindíveis.
Para tanto, esse trabalho se faz importante para os gestores que participara da
pesquisa, por proporcionar a estes conhecimento do assunto e reflexão de como
estão aprimorando e investindo nos seus bens intangíveis.
Importante para a academia, por aborda conceitos e um assunto importante
para outros acadêmicos e também pois poderá ser utilizado para consulta em
pesquisas e outros trabalhos futuros.
Relevante para a acadêmica, pois abriu novos horizontes em relação às áreas
de atuação e em relação ao tema, pois é muito pouco abordado em nossa grade
acadêmica.
18
2 REVISÃO TEÓRICA
Em tempos difíceis, após a Segunda Grande Guerra Mundial, o cenário
econômico, político e social ficou muito instável. Uma das grandes potências
mundiais estava fragilizada e com tamanha insegurança competitiva industrial. Para
tanto, começa a procurar certezas na área industrial e gerencial/administrativa por
meio do conhecimento. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), as empresas
japonesas começaram olhar para o futuro, para fora de “seu mundo”, podendo, por
consequência, prever as possíveis mudanças tecnológicas, no mercado, no produto
e na própria concorrência. Nessa época de incerteza é que as empresas foram
forçadas a buscar o conhecimento dos indivíduos fora da organização.
Nesse sentido, para Choo (2003), a organização do conhecimento obtém
conhecimento e informações que lhe colocam em vantagem, permitindo ainda agir
com inteligência, criatividade e estratégia em meio ao seu ambiente. Diante disso, as
empresas passam a buscar formas de gerenciar o conhecimento.
2.1 Gestão do conhecimento
Terra (2001), afirma que gestão do conhecimento é uma área emergente e
que é um esforço para fazer com que o conhecimento de uma organização esteja
disponível para quem necessite dela no momento necessário possibilitando assim,
que os processos sejam executados de forma eficiente e eficaz e que caminhem
com um único objetivo da organização.
Para Dalfovo (2004), a gestão do conhecimento busca captar o conhecimento
necessário para o desenvolvimento das práticas das organizações com o objetivo
que esse conhecimento seja unido e utilizado para expandir o capital intelectual da
organização, tornando assim, uma vantagem competitiva. “Gestão do conhecimento
é o processo pelo qual uma organização, de forma consciente e sistemática, coleta,
cria organiza, compartilha e quantifica seu acervo de competências para atingir
objetivos e vantagem competitiva” (SILVA 2005, p. 22).
19
Na visão de Laudon e Laudon (2007, p 322):
A gestão do conhecimento refere-se ao conjunto de processos desenvolvidos em uma organização para criar, armazenar, transferir e aplicar conhecimento. Aumenta a capacidade da organização de aprender com o seu ambiente e incorporar conhecimento a seus processos de negócios e a sua tomada de decisão.
Para tanto, conclui-se que a gestão do conhecimento busca organizar, gerir e
transmitir o conhecimento da organização, ou para a organização, através de seus
funcionários, fazendo com que estes aumentem a capacidade da organização em
gerir recursos para melhor alcançar o resultado planejado.
O que se faz importante para entender o que é gestão do conhecimento é
saber o que é conhecimento e quais as diferentes formas de conhecimento.
Nonaka e Takeuchi (2008) explicam que o conhecimento é criado pelos
indivíduos e estes criam o conhecimento organizacional, uma vez que uma
organização não pode por si só criar conhecimento, mas deve estimular as
atividades criadoras de conhecimentos para quem está inserida nela. A criação do
conhecimento organizacional deve ser entendida como um processo que
“organizacionalmente” amplia o conhecimento criado pelos indivíduos.
Para Davenport (2004), conhecimento é a informação no interior da mente do
indivíduo e que sem este consciente e perspicaz, não há conhecimento.
Silva Júnior (2010), afirma que conhecimento é a informação da mente
humana, inclui a reflexão, síntese e contexto e ainda é de difícil mensuração,
estruturação, de difícil captura em máquinas e difícil transferi-las.
Conhecimento é informação valiosa da mente humana e considerada mais
difícil gerenciar. Inclui reflexão, síntese e contexto. É de difícil estruturação, captura
em máquinas e transferência. Muitas vezes é um processo confuso e demorado
(DAVENPORT,1998).
Santiago Júnior (2004, p. 29):
Conhecimento é uma mistura fluida de experiências, valores, informações contextualizadas e insights. Ele possibilida a existência de uma estrutura que permite a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. O conhecimeno tem origem na cabeça das pessoas. Nas organizações ele está presente não apenas em documentos, mas também em rotinas, processos e práticas.
20
Cabe nesse ponto apresentar a diferença entre dado, informação e
conhecimento, para que seja possível reconhecê-los separadamente e também
identificar suas relações.
Para tanto, segue o Quadro 1 que permite visualizar essas diferenças na
visão de Davenport (1998, p.18):
Dados Informação Conhecimento
Simples observações sobre o estado do mundo
Dados dotados de relevância e propósito
Informação valiosa da mente humana
Facilmente estruturado Requer unidade de análise Inclui reflexão, síntese e
contexto
Facilmento obtido por máquinas
Exige consenso em relação as significado
Difícil estruturação
Frenquentemente quantificado Exige necessariamente a
medição humana
Difícil captura em máquinas
Facilmente transferível Frequentemente tácito
Difícil tranferência
Quadro 1. Diferença entre dados, informação e conhecimento Fonte: Davenport (1998, p.18)
Pode-se afirmar que dado é então um elemento puro, quantificável sobre um
determinado evento, e ele, por si só, não oferece embasamento para o
entendimento da situação, sendo necessário unir as quantidades de dados e formar
uma informação. Esta por sua vez, é um dado analisado e inserido em um contexto,
envolve a interpretação do conjunto de dados com o objetivo de gerar conhecimento,
o qual é o processo de comparar e combinar as informações dentro de um contexto
(REZENDE, 2005).
Probst (2002) afirma que o conhecimento é o conjunto de competências e
habilidades que um indi-víduo possui e utiliza para resolver problemas. Possui teoria
e prática, as regras do cotidiano e instruções de como agir em determinadas
situações. É baseado em dados e informações, entretanto, ao contrário deles, está
sempre ligado a pessoas. O conhecimento é construído por indivíduos e representa
suas crenças e relacionamentos causais.
Santiago Junior (2004, p. 27) afirma que “os dados podem ser considerados
como sendo uma sequência de números e palavras, sob nenhum contexto
específico. Quando os dados são organizados com a devida contextualização, há
informação. Já o conhecimento é a informação organizada, com o entendimento de
seu significado”.
21
A partir desses conceitos, pode-se entender que o conhecimento é um fator
importante para a vida das organizações e para sua relação com o ambiente interno
e externo e que ainda é divido em dois tipos: conhecimento tácito e explícito.
Conhecimento explícito é o conhecimento que está expresso em palavras ou
números, que é compartilhado na forma de relatórios, dados e que pode ser
transmitido aos indivíduos de forma rápida, formal e sistêmica. Conhecimento tácito
é pessoal, difícil de formalizar, não está escrito, é algo passado de pessoa para
pessoa em forma de diálogo e troca de experiências (LAUDON; LAUDON , 2007;
NONAKA; TAKEUCHI, 2008).
A organização cria e utiliza o conhecimento transformando o conhecimento
tácito em explícito e vice-versa por meio de um modelo de conversão que possui
quatros processos, os quais são: socialização, externalização, combinação e
internalização (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, 1997).
A figura 1 apresenta o modelo de conversão do conhecimento definido por
Nonaka e Takechi (2008).
Figura 1. Pocesso de conversão do conhecimento Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p. 80)
Para Nonaka e Takeuchi (1997) os quatro processos de conversão do
conhecimento ocorrem da seguinte forma:
Socialização: tácito para tácito. Processo de compartilhamento de
experiências. Um indivíduo pode adquirir conhecimento tácito
diretamente com outros, por meio de observação e treinamento.
22
Externalização: tácito para explícito. Processo de articulação do
conhecimento tácito através do diálogo e da reflexão expresso em
metáforas, analogias, conceitos hipóteses ou modelos.
Combinação: explícito para explícito. Processo de sistematização e
aplicação do conhecimento explícito e da informação. Os indivíduos
trocam e combinam conhecimentos por meio de documentos, reuniões,
conversas ao telefone e redes sociais.
Internalização: explícito para tácito. Aprender a adquirir novo
conhecimento tácito na prática, aprender algo já o fazendo. Quando são
internalizadas na base do conhecimento tácito dos indivíduos, por meio
de modelos mentais ou know-how técnico compartilhado, as
experiências através da socialização, externalização e combinação
tornam-se ativos valiosos.
Pode-se afirmar, de acordo com Terra (2001), que o conhecimento constitui o
ponto central da estrutura de desempenho da sociedade, regiões e organizações. É
uma ferramenta que permite alcançar os resultados, tanto de curto como de longo
prazo. Com a gestão do conhecimento uma empresa é capaz de sobressair diante
de seus concorrentes. Destaca-se, ainda que a gestão do conhecimento é
importante em uma empresa, pois confere a ela uma vantagem fazendo-a agir com
inteligência, criatividade e esperteza (CHOO, 2003).
Assim, a empresa que tem a capacidade de gerir o conhecimento que se insere
ao seu meio, tem possibilidade de se desenvolver, de fazer crescer as
oportunidades em sua volta, de fortalecer e enriquecer cada vez mais seu
patrimônio, falando aqui de bens intangíveis, ou melhor, de capital intelectual.
2.2 Capital intelectual
As organizações voltadas para o conhecimento caminham na velocidade da luz
e podem não possuir muitos ativos na concepção tradicional, pois a informação
substitui o capital de giro, os ativos intelectuais substituem os ativos físicos
(STEWART,1998).
23
Ativos são bens que uma organização possui para realizar suas atividades, os
quais são considerados tangíveis e intangíveis. Os ativos tangíveis são possíveis de
vê-lo, pegá-los, que ocupam espaço físico e depreciam no tempo. Os ativos
intangíveis são os que não ocupam espaço físico, não são totalmente explícitos e
podem ser considerados como as pessoas da organização e o conhecimento que
nela existe. A empresa que possui capital intelectual não precisa arrecadar e estocar
ativos tangíveis para conseguir receitas (STEWART,1998).
Sveiby (1998) afirma que nas organizações os ativos intangíveis são as
pessoas que a compõem, seus conhecimentos e suas experiências e direcionam
seus esforços basicamente em dois sentidos: para o lado externo da empresa,
trabalhando como clientes e para o lado interno da empresa, mantendo e
construindo a organização. Nesse sentido, Sveiby (1998) divide os ativos intangíveis
em três dimensões: competência do funcionário, estrutura interna e estrutura
externa.
Competência do funcionário: é a capacidade que o indivíduo tem de agir
em diferentes situações, com intenção de gerar ativos tangíveis e
intangíveis. Entretanto, há autores que se contrapõem ao conceito de
Sveiby (1998), afirmando que a competência do funcionário não pode
ser considerada como ativo intangível, pois é o conhecimento somente
dele, enquadrando assim, funcionários como voluntários da organização.
Estrutura interna: esta é criada pelos funcionários. É composta por
conceitos, patentes, modelos e sistemas administrativos e de
computadores, cultura/espírito organizacional.
Estrutura externa: formada da relação entre clientes e fornecedores,
marcas registradas e imagem da empresa. Esse ativo pode ser medido
pelo grau de satisfação de seus clientes relacionado com a forma que a
empresa soluciona os problemas.
Na concepção do autor supracitado esses três tipos de ativos, constituem o
capital intelectual de uma organização.
Os ativos intangíveis que agregam valor aos produtos e serviços são baseados
em conhecimento e podem ser identificados como o know-how técnico, criatividade
pessoal, inovação e o atendimento ao cliente. Há grande dificuldade de quantificar e
avaliar esses ativos, pois ao contrário dos ativos tangíveis (estoques financeiros e
24
materiais) o valor econômico do conhecimento não é de fácil compreensão,
classificação e avaliação (SANTIAGO JÚNIOR, 2004). Edvinsson e Malone (1998, p.
40) definem o capital intelectual como “a posse de conhecimento, experiência
aplicada, tecnologia organizacional, relacionamentos com clientes e habilidades
profissionais que proporcionam à empresa uma vantagem competitiva no mercado”.
Acrescenta-se que para Edvinsson e Malone (1998) o capital intelectual é
formado por:
Capital humano: o qual se refere ao conhecimento, inovação,
experiência e habilidade dos funcionários de uma organização para
realizarem suas tarefas, funções e atribuições, abrange a cultura e
filosofia da organização.
Capital estrutural: é constituído pelos equipamentos de informática,
software, bancos de dados, patentes, marcas registradas e todo o
restante da capacidade organizacional que suporta a produtividade do
funcionário.
O capital estrutural por sua vez subdivide-se em:
Capital de clientes: é o relacionamento da empresa com seus clientes,
provém da relação de lealdade entre os dois lados, valor de suas
compras e propagandas que realizam para solidificar essas relações.
Capital organizacional: investimento da organização em sistemas que
permitirão o armazenamento e transferência do conhecimento adquirido.
Envolve ferramentas e filosofia operacional que otimiza o fluxo pela
organização, com gestão de suprimentos, gestão de qualidade,
propriedade intelectual, marca, etc.
O capital organizacional subdivide-se ainda em:
Capital de inovação: são os resultados da inovação e a capacidade que
a organização ainda tem de renovar. Está sob a forma de direitos
comerciais amparados pela Lei, outros ativos e talentos intangíveis
utilizados para lançar rapidamente no mercado o novo produto/serviço.
25
Capital de processos: são os processos, programas para os
funcionários, os quais aumentam a produtividade da organização,
reduzem custos e aumentam a receita.
Edvinsson e Malone (1998), argumentam, ainda que o valor de mercado de
uma empresa é formado pela soma do capital financeiro e o capital intelectual. Por
sua vez o capital intelectual é composto pelo capital humano e pelo capital estrutural
como pode ser observado na Figura 2.
Figura 2. Estrutura de valor de mercado de uma empresa Fonte: Edvinsson e Malone (1998 p. 47)
Bontis (1998) corrobora o conceito de Edvinsson e Malone, entretanto classifica
o capital intelectual como de segunda ordem e o capital humano, o capital estrutural
e o capital relacional como de primeira ordem. Essa proposta pode ser visualizada
na Figura 3:
26
Figura 3. Estrutura do Capital Intelectual Fonte: Bontis (1998, p. 166)
Assim, para melhor explicar o conceito de Bontis (1998), é possível detalhar a
primeira ordem com a essência, com o escopo, com o parâmetro e com a dificuldade
de codificação de cada dimensão do capital intelectual.
O capital humano tem como essência o intelecto humano, ou seja, é formado
por pessoas e suas competências. Tem como objetivo estabelecer o relacionamento
entre os funcionários, como parâmetro o volume de propriedade e tem alta
dificuldade de codificação.
O capital estrutural se fundamenta em rotinas organizacionais, ou seja, a
estrutura que a organização possui para que seus objetivos sejam alcançados,
levando em consideração que essa estrutura deve ser mutável de acordo com as
necessidades da organização e com a velocidade em que o seu ambiente de
modifica. Tem como objetivo estabelecer a ligação organizacional interna, os
parâmetros são definidos pela eficiência e acessibilidade e a dificuldade de
codificação é média.
O capital relacional é a relação da organização com os ambientes em que está
inserida, com o mercado que influência e sofre influência, falamos como ambiente e
27
mercado os fornecedores, clientes e stakeholder. Tem como objetivo a ligação
organizacional externa, parâmetros de volume e longevidade e não possui
dificuldade de codificação.
Para Stewart (1998, XIII)
O capital intelectual constitui uma matéria intelectual – conhecimento, informação, propriedade intelectual, experiência – que pode ser utilizada para gerar riqueza. É a capacidade mental coletiva. É difícil identifica-lo e mais difícil ainda distribuí-lo de forma eficaz. Porém, uma vez que o descobrimos e o exploramos, somos vitoriosos.
Klein e Prusak (apud STEWART, 1998, p.69) afirmam que o capital intelectual
é um material que foi formalizado, resgatado e utilizado a fim de gerar um ativo de
bem maior. Diante disso, “capital intelectual é a capacidade organizacional que uma
organização possui de suprir as exigências de mercado”. Para explicar a
importância do capital intelectual, Edvinsson e Malone (1998, p.28) fazem uma
analogia do valor oculto de uma empresa com uma arvore. Argumentam que:
[...] as partes visíveis da árvore, tronco, galhos e folhas, representam a empresa conforme é conhecida pelo mercado e expressa pelo processo contábil. Os frutos produzidos por essa árvore representam os lucros e os produtos da empresa. As raízes, massa que está debaixo da superfície, representam o valor oculto, nem sempre relatada pela contabilidade. Para que a árvore floresça e produza bons frutos, ela precisa ser alimentada por raízes fortes e sadias [...].
Figura 4. Árvore de Edvinsson – O valor oculto das empresas Fonte: Edvinsson (1998 apud ARNOST, GIL e NEUMAN, 2005)
Sobre o tema, Lacombe (2005), diz que o capital intelectual é a soma de
conhecimentos, informações e experiência de todos em uma empresa, que pode ser
28
administrado e gerenciado com o objetivo de gerar riqueza e vantagem competitiva;
é intangível e possibilita que a organização tenha respostas mais rápidas que seus
concorrentes, que inove nos seus produtos e que antecipe as necessidades do
mercado. Pode ser comparado com uma rede eletrônica, a qual transmite
informações na velocidade da luz.
Pode-se concluir então, que o capital intelectual é toda a riqueza originada do
conhecimento humano e de suas experiências vividas nos meios organizacionais e
até sociais. São as pessoas agregando valor à empresa, é a riqueza invisível das
organizações (VIGORONA, 2004).
Partindo dessa premissa, pode-se afirmar que as organizações atuais devem
buscar cada vez mais o aumento do capital intelectual, uma vez que este lhe
concede vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes e agrega valor.
2.2.1 Três dimensões do capital intelectual
A partir dos conceitos definidos acima, pode-se começar a compreender capital
intelectual. Entretanto, para que ocorra absorção de todo o conteúdo necessário
para a condução do trabalho, julga-se relevante entender como o capital intelectual é
formado, identificando e definindo em suas três dimensões (capital humano, capital
estrutural e capital relacional) e como estas se formam e se caracterizam.
Figura 5. Três dimensões do Capital Intelectual. Fonte: Elaboração própria
Capital Humano Capital Estrutural Capital Relacional
29
Compreender como as dimensões do capital intelectual se relacionam e como
os empreendedores lidam com essas questões tornam-se bastante relevantes, pois
as vantagens competitivas de muitos novos negócios podem estar diretamente
ligadas ao capital humano, ao capital estrutural e ao capital relacional.
2.2.1.1 Capital humano
O avanço da tecnologia e das comunicações está pressionando cada vez mais
as organizações e os indivíduos a se capacitarem, a enriquecerem seus
conhecimentos. Assim, hoje, buscar métodos de aprimoramento é apenas uma
questão de sobrevivência.
Segundo Davenport (2001), o termo capital humano apareceu pela primeira vez
no ano de 1961, em um artigo da American Economic Rewiew com o seguinte título:
Investment in Human Capital (Investimento em Capital Humano) do autor Theodore
W. Achultz.
Hoje o termo capital humano está relacionado ao capital que não pertence
totalmente à empresa, pois é consequência direta da soma das habilidades e
especialidades de seus empregados.
Na visão de Harrigan e Dalmia (1991 apud PROBST et al, 2002, p. 25):
Uma proporção significativa do conhecimento de uma empresa está armazenada na mente de seus funcionários. Quanto maior o papel do conhecimento na criação de valor, mais importantes são as atividades intelectuais de funcionários altamente qualificados. Seu trabalho não é mais considerado meramente “um fator produtivo”; os administradores estão cada vez mais dispostos a reconhecer que os funcionários são produtores e donos de ativos não materiais.
Stwart (1998) e Viedma Martí (2001) assinalam que o capital humano tem
como principal objetivo a inovação, pois é formado de indivíduos que disponibilizam
sua maior parte do tempo e talento para atividades que gerem valor e fonte de
inovação para a organização. É possível ainda descrever as suas duas formas de
crescimento:
Quando a organização utiliza mais do que os indivíduos sabem:
acontece quando a organização minimiza as tarefas irracionais, o
trabalho inútil e burocrático. È preciso que a empresa crie oportunidade
30
de tornar público o conhecimento privado, ou seja, que o conhecimento
do indivíduo passe a ser compartilhado de forma global.
Quando um maior número de indivíduos aprendem mais coisas úteis
para a organização: quando ocorre a busca pelos talentos necessários,
seja por meio de treinamento ou contratação.
Ainda, na concepção de Stwart (1998), o capital humano se difunde com muita
facilidade, é preciso então concentrá-lo, ou seja, a inteligência organizacional, assim
como outro ativo, deve ser alimentanda no contexto da ação.
É possível também, dividir o capital humano em três componentes (ROOS et
al, 2001):
Poder: ocorre na forma de habilidades, conhecimento, talentos e know-
how.
Atitude: pode ser entendida pela motivação, comportamento das
pessoas.
Agilidade intelectual: cria valor para a organização na medida em que
novos conhecimentos podem se transformar em serviços ou produtos,
ou seja, algo de valor para a organização.
O ativo intangível capital humano pode ser considerado também como um ativo
volátil, uma vez que a organização o obtém por possuir funcionários com grande
capacidade intelectual. Entretanto, há grande possibilidade desse funcionário não
fazer mais parte da organização, esta perderá seu capital intelectual ou uma parte
dele e terá dificuldades para se manter com as mesmas estratégias de negócio
(ROOS et al, 2001; SVEIBY,1998, 2000, SULLIVAN, 1999; SULLIVAN, 2000 1b).
Acrescenta-se que:
A inteligência é um novo tipo de ativo. Não se comporta como os outros tipos de ativos e nisso reside o paradoxo. Ao contrário dos outros bens, a inteligência não pode ser dada de presente e será sempre conservada, mesmo que compartilhada. Também não é possível possuir a inteligência de outra pessoa, por mais que seja dono da empresa na qual a pessoa trabalha. Se a pessoa sair da empresa e for para outra, levará consigo a inteligência. (SANTIAGO JÚNIOR, 2001, p. 24).
Considerando o valor do capital humano é importante medir as competências
das pessoas. Para Fleury e Fleury (2001 apud RUANO, 2003) a competência pode
31
ser definida como o saber agir de forma responsável e reconhecida. Implica levantar,
organizar e transferir conhecimentos, recursos e habilidades que agregam valor
econômico à organização e valor social ao indivíduo. Le Boterf (2003) corrobora com
esse conceito afirmando que competência é uma disposição, uma característica
própria desenvolvida pelo indivíduo, e não um gesto simples.
McClelland (apud SILVA, 2005) conceitua competência como uma
característica intrínseca do indivíduo e que é ligada com o melhor desempenho num
trabalho ou situação. Nessa linha de pensamento, Silva (2005, p. 11) aponta que
“competência é a capacidade de uma pessoa gerar resultados e atender a objetivos
pessoais e/ou organizacionais”.
Deluiz (apud SILVA, 2005, p. 11):
A competência é inseparável da ação e os conhecimentos teóricos e/ou técnicos são utilizados de acordo com a capacidade de executar as decisões que a ação sugere. A competência é a capacidade de resolver um problema em uma situação dada. A competência baseia-se em resultados.
No meio organizacional é comum haver conflito entre os conceitos de
competências e habilidades, uma vez que ambos são essências ao indivíduo e
fazem parte dos processos de recrutamento e seleção de pessoal. Para tanto, Silva
(2005) esclarece essa diferença apontado que a habilidade compõe a competência
do indivíduo, e afirma também que competência pode ser fracionada em
conhecimento (saber), habilidade (saber fazer) e atitude (fazer) e que é definida em
quatro tipologias:
Competências essenciais: conjunto de competências identificadas
necessárias nos processos da organização. Formada pelas tipologias
seguintes.
Competências organizacionais: relacionada à visão que o gestor possui
do mercado em que está inserido e sobre as tendências que influenciam
ou que podem vir a influenciar seu negócio. Forma com que as
informações do ambiente são administradas. Considerada de longo
prazo e flexível.
32
Competências técnicas: compõem as atividades operacionais, rotineiras
que envolvem metodologias, procedimentos e controle para alcançar os
resultados. Subdivide-se ainda em:
Transversais: presentes em vários processos;
Específicas: específicas para um ou dois processos.
Competências individuais: forma com que o indivíduo interage com os
demais. Envolvem fatores comportamentais, como a postura sua postura
diante dos negócios, clientes e demais.
Em relação às habilidades Lacombe (2002, p.164) afirma serem determinadas
“[...] em função daquilo que a empresa considera que seja importante para seus
objetivos e estratégias”.
Para Davenport (2001), habilidade é a agilidade com o meios e métodos para
realizar uma tarefa específica, estas podem variar desde a força e a destreza física
até a aprendizagem específica.
Para melhor esclarecer essa questão, o Quadro 2 apresenta um comparativo
entre competências e habilidades.
Competências Habilidades
Definição Agregação de valor para a empresa/negócio
Saber Fazer
Mensuração Nível de complexidade de atribuições e responsabilidades
Certificação por pessoas/entidades legítimas
Características
Resulta em entregar permanentes (passam a integrar o patrimônio de conhecimento da empresa)
Resulta na capacidade de executar tarefas, atividades e/ou funções.
Quadro 2. Comparativo entre competência e habilidade Fonte: Dutra (2007, p.75)
Davenport (2001) estabelece que o capital humano é formado por quatro
elementos:
Capacidade: competência para a execução de um conjunto de
atividades ou uma forma de trabalho. É subdividida em conhecimento,
33
habilidades (estes já conceituados anteriormente) e talento, que é a
capacidade inata de realizar algo.
Comportamento: formas notáveis de agir que contribuem e acrescentam
para a realização de uma tarefa. Podem ser inatos ou adquiridos por
meio do convívio organizacional. Este elemento representa nossos
valores, crenças, cultura, ética e como reagimos ao meio em que
vivemos.
Empenho: aplicação consciente dos recursos mentais e físicos para
atingir determinado objetivo. Ativa a habilidade, conhecimento e talento,
utiliza-se o comportamento para despertar interesse do investimento em
capital humano.
Tempo: elemento cronológico do capital humano. Os economistas
recusam esse elemento do capital humano pois afirmam que não
provém ou reside na mente ou corpo do indivíduo, entretanto vale
considera-lo pois é um recurso para avaliar e controlar o indivíduo.
A Figura 6 exemplifica a proposta de Davenport (2001).
Figura 6. Somando e multiplicando para obter investimento de capital humano Fonte: Davenport (2001, p. 33)
Para finalizar esse tópico pode-se afirmar que o capital humano compreende
fatores como o desenvolvimento de conhecimento e sua utilização por meio de
pessoas capacitadas para atuar no novo mundo. Para tanto, pode-se concluir que o
capital humano é um fator inteiramente importante para o sucesso das organizações
do conhecimento, e para que seja avaliado em alto valor é necessário o investimento
em pessoas e em suas competências.
2.2.1.2 Capital estrutural
Capacidade
Conhecimento
Habilidade
Talento
+ Comportamento x Empenho Tempox = Capital Hunmano
34
Após o conhecimento do conceito sobre o que é capital intelectual e da
importância deste na organização, percebeu-se a necessidade existirem pessoas
capacitadas a executarem as tarefas e processos de forma com que a organização
atingisse êxito nos resultados. Foi possível, a partir desses conceitos, verificar a
relevância de deixar esse conhecimento dentro da organização, internalizá-lo, com o
objetivo de que este permaneça na empresa até que se faça necessário. Para tanto,
começa-se buscar meios como normas, processos, tecnologia e softwares para que
o resultado seja sempre atingido, ou seja, começa-se a falar de capital estrutural.
Stewart (1998) afirma que o capital estrutural é o conhecimento que o
funcionário não leva para casa ao término do expediente, pois pertence à empresa
em âmbito global podendo ser dividido e reproduzido. Parte desse capital possui
direitos legais de propriedade como de tecnologia, invenções e inovações em
produtos e serviços, dados, informações, publicações podem ser patenteadas, ter
seus direitos autorais registrados ou ser protegido por leis.
É considerado como o conhecimento que permanece na organização e que
esta é capaz de internalizar na sua estrutura, nos seus processos, na sua cultura
(BONTIS, CHUA e RICHARDSON, 2000; CAMISOLA ZORNOSA et al, 2000,
PETRASH, 1996, 2001). Assim, Edinvisson (1997) o considera propriedade da
empresa, pois constitui o ambiente real construído pela companhia e todos os
processos internos e externos que dela fazem parte.
Bontis (1998) e Cardoso (2003) afirmam que o capital estrutural é formando
pelos processos internos, infraestrutura interna, recurso de competência
organizacional, clima organizacional, capacidade de gestão, tudo que os
funcionários geram explicitamente, mas que deixam na organização. Esses itens do
capital estrutural contribuem para agregar valor e resultados à organização.
Edinvission e Malone (1998) conceituam capital estrutural como a
infraestrutura, o empowerment que serve de base para o capital humano. Autores
como Adler & Kwon (2002); Kostova e Roth (2003); Youndt & Snell (2004)
corroboram o modelo de Edinvission e Malone (1998) argumentando que o capital
intelectual subdivide-se em capital organizacional, que é o capital de inovação e o
capital de processos, e capital de clientes, este é considerado, como as relações
com fornecedores, clientes mercadorias locais, governo e acionistas são
considerados.
35
A partir desses conceitos, surge a importância de destacar os seguintes
termos, os quais são os formadores do capital estrutural:
Tecnologia: conjunto de ferramentas, sejam elas o conhecimento
científico ou o empírico, objetos físicos ou operações técnicas (manuais
e mecanizadas) para produzir um produto ou serviço, LONGO (1984) e
BLAUNER (1964 apud FLEURY, 1978). Teixeira da Silva (2002)
apresenta um conceito de tecnologia mais generalizado afirmando que:
a tecnologia é um meio, um sistema pelo qual a sociedade (empresas,
clientes e fornecedores) utiliza para satisfazer suas necessidades. Esse
sistema utiliza de processos, equipamentos, programas, pessoas,
organização, finalidade de propósito.
Softwares: um conjunto de programas que permitem que o hardware
processe e execute os dados, TURBAN (2005). Stair e Reynolds (2002)
corroboram esse conceito e afirmam que: programas de computador que
controlam o funcionamento do hardware, ou seja, sequências de
instruções representadas e interpretadas pelo computador, Para esses
autores, o software possui duas tipologias, as quais são:
Software básico: conjunto de programas planejados e
programados para coordenar as funções de hardwares de vários
programas que são executados no computador. Ex.: sistema
operacional.
Software aplicativo: programas que possuem grande potencial
para auxiliar usuários a resolverem problemas de específicos.
Cultura organizacional: conjuntos de valores, representados em
elementos simbólicos e em práticas da organização, os quais possuem
capacidade de ordenar, atribuir significações, construir uma identidade
para a organização, agindo como elementos de comunicação e
expressando e instrumentalizando relações de dominação (FLEURY
apud FLEURY, 1997).
Shein (1986 apud FLEURY,1997, p. 24):
36
Cultura é formada pelo conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu, ou desenvolveu, ao aprender a lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros com a forma correta de perceber, pensar e sentir com relação a esses problemas.
Lacombe (2005), ratifica os conceitos acima, quando afirma que cultura
organizacional é o conjunto de crenças, costumes, valores, normas de
comportamento e de fazer negócios, que são características particulares das
empresas, que definem um padrão geral para as atividades, decisões e ações serem
executadas. É a descrição do comportamento e de emoções esperadas que
caracterizam uma organização.
Conhecimento organizacional: informação, habilidade, crença que a
empresa possui e que aplica em suas atividades organizacionais. É
considerado como o conhecimento científico, informações sobre o
mercado em que está inserida e a capacidade que os gerentes possuem
de tomar decisões no ambiente que está se modificando cada vez mais
rápido (ANAND, et al, 2002).
Estrutura interna: Para Sveiby (1998), estrutura interna compreende os
conceitos, patentes, os sistemas administrativos, a cultura e o espírito
organizacional.
Empowerment: essa ferramenta de gestão pode ser conceituada como
reconhecimento e liberação de poder que uma pessoa já possui por
seus próprios conhecimentos e na motivação interna. Busca a interação
entre as pessoas com o trabalho e que as permite tomar iniciativa e
interferir no processo produtivo (RANDOLPH, 1995; HERRENKOHL et
al, 1995).
Acrescenta-se que empowerment é a deliberação de poder às pessoas, ou
seja, a liberdade e informação que elas passam a ter para tomar decisões e
interferirem diretamente na organização (CHIAVENATO, 2005). Está firmado em
quatro fatores:
37
Poder: delegar poder, autoridade e responsabilidade em todos
os níveis hierárquicos.
Motivação: proporcionar a motivação para instigar as pessoas a
se manterem focadas no trabalho e na organização.
Desenvolvimento: treinar e prepara os indivíduos da
organização, ou seja, capacitá-los profissionalmente e estimular
o desenvolvimento pessoal.
Liderança: estimular e proporcionar liderança na nos setores
necessários da organização.
Para finalizar a fundamentação dessa dimensão do capital intelectual, vale
enfatizar a importância do capital estrutural descrito e conceituado acima. Esse que
compõe a estrutura interna de uma organização do conhecimento e que faz relação
entre os indivíduos e o objetivo da empresa por meio dos processos e ferramentas
escolhidos, aprovados e utilizados por ela.
2.2.1.3 Capital relacional
Organizações são consideradas sistemas abertos, pois sofrem influências e
influenciam o ambiente em que estão inseridas. Nesse sistema a relação entre os
componentes acontece licitamente e ilicitamente por meio de relações
organizacionais. Assim, quanto mais uma empresa possuir a capacidade e
habilidade de se relacionar, mais vantagem competitiva ela adquire. Para tanto,
surge a importância de conhecer e entender o capital relacional.
Segundo Sanchez et al (2007), o capital relacional refere-se às relações
externas das organizações, com a colocação de que as empresas não são sistemas
isolados. Pode ainda ser definido como a percepção de valor que os clientes têm ao
fazerem negócios com fornecedores (PETRASH, 1996, 2001) e o conhecimento que
está incluído nas organizações (BONTIS, 1998,1999). Portanto, esse capital provém
das relações comerciais de todas as partes interessadas, sejam elas internas ou
externas (BONTIS, 1996; ORDONEZ DE PABLOS, 2003; STEWART, 1998; ROOS
ET AL, 2001).
38
Anand, Manz e Glick (1998); McDonald (1995); Nonaka e Takeuchi (1995, et al
Anand, 2002) utilizam o termo capital social para o que outros autores chamam de
capital relacional, e que este é o meio pelo qual as organizações importam o
conhecimento do ambiente externo para o ambiente interno, ou seja, do mercado
para a organização. Para os autores, o conhecimento importado possui duas formas
de gerar impacto sobre à empresa:
À medida que o conhecimento externo ingressa na organização pode se
moldar ao conhecimento interno existente.
Pode haver comparação entre o conhecimento externo e interno, assim
gerar conflito sob a organização e apontar suas fraquezas e processos
falhos no sistema interno existente.
O capital relacional é identificado no modelo de capital intelectual de
Edivinsson e Malone (1998) como o capital de clientes, dentro do capital estrutural.
Por sua vez, afirmam que o capital de clientes é o valor do relacionamento com os
clientes e que sempre esteve presente, oculto, sob forma de googwill (EDIVINSSION
e MALONE, 1998).
Kaplan e Norton (1992), afirmam que o capital relacional ou de cliente, está
diretamente relacionado com a estrutura externa, nível de relacionamento com
clientes e fornecedores e também imagem no mercado. Outros autores como, Bontis
(1998); Ferreira e Martinez (2008); Stewart (1997); Baker (1990) reforçam esse
conceito afirmando que o capital relacional é a relação que a organização tem com
seus stakeholders, é o capital que ele lida com o ambiente externo, ou seja, é
formado pelo conhecimento sobre os canais de marketing, recursos de cliente e de
substituição.
Os autores Johannisson et al (1994); Cooper et al (1995); Nahapiet e Ghoshal
(1998); Johanisson (2000); Jenssen e Greve (2002); Blyler e Coff, (2003) e Zalafe
Greve (2003) citados por Pérez (2007) afirmam que as organizações que possuem o
capital relacional tendem a aumentar sua vantagem competitiva, pois possuem a
capacidade de acessar os recursos necessários para a criação e desenvolvimento
do negócio.
Duchesneau e Gartner (1990); Ostgaard e Birley (1996); Chell e Baines (2000);
Witt (2004) et al Pérez (2007) se basearam no conceito dos autores supracitados e
39
levantaram a seguinte hipótese, a qual pode melhorar o desempenho de novas
relações das empresas: quanto maior o tempo gasto pelo empreendedor para
construir relacionamentos com clientes e fornecedores, maior será o sucesso de
start-ups. Esta pode de subdividir em:
Quanto maior o tempo gasto pelo empreendedor para construir
relacionamentos com os clientes, maior será o sucesso de start-ups.
Quanto maior o tempo gasto pelo empreendedor para estabelecer
relações com os fornecedores, maior o sucesso das start-ups.
Assim, feito a conceptualização das dimensões do capital intelectual, é possível
identificar a extrema importância desses fatores em uma organização iniciante e
perceber que o capital intelectual é capaz de enriquecer, transformar e conceder à
organização a vantagem competitiva que precisa para se fortalecer no mercado.
Para tanto, é preciso conhecer métodos para que se possa avaliar e medir o
capital intelectual de uma organização. A partir desses métodos é possível realizar
análises para investimentos na gestão do conhecimento e capital humano.
2.3 Modelos De Avaliação Do Capital Intelectual
O processo de identificação e de avaliação do capital intelectual de uma
organização é fundamental para que esta possa investir em seu patrimônio e
aumentar a vantagem competitiva inovando em seus processos e em seus ativos
intangíveis. Para tanto, serão apresentados o modelo de Edvinssion (Modelo
Skandia), o modelo de Stewart (Modelo Navegador de Capital Intelectual) e o
modelo de Sveiby (Monitor de ativos intangíveis).
2.3.1 Modelo de Edvinssion – Skandia
Segundo Sveiby (1998) e Arnost et al (2003), o modelo Skandia apresentado
por Edvinssion (1998) levanta o valor da empresa e é baseado em cinco áreas
distintas: foco financeiro, foco no cliente, foco no processo, foco humano e foco no
desenvolvimento/renovação. Cada uma dessas áreas apresenta seus próprios
indicadores:
40
Foco no cliente: pode ser visualizado o presente e as atividades da
entidade. Tem como indicadores o número de contas, de corretores e de
clientes perdidos
Foco no processo: visualiza as atividades da entidade, pode-se destacar
aqui o capital estrutural. Tem como indicadores o número de contas e os
custos administrativos por funcionário.
Foco humano: visualizado como o centro da empresa, é a força ativa da
organização. Tem como indicadores a rotatividade de funcionários, a
proporção de gerentes, a proporção de gerentes mulheres e os custos
com treinamento por funcionário.
Foco no desenvolvimento/renovação: é a parcela de horas empregadas
em treinamento e a despesa de marketing por cliente. Voltado para o
futuro, a partir desse foco pode-se medir a eficiência que está sendo
executada a inovação da organização.
Tem como indicadores o índice de funcionários satisfeitos.
A Figura 7 apresenta o Modelo Skandia de Edvinssion (1998):
Figura 7. Navegar Skandia Fonte: Edvinssion e Malone (1998, 60)
O modelo apresentado e conceituado acima foi elaborado com base nos
processos da organização e na relação que o cliente tem com a empresa. É possível
41
perceber e ratificar o conceito de que as organizações são sistemas abertos e
flexíveis, pois realmente há interação entre seu ambiente interno e externo.
2.3.2 Modelo de Stewart - Navegador de Capital Intelectual
O modelo de Stewart propõe que o capital intelectual avalie a empresa em
relação ao seu valor de mercado, ao capital humano, ao capital estrutural e ao
capital de clientes.
A Figura 8 representa o modelo de Stewart (1997).
Figura 8. Navegador do Capital Intelectual Fonte: Stewart (1997, 219)
A partir do modelo de Stewart (1997), pode ser elaborada identificação e
conceptualização dos fatores de medida do capital intelectual:
Capital humano: refere aos funcionários especializados e as atividades
que estes executam na organização, as quais podem agregar valor sob
a perspectiva do cliente. O autor afirma que a inovação, atividades dos
funcionários, a rotatividade das pessoas, a posição hierárquica na
organização, a experiência profissional e o aprendizado individual e
grupal são resultados do capital humano que podem ser medidos e
controlados.
Capital estrutural: as medidas e avalições desse capital visam
apresentar a avaliação dos ativos estruturais, a qual pode ser feita pela
42
medição do valor acumulado dos estoques intangíveis, ou seja, estoque
de conhecimento e por medidas de eficiência organização, esta
possibilita saber até que ponto os sistemas da organização ampliam e
aprimoram o trabalho humano.
Capital relacional/cliente: a organização tem a possibilidade de avaliar a
satisfação do cliente e a relação que esta possui com os resultados
financeiros positivos. A partir dessa avaliação foi possível mensurar que
os clientes satisfeitos apresentam características como a lealdade e
maior tolerância aos preços.
Esse modelo possibilita a fácil visualização e acompanhamento da evolução
de desempenho da organização, uma vez que apresenta formas de como medir e
avaliar as dimensões do capital intelectual pensando nas relações em que cada
capital possui.
2.3.3 Modelo de Sveiby - Monitor de Ativos Intangíveis
Sveiby (1998) afirma que indicadores-chave alternativos oferecem novos e
interessantes pontos de avaliação e são de grande valor para investidores e
gerentes. Desde a década de 1950, e mesmo antes, as empresas buscam e
calculam alguns indicadores não monetários para ratificar os estudos sobre
eficiência, entretanto nunca divulgam em seus relatórios anuais. A partir de sua
afirmação, é possível visualizar a importância de explicitar os ativos intangíveis de
uma organização como busca de valorização e maior investimento no capital
intelectual.
O modelo de avaliação de capital intelectual de Sveiby (1998), que pode
melhor ser visualizado na Figura 9, utiliza como base a estrutura interna, estrutura
externa e a competência das pessoas. O autor classifica em seu modelo os ativos
intangíveis em três categorias que são trabalhadas e utilizadas como indicadores:
indicadores de crescimento/renovação; indicadores de eficácia e indicadores de
estabilidade.
43
Figura 9. Monitor de Ativos Intangíveis Fonte: Sveiby (1998, p. 234)
Sveiby (1998) buscou avaliar o capital intelectual fazendo uma relação entre a
organização, as pessoas que fazem parte dela e o ambiente em que está inserida.
A partir desses conceitos e modelos, tem-se a necessidade de ligar e
relacionar as dimensões do capital intelectual, enfatizando que todas são
importantes e fundamenteis para o sucesso da organização.
A partir das leituras realizadas para a condução do marco teórico ficou visível a
dependência entre as três dimensões do capital intelectual. Essa afirmação pode ser
ratificada por Edvisson (1997), o qual escreve que os componentes do capital
intelectual devem ser utilizados de forma integrada e não individualmente. Para
melhor compreensão dos modelos de avaliação apresenta-se o Quadro 3
Modelo de Edvinssion Skandia (1998)
Modelo de Sveiby Monitor de Ativos Intangíveis
(1998)
Modelo de Stewart Navegador de Capital
Intelectual (1997)
Baseado nos seguintes focos: financeira, cliente, processo, funcionário e desenvolvimento/renovação.
Baseado na estrutura interna, estrutura externa e na competência das pessoas.
Apresenta uma relação sobre o valor de mercado, capital humano, capital estrutural e capital relacional.
Quadro 3. Comparação dos modelos de avaliação do capital intelectual Fonte: Adaptado de Edvinssion (1998; Sveiby (1998); Stewart (1997).
A partir desses modelos de avaliação, os gestores podem identificar dentro de
suas organizações os ativos que precisam investir mais para possuírem o resultado
que desejam. Podem criar estratégias para reestruturar seus processos, formas de
44
treinamento e aperfeiçoamento de pessoal e o quanto devem aumentar a rede de
contatos para ampliação do empreendimento como um todo.
45
3 MÉTODO
A pesquisa científica faz-se importante, pois pode criar ou aperfeiçoar
conceitos e descobertas anteriores. Os autores Marconi e Lakatos (2001, p. 43)
ratificam essa informação a partir do seguinte conceito:
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos.
3.1 Caracterização do Estudo
Esse tópico disserta sobre a maneira de como a pesquisa foi realizada, quais
as fontes dos dados utilizadas e de que forma o conteúdo foi analisado. Para tanto
vale conceituar que método é o caminho, o meio para se alcançar um determinado
objetivo (HEGENBERG, 1976 apud LAKATOS; MARCONI, 2000).
Gil (1995) e Jolivet (1979, apud LAKATOS; MARCONI, 2000), afirmam que
método pode ser definido como o caminho para alcançar um objetivo. É a ordem
que se impõe aos diferentes processos necessários para atingir um resultado, ou
seja, o método científico é o conjunto de processos técnicos e teóricos adotados
para atingir o conhecimento, é o caminho a seguir para chegar à verdade nas
ciências.
Para a condução do estágio a tipologia utilizada foi a pesquisa diagnóstico, que
”apresenta um conjunto de técnicas e instrumentos de análise que permitem não só
o diagnóstico como também a racionalização dos sistemas” ROESCH (1996, p. 77).
Como abordagem foi utilizada a pesquisa quantitativa, pois é uma estratégia
que apresenta boa interpretação e análise dos resultados e de nível exploratório,
uma vez que se tem a intenção de explorar e pesquisar temas pouco explorados,
nesse caso a influência dos ativos intangíveis no sucesso de empreendimentos
(ROESCH, 2012). Esse conceito é corroborado por Richardson (1989) que
caracteriza a abordagem quantitativa pelo emprego da quantificação, tanto nas
modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de
46
técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas, o que foi
abordado através de um questionário.
Para o levantamento de dados foi utilizado o questionamento direto aos
participantes da pesquisa, ou seja, empregou-se a técnica de survey com aplicação
de questionário. Gil (2008, p.74) afirma que o levantamento de campo (survey) se
caracteriza pela “interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo
significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante
análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados.”
A técnica por levantamento survey apresenta características notáveis e
importantes para o pesquisador que a utiliza. Segundo Gil (2008), tem por vantagens
os seguintes pontos:
Conhecimento direto da realidade: o participante informa diretamente da
realidade que vive, há uma proteção às interpretações subjetivas das
respostas por parte dos pesquisadores.
Economia e rapidez: desde que se tenham pesquisadores devidamente
capacitados há possibilidade de se obter grande número de dados e
informações em menos tempo.
Qualificação: os dados e informações são agrupados em tabelas,
facilitando a análise estatística, assim, as variáveis podem ser
codificadas para melhor trabalhadas e reconhecidas margens de erros.
Entretanto, para o autor supracitado, a utilização da técnica de survey pode
criar desvantagens para posteriores análises dos dados. Gil (2008) aponta que os
participantes da pesquisa apresentam a percepção subjetiva de si mesmo, o que
pode resultar em dados distorcidos, pois há diferença de entre o que esses
indivíduos fazem e sentem e o que eles afirmam, e que possa ainda existir pouca
profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais, ou seja, é possível
obtenção de grande quantidade de dados e informações sobre os indivíduos,
entretanto como os processos sociais são informados por fatores interpessoais e
institucionais, os levantamentos mostram-se pouco eficientes para a investigação
profunda. Deste modo, é necessário que haja extrema atenção na análise dos dados
coletados para que o resultado da pesquise não seja equivocado.
47
3.2 Participantes Da Pesquisa
A população de uma pesquisa pode ser definida como o conjunto de
elementos que apresentam determinadas características que se deseja investigar
(RICHARDSON, 1985). No caso dessa pesquisa, considera-se como população,
empresas do Vale de Tijucas e do Vale de Itajaí e que possuem mais de três meses
e menos que 42 meses de existência.
O questionário foi enviado para 35 novos empreendimentos, entretanto
somente 28 gestores participaram da pesquisa. Esses empreendedores foram
escolhidos para participar desse trabalho por estarem na fase inicial de um
empreendimento, ou seja, por possuírem até 3 anos de existências.
Os participantes da pesquisa foram selecionados por meio de amostra por
conveniência. Segundo Malhotra (2001) esse tipo de amostragem busca elementos
convenientes e de fácil acesso, com objetivo de consumirem menos tempo possível.
O acesso ao novos empreendimentos se deu pelo contato com a Incubadora da
Univali Campus Itajaí e pelo contato pessoal nos empreendimentos que a
acadêmica acreditava ter até 3 anos de existência. O critério de inclusão foi o tempo
de vida das organizações: entre três meses e 42 meses e que a pesquisadora tinha
informações onde elas estavam localizadas. Já o critério de exclusão foi aquelas
empresas que não estavam no critério de inclusão.
3.3 Coleta De Dados
A coleta de dados de uma pesquisa pode ser realizada com distintos
instrumentos. Como a abordagem escolhida para a condução da pesquisa foi a
abordagem quantitativa faz-se necessário, para coletar os dados primários, a
utilização do questionário.
O questionário foi escolhido como ferramenta de coleta de informações, pois
tem o propósito de levantar características do grupo pesquisado e poder identificar o
capital intelectual nas empresas. Essa afirmação pode ser comprovado por Cervo
(2002), que afirma que o questionário como técnica de coleta de dados permite que
o pesquisador possa medir com maior precisão o que se deseja. Contudo, é
48
necessário utilizar de elementos da estatística para que a tabulação e análise das
informações coletadas sejam processadas da melhor forma.
O questionário é considerado por Roesch (1996) como um método de coleta de
dados que requer um esforço mental de planejamento em relação as questões,
conteúdo, layout e objetividade (clareza).
Para a elaboração do questionário da pesquisa foi utilizado como
embasamento teórico o artigo de Hormiga et al (2010) e para aplicação do
questionário foi utilizado uma ferramenta denominada formulário do Google Drive,
que esta disponível gratuitamente. Foram elaboradas 13 questões, dentre elas 11
fechadas e duas abertas (uma para o participante preencher com o nome da
empresa e outra para ele dar sugestão sobre outros fatores influenciadores). Os
autores Easterby-Smith (et al, 1991 apud Roesch, 1996) afirmam que as questões
fechadas possuem vantagens como preenchimento e análise das respostas em
menos tempo, e desvantagens como a coleta de dados superficiais. Os autores
supracitados identificam a necessidade de elaborar questões claras, evitar temas
especializados, evitar questões pessoais, a colocação de duas questões no mesmo
item. As questões abertas concedem vantagens de que o pesquisador colete
informações livres e totalmente novas para sua pesquisa (CERVO, 2002).
O questionário foi elaborado com base nos conceitos citados de capital
intelectual, capital humano, capital estrutural e capital relacional apresentados nesse
trabalho e com base no artigo de Hormiga et al (2010) “O papel do capital intelectual
para o sucesso do novo empreendimento”
O instrumento de coleta de dados foi enviado para todos os participantes da
pesquisa por meio online, ou seja, foi enviado por e-mail, entretanto foi necessário
trocar o meio de aplicação com 4 gestores, pois estes não haviam respondido dentro
do tempo planejado (foi levado o questionário impresso para que estes entregassem
a resposta na hora).
3.4 Técnica de coleta de dados
Em um processo de análise de dados quantitativos diversos procedimentos
podem ser utilizados, dentre os quais pode-se citar: tabulação dos dados, cálculos
estatísticos e codificação das respostas, esta última aplicada na pesquisa.
49
A codificação das respostas compreende números índices, quadros e gráficos
e torna-se relevante em uma pesquisa por comportar a concentração do maior
número possível de informação no mesmo espaço, por permitir a visualização do
objeto de pesquisa por meio da representação material figurada e facilitar, pela
aproximação, a comparação das cifras (CERVO, 2002).
Posterior essa etapa ocorre a interpretação dos dados que tem como finalidade
estabelecer a ligação entre os resultados da pesquisa e a teoria ou estudos
realizados anteriormente (GIL, 1999).
Os dados coletados nesse trabalho foram agrupados estatisticamente de forma
automática, uma vez que a ferramenta de aplicação permite essa facilidade. Para o
cruzamento dos dados coletados foi feito a mineração de dados. Para isso foi
utilizado um software gratuito e de código aberto utilizado na área da Inteligência
Artificial, Waikato Environment for Knowledge Analysis (WEKA).
Após a tabulação e interpretação os resultados foram apresentados de forma
descritiva e organizados em tabelas e gráficos.
50
4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
O empreendedorismo como prática organizacional está se tornando cada vez
mais presente pelo motivo de movimentar a economia gerando cada vez mais
oportunidades de renda e desenvolvimento social (VESPER 1996; GARTNER 2001;
BUSENITZ et al 2003), sendo que esses empreendimentos são de setores de
comércio e serviço (de acordo com estudos do Sebrae as atividades de comércio e
serviços, agrupadas com as atividades terciárias, representam 50% dos custos de
produção e cerca de 50% da geração de empregos no mundo).
Ainda que esses empreendimentos venham com a força toda, muitos deles não
conseguem ultrapassar dos anos inicias e caem na faixa de mortalidade de novas
empresas, que segundo os estudos do Sebrae (2011) no Brasil são criados
anualmente mais de 1,2 milhão de novos empreendimentos formais. Desse total,
mais de 99% são micro e pequenas empresas e Empreendedores Individuais. Esses
mesmos estudos revelam que a cada 100 empreendimentos criados, 73 sobrevivem
aos primeiros dois anos de atividade. Para tanto, é identificado a necessidade de
buscar os fatores, sob a perspectiva do capital intelectual, que auxiliam os novos
empreendimentos a ultrapassarem os três anos iniciais, que são considerados por
Hormiga et al (2010), a fase mais critica e decisória para o sucesso ou não da
empresa. Muitos desses empreendedores desconhecem a importância de lapidarem
o capital intelectual como ferramenta competitiva e desconhecem os meios
existentes para avaliação destes e por consequência, em investimento.
4.1 Resultado da Pesquisa
O questionário utilizado para a coleta das informações foi enviado para 35
novos empreendimentos da região do Vale Rio Tijucas e Vale do Itajaí,
considerando novos empreendimentos aqueles que possuem até três anos de
existência. Dentre os 35 empreendimentos, 28 empresas responderam o
questionário, sendo que 26 são de comércio e serviço e duas apenas de outros
setores. O questionário foi dividido em duas categorias: perfil das empresas e
capital intelectual.
51
4.1.1 Perfil das Empresas
Para identificar o perfil das empresas apresentou-se as seguintes
subcategorias: tempo de existência, natureza e tamanho da empresa.
A primeira questão levantada diz respeito ao tempo de existência da empresa.
Tabela 1. Classificação de empresas em relação aos seus anos de existência
Até 1 ano 11 39%
Até 2 anos 7 25%
Até 3 anos 10 36%
É uma filial com até 3 anos. 0 0%
Fonte: dados primários
Gráfico 1. Anos de Existência do novo empreendimento Fonte: dados primários
A pesquisa revela que das vinte e oito empresas participantes, 11 (39%) têm
até um ano, 10 (36%) até três anos e sete possuem até dois anos (25%). Estão
classificadas como novas empresas, pois possuem até 42 meses de existência.
Várias são as instituições que classificam o tamanho de empresas como o
39%
25%
36%
0%
Anos de Existência do novo empreendimento
Até 1 ano
Até 2 anos
Até 3 anos
É uma filial com até 3anos.
52
SEBRAE1, que define o tamanho das empresas pelo número de empregado, o
BNDES e o Simples Nacional2 que classificam as pequenas empresas pelo
faturamento. Porém, nesse trabalho utilizou-se a classificação dos autores Hormiga
et al (2010) e Reynolds et al (2005) que definem novos empreendimentos aqueles
que têm mais de 3 meses e menos de 42 meses.
Outro questionamento levantado pela pesquisa foi sobre a natureza dos novos
empreendimentos, as empresas participantes estão inseridas nos setores de
comércio e/ou serviço e outros. Dentre as inseridas no setor de comércio e/ou
serviço duas são voltadas para softwares, sistemas da informação e comércio de
produtos eletrônicos, três são da área de alimentação, cinco são da área de
vestuário e artigos femininos, dois voltadas para beleza, estética e saúde, dois da
área de planejamento e manutenção de jardins, dois da área de decoração de
ambientes, quatro na área automotiva e produção de motores, um na área de
transporte rodoviário, um na área de planejamento e decoração de eventos, um na
área de artigos e produtos de limpeza para ambientes, um na área de artigos
importados, um na área de supermercado e uma nova rede de empresas.
Tabela 2. Classificação de empresas em relação à natureza do empreendimento
Financeiro e Legal 0 0%
Comércio e/ou serviço 26 93%
Construção 0 0%
Outros 2 7%
Fonte: dados primários
1 São consideradas micro empresas as que possuem até 19 funcionários, pequenas empresas as que possuem de 20 a 99 funcionários, médias empresas as que possuem de 100 a 499 funcionários e grandes empresas as que possuem mais de 500 empregados. 2 São consideradas micro empresas as que possuem faturamento anual menor ou igual a 2,4 milhões, pequenas empresas as que possuem faturamento anual maior que 2,4 milhões e menor que 16 milhões, médias empresas as que possuem faturamento anual maior que 16 milhões e menor ou igual a 90 milhões, classifica ainda a média-grande empresa que possui o faturamento anual maior que 90 milhões e menor que ou igual que 300 milhões e a grande empresa que possui faturamento anual maior que 300 milhões.
53
Gráfico 2. Natureza dos novos empreendimentos Fonte: dados primários
A pesquisa evidencia que as vinte e oito empresas participantes, vinte e seis
(93%) são comércio e/ ou serviço e duas (7%) de outros setores. Os resultados da
pesquisa corroboram com outros estudos que apontam para o crescimento dos
setores de comércio e serviço no país, os quais significam 50% dos custos de
produção e cerca de 50% da geração de empregos no mundo3. Nessa perspectiva
de crescimento econômico e social ligado ao crescimento do setor de comércio e
serviço, pode-se relacionar o crescimento também da inovação tecnológica, uma vez
que esta deixou de se caracterizar como um processo industrial e passou a integrar
as atividade de comércio e serviço, considerando consultorias técnicas, transmissão
de know how e tecnologia da informação (TI).
Além da classificação por tempo de existência e natureza da empresa, pode-se
classificar quanto ao tamanho da organização.
3 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
0%
93%
0%
7%
Natureza dos novos empreendimentos
Financeiro e Legal
Comércio e/ou serviço
Construção
Outros
54
Tabela 3. Classificação de empresas em relação ao tamanho do empreendimento
Micro empresa, pois tem até dez funcionários 22 79%
Pequena empresa, pois tem de 10 a 49 funcionários 4 14%
Grande empresa, pois tem mais de 100 empregados 2 7%
Fonte: dados primários
Gráfico 3. Tamanho dos novos empreendimentos Fonte: dados primários
As empresas questionadas, considerando a classificação do Sebrae, são na
sua maioria micro e pequena empresa (79%), ou seja 24, quatro (14%) são
pequenas empresas e duas (7%) são grandes. Esse resultado pode ser justificado
em função dos critérios utilizados para a escolha das empresas pesquisas.
4.1.2 Como as empresas avaliam o capital intelectual.
Assim como o plano de negócio, plano de marketing ou planejamento
estratégico a identificação dos ativos intangíveis e avaliação destes são primordiais
para que um novo empreendimento possa se estruturar e criar vantagens que o
permitem permanecer no mercado. Após a identificação do perfil das empresas
participantes da pesquisa, faz-se o levantamento e análise de informações coletadas
79%
14%
0%
7%
Tamanho dos novos empreendimentos participantes
Micro empresa, pois tematé 9 funcionários
Pequena empresa, poistem de 10 a 49funcionários
Média empresa, pois temde 50 a 99 funcionários
Grande empresa, pois temmais de 100 empregados
55
por meio do questionário aplicado diretamente com os gestores, a fim de reconhecer
como esses estão avaliando e investindo em seus empreendimentos por meio do
capital intelectual.
4.1.2.1 A relação entre o Capital Humano e sucesso dos novos empreendimentos
A pesquisa buscou analisar se os ativos intangíveis influenciam o sucesso de
empreendimentos recém-criados, ou seja, qual o papel desempenhado pelo capital
intelectual no sucesso dos novos empreendimentos.
Para responder as questões do trabalho analisaram-se as seguintes
dimensões: capital humano, capital estrutural e capital relacional.
A primeira dimensão analisada foi o capital humano. Considerado um ativo
intangível e importante, é formado por indivíduos que disponibilizam sua maior parte
do tempo e talento para atividades que gerem valor e fonte de inovação para as
organizações do conhecimento (STWART, 1998; VIEDMA MARTÍ, 2001).
O capital humano, como ativo intangível de uma organização, influencia cada
vez mais a permanência de uma empresa no mercado, forçando-a com que cresça e
se desenvolva, uma vez que o capital humano é a fonte de inovação e conhecimento
da organização.
Em relação à influência ou não do capital humano no sucesso dos novos
empreendimentos, os gestores afirmaram as seguintes proposições:
Tabela 4. Influência do Capital humano no novo empreendimento
Sim, pois ao iniciar um empreendimento o empreendedor tem que interagir com um grande número de pessoas, e por isso deve exibir um talento para a adaptabilidade social, bem como perceber as características, intenções e motivos da outra pessoa.
16 57%
Sim, pois as pessoas contribuem para a inovação da empresa. 3 11%
Não, pois somente a vontade do empreendedor em se tornar patrão aumenta a chance de sobrevivência e obtenção de rendas futuras.
0 0%
Sim, pois o trabalho duro das pessoas, bem como um forte empenho e determinação são apontados como elementos importantes para o bom funcionamento de empresas recém-criadas
9 32%
Fonte: Dados primários
56
Gráfico 4. O capital humano e sua influência no sucesso dos novos empreendimentos Fonte: dados primários
Deste modo, a partir desses resultados é possível identificar que das 28
empresas participantes, 16 empreendimentos (57%) afirmaram que o capital
humano influência sim, pois ao iniciar um empreendimento o empreendedor tem que
interagir com um grande número de pessoas, e por isso deve exibir um talento para
a adaptabilidade social, bem como perceber as características, intenções e motivos
da outra pessoa. Nove das 28 participantes (32%) afirmaram que o capital humano
influencia no sucesso dos novos empreendimentos, pois o trabalho duro das
pessoas, bem como um forte empenho e determinação são apontados como
elementos importantes para o bom funcionamento de empresas. Três empresas
(11%) afirmaram que o capital humano influência pelo motivo de que as pessoas
contribuem para a inovação da empresa.
Essa informação identificada na análise dos resultados da pesquisa corrobora
com Edinvission e Malone (1998), os quais afirmam que o capital humano se refere
ao conhecimento, inovação, experiência e habilidade dos funcionários de uma
organização para realizarem suas tarefas, funções e atribuições, abrange a cultura e
filosofia da organização.
A pesquisa pode também identificar a preocupação por parte dos gestores em
relação ao afastamento do seu capital humano da empresa, estes afirmaram que se
preocupam com os prejuízos que o investimento nesse bem possa causar, uma vez
que este é considerado um ativo volátil.
Tabela 5. Investimento no capital humano e impacto de sua evasão.
57
Não se preocupa, pois boa parte do conhecimento que o funcionário tinha adquirido ficou registrado para a organização.
4 14%
Não se preocupa, pois se garante que conseguirá outros com capacidade e não tem problema de treiná-lo do início.
6 21%
Preocupa-se, pois parte de seu capital foi embora. 3 11%
Preocupa-se, pois parte de seu capital foi embora mas sabe que quem o substituir conseguirá exercer as mesmas funções com o auxilio de fluxogramas e tecnologia.
15 54%
Fonte: dados primários
Gráfico 5. Afastamento do capital humano e sua consequência no futuro do empreendimento
Fonte: dados primários
Foi possível identificar, a partir desses resultados, que dos 28 gestores que
responderam o questionário, 15 deles (54%) responderam que se preocupam sim
quando o seu capital humano, funcionário vai embora, pois acreditam que parte de
seu capital foi embora, mas sabem que quem o substituir conseguirá exercer as
mesmas funções com o auxílio de fluxogramas e tecnologia. Seis gestores (21%)
não se preocupam, pois garantem que conseguirão outros com capacidade e não
têm problema de treiná-lo do início. Quatros gestores (14%) afirmaram que se
preocupam, pois boa parte do conhecimento que o funcionário tinha adquirido ficou
registrada para a organização. Três gestores (11%) se preocupam, pois parte de seu
capital foi embora.
58
As afirmações e respostas dos gestores pesquisados são ratificadas pelos
autores Roos et al (2001); Sveiby (1998); Sullivan (1999 e 2000) que afirmam que há
sim grande possibilidade desse funcionário não fazer mais parte da organização,
ocasionando a perda do capital intelectual da empresa ou uma parte dele, e a
empresa terá dificuldades para se manter com as mesmas estratégias de negócio.
Percebe-se a grande importância do capital humano em um novo
empreendimento, visto que são os funcionários que movimentam e energizam a
empresa, eles são responsáveis pela integração da inovação e conhecimento por
meio de suas atitudes e habilidades.
4.1.2.2 A relação entre o Capital Estrutural e sucesso dos novos empreendimentos
Após a análise dos resultados relacionados ao capital humano, surge a
necessidade de analisar os resultados da pesquisa relacionados a segunda
dimensão do capital intelectual: o capital estrutural.
A pesquisa apontou entre os gestores participantes, a sustentação dos autores
citados nesse trabalho de pesquisa em relação a real influência do capital estrutural
no sucesso dos novos empreendimentos, como se pode visualizar na tabela e
gráfico seguintes.
Tabela 6. Influência do Capital Estrutural no sucesso do novo empreendimento.
Sim, pois quanto maior a capacidade do novo empreendedor tem de racionalizar o seu dia-a-dia, maior é a probabilidade de o negócio ser bem sucedido na sua primeiros anos de vida.
17 61%
Sim, pois o capital estrutural como softwares e outras ferramentas tecnológicas auxiliam em um levantamento de informações financeiras, sobre clientes e sobre processos que possibilitam uma visão global da organização.
11 39%
Não, pois o capital estrutural apenas serve como ferramenta de trabalho, e não tem influências sobre o sucesso dos novos empreendimentos
0 0%
Não, pois a organização consegue se manter sem ele. 0 0%
Fonte: dados primários
59
Gráfico 6. Influência do capital estrutural no sucesso dos novos empreendimentos Fonte: dados primários
A partir desses resultados, foi possível identificar que 17 gestores (61%)
acreditam que o capital estrutural influencia no sucesso dos novos
empreendimentos, pela capacidade que o novo empreendedor tem de racionalizar o
seu dia-a-dia, assim maior é a probabilidade de o negócio ser bem sucedido nos
sues primeiros anos de vida. Por outros motivos, 11 gestores (39%) afirmaram que
acreditam na importância do capital estrutural, pois este como softwares e outras
ferramentas tecnológicas auxiliam em um levantamento de informações financeiras,
sobre clientes e sobre processos que possibilitam uma visão global da organização.
Deste modo, é possível perceber a relevância dos processos administrativos,
softwares, cultura, competência e clima organizacional como um diferencial
competitivo das organizações que reconhecem, avaliam e preservam seu capital
estrutural. Essas informações são comprovadas pelos autores Bontis (1998) e
Cardoso (2003), os quais conceituam que o capital estrutural é formando pelos
processos internos, infraestrutura interna, recurso de competência organizacional,
clima organizacional, capacidade de gestão, tudo que os funcionários geram
60
explicitamente, mas que deixam na organização. Esses itens do capital estrutural
contribuem para agregar valor e resultados à organização.
4.1.2.3 A relação entre o Capital Relacional e sucesso dos novos empreendimentos
A partir das análises dos resultados relacionados ao capital humano e capital
estrutural, surge a necessidade de analisar também pelos conceitos relacionados à
terceira dimensão do capital intelectual: o capital relacional.
Os resultados da pesquisa assinalaram o capital relacional como um ativo
importante para o sucesso dos novos empreendimentos pelos seguintes fatores
levantados:
Tabela 7. Influência do Capital Relacional no sucesso do novo empreendimento.
Sim, pois a organização está inserida em um ambiente que precisa se relacionar para conquistar novos clientes, fornecedores, fazer um bom network.
12 43%
Sim, pois os contatos feitos com outras organizações do mesmo setor ou de diferentes setores será importante para a novo negócio.
0 0%
Sim, pois qualquer aliança, seja formal ou informal, pode constituir canais de comunicação, a obtenção de recursos ou acesso aos canais de distribuição necessários para que um novo empreendimento se solidifique.
15 54%
Não influencia, pois se a organização é boa, não necessita de laços externos. 1 4%
Fonte: dados primários
61
Gráfico 7. Influência do capital relacional no sucesso dos novos empreendimentos
Fonte: dados primários
A pesquisa demonstrou que 15 gestores (54%), acreditam que o capital
relacional é relevante, pois qualquer aliança, seja formal ou informal, pode constituir
canais de comunicação, a obtenção de recursos ou acesso aos canais de
distribuição necessários para que um novo empreendimento se solidifique. Dos 13
gestores restantes, 12 gestores (43%), alegaram que o capital relacional é
importante, uma vez que a organização está inserida em um ambiente que precisa
se relacionar para conquistar novos clientes, fornecedores fazer um bom network.
Entretanto, apenas um dos gestores participantes (4%) afirmou que não considera o
capital relacional importante, pois ele não influencia no sucesso do novo
empreendimento, uma vez que se a organização é boa, não necessita de laços
externos.
Capital relacional é realmente importante, pois cria laços externos favorecendo
a imagem do empreendedor, do produto/serviço e do empreendimento como um
todo. É possível comprovar esse resultado a partir do conceito de Kaplan e Norton
(1992), esses autores afirmam que capital relacional é visto como um fator
importante e enriquecedor no sucesso dos novos empreendimentos, pois está
diretamente ligado à estrutura externa, nível de relacionamento com clientes e
fornecedores e também imagem no mercado.
62
A partir desses fatores importantes e considerados pelos gestores como fatores
influenciadores no sucesso dos novos empreendimentos, surge a necessidade de
identificar e analisar demais fatores fortes que auxiliam os novos gestores a
ultrapassar os três anos de existência.
4.1.2.4 Outros fatores influenciadores e importantes para o sucesso dos novos
empreendimentos
Considera-se outros fatores relevantes, as demais características do capital
humano, capital estrutural e do capital relacional. Dentre esses fatores, o que o
gestor considera mais importante e também sobre onde os gestores acreditam que a
satisfação do cliente tem origem.
Primeiramente faz-se importante conhecer qual das três dimensões formadoras
do capital intelectual os gestores avaliam como mais importante. Para tanto vale
afirmar que todas as três dimensões são importantes e juntas formam a equação
perfeita para o sucesso.
Tabela 8. Relação e importância das dimensões do capital intelectual.
Capital humano, pois considerando que este seja fonte potencial de inovação e geração de ideias para a empresa, sua falta pode ter um impacto negativo sobre o resto das atividades que criam valor para a empresa.
4 14%
Capital estrutural, pois quanto maior a eficácia dos processos de produção, maior será a probabilidade do negócio ser bem sucedido nos seus primeiros anos
3 11%
Capital relacional, pois colaborações e alianças com outras empresas podem apoiar o desenvolvimento da empresa, fornecendo informações, conhecimento e complementares recursos.
1 4%
Todos os três fatores são indispensáveis para o sucesso de uma organização, pois formam uma organização do conhecimento e como sistema aberto, necessário para a permanência no mercado atual.
20 71%
Fonte: dados primários
63
Gráfico 8. Relação entre as dimensões do capital intelectual Fonte: dados primários
A pesquisa revelou que 20 gestores participantes (71%) confirmaram que todas
as três dimensões são indispensáveis para o sucesso de uma organização, pois
formam uma organização do conhecimento e como sistema aberto, necessário para
a permanência no mercado atual. Quatros gestores (14%) responderam que capital
humano é fator mais importante, pois consideraram que a este seja fonte potencial
de inovação e geração de ideias para a empresa, sua falta pode ter um impacto
negativo sobre o resto das atividades que criam valor para a empresa. Três gestores
(11%) afirmaram que o Capital estrutural é o fator mais importante, pois quanto
maior a eficácia dos processos de produção, maior será a probabilidade de o
negócio ser bem sucedido nos seus primeiros anos. Apenas um gestor (4%)
considerara o capital relacional o fator mais relevante, pois acredita que as relações
e alianças com outras empresas podem fortalecer o desenvolvimento da empresa,
fornecendo informações, conhecimento e complementares recursos.
Os autores Edvinsson e Malone (1998), corroboram essa relação que os
gestores acreditam existir fazendo uma comparação entre o capital intelectual e uma
árvore, no qual o capital intelectual faz o papel de raiz da árvore, que é a parte mais
forte e responsável para que esta fique de pé e cresça forte e dando bons
resultados. Lacombe (2005), afirma que o capital intelectual é intangível, é a soma
64
de conhecimentos, informações e experiência de todos em uma empresa, que pode
ser administrado e gerenciado com o objetivo de gerar riqueza e vantagem
competitiva. A partir desses conceitos pode-se extrair que as três dimensões do
capital intelectual agem de forma a estrutura o diferencial da empresa, sua
vantagem competitiva, uma dimensão influencia na outra.
Outro fator analisado na pesquisa foi a origem da satisfação do cliente. Os
gestores acreditam que a satisfação do cliente está diretamente ligada ao capital
humano, em forma de bom atendimento, do capital estrutural, em forma dos
processos e ferramentas utilizadas para produzir o produto ou serviço com maior
qualidade, e no capital relacional, em forma da imagem que a empresa passa para o
ambiente externo, a forma com que ela se relaciona com o meio. Essas afirmações
podem ser visualizadas na tabela e gráfico abaixo.
Tabela 9. Relação satisfação do cliente e as dimensões do capital intelectual
Tem origem apenas no bom atendimento. 0 0%
Tem origem apenas no boa qualidade do produto. 0 0%
Tem origem na imagem que o cliente tem da organização 1 4%
Tem origem no bom atendimento, na qualidade do produto e na imagem da organização.
27 96%
Fonte: dados primários
Gráfico 9. Satisfação do cliente e sua relação com o capital intelectual Fonte: dados primários
65
Os resultados em relação a satisfação do cliente, apontaram que 27 gestores
(96%) acreditam que a satisfação4 do cliente tem origem no bom atendimento, na
qualidade do produto e na imagem da organização e apenas um gestor (4%)
acredita que a satisfação do cliente tem origem na imagem que o cliente tem da
organização.
Para melhor análise do entendimento dos gestores sobre o assunto, sentiu-se
a necessidade de considerar outro fator importante para o resultado da pesquisa.
Esse fator está relacionado sobre qual dimensão do capital intelectual o novo
empreendedor acredita ser mais importante ou se ele acredita que o capital humano,
estrutural e relacional são importantes juntos. Essa questão pode ser visualizada na
tabela e gráfico seguintes:
Tabela 10. Qual dimensão do capital intelectual os novos empreendedores mais investem
Capital humano, pois acredito que esse capital tem como principal objetivo a inovação, e ainda, os indivíduos que disponibilizam sua maior parte do tempo e talento para atividades geram valor e fonte de inovação para a organização.
3 11%
Capital estrutural, pois acredito que esse capital é o conhecimento do meu funcionário internalizado no meu empreendimento por meio de fluxograma, sistemas e outras tecnologias e o responsável pela inovação das empresas, assim,
2 7%
Capital relacional, pois quanto maior for a rede de contatos do empreendedor, maior será a chance que o empreendimento tem de se manter no mercado e se solidificar.
1 4%
Um pouco em cada tipo de capital, pois um completa o outro. O capital relacional precisa do capital estrutural para enriquecer a qualidade de serviços e imagem da empresa perante o cliente, e o capital humano que dão vida às organizações.
22 79%
Fonte: dado primário
4 KOTLER (1998): a satisfação do cliente está ligada a percepção do cliente em relação às suas expectativas, sejam elas de qualidade e ou atendimento.
66
Gráfico 10. Dimensões do capital intelectual que os novos empreendedores mais investem Fonte: dados primários
O resultado indicou a relevância de um novo empreendimento possuir capital
intelectual por completo, ou seja, na totalidade das três dimensões (capital humano,
capital estrutural e capital relacional). Para que seja possível visualizar essa
informação nas práticas organizacionais, pode-se revelar que 22 gestores
participantes (79%) informaram que investem um pouco em cada tipo de capital,
pois acreditam que um completa o outro. O capital relacional precisa do capital
estrutural para enriquecer a qualidade de serviços e imagem da empresa perante o
cliente, e o capital humano que dão vida às organizações. Três gestores
participantes da pesquisa (11%) informaram que investem mais no capital humano,
pois acreditam que esse capital tem como principal objetivo a inovação, e ainda, os
indivíduos que disponibilizam sua maior parte do tempo e talento para atividades
geram valor e fonte de inovação para a organização. Dois gestores (7%) informaram
que investem mais no capital estrutural, pois acreditam que esse capital é o
conhecimento do seu funcionário internalizado no seu empreendimento por meio de
fluxograma, sistemas e outras tecnologias e o responsável pela inovação das
empresas, assim, quanto maior o nível de inovação na organização, maior a
probabilidade de o negócio ser bem sucedido em seus primeiros anos de vida. Um
gestor somente (4%) informou que investe mais no capital relacional, pois acredita
que quanto maior for a rede de contatos do empreendedor, maior será a chance que
67
o empreendimento tem de se manter no mercado e se solidificar. Essa perspectiva
de pensamento é defendida por Edvinsson e Malone (1998), os quais garantem que
o capital intelectual, como posse do conhecimento e experiência aplicada, tecnologia
organizacional, relacionamentos com clientes e habilidades profissionais
proporcionam à empresa vantagem competitiva no mercado.
Além do reconhecimento e investimento do capital intelectual por parte dos
gestores, é necessário utilizar de ferramentas que proporcionem avaliação de como
estão esses ativos intangíveis. Para tanto, surgiu a necessidade de verificar se os
gestores participantes da pesquisa conheciam ferramentas de avaliação do capital
intelectual, e se conheciam se já haviam executado.
Tabela 11. Qual dimensão do capital intelectual os novos empreendedores mais investem
Não, nunca pensei nem utilizei. 10 36%
Não, pois não reconheço esses fatores 1 4%
Sim, já pensei mas não utilizei. 14 50%
Sim, já pensei e já utilizei. 3 11%
Fonte: dados primários
Gráfico 11. Aplicação de ferramentas de avaliação do capital intelectual Fonte: dados primários
68
A pesquisa demonstrou que os gestores estão preocupados em avaliar para
poder manter e investir em seus ativos intangíveis. O resultado alcançado
apresentou que 14 gestores (50%) já pensaram em alguma ferramenta para
medição da intensidade do capital intelectual, mas não utilizaram. Dez gestores
(36%) do total da amostra, não pensaram e nunca utilizaram alguma ferramenta
para a medição da intensidade do capital intelectual. Três gestores (11%) já
pensaram e utilizaram alguma ferramenta para medição da intensidade do capital
intelectual em seu empreendimento. Apenas um gestor (4%) não pensou em alguma
ferramenta para medição da intensidade do capital intelectual no empreendimento,
pois desconhece o termo capital intelectual e sues fatores.
A importância da utilização de ferramentas para avaliação do capital intelectual
é conceituada e detalhada nos modelos de avaliação dos autores Edvinsson e
Malone (1998); Sveiby (1998) e Stewart (1997) propuseram modelos de avaliação do
capital intelectual.
O modelo Skandia de Edvinsson (1998) levanta que o valor da empresa é
baseado em cinco focos como o foco financeiro, foco no cliente; foco no processo,
foco humano e foco no desenvolvimento/renovação. O modelo de Stewart (1997)
propõe que o capital intelectual avalie a empresa em relação ao seu valor de
mercado que é em relação ao capital humano, ao capital estrutural e ao capital de
clientes. O modelo de Sveiby (1998) utiliza como base a estrutura interna, estrutura
externa e a competência das pessoas. A comparação entre os três modelos pode
ser melhor visualizada na figura a seguir.
A última questão feita aos gestores participantes foi com intenção de coletar
informações totalmente novas, permitiu-lhes que colocassem seus conhecimentos e
experiências de forma mais aberta e objetiva. Foi questionado aos gestores se estes
conheciam outro fator que considerassem importante para o sucesso de um novo
empreendimento, os gestores consideraram os seguintes:
Capacidade de liderança do gestor, este tem que estar sempre
buscando coisas à frente. A capacidade de cumprir acordos, e valores
como honestidade e transparência.
Empenho, persistência, inovação, valorização do capital humano por
meio de capacitação e um bom atendimento.
69
Meta, determinação, escolher uma região onde tenha mercado em
expansão para seu empreendimento e conhecer seus concorrentes;
Criar diferencias de mercado e sempre buscar a inovação.
Persistência, organização e honestidade;
Serviço de qualidade, investir em inovações tecnológicas e de
capacitação profissional, mantes os funcionários motivados (criar metas
e bonificações), agir de acordo com a Lei.
4.1.2.5 Cruzamento de dados com o uso do software Weka
O cruzamento de dados desse trabalho se fez pela técnica de mineração de
dados e com o auxílio de um software chamado WEKA (Waikato Environment for
Knowledge Analysis). Esse software foi produzido na Universidade de Waikato
(Nova Zelândia) e utilizado pela primeira vez em 1997
O software WEKA como ferramenta de mineração de dados por ser uma das
ferramentas mais populares para mineração de dados, e apesar de muito conhecida
na área da Inteligência é uma ferramenta também muito utilizada para fins didáticos,
em pequenos experimentos e em organizações para como ferramentas de Business
Intelligence (BI) e ferramentas para realizações de pesquisas (IBM, 2013; MARCOS
CPERONI, 2013).
A partir dessas análises, pode-se apresentar o cruzamento de dado dos
resultados feitos em relação ao tempo de existência e tamanho do empreendimento,
se estes já utilizaram ferramentas de avaliação do capital intelectual e sobre qual
perspectiva acreditam que os tipos de capitais intelectuais influenciam no sucesso
dos novos empreendimentos.
Sob a perspectiva do capital humano, tem-se as seguintes relações.
70
Figura 10. Cruzamento de dados – Capital Humano Fonte: Dados primários
Empreendimentos que possuem até um ano de existência são considerados
microempresas (possuem até nove funcionários) acreditam que o capital humano
influencia no sucesso dos novos empreendimentos pelo fato de que o empreendedor
71
tem que interagir com um grande número de pessoas, e por isso deve exibir um
talento para a adaptabilidade social, bem como perceber as características,
intenções e motivos da outra pessoa. Esses mesmos empreendedores afirmaram
que já pensaram em utilizar ferramentas para avaliação das dimensões do capital
intelectual, entretanto nunca utilizaram e investem nos três tipos de capital
intelectual, pois acreditam que um completa o outro. O capital relacional precisa do
capital estrutural para enriquecer a qualidade de serviços e imagem da empresa
perante o cliente, e o capital humano que dão vida às organizações.
Empreendimentos que possuem até dois anos de existência e considerados
micro empresas (possuem até nove funcionários), acreditam que o capital humano
influencia no sucesso dos novos empreendimentos pelo mesmo motivo mencionado
pelos empreendedores acima e afirmaram também que já pensaram em utilizar
ferramentas para avaliar seus ativos intangíveis, entretanto nunca utilizaram. Esses
empreendedores investem nos três tipos do capital intelectual, pois também
acreditam que um completa o outro.
Empreendimentos que possuem até três anos de existência e considerados
micro empresas (possuem até nove funcionários) acreditam que o capital humano
influencia no sucesso do novo empreendimento pelo fato de que o trabalho duro das
pessoas, bem como um forte empenho e determinação são apontados como
elementos importantes para o bom funcionamento de empresas recém-criadas.
Esses empreendedores nunca pensaram em utilizar ferramentas para avaliar o
capital intelectual, entretanto sabem da importância desses ativos intangíveis e
investem nos três tipos de capital também pelo mesmo motivo mencionado
anteriormente.
Em relação ao capital estrutural, tem-se os seguintes resultados
72
Figura 11. Cruzamento de dados - Capital Estrutural Fonte: Dados primários
Empreendimentos que possuem até um ano de existência, são consideradas
micro empresas (até nove funcionários) acreditam que o capital estrutural influencia
no sucesso dos novos empreendimentos, pois quanto maior a capacidade do novo
73
empreendedor tem de racionalizar o seu dia-a-dia, maior é a probabilidade de o
negócio ser bem sucedido nos seus primeiros anos de vida. Esses mesmos
empreendedores afirmaram que já pensaram em utilizar ferramentas para avaliação
dos bem intangíveis, entretanto nunca utilizaram e que investem nos três tipos de
capital intelectual porque acreditam que um completa o outro. O capital relacional
precisa do capital estrutural para enriquecer a qualidade de serviços e imagem da
empresa perante o cliente, e o capital humano que dão vida às organizações.
Empreendimentos que possuem até dois anos de existência e são
consideradas micro empresas (até nove funcionários) acreditam que o capital
estrutural influencia no sucesso dos novos empreendimentos pelos mesmos motivos
citados pelos empreendimentos que possuem até um ano, e ainda pelo fato de que
o capital estrutural como softwares e outras ferramentas tecnológicas auxiliam em
um levantamento de informações financeiras, sobre clientes e sobre processos que
possibilitam uma visão global da organização. Esses empreendedores afirmaram
que já pensaram e aplicaram ferramentas de avaliação desses ativos intangíveis.
Empreendimentos que possuem até três anos de existência, afirmaram que o
capital intelectual influencia no sucesso dos novos empreendimentos, pelos mesmos
motivos afirmados pelos gestores dos empreendimentos de até dois anos de
existência. Esses gestores já pensaram em formas de avaliação dos ativos
intangíveis, entretanto nunca utilizaram. Afirmaram ainda que investem em um
pouco de cada tipo de capital intelectual, pois acredita que um completa o outro.
No que diz respeito ao capital relacional, tem-se as seguintes relações:
74
Figura 12. Cruzamento de dados – Capital Relacional Fonte: Dados Primários
Empreendimentos que possuem até um ano de existência acreditam que o
capital relacional faz-se importante no sucesso dos novos empreendimentos, pois a
75
organização está inserida em um ambiente que precisa se relacionar para conquistar
novos clientes, fornecedores, fazer um bom network. Esses gestores afirmaram que
já pensaram em utilizar ferramentas para avaliar os ativos intangíveis, entretanto não
utilizaram. Sobre o investimento nesses ativos, afirmaram que investem um pouco
em cada tipo de capital, pois um completa o outro. O capital relacional precisa do
capital estrutural para enriquecer a qualidade de serviços e imagem da empresa
perante o cliente, e o capital humano que dão vida às organizações.
Empreendimentos que possuem até dois anos, acreditam que o capital
relacional influencia no sucesso dos novos empreendimentos pelo mesmo motivo
que os empreendimentos que possuem até um ano, e ainda acrescentam que esse
capital é importante por criar alianças, sejam formais ou informais, que podem
constituir canais de comunicação, a obtenção de recursos ou acesso aos canais de
distribuição necessários para que um novo empreendimento se solidifique. Esses
gestores investem também em todos o três tipos do capital intelectual pelo mesmo
motivo, também, dos empreendimentos que possuem até um ano.
Empreendimentos que possuem até três anos acreditam que o capital
relacional é importante para o sucesso dos novos empreendimentos pelos mesmos
motivos dos gestores dos empreendimentos de até um ano e até dois anos, e
investem nos capitais intelectuais também pelos mesmos motivos, ou seja, a
percepção e forma de gestão ainda continua a mesma de quando iniciaram o
empreendimento.
Deste modo, a partir dos conceitos e práticas organizacionais identificadas por
meio do resultado da pesquisa, é possível identificar a importância do papel do
capital intelectual no sucesso dos novos empreendimentos e que os gestores como
empreendedores que são, estão cada vez mais atentos a valorização investimento
de seus ativos intangíveis para que seus empreendimentos ultrapassem a fase
inicial.
4.1.2.6 Quadro comparativo entre o referencial teórico e os achados da pesquisa em
relação as dimensões do capital intelectual
Foi possível também nesse trabalho construir um Quadro comparativo (Ver
Quadro 4 que permite melhor visualização da relação entre os conceitos
mencionados pelos autores e a prática organizacional apresentada pelos gestores.
76
Dimensão do Capital Intelectual
Conceito dos autores Prática Organizacional -
gestores
Capital Humano
É formado de indivíduos que disponibilizam sua maior parte do tempo e talento para atividades que gerem valor e fonte de inovação para a organização (STWART, 1998; VIEDMA MARTÍ 2001).
Os novos empreendedores estão cada vez mais investimento e valorizando o capital humano, pois acreditam realmente que esse seja o fundamental para a empresa ter sucesso, acreditam que o funcionário bem treinado e capacitado faz toda a diferença no meio competitivo.
Capital Estrutural
É o conhecimento que o funcionário não leva para casa ao término do expediente, pois pertence à empresa em âmbito global podendo ser dividido e reproduzido (STEWART, 1998).
Os gestores dão importância ao capital estrutural, pois acreditem que é por meio de ferramentas como sistemas e processos que podem internalizar o conhecimento e competência de cada funcionário, assim não terão problemas quando esse não fizer mais parte da empresa.
Capital Relacional
É a estrutura externa, o nível de relacionamento com clientes e fornecedores e também imagem no mercado. (KAPLAN E NORTON, 1992).
Os empreendedores acreditam na diferença que o capital relacional possa ter na imagem do empreendimento em relação ao cliente, ao fornecedor, ao concorrente, aos parceiros, etc. Acreditam ainda que por meio do capital relacional criam uma rede de relacionamentos (network) que favorecem as negociações no mercado.
Quadro 4. Comparação das dimensões do capital intelectual com a prática organizacional Fonte: Elaborado com base na pesquisa
O capital intelectual é realmente um fator importante para o sucesso dos novos
empreendimentos, e considerado extremamente valioso para as organizações que
buscam vantagem competitiva por meio de uma gestão diferenciada.
77
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta do trabalho foi analisar o papel do capital intelectual no sucesso dos
novos empreendimentos. Nesse sentido, foi necessário realizar uma pesquisa
bibliográfica sobre conceitos e fatores formadores e influenciadores do capital
intelectual.
A partir da pesquisa bibliográfica, foram identificados possíveis fatores
influenciadores do capital intelectual presente nos novos empreendimentos
participantes da pesquisa, formando então um questionário para coletar dados que
pudessem enriquecer o presente trabalho.
Com o aumento significativo de novos empreendimentos e “falência” desses
mesmos em pouco tempo de vida, surge a necessidade de identificar o que está
faltando para que a empresa se estruture nas fases inicias de atuação, e o capital
intelectual como ativo intangível do empreendimento passou ter grande peso nessa
incógnita.
A pesquisa foi enviada para 35 novos empreendedores por meio de uma
ferramenta do Google Drive, que possibilita a criação manual das perguntas a serem
aplicadas, aplicação online do questionário (enviada por e-mail para os participantes.
Entretanto, para se conseguir o número de 28 participantes, foi necessário aplicar o
questionário pelo método tradicional, ou seja, 4 participantes responderam o
questionário em papel e os dados foram repassados para a base de dados) e
análise de dados por meio do agrupamento de respostas gerado automático pela
ferramenta e mineração de dados por meio da utilização do sistema WEKA (sistema
utilizado na área de inteligência artificial).
A realização do trabalho proporcionou o levantamento de informações
relevantes para os novos empreendedores, os fez analisar e avaliar como estão
tratando do capital intelectual que está inserido em seus empreendimentos e
enfatizou a relevância do tema no meio organizacional que é tão pouco tratado.
O resultado alcançado foi ao encontro do objetivo traçado no início do trabalho.
Foi possível concluir que o capital intelectual, como ativo intangível da organização,
influência no sucesso dos novos empreendimentos solidificando-o e proporcionando
diferenciais competitivos para ultrapassar os 3 primeiros anos de existência.
78
Deste modo, pode-se considerar que a pesquisa contribui para os
empreendimentos existentes e para os futuros empreendimentos, uma vez que
esclareceu conceitos que devem ser tratados com relevância, como a identificação
do capital humano e aperfeiçoamento, a identificação do capital estrutural e
investimento em novas tecnologias e processos e a identificação do capital
relacional e as vantagens que este pode trazer para a imagem do empreendimento,
uma vez que esses são considerados ativos intangíveis e fazem parte do patrimônio
da organização.
As limitações encontradas para realização desse trabalho foram a
disponibilidade bibliográfica e aplicação do questionário. Em relação a
disponibilidade bibliográfica, foi necessário pesquisar em diversos artigos separadas
(artigos em espanhol e inglês) realizar a fundamentação teórica, pois poucos eram
os livros disponíveis sobre o assunto. Já em relação a aplicação do questionário, os
empreendedores apresentaram certa resistência por terem que parar e responder.
Sugere-se aos futuros trabalhos relacionados ao tema, o aprofundamento da
avaliação das três dimensões formadoras do capital intelectual (capital humano,
capital estrutural e capital relacional) por meio dos modelos de avaliação do ativo
intangível e consequentemente formas de investimentos nos mesmos.
79
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85
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO PARA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO CAPITAL
INTELECTUAL NOS NOVOS EMPREENDIMENTOS
*Obrigatório
Qual o nome do seu empreendimento? *
Seu empreendimento tem quantos anos de existência? *
Até 1 ano
Até 2 anos
Até 3 anos
É uma filial com até 3 anos.
Seu empreendimento é de qual natureza? *
Financeiro e Legal
Comércio e/ou serviço
Construção
Outros
Qual o tamanho da empresa, relação ao número de funcionários? *
Micro empresa, pois tem até 9 funcionários
Pequena empresa, pois tem de 10 a 49 funcionários.
Média empresa, pois tem de 50 a 99 funcionários.
Grande empresa, pois tem mais de 100 empregados.
Considerando o capital intelectual na sua empresa, qual o fator julga-se mais importante para o sucesso do seu empreendimento? *
Entende-se por Capital intelectual: conjunto de ativos intangíveis.
Capital humano, pois considerando que este seja fonte potencial de inovação e geração
de ideias para a empresa, sua falta pode ter um impacto negativo sobre o resto das
atividades que criam valor para a empresa.
Capital estrutural, pois quanto maior a eficácia dos processos de produção, maior será a
probabilidade do negócio ser bem sucedido nos seus primeiros anos
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Capital relacional, pois colaborações e alianças com outras empresas podem apoiar o
desenvolvimento da empresa, fornecendo informações, conhecimento e complementares
recursos.
Todos os três fatores são indispensáveis para o sucesso de uma organização, pois
formam uma organização do conhecimento e como sistema aberto, necessário para a
permanência no mercado atual.
Você, como gestor, acredita que o capital humano influencia no sucesso do seu novo empreendimento? *
Sim, pois iniciar um empreendimento o empreendedor tem que interagir com um grande
número de pessoas, e por isso deve exibir um talento para a adaptabilidade social, bem como
perceber as características, intenções e motivos da outra pessoa.
Sim, pois as pessoas contribuem para a inovação da empresa.
Não, pois somente a vontade do empreendedor em se tornar patrão aumenta a chance
de sobrevivência e obtenção de rendas futuras.
Sim, pois o trabalho duro das pessoas, bem como um forte empenho e determinação
são apontados como elementos importantes para o bom funcionamento de empresas recém-
criadas.
Você, como gestor, acredita que o capital estrutural influencia no sucesso do seu novo empreendimento? *
Sim, pois quanto maior a capacidade do novo empreendedor tem de racionalizar o seu
dia-a-dia, maior é a probabilidade de o negócio ser bem sucedido no seus primeiros anos de
vida.
Sim, pois o capital estrutural como softwares e outras ferramentas tecnológicas auxiliam
em um levantamento de informações financeiras, sobre clientes e sobre processos que
possibilitam uma visão global da organização.
Não, pois o capital estrutural apenas serve como ferramenta de trabalho, e não tem
influências sobre o sucesso dos novos empreendimentos.
Não, pois a organização consegue se manter sem ele.
Você, como gestor, acredita que o capital relacional influencia no sucesso do seu novo empreendimento? *
Sim, pois a organização está inserida em um ambiente que precisa se relacionar para
conquistar novos clientes, fornecedores, fazer um bom network.
Sim, pois os contatos feitos com outras organizações do mesmo setor ou de diferentes
setores será importante para a novo negócio.
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Sim, pois qualquer aliança, seja formal ou informal, pode constituir canais de
comunicação, a obtenção de recursos ou acesso aos canais de distribuição necessários para
que um novo empreendimento se solidifique.
Não influencia, pois se a organização é boa, não necessita de laços externos.
Você, como gestor, acredita que a satisfação do seu cliente tem origem em qual dos fatores listados abaixo? *
Tem origem apenas no bom atendimento.
Tem origem apenas no boa qualidade do produto.
Tem origem na imagem que o cliente tem da organização
Tem origem no bom atendimento, na qualidade do produto e na imagem da
organização.
Você como gestor, que se preocupa em treinar o seu novo funcionário, como age se esse funcionário treinado e capacitado vai embora? *
Não se preocupa, pois boa parte do conhecimento que o funcionário tinha adquirido
ficou registrado para a organização.
Não se preocupa, pois se garante que conseguirá outros com capacidade e não tem
problema de treiná-lo do início.
Se preocupa, pois parte de seu capital foi embora.
Preocupa-se, pois parte de seu capital foi embora mas sabe que quem o substituir
conseguirá exercer as mesmas funções com o auxilio de fluxogramas e tecnologia.
A sua empresa investe mais em que tipo de capital intelectual? *
Capital humano, pois acredito que esse capital tem como principal objetivo a inovação, e
ainda, os indivíduos que disponibilizam sua maior parte do tempo e talento para atividades
geram valor e fonte de inovação para a organização.
Capital estrutural, pois acredito que esse capital é o conhecimento do meu funcionário
internalizado no meu empreendimento por meio de fluxograma, sistemas e outras tecnologias
e o responsável pela inovação das empresas, assim, quanto maior o nível de inovação na
organização do maior a probabilidade de o negócio ser bem sucedido em seus primeiros
anos de vida.
Capital relacional, pois quanto maior for a rede de contatos do empreendedor, maior
será a chance que o empreendimento tem de se manter no mercado e se solidificar.
Um pouco em cada tipo de capital, pois um completa o outro. O capital relacional
precisa do capital estrutural para enriquecer a qualidade de serviços e imagem da empresa
perante o cliente, e o capital humano que dão vida às organizações.
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Você, como gestor e empreendedor, já pensou ou utilizou alguma ferramenta para medir a intensidade desses fatores do capital intelectual (capital humano, capital estrutural e capital relacional) no seu empreendimento? *
Não, nunca pensei nem utilizei.
Não, pois não reconheço esses fatores
Sim, já pensei, mas não utilizei.
Sim, já pensei e já utilizei.
Você tem algo a acrescentar que acredita que contribui para o sucesso do seu empreendimento?