O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

57
7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen] http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 1/57  CRISTAL E A VIA DA LUZ Namkhaï Norbu Rinpoche Sutra, Tantra e Do!chen Compi"a#$o e apre%enta#$o &e 'ohn Shane Tra&u#$o ao ca%te""ano e re(i%$o) E"*a% Capri"e% E%ta tra&u#$o +oi rea"ia&a para meu u%o pe%%oa", e para um c*rcu"o re%trito &e ami!o% intere%%a&o% no% en%inamento% Do!chen, a%%im %en&o pe&imo% a con%i&era#$o &e n$o &i(u"!-"a. /"(io Cap""onch Car&o%o N TA D C 01ILAD R E%te "i(ro +oi compi"a&o a partir &e tran%cri#2e% &a% !ra(a#2e% &o% en%inamento% orai% pro+eri&o% por Namkhaï Norbu Rinpoche em retiro% e con+er3ncia% em (ria% parte% &o mun&o entre 4567 e 4578, &a% nota% 9ue eu me%mo tomei &e pa"e%tra% n$o !ra(a&a% ou n$o tran%crita%, e &o materia" 9ue %ur!iu &e con(er%a#2e% particu"are% com Rinpoche. Embora Rinpoche tenha um bom conhecimento &e in!"3%, at: +in% &e 457; pre+eriu en%inar em ita"iano, 9ue : a "*n!ua oci&enta" 9ue po%%ui maior +ami"iari&a&e. Ca&a (e 9ue comp"eta a% ora#2e%, Rinpoche  +a pau%a% para permitir a tra&u#$o &o 9ue &i%%e na "in!ua!em &a maioria &o% ou(inte% < ou, 9uan&o e%t na It"ia, para permitir a tra&u#$o para o in!"3%, &e mo&o 9ue a9ue"e% 9ue n$o compreen&em o ita"iano po%%am enten&er o 9ue &i%%e <. 1ortanto, e%te "i(ro n$o po&eria ter %i&o pro&ui&o %em o e%+or#o e a &e&ica#$o &e to&o% 9ue tra&uiram, !ra(aram e tran%cre(eram o% en%inamento% &o Rinpoche. 1ortanto, a tra&u#$o e%pont=nea e ime&iata, +re9>entemente tran%crita "itera"mente, &ei?a o re%u"ta&o muito a &e%e@ar na p!ina impre%%a. 1ortanto, uma &a% principai% tare+a% &o compi"a&or +oi (erter to&o o materia" u%a&o para um bom in!"3% e%crito. 1or:m, ain&a por cima, a partir &a% numero%a% tran%cri#2e% 9ue trata(am muito% tema% em &eta"he, era preci%o ima!inar uma +orma !era" para o "i(ro 9ue torna%%e c"ara a e%trutura intr*n%eca &o% en%inamento% em con@unto %em 9ue %e per&e%%e a 9ua"i&a&e &i+eren#a&a &o e%ti"o &o en%inamento ora" caracter*%tico &o Rinpoche. Tratei &e con%e!uir i%to a"ternan&o o% en%inamento% me%mo% com a% hi%toria% e%c"arece&ora% e intere%%ante% com a% 9uai%, &e +orma t$o e+eti(a, Rinpoche  i"u%trou o% en%inamento%. Como o "i(ro e%t &e%tina&o tanto ao "eitor comum como ao e%pecia"i%ta, e(itei no po%%*(e" %obrecarre!ar o "i(ro com nota%. Se &e a"!um mo&o ti(e 3?ito no meu traba"ho como compi"a&or, i%%o %e &e(e a paci3ncia &e Namkhaï Norbu Rinpoche, 9ue continuamente me o+ereceu %eu tempo para e?p"icar e e%c"arecer ain&a mai% o% en%inamento%. No entanto, 9uai%9uer erro% ou 3n+a%e% e9ui(oca&o% 9ue po%%am ter +ica&o no te?to, %$o e?c"u%i(amente &e minha prpria re%pon%abi"i&a&e. 0uito% ami!o% me a@u&aram ne%%e pro@eto para po&er mencionar a to&o%, por:m !o%taria particu"armente &e a!ra&ecer B minha e%po%a, ', %eu con%tante apoio e a"ento. Ne%ta :poca &e t$o !ran&e cri%e para a humani&a&e, : &a maior import=ncia 9ue a% anti!a% tra&i#2e% &e %abe&oria 9ue con&uem B tran%+orma#$o &o in&i(*&uo %e@am pre%er(a&a% e comunica&a% c"aramente, @ 9ue t3m uma t$o !ran&e contribui#$o a o+erecer para a tran%+orma#$o pac*+ica &a %ocie&a&e &a 9ua" &epen&e a %obre(i(3ncia +utura &e no%%a e%p:cie e &e no%%o p"aneta. E%pero 9ue a co"abora#$o &e Namkhaï Norbu Rinpoche ne%te "i(ro, 9ue ti(e o !ran&e pri(i":!io &e &e%+rutar, tenha e+eti(amente a"!um pape", por menor 9ue %e@a, na !ran&e tare+a &e por +im B "uta e a &i%cr&ia, e a &e promo(er a pa e a "ibera#$o &o %o+rimento &e to&o% o% %ere%. 1e&imo% ao "eitor "embrar-%e 9ue nenhum "i(ro po&e %er(ir como %ub%tituto &a recep#$o &a tran%mi%%$o por parte &e um me%tre 9ua"i+ica&o. ue a9ue"e% 9ue ain&a n$o t3m um aut3ntico ami!o e%piritua"F tenham a +e"ici&a&e &e con%e!uir umG ue e%te "i(ro %e@a prop*cioG 'ohn Shane Arci&o%o, @unho &e 4578

Transcript of O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

Page 1: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 1/57

  CRISTAL E A VIA DA LUZNamkhaï Norbu Rinpoche Sutra, Tantra e Do!chen

Compi"a#$o e apre%enta#$o &e 'ohn Shane Tra&u#$o ao ca%te""ano e re(i%$o) E"*a% Capri"e%

E%ta tra&u#$o +oi rea"ia&a para meu u%o pe%%oa", e para um c*rcu"o re%trito &e ami!o% intere%%a&o% no% en%inamento%Do!chen, a%%im %en&o pe&imo% a con%i&era#$o &e n$o &i(u"!-"a.

/"(io Cap""onch Car&o%o

N TA D C 01ILAD R

E%te "i(ro +oi compi"a&o a partir &e tran%cri#2e% &a% !ra(a#2e%&o% en%inamento% orai% pro+eri&o% por Namkhaï Norbu Rinpoche em

retiro% e con+er3ncia% em (ria% parte% &o mun&o entre 4567 e 4578,&a% nota% 9ue eu me%mo tomei &e pa"e%tra% n$o !ra(a&a% ou n$otran%crita%, e &o materia" 9ue %ur!iu &e con(er%a#2e% particu"are% comRinpoche.

Embora Rinpoche tenha um bom conhecimento &e in!"3%, at: +in% &e457; pre+eriu en%inar em ita"iano, 9ue : a "*n!ua oci&enta" 9ue po%%uimaior +ami"iari&a&e. Ca&a (e 9ue comp"eta a% ora#2e%, Rinpoche   +apau%a% para permitir a tra&u#$o &o 9ue &i%%e na "in!ua!em &a maioria&o% ou(inte% < ou, 9uan&o e%t na It"ia, para permitir a tra&u#$opara o in!"3%, &e mo&o 9ue a9ue"e% 9ue n$o compreen&em o ita"ianopo%%am enten&er o 9ue &i%%e <. 1ortanto, e%te "i(ro n$o po&eria ter%i&o pro&ui&o %em o e%+or#o e a &e&ica#$o &e to&o% 9ue tra&uiram,!ra(aram e tran%cre(eram o% en%inamento% &o Rinpoche.

1ortanto, a tra&u#$o e%pont=nea e ime&iata, +re9>entementetran%crita "itera"mente, &ei?a o re%u"ta&o muito a &e%e@ar na p!inaimpre%%a. 1ortanto, uma &a% principai% tare+a% &o compi"a&or +oi(erter to&o o materia" u%a&o para um bom in!"3% e%crito. 1or:m, ain&apor cima, a partir &a% numero%a% tran%cri#2e% 9ue trata(am muito%

tema% em &eta"he, era preci%o ima!inar uma +orma !era" para o "i(ro9ue torna%%e c"ara a e%trutura intr*n%eca &o% en%inamento% em con@unto%em 9ue %e per&e%%e a 9ua"i&a&e &i+eren#a&a &o e%ti"o &o en%inamentoora" caracter*%tico &o Rinpoche. Tratei &e con%e!uir i%to a"ternan&oo% en%inamento% me%mo% com a% hi%toria% e%c"arece&ora% e intere%%ante%com a% 9uai%, &e +orma t$o e+eti(a, Rinpoche  i"u%trou o% en%inamento%.Como o "i(ro e%t &e%tina&o tanto ao "eitor comum como aoe%pecia"i%ta, e(itei no po%%*(e" %obrecarre!ar o "i(ro com nota%.

Se &e a"!um mo&o ti(e 3?ito no meu traba"ho como compi"a&or,i%%o %e &e(e a paci3ncia &e Namkhaï Norbu Rinpoche, 9uecontinuamente me o+ereceu %eu tempo para e?p"icar e e%c"arecerain&a mai% o% en%inamento%. No entanto, 9uai%9uer erro% ou 3n+a%e%

e9ui(oca&o% 9ue po%%am ter +ica&o no te?to, %$o e?c"u%i(amente &eminha prpria re%pon%abi"i&a&e.0uito% ami!o% me a@u&aram ne%%e pro@eto para po&er mencionar a

to&o%, por:m !o%taria particu"armente &e a!ra&ecer B minha e%po%a,', %eu con%tante apoio e a"ento.

Ne%ta :poca &e t$o !ran&e cri%e para a humani&a&e, : &a maiorimport=ncia 9ue a% anti!a% tra&i#2e% &e %abe&oria 9ue con&uem Btran%+orma#$o &o in&i(*&uo %e@am pre%er(a&a% e comunica&a%c"aramente, @ 9ue t3m uma t$o !ran&e contribui#$o a o+erecer paraa tran%+orma#$o pac*+ica &a %ocie&a&e &a 9ua" &epen&e a%obre(i(3ncia +utura &e no%%a e%p:cie e &e no%%o p"aneta. E%pero9ue a co"abora#$o &e Namkhaï Norbu Rinpoche ne%te "i(ro, 9ue ti(e o!ran&e pri(i":!io &e &e%+rutar, tenha e+eti(amente a"!um pape", pormenor 9ue %e@a, na !ran&e tare+a &e por +im B "uta e a &i%cr&ia, ea &e promo(er a pa e a "ibera#$o &o %o+rimento &e to&o% o% %ere%.

1e&imo% ao "eitor "embrar-%e 9ue nenhum "i(ro po&e %er(ir como%ub%tituto &a recep#$o &a tran%mi%%$o por parte &e um me%tre9ua"i+ica&o.

ue a9ue"e% 9ue ain&a n$o t3m um aut3ntico ami!o e%piritua"Ftenham a +e"ici&a&e &e con%e!uir umG

ue e%te "i(ro %e@a prop*cioG

'ohn ShaneArci&o%o, @unho &e 4578

Page 2: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 2/57

α α α

 S SEIS VERS S VA'RA

Embora o% +enmeno% aparente%Se mani+e%tem como &i(er%i&a&e,E%ta &i(er%i&a&e : n$o &ua",

E &e to&a a mu"tip"ici&a&e e?i%tente &a% coi%a% in&i(i&uai%Nenhuma po&e %er con+ina&a em um conceito "imita&o.

uan&o no% "i(ramo% &o en!ano con%titui&o1e"a% tentati(a% &e &ier : a%%imF ou n$o : a%%imF,

Torna-%e c"aro 9ue to&a% a% +orma% mani+e%ta%S$o a%pecto% &o in+inito %em +orma,

E, in%epar(ei% &He"e,Encontran&o-%e @J auto aper+ei#oa&a%.

uan&o (emo% 9ue ca&a coi%a @J : auto aper+ei#oa&a,A &oen#a &e e%+or#ar-%e por obten#$o, (enci&a

Se &e%+a por %i me%maJ,E, permanecen&o %imp"e%mente no

E%ta&o natura" ta" como :,A 1re%en#a &aJ Contemp"a#$o n$o &ua"

Sur!e e%pontaneamente &e +orma cont*nua.

Nota ao% Sei% Ver%o% Va@ra

 % %ei% (er%o% (a@ra  ou Sei% "inha% (a@ra  Kn o o r i ! i n a " t i b e t a n o c o n % t a m % o m e n t e % e i % " i n h a % cont:m um per+eitore%umo &o% en%inamento% &o!chen a tra&u#$o para o in!"3% +oi rea"ia&a por Mrian Mere%+or& e 'ohn Shane &e +ormaba%tante "i(re, &e acor&o com a e?p"ica#$o ora" &a&a por Namkhaï Norbu. A i"u%tra#$o mo%tra o% Sei% Ver%o% em e%critaca"i!r+ica cur%i(a tibetana um eF rea"ia&a por Namkhaï Norbu. A %ec#$o principa" &e%te "i(ro em %ua tota"i&a&e po&e

2

Page 3: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 3/57

α α α%er con%i&era&a como um comentrio %obre e%%e% Sei% Ver%o%, 9ue con%tituem o conte&o &o T a n t r a T a % h i pe p e " r i ! p eku""u!, ou T a nt r a &o cuco 9ue anuncia o Conhecimento n$o &ua"F K ri!pa. Ta" como o cuco : o primeiro anncio &aprima(era, e%te tantra e e%te% (er%o% %$o o anncio &o &e%pertar e%piritua".

CA1OTUL 4

0EU NASCI0ENT , 1RI0EIR S AN S E EDUCAPQ , E DEC 0 CEUEI A C NECER 0EU 0ESTRE 1RINCI1AL.

De%&e o come#o me%moo% %ere%, cu@o nmero : in+inito

t3m como con&i#$o intr*n%eca e%%encia"o e%ta&o per+eitamente puro &o% I"umina&o%

%aben&o 9ue i%to tamb:m : certocom re"a#$o B mim me%mo,

comprometo-me a rea"iar e%ta I"umina#$oJ.

Linha% %obre o bo&hichitta  e%crita% por Lon!chenpa K47-W 9ue e?pre%%am o conceito &a Ma%e

no Anu-Xo!a .

Na%ci na a"&eia &e uehu! , no &i%trito &e Chon!ra  &eDe!u: , no Tibet orienta", no &:cimo %:timo &ia &o &:cimom3% &o ano &o Ti!re &a Terra K7 &e &eembro &e 457.Diem 9ue a% ro%eira% em +rente B ca%a &o% meu% pai%+"ore%ceram na9ue"e &ia ape%ar &e e%tarmo% em p"enoin(erno. Doi% &e meu% tio% (ieram em %e!ui&a (i%itarno%%a +am*"ia. E"e% +oram &i%c*pu"o% &e um !ran&e me%trechama&o Aom Dru!pa, 9ue morreu a"!un% ano% ante%, eambo% eram a!ora me%tre% &o &o!chen . 1or cau%a &o 9ue%eu me%tre "he% &i%%e ante% &e morrer e pe"o +ato &e 9uee"e ha(ia "e!a&o a"!uma% po%%e% e%peciai% ao +i"ho 9ueteriam meu% pai% &epoi% &e %ua morte, e"e% acre&ita(am+irmemente 9ue eu era a reencarna#$o &e"e. uan&o tinha

&oi% ano% &e i&a&e, +ui reconheci&o o+icia"mente como areencarna#$o &e um a"to tu"ku  &a e%co"a niYn!mapa  e meo+ereceram uma% roupa%. N$o me recor&o muito &o% &eta"he%&o 9ue %e pa%%ou ent$o, por:m "embro 9ue &epoi% &i%torecebi uma !ran&e 9uanti&a&e &e pre%ente%.

Lo!o, com a i&a&e &e cinco ano%, +ui tamb:mreconheci&o pe"o &:cimo %e?to armapa  e por Situ Rinpoche&a9ue"a :poca como a encarna#$o &a 0ente &e outro !ran&eme%tre) o "timo Ch[!uia" < ou %e@a, a reencarna#$o &oShab&run! N!a\an! Nam!uia" < &o E%ta&o &o Mhut$o. E%%et*tu"o 9ue %i!ni+ica rei &o &harma F, e era atribu*&o a%

reencarna#2e% &o +un&a&or &o E%ta&o em 9ue%t$o, e"e +oium &e %eu% maiore% &iri!ente% at: o in*cio &o %:c. ]].1ortanto, me &eram numero%o% nome% e t*tu"o% < muitocompri&o% e !ran&i"o9>ente% < 9ue eu nunca u%ei, poi%

pre+eri o nome 9ue meu% pai% me &eram ao na%cer, 9ue :Namkhaï Norbu e 9ue, B %ua maneira : muito e%pecia".Norbu  %i!ni+ica @iaF e Namkhaï &o c:uF ou &o e%pa#oF.No% nome% tibetano% a uti"ia#$o &o !eniti(o : poucou%ua", por:m meu% pai% &eci&iram chamar-me &e%%e mo&opor9ue, ain&a 9ue ti(e%%em 9uatro +ormo%a% +i"ha%,&urante ano% tinham &e%e@a&o um +i"ho. T$o +orte +oi e%te&e%e@o, com e+eito, 9ue contrataram o% %er(i#o% &e ummon!e para rea"iar para e"e% uma in(oca#$o &e Tara,&urante um ano inteiro, pe&in&o 9ue o &e%e@o +o%%erea"ia&o. Uma noite e%te mon!e, 9ue tamb:m %etran%+ormou no tutor &e minha% irm$%, te(e um %onho 9ueinterpretou como um %ina" au%picio%o. Sonhou 9ue uma+ormo%a p"anta cre%cia @u%tamente em +rente &a chamin: &aca%a &o% meu% pai%. A p"anta pro&uiu uma +ormo%a +"or

amare"a 9ue %e abriu e %e +e muito !ran&e, e o mon!e+icou con(enci&o &e 9ue a9ui"o in&ica(a o na%cimento &eum menino. 0ai% a&iante, 9uan&o na%ci, meu% pai% e%ta(amt$o contente% 9ue %entiram 9ue eu era um pre%ente &o%c:u%. 1or i%%o me chamaram 'ia &o E%pa#oF, 9ue : o nome9ue %empre u%ei.

0eu% pai% +oram %empre muito carinho%o% comi!o. Aocre%cer, me tran%+ormei num !aroto t$o tra(e%%o como9ua"9uer outro, e +oi em ca%a 9ue apren&i a "er ee%cre(er. uan&o crian#a, +re9>entemente %onha(a (ia@ar a!ran&e (e"oci&a&e &entro &o 9ue me parecia %er um ti!re,um e%tranho anima" 9ue ronca(a. Nunca ha(ia (i%to um(e*cu"o a motor, por9ue na9ue"a :poca n$o ha(ia nenhum nare!iao &o Tibet em 9ue (i(*amo%. 0ai% a&iante : c"aro,(ia@ei em muito% autom(ei%, e ent$o reconheci 9ue era

ne"e% 9ue (ia@a(a em meu% %onho%. /oi em minha rpi&aa&o"e%c3ncia, 9uan&o ia B ca(a"o pe"a "a&eira &e umamontanha, 9ue uma noite, ao o"har uma e%tra&a chine%a 9uepa%%a(a em bai?o, (i caminh2e% pe"a primeira (e. O(erme"ho &a% "ue% tra%eira% bri"ha(am no% !i!ante%co%caminh2e% 9ue a(an#a(am com e%tr:pito, e pen%ei 9uee%ta(am em chama%. Tamb:m %onhei com e%tranho% ob@eto%(oa&ore% "umino%o% 9ue e?p"o&iam cau%an&o uma &e%trui#$oterr*(e". A!ora %ei 9ue o 9ue (i eram o% m*%%ei% 9uee%ta(am &e%en(o"(en&o muito "on!e, em outra% parte% &o

3

Page 4: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 4/57

α α α

mun&o, embora por %orte, n$o (i em (i!*"ia a !uerra 9ue(i em %onho% 9uan&o crian#a.

^% (ee% +aia tai% tra(e%%ura% com no%%o% (iinho%9ue, 9uan&o meu pai re!re%%a(a &a% (ia!en%, 9ue pormoti(o &e traba"ho tinha 9ue +aer +re9>entemente, meencontra(a em %eria% &i+icu"&a&e%. E"e me batia e eu meen+urecia e trata(a &e +u!ir +aen&o mai% tra(e%%ura% ao%(iinho% 9ue me ha(iam acu%a&o. Ent$o, c"aro, me (iano(amente com prob"ema%. /oi, %obretu&o !ra#a% Bin+"u3ncia &e minha a( 9ue comecei a tornar-me mai%re%peito%o. E"a, +oi &i%c*pu"a &e Aom Dru!pa,&emon%tra(a um !ran&e intere%%e por mim, e B% (ee%impe&ia 9ue meu% pai% %e inteira%%em &a% minha%tra(e%%ura%, e(itan&o 9ue me ca%ti!a%%em. Recor&o 9ue uma(e encontrei o ca&(er &e um &e%%e% !ran&e% roe&ore%chama&o% marmota%, %em 9ue nin!u:m &e%con+ia%%e, pa%%eiuma mara(i"ho%a tar&e brincan&o com o ca&(er &acriatura, e che!uei inc"u%i(e a encher %eu corpo com !uae +a3-"o !irar em torno &e minha cabe#a. 0uito bem,9uan&o "e(ei meu brin9ue&o comi!o para cama, minha a( %e&eu conta &o 9ue +aia. Como e"a %abia 9ue minha m$e+icaria preocupa&a &e 9ue pu&e%%e ter me contamina&o e %eaborreceria muito %e che!a%%e a %aber o 9ue eu e%ti(era

+aen&o, minha a( n$o &i%%e na&a a nin!u:m. Eu, 9ue a9ueria muito, %enti 9ue a9ui"o +oi muito am(e". Emcon%e9>3ncia, 9uan&o a (i chorar %i"encio%amente porcau%a &e minha con&uta, pen%an&o 9ue eu tinha &ormi&o,ent$o +i9uei pro+un&amente como(i&o e re%o"(i emen&ar-me.1or:m, n$o po%%o &ier 9ue i%%o +e com 9ue eu %upera%%ecomp"etamente minha ten&3ncia &e +aer tra(e%%ura%.

uan&o tinha cinco ano% &e i&a&e, e%ta(a um &iabrincan&o +ora &e ca%a 9uan&o che!aram &oe mon!e%, to&o%e"e% e"e!antemente (e%ti&o%. Como o "u!ar on&e (i(*amo%era muito i%o"a&o e 9ua%e nenhum (ia@ante pa%%a(a pora"i, %urpreen&i-me muito ao (3-"o% e per!untei-me por 9ue(ieram. Entraram na ca%a e, pouco &epoi%, me chamarampara 9ue eu tamb:m entra%%e. Le(aram-me B no%%a pe9uenacape"a e me (e%tiram com um hbito &e %e&a muito +ina.

N$o enten&i por 9ue me (e%tiram, por:m me &i(erti &e9ua"9uer maneira. E"e% ha(iam prepara&o um trono ba%tantea"to e%pecia"mente para mim, %obre o 9ua" me +ieram%entar &urante hora% e hora% en9uanto rea"ia(am umritua". Depoi% %e +oram e pen%ei para mim bem acabouF.No entanto, to&o mun&o %e!uiu me "embran&o 9ue eu era umareencarna#$o e mo%tra(am !ran&e re%peito, a%%im "o!o me&ei conta &e 9ue, ao in(:% &e ter acaba&o, tu&o e%ta(acome#an&o.

Dua% %emana% mai% tar&e che!aram un% mon!e% e me"e(aram ao mo%teiro &e De!u: [nchen 4, 9ue era um "u!ar

muito importante na re!i$o, poi% a"i (i(ia o rei &eDe!u: . 0eu pai traba"ha(a na a&mini%tra#$o &e%te,primeiro como +uncionrio a&mini%trati(o &e hierar9uia%eme"hante B &e um pre+eito ou &e um !o(erna&or &epro(*ncia no Oci&ente e, mai% a&iante, como !o%ta(a muito&o% animai%, como che+e &o &epartamento &e ca#a, cu@a+un#$o era impe&ir em to&a re!i$o 9ue a menciona&aati(i&a&e %e rea"ia%%e +ora &a e%ta#$o ou em e?ce%%o.Le(aram-me ao rei e, como a!ora me reconheciam como umareencarna#$o, e"e me &e%tinou um e&i+*cio comp"eto &entro&o comp"e?o &o mona%t:rio. A"i (i(i at: o% no(e ano% comum me%tre 9ue me +aia e%tu&ar inten%i(amente &ia enoite. a(ia muito 9ue apren&er, inc"uin&o to&a% a%re!ra% e ora#2e% &o mona%t:rio. Ain&a 9ue norma"mente o%mon!e% comp"etem ao% &eeno(e ano% &e i&a&e a +a%e &ee%tu&o 9ue apren&em a"i, eu a comp"etei 9uan&o tinha oitoano%, poi% meu me%tre era muito ri!oro%o e n$o me &ei?a(anenhum tempo "i(re. Tamb:m : certo 9ue eu tinha um &omnatura" para apren&er e%%a% coi%a% &e memria. Noentanto, meu "a&o tra(e%%o arran@a(a um @eito &e %air B%uper+*cie &e (e em 9uan&o. Recor&o por e?emp"o, 9ue uma(e, 9uan&o o rei e%ta(a rea"ian&o uma cerimnia mi"itar9ue re9ueria 9ue e%ti(e%%e %enta&o a ca(a"o por a"!um

tempo no ptio em +rente a @ane"a &o primeiro pi%o &eminha ca%a, me inc"inei %obre o parapeito e com ume%pe"ho re+"eti o% raio% &e %o" em %eu% o"ho%, o+u%can&o-o a +im &e &i%trair-"he &a pe%a&a %erie&a&e &a oca%i$o.A+ortuna&amente para mim, o rei me conhecia muito bem pore%%a% coi%a%, ent$o 9uan&o recobrou %ua po%tura, che!ouinc"u%i(e a &e%+rutar &a brinca&eira. Depoi%, &urante umano apren&i to&a% a% re!ra% &o &e%enho e a prtica &oman&a"a , &epoi% +ui para a uni(er%i&a&e mon%tica. Umauni(er%i&a&e %empre tem %ua% re!ra% e a re!ra &a 9ue eu+re9>enta(a e?i!ia 9ue permanec3%%emo% ne"a &urante cincoano%. 1or:m como entrei mai% ce&o &o 9ue o comum Ktinha% no(e ano% &e i&a&e e a i&a&e m*nima para entrar era &etree, meu primeiro ano +oi con%i&era&o como uma e%p:cie&e pro(a para (er %e era capa &e %e!uir o% cur%o% 9ue

a"i eram mini%tra&o% e n$o +oi computa&o como re%u"ta&o,ti(e 9ue pa%%ar a"i %ei% ano%. ' n$o %e trata(a % &eapren&er &a&o% &e memria a!ora e%tu&(amo% +i"o%o+ia,9ue re9ueria a capaci&a&e &e raciocinar corretamente, &emo&o 9ue muita !ente acha(a o pro!rama muito &i+*ci" eaban&ona(a o% e%tu&o%. Com t$o pouca i&a&e, tamb:m paramim n$o era %empre +ci" a (i&a na uni(er%i&a&e e %o+ricomo o% outro% o% ri!ore% &a (i&a ne%%e tipo &ein%titui#$o.

0uito ce&o ti(e 9ue apren&er a"!uma% "i#2e% prtica%.uan&o meu pai me &ei?ou na uni(er%i&a&e, me entre!ou

4

Page 5: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 5/57

α α α

pro(i%2e% %u+iciente% para (i(er &urante tr3% me%e%, 9ueera o 9ue &uraria o primeiro per*o&o &e au"a%. 1or:m comoeu nunca ti(e 9ue a&mini%trar meu% prprio% recur%o% eera &ema%ia&o !enero%o e ho%pita"eiro para com meu% no(o%co"e!a%, mai% ou meno% na meta&e &o per*o&o to&a% minha%pro(i%2e% %e e%!otaram. uan&o n$o tinha mai% comi&a, mearran@ei para %obre(i(er por (o"ta &e uma %emana beben&och, poi% era a nica coi%a 9ue a uni(er%i&a&e pro(ia,ante% &e ter 9ue en+rentar a humi"ha#$o &e ter 9ue pe&ira@u&a ao meu me%tre. E"e cui&ou &e  9ue eu recebe%%e umprato &e %opa to&a% a% noite%, e eu : c"aro, +ui muitomai% pre(i&ente com meu% recur%o%.

A% re!ra% &o mo%teiro, 9ue eram muito e%trita%, no%obri!am a e%tar &entro &e no%%a% ce"a% to&a% a% noite%para praticar e e%tu&ar. No% pro(iam &e mantei!a para a%"=mpa&a% e car($o para a ca"e+a#$o, por:m n$o em9uanti&a&e% !enero%a%, e recor&o 9ue uma (e a mantei!a&e minha "=mpa&a e%!otou-%e ante% &e terminar a !ran&e9uanti&a&e &e recita#2e% 9ue ca&a noite &e(ia repetirpara manter a% prome%%a% 9ue +iera ao receber a%numero%a% inicia#2e% 9ue %e &a(am a um tu"ku  como eu. N$oera permiti&o %air &e no%%o% 9uarto% a e%%a hora e, comoum mon!e patru"ha(a o% corre&ore% para +aer com 9ue %e

cumpri%%em a% re!ra%, n$o me atre(i a pe&ir empre%ta&a a"=mpa&a &o (iinho. Tratei &e "er minha% prtica% B "u&a% bra%a% e, como conhecia a"!uma% &e"a% %u+icientementebem, pu&e %e!uir recitan&o-a% inc"u%i(e &epoi% &o car($oha(er %e con%umi&o 9ua%e tota"mente, apena% emitin&o um"i!eiro bri"ho. 1or:m +ina"mente a "tima +a!u"ha %eapa!ou e +i9uei na e%curi&$o, com um mont$o &e "on!a%p!ina% tibetana% ain&a por "er a +im &e manter minhaprome%%a %amaYa . Na9ue"a :poca ain&a n$o %abia comomanter a prome%%a ap"ican&o o e%%encia" &o en%inamento,por:m, interpreta(a e punha em prtica to&a% a%in%tru#2e% em +orma muito "itera".

Em minha% +:ria% encontra(a tempo para (i%itar meu%tio%, (i%ita% 9ue eram muito importante% para mim, uma(e 9ue ambo% eram !ran&e% praticante% &e &o!chen . Na%

e?p"ica#2e% &o% en%inamento% 9ue &aremo% no% cap*tu"o%%e!uinte% &e%te "i(ro, interca"arei a"!uma% hi%tria% &eminha% e?peri3ncia% com e%%e% tio%, um &o% 9uai% eraaba&e &e (rio% mona%t:rio% e o outro um Yo!ui. 0inha%re"a#2e% com e"e% +oram muito importante% para mim&urante meu% ano% na uni(er%i&a&e e, como eramprincipa"mente praticante%, %ua in+"u3ncia +oi (ita" paracomp"ementar o% e%tu&o% 9ue ocuparam a maior parte &e meutempo entre o% no(e e o% &ee%%ei% ano% &e i&a&e. Em458;, 9uan&o tinha &ee%%ei% ano%, comp"etei meu% e%tu&o%e &ei?ei a uni(er%i&a&e. Sabia muito %obre to&a% a%

+orma% &e en%inamento, e e%tu&ei me&icina e a%tro"o!iatibetana po&ia recitar &e memria te?to% inteiro% &e+i"o%o+ia e &e ritua" e%tu&ei &i"i!entemente com muito%me%tre%, e e"e% ha(iam inc"u%i(e me pe&i&o para en%inara"!uma% mat:ria% na uni(er%i&a&e. Ent$o, acha(a 9ue a%compreen&ia muito bem, por:m como percebi mai% a&iante,na (er&a&e n$o ha(ia compreen&i&o na&a.

Embora n$o %oube%%e, o% acontecimento% e%ta(am me"e(an&o para um &etermina&o me%tre 9ue me +aria (er eenten&er tu&o o 9ue ha(ia apren&i&o e e?perimenta&o apartir &e uma per%pecti(a no(a e mai% pro+un&a. Seriaatra(:% &o contato com e"e 9ue eu a"can#aria umre&e%pertar e%piritua" e uma (er&a&eira compreen%$o &o%en%inamento% &o!chen. E"e me +e apreciar p"enamente aimport=ncia &e%te% en%inamento% e mai% a&iante %uain+"u3ncia in%pirou-me para en%in-"o% no Oci&ente. E%teme%tre n$o %e ro&ea(a &e "u?o% nem trata(a &e parecerma@e%to%o, como co%tuma %uce&er com muito% &o% me%tre%+amo%o% e &e a"to po%to. Na au%3ncia &e tai% %inai%e?terno%, o% tibetano% em !era" n$o po&em reconhecer a%9ua"i&a&e% &e um me%tre e, em meu ca%o, po&eria teraconteci&o o me%mo. 1oi% bem, ao &ei?ar a uni(er%i&a&e me+oram outor!a&a% minha% primeira% re%pon%abi"i&a&e%

o+iciai% e me en(iaram a China como repre%entante &a@u(entu&e tibetana na A%%emb":ia 1ro(inciana &a 1ro(*ncia&e Se Chuen , 9ue era o or!ani%mo &o !o(erno "oca".En9uanto e%ta(a a"i, comecei a apren&er a "*n!ua chine%ae, ao me%mo tempo, a en%inar tibetano, &e mo&o 9ue e%ta%"tima% ati(i&a&e% e a% 9ue imp"ica(a minha +un#$oo+icia" me mantinham muito ocupa&o. No entanto, n$o po&iae(itar &e perceber a e%trutura %ocia" e po"*tica 9ue %eha(ia e%tabe"eci&o a"i, t$o &i+erente &a 9ue eu conhecia,e per!untar-me como o 9ue e%ta(a acontecen&o na Chinaa+etaria mai% tar&e meu prprio pa*% e %ua !ente.

Ent$o uma noite %onhei 9ue me encontra(a em um "u!arcom muita% ca%a% &e cimento pinta&a% &e branco,con%tru*&a% em um e%ti"o tibetano 9ue era comum na China.I%to me +e %upor < e9ui(oca&amente, como &e%cobri mai%

tar&e < 9ue %e trata(am &e ca%a% chine%a%. 0uito bem,9uan&o, entretanto em meu %onho, me apro?imei &e uma&e"a%, (i 9ue %obre %ua porta e%ta(a e%crito o mantra  &e1a&ma%ambha(a em "etra% tibetana% muito !ran&e%. I%to me%urpreen&eu, poi% trata(a-%e &e uma ca%a chine%a, por9ue&e(eria e%tar e%crito %obre %ua porta um mantra  tibetano_Abri a porta, entrei, e &entro ha(ia um anci$o &e a%pectocomum. 1en%ei para mim) : po%%*(e" 9ue e%te homem %e@a&e (er&a&e um me%tre_F Entretanto, e"e %e inc"inou paratocar %ua te%ta com a minha na +orma em 9ue o% me%tre%tibetano% %a&am ao% outro% me%tre% e come#ou a recitar o

5

Page 6: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 6/57

α α α

mantra   &e 1a&ma%ambha(a. I%to pareceu i!ua"mente%urpreen&ente, por:m a!ora eu e%ta(a tota"mentecon(enci&o &e 9ue %e trata(a &e um me%tre. Ent$o o anci$ome &i%%e 9ue &e%%e a (o"ta ao re&or &e uma !ran&e rocha,9ue %e encontra(a pr?ima, at: che!ar ao outro "a&o ea!re!ou 9ue no meio &a rocha encontraria uma !ruta 9uecontinha oito man&a"a% naturai%. E"e in%i%tiu 9ue &e(iair " em %e!ui&a para o"h-"o%, o 9ue me %urpreen&euain&a mai%, por:m parti "o!o para +aer o 9ue 9ueria.

uan&o che!uei a !ruta, meu pai apareceu atr% &e mime, no momento em 9ue entrei, come#ou a recitar em (oa"ta o %utra 1ra@naparamita hri&aYa  KCora#$o ou e%%3ncia&o pra@naparamita , um importante te?to mahaYana . Comeceia recitar o %utra  com e"e e caminhamo% @unto% %e!uin&o a%pare&e% &o interior &a !ruta. Eu n$o po&ia (er atota"i&a&e &o% oito man&a"a% , por:m apena% a"!un% canto%e mar!en%. Ten&o, entretanto %ua pre%en#a em minha mente&e%pertei &o meu %onho.

Um ano ap% a9ue"e %onho, ten&o re!re%%a&o ao Tibet,um homem %e &ete(e na ca%a &e meu pai em no%%a a"&eia eeu e%cutei 9uan&o conta(a a 3"e 9ue acabara &e conhecerum m:&ico e?traor&inrio. Sua &e%cri#$o minucio%a &o

"u!ar on&e (i(ia o m:&ico e tamb:m &o a%pecto &e"e trou?eB minha mente a "embran#a &o meu %onho, +aen&o %ur!ir emmim a certea &e 9ue o homem 9ue e"e e%ta(a &e%cre(en&on$o era outro %en$o o 9ue eu ha(ia (i%to no %onho. /a"eicom meu pai "embran&o-"he o %onho em 9ue%t$o, 9ue "heha(ia conta&o pouco &epoi% &e t3-"o, e "he per!untei %epo&er*amo% (i%itar a9ue"e &outor. E"e concor&ou epartimo% no &ia %e!uinte. Ti(emo% 9ue (ia@ar 9uatro &ia%a ca(a"o, por:m 9uan&o che!amo% ti(e a +orte impre%%$o &eter e%ta&o na9ue"a a"&eia ante%, com %ua% ca%a% &ecimento &e e%ti"o chin3% e o mantra  %obre a porta &a ca%a&o anci$o, 9ue parecia %er rea"mente o 9ue ha(ia (i%to emmeu %onho. A%%im poi%, n$o ti(e &(i&a &e 9ue e"e %eriameu me%tre, e +i9uei a"i para receber %eu% en%inamento%.Seu nome era Chan!chub Dor@e e, em termo% &e apar3ncia

e?terna, parecia um campon3% tibetano comum. Embora %ua+orma &e (e%tir e %eu e%ti"o &e (i&a parece%%em comun%,ao "on!o &e%te "i(ro contarei outra% hi%tria% 9uemo%trar$o 9ue %eu e%ta&o e%ta(a muito "on!e &e %er comum.Ao %eu re&or, %eu% &i%c*pu"o% (i(iam &e maneira norma" e,em %ua maioria, era !ente muito %imp"e%, na&a rico%, 9uecu"ti(a(am a terra e pratica(am @unto%.

Chan!chub Dor@e era um me%tre &e &o!chen, e o&o!chen, 9ue : um en%inamento para &e%cobrir a con&i#$oe%%encia" &o% %ere% humano%, n$o &epen&e &a% apar3ncia%e?terna%. A%%im poi%, mai% tar&e, 9uan&o %a* &o Tibet

&e(i&o B% &i+icu"&a&e% po"*tica% 9ue %ur!iram na9ue"epa*% e me e%tabe"eci +ina"mente no Oci&ente para ocuparum po%to como pro+e%%or no In%tituto Uni(er%itrioOrienta" em Npo"e%, It"ia, &ei-me conta &e 9ue, emboraa% con&i#2e% e?terna% e a cu"tura &a% pe%%oa% 9ue a"i(i(iam +o%%em &i+erente% &a% 9ue ha(ia &ei?a&o para tr%no Tibet, a con&i#$o +un&amenta" &e ca&a in&i(*&uo n$oera &i+erente. A%%im pu&e con%tatar 9ue, como o%en%inamento% &o!chen n$o &epen&em &a cu"tura, po&emo%en%in-"o, compreen&3-"o e pratic-"o em 9ua"9uerconte?to cu"tura".

CA1OTUL `

U0A 1ERS1ECTIVA INTR DUTRIA) S ENSINA0ENT SDZ CEN E A CULTURA D TIMET

Se &ermo% uma e?p"ica#$o &o &o!chen

A cem pe%%oa% intere%%a&a%I%%o n$o : %u+iciente,

1or:m %e &ermo% uma e?p"ica#$oA uma pe%%oa 9ue n$o e%t intere%%a&a,

I%%o : &emai%.

o@e em &ia e?i%te muita !ente 9ue n$o tem o m*nimointere%%e em a%%unto% e%pirituai%, +a"ta o intere%%e 9ue: re+or#a&o pe"a (i%$o materia"i%ta 9ue impera em no%%a%%ocie&a&e%. Se per!untarmo% a pe%%oa% &e%%e tipo em 9uecr3em, a re%po%ta po&e inc"u%i(e %er n$o creio em na&aF.

6

Page 7: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 7/57

α α α

Tai% in&i(*&uo% pen%am 9ue to&a re"i!i$o e%t ba%ea&a na+:, a 9ua" n$o parece muito me"hor 9ue a %uper%ti#$o, e9ue a% re"i!i2e% em !era" n$o %$o ap"ic(ei% ao mun&omo&erno. 1oi% bem, o Do!chen   n$o e?i!e a a&o#$o &ecren#a a"!uma, nem po&e %er con%i&era&o uma re"i!i$o.E%te %i%tema %e "imita a %u!erir ao in&i(*&uo 9ue ob%er(ea %i me%mo e a%%im po%%a &e%cobrir %ua (er&a&eiracon&i#$o. No% en%inamento% Do!chen   con%i&era-%e 9ue oin&i(*&uo +unciona em tr3% n*(ei% inter&epen&ente%, 9ue%$o o corpo, a +a"a ou ener!ia, e a mente. Nem %e9uera9ue"e% 9ue a+irmam n$o crer em na&a po&em &ier 9ue n$ocr3em em %eu prprio corpo, poi% e%te : a"!o b%ico para%ua e?i%t3ncia, e o% %eu% "imite% e prob"ema% %$oc"aramente tan!*(ei%. Sentimo% +rio e +ome, %o+remo% &ore %o"i&$o e pa%%amo% uma !ran&e parte &e no%%a% (i&a%tentan&o %uperar no%%o% %o+rimento% +*%ico%.

O n*(e" &a ener!ia ou +a"a n$o : t$o +ci" &eperceber e, con%e9>entemente, %ua compreen%$o n$o : t$ouni(er%a". No Oci&ente, inc"u%i(e o% m:&ico%, em %uamaioria, a i!noram comp"etamente e tratam &e curar to&a%a% en+ermi&a&e% atuan&o em um n*(e" puramente materia".Ent$o, %e a ener!ia &e um in&i(*&uo e%t a"tera&a, nem o%eu corpo nem a %ua mente +icar$o e9ui"ibra&o%. A"!uma%

en+ermi&a&e%, como o c=ncer, %$o cau%a&a% porperturba#2e% &a ener!ia e n$o po&emo% cur-"o%imp"e%mente com cirur!ia ou me&icamento%. De +orma%imi"ar, muita% p%ico%e%, neuro%e% e outro% prob"ema%mentai% %$o cau%a&o% por m circu"a#$o &a ener!ia. Em!era", no%%a% mente% %$o muito comp"ica&a% e e%t$o muitocon+u%a%. Se tentarmo% obter certa ca"ma, : pro((e" 9uen$o con%i!amo%, a no%%a ener!ia ner(o%a e a!ita&a tornai%%o impo%%*(e". A%%im, poi% para en+rentar o% prob"ema%&o corpo, +a"a e mente, o% en%inamento% &o!chenapre%entam e?erc*cio% 9ue atuam em ca&a um &e%%e% tr3%n*(ei%, o% 9uai% po&emo% inte!rar B no%%a (i&a coti&ianae portanto po&em mu&ar a tota"i&a&e &e no%%a e?peri3ncia+aen&o-no% pa%%ar &a ten%$o e con+u%$o B %abe&oria e B(er&a&eira "iber&a&e. O% en%inamento% &o!chen   n$o %$o

meramente terico% e"e% %$o, %obretu&o prtico% e,embora %e@am muito anti!o%, como a naturea &o corpo, aener!ia e a mente &o% in&i(*&uo% n$o mu&aram com o pa%%ar&o tempo, %e!uem %en&o t$o ap"ic(ei% B %itua#$o humana&e ho@e como o +oram no pa%%a&o.

  ESTAD 1RI0 RDIAL

Na e%%3ncia, o en%inamento &o!chen   ocupa-%e &oE%ta&o 1rimor&ia" 9ue, &e%&e o come#o, tem con%titu*&o a

naturea intr*n%eca &e ca&a in&i(*&uo. A (i(3ncia &e%%eE%ta&o : a (i(3ncia &e no%%a (er&a&eira con&i#$o) %omo% ocentro &o uni(er%o, embora n$o no %enti&o e!o*%ta prprio&e no%%a e?peri3ncia comum. A con%ci3ncia e!oc3ntricacomum n$o : outra coi%a 9ue a !aio"a "imita&a &a (i%$o&ua" 9ue e?c"ui a (i(3ncia &e no%%a (er&a&eira naturea)a (i(3ncia &o e%pa#o &o E%ta&o 1rimor&ia". De%cobrir e%teE%ta&o : compreen&er o en%inamento &o!chen , cu@atran%mi%%$o tem +un#$o &e comunicar e%te E%ta&o < 9uemo &e%cobriu e %e e%tabe"eceu ne"e o tran%mite B9ue"e% 9uee%t$o pre%o% na con&i#$o &ua". Inc"u%i(e o nome&o!chenF, 9ue %i!ni+ica ran&e 1er+ei#$oF, re+ere-%e Bauto-per+ei#$o &e%te e%ta&o, +un&amenta"mente puro &e%&eo come#o, no 9ua" n$o h na&a 9ue aceitar ou [email protected] entrar no E%ta&o 1rimor&ia" e apreen&3-"o&iretamente, nin!u:m nece%%ita conhecimento%inte"ectuai%, cu"turai% ou hi%trico%. 1or %ua prprianaturea, &ito E%ta&o e%t a":m &o a"cance &o inte"ecto.No entanto, 9uan&o a !ente encontra um en%inamento 9uen$o conhecia anteriormente, "o!o 9uer %aber aon&e %ur!iu,&e on&e (eio, 9uem o en%inou e a%%im %uce%%i(amente.Embora i%to %e@a per+eitamente compreen%*(e", n$o %e po&e&ier 9ue o &o!chen  me%mo perten#a B cu"tura &e nenhum

pa*%. 1or e?emp"o, h um tantra   &o!chen   chama&o DraTa"Yur T%a\e ui>F  9ue a+irma 9ue o en%inamento &o!chen: encontra&o tamb:m em outro% tree %i%tema% %o"are%&i+erente% &o no%%o portanto, nem %e9uer po&emo% &ier9ue o en%inamento &o!chen   pertence ao p"aneta Terra,ent$o como po&emo% a+irmar pertencer o en%inamento&o!chen   a a"!uma cu"tura naciona" particu"ar_ Embora%e@a certo 9ue a tra&i#$o &o!chen   +oi tran%miti&aatra(:% &a cu"tura &o Tibet, a 9ua" o con%er(ou &e%&e ocome#o &a hi%tria conheci&a &e%%e pa*%, n$o po&emo%conc"uir, no entanto, 9ue o &o!chen   %e@a tibetano,por9ue o E%ta&o 1rimor&ia" n$o tem naciona"i&a&e e %eencontra em to&o "u!ar. No entanto, tamb:m : certo 9ue emto&o% o% "u!are% o% %ere% %en%*(ei% entraram na (i%$o&ua"i%ta 9ue ocu"ta a (i(3ncia &o E%ta&o 1rimor&ia". E

9uan&o o% %ere% rea"ia&o% entraram em contato com e"e%,%omente rara% (ee% +oram capae% &e comunicar o E%ta&oem 9ue%t$o &e maneira comp"eta, %em pa"a(ra% ou %*mbo"o%con%e9>entemente, ti(eram 9ue u%ar como meio &ecomunica#$o a cu"tura prpria &e ca&a "u!ar. A%%im, poi%+re9>entemente acontece 9ue a cu"tura e o% en%inamento%%e encontram entre"a#a&o% e, no ca%o &o Tibet, i%to : ata" ponto certo 9ue n$o %e po&e compreen&er a cu"tura &opa*% %em uma compreen%$o &o% en%inamento%.

7

Page 8: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 8/57

α α α

I%to n$o %i!ni+ica 9ue, o en%inamento &o!chen   %etenha &i+un&i&o amp"amente no Tibet e che!a&o a %er bemconheci&o por to&o% a (er&a&e : bem ao contrrio. Ditoen%inamento %empre e%te(e re%er(a&o, poi% : t$o &ireto9ue a% pe%%oa% tinham um pouco &e me&o &e"e e, porcon%e9>3ncia, &e certo mo&o %empre +oi manti&o em%e!r3&o. Entretanto, n$o h &(i&a &e 9ue e"e con%titui ae%%3ncia &e to&o% o% en%inamento% tibetano%. Inc"u%i(e naanti!a tra&i#$o M[n  < tra&i#$o em !ran&e parte %ham=nica ,nati(a &o Tibet e 9ue antece&eu a che!a&a &o bu&i%mo &an&ia < e?i%tia ne"a um en%inamento &o!chen. A%%im, poi%ain&a 9ue o% en%inamento% &o!chen n$o perten#am aobu&i%mo nem ao b[n , po&emo% con%i&er-"o como a e%%3ncia&e to&a% a% tra&i#2e% e%pirituai% tibetana%, tanto &entro&a primeira como &entro &a %e!un&a &e%%a% re"i!i2e%.Enten&en&o i%to, e ten&o em conta o +ato &e 9ue a%tra&i#2e% e%pirituai% &o Tibet con%tituem a e%%3ncia &acu"tura tibetana, po&emo% +aer u%o &o% en%inamento%&o!chen   como uma cha(e para uma compreen%$o &e%%acu"tura em %ua tota"i&a&e. Com e+eito, to&o% o% a%pecto%&a cu"tura em 9ue%t$o %ur!iram como +aceta% &a (i%$ouni+ica&a &o% me%tre% rea"ia&o% &a% &i%tinta% tra&i#2e%e%pirituai%. A c"ari&a&e &o E%ta&o 1rimor&ia" < e%%3ncia&a e?peri3ncia &e muito% me%tre% < +uncionou como umcri%ta" no cora#$o &a cu"tura, 9ue pro@etou a% +orma% &aarte e icono!ra+ia, me&icina e a%tro"o!ia tibetana%, comobri"hante% raio% ou re+"e?o%. Se compreen&ermo% anaturea &o cri%ta", compreen&eremo% me"hor o% raio%re+"eti&o% 9ue &e"e emanaram.

CA1OTUL

DE C 0 0EU 0ESTRE CANCUM D RD'E  0 STR U-0EVERDADEIR SINI/ICAD DA INTR DUPQ DIRETA

1o%%uirJ o conhecimento &o &o!chen: como e%tar no pico mai% a"to &e uma montanha)

nenhum n*(e" &a montanhapermanece ocu"to ou en(o"to em mi%t:rioe 9uem %e encontra ne%te %upremo pico

n$o po&e %er con&iciona&opor na&a nem por nin!uem.

De um tantra  &o &o!chen upa&e%ha 

uan&o procurei meu me%tre Chan!chub Dor&@e, eu ha(ia%i&o e&uca&o inte"ectua"mente at: n$o mai% po&er e minhamente e%ta(a cheia &e tu&o o 9ue tinha apren&i&o na%uni(er%i&a&e% mon%tica%. 1ortanto, pen%a(a 9ue a%inicia#2e% rituai% e"abora&a% eram e%%enciai% parareceber a tran%mi%%$o &o% en%inamento%, pe&i ent$o aChan!chub Dor&@e 9ue me conce&e%%e uma certa inicia#$o.

8

Page 9: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 9/57

α α α

Embora pe&i%%e to&o% o% &ia%, e"e %empre ne!a(a, &ien&o)De 9ue %er(iria_, @ recebe%te% muita% inicia#2e% comoe%%a &e outro% me%tre%, e a% inicia#2e% &e%%e tipo n$o%$o o princ*pio &o% en%inamento% &o!chen. A tran%mi%%$on$o %e recebe %omente em inicia#2e% +ormai%F. 1oi% bem,+a"a%%e o 9ue +a"a%%e, eu %e!uia obceca&o com a%inicia#2e% rituai% rea"ia&a% per+eitamente 9ue o% outro%me%tre% %empre me tinham &a&o. N$o e%ta(a %ati%+eito com%ua re%po%ta e 9ueria 9ue co"oca%%e um chap:u e%pecia",prepara%%e um man&a"a  e &ei?a%%e cair um pouco &e !ua%obre minha cabe#a, ou a"!o no e%ti"o. I%%o era o 9ue eurea" e %inceramente &e%e@a(a, por:m e"e continua(ane!an&o.

/ina"mente in%i%ti tanto, 9ue terminou concor&an&o.1rometeu 9ue a"!un% me%e% &epoi%, no &ia &e 1a&ma%ambha(aKo &:cimo &ia &e ca&a m3% "unar tibetano4, me &aria ainicia#$o 9ue 9ueria) o \an!   &e Samantabha&ra e &a%&ei&a&e% pac*+ica% e ira&a% &o bar&o `. Na (er&a&e, e%tainicia#$o n$o : muito comp"ica&a e um me%tre (er%a&o emtai% coi%a% a rea"iaria muito rapi&amente, por:m comoChaun!chub Dor@e n$o ha(ia recebi&o uma e&uca#$o +orma"e n$o e%ta(a aco%tuma&o a &ar inicia#2e%, 9uan&o+ina"mente che!ou o e%pera&o &ia, a inicia#$o "heocupou... &e%&e a% no(e &a manh$ at: meia-noiteG 1aracome#ar tinha 9ue preparar-%e rea"ian&o um ritua" &eauto-inicia#$o, 9ue n$o con%e!uiu comp"etar at: o meio-&ia. Ent$o come#ou a inicia#$o propriamente &ita, por:m,como e"e n$o tinha e&uca#$o +orma", n$o po&ia "er o te?toe, ain&a < como pu&e me &ar conta <, n$o %abia comorea"iar to&o% o% ato% rituai% 9ue %e %upunha &e(eria+aer. E"e n$o era um me%tre &o% 9ue +aem tai% coi%a% e,portanto, um &e %eu% &i%c*pu"o%, 9ue era um me%tree?periente, e%ta(a pre%ente para %er(ir-"he &ea%%i%tente) era e"e 9uem prepara(a to&o% o% man&a"a%   eob@eto% rituai%. O &i%c*pu"o come#ou a "er o te?to parain&icar-"he o 9ue &e(ia +aer poi% bem, ca&a (e 9ue&iia ao me%tre 9ue &e(ia +aer um certo mu&ra  ou !e%to,con%tata(amo% 9ue o me%tre n$o %abia como +ae-"o e,

portanto, tinha 9ue &eter-%e para apren&e-"o. Em um &a&omomento ha(ia uma recita#$o muito compri&a 9ue o me%tre&e(ia cantar para in(ocar a to&o% o% me%tre% &a "inha!emen9uanto toca(a o %ino e um &amaru  ou tamborinho &e m$o.A"!u:m 9ue e%te@a aco%tuma&o com rituai% po&e rea"iartu&o i%to muito rapi&amente, por:m Chan!chub Dor@e n$oe%ta(a habitua&o a tai% coi%a%, &e mo&o 9ue a %itua#$o %etornou !rote%ca, uma +ar%a tota". Ante% &e tu&o e"ea(eri!ua(a atra(:% &e %eu a%%itente o 9ue e%ta(a e%critona% nota% &o te?to. AhG, - &iia - , a9ui &i 9ue ten%9ue tocar o %inoGF e toman&o-o, &urante un% cinco minuto%

tu&o o 9ue +aia era toc-"o con%tantemente. Ent$o, %e"ia 9ue tinha 9ue tocar o &amaru , e e"e toca(a otamborinho %em parar &urante outro% cinco minuto%.Depoi% &iia &e repente) Oh, a!ora enten&o, &e(e-%etocar o %ino e o &amaru   ao me%mo tempoGF, e toca(a-o%%imu"t=neamente. 1or:m @ e%9uecera o 9ue &e(ia cantar,&e mo&o 9ue tinha 9ue repa%%ar tu&o com a a@u&a &o&i%c*pu"o 9ue %abia "er. Embora Chan!chub Dor@e n$oti(e%%e a e&uca#$o 9ue inc"ui o e%tu&o, era um praticante9ue, !ra#a% ao &e%en(o"(imento &e %ua prtica, ha(iaobti&o a %abe&oria e a c"ari&a&e e, portanto, era um(er&a&eiro me%tre. A%%im poi%, continuou ao% trope#2e%atra(:% &a inicia#$o, toman&o to&o o &ia e !ran&e parte&a noite para "e(-"a a cabo. No momento em 9ue terminou,eu me encontra(a 9ua%e em e%ta&o &e cho9ueF, poi% %abiamuito bem como %e &e(ia +aer a inicia#$o, e o 9ue e"ee%ta(a +aen&o n$o %e parecia com e"a nem um pouco.

' era 9ua%e meia-noite e n% e%t(amo% +aminto%.Cantamo% @unto% muita% (ee% o Canto &o Va@ra , 9ue : umcanto curto, "ento, 9ue po&e con&uir o praticante aoE%ta&o &e Contemp"a#$o me&iante a inte!ra#$o com o %om e9ue po%%ui uma e%trutura %i"bica 9ue !arante umare%pira#$o re"a?a&a 9ue (ai %e tornan&o ca&a (e mai%pro+un&a, o 9ue i"u%tra a +orma &o!chen  &e %e traba"harcom o ritua". Em continua#$o recitamo% uma o+eren&a!anapu@a   curta e comemo%. uan&o &epoi% &a comi&a, ome%tre me &eu uma e?p"ica#$o e?ata &o (er&a&eiro %enti&o&a inicia#$o e &a tran%mi%%$o, me &ei conta &e 9ue,ape%ar &a !ran&e 9uanti&a&e &e inicia#2e% 9ue ha(iarecebi&o, nunca compreen&era o (er&a&eiro %enti&o &enenhuma &e"a%.

Durante uma% tr3% ou 9uatro hora% %em interrup#$oa"!uma, Chan!chub Dor@e me &eu uma !enu*na e?p"ica#$o &o&o!chen , n$o no %enti&o inte"ectua" prprio &a%uni(er%i&a&e% a 9ue e%ta(a aco%tuma&o, por:m em +orma &econ(er%a#$o ami%to%a, &e uma maneira muito &ireta ere"a?a&a. Ape%ar &e to&a minha e&uca#$o, era a primeira(e 9ue um me%tre +iera uma tentati(a t$o &ireta para me

+aer compreen&er a"!o. O 9ue me &i%%e, e a +orma como&i%%e, era e?atamente como a "eitura em (o a"ta e %eminterrup#2e% &e um tantra  &o &o!chen . Eu %abia 9ue me%moo% mai% &outo% &entre o% eru&ito% n$o %eriam capae% &e+a"ar a%%im.

E"e +a"a(a a partir &a c"ari&a&e e n$o % &e umacompreen%$o inte"ectua". A9ue"e &ia compreen&i 9ue oe%tu&o inte"ectua", 9ue at: ent$o era t$o importante paramim, tem % uma import=ncia %ecun&ria. E enten&i tamb:m9ue o princ*pio &a tran%mi%%$o n$o : % a rea"ia#$o &erituai% ou inicia#2e%, nem a repeti#$o &e e?p"ica#2e%

9

Page 10: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 10/57

α α α

inte"ectuai%. Com e+eito, at: a9ue"e &ia, no 9ua" minha%con%tru#2e% mentai% +oram &erruba&a% por comp"eto, eue%ta(a tota"mente encai?ota&o num acmu"o &e i&:ia% 9uerecebera &urante minha e&uca#$o uni(er%itria.

A tran%mi%%$o : (ita" para a Intro&u#$o no &o!chen , ea Intro&u#$o Direta recebi&a &e Chan!chub Dor@e na9ue"e&ia a% 9ue continuei receben&o &urante minha e%ta&a come"e, era a +orma t*pica na 9ua" a tran%mi%%$o &o%en%inamento% &o!chen  9ue : pa%%a&a atra(:% &a "inha!em&o% me%tre%, &e%&e a :poca &e arab Dor@e, o primeirome%tre Do!chen, 9ue recebeu a tran%mi%%$o atra(:% &ocontato &e uma (i%$o &ireta com o Sambho!akaYa .

Embora, %:cu"o% ante% &a :poca &e arab Dor@e, uma+orma mai% %imp"e% e meno% %o+i%tica&a &e en%inamento%&o!chen  +oi intro&ui&a na% (ria% corrente% &a tra&i#$ob[n pe"o !ran&e re+orma&or &e%ta tra&i#$o, Sherab 0i\o,+oi arab Dor@e, 9uem en%inou pe"a primeira (e o atua"cic"o tempora" &e%te p"aneta, o 9ue ho@e conhecemo% comoa% tr3% %:rie% &o% en%inamento% &o!chen. E, embora o!ran&e me%tre 1a&ma%ambha(a, 9ue (i(eu po%teriormente,%e@a %em &(i&a mai% conheci&o &o 9ue arab Dor@e, +oi&e"e 9ue recebeu a Tran%mi%%$o) tanto &iretamente, em+orma &e (i%$o atra(:% &o tempo e &o e%pa#o, como tambem&a maneira u%ua", ou %e@a, &e um me%tre 9ue a ha(iarecebi&o &e um outro me%tre at: che!ar a arab Dor@e.

arab Dor@e +oi um in&i(*&uo tota"mente rea"ia&o 9uemani+e%tou um na%cimento como %er humano na +ormaNirmanakaYa  por (o"ta &o ano cin9>enta e cinco '.C. naterra &e r!uien, 9ue e%ta(a %itua&a ao noroe%te &an&ia. A"* pa%%ou %ua (i&a en%inan&o tanto ao% %ere%humano% como B% &akini%  em %ua e?p"ica#$o +ina", ante%&e pa%%ar ao Corpo &e Lu, re%umiu o% en%inamento% emtr3% princ*pio%, conheci&o% B% (ee% como O% Tr3%1rinc*pio% &o Te%tamento &e arab Dor@eF.

A VIDA DE ARAM D R'E

Di+erentemente &o Mu&ha ShakYamuni, 9ue (i(eu ante%&e"e, por:m como 1a&ma%ambha(a, 9ue apareceu &epoi%,arab Dor@e n$o mani+e%tou um na%cimento comum. Umin&i(*&uo rea"ia&o po&e e%co"her a +orma, o momento e o"u!ar &o %eu na%cimento, &e uma maneira 9ue pareceimpo%%*(e" &o ponto &e (i%ta "imita&o &a (i%$o &ua"i%ta.A m$e &e arab Dor@e, Su&harma, 9ue era +i"ha &o rei &er!uien, ha(ia toma&o o% (oto% mon%tico%. A crian#a 9uee"a te(e +oi concebi&a &epoi% &e uma (i%$o me&itati(a 9uea &ei?ou encanta&a, ma% tamb:m atnita. E%ta(aen(er!onha&a e, temen&o 9ue a% pe%%oa% pen%a%%em ma" &e"a

ou acre&ita%%em 9ue a crian#a era um +anta%ma por9ueha(ia na%ci&o &e uma (ir!em, e%con&eu-o em um +orno combra%a% &o% 9ue %e uti"ia(am para 9ueimar ma&eira a +im&e pro&uir car($o. uan&o, cheia &e remor%o%, re!re%%oua"!un% &ia% &epoi%, encontrou a crian#a ra&iante e%au&(e" brincan&o na% cina%. De%&e ent$o aceitou 9ue acrian#a era uma encarna#$o mi"a!ro%a &e um !ran&e me%tree, con%e9>entemente, +oi e&uca&a no pa"cio &o rei.E%pontaneamente e %em 9ue o en%ina%%em, como %oube%%e &ememria, come#ou a recitar tantra%  e%%enciai% a partir &e%ua !ran&e c"ari&a&e, e o rei achou t$o praero%a %uacompanhia 9ue o chamou 1rahar%ha Va@ra , 9ue na "*n!ua &er!uien K9ue era %imi"ar ao %=n%crito %i!ni+ica Va@ra1raero%oF. E%te nome tra&ui&o ao tibetano : arabDor@e F.

Com %ete ano%, 9uan&o o% mai% &outo% pan&it%  &o reino%e reuniram para um &ebate, arab Dor@e uniu-%e a e"e%&i%cutin&o e mo%tran&o uma compreen%$o muito %uperior B&e %eu% inter"ocutore% e &errotan&o-o% +aci"mente. Emcontinua#$o tran%mitiu-"he% o% en%inamento% &o!chen .Ent$o, em pouco tempo &i+un&iu-%e por terra% muitoa+a%ta&a% a not*cia &e 9ue no pa*% &e r!uien, umacrian#a con%i&era&a como a reencarna#$o &e um !ran&eme%tre e%ta(a mini%tran&o um en%inamento 9ue %eencontra(a a":m &a "ei &e cau%a e e+eito.

uan&o a not*cia che!ou B n&ia, o% pan&it%   bu&i%ta%&e%te pa*% %e %entiram perturba&o% e &eci&iram 9ue o mai%%bio entre e"e% < 9ue re%u"tou %er 0a@u%hrimitra, um!ran&e e%pecia"i%ta em "!ica e &ebate < &e(eria &iri!irum !rupo 9ue (i%itaria o &e%cara&o, &e%a(er!onha&o epre%un#o%o @o(em e o &errotaria em &ebate. 1oi% bem,9uan&o 0a@u%hrimitra en+rentou o !aroto, n$o po&eencontrar erro a"!um em %eu en%inamento e tornou-%ee(i&ente 9ue a rea"ia#$o &e"e ia muito a":m &a %uaprpria compreen%$o inte"ectua" e 9ue %e trata(a na(er&a&e &e um !ran&e me%tre. Ent$o arrepen&eu-%epro+un&amente e con+e%%ou a arab Dor@e a moti(a#$oerrnea 9ue ti(era ao ir (3-"o, a nica inten#$o era

&errot-"o em &ebate. arab Dor@e per&oou 0a@u%hrimitra <o maior &o% eru&ito% bu&i%ta% &e %eu tempo < e continuoua &ar-"he mai% en%inamento%, pe&in&o-"he em troca 9uee%cre(e%%e um te?to co"ocan&o o racioc*nio com 9ue arabDor@e o ha(ia &errota&o. O te?to 9ue 0a@u%hrimitrae%cre(eu ain&a e?i%te em no%%o &ia%.

Entretanto, na me&i&a em 9ue %e apre%enta(a como umen%inamento 9ue %e encontra(a a":m &a "ei +un&amenta" &ocarma  ou cau%a e e+eitoF, o en%inamento &e arab Dor@eparecia contra&ier o Dharma   bu&i%ta, por:m e%ta(a na(er&a&e em per+eito acor&o com a% mai% a"ta% e?pre%%2e%

10

Page 11: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 11/57

α α α

&e%te. Com e+eito, o +amo%o Sutra 1ra@naparamita  ri&aYa ,9ue con%titui o re%umo e%%encia" &o% (a%to% Sutra%   &o1ra@naparamita , i"u%tra o princ*pio &o %hunYata   ou(acui&a&e &a auto-natureaF < a au%3ncia &e e?i%t3nciaintr*n%eca e in&epen&ente 9ue po%tu"a o bu&i%mo <enumeran&o o% principai% e"emento% com o% 9uai%con%truimo% no%%a rea"i&a&e e &ec"aran&o 9ue ca&a um&e"e% : (aio. A%%im poi%, o %utra  a+irma a (acui&a&e &a%+un#2e% %en%oriai% e %eu% ob@eto%, a+irman&o 9ue o o"ho

carece &e e?i%t3ncia in&epen&ente e 9ue, &a me%mamaneira, ente%F tai% como ou(*&oF, nariF, a%+acu"&a&e% &e (er, ou(ir e &e cheirar, e a%%im%uce%%i(amente, n$o e?i%tem na (er&a&e, &e maneiraintr*n%eca. Em continua#$o o te?to ne!a a auto-e?i%t3ncia&o% e"emento% centrai% &o% en%inamento% &o Mu&ha e, ao+a3-"o, &ec"ara < em per+eito acor&o com arab Dor@e <9ue &o ponto &e (i%ta &o (aio n$o h carma nem "ei &ecau%a e e+eito.

O %utra  no% &i 9ue, +rente a uma mu"ti&$o &e %ere%&e (ria% e%p:cie%, o prprio Mu&ha pe&iu ao !ran&ebo&i%at(a   A(a"okite%h(ara 9ue tran%miti%%e e%%een%inamento ao !ran&e arhant   Shariputra. Ao +ina" &o%utra , ShakYamuni e"o!iou muito a %abe&oria e?pre%%ape"a% pa"a(ra% &e A(a"okite%h(ara e &i 9ue ao e%cut-"a%to&o% %e re!oi@aram. 1ortanto, n$o cabe &(i&a &e 9ue nocora#$o me%mo &o% en%inamento% &o Mu&ha h um en%inamentoa":m &a re"a#$o &e cau%a e e+eito e &e 9ua"9uer "imite.

arab Dor@e continuou en%inan&o &urante o re%to &e%ua (i&a e te(e muito% &i%c*pu"o%, tanto entre o% %ere%humano% como entre a% &akini% . /ina"mente, ante% &o %eucorpo &i%%o"(er-%e na e%%3ncia &o% e"emento% e mani+e%taro Corpo &e Lu, &ei?ou um re%umo &o% %eu% en%inamento%,conheci&o como o% Tr3% 1rinc*pio%F.

 S TRdS 1RINCO1I S DE ARAM D R'E,AS TRdS SRIES DE ENSINA0ENT S DZ CEN

E UTR S RU1 S DE TRdS.

1. INTR DUPQ DIRETA A ESTAD 1RI0 RDIAL)  :tran%miti&a ime&iatamente pe"o me%tre. E%te permanece%empre no E%ta&o 1rimor&ia", e a 1re%en#a &e%te e%ta&o: comunica&a ao &i%c*pu"o em 9ua"9uer %itua#$o ouati(i&a&e 9ue comparti"he com o me%tre.

2. NQ 1ER0ANECER NA DfVIDA)  o &i%c*pu"o entra emcontemp"a#$o n$o-&ua" e, (i(encian&o a%%im ae?peri3ncia &o E%ta&o 1rimor&ia", n$o tem mai% &(i&a%a %eu re%peito.

3. C NTINUAR N ESTAD DE C NTE01LAPQ NQ -DUAL,con&u a contemp"a#$o em ca&a a#$o, at: 9ue o E%ta&o9ue : a Ver&a&eira Con&i#$o &o in&i(*&uo, n$o mai%permanecen&o ob%cureci&a pe"a (i%$o &ua"i%ta, :rea"ia&a, torna&a rea". Continuar a%%im at: area"ia#$o tota".O ob@eti(o &o &o!chen  n$o : a@u&ar a &e%en(o"(er o

inte"ecto, ma% ao contrrio, permitir a &e%coberta &o

E%ta&o 1rimor&ia" e a%%im "e(ar-no% a":m &o inte"ecto.Ne%te en%inamento encontramo% uma e%trutura preci%a ecri%ta"ina &e e?p"ica#2e% interconecta&a%. O% Tr3%1rinc*pio% &e arab Dor@e %$o o ei?o centra" &e%tae%trutura, com a 9ua" e%t$o conecta&o% o% m"tip"o%a%pecto% &o en%inamento em uma re&e tri&imen%iona" &econceito% or!ania&o% em !rupo% &e tr3%.

O primeiro !rupo &o% Tr3% 1rinc*pio% &e arab Dor@e :Intro&u#$o DiretaF) o me%tre &e(e tran%mitir ao&i%c*pu"o, a":m &o inte"ecto, a (i(3ncia &ireta &o E%ta&o1rimor&ia".

Cabe a%%ina"ar 9ue, a":m &a Intro&u#$o Direta, oen%inamento contemp"a o 9ue %e conhece como Intro&u#$oSimb"ica e o 9ue %e chama Intro&u#$o Ora". Ca&a uma

&e%%a% tr3% +orma% &e intro&u#$o ao E%ta&o 1rimor&ia"corre%pon&e ao e%ti"o &e apre%enta#$o &e uma &a% tr3%%:rie% &e en%inamento% &o!chen) o men!a!&e , ou %:riee%%encia" o "on!&e , ou %:rie &o e%pa#o, e o %em&e , ou%:rie &a Naturea &aJ mente.

E%ta% tr3% %:rie% n$o &e(em %er (i%ta% como tr3%!rau% ou &i(i%2e% &e uma e%co"a. Trata-%e &e tr3% mo&o%&e apre%enta#$o &a Intro&u#$o e &e tr3% m:to&o% &eprtica% 9ue e%t$o inteiramente (o"ta&o% a "e(ar opraticante B Contemp"a#$o e to&o% i!ua"mente con%tituemen%inamento% &o!chen . A &i(i%$o &o en%inamento &e arabDor@e, em tr3% %:rie% +oi rea"ia&a por 0an@u%hrimitra, oprincipa" &i%c*pu"o &e arab Dor@e, e o% en%inamento%+oram continua&o% por me%tre% po%teriore%.

Sen&o o men!a!&e , a %:rie e%%encia"F, traba"ha mai%e%pec*+icamente %e!un&o o princ*pio &a Intro&u#$o Diretao "on!&e   e%t mai% "i!a&o B Intro&u#$o Simb"ica, e o%em&e  B Intro&u#$o Ora". A%%im, poi% ca&a %:rie tem %ua+orma particu"ar &e apre%entar a Intro&u#$o ao E%ta&o1rimor&ia" e B Contemp"a#$o e, no entanto, : o me%moE%ta&o 9ue %e tran%mite &iretamente em ca&a uma &a% tr3%%:rie%, como parte inte!ra" &e"a.

1o&er*amo% &ier 9ue o %em&e  con%titui na (er&a&e aba%e +un&amenta" &a tran%mi%%$o &o en%inamento &o!chen ,en9uanto 9ue o "on!&e  traba"ha com o% ponto% principai%

11

Page 12: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 12/57

α α α

&o %em&e . E po&eriamo% &ier tamb:m 9ue o men!a!&e  cont:mo e%%encia" &o %em&e  e &o "on!&e , con&en%a&o por me%tre%%e!un&o %ua e?peri3ncia e &e%coberta% &o% terma F oute%ouro% e%pirituai%F. 0uito bem, no% "timo% %:cu"o% %eco"ocou tanta en+a%e na apre%enta#$o &o men!a!&e , 9ue o%em&e   +icou ec"ip%a&o em con%e9>encia, +oi nece%%rio(o"tar a a%%ina"ar %ua import=ncia.

CA1ITUL ;

  DZ CEN C 0 RELAPQ

A S VgRI S NOVEIS D CA0IN MUDISTA

Aban&ona to&a% a% a#2e% ne!ati(a%,Atua %empre com per+eita (irtu&e,

 bt:m o &om*nio tota"De tua prpria mente

E%ta : a e%%3ncia &o Mu&ha.Mu&ha ShakYamuni

Se %ur!ir um pen%amento b%er(a o 9ue e%t %ur!in&oSe n$o %ur!irem pen%amento% b%er(a e%te e%ta&o ca"mo,

Ambo% momento% %$o i!ua"mente (aio%.arab Dor@e 

1ara a"can#ar uma compreen%$o &o Do!chen  %er ti"re"acion-"o com (rio% outro% caminho% e%pirituai%e?i%tente% &entro &o e%pectro bu&i%ta. Embora ca&a um&e"e% %e@a en%ina&o para bene+*cio &o% %ere% com %eun*(e" particu"ar &e capaci&a&e, to&o% %$o i!ua"menteprecio%o%.

To&o% o% caminho% em 9ue%t$o t3m um ob@eti(o comum) a%upera#$o &o prob"ema 9ue %ur!iu 9uan&o o in&i(*&uoentrou no &ua"i%mo, &e%en(o"(en&o um e%prio euob@eti(oF ou e!oF, 9ue e?perimenta o mun&o como a"!o%epara&o &e %*, e?terno e ob@eti(o, e 9ue a ca&a momentomanipu"a e%%e mun&o com o ob@eti(o &e obter %ati%+a#$o e

%e!uran#a. Na (er&a&e, @amai% %e po&er a"can#ar%ati%+a#$o e %e!uran#a &e%ta maneira, @ 9ue a cau%a &o%o+rimento e &a in%ati%+a#$o : a %en%a#$o +un&amenta" &ee%tar incomp"eto, 9ue : uma con%e9>encia ine(it(e" &eencontrar-%e no e%ta&o &ua" e, ain&a mai%, to&o% o%+enmeno% aparentemente e?terno% no% 9uai% tentamo%ba%ear no%%a %ati%+a#$o e no%%a %e!uran#a %$otran%itrio% ou impermanente%.

Mu&ha ShakYamuni +oi um in&i(*&uo tota"menterea"ia&o 9ue mani+e%tou um na%cimento humano na n&ia,no% %ec. V a.C, com o ob@eti(o &e en%inar o% outro% %ere%

12

Page 13: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 13/57

α α α

por meio &e %ua% pa"a(ra% e &e %eu e?emp"o. Como o%o+rimento : a"!o muito concreto, 9ue to&o mun&o conhecee 9uer e(itar na me&i&a &o po%%*(e", o Mu&ha +a"ou %obree"e no %eu primeiro en%inamento, a% uatro Nobre%Ver&a&e%F. A 1 r i me i r a N o b re V e r &a & e  no% e?horta a&e%cobrir o +ato &e 9ue %o+remo%, a%%ina"an&o ae?i%t3ncia &a in%ati%+a#$o b%ica e ine"ut(e" 9ue :inerente B no%%a con&i#$o.

A S e !u n &a N o br e V e r& a &e  e?p"ica a cau%a &a

in%ati%+a#$o, 9ue : o e%ta&o &e &ua"i&a&e e a =n%iain%a%i(e" 9ue "he : inerente) o %u@eito (a"oria %eu%ob@eto% e tenta a!arr-"o% por to&o% o% meio% e, por %ua(e, e%ta =n%ia a+irma e %u%tenta a i"u%ria e?i%t3ncia&o %u@eito como uma enti&a&e %epara&a &a tota"i&a&einte!ra&a &o uni(er%o.

A Terceira Nobre Ver&a&e  en%ina 9ue o %o+rimentoce%%ar %e %uperarmo% o &ua"i%mo e a"can#armo% areinte!ra#$o, &e mo&o a n$o no% %entir %epara&o% &ap"enitu&e &o uni(er%o.

/ina"mente, a uarta Nobre Ver&a&e  e?p"ica 9ue hum caminho 9ue con&u B ce%%a#$o &o %o+rimento, 9ue :&e%crito pe"o con@unto &o% en%inamento% bu&i%ta%. KCaminho ctup"o

Embora to&a% a% tra&i#2e% reconhe#am a e?i%t3ncia &oprob"ema b%ico &o %o+rimento, %eu% m:to&o% paraen+rent-"o e con%e!uir 9ue o in&i(*&uo recupere a(i(3ncia &a uni&a&e primor&ia", %$o &i+erente%.

A tra&i#$o hinaYana   &o bu&i%mo, o caminho &arennciaF, en%ina&o pe"o Mu&ha ShakYamuni em %ua +ormahumana : e?pre%%o mai% tar&e em +orma e%crita no 9ue %econhece como o% %utra% . A tra&i#$o em 9ue%t$o con%i&era oe!o como uma r(ore (eneno%a, e o m:to&o 9ue ap"icapo&eria %er compara&o com e%ca(ar para arrancar uma a umaa% ra*e% &e%ta r(ore. O in&i(*&uo tem 9ue %uperar to&o%o% hbito% e ten&3ncia% con%i&era&a% ne!ati(a% eob%tcu"o% para a "ibera#$o. Con%e9>entemente, ne%%en*(e" e?i%tem muita% re!ra% &e con&uta, e%tabe"eci&a% por(oto%, 9ue re!u"am to&a% a% a#2e%. O i&ea" : o &o mon!e

ou &a mon@a, 9ue toma o maior nmero &e (oto% muito bem,in&epen&entemente &e %ermo% mon!e% ou praticante% "aico%,%e con%i&era a +orma &e %er comum como a"!o impuro 9ue&e(emo% renunciar. Traba"han&o &a maneira &e%crita,me&iante o &e%en(o"(imento &e (rio% e%ta&o% &e me&ita#$o&e(emo% recriar-no% como in&i(*&uo% puro% 9uetran%cen&eram a% cau%a% &o %o+rimento, ou %e@a, comoarhat%  9ue n$o (o"tam ao cic"o &e na%cimento% e morte% nae?i%t3ncia con&iciona&a.

Do ponto &e (i%ta &o mahaYana , per%e!uir &e%tamaneira %omente a prpria %a"(a#$o e tentar tran%cen&er o

%o+rimento en9uanto o% outro% continuam %o+ren&o, n$o :preci%amente i&ea". No mahaYana  con%i&era-%e 9ue %e &e(etraba"har por um bem maior 9ue o prprio, antepon&o ao&e%e@o &e a"can#ar para %* me%mo a rea"ia#$o, o &e%e@o&e 9ue to&o% o% &emai% %ere% %e rea"iem, e inc"u%i(e(o"tan&o con%tantemente ao cic"o &e %o+rimento paraa@u&ar a outro% a trancen&3-"o. uem pratica &e%tamaneira : chama&o &e bo&hi%at(a .

Embora o hinaYana ou (e*cu"o menorF e o mahaYana  ou

(e*cu"o maiorF perten#am ambo% ao caminho &a renncia,%eu% en+o9ue% caracter*%tico% %$o &i+erente%. 1o%to 9uepara cortar uma a uma a% ra*e% &a r(ore %e in(e%temuito tempo, no mahaYana   a pe%%oa %e concentraba%icamente em cortar a rai principa", &e mo&o 9ue a%outra% ra*e% %e9uem por %i me%ma%. A +orma &e cortar arai principa" : traba"har para &e%cobrir a (acui&a&ee%%encia", tanto &o %u@eito como &e to&o% o% ob@eto%, e&e%en(o"(er a compai?$o %uprema. Cabe a%%ina"ar 9ueen9uanto no mahaYana   %e po%tu"a e &e(e-%e &e%cobrir a(acui&a&e tanto &o %u@eito como &e %eu% ob@eto%, nohinaYana   %omente %e po%tu"a e &e(e %e &e%cobrir a(acui&a&e &o e!o.

En9uanto 9ue no hinaYana   : impre%cin&*(e" !o(ernarca&a um &e no%%o% ato% me&iante (oto%. No mahaYana  o tipo&e inten#$o por tr% &e no%%o% ato% : con%i&era&a mai%importante 9ue a naturea &o% ato% me%mo%. umahi%tria 9ue i"u%tra muito bem e%ta &i+eren#a &e en+o9ue.Um rico merca&or 9ue era &i%c*pu"o &e Mu&ha +oi com um!ran&e nmero &e merca&ore% e %er(o% a uma i"ha bu%cara"!uma% &a% !ema% pe"a% 9uai% a i"ha era +amo%a. A bor&o&o barco, &urante a (ia!em &e re!re%%o, o merca&or %einteirou &e 9ue um &o% merca&ore% p"ane@a(a matar o re%to&o% pa%%a@eiro%, 9ue eram centena%, com o ob@eti(o &eroubar o carre!amento &e @ia%. O merca&or, 9ue conheciao homem e %abia 9ue, com e+eito, e%te era capa &e matarto&a a9ue"a !ente, %e per!untou 9ue +aer a re%peito e,+ina"mente, ape%ar &e ter +eito ao Mu&ha um (oto 9ue oproibia &e tirar a (i&a &e 9ua"9uer outro %er, n$o te(e

outra a"ternati(a %en$o matar o a%%a%%ino-"a&r$o-em-potencia".Embora n$o hou(e%%e outra a"ternati(a para %a"(ar

%eu% companheiro%, o merca&or tinha uma terr*(e"%en%a#$o &e cu"pa pe"o ato e, portanto, t$o "o!ore!re%%ou ao %eu pa*% +oi (er ShakYamuni para con+e%%ar%ua m a#$o. Entrentanto, e%te "he &i%%e 9ue n$o ha(ia+eito ma", @ 9ue a inten#$o n$o ha(ia %i&o matar, por:m%a"(ar e prote!er o% outro% e, mai% ain&a, po%to 9ue &e+ato ha(ia %a"(o a (i&a &e centena% &e pe%%oa% e tamb:mha(ia %a"(o o "a&r$o &o terr*(e" carma  &a matar a9ue"e

13

Page 14: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 14/57

α α α

!ran&e nmero &e pe%%oa%, a%%im como &a% con%e9>encia%ine(it(ei% &e t$o m a#$o, o merca&or ha(ia "e(a&o acabo uma boa a#$oF. Ao &ar tanta import=ncia B% inten#2e%9ue e?i%tem atr% &e no%%a% a#2e%, o mahaYana con%i&era9ue to&a% a% prtica% &e(em rea"iar-%e em bene+*cio &o%&emai%.

O bu&i%mo en  : um caminho &o mahaYana . 1oi% bem,po%to 9ue +re9>entemente &i-%e 9ue o en  : um caminhon$o-!ra&ua", muita !ente pen%a 9ue &e(e %er o me%mo 9ue o

&o!chen , 9ue tamb:m n$o po&e %er con%i&era&o !ra&ua". Noentanto, tanto% o% m:to&o% &o% %i%tema% em 9ue%t$o comoo% re%u"ta&o% obti&o% me&iante a ap"ica#$o &o% me%mo% %$o+un&amenta"mente &i+erente%4.

1o&emo% &ier 9ue o% &oi% n*(ei% &o caminho &arenncia < o hinaYana  e o mahaYana  < traba"ham, %obretu&oao n*(e" &o corpo. O tantri%mo , ao contrrio, traba"ha%obre o n*(e" &a ener!ia ou +a"aF.

e(i&ente 9ue a ener!ia : meno% concreta 9ue o corpoe meno% +ci" &e perceber. Como : mai% &i+*ci" enten&er aener!ia e %eu +uncionamento 9ue compreen&er o %imp"e%+ato &o %o+rimento, a capaci&a&e 9ue %e re9uer parapraticar o tantri%mo   : %uperior a nece%%ria parapraticar o caminho &a renncia. Embora o termo %=n%critotantra   e %eu e9ui(a"ente tibetano !ui> , che!aram a&enotar o% te?to% principai% 9ue cont3m o% en%inamento%t=ntrico% , o (er&a&eiro %enti&o &a pa"a(ra :continui&a&eF`) To&o% o% +enmeno% %$o (aio%, por:m%e!uem mani+e%tan&o-%e. To&o% o% m:to&o% t=ntrico%traba"ham com e%ta continui&a&e, toman&o como +un&amentoe ponto &e parti&a a (acui&a&e &e to&o% o% +enmeno% 9ueo% %utra%   no% "e(am a &e%cobrir. KComo (eremo% mai%a&iante, tamb:m no en%inamento &o!chen   h umacontinui&a&e entre a Ma%e, o Caminho e o /ruto &oen%inamento) o /ruto : a p"ena pre%en#a &a Ma%e, e oCaminho n$o : mai% 9ue continuar ne%%a pre%en#a.

Do ponto &e (i%ta &o en%inamento &o% %utra% , a&imen%$o re"ati(a : um ob%tcu"o 9ue temo% 9ue renunciarcom o ob@eti(o &e &e%cobrir o n*(e" ab%o"uto, 9ue

corre%pon&e a (acui&a&e. Ao contrrio, o tantri%mouti"ia o re"ati(o para ace"erar o pro!re%%o no caminho9ue no% "e(a a":m &a &imen%$o em 9ue%t$o, e %ua atitu&ecom re"a#$o B% pai?2e% a% 9uai% num n*(e" %trico  %e &e(erenunciar, : a e?pre%%a por um &ita&o t=ntrico)  uantomai% ma&eira-pai?2e% tenhamo%, mai% +o!o-rea"ia#2e%obteremo%F.

E?i%tem tantra% e?terno% e interno%, 9ue tamb:m %echamam tantra%  in+eriore% e %uperiore%. Ambo% empre!am a(i%ua"ia#$o como m:to&o principa", por:m o% tantra%e?terno% ou in+eriore% come#am traba"han&o ao n*(e" &a

con&uta e?terna &o praticante a +im &e con%e!uir umapuri+ica#$o &e %eu% pen%amento e a#$o, preparan&o-o parareceber a Sabe&oria. A%%im poi%, o% tantra%   e?terno%come#am com o 9ue %e chama caminho &e puri+ica#$o, 9uecon%titui o n*(e" in+erior &o (a@raYana   ou Ve*cu"oIn&e%trut*(e"F.

O n*(e" %uperior &o (a@raYana : o caminho &atran%+orma#$o 9ue come#a com o terceiro e %upremo &o%tantra%   e?terno%, e inc"ui o% tr3% tantra%   interno%.

I!ua"mente ao% e?terno%, o% tantra%  interno% tomam como+un&amento e ponto &e parti&a a (acui&a&e &e to&o% o%+enmeno%, por:m u%am principa"mente o Yo!a  interno 9uetraba"ha %obre o %i%tema &e ener!ia %uti" &o or!ani%mo a+im &e pro(ocar uma tran%+orma#$o &a &imen%$o tota" &opraticante, con(erten&o-o na &imen%$o pura &o in&i(*&uorea"ia&o KXi&am  9ue e"e (i%ua"iou. E%te% m:to&o% +oramen%ina&o% por Mu&ha em um corpo &e mani+e%ta#$oF 9uepertence ao Sambho!akaYa  e n$o em corpo +*%ico, e tamb:mpor meio &e outra% mani+e%ta#2e% &a &imen%$o em 9ue%t$o.

A tran%mi%%$o &o tantra   : recebi&a ori!ina"menteatra(:% &e uma mani+e%ta#$o &a &imen%$o Sambho!akaYa 9ue%e apre%enta a um me%tre 9ue tem c"ari&a&e (i%ionrianece%%ria para perceb3-"a, e o m:to&o &a prtica a %erap"ica&o uti"ia a mani+e%ta#$o corre%pon&ente. Uma (e9ue a pe%%oa : inicia&a na prtica por um me%tre,me&iante a (i%ua"ia#$o e a reinte!ra#$o &a prpriaener!ia %uti", o in&i(*&uo %e!ue o e?emp"o &a tran%mi%%$oori!ina" e %e mani+e%ta como &ei&a&e, entran&o na&imen%$o pura &o man&a"a . Ent$o a pe%%oa &e%cobre por %ime%ma o Sambho!akaYa , tran%cen&en&o a &imen%$o mun&ana&o% e"emento% pe%a&o%, 9ue %$o tran%+orma&o% em %uae%%3ncia. uan&o a pe%%oa morre, entra na &imen%$o &a "ue &a cor 9ue con%tituem a e%%3ncia &o% e"emento% e, ne%%ee%ta&o puri+ica&o, embora a pe%%oa n$o e%te@a ati(a no%enti&o in&i(i&ua", %e!ue %en&o capa &e bene+iciarcontinuamente outro% %ere%. Di-%e 9ue o praticantet=ntrico   &e%en(o"(i&o : como um +i"hote &e !uia, 9uepo&e (oar t$o pronto rompe a ca%ca &o o(o) no me%mo

momento em 9ue a pe%%oa morre, %em entrar no bar&o oue%ta&o interme&irio, mani+e%ta-%e como a &i(in&a&e &ecu@a prtica con%e!uiu re%u"ta&o% &urante %ua (i&a. E%tarea"ia#$o : c"aramente &i+erente &a %imp"e% ce%%a#$o &ocic"o &e na%cimento e morte (i%a&a na prtica &o n*(e"%trico .

0uito bem, ape%ar &e %er o (e*cu"o t=ntrico   &atran%+orma#$o mai% rpi&o 9ue o% (e*cu"o% &o caminho &arenncia, o% 9uai% pro&uem %eu% re%u"ta&o% &epoi% &emuita% e?i%t3ncia%, na (i&a &iria : muito &i+*ci"&e%en(o"(er o contro"e %obre a ener!ia interna e o po&er

14

Page 15: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 15/57

α α α

&e concentra#$o nece%%rio% para "e(ar a %ua cu"mina#$o oproce%%o &e tran%+orma#$o prprio &o tantri%mo)  para&e%en(o"(er a% menciona&a% +acu"&a&e% : preci%o muito%ano% &e retiro %o"itrio. Ao contrrio, o &o!chen  n$o :nem %utra   nem tantra  a ba%e para %ua comunica#$o : aIntro&u#$o ao E%ta&o 1rimor&ia" e n$o na tran%+ormar-%eem uma mani+e%ta#$o, como %e +a no tantri%mo . A%prtica% principai% &o &o!chen  traba"ham &iretamente non*(e" &a 0ente para permitir ao in&i(*&uo &e%cobrir o

E%ta&o 1rimor&ia", ao 9ua" : intro&ui&o &iretamente pe"ome%tre, e continuar ne"e at: a obten#$o &a ran&eTran%+er3ncia ou o Corpo &e Lu. Cabe mencionar 9ue,a%%im como a rea"ia#$o a 9ue con&u o tantri%mo   &i+ere&a 9ue %e obt:m como re%u"ta&o &e ap"icar a% prtica% &o%(e*cu"o% &o %utra , a ran&e Tran%+er3ncia e o Corpo &eLu %$o prprio% &o% en%inamento% &o!chen   e n$ocorre%pon&em a% rea"ia#2e% &a% prtica% &o% (e*cu"o% &o%utra   e &o tantra . E%te% n*(ei% n$o %er$o &i%cuti&o%a9ui, por:m no cap*tu"o %obre o /ruto &o en%inamento&o!chen .

Embora, como (imo%, o &o!chen   traba"heprincipa"mente ao n*(e" &a 0ente, o% en%inamento% &o(e*cu"o em 9ue%t$o tamb:m en%inam prtica% 9ue +uncionamno n*(e" &a /a"a e no n*(e" &o Corpo. No entanto, e%ta%%$o uti"ia&a% para "e(ar o praticante ao E%ta&o &e n$o-&ua"i&a&e &a contemp"a#$o e %$o %ecun&ria% em re"a#$o Bprtica &a Contemp"a#$o n$o-&ua". Embora %omente e%ta"tima prtica po%%a %er propriamente chama&a &o!chen,um praticante &e%te (e*cu"o po&e empre!ar prtica% &e9ua"9uer &o% n*(ei% &o %utra   e &o tantra   %e acharnece%%rio a +im &e %uperar o% ob%tcu"o% 9ue po%%amb"o9uear o E%ta&o &e Contemp"a#$o.

De(i&o B% caracter*%tica% comun% &o% %eu% m:to&o%, o&o!chen  : conheci&o como o caminho &a auto-"ibera#$oF.1ara ap"ic-"o n$o temo% 9ue renunciar a na&a, nempuri+icar ou tran%+ormar na&a o 9ue %ur@e por %i me%mocomo parte &e no%%a (i%$o crmica   : uti"ia&o comocaminho. O !ran&e me%tre 1a Dampa San!uie &i%%e uma (e)

O 9ue con&iciona uma pe%%oa, manten&o-a no e%ta&o&ua"i%ta, n$o %$o a% circun%t=ncia% 9ue %ur!em como parte&e %ua (i%$o crmica . o ape!o &e%%a pe%%oa para com o9ue %ur!e 9ue a con&icionaF. 1ara cortar o ape!o &amaneira mai% rpi&a e e+eti(a &e(emo% por em a#$o acapaci&a&e e%pont=nea &a auto-"ibera#$o inerente aoE%ta&o 1rimor&ia".

0uito bem, o termo auto-"ibera#$oF n$o &e(e no%"e(ar a conceber um %i me%moF ou e!o e?i%tente &e mo&ointr*n%eco 9ue &e(a "iberar-%e. Como (imo%, o +un&amentoe ponto &e parti&a &o n*(e" &o!chen  : o conhecimento &e

9ue to&o% o% +enmeno% %$o (aio% &e naturea prpriaFKou %e@a, o conhecimento &e 9ue na&a e?i%te &e maneiraintr*n%eca. A auto-"ibera#$o &o &o!chen   imp"icapermitir 9ue 9ua"9uer mani+e%ta#$o no campo &ae?peri3ncia &o praticante %ur@a ta" como :, %em @u"!-"acomo boa ou m, bonita ou +eia. Se n$o entram em @o!o oape!o e a +i?a#$o, a9ui"o 9ue %ur!e < in&epen&entemente&e %e tratar &e um pen%amento &i%cur%i(o ou &aconceitua#$o intuiti(a &e um +enmeno aparentemente

e?terno < %e "iberar automaticamente por %i me%mo nomomento e?ato &e %ua mani+e%ta#$o, %em nece%%i&a&e &ee%+or#o a"!um e %em 9ue inter(enha a (o"i#$o ou ainten#$o. Se praticarmo% &e%%a maneira, a% %emente% &ap"anta (eneno%a &a (i%$o &ua" nunca ter$o a oportuni&a&e&e !erminar e, portanto, a p"anta in&e%e@(e" @amai%po&er "an#ar ra*e% e cre%cer.

A%%im poi%, o praticante &o &o!chen  (i(e %ua (i&a &euma maneira comum, %em ter 9ue %u@eitar-%e a um c&i!o &ere!ra% re"i!io%a%, por:m %em nunca interromper %ua(i(3ncia &o E%ta&o &e in%eparabi"i&a&e primor&ia", poi%tu&o o 9ue %ur!e como parte &a %ua e?peri3ncia inte!ra-%ecom e%%e E%ta&o %em 9ue e"e mani+e%te nenhum %ina"e?terno &e e%tar pratican&o. I%to : o 9ue in&icam o%termo% Auto-"ibera#$oF, Do!chenF   ou ran&e1er+ei#$oF, e Contemp"a#$o n$o-&ua"F ou %imp"e%mentecontemp"a#$o. Embora &urante minha e&uca#$o nauni(er%i&a&e mon%tica e%tu&ei e prati9uei to&o% o%caminho%, meu me%tre Chan!chub Dor&@e a@u&ou-me acompreen&er o (a"or particu"ar &o% en%inamento% &o!chen,9ue %$o o% 9ue e%tou principa"mente intere%%a&o emen%inar.

A +im &e apre%entar com c"area uma !ran&e parte &atermino"o!ia 9ue %e u%a !era"mente na &i%cu%%$o &o%en%inamento%, em continua#$o inc"ui um 9ua&ro e%9uemticono 9ua" %e compara e re"aciona o &o!chen  com o% (rio%n*(ei% &o tantra   e &o% &oi% (e*cu"o% &o %utra . nece%%rio a&(ertir, n$o ob%tante, 9ue o me%mo n$oimp"ica uma hierar9uia &e en%inamento% com o &o!chen  na

cpu"a. Com e+eito, to&o o e%9uema po&e %er in(erti&o &emo&o 9ue o &o!chen   +i9ue na ba%e, ou tamb:m po&eria&ei?ar-%e como e%t, por:m (i%to &e%&e a ba%e at: acima,9ue : a %e9>3ncia &e apre%enta#$o &o% &i+erente% n*(ei%&o caminho !ra&ua", no 9ua" ca&a e%t!io &e(e %ercomp"eta&o ante% &e entrar no %e!uinte. O &o!chen   :&i+erente &o caminho !ra&ua" por9ue ne"e o me%treintro&u o &i%c*pu"o &iretamente na ran&e 1er+ei#$oF,9ue con%titui o cora#$o &e to&o% o% caminho%.

muito% caminho%, por i%%o para ca&a pe%%oa &e(emo%o+erecer um en%inamento apropria&o para %ua capaci&a&e. E

15

Page 16: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 16/57

α α α

%e para a"!u:m o en%inamento &o %utra   : o mai%apropria&o, na me&i&a em 9ue para e%%a pe%%oa : o mai%e+eti(o po&eremo% &ier 9ue para e"e ou e"a : o mai%a"toF. ua"9uer u%o &a% pa"a(ra% a"toF ou mai% a"toF emre"a#$o ao% en%inamento% &o!chen,  &e(eriamo% enten&er%empre "e(an&o em conta e%ta importante a&(ert3ncia.

RESU0 D S 0T D S D S VgRI S CA0IN S D

SUTRA, TANTRA E DZ CEN

DZ CEN)

O termo &o!chenF  in&ica, tanto o re%u"ta&o &o anu-Yo!a  K(e*cu"o t=ntrico  9ue %er abor&a&o mai% a&iante,como o caminho &a auto-"ibera#$o, com %eu% a%pecto% &eMa%e, Caminho e /ruto e, com e+eito, o re%u"ta&o &o anu-Yo!a  n$o : &i+erente &o e%ta&o &e &o!chen  ao 9ua" %eche!a pe"o caminho &a auto-"ibera#$o. Em um %e!un&o%enti&o, 9ue : o 9ue no% intere%%a, o &o!chen  n$o : nem%utra  nem tantra , n$o : uma (ia !ra&ua", nem %e (3 a %ime%mo como o ponto mai% a"to &e uma hierar9uia &e n*(ei%.Como caminho &e auto-"ibera#$o, n$o pertence ao caminho&e tran%+orma#$o e n$o empre!a a (i%ua"ia#$o comoprtica principa" no entanto, e%tan&o a":m &e 9ua"9uer"imita#$o, po&e uti"iar m:to&o% &e 9uai%9uer outro%n*(ei% como prtica% %ecun&ria%. A prtica principa" &oati-Yo!a   < &o!chen con%i%te em entrar &iretamente naContemp"a#$o n$o-&ua" e permanecer ne"a, apro+un&an&o-acon%tantemente at: a"can#ar a Rea"ia#$o tota".

TANTRA)

O% (rio% n*(ei% &e tantra  < ou %e@a, &o (a@raYana  <t3m como +un&amento e ponto &e parti&a a (acui&a&e &eto&o% o% +enmeno%, o princ*pio &e %hunYata . To&o% e"e%+uncionam %obre a ba%e &e%%e princ*pio por meio &aap"ica#$o &a (i%ua"ia#$o, por:m e%ta %e empre!a &e +orma&i+erente em ca&a n*(e" a +im &e reinte!rar a (i(3ncia &a

ener!ia &o in&i(*&uo, com a &o uni(er%o, &a 9ua" pareciater %e %epara&o.Tr3% Tantra% Superiore% ou Interno% &a e%co"a

niYn!mapa ) En9uanto 9ue para a% e%co"a% %armapa   ouno(a%F o anuttaratantra   Ktantra   %upremo %an!\a "anamepe !ui>&&e  ou anuttaraYo!atantra  : o (e*cu"o %upremo,o% niYn!mapa  +a"am &e tr3% tantra%  interno%)

I. Ati-Yo!a KYo!a primor&ia") O ati-Yo!a  eo anu-Yo!a  % e?i%tem na e%co"a niYn!mapa . Emborao ati-Yo!a   como ta" n$o perten#a ao caminho &e

tran%+orma#$o ou tantri%mo , %eu% te?to% ra*e% %echamam tantra%  e, a partir &a %e!un&a &i+u%$o &a&outrina no Tibet, +oi inc"u*&o &entro &o% tantra%interno% e : con%i&era&o como o n*(e" %upremo &otantra . Do me%mo mo&o, embora o ati-Yo!a  n$o %e@aum caminho !ra&ua", poi% ne"e %e come#aime&iatamente com a Intro&u#$o Direta ao E%ta&o &eDo!chen , o me%mo tamb:m po&e %er abor&a&o por9uem tenha a%cen&i&oF pe"o% e%t!io% %uce%%i(o%

&o caminho !ra&ua", como "timo e%t!io &o me%mo.Em con%e9>3ncia, na apre%enta#$o &o caminho!ra&ua", con%tituiria o e%ta&o %upremo.

II. A nu -X o! a KXo!a comp"eto)  o anu-Yo!a ,9ue, como (imo%, na "inha!em nY*n!ma   con&u aoe%ta&o &e &o!chen , u%a um m:to&o &e (i%ua"ia#$o9ue %omente : empre!a&o ne%ta e%co"a. Ao in(:% &e%er con%tru*&a !ra&ua"mente, &eta"he por &eta"he,a (i%ua"ia#$o %e mani+e%ta em um in%tante) ape%%oa %e (i%ua"ia como a &ei&a&e e a %en%a#$o &e%er a &ei&a&e : mai% importante 9ue o% &eta"he% &a(i%ua"ia#$o.

III. 0aha-Xo!a K!ran&e Yo!a)  En9uantocu"mina#$o &o Caminho &a tran%+orma#$o &a e%co"anY*n!ma  o e%ta&o &o &o!chen  : como um +ruto &oanu-Yo!a , na% outra% tr3% e%co"a% uma prtica mai%ou meno% e9ui(a"ente ao &o 0aha-Xo!a , 9uecompreen&e a con%tru#$o !ra&ua" &eta"he por&eta"he &e uma (i%ua"ia#$o, "e(a ao E%ta&o &e0ahamu&ra   o !ran&e %*mbo"o;, e%te E%ta&o,no(amente, n$o : &i+erente &o E%ta&o &o Do!chen,embora o% meio% para che!ar a e"e %e@am muito&i+erente%, n$o %omente ao% &o Ati-Xo!a , ma%tamb:m ao% &o anu-Yo!a .

TANTRAS IN/ERI RES U E]TERN S)

I. Xo!atantra) 9uan&o %e "3 e%te e%9uema &e bai?o

para cima, e%te : o primeiro n*(e" &o Caminho&a tran%+orma#$o. Ne"e a pe%%oa (i%ua"ia 9uee"a me%ma : a &ei&a&e e come#a a traba"har como Yo!a   interno 9ue inci&e %obre o corpo &eener!ia %uti" e 9ue %e ap"ica em to&o% o%n*(ei% &o Caminho &e tran%+orma#$o a%%ina"a&o%acima.

II. UbhaYatantra Ktantra  neutro ou interme&irio)A &ei&a&e ou a pe%%oa rea"ia&a 9ue : a ba%e &aprtica : (i%ua"ia&a a9ui como a"!o e?terno ao

16

Page 17: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 17/57

α α α

in&i(*&uo, embora con%i&era&a em n*(e" &ei!ua"&a&e e n$o como a"!u:m ra&ica"mente%uperior. A pe%%oa traba"ha com a"!o &o Yo!ainterno e tamb:m com a#2e% e?terna%.

III. riYatantra  Ktantra &a a#$o. E%te : o n*(e"&o Caminho &e puri+ica#$o propriamente &ito, no9ua" a pe%%oa (i%ua"ia a &ei&a&e ou oin&i(*&uo rea"ia&o 9ue : a ba%e &a prtica

como e?terno ou %uperior B pe%%oa. A pe%%oarea"ia a#2e% e?terna% para puri+icar-%e a +im&e %er capa &e receber a %abe&oria &a &ei&a&eou in&i(*&uo rea"ia&o e como prepara#$o paratraba"har com o% n*(ei% mai% a"to% &o tantra .

SUTRA)

  Caminho &a renncia) No hinaYana  K9ue compreen&eo %hra(akaYana   e o pratYekabu&haYana  e no mahaYana   %etraba"ha para obter em &i+erente% !rau% e me&i&a% ae?peri3ncia &o %hunYata   ou (acui&a&e, 9ue con%titui o+un&amento e o ponto &e parti&a &o tantra . O% caminho%!ra&uai% in%i%tem 9ue a pe%%oa &e(e come#ar ne%te% n*(ei%para &epoi% abor&ar o% n*(ei% %uperiore%. No &o!chen, ao

contrrio, come#amo% ime&iatamente com o en%inamento%upremo.

No %:cu"o I] , o me%tre 1a&ma%ambha(a  (i%itou o Tibetcom o ob@eti(o &e tornar po%%*(e" 9ue o% en%inamento%bu&i%ta% %e e%tabe"ece%%em na9ue"e pa*%, o 9uepre(iamente, o% praticante% %ham=nico%   &a% tra&i#2e%in&*!ena% b[n ha(iam impe&i&o.

1a&ma%ambha(a  +oi uma pe%%oa tota"mente rea"ia&a 9uemani+e%tou um na%cimento e?traor&inrio em r!uien . A"*me%mo recebeu, por um "a&o, &o me%mo arab Dor@e numa(i%$o a tran%mi%%$o &ireta &o &o!chen , e, pe"o outro, &e%eu% contempor=neo% 9ue eram %uce%%ore% &ireto% &e arabDor&@e, a tran%mi%%$o ora" "inear Kou kama  &e%te% me%mo%en%inamento%. 0ai% a&iante (ia@ou B n&ia, on&e ab%or(eu

to&o% o% en%inamento% t=ntrico% 9ue %e en%ina(am na9ue"a:poca a&9uirin&o me%tria na prtica &o% me%mo%.De%en(o"(eu a capaci&a&e &e tran%+ormar %eu corpo,a&otan&o 9ua"9uer +orma 9ue e%co"he%%e, como tamb:m to&o%o% outro% %i&&hi%  9ue po&em %ur!ir 9uan&o %e &i%%o"(e acon&i#$o &ua"i%ta. A%%im poi%, 9uan&o con(i&a&o a (i%itaro Tibet para impu"%ionar a &i+u%$o &o% en%inamento%bu&i%ta%, %eu% po&ere% %uperiore% permitiram %uperar o%ob%tcu"o% oca%iona&o% pe"a% ener!ia% ne!ati(a%.

Ca&a "u!ar tem %ua% ener!ia% &ominante%, e o% %haman%&o b[n , 9ue tinham a capaci&a&e &e &iri!ir a% 9ue

impera(am no Tibet, uti"iaram %eu po&er para &i+icu"tara imp"anta#$o &o% en%inamento% bu&i%ta%. 1ortanro,1a&ma%ambha(a te(e 9ue mani+e%tar-%e em (ria% +orma% a+im &e contro"ar a% ener!ia% "ocai% &ominante% ecana"i-"a% &e mo&o 9ue ao tran%+orm-"a% em !uar&i$%&o% en%inamento% bu&i%ta%, o% prote!e%%em ao in(:% &ecombate-"o%.

1oi% bem, como o !ran&e me%tre &e r!uien  encontra(a-%e a":m &e 9ua"9uer "imite, n$o con%i&erou nece%%rio

recha#ar o 9ue ha(ia &e (a"io%o na% tra&i#2e% "ocai% &oTibet. Ao contrrio, criou con&i#2e% pe"a% 9uai% obu&i%mo pu&e%%e %e inte!rar com a cu"tura "oca" < a 9ua"po%%ui %o+i%tica&o% %i%tema% &e co%mo"o!ia, a%tronomia,ritua" e me&icina < ta" como ha(ia +eito o Mu&haShakYamuni com a cu"tura hin&u &e %ua :poca, uti"ian&o-acomo ba%e para comunicar a"!o e%%encia"mente a":m &e9ua"9uer cu"tura. A%%im poi%, !ra#a% a in+"u3ncia e aati(i&a&e &e 1a&ma%ambha(a, %ur!iu a !ran&e con+"u3ncia&a% tra&i#2e% e%pirituai% &e r!uien e &a n&ia com a%+onte% b[npo   "ocai%, 9ue ho@e conhecemo% como a +ormacaracteri%ticamente tibetana &e bu&i%mo.

O% &i%c*pu"o% ori!inai% &e 1a&ma%ambha(a no Tibeteram %imp"e%mente praticante% &o bu&i%mo t=ntrico   e &o&o!chen , e @amai% %e con%i&eraram uma e%co"a ou %eita.0uito bem, 9uan&o mai% a&iante, apareceram &i+erente%tra&i#2e% &e prtica% 9ue %e!uiam outra% "inha% &etran%mi%%$o pro(eniente% &e me%tre% t=ntrico% in&iano%, ee%ta% %e &e%en(o"(eram como e%co"a% in&epen&ente%, o%%e!ui&ore% ori!inai% &e 1a&ma%ambha(a +oram conheci&o%como o% nYim!mapa%F  ou anti!o%F, e a %ua tra&i#$o comoa e%co"a anti!aF) a mai% anti!a &a% 9uatro e%co"a% &ebu&i%mo tibetano.

Con%e9>entemente, a pe%%oa n$o &e(e %e en!anar epen%ar 9ue o% en%inamento% &o!chen   con%tituem em %ime%mo% uma e%co"a ou %eita, ou acre&itar 9ue e"e%perten#am a uma e%co"a ou %eita particu"ar. 1or um "a&o,o termo &o!chenF   in&ica o E%ta&o 1rimor&ia" e, poroutro i&enti+ica uma +orma &e prtica 9ue permite

permanecer ne%te E%ta&o. Ape%ar &e e?i%tir uma "inha!em&e tran%mi%%$o &o E%ta&o e a prtica em 9ue%t$o, %eu%inte!rante% < o% praticante% &e &o!chen   < n$o e%t$oa!rupa&o% em uma nica tra&i#$o. 1o&emo% encontr-"o% emto&a% a% e%co"a% &e bu&i%mo tibetano, entre o%praticante% &o b[n   e, inc"u%i(e, in&epen&entemente &e9ua"9uer e%co"a ou "inha!em.

I%to po&e %er i"u%tra&o com a"!un% e?emp"o%,come#an&o com o &o meu me%tre Chan!chub Dor&@e, 9ue n$o%e impunha a %i me%mo o% "imite% e%tabe"eci&o% pe"a%e%co"a% e mantinha uma tota" in&epen&3ncia com re"a#$o a

17

Page 18: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 18/57

α α α

e"a%. A":m &e receber a tran%mi%%$o &o %eu principa"me%tre, a!"a 1ema D>&&>", recebeu a"!un% en%inamento% etran%mi%%2e% &o!chen   &e um +amo%o me%tre b[npo . Come+eito, como (imo%, &e%&e o in*cio &a hi%tria tibetanae?i%tiu um en%inamento &o!chen  na% tra&i#2e% b[n , emboran$o e%ti(e%%e t$o &e%en(o"(i&o como o 9ue mai% a&iantetran%mitiu arab Dor&@e.

Como o% nYin!mapa%   ou anti!o%F ab%or(eram o%en%inamento% &o!chen  &e%&e o in*cio e o% apre%entam %em

interrup#$o at: no%%o% &ia%, i&enti+icaram-%e com e"e%,&e ta" mo&o, 9ue muito% cr3em erroneamente 9ue o% me%mo%%$o patrimnio e?c"u%i(o &e%%a e%co"a. 0uito bem, embora%e@a certo 9ue, atra(:% &a hi%tria, o% nYin!mapa%pro&uiram muito% !ran&e% me%tre% &e &o!chen   < como%uce&eu em tempo% re"ati(amente recente% com Lon!chenRab@ampa K4-W e 'i!me Lin!pa K46`5-57, &oi% &o%maiore% eru&ito%, hi%toria&ore% e me%tre% e%pirituai% &oTibet < outro !ran&e praticante &o &o!chen  +oi um &o%hierarca% &a e%co"a arma ka!> , Ran!@un! Dor&@e K4`7;-45, o terceiro armapa . E%te inte!rou o% en%inamento%mahamu&ra  tran%miti&o% em %ua e%co"a com a tra&i#$o ati-Yo!a  &o &o!chen  tran%miti&o pe"o% nYin!mapa% , pro&uin&ouma %*nte%e &o% en%inamento% 9ue +oram tran%miti&o% at:no%%o% &ia% na e%co"a ka!u> .

A e%co"a %akYapa  %e &e%en(o"(eu no me%mo per*o&o 9uea ka!u> , tamb:m %e!un&o en%inamento% &a tra&i#$omaha%i&&ha   &a n&ia, embora atra(:% &e uma "inha &etran%mi%%$o &i+erente. O !ran&e tert[n Chent%e Ch[kijan!po e meu prprio tio, 'amian! Chent%e Ch[ki jan!chuk,9ue era o aba&e &e (rio% mona%t:rio% &e%%a e%co"a, +orame?emp"o% not(ei% &e praticante% &o!chen   entre o%%akapa% .

A e%co"a &e ori!em mai% recente, a !ue"u!pa , %ur!iucomo um mo(imento &e re+orma 9ue preten&ia por +im ao 9uecon%i&era(a como o% e?ce%%o% &o tantri%mo , e (o"tar ae%tabe"ecer no centro &a e%co"a o% en%inamento% &o%%utra% , co"ocan&o 3n+a%e na e%trita ap"ica#$o &o (inaYaou re!ra% &e con&uta mon%tica e%tabe"eci&a% por Mu&ha.

1ortanto, +re9>entemente %e %up2e 9ue o &o!chen   &e(ee%tar muito "on!e &o i&ea" &e%%a e%co"a. Entretanto,e?i%tiram muito% me%tre% &e &o!chen entre o% !e"u!pa% ,inc"uin&o o ran&e uintoF Da"ai Lama, Loban! uiat%oK4W46-7`. E%te +oi o primeiro 9ue, a":m &e &e%empenharem %ua prpria "inha!em o pape" e%piritua" &e %eu%pre&ece%%ore%, +oi !o(ernante tempora" &o Tibet, e tamb:m+oi e"e 9ue come#ou a con%truir o 1a"cio &e 1ota"a em%ua +orma atua". 0uito bem, a +im &e e(itar comprometer%ua po%i#$o po"*tica, mante(e em %e!re&o %ua prtica &e&o!chen .

A%%im poi%, em !era" &e(emo% recor&ar 9ue o% me%tre%9ue pertenciam a uma &a&a e%co"a, a":m &e manterp"enamente %eu compromi%%o com o% en%inamento% &e %uaprpria tra&i#$o, recebiam "i(remente a tran%mi%%$o &eoutra% tra&i#2e%. I%%o &eu "u!ar a uma !ran&e+erti"ia#$o rec*proca entre a% e%co"a%, o 9ue e%timu"ouenormemente a (i&a e%piritua" &o Tibet e enri9ueceu%obremaneira a cu"tura &o pa*%.

18

Page 19: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 19/57

α α α

CA1OTUL 8

 C 0 0EUS TO S 0ESTRES DE DZ CEN

1rimeiro corta a con+u%$o &o apren&ia&oDepoi% con%i&era o %enti&o &o apren&i&o

1or "timo, me&ita %obre o %enti&o &o 9ue +oien%ina&o.

0i"arepa

No Tibet, o% me%tre% (i(iam &e muita% maneira%&i+erente%, por:m tinham como principa" e%ti"o &e (i&a%er mon!e, (i(en&o em mona%t:rio% a9ue"e% 9ue (i(iam uma(i&a "aica tinham %ua% ca%a% na% a"&eia% e o% me%tre%"ei!o% 9ue (i(iam em ten&a% como nma&e%, (ia@a(am com%eu% &i%c*pu"o%, em a"!un% ca%o% %e!uin&o %eu% rebanho%,e o% Yo!ui% , 9ue norma"mente (i(iam em !ruta%4. Eupe%%oa"mente recebi tran%mi%%$o, n$o %omente &e meume%tre principa", ma% tamb:m &e muito% outro%, inc"uin&oo% meu% tio%.

0eu tio To!&en, era um !ran&e Yo!ui  praticante &e&o!chen . I!ua"mente a Chan!chub Dor&@e, n$o po%%u*a o

tipo &e e&uca#$o inte"ectua" 9ue proporciona o e%tu&o en$o e%ta(a pre%o a nenhuma e%co"a. No ca%o &e To!&en i%to%e &e(eu ao +ato &e 9ue, 9uan&o era muito @o(em, %eu%pai% ha(iam &eci&i&o 9ue e"e %e con(erteria em ouri(e% e,em con%e9>3ncia, to&a %ua e&uca#$o +oi encaminha&a a+orma-"o como ouri(e%. 1oi% bem, em um &a&o momento%o+reu &e %:rio% &i%trbio% mentai% 9ue nenhum m:&icopo&ia curar. /ina"mente o "e(aram a um me%tre &o!chen &e%ua :poca, Aom Dru!pa e, como re%u"ta&o &o encontro como me%tre em 9ue%t$o, n$o % %e recuperou &e %uaen+ermi&a&e, como tamb:m %e tran%+ormou em um praticante

%:rio, um Yo!ui 9ue pa%%a(a to&o o %eu tempo em retiro%%o"itrio% em co(a% i%o"a&a% no a"to &a% montanha%, em"u!are% on&e perambu"a(am o% @a!uare% e o% "eopar&o%.uan&o eu era crian#a, B% (ee% me era permiti&o +icarcom e"e, e recor&o 9ue o% "eopar&o%, !o%ta(am muito &emantei!a, e &e noite %e intro&uiam +urti(a e%i!i"o%amente na co(a on&e To!&en !uar&a(a %ua comi&apara "amber o !or&o e rico a"imento. Sen&o, entretantouma crian#a pe9uena comecei a apren&er Yantra Yo!a

na9ue"a% co(a% na% a"tura%, %imp"e%mente copian&o o%mo(imento% &e To!&en. A primeira (e 9ue +i9uei com e"e+oi 9uan&o tinha tr3% ano% &e i&a&e, e po%%o me recor&ar&e meu tio pratican&o Yantra por hora%, tota"mente nu,en9uanto eu me &i(ertia como +aria uma crian#a &e%%ai&a&e, baten&o e chutan&o &e brinca&eira &e (e em 9uan&oa% co%ta% &e%pi&a% &e meu tio, en9uanto e"e continua(aimperturb(e" %ua prtica. At: 9ue eu +ica%%e um poucomaior, n$o enten&ia o %i!ni+ica&o &o 9ue e"e e%ta(a+aen&o.

To!&en tinha o cabe"o muito "on!o e uma !ran&e barbamuito cheia 9uan&o (im ao oci&ente e (i a% +oto% &e ar"0a?, achei 9ue %e parecia muito com meu tio, com e?ce#$o9ue e%te n$o u%a(a cu"o%. E"e era um e?emp"o &o tipo &epraticante 9ue : reconheci&o como me%tre pe"a% 9ua"i&a&e%9ue mani+e%ta como re%u"ta&o &e %ua prtica, e n$o por%er reconheci&o como reencarna#$o &e um me%tre anterior.uan&o o man&aram para Aom Dru!pa, e%ta(a t$o perturba&o9ue n$o po&ia compreen&er 9ua%e na&a &o 9ue era &ito em%eu retiro anua" &e (er$o &e en%inamento%, 9ue %emprerea"ia(a na% a"ta% pa%ta!en% &o p"ana"to, em uma a"&eia&e ten&a% como a% 9ue montam o% nma&e% para acampar, 9ue%e arma(a para rea"iar o retiro e &epoi% era &e%monta&ano(amente. uan&o o retiro terminou na9ue"e (er$o, coma@u&a &e Aom Dru!pa, To!&en ha(ia %upera&o %eu prob"emae e%ta(a pronto para come#ar a"!um tipo &e prtica.

O me%tre %u!eriu 9ue +ie%%e um retiro %o"itrio emuma !ruta 9ue %e acha(a a un% 9uatro &ia% &e (ia!em,por:m como meu tio n$o +oi capa &e acompanhar o +io &e

%eu% en%inamento%, n$o %aberia o 9ue +aer &urante ome%mo. A +im &e %uperar e%%e ob%tcu"o, Aom Dru!pa +ecom um &e %eu% &i%c*pu"o% o acompanha%%e, %upo%tamentepara "he en%inar como che!ar a %eu &e%tino, on&e &e(eria+icar a praticar at: 9ue o me%tre o man&a%%e bu%car. Ooutro &i%c*pu"o e%ta(a com Aom Dru!pa &urante ano% e eraum praticante %:rio, n$o &o tipo inte"ectua", ma% umhomem %imp"e% 9ue %e &e&ica(a B prtica &o ch[& , e com oob@eti(o &e %uperar o ape!o e o a!arramento ao e!o, ape%%oa o+erece a (i%ua"ia#$o menta" &e %eu prprio corpo+*%ico.

19

Page 20: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 20/57

α α α

E%ta prtica te(e ori!em em uma !ran&e Yo!uinitibetana pro(eniente &e uma +am*"ia b[npo  cu@o nome era0achik Lab&r[n` K488-44;5.

1ara &e%en(o"(3-"a, e"a combinou e"emento% &a%tra&i#2e% b[npo   com o% en%inamento% %trico%   &o1ra@naparamita , o% en%inamento% t=ntrico%   e o%en%inamento% &e &o!chen,  recebi&o% &e %eu% me%tre%principai%. 1a Dampa e Trapa N![n%he. De%ta maneira &eu"u!ar a uma +orma &e prtica caracteri%ticamente tibetana

9ue con%titui um Caminho comp"eto em %i me%mo, emboratamb:m pratica&o em combina#$o com outro% m:to&o%.

O% praticante% &e ch[&   (i(em tra&iciona"mente comomen&i!o% nma&e%, (ia@an&o con%tantemente &e um "u!arpara outro "e(an&o con%i!o uma 9uanti&a&e m*nima &epo%%e%. /re9>entemente n$o carre!am mai% 9ue %eu%in%trumento% rituai%, 9ue con%i%tem num &amaru ou tambor&e &ua% +ace%, um %ino, uma trombeta &e o%%o humano e umape9uena ten&a em 9ue &ormem e praticam, arma&a u%an&o umkhat(an!a   ou tri&ente ritua" como %uporte centra" e9uatro purbu   ou a&a!a% ritua"*%tica% como cra(o% para%u%tentar %eu% canto%. A prtica : rea"ia&a %obretu&o&urante a noite em "u!are% %o"itrio% e &e%o"a&o% tai%como co(a% e pico% &e montanha, ma% particu"armente eacima &e tu&o no% tem*(ei% o%%urio%F no% 9uai% o%tibetano% e%9uarte@am e aban&onam o% ca&(ere% &e %eu%morto%. Sinho e a% e%cura% em tai% "u!are%, a ener!iaaterra&ora 9ue o% caracteria inten%i+ica a% %en%a#2e%&o% praticante%, o% 9uai% con(ocam B9ue"e% com 9uem temuma &*(i&a crmica   para 9ue (enham e recebam comopa!amento %eu prprio corpo, 9ue e"a ou e"e "he% entre!aB maneira &e o+eren&a. O praticante con(i&a tamb:m o%Mu&ha% e I"umina&o%, para o% 9uai% tran%+orma menta"mentea o+eren&a em n:ctar, a%%im como a to&o% o% %ere% &o%%ei% reino% &e e?i%t3ncia %an%rica , para o% 9uai% ao+eren&a %e mu"tip"ica e tran%+orma no 9ue +or &e maiorbene+*cio e a!ra&o. 1oi% bem, ao% &emnio% e e%p*rito%ma"i!no% o+erecem %eu prprio corpo &e carne e o%%o ta"como :.

O% &emnio% interno%F %$o no%%o% prprio% temore%) ome&o &a morte, a en+ermi&a&e, etc., en9uanto %eencontrarem "atente%, como e%t$o a maior parte &o tempo,n$o po&em %er %upera&o% o% me%mo% % po&em %er "ibera&o%9uan&o con&ui&o% ao primeiro p"ano &a con%ci3ncia e a"ien+renta&o% &a maneira pre%crita. 0uito bem, tamb:m %echama &emnio% B% ener!ia% ne!ati(a% 9ue con%i&eramo%e?terna% e 9ue a prtica no% capacita ma!netiar e, em"tima in%t=ncia, &ominar. 1or no%%a ten&3ncia Bautoprote#$o tentamo% no% &e+en&er &o po%%*(e" &ano 9ueima!inamo%, por:m a% tentati(a% em 9ue%t$o no% con+inam

B an!u%tio%a (i%$o &ua"i%ta &e um %i-me%mo e &e um outro9ue : a cau%a &e to&o %o+rimento e &e to&a(u"nerabi"i&a&e. Con(ocan&o o 9ue mai% tememo% eo+erecen&o o 9ue mai% compu"%i(amente tentamo% prote!er,na prtica &o ch[&  po&emo% cortar a &up"a ata&ura &o e!oe &o ape!o ao corpo. O prprio nome ch[&F, con%i%te naprtica) cortar, n$o o prprio corpo, ma% no%%o ape!o e a(i%$o &ua" 9ue %e encontram em %ua ba%e. Com e+eito, n$o: o corpo humano 9ue %e &e(e cortar, poi% e"e :

con%i&era&o como o precio%o (e*cu"o 9ue no% permitea"can#ar a rea"ia#$o.

O praticante &e ch[&  9ue acompanhou o meu tio To!&enB ca(erna em 9ue e%te +aria %eu retiro %o"itrio, +oi poruma rota e?tremamente tortuo%a, 9ue pa%%a(a por muito%"u!are% %o"itrio% +a(or(ei% B %ua prtica portanto,em (e &o% 9uatro &ia% 9ue norma"mente "e(aria a (ia!em,!a%taram muito mai% &e um m3% para che!ar a %eu &e%tino.E &urante a caminha&a &e ca&a &ia, no tran%correr &e %ua%con(er%a#2e%, o praticante &e ch[&  tran%mitia ao meu tioin%tru#2e% &ireta%, n$o %omente %obre a prtica na 9ua"%e concentra(a, por:m %obre to&a% a% 9ue "he pareciampertinente%. A%%im, poi% 9uan&o %eu companheiro+ina"mente o &ei?ou %oinho, meu tio %abia e?atamente o9ue &e(eria +aer. A9ue"e retiro &urou (rio% ano% e,9uan&o +ina"mente %aiu &e"e, meu tio &e%en(o"(eranot(ei% po&ere%, i%%o +e com 9ue a% pe%%oa% "he &e%%emo t*tu"o &e To!&en F, 9ue %i!ni+ica Yo!ui rea"ia&oF ea%%im +oi como eu %empre o chamei, embora o nome &a&o emcrian#a +o%%e r!uien Ten&in. De%&e ent$o e"e continuou+aen&o retiro% +re9>ente% e, no% inter(a"o%, (ia@an&o &eum "u!ar para outro. uan&o o% chine%e% %e e%tabe"eceramno Tibet orienta", a% an&an#a% &e To!&en chamaram aaten#$o &a% autori&a&e%, 9ue o pren&eram e "he pe&irame?p"ica#2e%. De(i&o a %ua +orma particu"ar &e %er, meutio n$o +oi capa &e &ar-"he% uma re%po%ta %ati%+atriae, con%e9>entemente, conc"u*ram 9ue &e(ia %er um e%pi$o eor&enaram %ua e?ecu#$o. 1oi% bem, tentaram (ria% (ee%+ui"-"o, ma% n$o con%e!uiram mat-"o ent$o, 9uan&o o%o"taram, a% pe%%oa% &o "u!ar tamb:m come#aram a cham-"o&e To!&en F. Como e"e po&ia %e comunicar com o% animai%,me%mo o% t*mi&o% (ea&o% %e"(a!en% &a montanha, 9ue!era"mente +u!iam &e to&o%, (inham por %ua prpria(onta&e e +ica(am on&e e"e e%ti(e%%e. Criatura% meno%&cei% tamb:m +re9>enta(am %ua companhia em uma oca%i$o,9uan&o o rei &o De!u: +oi (i%it-"o em pe%%oa e %eumini%tro %ubiu B %ua co(a para anunciar a %ua che!a&a,encontrou um enorme "e$o &a montanha %enta&opaci+icamente ao "a&o &o Yo!ui. Se 9ui%e%%e %er recebi&o,o rei n$o po&eria +aer outra coi%a %en$o comparti"har a

20

Page 21: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 21/57

α α α

companhia &o mai% rea" &o% animai%. E ape%ar &o me&o, +oipreci%amente o 9ue +e.

O po(oa&o mai% pr?imo %e encontra(a muito "on!e &aca%a &e To!&en e 9uem, inteiran&o-%e &e %ua reputa#$ocomo praticante ia pe&ir-"he con%e"ho%, en+renta(a&i+icu"&a&e% con%i&er(ei%. E o me%mo +aia 9uem &e%e@a(ater en%inamento% com meu outro tio, Chent%e Ch[kijan!chuk, embora %eu% primeiro% ano% +o%%em muito&i+erente% &o% &e To!&en. uan&o ain&a era muito pe9ueno,

e"e +oi reconheci&o como tu"ku   e entronia&o comoreencarna#$o &o aba&e &e 9uatro importante% mona%t:rio%.De(i&o a %ua po%i#$o, e%pera(a-%e 9ue %e a&apta%%e a ummo&o &e (i&a 9ue compreen&ia &e(ere% a&mini%trati(o% einc"u%i(e po"*tico%, e 9ue cumpri%%e uma %:rie &eobri!a#2e% aca&3mica% e rituai%. Entretanto, ape%ar &aopo%i#$o 9ue te(e &e en+rentar, e"e pre+eriu pa%%ar %eutempo em retiro, &e&ica&o B prtica.

uan&o e%ta(a em retiro e"e tamb:m (i(ia i%o"a&o em"u!are% remoto%, por e?emp"o, em uma ca(erna %itua&a t$oa"to, 9ue o ano inteiro +ica(a ro&ea&a &e ne(e. 1oi% bem,ta" era %ua reputa#$o como praticante e em particu"arcomo tert[n, o &e%cobri&or &e te?to% e ob@eto% ocu"to% nopa%%a&o para %erem re(e"a&o% mai% tar&e, a9ue"e% 9uee%ta(am &etermina&o% a receber e%%e% en%inamento% iambu%c-"o mai% acima. Ao re&or &e Chent%e C. jan!chuk+re9>entemente %uce&iam coi%a% e%tranha% conecta&a% com%ua con&i#$o &e tert[n . Em uma oca%i$o, 9uan&o era rapa,+i9uei em uma ca(erna 9ue %e "oca"ia(a um pouco abai?o&a &o meu tio e, en9uanto e%ta(a a"i, uma noite %onhei9ue aparecia uma &akini 9ue me &a(a um pe9ueno ro"o &epape" amare"o no 9ua" e%ta(a e%crito um te?to %a!ra&o.E"a me e?p"icou 9ue o te?to era muito importante e 9ue ao&e%pertar &e(eria entre!-"o ao meu tio. 1ara i%%o ent$o,minha prtica %e &e%en(o"(era at: o ponto em 9ue po&iamanter-me con%ciente en9uanto &ormia, &urante meu% %onho%e, ne%te %onho em particu"ar, %abia muito bem 9ue e%ta(a%onhan&o. Recor&o ter +echa&o uma &a% minha% m$o% aore&or &o ro"o e, ap%, ha(er +echa&o a outra +irmementeao re&or &a primeira.

Durante o re%to &a noite n$o aconteceu na&aimportante, ma% 9uan&o &e%pertei ao amanhecer, percebi9ue minha% m$o% e%ta(am +irmemente aperta&a% uma ao re&or&a outra. Ao abrir minha% m$o%, &e%cobri 9ue &e +atoha(ia um pe9ueno ro"o na pa"ma &e uma &e"a%, &e ime&iato,muito e?cita&o, +ui chamar B porta &a ca(erna &e meu tio.Norma"mente n$o era permiti&o incomo&-"o t$o ce&o, poi%B9ue"a hora rea"ia(a %ua %e%%$o matutina &e prtica,por:m eu e%ta(a muito emociona&o para e%perar. E"e %aiu&o umbra" e eu "he e?p"i9uei o 9ue ha(ia %e pa%%a&o e "he

mo%trei o ro"o. E"e o o"hou &urante um momento &e maneiramuito ca"ma e &i%%e obri!a&o, e%ta(a e%peran&o por e"eFe (o"tou B %ua prtica como %e na&a e?traor&inriohou(e%%e %e pa%%a&o.

Ape%ar &e minha pouca i&a&e, meu tio, %empre t$oam(e" mo%tra(a um !ran&e re%peito por minha% opini2e%.Com e+eito, em outra oca%i$o, ten&o ti&o uma (i%$o &e um"u!ar on&e um terma  &e(eria %er &e%coberto, me pe&iu umcon%e"ho, poi% n$o e%ta(a certo %e &e(eria anunciar

pub"icamente o +ato ou %e &e(eria bu%c-"o %em &ierna&a. Eu %enti 9ue %e muita !ente +ica%%e in+orma&a are%peito e e%ti(e%%e pre%ente 9uan&o o encontra%%em, i%%opo&eria %er ben:+ico, poi% ta"(e con+irma%%e e&e%en(o"(e%%e %ua +:. 0eu tio concor&ou e +e o anncio,&ec"aran&o 9ue o terma   e%ta(a em certa re!i$o e 9ue&e(*amo% ir bu%c-"o em &etermina&a &ata. uan&o che!ou o&ia pre(i%to %a*mo% e pouco tempo ap% no% acompanha(auma !ran&e mu"ti&$o. O "u!ar in&ica&o por meu tio eraba%tante a"to %ituan&o-%e na %ubi&a &e uma montanha, comoera muito !or&o, para po&er a"can#ar o "u!ar +oicarre!a&o por 9uatro homen%. /ina"mente &i%%e 9uee%t(amo% %u+icientemente pr?imo% e a%%ina"ou uma rocha"i%a e inc"ina&a acima &e n%, &ien&o 9ue o terma  e%ta(a&entro &a rocha. 1e&iu ent$o, um pica&or &e !e"o, como o%9ue u%am o% a"pini%ta% e, 9uan&o o recebeu, %e p% &e p:com e"e na% m$o% em %i"3ncio &urante un% minuto% e &epoi%"an#ou-o com to&a %ua +or#a em &ire#$o B rocha. O pica&orcra(ou-%e +irmemente no 9ue parecia %er rocha %"i&a e+icou a"i. 0eu tio &i%%e 9ue era a"i on&e e%ta(a o termae, en9uanto to&o% o"ha(am, a"!un% &o% homen% mai% @o(en%+ieram uma e%ca&a com o tronco &e uma r(ore e aco"ocaram &e +orma a po&er %ubir por e"a. Ent$o, um @o(em%ubiu com cui&a&o e retirou o pica&or. 1ara %urpre%a &eto&o%, uma certa 9uanti&a&e &e pe&ra% %e &e%pren&eu &o9ue parecia %er rocha. Ent$o meu tio &i%%e ao @o(em 9uebu%ca%%e o terma  %ua(emente com o pica&or na abertura 9ue%e ha(ia re(e"a&o, 9ue e%ta(a cheia &e areia %eca %o"ta,e 9ue remo(e%%e a areia, coi%a 9ue e"e +e com muitocui&a&o. Ent$o o rapa 9ue e%ta(a em cima &a e%ca&a abriua boca &e a%%ombro e &i%%e 9ue po&ia (er um ob@etobranco, "i%o, re&on&o e "umino%o. 0eu tio &i%%e para n$otocar. Ent$o (ria% pe%%oa% e%ten&eram e %u%tentaram beme%tica&o um manto e, u%an&o o pica&or, o @o(em &a e%ca&a+e com 9ue o ob@eto ca*%%e ne"a. 0eu tio reco"heu em um"en#o branco &e %e&a um mi%terio%o !"obo branco e"umino%o, &e um materia" &e%conheci&o para n% eapro?ima&amente &o tamanho &e uma !ran&e "aran@a,%u%tentan&o-o no a"to para 9ue to&o% (i%%em.

21

Page 22: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 22/57

α α α

uan&o re!re%%amo% B ca%a, meu tio &i%%e 9ue o ob@eto%eria re(e"a&o &e no(o mai% tar&e, !uar&ou-o em uma cai?a&e ma&eira e%pecia" e a +echou com cha(e e %e"ou com"acre. 1oi% bem, pa%%a&o% a"!un% me%e%, abrimo% a cai?a,9ue ain&a e%ta(a %e"a&a, o ob@eto ha(ia &e%apareci&o &e+orma mi%terio%a, meu tio 9ue n$o parecia %urpre%o, &i%%e9ue a% &akini%  o ha(iam "e(a&o, por9ue ain&a n$o ha(iache!a&o o momento para %ua &e%coberta e re(e"a#$o.

Era em parte &e(i&o B 9uanti&a&e &e coi%a% e%tranha%

9ue ocorriam +re9>entemente ao re&or &e meu tio, 9ue uma!ran&e 9uanti&a&e &e pe%%oa% "he pe&ia en%inamento%.Subia-%e muito &o bo%9ue 9ue e%ta(a em bai?o at: che!ar B%ua ca(erna, por:m ape%ar &i%%o, !rupo% 9ue compreen&iamentre (inte e trinta pe%%oa% +re9>entemente +aiam otremen&o e%+or#o &e %ubir para (3-"o e aperta(am-%e nointerior &e %ua pe9uena ca(erna para e%cutar %eu%en%inamento%. E%ta% &i+icu"&a&e% n$o eram cria&a%intenciona"mente por C. C. jan!chuk e"a% %e &e(iam%imp"e%mente B% con&i#2e% em 9ue e"e (i(ia. E, como n$oha(ia na9ue"a :poca "anterna% no Tibet, no +im &o &iato&o% o% 9ue %ubiram para bu%car en%inamento% tinham 9ue&e%cer pe"a "a&eira inc"ina&a na e%curi&$o e, che!an&o embai?o pa%%ar a noite no bo%9ue en+rentan&o a%&i+icu"&a&e% 9ue i%to imp"ica(a, poi% n$o ha(ia hote" nem

na&a %eme"hante. Na manh$ %e!uinte no(amente %ubiam parareceber mai% en%inamento%. 0uito bem, e%ta% &i+icu"&a&e%eram in%i!ni+icante% compara&a% com o% e%+or#o% 9ue0i"arepa +e e a% pena"i&a&e% 9ue %uportou para receberen%inamento% &e %eu me%tre 0arpa) ante% &e &-"o%, e%teman&ou con%truir e &epoi% &errubar, uma atr% &a outra,cinco enorme% torre%. 1ara 9ue po%%amo% compreen&erpor9ue o% in&i(*&uo% em 9ue%t$o e%ta(am prepara&o% para%uportar to&a% e%ta% &i+icu"&a&e%, temo% 9ue recor&ar9u$o +r!ei% %$o a% no%%a% (i&a% e e%tarmo% con%ciente%&e 9ue a morte po&e cortar a e?i%t3ncia &e 9ua"9uer um &en% a 9ua"9uer momento. Con%ciente% &e 9ue continuamo%%o+ren&o (i&a ap% (i&a %em compreen&er a cau%a &e no%%o%o+rimento nem como po&er*amo% acabar com e"e, o enorme(a"or &e um me%tre ou me%tra e &e %eu en%inamento %etornam c"aro% e no% proporcionam um %enti&o &e ur!3ncia.

0e%mo 9ue a% pe%%oa% +a#am !ran&e% e%+or#o% e%acri+*cio% para receber o% en%inamento%, a ten&3ncia &e9uerer obter tu&o com !ran&e +aci"i&a&e e%t muito!enera"ia&a em no%%o% &ia%. O% "eitore% &e%te "i(rota"(e po%%am con%i&erar 9ue a% e?p"ica#2e% 9ue &aremo%em continua#$o %obre a MASE, o CA0INO e o /RUTO, ta"como %$o pa%%a&a% no% en%inamento% DZOCEN %$o %umamentecomp"e?a%, e po&em 9uei?ar-%e 9ue : nece%%rio muitoe%+or#o para compreen&e-"a%. No entanto, o e%+or#o

re9ueri&o n$o %e compara com o 9ue %eria ne%ce%%rio paraobter uma e?p"ica#$o &e um me%tre como To!&:n, ient%:Ch[ki jan!chuk ou 0arpa.

N$o importa 9u$o c"ara po%%a %er uma e?p"ica#$o, %ema participa#$o ati(a &e 9uem a recebe n$o h umacomunica#$o e+eti(a. Se +iermo% uma tentati(a %incera &ee?p"icar a naturea &o uni(er%o e &o in&i(*&uo, n$opo&emo% e%perar 9ue e%ta e?p"ica#$o %e@a +ci" &e "ercomo um %imp"e% conto. E no entanto, tampouco tem 9ue %er

e?ce%%i(amente comp"ica&aGNa e?p"ica#$o &o% en%inamento% h uma e%trutura

c"%%ica &e conceito% interre"aciona&o% apre%enta&o% em!rupo% &e tr3%, a 9ua" %e!uiremo% na% e?p"ica#2e% &a&a% a%e!uir. O e%9ue"eto &e%ta e%trutura po&e %er mo%tra&o &emaneira %imp"e% na +orma &o &ia!rama)

  BASE CAMINHO FRUTO

ESSENCIA NATUREZA ENERGIA  VISÃO PRÁTICA  CONDUTA DHARMAKAYASABHOGAKAYA

NIRMANAKAYA  DANG ROLPA TSEL  SENDE LONGDE MENNGAGDE

A MASE, CA0IN E /RUT

O% en%inamento% Do!chen tamb:m %$o conheci&o% emtibetano como ti!": chenpoH ou o !ran&e ti!": H. O ti!":tem +orma &e e%+era ou !ota, %em "inha% &i(i%ria% nem=n!u"o%, a%%eme"han&o-%e B repre%enta#$o &o e%pe"hocircu"ar ou me"on!H +eito &e cinco metai% precio%o% 9uecon%titui um &o% %*mbo"o% particu"are% &o% en%inamento%

22

Page 23: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 23/57

α α α

Do!chen  e &a uni&a&e &o e%ta&o primor&ia". A%%im, emborao% en%inamento% %e &i(i&am em !rupo% para me"horcompreen%$o, mai% importante 9ue a% &i(i%2e% : a uni&a&e+un&amenta" &o% me%mo%, 9ue : como a per+eita e%+era &oti!": . &entro &e%ta uni&a&e +un&amenta" on&e %e&i%tin!ue o% !rupo% &e tr3%, ca&a um interconecta&o como% &emai%, ta" como : repre%enta&o no &ia!rama 9ue %er(e&e %*mbo"o B Comuni&a&e Do!chen,  com %ua% &i(i%2e%trian!u"are%, %eu% c*rcu"o% conc3ntrico% e a ro&a &a

a"e!riaH 9ue !ira no centro. (er i"u%tra#$oJ. Ao re&or&a bor&a &e%te &e%enho, 9ue : +re9>entemente repre%enta&ono re(er%o &o% me"on!  ou e%pe"ho 9ue %e "e(a pen&ura&o nope%co#o, po&em aparecer, em uma in%cri#$o &o Shan!-%hun!, a% %*"aba%) g  - A  - g  - SA  - SA  - 0A, 9ue+echam a% porta% &o% %ei% e%ta&o% &a e?i%t3ncia c*c"icacon&iciona&a ou %am%ara.

CA1OTUL W

A MASE

tota"mente impo%%*(e" encontrar o Mu&a/ora &e no%%a prpria mente.

A"!u:m 9ue i!nora i%to1o&e procurar eternamente,

1or:m, como : po%%*(e" encontrar-%e a %i me%mo,Mu%can&o +ora &e %i me%mo_

uem bu%ca %ua naturea +ora &e %* como um "ouco 9ue,

Rea"ian&o uma repre%enta#$o no meio &eUma mu"ti&$o, e%9uece 9uem : e"e

E procura encontrar-%e a %* me%mo em outro%

"u!are%.

1a&ma%ambha(a Xo!a &e conhecer a 0enteF.

Do% !rupo% &e tr3%, o con%titui&o pe"a Ma%e, oCaminho, e o /ruto4 : &e capita" import=ncia.

A!ora con%i&eremo% %uce%%i(amente ca&a um &e%te%e"emento%.

  E%%3ncia  A Ma%e Naturea

Ener!ia

 

Ma%eH, em tibetano %hiH : o termo 9ue %e uti"iapara in&icar o campo +un&amenta" &a e?i%t3ncia, tanto nop"ano uni(er%a" como no in&i(i&ua", poi% ambo% %$oe%%encia"mente o me%mo, &e mo&o 9ue &e%cobrir um :&e%cobrir o outro) Se &e%cobrire% o 9ue :% na (er&a&e&e%cobrir% a naturea &o uni(er%oF. Anteriormentere+erimo-no% B (i(3ncia &o E%ta&o 1rimor&ia" em umaContemp"a#$o n$o-&ua"H) e%ta : a (i(3ncia &a Ma%e, 9uecon%titue a (er&a&eira e%%3ncia &o in&i(*&uo. Chamamo%Ma%e por9ue %er(e &e ba%e a to&o% o% +enmeno% e por9ue,%en&o incria&a : %empre pura e auto-per+eita, n$o : a"!oa %er con%trui&o. Embora a Ma%e &a e?i%t3ncia &e ca&ain&i(*&uo, %e@a incria&a e in&e%trut*(e", permanece(e"a&a B e?peri3ncia &o% 9ue %e encontram no &ua"i%mo)9uan&o i%to %uce&e, e"a : ob%cureci&a temporariamente

pe"a% nu(en%H con%titu*&a% pe"o% e%ta&o% mentai%ne!ati(o% em mtua intera#$o < por e?emp"o, pai?2e% comoo ape!o e a a(er%$o < 9ue %ur!em &a i!nor=ncia b%icacon%titui&a pe"a (i%$o &ua"i%ta. Entrentanto, a Ma%e n$o&e(e %er ob@eti(a&a e con%i&era&a como um ente auto-e?i%tente con%titui o E%ta&o ou con&i#$o %ub%tancia" 9ue%er(e &e Ma%e a to&o% o% ente% e in&i(*&uo%, %en&oi!nora&a pe"o in&i(*&uo comum, por:m e%t p"enamentere(e"a&a para o in&i(*&uo rea"ia&o.

23

Page 24: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 24/57

α α α

No% en%inamento% bu&i%ta% em !era", con%i&eramo% 9uea con%ci3ncia n$o ce%%a com a morte &o corpo +*%ico, ma%tran%mi!ra, e %ua% cau%a% crmica% acumu"a&a% eminumer(ei% (i&a% &$o "u!ar a no(o% rena%cimento% at: 9ueo in&i(*&uo %e rea"ia, ao tran%cen&er o carma atran%mi!ra#$o che!a ao +im. N$o e%tabe"ecemo% como e9uan&o come#ou e%ta tran%mi!ra#$o, poi% con%i&eramo% 9ue,em (e &e per&er no%%o precio%o tempo e%pecu"an&o acerca&e uma primeira cau%a, +ar*amo% me"hor ocupan&o-no% &o

9ue po%%a %er (er&a&eiramente ti", como acabar com o%o+rimento &a tran%mi!ra#$o e com a e?i%t3nciacon&iciona&a. Na :poca &e Mu&a ha(ia muita &i%cu%%$oentre a% %eita% &o brahmani%mo   %obre a e?i%t3ncia ouine?i%tencia &e um cria&or e, entre a9ue"e% 9ue a+irma(am%ua e?i%t3ncia, %obre a naturea preci%a &e%te. 1oi% bem,ao in(:% &e a+irmar ou ne!ar a e?i%t3ncia &e um %er%upremo como a primeira cau%a, Mu&a acon%e"hou %eu%&i%c*pu"o% a &ei?arem &e "a&o a &(i&a e a e%pecu"a#$o ea e%+or#arem-%e para a"can#ar o E%ta&o &e I"umina#$o no9ua" &e%aparecem a% per!unta% e mani+e%ta-%e a c"ari&a&e.

Ao n*(e" &o 9ue e?perimentamo% em no%%a% (i&a%, e%tc"aro 9ue a tran%mi!ra#$o come#a no momento me%mo em 9ueentramo% no &ua"i%mo e termina 9uan&o reconhecemo% oE%ta&o 1rimor&ia", o 9ua" e%t a":m &e 9ua"9uer "imite,

inc"uin&o o% &o tempo, &a% pa"a(ra% e &o% conceito%.A%%im, a% pa"a(ra% &o Canto &o Va@ra` tratam &e &ecre(3-"o)

  CANT &o VA'RA

N$o na%ci&oE, no entanto, cont*nuo %em interrup#$o,

Li(re &e i&a% e (in&a%, nipre%ente.

Dharma %upremo,E%pa#o imut(e" %em &e+ini#$o,E?pont=neamente auto-"ibera&or,

E%ta&o per+eitamente "i(re &e ob%tru#$o

0ani+e%ta&o &e%&e o come#o me%mo,Auto-cria&o, %em "u!ar,

Sem a"!o ne!ati(o para re@eitarSem na&a po%iti(o para aceitar,

E?ten%$o in+inita &e tu&o 9ue abarca eJpenetra,

Imen%o, %em "imite% ou impe&imento%,

Sem ter %e9uer a"!o a &i%%o"(er u &o 9ua" "i(rar-%e,0ani+e%to a":m &o tempo e &o e%pa#o

De%&e o come#o me%mo,Imen%o "hin!H ou e%pa#o interiorH

Ra&iante &e c"ari&a&e como o %o" e a "ua,Auto-per+eito,

In&e%trut*(e" como um (a@ra,E%t(e" como uma montanha,

1uro como um "tu%,/orte como um "e$o,1raer incompar(e"A":m &e to&o "imite,

I"umina#$o,E9uanimi&a&e,

Cume &o Dharma,Lu &o uni(er%o,

1er+eito &e%&e o come#o.

A e?i%t3ncia &e inumer(ei% uni(er%o% %ur!e &a me%mamaneira 9ue a e?i%t3ncia con&iciona&a &o in&i(*&uo) apartir &a% marca% crmica% . 1or e?emp"o, a anti!atra&i#$o tibetana &e co%mo"o!ia b[n  e?p"ica 9ue o e%pa#oe?i%tente ante% &a cria#$o &e%te uni(er%o n$o era outracoi%a 9ue a marca crmica  "atente &ei?a&a por %ere% &epr:(io% cic"o% uni(er%ai% &e%trui&o% ao +ina" &o% me%mo%.E%te e%pa#o mo(eu-%e &entro &e %* me%mo e %e +ormou ae%%3ncia &o e"emento (ento a +ero +ric#$o &e%te (entocontra %* me%mo pro&uiu a e%%3ncia &o e"emento +o!o a%&i+eren#a% &e temperatura re%u"tante% cau%aram acon&en%a#$o 9ue re%u"tou na apari#$o &a e%%3ncia &oe"emento !ua, e o mo(imento &a% e%%3ncia% &e%%e% tr3%no(o% e"emento% en!en&rou a e%%3ncia &o e"emento terra,ta" como bater "eite pro&u mantei!a. E%%e n*(e" &ae%%3ncia &o% e"emento% : pr:-atmico e con%i%te em "u ecr.

24

Page 25: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 25/57

α α α

Da intera#$o &a% e%%3ncia% &o% e"emento% teriam%ur!i&o o% e"emento% no n*(e" atmico ou materia", &ame%ma maneira e na me%ma %e9>3ncia 9ue %ua% e%%3ncia%. Emcontinua#$o B intera#$o &o% e"emento% materiai% ouatmico% teriam %e +orma&o o 9ue %e conhece como o(oc%micoH, con%titu*&o por to&a% a% re!i2e% e &om*nio% &ae?i%t3ncia con&iciona&a) o% &a% &i(in&a&e% %uperiore%%em +orma e com +ormaJ, e &o% na!a%H  e o%corre%pon&ente% ao% %ei% e%ta&o% &o reino &a +orma

&eu%e%, %emi&eu%e%, humano%, animai%, e%p*rito%+aminto%, %ere% &o% in+erno%J.Se a e%%3ncia &e to&o% o% e"emento%, o% prprio%

e"emento% e to&o% o% reino% &a e?peri3ncia %ur!em &oe%pa#o, con%titui&o pe"a% marca% crmica%   "atente% &e%ere% &o pa%%a&o, &ito e%pa#o n$o %e encontra a":m &ocarma   e &o n*(e" con&iciona&o &a e?i%t3ncia e,con%e9>entemente, n$o po&emo% ap"icar-"he o 9ue %e &i &aMa%e) 9ue &e%&e o come#o +oi +u&amenta"mente pura e auto-per+eita. A Ma%e po&e %er compara&a com o e%pa#o name&i&a em 9ue : ou 9ue permite a mani+e%ta#$o &e to&o% o%ente%, por:m n$o po&e i&enti+icar-%e com o e%pa#ocon&iciona&o) e"a : o 9ue permite 9ue e%te %e mani+e%te epo&eria comparar-%e com a e%%3ncia &e &ito e"emento,oni%ciente, onipre%ente e n$o-na%ci&a. Na% pa"a(ra% &o

Canto &o Va@ra , e"a : n$o-na%ci&a e no entanto cont*nua%em interrup#$o, "i(re &e i&a% e (in&a%, onipre%ente...,mani+e%ta a":m &o e%pa#o e &o tempo, &e%&e o come#ome%mo...F

O% en%inamento% &o!chen con%i&eram o proce%%o &eori!ina#$o c%mica &e uma maneira para"e"a e %em &(i&a&i%tinta B &a tra&i#$o b[n . No% en%inamento% &o!chencon%i&era-%e 9ue, tanto no n*(e" uni(er%a" como noin&i(i&ua", o E%ta&o 1rimor&ia", 9ue e%t a":m &o tempoe, em con%e9>3ncia, &a cria#$o e &a &e%trui#$o, : a Ma%e+un&amenta"mente pura &e to&a e?i%t3ncia. 1or %ua prprianaturea intr*n%eca, o E%ta&o 1rimor&ia" %e mani+e%tacomo "u a 9ua" por %ua (e %e mani+e%ta como a% cincocore% 9ue con%tituem a% e%%3ncia% &o% e"emento%. E%ta%"tima% intera!em < ta" como e?p"ica a co%mo"o!ia b[n  <para pro&uir o% prprio% e"emento%, 9ue con%tituem ocorpo &o in&i(*&uo e a tota"i&a&e &a &imen%$o materia".A%%im poi%, o uni(er%o : enten&i&o como o @o!o &a ener!ia&o E%ta&o 1rimor&ia", 9ue %ur!e e?pont=neamente e 9uepo&e %er &e%+ruta&o como o 9ue : < um @o!o < por 9uempermanece inte!ra&o em %ua con&i#$o intr*n%eca e%%encia")o E%ta&o auto"ibera&or e autoper+eito &o &o!chen. A!ora,%e, como re%u"ta&o &a percep#$o +un&amenta"menteincorreta &a rea"i&a&e 9ue o bu&i%mo chama i!nor=nciaFKa(Y&ia, o in&i(*&uo entra na con+u%$o &o &ua"i%mo, %ua

con%ci3ncia &ua"i%ta tomar a% pro@e#2e% &a capaci&a&eco!niti(a Kou co!no%ci(i&a&e primor&ia", 9ue : %uaprpria +onte e a +onte &e to&a mani+e%ta#$o, como umarea"i&a&e e?terna 9ue e?i%te %epara&a e in&epen&entemente&e &ita con%ci3ncia &ua"i%ta, e e%ta +icar pre%a B%menciona&a% pro@e#2e%. A% mu"tip"a% pai?2e% %ur!em &e%tapercep#$o errnea +un&amenta" e con&icionam continuamenteo in&i(*&uo, manten&o-o no &ua"i%mo.

Com %ua% e?p"ica#2e% &a Ma%e, &o Caminho e &o /ruto o

en%inamento &o!chen %e prop2e mo%trar como %ur!iu ai"u%$o &o &ua"i%mo, como e"a po&e &i%%o"(er-%e e 9ua" : a(i(3ncia &e um in&i(*&uo 9uan&o e"a %e &i%%o"(e. 0uitobem, o% %*mbo"o% 9ue uti"iamo% para e?p"icar a naturea&a rea"i&a&e %$o %omente parcia"mente apropria&o%, poi%por %ua prpria naturea a% pa"a(ra% e o% conceito% %$oina&e9ua&o% para &e%cre(3-"a com e?ati&$o. Como &i%%e0i"arepa, na me&i&a em 9ue ambo% %$o (aio% po&e-%ecomparar a naturea e%%encia" &a mente com o e%pa#o,por:m a mente tem uma naturea co!niti(a 9ue o e%pa#ocarece. A rea"ia#$o n$o con%i%te em um conhecimento%obre  o uni(er%o, ma% na (i(3ncia &ireta &a naturea"tima &e%te. En9uanto n$o rea"iarmo% a (i(3ncia &iretaem 9ue%t$o %e!uiremo% &epen&en&o &o% e?emp"o% e %u@eito%ao% %eu% "imite%.

1o&eriamo% comparar a Ma%e com um ob@eto &e%conheci&oe mi%terio%o. 1ara &e%cre(3-"o, eu po&eria &ier 9ue oob@eto : branco e arre&on&a&o, a%%im (oc3% +ormariam umai&:ia apro?ima&a &e"e. 1oi% bem, no &ia %e!uinte po&eriamou(ir uma &e%cri#$o &a&a por outra pe%%oa 9ue o ti(e%%e(i%to e mu&ar %ua i&:ia %e!un&o e%ta "tima &e%cri#$o,conc"uin&o 9ue o ob@eto : o(a"a&o e n$o re&on&o, e %uacor : ma&rep:ro"a e n$o branca. Cin9>enta &e%cri#2e%&epoi%, entretanto n$o che!ar*amo% a conhecer em ab%o"utoo ob@eto, e %e!uiriamo% mu&an&o &e opini$o ca&a (e 9ueou(i%%emo% no(a% &e%cri#2e%. Ao contrrio, %e (oc3%me%mo% (irem o ob@eto, me%mo uma nica (e, %aber$oper+eitamente como : e compreen&er$o 9ue to&a% a%&e%cri#2e% eram parcia"mente correta%, por:m nenhuma&e"a% po&ia e?pre%%ar a naturea &o ob@eto em %uatota"i&a&e. A"!o %imi"ar %uce&e com a% &e%cri#2e% &a Ma%eou E%ta&o 1rimor&ia" 9ue con%titui e @amai% &ei?a &econ%tituir a (er&a&eira con&i#$o intr*n%eca &e ca&ain&i(*&uo, 9ue : pura &e%&e o come#o, inc"u%i(e en9uantoa con%ci3ncia %uper+icia" &o% 9ue %e encontram toma&o%pe"o en!ano e%ti(er %ubmer%a no &ua"i%mo e pre%a na%re&e% &a% pai?2e%.

A!ora 9ue con%i&eramo% o %i!uini+ica&o &o termoMa%eF como enten&emo% no% en%inamento% &o!chen, po&emo%

25

Page 26: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 26/57

α α α

come#ar a con%i&erar como %e mani+e%tam, a partir &e%taMa%e, o in&i(*&uo e o uni(er%o 9ue e"e e?perimenta.

To&o% o% n*(ei% &o% en%inamento% a+irmam 9ue oin&i(*&uo : con%titui&o pe"o Corpo, /a"a, e 0ente. O%e%ta&o% per+eito%, 9ue %ur!em no in&i(*&uo rea"ia&o, %$o%imbo"ia&o% pe"a% %*"aba% 0, A  e U0,re%pecti(amente. O Corpo inc"ui a tota"i&a&e &a &imen%$omateria" &o in&i(*&uo, en9uanto 9ue a /a"a corre%pon&e Bcircu"a#$o &a ener!ia (ita" &o or!ani%mo, conheci&a como

(aYu  ou prana em %=n%crito e "un!  em tibetano, 9ue e%ta%%ocia&a *ntimamente B re%pira#$o. A 0ente inc"ui tantoa mente 9ue raciocina, como a naturea &e%ta, 9ue n$oe%t %u@eita ao% "imite% &o inte"ecto.

O Corpo, a /a"a e a 0ente &o in&i(*&uo comum e%t$ot$o con&iciona&o% 9ue e"e %e encontra tota"mente imer%o epre%o no &ua"i%mo. A percep#$o &ua" 9ue um %er comum tem&a rea"i&a&e : chama&a (i%$o impura ou crmica, e"a e%tcon&iciona&a por cau%a% crmica%  9ue %e mani+e%tam comore%u"ta&o &a% a#2e% pa%%a&a% &o in&i(*&uo, at: ao pontoem 9ue e"e pa%%a a (i(er t$o encerra&o no mun&o &e %eu%prprio% "imite% como um p%%aro em %ua !aio"a. Aocontrrio, &i-%e 9ue um %er rea"ia&o < a"!u:m 9ue e%ta":m &o% "imite% &o &ua"i%mo, por &e%cobrir a con&i#$o &aMa%e 9ue anteriormente e%ta(a (e"a&a e 9ue a!ora (i(e em

e por e"a < po%%ui uma (i%$o pura.A c"ari&a&e auto-per+eita &a (i%$o pura &o E%ta&o

1rimor&ia" no% in&i(*&uo% rea"ia&o% +e com 9ue e"e% n$o%e "imita%%em a tran%mitir &iretamente o E%ta&o no 9ua"+e-%e e(i&ente a (er&a&eira con&i#$o &a Ma%e, o campo &ae?peri3ncia &o in&i(*&uo, ma% a":m &i%%o &$o umaintro&u#$o %imb"ica &a Ma%e e uma e?p"ica#$o ora" &ame%ma. A e?p"ica#$o ora" &e%cre(e o +uncionamento &a Ma%eem termo% &e tr3% a%pecto% ou %abe&oria%F, 9ue %$o aE%%3ncia, a Naturea e a Ener!ia. E para %imbo"iar oa%pecto +unciona" &a Ma%e 9ue ca&a um &e"e% repre%enta,tra&iciona"mente %e uti"ia o e%pe"ho) a (acui&a&e 9uepermite ao e%pe"ho encher-%e com 9ua"9uer conteu&oi"u%tra a E%%3ncia, a capaci&a&e re+"etora &o e%pe"horepre%enta a Naturea e a% apar3ncia% particu"are% 9ue%e re+"etem %imbo"iam a Ener!ia. 

ESSdNCIA)

O a%pecto &a Ma%e 9ue chamamo% e%%3nciaF corre%pon&eB (acui&a&e +un&amenta". Na prtica i%to imp"ica 9ue, %eob%er(armo% no%%a prpria mente, &e%cobriremo% 9ue9ua"9uer pen%amento 9ue %e mani+e%te : (aio no% tr3%tempo%) pa%%a&o, pre%ente e +uturo. I%to %i!ni+ica por

%ua (e 9ue ao bu%carmo% o "u!ar &e on&e %ur!iu open%amento n$o encontraremo% na&a %e bu%carmo% o "u!aron&e %e encontra atua"mente o pen%amento n$oencontraremo% na&a, e %e bu%carmo% o "u!ar aon&e +oi open%amento tampouco n$o encontraremo% na&a no% tr3%ca%o% encontraremo% %omente a (acui&a&e. I%to n$o imp"ica9ue a (acui&a&eF e?i%ta como ob@eto ou como "u!ar, oume"hor to&o% o% +enmeno%, e(ento% mentai% ou ob@eto%aparentemente e?terno%, n$o importa 9u$o %"i&o% po%%am

parecer-no%, %$o na (er&a&e e%%encia"mente (aio% Kno%enti&o &e carecer &e %ub%t=ncia prpria ou auto-e?i%t3ncia e carecem &e perman3ncia o% me%mo% e?i%tem%omente &e +orma tran%itria e ca&a coi%aF : +eita &eoutra% coi%a%, a% 9uai% por %ua (e %$o +eita% &e outra%coi%a%, e a%%im %uce%%i(amente... po%%i(e"mente at:che!ar um n*(e" em 9ue n$o encontraremo% coi%a a"!uma;.I%to no% mo%tra 9ue tu&o 9ue parece ter uma e?i%t3ncia%ub%tancia", &e%&e o in+initamente !ran&e at: oin+initamente pe9ueno, : +un&amenta"mente (aio.

Empre!an&o um e%pe"ho como %*mbo"o &a Ma%e, &i-%e9ue a (acui&a&e &e%ta : +un&amenta"mente pura ou katakF,: como a capaci&a&e &e um e%pe"ho para encher-%e comima!en%. Um me%tre po&e mo%trar ao &i%c*pu"o um e%pe"ho ee?p"icar-"he 9ue o e%pe"ho me%mo n$o @u"!a o% re+"e?o%

9ue aparecem ne"e como bonito% ou +eio%) o e%pe"ho n$omu&a nenhum &o% re+"e?o% 9ue %e mani+e%ta, &e umacate!oria ou &e outra, e %ua (acui&a&e n$o : a+eta&a nem&e%(irtua&a por e"e%.

Ent$o e?p"icar 9ue a e%%3ncia (aia &a mente : comoa &o e%pe"ho < pura, c"ara e "*mpi&a < a e%%3ncia &amente, n$o importan&o o 9ue e"a mani+e%te, n$o po&e&e%aparecer nem %er &ani+ica&a ou macu"a&a.

NATUREZA)

0e%mo 9ue a (acui&a&e no %enti&o 9ue e?p"icamo%con%titua a con&i#$o e%%encia" %ub@acente a to&o% o%+enmeno%, e"e% < %e@am +orma#2e% mentai% ou ob@eto%reai%F e?perimenta&o% como a"!o e?terno < %e!uemmani+e%tan&o-%e.

Ta" como o% re+"e?o%, ape%ar &e %erem (aio%, %e!uemaparecen&o num e%pe"ho, a% coi%a% %e!uem e?i%tin&o e o%pen%amento% continuam %ur!in&o. E%te cont*nuo %ur!ir : oa%pecto &a Ma%e 9ue %e &e%i!na como natureaF. Anaturea &a Ma%e : mani+e%tar, e para i"u%trar e%tanaturea a comparamo% com a capaci&a&e 9ue tem um e%pe"ho&e re+"etir tu&o o 9ue %e p2e &iante &e"e. O me%tre po&eu%ar um e%pe"ho +*%ico para mo%trar 9ue, %em %e importar

26

Page 27: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 27/57

α α α

%e o 9ue re+"ete : bom ou mau, bonito ou +eio, acapaci&a&e &e re+"etir inerente ao e%pe"ho +unciona "o!o9ue %e p2e um ob@eto &iante &e"e. Ent$o e?p"icar 9ue ome%mo acontece com re%peito ao 9ue %e conhece como anaturea &a menteF, 9ue : &e%coberta na aut3nticaContemp"a#$o n$o-&ua".

1o&em %ur!ir 9uai%9uer pen%amento% ou e(ento%,entretanto a naturea &a mente n$o %er con&iciona&a pore"e%, nem o% @u"!ar, ma% %imp"e%mente o% re+"etir, ta"

como +a um e%pe"ho por %ua prpria naturea.

ENERIA)

Vimo% 9ue o 9ue %e conhece por %hiF ou a Ma%e < acon&i#$o +un&amenta" &o in&i(*&uo e &a e?i%t3ncia < : eme%%3ncia (aia, e no entanto %ua naturea : mani+e%tar. O9ue e"a mani+e%ta : ener!ia, a 9ua" %e compara com o%re+"e?o% 9ue %ur!em no e%pe"ho. De no(o, o me%tre po&emo%trar um e%pe"ho ao &i%c*pu"o e e?p"icar-"he como o%re+"e?o% 9ue %ur!em ne"e %$o a ener!ia &a natureaintr*n%eca &o e%pe"ho, mani+e%tan&o-%e (i%i(e"mente.1ortanto, embora %eparemo% arti+icia"mente para e?p"ic-"a%, a e%%3ncia, a naturea e a ener!ia &a Ma%e, o

%*mbo"o &o e%pe"ho mo%tra 9ue o% tr3% a%pecto% %$ointerpen&ente% e n$o po&emo% %epar-"o% un% &o% outro%.Com e+eito, a (acui&a&e primor&ia"mente pura &e ume%pe"ho, %ua c"ara capaci&a&e &e re+"etir e o% re+"e?o%9ue %ur@em ne"e, %$o in%epar(ei% e %$o e%%enciai% para ae?i%t3ncia &o 9ue %e conhece como e%pe"hoF. Se n$o +o%%e(aio, o e%pe"ho n$o re+"etiria %e n$o ti(e%%e uma c"aracapaci&a&e &e re+"etir, como po&eria mani+e%tar o%re+"e?o%_ O me%mo %uce&e com o% tr3% a%pecto% &a Ma%e) aE%%3ncia, a Naturea e a Ener!ia %$o inter&epen&ente%.

C 0 SE 0ANI/ESTA A ENERIA)

Dan!, R["pa, e T%e".

A Ener!ia %e mani+e%ta &e tr3% maneira%caracter*%tica%, conheci&a% como Dan!, R["pa, e T%e".

Como e%te% termo% n$o po&em %er tra&ui&o% compreci%$o para "in!ua% oci&entai%, temo% 9ue uti"iar o%(ocbu"o% tibetano%. E?p"icaremo% me&iante tr3% e?emp"o%,9ue %$o o e%pe"ho, a bo"a &e cri%ta" e o cri%ta" &e rochata"ha&o 9ue &ecomp2e a "u.

Dan!)

Um e%pe"ho n$o tem nem +orma nem cor. 1or:m 9uan&oco"ocamo% em +rente uma te"a (erme"ha, o e%pe"ho parece(erme"ho em +rente a uma te"a (er&e, parece (er&e, ea%%im %uce%%i(amente. 1ortanto, embora a (acui&a&e &oe%pe"ho %e@a e%%encia"mente in+inita e %em +orma, oe%pe"ho po&e encher-%e com 9ua"9uer conte&o. O me%mo%uce&e com a ener!ia &o in&i(*&uo) ain&a 9ue no n*(e"

&an! e"a %e@a e%%encia"mente in+inita e %em +orma, :c"aro 9ue tem a capaci&a&e &e a&otar 9ua"9uer +orma.Com e+eito, embora no%%a ener!ia e%%encia"mente n$o

po%%ua nem +orma nem &ua"i&a&e a"!uma, a% marca% crmica%conti&a% em no%%o +"u?o-&e-con%ci3ncia &$o "u!ar B%+orma% 9ue e?perimentamo% como corpo, +a"a e mente, e a%9ue percebemo% como um meio ambiente e?terno cu@a%caracter*%tica% e%t$o, em ambo% o% ca%o%, &etermina&a%pe"a% cau%a% acumu"a&a% &urante inumer(ei% (i&a%. Oprob"ema : 9ue e%%a% marca% tamb:m pro&uem o en!ano&ua"i%ta-%ub%tancia" e o ape!o 9ue no% +aem i!norar porcomp"eto no%%a (er&a&eira naturea e e?perimentar uma%epara#$o ra&ica" entre no%%a pe%%oa < corpo, +a"a emente < e o 9ue tomamo% por mun&o e?terno, e no% +aeme?perimentar a pe%%oa e o mun&o como rea"i&a&e% ab%o"uta%

e auto-e?i%tente%. O re%u"ta&o &e%te en!ano : o 9ue %econhece como (i%$o crmicaF.

A o "i be ra r- %e & e%t a i" u% $o o i n& i(* &uoe?perimenta %ua prpria naturea ta" como : e comot em % i& o & e% &e % em pr e) c om o u ma c ap ac i& a& ec o ! ni t i ( a " i ( r e & e r e % t ri # 2 e % e c o m o u m a e n e r! i a" i ( re & e t o & o " i m i t e o u + o r ma . D e % c o b r ir i % t o :&e%cobrir o DharmakaYa ou Corpo &a Ver&a&eF, 9ue: m e" ho r t ra &u i r c om o Co rp o & o V er &a &e ir oCarter &a Rea"i&a&eH.

R["pa)

E%te mo&o &e mani+e%ta#$o &a ener!ia &o in&i(*&uo :i"u%tra&o com o %*mbo"o &e uma bo"a &e cri%ta". uan&o %eco"oca um ob@eto pr?imo &e uma bo"a &e cri%ta", umaima!em &e%%e ob@eto po&e %er (i%ta &entro &a bo"a, &emo&o 9ue o ob@eto me%mo parece encontrar-%e &entro &e"a.O me%mo po&e %uce&er com a ener!ia &o in&i(*&uo, 9ue tema potencia"i&a&e &e aparecer como uma ima!eme?perimenta&a internamenteF, como %e +o%%e (i%ta com oo"ho &a menteF e %em po&er %er capta&a em termo% &o&ua"i%mo interiorle?terior. No entanto, n$o importa 9u$o(*(i&a po%%a %er e%ta ima!em, e"a :, como no ca%oanterior, a mani+e%ta#$o &a prpria ener!ia &o in&i(*&uo,

27

Page 28: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 28/57

α α α

&e%ta (e na +orma &e ener!ia r["pa.  De%ta +orma &emani+e%ta#$o &a ener!ia &epen&em muita% &a% prtica% &eth[!a" e &e an!thik   a% 9uai% (amo% no% re+erir mai%a&iante8 &e"a %ur!em a% cem &i(in&a&e% pac*+ica% eira&a% &e%crita% no Mar&o T[&r["  o Li(ro tibetano &o%morto% ta" como aparecem B con%ci3ncia no bar&o   &o&harmata, e : tamb:m &e"a &on&e %ur!em a% &ei&a&e% 9ueu%am o% praticante% &o Caminho &e tran%+orma#$o paracon(erter %ua (i%$o impura em (i%$o pura. /ina"mente, :

e%te o n*(e" &e %ua prpria ener!ia 9ue o% rea"ia&o%(i(enciam como Sambho!akaYa ou Corpo &e Ri9ueaF) ari9uea em 9ue%t$o : a +ant%tica mu"tip"ici&a&e &e+orma% 9ue %e mani+e%ta em &ito n*(e" < o &a e%%3ncia &o%e"emento% 9ue : "u < e 9ue o% rea"ia&o% n$o percebem emtermo% &uai%.

T%e")

T%e" : a mani+e%ta#$o &a ener!ia &o in&i(*&uo me%mo,como um mun&o aparentemente e?terno com e+eito, o mun&oaparentemente e?terno n$o : mai% 9ue uma mani+e%ta#$o &eno%%a ener!ia. uan&o aparece o &ua"i%mo %ur!e a i"u%$o&e um in&i(*&uo auto-e?i%tente 9ue (i(e encerra&o em %*me%mo e 9ue %e %ente %epara&o &e um mun&o 9ue e?perimenta

como e?terno, poi% a con%ci3ncia +ra!mentria toma a%pro@e#2e% &o% %enti&o% como ob@eto% 9ue e?i%temin&epen&ente e %epara&amente &o i"u%rio %i me%moF com o9ua" e"a %e i&enti+ica e %e a!arra.

O e?emp"o 9ue %e u%a para i"u%trar no%%a i"u%$o &e%eparati(i&a&e e%tabe"ece um para"e"o entre a +orma em9ue %e mani+e%ta a ener!ia &o in&i(*&uo e o 9ue %uce&e9uan&o 9uan&o co"ocamo% um cri%ta" %ob a "u &o %o".Sabemo% 9ue a "u &o %o", ao cair no cri%ta", :re+"eti&a, re+rata&a e &ecompo%ta por e"e, pro&uin&oraio% e +orma% com a% core% &o e%pectro, 9ue pareceme%tar %epara&a% &o cri%ta", ma% 9ue na (er&a&e %$o+un#2e% &a %ua naturea caracter*%tica. Da me%ma maneira,o 9ue aparece como um mun&o &e +enmeno% aparentementee?terno% : a ener!ia &o prprio in&i(*&uo, percebi&a por%eu% %enti&o%. Na (er&a&e, n$o h na&a e?terno aoin&i(*&uo ou %epara&o &e"e, e tu&o o 9ue %e mani+e%tacon%titue um cont*nuum   +un&amenta"mente "i(re &e &ua"i&a&e e &e mu"tip"ici&a&e) e%ta : preci%amente aran&e 1er+ei#$oF 9ue %e &e%cobre no Do!chen. 

1ara um in&i(*&uo rea"ia&o, o n*(e" &e mani+e%ta#$o&a ener!ia chama&o t%e" con%titui a &imen%$o NirmanakaYaou Corpo &e 0ani+e%ta#$oF. 1oi% bem, &e(emo% ter emconta 9ue, nem a% +orma% &e mani+e%tar-%e &an!, r["pa  e

t%e"  &a ener!ia, nem o &harmakaYa  , o %ambho!akaYa   e o nirmanakaYa  , %$o %epara&o%. 

A ener!ia i"imita&a e %em +orma &an!, cu@a corretacapta#$o : o &harmakaYa, %e mani+e%ta ao n*(e" &ae%%3ncia &o% e"emento%, 9ue : "u. A% +orma% imateriai%&a ener!ia r["pa  cu@a correta capta#$o : o%ambho!akaYa,  %omente po&em %er percebi&a% por 9uem&e%en(o"(eu c"ari(i&3ncia. No n*(e" materia"F, e"a %emani+e%ta como a% +orma% &a ener!ia t%e", 9ue o%

in&i(*&uo% &omina&o% pe"o en!ano percebem como e?terna% B%ua con%ci3ncia, %"i&a% e materiai%, cu@a corretacapta#$o : o nirmanakaYa. A%%im poi%, &ier 9ue o%i"umina&o% po%%uem tr3% kaYa%  ou corpo% n$o %i!ni+ica 9uetenham tr3% corpo% +*%ico% em &i+erente% &imen%2e%, nemtr3% n*(ei%, como tr3% e%ttua% o% kaYa%  %$o a% tr3%+orma% &e mani+e%ta#$o &a ener!ia &e ca&a in&i(*&uo, ta"como e?perimentamo% na rea"ia#$o. E%te% tr3% kaYa% %er$ocon%i&era&o% a&iante em maior &eta"he.

no% termo% &o% e?emp"o% anteriore% 9ue o me%tre no%intro&u %imb"icamente B Ma%e, e %$o e?p"ica&o% o% tr3%a%pecto% &a Ma%e e a +orma mani+e%ta&a por e"a como o%tr3% mo&o% &e ener!ia, a%%im %omo% ora"menteintro&ui&o%. E%te : o %e!r3&o aberto, 9ue to&o% po&em&e%cobrir por %* me%mo%. Vi(emo% no%%a% (i&a%, por a%%im

&ier, ao contrrio, conceben&o-no% como um euF 9ueacre&itamo% %er ab%o"utamente %epara&o &e um mun&o 9uecon%i&eramo% e?terno, e tentan&o manipu"ar e%te "timopara obter %ati%+a#$o. 1ortanto, en9uanto %e!uirmo% noe%ta&o &ua", no%%a e?peri3ncia %er marca&a por um%enti&o %ub@acente &e car3ncia, m3&o, an%ie&a&e ein%ati%+a#$o. Ao contrrio, 9uan&o (amo% a":m &o n*(e"&ua", tu&o : po%%*(e". 1r?imo B !ruta &e 0i"arepa (i(iaum mon!e tibetano muito eru&ito, 9ue %e acre&ita(a muitointe"i!ente e po&er re%o"(er tu&o com %eu inte"ectocon%e9>entemente n$o enten&ia por9ue ni!u:m o procura(a eto&o% pe&iam en%inamento% B 0i"arepa 9ue n$o ha(iarea"ia&o e%tu&o% +ormai%. Ver&e &e in(e@a, o mon@e +oi(er o +amo%o Yo!ui para &ebater com e"e e ri&icu"ari-"ou%an&o racioc*nio, com a"!uma% pa"a(ra% bem e%co"hi&a%.Depoi% &e %au&-"o per!untou) O e%pa#o em %i, : materia"ou imateria"_F. 0i"arepa re%pon&eu) 0ateria"F. O mon@e+icou muito contente acre&itan&o 9ue ia &emon%trar 9ue oYo!ui era um comp"eto i&iota, por:m 9uan&o %e &i%punha are%pon&er, 0i"arepa come#ou a !o"pear o e%pa#o (aio comum pau, como %e +o%%e um tambor. Ent$o o mon@e per!untou)Uma rocha : materia" ou imateria"_F. 0i"arepa re%pon&eupa%%an&o %ua m$o atra(:% &e uma rocha e o a%%ombra&omon@e %e tornou %eu &i%c*pu"o.

28

Page 29: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 29/57

α α α

O inte"ecto : muito ti" e (a"io%o, por:m n$o abarcaa tota"i&a&e &a no%%a rea"i&a&e, e inc"u%i(e po&e %etran%+ormar em uma arma&i"ha 9ue no% impe&e &e ace%%ar o%a%pecto% mai% pro+un&o% &e no%%a prpria naturea. uan&oeu era @o(em, conheci um me%tre muito e%tranho, cu@a%ati(i&a&e% eram t$o incompeen%*(ei% para o inte"ecto comoa% &o 0i"arepa, embora a hi%tria &e %ua (i&a +o%%e muito&i+erente. E"e ha(ia %i&o mon@e em um mona%t:rio %akYapa ,o 9ua", como to&o% o% mona%t:rio%, tinha re!ra% muito

e%trita%. E%te mon@e tran%!re&iu %eriamente a% re!ra%,ten&o uma re"a#$o carna" com uma mu"her e +oi e?pu"%o &omona%t:rio, como %entiu-%e muito ma", +oi para bem "on!e&o "u!ar. 0uito bem, em %ua% (ia!en% conheceu a"!un%me%tre%, receben&o en%inamento% &e"e% e tran%+ormou-%enum praticante %:rio. Ent$o re!re%%ou B %ua a"&eia nata",ma% o mona%t:rio pr?imo ao 9ue e"e ha(ia pertenci&o n$oo aceitou e, con%e9>entemente, %eu% parente% con%truirampara e"e uma pe9uena cabana para retiro% na %ubi&a &e umamontanha, on&e (i(eu pratican&o tran9>i"amente &urantemuito% ano%. A%%im poi%, ao +im &e um tempo to&o%che!aram a conhec3-"o como o praticanteF.

1oi% bem, &epoi% &e a"!un% ano% &e tran9>i"i&a&e, umbe"o &ia o praticante parecia ter en"ou9ueci&orepentinamente &urante a% prtica come#ou a @o!ar pe"a

@ane"a to&o% %eu% "i(ro%, p% tu&o &e perna para o ar e&e%truiu parcia"mente %ua ca%a &e retiro. Como re%u"ta&o,a% pe%%oa% come#aram a cham-"o o "unticoF. Depoi%&e%apareceu e nin!u:m mai% o (iu &urante tr3% ano%, at:9ue +ina"mente a"!u:m o encontrou por aca%o. E%ta(a(i(en&o em um "u!ar remoto em uma montanha, e to&o% %eper!untaram como ha(ia con%e!ui&o %u+iciente comi&a para%obre(i(er &urante a9ue"e tempo, poi% na&a cre%cia on&ee"e e%ta(a e nin!u:m pa%%a(a norma"mente por ".1ortanto, a% pe%%oa% come#aram a intere%%ar-%e por e"e ea (i%it-"o e, embora %e ne!a%%e a +a"ar com o%(i%itante%, a +orma como (i(ia con(enceu-o% &e 9ue n$oe%ta(a "ouco. 1or con%e!uinte &ei?aram &e cham-"o o"unticoF e come#aram a +a"ar &e um in&i(*&uo rea"ia&oou um %anto.

0eu tio, o aba&e %akYapa , Chent%e Ch[ki jan!chuk,ou(iu +a"ar &e"e e &ici&iu (i%it-"o em companhia &e um!rupo &e pe%%oa%, &a% 9uai% eu tomei parte. Ti(emo% 9ue(ia@ar a ca(a"o &urante 9uine &ia% para che!ar B a"&eiaon&e %e encontra(a, ao p: &a montanha na 9ua" (i(ia oe%tranho me%tre, on&e ter*amo% 9ue %ubir a p:, poi% n$oha(ia caminho at: o cume, 9ue era muito &i+*ci" &ea"can#ar. A% pe%%oa% &o "u!ar no% &i%%eram a"!un% &ia%ante%, 9ue um tu"ku  &a "inha!em ka!Y>  ha(ia %ubi&o para(i%it-"o, ma% 9uan&o che!ou, em (e &e receb3-"o com

en%inamento%, +oi a+un!enta&o com uma chu(a &e pe&ra% ea"!un% mon@e% &e %ua comiti(a %e +eriram. Tamb:m no%&i%%eram 9ue a9ue"e me%tre tinha cachorro% " em cima e9ue a"!un% eram +eroe% e mor&iam, a%%im a% pe%%oa% &o"u!ar tinham me&o &e %ubir para (3-"o. E%cutan&o tu&oa9ui"o, +rancamente n% tamb:m +icamo% apreen%i(o%.

Como meu tio era !or&o e por cau%a &a *n!rime "a&eira&a montanha, cu%tou-no% muito tempo e%ca"-"a, poi% n$oha(ia caminho a"!um uma ou outra (e e%corre!(amo% e

&e%"ia(amo% barranco abai?o %obre a% pe&ra% %o"ta%.uan&o e%t(amo% a ponto &e che!ar ao cume, po&iamo%ou(ir o me%tre +a"ar, por:m n$o (iamo% ca%a a"!uma emnenhuma parte. uan&o +ina"mente che!amo% ao a"to &amontanha, (imo% uma e%trutura ru&imentar &e pe&ra 9ue n$opo&ia %er chama&a propriamente &e uma ca%aF, poi% %ea%%eme"ha(a mai% a uma ca%a &e c$e% !ran&e com um teto &e"a@ota% e !ran&e% buraco% aberto% em tr3% "a&o%, e n$oera %u+icientemente a"ta para 9ue a"!u:m +icar em p: no%eu interior. Entretanto, po&iamo% ou(ir o me%tre +a"an&ono interior, embora n$o pu&e%emo% ima!inar com 9ueme%ta(a +a"an&o, 9uan&o %e (irou e no% (iu apro?imar,rpi&amente @o!ou uma manta %obre a cabe#a e +in!iu e%tar&ormin&o. N$o ob%tante parece%%e (er&a&eiramente um"ouco, apro?imamo%-no% caute"o%amente e no% &etemo%

9uan&o +icamo% pr?imo%, a!uar&an&o un% minuto%. Ent$o &erepente, tirou a manta &e %eu ro%to e no% o"hou com un%o"ho% enorme% e penetrante%, in@eta&o% &e %an!ue. Seucabe"o e%ta(a &e%!renha&o e em p:, e eu o achei(er&a&eiramente aterra&or. E"e come#ou a +a"ar e %e!uiu+a"an&o %em interrup#$o &urante cinco minuto%, embora+o%%e um tibetano como n%, e conhece%%emo% muito bem o&ia"eto "oca", n$o enten&iamo% o 9ue &iia, com e?ce#$o&e um par &e +ra%e%. Em um &a&o momento pareceu-me 9ue&iia no meio &a% montanha%F, ma% o 9ue &i%%e em %e!ui&a+oi &e no(o incompreen%*(e" para mim "o!o pareceu-me 9ue&iia (a"e a penaF e %eu &i%cur%o (o"tou a tornar-%eincompreen%*(e". 1er!untei a meu tio o 9ue ha(iaenten&i&o, por:m e"e % ha(ia enten&i&o o% me%mo%+ra!mento%, e nenhuma pe%%oa &o no%%o !rupo compreen&euna&a a":m. 0eu tio 9ue era muito !ran&e, en!atinhou para&entro pe"a maior &a% abertura% &o muro &e pe&ra &ape9uen*%%ima cho#a, ta"(e com a inten#$o &e pe&ir umaben#$o ao e%tranho me%tre e (er 9ua" %er*a %ua rea#$o.E%te o"hou &iretamente o ro%to &o meu tio, 9ue ha(iatrai&o a"!un% &oce% com e"e, o+erecen&o &oi% &e"e%. Oermit$o pe!ou um %, o co"ocou em uma e%p:cie &e pote &ebarro 9ue tinha ao "a&o e (o"tou a o+erece-"o para meutio. 0eu tio +icou a"* e%peran&o e ent$o o me%tre tirou&e uma pre!a &e %ua% ro*&a% roupa% um pe&a#o &e um (e"ho

29

Page 30: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 30/57

α α α

pano &e "$ 9ue ob(iamente ha(ia u%a&o para a%%oar o narie a entre!ou. 0eu tio a aceitou re%peito%amente e +icoue%peran&o at: 9ue o me%tre "he &iri!iu um o"har muito+ero e e"e &eci&iu 9ue o mai% pru&ente era %air.

Ent$o che!ou minha (e. Eu e%ta(a muito a%%u%ta&o,por:m entrei com um pacote &e bi%coito% 9ue meu tio me&eu para o+erecer. O+erec* o pacote, por:m, o me%tre n$oaceitou e, pen%an&o 9ue ta"(e +o%%e me"hor t3-"o abertoante%, abri e o+ereci a"!un% bi%coito%. E"e apanhou um e

o co"ocou em %eu pote, o 9ue me permitiu &ar uma o"ha&aem %eu interior e compro(ar 9ue e%ta(a cheio &e !ua, ma%9ue tamb:m continha um pouco &e tu&o) @unto com meubi%coito ha(ia um pouco &e tabaco, pimenta% e o &oce &omeu tio. N$o %ei %e e"e comia &a9ue"e pote ou %e%imp"e%mente !uar&a(a coi%a% ne"e, por:m pu&e compro(ar9ue n$o ha(ia na&a na cho#a para preparar comi&a oucoinh-"a, coi%a 9ue &e to&o maneira me pareciaimpo%%*(e", uma (e 9ue n$o %e (ia na&a come%t*(e" B(o"ta. Eu +i9uei um pouco mai%, ab%or(en&o a cena at:9ue, com um o"har +ero, o me%tre me pa%%ou uma e%p:cie&e @arro &e barro meio 9uebra&o 9ue u%a(a para urinar e,"e(an&o e%te pre%ente comi!o, %a* para reunir-me com meutio e o re%to &o !rupo.

Depoi% &e pa%%ar a"* un% (inte minuto%, +icamo%

o"han&o &e +ora o e%tranho ermit$o. Ent$o e"e come#ou &eno(o a +a"ar-no% &e maneira incompreen%*(e" en9uantoaponta(a com a m$o em uma certa &ire#$o, o 9ue no% +epen%ar 9ue 9ueria 9ue +o%%emo% at: ". E%peramo% a"* mai%um momento, at: 9ue repentinamente &i%%e, com uma certarai(a por:m muito coerentemente) 0e"hor irem emboraGF.0eu tio %e (o"tou para mim e o re%to &e no%%o pe9ueno!rupo e, in&ican&o 9ue po&eria ha(er a"!o por tr% &a%pa"a(ra% &o me%tre, a+irmou) Ta"(e +o%%e me"hor +aer o9ue no% &i%%eGF. A%%im, embora n$o ti(:%%emo% nem a mai%"e(e i&:ia para on&e e%t(amo% in&o nem por9ue, to&o%partimo% na &ire#$o 9ue o e%tranho me%tre ha(ia aponta&o,9ue n$o era a me%ma por on&e (iemo% nem a me%ma pe"a 9ua"ter*amo% &e (o"tar. Embora o caminho +o%%e muito &i+*ci",u%an&o p:% e m$o% %e!uimo% a enco%ta &a montanha &urantea"!uma% hora% at: o "u!ar on&e a me%ma come#a(a a %ubir&e no(o at: o pr?imo pico. Na9ue"a ona ha(*a uma reacom (e!eta#$o muito &en%a e, @u%tamente ante% 9ue&e%ce%%emo% at: e"a, ou(imo% o 9ue parecia %er uma pe%%oa!emen&o e pe&in&o a@u&a ao% !rito%. Caminhamo% a&iantece"eremente e encontramo% um ca#a&or 9ue ha(ia cai&o &a%rocha% e ha(ia 9uebra&o o p:. Como n$o po&ia caminhar,a"!uma% pe%%oa% &o no%%o !rupo o carre!aram at: a ca%a &a%ua +am*"ia, 9ue +ica(a bem "on!e, meu tio %u!eriu 9ue ore%to &o !rupo re!re%%a%%e para (er o e%tranho me%tre,

&ien&o Ta"(e no% &e a"!um en%inamento a!oraF. 1or:m9uan&o re!re%%amo% B cho#a &o e%tranho me%tre, "on!e &e&ier a"!o como 0uito bemGF, %omente no% in&icou 9ue+o%%emo% embora.

1oi% bem, o +ato &e 9ue o me%tre &a hi%tria n$oen%ina(a a %ere% humano% n$o %i!ni+ica nece%%riamente9ue n$o en%ina%%e em ab%o"uto o me%mo po&ia e%tar(i(en&o &a9ue"a e%tranha maneira en9uanto %e mani+e%ta(aem outra &imen%$o para en%inar a %ere% n$o humano%.

A%%im, poi%, po&eria e%tar &an&o en%inamento% a um nmero&e %ere% maior &o 9ue o% 9ue habitam uma !ran&e ci&a&e,embora n$o ti(e%%emo% capaci&a&e para perceber a9ue"aati(i&a&e. Como (imo%, arab Dor@e e 1a&ma%ambha(atran%mitiram o% en%inamento% &o!chen  B% &akini%  ante% &etran%miti-"o% ao% %ere% human%o. No bar&o , o E%ta&oInterme&irio &epoi% &a morte &o corpo +*%ico e ante% &orena%cimento %e!uinte, o% %ere% po%%uem um corpo menta"ao 9ue n$o corre%pon&e or!ani%mo a"!um no p"ano %"i&omateria". N$o %e po&e &e%cartar a po%%ibi"i&a&e &e 9uee%%e me%tre 9ue no% pareceu t$o e%tranho e%ti(e%%een%inan&o a %ere% &e%%e tipo. uan&o &e%cobrirmo%(i(encia"mente a naturea n$o-&ua" &a rea"i&a&e eenten&ermo% a +orma em 9ue a Ma%e %e mani+e%ta em termo%&e E%%3ncia, Naturea e Ener!ia, e %oubermo% 9ue a

ener!ia %e mani+e%ta como Dan!, R["pa   e T%e", n$o no%%urpreen&er 9ue a"!u:m 9ue ha@a reinte!ra&o %ua ener!ia%e@a capa &e "e(ar a cabo a#2e% 9ue n$o %$o po%%*(ei%para %ere% comun%. Ent$o a% a#2e% &e um me%tre como o &ahi%tria @ n$o no% parecer$o incompreen%*(ei%.

CA1OTUL 6

30

Page 31: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 31/57

α α α

  CA0IN

E?i%tem pe%%oa% 9ue pa%%am to&a %ua (i&a

1reparan&o-%e para praticarE 9uan&o che!a o +im &a %ua (i&aAin&a e%t$o %e preparan&o.

Em con%e9>3ncia, come#a a (i&a %e!uinteSem ha(er comp"eta&o %eu% preparati(o%.

Dra!pa uia"t%en - Um !ran&e me%tre &a e%co"a SakYa

 Base [shi ] Visão [tawa ] Caminho [lam] Caminho Prátia [gompa ] Fr!to [drebu ] A"ão [chöpa ]

O Caminho < o %e!un&o e"emento &o principa" !rupo &etr3% con%titui&o pe"a Ma%e, o Caminho e o /ruto < n$o :outra coi%a %en$o o traba"ho met&ico 9ue con&u a%upera#$o &a con&i#$o &ua"i%ta a"can#an&o a rea"ia#$o. Aimperio%a ne%ce%%i&a&e &e percorrer o caminho &e(e-%e ao+ato &e 9ue, ten&o o me%tre no% intro&ui&o &iretamenteao E%ta&o 1rimor&ia" e &a&o uma c"ara e?p"ica#$o &e"e e&e %ua +orma &e mani+e%tar-%e, ain&a continuamo% +echa&o%na @au"a &e no%%o% "imite%. Nece%%itamo% uma cha(e, uma+orma &e abrir a @au"a, um m:to&o para 9ue po%%amo%traba"har e e%tabe"ecer-no% na9ui"o 9ue a Intro&u#$o no%permitiu (i%"umbrar. E%ta cha(e : o Caminho "am   emtibetanoJ, ne"a po&emo% &i%tin!uir tr3% a%pecto%, o%

9uai% %er$o con%i&era&o% a %e!uir.

TAjA) 

A V I S Q & a ( e r& a & ei r a c o n& i # $o & o i n &i ( * & uo e&e to&o% o% %ere%.

O primeiro a%pecto &o caminho : Ta\a ) o ponto &e(i%ta ou, me"hor, a Vi%$o &a (er&a&eira con&i#$o &oin&i(*&uo e &e to&o% o% +enmeno%.

Diemo% 9ue, a":m &e um ponto &e (i%ta, o Ta\a : aVi%$o &a (er&a&eira con&i#$o &o% ente%, por9ue no&o!chen  o termo n$o in&ica um ponto &e (i%ta +i"o%+icoou inte"ectua" como o 9ue %e tem em mente, por e?emp"o,%e +iermo% re+er3ncia B +i"o%o+ia ma&hYamika   como oponto &e (i%taF &e Na!ar@una.

No &o!chen  &e(emo% ob%er(ar-no% a n% me%mo%, tantoa +im &e i&enti+icar o% "imite% 9ue no% impomo% em ca&aum &o% tr3% a%pecto% &e no%%a pe%%oa < Corpo, /a"a e0ente < a +im &e &e%cobrir a (er&a&eira con&i#$o ounaturea ab%o"uta &o% me%mo%. A &e%coberta n$o-&ua" en$o-conceitua" &e%ta con&i#$o ab%o"uta : o (er&a&eiroTa\a  &o &o!chen 9uan&o a tornamo% e%t(e", %uperamo% a%"imita#2e% 9ue con%tituem a @au"a &e no%%o euF.

A%%im poi%, primeiro &e%cobrimo% e?atamente comoe%tamo% con&iciona&o% em to&o% o% %enti&o%, e como no%%o%prprio% "imite% no% pren&em na @au"a &a &ua"i%mo. I%to

imp"ica en+rentar to&o% o% no%%o% prprio% prob"ema%, o9ue po&e n$o %er +ci" nem a!ra&(e". E?i%tem muito%prob"ema% prtico%) prob"ema% &e traba"ho, prob"ema% coma% con&i#2e% &e (i&a, prob"ema% para obter o %u+icientepara comer, prob"ema% &e %a&e, etc., o% 9uai% po&er*amo%con%i&erar como o% prob"ema% &o Corpo. Em %e!ui&a e%t$oo% prob"ema% &a /a"a ou ener!ia) ner(o%i%mo, a% neuro%e%,o% prob"ema% p%ico%%omtico% e &i%trbio% &e &i(er%o%tipo%. 0uito bem, inc"u%i(e %e no% encontrarmo%+i%icamente %$o% e (i(ermo% na opu"3ncia, continuamo%ten&o inmero% prob"ema% com a mente, 9ue po&em %er%umamente %ut*% e &i+*cei% &e (er, poi% inc"uem to&o% o%@o!o% 9ue @o!amo% para manter, impor e in+"ar no%%o%e!o%.

Con%tru*mo% uma @au"a e +icamo% pre%o% ne"a, por:m

no%%o auto-en!ano no% permite i!norar %ua e?i%t3ncia. Emcon%e9>3ncia, o 9ue temo% 9ue +aer primeiramente para%air &a @au"a : &e%cobri-"a, e para e%te +im &e(emo%ob%er(ar a n% me%mo% con%tantemente. E%ta : outra ra$ope"a 9ua" o e%pe"ho ou me"on! : um %*mbo"o importante no&o!chen . A":m &e %er(ir como %*mbo"o &a (er&a&eiracon&i#$o &a Ma%e e i"u%trar a in%eparati(i&a&e &a% &ua%(er&a&e% < a re"ati(a e a ab%o"uta <, o e%pe"ho no%recor&a 9ue &e(emo% ob%er(ar ininterruptamente no%%aprpria con&i#$o. Um pro(:rbio tibetano &i)

31

Page 32: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 32/57

α α α

No nari &e outrem %e +a notrioInc"u%i(e a e?i%t3ncia &e a"!o t$o *n+imo

Como uma +ormi!a.No no%%o, ao contrrio,

N$o notaremo% nem %e9uer a"!o t$o enorme como um Ya9ue.

A +im &e po&er %uperar a ne+an&a ten&3ncia B 9ue %ere+ere o re+r$o e permitir-no% &e%cobrir o ta\a   &o

&o!chen, &e(emo% ob%er(ar a n% me%mo% em (e &e o"harpara +ora e criticar o% outro%.Como (imo%, ob%er(an&o-no% a n% me%mo% po&emo%

&e%cobrir no%%a @au"a. 0uito bem, n$o : %u+iciente %aber9ue a @au"a e?i%te : nece%%rio &e%e@ar %inceramente%air &e"a e por m$o% a obra. 1o%to 9ue a nica maneira &e%air &a @au"a : e%tabe"ecer o ta\a  ou Vi%$o &a (er&a&eiracon&i#$o &o in&i(*&uo e &e to&o% o% +enmeno%, 9ue&i%%o"(em to&o% o% "imite%, e%ta tare+a po&e %ere?p"ica&a no% termo% &o% Tr3% 1rinc*pio% &e arab Dor@e)temo% 9ue ace%%ar ao ta\a  na Intro&u#$o Direta ao E%ta&o1rimor&ia" ou Ma%e ent$o, n$o &e(emo% permanecer na&(i&a com re%peito B (er&a&eira naturea &e to&o% o%+enmeno% o 9ua" imp"ica retornar repeti&amente aota\aJ +ina"mente, &e(emo% permanecer ininterruptamente

na Vi%$o em 9ue%t$o, e, 9uan&o n$o pu&ermo% permanecerne"a, ob%er(armo-no% con%tantemente %em &i%tra#$o.

S$o o% &oi% primeiro% 1rinc*pio% &e arab Dor@e o%9uai% %e re+erem e%peci+icamente ao ta\a   &o &o!chen . Oterceiro 1rinc*pio %e re+ere, %obretu&o ao !ompa,&e+ini&o como permanecer no ta\a F, e %e e%ten&e aoch[pa, &e+ini&o como con&uta &e%&e o !ompa F.

01A)

1rtica% propriamente &ita%

1er!untaram a un!t[n Dor&@epe", um !ran&e me%tre &e&o!chen) ue me&ita#$o pratica%_F E"e re%pon&eu) Sobreo 9ue po&eria me&itar _F Seu inter"ocutor "he per!untou &eno(o) Ent$o, no &o!chen n$o %e me&ita _F  E"e re%pon&eu)E 9uan&o : 9ue e%tou &i%tra*&o_ Kcom re%peito Bcontemp"a#$oF.

  A &i+eren#a &e %i!ni+ica&o entre o% termo%me&ita#$oF e Contemp"a#$oF : a cha(e &o% en%inamento%&o!chen . A prtica &o &o!chen   propriamente &ita n$o : outra %en$o a Contemp"a#$o. A 9ua" con%i%te em permanecerno E%ta&o n$o-&ua", %em interrup#$o e 9ue por %ua prpria

naturea, : auto-"ibera&or. Dito E%ta&o, 9ue n$o :con&iciona&o pe"o n*(e" conceitua" &a ati(i&a&e menta",compreen&e tamb:m o +uncionamento &o 9ue %e chama mentecomumF e %eu pen%amento raciona") o pen%amento po&e%ur!ir e &e +ato %ur!e na Contemp"a#$o, por:m n$o %omo%con&iciona&o% por e"e po%to 9ue o E%ta&o : auto-"ibera&or, %imp"e%mente &ei?an&o-o em pa, o pen%amento%e "ibera por %i me%mo. Com e+eito, na Contemp"a#$o amente n$o +a nenhum e%+or#o menta") n$o h na&a 9ue

+aer ou n$o +aer, poi% o 9ue e?i%te : auto-per+eito ta"como : con%e9>entemente o &ei?amo% em %ua prpriacon&i#$o.

Ao contrrio, no% en%inamento% &o!chen  chamamo% &eme&ita#$oF B% prtica% na% 9uai%, a +im &e entrar noE%ta&o &e Contemp"a#$o, %e traba"ha &e a"!uma maneira coma mente, 9ue : &ua" e re"ati(a. E%ta% prtica% po&eminc"uir o% (rio% tipo% &e concentra#$o &e%tina&o% a"o!rar e%ta&o% &e ca"ma, o% (rio% tipo% &e prtica &e(i%ua"ia#$o e a%%im %uce%%i(amente. A%%im poi%, nachama&a me&ita#$o e?i%te a"!o a +aer com a mente,en9uanto na Contemp"a#$o n$o h na&a a +aer.

Na Contemp"a#$o &o!chen , %em incorrer no erro &oa&ormecimento, &a a!ita#$o ou &a &i%tra#$o, inte!ramo% na1re%en#a n$o-&ua" &a Co!ni#$o I"umina&a, tanto o%

momento% &e ca"ma entre o% pen%amento% como o% mo(imento%&o% pen%amento%. A 1re%en#a 1ura &e%te Campo &e Co!ni#$ointrin%ecamente auto-"ibera&ora, na 9ua" nem %e recha#anem %e %e!ue o pen%amento, : o 9ue in&ica o termotibetano ri!pa F, 9ue : o contrrio &o erro e%%encia" &amente &ua" ou i!nor=ncia b%ica chama&a ma-ri!paF. Sen$o &e%cobrirmo% o e%ta&o &e pura 1re%en#a ou ri!paF,nunca &e%cobriremo% o &o!chen) e%te n$o : outra coi%a9ue o e%ta&o nu &e ri!paF. E%te e%ta&o, 9ue : o pi"ar&o% en%inamento% &o!chen , : o 9ue o me%tre &e(etran%mitir na Intro&u#$o &ireta, tran%mi%%$o 9ue, comomo%trou meu me%tre Chan!chub Dor@e, n$o &epen&e nem &ainicia#$o ritua" +orma" nem &a e?p"ica#$o inte"ectua".0uito bem, %e n$o no% encontramo% no e%ta&o &e ri!paF,%omente ob%er(an&o no%%a prpria con&i#$o a ca&a in%tantepo&eremo% %aber 9ua" a prtica &e(eremo% traba"har em&a&o momento para po&er %air &e no%%a @au"a e mantermo-no% +ora &e"a. O prob"ema : 9ue, %e um p%%aro (i(eu emuma @au"a to&a a %ua (i&a, po&e %er 9ue nem %e9uer "heocorra 9ue : po%%*(e" e%capar &e"a e inc"u%i(e %e "heocorrer e &eci&ir tentar, ante% &e po&er aban&onar&e+initi(amente %ua pri%$o ter 9ue apren&er a (oar emuma %itua#$o prote!i&a, poi% en9uanto n$o %ouber (oarper+eitamente, uma (e a% !ra&e% &a @au"a @ n$o e%tan&oa"i para prote!3-"o, e%tar a merc3 &e 9uem 9ui%er

32

Page 33: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 33/57

α α α

&e(or-"o. Da me%ma maneira, um praticante &e(e a&9uirir&om*nio %obre %ua% prpria% ener!ia% e, para e%%e +im, o%en%inamento% &o!chen tran%mitem prtica% 9ue %e a&aptama to&a% a% e%p:cie% &e p%%aro% e a to&o% o% tipo% &e@au"a%) para %aber 9uai% &e"a% ap"icar, por meio &a auto-ob%er(a#$o teremo% 9ue a(eri!uar 9ue e%p:cie &e p%%aro%omo% e em 9ue e%p:cie &e @au"a e%tamo%.

No entanto, a con&i#$o nece%%ria para i%%o : o&e%e@o &e "iberarmo-no% rea"mente &e to&o% o% tipo% &e

@au"a%. I%to %i!ni+ica 9ue &e(emo% ter certea &e 9ueaumentar ou embe"ear a @au"a em 9ue no% encontramo% n$oter nenhuma uti"i&a&e. ue !anhar*amo% ao a!re!ar a &ita@au"a uma% +a%cinante% barra% con%tru*&a% com a"!ume?ticoF en%inamento tibetano, ou con%truir com o%en%inamento% &o!chen   uma no(a, e ain&a meno% (i%*(e"@au"a &e cri%ta"_ N$o importa 9u$o be"a ou in(i%*(e"po%%a %er no%%a @au"a, %e!uir impe&in&o a no%%a"iber&a&e. por i%%o 9ue o nico e (er&a&eiro prop%ito&o% en%inamento% &o!chen   : "i(rar-no% &e to&a% a%@au"a%, &e mo&o a +icarmo% tota"mente "i(re% na i"imita&ae?ten%$o &o c:u c"aro, e e%pa#o%o &o E%ta&o 1rimor&ia".

A% prtica% &a% Tr3% S:rie% po&em %er c"a%%i+ica&a%em prtica% principai%F) a Contemp"a#$o e a% prtica%9ue con&uem &iretamente a e"a, e prtica% %ecun&ria%F)

a% &e%tina&a% a &e%en(o"(er a"!uma capaci&a&e particu"arou a obter e?peri3ncia% e%pec*+ica% e a% 9ue traba"ham &ea"!uma maneira a partir &a Contemp"a#$o. E%ta% "tima%inc"uem a% prtica% conheci&a% como o% Sei% Xo!a%F  < aprtica &o ca"or interno ou tumoF , a prtica &atran%+er3ncia &a con%ci3ncia ou po\aF , e a%%im%uce%%i(amente < e to&a% a% outra% prtica% 9ue pertencemao% n*(ei% &e en%inamento% &i%tinto% &o &o!chen . Come+eito, um praticante &o &o!chen   po&e uti"iar a% prtica% %trica%   &o Caminho &a renncia e a% prtica% t=ntrica%   &o% Caminho% &e puri+ica#$o e tran%+orma#$o, por:m %empre como a"!o %ecun&rio, 9ue %up"ementa %uaprtica principa".

O% me%tre% n$o t3m um %e!re&o para ocu"tar o%ecretoF &o &o!chen : na (er&a&e auto-%ecretoF, poi% o9ue e%t ocu"to : o E%ta&o me%mo &o &o!chen, e t$o "o!o&e%coberto &ei?a &e %er %ecreto. No entanto %e &e(e%ub"inhar a9ui 9ue para rea"iar a% prtica% &o &o!chen: e%%encia" receber a tran%mi%%$o &e um me%tre, e 9uea"!um n*(e" &e compromi%%o : e%%encia" &a parte &e 9uem9uier receber in%tru#2e% preci%a% para a% prtica% oi&ea" : 9ue ha@a uma participa#$o cont*nua entre 9uemtran%mite e 9uem recebe, at: 9ue a tran%mi%%$o %e tenhacomp"eta&o.

Embora e?i%ta uma enorme (arie&a&e &e prtica%, n$o&e(emo% ap"ica-"a% to&a%. uan&o, ten&o ob%er(a&o no%%acon&i#$o, enten&emo% 9ue uma prtica particu"ar no% :ti" ou nece%%ria, a ap"icamo%. Em continua#$oapre%entamo% um 9ua&ro comparati(o &a% prtica%principai% &o &o!chen   e con%i&eraremo% e%ta% prtica%muito bre(emente, &e mo&o 9ue o "eitor po%%a ter uma(i%$o !era" intro&utria &o% en%inamento% &o!chen .C"aro, a mera &e%cri#$o &e uma prtica n$o : o me%mo 9ue

a in%tru#$o para praticar.Como em ca&a in&i(*&uo o% tr3% p"ano% con%titu*&o%pe"o corpo, +a"a, e mente e%t$o con&iciona&o%, &i+erente%prtica% traba"ham e%peci+icamente em ca&a um &e"e% e ain%tru#$o para ca&a prtica !era"mente e%peci+ica 9ua"&e(e %er a po%i#$o &o corpo, como &e(e %er a re%pira#$o,e tamb:m 9ue concentra#$o &a aten#$o, +orma &e o"har ou(i%ua"ia#$o &e(emo% ap"icar. A"!uma% prtica% empre!am ocontro"e &o corpo e &a (o a +im &e +aci"itar aconcentra#$o &e no%%a mente. Outra% po&em ter por ob@etoo %imp"e% re"a?amento &o corpo, en9uanto outra% traba"hamba%icamente a (o e o %om, prtica% 9ue u%am ca&a um &o%e"emento%) terra, ar, +o!o, !ua, e e%pa#o.

1RINCI1AIS 1RgTICAS DAS TRdS SRIES DEENSINA0ENT S DZ CEN

I. Sem&:J) A %:rie &a naturea &a mente.

uatro na"@orJ ou Yo!a%  &e(em no% permitirentrar em Contemp"a#$o)

1. ShineJ, Samatha)  e%ta&o ca"moF. Aconcentra#$o com ob@eto e &epoi% %em ob@etore%u"ta em um e%ta&o &e ca"ma. E%te %e +anatura" e &epoi% e%t(e".

2. Lhakton!J, Vipa%%ana, (i%$o %uperiorF. O

e%ta&o &e ca"ma %e &i%%o"(e e &e%pertamo%F%omo% capae% &e praticar com o mo(imento &open%amento %em e%+or#o por manter umob%er(a&orF interno o e%ta&o &e ca"ma @ n$o: a"!o con%tru*&o.

3. NimeJ) N$o &ua"i&a&eF o %hine  e o "hakton!%ur!em @unto% (amo% a":m &a &ua"i&a&e.

4. Lhun&rubJ) Auto-per+ei#$oF. A Contemp"a#$on$o-&ua" po&e %er manti&a em ca&a ato. Tu&oe%t tota"mente reinte!ra&o em %ua prpria

33

Page 34: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 34/57

α α α

con&i#$o natura" e e?perimentamo% tu&o 9ue%ur!e como o @o!o auto-per+eito &a no%%aprpria ener!ia. E%ta : a (er&a&eira con&i#$o&o &o!chen , a ran&e 1er+ei#$o.

II. Lon!&eJ) A %:rie &o e%pa#o.

uatro &aJ  ou %*mbo"o% &e(em no% permitirentrar na Contemp"a#$o)

1. Se"\aJ)  c"ari&a&eF o% o"ho% e%t$oaberto% a tota"i&a&e &a (i%$o &o in&i(*&uo %eencontra inte!ra&a. I%to n$o : o me%mo 9uec"ari&a&e inte"ectua".

2. 0ito!paJ)  n$o conceitua#$oF com o%o"ho% aberto%, im(ei% e %em pe%tane@ar, e oo"har abarcan&o o e%pa#o, nenhum pen%amentono% incomo&a mai%.

3. De\aJ)  %en%a#$o a!ra&(e"F o corpo %emant:m em uma po%i#$o contro"a&a at:&e%en(o"(ermo% mai% a prtica e, emborae%te@amo% comp"etamente pre%ente%, %entimo%como %e 9ua%e n$o ti(:%%emo% corpo. Contrair

"i!eiramente o% e%+*nctere% aumenta a %en%a#$onatura"mente praero%a &o re"a?amento tota".

4. XermeJ)  in%eparati(i&a&eF  Ktamb:mtra&ui&o B% (ee% como uni$oF ain%eparati(i&a&e &o% &aJ  no E%ta&o &eContemp"a#$o ou E%ta&o &e &o!chen . Como%*mbo"o &e%ta in%eparati(i&a&e, mantemo% a"*n!ua %o"ta na boca %em apoi-"a na partein+erior nem tampouco tocar no pa"ato.

III. 0an!a!&eJ) A %:rie e%%encia".

E%ta %:rie tamb:m cont:m prtica% para entrarna Contemp"a#$o, tai% como o% ru%henJ

e?terno e interno e o% (inte e um %em&inJ.O e%%encia" %$o o% 9uatro cho%ha!J ta" comoe%tF, 9ue no% permitem continuar naContemp"a#$o)

1. Ri\o cho%ha!J)  cho%ha!  &amontanhaF, 9ue %e re+ere ao corpo.Dei?a-%e o corpo ta" como e%t %e@a 9ua"+or a %ua po%i#$o, e%%a : a po%i#$o &aprtica.

2. ui at %o c ho %h a!J)  cho%ha! &ooceanoF,  9ue %e re+ere ao% o"ho%. N$ore9uer nenhum o"har ou +orma &e o"harparticu"ar 9ua"9uer 9ue %e@a a po%i#ao&o% o"ho%, e%ta : a po%i#ao &a prtica.

3. Ri!pa cho%ha!J)  cho%ha! &o E%ta&o&e Contemp"a#$oF  o prprio E%ta&o :&ei?a&o ta" como :F, %em corri!i-"o.

E%te cho%ha!  : o me%mo 9ue o "hun&rub no%em&e  e o Yerme no "on!&e .

4. Na n! \a c ho %h a! J)  cho%ha! &a(i%$oF  a prpria (i%$o em %uatota"i&a&e po&e %er con%i&erara&a comoum ornamentoF. E?perimentamo% to&a ano%%a (i%$o crmica   como no%%a prpriaener!ia, n$o importa em 9ua" +orma e%te@a+uncionan&o Ka +orma &an! ,  a +ormar["pa  ou a +orma t%e". O% 9uatro%cho%ha!  %e mani+e%tam %imu"taneamente emum me%mo in%tante e i%%o : &o!chen .

O e%ta&o &e contemp"a#$o a"can#a&o ou no 9ua"continuamo% : o me%mo na% Tr3% S:rie%.

TER0IN L IA ALTERNATIVA 1ARA S TRdS AS1ECT S DA1RgTICA D SE0DE)

O% Termo% SINE, LAT N,  e NI0E  pertencempropriamente ao% n*(ei% %trico   e t=ntrico   &oen%inamento a&otamo% a9ui por9ue %$o mai% amp"amenteconheci&o% e uti"ia&o% 9ue o% 9ue aparecem na maioria&o% te?to% &o!chen . E%te% "timo% %$o) Ki nepa,e%ta&o ca"moF. Kii mi!uio\a, im(i"F) e%ta&o 9ue n$opo&e %er a"tera&o ou con&iciona&o. Kiii ami,e9uanimi&a&eF) e%ta&o em 9ue tu&o tem um me%mo e nico%abor. Ki( "hun&rub)  a":m &a mu&an#a, poi% tu&o :auto-per+eitoF.

Cabe a%%ina"ar tamb:m o +ato &e 9ue B% (ee% %$otra&ui&o% como uni$oF  termo% tibetano% tai% comonime, n$o &ua"i&a&eF e Yerme, in%eparati(i&a&eF,i%%o po&eria no% +aer pen%ar em coi%a% 9ue %e unem. Ome%mo po&e acontecer com a uti"ia#$o &o termo %=n%critoYo!aF, embora no tra&ui&o para o tibetano como na"@or ,e"e %i!ni+ica uni$oF. Acontece 9ue o &o!chen  n$o a&otaa no#$o &e uma &ua"i&a&e cu@o% e?tremo% &e(em unir-%e%eu ponto &e (i%ta e%t re+"eti&o na etimo"o!ia &o termotibetano na"@or , 9ue tra&u Yo!aF , por:m e?pre%%a

34

Page 35: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 35/57

α α α

corretamente o conceito &e &e%cobrimento &o E%ta&o1rimor&ia"F) o %ub%tanti(o na"ma  in&ica o e%ta&o natura"ina"tera&o &e a"!oF, en9uanto 9ue o (erbo "hor\a%i!ni+ica po%%uirF.

Ca&a uma &a% Tr3% S:rie% < o Sem&e , o Lon!&e   e o0an!a!&e  < t3m %eu prprio en+o9ue caracter*%tico, por:mo ob@eti(o : o me%mo em to&a% e"a%) &e%cobrir o E%ta&o& e c o n te m p "a # $ o e p e r m an e c er n e " e. Embora nenhuma&a% %:rie% con%titua um Caminho !ra&ua", poi% em ca&a uma

o me%tre tran%mite o E%ta&o &iretamente, o 0an!a!&e   <termo 9ue %i!ni+ica "itera"mente %:rie &e in%tru#2e%orai% %ecreta%F e 9ue muita% (ee% : %ub%titu*&o pe"o(ocbu"o n*n!thik , 9ue %i!ni+ica e%%3ncia-cora#$oF oue%%3ncia &a e%%3nciaF < : %em &(i&a mai% &ireto 9ue oSem&e , 9ue uti"ia em maior e%ca"a a e?p"ica#$o e aan"i%e &eta"ha&a. Como a naturea &a rea"i&a&e n$o cabeno% "imite% &a "!ica, o 0an!a!&e  : intro&ui&o &e +ormae?tremamente para&o?a". No Lon!&e , por outro "a&o, aa&o#$o pe"o corpo &e certa% po%tura% preci%a% e aap"ica#$o &e certa% +orma% &e re%pira#$o con&uem opraticante &iretamente B (i(3ncia &a contemp"a#$o, %em9ue %e@a nece%%ria uma e?p"ica#$o inte"ectua" (erAp3n&ice J. 

Embora o% m:to&o% &e apre%enta#$o po%%am (ariar na%

tr3% %:rie%, %empre h uma intro&u#$o &ireta &o &o!chen .I%to n$o %i!ni+ica 9ue ne"e n$o ha@a prepara#$o o 9ue%i!ni+ica : 9ue, &i+erentemente &e outro% n*(ei% &oCaminho no% 9uai% h re!ra% in9uebrant(ei% 9ue %$oi!uai% para to&o%, no &o!chen  a prepara#$o tem "u!ar &eacor&o com a% nece%%i&a&e% &o in&i(*&uo. Com e+eito, noen%inamento em 9ue%t$o n$o : nece%%rio 9ue %e certi+i9ueo n*(e" &e inicia#$o &o in&i(*&uo ante% 9ue e%te po%%apa%%ar a um n*(e" %uperior, como %uce&e no% caminho%!ra&uai%. Seu en+o9ue con%i%te em &ar ao &i%c*pu"o aoportuni&a&e &e entrar &iretamente no n*(e" %upremo, e%er %omente %e compro(amo% 9ue o a"uno carece &acapaci&a&e nece%%ria para traba"har ne%%e n*(e", 9ueter 9ue ir &e%cen&o at: encontrar um n*(e" &e prtica9ue "he capacite %uperar o% ob%tcu"o% 9ue o impe&em &e

entrar na contemp"a#$o.Na% 9uatro e%co"a% &o bu&i%mo tibetano e?i!e-%e &e

to&o% o% a"uno% ir a%cen&en&o !ra&ua"mente pe"o%%uce%%i(o% n*(ei% &o %utra  e &o tantra, ante% &e permitira rea"ia#$o &a% prtica% t=ntrica% , to&o% ter$o &ecomp"etar a% %:rie% &e prtica% pre"iminare% ou n![n&ro,tamb:m conheci&a% ho@e em &ia como a% prtica% &o% uatro/un&amento%. O prop%ito &o n![n&ro   : permitir 9ue oin&i(*&uo &e%en(o"(a a% capaci&a&e% 9ue "he +a"tam, e :ab%o"utamente correto e tra&iciona" 9ue %ua prtica

con%titua um pr:-re9ui%ito nece%%rio para che!ar acerto% n*(ei% &a prtica t=ntrica  eu me%mo a comp"etei&ua% (ee% no cur%o &e minha e&uca#$o.

Entretanto, o princ*pio &o &o!chen   : &i+erente ao&o% tantra%   e %ua +orma &e abor&ar o caminho : muito&i+erente. arab Dor@e n$o &i%%e) primeiro en%ina on![n&ro F. Di%%e 9ue ante% &e 9ua"9uer coi%a o me%tre&e(eria intro&uir o &i%c*pu"o &iretamente ao E%ta&o1rimor&ia", &e mo&o 9ue ti(e%%e uma (i(3ncia bem c"ara &o

me%mo e, portanto n$o re%ta%%e nenhuma &(i&a 9ue e%ta(i(3ncia con%titu*a a (er&a&eira con&i#$o &e to&o% o%+enmeno% e &e to&a% a% e?peri3ncia%. Em continua#$o, o&i%c*pu"o &e(eria permanecer ne%%e E%ta&o e, ha(en&oob%tcu"o% 9ue o impe&i%%em, &e(eria ap"icar prtica%e%peci+ica% 9ue o permiti%%em %uper-"o%) %e a"!u:m&e%cobre a car3ncia &e certa capaci&a&e, &e&ica-%e a umaprtica 9ue o permita &e%en(o"(3-"a. Lo!o, em (e &e&epen&er &e uma re!ra 9ue &e(e ap"icar-%e a to&o%in&i%tintamente, no &o!chen  o praticante &e(e &eci&ir o9ue +aer &e acor&o com %ua prpria compreen%$o. On![n&ro  compreen&e a prtica &o Re+!io e &a bo&hichitta,a o+eren&a &o man&a"a, a recita#$o &o mantra   &eVa@ra%att(a e o !uru-Yo!a . N$o : por capricho 9ue %ee%tabe"eceu 9ue ca&a uma &e%%a% prtica% &e(e %er

rea"ia&a mai% &e cem mi" (ee% ante% 9ue o in&i(*&uopo%%a receber o% en%inamento% %uperiore% ca&a n*(e" &oen%inamento tem %eu (a"or e %eu princ*pio, e n$o re%ta&(i&a &e 9ue a repeti#$o &a% prtica% pre"iminare% po%%a%er(ir e+eti(amente para permitir ao% in&i(*&uo% 9ueabor&am o% en%inamento% t=ntrico%, &e%en(o"(am a%capaci&a&e% nece%%ria%. No &o!chen   rea"iam-%e a%me%ma% prtica%, ma% n$o como a"!o pre"iminar BIntro&u#$o &ireta, e 9ue &e(em %er comp"eta&a% para 9uee%ta %e@a po%%*(e", ma% como prtica &iria e %em umnmero e%pec*+ico &e repeti#2e%.

Se abor&armo% o n![n&ro   como prepara#$o para aprtica t=ntrica , a inten#$o &o praticante n$o &e(eria%er em nenhum ca%o como a"!u:m 9ue trata &e a&9uirir umpa%%aporteF para ace%%ar o% en%inamento% mai% a"to%. A

+un#$o &o n![n&ro   : permitir ao a"uno puri+icar-%e eacumu"ar m:rito, &e mo&o 9ue po%%a abor&ar a (ia &a%abe&oria) e%ta prtica &e(e apro+un&ar %eu compromi%%o,+a3-"o mai% humi"&e, incrementar %ua &e(o#$o B %eume%tre-rai e, em "tima in%t=ncia, tornar po%%*(e" a%upera#$o &e %ua mente &ua" no &e%(e"amento &o E%ta&o &ome%tre. Se a inten#$o &o praticante n$o : per+eita, on![n&ro   n$o cumprir %ua +un#$o em particu"ar, %e oempreen&emo% com a atitu&e &e 9uem tira um pa%%aporte, em(e &e permitir ao in&i(*&uo acumu"ar m:rito e puri+icar-

35

Page 36: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 36/57

α α α

%e &e mo&o 9ue po%%a receber a Sabe&oria, +ar com 9ue&e%en(o"(a um maior !rau &e or!u"ho e uma in@u%ti+ica&a%en%a#$o &e %uperiori&a&e.

Embora no &o!chen   a prtica principa" %e@a acontemp"a#$o, o praticante &e%te Caminho po&e uti"iar-%e&o% (rio% m:to&o% t=ntrico%  como prtica% %ecun&ria%.No tantri%mo %e traba"ha com a (i%ua"ia#$o, por:m no%mai% a"to% n*(ei% < o% anuttaratantra < o praticante &e(ereinte!rar %ua e?i%t3ncia &ua" na n$o &ua"i&a&e &o E%ta&o

primor&ia" por meio &e prtica% Y!uica%  interna% 9ue %e%omam B (i%ua"ia#$o.O proce%%o &e &e%en(o"(er a (i%ua"ia#$o : conheci&o

como kerrim F ou e%t!io &e &e%en(o"(imentoF, en9uanto9ue o traba"ho com o Yo!a  interno : chama&o &o!rrim F oue%ta&o &e per+ei#$o ou rea"ia#$oF. 1or meio &a prtica&e%te% &oi% e%t!io% a (i%$o crmica  impura &o in&i(*&uo%e tran%+orma na &imen%$o pura ou man&a"a  &a &i(in&a&e emcu@a prtica o me%tre iniciou o &i%c*pu"o. A pa"a(ramantra  in&ica o% %on% naturai% &a &imen%$o &a &i(in&a&e,9ue %$o repeti&o% como cha(e (ibratria para ace%%ar e%%a&imen%$o.

Ape%ar &o termo Yo!a tornar-%e +ami"iar para muito%no oci&ente, ao e%cutar a pa"a(ra a maioria pen%aautomaticamente no %i%tema hin&u conheci&o como hatha-

Yo!a , 9ue muita !ente pratica como %e +o%%e uma e%p:cie&e !in%tica, ape%ar &e tratar-%e &e um m:to&o e%piritua"%:rio. Embora n$o ha@a &(i&a &e 9ue pratican&o o hatha-Yo!a  &e%ta maneira : po%%*(e" obter bene+*cio% tan!*(ei%,e%te% %eriam muito maiore% %e o% praticante% enten&e%%em9ua" : o ob@eti(o e%piritua" &a prtica 9ue rea"iam.

A maior parte &a% pe%%oa% nem %e9uer %abe 9ue e?i%teuma +orma &e Yo!a e%peci+icamente tibetana, a maioria &a%+orma% : ba%ea&a no anuttaratantra Kembora a"!uma% &e"a%tenha %ua ba%e no &o!chen . j. X. E(an%-jent, o !ran&epioneiro oci&enta" no e%tu&o &a% tra&i#2e% e%pirituai%tibetana%, pub"icou em 4587 o "i(ro TIMETAN XOA ANDSECRET DOUTRINES, no 9ua" +a re+er3ncia ao Yantra Yo!a.No entanto, o conheci&o e%tu&io%o enten&eu o termo Yantrae %eu e9ui(a"ente tibetano tu"kor , em um % &o% %eu%

%i!ni+ica&o%) o &e &ia!rama !eom:trico &e %i!ni+ica#$om*%tica con%tru*&o com a inten#$o &e permitir aopraticante e%tabe"ecer um contacto te"eptico mai% *ntimocom a &i(in&a&e 9ue in(ocaF. Con%e!uintemente, n$o %e &euconta &e 9ue o 9ue e%ta(a apre%entan&o era um te?to %obreum tipo &e Yo!a  9ue %e pratica a&otan&o &i+erente% a%ana%com o corpo +*%ico, rea"ian&o &i(er%o% mo(imento% euti"ian&o (rio% tipo% &e re%pira#$o.

O (ocbu"o tibetano tu"kor   e %eu e9ui(a"ente%=n%crito, Yantra , %i!ni+icam ro&a m!icaF e, por

e?ten%$o, motorF ou m9uinaF. 1or %ua (e < como %ea%%ina"ou ao con%i&erar a% Tr3% S:rie% &o &o!chen   < otermo tibetano na"@or , tra&ui&o por Yo!a , : compo%tope"o %ub%tanti(o na"ma , 9ue in&ica o e%ta&o natura"ina"tera&oF &e a"!o, e o (erbo "hor\a , 9ue %i!ni+icapo%%uirF. A etimo"o!ia &o% termo% tu"kor   e na"@or   no%in&ica, poi% 9ue o Yantra-Yo!a  : um m:to&o 9ue uti"ia ocorpo como uma m9uina 9ue, uma (e po%ta em mo(imento,pro&u um e+eito e%pec*+ico, para 9ue o in&i(*&uo po%%a

&e%cobrir %eu E%ta&o 1rimor&ia", natura" e ina"tera&o.En9uanto 9ue o Yo!a   +*%ico n$o tem um pape"importante no hinaYana   nem no mahaYana , no bu&i%mot=ntrico   < ou %e@a, no (a@raYana   K(e*cu"o imut(e" ouin&e%trut*(e" ou tantraYana K(e*cu"o &o% tantra%  <con%titui um m:to&o +un&amenta" &e rea"ia#$o. 1oi% bem,no Yo!a   &o (a@raYana   a ba%e +i"o%+ica, o% m:to&o%ap"ica&o% e o% re%u"ta&o% 9ue bu%camo% %$o muito&i+erente% &o% &o hatha-Yo!a . Se!un&o o% XOA SUTRAS  &e1atan@a"i, ne%%e "timo o ob@eti(o : a &eten#$o tota" &omo(imento &a ener!ia (ita" e &a ati(i&a&e menta" em ume%ta&o &e uni$o com o ab%o"utoF 9ue %e &e(e a"can#aratra(:% &a neutra"ia#$o !ra&ua" &a ati(i&a&e em&i+erente% p"ano%) o &o corpo, o &a re%pira#$o, e &o%%enti&o% e o &a mente com %ua% (ria% +un#2e%. Como ne%te

tipo &e Yo!a  o re"ati(o %e con%i&era como a"!o impuro 9ue&e(emo% recha#ar, po&emo% re"acionar %eu ponto &e (i%ta e%eu% ob@eti(o% com o% &o bu&i%mo hinaYana , no 9ua" o%ama&hi  &a ce%%a#$o &a ati(i&a&e menta" ou niro&ha   : oob@eti(o principa", 9ue %e con%i&era como um ab%o"uto.

Ao contrrio, &ito en+o9ue : ra&ica"mente &i+erente&o 9ue caracteria o bu&i%mo (a@raYana , cu@o Yo!a %eba%eia no reconhecimento &a n$o &ua"i&a&e e%%encia" &op"ano re"ati(o e &o ab%o"uto. Embora a i&:ia &e%ta n$o&ua"i&a&e @ %e@a importante no mahaYana , o hinaYana  e omahaYana   coinci&em em con%i&erar o ab%o"uto < 9ue omahaYana  chama (acui&a&e < como o ob@eto &a rea"ia#$o,9ue % po&er %er a"can#a&o %e o in&i(*&uo %e "iberar &a%ata&ura% &a impuraF &imen%$o re"ati(a. O% tantra% , aocontrrio, come#am com a con%ci3ncia &a (acui&a&e &e

to&o% o% +enmeno%, 9ue corre%pon&e ao p"ano ab%o"uto, ebu%cam reinte!r-"a com o p"ano re"ati(o ap"ican&o om:to&o &a tran%+orma#$o. I%to %i!ni+ica 9ue, em (e &erenunciar ao re"ati(o, o praticante o uti"ia como meiopor e?ce"3ncia para %uperar o &ua"i%mo e con%e!uir a%%im9ue o ab%o"uto e to&o% o% +enmeno% &o p"ano re"ati(o <puro% &e%&e o come#o < tenham um nico %aborF.

A%%im, poi%, no Yantra-Yo!a   &o (a@raYana   n$ob"o9ueamo% nem neutra"iamo% o corpo, a +a"a e a mentecom to&a% a% %ua% +un#2e%, como %uce&e no hatha-Yo!a ,

36

Page 37: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 37/57

α α α

por:m o% aceitamo% como a% 9ua"i&a&e% intr*n%eca% ouornamento%F &o E%ta&o 1rimor&ia", @ 9ue %$o a%mani+e%ta#2e% &a ener!ia &e%te. Como e%ta ener!ia %e mo(econ%tantemente, &i+erentemente &o hatha-Yo!a , 9ue :e%ttico, o Yantra-Yo!a  : &in=mico e traba"ha uma %:rie&e mo(imento% a%%ocia&o% B re%pira#$o.

Compro(amo% em no%%a e?peri3ncia como no%%a% emo#2e%e %en%a#2e% e%t$o re"aciona&a% com o ritmo &e no%%are%pira#$o. Uma re%pira#$o ca"ma, pro+un&a e re"a?a&a

acompanha o% e%ta&o% mentai% ca"mo% e re"a?a&o%, en9uanto9ue uma re%pira#$o ten%a, irre!u"ar e %uper+icia"acompanha o% e%ta&o% marca&o% pe"a rai(a ou pe"o &io.Como ca&a e%ta&o menta" tem um tipo corre%pon&ente &ere%pira#$o, traba"han&o com e%ta "tima o Yantra-Yo!are!u"a a ener!ia &o in&i(*&uo e, em "tima in%t=ncia,po&e permitir "iberar %ua mente &e to&o con&icionamento.

Em muito% in&i(*&uo%, a maior parte &o tempo o corpoe a ener!ia e%t$o t$o a+eta&o% pe"a% ten%2e% e&i%trbio%, 9ue inc"u%i(e %e e"e% %e &e&ica%%emcomp"etamente a traba"har com a mente para entrar emContemp"a#$o, %eria muito &i+*ci" pro!re&ir. 1or i%%opara %uperar tai% ob%tcu"o%, o &o!chen   uti"ia oYantra-Yo!a   como prtica %ecun&ria. Como bem %abem o%m:&ico% tibetano%, 9ue +re9>entemente pre%cre(em

combina#2e% &e mo(imento% e re%pira#$o como parte &otratamento 9ue receitam a um en+ermo, e%te tipo &e Yo!apo&e, a":m &i%%o, a@u&ar ao% praticante% a %uperar&i+erente% en+ermi&a&e% +*%ica%F.

Tamb:m : +ci" compro(ar como &i%tinta% po%tura%in+"uem %obre o% ritmo% re%piratrio%. uan&o e%tamo%%enta&o% com o tronco &obra&o para +rente e por tanto como tra? +echa&o, no%%a re%pira#$o %er %em &(i&a a"!umamuito &i+erente &o 9ue 9uan&o e%tamo% em p:, com o%bra#o% e%ten&i&o% por cima &a cabe#a e o tra? bemaberto. Com a +ina"i&a&e &e a%%e!urar um contro"e preci%o&a re%pira#$o e, por con%e9>3ncia, &a ener!ia, o YantraYo!a   traba"ha com mo(imento% 9ue e?p"oram a%po%%ibi"i&a&e% &a% &i%tinta% po%tura% 9ue po&e a&otar oor!ani%mo. O 9ue %e per%e!ue : &e%i!na&o como re%pira#$o

natura"F) uma +orma &e re%pira#$o "i(re &e 9ua"9uercon&icionamento por +atore% emocionai%, +*%ico% ouambientai%.

0uita% &i(in&a&e% t=ntrica%   %$o repre%enta&a% emuni$o com %ua% con%orte%, ou %e@a, em %ua% +orma% Yab-Yum F ou pai-m$eF. Seu aparecimento repre%enta, por um"a&o, a in%eparati(i&a&e &o p"ano re"ati(o e &o ab%o"uto,&a mani+e%ta#$o e &a (acui&a&e, &o m:to&o e &a %abe&oria,e por outro "a&o, a n$o &ua"i&a&e &a ener!ia %o"arF e &aener!ia "unarF, o% &oi% p"o% &a ener!ia 9ue +"uem pe"o

%i%tema &e ener!ia %uti" &o corpo humano &e%i!na&o comoman&a"a   interiorWF. uan&o a corrente e":trica ne!ati(ae a po%iti(a %e unem em uma "=mpa&a e%ta %e acen&e. Demaneira %eme"hante 9uan&o a% ener!ia% %o"are% e "unare%&o %i%tema &e ener!ia %uti" %e mani+e%tam no E%ta&o &ein%eparati(i&a&e ou n$o &ua"i&a&e 9ue %empre con%tituiu anaturea intr*n%eca &o in&i(*&uo humano, e"e po&erea"iar a I"umina#$o. Ta" como %uce&e no Tao*%mo chin3%com o Yin!  e Yan! , 9ue %e con%i&era como &oi% princ*pio%

+un&amenta"mente in%epar(ei% e inter&epen&ente% &e umauni&a&e tota"mente inte!ra&a, no (a@raYana   con%i&eramo%9ue a ener!ia %o"ar e a ener!ia "unar @amai% e%ti(eram%epara&a% uma &a outra nem con%titu*ram uma (er&a&eira&ua"i&a&e6. Sua uni&a&e +un&amenta" : %imbo"ia&a pe"a%*"aba %=n%crita e(am F, 9ue e?pre%%a tamb:m o princ*pio&o Yab-Yum .

Na re"a#$o chama&a karmamu&ra   Ka#$o %*mbo"o ou%*mbo"o &a a#$o, a prtica Y!uica a(an#a&a 9ue uti"iaa uni$o %e?ua" como meio para con%e!uir a uni$o &aener!ia %o"ar e a ener!ia "unar : +onte &e mani+e%ta#$o&a ima!em Yab-Yum  9ue %imbo"ia a (i(3ncia &a rea"i&a&ecomo o praero%o @o!o &a (acui&a&e e &a ener!ia. E%tare"a#$o : uma prtica %:ria e n$o uma maneira &e&e%+rutar o eroti%mo na prtica e%piritua" nem uma +orma

e"abora&a &e &e%+rut-"o. A import=ncia &a re"a#$o em9ue%t$o para o% e%t!io% mai% a(an#a&o% &a prticat=ntrica  : e(i&ente no +amo%o &ito) %em karmamu&ra   n$oh mahamu&ra 7F.

No &o!chen , a prtica 9ue compreen&e a uni$o %e?ua"-e%piritua", 9ue : t$o importante para o tantri%mo , n$ocon%titui uma prtica principa". ' (imo% 9ue a prticaprincipa" no Caminho &a auto-"ibera#$o con%i%te empermanecer em contemp"a#$o, &e mo&o 9ue tu&o 9ue %ur@a %eauto-"ibere Kou %e@a, %e "ibere por %i me%mo) &e(emo%permanecer no E%ta&o n$o-&ua" e inte!rar to&a% a%e?peri3ncia% 9ue %e mani+e%tarem. No entanto, ta" como o%re+"e?o% no e%pe"ho po&em %er(ir para tornar e(i&ente a%ua naturea, a inten%i&a&e &a po&ero%a %en%a#$oa%%ocia&a B uni$o %e?ua" po&e %er(ir ao praticante para

&e%cobrir o E%ta&o &e 1ura 1re%en#a in%tant=nea ouAb%o"uta < o e%ta&o &e ri!-pa  < e para po&er permanecer ne"e, e tamb:m para %er capa &e &i%tin!uir c"aramente,em %ua prpria e?peri3ncia, entre a %en%a#$o me%ma e oE%ta&o 9ue "he %er(e &e ba%e e 9ue a acompanha Ko% 9uai%,no e?emp"o, corre%pon&em re%pecti(amente ao re+"e?o e oprprio E%pe"ho,. De +ato, pro&uin&o uma (arie&a&e &e%en%a#2e% por meio &e prtica% e%pec*+ica%, o praticante&o!chen   torna ca&a (e mai% e(i&ente o e%ta&o &e1re%en#a in%tant=nea ou ab%o"uta, 9ue : imut(e", e

37

Page 38: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 38/57

α α α

con%e!ue &i%tin!ui-"o ca&a (e mai% c"aramente &a%%en%a#2e% %empre mut(ei%. E%ta : a +un#$o &a% prtica%conheci&a% como o% (inte e um %em&in F, 9ue +aem parte&a %:rie man!a!&: ou upa&e%ha &o &o!chen e 9ue permitemao praticante %eparar ou &i%tin!uir a mente comum 9ueraciocina e @u"!a, &a naturea &a mente 9ue n$o po&e %er"imita&a ao inte"ecto e a outra% +un#2e% &a mente&ua"i%ta, e 9ue : ocu"ta e &i%torci&a por e"e%. No&o!chen   uti"iamo% to&a% a% %en%a#2e% &e%ta maneira

particu"ar.Corpo (a@ra F : o nome &a&o ao corpo humano com %euman&a"a interior ou %i%tema &e ener!ia %uti" 9uan&o outi"iamo% como ba%e para obtermo% a rea"ia#$o. Oman&a"a  interior con%ta &e tr3% e"emento%) o primeiro :a re&e e%trutura&a &e corrente% &e ener!ia (ita" %uti"K9ue po&em corre%pon&er ou n$o ao% canai% +*%ico%propriamente &ito%, chama&o% na&i%  em %=n%crito e t%a  emtibetano o %e!un&o  : o +"u?o me%mo &a ener!ia (ita"%uti" pe"o or!ani%mo, a%%ocia&o B re%pira#$o, chama&o(aYu   ou prana   em %=n%crito e "un!   em tibetano, oterceiro  : a ener!ia %uti" em %ua +orma e%%encia",chama&o ti!"e   em tibetano e kun&a"ini ou bin&u   em%=n%crito, e 9ue n$o : a"!o %epara&o &o %e!un&o) o ti!"e: a e%%3ncia me%ma &o "un! . O 9ue +a com 9ue a% prtica%

t=ntrica% , pertencente% ao caminho &a tran%+orma#$o,%e@am mai% rpi&a% 9ue o% m:to&o% &o% %utra%, como Via &area"ia#$o, : o traba"ho com o man&a"a  interior. KCabea%%ina"ar 9ue &i+erente% tipo% &e Yantra t=ntrico   e%t$oconecta&o% com ca&a um &o% numero%o% tantra%  &o mahaYo!ae %ua% re%pecti(a% &ei&a&e% ira&a% ou terr*(ei% Kcomo a%repre%enta&a% em a"!uma% &a% i"u%tra#2e% &e%te "i(ro.

Na prtica &o Yantra Yo!a , a rea"ia#$o &e uma %:rie&e mo(imento% ou Yantra   e%pec*+ico% em combina#$o come?erc*cio% re%piratrio% &etermina&o% no% permitem obter&om*nio %obre o (aYu  ou prana  < o +"u?o &e ener!ia (ita"pe"o or!ani%mo < a +im &e contro"-"o, coor&en-"o e&e%en(o"(3-"o. 1or %ua (e, o% a%ana% ou po%tura% e o%mo(imento% a%%ocia&o% a e"e% no% permitem ati(ar o ti!"e ,kun&a"ini  ou e%%3ncia (ita"F. a%%im 9ue &e(emo%

enten&er o +uncionamento &o Yantra Yo!a   em termo% &o%conceito% &e t%a , "un! e ti!"e  e?p"ica&o% no par!ra+oanterior.

A partir &o man&a"a   interno ou %i%tema &e ener!ia%uti" %e &e%en(o"(e o corpo +*%ico. No proce%%o &econcep#$o e !e%ta#$o, o 9ue anima o (u"o +ecun&a&o e emcontinua#$o oca%iona o &e%en(o"(imento &o embri$o e "o!o&o +eto : o +"u?o a&e9ua&o e correto &a ener!ia %uti". Demaneira %eme"hante, &urante a (i&a &o in&i(*&uo a %a&e&epen&e &a correta circu"a#$o &o (aYu ou prana   e &o

e9ui"*brio &o% e"emento%. Em con%e9>3ncia, uma +un#$oa&iciona" &o Yantra Yo!a  po&e %er a &e a@u&ar o in&i(*&uoa manter a %a&e.

Se!un&o o% en%inamento% t=ntrico% , no man&a"ainterior e?i%tem 6`. canai% %uti%, na&i ou t%a . E%te%canai%, 9ue %e &i(i&em em principai% e %ecun&rio%, %erami+icam e conectam entre %i +orman&o uma e%trutura%imi"ar B &e uma r(ore &e cu@o tronco emanam ra*e% eramo% 9ue %e ($o bi+urcan&o em con+i!ura#2e% ca&a (e

mai% +ina%. No% ponto% no% 9uai% a% con+i!ura#2e% %e@untam, como o% raio% &e uma ro&a em %eu ei?o, o%chamamo% chakra   ou kor"o   Kem tibetano. Embora e?i%tammuito% chaka% , o% principai% %e encontram ao "on!o &ocana" centra", 9ue na ana"o!ia corre%pon&e ao tronco &ar(ore. A e%%3ncia &o (aYu  ou prana, 9ue : o kun&a"ini outi!"e , concentra-%e ne%te% chakra%  principai% &entro &ocana" %uti" Kcana" centra" chama&o !uiun!pa , 9ue pa%%aao "on!o &a e%pinha &or%a". No chakra &o umbi!o unem-%e%e%%enta e 9uatro canai% no cora#$o, oito na !ar!anta,&ee%%ei% e, no &a cabe#a, trinta e &oi%.

era"mente a+irma-%e 9ue o cana" centra" < kun&armaou uma  < e%t cerca&o por outro% &oi% canai% principai%%itua&o% B %ua &ireita e B %ua e%9uer&a chama&o% i&a   epin!a"a  ou roma  e kian!ma  Kem tibetano ou cana" %o"arF

e cana" "unarF, re%pecti(amente, o% 9uai% %e unem aoprimeiro em a"!um "u!ar &a parte in+erior &o tronco ecorrem para"e"o% a e"e ao "on!o &o corpo at: che!ar aocr=nio, por cima &o 9ua" %e ar9ueiam e (o"tam paraunirem-%e com a% +o%%a% na%ai%. E%te% %$o o% tr3% canai%principai% repre%enta&o% no% murai% &o temp"o %ecreto &ouinto Da"ai Lama .

O +ato &e 9ue &i(er%o% tantra%  &3em in%tru#2e% para aprtica ba%ean&o-%e em &i+erente% nmero% &e chakra%  n$oimp"ica incoer3ncia a"!uma. O% tantra% coinci&em naconcep#$o &a naturea &o %i%tema &e ener!ia %uti", 9uen$o e?i%te &e maneira in&epen&ente e n$o po%%ui umaanatomia preci%a, uni(er%a"mente ob@eti(aF, embora n$oha@a &(i&a &e 9ue e?i%te, na me&i&a em 9ue pro&ue+eito%. A% &i+eren#a% entre a% &e%cri#2e% &o %i%tema

bioener!:tico %uti" &o or!ani%mo 9ue &$o o% &i(er%o%tantra%   %e &e(em ao% &i+erente% ob@eti(o% &e %ua%re%pecti(a% prtica%. Se n$o compreen&ermo% i%to, po&erparecer 9ue o% &i+erente% tantra% %e contra&iem.

Como o (aYu   ou prana e a mente e%t$o conecta&o%, oprimeiro %e!ue a %e!un&a 9uan&o e%ta : &iri!i&a pe"aconcentra#$o, reunin&o-%e no "u!ar on&e a mente oen+o9ue. E o contrrio : i!ua"mente certo) a mente po&e%er e9ui"ibra&a e inte!ra&a traba"han&o %obre o prana  por

38

Page 39: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 39/57

Page 40: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 40/57

α α α

pro!re%%i(amente e tinha certea 9ue "o!o ha(eria uma!ran&e como#$o.

uan&o (ia@a(a B ca(a"o &o Tibet orienta" para oTibet centra" com um !rupo &e 9uatro +am*"ia% 9uetota"ia(a uma% trinta pe%%oa%. De(i&o a pre%en#a &etropa% chine%a%, n$o no% &e%"oc(amo% pe"a% e%tra&a%principai%, ma% por rota% %ecun&ria%. 1oi% bem, ne%ta%"tima% e%preita(a outro peri!o, poi% muito% ban&i&o%e%ta(am apro(eitan&o a con+u%$o &o momento para a%%a"tar

o% !rupo% &e (ia@ante%, e o no%%o era particu"armentetenta&or, por9ue "e((amo% muito% ca(a"o% (a"io%o%. Operi!o repre%enta&o pe"o% ban&i&o%, %oma&o ao &a% tropa%chine%a%, tornou a no%%a (ia!em muito &i+*ci". Em certoponto %oubemo% 9ue o% ban&i&o% no% %e!uiam, e ti(emo%e%caramu#a% com e"e% na primeira, "o!raram roubar a"!un%&e no%%o% ca(a"o% e, em %e!ui&a capturamo% &oi% &o%ban&i&o%. Soubemo% por e"e% 9ue o% outro% e%ta(amp"ane@an&o um ata9ue &eci%i(o, embora n$o %oub:%%emo%9uan&o. Na (a%ta p"an*cie na 9ua" no% &e%"oc(amo% n$oha(ia "u!ar para no% e%con&er. Senti 9ue a nica coi%a a+aer %eria in(ocar a a@u&a &o% !uar&i2e% &o%en%inamento% e, por con%e!uinte, ca&a (e 9ue no%&et*nhamo% para comer ou &e%can%ar, eu me +echa(a em umape9uena ten&a &e campanha e pratica(a &urante hora% um

rito &e in(oca#$o. O peri!o %e!uiu aumentan&ocon%tantemente e, ao +ina" &e a"!un% &ia%, 9uan&o e%ta(amai% intimamente "i!a&o com a prtica, a"!o e%tranhocome#ou a acontecer) parecia-me 9ue um !ran&e tambor 9ueu%a(a emitia +a!u"ha% ao !o"pe-"o. Inicia"menteacre&itei 9ue po&eria %er um &e+eito &o% meu% o"ho%, ouain&a uma a"ucina#$o ou ta"(e um e+eito &a +ric#$o entrea ba9ueta e o tambor. 1oi% bem, 9uan&o chamei minha irm$,e"a tamb:m (iu a% +a!u"ha% no ar ao re&or &o tambor. Em%e!ui&a chamei meu irm$o e &epoi% meu% pai% e to&o no%%o!rupo, e to&o% (iram a% +a!u"ha%. Con(enci&o% &e 9uea9ui"o era um %ina" &e 9ue o% ban&i&o% atacariam a9ue"anoite, pren&emo% o% ca(a"o% "on!e &o acampamento e to&o%permaneceram &e%perto% B noite to&a, em !uar&a e pronto%para a#$o. 1or:m o% ban&i&o% n$o (ieram e, 9uan&o +i a

prtica no &ia %e!uinte, a% +a!u"ha% %ur!iram como ante%,e continuaram mani+e%tan&o-%e &ia ap% &ia en9uanto(ia@(amo%, &urante uma %emana inteira. Ent$o, um be"o&ia n$o %aiu nem uma % +a!u"ha &o tambor. Con(enci&o% &e9ue i%to %i!ni+ica(a 9ue o% ban&i&o% (iriam &urante anoite, preparamo% a% no%%a% &e+e%a% com muito cui&a&o e,com e+eito, +omo% ataca&o% por um ban&o comp"eto. Ent$o,como a %urpre%a e%ta(a &o no%%o "a&o, +omo% capae% &ea+u!entar o% atacante% %em %o+rer bai?a%. Comocon%e9>3ncia &i%%o no% &ei?aram em pa e pu&emo% che!ar a

%a"(o ao Tibet centra". A%%im, poi% : e(i&ente 9ue tamb:ma% prtica% %ecun&ria% po&em traer (anta!en% muitob(ia% a% pe%%oa%.

E?i%tem oito% e%p:cie% principai% &e !uar&i2e%, ca&aum compreen&en&o muita% %ub&i(i%2e%. A"!un% %$o %ere%a"tamente rea"ia&o%, en9uanto outro% ab%o"utamente n$o o%$o. Ca&a continente, pa*%, ci&a&e, "u!ar, montanha, rio,"a!o ou bo%9ue tem %eu +oco particu"ar &e ener!ia&ominante ou !uar&i$o, e o me%mo %uce&e com ca&a ano,

hora e at: minuto. Embora e%%e% +oco% &e ener!ia n$o%e@am %ere% a"tamente rea"ia&o%, tamb:m e?i%tem outro%9ue tem re"a#2e% particu"are% com o% &i+erente%en%inamento% e %$o !uar&i2e% mai% rea"ia&o%. O% +oco% em9ue%t$o %$o repre%enta&o% icono!ra+icamente &e umamaneira per%oni+ica&aF corre%pon&en&o B +orma percebi&a9uan&o %e mani+e%taram ao% me%tre% 9ue ti(eram contato&ireto com e"e%. Seu po&er imponente e a%%u%ta&or %$orepre%enta&o% por %ua% +orma% ira&a% e e?tremamente+eroe%, %eu% muito% bra#o% e cabe#a% e %eu% ornamento%prprio% &o% o%%urio%F K&ep%ito &e ca&(ere%&e%membra&o%. A% repre%enta#2e% &o% !uar&i2e%, como a%outra% +i!ura% &a icono!ra+ia t=ntrica   tibetana, n$o&e(em %er interpreta&a%, como +ieram e%critore%oci&entai%, para o% 9uai% trata-%e &e a"!o meramente

%imb"ico. Embora, %em &(i&a a"!uma, a% +orma%icono!r+ica% em 9ue%t$o +oram con&iciona&a% pe"a%percep#2e% e a cu"tura &a9ue"e% 9ue en+rentaram a%mani+e%ta#2e% ori!inai% e pe"o &e%en(o"(imentopro!re%%i(o &a tra&i#$o, e"a% repre%entam %ere% reai%5.

O 9ue praticamo% inicia"mente no %em&e < pore?emp"o, 9uan&o come#amo% a ap"icar o %hine, ouconcentra#$o &a aten#$o a +im &e con%e!uirmo% um e%ta&oca"mo, ou o "ha!ton!, 9ue capacita "iberarmo-no% &aati(i&a&e menta" &e%tina&a a manter o e%ta&o ca"mo ea%%im po&er traba"har com o% pen%amento% 9ue %ur!em < :me&ita#$o e n$o Contemp"a#$o4. 1or con%e!uinte, em %ime%ma% e"a% n$o con%tituem a (er&a&eira prtica &o!chen,9ue : a Contemp"a#$o n$o-&ua". No entanto, na me&i&a em

9ue %er(em para o ace%%o ao e%ta&o &e Contemp"a#$o %$ocon%i&era&a% como prtica% principai%. De +ato, 9ua%eto&a% a% e%co"a% bu&i%ta% en%inam prtica% &e %hine   e"ha!ton! , ain&a 9ue e%ta% n$o %e@am e?atamente i!uai% B%9ue %e encontram no %em&e .

Ten&o por 9ua"9uer um &o% meio% en%ina&o% na% tr3%%:rie%, a"can#a&o o E%ta&o &e Contemp"a#$o n$o-&ua",(i(enciamo% na prpria carne o %abor &o me%mo, n$ore%tan&o nenhuma &(i&a com re%peito B %ua naturea.A%%im %en&o, &e(emo% permanecer ne%te E%ta&o.

40

Page 41: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 41/57

α α α

Em continua#$o apre%entamo% o% &oi% n*(ei% &e prticaprincipa" no men!a!&e. No entanto, o men!a!&e  n$o : a"!o9ue %omente %e po%%a praticar &epoi% &e a"can#a&a a(i(3ncia &o E%ta&o primor&ia" por meio &a% prtica% &o%em&e   elou &o "on!&e . Ao contrrio, em %i me%ma, e%ta%:rie no% o+erece um Caminho comp"eto, com %ua% prpria%prtica% %ecun&ria% &e puri+ica#$o e prepara#$o, entrea% 9uai% cabe %ub"inhar o% Ru%hen, o% 9uai% tem porob@eto po%%ibi"itar a &i%tin#$o entre a mente e a

Naturea-&a-mente, %eparan&o-a%F, e o% (inte e umprincipai% Sem&in , o% 9uai%, para "e(ar-no% BContemp"a#$o, uti"iam um amp"o e%pectro &e m:to&o% 9ueinc"uem &i(er%o% tipo% &e concentra#$o &a aten#$o,re%pira#$o, &e u%o% &a (o e &o %om, &e po%tura%corprea% e a%%im %uce%%i(amente.

Uma (e 9ue, ap"ican&o 9ua"9uer m:to&o, a"cancemo% aContemp"a#$o, &e(emo% continuar ne"a. O traba"ho paramanter e%ta Contemp"a#$o em ca&a a#$o e ca&a %itua#$o : o9ue %e conhece como trekch[, 9ue %i!ni+ica "itera"mentecorte Ke%pont=neo &a ten%$oF) ao mani+e%tar-%e o E%ta&oprimor&ia" e %uperarmo% o &ua"i%mo e o% @u"!amento%F,9ue&amo% in%tantaneamente no e%ta&o &e ab%o"utore"a?amento, ta" como um monte &e "enha 9ue, ten&o %i&o+ortemente amarra&o, cai &e mo&o tota"mente re"a?a&o

9uan&o %e corta a cor&a 9ue o amarra(a.Ap% o trekch[   %e!uimo% a&iante com a prtica &ot[!a",  cu@o nome %i!ni+ica %upera#$o &o %upremoF, no%enti&o 9ue t$o "o!o como e%t% a9ui, e%t% "F. Comoe%ta prtica, : encontra&a %omente no &o!chen , :!enuinamente %ecreta, n$o +a"arei muito %obre e"a ne%te"i(ro, e a&(irto ao "eitor 9ue e%ta in+orma#$o n$o : umain%tru#$o para praticar. 1or meio &a prtica &o t[!a"po&emo% a"can#ar rapi&amente o ob@eti(o +ina")&e%en(o"(en&o a% uatro Lue%F %ur!em a% uatro Vi%2e%F&o th[!a" e, traba"han&o com a in%eparati(i&a&e &a (i%$oe &a (acui&a&e, a(an#amo% at: obter o Corpo &e Lu. E%ta: a con%uma#$o &a e?i%t3ncia, na 9ua" o corpo +*%ico %e&i%%o"(e na e%%3ncia &o% e"emento%, 9ue : "u.Di%cutiremo% i%%o mai% tar&e, 9uan&o +a"armo% &o /ruto ou

a rea"ia#$o. 1oi% bem, : nece%%rio "e(ar em conta 9ue,para 9ue prtica &o t[!a"  po%%a +uncionar, %e &e(erpre(iamente ter aper+ei#oa&o a prtica &e tekch[ , e opraticante &e(er %er capa &e permanecerininterruptamente no e%ta&o &e Contemp"a#$o.

0e%mo eu, por e?emp"o, ten&o recebi&o &e Chan!chubDor@e in%tru#2e% %obre a prtica &e th[!a" 9uan&o e%ti(ecom e"e no Tibet, comecei a pratic-"o %omente muito%ano% &epoi%, poi% &urante muito tempo n$o acre&ita(a ter&e%en(o"(i&o a capaci&a&e nece%%ria. Ent$o, uma noite,

&epoi% &e pa%%ar muito% ano% na It"ia en%inan&o nauni(er%i&a&e, %onhei, como muita% outra% (ee%, 9ue(o"ta(a a (i%itar meu me%tre Chan!chub Dor@e no Tibet.Na9ue"a oca%i$o, o me%tre me %au&ou e me &i%%e) AhGRe!re%%a%te &a It"ia, n$o :_F Sim, por:m tenho &e(o"tar ime&iatamenteF, re%pon&i, poi% e%ta(a um poucopreocupa&o pen%an&o o 9ue aconteceria %e a% autori&a&e%chine%a% me encontra%%em a"i. Ent$o meu me%tre per!untoucomo e%ta(a pro!re&in&o minha prtica, e eu &i%%e 9ue

pen%a(a 9ue ia ba%tante bem. E"e me per!untou 9ue prticaprincipa" e%ta(a rea"ian&o prioritariamente, ao 9ue eure%pon&i) Si!o com o trekch[G...  N$o come#a%te apraticar o T[!a"_   Re%pon&i 9ue n$o, poi% e"e %empre me&i%%e 9ue era nece%%rio e%tar bem e%tabe"eci&o notrekch[   ante% &e come#ar a prtica &o th[!a". Sim <&i%%e <, por:m n$o &i%%e 9ue &e(eria% pa%%ar a (i&a to&area"ian&o e%ta prtica che!ou o momento &e praticare% oth[!a". Se ti(ere% a"!uma &(i&a com re%peito B prtica,( e pe#a a 'i!me Lhin!pa para e%c"arecerF. 1en%ei 9ue%er muito e%tranho 9ue me &i%%e%%e i%%o, poi%, como to&o%%abemo%, 'i!ma Lhin!pa, o !ran&e me%tre &e &o!chen,morreu +a %:cu"o% K(er a in+orma#$o %obre e%%e me%trena i"u%tra#$o corre%pon&ente. Du(i&an&o ha(er enten&i&obem o 9ue &i%%era meu me%tre, pe&i-"he 9ue me e?p"ica%%e,

por:m e"e %e "imitou a re%pon&er) 'i!ma Lhin!pa e%t namontanha 9ue e%t atr% &a ca%a. V (3-"o a!ora me%mo.Atr% &a ca%a &e meu me%tre ha(ia uma a"ta montanha

rocho%a. O me%tre me ha(ia &ito 9ue %ubi%%e at: o cume,on&e (eria uma !ruta na 9ua" encontraria 'i!ma Lhin!pa.Eu conhecia a9ue"a montanha per+eitamente, @ 9ue 9uan&o(i(ia com meu me%tre %ubi ne"a muita% (ee% para bu%carer(a% me&icinai%, por:m nunca (i !ruta a"!uma. 1orcon%e!uinte pen%ei i%to : muito e%tranho n$o creio 9ueha@a uma !ruta a"iF e, como ha(ia &oi% mo&o% &e %ubir amontanha, per!untei em (o a"ta) por on&e %e %obe parae%%a !ruta_F O me%tre &i%%e %imp"e%mente) Sobe &ireto&a9uiG Rpi&o, %obe "o!oG 1e&e a 'i!me Lhin!pa 9ue tee%c"are#a a"!uma &(i&a 9ue tenha% %obre o th[!a", epratica-o "o!oF. Ent$o n$o pu&e per!untar mai% na&a

por9ue %abia 9ue, %e n$o o +ie%%e "o!o, o me%tre po&eriaa&moe%tar-me e +icar muito an!a&o. A%%im, poi% "here%pon&i bem, @ (ouF, e parti ime&iatamente. Em meu%onho, %ubi a montanha pe"a parte &etr% &a ca%a, por um"u!ar no 9ua" n$o ha(ia caminho e a rocha era muito "i%a,ma% &ei um @eito &e %ubir en!atinhan&o. Em certo momentome &ei conta 9ue ha(ia a"!o ta"ha&o na rocha e, como o%tibetano% +re9>entemente enta"ham mantra%   na% pe&ra% e%uper+*cie% rocho%a%, pen%ei 9ue %e trata(a &e a"!uma%&a% +rmu"a% em 9ue%t$o. 0uito bem, 9uan&o tentei

41

Page 42: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 42/57

α α α

&eterminar &e 9ue mantra%  %e trata(a, me &ei conta &e 9ueera um te?to e n$o a"!uma% +rmu"a% i%o"a&a%. Ao "era"!uma% ora#2e%, %oube 9ue %e trata(a &e um tantracomp"eto, 9ue parecia %er um &o% tantra%   &o &o!chen .1en%an&o 9ue caminhar %obre um tantra  n$o era uma a#$omuito po%iti(a, comecei a recitar o mantra &a% cem%*"aba% &e Va@ra%at(a a +im &e puri+icar a a#$o ne!ati(a9ue e%ta(a rea"ian&o.

Ent$o che!uei a uma rocha e9ui"ibra&a %obre uma ponta

em 9ue e%ta(a e%crito o titu"o &o tantra Ko 9ua", como&e%cobri mai% tar&e, era o &e um terma  &a %:rie upa&e%haou man!a!&e   &o &o!chen . Se!ui %ubin&o e che!uei a umcampo p"ano, em cu@o e?tremo ha(ia um !ran&e a+"oramentorocho%o. Caminhei "entamente para e"e e ao che!ar, :"!ico, encontrei a !ruta. Embora ain&a n$o e%ti(e%%etota"mente con(enci&o &e 9ue 'i!me Lhin!pa e%ti(e%%e&entro, me apro?imei "entamente &a entra&a e o"hei %euinterior. A !ruta era ba%tante amp"a e tinha uma rochabranca bem !ran&e no meio, %obre a 9ua" e%ta(a %enta&o ummenino muito pe9ueno (e%ti&o com roupa% aui%tran%parente% muito "e(e%, &e um materia" %eme"hante ao9ue %e uti"ia no Oci&ente para +aer roupa% &e &ormirpara mu"here%. O menino, 9ue tinha o cabe"o muito "on!o,e%ta(a %enta&o in+orma"mente, com %ua% perna% e%tica&a%

para +rente, e n$o em uma po%i#$o &e me&ita#$o ou &eprtica. Subi a !ran&e rocha branca e o"hei B e%9uer&a ea &ireita para (er %e ha(ia a"!uma outra pe%%oa, por:mn$o ha(ia nin!u:m mai% na !ruta. 1en%an&o comi!o me%moE%te n$o po&e %er 'i!me Lhin!pa, poi% : % uma crian#ape9uenaF, me apro?imei &e"e "entamente. O menino pareciat$o %urpre%o &e me (er como eu e%ta(a &e (3-"o. Ent$o,como meu me%tre me man&ou e%peci+icamente para encontrar'i!me Lhin!pa e n$o ha(ia nin!u:m mai% no "u!ar, &eci&i9ue era e"e e, portanto &e(ia 9ue %er re%peito%o. A%%im,poi% en9uanto o menino me o"ha(a %em &ier na&a, +a"eicom !ran&e re%peito) 0eu me%tre me man&ou encontr-"oF.Com um !e%to, ma% ain&a %em +a"ar, o menino me in&icou9ue %enta%%e, coi%a 9ue eu +i, pen%an&o) o 9ue e"e (ai+aer_F. O menino, cu@a cabe"eira n$o e%ta(a pre%a, ma%

caia "i(remente %obre o% ombro%, p% a m$o na cabe#a etirou &o cabe"o um pe&a#o &e pape" enro"a&o 9ue pareciacom um ci!arro e, abrin&o, come#ou a "er em (o a"ta comum timbre a!u&o prprio &e uma crian#a. Ao me &ar conta9ue e%ta(a "en&o um tantra  9ue trata(a &a% uatro Lue%&o th[!a", pen%ei para mim me%mo) Ent$o meu me%tre tinhara$o em man&ar-me a9ui para (3-"oGF Entretanto, muito%urpre%o, &e%pertei e e%ta(a no ambiente +ami"iar &o meuapartamento na It"iaF. Soube ent$o 9ue ha(ia che!a&o ahora &e praticar o th[!a".

uan&o o me%tre n$o e%t pre%ente e, por i%%o, n$opo&e &ar pe%%oa"mente ao &i%c*pu"o in%tru#2e% oucon%e"ho%, +re9>entemente mani+e%tam-%e %inai% &e%te tipoa partir &e %ua prpria c"ari&a&e, 9ue con%tituemmani+e%ta#2e% &a (i%$o pura e 9ue e"e n$o &e(e con+un&ircom %ua% +anta%ia%, a% 9uai% pertencem B (i%$o impura e%ur!em &e marca% crmica%  na corrente con&iciona&a &e %uacon%ci3ncia.

Cabe a&(ertir tamb:m 9ue empreen&er a prtica &o

th[!a" prematuramente ou no momento incorreto, %em ha(er&e%en(o"(i&o %u+icientemente o trekch[ , cau%aria %:rio%ob%tcu"o% ao Caminho. A me"hor !arantia contra tai%erro% %$o a% orienta#2e% &e um me%tre 9ua"i+ica&o e ap"ena con+ian#a em %ua% in%tru#2e%.

era"mente con%i&era-%e o &o!chen um en%inamentomuito e"e(a&o, poi% %ua% prtica% con&uem o in&i(*&uo,&e um mo&o muito &ireto, a uma rea"ia#$o t$o comp"etacomo a repre%enta&a pe"o Corpo &e Lu. Com e+eito,nin!u:m, em nenhuma &a% e%co"a% bu&i%ta% tibetana%, ne!a%er o &o!chen  um en%inamento muito e"e(a&o, ou inc"u%i(eo mai% e"e(a&o. O 9ue a"!un% ob@etam : 9ue : &ema%ia&oe"e(a&o, a"!o a":m &a capaci&a&e &a% pe%%oa% comun%, ata" ponto 9ue parece %er uma prtica % para inicia&o%rea"ia&o%. 1oi% bem, um in&i(*&uo p"enamente rea"ia&o

n$o nece%%ita em ab%o"uto percorrer o Caminho. Se!un&o o%te?to% &o &o!chen , para praticar o en%inamento %omente%e re9uer a pre%en#a &e cinco con&i#2e% %e ao e?aminar an% me%mo% (irmo% 9ue po%%u*mo% a% cinco e n$o +a"tarnenhuma, po&emo% abor&ar a prtica ime&iatamente. Se+a"tar a"!uma, po&emo% traba"har para &e%en(o"(3-"a noentanto o mai% pro((e" : 9ue na maioria &a% pe%%oa% @e%te@am to&a% pre%ente%.

AS CINC CA1ACIDADES NECESSgRIAS1ARA E01REENDER A 1RgTICA D DZ CEN

1. 1ARTICI1APQ )  A participa#$o con%i%te em ter(onta&e &e e%cutar e compreen&er o en%inamento e,mai% ain&a, em cooperar comp"etamente com o me%tre&e +orma ati(a e participati(a. N$o ba%ta o me%tree?p"icar, %em 9ue o &i%c*pu"o contribua por %eu"a&o.

2. DILIdNCIA) A &i"i!3ncia n$o : outra coi%a 9ue aCon%t=ncia na participa#$o.

3. C N S C Id N C I A 1 R E SE N T E)  Si!ni+ica 9ue &e(emo%e%tar pre%ente% no momento, a ca&a in%tante, %emno% &i%trair. N$o h bene+icio em conhecer to&a a

42

Page 43: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 43/57

α α α

teoria &o% en%inamento% e continuar (i(en&o t$o&i%tra*&o como ante%.

4. A 1 R g TI C A 0 E S 0A )  &e(emo% che!ar e+eti(amente BContemp"a#$o. N$o ba%ta %imp"e%mente em %aber comopraticar : preci%o che!ar (er&a&eiramente Bprtica. a%%im como %e entra na Via &a Sabe&oria.

5. 1RA'NA) No %enti&o ab%o"uto e%ta pa"a(ra %=n%crita%i!ni+ica Supra-conhecimentoF ou Conhecimento 9ue(ai mai% a":mF. A con&i#$o 9ue in&ica o termone%te ca%o :, %obretu&o re"ati(a e con%i%te empo%%uir a capaci&a&e inte"ectua" nece%%ria paracompreen&er o 9ue : en%ina&o, ma% tamb:m imp"ica apre%en#a &a capaci&a&e &e in%i!ht nece%%ria paracaptar &iretamente, a":m &a% pa"a(ra%, para o 9ue :aponta&o, entran&o na &imen%$o corre%pon&ente &emaneira e+eti(a. De%%e mo&o %e ace%%a B %abe&oriame%ma.

Subenten&e-%e 9ue 1ra@na  n$o : um %imp"e%conhecimento inte"ectua". 1or e?emp"o, como repito+re9>entemente, meu me%tre Chan!chub Dor@e nunca recebeuuma e&uca#$o inte"ectua" e, no entanto, %ua %abe&oria ea% 9ua"i&a&e% &e"a emana&a% eram %urpreen&ente%.

E"e %e %enta(a ca&a &ia no ptio +echa&o em +rente B%ua ca%a para receber ao% 9ue (inham pe&ir-"he con%e"ho%e%pirituai% ou a@u&a m:&ica. 0e%mo %em ter cur%a&o nenhume%tu&o &e me&icina) %eu conhecimento m:&ico mani+e%tou-%ee%pontaneamente a partir &a !ran&e c"ari&a&e 9ue %ur!iu&a %ua contemp"a#$o, e ta" era %ua capaci&a&e curati(a9ue a% pe%%oa% iam (3-"o (in&a% &e muito "on!e paratratar-%e com e"e. 1u&e compro(ar por mim me%mo a !ran&ec"ari&a&e 9ue o caracteria(a 9uan&o pre%enciei uma &e%ua% mani+e%ta#2e% e?traor&inria%.

E%tan&o a pouco% &ia% com Chan!chub Dor@e, e"e mepe&iu 9ue toma%%e nota%, poi% tinha a"!o para &itar.Tinha conhecimento &e 9ue e"e n$o %abia "er nem e%cre(ere, como eu po&ia +aer amba% coi%a% ba%tante bem, %empen%ar muito concor&ei em a@u&-"o no 9ue pu&e%%e.

Senta(a-me &entro &a ca%a B uma me%a, atr% &e uma @ane"a&e 9uatro +o"ha% +eita% &e chi+re e, ao &ei?ar aberta uma&e"a%, po&ia (er e ou(ir o me%tre no ptio em 9ue ocupa(a!ran&e parte &o tempo com %eu% paciente% e &i%c*pu"o%.

Em meio B !ran&e turba 9ue o ro&ea(a, come#a(a a&itar-me %em mani+e%tar nenhuma &(i&a %obre o 9ue e%ta(a&ien&o. 1ara me &ar tempo &e terminar &e e%cre(er o 9ueha(ia &ito, para(a &e &itar e %e!uia com %eu traba"ho.uan&o eu termina(a, o a(i%a(a, e e"e &ei?a(a &e +a"arcom 9uem (iera (3-"o e, %em +aer a menor pau%a, come#a(a

a &itar a"!uma% "inha%, B% (ee% em pro%a B% (ee% em(er%o. 1oi% bem, nenhuma % (e per!untou) On&ee%t(amo%_F, nem na&a pareci&o ao contrrio, %empre eraeu 9ue tinha 9ue "he pe&ir 9ue repeti%%e a"!o 9ue ha(ia&ito, e eu e%9uecera.

Ao +ina" &e a"!un% &ia% rea"ian&o e%%a ati(i&a&e,e%ta(a tota"mente con(enci&o &e 9ue o &ita&o n$o po&iapo%%uir a coer3ncia 9ue re9uer um te?to &o &harma . 1oi%bem, B noite, em meu 9uarto, "i o &ita&o e compro(ei 9ue

o te?to po%%u*a uma per+eita e comp"eta continui&a&e,como a &e um te?to inte"ectua" per+eitamente concebi&o ee%crito, e ca&a noite 9uan&o repetia a me%ma opera#$ocompro(a(a e?atamente o me%mo. Era a%%im, com e+eito, 9ue%empre %e mani+e%tou o% !on!ter F Kterma   &a 0ente-I"umina&a. No +im &e (ria% %emana% traba"han&o &e%%amaneira, comp"etamo% um !ran&e (o"ume &e en%inamento%mai% tar&e (i a"!un% &o% outro% (inte (o"ume% 9ue &itara&e +orma %eme"hante para outro% &i%c*pu"o%.

A% %e!uinte% pa"a(ra% &o Mu&ha con%tituem umaper+eita e?p"ica#$o &o &o!chen)

Na&a &o 9ue %ur!e e%%encia"mente mai% rea" 9ue um re+"e?o

tran%parentemente puro e c"aro,a":m &e to&a &e+ini#$o ou e?p"ica#$o "!ica.No entanto, a% %emente% &a% a#2e% prece&ente%

 < 9ue con%tituem o carma <Se!uem cau%an&o no(a% mani+e%ta#2e%.

0e%mo a%%im, &e(e% %aber 9ue tu&o o 9ue e?i%teCarece e%%encia"mente &e naturea (er&a&eira

E : tota"mente n$o-&ua"G

 

C1A) C NDUTA U ATITUDE

O "timo &o% tr3% a%pecto% &o Caminho : ch[pa , 9ue%i!ni+ica con&utaF ou atitu&e e con%titui um a%pectomuito importante no &o!chen, @ 9ue : a +orma pe"a 9ua"praticamo% na (i&a &iria. De mo&o 9ue n$o e?i%ta%epara#$o entre a prtica e 9ua"9uer ati(i&a&e a 9ua" no%&e&icamo%. At: 9ue n$o %e@amo% capae% &e (i(er a

43

Page 44: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 44/57

α α α

Contemp"a#$o < no E%ta&o auto-per+eito, no% 9uai% o%pen%amento% e a% pai?2e% %$o como "a&r2e% numa ca%a(aiaF < : nece%%rio !o(ernar a no%%a con&uta comcon%ci3ncia e treinar para n$o no% &i%trair. ' (imo% 9uea con%ci3ncia pre%ente  : uma &a% cinco capaci&a&e%nece%%ria% para praticar o &o!chen , e com e+eito,&e(emo% e%tar (er&a&eiramente pre%ente% e con%ciente% emca&a momento.

O praticante &o!chen   po&e u%ar e%ta con%ci3ncia

pre%ente em %ua (i&a &iria para con%e!uir a9ui"o 9ue, &eoutra maneira, con%tituiria o (enenoF &a e?peri3ncia&ua"i%ta, %e tran%+orme no meio 9ue o permita permanecerem contemp"a#$o a":m &o &ua"i%mo. Ta" como a !uacorrente %e con!e"a +orman&o !e"o %"i&o, o "i(re +"u?o&a ener!ia primor&ia" : %o"i&i+ica&oF pe"a a#$o &a cau%ae e+eito con&iciona&o% < o +uncionamento &o carma   &oin&i(*&uo < e, con%e9>entemente, a&ota a apar3ncia &e ummun&o materia" concreto. A ran&e 1er+ei#$oF &a atitu&e&o praticante ou ch[pa , po%%ibi"ita o &om*nio &a% cau%a%crmica% , +aen&o com 9ue %e auto-"iberem ao %ur!ir.

A% cau%a% crmica%   primria%, boa% ou m% %$o como%emente% capae% &e repro&uir a e%p:cie &e p"anta &a9ua" %ur!iram. 1ortanto, para ama&urecer, a %ementenece%%itar cau%a% %ecun&ria% como "u, umi&a&e e ar &o

me%mo mo&o, a% cau%a% crmica% primria%, 9ue %$o comomarca% &a% a#2e% pa%%a&a% impre%%a% na corrente &acon%ci3ncia &o in&i(*&uo, nece%%itam cau%a% %ecun&ria%para ama&urecer e pro&uir o tipo &e %itua#2e% 9ue &e"a%&ecorrem < a% 9uai% por %ua (e ten&er$o a impu"%ionar oin&i(*&uo a rea"iar no(a% a#2e% &o me%mo tipo. 0anten&ouma con%ci3ncia cont*nua, o praticante po&e traba"har coma% cau%a% %ecun&ria% 9ue %e mani+e%tam como a% con&i#2e%9ue e"e encontra na (i&a &iria, impe&in&o 9ue+ruti+i9uem a% cau%a% primria% &o %am%ara  e re+or#an&otu&o o 9ue con&u B "ibera#$o at: 9ue, +ina"mente, %ee%tabe"e#a no E%ta&o 1rimor&ia" no 9ua" : impo%%*(e" %ercon&iciona&o por 9ua"9uer e?peri3ncia 9ue %ur@a, boa oum, e a%%im "o!re a "ibera#$o tota" com re%peito Be?i%t3ncia con&iciona&a.

1ara 9ua"9uer a#$o &o corpo, &a +a"a ou &a mentetran%+ormar-%e em uma per+eita cau%a crmica   primria,capa &e con&icionar o in&i(*&uo e pro&uir uma comp"etacon%e9>3ncia crmica , &e(em ocorrer tr3% a%pecto%%e!uinte%) ante% &e mai% na&a, &e(e ha(er a inten#$o &erea"iar o ato "o!o, a a#$o me%ma &e(e 9ue % e re+etua&a e, +ina"mente, &e(e %ur!ir a %ati%+a#$o &e terrea"ia&o a a#$o.

Um praticante po&e &e%en(o"(er-%e a":m &o n*(e" &ua"&a a#$o con&iciona&a ou carma   9ue &i(i&e a% coi%a% em

boa% ou m%. E %er capa &e +aer 9ua"9uer coi%a,inc"uin&o a"!uma% 9ue parecem chocante% &o ponto &e (i%ta&i(i&i&o e &ua" &a (i%$o crmica   comum. I%to :ab%o"utamente contrrio a e%tar &i%tra*&o, 9ue con%tituia mai% e?trema (io"a#$o &o i&ea" &o &o!chen, a ran&e1er+ei#$o, cu@a prtica &e Contemp"a#$o n$o-&ua" %emani+e%ta como uma (i&a e%pont=nea na 9ua" %e &e%+ruta o@o!o &a% prpria% ener!ia%. I%to n$o %i!ni+ica, noentanto, 9ue to&o% o% 9ue prati9uem o &o!chen   &e(am

(i(er como o +amo%o Yo!ui  e mani+e%ta#$o &a "ouca%abe&oria, Dru!pa un":, 9ue %e encontra(a a":m &o&ua"i%mo e &e 9ua"9uer "imite e con%e9>entemente n$ocomporta(a-%e como %e e%pera(a, e &e 9uem muita%hi%tria% intere%%ante% %$o conta&a%, a"!uma% &e"a% muitocmica% e picante%.

O &o!chen  n$o : mera "icencio%i&a&e ou "ibertina!em9uan&o o praticante n$o e%ti(er no E%ta&o n$o-&ua" &eContemp"a#$o, &e(er manter ininterruptamente a pre%en#a&a con%ci3ncia re%pon%(e" Kou %e@a, o tipo &e a#$o &ua",con%ciente &o% e+eito% &o% prprio% ato%, 9ue : e?p"ica&aem &eta"he no Ap3n&ice I, E%pe"hoF. Como @a%%ina"amo%, i%to : o contrrio B (i(er ba%ea&o emre!ra%) a con%ci3ncia re%pon%(e" : a nica re!ra no&o!chen  e"a %ub%titui to&a% a% re!ra%, @ 9ue o

praticante &o &o!chen  nunca %e e%+or#a para +aer a"!onem %e %ubmete ao con&icionamento &e a"!o e?ternoF.I%to n$o %i!ni+ica 9ue o% praticante% &o &o!chen  n$o

&e(am mo%trar re%peito para com a% re!ra% %e!un&o a%9uai% (i(em o% &emai%. N$o po&emo% an&ar pe"o mun&o aocontrrio &e to&o% e u%ar o &o!chen para @u%ti+icarno%%o ato%. Con%ci3ncia re%pon%(e"F  %i!ni+ica 9uee%tamo% con%ciente% &e tu&o e, em particu"ar, &a%nece%%i&a&e% &a% outra% pe%%oa%. E, embora %e@a (er&a&e9ue a con&i#$o ab%o"uta e%t a":m &o bem e &o ma", acon&i#$o re"ati(a continuar e?i%tin&o para n% en9uantoe%ti(ermo% ata&o% pe"o &ua"i%mo) portanto, &e(eremo%e%tar con%ciente% &e"a e atuar com re%peito B% con&i#2e%9ue e?i%tem ao no%%o re&or, ma% %em +icarmo% pre%o%ne"a%. I%to : o 9ue %i!ni+ica con%ci3ncia re%pon%(e" e

e%te : o princ*pio &a atitu&e ou Ch[pa   &o praticante&o!chen.

N$o &e(emo% no% &ei?ar con&icionar pe"o%en%inamento%, poi% e"e% n$o +oram cria&o% para no% tornarmai% &epen&ente% e %im mai% in&epen&ente%. Um aut3nticome%tre ou me%tra &o!chen  +ar %empre o po%%*(e" para 9ueo &i%c*pu"o %e torne mai% !enuinamente autnomo e po%%a%air &e to&a% a% @au"a%. A%%im, poi% embora a !ran&ec"ari&a&e &e um (er&a&eiro me%tre ou me%tra &o!chencapacite-o% para &ar con%e"ho% ao% %eu% &i%c*pu"o%,

44

Page 45: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 45/57

α α α

inc"u%i(e com re%peito ao% prob"ema% mai% e%pec*+ico% &e%ua (i&a coti&iana, e"e ou e"a %empre e%tar tentan&oa@u&-"o% a ob%er(ar-%e a %i me%mo% e a tomar &eci%2e%%e!un&o %ua prpria con%ci3ncia re%pon%(e".

/a"ei me%tre ou me%traF por9ue, : c"aro, o% me%tre%tanto po&em %er mu"here% como homen%. uan&o tinha9uatore ano%, pa%%ei &oi% me%e% com a !ran&e me%tra Aiohan&ro, cu@o "u!ar &e retiro po&ia %er a"can#a&o aca(a"o &a minha uni(er%i&a&e mon%tica em pouco% &ia%.

Como con%i&era(am 9ue e"a obti(era a rea"ia#$o &aprtica ou %a&hana &e Va@raYo!uini e 9ue, portanto, erauma encarna#$o &e%ta &akini, meu me%tre en(iou-me &urantea% +:ria% para pe&ir-"he a inicia#$o &a &akini  em9ue%t$o. Era muito (e"ha, pouco conheci&a, e ha(ia (i(i&omai% &e cin9>enta ano% em e%curi&$o tota" rea"ian&o umaprtica conheci&a como ian!thik F, 9ue po%%ibi"ita a 9uem@ tem capaci&a&e &e permanecer no e%ta&o &eContemp"a#$o, continuar ne"e at: a rea"ia#$o tota",me&iante o &e%en(o"(imento &a "umino%i&a&e interna e ac"ari&a&e (i%ionria.

Che!an&o B ca%a &e Aio han&ro, tornou-%e e(i&entepara mim 9ue e"a po&ia (er na e%curi&$o t$o bem como nac"ari&a&e embora %eu a@u&ante tenha acen&i&o a"!uma%"=mpa&a% &e mantei!a para mim, %oube 9ue a prpria Aio

han&ro n$o a% u%a(a. ^ "u &a% "=mpa&a% (i o% tra#o%&a9ue"a anci$ t$o %urpreen&ente) %eu cabe"o "on!o, ata&oem tran#a% 9ue che!a(am abai?o &e %ua cintura, eram cina&e%&e %ua% ra*e% at: mai% abai?o &e %eu% ombro%, por:m&a"i em &iante era ne!ro at: a% ponta% +icou c"aro 9uenunca o ha(ia corta&o.

Inicia"mente, Aio han&ro %e ne!ou a &ar-me ainicia#$o 9ue eu ha(ia pe&i&o, &ien&o 9ue e"a era%imp"e%mente uma pobre (e"ha 9ue n$o %abia na&a &o%en%inamento%. Entretanto, %u!eriu 9ue acamp%%emo%pr?imo e, &urante a noite, te(e um %onho &e bom au!riono 9ua" %eu me%tre4` %u!eriu 9ue me &e%%e a inicia#$o. 1orcon%e!uinte, pe"a manh$ man&ou %eu a@u&ante "e(ar-no% o&e%@e@um, a minha m$e e a minha irm$, e a con(i&ar-mepara 9ue +o%%e (3-"a. Na% %emana% %e!uinte% me tran%mitiu

uma !ran&e 9uanti&a&e &e en%inamento%, inc"uin&o aprtica comp"eta &o ian!thik, por i%%o a con%i&ero comoum &o% meu% me%tre% principai%. Durante minha e%ta&a come"a, em re%po%ta B% minha% per!unta%, contou-me ahi%tria &e %ua (i&a, 9ue mai% tar&e e%cre(i4.

A%%im, poi% Ch[pa ou con&uta &o praticante &o!chencon%i%te em permanecer con%tantemente e %em interrup#2e%no E%ta&o &e 1re%en#a ab%o"uta ou Contemp"a#$o n$o-&ua",%em &ei?ar 9ue a mente (a!ue arra%ta&a pe"a corrente &epen%amento% %obre o pa%%a&o, preocupa#2e% acerca &o

pre%ente ou p"ano% para o +uturo. Se %ur!ir a mente &ua",interrompen&o a contemp"a#$o, e n$o pu&ermo% (o"tar a e"aem %e!ui&a, ent$o mantenhamo% a pre%en#a &a con%ci3nciare%pon%(e") %empre 9ue e%ti(ermo% no p"ano re"ati(o&e(emo% manter e%%a pre%en#a.

I%to n$o %i!ni+ica ab%o"utamente n$o +aer p"ano%,ma% no% manter con%ciente% &a% cau%a% %ecun&ria% Bme&i&a em 9ue e"a% ($o %ur!in&o e < &i+erentemente &o pai&a "ua +ormo%aF, o &e%a+ortuna&o heri &e um conto

tibetano 9ue i"u%tra muito bem o 9ue %e pa%%a 9uan&o n$opermanecemo% pre%ente% < no% re"acionamo% com e"a% a":m&e to&a% a% neuro%e%.

Se!un&o a hi%tria, ha(ia um homem t$o pobre, 9ue anica +orma &e con%e!uir a"!o para comer era in&o &eporta em porta pe&in&o a 9uem era mai% a+ortuna&o 9ue e"e9ue "he &e%%em a"!un% !r$o%. Um &ia te(e %orte recebeuuma !ran&e 9uanti&a&e &e !r$o, e %e +oi muito +e"i para%ua ca%a. E%ta era muito pe9uena e, como ha(ia muita%rataana% ne"a, &eci&iu amarrar o %aco &o %eu precio%o!r$o numa (i!a &o teto com uma cor&a, &e mo&o 9ue o%rato% n$o pu&e%%em a"can#-"o. Ent$o &eitou para &ormirem %ua cama, a 9ua", como ha(ia muito pouco e%pa#o naca%a, %e encontra(a @u%tamente &ebai?o &o %aco. Como n$opo&ia &ormir, o men&i!o come#ou a +aer p"ano%, pen%an&o)

N$o (ou comer to&o o !r$o (ou &ei?ar uma parte para%emear e obter mai% !r$o%. Em um ano terei cem  %aco% e,no ano %e!uinte, terei cem (ee% cemF. A%%im pro%%e!uiup"ane@an&o como cre%ceria o nmero &e %aco% 9ue obteriaca&a ano, at: tornar-%e rico, e ent$o pen%ou) ' n$oterei 9ue (i(er ne%ta cabana con%truirei um pa"cio eterei %er(ente% para 9ue cui&em &e mim. Con%e!uirei uma+ormo%a e%po%a, e "o!o, portanto, teremo% +i"ho%. E%toucerto 9ue teremo% primeiro um (ar$o (e@amo% a!ora comopo&eria cham-"o_F. O homem +icou na cama tentan&oencontrar um nome para %eu +uturo +i"ho, por:m nenhum &o%nome% ima!ina&o% o a!ra&ou. /ina"mente, uma "ua c"ara ebri"hante apareceu no c:u ne!ro e, ao (3-"a e?c"amou para%i) i%%oG Vou cham-"o Lua /ormo%aGF 1oi% bem, na9ue"epreci%o momento uma rataana 9ue roia a cor&a 9ue

%u%tenta(a o %aco &e !r$o% 9ue e%ta(a amarra&o B (i!a emcima &e"e terminou &e cortar a cor&a com %eu% &ente%, comi%%o o %aco caiu na cabe#a &o pobre homem, matan&o-oin%tantaneamente. A%%im, nenhum &e %eu% e"abora&o% p"ano%%e rea"iou) por (i(er %onhan&o com o +uturo, o pre%ente"he e%capou.

45

Page 46: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 46/57

α α α

CA1OTUL 7

  /RUT

Se a inten#$o : boa,o Caminho e o /ruto %er$o bon%.

Se a inten#$o : m,o Caminho e o /ruto %er$o mau%.

Lo!o %e tu&o &epen&e&e uma boa inten#$o,

e%+or#a-te con%tantementecu"ti(an&o uma atitu&e menta" po%iti(a.

'i!me Lin!pa

Ma%e K%hiCaminho K"am/ruto K&rebu /RUT U A

REALIZAPQ

A% &i(i%2e% &o en%inamento &o!chen  +oram concebi&a%%omente a t*tu"o e?p"icati(o a rea"ia#$o n$o : a"!o 9ue&e(a %er con%tru*&o, poi% rea"iar-no% %i!ni+ica%imp"e%mente &e%cobrir e mani+e%tar o 9ue &e%&e o come#ocon%titui no%%a prpria e (er&a&eira con&i#$o) o 9ue %econhece como %hiJ ou Ma%e. No &o!chen  em particu"ar,9ue n$o : um Caminho !ra&ua", o Caminho : permanecer noreconhecimento e na mani+e%ta#$o &o e%ta&o 1rimor&ia" ouMa%e, ou %e@a, no E%ta&o 9ue con%titui o /ruto.

por i%%o 9ue o !akYi"J,  9ue no% en%inamento%&o!chen  %imbo"ia a ener!ia primor&ia", tem tr3% parte%,cu@a &i%tribui#$o em +orma &e e%pira" a% torna+un&amenta"mente uma (er a i"u%tra#$oJ. 1o&e-%econ%tatar c"aramente 9ue o !akYi"  ou Ro&a &a A"e!riaFre+"ete a in%eparati(i&a&e e inter&epen&3ncia &o% !rupo%&e tr3%, prprio% &o% en%inamento% &o!chen , i%to ta"(emo%tre &e +orma particu"ar a in%eparati(i&a&e &a Ma%e, &oCaminho e &o /ruto. E, como o &o!chen , A ran&e

1er+ei#$o, : e%%encia"mente a in&i(i%ibi"i&a&e auto-per+eita &o E%ta&o 1rimor&ia", natura"mente &e(e %errepre%enta&a por um %*mbo"o n$o<&ua".

A%%im, poi% o Caminho n$o : a"!o e%tritamente%epara&o &o /ruto o proce%%o &e auto-"ibera#$o (ai %etornan&o ca&a (e mai% pro+un&o, at: 9ue &e%aparece acon%ci3ncia con&iciona&a pe"o erro, para a 9ua" a Ma%e9ue %empre con%tituiu no%%a (er&a&eira Naturea mantinha-%e ocu"ta) i%%o con%titui o /ruto. A pa"a(ra tibetana%e\aJ,  9ue %i!ni+ica inte!rar ou me%c"ar, : empre!a&aa9ui por9ue inte!ramo% B Contemp"a#$o to&a% e ca&a uma&a% e?peri3ncia% e a#2e% &e no%%a (i&a comum. Como no&o!chen  n$o h na&a a mu&ar < n$o h roupa% e%peciai% a(e%tir, nem a"!o 9ue po%%a %e (er e?ternamente < n$o hmo&o &e reconhecer %e a"!u:m e%t ou n$o pratican&o. Com

e+eito, a prtica n$o &epen&e ab%o"utamente &e +orma%e?terna% %eu princ*pio &i 9ue 9ua"9uer e"emento &ano%%a %itua#$o re"ati(a po&e %er a%%imi"a&o B prtica einte!ra&o ao E%ta&o. 1or con%e!uinte, i%to %i!ni+ica 9ueno%%a Contemp"a#$o &e(e %er preci%a, poi% &e outro mo&on$o ter*amo% na&a para inte!rar B% e?peri3ncia% e a#2e%&a (i&a &iria, o 9ue e%t imp"*cito no %e!un&o &o% Tr3%1rinc*pio% &e arab Dor@e, N$o permanecer na &(i&aF)n$o h &(i&a %obre a naturea &e to&o% o% +enmeno% 9ue%e torna c"ara na Contemp"a#$o, poi% e"a : per+eitamentepreci%a.

Ne%te proce%%o &e apro+un&amento (ai-%e &e%en(o"(en&oa% tr3% capaci&a&e% &e auto-"ibera#$o chama&a% cher&r[",%har&r[" e ran!&r[". Em ca&a ca%o, a termina#$o &r["F%i!ni+ica "ibera#$o, como o nome &o +amo%o Mar&o T[&r[",

9ue : tra&ui&o como Libera#$o atra(:% &a e%cuta noe%ta&o &o bar&oF , por:m ho@e em &ia : mai% conheci&o comoO "i(ro tibetano &o% morto%F. A capaci&a&e Cher&r[" &eauto-"ibera#$o : a primeira e menor &a% tr3%. O termocher&r["  %i!ni+ica ob%er(amo% e i%%o %e "iberaF4, e%tetipo &e "ibera#$o %e i"u%tra pe"o mo&o como um cri%ta" &e!ea&a %e &errete K"entamente 9uan&o inci&e o %o". O %o"a9ui n$o repre%enta um ant*&oto 9ue &e(emo% ap"icar paraneutra"iarmo% o (eneno &o &ua"i%mo < como %abemo%, oen+o9ue ba%ea&o em ant*&oto% n$o : &o &o!chen  < por:m :

46

Page 47: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 47/57

α α α

a mani+e%ta#$o &o e%ta&o primor&ia", 9ue +a com 9ue o&ua"i%mo %e "ibere por %i me%mo. Com e+eito, %e n$o no%&i%trairmo%, ma% ao contrrio, ca&a (e 9ue %ur!ir o&ua"i%mo ob%er(armo% o pen%amento a +im &e captar %ua(er&a&eira Naturea, o &ua"i%mo %e auto-"iberar no me%moin%tante em 9ue o pen%amento : ob%er(a&o, tornan&oe(i&ente o E%ta&o 1rimor&ia".

Shar&r[" : uma capaci&a&e m:&ia, 9ue %e i"u%tra coma ima!em &a ne(e 9ue %e &errete no me%mo in%tante em 9ue

cai no mar

`

. O termo %har&r["  %i!ni+ica t$o "o!o %ur!e%e "iberaF, en9uanto 9ue a ne(e repre%enta o%pen%amento%, a% percep#2e% e a% pai?2e% 9ue t3m %ua ba%eno &ua"i%mo. A%%im, poi% t$o "o!o %ur@a a"!um pen%amento&e"u%rio < &i%cur%i(o ou intuiti(o, ab%tratamente oucomo parte &e uma percep#$o %en%oria" &ua" <, o 9ue %ur!e"ibera-%e por %i me%mo %em preci%ar e%+or#o a"!um, a%%imo E%ta&o 1rimor&ia" torna-%e e(i&ente. I%to imp"ica 9uea% pai?2e% 9ue con&icionam B9ue"e% 9ue n$o a"can#arame%te n*(e" &e prtica po&em %er &ei?a&a% em %ua prpriacon&i#$o, %em 9ue ha@a nece%%i&a&e &e interromp3-"a%. 1ori%%o %e &i 9ue no%%a% pai?2e% e no%%a (i%$o crmica  em%ua tota"i&a&e tornam-%e um ornamento no &o!chen , n$o%omo% mai% con&iciona&o% pe"o 9ue %e mani+e%ta e nemape!amo-no% a i%%o, &e%+rutamo% tu&o pe"o 9ue :) o @o!o

&e no%%a prpria ener!ia. E%ta : a ra$o pe"a 9ua" muita%&i(in&a&e% t=ntrica%  carre!am como ornamento uma e%p:cie&e coroa com cinco ca(eira% 9ue repre%entam a% cincopai?2e% 9ue +oram %upera&a%.

A capaci&a&e mai% a(an#a&a &e auto-"ibera#$o chama&a-%e Ran!&r[",  9ue %i!ni+ica %e "ibera por %i me%moF e9ue in&ica uma auto-"ibera#$o in%tant=nea e comp"etamenten$o-&ua" 9ue %e i"u%tra com o e?emp"o &a rapi&e e a+aci"i&a&e com 9ue uma %erpente &e%+a um n em %eucorpo. A %epara#$o &e %u@eito e ob@eto cai por %i me%mae a prpria (i%$o habitua", a @au"a "imita&a, o en!ano &oe!o, &e%aparecem na e%pa#o%a Vi%$o &o 9ue e?i%te. Op%%aro e%t "i(re e, +ina"mente po&e (oar %emob%tcu"o%) po&emo% entrar na &an#a e no @o!o &a%ener!ia% e &e%+rut-"a% a":m &e 9ua"9uer "imite. Di-%e

9ue o &e%en(o"(imento &e%ta Vi%$o %e e?pan&e como +o!o+"ore%ta", at: 9ue a impre%%$o &e 9ue por tr% &e9ua"9uer e?peri3ncia e a#$o h um %u@eito, &ei?a &emani+e%tar-%e por comp"eto. Temo% a (i(3ncia &a Sabe&oria1rimor&ia" na 9ua" tu&o %e mani+e%ta coinci&entemente com%ua (acui&a&e, 9ue a (acui&a&e : no%%o prprio E%ta&o.A9ui %e mani+e%ta a n$o-&ua"i&a&e &a (i%$o e &a(acui&a&e, e &a (acui&a&e &o e%ta&o primor&ia". Ent$opo&emo% &ier 9ue tu&o tem um me%mo %aborF, 9ue : o &a(acui&a&e &o %u@eito e &o ob@eto, poi% o &ua"i%mo +oi

%upera&o comp"etamente) embora %i!am mani+e%tan&o-%e, porum "a&o, o @o!o &a ener!ia 9ue no e%ta&o &ua"con%i&eramo% como no%%o% ob@eto%  e, pe"o outro, acapaci&a&e co!niti(a 9ue no e%ta&o &ua" tomamo% por um% u @e i to % e pa r a& o, a 1re%en#a ininterrupta &aContemp"a#$o po%%ibi"ita &ei?armo% &e e?perimentar uma+a"%a &ua"i&a&e entre ambo%. E%te : o e%ta&o 9ue :aponta&o no% "timo% &o% Sei% Ver%o% Va@ra )

uan&o (emo% 9ue ca&a coi%a ' : auto-per+eita,a en+ermi&a&e &e e%+or#ar-%e por obten#$oDe%+a-%e ren&i&a por %i me%ma e,en9uanto permanecemo% %imp"e%menteno E%ta&o natura" ta" como e"e :,

a 1re%en#a &a Contemp"a#$o n$o &ua"%e mani+e%ta e%pontaneamente &e +orma cont*nua.

 1oi% bem, B me&i&a 9ue a rea"ia#$o %e apro+un&a e

aumenta, certa% capaci&a&e% po&em come#ar a mani+e%tar-%e. A +im &e compreen&er e%ta% capaci&a&e%, &e(emo%enten&er como a i"u%$o &o &ua"i%mo : manti&a pe"apo"ari&a&e %u@eito-ob@eto 9ue %e mani+e%ta na percep#$o%en%oria", 9ue o% en%inamento% bu&i%ta% ana"i%am emtermo% &e %ei% %u@eito%  %en%rio%, %ei% capaci&a&e%

Kcon%ci3ncia% %en%oriai% ou %enti&o% e %ei% ob@eto%%en%rio%. Se tomarmo% como e?emp"o o %enti&o &a (i%$o,teremo% 9ue o %u@eito  &a (i%$o %ur!einter&epen&entemente com a percep#$o &a +orma (i%ua" comoob@eto, e 9ue a percep#$o &a +orma (i%ua" como ob@eto%ur!e @unto com o %u@eito ;, e%ta an"i%e po&e %e ap"icara ca&a um &o% %enti&o% at: che!ar ao "timo &o% %ei%, 9ue: a mente. 0e&iante uma compreen%$o &e%te %ur!irinter&epen&ente &e ca&a %enti&o e &e %eu ob@etore%pecti(o, po&emo% compreen&er como a i"u%$o &e&ua"i&a&e %e mant:m a %i me%ma) em ca&a %enti&o o %u@eitoe o ob@eto %e imp"icam mutuamente, e e%ta po"aria#$o &eto&o% o% %enti&o%, inc"uin&o a mente, cria a i"u%$o &e ummun&o e?terno %epara&o &e um %u@eito 9ue o percebe.Ent$o, a me"hor +orma &e compreen&er i%to : ob%er(an&o

%ua prpria mente na prtica, (en&o como o% pen%amento%%ur!em como on&a% e como o% %enti&o% +uncionam comre"a#$o a impre%%$o 9ue %omo% um eu %epara&o.

 Como &i%%e o Mu&ha ShakYamuni)

1ermanecer em Contemp"a#$ope"o "ap%o &e tempo 9ue "e(a uma +ormi!a a

caminhar&o% p:% at: a ponta &o nari,

o +ar pro!re&ir em &ire#$o B rea"ia#$o

47

Page 48: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 48/57

α α α

muito mai% 9ue uma (i&a inteirarea"ian&o bon% ato% a +im &e acumu"ar m:rito%.

Com o a(an#ar &a prtica, tanto o% pen%amento%&i%cur%i(o% em %ua tota"i&a&e, como a capta#$o intuiti(a&a% %en%a#2e% &o% %enti&o% em termo% &e conceito%, %eauto-"iberam. A i"u%$o &o &ua"i%mo %e &i%%o"(e, com i%%oa aparente &i+eren#a e a i"u%ria &i%t=ncia entre um%u@eito menta" e %eu% ob@eto% &e%aparecem. E como

re%u"ta&o &i%to po&em %e mani+e%tar no praticante o%cinco n![n%h:J ou +orma% %uperiore% &e conhecimentoF9ue n$o &e(em %er bu%ca&a% como ob@eti(o, embora po%%am%ur!ir como re%u"ta&o &a prtica B me&i&a 9uepro!re&imo%.

O primeiro &o% n![n%h: : o &o% o"ho% ou &a (i%$o.Como !era"mente %e concebe a% &i(in&a&e% como %ere% comcapaci&a&e% %uperiore% B% no%%a%, o chamamo% (er&a&eiroconhecimento &o% o"ho% &a% &i(in&a&e%F. O 9ue i%to%i!ni+ica : 9ue &e%en(o"(emo% a capaci&a&e &e (er coi%a%in&epen&entemente &a &i%t=ncia em 9ue %e encontrampo&emo% (er inc"u%i(e o 9ue %e encontra atr% &e ob@eto%opaco% 9ue norma"mente ob%tacu"iam a (i%$o.

No 9ue %e re+ere ao ou(i&o, po&e %ur!ir umacapaci&a&e %imi"ar, chama&a o (er&a&eiro conhecimento &o

ou(irF ou o ou(ir com o% ou(i&o% &a% &i(in&a&e%F. N$oimportan&o a &i%t=ncia, %omo% capae% &e ou(ir to&o% o%%on%, +orte% ou +raco%, e a%%im %uce%%i(amente.

A terceira capaci&a&e : a capaci&a&e &e "er a menteH&o% outro%. Somo% con%titu*&o% pe"o corpo, +a"a e mente.O 9ue (emo% com o% o"ho% : ba%icamente a +orma +*%ica ouo corpo, en9uanto a capaci&a&e &e ou(ir e%t re"aciona&acom a +a"a, a ener!ia &o %om. O corpo e a +a"a %$o mai%concreto% 9ue a mente e, portanto, : mai% +ci" a&9uirira% capaci&a&e% re"aciona&a% com e"e%. Embora %e@a muito&i+*ci" %aber o 9ue outra pe%%oa e%t pen%an&o, : umacapaci&a&e 9ue po&e %ur!ir.

uma hi%tria ba%tante &i(erti&a 9ue i"u%tra ac"ari&a&e e o% n![n%h:J &e meu me%tre Chan!chub [email protected] @ &i%%e, e"e traba"ha(a como m:&ico. Uma (e curou

um paciente muito rico 9ue (i(ia a a"!un% &ia% &e (ia!em,e%te &eci&iu en(iar-"he como %ina" &e a!ra&ecimento,atra(:% &e um &e %eu% %er(ente%, como pre%ente um pacoteamarra&o por uma cor&a, 9ue continha muito% pacotinho% &ech. O %er(ente +oi B ca(a"o e "e(ou to&o o &iaca(a"!an&o e, 9uan&o parou para &ormir, ain&a +a"ta(am&oi% &ia% &e (ia!em at: a ca%a &e Chan!chub Dor@e, pen%ouent$o 9ue o me%tre n$o notaria %e +a"ta%%em a"!un%pacotinho%. A%%im, poi% pu?an&o %ua +aca, cortou opacote, tirou a terceira parte &o% pacotinho% &e ch e

(o"tou a %e"-"o e amarr-"o &e mo&o 9ue parece%%eintacto.

Doi% &ia% &epoi%, 9uan&o eu e%ta(a em ca%a &eChan!chub Dor@e, %em moti(o aparente o me%tre pe&iu a %uae%po%a 9ue prepara%%e comi&a para a"!u:m 9ue che!aria"o!o. Como to&o% na comuni&a&e &e Chan!chub Dor@e e%ta(amaco%tuma&o% a e%%e% e(ento% 9ue pareceriam e%tranho% emoutro% "u!are%, %em na&a per!untar a e%po%a &o me%trecome#ou a +aer o 9ue +oi pe&i&o. Seu e%po%o pe&iu para

9ue %er(i%%em a comi&a &e maneira +orma", com to&o% o%prato% e ta"here% nece%%rio%, por:m &e maneirae%pec*+ica in%i%tiu 9ue n$o %e co"oca%%e nenhuma +aca.Tu&o a9ui"o era ain&a mai% e%tranho por9ue, a meno% 9ue o(i%itante e%pera&o +o%%e uma pe%%oa importante, n$ocomeria %epara&o &o% &emai%.

uan&o +ina"mente che!ou o men%a!eiro, eu me pu% aob%er(ar cui&a&o%amente o 9ue acontecia. E"e %au&ou ome%tre com !ran&e re%peito, entre!an&o-"he o pacote%e"a&o e tran%mitiu-"he o% a!ra&ecimento% &e %eu amo, 9ue+icou comp"etamente cura&o. Chan!chub Dor@e man&oua!ra&ecer-"he, co"ocou o pacote &e "a&o, &ien&o 9ueabriria mai% tar&e, e per!untou ao men%a!eiro %e tinha+ome. uan&o e%te "timo re%pon&eu 9ue %im, +oi %er(i&a acomi&a prepara&a para e"e, a 9ua" era um pouco mai%

abun&ante &o 9ue o habitua" em no%%a comuni&a&e e inc"u*a(rio% prato%, 9ue o men%a!eiro comeu com &e"eite. uan&oche!ou a carne, no entanto, %e &eu conta &e 9ue na me%an$o ha(ia +aca para cort-"a. Inicia(a a bu%ca &a +aca nabo"%a 9ue e%con&ia na% &obra% &e %ua roupa, 9uan&o ome%tre "he &iri!iu um o"har +ero e "he &i%%e ca"mamente) inti" bu%car tua +aca a*, ami!o. A &ei?a%te na rochaao "a&o &o caminho h &ua% noite%, 9uan&o u%a%te paraabrir o pacote 9ue me en(iaram e rouba%te um ter#o &o%pacote% &e chGF. Ta"(e compreen&am por 9ue a partir&e%%e acontecimento nin!u:m na comuni&a&e &e Chan!chubDor@e mentia nem tenta(a en!anar a"!u:m.

A 9uarta capaci&a&e 9ue po&e mani+e%tar-%e comore%u"ta&o &o &e%en(o"(imento no Caminho para area"ia#$o, : o conhecimento &a (i&a e &a morte. 1o&emo%

%aber, por e?emp"o, 9uan&o a"!u:m (ai morrer e &e 9uemaneira, a%%im como on&e rena%cer. E%te conhecimento : ore%u"ta&o &e um ta" &e%en(o"(imento &a capaci&a&e &econhecer o tempo, 9ue %omo% capae% &e ir a":m &e"e.De%en(o"(emo% a capaci&a&e &e conhecer a tota"i&a&e &a%cau%a% %ecun&ria% re"aciona&a% com uma pe%%oa, inc"uin&oa% 9ue %e mani+e%tar$o 9uan&o a pe%%oa morrer.

Como i"u%tra#$o &e%%a capaci&a&e h uma outrahi%tria &e um %er(ente a 9uem %eu amo, 9ue tamb:m (i(iaa a"!un% &ia% &e (ia@em, en(iou, como men%a!eiro a ca%a

48

Page 49: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 49/57

α α α

&e Chan!chub Dor@e para pe&ir-"he rem:&io% para a +i"ha&o amo, 9ue e%ta(a muito &oente. 1oi% bem, o me%tre &i%%e9ue %eria inti" en(i-"o%, por9ue a +i"ha ha(ia morri&oime&iatamente ap% a parti&a &o men%a!eiro um +ato 9ue%omente &e%cobriria atra(:% &e %ua c"ari&a&e. Como omen%a!eiro, n$o %aben&o %e acre&ita(a ou n$o, e temen&o9ue a menina ain&a e%ti(e%%e ain&a (i(a e o %eu amo&i%%e%%e 9ue ha(ia +a"ta&o com %eu &e(er, in%i%tiu em"e(ar o% rem:&io%. 0uito bem, 9uan&o (o"tou %oube 9ue a

menina ha(ia morri&o e?atamente B hora in&ica&a porChan!chub [email protected] 9uinta capaci&a&e, chama&a (er&a&eiro conhecimento

&o% mi"a!re%F, n$o : % uma compreen%$o inte"ectua", ma%a capaci&a&e concreta &e rea"iar portento%. 1ara a9ue"e%9ue +oram a":m &e to&o% o% "imite%, tai% ati(i&a&e% %etornam naturai% e, portanto n$o po&em %er con%i&era&a%como mi"a!ro%a%. era"mente pen%amo% 9ue o% mi"a!re% %$o+orma% paranormai% e e?traor&inria% &e a+etar%i!ni+icati(amente ob@eto% aparentemente e?terno%portanto, a &i(i%$o &a rea"i&a&e em internaF e e?ternaF: uma i"u%$o, e 9uan&o %e %upera e%ta i"u%$o : po%%*(e"ir a":m &e to&o% o% "imite% u%uai%. Um e?emp"o &i%to : ahi%tria 9ue %e conta &e como o Yo!ui  0i"arepa %ere+u!iou &e uma tormenta &e !ranio &entro &e um chi+re

&e Ya9ue  9ue @aia no ch$o, %em 9ue o chi+re aumenta%%e&e tamanho nem 0i"arepa enco"he%%e. (er +i!ura `8J.Outro e?emp"o &a irrea"i&a&e &e no%%o% "imite% : aa+irma#$o &o Mu&ha ShakYamuni %e!un&o e"e h tanto%Mu&ha% em um tomo como tomo% no uni(er%oH. 1or n$opo&ermo% enten&er o %enti&o &e%%a &ec"ara#$o &entro &o%"imite% habituai% &o% conceito% mentai%, &iemo% 9ue e"ae?pre%%a a"!o mi"a!ro%o. No entanto, a%%im : a rea"i&a&ee o 9ue %uce&e : 9ue n$o %omo% capae% &e capt-"a como:.

INTERAPQ T TAL D SU'EIT E D M'ET

O% %inai% anteriormente a"u&i&o% po&em ou n$o %ur!irno Caminho e, %e %ur!em, po&em %ur!ir em 9ua"9uer or&em.

0uito bem, o 9ue n$o &e(e &ei?ar &e %ur!ir : a %e?tacapaci&a&e, 9ue : a capaci&a&e &o /ruto, conheci&a comot[&re", 9ue %i!ni+ica a":m &o conceitoF ou como oc:uF. E%ta capaci&a&e imp"ica a comp"eta reinte!ra#$o &o%u@eito e &o ob@eto pe"o% m:to&o% particu"are% &o&o!chen , o% 9uai%, ten&o como ba%e a me%tria na+unciona"i&a&e &a prpria ener!ia e &a +orma em 9ue e%ta%e mani+e%ta, permitem a"can#ar a Rea"ia#$o Tota" em uma% (i&a.

To&o% o% m:to&o% &o% (rio% caminho% < o% &o% %utra% ,e &e to&o% o% n*(ei% &o tantra e o% &o &o!chen  < "e(am aRea"ia#$o tota", 9ue con%titui o /ruto) a %upera#$o &ae?i%t3ncia con&iciona&a na mani+e%ta#$o &o E%ta&o1rimor&ia", 9ue +a na%cer em n% uma per+eitacompreen%$o &o +uncionamento &a rea"i&a&e com to&o% o%%eu% +enmeno% e uma per+eita Sabe&oria8. 1oi% bem, o%%utra%  e?p"icam 9ue, ap"ican&o %eu% m:to&o% particu"are%,&emoraremo% (rio% ka"pa%   ou era% para a"can#ar e%te

e%ta&o

W

  < e, embora o% m:to&o% &o% tantra%   in+eriore%%e@am mai% rpi&o%, ap"ican&o-o% %e &emorar muita% (i&a%para a"can#-"o. Ao contrrio, o% tantra%  %upremo% e o&o!chen  < cu@o% m:to&o% %$o mai% &ireto% ain&a 9ue o%tantra%   %upremo% < no% permitem a"can#ar a Rea"ia#$oTota" em uma (i&a. A% (i%2e% &o "on!&:  e &a prtica &ot[!a" < o en%inamento +ina" e mai% %ecreto &o &o!chen  <permitem ao praticante &e%+aer rapi&amente o% n% &ae?i%t3ncia con&iciona&a e a"can#ar o tipo mai% ab%o"uto etota" &e Rea"ia#$o, 9ue cu"mina com a comp"eta&i%%o"u#$o &o corpo +*%ico na e%%3ncia &o% %eu%e"emento%, 9ue : "u.

1ara con%e!uir e%ta Rea"ia#$o, : nece%%rio inte!raro %emn* < 9ue %i!ni+ica naturea &a menteF e 9ue tamb:m: chama&o "in!   internoF < com o ch[ni  9ue %i!ni+ica

con&i#$o &a e?i%t3nciaF e : tamb:m chama&o "in!e?ternoF. O +ato &e 9ue ambo% %e@am chama&o% "in!  < 9ue%i!ni+ica e%pa#oF e 9ue tra&u o termo %=n%crito &hatu<, in&ica 9ue &e%&e o come#o ti(eram a me%ma naturea Koe%pa#o interno e o e%pa#o e?terno %$o i&3ntico% .1oi% bem, a Rea"ia#$o em 9ue%t$o n$o con%titui umaanu"a#$o &a e?i%t3ncia o en%inamento &o!chen  parte &oconhecimento &e 9ue a N at ur e a e %% en ci a" & om i c r o c o % m o < o i n & i ( * & u o < e a & o m a c r o c o % m o < ou n i (e r % o : a m e % m a  e 9ue, por con%e9>3ncia, 9 u a n & o& e %c o br i mo % e m a ni + e% t am o % p e r+ e it a me n te n o %% aprpria Naturea e%tamo% &e%cobrin&o emani+e%tan&o a Naturea &o uni(er%o . A e?i%t3ncia &a&ua"i&a&e : apena% uma i"u%$o e, 9uan&o e%ta %e &i%%o"(e,&e%cobrimo% e mani+e%tamo% +unciona"mente a

in%eparabi"i&a&e e a i&enti&a&e primor&ia" no%%ae & o u ni ( er % o. 1 or m ei o & a i nt e! ra #$ o & o " in !i n t er n o e & o " i n ! e ? t e r no % e m a n i +e % t a o C o r p o & eLu. Se o% outro% cinco n![n%he   %$o %inai% &e&e%en(o"(imento no Caminho, e%te : o /ruto me%mo em %uam?ima e?pre%%$o.

O @a">%  ou Corpo &e Lu rea"ia&o por meio &a prtica&o &o!chen  : &i+erente &o !u>">  < o corpo maYco F oucorpo i"u%rioF < 9ue %e a"can#a atra(:% &a% prtica%&o% tantra%  %uperiore%. O !u>"> &epen&e &o prana   %uti"

49

Page 50: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 50/57

α α α

&o in&i(*&uo e, na me&i&a em 9ue o &o!chen con%i&era oprana  como a"!o pertencente B &imen%$o re"ati(a, n$o ocon%i&era como a rea"ia#$o tota". O @a">%  ou Corpo &eLu, ao contrrio, : um mo&o &e mani+e%tar a rea"ia#$o9ue : pecu"iar ao% me%tre% 9ue "e(aram a% "tima%con%e9>3ncia% a prtica &o "on!&:  ou &o me!a!&:  e 9ue,apena% com muito pouca% interrup#2e% na "inha!em,%e!uiram %e pro&uin&o at: no%%o% &ia%. O me%tre &e meume%tre Chan!chub Dor@e a"can#ou e%te n*(e" &e rea"ia#$o,e a mim me con%ta 9ue o +ato em 9ue%t$o n$o : uma +bu"a,poi% Chan!chub Dor@e o pre%enciou. E"e me contou como %eume%tre Na!"a 1ema D>&&u" con(ocou %eu% &i%c*pu"o% < tantoo% 9ue %e encontra(am "on!e como o% 9ue e%ta(am pr?imo%< e "he% &i%%e 9ue &e%e@a(a tran%mitir-"he% a"!un%en%inamento% 9ue at: o momento n$o ha(ia &a&o &e maneirainte!ra". A%%im, poi% "he% tran%mitiu o% en%inamento% em9ue%t$o e, em continua#$o, &urante mai% &e uma %emanarea"iaram @unto% um !anapu@a , um meio e?ce"ente parae"iminar o% ob%tcu"o% 9ue po&em %ur!ir entre me%tre e&i%c*pu"o%, a%%im como entre o% &i%c*pu"o%. Lo!o, no +im&a9ue"a %emana, Na!"a 1ema D>&&u" anunciou 9ue ha(iache!a&o a hora &e morrer e %e propunha a +a3-"o em umacerta montanha pr?ima. Seu% a"uno% imp"oraram 9ue n$omorre%%e, por:m e"e re%pon&eu 9ue @ ha(ia che!a&o %ua

hora e 9ue n$o ha(ia mai% na&a a +aer. To&o% oacompanharam na %ubi&a &a montanha at: o "u!ar on&e ome%tre armou uma pe9uena ten&a &e campanha. Emcontinua#$o, +e com 9ue o% &i%c*pu"o% co%tura%%em aten&a comp"etamente, &ei?an&o-a hermeticamente +echa&a, epe&iu-"he% 9ue o &ei?a%%em em pa &urante %ete &ia%.

O% &i%c*pu"o% &e%ceram a montanha acampan&o ao p: &ame%ma, &urante %ete &ia% cho(eu muito e hou(e muito%arco-*ri%. /ina"mente (o"taram a %ubir e abriram a ten&a,9ue e%ta(a co%tura&a, ta" como ha(iam &ei?a&o. Tu&o o 9ueencontraram &entro +oi, a% roupa% &o me%tre, %eu cabe"o e%ua% unha%. A% roupa%, 9ue eram a% &e uma pe%%oa "aica,e%ta(am amontoa&a% on&e e"e e%ta(a %enta&o, com o cintoain&a amarra&o B a"tura &a cintura) &ei?ou-a% ta" comouma %erpente &ei?a a (e"ha pe"e 9ue mu&ou. 0eu me%tre

e%ta(a pre%ente e me contou e%ta hi%tria, por i%%o %ei9ue : (er&a&eira e 9ue a rea"ia#$o em 9ue%t$o :po%%*(e". Conhe#o outra% hi%tria% %eme"hante%, por:m huma particu"armente intere%%ante conta&a por meu tioTo!&en. Em 458`, na re!i$o &o Tibet &a 9ua" pro(enho,(i(ia um anci$o 9ue na %ua @u(entu&e +oi a%%i%tente &e umme%tre &o!chen   e, em con%e9>3ncia, ou(ira muito%en%inamento%, embora &urante o re%to &e %ua (i&a < pormuito%, muito% ano% < (i(era &e uma maneira muito%imp"e%, !ra(an&o mantra%  na% rocha%, %em 9ue nin!u:m %e

importa%%e muito nem pen%a%%e 9ue %e trata(a &e umpraticante. 0uito bem, um &ia o anci$o anunciou 9ue iamorrer ao +im &e %ete &ia% e en(iou uma men%a!em ao %eu+i"ho 9ue era mon!e &ien&o 9ue 9ueria &ei?ar to&o% o%%eu% pertence% para o mo%teiro em 9ue e"e (i(ia. Omo%teiro &i(u"!ou por to&o% o% "u!are% a not*cia &e 9uea9ue"e homem 9ueria 9ue o &ei?a%%em encerra&o &urante%ete &ia% para morrer e como to&o% %abiam o 9ue i%to%i!ni+ica(a, apareceu muita !ente &e (rio% "u!are% e oa%%unto %e tran%+ormou em um acontecimento pb"ico. a(iarepre%entante% &e to&a% a% e%co"a% bu&i%ta%, &o% !ran&e%mo%teiro%, e inc"u%i(e membro% &a a&mini%tra#$o chine%a,9ue na9ue"e tempo era con%titu*&a inte!ra"mente pormi"itare%. A%%im, 9uan&o abriram a habita#$o na 9ua" ohomem +icou +echa&o &urante %ete &ia%, muita !ente e%ta(apre%ente. E to&o% (iram 9ue e"e n$o &ei?ou corpo %+icaram a% roupa% e a% impurea%F &o corpo) a% unha% eo% cabe"o%6.

0eu tio Yo!ui +oi me (er na ca%a &e meu pai "o!o ap%ter pre%encia&o o acontecimento e, com o% o"ho% cheio% &e"!rima%, contou-me o ocorri&o, &ien&o 9ue era umaenorme tra!:&ia nin!u:m reconhecer 9ue a9ue"a pe%%oaaparentemente comum, 9ue (i(ia t$o pr?ima a n%, era umpraticante mara(i"ho%o, &e 9uem po&er*amo% ter recebi&o

en%inamento%. 1or:m, i%%o : o 9ue acontece com o%praticante% &o!chen)  n$o h %inai% e?terno% 9ue o%i&enti+i9uem.

Na prima(era &e 457; (i%itei o Nepa" para &aren%inamento% e para praticar, em To"u on!pa, um mo%teiro&e uma montanha 9ue %e encontra perto &o monte E(ere%t eno 9ua", em %ua :poca, 1a&ma%ambha(a e %ua con%orte0an&ara(a rea"iaram a prtica &e "on!a (i&a. /oi na9ue"a(ia!em 9ue me inteirei &o 9ue ha(ia %uce&i&o com meu tioTo!&en, !ra#a% ao re"ato &e um tibetano 9ue +oi+uncionrio &o !o(erno na re!i$o em 9ue e"e (i(eu e 9ueacabara &e che!ar a athman&u pro(eniente &o Tibet.Se!un&o %oube, &epoi% 9ue &ei?ei o Tibet, meu tiocontinuou (i(en&o em retiro em %ua !ruta i%o"a&a &urantemuito% ano%, ma% &epoi% &e ba%tante tempo, &urante o

per*o&o &a Re(o"u#$o Cu"tura", como muito% outro% Yo!ui%,+ieram-no %air &o %eu retiro, poi% &ecretaram 9ue a%pe%%oa% 9ue recebiam comi&a %em traba"har e?p"ora(am o%traba"ha&ore%. 0ai% a+ortuna&o 9ue muito% outro%, aoin(:% &e o %ubmeterem a um @u"!amento pb"ico e a a"!umca%ti!o po%%i(e"mente %:rio, %imp"e%mente +oi co"oca&o empri%$o &omici"iar. Entre outra% re%pon%abi"i&a&e%, ohomem 9ue encontrei em athman&u +oi encarre!a&o &acont*nua cu%t&ia &e To!&en, a 9uem permitiu (i(er em umaca%inha &e ma&eira pertencente B uma +am*"ia tibetana 9ue

50

Page 51: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 51/57

α α α

pro(ia %ua% nece%%i&a&e%, &e mo&o 9ue e"e continuou %euretiro como ante%. Depoi%, como o +uncionrio em 9ue%t$otran%+ormou-%e em %ua !arantia, permitin&o (i(er em umaca%a i%o"a&a a e"e &e%tina&a no campo, %ob uma (i!i"=nciameno% e%trita) o +uncionrio o (i%ita(a re!u"armente para%uper(i%ion-"o.

0uito bem, um &ia o +uncionrio che!ou e encontrou aca%a +echa&a. uan&o con%e!uiu entrar, encontrou o corpo&e To!&en em %ua a"mo+a&a &e me&ita#$o, por:m enco"hi&o,&e mo&o 9ue %eu tamanho era como o corpo &e uma crian#ape9uena. O +uncionrio e%ta(a muito preocupa&o) comopo&ia e?p"icar ta" coi%a ao% %uperiore% chine%e%_ N$open%ariam 9ue ha(ia in(enta&o uma hi%tria para permitir-"he e%capar_ A%%im, poi%, +oi ime&iatamente in+ormar o%uce&i&o e, 9uan&o re!re%%ou ao "u!ar ao +im &e a"!un%&ia%, acompanha&o &e a"to% +uncionrio% &o !o(erno "oca",o corpo &e To!&en ha(ia &e%apareci&o por comp"eto%omente %eu cabe"o e %ua% unha% e%ta(am a"i ain&a. uan&o%eu% %uperiore% %urpre%o% "he pe&iram uma e?p"ica#$o %po&ia &ier-"he% 9ue ha(ia ou(i&o 9ue certo% te?to%re"i!io%o% anti!o% &iiam 9ue o% Yo!ui%  po&iam a"can#ar o9ue %e conhecia como um corpo &e "uF, por:m e"e @amai%ima!inara (er a"!o %eme"hante. O acontecimento oimpre%%ionou a ta" ponto, 9ue &e%en(o"(eu ne"e um +orte

intere%%e na e%piritua"i&a&e e, t$o "o!o po&e, con%e!uiue%capar a p: ao Nepa", on&e pen%ou na po%%ibi"i&a&e &ereceber en%inamento% e praticar, e a* +ina"mente no%encontramo%. Como(eu-me pro+un&amente ou(ir a hi%tria &area"ia#$o &o meu tio conhecen&o o !ra(e prob"ema 9ueha(ia ti&o com %eu &e%e9ui"*brio menta" 9uan&o @o(em, eun$o e%pera(a 9ue a"can#a%%e ta" n*(e" &e rea"ia#$o emuma % (i&a. Seu e?emp"o i"u%tra o 9ue : po%%*(e" para9ua"9uer in&i(*&uo.

1ara empre!ar &e no(o a met+ora &o e%pe"ho, e%tarea"ia#$o &o corpo &e "uH %i!ni+ica 9ue n$o no%encontramo% mai% na con&i#$o &a9ue"e% 9ue %e re+"etem emum e%pe"ho e percebem &ua"i%ticamente %eu re+"e?o e em!era" a tota"i&a&e &o re+"eti&o, ma% 9ue %e e%tabe"eceramna con&i#$o &o e%pe"ho me%mo, e a% %ua% ener!ia% %e

mani+e%tam tota"mente como a ener!ia &o e%pe"ho. O mai%pro+un&o Conhecimento (i(encia(e", permite compreen&era":m &o inte"ecto como no%%a ener!ia %e mani+e%ta como&an! , r["pa  e t%e", permitin&o-no% inte!rar comp"etamenteno%%a prpria ener!ia inc"u%i(e ao n*(e" &a e?i%t3nciamateria" e+eti(a. I%to %e con%e!ue, %e@a por meio &a%(i%2e% &o "on!&:  9ue %ur!em como re%u"ta&o &a prtica &o%9uatro Da , %e@a por meio &a prtica &a% uatro Lue% 9uere%u"ta na mani+e%ta#$o &a% uatro Vi%2e% &o t[!a", a%9uai% %e &e%en(o"(em &e uma maneira muito %imi"ar B% &o

"on!&: . A primeira   &e%%a% Vi%2e% %e chama a Vi%$o &o&harmataF   Kou &a naturea &e to&o% o% +enmeno%7  e a%e!un&a   Vi%$o con%i%te em um maior &e%en(o"(imento &aprimeira. Na terceira , a Vi%$o em 9ue%t$o ama&ureceu,en9uanto 9ue a 9uarta  : a con%uma#$o &a e?i%t3ncia. Se&urante no%%a (i&a obti(ermo% a terceira Vi%$o < i%%o%i!ni+ica 9ue obti(emo% o% %i!no% e%pec*+ico%corre%pon&ente% <, 9uan&o morrermo% no%%o corpo&e%aparecer "entamente, tran%+orman&o-%e em "u, aoin(:% &e &ecompor-%e em %eu% e"emento% con%tituti(o% <como %uce&e na morte &a% pe%%oa% comun% < &i%%o"(en&o-%ena e%%3ncia &o% e"emento%, 9ue : "u. E%te proce%%o po&e"e(ar mai% &e %ete &ia% para comp"etar-%e re%tan&o &ocorpo +*%ico apena% o cabe"o e a% unha%, con%i&era&a%impurea%F, o corpo &i%%o"(e-%e na e%%3ncia &e %eu%e"emento%. E%ta rea"ia#$o : mani+e%ta&a por me%tre% comoarab Dor!e Ke mai% recentemente, por uma %:rie &erea"ia&o%, &o% 9uai% apre%entei (rio% e?emp"o%.

De um praticante 9ue mani+e%te e%ta rea"ia#$o n$o %epo&e &ier ab%o"utamente 9ue morreuF, no %enti&o comum&o termo, @ 9ue e"e ou e"a %e!ue %en&o e%pontaneamenteati(o em %eu corpo &e "uF, o 9ua" con%titui umamani+e%ta#$o in&i(i&ua" e particu"ar &a con&i#$oab%o"uta. A ati(i&a&e e%pont=nea &e ta" in&i(*&uo e%tar

orienta&a em traer bene+*cio% para o% outro%, e %eucorpo &e "u %er (i%*(e" apena% para a9ue"e% 9ue com umcorpo materia"F e%te@am %u+icientemente e%tabe"eci&o% noE%ta&o &e Conhecimento.

1oi% bem, um praticante 9ue obtenha p"enamente a9uarta Vi%$o &o t[!a"  e "e(e-a a %ua con%uma#$o n$omani+e%tar ab%o"utamente a morte, ma%, ten&o cumpri&o%ua% ati(i&a&e% b&ica%,  ain&a em (i&a %e tornar!ra&ua"mente in(i%*(e" para a9ue"e% 9ue tem uma (i%$ocrmica  norma". E%te n*(e" &e rea"ia#$o, mani+e%ta&o por1a&ma%ambha(a e Vima"amitra, : conheci&o como a ran&eTran%+er3nciaF. Em %ua e%%3ncia, a rea"ia#$o con%titu*&ape"a ran&e Tran%+er3ncia e a con%titu*&a pe"o Corpo &eLu %$o a me%ma a nica &i+eren#a : 9ue 9uem a"can#a aran&e Tran%+er3ncia n$o tem 9ue pa%%ar pe"a morte no

%enti&o c"*nico para tran%+erir-%e &a mani+e%ta#$o nop"ano materia" B mani+e%ta#$o no p"ano &a e%%3ncia &o%e"emento%. E%te% &oi% tipo% &e rea"ia#$o %$oparticu"are% &a prtica &o &o!chen. 

A REALIZAPQ T TAL

O% %ere% comun% rena%cem %em po&er e%co"her a%con&i#2e% em 9ue (i(er$o e"e% tomam o corpo 9ue "he%

51

Page 52: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 52/57

α α α

corre%pon&e &e acor&o com a% cau%a% 9ue acumu"aram&urante inumer(ei% (i&a% pa%%a&a%, e o me%mo %e ap"icaB% con&i#2e% em 9ue ter$o &e (i(er com e%%e corpo. Aocontrrio, um in&i(*&uo tota"mente rea"ia&o, embora"ibera&o &o cic"o con&iciona&o &e cau%a e e+eito, po&emani+e%tar um corpo por meio &o 9ua" o% &emai% tenham apo%%ibi"i&a&e &e obter a@u&a. O Corpo &e Lu ou oe9ui(a"ente &e%te no 9ua" +oi obti&o a ran&eTran%+er3ncia %$o +enmeno% cu@a ati(i&a&e e%pont=neapo&e %er manti&a, &e mo&o 9ue 9uem ti(er a c"area &e(i%$o nece%%ria para perceb3-"o po&e comunicar-%e com o%in&i(*&uo% p"enamente rea"ia&o% cu@o% corpo% %eencontram na &imen%$o &e pura "u. 1ortanto, a9ue"e% 9uen$o po%%uem a capaci&a&e nece%%ria para perceber o%Corpo% &e LuH, nece%%itam 9ue o in&i(*&uo tota"menterea"ia&o %e mani+e%te em um corpo materia"F, como +e oMu&ha SakYamuni, ou como +e, por e?emp"o, arab Dor@eante% &e mani+e%tar o Corpo &e LuH.

O corpo mani+e%ta&o por um in&i(*&uo tota"menterea"ia&o, n$o importa 9ua" %e@a o tipo, pertence aonirmanakaYa) o termo %=n%crito kaYa  %i!ni+ica corpoF ou&imen%$oF, en9uanto 9ue nirmana   %i!ni+icamani+e%ta#$oF5. 1ortanto, um in&i(*&uo tota"menterea"ia&o po&e e%co"her entre mani+e%tar um Corpo &e

LuH ou rena%cer em um corpo comum na no%%a pe%a&a&imen%$o materia"F, por:m ao mani+e%tar-%e ne%ta "timan$o e%tar con&iciona&o pe"o corpo 9ue tomou nem pe"a%a#2e% 9ue com o me%mo rea"ia.

O %ambho!akaYa,  ou corpo &e ri9ueaF, e%tcon%titu*&o pe"a &imen%$o &a e%%3ncia &o% e"emento% 9uecon%tituem o mun&o materia", uma &imen%$o %uti" &e "u9ue %e mani+e%ta em uma ri9uea &e +orma% 9ue %po&eremo% perceber !ra#a% ao &e%en(o"(imento &acapaci&a&e &e (i%$oF e &a c"ari&a&e co!niti(a. Umin&i(*&uo tota"mente rea"ia&o po&e mani+e%tar uma +ormano n*(e" %ambho!akaYa , ma% e%ta n$o : e%pontaneamenteati(a como : o Corpo &e LuH ou %eu e9ui(a"ente no 9ua"%e obte(e a ran&e Tran%+er3ncia.

Ta" como o% raio% &o %o" con%tituem uma mani+e%ta#$o

&a% 9ua"i&a&e% intr*n%eca% &o a%tro, a %abe&oria &e umin&i(*&uo rea"ia&o : o in&i(*&uo rea"ia&o me%mo) &ome%mo mo&o, ca&a +orma &o %ambho!akaYa   : umaper%oni+ica#$oF &e um princ*pio &e %abe&oria pura. 1oi%bem, ta" como o %o" n$o tem a inten#$o &e en(iar %eu%raio% a nenhum "u!ar em particu"ar, e o +ato &e 9ue em&a&o "u!ar o% me%mo% %e@am recebi&o% ou n$o, &epen&e &a%caracter*%tica% &o "u!ar em 9ue%t$o, : o in&i(*&uo &e(er+aer o nece%%rio para po&er perceber a &imen%$o &o%ambho!akaYa e ter ace%%o B %abe&oria per%oni+ica&a por

uma mani+e%ta#$o particu"ar &e%ta &imen%$o, abrin&o parae"a o a%pecto corre%pon&ente &e %ua prpriain&i(i&ua"i&a&e.

Embora a capaci&a&e &e mani+e%tar +orma% &onirmanakaYa   ou &o %ambho!akaYa   %e@a uma +aceta &area"ia#$o tota", e%ta rea"ia#$o %i!ni+ica 9ue oin&i(*&uo +oi a":m &e to&o% o% "imite% e &e to&a% a%+orma%. De%cobriu e mani+e%tou o 9ue %empre +oi %euprprio E%ta&o ou %ua prpria con&i#$o (er&a&eira e 9ue@amai% po&er per&3-"a, embora no %am%ara  e"e e%ti(e%%eocu"to na mente &ua" por %ua e?peri3ncia i"u%ria.Rea"ia#$o tota" %i!ni+ica 9ue %e tornou per+eitamentepatente o +ato &e 9ue na (er&a&e ca&a in&i(*&uo : a Ma%e,a Con&i#$o Ab%o"uta, o DharmakaYa  ou Corpo &a Ver&a&eF,a &imen%$o &a rea"i&a&e ta" como : na (er&a&eF. amatriH 9ue tu&o abarca, o %hiF   ou a Ma%e &e to&oin&i(*&uo, e 9ue %e mani+e%ta na &an#a &a% ener!ia%in+initamente interpenetra&a% &o uni(er%o como a% +orma%nirmanakaYa  e %ambho!akaYa  &e um in&i(*&uo rea"ia&o. E :e%ta me%ma matriH 9ue %e mani+e%ta como a @au"aH"imita&a &a (i%$o crmica   &e um %er %en%*(e" pre%o no&ua"i%mo com %eu% a%pecto% &e corpo, +a"a e mente e com oerro concomitante &e tomar %ua prpria ener!ia como ummun&o e?terno e %epara&o Kta" como %e a%%ina"ou na %e#$o

em 9ue e?p"icamo% em &eta"he a% +orma% &an!, r["pa  e t%e"&a mani+e%ta#$o &a ener!ia.A rea"ia#$o tota" imp"ica na &i%%o"u#$o &e+initi(a

&a i"u%$o, o +im &o %o+rimento, o ce%%ar &o c*rcu"o(icio%o &o% rena%cimento% con&iciona&o% : o come#o &a"iber&a&e tota", &a per+eita %abe&oria, &o &e"eiteeterno. Na rea"ia#$o tota" %upera-%e a morte e %etran%cen&e a &ua"i&a&e en9uanto a capaci&a&e &ebene+iciar e%pontaneamente a tota"i&a&e &o% %ere%%en%*(ei% mani+e%ta-%e &e m"tip"a% maneira%.

De to&o% o% na%cimento% po%%*(ei% em 9ua"9uer &o%%ei% reino% &a e?i%t3ncia c*c"ica con&iciona&a ou%am%ara , o na%cimento no corpo humano : o mai% +a(or(e"para traba"harmo% pe"a rea"ia#$o tota". E para %erp"enamente humano &e(emo% tornar p"enamente e+eti(a a

prpria humani&a&e, o 9ua" % : po%%*(e" %e ti(ermo% como(er&a&eiro ob@eti(o a rea"ia#$o, como a%%ina"ou Mu&ha,&e outro mo&o pa%%aremo% a (i&a como uma crian#apreocupa&a com %eu% @o!o% e brinca&eira% numa ca%a emchama%44. 1ara um in&i(*&uo humano comum a morte : rea" epo&e che!ar a 9ua"9uer momento, %em a(i%o. De%per&i#ar aprecio%a e?i%t3ncia humana em intere%%e% tri(iai% : umatra!:&ia %omente a prtica no% con&u a uma rea"ia#$o e%omente por meio &a rea"ia#$o po&emo% a@u&ar ao% outro%&e maneira %i!ni+icati(a e &e+initi(a, mani+e%tan&o a%

52

Page 53: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 53/57

α α α

capaci&a&e% 9ue permitam !uia-"o% para o E%ta&o 9uea"can#amo%, &e mo&o 9ue e"e% tamb:m po%%am a"can#-"o.A@u&ar ao% &emai% no p"ano materia" po&e %em &(i&aa"!uma pre%tar-"he% bene+*cio% pro(i%rio%, por:m %omentea e?tra#$o &a rai &e to&o% o% prob"ema% po&e con%tituiruma a@u&a &e+initi(a e, para pre%tar e%%a a@u&a ao%&emai%, temo% primeiro 9ue pre%t-"a a n% me%mo%. Ta"como para contar at: um mi"h$o &e(emo% come#ar com onmero um, para bene+iciar a %ocie&a&e &e(emo% come#artraba"han&o %obre n% me%mo%4`. Ca&a in&i(*&uo &e(e ter(er&a&eira re%pon%abi"i&a&e por %i me%mo, o 9ue %po&emo% con%e!uir %e traba"harmo% para ter ca&a (e mai%con%ci3ncia e a%%im tornarmo-no% p"enamente con%ciente%e, ao me%mo tempo, &ei?armo% &e %er (o"(ei% como o capimno a"to &e uma co"ina, 9ue %e inc"ina na &ire#$o em 9ue%opra o (ento.

A mu&an#a em pe9uena e%ca"a po&er pro&uir mu&an#aem uma e%ca"a maior a in+"u3ncia &e um in&i(*&uo 9uee%ta pro!re&in&o para a rea"ia#$o po&e %er po&ero%a,tanto ao n*(e" &e %ua irra&ia#$o e%piritua" %uti" comono n*(e" mai% tan!*(e" no 9ua" %eu e?emp"o in+"ui %obreoutro% e a%%im con&u B tran%+orma#$o concreta &a%ocie&a&e. 1or e?emp"o, meu me%tre Chan!chub Dor@e n$oera con%i&era&o um me%tre importante, por 9ue n$o +oi

reconheci&o como uma reencarna#$o, e"e era uma pe%%oacomum 9ue %e!uiu (rio% !ran&e% me%tre% &e &o!chen   epraticou o 9ue en%inaram, como re%u"ta&o mani+e%tou uma!ran&e c"ari&a&e. Em con%e9>3ncia &e %ua% 9ua"i&a&e% +oicon%i&era&o como me%tre e ca&a (e mai% &i%c*pu"o%reuniam-%e B %ua (o"ta, como @ a%%ina"ei ao contar a%hi%tria% anteriore%, e"e n$o (i(ia em um mona%t:rio, ma%numa ca%a comum e +oi B me&i&a 9ue %eu% &i%c*pu"o%,"ei!o% ou mon!e%, +oram con%truin&o ca%a% ee%tabe"ecen&o-%e ao %eu re&or, 9ue ao +im &e a"!um tempo,a ca%a &o me%tre tran%+ormou-%e no centro &e uma a"&eia&e praticante%. O tipo &e a"&eia 9ue %e &e%en(o"(eu :conheci&a como !ar F, um termo 9ue %e empre!ahabitua"mente para in&icar a re%i&3ncia &e tempora&a &o%nma&e% &urante uma e%ta#$o &o ano, on&e permanecem at:

9ue o% %eu% rebanho% con%umam o% pa%to% &a re!i$o etenham 9ue %e mu&ar para um no(o "u!ar.Com o pa%%ar &o tempo, !ente &e to&o o tipo < @o(em,

(e"ha, rica e pobre, "aica e or&ena&a como mon!e < +oram%e e%tabe"ecen&o no !ar   &e Chan!chub Dor@e. A"i %eprepara(a uma pro(i%$o &iria &e %opa, uma re+ei#$o%imp"e% para 9uem n$o tinha recur%o%, tanto entre o%a"uno% &o me%tre como entre o% habitante% &o% arre&ore%,e to&o o %uprimento para a9ue"e +im era pa!o por a9ue"e%9ue tinham mai% 9ue o %u+iciente para cobrir %ua%

prpria% nece%%i&a&e%) in%pira&o% pe"o me%tre, to&o%contribu*am com o 9ue po&iam para %ati%+aer a%nece%%i&a&e% &e to&a comuni&a&e. ra#a% a e%te %i%tema,o% praticante% 9ue careciam &e meio% &e %ub%i%t3nciapo&iam %obre(i(er, receber en%inamento% e praticar no!ar  ent$o, a9ue"e% 9ue a"i (i(iam participa(am&iariamente no &uro traba"ho +*%ico &a% tare+a%a!r*co"a%, a%%im como na co"eta &e er(a% me&icinai% e naprepara#$o &e rem:&io%. De%te mo&o, B me&i&a 9ue ain+"u3ncia &o me%tre penetra(a ne%te !rupo &e in&i(*&uo%pro(eniente% &e to&a% a% pro+i%%2e% e &e c"a%%e% %ociai%,e B me&i&a 9ue a con%ci3ncia &e ca&a um %e &e%en(o"(ia,+oi %ur!in&o e%pontaneamente uma cooperati(a &e um tipo9ue n$o era na&a comum no Tibet &a9ue"a :poca. N$o +oipor9ue o me%tre ti(e%%e &ecreta&o 9ue a% coi%a% teriam9ue %er a%%im, ma% por9ue e"e +omenta(a o &e%en(o"(imento&a con%ci3ncia &e %eu% &i%c*pu"o% e, a partir &e%%acon%ci3ncia, +oi %e &e%en(o"(en&o e%%e tipo &e re%po%ta B%itua#$o prtica &o !rupo e B% nece%%i&a&e% &e to&o%. N$o: preci%o &ier 9ue a% re!ra% imperante% no !ar   eramra&ica"mente &i+erente% &a% &o %i%tema +eu&a" 9ue ain&apre(a"eciam no pa*%.

0uito% ano% &epoi%, o% chine%e% come#aram a penetrarcon%i&era(e"mente no Tibet, at: 9ue +ina"mente %e

encontraram na po%i#$o &e po&er rea"iar na rea on&e %eencontra(a o !ar   &e Chan!chub Dor@e o 9ue chamaram &eRe+orma A!rria DemocrticaF. /uncionrio% chine%e% etibetano% pertencente% B a&mini%tra#$o chine%a iam ato&o% o% "u!are%, (i%itan&o a"&eia% e mona%t:rio% a +im&e rea"iar uma in%pe#$o minucio%a com o ob@eti(o &eree%truturar ra&ica"mente a% in%titui#2e% e a% re!ra% &etraba"ho e proprie&a&e. Eu me encontra(a no !ar   &eChan!chub Dor@e 9uan&o che!ou um !rupo &e o+iciai% pararea"iar uma (i%ita &e%%e tipo e po%%o ate%tar 9ue n$o %etrata(a &e um ato %ocia" a!ra&(e" ao contrrio, uma(i%ita &a9ue"a% compreen&ia uma in(e%ti!a#$o %umamenteminucio%a, 9ue em !era" %e tra&uia em mu&an#a% muito&r%tica% e traumtica%. 1oi% bem, B me&i&a 9ue o% 9uatro+uncionrio% chine%e% e %eu% %uba"terno% tibetano%

rea"ia(am a in%pe#$o, iam +ican&o mai% e mai% %urpre%o%com o 9ue encontra(am. Como eu +a"a(a chin3%, pu&eenten&er o 9ue &iiam entre e"e% e +ui te%temunha &e %uaenorme %urpre%a e e%tranhea ao &e%cobrir 9ue a9ue"eme%tre e o% 9ue habita(am ao %eu re&or @ (i(iam &urantemuito% ano% como uma comuna a!r*co"aF 9ue +unciona(aper+eitamente, em comp"eto acor&o com a concep#$o%ocia"i%ta chine%a &o 9ue &e(ia %er uma uni&a&e %ocia"&e%te tipo, &e mo&o 9ue n$o ha(ia na&a 9ue mu&ar, nemre+orma a"!uma a +aerF. 1or con%e!uinte permitiram 9ue o

53

Page 54: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 54/57

α α α

!ar  %e!ui%%e +uncionan&o ta" como ante%, inc"u%i(e 9uan&oo Tibet +oi +ina"mente ane?a&o B China, o !ar   %e!uiu+uncionan&o como um "u!ar &e&ica&o B rea"ia#$ocomunitria &e prtica e%piritua". En9uanto to&o% o%mo%teiro% &o Tibet %o+riam !ran&e% tra!:&ia%, poi% oueram &e%tru*&o% &iretamente, ou ent$o a% re+orma%rea"ia&a% pe"o% chine%e% re%u"ta(am no &e%mante"amento&a in+ra-e%trutura nece%%ria para %eu +uncionamento, anica coi%a 9ue mu&ou no !ar  +oi %eu nome) %aben&o 9ue otermo %i!ni+ica(a uma coi%a para o% chine%e% e outraba%tante &i+erente para e"e% me%mo%, o% praticante% 9ue(i(iam ne"e e 9ue pratica(am o Caminho &e auto"ibera#$o orebatiaram como Comuna Ran!&ro"F KComuna &a Libera#$o.

Chan!chub Dor@e %e!uiu en%inan&o to&o o tempoen9uanto %e proce%%a(am a% tumu"tuo%a% mu&an#a% 9uea+etaram o Tibet e o +ato &e 9ue ha@a con%e!ui&o +a3-"o+oi o re%u"ta&o &ireto &a con%ci3ncia mani+e%ta&a pe"o%praticante% em %ua prtica na (i&a coti&iana. To&o% n%caminhamo%, traba"hamo%, comemo% e &ormimo%, e to&a%e%ta% ati(i&a&e% &e(em e%tar impre!na&a% por no%%aprtica, &e mo&o 9ue nenhuma parte &e no%%o tempo %e@a&e%per&i#a&a &o ponto &e (i%ta &o pro!re%%o para area"ia#$o. A%%im, poi%, embora Chan!chub Dor@e %eencontra%%e %empre ati(o traba"han&o para bene+*cio &o%

outro%, rea"ia(a &iariamente %ua prtica m:&ica, i%%on$o ob%tacu"ia(a em ab%o"uto %eu prprio a(an#o para area"ia#$o. Ape%ar &e %ua +orma &e (i&a comum, era umape%%oa ab%o"utamente e?traor&inria.

Chan!chub Dor@e era um homem &e i&a&e 9uan&o che!ou Bre!i$o na 9ua" o !ar  cre%ceu pau"atinamente ao %eu re&or.A% pe%%oa% per!unta(am a %ua i&a&e e e"e %empre re%pon&ia9ue tinha %etenta ano%. uan&o o conheci em 4588, un%%e%%enta ano% &epoi% &e %ua che!a&a a re!i$o, ain&acontinua(a &ien&o 9ue tinha %etenta ano%, e e%ta +oi ai&a&e 9ue &i%%e ter to&a% a% (ee% 9ue a curio%i&a&e"e(ou-me a per!untar.

Ao contrrio, a% pe%%oa% &a re!i$o a+irma(am 9ue ome%tre &e(ia ter ent$o pe"o meno% cento e trinta ano%.

1a%%aram-%e mai% &e trinta ano% &e%&e 9ue &ei?ei o

Tibet e to&o o tempo continuei manten&o contato com meume%tre atra(:% &e minha prtica &o %onho, a 9ua" mepermitiu %aber 9ue e"e ain&a (i(ia. Ent$o em 457 ti(enoticia% &e tr3% +onte% &i+erente% %e!un&o a% 9uai% meu

me%tre e %ua +i"ha ha(iam morri&o em circun%t=ncia% poucocomun%. uan&o em 4574 +ui ao Tibet em (i%ita com minhae%po%a e +i"ho%, ou(i &e a"!un% &e %eu% &i%c*pu"o% 9ueante% &e morrer, Chan!chub Dor@e e %ua +i"ha pe&iram 9ueo% &ei?a%%em encerra&o% em %ua% re%pecti(a% habita#2e%&urante %ete &ia% a partir &o momento &e %ua morte. 1oi%bem, &e%a+ortuna&amente, interromperam ante% 9ue %ecumpri%%e o prao em 9ue%t$o e, 9uan&o abriram %ua%habita#2e%, (iram 9ue %eu% corpo% enco"heram at: me&irmeno% &e um metro entre a cabe#a e a ponta &o% p:%) +icouc"aro 9ue ha(iam termina&o %ua% (i&a% em um corpo +*%icomani+e%tan&o um tipo &e rea"ia#$o chama&o Corpo &eLuH.

Depoi% &e (i(er &urante "on!o tempo na It"ia %emen%inar o &o!chen, comecei a &ar e%te% en%inamento%, e&e%&e ent$o e%te proce%%o me "e(ou por to&o o mun&oaten&en&o ao% pe&i&o% 9ue me +oram +eito% para 9ueen%ina%%e. ue a (i&a e o% en%inamento% &e Chan!chubDor@e %ir(am &e in%pira#$o para a9ue"e% 9ue o% e%cutam,n$o importa 9uem %e@am, e"e% po&em &e%pertarG

 Com i%%o conc"u*mo% e%ta apre%enta#$o &a Ma%e. DoCaminho e &o /ruto &o% en%inamento% &o!chen.  1arao+erec3-"a empre!uei pa"a(ra% e conceito% &e tipointe"ectua", por:m n$o %e &e(e e%9uecer 9ue o% me%mo% %$o

como %inai% 9ue apontam a (er&a&eira naturea &area"i&a&e e, a%%im, e(itar o erro &e 9uem +icou o"han&o o&e&o 9ue aponta(a a "ua em (e &e o"har para e"a4. Acomp"e?a e%trutura conceitua" inter-re"aciona&a &o%en%inamento% : em %i me%ma bri"hante, e"e!ante e be"a,como um cri%ta" com muita% +ace%, ca&a uma &a% 9uai%re+"ete inc"ume e per+eitamente ca&a uma &a% outra% e %ere+ere a e"a%4;. 1ortanto, %omente po&emo% perceber ocentro me%mo &o cri%ta" %e o"harmo% para n% me%mo%) o&o!chen  n$o : a"!o 9ue po%%a %er e%tu&a&o e?ternamente econheci&o &e%%e mo&o Conhec3-"o : &e%cobrir no%%aprpria naturea e, para Conhec3-"o e e%tabe"ecer-no%ne%te Conhecimento, temo% 9ue percorrer a Via &a Lu.

54

Page 55: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 55/57

α α α

Ta" como uma abe"ha bu%ca o n:ctarEm (ria% e%p:cie% &e +"ore%,

Mu%ca em to&a a parte o en%inamentoTa" como um cer(o encontra

Um "u!ar i%o"a&o para pa%tar,Mu%ca o i%o"amento para &i!erir

Tu&o o 9ue tenha acumu"a&o.Vi(e como um "e$o,

Comp"etamente "i(re &e me&o,E +ina"mente, como um "ouco,

A":m &e 9ua"9uer "imite,V aon&e te aprou(er.

U m t a n t r a & o D o ! c h e n

Nota%)

CA1OTUL `

1. C+r. O "i(ro &o autor pub"ica&o em in!"3% como TheNeck"ace o! !Zi. A Cu"tura" i%torY o+ Tibet  e em (er%$otibetana como !Zi Yi phren! ba . Amba% (er%2e%)Dharam%a"a, LibrarY o+ Tibetan jork% an& Archi(e% ,uart:i% enerai% &e S.S. o Da"ai Lama . Ne%ta obra &oautor trata a +un&o a import=ncia e o %i!ni+ica&o &o b[nna cu"tura tibetana.

CA1OTUL

4. O ca"en&rio tibetano : "unar Kcomo o chin3% e iniciacom a "ua no(a, em !era" no m3% &e +e(ereiro %e!un&o oca"en&rio oci&enta".

2. Em !era", o termo bar&o   : uti"ia&o para &e%i!nar o%tr3% e%ta&o% interme&irio%F ap% B morte e 9ue prece&emao na%cimento %e!uinte. 0uito bem, e%tritamente +a"an&o,to&o mo&o &e e?peri3ncia : um bar&o ) h tamb:m o bar&o  &ona%cimento Ke?peri3ncia &e (i!*"ia norma", o bar&o   &o

%onho e o bar&o   &o %ama&hi  ou e%ta&o &e concentra#$otota".

3. E%te "i(ro : o MYan! chub %em% %!om pa   ou 0e&ita#$o%obre o Mo&hichitta F 9ue +oi tra&ui&o por Namkhaï Norbu,ennar& Lipman e MarrY Simmon%, e pub"ica&o como1rimor&ia" E?perience  KCambri&!e, Shamba"a 1ub"ication%.

4. Um bo&hi%at(a  : a"!u:m 9ue %e comprometeu a a"can#ar area"ia#$o comp"eta para o bene+*cio tota" &e to&o% o%%ere% : praticante &o mahaYana . O bo&hi%at(a  %uperiorFou FnobreF : o 9ue tem ace%%o B (er&a&e ab%o"uta Kou%e@a, a partir &o primeiro bhumi ou o. Caminho.

5. O% !ter-ma  ou te%ouro% %$o te?to% ou ob@eto% ocu"to% por1a&ma%ambha(a e Xe%he T%o!Ya" e outro% !ran&e% me%tre% &opa%%a&o para %erem re(e"a&o% em &etermina&a :poca. O%te%ouro% &a mente &!on!%-!ter   %$o re(e"a&o% por a"!un%me%tre% !ra#a% B !ran&e (arie&a&e &a Contemp"a#$o.

CA1OTUL ;

1. Uma &i+eren#a 9ue +a Namkhaï Norbu entre en  e &o!chen: 9ue, en9uanto o praticante &o en   bu%ca um e%ta&omenta" "i(re &e conceito% %uper(a"oria&o% %obre area"i&a&e ou e%ta&o &e (acui&a&e em tibetano mitokpa Fmi-rto!-pa J, o praticante &o!chen < r&o!%-chen < (ai

55

56

Page 56: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 56/57

α α α

a":m &e%%e e%ta&o, e%tabe"ecen&o-%e no E%ta&o 1rimor&ia"&e 1ura 1re%en#a ou ri!-pa   no 9ua" %e con%e!ue umareinte!ra#$o tota" &a ener!ia 9ue : a mani+e%ta#$oininterrupta &a (acui&a&e. Outra &i+eren#a : 9ue o&o!chen  tem uma compreen%$o e um mane@o &a ener!ia 9uen$o e?i%tem no en  Kpor e? a prtica &e T[!a" empre!a amani+e%ta#$o r["pa   &a ener!ia como meio para erra&icar(e"omente o &ua"i%mo. 1ara maior in+orma#$o a e%%ere%peito e uma an"i%e mai% pro+un&a &o a%%unto, c+r. N.Norbu < 457; < Do!chen an& Zen < Oak"an&, Ca., Chan!

Chun! E&ition%  -,e tamb:m N. Norbu < ain&a n$o pub"ica&ono momento &e%ta e&i#$o, compi"a&o por E"ia% Capri"e% -,La Via &e auto-"iberacion e "a ran 1er+eccionF.

2. O termo tibetano !ui> F Kr!Yu&  %i!ni+ica "itera"mente+io &e "$F e tem %enti&o &e continui&a&eF, en9uanto 9ueo termo %=n%crito tantra , 9ue o (ocbu"o tibetano tra&u,%i!ni+ica "itera"mente tramaF. 1oi% bem, no %enti&o &otermo %=n%crito em 9ue%t$o tem-%e a%%ocia&o intimamente o&o (ocbu"o %=n%crito praban&ha , 9ue tem o &up"o %enti&o&e "umino%i&a&eF e continui&a&eF. No +io &e "$ Kou +io&e "u &a continui&a&e &a mani+e%ta#$o &a no%%a Ma%e ($oin%eri&a% no%%a% e?peri3ncia%, como conta% em um ro%rioou ma"a , e entre uma e outra conta h e%pa#o% (aio% Ko%e%pa#o% entre pen%amento% ou entre e?peri3ncia% no%9uai% % h o +io. Se e?p"ic%%emo% e%te e?emp"o emtermo% &o% a%pecto% &a Ma%e %e!un&o o% en%inamento%

&o!chen , ter*amo% 9ue &ier 9ue o +io repre%enta aNaturea < o cont*nuo ininterrupto &a mani+e%ta#$o &aE%%3ncia, 9ue : (acui&a&e < e 9ue a% conta% repre%entam aEner!ia) no interior &e ca&a conta o 9ue h : o +io < acontinui&a&e &a mani+e%ta#$o &a E%%3ncia, 9ue : (acui&a&e< &e mo&o 9ue to&a e?peri3ncia : em e%%3ncia (aia,entretanto a% e?peri3ncia% @amai% &ei?am &e %ur!ir. Cabea%%ina"ar 9ue a continui&a&e Ma%e-Caminho-/ruto n$o : t$oper+eita no% &i(er%o% n*(ei% &o tantra   como o : no&o!chen.

3. 1a&ma%ambha(a en%inou tanto ao% b[npo   Kbom-po  9ue %eapro?ima(am para pe&ir-"he en%inamento% como a bu&i%ta%.

CA1OTUL 8

1.Com re%peito ao e%ti"o &e (i&a &o% nma&e% e &o% me%tre%9ue (i(iam como tai%, c+r. Namkhaï Norbu Rinpoche K457A 'ourneY into the Cu"ture o+ Tibetan Noma&% . Shan!-Shun! E&iioni, 0eri!ar, 874 Arci&o%o KR, It"ia.Cabe a%%ina"ar 9ue o% Yo!ui% &o tipo chama&o cha&ra"FKbYa-bra" (i(iam mo(en&o-%e con%tantemente &e um "a&o aooutro e"e% n$o po&iam "e(ar con%i!o mai% 9ue un% pouco%9ui"o% &e ba!a!em e % po&iam +icar em a"!um "u!ar pormuito pouco% &ia%.

2. 1ara uma bio!ra+ia re%umi&a &e 0a !ci!Lab %!rom ma ,c+r.A""ione, T%>"trin K457;, jomen o+ ji%&om . Lon&re%,Rout"e&!e e!an 1au".

3. A re"a#$o entre 0i "a ra% pa  K4;-44` e %eu me%tre 0arpa Cho% kYi bLo ro%   Kmorto em 457 : re"ata&a em&eta"he na The Li+e o+ 0arpa the Tran%"ator   Ktra&.Na"an&a CommitteelTrun!pa Rinpoche, 457, 1ra@na 1re%%,Mou"&er  TibetH% reat Xo!ui 0i"arepa Ktra&. ai Da\aSan!&up e&. E(an%-jent e The 4. Son!% o+ 0i"arepa

Ktra&. arma C. C. Chan!, Shamba"a, Mou"&er .

CA1OTUL W

1. To&o% o% en%inamento% t3m %ua prpria concep#$o &a Ma%eKa con&i#$o +un&amenta" &o in&i(*&uo, o Caminho Kaprtica e%piritua" 9ue &e(e %er rea"ia&a e o /ruto Koe%ta&o 9ue &e(e %er a"can#a&o, o 9ua" corre%pon&e B%caracter*%tica% &o Caminho ao 9ua" pertencem. Ae?p"ica#$o &a Ma%e, &o Caminho e &o /ruto a9uiapre%enta&a corre%pon&e ao% en%inamento% &o!chen.

2. O Canto &o Va@ra   (em &o tantra ima&an! "a\a ka""orchenpoHi !u> KNYi ma &an! "a ba kha %bYor chen poHir!Yu& ou Tantra  &a !ran&e +u%$o &o %o" e &a "ua. O me%mocon%titui tamb:m o mantra   principa" &o Mar&o t[&r[",

conheci&o no Oci&ente como Li(ro tibetano &o% morto%, eem %ua +orma ori!ina" %ua% %*"aba% e%t$o e%crita% na"*n!ua &e &&iYana Kr!uien) O r!Yam. O canto n$o : umaora#$o e %ua recita#$o n$o : acompanha&a &e (i%ua"ia#$oo i&ea" : recit-"o em e%ta&o &e Contemp"a#$o, o 9ua"a@u&a o praticante a inte!rar %ua (i(3ncia &o E%ta&oNatura" com o n*(e" &a %ua ener!ia, por meio &o %om &oCanto, B me&i&a 9ue (ai pronuncian&o %ua% %*"aba%. A%%im,poi% na prtica o %i!ni+ica&o &o Canto &o Va@ra  n$o : t$oimportante como o %om.

3. O termo tibetano kham% , 9ue tamb:m corre%pon&e ao%=n%crito &hatu , in&ica a e%%3ncia &oi% e"emento%. E%te%"timo% %e chamam "hun!\a F K%bYun!-ba em tibetano ebhuta  em %=n%crito.

;. Embora a% no#2e% 9ue e?i%tem na +*%ica &e ho@e %obre area"i&a&e po&eriam mu&ar e(entua"mente com o

&e%en(o"(imento &a in(e%ti!a#$o e &a e"abora#$oconceitua", pro(i%oriamente po&er*amo% e?p"icar i%to emtermo% &a% teoria% 9ue atua"mente pre(a"ecem em &itaci3ncia.

bem %abi&o 9ue to&o e"emento po&e %er re&ui&o a umacombina#$o &e e"emento% menore%. 1ara Ein%tein, a% part*cu"a%%ubatmica% eram concentra#2e%F Kpor a%%im &ier po%iti(a%,ne!ati(a% e neutra% &e um campo nico &e ener!ia, e nem %e9uercon%er(a(am a mat:ria 9ue a% con%titu*a. Se +ormo% na &ire#$o&o menor e che!armo% B e%trutura &o% ha&rone% na% matrie% SF,achamo% 9ue e"a% imp"icam a e?i%t3ncia &e parte% chama&a%

56

57

Page 57: O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

7/22/2019 O Cristal e a Via da Luz - Chogyal Namkhai Norbu Rinpoche - [Dzogchen]

http://slidepdf.com/reader/full/o-cristal-e-a-via-da-luz-chogyal-namkhai-norbu-rinpoche-dzogchen 57/57

α α α9uark% , por:m a% me%ma% n$o ocupam e%pa#o a"!um. 1ara a%teoria% &e %uper-uni+ica#$o em termo% &e %uper-cor&a%F, e%ta%"tima%, cu@o comprimento %eria a &a con%tante &e 1"anck, n$ot3m e%pe%%ura.Se!un&o a hipte%e boot%trapF &o +*%ico eo++reY Che\, o%9uark% , ape%ar &e e%tarem imp"ica&o% pe"a coer3ncia &o to&o,n$o e?i%tem materia", &i%creta e e%pa#o-tempora"mente. Do me%momo&o, para Da(i& Mohm e outro%, no n*(e" %ubatmico mai%e%%encia" n$o e?i%tem o e%pa#o e o tempo, 9ue %$o a con&i#$onece%%ria &a e?i%t3ncia materia", &i%creta e e%pa#o-tempora"&o% %ere%. 'ohn jhee"er po%tu"ou uma +*%ica &e reconhecimentoFcu@a +un#$o : e?p"icar como %ur!e a e%pa#o-tempora"i&a&e apartir &e uma rea"i&a&e 9ue n$o : e%pa#o-tempora" Ke 9ue,portanto, e%t "i(re &e &i(i%2e%.

5. Com re%peito B (i(3ncia &o bar&o   e a% &i(in&a&e%pac*+ica% e ira&a%, c+r. K4 Oro+ino, iacome""aKita"iano 4578 in!"3% 455 h tra&u#$o e%panho"a,Sacre& Tibetan Teachin!% on Death an& Liberation. Te?t%+rom the 0o%t Ancient Tra&ition o+ Tibet. Roma, E&iione0e&iterranee Mri&port KDor%et, U.., 1ri%m 1re%%. K`Lati Rinpoche 'e++reY opkin% K4565, Death,Interme&iate State an& Rebirth in Tibetan Mu&&hi%m .Lon&re%, Ri&er . K A tra&u#$o &o Mar&o T[&r["  pe"oautor &e%te "i(ro, N. Norbu K457 I" "ibro tibetano &eimorti. Roma, Ne\ton Compton E&itori.

CA1OTUL 6

1. Ne%te e?emp"o o e%pe"ho repre%enta o Ab%o"uto < 9uepermite a mani+e%ta#$o &e to&a% a% ima!en% re"ati(a%, por:m em%i me%mo n$o : re"ati(o a na&a < en9uanto o% re+"e?o% 9ueaparecem no% e%pe"ho% < carecem &e %ub%t=ncia e &e e?i%t3nciaconcreta, e ca&a um &e"e% : re"ati(o, &e carter i"u%rio e &emera apari#$o. 1oi% bem, na me&i&a em 9ue o% re+"e?o% %$o uma+un#$o &o e%pe"ho < po&er*amo% &ier 9ue, %e %$o  o @o!o"umino%o &e%te < e  n$o aparecem em nenhuma parte %en$o noe%pe"ho, o re"ati(o : na (er&a&e o ab%o"uto.

2. C+r. uenther, erbert V. K45W, The Li+e an& Teachin!%o+ Naropa , O?+or&, O?+or& Uni(er%itY 1re%%.

3. Na %:rie man!a!&e Kman-n!a!-!i-%&e  &o &o!chen n$o%omente e?i%te o n![n&ro  e?terno, como tamb:m o n![n&rointerno, e inc"u%i(e %e po&e +a"ar &e um n![n&ro  %ecreto.No entanto, comp"et-"o% n$o : uma con&i#$o para praticaro trekch[  e o th[!a".

;. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ8. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJW. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ6. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ

8. C+r. e%he e"%an! uiat%o K457`, C"ear Li!ht o+ M"i%%.0ahamu&ra in Va@raYana Mu&&hi%m. Lon&re% ji%&om1ub"ication% , p.4 W. No te?to em 9ue%t$o %e "3) Aprtica com a karmamu&ra   K%*mbo"o-a#$o %e re+ere a

me&ita#$o com umKa con%orte rea". A +im &e praticar coma karmamu&ra  a9ui no e%t!io &e per+ei#$o Kr&o!% rim  @&e(emo% e%tar +ami"iaria&o% com a a#$o &e con%e!uir, pormeio &a me&ita#$o, 9ue no%%o% (ento% Kcorrente% &eener!ia muito %uti" entrem no cana" centra", permane#amne"e e ne"e %e &i%%o"(am. Uma pe%%oa 9ue n$o po%%acontro"ar %eu% (ento% &e%ta maneira por meio &ame&ita#$o, n$o po&er @amai% +a3-"o por meio &a cpu"a.Um praticante "aico 9ue atua"mente n$o %e@a capa &etran%+ormar a ati(i&a&e %e?ua" no Caminho &a maneira a9ui&e%crita &e(eria !erar uma po&ero%a a%pira#$o para po&er+a3-"o no +uturo e uma +orte moti(a#$o para con%e!u*-"o.

5. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ4.Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ

11. 1ara uma "embran#a &a (i&a &e Mru!-pa K%0Yon-pa un K-&!a Le!% K-pa K4;88-48`5, c+r. Do\man, eithKtra&utor, 457, The Di(ine 0a&man . Lon&re%, Ri&er. tra&u#ao e%panho"a.

4`.Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ

13. E%ta curta bio!ra+ia &e Aio han&ro KA Yo mhaH !ro e%crita por Namkhai Norbu Rinpoche +oi pub"ica&a emA""ione, T%>"trim Kcompi"a&ora, 457;, jomen o+ ji%&om,Lon&re%, Rout"e&!e e!an 1au". (er%$o e%panho"a.

CA1OTUL 7

4. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ`. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ;. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ8. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJW. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ6. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ7. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ5. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ4.Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ44.Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ4`.Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ

13. Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ4;.Nota &o tra&utor e%panho" n$o tra&ui&aJ

57