MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

19
MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS PAPEL DIAGNÓSTICO DOS ANTICORPOS MIOSITE-ESPECÍFICOS OU MIOSITE-RELACIONADOS SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA SOUZA FHC, ARAUJO DB, VILELA VS, BEZERRA MC, SIMOES RS, BERNARDO WM, MIOSSI R, CUNHA BM, SHINJO SK. ELABORAÇÃO: 03 DE SETEMBRO DE 2018.

Transcript of MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

Page 1: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

PAPEL DIAGNÓSTICO DOS ANTICORPOS MIOSITE-ESPECÍFICOS OU MIOSITE-RELACIONADOS

SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA

SOUZA FHC, ARAUJO DB, VILELA VS, BEZERRA MC, SIMOES RS, BERNARDO WM, MIOSSI R, CUNHA BM, SHINJO SK.

ELABORAÇÃO: 03 DE SETEMBRO DE 2018.

Page 2: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

A S M I O P A T I A S I N F L A M A T Ó R I A S P E R F A Z E M G R U P O D E D O E N Ç A S Q U E E N G L O B A M A D E R M A T O M I O S I T E , A

P O L I M I O S I T E , A M I O P A T I A N E C R O S A N T E I M U N O M E D I A D A E A M I O S I T E P O R C O R P Ú S C U L O D E I N C L U S Ã O . O

O B J E T I V O D E S T A D I R E T R I Z É A P R E S E N T A R A O S M É D I C O S , E S P E C I A L I S T A S E E S T A B E L E C I M E N T O S D E S A Ú D E O S

A N T I C O R P O S M I O S I T E - E S P E C Í F I C O S O U M I O S I T E - R E L A C I O N A D O S Q U E P O D E M A J U D A R N O

D I A G N Ó S T I C O / S E G U I M E N T O D E P A C I E N T E S C O M M A S N A P R Á T I C A D I Á R I A . P A R A I S S O F O I R E A L I Z A D A U M A

R E V I S Ã O S I S T E M Á T I C A D A L I T E R A T U R A , F E I T A S E M R E S T R I Ç Ã O D E P E R Í O D O , N A B A S E D E D A D O S M E D L I N E ,

R E C U P E R A N D O 2 9 7 4 T R A B A L H O S , S E N D O Q U E D E S T E S 3 6 F O R A M S E L E C I O N A D O S P A R A R E S P O N D E R À

D Ú V I D A C L Í N I C A . O S D E T A L H E S D A M E T O D O L O G I A E D O S R E S U L T A D O S D E S S A D I R E T R I Z E S T Ã O E X P O S T O S

N O A N E X O I .

Page 3: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

INTRODUÇÃO

As miopatias inflamatórias perfazem grupo de doenças que englobam a dermatomiosite, a polimiosite, a miopatia necrosante

imunomediada e a miosite por corpúsculo de inclusão. A patogênese ainda não é bem compreendida, mas sabe-se que se

tratam de miopatias autoimunes sistêmica (MAS) resultantes de mecanismos autoimunes. Os autoanticorpos relacionados podem

ser classificados em miosite-específicos, quando encontrados nos pacientes com diagnóstico de MAS, e miosite-relacionados,

que podem ser identificados em indivíduos portadores de outras doenças autoimunes do tecido conjuntivo, onde a miosite pode

ocorrer (Tabela 1) 1(B). Considerando-se que mais da metade das crianças e adultos que recebem o diagnóstico de MAS

possuem pelo menos um autoanticorpo de miosite identificável, tais achados apresentam implicações consideráveis tanto no

diagnóstico quanto seguimento destes pacientes, uma vez que podem possibilitar o pronto diagnóstico da condição, evitando

desta maneira investigações desnecessárias além de abordagem mais personalizada do manejo 1-5(B).

A principal característica clínica que se destaca entre indivíduos com MAS é a miopatia, mais precisamente aquela que

demonstra comprometimento da musculatura esquelética estriada e que se manifesta sob forma de fraqueza muscular simétrica,

acometendo preferencialmente a musculatura proximal. Como se trata de doença autoimune sistêmica, manifestações

dermatológicas, articulares, pulmonares, cardíacas e gastrointestinais podem ser verificadas além da associação com

neoplasias 6(B).

Page 4: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

Embora o espectro da doença seja altamente heterogêneo, os autoanticorpos podem identificar pacientes com características

clínicas relativamente homogêneas, tornado desta forma, os anticorpos miosite-específicos, particularmente úteis na

identificação, por exemplo, de indivíduos com risco de doença pulmonar intersticial.

A seguir, destacamos situações clínicas onde evidenciamos os principais autoanticorpos miosite-específicos. Também

apresentaremos os principais autoanticorpos associados às miosites.

Tabela 1: Autoanticorpos identificados nas miopatias autoimunes sistêmicas

Autoanticorpos miosite específicos Autoanticorpos miosite relacionados anti-Jo1 anti-PM/Scl anti-PL7 anti-Ku

anti-PL12 anti-RNP anti-EJ anti-Ha anti-OJ anti-Zo anti-KS

anti-MDA5 anti-HMGCR anti-NXP2 anti-TIF1γ anti-cN1A anti-SRP

Page 5: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

RESULTADOS

AUTOANTICORPOS ANTISSINTETASE

A síndrome antissintetase é o fenótipo relacionado à MAS mais frequentemente identificado em adultos, sendo que até o

momento, oito autoanticorpos antiaminoacil-tRNA sintetases descritos encontram-se relacionados a esta condição 7(A). O mais

prevalente é o anti-Jo1 (histidil-tRNA sintetase), primeiramente caracterizado no início da década de 80 e que pode ser

identificado em mais de 20% dos pacientes adultos com diagnóstico de MAS 5,8(B) 9(C). Geralmente encontra-se associado a

manifestações que constituem a síndrome antissintetase caracterizada por doença pulmonar intersticial, fenômeno de Raynaud,

artrite e hiperqueratose da parte lateral dos dedos e palmas das mãos, situação conhecida como “mãos de mecânico”. Embora

o anti-Jo1 seja frequentemente considerado autoanticorpo presente em pacientes com polimiosite, pode ser encontrado em

casos de erupções cutâneas típicas da dermatomiosite. Outros autoanticorpos como anti-PL7 (treonil-tRNA sintetase), anti-PL12

(alanil-tRNA sintetase), anti-EJ (glicil-tRNA sintetase), anti-Ha (tirosil-tRNA sintetase), anti-OJ (isoleucil-tRNA sintetase), anti-Zo

(fenilalanil-tRNA sintetase) e anti-KS (asparagil-tRNA sintetase) são menos comumente encontrados nesta condição clínica.

Classicamente, caracterizada por comprometimento muscular, pulmonar e articular, além de febre e fenômeno de Raynaud, a

síndrome antissintetase pode ocorrer de maneira incompleta. Desta forma, pacientes podem eventualmente ser diagnosticados

em um primeiro momento como portadores de doença pulmonar intersticial idiopática ou mesmo artrite inflamatória.

Page 6: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

Além disso, a apresentação da doença varia dependendo de qual anticorpo encontra-se presente. Como exemplo podemos

citar a doença muscular que se encontra mais frequentemente presente entre pacientes positivos para os autoanticorpos anti-

Jo1, anti-PL7 e anti-EJ 10,11(B). A artrite mais associada ao anti-Jo1 e anti-PL7; já, positividade do anti-KS, anti-OJ e anti-PL12

encontra-se mais associada a doença pulmonar intersticial 11,12(B).

AUTOANTICORPOS ASSOCIADOS A DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL

A doença pulmonar intersticial, como mencionado anteriormente, tem sido associada a presença de autoanticorpos

antiaminoacil-tRNA sintetases. Além destes, outros autoanticorpos tanto miosite específicos quanto miosite associados podem

estar presentes como o anti-MDA5 (anti-melanoma differentiation-associated protein 5) e o anti-PM/Scl, respectivamente 13(B).

O prognóstico pode variar de acordo com o tipo de autoanticorpo encontrado, sendo que a presença do anti-MDA5 se

encontra associado aos casos de doença pulmonar intersticial rapidamente progressiva 14(A). Evidências apontam ainda para

a possibilidade de utilização deste autoanticorpo como marcador de resposta ao tratamento 13,15(B) 16(C). Além do mais,

demonstrou-se que a presença deste autoanticorpo foi um marcador de mau prognóstico, uma vez que mais de 40% dos

pacientes anti-MDA5 positivos morreram de insuficiência respiratória 17(B). Já para os casos onde se identifica autoanticorpos

anti-Jo1, melhores taxas de sobrevida são identificadas 18(B).

Page 7: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

MIOPATIA NECROSANTE IMUNOMEDIADA

Trata-se de subtipo de miosite associado a rápido desenvolvimento de fraqueza muscular e presença do autoanticorpo miosite

específico anti-SRP, que surge em contexto de início agudo da doença, com miopatia grave e doença agressiva 19,20(C).

Disfagia e doença pulmonar intersticial também são encontradas em pacientes anti-SRP positivos 21(B). Outro autoanticorpo

miosite específico conhecido como anti-HMGCR também se encontra associado a este subtipo de miosite, sobretudo em

pacientes com história prévia de uso de estatina 22(B) 23(D). A presença deste autoanticorpo é rara na dermatomiosite juvenil,

mas quando presente, encontra-se associada a doença grave, frequentemente refratária ao tratamento 24(B). Estudo

observacional desenhado com o intuito avaliar a gravidade da doença e resposta à terapia em pacientes com miosite

associada ao autoanticorpo anti-HMGCR verificou que indivíduos jovens apresentavam doença mais grave e de pior

prognóstico em comparação aos de maior idade 25(B).

DERMATOMIOSITE JUVENIL

A apresentação clínica dos indivíduos com diagnóstico de dermatomiosite juvenil é variável e diferente da dermatomiosite que

se manifesta nos adultos, uma vez que apesar das manifestações cutâneas da primeira serem idênticas a última, verifica-se

maior incidência de calcinose cutânea que pode ser secundária a elevada prevalência do autoanticorpo anti-NXP2 26(B). A

presença do autoanticorpo anti-TIF1γ encontra-se associada não apenas ao comprometimento cutâneo mais grave, mas

também ao curso crônico da doença 27(B). Evidências apontam ainda que indivíduos com dermatomiosite juvenil e positivos

para autoanticorpo anti-TIF1γ são mais propensos a receber tratamentos mais agressivos contendo ciclofosfamida e/ou

Page 8: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

medicamentos biológicos em detrimento àqueles anti-TIF1γ negativos 28 (B). Outro autoanticorpo miosite específico identificado

nesta situação clínica é o anti-MDA5 cuja presença deve alertar o clínico sobre a possibilidade de desenvolvimento de doença

pulmonar intersticial, como ficou evidenciado em estudos observacionais que identificaram elevados níveis séricos dos

anticorpos contra IL-18, KL-6, ferritina e anti-MDA5 15,29(B). Muitas crianças com dermatomiosite apresentam comprometimento

cutâneo que pode em parte ser atribuída a presença dos autoanticorpos anti-TIF1γ, anti-NXP2 e anti-MDA5, no entanto,

existem casos de erupções cutâneas que surgem em indivíduos com autoanticorpos não tipicamente associados a doença

cutânea, como o anti-SRP e anti-HMGCR.

MIOSITE POR CORPÚSCULO DE INCLUSÃO

A miosite por corpúsculo de inclusão, diferentemente da polimiosite, compromete também a musculatura distal e de modo

assimétrico, podendo cursar com quadro de neuropatia periférica e perda de reflexos profundos. O autoanticorpo anti-cN1A,

também denominado anti-NT5C1A, encontra-se presente em 30 a 50% destes indivíduos, embora também tenham sido

identificados em outras doenças reumáticas autoimunes sistêmicas, como a síndrome de Sjögren e o lúpus eritematoso

sistêmico30(C). Estudos observacionais que analisaram dados de mais de 600 pacientes com miosite por corpúsculo de inclusão

e outras miopatias, demonstraram diferenças nas características clínicas e histopatológicas entre indivíduos positivos e negativos

para o autoanticorpo anti-cN1A, sendo que para pacientes positivos, doença mais severa e maior risco de mortalidade foi

verificada 31,32(B).

Page 9: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

AUTOANTICORPOS ASSOCIADOS ÀS MIOSITES

Anticorpo Anti-Ku, anti-PM-Scl e anti-RNP

São anticorpos identificados geralmente em pacientes que apresentam manifestações de sobreposição (síndrome “overlap”)

de miosite e outras doenças sistêmicas autoimunes como esclerodermia, lúpus eritematoso sistêmico e doença mista do tecido

conjuntivo. Provavelmente, trata-se do maior subgrupo de pacientes que recebem o diagnóstico de miosite inflamatória

idiopática, com prevalência que pode atingir até 50% de todos os indivíduos adultos 33(D). Estes anticorpos são chamados de

autoanticorpos miosite relacionados, uma vez que a maioria dos doentes não apresenta miosite 34(B). Mesmo sendo

inespecíficos, podem se correlacionar a características clínicas das MAS 35(B).

RECOMENDAÇÃO

Tanto os autoanticorpos miosite específicos quanto os miosite relacionados podem ser encontrados nos

pacientes com diagnóstico de MAS. Tal achado pode oferecer oportunidade não só para o diagnóstico

precoce e mais preciso da MAS ou condição relacionada, mas também como mecanismo de personalizar

o tratamento e monitoramento do curso da doença. Importante o reconhecimento de que os ensaios

disponíveis para identificação dos autoanticorpos mostram resultados variáveis em termos de

desempenho, existindo atualmente falta de abordagem padronizada para os mesmos 36(B).

Page 10: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

REFERÊNCIAS

1. Váncsa A, Gergely L, Ponyi A, Lakos G, Németh J, Szodoray P, Dankó K. Myositis-specific and myositis-associated antibodies in overlap myositis in comparison to primary dermatopolymyositis: Relevance for clinical classification: retrospective study of 169 patients. Joint Bone Spine. 2010;77(2):125-30. PubMed PMID: 20188618.

2. Ceribelli A, Isailovic N, De Santis M, Generali E, Fredi M, Cavazzana I, Franceschini F, Cantarini L, Satoh M, Selmi C. Myositis-specific autoantibodies and their association with malignancy in Italian patients with polymyositis and dermatomyositis. Clin Rheumatol. 2017;36(2):469-475. PubMed PMID: 27761751.

3. Brouwer R, Hengstman GJ, Vree Egberts W, Ehrfeld H, Bozic B, Ghirardello A, Grøndal G, Hietarinta M, Isenberg D, Kalden JR, Lundberg I, Moutsopoulos H, Roux-Lombard P, Vencovsky J, Wikman A, Seelig HP, van Engelen BG, van Venrooij WJ. Autoantibody profiles in the sera of European patients with myositis. Ann Rheum Dis. 2001;60(2):116-23. PubMed PMID: 11156543.

4. Bodoki L, Nagy-Vincze M, Griger Z, Betteridge Z, Szöllősi L, Dankó K. Four dermatomyositis-specific autoantibodies-anti-TIF1γ, anti-NXP2, anti-SAE and anti-MDA5-in adult and juvenile patients with idiopathic inflammatory myopathies in a Hungarian cohort. Autoimmun Rev. 2014;13(12):1211-9. PubMed PMID: 25182203.

5. Hengstman GJ, Brouwer R, Egberts WT, Seelig HP, Jongen PJ, van Venrooij WJ, van Engelen BG. Clinical and serological characteristics of 125 Dutch myositis patients. Myositis specific autoantibodies aid in the differential diagnosis of the idiopathic inflammatory myopathies. J Neurol. 2002;249(1):69-75. PubMed PMID: 11954871.

6. Allenbach Y, Keraen J, Bouvier AM, Jooste V, Champtiaux N, Hervier B, Schoindre Y, Rigolet A, Gilardin L, Musset L, Charuel JL, Boyer O, Jouen F, Drouot L, Martinet J, Stojkovic T, Eymard B, Laforêt P, Behin A, Salort-Campana E, Fain O, Meyer A, Schleinitz N, Mariampillai K, Grados A, Benveniste O. High risk of cancer in autoimmune necrotizing myopathies: usefulness of myositis specific antibody. Brain. 2016;139(Pt 8):2131-5. PubMed PMID: 27086869.

7. Lega JC, Fabien N, Reynaud Q, Durieu I, Durupt S, Dutertre M, Cordier JF, Cottin V. The clinical phenotype associated with myositis-specific and associated autoantibodies: a meta-analysis revisiting the so-called antisynthetase syndrome. Autoimmun Rev. 2014;13(9):883-91. PubMed PMID: 24704867.

8. Zampeli E, Venetsanopoulou A, Argyropoulou OD, Mavragani CP, Tektonidou MG, Vlachoyiannopoulos PG, Tzioufas AG, Skopouli FN, Moutsopoulos HM. Myositis autoantibody profiles and their clinical associations in Greek patients with inflammatory myopathies. Clin Rheumatol. 2018 [Epub ahead of print] PubMed PMID: 30145635.

Page 11: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

9. Nishikai M, Reichlin M. Heterogeneity of precipitating antibodies in polymyositis and dermatomyositis. Characterization of the Jo-1 antibody system. Arthritis Rheum. 1980;23(8):881-8. PubMed PMID: 7406938.

10. Hamaguchi Y, Fujimoto M, Matsushita T, Kaji K, Komura K, Hasegawa M, Kodera M, Muroi E, Fujikawa K, Seishima M, Yamada H, Yamada R, Sato S, Takehara K, Kuwana M. Common and distinct clinical features in adult patients with anti-aminoacyl-tRNA synthetase antibodies: heterogeneity within the syndrome. PLoS One. 2013;8(4):e60442. PubMed PMID: 23573256.

11. Hamaguchi Y, Fujimoto M, Matsushita T, Kaji K, Komura K, Hasegawa M, Kodera M, Muroi E, Fujikawa K, Seishima M, Yamada H, Yamada R, Sato S, Takehara K, Kuwana M. Common and distinct clinical features in adult patients with anti-aminoacyl-tRNA synthetase antibodies: heterogeneity within the syndrome. PLoS One. 2013;8(4):e60442. PubMed PMID: 23573256.

12. Klein M, Mann H, Pleštilová L, Betteridge Z, McHugh N, Remáková M, Novota P, Vencovský J. Arthritis in idiopathic inflammatory myopathy: clinical features and autoantibody associations. J Rheumatol. 2014;41(6):1133-9. PubMed PMID: 24786927.

13. Koga T, Fujikawa K, Horai Y, Okada A, Kawashiri SY, Iwamoto N, Suzuki T, Nakashima Y, Tamai M, Arima K, Yamasaki S, Nakamura H, Origuchi T, Hamaguchi Y, Fujimoto M, Ishimatsu Y, Mukae H, Kuwana M, Kohno S, Eguchi K, Aoyagi K, Kawakami A. The diagnostic utility of anti-melanoma differentiation-associated gene 5 antibody testing for predicting the prognosis of Japanese patients with DM. Rheumatology (Oxford). 2012;51(7):1278-84. PubMed PMID: 22378718.

14. Chen Z, Cao M, Plana MN, Liang J, Cai H, Kuwana M, Sun L. Utility of anti-melanoma differentiation-associated gene 5 antibody measurement in identifying patients with dermatomyositis and a high risk for developing rapidly progressive interstitial lung disease: a review of the literature and a meta-analysis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2013;65(8):1316-24. PubMed PMID: 23908005.

15. Gono T, Sato S, Kawaguchi Y, Kuwana M, Hanaoka M, Katsumata Y, Takagi K, Baba S, Okamoto Y, Ota Y, Yamanaka H. Anti-MDA5 antibody, ferritin and IL-18 are useful for the evaluation of response to treatment in interstitial lung disease with anti-MDA5 antibody-positive dermatomyositis. Rheumatology (Oxford). 2012;51(9):1563-70. PubMed PMID: 22589330.

16. Endo Y, Koga T, Suzuki T, Hara K, Ishida M, Fujita Y, Tsuji S, Takatani A, Shimizu T, Sumiyoshi R, Igawa T, Umeda M, Fukui S, Nishino A, Kawashiri SY, Iwamoto N, Ichinose K, Tamai M, Nakamura H, Origuchi T, Kuwana M, Kawakami A. Successful treatment of plasma exchange for rapidly progressive interstitial lung disease with anti-MDA5 antibody-positive dermatomyositis: A case report. Medicine (Baltimore). 2018;97(15):e0436. PubMed PMID: 29642214.

17. Moghadam-Kia S, Oddis CV, Sato S, Kuwana M, Aggarwal R. Anti-Melanoma Differentiation-Associated Gene 5 Is Associated With Rapidly Progressive Lung Disease and Poor Survival in US Patients With Amyopathic and Myopathic Dermatomyositis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2016;68(5):689-94. PubMed PMID: 26414240.

18. Aggarwal R, Cassidy E, Fertig N, Koontz DC, Lucas M, Ascherman DP, Oddis CV. Patients with non-Jo-1 anti-tRNA-synthetase autoantibodies have worse survival than Jo-1 positive patients. Ann Rheum Dis. 2014;73(1):227-32. PubMed PMID: 23422076.

Page 12: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

19. Suzuki S, Hayashi YK, Kuwana M, Tsuburaya R, Suzuki N, Nishino I. Myopathy associated with antibodies to signal recognition particle: disease progression and neurological outcome. Arch Neurol. 2012;69(6):728-32. PubMed PMID: 22332183.

20. Wang L, Liu L, Hao H, Gao F, Liu X, Wang Z, Zhang W, Lv H, Yuan Y. Myopathy with anti-signal recognition particle antibodies: clinical and histopathological features in Chinese patients. Neuromuscul Disord. 2014;24(4):335-41. PubMed PMID: 24491486.

21. Kao AH, Lacomis D, Lucas M, Fertig N, Oddis CV. Anti-signal recognition particle autoantibody in patients with and patients without idiopathic inflammatory myopathy. Arthritis Rheum. 2004;50(1):209-15. PubMed PMID: 14730618.

22. Allenbach Y, Drouot L, Rigolet A, Charuel JL, Jouen F, Romero NB, Maisonobe T, Dubourg O, Behin A, Laforet P, Stojkovic T, Eymard B, Costedoat-Chalumeau N, Campana-Salort E, Tournadre A, Musset L, Bader-Meunier B, Kone-Paut I, Sibilia J, Servais L, Fain O, Larroche C, Diot E, Terrier B, De Paz R, Dossier A, Menard D, Morati C, Roux M, Ferrer X, Martinet J, Besnard S, Bellance R, Cacoub P, Arnaud L, Grosbois B, Herson S, Boyer O, Benveniste O; French Myositis Network. Anti-HMGCR autoantibodies in European patients with autoimmune necrotizing myopathies: inconstant exposure to statin. Medicine (Baltimore). 2014;93(3):150-7. PubMed PMID: 24797170.

23. Mohassel P, Mammen AL. Anti-HMGCR Myopathy. J Neuromuscul Dis. 2018;5(1):11-20. Review. PubMed PMID: 29480216. 24. Tansley SL, Betteridge ZE, Simou S, Jacques TS, Pilkington C, Wood M, Warrier K, Wedderburn LR, McHugh NJ; Juvenile Dermatomyositis

Research Group. Anti-HMGCR Autoantibodies in Juvenile Idiopathic Inflammatory Myopathies Identify a Rare but Clinically Important Subset of Patients. J Rheumatol. 2017;44(4):488-492. PubMed PMID: 28202739.

25. Tiniakou E, Pinal-Fernandez I, Lloyd TE, Albayda J, Paik J, Werner JL, Parks CA, Casciola-Rosen L, Christopher-Stine L, Mammen AL. More severe disease and slower recovery in younger patients with anti-3-hydroxy-3-methylglutaryl-coenzyme A reductase-associated autoimmune myopathy. Rheumatology (Oxford). 2017;56(5):787-794. PubMed PMID: 28096458.

26. Tansley SL, Betteridge ZE, Shaddick G, Gunawardena H, Arnold K, Wedderburn LR, McHugh NJ; Juvenile Dermatomyositis Research Group. Calcinosis in juvenile dermatomyositis is influenced by both anti-NXP2 autoantibody status and age at disease onset. Rheumatology (Oxford). 2014;53(12):2204-8. PubMed PMID: 24987158.

27. Gunawardena H, Wedderburn LR, North J, Betteridge Z, Dunphy J, Chinoy H, Davidson JE, Cooper RG, McHugh NJ; Juvenile Dermatomyositis Research Group UK. Clinical associations of autoantibodies to a p155/140 kDa doublet protein in juvenile dermatomyositis. Rheumatology (Oxford). 2008;47(3):324-8. PubMed PMID: 18238791.

28. Tansley SL, Simou S, Shaddick G, Betteridge ZE, Almeida B, Gunawardena H, Thomson W, Beresford MW, Midgley A, Muntoni F, Wedderburn LR, McHugh NJ. Autoantibodies in juvenile-onset myositis: Their diagnostic value and associated clinical phenotype in a large UK cohort. J Autoimmun. 2017;84:55-64. PubMed PMID: 28663002

29. Kobayashi N, Takezaki S, Kobayashi I, Iwata N, Mori M, Nagai K, Nakano N, Miyoshi M, Kinjo N, Murata T, Masunaga K, Umebayashi H, Imagawa T, Agematsu K, Sato S, Kuwana M, Yamada M, Takei S, Yokota S, Koike K, Ariga T. Clinical and laboratory features of fatal rapidly

Page 13: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

progressive interstitial lung disease associated with juvenile dermatomyositis. Rheumatology (Oxford). 2015;54(5):784-91. PubMed PMID: 25288783.

30. Rojana-Udomsart A, Bundell C, James I, Castley A, Martinez P, Christiansen F, Hollingsworth P, Mastaglia F. Frequency of autoantibodies and correlation with HLA-DRB1 genotype in sporadic inclusion body myositis (s-IBM): a population control study. J Neuroimmunol. 2012;249(1-2):66-70. PubMed PMID: 22554526.

31. Lilleker JB, Rietveld A, Pye SR, Mariampillai K, Benveniste O, Peeters MT, Miller JA, Hanna MG, Machado PM, Parton MJ, Gheorghe KR, Badrising UA, Lundberg IE, Sacconi S, Herbert MK, McHugh NJ, Lecky BR, Brierley C, Hilton-Jones D, Lamb JA, Roberts ME, Cooper RG, Saris CG, Pruijn GJ, Chinoy H, van Engelen BG; all UKMYONET contributors. Cytosolic 5'-nucleotidase 1A autoantibody profile and clinical characteristics in inclusion body myositis. Ann Rheum Dis. 2017;76(5):862-868. PubMed PMID: 28122761.

32. Yeker RM, Pinal-Fernandez I, Kishi T, Pak K, Targoff IN, Miller FW, Rider LG, Mammen AL; Childhood Myositis Heterogeneity Collaborative Study Group. Anti-NT5C1A autoantibodies are associated with more severe disease in patients with juvenile myositis. Ann Rheum Dis. 2018;77(5):714-719. PubMed PMID: 29363513.

33. Fredi M, Cavazzana I, Franceschini F. The clinico-serological spectrum of overlap myositis. Curr Opin Rheumatol. 2018. [Epub ahead of print] PubMed PMID: 30074509.

34. Rigolet A, Musset L, Dubourg O, Maisonobe T, Grenier P, Charuel JL, Behin A, Herson S, Amoura Z, Benveniste O. Inflammatory myopathies with anti-Ku antibodies: a prognosis dependent on associated lung disease. Medicine (Baltimore). 2012;91(2):95-102. PubMed PMID: 22391471.

35. Muro Y, Hosono Y, Sugiura K, Ogawa Y, Mimori T, Akiyama M. Anti-PM/Scl antibodies are found in Japanese patients with various systemic autoimmune conditions besides myositis and scleroderma. Arthritis Res Ther. 2015;17:57. PubMed PMID: 25885224.

36. Bundell C, Rojana-Udomsart A, Mastaglia F, Hollingsworth P, McLean-Tooke A. Diagnostic performance of a commercial immunoblot assay for myositis antibody testing. Pathology. 2016;48(4):363-6. PubMed PMID: 27114370.

37. Levels of Evidence and Grades of Recommendations - Oxford Centre for Evidence Based Medicine. Disponi ́vel em URL: http://cebm.jr2.ox.ac.uk/docs/ old_levels. Htm

38. Goldet G, Howick J. Understanding GRADE: an introduction. J Evid Based Med 2013; 6:50-4.

Page 14: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

ANEXO I

1. Dúvida Clínica

Quais são os anticorpos miosite-específicos ou miosite-relacionados que podem ajudar no diagnóstico/seguimento de pacientes com MAS na

prática diária?

2. Critérios de elegibilidade

Os principais motivos de exclusão foram: não respondiam ao PICO e desenho de estudo.

Revisões narrativas, relatos de casos, séries de casos, trabalhos com apresentação de resultados preliminares foram, a princípio, excluídos.

3. Busca de Artigos 3.1. Bases de Dados

A base de informação científica consultada foi Medline (via PubMed) e em referências dos estudos selecionados.

3.2. Identificação de descritores

P Paciente com miopatia autoimune sistêmica

I Autoanticorpos miosite específicos, Autoanticorpos miosite relacionados C O diagnóstico, seguimento

Page 15: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

3.3. Estratégia de Pesquisa

Medline-Pubmed:

(Muscular Disease OR Myopathies OR Myopathy OR Muscle Disorders OR Muscle Disorder OR Myopathic Conditions OR Myopathic Condition) AND

(Autoimmune OR Autoimmune Disease OR Autoimmune Diseases OR Systemic OR Polymyositides OR Idiopathic Polymyositides OR Idiopathic

Polymyositis OR Dermatomyositides OR Dermatopolymyositis OR Dermatopolymyositides OR Myositides OR Inflammatory Muscle Diseases OR

Inflammatory Muscle Disease OR Inflammatory Myopathy OR Inflammatory Myopathies OR Inclusion Body Myositides OR Inclusion Body Myopathy,

Sporadic) AND Autoantibodies

Busca manual

• Referência das referências.

4. Avaliação Crítica 4.1. Relevância – importância clínica

Essa diretriz foi preparada por meio de uma pergunta clinicamente relevante a fim de reunir informações em medicina para padronizar a conduta

e ajudar na tomada de decisões.

Page 16: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

4.2. Confiabilidade – Validade interna

A seleção dos estudos, a avaliação dos títulos e resumos obtidos com a estratégia de busca nas bases de informação consultadas foi conduzida de

forma independente e cegada, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão, separando-se por fim os trabalhos com potencial relevância.

Quando o título e o resumo não fossem esclarecedores, buscou-se o artigo na íntegra. Somente os trabalhos cujos textos completos encontravam-se

disponíveis foram considerados para avaliação crítica. Não foi feita restrição quanto ao ano de publicação.

Idiomas: português, inglês, espanhol.

4.3. Aplicação dos resultados – Validade externa

O nível de Evidência Científica foi classificado por tipo de estudo segundo Oxford37 (tabela 01).

A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência.

B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência.

C: Relatos de casos / estudos não controlados.

D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais.

Tabela 01: Grau de recomendação e força de evidência

Page 17: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

5. Método de Extração e Analise dos resultados

Para resultados com evidência disponível serão definidos de maneira específica, sempre que possível, a população, a intervenção, os desfechos, a

presença ou ausência de benefício e/ou dano e as controvérsias.

Os resultados serão expostos preferencialmente em dados absolutos, risco absoluto, número necessário para tratar (NNT), ou número para produzir

dano (NNH), e eventualmente em média e desvio padrão (tabela 02).

Evidência incluída Desenho do estudo População selecionada Tempo de seguimento Desfechos considerados Expressão dos resultados: porcentagem, risco, odds, hazard ratio, média

Tabela 02 - Planilha utilizada para descrição e exposição dos resultados de cada estudo

6. Resultados

Trabalhos recuperados (09/2018)

BASE DE INFORMAÇÃO NÚMERO DE TRABALHOS

Primária

PubMed-Medline 2974

Tabela 03 – Número de trabalhos recuperados com as estratégias de busca utilizadas para cada base de informação científica

Page 18: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

7. Aplicação da evidencia – Recomendação

As recomendações serão elaboradas pelos autores da revisão, com a característica inicial de síntese da evidência, sendo submetida a validação

por todos os autores participantes da elaboração da Diretriz.

A evidência disponível seguirá alguns princípios de exposição:

• Será pelo desfecho;

• Terá como componentes: o número de pacientes, o tipo de comparação, a magnitude e a precisão (desvio padrão e IC95%).

Terá a sua força estimada (Oxford37/GRADE38) em 1b e 1c (graus A) ou forte e em 2a, 2b e 2c (graus B) ou moderada ou fraca ou muito fraca.

8. Conflito de interesse

Não há nenhum conflito de interesse relacionado a esta revisão a ser declarado por nenhum dos autores.

9. Declaração final

O Projeto Diretrizes, iniciativa da Associação Médica Brasileira em conjunto com as Sociedades de Especialidades, tem por objetivo conciliar

informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas

neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado

clínico de cada paciente.

Page 19: MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS

APOIO AMB E SOCIEDADES DE ESPECIALIDADES