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MEDICINA UFSC

4ª FaseSemestre

2014.1

INFECÇÕES ORAIS E DE VIAS

RESPIRATÓRIAS

MICROBIOLOGIAProf. Oscar Bruna Romero

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Gram-positivas com morfologia de coco e anaeróbias facultativas. Comum na cavidade oral e causador da cárie, devido a sua capacidade acidogênica, acidúrica e acidófi la. Transmitida via saliva de familiares na infância. Pode ainda causar endocardite em pacientes com valvulopatias se chegar a corrente sanguínea (em uma extração dentária, por exemplo). Diagnóstico comumente clínico (dor na bochecha e dentes, área inflamada, pulpite, formação de dentina de reação de cor castanho-escuro). Diagnóstico ainda pode ser radiológico ou através do método Gram e saliva inoculada em meio sólido rico em sacarose e bacitracina, incubadas por 48h, a 37ºC e 10% de CO2.

Streptococcus mutans

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Bacilo anaeróbio, Gram-negativo, pertence à microbiota normal da boca humana. Causador de periodontite e gengivites. Diagnóstico: é precedida por gengivite não tratada (inflamação crônica, que causa hiperemia indolor da gengiva livre e imóvel, a qual sangra com a escovação), e se caracteriza por aprofundamento dos sulcos fisiológico, destruição do ligamento periodontal, formação de bolsas ao redor dos dentes preenchidas com pus e restos, que podem levar à queda do dente. Forma severa: é um canal de entrada para microorganismos causarem doença arterial coronariana e AVE

Prevotella intermedia

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Gram-negativo, anaeróbio obrigatório, faz parte da microbiota normal da boca do ser humano. Doença causada: periodontite (inflamação da gengiva). Diagnóstico: formação de placas dentárias (biofi lme), sangramento às escovações, halitose, mobilidade e perda do dente. Forma severa: periodontite agressiva e periodontite necrotizante - levam a uma rápida reabsorção óssea com perda do dente junto com ulcerações da gengiva e dor.

Treponema denticola

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Porphyromonas gingivalis é uma bactéria anaeróbia , presente em diversas formas de doença periodontal. Embora seja encontrada em baia quantidade na mucosa bocal, causa um desequilíbrio, permitindo o crescimento de bactérias comensais, ativando a resposta imune e gerando periodontite. Uma característica significativa da doença é a perda óssea.

Porphyromonas gingivalis

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Fusobacterium são bacilos anaeróbios gram-negativos, não esporulados, as células fi nas com extremidades afi ladas ou pleomorfas. Fazem parte da fl ora normal da orofaringe, trato gastrointestinal e genital. As infecções podem ocorrer após traumatismo cirúrgico ou acidental, o edema, a anóxia, a destruição do tecido, e picadas de animais, transmitida por fl uidos corporais. F. necrophorum é a espécie mais virulenta e pode causar infecções graves em crianças e adultos jovens (faringoamigdalites). É comumente isolada de abscessos peritonsilares. Associada com a doença Lemierre, que apresenta trombofl ebite aguda da veia jugular, incluindo sepse e abscesso metastático nos pulmões, fígado, articulações e espaços pleurais. Fusobactérias são encontrados em infecções intra-abdominais e pulmonares, assim como as infecções resultantes de mordidas de animais. A identifi cação é pela cultura bacteriana. Outros métodos de detecção incluem o sequenciamento do RNAr 16S, cromatografi a de gás-líquido, e PCR em tempo real.

Fusobacterium spp.

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É um bastonete Gram-negativo, capnofi ́lico, fermentador de carboidratos, na ̃o formador de esporo, imo ́vel e anaero ́bio facultativo. As suas colônias sa ̃o translúcidas, brilhantes e exibem estrutura interna em forma de estrela. Em ni ́vel morfocolonial, a observa-se emissa ̃o de psudópodes, são catalase positivo e oxidase negativo. As cepas aderem-se fortemente ao ágar sangue, devido presença de fi mbrias e as culturas também podem ser estimuladas por 1% de NaHCO 3

ou hormônios esteroides estrógeno e progesterona. É o principal periodontopató ́geno relacionado a ̀ peridontite agressiva (ra ́pida perda de inserc ̧ão e severa destruic ̧ão óssea) e que a leucotoxina produzida pelo mesmo seja um dos principais fatores de virule ̂ncia em func ̧ão da sua capacidade de inativar a func ̧ão de ce ́ lulas do sistema imunolo ́gico humano, como neutro ́fi los e macro ́fagos. Tratamento: Tetraciclina sistêmica 250mg 4x ao dia por no mínimo 1 semana, juntamente com tratamento mecânico - raspagem e alisamento radicular.

Aggregatibacter actinomycetemcomitans

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É uma bactéria Gram-negativa anaeróbia, membro do "complexo vermelho" de patógenos periodontais. Ela está frequentemente associada com gengivite e periodontite, que são caracterizadas por inchaço e vermelhidão ao redor do contorno dos dentes, exsudato e sangramentos. Os métodos de detecção incluem cultura (amostras cultivadas anaerobicamente em meio enriquecido com fatores de crescimento, como ácido N-acetilmurâmico) , testes bioquímicos (como o BANA test), imunoensaio (ELISA, imunofluorescência) e PCR.

Tannerella forsythia

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Eikenella corrodens, cocobacilo Gram-negativo, pertence à população microbiana da cavidade oral, trato gastrointestinal e geniturinário. Causa: Infecção pleuropulmonar apresenta-se com derrame parapneumônico, empiema pleural, pneumonia e/ou abcesso pulmonar. Outras doenças: endocardite, osteomielite, parotidite, sinusite, meningite, abcesso cerebral. Diagnóstico difícil pela natureza fastidiosa e culturas negativas. Isolados mais facilmente em meios aeróbicos, suas culturas necessitam de tempo prolongado de incubação para crescimento.

Eikenella corrodens

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O Mycobacterium tuberculosis , um bacilo álcool-ácido-resistente (BAAR), é o principal causador da tuberculose (TB), e geralmente é transmitido por disseminação aérea de secreções respiratórias aerossolizadas de pessoas com TB pulmonar. A TB pode evoluir com febre baixa geralmente vespertina e sinais gerais, como astenia, emagrecimento e, em muitos casos, tosse úmida ou produtiva, e algumas vezes raias de sangue. O diagnóstico de TB é feito pela combinação da história e do quadro clínico com as colorações de BAAR ou com a cultura de amostra (esfregaço ou biópsia de tecido). Na suspeita de TB pulmonar devem ser coletados três amostras de escarros no início da manhã enquanto o paciente estiver no isolamento. Outros testes podem ser feitos como o teste cutâneo com derivado proteico purifi cado (PPD) e os ensaios de liberação de interferon-gama (ELIGs). O tratamento, geralmente, começa com um ciclo de dois meses com quatro fármacos: isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol, seguida de quatro meses de isoniazida e rifampicina. A TB latente deve ser tratada por nove meses com isoniazida para evitar a reativação da TB.

Mycobacterium tuberculosis

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O Streptococcus pneumoniae é um diplococo Gram-positivo, e é o principal causador da pneumonia comunitária. O diagnóstico pode ser feito a partir dos dados clínicos e dos exames complementares. Os sintomas da pneumonia pneumocócica é uma instalação aguda (2-3 dias), com uma história de calafrios, febre alta (39-40°C), dor torácica pleurítica e tosse com expectoração purulenta (esverdeada). No exame físico os achados podem variar desde apenas estertores crepitantes, até derrame pleural e/ou consolidações. Os principais exames complementares são: Raio-X de tórax – para detectar infi ltrados alveolares. Hemograma – espera-se uma leucocitose neutrofílica entre 15.000-35.000/mm³. Para investigar o agente etiológico, deve-se colher hemoculturas, culturas do escarro e dosagens de antígenos urinários para Streptococcus pneumoniae (TAU-teste do antígeno urinário).

Streptococcus pneumoniae

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Procariotos da classe Mollicutes com tamanho próximo ao de vírus. Não visível à coloração de Gram. O M. pneumoniae atua como patógeno extracelular fi xando-se às células epiteliais respiratórias ciliadas por meio de uma complexa organela terminal na extremidade desse organismo. Causa lesão por produção de peróxido de hidrogênio. Pode causar faringite, traqueobronquite, doença reativa das vias respiratórias ou síndrome respiratória superior inespecífi ca. Ocorre pneumonia em 3 a 13% dos indivíduos infectados. Diagnóstico: os achados clínicos, exames laboratoriais não microbiológicos e radiografi a de tórax não diferenciam pneumonia causada por M. pneumoniae de pneumonia causada por outros agentes. Utiliza-se a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em secreção do trato respiratório. Faz-se também teste sorológico à procura de IgM e IgG contra M. pneumoniae.

Mycoplasma pneumoniae

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Klebsiel la pneumoniae; A Klebsiel la é uma bactéria que vive no trato gastrointestinal de aproximadamente 40% das pessoas  (a prevalência da colonização em mucosas é de 5% a 35% no colo e 1% a 5% na orofaringe; coloniza a pele transitoriamente).  Ela tem a habi l idade de provocar sintomas intestinais oportunistas. Apesar de a Klebsiel la também poder infectar o sistema urinário, o local de infecção mais perigoso são os pulmões, onde é possível evoluir rapidamente para uma forma perigosa de pneumonia, sendo a  K. pneumoniae , a causa mais frequente de pneumonia por bactérias gram-negativas. A disseminação pessoa a pessoa é o modo predominante. É responsável por um pequeno número de PAC (Pneumonia Adquir ida na Comunidade), sendo mais comum na Áfr ica e Ásia. A Infecção pulmonar por Klebisiel la   (Pneumonia Necrosante) é observada sobre tudo em hospedeiros com condições subjacentes (p.ex., alcool ismo, diabetes ou doença pulmonar crônica e imunossuprimidos). É então part icularmente comum entre residentes de inst ituições para cuidados a longo prazo e pacientes hospital izados, devido as taxas aumentadas de colonização orofaríngea. A venti lação mecânica constitui um importante fator de r isco. Tal como todas as pneumonias causadas por GNB entéricos, a produção de secreção brônquica e evidências de doenças das vias respiratórias são t ípicas, entretanto causa a rápida destruição do tecido pulmonar e, como resultado, os sintomas aparecem rapidamente. A severidade dessa pneumonia é muito maior que a da causada por bactérias usuais. A apresentação em fases mais precoces e menos avançadas é mais comum do que o classicamente descrito de infi ltrado lobar com abaulamento de cisura. A febre, a tosse e a falta de ar são frequentes, e a expectoração el iminada pode ser espessa e de cor avermelhada (hemoptise). Com a progressão da doença, podem ocorrer necrose pulmonar, derrame pleural e empiema (coleções de pus presentes nos tecidos circundantes dos pulmões, que podem conduzir à formação de tecido cicatric ial) .   O diagnóstico é feito com base em sintomas do paciente, exame físico com outras investigações, como radiografi a de tórax, exame de sangue e culturas de escarro.

Pneumonia por enterobactérias – Klebsiella, Pseudomonas, E. coli

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NOTA: no início dos anos 2000, foi identifi cado um tipo de Klebsiel la capaz de produzir uma enzima carbapenemase contra diversos antibióticos (carbapenêmicos, especialmente): a Klebsiel la Pneumoniae produtora de Carbapenemase, conhecida como KPC (superbactéria). É predominantemente intra-hospitalar, causando as mesmas infecções da K. pneumoniae clássica, porém com um agravante de superresistência a antibióticos.

Pseudomonas (Gram-negativa): P. aeruginosa é uma bactéria oportunista que pode causar pneumonia, meningite, otites, infecções do trato urinário, infecções em queimaduras e feridas e ainda levar a septicemias. Além disso, é uma das principais bactérias responsáveis pelas infecções hospitalares. Os sintomas dependem do local da infecção. Quando causa pneumonia, os sintomas são tosse produtiva, estertores crepitantes e calcifi cações pulmonares no raio X de tórax. Em otites há dores no ouvido, é a chamada orelha de nadador. Nas ITUs pode ocorrer disúria, polaciúria e hematúria. Em infecções de feridas ou queimaduras produz um exsudato azul-esverdeado. Para se fazer o diagnóstico etiológico é preciso colher amostras do local da infecção (exsudato, urina, sangue, LCR ou escarro), então faz-se a cultura para observar a presença do bacilo. 

Escherichia coli (Gram-negativa; aeróbia e anaeróbia facultativa): Faz parte da microbiota normal do intestino. A doença é por disseminação da E. coli em outros órgãos ou por invasão intestinal de variantes da E. coli que aquele indivíduo não possui. Pode causar gastroenterites (diarreia), infecções do trato urinário, pneumonia, meningite (comum em neonatos), infecções de feridas e otites. Os sintomas dependem do tipo de infecção causada. Em gastroenterites pode ocorrer diarreia, náusea, vomito, dor abdominal, cefaleia e febre e ainda pode levar a septicemia. O diagnostico é feito por teste laboratorial de fezes. No caso de ITUs os sintomas são dor ou ardência ao urinar, hematúria e odor fétido na urina; diagnosticado pela cultura de urina e observação microscópica com análises bioquímicas.

 

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Chlamydophila psittaci : É uma bactéria Gram-negativa, presente na fl ora intestinal e pele de aves. Normalmente, os indivíduos são infectados através da inalação da poeira da plumagem ou do excremento de aves contaminadas. Provoca ornitose, pneumonias atípicas e endocardite. Aproximadamente, uma a três semanas após ter sido infectado, o indivíduo apresenta febre, calafrios, fadiga e perda de apetite. Em seguida, surge a tosse, que é inicialmente seca e, posteriormente, torna-se produtiva com expectoração esverdeada. A doença pode ser leve ou grave, dependendo da idade do indivíduo e da extensão do envolvimento do tecido pulmonar. A sorologia é o exame diagnóstico de escolha, com positividade em cerca de 70% dos casos.

Chlamydophila pneumoniae : É uma bactéria Gram-negativa intracelular obrigatória. Além das pneumonias, esta bactéria est á associada a resfriados leves, bronquites e estudos mais recentes tentam estabelecer uma correlação destas infecções com doenças cardiovasculares. Os sintomas são parecidos com os apresentados pela pneumonia por Micoplasma: fadiga, dor de garganta e tosse seca. A tosse pode evoluir para produtiva, com expectoração de secreção hialina, com aspecto de “clara de ovo”. ferramenta diagnóstica útil é a sorologia pelo método da microimunofl uorescência.

Chlamydophila (Chlamydia) psitacii e pneumoniae

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Causa a Doença do Legionário ou Legionelose, uma pneumonia multifocal necrotizante com formação de microabcessos, cujos sintomas são febre, tremores, tosse seca, dores de cabeça, dispneia , dor torácica, sintomas digestivos como diarreia e até insuficiência renal. Métodos de diagnóstico: imunofluorescência, cultura (mais difícil) e radiografia de tórax (mostra uma pneumonia atípica). Essa mesma bactéria causa ainda a Febre de Pontiac, infecção tipo gripe, não pneumônica, cujos sintomas são febre, tremores, mal-estar, dores de cabeça e musculares e cursa sem complicação. Métodos de diagnóstico: a clinica, uma vez que não possui sinal pneumológico em raio-X; imunofluorescência. .

Legionella pneumophila

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O Bacillus Anthracis causa o antraz (ou carbúnculo). O reconhecimento da doença é feito principalmente através das lesões de pele (95% dos casos). A infecção cutânea inicia-se com uma pequena pápula, que progride para uma vesícula em 1-2 dias, e erupciona, deixando uma úlcera necrótica com centro enegrecido. Outras manifestações são diarreia sanguinolenta (forma gastrintestinal da doença) e choque séptico (forma inalatória da doença). Os recursos diagnósticos utilizados são a cultura bacteriana do conteúdo das lesões e a análise por microscopia, hemocultura e testes imunológicos.

Bacillus anthracis

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Acinetobacter baumannii é uma bactéria gram-negativa aeróbia. O A. baumannii coloniza pacientes expostos à ambientes hospitalares, principalmente unidades de terapia intensiva. A colonização das vias respiratórias em pacientes submetidos à ventilação mecânica pode levar a pneumonia hospitalar. A colonização da pele pode levar a infecção hematogênica associada ao acesso central; infecção do trato urinário associada ao uso de cateter, meningite pós neurocirurgia ou infecção de feridas. Diagnóstico: deve-se suspeitar de infecção por Acinetobacter quando são observados cocobacilos arredondados em amostras de secreções do trato respiratório coradas pelo Gram, hemoculturas ou líquido cerebroespinal.

Acinetobacter baumanii

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É um coco Gram-posit ivo e anaeróbio facultativo que causa faringite bacteriana comum, escarlatina, fasci ite necrotizante, celul ite, eris ipela e impetigo.  A transmissão de pessoa a pessoa é por contato direto ou via secreções (espirros, tosse).  Na faringite, após 2 a quatro dias de infecção aparecem os sintomas de dor na garganta e febre, além da frequente infl amação vermelha e edematosa da faringe. A escarlatina é uma complicação da faringite na qual se observam eritemas no peito que se espalham, mas não afetam a boca e a palma das mãos; a l íngua é inicialmente amarela e depois vermelha viva. A fasci ite necrotizante apresenta-se como uma infl amação profunda que se espalha a nível das fáscias dos músculos esqueléticos, apresenta mortal idade de 50% e é de emergência cirúrgica. A celul ite é a infecção do tecido conjuntivo frouxo, profundamente ao tecido subcutâneo, com infl amação. Eris ipela é uma infecção da pele com bolhas, vermelhidão, calor e eritema.  Impetigo é uma infl amação supurativa com formação de pústulas, que se rompem deixando exposta a tela infradérmica e tornando a região suscetível a infecções secundárias. As complicações dessas  infecções podem ser: febre reumática e glomerulonefrite pós- estreptocócica, por danos causados por complexo de antígenos do S.pyogenes com anticorpos. Os diagnósticos podem ser feitos com os sinais e s intomas apresentados pelo paciente. Como meio de cultura, pode ser cult ivado no meio ágar sangue, pois é o principal beta-hemoil ít ico dos Streptococus.

Streptococcus pyogenes

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Haemophilus influenzae (ou bacilo de Pfeiff er) é um cocobacilo pleomórfico Gram-negativo, cultivado em meio ágar chocolate. Sua classificação é baseada na presença (grupos A-F) ou ausência (grupo não-capsulado) de uma cápsula polissacarídica envoltória. É responsável pela ocorrência de diversas infecções, sendo as principais: meningite (em especial em crianças menores de 5 anos), celulite, epiglotite, pericardite, otite, sinusite, conjuntivite, pneumonia, artrite séptica e bacteremia oculta. O diagnóstico é baseado nos aspectos clínicos da infecção (anamnese e exame físico), em associação aos exames complementares de bacterioscopia, cultura bacteriana de fluidos corporais (como escarro, líquor, sangue) e testes de imunohistoquímica.

Haemophilus influenzae

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São cocos piogênicos Gram-positivos que formam grupos em forma de cachos de uva. Causam inúmeras lesões na pele (furúnculos, carbúnculos, impetigo e síndrome da pele escaldada), além de abscessos, sepse, osteomielite, pneumonia, endocardite, intoxicação alimentar e síndrome do choque tóxico. O diagnóstico é feito pelo exame microscópico do abcesso bem como outros testes laboratoriais como o PCR.

Staphylococcus aureus

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A Bordetella Pertussis é uma bactéria do tipo bacilo Gram-negativo, causadora da doença Coqueluche. O diagnóstico clínico da doença não é difícil se houver presença dos sintomas clássicos, que iniciam após um período de incubação de 7-10 dias. No início há tosse leve, coriza e febre baixa e, depois de 1-2 semanas, a tosse torna-se paroxística, com acessos repetidos e com possível presença de guincho. Para confi rmação laboratorial, deve-se procurar por linfocitose. A cultura de secreções nasofaríngeas é o padrão ouro (meio Regan-Lowe). O PCR pode ser obtido em poucas horas. A sorologia é importante devido à difi culdade de diagnóstico em pacientes sintomáticos por mais de 4 semanas. O diferencial mais comum é feito com infecção por Bordetella parapertussis , que apresenta sintomatologia mais branda.

Bordetella pertussis

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Bacilo Gram-positivo pleomórfico, em forma de alteres. Bactéria causadora da doença Difteria, que ocorre devido a produção de sua toxina da difteria. Só as bactérias que estiverem elas próprias infectadas por um fago (contém o gene da toxina), podem produzi-la e causar a doença. A toxina é do tipo AB. A região B provoca internalização da toxina. A região A tem a atividade tóxica propriamente dita: ela bloqueia irreversivelmente o sistema da síntese de novas proteínas, o que inevitavelmente provoca a morte celular. Acomete principalmente as vias aéreas. Principais Métodos de Diagnóstico: clinicamente ou por amostra de catarro ou sangue. Também pode ser feito pela identificação da toxina pelo teste de Elek (Imunodifusão) ou por teste intradérmico de Schick.

Corynebacterium diphteriae

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Brucella melitensis : Causa a brucelose (uma zoonose) e tem um período de incubação de 10 a 21 dias. A bactéria atinge órgãos como pulmões, f ígado, baço, ossos, testículos e endocárdio, onde causam formação de granulomas ou abcessos devido à resposta imunológica do hospedeiro, o que é fundamental para o diagnóstico sorológico. Apresenta no seu quadro cl ínico como sintoma característico a febre de Malta (febre ondulante). É considerada uma infecção granulomatosa crônica, com transmissão principal por via digestiva (ingestão de leite e derivados), tendo ainda outras vias como a inalatória. O diagnóstico é realizado por meio de hemocultura ou por teste sorológico.

Brucella abortus : É uma bactéria Gram-negativa, também responsável por causar a brucelose (costumava ser chamada de Febre de Malta), que é uma zoonose e pode ter no seu quadro cl ínico febre ondulante e artrite. Este parasita pode ser transferido de um animal para um humano e se tornar patogênico. A forma de contágio é cutânea ou mucosa (manuseio de animais ou excrementos infectados). É um parasita intracelular que causa aborto prematuro em fetos bovinos. Em humanos essa doença pode causar problemas agudos ou crônicos, mas pode ser tratada com antibióticos. Também é caracterizada por infecção granulomatosa e é diagnosticada por hemocultura ou teste sorológico.

Brucella melitensis e abortus

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É um diplococo Gram-negativo que comumente coloniza o trato respiratório superior, principalmente em crianças. É uma causa de otite média e rinossinusite em crianças e exacerbação de DPOC em adultos com essa doença. Os sintomas incluem dor na arcada dentária superior, dor ou pressão facial, congestão e obstrução nasal, secreção nasal e pós-nasal, hiposmia/anosmia, febre, cefaleia, halitose, fadiga, otalgia, tosse e irritação de garganta. O diagnóstico é basicamente clínico. Exames de imagem não são sensíveis para rinossinusites. A otoscopia é importante para diagnóstico de otite média. O exame microbiológico é feito com base em cultura, crescimento de Gram-negativo em cultura, com presença de catalase, oxidase e sem pigmentação em ágar sangue seria fortemente indicativo de M. catarrhalis quando ligado ao quadro clínico

Moraxella catarralis

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Adenovírus são um grupo de vírus que normalmente causam doenças respiratórias como um resfriado comum, conjuntivite, bronquite ou pneumonia. Em crianças, geralmente adenovírus causam infecções no trato respiratório e do trato intestinal. Os sintomas mais comuns do quadro respiratório são febre, tosse, coriza, dor de cabeça e garganta e no quadro intestinal, febre, diarreia e vômitos e dor de barriga. O método de diagnóstico preferível é a detecção da infecção adenoviral por cultura ou antígeno.

Adenovírus

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Popularmente conhecida como gripe, o vírus causador da Influenza pertence a família Ortomixovírus. É uma doença que acomete o trato respiratório e possui alta disseminação, que ocorre de pessoa a pessoa. Suas manifestações clínicas abruptas são mialgia generalizada, cefaleia, febre superior a 38 graus, tosse seca, dor localizada na garganta, espirro e corizas. O quadro clínico ocorre por destruição e descamação do epitélio ciliado das vias respiratórias, com posterior regeneração. O ciclo do vírus se completa com 15 dias. Casos graves evoluem para uma pneumonia viral. Lavados nasais e swabs de garganta são as melhores amostras para o isolamento do vírus.

Influenza

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Pertence à sub-família Paramyxovirinae e é dividido em 4 tipos:

HPIV-1: infecção do trato respiratório superior (ITRS) em lactentes, e é considerado a causa mais frequente de crupe, acometendo crianças nos primeiros cinco anos de vida. HPIV-2: número signifi cativo de crianças menores de 1 ano.HPIV-3: RN em unidades de terapia intensiva neonatal, em alas de doentes imunocomprometidos, transplantados de medula óssea e em crianças com cardiopatia congênita. HPIV-4: infecções respiratórias leves. Os sintomas incluem a sinusite, a rinite, a faringite e a bronquite, ou combinações de todas essas afecções (rinosinusites, rinofaringites e outras), e processos febris sem localização anatómica.O diagnóstico pode ser feito por cultura de células, microscopia de imunofl uorescência e reação em cadeia da polimerase (PCR), sendo que esta última técnica é rotineiramente utilizada na sua análise clínica.

Parainfluenza

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É um vírus que provoca surtos de doenças pulmonares todos os anos, no fim do outono e no início do inverno, como bronquiolite e pneumonia. A transmissão é feita pelo ar que contém o vírus ou ao tocar em pessoas/objetos infectados, sendo que ocorre apenas desenvolvimento de uma imunidade parcial, podendo ser contraído mais vezes. O diagnóstico tem como base a sintomatologia apresentada pelo paciente; análises de laboratórios podem identificar o vírus ou os anticorpos em amostras de sangue.

Vírus Respiratório Sincicial (VRS)

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Coronavírus (SARS): O SARS-CoV é um membro da família Coronaviridae. Vírus envelopado, RNA de fi ta simples e que no homem, infecta as células do trato respiratório. Causa uma forma grave de pneumonia, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG/SARS). As manifestações clínicas incluem febre, cefaléia, mal-estar geral e mialgias, seguidas de tosse não produtiva e às vezes dispneia. Esses sinais e sintomas são comuns a outras infecções virais e sozinhos não podem garantir certeza diagnóstica. Exames complementares: a radiografi a de tórax apresenta infi ltrados intersticiais difusos. Os exames laboratoriais podem indicar linfopenia. Pode ser utilizada a técnica PCR com transcriptase reversa (RT-PCR) em amostras do trato respiratório, do plasma, da urina e das fezes. O vírus pode ser também cutlivado a partir de amostras do trato respiratório. Podem ainda ser detectados anticorpos por ELISA ou imunofl uorescência.

Coronavírus

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Síndrome pulmonar por hantavírus (HPS) é uma infecção viral causada pelo hantavirus. Ela é transmitida através da urina de ratos e ratazanas. Não é transmitida entre seres humanos. Os primeiros sintomas da HPS incluem fadiga, febre, dores musculares, dores de cabeça, calafrios, tontura, náuseas, vômitos, diarreia ou dor abdominal. Não existe um tratamento específico, cura, nem vacina para HPS. O diagnóstico é principalmente clínico levando em conta uma possível exposição à roedores, juntamente com exames complementares como RX e hemograma.

Hantavírus

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O Vírus respiratório sincicial humano (hRSV) e o Metapneumovírus humano (hMPV) são os principais agentes etiológicos identifi cados nas infecções respiratórias agudas (IRAs). Os virus apresentam manifestações clínicas semelhantes. Ambos replicam-se nas células do trato respiratório, causando um processo infl amatório que inclui destruição do epitélio, edema e aumento de produção de muco. Após um período de incubação médio de 3-5 dias, o quadro clínico inicia-se com sintomas das vias aéreas superiores e progride com o acometimento das vias aéreas inferiores, sendo a bronquiolite a doença mais frequente. Quadros clínicos mais graves são caracterizados por apneia ou insufi ciência respiratória grave, predominantemente obstrutiva. Deve-se atentar ao fato de que crianças infectadas pelo hMPV apresentam um aumento dos níveis de IL-8 nas secreções respiratórias. O teste laboratorial usado para identifi car a presença de hRSV e hMPV é o PCR

Metapneumovírus

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Cerca de 100 diferentes sorotipos responsáveis por aproximadamente 50% das infecções do trato respiratório superior. Causam o resfriado comum, que representa uma uma ampla gama de infecções respiratórias superiores virais, ao invés de uma única doença. O diagnóstico é clinico e os sintomas envolvem tosse, espirros, inflamação faríngea, rinorreia, congestão nasal e prurido ocular, podendo apresentar também cefaleia, mialgias e artralgias.

Rinovírus

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Os Cocksackie são vírus pertencentes ao gênero enterovírus. Como característico do gênero, possuem genoma de RNA circundado por um capsídio. São classifi cados em cocksackievírus A e B. A herpangina é causada normalmente pelo vírus Cocksackie A, que se estabelece na mucosa oral, principalmente em crianças pequenas. Sua transmissão é principalmente por via orofecal. As manifestações clínicas incluem febre alta de início súbito, dor de garganta, odinofagia e lesões papulovesiculosas branco-acizentadas sobre uma base eritematosa, evidentes no palato mole, amígdala e úvula, que depois ulceram. Os sintomas normalmente cessam em 5-10 dias. O diagnóstico é feito tradicionalmente por isolamento do enterovírus em cultura de células. Embora seja possível a cultura de fezes ou secreções nasofaríngea, essas não comprovam que o vírus esteja diretamente associado à doença.

Herpangina por Coxsackievírus

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Estomatite Herpética - Vírus Herpes Simplex. Ocorre frequentemente em crianças pequenas. Sinais e sintomas incluem inicialmente a presença de vesícula que rapidamente evoluem para úlceras, inchaço no lábio, na boca, na língua ou no palato duro. Pode cursar ainda com febre alta, além de cansaço e irritabilidade. Pode haver dificuldade para comer e engolir devido à dor, além de mau hálito e dor de garganta. O diagnóstico é feito pelo médico através da observação das lesões e história clínica.

Estomatite herpética (HSV)

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O tipo mais comum de câncer da boca é o carcinoma de células escamosas (ou epidermoide). Sua etiologia está relacionada ao uso do tabaco e do álcool e também relacionada à infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano). O HPV é um vírus que infecta os queratinócitos da pele ou mucosas, e na boca causa lesões fi rmes, indolores e normalmente exofíticas pediculadas, com numerosas projeções semelhantes a "dedos" na superfície, que lhe dão uma aparência de "couve-flor" ou "verruga". As lesões podem ser brancas, vermelho-claras, ou de cor normal. Os papilomas são normalmente solitários e caracteristicamente aumentam de modo rápido para o tamanho máximo de 0,5 cm, com pequena ou nenhuma mudança depois disso. O diagnóstico geralmente é clínico.

Carcinoma bucal de células escamosas (HPV)

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O fungo Histoplasma capsulatum, geralmente encontrado em ambientes com grandes quantidades de excrementos de pássaros e morcegos, pode ser inalado e causar histoplasmose, uma infecção semelhante a pneumonia. Se os sintomas ocorrem, eles geralmente começam entre 3 a 17 dias após a exposição ao agente, e incluem: febre, dores no peito e tosse improdutiva. O quadro clínico varia desde infecções assintomáticas até quadros graves disseminados. O diagnóstico baseia-se no encontro do fungo em fluidos orgânicos (escarro, sangue, líquor) ou tecidos (histopatologia), na cultura de materiais biológicos e na sorologia.

Histoplasma capsulatum

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O Paracoccidioides brasiliensis é um fungo causador da paracoccidioidomicose ou blastomicose sul-americana, uma doença pulmonar. Adquire-se pela inalação dos esporos e consequente processo inflamatório. O sistema imune pode destruir os invasores, ou as leveduras podem ficar armazenadas dentro dos macrófagos. Os sintomas são como as da pneumonia (febre, sudorese, tosse, expectoração, dispneia). Na forma disseminada há sintomas em outros órgãos, com formação de granulomas levando à úlceras vermelhas na pele e mucosas. Pode haver limitação da doença no pulmão, com formação de granulomas e sintomas como as da TB. Diagnóstico com visualização do escarro ao microscópio. Cultura pode ser necessária.

Paracoccidioides brasiliensis

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É uma levedura encapsulada, encontrados em fezes de aves (especialmente fezes de pombos) ou em solo contaminado com excrementos de pássaros responsável. É responsável por uma doença pneumonia-l ike (pelo fato de o fungo entrar no corpo através do sistema respiratório), onde os sintomas incluem falta de ar, tosse e febre. Outros sintomas da cr iptococose pulmonar aguda incluem febre, dor no peito e perda de peso. C. neoformans   também pode infectar o sistema nervoso central e provocar a infl amação do cérebro e nas meninges, que é chamada de meningoencefal ite e os sintomas podem incluir febre, dor de cabeça, letargia, e modifi cações do estado mental. Infecções do sistema nervoso central com Cryptococcus  são mais comuns entre as pessoas que têm o sistema imunológico enfraquecido, particularmente aqueles com infecção pelo HIV. Em pacientes que são severamente imunodeprimidos, a infecção cr iptocócica também pode disseminar para a pele, olhos, ossos e articulações. Os seres humanos podem ser infectados depois de inalar esporos deste fungo no ar do ambiente. Criptococose não é conhecida por ser transmitida de pessoa para pessoa, de animal para animal, ou de animais para humanos. O diagnóstico de uma infecção por  C. neoformans  pode ser feita por análise microscópica e/ou cultura de tecidos ou fl uidos corporais, tais como sangue, fl uido cerebrospinal, e expectoração. Além disso, o teste do antigênico de cr iptococose é um teste rápido que pode ser real izado no sangue e/ou fl uido cerebrospinal. A cultura de fungos é essencial para diferenciar entre as diferentes espécies de Cryptococcus   -  C. Neoformans não pode, neste momento, ser distinguido de C. gatti i  sem exames laboratoriais especiais.

Cryptococcus neoformans

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Aspergi lose é o termo coletivo usado para descrever as entidades mórbidas causadas por qualquer uma das cerca de 35 espécies patogênicas e alergênicas de fungos do gênero Aspergi l lus . Este fungo tem distribuição mundial, crescendo mais comumente em matéria orgânica em decomposição e roupas de cama. Síndromes alérgicas podem ser exacerbadas pela exposição contínua aos antígenos que surgem da colonização de seios paranasais ou vias respiratórias.

OBS: o período de incubação da aspergilose após exposição varia de 2 a 90 dias. Assim, a aquisição de uma cepa infectante na comunidade geral se manifesta como infecção invasiva durante a hospital ização, embora a aquisição nasocomial também seja comum. Os surtos costumam ter relação direta com uma fonte de ar contaminada no hospital.Aspergi lose pulmonar crônica: consiste em uma ou mais cavidades pulmonares que se expandem em um período de meses ou anos, associado a sintomas pulmonares e manifestações sistêmicas de fadiga e perda de peso. As cavidades podem ter nível l íquido ou uma massa de fungos bem formada, com infi ltrados pericavitários e cavidades múltiplas. Exame: Anticorpo IgG no sangue. Diagnóstico diferencial: TB.Sinusite crônica: a) Aspergi loma sinusal – cavidade do seio maxilar fi ca preenchida com massa de fungo. É associada com procedimento prévio na região e sinusite crônica bacteriana. Exame complementares: TC hiperatenuação focal; RM sinal T2 diminuído (na sinusite bacteriana está aumentado). B) Sinusite invasiva crônica – frequente em imunocomprometidos. É um processo lentamente destrutivo que acomete os seios etmoide e esfenoide. História de secreção e bloqueios nasais crônicos, perda de olfato e cefaleia persistente. Exame de imagens mostra opacifi cação de um ou mais seios, destruição óssea local e invasão de estruturas locais.

Aspergillus spp.

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Asperigilose broncopulmonar alérgica: decorrente da reação de hipersensibilidade ao A. fumigatus. Episódios de obstrução brônquica com tampões de muco acarretam em acesso de tosse, consolidação e dispneia. Pacientes relatam expulsão de cilindros de escarro na tosse. Exames complementares: nível sérico de IgE total (elevado), teste cutâneo positivo para A. fumigatus, ou detecção de anticorpos IgE e IgG específicos contra A. fumigatus.Sinusite alérgica: apresentam sintomas de sinusite crônica. Exames demonstram eosinofilia local e cristais de Charcot-Leyden.Aspergilose pulmonar invasiva: mais frequente em imunocomprometidos. Manifestações clínicas são ausência de sintomas ou febre, tosse (produtiva ou não), desconforto torácico indefinido, hemoptise discreta e dificuldade respiratória. Exames complementares: TC de tórax urgente e triagem de antígeno circulante (leucemia).Sinusite invasiva: acomete 5 a 10% dos pacientes, principalmente com leucemia ou transplantados. Os principais sintomas são: febre, desconforto nasal ou facial, obstrução e secreção nasal, às vezes sanguinolenta. Exames laboratoriais: endoscopia - nariz pálido, escurecido ou necrótico em qualquer localização. Exame de imagens: RM ou TC. Diagnóstico diferencial: sinusite alérgica e sinusite bacteriana.Traqueobronquite: manifestações são de bronquite aguda ou crônica até traqueobronquite pseudomembranosa. Mais comum em receptores de transplantes de pulmão.

Resumo Diagnóstico: Necessários vários exames – cultura, diagnóstico molecular, detecção de antígenos e histopatologia, TC de tórax com sinal de halo.Confirmação definitiva: (1) cultura positiva de um amostra obtida diretamente de um local normalmente estéril – abscesso (2) resultados positivos nos testes histológicos e cultura de uma amostra obtida de um órgão acometido – seio paranasal.

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A Candida albicans causa a maioria das infecções. Consiste numa micose que atinge a superfície cutânea ou membranas mucosas, resultando em candidíase oral e candidíase vaginal. A primeira é caracterizada por placas brancas removíveis na mucosa oral e placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole. A candidíase vulvo-vaginal caracteriza-se pela presença de leucorreia e placas cremosas esbranquiçadas, na vulva e mucosa vagina. O diagnostico além do aspecto clínico, consiste na visualização de leveduras e pseudo-hifas em exame microscópico de esfregaço da lesão.

Candida spp.

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O Pneumocystis é um patógeno pulmonar fúngico oportunista que representa importante causa de pneumonia em hospedeiros imunocomprometidos, além de infectar também pacientes que apresentam DPOC. O P. jirovecii infecta humanos, enquanto o P. carinii infecta ratos. Os pacientes desenvolvem dispneia, febre e tosse improdutiva. Achados físicos incluem taquipneia, taquicardia e cianose, mas a ausculta pulmonar revela poucas anormalidades. Achados clássicos na radiografia de tórax consistem em infi ltrados bilaterais difusos que começam nas regiões peri-hilares. O diagnóstico definitivo é feito mediante coloração histopatológica ou ainda por imunofluorescência com anticorpos monoclonais.

Pneumocistis jiroveci (P. carinii) – pneumonia em HIV

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Helminto, cestoda, parasita do cão (verme adulto) e do carneiro. Homem é hospedeiro acidental (forma de cisto hidático). Causa: equinococose cística/hidatidose. Infecção humana: ingestão de ovos eliminados pelos cães infectados. Manifestações clínicas: assintomático nos primeiros anos (cistos de crescimento lento). No f ígado, acometido em 2/3 das infecções, nota-se massa palpável, dor ou icterícia. Em rompimento do cisto, pode ocorrer febre, prurido, eosinofi lia ou anafi laxia. No pulmão, rompimento gera tosse, dor torácica ou hemoptise. Diagnóstico laboratorial: imagem (RX, US), imunológicos, sorologia. Diagnóstico diferencial: tumores do f ígado, pulmão e ossos. Os parasitos do complexo E. granulosus são responsáveis por causarem equinococose cística, doença em que se formam lesões císticas uniloculares. Há maior prevalência em áreas onde o gado é criado na companhia de cães. Manifestações clínicas: cistos hidáticos são de crescimento lento e assintomático até seu tamanho crescente provoque sintomas no órgão. O f ígado e os pulmões são os locais mais afetados. O f ígado é acometido em 2/3 das infecções por E. granulosus . Em hidatidose hepática, podem apresentar dor abdominal ou massa palpável em quadrante superior direito. O rompimento de um cisto hidático pode ocorrer de modo espontâneo ou em cirurgia e causar febre, prurido, eosinofi lia ou anafi laxia. Cistos hidáticos pulmonares podem romper-se para dentro da árvore brônquica e provocar

Echinococcus granulosus (cistos)

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É um helminto pertencente à classe Trematoda e é agente da esquistossomose intestinal. Uma das possíveis manifestações da esquistossomose é pulmonar, assemelhando-se a tuberculose, na fase aguda, e originando granulomas pulmonares por retenção de ovos em capilares pulmonares, na fase crônica. O diagnóstico parasitológico é feito pelo encontro de parasito nas fezes ou em tecidos por exame de fezes, biópsia da mucosa retal ou ultrassonografia. O diagnóstico imunológico é obtido por intradermorreação, reação de fixação, reação de hemaglutinação indireta, radioimunoensaio, reação de imunofluorescência indireta, ELISA e PCR.

Schistosoma mansoni

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O Ascaris lumbricoides é um nematoide comumente associado a infecção intestinal parasitária no Homem. Alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares com febre, tosse, dispneia do tipo asmatiforme, bronquite e broncopneumonia, caracterizando a síndrome de Löeffl er, que cursa com eosinofi lia sanguínea elevada, essas manifestações advêm da migração hematogênica e alojamento das larvas na árvore brônquica pelo ciclo do parasita, condicionando uma Pneumonite esosinofílica ou eosinofi lia pulmonar simples - pneumonia. É diagnosticado em 3 circunstâncias: quando uma contagem de glóbulos completa revela eosinófi los aumentados e uma radiografi a de tórax ou tomografi a computadorizada identifi ca anormalidades no pulmão, quando uma biópsia identifica eosinófi los em excesso no tecido pulmonar, ou quando são achados em demasia no fl uido obtido por uma broncoscopia.

Ascaris lumbricoides

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O nematódeo Strongyloides stercoralis é causador da Estrongiloidíase. Casos sintomáticos apresentam alterações cutâneas: lesões urticariformes ou erupção da pele, alérgica ou infecciosa, formada por máculas (manchas) e pápulas (relevos). Também podem formar lesões de pele que se curam em uma parte do corpo e se alastram por outra, parecendo se deslocar (também conhecida como lesão serpiginosa, linear ou pruriginosa - com coceira). A migração da larva pode causar manifestações pulmonares, como tosse seca, dispneia ou broncoespasmo e edema pulmonar (síndrome de Löefl er). Além de sintomas gastrointestinais, pode haver anorexia, náusea, vômitos e dor epigástrica, simulando um quadro de úlcera péptica. Podem ocorrer infecções secundárias, frequentemente por enterobactérias e fungos. Diagnostico laboratorial: Exames parasitológicos de fezes, escarro ou lavado gástrico, por meio de Baermann-Moraes. Em alguns casos podem ser utilizados testes imunológicos. O estudo radiológico do intestino delgado auxilia o diagnóstico.

Strongiloides stercoralis

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A Filariose linfática humana (elefantíase) ocorre pela infecção causada pelos parasitas Wuchereria bancrofti (Bancroftose), Brugia malayi e Brugia timori. Apresenta-se nas formas assintomática, aguda (linfangite, linfadenite, febre, mal estar, funiculite e orquiepididimite), crônica (linfedema, hidrocele, quilúria e elefantíase) e eosinofi lia pulmonar tropical (asma brônquica, tosse e falta de ar). O diagnóstico é realizado através da história clínica e epidemiológica, exames laboratoriais (gota espessa, fi ltração de sangue em membrana de policarbonato, método de Knott, ELISA ou Imunocromatografia, PCR) e por imagem (ultrassonografia e radiologia).

Filarias

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Entamoeba histolytica causa a amebíase intestinal. Somente 10% dos pacientes apresentam sintomas: dor abdominal, tenesmo (dor ao evacuar), diarreia aquosa e volumosa, com várias evacuações por dia, e perda de peso. Pode haver febre e disenteria (diarreia sanguinolenta). A doença pode se apresentar de forma fulminante, com necrose intestinal, perfuração do cólon e peritonite grave. O diagnóstico é feito através do exame parasitológico de fezes (EPF) e da sorologia.

Amebas de vida livreNaegleria fowleri: causa meningoencefalite aguda (lesão hemorrágico-necrótica, no lobo frontal ou cerebelo).Acanthamoeba sp. (família Hartmanellida): causa encefalite amebiana granulomatosa crônica (principalmente em pacientes imunodeprimidos).Acanthamoeba sp.: causa ceratite em córneas já lesadas (ulceração de córnea, dor e perda de visão).Diagnóstico clínico é difícil, o laboratorial é feito através da coleta do material no órgão afetado, fazendo exame direto a fresco ou corado pela hematoxilina férrica, Giemsa ou Gram.

Amebas