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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
MATHEUS AUGUSTO LEMOS DA SILVA
DESENVOLVIMENTO DE IOGURTE GREGO SABOR CAFÉ
Cuiabá-MT
Agosto/2014
MATHEUS AUGUSTO LEMOS DA SILVA
DESENVOLVIMENTO DE IOGURTE GREGO SABOR CAFÉ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos da Faculdade de Nutrição da
Universidade Federal de Mato Grosso, como
requisito parcial para obtenção de título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia de
Alimentos.
Orientador: Prof.º Dr.º Danilo Florisvaldo
Brugnera.
Cuiabá-MT
Agosto/2014
MATHEUS AUGUSTO LEMOS DA SILVA
DESENVOLVIMENTO DE IOGURTE GREGO SABOR CAFÉ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos da Faculdade de Nutrição da
Universidade Federal de Mato Grosso, como
requisito parcial para obtenção de título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia de
Alimentos.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Prof. Dr. Danilo Florisvaldo Brugnera
Universidade Federal de Mato Grosso
___________________________________
Prof. Dr. Paulo Afonso Rossignoli
Universidade Federal de Mato Grosso
__________________________________
Elis Caroline Celestina dos Santos Soares
Universidade Federal de Mato Grosso
Cuiabá - MT, 14 de Agosto de 2014.
DEDICATÓRIA
À minha mãe e ao meu pai que não mediram
esforços para me ajudarem em todos os
momentos da graduação e da vida. O apoio de
vocês foi essencial para a conclusão deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me possibilitar o dom da vida e por toda
proteção.
Agradeço minha família por todo apoio, ajuda nos momentos difíceis e pelo suporte
financeiro que possibilitou o cumprimento de mais uma etapa em minha vida.
Agradeço com toda louvor minha mãe Marinês, pela atenção, amor e cuidado sempre
dispensados a mim. Você sempre foi fundamental em toda minha vida. Te amo!
Agradeço imensamente ao meu pai José Antônio, sem suas palavras sábias e
equilibradas e todo apoio incondicional nas decisões que tomei durante a vida, nada disso
seria possível.
Agradeço a minha irmã Júlia pelo companheirismo e por sempre me ajudar.
Agradeço a amiga Sueli Norberto e também a minha namorada Camila Norberto pelo
apoio, paciência e que muito ajudaram na reta final da minha graduação. Serei eternamente
grato a vocês.
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Danilo Brugnera, pela orientação, atenção,
ensinamentos práticos e de vida. Aprendi muito com você. Meu muito obrigado DOUTOR.
Agradeço a todos os professores do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos e de
Nutrição desta Universidade pela formação, ensinamentos e por possibilitar meu
amadurecimento como cidadão.
Agradeço aos técnicos dos laboratórios da Faculdade de Nutrição por sempre me
auxiliarem e não medirem esforços para possibilitarem a produção de conhecimento. Meu
muito obrigado, o auxílio de vocês foi fundamental para a conclusão deste trabalho.
Um agradecimento especial ao Laboratório de Investigação Científica, da Faculdade
de Medicina pela disposição do pHmetro para análise do produto.
Por fim, meu muito obrigado aos colegas de sala e das demais turmas. Foram quatro
anos de intensas experiências, vivências, momentos de tensão e alegria. Lembrarei sempre de
vocês. Muito obrigado por tudo.
SILVA, Matheus Augusto Lemos da. Desenvolvimento de Iogurte Grego Sabor Café (48 fls)
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) –
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá - MT, 2014.
RESUMO
Palavras-chave: café, iogurte grego, produtos lácteos, textura.
Os produtos derivados lácteos têm papel de destaque na indústria alimentícia devido à
quantidade e variedade de produtos e seus sabores. O iogurte grego é um iogurte concentrado
que difere dos demais pela etapa de retirada de soro do iogurte tradicional através de
centrifugação em processos industriais e pela dessoragem através de panos em pequena
escala. O café é um produto consumido diariamente no mundo por todas as classes sociais
sendo apreciado por seu aroma e sabor, tem importante papel na sociedade como um todo e
considerado como alimento funcional. Objetivou-se elaborar com esse trabalho, iogurtes
gregos com diferentes quantidades de solução de café solúvel e avaliar a aceitabilidade
sensorial pelos provadores. Foram elaboradas três formulações de iogurte grego com
concentração de 1,2 g/mL, 2,0 g/mL e 2,4 g/mL de café solúvel. Foram verificadas as
características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais (teste de aceitação por escala
hedônica). As análises físico-químicas apresentaram os seguintes resultados: o pH variou
entre 4,31±0,07 e 4,47±0,03, a acidez (g de ácido lático/100 g) apresentou valores entre
1,29±0,04 e 1,34±0,02. As análises microbiológicas apresentaram resultados que atendem os
padrões da IN 46 (BRASIL, 2007). Os resultados das análises de bolores e leveduras
apresentaram quantidade inferior a <10 UFC/g, ausência de salmonella, contagem de
estafilococos coagulase positiva <100UFC/g, contagem de coliformes termotolerantes 1,1
NMP/ml e contagem de coliformes totais 2,2 NMP/ml. A análise sensorial não apresentou
diferença significativa de preferência entre as amostras. Contudo, a amostra contendo 2,4
g/mL de café solúvel apresentou nota 7,82±0,08 para o atributo impressão global, maior
índice de aceitabilidade, com 86,8% e intenção de compra de 47% dos provadores
participantes, que certamente o comprariam. Todas as formulações apresentaram boas
avaliações, o que viabiliza novas pesquisas para possibilitar o processamento em grande
escala do produto e diversificar as opções de consumo.
SILVA, Matheus Augusto Lemos da. Desenvolvimento de Iogurte Grego Sabor Café (48 fls)
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) –
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá - MT, 2014.
ABSTRACT
Keywords: coffee, Greek yogurt, dairy products, texture.
Milk derived products play important roles in the food industry due to the amount and variety
of products and flavors. Greek yogurt is a concentrated yogurt that differs from others by
withdrawal of serum from the traditional yogurt step by centrifugation in industrial processes
and the syneresis through cloth on a small scale. Coffee is a product consumed daily
worldwide by all social classes being appreciated for its aroma and flavor, has an important
role in society as a whole and considered as a functional food. This study aimed to develop
with this work, Greek yogurt with different concentrations of soluble coffee and evaluate the
sensory acceptability by the panelists. Three formulations of Greek yogurt with a
concentration of 1,2 g/mL, 2,0 g/mL and 2,4 g/mL of soluble coffee were prepared. Physico-
chemical, microbiological and sensory (acceptance test by hedonic scale) features have been
observed. The physico-chemical analysis showed the following results: pH ranged between
4.31 ± 0.07 and 4.47 ± 0.03, acidity (g of lático/100 g) showed values between 1.29 ± 0, 04
and 1.34 ± 0.02. The microbiological analysis showed results that meet the standards of 46 IN
(BRAZIL, 2007). The results of the analysis of yeasts and molds showed lower amount to
<10 CFU / g, no salmonella, staphylococcus coagulase count <100UFC / g, coliform count of
1.1 MPN / ml and 2.2 total coliform count MPN / ml. Sensory analysis showed no significant
difference in preference between samples. However, the sample containing 2,4 g/mL soluble
coffee made note 7.82 ± 0.08 for the overall impression attribute higher rate of acceptability,
with 86.8% and purchase intent of 47% of the participating panelists, sure buy. All
formulations had good reviews, which enables new research to enable large scale processing
of the product and diversify consumer choices.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fluxograma de elaboração do iogurte ....................................................... 31
Figura 2 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Aparência..................... 35
Figura 3 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Aroma.......................... 36
Figura 4 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo sabor........................... 37
Figura 5 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Textura......................... 38
Figura 6 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Impressão Global......... 39
Figura 7 - Intenção de compra de iogurte com 1,2% de café solúvel.......................... 40
Figura 8 - Intenção de compra de iogurte com 2,0% de café solúvel.......................... 40
Figura 9 - Intenção de compra de iogurte com 2,4% de café solúvel......................... 41
Figura 10 - Frequência de consumo de iogurte e café pelos julgadores.....................
41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Ingredientes das formulações do iogurte grego sabor café........................ 30
Tabela 2 - Resultados das análises físico-químicas nas amostras de iogurte grego
com diferentes quantidades de solução de café
solúvel...........................................................................................................................
32
Tabela 3 - Resultados das análises microbiológicas das amostras de iogurte grego
com diferentes quantidades de solução de café
solúvel............................................................................................................................ 34
Tabela 4 - Valores médios de aceitação sensorial (notas) e índice de aceitabilidade
(%) de iogurtes contendo diferentes quantidades de solução de café
solúvel........................................................................................................................... 34
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 15
2.1 Objetivo geral .............................................................................................................................. 15
2.2 Objetivos específicos................................................................................................................... 15
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 16
3.1 Leite Fermentado ........................................................................................................................ 16
3.2 Iogurte ......................................................................................................................................... 16
3.2.1 Tipos de iogurte ........................................................................................................................ 18
3.2.2 Ingredientes obrigatórios .......................................................................................................... 20
3.2.3 Ingredientes opcionais .............................................................................................................. 20
3.3.3 Características Sensoriais ......................................................................................................... 20
3.4 Alimentos Funcionais .................................................................................................................. 20
3.5 Iogurtes de Estilo Grego .............................................................................................................. 21
3.5.1 Labneh ...................................................................................................................................... 22
3.5.2 Skyr .......................................................................................................................................... 22
3.6 Benefícios do consumo de iogurte .............................................................................................. 22
3.7 Café ............................................................................................................................................. 24
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 27
4.1 MATERIAIS ............................................................................................................................... 27
4.1.1 Matéria-prima ........................................................................................................................... 27
4.2 Equipamentos .............................................................................................................................. 27
4.3 Metodologia ................................................................................................................................ 27
4.1.1 Análises Físico-químicas .......................................................................................................... 27
4.1.2 Análises Microbiológicas ......................................................................................................... 28
4.1.3 Análise Sensorial ...................................................................................................................... 28
5. FORMULAÇÃO DO IOGURTE .................................................................................. 30
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 32
6.1 Análises Físico-químicas ............................................................................................................. 32
6.2 Análise microbiológica ............................................................................................................... 32
6.3 Análise Sensorial ......................................................................................................................... 33
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 42
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 43
13
1. INTRODUÇÃO
Existe uma ampla gama de produtos que podem ser obtidos através da fermentação do
leite. Dentre eles, o iogurte tem papel de destaque por ser o mais produzido e consumido em
todo o mundo, constituindo-se fonte de proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas e carboidratos. O
consumo deste produto está relacionado à imagem positiva de alimento saudável e nutritivo,
associado a suas propriedades sensoriais (ASSUMPÇÃO, 2008; TEIXEIRA et al., 2000).
O iogurte é o leite fermentado, obtido essencialmente da ação simultânea de
Lactobacillus delbrucacki subsp. bulgaricus e Streptococcus salivarius subsp. thermophilus,
que se desenvolvem simbioticamente no leite, fermentando a lactose e produzindo aroma e
sabor característicos (HASHIMOTO e ANTUNES, 1995). Segundo Farnworth (2008), a
fermentação é a transformação de matérias-primas em diferentes produtos, com valor
agregado, através do metabolismo de microrganismos sobre os diferentes substratos. De
forma a ampliar o mercado consumidor, diversos são os sabores existentes, satisfazendo as
mais variadas preferências. O sabor e viscosidade do iogurte são uns dos principais fatores
envolvidos na qualidade e aceitação do produto (MATHIAS, 2011).
Em vários países o iogurte concentrado é produzido com distintos nomes, como
labneh (Oriente), skyr (Islândia), shrikhand (Índia) e iogurte grego (Grécia, Estados Unidos e
outros países). Dentre os tipos especiais de iogurte, poucos autores citam o processo para
elaboração do iogurte grego, produto obtido a partir do iogurte tradicional, contudo
diferenciado pelo processo de dessoragem em sacos de pano, em pequena escala e por
centrifugação a nível industrial (VARNAM e SUTHERLAND, 1994).
A indústria láctea está em pleno desenvolvimento devido à participação de empresas
de alto nível e competitividade, surgimento de novos tipos e sabores de iogurte e maior
conscientização do consumidor de que o iogurte é um alimento que pode trazer uma série de
benefícios à saúde (PENNA, BARUFFALDI e OLIVEIRA, 1994).
O café é um produto consumido diariamente no mundo por todas as classes sociais,
sendo apreciado por seu aroma e sabor, tem importante papel na sociedade como um todo
(MURIEL e ARAUZ, 2010; GREMBECKA et al., 2007). No Brasil foi introduzido em 1727
por Francisco Mello Palheta. Num espaço de tempo curto, o café passou de uma posição
relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira, onde o
desenvolvimento se deu com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais,
sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou à produção de
14
riquezas (ABIC, 2008). Estudos o consideram como um alimento com ação benéfica ao
organismo, pois além da cafeína, possui potássio, zinco, ferro, magnésio e diversos outros
minerais em pequenas quantidades. O grão do café também possui aminoácidos, proteínas,
lipídeos, além de açúcares e polissacarídeos. Apresenta em sua composição uma enorme
quantidade de fenóis antioxidantes como o ácido clorogênico. Durante a torrefação do café,
esses ácidos clorogênicos formam novos compostos bioativos: os quinídeos. Essa composição
faz do café uma bebida natural e saudável (KROLOW, 2008).
O mercado consumidor busca cada vez mais produtos funcionais, com boa qualidade e
alto valor nutricional. Uma pesquisa realizada pela Instituição Americana Health Focus,
indicou que 44% dos consumidores escolhem o alimento com base na relação que o mesmo
tem com a saúde (NIELSEN, 2006 Apud RIBEIRO, ANDREOLLI, e MENEZES, 2011).
Aliando os benefícios à saúde e o sabor do iogurte e do café, sendo esta uma das
bebidas mais consumidas e apreciadas no Brasil, objetivou-se elaborar um iogurte grego com
diferentes quantidades de solução de café e avaliar a aceitabilidade sensorial pelos
provadores.
15
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Desenvolver e caracterizar o iogurte grego sabor café como nova opção de sabor com
potencial de ampliar o mercado consumidor e disponibilizar mais uma opção de consumo de
derivado lácteo.
2.2 Objetivos específicos
Desenvolver uma formulação de iogurte grego sabor café;
Caracterização físico-químicas quanto a pH e acidez (% ácido lático);
Avaliar a qualidade higiênico-sanitária do produto;
Estimar o grau de aceitabilidade por análise sensorial de diferentes quantidades de
solução de café solúvel no iogurte grego.
16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Leite Fermentado
O leite é a principal matéria-prima e de maior relevância na fabricação de iogurtes,
devendo ser de boa qualidade para obtenção de um produto final que apresente características
desejáveis e maior vida-de-prateleira. Deve apresentar uma baixa contagem de células
somáticas e bactérias totais, assim garantirá um produto final com as características desejáveis
de sabor e textura, além de segurança alimentar para o consumidor (FIGUEIREDO e PORTO,
2002).
O leite utilizado na fabricação de leites fermentados poderá ser in natura ou
reconstituído, adicionado ou não de outros produtos de origem láctea, bem como de outras
substâncias alimentícias recomendadas pela tecnologia atual de fabricação de leites
fermentados, nos termos do Padrão de Identidade e Qualidade, e que não interfiram no
processo de fermentação do leite pelos fermentos lácticos empregados (BRASIL, 2007).
De acordo com o Artigo 475 do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de
Produtos de Origem Animal (BRASIL, 1952), o leite é o produto oriundo da ordenha
completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas. Devendo o leite de outros animais, denominar o mesmo segundo a espécie que
proceda.
3.2 Iogurte
Existem registros desde 10.000 anos a.C da obtenção de produto a partir da
fermentação de leite, acreditando-se que o iogurte seja o mais antigo. Originado de regiões
climáticas quentes do continente asiático, o iogurte foi descoberto acidentalmente pela
fermentação espontânea do leite pela atividade de microrganismos, principalmente bactérias
lácticas, nele presentes naturalmente (TAMIME, 2006). Na antiguidade, os povos
atravessavam o deserto em animais, como cavalos ou camelos, carregando variados alimentos
em recipientes ou bolsas de pele sem as devidas condições de higiene e sanidade, dentre eles,
leite. As temperaturas elevadas favoreciam a atividade de microrganismos, dentre os quais as
bactérias lácticas, cujo metabolismo promove a coagulação do leite (WALSTRA, WOUTERS
e GEURTS, 2006; SILVA, 1985).
17
Com maior controle do processo, como tratamento do leite, uso de recipientes
higienizados e mistura de leite fermentado com leite in natura, deu-se o primeiro passo para
os processos fermentativos lácticos (WALSTRA, WOUTERS e GEURTS, 2006), que se
espalharam pelo mundo em diferentes épocas (TAMIME e ROBINSON, 2000).
Os primeiros iogurtes para comercialização foram produzidos entre 1920 e 1940, na
França e Estados Unidos. Após a II Guerra Mundial, os leites fermentados passaram a ser
produzidos em escala industrial, conquistando grande parte da população ao redor do mundo
(LERAYER e SALVA, 1997), principalmente a partir da inserção de variados sabores aos
produtos (TAMIME, 2006). Desde então, a maioria dos iogurtes tem sido produzida em
condições controladas e com culturas microrgânicas específicas em vários países. Com o
avanço técnico-científico, a produção industrial se intensificou e melhorias de processo, como
a seleção de culturas puras de bactérias láticas e a construção de reatores especificamente para
a fermentação e tratamento térmico do leite, foram responsáveis por aumentar a qualidade do
produto (TAMIME, 2006).
O leite fermentado é o produto obtido a partir da atividade fermentativa de bactérias
lácticas sobre, principalmente, a lactose e as proteínas do leite in natura, que pode ser
adicionado ou não de frutas, açúcar ou outros ingredientes (BRANDÃO, 1995). Segundo
Farnworth (2008), a fermentação é a transformação de matérias-primas em diferentes
produtos, com valor agregado, através do metabolismo de microrganismos sobre os diferentes
substratos. Geralmente, os leites fermentados podem ser classificados em diferentes tipos, a
depender da faixa de temperatura de fermentação, mesofílica (20 ºC a 30 ºC) ou termofílica
(37 ºC a 45 ºC), sendo esta última a faixa na qual se dá a produção de iogurte (WALSTRA,
WOUTERS e GEURTS, 2006). Conforme os Padrões de Identidade e Qualidade de Leites
Fermentados definidos pela Resolução Nº46 do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, entende-se por iogurte o produto resultante da fermentação do leite
pasteurizado ou esterilizado, cuja fermentação se realiza com cultivos protosimbióticos de
Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgarius aos
quais podem acompanhar de forma complementar, outras bactérias ácido-lácticas que, por sua
atividade, contribuem para a determinação das características do produto acabado. (BRASIL,
2007).
Os fermentos lácticos devem ser viáveis, ativos e abundantes no produto final durante
seu prazo de validade com contagem mínima de 107
UFC/g (BRASIL, 2007).
18
Segundo Ferreira et al., (2001), nada impede que outras bactérias possam ser
adicionadas ao produto, durante a etapa de resfriamento após a sua elaboração, como é o caso
do Lactobacillus acidophilus.
O iogurte é, portanto, um produto oriundo da fermentação do leite por dois
microrganismos atuando em simbiose à temperatura entre 42 ºC – 45 ºC. O S. thermophilus
necessita da temperatura de 37 ºC – 45 ºC e o L. bulgaricus necessita de 42 ºC – 45 ºC para
ocorrer a fermentação (BRASIL, 2007).
Os dois microrganismos crescem juntos, embora o S. thermophilus cresça primeiro,
diminuindo o pH, deixando o meio ácido, com isso o L. bulgaricus passa a crescer (BRASIL,
2007). O L. bulgaricus libera, a partir das proteínas lácteas, das caseínas, diversos
aminoácidos (entre eles, valina, ácido glutâmico, triptofano e metionina) e alguns peptídeos
que estimulam o crescimento de S. thermophilus (ORDÓÑEZ et al., 2005). Com o passar do
tempo, cada vez mais ácido lático acumula-se no meio. O pH atinge valores em torno de 5,0 -
5,5 quando passa a inibir o crescimento do Streptococcus salivarius subsp. thermophilus.
Sendo o Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus mais resistente à acidez aumenta o seu
crescimento. Quando a produção de ácido lático atinge um pH de 4,3 ambas as bactérias são
inibidas.
O resultado do crescimento em conjunto dos dois microrganismos, é o aumento no
metabolismo microbiano com consequente obtenção da mesma concentração de ácido láctico
e de outros metabólitos em menos tempo, comparado ao crescimento isolado dos mesmos.
Desse modo, o tempo de incubação necessário para se obter o iogurte é cerca de 4 horas a 42
ºC (ORDÓÑEZ et al., 2005).
O iogurte é um produto lácteo com pH ácido, o que confere uma proteção natural
contra as infecções no trato intestinal. Tem como propriedade benéfica proporcionar ao
organismo uma melhor assimilação de determinados componentes do leite, como a lactose e
proteínas (MUNCK e RODRIGUES, 2004; FERREIRA et al., 2001).
3.2.1 Tipos de iogurte
Atualmente, existem iogurtes dos mais variados tipos no mercado, que se diferenciam
quanto ao sabor, aroma, consistência, ingredientes, valor calórico, teor de gordura, processo
de fabricação e de pós-incubação (RASIC e KURMANN, 1978).
Com base na textura, os iogurtes podem ser classificados como (BRANDÃO, 1995;
TAMIME e DEETH, 1980 Apud BRANDÃO, 2011):
19
Iogurte sólido tradicional (set yogurt): Quando o processo de fermentação
ocorre dentro da própria embalagem de venda (potes), sem sofrer homogeneização. Este tipo
de iogurte consiste de uma massa contínua semissólida, firme e de razoável consistência.
Iogurte batido (stirred yogurt): Quando o processo de fermentação ocorre em
biorreatores e, antes do envase, o produto é agitado para promover a quebra do coágulo.
Tamime (2006) propõe uma classificação mais moderna, de forma que os iogurtes
sólido e batido são chamados de viscosos e líquidos, respectivamente, e propõe o termo sólido
para iogurte tipo frozen (iogurte gelado) e o termo powder para iogurte em pó (desidratado).
Ainda no quesito textura, o iogurte pode ser classificado com base na sua viscosidade
(BONATO, HELENO e HOSHINO, 2006): baixa viscosidade, escorre facilmente do copo;
alta viscosidade, escoa com dificuldade do copo e gelificado, não escorre do copo.
As propriedades físicas, como consistência e viscosidade do coágulo, são de grande
importância, na aceitação e qualidade do produto final. Quanto maior o conteúdo em sólidos
na mistura de leite e ingredientes, maior será a consistência do iogurte (MATHIAS, 2011).
Salado e Andrade, (1989) classificam o iogurte, quanto ao aroma e sabor, como:
Natural: de sabor ácido acentuado, é elaborado apenas com leite, leite em pó e
microrganismos.
Aromatizado: adicionado de essências, corantes, açúcar e/ou agentes
adoçantes.
De frutas: adicionado de polpa, geleias ou frutas em pedaços.
O iogurte pode ser ainda classificado quanto ao teor de gordura, segundo a legislação
vigente no Brasil (BRASIL, 2007), da seguinte maneira:
Com creme: base láctea tenha um conteúdo de matéria gorda mínimo de
6,0g/100g.
Integrais: base láctea tenha um conteúdo de matéria gorda mínimo de
3,0g/100g.
Parcialmente desnatados: base láctea tenha um conteúdo de matéria gorda
máximo de 2,9g/100g.
Desnatados: aqueles cuja base láctea tenha um conteúdo de matéria gorda
máximo de 0,5g/100g.
Apesar dos inúmeros tipos de iogurte e leites fermentados existentes, TAMIME e
ROBINSON (2000) afirmam que a essência do processo é a mesma, com maiores variações
quanto ao tipo de leite utilizado e a espécie microbiana predominante na fermentação.
20
3.2.2 Ingredientes obrigatórios
Leite e/ou leite reconstituído padronizado em seu conteúdo de gordura.
Cultivos de bactérias lácticas e/ou cultivos de bactérias lácticas específicas (BRASIL,
2007).
3.2.3 Ingredientes opcionais
Leite concentrado, creme, manteiga, gordura anidra de leite ou butter oil, leite em pó,
caseinatos alimentícios, proteínas lácteas, outros sólidos de origem láctea, soros lácteos
concentrados de soros lácteos; frutas em forma de pedaços, polpa(s), suco(s) e outros
preparados à base de frutas; maltodextrinas; outras substâncias alimentícias tais como: mel,
coco, cereais, vegetais, frutas secas, chocolate, especiarias, café, outras, sós ou combinadas;
açúcares e/ou glicídios (exceto polialcoóis e polissacarídeos); cultivos de bactérias lácticas
subsidiárias; amidos ou amidos modificados em uma proporção máxima de 1% (m/m) do
produto final (BRASIL, 2007).
3.3.3 Características Sensoriais
Aspecto: consistência firme, pastosa, semissólida ou líquida.
Cor: branca ou de acordo com as substâncias alimentícias e/ou corantes adicionadas.
Odor e Sabor: característico ou de acordo com as substâncias alimentícias e/ou
substâncias aromatizantes/saborizantes adicionadas (BRASIL, 2007).
3.4 Alimentos Funcionais
O iogurte é considerado um alimento funcional por possuir alta quantidade de
proteínas e cálcio em sua composição, ser de fácil digestão, além de ter um impacto positivo
no sistema imunológico. Quando consumido de forma regular, seu consumo é amplamente
recomendado. Em razão de todos seus benefícios é foco de diversos estudos e investimentos
da indústria alimentícia (RAUD, 2008). Segundo Ferreira (2003) alimentos funcionais são
definidos como aqueles que, além da nutrição básica, podem promover saúde ou reduzir
riscos de doenças quando consumidos em quantidades adequadas.
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), alimento
funcional é “aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutritivas básicas, quando
consumido como parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou
21
efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica”
(BRASIL, 1999).
Segundo a ABIAD (2008), o mercado global de alimentos funcionais é estimado em
pelo menos 70 bilhões de dólares no mundo e com crescimento anual em torno de 20%, sendo
os Estados Unidos o maior mercado deste segmento seguido pela Europa e Japão que, juntos
contribuem com mais de 90% do total das vendas mundiais.
O Ministério da Saúde, através da ANVISA, regulamenta os Alimentos Funcionais
através da lista de Alimentos com Alegações de Propriedades Funcionais (BRASIL, 2008).
O interesse por produtos alimentícios saudáveis, nutritivos e de grande aproveitamento
tem crescido mundialmente, o que resulta em diversos estudos na área de produtos lácteos.
Alguns desses estudos têm dado ênfase ao valor nutricional dos ingredientes lácteos, assim
como à importância de uma dieta baseada em produtos lácteos (THAMER, PENNA e
BARRETTO, 2006).
3.5 Iogurtes de Estilo Grego
O iogurte concentrado pode ser considerado como um produto intermediário entre os
leites fermentados tradicionais e os queijos não maturados com alto teor de umidade como
queijo quark, boursin e petit suisse. Varnam e Sutherland (1995) definem o tradicional
processo do iogurte grego (iogurte concentrado), como o produto obtido a partir do iogurte
tradicional, diferenciando-se pelo processo de dessoragem em sacos de pano, em pequena
escala, e a nível industrial por centrifugação. Este processo de dessoragem torna o iogurte
espesso e cremoso, com uma concentração de sólidos totais de aproximadamente 24% e
gorduras de 10%. O iogurte original era obtido a partir de leite de ovelha, todavia pode ser
obtido de diversos tipos de leite.
A firmeza do iogurte é um atributo importante na aceitação do produto pelo
consumidor. Rossi (1983) e O’nell et al., (1979) apud Ramos et al., (2009) afirmam que o
iogurte deve ter textura suave e corpo viscoso e não apresentar fissuras, ser firme e coeso para
ser consumido com colher.
No iogurte grego, a textura, principalmente no parâmetro de firmeza, é uma
propriedade que tem papel fundamental na qualidade do produto final (RAMOS et al, 2009).
22
3.5.1 Labneh
Para compreender este produto, é preciso remontar ás suas origens, quando os
nômades transportavam o leite em peles de animais que permitiam a acidificação do produto e
a evaporação parcial do soro, obtendo-se um iogurte muito ácido, com elevado conteúdo em
extrato seco e de consistência semissólida. O labneh é o produto mais conhecido com estas
características no Oriente Médio. Esse tipo de produto é similar ao iogurte natural, sendo
concentrado por ultrafiltração ou centrifugação. Seu conteúdo em sólidos aumenta até 22%,
sendo que quase metade é de gordura. Embora a acidez também se concentre de 1,8% a 2,0%
durante o processo, este não provoca sabor ácido recusável porque é dissimulado pela elevada
porcentagem de gordura. Na Grécia, esse leite fermentado costuma ser consumido combinado
com outros ingredientes para diversos preparos culinários, como o tzatziki, prato elaborado a
base de iogurte, pepino e menta (ORDÓÑEZ et al., 2005).
3.5.2 Skyr
O skyr é um produto típico da Islândia. A fabricação artesanal utilizava como inóculo
o skyr de uma fabricação anterior e, às vezes, adicionava-se pequena quantidade de coalho
para facilitar a coagulação. Atualmente, após a pasteurização, fermenta-se o leite a 40ºC até
um pH de 5,2, e depois resfria-se até 18 a 19ºC para que se produza a fermentação secundária,
normalmente à noite. Essa fase é muito importante porque as leveduras presentes,
contaminadores naturais do sistema, entrem em atividade e colaborem na obtenção de um
produto com pH de 4,1 e 4,2 e conteúdo em álcool de 0,5%. Em seguida, pasteuriza-se
suavemente (cerca de 70ºC) para eliminar as leveduras sem que o resto da microbiota seja
muito prejudicado. Assim, o leite fermentado concentra-se levemente mediante centrifugação
de até 17,5% de extrato seco (ORDÓÑEZ et al., 2005).
3.6 Benefícios do consumo de iogurte
O iogurte é uma excelente fonte de sais minerais, como potássio, zinco, fósforo e,
principalmente, cálcio. Este é fundamental para o desenvolvimento dos ossos e dentes, sendo
essencial o consumo deste mineral para todas as faixas etárias visando a manutenção da
saúde, auxiliando no crescimento de crianças e prevenção de osteoporose em adultos. O cálcio
está presente no iogurte em maiores proporções que no leite “in natura”, isto ocorre devido à
etapa de fortificação do processo de produção, formando um complexo com o ácido láctico,
23
resultando na formação de lactato de cálcio, que é mais facilmente absorvido no organismo
humano (CHANDAN et al., 2006).
O iogurte também é rico em proteínas (caseína, lactoglobulina e lactoalbumina),
indispensáveis para o desenvolvimento humano, em quantidades maiores do que as presentes
no leite, também devido a etapa de fortificação. Adicionalmente, devido ao baixo valor de pH
e ação proteolítica das bactérias lácticas, as proteínas do iogurte são hidrolisadas, aumentando
a liberação de peptídeos bioativos no trato gastrointestinal (SMIT, 2003). Outros nutrientes
presentes no iogurte e de relevância para o bom funcionamento do organismo humano são:
ácido fólico, vitamina A e vitaminas do complexo B (TAMIME, 2006; LERAYER e SALVA,
1997).
A fermentação promove redução no teor de lactose presente no leite, entre 20 e 30%.
Dessa forma, o uso de alimentos lácteos fermentados tem sido empregado como uma
estratégia para superar a intolerância à lactose em homens (FARNWORTH, 2008). Provocada
pela deficiência de enzima lactase (ou β-galactosidase) no organismo, a intolerância à lactose
pode causar alguns sintomas ao homem, como: dor ou distensão abdominal, flatulências,
náuseas ou diarreia (HERTZLER e CLANCY, 2003; BRANDÃO, 1995; SALADO e
ANDRADE, 1989). Mesmo que presente em pequenas quantidades, a lactose do iogurte é de
maior digestibilidade, devido à presença da enzima β-galactosidase, produzida pela cultura
starter durante a fermentação (HERTZLER & CLANCY, 2003; SMIT, 2003; TAMIME e
ROBINSON, 2000).
Em suma, o consumo regular de iogurte traz diversos outros benefícios para o homem,
dentre os quais: maior digestibilidade de proteínas e açúcares em relação ao leite; estímulo
dos movimentos peristálticos devido à presença de ácido láctico, facilitando a digestão;
combate problemas bucais; colonização do trato gastrointestinal por microrganismos
benéficos; desenvolvimento e manutenção do sistema de sustentação; combate a inflamações
e estímulo do sistema imunológico; estímulo da produção de hormônios e enzimas; facilita a
absorção de sais minerais; entre outros. (FARNWORTH, 2008; CHANDAN, 2006;
WALSTRA, WOUTERS e GEURTS, 2006; TAMIME, 2006; SALMINEN, WRIGHT e
OUWEHAND, 2004; FERREIRA et al., 2001; TAMIME e ROBINSON, 2000; TEIXEIRA et
al., 2000).
24
3.7 Café
O sabor é o critério mais importante para avaliação da qualidade do café e está
fortemente relacionado à preferência do consumidor. Para o degustador e preparador de café é
importantíssimo conhecer e saber sentir as principais características da bebida, que são:
doçura, acidez, amargor, corpo e aroma (FARAH et al., 2006).
O café pode ser apresentado ao consumidor de diferentes formas (FARAH et al.,
2006) :
Pó de Café (torrado e moído): dependendo do grau de moagem, esse tipo pode
ser utilizado para preparar o café de coador ou o expresso.
Grãos de café torrado: os grãos de café são torrados, mas não moídos. Este
tipo é o mais comumente usado no preparo do café expresso, e o da preferência de
consumidores de café coado que não dispensam pó fresco.
Café solúvel: os grãos são torrados e moídos, depois seus sólidos solúveis são
extraídos, solubilizados e desidratados, resultando o produto na forma de grânulos ou pó.
Café aromatizado: Contém aromatizante como: amêndoa, chocolate com
trufas, creme irlandês, menta, canela, damasco, entre outros (TIPOS DE CAFÉ, 2008).
Café gourmet: Produzido com 100% de grãos da espécie C. arábica.
Geralmente Produz uma bebida mais doce, muitas vezes dispensando o uso de açúcar. São
encontrados geralmente em embalagens valvuladas, com mecanismo interno que impede a
saída dos gases do café e a entrada de ar. A torrefação varia de moderadamente clara a
moderadamente escura (TIPOS DE CAFÉ, 2008).
Café orgânico: O café orgânico é um produto diferenciado, de maior valor
agregado, cujo mercado tem crescido e se fortalecido ao longo dos anos, sendo produzido em
lavouras sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos (EMBRAPA AGROBIOLOGIA,
2006).
Café descafeinado: a cafeína é extraída dos grãos verdes de café, antes de
serem torrados. Para ser chamado de descafeinado, um café tem que ter mais de 97% de sua
cafeína retirada.
O café solúvel foi desenvolvido em 1901, nos Estados Unidos, por um químico
japonês chamado Satori Kato. Entretanto, só foi introduzido no mercado comercialmente pela
Nestlé® que lançou o Nescafé
® em 1938 (LAROUSSE, 1995).
Na produção do café solúvel usa-se o café robusta, pois este reserva características
próprias e diferenciadas, como sabor, acidez e maior quantidade de sólidos solúveis (HALAL,
2008).
25
No processo de produção do café solúvel os grãos torrados são moídos e submetidos à
extração sob pressão em temperaturas de 140 ºC-160 °C, promovendo um enriquecimento de
sólidos solúveis em relação à matéria-prima. O extrato é então desidratado em vaporizadores
ou liofilizadores originando o café solúvel em pó ou granulado (FILHO, 2005).
A indústria brasileira de café solúvel produz diferentes tipos de café que são
classificados de acordo com o processo de desidratação (ABICS, 2014):
Atomizado (Spray-dried): Utiliza altas temperaturas sob alta pressão para
atomizar o extrato aquoso. A atomização do extrato em gotículas minúsculas em contato com
o ar muito quente perde a umidade transformando-se em pó.
Granulado ou aglomerado: O produto é obtido através da pulverização do
extrato de café, no estado líquido, em atmosfera aquecida. A evaporação da água resulta na
formação de partículas secas, que se fundem formando os grânulos.
Liofilizado (Freeze-dried): Neste processo, o café, no estado líquido, é
congelado e desidratado por aplicação de vácuo e, consequente sublimação, formando
partículas secas de formas irregulares. A passagem direta do café em estado de gelo para a
forma gasosa garante a qualidade do produto.
O café está entre as bebidas com funções farmacológicas mais consumidas no mundo.
Em sua composição está a cafeína, uma substância psicoativa de grande utilização (BONITA
et al., 2007; SAKAMOTO et al., 2001) e com efeitos benéficos para a saúde humana
(SILVEIRA, TAVARES e GLORIA, 2007; ARAUJO, 2007). Porém, o café possui apenas 1 a
2,5 % de cafeína, contendo diversas outras substâncias em maiores quantidades (MATHIAS,
2011).
O grão de café verde possui uma grande variedade de minerais, tais como: potássio,
magnésio, cálcio, sódio, ferro entre outros. Possui também: aminoácidos, como alanina,
arginina, asparagina, cisteína, ácido glutâmico, glicina, histidina, isoleucina, lisina, metionina,
fenilalanina, prolina, serina, treonina, tirosina e valina; lipídeos, como triglicerídeos e ácidos
graxos livres; e açúcares, como sacarose, glicose, frutose, arabinose, galactose, maltose e
polissacarídeos (MALTA, NOGUEIRA e GUIMARÃES, 2003; BRAHAM e BRESSANI,
1979).
Adicionalmente, o café possui niacina, uma vitamina do complexo B (vitamina B3 ou
vitamina PP), e ácidos clorogênicos, em maior quantidade que todos os demais componentes,
na proporção de 7 a 12 %, isto é, 3 a 5 vezes mais que a cafeína. Após a torra, os ácidos
clorogênicos formam diversos quinídeos que possuem vários efeitos farmacológicos, como
aumento da captação de glicose (efeito hipoglicemiante), ação antagonista opióide (efeito
26
antialcoolismo) e inibidora da recaptação da adenosina (efeito benéfico na microcirculação)
(DUARTE, PEREIRA e FARAH, 2010; LEPELLEY et al., 2007).
Estudos relativos às influências do café no organismo humano comprovaram, por
exemplo, que o café faz bem ao coração, evita a depressão, estimula o aprendizado, auxilia
dietas de emagrecimento, reduz o colesterol, diminui o risco do Mal de Parkinson, protege
contra diabetes do tipo 2, tem ação antioxidante, atua na prevenção de alguns tipos de câncer,
regula o sistema enzimático do fígado (MURIEL e ARAUZ, 2010; CHOU e BENOWITZ,
2003; SAKAMOTO et al., 2001).
O Brasil apresenta baixo consumo de café per capita ao ano quando comparado a
países latino-americanos como o Chile, onde o consumo per capita do produto é de 8 kg ao
ano. Nos países desenvolvidos, o consumo per capita é bem maior, por exemplo: França (25
kg); Irlanda (18 kg); e Bulgária (31 kg) (SANTANA, 2006; BRANDÃO, 1995).
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC, 2013), o Brasil é
o maior produtor e exportador mundial de café, sendo responsável por 30% do mercado
internacional de café, volume equivalente à soma da produção dos outros seis maiores países
produtores. É também o segundo mercado consumidor, atrás somente dos Estados Unidos. A
safra de 2013, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2013), é
de 49,15 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, dos quais 38,29 milhões da espécie
Arábica e 10,86 milhões da espécie Conilon. O consumo per capita em 2013 foi de 4,87 kg
café torrado/habitante/ano (ABIC, 2013).
27
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
4.1.1 Matéria-prima
As matérias-primas utilizadas na produção de iogurte grego sabor café foram:
Leite integral UHT – ITAMBÉ ®
Açúcar refinado especial – UNIÃO ®
Café solúvel tradicional – 3 CORAÇÕES ®
Leite em pó instantâneo – ITAMBÉ ®
Cultura láctica: Fermento DVS UC-X11 50u - CHR HANSEN ®
Para a análise sensorial foram utilizados copos, colheres e pratos descartáveis bem
como biscoito e água.
4.2 Equipamentos
Foram utilizados na totalidade do estudo:
Estufa a 45 ºC;
Refrigerador;
Termômetro;
Fogão industrial;
pHmetro.
4.3 Metodologia
4.1.1 Análises Físico-químicas
As análises físico-químicas do iogurte grego produzido foram realizadas no
Departamento de Alimentos e Nutrição, na Faculdade de Nutrição, da Universidade Federal
de Mato Grosso, no Laboratório de Bromatologia e no Laboratório de Investigação Científica
da Faculdade de Medicina.
No preparo das amostras para análise, o iogurte foi totalmente homogeneizado, sendo
retiradas as quantidades necessárias de diversos pontos do recipiente para as análises que
ocorreram logo após a amostragem.
28
As amostras foram analisadas em triplicata, de acordo com a Instrução Normativa Nº
68 (BRASIL, 2006), quanto aos seguintes parâmetros e respectivos métodos:
Determinação de acidez em ácido lático;
Determinação de pH.
4.1.2 Análises Microbiológicas
Com o objetivo de verificar as condições higiênico-sanitárias do produto elaborado,
uma amostra de cada formulação foi submetida às análises microbiológicas estabelecidas pelo
Regulamento Técnico Sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos (BRASIL, 2001) em
triplicata segundo metodologia descrita por Silva et al. (2007), sendo elas:
Coliformes termotolerantes
Coliformes totais
Salmonella ssp.
Estafilococos coagulase positiva
Fungos filamentosos e leveduras
4.1.3 Análise Sensorial
Foi utilizado o teste de aceitação por escala hedônica de nove pontos (INSTITUTO
ADOLFO LUTZ, 2008) na análise sensorial de iogurte grego sabor café.
Foram dispostos lateralmente 3 (três) copos devidamente identificados e contendo 20
ml de iogurte grego sabor café, cada um. Foram dadas as informações de como proceder às
análises sensoriais, sendo solicitado aos provadores que a degustação das amostras seguissem
o sentido da esquerda para a direita, do iogurte que continha a menor quantidade de solução
para a maior quantidade de solução de café solúvel em sua composição, 6, 10 e 14%,
respectivamente. Foi solicitado aos provadores que entre uma amostra e outra fosse realizada
a lavagem da cavidade oral com água mineral ou a neutralização do paladar ingerindo
pedaços de biscoito tipo cream cracker para evitar erros de julgamentos e interferências entre
a avaliação de uma amostra e outra (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008; FERREIRA,
2000). A cada avaliação da amostra foi solicitado a identificação das mesmas na ficha de
avaliação.
29
Os dados coletados foram avaliados estatisticamente pela análise de variância,
ANOVA. Foram utilizados 51 julgadores. O delineamento experimental utilizado foi dado por
blocos completos casualizados (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).
A realização da análise sensorial foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisas
com Seres Humanos, do Hospital Júlio Mueller, da Universidade Federal de Mato Grosso, sob
Número CAAE 31786214.4.0000.5541.
30
5. FORMULAÇÃO DO IOGURTE
Foram elaboradas três formulações de iogurte grego contendo diferentes
concentrações de café solúvel, conforme descrito na Tabela 1.
Tabela 1 - Ingredientes das formulações do iogurte grego sabor café.
Ingredientes Amostra A
1,2 g/mL de café
Amostra B
2,0 g/mL de café
Amostra C
2,4 g/mL de café
Leite integral UHT (m) 1,023 g 1,023 g 1,023 g
Leite em pó integral (m) 40,0 g 40,0 g 40,0 g
Solução de Café solúvel (v/m) 60,0 mL (1,2 g
café) 100,0 mL (2,0 g café)
140,0 mL (2,4 g
café)
Açúcar (m) 100,0 g 100,0 g 100,0 g
Fermento lácteo 2,0 g/L 2,0 g/L 2,0 g/L
TOTAL 1225 g 1265g 1305g
O leite em pó foi adicionado com a finalidade de aumentar o teor de sólidos totais do
iogurte além de proporcionar uma textura mais consistente. O açúcar refinado foi empregado
como agente adoçante para o iogurte.
O procedimento de preparo do iogurte se iniciou com o aquecimento do leite UHT até
atingir temperatura entre 40 °C e 42 °C. A seguir, foi adicionado o leite em pó, o açúcar e a
cultura láctea liofilizada de inoculação direta para iogurte (Direct Vat Set - DVS), seguido de
leve homogeneização. A mistura permaneceu em completo repouso, a uma temperatura de 40
ºC a 42 ºC, durante todo o processo de fermentação. Este período foi acompanhado a partir do
início da inoculação, mediante análise de pH, realizadas a cada hora, até obter-se valores
desejados próximos de 4,6, característicos do produto (BRASIL, 2007)
Terminada a fermentação, passou por processo de dessoragem por 12 horas,
utilizando-se dessorador que foi colocado sob um escorredor de alumínio dentro de um
recipiente para captar o soro retirado. Todo esse processo de dessoragem ocorreu sob
refrigeração.
Após a dessoragem, foi adicionado ao iogurte as soluções com as concentrações de
café e procedeu-se a homogeneização, sendo armazenado em recipientes plásticos
devidamente higienizados e acondicionados assepticamente em refrigerador com temperatura
em torno de 5 ºC para a realização das análises físico-químicas, microbiológica e análise
sensorial.
31
Figura 1 – Fluxograma de elaboração do iogurte
Leite Integral UHT
Aquecimento 45
°C
Adição do açúcar
Adição do leite em
pó integral
Inoculação da
cultura láctea
Homogeneização
Fermentação em
estufa 45 °C
Dessoragem em
refrigerador
Adição de solução
de café
Homogeneização
Armazenamento a
5°C
32
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 Análises Físico-químicas
Na Tabela 2 estão descritos os resultados das análises físico-químicas das formulações
de iogurte grego obtidos.
Tabela 2 - Resultados das análises físico-químicas nas amostras de iogurte grego com diferentes
quantidades de solução de café solúvel.
Parâmetros físico-
químicos
Amostra com 6%
da Solução de
Café solúvel
Amostra com 10%
da Solução de
Café solúvel
Amostra com 14%
da Solução de
Café solúvel
pH 4,38±0,03 4,47±0,03 4,31±0,07
Acidez (g de ácido
lático/100 g) 1,32±0,03 1,34±0,02 1,29±0,04
O pH inicial da formulação base para os iogurtes gregos foi de 4,62±0,05. O pH das
formulações acrescidas de solução de café solúvel variou de 4,31±0,07 a 4,47±0,03. A
redução de pH e aumento da acidez durante o período sob refrigeração são chamados de pós-
acidificação e são provenientes da atividade continuada dos microrganismos lácticos, mesmo
sob refrigeração, principalmente dos Lactobacillus, cujas células têm maior capacidade de
tolerar ambientes ácidos e produzir ácido láctico até níveis de 1,7% (ROBINSON, LUCEY e
TAMIME, 2006). Segundo Beal et al. (1999), a pós-acidificação ocorre mais intensamente
nos primeiros 7 dias, devido à alta taxa metabólica ainda presente.
Segundo a IN 46 (2007) a acidez do iogurte deve estar na faixa de 0,6 a 2,0 g de ácido
láctico/100g. Com isso pode-se afirmar que os três iogurtes produzidos estão de acordo com
legislação vigente.
6.2 Análise microbiológica
A Tabela 3 apresenta os resultados das análises microbiológicas das amostras de
iogurte grego com diferentes quantidades de solução de café solúvel.
33
Tabela 3 - Resultados das análises microbiológicas das amostras de iogurte grego com diferentes
quantidades de solução de café solúvel.
Parâmetro
6%
Café solúvel na
amostra
10%
Café solúvel na
amostra
14%
Café solúvel
na amostra
Limite
Fungos
filamentosos e
leveduras
<10 UFC/g <10 UFC/g <10 UFC/g 10 UFC/ml
Coliformes
termotolerantes 1,1NMP/ml Ausência Ausência 10 NMP/ml
Coliformes totais 2,2NMP/ml Ausência Ausência 10 NMP/ml
Salmonella spp. Ausência Ausência Ausência
Ausência em
25g
Estfilococos
coagulase positiva <100UFC/g <100UFC/g <100UFC/g <100UFC/g
De acordo com a resolução RDC nº 12 de 02 de Janeiro de 2001, os leites fermentados
devem apresentar os seguintes padrões microbiológicos: para coliformes totais e
termotolerantes a tolerância para amostra indicativa é de 10 NMP/g e para Salmonella spp.
preconiza-se ausência em 25 g da amostra. De acordo com os dados demonstrados na Tabela
2, pode-se constatar que o produto formulado apresentou adequados parâmetros de qualidade
microbiológica indicando que o produto foi formulado seguindo condições de higiene e
segurança alimentar adequados para possibilitar a realização da análise sensorial.
6.3 Análise Sensorial
Na Tabela 4, estão descritas as médias dadas a cada atributo avaliado.
Tabela 4 - Valores médios de aceitação sensorial (notas) e índice de aceitabilidade (%) de iogurtes
contendo quantidades de solução de café solúvel.
As características sensoriais como cor, sabor e textura estão entre os principais
determinantes na aquisição e consumo, bem como na aceitação e preferência dos produtos
alimentícios por diferentes faixas etárias, além de contribuírem para o monitoramento da
Concentração
de café
solúvel
Aparência Aroma Sabor Textura Impressão
Global Índice de
Aceitabilidade
1,2 g/mL 7,86±0,01 7,76±0,25 7,29±0,27 8,07±0,06 7,62±0,12 85,2%
2,0 g/mL 7,90±0,03 7,39±0,12 7,56±0,0 8,31±0,18 7,78±0,04 85,2%
2,4 g/mL 7,84±0,03 7,37±0,14 7,84±0,28 8,00±0,13 7,82±0,08 86,8%
34
qualidade dos mesmos. A avaliação das características sensoriais de um alimento é um fator
importante para se verificar sua aceitabilidade (CUNHA et al., 2009).
Realizada a análise de variância, não houve diferença significativa entre as amostras
para os atributos analisados (p>0,05).
Similarmente ao observado no atributo aparência, não foi detectada, estatisticamente,
diferença significativa para o atributo aroma entre as amostras. Contudo, a amostra contendo
1,2 g/mL de café solúvel teve a melhor aceitabilidade entre as amostras avaliadas,
apresentando nota 7,76±0,25 no atributo aroma.
O atributo sabor teve, numericamente, maior aceitabilidade na amostra contendo 2,4
g/mL de café solúvel, apresentando nota 7,84±0,28, seguido das amostras contendo 2,0 g/mL
e 1,2 g/mL de café solúvel com notas 7,56±0,0 e 7,29±0,27, respectivamente.
A amostra contendo 2,0 g/mL de café solúvel obteve maior aceitação, em relação ás
demais amostras, do atributo textura com nota 8,31±0,18.
Para o atributo impressão global a amostra que apresentou maior aceitação foi a
amostra com 2,4 g/mL de café solúvel e nota 7,82±0,08. Seguida da amostra com 2,0 g/mL de
café solúvel (7,78±0,04) e 1,2 g/mL de café solúvel (7,63±0,12).
O iogurte grego contendo 2,4 g/mL de café solúvel apresentou maior índice de
aceitabilidade, com 86,8% (Tabela 4). Já os iogurtes contendo 1,2 g/mL e 2,0 g/mL de café
solúvel apresentaram índice de aceitabilidade igual, com 85,2%. Para o cálculo de índice de
aceitabilidade (IA), foi adotada a seguinte equação: IA%= A x100/B, em que A=nota média
obtida para o produto e B=nota máxima dada ao produto. O IA com boa repercussão é igual
ou superior a 70% (DUTSCOSKY, 1996; MONTEIRO, 1984). Verifica-se que todas as
amostras obtiveram boa avaliação e aceitabilidade dos provadores, com índices superiores a
70%.
Em seu trabalho, Fernandes et al., (2013) verificou que o iogurte sabor café contendo
0,2% e 0,4% de café solúvel apresentaram índice de aceitabilidade igual a 78,91% e 73,15%,
respectivamente
A Figura 2 apresenta os resultados do teste de aceitação sensorial das formulações
para o atributo aparência, onde 43% dos provadores indicaram ter gostado extremamente da
aparência das amostras contendo 2,0 g/mL e 2,4 g/mL de café solúvel. Contudo, alguns
provadores fizeram observações de que a cor poderia ser mais escura para “lembrar” a cor do
café.
35
Figura 2 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Aparência
A cor é um dos principais atributos sensoriais e está associada a muitos aspectos da
vida humana, interferindo em decisões, incluindo as que envolvem os alimentos
(CLYDESDALE, 1994). A primeira impressão que se tem de um alimento é geralmente
visual, sendo que a cor é um dos aspectos fundamentais na qualidade e aceitação do produto,
pois tem muita influência na decisão de compra do consumidor (BOBBIO; BOBBIO, 1995;
JESUS et al., 2005).
Segundo Bezerra (2010), a aparência exerce maior influência na hora da aquisição do
produto pelo consumidor e gera interferência sobre a qualidade do produto. A coloração dos
alimentos exerce um fator marcante dado a sua atratividade ou não, determinando aceitação,
indiferença ou rejeição do produto.
Quanto ao atributo aroma, os resultados estão representados na Figura 3. As notas
variaram de “gostei extremamente” a “desgostei ligeiramente”. Observou-se elevado
percentual de provadores que atribuíram a todas as formulações do iogurte as notas 9 e 8 que
correspondem às atribuições “gostei extremamente” e “gostei moderadamente”,
respectivamente.
Foi observado os percentuais de 4% para a formulação com 1,2 g/mL de café solúvel,
12% para a formulação com 2,0 g/mL de café solúvel e 9% para a formulação com 2,4 g/mL
de café solúvel, de provadores que concederam a nota 5 que corresponde a “não gostei, nem
desgostei”.
36
As avaliações com os atributos que variam desde “não gostei, nem desgostei” a
“desgostei ligeiramente”, provavelmente foram realizadas devido 25,5% dos degustadores não
costumarem consumir café com frequência e leva ao julgamento de rejeição.
A amostra contendo 1,2 g/mL de café solúvel foi a que teve maior frequência de
provadores afirmando que “gostaram extremamente” (nota 9) ou “moderadamente” (nota 8)
do produto, correspondendo a um percentual de 69% das respostas.
Figura 3 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Aroma
O acetaldeído, principal responsável pelo aroma característico de iogurte, é produzido
por diferentes vias metabólicas pelas bactérias lácticas: Streptococcus thermophilus e
Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus. Durante o processo de obtenção do iogurte, o
leite é aquecido a 40ºC – 42ºC e cultura lática é inoculada, crescendo rapidamente e
produzindo diacetil e ácidos láctico, acético e fórmico. O aumento da acidez, produto da
metabolização dos carboidratos, reduz o crescimento de Streptococcus thermophilus e
promove o crescimento de Lactobacillus delbrueckii ssp. bulgarius, responsável pela maior
parte de ácido láctico e acetaldeído produzidos, que juntos ao diacetil, proporcionam o aroma
e o sabor característicos do iogurte (FELLOWS, 2006). Contudo, outra justificativa para
explicar a menor aceitação das amostras que contém maiores concentrações de café solúvel é
o fato de alguns provadores não gostarem muito do sabor café e pelo costume de 25,5% de
provadores não consumirem café com frequência.
37
A Figura 4 apresenta os resultados do teste de aceitação sensorial das formulações
para o atributo sabor, onde as notas variaram de “Gostei extremamente” a “Desgostei
moderadamente”.
Foi observado elevado percentual de provadores que atribuíram às notas 9, 8 e 7, que
correspondem às atribuições “gostei extremamente”, “gostei moderadamente” e “gostei
regularmente”, respectivamente. Observou-se percentuais de 43% para a formulação com 2,4
g/mL de café, 31% para a formulação com 2,0 g/mL de café e 25% para a formulação com 1,2
g/mL de café, de provadores que atribuíram à nota 9 que corresponde à atribuição “gostei
extremamente”.
A amostra com 2,4 g/mL de café em sua formulação foi a que teve a maior frequência
de provadores afirmando ter gostado do produto. Tal resultado indica que a maior
concentração de café solúvel afetou positivamente o sabor do produto.
Figura 4 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Sabor
O acetaldeído desenvolvido através da transformação dos carboidratos e proteínas é o
principal responsável pelo flavor do iogurte. Este composto de acumula no meio porque os
lactobacilos e os estreptococos não produzem enzimas que atuem em seu processo de
degradação (FERREIRA, 2005).
O sabor integra os sentidos olfativos e gustativo, além das sensações químicas. A
percepção do sabor acontece devido à presença de celulas receptoras que se encontram
distribuídas praticamente sobre toda a mucosa bucal, mais frequentemente nas papilas, que se
situam na parte superior da língua (TEIXEIRA et al., 1987). Segundo Kader (2002) e
38
Matsuura et al., (2002), afirmam que o sabor é o atributo mais importante e de maior
ponderação na avaliação dos consumidores em relação a um produto.
Para o atributo textura (Figura 5) foram observados percentuais de 84% para a
formulação com 1,2 g/mL de café, 90% para a formulação com 2,0 g/mL de café e 78% para a
formulação com 2,4 g/mL de café, de provadores que indicaram ter gostado extremamente ou
moderadamente da textura das amostras. O fator que pode ter contribuído para as respostas foi
a quantidade de café que foi adicionado ao iogurte grego, uma vez que quanto maior era a
concentração de café, maior a quantidade de água adicionada juntamente.
Apenas 8% dos provadores afirmaram ter desgostado ligeiramente, desgostado
regularmente e desgostado extremamente da textura de todas as amostras.
Figura 5 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Textura
Segundo Cunha et al., (2009), a consistência do iogurte é uma importante propriedade,
que irá refletir na qualidade e na aceitação ou não do produto. Ela pode ser influenciada pela
concentração de proteínas, gordura, ácido lático, presença ou não de exopolissacarídeos, pelo
tratamento térmico e adição de ingredientes não-lácteos (TELES e FLÔRES, 2007;
BEZERRA, 2010).
Em relação ao atributo impressão global (Figura 6), verifica-se que os provadores
indicaram ter gostado extremamente e moderadamente um percentual de 57%, 67% e 65%
das amostras contendo 1,2 g/mL, 2,0 g/mL e 2,4 g/mL de café solúvel, respectivamente.
39
Contudo, a amostra contendo 2,0 g/mL de café solúvel apresentou 22 notas “gostei
extremamente” (22) contra 15 notas para a amostra contendo 10% de café solúvel.
Figura 6 - Notas atribuídas pelos julgadores para o Atributo Impressão Global
A amostra contendo 2,4 g/mL de café solúvel (Figura 9) obteve maior nota de intenção
de compra em relação aos demais. A amostra contendo 2,0 g/mL (Figura 8) e 1,2 g/mL de
café solúvel (Figura 7) tiveram 33% e 25% de intenção de compra pelos avaliadores,
respectivamente.
No trabalho de Fernandes et al, (2013), o iogurte contendo 2,0% de café solúvel
obteve, estatisticamente, maior nota de intenção de compra em relação aos demais (Tabela 2).
O mesmo comportamento foi observado para a aceitabilidade sensorial e intenção de compra,
em que o iogurte com 2,0% de café solúvel apresentou maior nota, seguido do iogurte com
4,0% de café solúvel e por último do iogurte com 0,6% de café solúvel. O café solúvel foi
adicionado diretamente ao iogurte.
Mathias (2011) conclui em seu trabalho que 65% dos provadores “certamente
comprariam” ou “provavelmente compraria” o iogurte com porcentagem de 3% de café e 6%
de gelatina
40
Figura 7 - Intenção de compra iogurte com 1,2 g/mL de café solúvel.
Figura 8 - Intenção de compra iogurte com 2,0 g/mL de café solúvel.
41
Figura 9 - Intenção de compra iogurte com 2,4 g/mL de café solúvel.
As avaliações para as intenções de compra “provavelmente não compraria” e
“certamente não compraria” podem ser justificados pelo não consumo com frequência de café
e iogurte por 28% (Figura 11) dos provadores ou devido a amostra conter menor concentração
de café solúvel e dentre estes provadores estar os que afirmaram consumir diariamente café e
optariam em não comprar o iogurte pelo fato de conter baixa concentração do mesmo.
Figura 10 - Frequência de consumo de iogurte e café pelos julgadores
42
7. CONCLUSÃO
Foi possível desenvolver o iogurte grego sabor café com diferentes concentrações de
café e atender aos padrões microbiológicos vigentes no país.
O iogurte grego sabor café também atendeu à legislação vigente referente aos
parâmetros de pH e acidez titulável, que são uns dos fatores que conferem qualidades
características desejáveis ao produto.
De acordo com a análise sensorial realizada, as amostras não apresentaram diferença
significativa em todos os atributos. Contudo, a intenção de compra (avaliação “certamente
compraria”) foi maior (47%) para o iogurte contendo 2,4 g/mL de café solúvel em sua
composição. Seguido da composição com 2,0 g/mL de café solúvel, com 33% de intenção e
compra e da amostra com 1,2 g/mL de café solúvel, apresentando 25% de intenção de
compra.
Sugere-se mais estudos referentes ao iogurte grego sabor café para possibilitar sua
produção em larga escala, visto a aceitação pelos provadores.
43
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