ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

download ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

of 35

Transcript of ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    1/35

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    2/35

    “ A Educação, qualquer que sejaela, é sempre uma teoria doconhecimento posta em prática.

           “Paulo Freire

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    3/35

    oordenação:jet Albatr, Prjet Balea Jbarte, Prjet Cral Vv, Prjet Gl Rtadr, Prjet Tamar rganização:yta Gerlg, Cyta Raer, Lea Ferades, Mara Teresa de J. Gvea e Valra Rcavsã: Eda Alessstrações: Alexandre Huber itor: Paulo Pechmann

    jet Edtral e Capa: Daela Fretasodução: Editora Comunnicar pressão: PRoL EDiToRA GRFiCA 

    PROJETO ALBATROZRua Marechal Hermes, 35

    Boqueirão, Santos – SP CEP: 11. 025-040Tel: (13) 3324-6008

    [email protected]

    PROJETO BALEIA JUBARTEAvenida do Farol, 2907 – Caixa Postal 92

    aia do Forte – Mata de São João – BACep: 48.280-971Tel: (71) 3676-1463

    [email protected]

    SUMÁRIO

    15 AMBIENTES

    4  APRESENTAÇÃO

    5 INTRODUÇÃO

    7  A EDUCAÇÃO AMBIENTALNA REDE BIOMAR 

    11 MARES E OCEANOS

    16 Praas e Restgas18 Cstã Rcs20 Estárs e Mageas22 Bacs de Gramas Maras23 Recfes de Cras Trpcas26 Bac de Rdlts28 Recfes de Prfddade d Talde Ctetal30 Ambiente Pelágico

    32 Ambientes Abissais34 ilas oceâcas e Mtes Sbmars

    36 SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS38 SUSTENTABILIDADE

      DESAFIOS PARA CONSERVAÇÃO40 Poluição41 Resíds Sólds42 Ocupação da Zona Costeira44 Mdaas Clmátcas46 Pesca48 As Faces d Trsm49 Espécies Invasoras

    57 ATIVIDADES EDUCATIVAS

    51 reas Maras Prtegdas e reas deRelevate imprtâca Eclógca

    53 Teclgas aprpradas paraminimizar impactos

    55 Gestão Pesqueira

    56 Espécies Ameaçadas

    50 PROTEÇÃO E GESTÃO

    39

    61 A REDE BIOMAR 

    62 LITERATURA   RECOMENDADA 

    PROJETO CORAL VIVOEstrada da Balsa, km 4,5 (Arraial d’Ajuda Eco Parque)

    Arraial d’Ajuda, Porto Seguro - BA CEP 45.816-000Tel: (73) 3575-2353

    [email protected]

    PROJETO GOLFINHO ROTADOR Caixa Postal 49

    Fernando de Noronha - PE CEP: 53.990-000Tel: (81) 36191295

    [email protected]

    CONTATOS:

    PROJETO TAMAR Rua Rubens Guelli, 134, sala 307

    Empresarial ItaigaraSalvador – BA Caixa Postal: 123

    CEP: 41.715-135Tel: (71) 3676-1045

    [email protected]

    35 ANOS

    r j et l t r z - c r esuraVertical 

    Patrocínio:

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    4/35

     APRESENTAÇÃO

    O“Manual de Ecossistemas Costeiros e Marinhos para Educadores” foi elaboradopela equipe de educadores dos projetos de conservação marinha, patrocinadospela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, e que compõema Rede Biomar, a saber: Projeto Albatroz, Projeto Baleia Jubarte, Projeto Coral Vivo, ProjetoGolnho Rotador e Projeto Tamar. Embora esses projetos atuem há várias décadas em favor daconservaão de espécies marinhas e possuam inúmeros trabalhos relacionados ao ecossistemamarinho, identicou-se a necessidade de elaborar material especíco, com metodologia econteúdo pertinentes, considerando principalmente sua demanda por informaões consistentese objetivas na área de conservaão ambiental marinha.Dessa forma, educadores ambientais dos projetos se reuniram durante o Workshop deEducação Ambiental da Rede Biomar, ocorrido em Cabo Frio – RJ, em março de 2015,para propor uma compilaão de saberes, em sua grande maioria já consolidados, para

    organizaão de um material único, com conteúdo e linguagem que sejam facilmenteaprendidos, de forma a permitir seu uso em diferentes espaos educadores. Uma segundareunião foi promovida em agosto de 2015, na cidade de Santos – SP, para reunir oconteúdo dessa construão coletiva. Buscou-se integrar informaões sobre os biomas, asespécies, a problemática dos efeitos antrópicos nos ecossistemas e das espécies exóticasinvasoras e a necessidade do manejo para a conservação, conforme os temas consideradosprioritários pelos projetos que fazem parte desta rede de conservaão marinha. O conteúdofoi organizado a partir dos ecossistemas, estratégia metodológica que possibilitou aapresentaão de informaões sobre servios ecossistêmicos, possíveis ameaas, estratégiasde conservaão e sustentabilidade.O “Manual” foi elaborado de forma a permitir sua utilizaão nas práticas de educaãoambiental adotadas em aões pró-conservaão marinha em todo o litoral brasileiro, tendocomo público-foco os educadores e formadores de opinião que tenham interesse no temada conservaão marinha e atuem em diferentes espaos e instituiões de ensino. Esseseducadores fazem parte do público diverso, atendido pelos projetos, independentemente doespao educativo de atuaão que inclui professores do ensino formal, líderes comunitários,educadores, conselheiros de coletivos gestores, professores de surf, monitores ambientais,guias de turismo, gestores ambientais, jovens, contadores de história, entre outros.Espera-se, com a elaboraão desse “Manual”, preencher a lacuna existente nadisponibilidade de materiais que apresentem informações relacionadas ao ambientemarinho de forma concisa e prática ao mesmo tempo que promove a disseminaão do

    conhecimento gerado durante anos de trabalho desenvolvido pelos projetos, de formaa promover a transmissão de conceitos fundamentais da conservação do ambientemarinho e de sua biodiversidade.

    INTRODUÇÃO

    COMO USAR O MANUALEste manual está organizado de forma que as informaões sejam facilmente encontradas.

    Nele há várias ilustraões, esquemas e infográcos para ajudar no entendimento dosassuntos sobre conservaão das áreas costeira e marinha ao longo do litoral brasileiro, como objetivo de facilitar a transmissão e troca de informaões entre educadores e educandos.

    O manual se divide em oito partes, sendo elas:

    1. O capítulo sobre a Educaão Ambiental tem como intencionalidade permitir acompreensão do educador do “lugar” onde se situa a Educaão Ambiental da Rede BIOMAR.

    2. Oceanos, com uma introduão geral sobre o ambiente marinho e costeiro do Brasil comsuas principais características.

    3. Ambientes contendo informaões sobre cada um deles, suas peculiaridades, sua faunae ora, seu uso pelos seres humanos e sua importância para o equilíbrio ambiental dooceano como um todo.

    4. Servios Ecossistêmicos, onde podemos encontrar explicaões sobre as utilidades doecossistema para a manutenão da vida no planeta.

    5. Desaos para a Conservaão, onde estão descritas várias atividades humanas quecausam impactos ao meio ambiente.

    6. Proteão e Gestão, para demonstrar como podemos desenvolver as atividades de forma que os impactos sejam minimizados ou até mesmo deixem de existir.

    7. Atividades Educativas foram selecionadas para que os leitores deste manual tenhamalguns exemplos de recursos didático-pedagógicos para as aões práticas que poderão ser

    desenvolvidas nas suas localidades, como jogos e dinâmicas, tornando o material aindamais eciente para a educaão ambiental marinha.

    8. Literatura Recomendada para que a pesquisa não se limite a este manual! Lá estãobibliograas indicadas para pesquisa mais aprofundada do conteúdo.

    Este Manual objetiva apresentar ambientes costeiros e marinhos, em linguagem que possibilita utilizaão didático-pedagógica por educadores brasileiros. A organização do Manual buscou especialmente adotar o princípio da transversalidadeda Educação Ambiental, optando por recursos como ícones que interligam informações sobreos ambientes costeiros e marinhos com conteúdos dos capítulos: Oceanos, Ambientes, ServiosEcossistêmicos, Desaos para Conservaão e Proteão e Gestão. A avaliaão é parte essencial e presente nos processos educativos, incluindo os materiais didático Assim, é solicitado ao educador que, ao fazer uso deste Manual, envie seus comentários paratodos ou selecione um dos endereos eletrônicos listados abaixo*, permitindo com isso, a avaliaperiódica por parte dos projetos integrantes da Rede BIOMAR.

    E-mails contato:PROJETO A LBATROZ - Cynthia Ranieri - [email protected] B ALEIRA  JUBARTE - Luena Fernandes - [email protected] CORAL V IVO - Teresa Gouveia - [email protected] GOLFINHO R OTADOR  - Cynthia Gerling - [email protected] T AMAR  - Valéria Rocha - [email protected]

    *

    4

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    5/35

     A EDUCAÇÃO AMBIENTALNA REDE BIOMAR

    EDuCAço AMBiEnTAL PARA ConSERVAço MARinhA 

    Para a Rede BIOMAR, adjetivar Educaão com o termo Ambiental é muito maisdo que referenciar um dos campos de atuaão dos projetos que a compõem. Éreconhecer a relevância que se atribui aos processos educativos no enfrentamentoaos desaos impostos pela busca da sustentabilidade socioambiental. Arma assim o compromisso de atuarem segundo a denião de educaãoambiental disposta na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei no. 9.795/99(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005):

     Art.2o. A educaão ambiental é um componente essencial e permanente daeducação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos osníveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.

    Tamanha a diversidade de seres vivos e ambientes marinhos e oceânicos e adiversidade sócio-cultural encontrados nas áreas de atuaão dos projetos Albatroz,Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golnho Rotador e Tamar faz com que suas aõeseducativas permeiem as tendências da Educação Ambiental crítica (LIMA , 2002,2011), transformadora e emancipatória (GUIMARÃES, 2004; LOUREIRO, 2004;QUINTAS, 2004). A Educaão Ambiental (EA) crítica confronta com a EA convencional, ou seja,enquanto a EA convencional é dirigida para a reproduão social associandoos interesses conservadores na sociedade, a EA crítica se direciona para atransformaão social. Tal confronto é percebido quando se observam processoseducativos que, se por um lado, seguem a EA convencional, visam mudançasambientais vinculadas a mudanças de comportamento no indivíduo, enquanto

    que, se a perspectiva for além da mudana ambiental, também a mudana socialcom atuaão política e leitura crítica da realidade percebe-se a EA crítica. Aindanas distinões, agora voltadas ao campo da prática educativa, Lima (2011, p.168)resume:

     A EA convencional se desenvolveu como prática pedagógica centrada noensino de ecologia, no que se aproxima da educaão conservacionista, aopasso que a EA crítica procura explorar em sua pedagogia a reexão sobreos sistemas sociais e a relaão deles com os sistemas naturais.

    ÍCONES

     Ao longo de todos os textos poderemos encontrar ícones que nos remetem ao conteúdo maisexplicativo para uma compreensão ainda melhor de cada assunto:

    Quando um ícone aparecer em um texto, ele indica que o leitor poderá encontrar umaexplicaão adicional e mais detalhada sobre o assunto em outra parte do manual.

    GLOSSÁRIO DIGITALPara dúvidas sobre palavras ainda desconhecidas dos leitores, criamos um link GLOSSÁRIO,que está disponível nos sites dos projetos da Rede Biomar.

    Por m, temos uma breve apresentaão de cada projeto autor do Manual, com o link  para suasrespectivas páginas, onde poderemos acessar todo o conteúdo dos projetos e encontrar mais

    fotos, vídeos, materiais didáticos e também o contato para esclarecer possíveis dúvidas, deixarsugestões ou fazer reclamaões. Um canal aberto para o diálogo.

    DESAFIOS DA CONSERVAÇÃO

    PROTEÇÃO E GESTÃO

    SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS

     ATIVIDADES EDUCATIVAS

    Maria Teresa de J. GouProjeto Coral V

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    6/35

    Uma das possíveis articulaões da EA transformadora e emancipatória nas práticaseducativas da Rede BIOMAR está na compreensão de que cabe ao campo da Educaão Ambiental atuar atentando para a existência das complexas relaões entre sociedade eambiente. A EA transformadora refora, nessa nova adjetivaão, o caráter processualimposto à práxis da EA, conforme sintetiza Loureiro (2004) - a educaão como processopermanente cotidiano e coletivo. A intencionalidade da EA emancipatória parece estar intimamente vinculada à EAtransformadora. Tal perspectiva parece estar anunciada por Loureiro (2004) quandosugere que seria a identicaão da diversidade das relaões socioambientais o meiopara se buscar novas possibilidades de práticas democráticas e sustentáveis para todos.Uma interessante sistematizaão de argumentos da tendência emancipatória de EA ,efetuada por Lima (2011, p.172), não somente refora o mesmo entendimento comoainda agrega importantes pressupostos, vinculando-os a elementos estruturadores paraa prática educativa no campo ambiental, como à complexidade existente nas questõesambientais e ao diálogo necessário entre a ciência e os saberes. Assim, o autor elencacaracterísticas presentes na tendência emancipatória da EA:

    • uma compreensão complexa e multidimensional da questão ambiental.

    • uma defesa do amplo desenvolvimento das liberdades e possibilidades

    humanas e não humanas.

    • uma atitude crítica ante os desaos da crise civilizatória.

    • uma politizaão e publicizaão da problemática socioambiental.

    • um reconhecimento dos argumentos técnico-cientícos, mas subordinados a um

    questionamento ético do conhecimento, de seus meios e ns.

    • uma convicão de que o exercício da participaão social e a conquista

    da cidadania são práticas indispensáveis à democracia e à emancipaão

    socioambiental.

    • um cuidado em promover o diálogo entre as ciências e entre os saberes.

    • uma vocaão transformadora dos valores e das práticas do bem-estar público.

     Assim, com as tendências, crítica, transformadora e emancipatória, os projetos

    educativos atuam no campo ambiental, considerando o espaço social composto poruma diversidade de grupos sociais que, com interesses diferenciados, disputam usosdiretos e indiretos de recursos e ambientes naturais.

    O Programa Nacional de Educaão Ambiental (ProNEA), ao elencar os públicos para os quais oPrograma está direcionado, exemplica a diversidade de grupos sociais que têm merecido o olhar datuação dos educadores da Rede BIOMAR como:

    • Professores de todos os níveis e modalidades de ensino.

    • Estudantes de todos os níveis e modalidades de ensino.

    • Lideranas comunitárias.

    • Grupos em condiões de vulnerabilidade social e ambiental.

    • Gestores, do governo ou da sociedade civil, de recursos ambientais.

    • Educadores, animadores e comunicadores ambientais.

    • Servidores e funcionários de entidades públicas, privadas e não-governamentais.

    • Grupos de voluntários.

    • Movimentos e redes sociais.

    • Prossionais liberais.

    • Comunidade cientíca.

    • Populaão em geral.

    No planejamento das aões educativas junto a quaisquer dos públicos mencionados considera-se como indispensável a observância de importantes princípios, muitos deles referenciadosno ProNEA, como o conceito ampliado de ambiente; a interdependência sistêmica entreo socioeconômico e o cultural; a abordagem articulada das questões ambientais locais,regionais, nacionais, transfronteirias e globais; transversalidade de suas aões; a vinculaãoentre as diferentes dimensões do conhecimento, incluindo os saberes e fazeres populares; oreconhecimento da diversidade cultural, étnica, racial, genética, de espécies e de ecossistemas;o enfoque humanista e histórico; o compromisso com a cidadania ambiental; a divulgaão doconhecimento; e a transparência.Professores das redes de ensino formal, tendo como territórios de atuaão unidades escolares,têm merecido especial atenão por parte dos projetos da Rede Biomar. E, sempre que possívelo grupo é ampliado com a participaão de outros representantes da comunidade escolar, comoalunos, gestores, merendeiros, servidores de rmas terceirizadas e famílias.Para atuaão junto a turistas, e mesmo junto à “populaão em geral”, a estratégia tem sido avisitaão pública em espaos de divulgaão dos projetos e de seus objetivos de conservaão, emlocais permanentes comumente denominados de Centros de Visitantes, ou mesmo temporários,com a apresentaão de exposiões temáticas. A Interpretaão Ambiental, como atividade educativaprevalece nas aões voltadas a esses públicos. A utilizaão de uma linguagem adequada a todosé entendida como favorável à construão de valores e à sensibilizaão para a necessidade daconservaão sob as vertentes da sustentabilidade socioambiental, sociocultural e socioeconômica .

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    7/35

    OS MARES E OCEANOS COBREM 70%do planeta e são 90% da biosfera, que éo conjunto de todas as partes do planetaTerra onde existe ou pode existir vida. Eessa vida nos mares e oceanos, assim comoos processos ambientais geológicos e físicostêm grande complexidade, principalmente porcausa do elemento água, que possibilita maiorconectividade nas três dimensões espaciais.

    Os conceitos de mares e oceanos sesobrepõem e se confundem, mas adistinão entre eles é importante e estábaseada principalmente em dois critérios:extensão territorial e profundidade.Oceanos são profundos, ocupam grandesextensões e sempre têm livre circulaão.Sua profundidade média é de 3.300metros, e a maior conhecida é a de 11.000metros na Fossa das Marianas (OceanoPacíco Norte). São três os oceanos naTerra: Atlântico, Pacíco e Índico. OOceano que banha o Brasil é o Atlântico.

    MARES E OCEANOS

    Os mares possuem profundidade médiaabaixo de 1.000 metros, são menorese delimitados, total ou parcialmente,por continentes. A maioria dos maresfaz parte dos Oceanos. Existem trêstipos principai s de mares: os abertos,que possuem uma ampla ligação com osoceanos; os continentais, que possuemuma ligação muito restrita com os

    oceanos; os fechados, que se ligam àságuas oceânicas apenas indiretamenteatravés de canais e rios.Existem dezenas de mares, mas nenhumno Brasil. A formaão dos mares e oceanos atuais éresultante do deslocamento dos continentessobre o magma, uma massa de aspectopastoso localizada no interior da Terra.

    No anseio pela promoção da sustentabilidade socioambiental, priorizam a participação para ocontrole social. Nesse caminho, optam por um pensar diferenciado da educaão tradicional paraas práticas da Educaão Ambiental, tal como denido por Tristão e Fassarella (2007), como “umatentativa de articular noões, conceitos, princípios de diferentes áreas, com uma metodologiaque tenha a marca da participaão, da interaão e da emancipaão com fundamentos ético-políticos”.Na compreensão de que a informaão se constitui como base para o exercício da cidadania,creditando aos processos educativos o empoderamento social (TASSARA, TASSARA, ARDANS,2013), cabe à educaão tentar suprir uma demanda identicada em materiais didáticosoferecidos à educaão formal e não formal, ou seja, à expressiva falta de conteúdosque abordem ambientes costeiros, marinhos e oceânicos sobre seus aspectos biológicos,

    especialmente tratando de espécies endêmicas e em processos de extinão, ecológicos, deconservaão, e das relaões entre seres humanos e ambientes naturais.Nessa perspectiva, oferece o Manual de Ecossistemas Marinhos e Costeiros para Educadores comoum material didático que possa conduzir ao educando a percepão das múltiplas possibilidades deaquisião e uso dos conhecimentos expostos, mas que também permita à Rede BIOMAR conhecerdo educando outras tantas possibilidades por meio de troca de conhecimentos e saberes, seja emqualquer prazo, sob qualquer enfoque e em qualquer de seus projetos.

    José Martins da Silva-Jr e Cynthia GerlingICMBio/Projeto Golnho Rotador

    0

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    8/35

    Os mares e oceanos apresentam relevo submarino peculiar com as seguintes feições:• Plataforma  continental: prolongamento submerso dos continentes, apresentandoprofundidades que variam de 10 a 500 metros. Área marinha de maior importânciaeconômica, em funão dos seus recursos biológicos e minerais.• t alude continental: localiza-se na borda da plataforma continental e apresenta inclinaãoacentuada, podendo atingir até três mil metros de profundidade.• B acia  oceânica  ou Planície  aBissal: compreende a área entre os taludes continentais, comprofundidades de até 5.000 metros, excluindo as dorsais e as fossas abissais.• dorsais: são as grandes cordilheiras centrais dos oceanos, compostas por montessubmarinos e ilhas oceânicas. Apresentam profundidades entre dois e quatro quilômetros.• fossas  aBissais: constituem as regiões mais profundas do relevo submarino, compostas pordepressões compridas e estreitas que atingem profundidades entre 7.000 e 11.000 metros.

     As marés, os vento s e o encontro de massas de água com diferen tes caract erísticasfísicas, principalmente salinidade e temperatura, são responsáveis pelos deslocamentosde grandes volumes de água, movimento chamado de correntes marinhas. A circulaãooceânica supercial da Terra é bem conhecida, e, pela fora de Coriolis, gira nohemisfério Norte, no sentido horário e, no hemisfério Sul, no sentido anti-horário. Ascorrentes marinhas podem ser quentes ou frias, em funão de sua origem geográca,caso seja mais tropical ou mais polar.

     A ORIGEM DO SALUma grande curiosidade sobre os mares e oceanos éa origem do sal. É o desgaste das rochas de ambientesmarinhos e o desaguar dos rios, lagos, mangues eestuários que causam a salinidade, que, em média éde 35 gramas por litro de água. A salinidade de umaregião marinha ou oceânica depende da quantidade e

     velocidade de entrada de água doce e da intensidadede evaporação. A água doce dilui o sal e a evaporaçãoaumenta a salinidade, pois somente a água evapora,permanecendo o sal.

     AS MARÉS E A LUA Outra curiosidade são as marés, decorrentes do aumento e da diminuiçãod ível d mar. As mars sã prvcadas prcpalmete pela fra deatraã da La. A fra de gravdade da La, a grar em tr da Terra,atra as ágas em sa dreã, prvcad amet d ível d mar(mar cea) aqele lad d plaeta. Smltaeamete, d lad pstd plaeta a qe está a La, dm ível d mar (mar seca), prqea água que estava ali se deslocou para o outro lado. Por isto, a marémda a cada ses ras. A fra da mar tambm vara em fã da faseda La. Las ceas e vas atraem mas ága, cseqetemete sã asmars cm mares ampltdes. nas fases crescete e mgate, íveldo mar varia menos.

     

     As correntes são responsáveis pelo clima mundial, são usadas por organismos vivospara sua alimentaão e deslocamento, bem como para navegaão humana.

    Ograu de penetração daluz solar na coluna daágua é usado para classi-car zonas do mar, com mais

    ou menos luminosidade. São

    três as zonas:• Zona eufótica - camadade água com grande lumi-nosidade, possibilitando a

    ocorrência da fotossíntese. Vai até cerca de 80 metrosde profundidade.• Zona disfótica - camadade água onde a luz é difu-sa, devido à diculdade de

    ela penetrar. Vai até cercade 200 metros de profun-didade.• Zona afótica - área total-mente escura, além dos 200metros de profundidade.

    Oceanos e mares são fun-damentais para a vida naTerra, pois são os principais

    responsáveis pelo equilíbrio

    climático e pela produãodo oxigênio do planeta,

    além de ser onde se ori-

    ginou a vida na Terra e dereunir uma innidade de

    formas de vida.

    O movimento de rotaão da Terra inuencia ocaminho percorrido por um objeto que se move

    acima da superfície do planeta. No Hemisfério Sul, umpercurso que seria uma linha reta sobre uma Terra sem

    rotaão apresenta-se como uma curva para a esquerda; noHemisfério Norte, como uma curva para a direita. Somenteos movimentos ao longo do Equador não são afetados. Estefenômeno é chamado de Efeito Coriolis. Por exemplo: umamassa de ar que ascende no Equador tende a se mover emdireão aos polos. Em funão do Efeito Coriolis, ela irá se

    desviar, no Hemisfério Norte para a direita e, no HemisférioSul, para a esquerda. Massas de ar, se deslocando dospolos em direção ao equador continuarão a se desviarpara a direita no Hemisfério Norte e para a esquerda

    no Hemisfério Sul. Correntes ascendentes edescendentes de ar giram no sentido horário

    no Hemisfério Norte e no sentido anti-horário no Hemisfério Sul.

    “O EFEITO CORIOLIS”CuRioSiDADES

    2

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    9/35

    CoMo SE CLASSiFiCAMoS SERES MARinhoS?

    Toda a vida no mar depende da atividade fotossintetizante dos seres, que produzem seusalimentos a partir de substâncias inorgânicas e de energia, os chamados autotrócos. Entreesses, destaca-se o toplâncton, como algas, que compõe o primeiro nível tróco da maioriadas cadeias alimentares marinhas.

    O Atlântico Sul é essencial para a regulaão do clima brasileiro e global, além de serimportante fonte de renda para boa parte da população brasileira, pois cerca de 80% danossa populaão vive a até 200 quilômetros do mar.

    Os seres vivosmarinhos sãoclasscadsem três gruposdistintos, emfã deseus modos de

    locomoção:

    Plâct - seres vvs tates qe sã levads pelascrreteas maras, e qe se dvdem em tplâct(produtores primários, como algas) e o zooplâncton(consumidores, como larvas de peixes).nct - amas qe adam lvremete, cm atmade deslcamet, cm pees, tartargas e gls.Bets - seres qe vvem s, se arrastam adammt próm a fd d mar, cm algas e cras.

    { AMBIENTESPARA A HUMANIDADE, OS OCEANOSE MARES SEMPRE FORAM FUNDAMENTAIS,DESDE O INÍCIO, PARA COLONIZAçÃO DENOVAS ÁREAS E CONTINENTES, ATÉ ATUALMENTE, PARA SEGURANÇA ALIMENTAR, MINERAÇÃO, TRANSPORTE,TURISMO, LAZER E ESPORTE.

    4

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    10/35

    PRAIAS E RESTINGAS Valra R. F. da Slva; Edard h.S.M. Lma;

    Js herqe Becker - Prjet Tamar 

     A RBÓREA  INUNDÁVEL É O  AMBIENTE entre  as dunas ou de Borda  das lagunas. s ão locais úmidos e  alagados Por   acúmulo de  água  das chuvas ou Por   afloramento do lençol freático. os  animais que  ali  vivem Possuem relação DIRETA  COM O  AMBIENTE  AQUÁTICO Para   alimentação e reProdução,como  alguns réPteis (sucuris e jacarés) e  aves  aquáticas migra -tórias e residentes.

    Praias  arenosas – receBem influência  direta  das ondas e marés. a  vegetação  aí é formada  Por  esPécies rasteiras, herBáceas,caPazes de conviver  com  a  salinidade  elevada ,  a  exPosição  direta   ao sol, aos  ventos e  aos extremos térmicos, sem falar  da  extrema  PoBreza  em nutrientes  do solo  arenoso. a s tartarugas  marinhas utilizam  a   área  Para  reProdução e  aí dePositam seus ovos Para  serem chocados Pelo calor  da   areia . muitas esPécies de  animais têm imPortância  econômica  direta , como é o caso dos crustáceos e moluscos utilizados  na   alimentação humana  ou como isca  Para   a  Pesca .

    no encontro da terra, da água (doce e salgada) e do ar ocorre um dos ambientesmas mprtates: a a cstera; lcal de vve ma alta dversdade de amas eplantas e também grande parte das comunidades humanas que geram ricas culturas epráticas de uso dos recursos naturais importantes para a vida entre a terra e o mar.

     As restgas estã dstrbídas pr td ltral brasler. Cm mas de 5.000 km,fragmetadas, cpam qase 79% da csta braslera. As prcpas frmaões crrem ltral de Sã Pal, R de Jaer, Espírt Sat e Baa. As restgas cmearama surgir há milhares de anos, com o recuo do mar e , ainda hoje, estão sob um dinâmicoprcess trasfrmaã.

    Sa estrtra pss dferetes frmaões vegetas qe se dferecam pela cmpsãd sl e pela êca das aões das mars. Essas frmaões sã as praas aresas; vegetaã erbácea arbstva; arbórea dável e mata seca.

     As espécies que vivem (ora e fauna) nas restingas possuem adaptaões para suportar os fatoresfísicos ali dominantes como a salinidade, extremos de temperatura, forte presena de ventos, escassezde água, solo instável, insolaão forte e direta etc. A vegetaão se caracteriza por folhas crespas eresistentes, caules duros e retorcidos, além de raízes com forte poder de xaão no solo arenoso.Os animais possuem importância fundamental na manutenão das diferentes formaões vegetais porserem os principais polinizadores e dispersores de sementes. A retirada ou introduão de espécies vegetais da restinga pode gerar impactos irreversíveis na estruturae na dinâmica dessas formaões. Existe uma relaão de inibião e facilitaão entre algumas espéciesvegetais que promovem o estabelecimento desse importante ecossistema.

    CuRioSiDADESOs alimentos consumidos pelastartarugas marinhas nas áreas dealimentação (algas, moluscos, crustáceos,pees, detre trs) sã trasfrmadsem eerga, qe trasferda para asáreas de desva em frma de vs qeserão consumidos por aves, crustáceos,

    mamífers, detre trs. Apenas um terço dessa energia e dosnutrientes retorna para os marescm s ltes. o restate permaecenos ecossistemas terrestres,trasferd para sl, vegetaã efaa lcas.

    m ata  seca  é um  amBiente transição entre restinga

     vegetação continental  antiga , como  a  m ata  a tica  ou  a  c aatinga . o so aPresenta  melhores cond

    de fertilidade e de  águamicroclima   já   é  ameno animais que haBitam o ltamBém  vivem nas outras foções, como  as  aves de raréPteis (coBras, lagartos e tis) e mamíferos  como raP além de Pequenos Primata

    Por exemplo, na formaão das moitas de restinga, primeiro se estabelecem espéciesarbustivas, que criam um ambiente propício para que outras espécies arbóreas maissensíveis e exigentes se desenvolvam e, assim, inicia-se um processo denominadosucessão ecológica.

     v egetação herBácea  e  arBustiva  é  a   zona  onde o mar  não chega  mais; os fatores dominantes são  a  maresia , os  ventos, a  insolação e  a  PoBreza  do solo em nutrientes e  água . a vegetação forma  um denso emaranhado de ramos, esPinhos e folhas, de  asPecto res-secado. essa   zona  Possui uma  grande diversidade de fauna . os  animais que utilizam essa   área  são esPécies migratórias e residentes,como  as  aves de raPina  e outras,  alguns réPteis (coBras, lagartos) e mamíferos (tatus, saguis, dentre outros).

    6

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    11/35

    COSTÃO ROCHOSO

    COSTÃO ROCHOSO É O NOME DO ambiente formado pelo encontro do mar comas rochas. É um ambiente bastante comumem nosso país, principalmente nas regiõesSul e Sudeste, onde a cadeia montanhosa daSerra do Mar ca mais próxima do Oceano Atlântico (gura 1).O ambiente de costão rochoso é formadobasicamente por espécies marinhas.Grande diversidade de invertebrados ealgas encontra nesse local um substratorígido seguro para se xar e se abrigar da

    força de correntes marinhas e do impactodo batimento das ondas.Os organismos mais comuns de seremobservados são os crustáceos (cracas,pequenos caranguejos, baratas-da-praiae outros) e moluscos (caramujos, mariscos

    e ostras). Outros curiosos invertebradoscomo as estrelas, ourios, pepinos-do-mar(equinodermos) e anêmonas (cnidários) sãohabitantes comuns desse ambiente.Uma das principais diculdades para osorganismos sobreviverem no ambiente decostões rochosos é a variaão das marés. A diculdade de sobreviver ao “vai e vem”de ondas e marés selecionou, ao longo dahistória da vida no planeta, animais marinhosbastante resistentes que tem adaptaçõesespeciais para sobreviver por longos períodos

    diários fora da água. Outras espécies quenão suportam longos períodos fora daágua cam limitadas a viver nas zonas maisprofundas desse ambiente. Assim aconteceuma distribuição natural de organismos em“camadas”, que é chamada de ZONAçÃO.

     a nêmonas, PePinos e ouriços, Por  exemPlo, são Basicamente encontrados suBmersos, enquanto cracas e Pequenos caramujos chamados de litorinas são mais encontrados  acima  da  linha  das marés. j á   as Baratas da  Praia ,  aPesar  de serem crustáceos marinhos Passam  a  maior  Parte do temPo fora  da   água . a Parte suBmersa  dos costões rochosos é uma  região Bastante rica  em diversidade e  aBundânc ia  de fauna  marinha . a s fendas entre  as rochas oferecem refúgio Para  diversos Peixes que  ali se  aBrigam ,evitando  seus Predadores. dentre os Peixes que haBitam os costões,  alguns  dos mais conhecidos são garouPas , meros,  vermelhos  e tamBém  as tartarugas marinhas como  a  tartaruga   verde (CHELONIA  MYDAS ). (gura 2)

    Figura 1 - Costão Rochoso, Ubatuba-SP

    Figura 2 - Tartaruga Verde (Chelonia mydas)

    José Henrique Becker, Valéria R.F da Silva eEduardo H.S.M. Lima - Projeto Tamar

     a lguns inverteBrados que  vivem nos costões são Bastante  aPreciados 

    como  alimento, esPecialmente os mariscos ou mexilhões (molusco Bivalve), caramujos como o saquaritá  (molusco gastróPode)e caranguejos (crustáceo, decáPoda ). os costões rochosos foram  amBientes muito imPortantes  como  fonte de  alimen to Para  os Primitivos moradores do litoral 

    Brasileiro que  aqui  vivera m  antes  da  descoBerta  do Brasil.

    (gura 3)

    (gura 3) - Exemplo de organismos que vivem no Costão Rochoso e sua distribuião natural denominada ZONAçÃO.

    8

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    12/35

    ESTUÁRIOS EMANGUEZAIS 

    Estuários e manguezais são ecossistemasque ocorrem em áreas abrigadas,prómas à la de csta, em áreasde transição entre os rios e os mares.Caracteristicamente apresentam umgradiente de salinidade entre a água docedos rios e a água salgada dos mares, oqual varia dependendo das condições de

    marés enchentes ou vazantes.Estárs sã baías áreas abrgadasonde os rios deságuam no mar,misturando sua água doce com a águasalgada. Os rios transportam grandesquantidades de nutrientes e matériargâca para s estárs, favrecedo desenvolvimento de organismosftsstetates, s qas sã a basedas cadeias alimentares. O transportede sedmets s pels rs favrecemtra característca cmm s estárs.Com o acúmulo dos sedimentos, há afrmaã de áreas rasas e de fdslamosos ricos em matéria orgânica, sendom lcal de refúg para pees peqes emuitos juvenis de espécies de grande porte.Estuários são áreas de grandemprtâca eclógca e ecômcapor serem áreas de alimentação e/ou de reprodução de muitas espécies,

    tendo um papel importante nas teiasalimentares marinhas. Por exemplo,sã fdametas para a reprdãdo camarão-rosa (Farfantepenaeusbrasiliensis) e outras espécies.O camarão-rosa se reproduz emmar aberto (em geral 40-80m deprfddade) e sas pós-larvaspenetram nos estuários onde ocorre o

    crescimento. Permanecem nos estuáriose zona costeira adjacente enquantojves e mgram a fase pr-adlta paraas zonas de reprodução no mar. Essacectvdade etre ambetes dferetesé comum no mar.Mageas sã ambetes especaspresentes na costa ou, mais comumente,

    em estuários. Ocorrem especialmente nazona tropical ou em áreas subtropicais.ocrrem Brasl desde a f doapqe, Amapá, at Laga, emSata Catara, estad s mareslcalads etre oapqe e GlfãMaraese. o Brasl pss a segdamaior área de manguezais do mundo(cerca de 12.500 km2), representando0,16% da área ttal d país.Mageas sã ambetes, eqatmangues são árvores. As principaisárvres qe frmam as restas demanguezais possuem capacidade deltrar sal, daí estarem adaptadas paraesse ambiente com salinidade maior quea dos rios. Os manguezais protegem ala da csta e a margem ds rs. Sasárvores e arbustos bloqueiam o ventoe predem sedmet etre as raíes,mantendo um declive suave que absorve

    a eerga das crretes de mar. Sesedmet (mtas vees a frma delama) é rico em nutrientes origináriosde flas e gals em decmpsã.Os manguezais abrigam uma grandediversidade de vida, incluindo muitosde interesse para a alimentaçãohumana, como o caranguejo-uçá(Ucides cordatus), o guaiamum

    (Cardisoma guanhumi), vôgle berbigão ( Anomalocardia brasiliana), a ostra(Crassostrea rhizophorae), tainhas ( Mugil spp.), robalos (Centropomus spp.) e outros.Os manguezais são também relevantes paraos peixes-boi-marinhos(Trichechus manatus), que buscam águascalmas para se reproduzir, podemcmer flas de mage e sbem rpara beber água doce. Apesar disso,pcas espces de árvres frmam

    esses ambientes, especialmente omangue-vermelho ou verdadeiro(Rhizophora mangle) e o mangue-branco (Laguncularia racemosa).Possuem grande conectividadecom os outros ambientes, sendoimportantes berçários para muitospeixes, cujos adultos estão no mar.

     Assim, a destruição de estuários oumageas pde afetar pescarasrealizadas longe do mar.

    Clovis Barreira e CastroMuseu Nacional/UFRJ - Projeto Coral Vivo

    SAiBA QuE:o BRASiL PoSSui A SEGunDA MAioR REA DE MAnGuEzAiS Do MunDo –CERCA DE 12.500 KM2, iSTo é – 0,16% DA REA Do TERRiTRio BRASiLEiRo!

    Ilustraão do ciclo tróco de manguezais e estuários

    0

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    13/35

    R ecfes de cral e ambetes cralíes trpcas pssem amaior diversidade de espécies dentre todos os ambientesmarinhos. Ocorrem em águas quentes (temperatura emgeral acima de 22° C) e rasas (em geral menos de 50m deprfddade). ist prqe s cras, amas frmadres derecfes trpcas, pssem smbse cm algas cellares – asatelas –, qe vvem terr de ses tecds e, prtat,necessitam de luz.

     A prcpal característca ds recfes de cral qe a estrtra

    físca desses ecssstemas frmada pel acúml de esqeletscalcários de diversos organismos, como os corais, as algascalcáras crstates e trs. Trata-se das mares estrtrascstrídas pr seres vvs d plaeta. Esses seres ascem,crescem e morrem, abrindo espaço para outros repetirem o ciclo e deixando seusesqelets press a estrtra recfal. Assm, recfe cresce, frmad m ambete qese eleva d fd d mar, cm áreas claras escras, batdas abrgadas, rasas fdas, túes, caveras, tcas, alm de fds de lama area em se etr.Essa variedade de ambientes permite a presença deespécies adaptadas a cada um, aumentando a biodiversidade do sistema.

    NO BRASIL, EXISTEM IMPORTANTES  AMBIENTES CORALÍNEOS DO M ARANHÃO (P ARCÉIS DO M ANUEL LUÍS, Á LVARO E T AROL)  ATÉ S ANTA  C ATARINA , SENDO OS MAIORES E MAIS DIVERSOS RECIFES DE CORAL LOCALIZADOS NO SUL DA  B AHIA  ( ÁREAS DO B ANCO DOS A BROLHOS E  ADJACÊNCIAS).

    RECIFES DECORAIS TROPICAIS

    TODO RECIFEÉ DE CORAL?

    S ÃO COMUNS NO NORDESTE DO BRASIL ESTRUTURAS ROCHOSAS RETILÍNEAS, QUE 

     ACOMPANHAM  A  LINHA  DA  COSTA  E PODEM SDESCOBERTAS NA  MARÉ BAIXA . EMBORA  SEJAMPOPULARMENTE CHAMADAS DE RECIFES, ESSAS

    ESTRUTURAS SÃO  ARENITOS DE PRAIA . O NOMDEVE-SE  AO FATO DE SEREM FORMADAS POR

     AGLUTINAÇÃO E CIMENTAÇÃO DE GRÃOS DE  AR

    OS RECIFES DE  ARENITO PODEM POSSUIR  FAUNFLORA  TAMBÉM MUITO RICA , SEMELHANTE 

     À  DOS RECIFES DE CORAL.

    Gramas marinhas são parentesprómas das gramas terrestres,as quais se adaptaram há milhõesde anos para viverem submersas nomar. Podem ser encontradas em todosos continentes, exceto na Antártida.Frmam grades pradaras sbmaras.Estas plantas reproduzem-se como suasparetes terrestres, frmad res esemetes, alm de esteder raíes e daíbrtarem vas flas. A reprdã crrepr plaã e lberaã de semetes;res-mac lberam póle a ága eeste carread e fertla as res-fêmea,gerando sementes. As sementes são entãolberadas, tam e sã levadas pelascorrentes e ventos para novos locais, ondeafdam e germam em vas platas.

    esses ecossistemas  estão  ameaçados Pelo desPejo e/ou carreamento  de Poluição Para  

    os rios, como sedimentos  ou nutrientes de fertilizantes  agrícolas; amBos causam Booms de  algas que Bloqueiam  a  luz do sol.no Brasil, duas esPécies de gramas marinhas são mais comuns: a  grama -marinha  (H ALO-PHILA DECIPIENS ) e o caPim- agulha -marinho (H ALODULE WRIGHTII ).

    os Bancos de gramas marinhas Prestam inú-meros serviços ecossistêmicos, como Pro-

    dução de oxigênio, melhoria  da  qualidade da   água   através da   aBsorção de nutrientes e retenção de Partículas, estaBilização do sedimento Pela  trama  de suas raízes, seques-tro de carBono e outros.

    Podem ser consideradas “estruturadorasde ambetes”, ps etre sas flas criado um ambiente que serve de abrigopara muitos organismos, como pequenoscrustáceos, moluscos e peixes juvenis,inclusive alguns de interesse comercial. 

     As gramas marinhas são a base de uma teiaalimentar que inclui milhares de espécies.

     Alguns animais maiores podem consumi-lasdiretamente, como no caso dos peixes-boi

    e das tartarugas-verde (Chelonia mydas).Sas flas tambm pdem almetaroutros organismos mesmo depois de mortas- s detrtívrs. Esses peqes amaspor outro lado atraem outros maiores -permaetes de passagem. Frma-seassim um ambiente diverso e complexo.

    de gramas marinhas com predomi-nância de grama-marinha -

    Halophila decipiensFoto Leones Lopes - Coral Vivo

    Banco de gramas marinhas -grama-marinha -

    Halophila decipiens - e capim-agulha-marinho - Halodule wrightii.

    Foto Clovis Castro - Coral Vivo

    Banco de gramas marinhas -Grama-marinha -

    Halophila decipiens -e capim-agulha-marinho -

    Halodule wrightii.Foto Clovis Castro - Coral Vivo

    Banco de gramas marinhas -Grama-marinha -

    Halophila decipiens - e capim-agulha--marinho - Halodule wrightii.

    Foto Clovis Castro - Coral Vivo

    Clovis Barreira e CastroMuseu Nacional/UFRJ - Projeto Coral Vivo

    Clovis Barreira e CastroMuseu Nacional/UFRJ - Projeto Coral Vivo

     ALéM DoS RECiFES EM Si, os ecossistemas

    cralíes pssem ada trs ambetesassociados a eles, incluindo bancos de gramasmaras, bacs de algas, bacs de grgôas(m tp de cral cm esqelets eíves córes,como nossas unhas) e até mesmo manguezais.Esses ambientes estão interligados, pois muitasespces vvem em mas de m deles, às vees, emfases de vda dferetes. Pr eempl, ltes de barracdas sã freqetemeteencontrados em manguezais, enquanto os adultos vivem no mar, muitas vezes noetr ds recfes de cral.

    Simbiose entre corais e zooxantel

    BANCOS DEGRAMAS MARINHAS

    2

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    14/35

    oS RECiFES So iMPoRTAnTES PARA o hoMEM PoRQuATRo MoTiVoS PRinCiPAiS:

    1. SÃO ECOSSISTEMAS PRODUTIVOS QUE  ABRIGAM MUITAS ESPÉCIES (ESPECIALMENTE PEIXES E LAGOSTAS) USADAS NA   ALIMENTAÇÃO HUMANA .

    2. MUITAS  VEZES PROTEGEM  A  COSTA  CONTRA   A   AÇÃO DESTRUTIVA  DAS ONDAS,FORMANDO UMA  BARREIRA  ONDE  AS ONDAS PARAM.

    3.  ALÉM DA  PESCA , SÃO GERADORES DE EMPREGO E RENDA  POR  SEREM  APRECIADOS PARA  TURISMO E LAZER .

    4. POR  SUA   ALTÍSSIMA  BIODIVERSIDADE, SÃO FONTE DE PESQUISA  EM SUBSTÂNCIAS USADAS PELA  INDÚSTRIA , COMO PARA   A  FABRICAÇÃO DE REMÉDIOS, FILTROS SOLARES E OUTRAS.

    Lagosta-vermelha - Panulirus argus - Recife de Fora - Porto Seguro -Foto Clovis Castro - Coral Vivo

    Recife de Fora - Porto Seguro. Foto Leones Lopes-Coral Vivo

    Recife de Fora - Porto Seguro - Foto Leones Lopes -Coral VivoCoral-cérebro-couve-or - Mussismilia harttii - colônia gigante no Recife de Fora- quase 3 metros de diâmetro - Foto Leones Lopes - Coral Vivo

     APESAR DE SuA iMPoRTnCiA, oS AMBiEnTES CoRALnEoS VM SoFREnDo AMEAçAS PELo uSo DESConTRoLADoDE SEuS RECuRSoS, CoMo:  A. A  PESCA  MAIOR  DO QUE  AS POPULAÇÕES DE PEIXES CONSEGUEM REPOR .

    B. O TURISMO DESCONTROLADO – SEM LIMITES DO NÚMERO DE  VISITANTES OU SEQUER  REGRAS DE  VISITAÇÃO.C.  A  POLUIÇÃO DOMÉSTICA  E INDUSTRIAL, QUE DEGRADA   A  QUALIDADE DA   ÁGUA , INVIABILIZANDO  A   VIDA  DE MUITAS ESPÉCIES.

    D. AS MUDANÇAS NO CLIMA  EM ESCALA  GLOBAL, QUE  ALTERAM  A  FISIOLOGIA  DAS ESPÉCIES MARINHAS E MUDAM SEU CRESCIMENTO, REPRODUÇÃO  E OUTRAS FUNÇÕES  VITAIS.

    Os ecossistemas possuem capacidade de se adaptar ou resistir a algumas ameças, mas o acúmulo deimpactos negativos leva quase inevitavelmente à sua morte. A principal recomendação para lidar com asameaças globais é evitar os impactos locais, dando uma chance para a sobrevivência desses ambientestão importantes para todos.

    Esquema representando coluna recifal, chama “chapeirão”, no Sul da Bahia

    4

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    15/35

    OBrasil possui as maiores extensõesde bancos de algas calcárias domundo. Um grupo especial de algascalcáras essecal a cstrã de recfesde cral cmetad a estrtra d recfe eprotegendo-a da ação das ondas e da erosão.Essas algas são também conhecidas como“rochas vivas”. Em alguns casos, essas algas

    podem crescer soltas (não cimentadas) aofd, pded frmar ódls camadsde “rdlts”. Esses ódls, crescemlentamente, mas podem atingir até mais de25cm de comprimento cada um. Bancos derdlts sã frmads pel acúml dessesódls em grades etesões d fdsbmar. o acúml de ódls frmaum ambiente com muitas reentrâncias emicroambientes, os quais são importantespela sua biodiversidade e por abrigaremrelevantes recursos naturais renováveis,em especial as lagostas. As maiores populações desses animais ocorrem nesses ambientes, ondeectram lcal própr para se reprdr, alm de abrg ctra predadres.

    BANCOS DERODOLITOS

    no Brasil, as PrinciPais  algas que formam os 

    Bancos de rodolitos Pertencem  ao gênero LITHOTHAMNION.

    (nódulos de algas calcárias)

    CuRioSiDADES APESAR DE SEu CRESCiMEnTo ExTREMAMEnTE LEnTo, QuEinViABiLizARiA o SEu uSo CoMo RECuRSo nATuRAL REnoVVEL, oSRoDoLiToS TM SiDo DRAGADoS PARA uSo CoMERCiAL PoR CAuSA

    DA iMPoRTnCiA DE SEuS ESQuELEToS CoMo FonTE DE CLCioE MiCRonuTRiEnTES, DA SEREM uSADoS CoMo FERTiLizAnTES ou

    CoRREToRES DE SoLoS CiDoS.

    Banco de rodolitos - nodulo de alga calcáriaFoto Clovis Castro - Coral Vivo

    Reserva Biologica Marinha do Arvoredo SC - Foto Marina Sissini

    Clovis Barreira e CastroMuseu Nacional/UFRJ - Projeto Coral Vivo

    Distribuição de bancos de rodolitos ao largo do Brasil: A - Ao largo de Salvador – Bahia, RG et al. 2010. Brazilian Journal of Oceanogrhy, 58 (4): 323-337.B - Amado-Filho, GM et al. 2012. Plos One, 7 (4): e35171.C - Amado-Filho, GM et al. 2007. Ciencias Marinas (2007), 33(4): 399–410.D - Foster, MS et al. 2013.  Smithsonian contributions to the marine sciences, 39: 143-155.E - Kempf, M. 1970. Marine Biology, 5: 213-224.F - Tâmega, FTS et al. 2013. Catalogue of the benthic marine life from Peregrino Oil Field ,Brazil. Rio de Janeiro, Instituto Biodiversidade Marinha. 140 p.G - Rocha, RM et al. 2006.  Journal of Coastal Research, Special Issue 39 : 1676–1679.

    6

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    16/35

    RECIFES DE PROFUNDIDADE DOTALUDE CONTINENTAL

    as paredes

    Os coras frmadres de habitats cralíes e recfes deprfddade sã csderads rgasms egeers, seja,aqeles qe mdcam ambete, crad a estrtra cmpleae trdmesal ds recfes qe servem de abrg, prteãe alimentação para uma enorme variedade de organismosmarinhos.Estem recfes de prfddade em váras partes d md.n Brasl, á dcaões, atravs de regstrs de crrêca deespces “cstrtras”, de recfes prfds a larg d nrdeste,d Sdeste e d Sl d Brasl.

    Espécies mais comuns nos habitats cralíes de prfddade Brasl, cm s cras ramcads Lophelia pertusa e Solenosmilia variabilis,têm crrêcas regstradas de 9 a 34°S.

    os recifes de coral e ABITATS coralíneos de rofundidade, Pela  sua  ca  Biodiversidade têm 

    norme imPortância  cológica , como os seus quivalentes de  águas asas, Pois do mesmo odo, oferecem inúmeros 

    ecursos Biológicos e conômicos.

    PARA FALAR DE RECiFES DE PRoFunDiDADE é PRECiSo FALAR SoBRE A PLATAFoRMA ConTinEnTAL. A platafrma ctetal ma parte d fd mar qe cmea a la de pra a eqe está sbmersa pelas ágas d cea. Essa a característca pr apresetar mdeclive suave, pouco acentuado, que, em média, desce até cerca de 100/200 metros deprfddade. A largra da platafrma vara as dferetes regões da csta braslera,pded ser de pcs qlômetrs at mas de 400 km. Após essa a vem ma tra,de descida brusca e declive mais acentuado, que é o talude continental.o relev d talde ctetal ã reglar. A cmplexdade estrtral de dferetes ambetes,

    possibilita a ocorrência de uma grande riqueza de espécies, que eram desconhecidas háalgumas décadas. Dentre esses ambientes destacam-se vales submersos, cânions ehabitats cralíes de prfddade.

    SABE-SE DA GRAnDE PRESSo DE uSo DE RECuRSoS Do TALuDE EM ALGuMAS REAS DoBRASiL, SoBRETuDo A RELACionADA PESCA DEMERSAL DE PRoFunDiDADE, REALizADA

    nAS CoSTAS SuDESTE E SuL Do PAS. A PESCA é A PRinCiPAL CAuSA DE iMPACTo EM

    RECiFES DE CoRAiS DE PRoFunDiDADE EM VRiAS REGiES Do MunDo. h MAiS DE uMADéCADA, ESSE TiPo DE PESCA CoMERCiAL VEM SEnDo REALizADA no BRASiL, E no SEConhECE AinDA A DiMEnSo Do iMPACTo J CAuSADo PELAS REDES DE PESCA uSADASPELAS EMBARCAçES. CoMunMEnTE, oS CoRAiS E ouTRoS oRGAniSMoS “SEM VALoRCoMERCiAL” So RETiRADoS Do SEu AMBiEnTE E DESCARTADoS. h RELAToS QuE GRAnDES

    QuAnTiDADES DE CoLniAS DE CoRAL, DE CERCA DE uMA TonELADA, FoRAM RETiRADASEM APEnAS uM LAnCE DE REDE E DESCARTADAS.

    uejo Eumunida picta no coral Lophelia pertusa -Foto wikipedia commons

    Recifes de profundidade - biodiversidade -foto wikipedia commons

    Diversidade de vida - Foto wikipedia commons

    Coral Solenosmilia variabilis.Foto Debora Pires - Coral Vivo

    Diversidade de vidaFoto wikipedia commons Imagens capturadas de video por Clovis Castro - Coral Vivo - submersível Johnson Sea

    Débora de Oliveira Pires -Museu Nacional/UFRJ - Projeto Coral Vivo

    8

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    17/35

    AMBIENTE PELÁGICO

    Oambete pelágc, a pelágca dmí pelágc a regã ceâcade vvem rmalmete seres qe ã depedem ds fds mars.Trata-se d ambete eclógc das ágas ceâcas aber tas, acma dambete betôc d fd ds mares. Assm, a a pelágca cmea aba daa de êca das m ars, prlgad-se at alt-mar, em prfddades qe

     varam desde a lgmas deeas de metrs at a s ágas p rfdas.Esse ambiente é utilizado para muitas atividades humanas, tais como: a pesca,a eplraã de petróle e gás atral e a avegaã, cld trasprtede mercadorias.

    O AMBIENTE PELÁGICO PODE SER DIVIDIDO EM ZONAS,DE ACORDO COM A INCIDÊNCIA DE LUZ SOLAR

    Olhando da costa, os seres humanos nem imaginam o que acontece emalt-mar. n das crretes ceâcas segem mar afra gradescardmes e amas sltárs em rta mgratóra. os barcs de pesca prsa ve realam mtas dessas rtas atrás ds cardmes. Tambm presses cams segem avs de carga, trasprtad ma dadede mercadorias vindas de todos os locais do planeta. Além das “coisasboas”, também podemos encontrar, vagando pelo oceano, uma imensaquantidade de lixo, principalmente plástico, oriundo dasas csteras e tambm despejad pr essa frta de barcse avs. ifelmete, l trasta qase qe mpe,causando danos para todo o ecossistema marinho, sendogerd, pr acdete, pels amas, qe cfdem cmalimentos.

     As correntes marinhas são o movimentode grandes corpos de água nos oceanos.Elas são produzidas quando o ventospra sbre a sperfíce e peladferea de temperatra da ágaempurrando e puxando a água,gerad atrt e trasferd eergas,faed cm qe a massa de ágaspercal se mva. Essa eergatrasferda cta a descer e agrpelas camadas mas prfdas doceano. Assim como os rios, as

    correntes marinhas se movem empadrões prevsíves. As crretesspercas carregam plâct prma rta cecda e ecam adistribuição dos animais marinhos,pois os grandes predadores sealimentam dos animais que seguem oplâncton, do qual se alimentam.

    COMO E POR QUÊ SE FORMAM AS CORRENTES MARINHAS?

    O “TRÂNSITO” PELÁGICO

     A luz do sol aquece duas vezesmais os oceanos nas regiõesequatoriais, isto é, as águasprómas à la d Eqadr.Prm ss ã fa cm qe aságuas equatoriais sejam cada

     vez mais quentes e as ág uasds pls cada ve mas fras.Este m eqlíbr trmc,m bala, qe fa cmqe calr seja trasferd.Essa trasferêca feta pela

    atmsfera e pels ceas. Esseeqlíbr mprtate para afrmaã das grades crretesoceânicas no planeta, pois omovimento provocado peloeqlíbr trmc respsávelpor grandes deslocamentos deágua.

     André Santoro, Augusto Costa, Cynthia Ranieri e Tatiana NevesProjeto Albatroz

    za Fótca A ZONA  FÓTICA  É  A  REGIÃO ONDE  A  LUZ DO SOL CONSEGUE PENETRAR  NA  COLUNA  D’ ÁGUA  E MANTER  O PROCESSO DE FOTOSSÍNTESE. ESSA  ZONA  CONTÉM O MAIOR  NÚMERO DE ORGANISMOS FOTOSSINTÉTICOS  ASSIM COMO O MAIOR  NÚMERO DE  ANIMAIS. ESSAS GRANDES POPULAÇÕES DE ORGANISMOS FOTOSSINTÉTICOS CONSEGUEM MANTER  OUTRAS GRANDES POPULAÇÕES DE HERBÍVOROS E, EM CONSEQUÊNCIA , AS ESPÉCIES DE PREDADORES QUE DELES SE  ALIMENTAM.

    za AfótcaÉ A  REGIÃO PERMANENTEMENTE ESCURA , ONDE NÃO EXISTE INCIDÊNCIA  DE LUZ SOLAR , SITUADA   ABAIXO DA  ZONA  FÓTICA  E SE ESTENDE  ATÉ O FUNDO DOS OCEANOS. A MAIOR  PARTE DOS OCEANOS JAMAIS É ILUMINADA  PELA  LUZ SOLAR .

      Z o n a

      a  f ó  t  i c

     a

    Ilustração representando o ambientepelágico e alguns de seus habitantes

    0

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    18/35

     AMBIENTE ABISSAIS

     A maior parte dos ambientes abissais são extensasplaíces. Essa regã cl tambm mtes,montanhas e cordilheiras submarinas, dos quaisestima-se que existam 100.000 elevando-sedas plaíces abssas. Essas elevaões frmamobstáculos, causando mudanças nas correntes outurbulências, criando ambientes complexos queccetram mar dversdade de vda. Mtsamas qe aí vvem, cm baratas-ggates(crstáces sópdes), caragejs, peps-d-mar e tubarões-dorminhocos, podem se alimentarde uma “chuva” de material orgânico ou deamas mrts qe “caem” de prfddadesmenores. Esses animais atraem predadores quedeles se alimentam.

     Ambetes especas da a abssal sã as ftesdrtermas e as ftes fras – lcas de ága,minerais, gases como o metano e compostos como

    slfet de drgê sã epelds atravsda crosta terrestre. A base da cadeia alimentaressas ftes sã bactras qmsstetatesqe dam slfet de drgê e trassbstâcas, frmad matra rgâca. Essasbactérias podem também viver associadas a

     vermes e moluscos bivalves e realizam papeleqvalete a da ftssítese das algas emágas rasas. A bmassa essas ftes pde ser500 a 1.000 vees mar qe fd d maradjacete, sed cmparável à das áreas masricas dos oceanos.

    oS AMBiEnTES ABiSSAiS REPRESEnTAM A MAioRárea da Terra, cmpreeded cerca de 60% de tdaa sperfíce d plaeta e 83% da sperfíce d mar.Compreendem as áreas marinhas entre 2.000 e 6.000metrs de prfddade. Em geral, csdera-se qe aa abssal cmea a prfddade em qe atemperatra da ága desce a 4°C. Devd às gradesprfddades, a pressã esses ambetes erme,etre 200 e 600 atmsferas , brgad s seres qeaí vvem cegam a se especalar para pdersprtar pressã tã elevada. nem mesm sbmarscleares pdem cegar essas prfddades, qe sãalcaáves apeas pr sbmersíves especalads.

    Camarão - Cerca de 4 mil metros de profundidadeFoto Paulo Sumida - Japan Agency for Marine -

    Earth Science and Technology -JAMSTEC

    Organismos que vivem nessas profundidades não possuem cavidades com ar emseus corpos. Por exemplo, os peixes de águas mais rasas possuem uma estruturachamada bexiga natatória, a qual é preenchida com mais ou menos ar paracontrolar sua utuabilidade. Essa bexiga permite que eles permaneam em umaprofundidade determinada sem fazer esforo. Porém os peixes das profundidadesabissais não possuem essas bexigas, eliminando o problema da enorme pressãoque comprimiria o ar em cavidades do corpo. Muitos residentes permanentes, comopeixes e crustáceos, são cegos. Muitos outros são bioluminescentes, gerando luzque atrai presas ou parceiros sexuais. Algumas baleias, como cachalotes, são osúnicos seres com pulmões que podem chegar, eventualmente, até a zona abissal.Outros organismos comuns, que habitam os ambientes abissais, são espécies decaranguejos, camarões, poliquetos, polvos, lapas e outros moluscos.

    ESPONJA  - Cerca de 4 mil metros de profundidade FotoPaulo Sumida - Japan Agency for Marine - Earth Science andTechnology -JAMSTEC

    ESTRELA  - Cerca de 4 mil metros de profundidade.Foto Paulo Sumida - Japan Agency for Marine-Earth

     Science and Technology - JAMSTEC

    HOLOTHURIA - cerca de 4 mil metros de profundidade.Foto Paulo Sumida - Japan Agency for Marine - Earth

     Science and Technology - JAMSTEC

    NÓDULOS DE MANGANÊS - cerca de 4 mil metros deprofundidade. Foto Paulo Sumida -  Japan Agency for

     Marine-Earth Science and Technology -JAMSTEC.

    PEIXE CARA DE RATO - cerca de 4 mil metros deprofundidade. Foto Paulo Sumida -  Japan Agency for

     Marine-Earth Science and Technology -JAMSTEC.

    Clovis Barreira e CastroMuseu Nacional/UFRJ - Projeto Coral Vivo

    COMO AS BALEIAS PODEM MERGULHAR FUNDO?em  algumas esPécies de cetáceos (Baleias e golfinhos), existem modificações no corPo Para   aguentar   variações extremas na  Pressão do  amBiente externo. essas  adaPtações limitam o efeito da  Pressão soBre os ouvidos e Pulmões. os Pulmões, Por  exemPlo, sofrem um colaPso, com o  ar  sendo exPulso deles. a exPulsão tem o efeito de imPedir  que o  ar  comPrimido nos Pulmões Passe Para  dentro do sangue, evitando ProBlemas que os humanos sofrem  até em mergulhos muito mais rasos, como  a  narcose ou  a  emBolia . a o  invés de ter  reservas de oxigênio nos Pulmões (como nós temos),  as Baleias que mergulham fundo Possuem essas reser -

     vas no PróPrio sangue e nos músculos – elas Possuem comParativamente mais sangue que outros  animais ( até ¼ do Peso do  animal; nós temos menos de 1/10), e  a  concentração de hemogloBina  ( a  Proteína  que 

    transPorta  oxigênio no sangue) Por  litro de sangue tamBém é duas  vezes maior  que  a  nossa . eles Possuem 10  vezes mais miogloBina  (Proteína  que  armazena  oxigênio nos músculos) que os humanos. h á  registros de Baleias que Permaneceram  suBmersas Por  duas horas.

    O QUE É A PRESSÃO NAS PROFUNDIDADES ABISSAIS? A  ÁGUA  POSSUI DUAS PROPRIEDADES  IMPORTANTES:1. ELA  É MAIS DENSA  QUE O  AR .2. ELA  NÃO É COMPRIMÍVEL (ENQUANTO O  AR  É). ISSO PODE SER  EXEMPLIFICADO QUANDO  VOCÊ MERGULHA  EM UMA  PISCINA  FUNDA  OU MERGULHA  NO MAR . V OCÊ SENTE UMA  PRESSÃO NOS OUVIDOS. ISTO OCORRE PORQUE  A   ÁGUA  “PESA ” SOBRE OS TÍMPANOS E COMPRIME O  AR  DENTRO DO OUVIDO, EMPURRANDO E “MACHUCANDO” O TÍMPANO. SE  VOCÊ CONTINUAR   A   AFUNDAR , NORMALMENTE   VOCÊ COMEÇA   A  SENTIR  DOR  NOS OUVIDOS. ISTO  ACONTECE PORQUE  À  MEDIDA  QUE  VOCÊ  AFUNDA , A  PRESSÃO DA   ÁGUA  SOBRE OS OUVIDOS  AUMENTA . N A  SUPERFÍCIE DO MAR  CONSIDERA -SE QUE TEMOS 1  ATMOSFERA  DE PRESSÃO;  A  CADA  10 METROS QUE  AFUNDAMOS  AUMENTAMOS MAIS UMA   ATMOSFERA .D AÍ, 2.000 METROS DE PROFUNDIDADE  = 200  ATMOSFERAS DE PRESSÃO.

    2

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    19/35

    LHAS OCEÂNICAS EMONTES SUBMARINOS

    ILHAS OCENICAS E MONTES SUBMARINOSestão localizados fora da plataformacontinental e sem ligação com ocontinente. As ilhas são as extremidades queemergem de montanhas submarinas e osmontes submarinos são as montanhas queatualmente estão submersas. Ambos são formados por processos geológicosconstrutivos, como erupão vulcânica,soerguimento do assoalho oceânico ouresultante de processos de origem biológica,como deposição de restos de organismos recifaisou por crescimento de estruturas vivas, comoalgas calcárias, corais e outros invertebrados.Em funão de seus isolamentos geográcos

    são ambientes singulares, tanto quantoaos aspectos abióticos como bióticos.Essa singularidade pode determinarconguraões ecológicas peculiares, àsquais os organismos tendem a se adaptar,provocando o afastamento genético de seusantepassados, que chegaram de outras ilhasou do continente, podendo, em alguns casos,propiciar o surgimento de espécies endêmicas.Em comparação com a biodiversidadecontinental, a biodiversidade nas IlhasOceânicas e Montes Submarinos tende a sermenor, provavelmente devido às limitaçõesde espaço e de recursos para permitir acolonizaão do novo ambiente.segundo  a  “teoria  de Biogeografia  de ilhas”quanto mais distante estiver   a  ilha  da  costa ,menor  será   a  chance de uma  esPécie chegar   a  ela .e, quanto maior  for   a  ilha , mais facilmente  as esPécies Poderão se desenvolver  naquele  amBiente.Por  essa  teoria , no equilíBrio, o número de esPécies de uma  ilha  continua  o mesmo  ao longo do temPo, aPesar  de ocorrer   variação na  comPosição das comunidades, Pois esPécies são extintas  e novas esPécies chegam Para  colonizar   as ilhas oceânicas e montes suBmarinos.

     As ilhas oceânicas do Brasil estão nos Arquipélagos de Fernando de Noronha, deSão Pedro e São Paulo, de Martim Vaz, naIlha de Trindade e no Atol das Rocas.O Arquipélago de Fernando de Noronha,

    José Martins da Silva-Jr e Cynthia GerlingICMBio/Projeto Golnho Rotador

    o Atol das Rocas, a Ilha de Trindade e o Arquipélago Martin Vaz constituem o topoemerso de grandes montanhas vulcânicasde cadeias de montes submarinos, comorigem em fraturas transversais da DorsalMeso-Atlântica. Por essas fraturas na crostado assoalho do Atlântico Sul ocorreu umderramamento de lava. Com o deslizamentoda placa Sul-Americana, essas IlhasOceânicas e Montes Submarinos se afastaramdo continente africano e mantiveram constantesua distância em relaão ao Brasil. A parte emersa do Atol das Rocas éconstituída por ilhas de sedimentos e porum anel de arrecifes. As ilhas são compostaspor restos de moluscos, corais, algas eoutros organismos. O anel que limita alagoa interna é construído principalmentepor algas coralinas incrustantes egastrópodes vermetídeos.O Arquipélago de São Pedro e São Paulotem sua formação provocada por umdeslocamento ascendente do assoalho do Atlântico Norte, não sendo composto porrochas vulcânicas em sua porão emersa.O Arquipélago de Fernando de Noronhaé um oásis de vida na vastidão da regiãooceânica, com presena de várias espéciesde seres marinhos como peixes, corais,tubarões, aves marinhas, cetáceos (golnhose baleias) e tartarugas marinhas. Desde a suaformaão geológica, ele vem sendo colonizadopor animais e vegetais, terrestres e marinhos,que nadaram, voaram ou foram trazidospelas correntes aéreas ou marinhas, e, maisrecentemente, pelos homens. As característicasambientais de Fernando de Noronha são asesperadas para um arquipélago oceânicotropical: alto dinamismo, constantes alteraçõesno ecossistema e ciclos ambientais bemdenidos. A ora de Fernando de Noronhacaracteriza-se pela baixa diversidade e por

    espécies altamente oportunistas. A fauna deFernando de Noronha é característica deecossistemas insulares oceânicos tropicais,onde os animais têm diculdade de chegar,colonizar e se reproduzir.

    Por serem ambientes que apresentam alto graude endemismo, ou seja, um elevado número deespécies endêmicas, os impactos causados em ilhasoceânicas são especialmente prejudiciais e podemlevar essas espécies rapidamente à extinão.Um dos impactos mais negativos é a introduão deespécies exóticas, tais como gatos, ratos, cabrase outros animais domésticos, que destroem avegetação que cobre e protege o solo das ilhas ouque se alimentam de ovos e lhotes de espéciesendêmicas, como os de aves marinhas, a saber,albatrozes e petréis.O turismo desordenado é outro grande problemapara a manutenão das espécies das ilhas oceânicas. Além de destruir o ambiente por pisoteio, a presenahumana em ilhas isoladas pode introduzir patógenos,

    micro-organismos que causam doenas, epodem levar todos os exemplares de uma espécierapidamente à extinão.

    UM EXEMPLO: O Albatroz-de-tristão, que se reproduzapenas no Arquipélago de Tristão da Cunha e Ilhas Gough,no centro do Oceânico Atlântico Sul, estão criticamenteameaados de extinão devido, entre outras coisas, àpredaão de lhotes indefesos por ratazanas introduzidasacidentalmente por navegadores que lá aportaram.

    COMUNIDADE INSULAR OCEÂNICA O A RQUIPÉLAGO DE FERNANDO DE NORONHA  POSSUI  A  ÚNICA  COMUNIDADE INSULAR  OCEÂNICA  DO BRASIL.SUA  OCUPAÇÃO HUMANA  TEM OSCILADO EM QUANTIDADE E DIVERSIDADE CULTURAL  AO LONGO DOS ÚLTIMOS QUINHENTOS  ANOS. O REGISTRO OFICIAL DO DESCOBRIMENTO DE FERNANDO DE NORONHA  É DE 10 DE  AGOSTO DE 1503, COM O NAUFRÁGIO DE UMA  DAS NAUS DA  2 A  EXPEDIÇÃO EXPLORADORA , DA  QUAL FAZIA  PARTE A MÉRICO V ESPÚCIO, QUE DESCREVEU O EPISÓDIO DA  DESCOBERTA . EM 2015, FERNANDO DE NORONHA  RECEBEU  APROXIMADAMENTE 90 MIL  VISITANTES E SUA  POPULAÇÃO ERA  CERCA  DE CINCO MIL MORADORES.

     JÁ OUVIU FALAR DOGOLFINHO DE NORONHA?

     V OCÊ SABIA  QUE EM FERNANDO DE NORONHA  HÁ  UMA  ESPÉCIE DE GOLFINHO, CHAM

    DE GOLFINHO-ROTADOR ? ELE TEM ESTE NOME PORQUANDO SALTA  FORA  D’ ÁGUA , ELE PODE GIRAR  EM T

    DE SEU PRÓPRIO EIXO  ATÉ 7 VEZES.FERNANDO DE NORONHA  É O LUGAR , NO MUNDO, O A  MAIOR  PROBABILIDADE DE  VER  ESSA  ESPÉCIE DE GOLFINGRANDES GRUPOS. O RECORDE FOI  A  OBSERVAÇÃO DE 

    GOLFINHOS-ROTADORES EM 24 DE JANEIRO DE 201B AÍA  DOS GOLFINHOS EM FERNANDO DE NORON V  AMOS PRESERVAR  NOSSO PATRIMÔNIO NATURAL

    GOLFINHO-ROTADOR( STENELLA LONGIROSTRIS  LONGIROSTRIS )TEMPO DE  VIDA : ENTRE 20 – 30  ANOST AMANHO MÉDIO DE NASCIMENTO: 0,75 METROST AMANHO MÁXIMO MÉDIO: 2,00 METROSPESO MÉDIO: 75 KGTEMPO DE GESTAÇÃO: 10,5 MESES

    CONHECENDO OSIMPACTOS EM ILHASOCEÂNICAS

    Foto: José Martins da Silva-Jr

    4

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    20/35

    SERVIÇOSECOSSISTÊMICOS

    Oser humano produz vários bens de consumo, que variamem tama e fçã. Esses bes vã desde m aletea aves espacas. Eles estã à ssa vlta, s vems,s tlams e, qad ã mas precsams deles, óss descartams. nã pdems esqecer tambm dsserviços prestados pelo homem, como energia elétrica,tratamento e distribuição de água, internet e outros.Da mesma frma cm pessas e empresas fabrcambens de consumo e prestam serviços, a naturezatambm faz. Estams mt famlarzads cmos bens produzidos pela natureza, como, porexemplo, alimento, água e madeira. Por outrolad, estams mes famlarzads cm sservçs qe a atreza presta para ós e paratodo ecossistema.Os serviços ambientais dos ecossistemas, ouservçs ecssstêmcs, geram beefícspara a scedade e pdem ser detcads,mesrads e avalads. Sã beefícscm prdçã de almets, fármacs,sequestro e estoque de carbono, controlede erosão, regulação climática, conservaçãoda biodiversidade, polinização, a belezacênica, o controle de doenças, depuraçãode poluentes e uma série de outros.Os serviços ecossistêmicos oceânicos sereferem a beefícs qe mem btmdos ecossistemas marinhos e costeiros,incluindo o mar aberto. Eles podem serclasscads em qatr categras:

    • serviços de regulação • serviços de suporte• serviços de provisão (ou  abastecimento)• serviços culturais 

    Cynthia Gerling e José Martins da Silva-JrProjeto Golnho Rotador/ICMBio

    OS SERVIÇOS DE REGULAÇÃO PODEM SER  CONSIDERADOS COMO UM DOS MAIS IMPORTANTES  SERVIÇOS PRESTADOS PELOS OCEANOS. OS OCEANOS COBREM 70% DA  SUPERFÍCIE DA  TERRA  E TÊM UMA  IMPORTÂNCIA  FUNDAMENTAL PARA  REGULAR  TODO O EQUILÍBRIO CLIMÁTICO DO PLANETA . A INTERAÇÃO OCEANO- ATMOSFERA  INFLUENCIA  DIRETAMENTE O CLIMA  DA  TERRA ,SENDO QUE, DENTRE  AS INTERAÇÕES POSSÍVEIS, A  QUE TEM  A  MAIOR  INFLUÊNCIA  NA  TEMPERATURA  SÃO  AS CORRENTES OCEÂNICAS. ELAS TRANSPORTAM CALOR  DOS TRÓPICOS PARA  OS POLOS, CONTRIBUINDO PARA   AMENIZAR  O CLIMA  GLOBAL. A MAIOR  PARTE DE PRECIPITAÇÃO (CHUVA ) RESULTA , ORIGINALMENTE, DA   ÁGUA  QUE EVAPORA  DO OCEANO NAS ZONAS TROPICAIS. ISSO PORQUE  APROXIMADAMENTE 97% DAS  ÁGUAS DO PLANETA  SÃO  ÁGUAS SALGADAS (M ARES E OCEANOS). A FORÇA  MOTRIZ DO CICLO HIDROLÓGICO (OU CICLO DA   ÁGUA ) É O CALOR  IRRADIADO PELO SOL QUE FAZ EVAPORAR  ENORME QUANTIDADE DE  ÁGUA  DOS MARES E OCEANOS. COM  A  EVAPORAÇÃO, E POSTERIOR  CONDENSAÇÃO DO  VAPOR , FORMAM-SE  AS NUVENS; E DAS NUVENS  VEM  A  CHUVA , QUE É FUNDAMENTAL  À   VIDA  NO PLANETA .

    OS SERVIÇOS DE SUPORTE CONSISTEM PRINCIPALMENTE  NA  CICLAGEM DE 

    NUTRIENTES, QUE É REALIZADA  POR  FITOPLÂNCTON, MACROALGAS E 

    OUTROS  VEGETAIS MARINHOS, A  CONHECIDA  PRODUÇÃO 

    PRIMÁRIA . OS  AMBIENTES COSTEIROS, COMO MANGUEZAIS E BANCOS 

    DE MACROALGAS,FUNCIONAM COMO BERÇÁRIOS PARA  PEIXES E INVERTEBRADOS , QUE DEPOIS SAEM PARA  REPOVOAR  OS MARES, SUSTENTANDO  A  MAIOR  PARTE DAS PESCARIAS DO MUNDO.

    OS SERVIÇOS DE PROVISÃO (OU  ABASTECIMENTO) SÃO O FORNECIMENTO DE  ALIMENTOS E OUTROS BENS. M AIS DE UM BILHÃO DE PESSOAS  AO REDOR  DO MUNDO DEPENDEM DE  ALIMENTOS EXTRAÍDOS DO MAR . UMA  GRANDE PARTE DESSAS PESSOAS, PRINCIPALMENTE  AS QUE 

     VIVEM EM PEQUENAS ILHAS, TIRA  PRATICAMENTE TODO O SEU SUSTENTO DOS OCEANOS. A BIOTECNOLOGIA  POSSIBILITOU O DESCOBRIMENTO E  A  EXPLORAÇÃO COMERCIAL DE UMA  EXTENSA   VARIEDADE DE COMPOSTOS 

    PRODUZIDOS  POR  ORGANISMOS MARINHOS, PRINCIPALMENTE DE  ALGAS E INVERTEBRADOS . ESSES PRODUTOS TÊM  APLICAÇÃO 

    NAS INDÚSTRIAS QUÍMICA ,  ALIMENTÍCIA , FARMACÊUTICA  E COSMÉTICA . A S MACROALGAS SÃO USADAS DESDE  A  

     ANTIGUIDADE COMO FONTE DE  ALIMENTO, IODO,  VITAMINA  COU COMO  VERMÍFUGO. A TUALMENTE, CERCA  DE 100 ESPÉCIES DE 

    MACROALGAS SÃO CONSUMIDAS COMO  ALIMENTO.OS OCEANOS TAMBÉM SERVEM COMO MEIO DE TRANSPORTE PARA  

    90% DE TODA   A  CARGA  QUE CIRCULA  NO MUNDO, UMA   VEZ QUE REPRESENTAM UMA  DAS  VIAS DE TRANSPORTE MAIS BARATAS.

    OS SERVIÇOS CULTURAIS INCLUEM O USO DA  ZONA  COSTEIRA  PARA  DIVERSÃO, LAZER ,ESPORTE, TURISMO, EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE. A S SOCIEDADES HUMANAS SEMPRE 

    DESENVOLVERAM UMA  INTERAÇÃO ÍNTIMA  COM SEU MEIO NATURAL, O QUE  ACABA  MOLDANDO  A  DIVERSIDADE CULTURAL E OS SISTEMAS DE  VALORES HUMANOS. ENTRETANTO, A  URBANIZAÇÃO 

    TEM ENFRAQUECIDO  AS LIGAÇÕES ENTRE ECOSSISTEMAS E DIVERSIDADE/IDENTIDADE CULTURAL. O USO DOS ELEMENTOS DOS RECURSOS NATURAIS PARA  OBJETIVOS DE RECREAÇÃO, CONTEMPLAÇÃO, ESPIRITUALIDADE E 

    TURISMO TEM  AUMENTADO MUITO NOS ÚLTIMOS  ANOS. N A   ATUALIDADE, O TURISMO ECOLÓGICO MARINHO CORRESPONDE  A  UMA  DAS PRINCIPAIS FONTES DE RENDA  PARA  COMUNIDADES COSTEIRAS QUE  AINDA  POSSUEM GRANDE PARTE DE SEUS ECOSSISTEMAS CONSERVADA .

    CuRioSiDADE

     VOCÊ SABE A ORIGEM DA ÁGUAS DE SÃO PAULO RIO DE JANEIRO? A CORRENTE  DO  GOLFTRANSPORTA   A   ÁGUA  QUENTE DC ARIBE PARA  O A TLÂNTICO NORTONDE LIBERTA  CALOR  E UMIDADPARA   A   ATMOSFERA . OS  VENTODE  NORDESTE  TRANSPORTAM  VAPOR  DA   ÁGUA  QUE EVAPORNA  A MAZÔNIA   PARA   A   REGIÃSUDESTE DO BRASIL, PROVOCAND AS  CHUVAS  QUE  ENCHEM  ORESERVATÓRIOS DE  ÁGUA  DE S ÃP AULO E R IO DE J ANEIRO.

    {

    OS MANGUES, ASSIM COMO OUTRAS  ÁREAS DE TRANSIÇÃO DE RIOS COM OS MARES, SÃOFUNDAMENTAIS PARA  REGULAR   A  QUALIDADE DA   ÁGUA , CAPTURANDO SEDIMENTOS E RESÍDUOS ORGÂNICOS EM TRÂNSITO ENTRE O CONTINENTE E O MAR .OS MECANISMOS DE  AUTOLIMPEZA  TAMBÉM SÃO CONSIDERADOS  COMO SERVIÇOS DE REGULAÇÃO,

    COMO DESCRITO EM POLUIÇÃO. V  ÁRIOS POLUENTES LANÇADOS NOS OCEANOS SÃO DILUÍDOS E DEGRADADOS QUIMICA  OU BIOLOGICAMENTE PELO OCEANO.

    TODAS ESSAS  ALTERAÇÕES CAUSADAS PELO HOMEM NOS SERVIÇOS DE REGULAÇÃO PODEM TRAZER  CONSEQUÊNCIAS IMPREVISÍVEIS 

    PARA  TODO O PLANETA , COLABORANDO, INCLUSIVE, PARA   AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

    6

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    21/35

    SUSTENTABILIDADE,será qe ada dá temp?

    O crescimento populacional e o desenvolvimento dos bens e serviços humanos abriram caminhopara uma grande expansão das atividades econômicas, proporcionando bem-estar à humanidade.No entanto, o modelo de crescimento vigente tem afetado a capacidade de os ecossistemas geraremservios essenciais à vida no planeta, sem esquecer da nossa própria existência. As atividades econômicas e o bem-estar humano são profundamente dependentes dosservios ecossistêmicos. A preocupaão com a escassez dos recursos naturais e com o futurodas próximas geraões fez surgir o conceito de desenvolvimento sustentável, que conciliacrescimento econômico com o uso sustentável dos recursos naturais. A sustentabilidade pressupõe a percepão de que os recursos naturais são nitos e asatividades antrópicas, quaisquer que sejam elas, podem resultar na gradativa e perigosareduão dos recursos naturais.

    Cynthia Gerling e José Martins da Silva-JrProjeto Golnho Rotador/ICMBio

    O QUE ÉSUSTENTABILIDADE? 

    sustentaBilidade é um conceito sistêmico,relacionado com  a  continuidade dos  asPectos econômicos,

    sociais, culturais e  amBientais da  sociedade humana .m as  você  ainda  Pode Pensar : “e o que isso significa  na  Prática ?” Podemos dizer , “na  Prática ”, que o conceito de sustentaBilidade rePresenta  Promover   a  exPloração de  áreas ou o uso de recursos do Planeta  (naturais ou não),

    de forma   a  Prejudicar  o menos Possível o equilíBrio entre o meio  amBiente e todas  as Paisagens, Plantas e  animais, inclusive o homem. Pode Parecer  um conceito difícil de ser  imPlementado  e, em muitos casos, economicamente 

    inviável e socialmente injusto. no entanto, isso não é  verdade.é errado Pensar  que  a  sustentaBilidade iniBe o crescimento e diminui o 

    Bem-estar  humano. a sustentaBilidade   aPlicada  oBedece  a  quatro critérios Básicos:

    ECOLOGICAMENTE  CORRETO ; ECONOMICAMENTE   VIÁ VEL ;SOCIALMENTE  JUSTO ; CULTURALMENTE DIVERSO.

    quando se fala  em sustentaBilidade ,  a  ênfase é semPre dada   ao  asPecto mais comPlexo,

     a  questão  amBiental.Pois, com o meio  amBiente 

    degradado,  a   vida  no Planeta  estará  comPrometida .

    Aepressã “o ocea : de tds, mas de gm” represeta m eempl perfet de qe,quando um recurso natural não pertence a ninguém, é acessado gratuitamente, não é valrad e está fadad a esgtamet. nessas ágas de tds, e tambm de gm,

    corre uma exploração insustentável dos recursos marinhos, muitas vezes ainda não regulada porma legislação internacional, que seria de suma importância para proteger o ambiente marinho daescente pressão das atividades humanas.

    o ambete mar cstt mas de 90%da bsfera, ss sgca qe a mar

    parte da vida existente no planetaestá “nas águas de ninguém”.

     A expansão das atividadesecômcas, cm a tlaãde novas tecnologias, em

    ágas ates acessíves,compromete os inúmerosserviços ecossistêmicosfrecds pelsoceanos e ameaça abiodiversidade emsuas vastas áreas. Acseqêca da faltada governança emalto-mar institui uma

    crise ambiental, sociale ecômca, qe,caso não seja resolvida,

    acarretará o colapso detdas as frmas de vda

    desse planeta. As posturas individuais e

    institucionais precisammdar, ps TiC-TAC drelóg ã para!

    DESAFIOSPARA

    CONSERVAÇÃO

    8

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    22/35

    POLUIÇÃO RESÍDUOS SÓLIDOSCynthia Gerling e José Martins da Silva-Jr

    Projeto Golnho Rotador/ICMBio

    Sã camadas de plã as alteraões me ambete qe prvcam efetegatv em se eqlíbr, devd à trdã, pel mem, dreta dretamete,de sbstâcas eerga. o term plã derva d latm e sgca “sjar”.os agetes de plã, camads de pletes, pdem ser de atrea qímca,getca, sra, vsal sb a frma de eerga, cm s cass de l, calr radaã. os pletes pdem ser sbstâcas artcas, estraas a qalqer ecssstema,cm agrtócs, dejets ã tratads e plástcs. Mas s pletes tambm pdem sersubstâncias naturais, porém estranhas ao ecossistema onde eles estão sendo inseridos ouem concentração muito maior do que o suportado pelo ecossistema. Por exemplo: um litrode óle de ca pde plr cerca de 10.000 ltrs de ága.

     A plã pde atgr ecssstemas atras, agrárs e rbas. ns ecssstemasatras, s mas afetads sã as ágas e ar. Grade parte da plã d mar cseqêca da atvdade maa em Terra, trada pels rs pel ar. Pr eempl, aságuas residuais da indústria, da agricultura e das atividades domésticas carregam para omar prdts qímcs e matra rgâca.Mas mar tambm sfre cm s pletes laads dretamete ele, cm plástc aspraas, esgt a csta e petróle mar.o esgt, pr cter dversas mpreas, pde trasmtr deas feccsas e

    contagiosas, causar intoxicação e até mesmo morte de peixes, moluscos, crustáceos,corais e outros seres marinhos.os mess ceas, s estárs, baías e praas ã pdem ctar eterametea absorver a poluição doméstica e industrial. Devemos reduzir ao máximo a poluiçãoterrestre para conservar a vida marinha.

     A POLUIÇÃOE OS RISCOSPARA A SAÚDEHUMANA 

     A S CONSEQUÊNCIAS DA  POLUIÇÃO MARINHA  CAUSADA  POR  NÓS,SERES HUMANOS, RESULTAM EM EFEITOS NEGATIVOS CAPAZES DE PÔR  EM RISCO NOSSA  PRÓPRIA  SAÚDE, JÁ  QUE NOS  ALIMENTAMOS DE PEIXES E OUTROS FRUTOS DO MAR , E, FREQUENTEMENTE, VAMOS  À  PRAIA  DAR  UM BOM MERGULHO E NOS DIVERTIR !

    {

    Cynthia Gerling e José Martins da Silva-Jr Projeto Golnho Rotador/ICMBio

    EIS  ALGUMAS DAS QUESTÕES MAIS DISCUTIDAS DESDE  A  CRIAÇÃO DA  POLÍTICA  N ACIONAL DE R ESÍDUOS SÓLIDOS – LEI 12.305/2010.r esíduo seria  tudo  aquilo que jogamos fora  Porque, Para  nós, naquele lugar  e estado, não tem mais 

     valor . m as  vamos refletir  soBre dois Pontos:

    O QUE É LIXO? COMO LIDAR COM O LIXO?DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

    Na grande maioria das vezes, os resíduos,quando separados corretamente e bemacondicionados, apresentam valor e/ouuso. São exemplos: a reciclagem de latasde alumínio, de garrafas PET, ou mesmoos produtos à venda em sebos e brechós.Nessa visão, resíduos seriam apenas“matéria-prima fora do lugar”.O problema ambiental dos resíduos dizrespeito à forma e ao local inadequadoem que determinado material se encontra.Por exemplo, quando encontramos umatampinha de refrigerante no estômagode uma ave marinha! Ou uma tartarugacomendo plástico! Ou um golnho levandoem sua peitoral um pedao de plástico! Ouum saco plástico agarrado em um coral!Ou uma baleia emalhada em uma redede pesca! A maior parte do lixo que está no mar veiopelos rios margeados por cidades, mastambém existe o lixo jogado diretamenteno mar, como nas praias, ou por navios.

    Cerca de 85% de todo lixo encontrado nosmares e oceanos é composto por plásticos.Outra grande parte do lixo dos mares são ospedaços de redes de pesca, que derivam pelomar e funcionam como verdadeiras armadilhaspara os animais marinhos. Atualmente existe tanto lixo nos mares que, emvários locais do mundo, se formam gigantescasilhas de plástico.E a responsabilidade sobre os resíduos? É detoda a sociedade: cidadãos, governos e setoresprodutivos devem ter todos os cuidados aogerar, acondicionar e transportar os resíduospara que não cheguem no mar. Lembrandosempre que, O MELHOR RESÍDUO É AQUELEQUE NUNCA FOI GERADO! Ao longo dos anos, o mar tem sido usadocomo a maior lixeira da Terra. Toda porcariada sociedade global e industrial vai parar lá,ou por descarte incorreto ou pelo efeito dagravidade. Não podemos dar as costas para aconservaão marinha! A vida na Terra, como aconhecemos, só existe por causa dos oceanos.

    1 Jogar fora!? Ninguém põe o lixo fora, pois, no mundo, tudo é dentro!2 Não tem mais valor!? “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se

    transforma”, como já dizia Lavoisier.

    0

  • 8/18/2019 ManualEcossistemasMarinhoseCosteirosdaRedeBiomar

    23/35

    OCUPAÇÃO DAZONA COSTEIRA 

    CARCINICULTURA otra atvdade qe fere-ce grande risco para a zonacosteira é a carcinicultura(criação de camarão emcativeiro). Essa atividadeprdz rqeza ecôm-ca, gera emprego e ren-da, mas, muitas vezes, nãoconcilia a alta produtivi-dade com a preservaçãoambiental. A utilização in-discriminada de áreas demangue e de zonas inun-dáveis, como os apicuns,além de ilegal, ameaça aestabilidade das espéciescosteiras, pois diminui sen-sivelmente áreas de berçá-rio de diversas espécies depeixes, moluscos e crustá-ceos. Outro grave impacto

    é o acúmulo de matériargâca e sbstâcas qí-micas nos tanques de pro-dução de camarão, pois,muitas vezes, no momentoda despesca, a água dessestanques é lançada no marsem nenhum tratamento.

    POSSÍVEIS AMEAÇAS DAOCUPAÇÃO COSTEIRA 

    • a devastação das  vegetações nativas leva   à  movimentação DE DUNAS E  ATÉ  AO DESABAMENTO DE MORROS.

    • o aterro dos manguezais - as raízes das  árvores do mangue RETÊM SEDIMENTOS E “FILTRAM”  AS IMPUREZAS LANÇADAS NA   ÁGUA , ALÉM DE SEREM UM  VERDADEIRO BERÇÁRIO PARA   A  REPRODUÇÃO DE PEIXES RECIFAIS E OCEÂNICOS.

    • oderramamento de petróleo devido  às operações de terminais MARÍTIMOS.

    • construções  altas e plantações no  litoral  aumentam o SOMBREAMENTO DAS PRAIAS DE DESOVA  DE TARTARUGAS MARINHAS,GERANDO DESEQUILÍBRIO NAS POPULAÇÕES DE MACHOS E FÊMEAS,UMA   VEZ QUE O SEXO DOS FILHOTES É DEFINIDO PELA  TEMPERATURA  DA   AREIA  EM QUE OS OVOS SÃO INCUBADOS.

    • a incidência  de luz  artificial nessas praias, desorienta   as FÊMEAS DURANTE  A  DESOVA , E OS FILHOTES QUANDO NASCEM.

    • o trânsito de  veículos, incluindo quadriciclos,  além de SER  UMA   AMEAÇA   AOS BANHISTAS, PODE COMPACTAR  OS NINHOS DAS TARTARUGAS MARINHAS,  ATROPELAR  OS FILHOTES E  AINDA   AFUGENTAR   AS FÊMEAS DURANTE  A  DESOVA .• a poluição das  águas por  elementos orgânicos e inorgânicos,COMO PETRÓLEO, LIXO E ESGOTO, INTERFERE NA   ALIMENTAÇÃO E NA  LOCOMOÇÃO E PREJUDICA  O CICLO DE  VIDA  DOS  ANIMAIS MARINHOS.

    • O TRÁFEGO DE EMBARCAÇÕES REPRESENTA  UMA   AMEAÇA  DE COLISÃO PARA  BALEIAS E GOLFINHOS.

    • A CONSTRUÇÃO DE OBRAS COSTEIRAS, COMO ESTRADAS, PORTOS E MARINAS, O QUE  ALTERA   A  DINÂMICA  DAS  ÁGUAS E DOS SEDIMENTOS NA  ZONA  LITORÂNEA , PODENDO CAUSAR  EROSÃO E INUNDAÇÕES.

    Luena FernandesProjeto Baleia Jubarte

     A zonA CoSTEiRA CoRRESPonDE Ao espa gegrác de teraã d ar, dmar e da terra, incluindo seus recursosreváves ã, abraged ma faamarítma e ma faa terrestre. A acosteira brasileira é estabelecida comopatrmô acal a Csttã Federale cmpreede ma faa terrestre de mas de8.500 km,csderad baías e reetrâcas,

     voltados para o Oceano Atlântico. Incluitambm mar terrtral, crrespdete àfaa mara de 12 mlas átcas.Cerca de 50,7 mlões de braslersseguem a tendência da população mundialde cpar áreas prómas a ltral emram s 463 mcíps da acstera braslera, qe represeta 26,6%(1/4) ds abtates d País. A desdadedemgráca mda da a cstera de87 abtates/km², cc vees sperr àmda acal, de 17 abtates/km².nss ltral cmpst de ma grade

     variedade de ecossistemas que incluemmageas, recfes de cras, das,restingas, praias arenosas, costões rochosos,lagoas, estuários e marismas, que abrigam

    úmeras espces de ra e faa, mtasdas qas só crrem em ssas ágas ealgumas ameaçadas de extinção. É tambémna zona costeira que se localiza a maiorfaa de Mata Atlâtca remaescete país. Mas a cpaã desrdeada dessesespaços vem colocando em risco todos osseus ecossistemas.

     A zona costeira está conectada direta eindiretamente tanto com o ambiente marinhoqat cm a prã ctetal d terrtór.De algma frma, qalqer atvdadedesenvolvida no ambiente marinho temree a cpaã ds espas csterse continentais. Por sua vez, as diversasatvdades atrópcas, ccetradas a prãctetal d terrtór, depedem e afetamos ambientes costeiros e marinhos.

     A população litorânea disputa um mesmoespaço para as mais diversas atividadese aldades, etre elas, a abtaã,a indústria, o comércio, o transporte, aagricultura, a pesca, o lazer e o turismo.Os principais impactos dessas atividadessão a poluição, a contaminação, a pressãopopulacional e a especulação imobiliária.

    DESAFIOS PARA O ORDENAMENTO DA OCUPAÇÃO DA ZONA COSTEIRA 

    todas  as  atividades humanas concentradas nas  aglomerações urBanas da   zona  costeira  exercem Pressão soBre  a  flora , a  fauna  e outros recursos naturais do litoral.este Processo de ocuPação costeira  é, em muitos casos, estimulado Pelo Poder  PúBlico, através de Planos de desenvolvimento costeiro e do turismo. m as ordenar   a  ocuPação dessas  áreas é fundamental Para  o seu desenvolvimento sustentável. P ara  tanto, o governo Brasileiro conceBeu e imPlantou, em 1990, o Plano n acio