jornal_guaraquecaba_2808

8
1 Guaragueçaba Coopera t iva de artesãos de Cooperativa lança jornal A Cooperativa dos Artesãos de Guaraqueçaba, com o apoio do Provopar Ação Social, está lançando seu jornal informativo. O nosso objetivo é divulgar o trabalho realizado pelos artesãos e artistas populares do Litoral do Paraná, que tanto sucesso têm feito em feiras, nas lojas do Provopar e em nossa loja em Guaraqueçaba. Nesta primeira edição, o leitor vai conhecer pessoas que tiveram sua vidas mudadas a partir do artesanato. Hoje, o artesanato, além de ajudar na renda familiar, atrai visitantes e divulga Guaraqueçaba. Boa leitura... Sede da Cooperativa de artesãos de Guaraqueçaba esta edição N Boletim Informativo da Cooperativa de Artesãos de Guaraqueçaba Setembro 2008 Edição nº 1 O belo trabalho feito pelos artesãos de Guaraqueçaba têm despertado o in- teresse de clientes importantes, como a Itaipu Binacional, que adquiriu 100 ta- petes de fibra da bananeira, 100 caixas de papel reciclado e 100 porta cartões revestidos com fibra da bananeira Durante o II Encontro de Fandango e Cultura Caiçara, a Cooperativa de Arte- sãos e o Provopar promoveram uma ofi- cina de rabeca. A oficina foi realizada na sede da cooperativa e serviu para mos- trar aos presentes a arte e a técnica usada na confecção deste instrumento musical. Convênio firmado entre o Provopar Ação Social e o Projeto Co- munitário da PUC – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, pos- sibilitou a participação dos cooperados da Cooperativa de Artesãos de Guaraqueçaba em diversos cursos e oficinas. PROVOPAR, PUC E COOPERADOS OFICINAS PARCERIA

description

Jornal nº 1 da Associação de artesãos de Guaraqueçaba PR 2008

Transcript of jornal_guaraquecaba_2808

Page 1: jornal_guaraquecaba_2808

1 GuaragueçabaCooperativa deartesãos de

Cooperativa lança jornalA Cooperativa dos Artesãos deGuaraqueçaba, com o apoiodo Provopar Ação Social, estálançando seu jornalinformativo. O nosso objetivo édivulgar o trabalho realizadopelos artesãos e artistaspopulares do Litoral do Paraná,que tanto sucesso têm feito emfeiras, nas lojas do Provopar eem nossa loja emGuaraqueçaba. Nesta primeiraedição, o leitor vai conhecerpessoas que tiveram sua vidasmudadas a partir do artesanato.Hoje, o artesanato, além deajudar na renda familiar, atraivisitantes e divulgaGuaraqueçaba. Boa leitura...

Sede da Cooperativa de artesãos de Guaraqueçaba

esta ediçãoN

Boletim Informativo da Cooperativa de Artesãos de Guaraqueçaba � Setembro 2008 � Edição nº 1

O belo trabalho feito pelos artesãosde Guaraqueçaba têm despertado o in-teresse de clientes importantes, como aItaipu Binacional, que adquiriu 100 ta-petes de fibra da bananeira, 100 caixasde papel reciclado e 100 porta cartõesrevestidos com fibra da bananeira

Durante o II Encontro de Fandangoe Cultura Caiçara, a Cooperativa de Arte-sãos e o Provopar promoveram uma ofi-cina de rabeca. A oficina foi realizada nasede da cooperativa e serviu para mos-trar aos presentes a arte e a técnica usadana confecção deste instrumento musical.

Convênio firmado entre o Provopar Ação Social e o Projeto Co-munitário da PUC – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, pos-sibilitou a participação dos cooperados da Cooperativa de Artesãosde Guaraqueçaba em diversos cursos e oficinas.

PROVOPAR, PUC E COOPERADOS

OFIC

INA

S

PA

RC

ER

IA

Page 2: jornal_guaraquecaba_2808

GuaragueçabaCooperativa deartesãos de22

EditorialA busca por melhores diasO associativismo ou cooperativismo é uma formade participação social, onde os benefíciosresultantes da atuação coletiva têm provocado odesenvolvimento da nossa sociedade. Podemosafirmar que a prática da cooperação demonstraque o grupo é muito mais do que a simples soma deindivíduos, e permite conquistar melhores dias, aoinvés de esperar por eles.

É importante no associativismo ter como fundamentobásico a preocupação em buscar continuamente ocomprometimento das pessoas envolvidas, assimcomo a participação responsável de cada um nabusca de resposta.

Acreditando nisso, o Provopar-PR, através do ARTENOSSA, iniciou seu projeto piloto “Cooperativa deArtesãos de Guaraqueçaba” há 4 anos. Foraminvestidos na capacitação continuada dos cooperadose comunidades e também em infra-estrutura. Hoje, acooperativa encontra-se legalizada, com váriosresultados positivos, tanto social quanto econômico.

Não podemos deixar de registrar que nesse processoobtivemos vários apoios e parcerias, mas que esse éum processo contínuo e novas parcerias e apoios sãonecessários para o desenvolvimento destacooperativa. Existe a necessidade de sensibilizaçãoda união de esforços técnicos e financeiros para odesenvolvimento social e econômico dos moradoresdo município de Guaraqueçaba. O poder público local,as mais de 90 ONGs (Organizações NãoGovernamentais), empresários, associações demoradores e a comunidade podem tornar-se umafonte inesgotável de parceria e cooperação.

Gostaria de registrar que, em quatro anos, tambémenfrentamos dificuldades, o que aliás é naturalnesse processo, mas que poderão servir deexemplo para outros empreendimentos sociais.Para encerrar gostaríamos de dizer que aCooperativa de Artesãos de Guaraqueçabapertence a comunidade e que ela estará sempreaberta para adesão de novos cooperados edisponível para contribuir no desenvolvimentosocioeconômico do município e região.

Lúcia Arruda - Presidente do ProvoparIramar Diório Hermógenes - Coordenador

da Área de Artesanato do Provopar-PrLélia Loyola e Luís Lopes - equipe técnica

COOPERATIVA DE ARTESÃOS DE GUARAQUEÇABAEndereço: Av. Agrícola, nº 30 - GuaraqueçabaJornalista responsável: Antonio SimplícioEditoração gráfica: Sérgio SchellesColaboradores: Lélia Loyola, Luís Lopes e Iramar Dió-rio HermógenesFotos: Jader Rocha e Macaxeira

EXPEDIENTE

Eles não vêem a hora de expor suas peças noII Salão Nacional de Cerâmica, II Congresso Na-cional de Cerâmica e III Feira de Arte Cerâmica,que serão realizados simultaneamente de 6 a 9de novembro, no Museu Alfredo Andersen, emCuritiba. Este é um dos eventos mais tradicio-nais de cerâmica no Brasil, sendo realizado a cadadois anos pelo museu e a Secretaria de Estado daCultura.

O Provopar Estadual através do programaArte Nossa identificou talentos e levou a gera-ção de renda a este paraíso no litoral do Paraná.E já colheu frutos positivos revelando artistas daregião que participaram e foram premiados noSALÃO NACIONAL DE CERÂMICA BRASI-LEIRO que acontece no Paraná, como os cera-mistas Renato Caiçara, IvanCordeiro Gonçalves, Jamile C.Pereira.

Anabel Maria Gaudino deAmorim, 39 anos, já participoude oficinas no Congresso de Ce-râmica, mas não esconde sua an-siedade em participar do próxi-mo. Neta de pescador, ela contaque nunca tinha feito cerâmicaantes e agora vai participar deuma exposição coletiva comOnofre da Silva e Manoel JesusSilva, na Casa do Artista Popu-lar, de 22/10 07/12, em Curiti-ba. O próximo passo é justamen-te o salão e o congresso nacio-nal de cerâmica. “Depois queentrei para a cooperativa, comecei a pegar gosto pela

Escultura em argila de Anabel

Cooperados se preparam para exporno mais tradicional evento ceramista do Paraná

Salão de Cerâmica

cerâmica, que hoje faz parte de minha vida”.A cerâmica faz parte também

da vida de Jamile Pereira, 59anos. “É a minha fonte de rendae me deu condições de participardo salão nacional. Confesso queisto levantou a minha auto-esti-ma e deu forças para continuartrabalhando”, afirma.

Iolanda Moraes Tomas¨Fazia artesanato em argila e

queimava em casa na cinza, erapouco o que vendia, saía pela ruavendendo, agora tenho um lugarpara fazer e vender o que faço.¨

Dona Iolanda também faz ar-tesanato com fibra da bananeira evai participar do Salão de Cerâmi-

ca este ano na categoria arte popular.

VOCÊ TAMBÉM PODEENCONTRAR

ARTESANATO INDÍGENADE ETNIA GUARANI

FEITOS NA ALDEIA DECERCO GRANDE,GUARAQUEÇABA

Espaço

indigena

GuaragueçabaCooperativa deartesãos de2

Page 3: jornal_guaraquecaba_2808

3 GuaragueçabaCooperativa deartesãos de

Buscar o desenvolvimento sustentável de Guaraque-çaba, ilhas e área rural, considerada de preservação am-biental, é o principal objetivo da Cooperativa de Arte-sãos de Guaraqueçaba, um projeto piloto iniciado peloProvopar Ação Social e que, apesar do pouco tempo deexistência (menos de três anos), já tem apresentado ex-celentes resultados.

A cooperativa, que conta atualmente com 35 associ-ados, foi legalizada no dia 17 de dezembro de 2005,através de assembléia geral com a participação de arte-sãos da sede Guaraqueçaba, Ilha das Peças, Tibicanga,Superagui e área rural. No dia 1º de fevereiro de 2008,os cooperados voltaram a se reunir desta feita para ele-ger a segunda diretoria:

Coordenação geral:Ida Maria Oelke Alves

Coordenação administrativa:Hiléia Cunha Martins

Coordenação de finanças e planejamento:Willis Ribeiro Moraes

Conselho Fiscal:Narzira das Neves

e Zilene Ventura Rita

Cooperativa, a busca pelodesenvolvimento sustentável

Interior da sede - loja

A sede da cooperativa é o Centro de Artesanato de Guaraqueçaba, cons-truído pelo Provopar e inaugurado pelo governador Roberto Requião. Fo-ram investidos na construção de um barracão de 450 metros quadrados , nacompra de equipamentos e em cursos de capacitação dos artesãos, na áreada organização, gestão e produto.

Esses cursos foram fundamentais na descoberta de novos talentos e servi-ram de impulso para a criação da cooperativa. Hoje, a loja do Centro de Arte-sanato oferece produtos de cooperados e não cooperados, beneficiando váriasfamílias do município. Artesãos de lugares mais isolados onde a venda do arte-sanato é difícil, por não ter turistas tem a loja da Cooperativa para vender seusprodutos.

Ali são comercializados peças em cerâmica, papel reciclado e fibras debananeira, bolsas, passadeiras, jogos americanos e tapetes.

Atualmente, as peças artesanais tem sido valorizadas. Usadas como utensíli-os ou mesmo na decoração de ambientes, dão um toque todo especial. Exem-plos como o Restaurante do Polaco, que utiliza cerâmica da cooperativa, e oCentro de Capacitação da Força Sindical, decorado com tapetes e lumináriasconfeccionadas pelos nossos artesãos, devem ser seguidos. Assim, é necessária aconstante atualização dos cooperados em relação ao mercado externo para poderapresentar produtos com qualidade e co m valores compatíveis.

Você que é artesão, se informe como deixar seu artesanato para vender naloja da Cooperativa Arte Nossa de Guaraqueçaba!

Valorizando o artesanato do Litoral

Sede da Cooperativa de artesãos de Guaraqueçaba

3 GuaragueçabaCooperativa deartesãos de

Page 4: jornal_guaraquecaba_2808

GuaragueçabaCooperativa deartesãos de4

Capacitaçãoprofissional

Convênio firmado entre o Provopar Ação Social e o Projeto Comunitárioda PUC – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, possibilitou a partici-pação dos cooperados da Cooperativa de Artesãos de Guaraqueçaba em di-versos cursos e oficinas.

O Projeto Comunitário da PUC tornou-se disciplina inserida no currícu-lo para os estudantes dos 53 cursos de graduação da universidade e, a cadasemestre, cerca de três mil alunos escolhem uma das 500 ações para cumprira carga horária de 36 horas. Com isso, a PUC busca, além da qualificaçãoprofissional, a formação voltada à responsabilidade social de cidadãos efeti-vamente comprometidos com um país melhor.

Assim, desde abril de 2007, foram realizados os seguintes cursos: rela-ções de trabalho, designer de produtos, atendimento ao cliente, administra-ção, relações de trabalho e empreendedorismo, história e cultura local, infor-mática e inglês básico para atendimento aos turistas.

PRÓXIMAS OFICINAS• Designer, de 18/08/2008 a 22/08/2008, onde serácriada a logomarca da cooperativa junto com os cooperados.• Informática – Internet, de 20/10 a 24/10• Informática (revisão geral), de 24/11 a 28/11• Vendas, de 23/03 a 27/03

Valdenei e Adriano da aldeia indígena de etnia Guarani de Cerco Grande, Guaraqueçabae Aldo e Eleonora

O convênio firmado entre a Cooperati-va de Artesãos de Guaraqueçaba e a Eletro-sul, transformou cooperados, ex-alunos deartesanato do Provopar Ação Social, em ver-dadeiros mestres.

O projeto Artesanato no Litoral, elabo-rado pela cooperativa, foi um dos vinte pre-miados entre mais de 2 mil projetos apre-sentados à concessionária de serviços públi-cos de transmissão e geração de energia elé-trica.

A premiação no valor de R$ 45.000 pos-sibilitou que os cooperados confeccionas-sem brindes para a Eletrosul, além de rea-lizarem oficinas para a comunidade de Gua-raqueçaba, com instrutores escolhidos en-tre os cooperados. Assim, foram feitas vá-rias visitas pela equipe técnica da Eletro-sul, que por dois anos acompanhou a evo-lução da cooperativa, acreditando em seupotencial.

Agora, mais de 20 cooperados estarãodando cursos para a formação de novos ar-tesãos. As vagas são limitadas e os interes-sados poderão obter maiores informaçõesna sede da Cooperativa.

Maria Silva é uma das instrutoras “Para nós foi importante aprender tecelagem com a fibra

da bananeira. Aliás, aprendi muita coisa e o artesanato passoua ser um meio de sobrevivência. E, agora, vamos repassar esteconhecimento para outras pessoas, através dos cursos promo-vidos pela Eletrosul”, comemora.

Ela acredita que o artesanato pode ser fonte de renda paraoutras famílias, principalmente no inverno quando a pesca setorna difícil. “Fica todo mundo sem recurso. O artesanato vaiajudar e muito”. Os produtos que Maria e os demais artesãosde Tibicanga produzem são levados para a sede da cooperati-va, para serem vendidos.

De aluno, a mestre em artesanato

RELAÇÃO DOS CURSOS

AGOSTO:Curso: Artesanato com fibra da bana-neiraLocal: Rio VerdeInstrutoras: Iolanda e Lourdes

Curso: Artesanato com escama depeixes e conchasLocal: Ilha das PeçasInstrutoras: Zilene e Neli

Curso: Tecelagem com fibra da bana-neiraLocal: TibicangaInstrutoras: Maria Dias e Maria Silva

Curso: Artesanato com fibra da bananei-raLocal: SebuíInstrutoras: Hiléia e Ida

SETEMBROCurso: Tecelagem com fibra da bananeiraLocal: PotingaInstrutores: Narzira e Ida

OUTUBROCurso: Artesanato com fibra da bananei-raLocal: PuruquaraInstrutores: Aldo e Eleonora

NOVEMBROCurso: Papel Artesanal com fibras natu-raisLocal: Sede da CooperativaInstrutores: Márcia e Onofre

Curso: Artesanato com poupa da fibra dabananeiraLocal: Sede da CooperativaInstrutores: Luziana e Aldo

DEZEMBROCurso: Pintura em casca de ostraLocal: Costão (Guaraqueçaba/sede)Instrutores: Jamile e Anabel

GuaragueçabaCooperativa deartesãos de4

Page 5: jornal_guaraquecaba_2808

5 GuaragueçabaCooperativa deartesãos de

Cooperativaabriu as portas...

O pescador que virou artesãoDevido aos problemas de saúde, Adailton Bar-

bosa Gaudino, 60 anos, se viu obrigado a se apo-sentar por invalidez aos 40 anos. Era pescador des-de os 20 anos e tirava as horas vagas para pintar.

Sem lugar para serem expostos, os quadrosde Adailton na maioria das vezes eram dados aosamigos ou jogados no lixo. “Pintava por brinca-deira, para não ficar parado sem fazer nada. Ago-ra, não. Tenho para onde mandar aquilo que faço”.

Ele conta que, antes da existência da coopera-tiva, ninguém via ou conhecia seus trabalho. “Hoje,comecei a ficar conhecido. Já dei entrevistas para

a rádio e a TV Paraná Educativa. Já fiz inclusiveuma exposição na Casa do Artista Popular em Cu-ritiba e, este ano, vou fazer outra”.

A exposição - A nova exposição que Adail-ton Gaudino se refere teve início no dia 22 dejulho e vai até o dia 31 de agosto, na Casa doArtista Popular, na Secretaria de Estado da Cul-tura, em Curitiba. Ele estará expondo sua arte aolado de dois outros artistas populares de Guara-queçaba: Aurélio Pires Corrêa, de Superagüi, comseus entalhes de madeira, e Marcel Squenini, compinturas em conchas.

A Cooperativa de Artesãos de Guaraqueçaba foiimportante para a artista plástica Claudia Loureiro, quehoje vive em Curitiba, onde cursa “Artes Plásticas”. “Oconhecimento que obtive na cooperativa me facilitoumuito para abrir outras portas. Posso dizer que, nosmeses que trabalhei em Guaraqueçaba, agreguei valo-res a meu trabalho. Se tivesse que ter pago por isso,ficaria difícil”, revela a artista plástica.

Claudia diz que todo começo requer paciência,“mas quando as coisas se acertam tudo vai bem. Foio meu caso. A iniciativa de criar uma cooperativa emGuaraqueçaba foi de grande valor. Aprendi, porexemplo, que a união é a faísca que alimenta o con-

junto e ter um espaço para criar, produzir e mostrar aexpressão cultural, que por sinal é muito forte no lito-ral paranaense, foi fundamental”.

Ela lembra que a história continua e que é atra-vés das manifestações culturais que o mundo conhe-ce a Europa e está ansioso por conhecer o Brasil.“Guaraqueçaba é um lado deste Brasil, que encanta atodos”.

“Posso dizer que os meses que trabalhei por aquiagreguei valores a meu trabalho que se tivesse que terpago por isso, não teria condições. Confio que esta opor-tunidade se fará valiosa para muitos que estão aqui eos que virão mais para frente”.

Cooperativa: fonte de conhecimento

cada dia aprendo algo novo e sempre gan-ho um “dinheirinho” para ajudar a mantera casa. Além do mais, me sinto importanteao ver meu trabalho reconhecido”.

ALDO E ELEONORA

Para Márcia Loureiro, a cooperativatem sido um elo de união entre as pesso-as que moram no município. “Acho legalver várias senhoras reunidas, trabalhandopor conta própria e gerando renda. A co-operativa serviu para estreitar os laços deamizade”, declarou.

CIDAA dona de casa Aparecida Gonçalves,

47 anos, nunca tinha trabalhado fora. Nacooperativa, aprendeu a trabalhar com afibra da bananeira e tecelagem e, hoje, con-segue ajudar na renda familiar. “Estou hátrês anos na cooperativa. Estou gostandomuito e me sinto recompensada quandovendo minhas peças. Depois que comeceia trabalhar, tudo ficou melhor”.

Além de ser uma fonte de renda paraos cooperados, a Cooperativa de Artesãosde Guaraqueçaba é uma fonte inesgotávelde conhecimento. É o que afirma o arte-são Onofre da Silva Junior: “A gente sem-pre aprende coisas novas e o artesanato,que antes era um simples passatempo, pas-sou a ser encarado como um trabalho, queajuda muito na renda familiar”.

ONOFREÉ o caso de Maria Eleonora Pontes,

40 anos, que antes de se tornar coopera-da, trabalhava como doméstica. “Nuncatinha feito artesanato. Agora, sei fazer ta-petes e outros objetos com a fibra dabananeira. Sempre estamos aprendendoalguma coisa nova”.

Aldo Aparecido de Souza, 44 anos, es-tudou até a 7´série do ensino fundamental etrabalhava de pedreiro. “Pra falar a verda-de, nunca tinha pensado em fazer artesana-to. Depois que entrei para a cooperativa,

5 GuaragueçabaCooperativa deartesãos de

Page 6: jornal_guaraquecaba_2808

GuaragueçabaCooperativa deartesãos de6

As flores feitas com escamas de pei-xes produzidas pela artesã Narzira dasNeves Santos, 69 anos, tornaram-se mar-ca registrada do núcleo de Superagüi daCooperativa dos Artesãos de Guaraque-çaba. Na Fenearte – Feira de Negócios eArtesanato de Pernambuco, em Olinda,suas peças foram bastante requisitadas.

“Agora, tenho onde vender meusprodutos. Tenho renda todo mês e issoajuda bastante”, comemora Narzira, felizcom o surgimento da cooperativa deartesãos, onde fez curso de tecelagemde fibra da bananeira e outros cursosde artesanato. “Hoje, também faço ta-petes, que estão à venda na loja da coo-perativa em Guaraqueçaba e nas lojasdo Provopar”.

Narzira fez questão de destacar ain-da a cooperativa como elo para novasamizades. “Por tudo isto, me sinto bemfazendo parte da cooperativa”.

“A MATÉRIA PRIMA ESTÁ NA NOSSA PORTA”Lourdes Fontes Viana

“TENHO ONDE VENDER MEUS PRODUTOS”D. Narzira, Superagui

DEPOIMENTOS

D. Narzira,Superagui

A fibra da bananeira é uma maté-ria prima abundante em Guaraqueça-ba, que depois de retirado o cachoda banana seu tronco pode se trans-formar em lindas peças de artesana-to, como, tapetes, bolsas, cestaria,móveis revestidos com fibra e tudomais que a criatividade puder alcan-çar. Pode-se trabalhar com a fibra da

bananeira no tear manual, no crochê,no trançado, no papel reciclado entreoutras técnicas.

Na cooperativa existe um espaçopara fazer tecelagem e sempre tem al-guém disposto a ensinar, por isso apro-veite a oportunidade, procure a coor-denação da cooperativa e se informecomo você pode participar.

D. Ida (sede de Guaraqueçaba), Maria Dias e Maria Silva (Tibicanga), Neli e Zilene (Ilhadas Peças) e Delma (Superagui), novas idéias no trançado com a fibra da bananeira.

Maria Silva e Maria Dias

Acostumadas a tirar do mar seupróprio sustento, algumas mulheresda Ilha das Peças viram no artesana-to a oportunidade de melhorar a ren-da familiar.

“O nosso emprego é o artesana-to. Aqui, na Ilha, não tem trabalho,por isso o artesanato representa tan-to para a gente”, afirma Zilene Ven-tura Pereira, 38 anos, que ao lado deNeli dos Santos de Carvalho e Rosi-na Pereira faz parte do núcleo da Ilhadas Peças da Cooperativa de Arte-sãos de Guaraqueçaba.

Rosina Pereira diz que viver exclusivamente da pesca é difícil, porque “as vezestem peixe, mas as vezes não. Em maio, por exemplo, não pescamos praticamentenada, primeiro por causa do ciclone e, depois, por conta da Semana do MeioAmbiente, quando a pesca é proibida”.

Para Neli, a existência da cooperativa é “muito importante para nós, em todosos aspectos, mas principalmente porque, através dela, temos um ponto de referên-cia. É um dos meios que faz com que nosso trabalho seja reconhecido lá fora”.

“NOSSO EMPREGO É O ARTESANATO”Zilene Ventura Pereira

Neli e Rosina

“TEM APARECIDO MUITAS ENCOMENDAS”Maria Dias

Mulher de pescador, Maria Dias achou mais um jeito de ajudar na rendafamiliar, fazendo parte da Cooperativa de Artesãos de Guaraqueçaba.

“Só com a pesca, estava difícil viver¨, conta Maria que, ao fazer parte dacooperativa, aprendeu a trabalhar com a fibra da bananeira. “Agora, eu mesmatiro e faço a fibra, com a qual faço tapetes e bolsas. É um meio de vida e que ajudabastante a gente”, afirma.

Segundo ela, os produtos são deixados na sede da cooperativa em Guaraque-çaba e são rapidamente vendidos. “Fiz um espelho em macramé, que já foi vendidoe o dinheirinho está lá me esperando”. O mais importante é que os vizinhos eamigos resolveram ajudar e “sempre que tem um pé de bananeira, eles me avisampara pegar a fibra”.

GuaragueçabaCooperativa deartesãos de6

D. Ida (sede de Guaraqueçaba), Maria Dias e Maria Silva (Tibicanga), Neli e Zilene (Ilhadas Peças) e Delma (Superagui), novas idéias no trançado com a fibra da bananeira.

D. Ida (sede de Guaraqueçaba), Maria Dias e Maria Silva (Tibicanga), Neli e Zilene (Ilhadas Peças) e Delma (Superagui), novas idéias no trançado com a fibra da bananeira.

D. Narzira,Superagui

Neli, Zilene e Rosina

Page 7: jornal_guaraquecaba_2808

7 GuaragueçabaCooperativa deartesãos de

� Foram 100 tapetes de fibra dabananeira com a logo de Itaipu borda-da com a própria fibra

� 100 caixas de papel reciclado comfibras naturais, papel reciclado confec-cionado na própria cooperativa

� 100 porta cartões revestidos comfibra da bananeira

“Foi muito bom para a cooperativa receberesta encomenda este ano porque além de gerarrenda para várias pessoas da cooperativa, parti-ciparam artesãos da Sede de Guaraqueçaba, Su-peragui, Ilha das Peças e Tibicanga.

Fazer tantos tapetes com a fibra da ba-naneira só veio melhorar cada vez mais nossoartesanato.

Todos se esforçaram para entregar um ar-tesanato de qualidade e isso só nos trouxe maisconfiança no que podemos fazer e certeza deque podemos atender a novas encomendas,tanto de Itaipu como de outras empresas quese mostrem interessadas em nosso artesanato.

E que venham as encomendas!”

Ida Maria Oelke Alves

Itaipu adquire tapetes da cooperativa

Todos já se acostumaram há mais de três anosa ver Seu Durvalino Cunha de Ipanema, área ruralde Guaraqueçaba deixar seu artesanato na Coo-perativa, sua cestarias já são conhecidas e procu-radas tanto em Guaraqueçaba como em Curiti-ba nas lojas do Provopar Ação Social Paraná.

Ele faz cestaria em cipó, junco, taboa e ou-tras fibras naturais.

Capacitar é preciso...

Lucia Arruda, presidente do Provopar,entrega certificado para formanda

ente que fazG

Para atender um mercado cada vez mais exigente,o Provopar tem procurado capacitar os artesãos deGuaraqueçaba e região, promovendo cursos e ofici-nas, com diferentes técnicas e instrutores.

Foram realizadas oficinas e cursos de cerâmica, te-celagem com fibra de bananeira, linóleo gravura, lumi-nárias com fibras naturais, costura, pachtwork, papelreciclado com fibras naturais, além de artesanato comescama de peixe e conchas, palha de milho, cipó, bam-bu (confecção de móveis), entre outras.

A presidente do Provopar, Lucia Arruda, ficou tãoencantada com o resultado destas oficinas que esteve emSuperagui, Tibicanga e Tagaçaba para a entrega de certi-ficados dos cursos de artesanato e de panificador. 25alunas participaram do curso de artesanato para confec-ção de flores e bichinhos, mediante o uso de escamas depeixes e conchas. O curso teve duração de dez dias e foiministrado pela professora Norma, do Espírito Santo.Em Tibicanga, dez alunos receberam certificados domesmo curso.

Já em Tagaçaba, além dos certificados para 12 alu-nos do curso de padaria, Lucia Arruda entregou para aassociação de mulheres de pescadores um fogão deoito esteira para assar pão, duas mesas inox e um cilin-dro de massa. O curso foi ministrado pela professoraBeatriz Narciso. A padaria de Tagaçaba está sendo de-corada com artesanato de Barbados, Ilha das Peças e

sede de GuaraqueçabaCapacitação que prepara os artesãos da cooperati-

va para repassarem o que aprenderam adiante. D. Nar-zira fez o curso de artesanato com flores de escamas econchas em Superagui pelo Provopar com a professo-ra Norma do Espírito Santo e agora no mês de julhodeu um curso de artesanato em Antonina para a Asso-ciação de Moradores dos bairros Graciosa de Baixo,Graciosa de Cima e Portinho.

Page 8: jornal_guaraquecaba_2808

GuaragueçabaCooperativa deartesãos de8

ncontro de FandangoE

Durante o II Encontro de Fandango e Cultura Caiçara, de 24 a27 de julho, em Guaraqueçaba, a Cooperativa de Artesãos e o Pro-vopar Ação Social promoveram uma oficina de rabeca, tendo comoinstrutor Eraldo. A oficina foi realizada na sede da cooperativa eserviu para mostrar aos presentes a arte e a técnica usada na confec-ção deste instrumento musical, que faz parte da cultura caiçara.

O artesão Marcel, da Ilha de Superagüi, pintou camisetas comdesenhos inspirados no fandango e litoral de Guaraqueçaba, desper-tando enorme interesse nas pessoas que por ali passaram nos quatrodias de festa.

Também chamou a atenção dos visitantes as camisetas pintadascom a técnica de linóleo gravura com motivos inspirados na nature-za e no cotidiano das comunidades caiçaras. Não faltaram os dese-nhos inspirados no fandango. As cooperadas tiveram a oportunida-de de fazer parte das camisetas no dia do evento, com o objetivo dedifundir esta interessante técnica.

Cooperativa promove oficinas

Eraldo e Nilo Pereira

Produtos que encantam...Cooperativa Arte Nossa GuaraqueçabaCoordenação: Ida Oelke AlvesEndereço: Rua Dr. Fonseca Agrícola n° 30Guaraqueçaba - sedeTelefone: (41) 3234-15-89e-mail: [email protected]: www.artenossa.pr.gov.br(link Guaraqueçaba – projeto piloto)

ENCOMENDAS