Integração tecnologia e curriculo o grande desafio da escola do sec x xi

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Currículo & Tecnologias: o grande desafio da escola do sec. XXI Segundo Judi Harris (2011) professora do College of William & Mary (Virginia, EUA), coordenadora do programa de doutorado em Currículo e Tecnologia Educacional, há anos vem se pedindo que os professores usem metodologias com ferramentas digitais que estão perto de estudantes, mas raramente se pergunta se essas ferramentas digitais também estão perto do professor. Segundo Judi estamos indo para trás, é como pensar que o rabo está abanando o cachorro. Um fato que constata esse distanciamento do professor das novas tecnologias que faz parte do cotidiano dos alunos foi a suspensão da aluna de uma escola particular do Rio de Janeiro por criar uma página no Facebook para trocar informações sobre as aulas. A idéia era permitir que os colegas da turma trocassem experiências sobre as aulas . A direção do colégio entendeu que o grupo foi criado para permitir a cola nas provas. A estudante , que tem 15 anos, afirma ter sido perseguida, suspensa e ter recebido nota zero em um dos testes. A diretora não quis gravar entrevista. Em nota, a escola afirma que tomou a decisão para impedir que o material didático fosse divulgado sem autorização da instituição . (Fonte: R7, 06/2011) Empresas de diferentes já fazem uso do Twitter e Facebook, por ver nesses mecanismos um importante meio de comunicação com os clientes. A pergunta que se faz é por que isso ainda não aconteceu nas instituições de ensino? Para Valente, a resposta é “uma mistura de preguiça com medo”. O primeiro está relacionado ao comodismo, porque este tipo de ferramenta de ensino exige uma mudança estrutural tanto na grade curricular da escola como na postura do professor. “O currículo que foi desenvolvido até então, deve ser repensado para um currículo da era digital. Não se estar dizendo que o conteúdo deva mudar, mas sim como esse conteúdo é trabalhado”. O segundo que diz respeito ao medo está relacionado ao pagar “mico” na frente dos alunos, ou seja, os docente tem medo de fazer uso de algo que os alunos entendem mais do eles. Isto se dá devido esse professor não ter a consciência de que no contexto das

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Currículo & Tecnologias: o grande desafio da escola do sec. XXI

Segundo Judi Harris (2011) professora do College of William & Mary (Virginia, EUA), coordenadora do programa de doutorado em Currículo e Tecnologia Educacional, há anos vem se pedindo que os professores usem metodologias com ferramentas digitais que estão perto de estudantes, mas raramente se pergunta se essas ferramentas digitais também estão perto do professor. Segundo Judi estamos indo para trás, é como pensar que o rabo está abanando o cachorro.

Um fato que constata esse distanciamento do professor das novas tecnologias que faz parte do cotidiano dos alunos foi a suspensão da aluna de uma escola particular do Rio de Janeiro por criar uma página no Facebook para trocar informações sobre as aulas. A idéia era permitir que os colegas da turma trocassem experiências sobre as aulas. A direção do colégio entendeu que o grupo foi criado para permitir a cola nas provas. A estudante, que tem 15 anos, afirma ter sido perseguida, suspensa e ter recebido nota zero em um dos testes. A diretora não quis gravar entrevista. Em nota, a escola afirma que tomou a decisão para impedir que o material didático fosse divulgado sem autorização da instituição. (Fonte: R7, 06/2011)

Empresas de diferentes já fazem uso do Twitter e Facebook, por ver nesses mecanismos um importante meio de comunicação com os clientes. A pergunta que se faz é por que isso ainda não aconteceu nas instituições de ensino?

Para Valente, a resposta é “uma mistura de preguiça com medo”. O primeiro está relacionado ao comodismo, porque este tipo de ferramenta de ensino exige uma mudança estrutural tanto na grade curricular da escola como na postura do professor. “O currículo que foi desenvolvido até então, deve ser repensado para um currículo da era digital. Não se estar dizendo que o conteúdo deva mudar, mas sim como esse conteúdo é trabalhado”. O segundo que diz respeito ao medo está relacionado ao pagar “mico” na frente dos alunos, ou seja, os docente tem medo de fazer uso de algo que os alunos entendem mais do eles. Isto se dá devido esse professor não ter a consciência de que no contexto das tecnologias, o aluno pode ser parceiro do professor e, juntos podem construir uma relação produtiva. O professor mantém seu papel de conhecedor do pedagógico, e o aluno, do aspecto tecnológico. Nessa parceria, o professor pode facilmente ir adquirindo conhecimentos que o ajudam a superar essa diferença”, afirma Valente.

Nas palavras de Judi Harris, essa dificuldade para a utilização das novas tecnologias se dá porque boa parte das escolas parece não ter acordado para o contexto em que seus alunos estão inseridos, não se apercebe de que as características do contexto local, nacional e global é a tecnologia e a acessibilidade das TIC como recursos.

Todavia essa integração das TIC no currículo escolar só acontecerá se os professores, primeiro, se apropriarem de conhecimentos sobre estas tecnologias e aplicá-las às suas aulas e isso só é conseguido através de três conhecimentos interligados:

1. Conhecimento tecnológico sobre as tecnologias e como usá-los

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2. Conhecimento pedagógico sobre como ensinar com eficácia

3. Conhecimentos curriculares sobre o que estão ensinando

Estes três são muito próximos, não o suficiente para ter conhecimento sobre como ensinar, nem o conhecimento do conteúdo exclusivo bom, os professores precisam de conhecimento sobre como ensinar o conhecimento do conteúdo específico complementado com a tecnologia para indicar qual a ferramenta é certo e a maneira correta de ensinar a esses recursos.

Na opimião de Judi este corpo integrado de desenvolvimento de conhecimento do conteúdo pedagógico Tecnológico deve estar de acordo com outros fatores tais como origem social dos alunos, suas habilidades e potenciais, seu espaço cultural com instalações, etc.

Conclui-se que a introdução das tecnologias nos setores educacionais não é nada novo. Há muitos discute-se a formação dos professores para o uso das TIC. Uma vez que quebrar o medo de usar a tecnologia e compreender virtual são fatores que influenciam muito para o uso racional da tecnologia na processos educativos.