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    IMPACTO SADE E AO MEIO AMBIENTE DO

    AUMENTO IRREGULAR DE SOLVENTES NAGASOLINA

    Ilidia da A. G. Martins Juras

    2005

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    ESTUDO

    Cmara dos DeputadosPraa 3 PoderesConsultoria LegislativaAnexo III - Trreo

    Braslia - DF

    IMPACTO SADE E AO MEIO AMBIENTE

    DO AUMENTO IRREGULAR

    DE SOLVENTES NA GASOLINA

    Ilidia da A. G. Martins Juras

    Consultora Legislativa da rea XIMeio Ambiente e Direito Ambiental, Organizao Territorial,

    Desenvolvimento Urbano e Regional

    ESTUDO

    AGOSTO/2005

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    SUMRIO

    1. Introduo..................................................................................................................................................32. Benzeno......................................................................................................................................................4

    2.1. Efeitos sade....................................................................................................................................42.1.1. Toxicidade aguda.........................................................................................................................52.1.2. Toxicidade crnica......................................................................................................................52.1.3. Efeitos reprodutivos...................................................................................................................6

    2.1.4. Riscos de cncer..........................................................................................................................62.2. Efeitos ambientais..............................................................................................................................63. Tolueno ......................................................................................................................................................7

    3.1. Efeitos sade....................................................................................................................................73.1.1. Toxicidade aguda.........................................................................................................................83.1.2. Toxicidade crnica......................................................................................................................93.1.3. Efeitos reprodutivos................................................................................................................ 103.1.4. Riscos de cncer ....................................................................................................................... 10

    3.2. Efeitos ambientais........................................................................................................................... 104. Xileno ...................................................................................................................................................... 11

    4.1. Efeitos sade................................................................................................................................. 11

    4.1.1. Toxicidade aguda...................................................................................................................... 124.1.2. Toxicidade crnica................................................................................................................... 124.1.3. Efeitos reprodutivos................................................................................................................ 134.1.4. Riscos de cncer ....................................................................................................................... 13

    4.2. Efeitos ambientais........................................................................................................................... 145. Ciclohexano ............................................................................................................................................ 146. Hexano .................................................................................................................................................... 157. Nafta petroqumica................................................................................................................................ 168. Solvente de borracha - SB .................................................................................................................... 169. Alcanos.................................................................................................................................................... 1710. Concluses............................................................................................................................................ 17

    ANEXO I - Tabela de Especificao da Gasolina (Portaria ANP 309/2001) ................................. 19

    2005 Cmara dos Deputados.Todos os direitos reservados. Este trabalho poder ser reproduzido ou transmitido na ntegra, desde quecitadas a autora e a Consultoria Legislativa da Cmara dos Deputados. So vedadas a venda, a reproduoparcial e a traduo, sem autorizao prvia por escrito da Cmara dos Deputados.

    Este trabalho de inteira responsabilidade de sua autora, no representando necessariamente a opinio daCmara dos Deputados.

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    IMPACTO SADE E AO MEIO AMBIENTE

    DO AUMENTO IRREGULAR

    DE SOLVENTES NA GASOLINA

    Ilidia da A. G. Martins Juras

    1. INTRODUO

    No presente estudo, procura-se abordar os efeitos sobre a sade pblicae o meio ambiente dos principais solventes que tm sido adicionados, de forma irregular, gasolina automotiva comercial. Conforme o Consultor Legislativo Paulo Csar Ribeiro Lima, asseguintes substncias tm sido utilizadas nessa adulterao: benzeno, tolueno, xileno, hexano,ciclohexano, nafta petroqumica leve, SB (solvente de borracha), hidrocarbonetos acclicos

    saturados (alcanos) e reformado pesado.A gasolina um produto complexo, cuja composio e caractersticas

    dependem basicamente da natureza do petrleo que a gerou, dos processos de refino e dasespecificaes de desempenho1. A gasolina automotiva geralmente uma mistura de correntesprovenientes de processos de destilao direta do petrleo, craqueamento cataltico ou trmico,reforma cataltica, alquilao e hidrocraqueamento. A gasolina apresenta composio varivel, queconsiste, basicamente, de hidrocarbonetos de 4 a 12 carbonos (parafinas, cicloparafinas(naftnicos), olefinas e aromticos). Contm, ainda, compostos sulfurados e nitrogenados e traosde metais.

    Diversos hidrocarbonetos presentes na gasolina apresentam propriedadestxicas, como por exemplo, o benzeno, e outros compostos secundrios produzidos a partir decompostos orgnicos volteis, como o oznio, razo pela qual algumas medidas vm sendoadotadas por diversos pases para limitar o teor de algumas dessas substncias na gasolina.

    Na Europa, o teor de aromticos est limitado a no mximo, 42%voldesde 2000 e, a partir de 2005, a 35%vol. Para o benzeno, o teor mximo est limitado a 1,0%vol,desde 2000.

    1Souza, A. M. 2004. Estudo de emisses de vapores orgnicos no carregamento de gasolina em caminhes-tanque.

    Dissertao de Mestrado. Departamento de Engenharia Ambiental. Universidade Federal da Bahia. Salvador,169 p.

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    No Brasil, as especificaes para a comercializao da gasolinaautomotiva esto estabelecidas na Portaria da Agncia Nacional do Petrleo ANP n 309, de27 de dezembro de 2001, e do Regulamento Tcnico ANP n 5/2001 (Anexo I). Por essasnormas, so estabelecidos, entre outros, os seguintes teores mximos na gasolina Tipo C (que agasolina disponvel ao consumidor final) comum: benzeno, 1,0%vol; hidrocarbonetos olefnicos,30%vol, e hidrocarbonetos aromticos, 45%vol.

    So apresentados, a seguir, os principais efeitos sade pblica e ao meioambiente dos solventes anteriormente citados, exceto para o reformado pesado, que uma

    corrente originada da reforma cataltica da nafta, processo pelo qual os compostos naftnicos sotransformados em produtos aromticos.

    2. BENZENO

    O benzeno um hidrocarboneto aromtico, de frmula C6H6, tambmchamado benzol, ciclohexatrieno, hidreto de fenila e nafta de carvo. usado em lubrificantes,peas automotivas, tintas seladoras e preparados de lavanderias.

    classificado como carcingeno, altamente inflamvel e txico. Pode

    acumular carga esttica por fluxo ou agitao. Os vapores so mais pesados do que o ar e podempropagar-se para longas distncias at fontes de ignio e inflamar-se. O lquido flutua na gua epode deslocar-se por grandes distncias e espalhar o fogo.

    Conforme o Sindipetro2, o benzeno uma das substncias qumicastxicas mais presentes nos processos industriais no mundo. a substncia mais cancergena,segundo a Agncia Internacional de Controle do Cncer (IARC).

    2.1. Efeitos sade

    De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico Benzeno da

    Petroqumica Unio S. A.3, a inalao do benzeno pode causar dor de cabea, nusea, vmito,tontura, narcose, sufocao, diminuio da presso sangunea e depresso do sistema nervosocentral. A inalao dos vapores pode causar severas irritaes ou queimadura do sistemarespiratrio, edema pulmonar ou inflamao do pulmo. A aspirao direta do lquido no pulmopode provocar edema e hemorragia local O lquido pode ser irritante para pele e olhos. O contatoprolongado com a pele pode resultar em dermatites. O contato com os olhos pode causar danotemporrio da crnea. A ingesto pode causar nusea, vmito, dor de cabea, tontura, irritaogastrointestinal, escurecimento da viso e diminuio da presso sangunea. A ingesto de 15 mlpode provocar colapso, bronquite, pneumonia e morte.

    2

    http://www.sindipetro.org.br/extra/cartilha-cut/07ar.htm3Petroqumica Unio S.A. Ficha de Segurana de Produto Qumico Benzeno.

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    2.1.1. Toxicidade aguda

    A intoxicao ocorre por meio da inalao de vapores, embora obenzeno seja absorvido tambm pela pele, contribuindo para a intoxicao. Localmente obenzeno tem efeito irritante forte, produzindo eritemas e em casos mais severos, edemas e bolhas.

    A exposio em alta concentrao, cerca de 3.000 ppm, resulta em intoxicao aguda,caracterizada pela ao narctica sobre o sistema nervoso central4. A ao anestsica consiste deum estgio preliminar de excitao, seguido de depresso e, se a exposio continuar, morte por

    colapso do sistema respiratrio.De acordo com a Agncia Ambiental Americana (Environmental Protection

    Agency EPA)5, a exposio de seres humanos ao benzeno apresenta como sintomasneurolgicos tontura, sonolncia, dor de cabea e perda da conscincia. A ingesto de grandesquantidades de benzeno por seres humanos pode resultar em vmito, tontura e convulses. Aexposio de seres humanos ao lquido e vapor pode irritar a pele, os olhos e o trato respiratriosuperior. A exposio cutnea pode causar vermelhido e bolhas.

    Estudos em animais sobre a exposio oral e por inalao mostramefeitos neurolgicos, imunolgicos e hematolgicos. Testes envolvendo exposio aguda de ratos,camundongos, coelhos e porcos-da-guin demonstraram que o benzeno tem baixa toxicidadeaguda por inalao, moderada toxicidade aguda da ingesto, e baixa a moderada toxicidade agudada exposio cutnea.

    Segundo a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul6, no soesperados efeitos por exposio a concentraes de at 25 ppm. Exposies a concentraesentre 50 e 150 ppm causam dor de cabea e cansao. Exposies a concentraes de 20.000 ppmdurante 5 a 10 minutos podem levar morte.

    2.1.2. Toxicidade crnica

    Na intoxicao por exposio crnica ao produto, ocorre principalmenteao sobre a medula ssea com repercusso no sangue perifrico, manifestada por quadros deanemia, leucopenia e plaquetopenia isolados ou em conjunto, podendo evoluir para um quadro deaplasia medular. carcinognico e genotxico, com comprovada associao com ocorrncia deleucemia, sendo a do tipo mielide aguda a mais comumente associada7.

    4Petroqumica Unio S. A. Idem5Environmental Protection Agency. http://www.epa.gov/ttn/atw/hlthef/benzene.html6 Copesul. Ficha de Segurana de produto Qumico Benzeno.

    http://www.copesul.com.br/site/negocios/petroquimicos/PDF/FISPQ_Benzeno.pdf7Petroqumica Unio S. A. Idem

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    O contato repetido ou prolongado com a pele causa vermelhido,ressecamento, rachaduras e dermatite devido ao desengorduramento da pele8.

    Conforme a EPA, a exposio crnica ao benzeno por inalao causavrias alteraes no sangue, incluindo reduo no nmero de clulas vermelhas e anemia aplstica.O benzeno afeta especificamente a medula ssea. Tambm podem desenvolver-se danos aosistema imunolgico, por alteraes nos nveis sanguneos de anticorpos e perda de leuccitos.Em animais, a inalao e a exposio oral crnica produz os mesmos efeitos que em sereshumanos. Em seres humanos, o benzeno causa tanto alteraes estruturais como numricas nos

    cromossomos.

    2.1.3. Efeitos reprodutivos

    Vrios estudos ocupacionais sugerem que o benzeno pode alterar afertilidade em mulheres expostas a altos nveis da substncia9. Entretanto, esses estudos solimitados devido falta de histrico de exposio, exposio simultnea a outras substncias efalta de acompanhamento. A avaliao de dados sobre os efeitos do benzeno no desenvolvimentode seres humanos so inconclusivos devido exposio concomitante a outras substncias,tamanho inadequado da amostra e falta de dados quantitativos. Foram observados efeitos

    adversos no desenvolvimento de fetos de animais prenhes expostos ao benzeno por inalao,incluindo peso baixo ao nascer, atraso na formao dos ossos e danos medula ssea.

    2.1.4. Riscos de cncer

    A EPA relata aumento da incidncia de leucemia em seres humanosexpostos ocupacionalmente ao benzeno e classifica a substncia como carcingeno humano.

    2.2. Efeitos ambientais

    Consoante a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Petroqumica

    Unio S.A., o benzeno, em certas concentraes na atmosfera, forma misturas explosivas etxicas, prejudicial vida aqutica e pode contaminar o lenol fretico. Outrossim, a queima doproduto em incndios pode produzir monxido de carbono, dixido de carbono, vapores doproduto no queimados e materiais particulados, alm de outros produtos perigosos, dependendoda temperatura atingida e de outros materiais ou produtos existentes no local onde a queimaestiver ocorrendo. As guas utilizadas para o resfriamento de equipamentos, as residuais decontrole do fogo e as guas de diluio podem causar poluio.

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    Copesul. Idem9EPA. Idem

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    De acordo com a Ficha de Informao de Segurana de ProdutoQumico da Copesul, o benzeno apresenta nvel de risco muito alto para sistemas aquticos.Possui mdia persistncia ambiental e tende a evaporar se a contaminao for superficial.

    Apresenta, ainda, as seguintes caractersticas em relao ao meio ambiente:

    - mobilidade: o potencial para mobilidade no solo muito alto;

    - degradabilidade: a degradao em condies atmosfricas ambientais esperada no perodo de dias a semanas; sujeito fotodegradao na gua, quando exposto

    diretamente luz solar; a meia-vida de fotlise na gua de aproximadamente 17 dias.- biodegradabilidade: a biodegradao sob condies aerbicas estticas

    em laboratrio alta.

    - bioacumulao: o potencial de bioconcentrao baixo.

    Em relao ecotoxicidade, o benzeno considerado como txico paraorganismos aquticos de forma aguda. O nvel de efeitos txicos em guas paradas extremamente alto e independente do nvel de turbulncia da gua. Em guas correntes, o nvelde efeitos txicos vai de muito alto a extremamente alto e independe do nvel de turbulncia dagua. Para manter a concentrao txica abaixo do valor limite estabelecido para sua classe, sero

    necessrios entre dez mil e dez milhes de metros cbicos de gua para cada quilograma desubstncia introduzida (valores tpicos aproximados).

    3. TOLUENO

    O tolueno um hidrocarboneto aromtico, tambm conhecido comotoluol, metilbenzeno, metilbenzol, fenilmetano, e tem frmula molecular C6H5CH3. empregadoem produtos de consumo ou materiais de construo, como filmes adesivos, tintas spray,produtos de limpeza e polimento automotivo, compensados, produtos para dar acabamento emcouros e mveis, impermeabilizantes, solventes e vrias tintas e materiais artsticos.

    classificado como altamente inflamvel e txico.

    3.1. Efeitos sade

    A substncia nociva por inalao, ingesto e em contato com a pele10. depressor do sistema nervoso central e extremamente irritante para a pele, olhos e mucosas. Aingesto e inalao dos vapores pode causar dor de cabea, nuseas, tonteira, sonolncia econfuso.

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    Copesul. Ficha de Segurana de Produto Qumico Tolueno -http://www.copesul.com.br/site/produtos/index.htm

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    De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico daPetroqumica Unio S. A.11, a inalao do tolueno pode causar irritao do trato respiratriosuperior, irritao e dificuldade respiratria, tonturas, dores de cabea, fadiga, perda deconscincia, modificao no tempo de reao na coordenao motora, distrbios decomportamento, anorexia reversvel e linfocitose. A aspirao do produto nos pulmes podeproduzir pneumonia qumica, que pode ser fatal, edema pulmonar e hemorragia. A ingesto podecausar espasmos abdominais e outros sintomas anlogos superexposio por inalao. Ocontato com a pele causa irritao, sendo que o contato repetido ou prolongado tem uma ao

    eliminadora da gordura cutnea, causando ressecamento, vermelhido e dermatite. Tambm podeser absorvido atravs da pele. As pessoas com desordens cutneas j existentes ou funoheptica ou renal deteriorada, podem ser mais susceptveis aos efeitos desta substncia. O contatocom os olhos causa severa irritao ocular com vermelhido e dor e queimadura da crnea se nofor lavado imediatamente. As altas concentraes tm um efeito narctico e concentraes muitoaltas podem produzir inconscincia e morte. O consumo de bebidas alcolicas aumenta os efeitostxicos da substncia.

    Conforme a Petrobras Distribuidora, o Tolueno BR um solvente dealta pureza aromtica, cujo ponto de fulgor de aproximadamente 6C. Seu manuseio requercuidados que se aplicam a todos os solventes petroqumicos. O produto deve ser mantido longe

    de fontes de ignio. classificado como substncia que altera o comportamento (pode causardependncia qumica). Deve-se evitar inalao de seus vapores e um contato prolongado dolquido com a pele. Recomenda-se no ultrapassar o limite de tolerncia de 100 ppm.

    3.1.1. Toxicidade aguda

    De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul12,a exposio por ingesto e inalao, mesmo por curtos perodos, pode causar depresso dosistema nervoso central, com tontura, sonolncia, dor de cabea, nuseas, perda de coordenao,confuso e inconscincia. Os vapores do produto em altas concentraes podem ser destrutivos

    para o sistema respiratrio superior, a pele e os olhos.A exposio ao tolueno pode ocorrer por inalao do ar ambiente ou

    interior13. O Sistema Nervoso Central (SNC) o rgo alvo primrio para a toxicidade tanto emseres humanos como em animais, por exposio aguda ou crnica. Disfuno do SNC e narcosetm sido frequentemente observadas em seres humanos expostos ao tolueno por inalao; ossintomas incluem fadiga, sonolncia, dor de cabea e nuseas. Depresso do SNC e morte podemocorrer em nveis maiores de exposio. Tambm tem sido registrada arritmia cardaca em seres

    11Petroqumica Unio S.A. Ficha de Segurana de Produto Qumico Tolueno.12

    Copesul13EPA. http://www.epa.gov/ttn/atw/hlthef/toluene.html

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    humanos expostos ao tolueno. A ingesto de tolueno leva uma pessoa morte por severadepresso do SNC. A constrio e a necrose de fibras do miocrdio, inchao do fgado, congestoe hemorragia dos pulmes e necrose tubular dos rins tambm foram registrados. A exposioaguda de animais ao tolueno afeta o SNC assim como reduz a resistncia infeo respiratria.

    Testes em ratos e camundongos demonstraram que o tolueno tem baixa toxicidade por inalaoou exposio oral.

    3.1.2. Toxicidade crnica

    Os relatrios de envenenamento crnico descrevem anemia, diminuiodas clulas sanguneas e hipoplasia da medula ssea14. Pode ocorrer dano heptico e renal. Podecausar irritao do aparelho respiratrio, mucosa e garganta. Pode ser prejudicial sade porinalao, ingesto ou absoro pela pele. A exposio ao tolueno pode afetar feto emdesenvolvimento.

    Na Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul15, consta que ocontato prolongado e repetido pode causar alteraes na viso. possivelmente prejudicial fertilidade (aborto) e teratognico. Experimentos em laboratrio (testes com animais) resultaramem desenvolvimento de leses inflamatrias e lcera no pnis, prepcio e bolsa escrotal.

    De acordo com a EPA16, pode ocorrer depresso do SNC em pessoascronicamente expostas a altos nveis de tolueno. Os sintomas incluem sonolncia, ataxia,tremores, atrofia cerebral, nistagmo (movimento involuntrio dos olhos) e distrbios da fala,

    viso e audio. Efeitos neurocomportamentais tm sido observados em trabalhadores expostosocupacionalmente. A exposio crnica de seres humanos ao tolueno, por inalao, tambmcausa irritao do trato respiratrio superior e dos olhos e inflamao da garganta, tontura e doresde cabea. Efeitos no SNC tambm foram observados em estudos em animais cronicamenteexpostos por inalao. Inflamao e degenerao do epitlio respiratrio e nasal e lesespulmonares foram observadas em ratos e camundongos cronicamente expostos a altos nveis detolueno por inalao. Efeitos moderados nos rins e fgado tm sido registrados em pessoascronicamente expostas ao vapor de tolueno. Entretanto, estes estudos so confusos por provvelexposio a solventes mltiplos. Efeitos adversos no fgado, nos rins e pulmes e perda deaudio de alta freqncia tm sido reportados em alguns estudos de inalao crnica emroedores.

    14Petroqumica Unio S.A.. Idem15

    Copesul. Idem16EPA. Idem

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    3.1.3. Efeitos reprodutivos

    Estudos humanos tm reportado o desenvolvimento de efeitos comodisfuno do SNC, deficincia de ateno e anomalias menores crnio-faciais e dos membros,assim como atraso no desenvolvimento em crianas de mulheres grvidas expostas ao tolueno oumistura de solventes por inalao abusiva17. Retardamento do crescimento e dismorfismo foramregistrados em crianas de outro estudo. Entretanto, estes estudos foram confusos por exposioa mltiplas substncias qumicas. Crianas nascidas de usurios abusivos de tolueno exibiram

    acidose tubular renal. Efeitos reprodutivos, incluindo associao entre exposio ao tolueno eaumento da incidncia de aborto expontneo tambm foram notados. Entretanto, estes estudosno so conclusivos devido a muitas variveis. Vrios estudos de inalao mostraram que otolueno um txico desenvolvimental, mas no um txico reprodutivo.

    3.1.4. Riscos de cncer

    Em dois estudos epidemiolgicos no foi detectado aumentoestatisticamente significante de risco de cncer devido exposio ao tolueno por inalao18.Entretanto, esses estudos foram limitados, devido ao tamanho da amostra e falta de dadoshistricos de monitoramento. A exposio crnica de ratos no produziu um aumento na

    incidncia de leses neoplsicas. A EPA apresenta o tolueno como no classificvel comocarcingeno ao homem.

    3.2. Efeitos ambientais

    Consoante a Ficha de Segurana de Produto Qumico da PetroqumicaUnio S.A.19, o tolueno, em certas concentraes na atmosfera, forma misturas explosivas etxicas, prejudicial vida aqutica, e pode contaminar o lenol fretico. O tolueno facilmentedecomposto por microorganismos no solo. No ar, a substncia combina-se com o oxignioformando benzaldeido e cresol, que pode ser prejudicial sade das pessoas.

    De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul 20,o tolueno apresenta nvel de risco mdio para sistemas aquticos. um lquido inflamvel e podeacumular carga esttica por fluxo ou agitao. Os vapores so mais pesados que o ar e podempropagar-se para longas distncias at fontes de ignio e inflamar-se. Forma misturas explosivascom o ar acima de 4 C. um produto voltil, apresenta mobilidade moderada no solo. Quanto

    17EPA. Idem.18Idem19Petroqumica Unio S.A. Ficha de Segurana de Produto Qumico Tolueno.20

    Copesul . Ficha de Ficha de Segurana de Produto Qumico Tolueno.http://www.copesul.com.br/site/produtos/index.htm

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    degradabilidade, a hidrlise e fotlise direta no solo no so significativas; um produtobiodegradvel.

    4. XILENO

    O xileno o nome comum ou genrico de um composto formado quasetotalmente de hidrocarbonetos aromticos, com faixa de destilao compreendida entre 137 e140,2C, em essncia, os ismeros para-xileno, orto-xileno, meta-xileno e ainda pequena

    quantidade de etilbenzeno. A frmula C6H4(CH3)2, e tambm conhecido pelos nomes xilenos,xilol, misturas de orto, meta e para xilenos, xilenos mistos e dimetilbenzeno. Segundo a EPA 21, oxileno comercial ou misto contm cerca de 40-65% de m-xileno e at 20% de cada um dos outrosismeros (o-xileno ep-xileno) e etilbenzeno.

    Esse produto largamente utilizado pelas indstrias de tintas e vernizes.Possui grande utilizao como solvente para resinas acrlicas. Dissolve a dibenzil celulose, o leode mamona, leo de linhaa e borracha. utilizado ainda nas formulaes de tintas de impressoe tintas txteis. Pela grande capacidade de dissolver altas concentraes de princpios ativos e suaalta volatilidade, o xileno muito utilizado nas formulaes de pesticidas.

    classificado como altamente inflamvel e txico.

    4.1. Efeitos sade

    A substncia nociva por inalao, ingesto e em contato com a pele22. irritante para a pele, olhos, mucosas e sistema respiratrio superior. A ingesto e a inalao dos

    vapores pode causar dor de cabea, nuseas, tonteira, sonolncia e confuso.

    De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico daPetroqumica Unio S.A.23, a inalao dos vapores pode irritar o nariz e a garganta. A inalao dealtas concentraes pode causar nuseas, vmitos, dor de cabea, tontura e severas dificuldades

    respiratrias. Altas concentraes do vapor tm efeitos anestsicos e depressores do sistemanervoso central. Quantidades insignificantes aspiradas para os pulmes, podem produzirpneumonia hemorrgica severa, com dano pulmonar ou morte. A ingesto causa sensao dequeima na boca e estmago, nuseas, vmitos e salivao. Em contato com a pele, o produto atuacomo desengraxante e produz com freqncia, uma dermatite caracterstica. Pode ser absorvidopela pele. Os vapores causam irritao ocular. O produto em contato com os olhos, causa severairritao, possveis queimaduras nas crneas e dano ocular.

    21EPA. http://www.epa.gov/ttn/atw/hlthef/xylenes.html22

    Copesul. Ficha de Segurana de Produto Qumico Xileno23Petroqumica Unio S.A. Ficha de Segurana de Produto Qumico Xileno.

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    Conforme a Petrobras Distribuidora, o Xileno BR um solventeessencialmente aromtico, cujo ponto de fulgor mdio de aproximadamente 27 C. Atemperaturas superiores ao ponto de fulgor, os vapores liberados podem formar com o ar umamistura inflamvel. O seu manuseio requer os cuidados que se aplicam a todos os solventespetroqumicos. Deve-se evitar inalao, ingesto ou contato com a pele. classificado como umproduto que altera o comportamento. Recomenda-se no ultrapassar o limite de tolerncia de 100ppm.

    4.1.1. Toxicidade agudaDe acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul1, a

    exposio por ingesto e inalao, mesmo por curtos perodos, pode causar depresso do sistemanervoso central com tontura, sonolncia, perda de apetite, dor de cabea, nuseas, perda deoordenao, confuso e inconscincia. irritante para o aparelho respiratrio e para a pele, ealtamente irritante para os olhos. Pode causar irritao da conjuntiva.

    Estudos realizados em seres humanos e em animais mostram que todosos ismeros do xileno ou misturas de xilenos produzem efeitos similares, embora ismerosespecficos no sejam igualmente potentes na produo dos efeitos.24A exposio aguda de seres

    humanos ao xileno, por inalao, tem sido associada com: dispnia e irritao do nariz e garganta;efeitos gastrointestinais tais como nusea, vmitos e desconforto gstrico; irritao dos olhos; eefeitos neurolgicos tais como deficincia da memria de curto prazo, deficincia no tempo dereao, reduo no desempenho em habilidade numrica e alteraes no equilbrio e balano docorpo. A exposio aguda de seres humanos por via cutnea resulta em irritao da pele e secura edescamao da pele. A exposio aguda a uma mistura de tolueno e xilenos, por inalao, resultouem toxicidade respiratria e neurolgica em seres humanos e animais maior que a simples adio.Estudos de exposio aguda em animais a misturas de xilenos, por inalao, registraram efeitosrespiratrios, cardiovasculares, ao SNC, fgado e rins. Testes de exposio aguda de ratos ecamundongos a misturas de xilenos mostraram de baixa a moderada toxicidade por inalao e

    moderada toxicidade por via oral.

    4.1.2. Toxicidade crnica

    Em seres humanos expostos a concentraes elevadas pode ocorrertontura, excitao, sonolncia e falta de coordenao psicomotora.25 A inalao crnica podecausar dor de cabea, perda de apetite, nervosismo e palidez cutnea. O contato repetido ouprolongado com a pele pode causar dermatite. A exposio repetida dos olhos ao vapor altamenteconcentrado pode causar danos oculares reversveis. A exposio repetida pode prejudicar a

    24

    EPA. http://www.epa.gov/ttn/atw/hlthef/xylenes.html25Petroqumica Unio S.A.

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    medula ssea, produzindo baixas contagens de clulas sanguneas, e causar danos ao fgado e aosrins. As pessoas com desordens cutneas pr-existentes, problemas oculares, ou funo heptica,renal, sangunea ou respiratria deteriorada, podem ser mais suscetveis aos efeitos destasubstncia.

    De acordo com a EPA26, a exposio crnica de seres humanos aoxileno resulta primariamente em efeitos no sistema nervoso central (SNC), tais como dor decabea, tontura, fadiga, tremores, descordenao, ansiedade, deficincia da memria de curtoprazo e dificuldade de concentrao. Efeitos respiratrios, tais como respirao ofegante e

    deficincia da funo pulmonar, cardiovasculares, incluindo dor severa no peito,eletrocardiograma anormal, e renais tambm foram registrados. Misturas de xilenos no foramextensivamente testadas para efeitos crnicos, embora estudos em animais mostrem efeitos nofgado e SNC por inalao e exposio oral, e efeitos nos rins por exposio oral.

    4.1.3. Efeitos reprodutivos

    Vrios estudos em seres humanos examinaram efeitos na exposioprolongada a solventes orgnicos (incluindo misturas de xilenos). Foi registrado um aumentopotencial de abortos expontneos de esposas de homens ocupacionalmente expostos. Entretanto,

    nenhuma concluso pode ser tirada desses estudos porque envolveram exposio concomitante emltiplas substncias qumicas27. Misturas de xilenos produzem efeitos no desenvolvimento,incluindo aumento na incidncia de alteraes esquelticas em fetos, atraso na ossificao,reabsoro fetal e reduo do peso fetal em animais, por exposio por inalao. Alguns estudostambm observaram toxicidade materna.

    De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul 28,experimentos com animais em laboratrio resultaram em efeitos mutagnicos teratognicos ereprodutivos.

    4.1.4. Riscos de cncer

    Nenhuma informao disponvel sobre efeitos carcingenos a sereshumanos de mistura de xilenos. Assim, a EPA apresenta o xileno como no classificvel comocarcingeno aos seres humanos. No foram registrados aumentos de tumores em ratos ecamundongos expostos a mistura de xilenos via gavage (colocao experimental da substnciadiretamente no estmago). Outros estudos em animais tm registrado resultados ambguos29.

    26EPA. http://www.epa.gov/ttn/atw/hlthef/xylenes.html27EPA. Idem28

    Copesul29EPA

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    4.2. Efeitos ambientais

    Consoante a Ficha de Segurana de Produto Qumico da PetroqumicaUnio S.A.30, o xileno, em determinadas concentraes na atmosfera, forma misturas explosivas etxicas, prejudicial vida aqutica, e pode contaminar o lenol fretico. Apresenta vida mdia naatmosfera de uma a dezoito horas. Em caso de derramamento no solo, espera-se que o produtose evapore em grau moderado, podendo, portanto, ocorrer percolao e contaminao de guassubterrneas. Provoca contaminao atmosfrica (liberao de gases txicosquando decomposto

    termicamente), de corpos de gua, do solo e do lenol fretico. As guas residuais de controle dofogo e as guas de diluio podem causar poluio. considerado muito txico para a vidaaqutica.

    De acordo com a Ficha de Segurana de Produto Qumico da Copesul 31,o xileno apresenta nvel de risco mdio para sistemas aquticos. um lquido inflamvel e podeacumular carga esttica por fluxo ou agitao. Os vapores so mais pesados que o ar e podempropagar-se para longas distncias at fontes de ignio e inflamar-se. um produto voltil,apresenta potencial muito alto para mobilidade no solo. Quanto degradabilidade, o produto foto e biodegradvel. Apresenta baixo potencial de bioconcentrao.

    5. CICLOHEXANO

    O ciclohexano um hidrocarboneto, de frmula molecular C6H12,tambm conhecido por hexahidrobenzeno, hexametileno e hexanafteno. utilizado comomatria-prima para a fabricao de nylon, de solventes para resinas e tintas.

    De acordo com a Ficha de Informao de Produto Qumico da Cetesb, irritante ao homem (olhos e mucosas) a 300 ppm. O vapor irritante para os olhos, nariz egarganta. Se inalado, causar tontura, nusea, vmito ou perda da conscincia. O lquido irritante para a pele e para os olhos. prejudicial se ingerido.

    Na Ficha de Informao de Segurana de Produto Qumico daBraskem32, o produto classificado como altamente inflamvel. Os vapores de ciclohexanoirritam o trato respiratrio, a pele e os olhos. A inalao excessiva dos vapores pode originardepresso no sistema nervoso central, assim como degenerao heptica e renal. O contatoprolongado e repetido com a pele pode causar irritao ou dermatites. Tem efeito narctico eirrita as membranas mucosas. Em relao aos efeitos ambientais, considera-se que o produto, embaixas concentraes, levemente txico vida aqutica e pode ser perigoso se atingir umreservatrio de gua. Quando liberado no solo, espera-se que a substncia seja biodegradada em

    30Petroqumica Unio S.A. Ficha de Segurana de Produto Qumico Xilenos31

    Copesul. Ficha de Segurana de Produto Qumico - Xilenos32Braskem IN: http://www.braskem.com.br/upload/FISPQ%20CICLOHEXANO.pdf

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    uma extenso moderada, lixivie para o lenol fretico e que haja rpida evaporao. Quandoliberado no ar, espera-se que exista uma imediata degradao por meio de reao fotoqumica,produzindo radicais de hidroxil. Tem uma meia-vida entre 1 a 10 dias.

    Conforme o Programa Internacional de Seguridad de lasSustancias Qumicas - Fichas Internacionales de Seguridad Qumica, a substncia irrita osolhos e o trato respiratrio. A ingesto do lquido pode levar sua aspirao pelos pulmes, comrisco de pneumonia qumica. O contato prolongado ou repetido com a pele pode produzirdermatite. A substncia nociva para os organismos aquticos.

    6. HEXANO

    O hexano um solvente aliftico, que apresenta hidrocarbonetosismeros com 6 tomos de carbono e obtido por destilao fracionada de fraes do petrleo,com faixa de destilao compreendida entre 62 a 74C. um lquido incolor, com odorcaracterstico e insolvel em gua.

    utilizado principalmente na extrao de leos e gorduras vegetais ouanimais. Alm desses usos, o produto tambm utilizado em outros segmentos industriais, tais

    como na indstria de adesivos, quando se necessita de elevada taxa de evaporao, e na indstriade borrachas leves, alm de outras aplicaes.

    De acordo com a Petrobras Distribuidora33, o hexano classificadocomo um produto que altera o comportamento. Deve-se evitar a inalao de seus vapores e umcontato prolongado com a pele e recomenda-se no ultrapassar o limite de tolerncia de 50ppm.

    Na pgina da Refinaria Alberto Pasqualini Refap34, encontra-se que oproduto altamente inflamvel e reage violentamente com materiais oxidantes. Em relao sade, narctico e irritante, podendo causar queimadura qumica em contato prolongado. O

    produto considerado poluente hdrico, podendo transmitir qualidades indesejveis gua, comprejuzo de seu uso, pode afetar o solo e, por percolao, degradar a qualidade da gua do lenolfretico. Tambm seus vapores so prejudiciais ao meio ambiente.

    Para a EPA, a exposio aguda de seres humanos por inalao, a altosnveis de hexano, causa efeitos moderados ao sistema nervoso central, incluindo tonturas,

    vertigens, nuseas e dor de cabea. A exposio aguda a vapores de hexano pode causar dermatitee irritao dos olhos e garganta em seres humanos. Testes de exposio aguda de ratos ao hexanodemonstraram baixa toxicidade, tanto por inalao quanto por ingesto.

    33

    Petrobras Distribuidora. http://www.br.com.br/portalbr/pdf/especiais/hexano.pdf34Refinaria Alberto Pasqualini. http://www.refap.com.br/hexano.asp

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    A exposio crnica de seres humanos ao hexano no ar est associadacom polineuropatia, dormncia das extremidades, fraqueza muscular, escurecimento da viso, dorde cabea e fadiga. Tambm foram observados efeitos neurotxicos em ratos da exposiocrnica por inalao. Leses moderadas inflamatrias, erosivas e degenerativas no epitliorespiratrio da cavidade nasal foram observados em ratos expostos por inalao crnica. Lesespulmonares tambm foram observadas em coelhos expostos cronicamente.

    No h informao disponvel sobre efeitos do hexano na reproduo ouno desenvolvimento de seres humanos. Foram observados danos nos testculos de ratos expostos

    ao hexano por inalao. No foram observados efeitos teratognicos na prole de ratos expostosvia inalao em vrios estudos.

    No h informaes sobre efeitos carcinognicos do hexano em sereshumanos ou animais.

    7. NAFTA PETROQUMICA

    Na pgina da Refinaria Alberto Pasqualini Refap35, encontra-se que oproduto um lquido voltil, inflamvel e de odor caracterstico. uma mistura de

    hidrocarbonetos com variao na faixa de C4 a C12. A nafta utilizada como matria-prima paraas centrais petroqumicas. O produto capaz de detonao ou de reao explosiva em presenade fonte de ignio, ou se houver aquecimento deste, e sensvel a choques trmicos oumecnicos a temperatura e presses elevadas.

    Em relao sade, irritante para a pele, olhos e membranas mucosasdas vias respiratrias superiores, e ingressa no organismo atravs da inalao do vapor.

    um produto altamente txico vida aqutica, principalmente pelapresena de aromticos, podendo transmitir qualidades indesejveis gua, com prejuzo de seuuso. Pode afetar o solo e, por percolao, degradar a qualidade das guas do lenol fretico.

    Tambm seus vapores so prejudiciais ao meio ambiente.

    8. SOLVENTE DE BORRACHA - SB

    Na pgina da Refinaria Alberto Pasqualini Refap36, encontra-se que oproduto um solvente aliftico, apresentando hidrocarbonetos obtidos por destilao fracionadade fraes do petrleo, com faixa de destilao compreendida entre 52 a 128 C. um lquido

    35

    Refinaria Alberto Pasqualini. http://www.refap.com.br/nafta.asp36Refinaria Alberto Pasqualini. http://www.refap.com.br/solvente.asp

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    incolor, com odor caracterstico, e insolvel em gua. altamente inflamvel e reageviolentamente com materiais oxidantes.

    Em relao sade, narctico e irritante, podendo causar queimaduraqumica em contato prolongado.

    Assim como a maioria dos hidrocarbonetos, sua presena pode transmitirqualidades indesejveis gua, afetando o seu uso. Pode afetar o solo e, por percolao, degradara qualidade das guas do lenol fretico. Tambm seus vapores so prejudiciais ao meio ambiente.

    9. ALCANOS

    Os alcanos so hidrocarbonetos alifticos, caracterizados por cadeiasabertas de carbonos com uma ligao simples entre carbonos adjacentes. Os alcanos geralmenteno preocupam no que concerne aos aspectos toxicolgicos37. Alm do perigo de fogo eexploso, as principais preocupaes parecem ser os efeitos potenciais ao SNC e ainda por seremasfixiantes ou irritantes.

    Em seres humanos, a inalao de altas concentraes de alcanos poderesultar em efeitos anestsicos ou narcose. Os alcanos so depressores do SNC. Alguns alcanos,incluindo os mais comuns como o propano e o butano, so asfixiantes. Em mamferos, osalcanos podem solubilizar gorduras ou membranas mucosas e podem penetrar nas fibras nervosasde mielina. Entretanto, alcanos de alto peso molecular so considerados virtualmente no txicos.O hexano (ver item especfico) parece ser o mais txico dos alcanos. Os estudos atuais indicamque nenhum dos alcanos possui propriedades carcingenas, teratognicas ou mutagnicas (o queno pode ser dito dos alcanos clorinados e halogenados). A persistncia no meio ambiente baixa. Os alcanos degradam-se mais rapidamente que outros hidrocarbonetos.

    Conforme a EPA, nos alcanos com oito carbonos ou menos, a toxicidade inversamente proporcional ao peso molecular.

    10. CONCLUSES

    A anlise das informaes relativas toxicidade de cada uma dassubstncias adicionadas irregularmente gasolina leva a concluir que tal adulterao produzefeitos prejudiciais ao meio ambiente e sade pblica, uma vez que todas as substncias citadasso txicas, em maior ou menor grau. Uma delas, o benzeno, considerada, inclusive, uma dasmais txicas de todas as utilizadas nos processos industriais. A adulterao, com certeza, levar extrapolao dos teores mximos que a gasolina deveria conter de benzeno, dos hidrocarbonetos

    37www.nature.nps.gov/hazardssafety/toxic/alkanes.pdf

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    aromticos em geral e dos hidrocarbonetos olefnicos. No possvel, todavia, quantificar essesefeitos, uma vez que no h informaes das propores de cada um dos solventes utilizados naadulterao.

    Os problemas imediatos esto relacionados com a maior exposio dostrabalhadores de postos de venda de combustvel, assim como dos consumidores durante oabastecimento dos veculos, a uma concentrao maior de susbtncias txicas, sem contar aexposio dos trabalhadores envolvidos no prprio processo de adulterao da gasolina.

    Mais difcil de avaliar o aumento da emisso de diferentes poluentesatmosfricos, pela combusto do combustvel adulterado, e os poluentes secundrios originadospela reao qumica dos primeiros com componentes naturais da atmosfera, como por exemplooznio, uma substncia altamente prejudicial ao meio ambiente e sade humana.

    2005_7204_Jos Carlos Aleluia_039

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    ESPECIFICAOGasolina Comum Gasolina Premium

    MTODOCARACTERSTICA UNIDADE

    Tipo A Tipo C Tipo A Tipo C ABNT ASTMBenzeno, mx. (14) %vol 1,2 1,0 1,9 1,5 D 3606

    D 5443D 6277

    Chumbo, mx. (5) g/L 0,005 0,005 0,005 0,005 D 3237

    Aditivos (15)

    Hidrocarbonetos: (14)(16)

    %vol MB 424 D 1319

    Aromticos, mx. (17) 57 45 57 45Olefnicos, mx. (17) 38 30 38 30

    (1) De incolor a amarelada, isenta de corante.(2) De incolor a amarelada se isenta de corante cuja utilizao permitida no teor mximo de 50ppm com exceo dacor azul, restrita gasolina de aviao(3) A visualizao ser realizada em proveta de vidro, conforme a utilizada no Mtodo NBR 7148 ou ASTM D 1298.(4) Lmpido e isento de impurezas.(5) Proibida a adio. Deve ser medido quando houver dvida quanto ocorrncia de contaminao.(6) O AEAC a ser misturado s gasolinas automotivas para produo da gasolina C dever estar em conformidade

    com o teor e a especificao estabelecidos pela legislao em vigor.(7) No intuito de coibir eventual presena de contaminantes o valor da temperatura para 90% de produto evaporadono poder ser inferior 155 C para gasolina A e 145C para gasolina C.(8) A Refinaria, a Central de Matrias-Primas Petroqumicas, o Importador e o Formulador devero reportar o valordas octanagem MON e do IAD da mistura de gasolina A, de sua produo ou importada, com AEAC no teormnimo estabelecido pela legislao em vigor.(9) Fica permitida a comercializao de gasolina automotiva com MON igual ou superior a 80 at 30/06/2002.(10) ndice antidetonante a mdia aritmtica dos valores das octanagens determinadas pelos mtodos MON eRON.(11) Para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran, So Paulo, Rio de Janeiro, Esprito Santo, MinasGerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois e Tocantins, bem como para o Distrito Federal, admite-se, nosmeses de abril a novembro, um acrscimo de 7,0kPa ao valor mximo especificado para a Presso de Vapor.(12) A Refinaria, a Central de Matrias-Primas Petroqumicas, o Importador e o Formulador devero reportar o valor

    do Perodo de Induo da mistura de gasolina A, de sua produo ou importada, com AEAC no teor mximoestabelecido pela legislao em vigor.(13) O ensaio do Perodo de Induo s deve interrompido aps 720 minutos, quando aplicvel, em pelo menos 20%das bateladas comercializadas. Neste caso, e se interrompido antes do final, dever ser reportado o valor de 720minutos.(14) Os teores mximos de Enxofre, Benzeno, Hidrocarbonetos Aromticos e Hidrocarbonetos Olefnicospermitidos para a gasolina A referem-se quela que transformar-se- em gasolina C atravs da adio de 22%1% delcool. No caso de alterao legal do teor de lcool na gasolina os teores mximos permitidos para os componentesacima referidos sero automaticamente corrigidos proporcionalmente ao novo teor de lcool regulamentado.(15) Utilizao permitida conforme legislao em vigor, sendo proibidos os aditivos a base de metais pesados.(16) Fica permitida alternativamente a determinao dos hidrocarbonetos aromticos e olefnicos por cromatografiagasosa. Em caso de desacordo entre resultados prevalecero os valores determinados pelos ensaios MB424 e D1319.(17) At 30/06/2002 os teores de Hidrocarbonetos Aromticos e Olefnicos podem ser apenas informados.

    2005_7204