Igrejas do Novo Testamento, por Arthur Walkington Pink

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IGREJAS DO NOVO TESTAMENTO

A. W. Pink

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Traduzido dos originais em Inglês

Churches of God

&

Does First Corinthians 12 Mean The Universal Church or A Local New Testament Church?

By A. W. Pink

Via: PBMinistries.org

(Providence Baptist Ministries)

Tradução e Capa por William Teixeira

Revisão por Camila Almeida

1ª Edição: Março de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida

permissão do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons

AttributionNonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

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Igrejas De Deus

Por A. W. Pink

[Estudos nas Escrituras (Studies in the Scriptures), Dezembro 1927, pp 277-281]

“Porque vós, irmãos, tornaram-se seguidores das igrejas de Deus que na

Judéia estão em Cristo Jesus, porquanto também padecestes de vossos próprios

concidadãos o mesmo que eles têm dos judeus.” (1 Tessalonicenses 2:14)

A ignorância que prevalece no Cristianismo hoje acerca da verdade sobre as Igrejas de

Deus é o mais profundo e mais geral erro sobre qualquer outro assunto bíblico. Muitos dos

que são bastante coerentes evangelicamente e são bem ensinados sobre o que chamamos

de os grandes fundamentos da fé, são bastante errôneos eclesiasticamente. Observe a

terrível confusão que abunda a respeito do termo em si. Existem poucas palavras no idioma

Português com uma maior variedade de significados do que “igreja”. O homem na rua en-

tende por “igreja” o edifício em que as pessoas se reúnem para o culto público. Aqueles

que conhecem melhor, aplicam o termo para os membros em comunhão espiritual que se

reúnem naquele edifício. Outros usam este termo de uma forma confessional e falam da

“Igreja Metodista” ou “Igreja Presbiteriana”. Também é empregada a nível nacional da insti-

tuição estatal-religiosa como “a Igreja da Inglaterra” ou “a Igreja da Escócia”. Para os pa-

pistas a palavra “igreja” é praticamente sinônimo de “salvação”, pois eles são ensinados

que todos os que estão fora da “Santa Madre Igreja” estão eternamente perdidos.

Muitos daqueles que pertencem ao próprio povo do Senhor parecem ser estranhamente

indiferentes sobre a mente de Deus no que concerne a este assunto. Alguém de cujos ensi-

namentos sobre a igreja nós diferimos muito, tem dito bem: “Triste é ouvir os homens dedi-

cados no Evangelho, claros expositores da Palavra de Deus, que nos dizem que eles não

se preocupam sobre a doutrina da Igreja; que a salvação é o tema de suma importância; e

o estabelecimento de Cristãos nos fundamentos é tudo o que é necessário. Vemos homens

dando capítulo e versículo para cada declaração, e permanecendo sobre a autoridade infalí-

vel da Palavra de Deus, silenciosamente fechando os olhos para os seus ensinamentos so-

bre a Igreja, provavelmente relacionado com aquilo a que eles não podem reivindicar ne-

nhuma autoridade provinda das Escrituras, e, aparentemente se satisfazem em levar outros

para a mesma relação”.

O que constitui uma igreja do Novo Testamento? Que as multidões de Cristãos professos

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tratam esta questão como algo de menor importância, está bem claro. Suas ações mostram

isso. Eles empregam pouca ou nenhuma diligência em descobrir isto. Alguns se contentam

em ficar de fora de qualquer igreja terrena. Outros se unem a alguma igreja por considera-

ções sentimentais, porque seus pais ou cônjuge pertenciam a ela. Outros se unem a uma

igreja por motivos mais baixos ainda, como considerações comerciais ou políticas. Mas isso

não deveria ser assim. Se o leitor é um Anglicano, deve sê-lo porque ele está totalmente

convencido de que a sua é a igreja mais bíblica. Se ele é um Presbiteriano, ele deve ser

assim, a partir de sua convicção de que sua “igreja” está mais de acordo com a Palavra de

Deus; da mesma forma se ele é um Batista, Metodista e etc.

Há muitos outros que têm pouca esperança de chegar a uma resposta satisfatória à per-

gunta: O que constitui uma igreja do Novo Testamento? A terrível confusão que agora pre-

valece na Cristandade, as numerosas seitas e as denominações diferem tão amplamente

tanto em relação à doutrina e à igreja, quanto em relação à ordem e ao governo, os têm

desencorajado. Eles não têm tempo para examinar cuidadosamente as reivindicações das

várias denominações que se opõem. A maioria dos Cristãos são pessoas ocupadas que

têm de trabalhar para ganhar a vida, e, portanto, eles não têm tempo livre necessário para

investigar adequadamente os méritos escriturísticos dos diferentes sistemas eclesiásticos.

Consequentemente, eles descartam o assunto de suas mentes como sendo algo muito difí-

cil e complexo para que eles tenham a esperança de chegar a uma solução satisfatória e

conclusiva. Mas isso não deveria ser assim. Em vez dessas diferenças de opinião nos desa-

nimarem, deveriam estimular em nós um maior esforço para chegarmos à mente de Deus.

É-nos dito para “comprar a verdade” [Provérbios 23:23], o que implica que são necessários

esforço e sacrifício pessoal. Somos ordenados a “examinar todas as coisas” [1 Tessaloni-

censes 5:21].

Ora, deve ser óbvio para todos que deve haver um caminho mais excelente do que exami-

nar os credos e artigos de fé de todas as denominações. O único método sábio e satisfatório

para descobrir a resposta Divina à nossa pergunta, a saber, “o que constitui uma igreja do

Novo Testamento?”, é nos voltando para o próprio Novo Testamento e estudando cuidado-

samente os seus ensinamentos sobre a “igreja”. Não o ponto de vista de algum homem

piedoso; não aceitando o credo da igreja a qual os meus pais pertenciam; mas “examinando

todas as coisas” por mim mesmo! O povo de Deus não tem o direito de organizar uma igreja

seguindo padrões diferentes daqueles que governaram as igrejas na época do Novo Testa-

mento. Uma instituição cujos ensinamentos ou governo são contrários ao Novo Testamento

não é, certamente, uma “igreja” do Novo Testamento.

Agora, se Deus considerou de suficiente importância deixar registrado nas páginas da Re-

velação Inspirada o que a igreja do Novo Testamento é, então certamente deve ser suficien-

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temente importante para cada homem ou mulher redimidos estudar esse registro, e não

somente isso, mas se submeterem à sua autoridade e conformarem a sua conduta ao mes-

mo. Devemos, portanto, apelar para o Novo Testamento somente e buscar a resposta de

Deus para a nossa pergunta.

1. Uma igreja do Novo Testamento é um corpo local de crentes. Muita confusão foi

causada pelo emprego de adjetivos que não são encontrados no N. T. Se fosse perguntado

a alguns Cristãos: “a que igreja vocês pertencem?”, eles responderiam: “Á grande igreja

invisível de Cristo, uma igreja que é tão intangível como é invisível”. Quantos recitam o

chamado Credo dos Apóstolos: “Creio na santa Igreja católica”, o que certamente não era

um artigo no “credo” dos Apóstolos. Outros falam de “Igreja militante” e “Igreja triunfante”,

todavia estes termos também não são encontrados nas Escrituras, e empregá-los somente

cria dificuldade e confusão. No momento em que deixamos de “conservar o modelo das sãs

palavras” (2 Timóteo 1:13) e empregar termos que não estão na Bíblia, só obscurecemos

a nós mesmos e aos outros. Não podemos aperfeiçoar a linguagem do Santo Escrito. Não

há necessidade de inventar termos extras; e fazê-lo é pôr em questão o vocabulário do

Espírito Santo. Quando as pessoas falam de “a Igreja universal de Cristo” elas empregam

outra expressão não-bíblica e anti-Escriturística. O que eles realmente querem dizer é “a

família de Deus”. Esta última denominação inclui toda a companhia dos eleitos de Deus;

mas a “Igreja” não faz isso.

Agora, o tipo de igreja que é enfatizado no Novo Testamento não é nem invisível nem uni-

versal, mas, antes, visível e local. A palavra grega para “igreja” é ekklesia e os que conhe-

cem algo desta Língua concordam que a palavra significa “uma assembleia”. Agora, uma

“assembleia” é uma companhia de pessoas que realmente se reúnem. Se eles nunca “se

reúnem”, então fazemos mau uso da linguagem ao chamá-los de “uma assembleia”. Por-

tanto, como todo o povo de Deus nunca esteve ainda completamente reunido, não há hoje

nenhuma “Igreja Universal” ou “Assembleia Universal”. Essa “Igreja” é ainda futura; porém

ainda não possui existência concreta ou corporativa.

Para provar o que foi dito acima, examinemos as passagens onde o termo foi usado pelo

próprio nosso Senhor durante os dias de Sua carne. Somente duas vezes nos quatro

Evangelhos encontramos Cristo falando da “igreja”. A primeira é em Mateus 16:18, quando

Ele disse a Pedro: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não

prevalecerão contra ela”. A que tipo de “igreja” estava o Salvador aqui se referindo? A gran-

de maioria dos Cristãos entende esta passagem como se Ele estivesse se referindo à gran-

de Igreja invisível, mística e universal, que inclui todos os redimidos. Mas seguramente eles

estão errados. Se houvesse sido esse o seu significado Ele teria necessariamente que di-

zer: “Sobre esta pedra estou construindo a minha igreja”. Em vez disso, Ele usou o tempo

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futuro: “Sobre esta pedra edificarei”, o que mostra claramente que no momento em que ele

falou, sua “igreja” não possuía existência, salvo no propósito de Deus. A “igreja” a que se

referiu Cristo em Mateus 16:18 não podia ser universal, ou seja, uma igreja que inclui todos

os santos de Deus, pois o tempo do verbo usado por Ele na ocasião claramente exclui os

santos do Antigo Testamento! Assim, a primeira vez que a palavra “igreja” ocorre no N. T.

não faz nenhuma referência a algo geral ou universal. Além disso, nosso Senhor não pode-

ria estar se referindo à Igreja na glória, pois ali não haverá nenhum perigo oferecido pelas

“as portas do inferno”! Sua declaração de que, “as portas do inferno não prevalecerão

contra ela”, deixa claro acima de qualquer dúvida que Cristo estava se referindo a Sua Igreja

sobre a terra, e, portanto, a uma igreja visível e local.

O outro único registro que temos de nosso Senhor falando sobre a “igreja”, enquanto Ele

estava na terra, é encontrado em Mateus 18:17: “E, se não as escutar, dize-o à igreja; e,

se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano”. Agora, o único

tipo de “igreja” para a qual um irmão poderia confessar sua “culpa” é uma visível e local.

Tão óbvio é isto que não há necessidade me estender ainda mais sobre este ponto.

No último livro do Novo Testamento, encontramos nosso Salvador novamente usando esse

termo. Primeiro em Apocalipse 1:11 Ele diz a João: “o que vês, escreve-o num livro, e envia-

o às sete igrejas que estão na Ásia”. Aqui, novamente, fica claro que o Senhor estava falan-

do de igrejas locais. Em seguida, encontramos a palavra “igreja” em seus lábios mais deze-

nove vezes no Apocalipse, e em cada passagem a referência é feita a igrejas locais. Sete

vezes Ele diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”, e não, “o que o

Espírito diz à Igreja”, que é o que teria sido dito se a visão popular fosse correta. A última

referência está em Apocalipse 22:16: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas

coisas nas igrejas”. A razão para isso é que a Igreja de Cristo não possui ainda existência

tangível e corporal, nem na glória nem sobre a terra; tudo o que Ele tem agora aqui são

Suas “igrejas” locais.

Mais uma prova de que o tipo de “igreja” que é enfatizado no Novo Testamento é um tipo

local e visível apelamos para outros fatos da Escritura. Lemos sobre “A igreja que estava

em Jerusalém” (Atos 8:1). “A igreja que estava em Antioquia” (Atos 13:1), “A igreja de Deus

que está em Corinto” (1 Coríntios 1:2). Observe cuidadosamente que, apesar destas igrejas

estarem ligadas ente si, ainda assim são definitivamente distintas de “todos os que em todo

o lugar invocam o nome de nosso Senhor”! [1 Coríntios 1:2], Mais uma vez; lemos de “igre-

jas”, no plural: “Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria” (Atos 9:31),

“As igrejas de Cristo vos saúdam” (Romanos 16:16), “às igrejas da Galácia” (Gálatas 1:2).

Assim, vê-se que o que foi proeminente e dominante nos tempos do Novo Testamento fo-

ram as igrejas locais e visíveis.

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2. Uma igreja do Novo Testamento é um corpo local de crentes batizados. Por “crentes

batizados” queremos dizer Cristãos que foram imersos em água. Ao longo do N. T., não há

um único caso registrado de alguém que se tornou um membro de uma igreja de Jesus

Cristo sem primeiro ter sido batizado; mas há muitos casos que apontam para isso, muitos

indícios e provas de que aqueles que pertenciam às igrejas nos dias dos apóstolos foram

Cristãos batizados.

Voltemo-nos primeiro à última cláusula de Atos 2:47: “E todos os dias acrescentava o

Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. Outra versão diz corretamente: “aquele

que ‘eram’ salvos”. Observe com cuidado ele não diz que “Deus”, ou “o Espírito Santo”, ou

“Cristo”, mas “acrescentava o Senhor”. A razão para isso é a seguinte: “O Senhor” traz o

pensamento da autoridade, e aqueles que Ele “acrescentou à igreja” haviam se submetido

ao Seu senhorio. A maneira pela qual eles haviam se “submetido” nos é informada nos ver-

sos 41 e 42: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra;

e naquele dia agregaram-se quase três mil almas”, e etc. Assim vemos que nos primeiros

dias desta dispensação “o Senhor acrescentou” à Sua igreja pessoas salvas que foram

batizados.

Considere a primeira das epístolas, Romanos 12:4-5 demonstra que os santos em Roma

eram uma igreja local. Volte agora a Romanos 6:4-5 onde encontramos o apóstolo dizendo

aos e sobre estes membros da igreja em Roma: “De sorte que fomos sepultados com ele

pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória

do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados jun-

tamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição”.

Assim vemos que os santos na igreja local em Roma eram crentes batizados.

Considere agora a igreja em Corinto. Em Atos 18:8, lemos: “muitos dos coríntios, ouvindo-

o, creram e foram batizados”. Outra prova de que os santos de Corinto eram crentes batiza-

dos é encontrada em 1 Coríntios 1:13-14 e 10:2, 6. 1 Coríntios 12:13 se traduzido correta-

mente e rigorosamente (esperamos tratar desta passagem separadamente em um artigo

futuro¹) afirma expressamente que a entrada na assembleia local é pelo batismo em água.

Antes de passarmos para o próximo ponto, permita-nos dizer que uma igreja composta de

crentes batizados é, obviamente, e, necessariamente, uma “igreja Batista” — De que mais

poderia ser chamada? Este é o nome que Deus deu ao primeiro homem que chamou e co-

missionou a fazer qualquer batismo. Ele o nomeou “João, o Batista”. Consequentemente os

_______________

[1] Este Artigo referido pelo Sr. Pink aqui, encontra-se na segunda parte deste E-book.

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verdadeiros “Batistas” não têm nenhuma razão para se envergonhar ou se desculpar pelo

nome bíblico que eles carregam consigo. Se alguém pergunta: Por que o Espírito Santo

não fala da “igreja batista em Corinto” ou “As igrejas batistas da Galácia”? Nós respondemos,

por esta razão: não havia, naquela época, nenhuma necessidade para este adjetivo distin-

tivo; não havia outro tipo de igrejas nos dias dos apóstolos, senão igrejas batistas. Então,

todas eram “Igrejas Batistas”; ou seja, todas eram compostas de crentes biblicamente bati-

zados. São os homens que inventaram todas as outras “igrejas” (?) e denominações que

existem agora.

3. Uma igreja do Novo Testamento é um corpo local de crentes batizados em relação

organizada. Isto é necessariamente implícito no próprio termo, uma “Assembleia” é uma

companhia de pessoas que se reuniram numa relação organizada, caso contrário, não ha-

veria nada para distingui-lo de uma multidão ou turba. Uma prova clara disso é encontrada

em Atos 19:39: “E, se alguma outra coisa demandais, averiguar-se-á em legítima assem-

bleia”. Estas palavras foram ditas pelo “escrivão da cidade” [Atos 19:35] para a multidão de

Éfeso que perturbava a paz. Tendo “apaziguado a multidão”, e após ter afirmado que os

apóstolos não eram nem ladrões de igrejas nem blasfemadores de sua deusa, lembrou a

Demétrio e a seus companheiros que “há audiências e há procônsules”, e ordenou-lhes que

“que se acusem uns aos outros”. A palavra grega para “assembléia” nesta passagem é

ekklesia e a referência foi à corte Romana, isto é, uma organização governada por uma lei.

Mais uma vez, as figuras utilizadas pelo Espírito Santo em conexão com a “igreja” são perti-

nentes apenas à uma organização local. Em Romanos 12 e em 1 Coríntios 12 Ele emprega

o “corpo” humano como uma analogia ou ilustração. Nada poderia ser mais inadequado pa-

ra retratar alguma igreja “invisível” e “universal”, cujos membros estão espalhados por toda

parte. O leitor dificilmente precisa ser lembrado de que não há uma organização mais perfeita

na terra do que cada corpo humano, cada membro em seu lugar designado, cada um cum-

prindo o seu próprio ofício e exercendo sua função distinta. Novamente, em 1 Timóteo 3:15

a igreja é chamada a “casa de Deus”. O termo “casa” nos fala de relações ordenadas: cada

morador ter seu próprio quarto, a mobília deve ser disposta adequadamente e etc.

Outra prova de que a “igreja” do Novo Testamento é uma companhia local de crentes batiza-

dos compondo uma relação organizada é encontrada em Atos 7:38, onde o Espírito Santo

aplica o termo ekklesia aos filhos de Israel: “a congregação (ekklesia) no deserto”. Agora,

os filhos de Israel no deserto eram redimidos, separados e batizados, organizados em uma

“Assembleia”. Alguns podem se surpreender com a afirmação de que eles foram batizados.

Mas a Palavra de Deus é muito explícita quanto a este ponto: “Ora, irmãos, não quero que

ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar.

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E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (1 Coríntios 10:1-2). Assim, tam-

bém, eles estiveram organizados; eles tinham seus “príncipes” (Números 7:2) e “sacerdo-

tes”, os seus “anciãos” (Êxodo 24:1) e “chefes” (Deuteronômio 1:15). Portanto, podemos

ver a conveniência de aplicar o termo ekklesia à Israel no deserto, e descobrimos como sua

aplicação a eles nos permite definir o seu significado exato. Ela nos mostra, assim, que

uma “igreja” do Novo Testamento tem os seus oficiais, seus “anciãos” (que é o mesmo que

“bispos”), “diáconos” (1 Timóteo 3:1, 12), “tesoureiro” (João 12:6; 2 Coríntios 8:19), e

“escrivão” — “número de nomes” (Atos 1:15 – KJV) claramente implica um registo.

4. Uma igreja do Novo Testamento é um corpo local de crentes batizados numa rela-

ção organizada, pública e corporativa de adoração a Deus, seguindo as Suas prescri-

ções. Para plenamente ampliar este tópico, seria necessário que citássemos consideráveis

porções do N.T. Que o leitor examine com cuidado o livro de Atos e as Epístolas, com uma

mente livre de preconceitos, e ele encontrará confirmação abundante. Buscando fazer o

mais breve sumário possível disto, diríamos que uma igreja do Novo Testamento caracte-

riza-se: Primeiro, pela manutenção da “doutrina e comunhão dos apóstolos” (Atos 2:42).

Em segundo lugar, por preservar e perpetuar o Batismo bíblico e a Ceia do Senhor, isto é,

“manter as ordenanças”, como elas foram entregues à igreja (1 Coríntios 11:2). Em terceiro

lugar, mantendo uma santa disciplina: Hebreus 13:17; 1 Timóteo 5:20-21 e etc. Quarto, indo

por todo o mundo e pregando o Evangelho a toda criatura (Marcos 16:15).

5. Uma igreja do Novo Testamento é independente de tudo, exceto de Deus. Cada

igreja local é totalmente independente de quaisquer outras. Uma igreja em uma cidade não

tem autoridade sobre uma igreja em outra cidade. Nem um número de igrejas locais pode

de forma bíblica eleger um “comitê”, “presbitério” ou “papa” para assenhorear-se dos mem-

bros dessas igrejas. Cada igreja possui um governo próprio e interno, compare 1 Coríntios

16:3; 2 Coríntios 8:19. Por governo da igreja, queremos dizer que sua obra é administrativa

e não legislativa.

A igreja do Novo Testamento deve fazer todas as coisas “decentemente e com ordem” (1

Coríntios 14:40), e seu único guia oficial para “ordem” é as Escrituras Sagradas. Sua única

norma infalível, sua última instância de recurso, pelo qual todas as questões de fé, doutrina

e vida Cristã devem ser julgadas e resolvidas, é a Bíblia, e nada mais que a Bíblia. Sua úni-

ca cabeça é Cristo: Ele é seu Legislador, Recurso e Senhor.

A igreja local deve ser governada pelo que “o Espírito diz às igrejas”. Daí segue-se necessa-

riamente que ela é completamente separada do Estado e deve recusar qualquer apoio dele.

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Embora seus membros sejam intimados pela Escritura para estarem sujeitos às potestades

superiores (Romanos 13:1), eles não devem permitir qualquer imposição do Estado em ma-

téria de fé ou prática.

A administração do governo de uma igreja do Novo Testamento reside em sua própria asso-

ciação, e não em qualquer órgão ou ordem de homens especiais, dentro ou fora dela. A

maioria dos seus membros decidem as ações da igreja. Isso fica claro a partir do original

grego usado em 2 Coríntios 2:6: “Basta-lhe ao tal (um irmão desordenado que havia sido

disciplinado) esta repreensão feita por muitos”. A palavra grega para as duas últimas pala-

vras é hupo ton pleionon. Pleionon é um adjetivo, no grau comparativo, e, literalmente sig-

nifica: “pela maioria”, assim também é interpretado pelo Dr. Charles Hodge, em relação a

quem há poucos mais espirituais e competentes eruditos em grego. As interlineares de

Bagster interpretam isto como: “pela maior parte”, e à margem da Versão Revisada [King

James Revised Version] aparece: “No grego: a mais”. O artigo definido nos obriga a

interpretá-lo como “pela maior parte” ou “pela maioria”.

Em suma. A menos que você tenha uma companhia de pessoas regeneradas e crentes,

biblicamente batizados, organizadas segundo os padrões do Novo Testamento, adorando

a Deus segundo as Suas prescrições particularmente apontadas na comunhão com a dou-

trina e comunhão dos apóstolos, mantendo as ordenanças, preservando estritamente a

disciplina, ativa no esforço evangelístico, não temos uma “igreja do Novo Testamento”, seja

como for que ela se autodenomine. Mas uma igreja que possui essas características é a

única instituição nesta terra ordenada, edificada e aprovada pelo Senhor Jesus Cristo. As-

sim, o escritor considera seu maior privilégio, depois de ser salvo, pertencer a uma de Suas

igrejas. Que a graça Divina me ajude a andar dignamente como membro de Sua Igreja!

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O Capítulo 12 Da Primeira Carta Aos Coríntios Se Refere

À Igreja Universal ou À Uma Igreja Local Do Novo Testamento?

Por Arthur Walkington Pink

Por quase dez anos após sua regeneração, o escritor nunca duvidou de que o “corpo” men-

cionado em 1 Coríntios 12 fazia referência à “Igreja Universal”. Isto lhe foi ensinado por

aqueles conhecidos como “Irmãos de Plymouth”, que são encontrados nas notas da Bíblia

de Referência Scofield, e são amplamente aceitos pelos evangélicos e estudantes das pro-

fecias. Não até que Deus o trouxe para o meio dos Batistas do Sul (um grande privilégio

pelo qual ele nunca será suficientemente agradecido) que ele ouviu pela primeira vez o

ponto de vista acima posto em questão. Mas era difícil para ele considerar imparcialmente

uma exposição que significava a refutação de um ensinamento recebido de homens alta-

mente respeitados, para não falar do fato que ele teria que confessar ter tido um conceito

totalmente errôneo por tanto tempo, e se permitiu ler 1 Coríntios 12 (e passagens similares)

através dos óculos de outros homens. No entanto, nos últimos tempos, o escritor foi levado

a fazer um estudo orientado pela oração e independente deste assunto para ele mesmo, e

devido ao resultado ele é obrigado a renunciar ao seu primeiro conceito como totalmente

insustentável e não bíblico.

A Versão Autorizada de 1 Coríntios 12:13 diz o seguinte: “Pois em um só Espírito, todos

nós fomos batizados no corpo”, a respeito disto teremos mais a dizer mais tarde. Em 1 Co-

ríntios 12 Dr. Scofield, em sua Bíblia de Referência, diz o seguinte: “O Capítulo 12 cuida do

Espírito em relação ao corpo de Cristo. Essa relação é dupla: (1) O batismo com o Espírito

forma o corpo, unindo os crentes a Cristo, Cabeça ressuscitado e glorificado, e uns aos ou-

tros (vv. 12-13). O símbolo do corpo assim formado é o corpo natural, humano (v. 12), e

todas as analogias são livremente utilizadas (vv. 14-26). (2) Pois cada crente recebe uma

capacitação espiritual e capacidade para o serviço específico”, etc. e etc. Em enfatizar a

palavra “corpo” Dr. Scofield tem, sem dúvida, em mente “a Igreja Universal”. Caso haja

qualquer dúvida sobre este ponto, é de uma só vez dissipada por uma referência às notas

do Dr. Scofield em Hebreus 12:23: “A verdadeira igreja, composta de todo o número de

pessoas regeneradas do Pentecostes até a Primeira Ressurreição (1 Coríntios 15:52), uni-

das a Cristo e pelo batismo com o Espírito Santo (1 Coríntios 12:12-13), formam o Corpo

do qual Ele é a Cabeça”. É de se notar que, em ambos os lugares o Doutor fala do “batismo

com o Espírito”, mas em 1 Coríntios 12:13 não é feita, de modo algum, menção a qualquer

batismo “com” o Espírito Santo, tanto no Inglês como no grego; tal é apenas uma invenção

da imaginação do Doutor.

A Versão Revisada de 1 Coríntios 12:13 diz assim: “Pois em um só Espírito fomos todos nós

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batizados em um só corpo” (1 Coríntios 12:13). Acreditamos que esta é muito melhor e uma

tradução mais acurada do grego do que a oferecida pela Versão Autorizada. Mas temos en-

contrado uma falha na tradução feita pela Versão Revisada também. A tradução da palavra

“espírito” (pneumati) é totalmente enganosa, e, sendo assim, é quase impossível obter o ver-

dadeiro significado do verso. Para o benefício daqueles que não leem o Novo Testamento

em grego, podemos dizer que na língua em que o Novo Testamento foi escrito originalmente

não foram utilizadas letras maiúsculas, exceto no início de um livro ou parágrafo. Pneuma é

sempre escrito em grego com um “e” minúsculo, e é uma questão de exposição e interpreta-

ção, não de tradução, se um “e” ou “E” deve ser usado a cada instância onde a palavra para

espírito é usada. Em muitos casos ela é traduzida com um “e” minúsculo: espírito (Mateus

5:3; Romanos 1:4; 1:9; 1 Coríntios 2:11; 5:3; etc.). Em outras passagens, onde o Espírito

Santo de Deus é referido, uma ênfase é justamente empregada. Além disso, a palavra grega

pneuma, por vezes, é usado não apenas para designar o Espírito Santo de Deus, e em ou-

tros, o espírito do homem (como contra-distinto de sua alma e corpo), mas também é empre-

gada psicologicamente; lemos sobre “o espírito (pneuma) de mansidão” (1 Coríntios 4:21), e

sobre o “espírito (pneuma) de temor” (2 Timóteo 1:7), etc. Mais uma vez, em Filipenses 1:27

lemos: “num mesmo espírito”. Aqui o “espírito” tem a força de unidade de pensamento, vonta-

de, objetivo. Note-se que em Filipenses 1:27 a palavra grega para “num mesmo espírito” é

precisamente a mesma em todos os aspectos, como a palavra grega usada no início do 1

Coríntios 12:13, e em Filipenses 1:27 até mesmo os tradutores da Versão Autorizada [Neste

caso usamos a versão ACF] tem usado apenas um pequeno “s” para “espírito”, como eles

certamente deveriam ter feito em 1 Coríntios 12:13. Uma outra consideração sobre o grego:

A preposição traduzida como “pois” em 1 Coríntios 12:13 é “en”, que é traduzida no Novo

Testamento [na Versão Autorizada KJV, em inglês] como “entre” [among] 114 vezes, “por”

[by] 142, “com” [with] 139, “em” [in] 1.863 vezes. Mais qualquer comentário quanto a isso

seria desnecessário.

“Em um só espírito fomos todos nós batizados” deve ser a tradução de 1 Coríntios 12:13.

O “batismo” aqui não é de modo algum o batismo do Espírito Santo, mas o batismo nas á-

guas. Observe: sempre que lemos “batismo” no Novo Testamento, sem uma referência ime-

diatamente anterior ou contexto que expressamente o defina (como em Gálatas 3:27; 4:5

Efésios, etc.), é sempre o batismo nas águas que está em vista.

“Pois todos nós fomos batizados em um espírito, formando um corpo” (ACF) que corpo? A

“Igreja Universal”, ou uma igreja local de Cristo? Nós alegamos que um estudo cuidadoso

de 1 Coríntios 12 pode fornecer apenas uma resposta possível, a saber, uma igreja Batista

local. Observe os seguintes pontos.

(1) A cabeça do “corpo” aqui descrita em 1 Coríntios 12 é vista como estando na terra, ver-

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sos 16 e 17. Ora, seria totalmente incongruente representar o Cabeça da igreja universal

mística (supondo que tal coisa existisse, visto que até agora certamente ainda não existe)

estando na terra, pois a cabeça dessa igreja que, no futuro, será a Igreja Universal de Cristo,

está no Céu, e no Céu a Igreja Universal será reunida (ver Hebreus 12:22-24). Mas é perfei-

tamente cabível representar (na ilustração do corpo humano) a cabeça da igreja local como

estando na terra, pois onde quer que uma igreja local do Novo Testamento se reúne para

o culto ou para tratar dos negócios de Cristo, Ele está no meio deles (Mateus 18:20).

(2) Em 1 Coríntios 12:22-23, lemos sobre os membros do corpo que parecem ser “mais fra-

cos”, e sobre aqueles “menos honrosos” e de membros “menos decorosos”. Agora, essas

características dos membros do corpo humano ilustram com precisão as diferenças que

existem entre os estados espirituais dos vários membros de uma assembleia local, mas a

ilustração do “corpo” aqui falharia completamente se a “Igreja Universal” estivesse em vista,

pois quando a Igreja Universal estiver reunida no Céu cada membro será “semelhante a

Cristo”, “transformado em corpo glorioso” [1 João 3:2; Filipenses 3:21], e tais comparações

como “mais fraco”, “menos honrosos”, “menos decoroso” como características dos mem-

bros, serão para sempre uma coisa do passado!

(3) Em 1 Coríntios 12:24, o apóstolo fala sobre o que Deus tem feito, a fim de que não haja

divisão no corpo (v. 25). Agora deixe qualquer leitor imparcial perguntar, em que tipo de

corpo um cisma (divisão) é possível? Certamente não na Igreja Universal pois é unicamente

obra Divina, em que a responsabilidade humana e falha não entram. Quando a Igreja dos

Primogênitos estiver reunida no Céu, glorificada, “sem mácula, nem ruga, nem coisa seme-

lhante” [Efésios 5:27], não haverá “cisma” ali. Mas na igreja a qual o apóstolo se refere em

1 Coríntios 12 estava havendo divisões (veja 1 Coríntios 11:18 e etc.) Portanto, isso é uma

prova positiva de que é à igreja local, e não à Igreja Universal, que está sendo referida em

1 Coríntios 12.

(4) Em Coríntios 12:26 lemos: “se um membro padece, todos os membros padecem com

ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele”. Ora, isso pode

ser verdade se nos referirmos a uma Igreja Universal? Certamente que não. É verdade que

sempre que um crente em Cristo, na Índia ou na China (de quem eu nunca sequer tinha ou-

vido falar) “sofre” “todos os membros”, todos os crentes na América, “sofrem” com por isto

ou com ele? Certamente que não. Mas é verdade, idealmente, e muitas vezes na experiên-

cia que quando um membro de uma igreja local “sofre” todos os membros daquela igreja lo-

cal sofrem também. Devemos nos abster de acrescentar outros argumentos.

Suficiente tem sido apresentado, nós confiamos, para provar que o “corpo” referido em 1

Coríntios 12:13 é uma igreja local, e que o “corpo humano” é aqui utilizado para ilustrar a

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dependência mútua e relação existente entre seus vários membros. A partir deste fato esta-

belecido e incontestável várias conclusões se seguem:

Em primeiro lugar, o “batismo” pelo qual se entra “em” uma igreja do Novo Testamento é o

batismo nas águas, pois o Espírito Santo não “batiza” alguém em uma assembleia local.

Em segundo lugar, não importa qual seja a nossa nacionalidade — judeus ou gentios —

não importa qual seja a nossa posição social — escravo ou homem livre — todos os

membros da igreja local foram batizados “em um só espírito”, isto é, em um só pensamento,

propósito, vontade, e há, portanto, a unidade de propósito a qual eles almejam, unidade de

privilégio para fruírem, unidade da responsabilidade a cumprir. Além disso, é dito que todos

têm “bebido de um Espírito”, isto é, eles são um e totalmente apropriados (simbolizado por

“beber”) para esta unidade de espírito.

Em terceiro lugar, há apenas uma forma de entrada para uma igreja local do Senhor Jesus

Cristo, e que é pelo “batismo” biblicamente executado por um administrador biblicamente

qualificado e biblicamente autorizado, pois lemos “pois todos nós fomos batizados em um

espírito, formando um corpo”. Disto segue-se que ninguém, exceto aqueles que foram bibli-

camente “batizados” entraram “em” uma Igreja do Novo Testamento, todos os outros são

membros de nada menos do que instituições criadas pelo homem. Daí a enorme importân-

cia de “preservar as ordenanças”, como eles foram entregues pelo próprio Cristo para Suas

igrejas.

O escritor pediria desculpas por escrever em tal extensão (ele condensou tanto quanto lhe

foi possível), mas acalenta a esperança de que a sua própria confissão pessoal com o qual

começou este artigo influencie outros a examinar as Escrituras com mais diligência e a “e-

xaminar tudo” por si mesmos [1 Tessalonicenses 5:21], não aceitando o ensino de qualquer

homem, não importa quem ele seja. Irmãos, almejemos ser “bereanos”.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.