FERTILIZANTE ORGANOMINERAL NA CULTURA DA SOJA · dos nutrientes, o que resulta em menor...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
FILIPE FUKUHARA FERNANDES ALANE
FERTILIZANTE ORGANOMINERAL NA CULTURA DA SOJA
Uberlândia – MG Janeiro – 2015
FILIPE FUKUHARA FERNANDES ALANE
FERTILIZANTE ORGANOMINERAL NA CULTURA DA SOJA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Agronomia, da Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Gaspar Henrique Korndörfer
Uberlândia – MG Janeiro – 2015
FILIPE FUKUHARA FERNANDES ALANE
FERTILIZANTE ORGANOMINERAL NA CULTURA DA SOJA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Agronomia, da Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção do grau de Engenheiro(a) Agrônomo(a).
Aprovado pela Banca Examinadora em 12 de Janeiro de 2015. Eng. Agr. Bruno Nicchio Eng. Agr. Dra. Lucélia Alves Ramos Membro da Banca Membro da Banca
__________________________________ Prof. Dr. Gaspar Henrique Korndörfer
Orientador
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus por me guiar em todos os caminhos que escolhi e me dar capacidade de concluir os projetos que tenho tido em minha vida. Ao meu pai que sempre me apoiou em todos os momentos, como também não mediu esforços para a realização desse experimento, cedendo área, maquinário e a mão de obra. À minha mãe que esteve em todos os momentos me incentivando e orientando sobre os melhores passos a seguir além do seu amor incondicional. À minha namorada Isabella, por estar todos esses anos da graduação ao meu
lado, mostrando seu companheirismo e carinho.
Ao professor Gaspar pela grande oportunidade que me deu durante toda
graduação, além de toda orientação e confiança.
A todos do Laboratório de Fertilizantes que sempre me auxiliaram e se
mostraram presentes no meu dia-a-dia.
E por fim aos meus amigos, principalmente os da faculdade, que estiveram
durantes esses 5 anos presentes em todo meu aprendizado, diversão e convívio.
SUMÁRIO
Página
1 INTRODUÇÃO 6
2 REFERENCIAL TEÓRICO 8
2.1 Fertilizante organomineral 8
2.2 Cultura da soja 10
3 MATERIAL E MÉTODOS 13
3.1 Instalação 13
3.2 Produção do fertilizante organomineral 13
3.3 Delineamento 14
3.4 Condução 15
3.5 Avaliações 15
3.6 Análises estatísticas 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 16
4.1 Produtividade 16
4.2 Teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio 20
5 CONCLUSÕES 23
REFERÊNCIAS 24
RESUMO
A adubação na cultura da soja é de fundamental importância na produtividade final.
Com o grande problema da possível escassez de recursos para produção de fertilizantes
minerais, a utilização de fertilizantes organominerais tem sido uma alternativa bastante
viável. Outra grande vantagem desse fertilizante é a utilização de resíduos que conferem
eficiência e sustentabilidade ao produto, dando aos resíduos uma finalidade importante.
O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de doses de fertilizante organomineral no
plantio da soja em relação a recomendação da adubação mineral da área. Para isso foi
utilizada como padrão a adubação mineral de 400 kg ha-1 do formulado 4-20-20,
seguindo a recomendação da área. Os tratamentos com organomineral foram
constituídos da aplicação do formulado 3-15-15 de modo que fossem fornecidos
aproximadamente 40, 60, 80 e 100% das quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio
do tratamento padrão. Foi utilizado também um tratamento testemunha sem aplicação
de fertilizantes. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro
repetições. As parcelas experimentais eram compostas de oito linhas de soja de 100 m
de comprimento, espaçadas entre si por 0,5 m, porém foi utilizado como área útil
somente as quatro linhas centrais, nos 50 m centrais da parcela. A produtividade da soja
nos tratamentos que receberam organomineral 03-15-15 foi até 17% superior à do
tratamento mineral. Comparativamente, 200 kg ha-1 do fertilizante organomineral 3-15-
15, ou seja, 37,5% da dose de NPK mineral utilizada resultou na mesma produtividade
obtida pelo uso de 400 kg ha-1 do adubo mineral, equivalente a 43,9 sacas ha-1 de soja.
A utilização do fertilizante organomineral 3-15-15 na cultura da soja resultou em teores
foliares de nitrogênio superiores aos da testemunha e do tratamento com adubação
mineral. O mesmo foi observado para os teores foliares de fósforo, porém nesse caso
adubação organomineral e mineral se equivaleram.
Palavras chave: adubação organomineral, Glycinemax, eficiência agronômica,
produtividade, teor foliar de nutrientes.
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1 INTRODUÇÃO
Conceitualmente, é fundamental que se considere a disposição e não o descarte
dos diversos resíduos gerados nas atividades industriais realizadas hoje em dia.
Disposição é definida como colocação metódica, arranjo, forma de emprego ou uso,
realizado de maneira ordenada cujo objetivo é utilizar o resíduo e não apenas eliminá-lo.
Dentro das opções de disposição, a reutilização de resíduos é, sem dúvida, a
opção mais interessante sob o ponto de vista econômico, ambiental, e, muitas vezes,
social. A reciclagem de resíduos representa um benefício inquestionável: a minimização
do problema ambiental que representa seu descarte inadequado.
Atualmente, o Brasil vem contando com uma crescente produção no seu campo
agrícola, tanto em qualidade, quanto em diversidades e quantidades de produtos. Em sua
balança comercial na exportação de commodities, a soja é o produto que mais tem se
destacado devido seu crescimento expressivo nos últimos anos.
Na cultura da soja os aspectos de maior relevância são a produtividade,
eficiência e a lucratividade, devendo-se sempre pensar no conceito de sustentabilidade
aplicado a todo o processo. Nesse contexto, os fertilizantes que possuem importância
conhecida há anos, representam grande parte do custo de produção de uma lavoura.
Alguns levantamentos chegam afirmar que o custo de adubação está em torno de 25 a
50% do custo final de produção, o que exige, imprescindivelmente, que a eficiência
dessa etapa da produção seja máxima.
Relacionando esses dois pontos: utilização de resíduos e eficiência no
fornecimento de nutrientes para a adubação de culturas como a soja, surge o fertilizante
organomineral, uma alternativa interessante que merece a atenção do setor de pesquisa
voltado para fertilidade do solo e nutrição de plantas.
Não há duvidas de que o aproveitamento agrícola dos resíduos orgânicos
constitui-se numa prática econômica e ambientalmente viável. A utilização de resíduos
na fertilização dos solos permite a recuperação de diversos elementos químicos, tais
como nitrogênio, fósforo e potássio e micronutrientes, além de contribuir, através da
adição de matéria orgânica ao solo, com a melhoria da estrutura física e a da capacidade
de absorção de água e de fornecimento de nutrientes para as plantas, aumentando a
produção das culturas (IPEA, 2012).
O fertilizante organomineral utiliza resíduos como fonte de matéria orgânica a
qual é misturada aos nutrientes minerais, principalmente, nitrogênio, fósforo e potássio.
7
Esse tipo de material apresenta importantes vantagens tais como a liberação gradativa
dos nutrientes, o que resulta em menor lixiviação de nutrientes minerais, menor fixação
de fósforo e consequentemente maior eficiência agronômica.
Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi comparar a eficiência de
doses do fertilizante organomineral no plantio da soja em relação a recomendação da
adubação mineral.
8
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1Fertilizantes organominerais
Uma das vertentes tecnológicas voltadas para a área de produção de fertilizantes
é o desenvolvimento de fertilizantes organominerais, embora a mesma não seja tão
recente, visto que, segundo Kiehl (2008), a partir de 1982 a fabricação de fertilizantes
organominerais já ocorria, após sua inserção na legislação Brasileira.
Segundo a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 23, DE 13 DE AGOSTO DE 2005,
da Legislação Brasileira, o fertilizante organomineral é definido como, produto
resultante da mistura física ou combinação de fertilizantes minerais ou orgânicos,
podendo ser na forma farelada, granulada ou peletizada.
Do ponto de vista químico, a Associação Nacional para a Difusão de Adubos
(ANDA) classifica fertilizantes em minerais, orgânicos e, organominerais, sendo esse
último, originado da mistura da matéria orgânica com fertilizante mineral (INKOTTE et
al., 2012).
Como um produto inovador e alternativo, os fertilizantes organominerais são
resultados do fruto do enriquecimento de adubos orgânicos com fertilizantes minerais
(SOUZA et al., 2012), com um mercado que cresceu a uma taxa média de 10% ao ano
na última década no Brasil (BENITES et al., 2003).
O principal motivo na adição de nutrientes minerais aos fertilizantes orgânicos é
diminuir a taxa de mineralização, fixação e lixiviação dos nutrientes. Além disso, esses
fertilizantes orgânicos têm o inconveniente de não apresentar proporções fixas e
definidas de NPK, ao contrário das fórmulas comerciais de fertilizantes minerais, onde
sua composição pode ser balanceada de acordo com a planta e o solo (SOUZA et al.,
2012).
Deve-se levar em conta que a utilização dos resíduos orgânicos nessas misturas
precisa obedecer a critérios técnicos adequados, para evitar danos ao sistema solo-
planta-atmosfera, ou seja, atender as necessidades das culturas e não agredir o ambiente,
como a maioria dos resíduos de origem urbana, industrial e agrícola que não devem ser
adicionados diretamente no solo, podendo causar impactos ao ambiente (TEDESCO,
2008).
Os fertilizantes organomineirais que têm tido participação crescente no mercado
são formulados a partir de resíduos orgânicos como estercos, turfa, resíduos da indústria
9
sucroalcooleira, farinhas de ossos, tortas diversas, resíduos agroindustriais e lodo de
esgoto. Existe ainda a possibilidade de utilização dos resíduos de suínos e aves sem
transformação biológica, utilizando-se apenas processos físicos para secagem e redução
do tamanho de partícula, cujas vantagens são curto tempo entre a chegada do resíduo e a
obtenção do fertilizante e não depender de grandes áreas para processamento
(BENITES et al., 2010).
No Brasil esse tipo de fertilizante tem sido cada vez mais utilizado, o que tem
resultado em um crescimento médio de produção de 16% ao ano (POLIDORO et al.,
2013), a qual tem, atualmente, a capacidade média de 10 e 50 mil toneladas anuais nas
fábricas de fertilizantes organominerais em operação (BENITES et al., 2010).
É esperado um aumento na produção nacional de fertilizantes organominerais, de
6,3 para 12 milhões de toneladas/ano até 2015 e para 20 milhões de toneladas/ano até
2020. Esse acréscimo na produção impactará diretamente a demanda externa por NPK
no Brasil, que representará cerca de 15% do consumo total de nutrientes até 2015, e
25% até 2020 (BENITES et al., 2010).
Uma das grandes vantagens do fertilizante organomineral é o aproveitamento do
nutriente mineral devido à sua mistura com a matéria orgânica, o que possibilita um
aumento da capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, diminuição de perdas por
lixiviação e drenagem e seu uso em longo prazo pelos vegetais (INKOTTE et al., 2012).
Outra vantagem dos fertilizantes organominerais em relação aos fertilizantes
minerais é a utilização de resíduos que são passivos ambientais de outros sistemas de
produção como matéria prima, o que se enquadra perfeitamente na atual política
nacional de resíduos sólidos que destaca a importância do reaproveitamento e agregação
de valor à esse tipo de material (BENITES et al., 2010).
O uso desses resíduos para a produção de fertilizantes organominerais pode
eliminar imediatamente 50% do passivo ambiental gerado pelos mesmos, e até 2020,
com a ampliação da capacidade instalada para produção desse tipo de fertilizantes,
pode-se chegar a amenizar o passivo ambiental das atividades de avicultura e
suinocultura em até 80% (BENITES et al., 2010).
Kiehl (1985) relata também que a matéria orgânica contida no fertilizante
organomineral pode melhorar ou condicionar o solo, pois influi nas suas propriedades.
Para agir como condicionador do solo a matéria orgânica deve ser agregada em grandes
dosagens, mas pela quantidade inserida no fertilizante organomineral ser pequena,
somente em longo prazo e uso contínuo, é que se pode notar tais efeitos. No entanto, a
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fração orgânica do fertilizante organomineral é um condicionador imediato dos
fertilizantes minerais que entram em sua composição (TIRITAN; SANTOS, 2012).
Além dos resultados positivos relatados anteriormente, Levrero (2009) citou os
benefícios agronômicos do fertilizante organomineral: melhor desenvolvimento
radicular e retenção de água no solo; recuperação da flora microbiana; baixa propensão
à erosão; menor acidificação do solo, com redução do uso de calcário; custo operacional
mais baixo com aplicação conjunta do produto orgânico e do mineral.
Apesar das vantagens dos fertilizantes organominerais, existem algumas
desvantagens em relação aos fertilizantes minerais, tais como o desequilíbrio dos
nutrientes diante das necessidades das culturas, baixa concentração comparada com os
fertilizantes minerais, grande volume de resíduos que torna caro e dificulta o transporte
e distribuição de forma homogênea, o pouco conhecimento técnico acerca da
quantidade, época e modo de aplicação, além das preocupações ambientais
(WESTERN; BICUDO, 2005).
Em termos práticos, os resultados com o uso de fertilizantes organominerais são
bastante positivos nas mais variadas culturas segundo pesquisas que vêm sendo
realizadas em soja, trigo, aveia, melão, café, milho, batata, cana-de-açúcar, feijão e
interação lavoura-pecuária-floresta (SOUSA, 2014).
Sua maior eficiência pode ser comprovada por estudos como os de Tejada et al.,
(2005), que, estudando as perdas por lixiviação de nutrientes de um solo tratado com
fertilizante organomineral e combinação de fertilizante inorgânico + orgânico,
verificaram que as perdas de nitrogênio, fósforo e potássio foram maiores no solo que
recebeu a combinação dos fertilizantes.
Existem ainda resultados relacionados à qualidade do fertilizante organomineral,
tais como os de Benites et al. (2010) que observou redução significativa das perdas de
nitrogênio pelo uso de fertilizante organomineral em relação à aplicação superficial de
resíduos de suínos e aves.
2.2 Cultura da soja
A soja (Glycinemax(L.) Merrill) é cultivada há milhares de anos na Ásia, onde
o grão é consumido inteiro e também é usado como ingrediente do tofu (queijo de
soja) e do shoyu (molho de soja). A maior parte da soja, no entanto, é consumida por
meio indireto. Hoje a maior parte da soja é moída e transformada num farelo rico em
11
proteína, que se tornou uma ração animal largamente utilizada (BOUCHER et al.,
2011).
O óleo de soja é usado para cozinhar, para fazer margarina e outros bens de
consumo, inclusive cosméticos e sabonetes. O óleo de soja também é usado cada vez
mais como biocombustível. E os derivados de soja, tais como a lecitina emulsionante,
são utilizados numa grande variedade de alimentos industrializados, inclusive chocolate,
sorvete e produtos de padaria (BOUCHER et al., 2011).
A soja é fonte tanto de proteína como de energia: cerca de 40% do peso da
semente de soja são de proteína e 20% são de óleo vegetal (BOUCHER et al., 2011). A
soja produz mais proteína por hectare do que qualquer outro grande cultivo e tem um
percentual de proteína mais elevado do que vários produtos animais. O grão seco de
soja contém 35,9 gramas de proteína por 100 g. Para comparar, o queijo tem 34,2 g e a
carne de porco tem 21,1 g (RIVM, 2011).
O complexo soja isto é, “grão, óleo e farelo”, constitui-se em uma das mais
importantes “commodities” nacionais, sendo responsável nas últimas safras pela
captação de divisas no mercado internacional da ordem de US$ 25,0 a US$ 30,0 bilhões
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE ÓLEOS VEGETAIS -
ABIOVE, 2013).
Hoje, a soja é cultivada, praticamente, em todo território nacional, desde as altas
latitudes gaúchas até as baixas latitudes equatoriais tropicais, apresentando em muitas
regiões, produtividades médias superiores à média obtida pela soja norte-americana.
Esse nível de produtividade tem sido possível, devido ao uso de cultivares devidamente
adaptados à região tropical, que apresenta elevada incidência de luz, temperaturas
adequadas e precipitação intensa e relativamente bem distribuída ao longo do ciclo
fenológico da soja, além da adequada construção da fertilidade do solo, adubação
equilibrada, evolução do sistema de plantio direto e adoção de práticas de manejo que
visam a obtenção de alta produtividade (CÂMARA, 2012).
O levantamento feito pelo CONAB (2014) indica que a safra brasileira de soja na
temporada atual, terá produção de 86.273,2 mil toneladas, representando um incremento
de 5,9% em relação à safra 2012/13. Essa produção deriva de uma área plantada
totalizando 30.110,2 mil hectares. A produção neste levantamento resultou em
crescimento de 8,6% na área colhida e redução na produtividade média de 2,5%,
comparativamente ao exercício passado.
12
Em relação à nutrição dessa cultura, segundo Staut (2007) a soja é uma cultura
bastante eficiente nos quesitos absorção e utilização de nutrientes contidos no solo,
assim como é uma cultura bastante exigente, principalmente em nitrogênio (N), potássio
(K), cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio (Mg) e enxofre (S). Dentre estes nutrientes, os
exportados em maior quantidade são N, K, S e P. Já o período em que esses nutrientes
são absorvidos em maior quantidade, corresponde à fase em que as exigências
nutricionais são maiores, que compreende o estádio de V2 (primeira folha trifoliada
completamente desenvolvida) até R5 (início de enchimento de grãos).
A nutrição da soja é um aspecto que se faz importante também quando se pensa
no custo de produção dessa cultura. Segundo Broch; Pedroso (2014) os principais
componentes dos custos de produção são o fertilizante, que no levantamento feito,
representa 34,9 % de participação do total da cultura da soja convencional na safra
2011/2012, seguido dos fungicidas (9,77 %), inseticidas foliares (9,27 %) e despesas
com colheita (7,46 %). Richetti (2012) também nessa linha de raciocínio afirma que os
gastos com fertilizantes compõem a maior parcela dos custos de produção da soja,
representando 25% do custo total ou 36% do custeio da safra.
A nutrição adequada da cultura é uma prática comprovadamente reconhecida
como sendo uma das principais responsáveis pelos incrementos de produtividade.
Considerando que a adubação mineral é a mais utilizada para o fornecimento de
nutrientes e por representar grande parte dos custos de produção, buscar alternativas,
visando diminuir esses custos, representa uma grande contribuição dos órgãos de
pesquisa. Sendo assim, a utilização de resíduos, tanto de origem animal quanto
industrial, nessas áreas produtoras, como fornecedores de nutrientes é de suma
importância e necessita de muitos estudos para ser comprovada (RAMOS, 2013).
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3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Instalação
O experimento foi instalado na fazenda Estância HZ, no município de
Tupaciguara-MG, localizada nas coordenadas 19º43’12”N; 48º14’54”. A instalação se
deu no dia 21/11/2011, quando foi semeada a cultura da soja.
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho de
textura média e com pH em água de 5,3; 49 mg dm-3 de P (Resina) 155 mg dm-3 de K;
1,9 cmolc dm-3 de Ca; 0,9 cmolc dm-3de Mg; 2,2 cmolc dm-3 (H+Al) , 59% de saturação
por bases (V) 3,3 dag kg-1 de matéria orgânica. Com uma saturação de bases muito
próxima de 60% não houve necessidade de aplicação de calcário para correção do solo.
3.2 Produção do fertilizante organomineral
O fertilizante organomineralpeletizado foi produzido pela empresa Geociclo
Biotecnologia S/A.
Este produto foi produzido a partir do composto gerado pelo processo de
compostagem assistida da empresa, que posteriormente recebe uma carga mineral de
nutrientes solúveis e passa por um processo industrial elaborado de transformação em
organomineral. Existe a utilização de um polímero orgânico biodegradável que retém a
fase mineral do fertilizante dentro de uma matriz orgânica porosa ("pellets" de matéria
orgânica).
O processo de fabricação do organomineral desenvolvido pela empresa é flexível
e permite uma ampla gama de formulações diferentes de organomineral a partir de
resíduo orgânico proveniente da torta de filtro ou esterco bovino ou aviário, porém pela
quantidade necessária de matéria orgânica para compor o fertilizante não são
conseguidas altas taxas de nutrientes minerais na formulação, por isso a fórmula
organomineral utilizada (3-15-15) é de menor concentração que a fórmula mineral (4-
20-20).
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Figura 1. Fertilizante organomineralpeletizado produzido pela empresa Geociclo
Biotecnologia S/A.
3.3 Delineamento
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com quatro
repetições. Cada parcela experimental foi composta de oito linhas de cultivo espaçadas
de 0,5 m com 100 metros de comprimento, totalizando 400 m2.
As doses do fertilizante organomineral foram definidas em função do tratamento
com o fertilizante mineral recomendado na área, e seguiram, aproximadamente, as
proporções de 40, 60, 80 e 100% das quantidades de N, P2O5 e K2O fornecidas via
fertilizante mineral, conforme apresentado na tabela abaixo (Tabela 1). Foi utilizado
também um tratamento testemunha, sem a aplicação de fertilizante.
Tabela 1. Tipo e quantidade de fertilizante e de nutrientes utilizadas em cada
tratamento.
Tipo de fertilizante Dose
Fertilizante N P2O5 K2O
------------------------ kg ha-1 -------------------------
Mineral 4-20-20 400 16,0 80,0 80,0 Organomineral 3-15-15 214 (40%) 6,4 32,1 32,1 Organomineral 3-15-15 320 (60%) 9,6 48,0 48,0 Organomineral 3-15-15 427 (80%) 12,8 64,0 64,0 Organomineral 3-15-15 534 (100%) 16,0 80,1 80,1
A aplicação dos tratamentos foi feita no momento da semeadura direta da soja
com o auxílio de uma semeadora com tração mecanizada. O stand utilizado foi de 18
plântulas por metro, que equivalem a uma população de 360 mil plantas ha-1.
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3.4 Condução
Durante o ciclo da cultura, todos os tratos culturais necessários como aplicação
de herbicida, fungicida e inseticida foram feitos de acordo com a necessidade da cultura
e iguais para todos os tratamentos, diferindo então, apenas a adubação de semeadura.
3.5 Avaliações
Uma das variáveis analisadas foi o teor foliar de nitrogênio, fósforo e potássio.
Para isso, foram coletadas amostras do terceiro trifólio com pecíolo, do ápice para a
base na haste principal, em 30 plantas de cada parcela no estádio de desenvolvimento
R2 (COSTA; MARQUEZAN, 1982), os quais constituíram uma amostra composta. As
amostras compostas foram enviadas para o laboratório e analisadas segundo
metodologia descrita por Malavolta et al., (1997).
A outra variável analisada foi a produtividade de grãos, determinada a partir da
colheita dos 200 m2 centrais da área de cada parcela. Para isso, aos 130 dias após a
semeadura (01/04/2012) foram colhidos apenas 8 linhas centrais, com 50 m de
comprimento. A colheita foi feita com colhedora de soja, e os grãos colhidos de cada
parcela foram descarregados em bags, transferidos para sacos e, em seguida, pesados.
3.6 Análises estatísticas
Os resultados obtidos a partir das análises dos tecidos foliares, com auxílio do
software Sisvar® (FERREIRA, 2008),foram submetidos à análise de variância pelo
teste de F e comparados entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de significância.
Os resultados de produtividade por sua vez, foram comparados pelo teste de Dunnett
com o auxílio do programa ASSISTAT (ASSIS, 2012) e também submetidos à análise
de regressão, novamente com o uso do programa SISVAR (FERREIRA, 2008). Foi
utilizado o nível de significância de 5% em ambos os testes.
16
4RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Produtividade
Os resultados de produtividade de grãos foram comparados com o tratamento
padrão à base de 400 kg ha-1 do formulado mineral 4-20-20, que obteve 43,9 sacos ha-1
de produtividade (Tabela 1). As referidas comparações mostram primeiramente que
existe uma diferença de 12 sacas ha-1 entre o tratamento testemunha, o qual apresentou
menor produtividade de grãos (31,9 sacas ha-1) àquele onde se fez adubação mineral
(Tabela 1).
Esse primeiro resultado mostra a importância de um correto fornecimento de
nutrientes à cultura da soja, corroborando assim com Freitas et al. (1960) que, nessa
época, já afirmava que a aplicação de adubos em solos de cerrado traz resultados
expressos por aumentos de produção.
Tabela 1. Produtividade da soja em função da aplicação de doses de fertilizante
organomineral e mineral na Estância HZ em Tupaciguara-MG.
Tratamento Dose Produtividade kg ha-1 sacos ha-1
Mineral, 4-20-20 400 43,9
Testemunha 0 31,9* Organomineral, 3-15-15 214 46,3 Organomineral, 3-15-15 320 47,3 Organomineral, 3-15-15 427 48,3* Organomineral, 3-15-15 534 51,5* DMSDunnett = 3,5 Médias seguidas por * diferem do tratamento mineral pelo teste de Dunnett a 0,05 de significância.
A outra comparação, feita entre os tratamentos com adubação organomineral e o
fertilizante mineral, mostra que o uso do primeiro tipo de fertilizante resulta sempre em
produtividades maiores, com resultados 5,5; 7,7; 10,0 e 17,3% superiores aos obtidos
pela aplicação de fertilizante mineral (Tabela 1).
As imagens a seguir (Figura 2) mostram um comparativo do desenvolvimento da
cultura em função de cada um dos tratamentos, o que ilustra o resultado apresentado
anteriormente.
Testemunha
214 kg ha-1 OM 3
427 kg ha-1 OM 3
Figura 2. Comparação visual do desenvolvimento
diferentes tratamentos.
Ainda de acordo com a Tabela
em todos os tratamentos de organomineral, pelo teste de Dunnett, apenas os tratamentos
com 80 e 100% da dose de NPK em relação ao mineral, foram estatisticamente
diferentes do tratamento mineral, sendo 48,3 e 51
produtividades.
Testemunha 400 kg ha-1 mineral 4
OM 3-15-15 310 kg ha-1 OM 3-
OM 3-15-15 534 kg ha-1 OM 3-
Figura 2. Comparação visual do desenvolvimento da cultura da soja em função dos
Ainda de acordo com a Tabela 1, mesmo com os incrementos de produtividade
em todos os tratamentos de organomineral, pelo teste de Dunnett, apenas os tratamentos
com 80 e 100% da dose de NPK em relação ao mineral, foram estatisticamente
diferentes do tratamento mineral, sendo 48,3 e 51,5 sacos ha-1, suas respectivas
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mineral 4-20-20
-15-15
-15-15
da cultura da soja em função dos
1, mesmo com os incrementos de produtividade
em todos os tratamentos de organomineral, pelo teste de Dunnett, apenas os tratamentos
com 80 e 100% da dose de NPK em relação ao mineral, foram estatisticamente
, suas respectivas
Essa observação também pode ser feita visualmente observando
adubação com 427 kg ha-1do fertilizante organomineral
sem adubação (Figura 3).
Figura 3. Comparação visual do desenvolvimento da cultura da soja em função da
aplicação de 427 kg ha-1do fertilizante organomineral
sem adubação.
Ghosh et al. (2009), trabalhando com consórcio
de adubação orgânica e mineral, observaram que a aplicação de 75% NPK mineral
recomendado + esterco de galinha ou esterco bovino foi a melhor combinação. Esse é
um resultado que se assemelha ao obtido, onde se observa que o
dose de NPK, quando proveniente de fertilizante organomineral são insuficientes para
trazerem resposta significativa na produtividade.
Em outras culturas, como
encontraram diferenças significativas na cultivar Ágata, submetida a diferentes doses de
fertilizante organomineral comparadas com o fertilizante mineral. Nesse caso, a
utilização de 40% da quantidade de nutrientes fornecidos pela fertilização com o
mineral via organomineral nã
fertilizante mineral (100% NPK).
Na cultura da cana-
SP81-3250, em estágio de cana
com o uso de fertilizante organomineral ou fertilizante mineral convencional.
Essa observação também pode ser feita visualmente observando
do fertilizante organomineral3-15-15 em relação à testemunha
427 kg ha-
Testemunha
Figura 3. Comparação visual do desenvolvimento da cultura da soja em função da
do fertilizante organomineral3-15-15em relação à testemunha
Ghosh et al. (2009), trabalhando com consórcio soja-sorgo sob seis combinações
de adubação orgânica e mineral, observaram que a aplicação de 75% NPK mineral
recomendado + esterco de galinha ou esterco bovino foi a melhor combinação. Esse é
um resultado que se assemelha ao obtido, onde se observa que o uso de 40 e 60 % da
dose de NPK, quando proveniente de fertilizante organomineral são insuficientes para
trazerem resposta significativa na produtividade.
utras culturas, como por exemplo, a da batata, Cardoso et al., (2013), não
significativas na cultivar Ágata, submetida a diferentes doses de
fertilizante organomineral comparadas com o fertilizante mineral. Nesse caso, a
utilização de 40% da quantidade de nutrientes fornecidos pela fertilização com o
mineral via organomineral não diferiu significativamente da produção obtida com o
fertilizante mineral (100% NPK).
-de-açúcar Garcia et al. (2010), trabalhando com a variedade
3250, em estágio de cana-planta, também verificaram rendimentos equivalentes
o de fertilizante organomineral ou fertilizante mineral convencional.
18
Essa observação também pode ser feita visualmente observando-se o efeito da
em relação à testemunha
-1OM 3-15-15
Testemunha
Figura 3. Comparação visual do desenvolvimento da cultura da soja em função da
em relação à testemunha
sorgo sob seis combinações
de adubação orgânica e mineral, observaram que a aplicação de 75% NPK mineral
recomendado + esterco de galinha ou esterco bovino foi a melhor combinação. Esse é
uso de 40 e 60 % da
dose de NPK, quando proveniente de fertilizante organomineral são insuficientes para
a da batata, Cardoso et al., (2013), não
significativas na cultivar Ágata, submetida a diferentes doses de
fertilizante organomineral comparadas com o fertilizante mineral. Nesse caso, a
utilização de 40% da quantidade de nutrientes fornecidos pela fertilização com o
o diferiu significativamente da produção obtida com o
açúcar Garcia et al. (2010), trabalhando com a variedade
planta, também verificaram rendimentos equivalentes
o de fertilizante organomineral ou fertilizante mineral convencional.
19
Ainda, Sousa (2014), em 10 experimentos com cana planta, concluiu que, em
nove, incrementos de produtividade foram alcançados com a utilização de fertilizante
organomineral, sendo mais eficiente, podendo substituir o fertilizante mineral por
apresentar até 24% a mais de eficiência.
Outra maneira utilizada para se analisar o efeito dos tratamentos sobre a
produtividade da soja foi o estudo das doses do fertilizante organomineral, o qual está
apresentado na figura abaixo (Figura 4). A curva apresenta da na referida figura indica
que há incremento na produção de grãos de soja à medida que se aumenta a dose de
fertilizante organomineral aplicada.
Figura 4. Produtividade da soja (sacos ha-1) em função da aplicação de doses de
fertilizante organomineral.
Utilizando a equação de regressão da Figura 4, calculou-se o equivalente em
fertilizante organomineral do fertilizante mineral, ou seja, qual dosagem de
organomineral seria necessária para se obter a mesma produtividade com utilização do
fertilizante mineral. O resultado desse cálculo está apresentado na tabela abaixo (Tabela
2).
y = -0,000075x2 + 0,073x + 32,32R² = 97%
20
25
30
35
40
45
50
55
0 100 200 300 400 500 600
Pro
du
tivi
dad
e (s
acos
ha-1
)
Dose do Organomineral 3-15-15 (kg ha-1)
20
Tabela 2. Dose equivalente do fertilizante organomineral (3-15-15) para obtenção da
mesma produtividade obtida com a aplicação do fertilizante mineral (4-20-20).
Equação Produtividade com adubação mineral
Dose equivalente do fertilizante organomineral
sacos ha-1 kg ha-1 y = - 0,000075 x2 + 0,073 x + 32,32 43,9 200
y = produtividade (kg ha-1)
A partir do resultado da tabela anterior (Tabela 2), observa-se que, com a
aplicação de 200 kg ha-1 do organomineral 03-15- 15 a produtividade da soja seria a
mesma obtida pela utilização de 400 kg ha-1 do fertilizante mineral 04-20-20. Ou seja,
com 37,5% da dose de NPK mineral, quanto proveniente do fertilizante organomineral
resultaria na mesma produtividade de 43,9 sacas ha-1.
A maior eficiência do fertilizante organomineral comparado ao mineral, pode ser
explicada segundo Liu et al., (2009) que afirma que uma das maneiras de melhorar a
sustentabilidade e a eficiência agronômica dos fertilizantes minerais é a utilização
conjunta com resíduos orgânicos.
Resultados semelhantes à esse foram encontrados por Bhattacharyya et al.,
(2008) que relataram que as culturas da soja e do trigo, cultivadas em sucessão,
responderam à aplicação de NPK fornecido via fertilizantes minerais, mas o rendimento
máximo foi obtido com o NPK + esterco bovino.
4.2Teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio
Os resultados dos teores foliares de nitrogênio mostram que a testemunha e o
tratamento mineral são equivalentes, visto que não há diferença entre os resultados
encontrados, os quais são os menores dentre todos os tratamentos (38,8 g kg-1 para
ambos) (Tabela 3). Essa quantidade de nitrogênio em folhas de soja, de acordo com
Embrapa (2008) pode ser classificada como “Baixo” dentro das faixas de suficiência do
nutriente para a cultura.
21
Tabela 3. Teores de nitrogênio, fósforo e potássio em folhas de soja, aos 60 dias após o
plantio, em função da aplicação de doses de fertilizante organomineral e mineral na
Estância HZ em Tupaciguara-MG.
Tratamento Dose N P K kg ha-1 ------------------------ g kg-1 ------------------------
Controle 0 38,8 b 2,3 b 18,0 a Mineral, 4-20-20 400 38,8 b 2,6 ab 19,0 a
OM, 3-15-15 214 51,3 a 2,7 ab 18,8 a OM, 3-15-15 320 46,8 ab 2,5 ab 16,0 a OM, 3-15-15 427 48,3 a 2,8 ab 17,0 a OM, 3-15-15 534 51,8 a 3,1 a 19,5 a
Média 46,0 2,7 18,1 DMSN = 8,7 DMSP = 0,6 DMSK = 6,5 CV (%) = 8,3 CV (%) = 10,0 CV (%) = 15,8
Médias seguidas por letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de significância.
Por sua vez, a aplicação do fertilizante organomineral, mesmo na menor dose, foi
suficiente para elevar o teor de nitrogênio foliar, o qual passa a ser classificado segundo
Embrapa (2008) como “Suficiente” para cultura da soja. Além disso, observa-se que as
doses de organomineral equivalentes a 40, 80 e 100 % da recomendação mineral
resultam em teores de N foliar superiores aos da testemunha e do tratamento com
adubação mineral (Tabela 3).
Esse resultado pode ser atribuído ao efeito da matéria orgânica proveniente do
fertilizante, a qual certamente favorece as bactérias do solo, melhorando sua nodulação,
o que permite maior fornecimento e maior absorção de nitrogênio pela cultura. Ainda,
segundo Hoffmann et al., (2001) a matéria orgânica permite maior disponibilidade de
nutrientes para as plantas.
Moreschi et al., (2013) trabalhando com doses e fontes de adubação (mineral e
organomineral) na semeadura da cultura do feijoeiro também concluiu que a eficiência
na utilização dos nutrientes aplicados do fertilizante organomineral foi maior que a
do fertilizante mineral na maioria das doses avaliadas, corroborando com os resultados
apresentados.
Em relação ao fósforo na folha o melhor tratamento foi a aplicação do
organomineral na dose de 534 kg ha-1 que, com 3,1 g kg-1 de P é superior à testemunha,
a qual apresentou apenas 2,3 g kg-1 de P no tecido foliar das plantas (Tabela 3).
Para esse nutriente, o resultado obtido pela testemunha é classificado como
“Baixo” e os demais tratamentos apresentaram teores de P na folha classificados como
22
“Suficiente”, segundo classificação proposta pela Embrapa (2008), o que mostra que os
resultados do fertilizante organomineral para essa variável superam a testemunha e não
diferem da recomendação mineral utilizada.
Para o teor foliar de potássio não houve diferença entre os tratamentos, cujos
resultados variaram de 16 a 19,5 g kg-1 (Tabela 3) e se classificam como “Suficiente”
para a cultura da soja, de acordo com Embrapa (2008), exceto o resultado do tratamento
com 320 kg ha-1 do fertilizante organomineral 3-15-15 (16 g kg-1 de K), cuja
classificação é “Baixo” (EMBRAPA, 2008), porém, como observado, não apresentou
efeito prejudicial sobre o desenvolvimento e a produção da cultura.
23
5 CONCLUSÕES
• A produtividade da soja nos tratamentos que receberam organomineral
03-15-15 foi 17% superior à do tratamento mineral.
• Comparativamente, 200 kg ha-1 do fertilizante organomineral 3-15-15, ou
seja, 37,5% da dose de NPK mineral utilizada resultou na mesma
produtividade obtida pelo uso de 400 kg ha-1 do adubo mineral,
equivalente a 43,9 sacas ha-1 de soja.
• Teores foliares de nitrogênio e fósforo foram superiores aos da
testemunha.
24
REFERÊNCIAS
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