Fármacos analgésicos e antipiréticos
-
Upload
dmoney-ptc -
Category
Education
-
view
405 -
download
4
Transcript of Fármacos analgésicos e antipiréticos
1
Fármacos analgésicos e antipiréticos
DSc. Hugo Verli
Grupo de Bioinformática EstruturalCentro de Biotecnologia/Faculdade de Farmácia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1. Introdução
� Locais de ação de fármacos:
� Proteínas
� Lipídeos� Ácidos nucléicos
�������
� �� ���
� ��������� ��������
���������
�������������
����������
��������
� ���������
����������
��������������
2. Analgésicos
� Classes terapêuticas capazes de provocar analgesia:� Compostos voláteis
� Potência inversamente proporcional à polaridade;� Interferência na condutância de íons Na+ através
de mudanças na fluidez da membrana.� AINEs� Opióides (QF1, área 2)� Barbitúricos (QF1, área 2)� Diversos
� Propofol (modulação do receptor GABAA)� Quetamina� Procaína/lidocaína (modulação de canais de Na+)
2. Analgésicos
� Lidocaína como exemplo de planejamento racional de novos compostos bioativos:� Redução da velocidade de metabolização e conseqüente aumento na meia-
vida plasmática:
3. AINEs: aspectos gerais
� Agentes antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs):� Antiinflamatórios� Antipiréticos� Analgésicos
� A aspirina é o agente protótipo desta classe, apresentando atividades antiinflamatória, antipirética e analgésica. � Outros agentes podem possuir uma ou duas destas atividades.
� Antiiflamatórios não-esteroidais versus esteroidais:
3. AINEs: aspectos gerais
� Antiiflamatórios não-esteroidais versus esteroidais:
2
3. AINEs: aspectos gerais
� A inflamação é um processo normal, além de uma resposta essencial frente a qualquer estímulo capaz de ameaçar o organismo, variando de um evento local a uma resposta generalizada:� Liberação de mediadores pró-inflamatórios a partir de uma injúria (histamina,
serotonina, citocinas leucocitárias, enzimas lisossomais e prostaglandinas);� Vasodilatação;� Aumento da permeabilidade vascular e exudação;� Migração leucocitária, quimiotaxia e fagocitose;� Proliferação de células dos tecidos conectivos.
� Elevada complexidade, envolvendo diversos fatores e moduladores:� Os agentes antiinflamatórios atuais são exclusivamente sintomáticos.
� Papel dos eicosanóides no processo inflamatório.
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Os agentes incluídos nesta classe apresentam propriedades analgésicas e antipiréticas, mas não efeitos antiinflamatórios;
� O efeito antipirético ocorre sobre fatores indutores de estados febris, mas não é capaz de reduzir a temperatura corpórea em indivíduos afebris;� Centro termoregulatório hipotalâmico, no CNS;� Pirógenos de origem leucocitária.
� Uma das propostas mecanísticas para a ação destes compostos envolve uma terceira isoforma da COX:
Chandrasekharan et al., Proc. Natl. Acad. Sci., 2002, 99, 13926-13931.
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� A COX-3 (também chamada de COX-1b) é gerada a partir do splicingalternativo do intron-1 do pré-mRNA da COX-1;
� Sua sensibilidade a derivados como o acetaminofeno e a antipirina subsidiaram a hipótese de que esta enzima seria a responsável pela ação de tal classe de compostos (ao menos em cães...);� Este mecanismo de ação ainda está em discussão na literatura e propostas
alternativas, como a modulação de receptores CB1, já foram propostas.
Chandrasekharan et al., Proc. Natl. Acad. Sci., 2002, 99, 13926-13931.
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� A acetanilida foi introduzida no mercado em 1886 como agente antipirético-analgésico, sendo removido em seguida em decorrência de sua elevada toxicidade;
� A fenacetina foi introduzida no ano seguinte à remoção da acetanilida, mantendo-se no mercado até recentemente, quando foi removida em decorrência de indícios de causar nefrotoxicidade;
� O Acetaminofeno foi introduzido no mercado em 1899, sendo retirado do mercado em detrimento da fenacetina e re-introduzido somente na década de 1950.
Paracetamol
Bertolini et al., CNS Drug Reviews, 2006, 12, 250-275.
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
Citocina
Citotoxina
Cyp1A1
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Substituições de grupos alquila no átomo de nitrogênio abolem tanto a citotoxicidade do composto quanto sua atividade antiinflamatória;
� Metilação do anel:� Posição 2: reduz a hepatotoxicidade juntamente com a atividade;� Posição 3: mantém aproximadamente inalteradas tanto a hepatotoxicididade
quanto a atividade.
3
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� O Acetaminofeno foi introduzido no mercado em 1899, mas permaneceu pouco popular por mais de 50 anos:� Constitui um metabólito tanto da acetanilida quanto da fenacetina;� Permanece como o único agente útil terapeuticamente desta classe de AINEs;� Possui atividade analgésica comparável à aspirina;� Indivíduos apresentando hipersensibilidade à aspirina não o são para o
acetaminofeno;� Não apresenta atividade antiinflamatória.
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Derivados pirazolônicos:
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Derivados pirazolônicos:
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Derivados pirazolônicos:� Compostos removidos do mercado americano e europeu em 1970 em
decorrência de casos fatais de agranulocitose;� Continua sendo utilizada em alguns países europeus, asiáticos e
latinoamericanos;� Foi re-introduzida na Suécia em 1995;� Dados epidemiológicos sugerem que o risco de morte associado ao uso de
dipirona é muito pequeno, menor que o risco de morte pelo uso de aspirina,principalmente em decorrência de uma menor capacidade de ocasionar hemorragias gastrointestinais;
� Mortalidade estimada:� Diclofenaco: 592 / 100 milhões� Aspirina: 185 / 100 milhões� Dipirona: 25 / 100 milhões� Acetaminofeno: 20 / 100 milhões
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Derivados pirazolônicos:� Mortalidade associada a uso de curto prazo de analgésicos antipiréticos, não
narcóticos:
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Derivados pirazolônicos:� Mortalidade associada a uso de curto prazo de analgésicos antipiréticos, não
narcóticos, considerando somente complicações gastrointestinais:
4
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Derivados pirazolônicos:� A dipirona é um pró-fármaco, não detectável no plasma após administração
oral;� Os efeitos analgésicos da dipirona parecem ser devidos à dois de seus
metabólitos:� 4-metil-amino-antipirina� 4-amino-antipirina
Chandrasekharan et al., Proc. Natl. Acad. Sci., 2002, 99, 13926-13931.
4. AINEs: analgésicos antipiréticos
� Derivados pirazolônicos:� Metabolismo:
Campos et al., Eur. J. Pharmacol., 1999, 378, 339.
5. AINEs: SAR geral
H1H1H1H1
H2H2H2H2
L2 L2 L2 L2
6. Novos alvos terapêuticos
� Novas estratégias para o desenvolvimento de agentes analgésicos:� Modulação de determinados canais de sódio voltagem-dependentes
(Jarvis et al., Proc. Natl. Acad. Sci., 2007, 104, 8520-8525)� Modulação da ação da catepsina S
(Clark et al., Proc. Natl. Acad. Sci., 2007, 104, 10655-10660)