E DA CONCENTRAÇÃO TOTAL DE NUTRIENTES · crustáceos vs. nutrientes totais e clorofila a ^...

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UNIVERSIDADE DO AMAZONAS - UA INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA üiSLIGIECA 00 lOPA INFLUÊNCIA DA DENSIDADE ZOOPLANCTÔNICA E DA CONCENTRAÇÃO TOTAL DE NUTRIENTES SOBRE A BIOMASSA FITOPLANCTÔNICA EM LAGOS DA AMAZÔNIA CENTRAL Giselle V. Trevisan 52632 MANAUS - AM 2001

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UNIVERSIDADE DO AMAZONAS - UA

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

üiSLIGIECA 00 lOPA

INFLUÊNCIA DA DENSIDADE ZOOPLANCTÔNICA

E DA CONCENTRAÇÃO TOTAL DE NUTRIENTES

SOBRE A BIOMASSA FITOPLANCTÔNICA EM

LAGOS DA AMAZÔNIA CENTRAL

Giselle V. Trevisan

52632

MANAUS - AM

2001

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UNIVERSIDADE DO AMAZONAS - UA

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

(ãiO

Influência da Densidade Zooplanctônica e da Concentração Total de Nutrientessobre a Biomassa Fitoplanctônica em lagos da

Amazônia Central

Giselle V. Trevisan

Orientador :

Dr. Bruce Rider Forsberg

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduaçãú em Biologia Tropical e RecursosNaturais Convênio INPA/UA, como parte dosrequisitos para a obtenção do titulo de Mestre emCiências Biológicas, área de concentração emEcologia.

rManaus-AM

2001

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P'r'lndrdrDeLTdàdrZooplanctônica e da Concentração de Nutrientes sobre aB"iomassa Fitoplanctônica em lagos da Amazônia Central./ Giselle Vanessa Trevisan— Manaus; UA/INPA, 2001.

64 p.Dissertação de Mestrado

1. Clorofilaa 2. Zooplàncton 3. Fósforo total 4. Nitrogênio total 5. Lagos da AmazôniaCentral

Sinopse:

A relação entre a biomassa fitoplanctônica, mensurada comofósforo e nitrogênio totais, densidade e comprimento do corpo de crustáceos en^ oe no.. 4.. co™. «M. r„Tirc.^.34™.crustáceos vs. nutrientes totais e clorofila a ^ confluênciaCentral associados ao rio Negro (7 lagos), ao Solunoes lagos) gNegro/Solimões, durante o período de seca (nov/99 a jan/00).

Palavras-chave: clorofila a, zooplàncton. fósforo total, nitrogênio total, lagos da AmazôniaCentral.

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'Nenhuma teoria é boa, exceto sob a condição

de a usarmos para ir além "

André Gide

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade do Amazonas e ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazôniapela oportunidade de realizar o mestrado em ecologia na Amazônia;

ensinarAgradeço ao Dr. Bruce Rider Forsberg, pela orientação no trabalho de tese e por mea fazer viver a pesquisa;

Agradeço à Dra. Elza Hardy pelos conhecimentos transmitidos, gosto e disponibilidade emsempre ajudar;

Agradeço à Dra. Use Walker por ensinar-me que a biologia está viva e latente dentro dequalquer estudo ecológico, apesar dos cálculos e da "simplicidade" em que os sistemas saotratados:

Agradeço ao Dr. Bill Magnsum pela atenção e simplicidade em nos transmitir seusconhecimentos, ajudando-nos a solucionar os problemas estatísticos;

Agradeço á Dra. Flávia Costa, Flavinha, pela amizade e ensinamentos estatísticos;

Agradeço aos pesquisadores/professores do INPA, por transmitir seus conhecimentos eajudar na formação de foturos novos pesquisadores;

Agradeço ao Palheta, companheiro de todas as viagens, que segurou firme a voadeira eauxiliou-me nas coletas;

Agradeço á Geise, por sempre estar "firme e forte para o que der e vier", socorrendo-nos(alunos da pós em ecologia) quando precisamos.

Agradeço ao meu grande amigo, amante e companheiro Benjamim, por seu corpo, espíritoe mente presentes, e também por sua muita paciência...;

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Agradeço à companhia e auxilio dos amigos da turma de 1999 e de todos os estudantes dapós em ecologia, biologia de água doce, entomologia, galennha boa...

Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico (CNPq)pslã. bolsa. d6 mGStra.do concedida,

Agradeço ao Projeto de Pesquisa MCT/PPI 1-3020 pelo financiamento das excursões;

E por último, mas não menos importante, agradeço a Exislêmia de minha família.

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RESUMO

A biomassa f.toplanctônica depende das concentrações totais de nutrientes limitantes como

nitrogênio e fósforo e da predação por parte da comunidade zooplanctônica. Quando adependência de nutrientes ou predação predomina, o efeito tròfico é denominado "bottom

up" ou "top down" respectivamente. O objetivo deste estudo foi investigar a influência dosnutrientes totais nitrogênio (NT) e fósforo (PT), e da densidade de individuos de diferentes

classes de tamanho da comunidade zooplanctônica sobre a biomassa fitoplanctônica

mensurada como ciorof.la a (Cio .), em vinte lagos da Amazônia Central durante o período

de seca (nov /99 a jan/00). Utilizando-se a média dos valores obtidos nos três meses, fez-seuma análise de regressão linear múltipla (RLM) entre Cio a vs. NT e PT. seguido por umaanálise RLM entre Cio a vs. densidade de organismos zooplanctònicos grandes (DZG>0,5mm). densidade de organismos zooplanctònicos pequenos (DZP <0,5mm) e o nutriente

mais influente da análise anterior. A biomassa fitoplanctônica foi altamente influenciadapela concentração de nitrogênio total nos lagos estudados (RLM: g.l.=n; r^=0,87,PNT=0,000). Não houve influência significativa de DZG e DZP sobre a clorofila a (RLM:g.l.=16; r^0,90; pnt=0,00; Pdzg=0,23; pdzp=0.13), porem foram encontradas RLMsignificativas de DZT vs. PT e Cio a (g.l.=17; r^=0.45; Ppt=0,09, pcio<.-0,00) e DZG vs. PTe Cio a (g.l.=17; r^=0,56; prr=0,04; pcio <,=0.00). A relação DZP vs. PT e Cio a não foisignificativa devido provavelmente ao fato de que parte da comunidade fitoplanctônica náoera disponível como recurso ao pequeno zooplâncton. Os resultados suportam a hipótese deque a biomassa fitoplanctônica e a densidade zooplanctônica dependempredominantemente dos recursos, indicando uma forte influência bottom up.

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ABSTRACT

It is known that the phytoplankton biomass is influenced by the concentrations of thenutrients nitrogen and phosphorus and by zooplankton grazing. Phytoplankton answer to

grazer can be negativo or indifferent, as respectively to a hight or low big individuaisdensity in the zooplankton community (length of the body >0,5mm potentially greatpredatory efFiciency) - theory Top Down; or the phytoplankton biomass can still beinfluenced only by the nutrients independem of the zooplankton community density -theory Bottom Up. The objective of this study was to verify the influence of the nutrientstotal nitrogen and total phosphoms, and of the big and small individuais density inzooplankton community on the phytoplankton biomass measurement as chlorophyll a, mtwenty lakes of the Central Amazonian. A collection was accomplished a month during thedrought period (nov and dez/99 and jan/00) in the twenty studied lakes. Used the average ofthe values obtained in the three months, it was made an Analysis of Multiple LinearRegression among chlorophyll a vs. total nitrogen and total phosphorus, followed ofAnalysis of Multiple Linear Regression among chlorophyll a vs. big zooplankton density(>0,5mm). small zooplankton density (<0.5mm) and the most influential nutrient of theprevious analysis. The phytoplankton biomass was highly influenced by the concentrationof total nitrogen (df^l7; r^=0,87; PNT=0,000; PPT=0.629) and covary positively to big andsmall zooplankton density (df-16; r-0,90; PNT=0,00; PDZG=0,23; PDZP=0.13). Theresults support the hypothesis that the resource nutrients are the only limit factor to thegrowth of the phytoplankton biomass and that the zooplankton community is alsoinfluenced by the resources, corroborating with the theory Bottom Up.

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ÍNDICE

IAgradecimentos

IIResumo

IIIAbstract

11. Introdução

72. Objetivos

83. Material e Métodos

83.1 Área de estudo

113.2 Desenho amostrai

133.3 Metodologia de campo

3.3.1 Nitrogênio e fósforo ^ ̂15

3.3.2

153.3.3 Zooplâncton

163.4 Análise de laboratorio

3.4.1 Nitrogênio e fósforo ^16

3.4.2

163.4.3 Zooplâncton

203.5 Análises estatísticas

224. Resultados

4.1 Profundidade dos lagos e desaparecimento visual do disco de Secchi 22

4.2 Concentração total de nitrogênio e fósforo 22

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4.3 Densidade e comprimento dos individuos da comunidade zooplanctônica 2730

4.4 Clorofila a

4.5 Fatores controladores do zooplâncton

5. Discussão

.35

.39

6. Conclusões

7. Referências Bibliográficas.

8. Anexo

49

51

.59

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LISTA DE FIGURAS

10Figura 1. Area de estudo

12Figura 2. Esquema geral de amostragem

Figura 3. Uso do tubo coletor19

Figura 4. Adaptação da pipeta Stempel

Figura 5. Esquema das relações tróficas entre nutrientes, fitoplâncton e zooplancton 21

Figura 6. Concentração média de nitrogênio total em relação ao no associado 25Figura 7. Concentração média de fósforo total em relação ao rio associado 25Figura 8. Concentração média entre nitrogênio total e coeficiente de extinção de luz 26Figura 9. Concentração média entre fósforo total e coeficiente de extinção de luz 26Figura 10. Densidade total zooplanctônica em relação ao rio associado 29Figura 11. Concentração média entre clorofila a e coeficiente de extinção de luz 32Figura 12. Concentração média de clorofila a em relação no associado 22Figura 13. Parciais entre clorofilaa e concentração de nitrogênio total

Figura 14. Parciais entre clorofila a e concentração de fósforo total

Figura 15. Regressão linear entre clorofila a e nitrogênio total

Figura 16. Parciais entre densidade do zooplâncton grande e clorofila a

Figura 17. Parciais entre densidade do zooplâncton grande e fósforo total 37Figura 18. Parciais entre densidade do zooplâncton pequeno e Clorofila a 38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Valores médios das variáveis físicas e quimicas; profundidade dos lagos,

desaparecimento visual do disco de Sechi, concentração total de nitrogênio e

fósforo, clorofíla a e análises estatísticas para os lagos estudados 23

Tabela 2. Valores médios da densidade total zooplanctônica; densidade, comprimento

médio e percentual de indivíduos grandes nos grupos Cladocera, Copepoda e, . 27

Rotífera e análises estatísticas

Tabela 3. Resultados das análises estatísticas entre clorof.la a. concentrações de nitrogênio

e fósforo total, e densidade do zooplâncton grande e pequeno 30

Tabela 4. Resultados das análises estatísticas entre densidade total zooplanctonica,densidade do zooplâncton grande e pequeno, concentrações de nitrogênio e

. 34fósforo total, e clorofíla a

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LISTA DE ANEXOS

Tabela 1 Desaparecimento visual do disco de Secchi, concentrações de nitrogênio e

fósforo total, clorofila a referente ao mês de novembro de 1999 59

Tabela 2. Profundidade dos lagos, desaparecimento visual do disco de Secchi,

concentrações de nitrogênio e fósforo total, clorofila a referente ao mês de

dezembro de 1999

Tabela 3. Profundidade dos lagos, desaparecimento visual do disco de Secchi,

concentrações de nitrogênio e fósforo total, clorofila a referente ao mês janeiro

de 2000

Tabela 4. Densidade total e comprimento médio do corpo de Cladocera, Copepoda e

Rotífera referente ao mês de novembro de 1999

Tabela 5. Densidade total e comprimento médio do corpo de Cladocera, Copepoda e

Rotífera referente ao mês de dezembro de 1999

Tabela 6. Densidade total e comprimento médio do corpo de Cladocera, Copepoda e

Rotífera referente ao mês de janeiro de 2000

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GLOSSÁRIO

Símbolo ParâmetroUnidade

Cloa Clorofila a Pgl"'

NT Nitrogênio total pM

PT Fósforo totalpM

DIZ Densidade total zooplanctônica ind.P

DZG Densidade do zooplâncton grande ind.r^

DZP Densidade do zooplâncton pequeno ind.P

CM Comprimento médio do corpo do zooplâncton mm

DS Desaparecimento visual do disco de Secchi m

Pf Profundidade dos lagos m

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1. INTRODUÇÃO

O termo cadeia alimentar introduzido por SHELFORD (1913), fundamenta-se na

transferência de matéria orgânica e energia, ambas fixadas pelos autótrofos

fotossintetizantes na forma de tecido biológico, aos herbivoros e camivoros, compondo

uma seqüência de relações tróficas. Somente uma pequena parte da energia (15%) contida

no recurso organismo (planta ou animal), pode ser transformada em biomassa do

consumidor, sendo o restante utilizada pelo próprio metabolismo do organismo ou

dissipada na forma de calor (LINDEMAN, 1942). Devido a estas perdas, os níveis tróficos

inferiores sempre possuem maior biomassa ou produção do que os elos superiores, um

fenômeno chamado "pirâmide de números e/ou biomassa" (ELTON, 1927). Este preceito,

junto com o conceito tròfico-dinâmico introduzido por LEMDEMAN (1942), firmou aimportância dos recursos na dinâmica da cadeia alimentar.

A produtividade primária também é limitada por recursos, que neste caso são

nutrientes, essenciais para o crescimento e luz. O primeiro trabalho em ecossistemas

lacustres que demonstrou a forte relação existente entre a biomassa fitoplanctonica

mensurada como clorofila e as concentrações totais de nitrogênio e fósforo, foi realizado

em lagos japoneses por SAKAMOTO (1966). Posteriormente, outros estudos em lagostemperados verificaram padrões semelhantes (DILLON & RIGLER, 1974; NICHOLLS &

DILLON 1978; SMITH, 1982; GINZBURG & AKÇAKAYA, 1992). Relações positivas

entre zooplâncton e fitoplâncton, e entre peixes e nutrientes, também foram encontradas

nesses ecossistemas, demonstrando que a biomassa em todos os níveis tróficos pode

depend,, <i. co—ÇSo dc numen... (MCCAULEV 4 KALFF. 1981, ROGNERUD S

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KJELLBERG, 1984; LEE & JONES, 1984; PACE, 1984; GINZBURG & AKÇAKAYA,

1992; NÕGES, 1997).

Em lagos tropicais da Amazônia Central também foram encontrados resultados

similares. ZARET et aí. (1981) no lago Jacaretinga, SETARO & MELACK (1984) e

PINHEIRO (1985), ambos no lago Calado, demonstraram que o crescimento do

fitoplâncton é limitado pela disponibilidade de nitrogênio e fósforo no sistema. MOTA &

FORSBERG (dados não publicados), em estudo realizado durante o ano de 1992 em lagos

associados ao rio Negro e ao rio Solimões, verificaram forte relação positiva entre as

médias anuais da concentração de clorofila a e da concentração total de fósforo e

nitrogênio, sendo a relação encontrada com nitrogênio total (NT) maior do que com fósforo

total (PT). HARDY & DUNCAN (1994) demonstraram a influência da disponibilidade de

recursos no ciclo de crescimento do zooplâncton em experimentos de bioensaios com três

espécies de cladoceras planctónicos do lago Jacaretinga {Daphnia gessnerí, Diaphanosoma

sarsi e Moina reticulata). Neste estudo verificaram um prolongamento do desenvolvimento

pós-embrionário em baixas concentrações de alimento (cultura de Scenedesmus acutus,

Chlorophyceae). A influência da disponibilidade de nutrientes e energia sobre a biomassa

em níveis tróficos superiores, ainda não foi investigada em ecossistemas lacustres

amazônicos.

HAIRSTON et aí. (1960) propuseram um padrão de controle populacional variável

conforme o nivel trófico em que uma população se encontra, o número de elos na cadeia

alimentar e a interação entre as influências de recursos e da predação. Esta visão, conhecida

como efeito cascata, fundamenta-se na alternância do mecanismo de controle entre os

diferentes níveis tróficos. Assim, em uma cadeia alimentar com 3 níveis tráficos (produtor

- herbívoro - carnívoro), se os predadores são limitados por alimento, então os herbívoros

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são limitados pela predação e as plantas pelos recursos. Pela grande abundância de plantas

em muitos dos ecossistemas do mundo, os autores concluíram que a maioria das cadeias

alimentares são formadas por três níveis tróficos. Esta hipótese depois foi ampliada para

incluir cadeias alimentares com número de níveis tróficos variáveis (FRETWELL, 1977

POWER, 1992; OKSANEN et ai, 1981). Aumentando-se um nível trófico carnívoro,

o efeito cascata poderá causar redução ou aumento na abundância de plantas, dependendo

do número inicial de níveis tróficos (SLOBODKIN, 1992). Em cadeias alimentares com

três níveis tróficos, a biomassa das plantas e dos carnívoros seriam limitadas pela

concentração de recursos no sistema; e com dois ou quatro níveis tróficos (produtor -

herbívoro; produtor - herbívoro - carnívoro - predador de topo), a biomassa das plantas

seria limitada pela predação herbívora e o predador de topo influenciado pelo recurso.

Em lagos antárticos e noruegueses, os quais possuem cadeias alimentares com dois

e três níveis tróficos (fitoplâncton - zooplâncton; fitoplâncton - zooplàncton - peixe)

respectivamente, HANSSON (1992) encontrou diferentes padrões na limitação da biomassa

fítoplanctônica. A resposta do fitoplâncton ás diferentes concentrações de fósforo total dos

lagos noruegueses foi seguramente positiva; enquanto nos lagos antárticos, houve pouca

correlação entre o fitoplâncton e a variação de fósforo total. O autor também constatou

diferenças na biomassa e no comprimento do corpo dos indivíduos da comunidade

zooplanctônica entre os dois sistemas de lagos. Nos noruegueses, com três níveis tróficos, a

biomassa era baixa e a comunidade composta de indivíduos pequenos quando comparada

aos lagos antárticos, com dois níveis tróficos, onde os indivíduos eram grandes e a

comunidade possuía alta biomassa.

A análise do tamanho dos indivíduos da comunidade zooplanctônica fornece

importantes informações sobre o nível e a seletividade da predação por peixes

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zooplanctívoros e sobre a estrutura da cadeia alimentar em geral. Na ausência, ou em baixas

densidades de peixes planctivoros, a comunidade planctônica é dominada por grandes

espécies de zooplâncton (LAMPERT, 1988), e a mudança morfológica sazonal de muitasespécies planctônicas (ciclomorfose), embora muitas vezes relacionada somente aos fatoresabióticos como temperatura e turbulência, representa respostas adaptativas à atividade de

seus predadores (LAMPERT, 1987).

A influência da predação seletiva sobre as espécies maiores do zooplâncton, foi

investigada inicialmente por BROOKS & DODSON (1965). Esses autores verificaram que,

em lagos sem peixes zooplanctivoros, a comunidade zooplanctônica era constituida por

espécies grandes (maiores que 0,5mm de comprimento), as quais, além de eficientes na

coleta de pequenas partículas (1 a 15p), coletavam as partículas grandes de alimento,

eliminando por competição as espécies zooplanctônicas menores. Em lagos com peixes

zooplanctivoros, devido à predação seletiva por tamanho, encontraram a comunidade

zooplanctônica formada predominantemente por espécies pequenas (menores que

0,5mm).

MAZUMDER (1994) utilizou o tamanho dos indivíduos da comunidade

zooplanctônica como um índice indireto do número de elos (número de níveis trôficos) da

cadeia alimentar. Nesse estudo, os lagos classificados com número total de elos impar (3, 5,

níveis trôficos), continham em pequeno número ou estavam ausentes as grandes especies

do gênero Daphnia, espécie-chave em lagos subtropicais. O tamanho médio dos Cladoceraera <0 Smm, o tamanho médio das Daphnia era <l,Omm, ou a biomassa dos peixes

1 tívoros era >20Kg/ha. Os lagos que apresentavam características opostas às essas,

foram classificados como tendo cadeia alimentar com número total de elos par. Utilizandotnr vprificou Que o aumento na biomassa fitoplanctônica, medida como

esse critério, o autor ventitou 4

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clorofila a, com o incremento de fósforo total foi maior em ecossistemas com número de

elos impar do que naqueles com número de elos par.

Evidências do efeito da predação seletiva sobre a comunidade zooplanctônica

também foram encontradas em lagos Amazônicos. Em estudo realizado no lago Jacaretinga

(rio Solimões) durante o período de seca e enchente, ZARET (1984) verificou que a

espécie de peixe zooplanctivoro Moenkhausia dichronra era seletiva para espécies grandes

de Cladocera, principalmente Diaphanosoma sarei (l,2mm). CHU KOO (2000) no lago

Camaleão (rio Solimões) durante o período de vazante e enchente, constatou que a maioria

dos peixes zooplanctívoros identificados (11 espécies) apresentaram seletividade para os

Cladocera e que, na análise do conteúdo estomacal das duas espécies de peixes mais

freqüentes durante o estudo, Ctenobrycon spindus e Triporíheiis cidter, a freqüência

numérica de indivíduos de zooplâncton maiores que 0,6mm foi alta, 60 e 90%

respectivamente, sendo Diaphanosoma spimdosum (1,3mm) a espécie mais predada.

Nos ambientes lacustres amazônicos, o ciclo de vida da biota aquática é

influenciado pelo pulso de enchente. Segundo JUNK et ai. (1989), durante a fase de cheia

na qual o volume de água está máximo, os hábitats de inundação formados pelas macròfitas

aquáticas presentes em águas brancas e pela floresta inundada em águas brancas, claras e

negras, induz a colonização destes ambientes devido a grande disponibilidade de alimentos

e às oportunidades de forragear. No período de seca, no qual o nível de água dos lagos está

mais baixo (FORSBERG et ai, 1988), a biota aquática fica limitada somente aos recursos

disponíveis na área aberta do lago, portanto, permanece mais susceptível às relações de

competição pelo espaço e alimento intra e inter-especificas.

Tendo em vista que durante o período de seca. compreendido de 15 de setembro a

15 de março para os lagos da Amazônia Central (FORSBERG et ai, 1988), estes se

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encontram isolados da floresta circundante, tornando possível averiguar com maior clareza

as influências da estrutura de tamanho e densidade da comunidade zooplanctônica e da

concentração total de nitrogênio e fósforo sobre a biomassa fitoplanctônica, propõe-se neste

estudo realizar a primeira investigação desta natureza em ambientes lacustres da Amazônia

Central, durante os meses de novembro de 1999 a janeiro de 2000, período em que os lagos

estão com o nível de água mais baixo.

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2. OBJETIVOS

Geral

Investigar a influência da densidade e estrutura de tamanho da comunidade

zooplanctônica, bem como da concentração total de nitrogênio e fósforo sobre a

biomassa fitoplanctônica em lagos da Amazônia Central, durante o período de seca.

Específicos

1. Investigar a influência da concentração total de fósforo e nitrogênio sobre a

biomassa fitoplanctônica mensurada como clorofíla a.

2. Investigar a influência da densidade de organismos zooplanctônicos grandes

(>0,5mm) e organismos zooplanctônicos pequenos (<0,5mm) sobre a

concentração de clorofíla a.

3. Investigar a influência da biomassa fitoplanctônica e nutrientes sobre a

densidade da comunidade zooplanctônica.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de Estudo

Os vinte lagos estudados encontram-se associados as planícies inundáveis dos rios

Negro, Solimões e confluência Negro/Solimões, na porção central da Bacia Amazônica

(Fig. 1). Sete lagos são associados ao rio Negro (Mudo, Guedes, Cristalino, Cacau Pirera,

Mucura, Buiuçu e Pagodão). Dos lagos associados ao rio Solimões, quatro são do

Complexo Janauacá (Janauacá, Italiano, Quari e Castanho) e cinco do Complexo Manaquiri

(Tucuxi, Grande Manaquiri, Miraaua, Jaraqui e Poção). Na confluência Negro/Solimões,

um lago situa-se na região do Catalão (Catalão), um na ilha do Careiro (dos Reis) e dois à

margem esquerda do rio Amazonas (Aleixo e Puraquequara). Dos vinte, dezoito são lagos

ria (SIOLI, 1984), um, o lago Catalão, originou-se de uma de praia lateral e o outro, lago

dos Reis, foi formado por assoreamento incompleto (FORSBERG, comun. pessoal). Todos

os lagos do estudo, com exceção do Cristalino, mantiveram-se conectados com o rio

durante a época seca.

A composição química da água desses lagos depende da entrada de massas de água

pj-QY6nientes de diferentes fontes! do rio ao qual está associado, dos afluentes de terra firme

da drenagem local e da chuva (FORSBERG et ai, 1988; JUNK, 1997). A água destas

fontes varia quimicamente dependendo da variação geoquimica dos solos nas respectivas

bacias de drenagem. Enquanto a água do rio Solimões é rica em nutrientes provindos dos

sedimentos Andinos, a água do rio Negro é pobre em nutrientes pois seus sais e sedimentos

provêm do escudo Guianense (STALLARD & EDMOND, 1983). Os afluentes de terra

firme são também, de modo geral, pobre em sais e nutrientes. A influência da água

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proveniente da drenagem local depende da razão entre a área da bacia de drenagem e a área

do lago (AB/AL). Na época das cheias, a composição quimica dos lagos é semelhante à dos

rios aos quais estão ligados. Nos períodos de seca, os lagos com a razão AB/AL<20

possuem uma mistura da água do rio e da água da drenagem local e aqueles com razãoAB/AL>20 possuem, predominantemente, água dos afluentes de terra firme (FORSBERG

et ai, 1988).

Processos internos nos lagos, tais como ressuspensão do material sedimentado,

também alteram a composição química de suas águas, dependendo da época do ano. Na

cheia, o sedimento se deposita e na seca, através da mistura vertical promovida pelos

ventos, há ressuspensão do material sedimentado (SCHMIDT, 1973).

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3.2 Desenho Amostrai

As coletas foram realizadas mensalmente, durante três meses do período de seca

(FORSBERG et ai., 1988), novembro e dezembro/1999 e janeiro/2000, nos vinte lagos

estudados. Neste período os lagos encontram-se isolados da floresta que os margeiam.

Em cada lago, considerado como uma unidade amostrai, a coleta de água para

análise de nitrogênio, fósforo e clorofila íí, e a coleta de zooplâncton foram feitas ao longo

da zona eufótica, em três pontos da área aberta. Para obter a medida da profundidade da

zona eufótica, foi mensurada a profundidade de transparência da água utilizando-se de

disco de Secchi branco com 20cm de diâmetro e o valor encontrado foi multiplicado por 2,7

(WETZEL, 1983). Este valor foi calculado no primeiro ponto da coleta. Devido o valor

obtido através do disco de Secchi indicar somente a profundidade de transparência da água,

foi calculado o coeficiente de extinção de luz, 1/DS, variável em função do material

particulado em suspensão (MEGARD et al., 1979). Este valor foi utilizado para relacionar

às concentrações de nitrogênio, fósforo e clorofila a.

As amostras de água e zooplâncton desses três pontos foram reunidas em amostras

integradas (Fig.2).

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Análise de nitrogênio efósforo totais em

laboratório

Amostra

integrada

Filtração em campo e análisede clorofila a cm laboratório

Figura 2. Esquema geral de amostragem. Pi, P2, P3 - pontos de amostragem; DSprofundidade de desaparecimento do disco de Secchi; Zeu = profundidade da zonaeufótica (DS X 2,7); TC = tubo coletor de água; RZ = rede cônica de zooplâncton.

12

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3.3 Metodologia de Campo

A água para análise de nutrientes e clorofila a foi coletada segundo o método

descrito por DILLON & RIGLER (1974), através de um tubo coletor (mangueira trançada)

de 6 metros de comprimento, 2,5cm de diâmetro, graduado a cada 0,5 metro, contendo um

peso e uma corda fixados á extremidade inferior e rolhas de borracha nas duas

extremidades.

Uso do tubo coletor de água (Fig.3)

1. Lavou-se o tubo com água do lago antes da coleta;

2. Desceu lentamente a extremidade inferior do tubo (sem as rolhas e com a corda

solta) até a profundidade calculada para a zona eufótica,

3. Tampou-se a extremidade superior com a rolha e puxou a extremidade inferior

com o auxilio da corda;

4. A água coletada foi despejada em um vasilhame com tampa, de capacidade para

5 litros, onde os três pontos de coleta do lago foram integrados;

5 Através de movimentos oscilatórios no vasilhame, a amostra integral foi

homogeneizada.

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p TNível de água do lago

Figura 3. Uso do tubo coletor de água: a - descida do tubo até profundidade dazona eufótica Zeu (DS x 2,7); b - recolhimento do tubo coletor de água; c - integração e

homogeneização da amostra. (TC= tubo coletor; P— peso, R— rolha, C— corda guia. A—

amostra integral)

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3.3.1 Nitrogênio e Fósforo

Da amostra integral, foi retirado subamostras de 20ml com auxilio de uma proveta,

as quais foram acondicionadas em frascos de polipropileno de capacidade 30ml, com

tampa. Os frascos continham anteriormente solução de ácido clorídrico (HCl) a 10% para

evitar contaminação. Imediatamente antes do acondicionamento das amostras, o ácido

clorídrico foi descartado e o frasco lavado com a água do lago. As amostras foram mantidas

no escuro, dentro de uma caixa, até o momento da análise de nitrogênio e fósforo total em

laboratório.

3.3.2 Clorofila a

A água da amostra integral usada para a quantificação de clorofila a, foi filtrada

através de uma membrana de fibra de vidro WHATMAN GF/F, com porosidade de 0,7pm,

utilizando um funil de filtração acoplado a uma bomba de vácuo manual. O volume

filtrado, variável conforme a concentração de partículas em suspensão na água, foi anotado.

A membrana de fibra de vidro foi embalada em papel-manteiga e acondicionada em um

dessecador escuro contendo sílica. No laboratório em Manaus, as amostras foram

armazenadas em ffeezer por um período máximo de dois meses, até a análise laboratorial.

3.3.3 Zooplâncton

Utilizando-se uma rede cônica, com boca 20cm de diâmetro e malha de 20p.m, as

amostras foram coletadas em três pontos de cada lago, arrastando-se a rede verticalmente

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através da zona eufótica. As amostras integradas foram acondicionadas em potes de

polipropileno de capacidade 20ml, com tampa. Os organismos presentes na amostras foram

fixados em campo pela adiçao de 4ml de formol a 10/o.

3.4 Análise de Laboratório

3.4.1 Nitrogênio e Fósforo

As concentrações totais de nitrogênio e fósforo foram determinadas

simultaneamente segundo o método descrito por VALDERRAMA (1981). Neste método,

todos os o compostos de nitrogênio e fósforo presentes nas amostras são digeridos com

persulfato em solução ácida e básica até PO4 e NO3. Depois, as concentrações totais de P e

N são determinadas através da análise de PO4 pelo método ácido-ascórbico-polimolibdato-

azul e de NO3 pelo método de redução por cádmio.

3.4.2 Biomassa Fitopianctônica

A concentração de clorofila a foi determinada segundo o método tricromático de

STRICKLAND & PARSONS (1968), através da extração de clorofila em acetona 90%

seguida pela determinação da absorbância em espectrofotômetro. Todo o procedimento foi

realizado na ausência de luz. Os filtros foram macerados em acetona 90% com o auxílio de

uma fliradeira elétrica com broca de ponta cilíndrica de teflon e um tubo de maceração

Wheaton U.S.A com capacidade de lOml. Após a maceração, o conteúdo foi transferido

para um tubo de centrifúgação, o volume completado com acetona 90% até lOml e o

material foi mantido na geladeira por 12 horas, para extração da clorofila a. As amostras

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então foram centrifugadas por 10 minutos para eliminar residuos do filtro e a absorbância

do extrato final foi determinada em espectrofotômetro Orion 310, nos comprimentos de

onda 663, 645, 665 e 750nm.

A concentração de clorofila a em pg por litro (STRICKLAND & PARSONS ,1968)

foi calculada por:

C= 1 1,6.E665 - 1,31.£545-0,14.E630

[clorofila a] = (C / V)*10

onde E665, £545 e £530 = valores das extinções das amostras nos comprimentos de onda 665,

645 e 630nm corrigidos do valor de turbidez obtido em 750; V = volume filtrado em litros

de cada amostra. A fórmula para o cálculo da concentração de clorofila ü. foi corrigida por

um fator de 10, uma vez que foi usado uma cuveta de Icm, enquanto que nos cálculos

originais a cuveta é de lOcm.

3.4.3 Zooplâncton

As amostras com pouco sedimento, provenientes dos lagos associados ao rio Negro,

foram analisadas integralmente. Aquelas provindas dos lagos coligados ao rio Solimões e

confluência Negro/Solimões foram diluidas até o volume de 170ml. Utilizando-se uma

adaptação de pipeta Hensen-Stempel (Fig.4), as amostras diluídas foram subamostradas em

5 ml para análise dos grupos Cladocera e Copepoda e Iml para análise do grupo Rotifera

(EDMONDSON, 1971).

A densidade numérica (indivíduos/l) de Cladocera e Copepoda foi estimada através

da contagem dos indivíduos em placa de Petri com fundo quadriculado, sob microscópio

estereoscópio Zeiss. Foram separados trinta indivíduos para a medida do comprimento total

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do corpo (mm), realizada em microscópio óptico contendo ocular com regua micrometrica.

Devido ao pequeno tamanho dos organismos Rotifera, a contagem (densidade - ind/1) das

amostras diluídas e das integrais (rio Negro) e a medida do comprimento total do corpo,

foram realizadas em microscópio óptico LB-2, utilizando-se câmara de Sedgwick-Rafter de

volume 1 ml (EDMONDSON, 1971). A densidade zooplanctônica foi utilizada em vez de

biomassa, pois considerou-se ser mais lógico analisar o número de indivíduos que estão

exercendo a predação do que a massa total em unidades de carbono, peso seco ou conteúdo

calorifico.

O volume de água filtrada através rede de zooplâncton (TONOLLI, 1971) foi

estimado por:

V = 3.7r.r^.d

onde V = volume de água filtrada; r = o raio da boca da rede cônica; d = altura da coluna de

água coletada. A fórmula foi corrigida da original (*3) em virtude dos três pontos de coleta

em cada lago. Como a eficiência da rede nunca chega a 100% (TONOLLI, 1971), o volume

da amostra foi superestimado por esta equação. Porém, como a velocidade do arraste

sempre era constante (1 m/segundo), a eficiência e o erro proporcional associados deveriam

ter sido relativamente constantes para todas as amostras, permitindo comparação entre elas.

18

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'yy'C

K

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3.5 Análises Estatísticas

Foram utilizados valores da média dos três meses de coleta em todas as variáveis

dependentes e independentes para efetuar as análises estatísticas. A dependência entre as

concentrações de NT e PT foi investigada através de análise de correlação de Pearson.

Para investigar a influência dos nutrientes (NT e PT) sobre a biomassa

fitoplanctônica (clorofila a - Cloa) e identificar o principal nutriente limitante, fizemos uma

análise de regressão linear múltipla (RLM) de Cloa vs. NT e PT. Para investigar a

influência dos nutrientes (recursos) e zooplâncton (predação) sobre a biomassa de

fítoplâncton, foi feito uma RLM de Cloa vs. NT ou PT e a densidade de zooplâncton. A

densidade total da comunidade zooplanctônica (DTZ) foi ffacionada em densidade do

zooplâncton de tamanho grande (DZG >0,5mm) e de tamanho pequeno (DZP <0,5mm),

possibilitando examinar separadamente a influência das diferentes classes de tamanho sobre

a biomassa fitoplanctônica. A influência de todos estes fatores é indicada

esquematicamente na Figura 5. A regressão linear múltipla final foi:

Cloa = Constante + NT ou PT + DZG + DZP + Erro

Foi realizado uma análise complementar com o objetivo de verificar se a densidade

zooplanctônica dependia das concentrações de clorofila a e dos nutrientes NT e PT

(dependência de recursos - efeito "Bottom Up"). Para isto foi utilizado as seguintes

regressões lineares múltiplas:

DTZ = Constante + Cloa + NT + PT + Erro

DZG = Constante + Cloa + NT + PT + Erro

DZP = Constante + Cloa + NT + PT + Erro

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Nutrientes+^ Fitoplâncton

(clorofila a)n

Indivíduos

zooplanctônicosgrandes

Indivíduos

zooplanctônicospequenos

Nutrientes —+ ̂ Fitoplâncton(clorofila a)

Indivíduos

zooplanctônicosgrandes

Indivíduos

zooplanctônicospequenos

Figura 5. Esquema das interações existentes entre nutrientes, fitoplâncton e

zooplâncton. a) Influências do recurso e do predador sobre a biomassa do nível autotrófico.

b) Influência somente dos recursos sobre os primeiros elos da cadeia alimentar.

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4. RESULTADOS

4.1 Profundidade e disco de Secchi

Os lagos estudados, os rios associados, os valores médios para as variáveis físicas e

quimicas e para a concentração de clorofíla a, estão listados na Tabela 1.

A profundidade média (Pf) dos lagos estudados determinada no primeiro ponto de

coleta, variou entre 1,7 e 7,5 metros no período de dezembro/99 a janeiro/00. A média da

profundidade de desaparecimento visual do disco de Secchi (DS) entre os meses de

novembro a janeiro variou de 0,1 a 3,0 metros. Não houve diferença significativa entre

profundidade e transparência da água (Pf e DS) em relação ao tipo de rio associado

(ANOVA-Tab.l). O coeficiente de extinção de luz (1/DS), que varia em função do

material particulado em suspensão, diferiu significativamente em relação ao rio associado

(ANOVA; F(2J7)=16,07; r2=0,65; p=0,000). Os valores mensais de Pf e DS encontram-se no

Anexo 1 (Tabs.l, 2 e 3).

4.2 Concentração Total de Nitrogênio e Fósforo

A concentração média de NT nos lagos variou entre 17,04 e 183,03pM e a de PT

entre 0,43 e 10,67pM. Os valores de NT e PT obtidos nos lagos associados ao rio Negro

foram menores do que aos associados ao rio Solimões (ANOVA-Tab.l; Figs.6 e 7). Os

lagos da confluência Negro/Solimões tiveram grande variação nas concentrações totais de

nitrogênio e fósforo, sendo que, no lago dos Reis, foi registrada a concentração máxima

amostrada As concentrações de NT e PT foram altamente correlacionadas (correlação de

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Pearson = 0,935). NT e PT também foram fortemente relacionados ao coeficiente de

extinção da luz (Regressão Linear Simples, RLS - NT: F(i,i8)=125,l; r2=0,87; p=0,000;

RLS - PT: F(ii8)=9L4; r2=0,83; p=0,000; Figs.8 e 9). NT e PT, assim como 1/DS, são

também fortemente associados as partículas em suspensão durante a fase terrestre,

consequentemente correlacionados ao inverso de DS. Os valores mensais de NT e PT estão

listados no Anexo 1 (Tabs. 1, 2 e 3).

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Tabela 1. Valores médios das variáveis físicas e químicas: profundidade dos lagos (Pf).profundidade de desaparecimento visual do disco de Secchi (DS), concentrações de nitrogênio total(NT). fósforo total (PT) e clorofila a (Cloa); médias para os sistemas Negro, Negro/Solimões eSolimões (X). e resultado da ANOVA entre as variáveis físicas e químicas e os 3 sistemas de riosem vinte lagos da Amazônia Central durante o período de seca (nov/99 a jan/00).

Lagos Rio DS (1/DS) Pf NT PT Cloa

Associado m m pM pM Pg.1"'

1-Mudo Negro 0,72(1,3) 2,93 35,06 0,78 9,55

2-Guedes Negro 0,45 (2,1) 2,65 44,67 1,41 20,06

3-Cristalino Negro 3,01 (0,3) 5,65 28,13 0,43 11,95

4-Cacau Pirera Negro 0,42 (2,3) 3,60 44,28 1,42 18,70

5-Mucura Negro 0,71(1,4) 4,60 17,04 0,67 10,98

6-Buiuçu Negro 0,79(1,2) 4,75 21,17 0,61 16,11

7-Pagodão Negi'o 0,75(1,3) 4,45 21,17 0,77 14,88

8-Catalão Neg./Sol. 0,40 (2,4) 6,50 68,30 3,05 24,23

9-Aleixo Neg./Sol. 0,22 (4,4) 2,45 73,66 3,13 24,90

10-Puraquequara Neg./Sol. 0,65 (1,5) 7,50 35,92 1,06 13,52

11-dos Reis Neg./SoI. 0,16 (6,2) 1,70 183,03 10,67 85,66

12-Janauacá Solimões 0,16(6,0) 2,75 121,57 5,17 61,81

13-Italiano Solimões 0,21 (4,7) 2,85 129,36 3,63 56,23

14-Quari Solimões 0,20 (4,9) 2,80 128,01 3,47 72,68

15-Castanho Solimões 0,12(8,3) 1,80 153,05 8,75 68,52

16-Tucuxi Solimões 0,15 (6,3) 2,85 154,16 6,90 60,23

17-Gd. Manaquiri Solimões 0,17(5,7) 2,45 154,84 6,44 77,59

18-Miraaua Solimões 0,18(5,4) 2,50 150,14 5,40 64,46

19-Jaraqui Solimões 0,38 (2,6) 2,10 87,44 3,48 68,10

20-Poção Solimões 0,18(5,4) 7,50 127,78 5,64 43,83

X Negro 0,97 4,09 30,22 0,87 14,60

X Neg./Sol. 0,35 4,53 90,23 4,48 37,08

X Solimões 0,19 3,06 134,04 5,43 63,71

ANOVA F(2,17) 4,1 1,1 21,2 9,0 9,83

r2 0,33 0,11 0,71 0,51 0,70

P 0,033 0,339 0,000 0,002 0,000

24

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200

150 -

100 -

1 2 3

Negro Neg/Sol Solimões

Figura 6. Concentração média de nitrogênio total (NT - gM) nos lagos estudados,

em relação ao rio associado, durante o período de seca, na Amazônia Central.

1 2

Negro Neg/Sol Solimões

Figura 7. Concentração média de fósforo total (PT - gM) nos lagos estudados, em

relação ao rio associado, durante o período de seca, na Amazônia Central.

25

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200

150

100 -

qI I I \ I I 1 \—0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1/DS

Figura 8. Concentração média de nitrogênio total (NT - |iM)-vs. coeficiente de

extinção de luz (1/DS) nos vinte lagos do estudo, durante o período de seca, na Amazônia

Central.

Figura 9. Concentração média de fósforo total (PT - pM) vs. coeficiente de

extinção de luz (1/DS) nos vinte lagos do estudo, durante o período de seca, na Amazônia

Central.

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4.3 Densidade e Comprimento dos Indivíduos da Comunidade Zooplanctônica

Os valores médios das densidades, do comprimento do corpo e dos percentuais de

indivíduos grandes para o total da comunidade zooplanctônica e para os grupos Cladocera,

Copepoda e Rotifera estão indicados na Tabela 2.

A média da densidade total zooplanctônica (DTZ) foi maior nos lagos associados ao

rio SolimÕes do que naqueles coligados ao rio Negro, com exceção do lago Poção no qual

foram registrados valores abaixo dos obtidos nos lagos Negro/Solimões (ANOVA:

F(2.i7)=9,09; r2=0,51; p=0,000; Fig.lO). As DTZ mínima e máxima foram registradas nos

lagos Cristalino e Italiano, respectivamente. Rotifera (ROT) foi o grupo numericamente

mais representado, com 37 a 94% da densidade total. Os maiores indivíduos, em relação ao

comprimento total do corpo, foram os Copepoda (COP). Os quais representam a maior

parte da densidade total do zooplâncton grande. Nos lagos Cacau Pirera, dos Reis,

Grande Manaquiri e Miraaua, os grandes Cladocera (CLA) foram numericamente mais

representados.

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Tabela 2. Valores médios da densidade total do zooplâncton (DTZ - ind.P) epercentual de indivíduos grandes da densidade total do zooplâncton (%Dg). Densidade total(^Dens - ind.P)» comprimento médio dos indivíduos (CM - mm) e percentual de indivíduosarandes (%Dg) em Cladocera, Copepoda e Rotifera. Média das variáveis citadas em relaçãoao rio associado (Xi=Negro; X2=Negro/Solimões; X3=SolimÕes) nos lagos estudadosdurante o período de nov/99 a jan/00, na Amazônia Central. (Lagos - Lg, numeraçãoconforme tabela 1)

Lg CLADOCERA COPEPODA ROTIFERA ZOOPL.

Dens. CM %Dg Dens. CM %Dg Dens. CM %Dg DTZ %Dg

1 7,3 0,32 16,0 6,2 0,39 36,3 42,6 0,15 2,7 56,1 8,2

2 5,2 0,38 0,2 4,2 0,40 24,8 78,2 0,15 3,6 87,6 4,5

'■>

J 1,2 0,37 7,5 1,3 0,48 41,0 14,0 0,15 0 16,5 3,7

4 12,7 0,34 11,0 4,8 0,39 24,6 83,0 0,15 0 100,7 2,5

5 16,3 0,31 10,9 17,3 0,40 31,4 83,5 0,19 3,4 117,1 8,6

6 3,4 0,31 9,9 4,3 0,42 23,3 35,7 0,19 0,7 43,4 3,7

7 7,1 0,30 9,2 7,8 0,39 16,0 54,8 0,17 0,8 69,9 3,4

8 26,5 0,44 35,0 23,6 0,81 68,0 134,7 0,28 2,5 184,8 15,5

9 60,5 0,26 3,7 15,2 0,77 67,0 44,2 0,24 7,1 119,9 13,0

10 14,9 0,36 13,6 5,6 0,48 47,3 46,7 0,16 0 67,2 7,0

11 34,0 0,31 69,8 7,6 0,68 86,2 43,4 0,25 0 85,0 35,6

12 73,0 0,41 22,9 47,7 0,51 49,0 638,7 0,21 0 759,4 5,3

13 26,9 0,40 20,5 42,4 0,54 49,0 705,1 0,20 2,5 774,4 5,7

14 66,8 0,48 51,0 48,9 0,63 71,4 305,8 0,22 19,7 421,5 30,7

15 127,4 0,36 4,2 38,0 0,46 42,0 354,9 0,30 0 520,3 4,0

16 88,9 0,43 27,9 37,9 0,80 76,8 123,4 0,35 10,5 250,2 26,7

17 75,5 0,44 36,6 31,3 0,44 61,2 157,1 0,27 3,9 263,9 20,0

18 87,9 0,46 35,4 21,1 0,67 64,9 90,0 0,23 3,5 199,0 24,0

19 10,4 0,40 22,5 17,8 0,57 72,7 447,6 0,19 0,6 475,8 3,8

20 3,6 0,41 31,0 6,3 0,63 61,3 49,9 0,22 2,2 59,8 10,2

X, 7,6 0,33 9,2 6,5 0,41 28,2 56,0 0,17 1,6 3,7 4,9

X2 34,0 0,34 30,5 13,0 0,68 67,1 67,2 0,23 2,4 19,8 17,8

62,3 0,42 28,0 32,4 0,58 61,0 319,2 0,25 4,8 47,4 14,5

28

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S 400

e 300

0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5

Negro Neg/Sol Solimões

Figura 10. Distribuição dos valores médios da densidade total zooplanctônica (DTZ

- ind.P) nos lagos estudados, em relação ao rio associado, durante o período de seca

(nov/99 a jan/00), na Amazônia Central.

29

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4.4. Clorofila a

A concentração de clorofila a (Cloa) variou entre 9,55 e 85,66|ig.P (Tab.l). Assim

como no caso de NT e PT, houve uma relação significativa entre Cloa e 1/DS (RLS:

,8)=43,8; r^= 0,70; p=0,000; Fig.ll). Nos lagos coligados ao rio Negro, a biomassa de

fitoplâncton foi menor do que nos lagos associados ao rio Solimões, sendo que a

concentração máxima de clorofila a foi encontrada no lago dos Reis (ANOVA-Tab.l;

Fig.l2). Esta diferença reflete a variação no nivel de nutrientes encontrado nos diferentes

sistemas (Tab.l; Figs.6 e 7) e a forte influência da concentração total de nutrientes sobre a

biomassa fítoplanctônica. Esta influência foi verificada em uma análise RLM de Cloa vs.

NT e PT, onde foi verificada uma forte influência do NT, mas não do PT (RLM-Tab.3). Os

resultados parciais desta regressão demonstram a soberania da ação do nitrogênio sobre a

biomassa fítoplanctônica quando comparada a influência do fósforo (Figs.l3 e 14). Uma

análise RLS de Cloa vs. NT explicou 87% da variação na biomassa fítoplanctônica (RLS:

F(i.i8)=129,07; r2=0,87; p=0,000; Fig.l5). Não foi encontrado um efeito adicional da

densidade do zooplâncton grande e pequeno sobre a biomassa fítoplanctônica, eliminando a

suposição da limitação do desenvolvimento desta por uma forte e eficiente predação

zooplanctônica (RLM-Tab.3).

30

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Tabela 3. Resultados das análises de regressão linear múltipla (RLM) de Cloa vs.

concentração total de nitrogênio (NT) e fósforo (PT) e de Cloa vs. densidade de

zooplâncton grande (DZG) e pequeno (DZP) em vinte lagos da Amazônia Central durante a

o período de seca (nov/99 a jan/00).

Modelo gd. F p

CÍoa = 0^4+03*1^ '2e\7 6Í'33 pN?í)^ÕÕo""'Ppt=0,629

Cloa = 0,7+0,3*NT-i-0,l*DZG+0,01*DZP 3 e 16 50,81 0,90 pnt=0,000

pDZG=0,237

pDZP=0,135

31

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60

Figura 11. Concentração média de clorofila a (|ig.l em relação ao coeficiente deextinção de luz (1/DS) nos vinte lagos estudados, durante o período de nov/99 a jan/00, naAmazônia Central.

CO

iS 40

Neg/SolNegro Solimões

Figura 12. Variação na concentração média de clorofila a (pg.l ' ) em relação ao rio

associado aos lagos estudados, durante o período de nov/99 a jan/00, na Amazônia Central.

32

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ca 10

-40 -30 -20 -10 O 10 20 30 40 50Parcial NT (pM)

Figura 13. Resultado parcial da regressão linear múltipla de clorofila a vs.nitrogênio e fósforo total, para a variável independente NT (pM) referente aos lagosestudados no período de nov/99 a jan/00, na Amazônia Central.

-1 O 1

PT (pM)

Figura 14. Resultado parcial da regressão linear múltipla de clorofila a vs.nitrogênio e fósforo total, para a variável independente PT (pM) referente aos lagosestudados no período de nov/99 a jan/00, na Amazônia Central.

iPij

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50 100 150 200NT (mM)

Figura 15. Resultado da regressão linear simples entre clorofila a e nitrogênio total(NT - pM) nos vinte lagos estudados durante o período de nov/99 a jan/00, na AmazôniaCentral. (Modelo; Cloa=l,21+0,45*NT)

34

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4.5. Fatores controladores do Zooplâncton

Uma análise RLM de DTZ vs. NT, PT e Cloa indicou pouca influência destes

fatores sobre a densidade zooplanctònica (RLM-Tab.4). Porém, a tolerância de NT na

regressão foi baixa (T=0,059) e a correlação entre NT e Cloa foi alta (análise de correlação

de Pearson = 0,937), o que pode ter mascarado o efeito das variáveis PT e Cloa. Quando a

análise RLM foi refeita somente com as variáveis independentes fósforo total e clorofíla a,

verificamos maior influência de Cloa sobre a densidade total zooplanctònica (RLM-Tab.4).

Este efeito também foi investigado separando a densidade do zooplâncton grande e

pequeno. Neste caso, foi verificado que a biomassa fitoplanctônica influenciou

positivamente a densidade do zooplâncton grande e que a concentraçãò de fósforo total

exerceu um fraca ação negativa sobre o mesmo, e que a densidade do zooplâncton pequeno

sofreu menos influência do fitoplâncton e nenhuma do fósforo (RLM-Tab.4). Os resultados

parciais das regressões acima citadas demonstram o predominio da biomassa

fitoplanctônica como recurso aos dois componentes da comunidade zooplanctònica e a

ausência da influência do fósforo total (Figs. 16, 17 e 18).

35

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Tabela 4. Resultados das análises estatísticas regressão linear múltipla (RLM) entre

as variáveis densidade total zooplanctônica (DTZ), densidade de zooplâncton grande

(DZG) e pequeno (DZP) vs. concentração de nitrogênio total (NT), fósforo total (PT) eclorofila a (Cloa) em vinte lagos da Amazônia Central, durante o período de seca (nov/99 ajan/00).

Modelo 8*'*

DJZ = -8,4+l,5*NT-63,4*PT+8,l*Cloa

Tolerância do NT na regressão = 0,059

Correlação de Pearson entre NT e Cloa = 0.937

DTZ = 8,2-48,9*PT+9,8*Cloa

DZG = -7,5-7,l*PT+l,4*Cloa

DZP = 15865,7-41849,1 *PT+8346*Cloa

3 e 16 4,52 0,45 pxT=0,634

pPT=0,145

pcioa=0,095

2 e 17 6,99 0,45 ppt=0,099

Pcioa=0,005

2el7 11,11 0,56 ppT=0,047

pCloa=0,001

2el7 4,91 0,36 Ppt=0,158

pcit,=0.016

36

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150

r 100 --oc=

oNQ

"râoV—

(0

CL

-10 o 10 20 _30Parcial Clorofila a (jjg.i

Figura 16. Resultado parcial da regressão linear múltipla da densidade dozooplâncton grande (DZG) vs. fósforo total e clorofila a, para a variável clorofila a, noslagos estudados durante o período de nov/99 a jan/00, na Amazônia Central.

100

ONQ

"rôoi—

ca

Q.

-2 -1 0 1

Parcial PT (pM)

Figura 17. Resultado parcial da regressão linear múltipla da densidade dozooplâncton grande (DZG) vs. fósforo total (PT) e Clorofila a, para a variável PT, nos lagosestudados durante o período de nov/99 a jan/00, na Amazônia Central.

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-oc

CLNQ

"rôüi_

01

Q-

-10 O 10 20 _30Parcial Ciorofiia a (pg.i

Figura 18. Resultado Parcial da regressão linear múltipla da densidade dozooplâncton pequeno (DZP) vs. fósforo total e clorofila a, para a variável clorofila a, noslagos estudados durante o período de nov/99 a jan/00, na Amazônia Central.

38

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5. DISCUSSÃO

A variação nas concentrações NT e PT entre os lagos e a relação inversa entre estes

parâmetros e o coeficiente de extinção de luz, refletem a variabilidade das características

físicas e químicas das águas dos rios Negro e Solimões, as quais diferem em função da

geologia e das propriedades do solo de suas bacias de drenagem (SIOLI, 1968). MELACK

& FORSBERG (no prelo) verificaram um aumento na concentração de fósforo total (quatro

vezes) do lago Cacau Pirera, associado ao rio Negro, ao lago Janauacá, coligado ao

Solimões, nos meses de novembro a janeiro, período de seca (l,3pM e 5,3pM

respectivamente). A alta concentração de sedimentos em suspensão no rio Solimões,

proveniente do intenso intemperismo físico que ocorre na região dos Andes (IRION, 1976a

aptid JUNK, 1997), é responsável pela alta concentração de nutrientes e pela baixa

penetração de luz característica deste sistema (MELACK & FORSBERG, no prelo). O rio

Negro, em contraste, drena predominantemente a água das florestas baixas com solos

ácidos e pobres em sais e nutrientes. As águas deste sistema têm, portanto,

caracteristicamente baixas quantidades de sedimentos e concentrações de nutrientes totais,

sendo ricas em matéria orgânica dissolvida (SIOLI, 1968; FORSBERG et al, 1988).

Registramos os menores valores de PT e NT nos lagos Cristalino, Buiuçu, Mucura e

Pagodão, provavelmente deve-se á mistura vertical noturna não alcançar a profundidade

total dos lagos, sendo estes os mais profundos do sistema rio Negro, a estratificação e

mistura diurna podem ocorrer somente acima da profundidade da mistura noturna,

mantendo a região mais profunda estagnada, o que normalmente ocorre durante o período

de cheia (TUNDISI et ai, 1984). Como o material particulado, o material orgânico

dissolvido também diminui a penetração de luz, porém, o efeito é menos expressivo e o

39

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coeficiente de extinção de luz é geralmente menor. No lago Cristalino foi registrado o

menor coeficiente de extinção de luz, provavelmente por se manter isolado durante os

meses de outubro a março, as substâncias húmicas se precipitam (TUNDISI et ai. 1984), a

água torna-se gradualmente mais clara até o final da seca (SCHIMIDT, 197j) e,consequentemente, um baixo coeficiente de extinção de luz era esperado.

Em lagos de água preta, baixos niveis de nutrientes e pouca entrada de luz na zona

eufótica limitam a produção fitoplanctônica (SCHMIDT, 1976). Em uma análise dedistribuição vertical de clorofila a no lago Tupé, RAI (1978) observou uma variação entre

0,07 e 34,62pg.r durante um ano, com os maiores valores registrados na zona eufóticadurante o mês de setembro, período de seca. JUNK (1997) descreve que os maiores valoresregistrados de biomassa fitoplanctônica em lagos de água preta ocorre durante a seca e

inicio da enchente, alcançando concentrações em tomo de ISmg.m"^. A concentração declorofila a em lagos de várzea também tendem a ser maior no período de seca. SCHMIDT

(1976) encontrou um pico de clorofila a no período de seca no lago Castanho. Durante operíodo de seca, alta concentração de clorofila tt (211mg.m-) foi registrada no lagoCamaleão (RODRIGUES, 1994). A alta biomassa fitoplanctônica nos lagos associados ao

rio Solimões reflete a alta concentração de nutrientes desses ambientes. A grandequantidade de sedimentos em suspensão no rio decanta após a agua entrar nos lagos,permitindo a penetração de luz e o desenvolvimento do fitopláncton (FISHBR &PARSLEY 1979; FORSBERG et ai, 1988). A comunidade fitoplanctônica, geralmente, é

limitada às águas abertas destes lagos, onde a disponibilidade de luz na zona eufótica ésuficiente para seu desenvolvimento (MELACK & FORSBERG, no prelo). Em estudorealizado no lago Calado, ENGLE & MELACK (1993) verificaram que, ao longo de 2 m

t o rio e o lago mais de 90% do total de sólidos em suspensão da zona superficial da40

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tomando-se disponível ao fitoplâncton. Neste período, o crescimento do fitoplâncton está

sendo limitado pela concentração de fósforo no sistema. Na época seca, devido a baixa

profundidade dos lagos, freqüentemente a mistura vertical alcança toda a coluna de água e,

junto ás turbulências geradas pelos ventos e movimentos dos peixes, ocorre a ressuspensão

do fósforo tomando-o disponivel ao fitoplâncton, que poderia seqüestrá-lo resultando em

uma limitação pelo nitrogênio (SETARO & MELACK, 1984; MELACK & FORSBERG,

no prelo). ZARET e! al. (1981) com trabalho de bioensaio realizado no lago Jacaretinga

durante o período de seca, verificaram que a biomassa fitoplanctònica aumentava com o

incremento de NH4+, sendo este aumento maior com a combinação de NH4+ e PO4 ' e

nenhuma resposta havia somente com o incremento do PO4 ̂ MOTA & FORSBERG

(dados não publicados) também verificaram, durante o período de um ano, maior relação da

biomassa fitoplanctònica ao nitrogênio total do que ao fósforo total em lagos associados aos

sistemas Negro, Negro/Solimões e Solimões, corroborando com a hipótese da limitação

pelo nitrogênio durante a seca.

Em estudo realizado no lago Castanho, BRANDORFF (1977 apud JUNK, 1997)

contou o número máximo de 900indivíduos.l ' pertencentes aos grupos Cladocera e

Copepoda. O valor máximo obtido foi durante a enchente, provavelmente devido a entrada

de nutrientes proveniente da água do rio e à matéria vegetal em decomposição que

favoreceu o crescimento do fitoplâncton. A baixa densidade de crustáceos no período de

cheia foi atribuída a baixa oxigenação da água. Os valores numéricos "intermediários" do

período de água baixa foram relacionados ao crescimento excessivo das algas do gênero

Microcystis, sendo consideradas um alimento inadequado ao crescimento do zooplâncton

devido ao seu baixo status nutricional.

42

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BRANDORFF & ANDRADE (1978) no lago Jacaretinga, observaram os crustáceos

planctônicos em, relativamente, altos números durante o período de seca, aproximadamente

200ind F'. Durante a seca, a baixa transparência da água nos lagos associados ao rio

Solimões não é um empecilho ao crescimento da comunidade zooplanctônica, visto que,

mesmo com a maior concentração de sedimentos ressuspensos pela ação do vento e do

movimento dos peixes, a biomassa fitoplanctônica consumida pelo zooplâncton aumenta

(SCHMIDT, 1973; JUNK, 1973). A menor densidade zooplanctônica verificada nos lagos

associados ao rio Negro, quando comparada aos lagos de várzea, é íúnção da baixa

qualidade e da pouca disponibilidade de alimento (fitoplâncton) encontrada nesses

ambientes (JUNK, 1997). Em um estudo comparativo em lagos de água preta e de água

branca, BRANDORFF (1978) registrou menor densidade de crustáceos no lago de água

preta Tarumã-mirim durante o período de seca, aproximadamente 113ind.l ', do que no

lago de água branca Castanho, 846ind/l. Além disso, esse autor verificou maior proporção

de pequenas espécies na água preta do que na branca, não havendo grande diferença no

tamanho do corpo dos crustáceos entre os lagos desses dois sistemas. No presente estudo

também foi registrado maior número de pequenos crustáceos nos lagos do sistema rio

Negro do que naqueles do sistema Solimões. Enquanto nos lagos de água preta, o

percentual de indivíduos pequenos do zooplâncton verificado foi de 90,8% para o grupo

Cladocera e de 71,8% para Copepoda, nos lagos de água branca esse percentual foi de 72 e

39% para os respectivos grupos. Foi também observado pouca diferença na média do

comprimento do corpo dos indivíduos do zooplâncton desses dois ambientes, sendo a

variação no tamanho dos organismos Cladocera, dos lagos associados ao rio Negro

daqueles coligados ao rio Solimões, de 0,09cm e para os indivíduos Copepoda, esse valor

foi de 0,17cm.

43

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A dominância dos Rotifera na densidade total zooplanctônica durante o período de

seca verificada nos lagos do no sistema rio Negro - 80%, Negro/Solimões - 58,8% e

Solimões - 77,1% no presente estudo, também foi descrita em uma investigação realizada

no lago Grande Manaquiri, onde nos meses de outubro, novembro e dezembro, os rotiferas

dominaram, contribuindo em dezembro, com aproximadamente 90% do zooplâncton total

(CARVALHO, 1983). No lago Camaleão, HARDY et al. (1984) observaram que ao longo

do ano os rotiferos contribuíram com mais de 70% do "standing-stock" do zooplâncton

total, sendo que, durante o período de seca, mais de 99% da densidade total dos três

principais grupos do zooplâncton era Rotifera. Resultados divergentes foram descritos nos

lagos de várzea Jacaretinga e Manaquiri, no qual os Copepoda constituíram a maior parte

da densidade total do zooplâncton (BRANDORFF & ANDRADE, 1978; CARVALHO,

1981).

Apesar dos lagos associados ao rio Solimões possuírem alta densidade

zooplanctônica, a média do comprimento do corpo dos indivíduos do zooplâncton foi

pequena. Isto, provavelmente, reflete a predação por peixes zooplanctívoros, os quais

eliminam os maiores organismos permitindo que o zooplâncton de menor tamanho escape

da predação, tornando-se dominante na comunidade (LAMPERT, 1987). Em estudo

realizado no lago Manaquiri, GOULDING & CARVALHO (1982) verificaram que os itens

alimentares mais importantes para os juvenis de tambaqui (C. macropomum) foram

organismos grandes, que mediam entre 0,4 e l,7mm, dos grupos Cladocera (92% do total

do conteúdo estomacal), Copepoda e Ostracoda. ZARET (1984), no lago Jacaretinga,

também observou predação seletiva da espécie de peixe Moenkhausia dichroura sobre

indivíduos Cladocera, principalmente a espécie Diaphanasoma sarsi (l,2mm). No lago

Camaleão, o peixe zooplanctívoro Ctenobrycon spilurus foi seletivo para presas maiores

44

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que 0,6mm, as quais representam 66,54% dos organismos presentes no seu conteúdo

estomacal, enquanto que os juvenis de Triportheus culter alimentaram-se exclusivamente

de Cladocera e preferencialmente por espécies de tamanho grande (CHU KOO, 2000).

Esses dados fortalecem a hipótese da predação seletiva sobre as espécies maiores do

zooplâncton (BROOKS & DODSON, 1965) para os peixes zooplanctivoros em lagos de

várzea da Amazônia Central. Visto que, nos períodos de cheia 3 vazante, o percentual dos

grupos Copepoda e Cladocera na densidade total zooplanctônica é maior (70%) do que o

verificado para Rotifera - 20% (CARVALHO, 1981), e que, no período de seca, as relações

intra e inter-especificas dos diferentes níveis tróficos da cadeia alimentar nos lagos

(fitopiâncton, zooplâncton e peixes zooplanctivoros) tomam-se mais intensas, espera-se

que no presente estudo, o grande percentual de espécies pequenas do zooplânctonencontradas nos lagos coligados ao rio Solimões, resulta provavelmente de uma alta taxa de

predação dos peixes zooplanctivoros sobre as espécies grandes do zooplâncton.

Considerando que os crustáceos também são um item alimentar comum para a

comunidade de peixes de água preta (GOULDING et al., 1988), o menor percentual destes

organismos na densidade total zooplanctônica (20%) que foi encontrado nos lagos

associados ao rio Negro neste trabalho, demonstra a probabilidade de que, nestes ambientes

durante o período de seca, mesmo com a baixa biomassa pscivora característica de sistemas

de água preta (GOULDING et ai, 1988), o componente crustáceo do zooplâncton estava

sendo predado.

Como citado anteriormente, foi verificado pouca diferença em relação ao

comprimento do corpo do zooplâncton nos três tipos de sistemas lacustres estudados,

mesmo assim, não há dúvidas que nos lagos associados ao rio Negro os indivíduos eram

menores daqueles observados nos sistemas Negro/Solimões e Solimões. Isto por que, em

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ambientes associados ao rio Negro, a família dominante é Bosminidae, que possui espécies

de menor tamanho como a. Bosminopsis (0,18mm de comprimento), encontradas no

conteúdo estomacal dos peixes zooplanctivoros destes ambientes (CARVALHO &

GOULDING, 1985). Nos lagos coligados ao rio Solimões, a família mais abundante é a

Daphnidae (ROBERTSON & HARDY, 1984), que inclui espécies grandes, importantes na

alimentação dos peixes zooplanctivoros desses sistemas (CARVALHO, 1983; GOULDE^G

& CARVALHO, 1982). Em águas pretas esta família é menos adaptada, principalmente

devido à baixa concentração de nutrientes e a acidez características deste meio

(GOULDING et ai, 1988), isto favorece o crescimento e desenvolvimento de organismos

menores e mais "frágeis", restritos na captura de partículas de alimento pequenas - fracos

competidores intra-específico.

Estudos realizados em lagos de água branca e de água preta demonstraram que os

Copepoda são menos importantes na dieta dos peixes zooplanctivoros do que os Cladocera

(BRANDORFF, 1978; ZARET, 1984; GOULDING et al, 1988; CHU KOO, 2000),

provavelmente por causa da exibição intermitente daqueles em contraste com os

movimentos contínuos destes. Considerando estes resultados, no presente trabalho, mesmo

levantando a hipótese de que a baixa densidade dos crustáceos se deve à predação pelos

peixes zooplanctivoros, os Copepoda foram numericamente menos representativos na

comunidade total zooplanctônica dos lagos (Negro: 9,2% ; Negro/Solimões: 11,3%;

Solimões: 7,8%) do que os Cladocera (Negro: 10,8%; Negro/Solimões: 29,7%; Solimões:

15%) demonstrando que, a suposta predação seletiva está sendo maior sobre os Copepoda.

A baixa relação existente entre a densidade total zooplanctônica e a biomassa

fitoplanctônica verificada no presente trabalho, provavelmente se deve a alta densidade do

zooplâncton pequeno nos lagos estudados. Assim foi verificado quando separou-se o

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componente grande do zooplàncton do pequeno na regressão linear múltipla DTZ - cte +

PT + Cloa. A probabilidade da variável independente fitoplâncton influenciar na densidade

zooplanctônica mostrou ser mais forte para o componente grande (p=0,56) do que para o

pequeno (p=0,36). Isto é provável, considerando que os organismos pequenos são menos

eficientes e não possuem a capacidade de capturar grandes particulas de alimento, como

fazem o componente grande do zooplàncton (LAMPERT, 1987).

Ainda assim, a relação entre a densidade do zooplàncton grande com a biomassa do

fitoplâncton não demonstrou uma forte influência desse recurso. Estes resultados podem ser

relacionados à presença de espécies de algas não comestíveis e/ou a grande disponibilidade

de outros recursos, tais como bactérias e ciliados, para a comunidade zooplanctônica.

NÕGES (1997) verificou que com baixas taxas de predação (11,7%) o zooplàncton não

pode controlar a biomassa fitoplanctônica, sendo a composição das comunidades de fito e

de zooplàncton de fundamental importância. Quando as comunidades são compostas por

algas filamentosas e zooplàncton de pequeno porte como rotíferas, Bosmina ou Chydorus,

não é esperado alta pressão de predação sobre o fitoplâncton. MAYER eí al. (1997)

investigaram as interações entre fitoplâncton, zooplàncton, ciliados e bactérias,

demonstrando que a comunidade zooplanctônica possui relação mais forte com outras

fontes de alimento como as bactérias e os ciliados, do que com o fitoplâncton.

Foi constatado influência dos recursos dimensionados neste trabalho sobre as

comunidades fitoplanctônica e zooplanctônica. A relação expressiva entre a densidade do

componente grande do zooplàncton e a clorofila a e, mais significativa, entre a clorofila a e

a concentração total de nitrogênio nos sistemas estudados, demonstra que o fitoplâncton

estava livre de uma grande pressão de predação e pôde aumentar sua biomassa até o limite

de recursos disponíveis. O estudo da composição da comunidade fitoplanctônica, utilizado

47

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para se certificar da palatabilidade deste componente como recurso ao zooplâncton e,

também, a investigação de outras fontes de alimento, não foram dimensionadas neste

estudo, sendo impossivei atestar com segurança sobre influência dos recursos totais

disponíveis à comunidade zooplanctônica. Ainda assim, os resultados verificados

demonstram a influência dominante dos recursos sobre os primeiros elos (fitoplâncton e

zooplâncton) da cadeia alimentar nestes ecossistemas durante o período de seca, apoiando a

hipótese "bottom up" ou recurso dependente.

48

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6. CONCLUSÕES

♦ A concentração total de fósforo e nitrogênio nos lagos estudados durante o

periodo de seca, águas baixas, variou em função do sistema fluvial associado, sendo maior

naqueles associados ao rio Solimões do que nos coligados ao rio Negro.

♦ Durante o período de seca, a variação da biomassa fitoplanctônica entre os lagos

estudados dependeu, predominantemente, da concentração total de nitrogênio, indicando

um padrão geral de limitação por este nutriente nos sistemas Negro, Negro/Solimões e

Solimões.

♦ Rotifera foi o grupo dominante na densidade total zooplanctônica, durante o

periodo de seca, nos lagos associados aos três sistemas estudados (rio Negro = 80%;

Negro/Solimões = 47%; Solimões = 77%).

♦ Durante o período de seca, os crustáceos de grande porte nos lagos associados ao

rio Negro foram, numericamente, mais representados pelos Copepoda (13%) do que pelos

Cladocera (5%), enquanto nos sistemas Negro/Solimões e Solimões, os dois grupos

representaram igualmente este componente dos crustáceos (Negro/Solimões;

Copepoda=18,5%, Cladocera=22%; Solimões: Copepoda=20,8%, Cladocera=18,3%).

♦ O zooplâncton de grande porte, aparentemente, não exerceu suficiente pressão de

predação sobre o fitoplâncton capaz de impedir o aumento de sua biomassa, junto ao

acréscimo gradativo de nitrogênio e fósforo total nos sistemas de lagos associados aos rios

Negro, Negro/Solimões e Solimões, estudados durante o período de seca.

49

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♦ A correlação positiva, entre a densidade do zooplâncton de grande porte e a

concentração de clorofila a nos lagos estudados durante o período de seca, sugere a

influência do recurso fitoplâncton sobre o sobre a comunidade zooplanctônica.

♦ A pouca correlação entre a densidade do zooplâncton de pequeno porte e a

concentração de clorofila a, aparentemente, deve-se a oferta de outros recursos alimentares,

como bactérias e ciliados, nos sistemas de lagos estudados e, também, a provável grandeza

e pouca palatabilidade do recurso fitoplâncton, disponível durante o período de seca.

♦ A predominância da influência dos recursos sobre os primeiros elos - biomassa

do fitoplâncton e densidade do zooplâncton - das cadeias alimentares analisadas durante o

período de seca, apoia a hipótese recurso-dependente como fundamento às relações intra e

inter-específicas e, consequentemente, firma a estrutura de cada nível trófico (números e/ou

biomassa), nas cadeias alimentares dos ambientes lacustres estudados.

50

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8. ANEXO

Tabela 1. Desaparecimento visual do disco de Secchi (DS), concentração de

nitrogênio (NT) e fósforo total (PT), clorofila a (Cloa) referente ao mês de

novembro de 1999 em vinte lagos da Amazônia Central.

Lagos DS (m) NT (laM) PT (jaM) Cloa (pg.

Mudoj^gj '9̂ 2""

Guedes 0,46 34,74 1,20 15,89

Cristalino 2,30 29,83 0,52 18,63

Cacau Pirera 0,42 34,04 1,59 18,43

Mucura 0,99 20,95 0,84 11,06

Buiuçu 0,87 36,37 0,84 12,46

Pagodão 0,75 35,67 1,28 15,74

Catalão 0,33 73,06 3,41 31,63

Aleixo 0,23 80,77 3,53 39,92

Puraquequara 0,52 34,50 1,76 14,46

Dos Reis 0,23 139,90 4,88 57,08

Janauacá 0,20 95,03 3,39 65,61

Italiano 0,28 95,73 2,90 50,22

Quari 0,26 119,10 2,93 69.55

Castanho 0,16 131,49 5,97 76,51

Tucuxi 0,15 135,69 7,98 67,48

Gd. Manaquiri 0,14 153,45 8,33 70,83

Miraaua 0,25 108,58 3,55 48,05

Jaraqui 0,28 90,59 3,90 54,38

Poção 0,20 115,13 6,35 63,35JWTj-injL m . ■ ■ ■ivivrtwrr»v»wii uvu bTWWWLVt^j u u u u i

59

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Tabela 2. Profundidade dos lagos (Pf), desaparecimento visual do disco de Secchi

(DS), concentração de nitrogênio (NT) e fósforo total (PT), clorofila a (Cloa) referente ao

mês de dezembro de 1999 em vinte lagos da Amazônia Central.

Lagos Pf(in) DS (m) NT (^M) PT (^M) Cloa (pg.n)

Mudo 1,47 0,55 53,17 ~~Õ;95

Guedes 1,20 0,21 76,63 2,22 25,01

Cristalino 5,50 3,45 40,09 0,39 9,36

Cacau Pirera 2,20 0,20 73,36 1,87 21,46

Mucura 2,80 0,29 2,40 0,48 9,95

Buiuçu 3,00 0,68 0,28 0,28 14,58

Pagodão 2,90 0,66 0,28 0,32 12,52

Catalão 5,00 0,28 93,55 2,50 26,25

Aleixo 1,00 0,10 97,01 3,81 16,84

Puraquequara 6,50 0,45 55,28 0,88 17,60

Dos Reis 1,50 0,10 336,82 21,18 189,94

Janauacá 1,50 0,10 214,13 7,66 111,70

Italiano 1,40 0,12 217,40 5,68 92,65

Quari 1,20 0,10 187,21 5,23 117,53

Castanho 0,60 0,05 284,71 16,54 119,48

Tucuxi 1,50 0,12 280,09 8,82 93,84

Gd. Manaquiri 0,90 0,08 262,98 7,70 144,23

Miraaua 1,00 0,10 295,86 9,35 128,32

Jaraqui 0,70 0,15 132,98 4,75 131,34

Poção 6,50 0,20»vvwy\vvvvvwwvvyvvvvvvvvwv<

204,71 4,94(wvwww^nfwwwwwitvwwwv»

46,10W»VVWV«>VVVVVVVWVVVWVVV»VVVVVVVVVyVVVfc-

60

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Tabela 3. Profundidade dos lagos (Pf). desaparecimento visual do disco de Secchi

(DS), concentração de nitrogênio (NT) e fósforo total (PT), clorofila a (Cloa) referente aomês de janeiro de 2000 em vinte lagos da Amazônia Central.

PT (nM) Cloa (tig.r')DS (m) NT (nM)

Mudo

Guedes

Cristalino

Cacau Pirera

Mucura

Buiuçu

Pagodão

Catalão

Aleixo

Puraquequara

Dos Reis

Janauaca

Italiano

Castanho

Tucuxi

Gd. Manaquin

Miraaua

Jaraqui

Poção

0,82

0,70

3,30

0,65

0,86

0,85

0,85

0,60

0,35

1,00

0,15

0,20

0,23

0,25

0,15

0,20

0,30

0,20

0,72

0,15^yyVVgV^VVtfWVVVVVtV^^WWVVVVtVVVVVWVVVVVVWVVVVVVVWVWV^r

8,50

28,24

22,64

14,47

25,44

27,78

26,84

27,54

38,28

43,19

17,97

72,37

55,56

74.94

77.74

42.95

46,69

48,09

45,99

38.75

63,50

0,55

0,81

0,38

0,80

0,68

0,70

0,70

3,23

2,06

0,55

5,96

4,45

2,31

2,25

3,75

3,91

3,29

3,31

1,78

5,64

8,63

19,27

7,87

16,21

11,95

21,30

16,37

14.81

17,92

8,50

9,97

8,11

25.82

30,95

9,58

19,36

17,70

17,02

18,57

22,02

61

Page 76: E DA CONCENTRAÇÃO TOTAL DE NUTRIENTES · crustáceos vs. nutrientes totais e clorofila a ^ confluência Central associados ao rio Negro (7 lagos), ao Solunoes lagos) g Negro/Solimões,

Tabela 4. Densidade total (DT -

mm) de Cladocera, Copepoda e Rotifera

lagos da Amazônia Central.

ind.r') e comprimento médio do corpo (CM -

referente ao mês de novembro de 1999 em vinte

■ - uu-jUj. 1

Lagos CLADOCLKACOPEPODA ROTIFERA

DT CM DT CM DT CM

Mudo 0,024

Guedes 0,062 0,594 0.097 0,374 17,516 0,135

Cristalino 0,885 0,458 1,265 0,578 1,953 0,168

Cacau Pirera 2,992 0,429 5,501 0,386 124,879 0,126

Mucura 0,666 0,337 0,907 0,439 24,706 0,208

Buiuçu 3,563 0,355 3,582 0,424 60,371 0,190

Pagodão 0,249 0,315 0,393 0,375 11,783 0,162

Catalão 0,590 0,480 0,602 1,115 25,950 0,292

Aleixo 0,000 0,000 0,867 0,800 7,785 0,283

Puraquequara 0,174 0,377 0,265 0,486 11,981 0,155

Dos Reis 2,813 0,571 0,407 0,764 7,431 0,307

Janauacá 4,586 0,409 2,845 0,460 78,981 0,255

Italiano 0,916 0,393 0,743 0,497 60,510 0,225

Quari 3,503 0,484 1,608 0,613 0,303 0,200

Castanho 2,309 0,404 2,229 0,511 68,471 0,354

Tucuxi 1,115 0,413 1,566 1,170 3,715 0,453

Gd. Manaquiri 4,061 0,525 1,699 0,859 11,146 0,407

Miraaua 3,579 0,462 0,667 0,790 10,312 0,336

Jaraqui 0,425 0,425 0,730 0,673 30,255 0,229

Poção 0,106 0,317 0,283 0,738 13,093 0,299

62

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Tabela 5. Densidade total (DT - ind.!"') e comprimento médio do corpo (CM -mm) de Cladocera, Copepoda e Rotífera referente ao mês de dezembro de 1999 em vinte

Lagos cládõcíera COPEPODA rotífera

DT CM DT CM DT CM

Mudo 0,832

Guedes 7,195 0,271 10,773 0,377 86,892 0,152

Cristalino 0,585 0,439 1,417 0,431 8,454 0,139

Cacau Pirera 11,520 0,310 2,084 0,357 63,694 0,173

Mucura 13,031 0,262 6,900 0,360 24,947 0,191

Buiuçu 1,799 0,323 0,183 0,420 22,529 0,148

Pagodão 4,164 0,324 0,938 0,440 21,349 0,175

Catalão 27,004 0,509 35,403 0,879 58,386 0,327

Aleixo 1,573 0,477 4,482 1,069 9,436 0,181

Puraquequara 12,102 0,341 2,008 0,488 17,516 0,141

Dos Reis 0,000 0,000 0,157 0,743 6,291 0,233

Janauacá 0,315 0,527 0,629 0,611 136,038 0,219

Italiano 1,062 0,388 0,880 0,529 147,407 0,192

Quari 1,887 0,518 2,045 0,763 79,421 0,244

Castanho 0,071 0,430 0,566 0,332 38,217 0,203

Tucuxi 49,560 0,513 23,112 0,666 127,995 0,346

Gd. Manaquiri 1,132 0,417 0,000 0,000 31,847 0,181

Miraaua 0,248 0,556 0,212 0,687 8,493 0,127

Jaraqui 0,159 0,363 0,027 0,392 126,327 0,140

Poção 5,740 0,488 7,038 0,675 33,027 0,193

63

Page 78: E DA CONCENTRAÇÃO TOTAL DE NUTRIENTES · crustáceos vs. nutrientes totais e clorofila a ^ confluência Central associados ao rio Negro (7 lagos), ao Solunoes lagos) g Negro/Solimões,

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Tabela 6. Densidade total (DT - ind.!"') e comprimento médio do corpo (CM -mm) de Cladocera, Copepoda e Rotifera referente ao mês de janeiro de 2000 em vinte lagosda Amazônia Central.

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Lagos CLADOCERA.»«.w»v«v>

COPEPODA ROTÍFERA

DT CM DT CM DT CM

Mudo 21,164

Guedes 8,358 0,279 1,710 0,434 130,126 0,178

Cristalino 71,465 0,219 38,259 0,426 270,701 0,156

Cacau Pirera 23,719 0,285 6,806 0,418 60,843 0,154

Mucura 13,182 0,317 14,280 0,414 15,693 0,166

Buiuçu 4,865 0,260 9,102 0,402 24,324 0,154

Pagodão 8,788 0,263 9,259 0,368 43,155 0,167

Catalão 32,484 0,321 15,114 0,433 125,199 0,212

Aleixo 180,087 0,301 11,778 0,434 56,990 0,259

Puraquequara 26,736 0,369 5,882 0,472 20,720 0,186

Dos Reis 6,316 0,372 3,609 0,535 13,535 0,202

Janauacá 52,500 0,290 24,937 0,451 88,593 0,166

Italiano 13,406 0,428 72,187 0,591 348,044 0,194

Quari 17,015 0,435 22,687 0,502 239,763 0,229

Castanho 301,380 0,255 18,949 0,525 157,909 0,356

Tucuxi 179,130 0,367 37,430 0,561 210,545 0,257

Gd. Manaquiri 50,080 0,374 36,093 0,459 106,024 0,234

Miraaua 133,679 0,372 33,420 0,540 110,285 0,220

Jaraqui 11,291 0,414 27,579 0,631 12,031 0,214

Poção 46,921 0,433 79,406 0,480 45,117 0,177

64